breve introdução à consciêntização do sagrado feminino

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“Círculos de Mulheres podem ser vistos como um movimento evolucionário e revolucionário que está escondido por trás de uma imagem aparente: parece ser apenas um grupo de mulheres reunidas, mas cada mulher e cada Círculo está contribuindo para algo muito maior.” Jean Shinoda Bolen em O Milionésimo Círculo Propósito do Círculo Criar uma comunhão de almas afins em busca da sua conexão com os valores, princípios, rituais e práticas das tradições multiculturais* da Deusa, buscar e aplicar o conhecimento histórico, mitológico, oracular e mágico. Promover a cura, o fortalecimento pessoal e grupal em um trabalho circular em que se pratica irmandade, parceria, comunicação aberta, compartilhando dores, alegrias, dons e realizações para curar as feridas da alma feminina* . Levar o sagrado para a vida cotidiana, valorizar os atributos femininos nas atitudes, ações, vestuário, linguagem e na expressão criativa, amorosa e intuitiva. A finalidade de um círculo sagrado feminino é coletar, direcionar e distribuir energias para efetuar mudanças e transformações individuais e

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Crculos de Mulheres podem ser vistos como um movimento evolucionrio e revolucionrio que est escondido por trs de uma imagem aparente: parece ser apenas um grupo de mulheres reunidas, mas cada mulher e cada Crculo est contribuindo para algo muito maior. Jean Shinoda Bolen em O Milionsimo Crculo Propsito do CrculoCriar uma comunho de almas afins em busca da sua conexo com os valores, princpios, rituais e prticas das tradies multiculturais* da Deusa, buscar e aplicar o conhecimento histrico, mitolgico, oracular e mgico. Promover a cura, o fortalecimento pessoal e grupal em um trabalho circular em que se pratica irmandade, parceria, comunicao aberta, compartilhando dores, alegrias, dons e realizaes para curar as feridas da alma feminina*. Levar o sagrado para a vida cotidiana, valorizar os atributos femininos nas atitudes, aes, vesturio, linguagem e na expresso criativa, amorosa e intuitiva.A finalidade de um crculo sagrado feminino coletar, direcionar e distribuir energias para efetuar mudanas e transformaes individuais e coletivas. Um crculo encontra sua fora na integrao harmoniosa dos seus elos humanos.*Multiculturais porque a figura da Deusa como criadora do universo encontrada em vrios mitos de diversos povos antigos, e em nosso crculo reverenciamos a todas elas como faces de ns mesmas, como nossas referncias arquetpicas. Reverenciamos as muitas faces da Deusa com seus milhares de nomes e atributos. Gregas, Nrdicas, Celtas, Romanas, Hindus, Turcas Siberianas, Sumrias, Mesopotmicas, Afro-Brasileiras, Silvcolas . . Existem hoje algumas religies oficiais que so matrifocais, tm seu culto voltados para o deus e a deusa, mas nossa prtica no crculo feminino, busca a compreenso arquetpica de suas mltiplas faces e nos leva a trabalhar nossos arqutipos internos. Conhecendo as energias que nos regem tanto na luz como na sombra. Buscamos o acesso deusa que esto presentes em todas as religies, trabalhando com a Grande Me Trplice. Acolhemos mulheres de linhas religiosas diversas, que anseiem por um trabalho de equilbrio e cura interior, mudana social e conscientizao do seu papel no planeta.*Feridas da alma feminina nos referimos aqui feridas recentes e tambm s atvicas, que esto em nosso inconsciente coletivo e individual, desde o princpio do declnio da Deusa, causadas pela opresso e tortura que sofremos por sermos mulheres. Pois tendemos a repetir este padro.

ObjetivoUm dos mais marcantes fenmenos do sec. XX foi o renascimento do Feminino Sagrado na cultura ocidental. Presente em todas as civilizaes antigas, perdeu seu valor e foi ocultado pelos conceitos sociais e pelos dogmas das religies patriarcais. As religies modernas so desprovidas de tradies sagradas para as mulheres. E em nossa sociedade atual, os ritos de passagem, to importantes para a sade mental e fsica da mulher, so quase que inexistentes. Nos entanto seus registros permaneceram nas memrias ancestrais, no inconsciente coletivo, nos costumes populares e nos contos de fadas. O despertar da Linha de pensamento Junguiana, dentro do universo teraputico, abriu as portas do nosso conhecimento interno mtico. As tradies pr-crists, a Roda do Ano e os ritos de passagem da vida humana foram absorvidos pela igreja romana que edificou os templos do Deus-Pai sobre as runas dos templos das deusas greco-romanas, celtas e nrdicas. Mas a partir da dcada de 60 foram ressurgindo as antigas tradies e prticas espirituais e curativas. A grande Deusa-Me est retornando, despertando conscincias e renovando as esperanas nas mudanas planetrias. Ao longo de milnios os smbolos do Deus Pai tornaram-se argumentos e leis para inferiorizar, dominar, oprimir e matar as mulheres. O Objetivo de atuarmos em um crculo feminino que consigamos juntas remover a poeira das memrias do passado, afastar os vus do esquecimento, recuperando o conhecimento ancestral e celebrar os rituais das deusas e nossos ritos de passagem (menarca, unio, divrcio, gravidez, parto, viuvez, morar sozinha, mudana profissional, tornar-se av, etc....). Reencontraremos assim nosso guia interior, nossa intuio aguada, que tanto nos foi reprimida . A cada ano mais e mais livros, escritos por mulheres, como: O legado da Deusa, Mulheres que Correm com os Lobos, As Deusas e a Mulher, os que viraram filmes como As Brumas de Avalon, O Clice e a Espada, O Cdigo da Vinci, A Sacerdotisa do Mar e a Sacerdotisa da Lua, A Dana Csmica das Feiticeiras, A letra Escarlate, Avatar, e tantos outros; trazem novas revelaes sobre as antigas verdades ocultadas por sculos de ignorncia, represso e perseguio. Assim nos utilizaremos de tcnicas e ritos para restabelecermos a harmonia dos universos masculino e feminino. Tanto tempo quanto tivermos apenas um Deus homem, teremos dirigentes homens na terra. No entanto, a Me Divina ressurgir e Ela ser reverenciada de forma to livre e plena como o Pai Celeste. Somente ento a mulher poder encontrar o seu verdadeiro poder e o seu lugar no mundo ser reconhecido Antoinette Doolitte, 1810-1872 Nossa misso que possamos nos reconectar com a nossa Mulher Sbia e escutar nossos coraes que batem com as batidas do corao da Me Terra e assim resgatar, celebrar e compartilhar a sacralidade feminina para cura, crescimento pessoal e evoluo espiritual, emocional, mental e fsica, em equilbrio com nossos ciclos, luz e sombra.Eu que sou a beleza do verde sobre a terra, da Lua branca entre as estrelas, do mistrio das guas e do desejo no corao dos homens, falo tua alma: desperta e vem a Mim, pois eu sou a alma da prpria natureza que d vida ao universo. De Mim nasceram todas as coisas e a Mim retornam . . .

Fundamentao Histrica

No incio as pessoas oravam para a Criadora da Vida. No alvorecer da religio Deus era mulher When God Was a Woman Merlin Stone''Como a terra minha carne, as pedras so meus ossos, cada erva meu cabelo, a gua meu sangue, o Sol minha pele, minha alma a Lua, as estrelas meus sentidos, o vento minha respirao.''

Esculturas e imagens do perodo Paleoltico e Neoltico representam o sagrado ato de gerao e nutrio na forma de mulheres, cujo corpo guarda e revela os mistrios do ciclo de vida, morte e renascimento. Estes conceitos constituem a fundao sobre a qual se ergueram muitas culturas antigas. Presentes em nossas memrias atvicas e na nossa imaginao mtica, durante milnios, os registros soterrados e esquecidos de uma deusa primordial esto voltando luz (do Sol e de nossa conscincia), por meio das descobertas arqueolgicas e antropolgicas do sec. XX e XXI. A descoberta e o estudo de artefatos pr-histricos esto mudando a interpretao do processo evolutivo e religioso da humanidade. Imagens das deusas emergindo das entranhas da terra anunciam o ressurgimento da Deusa e so um chamado para que nos lembremos do passado e efetuemos uma mudana em nosso modo de pensar. No foi a Deusa que se afastou de ns, fomos ns que nos rendendo a um regime patriarcal, a relegamos ao esquecimento, interrompendo seus cultos e negando sua existncia.No perodo conhecido como idade da pedra polida, tambm considerado como o bero da agricultura, as mulheres eram responsveis pela preparao dos alimentos desde o perodo anterior, quando coletavam razes, sementes e frutos. Fcil deduzir que foram elas que iniciaram a agricultura, ao lanar na terra as sementes e frutos coletados. Por meio do contato que as mulheres tinham com os seres mais sutis e com a Deusa, recebiam intuitivamente instrues para transformar as matrias brutas da natureza em produtos teis e mais elaborados. Foi assim que as mulheres descobriram como preparar o po a partir de sementes e gros silvestres amassados com pedras, e como tecer o fio e fiar o linho e l dos animais. Foram elas que utilizaram o barro, a gua e o fogo para modelar potes e vasos, tranaram galhos e cips cobertos com argila e cozidos em fornos primitivos, criando a arte cermica. Desse perodo datam os vasos com seios e olhos, as estatuetas de Mes da colheita e doadoras de fertilidade, bem como os mitos sobre as deusas da Terra, as Tecels Senhoras do Destino, as Guardis das florestas e dos animais, as Protetoras das casas e dos caminhos, as Condutoras dos espritos (para encarnar e desencarnar), as celebraes dos Mistrios femininos. Segundo revelam os inmeros smbolos, animais aliados e representaes femininas descobertas e estudadas pela antroploga lituana Marija Gimbutas, durante o perodo Paleoltico e Neoltico, a Deusa era reverenciada como Me Doadora, Ceifadora e Renovadora da vida. Conforme atestam as escavaes de James Melaart na Anatlia; as de Marijana na Europa Antiga e no Oriente Mdio, as mulheres detinham um papel importante nas sociedades e na religio. Em nenhum dos stios europeus e asiticos pesquisados foram encontrados evidncias de guerra, autoridade patriarcal ou diviso de castas, prevalecendo a simbologia do culto da Deusa, a paz entre as comunidades e a presena ampla das mulheres nas sociedades. Stios arqueolgicos de 7.000 anos a.C. na Anatlia ou mais recentes (3.000 a.C.) em Creta e Malta, no continham nenhum tipo de fortificao, armas ou objetos blicos; as cenas das inscries descreviam sociedades pacficas e igualitrias, centradas na reverncia vida, beleza, arte e ao amor.Esta reverncia mulher no implicavam em uma dominao social ou religiosa feminina, muito menos em sistema matriarcal. A sociedade era pautada em valores de parceria e distribuio igualitria de tarefas e bens. As culturas antigas eram permeadas pelo respeito e venerao a vida, pela unio e interao em vez de violncia, combate e competio. Refletiam a antiga crena na teia csmica regida por leis naturais e pela coexistncia pacfica de todos os seres, filhos de uma mesma me. A linhagem era matrilinear, as sociedades eram matrifocais e geocntricas, organizadas ao redor das mulheres e crianas e protegidas pelos homens. No havia casamentos monogmicos, nem era possvel conhecer a paternidade precisa, os nomes das crianas e os bens eram transmitidos pela linhagem materna. As crianas pertenciam a comunidade assim como os depsitos de gros e as provises de comida e as mulheres eram encarregadas de sua manuteno e cuidado. Elas conheciam os mistrios da vida e da morte (por vivenci-los mensalmente em seus ciclos menstruais, no ato de dar luz e nos cuidados com os moribundos e doentes) e tinham o dom da cura (por conhecer as ervas e saber como us-las). Devido a sua sensibilidade e percepo expandida, elas eram as mediadoras entre seres humanos e os espritos da natureza, os ancestrais e os seres sobrenaturais. Por milnios foram as parteiras, benzedeiras, curandeiras, sacerdotisas e profetisas, encarregadas de realizar as festividades de plantio e colheita, os ritos de passagem, as bnos e as protees, o culto dos mortos, as previses e a reverncia s divindades. Os homens por no terem nenhuma destas tarefas, tinham mais liberdade de movimento e percorriam longas distncias para caar, pescar e desbravar novos lugares para moradia. A transio da sociedade de coleta para a de caa e conquista levou a criao de uma nova estrutura social, em que prevalecia a fora fsica e a habilidade para tirar a vida, em oposio a habilidade de gerar e cuidar dela.. Enquanto as mulheres se reuniam para celebrar sua fase menstrual, seus partos e suas prticas espirituais e curativas, os homens comearam a criar seus prprios grupos centrados nas demonstraes de habilidade com base no vigor fsico (lutas, caa e domesticao de animais selvagens) e na celebrao de suas faanhas hericas (que existem at hoje, com outras roupagens).Com a descoberta do seu papel na procriao, ignorado at ento e revelado pela criao de animais domsticos, houve uma mudana na mentalidade e na postura masculina. Prevaleceu o orgulho de serem cocriadores, o poder pela autoridade e pela dominao do mais forte. Alm do antigo culto ao Deus da Floresta, da caa e da vida selvagem, comearam cultos dedicados face ceifadora da Deusa e s divindades das batalhas guerras e morte. Tornaram-se cada vez mais conscientes e orgulhosos do seu poder de lutar, vencer, conquistar e tirar a vida e passaram a competir de maneira velada com os mistrios femininos dos quais eram excludos. Os jovens eram desafiados a provar suas habilidades e afirmar seu poder no grupo, eram treinados pelos adultos para demonstrar agressividade e instinto de dominao em ritos selvagens de passagem da infncia para a adolescncia, que envolviam competies, provaes e incises corporais com derramamento de sangue o que equivalia menarca das meninas, mas acrescidos de violncia. O surgimento de armas cada vez mais potentes preparou o caminho para a ascenso de uma casta de guerreiros. Assim, as pacficas comunidades neolticas foram adquirindo caractersticas patriarcais e belicosas tpicas da idade do Ferro. A migrao macia de tribos nmades indo-europeias, mongis e semitas, vindas das estepes da atual Rssia, provocou ondas sucessivas de conquista e subjugao dos povos do centro e do sul da Europa. Traziam o poder letal da espada, valores eminentemente patriarcais e cultos a deuses poderosos, senhores do cu, do raio, do trovo, da guerra e da morte. Impuseram ento seu domnio aos povos naturais da regio, subjugando suas sociedades agrcolas, matrifocais e pacficas, desprovidas de fortificaes e armamentos. Os prisioneiros se tornavam escravos e as mulheres eram capturadas como trofu de guerra e passavam a servir como concumbinas e escravas. Os esplios de guerra oferecidos aos soldados como recompensa por sua coragem eram a riqueza material e cultural dos povos vencidos, o direito de saquear, queimar casas e lavouras e estuprar. Como as mulheres no participavam das guerras na mesma escala que os homens (atividade contrria aos seus deveres e atributos de mes doadoras e preservadoras da vida), o seu poder social, cultural e espiritual, antes respeitado e honrado, declinou, cedendo lugar ao novo sistema androcrtico e hierrquico, cujos valores e objetivos eram o domnio, a explorao e o extermnio pela violncia.

O declnio da DeusaNesse perodo, comeou um longo e insidioso processo de destronar a deusa com intuito de dar sustentao e legitimidade nova cultura patriarcal e guerreira. As deusas foram rebaixadas do seu status de Mes Criadoras, Senhoras da Terra e da Natureza e passaram a se subordinar aos deuses da nova ordem. A religio natural deixou de demonstrar reverncia deusa, terra, lua, me, mulher, vida e passou a reverenciar ao cu, ao sol, deus, ao homem, ao pai, morte e guerra, e uma nova hierarquia foi estabelecida em sintonia com a estrutura social. A deusa foi relegada a um plano secundrio nos mitos, como me, esposa, amante ou filha de deuses dominantes. Com o intuito de despojar a Deusa de seu antigo poder e de sua importncia todo-abrangente, os mitos foram reescritos por patriarcas e profetas (todos homens), de modo a enfatizar os poderes de Deus. Deusa foram atribudas no mais a totalidade dos aspectos da criao, seus smbolos foram reduzidos e passaram a ser considerados foras escuras e malficas, os drages e as serpentes (que deviam ser vencidos e mortos por semideuses ou heris), a escurido, a noite, os pssaros noturnos viraram agourentos, a Lua com seus ciclos (antes seguidos e utilizados para a prtica da medicina), os gatos pretos (animais de maior poder intuitivo) se tornaram sinnimos de perigo e azar. So muitos os mitos gregos que descrevem o massacre da deusa, por exemplo na conquista do Templo de Delfos pelo deus Apolo, da autoria de Homero, reconhece-se que os cultos iniciais eram de Gaia (a Terra) seguidos pelos de Phoebe (a Lua) e Themis (a ordem social). Delphos significa ventre e era considerado o local de nascimento do universo. Para justificar a conquista do templo da deusa por um deus, descreve-se como Apolo teve que matar a fmea de um drago que guardava o altar de Gaia uma criatura bem nutrida, selvagem, cheia de sangue e causadora de vrios males (autorizando assim a crena masculina do poder malfico e perigoso do sangue menstrual). Para invocar a benevolncia dos novos deuses e justificar a matana de prisioneiros, escravos, mulheres e crianas inimigas, novas lendas que estimulavam o derramamento de sangue surgiram para aplacar a ira divina e consagrar as terras conquistadas, antes abenoadas pelo sangue menstrual das sacerdotisas e pelos ritos de fertilidade sazonais. No contente com isso, Apolo profanou tambm a fonte sagrada da Deusa e violentou a ninfa responsvel por ela. Posteriormente este ato de selvageria contra o drago, era encenado anualmente em um ato litrgico chamado Septerion. Tambm o mito de Athena na verso patriarcal: Zeus mata a deusa Metis (sabedoria) e a engole para depois parir Athena da sua cabea, j adulta, totalmente armada e pronta para a luta. A prpria Athena se declara convicta da supremacia e herana patrilinear por no ter nascido de uma me, e ser totalmente a favor do pai e dos direitos masculinos, mesmo que isso prejudicasse as mulheres (nascidas de um ventre!), e consolida assim a teoria do deus Apolo segundo o qual a me no parente do seu filho, apenas ama e guardi da semente nela colocada pelo pai afirmao repetida posteriormente por Aristteles e que influenciou durante sculos as teorias cientficas e religiosas. A morte da me legitimada na trilogia Oresteia, escrita por squilo que apoia o direito dos homens de matar as mes e filhas e enviar os filhos para a guerra, no entanto a mulher que mata o marido, mesmo que para vingar a morte da filha deve ser julgada e condenada at pelos filhos e parentes. Oresteia que justifica o domnio masculino, tornou-se a base clssica do sistema educacional europeu e continua sendo encenada e ensinada em universidades do mundo todo. Hera antiga deusa trplice da cultura pr-helnica e protetora das mulheres foi transformada na ciumenta e vingativa esposa do poderoso Zeus. Pandora cujo nome significa a doadora e representava os dons e riqueza de Gaia no seu aspecto de Anesidora (a deusa guardi do phitos, vaso sagrado destinado a conter os mantimentos e enterrar os mortos, equivalente ao prprio ventre da Terra), descrita como uma mulher leviana que abre uma caixa e libera todos os males do mundo. Esse mito distorcido outra verso da difamao de Eva, herdeira das deusas ancestrais, criada junto com seu parceiro, Ado, do corpo da Me Terra, perseguida por ter comido da Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal (antigo smbolo da deusa) e transformada na causadora dos sofrimentos da humanidade.As inmeras lendas e mitos das aventuras e conquistas amorosas de Zeus, nos quais ele seduz e estupra deusas, ninfas e mortais, so outra forma de reforar o destronamento e a profanao do poder primordial da deusa pelos novos deuses, filhos ou consortes.Em outros mitos, deuses consortes ou filhos da Grande Me so promovidos a divindades criadoras, mas to androcrticas e vingativas quanto Jeov. Muito antes de se criar a orao matinal dos judeus que diz: Abenoado sejas Tu, Senhor, por no ter me feito mulher, a deusa criadora hebraica era Ashtoreth ou Anat, cujo consorte Tammus ou Baal foi se sobrepondo aos poucos figura dela, at ser substitudo pelo terrvel Jeov. Os antigos deuses Ashtoreth e Baal foram considerados foras malficas e perigosas, seus cultos proibidos e suas imagens destrudas. Devido ao pecado de Eva, comer da rvore do conhecimento e partilhar depois o fruto com Ado, a humanidade foi punida com a expulso do paraso e a mulher condenada a sofrer para sempre as dores do parto. O mito original em que a mulher e o homem foram criados juntos do mesmo barro foi substitudo por uma verso posterior, onde a primeira mulher Lilith revoltou-se contra a dominao de Ado, saiu do den e se refugiou s margens do mar Vermelho criando incessantemente demnios que aterrorizavam as crianas e vampirizavam os homens. Em seu lugar Deus criou da costela de Ado outra mulher, Eva, que por isso era mais dcil; mesmo assim ela desobedeceu s ordens do Senhor e comeu o fruto do conhecimento incentivada por Lilith metamorfoseada em serpente. Em outras palavras, a punio infringida aos povos pr-cristos por continuar cultuando a Deusa e os seus smbolos foi a expulso do Paraso. A tradio teolgica crist interpreta a histria do Gnesis com base no dualismo clssico que associa a razo e o controle ao homem e a sexualidade e irracionalidade mulher, que se torna a origem do pecado e do mal. A figura pura e obediente de Maria expia o pecado original, aceitando a misso imposta por Deus de gerar de forma imaculada aquele que iria salvar a humanidade. Mas Maria no devolve s mulheres o poder que elas tinham antes do massacre da Deusa, reforando pela suposio de sua virgindade o ventre corrupto das outras mulheres que do luz de forma natural. A imagem de So Jorge matando o drago confirma a aniquilao da Deusa; o heri o mata enfiando a espada (smbolo flico e patriarcal) no ventre volumoso e frtil (a prpria terra). Em algumas representaes at mesmo Maria pisoteia a serpente enrodilhada aos seus ps, reforando simbolicamente a definitiva derrota do culto Deusa.A inveno do patriarcado foi a negao do ventre materno e seu dom de dar a vida, o Pai o nico criador, s ele o justo e certo. Deus do Velho Testamento sempre uma figura masculina e severa. Sua contraparte feminina Shekinah adorada pelas mulheres como a Deusa, foi perdendo aos poucos sua importncia at acabar sendo reverenciada apenas no culto do Sabbath, praticado de modo velado pelas mulheres em seus prprios lares. O deus hebraico imps sua dominao sobre as mulheres e apagou qualquer vestgio dos antigos rituais da deusa. Consideradas inferiores, as mulheres passaram a ter valor para a perpetuao da espcie e o trabalho domstico e as poucas heronas mencionadas no Velho Testamento atuam como obreiras do senhor. Declaradas seres sem alma e pecadoras, as mulheres no podiam estudar, nem possuir bens, pertencendo aos pais que escolhiam seus maridos, seus novos senhores. Na viuvez deveriam acatar a autoridade do irmo, tio ou filho. At mesmo nas sinagogas elas eram discriminadas, ficavam reclusas em um canto; seu sangue menstrual era considerado impuro e perigoso, exigindo cuidados para que a mulher menstruada no tocasse nenhum homem para no contamin-lo ou enfraquece-lo.Em oposio antiga cosmologia da Deusa que se baseava na unidade e harmonia entre vida e morte, comeo e fim, refletidos nas suas facetas de Doadora, Ceifadora e Regeneradora da Vida, a nova teologia imps o dualismo. Enquanto o Deus uma fora espiritual e transcendente, a Deusa imanente e permanente. A viso dualista, hierrquica e patriarcal preconiza a superioridade de uma polaridade sobre a outra, criando assim o antagonismo sobre elas: esprito/matria, mente/corpo, racional/intuitivo, espiritual/sexual, homem/mulher. A Tradio da Deusa considerava a alternncia e complementao das polaridades e elementos como uma coisa natural; porm as novas concepes patriarcais criaram a ciso e a oposio entre as foras e energias antes integradas na multiplicidade dos aspectos da Grande Me. As antigas culturas matrifocais e geocntricas, honravam e celebravam igualmente a luz e a sombra, o dia e a noite, o sol e a lua, vida e morte, esprito e matria, o homem e a mulher; tudo fazia parte da criao divina. Na viso dualista patriarcal houve uma diviso desigual de valores; tudo o que era bom, nobre, valioso, luminoso, benfico, coerente, fixo, racional e mensurvel, foi atribudo ao princpio masculino e aos homens criados semelhana do Deus imutvel e transcendente. As energias mutveis da natureza e da mulher se tornaram sinnimos de imperfeio, do perigo e do instinto selvagem e irracional, que deveria ser dominado e controlado. Aquilo que para os orientais era to fcil de compreender por meio da mandala, do Yin/Yang ou para os povos nativos com seus conceitos Xamnicos de criao conjunta do Pai Cu e da Me Terra - para certos homens e mulheres era muito difcil de aceitar. Tornou-se mesmo uma blasfmia ou heresia pensar na Deusa alm do Deus, na Me Criadora e nutridora. As mulheres foram associadas ao mal, ao pecado e luxria, irracionalidade, a impulsividade, inconstncia e a todos os perigos carnais e sexuais, a sensualidade e a seduo antes to naturais, passaram a ser armas comerciais e talentos satnicos As limitaes impostas pela cultura patriarcal judaica reduziram quase que completamente a simbologia feminina no cristianismo. Mesmo assim, alguns mistrios sobreviveram ocultos em imagens, smbolos e dogmas O Vaticano, por exemplo, foi construdo sobre um antigo santurio da Deusa; a Igreja Catlica chamada de Santa Madre Igreja; a pomba um antigo smbolo da Magna Dea, a Grande Me. Os gnsticos acreditavam que o Esprito Santo era o Divino Feminino e que a verdadeira trindade seria Pai - Me - FilhoApesar das tentativas dos sistemas religiosos e culturais de extinguir os vestgios dos cultos e da simbologia da Deusa, podemos discernir imagens e costumes que sobreviveram nos mitos e no folclore e que foram assimilados pelo catolicismo, citamos aqui alguns poucos exemplos:- Athena, apesar de ser transformada numa traidora do seu sexo, era honrada como padroeira da cidade de Atenas no seu simbolismo oculto de Senhora da Rocha (onde est a Acrpole, seu antigo templo, smbolo do poder e fora da cidade), da oliveira (smbolo da paz), e dos seus animais de poder (a coruja e a serpente)- Afrodite, mesmo vulgarizada, ela continuou a ser louvada como a me dos seres vivos nos seus hinos e nos poemas de Safo.- Virgem de Guadalupe, no Mxico, seu templo foi erguido na colina consagrada Deusa asteca Tonantzin-Brigid, deusa irlandesa, foi transformada em Santa Brgida e seu fogo sagrado continua sendo velado pelas freiras de Kildare at hoje.As datas das antigas festividades pr-crists da Roda do Ano, celebrada pelos pagos (palavra que significa camponeses) permanecem nas datas e costumes cristos dos seus equivalentes, bem como a adoo de vrias deusas como santas e meras obreiras do senhor (Ana, Irina, Helena, Lucina, rsula . . .)Nos primrdios do cristianismo, a presena e a participao da mulher era incentivada por Jesus, cuja companheira e colaboradora Maria de Magdala teve um papel proeminente, junto a outras seguidoras, na divulgao e sustentao da nova f, que promovia e abenoava o amor e a igualdade entre todos os seres. Trechos de um fragmento copta do evangelho de Maria Magdalena escrito no sec. II: O Salvador disse: "Todas as espcies, todas as formaes, todas as criaturas esto unidas, elas dependem umas das outras, e se separaro novamente em sua prpria origem. Pois a essncia da matria somente se separar de novo em sua prpria essncia. Quem tem ouvidos para ouvir que oua". Pedro lhe disse: J que nos explicaste tudo, dize-nos isso tambm: o que o pecado do mundo? Jesus disse: "No h pecado; sois vs que o criais, quando vos entregais corrupo da alma, que chamada 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vs, para a essncia de cada espcie, para conduzi-la sua origem."Outro trecho do evangelho de Magdalena:" Ento Maria Magdalena se lamentou e disse a Pedro: Pedro, meu irmo, o que ests pensando? Achas que inventei tudo isso no meu corao ou que estou mentindo sobre o Salvador? Levi respondeu a Pedro: Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversrio. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem s tu para rejeit-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Da a ter amado mais do que a ns. antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregaremos o Evangelho, no criando nenhuma regra ou lei, alm das que o Salvador nos legou."No entanto medida em que a doutrina foi sendo pregada, por cada discpulo sua maneira, surgiram os evangelhos apcrifos (no aceitos pela doutrina da igreja vigente) e suas muitas vertentes crists. A igreja de Pedro evoluiu para uma instituio hierrquica e um sistema religioso patriarcal, aumentou a relutncia masculina em aceitar a presena igualitria de mulheres, o que levou excluso da mulher dos servios religiosos e ao repdio de Maria Madalena (propagou seu trabalho no sul da Frana) e ao seu evangelho e tambm aos evangelhos de Thiago, Tom, Felipe, Judas e o Gnstico de Joo, os de Nag Hamadi, os Manuscritos do Mar Morto (encontrados na dcada de 40) e outros . . .Para invocar a benevolncia dos novos deuses e justificar a matana de prisioneiros, escravos, mulheres e crianas inimigas, novas lendas que estimulavam o derramamento de sangue, surgiram para aplacar a ira divina e consagrar as terras conquistadas, antes abenoadas pelo sangue menstrual das sacerdotisas e pelos ritos de fertilidade sazonais. A Deusa foi relegada a um plano secundrio nos mitos como me, esposa, amante ou filha de deuses dominantes. Cibele, Demter, Gaia e Tellus Mater, cultuadas como senhoras da terra e dos seus ciclos e frutos, foram reduzidas a meras personificaes da terra e da matria. A figura pura de Maria expia o pecado original, aceitando a misso imposta por Deus de gerar de forma imaculada aquele que iria salvar a humanidade. Mas Maria no devolve s mulheres o poder que elas tinham antes do massacre da Deusa reforando pela suposio da sua virgindade o ventre corrupto de outras mulheres que do luz de forma natural. Os drages e as serpentes eram os guardies dos templos da Me Terra, o heri os mata fincando a espada (smbolo flico e patriarcal) no ventre volumoso e frtil dessas criaturas. S Deus Pai o nico criador, justo e certo, pois somente Ele tem o poder. Repetida, encenada, escrita, falada, cantada e ensinada por vinte sculos, esta inverdade fundamental tornou-se a verdade aceita e no questionada, devido ao temor do pecado e da punio.

O passado prximo Entre os sculos 15 e 17 as mulheres que ainda ousavam utilizar de mtodos antigos de cura, de ritos para elevao espiritual, de velhas frmulas alqumicas, rezas, benzeduras, imposio de mos e tantas outras formas de sabedoria ancestral, passaram a ser vistas como adoradoras do diabo e bruxas malficas sendo queimadas nas fogueiras da Inquisio.Os inquisidores nomeados pela igreja, buscavam nas famlias mais abastadas suas vtimas, convencendo os pais que necessitavam fazer exames em suas filhas para verificarem sinais de bruxaria (esclarecemos aqui que a palavra bruxa tem sua origem no snscrito e significa mulher sbia, conhecedora da cincia da cura pela alquimia da natureza). Encontrando certos sinais como verrugas, manchas ou marcas de nascena, mamilos diferentes um do outro ou um terceiro (e quase sempre encontravam qualquer pretexto), extorquiam donativos e posses, bens ou grandes somas, para livrar a alma da pobre moa do diabo. Utilizavam para isso o:Manual de CaaEm 1647, foi publicado na Alemanha Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas). Este guia de identificao, tortura e julgamento rezava que, se a acusada dissesse no acreditar em bruxas seria condenada por heresia. Se respondesse que sim, os carrascos foravam a barra para saber o que ela praticava. O juiz da localidade ameaava a acusada, dizendo que seria presa para sempre a po e gua. Se no funcionasse, ela era torturada de vrias maneiras, sendo questionada sobre suas acusaes enquanto sofria os flagelos. Um dos mtodos de identificao menos violentos era colocar a suspeita em uma balana. No outro lado, uma bblia enorme. Se a mulher fosse mais leve que o livro, era acusada de ser uma feiticeira, pois teria uma leveza sobrenatural. Numa sala com vrios instrumentos de tortura, a suspeita (ou suspeito) ficava merc dos examinadores (em geral 4 homens). Como se acreditava que poderia haver magias costuradas nas roupas, a acusada era despida alm de ter o cabelo todo raspado. Feita a examinao, os instrumentos de tortura eram preparados e a prisioneira era persuadida a confessar. Se no fizesse isso ia para a estrapada (tortura que consistia em amarrar as mos do supliciado nas costas, pendur-lo a um aparelho e depois solt-lo repentinamente, para deslocar-lhe os membros superiores). Segundo a crena, podia haver marcas invisveis na suspeita. Esses pontos seriam insensveis dor e no sangrariam, para procura-los, os examinadores enfiavam uma agulha comprida por todo o corpo da suspeita em busca de regies que no doessem. Estiletes tambm eram usados. Depois de toda tortura mental e fsica havia ainda um julgamento. O jri era sempre constitudo por pessoas que lucrariam pela extorso da famlia da acusada. Se fosse declarada culpada (o que quase sempre acontecia) ela morria, ou na forca, ou queimada ou esmagada com pedras ou ainda decapitada. A famlia alm de ter sua(eu) filha(o) morta(o) ainda deixava suas terras e bens em testamento para a igreja, por ter salvo aquela alma perdida. A igreja sempre associou a bruxaria ao sexo feminino, reforado na distoro do mito de que Eva pecou na origem do mundo, ento suas filhas tambm seriam pecadoras e suscetveis ao pacto com o diabo.

Movimentos FeministasApesar de todas as tentativas de aniquil-lo, o poder feminino no sucumbiu. Em 1848 (64 anos aps o fim do terror surgiu a primeira onda do movimento feminista americano, marcada pela conveno de Seneca Falls onde corajosas mulheres chamaram a ateno para a excluso da mulher da vida religiosa, pblica e social. . As "sufragettes" (em portugus, sufragistas), primeiras ativistas do feminismo no sculo XIX, eram assim conhecidas justamente por terem iniciado um movimento no Reino Unido a favor da concesso, s mulheres, do direito ao voto. O seu incio deu-se em 1897, com a fundao da Unio Nacional pelo Sufrgio Feminino por Millicent Fawcett (1847-1929), uma educadora britnica. O movimento das sufragistas, questionava o fato de as mulheres do final daquele sculo serem consideradas capazes de assumir postos de importncia na sociedade inglesa como, por exemplo, o corpo diretivo das escolas e o trabalho de educadoras em geral, mas serem vistas com desconfiana como possveis eleitoras. As leis do Reino Unido eram, afinal, aplicveis s mulheres, mas elas no eram consultadas ou convidadas a participar de seu processo de elaborao. Ainda que obtendo um limitado sucesso em sua empreitada - a converso de alguns membros do ento embrionrio Partido Trabalhista Britnico para a causa dos direitos das mulheres um exemplo, a maioria dos parlamentares daquele pas acreditava, ainda respaldados nas idias de filsofos britnicos como John Locke e David Hume, que as mulheres eram incapazes de compreender o funcionamento do Parlamento Britnico e, por conseguinte, no podiam tomar parte no processo eleitoral. O movimento feminino ganhou, ento, as ruas e suas ativistas passaram a ser conhecidas pela sociedade em geral pelo (na poca, ofensivo) epteto de "sufragistas", sobretudo aquelas vinculadas Unio Social e Poltica das Mulheres (Women's Social and Political Union - WSPU) movimento que pretendeu revelar o sexismo institucional na sociedade britnica, fundado por Emmeline Pankhurst (1858-1928). Aps ser detida repetidas vezes com base na lei "Cat and Mouse", por infraes triviais, inspirou membros do grupo a fazer greves de fome. Ao serem alimentadas fora e ficarem doentes, chamaram a ateno da opinio pblica pela brutalidade do sistema legal na poca e tambm divulgaram a sua causa. Ela foi uma militante que imprimiu um estilo mais enrgico ao movimento, o qual culminou com situaes de confronto entre sufragistas e policiais e, finalmente, com a morte de uma manifestante, Emily Wilding Davison (1872-1913), que se atirou frente do cavalo do rei da Inglaterra no clebre Derby de 1913, tornando-se a primeira mrtir do movimento. Apesar do empenho, dos sacrifcios e da tenacidade das sufragistas ainda demoramos muito para podermos votar, apenas em 1920 o voto nos foi concedido (nos EUA), trabalhar, porque as oportunidades de trabalho s apareceram apenas com a carncia de homens durante a guerra. No entanto a desigualdade na remunerao continuava e, aps o trmino da Segunda Guerra, as mulheres tiveram que voltar para seus afazeres domsticos, coagidas pela volta dos homens e a crise econmica. Os livros de Simone de Beavoir e de Betty Friedan em 1963, catalisaram o descontentamento das mulheres em relao sua condio de inferioridade, dando incio segunda onda do feminismo. Entre 1960 e 1970, inmeros grupos de mulheres, incluindo a Nacional Organization for Women, procuraram derrubar as leis que perpetuavam as leis de discriminaoO episdio conhecido como Bra-Burning, ou em portugus a queima dos sutis, foi um protesto com cerca de 400 ativistas do WLM (Womens Liberation Movement) na realizao do concurso de Miss America em 7 de setembro de 1968, em Atlantic City, EUA.Com o objetivo de acabar com a explorao comercial realizada contra as mulheres, as ativistas se aproveitaram do concurso de beleza que era tido como uma viso arbitrria e opressiva em relao s mulheres. Assim, elas colocaram no cho do espao, sutis, sapatos de salto alto, clios postios, sprays de laqu, maquiagens, revistas, espartilhos, cintas e outros objetos que simbolizavam a beleza feminina. Embora a queima propriamente dita nunca tenha ocorrido, a atitude das manifestantes foi incendiria. Este nome queima dos sutis foi dado pela mdia.O movimento feminista tambm ampliou a conscincia da mulher para seu potencial inato e combateu esteretipos tradicionais de passividade, dependncia, fragilidade, incompetncia, irracionalidade e incentivava a luta contra abusos e violncias, no mbito domstico, profissional, social e espiritual.

O presenteOlharmos a nossa volta e identificarmos a submisso e desvalorizao da mulher, em alguns pases escandaloso, como vemos hoje em movimentos pseudo religiosos como o Hamas que em uma de suas leis absurdas diz que as mulheres so "no-islmicas" e que sua mera existncia contradiz a Sharia (lei islmica) e a vontade de Alah. "A existncia das mulheres desafia as leis da natureza, e para proteger o Isl e a Sharia mulheres devem ser foradas a deixar de existir to logo quanto possvel." As mulheres que expressam a sua prpria vontade (mais especialmente no-muulmanas) sero o primeiro alvo de extermnio.Em outros esta prtica notria com a legislao e os costumes quase que totalmente patriarcais.E ainda em todos os outros, onde a legislao j tem uma estrutura igualitria entre os sexos, na prtica ela no acontece. Pelos costumes culturais de sculos de submisso em que as mulheres so submetidas, serem tratadas com violncia fsica e/ou psicolgica tornou-se comum e corriqueiro. Muitas vezes esta submisso e violncia totalmente disfarada e aceita pelas mulheres como se constitussem em vantagens para ela.

O retorno da DeusaEla espera... espera... ela espera por ns... ela espera os seus filhos escutarem sua voz ! Abenoados, abenoadas os que amam a deusa... me, irm e av Abenoados, abenoadas os que danam juntos e os que danam s ! Acompanhando a mudana no cenrio poltico e profissional, as mulheres comearam a procurar um amparo religioso que promovesse os valores rejeitados pelo patriarcado fortalecendo a expresso e o poder espiritual feminino. Escritoras como Merlin Stone, Carol Christ, Esther Harding e muitas outras, analisaram as religies institucionalizadas e revelaram a existncia omitida no ensino convencional, das antigas culturas matrifocais e das imagens e estatuetas, mitos e cultos da Deusa. A gigantesca obra arqueolgica e literria de Marija Gimbutas divulgou os inmeros artefatos e estatuetas de deusas paleolticas e neolticas em diversos stios da Europa e da Anatlia, comprovando o milenar culto a uma divindade criadora feminina e incentivando outras escavaes pesquisas e livros. Apesar da resistncia inicial das feministas ativistas polticas, a corrente da espiritualidade feminina foi adquirindo importncia mundial.As primeiras vertentes surgiram com os covens (grupos ritualsticos de tradio Wicca), os livros sobre a Deusa, o neopaganismo, o renascimento das tradies nrdicas e xamnicas e as prticas de magia natural, as celebraes pblicas de solstcios, equincios e plenilnios. Surgiram as terapias baseadas na sabedoria ancestral, conhecimentos sobre yoga, meditao, reiki, fitoterapia (cura pelas ervas), tarot, runas, cristais e tantos outros... Amparadas pelo embasamento arqueolgico, histrico, cultural e espiritual as mulheres encontram no movimento diversificado da espiritualidade feminina seu caminho de liberdade e expresso. Este novo e antigo caminho reconhece seu poder inato, suas percepes psquicas. Por meio de livros, palestras, imagens, sonhos, vises, meditaes e dilogos com outras mulheres, participao em rituais, contato profundo com a natureza, experincias msticas, lembranas espontneas, terapias de renascimento ou regresso so ativados e trazidos mente consciente os antigos registros de existncias anteriores em que a Deusa era cultuada.Com nossa memria ancestral ativada podemos levar um tempo, mas mudamos nossos paradigmas e aos poucos nossa mente os assimila, vivenciando-os em atitudes a aes. Precisamos dos nossos pontos de fora, de nossos rituais para nossa ampliao de conscincia e a reconexo com os antigos arqutipos. Observar as imagens das Deusas, ler sobre suas lendas e mitos, descobrir e praticar rituais, so apenas algumas das maneiras de trazer de volta, para nossa memria e conscincia, o antigo poder e valor do Divino Feminino. Este , na verdade, o caminho para o fortalecimento da mulher, fazendo-a sentir-se mais confiante e segura, encontrando motivo de orgulho, realizao e poder em sua essncia feminina. Seguir a Lua em sua dana cclica no cu, perceber as mudanas e os ritmos da natureza, conhecer as qualidades e desafios de nossa Lua Natal, participar de rituais ou meditaes na lua cheia, buscar e canalizar a energia da Grande Me, so alguns dos meios que nos auxiliaro em nosso alinhamento energtico e crescimento espiritual, rumo a uma nova conscincia ecolgica, lunar, global e Universal nas escolas de mistrios e nos santurios de vrias religies patriarcais. Sabe aquela situao que voc fala eu sabia, eu senti, mas...As ancis confiam em pressentimentos, deixe sua anci falar em voc. As ancis confiam em seus instintos. Esta confiana aumenta com a idade e com o aprendizado que a vida pode nos trazer. Muitas vezes, quando olhamos para trs, percebemos que em situaes potencialmente perigosas (perigo de distintas naturezas) contvamos apenas com algumas pistas. Dependendo da confiana que tnhamos nessas pistas a seguimos, ou fomos indiferentes a um sentimento incmodo, ou omissas ao medo. Uma m experincia pode resultar em uma boa dose de sabedoria para uma mulher que amadurece. A experincia aquilo que aprendemos justo depois de t-la necessitado. medida que amadurecemos, dispor de instinto suficiente para saber em quem confiar e em quem no confiar pode ser especialmente importante. Felizmente a confiana no instinto algo que melhora com a prtica. A mulher que fica atenta anci que tem dentro de si pode ser educadamente grosseira e dizer no obrigada ! e dispensar o interlocutor da vez sem vacilar. Pode buscar uma segunda opinio quando pressente que necessrio. No contrata ou mantm ningum perto de si quando sente um incmodo ou percebe um mau carter. Pe ateno naquela situao na qual sente que est em perigo ou sendo manipulada. A anci, na hora de tomar uma deciso, sobre quem cuidar de sua sade ou de seus bens, valoriza as credenciais e recomendaes. Para eleger, baseia-se na capacidade, personalidade e compaixo percebida mas, tambm, em algo mais, algo que parece encaixar (foi com ele ou ela....com isso ou aquilo), ou como se diz no Brasil: meu Santo bateu com o dele(a).Uma mulher sbia conhece a si mesma e a experincia lhe ensinou que deve prestar ateno s suas mensagens internas. Sabe a diferena entre ser medrosa e cuidadosa. A intuio feminina uma forma de sabedoria que se relaciona com todas as formas de vida e suas expresses, plantas, animais, pessoas, vida e morte. Relaciona-se tambm, com o fato de estar receptiva energia e dimenses no visveis. A intuio feminina tem sido caluniada e menosprezada.A ausncia de palavras para denominar algo obstaculiza (ai minha me que palavra!!) sua evoluo. E justamente isto que fazem as palavras relacionadas mulher. Por exemplo, os gregos possuem duas palavras relacionadas ao conhecimento: logos e gnosis. O que aprendemos atravs da educao, do conhecimento cientfico, racional e objetivo logos. O que aprendemos graas aos sentimentos intuitivos e experincias emocionais e msticas gnosis. A gnosis subjetiva, no verbal, sutil. A captao do momento espiritual e da graa gnosis.A sabedoria feminina logos e gnosis integradas ...Amparadas pelo embasamento arqueolgico, histrico, social, cultural e espiritual as mulheres encontram no movimento do retorno ao feminino, seu caminho de liberdade e expresso. Este novo e antigo caminho reconhece seu poder inato, suas percepes psquicas.Por meio de livros, palestras, imagens, sonhos, vises, meditaes e dilogos com outras mulheres, participao em grupos, encontros, rituais, contato profundo com a natureza, experincias msticas, lembranas espontneas, terapias de renascimento ou regresso so ativados e trazidos mente consciente os antigos registros de existncias anteriores em que a Grande Me era cultuada.Com nossa memria ancestral ativada, podemos levar um tempo mas mudamos nossos paradigmas e aos poucos nossa mente os assimila vivenciando-os em atitudes e aes. A explorao e devastao do nosso planeta coincide com a explorao da mulher. Podemos usufruir da sabedoria antiga, resgatar nossa igualdade social, intelectual e espiritual. Reconstruir no planeta toda perda ocasionada pela supremacia masculina, restabelecendo a ordem e o equilbrio na parceria igualitria. Demoramos 20 sculos para iniciar este retorno, j tivemos muitas conquistas. Dentre elas a mais importante a conscientizao da prpria mulher, para e assim poder retomar o empoderamento femino.s vezes uma palavra, uma frase, um poema ou uma histria soa to perfeito que faz com que nos lembremos, pelo menos por um instante, da substncia da qual somos feitas e do lugar que nosso verdadeiro lar. Clarissa Pinkola Estes

Resgatando o passado, construindo o futuroDurante os milnios da supremacia patriarcal, refletida nos valores espirituais, culturais, sociais, comportamentais e amparada pela hierarquia divina masculina, foi negada e reprimida qualquer manifestao da energia feminina, divina e humana. Resultou assim em uma cultura exclusiva e destrutiva, centrada na violncia, conquista e dominao, com o conseqente desequilbrio global atual. Os homens - como gnero - no foram os nicos responsveis pelas agresses e atitudes extremistas a eles atribudas; a causa pode ser atribuda maneira pela qual a identidade masculina foi criada e reforada pelos modelos e comportamentos de heris e super-homens. Fundamentados em seus direitos divinos, outorgados inicialmente por deuses guerreiros e depois reinterados pela interpretao tendenciosa dos preceitos bblicos, os homens foram inspirados, instigados e recompensados para desconsiderar e deturpar as milenares tradies matrifocais e os cultos geocntricos. Em lugar de valores de paz, prosperidade e parceria igualitria, foram instaurados princpios e sistemas de conquista, explorao e dominao da Terra, das mulheres, crianas e de outros homens.Pela sistemtica inferiorizao e perseguio da mulher, o patriarcado procurava apagar e denegrir os cultos da Grande Me, interditando os seus rituais, demonizando e distorcendo seus smbolos e valores. A relao igualitria homem-mulher foi renegada, a mulher declarada um ser inferior, desprovido de alma, amaldioado por Deus, responsvel pelos males do mundo e por isso destinada a sofrer e a ser dominada pelo homem. Os princpios masculino e feminino antes polos complementares da mesma unidade foram separados e colocados em ngulos opostos e antagnicos. Enalteceu-se o Pai, negou-se a Me e usou-se o nome de Deus para justificar e promover o cdigo patriarcal, a subjugao e explorao da Terra e das mulheres. A tradio, os cultos e a simbologia da Deusa foram relegados ao ostracismo e paulatinamente caram no esquecimento. Patriarcado e os dogmas religiosos se uniram na construo de uma sociedade hierrquica e desigual, baseada em princpios, valores, normas, dogmas religiosos, estruturas sociais e culturais masculinas.As ltimas dcadas do sculo passado proporcionaram uma gradativa mudana de paradigmas nas relaes e nos conceitos relativos ao masculino e feminino. No entanto, para que este avano terico se concretize em aes e modificaes comportamentais e espirituais, imprescindvel reconhecer a unio harmoniosa e complementar das polaridades e procurar novos smbolos e rituais para o seu fortalecimento e equilbrio. Com o surgimento progressivo de uma dimenso feminina da divindade na atual conscincia coletiva, est sendo fortalecido o retorno Deusa e a revalorizao do Sagrado Feminino.Somos ns que estamos voltando Deusa, pois Ela sempre esteve ao nosso lado, apenas oculta na bruma do esquecimento e velada pela nossa falta de compreenso e conexo com seu eterno amor e poder.A principal diferena entre o Pai patriarcal celeste e a Me csmica telrica universal a condio transcendente e longnqua do Criador e a essncia imanente e eternamente presente da Criadora, em todas as manifestaes da natureza.A redeno do Sagrado Feminino diz respeito tanto mulher quanto ao homem. Ao esperar respostas e solues vindas do Cu, esquecemos de olhar para Terra e ao redor, ignorando as necessidades da nossa Me Terra e de todos os nossos irmos de criao. Para que os valores femininos possam ser compreendidos e vividos, so necessrias profundas mudanas em todas as reas: social, poltica, cultural, econmica, familiar e espiritual. Uma nova conscincia do Sagrado Feminino surgir to somente quando for resgatada a conexo espiritual com a Me Terra, percebida e honrada a Teia Csmica qual todos ns pertencemos e assumida a responsabilidade de zelar pelo seu equilbrio e preservao.O reconhecimento do Sagrado Feminino deve ser uma busca de todos, porm cabe s mulheres uma responsabilidade maior, devido sua ancestral e profunda conexo com os arqutipos, atributos, faces, ciclos e energias da Grande Me.Uma grande contribuio na transformao da mentalidade do passado e na expanso atual da conscincia coletiva so os encontros de homens e mulheres em crculos e vivncias comunitrias, para despertar e alinhar mentes, coraes e espritos em aes que visem a cura e a transmutao das feridas da psique, infligidas pelo patriarcado. Apaziguar a si mesmo, harmonizar seus relacionamentos, vencer o separatismo, reconhecer e honrar a interdependncia de todos os seres, evitar qualquer forma de violncia, dominao, competio ou discriminao so desafios do ser humano contemporneo, no nvel pessoal, coletivo e global. Incentivando a parceria entre os gneros e a interao dos planos energticos - celeste, telrico (de Tellus terra, crosta terrestre) e ctnico (que se referem ao submundo terreno) criam-se condies que favorecem a expanso da conscincia individual e contribuem para a evoluo planetria.

E os homens?Pelo trabalho pioneiro e ousado de Carl Jung, foram encontradas explicaes racionais sobre a complexa natureza emocional e os arqutipos humanos comprovando os antigos mitos e lendas. Jung percebeu que, ocultos nos mitos e crenas, havia profundos ensinamentos espirituais, bastando apenas ao homem moderno reintegrar o feminino em sua natureza e civilizao para evitar um desequilbrio maior. Reconhecendo e integrando a nima, o homem podia aprender a liberar suas energias bloqueadas, a enfrentar seus sentimentos reprimidos e a trazer luz seus aspectos escuros, para serem reconhecidos e transmutados, conseguindo assim sua cura e equilbrio.Tambm os agora j esto incentivados a descobrir, perceber, revelar e expandir sua nima, seu lado sensvel e emotivo, completando, assim, sua personalidade e abrindo novas portas de comunicao e colaborao com suas parceiras. (Confiram no facebook a pgina Crculo de Hombres La Semilla Consciente que tem como lema: re-criar a viso de voltar a nos reunirmos como cl, a curar, a transformar e a libertar a mente do passado, do veneno do patriarcado para voltar ao Matriztico e conscincia plena. Confiram tambm nova campanha:Pelo direito de broxar, falir e ser sensvel que tem como lema: pela no obrigatoriedade ao Servio Militar e por no gostar de brigas ou futebol. Pelo direito de broxar (e no ter o pnis grande), ser sensvel e de no ser bem sucedido. Por um mundo em que os homens podem usar saia (como na antiguidade), chorar e cuidar das crianas. Possam ser artistas, decoradores, cabeleireiros, cuidar da aparncia como bem entender e fazer exame de prstata sem ser julgado, e pede que homens libertem-se do patriarcalismo e do machismo)Infelizmente, ns mulheres ainda criamos e educamos nossos filhos (homens) para serem heris machistas e nossas filhas para serem bonecas submissas. Restringindo e colocando regras absurdas at nas brincadeiras infantis, guiadas pelo medo de que nossos filhos e filhas possam fazer escolhas no aprovada pela sociedade.Em 2011, Gymboree (que auto intitula lder mundial em desenvolvimento infantil) colocou venda macacezinhos proclamando: Inteligentes como o papai para os meninos e Bonitas como a mame para as meninas. No mesmo ano a J.C. Penney anunciou uma camiseta pra garotas adolescentes que alardeava Sou bonita demais para fazer a tarefa de casa, ento meu irmo tem de fazer por mimA ambio profissional algo esperado para os homens, mas opcional ou pior, s vezes at algo negativo para as mulheres. Ela muito ambiciosa no um elogio em nossa cultura. Os homens so constantemente aplaudidos por serem ambiciosos, poderosos, bem sucedidos, ao passo que as mulheres com as mesmas caractersticas costumam pagar um preo social por isso.Em 1947, Anita Summers, foi contratada como economista pela Standart Oil Company. Quando ela aceitou o emprego, o novo chefe lhe disse: Fico muito contente em t-la aqui. Vou ter a mesma inteligncia pagando menos. Ela se sentiu muito lisonjeada com aquilo. Era um tremendo elogio, ouvir que tinha a mesma inteligncia de um homem. Jamais lhe passaria pela cabea pedir a mesma remunerao. Hoje, sentimos uma gratido muito grande ao comparar nossa vida com a de outras mulheres pelo mundo, sabendo que h no planeta cerca de 4,4 milhes de meninas e mulheres no comrcio sexual. Em pases como Afeganisto ou Sudo, as meninas no recebem quase nenhuma instruo, as esposas so tratadas como propriedade dos maridos e as mulheres que sofrem estupro geralmente so expulsas de casa por trazerem desgraa famlia ou so mandadas para a priso por crime moral. Estamos sim, sculos frente do tratamento que dado s mulheres nestes pases. Mas no por sabermos disto, que deixaremos de tentar melhorar as coisas. A verdade nua e crua que os homens ainda comandam o mundo. Isso significa que quando se trata de tomar decises mais importantes para todos ns, a voz das mulheres no ouvida da mesma forma. No Brasil 9,6 % das cadeiras no Congresso so ocupadas por mulheres. A porcentagem de mulheres em papis de liderana empresarial ainda menor no mundo. Nos Estados Unidos elas ocupam cerca de 14% dos cargos de direo executiva e 17% dos conselhos de diretoria e estes nmeros no mudaram quase nada na ltima dcada. Na Europa as mulheres ocupam 14% dos conselhos de diretoria. No Brasil as mulheres ocupam cerca de 14% dos cargos executivos nas 500 maiores empresas do pas. E na Amrica Latina como um todo, apenas 1,8% das maiores empresas tem mulheres na direo executiva.Na questo remunerao tambm no avanamos quase nada, e na Amrica Latina as mulheres recebem uma mdia de 17% a menos que os homens. hora de encarar o fato: nossa revoluo empacou. Promessa de igualdade e igualdade de fato so coisas diferentes !Portanto, estejamos atentas dia a dia ao nosso redor, e em todos os aspectos: filosficos, polticos, sociais, espirituais e fsicos.A explorao e devastao do nosso planeta coincide com a explorao da mulher. Podemos usufruir da sabedoria antiga, dos cultos e rituais que celebravam a vida, a terra e a sacralidade feminina. Precisamos abrir nossa mente e corao para fazer bom uso das riquezas naturais e agradecer por tudo o que a vida e a Deusa oferecem. As mulheres e homens que encontram a conscincia, preparam uma nova gerao consciente que ainda pode salvar a Terra.

O contedo desta apostila de estudos foi montado com a inteno de servir de introduo conscincia feminina para pesquisadoras do Crculo Sagrado do rati e utilizou textos das seguintes autoras:Mirella Faur, Sheryl Sandberg, Jean Shinoda BolenTambm texto da Revista Mundo Estranho

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Crculo Sagrado do rati [email protected]: Arati Campestre (perfil) ARATI Campestre (pgina)