brasil de fato sp - edição 045

16
SÃO PAULO 18 a 24 de julho de 2014 • ano 1 nº 45 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Mulheres fazem apitaço contra lei que cria “vagão rosa” no Metrô p.3 Mário Reali CRISE DA ÁGUA: “O uso do volume morto ameniza problema hoje, mas cria outro maior depois” p.9 assédio sexual entrevista Apesar de ocorrências diminuírem nas últimas semanas, 2014 registrou mais de 14 mil contaminações; Secretaria de Saúde alerta a população para adotar medidas preventivas p.3 Número de casos de dengue é recorde na cidade de São Paulo Cine Belas Artes reabre p.13 cultura consumidor Mensalidades de Planos de saúde são reajustadas acima da inflação oficial CPI no Congresso quer investigar seguradoras por aumentos abusivos p.5 Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr Yuri Alexandre Rafael Stedile Vagner Campos/ A2 Fotografia

Upload: brasil-de-fato-sp

Post on 01-Apr-2016

226 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal Brasil de Fato SP - Edição 45 - 18 a 24 de julho de 2014

TRANSCRIPT

Page 1: Brasil de Fato SP - Edição 045

SÃO PAULO 18 a 24 de julho de 2014 • ano 1 nº 45 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

Mulheres fazem apitaço contra lei que cria “vagão rosa” no Metrôp.3

Mário RealiCRISE DA ÁGUA:

“O uso do volume morto ameniza problema hoje, mas cria outro maior depois”p.9

assédio sexualentrevista

Apesar de ocorrências diminuírem nas últimas semanas, 2014 registrou mais de 14 mil contaminações; Secretaria de Saúde alerta a população para adotar medidas preventivas p.3

Número de casos de dengue é recorde na cidade de São Paulo

Cine Belas Artes reabre p.13

cultura

consumidor

Mensalidades de Planos de saúde são reajustadas acima da inflação oficial CPI no Congresso quer investigar seguradoras por aumentos abusivosp.5F

ábio

Rod

rig

ues

Poz

zeb

om/A

Br

Yu

ri A

lexa

nd

reR

afae

l St

edil

e

Vag

ner

Cam

pos

/ A

2 F

otog

rafi

a

Page 2: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br2 editorial

Centenas de artigos se mul-

tiplicaram sobre a Copa. Cada

um, de sua cadeira no “estádio

social”. Ninguém, por certo, tem

a visão completa. Assim, quere-

mos dar apenas uma contribui-

ção para a reflexão sobre esse in-

tenso período vivido pelo povo.

A infraestrutura das cidades-

-sede funcionou de acordo com

as necessidades da realização

do evento e não houve proble-

mas. Ao contrário do que a gran-

de mídia pregava.

A Fifa continua sendo uma

grande empresa privada, que se

apropriou do futebol e seu ima-

ginário como fonte de lucro. Os

fatos revelados durante a Copa

demonstraram que ela continua

prepotente, corrupta e desres-

peitosa da soberania dos países.

A tática cega dos ativistas do

“Não vai ter copa” revelou-se

antipopular e isolada dos ver-

dadeiros problemas populares.

Acertada foi a tática dos setores

que realizaram mobilizações

massivas no período pré-Copa

e conseguiram avanços sociais.

Durante o torneio, o povo fes-

tejou nas ruas e acompanhou

o Mundial, transformando o

período numa grande festa de

unidade nacional e integração

continental.

No entanto, uma péssima

lembrança da Copa é que a sele-

ção brasileira foi um fiasco. Ilu-

dida com sua autopropaganda,

pagou caro por sua vaidade. Foi

vítima de um treinador teimoso,

táticas mal armadas, até da ma-

nipulação da mídia, que para

manter a audiência, escondia os

problemas do time.

Agora, depois da Copa, vem a

hora das mudanças necessárias

na condução política do país e

administrativas de nosso fute-

bol. Entramos num rico período

de disputa política.

Os candidatos e suas cam-

panhas, até agora, não enten-

deram o que vem acontecendo

no Brasil desde junho de 2013.

Simplesmente estão repetindo

as mesmas práticas. Seu afã é

ganhar as eleições e, para isso,

a prioridade é arrecadar dinhei-

ro entre as empresas, contratar

marqueteiros e seguir iludindo

a população.

Assim, esperamos que as lu-

tas sociais ganhem novamente

fôlego e que elas politizem o

debate de como solucionar os

graves problemas do Brasil. Es-

peramos que se amplifique a

campanha nacional dos movi-

mentos sociais por uma reforma

política, que somente virá com a

convocação de uma Assembleia

Constituinte Soberana e Exclu-

siva, já que o atual Congresso

não tem interesse em fazê-la.

Esperamos que a necessidade

de um Projeto Popular retome

a centralidade da política, para

que a população e a militância

social se debrucem sobre os

problemas sociais para encon-

trar soluções para eles.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim, Ronaldo Pagotto e Vitor Polacchini • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Laryssa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Publicidade: [email protected] • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

» Esperamos que a necessidade de um Projeto Popular retome a Política

Passada a ressaca da Copa, vem aí as eleições

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais,

no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800

SÃO PAULO

foto da semana: Brasília recebe Cúpula dos BRICS

DAHMER - malvados.wordpress.com

Roberto Stuckert Filho/PR

Page 3: Brasil de Fato SP - Edição 045

3brasildefato.com.br 3

SAÚDE

O número de casos de den-gue na cidade de São Paulo bateu recorde esse ano. Em relação ao ano passado, houve quase seis vezes mais ocorrên-cias. Um levantamento divul-gado na última semana indi-cava 14.551 contaminações, contra 2.617 para todo o ano de 2013. Entretanto, o índice de registros, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, já vem caindo. Mais de dois terços dos casos acumulados do ano (68,35%) se concentram em um período de seis semanas entre março e maio. As regiões da cidade mais atingidas fo-ram a centro-oeste (4.742) e a norte (3.499).

A estudante Carolina Ell-mann, 22, moradora da zona

No estado, cinco cidades concentram 60% do total de casos; população necessita adotar medidas preventivas

oeste, é uma dessas situações. Ela pegou dengue em abril e relata que conheceu vários ca-sos iguais. “Uma amiga próxi-ma e outras pessoas do prédio em que minha mãe mora pe-garam dengue. Todas no mes-mo bairro”, disse Carolina.

ESTADOEm todo o estado de São

Paulo, incluindo a capital, o número de contaminados pela dengue caiu pela metade. No entanto, cinco municípios, con-centraram 60% do total de in-fecções: Campinas, São Paulo, Americana, Taubaté e Jaú.

Lethícia Magno Massuia de Almeida, 19, contraiu dengue no mês de maio, em Campi-nas. Ela relata que conhece várias pessoas que contraíram a doença no mesmo período

e que os postos de saúde esta-vam superlotados. Isso indica-ria que “o caso da dengue foi mais grave que nos anos ante-riores”, afirma.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Município de São Paulo afirmou que “desde 2001 observamos ciclos de aumento de casos, com inter-valos de 3 a 4 anos. Assim, ti-vemos picos de casos em 2003, 2007, 2010 e, agora, em 2014”. Segundo a pasta, o calor ex-cessivo acelerou a reprodução dos mosquitos transmissores, aumentando as chances de contágio. O órgão ressaltou ainda que, mesmo sem chu-vas, há impacto de criadouros de mosquitos, principalmente dentro de imóveis, e alertou a população para a adoção de medidas preventivas.

Capital bate recorde de casos de dengue, mas registros vêm caindo

por Rafael Tatemoto

Carolina Ellmann, duas semanas de repouso por causa da doença

Calor contribui para proliferação do mosquito transmissor

assédio sexual

Mulheres fazem protesto contra “vagão rosa”

Na estação República do Metrô, dezenas de mulheres promoveram um “apitaço”, na quarta-feira (16), contra o chamado “vagão rosa”. Para a Marcha Mundial das Mu-lheres e a CUT-SP (Central Única dos Trabalhadores de São Paulo), que promoveram o ato, a criação de um vagão exclusivo para mulheres não

é solução para o problema da violência sexual em trens.

O projeto que cria o vagão exclusivo para combater o as-sédio sexual (PL 175/2013) foi aprovado no início do mês na Alesp (Assembleia Legislati-va do Estado de São Paulo) e aguarda sanção do governa-dor Geraldo Alckmin (PSDB).

Na opinião da Marcha das

Mulheres, “ao instituir va-gões que separaram homens e mulheres no transporte público, o projeto acaba por afirmar que, para que os ho-mens parem de assediar as mulheres, é preciso mantê--las longe deles”. O movi-mento ainda afirma que essa é uma lógica perigosa e cria a ideia de que “as mu-lheres que porventura en-trarem num vagão ‘normal’ estariam sujeitas ao assédio, pois a medida acaba por in-sinuar que homens em va-gões mistos teriam ‘direito’ a cometer crimes”.

Como alternativa à criação do “vagão rosa”, as feministas propõem a criação de cam-panhas sobre os direitos das mulheres que possam cons-tranger os agressores, além de fiscalização e punição mais rígidas. (Da Redação)

Feministas promovem ação contra vagão exclusivo para mulheres

Raf

ael

Sted

ile

Fáb

io R

odri

gu

es P

ozze

bom

/AB

rR

afae

l St

edil

e

Em Santo Amaro, zona sul da capital, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, inaugurou a Central Mecanizada de Tria-gem “Carolina Maria Jesus”. O lançamento ocorreu na quarta--feira (16) e teve a presença do ex-presidente Lula. Esta é a se-gunda unidade para triagem de recicláveis aberta neste ano. A primeira foi inaugurada em ju-nho, na Ponte Pequena.

Cada uma terá capacidade

para processar 250 toneladas diárias de resíduos recicláveis. Isso é o equivalente à somatória da produção das 21 cooperati-vas de catadores conveniadas com a Prefeitura, que continu-arão participando do processo.

A iniciativa é pioneira na América Latina e integra o pro-grama SP Recicla, que reúne todos os projetos do governo municipal relacionados à coleta seletiva. (Da Redação)

RECICLAGEM

Central de triagem é inaugurada

Prefeito Fernando Haddad e ex-presidente Lula na inauguração

Ric

ard

o St

uck

ert/

Inst

itu

to L

ula

são paulo

Page 4: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br4

por Dora MartinsCadê a chuva no tempo da chuva?A Copa acabou, o Brasil não ganhou

e a vida continua. E ainda tem crian-ça que não sabe que o ovo vem da ga-linha; tem jovem que acha que leite vem da caixinha e muita gente nunca viu uma carambola no pé!

Seguimos em um mundo de con-sumo de tecnologias sempre reno-vadas que aumentam o desejo voraz de ter e comprar coisas. E, cada vez mais, vamos nos afastando da natu-reza. Desse jeito, acabamos achando que a água é uma coisa infinita. Mas ela está acabando e, para muitos, já não corre pela torneira (de onde al-guns pensam que ela nasce).

Precisamos voltar nossos olhos, ouvidos e pensamentos para a natu-reza. Por que o tempo está mudado? Em pleno julho, cadê o frio pra valer? Cadê a chuva no tem-po da chuva? Todos temos o direito ao meio ambiente sau-dável. Está escrito até na Constituição Fede-ral, no artigo 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.

No entanto, os reservatórios de

águas que abastecem São Paulo es-tão secando drasticamente e nada é dito com todas as letras. Não vemos campanha efetiva para que todos eco-

nomizem água. De fato, esse assunto, em ano de eleição, não configura uma boa notícia.

A cada um cabe espalhar essa triste verdade, já que sem

água não sobrevivemos. Então, chame a atenção de seu amigo, vizinho, de quem lava calçada ou carro. Neste ano, se mobilize como eleitor para que seu

candidato, se eleito, venha a governar com transparência o nosso estado de São Paulo e invista esforços efetivos para garantir obras e ações para con-ter e minimizar problemas que afetam nossos rios e mananciais.

O preço do desenvolvimento não pode ser a morte de nossas nascen-tes, rios e córregos. Pior do que levar sete gols, é ficar sem água e esperar horas para vê-la correr pela torneira. Vamos agir!

Dora Martins é juíza da Infância e Juven-tude do Tribunal de Justiça de SP

» A cada um cabe espalhar a triste verdade dessa crise, já que sem água não sobrevivemos

são pauloD

ivu

lgaç

ão

ZONA OESTE juventude

Teatro Brincante realiza cursos de cultura popular para educadores e jovens

Um centro de formação cul-tural e artística corre o risco de perder sua sede na Vila Madale-na a qualquer momento. O ter-reno onde se localiza o Teatro Brincante, fundado há cerca de vinte anos, foi vendido por seu proprietário para uma cons-trutora. Os atuais locatários do imóvel receberam uma ordem judicial para desocupá-lo.

Hoje, o espaço realiza cursos de cultura popular para educa-dores e jovens, aliando diver-sas artes, como música, dança e poesia, além de abrigar espe-táculos teatrais e artísticos.

Os representantes do Brin-cante, entretanto, tentam permanecer em sua sede contestando a venda na Jus-tiça, além de continuar ne-gociando com o antigo dono e a construtora. A artista Ro-sane Almeida, cofundadora do Teatro, afirma que não foi feita oferta de venda aos lo-catários, como determina a lei. “Nós temos condições de comprar o terreno pelo preço de mercado, através de algu-mas parcerias”, afirma.

Segundo Rosane, o Brincan-te não vai parar de funcionar. “Como último recurso, podería-mos mudar. Mas uma mudança

dessas alteraria nosso planeja-mento e afetaria cerca de 2.600 pessoas que estão envolvidas em nossos projetos”, disse.

“É preciso pensar a vocação geográfica, a Vila Madalena não comporta grandes edifí-cios comerciais, é preciso pla-nejamento. A cidade precisa de escritórios, mas é necessá-rio saber onde colocá-los. A gente acha que o bairro me-rece ter um espaço cultural”, pondera a artista.

A Incorporadora Pedra Forte não respondeu ao contato da reportagem e o ex-proprietá-rio, Cézar Alves, não foi locali-zado para comentar o caso.

Espaço cultural em riscoTerreno foi vendido para a construção de edifício na Vila Madalena

por Rafael Tatemoto

Colômbia é campeã do Mundial de Futebol de Rua

Um dia antes que a Ale-manha se sagrasse campeã da Copa no Maracanã, São Paulo sediou a final de outro campeonato futebolístico, o Mundial de Futebol de Rua. A seleção colombiana saiu vitoriosa da partida contra Is-rael. O Paraguai ficou em ter-ceiro lugar e Gana em quarto.

A competição recebeu 20 seleções de todo o mundo, em um total de 300 jovens e adolescentes. As disputas fi-

nais ocorreram em uma are-na especialmente montada na Avenida Ipiranga.

Em um misto de bola em campo e debates, o futebol de rua incentiva o respeito, a co-operação e a solidariedade. As equipes envolvem meninos e meninas e não existe árbitro, apenas um mediador da par-tida. Para coroar esse espírito, todos os participantes rece-beram medalhas no encerra-mento do evento. (RT)

Colombianos ficaram em primeiro, mas todos ganharam medalhas

Div

ulg

ação

Page 5: Brasil de Fato SP - Edição 045

5brasildefato.com.br 5

SEU BOLSO

Custos com saúde sobe mais que inflação

possuem até 30 pessoas e não tem condições de negociar em igualdade de condições com as grandes seguradoras.

A servidora pública Marie Ota

os valores atualizados. Além disso, a inflação dos serviços de saúde, que baseia as decisões da ANS, foi de 8,95% no último ano, valor ainda menor do que o autorizado.

A situação é pior para os milhões de usuários de pla-nos de saúde coletivos, que são a maioria no país, com mais de 80% dos contratos. Nesse caso, os preços nem se-quer são regulados pela ANS. A agência governamental en-tende que, por serem repre-sentados por entidades e não pessoas, esses consumidores teriam mais poder de barga-nha junto às operadoras.

“Como não estão submeti-dos à regulação, esses planos coletivos seguem a lógica de mercado. Existem aumentos que chegam a 30%”, denun-cia o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). O parla-mentar é autor do projeto de lei nº 6715/13, que condicio-na o reajuste de todas as mo-dalidades de planos de saúde ao índice de inflação geral dos preços. Ele também explica que a maioria dos planos de saúde coletivos (85% do total)

Enquanto o índice geral de preços ao consumidor, medi-do pelo IPCA, subiu 6,28% em um ano, a mensalidade dos planos de saúde recebeu au-torização para aumentar em 9,65% no mesmo período. A permissão de reajuste foi dada há duas semanas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regula os planos privados, e vai pesar no bolso do trabalhador.

A medida atinge 8,8 milhões de consumidores que têm planos individuais e familia-res, cerca de 17% de todos os usuários de planos de saúde do país, que já somam mais de 50 milhões de pessoas.

“Não há dúvida que vai pesar no orçamento familiar e o con-sumidor terá que se replanejar para se ajustar aos novos valo-res”, observou Maria Inês Dol-ci, coordenadora da Proteste Associação de Consumidores. Esse reajuste acima da inflação é maior do que a média de cor-reções salariais. Segundo a Pro-teste, médicos, hospitais e labo-ratórios também não recebem

revela que o plano coletivo da AFPESP (Associação de Fun-cionários Públicos do Estado de São Paulo), vinculado à opera-dora Qualicorp/Sulamérica, re-

Representantes de mais de 20 entidades da sociedade ci-vil organizada e uma comissão de parlamentares se reuniram na quarta-feira (16) com inte-grantes do Ministério da Justiça

ajustou o valor da mensalidade em 17% a partir de julho. “Se o SUS fosse mais forte, ninguém precisaria de plano de saúde”, desabafou nas redes sociais.

para solicitar ao governo brasi-leiro que assuma uma postura pública em relação ao pedido de asilo feito pelo ex-técnico de informações da CIA e da NSA (Agência Nacional de Se-gurança dos Estados Unidos), Edward Snowden.

Em 2013, Snowden alertou o mundo sobre ações ilegais de espionagem praticadas pelos EUA contra vários países, in-cluindo o Brasil. As denúncias revelaram que os norte-ame-ricanos interceptaram emails da presidenta Dilma Rousseff e da Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo. (PRV)

Reajuste na mensalidade dos planos de saúde é maior que aumento geral dos preços

por Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

Projeto de lei quer barrar reajuste abusivo do valor de plano

Dep. Ivan Valente: planos estão no topo das reclamações

CPI quer investigar planos de saúde Snowden ganha apoio de entidadesUm requerimento para ins-

talação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar abusos dos planos de saúde está em pauta no Con-gresso. Nesse contexto, pes-quisa do Instituto Datapopular, em 2013, revelou que o gasto médio das famílias brasileiras com saúde subiu 54% em uma década. De R$ 110 bilhões para R$ 196 bilhões em compra de remédios e pagamento de ser-viços médicos.

O faturamento das opera-doras de plano de saúde cres-ceu 197%, atingindo as cifras de R$ 83,4 bilhões em 2011. O

faturamento é maior do que o reajuste das consultas mé-dicas pagas pelos planos de saúde, que passou de R$ 28, em 2003, para R$ 46, em 2011.

“Os planos de saúde estão no topo das denúncias dos usuários nos Procons. Eles não cumprem os contratos e, além disso, tem uma influência so-bre o governo e o Congresso Nacional muito grande, tanto que vários diretores nomeados para a ANS foram executivos das empresas de planos de saú-de e estão vinculados a esses interesses”, aponta o deputado federal Ivan Valente. (PRV)

abusos asilo político

Mau

rili

o C

hel

i

Ag

ênci

a C

âmar

a

brasil

Rep

rod

uçã

o

Page 6: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br6 brasil

por Altamiro BorgesImagina depois da Copa...A Copa do Mundo, considerada

a melhor de todos os tempos pela mídia internacional, por jogadores de várias seleções e por milhares de turistas, terminou. Agora, uma nova batalha começa e promete ser ainda mais disputada.

A mídia oposicionista ao governo federal, e seu dispositivo partidá-rio (PSDB, DEM e PPS), fizeram de tudo para bombardear a Copa no Brasil. Afirmaram que os estádios não ficariam prontos, que os aero-portos entrariam em pane, que não haveria transporte para os torcedo-res e que protestos incendiariam as cidades-sedes dos jogos. As pre-

visões catastrofistas, que já tinham objetivos eleitoreiros, viraram mo-tivo de piada na imprensa mundial.

Agora, novas técnicas terroristas serão exploradas, principalmente no campo econômico. Os grandes jornais garantem que o país caminha para uma “estagnação sem fu-turo” e que a econo-mia “definha”.

Após prever o fiasco da Copa, o apagão elétrico e outras desgraças iminentes, a imprensa dos empresá-rios jura que não há mais salvação.

Prega o aumento dos juros, fazendo terrorismo com a opinião de certos economistas do mercado, que têm mantido a expectativa de aumento

da inflação a partir de agosto.

Assim foi duran-te meses, quando muitos leitores desses jornais es-bravejaram: “Ima-gina na Copa”. Eles reproduziam o

complexo de vira-latas das elites. Mas, a Copa ocorreu e foi um su-cesso reconhecido internacional-mente.

A mídia privada não fez qual-quer autocrítica das suas previsões terroristas. Agora, ela inicia uma nova ofensiva propagandística na sua guerra psicológica. Por razões meramente eleitoreiras, ela afirma que o Brasil caminha para o caos na economia. Os leitores sem espírito crítico, guiados pela imprensa opo-sicionistas, já devem estar esbrave-jando: “Imagina depois da Copa”. Tristes figuras adestradas.

Altamiro Borges é presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé e editor do blog altamiroborges.blogspot.com.br

» Por razões eleitoreiras, a mídia privada diz que o Brasil caminha para o caos na economia

CONGRESSO

Derrubar decreto de conselhos é “bobagem”, diz ministro

O Decreto da Presidên-cia da República que cria a Política Nacional de Par-ticipação Social (Decreto 8.243/14) já caminha para o terceiro mês de embates entre oposição e base alia-da no Congresso Nacional.

Na quarta-feira (16), de-putados oposicionistas ten-taram aprovar um projeto

(de autoria do líder do DEM na Câmara, deputado Men-donça Filho), que suspende o decreto da Presidência, mas, sem quórum, a deci-são ficou para o retorno das atividades dos parlamenta-res, em 5 de agosto.

O decreto não cria um ór-gão, apenas regulamenta os conselhos populares que já

existem no país. No entan-to, está sendo visto como “uma alternativa para o próprio governo definir quem serão os titulares destes conselhos” e é citado como “medida bolivaria-na e antidemocrática”, por parte dos parlamentares da oposição.

O ministro Gilberto Car-

valho (Secretaria-Geral da Presidência) classificou como uma “bobagem” a in-tenção de congressistas em derrubar o decreto presi-dencial que estabelece di-retrizes para os conselhos populares. Na avaliação do ministro, seria como se o Congresso fechasse os olhos para demandas da sociedade.

“A legitimidade real de amplo apoio popular ao Congresso é fundamental para a saúde nossa de nos-sas instituições. Precisa-mos fazer um novo empe-nho para que o Congresso não faça essa bobagem, eu diria, desculpe o termo, de votar contra um decreto que simplesmente ajuda o próprio Congresso a ter maior legitimidade em to-das as instituições junto à sociedade”, afirmou Car-valho, na quarta-feira (16), durante reunião no Con-selho Nacional de Saúde. (Da Redação)

Oposicionistas tentam votar projeto contra Política Nacional de Participação Social

Taxa de juros é mantida pelo Copom

economia

Pela segunda vez conse-cutiva, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa Selic em 11% ao ano. A decisão foi unânime, após reunião que terminou na quarta (16). A taxa voltou ao nível de no-vembro de 2011.

O Banco Central disse que a manutenção dos juros con-siderou a evolução do cenário macroeconômico e as perspec-tivas para a inflação. Apesar de ajudar a segurar a inflação, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano passa-do. Além disso, o índice se refle-te nos juros pagos pelos consu-midores. (Da Agência Brasil)

Lu

is M

aced

o/C

âmar

a d

os D

epu

tad

os

O Comitê de Política Monetária do BC manteve a taxa Selic

Ag

ênci

a B

rasi

lOposição e base aliada travam embate por Decreto de Participação Social

Page 7: Brasil de Fato SP - Edição 045

7brasildefato.com.br 7

Espionagem

Banco terá que ser aprovado pelos parlamentos dos cinco países

mundo

ORIENTE MÉDIO

Jovens de Israel recusam Exército: “Melhor ir para a prisão”

Em uma carta endereçada ao primeiro ministro Ben-jamin Netanyahu e ao povo de Israel, 60 jovens israelen-ses, de 16 a 19 anos, anun-ciaram que pretendem se recusar a prestar serviço militar. O motivo: eles não concordam com a ocupa-ção dos territórios palesti-nos. A iniciativa foi publica-da no último domingo (9). “Nos territórios ocupados

são cometidas prisões sem julgamento, tortura e puni-ção coletiva”, declaram os jovens.

A nova onda de violência começou após o seques-tro e homicídio em junho de três jovens israelenses na Cisjordânia, seguido da morte de um jovem pales-tino, queimado em Jerusa-lém por extremistas judeus. (Da Agência Brasil)

Parte da juventude não concorda com ocupação da Palestina

agropecuária

Produção de gado e biocombustível vai aumentar

Relatório de duas organizações internacionais, a OCDE (Orga-nização para o Desenvolvimen-to e Cooperação Econômica) e

FAO (Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), mostra que a produção de gado e de biocombustível vai aumen-

tar relativamente em relação à produção de cereais, na próxima década, em todo o mundo.

Assim, “os preços dos cereais deverão baixar durante um ou dois anos e depois se estabilizar em níveis superiores ao do pe-ríodo anterior a 2008”. Em con-trapartida, os preços da carne, dos laticínios e do peixe vão au-mentar, mas em termos reais e em médio prazo, os preços dos cereais e produtos animais vão sofrer uma desaceleração, indi-ca o relatório.

Banco do Brics vai garantir infraestrutura, destaca DilmaNova instituição financeira é voltada para países emergentes e em desenvolvimento

A presidenta Dilma Rousse-ff disse na terça-feira (15) que está otimista com a criação do Novo Banco de Desenvolvi-mento do Brics e de um fundo de reservas para o bloco, que reúne cinco países – Brasil, Rús-sia, Índia, China e África do Sul.

“O banco vai contribuir com recursos para garantir investimentos em infraes-

trutura. O Acordo Contin-gente de Reservas, com mon-tante de US$ 100 bilhões, vai contribuir para que esse pro-cesso de volatilidade, enfren-tado por diversas economias quando da saída dos Estados Unidos da política de ex-pansão monetária, seja mais contido, mais administrado. [Isso] dá segurança, uma es-

pécie de rede de proteção aos países do Brics e aos demais”, disse a presidenta.

O banco terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias. Depois da assinatura do acordo para a cria-ção, o banco terá que ser aprova-do pelos parlamentos dos cinco países. (Da Agência Brasil)

Rob

erto

Stu

cker

t F

ilh

o/P

RR

epro

du

ção

Act

ives

till

s.or

gR

afae

l St

edil

e

Ag

ênci

a B

rasi

l

Page 8: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br8

Reali, que é conselheiro da empresa pública São Paulo Urbanismo, aponta a falta de planejamento e a prioridade por lucro como motivos para a falta de investimentos. Leia a entrevista:

Você vem denunciando a falta de ações do governo do estado de São Paulo para garantir o abastecimen-to de água em São Paulo desde 2003, quando era deputado estadual. Como era a situação na época?Desde aquela época, a Sabesp já vi-nha com a mesma desculpa de que “choveu pouco, os reservatórios estão quase vazios e teremos de adotar o ro-dízio no abastecimento de água”. Hoje, é pior, porque o governo Alckmin es-conde que já está racionando água nos bairros da periferia de São Pau-lo e em vários municípios da região metropolitana, como em Guarulhos e Diadema, por exemplo. A Sabesp já tinha cortado 20% de São Caetano. Cortou 20% de Guarulhos. Em Osasco e alguns bairros da Zona Norte, o pes-soal está com água só de dia. À noite, a Sabesp reduz ao mínimo o forne-

Mas por que acha que nada foi feito até hoje?Os governos do PSDB nunca prio-rizaram o fornecimento de água. O negócio deles é vender água a pre-ço compensador, para alavancar as ações da Sabesp na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova York. A Sa-besp lucrou mais de R$ 4 bilhões ao longo da gestão Alckmin. Em 2004, Alckmin era o governador do estado quando a Sabesp, que já usava água do Sistema Cantareira para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo, foi autorizada a manter a captação por mais dez anos. A condição para a manutenção dessa outorga era reali-zar, num prazo de dois anos e meio, um plano de investimentos capaz de diminuir a dependência do sistema. Desde então, não fizeram nada. Não cumpriram a determinação da ou-torga, não seguiram os estudos téc-nicos. Deveriam ter realizado uma série de ações ao longo desses dez anos – ações que deixariam o siste-ma de distribuição seguro em perío-dos de estiagem – para evitar chegar

cimento. Desde 2003, esse quadro já vinha se repetindo havia alguns anos, o tema não recebia a devida atenção do governo estadual e dos deputados que o apoiavam. A situação já estava em um ponto crítico, pela falta de in-vestimentos que os governos do PSDB deviam ter feito e não fizeram. Na es-tiagem de 2003, já havia alertas para o fato de que os reservatórios existentes só garantiam o abastecimento da Re-gião Metropolitana de São Paulo até 2010. As cidades da região de Campi-nas e Piracicaba também já conviviam com problemas, em razão do grande volume de água que seus rios cediam para a Grande São Paulo.

A crise no abastecimento de água é a mais grave da história recente de São Paulo e não há previsão de quando será resolvida. O Sistema Cantareira, principal reservatório que abastece a Grande SP, já trabalha exclusivamente com o volume morto, que é a água represada abaixo do ní-vel das comportas da Sabesp (Com-panhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Outros reser-vatórios paulistas também enfrentam problemas de seca.

Essa situação não é novidade. O ar-quiteto e urbanista Mário Reali vem denunciando a irresponsabilidade do governo estadual de São Paulo no abastecimento de água há mais de dez anos.

Em entrevista ao Brasil de Fato SP, Reali lembra que, nas últimas duas décadas, Geraldo Alckmin foi vice--governador do estado de São Paulo por seis anos e governador por outros nove anos, tendo tido tempo de sobra para planejar uma forma de evitar a falta d’água em tempos de estiagem. Porém, pouco fez.

“Os governos do PSDB nunca priorizaram o fornecimento de água. O negócio deles é vender água a preço compensador”

“O governo esconde que está racionando água”

por Marilene FelintoMário Reali

Vag

ner

Cam

pos

/ A

2 F

otog

rafi

a

Page 9: Brasil de Fato SP - Edição 045

9brasildefato.com.br9 9brasildefato.com.br 9entrevista

a essa situação atual. Para se ter uma ideia, dos 70m³ de água [que corres-ponde a 70 mil litros por hora] con-sumidos na Região Metropolitana, 30m³ [30 mil litros por hora] saem da Cantareira e apenas 5m³ [5 mil litros por hora] ficam na região. Os planos foram adiados e só retomados agora, no momento de crise e renovação de outorga. Planejamento existe para pactuar com a sociedade os investi-mentos necessários para a segurança hídrica e o saneamento adequado e de qualidade para todos. Ou seja, o que o estado mais rico da federação merece.

De acordo com a outorga a que você se referiu, a Sabesp também não está cumprindo com a quantidade de água a ser retirada dos outros mananciais do estado para a região metropolitana. É isso mesmo?São Paulo continua a retirar a mesma quantidade de água do que há dez anos e pede ainda mais na nova per-missão, que será conferida em agosto. É um absurdo. De acordo com o siste-ma de outorga existente, a Sabesp tem o direito de tirar para São Paulo, em condições normais, 31m³ de água. E é obrigada a soltar 5m³ para Piracicaba. Se houver falta de chuva, São Paulo só pode tirar 24,8m³, em vez dos 31m³, e soltar 3m³ para Piracicaba. Mas a Sa-besp continuou tirando os 31m³ para São Paulo, até o dia em que o Minis-tério Público mandou o governo di-minuir, mas não diminuíram para os níveis estabelecidos na outorga.

Que obras deveriam ter sido feitas nesse período?Obras de criação e ampliação de ma-nanciais, que garantissem o abaste-cimento dez anos depois. Era preciso fazer o sistema evoluir, acompanhando também o crescimento da população. Deveriam ter sido feito obras para ex-plorar outros mananciais, como o do Vale da Ribeira, por exemplo, no Alto Juquiá, o rio que tem o reservatório França, que armazena água e vai dar no Ribeira. Este teria capacidade para abastecer São Paulo com sobra, se as obras tivessem sido feitas. É a história dos “planos sem obras e das obras sem planos”, como diz [a professora de ar-quitetura e urbanismo da USP] Ermínia Maricato. Até já começaram as obras

essa “reserva”, estaremos prejudican-do a vida da represa, que vai precisar de muita água para se recuperar. Eles estão amenizando um problema hoje para criar outro muito maior depois.

E como fica o problema do desper-dício de água?Tem também a questão do desperdí-cio. Hoje, mais de um quarto da água tratada se perde em algum lugar do caminho entre a represa e a torneira. Ainda foram redirecionadas águas das Bacias do Tietê e Guarapiranga para atender três milhões de pessoas, o que pode comprometer os níveis destes reservatórios para um perío-do próximo. Muito dinheiro foi gasto para reduzir as perdas, mas pouco se conseguiu. A Sabesp tinha a obriga-ção de se aproximar da população em cada setor atendido e verificar como a água está chegando nas casas. Preci-sava reduzir a pressão nas redes, evi-tar vazamentos e dialogar com a po-pulação sobre o uso racional da água sempre, não só em períodos de crise e desespero.

para usar mais 4,7 mil litros por segun-do do Vale do Ribeira, no interior do estado, com a construção do sistema São Lourenço. Mas é uma obra isola-da, estava no primeiro plano, que não foi aprovado. O início das operações era previsto para 2016, mas foi revisto para 2018. O governo passou a captar mais água da bacia do Alto Tietê e do Guarapiranga, que também abastecem a capital. Mas isso é tirar água de uns e dar para outros. É jogar o problema de um lado para o outro.

O que dizer do chamado “volume morto”, que a Sabesp começou a ex-plorar agora?O tal volume morto é um buraco abai-xo do nível do reservatório Cantareira, que também encheu de água quando o sistema foi feito. O governo estadual está tratando este volume como “re-serva estratégica”, o que não é verdade. Não é uma reserva, pois a definição do nível de captação foi feita garantin-do essa “reserva” para a preservação da vida aquática e de qualidade da água no reservatório. Ao utilizarmos

“O governo esconde que já está racionando água nos bairros da periferia de São Paulo e em vários municípios da região metropolitana”

“Hoje, mais de um quarto da água tratada se perde em algum lugar do caminho entre a represa e a torneira”

Sistema Cantareira registra pior seca dos últimos tempos

Est

adão

Con

teú

do

Page 10: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br10 fatos em foco

“No nosso país, o preconceito está presente no momento em que saímos de casa”

Unidas sobre HIV e Aids) indica que as novas infec-ções por HIV no Brasil au-mentaram 11% entre 2005 e 2013. No ano passado, o país registrou 47% de todos os no-vos casos contabilizados na América Latina.

A estimativa é que 1,6 mi-lhão de pessoas vivam com HIV na região. A maioria dos casos (75%) se concentra em cinco países – Argentina,

Brasil, Colômbia, México e Venezuela.

A América Latina registrou queda de 3% em novas infec-ções entre 2005 e 2013. Na re-gião, dez novas infecções por HIV são registradas a cada hora. Os dados mostram ain-da que, aproximadamente, um terço das novas infecções ocorreram em pessoas jo-vens, com idade entre 15 e 24 anos. (Da Agência Brasil)

Casos de Aids aumentam

Grevistas são readmitidos Sem-teto miram na telefonia

O governo federal vai criar uma força-tarefa para agilizar a emissão de documentos aos imigrantes de Gana que chega-ram ao Brasil durante a Copa, com vistos de turistas, e que agora pedem refúgio.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu, na quarta (16), com represen-tantes dos ministérios das Re-lações Exteriores, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimen-

Militantes do MTST (Movi-mento dos Trabalhadores Sem Teto) realizaram, na quarta-feira (16), um protesto pela zona sul da capital paulista por melhorias na qualidade de vida. Eles blo-quearam vias da Vila Olímpia e se concentraram, simultane-amente, em frente e no interior dos prédios das operadoras de telefonia Vivo, Oi, Tim, Claro e também da Anatel (Agência Na-cional de Telecomunicações).

Um grupo demitido pela Via-ção Sambaíba, após a greve dos condutores de São Paulo, conseguiu reverter a dispensa por justa causa e vai receber as remunerações e assistências le-gais, como seguro-desemprego e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

A informação foi confirmada pelo superintendente regio-nal do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antônio

to Social, também da Polícia Federal, para discutir as medi-das. Além do mutirão, o gover-no federal oferecerá o apoio ne-cessário à prefeitura de Caxias do Sul (RS), onde está concen-trada a maioria dos ganeses.

Dos 1.132 imigrantes do país africano que permanecem no território brasileiro com visto de turista, válido por 90 dias, quase 180 pediram refúgio. (Da Agência Brasil)

“O Brasil é o país onde os valo-res cobrados pelas empresas de telefonia são os mais altos, no entanto, também é o país onde se tem os piores serviços. Tudo isso acontece com a omissão e complacência da Anatel”, afir-mou, em nota, o MTST.

Os manifestantes reivindicam mais antenas e investimentos na periferia da cidade, baratea-mento das tarifas, entre outros pontos. (Do Spresso SP)

de Medeiros, e pelo cobrador Paulo Sérgio Damião da Costa. Ao todo, são 13 ex-funcionários da empresa, que opera na zona norte de São Paulo.

“Nós queríamos a reintegra-ção, em cumprimento ao acor-do feito durante as negociações de greve, de que eles não seriam demitidos, mas os trabalhado-res já não queriam mais voltar, temendo retaliação”, disse Me-deiros. (Da Rede Brasil Atual)

desabafou a atriz Taís Araújo quando questionada se ainda sofria discriminação racial

USP

Im

agen

s

Mar

celo

Cam

arg

o/A

Br

Raf

ael

Sted

ile

Rep

rod

uçã

o

Mutirão para ganeses

A presidenta da Argen-tina tem enfrentado o sistema financeiro, contestando a decisão de uma corte dos EUA que favorece especula-dores, cobrando do país uma dívida distorcida.

Cristina Kirchner

Faltou humildade ao ex-técnico da seleção brasileira, que não as-sumiu a responsabili-dade pelos erros come-tidos no comando da equipe.

Felipão

previsão do tempo

13°C min

19°C máx

domingo • 20/07

sexta • 18/07

12°C min

23°C máx

Pancadas de chuva

Nublado

Parcialmente nublado

11°C min

18°C máx

sábado • 19/07

Page 11: Brasil de Fato SP - Edição 045

11brasildefato.com.br 11

Nosso DireitoAbono anual da previdência social

O chamado abono anual é um tipo de benefício pre-videnciário pago pela Previ-dência Social, sendo devido a alguns de seus segurados e dependentes. Seu objetivo garantir uma gratificação de Natal extra no fim do ano, se-melhante ao 13º salário dos empregados. Ele ocorre uma única vez ao ano e é pago juntamente com o benefício recebido pelo segurado ou dependente.

Tem direito ao abono aque-les que tenham recebido, du-rante o ano, alguns benefícios previdenciários específicos, sendo eles: auxílio-doença, auxílio-acidente, aposen-tadoria, pensão por morte, auxílio-reclusão ou salário--maternidade, sendo pago au-tomaticamente pelo INSS. Os contribuintes individuais que

receberam também tem esse direito.

Não é exigido um número mínimo de parcelas de bene-fícios previdenciários para ter direito ao abono. Caso o bene-ficiário tenha recebido algum benefício por período inferior a doze meses, dentro do mes-mo ano, fará jus a percepção do abono anual de forma pro-porcional, assim como ocorre com o 13º salário dos traba-lhadores em geral.

Muitas vezes acontece do segurado já não estar rece-bendo o benefício, seja por alta ou por cessação. Nesse

caso, é necessário um pedi-do expresso junto ao INSS para o recebimento do abono anual de forma proporcional aos meses em que estava re-cebendo. O segurado pode-rá entrar em contato com a Agência da Previdência Social que manteve o seu benefício ou fazer esse pedido através de um advogado.

O valor do abono anual corresponde a quantia pecu-niária igual à remuneração dos proventos de dezembro. O pagamento será na mes-ma data do benefício do mês de dezembro e juntamente com o benefício ou no mês da alta previdenciária ou do término do mesmo. No caso de salário-maternidade, o abono anual será pago junta-mente com a última parcela do benefício.

por Ana Isabel Vignati

por Luciana Cajado

advogada trabalhista e previdenciária

médica da Atenção Básica

» Na volta das férias, surgindo algum sintoma, informe ao médico os percursos de sua viagem

» O abono anual é algo como uma gratificação extra no fim do ano, semelhante ao 13º

Nossa SaúdeViaje e cuide de sua saúde

Ainda nas férias de julho, alguns fazem as malas para voltar para casa, enquanto outros começam ou conti-nuam suas viagens. Nessas horas, algumas informações são importantes.

Uma delas é a vacinação. Você já parou para observar se seu cartão de vacinação (e de seus familiares) está em dia? Adultos e crianças devem es-tar vacinado contra possíveis doenças comuns à região para onde se vai viajar. Uma dessas vacinas é a da febre amarela. Em pessoas que nunca foram vacinadas ou que o fizeram há mais de dez anos, ela deve ser aplicada com um mínimo de 10 dias antes de seu desloca-mento para regiões conside-radas de risco.

É possível consultar a lista de países e regiões brasileiras para onde são recomendadas

e/ou exigidas as vacinações prévias, no site Anvisa: www.anvisa.gov.br/viajante.

Além da imunização, valem outras recomendações: leve seus medicamentos de uso rotineiro em quantidade sufi-ciente para toda a viagem e os conserve corretamente, junto ao seu receituário médico. Durante a viagem, atente-se à higiene e tenha cuidado ao consumir água e alimen-tos, principalmente os crus, para evitar problemas como a diarreia. Neste caso, previna--se da desidratação ingerindo bastante líquido e procure as-

sistência médica.Tenha cuidado com os in-

setos (mosquitos, aranhas, besouros, escorpiões). Em regiões rurais ou de mata, não esqueça de proteger--se com roupas de mangas compridas, calças, sapatos fechados e repelente.

Na volta para casa, surgin-do algum sintoma, procure um serviço médico e não es-queça de informar sobre os seus percursos de viagem. Isso é importante porque al-gumas doenças podem levar algum tempo para se mani-festar. O surgimento de febre, diarreia, problemas na pele ou respiratórios até 30 dias após o retorno, podem signi-ficar algo. Neste caso, procu-re uma Unidade de Saúde da Família ou de Pronto-Aten-dimento mais próxima de sua residência.

c@rta do leitor

Diana Martins

Ana Paula Felix da Silva

débito não autorizado

Em que País do mundo, o cartel dos combustíveis não põe seus interesses na regulação e nos preços? Permitindo acesso barato a combustíveis? Tem um País assim? A Venezuela, não parece ser uma característica de ditadura como a tv mostra!

Parabéns pelo trabalho!

O débito em conta não autorizado continua sendo a principal reclamação de clientes contra as insti-tuições financeiras. Em junho, essas reclamações chegaram a 299. Fique atento à sua conta!

(mensagem recebida no [email protected])

(mensagem recebida no facebook.com/brasildefatoSP, , sobre matéria “Com gasolina mais barata do mundo, Venezuela inicia discussão sobre reajuste”)

Jurandir Neves - As curvas do Copan, no Centro.

Colabore com perguntas, críticas, fotos, sugestões, charges, pautas:

[email protected]

Participe do jornal

serviços

Page 12: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br12 variedades

CALDO VERDEPor Elizabeth Oliveira

Um dos clássicos do inverno é o caldo verde. Aquece e os dias frios, além de ser muito saborosa. Mas isso não é nenhuma novidade, afinal, ela é tradição em muitas ca-sas pelo país. O que você talvez não saiba é que a origem desse caldo é o norte de Portugal. Há alguns anos, ele foi considerado uma das “7 Maravilhas da Gastronomia Por-tuguesa”. Então, delicie-se com essa prato delicioso, ser-vindo acompanhado com torradas (com broa de milho também é muito gostoso) e um fio de azeite por cima.

Ingredientes– 500 g de batata descascada– 300 g de chouriço português em fatias (ou paio ou linguiça calabresa)– 1,5 litros água com de caldo de carne– 1 cebola– 150 g de couve-manteiga fatiada bem fininho– Sal, pimenta-do-reino e cebolinha a gosto

Modo de preparoNuma panela, coloque o caldo de carne e leve ao fogo alto até ferver. Enquanto isso, descasque as batatas e a cebola e corte em pedaços. Depois, coloque as batatas e a cebola dentro do caldo de carne. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por 20 mi-nutos, ou até que as batatas e a cebola estejam macias. Lave muito bem as folhas de couve (se não gostar, corte os talos e não os utilize). Em seguida, coloque as folhas umas sobre as outras, enrole como se estivesse fazendo um charuto, e, com uma faca afiada, corte a couve em tiras bem fininhas. Com a ajuda de uma escumadeira, re-tire as batatas do fogo e transfira para um liqui-dificador. Bata em velocidade alta por 1 minuto ou até que obter um creme homogêneo. Volte o creme batido à panela com o caldo do cozimen-to e leve ao fogo baixo para terminar de cozinhar. Adicione os chouriços e deixe ferver, por 5 minu-tos. Confira o sal e a pimenta, acrescente a cebo-linha. Pode servir.

Áries - 21.03 a 20.04Momentos delicados. Seria melhor se manti-vesse a cabeça no lugar, em vez de dar asas a seus sentimentos e caprichos. Tende a ser excessivamente teimoso e intransigente, cui-dado para não afastar as pessoas de você.

Touro - 21.04 a 20.05Sente-se mais dinâmico que as outras pesso-as, mas ao mesmo tempo não está agressivo ou impaciente, pois usa a energia de forma construtiva. Bom momento para mudanças no visual ou na decoração do lar.

Gêmeos - 21.05 a 20.06É possível que nas relações pessoais você aja bem racionalmente, porém, nada prá-tico. Frequentes desentendimentos podem prejudicar a comunicação e a expressão da criatividade, reformule seus métodos.

Câncer - 21.06 a 22.07Você dispõe de uma criatividade abundante, que poderia ser melhor aproveitada se de-monstrasse mais iniciativa. Saber ouvir críti-cas e aprender com os exemplos alheios seria uma ótima opção nesta fase.

Leão - 23.07 a 22.08Você mergulha de cabeça em vários projetos e deseja que eles tenham resultados em pou-quíssimo tempo. Controle a ansiedade e evite dar passos grandes e arriscados, pois podem gerar consequências negativas.

Virgem - 23.08 a 22.09Pode vir a se interessar pelas ciências esotéri-cas e expressar suas ideias por escrito. A sua tendência para devaneios deve ter uma influ-ência promotora em suas atividades criativas, em especial, literárias.

Libra - 23.09 a 22.10Você demonstra muita empatia e sabe como-ver as pessoas. Já que há muita criatividade e sensibilidade, particularmente nos campos da arte e da música, deveria tentar exprimir esse talento de um modo adequado.

Escorpião - 23.10 a 21.11Você não se ilude com nada nesta fase. Reali-za seus objetivos e ambições com toda a con-centração e garra. Porém, de fato, um pouco de diplomacia não faria mal, pois tende a ser rígido e intenso demais.

Peixes - 20.02 a 20.03Tende a certa disposição romântica e a defen-der altos ideais. Seu senso forte para a estéti-ca que há no campo da arte e da música tor-na-o capaz de se autorrealizar de um modo criativo. Há grande eloquência e charme.

Aquário - 21.01 a 19.02Você é capaz de reagir eficiente e rapida-mente ao que acontece e, por isso, não pre-cisa de muito tempo até estabelecer uma relação emocional com as pessoas do seu meio, podendo chegar até a magnetizá-las.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Você está extremamente disciplinado mental-mente. Defende pontos de vista claros e é ca-paz de organizar projetos maiores a contento de todos neles envolvidos. Suas decisões caraterizam-se pelo tato e bom senso.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Observe-se, pois você pode se sentir tentado a empregar suas energias abundantes de um modo errado. Aprenda a lidar com a ansie-dade, impaciência e frustração, diminua as expectativas e trace objetivos reais.

BOA & BARATA • [email protected]

Existe o desejo de mudar a situação atual, principalmente a relacionada à família e um dos pais. É inevitável que ocorram certos conflitos, que são essenciais para esclarecermos nossa visão do mundo. Caso contrário, tais conflitos continuarão na vida familiar e íntima. O período é favorável para revermos a frequente convicção de que sabemos melhor do que todo o mundo como as coisas têm que ser feitas.

Keka Campos, astróloga | [email protected]

Horóscopo • 18 a 24 de julho de 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL

BANCO 19

ECCARRUMADOSTERRAONE

RODOVIASRROSACACOEN

DRURAISSOLVEEAAERAS

ANA

RMAQUIMICAAMUAOISDOERR

ICASOLBEBAORASTUPP

SEDIMENTARSACERD

OCIO

Origem doremorsomoral napessoa

A membra-na úmida,como o

pericárdio

Air Force(?): o

avião deObama

É abanadopela dan-çarina deflamenco

Movimentos(?): MST eLigas Cam-ponesas

"Filho deavarento(?) pródi-go" (dito)

Fonte de tempesta-des mag-néticas

Apago (as velasdo bolo)

Foi usadana guerracivil daSíria

Número decordas doberimbau

"Se fordirigir,

não (?)",campanha

(?) de santo,chefe do

terreiro decandomblé

Rocha (?):mineralcomo ocalcário

Palavrausada emcitações(latim)

Ofícioexercidopela pito-nisa (Ant.)

ÉpocahistóricaAfiada

(a faca)

(?) federal:Régis Bit-tencourt,Dutra ouFernãoDias

Fim, eminglês

Cor daspenas doflamingo(Zool.)

Estado quepertenceuà Bolívia

(BR)

Endinhei-radas

Compostovolátil

(?) Diego,cidadeNo leito

de morte

(?)-se: submeter-sea uma situação

Nunca, em italiano

FragmentoFruto

amarelo-dourado

Pianíssi-mo (Mús.)"Teclar",na web

Compõem a maiorparte do elenco de

figurantesDa formada bola

(?) de português: empobrecema redação

Sigla ofici-al da Áfri-ca do Sul

Burro de(?): diz-sedo indiví-duo muitoestúpido

Abreviaturado Livrode Isaías(Bíblia)

Vestidos adequa-damente

Ana (?), persona-

gem de "OTempo e o

Vento"(Lit.)

3/end — mai — one — san — sic. 5/uvaia. 6/serosa. 10/sedimentar.

Rep

rod

uçã

o

Page 13: Brasil de Fato SP - Edição 045

13brasildefato.com.br 13cultura

Um dos mais tradicionais e queridos cinemas da cidade será reinaugurado no sábado (19)

HISTÓRICO

Depois de três anos fechado, o tradicional cinema da rua da Consolação com a avenida Paulista será reaberto neste sábado (19). Para a reinaugu-ração, um palco em frente ao rebatizado Caixa Belas Artes contará com show da banda Mustache e os Apaches, a par-tir das 15:30, com duas faixas da Consolação interditadas.Os filmes voltam a entrar em cartaz a partir das 17h, com obras como “Um dia mui-to especial”, do Ettore Scola, “Todos os dias”, de Michael Winterbottom, “A Malvada”, de Joseph L. Mankiewicz, “A Noite”, de Michelangelo An-tonioni, e “Queimada!”, de Gillo Pontecorvo. Além do clássico que já que ficou mais

de três anos em cartaz no Belas Artes: “Medos Priva-dos em Lugares Públicos”, de Alain Resnais. Os ingressos custarão R$ 5 na reabertura.

O cinema retorna após uma intensa luta travada pe-los cinéfilos e, também, pelo Movimento Belas Artes, que articulou a população, em-presas e órgãos da prefeitura em prol da volta do espaço. A reabertura foi possível atra-vés de um acordo selado en-tre a Prefeitura de São Paulo, o proprietário do imóvel e a Caixa Econômica Federal.

O novo cinema volta com um caráter mais plural e par-ticipativo. Isso por que, para que o espaço fosse reaberto, a Prefeitura não teve que de-

sembolsar nada em valores em nem o fará em relação à sua administração, que ficará por conta da Caixa.

A gestão municipal, no en-tanto, manifestou interesse em manter um cinema como o Belas Artes em São Paulo e estabeleceu contrapartidas à Caixa em benefício da cidade. Elas consistem em ingressos com valor 20% mais barato que os cinemas da região, bombo-nière com valor 10% mais baixo que as dos cinemas da região, meia-entrada para todos os tra-balhadores às segundas-feiras e sala especial de incentivo ao cinema brasileiro. Assim, o in-gresso custará no máximo R$ 20. (Da Redação, com informa-ções do Spresso SP).

INCLUSÃO

Sarau poético da população de ruaUm sarau que reúne artistas

independentes de São Paulo com a arte do povo de rua é a proposta do “Sarau Poesia é da hora”. O evento acontece no sábado (19), das 14h às 16h, na Tenda Barra Funda. A iniciati-va é aberta para quem quiser compartilhar poesia, fotografia, teatro ou dança.

Os saraus acontecem todo se-gundo sábado de cada mês. Em julho, a atividade conta a banda Mokó de Sukata. Também se apresentam, com poesia e mú-sica, diversos moradores em si-tuação de rua.

O povo de rua é o público alvo do projeto, que acontece na Tenda Barra Funda, onde

passam diariamente mais de 300 pessoas, muitas com filhos.

O objetivo do “Coletivo Poesia é da hora”, além de incentivar a leitura e a arte para os povos excluídos, é enaltecer a poesia como arte inclusiva. Foi lança-do um livreto com textos pro-duzidos por moradores em si-tuação de rua, sob a mediação da poeta, oficineira e fundado-ra do projeto, Marah Mends.

As oficinas de produção lite-rária ocorrem no mesmo espa-ço, às segundas, das 15h às 17h.

A Tenda de Convivência Bar-ra Funda fica na Rua Norma Pieruccini Giannotti, 77A. Mais informações: poesiaedahora-mano.blogspot.com.br.

Tenda Barra Funda recebe atividades culturais

Cine Belas Artes reabre na Consolação com shows e filmes

Na Consolação, quase esquina com a Paulista, o tradicional Cine Belas Artes reabre suas quatro salas

Programação de segunda (21) a quarta-feira (23)

SALA 1 – VILLA-LOBOS14:30 – “Feito Gente Gran-de”, de Carine Tardieu16:30 – “Uma Dama em Paris”, de Ilmar Raag18:50 – “Todos os Dias”, de Michael Winterbottom21:10 – “Minha irmã”, de Ursula Meier

SALA 2 – CÂNDIDO PORTINARI14:00 – “Medos Privados em Lugares Públicos”, de Alain Resnais16:30 – “Contos de Can-terbury”, de Pier Paolo Pasolini18:30 – “Tomboy”, de Céli-ne Sciamma

20:50 – “2046 – Os Segre-dos do Amor”, de Wong Kar Wai

SALA 3 – OSCAR NIEMEYER14:00 – “Bistrô Romanti-que”, de Joël Vanhoebrouck16:10 – “Filha Distante”, de Carlos Sorín18:10 – “O Estudante”, de Santiago Mitre20:40 – “Norwegian Wood – Como nas Canções dos Beatles”, de Tran Anh Hung

SALA 4 – SP CINE ALEIJADINHO15h – “Aos Ventos que Vi-rão”, de Hermano Penna

Yu

ri A

lexa

nd

re

Div

ulg

ação

Page 14: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br14 culturacultura {agenda cultural}

zona leste

Culinária pra crianças Com a ajuda de monitores, os pequenos aprendem a abrir a massa do biscoito com rolinho, recortar com uma forminha e decorá-lo do jeito que acharem melhor. Um incentivo para as crianças a se encantarem por culinária.

Sex (18), Sáb (19) e Dom (20), das 14h às 22h – Entrada Gratuita – Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569, Consolação

Cida MoreiraUma das cantoras mais importantes da MPB fará o relançamento do álbum “Summertime”, gravado ao vivo em 1981. Traz faixas como “Geni e o zepelim”, de Chico Buarque, “Mercedez Benz”, de Janis Joplin.

Sex (18), às 20h – Entrada Gratuita – Biblioteca Mario de Andrade – Rua da Consolação, 94, República

zona oeste zona norte

Social Samba FinoO grupo irá apresentar o samba nas suas mais diversas ver-tentes, fazendo a ponte de ligação entre o samba tradicio-nal, samba rock, samba canção, samba soul, samba dolente, samba com rap, samba com eletrônica e muito mais.

Sex (18) às 20h – Entrada Gratuita – Centro Cultural da Penha – Largo do Rosário, 20, Penha

Teatro RussoA obra de Tchekhov “E se elas fossem para Moscou” conta a história das irmãs Olga, Irina e Maria. Elas moram com o irmão em uma cidade no interior da Rússia e alimentam o sonho de voltar a Moscou, cenário das suas infâncias felizes.

Até 17/08; Qui a Sáb às 21h30; Dom às 18h30 - R$ 25 (inteira), R$ 12,5 (meia), R$ 5 (comerciáros) – Sesc Belen-zinho – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho

centro

São Paulo recebe uma megaexpo-sição para homenagear os 20 anos do programa Castelo Rá-Tim--Bum. Na exposição, dividida em duas partes, o público vai se recor-dar de muitas peculiaridades do programa.

Até 12/10; Ter a Sex das 12h às 21h, Sáb e Dom das 11h às 20h – Entrada Gratuita – MIS (Museu da Imagem e do Som) – Avenida Europa, 158, Jardim Europa

Literatura, saraus e jogosOs adultos podem contar com o Sarau, as crianças com a Hora do Conto, e os jovens com leituras de textos de Edla Van Steen, no Leitura ao Pé do Ouvido.

Até 31/07; das 9h às 12h – Entrada Gratuita – Biblioteca de São Paulo – Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 – Parque da Juventude, Santana

Vida e obra de Jorge AmadoA Casa de Cultura está oferecendo diversas ofi-cinas para o segundo semestre, para diferentes públicos. São oficinas de graffiti, ballet, capoeira, dança de salão, boxe chinês, entre outras.

Inscrições até 31/07; Ter a Sex das 08h às 18h – Entrada Gratuita – Casa de Cultu-ra Salvador Ligabue – Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215, Freguesia do Ó

zona sul

RashidNovas rimas e maturidade nas palavras marcam o novo CD do rapper Rashid. O cantor apresenta o repertório do álbum “Confundindo Sábios”.

Sex (18) às 21h – R$ 16 (inteira), R$ 8 (meia), R$3,20 (comerciário) – Sesc San-to Amaro – Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro

Festival de Teatro de BonecosA 14ª edição do tradicional Festival de Te-atro de Bonecos conta com nove apresen-tações para divertir e encantar as crianças. O evento é indicado para quem tem de 2 a 12 anos.

Até 03/08; Sex às 16h; Sáb e Dom às 18h – Entrada Gratuita – Shopping Jar-dim Sul – Av. Giovanni Gronchi, 5.819, Morumbi

Música intrumental

O projeto “Onda Instrumental” ocorre todo segundo sábado do mês. Neste final de semana, se apresentam as bandas Meneio, combinando instrumentos orgânicos e eletrônicos, e Chimpanzé Clube Trio, que aposta no em um rock instrumental baseado no funk.Sáb (19), das 17h às 22h – Entrada Gratuita – Puxadinho da Praça – Rua Belmiro Braga, 216, Vila Madalena

CASTELO RÁ-TIM-BUM

Fot

os:

div

ulg

ação

Page 15: Brasil de Fato SP - Edição 045

15brasildefato.com.br 15esportecopa 2014

No Programa de Desenvol-vimento de Talentos, iniciado em 2000, a DFB (Federação Alemã de Futebol) determi-nou novas regras para a or-ganização do futebol alemão, contando com o governo, através das escolas públicas que integram o projeto.

Os clubes das duas prin-cipais divisões do país têm, obrigatoriamente, equipes de base com crianças a partir dos nove anos, garantindo a

Projeto alemão contou com envolvimento de escolas públicas

conclusão do ensino médio escolar.

Privilegiando a técnica na admissão dos jovens, a DFB possui – além dos clubes – 366 pontos de apoio espalhados pelo país para selecionar os destaques, que passam a ficar sob a “tutela” da entidade.

O DFB Mobil, com 30 car-ros rodando pelo interior do país, é um projeto que busca formar treinadores para as crianças, com equipamen-to completo para treinos de futebol e apostilas com se-

quências de exercícios para aplicação, que seguem o pro-grama da seleção principal da Alemanha.

A partir da sub-17 existem campeonatos nacionais, nos mesmos moldes da primeira divisão alemã, que mantêm os times em atividade por todo o ano. O desenvolvimen-to técnico elevou, inclusive, a média de público do campeo-nato alemão para mais de 40 mil pessoas por jogo, além da venda de produtos licencia-dos dos clubes.

Alemães investem na base em conjunto com o poder público

por Bruno Porpetta,do Rio de Janeiro

Esperava-se mais do craque argentino

Tetra alemão: o fim dos craques?Só se fala em jogo coletivo,

bola de pé em pé, organização, planejamento, tática e até sof-tware. O que significa isso tudo?

Chovendo no molhado, o fu-tebol é mesmo um esporte cole-tivo. Sem participação ativa dos três setores do campo, não tem jogo. Esta participação, hoje, não se limita a guardar posição e só defender ou só atacar.

Não se descobriu a pólvora quando se retomou a ideia de que o passe é o fundamento mágico do futebol. Driblar é bonito, fazer gol é heroico, mas o passe é que determina se te-mos um time ou um bando de bons jogadores.

As últimas duas Copas consa-graram esta afirmação. As sele-ções que tocam mais a bola fo-ram campeãs. A Espanha tinha dois craques no meio-campo. Os catalães Xavi e Iniesta, que careciam de alguém mais qua-lificado à frente, toparam ser chamados de chatos e foram campeões na África do Sul.

Na nossa Copa, não tínha-mos um craque no time cam-peão. O que mais se aproxima disso é Schweinsteiger, mas

não chega a tanto. Se o meio--campo alemão não tinha os craques espanhóis, tinha muito mais qualidade à frente. Thomas Muller é fantástico!

A Alemanha prima pelo equi-líbrio e bom funcionamento dos três setores. A Copa do zagueiro Hummels foi a garantia de bom futebol na defesa e Boateng foi fundamental na final.

No entanto, do outro lado tínhamos um craque. A expec-

tativa criada em torno de Mes-si, ainda mais quando Neymar saiu, foi muito maior do que o seu corpo permitiu. Messi foi decisivo no início e importante no fim, mas se esperava que ele fosse mais que isto.

A Copa não acabou com o craque. Se a Alemanha tivesse um craque, do porte de Beckem-bauer, neste timaço, a Argentina, mesmo organizada, não aguen-taria dez minutos. (BP)

análise

Fot

os:

Mar

celo

Cas

all/

AB

r

MUNDIAL

Turismo na Copa impressionaO balanço final da Copa do

Mundo por parte do governo federal trouxe dados impres-sionantes do ponto de vista do turismo durante o evento.

Segundo o relatório do Minis-tério do Turismo, estiveram no Brasil 1.015.035 estrangeiros de 202 países diferentes. Foi feita uma pesquisa de satisfa-ção com esses turistas, além do levantamento do número absoluto de visitantes.

A pesquisa revelou que 61% conheceram o Brasil pela pri-meira vez, quase a totalidade

(95%) dos turistas pretendem voltar ao país em outras ocasi-ões. Para 83% dos estrangeiros, o Brasil atendeu totalmente ou superou as expectativas.

Outros 3.056.397 de bra-sileiros viajaram pelo país durante a Copa, e 67% deles conheceram as cidades-sede pela primeira vez. Esses des-tacaram positivamente a re-ceptividade (90,5%), o lazer (87,2%), a segurança (83,8%) e os aeroportos (81%). Dos vôos no país, apenas 7,46% partiram com atraso. (BP)

Fer

nan

do

Per

eira

/ S

EC

OM

SP

Turistas aprovam cidades brasileiras, como a capital paulista

Alemanha vence Copa com futebol sólido no país

Page 16: Brasil de Fato SP - Edição 045

brasildefato.com.br16 esportecopa 2014

O São Paulo apresentou um bom futebol no retorno do Campeonato Brasileiro. Na partida em que venceu o Bahia por 2 a 0, a equipe apresentou um bom toque de bola e viu a novidade Alan Kardec marcar um dos gols. No entanto, a presen-ça de Pato no banco pode ter surpreendido alguns torcedores.

Segundo o técnico Mu-ricy Ramalho, entretanto, a vida do jogador passará a ser mais difícil com o es-quema tático que vem sen-do implementado no time. “Como jogamos com dois atacantes abertos, deixo o

Pato com dificuldades. Ele não vai se sentir bem ali e sabe disso. Tem que saber fazer o corredor, tem que ter gás e entendimento. Os-valdo e Ademílson fizeram isso muito bem.”

Ramalho apontou, po-rém, que ficar no banco não é nenhum demérito, que o Brasil precisa se acostumar com essa cultura. “Na Eu-ropa, até Neymar e Messi ficam no banco”, disse.

O treinador passará a ter ainda mais opções. Luís Fabiano poderá retornar já na próxima rodada e Kaká, possivelmente, estreará em agosto.

Pato não terá vida fácil, segundo Muricy

europa

Artilheiro da Copa no Real

O Real Madrid está cada vez mais próximo de concluir a contratação do meia co-lombiano James Rodríguez. Segundo o diário espanhol AS, os merengues irão pagar ao Monaco, atual clube de Rodríguez, 70 milhões de eu-ros (cerca de R$ 210 milhões), em uma negociação que deve incluir ainda outro jogador.

A diretoria do Monaco, se-gundo a publicação, acatou o desejo do atleta, que deixou claro que gostaria de ir para o Real Madrid. James Rodrí-

guez deverá assinar por cinco temporadas e receberá apro-ximadamente 7,5 milhões de euros por ano (R$ 22,5 mi-lhões).

O colombiano vive um mo-mento ótimo na carreira. O meia sagrou-se artilheiro da Copa do Mundo, com seis gols anotados. As negociações en-tre os clubes avançaram jus-tamente durante a disputa do Mundial. O Real já anunciou a contração do meia alemão Kroos, um dos destaques da seleção campeã.

CBF quer técnico brasileiro

RENOVAÇÃO

A entidade que comanda o futebol brasileiro anda con-fusa em relação à contrata-ção de um novo treinador da seleção. Após Felipão ser de-mitido, a direção da CBF ini-ciou as buscas por um técnico avessa à ideia de assinar com um estrangeiro.

As preocupações com as eliminatórias para a próxima Copa, na qual teremos de en-frentar seleções que apresen-taram um bom futebol, como Colômbia, Chile, Uruguai e Ar-gentina, fizeram a cúpula da or-ganização passar a procurar um técnico sul-americano. Após as negativas de Manuel Pellegrini, do Manchester City, e de Jor-ge Sampaoli, que comandou o Chile, a CBF voltou atrás e agora quer um treinador nacional.

Tite, que parece ser a opção popular preferida, tem sido boicotado por sua proximidade com Andrés Sanchez, inimigo de Del Nero, presidente da CBF.

Treinador afirmou que esquema tático exigirá mais de jogador

Técnico afirma que esquema com dois atacantes tira privilégio de Pato

James Rodríguez, artilheiro da Copa, pode fechar com time espanhol

ranking

A seleção brasileira desceu quatro posições no ranking da Fifa, divulgado nesta quinta-fei-ra (17), e está na sétima coloca-ção após a inesquecível derrota sofrida para a Alemanha por 7 a 1, na semifinal da Copa.

A Alemanha é a nova líder. A equipe assumiu a primeira po-sição desbancando a Espanha, país que sofreu a maior queda entre os que estavam no topo da lista, após a eliminação inespe-rada na primeira fase do Mun-dial, e é a oitava colocada.

A Argentina subiu para a se-gunda posição. A Holanda com-pleta a lista das três melhores, reproduzindo o resultado da Copa. A seleção holandesa su-biu 12 colocações e obteve a as-censão mais expressiva.

A Colômbia, eliminada pelo Brasil, subiu quatro posições, ficando em quarta. A Bélgica, eliminada pela Argentina, subiu seis colocações e é a quinta. O Uruguai, eliminado nas oitavas de final, está uma posição à fren-te do Brasil, como sexto.

Brasil cai quatro posições

Após desclassificação em derrota para a Alemanha, Brasil despenca

saop

aulo

fc.n

et

wik

imed

ia

Raf

ael

Rib

eiro

/CB

F