brasil de fato sp - edição 027

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distribuição gratuita | brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatosp brasil »7: investimentos sociais são barrados por lei fiscal entrevista» 8: max b.o.: “linguagem da quebrada faz comunicação ampla” “12 anos de escravidão”»14 Conheça mais filmes sobre a questão racial sabesp sistema cantareira atingiu o nível mais baixo de sua história Escassez torna rodízio de água inevitável São Paulo, de 14 a 20 de março de 2014 | ano 1 n• 27 uma visão popular do brasil e do mundo Reprodução Divulgação são Paulo»3 Zona rural na cidade pretende incentivar a agricultura orgânica

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Jornal Brasil de Fato SP - Edição 27 - 14 a 20 de março de 2014

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entrevista» 8: max b.o.: “linguagem da quebrada faz comunicação ampla”

“12 anos de escravidão”»14Conheça mais filmes sobre a questão racial

sabesp sistema cantareira atingiu o nível mais baixo de sua história

Escassez torna rodízio de água inevitável

São Paulo, de 14 a 20 de março de 2014 | ano 1 n• 27

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02 EDITORIAL

rês encontros sur-preenderam os primeiros dias de março: o Carnaval, maior festa popular

do país; a cidade do Rio de Janeiro, uma das capitais da folia; e os tra-balhadores da limpeza urbana, os garis. Tudo muito previsível, não fosse uma surpresa: a greve.

Lixos nas ruas e foliões espalha-dos por uma cidade visivelmente impactada. A grande mídia não tar-dou em pedir demissões e punições exemplares para “restabelecer a normalidade”. A Justiça não demo-rou em julgar a greve como ilegal e abusiva. Demissões realizadas em larga escala, inclusive com mé-

todos absurdos, como comunicar o grevista por mensagem de celular. Tudo com uma exaustiva cobertura midiática, colhendo depoimentos do “sofrimento” do povo com a não execução do recolhimento do lixo.

O Rio de Janeiro foi pauta nacio-nal não pelo samba, mas pela luta dos garis. Até mesmo o sindicato que representa a categoria ficou contra a greve. A polícia passou a “escoltar” os garis, um absurdo dos mais graves, reme-morando os tempos da ditadura. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) lide-

rou essa ação. Numa tentativa de isolar o movimento e punir lideran-ças, acusou grevistas de se utiliza-rem da greve para fins partidários e disse que esta era uma minoria mal intencionada. Do outro lado,

estavam os tra-balhadores da limpeza, con-siderada uma das piores ati-vidades para se trabalhar,

com baixos salários e riscos à saúde. Esses homens e mulheres seguiram com a greve e realizaram atos de rua com forte apoio da população, diferente do que aparecia na TV.

Sete dias após o início da greve,

a prefeitura do Rio se curvou, as-sim como o Judiciário trabalhista, à grande mídia e os setores conser-vadores. A categoria alcançou um reajuste de 37% (a média nacional não ultrapassa os 10%), o valor do vale refeição foi elevado e o direito de adicional de insalubridade as-segurado. As demissões absurdas também foram anuladas.

A vitória dos garis cariocas é uma vitória do povo brasileiro, da luta, da capacidade do povo organizado obter conquistas e melhorar as con-dições de trabalho e vida. O bloco campeão do carnaval deu uma aula e encantou pela luta, coragem, tra-balho coletivo e muito sorriso no rosto. O Brasil agradece.

s últimos aconteci-mentos na Ucrânia mostram que a hege-monia do imperialis-mo dos Estados Uni-

dos está em crise. A Rússia reafirma sua influência na Ásia Central, na Eu-ropa Central e no Oriente Médio.

Além disso, meteu uma cunha no co-ração da influência norte-americana na Europa ao ensaiar uma aliança econô-mica com a Alemanha, que incomoda o imperialismo e seus principais aliados no velho continente. Foi sintomática a iniciativa da diplomacia russa e de seu poderio militar em frustrar os planos dos Estados Unidos para a Síria.

A China emerge rapidamente e tem um grande potencial para su-perar economicamente os EUA. O

país asiático constrói, gradativa-mente, sua própria área de influên-cia e expande suas relações de coo-peração econômica.

Tanto a China como a Rússia pos-suem armas nucleares. E isso tem um significado na geopolítica atual: o direi-to internacional só é respeitado quando uma na-ção tem capaci-dade de retaliar. Nos países latino-a-mericanos, a crise das experiências neoliberais viabilizou a emergência de governos progressistas.

Esse quadro favoreceu impor-tantes processos de integração regional que não interessam ao

imperialismo. Não por acaso, este patrocina atualmente a tentativa de golpe contra o governo de Nico-lás Maduro na Venezuela.

O movimento mais recente na Eu-ropa de reação à crise da hegemonia

estaduniden-se ocorreu no apoio e patrocínio do governo Oba-ma ao golpe sofrido pelo

governo ucraniano, que era pró-russo. A escandalosa quebra da ordem demo-crática na Ucrânia ocorreu com o apoio das potências europeias e da OTAN, linha auxiliar dos EUA.

O governo russo reagiu imediata-mente, denunciou o golpe dos fas-

cistas e seus patrocinadores. Além disso, fez uma movimentação militar para proteger os cidadãos russos que são maioria e moram na península da Crimeia, que legalmente pertence à Ucrânia. A capital Kiev e o governo fascista da Ucrânia estão sendo mo-nitoradas pelos russos. Os Estados Unidos poderá ter seus planos mais uma vez frustrados por Moscou.

O imperialismo certamente con-tinuará sua política agressiva de reação à sua perda de hegemonia. Uma coisa é certa: bandeira da paz, historicamente, pertence aos revolucionários. Ao proletariado não interessam as guerras, mesmo sabendo que dependendo da con-juntura, elas abrem janelas revolu-cionárias.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim e Ronaldo Pagotto • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Estagiário: Guilherme Almeida • Revisão: Thiago Moyano • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Larissa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

Os Estados Unidos poderão ter seus planos mais uma vez frustrados por Moscou na Ucrânia

A crise do imperialismo dos EUA

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O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800 Publicidade:[email protected]

Mundo

Brasil

A lição dos garis do Rio de Janeiro

Conquistas mostram que povo organizado obtém melhores condições de

trabalho e vida

Page 3: Brasil de Fato SP - Edição 027

03SÃO PAULO

Entre as mudanças propostas pelo novo texto do Plano Diretor, conjun-to de leis urbanísticas que vai orien-tar o desenvolvimento econômico e social da cidade pelos próximos dez anos, está a criação da zona rural no extremo-sul da cidade.

Com regras que limitam o núme-

O aumento dos casos de dengue tem preocupado as secretarias de Saúde das regiões de Sorocaba e Jundiaí, no interior de São Paulo. Neste ano, a cidade de Jundiaí já registrou 11 casos de dengue. Dentre esses, dez foram importa-dos (moradores que contraíram a doença em outros municípios). Só em 2013 foram registradas 224 ocorrências.

Em Campo Limpo Paulista, muni-cípio próximo a Jundiaí, um meni-no de 5 anos se recupera após ter recebido tratamento contra den-gue hemorrágica. A cidade regis-tra dez casos da doença e um do tipo mais grave. No ano passado,

ro de edifícios em quase um quar-to do território paulistano, a zona rural será recriada após 12 anos, quando foi extinta no Plano Diretor vigente, aprovado em 2002, duran-te a gestão da prefeita Marta Su-plicy (PT).

Para o vereador e relator do Pla-

houve 92 casos confirmados. A cidade de Itatiba, na região de

Campinas, contabiliza quatro casos da doença neste ano. Em Itupeva e Várzea Paulista há uma pessoa do-ente em cada município. Na região de Sorocaba, a cidade de Votoran-tim teve apenas um caso confirma-do. Em 2013, foram registrados 263 casos, sendo 13 importados.

As prefeituras dessas cidades têm intensificado a fiscalização nas casas e estabelecimentos comerciais e as campanhas de orientação para prevenir apareci-mento de criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. (Spresso SP)

no Diretor, Nabil Bonduki,o objetivo é “conter a expansão horizontal da cidade e fazer essas áreas serem melhor utilizadas, criando emprego e renda com atividades que garan-tam a preservação do meio ambien-te, como a agricultura orgânica e o ecoturismo”, afirmou.

ALIMENTOS ORGÂNICOSA fim de garantir que a zona rural

em São Paulo seja contemplada no Plano Diretor Estratégico, agriculto-res das Áreas de Proteção Ambien-tal Capivari-Monos e Bororé-Colô-nia, nos distritos de Parelheiros e Capela do Socorro, zona sul de São Paulo, montaram uma feira orgâni-ca em ato em frente à Prefeitura na terça-feira (11).

O encontro ocorreu ao mesmo tempo em que o prefeito Fernando Haddad recebia representantes dos agricultores na prefeitura para ouvir suas reivindicações. Durante a reu-nião, Haddad pediu que os agricul-tores aguardassem a aprovação do Plano Diretor.

“Com o reconhecimento da zona rural, a cidade vai ganhar muito com o desenvolvimento da agricultura e do ecoturismo na zona sul de São Paulo”, afirmou o prefeito, que rece-beu uma cesta de alimentos orgâni-cos dos agricultores.

Outras alternativas para conter o crescimento horizontal da cidade, demarcação de espaços para produ-ção de moradia popular e estratégias para aproximar emprego e moradia estão dentre as mudanças propostas no novo texto, a ser apresentado na próxima semana à Câmara. A expec-tativa é de que o projeto de revisão da lei seja votado ainda neste se-mestre. (da Redação)

Novo Plano Diretor propõe retorno da zona ruralCIDADE Medida pretende incentivar a agricultura orgânica e o ecoturismo, criando emprego e renda

saúde Prefeituras intensificam fiscalização em casas e comércio e campanhas de orientação à população

Para o vereador e relator do Plano Diretor, Nabil Bonduki, o objetivo é fazer que as áreas da cidade sejam melhor utilizadas

Casos de dengue preocupam cidades do interior paulista

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04 são pauLo

Responsável pelo abastecimento de água de quase 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo, o sistema Canta-reira atingiu o nível mais baixo em toda a sua história: 15,8%. Com o recorde, especialistas afirmam que o rodízio no fornecimento de água é inevitável. Se-gundo a Sabesp (Companhia de Sanea-mento Básico do Estado de São Paulo), a causa da falta de água são as poucas chuvas. Entretanto, outro ponto de vis-ta coloca a responsabilidade na conta da própria Sabesp e do governo esta-dual, que não investiram em novos ma-nanciais nas últimas décadas.

É o que afirma o engenheiro Julio Cerqueira Cesar Neto, professor apo-sentado de hidráulica e saneamento da USP. “O problema de abastecimen-to de água na região metropolitana é muito sério. Desde que o sistema Can-tareira foi inaugurado não houve inves-timento em novos mananciais. Isso é um absurdo total. O que aconteceu foi que o consumo começou a aumentar”, explica. O sistema Cantareira foi inau-gurado entre os anos de 1970 e 1980.

Para o professor, há cerca de 20 anos a Sabesp deixou de se preocupar com sua função pública e passou a ter como foco o lucro de seus acionistas. “Desde então ela tem sido um suces-

so na bolsa de Nova York. Mas ela pas-sou a ser um balcão de negócios e não mais uma empresa com foco na saúde pública. E fazer novos mananciais não dá lucro”, diz. A Sabesp é uma empre-sa de economia mista que tem como principal acionista o governo do Esta-do, com 50,3%.

Ainda segundo Julio Cerqueira Cesar, épocas de seca como a que estamos vivendo hoje não são uma aberração. Ele lembra que há dez anos, no final de 2003, São Paulo passou pelo mesmo sufoco. Os re-servatórios de água quase secaram e os moradores estiveram a um pas-so de ficar sem água.

Porém, o professor lembra que, na-quela ocasião, fomos “salvos” pela época de chuvas, que aliviou a situa-ção. “Agora a nossa situação é muito mais crítica. A seca está acontecendo justamente no período de chuvas. A partir de abril entraremos na estação da estiagem e estaremos com os re-servatórios vazios. A próxima estação chuvosa vai começar só em outubro. A situação é gravíssima”, diz.

FORNECIMENTOPara Renê Vicente dos Santos, presi-

dente do Sintaema (Sindicato dos Tra-balhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), o rodízio no fornecimento já deveria ter começado. “O mais seguro seria terem iniciado a campanha de economia de água em dezembro, quando o reserva-tório estava em torno de 40%”, afirma.

A demora em iniciar esse rodízio, na opinião de Santos, tem motivação política. O governador Geraldo Alck-min (PSDB) não quer assumir o ônus de uma medida tão impopular em ano de eleição.

O presidente do sindicato também critica os investimento da Sabesp no último período. Segundo ele, a prioridade da empresa tem sido a propaganda e a conquista de novos clientes. Em contrapartida, faltam recursos para a preservação dos ma-nanciais e para evitar desperdícios no sistema.

SABESPContatada pela reportagem, a Sa-

besp afirmou que tem reduzido as perdas de água – segundo a empresa, o desperdício no caminho até o consu-midor era de 32% em 2006; hoje é de 25,6%. A empresa afirma ainda que, até 2016, tem como meta trocar 1,6 mi-lhão de hidrômetros e 600 quilômetros de rede de água. Parte do desperdício ocorre por conta de equipamentos e tu-bulação antigos, diz a empresa.

A Sabesp também afirma que tem investido para aumentar a oferta de água. Segundo a empresa, há duas PPPs (Parcerias Público Privadas). A primeira, do Alto Tietê, foi firmada em 2009 e alcança 6,6 milhões de pes-soas. A segunda, de São Lourenço, chegando a 1,5 milhões de pessoas. Entretanto, a empresa não afirma qual a previsão para que essas melhorias aconteçam.

sistema cantareira Para engenheiro, falta de água era previsível, mas empresa optou por lucro

Rodízio no abastecimento de água é inevitável

Especialistas apontam que rodízio no fornecimento de água é inevitável

por Mariana Desidério

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05SÃO PAULO

*Jornalista, é editor do portal www.revistaforum.com.br

A vitória dos garis do Rio

renato

rovai*

de pegar água desse sistema, o go-verno já deveria ter começado com o rodízio. Não tem outro caminho”, afirma Renê Vicente dos Santos, presidente do sindicato que repre-senta os trabalhadores da Sabesp.

A solução também foi criticada pelo Consórcio PCJ, formado por 73 municípios e empresas da região abrangida pelo sistema Cantareira. Em nota, o grupo afirmou que a di-vulgação de que se usaria a água de outros reservatórios “levou à falsa

Os quatro elementos do Hip Hop vão tomar São Paulo entre os próxi-mos dias 15 e 22. Com quase 140 atra-ções de discotecagem, grafite, break e rap estarão espalhadas por 14 palcos em todas as regiões da cidade. Além de apresentações e oficinas, o evento terá debates sobre questões de gê-nero, autonomia no mercado do Hip Hop, racismo e o genocídio nas peri-ferias.

“O mais importante é que conse-guimos que um movimento da perife-ria mobilize cinco secretarias: Educa-ção, Direitos Humanos, Cultura e de Igualdade Racial e fazer o orçamento chegar a meio milhão de reais”, disse o rapper Pirata, membro do Fórum de Hip Hop.

Também são esperadas pelo me-nos duas apresentações de grupos internacionais e a participação deles

Para amenizar a situação críti-ca da água em São Paulo, desde o início da semana a Sabesp tem recorrido a outros sistemas para abastecer parte da população nor-malmente atendida pelo Cantarei-ra. Os sistemas que vão ajudar nes-se abastecimento são Alto do Tietê e Guarapiranga.

No entanto, segundo especialis-tas, a medida é insuficiente para re-solver o problema. “O sistema Alto Tietê já está em 38%. Então, além

impressão de que a Região Metropo-litana de São Paulo está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação”.

Ainda segundo o consórcio, os reservatórios mencionados são “in-suficientes para garantir o abasteci-mento da Grande São Paulo, princi-palmente em período de estiagem”, e a região precisa encontrar novas fontes de abastecimento. (MD)

em debates sobre a realidade de suas cidades. “Nossa ideia não é focar no artista, mas na essência do Hip Hop, que é a discussão sobre as periferias”, explica o rapper.

Para Renato Almeida, assessor da Secretaria de Cultura para Cidadania Cultural, o evento resgata uma dívida com a expressão artística, cujo nasce-douro no Brasil ocorreu justamente na cidade. “Hoje é impossível se falar em cultura periférica, saraus e toda essa efervescência que acontece nas peri-ferias de São Paulo sem falar de Hip Hop. Tudo isso deve muito ao legado dele, que vem desde os anos 90. O Hip Hop coloca a palavra periferia em outro patamar”, avaliou.

A programação completa do evento e locais dos palcos estará disponível no site da Secretaria Municipal de Cultura. (Rede Brasil Atual)

O Brasil é um país injusto. Muito injusto. Mas é pior que isso. Além de ter uma das piores distribuições de renda, tem uma elite com men-talidade escravista. Esse sentimento é tão definidor de classe social que mesmo pessoas que se reivindicam defensoras da justiça não conseguem dele se libertar. Não são poucos os que preferem ir a lugares caros a ter que se misturar com “gente que não sabe se comportar”.

Não são poucos os que fazem questão de ter uma babá vestida dos pés à cabeça de branco para que ela possa ser identificada, sem risco, como uma serviçal. Não são poucos os que se posicionam contra as cotas para negros e utilizam o ar-gumento da meritocracia.

Assim como não são poucos aque-les que não veem problema em ata-car a greve dos garis para defender um governo que os escraviza. Ou será que esse pessoal que ficou ata-cando o legítimo movimento desses trabalhadores que ganhavam R$ 803 por mês aceitaria exercer essa função por um dia? Será que esse mesmo pessoal, que ficou feliz ven-do garis sendo acompanhados por policias para trabalhar, não conhece a história e não sabe qual era o papel do capitão do mato na escravidão?

A greve dos garis do Rio merece toda a solidariedade. Não é possível que trabalhos penosos, insalubres e que no Brasil ainda são realizados sem o maquinário adequado (sem varredeiras mecanizadas) sejam tão mal remunerados.

A maneira mais rápida de transfor-mar um país em mais desenvolvido e justo é aumentando os salários das profissões menos valorizadas. Quem diz defender justiça social e ficou contra a greve dos garis não sabe em que lugar histórico deveria estar.

Por isso, a vitória dos garis do Rio de Janeiro foi uma vitória da luta dos trabalhadores por melhores con-dições de trabalho e de vida. Foi a vitória contra os grilhões, contra a neo-escravidão, contra o sindicalis-mo pelego e contra o que há de mais cruel na lógica liberal. Aos garis do Rio, todo o meu respeito.

Usar água de outros reservatórios não resolve o problema, diz consórcio

Consórcio do Sistema Cantareira diz que os atuais reservatórios não garantem abastecimento

Semana de Hip Hop tem 140 atrações

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Rapper Pirata participa da semana

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06 São Paulo

Imóvel é desocupado por sem teto após ameaçamoradia Um dos líderes da ocupação foi preso pela PM e ameaçado de ir para o Centro de Detenção

As famílias que ocupavam há pou-cos dias um sobrado na zona central de São Paulo tiveram que se retirar do imóvel após uma liderança da ocupa-ção ter sido presa pela Polícia Militar. Luiz Gonzaga da Silva, “Gegê”, coor-denador político do MMC (Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo), foi abordado pela PM e levado ao 4º DP. Segundo Donizeti Redondo, mem-bro do movimento, “a polícia ameaçou conduzir Gegê para o CDP (Centro de Detenção Provisória) caso os morado-res não deixassem o imóvel”.

Cientes da detenção de Gegê, as famílias decidiram desocupar o sobra-do, localizado na Rua Barata Ribeiro, no bairro da Bela Vista. “Os morado-res, que estavam esperançosos com a possibilidade de fixar residência ali, ti-veram que retornar ao seu local de ori-gem. Muitos deles, dependendo de fa-vor de amigos ou parentes. Alguns não têm para onde ir”, afirmou Donizeti.

A OCUPAÇÃOA ocupação do sobrado com fins

de moradia, promovida pelo MMC, ocorreu no último sábado (8) e con-tou com aproximadamente 60 pes-soas. O imóvel ocupado não estava servindo para moradia ou qualquer outro uso social, e já apresentava si-nais de deterioração.

Uma vez que a ocupação ocorreu na madrugada do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as mulhe-res do movimento denunciaram que a especulação imobiliária e a falta de moradia são uma das formas de exploração das trabalhadoras. Também que a falta de creches em projetos habitacionais populares contribui para a segregação social e econômica das mulheres.

O MMC participa de outras três ocupações na capital paulista, com 130 famílias no total. O movimento também está presente em dois em-preendimentos – imóveis residen-ciais obtidos oficialmente do gover-no federal através de financiamento da Caixa Economica Federal, após vitórias políticas dos movimentos de moradia. Nestas residências vi-vem 224 famílias.

por Vítor Polacchini

O imóvel ocupado fica na Rua Barata Ribeiro, no bairro da Bela Vista

A Câmara dos Vereadores de São Paulo continuou nesta semana a dis-cussão sobre a criação de 150 quilôme-tros de corredores de ônibus na cidade, por meio de um Projeto de Lei apresen-tado pela Prefeitura.

De um lado, a Prefeitura e os verea-dores do PT pressionaram para que o PL 17/2014 fosse a votação. Do outro, vereadores da oposição, e até da base aliada ao governo, insistiram na neces-sidade de continuar o debate sobre a proposta. Apesar dos esforços, a Prefei-tura não conseguiu emplacar o projeto.

O líder do governo na Câmara, Ar-selino Tatto, disse que era necessário fazer o PL andar e aprová-lo. “Esta-mos abertos a fazer emendas antes da 2ª votação. Não adianta reclamar do transporte se não tivermos coragem de mudar a situação que aí está”, afirmou.

Para o vereador Toninho Vespoli (PSOL) o investimento em corredores de ônibus é muito positivo, mas esse processo deve ser conduzido com transparência. “A população deve-

ria ser ouvida antes da elaboração do projeto e não depois da sua aprovação. Acordos de boca não dão segurança nenhuma, ainda mais numa cidade onde a tradição é beneficiar o setor imobiliário”, disse.

INSEGURANÇAO documento é polêmico porque

apenas menciona a extensão dos tra-jetos, sem aprofundar nas questões de desapropriação que serão necessárias para execução das obras, deixando in-seguros os moradores dos bairros que serão atingidos.

O vereador Nabil Bonduki (PT) acre-dita que o projeto corresponde ao desejo da população de melhora no transporte coletivo. De acordo com ele, formas de compensar os moradores fo-ram pensadas. “O projeto vai oferecer vantagens para os proprietários que tiverem parte de seus terrenos desa-propriados, como o direito de construir acima do permitido pelo zoneamento na área restante”.

Desapropriações travam projeto dos corredores de ônibus

Apesar dos esforços, a Prefeitura não conseguiu implacar o projeto

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07brasil

*Jornalista e editor do blog altamiroborges.blogspot.com.br

Sonegadores não vão para a Papuda

altamiro

borges*

Estudo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda revela que a sonegação de impostos em 2013 atingiu a soma de R$ 415 bilhões. Os tributos não pagos, inscritos na Dívi-da Ativa da União, ultrapassaram R$ 1 trilhão e 300 milhões.

Com esta grana, o Brasil teria con-dições de enfrentar os graves proble-mas nas áreas da saúde, educação e mobilidade urbana. Mas os ricaços, os principais sonegadores, preferem criticar o “impostômetro” para ocul-tar o criminoso “sonegômetro”. Eles sabem que nunca irão para o presí-dio da Papuda nem serão alvos da escandalização da mídia.

A sonegação de R$ 415 bilhões somente no ano passado corres-ponde aproximadamente a 10% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor supera os orçamentos federais de 2014 para educação, saúde e de-senvolvimento social somados. Para uma comparação, o programa Bolsa Família investe R$ 24 bilhões ao ano para atender 14 milhões de famílias.

O estudo do sindicato pode ser-vir como base para enviar à cadeia centenas de sonegadores bilionários – alguns deles, provavelmente pre-sentes no último ranking dos ricaços da Forbes. Serve para alimentar o debate sobre a urgência da reforma tributária, porque quem paga im-postos no país é o trabalhador.

Os ricaços sonegam e ainda são beneficiados por um sistema injus-to, baseado em impostos regressi-vos e indiretos. Quem ganha mais, paga menos; e vice-versa. Além dis-so, quanto mais o contribuinte tem a declarar, maiores são as chances de abater os valores. Em saúde, quem tem um plano privado um pouco melhor pode declará-lo e vai ter aba-timento no cálculo final do imposto.

Já o trabalhador não tem como es-capar da fúria do Leão. Quem tem salário a partir de R$ 2.400 é tribu-tado automaticamente pelo Imposto de Renda Retido na Fonte. Apesar destas distorções, os empresários ainda tentam se apresentar como vítimas de uma carga tributária in-justa. Sonegam e/ou pagam pouco e ainda se travestem de vítimas!

Lei fiscal barra políticas sociaisORÇAMENTO cidades não podem contrair dívidas para investir em áreas sociais

No começo desse ano, a tentativa da prefeitura de São Paulo de reajustar o IPTU (Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) foi derruba-da no STF (Supremo Tribunal Federal). A gestão municipal pretendia ampliar a arrecadação para tentar escapar das limitações impostas por uma norma do começo dos anos 2000: a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

O caso de São Paulo não é único. No início de fevereiro, Florianópolis tam-bém foi impedida pelo Supremo de readequar as alíquotas do IPTU. Além de revelar uma interferência cada vez maior do Judiciário nas decisões do Executivo e do Legislativo, tais deci-sões apontam limitações herdadas por todos os municípios brasileiros.

O prefeito Fernando Haddad anun-ciou, por exemplo, que a execução de diversos projetos do programa Minha Casa Minha Vida foram pre-judicados na cidade, já que o gover-no federal exige que parte dos gas-

tos seja coberta pelo município. Sem arrecadação maior, a prefeitura não consegue arcar com essas contra-partidas. A alternativa, então, seria o governo municipal se endividar.

É justamente sobre esse ponto, o en-dividamento dos municípios, que atua a LRF. Ao contrário da União, estados e cidades não podem contrair dívidas além daquilo que arrecadam de acor-do com essa lei. Caso não sigam essa regra, prefeitos e governadores podem ser processados como criminosos.

O professor de Direito Econômico e Economia Política da Faculdade de Direito da USP, Gilberto Bercovici, avalia que esse mecanismo legal foi implementado no segundo manda-to de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para que municípios e esta-dos não tivessem alternativa. Com isso, teriam que se adequar à política econômica neoliberal, que o governo federal adotava naquele momento.

“Foi uma opção política por se re-munerar os especuladores e rentistas em detrimento das outras demandas.

por Rafael Tatemoto

Imag

ens

USP

Professor de Direito Econômico da USP, Gilberto Bercovici: lei obriga governos a privilegiarem credores

Em primeiro lugar, tem que se pa-gar os credores. Se sobrar dinheiro para políticas públicas, pode usar”, avalia Bercovici.

Os problemas surgem quando não sobra dinheiro. A LRF, então, obriga os municípios a privilegia-rem aqueles setores da economia que nada produzem de riqueza, apenas ganhando dinheiro com esquemas financeiros, garantindo que a maior parte do orçamento seja destinada ao seu pagamento. No caso da habitação, se um prefeito quiser desapropriar um terreno para construir moradia popular e não puder pagar imediatamente o proprietário, é necessário autorização do Senado.

Para Bercovici, entretanto, essa lei, além de ferir a autonomia federativa de estados e municípios, desvirtua o papel da gestão pública. “O papel do Estado não é dar lucro, é garantir direitos e prestar serviços básicos. Se fosse o contrário, não precisaríamos eleger governantes, bastaria contra-tar contadores” afirma.

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08 internacional

o camelô vendeu. É imensurável o alcance deles, é inimaginável. Isso fora da indústria fonográfica, sem ir no Domingão do Faustão. Se eles vendem um milhão e eu vendo mil - mas para pessoas que são mais próximas do meu mundo e que me deixam feliz com o reconhecimento - então eu também não preciso do Faustão. Agora, tem outros espa-ços, ir no Altas Horas (da TV Glo-bo) é legal. O Sabotage abriu essa porta.

Mas o sucesso comercial atrapa-lha o rap?Bom, esses são exemplos que con-seguiram viver de rap sem neces-sariamente depender de outras vertentes. Mas deram seus passos em outras coisas também. O Emi-cida foi repórter do Manos e Minas. Mas eles conseguiram movimentar o mercado fonográfico mesmo, acho que isso foi o mais importante para o rap. Precisa de pessoas que fazem

tempo, houve troca de presidência na TV Cultura e o programa saiu do ar. Depois disso, devido à ma-nifestação de pessoas ligadas ao rap e à cultura de uma forma ge-ral, conseguimos uma audiência na Assembleia Legislativa. No dia da audiência, algumas horas antes dela começar, fomos informados que o programa seria reintegrado à grade da Cultura. Graças a Deus, estamos lá firmes e fortes há qua-tro anos. Temos o compromisso de ser um programa não só de rap, mas um programa de manos e mi-nas para manos e minas.

Você acha que a retomada do rap na mídia, a partir de nomes como Emicida e Projota, entra em confli-to com o legado dos Racionais MC?Acho que foi bom. Não está em mãos ruins. Acho que recusar a mídia foi importante também. Se não, hoje a gente teria um cara do rap dançando na boquinha da gar-rafa. Quem falou “não” no come-ço, por não saber onde poderia ir, mostrou para os demais até onde você pode ir. O que os Racionais conseguiram dentro dessa recusa dos holofotes é incrível: vender um milhão de discos oficiais, fora o que

Qual é sua relação com São Paulo?Minha relação sempre foi com a zona norte. Nasci e morei até os oito anos no Chora Menino, per-to do Imirim. Meu pai, que era do movimento de moradia, conseguiu uma casa lá na Cohab e mudamos para o Jardim Antártica. Fiquei lá até uns 25 anos, depois vim para o Jardim Peri, depois Pedra Branca, depois morei no centro. Também fiquei um tempo em Florianópolis. Voltei pra cá e moro no bairro do Limão, no meio das minhas antigas casas.

Como foi o convite para apresen-tar o “Manos e Minas”, programa da TV Cultura?O programa começou com apre-sentação do Rappin Hood, depois passou para o Thaíde. Nesse época eu fazia o MC repórter no Brothers, programa do Supla e do João, então surgiu o convite para apresentar o Manos e Minas. Cheguei, fiquei um

Marcelo Silva, mais conhecido como Max B.O., é rapper há mais de vinte anos. Tido por alguns como o mestre do freestyle no Bra-sil, hoje é também apresentador do programa televiso “Manos e Minas”.

Em entrevista ao Brasil de Fato SP, Max B.O. relembra como sur-giram as primeiras rimas em sua vida, dá sua opinião sobre os no-vos nomes do rap e analisa a rela-ção do genêro com a mídia.

Quando começou a viver de rap?Eu comecei a trabalhar com rap com 13 anos de idade e me tornei profissional com 19, tenho 34 ago-ra. Eu fiz o primeiro rap para tocar no festival da escola, que minha sala ganhou. Eu fiz um freestyle sem saber, esqueci a letra e fiz um improviso. Em 1999, no primeiro festival de Hip Hop internacional no Brasil, eu já tava lá tocando. Foi quando ganhei meu primeiro cachê, assinei o primeiro contrato. Sobreviver de rap mesmo, foi só a partir de 2008. Hoje eu sobrevivo do rap, mas principalmente atra-vés da televisão. Não tenho aquela estabilidade do cara que tem show o mês inteiro.

O Racionais mostrou

que existe um limite

entre usar o espaço

e ser usado por ele

Acho muito importante

o discurso do “o rap me

salvou”, ele abre caminhos

para outras coisas

ENTREVISTA MAX B.O.por Guilherme Almeida fotos Matheus Bagaiolo

“Você faz sucesso, mas tem que saber

de onde veio”

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09Entrevista

o que eu faço: que mostrem que a linguagem da quebrada pode ser usada para fazer uma comunicação mais ampla. Mas também é preciso ter gente que esteja lotado de show.

Essa abertura influencia na quali-dade da música?Se cada um for sincero com a sua realidade, o rap só tem a agrade-cer. Acho que tudo tem que ser fei-to com calma e sendo verdadeiro em cada espaço. Não vou para um lugar para ser um personagem que querem que eu seja . O Racionais nos ensinou onde devemos ir. Eles mostraram que existe um limite entre usar o espaço e ser usado por ele.

Quem faz rap tem obrigações es-pecíficas em relação ao passado, com os MCs mais velhos?Não necessariamente. Tanto que se vê muito desse argumento: “eu faço tal coisa diferente porque sou uma pessoa diferente”. E está cer-to. Muita gente se enrola em cer-tos discursos também: “eu estou levando o rap para um novo pata-mar”. Por que o rap tem que sair do patamar que está? O rap é minha vida há mais de 20 anos, minha re-lação com meus amigos, meu tra-balho. Eu fiz meus pais gostarem de rap, por mostrar todos os lados dele, não só um. Acho muito impor-tante o discurso do “o rap me sal-vou”, abre caminhos para outras coisas. A partir daí tudo depende de você. Acho que a pessoa só rou-

visto lá na galeria Olido, com o Emi-cida, com o Projota e os caras. Mas, ter te visto a pessoa em que você se transformou, eu me sinto repre-sentado”. Porque eu não sou só um apresentador de TV, minha vida não começou quatro anos atrás. Eu sou o mesmo cara que tem um emprego, mas quando a situação aperta, corre na favela e pega um dinheiro em-prestado com um amigo ou na casa do pai e da mãe, tá ligado? Você vai, mas tem que saber de onde veio.

Quem você quer como parceiro num próximo trabalho? O Dexter, com certeza. Além de ser amigo pessoal, tem uma mú-sica que eu acho que tem muito a ver com ele. Na sala da minha casa tem um quadro de avisos com os nomes que a gente sonha como parcerias. Porque a gente faz isso, tá ligado? Colocamos todos os no-mes que pensamos e depois caí-mos na realidade. O Damian Mar-ley está lá, mas sabemos que é quase impossível. •

ba ou mata se quiser, assim como o cara só vai bater uma laje se ele quiser. Então, não tem essa histó-ria. Se não fosse o rap eu seria ofic-ce boy no escritório ainda, meus amigos ainda seriam os mesmos. A gente pode ir longe e se manter perto da nossa raiz.

Como você distribui suas músicas?Eu sigo um molde meio básico: vou colocando as músicas na internet para a galera baixar grátis. Quando faço algo físico, coloco em algumas lojas e levo pra vender em show. O disco é uma coisa que dá muito trabalho para só distribuir, às vezes falta reconhecimento. Quando as pessoas estão vendendo CD, eu faço questão de comprar, se eu puder. Mas cada um sabe o corre que teve. Se o cara está vendendo pra todo mundo e vem me dar de graça, eu dou uma embaçada, não sou me-lhor do que ninguém. Mas eu faço questão também que tenha o autó-grafo, é uma forma de reconhecer o esforço.

E em relação a direitos autoriais?Tem que ter. Até virar domínio pú-blico, tem que ter. É uma valoriza-ção do trabalho também.

Quem são seus ídolos no rap?Muitas vezes você admira a pessoa, e nem gosta tanto da música. Às vezes gosta muito da música, mas nem tanto da pessoa. Mas, eu sou muito fã dos Racionais e do Thaíde. Também sou muito fã do Consciên-cia Humana, do Sistema Negro, do Ndee Naldinho, do Rashid, do Hai-kais e do Flow MC. Pessoas que eu vou ouvindo e tem a história muito parecido com a minha.

Você não tem problema em falar que é fã de alguém que está su-postamente disputando espaço com você. Sabe que isso é raro, né?Claro! Mas é importante isso. Acho que as pessoas tinham que fazer mais. É raro, mas é aí que se em-prega o uso de uma coisa da qual as pessoas falam muito: humildade. Eu acho importante falar que eu sou fã desses caras. Sabe o que é uma felicidade? Eu estar num show dos Racionais e o Brown ver que eu es-tou cantando a música, igual eu fa-zia em 1997, e ele me fazer um jóia. Isso me dá vontade até de chorar, porque esse é o sentido da parada. Por outro lado, você vê cara que fica dedicando prêmio ao Sabotage. Ele morreu né, velho? Ele merece o prê-mio? Merece, eu dedico um prêmio para ele também. Mas eu também dedicaria com ele em vida. Não ligo se é mais um cara com quem eu po-deria estar dividindo palco e cachê.Quando terminou o Manos e Minas do Rashid, eu fui lá falar com ele. Disse: “Sou feliz demais em ter te

Muitas vezes você admira

a pessoa, e nem gosta tanto

da música. às vezes,

gosta muito da música, mas

nem tanto da pessoa

Precisa de pessoas que

fazem o que eu faço: que

mostrem que A linguagem

da quebrada pode ser

usada para fazer uma

comunicação mais ampla

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10 fatos em foco

A Justiça Eleitoral proibiu o pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo de protagoni-zar campanhas publicitárias da Fiesp (Fede-ração das Indústrias do Estado de São Paulo), entidade que ele preside.

O cantor e compositor foi o porta-voz de uma campanha defendendo o Marco Ci-vil da Internet, lei que garantiu liberdade e igualdade de acesso a todos os usuários da rede.

EDUCAÇÃO

Paulo Skafgilberto gil

Professores, funcionários e alunos das Escolas Técnicas Estaduais e das Facul-dades de Tecnologia do Estado afirmam que têm recebido ameaças do Centro Paula Souza, autarquia que é responsá-vel pelas unidades e que responde a Ge-raldo Alckmin (PSDB). A paralisação já dura mais de 20 dias e conta com a ade-são de 102 dos 322 centros educacionais.

Na terça-feira (11), manifestantes de dez cidades paulistas seguiram em passeata até a Assembleia Legislativa para exigir aprovação das emendas que modificam o projeto de plano de

carreira proposto pelo governo. Segun-do o Sindicato, o documento – que foi elaborado por uma consultoria privada – propõe rebaixamento salarial e corte de benefícios.

As ameaças recebidas incluem corte de ponto e substituição de profissionais em greve. “Estamos em uma corrida contra o tempo, porque temos até 5 de abril para aprovar o plano. Se isso não ocorrer, vamos ficar mais um ano sem, devido ao calendário eleitoral”, diz a tesoureira da entidade, Denise Rykala. (Rede Brasil Atual)

Greve no ensino técnico sofre ameaças

A paralisação já dura mais de 20 dias e conta com a adesão de 102 centros educacionais

O número de pessoas seden-tárias não para de aumentar. Em 2004, o sedentarismo era o quarto fator de risco para saúde. Hoje, é o segundo, perdendo apenas para a hipertensão arterial.

“Isso acontece porque não há uma percepção de que o sedenta-rismo mata”, afirma a médica San-dra Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul. Segundo ela, o estilo de vida é responsável por 50% das causas das principais do-enças que mais matam, como infar-to, AVC e câncer.

Uma média de seis horas todos os dias sentado em frente ao com-putador ou à TV corresponde a cinco anos a menos de expectativa de vida. A recomendação é de pelo menos 30 minutos de atividade fí-sica moderada – duas sessões de 15 minutos ou três sessões de 10 – pelo menos cinco vezes por sema-na. (Rede Brasil Atual)

O custo com a cesta básica, em fevereiro, aumentou em nove e caiu em outras nove capitais pes-quisadas pelo Dieese. As maiores altas foram apuradas em Aracaju (5,31%), Florianópolis (2,49%) e Rio de Janeiro (1,35%). As diminuições ocorreram em João Pessoa (-3,47%), Manaus (-3,44%) e Brasília (-2,91%). A cesta mais cara foi a de Florianó-polis (R$ 330,75) e a de menor valor, a de Aracaju (R$ 225,57).

Com base na cesta mais cara, o Dieese estimou o salário mínimo ne-cessário para um trabalhador em R$ 2.778,63 – 3,84 vezes o valor oficial (R$ 724). Essa proporção era de 4,05 vezes em fevereiro do ano passado.

Este mês, o trabalhador precisou cumprir, em média, jornada de 88 horas e 30 minutos para comparar todos os gêneros essenciais. O pe-ríodo foi menor em relação a janeiro (88 horas e 51 minutos) e a fevereiro do ano passado (94 horas e 57 mi-nutos). (Rede Brasil Atual)

O Ministério Público de São Pau-lo abriu inquérito civil público, na semana passada, contra o Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), localiza-do na Luz, no centro da capital.

Após vistorias, os promotores cons-tataram que o local, mantido pelo go-verno estadual, possui infraestrutura precária e não consegue abrigar a demanda de dependentes quími-cos a que se propõe. A falta de leitos faz com que as pessoas durmam no chão, em bancos ou em sofás.

Atualmente, o Cratod tem ape-nas 15 leitos para período de obser-vação. “São poucos os banheiros e as camas para que as pessoas pos-sam ficar ali internadas”, explicou o promotor Arthur Pinto Filho. “Se a reforma for feita, o inquérito só acompanhará a reforma. Caso con-trário, nós teremos que pedir a re-forma do local ou o seu fechamen-to”, afirmou. (Rede Brasil Atual)

Sedentarismo gera riscos

Preço da cesta básica

Tratamento de dependentes

As inscrições para o Sisutec (Sis-tema de Seleção Unificada da Edu-cação Profissional e Tecnológica) começam no dia 17 de março e terminam no dia 21. Em 2013, pri-meiro ano do Sisutec, foram abertas 239.792 vagas em cursos técnicos para quem já havia concluído o ensi-no médio. Por meio dele, instituições públicas e particulares de educação superior e de educação profissional e tecnológica oferecem vagas gra-tuitas. Podem se inscrever pessoas que participaram do Enem.

O Sisutec é uma das vias de aces-so ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, cria-do pelo governo federal em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional. São oferecidos dois tipos de curso: o téc-nico, para quem está matriculado no ensino médio, e o curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, para quem já concluiu. (Agência Brasil)

Inscrições abertas

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11internacional

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*Professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC

Queda-de-braço na Ucrânia

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Situada entre a Rússia e a Polônia, a Ucrânia é o principal foco de tensão internacional na atualidade. O confli-to opõe, de um lado, a Rússia, e do outro os Estados Unidos. As duas po-tências travam uma espécie de que-da-de-braço sobre qual delas exerce-rá influência decisiva na região.

A Ucrânia é um dos novos países que surgiram na década de 1990 após o fim da União Soviética, da qual fazia parte. Quase a metade de sua população fala a língua russa e muitos ucranianos de origem russa desejam manter uma ligação intensa com a Rússia, terra de seus antepas-sados. Outros, porém, se inclinam mais para a Europa, receosos de ser dominados pelo poderoso vizinho.

Nos últimos vinte anos, os Estados Unidos (EUA) e sua grande aliada, a União Europeia (UE), têm procurado atrair as antigas repúblicas soviéti-cas para o seu lado, a fim de isolar e enfraquecer a Rússia. Mesmo que o governo russo não seja mais socialis-ta, como nos tempos da Guerra Fria, a Rússia mantém uma política inde-pendente, o que contraria os interes-ses estadunidenses. Em qualquer parte do mundo, os EUA tentam der-rubar os governos que se recusam a obedecer suas ordens. É o caso da Venezuela e do Irã, entre outros.

Em fevereiro, políticos ucranianos favoráveis aos EUA deram um golpe, derrubando o presidente Viktor Ya-nukovich, que rejeitava uma aproxi-mação maior com a UE. Entre os par-ticipantes do golpe se incluem grupos neonazistas, adeptos das ideias racis-tas e ditatoriais de Hitler. Os ucrania-nos mais ligados à Rússia se sentem intimidados pelo novo governo.

Em resposta ao golpe, os morado-res da Crimeia, região ucraniana de maioria russa, resolveram realizar um plebiscito para decidir se perma-necem na Ucrânia ou se vão se inte-grar à Rússia. Essa última opção é a mais provável. Os EUA tentam im-pedir a consulta, mas a Rússia, que possuiu bases militares na Crimeia, mobilizou tropas para garantir que a vontade da população local seja res-peitada. Se o outro lado insistir, será briga na certa.

Presidenta chilena quer “novo pacto social”AMÉRICA DO SUL Michelle Bachelet inicia novo mandato após vitória eleitoraL

A nova presidenta do Chile, Mi-chelle Bachelet, fez, na terça-feira (11), o primeiro discurso após to-mar posse e afirmou que pretende “construir um novo pacto social, que resulte em uma cidadania mui-to mais empoderada”.

Sobre a reforma educacional (que, das três prometidas por ela durante a campanha, é a que mais gera expectativas, pela pressão do movimento estudantil), Ba-chelet citou a própria experiência pessoal.

“Sou uma filha da educação gra-tuita, e vejo com alegria que uma nova geração de jovens chilenos lutem com tanta força pelo retorno desse modelo. Chegou a hora de o Estado escutar os anseios da cida-dania”, afirmou.

Vários líderes latino-americanos participaram da posse. Estiveram presentes o uruguaio Pepe Muji-ca; a argentina, Cristina Kirchner; a brasileira, Dilma Rousseff; o co-lombiano, Juan Manuel Santos; o equatoriano, Rafael Correa; e o bo-liviano, Evo Morales.

A entrega da faixa presidencial foi feita pela nova presidente do Senado, Isabel Allende, filha do presidente deposto no golpe de 1973, Salvador Allende. (Victor Fa-rinelli, de Santiago, no Chile, para o Opera Mundi)

O Parlamento da República Autô-noma da Crimeia adotou, na terça--feira (11), uma declaração de inde-pendência formal da Ucrânia, país do qual a região faz parte oficial-mente. A etapa é necessária para que possa ocorrer o referendo do dia 16 de março, quando a popula-

ção da Crimeia escolherá se deseja ou não romper com Kiev e juntar-se novamente à Rússia.

Em seguida, o Ministério das Rela-ções Exteriores da Rússia anunciou que a declaração de independência da península está absolutamente de acordo com a lei. Já para os Esta-

dos Unidos a declaração é inconsti-tucional, afirmou a porta-voz do De-partamento de Estado, Jen Psaki.

A adoção do documento foi apro-vada em sessão extraordinária por 78 dos 100 parlamentares. A de-claração do Legislativo da Crimeia — que já detinha certa autonomia em relação ao governo central da Ucrânia — como um Estado inde-pendente e soberano abre caminho para que o referendo do próximo domingo sacramente a reunificação da região com a Rússia.

A Ucrânia está sendo governada provisoriamente por um Executivo interino enquanto não ocorrem as eleições gerais. Taxado como “ilegí-timo e ilegal”, o pleito está marcado para o dia 25 de maio. (Felipe Amo-rim, do Opera Mundi)

Bachelet venceu no 2º turno com 62% dos votos, em eleição realizada em dezembro do ano passado

Parlamento da Crimeia se declara independente da Ucrânia

Soldados e civis organizam barreira em território da Crimeia

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Page 12: Brasil de Fato SP - Edição 027

12 serviços

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece indenização judicial e multa administrativa para a empresa que tenta impedir que o empregado se associe ao Sindicato ou exerça seus direitos como sin-dicalizado.

Igualmente, é direito e dever dos diretores sindicais entrar nas empresas para afi-xar publicações relativas a temas sindicais. É justa-mente esta a sua função: ouvir as demandas dos tra-balhadores e buscar informações da catego-ria. Se seu sindicato não está na sua empresa cumprin-do este papel, exija isto! Nem que seja preciso montar uma chapa para vencer a diretoria “pelega”.

Somente um sindicato ativo pode garantir melhorias para o conjunto dos trabalhadores.

menos seguros e devem ser evitados como métodos de rotina.

Os métodos de barreira (preservati-vos) têm eficácia intermediária. A efi-ciência deles não é tão grande devi-do ao uso incorreto. Porém, a grande vantagem é que a camisinha evita a transmissão de DST’s (Doenças Sexu-almente Transmissíveis).

Os métodos mais seguros são os hor-monais e o DIU, sendo que este último tem grande eficácia e validade de cinco anos. Além disso, o DIU é oferecido gra-tuitamente no SUS. Já os métodos hor-monais são pílulas, injeções mensais e trimestrais, todos com grande eficácia.

Há ainda a pílula do dia seguinte, distribuída pelo SUS sem necessida-de de receita médica. No entanto, elas devem ser usadas apenas em si-tuações emergenciais e jamais como método de rotina.

O ideal é que você procure uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e dis-cuta com seu médico o método mais adequado. Se planeje! Filhos são muito bem vindos, mas na hora certa!

Muitas vezes nos esquecemos, mas o sindicato é uma con-quista histórica da luta dos

trabalhadores. Conquista esta que possibilita novas vitórias, que exigem união e organização. É por este motivo que as elites se amedrontam toda vez que um grupo de trabalhadores se or-ganiza e se manifesta.

Em algumas empresas, é comum os empregadores ameaçarem de demis-são aqueles que pretendem se filiar aos sindicatos. Proibir a sindicalização é crime previsto no artigo 199 do Có-digo Penal. Quando isto acontece, o trabalhador deve denunciar a empre-sa no Ministério Público do Trabalho e informar ao seu sindicato.

Muitas são as formas de pressão para a não filiação. Por exemplo, já na contratação, se o empregador pergun-tar ao trabalhador se ele é sindicaliza-do, isso significa uma prática antis-sindical e está sujeita às penas da lei. Afinal, que relevância tem este fato para aferir a capacidade do trabalha-dor em exercer seu ofício?

A anticoncepção tem o objetivo de impedir que a relação se-xual resulte em gravidez. Há

uma infinidade de métodos e eles podem ser classificados em: reversí-

veis e definitivos. Os métodos definitivos são

os cirúrgicos: a “ligação” e a vasectomia. Ape-

sar de comuns, eles deveriam ser me-nos utilizados. Pri-meiro, por serem cirurgias e terem o risco natural des-se procedimento.

E, também, porque nunca se sabe o dia

de amanhã. Conheço inúmeros casos de mulhe-

res que fizeram ligação e ago-ra desejam engravidar.

Há vários métodos reversíveis: os comportamentais, o DIU, os de barreira e os hormonais. Os méto-dos comportamentais, como o coito interrompido e a “tabelinha” são os

por Danilo Uler por Marco Túlio Pereira

A importância do sindicato

Os métodos anticoncepcionais

Advogado trabalhista e diretor do Sindicato dos Advogados Médica da Atenção Básica

NOSSO DIREITO NOSSa saúde

Manifestação do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, na Avenida Paulista.

Envie fotos com denúncias ou fatos interessantes do dia a dia da cidade para a seção Click da cidade: [email protected]

Foto: Sheila Tanaka

CLICK Da cidade

Page 13: Brasil de Fato SP - Edição 027

13entretenimento

Médica da Atenção Básica

BOLO DE PÃO DE QUEIJOTodo mundo sabe que a receita original do pão de queijo nasceu em Minas Gerais. Mas essa e ou-tras tantas delícias da culinária mineira foram ga-nhando todo o Brasil. Aqui em São Paulo, o pão de queijo faz tanto sucesso que a gente encontra em todas as padarias e lanchonetes. Também muitas versões congeladas e massas semiprontas para fazer em casa nas prateleiras dos supermercados. A Boa & Barata desta semana é tão simples e gos-tosa que vai deixar esses congelados no chinelo. Além de ficar com gosto de queijo de verdade, ela tem muito menos gordura e sai bem mais barato. Você pode servir quente, acompanhando o café e também substituir o pão francês em lanches com presunto e queijo e outros recheios. Mãos à obra!

INGREDIENTES3 ovos1/2 xícara de chá de leite

1/2 xícara de chá de óleo250g de polvilho azedo1 xícara de queijo ralado (pode ser parme-são, queijo minas ou coalho)1 colher de café de sal, orégano e fermento

MODO DE PREPARONo liquidificador, bata o leite, o óleo e os ovos. Despeje em uma tigela, acrescente o polvilho e misture bem com as mãos. Junte o queijo, o sal e o orégano. Misture e prove para acertar o sal. Por fim, adicione o fermento e misture delicadamente. Coloque a massa numa forma untada (retangular ou com furo no meio) e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 20 minutos, até ficar dourado.

Dica: se quiser fazer porções pequenas como o pão de queijo tradicional, utilize uma forma de muffins ou cupcakes ao invés da forma grande. A receita é a mesma.

Áries - 21.03 a 20.04A comunicação será destacada esta semana. Sua mente estará desafiadora e atenta. Suas opiniões serão mais sinceras do que nunca. Na maioria das vezes, saberá proporcionar um clima animado e divertido.

Touro - 21.04 a 20.05Mudanças repentinas podem surgir e, em ge-ral, são benéficas e estão mais propensas a ocorrer na carreira/vocação. Então, pode ser uma boa hora para trocar um emprego con-vencional para atuar no que ama.

Gêmeos - 21.05 a 20.06Se por um lado há a vontade de desbravar o mundo e de se atirar em projetos novos de imediato, por outro, há falta de praticidade, planejamento e estudo, o que pode causar desastres. Fique alerta!

Câncer - 21.06 a 22.07Se na semana passada você conseguia expres-sar bem os sentimentos, nesta será o oposto. Pode se iludir ou se confundir, não saber colocá-los ou colocar muita intensidade em bobagens corriqueiras. Evite fantasiar demais.

Leão - 23.07 a 22.08O trabalho é a palavra. Estará voltado para o lado prático da vida e será muito mais fá-cil realizar tarefas, cumprir combinados, ter pontualidade. Evite a seriedade ao extremo e abafar seu calor humano, que lhe é natural.

Virgem - 23.08 a 22.09A saúde física e sua aparência serão benefi-ciadas. Estará preocupado com a alimentação, exercícios físicos e relaxamento do corpo. Mas-sagens, alimentos naturais e atividades diverti-das lhe farão especialmente bem agora.

Libra - 23.09 a 22.10Seu magnetismo pessoal estará forte. Você atrairá a atenção de mais pessoas, sejam des-conhecidas ou de seu convívio. Aproveite a boa fase para fazer novos contatos e renovar seu círculo de amizades.

Escorpião - 23.10 a 21.11Sua aparência está exercendo fascínio so-bre os outros, pois lhe dá um ar de mistério, muito desejável e desafiador. Porém, poderá atrair pessoas imprevisíveis, excênctricas e até violentas. Tenha cuidado.

Peixes - 20.02 a 20.03A espiritualidade continua em alta e você tende a deixar o lado profissional e o coti-diano sistemático de lado. Sua comunicação pode estar muito nebulosa. Pratique a obje-tividade nos pensamentos e ações.

Aquário - 21.01 a 19.02Houve grande melhora na área profissional, comparado à semana passada. Agora tudo se encaixa e os resultados de tanto esforço feito nos meses anteriores tendem a brotar. Continue firme e consistente.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Turbulências sentimentais e mentais. Não é uma fase boa para discutir relações, firmar acordos ou tomar grandes decisões. Deixe as coisas no “stand by” esta semana e não invente nada novo ou arriscado.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Comunicação agradável. Poderá se relacio-nar com pessoas joviais, bem humoradas, que mostram ideias novas e otimistas. Sua atitude é de grandeza, generosidade e ex-pansividade, mas cuidado com a gula.

por Fernanda JatobáBOA & BARATA • [email protected]

A semana foca na vontade. No que cada indivíduo realmente quer, real-mente deseja para si. Quais são nossos objetivos maiores, essenciais, bá-sicos e necessários? Em meio a isso, entramos no final de semana tensos emocionalmente, não sabendo direito se a tensão é algo interno ou pro-vocada por pessoas do convívio ou situações, o que é bom para refletir. No decorrer da outra semana, tudo se tornará mais leve e fácil de levar.

Keka Campos, astróloga |[email protected]

Horóscopo • 14 a 20 de março de 2014

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Como viveo vadio

Medidapreventivacontra afalência

(?) Ozetti,cantora e

composito-ra paulista

9a letragrega

Letra aque se

apõe til noespanhol

Serviço deProteção

ao Crédito(sigla)

Unidade Taximétri-ca (sigla)

Fruto que fez a rique-za de Ilhéus(anos 30)

"It Will (?)",sucessode Bruno

Mars"O (?)

Depois deAmanhã",

filme

"Tá Ruim,(?) Tá

Bom", de Z.Pagodinho

Criador doMenino

Maluqui-nho (Lit.)

É estu-dada na

faculdadede Letras

Profissio-nal que

recolhe olixo da rua

Museude Arte

Moderna(sigla)

(?)-o-Peso,mercadode Belém

A pessoaque atrai asimpatiapopular

É indispen-sável à

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Cidade on-de nasceuPenélope

Cruz

"(?)Ching",

livrooracular

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57, emromanos

Depois de"Eu te (?)",frase de a-paixonados

Instru-mento dochaveiro

Ponto marcado pelaagulha dabússola

RepresaCocaína,crack e

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Rio doPA e APTricam-

peão (red.)

Critério observado naocupaçãodo trono

monárquico

Períodofértil deanimais

A serpentedo "encan-

tador" indiano

Dito popular rela-cionado à pessoa que

honra sua palavraCorrer,

em inglês

O romance de Bentinho e Capitu(Lit. bras.)

E = m(?)2: a equaçãode Einstein (Fís.)

Período que começaao meio-dia

Beneficiáriodo INSS

por morte do cônjuge,hansenía-se ou sín-drome da talidomida

QuantiasJulgada

desfavora-velmente

3/run — ver. 4/jari — rain. 5/gazua. 11/carismática. 12/proporcional.

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14 cultura

Cinema parte de histórias reais para tratar escravidãofilmes O premiado “12 anos de escravidão” é adaptação da autobiografia do violinista Solomon Northup

Nem sempre se vai ao cinema para relaxar ou se divertir. Esse certamente não é o caso de “12 anos de escravidão” (2013). O filme conta a história real de um negro livre, o violinista Solomon Northup (interpretado por Chiwete Ejiofor), que vive em Saratoga, no estado de Nova York, onde acaba caindo em um golpe e é sequestrado para se tornar escravo em campos agrí-colas no sul dos Estados Unidos. O seu período como escravo dura doze anos, de 1841 a 1853.

Premiado em muitos festivais, a obra entra para a lista de importan-tes filmes que retratam a escravidão africana em outras nações do mun-do e seus reflexos na atualidade, com o racismo e a desigualdade en-tre brancos e negros.

Também devem estar no roteiro de quem se interessa pela temática, filmes como “A Cor Púrpura” (1985), de Steven Spielberg; “Manderlay” (2005), do cineasta dinamarquês Lars von Trier; o polêmico “Django Livre” (2012), de Quentin Taranti-no; e “Histórias Cruzadas” (2012), obra mais “água com açúcar” de Tate Taylor. Sobre a escravidão mais recente, há o longa-metragem “Diamante de Sangue” (2006), de Edward Zwick, que se passa na na-ção africana de Serra Leoa, no final dos anos de 1990.

Um dos clássicos da área é “Amis-tad” (1997), do diretor Steven Spiel-

berg. Ele conta a história de um grupo de cerca de 40 negros capturados no continente africano que organizam um motim no navio negreiro, mas, após a provisória liberdade, acabam abarcando nos Estados Unidos. Lá, eles passam por um julgamento que decide se são mercadorias ou não, e se cometeram crimes ao se rebela-rem. A história é baseada em fatos

reais da embarcação “La Amistad” e se passa no ano de 1839.

Há também obras do cinema na-cional, como “Xica da Silva” (1976); “Quilombo” (1984); “Chico Rei” (1985); e “Quanto Vale ou é Por Qui-lo?” (2005). Este último é uma ficção que compara o Brasil dos tempos da escravidão com traços desse siste-ma que permanecem na atualidade.

“12 ANOS”As cenas do filme “12 anos de

escravidão” são duras, de provocar arrepios de dor e choro de desespe-ro. Para sobreviver nesta nova con-dição, o violinista precisa esconder sua identidade e seus conhecimen-tos, como o fato de saber ler e es-crever. Ao longo de sua trajetória, Solomon cruza com outros escravos negros, que diferente dele nunca gozaram da liberdade, não eram al-fabetizados e nem tiveram a oportu-nidade de viver com suas famílias.

Entre estes, está a escrava Patsey (representada por Lupita Nyong’o), que sofre nas mãos de um fazen-deiro do algodão, que, obcecado por sua escrava, abusa sexualmen-te dela e a tortura. Em uma dessas cenas de violência, as chibatadas

recebidas pela escrava dilaceram o corpo da mesma e atingem também os espectadores do filme. É impos-sível não recordar do passado san-grento da escravidão, que assim como nos Estados Unidos, vitimou milhões no Brasil e em outros paí-ses pelo mundo.

O final do filme é ligeiramente fe-liz, apenas para Solomon, e somen-te até o limite que algo tão pesado quanto a escravidão permite ser.

A obra cinematográfica, produzi-da por Brad Pitt, que também marca participação como ator, recebeu o Oscar de Melhor Filme, o primeiro a um diretor negro (Steve McQueen), de melhor Atriz Coadjuvante, para Lupita Nyong’o, e de Roteiro Adap-tado, para John Ridley. “12 anos de escravidão” também foi o vencedor do Globo de Ouro de Melhor Drama e prêmio de Melhor Filme no Bri-tish Academy Films Awards (Bafta), considerado o “Oscar britânico”.

A história representada no longa--metragem é real, adaptada a partir da autobiografia do violonista Solomon Northup. O livro foi lançado no Brasil no final de fevereiro, pela Companhia das Letras (R$ 22,50), e também se chama “12 anos de escravidão”.

por Vivian Fernandes

Vencedor do Oscar e do Globo de Ouro, “ 12 anos de escravidão” escancara chagas da história norte-americana

O filme “Amistad”, de Steven Spielberg, conta história real do tráfico negreiro

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{agenda cultural}

zona leste

CineastasO Auditório Ibirapuera recebe peças da 1ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp). Durante todo o fim de semana, é apresentada a peça “Cineastas”, da companhia argentina Marea. Sex (14), Sáb (15) e Dom (16), às 20h – Entrada gratuita (retirada com uma hora de antecedência) – Auditório Ibirapuera – Avenida Pedro Alvares Cabral, s/n, Portão 2, Ibirapuera

Garagem JazzO Sesc Ipiranga recebe o projeto Garagem Jazz, com diversas apresentações jazzísticas até 30 de mar-ço. No projeto, apresentam-se Walmir Gil Quinteto, Thiago Espírito Santo, Mozart Mello Quarteto, Vera Figueiredo Trio, Marcos Ariel Trio e Duda Neves. Até 30/03; Dom às 18h, Sáb às 21h – Entrada gratuita – SESC Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga

zona norte centro

Nando ReisNo domingo, o ex-Titãs faz única apresentação com a formação de Nando Reis e os Infernais, no Palco da Orquestra Mágica do Sesc Itaquera. No show, ele interpreta canções de seu álbum mais recente, “Sei”, além de sucessos dos 30 anos de carreira. Dom (16), às 15h – R$ 7 (meia R$ 3,50) – Sesc Itaquera – Avenida Fernando Espírito Santo Alves de Mattos, 1000, Itaquera

Fernanda PortoA cantora e multi-instrumentista continua sua série de apresentações nas unidades dos CEUs da capital. Des-sa vez, ela toca na unidade Tiquatira acompanhada por sua banda. O show conta com sucesso, como as ver-sões de “Roda Gigante” e “Só Tinha de Ser com Você”. Sáb (15), às 17h – Entrada gratuita – CEU Tiquatira – Avenida Condessa Elizabeth Robiano, s/n, Penha

zona sul

Chorinho e poesiaO CCJ recebe o encontro “Choro e Poesia”. A literatura entra na roda com belas poesias re-citadas “ao pé do ouvido”, interpretadas pelos jovens monitores culturais do espaço, ao som do velho e bom chorinho. Para acompanhar, será oferecido um café da manhã. Dom (16), às 11h – Entrada gratuita – Centro Cultural da Juventude (CCJ) – Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha

“Só Mulheres”A “Coletânea Só Mulheres”, produzida pelo Centro no Estúdio Lab C, será lança-da. Participaram da coletânea Anna Sátt e Trio, Republica Zion, Shirley Casa Verde, Gabi e Meus Camaradas, entre outras. Após o lançamento, tem show da califor-niana Jessie Evans. Sáb (15), às 16h – En-trada gratuita – Centro Cultural da Ju-ventude (CCJ) – Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha

Peça clássicaO clássico espetáculo “Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera”, escrito por Gláucio Gill, está em cartaz até maio. A peça narra a história de um coronel que defende a honra de sua fi-lha, forçando a menina a se casar com o amigo libertino de seu na-morado. Até 29/05; Dom a Ter às 23h30; Sáb às 21h; Qua e Qui às 21h – setor 1: R$ 30 (meia R$ 15 ) / setor 2: R$ 10 (meia R$ 5) – Tea-tro Folha – Avenida Higienópolis, 618, Higienópolis

zona Oeste

GreaseO Teatro Cultura Inglesa recebe o musical “Grease – Os Anos Dourados Voltaram“. O espetáculo narra a tumultuada história de amor de um casal de es-tudantes no verão californiano. A peça chegou a fi-car em cartaz por quase 10 anos na Broadway. Até 20/04; Sex às 20h30; Sáb às 20h30; Dom às 19h – Entrada gratuita – Teatro Cultura Inglesa Pinhei-ros – Rua Deputado Lacerda Franco, 333, Pinheiros

Aniversário do Memorial

Para comemorar seu aniversário de 25 anos, o Memorial da América Latina recebe três sho-ws imperdíveis. Nos dias 16, 17 e 18 de março apresentam-se, respectivamente, Elba Ramalho, Filipe Catto e Marcelo Jeneci, todos a partir das 18h, na praça do Memorial. Dom (16), Seg (17) e Ter (18), às 18h – Entrada gratuita – Memo-rial da América Latina – Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda

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SatyrosCom texto do consagrado escritor norueguês Jon Fosse, indicado recentemente ao Prêmio Nobel de Literatura, a peça “Adormecidos” fica em cartaz até abril no espaço do grupo Satyros. Até 27/04; Sab e Dom às 19h; Sex às 23h59 - R$ 20 (meia R$ 10) – Espaço Satyros – Praça Franklin Roosevelt, 214, Consolação

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16 esporte

Jadson diz que poderia estar na Copa do Mundo

2º pior público em dez anos Muricy promete

buscar a vitória Brasil em 9º em ranking da Fifa

desabafo Jogador reclama da falta de chances que teve no Tricolor durante temporada 2013

O meia Jadson reclamou da falta de oportunidades que teve no São Paulo em declarações dadas ao jornal “Folha de S. Paulo”. Segundo ele, isso inviabilizou sua ida à Copa do Mundo este ano.

Em 2013, nos últimos 20 jogos ele atuou como titular em apenas sete, marcando apenas um gol. Em nove dessas partidas, sequer entrou em campo.

Jadson, que jogou a Copa América em 2011,e participou da Copa das Confede-rações, afirmou que “poderia estar lá [na Copa]” se tivesse sido mais aproveitado por seu clube. “Eu vinha sendo chamado, mas quando o jogador não é utilizado no seu clube fica bem mais difícil ser lembra-do”, desabafou.

O meia joga agora pelo Corinthians, após ter sido trocado por Alexandre Pato, e já se tornou uma das peças fundamen-tais para recuperação da equipe no Pau-listão. Jadson tem sido um dos elementos que organiza e dá dinâmica à tática do Timão em campo e fez muita falta, por exemplo, no clássico contra seu ex-clube.

Luciano, um dos novos nomes despontando no Corinthians

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Timão até 2015, não desistiu de voltar à seleção algum dia. “Agora, o que posso fazer é recomeçar o caminho.”

Jadson acredita que o São Paulo ven-cerá o Ituano na próxima rodada do Pau-lista. Porém, fez a ressalva de que não põe a mão no fogo quanto ao que ocorre fora de campo.

“Claro que confio, mas a gente não sabe o que acontece nos bastidores. Eu não sei a índole de cada um”, disse, afirmando também que se estivesse em situação se-melhante, “entraria para ganhar”.

A duas rodadas do início da fase final, o Corinthians depende de uma combi-nação de resultados para se classificar. O primeiro colocado de sua chave, o Bota-fogo, já se classificou e o Timão disputa a vice-liderança com o Ituano, que enfren-tará o São Paulo.

Como os dois melhores de cada chave se classificam, o cenário ideal para que o Corinthians siga na competição é que o antigo clube de Jadson vença o Ituano.

paulistão são paulo seleção

Após 13 rodadas, a edição 2014 do Paulistão tem a segunda pior média de público em dez anos. São apenas 4,891 pagantes por jogo, quantidade de gente que cabe no histórico estádio do Juventus da Mooca, na rua Javari, com capacidade para 5.000 pessoas.

Desde 2005, quando a competição passou a contar com 20 clubes, a pior média registrada ocorreu há quatro anos, em 2010. Naquele campeona-to, eram 4.756 torcedores por partida, apenas 135 a menos que atualmente.

A média, entretanto, tem grandes disparidades. O Oeste, campeão de pior audiência, teve, por exemplo, apenas 32 pagantes na partida contra o Ituano. Por outro lado, o time com maior público, o Corinthians, tem mé-dia de 14.096 torcedores por jogo, nú-mero que, de toda forma, é bem abai-xo da futura capacidade do Itaquerão.

Muricy Ramalho afirmou que nem co-gita entregar o jogo contra o Ituano. “Não tenho nada a ver com o Corinthians. Vou fazer o que for melhor para o São Paulo. Se decidir descansar jogador, é pelo bem de nosso time”, disse o treinador.

Muricy afirmou que uma vitória seria importante manter a equipe embalada e confiante, além de deixar clara a vontade de se “classificar em primeiro, para ter a vantagem de decidir em casa”.

As declarações foram dadas em uma coletiva após a vitória do time na partida contra o CSA. O jogo, vencido pelo São Paulo por 1 a 0, contou com a estreia de Alexandre Pato com a camisa tricolor.

Pato recebeu elogios. “Ele estreou bem, é um jogador diferenciado. Quanto tiver mais ritmo vai ajudar muito a gen-te”, afirmou o treinador.

O Brasil se manteve em nono lu-gar no ranking da Fifa de seleções nacionais. Nossa seleção é avalia-da em 1.104 pontos.

No primeiro lugar permaneceu a Espanha, com 1.510 pontos, se-guida pela Alemanha, com 1.336. Os Hermanos Argentinos estão na terceira posição, com 1.234.

O México, adversário do Brasil na fase de grupos, subiu da 21ª para a 20ª colocação. Camarões, que também enfrentaremos na fase de grupos, despencou, e ago-ra se encontra em 50º lugar.

A seleção que abrirá a Copa jun-to do Brasil, a Croácia, permane-ceu na 16ª posição. No top 10 do ranking, o Uruguai subiu uma co-locação e agora é o sexto.

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