brasil de fato sp - edição 028

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distribuição gratuita | brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatosp cultura »18: mostra teatral “descomemora” golpe militar de 1964 entrevista: guaracy mingardi »12: “polícia muitas vezes vê população como inimiga” gratuita campanha vai até 10 de abril e já imunizou 192 mil meninas de 11 a 13 anos em são paulo São Paulo, de 21 a 27 de março de 2014 | ano 1 n• 28 uma visão popular do brasil e do mundo Renan Viana/ ASCOM UEPA Vacina reforça prevenção do HPV cidade »4 Novo Plano Diretor pretende mudar a cara de São Paulo, afirma vereador Nabil Bonduki

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Jornal Brasil de Fato SP - Edição 28 - 21 a 27 de março de 2014

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cultura »18: mostra teatral “descomemora” golpe militar de 1964

entrevista: guaracy mingardi »12: “polícia muitas vezes vê população como inimiga”

gratuita campanha vai até 10 de abril e já imunizou 192 mil meninas de 11 a 13 anos em são paulo

São Paulo, de 21 a 27 de março de 2014 | ano 1 n• 28

uma visão popular do brasil e do mundo

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Vacina reforça prevenção do HPV

cidade »4Novo Plano Diretor pretende mudar a cara de São Paulo, afirma vereador Nabil Bonduki

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02 EDITORIAL

uando a rede social mais usada no Bra-sil ainda era o Orkut, já existiam páginas exaltando as enco-xadas e mãos bobas,

que mostravam a “virilidade de va-lentes homens” com a coragem de fazer isso em público. Um absurdo que nos remete aos limites civilizató-rios da sociedade.

O ato inaceitável do assédio, qua-lificado pelo cinismo estúpido da exibição, mostra como o machismo permanece presente nas relações e dão cobertura à ideia de que o corpo da mulher está disponível para satis-fazer os homens.

Os 17 casos registrados apenas nes-te ano no metrô e trem se somam a

inúmeros casos anteriores. Apesar de parecerem números enormes, apenas uma pequeníssima parte dos casos são notificados, o que os torna muito mais comuns e recorrentes. Qualquer mu-lher que depende do transporte sabe disso.

Os casos recen-tes reapresentam esse problema e recolocam na agenda a necessi-dade de enfrentar o tema. Melhorar a qualidade do sistema de transporte é um ponto de partida inquestionável. A superlotação garante muitas vezes o anonimato dos agressores.

Vale recordar que vagões exclusivos para mulheres já foram apresentados

como uma solução para o problema. Porém, isolar as mulheres em espa-ços exclusivos pune as mesmas e não os agressores. É garantir liberdade a quem violenta e confinar as vítimas.

Além disso, os abusos devem ser combatidos e todos de-vem ser edu-cados contra a violência. A sociedade não pode se conformar

com o fato de que ser mulher significa ter medo de andar na rua, no ônibus ou no metrô e ser privada de espaços públicos e privados.

É importante qualificar esses fatos como crimes, julgando e punindo os

culpados. Para isso, treinar melhor a guarda do metrô e trens, assim como a polícia civil e militar, a fim de lidar com esses casos. Além disso, garan-tir procedimentos de acolhimento à mulheres vítimas de violência em delegacias. Mais mulheres nas corpo-rações e delegacias especializadas 24 horas também ajudam a enfrentar a questão.

Para enfrentar a ideia de que essa violência é normal, campanhas nas es-tações e trens combatendo essa práti-ca dão visibilidade à questão. Mas de-ve-se ainda insistir na retirada do ar de sites, blogs e páginas em redes sociais que incitam essa prática, assim como o controle sobre propagandas e pro-gramas de televisão que banalizam a violência.

crise entre o gover-no federal e parte da base aliada no Con-gresso Nacional, or-ganizada em torno

do autodenominado “Blocão”, traduz os limites do sistema po-lítico. Aprovação ou rejeição de projetos de lei, além de denún-cias e investigações, são apenas moedas de troca por cargos e postos administrativos.

Essa armadilha foi naturalizada e a capacidade de governar virou sinônimo de ceder à mera busca de vantagens pessoais. Isso se reflete em nossa história republi-cana, já que, todos os presiden-tes que caíram, ou perderam a maioria parlamentar, foram im-

pedidos de governar.Esse sistema político revela

a impossibilidade de qualquer avanço social. Afinal, alguém du-vida que as poderosas bancadas dos grupos econômicos sairão ainda mais for-talecidas nas próximas elei-ções? Estamos, então, num beco sem saí-da?

Dos governos eleitos em nos-so continente a partir dos anos de 1990 – em repúdio à ofensiva neoliberal que destruiu as bases de desenvolvimento – somente na Venezuela, Equador e Bolívia foram convocadas assembleias

constituintes, que enfrentaram a blindagem dos sistemas políticos.

Nos demais países, seja pela au-sência de correlação de forças, seja pela falta de vontade política (ou mesmo de ambas), os governantes

que expres-savam a luta contra o neolibera-lismo convi-veram com um orde-

namento que barra qualquer mu-dança. Assim, sobrevivem com o rebaixamento dos seus programas e a constante negociação com os verdadeiros donos do poder.

Por isso, mudar o sistema po-lítico é uma prioridade da luta

popular. Ninguém que deseja transformações pode se recusar a construir uma frente política para enfrentá-lo.

A insatisfação desse sistema po-lítico absurdo, alvo do repúdio de da juventude que saiu às ruas em junho e constatado em inúmeras pesquisas de opinião, é manipula-da pelas forças mais conservado-ras.

O caminho para a mudança no sistema político é a convocação de uma Assembleia Nacional, Exclusiva e Soberana. Para isso, a principal ferramenta é o Ple-biscito Popular da Constituinte, para despertar a consciência da importância dessa bandeira para o país.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim e Ronaldo Pagotto • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Estagiário: Guilherme Almeida • Revisão: Thiago Moyano • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Larissa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

Mudança no sistema político passa por uma Assembleia Nacional, Exclusiva e Soberana

O Blocão é a cara do nosso sistema político

A

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O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800 Publicidade:[email protected]

Brasil

São Paulo

Encoxada no metrô é crime

Ato inaceitável de assédio sexual mostra

como o machismo permanece presente

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03SÃO PAULO

Vereadores da Câmara Munici-pal aprovaram na terça-feira (18), em primeira votação, o projeto de lei que altera os alinhamentos de vias da cidade para a implanta-ção de corredores de ônibus. Fo-ram 36 votos favoráveis, 10 con-trários e uma abstenção. O texto, encaminhado ao Legislativo pelo prefeito Fernando Haddad, prevê 150 quilômetros de alargamentos ou prolongamentos de 39 aveni-das e 27 ruas da capital.

O projeto original foi alterado por uma emenda que retirou a previsão de alargamento da ave-nida Nossa Senhora do Sabará, na zona sul, após pressão de en-tidades da região. A emenda, da liderança do governo, foi apro-vada por 46 votos favoráveis e uma abstenção. Os votos contrá-rios foram registrados apenas por representantes do PSDB, Ricardo Young (PPS) e Gilberto Natalini (PV).

A oposição tentou obstruir a vo-tação e chegou a apresentar um texto substitutivo que sugeria a votação do realinhamento ape-nas das vias que receberão 94,9 km de corredores, mas a propos-

ta foi feita antes de o projeto ser encaminhado para votação.

“Alguns vereadores passaram a entender que o projeto não era o que a oposição falava. Compre-

enderam que é possível ter mais conversas e debates para a se-gunda votação”, afirmou o líder do PT na Câmara, Alfredinho.

O texto ainda precisa passar

por uma segunda votação no plenário da Câmara, o que deve ocorrer nas próximas semanas, após a votação do novo texto do Plano Diretor. (Da Redação)

No próximo dia 30 de março, elei-tores residentes na cidade de São Paulo poderão eleger 16 represen-tantes de entidades populares de habitação para o Conselho Muni-cipal de Habitação (CMH). O órgão colegiado é formado por 48 pessoas, mas só as ligadas aos movimentos sociais serão eleitas diretamente pelo voto popular. As demais 16 re-presentantes de órgãos públicos e 16 da sociedade civil serão indicadas por seus respectivos setores.

O CMH é um órgão deliberativo, ou seja, tem poder de propor e vetar questões ligadas à política habita-cional na cidade. Fica a cargo dele, por exemplo, determinar critérios para a política de auxílio-moradia e o perfil de quem irá ser atendido em conjuntos habitacionais constru-ídos pela prefeitura. Também é de sua responsabilidade administrar os recursos do Fundo Municipal de

Habitação, que, este ano, tem R$ 94 milhões.

Quem quiser votar, deve ir até um dos pontos de votação em sua re-gião entre às 8h e às 17h, com o títu-lo de eleitor. Ao todo, serão 58 locais espalhados pela cidade. No site con-selhodehabitacao.prefeitura.sp.gov.br é possível confirmar o endereço do local de votação. Os conselheiros terão mandato de dois anos e não serão remunerados.

Desde 2011, a cidade não elege o Conselho de Habitação. O pleito marcado para aquele ano foi suspen-so por conta de uma ação judicial. Desta vez, todo cidadão que possua título eleitoral válido até 31 de janei-ro de 2014 para o município de São Paulo poderá votar. A prefeitura es-pera que 100 mil pessoas compare-çam à eleição. Mil e duzentos funcio-nários da prefeitura irão atuar como mesários. (por Gisele Brito, da RBA)

Novos corredores de ônibus passam em 1ª votação CÂMARA O projeto prevê 150 quilômetros de alargamentos ou prolongamentos de ruas e avenidas

Em toda a capital, 39 avenidas e 27 ruas receberão mudanças

Conselho Municipal de Habitação terá eleição no dia 30

Comissão tem o objetivo de determinar critérios para a política de auxílio-moradia

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04 são pauLo

Em debate na Câmara Municipal de São Paulo desde o final de setembro, o processo de revisão do Plano Diretor Estratégico está chegando a sua última etapa. Na próxima quarta-feira (26), o vereador Nabil Bonduki (PT), relator da medida, irá apresentar o projeto de lei resultado desse processo à Câmara dos Vereadores.

O Plano Diretor consiste em um con-junto de leis que define como a cida-de deverá crescer nos próximos anos. O Plano, que ainda está em vigor, foi aprovado em 2002, durante a gestão da prefeita Marta Suplicy (PT). No novo projeto estão, entre as propostas que serão apresentadas, alternativas para aproximar moradia e emprego, o reco-nhecimento da zona rural paulistana e o barateamento das habitações no centro.

O relator do projeto explica que a prio-ridade está na produção de moradia nos eixos de transporte público com maior densidade populacional. “Isso vai gerar mais alternativas de habitação em locais bem localizados, próximos ao trabalho e ao transporte coletivo”, afirma Nabil.

PARTICIPAÇÃODe acordo com o Estatuto da Cidade,

o Plano Diretor deve ser revisto a cada 10 anos e, por isso, durante o primeiro semestre de 2013, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Desen-volvimento Urbano, realizou diversos debates e audiências públicas que re-sultaram em um projeto apresentado à Câmara pelo prefeito Fernando Haddad.

Na Câmara, o projeto passou por uma série de debates com a sociedade, atra-vés de audiências públicas, temáticas e regionais, em todas as subprefeituras.

Segundo dados apresentados pela relatoria do projeto, a temática da ha-bitação foi a mais recorrente nas au-diências, correspondendo a 18% das contribuições. Mobilidade foi o segun-do tema que recebeu mais propostas, correspondendo a 17%. Durante os encontros, também foram abordados temas como uso do espaço público, meio ambiente, planos regionais, pre-servação cultural, gestão democrática, entre outros.

Após as audiências públicas, o rela-

26.09.13: Prefeito Fernando Haddad entrega o projeto do Executivo do Plano Diretor Estratégico (PL 688/2013) à Câmara Municipal de São Paulo

26.09.13 a 24.10.13: Tramitação do Plano na Comissão de Constituição e Justiça

• Tramitação do PDE na Comissão de Política Urbana: 44 audiências públicas (4 macrorre-gionais, 10 temáticas e 31 nas sub-prefeituras) + Reunião técnica de apresentação do Projeto

24.10.13 a 19.2.13: Realização de audiências públicas e contribuições da população pelo hotsite do PDE/CMSP

19.12.13: Audiência Pública Síntese do pro-cesso participativo

14.01.14: Encerramento do prazo para envio de contribuições da população pelo hotsite do PDE/CMSP

1º trimestre de 2014: Elaboração do substitutivo a partir das contri-buições durante o processo par-ticipativo, pela equipe técnica do vereador Nabil Bonduki

26 de março - previsão: Apresentação do Plano Diretor na Comissão de Política Urbana, Me-tropolitana e de Meio Ambiente

05 e 06.04: Audiências públicas so-bre o Plano

Previsão: Realização de outras au-diências públicas

• Conter o processo de expansão horizontal da cidade, contribuindo para preservar o cinturão verde me-tropolitano

• Acomodar o crescimento urbano em áreas com boa infraestrutura ur-bana, mas que não estão utilizadas em sua capacidade completa

• Reduzir a necessidade de desloca-mento, equilibrando a relação entre os locais onde há emprego e onde existe moradia

tor do Plano e sua equipe técnica, com o apoio da Comissão de Política Urba-na da Câmara e do prefeito Fernando Haddad, foi elaborado um texto subs-titutivo, que ainda será apresentado aos conjunto dos vereadores e deverá passar por duas votações no plenário da Câmara Municipal.

Para Nabil Bonduki, esse processo foi fundamental para compreender as ne-cessidades da cidade. “O Plano Diretor pode reverter processos históricos que geraram uma cidade segregada, insus-tentável do ponto de vista ambiental, com grandes dificuldades de mobilida-de e, também, onde a terra tem valor muito alto, o que impede a população de baixa renda de morar em locais onde há mais estrutura”, avalia.

Tramitação do Plano Diretor na Câmara Municipal de São Paulo

Ideias que orientaram a construção do Plano Diretor Estratégico

Cidade Após consultas à população e equipes técnicas, chega etapa final

• Expandir as redes de transporte co-letivo

• Implementar uma política fundiária e de uso e ocupação do solo que garanta o acesso a terra para as fun-ções sociais da cidade e proteja o patrimônio ambiental e cultural

• Contribuir para a universalização do abastecimento de água, a coleta e o tratamento ambientalmente ade-quado dos esgotos e dos resíduos sólidos

• Proteger o patrimônio cultural e valorizar a memória, o sentimento de pertencimento à cidade e a di-versidade

• Reduzir as desigualdades socioterri-toriais para garantir, em todas as re-giões da cidade, o acesso a equipa-mentos sociais e serviços públicos

• Fortalecer uma gestão urbana inte-grada, descentralizada e participativa

Novo Plano Diretor será apresentado para votação na Câmara

230 milé o déficit

habitacional da cidade

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05SÃO PAULO

Após 12 anos de extinção, a zona rural, no extremo-sul da cidade, será recriada e abrangerá 25% do território paulistano. Objetivo é conter a expansão horizontal e criar emprego e renda com atividades que garantam a preservação do meio ambiente

O novo mapa das Zeis pretende aumentar o nú-mero de residências no centro, ao mesmo tem-po em que haverá incentivo para que empresas sejam instaladas nas regiões periféricas, aproxi-mando moradia de emprego

Zona Rural Aproximar moradia e emprego

Corredores culturais Moradia mais barata no centro

IPTU progressivo Prédios mais baixos

Habitação Popular Preservação ambiental/parques

Será criado um corredor cultural que liga a Luz, no cen-tro, à Avenida Paulista, trecho considerado no Plano Diretor como Zepec (Zona Especial de Preservação Cul-tural). Objetivo é resguardar imóveis com importância para a cultura da cidade

A outorga onerosa, imposto no qual o proprietário paga para construir entre o gratuito e o máximo permi-tido pela lei, será mais cara no centro, desestimulando a construção de imóveis comerciais, enquanto os resi-denciais serão barateados, principalmente para famílias com renda de 6 a 10 salários

Imóveis desocupados próximos às zonas destinadas a moradias populares e nos eixos de mobilidade, como nas Marginais e nos corredores de trem, ônibus e metrô, te-rão IPTU mais caro. Objetivo é evitar que um terreno não fique ocioso e que o proprietário o utilize apenas para es-peculação imobiliária

Construção de prédios com mais de oito andares só serão permitidas em áreas próximas a infraestrutura de trans-porte público (metrô e corredores de ônibus). Em áreas mais dentro dos bairros (miolos), o limite é de oito anda-res, ou aproximadamente 25 metros

Novas Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social) serão criadas, ampliando áreas nas quais é incentivada a cons-trução de habitação popular. A habitação do mercado popular, destinada a famílias com renda entre 6 e 16 salários mínimos, será destinada a rendas de 6 a 10 sa-lários mínimos

Para preservar o que resta de áreas verdes serão amplia-das as Zepams (Zonas Especiais de Proteção Ambiental). Nas novas Zepams há projetos para construção de par-ques públicos. Serão 82 km² de áreas verdes, quase o dobro dos 42 km² de área dos parques atuais na cidade

alterações no plano diretor

No novo Plano Diretor está propos-ta uma nova delimitação de áreas nas quais é incentivada a construção de habitação popular: o mapa das Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social). Isso impulsionará a existência de ha-bitação popular no centro.

“Zeis têm que ser dimensionadas de maneira equivalente às necessida-des de habitação”, afirmou o vereador Nabil Bonduki, relator do projeto.

A proposta do prefeito havia sido criticada pelos movimentos sociais exatamente em relação aos espaços para habitação social. O processo de debate no legislativo permitiu diver-sas inclusões. Evaniza Rodrigues, da União dos Movimentos de Moradia, aponta para um processo de mobiliza-ção que resultou na “ inclusão de mais de 500 áreas como novas ZEIS”.

O projeto propõe também um novo cálculo para a outorga onerosa, impos-to pago pelo proprietário do terreno para construir. Os recursos são desti-

nados ao Fundo Municipal de Desen-volvimento Urbano, que os aplica em melhorias.

A proposta do novo mapeamento é que os imóveis comerciais tenham um valor de outorga mais caro no centro e mais barato na periferia, enquanto os destinados à moradia ficarão mais baratos na região central.

Serão criadas áreas de incentivo nas zonas leste, noroeste e sul. “O objetivo é facilitar a implantação de empresas nas regiões em que há uma grande concentração populacional e não de emprego”, disse Nabil.

DESLOCAMENTOAtualmente, 6 dos 96 distritos que

compõem o município concentram 65% das ofertas de emprego. O rol é formado pela Sé, no centro, Lapa e Pi-nheiros, na zona oeste, Vila Mariana e Santo Amaro, na região sul, bem como pela Mooca, na parte leste da cidade.

Na moradia se dá o oposto. É nas re-

giões periféricas que a maior parte da população paulistana mora. Segundo o estudo “Distribuição da população na região metropolitana de São Paulo”, de 2009, o número de habitantes por hec-tares no Centro apresentava queda, enquanto nas Zonas Leste e Sul crescia até 124%.

Criando incentivos para a aproxima-ção entre trabalho e emprego, um dos maiores problemas de São Paulo tende a diminuir: o deslocamento pela cidade, já que os trajetos se tornarão menores.

Os mecanismos de participação per-mitiram alterações importantes pro-postas pelos cidadãos. “Na audiência pública da habitação, membros de mo-vimentos de moradia lotaram a Câma-ra e as ruas ao seu redor. A União dos Movimentos de Moradia participou de tudo, capacitou suas lideranças e fez um verdadeiro mutirão para o levan-tamento de imóveis vazios em toda cidade para que fossem demarcados” afirmou Rodrigues.

Habitação no centro e emprego na periferia melhorarão mobilidade urbana

Pela proposta, trajeto entre casa e trabalho tende a diminuir

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06 são pauLo

A campanha de vacinação de me-ninas contra o HPV já imunizou mais de 192 mil jovens no estado de São Paulo. A vacina começou a ser dis-tribuída gratuitamente no dia 10 de março nos postos de saúde e escolas. A campanha vai até 10 de abril. O ví-rus HPV é transmitido principalmen-te via relação sexual e é o principal causador do câncer de colo de útero.

De acordo com Sandra Dircinha, ginecologista obstetra com pós-dou-torado pela USP e colaboradora do Coletivo Feminista Sexualidade e Saú-de, a oferta da vacina na rede pública é um enorme avanço, especialmente para os grupos mais pobres. “Meninas com melhores condições econômicas também podem pegar HPV, só que elas podem pagar a vacina particular. As pobres não. Por isso acredito que a classe social menos favorecida vai ser a mais beneficiada pela vacinação. É um programa de inclusão social”, afirma.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do de cólon e reto. Dados do Inca (Instituto Nacional do Cân-cer) mostram que este câncer é mais comum na região Norte, justamente uma das mais pobres do país.

OUTROS MÉTODOSDircinha ressalta que os méto-

dos de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis não são completamente eficazes con-tra o HPV. “Mesmo que o homem use camisinha, o HPV pode estar nos pelos, ou em locais que a ca-misinha não cobre”, afirma. Isso aumenta a importância da vacina.

O pediatra José Martins Filho, professor emérito de pediatria da Unicamp, ressalta, porém, que a dose não elimina a necessidade de usar preservativo na relação sexu-al. “A vacina não previne contra Aids e Hepatite B, por exemplo. Além de não prevenir contra todos os tipos de HPV. Então, é claro que é necessário se proteger”, afirma. A necessidade de fazer o exame papanicolau regularmente tam-bém não muda, diz. Ele explica que o exame tem o papel de diagnos-ticar o HPV, já a vacina tem como função prevenir.

VACINAÇÃOA vacina que está sendo distribu-

ída no Brasil protege contra quatro tipos de HPV (tipos 6, 11, 16 e 18). Segundo o Ministério da Saúde, os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo o mundo.

Neste ano, a campanha do gover-no é voltada para meninas de 11 a 13 anos e a meta é imunizar 80% das jovens nessa faixa etária. Em 2015, serão imunizadas garotas de 9 a 11 anos, e a partir de 2016, me-ninas de 9 anos. Segundo Martins Filho, o público alvo foi escolhido porque são essas garotas as mais beneficiadas pela imunização. A in-tenção de vaciná-las nessa idade é garantir que a vacina seja recebida

antes do início da vida sexual. Em relação aos meninos, de acor-

do com o ministério, há estudos que comprovam que eles passam a ser protegidos indiretamente com a va-cinação das garotas, já que correrão menos risco de serem infectados.

A vacina contra o HPV é aprova-da em 127 países, e 134 milhões de doses já foram distribuídas desde 2006, segundo a Sociedade de Pe-diatria de São Paulo.

SAÚDE Vírus é a principal causa do câncer de colo de útero; vacinação vai até 10 de abril

Campanha já vacinou 192 mil meninas contra HPV

A campanha do governo é voltada para meninas de 11 a 13 anos e a meta é imunizar 80% dessas jovens

por Mariana Desidério

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07SÃO PAULO

É professor e editor do blog www.rodrigosalgado.com

Eleições e racionamento

rodrigo

salgado*

Após muita demora, o governo esta-dual admitiu a necessidade de racio-namento de água. A gestão Alckmin deveria ter tomado providências muito tempo atrás, enquanto os níveis dos reservatórios ainda eram satisfatórios. Agora, para amenizar a falta de plane-jamento, o governo faz obras para ter acesso ao volume morto – que é a par-te abaixo do nível de captação. Além de caro, o procedimento recolherá a água com maior impureza do sistema Cantareira. A melhor forma de visuali-zar isso é lembrar do tanque de com-bustível de seu carro. Deve-se evitar usar a reserva, já que lá estão todas as impurezas do combustível.

Isso sem contar com a captação emergencial. Há 10 anos o governo e a Sabesp deveriam investir para criar novas fontes de fornecimento para a Grande São Paulo. Por má gestão, nada foi feito. Agora, Alckmin pede ajuda ao governo federal para poder captar água de um rio que está sob o controle da União.

Analogias e críticas à parte, mais do que apontar o total descaso com a infraestrutura do governo estadu-al, é preciso denunciar o real motivo que faz com que Alckmin esconda o óbvio: a reeleição. Assim como a pre-sidenta Dilma reluta em enfrentar a crise do setor elétrico, o governo de São Paulo prefere comprometer todo o sistema de captação de água da re-gião metropolitana a enfrentar o custo eleitoral do racionamento.

Criada por Fernando Henrique e sob forte suspeita de compra de votos, a reeleição virou o motor con-dicionante do primeiro mandato de qualquer político. Toda a agenda do governo se volta para a segunda elei-ção, sacrificando toda a população.

Em todos os casos, quem mais sofre são os mais pobres. Por isso, mais do que criticar o governo, pre-cisamos lutar por gestões que pen-sem no longo prazo, que é bem mais do que quatro anos. Se o PSDB tives-se pensado assim, há 10 anos não estaríamos agora sob a iminência do racionamento. Para que isso ocorra, o primeiro passo é, sem dúvida, o fim da reeleição, seja para prefeito, governador ou presidente.

Acho a vacinação importante. Mas as propagandas têm que ser mais bem pensadas. Uma amiga me contou que, na comunidade dela, as mães não es-tão querendo vacinar as filhas, porque entenderam que isso vai liberar a vida sexual mais cedo, o que não é verdade.

Kelma Machado, 46, enfermeira

Acho bom, porque previne desde cedo. Tenho uma neta de 9 anos e ela deve ser vacinada quando chegar a hora. Acho uma burrice quem não quer vacinar, porque é uma coisa que está prevenindo. E se mais tarde a menina tiver um câncer?

Maria da Conceição, 44, doméstica

É bom para prevenir as jovens contra essa doença, mas ainda ficam muitas dúvidas. Eu tenho quatro sobrinhas na idade de vacinação, e o que a gen-te sabe é o que passa na televisão. Poderia ter mais clareza sobre esse assunto, mais informação.

Lenice dos Santos Costa, 37, auxiliar de cozinha

É uma prevenção para que, quando elas crescerem, não corram o risco de contrair essa doença. Mas mui-tas mães têm medo das filhas já co-meçarem a transar porque tomaram a vacina. Acho que isso é falta de informação.

Diana Célia Nogueira, 46, diarista

O QUE VOCÊ ACHA DA VACINA DE HPV E DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO?

Lutti afirma que água tem sido gerida visando reeleição Ed

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O primeiro promotor do Meio Ambiente do estado de São Pau-lo, José Eduardo Ismael Lutti, fez duras críticas ao governo estadu-al pela forma como as reservas de água são gerenciadas. “Te-nho para mim que só prendendo muita gente podemos resolver a péssima gestão da água no nosso estado”, afirmou.

“Agora estão sendo feitas obras, instalando bombas para puxar água das reservas. E esse já é o plano B. O plano C é re-zar para São Pedro”, disse. “A Sabesp deveria ter feito um es-tudo para reduzir a dependência da região metropolitana de São Paulo do Sistema Cantareira. Fez? Não.”

O membro do Ministério Públi-co estadual insistiu ainda que fu-turas ações sobre o assunto terão de responsabilizar pessoalmente os tomadores de decisões públi-cas ruins para a preservação e a distribuição universal de água. “Temos, hoje, a pior gestão de recursos hídricos que seria pos-sível. O governador Alckmin tem ido à imprensa diversas vezes para dizer que não vai haver ra-cionamento, mas, ora, por que ele não quer o racionamento? Porque é ano de eleição”, disse Lutti. (Rede Brasil Atual)

ABASTECIMENTO Responsável pela pasta de Meio Ambiente de São Paulo, José Eduardo Ismael Lutti criticou o governo Geraldo Alckmin

Promotor diz que “só prendendo muita gente” crise da água seria resolvida

Page 8: Brasil de Fato SP - Edição 028

08 brasil

Dez policiais militares foram conde-nados pelo júri nesta quarta-feira (19) pela morte de oito detentos assassina-dos no Carandiru, em mais uma etapa do julgamento do massacre ocorrido em 1992. Os oito presos foram mortos no quinto pavimento do Pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção.

Nove PMs foram condenados a 96 anos de prisão, cada um, por homicí-dio qualificado. Já o policial Silvio Nas-cimento Sabino foi condenado a 104 anos por ter uma condenação anterior.

O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Ca-margo também determinou a perda do cargo público para os policiais que continuam na ativa. Os réus poderão responder em liberdade. Após dez meses de investigações

sigilosas, a Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de De-fesa Econômica) instaurou ontem (20) um processo administrativo para apu-rar a prática de cartel em licitações de trens e metrôs, ocorridas entre 1992 e 2003, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. De acordo com o Cade, 18 empresas e 109 funcio-nários são suspeitos de participar do esquema.

No inquérito, instaurado em 22 de

Os jurados demoraram quase quatro horas para responder a 550 quesitos que decidiram a sentença. Eles tive-ram que responder a várias perguntas referentes a cada uma das vítimas do massacre.

Presidido pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, o julgamento ocor-reu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, e du-rou três dias.

Com esta condeção, subiu para 58 o número de policiais condenados pelo massacre. O advogado Celso Vendra-mini, que defende os dez PMs julgados essa semana disse que vai recorrer da decisão e pedir a anulação do processo. (Agência Brasil) maio de 2013, a partir da assinatura de

um acordo com a empresa alemã Sie-mens, o Cade sustenta que “há fortes indícios” da prática de cartel.

As testemunhas ouvidas pelo Cade confessaram ter participado de um es-quema fraudulento com objetivo de eli-minar a competição das concorrências. Além da Siemens, também teriam parti-cipado do cartel a Alston Brasil Energia e a Hyundai-Rotem Co. Ainda de acordo com o Conselho, as licitações que estão sendo apuradas totalizam contratos de cerca de R$ 9,4 bilhões. (Agência Brasil)

Deputado propõe descriminalizar a maconhaRegulação Projeto de Jean Wyllys (PSOL) quer legalizar cultivo, comércio e consumo da planta

Jurados condenam dez PMs por mortes no Carandiru

Cade vai apurar irregularidades em licitações de trens e metrôs

O deputado Jean Wyllys (PSOL--RJ) protocolou na última quarta-fei-ra (19), na Câmara dos Deputados, um projeto que prevê a descrimi-nalização do consumo, produção e comércio da maconha. O parlamen-tar decidiu apresentar a proposta após o Uruguai ter regulamentado a planta.

De acordo com o projeto, o plantio, cultivo e colheita da maconha para o consumo pessoal serão liberados no país, desde que restritos a “até seis plantas de cannabis maduras e seis plantas de cannabis imaturas, por indivíduo”. A proposta também prevê a regulamentação para uso medicinal.

O texto proíbe a propaganda, a venda para menores de 18 anos e a venda e uso perto de estabelecimen-tos educacionais e sanitários.”Nos lugares de venda, a exposição do produto tem que estar regulamen-tada e o consumidor tem que estar

a par dos danos que ocorrem com o consumo”, ponderou o deputado.

Conforme o texto, 50% da arre-cadação com tributos decorrentes das atividades serão destinados ao financiamento de políticas públicas para tratamento de dependentes químicos.

Outro ponto do projeto prevê anis-tia para as pessoas processadas por tráfico, desde que as prisões não sejam decorrentes de crimes com violência ou tráfico internacional de drogas . “A gente precisa dar uma segunda chance para essas pessoas que entram no tráfico pela pobre-za”, diz Jean Wyllys.

No Senado, também tramita um projeto de lei de iniciativa popular que trata da legalização da maco-nha. O projeto de lei recebeu mais de 20 mil assinaturas eletrônicas de apoio e é relatado pelo senador Cris-tovam Buarque (PDT-DF). (Agência Brasil)

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Estudantes da USP instalaram 111 cruzes para lembrar o número de presos mortos pela PM no Carandiru, em 1992

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10 esporte

brasil é eleito a sede da copa do mundo 2014 ( )

brasil de fato sp. de olho na realidade do povo.

A maior cidade do Brasil acaba de ganhar um novo jornal: Brasil de Fato SP. Toda sexta-feira, com um olhar crítico e social, trazemos os temas mais importantes da cidade e do país na política, cultura, gastronomia e esportes. Grátis nos metrôs e terminais de ônibus.

movimento sem-teto reivindica moradia digna ( )x

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Leis preveem criminalizar protestosCONGRESSO Especialista em direito aponta ameaça à democracia em projetos de lei

por Pedro Rafael Ferreira

Governo quer proibir uso de máscaras, porém analista explica que usá-las também é manifestar o pensamento

Cientista político e editor de blog www.cartamaior.com.br

O Brasil nestes 50 anos

emir sader*

é endurecer as penas para quem comete crimes durante os protestos.

Para o MPL (Movimento Pas-se Livre), as duas propostas são uma ameaça às mobilizações po-pulares. “A democracia brasileira só existe até o momento em que o povo começa a exercê-la. Quando a gente vai para as ruas protes-tar, o governo tenta mudar as re-gras do jogo. É exatamente o que tem acontecido após o início do ciclo de mobilizações”, critica Pa-íque Duques Santarém, do MPL no Distrito Federal.

Movimentos sociais avaliam que o endurecimento de leis em rela-ção aos protestos põe em xeque a democracia. “Significa reduzir a capacidade de ação das pesso-as para fazer o debate público nas ruas”, questiona Paíque Duques Santarém, do MPL/DF.

Segundo o professor de direito constitucional da PUC/SP, Pedro Ser-rano, uma lei para tratar de crimes cometidos durante protestos só de-veria ser aprovada se fosse tempo-rária. Para ele, a discussão de uma lei dessa natureza só está ocorrendo por conta da realização dos grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, em que pode haver aumento de atividades criminosas e até terroristas.

Parlamentares e o governo federal voltaram suas energias para a apro-vação de leis que podem criminali-zar quem participa de protestos na rua. A tentativa foi intensificada de-pois da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, no mês passado, vítima de um rojão lançado durante uma manifestação no Rio de Janeiro.

São duas medidas em discussão. Uma é o projeto de Lei Antiterroris-mo (PLS 499/13), de autoria do se-nador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele define terrorismo como uma prática genérica de “infundir terror e pânico generalizado” e prevê penas de até 30 anos de prisão.

O professor de direito constitu-cional da PUC/SP, Pedro Estevam Serrano, explica que a proposta é uma grave ameaça às liberdades democráticas. “No Brasil, historica-mente, quem praticou terrorismo foi o Estado. A conduta política do povo nunca foi algo violento”, argumenta.

Além disso, o projeto considera a reunião de três ou mais pessoas como formação de quadrilha. A de-pender da interpretação, isso pode atingir movimentos sociais, coleti-vos e organizações que se articulam para manifestações políticas.

Para fazer frente à medida, o go-verno federal prepara outra pro-posta, focada nas manifestações. O projeto ainda não foi enviado ao Congresso Nacional, mas de acordo com informações do ministro da Jus-tiça, José Eduardo Cardozo, a ideia

USO DE MÁSCARASO projeto do governo federal prevê

ainda a proibição do uso de máscaras e a necessidade de prévia comunicação sobre atos e reuniões públicas. Para o professor Pedro Serrano, usar máscara não pode ser considerada uma prática criminosa. “Claro que a pessoa pode utilizar uma máscara para manifestar uma ideia política. Isso é manifestação de pensamento e a lei não pode coibir. Agora, se a máscara for usada para co-meter um crime e não ser reconhecido, aí cabe punição, mas a lei tem que de-finir a diferença de cada caso”, explica.

“Existe uma preocupação le-gítima do governo com relação aos crimes que podem ser co-metidos durantes esses eventos, mas uma lei dessas deveria ser provisória e específica, para que após os grandes eventos a ressa-ca dessa lei penal não seja usada contra os movimentos sociais”, pontua.

O deputado federal Renato Si-mões (PT-SP) acredita que o go-verno está sendo influenciado por uma onda conservadora contra as manifestações políticas. “O governo não pode ficar refém da histeria conservadora de setores que querem criminalizar todos os manifestantes, toda a esquerda e o próprio governo”, afirma.

O golpe cortou um relativamen-te breve período democrático, de menos de duas décadas. Tinha sido um tempo traumático para a direita, derrotada três vezes nas eleições presidenciais e frustrada quando triunfou pela única vez.

Ela tinha tido que conviver com um clima relativamente aberto de disputas, com partidos de esquer-da, sindicatos, greves, grandes concentrações populares, começo de sindicalização no campo. Desde a fundação da Escola Superior de Guerra - por dois dos próceres gol-pistas de 1964, Golbery e Castelo Branco -, que os militares, apoia-dos na Doutrina de Segurança Na-cional, se puseram a tramar gol-pes, até sua consumação em 1964.

Desde então o país viveu o período ditatorial de 21 anos, uma chamada transição democrática de cinco anos do governo Sarney, o período neoli-beral de Collor, Itamar e FHC, de 12 anos e os governos do PT, do Lula e da Dilma, cujos 12 anos completam o cinquentenário desde o golpe.

A ditadura representou a restau-ração do férreo domínio do grande capital nacional e internacional, com um modelo exportador e de consu-mo de luxo, amparado num regime de terror. Depois da derrota, pela re-pressão, da resistência clandestina, vieram os tempos da recuperação econômica - nos moldes citados - até a crise da dívida e as greves do ABC, que levaram o regime à sua fase ter-minal. O próprio sistema conseguiu condicionar, bloqueando no Con-gresso as eleições diretas e impondo a via do Colégio Eleitoral.

Esta via condicionou o caráter da transição, impondo-lhe um teor con-servador, que a limitou à restauração dos marcos gerais do Estado de direi-to. Não houve democratização econô-mica e social, deixando incólumes o poder dos bancos, dos latifundiários, dos meios de comunicação, das gran-des corporações industriais e comer-ciais, nacionais e estrangeiras. Esgo-tou-se, assim, o impulso democrático engessado na resistência à ditadura e expresso na Assembléia Constituinte e se favoreceram as condições para a abertura do período neoliberal.

“Governo não pode ficar refém da histeria conservadora”

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12 internacional

A polícia é quem detém o monopó-lio da violência do Estado. A ques-tão é como ela encarna isso. O que acontece no Brasil é que a polícia, muitas vezes, vê a violência como algo que resolve tudo. É um absur-do o tanto que a nossa polícia mata. A polícia não foi feita para nego-ciar. Então, quando se envia a polí-cia para uma situação, é preciso dar instruções claras sobre o que deve ser feito. E nós nunca nos preocu-pamos com isso. Existem dois as-pectos do trabalho policial: a manu-tenção da ordem e a atuação contra o crime. A nossa polícia tem muito mais a ver com o controle da ordem do que com o controle do crime.

Também tem a ver com o caráter militar da polícia? A partir da ditadura militar se deu cada vez mais características mili-tares para a PM. E a atividade mili-tar tem mais a ver com identificar o inimigo. A atividade de polícia não

E agora, como os policiais têm agido?O que está acontecendo agora é o in-verso. No início do mês tivemos uma passeata de 1.500 pessoas e eram 2.300 policiais. Aí é exagero. E também não adianta só ter mais gente, é preciso pensar o que vai se fazer. O trabalho da Polícia Militar nesse momento não é im-pedir manifestação. Nesse momento, é pegar aqueles que estão depredando, colocando fogo nas coisas, ou seja, aqueles que estão usando a violência. E não prender 300 pessoas. Prender 300 significa que no mínimo umas 250 não têm nada a ver com a história.

Acha que a polícia tem clareza de que seu papel não é impedir a ma-nifestação? Pelo menos a parte pensante da po-lícia tem essa clareza. Mas isso não é repassado para quem está na rua. Muitas vezes os policiais olham para aquele grupo que está ali na frente como o inimigo. Não param para ver o que está acontecendo ali. É preci-so identificar os alvos, não pode sair para cima de todo mundo. Isso a che-fia não conseguiu transmitir ainda.

O comportamento violento e re-pressor da PM é sistemático no Bra-sil. O que explica essa postura?

em ciência política pela USP, e foi secretário de Segurança Pública de Guarulhos e subsecretário nacio-nal de Segurança Pública. Também atuou como assessor da Comissão Nacional da Verdade, que investiga os crimes cometidos durante o regi-me militar.

Como você avalia a ação da polí-cia durante os últimos protestos?A atuação da polícia foi muito ruim nos primeiros protestos, principal-mente em São Paulo. E como houve um excesso de violência, isso serviu para espalhar os protestos pelo país inteiro. A impressão que eu tenho é que num primeiro momento eles subestimaram o fenômeno e foram com pouca gente. Quando você tem força, você intimida, segura. Se não tem, acaba apelando para a violência e aí sai bala de borracha, gás e tudo o mais. E isso foi direcionado para a to-talidade dos manifestantes, quando apenas uma minoria é violenta.

Os recentes protestos contra a Copa de 2014 mostraram, mais uma vez, o despreparo da Polícia Militar para lidar com manifestações de rua. Para o cientista político Guaracy Mingardi, essas ações se explicam em parte pela forma como as polícias do país veem a população — muitas vezes como um inimigo, contra o qual a violência é o único caminho. Casos de violência contra os mais pobres, como no caso da auxiliar Cláudia Silva Ferreira, arrastada por um carro da polícia no Rio, carregam ainda mais as tintas deste quadro.

Segundo Mingardi, a forte es-trutura hierárquica e o maior uso da violência pela PM são frutos, principalmente, do período da di-tadura (1964-1985) e se somam à falta de planejamento e de vontade política para melhorar a segurança pública no país.

Nesta entrevista ao Brasil de Fato SP, Mingardi fala ainda da letargia da polícia civil em investigar os cri-mes e critica a forma como o gover-no de São Paulo lida com o grupo criminoso PCC. “O governo estadu-al tem uma política de esconder a cabeça na areia e fingir que o PCC não existe”, afirma.

Guaracy Mingardi tem doutorado

A Rota pode ser extinta

em uma canetada, mas

não teve um governante

que acabou com ela

ENTREVISTA GUARACY MINGARDIpor Mariana Desidério fotos Rafael Stedile

“Polícia vê a violência como algo que resolve tudo”

A partir da ditadura

militar, se deu cada vez

mais características

militares para a PM

Page 13: Brasil de Fato SP - Edição 028

13Entrevista

tem a ver com o inimigo. Ela tem como tarefa identificar criminosos e levá-los para a Justiça. Mas como nós tivemos toda essa trajetória mi-litar, a ideia militarizada foi muito reforçada e é muito difícil você per-der isso. Até pouco tempo atrás, o código disciplinar da PM dizia que, quando um oficial entrasse num ônibus, o soldado que estivesse lá teria que ceder o lugar para o ofi-cial. Ou seja, é uma estrutura muito militarizada, muito hierárquica.

A estrutura militar da polícia é vantajosa para o policial que está na ponta?É vantajosa para o oficial, disso não tenha dúvida. A palavra dele é lei. Mas não para o soldado. Num siste-ma militar, o que o chefe manda você tem que fazer. E se teu chefe não gos-tar de você, você está lascado, porque ele pode te dar uma punição com uma desculpa qualquer. Então, a maioria dos policiais prefeririam ser civis, ser policiais fardados, mas não militares. Sendo civil, você pode denunciar um chefe, por exemplo.

Você é a favor da desmilitarização?Dentro das últimas manifestações, várias pessoas estão pedindo a des-militarização da polícia. Eu sou total-mente favorável. Só que a PM é militar por causa de uma cláusula da Consti-tuição. Então a coisa é um pouco mais complexa. E mesmo que consiga des-militarizar, não significa que a estru-tura vai mudar. Para acabar com essa estrutura tem que, em primeiro lugar, acabar com a IGPM (Inspetoria Geral das Polícias Militares), que foi criada pela ditadura e que vincula a polícia ao Exército. Polícia não tinha que ter nada a ver com o Exército, ela deveria responder ao Ministério da Justiça. Em segundo lugar, tem que acabar com a Justiça Militar Estadual, que é quem julga o policial militar. Todo mundo tem que ser julgado da mes-ma forma. A terceira coisa é o código disciplinar, que precisar ser modifica-do de cabo a rabo.

Essas mudanças também ajudariam a ter uma polícia mais humanizada?Isso demanda tempo e pressão da sociedade. A ditadura acabou já faz 20 anos e a gente não tem uma polícia humanizada. A polícia melhorou bastante, mas não é su-ficiente. Lembre-se que aqui em São Paulo, por exemplo, em 1992, ano do massacre do Carandiru, a PM matou 1.400 pessoas. Mais que o dobro do que está matan-

a população e fazer o boletim de ocorrência. Isso vem ocorrendo nos últimos 30 anos praticamen-te, aos poucos vai virando só a grande burocracia de atendimen-to, fazem o boletim de ocorrência e acabou. Roubo, estupro, crimes desse tipo, na maioria, não são in-vestigados.

Por que isso acontece?O sistema não é feito para ter in-vestigação. É um sistema em que você entra por concurso. Se você ficar lá só digitando o BO [Boletim de Ocorrência], ou se sair na rua, dá na mesma. O inquérito policial é extremamente burocratizado. A maioria dos papéis não serve para nada. E o pessoal está desmotiva-do, ganha relativamente pouco.

Qual o primeiro passo para melho-rar a segurança pública no país?O ponto zero é que Estado, gover-nantes, o Congresso, precisam se preocupar com o problema, não apenas em períodos de crise. A municipalização da polícia é uma das possibilidades. A outra é uni-ficar as polícias, outra ainda é a desmilitarização. O importante é a gente mexer em alguma coisa, ao menos melhorar o sistema que está aí. É preciso tomar decisões. Não pode ficar como está.

do agora. Boa parte da desuma-nização da polícia tem a ver com essa cultura, que vem da Ditadura Militar, mas já existia mesmo an-tes dela. Já na República Velha a polícia civil usava a tortura contra determinadas classes sociais. Isso era muito comum, mas diminuiu. Ainda existe, mas a quantidade é muito menor.

Mas por que a polícia ainda é tão violenta?Porque não houve um esforço do Estado. O Estado discute muito a questão dos direitos humanos, mas não trabalha com isso. Em São Paulo, nesses 20 anos que o PSDB está no poder, foram poucos os secretários de segurança que propuseram uma política para essa área. A Rota, por exemplo, foi criada pelos militares para cui-dar dos roubos a bancos em São Paulo, que na época eram feitos pelo pessoal da resistência arma-da à ditadura. Ela foi feita para o confronto, para dar tiro na rua. A Rota pode ser extinta em uma ca-netada, mas não teve um gover-nante que acabou com ela.

Falta vontade política para acon-tecer de fato uma mudança?A segurança pública é tratada da seguinte forma: tem um escân-dalo, você remete algumas leis,

vota aquilo e esquece. Só se mexe quando alguma coisa dá errado. Não há uma política pensada de segurança pública. Alguns secre-tários de segurança tinham uma ideia do que fazer para melhorar a polícia, mas muitos entram sem ter um plano.

Como avalia a forma como a se-gurança pública de São Paulo lida com o PCC hoje?Durante muito tempo a Polícia Ci-vil foi proibida de sequer mencio-nar o PCC, quanto mais investigar. O ex-secretário de segurança pú-blica [Antônio Ferreira Pinto, que deixou o cargo em 2012] não que-ria a Polícia Civil envolvida e co-locou a Rota para investigar isso. Isso tem a ver com uma política de governo que vem desde 2006, de esconder a cabeça na areia, fingir que o PCC não existe e fazer dis-curso de que o PCC é uma coisa de 40 pessoas na cadeia, como disse o ex-secretario. Isso é um absurdo total. Eu sou radicalmente contra. Fingir que não existe não funcio-na, só serve para empurrar o pro-blema para frente.

Como avalia o trabalho de inves-tigação policial?Não existe investigação. Quem ainda investiga são os departa-mentos especializados, DHPP [ho-micídios], alguns setores do DEIC [investigações criminais], alguma coisa no DENARC [repressão ao narcotráfico]. Mas está muito lon-ge de ser suficiente. As delegacias estão muito voltadas para atender

O que acontece no Brasil

é que a polícia vê a

violência como algo

que resolve tudo

A municipalização da polícia

é uma das possibilidades. A

outra é unificar as polícias,

outra é a desmilitarização

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14 fatos em foco

Um homem foi preso acusado de estupro após abusar de uma passageira em um trem da CPTM. Ele afirmou que se inspirou em um grupo virtual que incentiva o assédio a mu-lheres no transporte coletivo.

Uma das mais queridas personagens da América Latina completa 50 anos em 2014. Criada pelo desenhista argentino Quino, Mafalda se tornou célebre pelo seu humor e postura crítica diante do mundo que a cerca.

internet

Machismo nos trensMafalda

A votação do Projeto de Lei 2.126, de 2011, que cria o Marco Civil da In-ternet, ficou para a próxima terça-feira (25). Adiada mais uma vez, a data foi decidida em reunião, na quarta-feira (19), entre ministros e líderes partidá-rios da Câmara dos Deputados.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os líderes parti-dários concordam com o princípio da neutralidade de rede previsto no projeto, ponto que proíbe a venda de pacotes diferenciados de acesso e blo-queio de alguns sites ou aplicativos

pelas empresas que gerenciam conte-údo. A divergência está em como isso será regulamentado.

O ministro garante que o governo vai manter a proposta de regulamen-tação por decreto, mas, antes, a pre-sidenta Dilma Rousseff terá de ouvir a Anatel (Agência Nacional de Teleco-municações) e o Comitê Gestor da In-ternet. “Para ouvir tanto a sociedade quanto um órgão técnico”, esclarece. A oposição, no entanto, insiste que a regulamentação seja feita por meio de lei. (Rede Brasil Atual)

Sem acordo, Marco Civil fica para próxima semana

Nova data foi decidida em reunião entre ministros e líderes partidários da Câmara dos Deputados

Resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada no Diário Oficial da União, proíbe a distribuição e a co-mercialização, em todo o território nacional, do Lote 156/12 do produ-to Suplemento Proteico para Atle-tas, marca 100% Whey Protein, data de fabricação 02/12/2012, data de validade 02/12/2014, fa-bricado por Vulgo Suplementos Indústria de Alimentos Ltda.

De acordo com o texto, a decisão foi tomada levando em considera-ção laudo emitido pela Fundação Ezequiel Dias. Foi apresentado um resultado insatisfatório para ensaio de carboidratos, por ter sido detectada quantidade supe-rior em mais de 20% ao valor de-clarado no rótulo do produto.

Em fevereiro, a Anvisa proibiu a venda de 20 lotes de suplemento de proteína, pois a composição real dos produtos era diferente da informada na rotulagem. (Agência Brasil)

Os casos de dengue registrados no Brasil no primeiro bimestre des-te ano caíram 80% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 87.136 casos em janeiro e fevereiro de 2014, contra 427 mil nos dois primeiros meses de 2013, segundo o Liraa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti), divulgado na terça--feira (18) pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o órgão, tam-bém houve queda das ocorrências graves da doença (84%) e mortes (95%). Participaram do levanta-mento deste ano 1.459 municípios – 48% a mais do que em 2013.

Segundo o levantamento, dez es-tados concentram 86% dos casos de dengue: Goiás (22.850), São Paulo (16.147), Minas Gerais (14.089), Pa-raná (6.851), Espírito Santo (4.093), Rio de Janeiro (2.608), Mato Gros-so (2.208), Tocantins (2.122), Ceará (2.082) e Amazonas (1.991). (Rede Brasil Atual)

O saldo de empregos com cartei-ra assinada no país em fevereiro foi de 260.823, segundo o Caged (Ca-dastro Geral de Empregados e De-sempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). O resulta-do é o segundo melhor para o mês da série histórica, sendo superado apenas pelo de fevereiro de 2011, que teve quase 281 mil vagas.

A diferença positiva entre o nú-mero de contratações e demissões no primeiro bimestre do ano é de 302.190 (crescimento de 0,74% de empregos formais, que hoje atinge 41 milhões). “Esta criação expres-siva de empregos só foi observada pela última vez em abril de 2011 (quando 272.225 novas vagas fo-ram criadas)”, diz o ministério.

Nos últimos 12 meses, o Ca-ged apresentou um acréscimo de 1.157.709 postos de trabalho, repre-sentando uma expansão de 2,91% no estoque. (Rede Brasil Atual)

Anvisa proíbe suplementos

Casos de dengue caem

Criação de empregos

Laudo preliminar do IML (Insti-tuto Médico-Legal) aponta que a auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira morreu em con-sequência de um dos dois tiros que recebeu durante ação policial no Morro da Congonha, em Ma-dureira, no zona norte do Rio de Janeiro, no último domingo (16).

O laudo oficial com o atestado de óbito divulgado pela Polícia Ci-vil confirma que a mulher já che-gou ao hospital sem vida em razão da “laceração cardíaca e pulmo-nar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante” – termos técnicos que significam disparos de arma de fogo.

Depois de ter sido baleada, Cláu-dia foi colocada por policiais milita-res no porta-malas de uma viatura, que se abriu no trajeto até o hospital. Presa ao porta-malas, ela foi arrasta-da por mais de 300 metros. O IML fará perícias complementares no corpo da vítima. (Agência Brasil)

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Nos últimos dias, cinco mulhe-res foram achadas mortas em distintos pontos da Espanha, supostamente assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou na quarta-feira (19) que os países do G7 devem discutir “a exclusão permanente da Rússia” do G8 no caso de serem adotadas mais ações que desestabilizem a Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convocou um encon-tro do G7 para a próxima segunda-fei-ra (24), paralelamente à reunião sobre segurança nuclear que será realizada em Haia, na Holanda, para discutir o aumento da crise provocada pela ane-xação da Crimeia à Rússia.

“Penso que é importante agirmos em sintonia com os nossos aliados e parceiros e penso que devemos dis-cutir se excluímos ou não a Rússia de forma permanente do G8 se fo-rem tomadas outras medidas”, disse Cameron no Parlamento.

O G8 é constituído pela Rússia e pelos membros do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

O presidente russo, Vladimir Putin assinou, na terça-feira (18), o tratado

O presidente da Assembleia Nacio-nal da Venezuela, Diosdado Cabello, inaugurou, na terça-feira (18), uma co-missão da verdade para investigar os protestos ocorridos em várias cidades do país. O grupo quer estabelecer res-ponsabilidades para as 29 mortes re-gistradas até o momento. A apresenta-ção contou com poucos deputados da oposição, que boicotaram a iniciativa.

Além disso, a casa aprovou solicita-ção para que a deputada opositora Ma-ria Corina Machado seja investigada por envolvimento nas manifestações. “Essa deputada é cúmplice, incitado-

Na quarta-feira (19), foram di-vulgadas informações das duas últimas vítimas da violência ma-chista, uma na cidade autônoma de Melilla e outra em Madrid. A

de anexação da Crimeia, considerado legal, por unanimidade, pelo Tribunal Constitucional da Rússia. No domin-go (16), quase 97% dos eleitores que foram às urnas na península votaram a favor da separação da Ucrânia e anexação à Rússia. (Agência Brasil)

ra de assassinatos no país”, afirmou Cabello. Ele disse ainda que “essa comissão terá bom acompanhamento internacional”.

Políticos opositores lançaram em 25 de janeiro a plataforma “A Saída”, que defende protestos e ações contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, com o objetivo de der-rubá-lo pelas “vias democráticas”. Em 12 de fevereiro, quando uma manifes-tação opositora no centro da capital ve-nezuelana terminou com o assassinato de três pessoas, uma onda de violência se alastrou no país. (Opera Mundi)

capital espanhola registrou mais uma mulher assassinada e os outros dois casos ocorreram na Catalunha e no País Basco. Há duas semanas morreram quatro

mulheres em dois dias somente no estado de Andaluzia.

A vice-secretária geral do PSOE (Partido Socialista), Elena Valenciano, disse que a situação é de “emergência nacional”. Já a secretária de Estado de Serviços Sociais e Igualdade, Susana Ca-marero, afirmou que os partidos sentarão para dialogar sobre a si-tuação. No período de um ano, 18 mulheres morreram devido à vio-lência de gênero, segundo cálcu-los do jornal espanhol El País.

Entre as vítimas, está a brasi-leira Andina Pereira de Brito, de 35 anos, que foi encontrada mor-ta com sinais de violência na ci-dade de Mungia, no País Basco. As suspeitas indicam que ela foi estrangulada por seu ex-parceiro Joseba Andoni, um cidadão es-panhol de mesma idade. O juiz responsável pelo caso decretou a sua prisão na quarta-feira (19). (Da Redação, com informações do El País)

Espanha registra 5 mulheres assassinadas em 48hViolência Entre os casos, está o de uma brasileira assassinada pelo ex-parceiro no País Basco

Para a vice-secretária geral do PSOE, Elena Valenciano, a situação é de “emergência nacional”

Primeiro-ministro britânico quer expulsar Rússia do G8

Venezuela cria comissão da verdade para apurar conflitos

“É importante agirmos em sintonia com os nossos aliados”, disse o britânico

Uma onda de violência surgiu após políticos opositores lançarem, em 25 de janeiro, uma plataforma chamada “A Saída”

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16 serviços

a mãe adotiva. O pagamento do salário-maternidade é respon-sabilidade do INSS, retirando do empregador essa oneração para eliminar qualquer discriminação entre homens e mulheres no mo-mento da contratação.

A Lei 11.770/2008 instituiu o Progra-ma Empresa Ci-dadã, que eleva o período de li-cença para 180 dias, mediante incentivos fiscais às empresas. A prorrogação será garantida à em-pregada da empresa que aderir ao programa. Contudo, poucas empresas aderiram. Em regra, o benefício é pago com base na remuneração integral. Mesmo estando desem-pregada, mas mantida a qualida-de de segurada, tem direito ao benefício do salário-maternidade.

se. Sobre os sintomas, a tosse dura em torno de sete dias, a febre geralmente de três a cinco dias e o apetite fica di-minuído. O tratamento é autolimitado, com repouso e ingestão de líquidos.

Já a tuberculose tem como causa uma bactéria (Bacilo de Koch) e tam-bém é transmitida por gotículas de saliva e secreções eliminadas na tos-se. Porém, a tosse dura mais de três semanas e a febre ocorre todos os dias. O apetite fica diminuído, mas com perda de vários quilos em pou-cas semanas. O tratamento é através de medicamentos oferecidos gratui-tamente pelo SUS.

A tuberculose é uma doença que se desenvolve lentamente e perdu-ra por vários anos. Caso o indivíduo não seja adequadamente tratado, a doença pode ser fatal. Apesar de longo, o tratamento da doença é eficaz, 100% gratuito e amplamen-te ofertado pelo SUS. Contribua sendo um agente multiplicador no combate à doença e divulgue essas informações.

Nossa Constituição traz como direito social a prote-ção à maternidade. Inicial-

mente, o salário-maternidade era uma forma de proteção do traba-lho feminino, mas atualmente é uma forma de igualdade de tra-tamento entre homem e mulher. Objetiva substituir a remuneração da segurada durante o período de licença-maternidade.

Assim, é direito das trabalha-doras urbanas e rurais a licença à gestante, com duração de 120 dias, com início entre 28 dias antes até o parto. Tem direito a segurada em-pregada, doméstica, trabalhadora avulsa, segurada especial, contri-buinte individual e facultativa. As empregadas domésticas e as tra-balhadoras avulsas estão dispen-sadas do cumprimento de carência para obtenção do benefício.

Para a contribuinte individual, especial e facultativa, a carência é de 10 contribuições mensais. O mesmo direito foi garantido para

Considerada uma das doenças mais desastrosas de um pas-sado recente, a tuberculose

hoje é facilmente diagnosticada e tem cura em todos os casos adequa-

damente tratados. Entretanto, por ter sintomas semelhantes

ao de uma simples gri-pe, muitos deixam de

procurar um médico acreditando estar com “gripe crôni-ca” – o que pode ser grave e poten-cialmente fatal.

No intuito de alertar a população

sobre as formas de evitar e tratar essa do-

ença, no dia 24 de março é comemorado o dia mundial de

combate à tuberculose, e aqui dare-mos algumas dicas de quando suspei-tar da doença e procurar um médico.

A gripe é causada por um vírus e é transmitida através de gotículas de saliva e secreções eliminadas na tos-

por Ana Isabel Vignati por Flávio Arcangelis

Direitos das trabalhadoras grávidas

É gripe ou tuberculose, doutor?

Advogada trabalhista e previdenciária Médica da Atenção Básica

NOSSO DIREITO NOSSa saúde

Novo semáforo para pedestres, que tem a imagem do quadro “Abaporu”, da pintora modernista Tarsila do Amaral, no cruzamento das

ruas Inácio Pereira da Rocha com Mourato Coelho, na zona oeste

Envie fotos com denúncias ou fatos interessantes do dia a dia da cidade para a seção Click da cidade: [email protected]

Foto: Sofia AssisCLICK Da cidade

Page 17: Brasil de Fato SP - Edição 028

17entretenimento

Médica da Atenção Básica

SALADA DE MACARRÃOPara os dias de calor e de preguiça, nada melhor do que uma salada de macarrão. Há uma infini-dade de combinações possíveis para este prato. Nesta semana, ensinaremos uma possibilidade. Mas nada melhor do que se soltar e criar a sua própria receita. Além dos ingredientes que va-mos indicar, você pode incrementar seu macar-rão com: cebolinha, salsinha, azeitonas, queijo, milho, frango desfiado, entre outros. Depois nos escreva para contar o resultado e se ficou bom!

INGREDIENTES250 gramas de macarrão parafuso;3 colheres de sopa de maionese;½ lata de ervilha;

1 cenoura ralada;150 gramas de presunto em cubo;4 palmitos picados;Sal, orégano e pimento do reino a gostoAzeite a gosto para regar

MODO DE PREPAROCozinhe o macarrão (coloque sal na água). Es-corra, jogue um fio de azeite e deixe esfriar. Em uma travessa grande, misture o presunto picado, a cenoura ralada, o palmito e a ervilha. Junte o macarrão e vá acrescentando a maio-nese a gosto. Dê algumas pitadinhas de sal, orégano e pimenta do reino, deixe na geladei-ra por pelo menos duas horas e sirva.

Áries - 21.03 a 20.04A semana estará atribulada e com tendên-cias a conflitos, mas isso será amenizado nos dias posteriores. Em contrapartida, o suces-so profissional está em evidência, podendo lhe render uma boa projeção na carreira.

Touro - 21.04 a 20.05Possíveis desentedimentos estão por vir, evi-te discussões desnecessárias, principalmente com seu par amoroso. Energia em alta no trabalho, você sente agora a necessidade de estudar e se atualizar, aproveite.

Gêmeos - 21.05 a 20.06Estará sincero e direto nas palavras e está pro-penso a dar opiniões bem firmes. As atividades intelectuais são favorecidas. Poderá conhecer pessoas de culturas diferentes e essa mudança de círculo social lhe fará bem.

Câncer - 21.06 a 22.07Você sentirá necessidade de se expressar me-lhor e mais claramente. O momento é bom para acertar pendências de relacionamentos e evitar que isso tome grandes proporções. A atividade com crianças também é favorecida.

Leão - 23.07 a 22.08Seu poder regenerativo e transformador pode ser utilizado beneficamente para animar e neutralizar os ambientes e as energias das pessoas. Além disso, a saúde está fortalecida, o que reforça seu ânimo e força positiva.

Virgem - 23.08 a 22.09Estará mais prudente e calculista esta semana. Seus planejamentos são acompanhados da sensibilidade e da lógica, que farão um bom trabalho juntas. Qualquer tipo de atividade in-telectual está favorecida, aproveite.

Libra - 23.09 a 22.10Ótimo momento profissional, poderá receber promoções ou até mesmo mudar para um emprego muito melhor, que lhe dê mais sa-tisfação e qualidade de vida. Bom momento também para realizar atividades culturais.

Escorpião - 23.10 a 21.11Cuidado com as emoções, pois agora elas es-tarão mais intensas e podem lhe confundir. Há, por outro lado, uma grande força de regenera-ção e transformação, que lhe ajuda a recuperar o equilíbrio e iniciar uma nova fase.

Peixes - 20.02 a 20.03Há muita sensibilidade, o que ajuda o lado profissional. Mas cuidado com o emocional, pois tende a projetar suas altas expectativas no outro e se desiludir muito quando enxerga as falhas que todo ser humano possui.

Aquário - 21.01 a 19.02Poder de atração em alta! Poderá receber mui-tos olhares, pedidos de namoro ou, no mínimo, ser solicitado em diversos eventos. Equilibre seu gosto pelo coletivo com a necessidade de solidão e de espaço próprio.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Há a necessidade de exercitar o bom humor e de agir com mais leveza. Cuidado com a seriedade excessiva, pois ela pode impedi-lo de se conectar a pessoas e oportunidades que lhe fariam um bem enorme.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Exercite o foco e a consistência para atingir resultados nesta fase, sejam eles quais fo-rem. Sua aparência pessoal chama a atenção de forma benéfica, use esta vantagem para projetar-se e firmar contatos produtivos.

por Fernanda JatobáBOA & BARATA • [email protected]

A semana foca nas energias mais femininas (que todos possuímos): sen-sibilidade, introspecção, intuição, sensualidade, emotividade e capaci-dade de compreensão. É possível que encaremos ajustes a serem feitos em torno destas qualidades, que podem nos despertar e nos impelir a transcender para uma esfera mais sutil, pura e nobre. O desafio é não só alcançar esse outro patamar, mas também de mudarmos permanente-mente nossa vibração interna, afim de não nos distanciarmos mais dele.Keka Campos, astróloga |[email protected]

Horóscopo • 21 a 27 de março de 2014

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em 2013

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(?) de so-corro, cri-me comumno trânsito

Terras (?),região daEscócia

AndréMarques, apresen-

tador (?) Jung,discípulode Freud(Psican.)

Átomo em dese-quilíbrioelétrico

EmmaRoberts,atriz dos

EUA

OliverStone,

cineastade "W."

O lugarideal parao eremita

(?)-teto:moradorde ruaAbsinto

Ir pelos (?):explodirCheiro,

em inglês

Brinde depizzarias

À (?):ocioso

Permis-sões

Variedadede laranja

Local maisescuro docinema

(?)Trevisan,premiadocontista

curitibano

A 1ª do homem foi a pele de animais

Tática usada pelo exércitosoviético contra os alemães naBatalha de Stalin-grado (II Guerra)

Divisão do anoEmper-

rada

Somas pagas porinformações sobre

criminososDesencrespar (cabelo)Balanço

As escolas de samba que desfi-lam no sábado pós-Carnaval, no

Rio deJaneiro

Senhor(abrev.)

São Paulo(sigla)

(?) poucos:gradual-mente

O típicoprodutovendidocomo

suvenir

Prefixo de"analgia"Produto si-derúrgico

ResplandescenteMulheres que

aleitam criançasalheias

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Page 18: Brasil de Fato SP - Edição 028

18 cultura

Mostra teatral promove direitos humanos

Entre os dias 24 e 30 de março ocorre a II Mostra Teatral de Direitos Humanos, organizada pelo coletivo teatral Núcleo do 184, da Cooperativa Paulista de Teatro. O evento acon-tece na semana que antecede o ani-versário de 50 anos do golpe militar de 1964, integrando o calendário de “descomemorações”, promovido por diversas organizações na cidade.

“A mostra é uma manifestação de

repúdio ao golpe militar, que completa 50 anos, e à possibilidade que alguns querem levantar de um novo golpe”, define a diretora Dulce Muniz.

Participam da mostra nove grupos teatrais, além de militantes dos direitos humanos, como Maria Amélia Teles e Elza Lobo. Há também mesas de deba-tes que tratam de temas como políticas públicas para infância e juventude, luta das mulheres, negros, índios e povos originários, trabalho escravo, migração e imigração, artes e direitos humanos.

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Peça “Reis de Fumaça”, da Cia. do Feijão

A abertura ocorrerá na próxima segunda-feira (24), às 20h, e contará com a presença de César Vieira (nome artístico de Idibal Pivetta, diretor do grupo Teatro União e Olho Vivo e ad-vogado de presos políticos, na época da ditadura), entre outros. A cerimônia será acompanhada pela apresentação “Músicas Inquietas”, da Cia. do Tijolo.

PROGRAMAÇÃONo Teatro Studio Heleny Guariba,

serão apresentadas as peças “Iracema

- a paulistada: um solo manifesto”, da Cia. de Solistas (25/03, às 20h); “Mila-gre na Cela”, de Jorge Andrade, com leitura do Grupo Kaus (26/03, às 20h); “Além do Ponto”, da Cia. Os Crespos (27/03, às 20h); “Utopia”, de Thomas Moore, encenada pela Cia. Esquizocê-nica (30/03, às 17h). O Núcleo do 184 é responsável pelas apresentações “A Necessidade da Arte”, de Ernst Fis-cher (28/03, às 20h); “O Rato Pensa-dor”, de Agenor Bevilacqua (29/03, às 16h); “Caixa de Retratos” (29/03, às 20h); e “Jonas/Bacuri/ Bacuri/Jonas” (30/03, às 19h30).

No espaço da Cia. do Feijão, serão apresentadas “Clarisse, Virgínia, Catarina”, do grupo Mal Amadas Poética do Desmonte (26/03, às 20h); “O Interrogatório Brasileiro”, com leitura do Núcleo do 184 (28/03, às 16h); “Reis de Fumaça”, da Cia. do Feijão (28/03, às 18h); e “O Mun-do das águas”, da Cia. A Jaca Est (29/03, às 15h).

A mostra termina com a leitura de “Poesia de Resistência”, pelo ator Roberto Ascar e pelo músico Beto Kapeta, no dia 30 de março, às 20h, no Teatro Studio Heleny Guariba.

II Mostra Teatral de Direitos Humanos24 a 30 de marçoEntrada gratuitaTeatro Studio Heleny Guariba - Praça Roosevelt, 184Espaço da Cia. do Feijão - Rua Doutor Teodoro Baima, 68Mais informações: (11) 3259-6940

hip-hop e afins por DJ Cortecertu

por Eduardo Campos Lima

MEMÓRIA Evento integra “descomemorações” dos 50 anos do golpe militar no Brasil

Enquanto muitos rappers estão em-briagados pelo sucesso do pancadão paulista e perdidos entre os caminhos para a inserção no mercado, a ala combatente da cultura de rua segue enfrentando a onda conservadora que se espalha pelo país.

A Semana de Hip-Hop, organizada pelo Fórum Municipal de Hip-Hop SP, terá em shows com grupos inde-pendentes e promoverá discussões. Entre elas, geração de emprego nas regiões mais pobres da cidade e a Lei Romário, que estabelece regras para profissionalização do hip-hop.

Outra pauta é a genocídio juventude negra nas periferias. O encerramen-to do evento será no dia 22 de março, com atividades durante todo o dia e um show às 18h no Vale do Anhan-gabaú. Mais em: www.facebook.com/groups/forumh2osp

NO YOUTUBEPotencial 3, um dos grupos brasi-

leiros mais relevantes, acaba de lan-çar o videoclipe “De volta”. Confira: http://bit.ly/P3devolta. Outro traba-lho de rap alternativo é o clipe “Rit-mo sincopado”, do MC Drezz, ativis-

ta do Grajaú, na zona sul. Assista ao vídeo em http://bit.ly/1l4Q0BZ.

EM BREVE“Desistir Jamais”, novo CD do Ati-

tude Feminina, está no forno. O gru-po do Distrito Federal ainda promete o DVD “Nossa História” para abril.

ALÉM DE MARÇODJ Simmone protestou no Fa-

cebook: “Queremos no ano todo a mesma importância que vocês dão aos grupos de rap feminino no mês de março”.

BLOGS DO MOVIMENTOQue saber mais sobre hip-hop?

www.blogmacacosmemordam.comwww.noticiario-periferico.comwww.vaiserrimando.com.br

Ritmo, poesia e luta por justiça social na cidadeSemana de Hip-Hop reforça relação entre arte e militância coletiva

A Semana Hip Hop terá a participação do MC Valete, de Portugal, no encerramento

Page 19: Brasil de Fato SP - Edição 028

{agenda cultural}

zona sul

Arte francesaSeis instalações cinéticas e robóticas inspiradas no mundo real dão vida à mostra “Despertar/Éveil”, que discute qual o limite entre a máquina e o orgânico. Com curadoria de Sylvie Parent, a exposição faz parte da Festa da Francofonia. Até 01/06; Ter a Sáb, das 10h às 21h; Dom das 10h às 19h – Entrada gratuita – Sesc Santana – Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Santana

DJ JalooO DJ Jaloo toca de graça no Centro Cultural da Juventude. Jaloo é um misto de DJ, cantor e produtor. O jovem músico vem ganhando espaço na cena eletrônica do Brasil ao misturar pop, carimbó, funk e tecnobrega. Dom (23) às 18h – Entrada gratuita – Centro Cultural da Juventude – Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha

zona leste centro

zona oeste

Teatro PortuguêsEntre os dias 19 e 23 de março, o Teatro João Cae-tano recebe a 1ª Mostra de Teatro Contemporâneo Português, com quatro espetáculos de três compa-nhias portuguesas de peso. Dentre as peças, está a montagem de o “Um dia os réus serão vocês”. Dom (23) às 18h – Entrada gratuita (ingressos distribuídos com uma hora de antecedência) – Teatro João Cae-tano – Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementina

Bibi FerreiraDo alto de seus 91 anos, Bibi Ferreira apresenta “Bibi – Histórias e Canções”. Acompanhada por uma orques-tra de 21 músicos, regidos por Flavio Mendes, o espe-táculo já foi visto por outras cidades brasileiras, além de EUA e Portugal.Sáb (22) às 20h – Entrada gratuita – Auditório do Ibirapuera – Avenida Pedro Álvares Ca-bral, s/n, Portão 2 do Parque do Ibirapuera, Ibirapuera

zona norte

Seletas DepoisO grupo Seletas Depois irá apresentar as músicas do seu primeiro EP. A banda apre-sentará as músicas “Latifúndio”, “D´água”, “O trato” e “Hoje eu vou pro samba”. Além de composições inéditas e participações especiais.Sex (21) às 20h – Entrada gra-tuita (Retirada de ingresso com uma hora de antecedência) – Teatro Martins Penna – Largo do Rosário, 20, Penha

Dança HeuróiO espetáculo de dança “Heurói” ganha única apresentação no CEU Vila Curu-çá. A peça trata com humor e delicade-za das aventuras e desventuras que se apresentam no caminho do herói huma-no.Sex (21) das 10:30 às 11:30 – Entrada gratuita – CEU Vila Curucá – Avenida Marechal Tito, 3400, Jardim Miragaia

Artes visuaisQuatro séries de trabalhos desenvolvidos pelo ar-tista plástico catarinense Bruno Moreschi estão em exposição na Funarte. Elas discutem o siste-ma das artes visuais e da representação através da originalidade, autenticidade, cópia, autoria e mercado.Até 16/04; de Seg a Qui das 10h às 18h; de Sex a Dom das 15h às 21h – Entrada gratuita – Funarte (Fundação Nacional de Arte) – Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos

Cine Direitos HumanosO projeto Cine Direitos Humanos ocorre nas pró-ximas seis semanas, com sessões gratuitas. Esta edição é dedicada a produções que têm como tema o golpe militar de 1964. Nesta semana será exibido o filme “Caparaó”, de Flavio Frederico.Sáb (22), 11h – Entrada gratuita – Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569, Consolação

Exposição heterogêneaUma mistura de história colombiana, retratos da Renascença e pintura holandesa do século 17: as-sim é a obra da artista colombiana Adriana Duque. Na série fotográfica as crianças retratadas imitam pequenos monarcas em cenários com atmosfera barroca. Até 12/04; de Seg a Sex, das 10h às 19h; Sáb das 11h às 17h – Entrada gratuita – Zipper Galeria – Rua Estados Unidos, 1.494, Jardins

Cultura Árabe

Um dos destaques da programação do 5º Festival Sul-Americano de Cultura Árabe, que acontece em vários pontos da cidade, é a exposição “Poe-sia em Caligrafia”. A mostra reúne composições gráficas criadas a partir de versos poéticos em árabe.Até dia 30/03; diariamente das 10h às 22h – Entrada gratuita – Biblioteca Alceu Amoroso Lima – Rua Henrique Schaumann, 777, Pinheiros

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Page 20: Brasil de Fato SP - Edição 028

20esporte

Corinthians se esforça para contratar Elias

Desfalques santistas

Olímpiadas em São Paulo

de volta Contratação de peso do timão, Jogador não tem sido aproveitado pelo português Sporting

O Corinthians tenta trazer o volante Elias para sua equipe. O jogador, que atua pelo Sporting, não tem sido apro-veitado pelo time português.

O Timão tenta fechar negócio desde o ano passado, quando o atleta estava emprestado ao Flamengo. Na época, o empecilho havia sido o pedido salarial do jogados: R$ 500 mil mensais.

Elias seria uma das contratações de peso para o segundo semestre, já que até o momento, o único novo grande nome trazido ao clube foi Jadson.

Uma outro prioridade que o Corin-thians tem na montagem de seu elen-co é a contratação de um atacante com característica de finalizador. Alguns no-mes atuando em outros países da Amé-rica do Sul têm sido sondados.

O Timão tenta, há duas semanas, uma trocar o atacante Emerson Sheik por André, do Atlético Mineiro. Apesar das conversas terem sido interrompi-das nos últimos dias, devido ao afasta-mento do diretor de futebol Ronaldo Xi-

menes, o presidente Mário Gobbi deve encaminhar as negociações.

Quem fez o primeiro contato com o clube mineiro foi Ximenes, agora afas-tado do cargo por questões de saúde. Inicialmente, o Galo se animou com a ideia, mas passou a levantas obstácu-los à concretização do negócio. Um de-les seria a exigência do Corinthians ar-car com parte do salário do camisa 11, hoje por volta dos R$ 500 mil mensais.

No Parque São Jorge, é quase con-senso que Emerson tem de sair. Foi proposto até mesmo que o atacante treinasse separadamente, já que não seria utilizado por Mano, que recusou usar esse recurso.

Ainda que André também não esteja em boa fase, aposta-se que a troca va-leria a pena por ser entre um jogador mais caro por outro mais barato, e mui-to mais jovem, que também conta com a simpatia de Mano, que já o convocou para a Seleção.

santos rio 2016

O atacante Leandro Damião e o volante Arouca não treinaram e são dúvidas para o clássico contra o Pal-meiras, neste domingo.

Os dois permaneceram no departa-mento médico. Damião se recupera de uma entorse no tornozelo, o que, se-gundo a comissão técnica, não é grave. Arouca, por sua vez, reclama de dores no joelho desde a semana passada.

Oswaldo de Oliveira, por outro lado, passará a ter a sua disposição quatro titulares que acabaram de sair da re-cuperação: Aranha, Eugênio Mena, Neto e Thiago Ribeiro. Mena não po-derá jogar no domingo por outro moti-vo: foi convocado pela seleção chilena.

A partida será decisiva para determi-nar o time com melhor campanha na primeira fase do Paulistão.

São Paulo foi uma das cinco cidades confirmadas que receberão partidas de futebol nas Olimpíadas 2016, que serão sediadas no Rio de Janeiro.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, afirmou que, além da sede da competição, outras quatro cidades receberão jogos durante o evento esportivo: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador.

São Paulo foi a única cidade anun-ciada na qual não se definiu o estádio a ser utilizado. Em Brasília, os jogos serão no Mané Garrincha. O Mineirão será o estádio em Belo Horizonte e o Fonte Nova em Salvador.

Os organizadores do evento, entre-tanto, deixaram clara sua preferência pela utilização do Itaquerão.

Elias ainda tem prestígio com a torcida corintiana

Nuzman afirma ter preferência por Itaquerão

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Definidas quartas de final da Liga

liga dos campeões

Estão definidos os oito clubes que disputarão a próxima fase da Liga dos Campões. Na última quarta (19), Man-chester United, da Inglaterra, e Borus-sia Dortmund, da Alemanha, foram os dois últimos clubes a se classificar. O clube inglês eliminou o Olympiacos, da Grécia, e a equipe alemã passou pelo Zenit, da Rússia.

Além de Manchester United e Borus-sia Dortmund, os outros classificados eram também considerados os favori-tos às vagas: PSG, Barcelona, Bayern de Munique, atual campeão da compe-tição, Atlético de Madrid, Real Madrid e Chelsea. É possível que alguns clás-sicos aconteçam. Seria o caso do “Dérbi Madrilenho”, entre Atlético e Real, ou mesmo “El Clásico”, entre este último e o Barça.

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