brasil de fato sp - edição 035

16
distribuição gratuita | brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatosp Brasil »7: Apenas 8,5% dos parlamentares são negros Dexter »8: “Ideologia do Hip Hop é mais enraizada que a do Funk Ostentação” Cultura » 14 Livros e documentários inspiram o filme “Getúlio” Manifestação » 3 Prédios de três empreiteiras são ocupados por movimentos sociais São Paulo, de 9 a 15 de maio de 2014 | ano 1 n• 35 uma visão popular do brasil e do mundo Walter Carvalho Divulgação José Coutrinho Rafael Stedile Reprodução Mães se desdobram para trabalhar e cuidar dos filhos Dia das mães Mulheres contam suas rotinas entre família e serviço

Upload: brasil-de-fato-sp

Post on 09-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Jornal Brasil de Fato SP - Edição 35 - 9 a 15 de maio de 2014

TRANSCRIPT

Page 1: Brasil de Fato SP - Edição 035

dis

trib

uiç

ão

gr

atu

ita

| b

ra

sild

efa

to.c

om

.br

| fa

ce

bo

ok

.co

m/b

ra

sild

efa

tosp

Brasil »7: Apenas 8,5% dos parlamentares são negros

Dexter »8: “Ideologia do Hip Hop é mais enraizada que a do Funk Ostentação”

Cultura » 14Livros e documentários inspiram o filme “Getúlio”

Manifestação » 3Prédios de três empreiteiras são ocupados por movimentos sociais

São Paulo, de 9 a 15 de maio de 2014 | ano 1 n• 35

uma visão popular do brasil e do mundo

Wal

ter

Car

valh

o D

ivu

lgaç

ão

José

Cou

trin

ho

Raf

ael

Sted

ile

Rep

rod

uçã

o

Mães se desdobram para trabalhar e cuidar dos filhosDia das mães Mulheres contam suas rotinas entre família e serviço

Page 2: Brasil de Fato SP - Edição 035

02 EDITORIAL

ais uma vítima foi arrastada pe-las ruas de uma cidade brasileira. Desta vez, o caso ocorreu no litoral

paulista. Qual o crime cometido por ela? Nenhum. A mulher apenas ti-nha semelhanças com um retrato falado de uma suposta praticante de magia negra. Esta imagem, pu-blicada na internet, foi suficiente para sentenciá-la à pena de morte.

A vítima é uma dona de casa, Fabia-ne Maria de Jesus, que deixa filhos e uma família. Não tinha nenhuma re-lação com as acusações dos supostos crimes. Mesmo assim, a mataram em um ritual de covardia, e os criminosos

devem ser responsabilizados por isso.O Brasil de Fato SP vem alertando

para o crescimento de casos de “justi-ça pelas próprias mãos”, estimulados e justificados por programas televi-sivos e jornalistas da grande mídia, como o fez Ra-quel Shehera-zade, do jornal do SBT.

A imprensa tem um gran-de poder em suas mãos, e não é a primeira vez que atua contra a sociedade. Outro caso célebre foi o da Escola Base, em São Paulo, quando os donos de um colégio infantil foram acusados e condenados por tais veículos de comunicação de

terem abusados sexualmente de crian-ças. Depois, esta acusação foi apurada e constatou-se não só era falsa, como não tinha nenhuma relação com os donos da escola. Absolvidos pela jus-tiça, eles nunca receberam pedidos

de desculpas ou indenizações por terem suas vidas e a escola arrasadas.

Os progra-mas televisivos,

que vivem a pregar que não há justi-ça, passam uma outra mensagem ao cidadão que os assiste. A mensagem que fica deles é: “se a justiça brasileira não funciona, façamos com as próprias mãos”. Assim, aumenta esse tipo de

violência e também mortes causadas por supostos enfrentamentos com po-liciais.

Estudiosos apontam que nos úl-timos 20 anos foram mais de 1.200 casos de linchamentos pela popula-ção. A maior parte deles com conse-quências graves, tendo como acusa-dos cidadãos inocentes. Ou seja, em nome do combate à injustiça e aàcri-minalidade, agem como criminosos e punem com covardia, sem provas, tais pessoas. Ao mesmo tempo, se avolumam as execuções praticadas pela polícia, tanto a Civil, quanto a PM e Metropolitanas.

ossa história tem sido marcada pela distor-ção da democracia em prol dos interesses das elites. Este pro-

cesso implicou na constituição de uma regime político conservador e que não garante a efetivação de di-reitos sociais básicos do povo .

Por ser controlada pelo poder eco-nômico, a política nacional é aves-sa à participação popular. Forma-ram-se um conjunto de instituições sem compromisso com a soberania nacional e com as demandas da maioria da população. Esse modelo passa por uma profunda crise nesse momento: as manifestações de ju-nho indicaram o esgotamento deste padrão.

Esta crise é comum aos países

latino-americanos, mas determina-dos contextos permitiram o surgi-mento de alternativas políticas que favoreceram o povo. Esses proces-sos podem servir de exemplos para nós brasileiros.

Nos últimos 15 anos, os paí-ses na América Latina que ela-boraram saídas progress is tas para suas crises políticas convocaram Assembleias Constituintes que romperam com o modelo constitucional conservador e elitista. Isso possibilitou a refun-dação de seus sistemas políticos, avançando na construção de uma democracia com condições de efe-tivar a participação popular, assim

como viabilizar reformas sociais. Um exemplo desse processo se

deu na Venezuela com a Constitui-ção Bolivariana que, acompanhada da mobilização popular, concretizou reformas estruturais e segue avan-

çando. É importante, lembrarmos também da Bolívia que, com a nova constituição,

avançou na descolonização de seu país. Nesse momento, as forças po-pulares chilenas estão exigindo da presidenta Michele Bachelet uma assembleia constituinte. Essas ini-ciativas abrem possibilidade de revisão da redemocratização pela qual passou nosso continente após

o fim de diversas ditaduras milita-res.

No Brasil também temos a chan-ce de resolver nossos impasses. A questão mais importante nesse cenário é que a luta política pos-sa combinar manifestações de massa com a luta por uma nova Constituinte. Qualquer candidatu-ra à Presidência que ignorar essa bandeira, ou que apoiá-la apenas retoricamente, poderá pagar um preço caro.

O clamor das ruas por mais mu-danças retornará no próximo go-verno. Qualquer compromisso que implique garantir governabilida-de dentro de um sistema que não atenda às reformas sociais signifi-cará o agravamento da crise políti-ca. Veremos.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim, Ronaldo Pagotto e Vítor Polacchini • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Estagiário: Guilherme Almeida • Revisão: Thiago Moyano • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Larissa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

Por ser controlada pela economia, a política brasileira é avessa à participação popular

Uma alternativa para o Brasil

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800 Publicidade:[email protected]

Brasil

São Paulo

Luto por Fabiane

Em nome do combate ao crime, os “justiceiros”

agem como criminosos e punem com covardia

N

M

Page 3: Brasil de Fato SP - Edição 035

03SÃO PAULO

O MTST (Movimento dos Trabalha-dores Sem-Teto) organizou protestos na quinta-feira (8) em quatro pontos diferentes da cidade de São Paulo. As manifestações duraram cerca de duas horas. Uma das lideranças do grupo, Guilherme Boulos, afirmou que o governo federal havia se com-prometido a receber representantes em uma reunião no Itaquerão.

Além dos sem-teto, o MST (Movi-mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que estava em marcha por Re-forma Agrária, se somou à mobiliza-ção. Os manifestantes se reuniram na praça do Ciclista, na avenida Paulista, nas estações Butantã do Metrô e Ber-rini da CPTM e no bairro de Interla-gos, zona sul.

Os alvos dos protestos eram as se-des de grandes construtoras: a An-drade Gutierrez, OAS e a Odebrecht. As duas últimas chegaram a ser ocu-pada pelos manifestantes.

Boulos afirmou que a aliança com os Sem Terra é decisiva para o en-frentamento dessas grandes corpo-

raçõe. Segundo ele, a Odebrecht faz parte das que mais ganharam com as construções da Copa do Mundo, com condições trabalhistas precárias.

“Esses atos vem no sentido de dar um basta para essas empreiteiras. Hoje lançamos a campanha ‘Copa Sem Povo, Tô na Rua de Novo’, que vai ter atos semanais daqui até a abertura da Copa, buscando sensi-bilizar os governos para a pauta dos trabalhadores.”

Já para Kelli Mafort, da coordena-ção nacional do MST, é preciso “aca-bar com o latifúndio no campo e na cidade, por isso temos que lutar por uma reforma agrária e urbana. Essa luta é um exemplo de que as trans-formações estruturais que tanto pre-cisamos na nossa sociedade só vão acontecer com a aliança entre os tra-balhadores do campo e da cidade”.

COPA DO POVONa madrugada do último sába-

do (3), o MTST ocupou um terreno particular de 150 mil m² próximo à

Unidade Manifestações foram suspensas após governo federal garantir reunião

Movimentos protestam contra empreiteiras

Cerca de 5.000 professores e servidores da rede municipal de ensino de São Paulo realizaram uma assembleia em frente ao pré-dio da Prefeitura, no Viaduto do Chá, no Centro, para discutir os rumos da greve da categoria. A atividade aconteceu na tarde da quarta-feira (7).

Apesar da negociação entre re-presentantes da prefeitura e dos professores, os trabalhadores deci-diram manter a paralisação.

Os docentes estão em greve des-de o último dia 23. Entre as deman-

das, estão questões salariais, melho-res condições de trabalho, segurança nas escolas, valorização profissional, fim das terceirizações, entre outros pontos.

Após a assembleia, o Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Edu-cação no Ensino Municipal de São Paulo) puxou um ato que percorreu a avenida 23 de maio até a Secretaria Municipal de Educação.

A próxima assembleia e mobiliza-ção dos grevistas será no dia 13 de maio, às 14h, no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista. (da Redação)

Trabalhadores do Ensino Municipal mantêm greve

Manifestantes desfilam e se beijam na avenida Paulista, durante a XII Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo, em Luta contra o

Machismo e a Violência, no último sábado (3).

Arena Corinthians. Cerca de 2.000 famílias estão acampadas no local, que foi batizado de “Copa do Povo”.

A Justiça atendeu ao pedido da Viver Incorporadora, proprietária do terreno, e determinou que os sem teto deixem o local. O MTST que con-siderou a decisão “injusta” e “sem critérios” pretende recorrer. Além disso, o movimento afirma que a empresa deixou de pagar IPTU man-tendo a área“fraudulentamente” como zona rural, onde o imposto é o ITR.

A Viver Incorporadora afirma que está com os impostos em dia.

JORNADA DE LUTAS Os 1000 manifestantes do MST que

participaram do ato na Odebrecht vem de uma marcha pelo interior de São Paulo até a capital. As ações são parte da jornada de lutas do MST, re-alizada todo ano para exigir o cumpri-mento da Reforma Agrária (mais de 190 mil famílias estão acampadas por todo o Brasil hoje, sem obter um lote) e relembrar os Sem Terra mortos no massacre de Eldorado dos Carajás. Neste ano, o movimento já fez ocupa-ções de terras, prédios públicos, atos e marchas em mais de 17 estados. (da Redação)

Manifestantes ocupam a sede da Odebrecht, na zona oeste

Ato dos professores na Av. 23 de maio

Page 4: Brasil de Fato SP - Edição 035

04 são pauLo

Lucélia Rodrigues Cavalcanti dos Santos acorda todos os dias às 3h. Deixa o café da manhã e o unifor-me da escola prontos para os filhos – Bianca e Breno, de 8 e 5 anos – e sai para trabalhar. Ela é motorista de ônibus e entra às 5h no serviço. Trabalha cerca de 10 horas todos os dias para garantir o sustento das crianças, além dos cursos de balé, futebol e inglês. Depois da jornada cansativa, chega em casa e ainda arruma tempo para corrigir lição, fazer comida, brincar...

Lucélia é uma dentre milhões de mães trabalhadoras em São Paulo. Essa semana, elas são as homena-geadas do Brasil de Fato SP. “O meu trabalho, minha vida, é tudo em prol dos meus filhos. Penso em primeiro lugar neles, segundo neles, terceiro em mim”, afirma a motorista.

A mãe da Bianca e do Breno está no volante desde os 21 anos, hoje tem 35. As duas gestações foram acompanhadas de perto pelos pas-sageiros. “Dirigi até o último dia. Os partos foram cesáreas, então

trabalhei de manhã e ganhei nenê à tarde. E eu dirigia com barrigão, os passageiros davam roupinha, sapa-tinho, foi muito legal”, conta.

A filha mais velha, Bianca, já fala para a mãe que também quer se mo-torista. O que Lucélia acha? “Olha, eu escolhi dirigir por causa do exem-plo de uma motorista de ônibus, que me levava para a escola quando eu era criança. Naquela época isso era

muito raro. Mas digo para a minha filha que quero algo melhor para ela, quero que ela seja engenheira, algo assim”, planeja.

Ela conta que nunca pensou em parar de trabalhar para cuidar dos filhos. “A gente tem que trabalhar pra ajudar dentro de casa, os dois, tanto o homem quanto a mulher. E eu consigo cuidar dos meus filhos e trabalhar ao mesmo tempo. Toda parada do ônibus eu ligo para minha filha, para saber como ela está”, diz.

MÃE 24HOutra mãe que não tem medo do

batente é Floripes de Jesus Santos, mais conhecida como Flor. O filho dela, Marcos Vinicius, de 30 anos, teve paralisia cerebral, não anda e sempre precisou de cuidados. Em-pregada doméstica, Flor se desdo-bra para sustentar a casa. “Ganho R$ 800 como doméstica e pago R$ 500 de aluguel. Então também costuro, fabrico sabonete, faço de tudo”, conta.

Floripes teve uma vida dura. Co-

meçou a trabalhar como doméstica aos 6 anos. Nunca estudou e criou seu filho sozinha. Mas ela não re-clama da vida. Seu maior objetivo é garantir para o filho uma vida mais confortável do que a que ela teve. Por isso, resolveu voltar a estudar.

“Acordo 3h50, dou banho, espero a perua que leva ele para a escola [Marcos também está estudando agora], e saio para trabalhar. Deixo o serviço umas 16h, mas, com esse trânsito de São Paulo, só chego em casa às 19h. Dou remédio para ele, pego os livros e saio para a minha escola. Quando chego em casa já são 23h. Aí que vou cozinhar e pas-sar roupa. Tem dia que não durmo nem duas horas, mas faço todo esse sacrifício para termos uma vida melhor”, afirma.

Flor está com 52 anos e deve terminar o ensino médio este ano. Para ela, o próximo domingo não é uma data muito diferente das ou-tras. “O Dia das Mães é só uma data comercial. Mãe mesmo é todo dia, 24 horas.”

Cotidiano Motorista de ônibus, Lucélia Cavalcanti, conta que dirigiu até o último dia de gravidez

por Mariana Desidério

Raf

ael S

ted

ile

direitos das mães trabalhadoras

Mulheres enfrentam jornada dupla

– É proibido que o empregador recu-se trabalho, promoção ou motive a dispensa em razão de sexo, situação familiar ou estado de gravidez;

– É proibido exigir exame para com-provação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no em-prego;

– A trabalhadora gestante tem di-reito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário;

– A gestante tem direito à dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares;

– As empresas que tenham 30 ou mais trabalhadoras devem ter local específico no qual as empregadas, durante a amamentação, possam deixar seus filhos sob os cuidados de um cuidador;

– Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 meses de idade, a mulher terá direito, durante a jor-nada de trabalho, a dois descansos especiais, de meia hora cada um.

A empregada doméstica Floripes

Raf

ael S

ted

ile

Page 5: Brasil de Fato SP - Edição 035

05SÃO PAULO

Jornalista, é editor do blog www.rodrigovianna.com.br

O susto será grande

rodrigo

vianna

Depois de ver meu time chegar à liderança do Brasileirão, eu tomava um lanche com meus filhos – já qua-se adultos – no fim de domingo. Um deles anunciou que ia tomar banho. Brinquei com ele: “aproveita enquan-to há água”. E ele: “pai, não exagera, não está tão grave”. O mais velho en-tão emendou: “então por que na casa de uma cliente onde presto serviço já falta água há quase um mês?”

Começou um debate e apresentei os números do Sistema Cantareira. Caiu para 10% da capacidade e ainda teremos que enfrentar quatro meses sem chuva. Meus filhos ficaram res-sabiados: “se a situação é tão grave por que ninguém fala sobre isso?”

Esperteza demais costuma liquidar o esperto. A imprensa velha fala sem pa-rar na “crise da Petrobras”. Acontece que não há qualquer risco de faltar gaso-lina, ou de a Petrobras pedir concordata...

Sobre a falta de água, quase não há manchetes. A grande mídia acha que pode controlar a realidade. Tira a seca do Sistema Cantareira das man-chetes. E quando o assunto ganha espaço, não há qualquer cobrança ao governador Geraldo Alckmin.

A situação é desesperadora. Não para o governador apenas, mas para os paulistas. Especialistas calculam que lá para julho o Sistema Cantarei-ra, que abastece 9 milhões de pes-soas, vai entrar em colapso. Antes disso, já começará a se ampliar o “ro-dízio disfarçado” de água.

A mídia não fala no assunto. Nos questionários de pesquisas eleito-rais, o tema não entra em pauta. Mas a realidade é traiçoeira… E o assunto surge nas conversas informais: nas ruas, nas casas, na mesa do lanche no domingo.

Não se trata de conversa sobre po-lítica. É a realidade cotidiana. Gente que não consegue tomar banho na zona norte. Outros que já precisam programar horário de lavar a roupa na região de Cotia.

Quando a ficha cair, em larga es-cala, o susto vai ser gigantesco. Vai ser parecido com o olhar de meu fi-lho hoje, na hora do lanche: “mas vai faltar água e ninguém nos avisa?” E aí Alckmin não terá defesa. Não há manchete mentirosa que explique a torneira seca.

A maior dificuldade para as mães que trabalham atualmente é não ter com quem deixar o filho durante o serviço, segundo apontam as entre-vistadas nesta reportagem. “Muitas mães não conseguem vaga em cre-che e também não têm dinheiro para

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quarta-feira, 30 de abril, em primeira votação, a proposta de substitutivo do Plano Diretor Estra-tégico, conjunto de diretrizes que vai orientar o crescimento da cidade pe-los próximos 16 anos. A votação ocor-reu sob forte pressão dos movimen-tos de moradia. Entenda a polêmica:

No dia anterior à aprovação, os vereadores tentaram votar o projeto, mas devido a uma manobra regi-mental do PSDB e PSD, isso não foi possível. Cerca de 3.000 manifestan-tes estavam em frente à Câmara e houve um confronto com a Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Mi-

pagar alguém. A maioria desiste de trabalhar para ficar em casa”, afirma a motorista Lucélia Cavalcanti.

“Esse é um problema extrema-mente grave”, avalia o jurista Jorge Souto Maior, professor de direito do trabalho na USP. “A creche é um

litar. Muitos dos que protestavam haviam passado a noite em vigília com a promessa dos vereadores de votação para aquela data.

Um manifesto, divulgado pelas entidades presentes, reivindicava a ampliação de áreas para a habi-tação popular, com a demarcação das ZEIS (Zonas Especiais de Inte-resse Social) e destinação de parte dos recursos do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano) para a aquisição de terras para moradia popular. Além disso, há também a proposta de instituição da Cota de Solidariedade, em defesa da função social da propriedade.

direito da trabalhadora que vem sendo reiteradamente descumpri-do”, diz. Em São Paulo, a fila para vagas em creches tem mais de 110 mil crianças.

Não é só essa questão que aflige as mães trabalhadoras. Segundo Souto Maior, a maior parte das demandas dessas mulheres no judiciário diz res-peito ao período de gravidez. “Muitas são demitidas durante a gestação e procuram a Justiça”, conta. Pela lei, uma mulher não pode ser demitida durante a gravidez, nem nos cinco meses após o parto.

No entanto, o juiz também ressal-ta que muitos casos de violação dos direitos das mães no trabalho se-quer chegam à Justiça. “É preciso avançar muito na compreensão dos direitos dessas mulheres, para que elas busquem o judiciário quando necessário”, afirma. (MD)

De acordo com o relator do proje-to, o vereador Nabil Bonduki (PT), estas reivindicações estão presentes na proposta de substitutivo, pois há uma necessidade de dar respostas à questão habitacional. “O déficit de moradia é muito grande, e, se não res-pondermos adequadamente, as áreas ambientais é que sofrerão”, disse.

Na proposta aprovada, uma grande área que é reivindicada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem--Teto) para habitação foi classificada como ZEIS. O local em questão é a ocupação Nova Palestina, na região de M´Boi Mirim, na zona sul da cida-de. Segundo Nabil, a área da ocupa-ção Nova Palestina e a Faixa de Gaza, também na zona sul, só são passíveis de serem transformadas em ZEIS, pois não apresentam características de uma área a se proteger.

“Ao contrário do que tem se fa-lado, a construção de habitação de interesse social não foi liberada nas áreas de preservação ambiental. A Nova Palestina não está numa área de preservação e sim inserida em uma área na qual definir locais para construção de moradias populares é imprescindível para recuperar e reurbanizar as ocupações irregula-res existentes”, afirmou o relator.

DIREITOS Juiz defende mais informação para que mães busquem o judiciário

Falta de creches é a maior dificuldade

Lu

cin

ey M

arti

ns

Plano Diretor é aprovado em primeira votação

Movimentos sociais protestaram pela aprovação de projeto

Raf

ael S

ted

ile

Fila para creches em São Paulo tem mais de 110 mil crianças

Page 6: Brasil de Fato SP - Edição 035

06 São Paulobrasil

A Campanha Nacional de Vaci-nação contra a Gripe termina nesta sexta (9) em todo o país. Devem ser imunizados idosos, crianças com ida-de entre seis meses e menos de cinco anos, gestantes, mães em puerpério (45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, povos indígenas, popula-ção privada de liberdade e funcioná-rios do sistema prisional.

Vacinação

As novas regras para portabi-lidade de crédito imobiliário com recursos do FGTS começaram a valer. O cliente pode transferir o saldo devedor do imóvel para outro banco que ofereça juros mais bai-xos. Após escolher o melhor plano, o novo banco pagará a dívida origi-nal, e o contrato passará a valer. A modalidade está disponível em to-dos os bancos, além da Caixa Eco-nômica Federal.

A Petrobras deve desligar, ainda este ano, 4.564 dos 8.298 funcio-nários que aderiram ao Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntá-rio,. O total de adesões representa 12,4% do efetivo total da empresa. A redução de custos prevista pela empresa é de R$ 13 bilhões entre 2014 a 2018. O valor a ser pago para os funcionários que aderiram ao pla-no deve chegar a R$ 2,4 bilhões.

Crédito imobiliário

Demissões na Petrobras

Deputados Uma das polêmicas é sobre financiamento

Comissão da Câmara aprova Plano Nacional de Educação

A comissão especial que analisa o PNE (Plano Nacional de Educação) concluiu, na terça (6), a votação do projeto de lei. A expectativa é que o plano seja votado em plenário den-tro de dez dias e siga para sanção presidencial neste mês.

O PNE estabelece metas para os próximos dez anos. Entre as dire-trizes, estão a erradicação do anal-fabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano des-tina 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação – atualmen-te são investidos 5,3%.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx

AB

r

Aqui em São Paulo e no Brasil inteiro.

Recursos garantidos para a

construção de 532 creches e

pré-escolas.

Quase 40 MIL professores

participam do Pacto pela

Alfabetização na Idade Certa.

Mais de 2.500 escolas já oferecem

educação em tempo integral.

É assim que o Brasil combate

a desigualdade social e se torna

UM PAÍS CADA VEZ MAIS JUSTO.

PARA GARANTIR OPORTUNIDADES IGUAIS DESDE CEDO, O GOVERNO FEDERAL ESTÁ INVESTINDO FORTEMENTE

NA EDUCAÇÃO.NA EDUCAÇÃO.NA EDUCAÇÃO.

Uma das alterações feitas foi a in-clusão da estratégia aprovada pelo Senado Federal, que estabelece po-líticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ín-dice de Desenvolvimento da Educa-ção Básica. A proposta foi criticada por entidades de professores.

Um dos pontos polêmicos é o financiamento. Na forma como o plano deixa a comissão, os 10% do PIB incluirão as isenções fis-cais e financiamentos ao setor privado, como o ProUni e o Fies. (Agência Brasil)

O projeto destina 10% do PIB para a educação, hoje são 5,3%

Page 7: Brasil de Fato SP - Edição 035

07brasil

O dilema da mídia

Jornalista, é editor de blog no portal www.revistaforum.com.br

Pesquisa Sensus e o desejo de mudança

renato

Rovai

A pesquisa Sensus publicada nesta semana na capa da revista “Isto É” traz o governador Aécio Neves com 23,7% dos votos e Dilma com 35%. Parece mais ser algo produzido ao gosto do fre-guês, para criar uma onda, do que um produto sério.

No entanto, a pesquisa não é o proble-ma. O buraco é mais em cima. O núme-ro de pessoas que começa a achar que a reeleição pode ter subido no telhado se ampliou demais. Mesmo na ressaca de junho de 2013, quando a popularidade da presidenta despencou, havia menos gente temerosa em relação à reeleição do que atualmente.

Na avaliação desses mais pessimis-tas, o governo subestimou a oposição e não entendeu o recado das ruas. Ficou mais preocupado em conduzir a buro-cracia e com o pragmatismo das alian-ças do que em redesenhar um novo pacto com os setores populares.

Ao não ter se colocado como líder deste processo, a presidenta deixou um espaço vazio que vem sendo ocupado pela oposição. Mas os candidatos da oposição ainda não se credenciaram como confiáveis para liderar o processo de mudança. É neste novo espaço vazio que Dilma pode retomar as cartas do jogo. Mas para que isso viesse a aconte-cer, a presidenta precisa não só sinalizar com a defesa da reforma política, mas iniciar um processo com sinais claros de mudança na cultura política da condu-ção do governo.

Teria de, como se diz no popular, par-tir para cima. Enfrentar interesses po-derosos e dar sinais fortes de que seu segundo mandato já estaria começan-do agora. Assim, a parte do eleitorado que está achando que sua reeleição seria quatro anos de mais do mesmo poderia renovar o compromisso políti-co e não aceitar os riscos com Aécio ou Eduardo Campos.

A operação não é fácil. E para que venha a acontecer depende única e exclusivamente de Dilma. Ela tem que estar convencida e disposta a enfren-tar o processo de quebra de ovos para fazer o omelete, porque o cenário políti-co do Brasil pós-junho de 2013 mudou significativamente. Apesar disso, há gente achando que aquilo já é coisa do passado.

No próximo dia 13 de maio, o Brasil completa 126 anos de abolição da es-cravidão. De lá pra cá, muita coisa mu-dou, mas os negros continuam com uma representação muito pequena nos espaços de poder. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística), 51% da população se declaram negros. Porém, apenas 8,5% dos parlamentares no Congresso Na-cional, um total de 43 representantes, entre deputados e senadores, tam-bém fizeram a mesma afirmação.

Essa diferença revela a dificuldade da população de se ver representada na política. “A maioria dos candidatos eleitos no Brasil tem vínculos com os setores empresariais ou são financia-dos por empresários”, aponta Clédis-son Junior, do Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer. “Nós,

A Comissão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania do Sendo aprovou, nesta quarta-feira (7), o projeto de lei nº 29/2014, de autoria do Poder Exe-cutivo, que reserva 20% das vagas oferecidas em concursos públicos fe-derais a candidatos negros e pardos. A cota racial terá validade de dez anos e não se aplicará a concursos cujos editais tenham sido publicados antes da vigência da lei.

Para concorrer às vagas, os candi-datos deverão se declarar negros ou pardos no ato da inscrição do concur-so, conforme o quesito de cor ou raça

negros, apesar de sermos maioria da população, do total de trabalhadores e de desempregados, não conseguimos competir nas eleições”, acrescenta.

Um dos principais entraves tem a ver com o poder econômico. O Diap (Departamento Intersindical de As-sessoria Parlamentar) aponta que, do total de 594 deputados e senadores, apenas 91 são considerados repre-sentantes da classe trabalhadora. A maioria é formada por empresários, que ocupam 273 vagas. No Brasil, uma campanha eleitoral custa, em média, o valor de R$ 4,4 milhões.

Em função dessa realidade, movi-mentos sociais e entidades da socie-dade civil lançaram a campanha do Plebiscito Popular por uma Consti-tuinte Exclusiva e Soberana do Siste-ma Político. O objetivo é mobilizar a população e recolher votos a favor de uma Assembleia Constituinte para a

usado pelo IBGE. Se for constatada falsidade na declaração, as penas poderão variar de eliminação no con-curso até perda do emprego público.

Como já foi aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de lei se-gue em regime de urgência para o plenário do Senado, onde deve ser aprovado e levado à sanção presi-dencial. Uma medida semelhante também foi aprovada e está em vi-gor na cidade de São Paulo, reser-vando 20% de vagas em concurso público para negros. (Com informa-ções da Agência Senado)

reforma política. “A Constituição de 1988 não conseguiu incorporar ban-deiras históricas do movimento popu-lar”, explica Junior, do Enegrecer.

Uma das medidas para garantir maior representatividade de negros na política é estabelecer cotas de vagas nos parlamentos municipais, estadu-ais e federais. Uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que tramita na Câmara pretende reservar, durante um prazo pré-determinado de 20 anos, um percentual de 30% de vagas obri-gatórias para candidatos negros.

O autor da medida é o deputado Luiz Alberto (PT-BA). Na justificativa do projeto, ele defende que, “vários países da América do Sul têm legis-lado para também garantir que a re-presentação política deixe de refletir o predomínio social de descendentes dos colonizadores europeus e se torne mais equitativa”.

poder Mesmo sendo maioria, afrodescendentes têm baixa representatividade

Negros não têm vez no Congresso

por Pedro Rafael Vilela, de Brasília

Cota para negros em concursos federais avança

Apenas 8,5% dos parlamentares do Congresso se declaram negros

Para concorrer às vagas, é preciso se declarar negro ou pardo

Mar

celo

Cam

arg

o/A

Br

Page 8: Brasil de Fato SP - Edição 035

08 internacionalbrasil

televisão. Eu sou um jovem que foi sal-vo pelo rap. Se não fosse a cultura hip hop na minha vida eu talvez não esti-vesse aqui dando essa entrevista. Pro-vavelmente já seria mais um a ser as-sassinado pela polícia ou pelo próprio crime, pelas drogas, não sei. Eu tenho uma responsabilidade muito grande.

Alguns nomes se projetaram de al-guns anos pra cá, como Emicida, Projota e Rashid. O rap é bem repre-sentado por essa nova escola?Cada um faz rap do seu jeito. Eu acho que o rap é bem representado por quem sempre representou. Eu jamais vou “cortinar” meus irmãos. Os Racionais estão aí, o MV Bill tá lançando EP agora. Eles represen-tam muito bem e são nomes con-sagrados. Acho que tem gente que tem que comer muito mais que um quilo de sal, tem que entender a real proposta do rap. Tem muita coisa que eu não concordo, sinceramente. Cada um é cada um e responde por aquilo que faz.

liberdade. O título é “Dexter e convi-dados – A liberdade não tem preço”. O subtítulo é nome de uma musica minha com o Edi Rock. Algumas são inéditas e outras já são do meu repertório. Não tem como eu fazer um show e não can-tar “Saudades mil” e “Oitavo anjo”. A gente decidiu fazer o lançamento entre os dias 25 e 30 de julho e o show de lan-çamento será no dia 31 de agosto. Aí já comemora meu aniversário junto. Esse show será uma réplica do DVD, com os mesmo convidados. Também tem coi-sa que vou gravar no meio do ano para sair no fim de 2014.

Quem canta rap tem uma responsa-bilidade de representar essa cultura? O rap é uma música diferenciada. Quem está no hip-hop conhece uma cartilha, ou pelo menos deveria conhe-cer. A primeira coisa é ter respeito por essa cultura que salva vidas. O rap é a única coisa que reúne as pessoas para falar de consciência, de autoestima, política social e racial. Enfim, é uma música feita do povo para o povo. Nós queremos a tão sonhada revolução das pessoas. Eu, a princípio, acredi-to na revolução mental das pessoas. Por isso que faço rap, porque acredito nele como válvula de escape para a ju-ventude que se envolve com o crime e com a ostentação doutrinada pela

Como você começou no rap?Foi quando eu ouvi “Pânico na zona sul”, dos Racionais MCs, com 17 anos. Naquele exato momento, a música mapeou tudo pra mim. Porque falava de uma realidade que eu também vivia em Diadema, e o Brown cantava sobre o Capão Redondo, na zona sul de São Paulo. Além de me identificar com a batida teve a ideia também. Foi um chamado para mim, uma convocação mesmo. Assim como aconteceu comi-go, aconteceu com milhares de jovens na década de 1990. Quando eu ouvi a música, eu entendi que existe respon-sabilidade e que eu tinha a minha para tentar mudar aquela realidade. A car-tilha do hip-hop me disse o seguinte: se você quer ser bem sucedido no rap, vá estudar. Foi o que eu fiz. E hoje es-tou vivo e dando essa entrevista.

O que está acontecendo agora na sua carreira?Finalizamos o DVD que foi gravado em comemoração aos dois anos da minha

Marcos Fernandes de Omena se apresenta como mais um dos milhares de jovens negros que foram salvos pelo hip-hop no Brasil. No fim de sua adoles-cência pobre, no Jardim Calux, região do ABC paulista, foi através da música “Pânico na zona sul”, dos Racionais Mcs, que sua consciência depertou e surgiu uma nova personalidade. Marcos se transformou em Dexter.

Na prisão, onde ficou por 13 anos e três meses, fundou o grupo 509-E. Agora, pouco mais de três anos como homem liberto, o rapper está focado na carreira solo. O DVD “Dexter e convida-dos – A liberdade não tem preço” será lançado em breve.

Em entrevista ao Brasil de Fato SP, ele diz que o rap tem uma responsabi-lidade social e politica. Assim, ele criti-ca alguns colegas da música por não “entenderem a real proposta do rap”. Afiado, Dexter também avalia o funk os-tentação: “Voltando na questão da res-ponsabilidade, quem canta uma música de ostentação também tem a sua”.

Atuante em causas políticas, ele de-nuncia a violência nas prisões. Sobre a polêmica do racismo no futebol, ele quer ver engajamento dos jogadores diaria-mente e não só quando são atingidos. “Todo homem e mulher negra deve ter a consciência, a todo instante, de quem é”, afirma. Confira a entrevista.

“O rap é uma música feita do povo para o povo”ENTREVISTA DEXTERpor Guilherme Almeida fotos Matheus Bagaiolo

Quando assisti o filme

sobre o Malcom X,

minha vida mudou.

Ele é um cara que lutou

pelo povo preto

Se não fosse a cultura

hip hop, eu seria mais

um assassinado

pela polícia ou

pelo crime

Page 9: Brasil de Fato SP - Edição 035

09Entrevista

A discordância está no teor das letras?É. Tem letrinha muito besta por aí. O rap perde sua essência. Por eles, não por nós. O rap é outra fita, é informação, comunicação, é diversão também, mas tem limite. Por isso eu digo que o rap é bem representado por quem sempre representou. Tem gente que ganha di-nheiro fazendo um rap bestinha ai. Nós, é outra fita, somos a raiz do bagulho.

O que você acha do funk ostentação?Eu estive na Liga do Funk esses dias e no meio da troca de ideias com os jovens, eu falei que o rap também incentiva as pessoas a terem as coi-sas, mas de uma forma leal. O rap ensina que você pode ter as coisas estudando, correndo atrás de uma forma legítima e que não te prejudi-que. Inclusive eu me surpreendi que os jovens de lá me disseram que es-ses grandes nomes que estão na TV dizendo quantos carros, motos, pe-ças de ouro e mulheres têm, não os representam. E me disseram que eu, o Brown, o Bill e o GOG representa-mos. Eu achei curioso e procurei en-tender. Percebi que está muito mais enraizada a ideologia do hip-hop do que a da ostentação. Ao mesmo tem-po, fiquei feliz por me deparar com essa realidade. Voltando na questão da responsabilidade, quem canta uma música de ostentação também tem a sua. Eu tenho certeza que a música influencia, porque pra mim foi uma influência.

Você tem algum ídolo?Vou te falar uma fita, conheci um cara que chama Malcom X. No dia que eu assisti o filme sobre esse cara minha vida mudou. A história dele é pareci-da com a minha. A história não trans-formou só o Marcos Fernandes de Omena em Dexter, mas transformou vários outros jovens, em especial os negros, em homens e mulheres dife-renciados. É um cara que lutou muito pelo povo preto e nos ensinou muito. Eu tenho o Malcom como referência, assim como tenho o Zumbi [dos Pal-mares], Martin Luther King, MV Bill, Mano Brown e Edi Rock.

O que acha da polêmica do caso de racismo com o jogador Daniel Alves?Acho que a gente não deve se ma-

nifestar só quando acontecem esses casos. Todo homem e mulher negra deve ter em sua consciência, a todo instante, de quem é. Não é só quan-do o Daniel Alves e o Tinga sofrem racismo que tem que se manifestar. Eu sou a favor do manifesto diário. Isso serve também para a gente parar de acreditar nessa palhaçada de que no Brasil não existe racismo. No nos-so país isso é um ponto crucial, é um problema que existe. Vivemos uma falsa democracia racial. A maioria dos nossos ainda mora nas favelas, não aparecem nas capas de revista, em papeis qualificados na TV. Nosso povo se destaca no futebol e na mú-sica. Então eu gostaria que os joga-dores falassem mais disso. Porque os fãs deles estão lá na periferia e gos-tam de imitar os dribles e comprar as camisetas com o número deles. Então eu gostaria que eles também estu-dassem sua cultura e falassem sobre ela, certo? O nosso povo precisa saber do seu real valor.

Como você escolhe as pautas políti-cas com que se envolve, como a cam-panha contra as revistas vexatórias?São pautas humanistas. Eu passei pela prisão, sei quanto dói ser revis-tado pela polícia. No presídio, tem o funcionário que te respeita porque te vê como uma pessoa também. Mas tem o que já vem com um cano de ferro e se você peitar ele, toma

canada e vai para o castigo. Eu sei como ser recebido por pessoas mal informadas, mal treinadas, que ga-nham pouco, que não são indicadas para esse tipo de trabalho. Além de tudo, tem a experiência da mi-nha mulher que me acompanhou 12 anos dentro da prisão. Muitas vezes ela já entrou chorando porque foi humilhada logo na entrada por mero capricho. O preso já está lá pagando sua pena. Por que o familiar tem que sofrer ainda mais?

Você acredita que o sistema carce-rário do Brasil está em crise?Não está em crise. Ele não recupera ninguém, isso é uma coisa. Mas não dá pra dizer que ele está em crise, porque ele foi criado para funcionar exatamente como ele funciona. Se ele foi criado para excluir, então não vai funcionar para reintegrar. O indivíduo que se encontra preso tem que se au-torressocializar nas prisões, porque o sistema não investe nesse tipo de coi-sa. Até se falou em um ou dois proje-tos, mas o governo do estado não quer levar isso pra frente. Abaixo Geraldo Alckmin! Ele só investe na repressão. Parece que os gastos com os adoles-centes da Fundação Casa são em tor-no de R$ 9 mil por mês. Então, por que não se investe esse valor na educação dessas pessoas? Eu acredito que o investimento na educação pode ser a salvação para essas pessoas.

Temos que parar

de acreditar

nessa palhaçada de

que não existe racismo

no Brasil

O preso já está

lá pagando sua

pena. Por que o

familiar tem que

sofrer ainda mais?

Page 10: Brasil de Fato SP - Edição 035

10 fatos em foco

A entrevista da apresentadora da Band à revista “Veja” lembrou o Rei do Camarote. Ticiana afir-mou que “é bom ter dinheiro, não [ter que] fazer conta” e que não sabia quanto o litro da gasolina custava. Seus colegas de trabalho não gostaram da postura estariam pedindo sua substituição.

Após 16 anos, a equipe carioca voltou a ter um jogador escalado para atuar na Seleção Brasi-leira. O goleiro Jefferson é o 47º atleta do al-vinegro a jogar pelo país. Com esse número, o time se mantém como o que mais forneceu jogadores em disputas de Copa do Mundo.

Pedágios e licitações

Ticiana Villas BoasBotafogo

O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) foi escolhido para ser presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na terça (6), na Assembleia Legislativa, para apurar os valores dos pedágios no estado e o modelo de lici-tação utilizado pelos governos desde a gestão de Mário Covas, seu avô.

A comissão terá a relatoria do depu-tado Davi Zaia (PPS). O autor do reque-rimento com o pedido da CPI, deputado Antonio Mentor (PT), foi “brindado” com a vice-presidência. Segundo a tra-dição da Casa, aquele que propõe a CPI

é o escolhido para a presidência.Presente na reunião de instalação,

embora não seja membro, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) protestou. “O presidente tinha de ser necessariamen-te o deputado Antonio Mentor. Trata-se de uma desmoralização para a Assem-bleia Legislativa. Esta CPI já nasce blin-dada pelo governo”, disse.

Covas disse não se sentir constrangi-do de presidir a comissão pelo fato de ser neto do ex-governador, que coman-dou o Executivo de 1995 até 2001, quan-do morreu.

Neto de Covas presidirá CPI que investigará PSDB

Deputado investigará medidas adotadas por seu avô

O plenário da Câmara dos Depu-tados aprovou, na noite de terça (6), projeto de lei que altera o Código Civil e permite a publicação de bio-grafias sem autorização prévia. O texto segue agora para o Senado.

A aprovação do projeto do de-putado Newton Lima (PT-SP) foi possível após acordo para incluir uma emenda, que garante rito de juizados especiais, que são mais rápidos, a pedidos de retirada de trechos considerados ofensivos.

A questão ganhou notoriedade no início de 2007, quando Roberto Carlos entrou com ações na Justi-ça contra livro lançado pela editora Planeta, escrito pelo pesquisador Paulo Cesar de Araújo. A obra foi recolhida e está proibida até hoje.

No ano passado, a polêmica au-mentou com a entrada em cena do grupo Procure Saber, Artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Djavan foram criticados por defen-der a censura a biografias. (RBA)

Estudantes travestis e transexu-ais poderão usar seus nomes so-ciais nas escolas públicas e particu-lares de São Paulo, de acordo com parecer aprovado por unanimidade pelo Conselho Estadual de Educa-ção de São Paulo.

Pelo projeto, o nome social será o usado nas listas de chamada e nos diários de classe. O nome civil, aquele que consta dos documen-tos, ficará restrito aos documentos externos, como transferência e his-tórico escolar. Aqueles que forem menores de idade terão de ter apro-vação dos responsáveis para enviar a solicitação de uso do nome social à unidade de ensino.

Desde 2010, professores, dire-tores escolares e funcionários da Secretaria Estadual de Educação podem usar o nome social no tra-balho. No ano passado, candidatos que participaram do maior concur-so do magistério no estado pude-ram usar o nome social durante o processo seletivo. (RBA)

Com a correção da tabela de Im-posto de Renda para 4,5%, anuncia-da por Dilma Rousseff, os trabalha-dores deixarão de pagar cerca de R$ 5,3 bilhões neste ano, segundo cálculos divulgados pelo diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Neste ano, todas as pessoas com salário abaixo de R$ 1.868 pas-saram a ser isentas.

A arrecadação é corrigida anual-mente de acordo o centro da meta da inflação, estabelecido por lei como 4,5%. No entanto, algumas centrais sindicais pedem que a me-dida seja complementada e que a correção seja feita sobre a variação total da inflação do ano anterior.

“A inflação brasileira tem ficado acima do centro da meta nos últi-mos anos. Como ela tem chegado até 6,5%, há uma diferença que de-veria ser corrigida”, explica Ganz Lúcio. Segundo ele, o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Ber-zoini, está debatendo a mudança no critério de tributação. (RBA)

O boliviano Narciso Atahuichy Choque, dono de uma confecção, e as brasileiras Rosangila Theodo-ro, Sonia Aparecida Campanholo e Silva Regina da Costa, respectiva-mente sócia e funcionárias da Rho-des Confecções, foram denuncia-dos pelo Ministério Público Federal, em Piracicaba. Eles são acusados de manterem 51 trabalhadores em condições semelhantes às de es-cravos em uma oficina de costura em Americana. Entre as vítimas, 45 bolivianos, 13 em situação irregular no Brasil.

Em operação realizada pelo Mi-nistério do Trabalho, em 2011, foi constatado que diversos trabalha-dores confeccionavam roupas da marca Zara, encomendadas pela Rhodes. A empresa brasileira fun-cionava como fornecedora direta da grife espanhola, mas para atender à demanda, terceirizava a produção, como a do boliviano. (RBA)

Biografias não autorizadas

Nome social

Correção do IrTrabalho escravo

Tân

ia R

ego/

AB

r

Fot

os:d

ivu

lgaç

ão

Ag

ênci

a A

lesp

Page 11: Brasil de Fato SP - Edição 035

11internacional

Neto de Covas presidirá CPI que investigará PSDB

Pegando de surpresa a oposição e até aliados, a presidenta chilena Michelle Bachelet decidiu adiantar reformas que não estavam previstas para os primeiros cem dias de mandato. Desde o começo de abril, já foram enviados ao Congresso três projetos de lei propondo alterações nos sistemas eleitoral e político.

Mais de 800 mulheres morrem to-dos os dias devido a complicações na gravidez e no parto, mostra a OMS (Organização Mundial da Saúde) em dados divulgados nesta semana. A mortalidade materna, no entan-to, registra redução de 45% desde 1990. Em 2013, 289 mil mulheres morreram devido a complicações re-lacionadas à gravidez e ao parto. Em 1990, foram 523 mil mortes.

A quase totalidade das mortes ma-ternas (99%) ocorre em países em desenvolvimento e um terço do total é registrado em apenas dois países: a Índia (50 mil) e a Nigéria (40 mil).

A agência da ONU assinala ainda que um quarto das mortes deve-se à hemorragia severa. Outras causas identificadas são a hipertensão indu-zida pela gravidez (14%), infecções (11%), obstruções e outras complica-ções no parto (9%), complicações re-lacionadas ao aborto (8%) e coágulos sanguíneos (3%). (Agência Brasil)

Bachelet adianta reforma eleitoral no ChileAméRICA LATINA Situação e oposição são pegas de surpresa; projetos incluem mudanças no Congresso

800 mulheres morrem por dia em complicações da gravidez

Rep

rod

uçã

o

Rep

rod

uçã

o

O PROGRAMA MAIS MÉDICOS TROUXEMAIS SAÚDE PARA SÃO PAULO.

*Abril de 2014

Só aqui no estado, já são

2.241 médicoslevando atendimento de qualidade a

362 municípios*

/minsaude /minsaude

O Programa Mais Médicos do Governo Federal superou uma grande meta: em apenas oito meses, atendeu a mais de 100% dos municípios cadastrados no Programa. E São Paulo faz parte desta conquista com mais de 538 milhões de reais investidos, além da ampliação e melhoria do atendimento médico oferecido à população, principalmente a que vive nas localidades mais distantes e nos bairros mais pobres.

Confi ra se a sua cidade está participando do Programa. Acesse o site maismedicos.saude.gov.br ou ligue 136.

Mais Médicos no Brasil:

Dobrouo investimentoem atenção básica

Cerca de

49 milhões de pessoas benefi ciadas

Atendeu mais de

100%da demanda dos municípios

O parlamento debateu e aprovou ra-pidamente, até com apoio da oposição, o primeiro projeto, que estabeleceu o direito de voto nas eleições presiden-ciais e plebiscitos nacionais aos cida-dãos chilenos que moram no exterior desde o fim da ditadura. Os demais projetos foram apresentados na sema-

na passada. Um deles prevê mudanças no processo eleitoral legislativo. O texto original, entre outras coisas, estabelece cotas nas listas parlamentares: um mí-nimo de 40% de candidatas mulheres e cotas a povos originários e organiza-ções sociais, com porcentagem ainda não definida.

A reforma educacional é uma das três grandes reformas prometidas por Ba-chelet. Porém, o governo estipulou que essa apresentação só será realizada após a aprovação da reforma tributária, a primeira das três promessas que ain-da está em tramitação. (Victor Farinelli, de Santiago, no Chile, do Opera Mundi)

Rep

rod

uçã

o

Em 2013, 298 mil mulheres morreram por complicações na gravidez ou no parto

Page 12: Brasil de Fato SP - Edição 035

12 serviços

– 13º salário: terá direito proporcional ao número de meses que trabalhou no ano; – FGTS: terá direito de retirar imediata-mente o valor arrecadado mensalmen-te (8%) pelo empregador. Já amulta de 40% sobre o saldo do FGTS – é paga pelo empre-gador no momento da rescisão. – Seguro-desempre-go: de 7 a 120 dias após a demissão, poderá receber as parcelas pagas pelo INSS, desde que te-nha trabalhado no mínimo seis meses na empresa, além de requi-sitos específicos. – Indenização no valor de um salário mensal: se a dispensa ocorre nos 30 dias que antecedem a data da correção salarial (data-base) da cate-goria, o patrão é obrigado a pagar esta indenização.

e precisamos pensar na melhor forma de cuidar dessa fase.

O ideal é que a gravidez seja iden-tificada o quanto antes. Essa espera por um novo ser, conhecida como pré--natal, deve ser acompanhada por pro-fissionais de saúde, com o mínimo de seis consultas ao longo da gestação. Nelas, serão solicitados exames de sangue e urina para identificar possí-veis riscos e problemas de saúde da mãe e do bebê. Outros exames podem ser necessários, como, por exemplo, a ultrassonografia, e quem avalia o mo-mento de solicitá-los também é o pro-fissional que a acompanha.

Além disso, há uma importante tro-ca de saberes na qual muitas dúvidas e orientações passam a ser discutidas nas consultas, que podem ser realiza-das gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família. Finalmente, é in-teressante que a grávida leve outras pessoas queridas às consultas para que também possam colaborar no cui-dado desse importante momento.

Muitos trabalhadores ficam na dú-vida quando são demitidos sem justa causa e se as empresas estão pagan-do corretamente seus direitos. Por isso, segue abaixo alguns destes, po-rém, se continuarem as dúvidas, pro-cure um advogado ou seu sindicato. – Saldo de salário: é devido proporcio-nalmente à quantidade de dias do mês que você trabalhou até a demissão;– Aviso prévio: no mínimo 30 dias, po-dendo chegar a no máximo 90, caso te-nha trabalhado 20 anos ou mais. Para cada ano trabalhado, somam-se três dias no aviso prévio. O aviso-prévio pode ser trabalhado ou indenizado. Neste último caso, o contrato termina imediatamente, recebendo em dinhei-ro o equivalente ao tempo do aviso; – Férias proporcionais e vencidas: sempre são devidas as proporcionais, com o adicional de um terço. Quanto às férias vencidas (com o adicional de um terço) somente é devido o valor correspondente, se trabalhou mais de um ano e não gozou o descanso;

Menstruação atrasada há algumas semanas. Teste de gravidez da farmá-cia: positivo. Em seguida, um exame de sangue no laboratório confirma: grávida. Essa situação ainda é bastan-te comum entre as mulheres, apesar

do uso de métodos contracep-tivos e de uma participa-

ção feminina maior no mundo do trabalho

(que colabora com a diminuição da taxa de fecundidade). Muitas mulheres seguem com os planos de ser mãe,

mesmo que adia-dos.O último Censo do

IBGE (2010) aponta uma mudança do perfil das famí-

lias: queda do número de filhos (me-nos de dois por mulher) e uma maior espera feminina para tê-los – por volta dos 26 anos. Apesar desse novo dese-nho, o momento da maternidade é real

por THIAGO DUARTE GONÇALVES por Luciana Cajado

Demissões sem justa causa

Pré-natal: o bom de ser bem cuidada

Servidor Público Federal Médica da Atenção Básica

NOSSO DIREITO NOSSa saúde

Praça no centro da cidade de São Paulo

Envie fotos com denúncias ou fatos interessantes do dia a dia da cidade para a seção Click da cidade: [email protected]

Foto: Pedro SibahiCLICK Da cidade

Page 13: Brasil de Fato SP - Edição 035

13entretenimento

TORTA INTEGRAL DE LIQUIDIFICADOR

Uma boa e velha receita de torta em uma ver-são mais saudável. Essa é a proposta da receita dessa semana: a torta integral de liquidificador! Basicamente é trocar a farinha branca pela fari-nha integral mais a aveia. O recheio pode ser va-riado. Aqui, será ensinado um recheio de ricota.

INGREDIENTES:– 2 ovos– 2 xícaras de chá de farinha integral– 1 xícara de chá de leite– ½ xícara de chá de óleo– 1 xícara de chá de aveia fina– Sal a gosto– 1 colher de sopa de fermento em pó– 1 ricota de cerca de 300 gramas– ½ caixinha de creme de leite

– 2 tomates cortados em cubo– 1 saquinho de queijo ralado– Sal, pimenta e orégano a gosto

MODO DE PREPARO:Colocar todos os ingredientes da massa no

liquidificador, menos o fermento, e bater até fi-car uma massa homogênea. Se ficar dura e não bater direito, acrescentar um pouco mais de lei-te. Porém, cuidado, a textura da massa é grossa (mais do que a receita tradicional). Acrescente o fermento ao final e misture. Para o recheio é só amassar a ricota com o garfo, acrescentar o cre-me de leite, tomates, queijo ralado, sal e pimenta a gosto. Em uma forma retangular untada, co-loque metade da massa. Espalhe o recheio por cima. Cubra com a outra metade da massa. Por cima, jogue um pouco de orégano. Leve ao forno médio por 40 a 45 minutos.

Áries - 21.03 a 20.04Intelecto aguçado, há grande potencial es-tratégico e investigativo. Muita facilidade para colocar as ideias em prática e expres-sá-las aos outros. Pode encontrar boas e duradouras parcerias nesse momento.

Touro - 21.04 a 20.05Aparência em alta, estará mais atraente e agirá de forma agradável. Sua comunicação também está favorecida e pode iniciar um novo romance com alguém do seu círculo de amizades ou no mínimo fazer novos amigos.

Gêmeos - 21.05 a 20.06Novas oportunidades em alta. Há grande ativi-dade na rotina e mudanças no ambiente direto (casa e trabalho). Porém, no romance há possi-bilidades de términos ou má comunicação, que talvez prejudique a reconciliação.

Câncer - 21.06 a 22.07Magnetismo pessoal e popularidade. Estará atraindo novos olhares, pois seu comporta-mento geralmente cauteloso e introvertido dará lugar à espontaneidade e eloquência. Aproveite essas energias diferentes.

Leão - 23.07 a 22.08As emoções estão em conflito com a razão, sendo possível confundir seus sentimentos ou não saber expressá-los da melhor forma. Pode não se sentir compreendido, evite focar na negatividade, pois logo essa fase passará.

Virgem - 23.08 a 22.09A energia está acumulada e é preciso des-cobrir como canalizá-la construtivamente. Caso contrário, ela se dissolverá a partir da violência ou impulsividade. Cuidado para não acabar com todo seu dinheiro nesta fase.

Libra - 23.09 a 22.10Boas vibrações estão pairando sobre a área pessoal. Haverá charme, expansividade e bom humor. O lado ruim é a tendência a se envolver em fofocas ou ser alvo de inveja de-vido a esse comportamento. Apenas ignore.

Escorpião - 23.10 a 21.11A energia física está em alta, assim como sua capacidade de regeneração mental e psíqui-ca. Há positividade e agilidade nos pensa-mentos. Essa fase pode ajudá-lo a criar algo diferente e inovador que mude sua vida.

Peixes - 20.02 a 20.03Uma leve energia paira sobre você, proporcio-nando esperança e otimismo, mas por outro lado, situações externas podem abalar o equi-líbrio interno. Procure focar suas atenções na rotina diária e saúde física.

Aquário - 21.01 a 19.02Há muita carga emocional influenciando você, suas atividades, sua rotina. Sentirá necessida-de de introspecção e isolamento para filtrar e compreender o que se passa e assim, se sentir renovado e seguro novamente.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Conflitos leves podem estar a caminho, mas nada que não seja resolvido com paciência e planejamento. Exceto se você começar a agir com indiferença ou negligenciar o problema por julgá-lo simples demais.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Apesar do seu magnetismo estar em alta, tome cuidado com a soberba e ímpetos de grosseria. Melhore suas comunicações, seja mais dócil, esclareça mal entendidos e convi-va mais facilmente com as pessoas.

Semana cheia de desafios e testes de paciência. Passaremos por situações em que é necessário muito mais força de vontade e boa energia mental, que resistência física para enfrentá-las e ultrapassá-las. Além disso, é possível que estejamos com vontade também de desafiar as pessoas e levá-las à ultrapassar seus próprios limites. É necessário cautela, pois isso pode ocasionar tanto ótimas transformações, quanto terríveis desastres.

Keka Campos, astróloga |[email protected]

Horóscopo • 9 a 15 de maio de 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL

BANCO 42

PEFC

ADICIONALD

ECARALAVADA

ILMBBARDCARDUMEOPAARCZLATASOCA

CANARIAHTDILATAR

BIGODESRUCORIATE

POEGRANELA

LCOOLATRA

Joaquim (?), políticoabolicio-nista (PE)

Joanad'(?),

guerreirafrancesa

Voo freta-do por o-peradoras de turismo

Analgésicoque podecausarúlcera

Via depedestres,

comum em favelas

Traços exó-ticos na fa-ce de Sal-vador Dalí

Maiormamíferoterrestrebrasileiro

Base do tratamentocromote-

rápico

(?) Paes: aLucimar de"Salve Jor-

ge" (TV)

"(?) tu,Brutus?",frase deCésar

A (?): oalimento

sem emba-lagem

Qualidade apreciadano estilo literário(?) Sandler: atuouem "Gente Grande"

Moradia indígena"Tensão",em TPM

Aumentarde volumeGarganta

(pop.)

Alvo datraineira

Evento de 2007 (Rio)

Grande e corajosocão do Exército (BR)

51, emromanosTrabalha-

dor de lixão

Peça para dar efeitoao som da guitarra

O impostodo Leão

De (?):doente

Causa das dores mus-culares após ativida-

des físicasRemunera-ção extraao salário

Edgar Allan (?), poe-ta de "O Corvo" (Lit.)Dependente químico

ajudado pelo AA

(?) Refaeli,top model

Doutor(abrev.)

Grã-(?):ilha para-disíaca daEspanha

Objetos re-cicláveis,ricos emalumínio

Interjeiçãode

surpresa

Sem ma-quiagem

(pop.)

C O R4/adam. 6/granel. 7/canária — charter. 11/ácido lático. 14/fila brasileiro.

Rep

rod

uçã

o

BOA & BARATA • [email protected] • por Elizabeth Fernandes

Page 14: Brasil de Fato SP - Edição 035

14 cultura

“O que é que a baiana tem?”, cer-tamente saudades de Dorival Caym-mi. O compositor e cantor, nascido em Salvador, completaria 100 anos no dia 30 de abril. Porém, ele nos deixou em agosto de 2008. Além da falta, ficam clássicos da música brasileira “Maracangalha”, “Dora”, “Noite de temporal”, e os convites a conhecer o estado nordestino: “Você já foi à Bahia?” e “Saudade de Itapoã”.

A voz grave e o espírito calmo e den-goso ainda fazem remeter a Caimmy, como nesta frase: “Só quero que me deixem ficar no meu ritmo. Num dia bo-nito qualquer, sair com a chave no bol-so, caminhar em direção à praias, convi-ver e conversar com desconhecidos. A pessoa é o enfeite da vida...”

Para saber mais sobre a vida e política de Getúlio Vargas

Livros:– “Agosto”, de Rubem Fonseca (diversas editoras)– “Tancredo fala de Getúlio”, de Valentina Lima e Plínio Ramos (L&PM Editores)– “Getúlio”, 2 volumes, de Lira Neto (Cia das Letras)Filmes:– “No mundo em que Getúlio viveu”, de Jorge Ilelli (1963)– “Getúlio Vargas”, de Ana Carolina (1974)

história Filme sobre o fim da vida e do governo do ex-presidente reflete o drama do adeus

Getúlio Vargas volta nas telas do cinema

Os últimos 19 dias da vida de Ge-túlio Vargas são contatados no filme “Getúlio”, em cartaz em diversos ci-nemas do país. A crise que levou ao fim os anos do governo Vargas, não poderia ter final mais trágico: o sui-cídio do ex-presidente com um tiro no coração em 24 de agosto de 1954. O longa-metragem, com direção de João Jardim, tem Tony Ramos, no papel principal, e Drica Moraes no papel de sua filha e braço político, Alzira Vargas.

O gaúcho Getúlio foi um político polêmico. Revolucionário em 1930, quando derrotou a oligarquia “café com leite” e foi eleito presidente; tornou-se ditador de 1937 até 1945, no chamado Estado Novo. Deposto por militares, Vargas volta ao poder através de eleições em 1951. Sem terminar o mandato, em 1954, mul-tidões saem às ruas para chorar a morte do presidente. As cenas de seu velório e os cortejos da popula-ção são mostradas ao final do filme, com imagens reais da época.

Não é de se estranhar a como-ção dos trabalhadores, afinal, o ex--presidente foi o responsável por

iniciar o desenvolvimento da in-dústria nacional, por exemplo, com a criação da Petrobras. Além disso, garantiu direitos trabalhistas, com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Mas o que leva Getúlio ao sui-cídio? É isso o que tenta mostrar a obra cinematográfica, baseada em fatos reais e realizada a partir de am-pla pesquisa. A crise tem início com “o atentado na Rua Tonelero”, em que fica ferido o principal inimigo do presidente, líder da UDN (União De-mocrática Nacional), Carlos Lacerda (interpretado por Alexandre Bor-ges), e leva a morte seu segurança – um oficial da Aeronáutica.

Após o estopim ser aceso, coube a Getúlio investigar o atentado, sobre o qual era acusado por Lacerda de ser o mandatário. As investigações levam a vários suspeitos ligados ao governo. Porém, sem ter ligações diretas com o crime, Getúlio perde a confiança e a vontade política de continuar resistindo. Pressentindo um golpe, ele mesmo decide pelo fim. Ironia da história ou não, os mesmos militares que o ameaçavam politicamente são os que realizaram o golpe de 1964.

por Vivian Fernandes

Div

ulg

ação

Rep

rod

uçã

o

Trecho da Carta- Despedida de Getúlio

100 anos de Caymmi

“Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de pei-to aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”

Tony Ramos interpreta o ex-presidente Getúlio no filme que está em cartaz em todo o Brasil

O cantor paulista, Jair Rodrigues, morreu, aos 75 anos, em sua casa, em Cotia (SP). O enterro está marcado no Cemitério do Morumbi, na sexta-feira (9). Ele estava em turnê para divul-

gar seu disco mais recente, “Samba mesmo”.

luto AB

r

Page 15: Brasil de Fato SP - Edição 035

{agenda cultural}

zona Oeste

Teatro musicalA peça infantojuvenil “Judas em Sábado de Aleluia”, que tem como pano de fundo a cultura popular brasileira, tem a trama embalada por músicas de Chiquinha Gonzaga. A montagem tem direção de Fernanda Maia e Zé Henrique de Paula, além de contar com a participação dos músicos Beto Sodré (percussão), Flávio Rubens (clarineta) e Fernanda Maia (piano). Até 1/06, sáb e dom às 16h – R$ 10 – Teatro Alfredo Mesquita – Avenida Santos Dumont, 1770, Santana

Memória do bairroO “Projeto Memória da Parada de Taipas” tem como mote o resgate da história. A exposição ”Olhares Sobre Taipas” apre-senta 15 registros feitos pelos participantes da Oficina de Fotografia desenvolvida em 2013 com o objetivo de fomentar o gosto pela imagem fotográfica, e promover a reflexão sobre a realidade do bairro. Até 07/07, diariamente das 8h às 19h – Entrada Gratuita – Oficina Cultural Maestro Juan Serrano - Rua Joaquim Pimentel, 200, Cohab Taipas, Vila Brasilândia

ZONA LESTE Zonal Sul CENTRO

Encontro de geraçõesA Trupe Chá de Boldo se une ao titã Paulo Miklos para uma apresentação cheia de experimentação musical e uma proposta mais festiva. A Trupe leva canções de seus dois discos, “Bárbaro” (2010) e “Nave Manha” (2012), e inclui no repertório faixas que devem entrar no seu terceiro trabalho autoral. Sáb (10), às 21h30 – R$20 (meia R$10) – Sesc Pompeia – Rua Cléia, 93

AutorretratosFotografia aliada a outras manifestações artísticas, re-tratos de família e autorretratos com interferências di-gitais e físicas (como o uso de papel artesanal). Tudo isso compõe a exposição “Rastro visto de coisa só ou-vida”, da artista Sheila Oliveira, composta de 30 obras.Até 24/05, ter a sex das 14h às 19h, sáb das 11h às 17h – Entrada Gratuita – Fauna Galeria - Alameda Ga-briel Monteiro da Silva, 470, Jardim América

zona NORTE

Cultura afro-brasileiraO evento o “Batucafro” celebra a cultura afro-brasileira por meio de ritmos como o maracatu, jongo e coco. O encon-tro também recebe sessão de contação de histórias com Glória Kauana, dança afro, com Oju Oluaye, e a exposição multimídia “Olhar de um cipó”, do fotógrafo Roger Cipó.Sáb (10), das 17h30 às 21h – Entrada Gratuita – Casa de Cultura do Itaim Paulista - Avenida Barão de Alagoas, 340.

Hip-hopO evento “Hip Hop Show” contará com as presenças de artistas como Terra Preta, do sucesso “Os Muleke é Zica”, grupo de rap Família Justa Causa, com o atual sucesso “É aquilo”, os rappers Cojaque na Cena, Ras MC, Viegas e Doctors MC’s, do sucesso “Tic Tac”, além de participações especiais do rapper SubZero e do grupo Monarckas.Dom (11), das 13h às 17h – En-trada Gratuita – Fábrica de Cultura Vila Curuçá – Rua Pedra Dourada, 65

Batalha de versosNa peça “Lampião e Lancelote”, os dois personagens se encontram em uma batalha que não é feita com armas, mas com versos, rimas e ritmo. Com direção musical e trilha sonora original de Zeca Baleiro, a peça é uma adaptação do livro homônimo de Fernando Vilela. Até 06/06, sex e sáb às 21h e dom às 19h – R$ 10 – Teatro João Caetano – Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino

FotografiaTrês jovens artistas brasileiros, todos com menos de 40 anos, revelam suas obras de arte produzidas a partir de manipulação digital de fotografias na exposição “Operações Fotográ-ficas”. Até 20/07, de ter a sex das 7h às 21h, sab e dom das 9h às 18h30 – Entrada Gratui-ta – Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141

Mulheres na TragédiaA peça “Trágica.3” faz uma releitura contempo-rânea das tragédias gregas Medeia, Electra e An-tígona, tendo Letícia Sabatella, Denise Del Vec-chio, Miwa Yanagizawa e Fernando Alves Pinto no elenco. Com concepção e direção de Guilherme Leme, o espetáculo retrata as grandes heroínas trágicas que se correlacionam através da expe-riência dramatúrgica, sonora e visual. Até 07/07, dom às 19h, Seg e Sáb às 20h – R$ 10 – Centro Cul-tural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112

Morte e Vida SeverinaBaseada no poema de João Cabral de Melo Neto, a mostra de litogravuras (técnica em gravuras com água e óleo) da artista Liliane Dardot é trazida a público pelo Centro de Memória Bunge na expo-sição “A Arte da Imagem e A Arte da Palavra”. Até 18/06, diariamente, das 10h às 22h – Entrada gra-tuita – Casa das Rosas – Avenida Paulista, 37

Rep

rod

uçã

oD

ivu

lgaç

ão

Div

ulg

ação

Page 16: Brasil de Fato SP - Edição 035

16 esporte

Felipão não surpreende nos escolhidos para Copa 2014

Só depois da Copa

Família Scolari Técnico enfrentou tabus em torno da Seleção Brasileira

O técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, encerrou os anseios em torno da definição da equipe. Na quarta (7), Felipão anunciou seus escolhidos para disputar o Mundial. A lista não surpreende, sendo composta pelos nomes que ganharam a Copa das Con-federações. A convocação, entretanto, rompe com algumas tradições e mitos.

Como goleiros, Júlio César, Jefferson e Victor foram convocados. Os laterais serão Daniel Alves, Maicon, Marcelo e Maxwell. Na zaga, Thiago Silva, David Luiz, Dante e Henrique. O meio de cam-po será composto por Luiz Gustavo, Paulinho, Fernandinho, Ramires, Oscar, William e Hernanes. Por fim, o ataque terá Neymar, Hulk, Fred, Jô e Bernard.

Assim que os nomes foram anun-ciados, parte dos mais de 200 mi-lhões de especialistas em futebol que habitam no Brasil passou a contestar uma das posições. A convocação de Henrique surpreendeu: se conside-rava que Miranda e Dedé, vivendo

seu melhor momento, tinham mais chances de serem chamados.

Além desse caso, Felipão também decidiu arriscar no campo das lendas em torno da Seleção. Desde 1930, o Brasil sempre contou com um jogador cedido por um clube paulista. Desta vez não há nenhum. Para os que acre-ditam, o problema é mais específico: nenhum atleta do São Paulo e do Pal-meiras foi chamado. Os dois clubes são os dois únicos que “estiveram” em to-das as vitórias em Copas do Mundo.

A escalação de Júlio César também inaugura um feito inédito: é a primeira vez que um jogador que atua na Améri-ca do Norte é chamado. O goleiro atual-mente joga pelo Toronto, no Canadá. A última polêmica em torno dos chama-dos da Copa diz respeito a Robinho. O jogador não foi escalado, mas consta no álbum de figurinhas da Panini, mania entre os fãs de futebol. A empresa já se manifestou que não pretende subs-tituir o cromo do jogador. (da Redação)

corinthians

Quem tinha esperanças de ver Elias jogando com a camisa do Co-rinthians na próxima quarta-feira (14), no amistoso contra o Atlético--PR, na Arena da Baixada, não terá seus desejos atendidos.

Vindo do Sporting, de Portugal, o contrato do jogador com o Timão não foi registrado na CBF. Assim, por precaução, o departamento de futebol evitará escalá-lo no jogo diante do Furacão, ainda que não seja uma partida oficial.

Elias voltou ao clube após longas negociações com a equipe portu-

guesa, que dificultou a concretiza-ção da transferência.

Por conta disso, ele perdeu o pra-zo de inscrições ao chegar após o fechamento da janela de transfe-rências internacionais, no dia 1 de abril. Esta janela apenas se reabri-rá no dia 14 de julho, após a Copa do Mundo.

O primeiro jogo em que o volante poderá atuar é o duelo diante do Internacional, em 16 de julho, pelo Brasileirão. O jogo contra o Atléti-co servirá como teste da Arena da Baixada.

Escalação exclui jogadores de times paulistas

Raf

ael R

ibei

ro /

CB

F

saudade

Nesse mês se completaram 20 anos sem Ayrton Senna. Em 1994, o piloto, tricampeão da F-1, morreu em um acidente no GP da Itália, em Ímola

Ag

. Cor

inth

ian

s

Pau

lo P

into