brasil de fato sp - edição 034

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distribuição gratuita | brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatosp feriado »3: dia do trabalhador é celebrado por centrais sindicais rodrigo oliveira »8: “toda comida tradicional é uma inovação que deu certo” banana » 16 Daniel Alves dá resposta inteligente para ato racista ateliê » 14 Ocupação cultural oferece programação gratuita na Consolação São Paulo, de 30 de abril a 8 de maio de 2014 | ano 1 n• 34 uma visão popular do brasil e do mundo Reprodução Rafael Stedile Reprodução Arthur e Emanuela, alunos da Etec Parque da Juventude Demanda por ensino técnico é alta educação cursos públicos são oferecidos em diferentes horários e para perfis distintos

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Jornal Brasil de Fato SP - Edição 34 - 30 de abril a 8 de maio de 2014

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feriado »3: dia do trabalhador é celebrado por centrais sindicais

rodrigo oliveira »8: “toda comida tradicional é uma inovação que deu certo”

banana » 16Daniel Alves dá resposta inteligente para ato racista

ateliê » 14Ocupação cultural oferece programação gratuita na Consolação

São Paulo, de 30 de abril a 8 de maio de 2014 | ano 1 n• 34

uma visão popular do brasil e do mundo

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Arthur e Emanuela, alunos da Etec

Parque da Juventude

Demanda por ensino técnico é altaeducação cursos públicos são oferecidos em diferentes horários e para perfis distintos

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02 EDITORIAL

migração é um fenô-meno mundial fre-quentemente movido por desigualdades eco-nômicas e sociais. Sair

do local onde se nasceu e no qual se mora, por motivos externos à vontade, é uma situação muito dolorosa. Os mo-tivos que movem grandes quantidades de pessoas a deixarem seus locais de origem e se desafiarem a uma busca incerta de uma vida melhor são a fome, a violência, a seca, o desespero de não poder criar os filhos ou, até mesmo, per-seguições políticas e religiosas.

Os processos de migração marcam a história do Brasil. Nordestinos vindos para o sudeste trabalhar na construção civil. Pessoas de todas as regiões indo

para o norte trabalhar no garimpo e em grandes obras. Mais recentemente, muitos bolivianos chegaram às gran-des cidades procurando trabalho.

Desde o terremoto no Haiti em 2010, mais de 20 mil migrantes haitianos buscaram o Brasil. Esse é o número de vis-tos permanen-tes emitidos para viver no país. A porta de entrada principal é o Acre, pois por ali há uma rota terrestre que vem des-de o litoral do Peru. Essa rota dá fácil acesso às grandes obras de hidrelé-tricas em Rondônia e no Pará. Até meados do ano passado, essas cons-

truções ainda absorviam grande parte da demanda por trabalho. Porém, che-gando próximo do término das obras, o fluxo migratório chega a São Paulo.

Nas últimas semanas, ao menos 800 haitianos chegaram à capital paulista,

vindos do Acre, segundo a pre-feitura. Metade conseguiu mo-radia com pa-rentes e amigos ou se dirigiu a

outros estados. A outra metade está em abrigos municipais e da Igreja. Apesar da troca de acusações entre os governos paulista e acreano em relação à falta de informação sobre a chegada de haitianos, isso não é o central.

O importante é que a prefeitura e os governos estadual e federal estejam atentos para que os migrantes haitia-nos recebam o tratamento adequado. E que não se repitam casos de trabalho escravo e cárcere privado, igual vem acontecendo com muitos bolivianos.

Como o desemprego permanece em níveis historicamente baixos, não haverá problemas para a incorporação dos haitianos no mercado de trabalho. Muitas empresas já procuram abrigos para oferecer emprego aos migrantes.Boas condições de trabalho e vida dos migrantes são prioridades e têm que ser garantidas. Ações articuladas de-vem ser tomadas para garantir a inser-ção social e dignidade para os haitianos que buscam a cidade de São Paulo.

maginava-se que o término do julgamento da AP 470, vul-go mensalão, finalizasse tam-bém as aberrações cometidas nas instâncias mais altas do

Poder Judiciário, na ânsia de prejudi-car adversários políticos. No entanto, as aberrações não findaram.

A Promotora do Distrito Federal Márcia Milhomens escreveu mais um capítulo desse enredo. Para continuar a investigar se Dirceu fez uso de um celular, justificando sua permanência em regime fechado, a promotora pe-diu, ao STF, a quebra do sigilo das li-gações telefônicas que incluem a área do Palácio do Planalto.

A justificativa que a promotora deu, depois que o Conselho Nacional do Ministério Público abriu processo para investigar o seu pedido, soou

ainda pior. Ela afirmou que recebeu a denúncia em caráter informal e que seus informantes “recusaram-se, peremptoriamente, a prestar depoi-mento formal”. Portanto, bastou à promotora uma denúncia anônima, sem data e nem hora, para justificar a quebra dos sigilos da pre-sidenta Dilma Rousseff.

Se uma de-nuncia anônima, real ou fictícia, é suficiente, essa promotora terá uma sobrecarga de trabalho. Reportagem da Revista Istoé de 2003 soube que Ricardo Sérgio Oliveira, caixa das campanhas eleitorais de FHC e José Serra, se associou ao doleiro Alberto

Youssef para enviar US$ 56 milhões para o exterior. Então, um leitor da revista pode pedir a quebra do sigilo telefônico dos dois tucanos para ave-riguar suas ligações com o doleiro?

Em 2009, quando Aécio Neves dis-putava com Serra quem seria o can-didato para enfrentar a Dilma, o jornalis-ta Mauro

Chaves escreveu em O Estado de S. Paulo o artigo “Pó pará, governa-dor?”. Não havia a necessidade do artigo. Bastava o título para o então governador de Minas compreender a mensagem dos tucanos paulistas. Bastaria esse artigo para dar credi-

bilidade aos boatos de que Aécio é usuário de cocaína?

Nunca é tarde para recordar tam-bém os livros “A Privataria Tucana” e o “Príncipe da Privataria”, que fo-ram os mais vendidos nos últimos anos e despertaram muitas curiosi-dades, exigindo inúmeras respos-tas. Neles, não há apenas indícios, mas documentos que compravam ações criminosas.

Daí vem a necessidade da reforma política, que não se refere apenas aos poderes Executivo e Legislati-vo. É preciso também mexer com Judiciário, tornando-o transparente e democrático. Assim, não teremos mais juízes que transformam réus em vítimas pessoais e se outorgam a condição de carcereiros.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim, Ronaldo Pagotto e Vítor Polacchini • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque, Mariana Desidério e Rafael Tatemoto • Estagiário: Guilherme Almeida • Revisão: Thiago Moyano • Diagramação: Alvise Lucchese • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Larissa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

Denúncia anônima foi justificativa para a quebra

de sigilo telefônico dapresidenta Dilma Rousseff

Qual é o limite do Judiciário?

A

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800 Publicidade:[email protected]

Brasil

São Paulo

Dignidade aos haitianos

Boas condições de trabalho e vida dos migrantes são

prioridades

I

Page 3: Brasil de Fato SP - Edição 034

03SÃO PAULO

O Dia Internacional do Trabalha-dor, 1º de maio, será comemorado com atividades políticas e culturais em São Paulo, com a expectativa de reunir mais de 1 milhão de pessoas.

A comemoração da CUT (Central

Única dos Trabalhadores), CTB (Cen-tral dos Trabalhadores do Brasil) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) será realizada no Vale do Anhangabaú. As atividades, que têm como eixo a defe-sa da democratização da comunicação,

começam às 10h. As apresentações musicais acontecem a partir das 16h, com shows de Leci Brandão, Paula Fernandes, Michel Teló, entre outros.

“O dia 1º de Maio é a data mais im-portante da classe trabalhadora. Mais

Uma decisão da Justiça do Traba-lho de São Paulo pode deixar fora da escola 150 mil crianças de 0 a 3 anos que estudam em creches con-veniadas com ONGs. Pela determi-nação, da qual a prefeitura já recor-reu na última semana, a Secretaria Municipal de Educação deverá, em um ano, transferir todos os alunos para escolas de administração di-reta da prefeitura, com professores contratados por concurso. “Absolu-tamente impossível”, disse o titular da pasta, Cesar Callegari.

Trata-se de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho, iniciada em outubro de 2010, ainda na gestão de Gilberto Kassab (PSD), com o objetivo de coi-bir a contratação de trabalhadores, sobretudo dos professores, por meio de convênios. O MPT entende que, dessa forma, terceiriza a atividade--fim das creches, o que é proibido por lei.

A sentença, proferida pela juíza Maria Aparecida Vieira Lavorini, da 26ª Vara do Trabalho de São Paulo,

DIA DO TRABALHADOR centrais sindicais esperam reunir 1 milhão de pessoas

1º de maio é comemorado na capital

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ação

CENTRO Anhangabaú, às 10h Apresentações de Sampa Crew, Art Popular, Leci Brandão, Maria Cecília & Rodolfo, Pixote, Paula Fernandes, Michel Teló, Belo e Pé-ricles & Banda.

ZONA NORTE Pça. Campo de Bagatelle, às 7h Latino, Cristiano Araújo, Paula Fer-nandes, Sorriso Marto, Fernando e Sorocaba; João Neto & Frederico, Pixote, Patati e Patatá, Lucas e Luc-co e Rionegro & Solimões ZONA SUL Av. do Arvoeiro, nº 395, às 9h Ponto de Equilíbrio, Paula Lima e GOG OSASCO Estádio Vila Yolanda. na Rua José Teruel nº 275 Gustavo Lima, Michel Teló e Paula Fernandes

1º de maio

do que comemorar as conquistas, é um momento para refletirmos sobre os pró-ximos desafios. A união das centrais significa força e disposição para enfren-tarmos esses desafios”, afirmou o presi-dente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima.

A CUT promove atividades também na zona sul da capital, no Parque das Árvores, em Cidade Dutra. A banda de reggae Ponto de Equilíbrio, a cantora Paula Lima e o rapper GOG se apresen-tam nesse palco.

Na Praça da Sé, Conlutas e Intersin-dical, conjuntamente com pastorais sociais, movimentos sociais e partidos, promovem um ato político a partir das 10h30, em defesa do aumento de salá-rios, redução da jornada de trabalho e em defesa do direito de greve.

Já o evento da Força Sindical, que pretende fortalecer a luta pela redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salários, será na Pra-ça Campo de Bagatelle, em Santana (zona norte). Apresentam-se entre 7h e 16h, nomes como Latino, Paula Fer-nandes, Fernando e Sorocaba, Patati e Patatá, e Rionegro & Solimões.

“É um dia a ser festejado, mas tam-bém de reflexão sobre o Brasil que que-remos. Lutamos por um país com mais direitos para os trabalhadores e pelo respeito aos direitos já conquistados”, diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical. (da Redação)

proíbe a administração municipal de realizar contratações “irregula-res” de trabalhadores, sob pena de anulação dos convênios, multa diá-ria de R$ 50 mil por trabalhador, pa-gamento de danos morais de R$ 10 mil para o Fundo de Amparo ao Tra-balhador (FAT), bem como o impe-dimento de firmar novos convênios.

Em outubro de 2012, a prefeitu-ra, entrou com pedido de embargos para pedir esclarecimento sobre o processo, que não tem poder de al-

terar a decisão judicial. Neste mês, foi proferida sentença que isentou a prefeitura de arcar com os custos do processo.

O recurso à decisão será analisado, em segunda instância, por um cole-giado do Tribunal Regional do Traba-lho. “Dependendo da decisão, o po-der público de São Paulo entrará com outros recursos para garantir a inte-gridade do atendimento educacional dessas 150 mil crianças”, afirmou Ce-sar Callegari. (Rede Brasil Atual)

Prefeitura considera impossível cumprir sentença sobre creches

No Anhangabaú, apresentações musicais começam às 16h

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SP

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04 são pauLo

Entre a formação no ensino médio regular e o acesso ao ensino supe-rior existe uma alternativa pela qual muitos brasileiros e brasileiras vem optando: o ensino técnico. Um exem-plo disso é o número de inscrições no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Empre-go), criado em 2011, pelo governo federal. Até março deste ano, 1,7 mi-lhões de matrículas em cursos técni-cos ligados ao projeto haviam sido realizadas.

Existem três modalidades de formação técnica: a integrada, a concomitante e a subsequen-te. A primeira forma é aquela na qual as aulas do ensino médio e do curso específico são dadas na mesma escola. No segundo tipo, o aluno estuda em um colégio e faz o ensino técnico em outra unida-de. No último, o estudante faz o curso técnico após a conclusão do ensino médio.

No Brasil, o ensino técnico per-tence formalmente ao nível secun-dário. Do ponto de vista do mercado de trabalho, entretanto, os forma-dos em cursos técnicos tendem a ocupar cargos superiores aos dos que cursam o ensino médio regular.

“Na indústria, o formado no en-sino técnico ocupa funções inter-mediárias entre o pessoal opera-cional, no chão da fábrica, e a alta chefia”, diz Paulo Rogério Borges, supervisor da gerência de educa-ção do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Segundo Borges, há uma gran-de demanda pelos profissionais formados nesses cursos. “A em-pregabilidade entre os formados pelo Senai gira em torno de 85% a 90%”, afirma. Em São Paulo, a

SENAI: Cursos em mais de 30 áreas tecnológicas, como alimentos e be-bidas, automação, eletroeletrônica, energia, mineração, plásticos, quími-ca, telecomunicações, bem como têx-til e vestuário. 47 cursos. Mais infor-mações: www.sp.senai.br/senaisp

ETEC: Ambiente e Saúde, processos industriais, desenvolvimento edu-cacional e social; gestão e negócios; informação e comunicação; infra-estrutura; produção alimentícia; produção cultural e design; produção industrial; recursos naturais; segurança; turismo, hospitalidade e la-zer. 115 cursos. Mais informações: www.centropaulasouza.sp.gov.br

IFSP: indústria, gestão e negócios, construção civil, infraestrutura, hos-pitalidade e lazer, recursos naturais, produção alimentícia, processos in-dustriais, apoio educacional, infor-mação e comunicação. 134 cursos. Mais informações: www.ifsp.edu.br

instituição recebe 36 mil novos alunos por ano nas modalidades concomitante e subsequente.

OFERTAComo os tipos de curso atendem

a públicos diferentes, eles costu-mam ocorrer em horários distintos. A versão concomitante, por exem-plo, ocorre no período matutino ou vespertino, enquanto a subse-quente, voltada para pessoas já inseridas no mercado de trabalho, ocorre à noite.

Para aqueles estudantes que buscam a modalidade integrada, existem duas grandes instituições públicas em São Paulo que ofere-cem esse tipo de ensino técnico, o IFSP (Instituto Federal de São Paulo) e as Etecs (Escolas Técni-cas Estaduais). Ambas também oferecem o ensino concomitante e subsequente.

O ingresso no IFSP e nas Etecs, bem como no Senai, se dá por meio de provas, conhecidas como “ves-tibulinhos”, que ocorrem semes-tralmente. Em todos os casos, os cursos oferecidos são gratuitos.

É necessário se atentar ao mo-mento de ingresso nessas escolas. Nas Etecs e no IFSP, como os cur-sos duram três anos, a entrada do aluno normalmente ocorre no pri-meiro ano do ensino médio. No Se-nai, como duram apenas dois anos, o estudante inicia o ensino técnico no segundo ano, para concluir jun-to ao ensino médio regular.

O governo federal desenvolveu uma plataforma para inscrição em cursos técnicos gratuitos chamada Sisutec (Sistema de Seleção Uni-ficada da Educação Profissional e Tecnológica), na qual várias insti-tuições participam. Mais informa-ções: sisutec.mec.gov.br.

alternativa Cursos atendem diversos tipos de público em horários distintos

Ensino técnico garante melhores vagas no mercado de trabalho

Ensino técnico garante melhores vagas no mercado de trabalho

por Rafael Tatemoto

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áreas de ensino

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05SÃO PAULO

Coordenador da Uneafro e editor em negrobelchior.cartacapital.com.br

Nada de bananas, nada de macacos

DOUGLAS

BELCHIOR

Não, querido Neymar. Não somos todos macacos. Ao menos, não para efeito de fazer uso dessa expressão como ferramenta de combate ao ra-cismo. Mas é bom separar. Uma coisa é a reação de Daniel Alves ao comer a banana jogada em ato racista da tor-cida. Outra coisa é a campanha con-tra o racismo promovida por Neymar.

A comparação entre negros e ma-cacos é racista em sua essência. No entanto, muitos não compreendem a gravidade do uso da figura do maca-co como insulto aos negros. No Bra-sil, a maioria dos jogadores de fute-bol advém de camadas mais pobres. A maioria dos que fazem sucesso é formada por negros. Por buscarem o sonho de vencer na carreira desde cedo, pouco estudam. Depois do su-cesso, na condição de estrelas, vivem num mundo a parte...

E Daniel comeu a banana! Ironia? Forma de protesto? Inteligência? Ora, ele mesmo respondeu depois do jogo: “Tem que ser assim! Não va-mos mudar. Há 11 anos convivo com a mesma coisa na Espanha. Temos que rir desses retardados”. Não há o que interpretar. É uma postura, que ele elaborou numa reação objetiva ao racismo: Vamos ignorar, rir e fazer piada! Vamos olhar para esses idio-tas racistas e dizer que somos ricos e famosos!

O racismo incomoda e atinge as es-trelas do futebol. Mas de que manei-ra? Afinal, são ricos! Há quem diga que “enriqueceu, tá resolvido”. O ele-mento econômico suaviza o efeito do racismo, mas não anula. Nesse senti-do, os racistas e as bananas prestam um serviço porque fazem esses meni-nos lembrarem que são negros.

Daniel Alves, Neymar, Dante, Balo-telli e outros tantos jogadores de alto nível e salários são atingidos pelo ra-cismo. E sua reação é proporcional. No entanto, banana não é símbolo de luta contra o racismo. Ao contrário, reafirma o preconceito ao relacionar o alvo a um macaco e, principalmen-te, por simplificar, desqualificar e “humorizar” a questão racial. O ra-cismo é algo muito sério. Portanto, nada de bananas, nada de macacos, por favor!

Na última terça (29), mais de três mil pessoas estiveram na Câmara Municipal de São Paulo para exigir a aprovação com urgência do novo Plano Diretor da cidade. O ato, orga-nizado por movimentos de moradia e entidades ligadas aos movimen-tos populares e comunitários da ci-dade de São Paulo, começou às 13h e ressaltou a necessidade de que o plano amplie as áreas para habita-ção popular em toda a cidade, com a demarcação de Zeis (Zonas Espe-ciais de Interesse Social), que priori-zam as famílias de baixa renda.

Os participantes também defen-diam a importância de se instituir a Cota de Solidariedade, que insti-

Muitos estudantes que fazem o ensino técnico junto ao médio tomaram essa decisão como uma alternativa entre a rede de ensino pública tradicional e as escolas privadas.

Desde que o IFSP (Instituto Fe-deral de São Paulo) acabou com a oferta de ensino médio simples, exigindo que os ingressantes op-tem por um curso técnico, mui-tos estudantes acabam entran-do nessas instituições buscando qualidade do ensino, mesmo sem muito conhecimento sobre os técnicos. O mesmo caminho vem sendo seguido pelas Etecs (Esco-las Técnicas Estaduais).

Arizla Emanuela Pereira Quiri-no, 16 anos, estudante do segun-do ano de Meio Ambiente da Etec Parque da Juventude, é um exem-plo. Após acabar o ensino médio, ela não pretende seguir na área, mas sim fazer faculdade de Histó-ria.

“Acabei optando por fazer ensi-no técnico porque muita gente na minha família fez e também por-que não iria fazer ensino médio privado”, afirma Quirino. “É mui-to difícil escolher uma área para trabalhar com tão pouca idade”, completa.

O ensino técnico público atrai, além dos interessados no ensino complementar em si, aqueles que buscam excelência acadêmica. As unidades mais procuradas e con-corridas são aquelas que propor-cionalmente têm mais alunos que se destinam às melhores univer-sidades.

Arthur Antonio de Almeida Mello, 17 anos, aluno da mesma instituição e ano que Emanuela, confirma isso. Estudando Infor-mática para Internet, ele afirma que muitos desistem do curso téc-nico que escolheram no correr das aulas. “Acho que 40% da minha sala não pretende seguir na área escolhida.” Ele planeja estudar Economia na faculdade.

Para tornar a experiência do en-sino técnico mais proveitosa, os dois estudantes deram dicas para

aqueles que estão interessados. “É importante conhecer a grade curricular do curso, e vale a pena optar pela mais abrangente possí-vel”, diz Emanuela.

Para Arthur, como o cotidiano é muito corrido, passando-se ma-nhã e tarde na escola, é importan-te “equilibrar a excelência acadê-mica da unidade com a distância de cada”. Segundo ele, outras coisas são importantes, como co-nhecer a infraestrutura do local: “Algumas escolas técnicas tem bandejão, a nossa, por exemplo, infelizmente não tem.” (RT)

variedade Jovens enfrentam dificuldades em definir área profissional

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Três mil voltam às ruas pela aprovação do Plano Diretortui que todo empreendimento para renda alta preveja uma contrapar-tida social com moradia popular próximo a ele, além da destinação de parte dos recursos do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urba-no) para a aquisição de terras para moradia popular.

A nota que convocava a mani-festação dizia que “a aprovação de um plano com todos esses aspectos é urgente e atende aos interesses da ampla maioria da população da cidade. Os paulistanos não podem permitir que interesses pontuais privados e do setor imobiliário in-terfiram nesse processo e prejudi-quem o povo”.

Arthur Mello cursa informática

Emanuela pretende mudar de área

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06 São Paulobrasil

Moradores do Morro Pavão-Pavãozinho acompanham Maria de Fátima da Silva, a mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, em protesto

realizado no domingo (27) contra a morte do dançarino

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado se reúne nesta quarta-feira (30) para debater o subs-titutivo de Pedro Taques (PDT-MT) ao projeto de lei de Armando Monteiro (PTB-PE). A proposta altera o Código Penal e aumenta as penas para os cri-mes lesão corporal, homicídio e dano ao patrimônio público quando cometi-dos durante manifestações. (ABr)

O Ministério da Educação criou o Comitê Gestor de Tecnologia da Informação dos processos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O grupo será responsável por apri-morar a gestão das atividades do Enem relacionadas à tecnologia da informação, como o sistema de inscri-ção, feita online, pela vista pedagógi-ca das redações, entre outros proce-dimentos importantes para manter a prova segura. (ABr)

Crimes em manifestações

Segurança do Enem

direitos de acordo com relatório, 4 comunicadores e 8 ativistas foram mortos

Brasil teve 45 violações graves à liberdade de expressão em 2013

O Brasil registrou 45 violações graves à liberdade de expressão em 2013, somando homicídios, ameaças de morte, sequestros e tentativas de assassinato contra comunicadores e defensores dos direitos humanos. Os dados são de um relatório elaborado pela ONG Artigo 19 e divulgado nesta quarta-feira (30).

“Esse é um número extrema-mente preocupante”, diz Paula Martins, diretora-executiva da Ar-tigo 19 para a América do Sul. Se-gundo ela, o poder público precisa assumir responsabilidades sobre as violações. “O Estado brasileiro deve tomar medidas efetivas para evitar que números semelhantes se repitam em 2014”, afirma.

De acordo com o relatório, contra comunicadores foram registradas 15 ameaças de morte, 2 seques-tros, 8 tentativas de assassinato e 4 homicídios, num total de 29 viola-

ções. Os homicídios vitimaram um radialista do Ceará, um jornalista e um fotógrafo de Minas Gerais e um blogueiro do Rio Grande do Sul.

Contra os defensores de direitos humanos foram 8 homicídios, 1 ten-tativa de assassinato e 7 ameaças de morte, somando 16 violações. Entre os homicídio, 6 dos 8 casos tiveram como motivação a disputa

de terras e metade ocorreu no Pará.Ainda segundo o documento, os

mandantes desses crimes em ge-ral são políticos, policiais e outros funcionários públicos, além de pessoas ligadas ao crime organi-zado. No caso das violações contra defensores dos direitos humanos, os suspeitos são, em sua maioria, produtores rurais ou extrativistas.

Fernando Frazão/ABr

Jornalistas protestam contra violência e por melhores condições de trabalho

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Page 7: Brasil de Fato SP - Edição 034

07brasil

O dilema da mídia

Cientista político e editor de blog em www.cartamaior.com.br

O dilema da mídia

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Ninguém quer calar a imprensa. Essa é a versão que ela busca dar das pro-postas de democratização dos meios de comunicação. Estas, ao contrário, não querem que ninguém deixe de falar, mas que muito mais gente, oxalá to-dos, possam se expressar. O dilema na democracia não é entre uma imprensa calada ou essa que temos.

A imprensa está monopolizada por algumas famílias, que definem o que diz, como, quando, que pretendem ser o partido de oposição, que distorce a verdade. A imprensa é financiada pe-las agências de publicidade e, através dessas, pelas grandes empresas, que condicionam o funcionamento da im-prensa.

A imprensa escolhe quem vai escre-ver, como e quando. Cria um clima de incerteza, de preocupação, de insegu-rança, apensar da economia crescer, aumentar o nível de emprego, subirem os salários acima de uma inflação con-trolada.

Essa a imprensa que temos hoje, que condiciona as chamadas “agências de risco”, que pressiona sistematicamen-te o governo pelo aumento da taxa de juros, que representa não a população, mas o capital financeiro.

A mídia criou um clima de “terrorismo econômico”. E no marco de um modelo hegemonizado pelo capital especulativo, sumamente volátil e sensível a movi-mentos bruscos, esse clima tem efeito, aqui e lá fora. E o governo assiste im-passível a essas manobras que anulam as tentativas do governo de canalizar recursos para os investimentos produti-vos. O governo reage defensivamente, aumentando sucessivamente a taxa de juros diante do fantasma artificialmente construído do risco inflacionário.

Os boatos, o pânico forjado, o terroris-mo da inflação, ao não ter respostas po-liticas, se tornam forças materiais e as auto profecias se cumprem, deixando o governo em um circulo vicioso. Sem democratização dos meios de comuni-cação, quebrando essa cadeia antide-mocrática e especulativa, nem sequer a retomada do crescimento econômico será possível e sustentável. O dilema da mídia na democracia não é entre mídia monopolista ou silêncio, mas entre ter-rorismo econômico da ditadura midiá-tica ou democratização dos meios de comunicação.

Para o Conanda (Conselho Na-cional dos Direitos da Criança e do Adolescente), a Resolução 163, pu-blicada no Diário Oficial da União, que considera abusivo o direciona-mento de publicidade e de comu-nicação mercadológica à criança, “com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço”, está sendo desrespeitada. A entidade denuncia que os anún-cios voltados para crianças continu-am nos jornais, nos comerciais de te-levisão, nos sites e nas embalagens.

Segundo Pedro Hartung, advoga-do conselheiro do Conanda, as pro-paganda para crianças ferem o que está previsto na constituição federal, no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Código de Defesa do Consumidor. “Não é o fim da pu-blicidade, é apenas um pedido ético e justo de redirecionamento dessa publicidade, que hoje é feita para o público infantil”, diz o conselheiro.

De acordo com a resolução, a abu-sividade se caracteriza pela utiliza-ção de personagens infantis, efeitos especiais, excesso de cores e músi-cas cantadas por crianças. “Pode-mos afirmar sim que a publicidade infantil está proibida no Brasil, aca-bou o abuso”, aponta Pedro.

Por seu lado, as empresas de co-municação alegam que a resolução fere o artigo 170 da Constituição, que prevê o livre exercício da ativi-dade econômica.

Segundo o advogado, o Conar

Apesar dos baixos níveis de reser-vatórios das hidrelétricas brasileiras e da economia voluntária feita pelos consumidores, o governo federal con-tinua descartando o racionamento de energia. Na terça (29), o secretário de Desenvolvimento Energético do Mi-nistério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, disse que o estoque é suficiente para passar pelo período de seca e chegar até as próximas chuvas.

Ele informou que todas as análises feitas pelo setor indicam que é possí-vel atender à demanda até 2015, mes-

Publicidade infantil ainda é utilizada por empresas

Governo federal afirma que fornecimento de energia elétrica está garantido

Marketing Resolução que proíbe anúncios é descumprida por companhias

(Conselho Nacional de Auto Regu-lação Publicitária) não tem compe-tência para fiscalizar as empresas de comunicação. “A única coisa que o Conar faz é recomendar a veiculação ou não dos anúncios, as empresas só cumprem se quiserem”. Além disso, Pedro alega que o Conar atrasa jul-gamentos, e não possui o poder de aplicar uma sanção. “O que a gente espera agora é que os agentes fisca-lizadores possam fazer a resolução do Conanda 163.”

O Conanda não prevê a proibição de veiculação de publicidade voltada ao público infantil, cuja competência é do Código de Defesa do Consumi-dor. A fiscalização está diretamente ligada a este código, e também ao ECA. Os órgãos públicos responsá-

veis pela fiscalização são o Ministério Público, a Defensoria Pública, e tam-bém o Sistema Nacional de Proteção de Defesa do Consumidor, ligado ao Ministério da Justiça e regido pela Secretaria Nacional do Consumidor, que congrega os Procons estaduais.

“Nós temos uma gama de atores socais, do Judiciário e do próprio Es-tado que podem e devem fazer essa fiscalização. O que nós precisamos, realmente, é estabelecer um diálogo com o poder judiciário para que ele aplique essa resolução corretamen-te”, afirma Pedro. De acordo com o advogado, antes da resolução não havia características especificas so-bre o conceito de publicidade abusi-va, o que dificultava a proibição de conteúdo publicitário infantil. (RBA)

mo que até o fim do período de seca, em novembro, os reservatórios fiquem mais vazios.

“As análises das vazões hidrológicas dos últimos 82 anos indicam que pode-mos atender à carga prevista até o fim da seca, em novembro, com um armaze-namento, no final, que chegaria a valores mínimos, mas valores possiveis de serem operados dentro dos critérios adotados no setor elétrico”, disse o secretário. A previsão dele é que, se não chover, o ar-mazenamento ficará na faixa de 15%.

A opção por descartar o racionamen-

to significa complementar a oferta com as usinas térmicas, acrescentou o secretário, que são a modalidade mais cara e mais poluente.

Ele acredita, no entanto, que a conscientização sobre os custos da energia e os impactos ambientais ge-rados pela ampliação da oferta, como a construção de novas usinas, podem estimular a economia. “É evidente que caso a sociedade queira contri-buir espontaneamente, é desejável que use a energia com eficiência”, concluiu. (ABr)

Entidades querem maior regulamentação da publicidade voltada para crianças

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08 internacionalbrasil

jamais vai encontrar um nordestino que não seja visceralmente ligado a sua origem. Não sei se algum per-nambucano se ofenderia, mas eu me considero tão pernambucano quanto qualquer um. Então, é na-tural, assim como é para um italia-no fazer comida italiana, para um pernambucano é fazer a comida do sertão, que é o que a gente apre-senta aqui.

Por que chama de comida do sertão? É mais preciso dizer assim: comida do sertão. Porque a comida nordes-tina é muito vasta, tem a cozinha do litoral, tem a cozinha do Recôn-cavo Baiano, e tem essa cozinha in-teriorana, que é a nossa.

Como você definiria essa comida do sertão?Sem dúvida, é uma cozinha não tão exuberante e variada como a cozi-

Em que áreas do restaurante você já trabalhou?Já lavei louça, limpei chão, atendi mesa, ajudei na cozinha, fiz com-pra, serviços de eletricista, encana-dor, toda a sorte de serviços. E isso me ajuda muito hoje. Porque o cen-tro do negócio de um restaurante não é a comida, é o serviço. Tudo é feito para o cliente, para as pessoas que vêm aqui comer. Então, quan-do você entende do processo, isso te torna muito mais apto para con-duzir uma equipe, liderar e formar os seus profissionais para oferecer esse serviço.

O que te atrai na culinária e na cultura nordestina?Eu sou um paulistano de nascimen-to, mas um pernambucano de cora-ção. Meus pais são pernambucanos sertanejos, vêm lá do interior do es-tado. Eu cresci aqui numa colônia nordestina, desde a primeira infân-cia, visito o Nordeste todos os anos, sem exceção, passando às vezes uma boa parte do ano lá. Então, não tinha como ser diferente. Um ami-go me disse uma vez: “Repare só, onde a terra é mais seca, as raízes são mais profundas.” É isso. Você

Fato SP na cozinha experimental de seu restaurante. Enquanto con-versávamos, cozinheiros de sua equipe testavam novas receitas. Na entrevista, o chef fala sobre essa culinária tão peculiar que é feita no sertão do Brasil e sobre o sucesso do seu restaurante, que, apesar de figurar entre os melhores da capi-tal paulista, tem preços acessíveis. Leia a entrevista.

Como você resolveu trabalhar na cozinha?O Mocotó surgiu como uma Casa do Norte, em 1973, fundada pelo meu pai e mais dois irmãos. Com 13 anos eu vim trabalhar aqui e, para desgosto do meu pai, fui tomando gosto. Depois de estudar engenha-ria e gestão ambiental, eu larguei tudo para estudar gastronomia, e estou aqui até hoje, já há 20 anos.

Rodrigo Oliveira é um dos chefs de cozinha brasileiros mais reco-nhecidos no mundo. Com uma fa-mília toda vinda do Nordeste, ele se define como um paulistano com coração pernambucano e, por esse motivo, resolveu se dedicar exclu-sivamente à culinária sertaneja. “Você jamais vai encontrar um nor-destino que não seja visceralmente ligado a sua origem”, afirma.

Oliveira colocou os pratos nor-destinos no cenário gastronômico internacional. Liderado por ele, o restaurante Mocotó, na zona nor-te de São Paulo, já foi considerado um dos 20 melhores da América Latina, e um dos 101 melhores do mundo. Lá, em vez de pratos grã--finos de nomes impronunciáveis, o cliente encontra os maravilho-sos dadinhos de tapioca, além da carne de panela mais macia e o torresmo mais suculento que esta repórter de sangue pernambucano já provou. Na sobremesa, poderá escolher entre pudim de tapioca e sorvete de rapadura, com direito a pedacinhos do doce que desman-cham na boca.

Depois desse almoço, Oliveira concedeu entrevista ao Brasil de

“Me encanto com a profundidade da

culinária do sertão” ENTREVISTA RODRIGO OLIVEIRA

por Mariana Desidério fotos Rafael Stedile

A cozinha do sertão

é de uma profundidade de

sabor como em

poucos lugares você

vai encontrar

Você jamais vai

conhecer um

nordestino que não seja

visceralmente

ligado a sua origem

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09Entrevista

nha amazônica, por exemplo, que é a bola da vez. O que me encanta em especial é que é uma cozinha de poucos elementos, e de muito pouca interferência também, são processos muito simples, mas é de uma intensidade, uma profundida-de de sabor como em poucos luga-res você vai encontrar.

Já sofreu algum tipo de precon-ceito por trabalhar com cozinha nordestina?Não. Eu comecei particularmente num momento muito propício de valorização do regional, do brasi-leiro. Mas ainda assim, atualmente se conhece muito pouco do que é o Nordeste na essência. Então, nosso trabalho até hoje é acabar com as caricaturas, com esse folclore de-turpado do que é o Nordeste. Por isso, aqui você não vai ver nenhum garçom fantasiado de cangaceiro, não vai ver peneira pendurada no teto. Está tudo no seu lugar, assim como é no sertão.

O Mocotó é considerado um dos melhores restaurantes do mundo e nunca saiu da Vila Medeiros, na periferia da zona norte. Por que permanecem aqui?Por que a gente deveria sair? Po-deria ser a resposta para essa per-gunta. Se a gente está aqui há 40 anos fazendo sucesso, por que não se concentrar aqui e continuar de-senvolvendo o nosso restaurante? Esse é o nosso pensamento. O Mo-cotó foi apontado pelo 50 Best como o 16° melhor restaurante da Améri-ca Latina. Então, sairíamos para ter mais reconhecimento? Não. Para mais possibilidades de negócio? Não. A gente inclusive abriu no ano passado um restaurante aqui ao lado, que é o Esquina Mocotó, justamente para ter a possibilidade de cuidar das duas casas ao mes-mo tempo. Então, a resposta mais simples é: não há nada que a gente possa fazer fora que não possamos fazer aqui.

Quem é o público de vocês?A gente se orgulha muito de ter um restaurante muito mais inclusivo do que exclusivo. Recebemos to-das as pessoas, de anônimos a ce-lebridades da TV, o presidente da República, o presidente da escola de samba, o dono do banco, o office boy, e assim por diante. Nosso pú-blico é muito variado. Talvez o que os una seja a busca por uma experi-

sileiras é a farofa. Do churrasco do Rio Grande do Sul até o chibé da Amazônia, passando pela feijoada carioca, você encontra sempre lá um bocadinho de farinha.

E você tem algum prato preferido?Eu sou um cara muito trivial, então feijão e arroz é uma combinação básica. Claro, pode ser um baião de dois, pode ser feijão de corda, pode ser fava, mas é comida com histó-ria, com substância.

MOCOTÓEndereço: Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100 - Vila Medeiros - São PauloTel: (0xx11) 2951-3056Site: mocoto.com.brPreço médio: até R$ 55,00

ência mais pura, mais simples, mais essencial, com menos acessórios e mais compromisso com a essência das coisas.

Como você concilia tradição com inovação nos pratos que serve aqui? A gente tem uma abordagem mo-derna de tradição. A gente entende que a tradição é uma inovação que deu certo. Em algum momento al-guém salgou a carne pela primeira vez, viu que era útil, que conserva-va a carne, mas que também fazia com que ela ganhasse outra carac-terística. E assim se fez a carne de sol, que se perpetuou. Entendemos que outras tradições podem ser criadas. Temos aqui os dadinhos de tapioca, por exemplo, que estão virando uma nova tradição. Cente-nas de bares, restaurantes, bufês e pessoas em casa estão fazendo essa receita país afora. Acho que a nossa contribuição para a cozinha é justamente isso, entender que hoje a gente tem mais recurso, mais co-nhecimento, então a gente tem que no mínimo fazer melhor.

Como fazer melhor uma carne de sol?É entender a essência das coisas. Qual a essência da carne de sol? A carne, o sal, o tempo e a brasa. Com isso se faz uma grande carne de sol, seja onde for. E o que a gente faz com isso é: primeiro usamos uma carne muito especial há anos, de uma linha exclusiva. Então a deixamos a uma temperatura controlada numa câ-mara exclusiva para isso. Ela passa ali 48 horas. Depois ela vai para um braseiro, onde vai secar levemente e dourar na brasa, daí ela é resfriada, embalada a vácuo em justa tempera-tura, e passa 12 horas numa cocção a 62 graus. É isso, essa é a nossa carne de sol. E para nós não é carne de sol a vácuo, não é carne de sol a baixa temperatura, é só a melhor carne de sol que a gente pode fazer hoje.

Tem algum ingrediente da comida sertaneja com o qual você goste mais de trabalhar?Acho que o ingrediente que a gen-te deveria prestar mais respeito é

a mandioca e suas dezenas, tal-vez centenas de subprodutos. Só de farinhas você tem dezenas de tipos: polvilho doce, polvilho aze-do, in natura, ela só cozida, frita, para encorpar molho, para doces, para salgados, bolo de mandioca, bobó. Tudo se faz com mandioca. Tem ainda as farinhas d’água, que são feitas com mandioca fermenta-da, a farofa. Se tem algo que pode ser apontado como o elemento de união entre as nossas cozinhas bra-

Acho que o ingrediente

que a gente deveria

prestar mais respeito

é a mandioca

e seus subprodutos

O elemento

de união entre

as nossas

cozinhas brasileiras

é a farofa

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10 fatos em foco

A entidade máxima do futebol tem se omitido diante de atos de racismo em estádios de futebol pelo mundo. Apesar de divulgar notas de repú-dio contra o preconceito, a Fifa não tomou ne-nhuma atitude para punir os torcedores racistas nem os times que ignoram essas manifestações.

O lateral-direito do Barcelona e da Seleção Brasileira chamou atenção internacional e recebeu elogios por comer uma banana lançada por torcedores racistas, em jogo do time catalão contra o Villareal, pelo campe-onato espanhol.

Moradia

fifaDANIEL ALVES

O governo vai lançar, em junho, a terceira etapa do programa habitacio-nal Minha Casa, Minha Vida, destina-do a famílias de baixa renda. A data foi definida nesta segunda-feira (28), em reunião entre a presidente Dilma Rousseff, ministros ligados ao projeto e representantes da construção civil. “Estamos já com a certeza da exis-tência do programa em sua terceira fase. As condições, os números e os volumes de recursos serão objetos de trabalho, tanto na área do governo quanto na área empresarial, com as

contribuições dos movimentos sociais, de todos aqueles envolvidos dentro do programa”, disse o ministro das Cida-des, Gilberto Occhi.

Apesar da indefinição sobre os nú-meros, o presidente da Câmara Bra-sileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão, adiantou que o programa deverá prever a construção de 3 milhões de unidades habitacio-nais. A segunda etapa, que está em vigor e tem metas até o fim de 2014, prevê 2,75 milhões de residências. (Agência Brasil)

Minha Casa, Minha Vida terá nova fase

Gilberto Occhi: programa prevê construção de 3 milhões de unidades habitacionais

Os bancos brasileiros fecharam 1.849 postos de trabalho no primei-ro trimestre, segundo levantamen-to elaborado pelo Dieese e divulga-do pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financei-ro. Com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, o setor admi-tiu formalmente 8.266 trabalhado-res de janeiro a março, e dispensou 10.115. O salário dos contratados corresponde a 58% da remunera-ção dos que foram demitidos.

O resultado não foi pior porque a Caixa Econômica Federal abriu 1.132 vagas no trimestre. Embora não haja dado desagregado por empresa, instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram as principais responsáveis pelos cor-tes. Treze estados tiveram saldo negativo, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. (RBA)

O prazo para o envio da decla-ração do Imposto de Renda Pes-soa Física termina nesta quarta--feira (30), às 23h59. A Receita espera receber 27 milhões de de-clarações. O programa gerador está disponível na internet des-de 26 de fevereiro, mas a trans-missão dos formulários começou em 6 de março, assim como a li-beração do aplicativo para decla-ração via tablets e smartphones.

Se o contribuinte não entregar a declaração até o fim do prazo, será multado em R$ 165,74 ou 20% sobre o imposto devido, prevalecendo o maior valor. A Receita Federal informou que recebeu, até as 11h de segunda--feira (28), mais de 18,4 milhões de declarações do imposto. O contribuinte que enviou a decla-ração no início do prazo deverá receber a restituição nos primei-ros lotes, a menos que haja in-consistência, erro ou omissão no preenchimento. (ABr)

O eleitor que pretende tirar o título pela primeira vez ou pedir a trans-ferência do documento para outro estado tem até o dia 7 de maio para fazer os pedidos. O prazo também vale para pessoas com deficiência solicitarem transferência para se-ções adaptadas. O primeiro turno das eleições é dia 5 de outubro.

Para resolver as pendências, bas-ta procurar o cartório eleitoral mais próximo. Para quem vai tirar o títu-lo pela primeira vez, é preciso levar documento oficial com foto, compro-vante de residência e certificado de quitação do serviço militar, no caso dos homens maiores de 18 anos.

Para transferir o domicílio eleito-ral, é necessário documento oficial com foto, título de eleitor e com-provante de residência. Algumas regras também devem ser observa-das, como não ter pendências com a Justiça Eleitoral, morar no ende-reço atual há mais de três meses ou ter tirado o primeiro título. (ABr)

A Secretaria de Direitos Huma-nos, em parceria com a Funai (Fun-dação Nacional do Índio), lançou uma cartilha na tentativa de erradi-car a falta de registro civil de nas-cimento entre povos indígenas, na segunda-feira. A estimativa é que 600 mil crianças com até 10 anos não tenham certidão de nascimen-to no país, sendo que mais da meta-de delas vivem em aldeias.

Dados do governo federal indicam que, em 2002, o Brasil tinha uma taxa de 20,3% de crianças até 10 anos sem certidão de nascimento. O índice caiu para 6,7% em 2012. A ministra da Se-cretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, espera que o sub-registro chegue a menos de 5% até o final deste ano e será considerado erradi-cado pelas Nações Unidas. “A pes-soa que não tem a certidão de nas-cimento ou o registro civil não pode acessar nenhum direito e nenhum benefício”, ressaltou a ministra. (ABr)

Bancos criam desemprego

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11internacional

Nesta quarta-feira (30), o Iraque realiza as primeiras eleições desde a retirada das tropas dos Estados Unidos do país, em 2011. Tropas militares invadiram e permanece-ram em território iraquiano durante oito anos. As eleições ocorrem em meio a um clima de violência. Na segunda-feira (28), durante a vota-ção antecipada destinada às forças armadas e iraquianos que vivem no exterior, dezenas de pessoas morre-ram, além de mais de uma centena de feridos, vítimas de atentados.

Por temor de ataques, as auto-ridades decretaram cinco dias de feriado – de domingo a quinta-feira – para tentar dar maior segurança às eleições, que contam com 20 mi-lhões de eleitores registrados.

Após o período de maior violên-cia no país, entre 2005 e 2007, o

Segundo a pesquisa “Lendo na Era da Mobilidade”, da Unesco (Organiza-ção das Nações Unidas para a Educa-ção, a Ciência e a Cultura), tecnologias móveis como celulares ou e-books po-dem fazer avançar a causa da alfabeti-zação e do aprendizado em comunida-des desfavorecidas em todo o mundo.

Lançado na ocasião do Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, o relatório destaca o uso de tecnologias móveis como um meio viável para cen-tenas de milhares de leitores e mostra que, em países onde o analfabetismo é alto e a produção de textos em papel é pequena, mais pessoas dependem O presidente da Bolívia, Evo Mora-

les, que tentará sua segunda reelei-ção em novembro, tem uma vanta-gem de 24 pontos sobre o candidato opositor, o empresário Samuel Doria Medina, de acordo com um levanta-mento divulgado no domingo (27). A pesquisa de opinião, publicada pelos jornais El Deber e Página Siete, reve-la que a intenção de voto em Evo é de 38,3%, contra 13,4% em Medina.

A vantagem do mandatário, no entanto, caiu sete pontos percentu-ais. A última pesquisa, de janeiro, indicava que Evo tinha a preferência de 45,7% dos eleitores. Nenhum dos concorrentes foi beneficiado pela

do meio digital para acessar histórias ou livros completos.

“Trata-se de um veículo de alto custo-benefício para a melhoria da educação.” , disse o coautor do re-latório e membro da Unesco, Mark West. Embora o ceticismo quanto à leitura nesses equipamentos seja comum, West enfatiza que “é justa-mente isso que pessoas dos países em desenvolvimento estão fazendo”. A escassez ou dificuldade de acesso a livros em comunidades pobres é uma das explicações para o analfabetismo, que atinge 744 milhões de pessoas mundialmente. (ONU Brasil) queda na intenção de voto, já que a

posição dos opositores se encontra “congelada”. Muitos eleitores se-guem indecisos. A pesquisa aponta que 14,5%, “não sabe ou não res-pondeu” ao questionário.

A sondagem mostra também que o nível de aprovação do presidente segue alto. Dos 2.500 consultados, 68% disseram que aprovam muito ou pouco sua gestão. A Constituição boliviana diz que um candidato não precisa ter a maioria absoluta nas eleições para vencê-la no primeiro turno, sendo necessário somente ter 10 pontos de diferença sobre o se-gundo colocado. (Opera Mundi)

Iraque se encontrou em relativa estabilidade e crescimento econô-mico, com a retomada das exporta-ções de petróleo. Porém, a violên-cia voltou a crescer após a saída das tropas norte-americanas e a questão da segurança se tornou o centro dos debates eleitorais.

A campanha eleitoral voltou a acir-rar as tensões entre xiitas – maioria da população e atual governo – e su-nitas – minoria que se sente oprimida desde a queda do ditador, e seu re-pretante, Saddam Hussein, em 2003.

De acordo com projeções, os ira-quianos irão votar conforme linha-gem étnico-confessional. Assim, o favoritismo é da coalizão do premiê Nuri al Maliki, que busca o terceiro madato consecutivo, e seu partido, a Aliança para o Estado de Direito. (da Redação, com agências)

Iraque realiza 1ª eleição após invasão dos EUAoriente Médio A campanha eleitoral voltou a acirrar as tensões entre xiitas e sunitas no país

Celulares e tablets ajudam a combater analfabetismo

Evo Morales segue como favorito para reeleição na Bolívia

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Tropas militares norte-americanas permaneceram por oito anos no país

68% disseram que aprovam a gestão de Morales

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Em países onde o analfabetismo é comum, produção de textos em papel é pequena

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12 serviços

Em situações excepcionais as férias serão concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias seguidos. Pode ser por pedi-do da empresa, justificado por grande necessidade, ou pelo empregado com justificativa e consentimento da empresa, com a exce-ção dos menores de 18 e maiores de 50 anos, que devem gozar as férias exclusi-vamente em um único período de 30 dias. Funcioná-rios de uma mesma família tem o direito ao gozo de férias no mesmo período.

O trabalhador pode vender até dez dias de fé-rias, recebendo os que vendeu inte-gralmente. Tirar férias dá o direito a receber, somando ao salário do mês, mais um terço (abono de férias), pago até 2 dias antes do início das férias.

ça do CID (Código Internacional de Doenças) não é obrigatória no ates-tado e que nenhum ente empregador poderá invalidá-lo pela ausência des-se código. Cabe ao trabalhador solici-tar ao médico que escreva o CID no atestado, caso seja de seu interesse. Lembre-se ainda que, se você preci-sar se afastar do trabalho, tem direito ao auxílio doença (consulte um advo-gado ou o sindicato sobre isso).

Se seu caso for de aposentadoria por invalidez, também tem direito a bene-fícios. Nesse caso, sempre será neces-sária a consulta com um médico perito da Previdência. Portanto, atenção: o médico que define a situação da apo-sentadoria não é o médico particular, o médico da UBS nem o da UPA, mas sim esse especialista da Previdência Social.

Incapacitam definitivamente para o trabalho doenças como, de Parkinson, de Paget renal crônica grave, paralisias incapacitantes e irreversíveis, esclero-se múltipla, câncer, sequelas de aciden-tes, entre outras.

Todo empregado tem direito ao gozo de férias a cada 12 me-ses trabalhados. Esse período

deve ser contado do 1º dia de servi-ço até o dia e o mês do ano seguinte, e as férias deverão ser concedidas de uma vez só, nos 12 meses subse-quentes à data em que o emprega-do adquirir o direito.

Esse período posterior aos 12 me-ses em que o direito foi adquirido é o tempo que a empresa tem para conceder as férias, e deve ocorrer até um ano depois do direito adqui-rido, e caso não conceda nesse tem-po, a empresa deve pagar em dobro o tempo que exceder.

Normalmente, o gozo das férias tem duração de 30 dias corridos, po-dendo ser reduzidos na proporção do número de faltas injustificadas. Com até cinco ausências, não se perde nada. De 6 a 14, são descontados seis dias, de 15 a 23, são reduzidos 12. En-tre 24 e 32, perde-se 18. Se houver 32 faltas, não se tem direito às férias.

Aproxima-se mais um dia do tra-balhador, data que relembra as grandes lutas dos trabalha-

dores. E dessas lutas vieram direitos, que muitas vezes acabam esquecidos ou não recebem a devida divulgação.

Então, vamos esclarecer e re-lembrar alguns relaciona-

dos à saúde.O atestado médico, faz parte do ato mé-dico de consultar. O que isso signi-fica? Quer dizer que todo médico que consulta qual-

quer paciente tem o dever de emitir

atestado médico caso o paciente solicite. Porém,

isso não significa que o médi-co afastará do trabalho todo paciente

atendido. A decisão sobre o período de afastamento do trabalho cabe sempre ao profissional da saúde.

É importante lembrar que a presen-

por Ronaldo Pagotto por Thiago Henrique Silva

Tire suas dúvidas sobre as férias

Saúde do trabalhador e seus direitos

Advogado trabalhista Médico e mestrando da USP

NOSSO DIREITO NOSSa saúde

CAMPANHASEJA AMIGODO BARÃO

Ajude a fortalecer a luta pela democratização da mídia

ENTRE SEM BATER!

Centro de Estudos da Mídia Alternativa

Barão de Itararéwww.baraodeitarare.org.br

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Periquito-verde morador do BNH da Vila Madalena, na zona oeste.

Envie fotos com denúncias ou fatos interessantes do dia a dia da cidade para a seção Click da cidade: [email protected]

Foto: Victor FernandesCLICK Da cidade

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13entretenimento

POLPETONEO friozinho do outono já chegou em São Paulo. Então, para os dias feios e preguiçosos, aque-les em que não há animação para sair de casa, uma receita deliciosa para alegrar o almoço ou o jantar: polpetone!

INGREDIENTES:– 1 kg de carne moída– 1 ovo– 1 pão de ontem moído (ou farinha de rosca)– Pimenta do reino e Sal– Queijo prato ou mussarela ralados (sem mise-rê; um monte, mesmo)– Molho de tomate (também sem dó)

MODO DE PREPARO:Misturar a carne, o pão, o ovo e a farinha de

rosca até dar liga. Tem que ser uma massa que

você consiga trabalhar sem ela quebrar. Tempe-re com pimenta do reino e sal a gosto. Pode co-locar outras coisas, tipo molho inglês ou aquele caldo de carne líquido, que também fica bom.

Aí, para montar, eu faço o seguinte: abro tipo um hambúrguer bem fininho, coloco o queijo no meio e cubro com outro hambúr-guer fininho. Depois, junto bem as bordas, para não abrir na hora de fritar. Passo na fa-rinha de rosca pra dar uma corzinha e frito numa frigideira com um pouco de azeite até ficar corado dos dois lados.

Depois de dourado, monto numa assadeira com bastante molho e mais queijo por cima, muito, muito queijo. Agora é só colocar no for-no por uns 15 minutos, pra o queijo derreter e o molho borbulhar. É tão bonito que nem precisa ficar tão gostoso... Mas fica gostoso.

Áries - 21.03 a 20.04Tendência a comportamentos excessivos e des-controlados. Além disso, sua auto imagem pode estar distorcida e você pensar que não corres-ponde às exigências da sociedade, desaniman-do-se. Cuidado com essa energia negativa.

Touro - 21.04 a 20.05No início do período a área sentimental vai bem, mas depois pode haver conflitos, pois seu potencial de amor não harmoniza com seu potencial agressivo. Pode haver experiências profundas ou dramáticas no campo sexual.

Gêmeos - 21.05 a 20.06É possível que você se preocupe tão intensa-mente com seu ego que a imagem de si mes-mo não corresponda à imagem que as outras pessoas tem de você. Por isso, custa-lhe muito aceitar conselhos dos outros, observe-se.

Câncer - 21.06 a 22.07Pode ser que veja a vida de um modo pessimis-ta e dê a impressão de uma pessoa um pouco fria. É possível que a sua relação com seus pais esteja em foco e precise ser reavaliada, é indis-pensável que se livre do passado.

Leão - 23.07 a 22.08Pode haver dificuldade no desenvolvimento de seu próprio estilo de se expressar. O que mais impede seu sucesso é a atual incapaci-dade de gostar um pouco de si mesmo, possi-velmente vinda de algum trauma na infância.

Virgem - 23.08 a 22.09Estará bastante objetivo e descobrir a verda-de será mais importante que chegar a acor-dos. Você deveria juntar sua força de vontade com sua riqueza de idéias, assim conseguiria enfrentar objetivos de maior envergadura.

Libra - 23.09 a 22.10É possível que se deixe controlar por suas paixões e não saiba usar o raciocínio lógico. Se tiver cuidados com os atos violentos, su-preenderá as pessoas de um modo positivo. Poderia também dedicar-se ao campo da arte.

Escorpião - 23.10 a 21.11Você estará incrívelmente habilidoso quan-do se tratar de encontrar soluções até para as questões mais complicadas e talvez quei-ra descobrir a sabedoria das ciências esoté-ricas, o que não seria má ideia no momento.

Peixes - 20.02 a 20.03Devido sua compreensão profunda dos pro-blemas alheios, você mostra generosidade e benevolência. Se realizará influênciando o seu meio de um modo positivo e, desde que se esforce bastante, de fato, obterá sucesso.

Aquário - 21.01 a 19.02Exprimir a sua individualidade é algo que você dá muito valor e pode contar com o reconhe-cimento das pessoas. Há uma espontaneidade excepcional, por meio da qual deve conseguir entusiasmar e motivar os outros.

Capricórnio - 22.12 a 20.01Cabe-lhe evitar que seja exageradamente cético e assuma uma atitude extremamente defensiva. Por isso, deveria ter ânimo e cora-gem para começar a sorrir àquela pessoa que de manhã, vê no espelho, em vez de afastá-la.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Agora você tende a ampliar a sua consciência e despertar o seu interesse por questões filosó-ficas e morais. O momento está favorável para os negócios, você deve conseguir fazer carreira e chegar a uma posição social alta.

Novamente seremos permeados de muita impulsividade, energia agres-siva e acontecimentos súbitos. Pode haver tendência a atitutes tempera-mentais e caprichosas, além de falta de disciplina, o que nos leva ao en-tusiasmo quase explosivo em um primeiro momento e logo em seguida, o total abandono do projeto / atividade em questão. É aconselhável não agirmos precipitadamente nem nos arriscarmos, pois nesta fase há gran-de risco de haver danos materiais grandiosos e/ou irreparáveis.

Keka Campos, astróloga |[email protected]

Horóscopo • 30 de abril a 8 de maio de 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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SERHAITICAMARIMGA

VORAZPOPTSENHAE

CIALVILESPLENDIDA

MOBORDELBOCODAMI

ALTOSDSLCAPOTETIORSR

HIPOCRISIANSPNEONGERINGONÇA

Movimen-to criado

por Baden-Powell

Que não demons-tra medo

(fem.)

Atrativomaior detorneios

esportivos“(?) Poeta”,soneto deFlorbelaEspanca

País dasAméricascom o me-

nor IDHEspaço do artista nosbastidoresdo teatro

GraçaAranha,

político ediplomata

Indicaçãodo nortena rosa

dos ventos

A Rainhado (?):

Madonna(Mús.)

Livro bí-blico que descreve oArmagedon

Código deacesso acontas

bancárias

Sujeira;mancha

A índole do bandi-

do, nofaroeste

Preocupa-ção obses-

siva demodelos

Primavera,em inglês

Tolo;simplório

(bras.)

(?) ebaixos: osextremosda vida

Ex-vocalistada bandaThe Police

OzzyOsbourne,

cantor de rock

(?) Sam,figura-símbolodos EUA

Marca dapessoadissi-

mulada

Desinênciaverbal doinfinitivo

Gás usado emletreiros

comerciaisCoisa mal-feita e deestruturaprecária

Ávido;sôfrego

Companhia(abrev.)

“O (?)”, conto clássi-co de Nikolai GogolComissão investi-

gativa do Legislativo

Aranha amazônicaque não tece teiaO tecido afetado pela osteoporose

Casa de prostituiçãoSufixo de“urinol”

Adaga epistolaOrelha,

em inglês

O (?) da História:Heródoto

Harold Robbins,escritor dos EUA

Conjunçãoaditiva

Da mesmamaneira

MagníficaMichele O-bama, pri-meira-dama

Raio(abrev.)Átomo

eletrizado

3/ami — cpi — ear — íon. 5/haiti — sting. 6/spring. 18/briga pela liderança.

Rep

rod

uçã

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por Patrícia Ditolvo cozinhadapatinha.blogspot.com.brBOA & BARATA • [email protected]

Page 14: Brasil de Fato SP - Edição 034

14 cultura

Provavelmente você já ouviu a histó-ria do menino que se recusa a crescer e passa por aventuras com seus ami-gos e uma fada mágica. O Peter Pan da Disney e dos livros infantis, todo mundo conhece. Agora, a companhia Pequeno Teatro de Torneado convida o público de São Paulo a conhecer “Pe-ter em Fúria”. O espetáculo foi criado pelas mãos de 31 artistas e resulta de uma releitura do conto “Peter Pan e Wendy”, de J.M. Barrie. A história dei-xa a Terra do Nunca e passa para a re-alidade de uma favela brasileira.

“É um espetáculo concebido com a estética da periferia e que busca tam-bém a beleza da periferia”, afirma o di-retor William Costa Lima. Ele também é autor do texto original, que escreveu quando tinha 18 anos e morava no

Itaim Paulista, na zona leste da capi-tal. A Favela do Nunca, local em que a trama se passa é resultado da troca de experiências dos próprios atores.

Lima diz que a adaptação do con-to “Peter e Wendy” para a realidade periférica não foi o maior desafio, pois o difícil mesmo “é pagar as contas”. “Somos um grupo muito pobre, mais ou menos 70% do grupo é oriundo de periferia”, explica. Porém, ele ressalta que o grupo está conseguindo uma coisa rara, manter uma montagem com 31 pessoas apenas com dinheiro da bilheteria.

O musical será apresentado aos sá-bados e domingos, às 19h, até o dia 25 de Maio, no Espaço Redimunho (Rua Álvaro de Carvalho, 75, Centro). (por Guilherme Almeida)

INSS, mas há uma negociação para que a Prefeitura de São Paulo tome posse do espaço. “A gente está no lim-bo. Eles não podem entrar com pedido de reintegração porque estão nego-ciando com a Prefeitura. E a prefeitura não está pedindo reintegração porque não é dela”, comenta Dorberto. Há, in-clusive, planos para que o espaço se torne oficialmente um centro cultural.

Enquanto isso, o ateliê se mantém

de pé através de doações, projetos de financiamento direto de cooperativas de teatro e contribuições de quem passa pela Casa Amarela.

Ateliê Compartilhado Casa Amarela

Endereço: Rua da Consolação, 1075Infos: ateliecompartilhado. wordpress.com

espaço comum Ateliê Compartilhado é fruto de uma ocupação realizada em fevereiro no centro

A casa que é de todos e não é de ninguém

Um casarão na região central da ca-pital paulista dá vida ao Ateliê Com-partilhado. A Casa Amarela, como é conhecida, foi ocupada pacificamen-te por movimentos artísticos e cultu-rais há cerca de dois meses. Em um cortejo cultural que foi do Teatro do Incêndio em direção à casa, na rua da Consolação, cerca de 200 pessoas ocuparam o imóvel abandonado. Elas entraram pelo portão – que estava aberto – e deram novo uso ao espaço abandonado há onze anos. “A gente mostra que esta casa é muito mais útil aberta, ocupada por pessoas, do que fechada”, conta Monge Jr, artista plástico de 29 anos.

“Como é um patrimônio tombado, nos preocupamos em manter da me-lhor forma e recuperar o que puder”, explica Monge. Em um primeiro mo-mento, os artistas limparam o local e fizeram a manutenção do espaço: ti-raram lodo das paredes, consertaram telhados, desentupiram calhas e ra-los, chamaram o controle de zoonose. Nesse momento, eles trabalham em uma horta orgânica e em uma progra-mação cultural e educativa cada vez mais elaborada.

USO COMPARTILHADO“Sentíamos a necessidade de um lu-

gar onde os grupos pudessem ensaiar, deixar seus figurinos e equipamentos e dialogar com a população”, conta Dor-berto Carvalho, integrante do Movi-mento de Ocupação dos Espaços Ocio-sos, organizador da iniciativa. O ator explica a situação da classe artísticas hoje em São Paulo: “Os equipamentos culturais do Estado, por exemplo, são passados para as Organizações Sociais [entidades privadas que gestam es-paços públicos]. Em alguns desses lu-gares, os grupos precisam pagar para ensaiar. Ou seja, é uma privatização branca do espaço público”.

Lucas Beda, ator da Cia. Mungun-zá de Teatro, que usufrui do casarão como local de ensaio, comenta que uma das propostas da ocupação é que os artistas sempre preparem algo para o público local. “Para o ar-tista é importante desenvolver o tra-balho junto com o público porque os espaços fechados impedem o diálogo com a plateia”, explica. A ocupação, que pretende se tornar um polo cul-tural na capital paulista, é aberta ao público e a artistas que queiram usar o espaço para trabalhar.

Atualmente, o imóvel pertence ao

por Carolina Piai e Isabella Amaral

Peter em Fúria na Favela do Nunca

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Casa Amarela, prédio tombado, é utilizado de forma colaborativa

Espetáculo utiliza estética da periferia para contar história de Peter Pan

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{agenda cultural}

zona norte

Documentário musicalQuem gosta de cinema e música não pode perder o In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musi-cal, que acontece no CineSesc, MIS, Cinemateca Brasileira, Matilha Cultural, Cine Olido e CCSP, com filmes sobre Jimi Hendrix, Ney Matogrosso, Cauby Peixoto, Mario Lago, entre outros. De 1º/5 a 11/5; das 10h às 22 – Entrada gratuita – MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo) - Avenida Europa, 158, Jardim Europa

Cultura dos BálcãsO Festival de Música e Dança dos Bálcãs apresenta a riqueza cultural de países como Bulgária, Grécia, Macedônia, Turquia e Romênia. Nomes nacionais e internacionais se apresentam em shows, performances, encontros e workshops. Diariamente até 7/5, das 8:30 às 21h – Entrada gratuita até R$ 20 – Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93, Pompéia

ZONA SUL centro

zona leste

Pink Floyd de OzA misteriosa ligação entre o Pink Floyd e o filme “O Má-gico de Oz” é inspiração para o espetáculo de mímica “Q.Q.ISS?”, da Cia. Sonhus Teatro Ritual. Diz a lenda que o famoso disco “The Dark Side Of The Moon”, do Pink Floys, corresponde a diversos momentos do filme.Sex (2 e 9/5) e Sáb (3 e 10/5), às 21h; Dom (4 e 11/5), às 19h – Entrada gratuita – Teatro Alfredo Mesquita - Avenida Santos Dumont, 1770, Santana

Massagista da SeleçãoAs Fábricas de Cultura Jaçanã e Capão Redondo pro-movem exposição em homenagem a Mário Américo (1912-1990), o mais famoso massagista da Seleção Brasi-leira de futebol, que participou de sete Copas do Mundo, entre os anos 1950 e 1974.Diariamente de 30/4 a 10/5; das 9h às 20h – Entrada gratuita – Fábrica de Cultura Jaçanã - Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138, Jaçanã

zona oeste

Editora RaízesPioneira das edições de arte em São Paulo, a editora Raízes tem vários de seus catálogos reunidos em exposição que resgata a história da arte brasileira. “Regastein Rocha e a Gráfi-ca Raízes” expõe catálogos como “Portinari” (1979) e “Masp – 30 anos” (1979). Até 12/5; Ter a Dom das 10h às 17h – Entrada gratuita – Museu Afro Brasil – Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº - Pavilhão Manoel da Nóbrega, portão 10 – Sul, Parque do Ibirapuera

“Pétala por pétala”A sétima edição do projeto “Pétala por Pétala – Mostra de Plantas e Boas Práticas Ambientais” busca discutir e resgatar as possibilidades de cultivo e uso dos alimentos não convencionais por meio de shows musicais, oficinas gastronô-micas e bate-papos. De Qui (1) a Dom (4); das 9h às 17h – Entrada gratuita – Sesc Interlagos - Avenida Manuel Alves Soares, 1100, Interlagos

Pai e FilhaUma conversa entre pai e filha retrata um universo familiar na peça “Conversas Com Meu Pai”. A atriz e diretora Janaina Leite, do Grupo XIX , apresenta frases escritas por Alair, seu pai, que sofreu uma traqueostomia e perdeu a capacidade da fala. Até 17/5; Qui, Sex e Sáb, às 20h – Entrada gratuita – Ofi-cina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363, Bom Retiro

Romeu e JulietaEscrita entre 1591 e 1595, a obra “Romeu e Julieta”, a história de amor mais conhecida do mundo, de William Shakespeare, ganha releitura teatral inédita na Biblioteca Mário de Andrade. E no dia 3 de maio, às 14h, a biblioteca recebe a “Palestra Shakespeare e Gênero”. Seg (5), Ter (6) e Qua (7); às 20h30 – Entrada gratuita – Biblioteca Mário de Andrade - Rua da Consolação, 94, República

Tim Maia instrumentalO Grupo Ôncalo faz um show de lançamento de seu vídeo clip da música Descobridor dos Sete Mares, que faz parte do Projeto Tim Maia 70. Formado por ex-alunos da rede municipal de ensino, o grupo substituiu a fanfarra pelo jazz, soul, R&B, pop, traditional brass e MPB.Qua (30), das 20h às 21 – Entrada gratuita – Teatro Martins Penna - Largo do Rosario , 20, Penha

Cinema italianoA mostra “Depois Daquele Filme” exibe filmes do diretor Michelangelo Antonioni. No dia 30/4, será exibido “Zabriskie Point”, sobre um jovem casal formado por uma secretária idealista e um militante radical, revelando o movimento da contracultura norte americana nos anos 70.Qua (30), às 20h – Entrada gratuita – Sesc Belenzi-nho – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho

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16 esporte

Alan Kardec só jogará pelo São Paulo após a Copa

Preconceito no Basquete

Daniel Alves reage a racismo

Melhor desarme

CONTRATAÇÃO Atleta ainda passará por exames antes de fechar com o time do morumbi

Paulo Nobre, presidente do Palmei-ras, anunciou na segunda-feira (28), que Alan Kardec, 25, não jogará mais pelo time. O atacante foi contratado pelo São Paulo, que deve anunciá-lo oficialmen-te em breve. Contudo, o jogador ainda deve passar por exames médicos e só deve poder jogar após a Copa.

Como a transferência é tratada com o Benfica, de Portugal, dono dos direitos econômicos do jogador, Alan Kardec só poderá atuar pelo time tricolor após o fim do contrato de empréstimo com o Palmeiras, o que ocorreria em 30 de junho.

Ainda assim, Kardec só poderá entrar em campo com a nova cami-sa em julho, quando a janela inter-nacional de transferências é aberta.

CRÍTICANa segunda, além de ter anuncia-

do que as negociações com o Pal-meiras haviam dado errado, Paulo Nobre ainda criticou a atuação da direção do São Paulo que teria “se intrometido de forma sorrateira”.

“Tínhamos um mês de prazo [para renovar] e estávamos próxi-mos de um fim positivo. Mas, no curso das negociações, de maneira sorrateira, um time procura o joga-dor. Isso é extremamente antiéti-co”, afirmou Nobre.

Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, afirmou que as nego-ciações estão avançadas e acredita na conclusão da negociação. “Com o Benfica o São Paulo acertou, mas com o jogador não” afirmou. “O atleta está lutando para vir ao São Paulo.” Ele se manifestou em re-lação às críticas palmeirenses: “o choro é livre”. (da Redação)

nba #somostodosiguais brasileirão

A liga americana de basquete tam-bém está envolvida em uma polêmica relacionada à questão racial. O dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, está sob investigação por declarações contra negros.

Um áudio, em que ele pede à namorada que não levasse negros aos jogos da equi-pe, vazou após ela postar uma foto ao lado do ídolo do esporte, Magic Johnson.

Sterling tem um histórico de discrimi-nação. Foi multado duas vezes por se recusar a alugar imóveis a negros e já foi processado por injúria racial por um exe-cutivo do time. Até mesmo o presidente Obama se manifestou acerca do caso. Diversas marcas suspenderam patrocí-nio à equipe após as declarações.

Na última partida, os jogadores entra-ram em quadra utilizando meias e mu-nhequeiras pretas. Além dos adereços, vestiram as camisetas pelo avesso.

A vitória por 3 a 2 do Barcelona sobre o Villarreal foi marcada por um fato inusitado. Aos 30 minutos do segundo tempo, um torcedor jo-gou uma banana no campo. O late-ral-direito brasileiro Daniel Alves, que iria bater escanteio, reagiu ao ato racista comendo a fruta.

Após o acontecido, Neymar pos-tou uma foto nas redes sociais ao lado do filho segurando bananas e com a frase “somos todos ma-

cacos”. Logo em seguida, o casal global Luciano Huck e Angélica fez o mesmo.

O “slogan” acabou gerando polê-mica nas redes sociais. Mais tarde, foi anunciado que uma agência de publicidade ligada a Neymar esta-ria por trás da ideia, além de que Huck estaria vendendo uma cami-seta com a frase em seu site.

Apesar das controvérsias, a pos-tura de Alves merece ser admirada.

O novo reforço corintiano, Petros, vem mostrando a que veio nessas duas pri-meiras rodadas do Brasileirão. Com 13 desarmes, o meia é o líder no quesito, segundo a Footstats.

Petros foi contratado do Penapolense depois de o time ter ótima campanha da equipe do interior no Paulista. Sob o co-mando do técnico Narciso, o clube che-gou à semifinal do torneio, depois de eli-minar o São Paulo nos pênaltis. Apesar de ter dado trabalho ao Santos, o Peixe venceu por 3 x 2 e foi para a final.

Além dos 13 desarmes bem sucedi-dos, o corintiano errou apenas uma ten-tativa. Na lista, o lateral-direito Cicinho, do Santos, é o segundo colocado com 12 roubadas. Na terceira colocação, quatro jogadores estão empatados com 10 de-sarmes cada: Deivid, do Atlético-PR, Di-guinho, do Fluminense, Maicon, do São Paulo, e Gabriel, do Botafogo.

Jogador foi principal peça da temporada 2013

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