brasil de fato rj - 132

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RIO DE JANEIRO Divulgação / TV Globo Lula Marques Ano 3 | edição 132 5 a 8 de novembro de 2015 distribuição gratuita Entrevista | pág. 4 Cultura | pág. 9 Se a população do Rio de Janeiro tem achado caras suas últimas contas de luz, uma notícia certamente não será bem recebida. A Light solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um aumento de 22,83% nas tarifas. Pelo pedido, o novo valor será cobrado a partir do próximo sábado (7). A solicitação será analisada ainda esta semana. Cidades l pág. 5 Conta de Luz vai aumentar no RJ ESCRACHO O deputado Eduardo Cunha (PMDB) foi surpreendido ao ser banhado com dólares de mentira que traziam o seu rosto na cédula. A ação, que ocorreu em entrevista coletiva em Brasília, foi realizada pelo Levante Popular da Juventude. Opinião l pág. 2 Mulheres negras marcham contra o preconceito “A regra do jogo” amarga baixa audiência Leia entrevista com organizadora do ato que será realizado em Brasília Colunista aborda a crise vivida pelas novelas brasileiras Dez anos da vitória popular sobre a Alca Plebiscito teve papel decisivo para barrar proposta dos EUA ESPECIAL EBC Memória

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 132

RIO DE JANEIRO

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ção

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Lula Marques

Ano 3 | edição 132

5 a 8 de novembro de 2015 distribuição gratuita

Entrevista | pág. 4Cultura | pág. 9

Se a população do Rio de Janeiro tem achado caras suas últimas contas de luz, uma notícia certamente não será bem recebida. A Light solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

um aumento de 22,83% nas tarifas. Pelo pedido, o novo valor será cobrado a partir do próximo sábado (7). A solicitação será analisada ainda esta semana. Cidades l pág. 5

Conta de Luz vai aumentar no RJ

ESCRACHO O deputado Eduardo Cunha (PMDB) foi surpreendido ao ser banhado com dólares de mentira que traziam o seu rosto na cédula. A ação, que ocorreu em entrevista coletiva em Brasília, foi realizada pelo Levante Popular da Juventude. Opinião l pág. 2

Mulheres negras marcham contra o preconceito

“A regra do jogo” amarga baixa audiência

Leia entrevista com organizadora do ato que será realizado em Brasília

Colunista aborda a crise vivida pelas novelas brasileiras

Dez anos da vitória popular

sobre a Alca

Plebiscito teve papel decisivo para barrar

proposta dos EUA

ESPECIAL

EBC

Mem

ória

Page 2: Brasil de Fato RJ - 132

EDITORIAL

Quinta-feira, 5 de novembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Tempestades com

raios isoladas

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

A cada semana, um novo setor da população aparece para mostrar sua indignação e pedir a saída de Cunha

Nesta semana, cerca de 400 jovens fizeram um “es-cracho” na casa oficial de Eduardo Cunha, em Brasí-lia. O escracho é uma forma de denunciar pessoas en-volvidas em injustiças con-tra o povo, como os tortura-dores da ditadura militar e, agora, os corruptos do Con-gresso Nacional.

Já na semana passada, mi-lhares de mulheres saíram às ruas para denunciar os abu-sos cometidos por Cunha contra seus direitos. A cada semana, um novo setor da po-pulação aparece para mos-trar indignação e pedir a sa-ída de Cunha da presidência da Câmara. E, pelo que pa-rece, a vontade popular, des-sa vez, está próxima de ser realizada. Nesta terça (3) foi aberto processo que vai dis-cutir a cassação do presiden-te da Câmara.

BANCADA BBBCunha diz que não cai de jei-to nenhum. Confia nos seus aliados, a famosa bancada “BBB” - da bala, da bíblia e do boi. São setores que defendem o que há de mais atrasado e que conseguem se eleger por terem muito dinheiro para in-vestir nas suas campanhas.

Não é à toa que o próprio Cunha aprovou com pressa o financiamento privado de campanha. Foi para garan-tir os interesses dos seus alia-

Empurra o Cunha que ele cai!

dos, em uma das muitas tro-cas de favores que explicam como se mantém no cargo, mesmo sob pesadas denún-cias de corrupção.

Pois bem, além da queda

de Cunha, o que mais exige a juventude que o denun-ciou na porta de sua casa na segunda-feira?

CONSTITUINTE EXCLUSIVAReconhecendo que o pro-blema é muito maior, que é o sistema político inteiro que está corrompido, os jo-vens afirmam que é preci-so uma mudança profunda nesse sistema. E hoje, o me-lhor mecanismo para fazer essa mudança é uma Cons-

tituinte Exclusiva. Um pro-cesso de mudança que en-volva os principais setores do povo brasileiro, como a juventude, as mulheres, as negras e negros, e toda po-pulação que hoje não tem a chance de ver seus direi-tos representados pelo atu-al congresso.

Por isso, o povo está indo para as ruas dar o empur-rãozinho que falta para der-rubar de vez o homem que representa o que há de pior no política brasileira hoje.

2 | Opinião Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

Page 3: Brasil de Fato RJ - 132

Div

ulga

ção

res indicadores sociais.A renda de um morador

de Niterói é, em média, cin-co vezes maior que a de Ja-peri. Os abismos sociais também contribuem para o baixo desenvolvimen-to educacional. De ca-da cem crianças de Ja-peri, 45 chegaram ao fim do 3º ano do en-

Tomaz Silva / Agência Brasil

Greve dos Correios

A unidade dos Correios do Largo do Machado, n. 35, está paralisada desde o dia 20 de outubro. São mais de 70 mil correspon-dências não entregues por dia. O motivo da greve é a sobrecarga de trabalho.

Os Correios não aten-deram nenhuma das rei-vindicações da catego-ria feitas há mais de um ano. Essa semana a dire-ção do Sindicato fez no-va assembleia com os trabalhadores e já acio-nou o departamento ju-rídico da entidade para orientar a categoria.

SINDICALpor Claudia Santiago

Divulgação

Divulgação

Reprodução

Falta investimento na educação da Baixada

Segundo dados do Minis-tério da Educação sobre a alfabetização, as escolas da Baixada Fluminense estão entre as piores do estado. Entre as dez piores cidades do Rio, oito estão na Baixa-da. Isso porque as escolas recebem a menor quanti-dade de recursos e a região conta com alguns dos pio-

Após sofrer ofensas racis-tas pelas redes sociais, a atriz Taís Araújo denunciou e respondeu: “Não vou me intimidar, tampouco abai-xar a cabeça”.

Na internet, o come-diante Danilo Gentili fez piada sobre a violên-cia contra a mulher e ain-da xingou uma fã, após ela comentar que não gos-tou da publicação.

mandoumal

mandoubem

LITERATURAAs comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme, estão em festa. Entre os DIAS 3 e 8 de novembro acontece a Festa Literária das Periferias, a maior do país voltada para as comunidades. A entrada é gratuita.

Trabalhadores da construção recebem aumento

Os trabalhadores da construção, do setor do atacado, receberam ajus-te de 10,88% nos salários, acima da inflação medida pelo INPC, que esse ano ficou em 9,8%. O aumento é o resultado da negocia-ção entre o Sindicato dos Comerciários e o Sindica-to do Comércio Atacadis-ta de Materiais de Cons-trução do Rio (Sincomac).

FRASE DA SEMANA

disse a cantora Elza Soares, em entrevista ao jornal espanhol El País.

“A mulher está sendo violentada de todos os jeitos”,

sino fundamental só lendo palavras soltas, sem enten-der uma frase inteira.

Geral | 3Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

Page 4: Brasil de Fato RJ - 132

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

As mulheres negras repre-sentam cerca de 25% da po-pulação brasileira. São 49 mi-lhões de brasileiras que fazem parte do grupo social com as piores condições econômi-cas do país. Para discutir es-sas questões, está sendo orga-nizada a primeira Marcha das Mulheres Negras do Brasil, que será realizada no dia 18 de novembro, em Brasília. Confi-ra entrevista com Ana Gomes, coordenadora do Fórum de Mulheres Negras.

Brasil de Fato - Como surgiu a Marcha das Mulheres Ne-gras e qual a finalidade?Ana Gomes - Embora a mu-lher negra participe de ou-tros espaços de luta, perce-bemos que nossas demandas não são levadas em conside-ração. Queremos dar visibi-lidade a todas as nossas rei-vindicações. Queremos polí-ticas concretas para dar po-der às mulheres no sentido econômico, político, social, cultural e religioso.

Brasil de Fato - Como está a mobilização e o que está previsto na programação?Além da marcha no dia 18 de novembro, teremos uma fei-ra de artesanato entre os dias 17 e 19. Também teremos um seminário pré-marcha e uma mesa sobre empreendedoris-mo. No Rio, estamos organi-zando uma roda de samba no dia 8 de novembro, às 15h, na quadra da Vila Isabel, para le-vantar recursos para a via-gem a Brasília.

Brasil de Fato - Na luta a mulher negra fica prejudi-

Mulheres Negras organizam marcha nacional “Contra o racismo, a violência e pelo bem viver” será o lema da caminhada

cada devido à sua condição social e a falta de tempo?Essa é nossa realidade. Muitas de nós somos empregadas do-mésticas, trabalhamos como diaristas, autônomas e isso causa uma série de dificulda-des. Elas não podem enfren-tar uma viagem de três dias de ônibus e ficar tanto tem-po sem trabalhar, sem garan-tir o ganha-pão da semana. Mesmo assim, nosso objetivo é reunir entre 20 e 30 mil mu-lheres de todo o Brasil.

Brasil de Fato - Essa situação econômica da mulher negra é uma das mais sérias. A mulher negra sempre traba-lhou. Quando chegamos nes-se país chegamos como traba-lhadoras, que tiveram direitos negados. Ainda somos a ba-

se da pirâmide social, ganha-mos menos que todos os ou-tros grupos sociais.

Brasil de Fato - Que outros problemas isso acarreta?O baixo poder econômico faz com que a mulher negra tenha dificuldades no aces-so à educação e à saúde, por exemplo. Estamos falando de racismo institucional. O grosso da comunidade ne-gra não foi atingido pelo sal-to econômico que o Brasil vi-veu antes da crise.

Brasil de Fato – Brasília anda um pouco tensa. Qual o reca-do que vocês querem passar?Vamos entregar um docu-mento à presidente Dilma com nossas reflexões sobre o tema da marcha: “Contra

o racismo, contra a violên-cia e pelo bem viver”. A mu-lher negra será a protagonis-ta e vamos dizer o que pensa-mos. Sobre o atual momento do país, vamos lutar para ga-rantir o estado democrático de direito, pois observamos que ele tem sido fragilizado.

Brasil de Fato – Semana passada a atriz Taís Araújo sofreu ataques racistas na internet. Como analisa es-ses ataques?É mentira que a gente vive em uma democracia racial. Os negros convivem em harmo-nia desde que “saibam seu lu-gar”. A gente continua ouvin-do insultos em restaurantes e na rua. A Taís Araújo agiu cor-retamente, tem que denun-ciar. Injúria racial é crime.

Coordenadora do Fórum de Mulheres Negras, Ana Gomes

Queremos que essa marcha também seja um resgate histórico

Fotos Divulgação

4 | Entrevista Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Se a população do Rio de Janeiro tem achado ca-ras suas últimas contas de luz, uma notícia certamen-te não será bem recebida. A Light, empresa respon-sável pelo fornecimento de energia elétrica da capital e em algumas cidades do in-terior do estado, solicitou à Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (Aneel) um au-mento de 22,83% nas tari-fas cobradas ao consumi-dor. Pelo pedido, o novo va-lor será cobrado a partir do próximo sábado (7). A soli-citação será analisada ain-da esta semana pela Aneel.

Para os que estão acostu-mados com o aumento anu-al, o reajuste pode pesar ain-da mais no bolso. Será a se-gunda vez em 2015 que a Aneel anuncia aumento nas contas de luz para os clien-tes da Light. Isso quer dizer que o consumidor que co-meçou o ano pagando 100 reais de energia, passou para R$ 122,50 em março e paga-rá aproximadamente R$ 150 de luz no mês de novembro.

IMPACTO Pedro Grapiuna, de 59 anos, transforma ferros em obras de arte. Morador de San-ta Teresa, ele divide sua ca-sa com um ateliê para reali-zar seu ofício. Com o aumen-to do preço da energia, ele te-

Preço da luz no Rio deve subir novamenteSegundo aumento no ano, novas tarifas devem entrar em vigor ainda este mês

me ter que reduzir sua produ-ção. “É sempre surpresa o va-lor da conta. O aumento com-plica demais e pode reduzir até o trabalho. Às vezes tenho que recusar o trabalho, pois vamos pagar caro na energia e tem trabalhos que não com-pensam por isso”, critica.

O artista cobra do poder público uma solução alter-nativa, já que os novos valo-res pesarão no bolso da po-pulação com menos dinhei-ro. “A população só rece-be o impacto e tem que pa-gar pela crise. Tem muitos desperdícios por aí que eles cobram da população, isso não está certo. Só repassar o custo é fácil”, contesta.

MORRO DA COROAA elevação nas tarifas vai alte-rar a rotina das família mais pobres, obrigando uma re-distribuição de recursos nas compras do mês. “Um segun-do aumento no ano é uma coi-sa fora do normal. O dinheiro que vamos pagar a mais de energia vai sair da alimenta-ção. Vamos ter que deixar de pagar determinadas questões para pagar a luz”, reclama Jo-sélia Vieira, de 58 anos, mora-dora do Morro da Coroa, em Santa Teresa.

Marta Jorge, de 60 anos, mora há mais de 40 anos na Coroa. Além da preocupa-ção com uma nova tarifa a

Em sua casa, dois ventilado-res, uma televisão e uma ge-ladeira são os aparelhos que consomem energia.

Ainda de acordo com Mar-ta, esse é um problema que tem atingido outros morado-res da comunidade. Eles tam-bém estão enfrentando di-ficuldade para esclarecer os valores com a empresa de luz.

RESPOSTAS DA EMPRESAEm nota, a Light informou que o consumidor que quiser esclarecimentos deve bus-car a companhia de luz atra-vés do telefone 0800 282 0129, por meio do site www.light.com.br ou comparecer a uma das agências da empresa. So-bre a solicitação à Aneel, a Li-ght informou que se trata de aumento anual que acontece sempre em novembro.

Aumento da tarifa vai impactar o trabalho do artesão Pedro Grapiuna

Marta Jorge criticou o segundo aumento anual da Light

Pelo pedido, o novo valor será cobrado a partir do próximo sábado (7)

partir deste mês, outro au-mento tem tirado o sono da trabalhadora. Segundo ela, ao ter um novo relógio ins-talado pela Light no mês de setembro, sua conta de luz

subiu consideravelmente. “Quando eles colocaram es-se relógio novo, a conta veio R$ 495. Quando liga para re-solver ou vai até lá, é um pés-simo atendimento”, revela.

Cidades | 5Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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Fotos Vladimir Platonow / Agência Brasil

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Não podemos aceitar nenhum recuo na nossa liberdade de protesto

Emanuel Cancella, do Sindipetro-RJ

O Senado aprovou, na se-mana passada, a lei antiter-rorismo, que estabelece pena máxima de 24 anos, em regi-me fechado, para quem aten-tar contra pessoa, median-te violência ou grave amea-ça, motivado pelo extremis-mo político, intolerância re-ligiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófo-bo, com o objetivo de provo-car pânico generalizado.

Porém, o texto que foi en-viado ao Senado fazia uma ressalva. A lei não poderia ser aplicada à “conduta indi-vidual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindi-cais, religiosos, de classe ou

Lei antiterrorismo pode criminalizar movimentos sociaisMovimentos temem que essa lei seja usada para impedir ou reprimir os protestos de rua

categoria profissional”. Mas, o senador Aloysio Nunes (PS-DB-SP) retirou o parágrafo e acrescentou a expressão “ex-tremismo político” na tipifi-cação de ato terrorista.

Esse é o ponto de discórdia. Os partidos de esquerda, as-sim como os movimentos so-ciais, temem que essa lei se-ja usada para impedir ou cri-minalizar os protestos de rua, classificando os mani-festantes como terroristas. A lei agora volta para a Câmara de Deputados, onde será vo-tada novamente. É possí-vel que o texto original seja aprovado na Câmara.

“A aprovação dessa lei é um retrocesso para os movi-mentos sociais. Não podemos aceitar nenhum recuo na nos-sa liberdade de protesto. Não aceitaremos nenhum passo atrás na democracia e no di-reito do trabalhador de ma-nifestar quando se sentir pre-judicado”, afirmou o petrolei-ro Emanuel Cancella, coor-denador do Sindipetro-RJ. “A gente tem que protestar, como

fizeram as mulheres no Rio contra o deputado Eduardo Cunha, senão eles nos atrope-lam”, completa o sindicalista.

A professora Dorotéa Frota Santana, coordenadora ge-ral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ), também fez críti-

Movimentos sociais repudiam nova lei

Pesquisadores de dife-rentes universidades e mo-vimentos sociais do Rio de Janeiro realizam, na quin-ta-feira (5), um evento de repúdio à lei antiterroris-mo (PLC 101/2015), que tramita atualmente no Congresso Nacional.

Será realizada uma me-sa de debate, no salão no-bre da Faculdade de Di-reito da UERJ, com a par-ticipação dos advogados Nilo Batista e Nadine Bor-ges (UFRJ), além de mem-bros do Instituto de Defe-sa de Direitos Humanos (DDH) e do Centro de As-sessoria Jurídica Popular (CAJP) Mariana Crioula.

Greve dos professores em 2014 já foi duramente reprimida

tantes em acusações e penas absurdas”, destacou.

Segundo a sindicalista, os principais prejudicados se-rão os movimentos sociais, mas garante que eles não vão aceitar calados esses ataques. “A gente vai tentar combater e resistir. Sabemos que não vai ser fácil, mas nunca foi. Estamos acostumados a lu-tar”, disse a professora.

O Movimento dos Traba-lhadores Sem Terra (MST), que teve muitos membros presos por protestar contra o sistema, vê com preocupação a aprovação dessa lei. “Essa lei fere os princípios democrá-ticos de direito. Ela vai limi-tar ainda mais a liberdade de expressão e de manifestação no Brasil, em especial para os pobres, negros e movimentos populares organizados em to-do o país”, afirmou a integran-te da coordenação Nacional do MST, Marina dos Santos.

Se aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto segue para a presidenta Dilma, que pode sancionar ou vetar a lei.

cas ao projeto de lei. “Essa lei abre espaço para as persegui-ções, algo que já sofremos no Rio de Janeiro, tanto no âm-bito municipal, quanto esta-dual. Esse tipo de iniciativa é muito perigosa. Com isso po-deriam enquadrar manifes-

6 | Cidades Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

Page 7: Brasil de Fato RJ - 132

américa latina: dez anos da vitória

popular sobre a alca

O que era a proposta da ALCA?A ALCA – Área de Livre Comércio das

Américas proposta oficialmente pelos EUA em 1994, durante a 1ª. Cúpula da Américas, realizada em Miami, tinha como objetivo “integrar” social, política, militar e economi-camente o hemisfério. Ao implantar a ALCA eles visavam:

1. No aspecto político – Consolidar a in-fluência norte-americana sobre os estados da região, garantindo seu apoio na disputa com outras potências, como Rússia, União Euro-peia e China.

2. No aspecto jurídico – Adaptar as leis de cada nação de forma a estabelecer vínculos de dependência, impedindo, principalmente, a mudança nos mecanismos de endividamento externo, das políticas econômicas, bem como a criação de políticas que limitassem o fluxo de capitais.

3. No aspecto militar – Colocar o conti-nente sob “proteção” militar dos EUA, impos-sibilitando o desenvolvimento de tecnologia própria dos países, promovendo a diminuição de armamentos convencionais e reduzindo o papel das forças armadas ao de guardiã da ordem interna, transformando-as em forças policiais.

4. No aspecto econômico – Estabelecer um território com livre circulação de bens, serviços e capitais, porém sem livre circulação de mão-de-obra, em especial a menos qualifi-cada. Além disto, a área adotaria uma moeda única, o dólar.

5. No aspecto ideológico – Fomentar gru-pos locais de difusão do modo de vida ame-ricano. Garantindo canais de comunicação: cinema, televisão e mídia em geral, institutos de língua, intercambio para estudantes e pro-gramas de bolsas de pós-graduação.

De forma resumida, afirmávamos que a ALCA traria consigo:

a) Perda de soberania nacional; b) Redução dos direitos trabalhistas;c) Privatização dos serviços públicos;d) Destruição do meio-ambiente, com a

super exploração das matérias primas e recur-sos naturais;

e) Importação de sementes e maior limita-ção do acesso à terra;

f) Reforço dos monopólios privadosg) Invasão territorial e cultural e;h) Mais violência social. Diante desta enorme ameaça os povos do

continente se uniram para resistir e impedir a implementação do acordo, que só interessava aos capitalistas e suas empresas.

suplemento especial novembro de 2015

Page 8: Brasil de Fato RJ - 132

2 | suplemento especial

Um período de intensa mobilização popular e a derrota da ALCA em nosso continente

A mobilização popular no Brasil e o papel decisivo do Plebiscito Contra a ALCA

A campanha brasileira Contra a ALCA sur-giu em 2001 com grandes objetivos: barrar a ALCA, defender a soberania nacional e cons-truir outra integração. Isso não seria possível sem mobilizar a sociedade. Para dar conta do desafio, inspirada pelo método usado durante o Plebiscito Nacional sobre a Dívida, realizou o Plebiscito Popular sobre a ALCA.

Este processo, que contou com a participa-ção de sindicatos, pastorais sociais, movimen-tos populares e ativistas, organizou um muti-

rão de esclarecimento e de formação política. Foram feitos atos, plenárias, cursos e muitas reuniões para discutir a proposta dos EUA. Identificamos os prejuízos que a ALCA traria para nós e colocamos na rua um assunto mui-to importante. Driblando a blindagem dos grandes meios de comunicação, falamos sobre acordos comerciais, dívida pública, privatiza-ções, de forma didática e envolvente.

O plebiscito aconteceu de 01 a 07 de setem-bro de 2002 e recolheu a opinião de mais de 10 milhões de brasileiros. 98% disseram um sonoro NÃO à ALCA e 99% disseram não à cessão da Base de Alcântara. Além disso, po-demos afirmar que a força aglutinada no Ple-biscito influenciou nas eleições presidenciais de 2002.

A partir de 2003, juntamos mais de 3 mi-lhões de assinaturas reivindicando um ple-biscito oficial, monitomos de perto as nego-ciações do governo recém eleito, realizamos novos atos e formações até o “enterro” do pro-jeto, em Mar Del Plata, em 2005.

Debatida na 2ª. cúpula do povos realizada em 2001, em Quebec, no Canadá e estrutura-da a partir do I Encontro Hemisférico realiza-do em Cuba, a exatos 14 anos, a estratégia da então lançada Campanha Continental contra a ALCA estava centrada, na criação de um forte movimento de massas, enraizado nas ba-ses, com ampla diversidade social e política, para combater a implantação da área de livre comércio e para contribuir com a construção de novas relações entre os povos e nações de nossa região, baseadas na igualdade, no res-peito e na solidariedade.

A primeira ação de massas da campanha no Continente foi realizada em Porto Alegre, du-rante a abertura do II Fórum Social Mundial, sob a insígnia “Sim à Vida! Não à ALCA! Ou-tra América é Possível!” e contou com a par-ticipação de mais de 50 mil pessoas. Depois desta vieram muitas outras: Miami – onde os manifestantes foram recebidos com um forte

aparato policial, balas de borracha, cercas de aço, detenções, ao custo 8,5 milhões de dóla-res –, Quito, Cancún, Buenos Aires. Podemos incluir no bojo deste processo a resistência do povo venezuelano que impediu a tentativa de golpe e derrubada do presidente Chaves. Bem como, as eleições dos diversos governos pro-gressistas que ocorreram em nossa região.

Além das ações de rua foi desenvolvido, em todos os países americanos, um intenso processo de formação e informação, foram realizados encontros, debates, plebiscitos po-pulares. No Brasil foram mais de 10 milhões de participantes, na Argentina mais de 2,5 mi-lhões.

Todo esta pressão e mobilização popular culminou com o a derrota da ALCA em 05 de novembro, de 2005, durante a IV Cumbre das Américas em Mar del Plata. Durante ela os governos da Venezuela, de forma precursora, Brasil, Argentina e Uruguai saíram conjunta-mente das negociações. Na cúpula dos povos que acontecia em paralelo ao encontro dos países, Hugo Chávez sentenciou, diante de mais 30 mil irmãos e irmãs latino-americanos “cada um de nós aqui trouxe uma pá, uma pá de coveiro, pois aqui em Mar del Plata está a tumba da ALCA (...) nós, os povos da américa enterramos a ALCA”.

Em 1982 o governo brasileiro criou o Centro de Lançamentos de Alcântara. A Base de Alcântara, como é conhecida, lo-caliza-se próxima à linha do Equador, algo que pode reduzir os custos de lançamentos em até 30%, o que tem atraído o interesse internacional. Em 2000, o governo FHC as-sinou um acordo com os EUA para cessão da Base. Os EUA controlariam a área e as autoridades brasileiras não poderiam nem monitorará-la. Na prática, seria um territó-rio americano e atenderia a seus propósitos, não apenas restritos ao lançamento de fo-guetes, mas principalmente vinculados ao controle do território amazônico, sua bio-diversidade e fontes de água potável.

Pela Constituição, qualquer acordo in-ternacional deve ser aprovado pelo Con-gresso. A mobilização contra a ALCA e a resistência das comunidades quilombolas em Alcântara, conseguiram suspender a votação que estava em curso na Câmara. A base foi cedida a Ucrânia, mas o acordo foi rompido em abril de 2015.

A base de Alcântara e a soberania brasileira

Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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suplemento especial | 3

quais os nossos desafios atuais após 10 anos da vitoria popular sobre a alca?

Na maior parte da década de 1990, a implementação da Alca era dada como “jogo jogado”, só restando aos governos e às elites latino-americanas negociar os de-talhes.

A Alca aparecia então como a joia da coroa. Seria a realização do plano imperialista de coloni-zar a região através do controle econômico, com as soberanias nacionais sendo entregues em bandejas de prata por governos subservientes.

As coisas começam a tomar novos rumos por diversos fatores. O México, que fez uma espécie de Alca bilateral com os EUA (o Naf-ta) depois disso enfrentou grave convulsão social. Com a econo-mia desnacionalizada, aquele país assistiu a um aumento sem prece-dentes da miséria e da violência. De repente o México, que era mo-delo do que se devia fazer, foi gra-dativamente sumindo dos notici-ários. Em 1998 é eleito presidente da Venezuela Hugo Chaves Frias,

opositor aberto da globalização neoliberal e defensor da integra-ção latino-americana.

O plano imperialista gorou de vez por três motivos:

1. Os empresários dos EUA não se mostraram dispostos a abrir mão das barreiras protecio-nistas contra produtos do agrone-gócio e da indústria da América do Sul, o que esfriou o entusias-mo da grande burguesia do Brasil e da Argentina com a integração hemisférica;

2. A mobilização popular con-tra a Alca em escala continental, que teve como ponto alto o ple-biscito realizado no Brasil, com mais de 10 milhões de participan-tes;

3. A formação de um campo de governos progressistas, com destaque para os do Brasil, Vene-zuela e Argentina.

Estes governos impulsionaram a ampliação do Mercosul, a cria-ção de mecanismos multilaterais

como a Celac, a Unasul e a Alba, mitigando o alcance das iniciati-vas imperialistas na região.

Mas derrotados no embate principal, os estrategistas de Wa-shington não desistiram e, desde então, tentam implantar a Alca “comendo pelas beiradas”. Ou seja: tratam de seduzir as elites e os governos sul-americanos para que assinem “tratados bilaterais de comércio” com os EUA, em termos idênticos aos da Alca. Chile, Peru e Colômbia já caíram na conversa, somando-se ao Mé-xico (amarrado à Área de Livre Comércio da América do Norte) e à América Central, coagida a as-sinar um acordo regional na mes-ma linha.

Agora, numa situação em que os governos progressistas do Bra-sil e da Venezuela enfrentam sé-rias dificuldades, o imperialismo retoma a ofensiva.

Enfraquecidos nossos Estados nacionais pelas crises econômi-cas, as empresas multinacionais

sediadas aqui e os capitais na-cionais aumentam a pressão. As multinacionais porque suas sedes centrais estão lá; os em-presários brasileiros (e latino-a-mericanos) porque têm vocação para súditos neocoloniais.

A derrota da Alca foi uma batalha decisiva para nossa re-gião, mas ainda está longe de terminar pois o imperialismo continua com suas ameaças vi-sando sacrificar a soberania e a possibilidade de desenvolvi-mento econômico e social dos países da “pátria grande”.

População

brasil sem alcaméxico com nafta

Brasil 205 milhões

México 122 milhões

Crescimento da economia

nos últimos 11 anosBrasil 45,44%

México 30,71%

Brasil 45%

México 29%

Brasil 16 milhões

México 3,5 milhões

Participação dos salários

na renda

Empregos criados nos

últimos 11 anos

Número de pessoas em

estado de pobreza absoluta

Investimentos

estrangeiros diretos

Brasil 15,9% da

população

México 51,3% da

população

Brasil Aumentou

de US$ 16,6 milhões em 2002 para

US$ 70 bilhões em

2012

México Diminuiu de US$ 24 bilhões em 2002 para US$ 15,5

bilhões em 2012

Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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4 | suplemento especial

uma outra integração é possivel

a jornada continental de luta anti-imperialista

Após o enterro da ALCA a integração re-gional proposta pelos governos não alinhados com Washington colocava as tarefas de cons-truir um polo político para intervir no cená-rio internacional e um espaço econômico que tornasse a região em polo emergente.

Assim avançava a iniciativa liderada por Venezuela e Cuba denominada Aliança Bo-livariana para os Povos de Nossa América (ALBA), que propõe uma integração de cará-ter popular, para além dos governos e acordos comerciais, sob os princípios da solidariedade e cooperação. Também se somaram Bolívia, Equador, Nicarágua e países do Caribe. Um exemplo dessa integração é a ida de profes-sores cubanos à Venezuela, que em poucos anos acabaram com o analfabetismo neste país, e em troca, a Venezuela fornece Petróleo a Cuba.

Também se esboçaram outras respostas: a União de Nações da América do Sul (UNA-

SUL) e a CELAC (Comunidade de Estados da América Latina e o Caribe), que somados à ampliação do MERCOSUL esvaziaram cada vez mais a OEA, esta que foi durante muito tempo instrumento servil aos interesses dos EUA. Uma consequência disso é que a políti-ca de isolar Cuba mostrou-se fracassada e os EUA foram obrigados a rever sua posição, re-abrindo relações diplomáticas com Cuba em 2014.

Frente a atual crise econômica mundial os desafios só aumentam, pois as economias latino-americanas ainda não superaram sua dependência do mercado mundial capitalista e do capital financeiro. Por isso, recordamos que os movimentos populares que impulsio-naram a Campanha contra a ALCA tinham clareza de que não era suficiente derrotar essa negociação, era necessário atacar os alicerces da globalização neoliberal e do imperialismo norte-americano na região: derrotar a ditadu-ra do capital financeiro internacional; reverter a apropriação da agricultura pelas transnacio-nais; impulsionar a economia popular solidá-ria frente à economia dos monopólios; supe-rar o consumismo e apontar novos padrões de vida ambientalmente sustentáveis; fazer da nossa região um espaço de paz sem bases mi-litares norte-americanas; dentre tantos outros.

*Colaboração de Gustavo Codas, economista, assessor da Fundação Perseu Abramo.

Para comemorar a vitória popular sobre a ALCA e pautar a atualidade da luta anti-imperialista, a Articulação dos Movimentos Sociais da ALBA convoca esta Jornada Continental de Lutas, com mobi-lizações e debates em mais de vinte países do Continente Americano.

É necessário e urgente que os movimentos populares se reencontrem com o mesmo espírito de luta e unidade presente na Campanha contra a ALCA, que permitiu a superação de desafios continentais, para assim debater e propor ações concretas.

Algumas das bandeiras de luta que levaremos às Ruas:- Solidariedade com o povo e o governo da Venezuela.- Pelo fim do bloqueio econômico a Cuba.- Pela retirada das tropas da Minustah do Haiti.- Pela Paz na Colômbia.- Contra os Tratados de Livre Comércio (TLCs) comandados pelos EUA e União Européia.- Em defesa da Democracia, contra as articulações golpistas em curso.Atividades no Brasil, dia 05 de Novembro:- São Paulo: Ato Público a partir das 15h, na Praça do Patriarca, Sé. - Belo Horizonte: Debate Público, a partir das 19h, na Faculdade de Direito da UFMG.Contato e mais informações:E-mail: [email protected] | www.albamovimientos.org | www.facebook.com/albamov

Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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Egito: russos trabalham em local de acidente

Um avião russo caiu no Egito na madrugada de sá-bado (31) e deixou mais de 200 mortos. Equipes rus-sas de resgate de emergên-cia continuam a busca no local da tragédia. As prin-cipais hipóteses das cau-sas do acidente são falha mecânica da aeronave ou ter sido abatida pelo Esta-do Islâmico. A mulher do copiloto, Sergei Trukha-chev, afirmou a uma emis-sora de TV russa que seu marido teria se queixado da condição do avião an-tes da decolagem. Segundo o órgão de segurança aé-reo egípcio, o avião sofreu um problema na cauda em 2001, quando aterrissava no Cairo. (RussiaToday)

EM FOCO

Divulgação

Stephen Ryan / IFRC

Divulgação

CRISE HUMANITÁRIA Segundo dados da ONU, a cada 10 minutos nasce uma criança sem nacionalidade no mundo. Isso porque mulheres dão à luz enquanto realizam jornadas em busca de refúgio e acabam não fazendo o registro.

O padre espanhol Lucio Angel Vallejo Balda e a fun-cionária italiana Francesca Chaouqui foram presos, no último final de semana, pela polícia do Vaticano. Eles são suspeitos de terem divulga-do informação confidencial da Santa Sé a jornalistas.

O padre Balda era secretário da comissão criada pelo Papa em 2013 para supervisionar a reorganização da cúria roma-

Secretário do Vaticano foi preso essa semana

na. A comissão tinha sido ex-tinta e Balda nomeado secretá-rio da prefeitura para os assun-tos econômicos da Santa Sé.

A notícia da detenção sur-ge três anos depois do es-cândalo Vatileaks. Sem di-zer que os dois fatos estão li-gados, o Vaticano divulgou um comunicado onde acusa os dois de se beneficiarem de uma “séria violação da con-fiança do Papa”. (ABr)

EBC Memória

Um mês de violência entre Israel e Palestina já provocou a morte de 73 palestinos e 10 israelenses. Os esforços inter-nacionais não têm consegui-do frear a escalada de violên-cia, a pior desde a guerra de Gaza, em 2014.

No começo da semana, ações violentas no norte do terri-tório ocupado da Cisjordânia e nas cidades israelenses de

Rishón Letzión e Natania mostram que a paz está longe. O número de mortos e feridos não para de aumentar.

No domingo (1), um palestino morreu, atingido por soldados israelenses na área de fronteira de Yalame, no extremo norte da Cisjordânia, segundo os mili-tares. Outros dois casos deixa-ram quatro israelenses feridos, três deles com gravidade. (Abr)

Conflito provocou 83 mortes em Gaza

Padre acusado pelo Vaticano tinha a confiança do Papa Francisco

Conflito entre israelenses e palestinos se agrava no

Oriente Médio

Mundo | 7Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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de Brasília (DF)

A retirada de direitos do povo coordenada por Cunha é um retrocessoJanderson Barros, da juventude do MST

Cerca de 400 jovens reali-zaram um escracho em fren-te à casa do presidente da Câ-mara, deputado federal Edu-ardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. O ato aconteceu nes-ta segunda-feira (2). Investi-gado por corrupção, Cunha é acusado pelos jovens de ser o principal articulador da ofen-siva conservadora contra a classe trabalhadora no país.

“Lutamos contra essa ban-cada conservadora que está no Congresso e que não nos

Os trabalhadores da Petro-brás filiados aos 12 sindicatos da Federação Única dos Pe-troleiros (FUP) entraram em greve no último domingo (1), por tempo indeterminado. A paralisação, comunicada pe-la FUP na quinta-feira passa-da (29) ao Ministério Público do Trabalho (MPT), afeta to-das as unidades da empresa e se soma ao movimento ini-ciado no último dia 24 pelos cinco sindicatos representa-dos pela Federação Nacional

FUP e FNP param por tempo indeterminadoPetroleiros criticam venda de ativos da Petrobrás, corte de investimentos, entre outros

do Rio de Janeiro (RJ)dos Petroleiros (FNP).

De acordo com o presiden-te do Sindicato dos Petrolei-ros de Duque de Caxias (RJ) e diretor da FUP, Simão Za-nardi Filho, a greve é contra a venda de ativos, corte de investimentos, interrupção de obras e retirada de direi-tos da categoria.

“A greve foi decidida há mais de 45 dias. Porém, antes de ini-ciar o processo de greve, tenta-mos negociar com a Petrobrás, com o acionista majoritário, que é o governo federal, mas não tivemos sucesso em nosso pleito”, disse Simão. (ABr)

Cunha é escrachado pela juventude em BrasíliaProtesto foi realizado pelo coletivo de jovens do MST e Levante Popular da Juventude

representa. A retirada de di-reitos do povo coordenada por Cunha é um retroces-so”, afirma Janderson Bar-

2011, que institui o Dia do Or-gulho Hétero, e o PL 5069/13, que proíbe o Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer às mulheres vítimas de estupro a pílula do dia seguinte e de prestar-lhes orientações sobre o direito ao aborto.

De acordo com Laura Lyrio, da coordenação do Levante Popular da Juventude, o re-

Cerca de 400 jovens pediram a saída de Cunha da presidência da Câmara

trocesso contra os direitos do povo brasileiro deve ser bar-rado. “A juventude está na rua para defender que um outro projeto para o Brasil é possí-vel. Não aceitaremos sem lu-tar projetos como o 5069, que é uma violência contra o cor-po das mulheres, uma das muitas que o Estado come-te”, afirma Laura.

Mídia Ninja

8 | Brasil

ros, do coletivo de juventude do MST. “Por isso, precisa-mos de uma reforma política para reestruturar a socieda-de e a juventude tem um pa-pel fundamental nesse pro-cesso”, defendeu.

Cunha é proponente de pro-jetos considerados machis-tas e homofóbicos, como o Projeto de Lei (PL) 1.672, de

Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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Alguns explicam que a crise no horário nobre se deve à repetição de um modelo atrasado

A novela “A Regra do Jogo”,  da TV Globo, ain-da não conseguiu chegar perto da meta de 35 pon-tos de audiência estipula-da. Não alcançou essa me-ta nem mesmo no 1º capí-tulo, que registrou o maior índice de audiência até o momento, de 31. Dados do site “Audiência da TV Mix” mostram que o folhetim atingiu a média geral de 25 pontos até a semana pas-sada. Fracasso total, se-gundo as palavras do pró-prio site. Também pudera, 25 pontos é o nível espera-do para novelas da faixa das 19h, tanto que “I Love Paraisópolis”, considerada um sucesso, tem média de 24 pontos a um mês de seu último capítulo.

Alguns explicam que a crise no horário nobre se deve à repetição de um modelo atrasado de en-tretenimento, baseado em histórias cheias de “enche linguiça” e temas inveros-símeis, que vão desesti-mulando o público. Outros dizem que há uma crise de criatividade dos autores, que acabam reproduzindo roteiros e personagens em seus diferentes trabalhos. Outros dizem que desde “Avenida Brasil”, o último megassucesso do horário,

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim Vela

Horário nobre em crise

exibido em 2012, nenhuma história conseguiu prender o interesse. Há também os que associam essa tal crise de audiência à populariza-ção da TV paga e do Netflix. Seja qual for a razão, é per-ceptível que o que tem si-do oferecido não está agra-dando ao público.

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AGENDA DA SEMANA

O quê: A mostra apresenta 150 fotografias em preto e branco que revelam o olhar documental dos artistas, baseado em reflexões pessoais.Onde: Caixa Cultural – Av. Almirante Barroso, 25, Centro.Quando: Terça a domingo, 10h às 21h. Até 20/12.Quanto: 0800

O quê: Os livros e a caligrafia são os destaques da mostra de Gabriela Irigoyen e Cláudio Gil, que fazem das obras verdadeiros poemas visuais.Onde: Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro.Quando: Ter a dom, 12h às 19h. Até 6/12.Quanto: 0800

O quê: Exposição reúne múltiplas linguagens artísticas, que buscam radicalizar a percepção do público sobre a relação com objetos e rotinas.Onde: Caixa Cultural – Av. Almirante Barroso, 25, Centro.Quando: Terça a domingo, 10h às 21h. Até 20/12.Quanto: 0800

O quê: Inspirado pela obra Ilíada, de Homero, espetáculo procura refletir sobre as guerras e a ferocidade humana.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: De 5/11 a 21/12. De quarta a domingo, às 19h.Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).

Uma Ilíada

Batalha do Federa

Cotidiano Radical

Veias

Múltiplo de Dois

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SUGESTÕES:[email protected]

Martins Penna em cinco atos

O quê: Exposição faz parte do projeto “Martins Penna – 200 anos de história”, uma homenagem ao dramaturgo, crítico de teatro e de ópera e compositor Martins Penna. Onde: Arte Sesc – Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo.Quando: Ter a sex, das 10h às 19h; Sáb e dom, das 10h às 17h. Até 31/01/2016.Quanto: 0800

O quê: Evento organizado pelo coletivo Toca do Café, a Batalha do Federa ocupa a Praça do Federal com muito rap e outros elementos da cultura hip hop. Onde: Praça do Federal – Valverde, Nova Iguaçu.Quando: Quinta-feira (5), às 19h.Quanto: 0800

CRISE DO MODELOEu tendo a pensar que há sim um enjoo do modelo clássico de telenovelas. Não é à toa que “Os Dez Manda-mentos”, da Rede Record, vem alcançando índices ca-da vez maiores. O mes-mo site citado acima apon-ta uma média global de 15 pontos, quando a meta era de 13. Desde meados de ju-lho não houve uma semana sequer em que o folhetim bíblico teve queda na audi-ência. Nas últimas sema-nas, chegou a 21 pontos. Se-rá que o conteúdo histórico, religioso e leve é o que vem agradando ao público?

“A Regra do Jogo” já registra fracasso de audiência

Cultura | 9Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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O Rio de Janeiro, desde a conquista do direito a sediar os Jogos Olímpicos do ano que vem, passa por diversas transformações. Todas es-sas mudanças estão acompa-nhadas de inúmeras denún-cias de violações aos direitos humanos e trabalhistas.

O vereador Leonel Brizo-la Neto (PSOL) fala sobre as alterações pelas quais a ci-dade está passando, sob a ótica de quem deveria fis-calizar tudo isso, mas é im-pedido pela obscura orga-nização do evento.

Brasil de Fato RJ – Como você tem visto a prepara-ção da cidade para os Jo-gos Olímpicos?Leonel Brizola Neto - A Olim-píada parecia que tiraria o Rio e o país do subdesenvol-vimento. Quando ela chega, o prefeito Eduardo Paes (PM-DB) dá uma entrevista afir-mando categoricamente que arrumou a melhor desculpa do mundo para fazer o que quiser na cidade. Está haven-do falta de transparência, fal-ta do passo a passo das obras e do cronograma físico-financei-ro. Como é dinheiro público, a gente tem o direito de saber. In-clusive esse é um projeto nosso aqui na Câmara. A Prefeitura deve ser obrigada a colocar nas praças públicas, junto às obras, o passo a passo delas.

Brasil de Fato RJ – O que se esconde tanto?É a privatização dos espaços públicos e a mercantilização (venda) desses espaços e das

pessoas. Por exemplo: o prefei-to Eduardo Paes destinou um terreno público, que também é uma área de preservação ambiental, a um dos maio-res doadores da sua campa-nha para construção do Cam-po de Golfe. Isso é a privatiza-ção do espaço público. Aliás, o COI reconhece que o prefeito fez lobby para construção des-se Campo de Golfe, já que a ci-

A partir do momento em que a gente aceita a terceiriza-ção de trabalhadores, o re-sultado é esse. Contrata-se uma empresa, ela terceiriza e faz trabalho escravo. Além de desumano, grave mesmo é a prefeitura aceitar e impe-dir os vereadores de fiscali-zar. Nós estamos impedidos de fiscalizar as obras olím-picas, porque o CO-Rio 2016 diz que a gente não pode. Ou seja, perdemos o poder legis-lativo. Então para que ser-ve um vereador na cidade do Rio de Janeiro hoje? A Câma-ra dos Vereadores hoje, nada mais é do que o despachante de luxo do Executivo.

Brasil de Fato – Qual é o Rio que fica após os Jogos Olímpicos?O Rio dos empreiteiros, por-que são esses os grandes fi-nanciadores do PMDB aqui no Rio de Janeiro.

“Estamos impedidos de fiscalizar as obras olímpicas”Vereador Leonel Brizola Neto (PSOL) também critica construção de Campo de Golfe em área de preservação ambiental

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

EBC Memória

Paes construiu novo Campo de Golfe para atender aos seus doadores de campanha

dade já tinha dois, um em Ita-nhangá e outro em São Con-rado, que atendiam às exi-gências do Comitê Olímpi-co. Ele fez isso justamente pa-ra atender aos seus doadores de campanha. E aí tem mais um agravante: para ter aque-le gramadinho do campo de golfe são usados agrotóxicos pesadíssimos que vão con-taminar o lençol freático, a

água da lagoa e, por conse-quência, os animais que es-tão ali. A Olimpíada vem sob uma lógica da especulação imobiliária, de uma cidade segregada e de expulsão de pobres para áreas afastadas.

Brasil de Fato – As obras olímpicas tiveram proble-mas de ordem trabalhista, área em que sua família historicamente está liga-da à defesa de direitos. Es-tes são os Jogos do traba-lho precário?

Brizola Neto critica condução das obras olímpicas pela prefeitura

Divulgação

Esportes | 11Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015

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12 | Esportes

Marcelo preocupa para Eliminatórias

Treinador de Ronda vai à falência

Marin chega abatido aos EUA

LeBron atinge marca histórica na NBA

O astro do Cleveland Ca-valiers, LeBron James, al-cançou uma marca históri-ca na partida contra o Phi-ladelphia 76ers, vencida pelos Cavs por 107 a 100, na Philadelphia, na última se-gunda-feira (2).

Com 22 pontos anotados,

James se tornou o mais jovem jogador a romper a barreira dos 25 mil pontos na liga.

O recorde anterior era de Kobe Bryant, dos Lakers, que alcançou a marca aos 31 anos de idade. LeBron chegou aos 25.001 pontos aos 30 anos. Além disso, o astro dos Cavs fi-

cou a apenas um rebote de mais um triplo-duplo (núme-ro de pontos, assistências e re-botes com dois algarismos).

Com a marca e a boa atua-ção, James levantou a torci-da adversária, que o aplau-diu de pé após o término da partida. (BP)

Apesar de sorridente, José Maria Marin não era nem sombra dos tempos de CBF

Após 157 dias preso na Suíça, enfim saiu o acordo de extradição de José Maria Marin. Ele responderá nos Estados Unidos por seu en-volvimento no grande es-cândalo que abalou a alta cúpula da FIFA.

Marin chegou a Nova York nesta terça-feira (3), onde se reuniu com a Corte Fede-ral do Brooklyn para selar o acordo que o coloca em pri-são domiciliar em seu apar-tamento na Trump Tower. Um dos endereços mais ca-ros da cidade, que também está na mira das autorida-des estadunidenses.

O ex-presidente da CBF poderá ficar em casa, po-rém será obrigado a usar uma tornozeleira eletrôni-ca que irá monitorar seus

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

passos durante a estadia na cidade. Por esta mudan-ça de regime em sua deten-ção, Marin teve que desem-bolsar US$ 15 milhões (cer-ca de R$ 57 milhões).

Quando Marin saiu do prédio da Corte, um bata-lhão de jornalistas disparou uma série de perguntas ao ex-dirigente. Ele não respon-deu nenhuma, limitando-se a dar “boa noite” a todos.

O aspecto de Marin era bem diferente daquele que deixou

Brasileirão 201534a RODADA

Classificação Série A

Sidney Oliveira / Ag. Pará

o Brasil rumo ao Congresso da FIFA, na Suíça. Apesar de esbanjar sorrisos, exibiu um rosto pálido, o cabelo sem corte e sua viagem, ao con-trário de outros tempos, foi na classe econômica do voo.

O ex-mandatário da CBF continua alegando inocência diante das autoridades e po-derá aguardar seu julgamen-to ao lado da esposa Neusa, com quem não tinha conta-to desde sua prisão em 27 de maio, a não ser por cartas.

O rosto corado e o cabelo

bem cortado contrastam com a imagem de Marin

nos EUA

O lateral esquerdo Mar-celo, do Real Madrid (ESP) e da seleção brasileira, saiu de campo ainda no primeiro tempo da par-tida contra o Paris Saint-Germain (FRA) com uma lesão na perna esquerda e preocupa tanto o seu clu-be quanto a seleção.

Ele se tornou dúvida pa-ra o clássico contra o Bar-celona, que acontecerá no Santiago Bernabéu, dia 21 de novembro, e conse-quentemente para as du-as partidas do Brasil pelas Eliminatórias da Copa de 2018, contra a Argentina, em Buenos Aires, e o Pe-ru, em Salvador, nos dias 12 e 17 deste mês, respec-tivamente. (BP)

O site Bloody Elbow, dos Estados Unidos, publicou que o treinador da campeã de UFC Ronda Rousey, o armênio Edmond Tarver-dyan, acumulou uma dí-vida de US$ 700 mil (cerca de R$ 2,8 milhões) em oi-to bancos diferentes, além de ter uma conta em aber-to em um hospital. Ele de-clarou falência no dia 29 de julho deste ano.

Segundo a publicação, Tarverdyan terá uma reu-nião onde será sabatinado por seus credores no dia 16 de novembro. Em do-cumentos divulgados pelo site, o treinador consta co-mo “desempregado”. Ele também afirmava não ter rendimentos entre 2013 e 2014, quando já trabalha-va com Ronda. Sua acade-mia pode servir para dimi-nuir a dívida. (BP)

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

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Dom. 8/1117h

Dom. 8/1117h

Dom. 8/1117h

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Sáb. 7/1119h30

Sáb. 7/1119h30

Sáb. 7/1117h

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P J V SGCorinthians 73 33 22 36Atlético-MG 62 33 19 17Grêmio 59 33 17 18Santos 53 33 15 16São Paulo 53 33 15 8Internacional 50 33 14 -2Ponte Preta 50 33 13 5Sport 49 33 12 14Palmeiras 48 33 14 12Cruzeiro 45 33 12 4Flamengo 44 33 14 -7Fluminense 43 33 13 -8Atlético-PR 43 33 12 -5Chapecoense 40 33 10 -7Figueirense 36 33 9 -14Avaí 35 33 9 -21Goiás 34 33 9 -6Coritiba 34 33 8 -15Joinville 30 33 7 -15Vasco 30 33 7 -30

Rio de Janeiro, 5 a 8 de novembro de 2015