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O Bom Professor Julho - 2006 Resumo Este texto foi encontrado em [1], como visto em 16/07/2006, e tra- duzido livremente por Athail Rangel Pulino Filho, professor do Depar- tamento de Engenharia Civil da Universidade de Bras´ ılia. Destina-se aos usu´ arios professores do ambiente de aprendizagem aprender.unb.br. Ato 1: O Bom Professor quer ser ainda melhor Era uma vez, h´ a muito tempo atr´ as, um Bom Professor. Seus alunos e seus colegas reconheciam que ele era um Bom Professor. Ele era modesto mas tamb´ em sentia que era um Bom Professor e tinha muito orgulho disso. Mas, como todos os bons professores, ele queria ser ainda melhor. Ele conversava com os colegas e eles lhe davam muitas sugest˜ oes ´ uteis (embora ele observasse uma certa reserva nessas conversas). Ele conversava com seus alunos e seus insights eram bastante interessan- tes e instigantes. Ele procurou seu chefe e ele lhe deu alguns bons conselhos. (Verdade!). Ele lia revistas e livros, inscreveu-se em uma Lista de Discuss˜ ao, visitou aginas da Internet, assistiu a semin´ arios e conferˆ encias, e buscou conhe- cimento onde pode encontrar. Ele estava muito motivado a se tornar um ainda melhor professor. Pouco a pouco, come¸ cou a experimentar novas estrat´ egias e t´ ecnicas em suas aulas. Por exemplo: Come¸ cou a levar em considera¸ ao a id´ eia de inteligˆ encias m´ ultiplas quando preparava suas aulas. Experimentou o uso de aprendizagem colaborativa na sala de aula. Adotou a aprendizagem baseada em projetos. 1

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Page 1: Bom professor

O Bom Professor

Julho - 2006

Resumo

Este texto foi encontrado em [1], como visto em 16/07/2006, e tra-duzido livremente por Athail Rangel Pulino Filho, professor do Depar-tamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasılia. Destina-seaos usuarios professores do ambiente de aprendizagem aprender.unb.br.

Ato 1: O Bom Professor quer ser ainda melhor

Era uma vez, ha muito tempo atras, um Bom Professor. Seus alunos e seuscolegas reconheciam que ele era um Bom Professor. Ele era modesto mastambem sentia que era um Bom Professor e tinha muito orgulho disso.

Mas, como todos os bons professores, ele queria ser ainda melhor.Ele conversava com os colegas e eles lhe davam muitas sugestoes uteis

(embora ele observasse uma certa reserva nessas conversas).Ele conversava com seus alunos e seus insights eram bastante interessan-

tes e instigantes.Ele procurou seu chefe e ele lhe deu alguns bons conselhos. (Verdade!).Ele lia revistas e livros, inscreveu-se em uma Lista de Discussao, visitou

paginas da Internet, assistiu a seminarios e conferencias, e buscou conhe-cimento onde pode encontrar. Ele estava muito motivado a se tornar umainda melhor professor.

Pouco a pouco, comecou a experimentar novas estrategias e tecnicas emsuas aulas. Por exemplo:

• Comecou a levar em consideracao a ideia de inteligencias multiplasquando preparava suas aulas.

• Experimentou o uso de aprendizagem colaborativa na sala de aula.

• Adotou a aprendizagem baseada em projetos.

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• Ate passou a utilizar um projetor de imagens durante as aulas.

Algumas vezes era ate exagerado em seus experimentos. E isso era bas-tante exaustivo. Nem tudo funcionava como ele pretendia (ou esperava).Mas ele perseverou, porque ele queria que seus alunos aprendessem o ma-ximo possıvel.

Ainda assim, ele sentia que algo estava faltando. Ele queria fazer coisascom seus alunos que nunca tinha sido capaz de fazer. Coisas divertidas,instigantes, coisas que os alunos tivessem prazer em fazer. Tudo com oobjetivo de fazer seus alunos quererem aprender.

Mas ele nao sabia que coisas eram essas.

Ato 2: O Bom Professor encontra Mr. Dougis

Um dia ele leu um artigo no jornal de sua escola sobre um tal Mr. Dougis,um professor que estava fazendo coisas muito interessantes com seus alunosusando a Internet. Pareceu interessante e ele imaginou se isto nao seria oque ele procurava ha tanto tempo.

Ele conhecia a escola onde Mr. Dougis era professor e telefonou deixandouma mensagem na secretaria eletronica. Sera que Mr. Dougis estaria dis-posto a conversar com ele?

No dia seguinte ele recebeu uma resposta. Ele poderia procurar Mr.Dougis em qualquer terca-feira. Mas teria que ser uma terca-feira.

O Bom Professor procurou seu chefe e explicou que precisaria de umsubstituto para a proxima terca-feira. Explicou o motivo e o chefe concedeu-lhe um dia de licenca para um trabalho externo de pesquisa. Realmente, istoaconteceu!

Ele foi visitar Mr. Dougis. Este o recebeu gentilmente com um sorrisoamigo.

”Bem-vindo,” disse Mr. Dougis, e sorriu. ”E bom que voce tenha vindohoje. As tercas, nos usamos o Moodle.”

O Bom Professor olhou em volta. Havia uns 25 alunos sentados em frentede computadores. Eles pareciam ter uns 13 anos. Muitos nao perceberam apresenca do Bom Professor porque estavam envolvidos em suas atividades.

”O que eles estao fazendo?”, perguntou o Bom Professor.”Bem,” disse Mr. Dougis, ”algumas coisas. Alguns deles estao traba-

lhando em grupo para criar um glossario de termos usados nos artigos quenos lemos toda semana.”

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”Eles sabem como fazer isto?”, perguntou o Bom Professor. Ele pen-sou que criar um glossario online deveria ser uma atividade complicada,considerando a idade dos alunos.

”Claro,” disse Mr. Dougis. ”Nao e difıcil fazer isto usando Moodle.””Ah sim, Moodle,” disse o Bom Professor. ”Eu li sobre o Moodle em um

artigo no jornal da minha escola. O que e Moodle?””E um programa para computador que usamos em nossa sala de aulas

virtual”, disse ele, conduzindo o Bom Professor para mais perto do monitorde um dos computadores.

”Veja como os alunos estao preenchendo um formulario para criar novasentradas no glossario. Isto e Moodle.”

Nao parecia que os alunos estivessem encontrando qualquer dificuldade.”E um outro grupo de alunos,” disse ele, ”esta envolvido em um debate

sobre o modo como a guerra ao terrorismo esta sendo conduzida. E elesestao tendo uma discussao bastante acalorada,” disse Mr. Dougis sorrindo.

”Como podem eles fazer um debate online?” perguntou o Bom Professor.”Eles estao usando um forum de discussao para conversar entre si e estao

inclusive dando notas para as intervencoes dos colegas, usando um criteriode avaliacao que nos construimos juntos,” disse Mr. Dougis.

”E eles conseguem fazer isto com a idade que tem?” perguntou o BomProfessor.

”Alguns estao ainda aprendendo a lidar com a crıtica construtiva e naotomar qualquer coisa que e escrita pelos colegas como um assunto pessoal,”respondeu Mr. Dougis. ”Mas nos estamos chegando la. Com um pouco deorientacao e estımulo...”

”Nao, eu me refiro a tecnologia,” disse o Bom Professor.”Ah, claro!” replicou Mr. Dougis. ”E facil usar os foruns em Moodle.”E a conversa continuou assim ao longo de todo o dia. Moodle isto e

Moodle aquilo. O Bom Professor teve que admitir que mesmo alunos jovenspareciam ser muito bons moodlers 1. E quase todos os alunos pareciam estarcompletamente engajados e interessados em seu trabalho.

Ele estava impressionado, mas imaginando se tudo era como parecia ser.Durante o intervalo de Mr. Dougis eles conversaram enquanto tomavam

um cafe com bolo.”Fale-me mais sobre Moodle,” disse o Bom Professor.”Bem,” disse Mr. Dougis, ”eu uso o Moodle para complementar e me-

lhorar minhas aulas. Eu posso, por exemplo, enviar para o ambiente uma1Sem traducao estabelecida. Usuarios de Moodle

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apresentacao 2 para que os alunos revejam os assuntos ja tratados em salade aula ou fornecer o endereco de bons sıtios na Internet. Ou nos (os alunose eu) podemos fazer alguma coisa mais social, mais colaborativa, como voceviu hoje.”

”Entao, o Moodle ajuda voce a fazer algumas coisas de forma diferente?”,perguntou o Bom Professor.

”Nao apenas diferente,” corrigiu enfaticamente Mr. Dougis, ”melhor.””Como assim?”, perguntou o Bom Professor.”Imagine, por exemplo,” disse Mr. Dougis, ”que nos estejamos discu-

tindo os efeitos do aquecimento global. Eu posso enviar meus alunos paraa biblioteca para uma pesquisa na forma tradicional e podemos discutir emsala de aula o que eles encontraram. Eu posso pedir aos alunos que facamcartazes para mostrar o que eles aprenderam. Eu posso dividir a turma emgrupos, criar uma lista das dez melhores maneiras de combate ao aqueci-mento global. E podemos ter um debate em sala de aula sobre os efeitos doaquecimento global tambem.”

”Isto parece otimo,” disse o Bom Professor. ”O que ha de errado comessas propostas?”

”Nao ha nada de errado,” replicou Mr. Dougis, ”mas nos podemos, porexemplo, ir ao Moodle e criar uma pesquisa sobre aquecimento global paraser aplicada aos alunos aqui da escola e para alunos de nossos cursos onlineem escolas parceiras no Canada e na Africa do Sul para verificar em quemedida nos estamos todos de acordo neste assunto. Nos podemos construira pesquisa juntos, convidar os colegas das outras escolas a participarem emanter uma discussao sobre os pontos em que estamos de acordo e aquelesem que ha divergencia. E esta e uma experiencia rica, muito valiosa e quenao poderia ser conduzida sem o Moodle, concorda?”

O Bom Professor concordou. Ele queria o Moodle para seus alunos.Mr. Dougis mostrou ao Bom Professor como acessar muitos sıtios e criar

um curso em Moodle. No fim-de-semana o Bom Professor comecou a apren-der os fundamentos do Moodle. Ate mesmo cadastrou-se na comunidade deusuarios [2] e descobriu dezenas de professores interessados em Moodle.

Ato 3: O Bom Professor comeca a usar Moodle

Na sexta-feira seguinte, o Bom Professor e seus alunos estavam no labora-torio de informatica da escola. Ele mostrou aos alunos como usar um forumde discussao e convidou-os a debater o romance que estavam lendo.

2Em PowerPoint ou OpenOffice.org Presentation.

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Alguns alunos tinham bons comentarios. Outros tinham pouco a dizer.Alguns comentarios eram pouco interessantes. Outros, completamente semconteudo.

O Bom Professor ficou desapontado. Sera que o Moodle era mesmo tudoaquilo que Mr. Dougis declarava?

Poucos dias depois, ele tentou novamente. Ele criou uma sala de bate-papo para que os alunos conversassem sobre qualquer assunto, mas assu-mindo o papel dos diversos personagens do romance que estavam lendo.Alguns alunos fizeram um bom trabalho, mas muitos deles nao levaram aatividade a serio. E a conversa na sala de bate-papo tornou-se confusa comtodos falando ao mesmo tempo. Francamente, a experiencia tinha sido umfracasso.

Alguns dos alunos devem ter falado sobre Moodle de maneira poucofavoravel porque o Bom Professor teve que ouvir alguns comentarios nadaagradaveis na sala dos professores. Alguns colegas mostraram-se ate mesmofelizes vendo-o um pouco chateado.

Agora o Bom Professor estava seguro de que o Moodle nao era a maravi-lha proclamada por Mr. Dougis. Muito chateado, ele enviou uma mensagempara ele relatando o acontecido.

Ato 4: mensagem para Mr. Dougis

O Bom Professor recebeu rapidamente uma resposta. ”Voce parece chate-ado,” escreveu Mr. Dougis.

O Bom Professor respondeu, ”Estou chateado. Nao estou seguro de queo Moodle seja adequado para os meus alunos.”

Seguiu-se uma troca de mensagens.”Pode ser,” respondeu Mr. Dougis. ”Mas permita-me perguntar o se-

guinte: Seus alunos fizeram o que voce pediu que eles fizessem?””O que quer dizer com isto?” perguntou o Bom Professor.”Bem, quando voce pediu que eles discutissem o romance no forum, eles

o fizeram?”, perguntou Mr. Dougis.”Sim, imagino que a maioria tenha feito,” respondeu o Bom Professor.”E quando voce pediu que eles conversassem sobre o romance na sala de

bate-papo, eles o fizeram?””A maioria deles sim,” respondeu o Bom Professor.”Entao, por que voce esta insatisfeito?” perguntou Mr. Dougis.Era uma boa pergunta.

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”Bem,” respondeu o Bom Professor, ”os alunos nao pareceram muitoentusiasmados com as atividades e eu nao estou seguro de que eles tenhamaprendido alguma coisa.”

”Isto ja aconteceu alguma vez em suas aulas tradicionais?” foi a perguntade Mr. Dougis.

O Bom Professor ficou ofendido. ”Quase nunca,” respondeu indignado.”Por que nao?” perguntou Mr. Dougis, brincando com fogo.A primeira ideia do Bom Professor foi enviar uma resposta fria e agres-

siva. Mas, depois de uns 5 minutos, ele se acalmou e comecou a pensarsobre o assunto de maneira mais seria. Normalmente, suas aulas tinhamuma estrutura do tipo comeco, meio e fim. Elas eram bem preparadas e osalunos entendiam exatamente o que ele queria que eles entendessem. Assim,foi esta a resposta que ele enviou a Mr. Dougis.

”Voce pode dizer o mesmo de suas duas experiencias com o Moodle?”,respondeu Mr. Dougis.

O Bom Professor sabia que Mr. Dougis estava certo. Ele esperou queo Moodle fizesse algum tipo de magica com seus alunos, mas de fato elenao tinha pensado as duas experiencias com o mesmo cuidado que usava aopreparar suas aulas tradicionais.

”Que orientacoes voce daria a seus alunos em uma situacao como essa?”foi a pergunta de Mr. Dougis.

O Bom Professor decidiu dar ao Moodle uma nova chance.

Ato 5: O Bom Professor ataca novamente

Desta vez, ele perguntou a si mesmo, ”O que eu quero que meus alunosaprendam?”. E entao colocou no papel seus objetivos.

Entao perguntou novamente a si mesmo, ”Que recursos eu vou precisarpara conseguir que a aula tenha eficacia?” e coletou e organizou os recursos.

Finalmente, perguntou a si mesmo, ”O que eu realmente quero que meusalunos facam para que o processo seja bem sucedido?”. E entao projetou asatividades a serem desenvolvidas.

O Bom Professor queria que seus alunos identificassem a importancia doconflito no romance que estavam lendo.

Ele encontrou algumas boas fontes na Internet que forneciam as infor-macoes que seus alunos precisavam e colocou no ambiente Moodle. Alemdisso, enviou para o ambiente suas proprias anotacoes sobre o assunto parafacilitar a compreensao das informacoes obtidas na Internet.

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Alem disso, ele gostaria que os alunos criassem uma pagina web para cadaum dos principais conflitos do romance, descrevendo o conflito e sugerindopossibilidades de solucao para os mesmos. Entao criou um wiki 3 onde osalunos pudessem construir o conteudo desejado.

Antes de levar os alunos ao laboratorio de informatica, o Bom Professordiscutiu com eles o conteudo da licao e mostrou, usando seu projetor, o queera um wiki e como trabalhar com wikis.

Colocou ainda, no ambiente Moodle, instrucoes claras sobre os objetivosda licao, reforcando o que ja tinha dito na aula presencial e estabelecendocom os alunos um contrato nao declarado.

No dia seguinte, foram todos para o laboratorio de informatica.O Bom Professor sentiu-se gratificado com o resultado do trabalho. En-

quanto alguns poucos alunos tinham pequenas dificuldades nos primeirosminutos da aula, a maioria entendeu o processo rapidamente e foi interes-sante observar como a ajuda mutua acontecia com naturalidade.

Depois de uns 45 minutos de trabalho quase todos os alunos tinhamcolocado contribuicoes no wiki. Algumas das paginas wiki eram surpreen-demente muito boas.

Enquanto circulava pelo laboratorio o Bom Professor encorajava os alu-nos e elogiava seu trabalho. Claro, foi necessario lembrar para uns dois outres que jogar paciencia no computador nao era parte do trabalho progra-mado.

Embora nao pudesse dizer que a aula tinha sido perfeita, o Bom Professorestava bastante satisfeito com o resultado. Os estudantes nao so aprenderambastante como demonstraram prazer em fazer o trabalho sugerido.

Na noite do mesmo dia o Bom Professor acessou o wiki para reler algumaspaginas. Surpreendeu-se ao observar que alguns alunos tinham continuadoo trabalho usando o computador em casa. Eles acrescentaram graficos, de-senhos e alteraram a formatacao do texto. Esse trabalho complementar naofazia parte da licao e nem tinha sido pedido aos alunos que fosse feito. Osalunos simplesmente desejaram fazer o trabalho adicional.

E o Bom Professor sorriu discretamente.

Ato 6: O dia seguinte

Quando os alunos se encontraram em sala de aula, no dia seguinte, muitosse mostravam excitados com o Moodle. Um deles disse, ”Quando meu paiperguntou o que eu tinha feito na escola, eu mostrei a ele o wiki. Ele achou

3Veja-se, por exemplo www.wikipedia.org.

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muito bom!”Estava evidente que o aluno estava orgulhoso com o trabalhoque ele e seus colegas tinham feito.

O Bom Professor estava se sentindo muito bem.”Podemos voltar ao laboratorio hoje?” um dos alunos perguntou.”Nao,” respondeu o Bom Professor, ”hoje nao, mas podemos voltar la na

proxima semana. Voces todos querem fazer isto?”Quando todos disseram sim, ele nao se surpreendeu.”Enquanto isso,” sugeriu o Bom Professor, ”voces poderiam pensar no

nome de nossa proxima aula online.”Os alunos pensaram em muitas boas possibilidades e decidiram fazer

uma votacao. O Bom Professor disse entao, ”Nos nao precisamos decidiragora. Vou colocar uma Pesquisa de Opiniao em nosso ambiente e vocespodem decidir nos proximos dias.”

Quase todos concordaram com a proposta. Mas dois alunos se mostraraminsatisfeitos.

”O que ha de errado?” perguntou o Bom Professor a um deles, no finalda aula.

”Eu nao tenho Internet em casa, e nao vou poder votar,” disse o aluno.O Bom Professor nao tinha previsto essa situacao. Mas ele tinha uma

conexao com a Internet em sua sala de aulas. E havia tambem computadorescom Internet no laboratorio de informatica da escola.

”Porque nao ficamos aqui depois das aulas e voce pode usar o computadorda sala de aulas?” sugeriu o Bom Professor. ”Ou eu posso conseguir umaautorizacao para voce usar o laboratorio de informatica”.

O aluno sorriu. ”Obrigado! Vou ficar um tempo depois das aulas e seguirsua sugestao.”

E o Bom Professor estava muito contente.

Ato 7: O Bom Professor continua moodling

E assim foi. Com o passar do tempo Moodle tornou-se uma parte importantedas aulas. O Bom Professor estava colocando planos de aula no Moodle.Os pais dos alunos pareciam gostar da mudanca. Depois de um tempo, elecomecou a elaborar pequenos questionarios de avaliacao para que os alunos sepreparassem para as provas. Junto com alunos de outra turma, os alunos doBom Professor passaram a construir artigos para o jornal da escola. Depoisque eles descobriram a Instant Messaging e os blogs, a coisa pegou fogo.

Depois de alguns meses o uso do Moodle tornou-se uma atividade naturalpara os alunos. E divertida tambem.

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Ato 8: Uma inesperada inversao de papeis

Um dia o Bom Professor encontrou-se com Mr. Dougis no supermercado.Disse a ele como as coisas iam bem com o Moodle. E agradeceu a orientacaoe colaboracao.

”Bom saber,” disse Mr. Dougis. E sorriu.”Sabe o que eu mais gosto?” disse o Bom Professor. ”E muito bom

fazer um podcast 4 semanal com os nossos companheiros da Australia! Meusalunos gostam muito do modulo podcast !” 5

”Entao existe um modulo podcast? Eu nao sabia disto,” disse Mr. Dougis.”Nao sabia? Nos deverıamos criar um forum para partilhar informa-

coes com regularidade,” disse o Bom Professor, secretamente apreciando ainesperada inversao de papeis.

”Sim, esta e uma grande ideia. Vamos fazer isto,” respondeu Mr. Dougis.”Parece que voce se tornou um Muito Bom Professor.”

E ele estava certo. O Bom Professor havia se tornado um Muito BomProfessor.

1 Epılogo

O Bom Professor teve que convencer o diretor e o conselho de sua escola, masfinalmente obteve sucesso em conseguir um afastamento para participar deum MoodleMoot 6. Os administradores da escola arcaram com as despesasda viagem, inscricao e estadia. O Bom Professor fez uma pequena palestrasobre suas experiencias com o Moodle.

Referencias

[1] http://docs.moodle.org/en/The_Good_Teacher

[2] http://www.moodle.org

4Sem traducao estabelecida.5Disponıvel na versao 1.6 do Moodle.6Sem traducao estabelecida. Encontro de usuarios e desenvolvedores do ambiente Mo-

odle.

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