bom fruto #17

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WWW.ADSOURE.COM EDIÇÃO #17 MARÇO/ABRIL'14 ESPELHO MEU, MAU, BOM [R]EVOLUÇÃO DO AMOR OS TEMPOS DO FIM + PERTO ... ONTHEREDBOX CONFERÊNCIA FIM-DE-SEMANA DA BÍBLIA 5 DICAS PARA APRESEN- TAR DEUS NA ESCOLA

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Na segunda edição de 2014 trazemos novos artigos relevantes para a vida cristã. Em foco apresentamos na Grande Reportagem um tema bastante actual: A homossexualidade. Qual a posição da Bíblia a respeito da homossexualidade? Lê e descobre as novidades que trazemos para ti na BF17.

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WWW.ADSOURE.COMEDIÇÃO #17 MARÇO/ABRIL'14

ESPELHO MEU, MAU, BOM � � [R]EVOLUÇÃO DO AMOR � � OS TEMPOS DO FIM + PERTO ...

ONTHEREDBOXCONFERÊNCIA

FIM-DE-SEMANADA BÍBLIA

5 DICAS PARA APRESEN-

TAR DEUS NA ESCOLA

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E D I T O R I A L

02 MAR/ABR 2014

m dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar os seus estudos, viu que só lhe restava uma moeda de dez cêntimos e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, os seus nervos o traíram quando uma mulher jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida, pediu um copo de água. Pareceu-lhe que estava faminto e assim decidiu dar-lhe um copo de leite. Ele bebeu e depois perguntou-lhe?

− Quanto lhe devo?− Não me deve nada - respondeu ela. E continuou: A minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitarmos nenhum pagamen-to por uma oferta caridosa!− Ele disse: Pois então, agradeço-lhe de todo o coração.

Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fi-sicamente, mas também a sua fé em Deus e expectativa nos “homens” ficaram mais fortes. Ele já estava resignado a render-se e a deixar os seus planos.Anos depois, esta mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam sem saber o que fazer. Enviaram-na para a capital, onde cha-maram um especialista para estudar a sua enfermidade.Chamaram o Dr. Howard Kelly. Ao escutar o nome da localidade de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. De imediato foi ver a paciente. Reconheceu imediatamente aquela mulher.Determinando-se a fazer o melhor para salvar aquela vida, passou a dedicar atenção especial àquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.O Dr. Kelly pediu à administração do hospital que lhe enviasse a factu-ra total dos gastos para aprová-la. Conferiu-a e depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente.Ela tinha medo de a abrir, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. Mas finalmente abriu a factura e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte: «Pago totalmente, faz muitos anos com um copo de leite (assinado), Dr. Howard Kelly».

Lágrimas de alegria correram dos seus olhos e o seu coração feliz orou assim: «Graças, Te dou, meu Deus, porque o Teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos».

Caro leitor, isto foi exactamente o que fez Jesus Cristo. Encontrando--nos doentes, moribundos e sem esperança, deu a Sua vida por nós (sem que nada tivéssemos feito para O merecer). Ele pagou o preço do nosso pecado – a morte, a fim de dar-nos vida eterna (Rm 6.23). A fim de que para os que creem Nele, já não haja nenhuma condenação (Rm 8.1), mas vida com abundância (Jo 10.10).Deseja entregar a sua vida a Deus? Fale com Ele agora mesmo e peça--Lhe perdão e salvação. Se um “simples” copo de leite resultou em tão grande bênção, calcule o que pode acontecer a quem valorizar a dádiva divina – Jesus Cristo!

Bom, agora, as pessoas que têm lido este apontamento podem fazer o seguinte: compartilhar a mensagem com os seus amigos ou simples-mente ignorá-la e dizer que nunca tocou o seu coração.Como disse o poeta: «A decisão é sua»!

MARÇO/ABRIL’14 #17

FICHA TÉCNICA

Superintendente Hugo Nascimento

CoordenaçãoDavid Miranda

TesoureiraJoana Simões

Redactores Bruno Nascimento, Carla Nascimento

Hugo Nascimento, Ivo MateusJoana Simões, Joel Mateus

Jorge Ferreira, Miguel MatiasRita Paiva, Samuel Cruz

Design gráfico e Paginação André Simões e Joel Mateus

Revisão Geral Joana Simões e Hugo Nascimento

Propriedade Assembleia de Deus de Soure // Montemor

Tiragem120 exemplares

Contactos E-mail’s

[email protected] [email protected]

[email protected] Telemóvel 914 080 996 // 915 560 982

Site www.adsoure.com

ApoiosAuto-Reparadora do Calhabe, Lda.

Cafetaria Isabelita / Elisa • Pronto a Vestir Kasca Dura / Padaria Mateus

Prinatec, Lta. / Rolo e Trincha / Vicometal

Os textos bíblicos da presente edição encon-tram-se na tradução “A Bíblia para Todos”.

ADAPTADO POR JORGE FERREIRA

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F R U T I F I C ’ A G E M

BOMFRUTO 03

stima-se que mais de 90% dos europeus estejam a caminho do inferno. A realidade chocante deve-se a uma sociedade corrompi-da, mas também aos muitos crentes que preenchem os bancos das

igrejas mas não os lugares do céu, pela sua falsa devoção e convicção do seu pecado.

Ontheredbox é um centro de oração e treino de evangelistas existente desde 2002, dirigido por Jacob e Julie Bock, missionários em Espanha desde 1985. Este ministério é composto por uma rede de equipas que proclamam a men-sagem de Cristo ao ar livre.

A Assembleia de Deus de Coimbra é membro deste ministério desde 2011, e assim, realizou a II Conferencia Ontheredbox em Portugal. “Evangelismo com poder” foi o tema escolhido mas sobretudo o lema das dezenas de equipas espalhadas pelo mundo.

A Conferencia começou na sexta-feira com um tempo de evangelismo junto à Universidade de Coimbra e no culto da noite, Ruben Otero, responsável pela Ontheredbox na Corunha, partilhou uma mensagem sobre a arma mais poderosa do mundo, a Palavra de Deus.A manhã de sábado foi marcada por reencontros com a chegada de muitas equipas e desenrolou-se com vários seminários como “Poder do testemunho Pessoal”, “Poder do Contacto Pessoal”, “Pregação Ilustrada” ou “Doutrinas da Cruz” – “Tira-se a lei e não há convicção, tira-se a cruz e não há poder.”

Apesar da chuva, cerca de 70 pessoas, estiveram dispostas a sair à rua para falar do Homem que lhes mudou a vida – Jesus. E assim foi, dentre testemu-nhos, músicas, pregações ilustradas e imensos contactos pessoais.

Já no auditório do Bairro Norton de Matos contámos com a participação da banda “Contraste”, e com Mauricio e Brittney Reyes com o álbum “Precioso Sangue Turquia”. “Tens o teu nome escrito no livro da vida?” perguntou ou-sadamente Jacob Bock à assistência, à medida que chamava ao arrependi-mento e à fé em Jesus Cristo. Curas, conversões, libertação foi o presente de Deus para todos na conclusão desta noite.

Pela manhã de domingo, Mauricio Reyes e Ramon Lopez desafiaram os jovens a ser uma geração que busca Deus e que o proclama ousadamente; uma ge-ração que vive como Ele viveu cada dia. Jacob Bock, voltou a ser o orador, no culto de enceramento, exortando como tantas coisas erradas ocupam o lugar de Deus na vida da Igreja. Mais uma vez reconhecemos a mão de Deus e não podíamos estar mais gratos pelo que fez ao longo de mais um ano.

[ L I V R O S ]

ONTHEREDBOX> RITA PAIVA

A cruz de Cristo→ Stott preocupa-se em de-fender a centralidade da obra realizada na cruz. Ele apresen-ta uma argumentação sobre a amplitude da obra da cruz, e baseia os seus argumentos nas Escrituras. Através de uma análise bíblico-teológica, muito bem feita, seguindo uma lógica crescente, ele desenvolve pro-gressivamente um assunto tão vital para o cristianismo.

O Jesus que eu nunca conheci→ Yancey apresenta uma pers-pectiva “nova” e diferenciada da vida e obra de Cristo - seus en-sinos, seus milagres, sua morte e ressurreição, além de mos-trar o mais importante: quem era e a que veio. Relacionando os acontecimentos do evange-lho com o mundo em que hoje vivemos, este livro fornece um retrato novo e comovente des-sa personagem que foi o marco central da história.

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F R U T I F I C ’ A G E M

04 MAR/ABR 2014

[ C I N E M A ]

Noé→ O filme conta a história da personagem bíblica – Noé. A história baseia-se no facto de que Deus não estava con-tente com o ser humano pela sua perversidade e pretendia destruí-los. Aos olhos de Deus, Noé era o único homem jus-to que havia na terra e assim ordenou que ele criasse uma arca. A estreia do filme em Portugal está prevista para o dia 10 de Abril.

Pompeia→ Pompeia conta a história Épica de Milo, um escravo que se tornou um gladiador e se encontra numa corrida contra o tempo. Ele precisa de salvar o seu verdadeiro amor, Cassia. Este filme leva-nos novamente à tragédia que atingiu Pompeia e faz-nos pensar na fragilidade humana e na forma como esta-mos à mercê da natureza.

[ M Ú S I C A ]

JESUS CULTUREUm ministério em crescimento

→ Os Jesus Culture são uma banda americana de Redding, na Califórnia. Surgiram no verão de 1999 na Bethel Church liderados por Banning Liebs-cher. Este ministério foi chamado de “um dos movimentos cristãos mais significativos da América”. Segundo os membros da banda, o grande objeti-vo é “conduzir os jovens à experiência do amor radical de Deus”.Dentre os vários lançamentos da banda destaca-se o album “Your love ne-ver fails” de 2008. Se ainda não conheces o trabalho destes jovens de que estás a espera? Deus tem certamente algo novo para a tua vida através dele!

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C L A R I M

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BOMFRUTO 07

Branca de Neve, de lábios

vermelhos da cor do sangue da boa mãe que a desejou, pura e branca como a neve que embelezava o seu reino, contudo, com um lado tão negro como os seus cabelos: a madrasta má que a criou. Órfã de mãe, com um pai ocupado com o seu reino, seria de esperar que ao viver na mesma casa com uma mulher ruim, cruel e vaidosa, a nossa jovem se transformasse num pequeno monstri-nho. Mas não! Branca de Neve revelou sempre um bom carácter e uma per-sonalidade forte que a protegeu de ser infectada pela maldade da madrasta.

Esta madrasta possuía um espelho que lhe dizia sempre a verdade, a quem ela constantemente pergunta-va: “Espelho meu, espelho meu, ha-verá alguém mais bela do que eu?”No dia que a Branca de Neve fez de-zassete anos a resposta foi: “Minha rainha, vós sois bela, mas a Branca de Neve possui mais beleza.“

O coração da madrasta encheu-se de ódio de tal maneira que passou o resto da sua terrível existência em tentativas para matar a mais bela do reino.

Já a Branca de Neve encheu-se de alegria ao cuidar dos sete anões e de amor ao encontrar o seu príncipe encantado.

A história de um mundo encantado que tanto se aproxima da realidade dos nossos dias. Todos nós gosta-mos de nos identificar com uma personagem da história que estamos a ler e tenho por certo que neste caso preferíamos a Branca de Neve à bruxa da madrasta. Infelizmente, temos mais a ver com a madrasta do que pensamos.

Passo mais tempo a olhar-me ao espelho do que o necessário! Preo-cupado com a minha aparência, por-que também dela, depende o meu sucesso profissional, a minha con-quista sentimental, a minha integra-ção naquele determinado grupo de amigos. Perco a minha própria iden-tidade em busca do sucesso! Tempo demais ao espelho, a olhar para mim mesmo, para os meus problemas, os meus projectos, os meus sonhos e a estudar a maneira de alcançar tudo para me sentir realizado. Há ainda quem vai mais longe, quem passe por cima dos outros, que por inveja destrua aquilo que o outro possui.Com a Branca de Neve afastada do reino, ocupada com a lida da casa dos sete anões, a madrasta tinha tudo o que queria, um rei e um rei-no por sua conta e não tinha de se cruzar com a mais bela. Mas a inveja levou-a à loucura! O pecado é con-sumidor! Quanto mais fazemos o mal, mais mal queremos fazer…

Troca esse “espelho mau” por uma janela e olha lá fora, vê quem preci-sa de ajuda, de um abraço, de uma palavra de ânimo, de conforto. Vive para amar o teu próximo como ensi-nou Jesus: “Ama o teu próximo como a ti mesmo.” [Mateus 22.39b]

O amor é lindo! O amor aproxima as pessoas! Como os sete anões e o príncipe encantado da princesa.Jesus era constantemente procurado pelas pessoas, porquê? Porque Ele as amava! Curava as suas doenças, dava-lhes conselhos, passava tempo com elas, estava perto delas, servia--as. Jesus é luz e quer que usemos o espelho bom que Ele nos deu, que é a nossa imagem, não para olharmos para nós mesmos, mas para reflec-tirmos com um sorriso nos lábios a Sua luz, o Seu amor e a Sua pureza. Assim apontamos para Jesus que é sempre bom e mais belo em amor do qualquer um de nós.

NÃO HÁ NINGUÉM MAIS BELO DO QUE JESUS!

Não façam nada por ambição pessoal nem por or-gulho, mas, com humildade, considerem os outros superiores a vós próprios.” [Filipenses 2.3]

JESUS DESEJA QUE SEJAMOS O REFLEXO DA SUA IMAGEM. ELE QUER QUE REFLICTAMOS A SUA LUZ, O SEU AMOR E A SUA PUREZA.

A Palavra de Deus ensina-nos que aqueles que se arrependem dos seus pecados e aceitam Jesus como salva-dor recebem o estatuto de noiva do Cordeiro [ Jesus, o noivo].

“Alegremo-nos e regozijemo-nos e de-mos-lhe glória, porque chegou o tempo das bodas do Cordeiro e a sua noiva já

se preparou.[Apocalipse 19.7]

Recebe o beijo do verdeiro amor, que tem para te dar Jesus, o Príncipe da Paz, e vive eternamente realizado, amando o próximo!

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C L A R I M D E E S T U D O

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uando falamos a respei-to dos tempos do fim, podemos ter a tendên-cia para pensar que nos

estamos a referir a acontecimentos que só vão ter lugar daqui a mui-

tos anos. Algumas pessoas até preferem pensar que algumas

coisas de que fala a Bíblia só têm possibilidade de acon-tecer se se tratar de algum filme de ficção científica; eles creem que a Bíblia usa linguagem simbólica que não pode ser interpretada literalmente. De facto, a

Bíblia contém esse tipo de linguagem. O próprio Jesus

recorreu ao uso de parábolas para transmitir ensinos im-

portantes aos discípulos de uma maneira que fosse acessí-

vel à sua compreensão. Mesmo assim, nalgumas ocasiões, Ele

teve de lhes explicar o sentido da parábola que tinha contado,

mostrando-lhes e a nós, que não é necessário interpretar literalmen-

te a história que Jesus contou, mas que é preciso compreender qual

o princípio que Ele queria ensinar e que deve ser aplicado à vida dos Seus discípulos.

Q

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C L A R I M D E E S T U D O

BOMFRUTO 09

Digo isto porque certas pessoas prefe-rem pensar que alguns acontecimen-tos, se chegarem a ter lugar, só ocorre-rão num futuro longínquo. Há alguns anos atrás era costume dizer-se que algumas coisas só iriam acontecer “lá para o ano dois mil”, que era o mesmo que dizer “ainda falta muito tempo para isso acontecer”. Mas, a verdade é que, um dia de cada vez, o tempo foi pas-sando e o ano dois mil acabou mesmo por chegar e, de então para cá, já pu-demos testemunhar muitos aconteci-mentos que têm influenciado o modo de viver nesta civilização ocidental. É certo que muitas pessoas já não che-garam ao ano dois mil; a sua vida ter-minou antes de entrarem no terceiro milénio depois de Cristo, mas isso não fez com que o calendário parasse. A história tem o seu curso e nós pode-mos estar presentes para testemunhar o desenrolar dos acontecimentos. Po-demos até ter projetos e sonhos que gostaríamos de concretizar mas a ver-dade é que nem todos os planos que fazemos dependem somente de nós.

O apóstolo Tiago deixou-nos uma recomendação muito importante (4.13-15): podemos fazer planos, mas temos de depender da soberania divina porque, em última análise, o dia de amanhã não nos pertence. Este texto leva-nos a pensar em como é breve a nossa vida e que ela não está nas nossas mãos. Ainda que tenha-mos sonhos que gostaríamos de ver realizados, não podemos ter a certeza absoluta, a menos que tenhamos uma confirmação divina a esse respeito, de que o que desejamos se vai mesmo concretizar. Afinal, qual deveria ser o maior dos sonhos de um ser huma-no? Deveria ser o sonho de poder viver com Deus por toda a eternidade num mundo de per-feita justiça, paz, alegria e amor; um mundo onde se possa desfrutar de um relacionamen-to perfeito com Deus e com outras pessoas que Lhe entregaram as suas

vidas. Se esse for o nosso maior dese-jo e se tivermos possibilidade de ter a certeza, aqui e agora, de que isso vai mesmo acontecer, então podemos es-tar preparados para partir a qualquer momento.

Eu sei que o dizer é diferente do fazer; mas também sei que, se nem sequer pensar no assunto, se eu escolher adiar para mais tarde o tomar algu-ma decisão a respeito do meu futuro e de onde quero passar a eternidade, nunca vou estar preparado para lidar com a possibilidade, que é bem real, de ter de deixar este mundo, nem vou ter a capacidade para lidar com a par-tida de pessoas à minha volta. Não é que o cristão tenha de ter pressa de partir para junto de Deus para esca-par aos problemas da vida. O crente, o verdadeiro discípulo de Jesus Cris-to, é alguém que tem a certeza que o seu maior sonho, aquilo que o torna mais realizado como ser humano, é uma garantia que, no devido tempo se vai mesmo concretizar. Ele sabe que desfruta de um relacionamento com Deus que se vai prolongar por toda a eternidade. Mas também sabe que tem um propósito a cumprir; ele sabe que Jesus o quer usar para que outros também possam desfrutar de um relacionamento com Deus. É isso que compreendemos nas palavras do apóstolo Paulo, quando ele escreveu aos filipenses e lhes disse que estava preparado para partir ou para ficar, desde que ao ficar isso lhe desse opor-tunidade de ministrar à vida de mais pessoas (Filipenses 1.19-26).

É neste patamar de entendimento que o cristão deveria viver. Completamen-te preparado para partir ao encontro

do seu Salvador e Senhor e, ao mes-mo tempo, inteira-mente empenhado em aproveitar o

tempo para, através do seu relacio-namento com Cristo levar outros a conhecê-Lo e a servi-Lo. Sei que para muitas pessoas não é agradável falar a

respeito da morte, mas não é por evi-tarmos o assunto que vamos fazer com que ela deixe de ser uma realidade. Milhares de pessoas perdem a sua vida a cada dia que passa. Muitas dessas pessoas morrem numa idade em que se pode considerar natural que isso aconteça, mas muitas também partem de um modo inesperado, e até mesmo, do nosso ponto de vista, antes do tem-po. É por isso que temos que deixar essa escolha ser feita por Quem deve ter mesmo a última palavra a dizer, e essa pessoa é Deus. Sabemos que Ele não tem prazer em que as pessoas par-tam sem salvação e Ele já demonstrou que fez tudo o que era necessário para que cada ser humano, ao arrepender--se dos seus pecados, possa ter a certe-za da vida eterna. Mas Deus também sabe qual a escolha que cada um faz em relação à Sua oferta. Ele não obriga ninguém a viver com Ele para todo o sempre. Ele não quer ninguém con-trariado a habitar em Sua presença. O céu só faz sentido se for uma escolha e não uma obrigação. Deus faz-nos uma proposta, a nós compete-nos aceitá-la ou rejeitá-la, sendo que a decisão que tomarmos tem as suas consequências.

Quando falamos a respeito dos tem-pos do fim, não falamos apenas a res-peito de eventos que têm a ver com o futuro do planeta terra e da huma-nidade. O ensino bíblico revela-nos o início e também o fim (ou pelo menos o início do fim) da nossa história, mas também nos mostra como a nossa vida é breve e que a qualquer momento podemos ser chamados à presença de Deus. Quando isso acontecer estamos preparados para o que vem a seguir? E quem se tiver de despedir de nós, fica-rá descansado a nosso respeito?

“O RELACIONAMENTO DO VERDADEIRO CRISTÃO COM DEUS, VAI-SE PROLONGAR

POR TODA A ETERNIDADE”

“NÃO HÁ NECESSIDADE DE VIVER NA DÚVIDA NEM DE DEIXAR NINGUÉM NA DÚVIDA. SE JESUS CRISTO FOR VERDADEIRAMENTE O NOSSO SALVADOR E O NOSSO

SENHOR, ENTÃO É POSSÍVEL TERMOS A CERTEZA QUE O NOSSO PRESENTE E O NOSSO FUTURO ESTÃO NAS

MÃOS DA PESSOA CERTA.”

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aro leitor, estes últimos tempos têm vindo constantemente à minha mente, a realização de uma crise que vivemos. Mas não estou a falar de uma crise financeira, de valores, de ca-rácter, de empregos ou de qualidade de vida, falo de uma

crise de Cristianismo verdadeiro. Vivemos uma geração que muitas vezes é comummente apelidada de “netos de Deus”. Falamos de uma

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B O O M

BOMFRUTO 11

geração cujos pais ou avós tiveram um relacionamento real com Deus, e educaram aqueles que estavam à sua

responsabilidade, nos caminhos de Deus, levando-os aos cultos, escola dominical, retiros de jovens, etc… Estes ditos crentes, assim como acontece em grande percentagem com os católicos, foram ensinados a frequentar a igreja, baptizam-se e até servem activamente em várias frentes, porque gostam, porque se sentem bem, mas verdadeiramente nunca tiveram um relacionamento real com Deus. Muitas vezes olha-mos para o texto de Apocalipse 2.4 em que Jesus diz à igreja de Éfeso “Tenho porém contra ti, que deixaste o teu primeiro amor.”, e gostamos de dizer que esta é a igreja dos nossos dias, mas nós não somos a igreja que perdeu o primeiro amor, nós somos a igreja que nunca experimentou o primeiro amor. Esta situação, esta crise que vivemos traz dois pontos extremamente negativos para a saú-de e até mesmo vida da igreja.

Porque estes netos de crentes foram criados na igreja, mas nunca entrega-

ram o seu coração a Deus, vivem com um pé dentro e outro fora. Nunca experimentaram as coisas do mundo porque foram educa-dos a frequentar a igreja, mas tam-bém não viveram o primeiro amor porque nunca tiveram um encontro real com Cristo, Então, no lugar de viverem aquilo que a palavra de Deus ensina que é morrer para o mundo e viver para cristo, querem trazer o mundo para dentro da ig-reja. Procuram todas as desculpas existentes e imaginárias para poder

viver as coisas do mundo sem per-derem os “direitos” que a igreja lhes confere. Acerca destes a Bíblia diz em Apocalipse 3.15-16 “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.”

Porque esta geração que compõe a igreja dos nos-sos dias, não vive um rela-

cionamento verdadeiro com Deus, não são um espelho real de Cristo, a imagem que mostram de Cristo é uma imagem distorcida, irreal e ao contrário de provocar no mundo o desejo de conhecer este mara-vilhoso Deus, provoca antes uma aversão a Deus, porque o Deus dis-torcido que mostramos, ninguém quer conhecer.

Esta geração que nunca viveu o primeiro amor é a principal razão pela qual a igreja de Cristo não cresce, porque ao não experimen-tarmos um verdadeiro relaciona-mento com Deus, queremos viver o mundo e ao vivermos o mundo, mostramos uma igreja de Cristo que não é fiel às escrituras e da qual o mundo não quer fazer parte. E tu que sempre frequentaste a igreja e sempre te consideraste um Cristão? Queres ser um neto de Deus, ou queres ser um FILHO DE DEUS? Então é tempo de viveres o primei-ro amor.

QUERES SER UM NETO DE DEUS, OU QUERES SERUM FILHO DE DEUS? ENTÃO É TEMPO DE VIVERES

O PRIMEIRO AMOR.”

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F R U T O c o m S U M O

12 MAR/ABR 2014

TRRIIIIIIM! Tocam as campai-

nhas e começam os risos e gargalhadas

despreocupados, todo um movimento e agi-

tação, os livros e cadernos pendurados nos braços, a ver-satilidade de roupa e mochilas, todo aquele agrupamento de

pessoas de diferentes aspectos, educações e personalidades, juntas num

lugar chamado escola. Este é o sitio em que o estudo se mistura com todas as hor-

monas, onde muito acontece, desde aquela secante aula de matemática até aqueles olhares e paixonetas, aquele sitio em que ainda não se entendem bem os conceitos de ser, pensar e sentir.

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F R U T O c o m S u m o

BOMFRUTO 13

Geram-se todos os tipos de conversa, uns mais predomi-nantes que outros, conforme a sociedade onde se está in-serido gera-se a moda, aquilo que está a dar, aquilo que só és fixe se aderires. A sociedade começa a gerar preconcei-tos e conforme os assuntos se discutem (ou não), geram--se os grupos. Alguns assuntos já são muito inconvenien-tes para aqueles que ainda estão a gozar a vida. Ainda se é muito novo. Está-se na idade de experimentar tudo para saber. E tu perguntas: Há espaço para as minhas cenas? Como se apresenta Deus quando o que está na moda é conhe-cer miúdas? Posso convidar alguém para vir à casa de Deus descartando a minha ida a discotecas e pub’s?

Tenho a informar-te que quase tudo é contra-indicado para uma pessoa que se relaciona com um grande amigo chama-do Deus. O teu inimigo (o diabo) quase não se preocupa em fazer muito. Se somos verdadeiros amigos de Deus e se um dia nos comprometemos com Ele, temos, definitiva e literalmente de dar dores de cabeça ao diabo. Como? Per-guntas tu. Dos tais assuntos inconvenientes na escola, há um que se destaca pela urgência. Deus tornou-se descartá-vel e desprezado mesmo na juventude, quando a Bíblia nos diz para nos lembrarmos d’Ele! (Eclesiastes 12.1)

Se é verdade que a nossa sociedade vive um conforto ba-seado naquilo que quer e experimenta, também é verdade que temos o dever de apresentar Deus como nosso amigo mesmo que não esteja na moda. Eis 5 dicas teóricas que temos mesmo de converter para a prática:

1Don’t Worry! Quantas vezes estamos preocupa-dos com as reações dos outros quando estamos para apresentar um outro lado da vida? Simplesmente

não te preocupes com o que os outros acham. Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos ho-mens, mas a Deus, que prova os nossos corações. (1 Tes-salonicenses 2.4 ACF) Este tipo de preocupação não agra-da a Deus e é prematuro assumirmos a reação das pessoas quando Deus está no controle. Precisamos preocupar-nos com o nosso relacionamento com Deus, estarmos online com Ele, em oração e aprendizagem da Sua Palavra, em louvor constante e o Espírito Santo cuidará do resto. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6.33 ACF)

2 Momentos... e momentos... Nem todas as cir-cunstâncias são propícias para apresentar Deus e a Sua palavra. Não temos que espiritualizar tudo!

Nem oito nem oitenta. O melhor que tens a fazer é apren-der com Jesus (Mateus 11.29) e pedires a Deus que o Seu Espírito te dê discernimento doa momentos oportunos que Ele nos dá para o apresentarmos.

3 Naturalmente Natural Será ilegítimo e ver-gonhoso partilharmos o que temos de melhor? Acho que todos gostamos e nos orgulhamos em

partilhar as nossas melhores coisas com amigos e colegas. Jesus Cristo é o melhor que tens para oferecer. Se hoje em dia não está na moda existirem estes temas de conversa, então passa a falar de Deus com naturalidade, como Ele é, não como o pintam. Não sejas céptico em relação à ma-neira como transmites Deus mas desmistifica Deus. Ele é real e é o nosso melhor amigo. É natural partilharmos Deus e é um mandamento muito gratificante. Try out!

4Motivação de Vida Como filhos, temos o fabu-loso privilégio de estarmos aptos a ser autênticos motivadores de vida. O nosso testemunho, topas?!

A nossa maneira de viver, de tratar as pessoas, de ser edu-cados, de olhar os desfavorecidos, de dar sem esperar nada em troca, de sermos tardios em falar com a neura... uma palavra: Bíblia Sagrada! Excelente guia prático-es-piritual; o livro mais espetacular. Ensina-te diariamente a agir não só como precisas para agradares a Deus, mas também com esta geração, que mesmo não vendo, preci-sa de nós na brecha como filhos de Deus, embaixadores de Cristo. Somos a esperança cega para eles. As nossas orações por eles, não precisam se sair no jornal da escola mas são importantíssimas. Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração. (Romanos 12.12 ACF)

5 Tempo da Colheita Esta época de que escrevo, só virá se as dicas anteriores estiverem em acção. Vais reparar que não precisas de te envolver em

tudo aquilo que te prejudica como filho de Deus para lhes oferecer o teu melhor. Podes ser original nas tuas opções de vida e causar um impacto positivo se souberes como (Bíblia) e com quem (Espírito Santo). A colheita pode não ser hoje ou amanha. Podes nem sequer chegar a pre-senciar mas escolhe ser uma âncora que Deus trata do res-to. Sê uma bênção e verás a recompensa de Deus.

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14 MAR/ABR 2014

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dois anos atrás Michael Glatze chocou toda a elite homossexual quando declarou publicamente que tinha abandonado a sua vida como proeminente ativista homosse-xual, ao tornar-se cristão e abraçar a “sexua-lidade humana normal”.Contudo, depois de ser vítima de inten-sas críticas, após a sua conversão, Glatze decidiu “retrair-se”, “ficar em silêncio” e “preparar-se” por um tempo. Agora diz que se sente compelido a dar o seu testemunho novamente, e numa entrevista com o Life-SiteNews.com (LSN), Glatze disse que, lon-ge de ter voltado ao seu velho estilo de vida (como muitos de seus críticos da comuni-dade homossexual disseram que ele faria), ele está “extremamente feliz, e apto a ter uma vida muito boa, normal e saudável”.

Glatze começou por se identificar como homossexual com 20 anos de idade. Pouco depois disso, fundou uma popular revista homossexual para jovens — Young Gay America, que veio a tornar-se uma fonte para os meios de comunicação e nacional-mente reconhecida em questões homosse-xuais, aquando os seus 30 anos.Durante esse tempo, porém, ele começou a ter dúvidas sobre a homossexualidade, e em 2005, depois de uma década a trabalhar no movimento homossexual, ele desistiu de tudo ao perceber que era “errado e imo-ral”. Pouco antes de deixar a sua posição

na revista, conforme re-latou em 2007, quando revelou pela primeira vez a sua conversão, ele escreveu no computador do seu escritório: “A Ho-mossexualidade é morte, e eu escolho vida”.Depois de anunciar a sua conversão, Glatze diz: “Fui duramente criti-cado por pessoas que não me conheciam, ao ponto de precisar de me retrair, para entender melhor tudo o que estava a dis-cutir”.“A fúria que vem dos indi-víduos ‘gays’ contra pesso-as como eu pode ser cruel e vil, e pode magoar”, afirmou à LSN. “Eles não param por nada para me fazerem sentir vergonha da minha atual posição acerca da homossexuali-dade, e para me fazerem duvidar do que experi-mentei na minha vida”.

“Cheguei ao ponto em que decidi ficar em silêncio e recusar entrevistas”.

Desde então ele diz que “estou a confiar em Deus, e somente em Deus”. “Estou a gos-tar imenso de viver uma vida relativamente normal”, disse ele. “Vou à igreja. Tenho na-morado uma moça. E, continuo a entender as ramificações do pecado homossexual de forma cada vez mais profunda, e à medi-da que encontro outros presos neste pecado, aprendo mais sobre a natureza humana, e observo as minhas próprias experiências — comparando-as com o modo como eu poderia ter respondido ou reagido em certas situações apenas há alguns anos atrás”.Agora pronto para compartilhar o seu testemunho novamente, ele diz que insis-te em fundamentar a sua identidade em Deus, em vez de se definir de acordo com a sua condição de “ex-homossexual”. “Não quero ser nenhum tipo de porta-voz que faz com que esta questão pareça exageradamente acerca de mim”.

“Há inúmeras pessoas que saíram do esti-lo de vida homossexual com êxito, larga-ram os hábitos do pecado homossexual e que têm vidas felizes e saudáveis”

Ele diz que foi edificado por muitos e-mails de pessoas de várias partes do mundo que se identificaram com o seu testemunho; que o incentivaram a prosseguir nesta ca-minhada, que estão felizes, que abandona-ram a homossexualidade, deixando-a para trás, que têm filhos e que têm belas espo-sas.

A verdade é “óbvia”, explicou ele. “A hete-rossexualidade é a sexualidade humana normal, enquanto a homossexualidade é um desvio. Essas são coisas óbvias. O que é tão inovador é o modo como os ativistas estão a ter sucesso em turvar a realidade”.

“Dou graças a Deus pela obra maravilhosa que Cristo fez na minha vida”.

H O J E

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“A Homossexualidade é morte, e eu escolho vida”

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J O A N A S I M Õ E S

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ABORDAGEM HISTÓRICA

Analisando a história, podemos ver que ao longo dos anos, esta orientação sexual foi tão admirada quanto condenada, sendo que es-tas condenações estavam sujeitas às normas sexuais que vigoravam nas diversas culturas e épocas em que ocorreram; assim, quando admira-da, era entendida como uma forma de melhorar a sociedade, quando condenada, era punida legalmente e considerada pecado ou até uma estirpe de doença que se havia apo-derado de quem reconhecia ser ho-mossexual.

Desde meados do século XX esta ideia tem sido combatida e desde então, cada vez mais, a homosse-xualidade tem sido desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países ditos de-senvolvidos e na maioria do mundo ocidental.Ela já não é tão olhada como uma escolha ou como uma opção da orientação sexual do indivíduo, mas cada vez mais como uma ques-tão genética, que ou se tem ou não se tem.

A HOMOSSEXUALIDADE E A PSICOLOGIA

A Associação Americana de Psi-

cologia afirma que há provavelmente muitas razões para a formação da orientação sexual de uma pessoa e as ra-zões podem variar de pessoa para pessoa; diz ainda que a orientação sexual da maioria das pessoas é determina-da numa idade preco-ce. Desta forma, a pesquisa sobre como a orientação sexual em hu-manos pode ser determinada por fatores genéticos ou outros fatores pré-natais desempenha um papel importante no debate político, médico e social sobre a homosse-xualidade e levanta claramente um grande receio relativamente a estas suspeitas.

As principais organizações mun-diais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não consideram a homossexualidade um tipo de transtorno psiquiátrico há décadas. Desde 1973 que a homossexualida-de deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria e a Associação Ame-ricana de Psicologia adoptou o mesmo procedimento em 1975, ao deixar de considerar a homossexu-alidade uma doença. Em 1984, a Associação Brasileira de Psiquia-

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tria também se posicionou contra a discriminação e considerou a homossexualidade como algo não prejudicial à sociedade. Em 1985, o Conselho Federal de Psicologia brasileiro deixou de considerar a homossexualidade um desvio se-xual e, em 1999, estabeleceu regras para a actuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que a homos-sexualidade não constitui doença, distúrbio ou perversão e que os psicólogos não continuarão a cola-borar com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade. No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais; e por fim, em 1991, a Amnistia Internacional passou a considerar a discriminação de homossexuais uma violação aos direitos humanos.

também designada por homossexualismo, é

descrita como a característica ou qualidade de um ser, humano ou não, sentir atracção física, estética ou emocional por outro ser do mesmo sexo ou do mes-mo género; refere-se a um padrão de experiências sexuais, afectivas e român-

ticas, entre pessoas do mesmo sexo.

AO LONGO DOS ANOS, AS ASSOCIAÇÕES DE PSIQUIATRIA

EM TODO O MUNDO VIERAM A DESCONSIDERAR A

HOMOSSEXUALIDADE COMO DOENÇA MENTAL. ESSAS MESMAS ASSOCIAÇÕES POSICIONARAM-SE

CONTRA A DISCRIMINAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE.

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GAYS E LÉSBICAS

E se esta tendência foi outrora asso-ciada a um comportamento do sexo masculino, hoje em dia podemos encontra-lo também entre o sexo feminino; nos últimos anos, aliás, podemos verificar um crescimen-to significativo do número daquilo que é designado por lesbianismo, que não é nem mais nem menos que o mesmo comportamento ho-mossexual masculino observado no sexo feminino; assim, designamos as pessoas homossexuais masculi-nas como gays e as pessoas homos-sexuais femininas como lésbicas.

HOMOSSEXUALIDADE EM PORTUGAL

No que respeita à sociedade por-tuguesa actual, podemos dizer que ela está cada vez mais informada e menos discriminativa em relação à homossexualidade, embora existam ainda diferenças significativas en-tre os meios rurais e os principais meios urbanos. Em Lisboa, Porto e nas cidades turísticas do litoral do Algarve já existe uma população ho-mossexual com alguma visibilidade e dinamismo; além disso, existem já nestes meios, bares, discotecas e eventos dedicados à população ho-mossexual.

A evolução da sociedade civil por-tuguesa, tem sido acompanhada por algumas alterações legislativas: O re-conhecimento da união de facto en-tre casais homossexuais passou a ser possível a partir de 2001 e quase onze anos depois, em janeiro de 2010, a Assembleia da República aprovou com 126 votos a favor, 97 contra e 7 abstenções, o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Assim, Portugal passou a ser o oitavo país do mundo, a realizar em território nacional casamen-tos entre pessoas do mesmo sexo, juntando-se aos Países Baixos, Es-panha, Bélgica, África do Sul, Ca-nadá, Noruega e Suécia; a Islândia aprovou a mesma lei pouco depois, em junho do mesmo ano e um mês mais tarde a Argentina juntou-se a este número, sendo o primeiro país da América Latina a aprovar o ca-samento entre pessoas do mesmo sexo, também designado por casa-mento igualitário.

Por estes factos, podemos perceber que o casamento original, o relacio-namento amoroso primitivo, entre homem e mulher está a sofrer danos e corre sérios riscos de ser ultrapas-sado e até apelidado de retrógrado, uma vez que tanto gays como lés-bicas garantem ser de igual forma felizes e conseguir manter relacio-namentos tão ou mais duradouros que os relacionamentos a que eles chamam de “convencionais”.

Pesquisas recentes indicam que muitas lésbicas e gays desejam, e

conseguem, comprome-tidos e estáveis relaciona-mentos: dados indicam que entre 40% e 60% de gays e entre 45% e 80% de lésbi-cas estão atualmente envol-vidos num relacionamento romântico. A mesma pes-quisa indica também que entre 18% e 28% dos casais gays e entre 8% e 21% dos casais lésbicos maioritaria-mente dos Estados Unidos, viveram juntos dez anos ou mais. Os estudos expuseram que casais compostos por pessoas do mesmo sexo e ca-sais de sexos opostos podem ser equivalentes em termos de satisfação e comprometi-mento nos relacionamentos amorosos, que a idade e o sexo são mais confiáveis do que a orientação sexual, e

ALterações legislativasem portugal

união de facto casamentocivil

O CASAMENTO HOMOSSEXUALNO MUNDO

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que as expectativas e/ou idealiza-ções acerca dos relacionamentos românticos são comparáveis e mui-to semelhantes entre pessoas hete-rossexuais e homossexuais.

HOMOSSEXUALIDADE E A SAÚDE

A relação entre a homossexualida-de e a saúde tem sido, neste último século, motivo de debates e contro-vérsias, tanto no âmbito das ciên-cias médicas como no dos movi-mentos sociais; O advento da AIDS ou Sida, no início dos anos 80, complexificou esta relação e serviu de motivo para um novo aumento de preconceitos contra os homos-sexuais; a própria homossexuali-dade, maioritariamente masculina, transformou-se num sinónimo des-ta doença.

Passados 20 anos o cenário não se alterou significativamente, e apesar de haver uma maior prevenção, a AIDS continua a representar um grave problema no quotidiano dos homossexuais fazendo com que es-tes últimos sejam vistos ora como

vilões, ora como vítimas desta do-ença.Na verdade, estudos realizados acer-ca desta matéria revelam que casais homossexuais têm maior probabi-lidade de desenvolver certas doen-ças, entre as mais frequentes estão, a já citada AIDS, a Hepatite, o can-cro da próstata e papiloma anal em gays e o cancro do colo do útero em lésbicas, além de haver uma maior predisposição e consequente inci-dência de depressão e ansiedade e o uso de álcool e drogas.

A HOMOSSEXUALIDADE E A BÍBLIA

Regra geral, a Igreja é encarada como a instituição primordial que acusa, nega e rejeita a homossexu-alidade; de facto há conceitos nesta nova forma de relacionamento que a Bíblia, Palavra de Deus verdadeira e infalível, livro que norteia o ponto de vista das igrejas evangélicas, não aprova, afirmando impreterivel-mente que é pecado, no entanto há que salvaguardar que Deus rejeita o pecado, contudo ama o pecador.A Bíblia menciona que, na criação

Deus determinou apenas dois se-xos: macho e fêmea;

“E criou Deus o homem à sua ima-gem; à imagem de Deus o criou; ma-cho e fêmea os criou.” [Gn 1.27]

Não há na Bíblia a figura de um ter-ceiro sexo, ou sexo intermédio. A Palavra de Deus afirma claramen-te que, relações homossexuais são abominação aos olhos de Deus;

“Com varão te não deitarás, como se fos-se mulher: abominação é”[Lv 18.22]

Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, abominação é toda a atitude execrável, detestada e amal-diçoada.A Bíblia encara a homossexualidade como uma inversão da ordem natu-ral das coisas e desvio do que está estabelecido;

“Pelo que Deus os abandonou às pai-xões infames. Porque até as suas mu-lheres mudaram o uso natural, no con-trário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso na-tural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”. [Rm 1. 26-27]

Concluímos que as igrejas evangélicas encaram a ho-mossexualidade como peca-do, apesar disso, Deus conti-nua disponível para perdoar e restaurar, havendo reco-nhecimento, confissão e ar-rependimento.A graça de Deus se manifes-tou e manifesta ainda, tra-zendo salvação a todos os homens; não há excepções nem descriminações no amor de Deus.

HOMOSSEXUAIS ENVOLVIDOS NUM RELACIONAMENTO

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