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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU 1 Elaborado pela / DPU INFORMATIVO: Previdenciário Informativo com Boletim dos Ofícios Superiores Previdenciários da DPU/Categoria Especial Jan/ | Volume n º 01 Trimestral Este periódico inclui a cada trimestre as ações da Defensoria Pública da União frente à atuação dos Defensores Públicos Federais de Categoria Especial titulares de ofícios previdenciários, e nas atividades conduzidas junto à Assessoria Previdenciária ASS/PREV/DPU, apresentando os entendimentos consolidados no âmbito do Òrgãos judiciários superiores, TNU e STJ e outros. Coordenador - Defensor Público Federal Dr. Pedro Paulo Raveli Chiavini. Boa leitura! BENEFÍCIO AO DEFICIENTE TNU dispensa prova de miséria em juízo para pedidos anteriores ao Decreto 8.805 Não é necessária prova da miserabilidade em juízo em casos de pedidos administrativos do benefício de prestação continuada feitos a partir de 7 de novembro de 2016, depois da vigência do Decreto 8.805/16. É o que decidiu a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU) no julgamento de um incidente de uniformização sobre a concessão de benefício assistencial de prestação continuada ao deficiente. A tese ressalva que a dispensa da produção da prova em juízo não é válida em caso de impugnação específica e fundamentada da autarquia ou decurso de prazo superior a dois anos do indeferimento administrativo. Já nos casos anteriores ao Decreto 8.805, fica dispensável a prova de miserabilidade quando ela já tiver sido reconhecida pela via administrativa, desde que não exista impugnação do INSS e que não tenha passado o prazo de dois anos da negativa do benefício. O INSS pedia a revisão da sentença proferida pela Turma Recursal da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte no sentido de reconhecer o direito do segurado de receber benefício assistencial de prestação continuada ao deficiente. Para a Previdência, porém, o entendimento da turma divergiu do adotado pela TNU nos enunciados das Súmulas 79 e 80 da Turma e no PEDILEF 0500846-86.2009.4.05.8303. Segundo o INSS, os casos citados consolidaram a exigência de laudo social ou auto de constatação para aferir a miserabilidade sem condicionantes quanto ao que foi analisado na fase administrativa. O relator do processo na TNU, juiz Sérgio de Abreu Brito, negou provimento ao incidente de uniformização. De acordo com o magistrado, o artigo 20 da Lei 8.742/93 garante o pagamento de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência que comprove não possuir meios próprios de subsistência, nem de tê-la provida pela família. O juiz afirmou que diante da ausência de critério legal válido para aferir a hipossuficiência econômica, PEDILEF 05023602120114058201, a TNU fixou o entendimento de que a miserabilidade deve ser analisada em cada caso concreto, através de quaisquer meios de prova, não podendo ser avaliada exclusivamente com base na renda. Ele destacou, ainda, que não houve nenhuma impugnação específica e fundamentada do INSS para afastar a presunção de veracidade da análise administrativa. Informações da Assessoria de Imprensa/ CJF. Processo:0503639-05.2017.4.05.8404 PAJ/DPU:2019/039-01319 REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA 01 Editorial 02 Notícias 03 No Foco 04 Especial MULHER 05 Boletim 10 Atuação DPFs Temas & Atualidades 11 Ofícios Previdenciários 13

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

1

Elaborado pela / DPU

INFORMATIVO: Previdenciário

Informativo com Boletim dos Ofícios Superiores Previdenciários da DPU/Categoria Especial

Jan/ | Volume nº 01 – Trimestral

Este periódico inclui a cada

trimestre as ações da Defensoria

Pública da União frente à

atuação dos Defensores

Públicos Federais de Categoria

Especial titulares de ofícios

previdenciários, e nas

atividades conduzidas junto à

Assessoria Previdenciária

ASS/PREV/DPU, apresentando

os entendimentos consolidados

no âmbito do Òrgãos

judiciários superiores, TNU e

STJ e outros.

Coordenador - Defensor

Público Federal Dr. Pedro

Paulo Raveli Chiavini.

Boa leitura!

BENEFÍCIO AO DEFICIENTE

TNU dispensa prova de miséria

em juízo para pedidos

anteriores ao Decreto 8.805

Não é necessária prova da

miserabilidade em juízo em casos de

pedidos administrativos do benefício

de prestação continuada feitos a

partir de 7 de novembro de 2016,

depois da vigência do Decreto

8.805/16. É o que decidiu a Turma

Nacional de Uniformização dos

Juizados Especiais Federais (TNU)

no julgamento de um incidente de

uniformização sobre a concessão de

benefício assistencial de prestação

continuada ao deficiente.

A tese ressalva que a dispensa da

produção da prova em juízo não é

válida em caso de impugnação

específica e fundamentada da

autarquia ou decurso de prazo

superior a dois anos do

indeferimento administrativo. Já nos

casos anteriores ao Decreto 8.805,

fica dispensável a prova de

miserabilidade quando ela já tiver

sido reconhecida pela via

administrativa, desde que não exista

impugnação do INSS e que não

tenha passado o prazo de dois anos

da negativa do benefício.

O INSS pedia a revisão da sentença

proferida pela Turma Recursal da

Seção Judiciária do Rio Grande do

Norte no sentido de reconhecer o

direito do segurado de receber

benefício assistencial de prestação

continuada ao deficiente. Para a

Previdência, porém, o entendimento

da turma divergiu do adotado pela

TNU nos enunciados das Súmulas

79 e 80 da Turma e no PEDILEF

0500846-86.2009.4.05.8303.

Segundo o INSS, os casos citados

consolidaram a exigência de laudo

social ou auto de constatação para

aferir a miserabilidade sem

condicionantes quanto ao que foi

analisado na fase administrativa.

O relator do processo na TNU, juiz

Sérgio de Abreu Brito, negou

provimento ao incidente de

uniformização. De acordo com o

magistrado, o artigo 20 da Lei

8.742/93 garante o pagamento de um

salário-mínimo mensal à pessoa com

deficiência que comprove não

possuir meios próprios de

subsistência, nem de tê-la provida

pela família.

O juiz afirmou que diante da

ausência de critério legal válido para

aferir a hipossuficiência econômica,

PEDILEF 05023602120114058201,

a TNU fixou o entendimento de que

a miserabilidade deve ser analisada

em cada caso concreto, através de

quaisquer meios de prova, não

podendo ser avaliada

exclusivamente com base na renda.

Ele destacou, ainda, que não houve

nenhuma impugnação específica e

fundamentada do INSS para afastar

a presunção de veracidade da análise

administrativa.

Informações da Assessoria de Imprensa/ CJF.

Processo:0503639-05.2017.4.05.8404

PAJ/DPU:2019/039-01319

REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA

•01

Editorial

•02

Notícias

•03

No Foco

•04

Especial MULHER

•05

Boletim

•10

Atuação DPFs

Temas & Atualidades

•11

Ofícios Previdenciários

•13

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do documento ou use este espaço para enfatizar um

ponto-chave. Para colocar essa caixa de texto em

qualquer lugar na página, basta arrastá-la.]

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STJ vai revisar tese sobre devolucão

de benefício concedido por Liminar

O Superior Tribunal de Justiça decidiu

revisar a tese firmada pela corte de que

os valores previdenciários recebidos

por tutela antecipada devem ser

devolvidos em caso de revogação da

decisão liminar.

A tese foi

definida em

2015 pela 1ª

Seção do

STJ num

recurso

repetitivo.

Agora, no entanto, o próprio colegiado

decidiu acolher questão de ordem

levada do ministro Og Fernandes e

submeter a tese a processo de revisão.

Com isso, todos os processos em

tramitação sobre essa questão devem

ser suspensos.

Na questão de ordem, o ministro

destacou a importância da revisão do

tema, tendo em vista "a variedade de

situações que ensejam dúvidas quanto

à persistência da orientação firmada

pela tese repetitiva relacionada ao

Tema 692/STJ, bem como a

jurisprudência do STF, estabelecida

em sentido contrário, mesmo que não

tendo sido com repercussão geral ou

em controle concentrado de

constitucionalidade".

Og Fernandes disse que a tese que

obriga a devolução dos valores poderá

ser

"reafirmada, restringida no seu âmbito

de alcance ou mesmo cancelada".

Ao todo, seis recursos serão

analisados. O relator justificou a

inclusão de todos na controvérsia pois

em cada um há uma particularidade

processual a ensejar a revisão da tese.

Com informações da Assessoria de

Imprensa do STJ. REsp 1.734.685

INSS reconhece aposentadoria

especial de frentista por exposição

ao benzeno

DECISÃO ADMINISTRATIVA

O Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) reconheceu a um frentista o

direito a aposentadoria especial por

exposição ao benzeno, componente da

gasolina revendida em postos de

combustíveis.

A decisão administrativa foi proferida

pela 2a Câmara de Julgamento do

Conselho de Recursos da Previdência

Social (CRPS). "Ressalta-se que o

agente Benzeno é cancerígeno e sua

simples presença já enseja o

enquadramento do período", disse a

relatora Loraine Pagioli Faleiros

Bechara.

Consta nos autos que o interessado,

nascido em 1967, pediu aposentadoria

por tempo de contribuição em 2016 e

pretendeu o reconhecimento da

especialidade do período trabalhado

em um posto de gasolina, onde exerceu

o cargo de gerente, entre setembro de

1997 e março de 2015, exposto aos

agentes nocivos hidrocarbonetos,

ruído, postura inadequada e acidentes.

Após negativa ao seu pedido, o autor

entrou com recurso contra a decisão,

no qual a 7a Junta de Recurso da

Previdência Social acompanhou a

decisão proferida pela autarquia de que

a exposição ao agente químico

hidrocarbonetos não acontecia de

forma habitual e permanente.

O INSS disse que "o recurso não

trouxe elementos capazes de

alterar a decisão da Junta e do

INSS; os períodos

controvertidos não podem ter a

especialidade reconhecida, uma

vez que a perícia médica emitiu

parecer fundamentado contra a

conversão. Assim, o segurado

não possui o tempo de contribuição

necessário para a concessão do benefício,

conforme artigo 56 do Regulamento da

Previdência Social (RSP)".

Ao julgar o recurso especial, a relatora

Loraine Bechara decidiu pela

possibilidade, no caso, da conversão de

tempo trabalho em condições especiais

em comum pelo cumprimento dos

requisitos do artigo 56 do Decreto

3.048/99. Sua decisão permitiu a

aposentadoria por tempo de trabalho ao

autor, uma vez que o próprio posto de

gasolina confrrmou suas condições de

trabalho.

"Para os segurados filiados à Previdência

Social até 16/12/1998, foi assegurada a

obtenção de aposentadoria proporcional

com direito adquirido ou após a EC

20/1998, neste último caso desde que

preenchidos os requisitos adicionais de

idade mínima de 53 e 48 anos se homem

ou mulher, respectivamente, e tempo

adicional de contribuição, pedágio, na

forma estabelecida pelos artigos 187 e

188 do Regulamento da Previdência

Social, aprovado pelo Decreto

3.048/1999", afirmou a relatora.

Ela destacou a

previsão do

artigo 57,

parágrafo 5°,

da Lei

8.213/1991que

diz que "o

tempo de trabalho exercido sob

condições especiais que sejam ou

venham a ser consideradas prejudiciais à

saúde ou à integridade física será

somado, após a respectiva conversão ao

tempo de trabalho exercido em atividade

comum, segundo critérios estabelecidos

pelo Ministério da Previdência e

Assistência Social, para efeito de

concessão de qualquer benefício".

Processo 44232.740735/2016-97

Revista Consultor Jurídico,

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Questão de direito previdenciário é tema

de repetitivo

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

decidiu afetar os Recursos Especiais 1.786.590 e

1.788.700, de relatoria do ministro Herman Benjamin,

para julgamento pelo sistema dos recursos repetitivos.

Cadastrada como Tema 1.013 na página de repetitivos

no portal do STJ, a questão submetida a julgamento

está assim resumida: "Possibilidade de recebimento de

benefício por incapacidade do Regime Geral de

Previdência Social de caráter substitutivo da renda

(auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez)

concedido judicialmente em período de abrangência

concomitante ao que o segurado estava trabalhando e

aguardando o deferimento do benefício".

A afetação do tema teve origem em trabalho de

inteligência realizado pela Comissão Gestora de

Precedentes, que, com base no artigo 46-A do

Regimento Interno do STJ, identificou a matéria como

apta a ser submetida a julgamento sob a sistemática

dos repetitivos.

Multiplicidade

Por ocasião da seleção dos recursos, o presidente da

comissão, ministro Paulo de Tarso Sanseverino,

destacou que a controvérsia apresenta expressivo

potencial de multiplicidade, como comprovam diversos

julgamentos proferidos pelas turmas e pelos ministros

que compõem a Primeira Seção do STJ.

O magistrado também lembrou a existência da Súmula

72 da Turma Nacional de Uniformização sobre o tema:

"É possível o recebimento de benefício por

incapacidade durante período em que houve exercício

de atividade remunerada quando comprovado que o

segurado estava incapaz para as atividades habituais

na época em que trabalhou".

Em seu voto, o ministro Herman Benjamin também

enfatizou a multiplicidade de processos sobre o tema.

"A matéria em debate vem se apresentando de forma

reiterada no STJ, materializa controvérsia de grande

impacto para o Regime Geral de Previdência Social e

merece, assim, ser resolvida sob o rito dos recursos

repetitivos."

Suspensão

Até o julgamento dos recursos e a definição da tese

pela Primeira Seção, foi determinada a suspensão do

trâmite de todos os processos pendentes em todo o

território nacional, individuais ou coletivos, que

versem sobre a questão controvertida.

O Código de Processo Civil de 2015 regula, nos artigos

1.036 a 1.041, o julgamento por amostragem, mediante

a seleção de recursos especiais que tenham

controvérsias idênticas. Conforme previsto nos artigos

121-A do Regimento Interno do STJ e 927 do CPC, a

definição da tese pelo STJ será objeto de aplicação por

magistrados e tribunais, inclusive dos juizados

especiais, para a solução de casos fundados na mesma

questão jurídica.

A tese estabelecida em repetitivo também terá

importante reflexo no trabalho desenvolvido pelos

tribunais quanto à admissibilidade de recursos para o

STJ (nos termos dos artigos 1.040 e 1.041 do CPC) e em

outras situações processuais, como a tutela da

evidência (artigo 311, II, do CPC) e a improcedência

liminar do pedido (artigo 332 do CPC).

Na página de repetitivos do STJ, é possível acessar

todos os temas afetados, bem como saber a

abrangência das decisões de sobrestamento e as teses

jurídicas firmadas nos julgamentos, entre outras

informações.

Acórdão de afetação do REsp 1.786.590.

Notícias

Nesta quarta-feira (11.03), o Congresso

Nacional

derrubou o

veto do

Presidente

Jair Bolsonaro

ao PL

3055/97, que aumenta o critério

objetivo de renda para concessão do

BPC (Benefício de Prestação

Continuada).

O Projeto aumenta de 1/4 do salário

mínimo para 1/2 salário mínimo per

capita a renda familiar exigida para

idosos e deficientes terem acesso ao

benefício assistencial.

Foram 302 votos de deputados para

derrubar o veto de Bolsonaro, contra

137 a favor do veto. Já no Senado

Federal, foram 45 votos contra 14.

O Projeto agora será promulgado como

lei e para sua execução serão

necessários ajustes na lei orçamentária.

O governo estima um impacto de R$ 60

bilhões, e que isso criaria despesas

obrigatórias ao Executivo sem indicação

de fonte de custeio, desrespeitando a EC

do Teto de Gastos (EC 95/2016).

Benefício Assistencial - BPC

Novo critério de renda do BPC/LOAS é

publicado, mas AGU aciona o STF para

suspender novas regras

Yoshiaki Yamamoto 26 março, 2020

Nesta terça-feira (24), entrou em vigor a Lei

13.981/2020, que instituiu um novo critério de

miserabilidade para acesso ao Benefício de

Prestação Continuada (BPC).

Segundo a nova lei, a partir de agora o critério

econômico para acesso ao BPC é de uma renda

mensal per capita inferior a 1/2 (meio) salário-

mínimo.

Contudo, antes mesmo do texto ser publicado no

DOU, a AGU (Advocacia Geral da União) protocolou

uma ADPF (Arguição de descumprimento de preceito

fundamental) perante o STF, buscando o

reconhecimento da inconstitucionalidade da lei.

Novo critério de renda do BPC/LOAS é publicado,

mas AGU aciona o STF para suspender novas regras

A palavra final quanto ao novo critério do LOAS será

dada pelo STF.

Ainda, a AGU pede uma liminar para suspender os

efeitos da lei, argumentando que o Congresso

Nacional aprovou aumento de despesa obrigatória

de caráter continuado sem qualquer análise dos

custos envolvidos.

A estimativa do Ministério da Economia é que a

mudança causaria um impacto de R$ 200 bilhões

nos próximos 10 anos. Site Previdenciarista

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

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ESPECIAL:

DECISÕES JUDICIAIS ESTENDEM

BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

A TRABALHADORAS

INFORMAIS DO MEIO RURAL

previdência soial é um direito garantido no

artigo 6º da Constituição Federal aos

trabalhadores urbanos e rurais. Para ter acesso

aos benefícios previdenciários – tais como

aposentadoria, auxílio-doença, salário-

maternidade e pensão por morte, entre outros –

, o segurado precisa ter exercido atividade

laboral e contribuído com parte de sua

remuneração para a manutenção do sistema.

No Brasil, o Regime Geral de Previdência, de

caráter contributivo, é de filiação obrigatória,

mas um enorme contingente de trabalhadores

está fora dele: o trabalho informal atingiu

37,3 milhões de pessoas em 2017 – número

maior que em 2016, quando 35,6 milhões de

brasileiros estavam nessa situação. Os dados

são da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE). A situação é ainda pior no meio rural

e com trabalhadores do sexo feminino.

Dados divulgados em 2014 pelo

Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Socioeconômicos (Dieese)

apontaram que mais de 60% dos

trabalhadores rurais estavam na

informalidade em 2012, conforme pesquisa

realizada pelo IBGE.

Artigo publicado pela Organização

Internacional do Trabalho (OIT) em 2017

estimou que cerca de 17 milhões de mulheres

realizavam trabalho doméstico,

representando mais de 90% das pessoas

dedicadas a essa atividade na época, sendo

que os níveis de informalidade chegavam

perto dos 70%.

Demandas judiciais

Os altos níveis de informalidade geram baixa

renda, instabilidade no trabalho, falta de

proteção e cerceamento de direitos.

Aumentam, com isso, as demandas judiciais

que procuram assegurar garantias mínimas a

esses trabalhadores – principalmente às

mulheres, em geral mais vulneráveis.

Duas situações frequentes em processos

julgados no Superior Tribunal de Justiça

(STJ), que chamam a atenção pela

precariedade social experimentada pelas

personagens envolvidas, dizem respeito às

trabalhadoras do campo que buscam

reconhecimento da atividade desenvolvida

em regime familiar para fins de aposentadoria

e às índias menores de 16 anos, grávidas, que

lutam pela concessão do salário-maternidade

na qualidade de seguradas especiais.

Extensão

No julgamento das Ações Rescisórias 2.544 e

3.686, a Terceira Seção do STJ reconheceu

que os documentos que atestam a condição de

lavrador do cônjuge (certidão de casamento

da qual conste a ocupação do cônjuge,

certidão de nascimento dos filhos etc.)

constituem início razoável de prova

documental, para fins de comprovação de

tempo de serviço da trabalhadora rural.

O colegiado posicionou-se no sentido de que

a qualidade de rurícola da mulher funciona

como extensão do atributo de segurado

especial do marido. Dessa forma, se o marido

desempenhava trabalho no meio rural, em

regime familiar e para subsistência, presume-

se que a esposa também o realizava.

O entendimento foi aplicado pelo ministro

Jorge Mussi ao relatar a Ação Rescisória

4.340.

Pro misero

Esses casos de aposentadoria da mulher que

trabalhava em regime de agricultura familiar

têm sido objeto de muitas ações rescisórias

em razão de mudanças na jurisprudência, que

passou a aceitar documentos pré-existentes à

ação como se fossem documentos novos

aptos a justificar a rescisória.

Sobre o tema, o ministro Nefi Cordeiro, na

relatoria da Ação Rescisória 4.209, destacou

que, apesar de a ação rescisória ser medida

excepcional com cabimento previsto em rol

taxativo no artigo 485 do Código de Processo

Civil (CPC) de 1973, o STJ tem adotado no

caso dos trabalhadores rurais “critérios

interpretativos favorecedores de uma

jurisdição socialmente justa”, admitindo,

assim, com maior extensão, documentação

comprobatória da atividade desempenhada,

ainda que sob a categoria jurídica de

documentação nova, para fins de ação

rescisória.

“A apresentação de tais documentos na

presente via é aceita por este superior tribunal

ante o princípio do pro misero e a específica

condição dos trabalhadores rurais no que

concerne à produção probatória, fazendo com

que, em casos como o presente, haja a

necessidade de conhecer de tais documentos,

mesmo quando tardiamente apresentados em

juízo rescisório, para efeito de concessão do

benefício previdenciário em questão”,

afirmou o relator.

Mulheres indígenas

No Recurso Especial 1.650.697 – interposto

pelo Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) em ação civil pública ajuizada pelo

Ministério Público Federal (MPF) –, a

Segunda Turma do STJ acompanhou o voto

do relator, ministro Mauro Campbell

Marques, e entendeu que o sistema

previdenciário protege as seguradas especiais

indígenas grávidas, ainda que com idade

inferior a 16 anos.

Na ação, o MPF pediu o afastamento da

aplicação dos artigos 9º e 11 do Decreto

3.048/99, para que as adolescentes indígenas

gestantes, mesmo menores de 16 anos,

tivessem garantido o direito à percepção do

salário-maternidade.

O INSS sustentou que a condição de segurada

especial pelas indígenas é tema controverso,

que elas devem cumprir os mesmos requisitos

que qualquer trabalhador para o recebimento

dos benefícios previdenciários e que o artigo

11, VII, da Lei 8.213/1991 disciplina que a

cobertura previdenciária do segurado especial

somente se inicia aos 16 anos.

Proteção

Em seu voto, o ministro relator ressaltou que

a Constituição Federal, a Convenção sobre os

Povos Indígenas e Tribais de 1989 (ratificada

pelo Brasil em 2002) e o Estatuto do Índio

(Lei 6.001/1973) vedam discriminações entre

os indígenas e os demais trabalhadores,

consideradas as peculiaridades sociais,

econômicas e culturais de suas comunidades.

Além disso, o magistrado destacou que,

embora o ordenamento jurídico tenha os 16

anos como idade mínima para o trabalho fora

da condição de aprendiz, não se pode admitir

que o trabalho já prestado pelo menor, ainda

que de forma indevida, deixe de assegurar

seus direitos.

“As regras de proteção da criança e do

adolescente não podem ser utilizadas com o

escopo de restringir direitos, pois, do

contrário, estar-se-ia colocando os menores

em situação ainda mais vulnerável, afastando

a proteção social garantida pelo ordenamento

jurídico”, afirmou o relator.

No mesmo sentido votaram os ministros

Napoleão Nunes Maia Filho no julgamento

do REsp 1.440.024, Humberto Martins no

Agravo Regimental no REsp 1.559.760, e

Herman Benjamin no REsp 1.709.883.

“Esta corte já assentou a orientação de que a

legislação, ao vedar o trabalho infantil, teve

por escopo a sua proteção, tendo sido

estabelecida a proibição em benefício do

menor e não em seu prejuízo, aplicando-se o

princípio da universalidade da cobertura da

seguridade social”, afirmou o ministro

Napoleão Nunes Maia Filho em seu voto

como relator do REsp 1.440.024. **********************************

A

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

5

O boletim em tela traz os recentes julgados ocorridos nestes últimos anos sobre temas afetos aos Ofícios Previdenciários, principalmente, composto por matérias que foram afetadas por representativos de controvérsia nos Órgãos Superiores, TNU, bem como recursos repetitivos no STJ, outros repetitivos e teses, que formam a opinião dos tribunais sobre temas previdenciários e da atuação dos Defensores Públicos Federais. Considerada a sistemática dos recursos representativos da controvérsia, dos sobrestados por força de repercussão geral, recursos repetitivos e dos incidentes de uniformização, seus efeitos e resultados sobre várias demandas no âmbito da atuação da DPU, daqueles que alcançam a Categoria Especial desse Órgão, é necessária a ampla divulgação do inteiro teor dessas teses desenvolvidas nesses tribunais a todos os seus membros, servidores e interessados. Os temas abaixo são desenvolvidos em nível final de atuação e afetação. Em razão de que esse instrumento informativo é periódico nada obsta que outros julgados, tão interessantes e pontuais quanto, venham a ser publicados em outras edições.

TESES FIRMADAS TNU

TESE 1

Processo: 00037118920174013900 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2020/039-00033

Tema: Aposentadoria por idade - Rural Início de prova material Ação: PU

Partes: Deuzarina Costa Ferreira INSS Atuação: Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: Agravo/TNU

TESE A SER FIRMADA: Fins de subsidiar pedidos de uniformização que versem sobre provas da atividade rural,

haja vista que a certidão de cartório eleitoral se reveste de força probante, a declaração de sindicato rural não exige a

homologação pelo INSS e a certidão do INCRA ou outro documento equivalente que comprove a propriedade em

nome de integrantes do grupo familiar se constituem em início de prova material.

Voto: “...firmar as teses favoráveis à admissão da declaração de sindicato de trabalhador rural (art. 106, III, da Lei

n. 8.213/91) e de certidão expedida pela Justiça Eleitoral, sem que haja necessidade de prova do conteúdo de

retificação anterior, como inícios de prova material do trabalho rural, próprio ao segurado especial...”

ORIENTAÇÃO: Importante a interposição de embargos de declaração caso qualquer Turma Recursal de origem

não se manifeste explicitamente sobre as aludidas teses firmadas pela TNU. PAJ/ORIGEM: Belém/PA - 2019/003-

00161 – Dr. Erico Lima de Oliveira, Dr. Danilo de Almeida Martins, Dr. Alan Rafael Zortéa da Silva,

DEFENSORES.

TESE 2

Processo: 0000513432014402515401 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2018/039-10451

Tema: Aposentadoriar invalidez Urbana Previdenciário Ação: PU

Partes: Zeli Aparecida Januario INSS Atuação: DPU

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber se a prévia inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal

- CadÚnico é requisito essencial para validação das contribuições previdenciárias vertidas na alíquota de 5% (art. 21,

§ 2º, inciso II, alínea "b" e § 4º, da Lei 8.212/1991 - redação dada pela Lei n. 12.470/2011).

Voto: “ A prévia inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico é requisito

essencial para validação das contribuições previdenciárias vertidas na alíquota de 5% (art. 21, § 2º, inciso II, alínea

"b" e § 4º, da Lei 8.212/1991 - redação dada pela Lei n. 12.470/2011), e os efeitos dessa inscrição não alcançam as

contribuições feitas anteriormente.”

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

6

ORIENTAÇÃO: Pedido de Uniformização suscitado pela DPU desprovido. Decisão colegiada. Ausência de

precedentes do STJ em sentido contrário (consoante pesquisa jurisprudencial). Inviabilidade de pedido de

uniformização dirigido ao Superior Tribunal de Justiça. PAJ/ORIGEM: RJ/2014/071-00111, 2015/016-04462, Dr.

João Paulo Baptista Nespoli, Dr. Felipe Caldas Menezes, Defensores.

TESE 3

Processo: 00673180320084013800 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2018/039-03808

Tema: Pensão por morte/TA Previdenciário Ação: PU

Partes: Evandro Marques de Jesus Junior INSS Atuação DPU

Ofício: 4º Ofício Superior Previdenciário Dr. João Paulo G. Picanço PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: A controvérsia reside no seguinte ponto: saber se, tratando-se de preso foragido, aplica-

se, ou não, a regra de manutenção da qualidade de segurado por 12 meses a partir do livramento, nos termos do art.

15, IV, da Lei n.º 8213/91. O inciso IV, do art. 15, da Lei 8.213/91 garante a manutenção da qualidade de segurado,

por até 12 meses após o livramento do segurado preso. Sustentação oral: Dr. Claudionor Barros Leitão.

Voto: “...Vale destacar que o segurado começa a usufruir do período de graça no inciso IV, do art. 15, da Lei

8.213/91 no momento da prisão, mantendo a qualidade de segurado enquanto estiver preso e por até 12 meses após

ser posto em liberdade. Se estiver foragido, a qualidade de segurado é mantida durante o período em que ficou

preso, mas não se prorroga por 12 meses após a fuga.)....”

ORIENTAÇÃO: O contribuinte individual não faz jus ao benefício, o judiciário negou seguimento ao pedido de

uniformização, destinado a reformar acórdão no qual se discutia o reconhecimento do direito à pensão por morte no

caso de fuga do segurado do estabelecimento prisional. A controvérsia consistia em saber se o referido período de

graça se aplica, também, aos casos de fuga, o que não ocorre. *Não encontrado precedente do STJ acerca da

matéria que acoberte a demanda. PROCESSO NÃO SUBMETIDO AO REGIME DOS RECURSOS

REPRESENTATIVOS DA CONTROVÉRSIA.

Possíveis exceções à hipótese de não prorrogação do período de graça em caso de fuga de preso: a) Hipótese do § 7º

do artigo 80 da Lei nr. 8.213/91; b) Caso nos quais a aplicação da regra geral do artigo 159 e respectivas prorrogações

legais) seja mais favorável ao recluso e a seus dependentes do que a regra específica prevista no mencionado §4 do

citado dispositivo legal.

PAJ/ORIGEM: Belo Horizonte/MG - 2008/004-01795, 2015/004-05394, Dra. Giêdra Cristina Pinto Moreira, Dr.

Estêvão Ferreira Couto, Defensores.

TESES FIRMADAS TNU – REPRESENTATIVOS DA CONTROVÉRSIA

TESE 4

Processo: 00022452520164036330 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2018/039-18427

Tema: Auxílio-acidente Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: DPU

Ofício: 2º Ofício Superior Previdenciário Dr. Pedro Paulo R. Chiavini PET: PU/TNU/INSS

TESE: TEMA 201- Questão submetida a julgamento: "Saber se é devido o benefício de auxílio-acidente ao

contribuinte individual." Auxílio previsto no art. 18, Inciso I, alínea h, da Lei nº 8.213/91. Sustentação oral: Dr.

Claudionor Barros Leitão.

Voto: "o contribuinte individual não faz jus ao auxílio-acidente, diante de expressa exclusão legal...”

ORIENTAÇÃO: O contribuinte individual não faz jus ao auxílio-acidente, diante de expressa exclusão legal. Não

cabendo o direito elegível.

TESE 5

Processo: 50100002120124047205 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2018/039-10048

Tema: Aposentadoria por idade Urbana Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

7

TESE A SER FIRMADA: TEMA 166. Saber quais são os reflexos da propositura da ação coletiva na análise da

prescrição em relação às ações individuais que tenham por objeto a mesma tese revisional de benefício previdenciário.

Voto:“A propositura da ação coletiva não interrompe a prescrição da pretensão condenatória na ação individual,

salvo se parte autora tiver requerido a suspensão do processo, nos termos do art. 104, da Lei n. 8.078/90, ou esteja

se valendo do título judicial formado na ação coletiva para execução individual.” (Tema 166).”

ORIENTAÇÃO: Em revisão - TEMA 1005/STJ.

TESE 6

Processo: 00013271120124036314 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2019/039-02517

Tema: Aposentadoriar invalidez Urbana Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: Tendo em vista o julgamento do Tema 503 pelo STF (desaposentação), definir se é

possível receber valores atrasados, alusivos a benefício concedido judicialmente, nos casos em que, durante o trâmite

do processo, a parte obtém, administrativamente, benefício mais vantajoso.

Voto: “...a TNU já firmou o entendimento no sentido de que faz jus o segurado a escolher o benefício mais vantajoso

e que, tendo este sido concedido na via administrativa durante o transcurso de ação judicial, possui o legítimo direito

de receber valores relativos ao período entre a decisão judicial e o início do benefício concedido na via

administrativa.....”. Ainda que .... no sentido de que havendo a opção por benefício mais vantajoso concedido

administrativamente, no curso da ação judicial em que se reconheceu benefício menos vantajoso, afigura-se legítimo

o direito de execução dos valores compreendidos entre o termo inicial fixado em juízo para concessão do benefício

e o termo inicial do benefício mais vantajoso concedido na via administrativa.

ORIENTAÇÃO: Sobrestado - Tema 1018/STJ. Determinação de sobrestamento do feito em Secretaria, para que se

aguarde o julgamento do Tema 1018 pelo Superior Tribunal de Justiça. PARTE FOI REAFIRMADA A

JURISPRUDÊNCIA DA TNU, conforme voto acima.

TESE 7

Processo: 05066987220154058500 Sustentação oral/DPU: Sim PAJ: 2019/039-01320

Tema: Auxílio-doença Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber se a decisão judicial de concessão/restabelecimento do benefício de auxílio-doença

também pode determinar a submissão do segurado a processo de reabilitação profissional ou se tal ato se insere no

âmbito da discricionariedade do INSS (arts. 62 e 89, ambos da Lei n. 8.213/1991). (SEM ATUAÇÃO DA DPU

COMO PARTE OU AMICUS CURIAE. APENAS SUSTENTAÇÃO ORAL PRO BONO) Dr. Claudionor B.

Leitão, Andre Ricardo dos Santos.

Voto: “... Constatada a existência de incapacidade parcial e permanente, não sendo o caso de aplicação da Súmula

47 da TNU, a decisão judicial poderá determinar o encaminhamento do segurado para análise administrativa de

elegibilidade à reabilitação profissional, sendo inviável a condenação prévia à concessão de aposentadoria por

invalidez condicionada ao insucesso da reabilitação; 2. A análise administrativa da elegibilidade à reabilitação

profissional deverá adotar como premissa a conclusão da decisão judicial sobre a existência de incapacidade

parcial e permanente, ressalvada a possibilidade de constatação de modificação das circunstâncias fáticas após a

sentença."

ORIENTAÇÃO: Dar ampla divulgação.

TESE 8

Processo: 05007966720174058307 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2018/039-10895

Tema: Danos morais Previdenciário/Civil Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

8

TESE 9

Processo: 05007744920164058305 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2018/039-05478

Tema: Aposentadoriar invalidez Urbana Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: Privado

Ofício: 5º Ofício Superior Previdenciário Dra. Marta Veloso Menezes PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber quais são os reflexos das novas regras constantes na MP nº 739/2016 (§§ 8º e 9º do

art. 60 da Lei 8.213/1991) na fixação da data de cessação do benefício auxílio-doença e da exigência, quando for o

caso, do pedido de prorrogação, bem como se são aplicáveis aos benefícios concedidos e às demandas ajuizadas em

momento anterior à sua vigência. TEMA 164/TNU

Voto: “...Por não vislumbrar ilegalidade na fixação de data estimada para a cessação do auxílio-doença, ou mesmo

na convocação do segurado para nova avaliação da persistência das condições que levaram à concessão do benefício

na via judicial, a Turma Nacional de Uniformização, por unanimidade, firmou as seguintes teses: a) os benefícios de

auxílio-doença concedidos judicial ou administrativamente, sem Data de Cessação de Benefício (DCB), ainda que

anteriormente à edição da MP nº 739/2016, podem ser objeto de revisão administrativa, na forma e prazos previstos

em lei e demais normas que regulamentam a matéria, por meio de prévia convocação dos segurados pelo INSS, para

avaliar se persistem os motivos de concessão do benefício; b) os benefícios concedidos, reativados ou prorrogados

posteriormente à publicação da MP nº 767/2017, convertida na Lei n.º 13.457/17, devem, nos termos da lei, ter a sua

DCB fixada, sendo desnecessária, nesses casos, a realização de nova perícia para a cessação do benefício; c) em

qualquer caso, o segurado poderá pedir a prorrogação do benefício, com garantia de pagamento até a realização da

perícia médica." (Tema 164)

ORIENTAÇÃO: Distribuição a todos os Ofícios Previdenciários/DPU. Divulgação ampla.

TESE 10

Processo: 50172069820124047201 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2016/039-03499

Tema: REVISÃO DA RMI. Previdenciário Ação: PU

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber se o prazo decadencial disposto no art. 103, da Lei n. 8.213/91, incide sobre

questões não analisadas pela Administração.

Voto: “A decadência não atinge os pedidos revisionais referentes a questões não apreciadas pela Administração no

ato de concessão do benefício, como nos casos em que o reconhecimento do caráter especial das atividades laborais

desenvolvidas em determinados interregnos e sua conversão em tempo comum não foram objeto de análise e

indeferimento pela autarquia previdenciária naquela oportunidade.”

ORIENTAÇÃO: Por se tratar de tema relevante na atuação da Defensoria Pública da União, o acompanhamento faz-

se necessário, adotando-se providências pertinentes. Tema em revisão - Tema 975/STJ. Sub judice temática.

TESES FIRMADAS - STJ

TESE 11

Processo: 50044599120134047101 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2016/039-03491

Tema: Decadência Reconsideração Ação: PU/STJ

Partes: Representativo da Controvérsia INSS Atuação: Privado/DPU

TESE A SER FIRMADA: TEMA 183/TNU - Decidir se INSS tem responsabilidade civil pelos danos patrimoniais

ou morais decorrentes de empréstimo consignado não autorizado.

Voto: “... I - O INSS não tem responsabilidade civil pelos danos patrimoniais ou extrapatrimoniais decorrentes de

“empréstimo consignado”, concedido mediante fraude, se a instituição financeira credora é a mesma responsável

pelo pagamento do benefício previdenciário, nos termos do art. 6º, da Lei n. 10.820/03; II – O INSS pode ser

civilmente responsabilizado por danos patrimoniais ou extrapatrimoniais, se demonstrada negligência, por omissão

injustificada no desempenho do dever de fiscalização, se os “empréstimos consignados” forem concedidos, de forma

fraudulenta, por instituições financeiras distintas daquelas responsáveis pelo pagamento dos benefícios

previdenciários. A responsabilidade do INSS, nessa hipótese, é subsidiária em relação à responsabilidade civil da

instituição financeira."

ORIENTAÇÃO: Trânsito em julgado em 24/09/2019 (no STF - RE 1194635/PE)

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

9

Ofício: 4º Ofício Superior Previdenciário Dr. João Paulo G. Picanço PET: Agravo/STJ/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber quais os reflexos do Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBENS/PFEINSS na

análise da prescrição e decadência dos pedidos de revisão de benefícios. TEMA 134/TNU

Voto: “...A revisão do benefício de aposentadoria por invalidez decorrente da conversão do auxílio-doença, nos

termos do art. 29, II, da Lei n. 8.213/91, sujeita-se ao prazo decadencial previsto no art. 103 da mesma Lei, cujo

marco inicial é a data da concessão do benefício originário. O prazo decadencial para revisão pelo art. 29, II, da

Lei n. 8.213/91 se inicia a contar de 15/04/2010, em razão do reconhecimento administrativo do direito, perpetrada

pelo Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBENS/PFEINSS. Em razão do Memorando-Circular Conjunto

21/DIRBENS/PFEINSS, de 15-4-2010, que reconhece o direito do segurado à revisão pelo art. 29, II, da Lei n.

8.213/91, os prazos prescricionais em curso voltaram a correr integralmente a partir de sua publicação. Vide Tema

120.”

ORIENTAÇÃO: A Defensoria Pública da União apresentou memorial no qual defende a incidência de prazo

decadencial autônomoe diferenciado relativo ao direito de revisão da pensão por morte. (Dr. João Paulo Gondin

Picanço) Trânsito em julgado: 25/09/2019 (No PUIL 217/STJ)

TESE 12

Processo: 05026719420164058311 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2017/039-00306

Tema: Decadência Previdenciário Ação: PU/STJ

Partes: Maria das Graças Gomes da Silva INSS Atuação: DPU

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: Agravo/STJ/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber quais os reflexos do Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBENS/PFEINSS na

análise da prescrição e decadência dos pedidos de revisão de benefícios. TEMA 134/TNU. PUIL/STJ 217/RS

Voto: “...A revisão do benefício de aposentadoria por invalidez decorrente da conversão do auxílio-doença, nos

termos do art. 29, II, da Lei n. 8.213/91, sujeita-se ao prazo decadencial previsto no art. 103 da mesma Lei, cujo

marco inicial é a data da concessão do benefício originário. O prazo decadencial para revisão pelo art. 29, II, da

Lei n. 8.213/91 se inicia a contar de 15/04/2010, em razão do reconhecimento administrativo do direito, perpetrada

pelo Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBENS/PFEINSS. Em razão do Memorando-Circular Conjunto

21/DIRBENS/PFEINSS, de 15-4-2010, que reconhece o direito do segurado à revisão pelo art. 29, II, da Lei n.

8.213/91, os prazos prescricionais em curso voltaram a correr integralmente a partir de sua publicação. Vide Tema

120.”

ORIENTAÇÃO: registrado, no STJ, o trânsito em julgado do PUIL nº (2172016/0326494-8) em 25/09/2019. A

Defensoria Pública da União apresentou memorial, no Tema, em outro processo, no qual defende a incidência de

prazo decadencial autônomo e diferenciado relativo ao direito de revisão da pensão por morte.

TESE 13

Processo: 00042705420154036327 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2019/039-06613

Tema: Aposentadoria por idade >Rural Previdenciário Ação: RESP/STJ

Partes: Francisca Santana de Araujo INSS Atuação Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: RESP/INSS

TESE A SER FIRMADA: Saber se há ou não a necessidade de comprovação de labor campesino por ocasião do

implemento do requisito etário ou do requerimento adminstrativo. RESP 1674221/SP (TEMA

1007/APOSENTADORIA HÍBRIDA).

Voto: “... o tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei 8.213/1991, pode

ser computado para fins da carência necessária à obtenção da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha

sido efetivado o recolhimento das contribuições, nos termos do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a

predominância do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do

implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo.”

Voto/ED: É entendimento pacífico desta Corte que os rurícolas em atividade por ocasião da Lei de Benefícios, foram

dispensados do recolhimento das contribuições relativas ao exercício do trabalho no campo, substituindo a carência

pela comprovação do efetivo desempenho do labor agrícola, nos termos dos arts. 26, I e 39, I da Lei 8.213/1991.

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

10

ORIENTAÇÃO: Julgamento do TEMA 1007/STJ concluído em 14.08.2019. Divulgação do resultado do

julgamento. Lei 8213/91, conhecimento de todas as unidades.

TESE 14

Processo: 1361410/RS Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2013/039-13599

Tema: Auxílio-Acidente Previdenciário Ação: Repetitivo/627

Partes: Pedro Lemes de Camargo INSS Atuação: Privado

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: RESP/STJ

TESE A SER FIRMADA: Saber se a concessão a segurado especial poriInfortúnio ocorrido antes da edição da lei

n. 12.873/2013, que acrescentou o benefício no inciso i do artigo 39 da lei n. 8.213/91, é. Desnecessário a

comprovação da contribuição previdenciária na qualidade de segurado facultativo. TEMA 627/STJ

Voto: O segurado especial, cujo acidente ou moléstia é anterior à vigência da Lei n. 12.873/2013, que alterou a

redação do inciso I do artigo 39 da Lei n. 8.213/91, não precisa comprovar o recolhimento de contribuição como

segurado facultativo para ter direito ao auxílio-acidente."

ORIENTAÇÃO: REsp nº 1361410 / RS (2013/0009861-4) autuado em 21/01/2013, afetado, decisão contrária ao

INSS, e aplicável no âmbito dos Ofícios Previdenciários/DPU. Divulgar posição do STJ.

TESE 15

Processo: 00166758120074036302 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2016/039-07314

Tema: Auxílio-Reclusão Previdenciário Ação: Repetitivo/STJ

Partes: Luciana dos Santos M. Alves INSS Atuação: DPU

Ofício: 1º Ofício Superior Previdenciário Dr. Claudionor B. Leitão PET: PU/TNU/INSS

TESE A SER FIRMADA: TEMA 896 - Saber se a "definição do critério de renda (se o último salário de

contribuição ou a ausência de renda) do segurado que não exerce atividade remunerada abrangida pela Previdência

Social no momento do recolhimento à prisão para a concessão do benefício auxílio-reclusão (art. 80 da Lei

8.213/1991).

Voto: “...TESE PARA FINS DO ART. 543-C DO CPC/1973.(...) “Para a concessão de auxílio-reclusão (art. 80 da

Lei 8.213/1991), o critério de aferição de renda do segurado que não exerce atividade laboral remunerada no

momento do recolhimento à prisão é a ausência de renda, e não o último salário de contribuição.."

ORIENTAÇÃO: RESP 1485417/MS. TEMA 896/STJ.

JULGADOS – ATUAÇÃO DPFs

01

Processo: 1681990/STJ Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2020/039-01504

Tema: Aposentadoria por Idade - Rural Previdenciário Ação: STJ – 1ª TURMA

Partes: Verdi da Cunha Leite INSS Atuação: DPU

Ofício: 5º Ofício Superior Previdenciário Dra. Marta Veloso de Menezes PET: RESP/INSS

TEMA: Se a lide em voga está alinhada à orientação pacificada na Corte no julgamento do REsp. 1.348.633/SP,

representativo da controvérsia, de que é possível o reconhecimento de tempo de serviço rural mediante a apresentação

de um início de prova material, corroborado por prova testemunhal firme e coesa, que podem estender a validade da

prova tanto para períodos anteriores como posteriores ao documento mais antigo apresentado.REsp nº 1681990 / RJ.

Voto: “...Assim, o que se depreende da leitura da legislação de regência é que os requisitos para a concessão da

aposentadoria rural são: (a) comprovação do exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua; (b)

comprovação da atividade campesina no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício; (c) exercício

da atividade rural pelo número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido,

computado o período a que se referem os incisos III a VIII do § 9o. do art. 11 desta Lei... (...)Nesse cenário, impõe-

se reconhecer existente início de prova material nos autos, restaurando a sentença, que melhor reflete a situação

dos autos."

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

11

ORIENTAÇÃO: REsp 1681990 / RJ -. Quando se deu provimento ao Recurso Especial interposto pela Dra. Alice

Arraes de Souza Rodrigues, à época Defensora Pública Federal de 1ª categoria na DPU/RJ, e hoje titular do 3º Ofício

Superior Previdenciário da Categoria Especial, no qual restaurou a sentença de 1º grau, e concedeu consequentemente

a aposentadoria rural pleiteada.

02

Processo: 00196726420124013700 Sustentação oral/DPU: Não PAJ: 2018/039-11041

Tema: Aposentadoria contribuição- Urbana Previdenciário Ação: PU/TNU

Partes: José de Jesus Castro Ribeiro INSS Atuação

:

DPU

Ofício: 3º Ofício Superior Previdenciário Dra. Alice Arraes S. Rodrigues PET: Agravo/PU

TEMA: Se discute o pedido de averbação de período laborado em condições especiais.

Voto: "A apresentação de novo requerimento administrativo não prejudica o direito do segurado em receber as

parcelas atrasadas devidas a contar de requerimento administrativo anterior, contanto que evidenciado o

cumprimento dos requisitos legais à época.". Questão de Ordem nº 20 da TNU."

ORIENTAÇÃO: PAJ 2014/012-02389 1º OFÍCIO REGIONAL - Maranhão - DR. CARLOS EDUARDO

BARBOSA PAZ (Ana Paula Nunes Noleto, estagiária). Agravo/PU Dr. Feliciano de Carvalho, DEFENSOR.

TEMAS EM DESTAQUE

Primeira Seção do Superior Tribunal

de Justiça encerrou em 13 de

fevereiro, o julgamento da tese

acerca da incidência do prazo

prescricional do fundo de direito nas

ações de revisão que objetivam o

reconhecimento do direito adquirido

ao melhor benefício.

O início do julgamento aconteceu em

13.6.2018, quando o Relator dos

autos, Ministro Mauro Campbell

Marques, negou provimento à

pretensão do Segurado,

asseverando que a incidência do

prazo decadencial, previsto no art.

103 da Lei 8.213/1991, não pode ser

excepcionada, ainda que se busque o

reconhecimento ao direito de

concessão do melhor benefício.

O julgamento foi interrompido, com

pedido de vista do Ministro Napoleão

Nunes Maia Filho, que em

24.10.2018, inaugurou divergência

para reconhecer que o fundamento

da revisão do melhor benefício é o

reconhecimento de direito adquirido

a benefício incorporado ao

patrimônio jurídico do Segurado, que

atende a todas as exigências legais

e de custeio vigentes no momento de

implemento dos requisitos, direito

este que pode ser exercido a

qualquer tempo, não havendo

indeferimento expresso da

Administração de tal

reconhecimento, não haveria que se

falar em incidência de prazo

decadencial em tais ações. Em seu

voto divergente, o Ministro

Napoleão defendeu que o prazo

decadencial, elencado no art. 103 da

Lei 8.213/1991, atinge o direito à

revisão do ato de concessão do

benefício, limitando-se à

possibilidade de controle de

legalidade do ato administrativo,

não podendo atingir aquilo que não

foi objeto de apreciação pela

Administração, nem atingir o direito

à concessão do benefício, ao

estabelecer que o direito ao

beneficio está incorporado ao

patrimônio jurídico, não sendo

possível que lei posterior imponha

sua modificação ou extinção.

Hoje a Primeira Seção concluiu o

julgamento do feito, após a

proclamação de voto da Ministra

Regina Helena Costa acompanhando

a divergência para reconhecer que a

omissão do INSS em cumprir seu

dever institucional de conceder o

TEMA 966/999 STJ – A Decadência

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BOLETIM TRIMESTAL – PREVIDENCIÁRIO DPU

12

melhor benefício não pode ser

acobertada pelo decurso do tempo,

impondo-se o reconhecimento do

direito à revisão, ainda que

decorridos mais de 10 anos da

concessão do benefício originário.

Os ministros acompanharam o voto

do relator.

Ao fim do julgamento, prevaleceu a

tese apresentada pelo Ministro

Mauro Campbell Marques, em um

resultado final de 7 votos em

desfavor da tese em benefício do

Segurado, vencidos os Ministros

Napoleão Nunes Maia e Regina

Helena Costa.

Em fala emocionada o Ministro

Napoleão retomou a palavra ao fim

do julgamento lamentando que a

parte mais vulnerável da relação

previdenciária, que é o Segurado,

não encontre o amparo que

necessite nas esferas Judiciais e

Administrativas. Em sua fala o

Ministro citou os Professores do IBDP

José Antônio Savaris e Maria

Fernanda Wirth como atuais

expoentes e pensadores do Direito

Previdenciário, com votos de que no

futuro o entendimento firmado seja

revisto pelo Judiciário. PROCESSOS:

RESP 1631021

Dicas

Ocorre decadência na Revisão

da vida toda?

Conforme texto exclusivo sobre o

tema, escrito pelo Dr. Yoshiaki

Yamamoto, até decisão em

contrário, tudo indica que ocorre

prescrição e decadência na Revisão

da Vida Toda.

A princípio, o julgamento do tema

999 do STJ deixou estabelecido na

ementa do julgamento que a revisão

seria possível “respeitados os

prazos prescricionais e

decadenciais”.

É claro que isto foi dito em obiter

dictum, ou seja, não desempenhou

papel fundamental na argumentação

que conduziu o STJ ao entendimento

final acerca do mérito da revisão da

vida toda, e com base na doutrina

dos precedentes poderia se dizer

que não tem eficácia vinculante.

Prova disto é que no voto do relator

(seguido por unanimidade), a

questão não foi enfrentada em

nenhum momento, apenas

constando na ementa do julgamento.

Por outro lado, infelizmente a

jurisprudência do STJ vem

caminhando para erigir o equilíbrio

financeiro e atuarial como

argumento central no debate sobre

prazos decadenciais aplicáveis aos

benefícios previdenciários,

conforme recentes julgamentos dos

Temas Repetitivos 966 e 975, que

tratavam, respectivamente, do

direito ao melhor benefício e se a

decadência incide sobre as questões

não analisadas expressamente pelo

INSS.

Portanto, com o atual panorama da

jurisprudência do STJ, e os indícios

deixados no julgamento da revisão

da vida toda, o prazo decadencial de

10 anos se aplicaria nestes casos, de

sorte que os colegas

previdenciaristas devem ter cautela

no momento da análise que

antecede o ajuizamento de eventual

ação revisional.

Dica do Prev: o prazo decadencial

tem seu início a partir do momento

que o segurado recebe a primeira

parcela do benefício, data esta que

não se confunde com a DIB (que é a

data de início do benefício em si, e

não do recebimento do benefício).

Site o Previdenciarista

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13

ATUALIDADES

Covid-19 - Uma análise

trabalhista e

previdenciária

Janine Silvana Vicente e Jéssica Katyany

Cazarin

Ao excluir a possibilidade de

considerar acidente de trabalho a

contaminação pelo COVID-19 ainda

que duranteo período de labor, deixa

margem para que os empregadores

não tomem medidas preventivas

frente ao vírus.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Com a chegada da pandemia do

COVID-19 no Brasil, o Governo,

empresas e trabalhadores (celetistas,

servidores e autônomos) estão sendo

obrigados a se adaptarem às

mudanças repentinas em suas rotinas.

Nesse cenário, a principal mudança

está sendo a determinação do

afastamento de milhares de

empregados dos seus postos de

trabalho, recolhendo-se às suas

residências, para realização de

isolamento social.

Diante da urgência e com intuído de

preservar a economia do país, o

presidente da República emitiu a

Medida Provisória nº 927 em 22

demarço de 2020, regulamentando

medidas a serem tomadas pela

empresas visando proteger os postos

de trabalho, entre elas o teletrabalho

(home office); a antecipação de férias

individuais; a concessão de férias

coletivas; o aproveitamento e a

antecipação de feriados; a licença

remunerada e o banco de horas; a

suspensão de exigências

administrativas em segurança e saúde

no trabalho; o direcionamento do

trabalhador para qualificação

(revogado pala MP 928/2020); e o

adiamento e parcelamento do

recolhimento do FGTS.

Referida MP convalidou

automaticamente todas as ações das

empresas realizadas nos 30 dias

anteriores à sua publicação que não

tenham sido realizadas em desacordo

com seu texto.

Entretanto,ainda que milhares de

trabalhadores estejam em suas

residências cumprindo o isolamento

social, com amparo nas medidas

lançadas pela MP 927, garantindo sua

manutenção no emprego e preservando

sua saúde e segurança, outros milhares

de trabalhadoresem serviços essenciais

continuam ativos em seus postos de

trabalho, permanecendo expostos ao

risco de contrair o tão temido COVID-

19.

Desta forma, preservando o interesse

empresarial a MP 927, em seu art. 29

leciona que "Os casos de contaminação

pelo coronavírus (covid-19) não serão

considerados ocupacionais, exceto

mediante comprovação do nexo

causal".

Ao excluir a possibilidade de

considerar acidente de trabalho a

contaminação pelo COVID-19 ainda

que duranteo período de labor, deixa

margem para que os empregadores

não tomem medidas preventivas frente

ao vírus. No entanto, caso seja

comprovado o nexo causal entre a

doença e o labor, poderá ser

considerado doença ocupacional.

Para que haja o reconhecimentoda

doença como ocupacional o

trabalhador deverá comprovar ao

INSS que a sua doença está ligada ao

trabalho. Casos como dos

trabalhadores na saúde, em

supermercados, farmácias e postos de

gasolina, terão maior facilidade em

comprovar o nexo causal.

Diante da suspensão das atividades

comerciaisnão essenciais no Brasil, a

Autarquia Previdenciária cancelou

todas as perícias diretas, com

atendimento presencial. Para continuar

atendendo os casos previdenciários, a

autarquia passou a disponibilizar no

sistema "Meu INSS" a possibilidade do

próprio trabalhador anexar o atestado

médico queserá devidamente

analisadode forma indireta,

exclusivamente documental, pelos

peritos do INSS.

A nova forma de análise de benefícios

está trazendo insegurança tanto ao

Governo quanto ao segurando, uma

vez que, sem o contato físico entre o

médico e o empregado, torna-se quase

impossível comprovar a necessidade do

auxílio doença em casos rotineiros do

INSS, e especialmente nos casos que

demandam o reconhecimento do nexo

causal entre a doença (COVID-19) e o

labor, caracterizando o recebimento de

auxílio doença acidentário.

Após a suspensão de diversas

atividades econômicas, em

25/03/2020 o presidente da

República emitiu o decreto 10.292,

reconhecendo como essencial a

atividade médica pericial por a

considerar indispensável ao

atendimento das necessidades

inadiáveis da sociedade, determinando

retorno dos serviços periciais.

Referido decreto é incerto a quando e

se realmente será retomada a

atividade pericial direta, ficando o

segurado a mercê de novas

atualizações do sistema do INSS.

Diante de toda mudança legislativa,

trabalhista e previdenciária o

empregado que contrair COVID-19 e

tiver negado o reconhecimento como

acidente de trabalho pelo INSS, deverá

ingressar com ação judicial para o

devido reconhecimento, preservando

seus direitos de empregado, tais como

estabilidade no emprego por um ano

após alta do INSS.

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*** Site MIGALHAS

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Covid-19: DPU cria canais para ajudar

brasileiros no exterior

Demandas e queixas podem ser feitas por e-mail AB-Agência Brasil

postado em 28/03/2020 13:53

Ciente das dificuldades pelas quais muitos brasileiros que

estão no exterior passam para retornar ao Brasil, em meio

à declaração de pandemia do novo coronavírus, a

Defensoria Pública da União (DPU) disponibilizou canais

de comunicação para ajudar aqueles que se encontram

nessa situação.

Demandas e queixas podem ser feitas por e-mail para a

Assessoria Internacional ([email protected]) e para o

Comitê Gestor covid 19 ([email protected]),

ambos da DPU.

Nesta semana o DPU anunciou a criação de uma

outra ferramenta: o Observatório Nacional Covid-

19, voltado a receber denúncias sobre “quaisquer

violações de direitos pelo poder público em

decorrência da doença, como nas áreas de saúde,

previdência social, assistência social, moradia e

outras afetadas pela pandemia”.

OFÍCIOS SUPERIORES PREVIDENCIÁRIOS – CATEGORIA ESPECIAL - DPU

Endereço: (SBS), 2, bloco H, lote 14, Edifício Cleto Meirelles ( Funai). Brasília – DF CEP: 70070-120

DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL

DEFENSOR PÚBLICO-CHEFE CATEGORIA ESPECIAL

Dr

Coordenador Ofícios Superiores Previdenciários

Contatos: Gabinete: (61) 3318-1620

Equipe técnica da Assessoria Previdenciária: (ASS/PREV:coordenador): André Luis Gomes Nunes Gomes/Gabriele Fernandes Colaboradores: Estágiários em Direito

Periodicidade: Trimestral

Produção Editorial: Lucivalter Vieira Lessa Conteúdos: Assessoria Previdenciária

Diagramação: Lucivalter Vieira Lessa

Revisão Geral: *ASCOM/DPU

1º OFÍCIO SUPERIOR PREVIDENCIÁRIO E TRABALHISTA

Gabinete: 36 Ramal: 1714/1760

Andar: 10º Assessoria: Walter Rodrigues

Dr. Claudionor Barros Leitão

2º OFÍCIO SUPERIOR PREVIDENCIÁRIO E TRABALHISTA

Gabinete: 47 Ramal: 1620

Andar: 11º Assessoria: Lucivalter Lessa

Dr. Pedro Paulo Raveli Chiavini

3º OFÍCIO SUPERIOR PREVIDENCIÁRIO E TRABALHISTA

Gabinete: 30 Ramal: 1707

Andar: 9º Assessoria: -

Dra. Alice Arraes de Souza Rodrigues

4º OFÍCIO SUPERIOR PREVIDENCIÁRIO E TRABALHISTA

Gabinete: 49 Ramal: 1712/1758

Andar: 11º Assessoria: Virgínia Santos

Dr. João Paulo Gondim Picanço

5º OFÍCIO SUPERIOR PREVIDENCIÁRIO E TRABALHISTA

Gabinete: 41 Ramal: 1781/1708

Andar: 10º Assessoria: -

Dra. Marta Veloso de Menezes

Novo endereço: Defensoria Pública da União, no Setor Bancário Sul (SBS), Quadra 2, bloco H, lote 14, Edifício Cleto

Meirelles (antiga sede da Funai), CEP: 70070-120 Brasília-DF.