manual forense previdenciário

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MANUAL PRÁTICO FORENSE

PREVIDENCIÁRIO

COM SÚMULAS

1ª edição

Wagner Roberto de OliveiraConsultor, Jurista, Palestrante Previdenciário e Professor de Pós Graduação em

Direito Constitucional da ASEP (Associação de Educação e Pesquisa – Brasília/DF).Bacharel em Direito pela UNORP (Centro Universitário do Norte Paulista – São Josédo Rio Preto/SP). Bacharel em Administração de Empresas com especialização em

Recursos Humanos pela Faculdade Anhembi Morumbi (São Paulo/SP). Pós-Graduadoem Metodologia de Ensino Superior pela Faculdade de Ciências e Letras “PlínioAugusto do Amaral” (Amparo/SP). Membro do Instituto Latino Americano de

Ciências e Pesquisas Biomagnéticas (São José do Cedro/SC)

Leme - SP2014

Page 4: Manual Forense Previdenciário

ISBN 978-85-7754-109-6

© 2013 by Wagner Roberto de Oliveira© 2013 by CL EDIJUR Editora e Distribuidora Jurídica.

DIRETOR EDITORIAL: BENEDITO CLAUDIO DE OLIVEIRA

ARTE: LUIS GUILHERME MONTEIRO BARROS

DIAGRAMAÇÃO: ROSELENE CRISTIANI DOS SANTOS

REVISÃO: WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

OLIVEIRA, Wagner Roberto de.

Manual Prático Forense Previdenciário /Wagner Roberto de Oliveira -

1ª edição. Leme/SP: CL EDIJUR, 2014.

810 páginas

1. Direito Previdenciário - I. Título.

BibliografiaISBN 978-85-7754-109-6

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

Índice para catálogo Sistemático1. Manual Prático Forense Previdenciário - Direito Previdenciário

2. Direito Previdenciário

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, porqualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei nº9.610/98 e artigo 184 do Código Penal.

CL EDIJUR EDITORA E DISTRIBUIDORA JURÍDICARUA CARMEM LÚCIA, 105 - JARDIM CASARÃO

LEME/ SP - CEP 13617-381FONE/FAX: (19) 3571-7149E-MAIL: [email protected]: www.edijur.com.br

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

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Dedicatória

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Agradecimentos

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Nota e Agradecimentoaos Colaboradores

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Nota sobre o Autor

Wagner Roberto de Oliveira, nascido em José Bonifácio/SP, éBacharel em Direito pela UNORP - Centro Universitário do NortePaulista (São José do Rio Preto/SP), Bacharel em Administração deEmpresas com especialização em Recursos Humanos pela FaculdadeAnhembi Morumbi (atual Universidade Anhembi Morumbi - SãoPaulo/SP) e pós-graduado em Metodologia de Ensino Superior pelaFaculdade de Ciências e Letras “Plínio Augusto do Amaral” (Amparo/SP).Consultor, Palestrante e Jurista ativo na área de Seguridade Social.Consultor Previdencial e Assistencial em Januária/MG até final doano 2000, a partir do 3º milênio continuou sua árdua tarefa nas cidadesde José Bonifácio/SP e São José do Rio Preto/SP (2010) e a partir de2011 no Distrito Federal. Professor de Pós-Graduação em DireitoConstitucional pela ASEP – Associação de Educação e Pesquisa(Brasília/DF). Ex-Professor na Rede Pública Estadual. Ex-Conselheiroe Colunista do jornal “Folha de Januária”. Ex-membro da AcademiaJuvenil de Letras (São Paulo/SP).

O Autor sempre foi participante ativo dos diversos eventosjurídicos promovidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB/MG) e pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB/SP), participou do XV CONGRESSO NACIONAL DE RECURSOSHUMANOS/VII JORNADAS INTERNACIONAIS do Instituto deAdministração de Pessoal do Cone Sul/ABRH - “Associação Brasileirade Recursos Humanos”/APARH - “Associação Paulista de RecursosHumanos”/FIDAP - “Federação Interamericana de Pessoal”. Membrodo Instituto Latino Americano de Ciências e Pesquisas Biomagnéticas– São José do Cedro/SC, dentre outros.

Pela constante atuação na área do Direito Previdenciário foiagraciado pela Câmara Municipal de José Bonifácio (SP) com a

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MEDALHA 24 DE JUNHO, devido ao destaque de suas obras nomundo jurídico, enaltecendo o município no cenário nacional, alémdas MOÇÕES DE APLAUSOS que lhe foram jus. Concorreu àtitularidade da Cadeira nº 18 da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS,vaga com a morte do acadêmico Rubens Teixeira Scavone.

Estudioso do Direito Previdenciário participou de inúmeras pa-lestras e seminários, além de contar com diversos artigos publicadosem revistas especializadas e jornais, entrevistas em telejornais, com oobjetivo de contribuir ao aprofundamento das reflexões sobre aspec-tos diversos e de interesse do Direito para a realização da sagrada jus-tiça com o verdadeiro escrúpulo, em que foi de direito o recebimentode diversas homenagens e agradecimentos dos mais variados Tribu-nais de nosso país, além das universidades e da própria Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB).

Autor das seguintes obras:

Prática Forense Previdenciária, 3ª edição, 2009, JH MizunoEditora Distribuidora, Leme/SP.

Legislação Previdenciária Anotada, 5ª edição, 2006, LED - Editorade Direito, Leme/SP.

Legislação Previdenciária - Série Universitária, 1ª edição, 2005,LED - Editora de Direito, Leme/SP.

Legislação Previdenciária Comentada, 1ª edição, 2004, 3 volumes,BOOKSELLER EDITORA LTDA, Campinas/SP.

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Prefácio

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Apresentação

Esta obra de sua grandeza social, a qual se expressa em linguagemsimples, clara, objetiva e metódica, apresentando legislaçõesatualizadas, vez que a matéria é complexa e exige, portanto, umininterrupto acompanhamento das alterações processuais, para quenão prejudique o DIREITO do cidadão. Sob a vigilância contínua acercados princípios básicos do nosso ordenamento jurídico, trata-se, assim,de uma obra indispensável a todos os ramos do Direito, inclusive nosmeios universitários.

Verifica-se que no mundo do DIREITO, o percentual daquelesque conhecem os aspectos fundamentais do Direito Previdenciário éínfimo, portanto, há um vasto universo inexplorado, sedento de saber,que uma vez bem instruído, certamente concorrerá ao aprimoramentodas instituições jurídicas pátrias e o progresso social, que sãoconsiderados os mais variados setores econômicos, e da Nação comoum todo.

Este tomo é excelente, atendendo aos que pretendem obter umconhecimento sistematizado das questões abordadas, como àquelesque buscam a compreensão dos mais significativos e atuais temasjurídicos da Seguridade Social, essenciais ao exercício da cidadaniacompleta e justa, ou seja, servindo como fonte de consulta destinadaaos Magistrados, Ministério Público, Advogados Previdenciários eTrabalhistas, Procuradores, Administradores de Recursos Humanose estudiosos da área previdenciária, ampliado com modelos dedespacho e sentença de casos concretos que vêm se alargando nosTribunais desta nação; pelos múltiplos enfoques dados nestaferramenta de consulta contínua, que desperta cada vez mais o interessedos profissionais, por ser uma matéria em que espelha a inquietação,o questionamento, a desacomodação, a agitação, característicasdaqueles que vivenciam o Direito.

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Com o advento da globalização econômica e o domínio tecnológicohouve um avanço no comportamento social, em que vem exigindo denossos legisladores uma dinâmica maior, com a sincronização dostrabalhos de nossos juristas e doutrinadores, para a ampliação do saberjurídico no Direito Previdenciário em nosso país, portanto, injustoseria deixar de consultar as fontes diversas para a atualização destaobra, pois foram com a participação dos colaboradores que brotaramos modelos variados de peças e, sobretudo, enriquecendo-a a cadaedição o seu conteúdo, com uma finalidade única: Facilitar a consultados usuários do Direito Previdenciário.

Eis, portanto, uma obra a apontar caminhos seguros aosprofissionais do Direito Previdenciário, um verdadeiro curso práticopara solucionar eventuais imprecisões, servindo como auxílio a todosque precisem de direção para a solução de tão respeitável disciplina,seja na esfera judicial, seja na extrajudicial, elucidada pela melhorDoutrina e Jurisprudência, bem como apresentando normasatualizadíssimas, incluindo a Emenda Constitucional nº 72, de 02 deabril de 2013, inclusive, a Lei Complementar nº 142, de 08 de maio de2013 e demais normas vigentes, acrescidas das SúmulasPrevidenciárias de nossos Tribunais.

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Abreviaturas

A priori De antemão; a partir do que precede.AASP Associação dos Advogados de São PauloABRH Associação Brasileira de Recursos HumanosAC AcreAc. AcórdãoACr Apelação CriminalAd Postremun Finalmente; por fim; por último.Ad Praescriptum Pelo prescrito; conforme as instruções.ADC Ação Declaratória de ConstitucionalidadeADCT Ato das Disposições Constitucionais TransitóriasADIn Ação Direta de InconstitucionalidadeAg AgravoAgdo(a) Agravado(a)Agte AgravanteAgPet Agravo de PetiçãoAgRg Agravo RegimentalAI Agravo de InstrumentoAIH Autorização de Internação Hospitalar (SUS)Al AlíneaAL AlagoasAM AmazonasAMS Apelação em Mandado de SegurançaAP AmapáAp ApelaçãoAp. Civ. Apelação CívelApdo(a) Apelado(a)Apte. ApelanteAMATRA Associação dos Magistrados da Justiça do TrabalhoAMB Associação dos Magistrados BrasileirosANAMATRA Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do TrabalhoAPARH Associação Paulista de Recursos Humanos

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AR Aviso de Recebimentoart.(s) Artigo(s)Ass. AssinaturaAv. AvenidaBA BahiaBO Boletim de Ocorrência PolicialBPTran Batalhão Polícia de Trânsito (Paraná)BTN Bônus do Tesouro Nacional (extinta)C. ColendoCC Código Civilc/c Combinado comC/C Combinado comC.Civ. Câmara CívelCap. CapítuloCAT Comunicação de Acidente de Trabalho (INSS)CCIR Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (INCRA)C.Crim Câmara CriminalCDA Certidão de Dívida AtivaCDC Código de Defesa do ConsumidorCE CearáCEF Caixa Econômica FederalCEI Cadastro Específico do INSSCEME Central de MedicamentosCEP Cadastro de Endereçamento PostalCEPS Conselho Estadual de Previdência SocialCf. ConformeCF Constituição FederalCIC Cadastro de Identificação de ContribuinteCID Classificação Internacional de DoençasCJ. Conflito de JurisdiçãoCLPS Consolidação das Leis da Previdência SocialCls ConclusosCLT Consolidação das Leis do TrabalhoCN Congresso NacionalCNAS Conselho Nacional de Assistência SocialCND Certidão Negativa de DébitoCNH Carteira Nacional de HabilitaçãoCNMConselho Nacional da Magistratura

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CNPS Conselho Nacional de Previdência SocialCNSS Conselho Nacional de Seguridade SocialCO2 Gás CarbônicoCOFINS Contribuição sobre o Faturamento da EmpresaCOMUTRAN Conselho Municipal de TrânsitoCP Código PenalCPC Código de Processo CivilCPD Certidão Positiva de DébitoCPF Cadastro de Pessoa FísicaCPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (extinta)CPP Código de Processo PenalCRA Conselho Regional de AdministraçãoCRI Cartório de Registro de ImóveisCRPS Conselho de Recursos da Previdência SocialCSLL Contribuição sobre o Lucro LíquidoCTN Código Tributário NacionalCTPS Carteira de Trabalho e Previdência SocialCUB Custo Unitário BásicoCVV Código de Vencimentos (PMPR)Data venia Com a devida permissãoDATAPREV Empresa de Processamento de Dados da Previdência SocialDC Dissídio ColetivoDD DigníssimoDec. DecretoDes.(ª) Desembargador (a)DF Distrito FederalDIB Data do Início do BenefícioDJ Diário da JustiçaDJU Diário da Justiça da UniãoDL Decreto-LeiDO Diário OficialDoc. DocumentoDOE Diário Oficial do EstadoDOU Diário Oficial da UniãoDPC Diretoria de Portos e CostasDr.(s) Doutor(es)DRA Distribuída, Registrada e AutuadaDRT Delegacia Regional do Trabalho

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DSMT Divisão de Segurança e Medicina do TrabalhoDSR Descanso Semanal Remuneradod. un. decisão unânimeEC Emenda ConstitucionalECA Estatuto da Criança e do AdolescenteEd. Editoraed. EdiçãoED Embargos de DeclaraçãoEg. EgrégioEmb. Infr. Embargos InfringentesEn. EnunciadoEOAB Estatuto da Ordem dos Advogados do BrasilEPI Equipamento de Proteção IndividualEPP Empresa de Pequeno PorteEPU Encargos Previdenciários da UniãoE-RR Embargos em Recurso de RevistaES Efeito SuspensivoES Espírito SantoETR Estatuto do Trabalho RuralFAT Fundo de Amparo ao TrabalhadorFGTS Fundo de Garantia por Tempo de ServiçoFIDAP Federação Interamericana de Pessoalfl.(s) Folha(s)FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaçãoFPE Fundo de Participação dos EstadosFPM Fundo de Participação dos municípiosFUNABEM Fundação Nacional de Assistência e Bem Estar do MenorFUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina

do TrabalhoGO GoiásGFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informação à Previdência SocialGPS Guia da Previdência SocialGRPS Guia de Recolhimento da Previdência Socialha(s) Hectare(s)HC Habeas CorpusIAPC Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários (extinto)IBGE Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICM Imposto sobre Circulação de Mercadorias (extinto)

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ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIE Imposto de ExportaçãoIGP Índice Geral de PreçosIGPM Índice Geral de Preços de MercadoIIImposto de ImportaçãoIlmo. IlustríssimoIN Instrução NormativaIn verbis Nestes termosInc. IncisoINCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaINPS Instituto Nacional da Previdência Social (extinto)INSS Instituto Nacional do Seguro SocialIPC Índice de Preços ao Consumidor (IBGE)IPC-r Índice de Preços ao Consumidor Reduzido (IBGE)IPE Instituto de Previdência do Estado (Paraná)IPI Imposto de Produtos IndustrializadosIRPF Imposto de Renda de Pessoa FísicaISS Imposto sobre Serviços de Qualquer NaturezaITBI Imposto de Transmissão de Bens ImóveisITR Imposto Territorial RuralJ. JulgadoJARI Junta Administrativa de Recursos de InfraçõesJCJ Junta de Conciliação e Julgamento (extinta)JEC Juizado Especial CívelJECRIM Juizado Especial CriminalJEF Juizado Especial FederalJRPS Junta de Recursos da Previdência SocialJSTF Jurisprudência do Supremo Tribunal FederalJSTJ Jurisprudência do Superior Tribunal de JustiçaJTAMG Julgados do Tribunal de Alçada de Minas GeraisJTARS Julgados do Tribunal de Alçada do Rio Grande do SulJur. JurisprudênciaJustitia ita speratur Assim se espera justiçaL. LeiLC Lei ComplementarLEF Lei de Execuções FiscaisLEP Lei de Execuções PenaisLex Mater Lei mãe (Carta Magna – Constituição Federal)

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LICC Lei de Introdução ao Código CivilLMS Lei de Mandado de SegurançaLTr. Legislação Trabalhistam² Metro quadradom³ Metro cúbicom.v. Maioria de votosMA MaranhãoME MicroempresaMF Ministério da FazendaMG Minas Geraismin MinutoMin. MinistroMM. MeritíssimoMP Medida Provisória/Ministério PúblicoMPAS Ministério da Previdência e Assistência SocialMPF Ministério Público FederalMPS Ministério da Previdência SocialMS Mandado de SegurançaMS Mato Grosso do SulMT Mato GrossoMTb Ministério do TrabalhoMTPS Ministério do Trabalho e Previdência Socialnº NúmeroNB Número de BenefícioNFLD Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFP Nota Fiscal de ProdutorNIT Número de Identificação do TrabalhadorNR Normas RegulamentadorasOAB Ordem dos Advogados do BrasilObs. ObservaçãoOE Órgão EspecialOGMO Órgão Gestor de Mão de ObraOIT Organização Internacional do TrabalhoOmissis OmitidosORTN Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (extinta)OSC Ordem de Serviço ConjuntaOTN Obrigações do Tesouro Nacional (extinta)p. Página ou páginas

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P. PedeP.R.I. Publique-se, registre-se e intime-seP.R.I.C. Publique-se, registre-se, intime-se e cumpra-sePA ParáPASEP Programa de Formação de Patrimônio do Servidor PúblicoPAT Programa de Alimentação do TrabalhadorPB ParaíbaPE PernambucoPGR Procuradoria Geral da RepúblicaPI PiauíPIS Programa de Integração SocialPMPR Polícia Militar do Estado do ParanáPort. PortariaPPP Perfil Profissiográfico PrevidenciárioPR ParanáProc. ProcessoPRORURAL Programa de Assistência Social ao Trabalhador RuralPSS Posto do Seguro SocialProv. Provimentor. Respeitávelrr. RespeitáveisR. RegiãoRec. RecursoRecdo. RecorridoReclte. ReclamanteRecldo. ReclamadoRecte. RecorrenteReg. RegiãoRel.(ª) Relator (a)Res. ResoluçãoRes. Adm. Resolução AdministrativaREsp. Recurso EspecialRE Recurso ExtraordinárioRG Registro GeralRGPSRegime Geral da Previdência SocialRI Regimento InternoRITJSP Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São PauloRISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal

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RISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de JustiçaRITST Regimento Interno do Tribunal Superior do TrabalhoRJ Rio de Janeiro (Estado)RJTJRS Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Rio

Grande do SulRJTJSP Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São

PauloRMI Renda Mensal InicialRMS Recurso em Mandado de SegurançaRMP Representante do Ministério PúblicoRN Rio Grande do NorteRO Recurso OrdinárioRR Recurso de RevistaRR RoraimaRS Rio Grande do SulRSTJ Revista do Superior Tribunal de JustiçaRT Revista dos TribunaisRTJ Revista Trimestral de Jurisprudência do STJSAT Seguro de Acidente de TrabalhoSC Santa CatarinaSDC Seção de Dissídios ColetivosSDI Seção de Dissídios IndividuaisSE Seção EspecializadaSE SergipeSeç. Seçãosegs. SeguintesSENAC Serviço Nacional de Aprendizagem do ComércioSENAI Serviço Nacional de Aprendizagem da IndústriaSENAR Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSESCOOP Serviço Nacional do Cooperativismos.m.j. Salvo melhor juízos/n Sem númeroSFH Sistema Financeiro da HabitaçãoSINE Sistema Nacional do Ministério do TrabalhoSINPAS Sistema Nacional de Previdência e Assistência SocialSP São Paulo (Estado)SPC Serviço de Proteção ao CréditoSenhor (a) Senhor (a)

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SSP Secretaria da Segurança PúblicaSSST Secretaria de Segurança à Saúde do TrabalhadorSTF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de JustiçaSTM Superior Tribunal MilitarSTR Sindicato dos Trabalhadores RuraisSUS Sistema Único de SaúdeT. TurmaTACrimSP Tribunal de Alçada Criminal (São Paulo) – (extinto)1º TACSP Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São Paulo (extinto)2º TACSP Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo (extinto)TAMG Tribunal de Alçada de Minas Gerais (extinto)TAPR Tribunal de Alçada do Paraná (extinto)TARS Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul (extinto)TCE Tribunal de Contas do EstadoTCM Tribunal de Contas do MunicípioTCU Tribunal de Contas da UniãoTFR Tribunal Federal de Recursos (extinto)TJAC Tribunal de Justiça do Estado do AcreTJAL Tribunal de Justiça do Estado de AlagoasTJAP Tribunal de Justiça do Estado do AmapáTJAM Tribunal de Justiça do Estado do AmazonasTJBA Tribunal de Justiça do Estado da BahiaTJCE Tribunal de Justiça do Estado do CearáTJDFT Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos TerritóriosTJES Tribunal de Justiça do Estado do Espírito SantoTJGO Tribunal de Justiça do Estado de GoiásTJMA Tribunal de Justiça do Estado do MaranhãoTJMG Tribunal de Justiça do Estado de Minas GeraisTJMS Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do SulTJMT Tribunal de Justiça do Estado do Mato GrossoTJPA Tribunal de Justiça do Estado do ParáTJPB Tribunal de Justiça do Estado do ParaíbaTJPR Tribunal de Justiça do Estado do ParanáTJPE Tribunal de Justiça do Estado do PernambucoTJPI Tribunal de Justiça do Estado do PiauíTJRJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio de JaneiroTJRN Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte

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28 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

TJRO Tribunal de Justiça do Estado de RondôniaTJRR Tribunal de Justiça do Estado de RoraimaTJRS Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do SulTJSC Tribunal de Justiça do Estado de Santa CatarinaTJSE Tribunal de Justiça do Estado de SergipeTJSP Tribunal de Justiça do Estado de São PauloTJTO Tribunal de Justiça do Estado de TocantinsTO TocantinsTP Tribunal PlenoTRE Tribunal Regional EleitoralTRF Tribunal Regional FederalTRT Tribunal Regional do TrabalhoTSE Tribunal Superior EleitoralTST Tribunal Superior do TrabalhoUFIR Unidade Fiscal de Referência (extinta)URP Unidade de Referência de Preços (extinta)un. UnânimeV. Exa. Vossa Excelênciav.g. Abreviatura de verbi gratia: por exemplo, a saber.V. Sa. Vossa Senhoriaven. Venerandovol. Volume

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 29

Sumário

Aditamento a Inicial – Acrescer ou Suprimir InformaçõesProcessuais................................................................................

Agravo de Instrumento – Previdenciário – Decisão Interlocutória– Constitucional – Devido Processo Legal ............................

Alegações Finais – Hora Extra – Doença Ocupacional – BenefícioPrevidenciário – Vínculo Empregatício – Impossibilidade –Reconhecimento........................................................................

Alegações Finais – Inconstitucionalidade – INSS – ContribuiçãoPrevidenciária – Apropriação Indébita – Falta deRecolhimento – Crime Contra a Ordem Tributária – Lei nº8.137/90 .....................................................................................

Amparo Assistencial ao Deficiente – Inicial – Recusa ViaAdministrativa – LOAS ...........................................................

Anulatória de Lançamento Fiscal – Salário “In Natura” –Benefício Previdenciário – Programa de Alimentação – Leinº 6.321/76 – Débito Previdenciário........................................

Apelação – Cautelar – Aposentadoria por Invalidez – NeoplasiaMaligna..........................................................................................

Apelação de Revisão de Auxílio-Acidente – Lei nº 8.213/91 ......

Apelação – Benefício Previdenciário – Art. 513/CPC – Lei nº8.213/91 – Revisão – Preservação do Valor Real -Determinação Judicial.................................................................

Aposentadoria por Invalidez – Tutela Antecipada – Lei nº 8.213/91 – Art. 273, CPC ...................................................................

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30 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Aposentadoria por Idade – Inicial – Rurícola – INSS ...................

Apresentação do Rol de Testemunhas – Previdenciário –Necessidade de Complementação Processual.........................

Auxílio-Reclusão – Inicial- Judicial ............................................

Auxílio-Reclusão – Requerimento – Inicial – Via Administrativa

Cautelar de Arresto – Fato Gerador Restritivo – Cota Patronal –Pagamento Indevido – Compensação – Salário – Sustação ....

Cautelar Inominada – Aposentadoria – Art. 796/CPC – RevisãoConcedida por Lei – Revisão Não Efetuada pelo INSS .........

Cautelar de Produção Antecipação de Provas – Previdenciário– Idade Avançada – Moléstia Grave..........................................

Cobrança – Aposentadoria por Tempo de Serviço – AtualizaçãoMonetária – Mora – Pedido Deferido......................................

Consignação em Pagamento – Devolução Indevida –Enriquecimento Ilícito..............................................................

Contestação – Aposentadoria por Invalidez – Revisão deAposentadoria – Impossibilidade Jurídica do Pedido –Incompetência – Lei nº 6.367/76...............................................

Contra-Razões de Apelação – Acidente do Trabalho – Culpa –Art. 602/CPC – Empregado – Apelação – Procedência –Indenização por Ato Ilícito – Auxílio-Acidente – MinistérioPúblico ........................................................................................

Contra-Razões de Apelação – Contrariedade do INSS – FavorávelDecisão Judicial 1ª Instância....................................................

Contra-Razões de Recurso Ordinário – FGTS – DescontoPrevidenciário – Multa – Imposto de Renda – Pagamento –Pedido Condenatório – Responsabilidade do Empregador ......

Declaratória – Ilegalidade – Benefício Previdenciário – Salário-de-Contribuição – Art. 201/CF....................................................

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 31

Declaratória de Inexigibilidade – Lei nº 7.787/89 – Ilegalidade– Cota Patronal – Lei nº 8.212/91 – Art. 195/CF.....................

Declaratória por Tempo de Serviço – Rurícola – INSS..................

Declaratória - Tempo de Serviço – Aposentadoria por IdadeRurícola – INSS – Tutela Antecipada....................................

Declaratória por Tempo de Serviço – Urbano – INSS.............

Declaratória de Tempo de Serviço C/C Revisional –Aposentadoria – Lei nº 1.711/52............................................

Declaratória de Tempo de Serviço – Aposentadoria – PedidoDeclaratório – Trabalho Rural – Regime de Economia Familiar

Despacho – Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – TutelaAntecipada – Estudante Universitária de 21 Anos –Dependente Economicamente dos Avós ...................................

Embargos à Execução – Excesso de Execução – ContribuiçãoPrevidenciária – Imposto de Renda – Reforma da Decisão –Redução – Valor Devido – Reclamante ......................................

Embargos Infringentes – Previdenciário – Pensão por Morte –Divergência de Voto – Tribunal – Acórdão Não Unanime ...

Especificações de Provas – Apresentação de Não necessidadede Novos Documentos, uma vez já constarem na Inicial .....

Especificações de Provas – Apresentação de Novos Documentos

Guarda de Menor – Benefício Previdenciário – Dependente –Lei nº 8.069/90 – Concessão...................................................

Impugnação – Benefício Assistencial – Deficiente -Incapacidade Laborativa – LOAS............................................

Impugnação – Aposentadoria por Idade Rural.........................

Impugnação – Aposentadoria por Invalidez – TutelaAntecipada – Incapacidade Laborativa – Laudo MédicoPericial ..................................................................................

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32 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Impugnação - Embargos à Execução – Revisional deAposentadoria – Excesso de Execução – Litigância de Má-Fé– Reajuste – Pagamento – Embargos à Execução –Improcedência – Decisão Condenatória – Pensão .............

Impugnação – Indenização – Acidente do Trabalho – Nexo deCausalidade – Reparação de Dano – Legitimidade Ativa –Negligência – Culpa Comprovada – Equipamento de Proteção– Ministério Público.................................................................

Impugnação – INSS – Contagem de Tempo de Serviço –Trabalhador Rural – Regime de Economia Familiar – DireitoLíquido e Certo..........................................................................

Impugnação – Revisional de Aposentadoria – Imprescritibili-dade – Decênio .......................................................................

Inclusão de Genitora como Dependente – Tutela Antecipada –Funcionário Público – Estatuto do Idoso – Prioridade deTramitação Processual...............................................................

Indenização – Acidente do Trabalho – INSS – Aposentadoriapor Invalidez – Lei nº 8.213/91 – LC nº 142/2013 - Perda daCapacidade Laborativa – Auxílio-Acidente........................

Indenização – Acidente do Trabalho – Culpa – Reparação deDano – Imprudência – Legitimidade Ativa – Negligência –Empregado – Ministério Público...........................................

Indenização – Doença Ocupacional – Redução da CapacidadeLaborativa – Lei nº 6.367/76 – Dec. nº 79.037/76 - LC nº 142/2013 ...........................................................................................

Indicação de Produção de Provas – Previdenciário –Atendimento de Despacho Judicial....................................

Inquirição de Testemunhas - Antecipação de Provas –Previdenciário – Idade Avançada – Moléstia Grave...............

Justificação Administrativa – Anotação em CTPS –Aposentadoria – Art. 861/CPC – Trabalhador Rural...............

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 33

Mandado de Injunção – Previdenciário – Licença Paternidade– Constitucional – Devido Processo Legal.................................

Mandado de Segurança – Aposentadoria – Desconto Indevido– Lei nº 1533/51 – MP nº 1.415/96 – MP nº 1.463/96................

Mandado de Segurança – Inconstitucionalidade – DireitoAdquirido – Pedido Declaratório – Projeto de Lei – Abstençãode Ato......................................................................................

Mandado de Segurança – INSS – Prazo para Recolhimento daContribuição – Lei nº 8.212/91.................................................

Mandado de Segurança – Lei nº 1.533/51 – ProcedimentoAdministrativo – Suspensão – Deferimento do Pedido – AtoIlícito – Pedido de Concessão do Benefício – Pedido deSuspensão do Ato Administrativo.........................................

Obrigação de Fazer – Multa Diária – Empregador – Co-Responsabilidade da Autarquia-Ré – Lei nº 8.212/91 –Recolhimentos Não Efetuados aos Cofres Públicos – DireitoLíquido e Certo.......................................................................

Obrigação de Fazer – Tutela Antecipatória – INSS – Realizaçãode Perícia em Período de Greve...........................................

Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – Tutela Antecipada– Estudante Universitária de 21 Anos – Dependente Econo-micamente dos Avós.................................................................

Pensão por Morte – INSS – Companheira – DependênciaEconômica – União Estável......................................................

Pensão por Morte – INSS – Cônjuge – Dependência Econômica

Pensão por Morte – Servidor Público – Prova de DependênciaEconômica................................................................................

Pensão por Morte – INSS – Viúva – Filho Menor – Lei nº 8.213/91 – Art. 273/CC, I – Comunhão Universal de Bens – VínculoEmpregatício – Reclamação Trabalhista – Procedência .......

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34 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Prorrogação do Prazo – Previdenciário – Necessidade de EvitarDecadência ou Prescrição – Dificuldade Comunicação .......

Recurso Administrativo – Acidente do Trabalho – Empregado– Auxílio-Acidente – Perícia.....................................................

Recurso Especial – STJ – Benefício Previdenciário –Aposentadoria por Invalidez – Laudo Médico – Sentençacontrária Lei Federal..............................................................

Recurso Especial – STJ – Benefício Previdenciário – Pensãopor Morte – Restabelecimento – Assistência Judiciária.....

Recurso Inominado – Averbação de Tempo de Serviço Especial– Juizado Especial...................................................................

Recurso Ordinário – Acordo de Compensação de Jornada –Desconto Previdenciário – Provimento 02/93 – DescontoFiscal – EN. 85/TST.459.........................................................

Recurso Ordinário – Reclamatória Trabalhista – UnicidadeContratual – Acordo de Compensação de Jornada – DescontoPrevidenciário.........................................................................

Recurso Ordinário – Retenção de Valor – Competência –Desconto Previdenciário – Pedido de Reforma da Decisão –Justiça do Trabalho – Recurso – Acolhimento Parcial –Desconto Fiscal.......................................................................

Renúncia de Procuração nos Autos – Previdenciário –Constituição de Outro Procurador........................................

Repetição de Indébito – Inconstitucionalidade – Autônomo –Contribuição Previdenciária – Pró-Labore............................

Rescisória – Lei nº 7787/89 – Autônomo – Contribuição Social– Violação – Pagamento – Desconstituição – Constituciona-lidade – Pró-Labore – Decisão...............................................

Restabelecimento de Auxílio-Doença – Conversão emAposentadoria por Invalidez – INSS – IncapacidadeLaborativa ...........................................................................

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 35

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Fator Previdenciário – Não Aplicação ...........................

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Direito Adquirido – Tutela Antecipada – BenefícioSuspenso................................................................................

Revisional de Aposentadoria – Inconstitucionalidade –Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Vinculação ao SalárioMínimo – Direito Adquirido – Reajuste – Pedido Declaratório– Revisão.........................................................

Revisional – INSS – Aposentadoria por Invalidez – BenefícioDefasado – Pedido de Atualização..........................................

Revisional – Aposentadoria por Invalidez – Inconstitucio-nalidade – PIS – LC 70/91 – Bitributação – LC 07/70 – Art.154/CF – Inexigibilidade.......................................................

Revisional de Aposentadoria – Aposentadoria por Tempo deServiço – Computação do Tempo de Serviço/Contribuição –Prova Documental – Decreto 3.048/99 – Concessão –Propositura da Ação................................................................

Revisional de Benefícios – Benefício Previdenciário –Previdência Social – Princípio da Isonomia – Lei nº 8.870/94 ..............................................................................................

Revisional de Benefícios – Inconstitucionalidade – PolicialMilitar – Lei nº 8.218/86 – Lei nº 9.194/90 – Redução deSalário – Reposição dos Índices de Soldo – Pensão do IPE

Revisional de Benefícios – INSS – Lei nº 8.212/91 – Salário deContribuição – Art. 201/CF – Lei nº 8.213/91 – Revisão deBenefício – Salário de Benefício – Reajuste Proporcional –Reajuste Integral – Art. 194/CF.571..........................................

Revisional de Aposentadoria – Lei nº 8.213/91 – Valor Defasado– Vinculação ao Salário Mínimo – Artigo 58/ADCT..............

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36 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Revisional Pensão por Morte – Ação Ordinária – INSS – UniãoFederal – Tutela Antecipada - Diferença de Valor – Pedidode Complementação – Lei nº 9.032/95...................................

Sentença – Decisão – Desaposentadoria – Ação Ordinária –INSS – Tutela Antecipada...........................................................

Sentença – Decisão – Pensão por Morte – Ação Ordinária –INSS – Tutela Antecipada – Estudante Universitária de 21Anos – Dependente Economicamente dos Avós.................

Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais

STF – Supremo Tribunal Federal (Súmulas)..........................

STF – Supremo Tribunal Federal (Súmulas Vinculantes)......

STJ – Superior Tribunal de Justiça (Súmulas)............................

Extinto TFR – Tribunal Federal de Recursos (Súmulas)...........

TST – Tribunal Superior do Trabalho (Súmulas) .....................

TST – Tribunal Superior do Trabalho Tribunal Pleno/ÓrgãoEspecial - Orientações Jurisprudenciais - OJ ......................

TST – SDI I – Seção de Dissídios Individuais I (OrientaçõesJurisprudenciais) .....................................................................

TST – SDI II – Seção de Dissídios Individuais II (OrientaçõesJurisprudenciais) ..................................................................

TST – SDI Transitória – Seção de Dissídios Individuais(Orientações Jurisprudenciais) .............................................

TST – SDC – Seção de Dissídios Coletivos (OrientaçõesJurisprudenciais) .....................................................................

TRF 1ª Região – Tribunal Regional Federal da 1ª Região(Súmulas) ................................................................................

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 37

TRF 2ª Região – Tribunal Regional Federal da 2ª Região(Súmulas) ...............................................................................

TRF 3ª Região – Tribunal Regional Federal da 3ª Região(Súmulas) ................................................................................

TRF 4ª Região – Tribunal Regional Federal da 4ª Região(Súmulas) ...............................................................................

TRF 5ª Região – Tribunal Regional Federal da 5ª Região(Súmulas) ...............................................................................

TNU/CJF – Turma Nacional de Uniformização do Conselho deJustiça Federal (Súmulas).......................................................

AGU – Advocacia Geral da União (Enunciados).......................

CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social ..............

Índice Alfabético Remissivo.........................................................

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38 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Page 39: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 39

ADITAMENTO DA INICIAL – ACRESCER OU SUPRIMIRINFORMAÇÕES PROCESSUAIS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................1

Processo nº ......................2

..............................., já qualificado nos autos da AÇÃOSUMARÍSSIMA DE PENSÃO POR MORTE, Processo nº ......./....,contra o INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, quetramita por este Juízo, vem respeitosamente à presença de V. Exa.,expor e requerer ADITAMENTO DA INICIAL, a fim de ficar constandoos períodos de trabalho do falecido, ......................., da seguinte forma:

1. O falecido, ........................, trabalhou com registro na CTPSnos seguintes períodos, empresas e funções abaixo descriminadas,conforme cópia dos documentos juntados na Inicial:

a) De 12.07.1964 a 05.05.1966, trabalhou na empresa......................, na função de servente;

b) De 22.06.1966 a 02.07.1966, trabalhou na empresa......................, na função de servente;

c) De 07.05.1968 a 14.10.1968, trabalhou na empresa......................, na função de operador de máquinas;

d) De 16.10.1968 a 11.09.1970, trabalhou na empresa......................, na função de servente;

1 O endereçamento deve ser dirigido ao E. Juízo onde foi protocolada a referida ação.2 Deverá ser colocado o número do processo que está necessitando do ADITAMENTO.

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40 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

e) De 01.03.1971 a 15.08.1971, trabalhou na empresa......................, na função de meio-oficial;

f) De 02.10.1972 a 05.03.1973, trabalhou na empresa ......................,na função de pedreiro;

g) De 02.04.1973 a 09.09.1973, trabalhou na empresa......................, na função de pedreiro;

h) De 01.02.1974 a 30.09.1974, trabalhou na empresa......................, na função de pedreiro;

i) De 14.10.1974 a 01.02.1975, trabalhou na empresa ......................,na função de pedreiro;

j) De 15.12.1976 a 17.01.1977, trabalhou com ......................(fulano de tal), na função de pedreiro;

k) De 01.02.1977 a 05.05.1978, trabalhou no sítio do Sr......................, neste município, na função de lavrador;

l) De 10.05.1978 a 02.01.1979, trabalhou no sítio do Sr...................., no Bairro do Jacaré, neste município, na funçãode lavrador;

m) De 12.01.1979 a 03.02.1979, trabalhou na empresa empresa...................., na função de pedreiro;

n) De 10.02.1979 a 31.07.1984, trabalhou no sítio do Sr. ................,no Bairro do Jacaré, neste município, na função de lavrador;

o) De 01.08.1984 a 28.02.1985, trabalhou na empresa......................, na função de pedreiro;

p) De 01.03.1985 a 30.01.1994, trabalhou no sítio do Sr..................., neste município, na função de lavrador;

q) De 01.02.1994 até 31.05.1995, trabalhou com o empreiteiroSr. ..................., neste município, na função de lavrador, nalavoura de laranja;

r) De 01.06.1995 a 31.01.1996, trabalhou na empresa......................, na função de pintor;

s) De 01.02.1996 até a data do óbito, trabalhou com o empreiteiroSr. ......................, neste município, na função de lavrador,na lavoura de laranja.

Page 41: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 41

2. É notável o recolhimentodas seguintes GPS, de competênciados seguintes períodos:

a) DEZEMBRO/1981;

b) JANEIRO/1982;

c) FEVEREIRO/1982;

d) MARÇO/1982;

e) SETEMBRO/2000.

3. Finalmente, verifica-se que foi recolhido as GUIAS DAPREVIDÊNCIA SOCIAL, a fim de garantir a sua aposentadoria, maspor infelicidade do destino não pôde completá-la, pois veio a falecer,favorecendo dessa forma a viúva (fulana de tal).

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Aditamento ou Emenda à Inicial em uma ação é o instrumentopelo qual o interessado vem acrescentar dados importantes paraa interpretação da Inicial, podendo servir ainda para requerer aoEgrégio Juízo que não venha interpretar a Inicial de forma errônea.A ela se recorre quando há falhas de digitação ou erro processual,ou seja, para acrescer ou suprimir informações e/ou dadosprocessuais.

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42 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 43

AGRAVO DE INSTRUMENTO – PREVIDENCIÁRIO – DECISÃOINTERLOCUTÓRIA – CONSTITUCIONAL – DEVIDO PROCESSOLEGAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ....................... SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....

Processo nº

........................., (qualificação), já devidamente qualificado napeça exordial dos autos da presente em epígrafe, contra do INSS –Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado no feito,que tramita nesta Vara e Juízo, através de seu advogado e procuradorinfra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,inconformado com a respeitável decisão inter-locutória exarada nosautos às fls............, recorrer à Instância Superior, e o faz pelainterposição do presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

na certeza de que os doutos julgadores, melhor examinando amatéria, hajam por bem acatar as razões anexas, mandando que seprocesse regularmente o feito, em atendimento aos princípiosconstitucionais, à doutrina e ao direito, praticando a verdadeiraJUSTIÇA.

Page 44: Manual Forense Previdenciário

44 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Regularmente processados estes, bem assim, ouvido o Agravado,por suas contra-razões, subam os autos à Instância Superior, para umanova decisão.

Nestes termos,

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 45

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante:................................................

Agravado: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº ............. - .........ª Vara de Direito da Comarca de ..........

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em inúmerasdecisões do douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantesjuízes destes rincões do interior de SÃO PAULO, ousamos discordarda decisão interlocutória ora hostilizada, em especial porque nãoatendeu aos ditames da Lei, da melhor Doutrina e da assentadaJurisprudência, para que haja a melhor distribuição da JUSTIÇA,conforme demonstraremos à Vossas Excelências, pois de conformidadecom o fundamento no artigo 522 e seguintes do CPC, pelos motivosfáticos e de direito a seguir expostos.

Primeiro: Que tramita na ... Vara Cível da Comarca de ................,o Processo em epígrafe, da Ação de Alimentos, intentada pelo Agravantecontra o Agravado, em fase de instrução, conforme comprova com acertidão em anexo.

Segundo: Ocorre que o ilustre julgador “a quo” proferiu decisãointerlocutória, que se encontra às fls. .... do retro mencionado processo,na qual o insigne magistrado, indeferindo prova testemunhaltempestivamente requerida, cerceando a defesa do Agravante, violentaa regra constitucional de respeito ao devido processo legal, e assim serefere:

(Transcrever a decisão na íntegra)

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46 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Terceiro: O Agravante, não se conformando com a r. decisão supratranscrita, eis que a mesma contraria o preceito legal contido nalegislação vigente e com fundamento no art. 522 e seguintes do CPC,não tem outra alternativa, a não ser interpor o presente Agravo deInstrumento, para que seja corrigido o “erro in procedendo”, face aograve prejuízo que a decisão, ora atacada, acarreta para aquele, umavez que a mesma fere de morte o mais sagrado princípio constitucional,sendo certo tratar-se de cerceamento de defesa, como se vê do textoacima transcrito.

Quarto: Acontece que já foi designada audiência de instrução ejulgamento pelo ilustre magistrado “a quo”, para a data de ...................e se tal audiência se realizar sem o julgamento do presente agravo,com toda certeza o Agravante não terá oportunidade de fazer prova deseus direitos, o que é antinômico do direito, uma vez que a todos édado o amplo direito de defesa.

Quinto: Assim, buscando amparo no art. 527, Inciso II do CPC,o Agravante espera que seja atribuído efeito suspensivo ao presente,no sentido de que seja suspensa a audiência já designada, para que amesma somente venha se realizar após o julgamento final deste Agravo,uma vez que a r. decisão, ora agravada, está a merecer reforma, ante aafronta a preceito legal, para que o Agravante possa exercer o seu maislídimo direito de defesa.

Sexto: Em atendimento à norma contida no art. 524 do CPC, oAgravante informa a este Excelso Pretório, os nomes e endereços dospatronos das partes, a saber:

a) Advogado do Agravante:

Nome: ............................................

Endereço: .......................................

b) Advogado do Agravado:

Nome: .............................................

Endereço: ........................................

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 47

DIANTE O EXPOSTO, o Agravante vem, perante VossasExcelências, com o devido acato, requerer:

a) a intimação do patrono do Agravado, para, querendo, responderaos termos do presente Agravo, no prazo legal;

b) seja recebido o presente Agravo com efeito suspensivo, paraque seja suspensa a audiência designada para a data de ................, nostermos do art. 527, Inciso II do CPC e que seja comunicado ao ínclitomagistrado “a quo” e oficiado ao mesmo para prestar informações oureformar a r. decisão, ora agravada, se assim entender;

c) seja processado e julgado procedente, o presente pedido, coma consequente reforma da r. decisão de fls. ....., acima transcrita, cujacópia devidamente autenticada faz parte integrante deste;

d) a juntada das cópias da decisão agravada, da certidão deintimação e das procurações outorgadas aos patronos das partes, bemcomo, do comprovante de pagamento das custas e porte de retorno.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

O Agravante recorre ao tribunal superior contra decisão interlocutória,onde o magistrado indefere prova testemunhal requerida, cerceando a de-fesa do Agravante, desrespeitando a regra constitucional de respeito aodevido processo legal.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

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48 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 49

ALEGAÇÕES FINAIS – HORA EXTRA – DOENÇA OCUPACIONAL– BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – VÍCULO EMPREGATÍCIO –IMPOSSIBILIDADE – RECONHECIMENTO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DOTRABALHO DA ... ª VARA DO TRABALHO DE ........................

........................., por seus procuradores judiciais infra-assinados,inscritos na OAB/... sob nos ........ e ......., nos autos nº ...../..., da AçãoTrabalhista promovida por ................, já qualificada, vem, muirespeitosamente perante Vossa Excelência, manifestar-se acerca dodemonstrativo de horas extras apresentado pela reclamante, bem comoaduzir suas razões finais, nos termos a seguir expostos:

1. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM OEMPREGADOR

Não comprovou a Reclamante a presença dos requisitosensejadores do reconhecimento de vínculo empregatício diretamentecom a tomadora de serviços, pois nem sequer produziu provatestemunhal.

A natureza do serviço desempenhado pela reclamante não seenquadra entre as atividades da segunda reclamada, razão pela qualnão se pode presumir a existência de subordinação jurídica.

Há que ser rejeitado, pois, o pleito de reconhecimento de vínculodireto com a tomadora.

2. HORAS EXTRAS. IMPUGNAÇÃO AO DEMONSTRATIVOAPRESENTADO

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50 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A reclamada juntou aos autos os controles de ponto de fls. .. a ..e .. a .. . Os demais controles não foram apresentados pela ..................,não sendo, portanto, fidedignos da jornada praticada pela reclamante.

De qualquer modo, os registros de ponto carreados pela primeirareclamada, única empregadora da reclamante, foram por estareconhecidos, conforme ata de fls. .., devendo ser considerados paraapuração dos horários praticados pela obreira.

Tais controles demonstram que a reclamante não prestou laborextraordinário.

Neste sentido, resta expressamente impugnado o demonstrativode horas extras apresentado pela reclamante às fls. ../.., posto que oshorários considerados foram aqueles constantes dos controles de pontojuntados pela ..................., os quais contêm anotação totalmente alheiaao efetivo controle de jornada da ex-empregada e não podem serconsiderados válidos, na medida em que não são documentos de suaúnica e verdadeira empregadora, ........................ .

Outrossim, ainda que pudessem ser considerados válidos taiscontroles, são certos que o apontamento dos horários não se encontracorreto no demonstrativo juntado, posto que os minutos que sucedeme antecedem à jornada laboral não podem ser tomados como extras,conforme entendimento jurisprudencial, que proclama:

“MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM À JORNADADE TRABALHO – DESCONSIDERAÇÃO – ORIENTAÇÃO Nº23 DA SDI DO C. TST – Devem ser desprezados do cômputoda jornada de trabalho os poucosminutos que a antecedem esucedem, por aplicação do princípio da razoabilidade,inspirador da Orientação nº 23 da SDI do c. TST. (TRT 12ª R.– RO-V-A 07599-2000-034-12-00-2 – (11936/2002) –Florianópolis – 1ª T. – Rel. Juiz Gerson Paulo Taboada Conrado– J. 11.10.2002)”

“JORNADA DE TRABALHO – MINUTOS QUE ANTECEDEME SUCEDEM À JORNADA – Os poucos minutos que

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 51

antecedem ou sucedem à marcação de ponto não são, emprincípio, contados como extras, devido à impossibilidadedo registro simultâneo dos cartões (cf. OrientaçãoJurisprudencial nº 23 da SDI do C. TST). (TRT 15ª R. – Proc.27584/99 – (41976/01) – SE – Rel. Juiz Carlos Alberto MoreiraXavier – DOESP 01.10.2001 – p. 65)”

Devem, entretanto, ser considerados somente os controles deponto juntados pela primeira reclamada (.......................), mesmo porquea reclamante os reconheceu como válidos em seu depoimento pessoal.

Não pode ser aceito pelo julgador um registro de ponto controladoexclusivamente pela própria empregada (conforme restoudemonstrado), o qual jamais passou pela análise ou crivo de suaempregadora.

Não havendo outras provas a respeito da jornada alegada pelareclamante, não podem as horas extraordinárias ser deferidas em seufavor.

Há, portanto, que se rejeitar o pleito em análise.

3. GARANTIA DE EMPREGO. ESTABILIDADE DE 12 (DOZE) MESES

A Reclamante não faz jus à estabilidade pretendida, por quantona vigência do contrato de trabalho não gozou de benefícioprevidenciário, não configurando, pois, a existência de doençaprofissional.

Ademais, nenhuma prova produziu a reclamante, no sentido dedemonstrar que tenha efetivamente contraído a alegada enfermidadeem razão do labor junto à reclamada.

A reclamante reconheceu que não prestou labor extraordinário,mas sim nos dias normais estabelecidos.

Por outro lado, o fato e ter prestado serviços concomitantementea outra empresa de digitação, afasta o entendimento de que o trabalhojunto à reclamada seria causador de qualquer doença profissional.

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52 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Pela improcedência do pedido.

Os demais pedidos restam igualmente improcedentes, conformerazões já sustentadas em defesa, às quais nos reportamos.

Pugna-se, destarte, pela improcedência da ação, condenando-sea reclamante ao pagamento de custas processuais e demais cominações.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n .........

RESUMO

A reclamada alega que a reclamante não comprovou os requisitosnecessários para o reconhecimento do vínculo empregatíciocom a tomadorade serviços. A natureza dos serviços prestados não se enquadra em suasatividades. Deve ser rejeitado o pedido pelo reconhecimento do vínculodireto com a tomadora. Os controles de ponto juntados pela primeira recla-mada foram reconhecidos pela reclamante. Dessa forma, inexistente olabor extraordinário. Não tem direito à estabilidade, porque não gozou obenefício previdenciário, em virtude da inexistência de doença profissional.Pede pela improcedência da reclamação trabalhista.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 53

ALEGAÇÕES FINAIS – INCONSTITUCIONALIDADE – INSS –CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - APROPRIAÇÃO INDÉBITA –FALTA DE RECOLHIMENTOS – CRIME CONTRA ORDEMTRIBUTÁRIA – LEI Nº 8.137/90

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ...ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ..............................

AÇÃO PENAL Nº ........

ALEGAÇÕES FINAIS

PELO RÉU: .................

............................. e ............................., já qualificados, nos autosda Ação Penal acima identificada, por intermédio do seu advogadoque esta subscreve, vem apresentar suas Alegações Finais na forma doart. 500, inciso III, do CPP, expondo o seguinte:

1. DO RESUMO

O Ilustre Representante do Ministério Público, de acordo com adenúncia e as suas Alegações às fls. ... dos autos, pretende imputaraos Réus as sanções do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90 e art. 168-A doCódigo Penal.

Atribui-lhes ainda nessa peça tipificação por omissão própria,com o dolo (animus rem sibi habendi), como elemento subjetivo dotipo do crime em questão.

Diz, consubstanciada a materialidade no Auto de Infração Fiscal,lavrado pela autoridade previdenciária e pelas notificações delançamento em Livro da empresa.

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54 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Afirma condenáveis os Acusados por serem eles sócios deempresa com contrato social por cota de sociedade limitada, assimcientes do ilícito, e exclui a punibilidade do Acusado .............., tomandopor verdadeira a configuração deste como sócio figurante de contratoe não administrativo.

2. PRELIMINARES

2.1 - INÉPCIA DA INICIAL

a) SOBRE O DOLO

Para que ocorra o dolo em qualquer de suas modalidades, énecessária a vontade do agente de causar dano.

Assim também é na Lei nº 8.137/90 e no Código Penal, nãopodendo ser o acusado condenado por mera culpa, ou seja, nestasLeis é indispensável a prova da intenção de lesar o INSS.

Porém, não existiu nenhuma vontade do Acusado em lesar o INSSe nem mesmo nos autos é demonstrada tal vontade sobre o dolo, ousua ausência, em crimes contra a ordem tributária, assim têm decididoos nossos Tribunais:

“APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME CONTRA A ORDEMTRIBUTÁRIA – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA –INCONFORMISMO DO MP – APELADO QUETRANSPORTAVA MERCADORIAS DESAMPARADAS DEQUALQUER DOCUMENTO FISCAL – IMPOSSIBILIDADE– INOCORRÊNCIA DE DOLO OU MÁ-FÉ – RECEITAFEDERAL QUE LHE FORNECEU NOTA FISCAL AVULSA –DEPOIMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS QUE SEHARMONIZAM EM FAVOR DO APELADO –INEXISTÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES PARA

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CONDENAR – APELO IMPROVIDO– O apelado em momentoalgum incorreu com dolo ou má-fé pretendendo burlar o Fisco,muito pelo contrário, tentou na verdade amparar-se em quemconhecia mais do que ele, consultando-se com o amigo fiscaldo Estado sobre a forma como deveria proceder, e agiu da formacomo aconselhado foi, procurando a Receita, que lhe forneceua nota fiscal avulsa. (TJES – ACr 048980237530 – 2ª C.Crim.– Rel. Des. Welington da Costa Citty – J. 25.09.2002)”

Conclui-se, portanto, que, se o crime que se pretende incutir aoacusado necessita de dolo específico para sua finalização, e dos autosnão se retira nada que o comprove, A INICIAL É INEPTA POR FALTADE CARACTERIZAÇÃO DO ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO.

b) A INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS

A Lei nº 8.137/90 e o Decreto-Lei nº 2.848/40, nos quais quereminserir o Acusado, desrespeitam frontalmente a Constituição daRepública.

A Carta Magna diz em seu art. 5º, inciso XLVII, que é proibida aprisão por dívida, excetuadas as hipóteses do inadimplemento dapensão alimentícia e a do depositário infiel.

Por exclusão, o acusado não se insere na forma de alimentante,muito menos na forma de depositário.

Em recente artigo, intitulado “Infração Tributária Não é Crime”,publicado na revista Boletim Informativo da Saraiva, de agosto de 1996(fl. 05), o doutrinador e professor Eduardo Marcial Ferreira Jardim,entendendo ser a Lei nº 8.137/90 inconstitucional, assim discorre:

Igual raciocínio aplica-se às hipóteses em que o contribuintedeixa de pagar o tributo supostamente descontado de terceiro,a exemplo do imposto sobre a renda na fonte ou a contribuiçãoprevidenciária. Ao contrário dos dizeres literais da legislaçãode fonte, o que ocorre é o seguinte: ao pagar “x” de salário, o

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empregado deve pagar “y” de contribuição previdenciária e“z” de imposto de renda na sistemática de fonte. O chamadodesconto ou retenção simplesmente inexiste. Mas, se existisse,ainda assim, o contribuinte não estaria exercendo a funçãode depositário, até porque tal conceito vem cristalizado nosarts. 627/630 do Código Civil, bem como no CPC porintermédio dos artigos 149, 150, 275, inciso II, 824, 825 e 919.Não bastasse isso, cumpre lembrar que a Teoria Geral doDireito não autoriza ao legislador subverter conceitos paraestipular novas competências não deferidas pelo sistemanormativo.

Como se vê, o devedor de tributos, qualquer que seja ahipótese, é devedor de dívida própria, o que tornainadmissível a pretendida criminalização da infraçãotributária. O grau de absurdidade ganha foros de maior repúdiona medida em que a aludida legislação desrespeitafrontalmente a Constituição da República (...)

O contribuinte, em qualquer destes casos, não recebe de ninguémo dinheiro a ser recolhido aos cofres da Fazenda Pública.

O devedor de tributos, qualquer que seja a hipótese, é devedorde dívida própria (ilícito civil).

Inadmissível, portanto, a pretendida criminalização do Acusadona infração tributária pela Lei nº 8.137/90 e o DL nº 2.848/40, poisambos igualam o contribuinte ao depositário de dinheiro da FazendaPública, o que não acontece no caso concreto.

E, mesmo assim, para que alguém seja considerado depositárioinfiel de dinheiro da Fazenda Pública, existe o rito da Lei nº 8.866/94,que exige a prévia caracterização da situação de depositário infiel (art.2º) com o ajuizamento da ação civil (arts. 3º e 4º).

c) A POSTERIORIDADE DA LEI Nº 8.212/91

A denúncia arrola as seguintes datas para as supostas faltas depagamento dos tributos: ............................. .

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Não há que admitir o uso dessa Lei, em todas as supostasinfrações, pois é posterior a estas.

A Lei nº 8.212 é de 24 de julho de 1991, e quase todas as supostasinfrações lhe são anteriores (com exceção ....... e ..........).

O artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal estabelece que asLeis não retroagem, salvo para beneficiar o réu.

Aqui o Acusado está sendo inserido em crimes anteriores à Leinº 8.212/91.

Mesmo que se tivesse provado a materialidade de algumainfração, nem todas elas estariam inseridas na Lei nº 8.212, não podendoser apreciadas para prejudicar o acusado.

Por todo o exposto em preliminares, requer, desde já, que sejadecretada inepta a denúncia com a extinção do feito sem julgamentodo mérito.

3. NO MÉRITO

A materialidade do suposto crime não está, de forma alguma,comprovada nos autos.

Para que o suposto crime se concretizasse, seria necessário quetivesse ocorrido a apropriação de dinheiro pertencente à FazendaPública.

Verificando-se o documento acostado aos autos, o Relatório Fiscaldo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, no qual se baseouo Ministério Público para a denúncia, estabelece que:

“Os elementos e comprovantes que serviram de base para aconstatação do fato aqui relatado são as folhas de pagamento, rescisõescontratuais e recibos de pagamentos de salários.”

Documentos estes que eram elaborados pelo Escritório ...............de Contabilidade, escritório este que faz a contabilidade de mais de200 empresas, e no fim de cada mês envia as folhas de pagamentos edemais recibos salariais para as empresas, e nestes já vem líquida a

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parte que deve ser paga ao empregado, ou seja, o valor bruto menos acontribuição da Previdência.

Posteriormente, uma vez por mês, é que o escritório faz umapanhado de todas as contribuições constantes das folhas depagamentos e recibos, enviando as guias para recolhimento, tanto a dacontribuição previdenciária do trabalhador como a do patronal.

E o Acusado sempre fez o pagamento dos empregados, com muitadificuldade, pelo valor líquido.

Dessa forma, não há qualquer retenção de dinheiro dosfuncionários para recolhimento à Previdência.

Ocorreu a existência da dívida por falta de recolhimento, nãouma apropriação indébita.

E para que ocorresse a apropriação indébita seria necessárioseguir-se o rito da Lei nº 8.866/94, na qual é aberto prazo de 90 diaspara recolhimento do tributo.

Não se recolhendo o tributo no prazo estabelecido, assim estariacaracterizada a figura do depositário infiel. Penal. Falta de recolhimentode contribuições previdenciárias descontadas de empregado. Naturezado delito previsto no artigo 168-A, do Código Penal.

Não é a simples existência da dívida que caracteriza a infração,dada a garantia prevista no art. 5º, LXVI, da Constituição Federal.Delito omissivo próprio que não prescinde da demonstração da fraudeconsistente em descontar a contribuição dos empregados e não recolheros respectivos valores ao órgão da Previdência Social. Superveniênciada Lei nº 8.866/94, que cria a figura do depositário da Fazenda Públicada pessoa obrigada a recolher impostos, taxas e contribuições. Novadisciplina que exige a prévia caracterização de depositário infiel (art.2º) e o ajuizamento da ação civil (arts. 3º e 4º). Descrição insuficientedos fatos na denúncia.

Muitas vezes, Excelência, a empresa teve que emprestar dinheirode agiotas, a juros exorbitantes, para fazer o “vale” dos empregadoschegando ao ponto de somar os valores de 02 ou 03 meses para pedirque o empregado assinasse a folha de pagamento enviada peloescritório, de mês anterior.Acumularam-se, por vários meses, sem

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pagamento, tanto a folha salarial como a guia de recolhimentoprevidenciário, por total falta de dinheiro.

Como é que o Acusado, ou seus sócios, poderiam apropriar-sede dinheiro do INSS, dessa forma? Se não estavam nem conseguindopagar o salário líquido dos empregados? Se emitiam apenas vales?

Em nenhum momento houve a intenção de descontar acontribuição previdenciária do salário dos empregados e ficar com odinheiro, locupletando-se à custa do INSS.O que ocorreu, NobreJulgador, foi a impossibilidade total de pagar o salário dostrabalhadores.

Tanto é que, em .........., o MM Juiz da ...ª Vara da Fazenda,Falências e Concordatas da Comarca de ........... decretou a falência daempresa, por total falta de liquidez tanto de funcionários como defornecedores.

Fato devidamente comprovado nos autos, pelo depoimento datestemunha de defesa, síndica da falência (Dra. .............), que diz aindaque o Acusado não se apropriou de dinheiro do INSS, mas sim deixoude pagar os funcionários, estando alguns deles com créditostrabalhistas a receber da falência.

Ou seja, o Acusado não pagou sequer os salários das folhas depagamentos apresentadas pelo Escritório de Contabilidade.

Se não conseguiu pagar os salários de seus empregados,logicamente não houve qualquer tipo de desconto previdenciário paraocorrer a apropriação.

Observe, ainda, o depoimento da testemunha de defesa ................(Contador da Empresa do Acusado), que acompanhou toda a vidacontábil da empresa, onde este diz textualmente que não houve umaapropriação de dinheiro do INSS, mas sim uma impossibilidade defazer até mesmo o pagamento dos empregados.

Dessa forma, Excelência, não houve o dolo genérico, a vontadelivre e consciente do Acusado de apropriar-se indevidamente dacontribuição previdenciária descontada de recibos e folhas depagamentos de seus empregados, como quer fazer crer a Promotoria.

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É totalmente improcedente a acusação imputada ao Acusado,pela não materialização do delito.

Ainda, é improcedente a acusação por estarem a Lei nº 8.137 e oartigo 168-A, do Código Penal, em confronto com a Carta Magna de1988, que proíbe a prisão por dívida.

Se existisse, o que não é o caso, seria um ilícito civil, pelo nãorecolhimento da contribuição previdenciária, devendo ser cobrado emação civil própria, habilitando-se o INSS na falência da empresa doAcusado.

Que, acrescente-se, tem crédito privilegiado sobre os demaiscredores.

3) DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, pede que sejam acatadas as preliminaresarguidas, com a consequente extinção do feito sem julgamento domérito.

Mas, se assim não entender Vossa Excelência, no mérito, pede aabsolvição do Acusado da imputação que imerecidamente lhe foi feita,pois é inocente, não tendo cometido o delito que lhe é imputado.

E a absolvição do Réu se impõe, como medida de

JUSTIÇA!!!

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. ........

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RESUMO

O Acusado alega ser improcedente a denúncia de apropriaçãoindébita, posto que ocorreu tão somente o não recolhimento da contribui-ção previdenciária para o INSS. Sustenta a inconstitucionalidade das Leisnº 8.137/90 e 8.212/91.

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AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE – INICIAL – RECUSAVIA ADMINISTRATIVA - LOAS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ... ª VARA CÍVEL DA COMARCA .............................3

..........................., brasileira, casada, inválida, portadora do CPFnº ............ e RG nº ............, residente e domiciliada na Rua ............, nº..., nesta cidade, por seu advogado e procurador infra-assinado, cominstrumento de procuração em anexo, vem respeitosamente à presençade V. Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ........, nº..., CEP: ......., na cidade e comarca de .................., a presente AÇÃOORDINÁRIA DE AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE, comfulcro no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, artigo 20 da Leinº 8.742/93; artigos 9º e seguintes do Decreto nº 6.214, de 26 desetembro de 2007, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos efundamentos:

I – DOS FATOS

1. A Requerente é Portadora de Deficiência Congênita (CID nºF33.3) e está incapacitada para o desempenho das atividades da vidadiária e do trabalho, conforme provam os documentos em anexo (LaudoMédico da lavra do Dr. .................), fazendo uso do antidepressivo“CLORIDATO DE AMITRIPTILINA”.

2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário.

"3 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varasda JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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3. A Requerente declara, para fins de requerimento do BenefícioAssistencial devido ao Deficiente, que convive sob o mesmo teto comas seguintes pessoas que fazem parte do grupo familiar: a) ..............,esposo, nascido em .../.../....., desempregado, ambos sem renda mensal;sobrevivendo apenas com a ajuda de alimentos doados pelaASSISTÊNCIA SOCIAL, ajuda dos filhos e vizinhos.

II – DO DIREITO

4. Conforme se conhece, o instituto, ora requerido, após apromulgação da Constituição Federal, se incumbiu de cumprir com opagamento de um salário mínimo a todas as pessoas idosas ouportadoras de deficiência, com fundamento no artigo 203, inciso V daConstituição Federal, na Lei nº 8742/93, ora regulamentada pelo Decretonº 1.744/95, conforme se vê abaixo:

a) O artigo 203, da Constituição federal preceitua:

Art. 203 - A assistência social será prestada a quem delanecessitar, independentemente de contribuição à seguridadesocial, e tem por objetivos:

(...) V - a garantia de um salário mínimo de beneficio mensalà pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovemnão possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

b) Enquanto que a Lei nº 8.742/93 preceitua o seguinte:

Art. 20 - O beneficio de prestação continuada é a garantia de 1(um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiênciae ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovemnão possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família.

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(...)

§ 2º - Para efeito de concessão deste beneficio, a pessoaportadora de deficiência é aquela incapacitada para a vidaindependente e para o trabalho.

5. Sabe-se que as normas definidoras dos direitos e garantiasfundamentais têm aplicação imediata (art. 5º CF/88). Logo qualquerpessoa portadora de deficiência tem a garantia de um salário mínimode benefício mensal conforme determina o mandamentoconstitucional.

6. Nota-se que os nossos Tribunais vêm se posicionando daseguinte forma, senão vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFICIO DE PRESTAÇÃOCONTINUADA. ARTIGO 203, INCISO V, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. NORMA DEAPLICAÇÃO IMEDIATA. REQUISITOS PREENCHIDOS.CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. TERMOINICIAL. APELO DO INSTITUTO DESPROVIDO. REMESSAOFICIAL PARCIALMENTE PROVIDA. O disposto no artigo203, inciso V, da constituição federal, encerra norma deeficácia plena, tendo o constituinte definido todos oselementos necessários à concessão do benefício. Comprovadosos requisitos legais, necessários à concessão do benefícioassistencial estatuído mo supracitado artigo, regulamentadopela lei nº 8.742/93, que por sua vez foi complementada pelodecreto nº 1.744/95, é de rigor a procedência da ação. In casu,restou demonstrada através de laudo pericial, a incapacidadeda autora. Honorários advocatícios mantidos, eis que fixadosem conformidade com o artigo 20, § 3º, do Código de ProcessoCivil. Pagamento do benefício determinado a base de 1 (um)salário mínimo, nos termos do § 5º, do artigo 201, daconstituição federal, porquanto constitui norma de eficáciaplena e aplicabilidade imediata. Os juros moratórios devemser fixados nos limites dos artigos 1.062 e 1536, § 2º, Código

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Civil e são devidos a partir da citação (Código de ProcessoCivil, ART. 219). A correção monetária deve obedecer aoscritérios da lei 8.213 e demais legislações posteriores. Termoinicial do benefício fixado a partir da citação, nos moldes doartigo 219 do Código de Processo Civil. Apelo do InstitutoDesprovido. (TRF 3ª Região - 1ª Turma – Ap. Cível nº98.03.097671-0 - Juiz Casem Mazloum – p. 13/07/1999)

7. A Requerente protocolou o seu processo de AmparoAssistencial ao Deficiente junto ao PSS do INSS de ..............., em .../../...., com o NB: ....., INDEFERIDO, com as alegações de”que não existeincapacidade para os atos da vida independente e para o trabalho”(sic), e inconformada com a decisão recorreu à 13ª JUNTA DERECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL em .../.../...., tendo sidoNEGADO o seu Recurso em .../.../...., e, inconformada com o absurdode os funcionários do INSS não atenderem o seu pedido, agora estárecorrendo à JUSTIÇA, pelo direito que lhe foi negado, pois a gravidadedo assunto em tela extrapolou os limites; não condiz com a verdadetal indeferimento, pois há deficiências diversas, que dificultam otrabalho diário e laborativa, conforme se pode comprovar tantodocumentalmente como por PERITO MÉDICO ESPECIALISTA,conforme os documentos em anexo, inclusive LAUDO MÉDICO eBULÁRIO que acompanham o feito. Será que não observam aslegislações previdenciárias, a respeito dos DEFICIENTES? Quedocumentos mais ainda querem, além dos já comprovados?

Inúmeros e infrutíferos foram os pedidos do Requerente ao PSS(Posto do Seguro Social) de ................., no sentido de ver solucionadoo impasse quanto ao benefício; ou será que tudo isto é para retirar oDIREITO ADQUIRIDO do cidadão brasileiro, amparado tanto pelaLegislação Brasileira como pela Declaração Universal pelos DireitosHumanos, que, em seu artigo 25, diz: “Todo homem tem direito a umpadrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família a saúde e obem-estar, inclusive a alimentação, o vestuário, a habitação, oscuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito àsegurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhiceou outros casos de perda dos meios de subsistência por

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circunstâncias independentes da sua vontade. (...)”, inclusiveconvalidado pelo artigo 6º da Carta Magna/1988. Ou o Estado querdeixar o seu povo nu, desnutrido, deseducado, sem nenhum amparosocial? Onde está o respeito às legislações que amparam o cidadãobrasileiro? Ou servem só de amostra às Comunidades Internacionais?

8. O art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal diz:”a leinão excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça adireito;” e, valendo-se de nossos tribunais, a jurisprudência brasileiravem protegendo todo DIREITO ADQUIRIDO.

9. A fim de regularizar a situação do beneficiário, comoDEFICIENTE, serve-se da presente ação para alcançar o seu objetivo,o que deverá ser declarado por sentença nos autos, para que se façacumprir o DIREITO, a VERDADE e a JUSTIÇA.

10. Tanto a doutrina quanto a jurisprudência, na áreaprevidenciária, amparam o direito líquido e certo do Requerente parapercepção de seu BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA, o queestá de conformidade com a norma em vigor, conforme documentaçãojunta.

11. Dessa forma, não foi correta a posição do Requerido quantoao benefício pleiteado pela Requerente, uma vez que conformedemonstrado tanto a legislação aplicável como a doutrina e ajurisprudência favorecem a concessão do AMPARO ASSISTENCIALAO DEFICIENTE na forma requerida na esfera administrativa, o quesem sombra de dúvida deverá ser reconhecido na sentença que julgaro presente feito, fazendo retroagir os pagamentos do benefício desde adata do seu ingresso no órgão previdenciário.

DIANTE DO EXPOSTO, é a presente para requerer de V. Exa. acitação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmoendereço declinado no preâmbulo da inicial via AR, para, querendo,no prazo legal, oferecer defesa, se tiver, sob pena de revelia e confissão,julgando-se, ao final, procedente a presente ação, concedendo àRequerente o benefício ora requerido, fazendo jus a um salário mínimomensal, desde .../.../...., condenando-se o Réu, ainda, nas custas

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processuais, honorários advocatícios, tudo na forma da Lei e demaisacréscimos de direito.

Requer ainda, a V. Exa., conceder, de plano, os benefícios daISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Protesta e requer provar suas alegações pelos meios em direitoadmitidos, especialmente pela oitiva de testemunhas, depoimentopessoal do representante legal do Requerido, sob pena de confesso,perícias e juntada de novos documentos, dando ciência da ação aoRMP para que, querendo, nela intervenha.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..... (.................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O cônjuge faz jus ao benefício assistencial “Amparo Assis-tencialao Deficiente”, conforme assegurado no artigo 203, inciso V, da Constitui-ção Federal, pela Lei nº 8.742/93, artigo 20, § 3º, combinado com os arti-gos 9º e seguintes do Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007, reque-rido via judicial, uma vez ter havido resistência à concessão do benefíciopor via administrativa, o qual fará jus ao benefício desde a data do protocoloperante o órgão administrativo.

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ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL – SALÁRIO IN NATURA– BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO–LEI Nº 6.321/76 – DÉBITO PREVIDENCIÁRIO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ...ª VARA FEDERAL DE ..............................4

....................., pessoa jurídica de direito privado, com sede naRua ............, nº ..., na comarca de ............, CNPJ/MF sob nº ............,vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seusadvogados ao final assinados, propor ação ANULATÓRIA DELANÇAMENTO FISCAL contra o INSS - Instituto Nacional do SeguroSocial, ente jurídico de direito público, com sede em ........... e endereçoem ..........., na Rua ..........., nº ..., pelas seguintes razões:

DOS FATOS

1) IRREGULARIDADE DA AUTUAÇÃO

1. A autora é empresa que atua no ramo de transformação deprodutos químicos para produção de ceras e derivados.

Fornece aos seus funcionários, habitualmente, alimentação diáriano refeitório da empresa. Em 1988, inscreveu-se no PAT (Programa deAlimentação do Trabalhador), instituído pela Lei nº 6.321/76 eregulamentada pelo Decreto nº 05, de 14 de janeiro de 1991, com afinalidade de usufruir do benefício ali descrito,in verbis:

"4 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varasda JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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“Art. 1º. As pessoas jurídicas poderão deduzir, do lucrotributável para fins do imposto sobre a renda o dobro dasdespesas comprovadamente realizadas no período base, emprogramas de alimentação do trabalhador, previamenteaprovados pelo Ministério do Trabalho na forma em quedispuser o Regulamento desta Lei.”

Esse programa, enfim, visa incentivar as empresas com benefíciosfiscais (deduções no IRPJ) para fornecimento de alimentação aos seusfuncionários.

Devido à inscrição no programa, portanto, a autora começou ausufruir de seus efeitos relativos ao Imposto de Renda e, mais ainda,desconsiderava a parcela despendida com alimentação do salário decontribuição dos funcionários, já que a alimentação ali fornecida, nocaso, não podia ser tratada como prestação “in natura”, ou seja, aalimentação fornecida nos moldes do Programa não tem naturezasalarial, não podendo ser considerada salário de contribuição “innatura”, como se demonstrará a seguir.

2. Ocorre, porém, que, em .../.../...., foi autuada pela fiscalizaçãodo INSS em ............. (local da agência do INSS), que lhe constituiucrédito previdenciário relativo a débito complementar referente a“salário in natura” no período de ...... a ...... .

Na esfera administrativa, a autora tentou desconstituir, semêxito, tal lançamento fiscal por meio de defesa e recursoadministrativo. Em todas as ocasiões, sua pretensão foi repelida porquesupostamente não estava inscrita no PAT e, portanto, não poderiausufruir de suas prerrogativas.

3. Em consequência, foi notificada, em .../.../...., da Decisãoproferida pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS),que lhe negou provimento ao recurso interposto e deu-lhe prazo pararecolhimento do débito (doc. anexo).Tal decisão baseou-se nosseguintes termos, verbis:

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“... CONSIDERANDO que para a empresa ser beneficiada peloprograma de alimentação do trabalhador, tem queobrigatoriamente estar amparada pela Lei nº 6.321/76;

CONSIDERANDO que a empresa apresentou sua inscriçãoao Programa de Alimentação referente ao ano de 1988, sem,entretanto, ter exibido a devida renovação para o ano de 1989,diante de tal fato o débito foi retificado;

CONSIDERANDO o que está disposto no art. 41, parágrafo1º, alínea “c”, do CRPS – Decreto 83.081/79, alterado peloDecreto nº 90.817/85;

CONCLUSÃO – Diante do exposto – voto no sentido deconhecer do recurso, para, no mérito, negar-lhe provimento,mantendo o débito retificado.”

4. Tendo em vista a cobrança judicial de tal débito, conforme aparte final da decisão acima, e considerando a ilegalidade e aarbitrariedade de sua exigência, vem no momento a autora buscar avia ordinária para anular o lançamento e desconstituir o créditotributário.

O requerido, repita-se, entende que a autora não estava inscritano PAT no período de ........ a ........., não podendo proceder conformesuas regras aos descontos da alimentação dos trabalhadores.

Ora, como insistentemente afirmado em sede administrativa, nãoexiste qualquer base jurídica que dê consistência aos argumentosinvocados pelo requerido de molde a que possa subsistir o lançamentoefetuado. Isso, porque a Lei nº 6.321/76 nada menciona acerca deeventuais renovações e inscrições colocadas como requisito para autilização do Programa.

Na verdade, o lançamento relativo ao ano de .... permaneceu únicae exclusivamente porque a empresa deixou de renovar esse merorequisito formal exigido pelo INSS, ou seja, ainda que procedendoconforme as regras do PAT, deixou de renová-lo, no ano de .... .

Por causa dessa mera formalidade, a interpretação do requeridofoi no sentido de manter o lançamento ora discutido e não levar em

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consideração o fato de a empresa estar efetivamente inscrita no PATdesde ........ .

5. Conclui-se, portanto, que o lançamento é fruto deentendimento subjetivo e de interpretação equivocada de preceitoslegais, quer do Direito do Trabalho, quer da própria legislaçãoprevidenciária. Isto, portanto, é o fulcro da presente ação, ou seja, orequerido, ao concretizar a cobrança do crédito tributário fruto delançamento irregular e arbitrário, está inegavelmente a ameaçar opatrimônio da autora, que poderá ser compelida a pagar o que nãodeve.

O lançamento foi omisso em pontos relevantes e limitado, emseu relatório, a meros cálculos, sem apontar quais os fatos concretosque geraram a convicção de débito suplementar, principalmente notocante à relação dos empregados tidos como sujeitos do benefíciochamado salário “in natura”. O “débito suplementar” em nenhummomento foi realmente demonstrado na sede administrativa.

Este fato inegavelmente caracteriza a insubsistência dolançamento, uma vez que o único argumento utilizado pelo requeridoé o de que a autora não tinha a inscrição relativa do ano de .... .Entretanto, a autora apenas deixou de respeitar uma única formalidade,que por sua vez mostrava-se absolutamente sanável no momento dalavratura do auto de infração. Ou melhor, no momento de apuração dosuposto débito da autora, poderia o requerido verificar e comparar asdemonstrações dos descontosprevidenciários da empresa sem ter queproceder a uma autuação, donde se concluem a arbitrariedade e ainconsistência do lançamento levado a efeito.

6. A empresa está amparada pelo Programa de Alimentação doTrabalhador e, contudo, sua única irregularidade foi não renovar ainscrição, ainda que tenha permanecido a proceder conforme as regrasda Lei nº 6.321/76.

Somente por causa dessa falta de renovação, que, saliente-se,nem sequer está prevista na Lei nº 6.321/76, a empresa autora foiautuada e deverá recolher aos cofres do INSS valores aleatoriamentelançados pelo requerido. Os agentes da fiscalização, no momento dalavratura do auto de infração, travestiram-se de agentes punitivos

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 73

visando unicamente aplicar a multa, sem questionar a fundo suaprocedência. Poderiam os fiscais, naquele momento, verificar demaneira correta a folha de pagamento e os respectivos descontos paracomprovar a regularidade das contas sujeitas ao PAT e a falta derenovação da empresa junto à agência do INSS em .... .

Entretanto, a falta de renovação da inscrição no PAT (altamentesanável por ser mera formalidade) fez com que os descontos procedidospela autora fossem considerados salário “in natura”.

7. Em suma, a autora foi altamente penalizada apenas por nãoter renovado sua inscrição anual. O requerido, ao invés de sanarirregularidades e orientar o contribuinte, funcionou, no caso, comoagente arrecadador imune a maiores reflexões acerca de suas reaisatribuições.

2) SALÁRIO “IN NATURA”

8. Tendo em vista as considerações acima, se faz necessária umadefinição do salário “in natura” com o fim de demonstrar ainsubsistência do lançamento em questão. Em nosso Direito, por forçadas disposições constantes do artigo 458 da Consolidação das Leis doTrabalho, “além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário e outrasprestações “in natura” que a empresa, por força do contrato de trabalhoou do costume, fornecer habitualmente ao empregado”.

A interpretação emprestada pelo requerido, à luz da disposiçãoacima mencionada, não retratou o espírito inserto no mencionadomandamento legal pelo legislador, para a caracterização do salário “innatura”. Máxime quando a empresa efetivamente procedia conformeàs regras do PAT.

O divisor natural para a caracterização do salário “in natura”,para fins de contribuição previdenciária, reside na existência deexpresso ajuste acerca do fornecimento da utilidade, que se buscaidentificar como tal.

9. Ensina ALUYSIO SAMPAIO (Dicionário de Direito Individual

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do Trabalho, Ltr., p. 244): salário “in natura” é a parte do salário pagaem utilidades.

Dos ensinamentos de OTÁVIO BUENO MAGANO (Manual deDireito do Trabalho, vol. II, p. 187), extraímos que “salário em utilidadeé a prestação “in natura” que o empregador, por força do contrato oudo costume, atribuiu ao empregado, em retribuição dos serviços poreste prestado. Constitui, portanto, modalidade de remuneração paralelaao salário pago em dinheiro.”

Para JOSÉ SERSON (Curso de Rotinas Trabalhistas, EditoraRevista dos Tribunais, 27. ed., p. 300), se a alimentação é cobrada, eladá parte de um contrato paralelo ao de trabalho de fornecimento dealimentação. E NÃO TEM EFEITO SALARIAL, MESMO QUE AEMPRESA VENDA ABAIXO DO CUSTO.

Do posicionamento doutrinário, construído a partir dainter-pretação do art. 458 e seus parágrafos, da Consolidação, temosquesomente quando a utilidade alimentação é fornecida gratuita-mente ecomo complemento do pagamento em dinheiro, e por força do contratode trabalho ou do costume, é que se dará a integração ao salário.

Afora essas hipóteses, o fornecimento de utilidade não integra osalário para qualquer efeito, em especial, quanto à contribuiçãoprevidenciária, que é a hipótese em tela.

10. No âmbito jurisprudencial, encontramos os seguintesjulgados:

“SALÁRIO-UTILIDADE – CONFIGURAÇÃO – SALÁRIO “INNATURA” – ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE – NÃOCARACTERIZAÇÃO. – O auxílio-alimentação e o valetransporte, mesmo que gratuitamente fornecidos aoempregado, não constituem salário “in natura”. Tratando-sede títulos que não sofrem incidência das contribuiçõesprevidenciárias e fiscais, fica clara sua natureza como parcelanão incorporável aos vencimentos ou proventos, justificando-se sua percepção para a efetiva prestação do serviço. (TRT 2ªR. – RO 20010050730 – (20030044612) – 2ª T. – Relª JuízaRosa Maria Zuccaro – DOESP 25.02.2003)”

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“SALÁRIO “IN NATURA” – ALIMENTAÇÃO. – Ajuda-alimentação fornecida por empresa participante do Programade Alimentação ao Trabalhador, instituído pela Lei nº 6321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o saláriopara qualquer efeito legal. Revista parcialmente conhecida eprovida, para afastar da condenação a incorporação da ajuda-alimentação na remuneração do reclamante.” (TST – RR361990 – 5ª T. – Rel. Min. João Batista Brito Pereira – DJU06.10.2000 – p. 780)”

11. Com isso, está claro que o enquadramento legal do auto deinfração está equivocado, já que se utilizou de uma simplesirregularidade, facilmente sanável, para efetivar lançamento com baseem interpretação equivocada acerca da Lei que instituiu o PAT. Veja-seque o art. 41, I, do CRPS, determina que deve ser entendido por salário-decontribuição a remuneração efetivamente recebida a qualquer título.

Na hipótese vertente, os empregados NADA RECEBERAM; AOCONTRÁRIO: TIVERAM DESCONTADOS DE SEUS SALÁRIOS OVALOR DA ALIMENTAÇÃO. O caso em exame reproduz, fielmente,a controvérsia dirimida pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalhoreproduzida acima.

12. Em síntese, podem-se enumerar as seguintes conclusões:

a) Não se caracteriza o salário “in natura”, tal como definido noart. 458, da CLT, o que afasta de plano os pretendidos reflexosprevidenciários;

b) Há o errôneo enquadramento legal por parte do agentefiscalizador, na medida em que a empresa procedia conforme as regrasestabelecidas pela Lei que instituiu o PAT, porém, deixou de renovarsua inscrição no ano de ...., fato este altamente sanável pelo própriorequerido, o que torna desnecessária a autuação.

Ou seja, o procedimento adotado pela autora acima descrito, alémde não configurar o denominado salário “in natura”, conforme ajurisprudência acima elencada, da mesma forma, não configura infraçãopassível de autuação por parte do requerido pelos motivos acimaexpostos.

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76 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

13. Tudo isso constitui argumento decisivo e pulveriza qualquerpretensão por parte da requerida, já que a autora possuía o Programade Alimentação, nos moldes da Lei nº 6.321/76, conforme se pode verdos anexos documentos, desde .... até o presente ano. Em suma, diantedo exposto, conclui-se que o lançamento em questão não mereceprosperar, devendo ser anulado, desconstituindo-se o crédito tributáriodele decorrente.

14. Sendo assim, tendo em vista as alegações despendidas,requer:

a) A citação do requerido, na pessoa de seu representante, paraque, querendo, conteste os termos da presente ação.

b) Contestada ou não, seja a presente ação julgada procedentepara o fim de se anular o lançamento nº ......., condenando-se o requeridonas custas processuais e honorários de advogado.

c) Caso necessário, a produção de provas testemunhal,documental e pericial.

Valor da causa: R$ ...... (....................).

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Empresa inscrita no PAT - Programa de Alimentação do Trabalha-dor, e, portanto, fazendo jus a alguns benefícios concedidos por lei, é noti-ficada a recolher justamente os valores de que estava isenta de recolherem razão dos benefícios; logo, propõe a anulação do débito previdenciário,posto estar sendo indevidamente cobrado.

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APELAÇÃO – CAUTELAR APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –NEOPLASIA MALIGNA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ..ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

Processo nº .............

........................., já qualificado nos autos do Processo em epígrafe,MEDIDA CAUTELAR INOMINADA, contra o INSS – InstitutoNacional do Seguro Social, que tramita por este Juízo, através de seuadvogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presençade V. Exa., inconformado com a respeitável SENTENÇA exarada àsfls. .. dos autos, recorrer à Instância Superior, e o faz pela presenteAPELAÇÃO, na certeza de que os doutos julgadores, melhorexaminando a matéria, hajam por bem acatar as razões anexas,mandando que se processe regularmente o feito, em atendimento aosprincípios constitucionais, à doutrina e ao direito, praticando averdadeira JUSTIÇA.

Regularmente processado estes, bem assim, ouvido o Apelado,para suas contra razões, subam os autos à Instância Superior, parauma nova decisão.

Pede j. e deferimento,

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RAZÕES DA APELAÇÃO

APELANTE: ...............

APELADO: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº ........... - ...ª Vara Federal de ..............

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em inúmerasdecisões pelo douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantesjuízes destes rincões do interior de SÃO PAULO, ousamos discordarda fundamentação da decisão ora hostilizada, em especial porque nãoatendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e da assentadajurisprudência, da melhor distribuição da JUSTIÇA, conformedemonstraremos para V. Exas.

Primeiro: Diz o douto juiz “a quo” em sua r. sentença, às fls. ..dos autos, que o Autor não cumpriu a diligência referente às fls. .. dosautos, assim concluindo:

“Posto isto, indefiro a inicial, declarando extinto o processosem julgamento do mérito, na forma do art. 267, inciso I, c/cart. 284, parágrafo único, todos do CPC.” (...) (sic).

Ora, doutos julgadores, se o Requerente propôs a aludidaMEDIDA CAUTELAR INOMINADA, através da peça matriz de fls. ../... dos autos, acompanhada com as devidas peças instrutórias, isto nabusca de seu DIREITO garantido pelas legislações constitucional einfra-constitucional, que foi tolhido no momento de sua propositurajunto ao ente autárquico, por outras linhas o artigo 5º, inciso XXXV,da Constituição Federal expressamente nos traz o seguinte: “A Lei nãoexcluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 79

De outro modo é pacífica a jurisprudência quanto à matéria oraquestionada, conforme verificado abaixo:

“PREVIDENCIÁRIO – RECURSO ESPECIAL – PROCESSUALCIVIL – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL – EXTINÇÃODO PROCESSO – ART. 267, PARÁGRAFO ÚNICO CPC –IMPOSSIBILIDADE – Consoante inteligência do art. 267,inciso IV, do CPC, presente nos autos início de provadocumental para comprovação de atividade rurícola,injustificável a extinção do feito sem julgamento de mérito.– Recurso conhecido e desprovido. (STJ – REsp 253123 – SP– 5ª T. – Rel. Min. Jorge Scartezzini – DJU 20.11.2000 – p.308) (grifo nosso)

Assim, nota-se que o douto juiz “a quo” não andou bem aodeterminar a improcedência da ação contra o Apelante, mesmo porque,“data maxima venia”, nada impede que seja averiguado não só porprovas documentais, mas também testemunhais, a fim de que se possaaveriguar a veracidade dos fatos, pois a referida MEDIDA possui ocaráter de URGÊNCIA e EMERGÊNCIA; desse modo, o douto juiz “aquo” deveria ater-se aos fatos em si e às provas apresentadas, ao invésde dar maior importância à denominação referida ao Autor como a deImpetrante, pois a denominação é uma mera condição processual enão um meio e fim.

Somente a falta de uma análise mais profunda poderia justificara sentença hostilizada, entretanto, sabemos, em face da disposição etenacidade da douta juíza “a quo”, que esta não foi a justificativa, esim a falta da aplicação do direito e da justiça.

Segundo: Em sua fundamentação para a procedência da ação, odouto juiz prolator da sentença que se quer modificar, alegando quenão se cumpriu a diligência referente às fls. 33 dos autos, não se atendoà EMENDA constante às fls. 35/39 dos autos, inclusive, apresentado aINICIAL na forma ORIGINAL (fls. 40/49), devido que a INICIALapresentada às fls. 02/11 dos autos foi apresentado de forma defeituosa,portanto, às fls. 40/49 dos autos é a integra da INICIAL apresentada,mas sem defeito na peça processual.

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Assim, o douto juiz, deve levar em consideração os princípiosda celeridade, economia processual, verdade real, bem como oESTATUTO DO IDOSO, que se faz presente, sendo uma questão muitoem voga, pois se trata de questão SOCIAL, ou, melhor dizendo, dePRESTAÇÃO DE ALIMENTOS, pois esta MEDIDA tem caráteralimentar.

Os documentos de fls. 27/29 dos autos dão conta de provar queo Agravante é portador de NEOPLASIA MALIGNA PROSTÁTICA;inclusive, até mesmo a Comunicação de Decisão Médica, do INSS,comprovou a existência da referida doença (fls. 30).

E mais adiante, às fls. 16/26 dos autos, demonstram a contribuiçãojunto ao ente previdenciário desde JANEIRO/2001 até aos dias atuais,tornando-se uma inverdade a Comunicação de Decisão Médica doINSS, emitida em 07 (sete) de dezembro de 2004 (dois mil e quatro),conforme documentos anexos, cumprindo com o seu papel deSEGURADO junto à PREVIDÊNCIA SOCIAL.

Conforme posição de nossos Tribunais – que passaram a entenderque é legítimo o referido pedido, atendendo dessa forma o dispostono artigo 6º da Carta Magna –, todo cidadão brasileiro terá direito àPREVIDÊNCIA SOCIAL, atendendo o dispositivo dos DIREITOSSOCIAIS. Portanto, um direito garantido pelo Estado Brasileiro; casocontrário se estará contrariando a constitucionalidade de nossa CartaMagna, conforme disposto nas jurisprudências a seguir:

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ– NEOPLASIA MALIGNA (CÂNCER) – PERMANENTEINCAPACIDADE LABORATIVA COMPROVADA PORPERÍCIA – 1. Comprovada a permanente incapacidadelaborativa por perito médico especializado na doença queacomete a autora, deve lhe ser concedido o benefício deaposentadoria por invalidez. 2. Apelação e remessa “ex ofício”improvidas. (TRF 2ª R. – AC-REO 2001.02.01.036424-9 – 2ªT. – Rel. Des. Fed. Antônio Cruz Netto – DJU 21.11.2003 – p.203)

Ora, doutos julgadores, se é direito constitucional bater às portasda Justiça, se a Constituição Federal incluiu a PREVIDÊNCIA SOCIAL

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 81

entre os direitos sociais, ficou demonstrado, de forma implícita, aconvalidação já prevista no artigo 1º da norma constitucional, queestabelece como fundamento da República Federativa do Brasil adignidade da pessoa humana, o que pressupõe, necessariamente, aassistência previdencial. Some-se, ainda, que a Constituição garanteum salário capaz de atender as necessidades básicas do trabalhador ede sua família.

Nesse contexto, pode-se concluir que o Estado brasileiro e asociedade devem planejar e executar políticas públicas que permitama todos o direito à PREVIDÊNCIA SOCIAL, causando espanto, fatostrágicos, que demonstram o cotidiano de alguns brasileiros e noschocam quando individualizados.

E o direito previdenciário, como fica? Como ficam as políticasestatais frente à Constituição? Nos parece que o Estado deve atuar nosentido de garantir a dignidade do ser humano, através deatendimentos humanitários que permitam garantir ao Segurado o realbeneficio que necessita, não medindo pela aparência, mas pelos laudosmédicos e documentos que comprovem a real necessidade, para evitarfraudes aos cofres da Previdência Social, e este não é o caso. Que osPeritos Médicos sejam treinados como verdadeiros filtros, mas quenão sejam burocráticos com os Segurados que realmente necessitemdo benefício.

Nas ações em que se objetiva a APOSENTADORIA PORINVALIDEZ ou AUXÍLIO-DOENÇA, o julgador deverá firmar o seuconvencimento, via de regra, com base em prova pericial, podendodeterminar a realização de perícia médica antes da fase probatória afim de certificar-se da verossimilhança da alegação, considerando aurgência para a prestação jurisdicional, usando do permissivo do artigo130 do CPC, que dispõe: “Caberá ao juiz, de ofício ou requerimento daparte, determinar as provas necessárias à instrução do processo,indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias”.

Dizer, finalmente, que o Apelante não atendeu o chamado de fls.33 dos autos, é no mínimo, no caso presente, querer tapar o sol com apeneira, pois está nítido o seu cumprimento às fls. 35/39 dos autos,sendo que as fls. 40/49 corresponde a INICIAL que foi apresentadadefeituosa (fls. 02/11), e, desta vez (fls. 40/49), apresenta na íntegrasem nenhuma alteração, como não poderia ser, a não que fosse através

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82 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

da EMENDA DA INICIAL, como ocorreu, e que a EXTINÇÃO DOFEITO prosperar, verá a prática de uma verdadeira INJUSTIÇA

Portanto, com a devida vênia, a EMENDA DA INICIAL,expediente relativo ao r. despacho de fls. 33, que concedeu o prazo de10 (dez) dias, não foi verificada devidamente, que o devido pedidorestou atendido, conforme se vê às fls. 35/39 dos autos, entendendoassim que não houve descumprimento algum para com a diligênciade fls. 33 dos autos, pois a resposta desta se deu em seguida, conformefls. 35/39, manifestando-se que a r. sentença nulifica todos os atospraticados.

ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o auto saber jurídicodos Doutos Julgadores, espera o Apelante ver provido o presenterecurso, a fim de cassar a sentença do douto juiz “a quo”, determinandoo regular processamento do feito, com a instrução e posterior sentença,através da qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgadaprocedente, concedendo-se a este o tão sonhado BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO POR INVALIDEZ, a fim de que mais uma vez sefaça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O requerente propõe apelação em virtude de decisão que in-deferiua medida cautelar do pedido de aposentadoria por invalidez fundamentadona legislação previdenciária da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99.Assim, requer seja concedido o beneficio de aposentadoria por invalidez.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 83

APELAÇÃO – REVISÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE – LEI Nº 8.213/91

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA ..............................4

........................, já qualificado nos autos da AÇÃO DE REVISÃODE AUXÍLIO-ACIDENTE, Processo nº 12.643/01, que tramita por esteJuízo, através de seu advogado e procurador infra-assinado, vemrespeitosamente à presença de V. Exa., inconformado com a respeitávelSENTENÇA exarada às fls. 62/64 dos autos, recorrer à InstânciaSuperior. E o faz pela presente APELAÇÃO, dirigida ao EgrégioTribunal Regional Federal - 3ª Região, na certeza de que os doutosjulgadores, melhor examinando a matéria, hajam por bem acatar asrazões anexas, mandando que se processe regularmente o feito, ematendimento aos princípios constitucionais, à doutrina e ao direito,praticando a verdadeira JUSTIÇA.

Regularmente processados estes, bem assim ouvido o Apelado,para suas contra-razões, subam os autos à Instância Superior, parauma nova decisão.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

4 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varasda JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: ................

APELADO: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº .../... - ..ª Vara Cível da .........

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

Em que pese o saber jurídico já demonstrado em suas inúmerasdecisões, o douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantesjuízes destes rincões do interior paulista, ousamos discordar dafundamentação da decisão ora hostilizada, em especial porque nãoatendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e da assentadajurisprudência, conforme demonstraremos a Vossas Excelências.

Primeiro: Diz o douto juiz “a quo” que, por r. sentença às fls. 72/74 dos autos, “O Autor intenta revisar o benefício (...).” (sic), e mais“No mérito, o pedido é improcedente.” (sic). Concluindo, diz: “JULGOIMPROCEDENTE o pedido de Benefício Previdenciário formulado emface do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.” (sic).

Ora, doutos julgadores, apesar de reconhecer o douto juiz “a quo”que a Constituição Federal garante o livre acesso à Justiça, por outraslinhas, nega esse mesmo direito assegurado pela nossa Carta Magna.O artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, expressamente nostraz o seguinte: “A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciáriolesão ou ameaça a direito;”.

De outro modo, é pacífica a jurisprudência de nossos Tribunaisquanto à matéria previdenciária em questão, eis que se nota que odouto juiz “a quo” não andou bem ao determinar a extinção do processo,com o indeferimento da inicial, mesmo porque, “datamaxima venia”,no mister de distribuir a Justiça, nada o impede de regularmente

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 85

processar o feito, especialmente porque, se a ação é de REVISÃO DEBENEFÍCIO DE AUXÍLIO-ACIDENTE, veio acompanhada dosdocumentos hábeis e exigidos por Lei, não tendo o Apelado trazidoqualquer prova, limitando-se a tentar persuadir o douto julgador, oque acabou ocorrendo.

Segundo: Em sua fundamentação para o indeferimento da iniciale a extinção do processo, o juiz prolator da sentença que se quermodificar alega que, “Embora a Constituição Federal expresse quenenhum benefício previdenciário terá valor inferior ao do saláriomínimo, ao auxílio-acidente não se aplica tal regra” (sic).

Conforme posição de nossos Tribunais, que passaram a entenderque a REVISÃO DE BENEFÍCIO AUXÍLIO-ACIDENTE, e que vem seposicionando neste sentido que o Benefício corresponde ao salário decontribuição vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior aosalário mínimo os reajustes e equivalência ao salário mínimo, sendodevido a reabilitação, pois a Legislação é auto-aplicável. Havendo nexode causalidade comprovado, desimportando para o caso a regularidadeou não da documentação do autor; a previdência social, através dosegurador obrigatório, que é o INSS, responde sempre pela reparaçãodo dano causado no trabalho, obedecidos os requisitos paraconfiguração do acidente. Para benefícios devidos ao empregado queindependem de carência, CAT, inscrição no FGTS ou contribuiçõesdo empregador, portanto, aplica-se o preceito constitucional posto noartigo 201, parágrafos 2º e 5º.

Ora, doutos julgadores, se é direito constitucional bater às portasda Justiça; se o processo foi regularmente requerido; se foi instruídocom os documentos indispensáveis à propositura da ação; mas comum porém, a nobre juíza “a quo” não se deu sequer ao luxo de verificaros próprios documentos fornecidos pelo Apelado, às fls. 48/58 dosautos, onde consta que houve um acidente de trabalho junto àempregadora, conforme Comunicação de Benefício por Acidente deTrabalho, junto ao PSS – Monte Aprazível/SP, e que deixou o Apelantesem condições para o seu trabalho braçal na lavoura, o qual, por faltade estudos, é a única função que consegue exercer, deixando-o à míngua.O correto à época era a sua APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, eque não ocorreu, inclusive o acidente o deixou incapaz para o trabalho

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86 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

diário; e, finalmente, dizer que não houve dano nem prejuízo aoApelante é, no mínimo, no caso presente, querer tapar o sol com apeneira, pois com a inicial encontram-se todos os documentosnecessários convalidados com os fornecidos pelo próprio INSS,juntados aos autos, razão por que o indeferimento da inicial, bem assima extinção do processo, não podem prevalecer, sob pena de se praticaruma INJUSTIÇA.

ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídico dosDoutos Julgadores, espera o Apelante ver provido o presente recurso,a fim de cassar a sentença do douto juiz “a quo”, determinando o regularprocessamento do feito, com a instrução e posterior sentença, atravésda qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgadaprocedente, concedendo-se o tão sonhado benefício de 01 (um)SALÁRIO MÍNIMO, com as condenações pedidas na peça vestibular,a fim de que mais uma vez se faça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O requerente propõe apelação em virtude de decisão que indeferiu opedido de revisão de auxílio-acidente, fundamentado na legislaçãoprevidenciária da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99. Assim, requerseja concedida a revisão do benefício auxílio-acidente.

Page 87: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 87

APELAÇÃO – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – ARTIGO 513/CPC –LEI Nº 8.213/91 – REVISÃO – PRESERVAÇÃO DO VALOR REAL –DETERMINAÇÃO JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ... ªVARA PREVIDENCIÁRIA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE..............................

AUTOS Nº ...

..., já qualificado no auto de ação ordinária previdenciáriasupramencionada, que promove contra o Instituto Nacional do SeguroSocial - INSS, por seus procuradores que ao final assinam, vem,respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado coma r. sentença de fls., interpor recurso de apelação nos termos do artigo513 e seguintes do CPC, de acordo com as argumentações que seguemem separado.

Dessa forma, requer seja o presente recurso remetido ao EgrégioTribunal Regional Federal.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. ......

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88 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..... REGIÃO.

RAZÕES DE APELAÇÃO

AUTOS Nº ........... - ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA FEDERAL

SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ......... DO ESTADO DE ............

APELANTE: ...

APELADO: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

A sentença prolatada pelo MM. Dr. Juiz “a quo” não mereceprosperar, posto que não aplica justiça condignamente entre as partes,merecendo, destarte, ser totalmente reformada.

Trata-se a presente ação ordinária de revisão de benefíciosprevidenciários, haja vista a flagrante defasagem verificada ao longodo período no provento do apelante, especialmente quanto ao critériode reajuste praticado pelo apelado, aplicando índices proporcionaisao período inicial de suas aposentadorias, e o reajustamento.

Em assim agindo, o apelado interpreta erroneamente o quedispõem o artigo 41 e incisos da Lei nº 8.213/91, propiciando umadistorção do estabelecido pela Constituição Federal, no artigo 201, §4º, onde estabelece que:

“É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critériosdefinidos em lei. (Redação dada ao parágrafo pela EmendaConstitucional nº 20/98, DOU 16.12.1998)”.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 89

Mesmo ante a existência de disposição constitucional quedetermine critério de reajustamento de maneira a preservar emcaráterpermanente o valor real dos benefícios do apelante, a Lei nº 8.213/91,conforme o artigo 41, estabelece que os valores dos benefícios emmanutenção serão reajustados de acordo com as suas respectivas datasde início, sendo de fácil percepção que esse critério ocasiona prejuízosdiretos incidentes sobre os benefícios do autor.

Ainda, o sistema previdenciário brasileiro é atuarial, baseando-se na correlação entre salário de contribuição/salário de benefício, oque vem a possibilitar a conclusão de que o valor do salário decontribuição norteia a base para obtenção do salário de benefício. Seisto fosse devidamente cumprido pelo apelado, garantiria a preservaçãoem caráter permanente do valor real dos benefícios do apelante.

Entretanto, como prevalece, inclusive, com a decisão judicialque pretende o autor reformar com a utilização do artigo 41, inciso I e§ 3º, da Lei nº 8.213/91, o apelante sofre e continuará sofrendo prejuízoscumulados e contínuos, ofendendo inclusive o princípio atuarialutilizado no sistema previdenciário brasileiro.

Ressalte-se, por oportuno, que o critério de proporcionalidadede reajuste do benefício do apelante, dependendo da data de suaconcessão, provoca distorções irreparáveis, posto que, dependendoda data do início do benefício, o beneficiário da Previdência Socialreceberá um percentual de reajuste muito reduzido, comparando-secom outro beneficiário que tenha obtido a concessão de aposentadoriapoucos meses antes, pois este receberá o reajuste em sua integralidade.

Esse prejuízo é cumulativo, posto que a correção dos valores éfeita por períodos extensos, não restando outra sorte ao apelante senãosofrer uma redução compulsória pelo critério de reajustamento adotadopelo apelado.

Nessas condições, espera o apelante que a Egrégia InstânciaSuperior, conhecendo do recurso de apelação ora interposto, reformetotalmente a sentença de primeira instância por ser de direito e dejustiça, determinando ao apelado que efetue a revisão do benefício doautor, para que este seja reajustado com a aplicação do índice integraldo período, a fim de preservar em caráter permanente o valor realdeste.

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90 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O apelante pretende a reforma da decisão prolatada pelo juiz “aquo”, a fim de que seja determinada ao apelado a revisão do benefícioprevidenciário, para que seja reajustado com a aplicação do índice integraldo período, a fim de preservar em caráter permanente o seu valor real.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 91

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – TUTELA ANTECIPADA – LEINº 8.213/91 – ART. 273/CPC

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .........................

............................., brasileiro, casado, trabalhador ruraldesempregado, RG nº ..., CPF nº ..., residente e domiciliado na Avenida..., nº ..., ..., nesta cidade e comarca de ..., através do advogado eprocurador infra-assinado (prov. e proc. inclusas), estabelecido naAvenida ..., nº ..., nesta cidade, onde receberá intimações,respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência, consubstanciadonos artigos 11, 42, 43, 142 e 143 da Lei nº 8.213/91, bem como nosdemais dispositivos legais aplicáveis à espécie, propor a presenteAÇÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, COM PEDIDO DETUTELA ANTECIPADA, contra o INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS, Entidade Autárquica Federal, com sederepresentativa na cidade de ..., situada na Avenida ..., nº ..., pelas razõesde fato e de direito a seguir expostas:

1. O requerente, que é nascido em .../.../....., no período de ........ a......... desempenhou atividades rurícolas na qualidade de trabalhadorrural braçal, conforme demonstram os sucessivos registros constantesem sua CTPS, de acordo com o que consta das cópias anexas.

2. Contudo, por volta do ano de ....., o autor começou a sofrer dasíndrome de DIABETES, TIPO II, que culminou por impossibilitá-lo,apesar de muita insistência e esforço de sua parte, de exercer aatividade de trabalhador rural, como o fez ao longo de sua vida.

3. Como sintoma, o diabetes do tipo II causa muita sede, devidoà eliminação constante e contínua de urina, além de cãibra, que é acontração involuntária e dolorosa de um músculo ou grupo de

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92 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

músculos, nos pés, pernas e mãos, e, como consequência, o diabetestipo II compromete os órgãos vitais, podendo causar, inclusive, acegueira do enfermo, sendo que para controlar os índices do diabeteso autor necessita de um rígido regime alimentar, excessivamente pobreem calorias, que também o impossibilita, por falta de nutriçãoadequada, de desempenhar as árduas e pesadas tarefas de umtrabalhador rurícola.

4. Por essas razões, aliado o fato de ser pessoa pobre, sem amínima instrução e qualificação técnica para o exercício de qualqueroutra atividade, a não ser a rurícola, o autor necessita de amparo porparte da Previdência Social, tanto para sobreviver como para poderadquirir os medicamentos necessários para o tratamento de suaenfermidade.

5. Evidencia-se, assim, que o autor está enquadrado na legislaçãoprevidenciária delineadora do benefício de aposentadoria porinvalidez, nos termos dos artigos 11, 42, 43, 142 e 143, além do artigo102 (direito adquirido), todos da Lei nº 8.213/91, salientando, ainda,que o trabalhador que estiver afastado por motivo de moléstiaincapacitante não perde a qualidade de segurado, mormente se talenfermidade foi contraída enquanto esteve na condição de segurado,como é o caso específico do autor, segundo consta do seguinte aresto:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.RURÍCOLA. INCAPACIDADE COMPROVADA. RECURSOIMPROVIDO. 1. Se a apelada, por motivo de doença, não podevoltar ao exercício da antiga profissão de trabalhadora rural, deveser desde logo aposentada por invalidez ante a impossibilidadede que, sendo pessoa de pouca instrução, possa ser reabilitadapara outro trabalho e tenha oportunidade de obter novo emprego.2. Não perde a qualidade de segurada a trabalhadora que, emrazão de moléstia incapacitante, tenha deixado de contribuir àPrevidência Social. – Apelo Improvido.” (AC. 96/03/036.335-9 –Rel. Juiz Sinval Antunes – 1ª Turma – TRF- 3ª R.)

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6. Destarte, considerando-se que a moléstia da qual padece o autor éde natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,constata-se que o caso vertente é típico de concessão de aposentadoriapor invalidez, motivo pelo qual se vale da presente ação para pleitearjudicialmente o referido amparo previdenciário a que tem direito,segundo as normas legais vigentes.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Como os trâmites da presente ação podem demandar vários anos,em face do notório abuso do direito de defesa, durante tal período orequerente continuaria impossibilitado, em razão de sua enfermidade,de exercer a atividade rurícola que vinha desempenhando; a única,como acima mencionado, que lhe restaria. Porém, isto fatalmenteagravaria sua situação financeira e, consequentemente, o seu estadode saúde, na medida em que não disporia de recursos necessáriospara sustentar a si próprio, bem como para providenciar o adequadotratamento de sua enfermidade, o que demonstra de forma inequívocaa presença, in casu, do “fumus boni juris” e do “periculum in mora”.Assim, ante o receio de dano irreparável, necessita o requerente daantecipaçãodatutela, nos termos do artigo 273 do Código de ProcessoCivil, para que lhe seja concedido o benefício da aposentadoria porinvalidez, no valor de um salário mínimo mensal e respectivo abonoanual – logo após a constatação de sua incapacidade através de períciamédica, – salientando que a tutela ora perseguida é perfeitamentepossível de ser concedida antecipadamente, em virtude do caráteralimentício do benefício ora pleiteado.

ANTE O EXPOSTO, oautorrequer de VossaExcelência:

1. Seja, initio litis, determinada uma perícia médica paracomprovação do alegado, e, após comprovada a incapacidade do autor,seja julgada antecipadamente a tutela desejada, nos termos do artigo273 do CPC, determinando, ao instituto réu, que, de imediato, lhe

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pague o benefício de uma aposentadoria por invalidez, no valor de umsalário mínimo mensal, acrescido do abono anual.

2. Seja, ao final, julgada totalmente procedente a presente ação,no sentido de condenar o INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS a pagar-lhe o benefício de uma aposentadoria porinvalidez, no valor de um salário mínimo mensal, acrescido do abonoanual, a partir da citação, emitindo-lhe um carnê mensal de benefícios,com a incidência de juros e correção monetária sobre o valor dasparcelas vencidas, bem como honorários advocatícios em percentualde 20% sobre o valor total da conta de liquidação, acrescida de dozeparcelas vincendas

3. Seja o instituto réu citado na pessoa de seu representante legal,no endereço inicialmente declinado, para, querendo, acompanhar eoferecer contestação aos termos da presente ação, dentro dos prazoslegais, sob pena de confissão e revelia.

4. Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provasem Direito permitidos, notadamente a pericial e a testemunhal, atravésda oitiva das testemunhas constantes do rol anexo, que requer sejamintimadas para depor em Juízo, juntada de novos documentos, etc., oque fica desde já expressamente requerido.

Dá-se à causa o valor de R$ ... (...), para fins de alçada fiscal.

Termos em que,

P. e A. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 95

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. .................., brasileira, casada, do lar, residente e domiciliadana Av. ..., nº ..., fone nº ................, nesta cidade e comarca de...............-SP;

2. ................., brasileiro, residente e domiciliado na Avenida ...,nº ..., Jardim ..., nesta cidade e comarca de ...............-SP, fonenº ..............;

3. .................., brasileiro, casado, residente e domiciliado naAvenida ..., nº ..., Jardim ..., nesta cidade e comarca de ...............-SP, fone nº ............... .

RESUMO

O requerente faz jus ao benefício previdenciário Aposentadoria porInvalidez, conforme assegurado pela CF e pelo artigo 42 da Lei nº 8.213/91, art. 43 do Decreto nº 3.048/99, com pedido de Tutela Antecipada nostermos do art. 273 do CPC.

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96 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 97

APOSENTADORIA POR IDADE – INICIAL – RURÍCOLA - INSS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA ..............................5

.........................., brasileira, casada, lavradora, portadora do CPFnº ... e RG nº ..., residente e domiciliada na Fazenda ..., neste município,através de seu advogado e procurador infra-assinado, vemrespeitosamente à presença de V. Exa. propor contra o INSS – InstitutoNacional do Seguro Social, autarquia federal, com ProcuradoriaRegional situada na Av. ... nº ..., ..., CEP: ..., na cidade e comarca de ...,a presente AÇÃO DE APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, comamparo nos termos do artigo 48, § 1º, da Lei nº 8.213/91, art. 51 doDecreto nº 3.048/99 e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos efundamentos:

1. A Requerente, desde o ano de 1958, exerce atividade rural,laborando como trabalhadora rural em REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR na propriedade rural de seus pais até 1966, e a partir de1966, em propriedade de seu sogro até 1987; a partir de .../.../....., empropriedade própria, na Fazenda ..............., neste município, depropriedade de seu esposo até a presente data, conforme Escritura deImóvel Rural, ITR’s, CCIR, Certidão de Casamento, Nota Fiscal deProdutor em nome de seu esposo, CTPS, em anexo. Nunca teve defato um “patrão”, pois era contratada ao amanhecer do dia, e pelo quese nota é uma pessoa que labuta nas terras da região para se auto-sustentar, e que nunca teve outro emprego na vida a não ser o delavradora, conforme documentos acostados.Além de possuir idade

"5 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varasda JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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98 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

suficiente, a Requerente sempre trabalhou na lavoura, no plantio ecolheita de milho, algodão e laranja, recolhendo os impostosnecessários, tendo direito adquirido de se aposentar, pois já possuimais de 56 anos de idade e desde os 12 anos de idade trabalha nalavoura em Regime de Economia Familiar, onde nunca teve outroemprego em sua vida, a não ser como lavradora, conforme provam osdocumentos acostados.

2. Quanto ao fato de o requerimento inicial estar sendo impetradojudicialmente contra o INSS (PSS de ...), e não administrativamente,isso se deve a que os servidores daquela instituição autárquica serecusam a receber a documentação para o devido processamento, alémde repetidamente alegarem – mas só verbalmente – que a requerentenão possui o direito de pleitear tal benefício.

3. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário.

4. A legislação vigente dá respaldo ao presente pedido, onde otrabalhador autônomo, a exemplo do segurado especial (produtor,parceiro, meeiro, arrendatário rural, pescador artesanal e seusassemelhados), que exerça suas atividades, individualmente ou emregime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros,bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maioresde dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, que trabalhemcomprovadamente com o grupo familiar respectivo, têm o direito aorespectivo benefício. E o valor do salário de benefício não será inferiorao de um salário mínimo nem superior ao do limite máximo do saláriode contribuição na data de início do benefício, desde que comprovadoo efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua,no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, portempo igual ao número de meses de contribuição correspondente àcarência do benefício pretendido.

5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,nos termos seguintes: “XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 99

ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a leiestabelecer”.

6. O art. 6º da Constituição Federal diz:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,a proteção à maternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)”.

7. O inciso I, § 7º e inciso II, do artigo 201 da ConstituiçãoFederal, dizem:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idadeavançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,de 1998)

(...)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral deprevidência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintescondições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,de 1998)

(...)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anosde idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para ostrabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçamsuas atividades em regime de economia familiar, nestesincluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescadorartesanal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de1998)”

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100 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

8. A Requerente, conforme provas documentais, portanto, fazjus à Aposentadoria por Idade Rural, em conformidade com a legislaçãoem vigor. Nossos Tribunais são unânimes em decidirsobre esseassunto, e têm julgado que as provas documentais, corroboradas comas testemunhais, são suficientes para a comprovação de RURÍCOLA,para fins de benefício previdenciário.

DIANTE O EXPOSTO, após satisfeito o requerimento, vemrequerer a citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, nomesmo endereço declinado no preâmbulo da inicial via AR, para ostermos da presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e asadvertências legais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presenteação, com a condenação do Réu na concessão à Requerente da Ação deAPOSENTADORIA RURAL POR IDADE, a partir da data do protocolojunto ao Poder Judiciário, bem como emitir o carnê do benefíciocorrigido monetariamente, juros de mora e honorários advocatíciosincidentes sobre o valor da conta de liquidação, calculados na formada Lei.

Requer a produção de provas testemunhais e periciais,protestando por outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

Requer, ainda, que V. Exa. conceda de plano os benefícios daISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........(.......................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 101: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 101

ROL DE TESTEMUNHAS:

1) ................., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliadona Fazenda .........., neste município;

2) ................., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliadona Fazenda .........., neste município;

3) .................., brasileiro, casado, lavrador, residente edomiciliado na Fazenda .........., neste município.

RESUMO

O requerente faz jus ao benefício previdenciário Aposentadoria Ruralpor Idade, conforme assegurado pela CF e pelo artigo 48, § 1º, da Lei nº8.213/91, e art. 51 do Decreto nº 3.048/99.

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102 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 103

APRESENTAÇÃO DO ROL DE TESTEMUNHAS –PREVIDENCIÁRIO – NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃOPROCESSUAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ..........................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....

Processo nº

...................................., já devidamente qualificado na peçaexordial dos autos da presente ação em epígrafe, que propõe contra doINSS - Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado nofeito, e ajuizada nesta Vara e Juízo, em que foi designado o dia ... (........)do corrente mês para a audiência de instrução e julgamento, por seuprocurador infra-assinado, vem à presença de Vossa Excelência paraapresentar rol de testemunhas que requer sejam intimadas parainquirição na referida audiência, e que são as seguintes:

1. .........................., brasileiro, casado, funcionário público,residente nesta cidade, na rua ..............................., n.º, apto. ...................;

2. .........................., brasileiro, solteiro, motorista, residente nestacidade, na rua ........................... n.º, apto. ...................;

3. .........................., brasileiro, casado, bancário, residente nestacidade, na rua ..........................., nº, apto. ...................;

Nestes termos,

Pede deferimento.

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104 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

Apresentação do Rol de Testemunhas que serão necessárias paraque o Impetrante tenha a devida contemplação do benefício ora requerido.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

Page 105: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 105

AUXÍLIO-RECLUSÃO – INICIAL – PREVIDENCIÁRIO - JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ........................6

....................., brasileira, casada, do lar, portadora do CPF nº............... e RG nº ..............., residente e domiciliada na Rua ..........., nº...., Jd. ......., nesta cidade, através de seu advogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presença de V. Exa. propor contra oINSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, comProcuradoria Regional situada na Av. .........., nº ..., CEP: ........, na cidadee comarca de ............, a presente AÇÃO DE AUXÍLIO-RECLUSÃO,com amparo nos termos do artigo 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91,art. 116 do Decreto nº 3.048/99, e artigo 282 do CPC, mediante osseguintes fatos e fundamentos:

1. ....................., esposo da Requerente desde ... de .......... de ....,como contribuinte da Previdência Social recolheu a devidacontribuição de SEGURADO até a data de ... de ......... de ...., conformedocumentos anexos, quais sejam: Certidão de Casamento, CPF, RG,CTPS, PIS e Guias da Previdência Social (GPS), que comprovam queera trabalhador urbano, contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL, eencontra-se recolhido no Presídio Regional de ........., desde o dia ... de.......... de ...., cumprindo pena de prisão de 5 (cinco) anos e 4 (quatro)meses, em regime fechado, conforme faz prova a cópia do Mandado dePrisão em anexo.

2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário.

"6 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas

da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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106 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. O recluso, .................., está cumprindo a pena que lhe foiimposta pela JUSTIÇA, e possui 5 (cinco) filhos, que são: ... (02), ...(05), ... (07), ... (08), ... (11) e ... (12).

4. O artigo 116 do Decreto nº 3.048/99 combinado com o artigo80 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, diz:

“Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmascondições da pensão por morte aos dependentes do seguradorecolhido à prisão, que não receber remuneração da empresanem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria oude abono de permanência em serviço.

Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deveráser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão,sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, aapresentação de declaração de permanência na condição depresidiário.”

5. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais aeducação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, aPREVIDÊNCIA SOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, aassistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

6. De conformidade com a legislação vigente, vê-secristalinamente que são beneficiários do Regime Geral de PrevidênciaSocial, na condição de dependentes do segurado, o cônjuge, acompanheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquercondição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido, cuja dependênciaeconômica é presumida, sendo que a (dependência econômica) dosdemais (cônjuge, companheira, companheiro) deve ser comprovada.

7. A concessão do AUXÍLIO-RECLUSÃO independe de carência,na forma do art. 26 da Lei nº 8.213/91.

8. Que a Requerente, conforme provas documentais, faz jus aobenefício, de conformidade com a legislação em vigor, edemaislegislações pertinentes à matéria, que de acordo com os nossos

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 107

Tribunais são pacíficos ao assunto em tela, que conste nos autos provamaterial hábil, consubstanciada na Carteira de Trabalho da PrevidênciaSocial (CTPS) a condição de segurado do recluso, a dependênciaeconômica da esposa em relação ao marido é legalmente presumida,onde o segurado para recebimento já recolheu mais de dozecontribuições mensais e não recebe qualquer remuneração da empresa.

DIANTE O EXPOSTO, após satisfeito o pedido, vem requerer acitação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmoendereço declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termosda presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as adver-tênciaslegais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presente ação,condenando-se o Réu, ao final, à concessão da Ação Sumaríssima deAUXÍLIO-RECLUSÃO, a partir da data da detenção (13.02.2004), bemcomo a emitir o carnê do benefício corrigido monetariamente, jurosde mora e honorários advocatícios incidentes sobre o valor da contade liquidação, calculados na forma da Lei.

Requer a produção de provas testemunhais e pericial,protestando pelas outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

Requer, ainda, que V. Exa. conceda de plano os benefícios daISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........(.......................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 108: Manual Forense Previdenciário

108 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO

O Requerente faz jus ao benefício Auxílio-Reclusão, conforme asse-gurado pela CF, pelo artigo 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e art. 116 doDecreto nº 3.048/99, uma vez que era contribuinte da Previdência Social.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 109

AUXÍLIO RECLUSÃO – VIA ADMINISTRATIVA – REQUERIMENTO– INICIAL

ILUSTRÍSSIMO (A) SENHOR (A) GERENTE REGIONAL DAAGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DE ..............................

....................., brasileira, menor impúbere, neste ato representadapor sua genitora, .................., portadora do RG ................. e do CPF.................., residente e domiciliada na Av. ..............., nº ..., na cidadede ............, Estado de ..., CEP .........., vivendo maritalmente com.................., brasileiro, pedreiro, portador do RG n. ............... e CPF n................., vem, com o devido respeito e acato, à presença de VossaSenhoria, para requerer AUXÍLIO-RECLUSÃO, nos termos dos artigos80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e arts. 116 e seguintes do Decreto nº3.048/99, pelos seguintes fatos e fundamentos:

01. A Requerente vive maritalmente com o recluso, o qual seencontra recolhido no Presídio ..., desde o dia 1º de julho de 1999,embora da conta de liquidação de pena conste o início em 17 de julhode 1999, para cumprir pena de prisão de 5 (cinco) anos e 4 (quatro)meses de reclusão em regime fechado, conforme prova a xerox doMandado de Prisão em anexo.

02. Da união nasceu .............., em ... de .......... de ...., conformexerox da Certidão de Nascimento em anexo.

03. Por ocasião de sua prisão o recluso era empregado, tendocomo empregador .............., com o salário mensal de R$ .......(.......................), conforme comprova xerox da CTPS, em anexo.

Nestes termos vem, respeitosamente, à presença de VossaSenhoria, requerer AUXÍLIO-RECLUSÃO, conforme rezam o artigo80 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e artigo 116 do Decreto nº3.048, de 06 de maio de 1999, a partir da data da detenção, ou seja,desde 29.10.2001.

Page 110: Manual Forense Previdenciário

110 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Pede Deferimento.

(Local e data)

...........................

(Requerente)

RESUMO

A requerente faz jus ao benefício Auxílio-Reclusão, conforme asse-gurado pela CF e pelos artigos 80 e seguintes da Lei nº 8.213/91, e art. 116do Decreto nº 3.048/99, vez que era contribuinte da Previdência Social,requerendo junto ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social administra-tivamente por ser companheira do detento.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 111

CAUTELAR DE ARRESTO – FATO GERADOR RESTRITIVO – COTAPATRONAL – PAGAMENTO INDEVIDO – COMPENSAÇÃO –SALÁRIO - SUSTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ...ª VARA FEDERAL – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..............................

.................., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua............, nº ..., cidade de ................, Estado de ..., inscrita no CNPJ/MFsob nº ..............., por seu advogado infra-assinado (procuração emanexo), vem mui respeitosamente à presença de V. Exa. propor apresente

MEDIDA CAUTELAR INOMINADAC/C PEDIDO DE LIMINAR

contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Rua ..........,cidade de ..........., Estado de ..., e contra a UNIÃO FEDERAL, pessoajurídica de direito público, com domicílio na cidade de ..........., Estadode ..., fazendo-o com base nos artigos 796 e seguintes do Código deProcesso Civil, e demais legislações vigentes, pelas razões a seguirarticuladas:

1. OS FATOS

A Requerente é empresa sujeita ao recolhimento da contribuiçãosocial para financiamento da Seguridade Social, em decorrência domandamento constitucional contido no art. 195, inciso I, tambémconhecida como quota patronal.

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De acordo com esse dispositivo da Constituição, as contribuiçõesdevidas pelas empresas (pelos empregadores, na dicção do legisladorconstitucional) incidem sobre a folha de salário, sobre o faturamentoe sobre o lucro, sendo que estas duas últimas hipóteses (faturamentoe lucro) não são objeto da presente demanda, no que tange àinconstitucionalidade das mesmas.

No que se refere às contribuições sociais devidas pelas empresase incidentes sobre a folha de salários, fica bem certo pelo teor do art.195, inciso I, da Magna Carta, que somente as remunerações que seenquadrem no conceito jurídico de salário podem constituir-se embase desta incidência tributária.

Ocorre que pela Lei nº 7.787, de 30.06.89 (publicada no DOU de03.07.89), foi estabelecida uma tributação na ordem de 20% sobreremunerações que não configuram, fática e juridicamente, salário, quaissejam, os pagamentos a administradores e autônomos, consoanteprescreve o art. 3º, inciso I, da referida lei.

Esta lei foi recepcionada pela Lei nº 8.212, de 24.07.91, quemanteve a tributação de 20% sobre pagamentos a administradores eautônomos, conforme consignam o artigo 22, inciso I, e o artigo 30,inciso I, alínea “b”, de mencionada lei.

Em ambos os textos legais citados (Lei nº 7.787/89 e Lei nº 8.212/91), está presente a aludida tributação de 20% sobre os pagamentos aadministradores (como, v.g., o pró-labore) e a autônomos, o que,entretanto, conflita com a Constituição Federal, restando totalmenteilegítima a sua exigência.

Aliás, desde já é importante deixar consignado que o próprioSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já apreciou essa matéria, declarandoser inconstitucional dita cobrança com base na Lei nº 7.787/89 (RE166.772-9/RS), cujos fundamentos em tudo se identificam com osatinentes à Lei nº 8.212/91, que sucedeu àquela e a confirmou nesteparticular.

À vista de tais considerações, conclui-se que todos osrecolhimentos efetuados se tratavam de “valores indevidamenterecolhidos ou pagos a maior”, o que enseja para o contribuinte umdireito de crédito contra o Instituto Nacional do Seguro Social, ou

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seja, o direito de reaver todos os valores pagos a título de contribuiçãosocial devida pelos empregadores incidentes sobre a folha de salários.

Para tanto, através do art. 66 da Lei nº 8.383, criou-se oinstrumento perfeito para que o contribuinte possa recuperar valoresindevidamente recolhidos, que é o instituto da compensação, evitando-se, assim, a propositura de morosa ação de restituição, sujeita ao regimede precatórios, que implica em certeiros prejuízos para o contribuintedetentor de crédito perante o INSS.

Os demonstrativos anexos apontam os valores recolhidos pelaRequerente, a título de contribuição social incidente sobre a folha desalários, pagos a administradores e autônomos.

Pretensamente visando a dar cumprimento ao § 4º do artigo 66,da Lei supracitada, o INSS, através da Diretoria de Arrecadação eFiscalização, a título de regulamentar a lei supra-referida, editou aOrdem de Serviço, procurando dificultar a ação do contribuinte quepretenda exercer o direito à compensação.

Eis a razão do presente pleito judicial, que visa resguardar odireito da Requerente de proceder à compensação imediata dos valoresrecolhidos a maior, com valores vincendos de “tributos e contribuiçõesda mesma espécie”, o que só poderá ser feito sob o manto protetor datutela jurisdicional, haja vista a posição já declarada do Requerido dedificultar e até coibir tal direito.

Destarte, com a presente medida, pretende a Requerente impediratos lesivos aos seus direitos, e após provar a improcedência dos atosadministrativos, o que fará por intermédio de ação própria pelo ritoordinário (CPC, arts. 282 e ss.), a ser proposta nos termos do art. 806do Código de Processo Civil, demonstrar e ver reconhecido seu direitoà compensação.

2. A LIDE E SEU FUNDAMENTO

A Requerente proporá, no prazo legal, ação ordinária visando aoreconhecimento do direito à compensação dos valores recolhidos atítulo de quota patronal, de 20% sobre pagamentos a administradores

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e autônomos, em razão, basicamente, dos argumentos que seguem, queserão melhor desenvolvidos no âmbito da ação principal.

A inconstitucionalidade do artigo 3º da Lei nº 7.787/89 e dosartigos 22, I, e 30, I, “b”, da Lei nº 8.212/91 é manifesta, pois a exaçãoagride limitações impostas pela Constituição ao legisladorinfraconstitucional, quais sejam:

a) a instituição e cobrança de uma contribuição está limitada àexpressão “folha de salários”, tal como contido no artigo 195,inciso I, da Carta Constitucional;

b) não se confundindo as remunerações a administradores eautônomos com salário, criou-se, em verdade, outra fonte decusteio da seguridade com afronta ao § 4º, do artigo 195, poiseste se remete ao artigo 154, I, e este por sua vez se remete aoartigo 146, III, todos da Constituição Federal, concluindo-seser imprescindível a edição da lei complementar para ainstituição de novos tributos.

Portanto, as exigências contidas na Lei nº 7.787/89 (art. 3º) e naLei nº 8.212/91 (art. 22, I, e art. 30, I, “b”) configuram incontestávelcontrariedade aos princípios, guisados como garantias do contribuintebrasileiro.

Nesse sentido julgou o Excelso SUPREMO TRIBUNALFEDERAL, intérprete máximo da Constituição, no âmbito do RecursoExtraordinário nº 166.772-9/RS, sendo Relator o Eminente MinistroMARCO AURÉLIO DE MELLO, do qual se extrai sua ementa (íntegra,em anexo):

“Interpretação – Carga Construtiva – Extensão. Se é certo quetoda interpretação traz em si carga construtiva, não menos corretaexsurge a vinculação à ordem jurídica constitucional. O fenômenoocorre a partir das normas em vigor, variando de acordo com a formaçãoprofissional e humanística do intérprete. No exercício gradual da artede interpretar, descabe inserir na regra de direito o próprio Juízo – pormais sensato que seja – sobre a finalidade que “conviria fosse ela

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perseguida” – Celso Antônio Bandeira de Mello – em parecer inédito.Sendo o direito uma ciência, o meio justifica o fim, mas não este aquele.

Constituição – Alcance Político – Sentido dos Vocábulos –Interpretação. O conteúdo político de uma Constituição não éconducente ao desprezo do sentido vernacular das palavras, muitomenos ao técnico, considerados institutos sagrados pelo Direito. Todaciência pressupõe a adoção de escorreita linguagem, possuindo osinstitutos, as expressões e os vocábulos que a revelam conceitoestabelecido com a passagem do tempo, quer por força de estudosacadêmicos, quer, no caso do Direito, pela atuação dos Precatórios.

Seguridade Social – Tomador de Serviços – Pagamentos àAdministração e Autônomos – Regência. A relação jurídica mantidacom administradores não resulta de contrato de trabalho e, portanto,de ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho. Daía impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviços qualifica-secomo empregador e que a satisfação do que devido ocorra via folha desalários. Afastado o enquadramento no inciso I do artigo 195 daConstituição Federal, exsurge a desvalia constitucional da normaordinária disciplinadora da matéria. A referência contida no parágrafo4º do artigo 195 da Constituição Federal ao inciso I do artigo 154, nelaesculpido, impõe a observância do veículo próprio – a leicomplementar. INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º DA LEINº 7.787/89, no que abrangido o que pago a administradores eautônomos. Declaração de inconstitucionalidade limitada pelacontrovérsia dos autos no que não envolvidos pagamentos a avulsos.”

Resultado que, obviamente, servirá de parâmetro para todas asdecisões que se sucederem relativamente à malsinada exigência, vistotratar-se de decisão da mais alta Corte do País, não cabendo contra adecisão proferida qualquer tipo de recurso.

A conclusão lógica é a de que, havendo a Suprema Corte declaradoa inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, todos ospagamentos efetuados a título de contribuição social incidente sobrea folha de salários em relação aos pagamentos a administradores eautônomos são inconstitucionais e indevidos. Logo, o INSS, ao acatá-los, atentou contra o direito da Requerente de não recolher mencionadotributo.

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Uma vez já declarada a inconstitucionalidade do dispositivolegal, abre-se para o contribuinte o direito de reavê-los, com a devidae total correção monetária.

Realmente, através do artigo 66 da Lei nº 8.383/91, foi autorizadoaos contribuintes efetuar a compensação de valores pagosindevidamente ou a maior, no recolhimento de importânciascorrespondentes a períodos subsequentes.

São os termos do citado artigo:

Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior detributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, ereceitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma,anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, ocontribuinte poderá efetuar a compensação desse valor norecolhimento de importância correspondente a períodosubsequente. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)

§ 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos,contribuições e receitas da mesma espécie. (Redação dada pelaLei nº 9.069, de 29.6.1995)

§ 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido derestituição. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)

§ 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valordo tributo ou contribuição ou receita corrigidomonetariamente com base na variação da UFIR. (Redação dadapela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)

§ 4º As Secretarias da Receita Federal e do Patrimônio daUnião e o Instituto Nacional do Seguro Social - INSSexpedirão as instruções necessárias ao cumprimento dodisposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de29.6.1995)

Detém, portanto, os contribuintes, a partir da publicação evigência da lei supra-referida, um direito subjetivo a reaver todos osvalores pagos indevidamente, compensando-se com valores que vierema vencer relativos a tributos da mesma espécie.

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Valendo-se do contido no § 4º do art. 66, da Lei nº 8.383,supratranscrito, a Diretoria de Arrecadação e Fiscalização, a título de“regulamentar” a lei supra-referida, editou a Ordem de Serviço,relativamente às contribuições previdenciárias.

Todavia, o que se observa deste texto infralegal, é que se pretendetolher o direito do contribuinte à compensação, com regras que não secompadecem com os limites constitucionais e legais e tão-pouco comos da Lei nº 8.383/91, que a instituiu.

Distinguiu a OS, para efeitos de compensação, os valores pagosanteriormente a ... de ............. de ....., daqueles pagos após tal data.Para estes últimos, autorizou a compensação imediata, sem qualquerrestrição ou prévio pedido à autoridade administrativa. Já para os outrosimpôs, através do item ..., que, para poder com-pensar valores pagosindevidamente com pagamentos a vencer, deverá o contribuintesolicitar autorização.

Eis aqui a primeira afronta ao direito da Requerente, ao impor oprévio pedido administrativo dos valores a compensar.

O § 4º do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, concedeu à Administraçãoa possibilidade de regulamentá-lo, mas isto, é óbvio, nos estritos limitesda lei. Ora, a lei em momento algum impõe ao contribuinte o dever depreviamente requerer no âmbito da administração a autorização paracompensar os valores indevidamente pagos.

O que se infere do artigo 66 da Lei é que será direito docontribuinte proceder à compensação, independentemente de qualquerpedido administrativo.

Tal exigência é uma inovação por via de instrução normativa,com a pretensão de criar uma nova obrigação ou requisito para oexercício de um direito, mas sem previsão legal. Essa pretensão esbarra,induvidosamente, no artigo 5º, inciso II, da Carta Constitucional, inverbis:

“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisasenão em virtude de lei;”

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Ademais, tal pedido fosse feito, por certo encontraria resis-tênciapor parte dos prepostos do Requerido, que não concordariam com apretensão, em face de seu já conhecido posicionamento em inúmerosprocessos em que se discute a constitucionalidade da chamada cotapatronal.

Aliás, o próprio fato de a origem do pagamento indevido residirna inconstitucionalidade da exigência já seria um obstáculo ao pleito,dado que a Administração não tem competência para apreciar matériade índole constitucional.

Vale dizer, sendo fundamento da pretensão afronta ao TextoConstitucional, pode o contribuinte dirigir-se diretamente aoJudiciário.

Não é, porém, necessário que seja exaurida a via administrativa,pois tal entendimento contraria o princípio do livre acessoao PoderJudiciário (Constituição Federal, art. 153, § 4º). O que é indispensávelé que se faça o pedido na esfera administrativa e que o mesmo sejaindeferido expressamente ou por omissão de autoridade consistenteem retardar o seu despacho. Todavia, essa regra admite exceções, comono caso em que o contribuinte dirige-se diretamente ao Judiciário e oFisco, na resposta, não se limita a alegar a preliminar de carência daação, contestando o mérito da repetição pleiteada, bem como nahipótese em que o fundamento da repetição é a inconstitucionalidadedo tributo recolhido. Neste último caso, a razão está em que só o PoderJudiciário pode deixar de aplicar texto legal sob fundamento deinconstitucionalidade e, por isso, não será de admitir-se que, a talpretexto, a Administração acolha pedido de devolução de tributo.

Mutatis mutandis, não se admitirá à Administração reconhecera inconstitucionalidade da cota patronal sobre os pagamentos feitos aadministradores e autônomos, que tenham como fundamentoconstitucional a folha de salários, ao efeito de deferir a compensação.Isto significa que resultaria inócua a iniciativa do contribuinte,restando-lhe, assim, apenas a via judiciária.Além do mais, cabe aindadestacar que a exigência é discriminatória.

Com efeito, os casos de pagamento indevido ou a maior efetuadosapós 1º de janeiro de 1992 independem de pedido administrativo e,

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para os casos anteriores a 1º de janeiro, impõe-se tal requisito, conformeitem ..., da Ordem de Serviço.

Ora, tal distinção é discriminatória contra contribuintes que seencontram em situação igual, qual seja, a dos que têm valores acompensar. Afronta essa distinção o princípio da isonomia, insertono artigo 151, inciso II, da Constituição Federal.

Frise-se que, embora a Requerente detenha contribuiçõesanteriores e posteriores a 1º de janeiro de 1992, tendo-se em vista ofato já acima referido, de que se trata de matéria de índoleconstitucional, o indeferimento ao pedido de compensação seriainevitável.

Quanto à correção monetária dos valores indevidamente pagos,bem de se ver que, embora haja a possibilidade do seu reconhecimentoadministrativo, conforme dispõem os itens 22 e 23 da Ordem deServiço Conjunta nº 17/93, o não reconhecimento do direito de efetuara compensação do valor principal gerará, como consequência lógica,também o da correção monetária.

Ad argumentandum, a Requerente detém um crédito perante oRequerido que é plenamente compensável com débitos futuros, nosestritos termos do artigo 66 da Lei nº 8.383/91. Ora, será totalmenteinócua a compensação de valores indevidamente pagos sem a coberturado desgaste inflacionário, ou seja, sem a devida correção monetáriaentre o período em que houve o pagamento indevido e o momento dacompensação, sob pena de enriquecimento ilícito por parte doRequerido (INSS).

Está consagrado pela Constituição Federal o direito depropriedade (art. 5º, inciso XXII), não podendo a Lei, menos ainda aAdministração, limitar a correção dos valores, sob pena de clara ofensaao referido direito por via de apropriação de parcela do patrimônio docidadão.

Ademais, a correção monetária vem sendo reconhecida emdoutrina uniforme e em jurisprudência pacífica, como mecanismo derecomposição dos valores, não se prestando, de forma alguma, aacrescer qualquer coisa ao montante a ser devolvido ou compensado.

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Assim, as limitações impostas pela referida OSC 17/93representam autênticas ilegalidades, com nítido intuito de restringirou cercear direito subjetivo da Requerente.

Por fim, ressalte-se a imprescindibilidade da União Federal napresente ação. É que existem algumas contribuições sociais que sãoarrecadadas pela Receita Federal, o que, de forma alguma, descaracterizasua natureza tributária, não podendo a autarquia, ainda que quisesse,autorizar a compensação com tais contribuições sociais.Assim, todosos argumentos referidos valem para a Instrução Normativa nº 67/92,que impõe as mesmas limitações e restrições já mencionadas, maisespecificamente nos artigos 3º e 6º, pelo que também a ela se aplicam.

Daí, pois, a razão de vir a Requerente residir em juízo, parapostular sua tutela, inclusive cautelar, e ver-se protegida contra aameaça de exigência flagrantemente ilegítima, em decorrência danegativa de compensação, direito este já reconhecido em decisãoplenária do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 166.772-9-RS).

Decorre, disso tudo, que a Requerente tem legítimo direito acompensar os valores recolhidos a título de contribuição social sobreos pagamentos feitos a administradores e autônomos, que tenha comofundamento a folha de salários, conforme demonstrativos edocumentos anexos.

Compensação esta a ser feita com “tributos e contribuições damesma espécie” (§ 1º do art. 66, da Lei nº 8383/91), ou seja, comcontribuições sociais (CF/88, art. 195, I), como as do COFINS (LC nº70/91), as do PIS (LC nº 7/70 e alterações), as incidentes sobre o lucro(Lei nº 7.689/88), arrecadadas pela União Federal, via Receita Federal,e a chamada cota patronal (Lei nº 8.212/91, art. 22), esta arrecadadapelo INSS.

3. O DIREITO E O RECEIO DE LESÃO

Ocorre que a Requerente, não obstante ser do seu direito acompensação dos valores recolhidos a maior, relativamente à cotapatronal nos termos do que já ficou decidido pelo SUPREMO

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TRIBUNAL FEDERAL, não pode simplesmente fazê-lo, sem a devidaproteção judicial, sob pena de sofrer toda sorte de investidas fiscais,sobretudo autuações, inscrição dos débitos como dívida ativa, execuçãofiscal com constrição patrimonial.

Tudo isso se quer evitar, e proteger o legítimo direito daRequerente.Assim, Eminente Magistrado, no caso, estão presentestodos os pressupostos que autorizam o deferimento da medida cautelar,na conformidade do disposto nos artigos 798 e 799 do CPC, quaissejam:

1. o periculum in mora, ante o estampado receio da Requerentede que, antes do julgamento da lide, sejam ocasionadas lesõespatrimoniais graves, de difícil, longa e quiçá impossívelreparação, como poderá ocorrer se impossibilitada ficar deobter certidões negativas de débito ante autuações fiscais, alémde outras represálias, como o apontamento de seu nome emlistas de devedores oferecidas à execração pública;

2. a existência de fumus boni juris, fundada que está a açãoprincipal numa aberrante violação do direito da Requerente,porquanto se vê obrigada a pagar tributo que não deve, em facedo direito de compensação.

Nesse sentido, esclarecedora é a lição de WILLARD DE CASTROWILLAR:

Basta, portanto, que o juiz faça um juízo de probabilidade everossimilhança do direito cautelar a ser acertado e o provávelperigo em face do dano do possível direito pedido no processoprincipal. (in Medidas Cautelares, Ed. RT, 1971, SP, p. 59).

No mesmo diapasão, HUMBERTO THEODORO JÚNIOR:

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Para a tutela cautelar, portanto, basta a provável existência deum direito a ser tutelado no processo principal. E nistoconsistiria o fumus boni juris (...). (in Processo Cautelar, p. 73)

E, quanto ao periculum in mora, acrescenta:

Mas, por sua própria natureza, não é possível nem se podereclamar prova (certeza) do perigo, mas apenas justificação(plausibilidade), de tal sorte que a verificação do juiz sobretaisfatos há de ser rápida e sumária. Aliás, e por isso mesmo, asprovidências cautelares são sempre provisórias, modificáveis erevogáveis (arts. 805 e 807). (op. cit., p. 78).

Em vista disso, caracterizado o periculum in mora, pelo justoreceio de dano que certamente sofrerá caso se efetive a cobrança detributo ilegal, bem como o fumus boni juris, representado pelaexistência do direito à compensação (decorrente de reconhecimentohavido no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL), o que será discutidoem ação própria, a Requerente propõe a presente medida cautelarpreparatória, com fundamento nos arts. 796 e seguintes da lei adjetivacivil.

4. DA LIMINAR NECESSÁRIA

Tendo em vista que a Requerente detém obrigações cujosvencimentos ocorrerão em data próxima, e que, decorrido o prazo parapagamento, estará sujeita aos efeitos da mora, requer-se a concessãoda liminar, nos termos do art. 804 do Código de Processo Civil,deferindo-se à Requerente a possibilidade de promover a compensaçãodos valores referentes à contribuição social sobre pagamentos feitos aadministradores e autônomos, na forma supra-exposta, consoantedocumentos e demonstrativos anexos, elaborados sob aresponsabilidade da Requerente e, pois, abertos ao exame da partecontrária se assim o desejar.

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5. DO PEDIDO

Pelo exposto, requer-se a Vossa Excelência que, concedendo aliminar e confirmando-a em sentença, julgue procedente a presentemedida cautelar, ao efeito de suspender qualquer ato de cobrança porparte do Requerido, relativamente aos tributos que serão compensadosnos termos apontados nesta petição, até decisão final na ação principal,que será proposta no prazo de lei.

Protestando por todos os meios de prova em direito admitidos,requer a Vossa Excelência a acolhida desta cautelar, para o fim supra-articulado, citando-se o Requerido, na pessoa dos seus Procuradores,para, querendo, contestar o pedido no prazo legal, sob pena de revelia.

Dá-se à causa o valor de R$ ........,.. (....................................).

Tudo por ser de direito e plena

JUSTIÇA!!!

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

Impetrante requer a suspensão de recolhimentos ao INSS de 20%sobre folhas de pagamentos. Quota patronal. Compensação dos valorespagos indevidamente com outros tributos devidos ao Fisco Federal.

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CAUTELAR INOMINADA – APOSENTADORIA – ARTIGO 796/CPC– REVISÃO CONCEDIDA POR LEI – REVISÃO NÃO EFETUADAPELO INSS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ....... – SEÇÃO JUDICIÁRIA DOESTADO DE .............

...................., (qualificação), portador de Cédula de Identidade/RG nº ............... e CPF nº .................., residente e domiciliado na Rua............., nº ..., na cidade e comarca de .............. - ..., por seu advogadoinfra-assinado, com escritório profissional na Rua ............, nº ..., ...andar, onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente àpresença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 796 eseguintes do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO CAUTELAR INOMINADA

em face do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquiafederal com Procuradoria Regional nesta cidade, na Rua ............., nº..., através de seu representante legal, conforme as razões de fato e dedireito que passa a expor:

I - DOS FATOS

O requerente é aposentado pelo INSS e teve o pagamento de seubenefício iniciado em 23 de dezembro de 1992.

Ocorre, porém, que a sua renda inicial foi calculada, em virtudedo art. 29 da Lei nº 8.213/91, sobre salário de benefício inferior à média

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dos 36 últimos salários de contribuição.Segundo o disposto no artigo26 da Lei nº 8.870/94, o requerente tem direito, assegurado pela lei, deter revisto o benefício que recebe. Vejamos:

“Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213,de 24 de julho de 1991, com data de início entre 05 de abril de1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal inicialtenha sido calculada sobre salário de benefício inferior à médiados 36 últimos salários de contribuição, em decorrência dodisposto no § 2º do artigo 29 da referida Lei, serão revistos apartir da competência de abril de 1994, mediante a aplicaçãodo percentual correspondente à diferença entre a médiamencionada neste artigo e o salário de benefício consideradopara a concessão.”

Portanto, como é de fácil visualização, o requerente é passívelde ser enquadrado no caso apresentado pelo artigo mencionado, tendoseu benefício revisado, incorporando-se a este a diferença citada. Senãovejamos, o cálculo realizado sobre o salário de benefício foi inferior àmédia dos 36 últimos salários de contribuição; e o seu benefício foiconcedido em data de dezembro de 1992, ou seja, dentro dos limitestemporais estabelecidos na lei.

O que deve ser destacado, também, é que essa revisão deveriater sido realizada pela própria autarquia-requerida, já a partir de junhode 1994, fato que até a presente data não ocorreu devido à negligênciada autarquia em questão, ocasionando prejuízos ao direito dorequerente.

II - DA CAUTELARIDADE

A) “FUMUS BONI IURIS”

“Entende CALAMANDREI que o fim do processo cautelar é daantecipação dos efeitos da providência definitiva, antecipação que sefaz para prevenir o dano que pode advir da demora natural da soluçãodo litígio”.

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Dada a urgência da medida preventiva, não é possível o examepleno do direito material do interessado, mesmo porque isto é objetivodo processo principal e não do cautelar.

Para a tutela cautelar, portanto, basta “a provável existência deum direito” a ser tutelado no processo principal. E nisto consistiria o“FUMUS BONI IURIS”, isto é, “no juízo de probabilidade everossimilhança do direito cautelar a ser acertado e provável perigoem face do dano ao possível direito pedido no processo principal”.

Fiel ao seu entendimento de que a cautela é medida antecipatóriada eficácia do provimento definitivo, ensina CALAMANDREI que adeclaração de certeza da existência do direito é função do processoprincipal; “para a providência cautelar basta que a existência do direitoapareça verossímil, basta que, segundo um cálculo de probabilidade,se possa prever que a providência principal declarará o direito emsentido favorável àquele que solicita a medida cautelar”.

Segundo a mais atualizada doutrina, não se deve ver na tutelacautelar um acertamento da lide, nem mesmo provisório, mas, sim,uma tutela ao processo, a fim de assegurar-lhe eficácia e utilidadeprática.

Assim, o fim do processo cautelar é evitar, no limite do possível,qualquer alteração no equilíbrio inicial das partes, que possa resultarda duração do processo.

Ora, se não existe um direito substancial de cautela, e se a medidacautelar é decretada não em razão da possibilidade de êxito da pretensãomaterial da parte, mas da necessidade de assegurar eficácia e utilidadeao provimento do processo principal, não se pode acolher comorazoável o condicionamento da tutela preventiva à verossimilhançado direito substancial da parte. (Humberto Theodoro Júnior, inProcesso Cautelar, 9. ed., 1987, Ed. Universitária de Direito, p. 73 e74).

B) “PERICULUM IN MORA”

“Para obtenção da tutela cautelar, a parte deverá demonstrarfundado temor de que, enquanto aguarda a tutela definitiva, venham a

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faltar as circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela”. E isto podeocorrer quando haja o risco de perecimento, destruição, desvio,deterioração, ou de qualquer mutação das pessoas, bens ou provasnecessários para perfeita e eficaz atuação do provimento final doprocesso principal.

Ao tratar do poder geral de cautela (art. 798), nosso Código falaem fundado receio de dano ao direito de uma das partes. Há, entretanto,evidente impropriedade terminológica do legislador. Se não houve ojulgamento da ação principal, que visa solucionar a lide, não se pode,ainda, falar em direito da parte, pois nem sequer se sabe se ele existeou não.

O perigo de dano refere-se, portanto, ao interesse processual emobter uma justa composição do litígio, seja em favor de uma ou deoutra parte, o que não poderá ser alcançado caso se concretize o danotemido.

Esse dano corresponde, assim, a uma alteração na situação defato existente ao tempo do estabelecimento da controvérsia, ou seja,do surgimento da lide – que é ocorrência anterior ao processo.

A apreciação desse requisito é feita apenas num julgamento queLIEBMAN chama de “probabilidade sobre a possibilidade do dano aoprovável direito pedido em via principal”.

Para LOPES DA COSTA, “o dano deve ser provável e não basta apossibilidade, a eventualidade”. E explica: “possível é tudo, nacontingência das cousas criadas, sujeitas à interferência das forçasnaturais e da vontade dos homens”.

O possível abrange assim, até mesmo, o que rarissimamenteacontece. Dentro dele cabem as mais abstratas e longínquas hipóteses.A probabilidade é o que, via de regra, se consegue alcançar na previsão.Já não é um estado de consciência, vago, indeciso, entre afirmar e negar,indiferente. Já caminha na direção da certeza. Já para ela propende,apoiado nas regras de experiência comum ou da experiênciatécnica.(Humberto Theodoro Junior, in Processo Cautelar, 9. ed., 1.987,Ed. Universitária de Direito, p. 77 e 78).

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Na esteira dos ensinamentos de Humberto Theodoro Júnior,necessário demonstrar-se o Fumus Boni Juris e o Periculum in Morade forma conjunta e articulada. De toda a exposição factual, ficam bemevidenciados os pressupostos para a ocorrência da tutela cautelar;senão vejamos:

C) CONCLUSÃO DA CAUTELARIDADE

a) A fumaça do bom direito consiste na cristalina exposição orarealizada, na qual se demonstra a ofensa ao disposto no art.26, da Lei nº 8870/94, com relação ao benefício do requerente,que ficou à mercê da boa vontade da autarquia-requerida, cujaobrigação estabelecida no mencionado artigo não foi cumprida.O ora requerente tem direito à revisão e incorporação dadiferença apurada ao benefício que recebe, uma vez que isto éoriundo de determinação legal.

b) O perigo na demora da prestação da tutela jurisdicionalconsiste no fundado e justo receio do requerente de ver-se nacontingência de não dispor de meios para suprir suasnecessidades básicas, bem como de que esta situação perdurepor tempo indeterminado. Isto porque cada vez mais tem suacondição de vida dificultada, observando a cada dia umaredução no seu poder aquisitivo, o que compromete seusustento. Portanto, a demora na prestação jurisdicionalagravaria muito sua situação, originando-lhe perdas de grandemonta.

III - DA CAUÇÃO

O requerente não possui bens e sequer condições financeiraspara oferecer caução; entretanto, todas as medidas liminares nãoestãocondicionadas à obrigatoriedade da prestação de caução. O próprioartigo 804 do CPC faculta ao juiz o poder de determinar tal medida, “e

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somente a determinará quando existir imprecisão dos elementos deconvicção produzidos pelos requerentes, ou seja, não propiciar ao juiza segurança mínima para convencer-se da inteira procedência dapretensão cautelar “in limine litis”. (Humberto Theodoro Júnior, p.138, Processo Cautelar, 4. ed.).

Portanto, no caso em tela, os elementos de convicção sãopatentes, em face dos documentos acostados e a própria situaçãoirregular em que se encontra o requerido em relação ao recebimentodo benefício revisado, de acordo com a lei.

IV – DA LIDE

Após a apreciação da presente ação cautelar e da concessão eefetivação do pedido liminar, o requerente proporá, no prazo legal,ação ordinária de revisão de benefício.

V - DO REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência sejadeter-minado:

a) liminarmente, “inaudita altera pars”, a revisão dos benefíciosrecebidos pelo requerente, com a aplicação da diferença nocômputo real do salário-benefício que irá receber,determinando o pagamento imediato das parcelas vencidas(mês a mês), desde a data da concessão do benefício (abril/94)até a data de hoje; e devidamente acrescidas de juros e correçãomonetária;

b) após deferida a liminar, seja determinada a citação daAutarquia Requerida, situada na Rua ............, nº ..., na pessoade seu representante legal, e ao julgar o mérito da presenteação cautelar dê pela sua inteira procedência, condenando aautarquia nos ônus admissíveis na espécie.

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Requer, outrossim, a produção de todos os meios de prova emdireito admitidos, tais como testemunhal, pericial edocumental.

Requer finalmente seja concedido o benefício da justiça gratuita,ante o caráter alimentar da pretensão dos autores, nos termos dalegislação em vigor.

Dá-se à presente causa, para os efeitos legais, o valor de R$ .......,.. (..........................).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Aposentadoria. Cálculo do benefício com fulcro no art. 29 da Lei nº8.213/91. Revisão estabelecida pela Lei nº 8.870/94, em seu art. 26, noscasos em que a renda mensal inicial tenha sido calculada sobre o saláriode benefício inferior à média dos 36 (trinta e seis) últimos salários de con-tribuição. Revisão não efetuada pelo INSS. Pedido de concessão liminarde revisão do benefício. Pede pela procedência da presente medida, paraque se mantenha o seu efeito até o julgamento da ação principal que seráproposta.

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CAUTELAR DE PRODUÇÃO ANTECIPAÇÃO DE PROVAS –PREVIDENCIÁRIO – IDADE AVANÇADA – MOLÉSTIA GRAVE

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ..............................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

.................................., (qualificação), residente e domiciliado naRua .... nº ...., nesta cidade e Comarca, por seu advogado e procuradorinfra- assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,com fundamentos nos artigos 846 e seguintes do CPC, propor a presente

MEDIDA CAUTELAR DEPRODUÇÃO ANTECIPADA DEPROVAS

junto ao Hospital ......................, nesta cidade e Comarca, na Rua.... nº ...., através de seu representante legal, conforme as razões defato e de direito que, com a devida venia, passa a expor:

1) Em data de ... de .............. de ....., o Autor requereu seu benefícioprevidenciário junto ao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,NB: ........, por um acidente de trabalho, no qual sofreu queimadurasem seu corpo, provocadas por um incêndio no Edifício tal. Diante dasevidências, no momento do acidente o Autor encontrava-se dentro doelevador e, devido a sua incapacidade laborativa, foi levado aoscuidados médicos do Requerido.

2) O fato em questão gerou o requerimento do presente benefício,e no momento tramita junto aos autos nº ........ , na .... ª Vara Cível daComarca de ................/...

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3) O Autor, com receio de que as provas já não existam, quandodo tempo da sua produção no processo cível de autos nº ...., requer aV. Exa., determine a citação da Requerida, através de seu representante,compareça perante este r. Juízo, trazendo o prontuário médico com osdiagnósticos e todos os documentos relativos ao tratamento dopaciente.

DIANTE O EXPOSTO, requer seja distribuído por dependência,uma vez que referida ação principal tramita por este r. Juízo sob nº ....

Requer ainda seja determinada a intimação de ...., no endereçosupramencionado.

Para efeitos legais, dá à presente o valor de R$ .... (....).

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

O Impetrante com receio de que as provas já não existam, quandodo tempo da sua produção no processo cível, requer o comparecimento daRequerida, em Juízo, para apresentar o prontuário médico com os diag-nósticos e todos os documentos relativos ao tratamento, para que haja adevida contemplação do benefício ora requerido.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

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COBRANÇA – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO –ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – MORA – PEDIDO DEFERIDO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ªVARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE................. – ESTADO DE ....................

..........................., (qualificação), Cédula de Identidade/RG nº................, residente na Rua ..................., nº ..., na comarca de ................- ..., através de seu procurador (.................,OAB/... n. ......., CPF/MF.............), com escritório na Rua ..............., nº ..., na comarca de ...............,infra-assinado, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,propor AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA contra o INSS - InstitutoNacional do Seguro Social, autarquia federal com Procuradoria Regionalna comarca de ................... - ..., na Rua ..............., nº ..., com fulcro nosartigos 282 e seguintes do Código de Processo Civil, pelas razões defato e direito a seguir aduzidas.

I - PRELIMINARMENTE

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

O Autor é pessoa pobre na acepção jurídica da palavra, nãopodendo suportar as despesas processuais e honorários advocatícios,sem o prejuízo de seu sustento e da própria família, razão pela qual serequer o benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos doartigo 3º da Lei nº 1.060/50.

II – MÉRITO

A) DOS FATOS

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Em .../.../....., o Autor requereu sua Aposentadoria por Tempo deServiço (doc. anexo), e por atraso exclusivo do ........, vez que o mesmonão aceitou o período de trabalho rural do autor, recorrendo até o CRPS- Conselho de Recurso da Previdência Social, na comarca de ................- ..., e somente em ... de .......... é que o Conselho devolveu o processoao ......... de ..............., para que fosse concedida a Aposentadoria porTempo de Serviço e, consequentemente, o pagamento.

O benefício foi concedido somente em .../.../....., depois de todosos obstáculos opostos pelo próprio .......... .

Inobstante esse fato, conforme carta de concessão/memória decálculo expedida pelo ............, foram pagas as parcelas desde a datado requerimento do benefício. Contudo, os valores estão errados, pois,como é de direito, o pagamento das parcelas do benefício deveriam,todas, terem sido corrigidas desde ... de ............., como determina aLei.

Ocorre que a Previdência, ao seu critério, pagou todos os valores,de .../..... a .../....., sem a devida correção monetária – doc. anexo.

B) DO DIREITO

Por ter sido concedida a aposentadoria somente em .../...., todosos valores dos salários de benefício retroativos à data do requerimentodeveriam ter sido atualizados monetariamente. Porém, em detrimentodo beneficiário, a Autarquia pagou os valores sem a devida correçãomonetária.

Conforme o artigo 41-A da Lei nº 8.213/81, o autor tem o direitoa receber todos os valores pagos a menor, com a devida correçãomonetária, desde a data do requerimento até a data da concessão eefetivo pagamento. Senão, vejamos:

“Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção seráreajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do saláriomínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de

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início ou do último reajustamento, com base no ÍndiceNacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pelaFundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -I B G E . (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)

(...)

§ 6o Para os benefícios que tenham sido majorados devido àelevação do salário mínimo, o referido aumento deverá sercompensado no momento da aplicação do dispostono caput deste artigo, de acordo com normas a serembaixadas pelo Ministério da Previdência Social. (Incluído peloLei nº 11.665, de 2008).”

Conforme já manifesto por nossos Tribunais, os valores dosbenefícios, pagos com atraso, deverão ser corrigidos em suas épocasrespectivas conforme a Súmula 71 do STF e, após, pela Lei nº 6.899/91, por tratar-se de benefício de natureza alimentar.

As Súmulas dos Tribunais abaixo são bem claras ao descreversobre a atualização dos benefícios previdenciários, dizendotextualmente:

a) SÚMULA nº 8 do TRF da 3ª Região:

“Em se tratando de matéria previdenciária, incide a correçãomonetária a partir do vencimento de cada prestação do benefício,procedendo-se à atualização em consonância com os índiceslegalmente estabelecidos, tendo em vista o períodocompreendido entre o mês em que deveria ter sido pago e o mêsdo referido pagamento.”

b) SÚMULA nº 71 do extinto TFR:

“PREVIDÊNCIA – BENEFÍCIOS – CORREÇÃO MONETÁRIA.A correção monetária incide sobre as prestações de benefíciosprevidenciários em atraso, observado o critério do salário mínimovigente na época da liquidação da obrigação.”

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c) SÚMULA nº 19 do TRF da 1ª Região:

“O pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos,salários, proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente,com atraso, está sujeito à correção monetária desde o momentoem que se tornou devido.”

III - DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, pleiteia-se:

1. Condenação do Instituto-Réu:a) ao pagamento de todas as parcelas com a devida atualização

monetária, do benefício de Aposentadoria por Tempo deServiço, devidas a partir da data inicial do pedido, acrescidosjuros moratórios, com incidência dos planos de reajustes debenefícios conforme a lei;

b) ao pagamento de honorários advocatícios à razão de 20% (vintepor cento) sobre o valor total da condenação, custas processuaise demais cominações legais.

DO REQUERIMENTO FINAL

“Ex positis”, requer a Vossa Excelência se digne de:

1. Conceder o benefício da assistência judiciária gratuita, nostermos da fundamentação;

2. Receber a presente ação, determinando a citação do Réu, napessoa de seu representante legal, para, querendo, no prazolegal, contestá-la, sob pena de revelia;

3. Ao final, julgar procedente a presente ação em todos os seustermos, condenando-se o Réu ao pagamento do principal,atualizado monetariamente e acrescido dos juros moratórios,custas processuais e demais cominações legais, bem como oshonorários advocatícios.

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Requer, por fim, provar o alegado, por todos os meios probantesem direito admitidos, como o documental, requisitando o processoadministrativo.

Dá-se à presente ação, meramente para fins de alçada, o valor deR$ ....... (...................).

Termos em que,

Espera deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O autor, após o deferimento do pedido de aposentadoria por tempode serviço, recebeu o benefício, sem a devida atualização monetária ,que é incidente a partir do momento da apresentação do pedido de apo-sentadoria. Pede pela condenação da autarquia federal ao pagamento dovalor consistente na diferença relativa à não incidência da correção mone-tária.

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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – DEVOLUÇÃO INDEVIDA –ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ªVARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE................. – ESTADO DE ....................

..........................., (qualificação), Cédula de Identidade/RG nº................, residente na Rua ..................., nº ..., na comarca de ................- ..., através de seu procurador (.................,OAB/... n. ......., CPF/MF.............), com escritório na Rua ..............., nº ..., na comarca de ...............,infra-assinado, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,propor, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTOPREVIDENCIÁRIO, por seu advogado e procurador infra-assinado,com instrumento de procuração em anexo, vem respeitosamente àpresença de Vossa Excelência propor contra o INSS - Instituto Nacionaldo Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria Regional situada(endereço completo), com amparo nos termos da legislação vigente,mediante os seguintes fatos e fundamentos:

I - DOS FATOS

1) Conforme se pode facilmente verificar, mediante osdocumentos anexo, que a genitora do ora Requerente, conformedocumento em anexo, deixou sob os poderes deste para sacar oseuBenefício Previdenciário mensalmente, acontecendo que na datade 26/05/2009, esta veio a falecer. Necessário constar-se, que oRequerente sacou o benefício referente a competência de 05/2009.

2) Ademais, este verificando em sua consciência estar quites nadase manifestou, pois também teve despesas com o serviço funerário,

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dentre outros da sua mãe, uma vez que o mesmo não possuía recursosfinanceiros para tal.

3) Entretanto, ao se ver intimado pela autarquia-ré para devoluçãoTOTAL, ficou indignado, pois dos 30 (trinta) dias, ela sobreviveu 26(vinte e seis) dias, portanto, devido é estes dias, pois caso contrárioseria ENRIQUECIMENTO ILÍCITO por parte da Autarquia-Ré, poiseste correu por todas as esferas administrativas, surpreendendo-secom a recusa injustificada daquele ente em receber apenas a diferençade 04 (quatro) dias do alusivo valor.

4) Não obstante, o REQUERENTE ainda tentou diversas vezescumprir sua obrigação de quitar os 04 (quatro) dias do alusivo valor,tendo procurado o INSS, em inúmeras ocasiões, inclusive por telefone,para que recebesse a diferença do referido valor.

5) Desta feita, dada a recusa intransigente do REQUERIDO emreceber a diferença, expedindo-se uma GPS integral atualizada, viu-seo REQUERENTE compelido a recorrer às vias judiciais, para versanada sua obrigação contratual, para que não venha a ser constituídoem mora, sofrendo prejuízos maiores no futuro.

II - DOS DIREITOS

6) Ora, é inconteste que ao devedor assiste o direito de solversuas dívidas, sendo para tanto, amparado pelo ordenamento jurídico,que propugna, justamente, pelo adimplemento das obrigações,conforme se pode facilmente verificar, mediante disposições do CódigoCivil, adiante transcritas:

a) O CÓDIGO TRIBUTÁRIO diz:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

(...)

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do dispostono § 2º do artigo 164;

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(...)

Art. 164. A importância de crédito tributário pode serconsignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste aopagamento de outro tributo ou de penalidade, ou aocumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento deexigências administrativas sem fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direitopúblico, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que oconsignante se propõe pagar.

§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputaefetuado e a importância consignada é convertida em renda;julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízodas penalidades cabíveis.”

b) Mais adiante, o CÓDIGO PROCESSO CIVIL diz:

“Art. 890. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor outerceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação daquantia ou da coisa devida.”

c) Neste ínterim, deve-se atentar para as disposições do CódigoCivil, artigo 337, e outrossim, para as do Código de Processo Civil,art. 891, caput, no intuito de se verificar os efeitos necessários dapresente ação:

“Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento,cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros dadívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.(...)

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Art. 891. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento,cessando para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os jurose os riscos, salvo se for julgada improcedente.”

7) Assim, como se verifica, o depósito tem o condão de liberar odevedor dos juros da dívida e demais riscos, como se houvesse pagadoo valor devido diretamente ao credor.

III – DOS CÁLCULOS

Para uma melhor compreensão se a época o benefício equivalia aR$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais) mensais, isto significaque o valor equivalente diário era de R$ 15,50 (quinze reais e cinquentacentavos), porém deveria receber R$ 403,00 (quatrocentos e três reais)dos 26 (vinte e seis) dias de vida de sua genitora, devolvendo apenasos 04 (quatro) dias restantes, que correspondia a R$ 62,00 (sessenta edois reais).

Se fôssemos atualizar este valor seriaR$ 62,00 x 1,0833113 x 18%= R$ 79,25

IV - DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, requer:

a) a expedição de guia para depósito da quantia devida, calculadaem R$ R$ 79,25 (setenta e nove reais e vinte e cinco centavos), a serefetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após a intimação doREQUERENTE, nos termos da legislação vigente, uma vez que seencontra em dia com suas obrigações, sendo-lhe deferido o depósitodo referido valor, conforme dispositivo legal.

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b) a citação da REQUERIDA para levantar o depósito ou paraoferecer resposta, nos termos da legislação vigente, sob pena de seracolhido o presente pedido, declarando-se extinta a obrigação,condenando a Autarquia-Ré nas custas e honorários de 20 % (vintepor cento) do valor do depósito.

c) ao final, que se julgue procedente a ação e extinta a obrigação,condenando a REQUERIDA nas custas e honorários advocatícios.

d) seja determinado que as despesas com o depósito corram porconta do credor, nos termos da legislação vigente previdenciária.

Pretende-se provar o alegado mediante provas documentais,testemunhal, depoimento pessoal e demais meios de prova em Direitoadmitidos.

Requer ainda, a Vossa Excelência, conceder, de plano, osbenefícios da ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe alegislação vigente, inclusive, nos termos da Lei nº 1.060/50.

Dá-se à presente ação, meramente para fins de alçada, o valor deR$ ....... (...................).

Termos em que,

Espera deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

O Autor, após o óbito de sua genitora de quem possuía poderes parasacar o Benefício Previdenciário junto ao ente previdenciário e instituiçõesfinanceiras, o Requerente sacou o benefício, logo após foi intimado pelaAutarquia-Ré para a devolução dos referidos valores, ficando indignado,pois dos 30 (trinta) dias, ela sobreviveu 26 (vinte e seis) dias, portanto,devido é estes dias, pois caso contrário seria ENRIQUECIMENTO ILÍCITOpor parte do INSS.

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CONTESTAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – REVISÃODE APOSENTADORIA – IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO– INCOMPETÊNCIA – LEI Nº 6.367/76

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ªVARA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..., DOESTADO DE ..............

O INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,autarquia federal com sede no Distrito Federal e Delegacia Estadualnesta capital, na Rua ..............., nº ..., por sua Procuradoria Regional,vem mui respeitosamente diante de V. Exa. apresentarCONTESTAÇÃO, pelos fatos e direito que seguem:

DO PEDIDO

Pretende a revisão do benefício para receber a aposentadoria porinvalidez nos valores e com base em acidente do trabalho ocorrido.

DOS FATOS

Em .../.../..... foi registrado o acidente do trabalho ocorrido com......................, em ............. - SP.

Uma vez que a comunicação foi emitida somente em data de .../.../....., a DIB do Benefício foi fixada em .../.../..... (16º dia após a emissãoda comunicação), e considerado como salário-de-contribuição o vigentena data da comunicação do acidente (B/91 - 8/00001).Foi concedida B/92-0000000002 aposentadoria por invalidez - Acidentária, DIB 06.06.89

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- DER 21.03.90. RMI R$ .....,.. (.................). Procedendo à revisão dobenefício foi determinado que o salário-de-contribuição consideradoseria o do dia do acidente, com DIB em 20.08.84, porém com início dopagamento em 05.10.88.

Assim, após a aplicação dos reajustamentos cabíveis desde 08.84,foi recalculada a RMI do B/91 e, após, revisada a RMI do B/92.A A. foicomunicada da revisão na forma Memo ...

PRELIMINARMENTE

DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO

Como se vê da inicial, a ação é relativa ao benefício acidentário,sua concessão e renda mensal inicial, envolvendo matéria reguladaem lei acidentária (6367/76).

“ACIDENTE DO TRABALHO – COMPETÊNCIA – Julgamentoafeto à Justiça comum estadual. Irrelevância de promovida a açãocontra a União, suas Autarquias, empresas públicas ousociedades de economia mista – Súmula 501 STF e art. 09, I, daCF”. (RT 656/201 – C. comp. 654 - RJ - 105 – 26.09.89 – DJU31.10.1989)”

Assim, nos termos do art. 109, I, da CF, requer-se a incompetênciaabsoluta desse Juízo.

DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

Na forma do disposto no art. 301, X, e 267, VI, do CPC, ospretensos direitos da A. configuram-se juridicamente impossíveis, vezque o que requer é vedado em lei por contrariar dispositivos legaisvigentes na época da concessão de seu benefício é inconstitucional,em especial, pela inexistência de disposição legal que determine oque pleiteia a A. (arts. 5º, II, e 37, II, CF).

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Wellengton M. Pimentel, em Comentários ao CPC, ed. 1973, vol.III, ensina que:

Inexiste possibilidade jurídica dentro do ordenamento jurídicoa que se submetem ao Juízo, for vedado a concessão do tipo deprovidência requerida, pelo autor.

Requer-se a extinção do presente.

NO MÉRITO

Improcedem todas as pretensões manifestadas pela A., vistocarecerem de respaldo legal e infringir disposições vigentes.

A autora requer que se proceda a atualização do benefícioprevidenciário percebida retroativamente à data em que foi con-cedidaa aposentadoria por invalidez, com base nos valores do dia do acidente.

Na verdade o Instituto já procedeu à revisão requerida, vistoque considerou o salário-de-contribuição como o salário do dia doacidente, ou seja, R$.....,.., com DIB em 20.08.84, mais início dopagamento em 05.10.88, em face da comunicação do acidente; portanto,concedendo na revisão além do pedido.

Assim, foi revisado o benefício e considerando os termos da Leinº 6.367/76, art. 5º e demais dispositivos, bem como art. 232 eseguintes 83.080/79 e demais alterações; portanto, inadmitida qualquerpretensão.

E mesmo a Prefeitura Municipal de ........... declarou que, de04.08.84 a 19.09.88, a A. recebeu normalmente.

É incabível a ação, improcedentes os pedidos referentes àatualização monetária e juros moratórios, bem como a alegação daequivalência em ... SM, mesmo não fazendo parte do pedido, mesmoporque o artigo 7º, IV, da CF veda qualquer vinculação e o art. 58 dasADCT foi regulamentado pelas Leis n. 8.212/91 e 8.213/91, quedispuseram sobre as formas de reajustamento.

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150 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Este Instituto, em sendo Autarquia federal, cumpre os estritostermos legais e assim concedeu e revisou o benefício de ........................

Finalmente, questionam-se todos os termos legais eConstitucionais citados.

DIANTE DO EXPOSTO, requer-se a total improcedência da ação,com a condenação de custas e honorários.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador (a) INSS

OAB/....... nº .........

RESUMO

Pedido de revisão de aposentadoria por invalidez. Contestação compreliminares. Preliminar de incompetência em razão da matéria. Preliminarde carência de ação por impossibilidade jurídica do pedido. No mérito, asprestações foram revisadas desde a data do acidente de trabalho.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 151

CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO –CULPA – ART. 602/CPC – EMPREGADO PROCEDÊNCIA –INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO – AUXÍLIO-ACIDENTE –MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DOTRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................7

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DE .................. - ...,através do Parquet infra-assinado, nos autos sob nº .../..., de Ação deIndenização decorrente de Ato Ilícito, que move em benefício de...................., já qualificado, vem manifestar-se sobre o Recurso deApelação da empresa-ré, a qual não se conformou com a r. decisão defls. ... dos autos.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador Regional do Trabalho ....ª Região

"7 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da

JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...........REGIÃO

APELANTE : ......................

APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO, em favor de ....................

AUTOS nº ......./... – ..ª Vara

Egrégio Tribunal,

Colenda Turma,

Doutos Julgadores:

Trata-se de recurso de apelação oposto pela Empresa ............. .

1. DOS ANTECEDENTES PROCESSUAIS:

O acidentado foi contratado pela Requerida, ora Apelante, nadata de ... de ........ de ...., na função de auxiliar de produção. No dia ...de ........ de ...., por volta das 14 horas, enquanto exercia suas atividades,ocorreu o acidente, em consequência da negligência e imprudência daRequerida, ao omitir precauções elementares, despreocupação emenosprezo pela segurança do empregado, em flagrante inobservânciadas normas legais que tutelam a segurança do trabalho.

O trabalhador acidentado estava trabalhando em uma serracircular, serrando madeiras para a fabricação de sofás, quando tevesua mão atingida pela lâmina do disco, causando a perda de duasfalanges do dedo indicador e lesão no polegar.

Após o devido trâmite processual, foi exarada a R. sentença, aqual julgou pela procedência total do pedido, condenando no queconcerne ao dano material a uma indenização que deverá ser calculadapor arbitramento, em face da incapacidade total durante o tratamentoe parcial, após a alta médica, com os devidos juros legais e correção

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 153

monetária, e o pagamento INDENIZATÓRIO a teor do disposto nosarts. 949 e 951 do Código Civil. No que refere ao dano moral, acondenação foi pelo pagamento de 20 (vinte) salários mínimos.Determinou, ainda, a constituição de um capital, nos termos do art.602 do Código de Processo Civil, para assegurar o integral cumprimentoda obrigação aqui estipulada.

Conforme lhe é de direito, a empresa Requerida ora Apelantediscordou do “decisum” monocrático, alegando em suas razões derecurso que o acidente teria ocorrido por culpa exclusiva da vítima,ora apelado, decorrente de sua negligência no desempenhoprofissional.

Justificou a apelante que o Meritíssimo Juiz de Direito atribuiuao referido relatório (fls. 27) grande poder de convencimento aoprolatar sua decisão, principalmente no seguinte trecho:

“As serras circulares devem ter coifa de proteção do discocutelo divisor.As máquinas e os equipamentos devem ter suastransmissões de força enclausuradas dentro da estruturadevidamente isolada por anteparos.”

2. DA CULPA PELO ACIDENTE

É bem verdade que o relatório de investigação do acidente detrabalho (fls. .../...) possui grande teor probatório. Foi realizado peloEngenheiro .........., funcionário da Delegacia Regional do Trabalho,órgão do Ministério do Trabalho, responsável pela fiscalização einspeção do trabalho. Sendo assim, merece grande apreciação, postoque o engenheiro é considerado autoridade pública competente e agecom imparcialidade. Veja o disposto no Decreto nº 4.552, de 27 dedezembro de 2002:

“Art. 1º. O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargodo Ministério do Trabalho e Emprego, tem por finalidadeassegurar, em todo o território nacional, a aplicação das

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disposições legais, incluindo as convenções internacionaisratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes eas convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, noque concerne à proteção dos trabalhadores no exercício daatividade laboral.

Art. 2º. Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelasindicadas em leis, regulamentos e demais atos atinentes àestrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (NR) (Redação dada ao incisopelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003, DOU 31.10.2003 - Ed.Extra)

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funçõesauxiliares de inspeção do trabalho.

(...)

Art. 9º. A inspeção do trabalho será promovida em todas asempresas, estabelecimentos e locais de trabalho, públicos ouprivados, estendendo-se aos profissionais liberais e instituiçõessem fins lucrativos, bem como às embarcações estrangeiras emáguas territoriais brasileiras.”

Assim, bem considerou tal Relatório o MM. Juiz de Direito, jáque o mesmo não diverge da verdade dos fatos relatados pelo conjuntoprobatório.

Esse documento foi de total aceitação pela parte ora apelantedurante todo o curso do processo, já que ela em nenhum momento seinsurgiu contra o mesmo. Pergunta-se: – Por que, somente agora, vema apelante questionar tal prova?

A citação apresentada do relatório foi apreciada e só reitera aculpa da empresa, posto que informa que a máquina estava semproteção. Infringiu, pois, as NRs:

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 155

“NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

12.3 Normas de proteção de máquinas e equipamentos.

12.3.1 As máquinas e os equipamentos devem ter suastransmissões enclausuradas dentro da estrutura devidamenteisoladas por anteparos.

12.3.3. As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco deruptura de suas partes, projeção de peças ou partes destas, devemter os seus movimentos, alterados ou rotativos, protegidos.

NR 18.3.6 As serras circulares devem ser providas de coifa paraproteção do disco e cutelo divisor.”

Veja que as testemunhas do apelante confirmam tal fato. O Sr.................... (fls. ...), encarregado do apelado, declarou:

“que não foi treinado para o trabalho pois sabia fazê-lo”

“que o autor não tinha proteção nenhuma porque não existeproteção na serra”

“que pedia para o autor tomar cuidado pois era o maior perigodo mundo”

Não há, pois, que se falar em negligência do trabalhador.

Deveria a apelante velar pela integridade física de seu funcionárioe não o fez, desrespeitando as normas que tutelam a segurança dotrabalhador, e não utilizando da prevenção para preservar seusfuncionários.

Foi pois a conduta negligente da ora Apelante, consistente emnão oferecer condições seguras de trabalho a este cidadão, que permitiuque o mesmo tivesse sua capacidade laborativa reduzida, ficando comum aleijão e afeamento, caracterizando danos materiais e morais.

Por que conduta negligente e imprudente? Porque não forneceuequipamentos de proteção, nem treinou seus funcionários para exercer

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seu labor com segurança e permitiu o trabalho em máquinas perigosas.Ademais, basta verificar que a apelante não tem demonstrado muitointeresse para com a integridade física de seus funcionários, conformeo depoimento do representante legal da empresa, Sr. ............... (fls....): não havia necessidade de proteção nas mãos do trabalhador, nemtreinamento. Disse, ainda, que nunca ouviu falar que a serra circularprecisasse de proteção.

Nas suas razões, alega a empresa que o acidente ocorreria damesma maneira se houvesse proteção na serra circular, porém oacidente ocorreu por não existir a devida aparelhagem para retirar aslascas de madeira que sobravam.

Finalmente, consta no relatório (fls. ...) que a empresa foinotificada pelo TN nº 07538, pelas irregularidades encontradas namesma. Diante de todos esses fatos, conclui-se que todo o contido nasrazões de apelação só tem cunho protelatório, pois provada está a culpada empresa no infortúnio ocorrido com o Sr. ................ .

Esse entendimento vai contra as Normas Regulamentares doTrabalho acima citadas, pois que a existência de coifa de proteção ecutelo divisor é fundamental para a segurança dos trabalhadores.

A coifa é o equipamento de proteção destinado a proteger o discoda serra, evitando o contato direto do operador com a parte cortanteda máquina, e cutelo é o instrumento destinado a separar a madeira,evitando que o operador faça esforço em direção à serra.

Não há que se falar em negligência do substituídoprocessualmente. Há que se falar em culpa da requerida, que atuoucom menosprezo àquele que com o seu labor diário lhe auxiliou nabusca do lucro.

As testemunhas também declararam que não havia qualquerpreocupação com a proteção dos trabalhadores, já que nem sequer eramfornecidos equipamentos de proteção, nem treinamento.

............................, que era o encarregado do empregadoacidentado, declarou que todos sabiam do perigo que a serra circularrepresentava na empresa e nem por isso algo foi feito para diminuiros riscos de acidente, caracterizando a despreocupação eirresponsabilidade da empresa.

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3. INCAPACIDADE LABORATIVA

Alega, a Apelante, que o acidentado recebeu um auxílio-acidenteda Previdência Social durante o período de inatividade e que a r.decisão era equivocada, por condená-la à indenização durante operíodo em que o apelado esteve em tratamento, alegandoenriquecimento sem causa.

Insurge-se, quanto ao pagamento da despesa de tratamento, jáque a vítima recebe benefício auxílio-acidente, desde que não estejaimpedido do exercício profissional.

Em que pese a argumentação da apelante, é de se lembrar que obenefício recebido através da Previdência Social não supre aresponsabilidade da indenização por parte da requerida, ora apelante,por tratar-se de verbas de natureza totalmente distintas. O dever deindenizar da empresa é decorrente do disposto nos artigos 929 e 932,inciso III, do Código Civil, surgindo como sanção decorrente do atoilícito. É de caráter subjetivo, pois depende da demonstração de culpa.Já o pecúlio recebido pelo benefício através do INSS está devidamenteamparado pela Lei nº 8.213, de 24.07.91.

É cristalino, pois, que podem ser cumulados o auxílioprevidenciário e a indenização decorrente de ato ilícito.

De fato, o auxílio por acidente do trabalho não exclui,absolutamente, a reparação por ato ilícito, como está expresso naSúmula 229 do Egrégio Supremo Tribunal Federal, assim entendendo:

“A indenização acidentária não exclui a do direito comum,em caso de dolo ou culpa grave do empregado.”

A atual Constituição Federal também cuidou do assunto aoestabelecer de forma bem clara, no art. 7º, inciso XXVIII: é direito dostrabalhadores o “seguro contra acidentes” de trabalho, a cargo doempregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quandoincorrer em dolo ou culpa”. Assim, doutrina e jurisprudência sãopacíficas em aceitar que a referida Súmula deve ser interpretada no

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contexto informado pela Constituição Federal, ou seja, a indenizaçãoé devida sem que se gradue a culpa.

Indenização por ato ilícito. Possibilidade de cumulação da pensãoprevidenciária com a indenização pelo direito comum. Após o adventoda Carta Magna de 1988, já não resta a menor dúvida que a pensãoprevidenciária e a indenização devida por atos ilícitos são acumuláveis.

Em resumo, provado está que o trabalhador sofreu perda dacapacidade laborativa, vejam-se os laudos periciais do INSS, às fls. .../..., e do Dr. ..., perito do juízo , às fls. .../..., e que o fato de receberauxílio do INSS não supre o direto à indenização civil.

Diante disso, incide pois a regra dos arts. 949 e 951 do CódigoCivil, que preveem o pagamento indenizatório quando do ferimentoresultar aleijão ou deformidade, posto que, além da perda da capacidadelaborativa, o Sr. ................ ficou com deformidade permanente.

4. DA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL EM RENDA

A empresa apelante se manifestou contrária à regra estabelecidano art. 602 do CPC, ou seja, a constituição de capital em renda, paraassegurar o pagamento da indenização.

A apelante, como empresa privada, deve constituir capital paragarantir o pagamento das verbas indenizatórias; o repertóriojurisprudencial é cristalino quanto a isso:

“PROCESSO CIVIL – EXECUÇÃO – CONSTITUIÇÃO DECAPITAL – ART. 602, CPC – AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃONO PROCESSO DE CONHECIMENTO – TRÂNSITO EMJULGADO – INCLUSÃO NA EXECUÇÃO – IMPOSSIBILIDADE– RECURSO PROVIDO. A condenação prevista no art. 602, caput,CPC, deve constar da sentença proferida no processo deconhecimento, não podendo ser postulada na fase de liquidaçãoou no processo de execução do julgado.” (STJ – REsp 268666 –RJ – 4ª T. – Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira – DJU20.11.2000 – p. 303)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 159

5. PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, contra-arrazoadas as argumentações deapelação e demonstrado que o ilustre magistrado de 1ª instânciapraticou a mais pura Justiça, o apelado requer a manutenção da r.sentença de fls. .../...

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Procurador Regional do Trabalho ....ª Região

RESUMO

O MP apresenta suas contra-razões de apelação e alega: o relatóriode investigação possui grande valor probatório, por não divergir da verdadedos fatos, pois demonstra que a culpa é da empresa, porque a máquinaestava sem proteção, fato confirmado pelas testemunhas. Não há que sefalar em negligência do trabalhador, mas sim da apelante. Que é perfeita-mente possível que se acumulem o auxílio-acidente e a indenização decor-rentes de ato ilícito. A apelante deve observar o que dispõe o artigo 602 doCPC e constituir capital para o cumprimento das obrigações vincendas.Pede pela manutenção da sentença.

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CONTRA-RAZÃO DE APELAÇÃO – CONTRARIEDADE DO INSS –FAVORÁVEL DECISÃO JUDICIAL DE 1ª INSTÂNCIA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ........................7

......................., já qualificada nos autos da AÇÃO DE PENSÃOPOR MORTE, ajuizada contra o INSS - Instituto Nacional do SeguroSocial, processo nº .../..., por seu advogado e procurador infra-assinado,vem perante V. Exa., no prazo legal, oferecer CONTRA-RAZÕES aoRecurso de Apelação interposto às fls. 98/106 dos autos, dirigida aoEgrégio Tribunal Regional Federal - 3ª Região, na certeza de que osdoutos julgadores, melhor examinando a matéria, hajam por bem acataras razões anexas, mandando que se processe regularmente o feito, ematendimento aos princípios constitucionais, à doutrina e ao direito,praticando a verdadeira JUSTIÇA.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO

Requerente: ...

Requerida: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº 12.098/01 – Comarca de ............../...

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores:

Em que pese o alto saber jurídico já demonstrado em inú-merasdecisões, o douto juiz “a quo”, reconhecido como daqueles brilhantesjuízes destes rincões do Interior Paulista, ousamos concordar com afundamentação ora hostilizada em Sentença, em especial porqueatendeu aos ditames da Lei, da melhor doutrina e das jurisprudênciasjá regidas pelos nossos Tribunais.

Agora, ousamos discordar da falta de fundamentação por parteda Requerida, pois não atendeu ao que proclama a legislação em vigor,notando-se, assim, com clareza meridiana que o recurso manejado émeramente protelatório.

Não há qualquer amparo jurídico nas razões do recurso que possamodificar a r. sentença.

Ao contrário do entendimento da Requerida, não há nada queprove ter a mesma estar a desafiar a disposição constitucional, bemcomo por inexistir pedido que habilite o julgador a proferir umasentença de mérito, como insinua em seu recurso.

Frágil, “data venia”, são as alegações recursais, razão por que nãomerece maiores delongas.

ANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídico dosDoutos Julgadores, espera a Requerente ver improvido o presenterecurso, a fim de que seja mantida a decisão da 1ª Instância,

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 163

determinando o regular processamento do feito, pelo qual, semqualquer sombra de dúvida, será a sentença mantida, condenando-seainda o Apelante a uma multa de 20% (vinte por cento) por procrastinaro bom andamento do feito, revertida esta em favor da Requerente, afim de que haja a verdadeira JUSTIÇA.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O requerente propõe contra-razões de apelação em virtude de asrazões de apelação do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social estarem desconformidade com a Legislação Previdenciária ora questionada,inclusive contrariando a decisão judicial.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformida-de com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 165

CONTRA-RAZÕES – RECURSO ORDINÁRIO – FGTS – DESCONTOPREVIDENCIÁRIO – MULTA – IMPOSTO DE RENDA –PAGAMENTO – PEDIDO CONDENATÓRIO – RESPONSABILIDADEDO EMPREGADOR

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ...ªVARA DO TRABALHO DE ..............................

Processo nº .................

Origem: ................. Vara do Trabalho de .......................

......................., neste ato representado por seu advogado e bastanteprocurador infra-assinado, nos autos da reclamação trabalhista em quecontende com ............... e outra, vem perante Vossa Excelência, com ofito de apresentar CONTRA-RAZÕES ao recurso ordinário interposto,requerendo sejam recebidas e encaminhadas à superior instância, apósos trâmites legais.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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166 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A)-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ..........REGIÃO.

Pelo recorrido: ........................

RAZÕES DO RECORRIDO

1. O recurso interposto pela reclamada não merece ser provido,consoante tentará demonstrar o reclamante em suas razões. Pretendea reclamada descontar do reclamante verba relativa a Imposto de Rendae INSS.

2. Esses descontos são indevidos. A jurisprudência mansa epacífica de nossos pretórios regionais vêm decidindo de maneiradiametralmente oposta ao perseguido pela reclamada, conforme pedevênia o Reclamante para demonstrar:

“IMPOSTO DE RENDA EM CONDENAÇÕES PERANTE AJUSTIÇA DO TRABALHO. Verbas salariais e parcelasindenizatórias, como tais consideradas, são intangíveis a teordo art. 462 da CLT. O art. 46 da Lei nº 8.541/92, sobre a matéria,está submisso ao art. 153, § 2º, da CF, e à vista deste deve serinterpretado. O não pagamento das parcelas salariais,mensalmente, nas épocas próprias, retira do trabalhador aoportunidade de se valer de alíquotas inferiores, da tabelaprogressiva e também de eventual isenção. Ônus que se transfereao empregador inadimplente. Não é da competência da Justiçado Trabalho determinar tal desconto.” (TRT/SP nº 0293038901,Agravo de Petição, Secção Especializada, Relator Walter Vettore,proferido aos 20.09.94)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 167

“AÇÃO TRABALHISTA – IMPOSTO DE RENDA RETIDO NAFONTE – DEDUÇÃO SOBRE O VALOR TOTAL DO CRÉDITO– O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos pagosem cumprimento de decisão judicial será retido na fonte pelapessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momentoem que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponívelpara o beneficiário (art. 46 da Lei nº 8.541, de 23.12.1992).CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – APURAÇÃO MÊS AMÊS – “A contribuição do empregado, no caso de açõestrabalhistas, será calculada, mês a mês, aplicando as alíquotasprevistas no art. 198, observado o limite máximo do salário-de-contribuição (§ 4º do art. 276 do Regulamento de Custeio daPrevidência Social).” (TRT 14ª R. – AP 098/2003 –(02823.1989.002.14.00-8) – Rel. Juiz Carlos Augusto Gomes Lôbo– DOJT 30.07.2003)

3. À vista, pois, da jurisprudência trazida à colação, espelhandoa específica divergência de decisões sobre a questão dos descontosprevidenciários e fiscais, resta corroborar a tese do Reclamante nosentido de que não poderá ser responsabilizado por tais encargos.

4. E, mais, que não é dessa Justiça Especializada a competênciapara determinar tais descontos (artigo 153, § 2º, da ConstituiçãoFederal), devendo ser revista a decisão.

5. Igualmente, não há que falar em modificação do julgado quantoà multa do FGTS. O contrato de trabalho do reclamante foi únicomotivo pelo qual a multa de ..% deve incidir sobre todos os valoresvertidos ao FGTS, e não somente ao que foi creditado pela reclamada.

6. Desnecessário prolongar as contra-razões. As decisõesapresentadas dão conta de que a decisão deve ser reformada e areclamada responsabilizada por tais pagamentos, por ser de

JUSTIÇA.

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(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O reclamante apresenta contra-razões ao recurso ordinário e mani-festa que o desconto previdenciário e o relativo ao imposto de renda são deresponsabilidade do empregador, que a Justiça do Trabalho não é compe-tente para determinar tais descontos. Ainda, que a indenização de 40%incidente sobre o FGTS não deve ser modificada.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 169

DECLARATÓRIA – ILEGALIDADE – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO- ART. 201/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO ...............

......................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº ..............., inscrito no CPF/MF sob nº ................., residente edomiciliado na Rua .................., nº ..., nesta cidade, por seu procuradorabaixo firmado (instrumento de mandato anexo), vem propor AÇÃOORDINÁRIA contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS, autarquia federal, com Superinten-dência na cidade de ..............,Estado de ..., objetivando corrigir distorções no valor dos seusbenefícios previdenciários de natureza pecuniária, pelos fatos efundamentos que adiante articula:

1. DO BENEFÍCIO DO AUTOR

O Autor, conforme demonstram os documentos em anexo, ébeneficiário da Previdência Social, recebendo aposentadoria com asseguintes características:

Número do Benefício: .........

Espécie: Aposentadoria por Tempo de Serviço

Data do Início: .../.../....

Mensalidade Inicial: R$ .....

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170 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

2. DAS ILEGALIDADES COMETIDAS PELA AUTARQUIA

A Autarquia-Ré, em abandono a expressos critérios definidosem Lei, valendo-se de sistemáticas criadas por sua administração, vemreduzindo os proventos de aposentadoria percebidos pelo Autor.

A lesão ao direito do Autor ocorreu nas situações que sãoapontadas abaixo:

A) ILEGALIDADE DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃOAPLICADOS AOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO, ANTERIORESAOS DOZE ÚLTIMOS MESES, UTILIZADOS NO CÁLCULO DARENDA MENSAL INICIAL DOS BENEFÍCIOS DO AUTOR:

Na concessão do benefício previdenciário, a Autarquia-Ré,quando da prévia correção dos salários-de-contribuição que serviramde base para determinar o valor inicial da aposentadoria do Autor,utilizou-se de índices aleatórios de atualização monetária, que, alémde não recomporem o poder aquisitivo da moeda, são menores que osíndices da variação das ORTN/OTN.

Os índices utilizados pela Autarquia, por não recomporemintegralmente os valores dos salários-de-contribuição anteriores aos12 (doze) últimos meses, provocaram uma significativa redução narenda mensal da aposentadoria que percebe o Autor.

A ilegalidade será amplamente demonstrada no item “03”,subitens “03.1” a “03.4”, infra.

B) ABONO ANUAL (GRATIFICAÇÃO NATALINA) PAGO AMENOR NOS EXERCÍCIOS DE 1988 E 1989:

A Autarquia-Ré, quando do pagamento do abono anual do Autor,referente aos exercícios de .... e ...., concedeu-o em valor correspondentea 1/12 (um doze avos) do total recebido no ano civil pelo aposentado.

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Com isso, restou contrariado dispositivo constitucional em vigor, quedetermina seja o benefício pago em valor igual ao do provento do mêsde dezembro.

O prejuízo apontado será esmiuçado no item “04”, subitens “04.1”a “04.4”.

Mesmo com a revisão do benefício estabelecida pelo Artigo 58do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que restabeleceuo mesmo número de salários mínimos da data da sua concessão, osprejuízos persistem. Como a renda mensal inicial do Autor restoureduzida à época da concessão da aposentadoria, o benefício continuasendo pago em valor inferior ao realmente devido, projetando e fazendocrescer o prejuízo a cada parcela devida.

C) ILEGALIDADE DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃOAPLICADOS AOS SALÁRIOS-DECONTRIBUIÇÃO ANTERIOR AOSDOZE ÚLTIMOS MESES, UTILIZADOS NO CÁLCULO DA RENDAMENSAL INICIAL DO BENEFÍCIO DO AUTOR:

O cálculo da renda mensal inicial da Aposentadoria por Tempode Serviço ou por Velhice, concedidas até a promulgação daConstituição Federal de 1988, obedece aos seguintes critérios:

a) Inicialmente é calculado o SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO, que,segundo formulação legal, é o resultado da média dos últimos36 (trinta e seis) salários-de-contribuição do segurado, sendoque as prestações mensais anteriores aos doze últimos mesesdevem sofrer prévia correção monetária, com o objetivo derecompor seu poder aquisitivo original.

b) Em seguida, é calculada a RENDA MENSAL INICIAL, que é oresultado da aplicação de um PERCENTUAL sobre o valor dosalário-de-benefício.

Tal percentual varia de 70% a 95%, de acordo com o tipo deaposentadoria, sexo e tempo de contribuição do segurado.

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3. DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS

A atualização dos salários-de-contribuição, para fins de apuraçãodo salário-de-benefício, recebeu a primeira disciplina legal através do§ 1º, do art. 1º do Decreto-Lei nº 710, de 28.07.69.

Posteriormente, a matéria foi regulada pelo art. 3º da Lei nº 5.890,de 08.06.1973, cujo texto, alterado pelo art. 4º da Lei nº 6.210, de04.06.1975, e pelo art. 2º da Lei nº 6.887, de 10.12.1980, vigente até oadvento da Constituição de 1988, é o seguinte:

“Art. 3º. O valor mensal dos benefícios de prestação continuada,inclusive os regidos por normas especiais, será calculadotomando-se por base o salário-de-benefício, assim entendido:

I - para o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez, a pensãoe o auxílio-reclusão, 1/12 (um doze avos) da soma dos salários-de-contribuição imediatamente anteriores ao mês do afastamentoda atividade, até o máximo de 12 (doze), apurados em períodonão superior a 18 (dezoito) meses;

II - para as demais espécies de aposentadoria, 1/36 (um trinta eseis avos) da soma dos salários-de-contribuição imediatamenteanteriores ao mês de afastamento da atividade, até o máximo de36 (trinta e seis), apurados em período não superior a 48(quarenta e oito) meses; (Redação dada pela Lei nº 6.210, de 1975)

III - para o abono de permanência em serviço, 1/36 (um trinta eseis avos) da soma dos salários-de-contribuição imediatamenteanteriores ao mês da entrada do requerimento, até o máximo de36 (trinta e seis), apurados no período não superior a 48 (quarentae oito) meses. (Redação dada pela Lei nº 6.210, de 1975)

§ 1º Nos casos dos itens Il e III deste artigo, os salários-de-contribuição anteriores aos 12 (doze) últimos meses serãopreviamente corrigidos de acordo com coeficientes dereajustamento, a serem periodicamente estabelecidos pelaCoordenação dos Serviços Atuariais do Ministério do Trabalhoe Previdência Social. (...)”

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Conforme demonstram os dispositivos legais supra, foi atribuídoao MPAS a competência para estabelecer os índices de atualização dossalários-de-contribuição anteriores aos doze últimos meses.

Entretanto, na fixação dos coeficientes deverá o Poder Executivoobservar critérios plausíveis, previstos em Lei, de modo expresso,implícito ou analógico, para atingir o fim a que ela se destina, ou seja,recompor efetivamente os valores dos salários-de-contribuição,corroídos e distorcidos pelos efeitos inflacionários.

Os critérios previstos em Lei, de modo expresso, estão definidosna Lei nº 6.423, de 17.06.1977, que em seu artigo 1º reza:

“Art. 1º. A correção monetária, em virtude de disposição legal ouestipulação de negócio jurídico, da expressão monetária deobrigação pecuniária somente poderá ter por base a variaçãonominal da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional - ORTN.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica:

a) Aos reajustamentos salariais de que trata a Lei nº 6.147, de 29de novembro de 1974;

b) Ao reajustamento dos benefícios da Previdência Social, a quese refere o parágrafo 1º do artigo 1º da Lei nº 6.205 de 29 de abrilde 1975, e

c) As correções contratualmente pré-fixadas nas operações deinstituições financeiras.

§ 2º Respeitadas as exceções indicadas no parágrafo anterior,quaisquer outros índices ou critérios de correção monetáriaprevistos nas leis em vigor ficam substituídos pela variação daORTN.

§ 3º Considerar-se-á de nenhum efeito a estipulação, na vigênciadesta lei, de correção monetária com base em índice diverso davariação nominal da ORTN.”

No cálculo do SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO e da RENDA MENSALINICIAL da aposentadoria, como manda a Lei, devem ser previamente

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corrigidos os SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO anteriores aos 12últimos meses, os quais não estão compreendidos nas exceçõesprevistas na referida Lei nº 6.423/77.

Desse modo, a correção dos salários-de-contribuição deve serefetuada, durante a vigência da Lei nº 6.423/77, tão somente pelavariação das ORTN/OTN.

O texto do parágrafo 2º do artigo 1º da Lei nº 6.423/77 não deixaqualquer dúvida sobre a matéria.

3.1 DO PROCEDIMENTO CORRETO DE ACORDO COM A LEI

Como afirma Roberto Barcellos de Magalhães (Vademecum dasSociedades Anônimas, p. 174), “CORREÇÃO MONETÁRIA,atualmente denominada ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA é oinstrumento de atualização do valor de direitos e obrigações, com basena flutuação do valor da moeda ou do grau de perda do seu poderaquisitivo”.

Dessa forma, na correção dos salários-de-contribuição anterioresaos doze últimos meses, para determinação do salário-de-benefício, aAutarquia-Ré deveria sempre ter em vista a plena recomposição dopoder aquisitivo do valor dos salários-de-contribuição.

A conjugação do objetivo de qualquer atualização monetária(recomposição do poder aquisitivo) com a obediência a critériosprevistos em Lei (de modo expresso, implícito ou analógico) conduzo MPS, quando da fixação dos índices de atualização dos salários-de-contribuição, na vigência da Lei nº 6.423/77, a valer-se tão somentedos índices de variação das ORTN/OTN.

3.2 DO PROCEDIMENTO DA AUTARQUIA-RÉ

Quando da fixação dos primeiros índices de correção dossalários-de-contribuição, no ano de 1969, notava-se a preocupação do

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MTPS em obedecer à finalidade específica da Lei. Como, na ocasião,não havia Lei que, de modo expresso, fixasse qual o índice a serutilizado, o MTPS, através dos meios implícitos e analógicos, serviu-se dos índices previstos para a correção dos salários.

Tanto assim que a Portaria MTPS nº 13, de 29.08.69 (cópia naíntegra em anexo), que fixou os primeiros índices de reajuste, fez-seacompanhar de uma JUSTIFICAÇÃO, onde era salientada a adoção de“CRITÉRIO JUSTO DE REAJUSTAMENTO CONSERVANDO OVALOR REAL DOS SALÁRIOS CONSIDERADOS”.

Todavia, com o passar do tempo e ante os déficits da PrevidênciaSocial, os índices passaram a ser manipulados, ficando bem aquémdaqueles previstos para a correção dos salários.

Finalmente, a partir de 17.06.77, edição da Lei nº 6.423, restoudeterminado que “a correção monetária, em virtude de disposição legal,somente poderá ter por base a variação nominal da ObrigaçãoReajustável do Tesouro Nacional - ORTN”.

O MPAS, entretanto, mesmo na vigência da Lei nº 6.423/77 (desde18.06.77 até 16.01.89, quando foi extinta a OTN, sucessora da ORTN),ao invés de fixar os índices de atualização com base na variação daORTN/OTN, afrontou a norma legal e baixou seus próprios índices deatualização, bem inferiores aos oficiais.

Portanto, os índices adotados pela Autarquia-Ré distorcem afinalidade prevista no artigo 3º, § 1º, da Lei nº 5.890/73, que é a derecompor os valores de uma parte dos salários-de-contribuição.

3.3 DAS MANIFESTAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO

Atualmente são pacíficas as decisões dos Tribunais no sentidode que, para cálculo das aposentadorias, a atualização monetária dossalários-de-contribuição anteriores aos doze últimos meses deve serefetuada pela variação da ORTN/OTN.

Nesse sentido, do extinto Egrégio Tribunal Federal de Recursos,temos:

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“PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTES DE BENEFÍCIOS.CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE OS SALÁRIOS-DE-CONTRI-BUIÇÃO. 01 - Somente excluídos da abrangência daLei nº 6.423/77 os benefícios mínimos da Previdência Social, ossalários-de-contribuição que precedem os doze últimos deverãoser corrigidos pela variação das ORTN/OTN.02 - Osreajustamentos da renda inicial dos benefícios previdenciários,a partir do primeiro, devem ser efetuados quando alterado osalário mínimo, segundo a base nova para a aplicação dos índicesdas respectivas faixas salariais, em sua integralidade, semimportar as datas em que concedidos. (AC nº 149.638-RS - Rel.:Min. Dias Trindade - Apte.: INPS e Bolivar Madruga Duarte –Apdos.: os mesmos – julgado em 28.05.1988 – publicado in DJUde 23.06.1988)”

No Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a questão ensejou aedição da Súmula nº 02, publicada no DJU, Seção II, edição de 02.01.92,p. 01:

“Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo deserviço, no regime precedente à Lei nº 8.213 de 24 de julho de1991, corrigem-se os salários-de-contribuição, anteriores aosdoze últimos meses, pela variação nominal da ORTN/OTN.”

4. DO ABONO ANUAL (GRATIFICAÇÃO NATALINA) PAGO AMENOR NOS EXERCÍCIOS DE .... E ....

4.1 DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS

O Abono Anual foi instituído para os aposentados e pensionistasda Previdência Social pela extinta Lei nº 4.281 de 08.11.1963. Taldispositivo, transcrito no extinto Decreto nº 89.312, de 23.01.1984(Consolidação das Leis da Previdência Social), dizia:

“Art. 54. O abono anual é:

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I - devido ao aposentado e ao pensionista, correspondente a 1/12(um doze avos) do valor total recebido no ano civil;

II - extensivo ao segurado que durante o ano recebeu auxílio-doença por mais de 06 (seis) meses e aos dependentes que porigual período receberam auxílio-reclusão;

III - pago até o dia 15 de janeiro do exercício seguinte ao vencido.”

Verifica-se que o ABONO ANUAL foi recepcionado pela Lei nº8213/91 em seu artigo 40 e regulamentado pelo Decreto nº 3048/99,em que diz:

”Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao dependente daPrevidência Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença,auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que couber,da mesma forma que a Gratificação de Natal dos trabalhadores,tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês dedezembro de cada ano.”

Quando da instituição do Abono Anual para os beneficiários daPrevidência Social, os índices inflacionários eram diminutos, situaçãoesta que garantia ao beneficiário receber tal verba em valor bem próximoà importância da prestação do mês de dezembro de cada ano.

Essa situação foi gradativamente alterada, em face doagravamento da inflação, que no ano de 1989 atingiu a marca de 1.765%.

O legislador, sensível a tal situação, incompatível com a atualrealidade, fez inserir no próprio texto constitucional dispositivogarantindo a reparação de tal injustiça.

Assim, com o advento da nova Constituição Federal (art. 7º, VIII,e art. 201, § 6º), foi garantido aos aposentados e pensionistas daPrevidência Social o décimo terceiro salário (Abono Anual), calculado

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com base no valor do provento de dezembro de cada ano, ou seja,utilizando-se os mesmos critérios dos trabalhadores ativos:

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integralou no valor da aposentadoria.

(...)

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistasterá por base o valor dos proventos do mês de dezembro decada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,de 1998)

Os dispositivos constitucionais acima transcritos passaram aser auto-aplicáveis com a promulgação da vigente Constituição Federal,pois, de acordo com o artigo 5º, § 1º, do texto constitucional, “as normasdefinidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicaçãoimediata”.

4.2 DO PROCEDIMENTO CORRETO DE ACORDO COM A LEI

O procedimento correto para o pagamento do Abono Anual éaquele estabelecido nos artigos 7º, VIII, e 201, § 6º, ambos daConstituição Federal em vigor.

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Tais dispositivos revelam com clareza que o valor do AbonoAnual (gratificação natalina) dos aposentados e pensionistas daPrevidência Social deve ser igual ao provento do mês de dezembro decada ano.

Portanto, a Autarquia-Ré, por ocasião do pagamento do AbonoAnual dos Autores, referente aos exercícios de 1988 e 1989, deveriaobedecer aos preceitos estabelecidos pela Constituição Federal.

4.3 DO PROCEDIMENTO DA AUTARQUIA

A Autarquia-Ré, porém, em flagrante desrespeito à Lei Maior, aoconceder o Abono Anual a que faz jus os Autores, relativos aosexercícios de 1988 e 1989, manteve a sistemática vigente antes da datada promulgação da Constituição Federal.

Segundo a ilegal sistemática adotada pela Autarquia-Ré, o AbonoAnual continuou a corresponder a 1/12 (um doze avos) do valor totalrecebido pelo aposentado no ano civil.

4.4 DAS MANIFESTAÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO

A presente questão ensejou recente manifestação do SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL, espancando definitivamente qualquer dúvidaque ainda pudesse existir a respeito da matéria:

· “BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – PISO – FONTE DECUSTEIO. As regras contidas nos §§ 5º e 6º do artigo 201da Constituição Federal têm aplicabilidade imediata. Odisposto no § 5º do artigo 195 não as condiciona, já quedirigido ao legislador ordinário, no que vincula a criação,majoração ou extensão de benefício ou serviço daseguridade social à correspondente fonte de custeio total”.(STF - Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº148.016-0 – Santa Catarina – Rel. Min. Marco Aurélio –Agte.: INSS – Agda.: Matilde Schmoeller Viggers –publicado in DJU, Seção I, edição de 26.03.1993, p. 5007)

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Ante o posicionamento tomado pelo STF, os Tribunais RegionaisFederais vêm pacificando o entendimento a respeito da matéria,consoante demonstram as decisões abaixo transcritas:

“PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. REAJUSTE DEBENEFÍCIOS. SALÁRIO MÍNIMO INTEGRAL. GRATIFICAÇÃONATALINA.1. Os §§ 5º e 6º do artigo 201 da Constituição Federalde 1988, que estabelecem o pagamento do benefício em valornunca inferior a um salário mínimo, e o pagamento dagratificação natalina com base no valor integral dos proventosdevidos no mês de dezembro são auto-aplicáveis, segundodecisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (AgravoRegimental no Agravo de Instrumento de nº 147.987-7, de nº148.005-1, de nº 148.016-6, de nº 148.258-4 e de nº 148.298-3, inDJ de 26/03/93, pág. 5.007).2. O salário mínimo a ser consideradono mês de junho de 1989 é de NCZ$120,00.3. Negado provimentoao apelo.(AC nº 93/04/08204-8/RS - Tribunal Regional Federalda 4º Região – unânime – Rel.: Juiz Jardim de Camargo – Apte:Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – Apdo.: JoãoFrancisco de Almeida – publicado in DJU de 19.05.93 – Seção II– pág. 18.532)”

“PREVIDENCIÁRIO – VALOR DO 13º SALÁRIO DOAPOSENTADO.I - Devidos o 13º salário de 1988 e 1989 combase nos proventos percebidos pelo aposentado no mês dedezembro daqueles anos, consoante art. 7º, inciso VIII, daConstituição Federal.II - Não se pode deixar de aplicar o preceitoconstitucional acima invocando-se o artigo 59 da ADCT, eis queo retardamento na aprovação do plano de custeio e de benefícionão pode prejudicar o aposentado. III - Recurso improvido. (ACnº 90/02/25674-4/RJ – Tribunal Regional Federal da 2º Região –unânime – Rel.: Desembargadora Federal Tânia Heine – Aptes.:Arnaldo Leonardo Mussel e Outros – Apdo.: Instituto Nacionalde Previdência Social – INPS – publicado in DJU de 02.04.91 –Seção II – pág. 6.162)”

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“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO: gratificação natalinados aposentados.I - Nos termos do parágrafo 6º, art. 201, da CF:“A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá porbase o valor do provento do mês de dezembro de cada ano”.II -Na ausência de norma regulamentar, não há como se opor àeficácia plena de tal preceito magno, a fundamento de quenecessária seria a previsão da fonte de custeio, ut parágrafo 5º,art. 195, da mesma Carta Magna.III - Sentença confirmada.Apelação conhecida, mas improvida. (AC nº 90/02/21122 - RJ –Tribunal Regional Federal da 2ª Região – Apte.: INPS – Advogada:Yolanda de Oliveira Queiroz – Apdo.: Rivaldo Andrade de Araújo– Advogado: Wilson Ferreira e Outros – publicado in DJU de 14/02/91 – pág. 1.911)”

5. DO PEDIDO:

DIANTE O EXPOSTO, requer se digne Vossa Excelência:

a) Conhecer do presente feito, determinando as diligênciascompatíveis, bem como a intimação das pessoas referidas em Lei;

b) Determinar a citação do Instituto Nacional do Seguro Social -INSS, na pessoa de seu procurador-regional, o qual pode serencontrado na Rua ..........., nº ..., 8º andar, em .......... - ..., para,querendo, apresentar defesa e acompanhar a presente açãoordinária, sob pena de revelia;

c) Conceder ao Autor a isenção de custas de que trata o artigo128 c/c o artigo 134 da Lei nº 8.213, de 24.07.91 (Portaria MPSnº 929/94, cópia anexa).

d) Deferir a possibilidade de os Autores virem a produzir asprovas elencadas no artigo 136 do Código Civil brasileiro,reservando-se, porém, o direito de especificá-las, oportuna emotivadamente, naquelas que entenderem necessárias;

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e) Julgar, afinal, PROCEDENTE a presente ação, para DECLARARilegais os índices de recomposição dos salários-de-contribuição anteriores aos doze últimos meses, que integramo cálculo do salário-de-benefício, CONDENANDO o INSS aproceder os seguintes ajustes que re-fletem no cálculo da RendaMensal Inicial da aposentadoria dos Autores:

I - no cálculo do salário-de-benefício dos Autores, atualizarmonetariamente os salários-de-contribuição anteriores aos 12(doze) últimos meses, adotando-se como parâmetro a variaçãodas ORTN/OTN, índice oficial de correção monetária (Lei nº6.423/77), consoante enunciado da Súmula nº 02 do TRF da4º Região;

II - elaborar o novo valor da Renda Mensal Inicial daaposentadoria dos Autores com os reflexos da correçãoindicada no item I, supra;

f) Com base na renda mensal inicial calculada segundo o critérioacima, CONDENAR o INSS a:

I - recalcular, em todos os exercícios, o valor do Abono Anualdevido aos Autores, como reflexo do acertamento do valor dasprestações mensais da aposentadoria (itens acima);

II - conceder o Abono Anual (gratificação natalina) relativo aosexercícios de 1988 e 1989, tomando por base o valor dosproventos do mês de dezembro de cada ano, conformeestabelece o § 6º do artigo 201, da Constituição Federal vigente;

g) Proceder as alterações necessárias nos registros da Autarquia-Ré, do novo valor da renda mensal inicial do benefício dosAutores, bem como das alterações subsequentes, para o corretopagamento das diferenças vencidas e vincendas;

h) CONDENAR, por consequência, o INSS a PAGAR asdiferenças resultantes entre o benefício devido e oefetivamente pago pela Autarquia-Ré, tanto vencidas quantovincendas, decorrentes da condenação nos pedidos supra,ressalvadas as parcelas já atingidas pela prescrição quinquenalquando da propositura da presente demanda;

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i) Condenar o INSS, tendo em vista o caráter alimentar dobenefício, a corrigir monetariamente as diferenças apuradas(alínea retro) da seguinte forma:

I - até o ajuizamento da ação, deferir a correção monetária combase em construção pretoriana (Súmula nº 71 do ex-TFR);

II - a partir do ajuizamento da ação, deferir a atualizaçãomonetária de acordo com a legislação vigente.

j) Condenar, ainda, o INSS a pagar juros moratórios de 0,5% (meiopor cento) ao mês, calculados sobre o valor corrigido dasdiferenças, inclusive vencidas, e contados a partir da citação,até o mês do efetivo pagamento (Súmula nº 03 do TRF da 4ªRegião);

l) Condenar a Autarquia-Ré a suportar o ônus dos honorários deadvogado, tabelares em 20% (vinte por cento) do total dasdiferenças vencidas a serem apuradas em liquidação desentença e mais 12 (doze) prestações vincendas, de acordocom o artigo 260 c/c o artigo 20, ambos do CPC, e remansosajurisprudência existente nesse sentido, além das demaiscominações da sucumbência.

Atribuem à causa, de acordo com o que dispõe o artigo 260 doCódigo de Processo Civil, o valor de R$ ..... (valor estimado da diferençadas prestações vencidas e mais doze vincendas).

Termos em que,Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

Redução dos proventos de aposentadoria por parte da au-tarquia.Ilegalidade dos índices de atualização aplicados aos salários-de-contribui-ção anteriores aos doze últimos meses, utilizados no cálculo da rendamensal inicial do benefício dos autores, devendo ser aplicado a atualiza-ção correspondente a cada período até o pagamento do benefício de con-formidade as correções determinadas pelas mudanças legislativas,atualizadas até a data do efetivo pagamento.

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DECLARATÓRIA DE INEXIBILIDADE – LEI Nº 7.787/89 –ILEGALIDADE – COTA PATRONAL – LEI Nº 8.212/91 – ART. 195/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA, SEÇÃO JUDICIÁRIA ... DO ESTADO DE ............

............................., pessoa jurídica de direito privado, com sedena Rua ............., nº..., inscrita no CNPJ/MF sob nº .............., pessoajurídica de direito privado, com sede na Rua .........., nº ...., e........................, pessoa jurídica de direito privado, sediada na Rua............., nº ...., inscrita no CNPJ/MF sob nº................., por seusadvogados infra-assinados (procurações em anexo), vêm muirespeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DECONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

contra o INSTITUTO DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquiafederal com domicílio na Rua .............., nº..., ... andar, nesta capital, econtra a UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público comdomicílio também nesta capital, fazendo-o com fundamento nos artigos282 e seguintes do Código de Processo Civil, e demais legislaçõesvigentes, pelas razões a seguir articuladas, requerendo distribuiçãopor dependência relativamente à Medida Cautelar Inominada nº ...,nos termos do art. 806 c/c art. 253, do Código de Processo Civil.

I - OS FATOS

As Autoras são empresas sujeitas ao recolhimento das

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contribuições sociais para financiamento da Seguridade Social, emdecorrência do mandamento constitucional contido no art. 195, incisoI, também conhecido como cota patronal.

De acordo com este dispositivo da Constituição, as contribuiçõesdevidas pelas empresas (pelos empregadores, na dicção do legisladorconstitucional) incidem sobre a folha de salários, sobre o faturamentoe sobre o lucro, sendo que estas duas últimas hipóteses (faturamentoe lucro) não são objeto da presente demanda, no que tange àinconstitucionalidade das mesmas.

No que se refere às contribuições sociais devidas pelas empresase incidentes sobre a folha de salários, fica bem certo pelo teor do artigo195, I, da Magna Carta, que somente as remunerações que se enquadremno conceito jurídico de salário podem constituir-se em base destaincidência tributária.

Ocorre que pela Lei nº 7.787, de 30.06.1989 (publicada no DOUde 03.07.1989), foi estabelecida uma tributação na ordem de 20% sobreremunerações que não configuram, fática e juridicamente, salário, quaissejam, os pagamentos a administradores e autônomos, consoanteprescreve o artigo 3º, inciso I, da referida lei.

Esta lei foi revogada pela Lei nº 8.212, de 24.07.91 (publicada noDOU de 25.07.91), que manteve a tributação de 20% sobre pagamentosa administradores e autônomos, conforme consignam o art. 22, inc. I,e o art. 30, inc. I, alínea “b”, da mencionada Lei.

Em ambos os textos legais citados (Lei nº 7.787/89 e Lei nº 8.212/91) está presente a aludida tributação de 20% sobre os pagamentos aadministradores (como, v.g., o pró-labore) e a autônomos, o que, noentanto, conflita com a Constituição Federal, restando totalmenteilegítima a sua exigência.

Aliás, desde já é importante deixar consignado que o próprioSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já apreciou essa matéria,decla-rando ser inconstitucional dita cobrança com base na Lei nº7.787/89 (RE 166.772-9/RS), cujos fundamentos em tudo se identificamcom os atinentes à Lei nº 8.212/91, que sucedeu àquela e a confirmouneste particular.

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À vista de tais considerações, trataram-se todos os recolhimentosefetuados de “valores indevidamente recolhidos ou pagos a maior”, oque enseja para o contribuinte um direito de crédito contra o InstitutoNacional do Seguro Social, ou seja, o direito de reaver todos os valorespagos a título de contribuição social devida pelos empregadoresincidentes sobre a folha de salários.

Para tanto, através do art. 66 da Lei nº 8.383, criou-se oinstrumento perfeito para que o contribuinte possa recuperar valoresindevidamente recolhidos, que é o instituto da compensação, evitando-se, assim, a propositura de morosa ação de restituição, sujeita ao regimede precatórios que implica em certeiros prejuízos para o contribuintedetentor de crédito perante o INSS.

Os demonstrativos anexos apontam os valores recolhidos pelasAutoras, a título de contribuição social incidente sobre a folha desalários, pagos a administradores e autônomos.

Pretensamente visando a dar cumprimento ao § 4º do artigo 66,da Lei supracitada, o INSS, através da Diretoria de Arrecadação eFiscalização, a título de regulamentar a lei supra-referida, editou aOrdem de Serviço Conjunta nº 17, de 20.03.93, procurando dificultara ação do contribuinte que pretenda exercer o direito à compensação.

Também a Secretaria da Receita Federal editou a InstruçãoNormativa nº 67, de 26.05.92, ilegal sob qualquer ótica que se lhe dê,com o mesmo intuito já acima exposto.

Eis a razão do presente pleito judicial, que visa obter oreconhecimento judicial da inconstitucionalidade das expressões“administradores” e “autônomos” constantes dos artigos 3º, da Lei nº7.787/89, 22, inc. I, e 30, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, e, emconsequência, resguardar o direito das Autoras de procederem àcompensação imediata dos valores recolhidos a maior, com valoresvincendos de “tributos e contribuições da mesma espécie”, o que sópoderá ser feito sob o manto protetor da tutela jurisdicional, haja vistaa posição já declarada dos Réus de dificultar e até coibir esse direito.

Pretendem, portanto, as Autoras ver reconhecida judicialmentea inconstitucionalidade da cobrança da referida exigência e provar aimprocedência dos atos administrativos, que cerceiam o seu legítimo

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direito de efetivar a compensação dos valores indevidamenterecolhidos.

II - O DIREITO

A presente ação é proposta visando ao reconhecimento dainconstitucionalidade dos dispositivos legais supramencionados e,em consequência, ver recolhidos a título de compensação pelos valoresrecolhidos a título de contribuição social incidente sobre aremuneração paga a administradores e a autônomos.

A inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 7.787/89 e do artigo22, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, é manifesta, pois a exaçãoagride limitações impostas pela Constituição ao legisladorinfraconstitucional, quais sejam:

a) a instituição e cobrança de uma contribuição está limitada àexpressão “folha de salário”, tal como contido no artigo, incisoI, da Carta Constitucional;

b) não se confundindo as remunerações a administradores eautônomos com salário, criou-se, em verdade, outra fonte decusteio da seguridade, com afronta ao § 4º do art. 195, poiseste se remete ao art. 154, inc. I, e este por sua vez se remeteao art. 146, inc. III, todos da Constituição Federal, concluindo-se ser imprescindível a edição de lei complementar para ainstituição de novos tributos.

Portanto, as exigências contidas na Lei nº 7.787/89 (art. 3º) e naLei nº 8.212/91 (art. 22, inc. I, e art. 30, inc. I, alínea “b”) configuramincontestável contrariedade aos princípios, guisados como garantiasdo contribuinte brasileiro.

Nesse sentido julgou o Excelso SUPREMO TRIBUNALFEDERAL, intérprete máximo da Constituição, no âmbito do RecursoExtraordinário nº 166.772-9 RS, sendo Relator o Eminente MinistroMARCO AURÉLIO DE MELLO, de onde se extrai sua ementa (íntegra,em anexo):

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“Interpretação – Carga Construtiva Extensão. Se é certo que todainterpretação traz em si carga construtiva, não menos corretaexsurge a vinculação à ordem jurídica constitucional. Ofenômeno ocorre a partir das normas em vigor, variando de acordocom a formação profissional e humanística do intérprete. Noexercício gradual da arte de interpretar, descabe inserir na regrade direito o próprio Juízo – por mais sensato que seja – sobre afinalidade que “conviria fosse ela perseguida” – Celso AntônioBandeira de Mello – em parecer inédito. Sendo o direito umaciência, o meio justifica o fim, mas não este àquele.

Constituição – Alcance Político – Sentido do Vocábulos –Interpretação. O conteúdo político de uma Constituição não éconducente ao desprezo do sentido vernacular das palavras,muito menos ao técnico, considerados institutos sagrados peloDireito. Toda ciência pressupõe a adoção de escorreita linguagem,possuindo os institutos as expressões e os vocábulos que arevelam conceito estabelecido com a passagem do tempo, querpor força de estudos acadêmicos, quer, no caso do Direito, pelaatuação dos Precatórios.

Seguridade Social – Tomador de serviços – Pagamentos àAdministração e Autônomos – Regência. A relação jurídicamantida com administradores não resulta de contrato de trabalhoe, portanto, de ajuste formalizado à luz da Consolidação das Leisdo Trabalho. Daí a impossibilidade de se dizer que o tomadordos serviços qualifica-se como empregador e que a satisfação doque devido ocorra via folha de salários. Afastado oenquadramento no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal,exsurge a desvalia constitucional da norma ordináriadisciplinadora da matéria. A referência contida no parágrafo 4ºdo artigo 195 da Constituição Federal ao inciso I doartigo 154nela esculpido impõe a observância do veículo próprio – a leicomplementar. INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 3º DALEI Nº 7.787/89, no que abrangido o que pago a administradorese autônomos. Declaração de inconstitucionalidade limitada pela

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controvérsia dos autos no que não envolvidos pagamentos aavulsos.”

Resultados que, obviamente, servirão de parâmetro para todasas decisões que se sucederem relativamente à malsinada exigência,visto tratar-se de decisão da mais alta Corte do País, não cabendo contraa decisão proferida qualquer tipo de recurso.

A conclusão lógica é a de que, havendo a Suprema Corte declaradoa inconstitucionalidade do dispositivo mencionado, todos ospagamentos efetuados a título de contribuição social incidente sobrea folha de salários, em relação aos pagamentos a administradores eautônomos, são inconstitucionais e indevidos. Logo, o INSS, ao acatá-los, perpetrou contra o direito das Autoras de não recolher mencionadotributo.

Também as Autoras pretendem ver reconhecidos os efeitos damencionada decisão. Assim ocorrendo, abre-se, para o contribuinte,desde logo, o direito de reavê-los, com a devida e total correçãomonetária.

Realmente. Através do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, foi autorizadoaos contribuintes efetuar a compensação de valores pagosindevidamente ou a maior, no recolhimento de importânciascorrespondentes a períodos subsequentes.

São os termos do citado artigo:

“Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos econtribuições federais, inclusive previdenciárias, mesmo quandoresultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisãocondenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação dessevalor no recolhimento de importância correspondente a períodossubsequentes.

§ 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos econtribuições da mesma espécie.

§ 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição.

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§ 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor doimposto ou contribuição corrigido monetariamente com base navariação da UFIR. (Nota: O § 3º do artigo 29 da Lei nº 10.522, de19.07.2002, DOU 22.07.2002, extingue a Unidade Fiscal deReferência – UFIR, reconvertendo para REAL a referida cobrança)

§ 4º O Departamento da Receita Federal e o Instituto Nacionaldo Seguro Social - INSS expedirão as instruções necessárias aocumprimento do disposto nesse artigo.”

Detêm, portanto, os contribuintes, a partir da publicação evigência da lei supra-referida, um direito subjetivo a reaver todos osvalores pagos indevidamente, compensando-se com valores que vierema vencer, relativos a tributos da mesma espécie.

Impende esclarecer que a matéria relativa à compensação não éinovação nem criação recente. Desde há muito é utilizada no direitocivil como forma de extinção de obrigações recíprocas entre credor edevedor (artigo 1.009).

No âmbito do direito tributário, está prevista expressamente noTributário Nacional em seu artigo 170, dependente, todavia, de leique a autorize, estabelecendo, ainda, seus limites. Isto quer dizer que,somente com a edição de lei que permita a compensação entre créditotributário e créditos líquidos e certos existentes em favor docontribuinte, é que se poderá cogitar da utilização de tal instituto.

Efetivamente tal situação existe, como já foi acima esclarecido,pois a Lei nº 8.383/91, em seu artigo 66 e parágrafos, prevêexpressamente a possibilidade de compensação entre valores pagosindevidamente ou a maior pelo contribuinte, com valores os quaisseja devedor perante a Fazenda Pública.

Ora, uma vez reconhecido por via da presente ação que ospagamentos foram feitos “indevidamente ou a maior”, abre-se, desdelogo, a oportunidade de compensá-los com parcelas vincendas detributos da mesma espécie.

Pois bem. À administração pública só restava procedimentalizartal direito, então já existente.

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Valendo-se do contido no § 4º, do art. 66, da Lei nº 8.383(supratranscrito), a Diretoria de Arrecadação e Fiscalização, a titulode “regulamentar” a lei supra-referida, editou a Ordem de ServiçoConjunta nº 17, de 20.03.93, relativamente às contribuiçõesprevidenciárias.

Todavia, o que se observa desse texto infralegal, é que se pretendetolher o direito do contribuinte à compensação, com regras que não secompadecem com os limites constitucionais e legais e tão-pouco osda Lei nº 8.383/91, que a instituiu.

Distinguiu a OSC 17/93, para efeitos de compensação, os valorespagos anteriormente a 1º de janeiro de 1992 daqueles pagos após taldata. Para estes últimos, autorizou a compensação imediata, semqualquer restrição ou prévio pedido à autoridade administrativa. Jápara os outros impôs, através do item 23, que, para poder compensarvalores pagos indevidamente com pagamentos a vencer, deverá ocontribuinte solicitar autorização para tanto. São os termos do item23:

“A contribuição e/ou acréscimos legais e atualização monetáriacorrespondentes, indevidamente recolhidos até 31 de dezembrode 1991, somente poderão ser compensados mediante préviaautorização do INSS, aposta no verso da GRPS pelo chefe doposto de Arrecadação da localidade onde se situar oestabelecimento, ou dependência da empresa, responsável pelorecolhimento indevido.”

Eis aqui a primeira afronta ao direito das Autoras, ao impor oprévio pedido administrativo dos valores a compensar.

O § 4º do artigo 66, da Lei nº 8.383/91, concedeu à Administraçãoa possibilidade de regulamentá-lo, mas isto, é óbvio, nos estritos limitesda Lei. Ora, a lei em momento algum impõe ao contribuinte o dever depreviamente requerer no âmbito da administração a autorização paracompensar os valores indevidamente pagos.

O que se infere do artigo 66, da Lei, é que será direito docontribuinte proceder à compensação independentemente de qualquerpedido administrativo.

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Tal exigência é uma inovação por via de simples instruçãonormativa, com a pretensão de criar uma nova obrigação ou requisitopara o exercício de um direito, mas sem previsão legal. Esta pretensãoesbarra, induvidosamente, no artigo 5º, inciso II, da CartaConstitucional, verbis:

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisasenão em virtude de Lei;

Ademais, tal pedido fosse feito, por certo encontraria resistênciapor parte dos prepostos do Réu, que não concordariam com a pretensão,em face de seu já conhecido posicionamento em inúmeros processosem que se discute a constitucionalidade da chamada cota patronal.

Aliás, o próprio fato de a origem do pagamento indevido residirna inconstitucionalidade da exigência já seria um obstáculo ao pleito,dado que a Administração não tem competência para apreciar matériade índole constitucional.

Vale dizer, sendo fundamento da pretensão afronta ao TextoConstitucional, pode o contribuinte dirigir-se diretamente aoJudiciário.

Não é, porém, necessário que seja exaurida a via administrativa,pois tal entendimento contraria o princípio do livre acesso ao PoderJudiciário (Constituição Federal, art. 153, § 4º). O que é indispensávelé que se faça o pedido na esfera administrativa e que o mesmo sejaindeferido expressamente ou por omissão de autoridade consistenteem retardar o seu despacho. Todavia, essa regra admite exceções, comono caso em que o contribuinte dirige-se diretamente ao Judiciário e oFisco, na resposta, não se limita a alegar a preliminar de carência daação, contestando o mérito da repetição pleiteada, bem como nahipótese em que o fundamento da repetição é a inconstitucionalidadedo tributo recolhido. Neste último caso, a razão está em que só o PoderJudiciário pode deixar de aplicar texto legal sob fundamento deinconstitucionalidade e, por isso, não será de admitir-se que, a talpretexto, a Administração acolha pedido de devolução de tributo.

Mutatis mutandis, não se admitirá à Administração reconhecera inconstitucionalidade da cota patronal sobre os pagamentos feitos aadministradores e autônomos, que tenham como fundamento

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constitucional a folha de salários, ao efeito de deferir a compensação.Isto significa que resultaria inócua a iniciativa do contribuinte,restando-lhe, assim, apenas a via Judiciária.

Além do mais, cabe ainda destacar que a exigência édiscriminatória. Com efeito. Os casos de pagamento indevido ou amaior efetuados após 1º de janeiro de 1992 independem de pedidoadministrativo, e, para os casos anteriores a 1º de janeiro, impõe-setal requisito, conforme item 23, da OSC 17/93, supratranscrito.

Ora, tal distinção é discriminatória contra contribuintes que seencontram em situação igual, qual seja, a dos que têm valores acompensar. Afronta esta distinção o princípio da isonomia, insertono artigo 151, inciso II, da Constituição Federal.

Frise-se que, embora as Autoras detenham contribuiçõesanteriores e posteriores a 1º de janeiro de 1992, tendo-se em vista ofato já acima referido, de que se trata de matéria de índoleconstitucional, o indeferimento ao pedido de compensação seriainevitável.

Quanto à correção monetária dos valores indevidamente pagos,bem de se ver que, embora haja a possibilidade do reconhecimentoadministrativo, conforme dispõem os itens 22 e 23 da Ordem deServiço Conjunta nº 17/93, o não reconhecimento do direito de efetuara compensação do valor principal gerará, como consequência lógica,também o da correção monetária.

Ad argumentantum, por via do reconhecimento Judicial que sepretende, as autoras detêm um crédito perante os Réus que éplenamente compensável com débitos futuros, nos estritos termos doartigo 66 da Lei nº 8.383/91. Ora, será totalmente inóqua a compensaçãode valores indevidamente pagos sem a cobertura do desgasteinflacionário, ou seja, sem a devida correção monetária entre o períodoem que houve o pagamento indevido e o momento da compensação,sob pena de enriquecimento ilícito por parte do Réu (INSS).

Está consagrado pela Constituição Federal o direito depropriedade (art. 5º, inciso XXII), não podendo a Lei, menos ainda aAdministração, limitar a correção dos valores, sob pena de clara ofensaao referido direito por via de apropriação de parcela do patrimônio docidadão.

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Ademais, a correção monetária há muito vem sendo reconhecida,em doutrina uniforme e em Jurisprudência pacífica, como mecanismode recomposição dos valores, não se prestando, de forma alguma, aacrescer qualquer coisa ao montante a ser devolvido ou compensado.

Assim, as limitações impostas pela referida OSC 17/93representam autênticas ilegalidades, com nítido intuito de restringirou cercear direito subjetivo das Autoras.Idêntico posicionamento jáfoi manifestado pelo nobre e culto magistrado do Tribunal RegionalFederal da 5º Região, HUGO DE BRITO MACHADO, em artigopublicado no Repertório IOB de Jurisprudência, do qual se extraemos seguintes excertos:

“Cuida-se de mais uma criação da tecno-burocracia, de notóriailegalidade. Alimenta o que podemos denominar comodismofiscal. Comodismo, aliás, inconveniente, posto que de certa formafacilita a vida dos desonestos. Realmente, se o contribuinte devepedir ao fisco autorização para proceder à compensação, eoferecer a este as informações e documentos pertinentes a todosos elementos desta, a fiscalização por certo limitar-se-á ao examede tais elementos. Assim, o contribuinte desonesto poderáproduzir documentos que lhe permitam compensaçõesindevidas. E se vier no futuro a ser autuado, dirá que procedeucom autorização da autoridade administrativa, eximindo-se depenalidades.

É certo que a Lei nº 8.383/91 autoriza a expedição de instruçõesnecessárias ao exercício do direito à compensação em tela (art.66, § 4º). Isto, porém, não significa possam tais instruçõesrestringir o direito que decorre da lei. Elas devem estabelecerapenas as normas necessárias ao exercício do direito àcompensação. Se a pretexto de fazê-lo estabelecem, como fez aIN 67/92, prescrições restritivas do direito à compensação, taisprescrições são induvidosamente desprovidas de validadejurídica, pois ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazeralguma coisa senão em virtude de lei (Constituição Federal, art.5º, item II).

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Ao prescrever o direito à compensação, a lei não distingue oscréditos tributários apurados em períodos anteriores a 1º dejaneiro de 1992 daqueles apurados em períodos subsequentes.Não podia, pois, o art. 1º da Instrução Normativa em comento,estabelecer tal distinção. Nem condicionou, em qualquerhipótese, o exercício do direito em tela à autorização daautoridade administrativa. Não podia, pois, o art. 3º, da citadanorma infralegal, impor tal condicionamento.

O direito à compensação em tela está legalmente,condicionamento nenhum. Pode, pois, o contribuinte exercitá-lo, sejam quais forem as datas de apuração dos créditos eindependente-mente do pedido à autoridade administrativa.”

Por fim, ressalte-se a imprescindibilidade da União Federal naação. É que existem algumas contribuições sociais que são arrecadadaspela Receita Federal, o que, de forma alguma, descaracteriza suanatureza tributária, não podendo a autarquia, ainda que quisesse,autorizar a compensação com tais contribuições sociais.

Assim, todos os argumentos referidos valem para a InstruçãoNormativa nº 67/92, que impõe as mesmas limitações e restrições jámencionadas, mais especificamente nos artigos 3º e 6º, pelo quetambém a ela se aplicam.

Daí, pois, a razão de virem as Autoras residir em Juízo, parapostular sua tutela, e ver reconhecida a inconstitucionalidade járeferida, garantindo o legítimo direito de procederem à compensaçãodos valores indevidamente recolhidos, direito este já reconhecido,inclusive, em decisão plenária do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL(RE 166.772-RS), conforme demonstrativos e documentos anexos,elaborados sob responsabilidade das Autoras e, pois, abertos ao exameda parte contrária, se assim o desejar.

Compensação esta a ser feita com “tributos e contribuições damesma espécie” (§ 1º do art. 66, da Lei nº 8383/91), ou seja, comcontribuições sociais (CF/88, art. 195, I), como as do CONFINS (LC70/91), as do PIS (LC 7/70 e alterações), as incidentes sobre o lucro

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(Lei nº 7.689/88), arrecadadas pela União Federal), e a chamada quotapatronal (Lei nº 8.212/91, art. 22), esta arrecadada pelo INSS (viaGerência de Arrecadação e Fiscalização).

Sendo interesse das Autoras compensarem a inconstitucionalcontribuição ora sob exame, paga indevidamente, pretendem fazê-locom a correção monetária integral. Isto deverá incluir, portanto,todosaqueles índices que apuraram a inflação real do período. Para os mesesde março, abril e maio de 1990, deverão ser computados os índicesapurados através do IPC, cálculo pelo IBGE, nos percentuais de 84,80%e 7,87%, respectivamente.

Por fim, ad argumentandum tantum, tal não fosse a certeza quetêm as Autoras do direito de efetivarem a compensação dos valorespagos, só não o fazendo espontaneamente em face de certeira recusadas Rés, e não querendo se sujeitar aos efeitos da mora, já bemdemonstrados na medida cautelar que antecedeu à presente, inegávelseria o direito de restituir-se às Autoras aquilo que pagaramindevidamente, em vista do que dispõe o artigo 165 do CódigoTributário Nacional, pelo que a presente ação, alternativamente,comporta, também, este pedido.

III - DO PEDIDO

Pelo exposto e pelo que certamente será suprido por V. Exa.,requer-se seja julgada procedente a presente ação, reconhecendo ainconstitucionalidade das expressões “administradores” e“autônomos” constantes dos artigos 3º da Lei nº 7.787/89, 22, inc. I, e30, inc. I, alínea “b”, da Lei nº 8.212/91, ao efeito de:

a) reconhecendo-se a inconstitucionalidade e ilegalidade,também, das normas infralegais que limitam e cerceiam olegítimo direito das Autoras, pelos fundamentos acimaapresentados, e confirmados na medida em que há de serdeferida na cautelar que antecedeu, de efetuar a compensaçãoentre os valores pagos indevidamente ou a maior a título decontribuição social sobre as remunerações pagas a

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administradores e a autônomos, com outras contribuiçõessociais, conforme item II, supramencionado, condenar-se asrés a se absterem de agir contra as autoras no que diz respeitoaos valores compensados nos limites em que ficar decidida apresente ação; e

b) Também no âmbito da compensação, que seja reconhecido odireito de efetuá-la, computando-se, quando do cálculo dacorreção incidente sobre cada valor pago indevidamente, osíndices relativos aos IPCs de março (84,32%), abril (44,80%)e maio (7,87%), todos de 1990, para compensação comobrigações vincendas, nos moldes do item II, supra.

c) alternativamente, na hipótese absolutamente improvável deser Julgada improcedente a ação em relação ao contido na alínea“a” supra, requer-se seja reconhecido o direito das Autorasem ter restituídos os valores indevidamente pagos a título decontribuição social sobre as remunerações pagas aadministradores e a autônomos, condenando-se a UniãoFederal a devolver os valores pagos, com os acréscimos decorreção monetária contada a partir de cada recolhimentoindevido (inclusive os IPCs de março, abril e maio de 90),juros de mora de 1% ao mês.

Protestando por todos os meios de prova admitidos em direito,requer a Vossa Excelência a acolhida desta ação, para o fim supra-articulado, citando-se as Rés, nas pessoas de seus dignos Patronos,para, querendo, contestar o pedido no prazo legal, sob pena de revelia.

Requer-se, outrossim, a condenação das Rés em custasprocessuais e honorários advocatícios, estes arbitrados naconformidade dos § 3º e 4º, do artigo 20, da lei Processual Civil.

Tendo em vista que a documentação a ser Juntada na presenteação aguarda autenticação por parte do Cartório dessa MM. Vara Federal(cuja solicitação foi feita por petição na medida cautelar antecedente),requer-se a juntada oportuna da mesma.

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Dá-se à causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de R$ ........(.....................).

Tudo por ser direito e plena

JUSTIÇA !!!

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Autor propõe ação declaratória de inexigibilidade de contribuiçãoprevidenciária, em razão de ilegalidade da lei que determina a exação tribu-tária.

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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – RURÍCOLA – INSS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................8

......................, brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº.............. e RG nº ..............., CTPS nº .............., residente e domiciliadona Praça ......., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastanteprocurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor AÇÃODECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO RURAL C/C PRECEITOCONDENATÓRIO, contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL, representado pela Procuradoria Regional de ..............,localizada na Avenida ........., nº ..., na cidade e comarca de ................ -..., fundamentando seu pedido no artigo 275 do CPC e artigo 4º domesmo dispositivo legal, pelos motivos seguintes:

1. O Requerente nasceu e cresceu na zona rural, filho e neto detrabalhadores rurais, passou toda sua infância em contato direto coma lida na lavoura. Começou a trabalhar no Sítio .................., nestemunicípio, inscrito no INCRA sob nº ................., de propriedade doSr. ......................... . Desde pequeno acostumou-se a ajudar os pais eos irmãos nas pequenas atividades rurais, tais como trato dos porcose galinhas, aparte de bezerros, etc., sempre com o objetivo de ajudarno trabalho e sustento da numerosa família. Conforme o tempo passava,ele e os irmãos iam assumindo responsabilidades maiores, como irpara a roça, no cultivo da lavourado café e laranja, onde passavam alaborar por todo o dia. Ali faziam todo tipo de serviço, desde a carpa,adubação, colheita, abano, ensaque, transporte, etc. Além da lavoura

"8 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da

JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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do café e laranja, havia também na propriedade da família, entre outras,plantação de milho, arroz, mandioca, além de gado, criação de porcose galinhas.

2. O Requerente trabalhou em mencionada atividade, medianteremuneração, de segunda a sábado, e nunca gozou férias, no períodode 01 de junho de 1958 a 17 de julho de 1968, ou seja, esteve na lidarurícola por 10 (dez) anos, 01(um) mês e 15 (quinze) dias.

3. Não tinha registro em CTPS, posto que naquela época afiscalização era ineficaz e não se exigia o registro em Carteira deTrabalho, e, consequentemente, a obrigação do Empregador ficavadiminuída, principalmente quando se tratava de pai, como empregadorou meeiro.

4. A atividade de trabalhador rural vem demonstrada pelo TítuloEleitoral e Certificado de Reservista do Requerente, Declaração daPrefeitura Municipal de ................ - ..., Declaração de Exercício deAtividade Rural, expedida pelo SINDICATO DOS TRABALHADORESRURAIS DE ................... - ..., Declaração do Proprietário Rural, CCIRdos anos .........................., documentos ora anexados, onde ficouconstando o exercício de RURÍCOLA, que, segundo o saber do MestreAURÉLIO BUARQUE DE HOLLANDA FERREIRA, no Dicionário deLíngua Portuguesa, é “Relativo ao trabalhador do campo ou à vidaagrícola; campestre; próprio do campo; campesino, camponês, rústico,roceiro, colono, sitiante, agricultor, agregado, lavrador”.

5. Referindo-se a trabalhador rural (lavrador), diz Celso RibeiroBastos, ao comentar o artigo 7º, “caput”, da CF, que:

“Este não vinha Anunciado na Constituição anterior, comobenefício necessário das Garantias Constitucionais na matéria.É uma novidade, pois, do atual texto constitucional, terequiparado o Trabalhador Urbano ao Rural.”

6. Considere-se, ainda, que a legislação vigente define empregadorural (lavrador) como a pessoa física que presta serviços de natureza

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rural a empregador, mediante remuneração de qualquer espécie.

7. Finalmente, estabelece o artigo 201, § 9º, da CF, redação dadapela Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que:

“Art. 201. (...)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagemrecíproca do tempo de contribuição na administração públicae na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que osdiversos regimes de previdência social se compensarãofinanceiramente, segundo critérios estabelecidos emlei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de1998)”

8. O Requerente tentou via administrativa a contagem domencionado período, entretanto não obteve êxito, conforme pode serverificado junto à Previdência Social estatal, do Resumo deDocumentos para Cálculo de Tempo de Serviço, expedido pelo INSSem 21.05.1999, NB: 123.456.789-0, DIB: 19.12.2003.

9. Inegável, portanto, o direito da Requerente de ver contado otempo em que laborou na atividade rural, ou seja, de 01 de junho de1958 a 17 de julho de 1968, valendo-se da legislação citada e utilizando-se deste procedimento para demonstrar que exerceu referida atividadede forma remunerada, sem que o Empregador tivesse recolhido acontribuição devida à Previdência Social, no período não abrangidopelo Registro Profissional, sendo-lhe absolutamente de atividadeprevista na legislação.

10. O Requerente, conforme provas documentais, portanto, fazjus ao pedido pleiteado, ou seja, possui farta documentação queexpressa a profissão de RURÍCOLA, bem como as provas testemunhais,em conformidade com a legislação em vigor, e que de acordo com osnossos Tribunais são pacíficos ao assunto em tela, onde são válidosos depoimentos testemunhais prestados quanto ao período de

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atividade rural exercida pelo postulante, desde que corroborados cominício razoável de prova material, constando expressamente a profissãode rurícola do autor, início de prova documental para fim dereconhecimento e averbação de tempo de serviço, ainda que estasomente comprove tal exercício durante uma fração do tempo exigidoem lei, valendo-se de prova material indireta do tempo de serviço rural,os documentos em nome de seu pai, uma vez que o período postuladocorresponde à menoridade do demandante, na qual se pode inferirque o trabalho era exercido em condições de mútua dependência ecolaboração.

DIANTE DO EXPOSTO, após satisfeito o pedido, vem requerera citação do Réu, através de seu Procurador-Regional, no mesmoendereço declinado no preâmbulo da inicial, via CARTA PRECATÓRIA,para responder aos termos da presente Ação, no prazo legal, e asadvertências legais, sob pena de revelia, e que V. Exa. se digne julgarprocedente a presente ação, para o fim de DECLARAR que o Autorefetivamente trabalhou como RURÍCOLA, no período indicado, a finalcondenando o Réu na averbação do período requerido pelo Requerente,para efeitos de Concessão da Aposentadoria por Tempo deContribuição Integral, retroagindo os efeitos à época da Concessão daAposentadoria Proporcional que lhe foi deferida, vez que, apesar derequerida, o INSS deixou de reconhecer administrativamente seusdireitos.

Requer, ainda, a V. Exa. conceder, de plano, os benefícios daISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitoadmitidos, sem exceção, juntada de documentos, oitiva dastestemunhas, cujo rol segue anexo, que deverão ser intimadas na formada Lei, para comparecimento no momento oportuno.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(.........................).

Nestes termos,

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 205

D.R.A. esta com os documentos inclusos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Rol de testemunhas:

a) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado naAvenida ..., nº ..., nesta cidade;

b) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado naavenida do ... nº ..., nesta cidade;

c) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ............, neste município.

RESUMO

O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo emque trabalhou em atividade rural exercida em regime de economia familiar.Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.

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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – APOSENTADORIA PORIDADE RURÍCOLA – INSS – TUTELA ANTECIPADA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................9

......................, brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº.............. e RG nº ..............., CTPS nº .............., residente e domiciliadona Praça ......., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastanteprocurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor, apresenteAÇÃO DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO C/CAPOSENTADORIA POR IDADE E TUTELA ANTECIPADA,contra oINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, representado pelaProcuradoria Regional de .............., localizada na Avenida ........., nº ...,na cidade e comarca de ................, pelos seguintes fatos e fundamentos:

I. DOS FATOS

1) A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativaigualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até paraaquele trabalhador que tivesse comprovadamente exercido atividaderural, mesmo tendo se deslocado para o setor urbano, paraque pudessecomputar o tempo dessa atividade para fins de aposentadoria.

A Autora sempre exerceu atividade como TRABALHADORARURAL, em forma de parceria e arrendatário, na macrorregião deJanuária/MG, conforme faz prova a Certidão de Nascimento; Certidão

"9 Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as Ações Previdenciáriasser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas onde existam as Varas da

JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88."

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Matrimonial da Paróquia Nossa Senhora das Dores; Certidão de Óbitodo esposo JOÃO; Conta de Energia Elétrica, ITR – Imposto sobre aPropriedade Territorial Rural; todos estes documentos constando aprofissão de LAVRADOR e residência na zona rural, com endereço naComunidade de Campos, Distrito de Tinoco, neste município eComarca; sempre exerceu e exerce a função de LAVRADORA, ondesempre desenvolveu atividade agrícola, como plantações de milho,feijão, arroz, produtos de ramas, além de outros cereais.

2) A Requerente comprova ainda a sua atividade rural atravésdas diversas testemunhas que estão sendo arroladas junto a este EgrégioJuízo, em que ficará dessa maneira comprovado que, além dedesenvolver a atividade agrícola durante todo o período de sua vidaprofissional, principalmente nos últimos anos, onde a Requerente vemexercendo e sempre exerceu plenamente essa atividade, em suas terrasarrendadas.

3) Possui também, como provas documentais fartas, quanto asua profissão de TRABALHADORA RURAL, podendo sim, o enteprevidenciário querer negar a realidade dos fatos, onde o efetivoexercício dessa atividade será provado através dos documentos emanexo, e por depoimentos de testemunhas, para que, ao final, sejadeclarado, por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal tempo écomputável como tempo de serviço para fins previdenciários.

4) Tem-se à disposição tanto prova testemunhal quanto provadocumental abundante, sendo tais motivos em que faz com que serecorra ao Poder Judiciário, eis que o Recorrido se negou a aceitar opedido em questão, alegando o não enquadramento da Requerente comoTRABALHADORA RURAL, porque alguns documentos estão em nomede terceiro, esposo da Requerente, em que exercia a sua função deTRABALHADOR RURAL.

Ora, Excelência, a Requerente sempre exerceu atividade comoTRABALHADOR RURAL, em Regime de Economia Familiar com seuesposo e seus filhos, sendo normal, portanto, constar documentos emnome do esposo.

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II. DA DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO

5) A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se quer ver declaradaa existência de relação jurídica, especialmente em relação à PrevidênciaSocial.

6) Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquertipo de prova presta-se para formar a convicção do julgador, desdeque não obtida por meio defeso em Lei, inclusive, em nossa Doutrina,no magistério de MOACIR AMARAL DOS SANTOS (in Comentáriosdo Código de Processo Civil, Forense, 4º vol., p. 254-255), ensina quehá situações em que é impossível a prova escrita e que estaimpossibilidade pode ser moral ou material.

7) Nesses casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-sede prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante daocorrência da força maior.

Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Leipermitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados,que expressamente destaca-se o Estatuto da Terra, em seu artigo 93,parágrafo 8º, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8) Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislaçãoestá posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não éaceita para as justificações judiciais e administrativas.

Ora, a justificação administrativa vem disciplinada na leiprevidenciária, eis que dirigida internamente ao uso da autarquia eprocessada por seus servidores. De sua vez, a justificação judicialencontra disciplina a partir do artigo 861 do Código de Processo Civil,sendo discutível a sua submissão a regras editadas pela leiprevidenciária.

9) Mas, note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenasatingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civildisciplinar o regime de prova para os procedimentos judiciais em geral.

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E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentosditos graciosos, onde sequer as testemunhas são submetidas aojuramento de falar a verdade, e em taisprocedimentos, o Juiz meramentehomologa a forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.

10) Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que acognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso dastestemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida ereexaminada em Instância Superior, e só a partir daí não é autorizadaa oposição de quem põe todos os tipos de procedimento judicial navala comum, para negar as possibilidades probatórias, testemunhais,tanto num como noutro.

11) As Jurisprudências de nossos Tribunais vem assim seprocedendo:

PREVIDENCIÁRIO. DECLARATÓRIA. TEMPO DE SERVIÇORURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIALCORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL.ADMISSIBILIDADE. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. I. Em setratando de ação declaratória, leva-se em consideração o valordado à causa para fins de aplicação do artigo 475, § 2º, do Códigode Processo Civil. II. Comporta conhecimento o agravo retidocuja apreciação foi requerida nas razões da apelação, conformepreceitua o artigo 523, caput, do Código de Processo Civil. III. Édesnecessário o prévio requerimento ou esgotamento das viasadministrativas para o ajuizamento de ação previdenciária -inteligência da Súmula nº 09, do TRF 3ª Região. IV. É pacífico oentendimento de que a ação declaratória é meio processualadequado para reconhecimento de tempo de serviço - inteligênciada Súmula 242 do STJ. V. É descabida a alegação de inépcia daexordial, por falta de fundamentação, uma vez que a petiçãoinicial, apesar de sucinta, apresentou todos os requisitosnecessários, nos termos do artigo 282 do Código de ProcessoCivil. VI. A ação declaratória, como a que visa ao reconhecimentodo tempo de serviço prestado, tem natureza imprescritível. VII.Existindo nos autos início razoável de prova material e provatestemunhal idônea, é admissível o reconhecimento de tempo

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de serviço prestado por rurícola sem o devido registro emcarteira. Inviável o reconhecimento de todo o período pleiteado,em face da ausência de prova documental robusta a comprovar aatividade rural por todo o lapso temporal requerido. VIII. Nãose pode exigir a comprovação do recolhimento das contribuiçõesrelativas a tempo de serviço trabalhado como rurícola, ainda queem regime de economia familiar, antes da edição da Lei n. 8.213/91. IX. A Lei n. 9.528, de 10.12.1997, que resultou da conversãoda Medida Provisória n. 1.523, manteve na sua redação originalo parágrafo 2º do artigo 55 da Lei n. 8.213/91, contando-se otempo de serviço de trabalhador rural exercido em períodoanterior à sua vigência, independentemente do recolhimento dasrespectivas contribuições. X. A expressão “trabalhador rural”constante da redação original do citado dispositivo legal égenérica compreendendo tanto o trabalhador empregado, comotambém o trabalhador rural em regime de economia familiar, aexemplo de como também o conceitua a Lei Complementar n.11, de 25.05.1971, que instituiu o PRORURAL. XI. Oentendimento da Súmula n. 272/STJ não impede ocômputo deperíodo trabalhado por rurícola em regime de economia familiarindependentemente de contribuições, desde que anterior àvigência da Lei n. 8.213/91, observando-se que tal período nãopode ser contado para efeito de carência a teor do disposto noartigo 55, parágrafo 2º, do mesmo diploma legal. Precedentes.XII. Destarte, tendo em vista que a legislação anterior não exigianenhuma contribuição ao rurícola, a obrigação de comprovar orecolhimento ou de promover a respectiva indenizaçãoimpingiria àquele que exerceu atividade rural tamanhosobstáculos que praticamente inviabilizariam o direito à contagemdo tempo de serviço assegurada pela Constituição da República.XIII. O trabalho rurícola desenvolvido até 23 de julho de 1991deverá ser computado, exceto para efeitos de carência,independentemente do recolhimento de contribuições ao INSS,conforme autorização contida no artigo 55, § 2º, da Lei nº 8.213/91. XIV. O labor exercido a partir de 24 de julho de 1991, dataem que entrou em vigor a Lei supra citada, tem o seureconhecimento restrito às hipóteses previstas nos artigos 39,

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inciso I, e 143 da Lei nº 8.213/91, que não contempla a meraaverbação de tempo de serviço rural, na qualidade de seguradoespecial, para o fim de obtenção do benefício da aposentadoriapor tempo de contribuição. Assim, para a contagem do tempo deserviço do trabalhador rural, posterior ao início de vigência daLei 8.213/91, torna-se imprescindível o recolhimento dascontribuições previdenciárias. XV. Sendo os litigantes vencidose vencedores concomitantemente, torna-se indevida acondenação nas verbas da sucumbência, conforme disposto nocaput do artigo 21 do Código de Processo Civil. XVI. Remessaoficial, contra-razões da parte autora das fls. 198/200 e contra-razões do INSS das fls. 212/214 não conhecidas. Agravo retidodo INSS e recurso adesivo da parte autora improvidos. Apelaçãodo INSS parcialmente provida. (TRF 3ª Região – Ap. Reex. Nec.nº 1265745 - APELREE 4399/SP - 2001.61.25.004399-8 – Rel. Des.Federal WALTER DO AMARAL – j. 27/04/2009)

PREVIDENCIÁRIO - AÇÃO DECLARATÓRIA - TEMPO DESERVIÇO RURAL - CABIMENTO - INÍCIO DE PROVAMATERIAL - CERTIDÃO DE CASAMENTO - CERTIFICADO DEDISPENSA DE INCORPORAÇÃO AO MINISTÉRIO DOEXÉRCITO - PROFISSÃO - SOLUÇÃO “PRO MISERO” -QUESTÕES NOVAS SUSCITADAS NA APELAÇÃO - NÃOCONHECIMENTO. 1. Consoante entendimento firmado peloSuperior Tribunal de Justiça, é cabível ação declaratória parareconhecimento de tempo de serviço (ERESP 97778/RS). 2. Aqualificação profissional como lavrador, agricultor ou rurícola,constante de assentamentos de registro civil constitui início deprova material para fins de averbação de tempo de serviço e deaposentadoria previdenciária, e é extensível à esposa, adotando,nessa hipótese, a solução pro misero. Precedentes do SuperiorTribunal de Justiça (REsp nº 272.365/SP e AR nº 719/SP) e destaCorte.(EIAC 1999.01.00.089861-6-DF) 3. “Não é admissível aprova exclusivamente testemunhal para reconhecimento detempo de exercício de atividade urbana e rural (Lei nº 8.213/91,art. 55, § 3º)”. Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Súmula

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nº 27. 4. Honorários advocatícios fixados em 10%, conformeentendimento pacificado nesta Turma. 5. A matéria não deduzidana contestação e, portanto na decidida na sentença de primeirograu, não poderá serapreciada em grau de recurso, salvo pormotivo de força maior. (arts. 515, § 1º c/c 517, do Código deProcesso Civil.) 6. Apelação a que se nega provimento. 7. Remessaoficial provida parcialmente. (TRF 1ª Região – 1ª Turma –APELAÇÃO CIVEL: AC 8416 MT 1999.36.00.008416-3 – Rel. Des.Federal JOSÉ AMILCAR MACHADO – j. 02/10/2002 – p. 21/10/2002)

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RURÍCOLA.APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO RAZOÁVEL DEPROVA MATERIAL. VERBETE SUMULAR 149/STJ. CARÊNCIA.ART. 143 DA LEI 8.213/91. COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL.CITAÇÃO. ART. 219 DO CPC. AGRAVO PARCIALMENTEPROVIDO. I - O reconhecimento de tempo de serviço rurícola,para efeito de aposentadoria por idade, é tema pacificado pelaSúmula 149 desta Egrégia Corte, no sentido de que a provatestemunhal deve estar apoiada em um início razoável de provamaterial. O início de prova não se exaure somente com osdocumentos arrolados no art. 106 da Lei 8.213/91. II - Consoantedispõe o artigo 143 da Lei 8.213/91, o trabalhador ruralenquadrado como segurado obrigatório, na forma do artigo 11,VII da Lei em comento, pode requerer a aposentadoria por idade,no valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados apartir da data de vigência desta Lei, desde que comprove oexercício de atividade rural, ainda que descontínua, o que restoucomprovado pela Autora. III - Erro material retificadoexplicitando que, o termo inicial do benefício aposentadoria poridade deve ser fixado a partir da citação, a teor do artigo 219 doCódigo de Processo Civil. IV- Agravo interno parcialmenteprovido. (STJ – 5ª Turma – AgRg REsp nº 847.712/SP – Ac. 2006/0107379-8 – Rel. Min. GILSON DIPP – j. 03/10/2006 - p. 30/10/2006)

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Tendo em vista que o dispositivo infraconstitucional que nãoadmite “prova exclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cumgrano salis” (LICC. Artigo 5º), cabendo ao Juiz, em sua magna atividadede julgar, caberá valorar a prova, independentemente de tarifações oudireitos infraconstitucionais, ademais, o dispositivo Constitucional(artigo 202, Inciso I), para o “boia-fria”, se tornaria praticamenteinfactível, pois dificilmente alguém teria como fazer a exigida provamaterial.

12) No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a serproduzida, são acostados documentos comprobatórios da relação quese quer ver declarada.

13) Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e provaproduzida, quer ver Declarado por Sentença O TEMPO DE SERVIÇOjá descrito, nas lides agrícolas, como capinas, roçadas, plantio, colheita,aração, criação e manejo de animais, entre outras atividades, portanto,esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código de ProcessoCivil, combinado com os artigos 202, parágrafo 2º, 109, parágrafo 3º,ambos da Constituição Federal, e ainda osartigos 94, inciso I, e 95,inciso V, da Lei nº 8.213/91. O procedimento deverá ser sumário, deacordo com o artigo 275, inciso I, do Código de Processo Civil, artigos128 e 134 da Lei nº 8.213/91, e artigo 55, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

III – DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

14) A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário, portanto, alegislação vigente dá respaldo ao presente pedido, onde o trabalhadorautônomo, a exemplo do segurado especial (produtor, parceiro, meeiro,arrendatário rural, pescador artesanal e seus assemelhados), que exerçasuas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar,com ou sem auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivoscônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idadeou a eles equiparados, que trabalhem comprovadamente com o grupofamiliar respectivo, têm o direito ao respectivo benefício.

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15) No caso em tela, o valor do salário-de-benefício não seráinferior ao de um salário mínimo nem superior ao do limite máximodo salário-de-contribuição na data de início do benefício, desde quecomprovado o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de formadescontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuiçãocorrespondente à carência do benefício pretendido.

16) O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,nos termos seguintes:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

17) O artigo 6º da Constituição Federal diz o seguinte:

Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, olazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA SOCIAL, a proteção àmaternidade e àinfância, a assistência aos desamparados, naforma desta Constituição.

18) O inciso I, § 7º e o inciso II do artigo 201 da ConstituiçãoFederal, dizem:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

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I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idadeavançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de1998)

(...)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdênciasocial, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos deidade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para ostrabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçamsuas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídoso produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluídopela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...)

19) A Requerente, conforme provas documentais, portanto, fazjus à Aposentadoria por Idade Rural, em conformidade com a legislaçãoem vigor, e que nossos Tribunais são unânimes em decidir sobre esseassunto, e têm julgado que as provas documentais, corroboradas comas testemunhais, são suficientes para a comprovação de RURÍCOLA,para fins de benefício previdenciário.

IV – DA TUTELA ANTECIPADA

Ao comentar os requisitos para a concessão da tutela antecipada,o Professor Luiz Guilherme Marinoni assim afirma:

“É possível a concessão da tutela antecipatória não só quando odano é apenas temido, mas igualmente quando o dano está sendoou já foi produzido.Nos casos em que o comportamento ilícitose caracteriza como atividade de natureza continuativa ou comopluralidade de atos suscetíveis de repetição, como, por exemplo,nas hipóteses de concorrência desleal ou de difusão notícias

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lesivas à personalidade individual, é possível ao juiz dar a tutelapara inibir a continuação da atividade prejudicial ou para impedira repetição do ato.”(in “AAntecipação da Tutela na Reforma doProcesso Civil”, Ed. Malheiros, p. 57).

A propósito, o mesmo MARINONI, destaca, com muitapropriedade, que a “disputa pelo bem da vida perseguido pelo autor,justamente porque demanda tempo, somente pode prejudicar o autor(que tem razão)” (in “Tutela Antecipatória, Julgamento Antecipado eExecução Imediata da Sentença”, Ed. RT, 1997, p.18).

Para ele isto “demonstra que o processo jamais poderá dar aoautor tudo aquilo e exatamente aquilo que ele tem o direito de obterou que jamais o processo poderá deixar de prejudicar o autor que temrazão. É preciso admitir, ainda que lamentavelmente, a única verdade:A DEMORA SEMPRE BENEFICIA O RÉU QUE NÃO TEM RAZÃO”(Ob. Citada, p. 19).

Consequentemente, entende MARINONI que “se o processo éum instrumento ético, que não pode impor um dano à parte que temrazão, beneficiando a parte que não a tem, é inevitável que ele sejadotado de um mecanismo de antecipação da tutela, que nada mais édo que uma técnica que permite a distribuição racional do tempo doprocesso” (Ob. cit., p. 23).

Assim, de acordo com MARINONI, se “incumbe ao autor provaro que afirma, UMA VEZ PROVADO (OU INCONTROVERSO) O FATOCONSTITUTIVO, não há motivo para ele ter que esperar o temponecessário para o réu provar o que alega, especialmente porque estepode se valer da exceção substancial indireta apenas para protelar arealização do direito afirmado pelo autor” (Ob. cit., p. 36).

Os fundamentos jurídicos acima expostos já demonstram, àsaciedade, mais do que a verossimilhança, a certeza do direito do Autor,uma vez que é absolutamente pacífico o entendimento jurisprudencialacerca do assunto em tela. Desse modo, pelos fatos e fundamentosapresentados nesta exordial, que levam à incontroversa do fatoconstitutivo da presente lide, demonstrada está a aplicabilidade dodispositivo contido no artigo 273, I, do Código de Processo Civil,

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pretende o Autor a antecipação dos efeitos da tutela final, objeto dapresente demanda, inaudita altera pars.

V - DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de VossaExcelência para requerer o seguinte:

a) seja ordenada a citação do INSS - Instituto Nacional do SeguroSocial, na pessoa de seu representante legal, no endereço declinadono início desta, para vir responder aos termos da presente ação, sobpena de revelia e confissão do alegado;

b) seja determinada a intervenção do Ilustre Representante doMinistério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presente feitoe acompanhar todos os atos até final decisão;

c) seja a Autarquia-Ré condenada ao pagamento das custas ehonorários advocatícios, a serem fixados por Vossa Excelência, edemais cominações de direito;

d) pela produção de provas em direito admitidas, inclusive, ajuntada dos inclusos documentos, ouvida das testemunhas, cujo rolacompanha a presente e depoimento pessoal das partes envolvidas;

e) de plano seja concedido os benefícios da ISENÇÃO DECUSTAS, nos termos do que dispõe a legislação vigente;

f) seja concedida a TUTELA ANTECIPADA inaudita alter parsou após a contestação, para que a Autarquia-Ré pague à Autora desdejá a APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, NB nº ;

g) doravante seja a Autarquia-Ré, in fine, condenada a pagardefinitivamente a APOSENTADORIA RURAL POR IDADE, NB nº, etambém as parcelas atrasadas desde a data de protocolo em 11/01/1111,conforme as legislações previdenciárias.

Requer-se, ao final, seja a presente ação julgada PROCEDENTEe através de sentença declarar-se a certeza da existência de relaçõesjurídicas de trabalho, em Regime de Economia Familiar da Requerente,

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na concessão à Requerente da Ação DECLARATÓRIA POR TEMPODE SERVIÇO C/C APOSENTADORIA RURAL POR IDADE E TUTELAANTECIPADA, a partir da data do protocolo junto ao Poder Judiciário,bem como emitir o carnê do benefício corrigido monetariamente, jurosde mora e honorários advocatícios incidentes sobre o valor da contade liquidação, calculados na forma da Lei.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(.........................).

Nestes termos,

D.R.A. esta com os documentos inclusos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Rol de testemunhas:

a) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado naAvenida ..., nº ..., nesta cidade;

b) ..., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado naavenida do ... nº ..., nesta cidade;

c) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ............, neste município.

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RESUMO

O requerente pede pela declaração de tempo de serviço cumuladacom a Aposentadoria por Idade Rural do período efetivamente trabalhado,com a contagem do tempo em que trabalhou em atividade rural exercidaem regime de economia familiar. Pretende provar o alegado através dedocumentos e testemunhas.

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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – URBANO – INSS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...................... - ...

........................., brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº.............. e RG nº ..............., CTPS nº ..............., residente e domiciliadona Praça .........., nº ..., nesta cidade, por seu advogado e bastanteprocurador, vem respeitosamente perante V. Exa. propor

AÇÃO DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO URBANO,

nos termos da legislação vigente, contra o INSS - InstitutoNacional do Seguro Social, autarquia federal, com ProcuradoriaRegional situada na Av. ........, nº ..., CEP: ........, na cidade e comarca de.............. - ..., pelas razões e fundamentos legais que passa a expor:

I - DOS FATOS

1. A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativaigualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até paraaquele trabalhador que tivesse exercido atividade URBANAcomprovadamente, para que pudesse computar o tempo dessaatividade para fins de aposentadoria.

O Autor sempre exerceu atividade URBANA, iniciando-a nafunção de eletricista, comocomprova a Declaração do Empregador, oCadastro do CNPJ junto à RECEITA FEDERAL, em que consta a aberturada referida empresa em 03.04.1975, da qual o Requerente foi um dosprimeiros funcionários, mas sem registro em CTPS, onde no Cadastro

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da Receita Municipal para fins de recolhimentos de ISS consta aabertura da empresa em 10.04.1975, inclusive, a própria Certidão deCasamento consta a profissão de eletricista, conforme faz prova dosdocumentos em anexo.

2. O Requerente comprova a sua atividade urbana por todos osmeios, seja documentais, seja testemunhais, portanto, ficando destamaneira comprovado que além de desenvolver a atividade urbana nafunção de eletricista junto à empresa .........., denominada .......... duranteo período de 10.04.1975 a 15.08.1978, onde exerceu plenamente aatividade de eletricista. Para atestar a veracidade dos fatos alegados,note-se que o seu primeiro registro em CTPS ocorreu no período de01.03.1979 à 28.02.1980, conforme documentos anexos.

3. O efetivo exercício da atividade exercida será provado atravésdos documentos em anexo, referente ao exercício de 10.04.1975 a15.08.1978, inclusive depoimentos testemunhais, para que, ao final,seja declarado por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal tempoé computável como tempo de serviço para fins previdenciários.

4. Tem-se à disposição tanto a prova testemunhal quanto a provadocumental abundante. E é justamente esse aspecto que faz com quese recorra ao Judiciário, eis que nas ações meramente declaratórias detempo de serviço laborado em atividade privada, seja URBANA ouRURAL, ANTES do advento da Lei nº 8.213/91, não há que se falar emprévio pagamento de indenização, exigível somente no ato derequerimento do benefício de aposentadoria, momento em que ocorreráa compensação dos respectivos regimes previdenciários.

II - DO DIREITO

5. A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se pretende verdeclarada a existência de relação jurídica, especialmente em relação àprevidência social.

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6. Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquertipo de prova se presta para formar a convicção do julgador, desde quenão obtida por meio defeso em Lei. Nossa Doutrina, no magistério deMOACIR AMARAL DOS SANTOS (In Comentários do Código deProcesso Civil, Forense, 4º vol., p. 254/255), ensina que há situaçãoem que é impossível a prova escrita e que esta impossibilidade podeser moral ou material.

7. Nestes casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-sede prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante daocorrência da força maior.

Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Leipermitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados.Expressamente, destaque-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8. Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislaçãoestá posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não éaceita para as justificações judiciais e administrativas. Ora, ajustificação administrativa vem disciplinada na Lei previdenciária,eis que dirigida internamente ao uso da autarquia e processada porseus servidores. De sua vez, a justificação judicial encontra disciplinaa partir do artigo 861 do Código de Processo Civil, sendo discutível asua submissão a regras editadas pela lei previdenciária.

9. Mas note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenasatingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civildisciplinar o regime da prova para os procedimentos judiciais em geral.E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentos ditosgraciosos, em que nem sequer as testemunhas são submetidas aojuramento de falar a verdade. Em tais procedimentos, o Juiz meramentehomologa a forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.

10. Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que acognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso dastestemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida ereexaminada em instância superior. Daí não ser autorizada a oposiçãode quem põe todos os tipos de procedimento judicial na vala comum,

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para negar a possibilidade probatória, testemunhal, tanto num quantono outro.

11. Tanto é verdade que nossos Tribunais vêm se posicionandoda seguinte forma:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. DECLARATÓRIA. TEMPO DESERVIÇO. PROVA TESTEMUNHAL. 1. As normas dos artigos57 e 58 do regulamento de benefícios da previdência social, porcuidarem de procedimento administrativo a respeito dedemonstração de tempo de serviço, se aplicam unicamente aosagentes administrativos. O Juiz, no exercício de sua jurisdição,a elas não se encontra vinculado, pelo que é permitido firmar oseu convencimento sobre os fatos submetidos a seu julgamento,sem impor qualquer hierarquização sobre as provas. 2. A provatestemunhal, devidamente depositada em Juízo, não se apresentacom categoria inferior à documental, em nosso sistemaprocessual. Ambas produzem os mesmos efeitos, em patamaridêntico de credibilidade, contribuindo para a formação daconvicção do Juiz. 3. Tempo de serviço para fins previdenciáriosprovados por meio de testemunha. Idoneidade de meio probanteutilizado.” (Ac. nº 1.113 CE, 2ª Turma do TRT da 5º Região. InLex 16/329)

...

“Admite-se prova exclusivamente testemunhal para configuraratividade de trabalhador rural. Precedentes. Recurso nãoconhecido.”

(STJ. REsp. nº 46.774 SP. Rel. Min. Anselmo Santiago, julgadoem 07.06.94 DJ 05.12.1994)

“O dispositivo infraconstitucional que não admite “provaexclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cum granosalis” (LICC. Artigo 5º). Ao Juiz, em sua magna atividade de julgar,caberá valorar a prova, independentemente de tarifações ou

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direitos infraconstitucionais. No caso concreto, a contestaçãoprimou por ser abstrata e não houve contradita das testemunhas.Ademais, o dispositivo constitucional (artigo 202, inciso I), parao “boia-fria”, se tornaria praticamente infactível, pois dificilmentealguém teria como fazer a exigida prova material.”

(STJ – REsp nº 49.121, SP – Relator Ministro ADHEMARMACIEL – julgado em 21.06.1994 – DJ 01.08.94)

12. No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a serproduzida, são acostados documentos comprobatórios da relação quese quer ver declarada.

13. Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e provaproduzida, quer ver Declarado por Sentença o TEMPO DE SERVIÇOjá descrito, na função de eletricista, atividade URBANA, conformeprevê a legislação vigente e anterior à Lei nº 8.213/91.

Esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código deProcesso Civil, combinado com os artigos 201, § 9º, e 109, § 3º, ambosda Constituição Federal, e ainda no artigo 94 da Lei nº 8.213/91.

14. Quanto à DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇOURBANO, nossos Tribunais são pacíficos e vêm se posicionando daseguinte forma:

“PREVIDENCIÁRIO – DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇOURBANO – INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL –PROVA TESTEMUNHAL – RECONHECIMENTO –FUNCIONÁRIO PÚBLICO – ADMISSIBILIDADE –DESNECESSIDADE DE PRÉVIA INDENIZAÇÃO AOS COFRESDA PREVIDÊNCIA – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – I. Em setratando de ação declaratória, leva-se emconsideração o valordado à causa para fins de aplicação do artigo 475, § 2º, do Códigode Processo Civil. II. Para a comprovação da atividade laborativa,sem o devido registro em carteira, torna-se necessária aapresentação de um início razoável de prova material a corroborar

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a prova testemunhal. III. Nas ações meramente declaratóriasde tempo de serviço laborado em atividade privada, seja urbanaou rural, antes do advento da Lei nº 8.213/91, não há que sefalar em prévio pagamento de indenização, exigível somenteno ato de requerimento do benefício de aposentadoria, momentoem que ocorrerá a compensação dos respectivos regimesprevidenciários. IV. É possível o reconhecimento do exercícioda atividade privada, ressaltando que, a expedição de certidãode tempo de serviço encontra-se vinculada ao recolhimento dascontribuições previdenciárias relativas ao respectivo período,feito em época própria, nos termos dos artigos 94 e 95 da Lei nº8.213/91. V. Sendo os litigantes vencidos e vencedoresconcomitantemente, torna-se indevida a condenação nas verbasde sucumbência, conforme disposto no caput do artigo 21 doCPC. VI. Remessa oficial não conhecida. Apelação do INSSparcialmente provida.”

(TRF 3ª R. – AC 2000.03.99.041274-8 – (609271) – 7ª T. – Rel.Des. Fed. Walter do Amaral – DJU 28.04.2005 – p. 427) (grifonosso)

III - DO PROCEDIMENTO

O procedimento deverá ser sumário, de acordo com o artigo 275,inciso I, do Código de Processo Civil, e artigos 128 e 134 da Lei nº8.213/91.

IV - DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de VossaExcelência para requerer seja ordenada a citação do INSS - InstitutoNacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal,noendereço declinado no início desta, para vir responder aos termos dapresente Ação, sob a pena de revelia e confissão do alegado.

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Requer seja determinada a intervenção do Ilustre Representantedo Ministério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presentefeito e acompanhar todos os atos até final decisão.

Protesta pela produção de provas em direito admitidas, desde járequerendo a juntada dos inclusos documentos, ouvida dastestemunhas, cujo rol acompanha a presente e depoimento pessoaldas partes envolvidas.

Requer-se, ao final, seja a presente ação julgada PROCEDENTE,e através de sentença se declare a certeza da existência de relaçõesjurídicas de trabalho, em atividade urbana do Requerente.

Requer-se, ainda, por fim, seja o Requerido condenado aopagamento das custas e honorários advocatícios, a serem fixados porVossa Excelência, e demais cominações de direito.

Dá-se à causa o valor de R$ ......... (............................), para efeitosfiscais.

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Rolde Testemunhas:

a) ......., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliadona Avenida ......, nº ..., nesta cidade;

b) ......., brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliadona Avenida ......, nº ..., nesta cidade;

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c) ......., brasileiro, casado, gerente, residente e domiciliado naFazenda .........., neste município.

RESUMO

O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo emque trabalhou em atividade urbana antes da vigência da Lei nº 8.213/91.Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.

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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – REVISIONAL –APOSENTADORIA – LEI Nº 1.711/52

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NOESTADO DE ................

......................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº ............., inscrito no CPF/MF sob nº ..............., residente edomiciliado nesta cidade de .............. - ..., na Rua .........., nº ..., por seubastante procurador e advogado (mandato incluso), com escritórioprofissional nesta cidade, na Rua .............., nº ..., onde recebenotificações e intimações judiciais, vem mui respeitosamente àpresença de V. Exa. propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO C/CREVISIONAL DE PROVENTOS

em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO NACIONAL,pessoa jurídica de direito público, com sua Procuradoria Estadualsediada na Rua ..............., nº ..., na cidade de ............. - ..., o que fazcom fundamento na Lei nº 1.711/52, artigo 184, inciso II, e pelos fatose razões a seguir enumerados:

1. OS FATOS

O autor, em data de ... de .......... de ...., foi aposentadocompulsoriamente pelo Réu, conforme cópia em anexo da Portaria nº...... .

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O valor inicial da aposentadoria foi integral, ou seja, a mesmaremuneração recebida pelo autor quando em atividade.

Em ... de .......... de ...., foi notificado pelo Réu, através da missiva....., datada de .../.../....., que do valor de seus proventos foi excluída “avantagem do artigo 184, inciso II, da Lei nº 1.711/52, a qual só poderiaser concedida ao servidor que contasse com tempo de serviço paraaposentadoria voluntária”.

Inconformado com a decisão do Réu, em ... de ......... de ....,protocolou junto ao Departamento de Recursos Humanos do Réurequerimento pedindo revisão de seus proventos.

Para a revisão dos proventos, pediu a inclusão do tempo deserviço prestado como médico do extinto Instituto de Aposentadoriae Pensões dos Comerciários (IAPC), agência de ............ -..., referenteao período de ......... a .......... de .... .

O Réu arquivou o pedido de Revisão do Autor, sob o fundamentoda inexistência em arquivos de assentos funcionais que comprovassemo tempo de serviço prestado ao Ex-IAPC, conforme cópia em anexo dacarta nº ..... .

O Autor, como prova do tempo de serviço requerido, juntoudeclaração de ex-funcionários do Réu, que exerceram funções de altaresponsabilidade, por muitos anos.

O autor, no início do ano de ...., foi, pelo então agente do extintoInstituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), agênciade .........., Sr. ................, credenciado como MÉDICO, para exercer suasatividades profissionais na agência local a fim de atender os seguradosdo Instituto, exercendo-as ininterruptamente até o ano de ...., quandoda unificação dos Institutos Assistenciais no Instituto Nacional daPrevidência Social (Ex INPS).

Em data de ... de .......... de .... foi admitido como médico, sobregime estatutário, ocupando o cargo de chefe da perícia médica.

No período de ........ a ........ de ...., os exames médicos eramefetivados no consultório particular do Autor, isto porque o Instituto,na época, não possuía imóvel para instalação de consultório.

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Durante todo o período trabalhado, obedecia às ordens de seussuperiores, recebia por consultas e exames realizados, cujos pacienteslhe eram encaminhados pelo Réu, segundo seus interesses, e realizavaexames médicos periciais, atividades estas inerentes à função do Réu.

Em ... de .......... de .... foi autorizada a sua adjudicação para prestarseus serviços médicos, quando houve apenas a mudança de local, poisdeixou de realizar os exames no seu consultório particular para realizá-los em imóvel do Réu, e passou a receber salário mensal e não conformeprodução. No mais, o serviço continuou a ser prestado nas mesmascondições anteriores.

O fato de o Réu não possuir dados em seus arquivos, do trabalhodesenvolvido pelo Autor, não é de estranhar, pois em ... de ........ de ....requereu junto ao Réu contagem de tempo de serviço, sendo informadoque o início de suas atividades foi em ... de ......... de .... . Somente apóscontestação do autor é que o Réu reconheceu o período de .../.../.... até.../.../...., que não havia sido reconhecido.

O autor jamais gozou suas licenças especiais, desde .../.../.... até.../.../.... . Considerando-se as licenças-prêmio não gozadas, seu tempode serviço reconhecido é de ... (......) anos, porém, se somados desde...., ultrapassa os 35 (trinta e cinco) anos.

Portanto, em ... de .......... de ...., embora o autor tivesse completado70 anos, a aposentadoria mais justa não seria a compulsória, mas avoluntária.

O autor foi prejudicado duas vezes:

a) pela redução de seus proventos ante a aposentadoriacompulsória; e

b) pelo não reconhecimento do tempo de serviço de ........... a .../.../...., fato que também causou redução de seus proventos.

Administrativamente não adianta mais reclamar, pois o Réu jáindeferiu o pedido do Autor. Só resta, agora, que o Poder Judiciáriofaça Justiça.

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2. O DIREITO

O Réu arquivou o pedido de revisão de aposentadoria do Autor,com fundamento em Ordem de Serviço ...... . Para registro de tempode serviço prestado aos ex-OAPS, é necessário que este conste dosassentamentos funcionais do servidor, ou seja, apresentadas certidõesoriginais, não servindo declarações.

O Réu não nega o trabalho prestado pelo Autor, apenas diz nãopossuir nenhum dado em seus arquivos.

Nessas condições, fica realmente difícil para o Autor fazer provade seu tempo de serviço, pois se o Réu, que era o empregador, nãopossui nenhum documento, como é que o Autor poderá tê-los?

O Autor, não dispondo de outro meio de prova, apresentou aoRéu declaração fornecida pelos Senhores ................., (função/nível),................, (função/nível), e ..............., (função/nível), todos os ex-funcionários do Réu, aposentados, que conheceram e trabalharam juntocom o Autor.

A Lei nº 1.711/52, que tinha vigência na época da concessão daaposentadoria ao Autor, em seu artigo 8º dispunha:

Art. 8º. Para efeito da aposentadoria e disponibilidade computar-se-á integralmente;

(...)

III - O tempo de serviço prestado com numerário ou sob qualqueroutra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofrespúblicos.

IV - O tempo de serviço prestado em autarquia.

Como se vê, embora o autor tenha trabalhado de ... a .../.../....,sem ser concursado, mas ante a prestação laboral para o Ex-IAPC (quepassou a autarquia) na condição de remunerado pelos cofres públicos,é considerado como tempo de serviço para efeitos de aposentadoria.

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Porém, o Autor não possui outro meio de provar o referido tempode serviço a não ser por meio de testemunhas.

A exigência de provar o tempo de serviço, desde que haja provadocumental, é do Réu e vai de encontro ao que estabelece o artigo 5º,caput, da CF/88, ao estabelecer que todos são iguais perante a lei, semdistinção de qualquer natureza.

O Código de Processo Civil pátrio permite a prova por meio detestemunhas, pois o Juiz, quando da apreciação das provas, ao prolatara sentença, dará procedência ou não, ao pedido, de acordo com o seulivre convencimento.

Nestes casos, nossos Tribunais pátrios já decidiram em favordos segurados, a saber:

“TEMPO DE SERVIÇO – COMPROVAÇÃO – PROVAPREPONDERANTEMENTE TESTEMUNHAL. Previdenciário.Tempo de Serviço. Prova Predominantemente Testemunhal.Validade. Aplicação do Livre Convencimento do Juiz (art. 131do CPC). 1. O Juiz, em nosso sistema processual, é livre paraconvencer-se a respeito dos fatos discutidos no curso da ação.Desdobramentos do art. 131 do CPC. 2. A prova testemunhal,apanhada em Juízo, com todas as cautelas legais, desde que nãocontraditada pela parte contrária, tem potencialidade igual àprova documental, salvo nos casosdos contratos solenes em queo direito material exige meio documental. 3. A regra contida nalegislação previdenciária de que a prova do tempo de serviçonecessita, pelo menos, de razoável demonstração documentaldirige-se, apenas, à autoridade administrativa, sem produzirefeito no campo de atuação do Poder Judiciário. 4. A ConstituiçãoFederal de 1988, em seu art. 5º, caput, ao estabelecer que todossão iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, fixaa proibição de se tratar de modo privilegiado, no campoprocessual, as pessoas jurídicas de direito público, pelo que nãohá de se aceitar qualquer restrição à prova testemunhal parademonstração do tempo de serviço. 5. Apelação interposta pelosegurado, provida em parte. Apelação apresentada pela autarquia

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previdenciária desprovida.” (Ac. un. da 2ª Turma – TFR 5ª Região– Ac. 8.440-CE – Rel. Juiz José Delgado – j. 12.03.91 – DJU01.04.1991, p. 6.078)

“TEMPO DE SERVIÇO – COMPROVAÇÃO – PROVAEXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL – IDONEIDADE –VALORAÇÃO. Previdência Social. Tempo de Serviço.Comprovação testemunhal. 1. Inexistindo possibilidade de seproduzir nos autos outras provas além da testemunhal, deve omagistrado julgar de acordo com o princípio da persuasãoracional, formando o seu convencimento com base nos elementosprobatórios colecionados nos autos. 2. Sendo idônea a provatestemunhal, o seu valor probante é o mesmo conferido aos outrosmeios de prova. 3. Apelação improvida.” (Ac. un. – 2ª Turma –TRF 5ª Região – Ac. 11.419-CE – Rel. Juiz Barros Dias – j.25.02.1992 – DJU II 16.04.92, p. 9.764)

Os Tribunais Federais da 1ª Região e da 3ª também estãodecidindo na forma acima exposta.

Diante desses argumentos, o tempo de serviço não consideradopelo Réu deve ser aceito para ser somado ao tempo já reconhecido eser retificado o valor da aposentadoria.

O Autor tem um total de ... (.............) anos de tempo de serviço,tendo direito ao recebimento da aposentadoria voluntária integral, enão a compulsória.

Além desta questão, temos outra. O artigo 117, da Lei nº 1.711/52, rezava:

Para efeito de aposentadoria será contado em dobro o tempo delicença especial que o funcionário não houver gozado.

A cada dez anos de ininterrupto trabalho prestado, o funcionáriotinha direito a 6 (seis) meses de licença especial. Porém, caso ofuncionário não usufruísse desta licença, o tempo de serviço eraconsiderado em dobro.

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No caso do autor, considerando-se tão somente os ... (.........) anosde tempo de serviço reconhecidos pelo Réu, deveria ser acrescido demais ... (.........) anos, tendo-se em conta que o Autor teve ... (.........)licenças especiais não gozadas. Com isto, demonstramos que, mesmose considerando o tempo de serviço reconhecido pelo Réu, ainda assimo valor da aposentadoria está incorreto.

O Réu, na contagem do tempo de serviço do Autor, para aconcessão do benefício, não considerou as licenças especiais nãogozadas pelo mesmo. Tal fato por si só já aumenta o tempo de serviçodo autor.

Portanto, os dois critérios usados pelo Réu ao conceder aaposentadoria do Autor lhe causaram prejuízos.

Somando-se o total do tempo de serviço, o autor tem: ... (..........)anos, mais ... licenças especiais em dobro, ... (...........) anos, perfazendoum total de ... (.........) anos, o que lhe dá o direito ao recebimento daaposentadoria integral.

3. O PEDIDO

Diante do exposto, requer-se:

a) Declaração judicial como tempo de serviço válido edevidamente comprovado, o período de ... a ......... de ...., comonumerário, prestado do Réu, portanto, válido para efeitos decontagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria.

b) Reconhecido o tempo de serviço, seja determinado orestabelecimento integral da aposentadoria, no valorinicialmente concedido, com todas as vantagens, ou seja, novalor de R$ ......, em .......... de .... .

c) Sobre o valor restabelecido, seja determinada a aplicação detodos os reajustes e outras vantagens concedidas aosfuncionários públicos; quer no passado, bem como os futuros.

d) Restituição dos valores cobrados do autor a título de devoluçãopelo recebimento indevido de proventos, a partir de .../..........(códigos ... e ...).

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e) Ou, caso não seja reconhecido o tempo de serviço pedido naalínea “a” desta, seja determinada, assim mesmo, a revisão dovalor da aposentadoria, considerando-se as licenças especiaisem dobro, não gozadas pelo autor, devendo ser ....... do totaldo recebimento do autor, em ...., e não em ...., conformeconsiderou o Réu.

f) Aplicação da correção monetária e juros sobre todas asdiferenças pleiteadas.

g) Condenação do Réu ao pagamento de honorários advocatícios,na base de 20% sobre o valor final da condenação.

h) Citação do Réu, na pessoa do seu representante legal, noendereço já declinado, para que conteste a presente, sob penade revelia e confissão.

i) Enfim, a procedência da presente ação, condenando-se o Réuao pagamento de custas processuais e demais emolumentosque porventura houver, ante a sucumbência da ação.

O Autor proverá o alegado por todos os meios de provasadmitidos em direito, especialmente por documentos, oitiva detestemunhas, cujo rol será apresentado no momento oportuno, e outras.

4. VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente, para fins de alçada, o valor de R$ ........(.........................).

Termos em que,

Pede e Espera Deferimento.

(Local e data)

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Advogado

OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. ...............;

2. ...............;

3. .............. .

RESUMO

O Autor requer a declaração de tempo de serviço, a qual não foiconcedida em pedido formulado ao INSS, sob o fundamento de inexistênciaem arquivos de assuntos funcionais que comprovassem o tempo de servi-ço, e por não serem aceitas as provas testemunhais do Autor.

Diante disso, o Autor foi aposentado compulsoriamente, o que lhecausou prejuízos em face da redução de proventos, portanto, requer sejaconcedido o tempo de serviço não reconhecido pelo Réu para fins de apo-sentadoria voluntária, e consequente revisão de proventos.

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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – RURAL – REGIME DEECONOMIA FAMILIAR – APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..........................

....................., (qualificação), portador do CPF/MF nº ................,residente e domiciliado em ..........., município de .................. - ..., vemà presença de Vossa Excelência, muito respeitosamente, por seuadvogado e procurador (instrumento procuratório incluso), parapropor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇOem face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADESOCIAL, Autarquia Federal, com sua Procuradoria Regional na Rua.................., nº ..., Bairro ......., na cidade de ........... - ..., onde deveráser citado, através da Procuradoria Regional, pelos seguintes fatos efundamentos:

DOS FATOS

1. A Constituição Federal de 1988, ao outorgar uma relativaigualdade entre trabalhadores urbanos e rurais, abriu espaço até paraaquele trabalhador que tivesse comprovadamente exercido atividaderural, mesmo tendo se deslocado para o setor urbano, para que pudessecomputar o tempo dessa atividade para fins de aposentadoria.

O autor sempre exerceu atividade como trabalhador rural, sendoque possuía uma área de terra no Município de ................... - ..., comocomprova a certidão do Registro de Imóveis da respectiva Comarca(docs. inclusos), onde sempre desenvolveu atividade agrícola, comoplantações de milho, feijão, soja e outros cereais, além de possuir certaquantidade de suínos comercializados para o abate, como comprovamas notas fiscais de compra e venda e também as notas fiscais de produtorem anexo.

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2. O requerente comprova ainda a sua atividade rural medianteContrato Particular de Arrendamento de Terras (doc. incluso), em quefoi parte no contrato como arrendatário, ... de ............. de ...., ficandodessa maneira comprovado que, além de desenvolver a atividadeagrícola durante todo o período de sua vida profissional,principalmente nos últimos 5 (cinco) anos, o requerente exerceuplenamente essa atividade, anteriormente em suas terras e agora, emterras arrendadas. Possui também, como prova documental, várias notasfiscais, entre as quais as seguintes (docs. anexos):

– Nota Fiscal nº ......., da Cooperativa Agropecuária ............., de... de ....... de ...., referente à venda de suínos através da NFP nº........., de ... de ........... de ....;

– Nota Fiscal nº ......., da empresa .........., de ... de ......... de ....,referente à venda de suínos para abate, através da NFP nº .....,de ... de .......... de .... . Pedido referente à compra de cereaisutilizados no preparo do trato dos suínos, com data de ... de......... de ....;

– Nota Fiscal de Produtor nº ....., referente à venda de uma vaca,com data de ... de ......... de ....;

– Nota Fiscal nº ....., da empresa ............., de ... de ......... de ....,referente à venda de feijão carioca através da Nota Fiscal deProdutor nº ......, de ... de ......... de .... .

3. O efetivo exercício dessa atividade será provado através doscomprovantes de pagamento dos impostos referentes à terra, como oFundo de Assistência ao Trabalhador Rural, DARP, INCRA, ITR,referente ao exercício de .... a ...., todos em anexo, e por depoimentosde testemunhas, para que, ao final, seja declarado, por sentença, serverdadeiro o alegado e que tal tempo é computável como tempo deserviço para fins previdenciários;

4. Tem-se à disposição tanto prova testemunhal quanto provadocumental abundante. E é justamente este aspecto que faz com quese recorra ao Judiciário, eis que o Recorrido se negou a aceitar o pedido

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 241

em questão, alegando o não enquadramento do requerente comotrabalhador rural, porque alguns documentos estão em nome deterceiro, genro do recursante, como consta no termo de decisãoexpedido pelo Ministério da Previdência Social. Ora, Excelência, orequerente sempre exerceu atividade como trabalhador rural, emregime de economia familiar, com alguns de seus filhos e genros, sendonormal, portanto, constar algum documento em nome de um genro.

DO DIREITO

5. A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo5º, inciso I, do Código de Processo Civil, eis que se quer ver declaradaa existência de relação jurídica, especialmente em relação à PrevidênciaSocial;

6. Importante frisar que, em nosso regime processual, qualquertipo de prova presta-se para formar a convicção do julgador, desdeque não obtida por meio defeso em Lei. Nossa Doutrina, no magistériode MOACIR AMARAL DOS SANTOS (em Comentários do Código deProcesso Civil, Forense, 4º vol., p. 254-255), ensina que há situaçõesem que é impossível a prova escrita e que esta impossibilidade podeser moral ou material;

7. Nesses casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-sede prova meramente testemunhal, eis que estaremos diante daocorrência da força maior.

Nesse sentido, é importante salientar que dispositivos da Leipermitem a celebração de contratos tácitos, não instrumentalizados.Expressamente, destaquem-se o Estatuto da Terra, em seu artigo 93,parágrafo 8º, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

8. Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislaçãoestá posta no sentido de que a prova meramente testemunhal não éaceita para as justificações judiciais e administrativas. Ora, a

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justificação administrativa vem disciplinada na lei previdenciária, eisque dirigida internamente ao uso da autarquia e processada por seusservidores. De sua vez, a justificação judicial encontra disciplina apartir do artigo 861 do Código de Processo Civil, sendo discutível asua submissão a regras editadas pela lei previdenciária.

9. Mas, note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenasatingisse as justificações, deixando para o Código de Processo Civildisciplinar o regime de prova para os procedimentos judiciais em geral.E a regra tem sentido: é que as justificações são procedimentos ditosgraciosos, onde sequer as testemunhas são submetidas ao juramentode falar a verdade. Em tais procedimentos, o Juiz meramente homologaa forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.

10. Contrariamente, nas ações de cunho ordinário, em que acognição é plena, há o princípio do contraditório, o compromisso dastestemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida ereexaminada em instância superior. Daí não ser autorizada a oposiçãode quem põe todos os tipos de procedimento judicial na vala comum,para negar a possibilidade probatória, testemunhal, tanto num comonoutro.

11. A Jurisprudência assim se manifesta:

“PREVIDÊNCIA SOCIAL. DECLARATÓRIA. TEMPO DESERVIÇO. PROVA TESTEMUNHAL. 1. As normas dos artigos57 e 58 do Regulamento de Benefícios da Previdência Social,por cuidarem de procedimento administrativo a respeito dedemonstração de tempo de serviço, se aplicam unicamente aosagentes administrativos. O Juiz, no exercício de sua jurisdição,a elas não se encontra vinculado, pelo que é permitido firmar oseu convencimento sobre os fatos submetidos a seu julgamento,sem impor qualquer hierar-quização sobre as provas. 2. A provatestemunhal, devidamente depositada em Juízo, não se apresentacom categoria inferior à documental, em nosso sistemaprocessual. Ambas produzem os mesmos efeitos, em patamaridêntico de credibilidade, contribuindo para a formação da

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convicção do Juiz. 3. Tempo de serviço para fins previdenciáriosprovado por meio de testemunha. Idoneidade de meio probanteutilizado.” (Ac. nº 1.113 CE, 2ª Turma do TRT da 5º Região. InLex 16/329)

...

“Admite-se prova exclusivamente testemunhal para configuraratividade de trabalhador rural. Precedentes. Recurso nãoconhecido.”

(STJ – REsp. nº 46.774, SP – Rel. Min. Anselmo Santiago – julgadoem 07.06.94 – DJ 05.12.1994)

...

“O dispositivo infraconstitucional que não admite “provaexclusivamente testemunhal” deve ser interpretado “cum granosalis” (LICC. Artigo 5º). Ao Juiz, em sua magna atividade de julgar,caberá valorar a prova, independentemente de tarifações oudireitos infraconstitucionais. No caso concreto, a contestaçãoprimou por ser abstrata e não houve contra-ita das testemunhas.Ademais, o dispositivo Constitucional (artigo 202, Inciso I), parao “boia-fria”, se tornaria praticamente infactível, pois dificilmentealguém teria como fazer a exigida prova material.”

(STJ – Rec. Especial nº 49.121, SP – Relator Ministro ADHEMARMACIEL – julgado em 21.06.94 – DJ 01.08.1994)

12. No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a serproduzida, são acostados documentos comprobatórios da relação quese quer ver declarada.

13. Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e provaproduzida, quer ver Declarado por Sentença O TEMPO DE SERVIÇOjá descrito, nas lides agrícolas, como capinas, roçadas, plantio, colheita,aração, criação e manejo de animais, entre outras atividades.

Esta ação está fulcrada no artigo 4º, inciso I, do Código deProcesso Civil, combinado com os artigos 202, parágrafo 2º, 109,

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parágrafo 3º, ambos da Constituição Federal, e ainda os artigos 94,inciso I, e 95, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

DO PROCEDIMENTO

O procedimento deverá ser sumário, de acordo com o artigo 275,inciso I, do Código de Processo Civil, artigos 128 e 134 da Lei nº 8.213/91, e artigo 55, inciso V, da Lei nº 8.213/91.

DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, é esta para vir à presença de VossaExcelência para requerer seja ordenada a citação do INSS - InstitutoNacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal, noendereço declinado no início desta, para vir responder aos termos dapresente Ação, sob pena de revelia e confissão do alegado.

Requer seja determinada a intervenção do Ilustre Representantedo Ministério Público, para manifestar-se, querendo, sob o presentefeito e acompanhar todos os atos até final decisão.

Protesta pela produção de provas em direito admitidas, desde járequerendo a juntada dos inclusos documentos, ouvida dastestemunhas, cujo rol acompanha a presente e depoimento pessoaldas partes envolvidas.

Requer-se, ao final, seja a presente Ação julgada PROCEDENTEe através de sentença declarar-se a certeza da existência de relaçõesjurídicas de trabalho, em regime de economia familiar do Requerente.

Requer-se, ainda, por fim, seja o Requerido condenado aopagamento das custas e honorários advocatícios, a serem fixados porVossa Excelência, e demais cominações de direito.

Dá-se à causa o valor inestimável e para efeitos fiscais de R$......... (..........................).

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Termos em que,

Espera Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS:

a) ....., (qualificação), residente e domiciliado na Rua ....., nº ...,na cidade de ........... - .. ;

b) ....., (qualificação), residente e domiciliado na Rua ....., nº ...,na cidade de ........... - .. .

RESUMO

O requerente pede pela declaração de tempo de serviço efetivamen-te trabalhado, para fins de aposentadoria. Pede que se conte o tempo emque trabalhou em atividade rural exercida em regime de economia familiar.Pretende provar o alegado através de documentos e testemunhas.

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DESPACHO – PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS –TUTELA ANTECIPADA – ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DE 21ANOS – DEPENDENTE ECONOMICAMENTE DOS AVOS (*)

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................(**)

PROCESSO Nº ............

AUTOR: ..............................

RÉU: INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTEC/C TUTELAANTECIPATÓRIA

Postos estes argumentos e analisando a prova carreada aos autos,está comprovada a necessidade da demandante. Primeiro, porquerestou estampada nos documentos acostados a real dependênciaeconômica que a Autora tinha de sua avó, pois, além de viver em suacasa, esta sempre arcou com as despesas de sua educação, vindo,inclusive, a ser considerada como dependente também na declaraçãode Imposto de Renda.

Além disso, tendo em conta a sua pouca idade e a necessidadede frequentar o curso universitário, presume-se que a mesma não temcondições, ainda, de sustentar-se por seus próprios recursos e tambémporque é fato notório que os valores a serem despendidos emuniversidades particulares são extremamente altos e necessitam deum investimento de alta monta.

Desse modo, configura-se presente, pois, o pressuposto daverossimilhança das alegações, aliado ao pressuposto do perigodademora, consubstanciado na natureza alimentar do objeto da ação.

(*) Fonte de Pesquisa: Site www.jfse.gov.br/consulta_pro_inicial.html Dados: 1ª Vara Federal Processo nº 2006.85.00.003838-1

(**) Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão as AçõesPrevidenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuando as comarcas ondeexistem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformidade com o § 3º, do artigo 109

da CF/88.

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Ademais, em que pese existir um risco de dano irreparável ao PoderPúblico com a manutenção do benefício, o prejuízo sofrido por esteserá muito menor do que o suportado pela Requerente, no caso de suasupressão, em decorrência da inegável natureza alimentar dosproventos.

ANTE O EXPOSTO, afigurando-se presentes os pressupostosautorizadores da tutela de urgência, DEFIRO a tutela pleiteada,determinando que o INSS estabeleça o pagamento da pensão a que fazjus a Autora.

Defiro o benefício da Assistência Judiciária Gratuita comorequerido, nomeando o(a) subscritor(a) da inicial para patrocínio dacausa.

Cite-se o INSS para, querendo, oferecer resposta.

Caso a peça contestatória traga alegação de preliminares (art. 301CPC), ou promova a juntada de documentos, intime-se o(a) Autor(a)para apresentar réplica (art. 327 CPC), tudo nos termos do art. 162, §4º, do CPC.

Intimem-se.

(Local e data)

.................................................Juiz de Direito ou Juiz Federal

RESUMO

Despacho Judicial de 1ª Instância em que o magistrado examina osfundamentos da Ação Ordinária proposta, convencendo-se da necessida-de de amparo, visto que a Requerente vivia sob a tutela dos avós, aos quaiscabia a guarda judicial e, por conseguinte, prestar-lhe assistência materi-al, moral e educacional.

Percebe-se que no caso em tela, trata-se de dependência econômi-ca dos avós, devendo ser adequado a cada realidade a ser tratada.

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EMBARGOS À EXECUÇÃO – EXCESSO DE EXECUÇÃO –CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – IMPOSTO DE RENDA –REFORMA DA DECISÃO – REDUÇÃO – VALOR DEVIDO –RECLAMANTE

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARADO TRABALHO DE ..............................

....................., por seus procuradores judiciais infra-assinados,inscritos na OAB/... sob nº ...... e ....., nos autos da Ação Trabalhista nº......, proposta por ....................., vem respeitosamente à presença deVossa Excelência, com fundamento no artigo 884 da CLT, §§ 1º e 3º,interpor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO, pelos seguintesfatos e motivos:

A ação não pode prosseguir pelo valor executado, eis que existeexcesso de execução.

RECOLHIMENTOS FISCAL E PREVIDENCIÁRIO

A sentença que homologou os cálculos de liquidação nadamencionou a respeito dos recolhimentos de ordem fiscal eprevidenciária, violando determinação legal.

Por isso, a decisão de homologação da conta mostra-seequivocada, porquanto do valor total do crédito do reclamante devemser deduzidas as parcelas por ele devidas à Previdência Social, bemcomo deve haver retenção do Imposto de Renda, observado o dispostono artigo 43 da Lei nº 8.212/91, alterada pela Lei nº 8.620/93:

Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento dedireitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz,

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sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimentodas importâncias devidas à Seguridade Social.

Parágrafo único. Nas sentenças judiciais ou nos acordoshomologados em que não figurarem, discriminadamente, asparcelas legais relativas à contribuição previdenciária, estaincidirá sobre o valor total apurado em liquidação de sentençaou sobre o valor do acordo homologado.

O artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212/91, “concessa venia”, nãoestabelece que as contribuições previdenciárias devam ser recolhidasintegralmente pelo empregador, mas estabelece o não recolhimento dequantias que foram descontadas do salário do empregado na vigênciado pacto laboral.

No caso “sub judice”, as parcelas foram reconhecidas somenteem virtude de decisão judicial, ou seja, na oportunidade em que vigiao contrato de trabalho não houve o reconhecimento das verbas,portanto, não poderia ser exigida a incidência previdenciária.

Assim, deveria constar expressamente da decisão homologatóriada conta a determinação de retenção dos valores referentes ao Impostode Renda e ao INSS.

Constitui obrigação do empregado o recolhimento dascontribuições previdenciárias, que devem ser deduzidas do valor quefor apurado no caso de eventual condenação, observado o conteúdodo artigo 195, inciso II e Parágrafo Único, inciso III, do Regulamentoda Previdência Social, Decreto nº 3.048/99:

“Art. 195. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Socialé composto de receitas provenientes:(...)II - das contribuições sociais;(...)Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:(...)III) as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição; (...)”

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Logo, a parcela pertinente ao recolhimento da Previdência Socialdeve ser deduzida do total do crédito do Reclamante.

Dos recolhimentos referidos, alude-se igualmente a incidênciado Imposto de Renda, com critério análogo para recolhimento devidoaos cofres públicos.

A Lei nº 8.541/92, no seu artigo 46, estabelece:

“Art. 46. O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentospagos em cumprimento de decisão judicial será retido na fontepela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momentoem que, por qualquer forma, o recebimento se torne disponívelpara o beneficiário.”

Assim, a partir da vigência da mencionada norma legal, talretenção passou a ser obrigatória.

Por tratar-se de imperativo legal, “data venia”, não cabe aomagistrado perquirir sobre a competência da Justiça do Trabalho paraapreciar a questão dos descontos previdenciários e fiscais, uma vezque é seu dever determiná-los.

Os descontos previdenciários e fiscais são imperativos legais,de maneira que não resta alternativa senão a determinação da retençãoda parte devida pelo exequente ao Imposto de Renda e ao INSS.

Destarte, deve ser determinada a reforma da decisão de primeirograu, para que sejam discriminadas as parcelas indenizatórias esalariais, como, também, a retenção dos valores devidos peloempregado ao fisco e à Previdência Social.

Argumente-se, ainda, que não há que se falar eminconstitucionalidade das disposições que impõem a obrigação dosdescontos, porquanto não destoam do contido no artigo 114 daConstituição Federal.

No que pertine ao Imposto de Renda, não merece prosperar oentendimento de que, se fossem utilizadas tabelas da época em que oReclamante trabalhou para a reclamada, mês a mês, não haveriaincidência.

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O fato gerador do imposto de renda é a AQUISIÇÃO EDISPONIBILIDADE ECONÔMICA OU JURÍDICA DE VALORES, ouseja, somente após a integração do valor ao patrimônio do Reclamanteé que poderia haver incidência tributária.

Considerando que os valores somente integrarão o patrimôniodo Reclamante após o trânsito em julgado da decisão, devem seraplicados os índices vigentes no momento em que a quantia daexecução estiver disponível ao reclamante.

É o que dispõem o Código Tributário Nacional e a legislação doImposto de Renda:

“Seção IV

Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda eproventos de qualquer natureza tem como fato gerador aaquisição da disponibilidade econômica ou jurídica;

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalhoou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos osacréscimos patrimoniais compreendidos no inciso anterior.(...)”

“Leinº 7.713, de 22 de Dezembro de 1988

Altera a legislação do Imposto sobre a Renda, e dá outrasprovidências.

(...)

Art. 7º. Ficam sujeitos à incidência do Imposto sobre a Renda naFonte, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei:

I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditadospor pessoas físicas ou jurídicas;(...)”

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De qualquer forma, mesmo que seja utilizada alíquota incorreta,o procedimento não trará prejuízos ao contribuinte, que, mediantedeclaração de renda, conseguirá a devolução da quantia que recolheua mais ao fisco, conforme dita o Código Tributário Nacional, in verbis:

“Seção III

Pagamento Indevido

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente deprévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qualfor a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §4º do art. 162, nos seguintes casos:

I - Cobrança ou pagamento espontâneo de Tributo indevido oumaior que o devido em face da Legislação Tributária aplicável,ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato geradorefetivamente ocorrido;

II - Erro na edificação do sujeito passivo, na determinação daalíquota aplicável no cálculo do montante do débito ou naelaboração ou conferência de qualquer documento relativo aopagamento;

III - Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisãocondenatória.

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por suanatureza, transferência do respectivo encargo financeiro somenteserá feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, nocaso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamenteautorizado a recebê-la.

Art. 167. A restituição total ou parcial do Tributo dá lugar àrestituição na mesma proporção, dos juros de mora e daspenalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráterformal não prejudicadas pela causa de restituição.

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Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, apartir do trânsito em julgado da decisão definitiva que adeterminar.

Assim, a legislação atual prevê que o Juiz do Trabalho devedeterminar que sejam abatidas as quantias devidas pelo empregado aoINSS e ao Imposto de Renda.

Do mesmo modo esclarece a jurisprudência vigente:

“EMENTA: DESCONTOS. PREVIDÊNCIA SOCIAL E IMPOSTODE RENDA. PROVIMENTO Nºs 1/93 E 2/93 DA E.CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Na fasede execução devem ser feitos os descontos da contribuição aostermos da Lei nº 7.787/89 (art.12) e Lei nº 8.212/91 e 8.619/93. Oimposto de renda deve ser descontado sobre parcela tributável,observando a Lei nº 7.713/89 (arts. 7º e 12) e legislação pertinente.Em tudo, observadas as diretrizes dos Provimentos n. 1/93 e 2/93, da E. Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho. Provimentodo recurso da reclamada, no particular.”(TRT-PR-RO 14.768/93.Acórdão nº 21.731/94 - 2ª Turma. DJ-PR 02.12.1994)

“COMPETÊNCIA – DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. – AJustiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimentodas contribuições previdenciárias sobre verbas deferidas emsentença, frente à Resolução Administrativa nº 01/90 do TST eao Provimento nº 03/84 da Corregedoria Geral da Justiça doTrabalho.” (E-RR-2947/89.6, Ac. SDI 1800/91 - 2ª Região, RelatoraMinistra Cnéa Moreira, acórdão UNÂNIME, DJU de 08.11.1991,p. 16.035)

“CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS INCIDENTES SOBREPARCELAS REMUNERATÓRIAS DEFERIDAS EM SENTENÇATRABALHISTA. Decisão da Turma sufragando a tese de que nãocabe a esta Justiça Especializada determinar a realização dedescontos e recolhimento das contribuições destinadas à

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Previdência Social. Embargos de que se conhecem por divergênciajurisprudencial e a que se dá provimento, para ser reconhecidaa competência desta Justiça, vez que se trata de incidência legalimperativa sobre fato gerador ocorrido no âmbito de sua atuação,de eficácia irrecusável, e determinada a realização dos descontoslegais incidentes e seu devido recolhimento pelo empregadordemandado.” (E-RR 2071/89.6, Ac. SDI 1762/91, TRT 1ª Região,Relator Ministro Ermes Pedro Pedrassani, DJU 25.10.1991, p.15.114)

As duas últimas ementas transcritas foram citadas comoprecedentes no acórdão prolatado pela 5ª Turma deste ColendoTribunal, cuja ementa abaixo transcrevemos:

“Tendo em vista a incidência dos descontos sobre os salários esendo estes decorrentes do contrato de trabalho, pode, sim, estaJustiça Especial manifestar-se acerca de sua correção, ainda quesejam estes de natureza previdenciária. Apenas se estivesse acontrovérsia estabelecida entre uma das partes e a PrevidênciaSocial essa competência estaria afastada. Neste sentido, aResolução Administrativa n. 01 de 1990 do TST e o Provimentonº 03, de 1984, da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho,além das decisões proferidas pela Eg. SDI nos processos E-RR-853/89 (publicado no DJ de 25/10/91, p. 15114) e E-RR-2947/89(publicado no DJ de 08.11.91).” (TST-RR-63.461/92.7, Ac. 5ª T.1812/93, 30.06.93, Relator Ministro Antonio Maria ThaumaturgoCortizo, “in” Revista Ltr nº 57, nº 11, Novembro de 1993, p. 1.393)

“RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – COMPETÊNCIA DAJUSTIÇA DO TRABALHO. Embora a Justiça do Trabalho sejaincompetente para resolver controvérsias relativas ao impostode renda, tais como base de incidência, alíquotas, forma decálculo, etc., a partir de 24.12.92, com a edição da Lei nº 8.541/92, na forma do disposto em seu art. 46, compete a esta JustiçaEspecializada determinar a retenção na fonte, pelo ex-empregador,dos valores relativos ao imposto de renda, incidente sobre ocrédito do Reclamante.” (TRT-PR-AP 1150/93, Ac. 3178/94, 2ª

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Turma, Rel. Juiz Luiz Fernando Zornig Filho, DJ-PR de04.03.1994)

Finalmente, o Provimento nº 01/96, da Corregedoria-Geral daJustiça do Trabalho, não deixa dúvidas sobre o fato de que as retençõesfiscais e previdenciárias devem ser feitas no momento em que oexecutado colocar o crédito à disposição do exequente.

Estabelece o Provimento:

“Art. 1º. Cabe, unicamente, ao empregador calcular, deduzir erecolher ao Tesouro Nacional o Imposto de Renda relativo àsimportâncias pagas aos reclamantes por força de liquidação desentenças trabalhistas.

Art. 2º. Na forma do disposto pelo art. 46, § 1º, inciso I, II e III,da Lei nº 8.541, de 1992, o imposto incidente sobre osrendimentos pagos (Imposto de Renda), em execução de decisãojudicial, será retido na fonte pela pessoa física ou jurídicaobrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma,esses rendimentos se tornarem disponíveis para o reclamante.

Art. 3º. Compete ao juiz da execução determinar as medidasnecessárias ao cálculo, dedução e recolhimento das contribuiçõesdevidas pelo empregado ao Instituto Nacional de Seguro Social,em razão de parcelas que lhe vierem a ser pagas por força dedecisão proferida em reclamação trabalhista (art. 43 da Lei nº8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 8.620/93).

§ 1º Homologado o acordo ou o cálculo de liquidação, o juizdeterminará a intimação do executado para comprovar, nos autos,haver feito o recolhimento dos valores devidos pelo empregadoà Previdência Social.

§ 2º Havendo pagamento de parcelas de direitos trabalhistas,não comprovado o recolhimento previsto no § 1º, o juiz daráimediata ciência ao representante do Instituto Nacional de

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Seguridade Social, determinando a remessa mensal do rol dosinadimplentes, procedendo da mesma maneira em caso dealienação de bens em execução de sentença.

Art. 4º. Este Provimento entra em vigor na data da sua publicação,revogados o Provimento nº 01/93 e demais disposições emcontrário.”

Por estas razões, a sentença de liquidação merece reforma, a fimde que sejam discriminadas as parcelas que compõem a base de cálculodas parcelas fiscal e previdenciária, determinando-se o abatimentodos valores devidos ao INSS e ao fisco.

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o acolhimentodos presentes embargos, a fim de que a sentença de liquidação sejareformada, determinando-se a elaboração de novos cálculos ou ahomologação dos que seguem anexos.

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O executado alega que a execução não pode prosperar pelo quantumfixado, pois há excesso de execução. A sentença que homologou os cál-culos de liquidação não determinou as parcelas legais relativas à contribui-ção previdenciária e ao IR. A incidência deve ocorrer sobre o total apurado.

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258 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Assim, deve ocorrer a reforma da decisão homologatória, que deverá dis-criminar todas as verbas e determinar a dedução dos valores devidos peloreclamante ao INSS e à União.

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EMBARGOS INFRINGENTES – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO PORMORTE – DIVERGÊNCIA DE VOTO – TRIBUNAL – ACÓRDÃO NÃOUNANIME

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) PRESIDENTE DOEGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA .....ª REGIÃO.

Processo Origem nº ...............

Vara: ......................

Comarca de ...................................

................................., já qualificado nos autos em epígrafe, porseu advogado e bastante procurador infra-assinado, nos autos da AÇÃOORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELAANTECIPATÓRIA, que lhe promove em face de INSS – INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem respeitosamente à presençade V. Exa., para apresentar

EMBARGOS INFRINGENTES

Na forma e pelos fundamentos aduzidos em anexo, dirigida à E.Egrégio Tribunal, na certeza de que os doutos julgadores, melhorexaminando a matéria hajam por bem acatar as contra-razões anexas,mandando que se processe regularmente o feito, em atendimento aosprincípios constitucionais, a doutrina e ao direito, praticando averdadeira JUSTIÇA.

Nestes Termos,Pede Deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

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260 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES

Recorrente: ....

Recorrida: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

Processo Origem nº

Acórdão nº .................. da .... ª Câmara do TRF - ......ª Região

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Doutos Julgadores,

Recorre-se mais uma vez a esse E. Juízo, com a finalidade de verapreciado seu recurso, eis que o r. decisum recorrido não enfrentouclaramente as razões deduzidas no recurso e o que plasmado nos autos,senão vejamos:

I - DO PROCESSADO - RESENHA FÁTICA

O Recorrido tentou por diversos momentos convencer os doutosjulgadores a tolherem os direitos do Recorrente, quando em suacontestação, por exemplo, às fls. .. dos autos, o INSS alega a prescriçãodas parcelas anteriores ao quinquênio do ajuizamento da ação, e aindaa ausência de comprovação de dependência econômica da autora emrelação à segurada, afirmando, ainda, que a pretensão autoral édestituída de razão por lhe faltar fundamentação jurídica e requerendo,ao final, a improcedência dos pedidos.

Para tanto, a Recorrente aforou a AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃOPOR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, alegando que oRecorrido, por seu turno, não estava honrando com seu papel deinstituto previdenciário; que, assim sendo, se estava a pleitear obenefício de Pensão por Morte, requereu por ordem constitucional, enão por mero capricho, pois a Recorrente também necessita de

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alimentos para sua sobrevivência na fase de seus estudosuniversitários.

Ao despachar, o MM. juiz monocrático houve por bem em acataro pedido, dizendo que estava comprovada a necessidade dademandante, vez que restou estampada nos documentos acostados areal dependência econômica que a Autora tinha de sua avó, pois, alémde viver em sua casa, esta sempre arcou com as despesas de suaeducação, vindo, inclusive, a ser considerada como dependentetambém na declaração de Imposto de Renda.

Citado foi o Recorrido (INSS), para acatar ou manifestar suaoposição, uma vez comprovada em Juízo a necessidade da Autora defrequentar o curso universitário, a qual em razão de sua pouca idadese presume não ter condições, ainda, de sustentar-se por seus própriosrecursos, e também porque é fato notório que os valores a seremdespendidos em universidades particulares são extremamente altos enecessitam de um investimento de alta monta, justificando-se aimpossibilidade do pagamento, conforme provam os documentosjuntados aos autos, às fls. ..

Na audiência que ocorreu no dia .../.../....., o INSS apresentoudefesa por escrito, e farta de documentação, não se tendo chegado aum eventual acordo, visto que a legislação inserta em nossa CartaMagna é INTERPRETATIVA.

Na peça de defesa, arguiu-se que o pedido formulado não eraprevisto em Lei, vez que a Pensão por Morte aos dependentes é até aidade de 21 (vinte e um) anos de idade, não se podendo, portanto,descumprir a legislação.

Por estar presente o pressuposto da verossimilhança dasalegações, aliado ao pressuposto do perigo da demora, consubstanciadona natureza alimentar do objeto da ação – em que pese existir um riscode dano irreparável ao Poder Público com a manutenção do benefício–, o prejuízo sofrido por este será muito menor do que o suportadopela Requerente, no caso de sua supressão. Em razão da inegávelnatureza alimentar dos proventos, só depois que o Requerentecompletar .... anos é que o Recorrido poderá suspender tal benefício,até lá, legalmente conferido ao Requerido.

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II - DO VENERANDO ACÓRDÃO RECORRIDO

Ante o improvimento do recurso interposto, por maioria devotos, resta-lhe exercer o direito com o presente recurso.

Denota-se que nas razões expendidas no recurso de fls. ... dosautos, no que se verifica no que diz pertinência à Recorrente, no votodo Relator Des. ...................., em que exaustivamente se ponderou quea Recorrente não possuía concordância, mesmo que o Excelso Relatordo Acórdão Recorrido tenha entendido o contrário, verifica-se que:

O Recorrente está iniciando o seu curso universitário e nãopossui meios de sobrevivência, além do benefício previdenciário emquestão, o qual se configura, portanto, de natureza alimentar.

O Magistrado Relator se deixou levar pela defesa apresentadapelo ilustre representante do Instituto Previdenciário, às fls. .... dosautos, que alega que a Recorrente não possui este direito nos termosda Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99.

Data venia, a colocação não corresponde aos fatos, senão vejamos:

Verifica-se que o pedido de implementação do benefício depensão por morte, se dá em razão de, na data do falecimento, estar aautora sob a guarda judicial do beneficiário.

De fato, a Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16, § 2º,da Lei nº 8.213/91, retirou da proteção previdenciária o menor sobguarda, já que apenas equiparou aos filhos os menores tutelados e osenteados, desde que comprovada a dependência econômica.

Duma análise preliminar, constata-se a inconstitucionalidade daregra contida na referida Lei nº 9.528/97, tendo em vista que tal normaafronta o disposto no artigo 6º e art. 227, §3º, II, ambos da CF/88.

O MM. Juiz-Relator, concessa venia, entendeu de obliquidadeas agudas razões do recurso, pois a Recorrente pleiteou PENSÃO PORMORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, a título de alimentos, sendocerto que ninguém está defeso de pleitear, mas para conceder há queforçosamente ver a necessidade de quem pleiteia e a capacidadeeconômica de quem paga.

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Alinha o Magistrado Relator do Acórdão recorrido, in verbis:

(citar a parte do acórdão em que traz prejuízo à parte recorrente)

Permissa venia, o recurso não se reveste de mero capricho, mesmoporque a PENSÃO POR MORTE arbitrada inicialmente não foi pagaaté a presente data, sob alegação de ser ilegal, e se for feito a análise dainterpretação da Carta Magna e demais legislações atinentes, tendoem vista que a pensão por morte é benefício que tem como objetivosuprir a falta daquele encarregado de arcar com as despesas do lar, demodo a possibilitar a manutenção dos dependentes do falecido. Temcomo escopo, pois, manter a suplementação dos dependentes,decorrente da obrigação alimentar que tinha o falecido.

III - DAS RAZÕES DO RECURSO

Sucintamente tem-se que:

A Recorrente não outros meios de sobrevivência, onde verifica-se que tem como norte o direito à educação, dever do Estado e dafamília, devendo ser resguardado o direito à percepção de pensão,ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, até que omesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, no intuito depossibilitar o custeio dos seus estudos universitários.

Entendendo ser possível o pagamento do beneficio de pensãopor morte até os 24 (vinte e quatro) anos de idade, se o beneficiário forestudante universitário e demonstrar a real necessidade do benefício;como ficou comprovada no caso em tela, onde a pensão previdenciáriapode mesmo ser comparada com a prestação alimentícia, pois, a pessoa,dependente do benefício, não possuindo outro rendimento e sendodependente do segurado, tem o direito à sua percepção até que concluaa sua formação.

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Finalmente, Impõe-se, como verdadeiro instrumento deJUSTIÇA, o que aqui foi exposto em consonância com os documentosjuntados aos autos, pois a Recorrente por necessitar dos estudos paraobter condições de uma boa colocação no mercado de trabalho,conforme estatuído em nossa Carta Magna, vê-se no direito de recorrero que é de direito, e nada mais.

IV - DO REQUERIMENTO

DIANTE O EXPOSTO, requer-se desse E. Juízo, através de seusdoutos Julgadores, numa análise mais cuidadosa das Razões acimaexposta, o acolhimento da preliminar e o julgamento de extinção doprocesso sem julgamento do mérito. Analisado o mérito, esperam amanutenção da PENSÃO POR MORTE, por ser medida de LÍDIMAJUSTIÇA!

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Acórdão Judicial que ocorreu em 2ª Instância, tendo havido diver-gências nos votos dos magistrados que compunham a Câmara, em quevotaram parcialmente pela inconstitucionalidade da Lei nº 9.528/97, quedeu nova redação ao art. 16, § 2º, da Lei nº 8.213/91, em que retirou daproteção previdenciária do menor sob guarda, a natureza alimentar do be-

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nefício, visto que tal norma alteradora afronta o disposto no artigo 6º eartigo 227, § 3º, II, ambos da Constituição Federal/1988, que também têmembasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunal de Justi-ça.

Cabem Embargos Infringentes contra acórdão não unânime que hou-ver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julga-do procedente a ação rescisória (artigo 530 do CPC). Tal recurso é consi-derado pela matéria que tenha sido objeto de divergência, ou seja, somen-te o objeto do voto vencido será discutido, portanto, é pontual fixar trêspressupostos que tornam admissíveis os embargos infringentes:

a) haja um acórdão não unânime proferido no julgamento de apela-ção ou de ação rescisória, ou seja, deverá haver voto vencido nosjulgamentos da apelação ou de ação rescisória;

b) que o referido acórdão tenha reformado a sentença ou julgadoprocedente a ação rescisória;

c) que a sentença reformada seja de mérito.

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266 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS – APRESENTAÇÃO DE NÃONECESSIDADE DE NOVOS DOCUMENTOS – MATERIALCONSTANTE INICIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A)FE-DERAL DA...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA JUSTIÇA FEDERALDO TRF – ...ª REGIÃO.

Processo nº ............

...ª Vara Cível

Comarca: ................/...

.........................., já qualificado nos autos da AÇÃODECLA-RATÓRIA C/C PRECEITO CONDENATÓRIO, contra o INSS -INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Processo nº ...........,que tramita por este E. Juízo, por seu procurador e advogado infra-assinado, vem perante V. Exa., em atendimento ao r. despacho exaradoàs fls. dos autos, comunicar que a Autora não pretende especificarprovas, uma vez que esta já consta nos autos, informando que “a matériadiscutida nestes autos é unicamente de direito, impondo-se com issoo julgamento antecipado da lide”.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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268 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO

Neste caso não há necessidade de especificação de provas, vezque as provas já estão contidas na inicial, apenas se fazendo necessária aapresentação do rol de testemunhas, se necessário for a exigência nosautos.

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ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS – APRESENTAÇÃO DE NOVOSDOCUMENTOS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................

........................., já qualificado nos autos da AÇÃO DEAPOSENTADORIA POR IDADE, processo nº ........./..., que tramita poreste Juízo, por seu advogado infra-assinado, vem perante este Juízo,em atendimento a Vossa Excelência, conforme despacho exarado àsfls. .... dos autos, pretendendo especificar provas conforme abaixodescritas:

1. Que o ora Requerente sempre trabalhou na lavoura, conformefazem prova a Certidão de Casamento, Título de Eleitor, Carteira deReservista, fotografias da laboração rural, conforme documentos emanexo.

2. Requer ainda a oitiva de testemunhas, abaixo arroladas, queprovarão os fatos narrados na exordial, além das provas documentaisjá juntadas, conforme segue:

a) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município;

b) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município;

c) ...., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município.

Pede j. e deferimento.

(Local e data)

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270 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Neste caso há necessidade de especificação de provas, vez que ascontidas na inicial são insuficientes, fazendo-se necessário acrescentaras informações faltantes, inclusive a apresentação do rol de testemunhas.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 271

GUARDA DE MENOR – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –DEPENDENTE – LEI Nº 8.069/90 – CONCESSÃO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA VARA DE MENORES DA COMARCA DE...

........................., (qualificação), residente e domiciliado nacomarca de ................ - ..., na Rua ............, nº ..., através de seurepresentante legal, vem mui respeitosamente expor e pedir ao final aobtenção da

GUARDA DE MENOR

pelos fatos e fundamentos a seguir:

A segunda Requerente era casada com ..................., (qualificação),residentes na comarca de ................ - ..., na Rua ............, nº ..., tendoos mesmos efetuado a separação judicial, nos autos .../..., na ...ª Varade Família e Anexos da Comarca de ............. - ... .

Conforme a anexa certidão extraída daqueles autos, em data de.../.../...., por ocasião da separação, a Requerente ..................... ficou coma guarda de sua filha menor, ................, nascida em data de .../.../....,hoje, portanto, com ... (.............) anos.

Anexas, além da procuração dos requerentes, a certidão referida,certidão de nascimento da menor mencionada e certidão de casamentoda requerente com ................., ocorrido em .../.../.... .

Ocorre que, atualmente, os requerentes vêm vivendomaritalmente, tendo, inclusive, dessa união, nascido o menor ..............,conforme se prova com a anexa certidão de nascimento ocorrido em.../.../....

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272 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

A menor objeto deste pedido, .................., continua sobresponsabilidade de sua mãe, aqui requerente, sendo certo que orequerente ..................... está dando manutenção e educação, inclusiveescolar, à menor, conforme demonstram as anexas declarações.

A requerente mulher, bem como o filho comum do casal, já seencontram habilitados como dependentes econômicos junto ao Banco.........., para efeito inclusive de atendimento médico-hospitalar,conforme demonstra cópia anexa da “Ficha de DependentesEconômicos” em nome do requerente-varão.

O que neste requerimento se pretende é atribuir a guarda damenor .......... ao Requerente ...................., o qual efetivamente vem lheprestando alimentos, vestuário, educação escolar, como se fosse suafilha.

O Requerente-varão é funcionário do Banco ........., em exercício,juntando declaração firmada pelo Gerente da Agência do Banco .............,e mais dois funcionários, datada de ... de ............ de ...., quanto à suaidoneidade moral e financeira, para que possa pleitear a guarda dareferida menor.

E, para que o requerente-varão possa incluir a menor referidacomo sua dependente, seja perante a Previdência Social, seja peranteo Banco ............, é estritamente necessário que haja outorga judicialda guarda ora pleiteada.

A Lei nº 8.069/90 (ECA) cuida das condições para se deferir aguarda de menor, nos artigos 33, 34 e 35.

É o requerente sabedor de que a guarda implica a obrigação deprestação de assistência material, moral e educacional do menor,passando este a ser seu dependente econômico, inclusive para os finsprevidenciários, conforme dispõe o § 3º, do artigo 33 da Lei nº 8.069/90.

O Requerente-varão informa não ter vínculo de parentesco coma menor, sendo certo que esta tem os pais, como referido, e foi registradasob nº ......., em data de .../.../...., no Cartório de Registro Civil da Sededa Comarca de ................... - ... (doc. junto), atestando a sua idoneidadecom o documento junto, assinado por três pessoas idôneas, que

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informaram estar o requerente-varão trabalhando normalmente,portanto, com saúde física e mental perfeitas.

Pelos fatos expostos, com a expressa concordância da mãe damenor, aqui também requerente, requerem que, ouvido o DD.Representante do Ministério Público, seja a final deferida ao Requerente.................... a guarda da menor ................, tudo consoante as normaslegais invocadas e outras aplicáveis à espécie.

Com os documentos juntos e, se necessário, protestando poroutras provas.

Pedem e esperam

Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

A mãe da menor e o concubino requerem seja concedida a guardade menor ao segundo Requerente, para que a mesma possa se tornar suadependente economicamente, inclusive perante a Previdência Social.

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274 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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IMPUGNAÇÃO – BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – DEFICIENTE -INCAPACIDADE LABORATIVA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ªVARA CÍVEL DA COMARCA DE ___________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, da AÇÃO DE AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE,contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vêm, peranteVossa Excelência, com o fim de apresentar IMPUGNAÇÃO àContestação ofertada pela Requerida, às fls. dos autos, em suaTOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nestaoportunidade pelo devido prosseguimento do feito, e se necessáriofor, com designação de audiência de instrução e julgamento, ocasiãoem que o Autor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a peça contestatóriapara rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário doAutor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pelaAutarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que oAutor encontra-se em estado de INCAPACIDADE LABORATIVA PARAO TRABALHO E A VIDA DIÁRIA, devido a doença adquirida,conforme provas de documentos em anexo, além dos já juntados nainicial.

2) De conformidade com o Laudo Médico Pericial do INSS,juntado na peça contestatória às fls. , consta a deficiência pelo CID –Código Internacional de Doenças, no código F32 que são sintomas de

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276 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEPRESSÃO, ou seja, tornando-a totalmente incapaz a sua atividadediária.

3) Como se denota, a Requerente é Portadora de DeficiênciaCongênita (CID nº M54.5 – Dor lombar baixa), (CID nº F32.2 – Episódiodepressivo grave sem sintomas psicóticos e (CID nº F31 – Transtornoafetivo bipolar), estando incapacitada para o desempenho dasatividades da vida diária e do trabalho, conforme provam os LaudosMédicos em anexo, constantes na inicial e na peça contestatória.

4) E mais adiante na defesa da Autarquia-Ré, às fls. , que tambémcomprovaram a referida doença, além da comprovação de contribuinteprevidenciário, esta juntou tais provas a favor do Autor.

5) Para melhor interpretação da situação, o Autor passa a juntarnesta fase contestatória, documentos que comprovam os já juntadosanteriormente, ou seja, documentos que provam e provará em Juízo adoença adquirida, ou seja, a DEPRESSÃO, e que fora tratada pordiversas vezes, conforme Laudos Médicos diversos, fazendo uso dosmedicamentos DEPAKENE 250 mg e DIAZEPAM 10 mg, que provocamREAÇÕES ADVERSAS de forma definitiva e temporária.

6) O DEPAKENE 250 mg (Valproato de Sódio) – indicado paratratamento monoterápico em quadros de ausência simples e complexae convulsões febris, estando indicado em esquemas terapêuticosassociados nos casos de ausência complexa (ou atípica) mioclônica,espasmos infantis (síndrome de West) e crises acinéticas. Terapêuticaadjuvante pode ser instituída com Depakene nos casos de crises tônico-crônica (grande mal), crises focais com sintomatologia elementar ecomplexa, crises focais com generalização secundária e formas mistas.”

7) Já o DIAZEPAM 10 mg – é amplamente usado para o tratamentoda ansiedade e da insônia. Ele também é prescrito para Transtorno dopânico, Distúrbio bipolar, Tratamento da Ansiedade, Depressão (comocoadjuvante de antidepressivos, pois estes, geralmente causam insônia)e Tratamento de Epilepsia (como coadjuvante, pois o Diazepam impedeo surgimento da crise epiléptica, mas não é uma DAE - Droga Anti-Epiléptica).

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8) Pelo que vemos, o direito do Autor está garantido por nossalegislação vigente, com total amparo ao benefício previdenciário orarequerido, notando-se assim, que as preliminares arguidas pelaAutarquia-Ré são totalmente IMPROCEDENTES.

9) As provas carreadas aos autos, não deixam dúvidas quanto aoDIREITO LÍQUIDO e CERTO do pedido do Autor junto à Autarquia-Ré, quanto ao benefício requerido em 20/01/2006, data em que se iniciao direito à percepção do referido benefício.

10) È de se notar o seguinte posicionamento de nossos Tribunais:

PREVIDENCIÁRIO - PROCESSUAL CIVIL - BENEFÍCIOASSISTENCIAL - PORTADOR DE EPILEPSIA E DEFICIÊNCIAAUDITIVA - LAUDO PERICIAL FAVORÁVEL - ART. 203, V DACF/88 C/C ART. 20 E SEGS. DA LEI Nº 8.742/93 - REQUISITOSPRESENTES. 1. Não obstante o amparo social seja um benefíciode natureza transitória sujeito a reavaliação periódica dascondições que ensejaram a sua concessão, podendo aAdministração Pública, a qualquer tempo, cancelar ou suspendero benefício que foi concedido inicialmente, mas dependerá deapuração em devido procedimento administrativo, regulado emLei, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.2. Aquele que preencher os requisitos da incapacidade paraatividades laborativas e para vida independente, e de não poderprover a subsistência própria ou tê-la provida por seus familiares,faz jus ao benefício assistencial, nos termos do art. 203, V, da LeiMaior, que elenca, entre os objetivos da assistência social, “agarantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoaportadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuirmeios de prover à própria subsistência ou tê-la provida por suafamília, conforme dispuser a lei”, na forma da Lei nº 8.742/93,regulamentada pelo Decreto nº 1.744, de 08 de dezembro de 1995.3. Conforme constatado pelo Juízo sentenciante, após cogniçãoexauriente da lide, laudo pericial favorável, restou comprovadoque o demandante, portador de “epilepsia” e deficiência auditiva,com quadro clínico irreversível, sem condições de prover a

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própria subsistência ou tê-la provida por seus familiares, reúneas condições previstas em lei para o restabelecimento dobenefício. 4. Remessa oficial improvida. (TRF 5ª Região – 1ªTurma – Ac. nº 2007.05.99.003462-5 – Rel. Des. Federal FredericoPinto de Azevedo (Substituto) – j. 07/05/2008 – p. 29/05/2008)

CONSTITUCIONAL. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIODE PRESTAÇÃO CONTINUADA AO DEFICIENTE. PERÍCIAJUDICIAL. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA VIDAINDEPENDENTE E PARA O TRABALHO. RENDA FAMILIARINFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO. JUROS DE MORA.HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 111 DO STJ. 1. Nostermos do art. 20, da Lei nº 8.742/93, a concessão do benefíciode prestação continuada ao deficiente está condicionada à provado preenchimento dos seguintes requisitos: ser portador dedeficiência e não possuir meios de prover a própria manutençãoe nem de tê-la provida por sua família. Para que reste atendido oprimeiro dos requisitos, a Lei nº 8.742/1993, no art. 20, § 2º,estabelece duas exigências: incapacidade para a vidaindependente e para o trabalho. Quanto ao segundo requisito, éconsiderada como incapaz de manter a pessoa portadora dedeficiência a família cuja renda mensal per capita seja inferior a1/4 (um quarto) do salário mínimo. 2. A perícia judicial realizadapelo médico nomeado pelo Juiz concluiu que a apelada éportadora de retardo mental, não especificado (F 79 CID 10) eEpilepsia (G 40 CID 10), fato este, que a torna incapacitada paratrabalhar. Por essa razão, é considerada portadora de deficiênciapara efeito de benefício assistencial. 3. A renda familiar per capitainferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo restou demonstradapela “declaração sobre a composição do grupo e renda familiar”e pelo o Estudo de Caso realizado, através de visita domiciliar,por ocasião da ação de interdição. Ademais em nenhum momentoa autarquia contestou o estado de hipossuficiência da recorrida.Ressalta-se que o benefício fora indeferido por ausência decomprovação da incapacidade, hipótese prevista no § 2º, art. 20da Lei 8.742/93. 4. Restaram comprovados, dessa forma, os

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requisitos necessários a concessão do benefício assistencial porinvalidez. 5. De acordo com o disposto no art. 8º, parágrafo 1º,da Lei nº 8.620/93 e da Lei nº 9.289/96, o INSS, como autarquiafederal, goza do privilégio da isenção do pagamento de custasnos feitos em que atue como autor, réu, assistente ou opoente, oque não o desobriga do encargo de reembolsar as despesasantecipadas pela parte autora, contudo, sendo esta beneficiáriada Justiça Gratuita, não há despesas a serem reembolsadas peloINSS, estando isento de tal condenação. 6. Em razão da remessaoficial, juros de mora aplicados no percentual de seis por centoao ano, previsto no art. 1º - F, da Lei nº 9.494/97, julgadoconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no RE-453740.O Superior Tribunal de Justiça, em julgados da Primeira, Segundae Sexta Turmas, proferidos à unanimidade, entendeu que osupracitado dispositivo legal, apesar de referente a juros de moranas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento deverbas remuneratórias devidas a servidores e empregadospúblicos, aplica-se também aos benefícios previdenciários: “Oart. 1º-F da Lei 9.494/97, introduzido pela Medida Provisória2.180-35/2001, refere-se à incidência de juros moratórios emrelação ao pagamento de verbas remuneratórias, incluindo-se aíos benefícios previdenciários e demais verbas de naturezaalimentar” (trecho do da ementa do REsp 860046/MG, Rel.Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em26.09.2006, DJ 23.10.2006 p. 280). 7. Honorários advocatíciosmantidos no percentual de 10%, respeitada a determinação daSúmula nº 111, do STJ. 8. Apelação do INSS e remessa oficialparcialmente providas.(TRF 5ª Região – 1ª Turma - AC 434859CE 2007.05.99.003781-0 – Rel. Des. Federal Frederico Pinto deAzevedo (Substituto) – j. 24/07/2008 – p. 15/09/2008)

O Autor não concorda com a peça contestatória por ser eivadade vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todos oscidadãos brasileiros que prestaram e prestam serviços à nossa Nação,e que agora no momento de sua fragilidade na saúde, dificultando oseu trabalho, a Autarquia-Ré, através de seu representante legal,

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apresenta uma frágil contestação, sem que nada venha corroborar comas decisões de Vossa Excelência.

Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,conjuntamente com a inicial, o que deverá ser declarado por sentençanos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e aJUSTIÇA.

DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificandointegralmente a inicial, com sua total procedência, condenando aAutarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios esucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim asdemais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-DENTES, vez que o Autor encontra-se em estado de INCAPACIDADELABORATIVA PARA O TRABALHO e a VIDA DIÁRIA, devido a doençaadquirida, ou seja, preenche os requisitos da incapacidade para atividadeslaborativas e para vida independente, e de não poder prover a subsistênciaprópria ou tê-la provida por seus familiares, faz jus ao benefício assistencial,nos termos do art. 203, V, da Lei Maior, que elenca, entre os objetivos daassistência social, “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal àpessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuirmeios de prover à própria subsistência ou tê-la provida por sua família.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 281

IMPUGNAÇÃO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ªVARA CÍVEL DA COMARCA DE _________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, da AÇÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL,contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vêm, peranteVossa Excelência, com o fim de apresentar IMPUGNAÇÃO àContestação ofertada pela Requerida, às fls. dos autos, em suaTOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nestaoportunidade pelo devido prosseguimento do feito, e se necessáriofor, com designação de audiência de instrução e julgamento, ocasiãoem que o Autor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a peça contestatóriapara rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário doAutor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pelaAutarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que oRequerente está pleiteando em Juízo a contagem recíproca de tempode serviço por ele prestado, a fim de receber o pagamento correto eintegral de sua aposentadoria rural por idade.

2) No caso em tela, nota-se que é um DIREITO ADQUIRIDOlíquido e certo do Autor, quando de sua propositura junto ao enteprevidenciário, ou seja, desde 16/09/2009, NB:.

3) Na ocasião em que o Requerente laborou na lavoura, a Lei nãopermitia o registro em Carteira de Trabalho do TRABALHADOR

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282 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RURAL, pois naquele tempo o livro de ponto era a terra e a caneta eraa enxada, e querer que o Requerente fosse registrado em Carteira équerer o impossível, inclusive, mesmo porque o trabalho se dava emREGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

4) Agora dizer que não é lavrador na atual conjuntura, é um crimede falsidade ideológica de Danos Morais e Materiais contra a Autarquia-Ré, pois de conformidade com a nossa Carta Magna é possível paraefeito de aposentadoria, a contagem recíproca do tempo de contribuiçãona administração pública e na atividade privada, rural e urbana,hipótese em que os diversos regimes de previdência social secompensarão financeiramente entre si.

5) Os direitos do Requerente estão garantidos pelo artigo 7º eseus incisos e o artigo 201, § 9º, da Constituição Federal, bem comopelas demais legislações que regem a matéria, dizem:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de suafamília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustesperiódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedadasua vinculação para qualquer fim;

(...)

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integralou no valor da aposentadoria;

(...)

XXIV - aposentadoria;

(...)

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações detrabalho, com prazo prescricional de cinco anos para ostrabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 283

extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 28, de 25/05/2000)

(...)

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagemrecíproca do tempo de contribuição na administração pública ena atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversosregimes de previdência social se compensarão financeiramente,segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 20, de 1998)

6) Quanto à PRELIMINAR de PRESCRIÇÃO, a Autarquia-Réarguiu a prescrição do fundo do direito e das prestações do benefíciodo Autor, sendo que a presente preliminar deve ser desprezada, umavez que não está o Autor postulando mais do que a Lei lhes assegura,ou seja, vigora no Direito Previdenciário o princípio daimprescritibilidade dos direitos patrimoniais relativos ao benefícioem si. A este princípio opõe-se a regra da prescritibilidade dasmensalidades não reclamadas no prazo de 5 (cinco) anos.

7) Na Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XXIX, artigo103, caput e Parágrafo Único da Lei nº 8.213, de 24/07/1991,reproduzindo o artigo 98 da CLPS (Decreto nº 89.312/84),regulamentado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 quanto à prescriçãodos benefícios previdenciários, estabelecem:

a) Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991:

“Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquerdireito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do atode concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês

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284 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quandofor o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisãoindeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dadapela Lei nº 10.839, de 2004)

Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data emque deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haverprestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferençasdevidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores,incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. (Incluído pelaLei nº 9.528, de 1997)”

b) Decreto nº 3.048, de 06/05/1999:

“Art. 347. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquerdireito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do atode concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mêsseguinte aodo recebimento da primeira prestação ou, quando foro caso, do dia em que tomar conhecimento da decisãoindeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dadapelo Decreto nº 5.545, de 2005)

§ 1º Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriamter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestaçõesvencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pelaprevidência social, salvo o direito dos menores, incapazes eausentes, na forma do Código Civil. (Incluído pelo Decreto nº4.729, de 2003) (...)”

Pede o Autor simplesmente que o Instituto, no cálculo da RendaMensal Inicial e nos reajustamentos dos benefícios, obedeça à legislaçãovigente, para tanto, a aposentadoria do Autor deverá ser calculada desdea propositura da referida ação, ou seja, 16/09/2009, pagando-se as

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parcelas não prescritas, relativamente aos cinco anos anteriores aoajuizamento da ação.

O Direito ao benefício é imprescritível, contudo, prescrevem asprestações não reclamadas em cinco anos contados da data em que setornaram devidas, ou seja, os benefícios decorrentes de Leis protetivase que geram efeitos patrimoniais de natureza alimentar não prescrevemno seu fundo, apenas as parcelas são atingidas pelo quinquênio legal.

Em decorrência das decisões reiteradas, o extinto e sempreEgrégio Tribunal Federal de Recursos (TFR) aprovou o seguinteenunciado da Súmula nº 163:

Nas relações jurídicas de trato sucessivo, em que a FazendaPública figure como devedora, somente prescrevem asprestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositurada ação.

Inóqua, portanto, a alegação da Autarquia-Ré quanto à prescriçãodo fundo do direito, fazendo jus o Autor a todas as diferenças dasprestações ainda não atingidas pela prestação quinquenal, quando dapropositura da presente ação.

8) Pelo que se nota, as preliminares arguidas são totalmenteIMPROCEDENTES, onde as provas carreadas aos autos, tanto asdocumentais como as testemunhais, não deixam margens a dúvidasquanto ao DIREITO LÍQUIDO e CERTO do Requerente, no que se refereà Concessão da Aposentadoria por Idade Rural.

9) Requer, pois, a impugnação de todo alegado na peça decontestação, visto que em nada altera o pedido inicial. O Autornãoconcorda com a peça contestatória por ser eivada de vícios etruculências, a fim de continuar prejudicando todos os cidadãosbrasileiros que prestaram serviços a esta Nação durante o seu vigor, eagora, no momento de receber seus benefícios de direito, o INSS, atravésde seu representante legal, apresenta uma frágil contestação sem quenada venha corroborar as decisões de Vossa Excelência.

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286 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,conjuntamente com o pedido inicial, o que deverá ser declarado porsentença nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADEe a JUSTIÇA.

DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificandointegralmente a inicial, com sua total procedência, condenando aAutarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios esucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim asdemais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-DENTES, vez que o Autor encontra-se nas condições regidas pela Normavigente, faz jus ao benefício previdenciário rural, tendo em vista que a Car-teira de Trabalho do Requerente nunca foi registrado, a não ser o seu traba-lho na zona rural, que é reconhecido através de provas documentais etestemunhais.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 287

IMPUGNAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – TUTELAANTECIPADA – INCAPACIDADE LABORATIVA – LAUDO MÉDICOPERICIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ªVARA CÍVEL DA COMARCA DE _________.

Processo nº

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supramencionado,neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, da AÇÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ C/CTUTELA ANTECIPADA, contra o INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial, vêm, perante Vossa Excelência, com o fim de apresentarIMPUGNAÇÃO à Contestação ofertada pela Requerida, às fls. 46/110dos autos, em sua TOTALIDADE, ratificando a peça exordial,requerendo nesta oportunidade pelo devido prosseguimento do feito,e se necessário for, com designação de audiência de instrução ejulgamento, ocasião em que o Autor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a peça contestatóriapara rebater a IMPOSSIBILIDADE do Benefício Previdenciário doAutor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto a Contestação e suas preliminares apresentadas pelaAutarquia-Ré, são completamenteIMPROCEDENTES, uma vez que oAutor encontra-se em estado de INCAPACIDADE LABORATIVA PARAO TRABALHO E A VIDA DIÁRIA, devido a doença adquirida,conforme provas de documentos em anexo, além dos já juntados nainicial.

2) De conformidade com o Laudo Médico Pericial do INSS,juntado na inicial, consta a deficiência pelo CID – Código Internacional

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288 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

de Doenças, no código B92, que são Sequelas de Hanseníase, ou seja,a LEPRA, tornando-o totalmente incapaz a sua atividade dePESCADOR.

3) E mais adiante na defesa da Autarquia-Ré, às fls. 82/84, fls.106/108 e 110, que também comprovaram a referida doença, além dacomprovação de contribuinte previdenciário, esta juntou tais provasa favor do Autor.

4) Para melhor interpretação da situação, o Autor passa a juntarnesta fase contestatória, documentos que comprovam os já juntadosanteriormente, ou seja, documentos que provam e provará em Juízo adoença adquirida HANSENÍASE, e que fora tratada por diversas vezes,por último deixando incapacitado à atividade laborativa, conformeFicha Epidemiológica e Clínica de 16/05/1994, ocorrida no ProntoSocorro de Januária, com os seus devidos tratamentos; o AtestadoMédico para afastamento das atividades com o CID nº A30.1, que éHanseníase (lepra) tuberculóide, expedido em 28/04/2005; LaudoMédico Pericial do INSS, expedido em 21/02/2007, com o CID nº B92,que são Sequelas de Hanseníase (LEPRA), onde que o Autor estavaapresentando diminuição da força e do tato nos membros inferiores,fazendo uso dos medicamentos NIFEDIPINA (Adalat), CAPTOPRIL eHIDROCLOROTIAZIDA, que provocam REAÇÕES ADVERSAS deforma definitiva e temporária.

5) O ADALAT, genérico de NIFEDIPINA provoca as seguintesreações, conforme estudos clínicos realizados, as seguintes reaçõesadversas foram documentadas e estão classificadas por frequência, asaber: Incidência entre 1% e < 10% - Geral: cefaleia. - Sistemacardiovascular: edema periférico e vasodilatação. - Sistema digestivo:náusea. - Sistema nervoso: tontura. Incidência entre 0,1% e < 1% -Geral: dor abdominal, astenia, dor torácica, edema e mal-estar. - Sistemacardiovascular: angina pectoris, hipotensão, palpitação, hipotensãopostural e taquicardia. - Sistema digestivo: constipação, diarréia, bocaseca, dispepsia e distúrbios gastrintestinais. - Sistema nervoso:agitação, nervosismo, distúrbios do sono, tremores e vertigem. -Sistema respiratório: dispneia. - Pele e anexos: prurido, erupção cutâneae sudorese. - Órgãos do sentido:alterações da visão. Incidência entre

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 289

0,01% e < 0,1% - Geral: distensão abdominal, reação alérgica e dor. -Sistema cardiovascular: síncope. - Sistema digestivo: anorexia,flatulência e vômito. - Distúrbios metabólicos e nutricionais:hiperglicemia. - Sistema músculo-esquelético: mialgia. - Sistemanervoso: hipoestesia, insônia, parestesia e sonolência. - Pele e anexos:reações dérmicas. - Sistema urogenital: poliúria. As reações adversasmais comuns, coletadas com base em relatos espontâneos eclassificadas por frequência, são: Incidência < 0,01% - Geral:hipotensão, que pode causar prolongamento do intervalo QT efibrilação ventricular. - Sistema digestivo: hiperplasia gengival eanomalias dos testes da função hepática. - Sistema linfático esanguíneo: agranulocitose e púrpura. - Distúrbios metabólicos enutricionais: hiperglicemia. - Pele e anexos: dermatite esfoliativa,ginecomastia, dermatite fotossensitiva e urticária.”

6) Já o CAPTOPRIL provoca outras reações adversas noorganismo humano que são as seguintes reações adversas foramrelatadas com o uso de Captopril: - Dermatológicas: Erupções cutâneasfrequentemente c/ prurido e algumas vezes c/ febre, artralgias eeosinofilia (4 a 7% dos pacientes). Prurido sem erupção cutânea (2%dos pacientes). Uma associação reversível de lesão tipo penfigóide efotossensibilidade também foi relatada, assim como rubor e palidez. -Cardiovasculares: Hipotensão. Taquicardia, dores no peito epalpitações foram observadas em cerca de 1% dos pacientes. Anginapectoris, infarto do miocárdio, síndrome de Raynauds e insuficiênciacardíaca congestiva também foram relatadas. - Gastrintestinais: Cercade 2-4% dos pacientes apresentaram disgeusia. - Hematológicas:Podem ocorrer neutropenia, agranulocitose, anemia, trombocitopeniae pancitopenia. - Imunológicas: Angioedema envolvendo asextremidades, face, lábios, membranas mucosas, língua, glote ou laringefoi relatado em cerca de 0,1% dos pacientes. O angioedema envolvendoas vias aéreas superiores pode provocar obstrução fatal das vias aéreas.- Renais: São raras e sua relação c/ a droga é incerta, insuficiênciarenal, disfunção renal, síndrome nefrótica, poliúria, oligúria, frequênciaurinária aumentada e proteinúria. - Hepatobiliares: icterícia, hepatite,incluindo raros casos de necrose e colestase. - Outras reações: astenia,ginecomastia, bronco espasmo, rinite e impotência.

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290 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

7) E, finalmente a HIDROCLOROTIAZIDA provoca as seguintesREAÇÕES ADVERSAS, apesar de ser geralmente muito bem tolerado,mas, eventualmente, podem ocorrer as seguintes Reações Adversas:Gastrintestinais: Anorexia, desconforto gástrico, náuseas, vômitos,constipação, icterícia colestática, pancreatite. Sistemanervoso central:Vertigens, parestesia, cefaleia. Hematológicas: Leucopenia,agranulocitose, trombocitopenia, anemia aplástica, anemia hemofílica.Cardiovasculares: Hipotensão ortostática (pode ser potencializada peloálcool, barbitúricos ou narcóticos). Hipersensibilidade: Púrpura,fotossensibilidade, urticária, erupção cutânea, reações anafiláticas.Outras: Hiperglicemia, glicosúria, hiperuricemia, fraqueza, espasmomuscular.

8) Pelo que vemos, o direito do Autor está garantido por nossalegislação vigente, com total amparo ao benefício previdenciário orarequerido, notando-se assim, que as preliminares arguidas pelaAutarquia-Ré são totalmente IMPROCEDENTES.

9) As provas carreadas aos autos, não deixam dúvidas quanto aoDIREITO LÍQUIDO e CERTO do pedido do Autor junto à Autarquia-Ré, quanto ao benefício requerido em 20/01/2006, data em que se iniciao direito à percepção do referido benefício.

10) È de se notar o seguinte posicionamento de nossos Tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.HANSENÍASE. CURA SUPERVENIENTE. SUSPENSÃO DOBENEFÍCIO. PERMANÊNCIA DA INCAPACIDADELABORATIVA DECORRENTE DE DOENÇA DIVERSADAQUELA INICIALMENTE DIAGNOSTICADA.FORMALISMO EXCESSIVO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIALDESPROVIDAS. 1 - A necessidade de regularização da causa quedeu origem ao benefício de aposentadoria por invalidez não podeimplicar em lesão a direito do beneficiário, com a suspensão dopagamento de sua aposentadoria, quando se sabe da suaincontestável incapacidade laborativa, atestada por meio deperícia médica. 2 - A Justiça não pode estar alheia à realidade,

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 291

devendo impedir que a Previdência Social mande de volta aomercado de trabalho uma balconista com mais de 50 (cinquenta)anos, que, aos 24 (vinte e quatro) foi internada num leprosário,encontrando-se hoje, embora curada da hanseníase, incapacitadapara o trabalho por outros motivos - Hipertensão Arterial eDiabetes Melito - pois, além de um excessivo formalismo, é umafalta de sensibilidade. 3 - Apelação e remessa desprovidas. (TRF1ª Região – 1ª Turma - Apelação Cível – Ac. 80234/MG – Processo:1998.01.00.080234-6 - Relator: JUIZ LUCIANO TOLENTINOAMARAL - Julgamento: 13/02/2001 - Publicação: 26/03/2001 DJp.55)

O Autor não concorda com a peça contestatória por ser eivadade vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todos oscidadãos brasileiros que prestaram e prestam serviços à nossa Nação,e que agora no momento de sua fragilidade na saúde, dificultando oseu trabalho, a Autarquia-Ré, através de seu representante legal,apresenta uma frágil contestação, sem que nada venha corroborar comas decisões de Vossa Excelência.

Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,conjuntamente com a inicial, o que deverá ser declarado por sentençanos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e aJUSTIÇA

DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, ratificandointegralmente a inicial, com sua total procedência, condenando aAutarquia-Ré ao pagamento de honorários advocatícios esucumbências, a serem arbitrados por Vossa Excelência, bem assim asdemais custas processuais e cominações legais de direito.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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292 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO

O Requerente apresenta impugnação e argumenta que a Contesta-ção e as preliminares apresentadas pela Autarquia-Ré, são IMPROCE-DENTES, vez que o Autor encontra-se nas condições regidas pela Normavigente, faz jus ao benefício previdenciário por invalidez, tendo em vista queconforme Laudos Médicos Periciais, constam a deficiência pelo CID – CódigoInternacional de Doenças, tornando-o totalmente incapaz a sua atividadelaborativa.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 293

IMPUGNAÇÃO – EMBARGOS A EXECUÇÃO – REVISIONAL DEAPOSENTADORIA – EXCESSO DE EXECUÇÃO – LITIGÂNCIA DEMÁ-FÉ – REAJUSTE – PAGAMENTO – IMPROCEDENCIA – DECISÃOCONDENATÓRIA - PENSÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..........................

.......................... e outras, por seu procurador judicial infra-assinado, inscrito na OAB/... sob nº ......., nos autos nº .........., deEmbargos à Execução opostos pela UNIÃO FEDERAL, vêm,respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentarCONTRAMINUTA AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO, pelos seguintesfatos e motivos:

I - PRELIMINARMENTE

1. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA

O valor dado à causa pela embargante não deve prevalecer,porquanto é exagerado, além do que não se coaduna com as alegaçõesapresentadas.

Ora, se a embargante apresenta um cálculo de pouco mais de R$........., como pode fixar à causa a quantia de R$ ..........?

Assim, deve ser fixado o valor de R$ ......... (......................), parase adequar ao cálculo da embargante.

2. EXCESSO DE EXECUÇÃO

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294 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ao contrário do que alega a União Federal, inexiste excesso deexecução e litigância de má-fé, sendo que o valor apontado pelas autorasdecorre de mera interpretação da sentença.

A decisão de primeiro grau, confirmada pelo acórdão, deferiu opagamento da URP de abril e maio/88, à proporção de 7/30 de suaspensões, nos seguintes termos:

“(...) Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTEA PRESENTE AÇÃO, para declarar o direito das autoras aoreajuste correspondente ao índice de 16,19%, de abril de 1988, aser aplicado sobre 7/30 avos de suas pensões nos meses de abrile maio de 1988, não cumulativamente, condenando a ré aopagamento dessa importância, mo-netariamente corrigida, desdea data em que passou a ser devida até a data do efetivo pagamento.Juros de mora desde a citação.

(...)”

A interpretação feita pela embargante, no sentido de que somentesão devidos reajustes em dois meses (abril e maio/88), à proporção de7/30, não merece prosperar porque é incorreta.

O índice de reajuste integra o valor da pensão. Assim, asdiferenças refletem nos meses subsequentes até a presente data.

Não houve reposição da perda decorrente da supressão da URPde abril e maio/88, o que gerou defasagem em todo o período posterior.

Inadmissível que uma decisão fosse restrita a dois meses, emprejuízo ao período posterior, cuja correção dos valores ficouprejudicada em razão de ausência de majoração anterior.

Destarte, não há que se falar em excesso de execução.

Também, não prospera a alegação de litigância de má-fé dasembargadas, pois não há intenção alguma em obter vantagem indevida,mas, efetivamente, a sentença só pode ter a interpre-tação acimadescrita, não merecendo prosperar a assertiva da embargante.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 295

II –NO MÉRITO

3. INTERPRETAÇÃO DAS PLANILHAS DAS EMBARGADAS

A coluna “diferença” indica o valor da diferença existente entreo que foi pago e o valor devido.

“DEVIDO” é o valor do salário somado ao valor da diferença.

Na coluna percentual de reajuste (% REAJ.) está consignado oíndice de aumento do benefício, mês a mês.

4. ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – ÍNDICES DE IPCDE JANEIRO/89 E DE MARÇO A MAIO/90

Os índices utilizados pela embargante, para atualizaçãomonetária, não merecem prosperar. Não houve a inclusão dospercentuais do IPC de janeiro/89 e de março a maio de 1990.

Ao contrário do que foi aduzido em embargos, os índices deatualização monetária utilizados pela embargada estão corretos,porquanto espelham a variação inflacionária nacional.

Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, o que seadmite apenas “ad argumentandum”, e se for determinada a aplicaçãoda tabela juntada às fls. ... dos autos de embargos, àqueles percentuaisdeve ser somado o IPC de janeiro/89 e de março a maio de 1990.

A tese defendida pela embargante não se sustenta, tendo em vistaque a exclusão dos índices do IPC de janeiro/89 e de março a maio/90impedem a real recomposição do valor devido, além do que, a nãoaplicação desses índices, implica em enriquecimento sem causa dodevedor.

Os arestos colacionados pela União Federal não espelham oentendimento jurisprudencial vigente, que é no seguinte sentido:

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296 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

“CORREÇÃO MONETÁRIA – Conta de liquidação – Apli-caçãodo índice do IPC de janeiro de 1989, fixado em 70,28% –Validade.É válida a aplicação da correção monetária pelo índicedo IPC de janeiro de 1989, fixado em 70,28%. (AI 537.733/1, 3ªC., j. 06.04.93, Rel. Juiz Antonio de Pádua Ferraz Nogueira, “in”Revista dos Tribunais, ano 82, setem-bro/93, vol. 695, p. 117)”

“CORREÇÃO MONETÁRIA – Execução por título extrajudicial– Cálculo de atualização de liquidação – Inclusão dos ín-dicesde variação do IPC para os meses de janeiro/89, março e abril/90e fevereiro/91 – Admissibilidade – Recomposição da perda dovalor da moeda necessária, sob pena de enriquecimento ilícitodo devedor em detrimento do credor.É admissível a inclusão doíndice de variação do IPC no cálculo de atualização de liquidaçãoem sede de execução por título extrajudicial, para os meses dejaneiro/89, março e abril/90 e fevereiro/91, pois revela melhorrecomposição da perda do valor da moeda considerandoexpressiva e notória inflação. E a recomposição se faz necessáriasob pena de enriquecimento ilícito do devedor e em detrimentodo credor,não sendo a correção monetária mais que recomposiçãodo primitivo valor da moeda, não constituindo qualquermajoração ou acréscimo.(AI 545.433-1, 2ª C., j. 01.09.93, Rel. JuizRibeiro de Souza, “in” Revista dos Tribunais, ano 82, novembrode 1993, v. 697, p. 99)”

“LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – Cálculo de correção monetária– Inclusão do período de março/90–jan/91, do percentual devariação do IPC – Admissibilidade.Ementa oficial: Não há empeço legal à inclusão, no período demarço de 90/janeiro de 91, do percentual de variação do IPC nocálculo da correção monetária em conta de liquidação desentença. Precedentes. Embargos recebidos. (Ediv. no REsp.43.358-9, j. 19,12,94, Rel. Min. Costa Leite, DJU 20,02,95, “in”Revista dos Tribunais, ano 84, maio de 1995, vol. 715, p. 288)”

Por estes motivos, os embargos opostos não merecem prosperar.

Page 297: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 297

5. CÁLCULOS DA EMBARGANTE

Impugnam-se expressamente os cálculos da embargante, devendoprevalecer a conta apresentada pelas autoras, às fls. .../... dos autosprincipais.

6. DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, requer-se a Vossa Excelência sejam osembargos julgados improcedentes.

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Inexiste excesso de execução e litigância de má-fé. O valor apre-sentado pelos Exequentes decorre de decisão judicial, que condenou aUnião Federal ao pagamento do reajuste correspondente a 16,19%, deabril de 1988, a ser aplicada sobre 7/30 avos de suas pensões nos mesesde abril e maio de 1988. Os índices inflacionários indicados pela embargantenão refletem a variação da inflação. A exclusão dos índices do IPC dejaneiro de 1989, e de março e de maio de 90, impedem a real composiçãodo valor devido. Pede-se que prevaleçam os cálculos apresentados e pelaimprocedência dos embargos.

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IMPUGNAÇÃO – INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO –NEXO CAUSAL – REPARAÇÃO DE DANO – LEGITIMIDADE ATIVA–NEGLIGÊNCIA – CULPA COMPROVADA – EQUIPAMENTO DEPROTEÇÃO – MINISTÉRIO PÚBLICO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

O MINISTÉRIO PÚBLICO, através de sua Promotoria de Defesada Saúde do Trabalhador, nos autos nº .../..., de AÇÃO DEINDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO, que move embenefício de ..................., contra ..................., em trâmite perante esser. Juízo, em acato ao r. Despacho de fls., vem, respeitosamente,manifestar-se sobre a contestação, nos seguintes termos:

Propôs este órgão Ministerial Ação de Indenização Decorrentede Ato Ilícito, na qualidade de substituto processual do trabalhador................, contra a Requerida ............., em virtude de Acidente deTrabalho, que teve como dano a perda da mobilidade do braço direitodo trabalhador.

1. DA CONTESTAÇÃO

Em contestação, a Requerida alega que a pretensão do autorestaria fadada ao insucesso, pois não haveria nexo causal entre oacidente de trabalho e a omissão e negligência desta. Cabe-nosrelembrar alguns fatos que podem comprovar a negligência da empresacom seus funcionários

A Requerida afirma que o autor foi admitido na função de pedreiroe que, portanto, no momento do acidente, estava o mesmo fazendosubstituição de telhas. Ao que parece, a Requerida quer eximir-se de

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qualquer responsabilidade ao alegar a tarefa que estava sendo executadapelo trabalhador no momento do acidente. Ora, entre as funções depedreiro encontra-se a de substituir telhas, razão pela qual, uma vezmais, está presente o nexo entre acidente e a conduta da empresa.

1.1 QUANTO AO AUTOR:

A Requerida, em sua contestação, afirma que o autor era desidiosoem seu trabalho e negligente na utilização de Equipamento de ProteçãoIndividual (EPI), razão pela qual foi afastado da execução de uma obrade maior amplitude para a reforma da residência onde ocorreu oacidente.

A desídia ou negligência do trabalhador em nenhum momentofoi comprovada pela Requerida. A empresa afirma fornecer EPI a todosseus funcionários, mas, coincidentemente, não encontrou ocomprovante de entrega ao trabalhador substituído. Ora, está maisque claro que o trabalhador laborava sem nenhuma espécie deequipamento de proteção.

A Requerida, visando impressionar ao Ilustre Julgador, apensouaos autos uma advertência sofrida por um funcionário que não o Autor,afirmando que este também teria sofrido uma advertência por suadesídia e negligência. São apenas alegações, não provadas pelaempresa. Ora, essa atitude demonstra que a empresa não possui provasque constatem ser o trabalhador descuidado; do contrário teriademitido o funcionário por justa causa ou advertido o Sr. .................. .E isso não ocorreu.

1.2 QUANTO AO ACIDENTE

A Requerida afirma também que o Autor e seu companheiro detrabalho, Sr. ................., foram afastados da execução de uma obra maior,sendo transferidos para a reforma do forro de uma residência devidoà desídia e negligencia com que agiam durante a execução do trabalho.

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Realmente, a desídia do Sr. .................... foi devidamentecomprovada pela requerida. No entanto, a advertência sofrida peloautor em razão de sua desídia NÃO se encontra comprovada nospresentes autos. Provou-se a desídia de outro funcionário que não obeneficiário da presente ação.

Afirma, ainda, que o Autor costumeiramente laboravaacompanhado pelo Sr. .................., mas que no dia do acidente, devidoa uma falta injustificada deste último, o Autor procedeu à reforma doforro da residência sozinho, sem auxílio de outrem. Outra vez a empresanegou-se ao cumprimento de normas legais, já que não emitiu ordensde serviço por escrito, ferindo a NR-01.

“NR - 01 DISPOSIÇÕES GERAIS

1.7. Cumpre ao empregador:

a) ...

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina dotrabalho, dando ciência aos empregados com os seguintesobjetivos:

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devemconhecer e cumprir;

III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveisde punição, pelo descumprimento das ordens de serviçosexpedidas;

IV - ...

V - ...

VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridadee as condições inseguras de trabalho.”

1.3 QUANTO AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOINDIVIDUAL

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A Requerida afirma ter fornecido Equipamento de ProteçãoIndividual a todos os seus empregados. No entanto, coincidentemente,e por que não dizer surpreendentemente, a empresa não encontroutais comprovantes de entrega justamente ao autor.

O fato alegado pela empresa só vem provar que o autor,efetivamente, laborava sem se utilizar de qualquer Equipamento deProteção individual, que deveria ter sido fornecido pela empresa, queagiu negligentemente em relação à proteção da integridade física deste,descumprindo frontalmente a NR-06, que dispõe:

“NR-06 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

6.1. Para os fins de aplicação desta norma regulamentadora,considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI tododispositivo de uso individual destinado a proteger a integridadefísica do trabalhador.

6.2. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado deconservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva foremtecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteçãocontra os riscos de acidente de trabalho e/ou de doençasprofissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendoimplantadas;

c) para atender situações de emergência.

6.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional,e respeitando-se o disposto no item 6.2, o empregador devefornecer aos empregados os seguintes EPI:

I) Proteção para cabeça:

a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da facecontra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores deprodutos químicos e radiações luminosas intensas.

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b) óculos de segurança para trabalhos que possam causarferimentos nos olhos, provenientes de impactos de partículas.

6.3.1. O empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido ouso de tamancos, sandálias e chinelos.

6.6.1. Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:

d) tornar obrigatório o seu uso.”

Atente-se que a desobediência quanto ao uso de EPI é causaprevista no art. 482, “h”, da CLT. Assim, deveria a Empresa ter demitidoo trabalhador se existisse por parte deste recusa na utilização do EPI.A lei é clara: não basta o fornecimento do EPI, pois também é dever daEmpresa a fiscalização de seu uso correto. Assim, confessa a Empresaque o trabalhador não utilizava EPI, e que a requerida não tomouqualquer atitude para suprir essa falha.

Diz a Requerida que o piso no qual a escada escorregou causandoa queda do trabalhador não era de lajotas, mas de tacos de madeira,pretendendo contestar o Relatório de Investigação realizado pelo SSST/DRT/SP. O laudo faz referência a “piso liso” onde se apoiava a escada:pretende a requerida negar que um piso feito de tacos de madeira nãoé um piso liso?

1.4 QUANTO AO TRATAMENTO DO AUTOR

A empresa alega que o autor demonstrou total descaso com seupróprio tratamento médico, pretendendo prolongar ao máximo seuperíodo de afastamento, pois sua intenção era a de não retornar aoserviço.

Isso não é verdade. O trabalhador, em decorrência do acidente,teve de submeter-se a 2 (duas) cirurgias, recuperando-se parcialmente,já que não recuperou totalmente o movimento do braço direito(conforme se depreende do laudo do SSST/DRT/SP).

Ao encontrar-se parcialmente apto para retornar ao trabalho, foi

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enviado à empresa e reabilitado profissionalmente em outra função:de apontador.

1.5 LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Em peça contestatória a requerida alega que este Órgão Ministerialnão é parte legítima para propor a presente ação. As argumentações daRequerida não podem ser levadas a efeito.

Vejamos:

1.5.1 “Nestes anos de existência desta Promotoria de Defesa daSaúde do Trabalhador, é comum verificar que muitos advogadostêm se debatido em compreender e aceitar a atuação do MinistérioPúblico na propositura desta Ação de Reparação de Dano. E,também Magistrados têm se equivocado, resultando, inclusive,em recursos ao Tribunal de Alçada. E, sem glórias, diga-se aquique todos os acórdãos reconheceram a legitimidade do MinistérioPúblico para propositura destas ações. (Veja-se: Ap. Civ. 56535-7, 21.09.93; Emb. Infr. 36724-8, 24.09.92; Agr. Instr. 67403-7,13.10.94, Agr. Inst. 70.854-9, 21.03.93, entre outras.).

1.5.2 Veja-se que a legitimidade “ad causam” é uma das condiçõesda ação e, assim, a ausência desse requisito leva àimpossibilidade de se exercer o direito de ação. A legitimaçãopode ser ordinária ou extraordinária; no caso da primeira, é aconferida ao titular do direito, e na segunda, esta albergada peloartigo 6º do CPC, alguém está autorizado por lei a defender direitoalheio em nome próprio.”

Assim, a legitimidade do Ministério Público advém do artigo 68do CPP, onde está prevista uma das hipóteses de substituiçãoprocessual:

“Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano forpobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória

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(art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seurequerimento, pelo Ministério Público.”

Observa-se que o Ministério Público passa a exercer o direito deação, em seu próprio nome, para fazer valer um direito alheio, do titulardo direito de reparação.

Até mesmo o Superior Tribunal de Justiça reconheceu alegitimidade do Ministério Público:

“PROCESSO CIVIL. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.REPARAÇÃO DE DANO. LEGITIMIDADE DOMINISTÉRIOPÚBLICO PARA PROPOR A AÇÃO QUANDO AVÍTIMA DO CRIME FOR POBRE. CPP, ART. 68. A substituiçãoprocessual e a representação das partes no processo sãoinstitutos diversos; bem por isso, a substituição processualprevista no artigo 68 do Código de Processo Penal, a despeitodos dispositivos legais posteriores que conferiramprivativamente aos advogados a representação das partes noprocesso. Recurso Especial não conhecido.” (Recurso Especial25.956 – SP (92.20026-5) – DOU 22.08.1996).

1.6 QUANTO À INÉPCIA DA INICIAL

Em que pesem os conhecimentos de direito processual dopatrono do Réu, a inicial não é inepta. Demonstrada foi a existênciada responsabilidade civil, nos seus três pressupostos, ou seja, condutaculposa, dano (material e moral) e nexo de causalidade.

O dano material consiste na perda da capacidade laborativa oudiminuição do valor do trabalho. O trabalhador, sofrendo a perda damobilidade do braço direito, com certeza sofreu diminuição do valorde seu trabalho. Quem empregará um trabalhador que não pode disporde seus dois braços para laborar? Veja-se que a profissão do Sr................... depende, para seu êxito, do desempenho dos braços epernas. É conhecido pela gíria como “trabalho braçal”. Fosse o Sr.

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.................... um advogado ou outro profissional, que não dependessede força física, mas basicamente do desempenho do raciocínio, comcerteza não teria sofrido dano patrimonial.

Já no que diz respeito ao dano moral, utilizando do mesmoexemplo, este estaria presente para ambos os trabalhadores, já queeste dano consiste no sentimento íntimo sofrido pela vítima,consistente em perda da mobilidade do braço direito. Além deafeiamento estético, há um sentimento pessoal imensurável, eis que,no caso do Sr. ..................., este não encontrará um emprego facilmente.Qual a Empresa que empregará alguém sem mobilidade no braço,podendo escolher entre vários trabalhadores coma saúde física íntegra?– Nenhuma! Esse fato por si só demonstra dano moral, ou seja, estarexcluído do mercado do trabalho. Enfim, o trabalhador sofreu danosmorais e o Magistrado, ava-liando o caso, deverá arbitrar a quantiadevida, utilizando-se dos parâmetros já declinados na inicial.

1.7 QUANTO À CARÊNCIA DA AÇÃO

A Requerida afirma que o autor, ao receber alta médica em 2001,foi considerado habilitado para o exercício de outra função, a deapontador, sendo prontamente reintegrado ao quadro de funcionários,na função designada pelo Centro de Reabilitação do INSS.

O fato de o trabalhador receber benefício previdenciário não afastaa propositura da presente ação, eis que é direito previsto pela CartaConstitucional em seu art. 7º, inc. VIII.

A jurisprudência pátria já se manifestou sobre o caso:

“RESPONSABILIDADE CIVIL – ACIDENTE DE TRABALHO –INDENIZAÇÃO DO DIREITO COMUM E ACIDENTÁRIA –CUMULAÇÃO – POSSIBILIDADE – INTERESSE DE AGIR –CARÊNCIA DE AÇÃO AFASTADA – AGRAVO DESPROVIDO.Admitindo-se a cumulação da indenização acidentária com a dodireito civil, presente está o interesse de agir, não se constituindoa comprovação de recebimento de indenização ou mesmo de

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medidas ajuizadas contra o INSS, pressuposto de constituição ede desenvolvimento válido e regular do processo, cuja faltaensejaria a extinção da ação. (Ac. nº 6.812 da Segunda CâmaraCível – Ag. Inst. nº 90.322-8 de Maringá/PR).”

Diz, ainda, que o trabalhador encontra-se totalmente apto paraexercer qualquer função. Isso não é verdade, pois a própria requeridaem sua peça contestatória admite que a perda sofrida pelo autor emseu braço direito é de 50% (cinquenta porcento), razão que não o tornaapto ao exercício de qualquer função, razão por que o INSS solicitou àempresa a mudança de função do autor.

A Requerida afirma, ainda, que foi o trabalhador que aban-donouvoluntariamente seu emprego em setembro de 2001, tornando-se, pois,carecedor desta ação. A empresa omitiu um fato extremamente relevantepara compreensão de tais alegações: logo após o retorno do autor aotrabalho, quando este ainda gozava a estabilidade conferida àquelesque foram vítimas de acidente de trabalho, a empresa pressionou-o detodas as formas para que solicitasse dispensa.

Como esse procedimento, num primeiro momento, não surtiu oefeito almejado, a Requerida passou a ordenar ao autor a feitura detrabalhos braçais, que eram realizados pelo autor da melhor maneiraque seu limite físico possibilitava.

Como se não bastasse, visando à rescisão do contrato de trabalhopor parte do trabalhador, para com isso eximir-se do pagamento dasverbas rescisórias cabíveis, a requerida começou a não remunerar otrabalhador em dia, a lhe negar a entrega de vale-transporte e, por fim,a afirmar categoricamente que o autor procurasse serviço em outrolugar e que a empresa não faria sua rescisão.

Diante de tanta pressão não restou ao autor alternativa senão ade deixar a empresa, em 21.09.2001, data em que solicitou a rescisãodo contrato de trabalho.

Do exposto, a alegação de abandono voluntário do emprego nãoencontra fundamentação.

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1.8 DA CONTESTAÇÃO DA INICIAL

A Requerida afirma que os fatos alegados pelo autor na inicialque dizem respeito à negligencia, desleixo e despreocupação desta paracom seus funcionários, não correspondem à verdade, já que forneciaEPI’s para todos os empregados, inclusive o autor. Como já foiamplamente impugnado nesta peça, a verdade da alegação não foicomprovada pela empresa, já que o comprovante de entrega de EPI’sao autor não foi encontrado. Será mera coincidência?

1.8.1 DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

A requerida pretende contestar totalmente o Relatório deInvestigação de Acidente de Trabalho realizado pelo SSST/DRT/PR,alegando-o equivocado e inválido por ter sido produzidounilateralmente.

Vale ressaltar a origem do órgão incumbido de elaborar oRelatório, bem como suas funções e limitações:

1.8.1.A - A Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho(DSMT), órgão oficial integrante do Ministério do Trabalho, comatribuições de fiscalizar o cumprimento das Normas de Segurança eMedicina do Trabalho (arts. 154 a 201 da CLT), tal como dispõe oDecreto nº 4.552, de 27.12.2002, recepcionado pela Constituição:

“Art. 2º. Compõem o Sistema Federal de Inspeção do Trabalho:

I - Autoridades de direção nacional, regional ou local: aquelasindicadas em leis, regulamentos e demais atos atinentes àestrutura administrativa do Ministério do Trabalho e Emprego;

II - Auditores-Fiscais do Trabalho; (NR) (Redação dada ao incisopelo Decreto nº 4.870, de 30.10.2003, DOU 31.10.2003 – Ed.Extra)

a) legislação do trabalho;

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b) segurança do trabalho; e

c) saúde no trabalho;

III - Agentes de Higiene e Segurança do Trabalho, em funçõesauxiliares de inspeção do trabalho.

(...)

Art. 18. Compete aos Auditores-Fiscais do Trabalho, em todo oterritório nacional:

(...)

XIV - analisar e investigar as causas dos acidentes do trabalho edas doenças ocupacionais, bem como as situações com potencialpara gerar tais eventos;

XV - realizar auditorias e perícias e emitir laudos, pareceres erelatórios; (Redação dada ao inciso pelo Decreto nº 4.870, de30.10.2003, DOU 31.10.2003 – Ed. Extra)

(...)

XXI - elaborar relatórios de suas atividades, nos prazos e formasprevistos em instruções expedidas pela autoridade nacionalcompetente em matéria de inspeção do trabalho;”

1.8.1.B - Com estas atribuições, o Engenheiro de Segurança doTrabalho, Dr. ......................, funcionário deste órgão federal, realizouo Relatório (docs. .. a ..), onde constatou o seguinte:

“Não havia EPI’s como: sapato de segurança, cinto de segurançae capacetes. Não realiza exames médicos admissionais eperiódicos. Falta de fornecimento de EPI é infração à legislaçãovigente, onde o fornecimento de EPI é obrigatório.”

Cumpre informar, ainda uma vez, que a vigente Consolidaçãodas Leis Trabalhistas é taxativa em impor rigorosas normasregulamentadoras sobre segurança e medicina do trabalho, a fim de

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normatizar o correto desenvolvimento do trabalho, com o intuito deprecaver os trabalhadores quanto a acidentes laborais por ineficiênciadas empresas contraentes:

“NR- 01 - DISPOSIÇÕES GERAIS

1.7. Cabe ao empregador:

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentaressobre segurança e medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina dotrabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintesobjetivos:

I - Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II - Divulgar as obrigações e proibições que os empregados devemconhecer e cumprir;

III - Dar conhecimento aos empregados de que serão passíveisde punição, pelo descumprimento das ordens de serviçosexpedidas;

(...)

VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridadee as condições inseguras de trabalho.

c) informar aos trabalhadores:

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais detrabalho;

II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidasadotadas pela empresa.”

As alegações da requerida, como se vê, não encontramfundamentação. O relatório realizado por este órgão federal é umrelatório imparcial e regulado por normas federais, não sendo de formaalguma um instrumento probatório unilateral.

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Quer a Empresa-Ré alterar a verdade dos fatos, tentando imporinfundadas alegações que transmitem a culpa ao beneficiário, e ainvalidade do Relatório de Inspeção realizado. Esta Promotoria deDefesa da Saúde do Trabalhador, que funciona há mais de sete anos,tem visto várias tentativas – e, diga-se, vãs – de empresas que tentamse eximir de suas responsabilidades. Porém a Justiça é imparcial e sevalerá das provas constantes dos autos para apreciar o caso.

2. DO DIREITO

Bem expôs o Réu o direito, já declinado na petição inicial. Sabe-se que é o Autor quem tem o dever de provar o alegado.

Não se pode esquecer o artigo 333 do CPC, de que cabe ao Réuprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo dodireito do Autor.

Em uma breve análise da peça contestatória, o que se verifica éuma extensa exposição, inclusive repetitiva, de fatos não verdadeiros,nada que corresponda ao disposto na citada lei processual.

Nada que possa alterar a verdade dos fatos, amplamente provadajá na inicial. E não se esqueça que deve o Réu provar os fatosconsistentes das expressões injuriosas lançadas na contestação, contrao beneficiário (“desidioso”, “o autor não quer trabalhar”).

3. DO NEXO CAUSAL

O nexo causal consiste na relação entre a conduta negligente doRéu e os danos sofridos. No caso, o nexo causal é de fácil demonstração:a conduta embasada na ilegalidade, em desacordo com o quedeterminam as Normas de Segurança já expostas, foi a responsávelpelos danos sofridos.

Não esqueçamos que o próprio INSS reconheceu o nexo causalentre conduta e dano, tanto é verdade que o trabalhador vem recebendo

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o benefício auxílio-acidente vitalício, tal como se comprova nodocumento de fls. ..

O Autor apresentou as provas tanto da conduta como dos danos,e o Réu nada fez para provar que não atuou na ilegalidade. Essa é averdade dos fatos.

Além do mais, são absurdas as afirmações, feitas pelo Réu, deque o Beneficiário não quis se reabilitar. Mais uma vez, suplicamospor provas destas injuriosas alegações.

4. DO DANO MORAL

A Requerida afirma que o autor não fundamentou seu pedido deindenização por dano moral.

Ora, como já estabelecido na inicial, o pedido fixado para o danomoral é consoante ao significado da perda, e não excede os limitesexigíveis, segundo critérios de justiça e proporcionalidade. Otrabalhador efetivamente sofreu, além do dano físico, um dano moral,já que além de ter sua capacidade laboral reduzida pelametade numde seus braços, o direito, ainda foi pressionado a deixar a empresa,passando por situações vexatórias, conforme se depreende da AçãoTrabalhista RT 17049/96 da 17ª JCJ de ..., presente nos autos às fls. .. a.. .

5. DO PEDIDO

Todas as impugnações realizadas neste item já foram objeto dapresente peça processual.

É esse o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

“INDENIZAÇÃO PELO DIREITO COMUM. INCAPACITAÇÃOPARCIAL E PERMANENTE DE EMPREGADO EM RAZÃO DASCONDIÇÕES AGRESSIVAS DO TRABALHO PRESTADO.

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CULPA LEVE. SÚMULA Nº 229-STF. 1. Após o advento da Leinº 6.367/76, é admissível o pleito de reparação civil, decorrentede sinistro laboral desde então verificado mediante ademonstração da ocorrência de simples culpa, em qualquer desuas modalidades, prescindindo-se do dolo ou culpa grave.”(Recurso Especial nº 50491-0-SP. DJU de 31.10.94. Rel. Min.Barros Monteiro)

A Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal, desde então, deveser objeto de nova leitura, tendo isso sido feito pelos doutrinadores ejulgadores.

O Superior Tribunal de Justiça reiterou seu entendimento emoutras ocasiões:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR ATOILÍCITO. ACIDENTE DE TRABALHO. Culpa. Lei nº 6.367/76.Termo inicial de fluência dos juros de mora e da correçãomonetária. Enunciado nº 54 da Súmula/STJ. Recurso Ina-colhido.I - Ocorrido o acidente após o advento da Lei nº 6.367/76, fica oempregador obrigado a indenização de direito comum se para omesmo houver concorrido com culpa, ainda que leve.” (RecursoEspecial nº 32309. DJ de 02.08.1993. Rel. Min. Sálvio deFigueiredo)

ACIDENTE DE TRABALHO – INDENIZAÇÃO DE DIREITOCOMUM. Necessidade de que se demonstre a culpa, ainda queleve, do empregador. Não é apta a inicial que se abstém dedescrever comportamento culposo com que haja concorrido parao acidente.” (Agravo Regimental nº 58.429-1 SP. Rel. Min.Eduardo Ribeiro)

Assim, basta a existência de culpa, sem distinção de grau, paraque resulte a obrigação de indenizar, tal qual disposto no art. 186 doCódigo Civil.

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Veja-se que o trabalhador, ao subir numa escada para substituirtelhas, sofreu uma queda em consequência do piso liso onde a escadase apoiava. Dessa queda, sobreveio-lhe como sequela a perda damobilidade do braço direito, tornando o trabalhador inapto para funçõesque habitualmente eram exercidas por ele, através das quais retiravaseu sustento e o de sua família.

Pergunta-se: – O empregador não teria o dever inafastável deevitar que atos inseguros por parte de seus funcionários ocorressem?

– Não teria, ainda, o dever nato de zelar pela correta execuçãodas atividades de seus funcionários, para que estes não fossemvítimas de infortúnios, como o ocorrido no caso em apreço?

– Pode o empregador escusar-se da culpa de ter sido negligentena relação laboral, no que tange à segurança mínima de seuscomandados?

O próprio texto da lei responde a tais indagações, quandopreceitua que cabe ao empregador assegurar a segurança no trabalho,instruindo seus funcionários sobre as precauções a tomar, para que seevite o infortúnio laboral.

No caso ora analisado, tal culpa poderia ser considerada grave,como se depreende da magistral definição de HumbertoTheodoroJúnior, em sua obra “Acidente do Trabalho e Responsabilidade CivilComum”:

A jurisprudência brasileira tem-se orientado no sentido deconsiderar culpa grave a da empresa que, ‘faltando com providênciaselementares de segurança do trabalho, deixa seus obreiros expostos aacidentes perfeitamente previsíveis’. Em outros termos, age com culpagrave o empregador que não concede ao empregado, em trabalho plenode riscos, as necessárias medidas de segurança.

O dispositivo supra há de ser interpretado conjuntamente coma seguinte norma, também do Código Civil:

“Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do

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direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado e,se tiver mais de um autor a ofensa, todos responderãosolidariamente pela reparação.”

Quando a empresa não cumpre a obrigação implícita concernenteà segurança de seus empregados e de incolumidade durante a prestaçãode serviços, tem o dever de indenizar por inexecução de sua obrigação.

Como já afirmou o Ministro Rafael Mayer:

“O acidentado sofreu em virtude de imprudência do empregador.Não foi o risco que ele corria no trabalho. O ressarcimento dodano há de consistir em virtude da inexecução de sua obrigação,por culpa grave.”

É, portanto, inquestionável o direito do beneficiário à reparação.O empregador, que cria o risco, tem o dever indeclinável de forneceraos seus empregados condições de segurança, no exercício de tãoperigosa atividade.

Segundo Albert Rabut, qualquer dano ocasionado, seja à pessoa,seja a seus bens, constituiria sempre lastimável menoscabo, não apenasà vítima, como para a sociedade mesma, da qual é parte.

O caso ora em apreço retrata tal falta, pois o acidente sofridopelo Sr. ............... era perfeitamente previsível e facilmente evitado,tivesse a empresa tomado as devidas precauções.

ANTONIO RAPHAEL SILVA SALVADOR, em brilhante análisesobre o tema em questão, assim se manifestou:

“Importantes e cuidadosas são as leis que surgem procurandoalcançar esse campo, em defesa do homem mutilado, ou que temsua capacidade reduzida e também em defesa do interesse socialde ver o sagrado direito de indenização daquele que dá ao seupatrão e à comunidade parte do único bem que muitas vezespossui, que é sua força e capa-cidade para o trabalho.” (em “A

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intervenção do Ministério Público nos processos acidentários”.SP – JUSTITIA, v. 80, p. 27, jan.-mar. 1973)

A não adoção, por parte do empregador, de medidas quepropiciem segurança à realização do trabalho, deve ser consideradadescaso absoluto com a integridade física e moral dos trabalhadores.

Resta clara, pois, a comprovação da culpa, de onde emerge odever de indenizar.

ANTE O EXPOSTO, requer-se o prosseguimento do feito em seusulteriores e regulares termos, afastando-se as alegações preliminaresarguidas, por descabidas e inaplicáveis, pugnando-se pela procedênciada ação, renovando-se o protesto de ampla produção de provas.

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

................................

Promotor de Justiça

RESUMO

O MP apresenta impugnação e argumenta: que a alegação de que oAutor era desidioso e negligente com relação ao uso dos equipamentos deproteção não foi provada; que ao encontrar-se apto para retornar ao traba-lho foi enviado à empresa e reabilitado; que a legitimidade ativa do MPadvém do artigo 68 do CPP; a inicial não é inepta, porque demonstrada foia existência da responsabilidade civil; que o autor não é carecedor da açãoporque não abandonou o emprego; que o pedido de indenização por danomoral está relacionado com a perda; resta clara a comprovação da culpa,de onde emerge o dever de indenizar.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 317

IMPUGNAÇÃO – INSS – CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO –TRABALHO RURAL – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – DIREITOLÍQUIDO E CERTO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

.............................., já qualificado nos autos da AÇÃODECLARATÓRIA C/C PRECEITO CONDENATÓRIO, Processo nº .../..., que tramita por este Juízo, através de seu advogado e procuradorinfra-assinado, vem respeitosamente à presença de V. Exa. IMPUGNARa Contestação ofertada pelo INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,em sua TOTALIDADE, ratificando a peça exordial, requerendo nestaoportunidade pelo prosseguimento do feito, inclusive com adesignação de audiência de instrução e julgamento, ocasião em que oAutor irá produzir suas provas.

No que tange aos documentos juntados com a contestação pararebater a condição de trabalhador rural do autor, é de se notar o seguinte:

1) Quanto à Contestação e suas preliminares apresentadas pelaRequerida, são completamente IMPROCEDENTES, uma vez que oRequerente está pleiteando em Juízo a contagem recíproca de tempode serviço por ele prestado, a fim de receber o pagamento correto eintegral de sua aposentadoria.

2) Não se trata de uma outra aposentadoria, como quer dar aentender a Requerida, mas sim de uma complementação daaposentadoria que recebe atualmente.

3) Na ocasião em que o Requerente laborou na lavoura, a Lei nãopermitia o registro em Carteira de Trabalho do TRABALHADORRURAL, pois naquele tempo o livro de ponto era a terra e a caneta eraa enxada, e querer que o Requerente fosse registrado em Carteira équerer o impossível, inclusive, mesmo porque o trabalho se dava emREGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.

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4) Os direitos do Requerente estão garantidos pelos artigos 7º e201, § 9º, da Constituição Federal, bem como pelas demais legislaçõesque regem a matéria.

5) Pelo que se nota, as preliminares arguidas são totalmenteIMPROCEDENTES.

6) As provas carreadas aos autos, tanto as documentais como astestemunhais, não deixam margens a dúvidas quanto ao DIREITOLÍQUIDO e CERTO do Requerente, no que se refere à Concessão daAposentadoria Integral por Tempo de Serviço por parte da Requerida.

7) Requer, pois, a impugnação de todo alegado na peça decontestação, visto que em nada altera o pedido inicial.

O Requerente não concorda com a peça contestatória por sereivada de vícios e truculências, a fim de continuar prejudicando todosos cidadãos brasileiros que prestaram serviços a esta Nação durante oseu vigor, e agora, no momento de receber seus benefícios de direito, oINSS, através de seu representante legal, apresenta uma frágilcontestação sem que nada venha corroborar as decisões de V. Exa.

Serve-se da presente IMPUGNAÇÃO para alcançar o seu objetivo,conjuntamente com o pedido inicial, o que deverá ser declarado porsentença nos autos, para que se faça cumprir o DIREITO, a VERDADEe a JUSTIÇA.

DIANTE DO EXPOSTO e das provas coligidas nos autos, ratifica-se integralmente o PEDIDO INICIAL, a fim de que seja decretada a suaProcedência, com a condenação da Requerida.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

O Autor apresenta impugnação e acrescenta: a Requerida se utilizada Contestação apenas para cumprimento do rito jurídico, não apresentan-do provas em contrário; o autor tem direito líquido e certo à ação, poisjustificou documentalmente e através de testemunhas que foi TRABALHA-DOR RURAL; o pedido declaratório cumulado com preceito condenatório éprocedente, pois restou comprovado com a documentação juntada no pe-dido.

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IMPUGNAÇÃO – REVISIONAL DE APOSENTADORIA –IMPRESCRITIBILIDADE - DECÊNIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DOESTADO DE .................

CONTRA-RAZÕES

....................., ..................... e ....................., já qualificados nosautos de nº ......., da AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL DEAPOSENTADORIA, que movem nesta Vara contra o INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, por seus procuradoresfirmatários, em face da contestação apresentada pela Autarquia-Ré,vêm aos autos para contraditar a referida peça, na forma abaixo:

A Autarquia-Ré, em peça contestatória, não comprovou alegalidade do procedimento administrativo, que, aplicado ao cálculoda renda mensal inicial e aos reajustamentos dos benefícios, provocouuma significativa e progressiva redução nos valores pagos mensalmenteaos Autores.

Inobstante a total improcedência dos parcos argumentosapresentados pelo Instituto, os mesmos são destacados e contraditadosatravés do presente petitório, na forma adiante:

01. QUANTO À PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO:

A Autarquia-Ré arguiu a prescrição do fundo do direito e dasprestações do benefício dos Autores.A presente preliminar deve ser

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desprezada, uma vez que não estão os Autores postulando mais doque a Lei lhes assegura.

Vigora no Direito Previdenciário o princípio daimprescritibilidade dos direitos patrimoniais relativos ao benefícioem si. A este princípio opõe-se a regra da prescritibilidade dasmensalidades não reclamadas no prazo de 5 (cinco) anos, o que, aliás,foi ressalvado pelos próprios Autores, na alínea ... do item “... DOPEDIDO”, da inicial.

O artigo 103 da Lei nº 8.213, de 24.07.1991, regulamentada peloDecreto nº 3.048, de 06 de maio de 1.999, e suas atualizações, quantoà prescrição dos benefícios previdenciários, estabelece:

“Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo equalquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para arevisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeirodo mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou,quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisãoindeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Redação dadapela Lei nº 10.839, de 2004)”

Pedem os Autores simplesmente que o Instituto, no cálculo darenda mensal inicial e nos reajustamentos dos benefícios, obedeça àlegislação vigente. Para tanto, a aposentadoria dos Autores deverá serrecalculada desde sua concessão, pagando-se as parcelas não prescritas,relativamente aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação.

Elucidativos são os acórdãos a seguir transcritos:

“PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVOREGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISÃO DEBENEFÍCIO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 103 DA LEI Nº 8.213/ 1991. MP Nº 1.523 / 97. LEI DE REGÊNCIA. SÚMULA 359 /STF. (...). I – Quando da concessão do Benefício, não existia prazo

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decadencial do DIREITO À REVISÃO dos benefíciosprevidenciários, restando assim configurada uma CONDIÇÃOJURÍDICA definida conforme a legislação vigente à época dasaposentadorias. Precedentes. II – Se a Lei nº 8.213 / 91, em seuArt. 103, com a redação dada pela Medida Provisória nº 1523-9 /1997, introduziu tal prazo decadencial, essa restriçãosuperveniente não poderá incidir sob situações já constituídassob um pálio de legislação anterior. Súmula 359 / STF. III – Évedado, em sede de Agravo Regimental, ampliar a Quaestiotrazida à baila no Recurso Especial colacionando as razões nãosuscitadas anteriormente. Precedentes. Agravo Regimentaldesprovido.” (STJ –Ag.Reg. AI n° 863.051/PR – 5ª T. – Rel. Min.Felix Fischer - Unânime - DJU do dia 06/08/2007 )

Nas relações jurídicas de trato sucessivo, em que a FazendaPública figure como devedora, somente prescrevem as prestaçõesvencidas antes do decênio anterior à propositura da ação, sendo inóqua,portanto, a alegação da Autarquia-Ré quanto à prescrição do fundo dodireito, fazendo jus os Autores a todas as diferenças das prestaçõesainda não atingidas pela prestação decenal, quando da propositura dapresente ação.

02. QUANTO AO CÁLCULO DO BENEFÍCIO – ATUALIZAÇÃODOS SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO ANTERIORES AOS DOZEÚLTIMOS MESES PELA VARIAÇÃO NOMINAL DA ORTN/OTN:

Alega a Autarquia que os índices aplicados para a correção dossalários-de-contribuição são aqueles estabelecidos pela legislaçãopertinente.

Sem procedência a alegação da Ré.

A atualização dos salários-de-contribuição anteriores aos 12(doze) últimos meses, na verdade, deve ser efetuada pelos índicesoficiais de correção monetária vigentes à época da concessão daaposentadoria, ou seja, a ORTN/OTN.

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Aliás, não é demais salientar que o pedido dos Autores encontraamparo em pacífico entendimento jurisprudencial, tanto assim que amatéria ensejou a edição da Súmula nº 02 do TRF da 4ª Região, cujoenunciado é o seguinte:

“Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo deserviço, no regime procedente à Lei nº 8.213 de 24 de julho de1991, corrigem-se os salários-de-contribuição, anteriores aosdoze últimos meses, pela variação nominal da ORTN/OTN.”

Assim, os argumentos da Autarquia não merecem acolhida,devendo ser condenada na forma do pedido inicial.

03. QUANTO À ALEGAÇÃO DE QUE O PAGAMENTO DAGRATIFICAÇÃO NATALINA DOS EXERCÍCIOS DE 1988 E 1989, NOVALOR DO PROVENTO DO MÊS DE DEZEMBRO, DEPENDIA DENORMA REGULAMENTAR INFRACONSTITUCIONAL:

A Autarquia-Ré argumenta que estava desobrigada de efetuar opagamento da gratificação natalina relativa aos exercícios de 1988 e1989, na sistemática dos trabalhadores ativos, já que, na sua ótica (daRé), os dispositivos constitucionais que asseguravam tal benefício, àépoca, necessitavam de regulamentação.

Conforme demonstraremos adiante, as alegações da autarquianão merecem prosperar.

A atual Carta Magna, recentemente promulgada, que traça as vigasmestras de nosso ordenamento jurídico, definiu o 13º saláriodevidoaos trabalhadores/segurados urbanos e rurais como pertencente àcategoria de direito fundamental, consoante se vê do inciso VIII doartigo 7º.

Com a inclusão dos Direitos Sociais – Capítulo II – no Título II,que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais, o Constituinte de1988 determinou, consequentemente, sua aplicabilidade imediata, aoprescrever no parágrafo 1º do artigo 5º:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se...

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(...)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentaistêm aplicação imediata.”

Portanto, o direito ao 13º salário, conforme dispõe o parágrafo6º do artigo 201 da Lei Maior, deve ser fixado com base no valor dosproventos do mês de dezembro de cada ano, uma vez que erigido àcondição de garantia fundamental.

Nem mesmo há que se cogitar da necessidade da prévia fonte decusteio para conceder tal benefício, pois não seria lógico, muito menostraduziria a finalidade do legislador constitucional, a elaboração deregras que conflitassem entre si, ou seja, aplicabilidade imediata ounão de determinada matéria, especialmente quanto aos benefíciosprevidenciários que há anos recebem tratamento injusto pelaPrevidência.

A presente questão, aliás, consoante demonstram as decisõestranscritas na inicial, ensejou recente manifestação do SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL, espancando definitivamente qualquer dúvidaque ainda pudesse existir a respeito da matéria.

04. DO PEDIDO:

A presente ação envolve matéria exclusivamente de direito; porconsequência, não existem outras provas a serem produzidas.Assim,requerem os Autores o julgamento antecipado da lide, de acordo como que dispõe o artigo 330 e seus incisos, do CPC, condenando-se a Réna forma requerida na inicial.

Termos em que,

Pede deferimento.

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(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Impugnação à contestação. Imprescritibilidade das prestações. Nãoincidência da prescrição decenal. Salários-benefício devem ser corrigidospela ORTN/OTN, nos últimos 12 (doze) meses. Pagamento de gratificaçãonatalina, que é matéria constitucional. Matéria somente de direito. Pedidode julgamento antecipado da lide.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 327

INCLUSÃO DE GENITORA COMO DEPENDENTE – TUTELAANTECIPADA – FUNCIONÁRIO PÚBLICO – ESTATUTO DO IDOSO– PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCADE..............................

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO PROCESSUAL

Art. 71 – Estatuto do Idoso

......................., brasileira, separada judicialmente, funcionáriapública municipal, residente na Rua ..........., n. ..., nesta cidade ecomarca, vem propor contra a SECRETARIA DE ESTADO DAEDUCAÇÃO DO ESTADO DE ......., na pessoa do Secretário de Estado,sediada na Rua ..............., nº ..., nesta capital, com fulcro na legislaçãovigente, a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE INCLUSÃO COMODEPENDENTE DE CONTRIBUINTE C/C ANTECIPAÇÃO DETUTELA, pelos fatos e motivos que ora passa a expor:

1. A Requerente, que é funcionária pública municipal (efetiva),na qualidade de Professora de Ensino Médio, percebe atualmente, noexercício de sua nobre função, não mais de R$ 2.100,00 (dois mil ecem reais).

2. Como se pode perceber através dos contra-cheques nestaoportunidade exibidos, é, igualmente, contribuinte-beneficiária regularda ora Ré, a SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.

3. De efeito, não obstante a minguada quantia que aufere,tratamento lamentável esse que assola, infelizmente, a maioria dosmestres deste País, ainda tem consigo a incumbência de tentar socorrer,como se possível fosse, com a irrisória remuneraçãoque percebe,

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aqueles que consigo residem; além dos filhos, sua inválida genitora,que conta com mais de 70 (setenta) anos, Sra. ................, viúva eimpossibilitada de possuir moradia própria – seja ante a mais completafalta de recursos, seja, principalmente, porque o precário estado desaúde a impede de locomover-se, conforme faz prova do Laudo Médicoem anexo, no qual se lhe atesta “Ateromatose em artérias de ambos osMembros Inferiores com comprometimento mais acentuadoditralmente à direita”, CID-10 nº ......... . Dessa forma, totalmentedependente da filha e, mais, por ser pessoa IDOSA, necessita a genitorada Requerente de urgente tratamento médico, acompanhado de diversose dispendiosos exames (docs. anexos), necessitando de amparo social,conforme descrito no ESTATUTO DO IDOSO.

4. Ao contrário do que se ouve nas insistentes e intermináveispropagandas políticas, diuturnamente veiculadas em rádio e televisão– de que o SUS - Sistema Único de Saúde está totalmente remodelado,e o atendimento normalizado – prosseguem as quilométricas filas paraqualquer atendimento. Desmentindo a propaganda, ao buscar seusdireitos na área da Saúde outra saída não resta à população, enfadadade tanta falácia e nenhuma solução, senão perecer na fila de espera,conseguindo “auxílio” somente após o óbito.

5. Por conta disso a Autora, por não ter condições de arcar comtratamento particular, requer a admissão de sua genitora comodependente, o que foi sumariamente recusado, posto que, no entenderda Requerida, não se trataria de estado de invalidez - ?! (sic).

6. De fato. Se não suficiente a idade avançada que de per si trazconsigo, de regra, a inafastável condição, mesmo o lamentável quadrode saúde da sexagenária senhora, ainda graça em desfavor dadesmotivada negativa o fato da definição de invalidez, perfeitamenteaplicável ao caso sub examine, ou seja, INVÁLIDA, que tambémsignifica o que não vale; nulo, írrito; aquele que perdeu o vigor;enfermo, débil, fraco, incapaz; aquele que está mutilado ou paralítico,inutilizado, ou seja, indivíduo impossibilitado de trabalhar, porvelhice, doença física ou mental, mutilação ou paralisia, ou, ainda, deigual forma, conforme podemos ver nos nossos principais Dicionáriosde Língua Portuguesa.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 329

DIANTE O EXPOSTO, requer de Vossa Excelência sejadeterminado:

a) a citação da Ré, através de seu representante legal, para,querendo, no prazo legal, formular a sua defesa, sob pena deconfesso e revelia;

b) liminarmente, não podendo o inadiável tratamento da velhasenhora ficar à mercê da equivocada análise gramatical, a qualrequer medida reparadora imediata;

c) o atendimento na forma estatuída pelo ESTATUTO DOIDOSO, por ser pessoa sexagenária;

d) a TUTELA ANTECIPATÓRIA, nos termos do art. 273, caput,do CPC, determinando de imediato, via ofício deste E. Juízo,que a Ré proceda à admissão da genitora da Requerente comosua beneficiária;

e) seja condenada, também, nas custas e verbas honorárias abactu arbitradas, como espera e como de direito;

f) protesta provar o alegado por todos os meios e modos em direitopermitidos, em especial por depoimento pessoal, sob penade confesso, inquirição de testemunhas, prova pericial, novosdocumentos e demais que se fizerem necessários, que ficamdesde já requeridos;

g) por fim, ante a impossibilidade de a pleiteante arcar com asdespesas processuais sem prejuízo da própria subsistência,roga, nos termos da Lei nº 1.060/50, seja-lhe concedido obenefício da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .............(.........................).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

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(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

A Autora, como funcionária pública, requer em Juízo a inclusão desua genitora como dependente, por ser uma pessoa sexagenária e, por-tanto, amparada pelo ESTATUTO DO IDOSO, em seus artigos 1º e 2º.Assim procede porque teve seu pedido administrativo recusado pelo entegovernamental; requer, ainda, a TUTELA ANTECIPATÓRIA, para evitar de-mora no atendimento, o que traria à sua mãe o risco de não ser atendidaem vida. A autora requer prioridade na tramitação processual, nos moldesdo artigo 71 do ESTATUTO DO IDOSO.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 331

INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO – INSS –APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LEI Nº 8.213/91 – PERDACAPACIDADE LABORATIVA – AUXÍLIO-ACIDENTE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua............., nº ..., cidade de ................ - ..., por seu procurador abaixoassinado, OAB/... nº ......, com escritório profissional na Rua ...........,nº ..., Bairro ..., nesta capital, onde recebe as comunicações deprocessos, instrumento procuratório em anexo (doc. ...), vem, comrespeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência para propor apresente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO

contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,pessoa Jurídica de Direito Público com sede nesta capital, na Rua.............., nº ..., com base na Lei nº 6.367/76 e demais disposiçõespertinentes à matéria, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:

1. O requerente desenvolvia a sua atividade laborativa comoempregado junto à .............., endereço comercial na Rua ............, nº ...,nesta capital, sendo admitido em .../.../....., com rescisão contratualocorrida em .../.../..... (doc. ...).

2. Além das funções de encanador, típica do seu trabalhoprofissional, o requerente acumulava a função de motorista para oatendimento dos clientes às visitas do trabalho rotineiro, e nem porisso percebia alguma remuneração.

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332 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. No dia-a-dia do seu trabalho, nas atribuições de seu cargo, orequerente desempenhava o seu ofício com inteira responsabilidade,pois era exclusivamente dessa tarefa que obtinha o sustento para asua família.

4. Sucedeu que o requerente, dentro da sua jornada de trabalho,em data de .../.../....., aproximadamente às ... horas, acabou seenvolvendo num acidente de trânsito do qual resultaram lesões emsua pessoa, culminando em internamento hospitalar e consequenteafastamento da sua atividade profissional (Boletim do BPTran eanotações em CTPS, fls. ... - doc. ...).

5. Em decorrência, foi assistido a partir do ... dia pelo INSS(INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL) - AT nº ...,permanecendo em tratamento até .../.../...., oportunidade em que lhefoi concedida alta para posteriormente submeter-se a exame pericial(doc. ...).

6. Tendo em vista o requerente ter-se apresentado naquelaoportunidade e, ainda, encontrar-se completamente debilitado e semcondições para o desempenho normal da sua atividade laborativa,continuou afastado da atividade profissional até que fosse realizada aperícia médica, percebendo auxílio-doença no período de .../.../.... a .../.../.... (doc. ...).

7. Submetido a nova perícia médica em .../.../...., foi considerado,injustamente, apto para o trabalho, conforme Comunicação deResultado de Exame Médico, em anexo (doc. ...).

8. Ora, como se depreende dos documentos acostados, orequerente encontrava-se legalmente afastado das suas funções em facede um acidente ocorrido no transcorrer de sua jornada de trabalho. AEmpregadora, simplesmente, bem antes da realização da períciamédica, sem o mínimo respeito por seu funcionário, que há anosdignificava o seu trabalho honrando o nome da Empresa, foi colocadoàs margens do infortúnio, como se vê do termo de Rescisão de Contratode Trabalho (doc. ...).

9. O requerente teve como resultado do acidente a fratura dosdois (2) membros inferiores, fratura de costela e muitas outrasconsequências, que continuam afetando o requerente até o momento.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 333

10. Internado no hospital ............, nesta capital, esteve sob oscuidados dos seguintes médicos: Dr. ............... (chefe clínico) e Dr....................... (auxiliar assistente).

11. Fraturas dessa natureza, para uma perfeita reabilitação,requerem o mínimo de ... (........) a ... (.........) dias, fato este que nãoocorreu, pois para o requerente não foram dados mais que ... (.........)dias para a retirada das ataduras de gesso (doc. ...).

12. O requerente, até a presente data, encontra-se desempregadoe incapacitado para o trabalho, devido às fortes dores e sequelas que oacidente lhe ocasionou e pela falta de amparo do órgão previdenciário.

DIANTE DO EXPOSTO, propõe a presente perante este E. Juízo,consoante o artigo 109, inciso I, Parte Final da Constituição Federal, eSúmula 501 do STF, para requerer o que segue:

a) Inicialmente, a gratuidade da Justiça ante o estado dedesemprego e miserabilidade do requerente, nos termos daLei nº 1.060/50;

b) Seja o requerido citado no endereço supra, na pessoa de seurepresentante legal, para, querendo, contestar a presente, portratar-se de lei de Ação de Rito Sumário, de conformidadecom o disposto no artigo 19, inciso II, da Lei nº 6.367/76;

c) Seja a presente ação julgada procedente, condenando-se orequerido a conceder APOSENTADORIA POR INVALIDEZ-ACIDENTÁRIA, desde .../.../...., ou seja, a partir do ...º dia daocorrência do acidente.

d) Seja o requerido também condenado:

d.1. ao pagamento dos benefícios devidos a título deAposentadoria por Invalidez Acidentária, a contar de .../.../.....,pois não se acham prescritos pelo pagamento do benefícioauxílio-suplementar depois do auxílio-acidente, e, a seguir,aposentadoria por invalidez, mês a mês;

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d.2. sendo a aposentadoria por invalidez acidentária igual ousuperior a ...% do benefício, no pagamento do pecúliodisposto no artigo 6º, inciso II, da Lei nº 5.316/67, combinadocom os artigos 81, 82 e 83, da Lei nº 8.213/91 e da LC nº 142/2013;

d.3. no pagamento de abono anual, como disposto no artigo 40e parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 e da LC nº 142/2013;

d.4. no pagamento de juros e atualização monetária incidentesobre benefícios não pagos, ou seja, aposentadoria porinvalidez acidentária e abono anual nos termos da Lei nº6.899/81;

e) finalmente, seja o requerido condenado ao pagamento de custasprocessuais e verba honorária, ora se tomando por base asprestações vencidas até sentença e um ano das vincendas,incidindo sobre tudo juros e correção monetária que seincorporam à vantagem econômica auferida pelo requerente.

Requer-se pela produção de todos os meios de prova em direitoadmitidos, especialmente a pericial, que se requer de imediato, etestemunhal.

Dá-se à presente, em consideração às prestações vencidas evincendas, tomando-se por base o valor do salário mínimo de R$ ......(..................), do ano de ....., e, conforme o disposto no artigo 260 doCPC, o valor de R$ ...... (...................).

Nestes Termos,P. E. Deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

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RESUMO

Indenização por acidente de trabalho contra o INSS. No transcorrerde suas atividades, o requerente envolveu-se em acidente de trânsito doqual resultaram lesões corporais gravíssimas, culminando em internamentohospitalar e afastamento de sua atividade laboral. O Requerente encontra-se desempregado e incapacitado para o trabalho, devido às sequelas cau-sadas pelo acidente e pela falta de amparo do órgão previdenciário. Requerseja concedida aposentadoria por invalidez acidentária.

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INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO – CULPA –IMPRUDÊNCIA – LEGITIMIDADE ATIVA – NEGLIGÊNCIA –EMPREGADO – MINISTÉRIO PÚBLICO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ...........................

O MINISTÉRIO PÚBLICO, através de sua PROMOTORIA DEACIDENTES DO TRABALHO, com endereço na Av. ........., nº ..., nestacidade e comarca, onde recebe suas intimações, por seus titulares aofinal firmados e com lastro nos artigos 64 e 68 do Código de ProcessoPenal, e demais disposições legais pertinentes aludidas, vem propor apresente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO,

pelo rito ordinário, em benefício de ..........., (qualificação),portador da Cédula de Identidade/RG sob nº ........... (doc. ...), residentee domiciliado na Rua ............, nº ..., na cidade de ................ - ..., contra................., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MFsob nº ......., com sede na Av. ............., nº ..., nesta capital, e .....................,pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº ..........,com sede na Rua ............, nº ..., na cidade de ............... - ... .

1. DOS FATOS

1.1. Na data de ... de ......... de ...., o Sr. ................. foi admitido naempresa ............, na função de soldador, como consta em anotações naCarteira de Trabalho e Previdência Social (doc. ... a ...), no sentido de

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338 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

prestar serviços à empresa ............., vindo a firmar contrato efetivoem .../.../...

1.2. Desenvolveu normalmente suas atividades até a data de ...de ......... de ....., quando foi vítima de acidente de trabalho, emconsequência da negligência e imprudência da requerida, consistentena omissão de precauções elementares, despreocupação e menosprezopela segurança do empregado, em flagrante inobservância das normaslegais que tutelam a segurança do trabalho.

1.3. O setor em que o reclamante exercia suas funções era o setorde solda. O acidente ocorreu quando um vaso de ar comprimidoestourou, por ter sido manipulado, segundo versão da requerida, porpessoa estranha, não funcionário da empresa, que estava efetuandoempreitada na mesma. Tal vaso de ar comprimido estava desativado,pois seu motor estava com defeito.

1.4. O referido vaso servia para alimentar as oficinas, e, depoisdo acidente, todos os vasos de ar comprimido foram instalados longedo local de trabalho.

1.5. A explosão do cilindro metálico, destinado a armazenar arcomprimido, ocorreu porque o vaso estava sem válvula e, por essemotivo, muito carregado de pressão. Com a explosão muitosfuncionários foram atingidos.

1.6. Com efeito, o Sr. ................. perdeu parcialmente a audiçãodos dois ouvidos devido ao barulho da explosão. Apresenta DisacusiaNeurossensorial Bilateral (CID nº ............), conforme comprova exameem anexo (doc. ...). Verifica-se, ainda pelo documento de fls. (doc.audiometria), que o autor, quando do exame de saúde pré-admissional,realizou exames dos ouvidos, sendo declarado normal.

Atualmente, sente dificuldades para escutar, apresentando, àsvezes, ruídos, zunidos nos ouvidos e segundo declarações médicastrata-se de lesão definitiva irrecorrível e progressiva, interferindo nadescriminação dos sons de fala, quadro que se mantém estável emrelação às audiometrias anteriores. Segundo a Dra. ............., trata-sede lesão definitiva e irreversível, sendo recomendável o uso de aparelho

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de amplificação sonora individual como única tentativa de reabilitaçãoauditiva.

Assim, sem esforço de raciocínio, verifica-se que o Sr. ..........apresenta uma “disacusia-sensorio neural bilateral”, que lhe causouuma “diminuição” auditiva de ...% no ouvido direito e ...% no ouvidoesquerdo, com sequelas irreversíveis, cujo quadro clínico tende apiorar, caso trabalhe em lugares ruidosos.

1.7. A Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho (DSMT),integrante da Delegacia Regional do Trabalho, é o órgão com atribuiçõesde fiscalizar o cumprimento ou não das Normas de Segurança eMedicina do Trabalho (arts. 154 a 201, CLT).

1.8. Na conformidade do Laudo Técnico da DSMT, o médico doTrabalho Dr. ......................., após examinar “in loco” a máquinacausadora do acidente, constatou:

“Segundo dito, teria ocorrido explosão do cilindro metálicodestinado a armazenar ar comprimido, depois de manipulaçãode válvulas e registros por pessoas estranhas à empresa. O vasoreservatório achava-se colocado em recinto de alvenaria econcreto enclausurado parcialmente, havendo abertura para áreadesolada, onde se encontrava o acidentado. Atualmente o sistemade ar foi transferido do local onde se achava instalado. Aindasegundo informado, o vaso reser-vatório achava-se desativadopor defeito mecânico.”

1.9. A realidade é que a requerida não tomou as devidasprecauções quanto à manutenção do referido vaso reservatório, vindoa ocorrer tal sinistro.

1.10. Na verdade, a requerida pouco se preocupa com aintegridade física de seus empregados, inobservando as normas legaisprevencionistas, como ocorreu no caso relatado, triste retrato de suaimprevidência e insensibilidade.

1.11. Deste modo, por conta da negligência e imprudência darequerida, o acidentado teve perda auditiva bilateral consequente da

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exposição do ouvido a ruídos no seu ambiente de trabalho,ocasionando-lhe prejuízos patrimoniais e morais.

1.12. Nenhuma obscuridade está a macular o que restou clarodas evidências demonstradas e o efeito que consta hoje, na forma dedeficiência física do empregado. Trata-se, portanto, o caso em tela, dademonstração de culpa da requerida, provada por diversos fatos, naperda efetiva ocorrida com o Sr. ............., que o leva a conviver daquipara frente com a deformidade, que, entre várias consequências, reduzsua capacidade laborativa.

1.13. Dos fatos verificados, transparente se faz a persistência nodescumprimento de normas que regulam a precaução de acidentes dotrabalho. Estas normas, que regulamentam as disposições de Segurançae Medicina do Trabalho, existem em larga escala, sendo que a própriaCLT, no artigo 200, determina que se devem estabelecer regrascomplementares às normas existentes, no momento que estas foremlacunosas e insuficientes.

1.14. Desta forma, coube ao Ministério do Trabalho, porintermédio da Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, que aprovouas Normas Regulamentadoras (NR), determinar disposições que levemà prevenção de acidentes.

Tratemos especialmente de ressaltar as normas deliberadamentee conscientemente descumpridas, já que existem e é dever das empresasnão somente conhecê-las como adotá-las.

“N.R. 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Item 6.1. - Para os fins de aplicação desta NormaRegulamentadora - NR, considera-se Equipamento de ProteçãoIndividual - EPI todo dispositivo de uso individual (...), destinadoa proteger a integridade física do trabalhador.

Item 6.2 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado deconservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva foremtecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteçãocontra os riscos de acidentes de trabalho;

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b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendoimplantadas;

c) para atender situações de emergência.

Item 6.3 - atendidas as peculiaridades de cada atividadeprofissional, e respeitando-se o disposto no item 6.2., oempregador deve fornecer aos empregados os seguintes EPI:

I - Proteção para a cabeça:

a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da facecontra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores deprodutos químicos e radiações luminosas intensas.

b) óculos de segurança para trabalhos que possam causarferimentos nos olhos, provenientes do impacto de partículas.

(...)

V - Proteção auditiva

a) Protetores auriculares, para trabalhos realizados em locais emque o nível de ruído seja superior ao estabelecido na NR-15.Anexos I e II.

Item 6.3.1 - o empregado deve trabalhar calçado, ficando proibidoo uso de tamancos, sandálias e chinelos.

Item 6.6.1- obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:

d) tornar obrigatório seu uso;”

“N.R. - 13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

Item 13.1.2 - Para efeito desta NR, considera-se “ProfissionalHabilitado” aquele que tem competência legal para o exercícioda profissão de engenheiro nas atividades referentes a projetode construção, acompanhamento de operação e manutenção,inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão,em conformidade com a regulamentação profissional vigente noPaís.

Item 13.9 - Segurança na Manutenção de Vasos de Pressão.

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Item 13.9.1 - Todos os reparos ou alterações em vasos de pressãodevem respeitar o respectivo código de projeto de construção eas prescrições do fabricante no que se refere a:

a) materiais;

b) procedimentos de execução;

c) procedimentos de controle de qualidade;

d) qualificação e certificação de pessoal.

13.9.1.1 - Quando não for conhecido o código de construção,deverá ser respeitada a concepção original do vaso, empregando-se procedimentos de controle do maior rigor, prescritos peloscódigos pertinentes.”

2. DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMOSUBSTITUTO PROCESSUAL

Propõe a presente ação o Ministério Público, na qualidade desubstituto processual do trabalhador acidentado, Sr. ....................,justificando sua atuação nos seguintes dispositivos legais:

Reza o Código de Processo Penal:

“Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a açãopara ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível,contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.”

Aduz a mesma carta, mais adiante:

“Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano forpobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória(art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seurequerimento, pelo Ministério Público.”

Assim, a lei oferece a legitimidade para a atuação do MinistérioPúblico como substituto processual, atinado em nome próprio, porémna defesa de interesse alheio.

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A doutrina acentua esse caminho, conforme se verifica do expostoa seguir:

“Ocorre a substituição processual quando alguém está legitimadopara litigar em juízo em nome próprio, como autor ou réu nadefesa de direito alheio.” (Santos, Moacir Amaral, apud OliveiraJúnior, Waldemar Mariz de. Substituição Pro-cessual, Revistados Tribunais, 197, p. 120)

Segue ainda esse raciocínio:

Importante notar que o substituto processual é a parte na relaçãoprocessual, qualidade que na representação continua a pertencer aorepresentado (...). (Segundo lição de Frederico Marques, citado porOliveira Júnior, ob. citada)

Aliás, no que compete à legitimidade “ad causam” do “parquet”,o extinto Tribunal de Alçada do Estado do Paraná arrestou que:

“MINISTÉRIO PÚBLICO – AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOSEX DELICTO – LEGITIMIDADE ATIVA – SUBSTITUIÇÃOPROCESSUAL, ART. 68 DO CPP – AGRAVO PROVIDO.OMinistério Público tem legitimidade ativa ad causam parapostular no juízo cível, em nome próprio, a reparação dos danosdecorrentes de acidente de trabalho, na condição de substitutoprocessual, quando os beneficiários sejam pessoas carentes, naconformidade do que dispõe o art. 68 do Código de ProcessoPenal.”(Agravo de Instrumento nº 65.414-2, de Rio Branco doSul. Rel.: Domingos Ramina. Curitiba, 06.12.1994)

Em decisão proferida pela Quarta Câmara do extinto PrimeiroTribunal de Alçada Cível da Comarca de São Paulo, sob nº 636 - Agravode Instrumento nº 493.155-7, por unanimidade se decidiu:

“Na lição de Humberto Theodoro Júnior, no processo civil,mesmo quando se comete ao Ministério Público a tutela de

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interesses particulares de outras pessoas, como os interditos, aFazenda Pública, a vítima pobre do delito, etc., a sua funçãoprocessual nunca é a de um representante da parte material. Suaposição jurídica é a de substituto processual (art. 6º), em razãoda própria natureza e fins da instituição do Ministério Públicoou em decorrência da vontade da lei. Age assim em nome próprio,embora defendendo interesse alheio.” (Curso de DireitoProcessual Civil, vol. I, 3. ed., Forense, p. 1.132).

No caso vertente, o “parquet” atua, portanto, amparado porsolicitação da parte,colimando alcançar a reparação do dano sofrido em decorrênciade ato ilícito culposo praticado pela requerida.

A par disso, é o beneficiário pobre na acepção jurídica dovocábulo, pelo que se requerem, desde logo, os benefícios da justiçagratuita. (Doc. ...)

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

A responsabilidade civil é, em termos, independente daresponsabilidade penal do que fixa o Código Civil (art. 935).

Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal,não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ousobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharemdecididas no juízo criminal.

No entanto, existem certas ocorrências em que o atuar do agentematerializa lesão em ambas as áreas: civil e criminal.

Basta emergir um delito em tese oriundo de uma condutapenalmente típica, para que ecloda a pretensão reparatória civil para olesado.

A jurisprudência, com pertinência, tem esmiuçado o tema:

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“Não se pode olvidar a distinção entre os tipos de ação deressarcimento ex delicto: a ação civil de conhecimento, queindepende do resultado do processo penal, nem estásubordinada à efetiva ocorrência do fato penalmente típico, senãoà existência de infração penal, em tese, e à execução da sen-tençapenal condenatória.” (RITJSP, 116/363)

Sobre outro aspecto, é preciso ter presente que em matéria deresponsabilidade civil impera o princípio da “culpa levissima venit”.

A jurisprudência, nesse caso, também tem demonstrado comclareza tal ensinamento:

“INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO – DIREITOCOMUM – DESNECESSIDADE DE PROVA DE CULPA GRAVEDO EMPREGADOR – ART. 7, XXVII, DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL – “JUS SUPERVENIENS” QUE DEVE SER APLICADONO MOMENTO DA DECISÃO. PARTICIPAÇÃO DOMINISTÉRIO PÚBLICO – LEGITIMIDADE EM FACE DO ART.82, III DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CRITÉRIO DEINDENIZAÇÃO PELA LESÃO – DANO MORAL E SUACUMULAÇÃO, ART. 5º, INC. V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL– JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – HONORÁRIOS DEADVOGADO – ART. 20, PARÁGRAFO 5º – PROVIMENTOPARCIAL. Já é pacífico que cabe a indenização pelo DireitoComum em acidente de trabalho e que já não mais se discute aculpa grave do empregador, nos termos do art. 7º, inc. XXVIII,da Constituição Federal. O art. 82, II, do Código de ProcessoCivil legitima a participação do Ministério Público, notadamentepor se tratar de acidente de trabalho. E mesmo que não fossenecessário, não causaria nulidade. “Quod abundant non nocet”.O dano moral pode ser cumulado com a indenização emdecorrência de lesão. É indenizável, ao abrigo do art. 5º, inc. Vda Constituição Federal e jurisprudência já dominante. Os jurose a correção monetária são devidos sobre as verbas vencidas.Honorários de advogados devem atender ao critério do art. 20,

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parágrafo 5º, do Código de Processo Civil.” (PROCESSO Nº 41130-9; ACÓRDÃO Nº 1.165, DE 13.04.92; 8ª CÂMARA CÍVEL –TRIBUNAL DE ALÇADA – PARANÁ).

Assim, mesmo não sendo ela detectada no juízo criminal, queapura apenas as modalidades culposas que mais frontalmente agridemos bens juridicamente tutelados, a sua ocorrência, em qualquer dasoutras modalidades possíveis, sempre repercute positivamente naesfera civil.

Por esse motivo é que a culpa ainda que levíssima (o que não é ocaso dos presentes autos), apesar de insuficiente para a condenaçãocriminal, obriga a indenizar.

Responsabilidade civil, em suma, é a obrigatoriedade de pagar odano, entendido este como a diminuição ou subtração causada poroutrem de um bem jurídico.

Culpa é a violação (intencional ou não) de um dever que o agentetinha possibilidade de conhecer e observar.

Preceituam os arts. 186 e 927 do Código Civil brasileiro que:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligênciaou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete ato ilícito.

(...)

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar danoa outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor dodano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

Esse dispositivo há de ser interpretado conjuntamente com asseguintes normas, também do Código Civil:

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“Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação dodireito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e,se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderãosolidariamente pela reparação.”

São também responsáveis pela reparação civil:

“Art. 932. (...)III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçaise prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou emrazão dele;”

A responsabilidade civil abarca todos os acontecimentos queextravazam o campo de atuação do risco profissional.

Quando a empresa não cumpre a obrigação implícita concernenteà segurança do trabalho de seus empregados de incolu-midade durantea prestação de serviço, ela tem o dever de indenizar por inexecução desua obrigação.

Como já afirmou o Ministro Rafael Mayer, citado por José LuizDias Campos, na obra Acidente do Trabalho, São Paulo, LTr, 1989, p.41:

O acidentado sofreu em virtude de imprudência do empregador.Não foi o risco que ele corria no trabalho. O ressarcimento dodano há de consistir em virtude da inexecução de sua obrigação,por culpa grave.

Sobreleva observar que a Consolidação das Leis do Trabalho étaxativa em impor rigorosas obrigações ao empregador no que concerneà segurança de seus empregados, na forma das disposições seguintes:

Cabe às empresas:

“Art. 157.(...)

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina

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do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quantoàs precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalhoou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de22.12.1977)

III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgãoregional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridadecompetente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)”

Em contrapartida, cabe ao empregado observar as normas desegurança e medicina do trabalho, sob pena de incorrer em ato faltoso(art. 158 e parágrafo da CLT).

Desta sorte, o empregado que se recuse a usar equipamentoindividual de proteção, por exemplo, é passível de demissão por justacausa.

JOSÉ LUIZ DIAS CAMPOS, autoridade no assunto, assim seexpressa (in RT 635, p. 128):

“Nos termos do art. 68 do Código de Processo Penal Brasileiro, avítima sendo pobre e requerendo o patrocínio do MinistérioPúblico, havendo em tese o ‘fumus boni juris’, mesmo ocorrendoo arquivamento do inquérito policial, aquele órgão ingressarácom a devida ação de reparação de dano contra o empregador ouprepostos ou contra terceiros.”

Ademais, por oportuno, cabe assegurar que em matéria deacidente de trabalho a reparação é devida independentemente do graude culpa do empregador. Nesse sentido, a Constituição Federal dispõe:

“Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alémde outros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

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XXVIII - Seguro contra acidentes do trabalho, a cargo doempregador, sem excluir a indenização a que está obrigado,quando incorrer em dolo ou culpa.”

Analisando esse preceito, que é inovação em relação ao textoanterior, HUMBERTO THEODORO JÚNIOR anota:

“XI - A inovação da Constituição de 1988:

57. No regime da carta revogada, portanto, ficou solidamenteassentada a possibilidade de coexistência da reparaçãoacidentária e da indenização civil. Isto, porém, não se dava emtermos absolutos, porque se entendia que a culpa leve do patrãoera absorvida pelo risco normal da atividade empresarial. Desorte que somente a conduta anômala do empregador, retratadana culpa grave ou no dolo, teria forças de gerar, no acidentelaboral, o dever de indenizar nos moldes da lei civil.

58. Assim, era o entendimento universal dos pretórios que, se oacidente não resultou de culpa grave ou dolo do empregador,não cabe indenização pelo direito comum.

59. Agora, a Constituição de 1988, além de manter o regime deseguro previdenciário para o acidente e trabalho, deu o passofinal para separar, total e definitivamente, o regime dainfortunística do regime da responsabilidade civil.

60. Com efeito, ao enumerar os direitos sociais dos trabalhadoresa nova Carta, no art. 7º, número XXVIII, arrola o seguro contraacidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir aindenização a que está obrigado quando incorrer em dolo ouculpa.

61. Esse dispositivo tem duas grandes e fundamentais inovações,a saber:

A) Passou o custeio do seguro de acidentes do trabalho para aexclusiva responsabilidade do empregador...

B) A responsabilidade civil do patrão caiu totalmente no regime

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do Código Civil. Qualquer que seja, portanto, o grau de culpa,terá de suportar o dever indenizatório as regras do direito comum,sem qualquer compensação com a reparação concedida pelaPrevidência Social.

62. A exigência, pois, de culpa grave ou dolo para condicionar aresponsabilidade civil paralela à indenização acidentária, foiinteiramente abolida nos termos da inovação trazida pela novaConstituição: Qualquer falta cometida pelo empregador, naocasião do evento lesivo, acarretar-lhe-á o dever indenizatóriodo art. 159 do Código Civil, mesmo levíssimas, porque in legeaquilia et levissima culpa venit.”(in Responsabilidade Civil -Doutrina e Jurisprudência – 2. ed., Rio de Janeiro: AIDE Ed.,1989, p. 119 e ss.)

Em consonância com o dispositivo questionado, o artigo 2º daLei Complementar nº 142, de 08 de maio de 2.013, diz:

“Art. 2º. Para o reconhecimento do direito à aposentadoria deque trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa comdeficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo denatureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, eminteração com diversas barreiras, podem obstruir sua participaçãoplena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com asdemais pessoas.”

Portanto, o direito dos beneficiários à reparação, que já existiano sistema anterior, após a promulgação da vigente Constituição,tornou-se inquestionável.

Por essa elementar razão, o empregador, que cria o risco, tem odever indeclinável de fornecer aos seus empregados condições desegurança, no exercício de tão perigosa atividade.

Conclui-se, então, que houve culpa da requerida, decorrente defrontal e deliberada inobservância da lei que tutela a segurança dotrabalhador, eis que pelo que dispõe o art. 157, da Consolidação dasLeis do Trabalho, o empregador é obrigado a orientar seus funcionáriosa fim de prevenir acidentes e atos in-seguros no desempenho do

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trabalho; assegurar que seus empregados estão se utilizando das ordensde serviço do empregador; bem como adequar devidas proteções emmáquinas que possam de alguma forma prejudicar a saúde dotrabalhador.

O evento danoso originou-se de ato ou omissão da ré, tudo pelaimprevidência da requerida, que se omitiu em adotar cautelaselementares, como consta na inicial e no laudo pericial, evidenciando-se o menosprezo pela segurança do trabalhador.

A tentativa de se atribuir a culpa do acidente ao infortunadotrabalhador é vã, pois é intransferível a obrigação de fiscalizar ascondições de segurança do andamento do serviço, proibindo qualquercondição insegura ou violação das normas legais.

A empresa, mesmo sabendo que aquela atividade era perigosa eexigia maiores cuidados, não providenciou os equipamentos desegurança necessários, no caso a coifa de proteção, para evitar aocorrência de possíveis acidentes; se assim procedeu é porque assumiuo risco de eventual acidente, porque iria responder por ele.

Com tudo isto, fica demonstrado a falta de orientação efiscalização da requerida, que não poderia permitir que seu funcionáriolaborasse em condições inseguras no trabalho, sem se preocupar coma integridade física daquele que contribuiu através de seus laboresdiários para que a empresa possa auferir seus lucros.

De outra parte, da análise dos fatos que deram causa aoinfortúnio, é importante frisar que os trabalhadores desenvolvem suasfunções laborais em condição insegura de trabalho, a saber:

“Os acidentes ocorridos por condições inseguras são aqueles cujacausa é decorrente das condições de trabalho.”

(...)

“Referem-se à prática diária (rotina) no exercício da atividadelaborativa em condições de trabalho contrárias às preconizadaspelas Normas Técnicas Regulamentadoras.” (Fundacentro -Atualidade em prevenção de acidentes. Vol. 18, nº 209 – Maio/1987).

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ANTE O EXPOSTO, fica demonstrada a culpa “in vigilando” daempresa, ao omitir-se na fiscalização e cumprimento das normas desegurança e medicina do trabalho e deixando de observar os deveresde cautela essenciais estipulados pela legislação prevencionista, aopermitir que pessoas estranhas fossem manipular o tubo de gás.

A “culpa in vigilando”, na definição do Dr. Juiz Rui Stocco:

“Culpa in vigilando é a que promana de ausência de fiscalizaçãopor parte do patrão, quer relativamente aos seus empregados,quer no tocante à própria coisa.” (em Responsabilidade Civil esua Interpretação Jurisprudencial, Ed. Revista dos Tribunais,1994, p. 44).

“Culpa in vigilando decorre da falta de atenção com oprocedimento de outrem, cujo ato ilícito o responsável devepagar, p. ex., ausência de fiscalização do patrão, querrelativamente aos empregados, quer à coisa.” (RT. 238/26: Súmula341 do STF).

Neste sentido, transcrevemos a seguinte decisão:

“Indenização – Acidente do trabalho – Provada a culpa ‘invigilando’ do empregador, cabível a indenização, pelo direitocomum – Sentença correta. Recurso conhecido e não pro-vido”.(A. un. da 4ª Câmara Cível. Junho/95 do TAPR – Ac. 5885 – Rel.Juiz Moraes Leite).

Desta forma, o beneficiário sofreu prejuízo de natureza não sópatrimonial, com também moral, hoje previsto e admitido pelaConstituição Federal, artigo 5º, inciso X, referido pelo insigne mestreJosé de Aguiar Dias como:

(...) reação psicológica à injúria, são as dores físicas e moraisque o homem experimenta em face de lesão. (Da ResponsabilidadeCivil, vol. II, p. 740 e 741, nº 228).

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Ainda e sempre o magistério de Carlos Alberto Bittar:

Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas, físicas oujurídicas, em certos aspectos de sua personalidade, em razão deinvestidas injustas de outrem. São aqueles que atingem amoralidade e afetividade da pessoa, causando-lheconstrangimentos, vexames, dores, enfim, sentimentos esensações negativas. (“Danos Morais: critérios para sua fixação”– Re-pertório IOB de Jurisprudência 15/93)

É o caso dos familiares, que merecem ter compensações àsangústias, às aflições, às dores, enfim, ao sofrimento que lhe impôs aré.

Segue, pois, a lição de Carlos Alberto Bittar:

A tendência pátria é a fixação de valor de desestímulo como formade inibição a novas práticas lesivas. Trata-se, portanto, de valorque, sentido no patrimônio do lesante, o possa fazerconscientizar-se de que não deve persistir na conduta reprimidaou então deve afastar-se da indevida por ela assumida. De outraparte, deixa-se para a coletividade exemplo expressivo da reaçãoque a ordem jurídica reserva para infratores neste campo. (Op.cit.)

Para apuração do “quantum” da reparação que se fixará porarbitramento, e em execução, levam-se em conta basicamente ascircunstâncias do caso, a gravidade do dano e, nos termos dalição supramencionada, a ideia de sancionamento da ré.

A esse respeito, nenhuma dúvida remanesce sobre a reparaçãodo dano moral, e que são cumuláveis as indenizações por dano morale material oriundos do mesmo fato, conforme a Súmula 37 do STJ:

“São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moraloriundos do mesmo fato.” (Cf. retificação no DJU 18.03.92, p.3.201).

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Para aferição do dano moral e fixação do respectivoressarci-mento, a doutrina aconselha considerar a extensão dosofrimento do ofendido, a gravidade e as repercussões da ofensa, aintensidade da culpa, a situação econômica do ofendido e do ofensor,etc.

Neste sentido, quanto aos critérios para fixação do dano moral,transcrevemos a seguinte decisão:

“Responsabilidade Civil – Indenização de dano moral – Fixaçãoem 500 salários mínimos, valor tido por moderado frente ànecessidade de quem pede e a possibilidade de quem paga –Decisão que se insere na esfera do convencimento do Juiz –Recurso Improvido.” (Ac. un. da 3ª C. Especial – julho/93 do 1ºTACSP – Ac 526.380-3 – Rel. Juiz Aloísio de Toledo César – j.02.07.93. – Apte.: Expresso Brasileiro Viação Ltda.; – Apdos.:Ministério Público em favor de Luiz Paulo Silva e outros – ementaoficial).

Do voto do relator transcrevemos o seguinte entendimento:

“Uma vez que o dano moral hoje está previsto e admitido atémesmo pela Constituição Federal, inexistindo a lei que determineo critério para a sua fixação, forçoso concluir que tal decisão seinsere na esfera de convencimento do juiz.

A decisão haverá de avaliar, criteriosamente, a necessidade dequem o postula e a possibilidade de quem o pagará. No caso, osautores da Ação são pessoas pobres, na acepção jurídica dapalavra, tanto que foram representadas pelo Ministério Público,em elogiável iniciativa desse órgão do Estado.A empresa-ré, porsua vez, é uma antiga, tradicional e poderosa empresa detransportes de passageiros, para quem a condenação aopagamento de 500 salários mínimos não representará umasuprema desgraça. Ante a necessidade de quem pede e apossibilidade de quem paga, conclui-se que a fixação de 500salários mínimos foi extremamente moderada, devendo ser

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mantida.” (Repertório IOB de Jurisprudência - 1ª Quinzena deSetembro/1993 – nº 17/93 – p. 322)

Portanto tais danos, necessariamente, devem ser ressarcidosdentro do espírito que norteia a responsabilidade civil, segundo o quala indenização não enriquece e nem empobrece.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

................................

Promotor de Justiça

RESUMO

O MP propõe ação de indenização decorrente de ato ilícito, em virtu-de de acidente ocorrido, que ocasionou a perda da audição dos dois ouvi-dos do substituído, em razão de explosão de cilindro metálico destinado aarmazenar ar comprimido. O acidente ocorreu por não ter a empresa man-dado efetuar a manutenção do vaso reservatório. Pede por indenizaçãopela incapacidade, a partir da data do evento, devendo o valor apurado sercomputado em dobro; indenização por dano moral; constituição de capital,conforme determina o artigo 602/CPC; condenação ao pagamento das des-pesas referentes ao aparelho auditivo.

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INDENIZAÇÃO – DOENÇA OCUPACIONAL – REDUÇÃO DECAPACIDADE LABORATIVA – LEI Nº 6.367/76 – DECRETO Nº79.037/76

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ...ª VARA TRABALHISTA DE ..............................

....................., (qualificação), portador da CTPS nº ............., CPF/MF nº ................, residente e domiciliado na Rua .............., nº ..., porseus advogados e procuradores constituídos (doc. ...), respeitosamentevem à presença de Vossa Excelência para propor AÇÃO DEINDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRABALHO, contra o INSS, napessoa de seu representante legal, sito na Rua ............., nº ..., nestacidade, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS:

1. O Autor iniciou atividade laborativa dentro da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, devidamente registrado na Carteira Profissionalem tenra idade; em ..., inicia na .............., na função de ......., daí emdiante seguiu a carreira de obreiro, prosseguindo sempre na mesmafunção, em empresas outras, porém sempre se especializando.

2. Em ....... inicia na .................., saindo em ....., retornando em....... e saindo em ....... .

3. Como nas demais empresas, na função de Soldador, agoraSênior (doc. ... e doc. ...).

4. Tal função, além da habilidade técnica específica, exige doprofissional esforços físicos multivariados, submetendo-o a níveisdecaloria, luminosidade, radiações, sonoridade e poluição do ar em grausaltamente perniciosos a sua saúde.

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5. Devido à enorme variedade de peças e estruturas a seremtrabalhadas, aos vários pontos a serem soldados, e às proporções queapresentam, tais como forma geométrica, peso, tamanho, resistência,etc., o obreiro tem que se desdobrar fisicamente, ora soldando decócoras, ora deitado, curvado a 90 graus para frente ou para trás, orase distendendo totalmente por sobre a cabeça para alcançar pingosaltos, ora inclinado pelas laterais, ora de joelhos, etc.

6. Devido à dureza dos materiais a serem trabalhados, osequipamentos de soldagem se diferenciam, também, em peso, tamanho,etc., defletindo maiores ou menores coeficientes de luminosidade,caloria, fumaça, etc., expondo o obreiro a até 150 (cento e cinquenta)graus Celsius, ou a situações em que vários soldadores trabalhamsimultaneamente, na mesma peça, e fisicamente próximos, o queocasiona um ambiente de extrema nocividade.

7. Não bastando, há ainda o manejo do equipamento desoldagem, que pesa por volta de 40 quilos e é transportado manualmentepara os vários locais em que são utilizados, bem como os tubos deCO2, também transportados manualmente.

Em breves toques, o encimado traça um perfil ligeiro da atividadelaborativa do Soldador.

Existem situações específicas; por exemplo, a situação do obreirotelado, que solda INOX; esta deflete muita fumaça e caloria devido àdureza do material a ser soldado, bem como executar soldas no interiorde peças, tais como tubos, onde praticamente inexiste ventilação, eem ambientes praticamente fechados.

8. Ocorre que, por volta de ......... de ...., o autor começou a sentirdores na COLUNA VERTEBRAL, tendo que inúmeras vezes procuraros serviços da enfermaria da Empregadora, ficando afastado de seutrabalho e recebendo benefícios do INSS.

Várias vezes teve sua falta ao trabalho abonada para ir a médicosfora do âmbito da Empregadora, tais como Rs. ..., ..., em que foidetectada HÉRNIA DE DISCO, encaminhando-o a exames maisacurados, em outros locais.

Houve época em que o Autor trabalhava ... ao mês, tendo que se

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afastar por questões de saúde, e o problema foi se agravando e não seefetivou qualquer providência para a mudança de setor, para atenuar aprogressão da moléstia.

Ficando internado para tratamento no ............, aos cuidadosmédicos do Dr. .................. .

O quadro clínico encimado, advindo do reflexo infortunísticolaborativo, deu ao Autor uma redução de sua capacidadesocio-profissional; para a devida apreciação, seguem documentos afins,de .... a .... .

A Legislação acidentária visa amparar profissionais que emvirtude da agressividade de suas funções tenham sua capacidadelaborativa reduzida, e, por conseguinte, ficam em desvantagem nacompetitividade profissional em relação aos demais trabalhadores.

Essa é a situação do Autor, pelo que, com base na ConstituiçãoFederal, LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013, LeisFederais nºs. 6.367/76 e 8.213/91, regulamentada pelo Decreto 3.048/99, requer:

a) Os benefícios pecuniários cabíveis após a consolidação daslesões advindas da moléstia adquirida em função de suasatividades laborativas;

b) Diferença do auxílio-doença previdenciário concedido ao autorpara o homônimo acidentário;

c) Realização de perícias médicas para avaliar as condições físicasatuais do autor e as causas de suas lesões, sendo que, paramelhor apreciação, os experts deverão ser oficiados:

– A empregadora ................, com endereço na Rua ..........., nº ...,para fornecer ficha ambulatorial e relatórios médicos desde aadmissão até seu desligamento;

– O Hospital ..........., para fornecer a ficha médica ambulatorial eo prontuário do autor desde o início do tratamento;

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– e o INSS, para fornecer os benefícios concedidos ou negados,NB ... e ... .

d) Citação do réu, com endereço na Rua .............., nº ..., na pessoade seu representante legal;

e) Os benefícios da Justiça Gratuita por não ter condições e arcarcom as custas processuais;

f) Pagamento dos honorários advocatícios em 15% sobre osatrasados, até a data da sentença, e mais um ano das vincendas,custas processuais, despesas que se fizerem necessárias edemais cominações de direito.

g) Requer, ainda, seja aplicado o índice integral no 1ºreajustamento, e quando do cálculo da renda mensal sejaaplicado o art. 58 das disposições transitórias da CFconvertendo em salário mínimo, bem como seja efetuado omelhor cálculo para a RMT, tomando-se a média dos melhores12 meses dentro dos 18 meses e multiplicando-se pelo valor/hora de trabalho no dia da citação ou aplicando-se o valor/hora do dia da citação.

Protesta provar o alegado através de prova pericial já requeridaacima, pela formulação de quesitos e indicação de assistente técnico“opportuno tempore”, oitiva de testemunhas que arrola abaixo,documentos acostados a este, e demais provas em lei admitidas.

Dá-se à causa o valor de R$ ....... (......................), para efeitosfiscais e de alçada.

Termos em que,P. Deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

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ROL DE TESTEMUNHAS:

1. ............................;2. ............................;3. ........................... .

RESUMO

O Requerente pleiteia indenização por acidente de trabalho e auxí-lio-doença, em face da redução de sua capacidade laborativa e consequentedesvantagem na competitividade profissional advindas do exercício de suaatividade, a qual exige esforços físicos variados, submetendo-o a níveis deluminosidade, calor, radiações e sonoridade extremamente elevados.

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INDICAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS – PREVIDENCIÁRIO –ATENDIMENTO DE DESPACHO JUDICIAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE .........................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

Ação ordinária de .....

Processo nº

......................, (qualificação), já devidamente qualificado na peçaexordial dos autos da presente em epígrafe, que litiga em face do INSS– Instituto Nacional do Seguro Social, também já qualificado no feito,tendo em vista o despacho de fls. XXX vem apresentar as provas quepretende produzir, em complementação ao teor de seu pedido inicial:

I - prova testemunhal, caso necessário;

II - prova pericial, caso necessário;

III - depoimento pessoal do réu, caso necessário.

DIANTE O EXPOSTO, requer a juntada da presente indicaçãoaos autos supra indicados.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

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Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

O Impetrante vindo atender o despacho judicial nos autos, apresen-ta as provas que pretende produzir, em complementação ao pedido inicial.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

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INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS - ANTECIPAÇÃO DE PROVAS –PREVIDENCIÁRIO – IDADE AVANÇADA – MOLÉSTIA GRAVE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ........................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

....................................,, (qualificação), residente e domiciliado naRua .... nº ...., nesta cidade e Comarca, por seu advogado e procuradorinfra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência,com fundamentos nos artigos 846 e seguintes do CPC, requerer anotificação de ........................(nome, qualificação e residência), paraassistir, em dia e hora que forem designados, ao depoimento de........................ (nome, qualificação e residência), tendo em vista osmotivos seguintes:

1) O Requerente move contra o Requerido, nesse Juízo, uma ação,na qual é imprescindível, para complementar a sua prova, odepoimento da testemunha ........................, para fins de complementaras informações de cunho previdenciário.

2) Por tratar-se de informação de natureza imprescindível para aaquisição do benefício previdenciário ora pleiteado, mas, por outrolado, levando em conta a idade avançada e o precário estado de saúdeda referida testemunha, é de recear-se que, ao tempo regular darealização da prova, não mais exista, justificando-se, pois, a medidaora requerida.

3) No tocante à idade avançada do Autor e sua saúde debilitada,poderá ser motivo da testemunha ter que se ausentar do País, parafins de tratamento de sua saúde, sendo, portanto de naturezaURGENTE a sua intimação, para apresentar-se neste E. Juízo.

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Assim, cumpridas as formalidades legais, requer a devoluçãodos autos, independentemente de traslado, que servirá de provaoportunamente.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

O Impetrante, com receio de que as provas possam ser extintaspelo falecimento da testemunha-chave, requer o comparecimento destaem Juízo para apresentar as provas reais para contemplação do benefícioora requerido. Também poderá ser motivo da presente o fato de a testemu-nha ter que se ausentar do País, e então a petição será dirigida ao juiz dacausa, o qual procederá à intimação da parte contrária, para assistir aodepoimento e inquirir a testemunha.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

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JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA – ANOTAÇÃO EM CTPS –APOSENTADORIA – ART. 861/CPC – TRABALHADOR RURAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) CHEFE DE BENEFÍCIO DOINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.

......................, (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/RG sob nº ............... (doc. ...), inscrita no CPF/MF sob nº ..................(doc. ...), residente e domiciliada na Rua .............., nº ..., Bairro ...........,na cidade de .............. (doc. ...), por sua procuradora judicial e advogada(doc. ...), inscrita na OAB/... sob nº ......, com escritório profissional naRua ............., nº ..., Edifício ..., em .............. - ..., onde recebe intimações,vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria requerer a presente

JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA

pelos fatos e fundamentos abaixo articulados:

I - DOS FATOS

A requerente exerceu a função de trabalhadora rural nomunicípio de ................., Estado de ............, no período de .... a ....,fazendo todos os serviços provenientes da lavoura de milho, tais como:capina, arruação e colheita, em propriedades rurais pertencentes a seupai e seu sogro: .................... e ...................... .

Seu sogro possuía uma propriedade rural com área de ... (.........)alqueires paulistas ou ... (..........) hectares, situada no município ecomarca de ............... (doc. ...), e como era de costume na zona rural,desde o mês de ........ de ....., quando completou 15 (quinze) anos, arequerente já trabalhava na lavoura com os pais. Após seu casamentoem, .../.../..... (doc. ...), continuou seu labor exercendo função de

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trabalhadora rural, em uma área de terras de ... (.........) alqueirespaulistas que foi desmembrada da área total (doc. ...), para que cadafilho pudesse trabalhar para sua própria subsistência.

O casal, desde ........ até o falecimento do marido, .......................,em .../.../..... (doc. ...), laborou nesse espaço de terras, no cultivo demilho.

Após o falecimento do marido, a Requerente continuou a laborarjuntamente com os filhos: .................., nascida em .../.../...., (doc. ...),.................., nascida em .../.../.... (doc. ...), .................. nascido em .../.../.... (doc. ...) e .................., nascido em .../.../... (doc. ...), menoresimpúberes.

A Requerente continuou exercendo a função de trabalhadorarural, em regime de economia familiar com seus filhos, até ............. de....., mas sem Registro na Carteira de Trabalho, possuindo como provaapenas as notas fiscais de entrada de cereais do .......... (docs. ...), asDeclarações do Imposto de Renda (docs. ...), declaração do Sindicatodos Trabalhadores Rurais de .............. (doc. ...), e Contratos de ParceriaAgrícola (doc. ..).

Corrobora ainda como prova material a cópia da Transcrição deTransmissões (doc. ...), onde consta que, através de Formal de Partilhado Espólio de ................ (sogra da Requerente), a área de ... (............)alqueires, através da matrícula ........, foi partilhada entre os filhos daRequerente (doc. ...).

Após várias tentativas de parceria agrícola, arrendamento eoutros, a Requerente e seus filhos alienaram os ... (............) alqueirespaulistas de terra em .../.../...., conforme certidão em anexo (doc. ...).

Ocorre que atualmente a Requerente necessita justificar o períodode trabalho, prestado na zona rural de ......... de .... a ......... de ..., paraefeitos de aposentadoria perante a Previdência Social, motivo peloqual pleiteia a presente medida.

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Após ter deixado a zona rural, a Requerente veio residir em............... - ..., onde permanece até a presente data.

No período de .../.../.... a .../.../.... a Requerente laborou comocozinheira em uma lanchonete (doc. ...), e a partir de .../.../.... até hojeexerce um cargo na Fundação Universidade Estadual de .......... .

Assim, verifica-se que, caso seja aceita a JustificaçãoAdministrativa, a Requerente poderá, somando todo seu período delabor, atingir os 30 (trinta) canos necessários para aposentadoriaintegral por tempo de serviço, exigido para a mulher.

Conforme acima relacionado, somado o período registrado emCTPS ao laborado em área rural atingimos um total de ... (.......) anos,... (........) meses, e ... (........) dias.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Conforme dispõe o CPC:

“Art. 861. Quem pretender justificar a existência de algum fatoou relação jurídica, seja para simples documento e sem carátercontencioso, seja para servir de prova em processo regular,exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.”

Carlos Alberto Álvaro de Oliveira e Galeno nos ensina que:

“A prova realizada na Justificação não deixa de ser apenas prova,como qualquer outra, e deve ser valorada, no momento oportuno,por quem de direito, na esfera administrativa ou judicial.”(Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VIII, Ed. Forense)

Com o início de prova material existente e através de testemunhasque conheceram a Requerente na época dos fatos, ficará plenamenteJustificado o período de labor rural prestado no Município de .................- ... .

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Ademais, a Lei nº 8.213 versa que:

“Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural seráfeita, alternativamente, por meio de: (Redação dada pela Lei nº11.718, de 2008)

I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho ePrevidência Social; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

II – contrato de arrendamento, parceria ou comodatorural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

III – declaração fundamentada de sindicato que represente otrabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colôniade pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacionaldo Seguro Social – INSS; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de2008)

IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produtoresem regime de economia familiar; (Redação dada pela Lei nº11.718, de 2008)

V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei nº11.718, de 2008)

VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o §7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidaspela empresa adquirente da produção, com indicação do nomedo segurado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de2008)

VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural àcooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, comindicação do segurado como vendedor ou consignante; (Incluídopela Lei nº 11.718, de 2008)

VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição àPrevidência Social decorrentes da comercialização daprodução; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de

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renda proveniente da comercialização de produção rural;ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

X – licença de ocupação ou permissão outorgada peloINCRA. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)”

Nossos Tribunais têm assim decidido:

“Previdenciário. Contagem de Tempo de Serviço Recíproco.Atividade Rural e Urbana. Via Administrativa. CF, 202, § 3º, Leinº 8.213/91, art. 94.Nos casos em que se reivindica a contagemde tempo de serviço prestado na atividade rural e na urbana,mesmo se reconhecendo como auto-aplicável o art. 202, § 3º, daConstituição Federal, é imprescindível que o interessado ingressepreviamente na esfera administrativa, pois não cabe ao Juizsubstituir-se ao administrador e conferir, mês a mês, a existênciada prestação laboral e o recolhimento das respectivascontribuições previdenciárias.” (Ap. Cível nº 91/04/22640-2/RS,1ª T. do TRF da 4º Região, DJ (seção II) de 25.08.93, p. 33.903)

Inegável se torna o direito da Requerente, que se comprovaráatravés das testemunhas arroladas, corroborando os documentosanexados à exordial.

III – DO PEDIDO

DIANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Senhoria:

a) Com fundamento no artigo 861 do CPC, digne-se acolher apresente Justificação, constituindo em prova os fatos alegados,para que possa ser homologada a pretensão da Requerente,entregando-lhe a aposentadoria por tempo de serviço integral;

b) A intimação do Procurador Regional em ............ - ..., do INSS- Instituto Nacional do Seguro Social, para acompanhar o feito;

c) Para provar o alegado, todos os meios de prova em direitoadmitidos, tais como: juntada de novos documentos e

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depoimento das testemunhas a seguir arroladas, que deverãoser intimadas a comparecer ao órgão ora requerido.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

ROL DE TESTEMUNHAS

1) ........., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ...........,residente e domiciliado no ............., Caixa Postal nº ..., CEP.....;

2) ........., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ..........,residente e domiciliado no ............, Caixa Postal nº ..., CEP........

RESUMO

A requerente exerceu a função de trabalhadora rural, fazendo todosos serviços provenientes da lavoura. Após a morte de seu marido, conti-nuou exercendo a função de trabalhadora rural, porém sem registro naCarteira de Trabalho. Deixou a zona rural e passou a trabalhar como cozi-nheira e outros cargos. Atualmente a requerente necessita justificar o perí-odo de trabalho prestado na zona rural, para efeitos de aposentadoria pe-rante a Previdência Social. Isto se fará através da presente justificaçãoadministrativa.

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MANDADO DE INJUNÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – LICENÇAPATERNIDADE – CONSTITUCIONAL – DEVIDO PROCESSO LEGAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ....ª VARA TRABALHISTA DE ......................... - SEÇÃOJUDICIÁRIA DO TRT ........ REGIÃO.

(Nome e qualificação), empregado da empresa ..., estabelecida àRua ..., nº .... residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., vem perante esteE. Juízo Trabalhista, requerer

MANDADO DE INJUNÇÃO,

pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1) O Reclamante é casado com (nome e qualificação), a serviçode (nome, qualificação e residência). (Certidão de casamento, xeroxda Carteira de Trabalho, docs. nºs ...). Sua mulher deu à luz uma criançano dia ... do corrente (certidão de nascimento, doc. nº...) e acha-se emgozo de licença à gestante. Para dar assistência à mulher e ao filhosolicitou ao empregador licença-paternidade, direito que lhe assegurao artigo 7º, inciso XIX, da Constituição Federal, pedido que lhe foinegado.

2) O direito ao referido benefício é assegurado pela nossaConstituição Federal, a qual depende de lei regulamentadora, até omomento não editada. Em situação tal, só resta ao Requerente, valer-se do Mandado de Injunção, como lhe assegura o artigo 5º, inciso LXXI,e o artigo 10, § 1º do ADCT (Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias), da Carta Magna, in verbis, respectivamente:

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“Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a faltade norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitose liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ànacionalidade, à soberania e à cidadania;”

(...)

“Art. 10 ADCT–(...)

§ 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX,da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere oinciso é de cinco dias.”

DIANTE O EXPOSTO, requer que, após recebida e protocoladaesta reclamação, que sem faz em 02 (duas) vias, notifique o Reclamadopara comparecer à audiência de julgamento que for designada, na formado artigo 841 da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho.

Espera que este E. Juízo, em sua suprema sabedoria, supra aomissão e lhe garanta o gozo da pleiteada licença-paternidade, constanteem nossa Carta Magna.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

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RESUMO

O Impetrante recorre ao Judiciário, com a finalidade de que sejaatendido na forma do dispositivo assegurado na norma constitucional derespeito ao devido processo legal.

O Mandado de Injunção é inovação criada a partir da Carta Magnade 1988, o qual encontra-se inserido no artigo 5º, inciso LXXI, constituído-se assim, em um instituto que tem por fim antecipar a regulamentação dedeterminadas diretrizes esparsamente consagradas pela norma constitu-cional, solicitadas judicialmente por necessidade concreta, desde que sejaindispensável ao pleno exercício de direitos e liberdades previstas na LeiMaior, especialmente àquelas atinentes à nacionalidade, à soberania e àcidadania.

Em suas linhas são enfatizadas generalidades do instituto(aplicabilidade, natureza jurídica, correntes doutrinárias surgidas dentreoutras), competência e partes, impetração, dentre outros, explanando ain-da sobre execução e sua tipicidade, ou seja, a medida liminar e depósito,caução, perdas e danos. Analisa sua aplicabilidade em sede trabalhista,apresentando a jurisprudência concernente ao tema, que no caso em telao empregado requer a sua aplicabilidade na forma legal, ou seja, a LICEN-ÇA-PATERNIDADE, ainda não normatizada por legislação infra-constituci-onal.

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MANDADO DE SEGURANÇA – APOSENTADORIA – DESCONTOINDEVIDO – LEI Nº 1533/51 – MPsnºs. 1.415/96 e 1.463/96

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................*

......................, (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº ............,residente e domiciliado na BR ..., km ..., em ............ - ..., aposentadodesde .../.../....; ..................., (qualificação), inscrito no CPF/MF sob nº..........., residente e domiciliado na Rua .............., nº ..., na comarca de............ - ..., aposentado desde .../.../....; ........................., (qualificação),inscrito no CPF/MF sob nº ........., residente e domiciliado na Rua ...........,nº ..., na comarca de ................ - ..., aposentado desde .../.../....; e, porfim, ........................, (qualificação), inscrita no CPF/MF com o nº ..........,residente e domiciliado na Rua ................., nº ..., na comarca de............... - ..., aposentada desde .../.../...., por seu advogado e procuradorinfra-assinado, vêm à presença de V. Exa. impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO

contra o ato do .........., estabelecido na Rua ................., nº ..., nacomarca de ................... - ..., ou alternativamente à autoridade coatoraque tenha poderes para proceder e determinar o iminente descontoretro aduzido, pelas razões fáticas e jurídicas que passa a expor:

DOS FATOS

Cumpre destacar que os impetrantes são aposentados do ........,conforme fazem prova os inclusos comprovantes de recebimento deseus benefícios. Esses benefícios previdenciários são mantidos peloimpetrado.

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Entretanto, os impetrantes estão na iminência de sofrer perdasem seus benefícios previdenciários em face do contido na MedidaProvisória de nº 1.415 de 29.04.96 – DOU de 30.04.96, reeditada atravésda Medida Provisória nº 1.463, de 29.05.96 – DOU de 30.05.96, quedetermina em seu artigo 7º um desconto na contribuição social dosimpetrantes para custear o Plano de Seguridade Social.

Conforme restará demonstrado no presente feito, é ilegal aobrigação imposta aos impetrantes através das referidas MedidasProvisórias, tendo em vista a ostensiva afronta aos princípiosconstitucionais.

DO DIREITO

Prefacialmente, há que se mencionar o contido na Lei nº 10.887de 18/06/2004, onde se instituiu a contribuição para Seguridade Socialdos Servidores Públicos Federais nesta Legislação. Estabeleceu-seatravés do artigo 8º que:

“Art. 8o. A contribuição da União, de suas autarquias e fundaçõespara o custeio do regime de previdência, de que trata o art. 40da Constituição Federal, será o dobro da contribuição do servidorativo, devendo o produto de sua arrecadação ser contabilizadoem conta específica.

Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura deeventuais insuficiências financeiras do regime decorrentes dopagamento de benefícios previdenciários.

Este artigo veio regulamenta o que foi dito pela EmendaConstitucional nº 41/2003, que modificou o artigo 40, “caput” daConstituição Federal, que passou a ter a seguinte redação:

“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídassuas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdênciade caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do

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respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dospensionistas, observados critérios que preservem o equilíbriofinanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)”

Não merecem os impetrantes, após terem contribuído por umlongo espaço de tempo com o fito de obter direito à aposentadoria,receber novos descontos em seus benefícios, vez que já contribuíramo bastante, na vigência de um Plano de Seguridade Social da sua época,para adquirirem tal direito.

Dessa forma, é de se destacar que os impetrantes já possuemdireito adquirido, pois, como qualquer outro servidor inativo,contribuíram para sua inatividade dentro do Plano de SeguridadeSocial estabelecido pelo Governo à época de sua atividade funcional,quando inexistia previsão de descontos futuros. Portanto, é evidenteo direito adquirido dos impetrantes em face da previsão constitucionalestabelecida no artigo 5º, inciso XXXVI; senão vejamos:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentesno País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, àigualdade, à segurança, e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXVI – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídicoperfeito e a coisa julgada.(...)”

No tocante ao direito adquirido dos impetrantes, basta repetirque, quando os mesmos desenvolviam suas atividades laborais,contribuíram com o plano de aposentadoria da época, obedecendoàquelas normas, entre as quais não estava previsto o desconto futuro.Ressalte-se, por oportuno, que a Lei de Introdução ao Código Civil,em seu artigo 6º, parágrafo 2º, assim define o Direito Adquirido:

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“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados oato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

(...)

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo doexercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecidainalterável, a arbítrio de outrem.”

Em face desse dispositivo legal, já naquela época o legisladorprevia a necessidade de proteger o direito adquirido dos seusdestinatários, a fim de evitar que sofressem prejuízos por conta delegislador menos cuidadoso.

Ainda se faz necessário mencionar outros princípioscons-titucionais que resguardam o direito dos impetrantes; vejamosalguns deles:

a) Princípio de Isonomia. Pode-se destacar que as MPs contra asquais se insurgem os impetrantes estabelecem desconto deseus proventos de aposentadoria, somente para os servidoresinativos civis, excluindo, portanto, os militares, ferindodestarte o princípio ora abordado (isonomia).

b) Princípio da Irredutibilidade dos Vencimentos. O artigo 194,parágrafo único, inciso IV, determina expressamente airredutibilidade dos valores dos benefícios dos aposentados,sendo que, com a edição das Medidas Provisórias em questão,teriam os impetrantes perda de ...% (...) em seus vencimentoshabituais.

Ainda, há que se mencionar que não existe sentido lógico quejustifique o desconto de 12% nos benefícios dos impetrantes, vistoque o desconto dos servidores, em atividade, destinam-se a custear osbenefícios dos servidores públicos que durante toda sua vidaprofissional já cumpriram com esta missão, qual seja, a de custearpara que outros desfrutassem sua aposentadoria. Nesse sentido,também existe previsão constitucional, senão vejamos o que dispõe aCF:

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“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda asociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, medianterecursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintescontribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada naforma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagosou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe presteserviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucionalnº 20/98, DOU 16.12.1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensãoconcedidas pelo regime geral de previdência social de que tratao artigo 201; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucionalnº 20/98, DOU 16.12.1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quema lei a ele equiparar. (Inciso acrescentado pela EmendaConstitucional nº 42, de 19.12.2003, DOU 31.12.2003, comefeitos a partir de 45 dias da publicação)”

Percebe-se, então, que nos termos desta disposição não estáprevisto o desconto dos servidores inativos, como se pretende com asmalfadadas Medidas Provisórias.Por derradeiro, em relação às afrontasà Constituição Federal, inobservou o Executivo, quando de sua funçãolegislativa, o princípio da anterioridade. Vejamos o que dispõe o artigo195, parágrafo 6º:

“Art. 195. (...)

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§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderãoser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicaçãoda lei que as houver instituído ou modificado, não se lhesaplicando o disposto no artigo 150, III, b.”

Em face dessa disposição constitucional, se faz necessário refletir,com efeito, que o constituinte, ao instituir as Medidas Provisórias noprocesso legislativo brasileiro, cuidou também de limitar seu usoabusivo a um prazo predeterminado, qual seja, de 30 (tinta) dias,conforme artigo 62, parágrafo único.

Ora, se a lei que disciplina matéria previdenciária, por forçaconstitucional, só poderá ter vigência noventa dias após sua publicação,e se é certo igualmente que as Medidas Provisórias têm vida de apenastrinta dias, sob pena de perder existência e eficácia, resta evidente eindiscutível que é vedado ao Executivo instituir, regulamentar,disciplinar, gerir, gestionar matéria previdenciária através de MedidaProvisória.

Destaque-se, por oportuno, que ambos os prazos previstos naCarta Magna, o de Medida Provisória (trinta dias) e o da “vacatio legis”(noventa dias), são antagônicos, pois, se a segunda somente serárevestida de eficácia após decorridos 90 (noventa) dias de suapublicação, é impossível instituir-se essa contribuição às expensasdos impetrantes através de Medida Provisória, quando esta perde aeficácia se não convertida em Lei dentro de 30 (trinta) dias.

Ainda, cabe mencionar que o STF já se pronunciou no sentidode que somente é possível a criação de contribuição por meio de LeiComplementar, pois, caso contrário, a Constituição estaria sendoviolada. Nesse sentido a ilegalidade do ato lançado contra osimpetrantes.

Portanto, é evidente o justo receio dos impetrantes de sofrerviolação de seu direito líquido e certo, que é simplesmente de continuara perceber seus proventos de aposentadoria sem qualquer desconto.

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DO CABIMENTO LIMINAR

Conceitua o saudoso mestre HELY LOPES MEIRELLES:

“Mandado de segurança é o meio constitucional posto àdisposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão comcapacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei,para a proteção do direito individual ou coletivo, líquido e certo,não amparado por ‘habeas corpus’, lesado ou ameaçado de lesão,por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quaisforem as funções que exerça. (Constituição da República, art. 5º,LXIX e LXX, Lei nº 1.533/51, art. 1º).”(em Mandado de Segurança,Ação Civil Pública, Mandado de Injunção e “habeas-data”, 12.ed., 1989, p. 4, Editora LTr.

Ensina DIOMAR ACKEL FILHO, na obra Writs Constitucionais,Ed. Saraiva, 1988, p. 61:

“O mandado de segurança visa resguardar toda a espécie dedireitos lesados ou potencialmente ameaçados por atos ouomissões de autoridade ou de seus delegados, desde que nãoamparados por outros writs específicos.”

Seguindo-se a esteira dos ensinamentos de DIOMAR ACKELFILHO (ob. cit., p. 91):

“(...) a medida liminar sustatória do ato impugnado constituiprovimento de natureza cautelar, obra de segurança jurídica paraevitar irreversíveis lesões.”

Essas exigências são as mesmas que fundamentam aadmissibilidade do processo cautelar em geral, representadas pelos“fumus boni iuris” e o “periculum in mora”.Como se constata pelaanálise dos parágrafos anteriores, presentes estão os requisitosautorizadores da concessão liminar, vale dizer, o “fumus boni iuris” eo “periculum in mora”.

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“FUMUS BONI IURIS”

Entende CALAMANDREI que o fim do processo cautelar é aantecipação dos efeitos da providência definitiva, antecipação que sefaz para prevenir o dano que pode advir da demora natural da soluçãodo litígio.

Dada a urgência da medida preventiva, não é possível o examepleno do direito material do interessado, mesmo porque isto é objetivodo processo principal, e não do cautelar.

Para a tutela cautelar, portanto, basta “a provável existência deum direito”, a ser tutelado no processo principal. E nisso consistiria o“fumus boni iuris”, isto é, “no juízo de probabilidade e verossimilhançado direito cautelar a ser acertado e provável perigo em face do dano aopossível direito pedido no processo principal”.

Fiel ao seu entendimento de que a cautela é medida antecipatóriada eficácia do provimento definitivo, ensina CALAMANDREI:

“A declaração de certeza da existência do direito é função doprocesso principal; para a providência cautelar basta que aexistência do direito apareça verossímil, basta que, segundo umcálculo de probabilidade, se possa prever que a providênciaprincipal declarará o direito em sentido favorável àquele quesolicita a medida cautelar.”

Segundo a mais atualizada doutrina, não se deve ver na tutelacautelar um acertamento da lide, nem mesmo provisório, mas sim“uma tutela ao processo”, a fim de assegurar-lhe eficácia e utilidadepráticas.

Assim, o fim do processo cautelar é “evitar, no limite do possível,qualquer alteração no equilíbrio inicial das partes, que possa resultarda duração do processo”.

Ora, se não existe um direito substancial de cautela, e se a medidacautelar é decretada não em razão da possibilidade de êxito da pretensão

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material da parte, mas da necessidade de assegurar eficácia e utilidadeao provimento do processo principal, não se pode acolher comorazoável o condicionamento da tutela preventiva verossimilhança dodireito substancial da parte. (HUMBERTO THEODORO JUNIOR, inProcesso Cautelar, 9. ed., 1987, Ed. Universitária de Direito, p. 73 e74).

“PERICULUM IN MORA”

Para obtenção de tutela cautelar, a parte deverá demonstrarfundado temor de que, enquanto aguarda a tutela definitiva, venham afaltar as circunstâncias de fato favoráveis à própria tutela.

E isso pode ocorrer quando haja o risco de perecimento,destruição, desvio, deterioração, ou se qualquer mutação das pessoas,bens ou provas necessários para que ocorra de forma perfeita e eficazo resultado do provimento final do processo principal.

Ao tratar do poder geral de cautela (art. 798), nosso Código deProcesso Civil fala em fundado receio de dano ao direito de uma daspartes. Há, entretanto, evidente impropriedade terminológica dolegislador. Se não houve o julgamento da ação principal, que visasolucionar a lide, não se pode, ainda, falar em direito da parte, poisnem sequer se sabe se ele existe ou não.

O perigo de dano refere-se, portanto, ao interesse processual emobter uma justa composição do litígio, seja em favor de uma ou deoutra parte, o que não poderá ser alcançado caso se concretize o danotemido.

Esse dano corresponde, assim, a uma alteração na situação defato existente ao tempo do estabelecimento da controvérsia, ou seja,do surgimento da lide, que é ocorrência anterior ao processo.

A apreciação desse requisito é feita apenas num julgamento queLIEBMAN chama de “probabilidade sobre a possibilidade do dano aoprovável direito pedido em via principal”.

Para LOPES DA COSTA, “o dano deve ser provável e não basta a

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possibilidade, a eventualidade”. E explica: “possível é tudo, nacontingência das causas criadas, sujeitas à interferência das forçasnaturais e da vontade dos homens”.

Segundo HUMBERTO THEODORO JUNIOR:

“O possível abrange assim, até mesmo, o que rarissimamenteacontece. Dentro dele cabe as mais abstratas e longínquashipóteses. A probabilidade é o que, de regra, se consegue alcançarna previsão. Já não é um estado de consciência, vago, indeciso,entre afirmar e negar, indiferente. Já caminha na direção dacerteza. Já para ela propende, apoiado nas regras de experiênciacomum ou na experiência técnica. (em Processo Cautelar, 9. ed.,1987, Ed. Universitária de Direito, p. 77 e 78).”

Na esteira dos ensinamentos de Humberto Theodoro Junior,necessário demonstrar-se o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”,de forma conjunta e atrelada. De toda a exposição factual, ficam bemevidenciados os pressupostos para a ocorrência da tutela cautelar.Senão, vejamos:

CONCLUSÃO DA CAUTELARIDADE

a) A fumaça do bom direito consiste na cristalina existência denormas constitucionais que protegem os impetrantes desofrerem redutibilidade em seus proventos;

b) O perigo de mora da prestação da tutela jurisdicional con-sisteno fundado justo receio de os impetrantes se verem nacontingência de sofrer o desconto em seus benefíciosprevidenciários e de difícil reparação por parte do impetrado.Na presente hipótese estão perfeitamente caracterizados osrequisitos essenciais da concessão da liminar, visto,sobretudo, o caráter alimentar dos benefícios previdenciáriospercebidos pelos impetrantes, para que se garanta o imperativoconstitucional da irredutibilidade do valor de seus benefíciosda aposentadoria a fim de assegurar a sobrevivência física dosimpetrantes.

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DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requerem a Vossa Excelência:

a) Porque presentes o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”,e por estarem os impetrantes prestes a sofrer grave violaçãoem seus direitos adquiridos, prejudicando de maneirainsofismável seu padrão de vida, nos termos dafundamentação supra, seja-lhes concedida liminar, inauditaaltera pars, para evitar o desconto da contribuição determinadapela MP retro mencionada, com visível abuso de poder,suspendendo-se destarte o desconto de seu benefícioprevidenciário que deu causa ao presente Mandado deSegurança. Alternativamente, seja determinado o depósito dasquantias relativas ao desconto do benefício previdenciário,em conta vinculada ao r. Juízo, para fins já declinados nestefeito, até a decisão de mérito.

b) Seja ainda convertido, caso necessário, o presente“mandamus”, de preventivo para repressivo, ordenando aoimpetrado a devolução das quantias que porventura venhama ser descontadas dos impetrantes.

c) Seja declarada incidentalmente a inconstitucionalidade dareferida Medida Provisória, no tocante ao desconto aludidono presente, tendo em vista que contraria a ConstituiçãoFederal em diversos comandos.

d) A notificação da autoridade coatora, para que preste asinformações que julgar necessárias.

e) A intimação do Ministério Público para que se manifeste,julgando necessário.

f) Caso não seja concedida liminar, julgue procedente o mérito,concedendo a segurança pleiteada mandando à autoridadecoatora que cumpra o pedido.

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VALOR DA CAUSA

Dá-se ao presente mandado o valor de R$ ...... (....................), paraefeitos meramente fiscais e de alçada.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Requerem finalmente seja concedido o benefício da justiçagratuita, ante o caráter alimentício da pretensão dos impetrantesaposentados, nos termos da legislação em vigor.

Termos em que,

Pedem e esperam deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Os autores interpõem mandado de segurança preventivo com o in-tuito de impedir o desconto nos benefícios previdenciários, determinadopor Medida Provisória, que modificou a redação do art. 231 da Lei nº 8.112/90.

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MANDADO DE SEGURANÇA – INCONSTITUCIONALIDADE –DIREITO ADQUIRIDO – PEDIDO DECLARATÓRIO – PROJETO DELEI – ABSTENÇÃO DE ATO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......................*

........................, (qualificação), residente e domiciliado nomunicípio de ..............., comarca de ........................ - ..., vemrespeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado eprocurador, com base nas disposições dos artigos 1º e seguintes daLei nº 1.533, de 31 de dezembro de 1951, e artigos 5º, incisos XXXV,XXXVI e LXIX, 37 e 39 da Carta Magna, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA

contra ato do Exmo. Sr. Prefeito Municipal de ...................., e atodo Presidente da Câmara Municipal, Sr. ..................., (qualificação),residentes e domiciliados nesta cidade, pelos motivos de fato e dedireito a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O Impetrante é servidor público municipal, sob o regimeestatutário único, de acordo com a Lei Municipal nº ......., de ... de........... de .... (doc. ...).

Art. 1º. O Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos doMunicípio de ......, bem como o de suas autarquias e dasfundações públicas, quando instituídos, é o estatutário,instituído pela Lei ....../... .

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O Servidor-Impetrante dispõe de um Sistema de Previdência eAssistência Social Municipal, criado e regulado pela citada Lei ......./...

Art. 163. O Município manterá Plano de Seguridade Social parao Servidor e sua família.

A criação do referido Fundo se deu de acordo com a disposiçãocontida no § 1º do artigo 149 da Carta Magna:

“Art. 149. (...)§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirãocontribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, embenefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidorestitulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 41, 19/12/2003)”

Assim, a Lei Municipal nº ...../... dispôs ainda a respeito da receitae do custeio do Plano de Seguridade Social para o Servidor:

Art. 208. São receitas do fundo:

I - A contribuição mensal, obrigatória a que se refere o artigo 209(sic), parágrafos 1º e 2º.

Art. 207. O plano de Seguridade Social do Servidor será custeadocom o produto da arrecadação de contribuições sociaisobrigatórias dos Serviços em atividades e sobre os proventos daaposentadoria dos Servidores Inativos, do Município de São Jorged’Oeste, Estado do Paraná.

1º A contribuição do Servidor será em função da remuneraçãomensal, será obrigatória, descontada mensalmente, em 5% (cincopor cento) nos dois (dois) primeiros anos e de 6% (seis por cento)no terceiro e quarto ano.

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2º A contribuição mensal do Município será de valor igual aosomatório às contribuições devidas pelos Servidores Ativos eInativos, referidas no inciso anterior.

O Impetrante, dessa forma, tem descontado de sua remu-neraçãomensal a parcela legal de 6%, e assim também o Município arca com6%, a fim de custear os benefícios previstos no Título ... da Lei .../...

Assim, todos os valores recolhidos a título de custeio do planosão destinados ao Fundo, que de acordo com a citada Lei ...../... éadministrado por um Conselho.

Os valores desse Fundo são destinados, única e exclusivamente,ao pagamento dos benefícios para os Servidores e suas famílias,conforme rigorosamente estabelecido pela lei e pela ConstituiçãoFederal em seu artigo 201.

Em ... de ........... deste ano, o Sr. Prefeito Municipal encaminhou,à Câmara de Vereadores deste Município de ........., Projeto de Lei querecebeu o nº ..../..., com a seguinte redação:

Art. 1º. Fica extinto o Fundo de Seguridade Social dos Servidoresdo Município de ......, criado pelo artigo ... da Lei ..../... de .../.../..., arcando o Tesouro do Município com todos os benefíciosestabelecidos na referida Lei.

Art. 2º O montante existente no Fundo de Seguridade Social dosServidores, nesta data, será revertido ao Tesouro do Município.

Art. 3º Ficam mantidos os descontos nas remunerações dosservidores públicos estabelecidos na Lei ..../.. .

Ora, Excelência, em evidente manobra inconstitucional, o Sr.Prefeito Municipal de ........, agredindo direito adquirido dos Servidores,tenta extinguir o Fundo de Seguridade Social legalmente constituídoe, ainda mais grave, tenta reverter todos os valores monetáriospertencentes ao Fundo para o Tesouro Municipal.

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Ao optar pela instituição do regime estatutário e pela cobrançade contribuição do servidor, o Município está atrelado à Constituição,que em seu espírito democrático e de Direito resguarda os direitosadquiridos e claramente normatiza sobre a utilização dos fundos.

O gesto do Impetrado é extremamente censurável, posto quehistoricamente os Municípios contabilizam débitos com a PrevidênciaSocial.

Antes do advento da Constituição de 1988, muitas administraçõespúblicas não recolheram suas contribuições, quer a parte patronal,quer a parte dos seus servidores.

Tão grave era a questão que mereceu a preocupação do LegisladorConstituinte, que, visando sanar o problema, previu o parcelamentodos débitos no artigo 57 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, tendo o seu “caput” a seguinte redação:

“Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municípios relativos àscontribuições previdenciárias até 30 de junho de 1988 serãoliquidados, com correção monetária, em cento e vinte parcelasmensais, dispensados os juros e multas sobre eles incidentes,desde que os devedores requeiram o parcelamento e iniciem seupagamento no prazo de cento e oitenta dias a contar dapromulgação da Constituição.”

Com a promulgação da Lei Superior os Municípios passaram aadotar o Regime Único e, em consequência, criaram o sistemaprevidenciário próprio.

Os Municípios passaram a descontar 5% de seus cofres paracustear o sistema de Seguridade de seus servidores, em contrapartidaaos 22% que descontavam no Regime Previdenciário mantido pelaUnião.

Tal medida deveria trazer benefícios ao Tesouro Municipal, quediminuiria sua contribuição, e para os Servidores, que teriam a certezade ver efetivamente depositados no Fundo os valores por eles e pelaMunicipalidade custeados.

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O Fundo administrado pelo Conselho, legalmente constituídopela Lei ..../..., traz em seu espírito o controle próximo do contribuintedos valores a ele pertencentes. A monstruosa Previdência Social daUnião estaria combatida, uma vez que o Servidor teriarepresentatividade no próprio Fundo, podendo controlar de perto ogerenciamento dos valores e dos benefícios.

Com o projeto de Lei nº ...../... tentando a extinção do Fundo e,principalmente, com o repasse do montante existente no Fundo deSeguridade Social dos Servidores ao Tesouro Municipal, toda atentativa de solução do problema social vai por terra, uma vez que osvalores irão indiscriminadamente para os cofres públicos.

Não há previsão de conta autônoma, no Projeto de Lei, para osvalores pertencentes aos Servidores.

Não há, no mínimo, acompanhando o Projeto de Lei ...../...,demonstrativo dos valores depositados no referido Fundo.

Não bastasse, a própria Constituição Federal, em seu artigo 201,em previsão “numerus clausus”, explicita todos os casos de utilizaçãodos planos de previdência social. O que implica dizer da preocupaçãodo Constituinte com o rigorismo da aplicação das verbas, ou seja, dosvalores que pertencem aos Servidores.

Entretanto, prevendo o Projeto de Lei nº ..../... a incorporaçãodos valores ao Tesouro Municipal, como se dará o controle dascontribuições?

Claramente arbitrário tal Projeto, e claramente ofensivo aosdireitos dos Servidores.

II – DO DIREITO

O inciso LXIX, do artigo 5º da Constituição Federal prevê aconcessão do mandado de segurança para proteger direito líquidoecerto, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” quando oresponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade públicaou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do PoderPúblico.

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Os servidores públicos estão tendo seus direitos claramenteameaçados com a iniciativa de Lei do Sr. Prefeito Municipal.

A Constituição demonstra, sem deixar dúvidas, os direitosameaçados:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesãoou ameaça a direito.

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurí-dicoperfeito e a coisa julgada.”

O Projeto de Lei ..../... não poderá ser apreciado pelo Legislativo,sob pena de, em sendo aprovado, ferir de morte o direito adquiridopelos Servidores com o artigo ... da Lei ..../..., por verem seus descontospara o custeio serem depositados no Fundo criado, especialmente, paraeste fim.

Saliente-se que o maior agravante da questão é o fato de o Projetode Lei não prever uma contabilidade específica para os valorespertencentes aos Servidores.

De forma simplista e arbitrária, o ato do Sr. Prefeito Municipalpretende tomar posse de valores que não lhe pertencem, apropriando-se, literalmente, de considerável quantia de propriedade dos ServidoresPúblicos Municipais.

Em recente parecer, o Tribunal de Contas do Estado do Paranácensura a extinção do Fundo, alertando para os critérios a seremadotados:

“Quanto à hipótese de extinção do Fundo, embora se entendatratar de um ato de gestão censurável à luz do Princípio da

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Razoabilidade delineado pelo artigo 37, “caput”, da ConstituiçãoFederal de 1988, é possível, desde que seja efetuado medianteprocesso legislativo regular e que o numerário depositado emconta bancária do Fundo, por constituir-se em patrimônio dosservidores públicos municipais, seja contabilizado em separado,não podendo se lhe dar destinação diversa daquelaconstitucionalmente definida.” (Revista do Tribunal de Contasdo Estado do Paraná, nº 118, p. 192)

É evidente que o projeto é inconstitucional, por dar destinaçãodiversa daquela prevista na Carta Magna para os valores dascontribuições previdenciárias, não prevendo a real destinação dasverbas, mas simplesmente incorporando os valores ao TesouroMunicipal.

Necessário considerar as razões de tal iniciativa.

Há cerca de um mês atrás, antes, portanto, das eleiçõesmunicipais, em projeto de nº .../... o Sr. Prefeito Municipal encaminhouProjeto de Lei dispondo sobre o Orçamento Geral do Fundo deSeguridade Social dos Servidores, estimando a receita em R$ .......(.....................) (docs. anexos).

Inexplicavelmente, menos de um mês depois, e, portanto, apósas eleições municipais, a mesma autoridade pública encaminha projetode lei extinguindo o referido Fundo e revertendo ao Tesouro doMunicípio os valores ali depositados.

Pretende o Impetrante a devida proteção de seus direitos, emvias de lesão iminente com a aprovação do referido Projeto pela CâmaraMunicipal de Vereadores.

O encaminhamento deverá ser barrado, a fim de se determinarao Presidente da Câmara que suspenda a votação do referido projeto.

A inconstitucionalidade do Projeto de Lei antes mencionadoficou claramente demonstrada, impondo-se, a final, sua declaração.

Preventivamente, a concessão de liminar impedirá a apreciaçãopela Câmara de Vereadores do Projeto de Lei nº ...../..., propiciando,no mérito, o julgamento da inconstitucionalidade do projeto e evitando

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dano de difícil reparação. Os valores, uma vez integrados ao TesouroPúblico sem o menor critério, conforme se depreende do referidoprojeto, serão utilizados aleatoriamente pela gestão Municipal, semque os reais proprietários dos numerários tenham como controlar suadestinação.

Os danos decorrentes da aprovação do Projeto de Lei e aconsequente incorporação dos valores ao Tesouro Municipal serãocertamente irreparáveis, uma vez que são quantias elevadas e irãoincorporar valores preexistentes no Tesouro.

A aprovação do projeto, entre outros prejuízos, causará um sem-número de medidas judiciais isoladas, no sentido de o Municípiodeclarar os valores transferidos para o Tesouro de cada servidor.

A urgência da concessão da medida se deve ao fato de que aCâmara de Vereadores Municipais realiza sessão na data de hoje, enela está prevista a votação do projeto.

Ademais, é importante salientar que o Sr. Prefeito Municipalconta com a maioria na Câmara, sendo certa, portanto, a aprovação doprojeto, caso entre em votação.

Dessa forma, estão presentes o ‘fumus boni juris’ e o ‘periculumin mora’, requisitos para a concessão liminar da segurança, devendoprevalecer a posição majoritária dos doutrinadores que veem namedida liminar medida acauteladora de direito do impetrante, quenão pode ser negada quando ocorrem seus pressupostos (...) o tardioreconhecimento do direito do postulante enseja seu totalaniquilamento. (Hely Lopes Meirelles, Mandado de Segurança,Malheiros Editores, p. 56).

O brilhante professor paranaense Luiz Guilherme Marinoni, emsua obra Tutela Cautelar e Tutela Antecipatória (Ed. RT, p. 14), ao citarDonaldo Armelin, traduz a importância do deferimento liminar damedida pleiteada:

Se o tempo é a dimensão fundamental na vida humana, noprocesso desempenha ele idêntico papel; não somente porque,como diz Carnelutti, processo é vida, mas também, porquanto

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tendendo o processo a atingir seu fim moral com a máximapresteza, a demora na sua conclusão é sempre detrimental,máxime quando se cuida de evitar empeços à sua própria eficáciana atuação do direito objetivo.

III – DO PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, respeitosamente, requer a VossaExcelência que se digne receber e regularmente processar o presenteMandado de Segurança, com o deferimento liminar do pedido,objetivando suspender a votação do Projeto de Lei nº ..../... previstopara a sessão legislativa do dia ... de .......... do presente ano.

Requer, ainda, sejam notificados os Impetrados, Exmo. Sr.Prefeito Municipal de ........ e o Presidente da Câmara de Vereadoresde .........., já qualificados, para que prestem as informações, querendo,no prazo de 10 dias.

Requer, mais, seja intimado o Representante do MinistérioPúblico para se manifestar.

Finalmente, o Suplicante requer a Vossa Excelência que sejadeferida a segurança pleiteada no presente “mandamus”, a fim dedeclarar a inconstitucionalidade do projeto de Lei de nº ..../..., porflagrante ofensa ao direito adquirido constitucionalmente pelosServidores, com a condenação dos Impetrados no pagamento das custasprocessuais e honorários advocatícios.

Dá à causa o valor de R$ ..... (....................), para os fins de direito.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

A autoridade coatora, na qualidade de prefeito, encaminhou à Câ-mara Municipal projeto de lei visando à extinção do Fundo de SeguridadeSocial dos Servidores Municipais e a transferência do quantum ao TesouroMunicipal. O impetrante, na condição de servidor municipal, pede que sejaimpedida a apreciação do projeto de lei pela Câmara Municipal, através demedida liminar, e, ao final, que o mesmo seja declarado inconstitucional,uma vez que contraria o estabelecido pela CF.

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MANDADO DE SEGURANÇA – INSS – PRAZO DE RECOLHIMENTODA CONTRIBUIÇÃO – LEI Nº 8.212/91

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIADA COMARCA DE ..............................

......................, pessoa jurídica de direito privado, estabelecidana Rua .........., nº ..., na comarca de .............. - ..., inscrita no CNPJ/MFsob o nº ......., neste ato representado pelo seu sócio-gerente, contratosocial em anexo, por seu advogado e procurador infra-assinado, vem àpresença de Vossa Excelência, na forma do art. 5º, inciso LXIX, daConstituição Federal, combinado com a Lei nº 1.533/51, impetrarMANDADO DE SEGURANÇA contra ato ilegal e abusivo que feredireito líquido e certo da impetrante, contra o Sr. SuperintendenteEstadual do INSS, com endereço na Rua ............., nº ..., na comarca de............ - ..., pelos motivos de fato e de direito que passa a aduzir:

I - DOS FATOS

A impetrante tem como ramo de atividades a locação de trabalhotemporário sob a égide da Lei nº 6.019/74. Nesse mister, mantém ...(..........) empregados, entre temporários e efetivos, conforme relaçõesinclusas, obviamente, contribuintes da Previdência Social. Ocorre que,por força da legislação que rege o trabalho temporário e exigência dopróprio Impetrado, os recolhimentos são individualizados, isto é, háuma guia de recolhimento da Previdência Social para cada fatura, jáque cada fatura compõe uma folha de pagamento. Tendo a Impetrante......... contratos com clientes, espalhados por ... (........) filiais (viderelações), em ... (.........) Estados, torna-se operacionalmente inviávelestarem asfolhas de pagamento e consequentemente guias de

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recolhimento prontas antes mesmo de efetuado o pagamento dosfuncionários em todas as localidades em que atua a Impetrante, decujo resultado depende a aferição do tributo, o qual é centralizado naMatriz, nesta capital.

O recolhimento previdenciário é feito até o ... (............) dia domês subsequente ao vencido, proporcionando uma relativatranquilidade para os empregadores o efetuarem, conforme estabelecea Alínea “b” do inciso I do artigo 39 da Lei nº 8.212/91, Lei daOrganização da Seguridade Social e Plano de Custeio.

Entretanto, o impetrado, através de ato abusivo, nega-se a quitaros recolhimentos dentro daquele prazo a partir da competênciareferente ao mês de ........, exigindo que se faça dito recolhimento nodia ... do mês seguinte ao da competência, prorrogando o prazo para oprimeiro dia útil subsequente se o vencimento cair em dia que nãohaja expediente bancário.

Ora, essa atitude, antes de arbitrária, surpreende a impetrante, aqual possui ... (............) filiais em vários Estados da federação e ...(............) empregados, tendo centralizado na matriz, em ............, todoo recolhimento previdenciário, dificultando, senão tornandoimpossível, o cumprimento desta abusiva exigência, em razão doelevado número de funcionários e estabelecimentos.

Nesse passo, a impetrante, a exemplo de outras empresas, seráforçada a elaborar folhas de pagamento às pressas e exigir de seusfuncionários (seção do pessoal) que obrem em horários extraordinários,aumentando consideravelmente seus custos e ainda se sujeitando aerros (a pressa é inimiga da perfeição), tudo desnecessariamente.

Considerando-se o fechamento do cartão ponto no último diado mês anterior, tem-se que a seção do pessoal teria o exíguo prazo deapenas 48 horas para todo esse intenso trabalho, isto, mês a mês.

Por outra parte sente-se, pelo ato impetrado, uma visívelincoerência com a atual realidade econômica brasileira, pois, nãohavendo inflação, via de consequência não há uma justificativacoerente para a diminuição dos prazos para recolhimento dos tributos,ainda que não se esperem suas dilações.

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“Mas não se poderia imaginar que, exatamente quando a inflaçãodesaparece, o fisco venha diminuir os prazos para pagamentos dostributos, numa inversão totalmente inesperada e sem qualquerjustificativa consentânea com a realidade econômica em que vivemos.

É o que aconteceu recentemente com a edição Medida Provisórianº 598/94, publicada na imprensa oficial no dia seguinte.” (Pub. emAtualidades Fiscais, Gazeta do Povo, 25.09.94, Dr. Augusto Prolik)

II - DO DIREITO

O impetrado busca, para sua atitude, amparo na recémeditadaMedida Provisória nº 598/94, da qual se originou a Portaria MPS nº1.435/94, publicada no DOU em 05.09.94.

Analisando as indigitadas disposições, temos que:

A) DA IMPROPRIEDADE DA MP

As medidas provisórias foram criadas para atender necessidadesde ordem econômica ou social urgentes, que independam de maioresperquirições e que dispensem os entraves burocráticos próprios doprocedimento legislativo.

É a própria Lei Maior que determina, em seu art. 62, comorequisitos necessários à edição de MP a relevância e a urgência.

Não é o caso da MP e da Portaria antes referidas.

A relevância e urgência em vir a ser protegido um Direito dapessoa é maior que a urgência e relevância para se adotar MedidaProvisória.

Ora, nem a diminuição, tampouco a dilação do prazo para orecolhimento da contribuição previdenciária, a essa altura, carecemde pressa ou de necessidade premente. Daí a impropriedade destadiminuição do prazo, através de uma medida provisória, como no casovertente, a qual, além de tudo, também antecipa o pagamento de multa

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no caso de inadimplemento na data aprazada, mesmo porque foieliminada a espiral inflacionária.

B) DA CONTRADIÇÃO MP–CLT

O art. 459, § 1º da CLT determina que o pagamento de saláriosdo trabalhador pode ser feito até o 5º dia útil do mês subsequente aovencido, “in verbis”:

“Art. 459. (...)

§ 1º. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês,deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mêssubsequente ao vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855,de 24.10.1989)”

Neste passo, tem-se que a data do recolhimento da contribuiçãoprevidenciária determinada pela MP e pela Portaria é ANTERIOR ÀDATA PARA O PAGAMENTO DO OBREIRO.

Ora, dessa incongruência resulta que, de certa forma, oempregador subsidia a contribuição previdenciária, pois recolhe antesmesmo de efetivamente realizada a retenção do tributo, o que somenteocorre quando do pagamento feito ao obreiro, que é até o 5º dia útilsubsequente ao vencimento; e a exigência previdenciária é que serecolha até o dia 02 do mês subsequente ao vencido. Assim sendo, orecolhimento previdenciário, dependendo do calendário, pode vir aser antecipado em até 05 dias, antes da retenção. Veja-se que, noexemplo do mês de .........., o recolhimento deverá ser efetuado, a vingara imposição da Previdência, no dia 4, quando o 5º dia útil será no dia08 de ........ .

Assim, fica provado o “periculum in mora”, pois, uma vez nãoatendida liminarmente a segurança ora requerida, não haverá tempohábil para a confecção das guias de recolhimento, sujeitando-se aimpetrante ao pagamento de multa, de difícil e incerta reparação.

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Evidencia-se também o “fumus boni juris”, na medida em que oato do impetrado fulmina direito líquido e certo da impetrante, que sevê à mercê de um espancamento tributário que pode ser evitado atravésdo deferimento presente.

C) DA LEGITIMIDADE DAS PARTES

IMPETRANTE: A impetrante é parte legítima, pois tem o direitolíquido e certo de continuar recolhendo as contribuiçõesprevidenciárias nos moldes anteriores e a teor do art. 3º, inciso I, alínea“b”, da Lei nº 8.212/91, sendo despicienda a discussão se é pessoajurídica, sendo certo que:

“O impetrante, para ter legitimidade ativa, há de ser o titular dodireito individual ou coletivo líquido e certo, para o qual pedeproteção. Tanto pode ser pessoa física como jurídica, órgãopúblico, ou universidade patrimonial privada.” (Mandado deSegurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado deInjunção, Habeas-Data, Hely Lopes Meirelles, RT, 12. ed., p. 30).

IMPETRADO: O impetrado é parte legítima para figurar no pólopassivo do procedimento, pois, como mui propriamente ensina omagistério do saudoso Hely Lopes Meirelles:

“Exemplificando: numa imposição fiscal ilegal, acatável pormandado de segurança, o coator não é nem Ministro ou oSecretário da Fazenda que expede instruções para a arrecadaçãode tributos, nem o funcionário subalterno que cientifica ocontribuinte da exigência tributária; o coator é o chefe do serviçoque arrecada o tributo e impõe as sanções fiscais respectivas,usando de seu poder de decisão.” (ob. cit., p. 34).

III - DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

Impõe-se “in casu” a concessão de liminar, pois é certo que:

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“(...) é só através dela (liminar), de frustrar-se o direito subjetivoque a Constituição ampara com ação de segurança contra os atosilegais ou abusivos da autoridade.” (GALENO LACERDA,Comentários ao CPC. Ed. Forense, 2. ed., vol. VIII, tomo I, p. 68)

Acresça-se que a liminar é inerente ao próprio writ, na medidaem que a demora nas prestações jurisdicional pode causar danosirreparáveis, pois implicitamente está ela contida no preceitoconstitucional e não pode Medida Provisória, de naturezainfra-constitucional, travar ou liminar seu exercício. (Diário Comércio& Indústria, 16.03.64, São Paulo).

IV - DO REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer:

a)determinar a CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR facultandoà impetrante o direito de promover o recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias de seus funcionários, até o 8º dia do mês subsequenteao vencido, sem sofrer nenhum espancamento como seja a multa, comovinha sendo feito regularmente até então, “inaudita altera pars”,suspendendo a exigência do impetrado de que este recolhimento sejafeito até o dia 02 do mês subsequente ao vencido, pelas razões acimaexpostas, sob pena de, se assim não for decidido, ocorrer ineficácia daordem judicial se ocorrer no final, pois o impetrante não terá temposuficiente para efetuar o recolhimento até o dia 02 do mês subsequenteao vencido, que no caso será dia 04 de ........., pois dia 02 cai numdomingo e dia 03 é dia de eleições, tudo com observância do art. 17 eseu parágrafo único, da Lei nº 1.533/51;

b) notificação do impetrado no endereço preambulado, para quepreste as informações necessárias no prazo legal, após deferida aliminar;

c) audiência do Ilustre Representante do Ministério Público;

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d) Procedência da segurança por estar-lhe ferindo direito líquidoe certo (Lei nº 8.212/91, art. 30, inciso I, alínea “b”), condenando-se oimpetrado em todos os ônus de sucumbência.

Valor da causa: R$ ........ (...........................).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Ação de Segurança contra ato de Superintendente do INSS, quedeterminou o recolhimento de contribuições em prazo inferior ao que aludea Lei nº 8.212/91.

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MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 1.533/51 – PROCEDIMENTOADMINISTRATIVO – SUSPENSÃO – DEFERIMENTO DO PEDIDO– ATO ILÍCITO – CONCESSÃO BENEFÍCIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA VARA PREVIDENCIÁRIA DA COMARCA DE ..............................

....................., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº ............. e CPF/MF nº .............., residente e domiciliado naRodovia ..., km ..., na comarca de ............... - ..., por seu advo-gado eprocurador infra-assinado, vem respeitosamente perante VossaExcelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX, da ConstituiçãoFederal e artigos 1º e 7º, inciso II, da Lei nº 1.533/51, impetrarMANDADO DE SEGURANÇA contra conduta ilegal do ............, dacomarca de ............... - ..., praticado por delegação do ...................,Autarquia Federal, com Superintendência na comarca de ..................-..., sediada na Rua ..........., nº ..., solicitando nesta oportunidade ointeiro agasalho do Poder Judiciário, para que lhe conceda MANDADOLIMINAR com efeitos assecuratórios de manutenção, proteção e atémesmo de restauração de direito seu, líquido e certo, que está sendolamentavelmente vulnerado, conforme vai adiante demonstrado, tudopara a final ser expedida a liminar, conforme se pede:

a) cumpra a autoridade coatora prontamente a ordem judicial, afim de restabelecer de imediato o pagamento do benefício deaposentadoria por tempo de serviço do impetrante, desde asua suspensão, mês de ........... inclusive, mantendo-o até ofinal julgamento de mérito do presente;

b) notificada regularmente via judicial, preste informações, noprazo de ... (..........) dias, nos termos do artigo 1º, “a”, da Leinº 4.348 de 26 de junho de 1964.

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Para tanto e com clareza, passa a impetrante a expor o seu pedido:

DOS FATOS

Conforme se verifica cristalinamente pelos documentos de fls.... a ..., o impetrante, após completar ... anos, ... meses e ... dias deserviço, teve sua aposentadoria por tempo de serviço concedida atravésde um processo que se desenvolveu de maneira lícita e regular juntoao impetrado.

O documento de fls. ... prova que, com base na concessão de suaaposentadoria, o impetrante rescindiu seu contrato de trabalho com oBanco ....... em .../.../..... .

Logo em seguida, também por conta de sua aposentadoria, emdemanda trabalhista, o impetrante quitou seu contrato de trabalhoatravés de acordo judicial, realizado em .../.../....., conforme provam osdocumentos de fls. ... a ... .

Assim, desde .../.../....., as únicas fontes de renda do impetrantepassaram a ser o benefício mantido pelo .................. e a complementaçãode aposentadoria, paga pela ............. - ..., entidade de previdênciaprivada mantida pela empresa onde trabalhava (vide docs. fls. .. e ..).

Ocorre que em .../.../...., ... meses depois de ter se aposentado, oimpetrante foi surpreendido com um ofício enviado pelo impetrado(doc. fls. ..), no qual lhe foi comunicado que o tempo de serviço (.../.../..., a .../.../.,..) havia sido computado indevidamente.

Além disso, constava no referido ofício que em decorrência dasupressão do período acima o tempo de atividade rural (.../.../....a .../.../....), devidamente averbado em .../.../.... (vide docs. fls. .. e ..), não poderiaser utilizado para fins de aposentadoria, de acordo com o disposto noDecreto nº 3.048 de 06.05.1999.

Ainda, neste ofício, concederam-lhe ... dias para apresentar novoselementos, sem os quais o benefício seria suspenso.

Diante disso, o impetrante, dentro do prazo, encaminhoucorrespondência ao impetrado (docs. fls. .. a ..), provando que a

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concessão de seu benefício estava correta e expondo os motivos pelosquais o mesmo não poderia ser suspenso.

Malgrado todo o trabalho realizado pelo impetrante, no sentidode oferecer razões para o impetrado reconsiderar sua decisão, este nemtomou conhecimento das mesmas, limitando-se a expedir outro ofício,em .../.../...., suspendendo então o pagamento do benefício a partirdaquela data (doc. fls. ..).

Tão logo tomou conhecimento da suspensão do benefício pelo.............., a .........., empresa de previdência privada que complementavaa aposentadoria do impetrante, suspendeu o pagamento docomplemento a partir do mês de ........... de .... (doc. fls. ..).

Assim, ante a atitude arbitrária do impetrado, ficou o impetranteprivado de suas únicas fontes de renda, situação que lhe pode causarsérias e irreversíveis consequências, pois como provam os documentosacostados no presente, em função de seu desliga-mento e do acordojudicial firmado, não existem condições para retornar ao quadro defuncionários do Banco ...... . Também, em razão de sua idade elimitações do mercado de trabalho, não tem o impetrante condiçõesde conseguir outro emprego para prover seu sustento e de sua família.

DA LIMINAR

Como bem se expôs, verifica-se que a atitude do impetrado,suspendendo unilateralmente o benefício que foi concedidoatravésde um processo regular, fere os Princípios do Processo Legal e daAmpla Defesa, consagrados no artigo 5º, incisos LIV e LV, daConstituição Pátria.

Neste sentido existe o seguinte entendimento jurisprudencial:

“MANDADO DE SEGURANÇA – SUSPENSÃO DE BENEFÍCIOSEM PRÉVIO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO –IMPOSSIBILIDADE – 1. A jurisprudência do antigo TribunalFederal de Recursos é pacífica no sentido de que ‘a suspensão

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ou o cancelamento do benefício previdenciário, regularmenteconcedido, não pode ser feita unilateralmente pela instituiçãoprevidenciária, mas depende, sempre, de apuração emprocedimento administrativo regular, que deve assegurar aointeressado o direito constitucional de defesa’ (cf. jurisp. Ex-TFR). 2. Entendimentos jurisprudencial e doutrinário. 3. Apeloe remessa improvidos. 4. Sentença mantida.” (TRF 1ª R. – AMS.89/01/01737-7 – 1ª T. Rel. Juiz Plauto Ribeiro – DJU 18.05.1992)

“APOSENTADORIA POR IDADE – SUSPENSÃO DOBENEFÍCIO POR DECISÃO UNILATERAL DO INSS –VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LIV, DA MAGNA CARTA – 1. AConstituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LIV,preceitua que ‘ninguém será privado da liberdade ou de benssem o devido processo legal’. 2. A aposentadoria por idade, oupor qualquer outra forma prevista na legislação previdenciária,só poderá ser suspensa, cancelada ou cassada mediante préviainstauração do devido processo legal, seja no âmbitoadministrativo ou judicial, assegurada ao beneficiário a ampladefesa. 3. Precedentes dos Colendos STJ, TRFs da 2ª, 3ª e 5ªRegiões e do extinto TFR.” (TFR 5ª R. – AMS 40.991/AL – 2ª T. –Rel. Juiz José Delgado – DJU 30.05.1994)

“BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – SUSPENSÃO DE SEUPAGAMENTO – IMPOSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DEPROCESSO LEGAL – ORDEM CONCEDIDA –CONFIRMAÇÃODA SENTENÇA. – Não é de se admitir asuspensão do benefício previdenciário se as alegadasirregularidades porventura existentes em sua concessão nãoforam apuradas em processo regular, com infringência aoprincípio constitucional da ampla defesa.” (TRF 5ª R. – AMS44.414/RN – 2ª T. Rel. Juiz Nereu Santos – DJU 24.02.1995).

“SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO POR SUSPEITA DE FRAUDE –FALTA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO – LESÃO AOSPRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA AMPLADEFESA – NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. –

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Possibilidade de cumulação de ação declaratória com acondenatória, em face do princípio da economia processual, quepermite tal cumulação desde que o tipo de procedimento sejacompatível com os pedidos. O ato administrativo que suspendeuo benefício previdenciário padece de vício insanável, em face daausência de processo administrativo, no qual fosse garantida aampla defesa do segurado.” (TRF 3ª R. – AC 92/03/69.142-1 – 1ªT. – Rel. Juiz Sinval Antunes – DJU 14.11.1995)

Restou provado, também, o perigo da mora, pois o impetranteperdeu seu único meio de sobrevivência com a suspensão dopagamento da aposentadoria do ............ e da complementação da............, podendo sofrer prejuízos irreversíveis caso a situaçãopermaneça como está.

Anteoexposto, estando presentes os pressupostos essenciais,“periculum in mora” e “fumus boni juris”, requer respeitosamente aVossa Excelência a concessão de liminar, cassando o ato impugnado edeterminando ao chefe do ........ - Convênios que restabeleçaimediatamente o pagamento do benefício de aposentadoria doimpetrante, desde a sua suspensão, inclusive o mês de ........, não pago,e o mantenha até que seja julgado o mérito do presente “mandamus”.

DO MÉRITO

Apesar de a correspondência que suspendeu o benefício (doc.fls. ..) ter mencionado apenas um motivo, verifica-se que narealidadehá duas situações que levaram o impetrado a tomar essa atitude abusiva(doc. fls. ...). Senão vejamos:

A primeira diz respeito ao tempo de serviço em que o impetrantelaborou junto ao próprio impetrado (.../.../.... a .../.../....), na época INPS,na qual existe a alegação de que este período não pode ser consideradoem razão da Lei nº 6.494/77.

Ora, o dispositivo legal supracitado regula a contratação de

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estagiários, porém não associa diretamente sua aplicação ao casoespecífico do impetrante, tanto que, por ocasião de sua aposenta-doria,o encarregado da concessão do próprio impetrado aceitou adocumentação apresentada e considerou como tempo de serviço.

Pode-se observar na documentação apresentada, às fls. ... a ...,que o processo de aposentadoria em questão transcorreu de formaregular e transparente, não existindo um único vestígio de fraude.Dessa forma, só se pode concluir que a atitude do impetrado não passade um grande conflito de entendimento entre seus própriosfuncionários.

Assim, em que pese não existir à época da concessão nenhumimpedimento legal a invalidar a inclusão do período de .../.../.... a .../.../.... no tempo de serviço do impetrante, não pode o impetrado, baseadoem meras suposições de caráter interpretativo, prejudicar o benefícioconcedido, que assumiu a condição de ato jurídico perfeito.

A segunda alegação impeditiva à concessão do benefício levantadapelo impetrado, esta mais absurda que a primeira, sustenta que obenefício concedido em .../.../.... não estava correto, porque o períodode .../.../.... a .../.../.... foi computado indevidamente, de acordo com oartigo 58, inciso XXIII, § 4º, do Decreto nº 2.172 de 05.03.97.

Além do fato de que a aceitação do período anteriordesca-racteriza a aplicação do disposto legal acima, está mais queclaroque o processo de aposentadoria, que transcorreu de forma lícitae regular, nos termos da legislação vigente à época de sua concessão(Lei nº 8.213/91 e Dec. 611/92), trata-se de um ato jurídico perfeito(art. 82 do Código Civil).

Desta forma, a atitude tomada pelo impetrado caracteriza umflagrante desrespeito ao Princípio da Irretroatividade das Leis contidono artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal e artigo 6º da Leinº 4.657/42 (Lei de Introdução ao Código Civil), pois, sendo aaposentadoria concedida em .../.../.... um ato jurídico perfeito, umanorma posterior (Dec. nº 2.172 de 05.03.1997) jamais poderia retroagirpara prejudicá-la.

Quanto à legislação que estava em vigor na data da aposentadoriado impetrante, .../.../...., cabe tecer as seguintes considerações:

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Constata-se que o referido artigo está embasado no art. 55, II, daMedida Provisória nº 1.523, publicada em 14.10.96 e que desde estadata já foi reeditada dez vezes, sem ter sido convertida em Lei peloCongresso Nacional até hoje.

De acordo com o artigo 62 da Constituição Federal, as MedidasProvisórias perderão sua eficácia desde a sua edição, se não foremconvertidas em Lei no prazo de 30 (trinta) dias da sua publicação.

Assim, tendo em vista que as Medidas Provisórias gozam apenasdo efeito “ex tunc”, com a Medida Provisória nº 1.523 não poderia serdiferente, de maneira que o Decreto nº 2.172/97 não poderia manter adata de 14.10.96 como marco para modificação de direitos, pois, comoa Medida Provisória em questão não foi convertida em Lei, voltou avigorar a Lei anterior (Lei nº 8.213/91 e Dec. nº 611/92), que nadamencionava a esse respeito.

Neste sentido, Clélio Chiesa, em O Regime Jurídico-Constitucional das Medidas Provisórias – Ed. Juruá/96, p. 71 a 74,apresentasua doutrina, mencionando os pareceres de outros juristasque defendem a mesma tese:

“(...) Vale frisar que uma nova publicação da Medida Provisórianão tem o condão de convalidar os efeitos gerados nos trintadias em que a Medida estava em vigor. Portanto, se uma Medidafoi reeditada seis vezes, por exemplo, mesmo que a sexta estejaem vigor, as cinco Medidas anteriores já perderam sua eficáciadesde a sua publicação (efeito ‘ex tunc’) (...)

(...) A regra geral aplicável ao conflito de normas no tempo logonos induz a pensar que a eficácia imediata da medida provisória,dotada de força de Lei, se faz prevalecer à norma legal mais antiga.Contudo, não devemos nos esquecer de que esta eficácia estácondicionada ao benefício do Congresso, sem o qual ficamanulados, desde o início, todos os seus efeitos.”

Esta circunstância, na expressão de Caio Tácito, levou a doutrinaa adotar uma ‘solução de compromisso’: até ser convertida em lei (o

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que lhe confere definitividade), a medida provisória não revoga a leianterior, mas apenas suspende-lhe a vigência e a eficácia, que serestauram se não subsiste a medida provisória, tanto pela rejeiçãocomo pela inércia do Congresso, após o vencimento do prazo deapreciação. Fica, por essa exegese, superada a objeção de que a lei,quando revogada, somente é repristinada mediante norma expressaque a restaure.

Esse é também o entendimento de Michel Temer: ‘A edição damedida provisória paralisa temporariamente a eficácia da Lei queversava a mesma matéria. Se a medida provisória for aprovada, se operaa revogação. Se, entretanto, a medida provisória for rejeitada, restaura-se a eficácia da norma anterior. Isso porque, com a rejeição o Legislativoexpediu ato volitivo consistente em repudiar o conteúdo daquelamedida provisória, tornando subsistente anterior vontade manifestadade que resultou a lei antes editada’.

Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a derrogação ou revogaçãoda lei anterior por uma medida provisória seria apenas aparente. Estasuspenderia a vigência e a eficácia desta lei anterior, sobrepondo-lhe anorma que edita, mas a derrogação ou revogação propriamente ditasapenas viriam de conversão em lei da medida provisória peloCongresso. Assim, inocorrendo a conversão, perderia efeito a medidaprovisória, restituindo-se plena vigência e eficácia ao direito anterior.Argumenta o autor que esta solução se coaduna com o texto do art. 62,parágrafo único, primeira parte.

Por derradeiro, urge consignar que as medidas provisórias, pornão serem providas de eficácia permanente, não podem revogar odireito anterior. Operam, simplesmente, desde a sua edição, asuspensão da eficácia do direito anterior, caso haja incompatibilidadeentre os comandos.

Em que pese a Medida Provisória nº 1.523 ter sido reeditadamais de dez vezes desde a sua edição, e até o momento não ter sidoconvertida em Lei, nulos são os seus efeitos, assim como deve serconsiderado nulo o disposto no art. 58, XXIII, § 4º, do Dec. 2.172/97,tendo em vista basear-se exclusivamente na Medida Provisória queperdeu sua eficácia no período de .../.../.... a .../.../...., data em que foireeditada pela décima vez.

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Uma vez considerados nulos os fundamentos legais apresentadospelo impetrado para justificar a suspensão, esta também deve serconsiderada nula, restabelecendo-se o benefício do impe-trante, eisque totalmente procedente ante a Legislação vigente à época de suaconcessão (Lei nº 8.213/91).

Por último, cabe argumentar sobre a constitucionalidade dodisposto no art. 55, inciso II, da Medida Provisória nº 1.523, porconseguinte, do art. 58, XXIII, § 4º, do Dec. 2.172/97.

De acordo com a citada medida provisória e decreto, a partir de14.10.96, o tempo de serviço rural só poderá ser contado para benefíciosde aposentadoria por idade e para os benefícios de valor mínimo.

Pode-se deduzir que a previdência social, ao criar tal obstáculopara os segurados que trabalharam no campo, não estava preocupadasomente com a falta de contribuição no período anterior, pois admiteao segurado que comprovar atividade no regime urbano, mesmo quesem contribuição (empregado), contar tempo de serviço para todos osbenefícios.

Não bastasse a discriminação em razão do regime urbano e rural,é gritante a discriminação em função dos valores de aposentadoria,pois de acordo com a referida Medida Provisória o tempo de atividaderural só pode ser considerado para os benefícios de valores mínimos.

Tomemos como exemplo dois indivíduos que tenham trabalhadojuntos na lavoura durante cinco anos. Por ocasião da aposentadoria,nos termos da Medida Provisória nº 1.523, o primeiro, que não evoluiusalarialmente e continua ganhando um salário mínimo por mês, teráseu benefício concedido; porém o segundo, que no decorrer de suavida melhorou sua condição salarial e hoje ganha o equivalente a cincosalários mínimos por mês, não poderá aposentar-se, tendo de trabalharcinco anos a mais que o primeiro, como castigo por ter melhorado desituação financeira.

Dessa forma, evidencia-se que o art. 55, II, da Medida Pro-visórianº 1.523 e, consequentemente, o art. 60, XX, do Decreto nº 3.048/99,por discriminarem os segurados, em razão do regime e em razão desalários, estão em desacordo com o disposto no artigo 4º, IV e artigo194, inciso II da Constituição Federal, pelo que deve ser declarada a

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sua inconstitucionalidade, tornando nulos todos os efeitos que possamprejudicar o impetrante no recebimento de seu benefício junto ao..................... .

DO ATO MANIFESTAMENTE ILEGAL

Por todo o exposto, a decisão ora impugnada é arbitrária, ilegal einconstitucional, tendo em vista que, em primeiro lugar, oimpetradonão pode suspender o benefício unilateralmente, sem a existência deprocesso. Em segundo lugar, porque os fundamentos apresentadospara impugnar o período de atividade rural estão baseados em normasposteriores e totalmente inconstitucionais.

REQUERIMENTO

DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência o que segue:

a) concessão de liminar determinando ao Chefe ..., que restabeleçaimediatamente o pagamento do impetrante, desde a suspensão,inclusive o mês de .........., com fundamento nos dispositivosFederais já citados;

b) recebimento do presente mandado de segurança, notificando-se a autoridade coatora, Chefe ..., da Comarca de ............., naRua ..........., nº ..., sobre o conteúdo da petição inicial,entregando-lhe a 2ª via com os documentos que aacompanham, a fim de que, no prazo de ... dias, presteinformações;

c) intimação do digno Representante do Ministério Público, paraque se manifeste no feito;

d) por fim, seja deferida a segurança conforme requerido nopresente, reconhecendo o tempo de serviço, períodos de .../.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../...., válido para todos osefeitos legais e determinando-se ao impetrado que mantenha

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o pagamento do benefício de aposentadoria por tempo deserviço do impetrante, nos mesmos termos em que foi deferidoem .../.../.... . Protesta, ainda, por todos os meios de prova emdireito admitidos e pela condenação do impetrado nas custasjudiciais e demais cominações de estilo.

Valor da causa: R$ ....... (...........................).

Termos em que, com documentos inclusos,

Pede e Espera Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O impetrante, por intermédio de procedimento administrativo, tevedeferido o pedido de aposentadoria por tempo de serviço. Através de ofícioenviado pelo impetrado, foi informado que o tempo de serviço tinha sidocomputado indevidamente. Exigida foi a apresentação de provas, sob penade ser suspenso o benefício. A defesa foi apresentada e, no entanto, obenefício foi suspenso. Como consequência, a complementação de suaaposentadoria por empresa privada também foi suspensa. Pela suspensãosem a observância do procedimento administrativo, o impetrante pede pelacassação do ato e a continuidade do pagamento do benefício.

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OBRIGAÇÃO DE FAZER – MULTA DIÁRIA – EMPREGADOR – CO-RESPONSABILIDADE DA AUTARQUIA-RÉ – LEI Nº 8.212/91 –RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS AOS COFRES PÚBLICOS –DIREITO LÍQUIDO E CERTO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DOTRABALHO DA ...ª VARA DO TRABALHO DE ..............................

......................., brasileira, divorciada, atendente de enfermagem,portadora do CPF nº ............... e RG nº ................, residente edomiciliada na Rua ..........., nº ..., Jd. ......, na cidade e comarca de.................. - ..., CEP ........, por seus procuradores e advogados infra-assinados, vem respeitosamente à presença de V. Exa., neste atousufruindo os benefícios da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, proporAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA contra............, inscrita no CNPJ sob nº .............., com sede na Rua .............,nº ..., nesta cidade e comarca, pelo que passa a expor e, ao final,requerer:

I - DO OBJETO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA

A Requerente celebrou, com a Requerida, Contrato de Prestaçãode Serviços em REGIME CELETISTA, conforme registro na CTPS nº..........., Série nº ..., com admissão em 25 (vinte e cinco) de junho de1990 (mil, novecentos e noventa) e demitida em 02 (dois) de março de1997 (mil, novecentos noventa e sete), portanto, perfazendo um totalde 06 (seis) anos, 08 (oito) meses e 05 (cinco) dias, ou, ainda, 80(oitenta) meses e 05 (cinco) dias de serviços prestados junto àRequerida, e inscrita no PIS/PASEP sob nº ..........

A Autora não foi atendida conforme avençado, quanto aosrecolhimentos previdenciários, no período de 01.01.1991 a 31.12.1993,ou seja, a Requerida deixou de recolher 03 (três) anos a favor daRequerente, que prejudicará em muito a Autora, quando de seu pedido

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de APOSENTADORIA junto ao INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial, pois esta não verificará em seus arquivos os recolhimentosdevidos.

Para que a Requerente adquira a sua APOSENTADORIA PORIDADE, deverá em 15.05.2008, data em que completa os seus 60(sessenta) anos de idade, ter contribuído, no mínimo, durante 162(cento sessenta dois) meses, conforme previsto no artigo 142 da Lei nº8.213, de 24.07.1991, denominada LEI DOS PLANOS DE BENEFÍCIOSDA PREVIDÊNCIA SOCIAL, pois nessa data estará atendendo aosrequisitos do artigo 48, “caput”, da mesma norma. O não cumprimentodessa regra impossibilitará a aquisição de seu benefício; portanto, operíodo retido indevidamente pela Requerida, e não repassado aoscofres da PREVIDÊNCIA SOCIAL, conforme faz prova o Extrato daPREVIDÊNCIA SOCIAL de 29.07.2004, em anexo, lhe trará prejuízosde toda sorte.

A Requerida, por força de lei, tem obrigação de repassar àPREVIDÊNCIA SOCIAL a favor da Autora, sob pena deresponsabilidade frente à legislação em vigor, onde a lei é clara aoestabelecer, nessa situação a responsabilidade pelos danos eventuais,inclusive estará incorrendo em Crime de APROPRIAÇÃO INDÉBITAPREVIDENCIÁRIA, prevista no artigo 168-A, do Decreto-Lei nº 2.848,de 07 de dezembro de 1940, denominado Código Penal, onde que aprevisão é de crime omissivo puro, ou seja, “deixar de repassar” àPrevidência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes, noprazo e forma legal. O entendimento da jurisprudência tem seguido alinha de não ser necessário que o agente se locuplete de vantagensilícitas ou o Erário sofra prejuízo, conforme entendimento de nossosTribunais que vem se posicionando da seguinte forma:

RECURSO ESPECIAL – PENAL – APROPRIAÇÃO INDÉBITADE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA –DEMONSTRAÇÃODO DOLO ESPECÍFICO DE APROPRIAR-SEDOS VALORES NÃO RECOLHIDOS – DESNECESSIDADE –INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – SÚMULA Nº 07DO STJ. – É entendimento pacificado nesta Quinta Turma que ocrime previsto no art. 95, alínea d, da Lei nº 8.212/91, se consuma

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com o simples não recolhimento das contribuiçõesprevidenciárias descontadas dos empregados no prazo legal,ressalvados os casos de extinção de punibilidade. 2. Considera-se que o dolo do crime de apropriação indébita previdenciária éa vontade de não repassar à previdência as contribuiçõesrecolhidas, dentro do prazo e da forma legais, não se exigindo oanimus rem sibi habendi, sendo, portanto, descabida a exigênciade se demonstrar o dolo específico de fraudar a PrevidênciaSocial como elemento essencial do tipo penal. 3. De outro lado,a tese do Recorrente de inexigibilidade de conduta diversa emrazão de dificuldades financeiras exigiria um reexame doconjunto fático probatório, o que é vedado nesta via, emconsonância com o verbete sumular nº 07 do STJ. 4. RecursoEspecial não conhecido. (STJ – REsp 525699 – SP – 5ª T. – RelªMin. Laurita Vaz – DJU 16.02.2004 – p. 00318)

A empresa, que é prestadora de serviços médicos, tem obrigaçãode atender seus compromissos, sob pena de responsabilidade,conforme artigo 33, § 5º, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,denominada LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL, e que nestecaso a lei é clara ao estabelecer, aos empregadores, a responsabilidadepor danos eventuais, ou seja, se o empregado teve a retenção em folhade pagamento mês a mês, não pode ser lesado o seu direito de obterjunto à Previdência Social os benefícios previdenciários, pois o artigo635, III, da INSTRUÇÃO NORMATIVA DC/INSS Nº 100, de 18 dedezembro de 2003, denominada IN Tributação, Arrecadação eFiscalização do INSS, é bem claro ao dizer que este tipo de fraude écrime de ação penal pública.

A Autora pretende, assim, que a Requerida efetue imediatamenteo referido recolhimento previdenciário, sob pena de multadiária de0,33% a.d., ou seja, 10% a.m., sobre o valor devido à Previdência Social,sobre o montante a ser apurado junto ao INSS, isso em obediência aoEnunciado nº 24 dos Juizados Especiais Cíveis do Brasil, que diz:

“A multa cominatória, em caso de obrigação de fazer ou nãofazer, deve ser estabelecida em valor fixo/diário.”

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A Requerente, portanto, conforme provas documentais, faz jusaos recolhimentos junto à PREVIDÊNCIA SOCIAL, para fins deadquirir os benefícios previdenciários que se fizerem necessários. Onão recolhimento dos 3 (três) anos, ou seja, dos 36 (trinta e seis) meses,junto ao INSS, trará prejuízos incal-culáveis à Autora, e tal obrigaçãonão foi cumprida por única e exclusiva culpa da Requerida-Empregadora – conforme prevê a legislação em vigor e pertinente àmatéria, bem como segundo decidem nossos Tribunais.

A Autora só tomou ciência do fato quando, por uma meracuriosidade, para fazer os cálculos de sua futura aposentadoria, retirouo Extrato da PREVIDÊNCIA SOCIAL em 29.07.2004. Até essa data,não percebeu qualquer diferença junto ao INSS, pois sua CTPS nãodeixava dúvida alguma, por não ter rescindido Contrato de Trabalhoneste período, conforme demonstra a cópia da CTPS em anexo, naqual se observa ter sido admitida em 25.06.1990 e demitida em02.03.1997. Até então, acreditava piamente que estavam sendo pagasas parcelas oriundas do desconto em folha de pagamento àPREVIDÊNCIA SOCIAL, no que concerne ao períodosupramencionado.

II - DOS DIREITOS

A Requerente foi funcionária da Requerida no período supra-mencionado, na função de ATENDENTE DE ENFERMAGEM,conforme comprovam os documentos em anexo. Ante odescumprimento por parte da Requerida, portanto, a Autora tem plenodireito de exigir a obrigação de fazer.

A Autora desconhece os motivos que levaram a Requerida a nãocumprir com suas obrigações previdenciárias. Tal atitude, porém,demonstra má-fé, para não falar de apropriação indébita.

A presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTADIÁRIA vem amparada legalmente pelos artigos 247 e seguintes, doCódigo Civil Brasileiro.

É induvidoso que a ora Demandada agiu com negligência ou demá-fé, ao deixar de recolher suas obrigações previdenciárias junto ao

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INSS, a favor da Autora, sabedora de que, ex vi do artigo 30, I, “a”, eartigo 32, incisos I ao IV, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, istoé uma obrigação da empresa, e não um favor.

A Autora vem sendo prejudicada por gravíssima culpa daRequerida, furtando-se esta em cumprir o disposto na legislaçãovigente, que a obriga a recolher 36 (trinta e seis) meses de contribuiçõesprevidenciárias junto ao INSS, o que deveria ter feito no prazoestabelecido e que não fez.

Os documentos em anexo servem como fundamento para aproposição da presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/CMULTA DIÁRIA, transformando-se no maior fator de nulidade, aensejar a procedência da presente ação.

Não poderia, portanto, a Requerida abandonar, desonrando paracom as obrigações previdenciárias de seus funcionários, provocandoassim transtornos aos segurados funcionários, tratando-se de atocriminoso, passível de responsabilização pelos danos causados,conforme previsto no § 2º, do artigo 95, da Lei nº 8.212/91.

Além do mais, o ato falho macula a credibilidade da Requerida,pois decorre de conduta negligente, por descumprimento dasobrigações legais para com os seus funcionários, inclusive, por estarapropriando de valores pertencentes aos cofres da PREVIDÊNCIASOCIAL.

Impõem-se, por isso, e em última instância, o seu dever deOBRIGAÇÃO DE FAZER, ou seja, atender o pedido de apresentar juntoà Previdência Social os recolhimentos referentes ao período de 01/1991 à 12/1993, para evitar transtornos da Autora junto à PrevidênciaSocial, apesar de que a fiscalização quanto aos recolhimentos é deresponsabilidade íntegra do INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial, não respondendo solidariamente a Requerente, pois a esta cabeapenas verificar o controle de registro em sua CTPS. Quanto aosdescontos previdenciários funcionais é uma relação entre empresa eINSS e não dos empregados, pois em caso de não fiscalização do INSSàs empresas, isto implica que no seu silêncio, a estatal-previdenciáriaé responsável pelos prejuízos aos empregados, como no caso em tela,caso não tenha tomado as providências cabíveis dentro do prazo exigidopela legislação vigente, conforme entendimento de nossos Tribunaisque vem se posicionando da seguinte forma:

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PROCESSUAL CIVIL – PREVIDENCIÁRIO – CONTRIBUIÇÃOSOCIAL DESTINADA AO SESC E SENAC – INSS –LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM –RESPONSABILIDADE PELA ARRECADAÇÃO EFISCALIZAÇÃO – ART. 109, I, DA CARTA MAGNA –COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL – Hipótese em que sediscute a competência da Justiça Federal para conhecer e julgaração proposta contra a cobrança de contribuição social embenefício do SESC e SENAC; Observando-se que ao INSS cabea responsabilidade pela arrecadação e fiscalização decontribuição devida por terceiros, e enquadrando-se o caso emapreço em tal previsão, não há como afastar sua legitimidadead causam para figurar no pólo passivo da demanda; - Porconseguinte, competente a Justiça Federal para conhecer e julgaro feito haja vista a presença de entidade autárquica na relaçãoprocessual estabelecida, de acordo com o disposto no art. 109, I,da Constituição Federal; - Agravo de instrumento provido. (TRF5ª R. – AGTR 32142 – (200005000451413) – AL – 2ª T. – Rel.Des. Fed. Petrucio Ferreira – DJU 23.05.2003 – p. 850/851) (grifonosso)

Por todas essas razões, deve ser julgada procedente a presenteAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁRIA, para o fimde que sejam recolhidas as 36 (trinta e seis) contribuiçõesprevidenciárias no que se refere à Autora, condenando-se a demandadano pagamento da multa diária pleiteada, acrescidas das custasprocessuais e honorários advocatícios, em prejuízo ao não recolhimentoem nome da Requerente, bem como apresentar os recolhimentosdevidos, para que seja homologado junto ao INSS – Instituto Nacionaldo Seguro Social.

III - DO PEDIDO

REQUER, a V. Exa.,

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a) Seja liminarmente determinado à Empresa Requerida orecolhimento das 36 (trinta e seis) contribuiçõesprevidenciárias, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobpena de multa diária;

b) A citação da Requerida, para contestar, querendo, a presenteação, e, ao final, seja acolhido o pedido, e determi-nado opagamento da indenização pleiteada.

c) Caso já tenha efetuado os recolhimentos no períodosupra-mencionado, esta apresente em Juízo os recolhimentos,para que sejam averbados junto ao INSS – Instituto Nacionaldo Seguro Social.

d) Em caso do não recolhimento dos recolhimentos devidos, sejaoficiado o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, paraas providências cabíveis na esfera administrativa, civil e penal.

e) Em caso de negligência do INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial, seja este responsabilizado solidariamente para que sejaaverbada o período faltante não recolhido pela Requerida, ouseja, os 36 (trinta e seis) meses de contribuição, do períodode 01/1991 à 12/1993, para não acarretar prejuízos àRequerente, quando requerer o seu benefício previdenciáriojunto ao referido ente público.

f) Seja, finalmente, a Requerida condenada ao pagamento dascustas e honorários advocatícios.

g) Requer ainda, que a V. Exa., conceder de plano, os benefíciosda Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, porser pobre no sentido legal da palavra.

Dá-se à causa o valor de R$ ......................................., para efeitosfiscais.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

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(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O Autor impetra Ação de OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C MULTA DIÁ-RIA contra ex-empregador por não ter recolhido aos cofres da PrevidênciaSocial, sob pena de estar incorrendo sob as penalidades contidas no arti-go 168-A do Código Penal (Apropriação Indébita Previdenciária), e tendo oINSS a responsabilidade pela arrecadação e fiscalização de contribuiçãodevida por terceiros, e enquadrando-se o caso em apreço em tal previsão,não há como afastar sua legitimidade ad causam para figurar no pólo pas-sivo da demanda, conforme norma legal, sendo DIREITO LÍQUIDO E CER-TO a favor do Autor.

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OBRIGAÇÃO DE FAZER – TUTELA ANTECIPATÓRIA – INSS –REALIZAÇÃO DE PERÍCIA EM PERÍODO DE GREVE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

.........................., brasileiro, casado, (profissão), portador do RGnº ................ e CPF nº ...................., residente e domiciliado na Rua................, nº ...., Bairro ..., na cidade e comarca de ................. - ..., porseu advogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente àpresença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELAANTECIPATÓRIA

em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGUROSOCIAL, por sua Agência ......, localizada na Av. .........., nº ...., na cidadede ............. - ..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

I - DOS FATOS

O Requerente trabalha na empresa ................ desde o dia ... de.......... de ...., onde exerce a função de ............... .

Em .... de ........... de ...., o Requerente submeteu-se a uma cirurgiana coluna, o que ocasionou sua incapacidade para o trabalho por umperíodo superior a 15 (quinze) dias consecutivos, conforme faz provao Atestado Médico em anexo.

Ciente de seu direito ao benefício de Auxílio-Doença junto aoRequerido, o Requerente compareceu à Agência ............., em.... de............. de ...., para requerer a concessão do mesmo, e foi informado

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que deveria ali retornar para a realização de perícia médica, paraconstatação de sua incapacidade para o trabalho e consequentehabilitação ao recebimento dos valores a que faria jus.

Ocorre que, na data designada, o requerente compareceu àAgência ............. do Requerido, para a realização da perícia, enovamente foi informado que esta não seria possível, vez que osmédicos peritos do INSS encontravam-se em greve.

Certo é que, como o Requerente não “passou pela períciamédica”, não pôde ser habilitado ao recebimento do beneficio a quefaria jus, de modo que, desde o 16º (décimo sexto) dia de seuafastamento da empresa, não vem recebendo sua remuneraçãodiretamente de seu empregador, tampouco do INSS, ora Requerido,em flagrante desrespeito às normas que regem a matéria.

II - DO DIREITO

A) DO DIREITO DO REQUERENTE À PERCEPÇÃO DOAUXÍLIO-DOENÇA

A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, com suas posterioresalterações, elenca em seu artigo 18 as prestações e benefícios devidosaos segurados, entre os quais se encontra o Auxílio-Doença (inciso I,alínea e), conforme prescreve o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999,em seu artigo 25, inciso I, alínea e.

A mesma lei, em seu artigo 59, dispõe que “o Auxílio-Doençaserá devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, operíodo de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seutrabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) diasconsecutivos”.

Conforme posicionado, verifica-se que o Requerente, por motivoda cirurgia a que foi submetido, ficou incapacitado para o trabalho, e,ainda, que o mesmo cumpriu o período de carência exigido pela lei,que é de 12 (doze) contribuições mensais (ar-tigo 25, inciso I, da Lei

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nº 8.213/91), vez que trabalha na empresa .............. há aproximadamente7 (sete) anos.

Verifica-se, assim, que o Requerente cumpre totalmente osrequisitos elencados pela norma legal, de modo que faz jus aorecebimento do benefício Auxílio-Doença, o qual deveria estarrecebendo do Requerido desde o 16º (décimo sexto) dia de seuafastamento do trabalho, conforme preceitua o artigo 60 da já citadanorma, in verbis:

“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado acontar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, nocaso dos demais segurados, a contar da data do início daincapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.(Redação dadapela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”

Acontece que, apesar de cumprir todos os requisitos legais e dehaver expressa disposição legal determinando ao Requerido opagamento do benefício Auxílio-Doença ao Requerente desde o 16º(décimo sexto) dia de seu afastamento do trabalho, até a presente datao mesmo nada recebeu, pois o Requerido alega que o Requerente aindanão passou por perícia médica que comprove sua incapacidade.

Todavia, em virtude da greve dos médicos peritos do INSS, oRequerente não tem como comprovar sua incapacidade conforme exigeo Requerido, segundo o artigo 101 da Lei nº 8.213/91, de modo quenecessita de provimento judicial que obrigue o Requerido a pagar aoRequerente a importância a que faz jus, independentemente darealização de perícia médica, vez que os documentos médicos em anexocomprovam sua inaptidão para o trabalho pelo período exigido na leique rege a matéria.

Destaque-se que tal pagamento deve abranger todos os valoresdevidos ao Requerente, desde o 16º (décimo sexto) dia de seuafastamento da empresa.

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B) DO DEVER DO REQUERIDO DE ASSEGURAR APRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS À POPULAÇÃO EM CASOSDE GREVE

No entanto, caso se leve em conta a necessidade de o Requerenteter sua inaptidão para o trabalho comprovada por perícia médica, oque se admite apenas como argumentação, verifica-se que adisponibilização de médicos para o cumprimento dessa obrigação édo Requerido, mesmo durante a greve dos médicos peritos.

A obrigação do Requerido de pagar ao Requerente o benefício aque faz jus, e de realizar a perícia médica no Requerente durante oPERÍODO DE GREVE dos médicos peritos, decorre da Lei nº 7.783,de 28 de junho de 1989, a qual dispõe em seu artigo 11 que, durante agreve, o empregador fica obrigado a garantir à população a prestaçãode serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveisda comunidade, sendo que tal obrigação legal decorre do fato de que,com a paralisação dos serviços essenciais, “é geralmente a população,e sobretudo os menos abonados, que é transformada pelos sindicatosdos empregados em instrumento de pressão para impor asreivindicações formuladas contra os empregadores”. (MIGUEL REALE.“Greves Selvagens” – publicado em Síntese Trabalhista nº 137 – nov./2000, p. 5), e mais adiante diz também que “é imperativo pôr umparadeiro aos atos abusivos e ilícitos a que se expõe a coletividade”.

Mais à frente o artigo 11, parágrafo único, da norma supra-citada,com o intuito de proteger a população, dispõe que “são necessidadesinadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem emperigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”,notando-se, assim, que o Requerido deve garantir imediatamente aoRequerente a prestação do serviço de perícia médica para que ele possaobter o benefício a que faz jus, vez que sua necessidade é inadiável,posto que depende do recebimento de tal benefício para manutençãoprópria e de sua família (esposa e filhos), ou seja, para suasobrevivência.

Verifica-se ainda que a obrigação do Requerido, neste caso, é ade fazer, porquanto, conforme demonstrado, envolve a prática de um

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ato legalmente previsto. Nesse sentido é preciosa a lição de SÍLVIORODRIGUES, a qual reza, in verbis:

“Na obrigação de fazer, o devedor se vincula a um determinadocomportamento, consistente em praticar um ato, ou realizar umatarefa, donde decorre uma vantagem para o credor.” (Direito Civil,vol. 2, Parte Geral das Obrigações, Ed. Saraiva, 1989, p. 33)

É imperativo, consequentemente, caso se entenda pelanecessidade de o Requerente realizar perícia médica para a percepçãodo beneficio a que faz jus, que se imponha ao Requerido a observânciada norma que foi flagrantemente desobedecida e se disponibilize ummédico perito para a realização da perícia.

C) DA TUTELA ANTECIPATÓRIA

De conformidade com o artigo 461 do CPC, nas ações que tenhampor objeto o cumprimento de obrigação de fazer, como é o caso dapresente ação, “o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, seprocedente o pedido, determinará providências que assegurem oresultado prático equivalente ao do adimplemento”.

Com o fim de conceder ao “credor” da obrigação de fazer, como éo caso do Requerente, o resultado prático equivalente ao adimplementoda mesma, o § 3º do artigo 461, do CPC, autoriza o juiz a concederliminarmente a tutela pretendida, nos casos em que haja fundamentorelevante e justificado receio de ineficácia do provimento final. Nocaso em tela, não resta dúvida que coexistem tais requisitos necessáriospara a concessão liminar da tutela pretendida pelo Requerente, vezque seu pedido fundamenta-se na concreta violação de direito que alei lhe outorga, o qual deve ser colocado imediatamente à suadisposição, sob pena de causar a ele e à sua família irreparáveisprejuízos, ante a natureza alimentar da verba a que faz jus, tornandoineficaz o provimento final, caso não seja antecipado.

Para fins de efetivação da tutela, requer seja imposta multa diáriaao Requerido por inobservância da determinação liminar, em valor a

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ser fixado por este h. Juízo, nos termos do artigo 461, §§ 4º e 5º, doCódigo de Processo Civil.

III) DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, requer que, sem audição da parte adversa,seja antecipada liminarmente a tutela, determinando-se ao Requeridoque efetue, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar dacomunicação processual, o pagamento do AUXÍLIO-DOENÇA aoRequerente; ou que, no mesmo prazo, disponibilize médico para aperícia, a fim de habilitá-lo ao referido benefício.

Deferida a TUTELA ANTECIPATÓRIA, requer seja efetivada acitação do Requerido para, querendo, contestar a presente ação, noprazo legal, sob pena de revelia, acompanhando-a até final decisão,que deverá julgar PROCEDENTE o pedido inicial, transformado emdefinitivo o provimento jurisdicional liminarmente pleiteado.

Requer sejam-lhe concedidos os benefícios da ASSISTÊNCIAJUDICIÁRIA GRATUITA, nos termos da Lei nº 1.060/50.

Requer, finalmente, provar o alegado por todos os meios de provaem direito admitidos, inclusive, depoimento pessoal do Requerido.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........(........................).

Nestes termos,

Pede e espera deferimento e JUSTIÇA!

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

O Requerente se vê prejudicado em razão da GREVE dos Peritosdo INSS. Mas o artigo 11, caput e parágrafo único, da Lei nº 7.783, de 28de junho de 1989, é bem clara quando diz, textualmente:

“Art. 1 1. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos,os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comumacordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços in-dispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis dacomunidade.

Parágrafo único . São necessidades inadiáveis, da comunida-de, aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente asobrevivência, a saúde ou a segurança da população.”

Verifica-se, assim, a OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELAANTECIPATÓRIA em períodos de greve, em caso de serviços inadiáveis ecuja não realização venha trazer e/ou colocar em perigo a saúde ou a vidado cidadão.

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PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS- TUTELAANTECIPADA – ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DE 21 ANOS –DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................14*

........................, brasileira, solteira, maior, nascida em .../.../....,estudante universitária do 5º (quinto) período do curso de ..........,portadora do RG nº ................ e inscrita no CPF sob nº ...................,residente e domiciliada na Rua ...................., nº ..., CEP .............., comfundamento nos artigos 3º inciso I, 6º, 194, 201, V, e 205 daConstituição Federal, e na Lei nº 8.213/91, vem respeitosa-mente atravésde seus advogados infra-assinados (instrumento de mandato incluso),estes com endereço profissional localizado na Rua ..........., nº ..., Bairro..., nesta cidade e comarca, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA DEPENSÃO POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA em face doINSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquiafederal, com sede na Av. .........., nº ..., nesta Capital, na pessoa de seuProcurador, baseando-se, para tanto, nos fundamentos fáticos ejurídicos a seguir aduzidos:

I – DOS FATOS

1. A Requerente, filha de ............... e .................., vivia sob adependência de sua avó ...................., falecida em data de ... de ..............de ..., conforme faz prova a cópia da Certidão de Óbito em anexo.

2. A falecida era aposentada do INSS, benefício nº ............, etinha a guarda da Requerente, decorrente de sentença judicial,conforme faz prova a Certidão passada pelo Juizado da Infância e daJuventude da comarca de .............. - ... em ... de ... de ..., aqui anexada,

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a qual a obrigava à prestação de assistência material, moral eeducacional.

3. Após o falecimento da Sra. ..........., a Requerente ingressoucom pedido administrativo solicitando o recebimento da pensão a quefaz jus, tendo o Requerido indeferido o seu pedido, tudo de acordocom a documentação aqui anexada por cópia.

4. É notória a dependência econômica da Requerente de percebero mencionado benefício previdenciário, uma vez que todas as despesasda casa, bem como as despesas relativas à graduação universitária daRequerente eram pagas pela avó falecida.

5. E não é só, Excelência. Fazemos acostar à presente asDeclarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda de Pessoa Física –IRPF da falecida, relativas aos exercícios de .... a ...., que demonstramque a Requerente era sua dependente, bem como os comprovantes depagamento das mensalidades escolares, inclusive as mensalidades docurso universitário, igualmente efetuadas pela “de cujus”.

6. Demais disso, a Requerente sempre viveu sob o mesmo teto ena companhia de sua falecida avó, no mesmo endereço declinado nestapeça, conforme pode se observar da documentação ora anexada.

7. A Requerente, atualmente com 21 (vinte e um) anos de idade,é estudante do 5º (quinto) período do curso de ......... da Faculdade..........., necessitando da mencionada pensão para custear seus estudose prover parte das despesas da sua casa. Caso não perceba essebenefício, não terá condições de concluir o seu curso universitário,uma vez que não possui qualquer outro rendimento que lhe garanta asobrevivência.

8. Destarte, comprovada a dependência econômica, há de segarantir o benefício da pensão para aquele que dependaeconomicamente do instituidor, no caso, a avó da Requerente.

II – DO DIREITO

A Carta Magna de 1988, fiel aos princípios que nortearam suaelaboração, outorga ao cidadão brasileiro uma enorme gama de direitos

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e garantias, objetivando o quanto possível o acesso de todos aosprogramas, serviços e benefícios fornecidos pelo Poder Público, sempretendo em mente que a finalidade primeira e maior de toda atividadegovernamental é o bem-estar geral. Portanto, ao versar sobre osDIREITOS SOCIAIS, em seu artigo 6º, caput, estabelece:

São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, asegurança, a previdência social, a proteção à maternidade e àinfância, a assistência aos desamparados, na forma destaConstituição.

Verifica-se, ainda, que o Código Civil brasileiro de 1916estabelecia que, aos 21 (vinte e um) anos completos, acabava amenoridade, ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vidacivil (art. 9º), portanto, em conformidade com essa regra, o artigo 16,inciso I, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, considerou a idade de21 (vinte e um) anos como limite à qualidade de beneficiário da pensãotemporária, apesar de o novo Código Civil reduzir para 18 (dezoito)anos completos a idade em que cessa a menoridade, na qual fica apessoa habilitada para todos os atos da vida civil (artigo 5º, caput).

Muito embora aos 18 (dezoito) anos o indivíduo esteja apto aexercer os atos da vida civil, para fins previdenciários a relação dedependência merece tratamento diferenciado em relação ao filho e àpessoa a ele equiparada ou ao irmão, universitário ou que estivercursando a escola técnica de 2º grau até 24 anos.

O jovem, no período dos 18 (dezoito) aos 24 (vinte e quatro)anos, deve dar prioridade à sua formação intelectual para poder melhorenfrentar o mercado de trabalho. Se por infelicidade, nessa fase davida, vier a perder a pessoa responsável pela sua manutenção,certamente terá de abandonar os estudos e procurar meios para opróprio sustento.

Douto Julgador, ao examinar o presente processo, VossaExcelência deverá levar em conta a situação da Autora, estudante doCurso de ........ da Universidade ..........., para mantê-la na condição dedependente para fins previdenciários até os 24 (vinte e quatro) anos,como incentivo à educação.

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A Constituição Federal, ao estatuir em seu artigo 201, V, que apensão por morte será paga aos dependentes do segurado falecido,evidencia o nítido caráter alimentar do benefício, haja vista que aodeterminar que este será pago àqueles que dependiam economicamentedo segurado morto está a estabelecer que sua finalidade é suprir acontribuição econômica que o finado pres-tava à família, possibilitandoque esta, em razão da contribuição econômica recebida da previdênciasocial, permaneça estruturada. De tal modo que a lei, ao estabelecer orol de dependentes para tal efeito, deverá obrigatoriamente observar oparâmetro traçado pela Carta Magna, contemplando todos aqueles quesejam substancialmente dependentes do segurado falecido.

As disposições legais que fixam como termo final do benefíciode pensão por morte o alcance da idade de 21 (vinte e um) anos ou damaioridade civil, independentemente da aferição de outros fatoresrelevantes que possam evidenciar a continuidade do estado dedependência, padecem de flagrante inconstitucionalidade, uma vezque desvirtuam a natureza e finalidade do instituto constitucional,violando o disposto no artigo 201, V, da Carta Política.

Não bastasse a ofensa ao comando do artigo 201, V, da CartaPolítica, a aplicação literal de tais dispositivos legais violamaterialmente ainda o disposto no artigo 205 da Constituição Federal/1988,que estatui que a educação é direito de todos e deverá serpromovida e incentivada pelo Estado, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadaniae sua qualificação para o trabalho.

Ao excluir o maior de 21 (vinte e um) e menor de 24 (vinte equatro) anos de idade, que se encontre cursando universidade, do rolde dependentes, tolhendo-lhe o direito à percepção do benefício depensão por morte, o Estado estaria a promover justamente o oposto dodeterminado pelo comando Constitucional, impedindo o plenodesenvolvimento da pessoa e sua qualificação para o trabalho atravésda educação, quando, a teor do que disciplina a Carta Magna, deveriapromover e incentivar a formação educacional dos cidadãos, já que nomais das vezes o indivíduo hipossuficiente não terá condiçõesmateriais de concluir seus estudos quando privado da contribuiçãoprevidenciária a que faz jus, sendo compelido a ingressar

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prematuramente no mercado de trabalho para que possa prover suasnecessidades inadiáveis, com inevitável prejuízo à sua formaçãoacadêmica.

A aplicação ou interpretação literal das normas que estabelecema maioridade civil como limite para percepção do benefício de pensãopor morte redunda em legitimar ofensa à Constituição da República.Em tal hipótese há flagrante e incontestável violação aos primados daisonomia e da razoabilidade, uma vez que estaríamos a legitimar umestado de fato em que a Requerente, universitária e maior de 21 (vintee um) anos, deixaria de ser considerada como dependente, o que seafigura absurdo e absolutamente irracional. Como se sabe, com ofalecimento de sua guardiã, ocorreu o agravamento da dependênciaantes verificada.

Ademais, como já acima salientado, o novo Código Civil reduziua maioridade civil para 18 (dezoito) anos de idade, de modo que, casonão nos divorciemos do entendimento defendido e aplicado pelosgestores da Previdência Social, estaremos caminhando paraconsolidação do entendimento de que a pensão por morte recebidapelo filho (ou equiparado) do segurado falecido terá de fato por termoo alcance da maioridade civil.Dessa forma, estaremos excluindoinjustamente grande parte da população do sistema de proteção social,condenado nossos filhos ao abandono e indiferença estatal, em afrontaao disposto no artigo 3º, I, da Constituição Federal/1988, isso porquequase nenhum jovem de 18 (dezoito) anos de idade terá condiçãopsíquica e material para sobreviver e inserir-se de forma condigna nomercado de trabalho e em nossa sociedade, senão mediante a atuaçãoprotetiva e solidária do Estado e da Sociedade, mediante sua inclusãono regime de previdência social, como, aliás, quis o nosso Constituinte.

E em face da aplicabilidade e força de tal raciocínio os nossosTribunais vêm se posicionando de forma atuante, repudiando a posiçãoarcaica quanto à aplicação do disposto no artigo 16, inciso I, da Lei8.213 de 24 de julho de 1991, e das demais legislações correlatas, sendona atual conjuntura aplicado pelos TRF’s (Tribunais RegionaisFederais) e Tribunais Superiores (STF, STJ e TST), com entendimentoidêntico ao aqui esposado, assentando que o os filhos, ou enteados,bem como o menor sob guarda ou tutela, até 24 (vinte e quatro) anos,

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não perdem a condição de dependente, e assim o direito à percepçãodo benefício de pensão por morte, desde que se encontrem cursandouniversidade. Vejamos as seguintes jurisprudências a respeito:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. PENSÃO MENSAL. LIMITE DOPENSIONAMENTO. ABATIMENTO DE VALORES PAGOS ATÍTULO DE SEGURO DE VIDA. I - Termo final dopensionamento devido às filhas menores da vítima. Fixação em24 anos, considerando que, nessa idade, as beneficiárias já terãoconcluído a sua formação, inclusive em nível universitário. II -Abatimento dos valores pagos a título de seguro de vida: dissensointerpretativo não suscetível de configuração. III - Recursoespecial conhecido, em parte, e provido.” (STJ. REsp 333462/MG. Rel. Min. Barros Monteiro. DJ 24.02.2003. p. 238)

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PENSÃO.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. MAIORIDADE. DIREITO. 1.Tendo como norte o direito à educação, dever do Estado e dafamília, deve ser resguardado o direito à percepção de pensão,ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, atéque o mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, nointuito de possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.2. Precedentes do Eg. STJ. 3. Apelação parcialmente provida.”(TRF 5ª Região. AC 282794/CE. Rel. Des. Federal Luiz AlbertoGurgel de Faria. DJ 10.04.2003, p. 553)

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENSÃOPOR MORTE. DEPENDENTE MAIOR DE 21 ANOS.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DOBENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS DE IDADE. 1. É cabível aprorrogação do benefício previdenciário de pensão por morteaté que o dependente complete 24 anos de idade, na hipótese deser estudante de curso universitário. Precedente. 2. Estandoregularmente instruído o agravo de instrumento, é possível oseu julgamento imediato, restando prejudicado o agravoregimental. 3. Agravo de instrumento improvido.” (TRF 4ª Região.AGA 149033/SC. Rel. Des. Federal Nylson Paim de Abreu. DJU22.10.2003, p. 592).

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“PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR DE IDADE.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. DEPENDÊNCIAECONÔMICA. CARÁTER ALIMENTAR. I - Filho de seguradoda previdência social faz jus à pensão por morte até os vinte equatro anos de idade, desde que comprovado o seu ingresso emuniversidade à época em que completou a maioridade e adependência econômica, a fim de assegurar a verdadeirafinalidade alimentar do benefício, a qual engloba a garantia àeducação. II - Devido à natureza alimentar, não há argumentoque justifique conferir à pensão por morte uma aplicação diversada que é atribuída aos alimentos advindos da relação deparentesco, regulada pelo Direito Civil, sendo certo quenestaseara vigora o entendimento segundo o qual o alimentando fazjus a permanecer nesta condição até os 24 (vinte e quatro) anosde idade se estiver cursando faculdade. III - É preciso consideraro caráter assecuratório do beneficio, para o qual o seguradocontribuiu durante toda a sua vida com vistas a garantir, no casode seu falecimento, o sustento e o pleno desenvolvimentoprofissional de seus descendentes que, se vivo fosse, manteriacom o resultado de seu trabalho, por meio do salário ou dacorrespondente pensão. IV - Recurso provido.”(TRF 2ª Região,AC nº 197.037-RJ, Relator Juiz André Fontes, 6ª Turma, unânime,julgado em 26.06.2002, DJU 21.03.2003)

Desse modo, amparando-se nas razões aqui expostas, em facedo que dispõem os arts. 201, V, e 205 da Carta Magna, torna-seimpositiva a conclusão de que aos dispositivos legais que fixam olimite de 21 anos como termo final da condição de dependente, paraefeito de percepção do benefício de pensão por morte, deve seremprestada interpretação em conformidade com a ConstituiçãoFederal, de modo a se entender que o alcance de referida idade somenteserá causa para a extinção da qualidade de dependente do cidadão seeste não se encontrar cursando universidade ou escola técnica de 2ºgrau, hipótese em que a manutenção da qualidade de dependente e dodireito à percepção do correspondente benefício de pensão por morte,por força dos dispositivos constitucionais ventilados, serãoprorrogados até o término de sua formação acadêmica ou o alcance da

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idade limite de 24 (vinte e quatro) anos, quando se presume teradquirido condições de manter o próprio sustento.

III – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELAANTECIPADA

Tanto o direito à condição de vida digna como o direito àeducação estão inseridos nos chamados direitos fundamentaisgarantidos pela Constituição Federal de 1988. Trata-se de garantir odesenvolvimento do ser humano, seja através do direito à educação,ao trabalho, à saúde, inclusive a liberdade e felicidade do homem.

O art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modoexplicito e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida,veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os malescorrosivos do tempo no processo.

Pelo regramento processual, basta que o juiz faça uma sumáriacognição para haver a antecipação da tutela pretendida. O direitoaparece como evidente desde logo.

A tutela antecipatória é sempre satisfativa do direito reclamado,especialmente quando esse mesmo direito é evidenciável sem anecessidade de proceder a uma instrução probatória tradicional.

No que concerne ao fumus boni juris, o preenchimento de talrequisito se evidencia ao longo de toda a presente peça, já que,indubitavelmente, o direito desautoriza a exclusão da Requerente dorecebimento de pensão temporária deixada por sua guardiã.

Com efeito, é manifesta a iminência do prejuízo da Requerente,lesada em seus já mencionados direitos constitucionais e estatutáriospor ato da ré.

Eis aqui presente o fumus boni juris, inegavelmente qualificado.

Pelos fundamentos que aqui vêm sendo expostos, quer emconjunto, quer isoladamente, merece ser acolhida a pretensão da Autora.

Como se pode observar, a situação atual é insustentável, dadoque a Autora encontra-se na iminência de não concluir o seu curso

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universitário, em razão de não perceber o amparo previdenciário aoqual faz jus, o que lhe causará inúmeras e gravosas consequências,com prejuízos que só tendem a aumentar com o passar do tempo, atése tornarem irreparáveis.

Por essas razões, a tutela antecipada ora pleiteada se reveste decaráter urgente, fazendo-se mister seja concedida, como meio de evitarprejuízos ainda mais sérios à Requerente.

A antecipação da tutela é deferível diante do periculum in morapara o direito ou nas hipóteses de direito evidente. Sobressai evidenteo direito consagrado na Corte Suprema, por isso que a tutela dosdireitos evidentes é plenamente ajustada quando existam ospressupostos essenciais para a sua concessão.

Eis aqui o periculum in mora, patentemente configurado.

As decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau vêm semostrando favoráveis ao pleito autoral.

Deve-se ainda registrar que, em casos análogos, os tribunais vêmdecidindo reiteradamente pela concessão da tutela antecipada, valendotranscrever os seguintes precedentes:

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ESTUDANTE.MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA.1. A pensão por morte pode ser prorrogada até o beneficiáriocompletar 24 anos de idade se estiver cursando ensino superior,porquanto não se mostra razoável interromper o seudesenvolvimento pessoal e a sua qualificação profissional.Precedente da Turma. 2. Hipótese em que o pagamento dobenefício deverá ser mantido somente enquanto a pensionistaestiver frequentando o curso, cessando-o quando completar 24anos de idade. 3. Deferida a antecipação da tutela. 4. Agravo deinstrumento provido.” (TRF 4ª Região. AG 200404010148844/SC. Rel. Nylson Paim de Abreu. DJ 22.09.2004, p. 587)

Assim, imperativo que se conceda a tutela antecipada, a fim deque seja concedida a pensão por morte de sua guardiã, em favor doRequerente, para o fim de receber a pensão temporária até julgamento

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final da presente Ação, visto que cabalmente configurados o periculumin mora e o fumus boni juris, e tendo em vista, ainda, a premênciaimposta pelas circunstâncias que permeiam o caso vertente, sob penade danos irreparáveis ou de difícil reparação e graves prejuízos àRequerente.

IV – DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, restando evidenciada a iminência deviolação aos direitos e interesses da Requerente, requer:

1. A concessão de tutela antecipada, a fim de que seja asseguradaa percepção da pensão até julgamento final da presente Ação,visto que cabalmente configurados o periculum in mora e ofumus boni juris, sob pena de danos irreparáveis ou de difícilreparação e graves prejuízos à Requerente;

2. Determinar a CITAÇÃO do INSS, no endereço declinado acima,através de seu Procurador Chefe, no endereço já mencionado,para, querendo, contestar a presente Ação, sob pena deconfissão e revelia;

3. Determinar a cientificação da Ação ao Ministério Público, paraintervir no feito;

4. Julgar PROCEDENTE O PEDIDO EM TODOS OS SEUSTERMOS, condenando o Requerido a assegurar a pensãoprevidenciária à Requerente até os 24 (vinte e quatro) anos deidade ou até a conclusão do curso universitário, pois obenefício pensão temporária por morte é essencial para aAutora, no que concerne às condições mínimas desobrevivência, bem como o acesso à formação educacional eprofissional;

5. Condenar o Requerido ao pagamento de honoráriosadvocatícios na base de 20% (vinte por cento), calculados sobreo valor da condenação;

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6. A condenação do Requerido, ainda, ao pagamento das custasprocessuais e demais cominações legais;

7. Determinar a concessão da Assistência Judiciária, haja vista aAutora não ter condições de arcar com custas processuais ehonorários advocatícios, sem prejuízo da manutenção, sua eda família, nos termos da Lei nº 1.060/50, com as alteraçõesintroduzidas pelas legislações posteriores.

Por fim, requer provar o alegado por todos os meios de prova emdireito admitidos, especialmente a documental, testemunhal,depoimento pessoal, perícias e demais provas que este E. Juízo acharconveniente para ser inconteste em todos os sentidos.

Dá-se à presente causa o valor de R$ ......... (..................... reais).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. ........

RESUMO

A Requerente justifica seu pedido de Pensão por Morte junto aoINSS em razão do falecimento de sua avó, pessoa que detinha a Guardada Requerente por força de sentença judicial, o que a obrigava à prestaçãode assistência material, moral e educacional. E, na data do falecimento desua guardiã, a Requerente continuava, em relação aos seus estudos, total-mente sob a dependência da falecida.

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446 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Este modelo também pode ser aplicado quando a dependência eco-nômica decorrer dos pais ou de qualquer outro que venha a substituir-lhesa figura.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas junto à JUSTIÇA ESTADUAL, excetu-ando as comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de con-formidade com o § 3º, do artigo 109 da CF/1988.

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PENSÃO POR MORTE – INSS – COMPANHEIRA – DEPENDÊNCIAECONÔMICA – UNIÃO ESTÁVEL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

...................., brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliada naRua ............, nº ..., Jardim ........, nesta cidade, através de seu advogadoe procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presença de V.Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ......., nº..., CEP ........, na cidade e comarca de .............. - ..., a presente AÇÃOSUMÁRIA DE PENSÃO POR MORTE, do espólio ..................., comamparo nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91, do art. 105 doDecreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e 201, inciso V, § 5º, da ConstituiçãoFederal, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos efundamentos:

1. O espólio .............. era contribuinte da Previdência Social, sobinscrição nº ......, e era esposo da Requerente desde 14 de setembro de1968, conforme documentos anexos, ou seja, Certidão de Óbito,Certidão de Casamento, CPF, RG, Laudo Médico p/ Emissão AIH,Carteira de Trabalho, PIS, que comprovam que era trabalhador urbano,contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL e esposo da Requerente.

2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário.

3. O falecido, .................., teve como causa mortis, conformeconsta do atestado de óbito, a MORTE NATURAL, deixando 5 (cinco)filhos, que são: ............ (30), ............... (27), ....... (25), ............ (21) e.............. (20).

4. A Lei nº 8.213, de 24.07.1991, c/c o art. 105 do Decreto nº3.048/99, em seu art. 74 diz:

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“Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dosdependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contarda data: (Redação dada ao “caput” pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)

I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Incisoacrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)

II - do requerimento, quando requerida após o prazo pre-vistono inciso anterior; (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de10.12.1997)

III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incisoacrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)”

5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “Todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,(...)”.

6. O art. 6º, da Constituição Federal, diz: “São direitos sociais aeducação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIASOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição”.

7. A Requerente era esposa do espólio ............, conforme provasdocumentais, portanto, fazendo jus à Pensão por Morte, emconformidade com o artigo 226, § 3º, da Carta Magna, que reza: “Paraefeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estávelentre ohomem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar suaconversão em casamento”, conforme a Lei nº 9.278, de 10 de maio de1996, denominada LEI DE UNIÃO ESTÁVEL, e demais legislaçõespertinentes à matéria, que de acordo com Ementários dasJurisprudências Previdenciárias, pacificados pelos nossos Tribunais,dizem:

“PENSÃO POR MORTE – COMPANHEIRA – PRELIMINAR DECARÊNCIA DE AÇÃO REJEITADA – QUALIDADE DESEGURADO – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – PRESENTES OS

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 449

REQUISITOS LEGAIS – SENTENÇA MANTIDA – Comprovadaa união estável mantida entre a autora e o de cujus, bem como aexistência de filhos em comum, é reconhecido o direito à pensãoprevidenciária, conforme Decreto-Lei nº 66/66, que deu novaredação ao art. 11 da Lei nº 3.807/60, e Lei nº 5.890/73. Preliminarrejeitada. Outrossim, a dependência econômica da autora, nahipótese, é presumida, a teor do disposto no art. 10, I, c.c. o art.12, da CLPS. Assim sendo, há que se ter por preenchidos osrequisitos legais para a obtenção do benefício. Recurso do INSSa que se nega provimento.” (TRF 3ª R. – AC 91/03/038685-6 - SP– 5ª T. – Relª Desª Fed. Suzana Camargo – DJU 10.10.2000)

“PENSÃO POR MORTE – COMPANHEIRA SEM FILHOS DESEGURADO – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA– DIES A QUO DO BENEFÍCIO – 1. Para a comprovação daqualidade de companheira é suficiente qualquer elemento quepossa levar à convicção do juiz. Art. 20, item XVI do Reg.Benefícios. 2. Comprovada a condição de segurado do de cujus esendo presumida a dependência econômica da companheira, fazjus a autora ao benefício pleiteado. 3. Não havendo requerimentofeito administrativamente, o termo inicial do benefício deveráser fixado a partir da citação. 4. Remessa oficial parcialmenteprovida. Apelação do INSS improvida.” (TRF 3ª R. – AC 98/03/087861-1 – SP – 1ª T. – Rel. Des. Fed. Oliveira Lima – DJU28.12.1999)

“PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – EX-COMPANHEIRA – REQUISITOS – 1. A valoração da provaexclusivamente testemunhal da dependência econômica e doconcubinato de ex-segurado é válida se apoiada em indíciorazoável de prova material. 2. Recurso não conhecido.” (STJ –REsp 142601 – PE – 5ª T. – Rel. Min. Edson Vidigal – DJU03.08.1998 – p. 285)

8. Pelo exposto, após satisfeito o requerimento, vem requerer acitação do Réu, por seu procurador-regional, no mesmo endereçodeclinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presente

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450 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertências legais, e que V.Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, a final, condenar oRéu à concessão ao Requerente da Ação Sumaríssima de PENSÃOPOR MORTE, a partir da data do óbito (29.10.2001), bem como emitiro carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora ehonorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta deliquidação, calculados na forma da Lei.

9. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

10. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefíciosda Assistência Judiciária, nos termos do artigo 128 da Lei nº 8.213/91,com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº 8.620/93,combinada com a Lei nº 1.060/50.

11. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(............................).

Pede deferimento,

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

A companheira faz jus ao benefício previdenciário “Pensão por Mor-te” de seu companheiro, desde que comprovado por documentos, em aten-dimento ao que assegura a CF em seu art. 226, § 3º, DA UNIÃO ESTÁ-VEL.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 451

PENSÃO POR MORTE – INSS – CÔNJUGE – DEPENDÊNCIAECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..........................

....................., brasileira, viúva, do lar, residente e domiciliadana Rua ..........., nº ..., Jardim ........., nesta cidade, através de seuadvogado e procurador infra-assinado, vem respeitosamente à presençade V. Exa. propor contra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social,autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Av. ......., nº..., CEP .........., na cidade e comarca de ............... - ..., a presente AÇÃOSUMÁRIA DE PENSÃO POR MORTE, do espólio .............., comamparo nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91, do art. 105 doDecreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e 201, inciso V, parágrafo 5º, daConstituição Federal, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatose fundamentos:

1. O espólio .................... era contribuinte da Previdência Social,sob inscrição nº ........, e era esposo da Requerente desde 21 de abril de1967, conforme faz prova a Certidão de Casamento. Faleceu em 30 deoutubro de 2003, e era segurado da PREVIDÊNCIA SOCIAL até a datado óbito, conforme faz prova o registro de sua CTPS, além de outrosdocumentos anexos, ou seja, a Certidão de Óbito, CPF, RG, LaudoMédico p/ Emissão AIH, Carteira de Trabalho, PIS, e Guias daPrevidência Social (GPS), que comprovam que era trabalhador urbano,contribuinte da PREVIDÊNCIA SOCIAL e esposo da Requerente.

2. A Requerente não recebe nenhum tipo de benefício daPrevidência Social, nem de outro regime previdenciário.

3. O falecido, .................., teve como causa mortis, conformeconsta do atestado de óbito, a MORTE NATURAL, deixando 2 (dois)filhos, que são: ................. (27) e ................ (21).

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4. O Decreto nº 3.048/99, art. 105, combinado com a Lei nº 8.213de 24 de julho de 1991, art. 74, diz:

“Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto dosdependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contarda data: (Redação dada ao “caput” pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)

I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (Novaredação dada pelo Decreto nº 5.545, de 22.09.2005 – DOU de23.09.2005)

II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto noinciso anterior;

III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.”

5. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz que: “Todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,(...)”.

6. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais aeducação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIASOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição”.

7. De conformidade com a Lei nº 8.213/91, a Requerente obedeceas exigências legais, conforme se vê:

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,na condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mentalque o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declaradojudicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)

(...)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 453

§ 4º. A dependência econômica das pessoas indicadas no incisoI é presumida e a das demais deve ser comprovada.”

8. Independe de carência a PENSÃO POR MORTE, pois a Lei nº8.213/91 diz:

“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintesprestações:

I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (NR) (Redação dada ao inciso pela Lei nº 9.876, de26.11.1999, DOU 29.11.1999)”

9. A Requerente era esposa do espólio .................., conformeprovas documentais, portanto, fazendo jus à Pensão por Morte, deconformidade com a legislação em vigor e demais legislaçõespertinentes à matéria. E, quanto ao assunto em tela, abaixo seguem osEmentários Jurisprudenciais Previdenciários, de nossos Tribunais, quedizem:

“PENSÃO POR MORTE – PRESENTES OS REQUISITOSLEGAIS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO – TERMOINICIAL DO BENEFÍCIO – SENTENÇA IMPROCEDENTE –REFORMADA – RECURSO PROVIDO – A dependênciaeconômica da esposa e filhos em relação ao falecido segurado épresumida, nos termos do § 4º do art. 16 da Lei nº 8.213/91.Impõe-se a concessão do benefício de pensão por morte, poispresentes os requisitos legais da condição de segurado do decujus e da qualidade de dependente de quem ajuíza a demanda.Otermo inicial do benefício, nos termos do art. 219 do CPC, deveser fixado a partir da citação. Honorários advocatícios mantidosem 15% (quinze por cento) sobre o total da condenação, consoantea previsão do art. 20 do Código de Processo Civil e entendimentoassente nesta Turma. Juros moratórios devidos à razão de 6%(seis por cento) ao ano, a partir da citação, nos termos dos arts.

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454 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

1.062 e 1.536, § 2º, do Código Civil c/c o art. 219 do Código deProcesso Civil. A incidência da correção monetária deve se dar apartir do vencimento de cada parcela em atraso, calculada naforma da Lei nº 6.899/81, até a edição da Lei nº 8.213/91, observadoo disposto no Provimento nº 24, de 29/04/1997, da CorregedoriaGeral desta Egrégia Corte. Havendo litigância sob os auspíciosda assistência judiciária gratuita, é incabível a condenação emcustas da autarquia ré, se efetivamente a parte autora nãosuportou tal ônus. Apelo provido.” (TRF 3ª R. – AC 1999/03/99.044544-0 – 1ª T. – Rel. Juiz Gilberto Jordan – DJU 28.11.2000– p. 400)

“PENSÃO POR MORTE – PROVA DA CONDIÇÃO DESEGURADO – PROVA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA –ESPOSA DE SEGURADO – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. –1 - Comprovada a condição de segurado do “de cujus”, atravésde provas material e testemunhal. 2 - A autora, por ser esposado segurado falecido, é dependente presumida, dispensando-sea prova da dependência econômica, fazendo ela jus ao benefíciopleiteado. 3 - Honorários advocatícios mantidos na porcentagemde 15% sobre o montante da condenação, excluídas as prestaçõesvincendas. Súmula nº 111 do STJ. Art. 20 do CPC.” (TRF 3ª R. –AC 293.551 – SP – 1ª T. – Rel. Juiz Oliveira Lima – DJU24.03.1998)

10. Pelo exposto, satisfeito o requerimento, vem requerer a citaçãodo Réu, através de seu procurador-regional, no mesmo endereçodeclinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presenteAção, com prazo de 60 (sessenta) dias, e as advertências legais. Que V.Exa. se digne julgar procedente a presenteação e, a final, condenar oRéu à concessão ao Requerente da Ação Sumaríssima de PENSÃOPOR MORTE, a partir da data do óbito (29.10.2001), bem como emitiro carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora ehonorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta deliquidação, calculados na forma da Lei.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 455

11. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

12. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefíciosda Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, por ser arequerente pobre no sentido legal da palavra.

13. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(.............................).

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O cônjuge faz jus ao benefício previdenciário Pensão por Morte, con-forme assegurado pela CF e pela Lei nº 8.213/91, art. 74.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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456 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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PENSÃO POR MORTE – SERVIDOR PÚBLICO – PROVA DEDEPENDÊNCIA ECONÔMICA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

....................., brasileira, viúva, do lar, CPF nº ..............., RG nº..........., residente e domiciliada na Rua ............, nº ..., nesta cidade ecomarca, através de seu advogado e procurador infra-assinado, vemrespeitosamente à presença de V. Exa. propor contra a PREFEITURAMUNICIPAL DE .............., órgão público, sediada na Rua ............, nº..., nesta cidade e comarca de ............... - ..., a presente AÇÃO DEPENSÃO POR MORTE, do espólio ....................., com amparo no artigo74 da Lei nº 8.213/91, no art. 105 do Decreto nº 3.048/99, c/c arts. 6º e201, inciso V, § 5º, da Constituição Federal, e no artigo 282 do CPC,mediante os seguintes fatos e fundamentos:

1. O falecido, .............., era APOSENTADO POR INVALIDEZjunto à Requerida desde ... de ........... de ...., e era concubino daRequerente desde ....... de ...., tendo falecido em ... de ............... de ....,conforme documentos anexos que comprovam que a Requerente eraconcubina do falecido, quais sejam: Certidão de Óbito, Certidão deNascimento do casal, CPF e RG do casal, Declaração de ConvivênciaMarital – UNIÃO ESTÁVEL, Correspondência da Receita Federal docasal, Aviamento de Receituário Médico da Requerida, comprovantede conta conjunta no BANCO .......... S/A, Conta de Luz, Carteira deTrabalho do falecido, Ficha de Internação do falecido no HOSPITALDE BASE de ....... .

2. O falecido, .............., teve como causa mortis, conformedemonstrado pelo médico na Certidão de Óbito, a MORTE PORINSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA, PNEUMONIAASPIRATIVA, NEOPLASIA GÁSTRICA e ANASARCA, não deixandofilhos nem bens a inventariar.

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3. O falecido era aposentado por invalidez, desde ... de .......... de...., conforme Portaria nº 027/99, de ... de ....... de ...., expedida peloPrefeito Municipal da PREFEITURA MUNICIPAL DE .................(documento anexo).

4. De conformidade com a Lei nº 8.213/91, a Requerente obedeceas exigências legais, conforme se vê:

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,na condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho nãoemancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mentalque o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declaradojudicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)

(...)

§ 4º. A dependência econômica das pessoas indicadas no incisoI é presumida e a das demais deve ser comprovada.”

5. Independe de carência a PENSÃO POR MORTE, pois a Lei nº8.213/91 diz:

“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintesprestações:

I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (NR) (Redação dada ao inciso pela Lei nº 9.876, de26.11.1999, DOU 29.11.1999)”

6. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “Todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,(...)”.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 459

7. O art. 6º da Constituição Federal diz: “São direitos sociais aeducação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIASOCIAL, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição”.

8. A Requerente era CONCUBINA do falecido, .....................,conforme provas documentais, portanto, fazendo jus à Pensão porMorte, em conformidade com a legislação em vigor e demais legislaçõespertinentes à matéria. E, quanto ao assunto em tela, abaixo seguem osEmentários Jurisprudenciais Previdenciários, de nossos Tribunais, quedizem:

“IPESP – CONCUBINA DE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL –Pensão mensal por morte correspondente a 100% dos proventosdo morto – Admissibilidade – Procedência do pleito – Provadarelação concubinária – Postulação administrativa facultativa –Recurso a que se nega provimento.” (TJSP – AC 54.518-5 – SãoPaulo – 5ª CDPúb. – Rel. Des. William Marinho – j. 23.03.2000 –v.u.)

“PREVIDÊNCIA SOCIAL – PENSÃO – CONCUBINA –DEPENDÊNCIA ECONÔMICA E CONVIVÊNCIA MOREUXORIO COMPROVADAS – PROCEDÊNCIA DO PEDIDO –ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA – HONORÁRIOS DE ADVOGADO– 1 – Comprovadas a dependência econômica e a convivência“more uxorio”, a pensão previdenciária por morte do segurado édevida à concubina. 2 – Os honorários de advogado são devidosmesmo que a parte seja beneficiária de assistência judiciária. 3 –Apelação e Remessa Oficial denegadas. 4 – Recurso Adesivoprovido em parte. 5 – Sentença reformada parcialmente.” (TRF1ª R. – AC 01000010640 – MA – 1ª T. – Rel. Juiz Catão Alves –DJU 14.08.2000 – p. 34)

“PENSÃO POR MORTE – CONCUBINA – DEPENDÊNCIAECONÔMICA PRESUMIDA – PRESENTES OS REQUISITOS

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LEGAIS – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Como sedepreende dos depoimentos das testemunhas, restouamplamente comprovada a união estável mantida entre a autorae o de cujus e, assim, a dependência econômica é presumida, ateor do disposto no art. 16, I, c/c o § 4º, da Lei nº 8.213/91. Assimsendo, há que se ter por preenchidos os requisitos legais para aobtenção do benefício. Os honorários advocatícios foram fixadosem 10% sobre o valor da condenação, atendendo ao preceituadono art. 20, §§ 3º e 4º do Código de Processo Civil, devendo,apenas, ser excluídas as parcelas vincendas de sua base decálculo, em atenção à Súmula nº 111 do STJ. Recurso do INSS aque se dá parcial provimento.” (TRF 3ª R. – AC 97/03/044936-0– SP – 5ª T. – Relª Desª Fed. Suzana Camargo – DJU 12.12.2000– p. 462)

9. DIANTE DO EXPOSTO, satisfeito o requerimento, vemrequerer a citação da Ré, através do Prefeito Municipal, no mesmoendereço declinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termosda presente Ação, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertênciaslegais, e que V. Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, afinal, condenar a Ré à concessão à Requerente da Ação de PENSÃOPOR MORTE, a partir da data do óbito (07.11.2002), bem como emitiro carnê do benefício corrigido monetariamente, juros de mora ehonorários advocatícios, incidentes sobre o valor da conta deliquidação, calculados na forma da Lei.

10. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,protestando pelas outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

11. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefíciosda Assistência Judiciária, nos termos da Lei nº 1.060/50, por ser pobreno sentido legal da palavra.

12. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........(..........................).

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 461

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O cônjuge e companheira fazem jus ao benefício previdenciário “Pen-são por Morte”, conforme assegurado pela CF e pela Lei nº 8.213/91, artigo74.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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462 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 463

PENSÃO POR MORTE – INSS – VIÚVA – FILHO MENOR – LEI Nº8.213/91 – ART. 273/CC, I – COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS -VÍNCULO EMPREGATÍCIO – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA –PROCEDÊNCIA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ...ªVARA FEDERAL PREVIDENCIÁRIA DE ............ – SEÇÃO JUDICIÁRIADO ESTADO DO............

........................, brasileira, viúva, do lar, por seus advogados infra-assinados, com escritório profissional na Rua ..........., n. ...., nestacidade, conforme instrumento de mandato incluso, vemrespeitosamente perante V. Exa. propor AÇÃO ORDINÁRIA DEPENSÃO POR MORTE contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com sede na Rua ..........., n. ....,o que faz com fulcro nos arts. 282 e ss. do Código Civil, art. 273, I, doCódigo de Processo Civil, arts. 12 e ss. da Lei nº 8.213/91, pelos motivosde fato e de direito que a seguir expõe:

1. DOS FATOS

A Requerente foi casada durante mais de 10 (dez) anos com.................., pelo regime de comunhão universal de bens, sendo queda união foi gerado um filho, chamado ..........., que hoje se encontracom ... (........) anos, conforme documentação comprobatória em anexo.

Em razão da morte do marido da requerente, em ... de .......... de..., a mesma se cadastrou junto ao INSS no ano seguinte, em ... de........... de ..., para receber o benefício de pensão por morte.

Ocorre que, conforme as fotocópias do processo junto ao INSS,anexas, foi negada a concessão de tal benefício, sob o argumento de

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464 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

que não haviam sido encontradas provas materiais do vínculoempregatício do “de cujus”.

No entanto, a Requerente, representando o Espólio do “de cujus”,propôs uma Reclamatória Trabalhista, perante a ...ª Vara do Trabalhode ..........., contra o empregador do falecido, Comércio de ............., autosnº ......, sendo que neste processo houve um acordo entre as partes emque foi reconhecido o vínculo trabalhista do “de cujus”, no período de... de .......... de .... a ... de ............ de ...., tendo sido a fotocópia da ata deaudiência juntada no processo administrativo do INSS, ora requerido.

Portanto, verifica-se que não há qualquer razão para oindeferimento da pensão por morte junto ao INSS, motivo pelo qual arequerente vem através desta postular seus direitos em Juízo.

2. DO DIREITO

Houve o indeferimento pelo INSS do benefício de pensão pormorte, feito pela requerente, sob a argumentação de que não foracomprovado o vínculo empregatício do “de cujus”.

No entanto, como demonstrado anteriormente, no processoadministrativo junto ao INSS, para o recebimento de tal benefício, foijuntado Termo de Audiência homologado pela Juíza da ...ª Vara doTrabalho de ............, em que foi reconhecido o vínculo empregatíciodo “de cujus” com a reclamada, Comércio de ........., no período de .../.../.... a .../.../...., tendo esta empresa efetuado o seu respectivo registrojunto ao Ministério do Trabalho, bem como os recolhimentos junto aoINSS.

Dessa forma, razão não há para que o benefício de pensão pormorte deixe de ser concedido, pois que a única alegação do INSS quandodo indeferimento não tem qualquer respaldo.

E, conforme o disposto no art. 16, I, da Lei nº 8.213/91, arequerente, como dependente do “de cujus”, faz jus ao recebimento dapensão por morte.

Pelos fatos anteriormente mencionados, a requerente vem através

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 465

desta pleitear a concessão da “pensão por morte”, em razão dofalecimento de seu marido, ................, com data retroativa ao pedidodo benefício junto ao INSS, ou seja, desde ... de ............. de .... .

3. DO REQUERIMENTO

Pelo exposto, requer seja julgada totalmente procedente a presenteação, para conceder à requerente o benefício de pensão por morte, emrazão do falecimento de seu marido, ..................., com data retroativa a... de ............... de ...., citando-se o Requerido na pessoa de seurepresentante legal para, querendo, apresentar a defesa que tiver, sobpena de revelia, no prazo legal, com a condenação desta nas custasprocessuais e honorários advocatícios.

Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito,especialmente, ouvida de testemunhas e juntada de documentos.

4. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ ....... (...........................).

N. Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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466 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. ................., (endereço);

2. ................., (endereço);

3. ................., (endereço).

RESUMO

A requerente havia feito seu pedido de pensão por morte junto aoINSS em razão do falecimento de seu marido, com quem era casada sobcomunhão universal de bens. O pedido restou indeferido sob o argumentode que não ficou comprovado vínculo empregatício do “de cujus”. Em faceda decisão judicial na esfera trabalhista, reconhecendo o vínculoempregatício, requer-se a concessão do benefício da pensão por morte.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 467

PRORROGAÇÃO DO PRAZO – PREVIDENCIÁRIO – NECESSIDADEDE EVITAR DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO – DIFICULDADECOMUNICAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE .......................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....

Processo nº

.........................., (qualificação), já devidamente qualificado na peçaexordial dos autos da presente em epígrafe, tendo em vista que propõecontra do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, também jáqualificado no feito, e ajuizada nesta Vara e Juízo, com fulcro nos artigos181 e 37 do Código de Processo Civil, requer a DILAÇÃO DO PRAZOpor 15 (quinze) dias para a juntada do competente Instrumento deMandato, tendo em vista que o Requerente encontra-se comdificuldades em remeter a procuração ao seu advogado e procurador,devido à deficiência dos meios de comunicação na cidade em que selocaliza, devido a inundação ocorrida, conforme noticiado pelaimpressa escrita e falada.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

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468 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

O advogado requer Dilação do Prazo, para que o requerente possaremeter a procuração para a constituição de seu advogado e procurador.

Em Comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asações previdenciárias ser propostas junto à Justiça Estadual, em confor-midade disposto no § 3º, do artigo 109, da CF/1988.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 469

RECURSO ADMINISTRATIVO – ACIDENTE DE TRABALHO –EMPREGADO – AUXÍLIO-ACIDENTE – PERÍCIA

ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE E DEMAIS MEMBROSDA JUNTA DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

............................, portador do CPF nº .................., da Cédula deIdentidade/RG nº ..................... SSP/..., NIT nº ................, residente naRua .............., nº ..., na cidade de ................, Estado de ........., não seconformando com o INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE AUXÍLIO-DOENÇA – ACIDENTE DO TRABALHO, em decisão proferida noprocesso de benefício nº ........., vem, através deste, RECORRER dessadecisão, pelas razões que a seguir expõe:

Na data de .../.../...., o requerente entrou com um pedido deauxílio-doença de acidente de trabalho, o qual foi indeferido em .../.../.... . A decisão fundamentou-se na FALTA DE NEXO CAUSAL ENTREACIDENTE E TRABALHO, não reconhecendo a perícia médica nexoentre doença e acidente de trabalho, NÃO considerando o requerenteincapacitado para o trabalho.

O requerente trabalhava na empresa ............., prestando serviçosà Prefeitura de ............., e seu trabalho consistia na limpeza econservação das ruas e praças da cidade.

Na data de .../.../...., quando operava a máquina roçadeira – queserve para cortar grama e podar pequenos arbustos –, a mesmaarremessou uma pequena pedra que atingiu seu olho esquerdo,conforme registram a Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT e orelatório de investigação do acidente de trabalho, elaborado pelo Dr.........., médico do Trabalho e fiscal do SST/SP:

“O Sr. ............. foi contratado na data de .../.../...., pela empresa..........., para exercer a função de servente.

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470 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O acidente, que vitimou o Sr. ........, ocorreu quando a empresaem questão prestava serviços à Prefeitura Municipal de ......... .Na ocasião, o funcionário utilizava uma moto-roçadeira,equipamento de trabalho individual, provido de motor edestinado a roçar o mato. O serviço estava sendo executado nobairro do ......, próximo a um ponto de ônibus, às 10 horas damanhã, quando a lâmina da máquina arremessou uma pedra,que se achava em meio ao mato roçado, de encontro ao olhoesquerdo do citado funcionário. Foi socorrido e encaminhado aHospital ......., para atendimento. Resultou como sequela acegueira do olho esquerdo.”

Segundo o artigo 104 do Decreto 3.048, de 06.05.1999, que aprovao Regulamento dos Benefícios da Previdência Social:

“Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização,ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhadoravulso e ao segurado especial quando, após a consolidação daslesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarsequela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexoIII, que implique: (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de09.06.2003, DOU 10.06.2003)

I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmenteexerciam; (Redação dada ao inciso pelo Decreto nº 4.729, de09.06.2003, DOU 10.06.2003)

II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmenteexerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesmaatividade que exerciam à época do acidente; ou

III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciamà época do acidente, porém permita o desempenho de outra, apósprocesso de reabilitação profissional, nos casos indicados pelaperícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social.”

É evidente que, com a perda da visão do olho esquerdo, acapacidade laborativa do requerente foi reduzida e o mesmo terá quefazer um esforço maior para realizar suas atividades.

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Ademais, não foi o requerente enquadrado no que diz o Quadronº 1 do aparelho visual, que dispõe sobre as situações que dão direitoao auxílio-acidente, com vistas a averiguar sua acuidade visual.

Salienta ainda, a jurisprudência existente, justificando aconcessão do benefício:

“INFORTUNÍSTICA – PERDA DA VISÃO DO OLHO DIREITO– REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA – AUXÍLIO-ACIDENTE DEVIDO – É DEVIDO AUXÍLIO MENSAL AOTRABALHADOR QUE SOFRE REDUÇÃO DA CAPACIDADELABORATIVA, ATESTADA EM LAUDO PERICIAL, NÃO SECOGITANDO, NESTA HIPÓTESE, DE INCIDÊNCIA DAVEDAÇÃO INSTITUÍDA NO ART. 104, § 4º, I, DO DECRETONº 3.048 DE 6 DE MAIO DE 1999 – SUCESSÃO DE LEIS NOTEMPO – ALTERAÇÃO DO PERCENTUAL E BASE DECÁLCULO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO – ADEQUAÇÃO DOPEDIDO DO AUTOR AOS NOVOS CRITÉRIOS – HIPÓTESEQUE NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA NEM ALTERAÇÃO DOPEDIDO – SOBREVINDO LEI QUE ALTERA CRITÉRIO DECÁLCULO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO, A ALTERAÇÃO DOPEDIDO DO AUTOR, PARA ADEQUÁ-LO AO NOVO SISTEMA,NÃO INCIDE NA HIPÓTESE VEDADA NO ART. 264 DO CPC,NEM CARACTERIZA SUA SUCUMBÊNCIA A OBTENÇÃO DEBENEFÍCIO DIVERSO DO REQUERIDO NA INICIAL, PORQUEDECORRENTE DA APLICAÇÃO DA LEI NOVA, MAISBENÉFICA – MARCO INICIAL DO BENEFÍCIO PRECEDIDODE AUXÍLIO-DOENÇA – PRECEDIDO DE AUXÍLIO-DOENÇA,O AUXÍLIO-ACIDENTE É DEVIDO A PARTIR DO DIASUBSEQÜENTE AO DA CESSAÇÃO DO PAGAMENTODAQUELE BENEFÍCIO ANTERIOR – TERMO DE INCIDÊNCIADA CORREÇÃO MONETÁRIA – EM DÍVIDA ALIMENTAR EDE VALOR, ORIUNDA DE FATO ILÍCITO, A CORREÇÃOMONETÁRIA INCIDE A PARTIR DO VENCIMENTO DE CADAPRESTAÇÃO – PROCESSUAL CIVIL – ENCARGOS DA LIDE –INSS – RESPONSABILIDADE – ALCANCE – CRITÉRIOS DECÁLCULO. – As custas processuais são devidas pelo INSS por

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472 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

metade, e os honorários advocatícios, também devidos, incidemsobre as prestações vencidas até a data da prolação da sentença.Inteligência da Súmula nº 111 do Superior Tribunal de Justiça.Sentença reformada parcialmente.” (TJRS – AP-RN 70003596475– 9ª C.Cív. – Relª Desª Mara Larsen Chechi – J. 21.08.2002)

Assim, requer que seja concedido o benefício do auxílio-acidente,anexando cópias dos exames médicos, CAT e do relatório do acidentede trabalho.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O requerente propõe Recurso Administrativo em virtude de decisãoque indeferiu o pedido de concessão de auxílio-acidente, fundamentado naperícia médica que não reconheceu o nexo entre o acidente de trabalho eo dano, não considerando o requerente incapacitado para o trabalho. Orequerente perdeu a visão quando operava uma máquina roçadeira quearremessou pedra que atingiu seu olho esquerdo. Com a perda da visão doolho esquerdo, sua capacidade laborativa foi diminuída e o mesmo terá quefazer um esforço maior para realizar suas atividades. Assim, requer sejaconcedido o benefício do auxílio-acidente.

Page 473: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 473

RECURSO ESPECIAL – STJ – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO MÉDICO –SENTENÇA CONTRÁRIA LEI FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBAR-GADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONALFEDERAL – TRF ... REGIÃO.

Processo nº ...

......................, já qualificada nos autos supramencionados, contrao INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, AÇÃO DEAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ, vem à presença de V. Exa.através de sua advogada e procuradora, inconformada, data venia, como r. acórdão proferido pela ...ª Turma desse Egrégio Tribunal, com odevido respeito, interpor RECURSO ESPECIAL, com fundamento noartigo 105, inciso III, alíneac, da Constituição Federal e demaisdispositivos processuais inerentes, requerendo a Vossa Excelência sedigne recebê-lo e, após o cumprimento das formalidades processuais,remetê-lo ao Superior Tribunal de Justiça, com as razões em anexo eisenção do recolhimento do preparo, por ser beneficiária daASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, nos termos da Lei nº 1.060/50.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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474 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente: ..................

Recorrido: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

COLENDA TURMA,

EMÉRITOS JULGADORES,

A Recorrente interpôs Recurso de Apelação perante o EgrégioTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – TRF 3ª REGIÃO, inconformadocom a r. sentença prolatada nos autos da Ação de Aposentadoria porInvalidez, promovida contra INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial, vez que tal decisão contrariou frontalmente disposição contidano artigo 42, § 1º, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominadaLEI DE PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,publicada no DOU de 25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998,inclusive o artigo 43, § 1º, do Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999,denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,publicado no DOU de 07.05.1999, republicado no DOU de 12.05.1999,retificado no DOU de 18.06.1999 e de 21.06.1999; ambasconsubstanciada com a Lei Complementar nº 142, de 08 de maio de2013, publicada no DOU de 09.05.2013, que dizem textualmente:

§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá daverificação da condição de incapacidade, mediante examemédico-pericial a cargo da previdência social, podendo osegurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico desua confiança.

Contudo, a Colenda ...ª Turma do TRIBUNAL REGIONALFEDERAL – TRF ... REGIÃO, negou provimento ao apelo, dando àmencionada lei federal interpretação divergente daquela predominante

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 475

nos pretórios pátrios, inclusive decisões dessa Egrégia Corte, como sepassa a demonstrar através dos acórdãos a seguir colacionados, pois olaudo médico constante às fls. .. dos autos, do médico que sempre oacompanhou, divergiu do laudo médico da ora Recorrida, vez que anorma jurídica que rege a matéria autoriza o paciente/segurado, às suasexpensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança, e este E.Tribunal vem decidindo da seguinte forma:

(Citar Julgados)

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente Recurso Especial é interposto com fundamento noart. 105, inciso III, incisos “a” e “c” da Carta Magna, eis que a decisãoatacada deu, à lei federal mencionada, interpretação divergente da quelhe foi dada pela maioria dos tribunais, conforme se expôs no tópicoanterior, em que a ora Recorrente, além de ter provado em Juízo a suaincapacidade através de laudos médicos que correram às suas expensas,fez-se acompanhar de médico de sua confiança, mormente pelatranscrição dos acórdãos que lhe servem de paradigma, conforme sevê de forma cristalina:

(Citar Doutrinas e Julgados dos diferentes Tribunais)

O v. acórdão deve, portanto, ser fulminado por esse EgrégioTribunal, por estar em marcante contrariedade com a interpretaçãoque os demais tribunais deram ao artigo 42, § 1º, da Lei nº 8.213, de 24de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DE BENEFÍCIOS DAPREVIDÊNCIA SOCIAL, inclusive o artigo 43, § 1º, do Decreto nº3.048, de 06 de maio de 1999, denominado REGULAMENTO DAPREVIDÊNCIA SOCIAL, ambas consubstanciada na Lei Complementarnº 142, de 8 de maio de 2013, vez que a Recorrente não teve melhoraou solução de continuidade do quadro mórbido a justificar a nãoconcessão do benefício ora questionado, sendo de forma ilegal o

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476 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

desamparo social, devendo o benefício ser concedido de plano, mesmoporque a nossa Carta Magna resguarda e ampara o Direito Social, oque também é uma questão de clamor público, sendo temerário ver àsmargens da própria sorte o trabalhador que contribuiu para a formaçãode sua Nação ser assim desamparado quando de sua necessidadeiminente.

Em razão do exposto, espera que Vossas Excelências, eminentesMinistros, deem provimento ao presente recurso, para o fimde reformaro v. acórdão da Colenda ...ª (...) Turma do TRIBUNAL REGIONALFEDERAL – TRF ... REGIÃO, por ser medida de

JUSTIÇA!!!

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O autor propõe Recurso Especial junto ao STJ (Superior Tribunal deJustiça), ante o Tribunal ora questionado, na r. sentença prolatada nosautos, após Recurso de Apelação, pois este em sua decisão contrarioufrontalmente disposição contida em Lei Federal (artigo 42, § 1º, da Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DE BENEFÍCI-OS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL), ambas consubstanciada com a Lei Com-plementar nº 142, de 8 de maio de 2013 .

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 477

RECURSO ESPECIAL – STJ – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO –PENSÃO POR MORTE – RESTABELECIMENTO – ASSISTÊNCIAJUDICIÁRIA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEM-BARGADOR(A) PRESIDENTE(A) DO EGRÉGIO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA ......ª (TERCEIRA) REGIÃO.

PROCESSO DE ORIGEM Nº

ACÓRDÃO Nº ......................... - .....ª VARA DE .....................

(fulano de tal), já qualificado nos autos supramencionados,contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, na AÇÃOORDINÁRIA DE CONCESSÃO/RESTABELECIMENTO DE PENSÃOPOR MORTE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, vemrespeitosamente à presença de Vossa Excelência e deste EgrégioTribunal, por seu procurador e advogado infra-assinado (mandatoanexo), inconformado, data venia, com o r. Acórdão proferido pela 7ª(Sétima) TURMA desse Egrégio Tribunal, com o devido respeito,interpor

RECURSO ESPECIAL

com fundamento no artigo 105, III, alíneac, da ConstituiçãoFederal e demais dispositivos processuais inerentes, requerendo daVossa Excelência se digne recebê-lo e, após o cumprimento dasformalidades processuais, remetê-lo ao STJ - Superior Tribunal deJustiça, com as razões em anexo e isenção do recolhimento de preparo,por ser beneficiário da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, nos termos daLei nº 1.060/50.

Page 478: Manual Forense Previdenciário

478 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 479: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 479

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Recorrente:

Recorrido: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

COLENDA TURMA.

EMÉRITOS JULGADORES,

O Recorrente interpôs Recurso de Apelação perante o EgrégioTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – TRF .......ª REGIÃO,inconformado com a r. sentença prolatada nos autos da AÇÃOORDINÁRIA DE CONCESSÃO/RESTABELECIMENTO DE PENSÃOPOR MORTE C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, promovidacontra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, vez que tal decisãocontrariou frontalmente disposição contida no artigo 74 e seguintesda Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANODE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, publicada no DOU de25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998, inclusive, o artigo105 e seguintes, do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1.999,denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,publicado no DOU de 07.05.1999, republicado no DOU de 12.05.1999e retificado no DOU de 18.06.1999 e 21.06.1999, que dizemtextualmente:

“A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentesdo segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:

I - do óbito, quando requerido até trinta dias depois deste;(Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto noinciso I; ou

III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (...)”

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480 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Contudo a Colenda Câmara da .......ª (Sétima) TURMA do TRF –Tribunal Regional Federal da .......ª Região negou provimento ao apelo,dando à mencionada Lei Federal interpretação divergente daquelapredominante nos pretórios pátrios, inclusive, decisões dessa EgrégiaCorte, como se passa a demonstrar através dos acórdãos a seguircolacionados, pois o referido pedido constante nos autos obedece aosrequisitos legais, e este E. Tribunal vem decidindo da seguinte forma:

(Citar Julgados)

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente RECURSO ESPECIAL é interposto com fundamentono artigo 105, inciso III, alíneas “a” e “c” da Carta Magna, eis que adecisão atacada deu, à lei federal mencionada, interpre-tação divergenteda que lhe foi dada pela maioria dos tribunais, conforme se expôs notópico anterior, em que o ora Recorrente, além de ter provado em Juízoa sua condição de dependente econômico, demonstrou a sua condiçãoperante a Lei Federal nº 8.069/90 – ECA, mormente pela transcriçãodos acórdãos que lhe servem de paradigma, conforme se ver de formacristalina nas diversas lições do Direito Previdenciário, a saber:

(Citar Doutrinas e Julgados dos diferentes Tribunais)

Portanto, verifica-se que o Acórdão em debate, deve ser fulminadopor esse Egrégio Tribunal, por estar em marcante contrariedade com ainterpretação que os demais tribunais deram ao artigo 74 e seguintesda Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANODE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, publicada no DOU de25.07.1991, consolidada no DOU de 14.08.1998, inclusive, o artigo105 e seguintes, do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1.999,denominado REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,publicado no DOU de 07.05.1999, repu-blicado no DOU de 12.05.1999e retificado no DOU de 18.06.1999 e 21.06.1999, vez que o Recorrente

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 481

é ESTUDANTE UNIVERSITÁRIOe possui e também eraDEPENDENTE ECONÔMICO da genitora, sendo de forma ILEGAL oDESAMPARO SOCIAL, devendo o referido benefício previdenciárioser concedido de plano, mesmo porque a nossa Carta Magna resguardae ampara o Direito Social, o que também é uma questão de clamorpúblico, sendo temerário ver às margens da própria sorte o trabalhadorque contribuiu para a formação de sua Nação, ser assim desamparadoquando de sua necessidade eminente.

DIANTE DO EXPOSTO, espera que Vossas Excelências,eminentes Ministros, deem provimento ao presente RECURSO, parao fim de reformar o Acórdão da .......ª (Sétima) TURMA do TRF –Tribunal Regional Federal da .......ª Região, por ser medida de

JUSTIÇA!!!

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 482: Manual Forense Previdenciário

482 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO

O autor propõe Recurso Especial junto ao STJ (Superior Tribunal deJustiça), ante o Tribunal ora questionado, na r. sentença prolatada nosautos, após Recurso de Apelação, pois este em sua decisão contrarioufrontalmente disposição contida em Lei Federal (artigo 74 e seguintes, daLei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, denominada LEI DE PLANO DEBENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL), referente a suspensão indevidada Pensão por Morte efetuada pela autarquia-ré.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 483

RECURSO INOMINADO – AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇOESPECIAL – JUIZADO ESPECIAL

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERALDA _____ª DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – SEÇÃO JUDICIÁRIADE ___________.

Processo nº

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos supramencionado,neste ato representado por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, da AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE AVERBAÇÃO DE TEMPODE SERVIÇO ESPECIAL, em face do INSS - Instituto Nacional doSeguro Social, vêm, perante Vossa Excelência, apresentar RECURSOINOMINADO, que faz através do memorial anexo, requerendo suaremessa para Superior Instância, após cumpridas as formalidadeslegais, na certeza de que os doutos julgadores, melhor examinando amatéria, hajam por bem acatar as razões anexas, mandando que seprocesse regularmente o feito, em atendimento aos princípiosconstitucionais, à doutrina e ao Direito, praticando a verdadeiraJUSTIÇA.

Regularmente processados estes, subam os autos à InstânciaSuperior, para uma decisão JUSTA.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 484: Manual Forense Previdenciário

484 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES AO RECURSO INOMINADO

Egrégia Turma Recursal,

Colendo Conselho,

Doutos Julgadores,

Recorrente: FULANA DE TAL

Recorrido: INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

Processo nº

O pedido inicial apresentado neste Juízo “a quo” deve ser mantida,pois a matéria foi examinada em sintonia com as provas constantesdos autos e fundamentada com as normas legais aplicáveis, portanto,o Recorrente inconformado, data vênia, com a retro sentença de fls.dos autos, vem impetrar RECURSO INOMINADO contra a decisãoque julgou IMPROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, deixando decondenar a ora Recorrida ao valor estabelecido pela norma vigente, atítulo de AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO, um DIREITOADQUIRIDO da Autora, conforme faz prova dos documentos anexos.

1. RESUMO DOS FATOS

A Recorrente devido ter sido prejudicada em sua aposentadoria,por não constar a AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL,conforme documento anexo, recorreu a este E. Juízo para que fosseaplicado a JUSTIÇA tracejadas por nossa legislação pátria.

Devido a não averbação do referido tempo de serviço especial, éque faz receber hoje, o seu mísero benefício de apenas R$ 510,00(quinhentos e dez reais) mensais, ou seja, de 01 (um) salário-mínimo,conforme prova em anexo.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 485

2.DO DIREITO

Estabelece o artigo 57, §§ 5º, 6º e 7º da Lei nº 8.213/91, o direitoda APOSENTADORIA ESPECIAL ao segurado que tiver trabalhandoem condições especiais que prejudique a sua saúde ou a integridadefísica que diz:

“Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vezcumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tivertrabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem asaúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte)ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redaçãodada pela Lei nº 9.032, de 1995)(...)§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiaisque sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúdeou à integridade física será somado, após a respectivaconversão ao tempo de trabalho exercido em atividadecomum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério daPrevidência e Assistência Social, para efeito de concessão dequalquer benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado comos recursos provenientes da contribuição de que trata o incisoII do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujasalíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontospercentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado aserviço da empresa permita a concessão de aposentadoriaespecial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos decontribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº9.732, de 11.12.98) (Vide Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incideexclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito àscondições especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei nº9.732, de 11.12.98)(...)”

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486 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. DO PEDIDO

Acreditando na JUSTIÇA para salvaguardar seus Direitos deSegurado, origem da presente ação, o Recorrente espera, em ver acertadoo ERRO cometido na decisão do douto juiz “a quo”.

Por tudo considerado, será, além de um ato de justiça, umrelevante serviço à cidadania, posto que houve um prejuízo a outrem,devendo se aplicado a norma vigente. A justa reparação é obrigaçãoque a lei impõe a quem é prejudicado por um dano causado por outremno trânsito.

Finalmente, se a Requerida é responsável pela AVERBAÇÃO DOTEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, agora nega a sua obrigação para como Recorrente sob argumentos contrários à legislação vigente, queda-seinerte e não comprova o fundamento da negativa, então é certo quedeve responder pelas consequências advindas de não honrar a normaque rege a matéria.

DIANTE O EXPOSTO, chamado à colação o alto saber jurídicodos doutos julgadores, espera o Recorrente ver provido o presenterecurso, a fim de cassar a sento do douto juiz “a quo”, determinando oregular processamento do feito, com a instrução e posterior sentença,através da qual, sem qualquer sombra de dúvida, será a mesma julgadaPROCEDENTE, concedendo-o a AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DEAVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL, com as demaiscondenações requeridas na exordial, a fim de que mais uma vez sefaça a mais lídima e verdadeira JUSTIÇA.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 487

RESUMO

O requerente recorre em Juízo de 2ª Instância, propondo RecursoInominado para salvaguardar seus Direitos de Segurado, contidos na Nor-ma vigente, origem da presente ação, esperando o Recorrente em ver acer-tado o ERRO cometido na decisão, para que haja a AVERBAÇÃO DOTEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL que foi negado em Juízo de 1ª Instânciaa sua obrigação para com o Recorrente sob argumentos contrários à legis-lação vigente. Assim, requer seja concedido a averbação do período detrabalho ESPECIAL.

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488 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 489

RECURSO ORDINÁRIO – ACORDO DE COMPENSAÇÃO DEJORNADA – DESCONTO PREVIDENCIÁRIO – PROVIMENTO Nº 02/93 – DESCONTO FISCAL – SÚMULA Nº 85/TST

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA MM....ª VARA DO TRABALHO DE ..............................

AUTOS Nº ........

...................., já qualificada nos autos em epígrafe, de reclamaçãotrabalhista ajuizada por ................., vem, por sua advogada,respeitosamente, à presença de V. Exa., não se conformando, data venia,com a r. sentença de fls. .., que acolheu em parte a pretensão daReclamante, a de recorrer através de RECURSO ORDINÁRIO, requererque, cumpridas as formalidades legais, sejam as anexas razõesencaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regional doTrabalho.

Requer, ainda, a juntada dos comprovantes do depósito recursale recolhimento das custas processuais.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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490 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: ......................

RECORRIDO: .....................

AUTOS: ............ - ...ª VARA DO TRABALHO DE ....................

EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO,

COLENDA TURMA,

EMÉRITOS JULGADORES,

Em que pese o notável saber jurídico do Douto Juiz “a quo”,imperativa a reforma do julgado em alguns tópicos, como passaremosa demonstrar.

ACORDO DE COMPENSAÇÃO

Com a devida vênia do sustentado em sentença, pelos cartões deponto, observa-se que a verificação de jornada extraordinária eraeventual e não invalida, por si só, o acordo de compensação havido,do qual o Autor foi beneficiário.

Já decidiram os Tribunais:

“O mero fato de ter sido extrapolada a jornada ordinária semanal,por si só, não torna ineficaz o acordo para compensação de horasextras.” (TRT 12ª Região – RO Ex-Officio 6.500/91, Ac. 5256/93– Unanimidade – 1ª T. – Rel. Juiz Oldemar A. Schunemamm,DJ/SC, 25.10.93, p. 94)

Aliás, a compensação é uma antiga reivindicação dostrabalhadores da Ré e que só foi mantida no ACT ... e ... devido àinsistência do sindicato obreiro, porém, com nova redação da cláusulaem que fica claro o interesse dos empregados pela mantença da

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 491

compensação sabatina. Entretanto, provavelmente o benefício serárevisto devido às seguidas anulações desses acordos pela Justiça doTrabalho, que, data venia, reflete o privilégio do interesse individualem detrimento do coletivo.

Observa-se que constou expressamente na cláusula ...ª do ACT... e no ACT ... que:

“As partes reconhecem que o acordo de compensação da jornadade trabalho é válido, mesmo havendo horas extraordinárias,respeitando o limite de duas horas extras diárias. Devendo prevalecero presente acordo, pois de interesse dos empregados a realização dacompensação.”

Em pleito semelhante, entre a Recorrente e Dirceu Cândido daSilva, RT 1.307/96, já decidiu a mesma Juíza prolatora da sentença:

“Inobstante existente labor extraordinário, que não foisuficientemente contraprestado, o fato não nulifica acompensação da jornada, na medida em que o trabalho emsobrejornada não era habitual e ainda desenvolvido durantecurtos lapsos de tempo. Tenha-se presente ainda o interesse dacategoria na manutenção da prática, em face do contido nacláusula 19ª, parágrafo 1º, do ACT 95/96.”

DESNECESSIDADE DE ACORDO INDIVIDUAL

Por outro lado, cautelarmente, nem se argumente pelanecessidade de acordo individual, pois tal formalidade é dispensável,uma vez que se trata de ACT firmado diretamente entre a empresa e osindicato, e não de uma CCT genérica para toda a categoria.

Ainda, a necessidade de formalizar um segundo acordo, alémdo previsto no texto coletivo, é inaceitável, uma vez que o parágrafo

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492 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

único da cláusula ...ª, do ACT ..., é claro na exigência de acordoindividual somente para as demais compensações que não aquela láprevista.

“...ª - COMPENSAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO:

Para a Empresa e empregados que optarem pelo regime decompensação de jornada de trabalho, o horário será o seguinte:

Extinção completa do trabalho aos sábados – as 7 h e 20 min. detrabalho, correspondentes aos sábados, serão compensadasnodecurso da semana, de segunda às sextas-feiras, com o acréscimode no máximo duas horas diárias, respeitando os intervalos deLei, e o limite de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

(...)

Parágrafo único. Os demais acordos de compensação entre partedos empregados e Empresa somente serão válidos comautorização por escrito dos empregados e com homologação doSindicato, observadas as formalidades legais.”

Já no ACT ... e ... restou afastada definitivamente a necessidadede formalizar a opção do empregado através de acordo individual,conforme decorre do caput da cláusula ...ª:

“Os empregados que prestarem serviços nas áreas em que aempresa adotar o regime de compensação de jornada de trabalho terãoos seguintes horários: ........”

AJUSTE TÁCITO

Por outro lado, nem se argumente pela necessidade de acordoindividual, pois imperativo é o reconhecimento do ajuste tácito quevigeu entre as partes, já que em consonância com o Princípio daPrimazia da Realidade, que impõe mais o apego à realidade dos fatosocorridos no dia-a-dia da prestação de serviço do que às formalidadesdocumentais.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 493

Impossível desconsiderar a natureza do contrato de trabalhocomo um “contrato-realidade” e, consequentemente, o benefícioproporcionado pela compensação da jornada sabatina que resguardouo Recorrido do inconveniente de se dirigir à empresa aos sábados paratrabalhar.

Neste sentido, a jurisprudência:

“COMPENSAÇÃO DE JORNADAS. ACORDO TÁCITO.VALIDADE. - Sendo o contrato de trabalho um contrato-realidade(Mario de La Cueva), há que se respeitar o acordotácito entre aspartes para a adoção do regime de compensação de jornadas,uma vez faticamente existente. Reconhecida a validade de talacordo, eventuais horas que extrapolem a carga diária além dotempo destinado à compensação devem ser contempladas apenascom o adicional relativo ao trabalho extraordinário.” (Enunciado85/TST). (TRT/PR-RO – 00477/93 – Ac. 1ª T. – 09204/94 – Rel.Juiz Silvonei Sérgio Piovesan – DJU 27.05.1994 – p. 281)

Diante daquele princípio e dos fatos ocorridos no dia-a-dia daprestação de serviços, não há como simplesmente “fechar os olhos” àrealidade da compensação da jornada sabatina ocorrida e o consequentebis in idem imposto à Recorrente, com a condenação em um novopagamento das mesmas horas trabalhadas.

Apreciando pleito semelhante, em 27.10.95, decidiu o r. Juízo aquo, sob a presidência do Dr. Carlos M. Kaminski:

“Em que pese entendimento jurisprudencial em contrário,entende este Juízo que a compensação de jornada, observando-se o limite constitucional de 44 horas, é benéfica ao trabalhador,que dispõe, assim, de mais um dia livre, para lazer ou descanso– sábado. Veja-se que a Constituição Federal refere-se, nomencionado inciso, a “acordo ou convenção coletiva”. Sepretendesse que tanto o acordo como a convenção fossem

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494 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

coletivos, deveria referir-se no masculino plural. Observe-se, acorroborar a assertiva, o inciso VI do mesmo artigo 7º, ao tratarda irredutibilidade dos salários, que assim refere: “salvo odisposto em convenção ou acordo coletivo”, já que a convençãoserá, obrigatoriamente, coletiva.

Apesar de não haver acordo escrito, não houve qualquerinfringência a dispositivo legal, tendo a reclamada observado olimite constitucional máximo de trabalho semanal, pagando,quando da realização de horas extras, ou compensando-as emoutros dias. Punir-se a reclamada, determinando-se o pagamentode horas extras sem a sua efetiva realização é estimular que osempregadores exijam maior sacrifício dos empregados,alterando-lhes a jornada, de forma que trabalhem também nosábado, para fechar a carga semanal de 44 horas.” (fundamentaçãoda sentença prolatada nos Autos 850/95, em que é ReclamanteJoão Filastro e Reclamada a Recorrente)

Por todo o exposto, requer o reconhecimento da compensaçãosabatina, com o deferimento de extras a partir da 44ª hora semanal.Senão, ao menos, pela aplicação da regra do En. 85 do C. TST.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado, para que seja procedida a retençãodos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, afim de dar cumprimento ao Provimento 02/93 da Corregedoria-Geralda Justiça do Trabalho.

Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializadaseria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto noartigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análisedo mérito de matéria tributária, mas, tão somente, fazer observar odisposto no Provimento 02/93 da E. Procuradoria-Geral da Justiça doTrabalho.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 495

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça doTrabalho é competente para autorizar descontos previdenciáriose fiscais.” (TRT/PR/RO 13.850/94, Ac. 5ª T – 2098/96, Rel. JuizLuiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.96)

Requer, pois, a cassação da declaração de inconstitucionalidadedo art. 46 da Lei nº 8.541/92 e a reforma da sentença recorrida.

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivospara o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requer aReclamada seja dado provimento, para reformar a r. sentença recorridanos tópicos aqui mencionados, por imperativo de Justiça!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Recorre a reclamada da sentença proferida pelo juiz a quo, por en-tender que a realização eventual de labor extraordinário não descaracterizao acordo de compensação. Em caso de eventual manutenção da senten-ça, pede pela aplicação do Enunciado 85 do TST. Pede ainda que sejadeclarada a incompetência da Justiça do Trabalho para determinar e efetu-ar descontos de ordem previdenciária e fiscal, de acordo com o Provimento02/93 da Procuradoria-Geral da Justiça do Trabalho.

Page 496: Manual Forense Previdenciário

496 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 497

RECURSO ORDINÁRIO – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA –UNICIDADE CONTRATUAL – ACORDO DE COMPENSAÇÃO DEJORNADA – DESCONTO PREVIDENCIÁRIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ...ªVARA DO TRABALHO DE ..............................

PROCESSO Nº ...

......................, já qualificada nos autos em epígrafe, reclamaçãotrabalhista ajuizada por ...................., vem, por sua advogada,respeitosamente à presença de V. Exa., não se conformando, data venia,com a r. sentença de fls., que acolheu em parte a pretensão doReclamante, da mesma recorrer através de RECURSO ORDINÁRIO,requerendo que, cumpridas as formalidades legais, sejam as anexasrazões encaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regionaldo Trabalho.

Requer ainda a juntada dos comprovantes do depósito re-cursale recolhimento das custas processuais.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. ......

Page 498: Manual Forense Previdenciário

498 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...REGIÃO.

AUTOS: ... - VARA DO TRABALHO DE .............. - ...

RECORRENTE: ......................

RECORRIDO: ......................

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA,

DOUTOS JULGADORES:

Em que pese o notável saber jurídico do Excelentíssimo Sr. Juizda ...ª Vara do Trabalho, a r. sentença de fls., data venia, merece reformanos tópicos seguintes, como restará demonstrado.

REGISTROS EM CTPS E UNICIDADE CONTRATUAL

O r. Juízo de Primeiro Grau, data venia, laborou em equívoco,decidindo contrariamente à prova constante dos autos.

O contrato de trabalho do Autor foi rescindido em várias ocasiõesno decorrer do longo período do pacto laboral, em função de problemasfinanceiros, baixa demanda e dificuldade de conseguir matéria-prima(barro), principalmente nos períodos de chuva.

A própria testemunha do Autor, ................., informou que:

“(...) há muito tempo a empresa parou cerca de ... meses em razãode dificuldades financeiras, e nessa época, os empregados foramtrabalhar para terceiros (...)”

Page 499: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 499

A terceira testemunha do Autor, ..............., informou que,enquanto laborou na Ré, sempre “... teve CTPS anotada”.

Restou comprovado com a juntada posterior da primeira CTPSda Testemunha, ............, que este teve a CTPS anotada desde o início.Seu depoimento é claro: quando foi admitido, em .../.../...., o Autorainda não estava laborando e só “... começou a trabalhar algum tempodepois da contratação do depoente ...”

A segunda testemunha, .................., confirmou que:

“(...) De vez em quando a cerâmica pára e, então, o autorpermanecia na casa ou saía, não sabendo dizer para onde. O autorprestou serviços para sua família, principalmente na colheitade feijão, quando havia trabalho ininterrupto durante ... a ... dias.Trabalhava cerca de ... dias, tanto durante como no final desemana. Quando a cerâmica recontratava, o autor deixava deprestar serviços para a família do depoente.”

Inobstante o ônus da prova ser do Autor, e a prova contundenteproduzida pela Ré de que houve, efetivamente, interrupções doscontratos, o r. Juízo a quo houve por bem declarar a unicidadecontratual, alegando que o empregador não tem credibilidade, poisanotou a CTPS do Autor posteriormente à admissão. Este fato nãorestou absolutamente provado, pois a testemunha ................., admitidoem .../.../...., informou que quando iniciou o labor o Autor não estavatrabalhando na Ré.

Ad argumentandum, a falta de registro em CTPS tem suasconsequências jurídicas próprias e não é motivo suficiente para,simploriamente, desacreditar a prova testemunhal da Ré, imputando-lhe uma segunda penalidade e maculando definitivamente a prestaçãojurisdicional.

Assim, não deve prevalecer a decisão primeira, pois oposta aoselementos probatórios dos autos de sua decisão quando fez prevalecero interesse individual do Reclamante ao coletivo.

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500 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Temos, pois, que, diante da singularidade do caso, acompensação sabatina exige outra apreciação do Poder Judiciário, sobpena de inviabilizar a mantença deste benefício aos demaistrabalhadores.

O Autor, depondo, esclareceu esta situação:

“Não trabalhava nos sábados e usava este dia, único possível,para fazer compras na Cidade de ......... . Esta se achava no interiore o depoente teria necessariamente que residir em casa daempresa porque não havia outras disponíveis no lugar.”

A testemunha ............ disse que:

“... Os empregados pediram para folgar no sábado pois neste diaprecisavam ir a cidade fazer compras, estando a mesma dista a... km, onde se situa o mercado mais próximo.”

Nem se argumente pela verificação de extras, pois, pelos cartõesde ponto, observa-se que a prestação de jornada extraordinária eraeventual, não invalidando, por si só, o acordo de compensação havido,do qual o Autor foi beneficiário.

Com relação aos minutos que antecedem e sucedem à jornadadiária, ressaltamos que é simplesmente impossível todos osempregados anotarem seus cartões com hora “cheia”, e a invalidaçãoda compensação com fulcro nestes poucos minutos constantes doscartões impossibilita todas as compensações em empresas que adotamo controle mecânico da jornada, resultando em prejuízos aostrabalhadores que se beneficiam desse regime.

Já decidiram os Tribunais:

O mero fato de ter sido extrapolada a jornada ordinária semanal,por si só, não torna ineficaz o acordo para compensação de horasextras.” (TRT - 12ª R. RO Ex Officio 6.500/91, Ac. 5256/93 – Unân.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 501

– 1ª T. – Rel. Juiz Oldemar A. Schunemamm, DJ/SC , 25.10.93, p.94)

AJUSTE TÁCITO

Quanto à inexistência de acordo escrito, é imperativo reconhecerdo ajuste tácito que vigeu entre as partes, já que, em consonância como Princípio da Primazia da Realidade, impõe-se mais o apego à realidadedos fatos ocorridos no dia-a-dia da prestação de serviço do que àsformalidades documentais.

Impossível desconsiderar a natureza do contrato de trabalhocomo um “contrato-realidade” e, consequentemente, o benefícioproporcionado pela compensação da jornada sabatina que resguardouo Recorrido do inconveniente de comparecer à empresa aos sábadospara trabalhar.

Neste sentido, a jurisprudência:

“COMPENSAÇÃO DE JORNADAS. ACORDO TÁCITO.VALIDADE. – Sendo o contrato de trabalho um contrato-realidade(Mario de La Cueva), há que se respeitar o acordo tácito entre aspartes para a adoção do regime de compensação de jornadas,uma vez fatidicamente existente. Reconhecida a validade de talacordo, eventuais horas que extrapolem a carga diária além dotempo destinado à compensação devem ser contempladas apenascom o adicional relativo ao trabalho extraordinário” (Enunciado85/TST). (TRT-PR-RO – 00477/93 – Ac. 1ª T. - 09204/94 – Rel.Juiz Silvonei Sérgio Piovesan – DJU 27.05.1994 – p. 281)

Diante daquele princípio e dos fatos ocorridos no dia-a-dia daprestação de serviços, não há como simplesmente “fechar os olhos” àrealidade da compensação da jornada sabatina ocorrida e oconsequentebis in idem imposto à Recorrente, com a condenação emum novo pagamento das mesmas horas trabalhadas.

Page 502: Manual Forense Previdenciário

502 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Apreciando pleito semelhante, em 27.10.1995, decidiu o r. Juízoa quo, sob a presidência do Dr. Carlos M. Kaminski:

“Em que pese entendimento jurisprudencial em contrário,entende este Juízo que a compensação de jornada, observando-se o limite constitucional de 44 horas, é benéfica ao trabalhador,que dispõe, assim, de mais um dia livre, para lazer ou descanso– sábado.

(...)

Apesar de não haver acordo escrito, não houve qualquerinfringência a dispositivo legal, tendo a reclamada observado olimite constitucional máximo de trabalho semanal, pagando,quando da realização de horas extras, ou compensando-as emoutros dias. Punir-se a reclamada, determinando-se o pagamentode horas extras sem a sua efetiva realização é estimular que osempregadores exijam maior sacrifício dos empregados,alterando-lhes a jornada, de forma que trabalhem também nosábado, para fechar a carga semanal de 44 horas.”

Por todo o exposto, requer a reforma da sentença com oreconhecimento da compensação sabatina e o deferimento de extras apartir da 44ª hora semanal. Senão, ao menos, pela aplicação da regrado En. 85 do C. TST.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado para que seja procedida a retençãodos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, afim de dar cumprimento ao Provimento 02/93 da Corregedoria-Geralda Justiça do Trabalho.

Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializadaseria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto noartigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análise

Page 503: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 503

do mérito de matéria tributária, mas tão somente fazer observar odisposto no Provimento 02/93 da E. Procuradoria-Geral da Justiça doTrabalho.

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça doTrabalho é competente para autorizar descontos previdenciáriose fiscais.” (TRT/PR – RO 13.850/94, Ac. 5ª T - 2098/96 – Rel. JuizLuiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.1996)

Requer, pois, a cassação da declaração de inconstitucionalidadedo art. 1º da Lei nº 8.620/93 e a reforma da sentença recorrida.

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivospara o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requer aReclamada seja dado provimento para reformar a r. sentença recorridanos tópicos aqui mencionados, por imperativo de

JUSTIÇA!!!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 504: Manual Forense Previdenciário

504 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RESUMO

O Reclamado pretende a reforma da decisão do juízo “a quo”, quejulgou pela unicidade contratual e pela invalidação do acordo de compen-sação das horas de trabalho.

Alega que o contrato de trabalho do Autor foi rescindido em váriasocasiões ao longo do pacto laboral em função de dificuldades financeiras,não havendo, portanto, unicidade do contrato.

Quanto ao acordo de compensação, este foi realizado de forma táci-ta e por vontade dos empregados da Ré, os quais necessitam do dia desábado para fazer compras em Município vizinho, visto que o lugarejo onderesidem não possui lojas e mercados.

Page 505: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 505

RECURSO ORDINÁRIO – RETENÇÃO DE VALOR – COMPETÊNCIA– DESCONTO PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE REFORMA DADECISÃO – JUSTIÇA DO TRABALHO – ACOLHIMENTO PARCIAL– DESCONTO FISCAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA MM.VARA DO TRABALHO DE ..............................

AUTOS Nº ........

..........................., já qualificada nos autos em epígrafe, reclamaçãotrabalhista ajuizada por ....................., vem, por seu advogado eprocurador, respeitosamente, à presença de V. Exa., não seconformando, “data venia”, com a r. sentença de fls. .., que acolheu emparte a pretensão da Reclamante, a de recorrer através de RECURSOORDINÁRIO, com fundamento na legislação vigente, requerer que,cumpridas as formalidades legais, sejam as anexas razõesencaminhadas para apreciação do Egrégio Tribunal Regional doTrabalho.

Requer, ainda, a juntada dos comprovantes do depósito recursale recolhimento das custas processuais.

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

Page 506: Manual Forense Previdenciário

506 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: .......................

RECORRIDO: .......................

AUTOS: ........... - ...ª VARA DO TRABALHO DE .................

EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO,

COLENDA TURMA,

EMÉRITOS JULGADORES,

Em que pese o notável saber jurídico do MM. Juiz, a r. sentençade fls. .., “data venia”, merece reforma no tópico seguinte, como restarádemonstrado.

DEDUÇÕES DE NATUREZA FISCAL E PREVIDENCIÁRIA

Requer a reforma do r. Julgado, para que seja procedida a retençãodos valores devidos a título de contribuição fiscal e previdenciária, afim de dar cumprimento ao Provimento 01/96 da Corregedoria-Geralda Justiça do Trabalho.

Ainda, discorda a Ré da alegação de que esta Justiça Especializadaseria incompetente para apreciar o pleito diante do limite inserto noartigo 114 da Constituição Federal, uma vez que não se buscou a análisedo mérito de matéria tributária, mas tão somente fazer observar odisposto naquele Provimento.

“DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. A Justiça doTrabalho é competente para autorizar descontos previdenciáriose fiscais.” (TRT/PR – RO 13.850/94 – 5ª T. – 2098/96, Rel. JuizLuiz Felipe Haj Mussi – DJ/PR 19.01.1996)

Pela reforma da r. sentença recorrida.

Page 507: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 507

REQUERIMENTO

Pelo exposto, presentes os pressupostos objetivos e subjetivospara o conhecimento do presente Recurso Ordinário, requeraReclamada seja dado provimento para reformar a r. sentença recorridanos tópicos aqui mencionados, por imperativo de

JUSTIÇA!!!

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

A reclamada pede pela reforma da decisão proferida, que acolheuem parte a pretensão do reclamante. Manifesta contrariedade à alegaçãoapresentada de que a Justiça do Trabalho seria incompetente para apreci-ar e determinar os descontos previdenciários e fiscais. No entanto, a supe-rior instância tem se manifestado pela competência da Justiça do Traba-lho.

Page 508: Manual Forense Previdenciário

508 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Page 509: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 509

RENÚNCIA DE PROCURAÇÃO NOS AUTOS – PREVIDENCIÁRIO –CONSTITUIÇÃO DE OUTRO PROCURADOR

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ....ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ......................- SEÇÃOJUDICIÁRIA DO ESTADO DE .......................................

AÇÃO ORDINÁRIA DE .....

Processo nº

(Eu, FULANO DE TAL) abaixo assinado (a), brasileiro (a),advogado, estado civil, (endereço profissional) que, por instrumentoparticular datado de ......./......./............, com letra e firma devidamentereconhecida pelo tabelião ............................... da Comarca de......................, e averbada ou registrada no Cartório do Oficial doRegistro de Títulos e Documentos em .............................., em ......./......./............,), lhe outorga poderes especiais para:

(mencionar aqui os poderes que tiverem sido outorgados)

Como do que se faz certo com o respectivo instrumento que,com esta petição, oferece (se o instrumento estiver junto a algumprocesso judicial, ou registrado em alguma repartição pública, dirá:como tudo se prova com o respectivo instrumento que está junto aosautos da Ação de .............................. em face do INSS – InstitutoNacional do Seguro Social, conforme processo em epígrafe, que tramitapor esta Vara e Juízo, cartório do escrivão .............................. com, oucomo tudo se prova com o respectivo instrumento, que está registradoem tal repartição).

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Não convindo, porém, ao suplicante continuar no exercício desemelhante mandato (declara aqui os motivos que determinam arenúncia), quer, usando do direito que lhe confere o artigo 682,incisoI, do Código Civil, renunciar ao mesmo mandato, como de fatorenunciado tem, pelo que requer a Vossa Excelência, que se dignemandar tomar a termo dita renúncia, sendo dela intimado, ainda deacordo com disposto no art. 688 do Código Civil, o suplicado paratodos efeitos legais, feito o que pede lhe sejam entregues os autosindependentes do traslado e depois de pagas as custas, para delesfazer o uso que melhor lhe convier.

DIANTE O EXPOSTO, requer que Vossa Excelência notifique omandante para constituição de um novo advogado e procurador, noprazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 45 do CPC e do artigo 692do Código Civil.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/....... nº ...................

RESUMO

Renúncia do advogado nos autos do processo, com fundamento noartigo 682, inciso I, CPC, requer a revogação do mandato por não mais tercondições de atuar, sendo necessário à constituição de um novo procura-dor.

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REPETIÇÃO DE INDÉBITO – INCONSTITUCIONALIDADE –AUTÔNOMO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – PRÓ-LABORE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ......................

......................., pessoa jurídica de direito privado, com sede naRua ..........., nº ..., na cidade de ................ - ..., inscrita no CNPJ/MFsob o nº ................, por seu procurador infra-assinado (procuração emanexo), vem, com o devido respeito, fundamentada no art. 165, incisoI, do Código Tributário Nacional e nos artigos 282 e seguintes doCódigo de Processo Civil, propor, como de fato propõe, AÇÃOORDINÁRIA DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO contra o INSTITUTONACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL - INSS, (qualificação),fazendo-o pelas razões de fato e de direito a seguir articuladamentededuzidas:

OS FATOS

01. A Requerente, dando cumprimento aos seus objetivos sociais,mantém atividades regulares desde o início de sua constituição, sendodirigida por uma Administração composta de diretores e comdesignação específica segundo as funções desempenhadas. Comotantas e outras empresas, se utiliza, também, de serviços prestadospor “Autônomos”, em sua maioria profissionais liberais, com registrospróprios e com inscrição regular junto aos órgãos de fiscalização,inclusive e também junto ao INSS - Instituto Nacional de SeguridadeSocial, o ora Requerido.

02. Em razão do disposto no art. 3º da Lei nº 7.789/89, oRequerido passou a exigir de todas as empresas (logo, também daRequerente) o recolhimento da contribuição e na alíquota de 20% (vintepor cento), “sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a

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qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados,avulsos, autônomos, que mantiveram relacionamento com aRequerente-Autora e ‘a qualquer título’”.

03. A respeito da contribuição exigida sobre o pagamento feitoaos Sócios-Gerentes, a título de pró-labore, a Requerente-Autora,inclusive e por entender devida a exigência, impetrou Mandado deSegurança perante o Juízo da ...ª Vara da Justiça Federal, Seção Judiciáriadeste Estado, autos de nº ......, processo que já foi julgado pelo EgrégioTribunal Regional Federal e com a “baixa” à instância de origem, onderecebeu ordem de arquivamento, após a conversão em “receita” dosvalores depositados no referido processo.

04. Entrementes, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em MAIOde 1994, por maioria de votos, apreciando o RECURSOEXTRAORDINÁRIO proveniente do Rio Grande do Sul, declarou a“... inconstitucionalidade da expressão “autônomos eadministradores”, contida no inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787, de30 de junho de 1989, ...”, dando fim, assim, às divergênciasjurisprudências e tornando indevidas as contribuições recolhidas.

05. No decorrer da exigência que resultou a contribuiçãoprevidenciária referida, a Requerente, num primeiro plano, conformejá mencionado acima, efetuou depósitos e depois recolhimentos dediversos valores a título de “pró-labore” e recolheu, integralmente,aqueles relacionados aos “Autônomos”, tudo conforme relacionado nodoc. nº ......, correspondentes aos comprovantes igualmente anexados(docs. nos ... a ...), os quais totalizam a quantia de R$ ..... (...............),quantia atualizada até 04.01.95, e que corresponde a ... (...) UFIR -UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA e que a Requerente deseja e querver repetida, por indevidamente recolhida aos cofres do INSS, oraRequerido, depois de convertidos os depósitos em receita (docs. ... a...) e através do contido no campo 8 da GRPS (autônomos), docs. ... a... .

Obviamente, a totalidade dos valores indevidamente recolhidos,além de corrigidos monetariamente, deverá ser acrescida de juros demora, conforme determinação do próprio CTN.

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06. Sintetizando, a presente ação visa obter sentença condenandoo Requerido INSS, que foi quem fez a arrecadação indevida dacontribuição, a devolver todos os valores recolhidos e devidamentecomprovados com os documentos anexados, com a necessáriaatualização monetária e o acréscimo dos juros de mora à razão de 1%(um por cento) ao mês ou fração.

DO DIREITO

07. A expressão “autônomos e administradores” utilizada pelaLei nº 7.787/89 é inconstitucional, porquanto pretendeu, com o usode termos próprios da legislação trabalhista, equiparar sócio-gerentee profissional autônomo a empregado, com o objetivo de se ampararna previsão do art. 195, § 4º, e inciso I do art. 154 da ConstituiçãoFederal em vigor, o que não lhe era permitido, porquanto reservada autilização à lei complementar.

A propósito, a decisão do Plenário do SUPREMO TRIBUNALFEDERAL, no RECURSO EXTRAORDINÁRIO já acima mencionado,aclarando a então pendência e disciplinando a matérias, tem asseguintes EMENTAS:

“INTERPRETAÇÃO – CARGA CONSTRUTIVA – EXTENSÃO.Se for certo que toda interpretação traz em si carga construtiva,não menos correta exsurge a vinculação à ordem jurídico-constitucional, o fenômeno ocorre a partir das normas em vigor,variando de acordo com a formação profissional e humanísticado intérprete. No exercício gratificante da arte de interpretar,descabe “inserir na regra de direito o próprio juízo – por maissensato que seja – sobre a finalidade que “conviria” fosse por elaperseguida.” – Celso Antônio Bandeira de Mello – em parecerinédito. Sendo o Direito uma ciência, o meio justifica o fim, masnão este aquele.

CONSTITUIÇÃO – ALCANCE POLÍTICO – SENTIDO DOSVOCÁBULOS – INTERPRETAÇÃO. O conteúdo político de uma

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Constituição não é conducente ao desprezo do sentido vernaculardas palavras, muito menos ao de técnico, considerados institutosconsagrados pelo Direito. Toda ciência pressupõe a adoção deescorreita linguagem, possuindo os institutos, as expressões eos vocábulos que a revelam conceito estabelecido com a passagemdo tempo, quer por força de estudos acadêmicos, quer, no casodo Direito, pela atuação dos Pretórios.

SEGURIDADE SOCIAL – DISCIPLINA – ESPÉCIES –CONSTITUIÇÕES FEDERAIS – DISTINÇÃO. Sob a égide dasConstituições de 1934, 1946 e 1947, bem como da EmendaConstitucional nº 1/69, teve-se a previsão geral do tríplice custeio,ficando aberto campo propício a que, por norma ordinária,ocorresse a regência das contribuições. A Carta da República de1988 inovou. Em preceitos exaustivos – incisos I, II e III do artigo195 – impôs contribuições, dispondo que a lei poderia criar novasfontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão daseguridade social, obedecia a regra do artigo 154, inciso I, nelainserta (§ 4º do artigo 195 em comento).

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – TOMADOR DE SERVIÇOS –PAGAMENTOS A ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS –REGÊNCIA. A relação jurídica mantida com administradores eautônomos não resulta de contrato de trabalho e, portanto, deajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho.Daí a impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviçosqualifica-se como empregador e que a satisfação do que devidoocorra via folha de salários. Afastando o enquadramento no incisoI do artigo 195 da Constituição Federal, exsurge a desvaliaconstitucional da norma ordinária disciplinadora da matéria. Areferência contida no § 4º do artigo 195 da Constituição Federalao inciso I do artigo 154nela esculpido impõe a observação deveículo próprio – a Lei Complementar. Inconstitucionalidadedo inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787/89, no que abrangido oque pago a administradores e autônomos. Declaração deinconstitucionalidade limitada pela controvérsia dos autos, noque não envolvidos pagamentos a avulsos.”

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Do voto do Relator, Ministro MARCO AURÉLIO, os seguintestrechos, transcritos com a vênia necessária e com o objetivo de melhorilustrar o pedido:

“(...)

Acontece que a Corte de origem teve como compreendido nacláusula concernente à obrigatoriedade de os empregadorescontribuírem com base na folha de salários, o que pago aadministradores e autônomos. Analise-se, portanto, o realalcance do texto do inciso do artigo 195, no que, repita-se, aludea “empregadores a folha de salários”.

Sempre soube dedicada a expressão “empregadores” paraqualificar aqueles que mantêm, como prestadores de serviços,relação jurídica regida pela Consolidação das Leis do Trabalho eeste enfoque restou assentado por esta Corte quando,defrontando-se com ação direta de inconstitucionalidade movidapelo Procurador da República contra preceitos da Lei nº 8.112,de 11 de dezembro de 1991, Lei do “Regime Único”, afastou apertinência do artigo 114 da Constituição Federal, que define acompetência da Justiça do Trabalho para julgar controvérsias aenvolver empregadores e trabalhadores. Na oportunidade,declarou-se competir não à Justiça do Trabalho, mas à JustiçaFederal, julgar as lides que envolvam a União e os servidorespúblicos que a ela prestam serviços sob a égide daquele Regime,leve-se presente que, não sendo o liame regido pela Consolidaçãodas Leis do Trabalho, impossível é cuidar-se da figura doempregador. Refiro-me ao que decidido na ocasião, contra o meuvoto, pelas razoes que expus, na ação direta deinconstitucionalidade nº 492, relatada pelo Ministro CarlosVelloso, cujo acórdão foi publicado no Diário da Justiça de12 demarço de 1993. Destarte, já no que o inciso I do artigo 195 revelacontribuição devida pelos empregadores, procede a pretensãorecursal. A teor do artigo 2º da Consolidação das Leis doTrabalho, considera-se empregador a empresa individual coletiva

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que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,assalaria e dirige a prestação pessoal dos serviços. O vínculoempregatício pressupõe, em si, a dependência do prestador dosserviços. Se de um lado a econômica e a técnica não sãoindispensáveis à configuração do fenômeno, de outro há de sefazer presente a jurídica, a revelar submissão do prestador dosserviços ao tomador, sem a qual não se pode dizer da existênciade contrato de trabalho regido, pela Consolidação das Leis doTrabalho e, portanto, das figuras de empregado e de empregador.Administradores e autônomos não estão sujeitos a essasubordinação, tal como definida pela ordem jurídica em vigor ecorroborada de forma uníssona, por doutrina e jurisprudência.Os primeiros, no que não mantenham contrato de trabalho e,portanto, não sejam administradores-empregados, confundem-se com o próprio empregador, e os segundos, os autônomos,atuam de modo independente, ou seja, de acordo com o própriovocábulo que os distingue, com autonomia. Em relação a eles,não cabe evocar a existência de relação jurídica a envolver a figurado empregador.

A isto, soma-se que não estão abrangidos na definição deempregados os próprios administradores da pessoa jurídica quetoma os serviços e aqueles que lhe prestam estes últimos comautonomia, porquanto, segundo o artigo 3º da Consolidação dasLeis do Trabalho, empregado é toda pessoa natural que prestaserviço de natureza não eventual e mediante salário.

É certo que determinadas profissões liberais vêm cedendointegrantes ao campo trabalhista. É o que ocorre, por exemplo,com os advogados. Durante um bom espaço de tempo era raroencontrar um profissional da advocacia empregado. Hoje aatividade está um pouco proletarizada, talvez por força do grandenúmero de Faculdades de Direito. Muitos são os bacharéis emdireito e, frente à competitividade, nem sempre é dado preservaras características nobilizantes do múnus de defender e propugnarpela observância do devido processo legal. Daí caminhar-se para

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a generalização é passo demasiadamente largo, a implicar oembaralhamento de conceitos jurídicos, olvidando-se que a Leinº 4.215/63 – o Estatuto dos Advogados – define a contraprestaçãodevida como honorários – artigo 96 – quer atue o advogadoindividualmente, quer em sociedade de advogados – artigo 77.Como, então, dizer-se que aquele que remunera autônomo, comoé geralmente o advogado, deste é empregador e o faz mediantesalário, como se no campo de direitos e obrigações ombreassecom os empregados tal como definidos no diploma de regênciaque é a Consolidação das Leis de Trabalho? Poderia fazer desfilarneste julgamento tantos outros profissionais liberais e, portanto,autônomos, como são os representantes comerciais que a própriaLei nº 1.986/65, no campo pedagógico, indica como autônomos,cogitando da figura do tomador dos serviços como representado,e não empregador, e da prestação por este devida a encerrar ogênero remuneração e não a espécie salário. Falaria sobre omédico, o dentista, que também os cidadãos comuns remuneram,sem que assumam a posição de empregadores ou confeccionemfolha de salários. Creio que estou dispensado dessa enfadonhamissão.

(...)

Tenha-se presente agora a base de incidência da contribuiçãodevida pelos empregadores, no que interessa ao desfecho dacontrovérsia. O inciso do artigo 195 cuida não de remuneração,não de folha de pagamento, mas de folha de salários. Creio queninguém ousa caminhar no sentido da aplicação do que secontém, sob o ângulo do salário, a consubstanciar garantia, noartigo 7º da Constituição Federal, a adminis-tradores eautônomos. Ninguém compreende, por exemplo, que se diga dairredutibilidade do que percebido por estes. Isto decorre dosimples fato de não se ter o envolvimento, na espécie, de saláriotal como definido pela melhor doutrina e distinguido pelaprópria Carta em vigor. Para Amauri Mascaro Nascimento, salárioé o pagamento efetuado peloempregador (sujeito ativo) aoempregado (sujeito passivo), para que possa aproveitar o trabalhodessa pessoa, sem que necessariamente o faça: à obrigação de

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pagar o salário corresponde o direito de contar com o trabalhadorem ocasiões normais. Russomano, sopesando o carátersinalagmático e comutativo que reveste o contrato de trabalho,entende o vocábulo como a significar a contraprestação devidapelo empregador, em face do serviço desenvolvido peloempregado. Catharino não discrepa de tais posições. Salientaque “o salário, em sentido escrito, é aquele devido ao empregadopor estar realmente trabalhando ou por estar à disposição doempregador, situação equiparada por lei à prestação efetiva deserviços. O salário em lato sentido é aquele devido ao empregadoquando estiver inapto para trabalhar, estiver impedido de fazê-lo, ou ainda, quando a lei ao mesmo tempo lhe faculta nãotrabalhar, assegurando-lhe a percepção parcial correspondenteao período de inatividade”. Na mesma direção temos Evaristode Morais Filho e inúmeros juslaboralistas que se debruçamsobre a matéria.

Descabe dar a uma mesma expressão – salário – utilizada pelaCarta relativamente a matérias diversas, sentidos diferentes,conforme os interesses em questão. Salário, tal como mencionadono inciso I do artigo 195, não pode se configurar como algo quedescreve do conceito que se lhe atribui quando se cogita, porexemplo, da irredutibilidade salarial – inciso VI do artigo 7º daCarta. Considere-se que, na verdade, a Lei Ordinária mesclouinstitutos diversos ao prever a contribuição. Após alusão, nocapítulo do artigo 3º, a expressão utilizada na própria CartaFederal – folha de salário – ao versar sobre o que pago aosadministradores, avulsos e autônomos, referente a remuneração,talvez mesmo pelo fato de o preceito a que se atribui a pecha deinconstitucional englobar, também, os seguros empregados.Desconheceu-se que salário e remuneração não são expressõessinônimas. Uma coisa é a remuneração, gênero do qual salário,vencimentos, soldos, subsídio, pró-labore e honorários sãoespécies. Seria fácil dar-se à previsão constitucional emdiscussão o alcance sustentado pelo Instituto, no que se fugiriaaté mesmo da necessidade de batizar-se, de maneira precisa e

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clara, as bases de incidência das contribuições sociais. Suficienteseria, ao invés de utilizar-se a expressão “folha de salários”, oempregador aludir-se ao tomador dos serviços e à remuneraçãopor este satisfeita. Com acerto, enquadraram-se as matériasconstitucionalistas e tributaristas, dentre os quais destaco IvesGandra Geraldo Ataliba, Ruy Barbosa Nogueira e a tambémprofessora Misabel Abreu Machado Derci. Esta última emitiuparecer sobre a contribuição social incidente sobre a remuneraçãoe pró-labore pagos a autônomos e administradores. De formaproficiente, apontou a diferença entre o vocábulo “empresa” e ovocábulo “empregador”, afirmando que o uso das expressões“empregador” e “folha de salários”, contidas na Carta de 1988,exclui as relações de trabalho não subordinado, como as queenvolvam autônomos em geral e administradores. Aduziu, ainda,que as Constituições brasileiras sempre usaram os termosempregador e salário no sentido próprio e técnico em queencontrados no Direito do Trabalho, o que, aliás, está consagradojurisprudencialmente, já disse, linhas atrás, que está em tela umaciência. Assim enquadrado o Direito, o meio justifica o fim, masnão este aquele. Compreendo as grandes dificuldades de caixaque decorrem do sistema de seguridade social pátrio. Contudo,estas não podem ser potencializadas, a ponto de colocar-se emplano secundário a segurança, que é o objetivo maior de uma LeiBásica, especialmente no embate cidadão Estado, quando asforças em jogo insurgem em descompasso. Atende-se para aadvertência de Carlos Maximiliano, isto ao dosar-se a cargaconstrutiva, cuja existência, em toda interpretação, não pode sernegada:

“Cumpre evitar não só o demasiado apego à letra dos dispositivos,como também o excesso contrário, o de forçar a exegese e destemodo encaixar na regra escrita, graças à fantasia do hermeneuta,as teses pelas quais se apaixonou, de sorte que vislumbra notexto ideias apenas existentes no próprio célebre, o no sentirindividual, desvairado por ojerizas e pendores, entusiasmos epreconceitos”. (Hermenêutica e Aplicação do Direito – EditoraGlobo – Porto Alegre – 2. ed., 1933, p. 118)

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E realmente assim o é. Conforme frisado por Celso AntonioBandeira de Mello, não cabe, no exercício da arte de interpretar,“inserir na regra de direito o próprio juízo – por mais sensatoque seja – sobre a finalidade que conviria” fosse por ela perseguida– “parecer inédito”.

As remunerações pagas a administradores e autônomos não estãocompreendidas no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal. Seantes da Carta de 1988 era possível a disciplina mediante lei ordinária,isto ocorria frente à norma geral que apenas consagrava a tríplice fontede custeio. A partir de 1988, com a previsão explícita e fechada sobrea incidência das contribuições devidas pelos empregadores,considerados o faturamento, o lucro e a folha de salários, a introduçãode uma nova contribuição somente poderia vir à baila pelo mecanismoimposto em face da remissão do § 4º do artigo 154, inciso I. Aolegislador estava vedado dispor, via diploma ordinário, sobre a matéria.Por isso mesmo, não foram recepcionadas, diante da manifestaincompatibilidade, os preceitos que antecederam à Lei nº 7.787/89.Pouco importa que esta tenha implicado, tão somente, a majoração depercentuais até então observados, pois o defeito precede o exame daextensão da norma. Trata-se de uma lei ordinária e não complementar.Não vinga assim o que sustentado pelo Instituto, em memorialsubscrito pelo Dr. Ivan Ferreira de Souza, no sentido de o preceito doinciso I do artigo 195 agasalhar não só o salário propriamente dito,como também a remuneração pertinente aos autônomos, contribuintesindividuais, sócios-gerentes, e quotistas que recebem pró-labore,administradores, etc. O preceito não tem contornos tão largos.

08. Sendo inconstitucional como efetivamente o é, a Lei nº 7.787/89, e no correspondente às expressões “autônomos” contidas no incisoI, do artigo 3º da mesma, todas as exigibilidades efetuadas e quedeterminaram os recolhimentos efetuados, o foram, data venia,indevidamente, porquanto e como o próprio SUPREMO TRIBUNALFEDERAL já asseverou, ela é nenhuma, por NULA: “por ser nula econsequentemente ineficaz, reveste-se deabsoluta inaplicabilidade.Falecendo-lhe legitimidade constitucional, a lei se apresentadesprovida de aptidão para gerar e operar qualquer efeito jurídico”.

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“Sendo inconstitucional, a regra jurídica é nula.” (RTJ 102/671). (RE149955-9, de São Paulo, Plenário, Acórdão publicado no DJU de 03/09/93, Ementário nº 1715-2, Relator Ministro CELSO BANDEIRA DEMELLO, unânime)

09. Decorrência lógica e natural, pois, que os valores arrecadadospelo Requerido - INSS, a título de contribuição previdenciária sobre“pró-labore” de administradores e sobre retribuição à “autônomos”,devem e merecem ser repetidos, o que impõe, data venia, oreconhecimento quanto a ser procedente a presente ação.

10. Quanto à restituição de valores pagos INDEVIDAMENTE,expressamente dispõe o CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL no art.165, da seguinte forma:

“Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente deprévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qualfor a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no §4º do art. 162, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo ou maior que odevido em face da legislação tributária aplicável, ou da naturezaou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamenteocorrido;

II - erro na identificação do sujeito do sujeito passivo, nadeterminação da alíquota aplicável, no cálculo do montante dodébito ou na elaboração ou conferência de qualquer documentorelativo ao pagamento;

III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisãocondenatória.”

No caso concreto, à restituição e pela via de repetição se apresentaindiscutível, “data venia”, pela declarada inconstitucionalidade e emface da comprovação documental dos valores recolhidos a título de“pró-labore” e retribuição a “autônomos”, não possível inclusivequalquer alegação quanto à eventual transferência dos respectivosencargos a terceiros, porquanto suportados diretamente pelaRequerente ante a própria natureza da exigibilidade reconhecidamenteindevida.

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11. Quanto à correção monetária dos valores a repetir, além daconsideração quanto a representar “dívida de valor”, existem reiteradasdecisões do próprio SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, como podeser visto das ementas abaixo transcritas:

“Repetição de indébito tributário. Correção monetária. Precedentedo STF. Recurso extraordinário provido.” - (RE- 85928-SP)

“ICM – Repetição de indébito – Correção monetária – Termoinicial. RE conhecido e provido.”

“A correção monetária deve ser calculada a partir da data dopagamento do imposto indevido.” - (RT - 543/290 – RE 92881 –1ª Turma – Relator Min. Rafael Mayer)

12. Diante do exposto, requer se digne V. Exa., registrada e autuadaa presente, mandar citar, por Mandado, o Requerido, INSTITUTONACIONAL DE SEGURO SOCIAL, na pessoa de seu SuperintendenteRegional, com endereço na Rua ............, nº..., nesta cidade, para virresponder, querendo, no prazo legal, aos termos da presente ação, aqual, desde já, requer seja julgada procedente, para o fim especial deCONDENAR o Requerido, INSS, a restituir, pela via de repetição, atotalidade dos valores recolhidos/repetidos indevidamente, a títulode Contribuição Previdenciária sobre “pró-labore” e retribuição pagasa “Autônomos”, desde a vigência da indigitada exigência, com adeterminação expressa de que, sobre a totalidade, tendo como termoinicial a data de cada recolhimento, incida a correção monetária devidae pelos índices próprios e oficiais aplicáveis na época da devidarepetição, mais juros de mora e pela taxa já apontada, e nas verbas desucumbência (custas processuais e demais encargos e honorários nopercentual de 20% – vinte por cento) sobre o valor corrigido dacondenação, tudo a fim de que a repetição seja integral e justa.

Para as diligências de citação, pede seja o Sr. Oficial de Justiçaautorizado a utilizar as prerrogativas constantes do § 2º do artigo 172do CPC.

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Para prova do alegado, se necessário, requer-se, desde logo, ajuntada de novos documentos e a realização de perícia contábil.

Dá-se à causa, nos termos da previsão constante do inciso I, doartigo 259 do CPC, o valor de R$ ........ (....................).

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Requer a declaração de inconstitucionalidade, via incidental, da con-tribuição previdenciária de autônomo em razão de pró-labore. STF declaroua inconstitucionalidade das expressões “autônomos” na Lei nº 7.787/89.Pede restituição dos valores pagos a maior, com juros e correção monetá-ria.

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RESCISÓRIA – LEI Nº 7787/89 – AUTÔNOMO - CONTRIBUIÇÃOSOCIAL – VIOLAÇÃO – PAGAMENTO – DESCONTITUIÇÃO –CONSTITUCIONALIDADE – PRÓ-LABORE – DECISÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALVICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERALDA ...ª REGIÃO

......................., pessoa jurídica de direito privado, inscrita noCNPJ sob nº ..............., com sede na Rua .........., nº ..., na cidade de.............., Estado do ..., sucessora, por incorporação, das empresas..................., inscrita no CNPJ/MF sob nº ........., e ......................, inscritano CNPJ sob nº ........., vêm, por seus advogados e procuradores infra-assinados, propor a presente AÇÃO RESCISÓRIA contra o INSTITUTONACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal, na pessoade seu representante judicial, o qual pode ser encontrado na Rua..............., nº ........., Bairro ......., cidade de ............. - ..., o que faz comfundamento nos artigos 485 e seguintes do CPC e artigo 8º, inciso IV eXVII, do Regimento Interno do TRF da 4ª Região, requerendo se digneVossa Excelência mandar distribuí-la e processá-la nos termos dosdispositivos regimentais.

Na sequencia, a Requerente expõe as razões de fato e osfundamentos do pedido em atenção ao disposto nos artigos 488 e 282do CPC.

Termos em que,Pede deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

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EXCELENTÍSSIMOS(AS) SENHORES(AS) DOUTORES(AS)JUÍZES(AS) COMPONENTES DAS TURMAS REUNIDAS DOEGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..ª REGIÃO

Autoras: .............................

Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Objeto: AÇÃO RESCISÓRIA DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELA... TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..ªREGIÃO.

Relator: ..............

Apelação Cível Nº ........

Classe ... – Ação Ordinária.

DOS FATOS

As requerentes, na condição de contribuintes da PrevidênciaSocial, após terem ajuizado medida cautelar para depositar acontribuição previdenciária calculada sobre o pró-labore de seusadministradores e a remuneração paga a autônomos, propuseram,perante o Juízo da ...ª Vara Federal de ..., Ação Ordinária nº ... contra oInstituto Nacional do Seguro Social - INSS, com o intento de verdeclarada a inexistência da obrigação das Autoras de recolherem acontribuição previdenciária incidente sobre os valores pagos aosadministradores e autônomos que lhes prestam serviço, prevista noinciso I, artigo 3º, da Lei nº 7.787/89.

Argumentaram, as Autoras, que a Constituição Federal autoriza,no caso dos empregadores, a instituição de contribuição para aseguridade social, incidente sobre a folha de salário, o faturamento e olucro. Todavia, a contribuição instituída pelo inciso I, do artigo 3º, daLei nº 7.787/89, não está compreendida em nenhum dos três itens.

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Tal contribuição somente poderia ter sido instituída através deLei Complementar, nos termos preconizados pelo artigo 195, § 4º, daConstituição Federal.

Todavia a contribuição questionada foi instituída através desimples lei ordinária, ferindo, assim, as disposições da Carta Magna,sendo, portanto, inconstitucional a exigência.

Pleitearam que o Juízo julgasse procedente a ação, para declararinexistente a obrigação das Autoras de recolherem aos cofres do INSSa contribuição de 20%, prevista no inciso I do artigo 3º, da Lei nº7.787/89, incidente sobre a remuneração dos autônomos eadministradores contratados pelas Autoras.

Na contestação, o Instituto-Réu disse que a expressão “folha desalário” foi utilizada pela Constituição em sentido lato, abrangendopor isso o pró-labore, que é nada mais do que a remuneraçãocorrespondente aos serviços prestados. Discorre sobre a universalidadeda contribuição e defende a desnecessidade de Lei Complementar, combase nos precedentes que invoca.

No Juízo de 1ª instância, em sentença proferida pelo MM. Juiz,foi julgado procedente a ação, para declarar inexistente a obrigaçãodas Autoras de recolherem a contribuição previdenciária incidentesobre os valores pagos aos autônomos e administradores, de que trataa Lei nº 7.787/89, sem prejuízo, porém, da exigibilidade da exação naforma da legislação anterior, condenando a Autarquia-Ré ao pagamentodos honorários de 10% (dez por cento) da soma dos valores corrigidosdas causas, na ação ordinária e na cautelar, e ao reembolso das custasprocessuais em ambas despendidas.

Objetivando reformar a sentença monocrática adversa, oINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS apresentouRecurso de Apelação, sustentando que houve apenas majoração daalíquota e bases de cálculo, tratando-se de contribuição social previstano artigo 195, “caput”, da Constituição Federal, podendo por issomesmo ser instituída por lei ordinária.

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, porunanimidade, deu provimento à apelação e à remessa “ex-officio”,

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declarando ser constitucional o artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89,no que se refere à expressão “folha de salário”.

Objetivando desconstituir a decisão da Egrégia 3º Turma desteTribunal, propõe a Autora a presente Ação Rescisória.

DA DECISÃO DESCONSTITUENDA

O acórdão rescindendo proferido nos autos da apelação nº ...,emitido pela Egrégia ...ª turma do Tribunal Regional Federal da ...ªRegião, por unanimidade, deu provimento ao Recurso de Apelação,decidindo pela constitucionalidade do artigo 3º, inciso I, da Lei nº7.787/89.

Restou reconhecido, naquele julgado, ser legal a cobrança dacontribuição previdenciária incidente sobre os valores pagos aosautônomos e administradores, conforme se vê da cópia autenticadado referido acórdão (doc. ..).

A decisão proferida pela ...ª Turma do Tribunal Regional Federalacabou transitando em julgado em data de .../.../...., consoante comprovaa certidão contida às folhas .. (doc. ..), dos autos em que foi proferidaa decisão rescindenda.

A modificação do julgado, portanto, só poderá se efetivarmediante a propositura da presente ação rescisória.

DAS RAZÕES DETERMINANTES DA DESCONSTITUIÇÃO DADECISÃO

Diga-se, como introito e em síntese, que a pretensão daRequerente é rescindir parcialmente decisão proferida pela ..ª Turmado Tribunal Regional Federal da ..ª Região, que julgou constitucionala exigência da contribuição previdenciária incidente sobre os valorespagos aos autônomos e administradores. Argumenta-se que hoje asituação se encontra solucionada pelo Supremo Tribunal Federal, que

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deu a necessária interpretação do sentido e alcance das normas insertasno artigo 195, I, das disposições permanentes da Constituição Federalde 1988, declarando inconstitucionais as expressões “autônomos” e“administradores”, contidas no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89.Interpretação hoje também admitida pela própria Turma que proferiua decisão rescindenda.

Com o que haverá necessidade de rescindibilidade do julgado,com novo julgamento da causa a fim de corrigir típico erro de direito.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a matériarelativa à contribuição previdenciária incidente sobre os valores pagosaos administradores e autônomos, no R. Ext. nº 166.772-9/RS, acolheua arguição da inconstitucionalidade do inciso I, do artigo 3º da Lei nº7.787/89.

A ementa do acórdão, na parte que trata especificamente dacontrovérsia, de lavra do Exmo. Ministro MARCO AURÉLIO, resumeos fundamentos adotados:

“SEGURIDADE SOCIAL – DISCIPLINA – ESPÉCIES –CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS – DISTINÇÃO. Sob a égide dasConstituições Federais de 1934, 1946 e 1967, bem como daEmenda Constitucional nº 1/69, teve-se a previsão geral do tríplicecusteio, ficando aberto campo propício a que, por normaordinária, ocorresse a regência das contribuições. A Carta daRepública de 1988 inovou. Em preceitos exaustivos – incisos I,II e III do artigo 195 – impôs contribuições, dispondo que a leipoderia criar novas fontes destinadas a garantir a manutençãoou expansão da seguridade social, obedecida a regra do artigo154, inciso I, nela inserta (§ 4º do artigo 195 em comento).”

“CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – TOMADOR DE SERVIÇOS –PAGAMENTOS A ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS –REGÊNCIA. A relação jurídica mantida com administradores eautônomos não resulta de contrato de trabalho e, portanto, deajuste formalizado à luz da Consolidação das Leis do Trabalho.

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Daí a impossibilidade de se dizer que o tomador dos serviçosqualifica-se como empregador e que a satisfação do que devidoocorra via folha de salários. Afastado o enquadramento do incisoI do artigo 195 da Constituição Federal, exsurge a desvaliaconstitucional da norma ordinária disciplinadora da desvaliaconstitucional da norma ordinária disciplinadora da matéria. Areferência contida no § 4º do artigo 195 da Constituição Federalao inciso I do artigo 154, nela insculpido, impõe a observânciade veículo próprio – a lei complementar. Inconstitucionalidadedo inciso I do artigo 3º da Lei nº 7.787/89, no que abrangido oque pago a administradores e autônomos. Declaração deinconstitucionalidade limitada pela controvérsia dos autos, noque são envolvidos pagamentos a avulsos.”

DECISÃO

“Por maioria de votos, o Tribunal conheceu do recurso e lhe deuprovimento, para declarar a inconstitucionalidade da expressão“autônomos e administradores”, contida no inciso I do art. 3º daCorte de origem e conceder a segurança, a fim de desobrigar osrecorrentes do recolhimento da contribuição incidente sobre aremuneração paga a administradores e trabalhadores autônomos,vencidos os Ministros Francisco Rezek, Ilmar Galvão e CarlosVelloso, que não conheciam do recurso e declaravam aconstitucionalidade da mencionada expressão. Votou oPresidente. Falou, pelos recorrentes, o Dr. José Norschbacher e,pelo recorrido, a Dra. Verena Ema Nygaard. Plenário, 12.5.94 –Brasília, 13 de maio de 1994.” (Publicada no DJU de 20.05.94, p.12.246/7)

Prevaleceu, portanto, o entendimento, segundo a Corte Suprema,de que é inconstitucional a exigência da contribuição previdenciáriaincidente sobre os valores pagos aos autônomos e administradores,prevista no inciso I, do artigo 3º, da Lei nº 7.787/89.

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Embora o assunto tenha sido decidido em grau de recursoextraordinário, ou seja, aplicando-se somente às partes envolvidas naação, sem efeito “erga omnes”, os Tribunais Regionais Federaispassaram a seguir a orientação ditada pela Egrégia Corte Suprema.

A partir de então, tornou-se uníssona a jurisprudência no sentidoda inconstitucionalidade da cobrança da referida contribuição. Tantoassim que este Tribunal Regional Federal passou a decidir nosseguintes termos:

“APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 94/04/51702-0/SC

Relator: JUIZ NYSON PAIM DE ABREU

Apelante: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

Apelado: DRESCH E CIA. LTDA.

Remetente: JUÍZO FEDERAL DA VARA DE JOAÇABA/SC

Advogados: LUIZ CARLOS CERVI e SILVIO LUIZ DE COSTA EOUTROS

EMENTA: CONSTITUCIONAL. PRÓ-LABORE. LEI Nº 7.787/89, ART. 3º, INCISO I. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 166.772-9-RS. INCONSTITUCIONALIDADE.

1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RecursoExtraordinário nº 166.772-9-RS, declarou ainconstitucionalidade das expressões “autônomos eadministradores”, constantes no inciso I do artigo 3º da Lei nº7.787/89;

2. Apelação e Remessa Oficial improvidas.

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ACÓRDÃO

Vistos e relatados os presentes autos, em que são partes as acimaindicadas, decide a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ªRegião, por unanimidade, negar provimento à Apelação e àRemessa “Ex-Officio”, na forma do relatório e notas taquigráficasque ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas“ex lege”. – Porto Alegre, 01 de dezembro de 1994. (data dojulgamento).” (“in” DJU de 01.02.95, fls.).

O Supremo Tribunal Federal, tendo declarado ainconstitucionalidade do inciso I, do artigo 3º, da Lei nº 7.787/89,incidentalmente, nos termos dos artigos 176 e 177 do RegimentoInterno do Supremo Tribunal Federal (RISTF), expediu ofício (art. 178do RISTF) ao Senado Federal para que fosse atendido o disposto noartigo 52, inciso X, da Constituição de 1988.

Este disposto (artigo 52, X, da CF) confere ao Senado Federalcompetência para suspender, no todo ou em parte, a execução de Leideclarada inconstitucional, por decisão definitiva do SupremoTribunal Federal.

Ocorre que até o presente momento o Senado Federal, inobstantea importância do assunto, não se desincumbiu de seu “munus”constitucional, deixando de suspender a execução dos dispositivosdeclarados, em decisão definitiva, como inconstitucionais peloSupremo.

Dessa forma não resta alternativa senão recorrer ao Judiciário,para que em sede de ação rescisória outra decisão seja proferida, a fimde que se expurguem da decisão rescindenda os efeitos de dispositivoslegais considerados como inconstitucionais pelo Supremo.

Reparando-se, assim, o equívoco cometido contra a Requerente,poderá ela pleitear a devolução do que pagou indevidamente oucompensar aqueles valores com tributos de mesma espécie.

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QUANTO AO CABIMENTO DA MEDIDA

A pretensão da Requerente invoca como fundamento o artigo485, inciso V, do CPC, que diz:

“Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode serrescindida quando:

(...)

V - violar literal disposição de lei; (...)”

O caso presente trata tipicamente de violação do direito, namedida em que a sentença rescindenda invocou e deu como válidanorma jurídica nula, desprovida de eficácia, por conflitar com aConstituição. Por isso, enquadra-se perfeitamente com o dispositivoprocessual supra invocado.

No dizer de Pontes Miranda,

“São suscetíveis de rescisão todas e quaisquer semelhanças quetenham revelado erradamente o direito.” (Tratado da AçãoRescisória – Forense, 1976, 5. ed., p. 276).

Sérgio Rizzi (Ação Rescisória – Editora Revistas dos Tribunais –São Paulo, 1979, p. 107), discorrendo sobre os fundamentos intrínsecos(referentes à sentença) da ação rescisória, cita o seguinte caso,considerado por ele como violação patente de literal disposição deLei:

“(...) quando a sentença:

(...)

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b) dá validade a uma Lei que não vale;(...).”

E, mais adiante, Sérgio Rizzi afirma que:

“(...) aceita a retroatividade da declaração deinconstitucionalidade, a rescisão é viável.”

É lição do professor Alfredo Buzaid que:

“(...) a lei adversa à Constituição é absolutamente nula; nãosimplesmente anulável. A eiva de inconstitucionalidade atingeno berço, fere “ab initio”. Ela não chegou a viver. Nasceu morta.Não teve, pois, nenhum único momento de validade.” (Da AçãoDireta de Inconstitucionalidade no Direito Brasileiro – EditoraSaraiva, São Paulo, 1958, p. 128/129).

Portanto, a decisão judicial atacada ajusta-se perfeitamente aodisposto no inciso V, do artigo 485 do CPC.

Por outro lado, não há de se invocar, como óbice ao conhecimentoda presente Ação Rescisória, o teor da Súmula nº 343 do SupremoTribunal Federal. Ocorre que a situação em apreço não se afigurasemelhante ao enunciado daquela Súmula.

Primeiro, porque não se trata de interpretação de texto legal, masde texto constitucional. Há, no Supremo Tribunal Federal, decisõesque afirmam que:

“A Súmula 343 tem aplicação quando se trata de interpretaçãocontrovertida nos Tribunais, não, porém, de texto constitucional.”(RE nº 105.205-SP – Relator Ministro Sidney Sanches – in RTJ125/126. No mesmo sentido; RTJ 114/361 e RTJ 125/1369).

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Segundo, porque não se haveria de cogitar de divergência deinterpretação à época em que foi proferida a decisão rescindenda. Nemeste Egrégio Tribunal nem o Colendo Supremo Tribunal Federalhaviam se posicionado definitivamente sobre a questão da citadacontribuição previdenciária.

Terceiro, porque não se trata de interpretação de texto, mas deeficácia da norma jurídica – aplicação da Lei – em face do ordenamentoconstitucional. Norma nula não produz qualquer efeito.

É missão do Judiciário velar pela realização relativamente perfeitado direito objetivo e pela mais exata e justa apreciação do direito daparte.

Aliás, em casos semelhantes, vem sendo admitida a possibilidadede rescisão dos julgados, com os mesmos fundamentos que aqui seinvocam, consoante se vê dos acórdãos cujas ementas vão abaixotranscritas e do integral teor anexo (doc. nº ...), os quais passam afazer parte integrante das presentes razões:

a) “AÇÃO RESCISÓRIA 0264/RJ – Nº 92/02/13880-0

Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL CARREIRA ALVIN

Autor: CARLOS LEMOS E OUTROS

Advogado: OSWALDO DUARTE DE SOUZA E OUTRO

Réu: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO RESCISÓRIA –EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO VEÍCULOS – DECRETO-LEINº 2.288/86 – INCONSTITUCIONALIDADE – NEGATIVA DESEGUIMENTO À APELAÇÃO PELO RELATOR – INÍCIO DOPRAZO “A QUO” PARA O EXERCÍCIO DA RESCISÓRIA – COISAJULGADA.

1. Quando o relator nega seguimento à apelação erroneamenteinterposta, a sentença rescindenda passa em julgado com otrânsito em julgado do despacho que a admitiu, contando-se, a

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partir de então, o prazo decadencial para o exercício da açãorescisória (Precedente do Eg. STJ).

2. Sentença que aplica decreto-lei tido como inconstitucionalpelo Egs. STF e STJ, seguindo a orientação isolada do Tribunal“ad quem” em dissonância com a jurisprudência uniforme sobreo tema, inclusive nos demais Tribunais Regionais Federais doPaís, configura típico “error in judicando”, ajustando-se aodisposto no art. 485, item V, do CPC (violação de literaldisposição de lei), e, como tal, rescindível.

3. Hipótese que não encontra obstáculo na Súmula nº 134 doExcelso Supremo Tribunal Federal, por não se tratar deinterpretação de lei controvertida nos Tribunais.

4. Ação rescisória procedente. Sentença originária rescindida.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados esses autos, em que são as partes acimaindicadas:

Acordam os membros do Tribunal Regional Federal da 2ª Região,por maioria, em julgar a ação procedente, após superada apreliminar de carência, nos termos do voto do relator.

Custas, como de lei.”

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1993 (data do julgamento).”

b) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 93/01/15728-4 - DF

Relator: JUIZ NELSON GOMES DA SILVA

Autor: CONSÓRCIO NACIONAL SUDAMÉRICA S/C LTDA.

Adv: FRANCISCO ARANDA GABILAN

Réu: FAZENDA NACIONAL

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Procur.: GILDA MARIA FREIRE GARCIA

EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA. SÚMULAS 343, STF, E 134, DOTRF. ADMISSIBILIDADE (ART. 485, V, DO CPC). VARIAÇÃODO DISPOSITIVO.

1. Os verbetes das Súmulas 343, do STF, e 134, do TRF, somenteincidem nos tribunais de lei ordinária, não quando a matériacontrovertida for de ordem constitucional.

2. Não incidem os verbetes das Súmulas 343, do STF, e 134, doTRF, quando se discute a inconstitucionalidade ou nãoreceptividade de uma norma jurídica pela Carta Magna.

3. Na ação rescisória fundada no art. 485, IV, do CPC (coisajulgada) não pode ser apontado como ofendido acórdão proferidopelo STF, em processo ocorrido entre outras partes.

4. Em se tratando de rescisória por ofensa a literal disposição delei (art. 485, V, do CPC), constitui mera irregularidade apontar ainicial, erroneamente, como infringidos alguns dispositivos delei, que não o foram, se extrai, de modo claro, quais osdispositivos legais que foram violados pela decisão rescindenda.

5. Rescisória procedente.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acimaindicadas:

DECIDE a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ªRegião, por unanimidade, julgar procedente a ação rescisória,na forma do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dosautos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Custas, como de lei.

Brasília-DF, 14 de dezembro de 1993 (data do julgamento)”.

c) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 94/01/07215-9/DF

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Relator p/ Acórdão: EXMO. SR. JUIZ EUSTÁQUIO SILVEIRA

Relatora Originária: EXMA. SRA. JUÍZA ELIANA CALMON

Autora: FAZENDA NACIONAL

Procurador: DR. OSMAR ALVES DE MELO

Ré: JUNCO AGROPASTORIL LTDA.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA.ADMISSÃO. SÚMULA 343/STF. QUESTÃOCONSTITUCIONAL. CONTROVÉRSIA INSTALADA APÓS APRO-LAÇÃO DO ACÓRDÃO RESCINDIDO. LEI Nº 7.689/88.INCONSTITUCIONALIDADE APENAS DO ART. 8º.

1. Admite-se a ação rescisória se o acórdão violou a Constituiçãoe a Lei nº 7.689/88, ao considerar esta última comoinconstitucional.

2. Afasta-se a aplicação da Súmula 343/STF quando a questãocontrovertida for de natureza inconstitucional. Ademais, no caso,a controvérsia entre tribunais só se instalou após a prolação doacórdão rescindendo.

3. A instituição da contribuição social sobre o lucro das pessoasjurídicas, mediante a Lei nº 7.689/88, nada tem deinconstitucional. Apenas o seu art. 8º, que determinou a suacobrança já a partir do resultado obtido em 03.12.88, não secompadece com o disposto no art. 150, III, a, combinado com oart. 195, § 6º, da Carta Política em vigor.

4. Ação Rescisória julgada procedente para, rescindindo oacórdão, dar provimento parcial à apelação.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acimaindicadas:

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DECIDE a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ªRegião, preliminarmente, por maioria, admitir a Ação Rescisória.No mérito, por maioria, julgar procedente a Ação Rescisória edar provimento parcial à apelação, na forma do relatório, voto enotas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parteintegrante do presente julgado. Custas, como de lei. – Brasília-DF, 14 de junho de 1993.”

d) “AÇÃO RESCISÓRIA Nº 92/02/12108-7/RJ

Relator: DES. FED. ARNALDO LIMA

Autores: GUILHERME MERCANTE E OUTRO

Advogado: MÁRCIO LUIZ GRANATO MENEZES

Ré: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL

EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA – ART. 485, V, DO CPC –TRIBUTÁRIO: Empréstimo compulsório – DL nº 2288/86.

1. O v. acórdão que reconheceu ser devido, porque consentâneocom ordem jurídica, tal empréstimo, no exercício de 87, violouliterais disposições da CF e do CTN, sendo passível da rescisão.

2. Afasta-se a aplicação da Súm. 343, do eg. STF, porque, tendoessa Corte declarado inconstitucional referido DL, seus efeitosoperam-se ex tunc, o que significa que a norma, assim declarada,jamais existiu, válida e eficazmente. Logo, não seria razoávelpretender a subsistência do decisum rescindendo, sobfundamento que teria se baseado em texto legal de interpretaçãocontrovertida nos Tribunais.

3. Procedência do pedido, nos termos do voto condutor.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados esses autos, em que são partes as acimaindicadas:

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Decide o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em sessãoPlenária, à unanimidade, julgar procedente a ação, nos termosdo voto do Relator. Ausentes, justificadamente, os Exmos. Srs.Des. Federais CHALU BARBOSA e FREDERICO GUEIROS.Custas, como de lei. – Rio de Janeiro, 17 de junho de 1993 (datado julgamento).”

DO PEDIDO

Por tudo que foi exposto, fica evidente a necessidade da correçãodo indicado erro de legalidade, sendo, portanto, imperativo que se dêprocedência à presente ação rescisória, nos termos abaixo. Pede e requera Vossa Excelência que:

a) Receba a presente ação determinando o seu registro e autuaçãoe demais diligências legais;

b) Seja a Ré citada na pessoa de seu procurador judicial, indicadono preâmbulo da presente, para que, no prazo legal, conteste,querendo, a presente ação, sob pena de revelia, constando domandado as advertências do artigo 285 do CPC;

c) Seja a presente ação julgada procedente para desconstituir adecisão rescindenda, para que nova decisão se profira,declarando inexistir obrigação da Requerente de recolher aoscofres do INSS a contribuição previdenciária incidente sobrea remuneração paga aos autônomos e administradores, de quetrata o inciso I, artigo 3º, da Lei nº 7.787/89;

d) Deferir a produção de prova documental, que, se necessária,especificará no momento processual oportuno;

e) Condenação da Ré no pagamento das custas e despesasprocessuais.

Com a presente a Requerente junta a guia de depósito judicial,em conformidade com o inciso II, do artigo 488 do CPC.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 541

Dá à causa o valor de R$ ........ (................................).

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O autor propõe ação rescisória em face do acórdão proferido nojulgamento de apelação, que por unanimidade deu provimento ao recurso,decidindo pela constitucionalidade do artigo 3º, inciso I, da Lei nº 7.787/89,que determina o pagamento da contribuição social para a Previdência So-cial incidente sobre o pró-labore dos administradores e autônomos, quetransitou em julgado. Pede pela desconstituição da decisão, tendo emvista a ocorrência de violação literal de lei, para que seja proferida novadecisão, que declare inexistir por parte do autor a obrigação de pagar acontribuição social para a Previdência Social.

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542 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INSS – INCAPACIDADELABORATIVA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DEDIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ________.

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, aposentado, portador doCPF nº, RG nº SSP/MG e NB nº 999.999.999-9, residente e domiciliadona Rua x nº 1, Jardim Alves, na cidade e Comarca de Y/MG, por seuadvogado e procurador infra-assinado, com instrumento de procuraçãoem anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência proporcontra o INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal,com Procuradoria Regional situada na Avenida K nº 852, Centro, nacidade e Comarca de W /MG, CEP: 00000-000, a presente

AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-DOENÇA C/CAPOSENTADORIA DE INVALIDEZ E PEDIDO DE TUTELAANTECIPADA,

com fulcro no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal, artigo42 e seguintes da Lei nº 8.213/91; artigo 43 e seguintes do Decreto nº3.048, de 06 de maio de 1999; artigo 2º e seguintes da Lei Complementarnº 142, de 8 de maio de 2013 e artigo 282 do CPC, mediante os seguintesfatos e fundamentos:

1) O Requerente, que é nascido em 01/01/1901, desempenhouatividades urbanas diversas, conforme demonstram os sucessivosregistros constantes em sua CTPS, de acordo com o que consta dascópias anexas:

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544 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

a) De 27/08/1973 à 12/11/1973 trabalhou na função deSERVENTE, na empresa “x”;

b) De 04/12/1973 à 21/03/1974 trabalhou na função deSERVENTE, na empresa “z”;

c) De 26/03/1974 à 18/08/2009 trabalhou na função deSERVENTE, na empresa “y”.

2. Contudo, por volta do ano de 2009, o Autor começou a sofrerda síndrome de TRANSTORNOS PSICÓTICOS AGUDOS ETRANSITÓRIOS, CID 10 – F23, estando incapacitado para odesempenho das atividades da vida diária e do trabalho, conformeprovam os Laudos Médicos em anexo, apesar de muita insistência eesforço de sua parte, de exercer as atividades laborativas, como o fezao longo de sua vida, vê-se incapaz.

3) Como sintoma, a da síndrome de TRANSTORNOSPSICÓTICOS AGUDOS E TRANSITÓRIOS pertence ao grupoheterogêneo de transtornos caracterizados pela ocorrência aguda desintomas psicóticos tais como ideias delirantes, alucinações,perturbações das percepções e por uma desorganização maciça docomportamento normal. O termo “agudo” é aqui utilizado paracaracterizar o desenvolvimento crescente de um quadro clínicomanifestamente patológico em duas semanas no máximo. Para estestranstornos não há evidência de uma etiologia orgânica. Acompanham-se frequentemente de uma perplexidade e de uma confusão, mas asperturbações de orientação no tempo e no espaço e quanto à pessoanão são suficientemente constantes ou graves para responder aoscritérios de um delirium de origem orgânica, ou seja, é uma Síndromecerebral orgânica sem etiologia específica caracterizada pela presençasimultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção,do pensamento, da memória, do comportamento psicomotor, dasemoções e do ritmo vigília-sono. A duração é variável e a gravidadevaria de formas leves a formas muito graves.

4) Os TRANSTORNOS PSICÓTICOS AGUDOS ETRANSITÓRIOS em geral estes se curam completamente em menosde poucos meses, frequentemente em algumas semanas ou mesmo dias.

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Quando o transtorno persiste o diagnóstico deve ser modificado, nestecaso, o transtorno pode estar associado a um “stress” agudo (osacontecimentos geralmente geradores de “stress” precedem de uma aduas semanas o aparecimento do transtorno).

5) Por essas razões, aliado o fato de ser pessoa pobre, sem amínima instrução e qualificação técnica para o exercício de qualqueroutra atividade, a não ser a rurícola, ou de atividades que necessitemde pouco esclarecimento, é que o Autor necessita de amparo por parteda Previdência Social, tanto para sobreviver como para poder adquiriros medicamentos necessários para o tratamento de sua enfermidade.

6) A patologia de que o Autor é portador, sobre estar comprovadacom os resultados dos exames a que se submeteu (inclusive biópsia) eora anexos, é daquelas que, segundo lhe foi informado pelo profissionalmédico que o assiste, exigirá um acompanhamento médico constante,vez que o vírus poderá ceder à medicação e, tempos após, retornar.

São gravíssimas, portanto, as condições de saúde que afligem oimpetrante.

7) Evidencia-se, assim, que o Autor está enquadrado na legislaçãoprevidenciária delineadora do benefício de Aposentadoria porInvalidez, nos termos da legislação vigente, salientando, ainda, que otrabalhador que estiver afastado por motivo de moléstia incapacitantenão perde a qualidade de segurado, mormente se tal enfermidade foicontraída enquanto esteve na condição de segurado, como é o casoespecífico do autor, segundo consta do seguinte aresto:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART.42, LEI Nº. 8.213/91. CARÊNCIA COMPROVADA. ART. 25, I,LEI Nº. 8.213/91. INCAPACIDADE CONSTATADA POR LAUDOPERICIAL. INÍCIO DO BENEFÍCIO DA DATA DO LAUDO.HONORÁRIOS DE ADVOGADO. INCIDÊNCIA SOBRE ASPARCELAS VENCIDAS NA DATA DA SENTENÇA. SÚMULA111 STJ. 1. Comprovada a incapacidade para o trabalho, mediantelaudo pericial, o cumprimento da carência (art. 25, I da Lei 8.213/91) e, ainda, a qualidade de segurado da previdência social aotempo da impetração, é devida a aposentadoria por invalidez,

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nos termos do art. 42 da Lei 8.213/91. 2. O autor provou aexistência de 11 contratos de trabalho, desde 1971 até a data doajuizamento da ação, em 03.10.1995, demonstrando, assim, a suaqualidade de segurado e o preenchimento do período de carênciade que fala o art. 25, I, da Lei nº 8.213/91. 3. O laudo pericial defls. fls. 111 a 113, registra que o autor padece dos seguintes males:portador de doença de chagas, osteoartrose de coluna vertebral,cistos solitários hepáticos e renal, colelitáse, prolapso de válvulamitral e tabagismo. 4. O perito oficial declarou que o trabalhorude pode agravar o mal sofrido pelo autor e, apesar disso,entendeu que o mesmo não está totalmente incapacitado para otrabalho, podendo exercer atividades leves. No entanto, asatividades inerentes à atual profissão do autor de auxiliar deexecução (fl.13) são de serviço braçal e exigem esforços físicosconstantes, o que o impede de trabalhar, restando, portanto, totala sua incapacidade, ante a falta de condições para prover opróprio sustento. 5. Faz jus o autor ao benefício de aposentadoriapor invalidez, pelo que não merece reforma, no particular, a r.sentença que julgou procedente o pedido. 6. A data de início daconcessão do benefício, deve ser a do Laudo pericial do juízoque concluiu pela invalidez, uma vez que afirma à fl. 113 que“segundo o autor as patologias são antigas, mas é impossívelprecisar o início” 7. “Os honorários advocatícios, nas açõesprevidenciárias, não incidem sobre prestações vincendas”(Súmula nº 111). 8. Apelação e remessa oficial tida por interpostaa que se dá parcial provimento para determinar que a data deinício do benefício seja 16.12.1996, data do Laudo Pericial e queos honorários de advogado incidam apenas sobre as parcelasvencidas na data da sentença, conforme a Súmula 111 do STJ.(TRF 1ª Região – 1ª Turma Suplementar – AC nº1998.01.00.085339-0 – Juiz Federal Conv. Manoel José FerreiraNunes – j. 14/09/2004)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.RURÍCOLA. INCAPACIDADE COMPROVADA. RECURSOIMPROVIDO. 1. Se a apelada, por motivo de doença, não pode

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voltar ao exercício da antiga profissão de trabalhadora rural, deveser desde logo aposentada por invalidez ante a impossibilidadede que, sendo pessoa de pouca instrução, possa ser reabilitadapara outro trabalho e tenha oportunidade de obter novo emprego.2. Não perde a qualidade de segurada a trabalhadora que, emrazão de moléstia incapacitante, tenha deixado de contribuir àPrevidência Social. – Apelo Improvido.” (TRF 3ª Região – 1ªTurma - Ac. 96/03/036.335-9 – Rel. Juiz Sinval Antunes)

8) Destarte, considerando-se que a moléstia da qual padece oAutor é de natureza incurável, permanente, irreversível e incapacitante,constata-se que o caso vertente é típico de concessão de aposentadoriapor invalidez, motivo pelo qual se vale da presente ação para pleitearjudicialmente o referido amparo previdenciário a que tem direito,segundo as normas legais vigentes.

9) Dessa forma, não foi correta a posição da Requerida quanto aobenefício pleiteado pela Requerente, uma vez que conformedemonstrado tanto na legislação aplicável como a doutrina e ajurisprudência favorecem a concessão da APOSENTADORIA PORINVALIDEZ na forma requerida na esfera administrativa, o que semsombra de dúvida deverá ser reconhecido na sentença que julgar opresente feito, fazendo retroagir os pagamentos do benefício desde adata do seu ingresso no órgão previdenciário.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Como os trâmites da presente ação podem demandar vários anos,em face do notório abuso do direito de defesa, durante tal período orequerente continuaria impossibilitado, em razão de sua enfermidade,de exercer a atividade rurícola que vinha desempenhando; a única,como acima mencionado, que lhe restaria. Porém, isto fatalmenteagravaria sua situação financeira e, consequentemente, o seu estadode saúde, na medida em que não disporia de recursos necessáriospara sustentar a si próprio, bem como para providenciar o adequadotratamento de sua enfermidade, o que demonstra de forma inequívoca

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a presença, in casu, do “fumus boni juris” e do “periculum in mora”.Assim, ante o receio de dano irreparável, necessita o requerente daantecipação da tutela, nos termos do artigo 273 do Código de ProcessoCivil, para que lhe seja concedido o benefício da aposentadoria porinvalidez, no valor de um salário mínimo mensal e respectivo abonoanual – logo após a constatação de sua incapacidade através de períciamédica –, salientando que a tutela ora perseguida é perfeitamentepossível de ser concedida antecipadamente, em virtude do caráteralimentício do benefício ora pleiteado.

DIANTE DO EXPOSTO, é a presente para requerer de VossaExcelência a citação da Autarquia-Ré, através de seu Procurador-Regional, no mesmo endereço declinado no preâmbulo da inicial viaAR, para, querendo, no prazo legal, oferecer defesa, se tiver, sob penade revelia e confissão, julgando-se, ao final, procedente a presente ação,concedendo à Requerente o benefício ora requerido, condenando-a nascustas processuais, honorários advocatícios, tudo na forma da Lei edemais acréscimos de direito.

Seja determinado o RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-DOENÇA, NB: 999.999.999-9, APS de W/MG, desde 02/05/2010,quando de sua cessação e sua conversão em APOSENTADORIA PORINVALIDEZ;

Seja, initio litis, determinada uma perícia médica paraconfirmação do alegado, e, conforme comprovada a incapacidade doAutor em 02/02/2010, seja julgada antecipadamente a tutela desejada,nos termos do artigo 273 do CPC, determinando, ao instituto réu, que,de imediato, lhe pague o benefício de uma aposentadoria por invalidez,no valor de um salário mínimo mensal, acrescido do abono anual;

Requer ainda, a Vossa Excelência, conceder, de plano, osbenefícios da ISENÇÃO DE CUSTAS, nos termos do que dispõe alegislação vigente, inclusive, nos termos da Lei nº 1.060/50.

Protesta e requer provar suas alegações pelos meios em direitoadmitidos, especialmente pela oitiva de testemunhas, depoimentopessoal do representante legal do Requerido, sob pena de confesso,perícias e juntada de novos documentos, dando ciência da ação aoRMP para que, querendo, nela intervenha.

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Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(..........................).

Nestes Termos,Pede deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

RESUMO

O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pe-dido foifundamentado no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal; artigo 42 eseguintes da Lei nº 8.213/91; artigo 43 e seguintes do Decreto nº 3.048, de06 de maio de 1999, inclusive, com o suporte da Lei Complementar nº142, de 8 de maio de 2013 . Entretanto, verifica-se que o beneficiário estáperdendo o seu direito ao benefício previdenciário, notando-se queo Autorestá enquadrado na legislação previdenciária delineadora do benefício deAposentadoria por Invalidez, nos termos da legislação vigente, tendo emvista que o trabalhador que estiver afastado por motivo de moléstiaincapacitante não perde a qualidade de segurado, mormente se tal enfer-midade foi contraída enquanto esteve na condição de segurado. Requer aTutela Antecipada, uma vez que ferida a legislação pátria, sendo aplicado ocritério da retroatividade.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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REVISIONAL DE APOSENTADORIA – APOSENTADORIA – LEI Nº8.213/91 - NÃO APLICAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIARIO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

Nome ( qualificação), (endereço) por seu advogado e bastanteprocurador ( procuração anexa), ao qual deverão ser endereçadas todasas notificações e publicações decorrentes deste processo, que serãorecebidas no escritório sito à rua .........................., vem, respeitosamenteà presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE APOSENTADORIA

com a finalidade de que a Renda Mensal Inicial do Autor sejacalculada sem a aplicação do Fator Previdenciário cumulada com asua declaração de inconstitucionalidade incidental em face do InstitutoNacional do Seguro Social- INSS, com endereço ..............................pelos motivos de fato e de direito que passa a expor, para ao finalrequerer o quanto segue:

I) DOS FATOS

1. O Autor teve a sua aposentadoria concedida em ..................,benefício este cadastrado sob nº .......................... conforme comprovaa carta de concessão anexa ( doc. nº....).

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2. Ocorre que, à época da concessão do referido benefício houvea aplicação do fator previdenciário no valor da Renda MensalInicial(RMI) que acabou resultando num valor menor do que o queseria correto achatando o beneficio do Autor.

3. Tal situação perdura até hoje, o que é um verdadeiro absurdo.

4. Evidentemente tal entendimento do INSS é inconstitucionale ilegal, posto que ao longo do tempo o Autor terá uma drástica reduçãoem sua aposentadoria, sendo que contribuiu para o sistemaprevidenciário e não está tendo agora a devida contrapartida.

5. Tal conduta do Réu viola o princípio da irredutibilidade novalor dos benefícios que visa proteger o Autor das perdas inflacionárias.Sobre tal princípio nos ensina o professor Wagner Balera que:

“ Para a manutenção do valor real do benefício, é fundamentalque ele seja fixado corretamente ab initio. Do contrário, obenefício persistirá existindo com um valor irreal, imprestávelpara o cumprimento de sua finalidade constitucional. Cumpreevitar, portanto, esse vício genético, por assim dizer”.(Dairredutibilidade do valor dos benefícios. In: Cadernos de DireitoConstitucional e Ciência Política, n.19, p. 176)

6. Sobre a importância dos princípios constitucionais daseguridade social, ensina o professor Marcus Orione G. Correia que:

“O sistema normativo é composto da atuação também dosprincípios. Portanto, estes são informadores do sistema e nãomeramente integradores deste. Uma regra que destoa de umprincípio , obviamente não pode prevalecer, (...)”(in Curso deEspecialização em Direito Previdenciário, vol. 1, pág. 255, editoraJuruá).

7. Importante ressaltar que a aplicação do fator previdenciárioviola o principio do não retrocesso social que nas palavras do professorJ.J. Gomes Canotilho ao examinar os contornos do princípio assim semanifesta:

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“O princípio da proibição do retrocesso social pode formular-seassim: o núcleo essencial dos direitos sociais já realizado eefetivado através de medidas legislativas deve considerar-seconstitucionalmente garantido, sendo inconstitucionaisquaisquer medidas que, sem a criação de esquemas alternativosou compensatórios, se traduzam na prática em uma anulação,revogação ou aniquilação pura e simples desse núcleo essencial.A liberdade do legislador tem como limite o núcleo essencial járealizado” (José Joaquim Gomes Canotilho, DireitoConstitucional e Teoria da Constituição, Livraria Almedina,Coimbra, 1998).

8. Assim, o Autor socorre-se da tutela jurisdicional do Estado, afim de ver sua pretensão acolhida.

II) DO DIREITO

9. O FATOR PREVIDENCIÁRIO tem diversas inconstitu-cionalidades, que serão vistas ao longo desta inicial tais como:

a) A aplicação do fator previdenciário pelo INSS viola o principioda reciprocidade das contribuições, ou seja, a relação entre o que sepaga e o que se recebe. O Fator Previdenciário, ao interferir no valor darenda mensal inicial, levando-se em conta a idade e a sobrevida dobeneficiário, afronta indiretamente o princípio da reciprocidade dascontribuições efetuadas anterior a legislação introdutória.

b) Veja-se que o valor recolhido não guardará qualquer relaçãocom o valor do benefício, havendo inclusive, afronta ao p. da isonomiasendo que, segurados que recolheram valores idênticos receberãobenefícios diferenciados dependendo da idade de cada um, o que éverdadeiramente inconstitucional tal situação.

c) Portanto, o Fator Previdenciário interfere diretamente nocálculo da Renda Mensal Inicial, tratando-se de um mecanismoutilizado para reduzir a média dos salários de contribuição de naturezameramente arrecadatória para aliviar o tão alegado rombo daPrevidência Social. Ora, ocorre que o Autor nunca administrou as

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contas da Previdência não podendo agora ser prejudicado por esta,repita-se, alegada situação.

Finalmente, a aplicação do FATOR PREVIDENCIÁRIOdescumpre as regras do artigo 201, § 1º , da CF/88 no que diz respeitoà proibição de se adotar critérios e requisitos diversos para a concessãodas aposentadorias, além de prever a idade como critério a ser levadoem conta, onde estabelece que:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para aconcessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral deprevidência social, ressalvados os casos de atividades exercidassob condições especiais que prejudiquem a saúde ou aintegridade física e quando se tratar de segurados portadores dedeficiência, nos termos definidos em lei complementar.”

10. Na moderna teoria da interpretação constitucional que a leiinfraconstitucional não pode criar critérios diferenciados parasegurados nas mesmas condições, a não ser as hipóteses ressalvadasno próprio dispositivo constitucional, sob pena desta lei ser fulminadapela inconstitucionalidade, e que nas palavras do professor RoqueCarraza, no seu Curso de Direito Constitucional Tributário, pág. 27diz:

“O decreto deve buscar fundamento de validade na lei, e esta, naConstituição. Se, eventualmente, o decreto contrariar a lei, estaráfora da pirâmide, a ninguém podendo obrigar. O mesmopodemos dizer da lei, se em descompasso com a Constituição.Isto significa que uma norma inválida não pode produzir efeitosde direito ( simplesmente porque não existe, juridicamentefalando).”

12.O outro aspecto do Fator Previdenciário, é que institui umrequisito discriminadorao ser efetuado o cálculo da aposentadoria portempo de contribuição ou idade, aplicando-se este fator levando-seem conta a idade do segurado e a sua expectativa de sobrevida,concluindo que quanto mais jovem for o segurado, menor será a sua

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RMI, ainda que tenha contribuído por igual período e mediante osmesmos valores que um outro segurado, mais velho do que ele, ondevemos com clareza que Lei nº 9.876/99 instituiu um critériodiferenciador entre segurados nas mesmas condições o que viola oprincipio da isonomia.

13. Neste diapasão, a lei ofendeu claramente o disposto no §1ºdo artigo 201 da CF/88 que veda tal prática, onde Segurados nas mesmascondições: igual tempo de serviço, igual tempo de contribuição eidêntica base de cálculo de recolhimento, terão rendas mensais iniciaisdiferentes conforme a idade de cada um, ou seja, quem está na mesmasituação jurídica deve receber o mesmo tratamento jurídico, onde quequalquer outro tratamento que não seja esta, estará eivada deinconstitucionalidade.

14. Utilizando-se regras de interpretação constitucionais vê-seque a Lei nº 9.876/99 foi além de onde lhe estava autorizado a ir pelo §1º do artigo 201 da CF/88, instituindo por vias oblíquas um novorequisito para efeito de cálculo da RMI, não previsto no próprioparágrafo mencionado e não inserido nas exceções estipuladas tambémpor este parágrafo.

15. Pelo seu caráter eminentemente inconstitucional, a incidênciado Fator Previdenciário no cálculo das rendas mensais iniciais dosbenefícios de aposentadoria por tempo de serviço e por idade deve serdeclarada inconstitucional e ser totalmente afastada.

16. Requer-se a declaração e o reconhecimento incidental da suainconstitucionalidade, devendo-se condenar o INSS a revisar a rendamensal inicial do autor sem a incidência do Fator Previdenciário porser seu direito.

17. Sob a interpretação do Prof. Marcus Orione diz que:

“sob a ótica da ciência atuarial restaria indispensável que severificasse a efetividade da sistemática para efeitos de composiçãode uma política de seguro social, restando, ainda, a dúvida doslimites constitucionais da aplicação incondicional da ciência

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atuarial em matéria de previdência social.” ( in Digressões arespeito da inconstitucionalidade do Fator Previdenciário,Revista do Advogado, n. 60)

III) DOS PEDIDOS

DIANTE O EXPOSTO, é o presente para:

a) determinar a citação da Autarquia-Ré no endereço apontadopara que, em querendo, apresente resposta à presente, sob as penas derevelia e confissão;

b) a produção de todos os meios de provas em direito admitidos,notadamente, a juntada de novos documentos;

c) a total procedência do pedido, consistente na declaração e oreconhecimento incidental da inconstitucionalidade do FatorPrevidenciário com a condenaçãoda Autarquia-Ré para revisar a RendaMensal Inicial do Autor sem a incidência do fator previdenciário porser seu direito;

d) o pagamento de todas as diferenças oriundas da revisão dobenefício ora proposta, bem como os seus reflexos nas rendas mensaisvincendas, devendo ser atualizados monetariamente a partir dovencimento em cada parcela, acrescidos de Juros de Mora e AtualizaçãoMonetária, nos termos da legislação vigente;

f) a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios noimporte de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;

Requer-se que se digne Vossa Excelência a conceder os benefíciosda Justiça Gratuita, em face da condição de pobreza do Autor, nos termosda Lei nº 1.060/50, que não tem como arcar com as custas processuaise demais despesas sem prejuízo de seu sustento e de sua famíliaconforme declaração anexa.

Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(..........................).

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Nestes Termos,

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pedido foifundamentado no Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº8.212, de 24 de julho de 1991, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, art.11, inciso IV, alínea “a”. Entretanto, verifica-se que o beneficiário está per-dendo o seu direito ao benefício previdenciário. Alega direito adquirido epede pela observância da LICC, para que continue percebendo o referidobenefício. Requer a revisão com a Tutela Antecipada, uma vez que ferida alegislação pátria, sendo aplicado o critério da retroatividade.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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REVISIONAL DE APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91 – DIREITOADQUIRIDO – TUTELA ANTECIPADA – BENEFÍCIO SUSPENSO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...........................

........................, brasileira, casada, trabalhadora rural, residentee domiciliada na Fazenda ........., distrito de ........, neste município,podendo ser citada na Rua .............., nº ..., Bairro .........., nesta cidade,através de seu advogado e procurador infra-assinado, vemrespeitosamente à presença de V. Exa. propor contra o INSS – InstitutoNacional do Seguro Social, autarquia federal, com Procuradoria-Regional situada na Av. .............., nº ...., CEP .........., na cidade e comarcade .................. - ..., a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE REVISÃO DEBENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE, com amparo nostermos do artigo 48, § 1º, da Lei nº 8.213/91, do Decreto nº 3.048/99,art. 51, e artigo 282 do CPC, mediante os seguintes fatos e fundamentos:

1. A Requerente teve o seu benefício previdenciário suspensodesde FEVEREIRO/1999; já fez contatos com o APS ..., pararestabelecimento do benefício, e foi-lhe negado, prejudicando assim asua sobrevivência ao cortar-lhe um DIREITO ADQUIRIDO, cujo valormensal é de um salário mínimo.

2. O Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº 8.212de 24 de julho de 1991 e a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, art. 11,inciso V, alínea “g”, complementando o art. 183 do mesmo Decreto, nº3.048, diz que o segurado obrigatório da RGPS, na forma do incisoacima, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de 01 (hum)salário mínimo, durante 15 anos a partir de 25.07.1991.diz:

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“Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social asseguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de1993)

(...)

V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº9.876, de 26.11.99)

(...)

g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em carátereventual, a uma ou mais empresas, sem relação deemprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)”

3. O artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal diz: “é livre oexercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas asqualificações profissionais que a lei estabelecer”; e o artigo 201, incisoda Carta Magna diz: “A previdência social será organizada sob a formade regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial,e atenderá, nos termos da lei, para cobertura dos eventos de doença,invalidez, morte e idade avançada;”.

4. O Requerente requereu a sua APOSENTADORIA POR IDADE,com NB: ..., a qual recebia os valores previdenciários junto ao BANCODO BRASIL S/A, Agência ........., e, a partir de Fevereiro/1999, aPrevidência Social suspendeu o benefício sem esclarecer por quaismotivos, o que vem sendo prejudicado até a presente data por descasodo próprio INSS, sendo que os valores previdenciários não vêm sendopagos, lembrando que não vem recebendo o que tem direito, nãohavendo alternativa para a ressalva de seu direito, “permissa venia”, anão ser a presente AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO.

Que prática é esta, a do Sistema Previdenciário Brasileiro, que,depois de aprovar tais benefícios, ele mesmo cuida de suspendê-los?E sem informar o beneficiário? Diante disso, invoca-se a jurisprudênciaprevidenciária, que diz:

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a) ACIDENTE DO TRABALHO – AUXÍLIO-DOENÇAINTERROMPIDO – Restabelecimento deste determinado emjuízo – Doença degenerativa – Lombalgia de esforço– Patologiarelacionada com a atividade desempenhada – Pedidoprocedente – Honorários advocatícios fixados em percentual– Admissibilidade. (TAPR – AC 108261-7 – 6ª C. Cív. – Rel.Juiz Ruy Fernando de Oliveira – DJPR 24.10.1997)

b) Ementa 160 do extinto TFR diz: – BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO – FRAUDE – SUSPEITA. – A suspeita defraude, na concessão de benefício previdenciário, não enseja,de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependeráde apuração em procedimento administrativo.

Inúmeras e infrutíferas foram as tentativas do Requerente juntoao APS ..., no sentido de ver solucionado o impasse quanto ao benefício.Será que tudo isto é para retirar o DIREITO ADQUIRIDO do cidadãobrasileiro, amparado tanto pela Legislação Brasileira como pelaDeclaração Universal dos Direitos Humanos, que em seu artigo 25diz: “Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurara si, e à sua família, a saúde e o bem-estar, inclusive a alimentação, ovestuário, a habitação, os cuidados médicos e os serviços sociaisindispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença,invalidez, viuvez, VELHICE ou outros casos de perda dos meios desubsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. (...)”?Ou o Estado quer deixar o seu povo nu, desnutrido, deseducado, semnenhum amparo social à sua velhice? Onde está o respeito quanto àslegislações que amparam o cidadão brasileiro? Ou servem só deamostras às Comunidades Internacionais?

5. O art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, diz: “a leinão excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça adireito;” e a jurisprudência nº 102.148 diz: DIREITO ADQUIRIDO. –O princípio insculpido no inciso XXXVI do art. 5º da Constituição(garantia do direito adquirido) não impede a edição, pelo Estado, denorma retroativa (lei ou decreto) em benefício do particular. (STF –RE 184.099-4 - DF – 1ª T. – Rel. Min. Octávio Gallotti – DJU18.04.1997).

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DO DANO MATERIAL

O Novo Código Civil diz:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligênciaou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete ato ilícito.”(grifou-se)

Verifica-se que dano material é o cálculo de tudo aquilo que selesou, deixou-se de lucrar (lucros cessantes) e o que efetivamente seperdeu (lucros emergentes). Tendo o evento danoso interrompido asucessão normal dos fatos e da vida do ofendido, a reparação pecuniáriadeve provocar um novo estado de coisas, que se aproxime tanto quantopossível daquela situação anterior, o statu quo ante bellum, isto é,aquela situação que, segundo a experiência humana, seria a existentese não tivesse ocorrido o dano.

CUMULAÇÃO DE INDENIZAÇÕES

Um importante reforço à tese da cumulatividade das indenizaçõespor danos morais e patrimoniais foi dado pelo Código de Defesa doConsumidor, posto a lume pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de1990, em seu artigo 6º, inciso VI.

POSSIBILIDADE

A Súmula 37 do STJ diz: “São cumuláveis as indenizações pordano material oriundas do mesmo fato”.

“Responsabilidade Civil – Indenização – Dano Moral e Material.Acumuláveis são as indenizações por dano moral e dano

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patrimonial. Precedentes do STJ” (STJ - 4ª T. – REsp. Rel. BarrosMonteiro – j. 01.10.1991 – RT 683/188).

“PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA – SUSPENSÃO DOPAGAMENTO – SUSPEITA DE FRAUDE OU OUTRO MOTIVONÃO PROCEDIDA NO REGULARPROCESSOADMINISTRATIVO – IMPOSSIBILIDADE –APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 160 DO EXTINTO TFR. 1. Asuspensão do pagamento de aposentadoria, causando prejuízoao seu beneficiário, sob a alegação de simples revisão, sem oregular processo administrativo para a apuração de possívelirregularidade ou fraude, viola o preceito constitucional docontraditório e importa em abuso de poder. 2. Aplicação daSúmula nº 160 do extinto TFR. 3. Remessa “ex ofício” a que senega provimento.

ACÓRDÃO: Vistos e relatados estes autos em que são partes asacima indicadas, decide a egrégia Terceira Turma do TribunalRegional Federal da 2ª Região, à unanimidade, negar provimentoà remessa necessária, nos termos do voto da relatora, que ficafazendo parte integrante do presente julgado. – Rio de Janeiro,17 de novembro de 1998 (data do julgamento). (TRF - 2ª R - 3ª T– RexOf. – MS nº 18426 – Relª. juíza conv. Lana Maria FontesRegueira – DJU 09.03.1999 – p. 185).

7. A fim de regularizar a situação de beneficiário daPREVIDÊNCIA SOCIAL, serve-se da presente Ação para alcançar oseu objetivo, o que deverá ser declarado por sentença nos autos, paraque se faça cumprir o DIREITO, a VERDADE e a JUSTIÇA.

8. INICIALMENTE REQUER:

Diante do flagrante desrespeito ao direito do Autor, o descasodo INSS em SUSPENDER o referido benefício em favor do Requerentesem dar justificativas, haja vista o documento de indeferimento emanexo, requer TUTELA ANTECIPATÓRIA, conforme art. 273, caput,

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do CPC, determinando de imediato, via ofício deste Juízo, que o INSSproceda com as formalidades legais o procedimento administrativopara restabelecimento da REVISÃO DE APOSENTADORIA PORIDADE, a qual já vinha recebendo, antes da suspensão do seu DIREITOADQUIRIDO garantido por Lei.

Posto a lume, segundo o jurista J.E. CARREIRA ALVIM, indicaque a antecipação de tutela dependerá de um “juízo de deliberação”que “pode ter lugar prima facie” e “inaudita altera pars, em face danatureza do dano temido, ou num momento posterior, como, porexemplo, após a contestação, como acontece com a liminar no MS, emque pode ser deixada para depois das informações. Essa possibilidadevem sendo pacificamente reconhecida pelos Tribunais”. E, ainda, que:“ou se antecipa a tutela, inaudita altera pars, concedendo-seliminarmente o provimento postulado, ou se esvairá o conteúdomesmo do direito material cuja tutela se busca sem sede judicial” (CPCReformado, Del Rey, Belo Horizonte, 2. ed., 1995, p. 106 e 109). E,segundo o jurista CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO, “a técnicaengendrada pelo novo art. 273 consiste em oferecer rapidamente a quemveio ao processo pedir. Não se trata de obter que impeça o perecimentodo direito, ou que assegure ao titular a possibilidade de exercê-lo nofuturo. A medida antecipatória conceder-lhe-á o exercício do própriodireito afirmado pelo Autor. Na prática, a decisão com que o juizconcede a tutela antecipada terá, no máximo, o mesmo conteúdodispositivo da sentença que concede a definitiva e a sua concessãoequivale, mutatis mutandis, à procedência da demanda inicial – coma diferença fundamental representada pela provisoriedade”. Isso querdizer que a antecipação deve, necessariamente, respeitar os limites dopedido, não se podendo antecipar o que se não poderá obter com oprovimento definitivo. Essa realidade de tutela antecipada é que,certamente, levou o legislador a cercar de cuidados a sua concessão,assim a exigência de “prova inequívoca” e convencimento da“verossimilhança da alegação”, expressões que reforçam a ideia de umaapuração diversa daquela que se exige para o deferimento de liminarem outro tipo de ação, assim as cautelares e o MS, suficientes nestescasos à verificação do fumus boni iuris e do periculum in mora. Porisso mesmo, DINAMARCO mostra que: “para chegar ao grau de

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probabilidade necessário à antecipação, o juiz precisa proceder a umainstrução que lhe revele suficientemente a situação do fato. Não é ocaso de chegar às profundezas de uma instrução exauriente, pois estase destina a propiciar graus de certeza necessários para julgamentosdefinitivos, não provisórios, como na antecipação de tutela. Tratar-se-á de uma cognição sumária, dimensionada segundo o binômiorepresentado: a) pelo menor grau de imunidade de que se reveste amedida antecipatória em relação à definitiva; e b) pelas repercussõesque ela terá na vida e patrimônio dos litigantes”. E mais: “O reduzidonível de imunidade das decisões concessivas de tutela antecipada (suaprovisoriedade) não é motivo para descuidar das atividades instrutóriasinerentes à indispensável cognição sumária. A probabilidade exigidapela lei ao falar em prova inequívoca significa que até a algum grau deinvestigações o juiz deve chegar. Decidirá à luz de documentos queestejam nos autos e, fazendo valer seus poderes instrutórios, de ofícioou a requerimento determinará a realização das atividades probatóriasque em cada caso sejam convenientes. Aplicam-se as regras ordináriassobre a distribuição do ônus da prova (art. 333), embora não precise oautor levar o juiz a níveis absolutos de convicção sobre os fatosconstitutivos” (A Reforma do CPC, Malheiros Editores, 2. ed., p. 144/145). (Extraído da “Revista Jurídica”, Notadez, Ano 47, Abril de 1999,nº 258, Jurisprudência Cível).

9. Pelo exposto, satisfeito o requerimento, vem requerer a citaçãodo réu, através de seu procurador-regional, no mesmo endereçodeclinado no preâmbulo da inicial, via AR, para os termos da presenteAção, com prazo de 60 (sessenta) dias e as advertências legais, e que V.Exa. se digne julgar procedente a presente ação e, a final, condenar oRéu à concessão ao Requerente da Ação Ordinária de REVISÃO DEBENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE, no valor de 1 (um)salário mínimo a partir de FEVEREIRO/1994, calculados na forma daLei, acrescidos de juros e correção monetária, as prestações de contasem atraso, condenando-se o Réu, ainda, nas custas processuais,honorários advocatícios, acrescidos de juros, correção monetária,indenização por dano moral e patrimonial (quantia a ser auferida emarbitramento em execução de sentença) e demais acréscimos de direito.

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A Súmula 71 do extinto TFR diz:

“PREVIDÊNCIA – BENEFÍCIOS – CORREÇÃO MONETÁRIA –A correção monetária incide sobre as prestações de benefíciosprevidenciários em atraso, observado o critério do salário mínimovigente na época da liquidação da obrigação.”

10. Requer a produção de provas testemunhais e pericial,protestando pela outras provas que se fizerem necessárias, dandociência da ação ao RMP para que, querendo, nela intervenha.

11. Requer, ainda, que V. Exa. conceda, de plano, os benefíciosda Assistência Judiciária, nos termos do artigo 128 da Lei nº 8.213/91,com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº 8.620/93,combinada com a Lei nº 1.060/50.

12. Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ..........(..........................).

Pede deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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ROL DE TESTEMUNHAS:

1) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município;

2) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município;

3) ..., brasileiro, casado, lavrador, residente e domiciliado naFazenda ..., neste município.

RESUMO

O autor é beneficiário da Previdência Social. Na época o pedido foifundamentado no Decreto nº 3.048/99, art. 51, combinado com a Lei nº8.212, de 24 de julho de 1991, e a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, art.11, inciso IV, alínea “a”. Entretanto, verifica-se que o beneficiário está per-dendo o seu direito ao benefício previdenciário. Alega direito adquirido epede pela observância da LICC, para que continue percebendo o referidobenefício. Requer a revisão com a Tutela Antecipada, uma vez que ferida alegislação pátria, sendo aplicado o critério da retroatividade.

Em comarcas onde não existe a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existem as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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REVISIONAL DE APOSENTADORIA – INCONSTITUCIONALIDADE– LEI Nº 8.213/91 – DIREITO ADQUIRIDO – VINCULAÇÃO AOSALÁRIO MÍNIMO – REAJUSTE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA FEDERAL DA CAPITAL.

1. ..., (qualificação), residente e domiciliada nesta Capital;

2. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ...... e CPF/MF nº ....., residente e domiciliado nesta Capital;

3. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ....... e CPF/MF nº ....., residente e domiciliado nesta Capital;

4. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ........ e CPF/MF ......, residente e domiciliado nesta Capital;

5. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ....... e CPF/MF ......., residente e domiciliada nesta Capital;

6. ..., (qualificação), Cédula de Identidade Civil nº ........ e CPF/MF ......, residente e domiciliado nesta Capital; por seuadvogado constituído, ............., (qualificação), OAB/... n. ........,que ao final assina (instrumento de mandato incluso), comescritório profissional na Rua ..........., nº ..., fone ........., onderecebe intimações e notificações, vêm, muito respeitosamente,perante Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,Autarquia Federal com superintendência nesta Capital, na Rua ...........,nº ..., pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

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1. DOS FATOS

1.1 Os Autores são beneficiários da Previdência Social, benefícioconcedido anteriormente ao advento da CF/88, o qual foi fixado emnúmeros de salários mínimos, com o beneplácito do INSS, pois estafoi a forma sedimentada pela legislação então vigente (Decreto nº 70.077de 24 de janeiro de 1979, arts. 30 e ss.), fortalecida ainda pelas decisõesdos Tribunais.

1.2 Com o advento da Constituição Federal de 1988, a normaconstitucional transitória (art. 58 ADCT) foi editada para evitar práticade reajustamentos que pudessem fazer com que os beneficiários daPrevidência Social perdessem seu poder aquisitivo, como ocorreu nopassado, através de legislação recessiva e de interpretaçõesequivocadas, condenadas pelo Poder Judiciário através da Súmula nº260 do extinto Egrégio Tribunal Federal de Recursos.

1.3 Ao mesmo tempo em que expressa em números de saláriosmínimos os critérios de atualização dos benefícios, o artigo 58 do ADCTestabelece a vinculação do critério de atualização até a implantação doplano de custeio e benefício.

1.4 De fato, foram editados os referidos planos de custeio ebenefício (Lei nº 8.212 e Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991) com umatraso de quase dois anos. Entretanto, na seção IV do Plano deBenefício, referente ao reajustamento do valor do beneficiário, deveriaser preservado em caráter permanente o valor real do benefício, o quenão ocorreu.

1.5 Com a utilização dos critérios estabelecidos pela nova lei, obeneficiário está sendo prejudicado no seu poder aquisitivo com umaredução mensal, se compararmos com o critério de reajuste vinculadoao salário mínimo, que lhe era mais do que adquirido, inclusive coma aprovação da autarquia-ré, “pois, se alguém desfruta de um direitopor força de um ato que cumpriu integralmente as etapas da formaçãodebaixo da Lei velha, não pode ter este direito negado só porque a leinova exige outra exteriorização do ato”.

Com efeito, meramente ilustrativo, demonstra-se a redução dos

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benefícios e, consequentemente, a redução do poder aquisitivo de umbeneficiário que recebia sua contribuição da Previdência Socialexpressa em salários mínimos:

Quantidade Mês/Ano Valor totalde S. M.... S. M. .../... R$ ...

Com o reajuste de setembro/91, na ordem de 54,06%, passou areceber a quantia de R$ ...... (............), sendo que em janeiro/92, com onovo reajuste, este na ordem de 119%, passou a receber a quantia deR$ ...... (.............) + 16% retroativo a setembro/91, totalizando o valorde R$ ....... (............). Em maio/92, com a concessão de novo reajuste,de 130,36% (INPC), passou a receber R$ ...... (.............).

No entanto, se o reajuste estivesse sendo atualizado conforme alei anterior, ou seja, pelo salário mínimo, em maio/92, tendo comosalário o valor de R$ ...... (.............), este multiplicado por 7,42 SM,seu benefício seria de R$ ....... (...............).

Teve, portanto, um prejuízo em seu benefício da ordem de R$...... (.............) mensais, que se acentuará a cada reajuste pela nova lei.Constata-se facilmente o prejuízo no poder aquisitivo que a nova Leitrouxe aos beneficiários da Previdência Social, colidindo-se com asnormas constitucionais pertinentes e com o direito mais que adquirido,o direito consumado da lei anterior.

1.6 Desta forma, constata-se facilmente, na proporção em que aclasse dos beneficiários da Previdência Social sofre perda no seu poderaquisitivo, estará fadada a não poder contar com o benefício pelo qualtem direito, uma vez que durante todo o período laboral contribuiupara a previdência e, agora, quando do recebimento da aposentadoria,percebe-se que o benefício sofreu e sofre redução com relação ao seupoder aquisitivo (art. 201, § 2º, CF/88).

1.7 Os autores também sofreram prejuízos, devido à ausênciaem seus benefícios do IPC de janeiro de 1989, em torno de 70,28%, ateor do Decreto-Lei nº 2.284/86 e Lei nº 7.730/89, bem como o IPC de

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março e abril de 1990 na margem de 84,32% e 44,80%, respectivamente,a teor da Lei nº 8.024/90.

O IPC de janeiro de 1989 deve se fazer presente para arecomposição cabal da dívida, como tem reconhecido o E. STJ e outrosTribunais, porque representa a oscilação da moeda omitida, quandoda instituição dos BTNs pela MP nº 48 em fevereiro de 1989.

Da mesma forma, houve omissão dos IPCs de março e abril de1990, e com a fixação aleatória através de critérios ilegais porautoridades incompetentes, com profundo desrespeito à lei, vindo aocasionar diminuição nos salários dos aposentados.

1.8 Não houve também a implantação em suas folhas depagamento de equivalência salarial prevista no artigo 58 do ADCT,com o restabelecimento do poder aquisitivo expresso em números desalários mínimos que tinham na data de sua concessão.

Essa implantação se fazia necessária durante todo o tempo devigência do referido artigo 58, ou seja, até dezembro de 1991, porqueposteriormente passou a vigorar o artigo 41 da Lei nº 8.213/91 até janeirode 1993, conforme artigos 9º e 10º da Lei nº 8.542/92. Essa omissãotambém causou prejuízos aos aposentados.

2. DO DIREITO

2.1 Conforme dispõe o artigo 6º, “caput”, da Introdução ao CódigoCivil, tem-se que a lei nova pode ser aplicada às relações jurídicasoriginadas de fatos realizados na vigência de antigas leis, desde quenão prejudique qualquer das espécies determinadas, a saber: o direitoadquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

2.2 Ocorre que a lei nova, que regulamentou as formas depagamento dos benefícios dos autores, teve em seus efeitos práticosumaredução do poder aquisitivo do beneficiário. Em outras palavras,somente veio a prejudicar a categoria, que obtivera direito adquiridoda vinculação dos seus benefícios ao salário mínimo, pois o legisladorisolou este fato e o considera, de per si, apto para ser a fonte geradora

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de um direito. Nestas hipóteses, o direito não pode ser senão o danatureza dos adquiridos. Seria um contra-senso lógico inadmitir-setal postulação.

Por outro lado, não se nega o direito de o Estado revogar a leiantiga, confirmada pela Súmula 260 do extinto Tribunal Federal deRecursos. O que se veda é a possibilidade de ver-se o indivíduodesprotegido da lei que o beneficiou, pois nesses casos a lei vigente seprotrai no tempo para continuar disciplinando certas situaçõesjurídicas mesmo após a sua revogação.

2.3 O artigo 5º, no seu inciso XXXVI, enfatizando o artigo 6º,“caput”, da Lei de Introdução ao Código Civil, preconiza que:

A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeitoe a coisa julgada.

Com relação ao direito adquirido, cabe esclarecer que o que seprotege aqui não é o passado, mas sim o futuro. O direito adquiridoconsiste na faculdade de continuar a extrair efeito de um ato contrárioaos previstos pela Lei atualmente em vigor ou, se preferirmos,continuar a gozar dos efeitos de uma lei pretérita mesmo depois desua revogação. Neste sentido, ensina o mestre Celso Ribeiro Bastosem seus Comentários à Constituição do Brasil de 05 de outubro de1988, 2º vol., p. 193, “in verbis”:

Se alguém gozou de um benefício previdenciário no passado,benefício este legal a seu tempo, e se a lei pretender retirá-lo, elaestará praticando inequivocamente uma retroação intolerávelpelo direito, pois estará tentando desfazer situações mais queadquiridas, que são as consumadas.

2.4 O direito adquirido visa tutelar o princípio da imediata entradada Lei em vigor. É normal que a lei passe a produzir efeitosa partir desua publicação. O caráter de adquirido de um direito o imuniza contra

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a lei nova, afastando-a, portanto. No caso em tela, o novo plano debenefício e custeio passou a produzir efeitos a partir de sua publicação;entretanto, por ser extremamente prejudicial ao direito adquirido dosbeneficiários da Constituição Federal de 88, esta Lei nova não podealcançá-los.

2.5 O artigo 201, § 2º, da Constituição Federal foi criado paraevitar distorções e achatamento do valor da renda mensal, poispreconiza a preservação, em caráter permanente, do valor real noreajuste dos benefícios dos autores, desta forma, sem o objetivo decriar uma nova legião de injustiçados.

2.6 Há de se questionar se a norma que vincula o reajuste dosbenefícios tem caráter de perdurabilidade, pois, caso não possua, seriadeslealdade, ou seja, incongruente com o sentido de justiça própriodo Direito, admitirmos que o reajuste fosse defasado, cassando-se umdireito adquirido em virtude da revogação da Lei que o criou.Entretanto, percebe-se que a norma deve ter tal caráter deperdurabilidade, tendo em vista que sua revogação veio somente emprejuízo dos autores.

3. DA DISPARIDADE DOS CRITÉRIOS ADOTADOS

3.1 A hipocrisia com que o INSS, ora réu, trata do assuntoreferente ao salário-de-contribuição e ao salário-de-benefício confronta-se com todos os princípios jurídicos. Os critérios de reajuste tanto dosalário-de-contribuição como do salário-benefício que vêmexplicitamente reconhecidos no artigo 41, inciso II, §§ 1º e 2º, da Leinº 8.213/91, combinado com o artigo 28, § 5º, da Lei nº 8.212/91 (Planode Custeio e Benefícios da Previdência Social), os quais preconizam aindissociável vinculação entre os critérios tanto do salário-de-contribuição como o salário-de-benefício, são amparados pelo artigo201, § 2º, da Constituição Federal.

3.2 Ocorre, entretanto, que o critério de reajuste para o salário-de-contribuição é baseado na vinculação ao salário mínimo;contrariamente, o critério adotado para o reajuste do salário-de-

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benefício, de forma favorável tão somente ao INSS, prejudicamensalmente os autores, pois esse critério de reajuste é inferior aoreajuste do salário-de-contribuição, não preserva, destarte, em caráterpermanente o valor real dos seus benefícios.

3.3 Portanto, percebe-se que na relação arrecadação–pagamentodas contribuições sempre será beneficiado o INSS, ora réu, ao passoque no pagamento dos benefícios, de forma progressiva, ocorreráindubitavelmente uma depreciação nos benefícios dos autores, sendoentão inobservado o princípio do progresso social, pois o que se vêsomente é um achatamento do poder aquisitivo da classe dosaposentados.

3.4 Na mesma esteira, tendo os beneficiários, durante todo operíodo laboral, contribuído com valor vinculado ao salário, nada maisóbvio e justo que percebam seus benefícios e rea-justes vinculados damesma forma, ou seja, expresso em números de salários mínimosequivalentes, restabelecendo a igualdade de direito existente em todosos textos constitucionais de nações civilizadas, inclusive o brasileiro.Senão vejamos:

Da Constituição Federal de 1988:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de todanatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)”

4. DO DIREITO INTERTEMPORAL

4.1 Tem-se na doutrina, quando da revogação de uma Lei velhapor uma Lei nova, que esta deve seguir o princípio do progresso social,ou seja, deve ser melhor e mais perfeita do que a antiga. Dessa forma,ensina o festejado mestre Caio Mário da Silva Pereira, “in verbis”:

O direito, precisamente pela necessidade de se acomodar àsexigências novas, tem necessidade de formular novos conceitos eestabelecer novos preceitos, sob a influência do princípio segundo o

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qual a lei nova traz consigo a presunção de que é melhor e é maisperfeita do que a antiga, e de que atende ao reclamo indisfarçável doprogresso jurídico.

4.2 De outro lado, existe também o princípio da segurança e dainstabilidade social exigindo respeito do legislador pelas relaçõesjurídicas validamente criadas, ou seja, a lei nova deve fazer tabularasa da lei anterior e de todas as influências, pois dessas premissaspode-se fixar quais os critérios que devem permanecer, geradas sobreo domínio da lei caduca, mais ainda vivas ao tempo da lei moderna.

4.3 Seguindo esse raciocínio e voltando-se à Teoria dos DireitosAdquiridos, facilmente se constata que a Lei nova, ou seja, a deBenefício e Custeio, não atende aos princípios supramencionados, poisé pior e menos perfeita, além de não seguir critérios fundamentaisque a lei velha gerou.

Portanto, o direito adquirido dos Autores visto sob o ponto devista intertemporal é incontestável. Quando uma lei atinge os efeitosdos autos jurídicos praticados ou as situações jurídicas constituídas,ou os direitos subjetivos adquiridos sob o império da Lei caduca, diz-se que é retroativa, e, no caso em tela, a lei nova (Lei de Benefício eCusteio) não obedeceu a dois cânones fundamentais do ordenamentojurídico, que são a Lei do Progresso e o conceito da Estabilidade dasRelações Humanas.

5. DO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

5.1 Segundo as constituições mais modernas, inclusive a doBrasil, o princípio da irretroatividade estabelece que a Lei nãoprejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada,como já foi mencionado anteriormente na definição de GABBA: “édireito adquirido um direito que é consequência deum fato idôneo aproduzi-lo em virtude da Lei vigente ao tempo que se efetuou. Emboraa ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação daLei nova, e que, sob o império da Lei então vigente, integrou-seimediatamente no patrimônio de seu particular”.

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5.2 Neste sentido, o benefício integrado ao patrimônio dosbeneficiários antes do advento da Carta Magna de 88 é um direitoadquirido incontestável, não podendo nunca uma Lei nova prejudicá-lo, tendo em vista a incorporação do benefício expresso em númerode salário no patrimônio dos autores, juntamente com o fato aquisitivoque se consumou por inteiro, estando presentes todos os requisitospara a caracterização do direito adquirido.

5.3 Para sedimentar a ideia de direito adquirido, cumpre assinalarque, tal como consignada na Lei de Introdução, tem aplicação tanto nodireito público quanto no direito privado. Onde quer que exista umdireito subjetivo, de ordem pública ou de ordem privada, oriundo deum fato idôneo a produzi-lo segundo os preceitos da Lei vigente aotempo em que ocorreu, e incorporado ao patrimônio individual, a Leinova não pode ofender o direito dos Autores, por estar fundado naCarta Magna e demais legislações que regem a matéria.

6. DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI NOVA

6.1 Toda a matéria que versa sobre a interpretação,inseparavelmente, vinculada ao problema da aplicação da norma,mister a verificação e a declaração de sua inconstitucionalidade,quando necessário. Desta feita, a Lei Ordinária, expressão da legislatura,é o exercício do mandato outorgado pelo povo, através de seusrepresentantes constituintes. Se a Lei é contrária à Constituição, pecapelo defeito do excesso ou da falta de poderes, e, então, é uma nulidadejurídica.

6.2 Porém, “quando colocado o juiz na alternativa de cumprir aLei ou cumprir a Constituição, o que lhe cabe fazer é negar a validadeàquela e reconhecer o prestígio desta. Já, em razão do escalonamentoHierárquico, o dilema apresentado ao juiz, ante a Lei controversa àConstituição, forçosamente lhe impõe deixar de aplicar a Lei paraaplicar a Constituição” (Caio Mário da Silva Pereira, em Instituiçõesde Direito Civil).

6.3 A Constituição Federal, em seu artigo 201, § 2º, assegura oreajustamento de benefícios dos beneficiários da Previdência Social,

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para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conformecritérios definidos em lei, critérios estes que, segundo os princípiossuprainvocados, jamais poderão vir em prejuízo de seus destinatários.Além disso, a Lei nova não prejudicará o direito adquirido, o atojurídico perfeito e a coisa julgada, como também já foi fartamentedemonstrado.

Entretanto, com o advento do Plano de Benefício e Custeio,através das Leis Ordinárias nº 8.212 e 8.213/91, verifica-se adesconformidade, a contravenção, a contrariedade, a afronta aospreceitos constitucionais, o que enseja ou suscita a apreciação do PoderJudiciário no tocante à sua aplicabilidade ou não, pois é evidente oantagonismo claro, completo e desenganado das mesmas.

6.4 Segundo Pedro Lessa define:

“(...) e, como a Lei constitucional é um ato do Poder Originárioenquanto a Lei Ordinária é uma manifestação do PoderSubordinado, o Poder Judiciário tem, mais do que o direito, odever de obedecer à Constituição e desprezar a LeiInconstitucional, e, em conseqüência, é uma obrigação dosTribunais pronunciar o Decreto judicial da inconstitucionalidadesempre que uma Lei Ordinária contrariar a Constituição” (PedroLessa, Do Poder Judiciário, 32. ed., p. 142).

6.5 Quando se verificar, mesmo que razoável, uma dúvida quantoà inconstitucionalidade da Lei Ordinária, o Poder Judiciário podesuspender o julgamento da causa que invoca direitos subjetivos doslitigantes, atendo-se a julgar a própria Lei, colocando-se na posição dedefensor e guardião da Constituição. (Pedro Lessa)

6.6 O que ocorre é que, além de razoável a dúvida existente acercada inconstitucionalidade da Lei Ordinária supramencionada, pois estaé totalmente prejudicial aos beneficiários da Previdência Social,também afronta a hierarquia das leis, visto que a mesma está sesobrepondo às normas constitucionais constantes do corpopermanente da Carta Magna.

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6.7 Os autores pedem a declaração de inconstitucionalidade daLei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, especialmente o inciso II, doartigo 41, porque o artigo 58 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias estabeleceu que os benefícios de prestação continuada,mantidos pela Previdência Social na data da promulgação daConstituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecidoo poder aquisitivo, expresso em números de salários mínimos, quetinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério deatualização até a implantação do Plano de Custeio e Benefícios referidono artigo seguinte.

O ilustre advogado Wolgran Junqueira Ferreira, comentando essedispositivo, afirma que:

“Todos que à data da promulgação da Constituição já estavamaposentados, quer por tempo de serviço, quer por invalidez, terãoos benefícios revistos. Esta revisão objetiva o restabelecimentodo poder aquisitivo, expressa em salários mínimos, que tinhamà data de sua concessão.”

Deverá a Previdência Social obedecer ao critério de atualizaçãoaté a implantação do Plano de Custeio e Benefícios referido no artigoanterior.

Este artigo revê uma grande injustiça que estava sendo feita comos aposentados, pois a prestação continuada não acompanhavaqualquer índice que satisfizesse as perdas reais dos aposentados. Mêsa mês iam os aposentados perdendo seus ganhos. Quem, há dez anosatrás, recebia a prestação continuada ou aposentadoria equivalente adez salários mínimos, hoje, está recebendo 60% do que recebia, tendouma perda real de grande vulto.

Entretanto, é necessário que haja recurso da Previdência Socialpara arcar com essa revisão, pois foram concedidos tantos benefícios,sem que os constituintes fizessem o cálculo da receita para fixar asdespesas, que poderá ocorrer falta de numerário para o atendimentono disposto neste artigo.

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Não cabe ao beneficiário da Previdência Social saber se ela dispõeou não de recursos para cobrir a revisão das prestações continuadas, esim ao governo de encontrar meios para atender ao disposto nesteartigo. (Comentários à Constituição de 1998, Julex Livros, v. 3, p. 1.325/1.326).

Portanto, ficou evidente o mandamento constitucional para quetodas as aposentadorias, no dia 05 de outubro de 1988, tivessem seusvalores revistos, para restabelecer o seu poder aquisitivo,representados pelo número de salários mínimos que tinham na datade sua concessão. Assim, verifica-se que, à data da promulgação daConstituição Federal, todas as aposentadorias foram atualizadas novalor correspondente ao número de salários mínimos querepresentavam quando foram concedidas.

Em segundo lugar, consideram os apelantes que a regradeterminada pelo artigo 58 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, determinando a atualização do valor da aposentadoria,para restabelecer seu poder aquisitivo, tornou-se definitiva, visto queeste dispositivo, embora constante das disposições transitórias, deveser interpretado em consonância com a regra constitucional permanenteestabelecida nos §§ 3º e 4º, do artigo 201, da Constituição Federal, quedispõe:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para ocálculo de benefício serão devidamente atualizados, na formada lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critériosdefinidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 20, de 1998)”(...)

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Constata-se que esse dispositivo constitucional assegura apreservação do valor real dos benefícios. Entretanto, para afastarqualquer dúvida quanto à vontade do legislador contribuinte depreservar definitiva e permanentemente o valor real das aposentadoriase evitar, para sempre, a injustificável e humilhante situação dosaposentados brasileiros com o aviltamento do benefício que lhes édevido, deve-se considerar o disposto no artigo 194, parágrafo único,inciso IV, da Carta Magna, “in verbis”:

“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integradode ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdênciae à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da Lei,organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

(...)

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; (...)”

Desse dispositivo constitucional depreende-se que, após aconcessão dos benefícios, estes serão irredutíveis e seus valores serãoreajustados para que não ocorra perda do benefício em relação àinflação.

Entendem os autores, em conclusão, que o legisladorconstitucional assegurou nas disposições transitórias (artigo 58) aatualização de todos os benefícios e, nas disposições permanentes, airredutibilidade do valor dos benefícios (art. 194, IV) e o seureajustamento para preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real,conforme critérios definidos em lei (art. 201, § 4º).

Mesmo diante desses inequívocos mandamentos constitucionais,a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos daPrevidência Social, ao definir o critério para o reajustamento dosbenefícios, estabeleceu que:

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção seráreajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário

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mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de inícioou do último reajustamento, com base no Índice Nacional dePreços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Incluído pela Leinº 11.430, de 2006)

§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limitemáximo do salário-de-benefício na data do reajustamento,respeitados os direitos adquiridos. (Incluído pela Lei nº 11.430,de 2006) (...)

Esse critério é inconstitucional, porque desconhece e desrespeitadois mandamentos da Carta Magna, quais sejam, o da irredutibilidadee o da preservação do valor real dos benefícios.

A própria Lei nº 8.213/91, no mesmo artigo 41-A, que definiu ocritério de reajustamento de benefício, reconhece suainconstitucionalidade ou a imprestabilidade do critério que adotou,para garantir a manutenção do valor real do benefício, ao estabelecerque na hipótese de se constatar perda do poder aquisitivo, com aaplicação do disposto neste artigo, nenhum benefício reajustadopoderá exceder o limite máximo do salário-de-benefício na data doreajustamento, respeitados os direitos adquiridos. Para que o critérioadotado pela legislação ordinária fosse constitucional, deveria, por sisó, garantir a preservação do valor real do benefício, como determinaobrigatoriamente a Carta Magna.

7. DO REQUERIMENTO

“Ex positis”, respeitosamente requer a vossa Excelência que sedigne:

a) Determinar a citação do réu, na pessoa de seu representante

legal, para, querendo, no prazo legal, formular sua resposta,sob pena de revelia.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 583

b) Assim, como decorrência do exposto, pedem os autores sejaprocedida a revisão do reajuste dos benefícios dos autores deacordo com o direito adquirido, expressos em saláriosmínimos, alcançado na época da concessão de seus benefícios,tendo em vista a Súmula nº 260 do extinto Egrégio TribunalFederal de Recursos, bem como o artigo 58 do ADCT, por taldireito ter sido integrado ao patrimônio dos Autores e,também, pelo fato de o critério estabelecido para acontribuição a Previdência Social estar vinculada ao saláriomínimo e não ocorrer o mesmo com o salário-de-benefício;

c) A condenação do réu ao pagamento das diferenças dasprestações vencidas, que se verificaram desde a época em quese tornaram devidas, obedecendo à prescrição quinquenal,bem como das vincendas, que serão verificadas após apropositura desta, cujas diferenças deverão ser corrigidasmonetariamente e acrescidas de juros moratórios, bem comoa inclusão do percentual do IPC de janeiro de 1989, março eabril de 1990.

d) Seja declarada a inconstitucionalidade do Plano de Benefícioe Custeio editado através das Leis nos 8.212 e 8.213/91, porestar em total desacordo com as normas inseridas no corpoda atual Carta Magna;

e) Seja, ao final, julgada procedente a presente ação, em todos osseus termos, condenando-se o réu ao pagamento das custasprocessuais e honorários advocatícios.

Requerem a produção de todos os meios de prova em direitoadmitidos, tais como documental, pericial e requisições deprocedimentos administrativos.

Dá-se à presente causa, somente para efeitos fiscais e de alçada,o valor de R$ ....... (.......................), protestando pela Justiça Gratuita.

Termos em que,

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Pedem Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Os autores são beneficiários da Previdência Social. Na época o pe-dido foi fundamentado no Decreto nº 70.077/79. O benefício era expressoem salários mínimos. Com a publicação das Leis n. 8.212/91 e 8.213/91,estabelecido foi novo critério de atualização. Entretanto, verifica-se que obeneficiário está perdendo o seu poder aquisitivo. Alegam direito adquiridoe pedem pela observância da LICC, para que continue sendo aplicado ocritério vinculado ao salário mínimo. Requerem a revisão dos benefícios e,via de consequência, a incorporação dos reajustes devidos. Pedem, ainda,pela declaração da inconstitucionalidade da Lei nº 8.213/91.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 585

REVISIONAL – INSS – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –BENEFÍCIO DEFASADO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA DE ... - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO.....................

....................., (qualificação), portadora da Carteira de IdentidadeRG nº ........... e do CPC/MF nº ..........., residente e domiciliada na Rua............, nº ..., através de suas procuradoras signatárias (ut instrumentoprocuratório em anexo), com escritório profissional na Rua .............,n.º ..., na cidade de ................, Estado do ......., vem, respeitosamente,à presença de Vossa Excelência para propor a presente AÇÃOREVISIONAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ contra oInstituto Nacional do Seguro Social (INSS), Autarquia Federal, comSuperintendência nesta cidade na Rua .........., nº ..., pelas razões defato e de direito a seguir aduzidas:

1. DOS FATOS

A Requerente recebe um benefício concedido pela AutarquiaRequerida, desde ............ de .... (doc. ...), a seguir caracterizado:

Beneficiária Nº Benefício

Data Inicial

Salário Inicial

Salário Atual

... ... ... ... ...

Levando-se em necessária consideração a equivalência entre ovalor dos benefícios e a expressão financeira do salário mínimo vigente,critério este legalmente estabelecido para a concessão e reajustamentode benefícios mantidos pela Previdência Social, chega-se à seguinteconfiguração:

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A flagrante defasagem, entre o valor devido a título de benefícioprevidenciário e aquele que vem sendo efetivamente pago pelaAutarquia Requerida (doc. ...), decorre da adoção de critérios dereajustamento pelo INSS altamente lesivos aos direitos da Requerente.

Ocorre que as quantias recebidas pela Requerente, desde a dataem que lhe foi concedido o benefício, estão incorretas, pois aRequerente foi aposentada em virtude de um ACIDENTE DETRABALHO ocorrido em ... de ........... de .... (doc. ...), num sábado,quando era membro (Relatora) da Comissão de Sindicância para apurarpossíveis irregularidades existentes no Serviço Funerário de ............,Estado do ......... – Portaria n.º ... – que oportunamente será anexada àpresente.

À época em que ocorreu o sinistro que tornou inválida aRequerente, a mesma percebia R$ ..... (....................) (doc. ...), enquantoque o salário mínimo vigente era de R$ ....... (...............), ou seja,equivalente a ... (.............) Salários Mínimos.

O SALÁRIO INICIAL DO BENEFÍCIO (CORRETO) SERIA: R$...... (.................) = ... (.......) Salários Mínimos

O VALOR EFETIVAMENTE PAGO FOI: R$ ....... (..................) =... (.......) Salários Mínimos

O SALÁRIO PERCEBIDO ATUALMENTE: R$ ..... (...............).

O SALÁRIO QUE DEVERIA ESTAR PERCEBENDO: R$ .......(........................).

A Requerente deveria estar percebendo APOSENTADORIAACIDENTÁRIA (doc. ... – Declaração e Certidão do INSS), tendo emvista que o acidente ocorreu quando desempenhava suas funções juntoà Prefeitura Municipal de ................ - ..., e lhe causou o infortúnio e atornou inválida, percebendo um salário incapaz de atender, até mesmo,às necessidades básicas da Requerente e de sua filha menor.

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Nota-se, Excelência, que a Requerente tinha uma promissoracarreira como advogada, estudiosa e cumpridora de seus deveres, ehoje está recebendo a miserável aposentadoria de um salário mínimo.

Esgotados todos os meios administrativos para revisão dobenefício previdenciário, não restou outra possibilidade à Requerentesenão bater às portas da Justiça para fazer valer os seus direitos (doc....).

2. O DIREITO

“Reparação acidentária tem em mente proporcionar as mesmascondições de subsistência ao segurado como se em atividade estivesse,não fosse o infortúnio que o tornou inválido ...” (TAPR - Ap. Cível2319/87).

“... a preocupação principal de assegurar-se ao trabalhadoridentidade de valores entre a remuneração que percebia quando ematividade e o benefício que a substituirá ... tem por escopo arecomposição justa ao infortunado que eventualmente deixasse dereceber, por ocasião do acidente, remuneração à altura da quecostumeiramente recebia.” (Edcl. 234.032/7/01 – 2º TACSP).

“O benefício dos aposentados é calculado com base no saláriodo dia do acidente.” (Celso Barroso Leite, in IOB).

“A aposentadoria por invalidez, concedida pela autarquiaprevidenciária, marca o início do prazo quinquenal da prescrição daação acidentária ...” (STF - RE nº 112.413/87).

3. DO REQUERIMENTO

Evidenciado, portanto, que a Requerente vem percebendo valoressensivelmente inferiores àqueles que lhe são devidos, diferença essaque está caracterizada e materializada desde o deferimento do benefícioe vem se prolongando em manifesto prejuízo de seus legítimos direitos.

Diante do exposto, requer que V. Exa. se digne de:

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1. MANDAR citar a autarquia Requerida, na pessoa de seurepresentante legal, para, querendo, responder aos termos dapresente ação, no prazo legal, sob pena de confissão e revelia.

2. JULGAR PROCEDENTE a presente ação, e em consequênciaordenar que se proceda à correção do benefício previdenciáriopercebido pela Requerente, para que receba, retroativamenteà data em que lhe foi concedida a aposentadoria por invalidez,os valores com base em acidente do trabalho ocorrido ecabalmente demonstrado.

3. ORDENAR o pagamento das diferenças entre o benefíciodevido (Acidente do Trabalho), desde o primeiro, e aqueleefetivamente pago pela Autarquia Requerida, devidamenteacrescido de juros moratórios e correção monetária.

4. CONDENAR a autarquia Requerida ao pagamento das custasprocessuais, inclusive as já pagas, honorários advocatícios àbase de 20% (vinte por cento) sobre o valor total das diferençasdevidas, a serem apuradas em liquidação de sentença.

Para provar o alegado, anexa documentos à presente, protestandopela juntada de novos, depoimento pessoal do Representante daRequerida, testemunhas e demais provas em direito admitidas e quese fizerem necessárias.

Dá-se à presente, para efeitos fiscais, o valor de R$ .........(.......................)

Nestes termos,Pede e espera deferimento e JUSTIÇA!

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

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RESUMO

Requerente aposentada, em virtude de acidente de trabalho que adeixou inválida. A autora recebe benefício pelo INSS, porém o valor queefetivamente lhe vem sendo pago encontra-se defasado relativamente aovalor devido a título de benefícios previdenciários. O salário que a beneficiáriapercebe, a este título, é incapaz de atender às suas necessidades bási-cas, faltando-lhe o essencial para a subsistência, alimentação e moradia.Esgotados todos os meios administrativos para a revisão do benefícioprevidenciário, e não obtendo êxito, requer que se proceda à devida corre-ção do referido benefício, para que receba, retroativamente à data em quefoi concedida a aposentadoria por invalidez, os valores com base em aci-dente de trabalho já comprovado. Requer também seja ordenado o efetivopagamento das diferenças a que tem direito, desde o primeiro, acrescidode juros e correção monetária.

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REVISIONAL – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCONSTITUCIONALIDADE – PIS – LC 70/91 – BITRIBUTAÇÃO –LC 07/70 – ART. 154/CF – INEXIGIBILIDADE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DE ............... – SEÇÃO JUDICIÁRIADE ..........................

.........................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua.........., nº ..., município de ............... - ..., por intermédio de seuprocurador “in fine” assinado, com escritório profissional na Rua................, nº ..., em ............ - ..., vem à presença de V. Exa. propor

AÇÃO DE RITO SUMÁRIO PARA REVISÃO DA DECISÃO DAJUNTA DE RECURSOS DO INSTITUTO NACIONAL DE

SEGURIDADE SOCIAL,

contra INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,Autarquia Federal, com Superintendência na Rua ............., nº ..., nestacidade, que revogou sua aposentadoria por INVALIDEZ, o que faz comfulcro no artigo 275, inciso I, do CPC e artigo 129 da Lei nº 8.213, de24 de julho de 1991 (Plano de Benefícios da Previdência Social), nostermos aduzidos a seguir:

1. DOS FATOS

1. O requerente foi aposentado por invalidez, aos ... (..............)anos de idade, sob o nº do benefício NB ......, cumprindo as exigênciasda Lei nº 8.213/91, do Decreto nº 3.048/99 e da Lei Complementar nº142, de 8 de maio de 2013. Por determinação do INSS, o Requerentecompareceu para a realização dos exames revisionais.

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592 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

O requerente foi reexaminado em .../.../.... . A partir dessemomento recebeu a comunicação de que sua aposentadoria porinvalidez havia sido cancelada, por apresentar o mesmo condiçõespara o trabalho. A partir do mês de ........... de ...., que deveria receberno início de ............ de ...., o segurado não recebeu mais suaaposentadoria por invalidez.

Não se conformando com o resultado, posto que não possuicondições para trabalhar, o requerente enviou requerimentoadministrativo ao órgão em .../.../...., e, em .../.../...., enviou recurso àJunta de Recursos do INSS, processo sob nº ........... .

Indignou-se ainda o segurado com o exame procedido pelomédico do INSS, já que o médico do órgão não requereu qualquer outroexame, limitando-se a exame superficial.

O benefício do autor foi suspenso antes mesmo do julgamentode seu novo requerimento ou recurso à Junta de Recursos do INSS.

2. O requerente tem ... (..............) anos de idade, estando jáaposentado por invalidez há ... (...........) anos. O segurado sofreuacidente que lhe deixou como sequela traumatismo craniano, o que oimpossibilita de exercer atividade laboral. Além disso, o segurado teveainda como sequelas a perda de memória constante, fortes espasmos,e não consegue concatenar o raciocínio para qualquer atividade, laboralou não.

O segurado sofre várias crises, com dores e convulsões e,inclusive, está residindo com sua mãe, na Rua ................., nº ..., Bairro......., em .............. - ..., pois não possui condições de ficar sozinho,seja para manter sua própria higiene pessoal, seja para alimentar-seou medicar-se.

3. O INSS cancelou o benefício do segurado, considerando-o aptopara retornar ao trabalho, o que é totalmente contrário à verdade dosfatos.

4. O segurado não recebe seu benefício desde o mês de .............de ..., que era no valor de um salário mínimo.

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2. DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor recebeu aposentadoria por invalidez até o mês de ...........de ..., sempre no valor de um salário mínimo nacional. Desde então,vem sendo mantido por suas irmãs e por sua mãe, não tendo comomanter seu próprio sustento ou arcar com as despesas do processo,principalmente, com o ônus da perícia.

A teor do disposto na Lei nº 1.060/50, sendo o requerente pobrena concepção jurídica do termo, requer se digne V. Exa. de conceder-lhe o benefício da Justiça Gratuita.

3. DOS FUNDAMENTOS E DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer deste Juízo que:

a) Determine perícia médica para que o autor possa realizar novosexames, nos termos dos artigos 145 e 421 do CPC;

b) Seja declarado o requerente inapto para atividades laborativas,com seu retorno à condição de APOSENTADO POR INVALIDEZ;

c) Pagamento pelo requerido dos benefícios referentes aos mesesposteriores ao mês de .............. de ..., corrigidos à época do efetivopagamento, nos termos da fundamentação supra;

d) A teor do artigo 133 da Constituição Federal e da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), honorários advocatícios, pelorequerido, incidentes sobre o valor deferido e sobre as ......prestações vincendas, considerando a continuidade indefinidado benefício adquirido, tudo a ser apurado em liquidação desentença;

e) Diante da falta de condições financeiras, ante o não pagamentodos benefícios pelo INSS ao segurado, requer a dispensa dopagamento das custas judiciais, com o deferimento da JustiçaGratuita, bem como seja aplicado à presente demanda odisposto nos artigos 730 e 731 do Código de Processo Civil, a

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594 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

teor do que dispõe legislação vigente, com a consequenteliquidação imediata da presente. Ainda, que sejam recebidosos benefícios com prioridade pelo requerente, por tratar-sede crédito alimentício, nos termos da legislação vigente.

4. DO REQUERIMENTO FINAL

Digne-se V. Exa. receber a presente, para determinar a expediçãodo mandado de citação do órgão requerido, no endereço declinado nopreâmbulo desta, para responder aos termos da mesma, sob pena derevelia.

Seja julgada PROCEDENTE a presente, nos termos dos pedidos,a fim de ser reconhecido e declarado o direito do requerente.

Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito,especialmente: perícia médica a ser designada por este Juízo, inspeçõesjudiciais e juntada de novos documentos.

Dá-se à presente, para efeitos exclusivos fiscais e de alçada, ovalor de R$ ........ (.....................).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

O requerente aposentou-se por invalidez. Após exames revisionais,recebeu a comunicação de que sua aposentadoria por invalidez havia sidocancelada, por ainda apresentar condições para o trabalho. Como o reque-rente não recebeu mais sua aposentadoria, enviou recurso à Junta de Re-cursos do INSS, sendo que seu benefício foi suspenso antes mesmo dojulgamento de seu novo requerimento ou recurso à Junta de Recursos doINSS. Por isso, requer seja reexaminado e declarado inapto para ativida-des laborativas.

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REVISIONAL DE APOSENTADORIA – TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO – PROVA DOCUMENTAL – DECRETO Nº 3.048/99 – CONCESSÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua............, nº ..., na comarca de .............. - ..., com Cédula de Identidade/RG nº ............ e CTPS nº ......, série ..., vem perante Vossa Excelência,por seu advogado infra-assinado (mandado anexo), com escritórioprofissional na Rua ............, nº ..., na comarca de ........... - ..., com fulcronos arts. 56 e seguintes do Decreto nº 3.048/99 e demais dispositivospertinentes à espécie, propor a presente AÇÃO ORDINÁRIA COMPEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA contra o INSS - InstitutoNacional do Seguro Social, autarquia federal, com ProcuradoriaRegional situada na Av. ........, nº ..., CEP ........, na cidade e comarca de....................... - ..., o que faz pelos fatos de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O autor laborou e ainda labora como ..........., sendo que iniciounesse ofício em .../.../...., permanecendo até a presente data, em váriaslocalidades do Estado do ........, conforme se comprova pelosdocumentos em poder do ............ .

Como cumpriu o exigido para Aposentar por Tempo de Serviço,o Requerente protocolou seu pedido de aposentadoria como ........, em... de ......... de ...., sob o nº ......., sendo que, em .../.../...., recebeu aresposta do .........., negando o pedido (doc. ..).

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598 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Foi protocolado Recurso ao conselho do .............., que em .../.../...., por unanimidade de votos, negou provimento a este (doc. ..),alegando que o Requerente não cumpriu o período de 35 anos deserviço, exigidos pela norma legal.

Seu voto, o Ilustre Relator do Recurso, Sr. Roney Mailu de Lazzari,fundamentou da seguinte forma:

“Ao analisarmos os autos, constatamos que o órgão previdenciárioefetuou corretamente uma contagem de tempo de serviço, às fls..../..., a qual totalizou em ... anos, ... meses e ... dias, não tendosido computados os períodos de .../.../.... a .../.../.... (Empresa ...)e de .../.../.... a .../.../.... (Empresa ...), tendo em vista que ointeressado alega ter perdido a Carteira Profissional contendoos registros das empresas mencionadas, bem como, não foramapresentados documentos que comprovem o vínculoempregatício, durante os referidos períodos.”

A entidade autárquica Requerida, tendo em conta os documentosapresentados pelo autor na esfera administrativa, comutou como tempode serviço ... (.......) anos, ... (........) meses e ... (........) dias, deixando dereconhecer os períodos de .../.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../.... .

Efetivamente, a autarquia indeferiu o processamento daJustificação Administrativa em relação aos anos de ....-.... e ....-.... . Emcontrapartida, concluiu pelo exercício como ....... pelo autor para osperíodos de ...-.... e de ...-.... independentemente do processamento dorecurso acima referido.

Assim, foi negado seu pedido de aposentadoria por tempo deserviço.

DO DIREITO

SOBRE O PERÍODO DE .../.../.... A .../.../....

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 599

Durante esse período o autor trabalhou na empresa ........,conforme declaração em anexo (doc. ..).

O próprio titular da Firma Individual, Sr. ....................., firmoua presente declaração exigida pela Previdência Social. Não há dúvidaque nesse período o autor trabalhou nessa empresa, caso contrário oTitular da empresa estaria cometendo um crime, capitulado no art.299 do Código Penal.

Prescreve o art. 62, § 3º, do Decreto nº 3.048/99:

Art. 62. (...)

(...)

§ 3º Na falta de documento contemporâneo podem ser aceitosdeclaração do empregador ou seu preposto, atestado de empresaainda existente, certificado ou certidão de entidade oficial dosquais constem os dados previstos no caput deste artigo, desdeque extraídos de registros efetivamente existentes e acessíveis àfiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social. (Parágrafosuprimido pelo Decreto nº 4.079, de 09.01.2002, DOU 10.01.2002e restabelecido pelo Decreto nº 4.729, de 09.06.2003, DOU10.06.2003)

O autor, com a declaração do titular da empresa, cumpriu com oencargo, provando o tempo de serviço no período acima noticiado.

Mas, infelizmente, o ............. não aceitou tal documento, emperfeita afronta ao artigo supracitado.

SOBRE O PERÍODO DE .../.../.... A .../.../....

Durante esse período o autor trabalhou na empresa ...............(registro do empregado e cópia da RAS, docs. ... e ...).

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600 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Com os documentos em anexo ficou comprovado que no períodoacima descrito efetivamente trabalhou nessa empresa, cumprindo adeterminação do artigo 62 do Decreto nº 3.048/99, que está assimdisposto:

“Art. 62. A prova de tempo de serviço, considerado tempo decontribuição na forma do art. 60, observado o disposto no art. 19e, no que couber, as peculiaridades do segurado de que tratam asalíneas j e l do inciso V do caput do art. 9º e do art. 11, é feitamediante documentos que comprovem o exercício de atividadenos períodos a serem contados, devendo esses documentos sercontemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas deinício e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, aduração do trabalho e a condição em que foi prestado. (NR)(Redação dada ao caput pelo Decreto nº 4.079, de 09.01.2002,DOU 10.01.2002)”

Ora, o Registro do empregado é claro, prova que o autor trabalhouna empresa de .../.../.... a .../.../...., tendo sido readmitido em .../.../.... enovamente dispensado em .../.../.... .

Caso reste alguma dúvida, observe-se o documento ... (RelaçãoAnual de Salários RAS), atual RAIS, onde fica claro o trabalho do autorna data de .../.../...., isto é, no período compreendendo aquele nãoreconhecido pelo ............. .

DO TRABALHO INSALUBRE

O autor sempre foi ......., e assim trabalhava diariamente, expostoa agentes nocivos como poeira, ruído, etc., de modo habitual epermanente.

Desse modo o autor está caracterizado de acordo com o Anexo Vdo Decreto nº 3.048/99, no item I, nº 60.26.7, classificado como Grau 3(risco grave), alíquota 3,00%.

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Sendo assim, o tempo de contribuição do Autor exigido paraaposentadoria deverá ser reduzido, de acordo com o art. 64 do Decretonº 3.048/99,in verbis:

Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carênciaexigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulsoe contribuinte individual, este somente quando cooperado filiadoa cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhadodurante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso,sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou aintegridade física. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

O autor sempre trabalhou na função de .........., e assim cumpriuo disposto no artigo supracitado, devendo o ........ conceder o benefíciopleiteado.

Caso não seja atendido como “aposentadoria por tempo deserviço”, seja o pedido do autor enquadrado como “aposentadoriaespecial”.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Preceitua o art. 273 do Código de Processo Civil o seguinte:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, totalou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial,desde que, existindo prova inequívoca, se convença daverossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952,de 13.12.1994)

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;ou (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifestopropósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei nº 8.952, de13.12.1994)”(...)

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A verossimilhança ficou mais do que clara, pois o Requerente, àépoca do requerimento, já tinha completado o tempo de serviço exigidopela legislação previdenciária; no caso concreto pode ser aplicado o“princípio da presunção do estado anterior”, e com muito mais razãoquando se lembre que o juiz, baseado em coisas ou atos que geralmenteacontecem ou se realizam, delas pode tirar a verdade do caso “subjudice” (CPC, art. 335).

Moacyr Amaral Santos, em Prova Judiciária no Cível e Comercial,Ed. Saraiva, vol. 1, 5. ed., p. 102, diz o seguinte:

“Presume-se a permanência de um estado preexistente, se nãofor alegada a sua alteração, ou, se alegada, não tiver sido feita adevida prova desta.

(...) só a afirmação de uma mudança de um estado anteriornecessita de prova, que não a permanência do mesmo: ‘affir-mantinon neganti incubit probatio’.”

Há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,pois o requerente conta hoje com mais de (60) sessenta anos. Já quasenão tem em si forças para exercer qualquer atividade laborativa, e nãoé absurdo dizer que vive da misericórdia de parentes ou amigos.

Por outro lado, o eminente juiz federal Paulo Afonso Brum Vaz,do TRF - 4ª Região, bem observa a singularidade da antecipação dosefeitos da tutela em matéria previdenciária, verbis:

“Os proventos previdenciários, todos sabem, têm realçado caráteralimentar, máxime porque, via de regra, visam a substituir arenda salarial e atender às necessidades vitais do segurado e desua família (alimentação, habitação, vestuário, educação e saúde).

Não se pode negar que esta natureza alimentar da prestaçãobuscada, acoplada à hipossuficiência do segurado, e até àpossibilidade de seu óbito no curso do processo, em razão dasensibilidade do próprio estado mórbido, patenteia um fundado

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receio de dano irreparável, ou de difícil reparação, recomendandoconcessão de tutela antecipadamente.” (Antecipação da Tutelaem Matéria Previdenciária, ST 73 – JUL/95 – doutrina, p. 24)

Com esta demonstração, a necessidade da tutela antecipatóriaficou latente, visto que foi provada a verossimilhança das alegaçõescombinada com o perigo da demora.

Assim, baseando-se nestas convicções e tendo o aval legal doartigo acima transcrito, o Requerente lança mão da presenteaçãoordinária, pleiteando seja a partir de hoje pago o benefício negadoadministrativamente, pois se trata de verba alimentícia, até posteriordecisão final deste juízo.

Em suma, o autor deseja, em liminar, que o ........ pague o benefícioa que tem direito como aposentado por tempo de serviço ou mesmoaposentado especial, devido ao trabalho insalubre, sendo que ospagamentos podem ser feitos a partir de hoje, e os atrasados serãodecididos oportunamente por Vossa Excelência.

Finalmente, registramos que inexiste o risco da irreversibilidadeda Tutela, uma vez que o provimento útil, se for concedido ao autor,pode ser suspenso a qualquer tempo.

DO PEDIDO

Isto posto, requer:

Os benefícios da Justiça Gratuita, visto o autor não ter condiçõesde pagar as custas sem comprometer seu sustento.

Preliminarmente, na melhor forma de direito, através dosdocumentos em anexo, que comprovam a verossimilhança dasalegações e o perigo eminente da demora, uma vez que preenche todosos requisitos da legislação pertinente, vem requerer LIMINAR DEANTECIPAÇÃO DA TUTELA, para que o Instituto Previdenciáriopague provisoriamente o equivalente a 01 (um) salário mínimo ao autor,

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conforme disposto no art. 273, I, do CPC, tendo em vista que aaposentadoria tem por fim o mínimo para a subsistência digna e temcaráter alimentar, agravando-se pelo fato de o autor ter mais de 60(sessenta) anos.

Deferida a tutela, digne-se Vossa Excelência mandar citar oRequerido, no endereço retrodeclinado, para que no prazo legal,querendo, conteste a presente, sob pena de revelia e confissão.

Ao final, seja julgado PROCEDENTE o pedido reconhecendo odireito à aposentadoria por tempo de serviço, computando-se o períodode .../.../.... a .../.../.... e de .../.../.... a .../.../...., sendo o ....... condenado apagar todos os benefícios negados desde seu pedido administrativo,com as devidas correções legais, condenando-o ainda ao pagamentodas custas e honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valorda condenação.

Requer ainda a produção de todos os meios de prova admitidosem direito, em especial prova pericial, testemunhal e juntada de novosdocumentos.

Dá-se à causa o valor de R$ ........ (..................), para fins fiscais.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 605

RESUMO

O autor protocolou o pedido de aposentadoria, que foi indeferido sobo fundamento de que o mesmo não trabalhou durante o período necessáriopara a concessão do benefício, uma vez que não comprovou o períodoalegado. O autor alega que os períodos que não foram objeto de contagemestão comprovados documentalmente. Ainda, que exerceu atividade sujei-ta a agentes nocivos e que o tempo de serviço deve ser reduzido. Pedepela antecipação da tutela e, ao final, que seja a ação julgada procedente,para que seja computado o tempo relacionado e concedido o benefício daaposentadoria por tempo de serviço ou a aposentadoria especial.

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REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – PREVIDENCIÁRIO – PRINCÍPIODA ISONOMIA – LEI Nº 8.870/94

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE...............................

......................., (qualificação), residente e domiciliado na Rua............., nº..., nesta capital, portador da Cédula de Identidade/RGnº............... e CPF/MF nº ................., por seus procuradores que aofinal assinam (instrumentos de mandato incluso), com escritórioprofissional na Rua ..............., nº..., onde recebem intimações enotificações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelênciapropor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,Autarquia Federal com Superintendência Regional nesta capital, naRua .............., nº ..., pelas seguintes razões de fato e de direito a seguirexpostas:

DOS FATOS

Os autores obtiveram seus benefícios junto à Previdência Socialantes do período previsto no artigo 26 da Lei Federal nº 8.870/94, de15.04.1994, publicada no DOU 16.04.1994, ou seja, entre 05 de abrilde 1991 e 31 de dezembro de 1993.

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Para obter a renda mensal inicial dos autores, o INSS procedeuao cálculo da média dos 36 (trinta e seis) últimos meses do salário-de-contribuição, chegando desta forma ao “quantum” que caberia a títulode benefício previdenciário para cada autor beneficiário da PrevidênciaSocial.

Entretanto, nos termos da Lei nº 8.870/94, alguns beneficiáriosda Previdência Social obtiveram a aplicação do percentualcorrespondente à diferença entre a média mencionada no artigo 26 dareferida Lei e o salário-de-benefício considerado para a concessão.

Dessa forma, percebe-se que alguns beneficiários da PrevidênciaSocial receberam um reajuste em seus rendimentos, ao passo que outrosforam esquecidos e por conseguinte prejudicados, vez que seinobservou o princípio da isonomia.

O requerido feriu o Princípio da Isonomia, ao implantar umalegislação que somente beneficia alguns de seus contribuintes/beneficiários, e por outro lado prejudica os autores, pois quem nãoultrapassou o teto, na época de sua revisão, obteve a média exata quepassou a vigorar como seu benefício.

DO DIREITO

O artigo 5º da CF/1988 diz:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nostermos desta Constituição;

(...)

Ocorre que a Lei nova (Lei nº 8.870/94) estabeleceu limites aosbenefícios dos autores, relegando-os em seus princípios basilares de

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uma sociedade organizada, pois somente beneficiar alguns, além deser injusto, é imoral.

No corpo da Constituição, o artigo 201, § 2º, foi criado para evitardistorções e achatamento do valor da renda mensal, pois preconiza apreservação, em caráter permanente, do valor real, no reajuste dosbenefícios dos autores.

Ora demonstrado o direito que assiste aos autores, tem-se o artigoora atacado, visto que o primeiro abaixo transcrito determina o cálculopara se obter a renda mensal inicial, ao passo que, o segundo, vembeneficiar apenas alguns dos dependentes da Previdência Social.

O artigo 26 da Lei nº 8.870, de 15 abril de 1994, denominada LEIDAS ALTERAÇÕES DOS PLANOS DE CUSTEIO E BENEFÍCIOS DAPREVIDÊNCIA SOCIAL, diz textualmente:

“Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213,de 24 de julho de 1991, com data de início entre 05 de abril de1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal inicial tenhasido calculada sobre salário-de-benefício inferior à média dos36 últimos salários-de-contribuição, em decorrência do dispostono § 2º do artigo 29 da referida lei, serão revistos a partir dacompetência de abril de 1994, mediante a aplicação do percentualcorrespondente à diferença entre a média mencionada nesteartigo e o salário-de-benefício considerado para a concessão.

Parágrafo único. Os benefícios revistos nos termos do caputdeste artigo não poderão resultar superiores ao teto do salário-de-contribuição vigente na competência de abril de 1994.”

Ora, é evidente a restrição aos benefícios dos autores, pois esses,por mais que tenham contribuído durante infindáveis meses, têm seudireito tolhido por uma lei que fere não só a moral do poder de legislar,como também fere a Constituição da República Federativa do Brasil.

Pela razões de direito acima demonstradas, é claro o direito dosautores em perceberem seus benefícios previdenciários, com o valor

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obtido com a aplicação do percentual correspondente à diferença entrea média mencionada no artigo 26 da Lei nº 8.870/94 e o salário-de-benefício considerado para a concessão.

DO PEDIDO

Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência que se digne:

Determinar a citação do INSS, na pessoa de seu representantelegal, para responder à presente ação dentro do prazo legal, sob penade revelia, no endereço indicado no preâmbulo desta;

Julgar procedente a presente ação, condenando o INSS aimplantar no benefício dos autores o mesmo percentual obtido poraqueles beneficiários da Previdência Social que possuíam sua rendamensal inicial acima do teto máximo de contribuição, e, porconseguinte, seja o INSS condenado ao pagamento das custasprocessuais e honorários advocatícios, devendo estes ser fixados nabase usual;

Requer, também, o benefício da justiça gratuita, tendo em vista anatureza alimentícia das verbas pleiteadas;

Requer, por fim, a produção de todos os meios de prova emdireito admitidos, especialmente pericial e documental.

Dá-se à presente ação o valor de R$ ...... (................), para efeitosmeramente fiscais e de alçada.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

O artigo 26, da Lei nº 8.870/94, concedeu um percentual aos bene-fícios a quem nele se encaixa. Alega o autor não ter o artigo se estendidoa ele, quando, na verdade, também deveria receber tal percentual, por seenquadrar em tal artigo.

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REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – INCONSTITUCIONALIDADE –POLÍCIA MILITAR – LEI Nº 8.218/86 – LEI Nº 9.194/90 – REDUÇÃODE SALÁRIO – REPOSIÇÃO DOS ÍNDICES DE SOLDO – PENSÃODO IPE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ... ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE..............................

........................, (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/RG nº .............., residente e domiciliada na Rua ............., nº ..., centro,na comarca de .................. - ... .

........................, (qualificação), portadora da Cédula deIden-tidade/RG nº ..............., residente e domiciliada na Rua ...........,nº ..., Bairro ..., na cidade de .............. - ..., todas por intermédio de suaadvogada in fine assinada, vêm mui respeitosamente à presença de V.Exa., tendo em vista o art. 4º, inciso I e parágrafo único do Código deProcesso Civil, bem como art. 5º, caput, incisos XXXIV, alínea “a”,XXXV, XXXVI, artigo 37, incisos X, XV, art. 39, § 1º, artigo 40, §§ 4º e5º, art. 42, § 10, art. 4º, caput e parágrafo único da Lei Estadual nº6.417/73 – Código de Vencimentos e Vantagens da PMPR, art. 112 daLei Estadual nº 1943/54 – Código da Polícia Militar do Estado do Paraná,entre outros dispositivos legais aplicáveis à espécie, bem como aindao contido nos Acórdãos n. 1.284, 1.912 e Ofício 076/94, todos do órgãoEspecial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, propor a presente,

AÇÃO ORDINÁRIA EXTENSIVA DE DIREITOS ÀREPOSIÇÃO DOS ÍNDICES DE SOLDO PMPR

contra o Estado do Paraná, pessoa jurídica de direito públicointerno, e INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO - IPE, pessoa

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614 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

jurídica de direito público interno, os quais deverão ser citados naspessoas de seus ilustres Representantes legais, o Exmo. Procurador-Geral do Estado (PGE) e o Exmo. Diretor do IPE, assim o fazendo pelosmotivos de fato e de direito a seguir descritos, pedindo vênia, desdelogo, para requerer ao final da presente peça inaugural.

1. As Autoras viúvas, ex-companheiras e filhas de extintosintegrantes da Gloriosa Corporação da Polícia Militar do Estado doParaná, portanto, pensionistas do IPÊ, as quais, na precisa forma doque assegura o art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a”, e XXXV, bem comoart. 40, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal e ainda o que preceitua oart. 6º, caput e §§ 1º e 2º da LICC, vêm pedir a tutela jurisdicional, noque concerne ao direito que foi declarado, entre outros, pelos Acórdãos1.284 e 1.912 do órgão Especial do Tribunal de Justiça, executadomediante Ofício nº 076/94 do referido Tribunal, aos militares ematividade e reformados da PMPR, pares e iguais dos extintos servidoresmilitares, dos quais decorre a pensão que percebem as Autoras.

2. Assim pleiteiam as Autoras da presente ação, porque é garantiaexpressa em nossa Magna Carta, em seu art. 5º, inc. XXXVI, que:

“A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeitoe a coisa julgada.”

3. Na forma do art. 6º, § 1º, da LICC se diz textualmente:

“Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a leivigente ao tempo em que se efetuou.”

4. Ora, ao tempo da Lei nº 6.417/73, o Código de Vencimentos eVantagens da PMPR, foi assegurado ao militar o direito de perceberseus soldos (vencimentos básicos) na forma dos índices que prevê areferida lei, e, com a redação que lhes deram as Leis n. 8.218/86, 8.298/86 e 8.671, asseguraram-se aos extintos militares aqueles referidosíndices de soldo PMPR, pelo respectivo posto ou graduação de cadaqual.

5. Com o advento da malsinada Lei nº 9.161/89, posteriormentesubstituída pela Lei nº 9.194/90, reduziram-se para todos os integrantes

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da PMPR, em atividade, na reserva e com reflexos nas respectivaspensões, os índices de soldo básico. Tal ato foi ilegal, como assim odeclarou o Poder Judiciário, tendo sido a matéria discutida por váriosanos.

6. Ocorre que .............. e outros, mais de ... (..........) militantes,impetraram Mandado de Segurança contra ato do então Governadordo Estado do ....., Mandado de Segurança nº ......, e deste decorreu oAcórdão nº 1284 do Órgão Especial do Tribunal de Justiça deste Estado,que declarou ilegal e inconstitucional a edição e a aplicação das Leisnº 9.161/89 e 9.194/90, que efetivamente reduziram os índices de soldoda PMPR, reduzindo os vencimentos dos seus integrantes, cassando-lhes os efeitos lesivos e determinando fossem aplicados os índicesdeterminados no Código de Vencimentos da PMPR, como até entãovigentes, eis que protegidos pela segurança do direito adquirido e dairredutibilidade de vencimentos. Acórdão este que assim vem exposto:

“MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO COMANDANTE DAPOLÍCIA MILITAR. IMPETRAÇÃO ORIENTADA CONTRA OGOVERNADOR DO ESTADO. ENCAMPAÇÃO DO ATODAQUELE POR ESTE. ATENUAÇÃO DA REGRA SEGUNDO AQUAL A IMPETRAÇÃO DEVE SER DIRIGIDA CONTRA AAUTORIDADE QUE PRATICOU O ATO TIDO COMO ILEGAL,PODENDO CANCELÁ-LO, ENCAMPÁ-LO E COMPARECER EMJUÍZO PARA DEFENDÊ-LO, ATO TIDO, POR ISSO, TAMBÉMDE RESPONSABILIDADE DO CHEFE DO EXECUTIVOESTADUAL, APONTADO COMO AUTORIDADE COATORA.Polícia Militar. Vencimentos. Fixação em Código comcaracterísticas de lei complementar, em face da importância dasmatérias nele regulamentadas, como conceitos da carreira,vantagens e proventos. Sua revogação parcial mediante leiordinária, que reduziu os índices dos soldos, como nosvencimentos. Inadmissibilidade. Ato administrativo que, combase na lei revogadora, alterou os índices previstos no Códigode Vencimentos da referida corporação, reduziu, ainda queindiretamente, a remuneração dos integrantes desta, violando,assim, o princípio constitucional da irredutibilidade dos

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vencimentos dos servidores militares, que não distingue entreirredutibilidade meramente formal e efetiva. (cf. art. 37, XV).Ordem concedida.” (Acórdão nº 1284 - OE/TJPR)

7. A autoridade, então impetrada, interpôs o referido julgado,Recurso Extraordinário, ao qual foi negado seguimento, interpôs aindaAgravo de Instrumento, o qual finalmente foi denegado pelo STF einterpôs Embargos à Execução, os quais foram julgados improcedentes,do que decorreu o absoluto trânsito em julgado do arresto, e deleemanou-se o Ofício 076/94 do Tribunal de Justiça, impondo a reposiçãodos índices de soldo àqueles impetrantes.

8. O fato irretorquível é que, com a declaração deinconstitucionalidade dos efeitos lesivos das Leis nº 9.161/89 e 9.194/90, os índices de soldo da PMPR, bem como a reposição destes índices– que, antes das malsinadas legislações, eram previstos no art. 118 doCVV-PMPR –, são fixados pelo instituto do trânsito em julgado e pelodeclarado direito adquirido e, como bem assegura a CF, nada, nemmesmo a lei, poderá ferir o direito adquirido e a coisa julgada.

9. Note-se ainda que recentemente, mais precisamente em 18 denovembro de 1994, o mesmo Colegiado julgou também o Mandado deSegurança nº 11.700-2, impetrado por Luiz Vieira do Amaral e outros,aproximadamente, 200 militares, acerca da mesma matéria, e porunanimidade de votos concedeu a segurança postulada e, mais umavez, declarou a ilegalidade e inconstitucionalidade dos mesmosdiplomas legais, cassando os seus efeitos também no caso destes outrosimpetrantes.

10. A título de ilustração, comente-se que na sessão dejulgamento deste último M.S., em ... de ............ de ...., o DesembargadorFreitas de Oliveira indagou por que, já tendo sido declarada ainconstitucionalidade e ilegalidade das malsinadas leis, cassando-lhesos efeitos lesivos e repondo os índices gerais do CVV-PMPR, não setinham ainda reposto os índices gerais do CVV-PMPR a todos osintegrantes da Corporação.

11. Mas o fato, Excelência, é que tal não ocorreu e certamentenecessitará de várias prestações da tutela jurisdicional neste sentido,

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para que o arresto citado, ainda que geral, verdadeiramente abranjatoda a corporação, bem como as pensionistas dos respectivos e extintosservidores militares.

DA ABSOLUTA GARANTIA CONSTITUCIONAL SOBRE AISONOMIA ENTRE OS IGUAIS

12. Entre os direitos individuais, assegura o art. 5º, caput, daConstituição Federal que:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeirosresidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, (...)”

13. De forma a tornar inequívoco este direito de igualdade, oartigo 37, inciso X, assegura que:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquerdos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios obedecerá aos princípios de legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,de 1998)

(...)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de quetrata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alteradospor lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e semdistinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 19, de 1998)” (...)

E mais adiante, no mesmo artigo 37, no inciso XV dita que:

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“XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos eempregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nosincisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III,e 153, § 2º, I;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,de 1998)”

Nota-se a partir daí que a revisão geral da remuneração dosservidores públicos, sem distinção de índices entre servidoresmilitares e civis, far-se-á sempre na mesma data, ou seja, OSVENCIMENTOS DOS SERVIDORES CIVIS E MILITARES SÃOIRREDUTÍVEIS, COMANDOS CONSTITUCIONAIS, ESTES, QUEDESDE O PRINCÍPIO TORNARAM INACEITÁVEIS A EDIÇÃO EAPLICAÇÃO DAS LEIS 9.161/89 E 9.194/90, NO QUE CONCERNE ÀPARTE QUE REDUZIU OS ÍNDICES DE SOLDO PMPR, REDUZINDOOS VENCIMENTOS DA PMPR E DISTINGUINDO ONDE NÃO ERADADO DISTINGUIR.

14. Hoje, patenteada a matéria pela coisa julgada material, umoutro comando constitucional vê-se violado, eis que garante o artigo39, “caput” e §§, que:

“Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosinstituirão conselho de política de administração e remuneraçãode pessoal, integrado por servidores designados pelosrespectivos Poderes.(Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 19, de 1998)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demaiscomponentes do sistema remuneratório observará: (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade doscargos componentes de cada carreira; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 619

Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

(...)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público odisposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitosdiferenciados de admissão quando a natureza do cargo oexigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)”(...)

Conforme legislação vigente, vê-se com clareza que a leiassegurará aos servidores da administração direta, ISONOMIA DEVENCIMENTOS PARA CARGOS DE ATRIBUIÇÕES IGUAIS OUASSEMELHADOS DO MESMO PODER, SEM DISTINÇÃO.

15. Ocorre que as ora Autoras são pensionistas de militares quese enquadrariam, se vivos estivessem, na mesma classe daqueles cujosAcórdãos n. 1.284 e 1.912 – do O.E. do TJ/PR – determinaram fossemrepostos os índices corretos dos soldos. Seriam também soldados,cabos, sargentos, subtenentes, aspirantes a oficiais, tenentes, capitães,majores, coronéis, e, como estes – os beneficiários dos Acórdãossupramencionados – teriam garantida pela CF a ISONOMIA DEVENCIMENTOS. Por isso, as pensões das Autoras devemcorresponder EXATAMENTE AO VALOR QUE PERCEBERIA O DECUJUS, se vivo fosse e em plena atividade estivesse.

16. Neste sentido, têm exatamente o direito adquirido de receberem igualdade de condições com aqueles para quem o Poder Judiciáriojá determinou as reposições dos índices de soldo. Por ser direitolíquido e certo, se vivos fossem, seriam eles que estariam perante V.Exa. pleiteando, mas, como não estão, aplica-se aqui a norma constantedo art. 6º, § 2º, da LICC, a qual assim preceitua:

Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo doexercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida

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inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº3.238, de 1º.8.1957)

17. É o presente caso, visto que o Poder Judiciário declarou quetais índices eram inalteráveis e por direito adquiridos pelos integrantesda PMPR, tratando-se de direito exercitável pelo próprio militar oupor quem por ele o possa exercer. Torna-se inquestionável frente ànorma do art. 40, §§ 4º e 8º da Constituição Federal, que assim preceitua:

“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídassuas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdênciade caráter contributivo e solidário, mediante contribuição dorespectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dospensionistas, observados critérios que preservem o equilíbriofinanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

(...)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciadospara a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regimede que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos emleis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 47, de 2005)

I - portadores de deficiência; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 47, de 2005)

II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 47, de 2005)

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiaisque prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 47, de 2005)

(...)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios

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estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 41, 19.12.2003)”

Assim, denota-se que os PROVENTOS DA APOSENTADORIASERÃO REVISTOS, NA MESMA PROPORÇÃO E NA MESMA DATA,SEMPRE QUE SE MODIFICAR A REMUNERAÇÃO DOSSERVIDORES EM ATIVIDADE, SENDO TAMBÉM ESTENDIDOSAOS INATIVOS QUAISQUER BENEFÍCIOS OU VANTAGENSPOSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EMATIVIDADE, INCLUSIVE QUANDO DECORRENTES DATRANSFORMAÇÃO OU RECLASSIFICAÇÃO DO CARGO OUFUNÇÃO EM QUE SE DEU A APOSENTADORIA, NA FORMA DALEI, ou seja, o BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTECORRESPONDERÁ À TOTALIDADE DOS VENCIMENTOS OUPROVENTOS DO SERVIDOR FALECIDO, ATÉ O LIMITEESTABELECIDO EM LEI.

18. Portanto, são extensivos às pensionistas os direitos que teriamos extintos servidores militares.

19. O único fato a divergir é, pois, a execução do comando doAcórdão 1.284 e 1.912 do OE do TJPR.

20. Ora, situação caótica e verdadeiramente incompreensível vemsendo aplicada na PMPR, em completo desacordo com as garantiasconstitucionais, eis que, como se verifica da Certidão fornecida pelaDiretoria de Finanças da Polícia Militar do Paraná, que dá conta deQuadro Demonstrativo das diferenças financeiras entre os integrantesdo MS nº 11.281-2 e os demais integrantes da Corporação, brutais sãoestas diferenças, colocando em choque toda a gradação hierárquica,que é a base de toda a disciplina militar, de forma que soldadospercebem mais que um Subtenente, Subtenentes percebem mais que1º Tenentes e 1º e 2º Tenentes percebem mais que Capitães.

21. Neste aspecto, não se poderá olvidar que a Constituição doEstado do Paraná, em seu artigo 45, § 11, inciso II, inquestionavelmenteassegura que:

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SÃO DIREITOS DO SERVIDOR MILITAR ESTADUAL:

I - (...)

II - soldo da classe inicial de soldado nunca inferior ao saláriomínimo fixado em lei, ASSEGURANDO-SE A DIFERENCIAÇÃODECORRENTE DO ESCALONAMENTO HIERÁRQUICO. (grifonosso)

22. Inviolável é, assim, à luz do preceito de garantia daConstituição deste Estado, a diferenciação própria que decorre doescalonamento hierárquico, pois a teor do conceito próprio da PolíciaMilitar, como se tira do artigo 48 do diploma constitucional estadual,é A POLÍCIA MILITAR, FORÇA ESTADUAL, INSTITUIÇÃOPERMANENTE E REGULAR, ORGANIZADA COM BASE NAHIERARQUIA E DISCIPLINA MILITARES.

23. Entretanto, ora prestada, em parte, a tutela jurisdicional, hajavista que a declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade das Leisnos 9.161/89 e 9.194/90, e que lhes cassou os efeitos lesivos, somentefoi aplicada até a presente data pela Administração deste Estado paraa parcela de integrantes militares do M.S. 11.281-2 a partir de30.10.1994; em obediência ao comando do arresto nele proferido, umSoldado, a exemplo, com 30 anos de serviço e integrante do M.S. 11.281-2, que teve restabelecidos seus índices de soldo básico, recebeu umvencimento de R$ ......., quando um outro seu par, não integrante doreferido M.S., recebeu um vencimento de R$ ......, resultando em umadiferença de R$ ........ (....................).

24. Tal ocorreu com todas as categorias de Militares, de formaque um cabo integrante do MS nº 11.218-2 recebeu R$ ......, enquantoum seu par recebeu R$ ......., resultando em uma diferença de R$ .......(...........................); já um 3º Sargento beneficiado pelo arresto recebeuR$ ........, e seu par R$ ......., ocorrendo uma diferença de R$ ......(....................); por fim, um 2º Sargento beneficiado recebeu R$ ......,enquanto que seu igual recebeu R$ ......, ou seja, R$ ...... (......................)a menor, o que não foi diferente em relação a um 1º Sargento impetrantedaquele M. S. que recebeu R$ ........, quando outro seu igual recebeuR$ ........, resultando na diferença de R$ ....... (.............................).

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25. Verifica-se ainda que um Subtenente que foi integrante doM. S. 11.281-2 recebeu também em .../.../.... um vencimento de R$ ......,ou seja, R$ ....... mais que um seu igual, que recebeu R$ ......., e o 2ºTenente, que já bem obteve a declaração de direito aos seus corretos eadquiridos índices de soldo básico, recebeu R$ ........, R$ ....... a maisque outro seu par que, ao mesmo tempo, recebeu R$ ........, e o 1º Tenentebeneficiado recebeu R$ ......., enquanto que seu igual recebeu R$ .......,ocorrendo um diferença de R$ ....... (......................).

26. Não foi diferente entre os oficiais intermediários e superiores,já que um Capitão que integrou o M. S. 11.281-2 recebeu R$ ........, eoutro, que ainda não tenha obtido igual prestação de tutelajurisdicional, recebeu R$ ......., diferenciando-os o valor de R$ .......(....................); um Major beneficiado recebeu R$ ....... e outro nãobeneficiado recebeu R$ ......., com pequena diferença de R$ .......(.....................), o que também ocorre relativamente à graduação deTenente-Coronel, onde a diferença entre um e outro é de R$ .......(..........................).

27. É flagrante, assim, a inobservância dos preceitosconstitucionais que asseguram a isonomia de vencimentos para cargosiguais e de iguais atribuições.

28. Mas não é somente no aspecto constitucional que se verificaa inobservância de preceitos, haja vista que a legislação própria daPolícia Militar deste Estado expressamente também assegura essaigualdade.

29. A Lei Estadual nº 1.943/54, em seu artigo 12, alínea “d”, quandotrata dos “DIREITOS DO MILITAR”, assegura que possui ele direito à:

Percepção do vencimento devido ao seu grau hierárquico.

DA OFENSA À GARANTIA DO ARTIGO 40, § 4º, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL

30. Não menos grave é a ofensa ao artigo 40, § 4º, da ConstituiçãoFederal. Esta norma traduz garantia pela qual se tornam inadmissíveisas diferenças verificadas e certificadas pela Diretoria de Finanças do

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PMPR, que decorrem da declaração de inconstitucionalidade eilegalidade da edição e aplicação das Leis Estaduais n. 9.161/89 e 9.194/90, cujo cumprimento somente se deu em parte e para parcela dosintegrantes da PMPR. Ora, assegura a referida norma de garantia que:

Os proventos de aposentadoria serão revistos, na mesmaproporção e na data, sempre que se modificar a remuneraçãodos servidores em atividade, sendo estendidos aos inativosquaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidosaos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes datransformação ou reclassificação do cargo ou função em que sedeu a aposentadoria, na forma da lei.

31. Portanto, desta garantia verifica-se que obrigatoriamente, epor absoluta imposição do comando constitucional, tem aadministração do Estado primeiramente o dever de zelar pelo fielcumprimento desta Constituição e, consequentemente, tem a mesmao dever de provocar a alteração de vencimentos de todos os militares,estendendo aos inativos os benefícios e vantagens que foram por ordemjudicial concedido aos seus pares em atividade, precisamente na mesmaproporção, decorrendo de idêntica garantia constitucional o direitodas pensionistas de extintos militares.

32. O Poder Judiciário, quando declarou a inconstitucionalidadee ilegalidade das Leis n. 9.196/89 e 9.194/90, o fez em processosespecíficos, mas, de forma geral, tal qual foram antes aplicadas asmalsinadas leis, cassando-lhes os efeitos lesivos. Com isto, revigoroua legislação anteriormente existente, revigorando os índicesanteriormente previstos no art. 118 do CVV-PMPR, com as alteraçõeslegais que lhe deram as leis vigorantes, do que resultou a reclassificaçãodos índices, não por lei nova, mas na forma da legislação anterior àslegislações atacadas, como de direito adquirido pela categoria. NESTEASPECTO IMPÕE-SE A OBSERVÂNCIA DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL E EXTENSÃO.

33. Igualmente, por se tratar de aplicação de lei geral,devidamente cassada quanto aos seus efeitos lesivos sobre os índices

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de PMPR, inquestionável é o direito de extensão assegurado aosinativos e pensionistas, por força de comando próprio constitucional,mas não se poderá negar que igual direito é cabível também aos demaisintegrantes da PMPR ainda em atividade, que não poderão esperarpela inatividade para obterem dita extensão e tampouco que deixemde a reclamar.

34. Por óbvio, inadmissível que uma legislação que teve acassação de seus efeitos continue a ser aplicada pela Administração.Neste aspecto, Excelência, crê-se que caberia mesmo medida judiciala ser proposta pelo Ministério Público Estadual, para evitar-se queintegrantes da PMPR, pensionistas e extintos integrantes da PMPRcontinuassem a ser prejudicados.

DA INQUESTIONÁVEL REDUÇÃO DE VENCIMENTOS

35. Quando propostos os primeiros Mandados de Segurança,argumentava-se que os vencimentos da categoria de militares foramsensivelmente reduzidos, a ponto de alguns dos cargos, à época(janeiro/90), nem sequer alcançarem os índices mínimos de reposiçãosalarial-inflação determinados de forma geral para todo ofuncionalismo.

36. À época, no entanto, ficou a demonstração do fato dependentede gráficos e cálculos para se chegar ao resultado deste showpirotécnico jurídico perpetrado pela Administração.

37. Ora, com a efetiva reposição dos índices para parcela destacategoria, provado está cabalmente, pelas diferenças salariais, que estesreceberam a mais, que efetivamente houve redução, que nem sequerse poderia agora dizer indireta, eis que se verifica diretamente sobre osoldo básico, com repercussão sobre a totalidade dos vencimentos dosmilitares.

38. Como bem asseverou o órgão Especial do Tribunal de Justiça,no arresto acima citado: “é o CÓDIGO DE VENCIMENTOS DA PMPR(CVV-PMPR), CÓDIGO COM AS CARACTERÍSTICAS DE LEICOMPLEMENTAR EM FACE DA IMPORTÂNCIA DAS MATÉRIAS

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NELE REGULADAS, NÃO ADMITINDO REVOGAÇÃO PARCIALMEDIANTE LEI ORDINÁRIA”.

39. No aspecto que interessa à presente lide, prevê o art. 107 doCVV-PMPR (Lei nº 6.417/73) que:

O valor do soldo será fixado, para cada posto ou graduação, combase no soldo do posto do Coronel da Polícia Militar, observadosos índices estabelecidos em tabela de escalona-mento vertical.

40. A tabela de escalonamento vertical, a que se refere o art. 107,é a que vem guisada no art. 118 do mesmo diploma legal, orarestabelecido pelo menos para parte da categoria e que na forma da lei,com a redação dada pelas Leis n. 8.218/86, 8.298/86, 8.671/87 e 8.903/88, assim prevê:

1. OFICIAIS SUPERIORES:Coronel 1.000Tenente-coronel 913Major 872

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:Capitão 800

3. OFICIAIS SUBALTERNOS1º Trimestre 7312º Trimestre 658

4. PRAÇAS ESPECIAISAspirante-a-Oficial 532Aluno (último ano) 362Aluno (demais anos) 333Subtenente 5321º Sargento 4772º Sargento 432

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3º Sargento 400Cabo 382Soldado de 1º classe 362Soldado de 2º classe 333

41. Com o advento da Lei nº 9.161/89, foram assim sensivelmentereduzidos:

1. OFICIAIS SUPERIORES:Coronel 1.000Tenente-coronel 900Major 868

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:Capitão 695

3. OFICIAIS SUBALTERNOS1º Trimestre 6022º Trimestre 520

4. PRAÇAS ESPECIAISAspirante-a-Oficial 395

Aluno (último ano) 201

Aluno (demais anos) 185

Subtenente 362

1º Sargento 330

2º Sargento 272

3º Sargento 237

Cabo 223

Soldado de 1º classe 201

Soldado de 2º classe 185

42. Esta legislação que iniciou a lesão teve lapso curto de vigência,

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nem sequer produzindo efeitos, eis que já em 19 de janeiro foi revogadapela Lei nº 9194/90, que diferentemente regulamentou os índices,mantendo, entretanto, a lesão ao direito adquirido dos AA. e reduzindo-lhes ainda os índices, reduzindo, com isto, os vencimentos dosmilitares, assim estabelecendo tais índices:

1. OFICIAIS SUPERIORES:Coronel 1.000Tenente-coronel 900Major 868

2. OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS:Capitão 695

3. OFICIAIS SUBALTERNOS1º Trimestre 5902º Trimestre 500

4. PRAÇAS ESPECIAISAspirante-a-Oficial 395Aluno (último ano) 303Aluno (demais anos) 250Subtenente 3621º Sargento 3452º Sargento 3353º Sargento 325Cabo 315Soldado de 1º classe 305Soldado de 2º classe 250

43. Por certo, a sensível redução operada por estas legislações,principalmente pela Lei nº 9.194, de 19 de janeiro de 1990, não poderiamesmo ter redundado noutro fato senão na efetiva redução dovencimento-padrão dos militares, como decorre da expressão dasmalsinadas legislações, redução esta repassada às pensões daspensionistas dos extintos militares.

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DO DIREITO ADQUIRIDO

44. Inquestionável que, além de ser proibido o ato de reduzirvencimentos pelo comando constitucional, também os índices queeram aplicados antes das legislações atacadas, ou seja, os que sãoespecificados no item 33, desta, como previsto no artigo 118, do CVV-PMPR, com a redação última da Lei nº 8903/88, entraram para opatrimônio dos militares, e, como tal, se tornaram protegidos peloinstituto do direito adquirido, razão pela qual estavam, desde logo,indenes de ser prejudicados pela nova e malsinada lei.

45. Como bem ensina Clóvis Beviláqua: “DIREITO ADQUIRIDOÉ UM BEM JURÍDICO, CRIADO POR UM ATO CAPAZ DE PRODUZI-LO, SEGUNDO AS PRESCRIÇÕES DA LEI ENTÃO VIGENTE E QUE,DE ACORDO COM AS PRESCRIÇÕES DA MESMA LEI, ENTROUPARA O PATRIMÔNIO DO TITULAR”.

46. Analisando a magistral lição do festejado mestre, temos que:

a) OS ÍNDICES referentes a cada posto ou graduação SÃO BENSJURÍDICOS;

b) FORAM OS ÍNDICES, referentes a posto ou graduação,CRIADOS POR LEIS;

c) A GRADUAÇÃO OU O POSTO RESPECTIVO É O FATOCAPAZ DE PRODUZI-LOS;

d) Assim sendo, entram para o patrimônio dos militares, sob aégide da lei que os criou, com a característica de DIREITOADQUIRIDO, indenes assim de serem prejudicados porqualquer ato, mesmo que esse ato seja uma lei.

DA OMISSÃO DO ESTADO COMO ATO INCONSTITUCIONALOMISSIVO

47. Ao editar e aplicar as malsinadas leis, que reduziram osíndices e vencimento-padrão dos militares, atuou inconstitucional e

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ilegalmente o Estado, o que já bem foi declarado pela sentença quecassou os efeitos dessas leis.

48. Ora, em não observando a legislação pela qual para cada postoou graduação corresponde um único e geral índice de soldo, bem comoa garantia de isonomia para cargos de atribuições iguais e ainda agarantia de extensão de benefícios aos inativos e pensionistas, agem oEstado e o IPÊ com inconstitucionalidade por se omitirem daobservância legal que lhes competiria.

49. Neste aspecto, como também assegura a lei, todo aquele quepor ação ou omissão causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar odano; é o que se requer.

Isto posto, é esta para respeitosamente requerer que V. Exa. sedigne a:

a) Determinar seja citado o Estado do Paraná e o Instituto dePrevidência do Estado, através dos seus representantes legais,para que tomem conhecimento da presente ação e, querendo,a respondam, no prazo e sob as penas da lei.

b) Que determine seja ouvido o Digníssimo representante doParquet, que deverá intervir no presente feito, como fiscal dalei.

c) Admita a produção de todas as provas em direito admitidas,para corroborarem com o que desde logo segue provado pelosdocumentos anexos, sejam de que natureza forem e que sefaçam necessárias à prestação da tutela jurisdicionalpostulada.

d) Finalmente, requer-se que V. Exa. supra o petitório no que omesmo necessitar e julgue, pois, procedente a presente açãoordinária declaratória extensiva de direitos, para declarar porsentença de mérito o direito das Autoras de perceberem suaspensões, calculadas na forma dos índices previstos na Lei nº6.417/73, artigos 107 e 118, com a redação última da Lei nº8.903/88, declarada já a inconstitucionalidade e ilegalidadedas Leis nos 8.9161/89 e 9.194/90, que tiveram seus efeitoslesivos sobre os índices de soldo PMPR cassados por arrestos

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do O. E. do TJ/PR, transitado em julgado, estendendo adeclaração de direito às presentes Autoras, em observânciaaos comandos constitucionais do art. 5º caput, incisos XXXIV,alínea “a”, XXXVI, art. 37, XV, e art. 39, § 1º, e 40, §§ 4º e 5º,bem como art. 112, alínea “d”, do Código do PMPR, Lei nº1943/54 e artigo 4º também do Código de Vencimentos daPMPR, Lei nº 6.417/73.

e) Consequentemente, seja o Estado do Paraná e o IPÊ condenadosa pagar às Autoras as parcelas de diferenças salariais vencidase que se vencerem, a título de indenização, devidamentecorrigidas e acrescidas de juros de mora, bem como as custasprocessuais e honorários advocatícios na base de 20% sobreos valores finais da indenização, a ser apurada em liquidaçãode sentença.

f) Finalmente, requer-se seja concedido às AA o benefício daAssistência Judiciária Gratuita, tendo em vista o que preceituao art. 5º, inciso XXXIV, Lei nº 7516/86, entre outrosdispositivos aplicáveis à espécie.

Dá-se à presente o valor de R$ ....... (...................), para efeitoslegais e de alçada.

Termos em que, por ser de JUSTIÇA,

Pedem e Esperam Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

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RESUMO

As Autoras viúvas, ex-companheiras e filhas, pensionistas de extin-tos integrantes da Polícia Militar, pleiteiam a extensão da restituição dosíndices de soldos, os quais foram reduzidos de forma inconstitucional eilegal, assim declarado pelos Acórdãos 1.284 e 1.912 do Órgão Especialdo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em Mandado de Segurançaimpetrado anteriormente por iguais militares.

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REVISIONAL DE BENEFÍCIOS – INSS – LEI Nº 8.212/91 – SALÁRIODE CONTRIBUIÇÃO – ART. 201/CF – LEI Nº 8.213/91 – REAJUSTEPROPORCIONAL – ART. 194/CF

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARAPREVIDENCIÁRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO......................................

........................., (qualificação), residente e domiciliado nestacapital, na Rua .............., nº ..., portador da Carteira Profissional nº................. e CPF/MF nº ................, e ........................., (qualificação),residente e domiciliado também nesta capital, na Rua .............., nº ...,portador da Carteira Profissional nº ................. e CPF/MF nº ................,por seus procuradores que ao final assinam, com escritório profissionalna Rua ............, nº ..., onde recebem intimações e notificações, vêmcom o devido respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência,propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIOS

contra o ..............., autarquia federal com sede nesta capital, naRua ..........., nº..., pelas seguintes razões de fato e de direito a seguiraduzidas:

DOS FATOS

Os autores são beneficiários da Previdência Social, tendo comoRenda Mensal Inicial (RMI) um certo e determinado índice quantitativoem percentual, em relação ao limite máximo do salário-de-contribuição, conforme comprovam os inclusos demonstrativos decálculo da Renda Mensal Inicial.

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Entretanto, quando os autores obtêm o direito ao reajustamentode seus benefícios, nos termos do artigo 41 e incisos da Lei nº 8.213/91, passam a sofrer prejuízos em seus benefícios, vez que não lhes épreservado, em caráter permanente, o valor real destes.

Ocorre esse prejuízo quando se verifica que o requeridoestabelece um determinado percentual para os salários-de-contribuiçãoe outro, para os salários-de-benefício, gerando assim uma grandedefasagem nos salários-de-benefício reajustados com relação àquelesobtidos através do cálculo da Renda Mensal Inicial (RMI).

Ressalte-se que, quando da concessão dos benefícios, a RendaMensal Inicial correspondia a um determinado percentual em relaçãoao salário-de-contribuição, ao passo que, após o reajuste, esse valoratinge um percentual muito inferior em relação ao mesmo salário-de-contribuição.

Dessa forma, uma vez mais sofrem prejuízos os beneficiários daPrevidência Social, com os critérios por ela adotados, pois esses sempresão em prejuízo dos autores. No caso em tela, verifica-se que existeum limite para os salários-de-contribuição e um outro limite para osalário-de-benefício.

Consuma-se a redutibilidade dos benefícios dos autores, postoque o critério proporcional de reajuste praticado pelo requerido étotalmente prejudicial aos seus beneficiários, visto que seus benefícios,ao sofrerem o reajustamento, recebem somente parte do reajusteaplicado para os demais benefícios em manutenção, bem como aossalários-de-contribuição. Senão vejamos:

..............., benefício nº ....., espécie ......, dada aposentadoria em.../.../...., obteve reajuste em .../...., de ... %, ao passo que os demaisbenefícios de manutenção obtiveram ... %, sofrendo um prejuízo de ...%.

Em assim agindo, o requerido vem causando prejuízos aosautores, que, dependendo do mês de início de seus benefícios, recebemreajustes proporcionais, sendo que outros beneficiários da previdênciasocial recebem o reajuste integral, da mesma forma que efetuado oreajustamento dos salários-de-contribuição. Observa-se, então, que não

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se respeita a determinação constitucional de irredutibilidade devencimentos e da garantia de preservação do valor real dos benefícios.

DO DIREITO

A Constituição Federal assegura, aos beneficiários da PrevidênciaSocial, reajustes que lhes assegurem permanentemente o valor real deseus benefícios:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critériosdefinidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 20, de 1998)” (...)

Ainda, na Carta Magna, temos o artigo 194, parágrafo único,inciso IV, que assegura a irredutibilidade do valor dos benefícios:

“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integradode ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdênciae à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

(...)

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; (...)”

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Dispõe a Lei nº 8.213/91, na SEÇÃO IV, “DO REAJUSTAMENTODO VALOR DOS BENEFÍCIOS”, em seu artigo 41-A e seguintes, que:

“Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção seráreajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do saláriomínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de inícioou do último reajustamento, com base no Índice Nacional dePreços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Vide MedidaProvisória nº 316, de 2006) (Incluído pela Lei nº 11.430, de2006)

§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limitemáximo do salário-de-benefício na data do reajustamento,respeitados os direitos adquiridos.(Incluído pela Lei nº 11.430,de 2006)

§ 2o Os benefícios com renda mensal superior a um saláriomínimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil do mêssubsequente ao de sua competência, observada a distribuiçãoproporcional do número de beneficiários por dia depagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).

§ 3o Os benefícios com renda mensal no valor de até um saláriomínimo serão pagos no período compreendido entre o quintodia útil que anteceder o final do mês de sua competência e oquinto dia útil do mês subsequente, observada a distribuiçãoproporcional dos beneficiários por dia de pagamento. (Redaçãodada pelo Lei nº 11.665, de 2008).

§ 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste artigo, considera-sedia útil aquele de expediente bancário com horário normal deatendimento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).

§ 5o O primeiro pagamento do benefício será efetuado atéquarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segurado,da documentação necessária a sua concessão. (Incluído pelo Leinº 11.665, de 2008).

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§ 6o Para os benefícios que tenham sido majorados devido àelevação do salário mínimo, o referido aumento deverá sercompensado no momento da aplicação do dispostono caput deste artigo, de acordo com normas a serem baixadaspelo Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo Lei nº11.665, de 2008).”

Não obstante, temos o artigo 20, da Lei nº 8.212/91, que determinao critério e época do reajustamento dos salários-de-contribuição,conforme abaixo transcrito:

“Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, ea do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação dacorrespondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuiçãomensal, de forma não cumulativa, observado o disposto no artigo28, de acordo com a seguinte tabela: (Redação dada pela Lei nº9.032, de 28/04/1995)

Salário-de-contribuição Alíquota em %

até R$ 249,80 8,00

de R$ 249,81 até R$ 416,33 9,00

de R$ 416,34 até R$ 832,66 11,00

(Valores e alíquotas dados pela Lei nº 9.129, de 20/11/1995)

§ 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, apartir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época ecom os mesmos índices que os do reajustamento dos benefíciosde prestação continuada da Previdência Social. (Redação dadaao parágrafo pela Lei nº 8.620, de 05.01.1993)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos seguradosempregados e trabalhadores avulsos que prestem serviços amicroempresas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.620, de05.01.1993)”

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Ressalte-se, por oportuno, que o § 1º supramencionadodetermina, com clareza, que o reajuste do salário-de-contribuição seráreajustado na mesma época e com os mesmos índices que o reajusteverificado nos benefícios de prestação continuada.

Nesse sentido, a Lei nº 8.213/91 em seu artigo 134 assim dispõe:

“Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serãoreajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índicesutilizados para o reajustamento dos valores dos benefícios. (NR)(Redação dada ao artigo pela Medida Provisória nº 2.187-13, de24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2º da ECnº 32/2001)”

Verifica-se, então, que nesse artigo também existe a vinculaçãoentre a época e índice dos reajustes dos benefícios, desprezando-se,destarte, a proporcionalidade prevista no artigo 41, inciso IV, da Leinº 8.213/91. Nota-se que o inciso IV, do artigo 41, estabelece que osvalores dos benefícios em manutenção serão reajustados de acordocom a variação de preços de produtos necessários e relevantes para aaferição da manutenção do valor de compra dos benefícios, de onde éfácil perceber os prejuízos diretos que refletem nos benefícios dosautores.

Depreende-se, dessas normas, que a Lei prevê um limite para ossalários-de-contribuição, e após, um novo limite para o salário-de-benefício. É contra este último que ora se insurge. Porém, a ConstituiçãoFederal garante a manutenção do valor real do benefício, mas aexistência de duplo limitador não é prevista no texto constitucional,gerando enorme prejuízo aos autores.

Ainda, o nosso sistema previdenciário baseia-se sempre nacorrespondência entre contribuição e benefício, donde se conclui queo valor do salário-de-contribuição serve de base para a obtenção dosalário-de-benefício, o que, se devidamente cumprido pelo requerido,garantiria a preservação, em caráter permanente, do valor real dosbenefícios dos autores.

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A observância e manutenção do artigo 41, IV, gera aosbeneficiários da Previdência Social prejuízos cumulados e contínuos,lesando destarte o princípio atuarial, sempre em detrimento dos autorese demais beneficiários.

Esse aspecto confronta diretamente com o texto constitucional(artigos 201 e 202), pois, como já foi dito, ao abalar o critério deatualização, causa prejuízo aos autores em prol da autarquia requerida,sendo que esse sistema deve defender tanto os autores como orequerido.

Portanto, a causa de pedir prende-se ao fato de que o inciso IVdo artigo 41, ao estabelecer que os valores dos benefícios emmanutenção serão reajustados, de acordo com suas respectivas datasde início, pois nos demais artigos citados na inicial que ora se emenda,conforme determinação de Vossa Excelência, percebe-se que predominaa vinculação dos critérios de reajuste dos benefícios em manutenção,bem como dos salários-de-contribuição, quais sejam estes artigos:artigos 20, § 1º, da Lei nº 8.212/91, e 134 da Lei nº 8.213/91.

Destarte, resta prejudicado o critério de reajustamento conferidoaos aposentados ao aplicar-se a proporcionalidade. Trata-se daaplicação de dois critérios antagônicos, pois, para se reajustar o salário-de-contribuição, aplica-se o índice em sua integridade e, para sereajustar os benefícios em manutenção, aplica-se somente parte doíndice.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) a citação do requerido, na pessoa de seu representante legal,para que querendo conteste a presente ação, no prazo legal,sob pena de confissão e revelia;

b) seja julgada totalmente procedente a presente ação,determinando ao INSS que efetue a revisão dos benefícios dosautores, para que sejam reajustados com a aplicação do índiceintegral do período, para se preservar, em caráter permanente,seu valor real.

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c) a produção de todos meios de prova em direito admitidos,tais como documental e outras que se fizerem necessárias;

d) seja condenado o requerido ao pagamento das custasprocessuais e honorários advocatícios, sendo estes na baseusual de 20% (vinte por cento).

DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer-se, finalmente, a concessão do benefício da justiçagratuita, tendo em vista o estado de precariedade dos autores e o caráteralimentar da pretensão.

VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ........(........................).

Nestes termos,Pede deferimento.

(Local e data)

AdvogadoOAB/... n. .......

RESUMO

Os requerentes pedem a revisão de seus benefícios, para que estessejam reajustados com a aplicação do índice integral do período, preser-vando-lhes o valor real, o que lhes é devido pela Constituição Federal.

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REVISIONAL DE APOSENTADORIA – LEI Nº 8.213/91 – VALORDEFASADO – VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO – ART. 58/ADCT

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DEDIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ..............................

........................, (qualificação), aqui postulando em causa própria,com apoio nos permissivos dos arts. 36 e 254, I, ambos do CódigoProcesso Civil, com endereço na Rua ............., nº ..., onde receberáintimações, vem à presença de V. Exa., atendido o preceituado no art.282, do CPC, para propor

RETIFICAÇÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA

em face do ..............., superintendência do ................, com sede........., com fundamento nos artigos 58, do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias (ADCT), e 41, inciso I, da Lei nº 8.213,de 24.07.1991, e pacífica jurisprudência, pelos motivos de fato e dedireito a seguir expostos:

1º) Foi concedida ao autor aposentadoria por tempo de serviço,a partir de .../.../...., com renda mensal inicial de R$ ........(........................), equivalente, à época, a ... (......) salários mínimos (doc....).

2º) Os valores acima apontados sofreram achatamento de monta,a partir da competência de .......... de ...., como fazem prova osdocumentos juntados (docs. ...).

3º) O ente pagador, ao reduzir os ganhos para valores inferioresa ... (......) salários mínimos, feriu normas da Constituição Federal,que é a base do nosso ordenamento jurídico, sendo que regra nenhumapode contrariar os princípios ali insculpidos, respaldados pelajurisprudência como adiante transcrito:

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“O art. 58 do ADCT, de 1988, ao garantir a atualização dosbenefícios previdenciários, não autorizou a aplicação retroativado critério de revisão consagrado nesse preceito transitório,deslocou, para o sétimo mês contado da promulgação da LeiFundamental, o início de atuação do novo critério revisional dasprestações mensais dos benefícios previdenciários.” (STF – Ac.unân. da 1ª T., pub. em 17.07.94 – RE 170.136-6-SP, Rel. Min.Celso de Mello – INSS x Amarildo Gomes – Adis. Camarus PradoPires e Valdecírio Teles Vera. ADV. 41/94, nº 66.963)

“O que previsto no art. 58 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias tem como termo inicial o mês de abril de 1989.Assim, somente cabe a equivalência quanto às prestações quetenham se tornado vencidas após tal data. Precedentes: RecursoExtraordinário nº 142.391-9-SP. Relatado pelo Min. Ilmar Galvão,perante a Primeira Turma com decisão unânime, cujo acórdãofoi publicado no Diário da Justiça de 17.12.93, à página 28.033, eRecurso Extraordinário nº 153.852-0-SP, relatado pelo Min.Carlos Veloso na 2ª Turma, no dia 16.11.93.” (STF – Ac. unân.da 2ª T., publ. em 05/08/1994 – RE 171.908-7-SP – Rel. Min. MarcoAurélio – INSS x Roman Cossovan – ADVs. Anete Rodelo eOrlando Batine. ADV. 42/94 n º 67.037)

4º) Com base nas considerações acima expendidas, o autorconsidera inconstitucional qualquer critério adotado para a correçãoda aposentadoria vinculada ao salário mínimo que venha divergir dopreceituado no artigo 58, do ADCT.

Isto posto, pede a condenação do réu nas diferençasrepresentadas pelos valores pagos, conforme os documentos juntados,e os valores realmente devidos – ... (......) salários mínimos mensais,conforme quadro demonstrativo juntado, a partir da competência de........... de ...., inclusive quanto ao 13º salário do referido período.

Por fim, requer a V. Exa. que, nos termos dos arts. 213 e seguintesdo CPC, se digne de mandar citar o réu, a fim de vir responder aostermos desta ação, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão ficta,

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sendo, finalmente, reconhecido o direito do autor no pedido e acondenação do réu, na forma do pleiteado, correção monetária, juros,custas e honorários advocatícios.

Protestando por provas que em direito sejam admitidas, dá-se àpresente, para os efeitos das taxas judiciárias, o valor de R$ ........(.........................).

Termos em que, respeitosamente,

P. E. Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

Revisão da aposentadoria devido ao achatamento dos valores pagosposteriormente à concessão, estipulando-se sua vinculação à quantidadede salários mínimos anteriormente auferidos, segundo previsão legal, ouseja, para benefícios concedidos antes da CF/1988.

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REVISIONAL PENSÃO POR MORTE – AÇÃO ORDINÁRIA – INSS –UNIÃO FEDERAL – TUTELA ANTECIPADA - DIFERENÇA DEVALOR – PEDIDO DE COMPLEMENTAÇÃO – LEI Nº 9.032/95

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERALDA ...ª VARA PREVIDENCIÁRIA DA ...ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA –SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ..............

1) ..............., (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/RG nº ......., inscrita no CPF/MF sob nº ........, residente edomiciliada na comarca de ........., na Rua ......, nº ...;

2) ..............., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº ......, inscrito no CPF/MF sob nº ......., residente edomiciliado na comarca de ........., na Rua ......., nº ...;

3) ..............., (qualificação), portadora da Cédula de Identidade/RG nº ......., inscrita no CPF/MF sob nº ........, residente edomiciliada na comarca de ........., na Rua ......, nº ...;

4) ..............., (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº ......, inscrito no CPF/MF sob nº ......., residente edomiciliado na comarca de ........., na Rua ......., nº ...,

por seus advogados, ao final subscritos (instrumentoprocu-ratório apensado como documento de nº ...), com escritório naRua .........., nº ..., na comarca de ........... - ..., onde recebem intimações,tendo por fundamento o que dispõem a Lei nº 8.213/91, a Lei nº 9.032/95 e demais disposições atinentes à matéria, vêm respeitosamente, àpresença de Vossa Excelência, para propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL DE PENSÃO POR MORTEC/C TUTELA ANTECIPATÓRIA

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646 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS,Autarquia Federal, com Superintendência Regional nestacapital, naRua .............., nº ..., e a UNIÃO FEDERAL, na pessoa de seusrepresentantes legais, com endereços conhecido deste MM. Juízo, pelasrazões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA “AD CAUSAM”

O presente feito é proposto simultaneamente contra o ........ econtra a ..............., porque o .......... é o responsável pelo pagamentodas pensões que são objeto deste feito, ao passo que a ................. efetuaa complementação de parte dos benefícios, eis que no pólo ativo seencontram viúvas de ex-ferroviários, beneficiadas pelos termos dalegislação vigente.

Ressalte-se que a .................. foi incluída no pólo passivo destefeito apenas porque é a responsável pela complementação dasaposentadorias pagas aos ferroviários admitidos até a data de .../.../....,bem como aos seus dependentes, conforme dispõe a legislação emvigor.

Segundo tal sistemática, o .......... efetua o pagamento das pensõesdas Demandantes e posteriormente se ressarce das importâncias juntoao Tesouro Nacional.

Na hipótese dos Autos, encontram-se nessa situaçãopraticamente todas as Requerentes, excetuando-se apenas a Requerente................, cujo falecido marido ingressou nos quadros da ..................após o mês de .......... de .... .

Dessa forma, na medida em que a elevação do valor das pensõesimplicará em algum ônus para o Tesouro Nacional, entenderam asPeticionárias ser importante endereçar a demanda também contra a................, de maneira a propiciar a mais ampla defesa possível emtodos os níveis interessados.

Destaque-se também que não foi efetuado um pedido específicode complementação do montante das pensões contra a .................,

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porque este fato torna-se automático, eis que decorre expressamentedo comando legal.

2. DOS FATOS

Todas as Requerentes são viúvas de ex-ferroviários, percebendopensão dos cofres previdenciários, conforme comprovam pela juntadados documentos de nº ............. .

Algumas delas (as nominadas sob os ns. ... a ...), cujos maridosfaleceram antes do advento da Nova Carta, estão percebendo uma rendamensal equivalente a ...% (........ por cento) do total da aposentadoriado “de cujus” (ou do montante que ele estaria rece-bendo, se estivessena ativa na data de seu falecimento), enquanto que a pensão das demais(... e ...), que ficaram viúvas após o dia .../.../...., atinge o percentual de...% (....... por cento).

Entendem as Autoras que a Previdência Social vem efetuandotais pagamentos em desacordo com os ditames legais, donde apropositura do presente feito.

3. DO DIREITO

A legislação que disciplina a matéria determinava que fosseefetuado o pagamento da pensão à viúva do segurado falecido, de acordocom os critérios referidos no item anterior, no percentual de ...% (........por cento).

Com o advento da Lei nº 8.213/91, que regulou o tema em seuartigo 75, o valor mensal da pensão por morte, segundo a alínea “a”daquele dispositivo, passou então a ser:

Art. 75. Constituído de uma parcela, relativa à família, de 80%(oitenta por cento) do valor da aposentadoria que o seguradorecebia ou a que teria direito, se estivesse aposentado na data de

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seu falecimento, mais tantas parcelas de 10% (dez por cento) dovalor da mesma aposentadoria quantos forem os seusdependentes, até o máximo de 2 (duas).

Na prática, isto equivalia a dizer que, se existisse comobeneficiária somente a viúva (como é o caso das Peticionárias), o .........pagaria ...% – ou seja, ...% pela aposentadoria e mais ...% por se tratarde dependente.

Esse percentual de ...% retroagiu a .../.../...., data da promulgaçãoda nova Constituição Federal, por força do que dispôs o art. 144 doPlano de Benefícios da Previdência Social.

Assim, em síntese, as Requerentes que se tornaram viúvas a partirde .../.../.... recebem hoje o benefício com base no percentual de ...%(......... por cento), ao passo que as que já recebiam a pensãoanteriormente àquela data permaneceram com o percentual de ...%(......... por cento).

É manifesto que esse critério é equivocado, na medida em quetodas as viúvas são iguais perante a lei.

Finalmente, a Lei nº 9.528, de 10.12.1997, deu nova redação aoart. 75 da Lei nº 8.213/91, nos seguintes termos:

“Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem porcento do valor da aposentadoria que o segurado recebia oudaquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidezna data de seu falecimento, observado o disposto no artigo 33desta Lei.”

Verifica-se que os percentuais que serviam de base para opagamento do benefício em questão, de ...% ou de ...%, passaram a teroutro patamar, tal seja, de ...% sobre o salário-de-benefício.

Entretanto, continua o .......... a efetuar o pagamento da formaprimitiva, ou seja, de ...% (......... por cento) para aquelas que se

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tornaram viúvas até .../.../...., e de ...% (......... por cento) para as queenviuvaram entre .../.../.... e .../.../.... .

Desta forma, como o Demandado não está pagando corretamenteàs Demandantes as pensões supra, restou-lhes a via judicial para teremreparada tal injustiça.

Vale notar que a pretensão das Peticionárias é a de receber assuas pensões em quantias iguais a ...% (......... por cento) do total a queos respectivos segurados teriam direito, se vivos e aposentadosestivessem, bem como os montantes em atraso.

As quantias atualmente pagas atingem apenas ...%, ou ...% (.........por cento) do valor correto.

Não pleiteiam elas, portanto, qualquer equiparação com os valorespagos aos ferroviários em atividade, uma vez que tais pagamentos jávêm sendo efetuados de forma correta.

No entender das Autoras, o aludido critério diferenciado que o............... vem adotando fere o princípio da isonomia, insculpido no“caput” do art. 5º da Lei Maior, eis que as elevações dos mencionadospercentuais devem necessariamente alcançar igualmente todas assituações existentes.

É que nos termos do art. 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil:

“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitadoso ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”

Ora, a hipótese dos autos não trata de ato jurídico perfeito, jáque este se restringe à própria concessão do benefício em si; ospagamentos mensais não passam de meros efeitos ou resultados doato jurídico perfeito, caracterizado este pelo reconhecimento dasRequerentes ao recebimento da pensão.

Tampouco se pode alegar, por absolutamente incabível, aexistência de direito adquirido por parte do Instituto Suplicado aopagamento de pensões com percentual reduzido, eis que se trata de

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preceito de ordem pública (e que deve, por isto, ser aplicado deimediato a todos os casos) e que o .............. está pagando o valor integraldas pensões concedidas após o advento da lei às que se tornaram viúvasapós .../.../.... .

Também não se trata, a toda evidência, de coisa julgada.

Assim, não se amoldando a qualquer das ressalvas estabelecidaspelo referido preceito da Lei de Introdução ao Código Civil, deve a Leinº 9.032/95 produzir efeitos imediatos e gerais, para o fim de pagar àsRequerentes a respectiva pensão sempre com o percentual de ...% (.........por cento).

É neste sentido a lição de Caio Mário da Silva Pereira, em“Instituições de Direito Civil”, Ed. Forense, 5. ed., 2ª tiragem, vol. I, p.155:

“As leis políticas, abrangendo as de natureza constitucional,eleitoral e administrativa, têm aplicação imediata, e abarcamtodas as situações individuais. Se uma lei nova declara que ficamsem efeito as inscrições eleitorais anteriores, e determina quetodo cidadão deve requerer novo título, aplica-se a todos, semque ninguém possa opor à nova disposição a circunstância de jáse ter qualificado eleitor anteriormente. Se uma lei novaestabelece diferentes direitos e obrigações para os servidores doEstado, alcança a generalidade dos funcionários.

(...)

Como a lei favorável não pode, pela sua própria natureza, trazermoléstia a uns e outros, aplica-se sem qualquer restrição, o quedá impressão, embora errônea, de sua retroatividade.”

Trata a espécie, com efeito, de lei mais favorável ao beneficiárioe, como tal, deve ser aplicada a todas as prestações futuras, tambémconhecidas como prestações de trato sucessivo.

É neste sentido o pacífico entendimento jurisprudencial,conforme se depreende dos seguintes julgados, todos extraídos doprograma “Informa Jurídico 10”:

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1. Do Superior Tribunal de Justiça:

RIP: 00012838 DECISÃO: 26.04.1995

PROCESSO: REsp nº 0062389

UF: SP TURMA: 05 DJ DATA: 15.05.1995.

PG. 13441 RELATOR: MINISTRO JESUS COSTA LIMA.

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DO TRABALHO.AUXÍLIO-SUPLEMENTAR. NATUREZA. INCIDÊNCIA DA LEINOVA MAIS BENÉFICA. POSSIBILIDADE. I) O JUIZ, NAAPLICAÇÃO DA LEI, DEVE ATENDER AOS FINS SOCIAIS AQUE ELA SE DESTINA E ÀS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM.II) A LEI DE ACIDENTES DO TRABALHO TEM ESSASCARACTERÍSTICAS. DAÍ QUE, SE UM BENEFÍCIO PASSA ASER PAGO EM PERCENTAGEM MAIS ELEVADA, POR FORÇADA LEI NOVA QUE, SENDO DE ORDEM PÚBLICA, TEMAPLICAÇÃO IMEDIATA E ALCANÇA OS CASOS PENDENTESDE JULGAMENTO, É ELA QUE DEVE SER APLICADA. III)RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.

DECISÃO: POR UNANIMIDADE, CONHECER DOS RECURSOSE LHE DAR PROVIMENTO PARA RESTABELECER ASENTENÇA. VEJA: RE 70736, 64878-MG (STF).

REFERÊNCIA JURISPRUDENCIAL:

a)PROC: REsp. NÚM: 0068258J UF: SP

REG: 95.0030484.8, DECISÃO: 07.08.1995.

DJ DATA: 28.08.1995, PÁG. 26.680

b) PROC: REsp. NÚM: 0067590 UF: SP

REG: 95.0028254.2, DECISÃO: 02.08.1995

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652 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DJ DATA: 28.08.1995, PÁG: 26.673

c) PROC: REsp. NÚM: 0059542 UF: SP

REG: 95.0003356.9, DECISÃO: 10.05.1995

DJ DATA: 29.05.1995, PÁG. 15.535.

2. Do extinto Tribunal de Alçada de São Paulo:

LOCAÇÃO – CONTRATO – TRATO SUCESSIVO –SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 8.245/91 – APLICAÇÃOIMEDIATA. A aplicação da legislação superveniente é imediata,mormente quando se trata de cumprimento de prestações de tratosucessivo. (Ap. s/ Rev. 436.472 – 9ª Câm. – Rel. Juiz FERRAZ DEARRUDA – J. 26.07.1995.)

4. DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

A matéria, a rigor, é tão clara e é tão evidente o direito dasRequerentes que o tema poderia ser tranquilamente objeto de mandadode segurança.

Não obstante, optaram as Suplicantes pelo presente feito, porquepretendem obter dois provimentos judiciais, sendo um para receberos valores atrasados e o outro para que o Suplicado seja compelido apagar, doravante, os montantes devidos a título de pensões.

Com respeito a este último pleito, as Autoras invocam o preceitocontido no art. 273 e seu inciso I, do CPC, para requerer a tutelaantecipada, “inaudita altera pars”, determinando-se ao ........... a imediataretificação dos valores das pensões pagas, de forma a fazê-los incidirsobre ...% (........ por cento) do salário-de-benefício.

Essa pretensão se funda na absoluta clareza do texto legal (Leinº 8.213/91, artigo 75, conforme acima exposto), com apoio na doutrinae na jurisprudência.

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O receio da ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação(CPC, 273, I) é representado pela demora na tramitação deste feito atéfinal execução do julgado, assim como pela conhecida forma de agirdo Suplicado, no sentido de recorrer de toda e qualquer decisãojudicial, bem ainda pelo estado de pauperidade das Suplicantes, quesobrevivem com miseráveis pensões pagas pela Previdência Social,conforme se pode constatar no exame dos documentos de nº ......... .

Com efeito, negada a tutela antecipadamente e tendo em vista aconhecida demora existente na tramitação de processos desta ordem,quantas das viúvas Peticionárias irão, ao final, efetivamente, sebeneficiar com aquilo que inquestionavelmente é direito seu?

Isto posto, requerem que Vossa Excelência conceda tutelaantecipada, a fim de determinar que o ............ proceda à imediataretificação dos valores pagos às Demandantes, a título de pensão.

5. DO PEDIDO

Em virtude do estado de miserabilidade das Demandantes,comprovado pelos documentos de nº .................., requer-se,inicialmente, o benefício da Justiça gratuita, na forma prevista no art.4º da Lei nº 1.060/50, eis que as Requerentes não têm condições dearcar com as custas processuais sem prejuízo próprio.

Em decorrência de tudo o que foi exposto, requerem asSuplicantes que Vossa Excelência, após a concessão da tutelaantecipada, determine a citação dos representantes dos Requeridos,para, querendo, vir a Juízo contestar o presente feito, prosseguindo-seno processo até sentença final, a qual, requer-se, conforme a tutelaantecipada, julgue o feito procedente, condenando-se os Réus aopagamento mensal dos valores corretos das pensões, igual a ...% (........por cento) do salário-de-benefício, bem como ao pagamento dosmontantes atrasados, na forma antes exposta.

Requer-se ainda a condenação dos Suplicados nas verbas desucumbência.

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Protesta-se provar o alegado pelos meios de prova admitidos emDireito.

Dá-se à causa, para os efeitos fiscais, o valor de R$ .......(........................).

Nestes Termos,

Pedem Deferimento.

(Local e data)

Advogado

OAB/... n. .......

RESUMO

As autoras propõem ação de revisão de benefícios em face do INSSe União Federal, pelo fato de que, na qualidade de pensionistas, não estãorecebendo o percentual devido, que é de 100% sobre o salário-de-benefí-cio. Pedem pela antecipação da tutela, para que se determine, de imedia-to, que o INSS efetue o pagamento do valor devido e, ao final, que sejaconfirmada por sentença a tutela antecipada, julgando-se a ação proce-dente.

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SENTENÇA – DECISÃO – DESAPOSENTADORIA – AÇÃOORDINÁRIA – INSS – TUTELA ANTECIPADA

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................. - ...

PROCESSO Nº ..............

AUTOR: ..............................

RÉU: INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

SENTENÇA

1. RELATÓRIO

Cuidam os autos de demanda proposta por “FULANO DE TAL”em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,objetivando:

a) o reconhecimento do direito à renúncia do benefício deaposentadoria por tempo de serviço/contribuição outrora concedido(DIB em .../.../.....), com a desaposentação;

b) a concessão de nova aposentadoria, com a soma ao tempo decontribuição já reconhecido, das contribuições vertidas após a partedemandante entrar na inatividade.

Devidamente citado, o réu apresentou contestação, alegando, emsíntese, a impossibilidade de o demandante renunciar à aposentadoriaora percebida, razão pela qual requereu a improcedência da ação.

É o sucinto relatório. DECIDO.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.2. DO MÉRITO

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656 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

As pretensões da parte autora merecem ser acolhidas, consoanteadiante se vê.

2.2.1 Da desaposentação e do cômputo do tempo de serviço econtribuição relativo ao período em que o segurado esteveinativo

O direito do aposentado renunciar a aposentadoria para requerernovo benefício, mais vantajoso, é estreme de dúvidas, uma vez que aaposentadoria se constitui em direito patrimonial inequivocadamentedisponível.

Nesse sentido, traz-se à baila o pacífico entendimento dajurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:

“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA NO REGIME GERALDA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DIREITO DE RENÚNCIA.CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DECERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVAAPOSENTADORIA EM REGIME DIVERSO. NÃO-OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DE VALORESRECEBIDOS. EFEITOS EX TUNC DA RENÚNCIA ÀAPOSENTADORIA. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVOREGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A renúncia à aposentadoria éperfeitamente possível, por ser ela um direito patrimonialdisponível. Sendo assim, se o segurado pode renunciar àaposentadoria, no caso de ser indevida a acumulação, inexistefundamento jurídico para o indeferimento da renúncia quandoela constituir uma própria liberalidade do aposentado. Nestahipótese, revela-se cabível a contagem do respectivo tempo deserviço para a obtenção de nova aposentadoria, ainda que poroutro regime de previdência. Caso contrário, o tempo trabalhadonão seria computado em nenhum dos regimes, o que constituiriauma flagrante injustiça aos direitos do trabalhador. 2. O ato derenunciar ao benefício, conforme também já decidido por estaCorte, tem efeitos ex tunc e não implica a obrigação de devolução

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das parcelas recebidas, pois, enquanto esteve aposentado, osegurado fez jus aos seus proventos. Inexistindo a aludidainativação onerosa aos cofres públicos e estando a decisãomonocrática devidamente fundamentada na jurisprudência destaCorte, o improvimento do recurso é de rigor. 3. Agravo regimentalimprovido. (destaque nosso) (AgRg no REsp 328.101/SC, Rel.Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTATURMA, julgado em 02/10/2008, DJe 20/10/2008).”

A controvérsia, no caso, cinge-se no que pertine à análise danecessidade ou não de, em decorrência da desaposentação, haver adevolução dos valores já recebidos após a sua inativação.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a guisa de exemplo,defende que viável se mostra a desaposentação do segurado, ou seja, adesconstituição do ato concessório de aposentadoria e oestabelecimento de uma nova relação jurídica a partir do pedidoadministrativo de aposentadoria na modalidade integral, sem adevolução pelo segurado das parcelas recebidas sob tal rubrica,consoante adiante se vê:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO. DECADÊNCIA.INOCORRÊNCIA. DESAPOSENTAÇÃO. AUSÊNCIA DEPREVISÃO LEGAL. DEVOLUÇÃO DE IMPORTÂNCIASRECEBIDAS. NÃO OBRIGATORIEDADE. JUROS DE MORA.INAPLICABILIDADE DA LEI 11.960/2009 AOS PROCESSOS EMANDAMENTO. RECURSO DO INSS DESPROVIDO. I –Preliminarmente não merece acolhida a alegação do INSS quantoa decadência do direito do autor, com

base no art. 103 da Lei n° 8.213/91, pois não se trata de revisãode benefício previdenciário, mas de renúncia de um benefíciopara que seja concedido outro mais favorável ao autor ; II –Quanto a possibilidade de desaposentação, pode serconsiderada como a renúncia expressa do segurado àaposentadoria já concedida. Após a concessão de uma primeiraaposentadoria, o segurado retorna ao mercado de trabalho e,

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em função de contribuições efetuadas após a data daaposentação, deseja obter novo benefício, superior àquele quevinha recebendo, em razão do novo tempo contributivo, isto é,implica o cancelamento de uma aposentadoria e o posteriorinício de outra.; III – Não há previsão legal expressa quanto àdesaposentação no Direito brasileiro. Assim, a inexistência dedispositivo legal que proíba a renúncia ao benefícioprevidenciário legalmente concedido deve ser consideradacomo possibilidade para a revogação do benefício a pedido dosegurado. IV – Não havendo irregularidade na concessão dobenefício, não há que se falar em obrigatoriedade de devoluçãode importâncias percebidas. Não se cogita, também, de cumularbenefícios; finda uma aposentadoria pela renúncia, outra teráinício, não havendo justificativa aceitável para que se imponhaao segurado a obrigação de restituir quaisquer valores aoErário. V – No que toca ao advento da Lei 11.960, de 29 de junhode 2009, que

deu nova redação ao art. 1º-F, da Lei 9.494/97, a inovaçãolegislativa não se aplica à hipótese vertente, somente podendoatingir as relações jurídicas constituídas a partir de sua vigência,tendo em vista tratar-se de norma de natureza instrumentalmaterial,

conforme restou decidido recentemente pelo Egrégio SuperiorTribunal de Justiça. VI –Recurso desprovido. (Apelação/Reexamenecessário 200950010054971, Rel. Desembargador FederalAluísio Gonçalves de Castro Mendes, 1ª TURMA, julgado em22/02/2011, DJe 03/03/2011 - destaquei).”

A respeito da matéria, vislumbro, ainda, na linha doentendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça – adiantealinhavado –, que não há necessidade da devolução dessas parcelaspara aproveitamento do período em que o autor continuou trabalhandoapós a concessão de sua aposentadoria renunciada.

Isso porque, além do fato de que enquanto esteve aposentado, oaludido autor/segurado fez jus aos seus proventos, não havendo que

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se falar, assim, em enriquecimento ilícito, inexiste no sistemaprevidenciário brasileiro norma proibitiva tanto no tocante àdesaposentação quanto no que se refere à nova contagem do temporeferente ao período de tempo de serviço/contribuição computadodurante a aposentadoria renunciada.

No ponto, vale destacar que o art. 181-B do Decreto nº 3.048/99,acrescentado pelo Decreto nº 3.265/99, ao prever a impossibilidade derenúncia das aposentadorias por idade, tempo de contribuição eespecial, criou disposição normativa sem previsão na Lei nº 8.213/91,de modo que extrapolou os limites da Lei regulamentada, circunstânciainadmissível no ordenamento jurídico pátrio.

Nesse contexto, por ausência de expressa proibição legal, subsistea permissão, pois que a limitação da liberdade individual deve sertratada explicitamente, não podendo ser abolida ou reduzida comfulcro na omissão legislativa. Outrossim, ressalte-se que os benefíciosprevidenciários em geral – tendo em vista a sua natureza de verbasubstitutiva da renda advinda do trabalho para o trabalhador empotencial condição de afetado por risco social – têm natureza alimentar.Dessa forma, a natureza alimentar dos benefícios previdenciários e,ainda, a boa-fé do segurado também impossibilitam a irrepetibilidadedos valores recebidos, até porque, consoante alhures destacado, nãotendo o recebimento das verbas decorrentes da aposentadoriarenunciada se dado de forma indevida ou ilícita, as mesmas restaramconsumidas, não sendo, assim, exigível do segurado a devolução.

Por fim, destaque-se ainda que não há como se reconhecer que oaproveitamento do tempo de serviço/contribuição do autor posteriorà concessão do benefício de aposentadoria ofende ao princípio daisonomia, uma vez que o instrumento da desaposentação se mostrahábil a ser utilizado por todos os segurados que se encontram emsituação similar.

Corroborando o que se disse acerca da viabilidade dadesaposentação sem necessidade de devolução dos valores já recebidospelo aposentado a título do benefício previdenciário decorrente desua inatividade, colaciona-se a jurisprudência do Superior Tribunalde Justiça, in verbis:

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“(...) A aposentadoria é direito patrimonial disponível, passívelde renúncia, portanto. A abdicação do benefício não atinge otempo de contribuição. Estando cancelada a aposentadoria noregime geral, tem a pessoa o direito de ver computado, no serviçopúblico, o respectivo tempo de contribuição na atividade privada.No caso, não se cogita a cumulação de benefícios, mas o fim deuma aposentadoria e o conseqüente início de outra. O ato derenunciar a aposentadoria tem efeito ex nunc e não gera o deverde devolver valores, pois enquanto perdurou a aposentadoriapelo regime geral, os pagamentos, de natureza alimentar, eramindiscutivelmente devidos”. (destaque nosso) (RESP 692628,Rel. Min. Nilson Naves, 6ª Turma, por unanimidade, DJ de 05/09/2005).

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DECISÃOMONOCRÁTICA DO RELATOR COM ARRIMO NO ART. 557DO CPC. MATÉRIA NOVA. DISCUSSÃO. NÃO-CABIMENTO.PRECLUSÃO. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃODOS VALORES RECEBIDOS. NÃO OBRIGATORIEDADE. 1. Épermitido ao relator do recurso especial valer-se do art. 557 doCódigo de Processo Civil, quando o

entendimento adotado na decisão monocrática encontra-se emconsonância com a jurisprudência dominante desta CorteSuperior de Justiça. 2. Fica superada eventual ofensa ao art. 557do Código de Processo Civil pelo julgamento colegiado do agravoregimental interposto contra a decisão singular do Relator.Precedentes. 3. Em sede de regimental, não é possível inovar naargumentação, no sentido de trazer à tona questões que sequerforam objeto das razões do recurso especial, em face da ocorrênciada preclusão. 4. A renúncia à aposentadoria, para fins deconcessão de novo benefício, seja no mesmo regime ou emregime diverso, não implica em devolução dos valorespercebidos, pois, enquanto esteve aposentado, o segurado fezjus aos seus proventos. Precedentes. 5. Agravo regimentaldesprovido.” (destaque nosso) (AgRg no REsp 1107638/PR, Rel.

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Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 29/04/2009, DJe 25/05/2009)

Dessa forma, ante a fragilidade dos argumentos em contrário,principalmente porque estes desafiam preceitos constitucionais comoo direito fundamental à Previdência Social combinado com o preceitoda dignidade humana, revela-se cabível ao segurado renunciar a suaaposentadoria e aproveitar a contagem do tempo de contribuição,relativo ao período em que esteve inativo e continuou laborando, parafins de concessão de nova aposentadoria, estando dispensado dedevolver os proventos já recebidos.

2.2.2 Do reconhecimento do tempo de serviço relativo ao períodotrabalhado após a sua aposentadoria em 30/01/1995.

A Lei nº 8.213/91 dispõe em seu art. 55, § 3º, quanto aoreconhecimento de tempo de serviço, que:

“Art. 55. omissis;

§§ 1º e 2º - omissis;

§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos destaLei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial,conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quandobaseada em início de prova material, não sendo admitida provaexclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo deforça maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.”

No caso em questão, da análise do CNIS – Cadastro Nacional deInformações Sociais do autor, pode-se verificar os registros dosseguintes vínculos de emprego após o ano de sua aposentadoria (1995):

(relacionar o nome das empresas e os seus períodos laborados)

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Nesse diapasão, tem-se que o CNIS basta como início de provamaterial do tempo de serviço/contribuição prestado pelo requerenterelativamente ao período acima destacado.

Determine-se que, ainda que se considere não tenha havido orecolhimento de contribuições previdenciárias no período laboradopelo autor mesmo assim possui o demandante o direito aoreconhecimento dos ditos período para fins de concessão do benefíciode aposentadoria, já que o artigo 34, inciso I, da Lei nº 8.213/91claramente explicita que no cálculo do valor da renda mensal dobenefício, serão computados os salários-de-contribuição, concernentesaos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidos pelaempresa. Eis o teor do dispositivo legal em comento:

“Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício,inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serãocomputados:

I – para o segurado empregado e trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas,ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo darespectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis; (...)”

Dessa forma, entendo ser procedente a pretensão autoral, nosentido de ver reconhecido o tempo de serviço por ele prestadonos lapsos temporais outrora mencionados.

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos doartigo 269, I, do CPC, pelo que condeno o INSS a reconhecer o direitodo autor em renunciar ao benefício de aposentadoria por tempo deserviço/contribuição outrora concedido (NB nº ....) e conceder novaaposentadoria com a soma ao tempo de contribuição já reconhecidodas contribuições vertidas após a parte demandante entrar nainatividade, sem a necessidade de devolução dos proventos já

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recebidos. A DIB da nova aposentadoria do autor será a data doajuizamento da demanda, ou seja, desde “tal data”, sendo que a RMI aela relativa deverá ser calculada pela contadoria desse Juízo,compensando-se os valores recebidos após a nova DIB com os valoresdevidos desde então.

Sobre os valores atrasados, acrescidos de juros e atualizaçãomonetária, nos termos da Lei nº 11.960/09, deverão ser pagos medianteRPV, logo após o trânsito em julgado da presente decisão.

Sem custas ou honorários advocatícios.

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com asanotações pertinentes.

Sentença sujeita a reexame.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

(Local e data)

...............................................

(Juiz de Direito ou Juiz Federal)

RESUMO

Sentença Judicial de 1ª Instância na qual o magistrado concedebenefício previdenciário devidamente atualizado, ou seja, do benefício re-cebido anteriormente com a somatória das novas contribuições junto aPrevidência Social, nos termos da Constituição Federal/1988, que tam-bém tem embasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunalde Justiça.

Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existam as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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SENTENÇA – DECISÃO – PENSÃO POR MORTE – AÇÃOORDINÁRIA – INSS – TUTELA ANTECIPADA – ESTUDANTEUNIVERSITÁRIA DE 21 ANOS – DEPENDÊNCIA ECONOMICA DOSAVÓS

...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE .................. - ...

PROCESSO Nº ..............

AUTOR: ..............................

RÉU: INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELAANTECIPATÓRIA

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO TEMPORÁRIA POR MORTE.MENOR SOB GUARDA. ADVENTO DA MAIORIDADE.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PERMANÊNCIA DOPAGAMENTO DO BENEFÍCIO ATÉ A CONCLUSÃO DOCURSO UNIVERSITÁRIO PELO DEPENDENTE OU OATINGIMENTO DA IDADE DE 24 (VINTE E QUATRO) ANOS,PREVALECENDO A HIPÓTESE QUE PRIMEIRO OCORRER.POSSIBILIDADE.

I - A antiga redação do § 2º do artigo 16 da Lei nº 8.213/91, queequiparava o menor sob guarda judicial ao filho para efeito dedependência perante o Regime Geral de Previdência Social, foimodificada pela Lei nº 9.528/97, que excluiu do rol do artigo 16e parágrafos esse tipo de dependente.

II - Todavia, a questão deve ser analisada à luz da legislação deproteção ao menor. Neste contexto, a Lei nº 8.069/90 – Estatutoda Criança e do Adolescente – prevê, em seu artigo 33, § 3º, que:“a guarda confere à criança ou adolescente a condição dedependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusiveprevidenciário”.

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III - Desta forma, restando comprovada a guarda, deve sergarantido o benefício para quem dependa economicamente doinstituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes doSTJ.

IV - É cabível a manutenção do benefício de pensão por morteinstituída em favor de dependente universitário até a graduaçãodo mesmo em curso de nível superior ou completados 24 anos,prevalecendo a hipótese que primeiro ocorrer, ante a presunçãode que o alimentando, enquanto não concluída a sua formaçãoprofissional, ainda estaria sob a dependência do “de cujus”.

V - Precedentes jurisprudenciais.

VI - Procedência do pedido.

SENTENÇA

1. RELATÓRIO

Aproveito o relatório de fls. ... .

Tutela antecipada deferida.

Em sua contestação, às fls. ... o INSS alega a prescrição dasparcelas anteriores ao quinquênio do ajuizamento da ação, e aindaa ausência de comprovação de dependência econômica da autoraem relação à segurada. Afirma que a pretensão autoral é destituídade razão por lhe faltar fundamentação jurídica e requer, ao final,a improcedência dos pedidos.

Embora intimada, a Autora não apresentou réplica, conformeCertidão de fls. .. .

É o que importa relatar.

DECIDO.

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2. FUNDAMENTAÇÃO

Cuida de pedido de implemento do benefício de pensão pormorte, em razão de, na data do falecimento, estar a autora sob a guardajudicial do beneficiário.

De fato, a Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16, § 2º,da Lei nº 8.213/91, retirou da proteção previdenciária o menor sobguarda, já que apenas equiparou aos filhos os menores tutelados e osenteados, desde que comprovada a dependência econômica.

Duma análise preliminar, constato a inconstitucionalidade daregra contida na referida Lei nº 9.528/97, tendo em vista que tal normaafronta o disposto no art. 6º e art. 227, §3º, II, ambos da CF/88, maisespecificamente o último dispositivo, verbis:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurarà criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito àvida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdadee à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvode toda forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão.

(...)

§ 3º - O direito à proteção especial abrangerá os seguintesaspectos:

(...)

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; (grifei)

Ademais, entendo que a questão merece ser analisada sob oprisma da legislação de proteção ao menor, que, em seu art. 33, § 3º,dispõe:

Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, morale educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentoro direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

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§ 1º e § 2º omissis

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição dedependente, para os fins e efeitos de direito, inclusiveprevidenciários.

Não é outro o entendimento jurisprudencial:

“PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSOESPECIAL. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGATIVA DESEGUIMENTO. RELATOR. POSSIBILIDADE. ART. 557 DO CPC.REDAÇÃO DA LEI 9.756/98. INTUITO. DESOBSTRUÇÃO DEPAUTAS DOS TRIBUNAIS. MENOR SOB GUARDA.PARÁGRAFO 2º, ART. 16 DA LEI 8.213/91. EQUIPARAÇÃO AFILHO. FINS PREVIDENCIÁRIOS. LEI 9.528/97. ROL DEDEPENDÊNCIA. EXCLUSÃO. PROTEÇÃO AO MENOR. ART.33, PARÁGRAFO 3º, DA LEI 8.069/90. ECA. GUARDA EDEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVAÇÃO. BENEFÍCIO.CONCESSÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ.AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

I - A discussão acerca da possibilidade de o relator decidir orecurso interposto isoladamente, com fulcro no art. 557 do Códigode Processo Civil, encontra-se superada no âmbito desta ColendaTurma. A jurisprudência firmou-se no sentido de que, tratando-se de recurso manifestamente improcedente, prejudicado,deserto, intempestivo ou contrário à jurisprudência dominantedo respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou deTribunal Superior, inocorre nulidade da decisão quando o relatornão submete o feito à apreciação do órgão colegiado, indeferindomonocraticamente o pro-cessamento do recurso.

II - Na verdade, a reforma manejada pela Lei 9.756/98, que deunova redação ao artigo 557 da Lei Processual Civil, teve o intuitode desobstruir as pautas dos tribunais, dando pre-ferência ajulgamentos de recursos que realmente reclamam apreciação peloórgão colegiado.

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III - A redação anterior do § 2º do artigo 16 da Lei 8.213/91equiparava o menor sob guarda judicial ao filho para efeito dedependência perante o Regime Geral de Previdência Social. Noentanto, a Lei 9.528/97 modificou o referido dispositivo legal,excluindo do rol do artigo 16 e parágrafos esse tipo dedependente.

IV - Todavia, a questão merece ser analisada à luz da legislaçãode proteção ao menor.

V - Neste contexto, a Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e doAdolescente – prevê, em seu artigo 33, § 3º, que: “a guarda confereà criança ou adolescente a condição de dependente, para todosos fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário”.

VI - Desta forma, restando comprovada a guarda deve sergarantido o benefício para quem dependa economicamente doinstituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes doSTJ.

VII - Agravo interno desprovido.”

(STJ – AGRESP 727716 – 5ª Turma – Relator Gilson Dipp – DJ16.05.2005, p. 412.)

“ADMINISTRATIVO. EX-COMBATENTE. PENSÃO PORMORTE. MENOR DEPENDENTE SOB GUARDA DO AVÔ. LEINº 8.069/90. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.PRECEDENTES DO STJ. RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO.

I - A Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente –prevê, em seu artigo 33, § 3º, que “a guarda confere à criança ouadolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitosde direito, inclusive previdenciário”. Não obstante na legislaçãoaplicável à hipótese – Lei nº 8.069/90 – não conste a neta no rolde beneficiários de pensão por morte do ex-combatente, a questãomerece ser analisada à luz da legislação de proteção ao menor.

II - Neste contexto, restando comprovada a guarda deve sergarantido o benefício para quem dependa economicamente do

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instituidor, como ocorre na hipótese dos autos. Precedentes doSuperior Tribunal de Justiça.

III - Recurso conhecido e desprovido.”

(STJ – RESP 380452 – 5ª Turma – Relator Jorge Scartezzini – DJ04.10.2004, p. 336.)

Superada a questão quanto à possibilidade de recebimento depensão de menor sob guarda, cabe analisar se a Requerente tem o direitode, na qualidade de estudante universitária, continuar percebendo apensão alimentícia, mesmo depois de completar a maioridade.

Da análise dos documentos acostados aos autos (fls. .../...),depreende-se que a Requerente era dependente de sua avó, aposentadado INSS, e está matriculada no Curso de ............. da Universidade.................., conforme posicionado às fls. ... .

Como se sabe, a pensão por morte é benefício que tem comoobjetivo suprir a falta daquele encarregado de arcar com as despesasdo lar, de modo a possibilitar a manutenção dos dependentes dofalecido. Tem como escopo, pois, manter a suplementação dosdependentes, decorrente da obrigação alimentar que tinha o falecido.

Entendo que é possível o pagamento do beneficio de pensão pormorte até os 24 anos de idade, se o beneficiário for estudanteuniversitário e demonstrar a real necessidade do benefício. Com efeito,a pensão previdenciária pode mesmo ser comparada com a prestaçãoalimentícia, pois, a pessoa, dependente do benefício, não possuindooutro rendimento e sendo dependente do segurado, tem o direito àsua percepção até que conclua a sua formação.

De fato, a jurisprudência pátria vem consolidando oentendimento de que é cabível a permanência do pagamento de pensãoa dependente que esteja cursando o nível superior, até o atingimentoda idade de 24 anos ou a conclusão do curso universitário, o queprimeiro ocorrer. Nesse sentido, dispõem os seguintes precedentes:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. PENSÃO MENSAL. LIMITE DOPENSIONAMENTO. ABATIMENTO DE VALORES PAGOS A

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TÍTULO DE SEGURO DE VIDA. I - Termo final dopensionamento devido às filhas menores da vítima. Fixação em24 anos, considerado que, nessa idade, as beneficiárias já terãoconcluído a sua formação, inclusive em nível universitário. II -Abatimento dos valores pagos a título de seguro de vida: dissensointerpretativo não suscetível de configuração. III - Recursoespecial conhecido, em parte, e provido.”

(STJ – Resp 333462/MG – Rel. Min. Barros Monteiro – DJ24.02.2003, p. 238.)

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PENSÃO.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. MAIORIDADE. DIREITO. 1.Tendo como norte o direito à educação, dever do Estado e dafamília, deve ser resguardado o direito à percepção de pensão,ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, atéque o mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, nointuito de possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.2. Precedentes do Eg. STJ. 3. Apelação parcialmenteprovida.”(TRF 5ª Região – AC 282794/CE – Rel. Des. Federal LuizAlberto Gurgel de Faria – DJ 10.04.2003, p. 553.)

“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENSÃOPOR MORTE. DEPENDENTE MAIOR DE 21 ANOS.ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DOBENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS DE IDADE.

É cabível a prorrogação do benefício previdenciário de pensãopor morte até que o dependente complete 24 anos de idade, nahipótese de ser estudante de curso universitário. Precedente. 2.Estando regularmente instruído o agravo de instrumento, épossível o seu julgamento imediato, restando prejudicado oagravo regimental. 3. Agravo de instrumento improvido.”(TRF4ª Região – AGA 149033/SC – Rel. Des. Federal Nylson Paim deAbreu – DJU 22.10.2003, p. 592.)

Dessa forma, entendo ser procedente a pretensão autoral.

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672 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

3. DISPOSITIVO

Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos doart. 269, I, do CPC, pelo que condeno o INSS a manter a pensãopercebida pela Autora até a conclusão do seu curso superior ou atéque a mesma complete 24 anos de idade, aquele que ocorrer primeiro.

Torno definitiva a antecipação de tutela, conforme regra às fls. ..

Condeno o INSS a ressarcir as custas pagas, e ainda aopaga-mento de honorários advocatícios, que fixo com base no art. 20,§ 4º, CPC, em R$ 1.000,00 (mil reais).

Sentença sujeita a reexame.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

(Local e data)

...............................................(Juiz de Direito ou Juiz Federal)

RESUMO

Sentença Judicial de 1ª Instância na qual o magistrado constatainconstitucionalidade da Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16,§ 2º, da Lei nº 8.213/91, que retirou da proteção previdenciária do menorsob guarda, tendo em vista que tal norma afronta o disposto no artigo 6º eartigo 227, § 3º, II, ambos da Constituição Federal/1988, que também temembasamento jurisprudencial dado pelo STJ – Superior Tribunal de Justi-ça.

A dependência econômica depende de quem for o responsável, ouseja, aquele que detém os cuidados sobre o tutelado.

Em comarcas onde não exista a JUSTIÇA FEDERAL, poderão asAções Previdenciárias ser propostas à JUSTIÇA ESTADUAL, excetuandoas comarcas onde existam as Varas da JUSTIÇA FEDERAL, de conformi-dade com o § 3º, do artigo 109 da CF/88.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 673

Súmulas Previdenciárias

STF – Supremo Tribunal Federal

SÚMULA Nº 6

A REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO, PELO PODER EXECUTIVO, DEAPOSENTADORIA, OU QUALQUER OUTRO ATO APROVADOPELO TRIBUNAL DE CONTAS, NÃO PRODUZ EFEITOS ANTESDE APROVADA POR AQUELE TRIBUNAL, RESSALVADA ACOMPETÊNCIA REVISORA DO JUDICIÁRIO.

SÚMULA Nº 10

O TEMPO DE SERVIÇO MILITAR CONTA-SE PARA EFEITO DEDISPONIBILIDADE E APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICOESTADUAL.

SÚMULA Nº 26

OS SERVIDORES DO INSTITUTO DE APOSENTADORIA EPENSÕES DOS INDUSTRIÁRIOS NÃO PODEM ACUMULAR A SUAGRATIFICAÇÃO BIENAL COM O ADICIONAL DE TEMPO DESERVIÇO PREVISTO NO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVISDA UNIÃO.

SÚMULA Nº 34

NO ESTADO DE SÃO PAULO, FUNCIONÁRIO ELEITO VEREADORFICA LICENCIADO POR TODA A DURAÇÃO DO MANDATO.

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674 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 35

EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO OU DE TRANSPORTE, ACONCUBINA TEM DIREITO DE SER INDENIZADA PELA MORTEDO AMÁSIO, SE ENTRE ELES NÃO HAVIA IMPEDIMENTO PARAO MATRIMÔNIO.

SÚMULA Nº 36

SERVIDOR VITALÍCIO ESTÁ SUJEITO À APOSENTADORIACOMPULSÓRIA, EM RAZÃO DA IDADE.

SÚMULA Nº 37

NÃO TEM DIREITO DE SE APOSENTAR PELO TESOURONACIONAL O SERVIDOR QUE NÃO SATISFIZER AS CONDIÇÕESESTABELECIDAS NA LEGISLAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICOFEDERAL, AINDA QUE APOSENTADO PELA RESPECTIVAINSTITUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, COM DIREITO, EM TESE, ADUAS APOSENTADORIAS.

SÚMULA Nº 38

RECLASSIFICAÇÃO POSTERIOR À APOSENTADORIA NÃOAPROVEITA AO SERVIDOR APOSENTADO.

SÚMULA Nº 42

É LEGÍTIMA A EQUIPARAÇÃO DE JUÍZES DO TRIBUNAL DECONTAS, EM DIREITOS E GARANTIAS, AOS MEMBROS DOPODER JUDICIÁRIO.

SÚMULA Nº 51

MILITAR NÃO TEM DIREITO A MAIS DE DUAS PROMOÇÕES NAPASSAGEM PARA A INATIVIDADE, AINDA QUE POR MOTIVOSDIVERSOS.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 675

SÚMULA Nº 52

A PROMOÇÃO DE MILITAR, VINCULADA À INATIVIDADE, PODESER FEITA, QUANDO COUBER, A POSTO INEXISTENTE NOQUADRO.

SÚMULA Nº 53

A PROMOÇÃO DE PROFESSOR MILITAR, VINCULADA À SUAREFORMA, PODE SER FEITA, QUANDO COUBER, A POSTOINEXISTENTE NO QUADRO.

SÚMULA Nº 54

A RESERVA ATIVA DO MAGISTÉRIO MILITAR NÃO CONFEREVANTAGENS VINCULADAS À EFETIVA PASSAGEM PARA AINATIVIDADE.

SÚMULA Nº 75

SENDO VENDEDORA UMA AUTARQUIA, A SUA IMUNIDADEFISCAL NÃO COMPREENDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO“INTER VIVOS”, QUE É ENCARGO DO COMPRADOR.

SÚMULA Nº 128

É INDEVIDA A TAXA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E HOSPITALARDAS INSTITUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 132

NÃO É DEVIDA A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NAIMPORTAÇÃO DE AMIANTO BRUTO OU EM FIBRA.

SÚMULA Nº 134

A ISENÇÃO FISCAL PARA A IMPORTAÇÃO DE FRUTAS DA

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676 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ARGENTINA COMPREENDE A TAXA DE DESPACHO ADUANEIROE A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 140

NA IMPORTAÇÃO DE LUBRIFICANTES É DEVIDA A TAXA DEPREVIDÊNCIA SOCIAL.

SÚMULA Nº 141

NÃO INCIDE A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRECOMBUSTÍVEIS.

SÚMULA Nº 142

NÃO É DEVIDA A TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBREMERCADORIAS ISENTAS DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

SÚMULA Nº 194

É COMPETENTE O MINISTRO DO TRABALHO PARA AESPECIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES INSALUBRES.

SÚMULA Nº 196

AINDA QUE EXERÇA ATIVIDADE RURAL, O EMPREGADO DEEMPRESA INDUSTRIAL OU COMERCIAL É CLASSIFICADO DEACORDO COM A CATEGORIA DO EMPREGADOR.

SÚMULA Nº 198

AS AUSÊNCIAS MOTIVADAS POR ACIDENTE DO TRABALHONÃO SÃO DESCONTÁVEIS DO PERÍODO AQUISITIVO DASFÉRIAS.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 677

SÚMULA Nº 217

TEM DIREITO DE RETORNAR AO EMPREGO, OU SERINDENIZADO EM CASO DE RECUSA DO EMPREGADOR, OAPOSENTADO QUE RECUPERA A CAPACIDADE DE TRABALHODENTRO DE CINCO ANOS, A CONTAR DA APOSENTADORIA, QUESE TORNA DEFINITIVA APÓS ESSE PRAZO.

SÚMULA Nº 219

PARA A INDENIZAÇÃO DEVIDA A EMPREGADO QUE TINHADIREITO A SER READMITIDO, E NÃO FOI, LEVAM-SE EM CONTAAS VANTAGENS ADVINDAS À SUA CATEGORIA NO PERÍODO DOAFASTAMENTO.

SÚMULA Nº 220

A INDENIZAÇÃO DEVIDA A EMPREGADO ESTÁVEL, QUE NÃO ÉREADMITIDO, AO CESSAR SUA APOSENTADORIA, DEVE SERPAGA EM DOBRO.

SÚMULA Nº 229

A INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NÃO EXCLUI A DO DIREITOCOMUM, EM CASO DE DOLO OU CULPA GRAVE DOEMPREGADOR.

SÚMULA Nº 230

A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO CONTA-SE DO EXAME PERICIAL QUE COMPROVAR A ENFERMIDADE OUVERIFICAR A NATUREZA DA INCAPACIDADE.

SÚMULA Nº 232

EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, SÃO DEVIDAS DIÁRIAS

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678 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ATÉ DOZE MESES, AS QUAIS NÃO SE CONFUNDEM COM AINDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA NEM COM O AUXÍLIO-ENFERMIDADE.

SÚMULA Nº 234

SÃO DEVIDOS HONORÁRIOS DE ADVOGADO EM AÇÃO DEACIDENTE DO TRABALHO JULGADA PROCEDENTE.

SÚMULA Nº 236

EM AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO, A AUTARQUIASEGURADORA NÃO TEM ISENÇÃO DE CUSTAS.

SÚMULA Nº 237

O USUCAPIÃO PODE SER ARGUÍDO EM DEFESA.

SÚMULA Nº 238

EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO, A MULTA PELORETARDAMENTO DA LIQUIDAÇÃO É EXIGÍVEL DO SEGURADORSUB-ROGADO, AINDA QUE AUTARQUIA.

SÚMULA Nº 239

DECISÃO QUE DECLARA INDEVIDA A COBRANÇA DO IMPOSTOEM DETERMINADO EXERCÍCIO NÃO FAZ COISA JULGADA EMRELAÇÃO AOS POSTERIORES.

SÚMULA Nº 240

O DEPÓSITO PARA RECORRER, EM AÇÃO DE ACIDENTE DOTRABALHO, É EXIGÍVEL DO SEGURADOR SUB-ROGADO, AINDAQUE AUTARQUIA.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 679

SÚMULA Nº 241

A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDE SOBRE O ABONOINCORPORADO AO SALÁRIO.

SÚMULA Nº 243

EM CASO DE DUPLA APOSENTADORIA, OS PROVENTOS ACARGO DO IAPFESP NÃO SÃO EQUIPARÁVEIS AOS PAGOS PELOTESOURO NACIONAL, MAS CALCULADOS À BASE DA MÉDIASALARIAL NOS ÚLTIMOS DOZE MESES DE SERVIÇO.

SÚMULA Nº 302

ESTÁ ISENTA DA TAXA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL AIMPORTAÇÃO DE PETRÓLEO BRUTO.

SÚMULA Nº 310

QUANDO A INTIMAÇÃO TIVER LUGAR NA SEXTA-FEIRA, OU APUBLICAÇÃO COM EFEITO DE INTIMAÇÃO FOR FEITA NESSEDIA, O PRAZO JUDICIAL TERÁ INÍCIO NA SEGUNDA-FEIRAIMEDIATA, SALVO SE NÃO HOUVER EXPEDIENTE, CASO EM QUECOMEÇARÁ NO PRIMEIRO DIA ÚTIL QUE SE SEGUIR.

SÚMULA Nº 311

NO TÍPICO ACIDENTE DO TRABALHO, A EXISTÊNCIA DE AÇÃOJUDICIAL NÃO EXCLUI A MULTA PELO RETARDAMENTO DALIQUIDAÇÃO.

SÚMULA Nº 314

NA COMPOSIÇÃO DO DANO POR ACIDENTE DO TRABALHO, OUDE TRANSPORTE, NÃO É CONTRÁRIO À LEI TOMAR PARA BASEDA INDENIZAÇÃO O SALÁRIO DO TEMPO DA PERÍCIA OU DASENTENÇA.

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680 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 337

A CONTROVÉRSIA ENTRE O EMPREGADOR E O SEGURADORNÃO SUSPENDE O PAGAMENTO DEVIDO AO EMPREGADO PORACIDENTE DO TRABALHO.

SÚMULA Nº 358

O SERVIDOR PÚBLICO EM DISPONIBILIDADE TEM DIREITO AOSVENCIMENTOS INTEGRAIS DO CARGO.

SÚMULA Nº 371

FERROVIÁRIO, QUE FOI ADMITIDO COMO SERVIDORAUTÁRQUICO, NÃO TEM DIREITO A DUPLA APOSENTADORIA.

SÚMULA Nº 372

A LEI 2752, DE 10/4/1956, SOBRE DUPLA APOSENTADORIA,APROVEITA, QUANDO COUBER, A SERVIDORES APOSENTADOSANTES DE SUA PUBLICAÇÃO.

SÚMULA Nº 382

A VIDA EM COMUM SOB O MESMO TETO, “MORE UXORIO”, NÃOÉ INDISPENSÁVEL À CARACTERIZAÇÃO DO CONCUBINATO.

SÚMULA Nº 385

OFICIAL DAS FORÇAS ARMADAS SÓ PODE SER REFORMADO,EM TEMPO DE PAZ, POR DECISÃO DE TRIBUNAL MILITARPERMANENTE, RESSALVADA A SITUAÇÃO ESPECIAL DOSATINGIDOS PELO ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO DE 1937.

SÚMULA Nº 434

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 681

A CONTROVÉRSIA ENTRE SEGURADORES INDICADOS PELOEMPREGADOR NA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO NÃOSUSPENDE O PAGAMENTO DEVIDO AO ACIDENTADO.

SÚMULA Nº 439

ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OUPREVIDENCIÁRIA QUAISQUER LIVROS COMERCIAIS, LIMITADOO EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO.

SÚMULA Nº 440

OS BENEFÍCIOS DA LEGISLAÇÃO FEDERAL DE SERVIÇOS DEGUERRA NÃO SÃO EXIGÍVEIS DOS ESTADOS, SEM QUE A LEIESTADUAL ASSIM DISPONHA.

SÚMULA Nº 441

O MILITAR, QUE PASSA À INATIVIDADE COM PROVENTOSINTEGRAIS, NÃO TEM DIREITO ÀS COTAS TRIGÉSIMAS A QUESE REFERE O CÓDIGO DE VENCIMENTOS E VANTAGENS DOSMILITARES.

SÚMULA Nº 464

NO CÁLCULO DA INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DO TRABALHOINCLUI-SE, QUANDO DEVIDO, O REPOUSO SEMANALREMUNERADO.

SÚMULA Nº 465

O REGIME DE MANUTENÇÃO DE SALÁRIO, APLICÁVEL AO(IAPM) E AO (IAPETC), EXCLUI A INDENIZAÇÃO TARIFADA NALEI DE ACIDENTES DO TRABALHO, MAS NÃO O BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO.

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682 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 490

A PENSÃO CORRESPONDENTE À INDENIZAÇÃO ORIUNDA DERESPONSABILIDADE CIVIL DEVE SER CALCULADA COM BASENO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE AO TEMPO DA SENTENÇA EAJUSTAR-SE-Á ÀS VARIAÇÕES ULTERIORES.

SÚMULA Nº 491

É INDENIZÁVEL O ACIDENTE QUE CAUSE A MORTE DE FILHOMENOR, AINDA QUE NÃO EXERÇA TRABALHO REMUNERADO.

SÚMULA Nº 501

COMPETE À JUSTIÇA ORDINÁRIA ESTADUAL O PROCESSO E OJULGAMENTO, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, DAS CAUSAS DEACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE PROMOVIDAS CONTRAA UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS OUSOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.

SÚMULA Nº 529

SUBSISTE A RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELAINDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO,QUANDO O SEGURADOR, POR HAVER ENTRADO EMLIQUIDAÇÃO, OU POR OUTRO MOTIVO, NÃO SE ENCONTRAREM CONDIÇÕES FINANCEIRAS, DE EFETUAR, NA FORMA DA LEI,O PAGAMENTO QUE O SEGURO OBRIGATÓRIO VISAVAGARANTIR.

SÚMULA Nº 530

NA LEGISLAÇÃO ANTERIOR AO ART. 4º DA LEI 4749, DE 12/8/1965, A CONTRIBUIÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL NÃOESTAVA SUJEITA AO LIMITE ESTABELECIDO NO ART. 69 DA LEI3807, DE 26/8/1960, SOBRE O 13º SALÁRIO A QUE SE REFERE OART. 3º DA LEI 4281, DE 8/11/1963.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 683

SÚMULA Nº 567

A CONSTITUIÇÃO, AO ASSEGURAR, NO § 3º DO ART. 102, ACONTAGEM INTEGRAL DO TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICOFEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL PARA OS EFEITOS DEAPOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE NÃO PROÍBE À UNIÃO,AOS ESTADOS E AOS MUNICÍPIOS MANDAREM CONTAR,MEDIANTE LEI, PARA EFEITO DIVERSO, TEMPO DE SERVIÇOPRESTADO A OUTRA PESSOA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO.

SÚMULA Nº 612

AO TRABALHADOR RURAL NÃO SE APLICAM, POR ANALOGIA,OS BENEFÍCIOS PREVISTOS NA LEI 6367, DE 19/10/1976.

SÚMULA Nº 613

OS DEPENDENTES DE TRABALHADOR RURAL NÃO TÊMDIREITO À PENSÃO PREVIDENCIÁRIA, SE O ÓBITO OCORREUANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 11/1971.

SÚMULA Nº 620

A SENTENÇA PROFERIDA CONTRA AUTARQUIAS NÃO ESTÁSUJEITA A REEXAME NECESSÁRIO, SALVO QUANDOSUCUMBENTE EM EXECUÇÃO DE DÍVIDA ATIVA.

SÚMULA Nº 633

É INCABÍVEL A CONDENAÇÃO EM VERBA HONORÁRIA NOSRECURSOS EXTRAORDINÁRIOS INTERPOSTOS EM PROCESSOTRABALHISTA, EXCETO NAS HIPÓTESES PREVISTAS NA LEI 5584/1970.

SÚMULA Nº 635

CABE AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIR O

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684 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM RECURSO EXTRAORDINÁRIOAINDA PENDENTE DO SEU JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

SÚMULA Nº 636

NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR CONTRARIEDADEAO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE, QUANDO ASUA VERIFICAÇÃO PRESSUPONHA REVER A INTERPRETAÇÃODADA A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PELA DECISÃORECORRIDA.

SÚMULA Nº 640

É CABÍVEL RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA DECISÃOPROFERIDA POR JUIZ DE PRIMEIRO GRAU NAS CAUSAS DEALÇADA, OU POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO ESPECIALCÍVEL E CRIMINAL.

SÚMULA Nº 644

AO TITULAR DO CARGO DE PROCURADOR DE AUTARQUIA NÃOSE EXIGE A APRESENTAÇÃO DE INSTRUMENTO DE MANDATOPARA REPRESENTÁ-LA EM JUÍZO.

SÚMULA Nº 651

A MEDIDA PROVISÓRIA NÃO APRECIADA PELO CONGRESSONACIONAL PODIA, ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL 32/2001,SER REEDITADA DENTRO DO SEU PRAZO DE EFICÁCIA DETRINTA DIAS, MANTIDOS OS EFEITOS DE LEI DESDE A PRIMEIRAEDIÇÃO.

SÚMULA Nº 655

A EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 100, “CAPUT”, DACONSTITUIÇÃO, EM FAVOR DOS CRÉDITOS DE NATUREZA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 685

ALIMENTÍCIA, NÃO DISPENSA A EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO,LIMITANDO-SE A ISENTÁ-LOS DA OBSERVÂNCIA DA ORDEMCRONOLÓGICA DOS PRECATÓRIOS DECORRENTES DECONDENAÇÕES DE OUTRA NATUREZA.

SÚMULA Nº 658

SÃO CONSTITUCIONAIS OS ARTS. 7º DA LEI 7787/1989 E 1º DALEI 7894/1989 E DA LEI 8147/1990, QUE MAJORARAM A ALÍQUOTADO FINSOCIAL, QUANDO DEVIDA A CONTRIBUIÇÃO POREMPRESAS DEDICADAS EXCLUSIVAMENTE À PRESTAÇÃO DESERVIÇOS.

SÚMULA Nº 659

É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA COFINS, DO PIS E DO FINSOCIALSOBRE AS OPERAÇÕES RELATIVAS A ENERGIA ELÉTRICA,SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, DERIVADOS DE PETRÓLEO,COMBUSTÍVEIS E MINERAIS DO PAÍS.

SÚMULA Nº 669

NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DAOBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DAANTERIORIDADE.

SÚMULA Nº 671

OS SERVIDORES PÚBLICOS E OS TRABALHADORES EM GERALTÊM DIREITO, NO QUE CONCERNE À URP DE ABRIL/MAIO DE1988, APENAS AO VALOR CORRESPONDENTE A 7/30 DE 16,19%SOBRE OS VENCIMENTOS E SALÁRIOS PERTINENTES AOSMESES DE ABRIL E MAIO DE 1988, NÃO CUMULATIVAMENTE,DEVIDAMENTE CORRIGIDO ATÉ O EFETIVO PAGAMENTO.

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686 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 672

O REAJUSTE DE 28,86%, CONCEDIDO AOS SERVIDORESMILITARES PELAS LEIS 8622/1993 E 8627/1993, ESTENDE-SE AOSSERVIDORES CIVIS DO PODER EXECUTIVO, OBSERVADAS ASEVENTUAIS COMPENSAÇÕES DECORRENTES DOS REAJUSTESDIFERENCIADOS CONCEDIDOS PELOS MESMOS DIPLOMASLEGAIS.

SÚMULA Nº 676

A GARANTIA DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA PREVISTA NO ART.10, II, “A”, DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAISTRANSITÓRIAS, TAMBÉM SE APLICA AO SUPLENTE DO CARGODE DIREÇÃO DE COMISSÕES INTERNAS DE PREVENÇÃO DEACIDENTES (CIPA).

SÚMULA Nº 678

SÃO INCONSTITUCIONAIS OS INCISOS I E III DO ART. 7º DA LEI8162/1991, QUE AFASTAM, PARA EFEITO DE ANUÊNIO E DELICENÇA-PRÊMIO, A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇOREGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DOSSERVIDORES QUE PASSARAM A SUBMETER-SE AO REGIMEJURÍDICO ÚNICO.

SÚMULA Nº 687

A REVISÃO DE QUE TRATA O ART. 58 DO ATO DAS DISPOSIÇÕESCONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS NÃO SE APLICA AOSBENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS CONCEDIDOS APÓS APROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988.

SÚMULA Nº 688

É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA SOBRE O 13º SALÁRIO.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 687

SÚMULA Nº 689

O SEGURADO PODE AJUIZAR AÇÃO CONTRA A INSTITUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA PERANTE O JUÍZO FEDERAL DO SEUDOMICÍLIO OU NAS VARAS FEDERAIS DA CAPITAL DO ESTADO-MEMBRO.

SÚMULA Nº 726

PARA EFEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSORES,NÃO SE COMPUTA O TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO FORA DASALA DE AULA.

SÚMULA Nº 729

A DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE NÃOSE APLICA À ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM CAUSA DENATUREZA PREVIDENCIÁRIA.

SÚMULA Nº 730

A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONFERIDA A INSTITUIÇÕES DEASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150,VI, “C”, DA CONSTITUIÇÃO, SOMENTE ALCANÇA AS ENTIDADESFECHADAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA SE NÃO HOUVERCONTRIBUIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS.

SÚMULA Nº 731

PARA FIM DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL, É DE INTERESSE GERAL DAMAGISTRATURA A QUESTÃO DE SABER SE, EM FACE DA LEIORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL, OS JUÍZES TÊMDIREITO À LICENÇA-PRÊMIO.

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688 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 736

COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO JULGAR AS AÇÕES QUETENHAM COMO CAUSA DE PEDIR O DESCUMPRIMENTO DENORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENEE SAÚDE DOS TRABALHADORES.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 689

STF – Supremo Tribunal Federal

SÚMULAS VINCULANTES

SÚMULA VINCULANTE Nº 3

NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃOASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESAQUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OUREVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE OINTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADEDO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA,REFORMA E PENSÃO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 4

SALVO NOS CASOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO, O SALÁRIOMÍNIMO NÃO PODE SER USADO COMO INDEXADOR DE BASEDE CÁLCULO DE VANTAGEM DE SERVIDOR PÚBLICO OU DEEMPREGADO, NEM SER SUBSTITUÍDO POR DECISÃO JUDICIAL.

SÚMULA VINCULANTE Nº 5

A FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NO PROCESSOADMINISTRATIVO DISCIPLINAR NÃO OFENDE ACONSTITUIÇÃO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 6

NÃO VIOLA A CONSTITUIÇÃO O ESTABELECIMENTO DE

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690 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO PARA ASPRAÇAS PRESTADORAS DE SERVIÇO MILITAR INICIAL.

SÚMULA VINCULANTE Nº 7

A NORMA DO §3º DO ARTIGO 192 DA CONSTITUIÇÃO,REVOGADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 40/2003, QUELIMITAVA A TAXA DE JUROS REAIS A 12% AO ANO, TINHA SUAAPLICAÇÃO CONDICIONADA À EDIÇÃO DE LEICOMPLEMENTAR.

SÚMULA VINCULANTE Nº 8

SÃO INCONSTITUCIONAIS O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO5º DO DECRETO-LEI Nº 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA LEINº 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DECRÉDITO TRIBUTÁRIO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 14

É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO,TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁDOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIOREALIZADO POR ÓRGÃO COM COMPETÊNCIA DE POLÍCIAJUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DEDEFESA.

SÚMULA VINCULANTE Nº 15

O CÁLCULO DE GRATIFICAÇÕES E OUTRAS VANTAGENS DOSERVIDOR PÚBLICO NÃO INCIDE SOBRE O ABONO UTILIZADOPARA SE ATINGIR O SALÁRIO MÍNIMO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 16

OS ARTIGOS 7º, IV, E 39, § 3º (REDAÇÃO DA EC 19/98), DA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 691

CONSTITUIÇÃO, REFEREM-SE AO TOTAL DA REMUNERAÇÃOPERCEBIDA PELO SERVIDOR PÚBLICO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 17

DURANTE O PERÍODO PREVISTO NO PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO100 DA CONSTITUIÇÃO, NÃO INCIDEM JUROS DE MORA SOBREOS PRECATÓRIOS QUE NELE SEJAM PAGOS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 20

A GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICO-ADMINISTRATIVA – GDATA, INSTITUÍDA PELA LEI Nº 10.404/2002,DEVE SER DEFERIDA AOS INATIVOS NOS VALORESCORRESPONDENTES A 37,5 (TRINTA E SETE VÍRGULA CINCO)PONTOS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A MAIO DE 2002 E, NOSTERMOS DO ARTIGO 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.404/2002, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2002 ATÉ A CONCLUSÃO DOSEFEITOS DO ÚLTIMO CICLO DE AVALIAÇÃO A QUE SE REFEREO ARTIGO 1º DA MEDIDA PROVISÓRIA NO 198/2004, A PARTIRDA QUAL PASSA A SER DE 60 (SESSENTA) PONTOS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 22

A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA PROCESSAR EJULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EPATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHOPROPOSTAS POR EMPREGADO CONTRA EMPREGADOR,INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA NÃO POSSUÍAM SENTENÇADE MÉRITO EM PRIMEIRO GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃODA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/04.

SÚMULA VINCULANTE Nº 24

NÃO SE TIPIFICA CRIME MATERIAL CONTRA A ORDEM

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692 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

TRIBUTÁRIA, PREVISTO NO ART. 1º, INCISOS I A IV, DA LEI Nº8.137/90, ANTES DO LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 28

É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIOCOMO REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DE AÇÃO JUDICIAL NAQUAL SE PRETENDA DISCUTIR A EXIGIBILIDADE DE CRÉDITOTRIBUTÁRIO.

SÚMULA VINCULANTE Nº 29

É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DETAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULOPRÓPRIA DE DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJAINTEGRAL IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA.

SÚMULA VINCULANTE Nº 30 - SUSPENSA

SÚMULA VINCULANTE Nº 31

É INCONSTITUCIONAL A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRESERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS SOBRE OPERAÇÕESDE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS.

SÚMULA VINCULANTE Nº 32

O ICMS NÃO INCIDE SOBRE ALIENAÇÃO DE SALVADOS DESINISTRO PELAS SEGURADORAS.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 693

STJ – Superior Tribunal de Justiça

SÚMULA Nº 3

COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DIRIMIRCONFLITO DE COMPETENCIA VERIFICADO, NA RESPECTIVAREGIÃO, ENTRE JUIZ FEDERAL E JUIZ ESTADUAL INVESTIDO DEJURISDIÇÃO FEDERAL.

SÚMULA Nº 15

COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR OSLITIGIOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO.

SÚMULA Nº 24

APLICA-SE AO CRIME DE ESTELIONATO, EM QUE FIGURE COMOVÍTIMA ENTIDADE AUTÁRQUICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, AQUALIFICADORA DO § 3º, DO ART. 171 DO CODIGO PENAL.

SÚMULA 32

COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR JUSTIFICAÇÕESJUDICIAIS DESTINADAS A INSTRUIR PEDIDOS PERANTEENTIDADES QUE NELA TEM EXCLUSIVIDADE DE FORO,RESSALVADA A APLICAÇÃO DO ART. 15, IIDA LEI 5010/66.

SÚMULA 44

A DEFINIÇÃO, EM ATO REGULAMENTAR, DE GRAU MINIMO DEDISACUSIA, NÃO EXCLUI, POR SI SO, A CONCESSÃO DOBENEFICIO PREVIDENCIARIO.

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694 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 62

COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O CRIMEDE FALSA ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO EPREVIDÊNCIA SOCIAL, ATRIBUIDO A EMPRESA PRIVADA.

SÚMULA 65

O CANCELAMENTO, PREVISTO NO ART. 29 DO DECRETO-LEI2.303, DE 21.11.86, NÃO ALCANÇA OS DEBITOSPREVIDENCIARIOS.

SÚMULA 68

A PARCELA RELATIVA AO ICM INCLUI-SE NA BASE DE CALCULODO PIS.

SÚMULA 77

A CAIXA ECONOMICA FEDERAL E PARTE ILEGITIMA PARAFIGURAR NO PÓLO PASSIVO DAS AÇÕES RELATIVAS ASCONTRIBUIÇÕES PARA O FUNDO PIS/PASEP.

SÚMULA 85

NAS RELAÇÕES JURIDICAS DE TRATO SUCESSIVO EM QUE AFAZENDA PÚBLICA FIGURE COMO DEVEDORA, QUANDO NÃOTIVER SIDO NEGADO O PRÓPRIO DIREITO RECLAMADO, APRESCRIÇÃO ATINGE APENAS AS PRESTAÇÕES VENCIDASANTES DO QUINQUENIO ANTERIOR A PROPOSITURA DA AÇÃO.

SÚMULA 89

A AÇÃO ACIDENTARIA PRESCINDE DO EXAURIMENTO DA VIAADMINISTRATIVA.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 695

SÚMULA 94

A PARCELA RELATIVA AO ICMS INCLUI-SE NA BASE DECÁLCULO DO FINSOCIAL.

SÚMULA 107

COMPETE A JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PROCESSAR E JULGARCRIME DE ESTELIONATO PRATICADO MEDIANTE FALSIFICAÇÃODAS GUIAS DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕESPREVIDENCIARIAS, QUANDO NÃO OCORRENTE LESÃO AAUTARQUIA FEDERAL.

SÚMULA 110

A ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE HONORARIOS ADVOCATICIOS,NAS AÇÕES ACIDENTARIAS, E RESTRITA AO SEGURADO.

SÚMULA 111

OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, NAS AÇÕESPREVIDENCIÁRIAS, NÃO INCIDEM SOBRE PRESTAÇÕESVENCIDAS APÓS A SENTENÇA

SÚMULA 144

OS CREDITOS DE NATUREZA ALIMENTICIA GOZAM DEPREFERENCIA, DESVINCULADOS OS PRECATORIOS DA ORDEMCRONOLOGICA DOS CREDITOS DE

NATUREZA DIVERSA.

SÚMULA 146

O SEGURADO, VITIMA DE NOVO INFORTUNIO, FAZ JUS A UMÚNICO BENEFÍCIO SOMADO AO SALARIO DE CONTRIBUIÇÃOVIGENTE NO DIA DO ACIDENTE.

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696 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 148

OS DEBITOS RELATIVOS A BENEFICIO PREVIDENCIARIO,VENCIDOS E COBRADOS EM JUIZO APOS A VIGENCIA DA LEINR. 6.899/81 DEVEM SER CORRIGIDOS MONETARIAMENTE NAFORMA PREVISTA NESSE DIPLOMA LEGAL.

SÚMULA 149

A PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL NÃO BASTA ACOMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURICOLA, PARA EFEITO DAOBTENÇÃO DE BENEFICIO PREVIDENCIARIO.

SÚMULA 150

COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL DECIDIR SOBRE A EXISTENCIADE INTERESSE JURIDICO QUE JUSTIFIQUE A PRESENÇA, NOPROCESSO, DA UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS OU EMPRESASPUBLICAS.

SÚMULA 159

O BENEFICIO ACIDENTARIO, NO CASO DE CONTRIBUINTE QUEPERCEBA REMUNERAÇÃO VARIAVEL, DEVE SER CALCULADOCOM BASE NA MEDIA ARITMETICA DOS ULTIMOS DOZE MESESDE CONTRIBUIÇÃO.

SÚMULA 161

E DA COMPETENCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL AUTORIZAR OLEVANTAMENTO DOS VALORES RELATIVOS AO PIS / PASEP EFGTS, EM DECORRENCIA DO FALECIMENTO DO TITULAR DACONTA.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 697

SÚMULA 175

DESCABE O DEPOSITO PREVIO NAS AÇÕES RESCISORIASPROPOSTAS PELO INSS.

SÚMULA 178

O INSS NÃO GOZA DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS EEMOLUMENTOS, NAS AÇÕES ACIDENTARIAS E DE BENEFICIOS,PROPOSTAS NA JUSTIÇA ESTADUAL.

SÚMULA 179

O ESTABELECIMENTO DE CREDITO QUE RECEBE DINHEIRO, EMDEPOSITO JUDICIAL, RESPONDE PELO PAGAMENTO DACORREÇÃO MONETARIA RELATIVA AOS VALORESRECOLHIDOS.

SÚMULA 201

OS HONORARIOS ADVOCATICIOS NÃO PODEM SER FIXADOSEM SALÁRIOS-MÍNIMOS.

SÚMULA 203

NÃO CABE RECURSO ESPECIAL CONTRA DECISÃO PROFERIDAPOR ÓRGÃO DE SEGUNDO GRAU DOS JUIZADOS ESPECIAIS.

SÚMULA 204

OS JUROS DE MORA NAS AÇÕES RELATIVAS A BENEFICIOSPREVIDENCIARIOS INCIDEM A PARTIR DA CITAÇÃO VALIDA.

SÚMULA 212

A COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS NÃO PODE SER

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698 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEFERIDA EM AÇÃO CAUTELAR OU POR MEDIDA LIMINARCAUTELAR OU ANTECIPATÓRIA.

SÚMULA 213

O MANDADO DE SEGURANÇA CONSTITUI AÇÃO ADEQUADAPARA A DECLARAÇÃO DO DIREITO À COMPENSAÇÃOTRIBUTÁRIA.

SÚMULA 226

O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRERNA AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE OSEGURADO ESTEJA ASSISTIDO POR ADVOGADO.

SÚMULA 242

CABE AÇÃO DECLARATÓRIA PARA RECONHECIMENTO DETEMPO DE SERVIÇO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS.

SÚMULA 254

A DECISÃO DO JUÍZO FEDERAL QUE EXCLUI DA RELAÇÃOPROCESSUAL ENTE FEDERAL NÃO PODE SER REEXAMINADA NOJUÍZO ESTADUAL.

SÚMULA 272

O TRABALHADOR RURAL, NA CONDIÇÃO DE SEGURADOESPECIAL, SUJEITO À CONTRIBUIÇÃO OBRIGATÓRIA SOBRE APRODUÇÃO RURAL COMERCIALIZADA, SOMENTE FAZ JUS ÀAPOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO, SE RECOLHERCONTRIBUIÇÕES FACULTATIVAS.

SÚMULA 278

O TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL, NA AÇÃO DE

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 699

INDENIZAÇÃO, É A DATA EM QUE O SEGURADO TEVE CIÊNCIAINEQUÍVOCA DA INCAPACIDADE LABORAL.

SÚMULA 289

A RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS A PLANO DEPREVIDÊNCIA PRIVADA DEVE SER OBJETO DE CORREÇÃOPLENA, POR ÍNDICE QUE RECOMPONHA A EFETIVADESVALORIZAÇÃO DA MOEDA.

SÚMULA 290

NOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, NÃO CABE AOBENEFICIÁRIO A DEVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO EFETUADAPELO PATROCINADOR.

SÚMULA 291

A AÇÃO DE COBRANÇA DE PARCELAS DE COMPLEMENTAÇÃODE APOSENTADORIA PELA PREVIDÊNCIA PRIVADA PRESCREVEEM CINCO ANOS.

SÚMULA 302

É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDEQUE LIMITA NO TEMPO A INTERNAÇÃO HOSPITALAR DOSEGURADO.

SÚMULA 306

OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DEVEM SER COMPENSADOSQUANDO HOUVER SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA, ASSEGURADOO DIREITO AUTÔNOMO DO ADVOGADO À EXECUÇÃO DOSALDO SEM EXCLUIR A LEGITIMIDADE DA PRÓPRIA PARTE.

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700 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 310

O AUXÍLIO-CRECHE NÃO INTEGRA O SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.

SÚMULA 311

OS ATOS DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL QUE DISPONHAMSOBRE PROCESSAMENTO E PAGAMENTO DE PRECATÓRIO NÃOTÊM CARÁTER JURISDICIONAL.

SÚMULA 321

O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR É APLICÁVEL ÀRELAÇÃO JURÍDICA ENTRE A ENTIDADE DE PREVIDÊNCIAPRIVADA E SEUS PARTICIPANTES.

SÚMULA 325

A REMESSA OFICIAL DEVOLVE AO TRIBUNAL O REEXAME DETODAS AS PARCELAS DA CONDENAÇÃO SUPORTADAS PELAFAZENDA PÚBLICA, INCLUSIVE DOS HONORÁRIOS DEADVOGADO.

SÚMULA 326

NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, ACONDENAÇÃO EM MONTANTE INFERIOR AO POSTULADO NAINICIAL NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.

SÚMULA 336

A MULHER QUE RENUNCIOU AOS ALIMENTOS NA SEPARAÇÃOJUDICIAL TEM DIREITO À PENSÃO PREVIDENCIÁRIA POR MORTEDO EX-MARIDO, COMPROVADA A NECESSIDADE ECONÔMICASUPERVENIENTE.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 701

SÚMULA 340

A LEI APLICÁVEL À CONCESSÃO DE PENSÃO PREVIDENCIÁRIAPOR MORTE É AQUELA VIGENTE NA DATA DO ÓBITO DOSEGURADO.

SÚMULA 349

COMPETE À JUSTIÇA FEDERAL OU AOS JUÍZES COMCOMPETÊNCIA DELEGADA O JULGAMENTO DAS EXECUÇÕESFISCAIS DE CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS PELO EMPREGADOR AOFGTS.

SÚMULA 351

A ALÍQUOTA DE CONTRIBUIÇÃO PARA O SEGURO DE ACIDENTEDO TRABALHO (SAT) É AFERIDA PELO GRAU DE RISCODESENVOLVIDO EM CADA EMPRESA, INDIVIDUALIZADA PELOSEU CNPJ, OU PELO GRAU DE RISCO DA ATIVIDADEPREPONDERANTE QUANDO HOUVER APENAS UM REGISTRO.

SÚMULA 352

A OBTENÇÃO OU A RENOVAÇÃO DO CERTIFICADO DEENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CEBAS) NÃOEXIME A ENTIDADE DO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOSLEGAIS SUPERVENIENTES.

SÚMULA 358

O CANCELAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA DE FILHO QUEATINGIU A MAIORIDADE ESTÁ SUJEITO À DECISÃO JUDICIAL,MEDIANTE CONTRADITÓRIO, AINDA QUE NOS PRÓPRIOSAUTOS.

Page 702: Manual Forense Previdenciário

702 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 365

A INTERVENÇÃO DA UNIÃO COMO SUCESSORA DA REDEFERROVIÁRIA FEDERAL S/A (RFFSA) DESLOCA A COMPETÊNCIAPARA A JUSTIÇA FEDERAL AINDA QUE A SENTENÇA TENHASIDO PROFERIDA POR JUÍZO ESTADUAL.

SÚMULA 367

A COMPETÊNCIA ESTABELECIDA PELA EC N. 45/2004 NÃOALCANÇA OS PROCESSOS JÁ SENTENCIADOS.

SÚMULA 390

NAS DECISÕES POR MAIORIA, EM REEXAME NECESSÁRIO, NÃOSE ADMITEM EMBARGOS INFRINGENTES.

SÚMULA 392

A FAZENDA PÚBLICA PODE SUBSTITUIR A CERTIDÃO DEDÍVIDA ATIVA (CDA) ATÉ A PROLAÇÃO DA SENTENÇA DEEMBARGOS, QUANDO SE TRATAR DE CORREÇÃO DE ERROMATERIAL OU FORMAL, VEDADA A MODIFICAÇÃO DO SUJEITOPASSIVO DA EXECUÇÃO.

SÚMULA 398

A PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PARA PLEITEAR OS JUROSPROGRESSIVOS SOBRE OS SALDOS DE CONTA VINCULADA DOFGTS NÃO ATINGE O FUNDO DE DIREITO, LIMITANDO-SE ÀSPARCELAS VENCIDAS.

SÚMULA 406

A FAZENDA PÚBLICA PODE RECUSAR A SUBSTITUIÇÃO DO BEMPENHORADO POR PRECATÓRIO.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 703

SÚMULA 409

EM EXECUÇÃO FISCAL, A PRESCRIÇÃO OCORRIDA ANTES DAPROPOSITURA DA AÇÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO (ART.219, § 5º, DO CPC).

SÚMULA 414

A CITAÇÃO POR EDITAL NA EXECUÇÃO FISCAL É CABÍVELQUANDO FRUSTRADAS AS DEMAIS MODALIDADES.

SÚMULA 416

É DEVIDA A PENSÃO POR MORTE AOS DEPENDENTES DOSEGURADO QUE, APESAR DE TER PERDIDO ESSA QUALIDADE,PREENCHEU OS REQUISITOS LEGAIS PARA A OBTENÇÃO DEAPOSENTADORIA ATÉ A DATA DO SEU ÓBITO.

SÚMULA 418

É INADMISSÍVEL O RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO ANTES DAPUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,SEM POSTERIOR RATIFICAÇÃO.

SÚMULA 423

A CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADESOCIAL – COFINS INCIDE SOBRE AS RECEITAS PROVENIENTESDAS OPERAÇÕES DE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS.

SÚMULA 425

A RETENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIALPELO TOMADOR DO SERVIÇO NÃO SE APLICA ÀS EMPRESASOPTANTES PELO SIMPLES.

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704 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 427

A AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇAS DE VALORES DECOMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA PRESCREVE EMCINCO ANOS CONTADOS DA DATA DO PAGAMENTO.

SÚMULA 428

COMPETE AO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DECIDIR OSCONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE JUIZADO ESPECIALFEDERAL E JUÍZO FEDERAL DA MESMA SEÇÃO JUDICIÁRIA.

SÚMULA 429

A CITAÇÃO POSTAL, QUANDO AUTORIZADA POR LEI, EXIGE OAVISO DE RECEBIMENTO.

SÚMULA 437

A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIOSUPERIOR A QUINHENTOS MIL REAIS PARA OPÇÃO PELO REFISPRESSUPÕE A HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA DO COMITÊ GESTORE A CONSTITUIÇÃO DE GARANTIA POR MEIO DOARROLAMENTO DE BENS.

SÚMULA 445

AS DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA RESULTANTES DEEXPURGOS INFLACIONÁRIOS SOBRE OS SALDOS DE FGTS TÊMCOMO TERMO INICIAL A DATA EM QUE DEVERIAM TER SIDOCREDITADAS.

SÚMULA 456

É INCABÍVEL A CORREÇÃO MONETÁRIA DOS SALÁRIOS DECONTRIBUIÇÃO CONSIDERADOS NO CÁLCULO DO SALÁRIO DEBENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, APOSENTADORIA POR

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 705

INVALIDEZ, PENSÃO OU AUXÍLIO-RECLUSÃO CONCEDIDOSANTES DA VIGÊNCIA DA CF/1988.

SÚMULA 458

A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDE SOBRE ACOMISSÃO PAGA AO CORRETOR DE SEGUROS.

SÚMULA 459

A TAXA REFERENCIAL (TR) É O ÍNDICE APLICÁVEL, A TÍTULODE CORREÇÃO MONETÁRIA, AOS DÉBITOS COM O FGTSRECOLHIDOS PELO EMPREGADOR, MAS NÃO REPASSADOS AOFUNDO.

SÚMULA 462

NAS AÇÕES EM QUE REPRESENTA O FGTS, A CEF, QUANDOSUCUMBENTE, NÃO ESTÁ ISENTA DE REEMBOLSAR AS CUSTASANTECIPADAS PELA PARTE VENCEDORA.

SÚMULA 466

O TITULAR DA CONTA VINCULADA AO FGTS TEM O DIREITODE SACAR O SALDO RESPECTIVO QUANDO DECLARADO NULOSEU CONTRATO DE TRABALHO POR AUSÊNCIA DE PRÉVIAAPROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.

SÚMULA 468

A BASE DE CÁLCULO DO PIS, ATÉ A EDIÇÃO DA MP N. 1.212/1995, ERA O FATURAMENTO OCORRIDO NO SEXTO MÊSANTERIOR AO DO FATO GERADOR.

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706 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA 469

APLICA-SE O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AOSCONTRATOS DE PLANO DE SAÚDE.

SÚMULA 470

O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARAPLEITEAR, EM AÇÃOCIVIL PÚBLICA,A INDENIZAÇÃODECORRENTE DO DPVAT EM BENEFÍCIO DOSEGURADO.

SÚMULA 474

A INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT,EM CASO DE INVALIDEZPARCIAL DOBENEFICIÁRIO,SERÁ PAGA DE FORMAPROPORCIONAL AO GRAU DA INVALIDEZ.

SÚMULA 483

O INSS NÃO ESTÁ OBRIGADO A EFETUAR DEPÓSITO PRÉVIODO PREPARO PORGOZAR DAS PRERROGATIVAS E PRIVILÉGIOSDA FAZENDA PÚBLICA.

SÚMULA 489

RECONHECIDA A CONTINÊNCIA, DEVEM SER REUNIDAS NAJUSTIÇA FEDERAL ASAÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS NESTAE NA JUSTIÇA ESTADUAL.

SÚMULA 490

A DISPENSA DE REEXAME NECESSÁRIO, QUANDO O VALOR DACONDENAÇÃO OU DODIREITO CONTROVERTIDO FORINFERIORA SESSENTA SALÁRIOS MÍNIMOS, NÃOSE APLICA A SENTENÇASILÍQUIDAS.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 707

SÚMULA 494

O BENEFÍCIO FISCAL DO RESSARCIMENTO DO CRÉDITOPRESUMIDO DO IPIRELATIVO ÀS EXPORTAÇÕES INCIDE MESMOQUANDO AS MATÉRIAS-PRIMAS OUOS INSUMOS SEJAMADQUIRIDOS DE PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA NÃO

CONTRIBUINTE DO PIS/PASEP.

SÚMULA 498

NÃO INCIDE IMPOSTO DE RENDA SOBRE A INDENIZAÇÃO PORDANOS MORAIS.

SÚMULA 499

AS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS ESTÃO SUJEITAS ÀSCONTRIBUIÇÕESAO SESC E SENAC, SALVO SE INTEGRADASNOUTRO SERVIÇO SOCIAL.

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708 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Page 709: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 709

Extinto TFR – Tribunal Federal de Recursos

SÚMULA Nº 8

Concessão da Dupla Aposentadoria - Ferroviário da Estrada de FerroCentral do Brasil - Modificações e Melhorias Funcionais - Nãoconstitui obstáculo a concessão da dupla aposentadoria de que trata aLei nº 2.752-1956, Art. 1º e parágrafo único, em favor de ferroviário daestrada de ferro Central do Brasil, o fato de deter a condição deextranumerário da União Federal a data da autarquização da referidaestrada, e nessa situação ter sido posto a sua disposição, nela obtendomodificações e melhorias funcionais.

SÚMULA Nº 9

Aumento - Funcionários Aposentados Anteriormente a Implantaçãodo Plano de Classificação de Cargos – Incidência - O aumento de30% do Decreto-Lei n.1.348, de 1974, no que respeita aos funcionáriosaposentados anteriormente a implantação do plano de classificaçãode cargos, incide sobre a totalidade dos respectivos proventos.

SÚMULA Nº 29

Certificados de Quitação e de Regularidade Pendente de Decisão -Via Administrativa - Débito Levantado -Os certificados de quitação ede regularidade não podem ser negados, enquanto pendente de decisão,na via administrativa, o débito levantado.

SÚMULA Nº 38

Certificados de Quitação e de Regularidade - Débito Tributário - Oscertificados de quitação e de regularidade de situação não podem ser

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710 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

negados, se o débito estiver garantido por penhora regular (CTN, Art.206).

SÚMULA Nº 50

Aposentadoria pelo Tesouro Nacional o Ferroviário da Antiga “TheGreat Western of Brazil Railway Company Limited” - Tem direito,em tese, a aposentadoria pelo tesouro nacional o ferroviário da antiga“The Great Western of Brazil Railway Company Limited” que tenhanela ingressado antes da encampação, passando para a Rede FerroviáriaFederal na condição de servidor cedido.

SÚMULA Nº 53

Competência - Processo e Julgamento - Direito de Família -Reivindicação de Benefícios Previdenciários -Compete à JustiçaEstadual processar e julgar questões pertinentes ao direito de família,ainda que estas objetivem reivindicação de benefícios previdenciários.

SÚMULA Nº 56

Aposentadoria Estatutária - Ferroviário Servidor da AdministraçãoDireta - Faz jus a aposentadoria estatutária o ferroviário servidor daadministração direta que haja optado pelo regime da CLT apósimplementar 35 (trinta e cinco) anos de serviço efetivo.

SÚMULA Nº 57

Reversão da Pensão Previdenciária - Ato Ilícito - É cabível a reversãoda pensão previdenciária e daquela decorrente de ato ilícito aos demaisbeneficiários, em caso de morte do respectivo titular ou a sua perdapor força de impedimento legal.

SÚMULA Nº 63

Pensão da Previdência Social - Cumulação – Cabimento - A pensão

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 711

de que trata o Art. 242, da Lei n 1.711, de 1952, não se confunde coma que decorre de filiação do falecido funcionário ao regime daPrevidência Social (LOPS). E cabível sua cumulação, preenchidos osrequisitos legais exigidos.

SÚMULA Nº 64

Acordo em Desquite - Dispensa Alimentos - Pensão Decorrente doÓbito - A mulher que dispensou, no acordo de desquite, a prestaçãode alimentos, conserva, não obstante, o direito a pensão decorrente doóbito do marido, desde que comprovada a necessidade do benefício.

SÚMULA Nº 71

Correção Monetária - Prestações de Benefícios Previdenciários emAtraso - A correção monetária incide sobre as prestações de benefíciosprevidenciários em atraso, observado o critério do salário mínimovigente na época da liquidação da obrigação.

SÚMULA Nº 73

Certificado de Quitação ou de Regularidade de Situação dosMunicípios - Exigência – Cabimento - Não cabe exigir dos Municípioso certificado de quitação, ou de regularidade de situação.

SÚMULA Nº 78

Ação no Prazo - Demora na Citação Inerente ao Mecanismo da Justiça- Arguição de Prescrição - Proposta a ação no prazo fixado para o seuexercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismoda justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição.

SÚMULA Nº 84

Aposentadoria - Ex-Combatentes - Cálculo dos Proventos - Aaposentadoria assegurada no Art.197, letra “c”, da Constituição Federal,

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712 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

aos ex-combatentes, submete-se, quanto ao cálculo dos proventos, aoscritérios da legislação previdenciária, ressalvada a situação daquelesque, na vigência da Lei nº 4.297, de 1963, preencheram as condiçõesnela previstas.

SÚMULA Nº 85

Contribuição Previdenciária da Empresa por Serviços Prestados peloTrabalhador Autônomo - A contribuição previdenciária da empresa,por serviços prestados pelo trabalhador autônomo, passou a ser devidaa partir da vigência do Decreto-Lei nº 959, de 13.10.69.

SÚMULA Nº 91

Reajuste do Abono de Permanência - Critério das Variações do Salário– Vigência - O reajuste do abono de permanência, a partir da vigênciado Decreto-Lei nº 795, de 1969, obedece ao critério das variações dosalário.

SÚMULA Nº 93

Multa - Atraso no Pagamento das Contribuições Previdenciárias -Pessoas de Direito Público - A multa decorrente do atraso no pagamentodas contribuições previdenciárias não e aplicável às pessoas de direitopúblico.

SÚMULA Nº 94

Despesas com Assistência Médico-Hospitalar - Acidente de Trânsito- Sub-Rogação do INPS - Seguro Obrigatório - Provadas as despesascom assistência médico-hospitalar prestada assegurada, vitima deacidente de transito, tem o INPS direito a sub-rogação perante aseguradora responsável pelo seguro obrigatório.

Page 713: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 713

SÚMULA Nº 104

Amparo - Ex-Combatente - Teatro de Operações Bélicas da Itália - ALei 2.579, de 1955, somente ampara o ex-combatente que tenha servidono teatro de operações bélicas da Itália.

SÚMULA Nº 107

Ação de Cobrança do Crédito Previdenciário Contra a FazendaPública - Prescrição Quinquenal - A ação de cobrança do créditoprevidenciário contra a Fazenda Pública está sujeita a prescriçãoquinquenal estabelecida no Decreto nº 20.910, de 1932.

SÚMULA Nº 108

Constituição do Crédito Previdenciário - Prazo de Decadência - AConstituição do crédito previdenciário esta sujeita ao prazo dedecadência de cinco anos.

SÚMULA Nº 122

Companheira - Pensão do Segurado Falecido - A companheira,atendidos os requisitos legais, faz jus a pensão do segurado falecido,quer em concorrência com os filhos do casal, quer em sucessão a estes,não constituindo obstáculo a ocorrência do óbito antes da vigência doDecreto-Lei 66, de 1966.

SÚMULA Nº 126

Cobrança de Crédito Previdenciário - Execução de Contrato deConstrução de Obra - Na cobrança de crédito previdenciário,proveniente da execução de contrato de construção de obra, oproprietário, dono da obra ou condômino de unidade imobiliária,somente será acionado quando não for possível lograr do construtor,através de execução contra ele intentada a respectiva liquidação.

Page 714: Manual Forense Previdenciário

714 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 144

Para que faça jus a isenção da quota patronal relativa as contribuiçõesprevidenciárias, e indispensável comprove a entidade filantrópica tersido declarada de utilidade pública por Decreto federal.

SÚMULA Nº 146

A “quota de previdência” relativa aos serviços prestados pelos Estados,Municípios e suas Autarquias incide sobre tarifas ou preços públicos,mesmo no regime anterior ao Decreto-Lei 1.505, de 1976, não atingindo,porém, as taxas, entendidas estas na restrita acepção de espécie dogênero tributo.

SÚMULA Nº 159

É legitima a divisão da pensão previdenciária entre a esposa e acompanheira, atendidos os requisitos exigidos.

SÚMULA Nº 160

A suspeita de fraude na concessão de benefício previdenciário, nãoenseja, de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependerá deapuração em procedimento administrativo.

SÚMULA Nº 167

A contribuição previdenciária não incide sobre o valor da habitaçãofornecida por empresa agroindustrial, a titulo de liberalidade, a seusempregados, em observância a acordo coletivo de trabalho.

SÚMULA Nº 168

O encargo de 20%, do Decreto-Lei 1.025, de 1969, e sempre devidonas execuções fiscais da União e substitui, nos embargos, a condenaçãodo devedor em honorários advocatícios.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 715

SÚMULA Nº 169

Na comarca em que não foi criada Junta de Conciliação e Julgamento,é competente o Juiz de Direito para processar e julgar litígios denatureza trabalhista.

SÚMULA Nº 170

Não se extingue a pensão previdenciária, se do novo casamento nãoresulta melhoria na situação econômico-financeira da viúva, de modoa tornar dispensável o benefício.

SÚMULA Nº 171

No cálculo da renda mensal do benefício de aposentadoria-invalideze considerado como de atividade o período em que o segurado tenhapercebido auxílio-doença ou outra aposentadoria-invalidez.

SÚMULA Nº 175

A base de cálculo da contribuição do FUNRURAL é o valor comercialda mercadoria, neste incluído ICM, se devido.

SÚMULA Nº 180

Compete à Justiça Federal processar e julgar pedidos decomplementação de proventos da aposentadoria dos ferroviárioscedidos a Rede Ferroviária Federal S-A. Imprópria a reclamaçãotrabalhista para a espécie.

SÚMULA Nº 185

Filhos solteiros maiores e inválidos, presumida a dependênciaeconômica, tem direito a pensão previdenciária por morte do pai.

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716 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 197

A pensão por morte de trabalhador rural, ocorrida após a entrada emvigor da Lei complementar nº 11, de 1971, não requerida na viaadministrativa, e devida a partir da citação.

SÚMULA Nº 198

Atendidos os demais requisitos, e devida a aposentadoria especial, seperícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado eperigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em regulamento.

SÚMULA Nº 201

Não constitui obstáculo a conversão da aposentadoria comum, portempo de serviço, em especial, o fato de o segurado haver se aposentadoantes da vigência da Lei 6.887, de 1980.

SÚMULA Nº 204

O fato de a Lei 6.439, de 1977, que instituiu o SINPAS, dizer que asentidades da Previdência Social tem sede e foro no Distrito Federalpodendo, provisoriamente, funcionar no Rio de Janeiro, não importaem que as ações contra elas interpostas devam ser necessariamenteajuizadas nesta última cidade.

SÚMULA Nº 206

O reajuste da base de cálculo de contribuições previdenciárias,instituído pelo Art. 5º e parágrafos da Lei 6.332-76, não esta sujeito aoprincípio da anterioridade.

SÚMULA Nº 213

O exaurimento da via administrativa não é condição para a propositurade ação de natureza previdenciária.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 717

SÚMULA Nº 216

Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurançaimpetrado contra ato de autoridade previdenciária, ainda que localizadaem comarca do interior.

SÚMULA Nº 219

Não havendo antecipação de pagamento, o direito de constituir ocrédito previdenciário extingue-se decorridos cinco anos do primeirodia do exercício seguinte aquele em que ocorreu o fato gerador.

SÚMULA Nº 229

A mãe do segurado tem direito a pensão previdenciária, em caso demorte do filho, se provada a dependência econômica, mesmo nãoexclusiva.

SÚMULA Nº 231

O aeronauta em atividade profissional, após reunir as condições paraaposentadoria especial por tempo de serviço, tem direito ao abono depermanência.

SÚMULA Nº 232

A pensão do Art. 5º, parágrafo único, da Lei 3.373-58, ampara comexclusividade as filhas de funcionário público federal. (lei revogada)

SÚMULA Nº 243

É vedada a acumulação da pensão especial concedida pelo Art. 30 daLei 4.242, de 1963, com qualquer renda dos cofres públicos, inclusivebenefício da Previdência Social.

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SÚMULA Nº 260

No primeiro reajuste do benefício previdenciário, deve-se aplicar oíndice integral do aumento verificado, independentemente do mês daconcessão, considerado, nos reajustes subsequentes, o salário mínimoentão atualizado.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 719

TST – Tribunal Superior do TrabalhoSúmulas

SÚMULA Nº 01

PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação comefeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado dasegunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, casoem que fluirá no dia útil que se seguir.

SÚMULA Nº 06

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VIalterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010) Res.172/2010, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.11.2010 - I - Para os finsprevistos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoalorganizado em carreira quando homologado pelo Ministério doTrabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreiradas entidades de direito público da administração direta, autárquica efundacional aprovado por ato administrativo da autoridadecompetente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ20.12.2000). II - Para efeito de equiparação de salários em caso detrabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego.(ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982). III -A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigmaexercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, nãoimportando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJda SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003). IV - É desnecessário que, ao tempoda reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigmaestejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione

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720 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB27.11.1970). V - A cessão de empregados não exclui a equiparaçãosalarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho àcedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante.(ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980). VI - Presentes ospressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que odesnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou oparadigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídicasuperada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese deequiparação salarial em cadeia, se não demonstrada a presença dosrequisitos da equiparação em relação ao paradigma que deu origem àpretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado. (item alterado nasessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010). VII - Desde queatendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparaçãosalarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeiçãotécnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298- DJ 11.08.2003). VIII - É do empregador o ônus da prova do fatoimpeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977). IX - Na ação de equiparaçãosalarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariaisvencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento.(ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). X - Oconceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que,comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJda SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002)

SÚMULA Nº 08

JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e21.11.2003 - A juntada de documentos na fase recursal só se justificaquando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentaçãoou se referir a fato posterior à sentença.

SÚMULA Nº 15

ATESTADO MÉDICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 721

21.11.2003 - A justificação da ausência do empregado motivada pordoença, para a percepção do salário-enfermidade e da remuneração dorepouso semanal, deve observar a ordem preferencial dos atestadosmédicos estabelecida em lei.

SÚMULA Nº 17

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (cancelada na sessão do TribunalPleno realizada em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 -Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008 - O adicional de insalubridadedevido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ousentença normativa, percebe salário profissional será sobre estecalculado.

SÚMULA Nº 39

PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003- Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito aoadicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).

SÚMULA Nº 46

ACIDENTE DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e21.11.2003 - As faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalhonão são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo dagratificação natalina.

SÚMULA Nº 47

INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003- O trabalho executado em condições insalubres, em caráterintermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepçãodo respectivo adicional.

SÚMULA Nº 70

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722 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ19, 20 e 21.11.2003 - O adicional de periculosidade não incide sobreos triênios pagos pela Petrobras.

SÚMULA Nº 72

APOSENTADORIA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e21.11.2003 - O prêmio-aposentadoria instituído por normaregulamentar da empresa não está condicionado ao disposto no § 2ºdo art. 14 da Lei nº 8.036, de 11.05.1990.

SÚMULA Nº 80

INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhosprotetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo excluia percepção do respectivo adicional.

SÚMULA Nº 82

ASSISTÊNCIA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível sedemonstrado o interesse jurídico e não o meramente econômico.

SÚMULA Nº 87

PREVIDÊNCIA PRIVADA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e21.11.2003 - Se o empregado, ou seu beneficiário, já recebeu dainstituição previdenciária privada, criada pela empresa, vantagemequivalente, é cabível a dedução de seu valor do benefício a que faz juspor norma regulamentar anterior.

SÚMULA Nº 90

HORAS “IN ITINERE”. TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas asSúmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 723

236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - O tempodespendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador,até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transportepúblico regular, e para o seu retorno é computável na jornada detrabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978). II - Aincompatibilidade entre os horários de início e término da jornada doempregado e os do transporte público regular é circunstância quetambém gera o direito às horas “in itinere”. (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 -inserida em 01.02.1995). III - A mera insuficiência de transporte públiconão enseja o pagamento de horas “in itinere”. (ex-Súmula nº 324 –Res. 16/1993, DJ 21.12.1993). IV - Se houver transporte público regularem parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas “initinere” remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelotransporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993).V - Considerando que as horas “in itinere” são computáveis na jornadade trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado comoextraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJnº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

SÚMULA Nº 92

APOSENTADORIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 -O direito à complementação de aposentadoria, criado pela empresa,com requisitos próprios, não se altera pela instituição de benefícioprevidenciário por órgão oficial.

SÚMULA Nº 97

APOSENTADORIA. COMPLEMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003,DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Instituída complementação de aposentadoriapor ato da empresa, expressamente dependente de regulamentação, ascondições desta devem ser observadas como parte integrante danorma.

SÚMULA Nº160

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (mantida) - Res. 121/2003, DJ

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724 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

19, 20 e 21.11.2003- Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmoapós cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego,facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei (ex-Prejulgado nº 37).

SÚMULA Nº 241

SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003,DJ 19, 20 e 21.11.2003- O vale para refeição, fornecido por força docontrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneraçãodo empregado, para todos os efeitos legais.

SÚMULA Nº 254

SALÁRIO-FAMÍLIA. TERMO INICIAL DA OBRIGAÇÃO (mantida) -Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O termo inicial do direito aosalário-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo,corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovadoque anteriormente o empregador se recusara a receber a respectivacertidão.

SÚMULA Nº 260

SALÁRIO-MATERNIDADE. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA(cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - No contrato deexperiência, extinto antes do período de 4 (quatro) semanas queprecede ao parto, a empregada não tem direito a receber, do empregador,o salário-maternidade.

SÚMULA Nº 288

COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A complementaçãodos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em vigor nadata da admissão do empregado, observando-se as alteraçõesposteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 725

SÚMULA Nº311

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO A DEPENDENTE DE EX-EMPREGADO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O cálculo da correçãomonetária incidente sobre débitos relativos a benefícios previdenciáriosdevidos a dependentes de ex-empregado pelo empregador, ou porentidade de previdência privada a ele vinculada, será o previsto naLei nº 6.899, de 08.04.1981.

SÚMULA Nº 313

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PROPORCIONA-LIDADE. BANESPA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003- A complementação de aposentadoria, prevista no art. 106, e seusparágrafos, do regulamento de pessoal editado em 1965, só é integralpara os empregados que tenham 30 (trinta) ou mais anos de serviçosprestados exclusivamente ao banco.

SÚMULA Nº 326

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO TOTAL(nova redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011- A pretensão à complementação de aposentadoria jamais recebidaprescreve em 2 (dois) anos contados da cessação do contrato detrabalho.

SÚMULA Nº 327

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. DIFERENÇAS.PRESCRIÇÃO PARCIAL (nova redação) - Res. 174/2011, DEJTdivulgado em 27, 30 e 31.05.2011 -A pretensão a diferenças decomplementação de aposentadoria sujeita-se à prescrição parcial equinquenal, salvo se o pretenso direito decorrer de verbas nãorecebidas no curso da relação de emprego e já alcançadas pelaprescrição, à época da propositura da ação.

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726 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

SÚMULA Nº 332

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PETROBRAS.MANUAL DE PESSOAL. NORMA PROGRAMÁTICA (mantida) - Res.121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - As normas relativas àcomplementação de aposentadoria, inseridas no Manual de Pessoalda Petrobras, têm caráter meramente programático, delas nãoresultando direito à referida complementação.

SÚMULA Nº 344

SALÁRIO-FAMÍLIA. TRABALHADOR RURAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O salário-família é devido aostrabalhadores rurais somente após a vigência da Lei nº 8.213, de24.07.1991.

SÚMULA Nº 363

CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19,20 e 21.11.2003 - A contratação de servidor público, após a CF/1988,sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice norespectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamentoda contraprestação pactuada, em relação ao número de horastrabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valoresreferentes aos depósitos do FGTS.

SÚMULA Nº367

UTILIDADES “IN NATURA”. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA.VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversãodas Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res.129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - A habitação, a energia elétrica eveículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quandoindispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial,ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado tambémem atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 - inserida em20.04.1998 e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 -inserida em 20.06.2001)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 727

II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de suanocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)

SÚMULA Nº 368

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA.RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO(inciso I alterado) - Res. 138/2005, DJ 23, 24 e 25.11.2005 - I. A Justiçado Trabalho é competente para determinar o recolhimento dascontribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto àexecução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentençascondenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordohomologado, que integrem o salário-de-contribuição. (ex-OJ nº 141 daSBDI-1 - inserida em 27.11.1998). II. É do empregador aresponsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciáriase fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenaçãojudicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre ovalor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculadoao final, nos termos da Lei nº 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimentoda CGJT nº 01/1996. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 - inseridas,respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001). III. Em se tratando dedescontos previdenciários, o critério de apuração encontra-sedisciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 queregulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição doempregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limitemáximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 –inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).

SÚMULA Nº 378

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118DA LEI Nº 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS(conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105 e 230 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - É constitucional o artigo118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisóriapor período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao

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728 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em01.10.1997). II - São pressupostos para a concessão da estabilidade oafastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doençaprofissional que guarde relação de causalidade com a execução docontrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inseridaem 20.06.2001).

SÚMULA Nº 387

RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (inserido o item IV àredação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 - I -A Lei nº 9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursosinterpostos após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194 da SBDI-1 -inserida em 08.11.2000). II - A contagem do quinquídio paraapresentação dos originais de recurso interposto por intermédio defac-símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazorecursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não dodia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes do termofinal do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04.05.2004).III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa denotificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seuônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao“dies a quo”, podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - “in fine” - DJ 04.05.2004). IV – A autorizaçãopara utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei n.º 9.800, de26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o documento édirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando àtransmissão ocorrida entre particulares.

SÚMULA Nº 389

SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DOTRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DEGUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I - Inscreve-se nacompetência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 729

empregador tendo por objeto indenização pelo não fornecimento dasguias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em08.11.2000). II - O não fornecimento pelo empregador da guianecessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem aodireito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em08.11.2000).

SÚMULA Nº 391

ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃODIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE.EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DEECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das OrientaçõesJurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da OrientaçãoJurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e25.04.2005 - I - O servidor público celetista da administração direta,autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista noart. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002- e 22 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000). II - Ao empregado de empresapública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitidomediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidadeprevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229 da SBDI-1 - inserida em20.06.2001).

SÚMULA Nº 396

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO.CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DEESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO“EXTRA PETITA” (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs106 e 116 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 - I -Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenasos salários do período compreendido entre a data da despedida e ofinal do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada areintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inserida em01.10.1997). II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” dadecisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados

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os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ nº 106 da SBDI-1 - inserida em20.11.1997).

SÚMULA Nº 401

AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE DE EXECUÇÃO.SENTENÇA EXEQUENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA ÀCOISA JULGADA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 81da SBDI-2) - Res. 137/2005 – DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Os descontosprevidenciários e fiscais devem ser efetuados pelo juízo executório,ainda que a sentença exequenda tenha sido omissa sobre a questão,dado o caráter de ordem pública ostentado pela norma que osdisciplina. A ofensa à coisa julgada somente poderá ser caracterizadana hipótese de o título exequendo, expressamente, afastar a deduçãodos valores a título de imposto de renda e de contribuiçãoprevidenciária. (ex-OJ nº 81 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)

SÚMULA Nº 420

COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARADO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res.137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 - Não se configura conflito decompetência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalhoa ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)

SÚMULA Nº 434

RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DOACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (Conversão daOrientação Jurisprudencial nº 357 da SBDI-1 e inserção do item II àredação - Res. 177/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e 15.02.2012 - I)É extemporâneo recurso interposto antes de publicado oacórdão impugnado. (ex-OJ nº 357 da SBDI-1 – inserida em14.03.2008)

II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 731

embargos de declaração pela parte adversa não acarreta qualquerprejuízo àquele que apresentou seu recurso tempestivamente.

SÚMULA Nº 440

AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANODE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA - Res. 185/2012, DEJTdivulgado em 25, 26 e 27.09.2012

Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou deassistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstantesuspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doençaacidentário ou de aposentadoria por invalidez.

Súmula nº 443

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADOPORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO.DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT divulgado em25, 26 e 27.09.2012. Presume-se discriminatória a despedida deempregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que susciteestigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito àreintegração no emprego.

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TST – Tribunal Superior do TrabalhoTribunal Pleno/Órgão Especial

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ Nº 06

PRECATÓRIO. EXECUÇÃO. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃOIMPOSTA PELO TÍTULO JUDICIAL EXEQUENDO À DATA DOADVENTO DA LEI Nº 8.112, DE 11.12.1990 (DJ 25.04.2007) - Em sedede precatório, não configura ofensa à coisa julgada a limitação dosefeitos pecuniários da sentença condenatória ao período anterior aoadvento da Lei nº 8.112, de 11.12.1990, em que o exequente submetia-se à legislação trabalhista, salvo disposição expressa em contrário nadecisão exequenda.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 735

TST – Tribunal Superior do TrabalhoSeção de Dissídios Individuais I – SDI-I

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ Nº 18

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO DO BRASIL.(redação do item I alterada em decorrência do julgamento dosprocessos TST-IUJ E-ED-RR-301900-52.2005.5.09.0661 e ERR 119900-56.1999.5.04.0751) – Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e31.05.2011 - I – O valor das horas extras integra a remuneração doempregado para o cálculo da complementação de aposentadoria, desdeque sobre ele incida a contribuição à Caixa de Previdência dosFuncionários do Banco do Brasil - PREVI, observado o respectivoregulamento no tocante à integração. II - Os adicionais AP e ADI nãointegram o cálculo para a apuração do teto da complementação deaposentadoria; (ex-OJ nº 21 da SDI-1 - inserida em 13.02.1995). III -No cálculo da complementação de aposentadoria deve-se observar amédia trienal; (ex-OJs nºs 19 e 289 ambas da SDI-1 - inseridasrespectivamente em 05.06.95 e 11.08.2003). IV - A complementaçãode aposentadoria proporcional aos anos de serviço prestadosexclusivamente ao Banco do Brasil somente se verifica a partir daCircular Funci nº 436/63; (ex-OJ nº 20 da SDI-1 - inserida em13.02.1995). V - O telex DIREC do Banco do Brasil nº 5003/1987 nãoassegura a complementação de aposentadoria integral, porque nãoaprovado pelo órgão competente ao qual a instituição se subordina.(ex-OJ nº 136 da SDI-1 - inserida em 27.11.1998)

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OJ Nº 26

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPLEMENTAÇÃODE PENSÃO REQUERIDA POR VIÚVA DE EX-EMPREGADO (inseridodispositivo) - DJ 20.04.2005 - A Justiça do Trabalho é competente paraapreciar pedido de complementação de pensão postulada por viúvade ex-empregado, por se tratar de pedido que deriva do contrato detrabalho.

OJ Nº 38

EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DEREFLORESTAMENTO. PRESCRIÇÃO PRÓPRIA DO RURÍCOLA. (LEINº 5.889, DE 08.06.1973, ART. 10, E DECRETO Nº 73.626, DE 12.02.19/74, ART. 2º, § 4º) (inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e18.11.2010 - O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento,cuja atividade está diretamente ligada ao manuseio da terra e de matéria-prima, é rurícola e não industriário, nos termos do Decreto n.º 73.626,de 12.02.1974, art. 2º, § 4º, pouco importando que o fruto de seutrabalho seja destinado à indústria. Assim, aplica-se a prescrição própriados rurícolas aos direitos desses empregados.

OJ Nº 44

GESTANTE. SALÁRIO-MATERNIDADE (inserida em13.09.1994) - Édevido o salário maternidade, de 120 dias, desde a promulgação daCF/1988, ficando a cargo do empregador o pagamento do períodoacrescido pela Carta.

OJ Nº 52

MANDATO. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS EDISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕESPÚBLICAS. DISPENSÁVEL A JUNTADA DE PROCURAÇÃO. (LEI Nº9.469, de 10 DE JULHO DE 1997) (inserido dispositivo e atualizadaa legislação) - DJ 20.04.2005 - A União, Estados, Municípios e DistritoFederal, suas autarquias e fundações públicas quando representadas

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em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estãodispensadas da juntada de instrumento de mandato.

OJ Nº 129

PRESCRIÇÃO. COMPLEMENTAÇÃO DA PENSÃO E AUXÍLIOFUNERAL (inserida em 20.04.1998) - A prescrição extintiva parapleitear judicialmente o pagamento da complementação de pensão edo auxílio-funeral é de 2 anos, contados a partir do óbito do empregado.

OJ Nº 130

PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. “CUSTOSLEGIS”. ILEGITIMIDADE (nova redação) - DJ 20.04.2005 - Ao exararo parecer na remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, oMinistério Público não tem legitimidade para arguir a prescrição emfavor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial(arts. 194 do CC de 2002 e 219, § 5º, do CPC).

OJ Nº 138

COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO.LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO (nova redação em decorrência daincorporação da Orientação Jurisprudencial nº 249 da SBDI-1) - DJ20.04.2005 - Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitose vantagens previstos na legislação trabalhista referente a períodoanterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada apósa edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário emsubstituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução aoperíodo celetista. (1ª parte - ex-OJ nº 138 da SDI-1 - inserida em27.11.1998; 2ª parte - ex-OJ nº 249 - inserida em 13.03.2002).

OJ Nº 216

VALE-TRANSPORTE. SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA. LEI Nº 7.418/85. DEVIDO (inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005 - Aos servidores

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públicos celetistas é devido o vale-transporte, instituído pela Lei nº7.418/85, de 16 de dezembro de 1985.

OJ Nº 224

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. REAJUSTE. LEI Nº9.069, DE 29.06.1995 (alterado) – DEJT divulgado em 16, 17 e20.09.2010 - I - A partir da vigência da Medida Provisória nº 542, de30.06.1994, convalidada pela Lei nº 9.069, de 29.06.1995, o critério dereajuste da complementação de aposentadoria passou a ser anual enão semestral, aplicando-se o princípio “rebus sic stantibus” dianteda nova ordem econômica.II - A alteração da periodicidade do reajusteda complementação de aposentadoria – de semestral para anual –, nãoafeta o direito ao resíduo inflacionário apurado nos meses de abril,maio e junho de 1994, que deverá incidir sobre a correção realizada nomês de julho de 1995.

OJ Nº 271

RURÍCOLA. PRESCRIÇÃO. CONTRATO DE EMPREGO EXTINTO.EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28/2000. INAPLICABILIDADE(alterada) - DJ 22.11.2005 - O prazo prescricional da pretensão dorurícola, cujo contrato de emprego já se extinguira ao sobrevir a EmendaConstitucional nº 28, de 26/05/2000, tenha sido ou não ajuizada a açãotrabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao tempo da extinção docontrato de emprego.

OJ Nº 276

AÇÃO DECLARATÓRIA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA(DJ 11.08.2003) - É incabível ação declaratória visando a declarar direitoà complementação de aposentadoria, se ainda não atendidos osrequisitos necessários à aquisição do direito, seja por via regulamentar,ou por acordo coletivo.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 739

OJ Nº 339

TETO REMUNERATÓRIO. EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DEECONOMIA MISTA. ART. 37, XI, DA CF/88 (ANTERIOR À EMENDACONSTITUCIONAL Nº 19/98) (nova redação) - DJ 20.04.2005 - Asempresas públicas e as sociedades de economia mista estão submetidasà observância do teto remuneratório previsto no inciso XI do art. 37da CF/88, sendo aplicável, inclusive, ao período anterior à alteraçãointroduzida pela Emenda Constitucional nº 19/98.

OJ Nº 361

APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DETRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO (DJ 20, 21 e 23.05.2008) - A aposentadoria espontânea não é causa deextinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestandoserviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da suadispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTSsobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.

OJ Nº 363

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. CONDENAÇÃO DOEMPREGADOR EM RAZÃO DO INADIMPLEMENTO DE VERBASREMUNERATÓRIAS. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO PELOPAGAMENTO. ABRANGÊNCIA (DJ 20, 21 e 23.05.2008) - Aresponsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e fiscal,resultante de condenação judicial referente a verbas remuneratórias, édo empregador e incide sobre o total da condenação. Contudo, a culpado empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias nãoexime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do impostode renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre suaquota-parte.

OJ Nº 368

DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM

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JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELASINDENIZATÓRIAS. AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIASOBRE O VALOR TOTAL. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobreo valor total do acordo homologado em juízo, independentemente doreconhecimento de vínculo de emprego, desde que não hajadiscriminação das parcelas sujeitas à incidência da contribuiçãoprevidenciária, conforme parágrafo único do art. 43 da Lei nº 8.212,de 24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, da CF/1988.

OJ Nº 375

AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO.CONTAGEM. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - Asuspensão do contrato de trabalho, em virtude da percepção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, não impede a fluência daprescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absolutaimpossibilidade de acesso ao Judiciário.

OJ Nº 376

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EMJUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇACONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALORHOMOLOGADO. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - Édevida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebradoe homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitadaa proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial eindenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objetodo acordo.

OJ Nº 381

INTERVALO INTRAJORNADA. RURÍCOLA. LEI N.º 5.889, DE08.06.1973. SUPRESSÃO TOTAL OU PARCIAL. DECRETO N.º 73.626,DE 12.02.1974. APLICAÇÃO DO ART. 71, § 4º, DA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 741

CLT. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) - A não concessãototal ou parcial do intervalo mínimo intrajornada de uma hora aotrabalhador rural, fixado no Decreto n.º 73.626, de 12.02.1974, queregulamentou a Lei n.º 5.889, de 08.06.1973, acarreta o pagamento doperíodo total, acrescido do respectivo adicional, por aplicaçãosubsidiária do art. 71, § 4º, da CLT.

OJ Nº 398

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EMJUÍZO SEM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO.CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTADE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO DO PRESTADORDE SERVIÇOS. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010) - Nosacordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento devínculo empregatício, é devido o recolhimento da contribuiçãoprevidenciária, mediante a alíquota de 20% a cargo do tomador deserviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na qualidade decontribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado oteto de contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III doart. 22, todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991.

OJ nº 414

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DEOFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DEACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DACONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (DEJT divulgado em 14,1 5 e16.02.2012) - Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício,da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT),que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114,VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefíciosrelativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio notrabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).

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OJ nº 417

PRESCRIÇÃO. RURÍCOLA. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 28, DE26.05.2000. CONTRATO DE TRABALHO EM CURSO. (DEJTdivulgado em 14, 15 e 16.02.2012) - Não há prescrição total ou parcialda pretensão do trabalhador rural que reclama direitos relativos acontrato de trabalho que se encontrava em curso à época dapromulgação da Emenda Constitucional nº 28, de 26.05.2000, desdeque ajuizada a demanda no prazo de cinco anos de sua publicação,observada a prescrição bienal.

OJ nº421

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO PORDANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DETRABALHO OU DE DOENÇA PROFISSIONAL. AJUIZAMENTOPERANTE A JUSTIÇA COMUM ANTES DA PROMULGAÇÃO DAEMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. POSTERIOR REMESSADOS AUTOS À JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 20 DO CPC.INCIDÊNCIA. (DEJT divulgado em 01, 04 e 05.02.2013). Acondenação em honorários advocatícios nos autos de ação deindenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente detrabalho ou de doença profissional, remetida à Justiça do Trabalhoapós ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da EmendaConstitucional nº 45/2004, decorre da mera sucumbência, nos termosdo art. 20 do CPC, não se sujeitando aos requisitos da Lei nº 5.584/1970.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 743

TST – Tribunal Superior do TrabalhoSeção de Dissídios Individuais II – SDI-II

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 57

MANDADO DE SEGURANÇA. INSS. TEMPO DE SERVIÇO.AVERBAÇÃO E/OU RECONHECIMENTO (inserida em 20.09.2000)- Conceder-se-á mandado de segurança para impugnar ato quedetermina ao INSS o reconhecimento e/ou averbação de tempo deserviço.

OJ nº 94

AÇÃO RESCISÓRIA. COLUSÃO. FRAUDE À LEI. RECLAMATÓRIASIMULADA EXTINTA (inserida em 27.09.2002) - A decisão ou acordojudicial subjacente à reclamação trabalhista, cuja tramitação deixanítida a simulação do litígio para fraudar a lei e prejudicar terceiros,enseja ação rescisória, com lastro em colusão. No juízo rescisório, oprocesso simulado deve ser extinto.

OJ nº 142

MANDADO DE SEGURANÇA. REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTECONCEDIDA (DJ 04.05.2004)Inexiste direito líquido e certo a seroposto contra ato de Juiz que, antecipando a tutela jurisdicional,determina a reintegração do empregado até a decisão final do processo,quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material,como nos casos de anistiado pela Lei nº 8.878/94, aposentado,

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744 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

integrante de comissão de fábrica, dirigente sindical, portador dedoença profissional, portador de vírus HIV ou detentor de estabilidadeprovisória prevista em norma coletiva.

OJ nº 152

AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO DEREVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃORESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DAFUNGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE. ERRO GROSSEIRO NAINTERPOSIÇÃO DO RECURSO. (DEJT divulgado em 03, 04 e05.12.2008) - A interposição de recurso de revista de decisão definitivade Tribunal Regional do Trabalho em ação rescisória ou em mandadode segurança, com fundamento em violação legal e divergênciajurisprudencial e remissão expressa ao art. 896 da CLT, configura errogrosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recursoordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.

OJ nº 153

MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORASOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. art. 649, IV,do CPC. ILEGALIDADE. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -Ofende direito líquido e certo, decisão que determina o bloqueio denumerário existente em conta salário, para satisfação de créditotrabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dosvalores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação oupoupança, visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativaque não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista noart. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito de naturezaalimentícia, não englobando o crédito trabalhista.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 745

TST – Tribunal Superior do TrabalhoSeção de Dissídios Individuais Transitória – SDI-

Transitória

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 7

BANRISUL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. ADI ECHEQUE-RANCHO. NÃO INTEGRAÇÃO (nova redação emdecorrência da incorporação da Orientação JurisprudencialTransitória nº 8 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005, DJ 22.08.2005 - Asparcelas ADI e cheque-rancho não integram a complementação deaposentadoria dos empregados do Banrisul. (ex-OJ Transitória nº 8da SDI-1 - inserida em 19.10.00)

OJ nº 11

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CEAGESP (inserida em19.10.2000) - Para o empregado se beneficiar da aposentadoria integral,prevista no § 1º do art. 16 do Regulamento Geral nº 1/63, da CEAGESP,o empregado deverá contar com 30 anos ou mais de efetivo serviço àCEAGESP.

OJ nº 24

ABONO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. REAJUSTE.CVRD (VALIA) (DJ 09.12.2003) - A Resolução nº 7/89 da CVRD, queinstituiu o benefício “abono aposentadoria” (art. 6º), determina que oreajuste seja feito na mesma época e com o mesmo índice aplicadopelo INSS ou observada a variação do IGP ou da OTN, aplicando-seo maior deles.

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746 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

OJ nº 25

BANCO MERIDIONAL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTA-DORIA. REAJUSTES. EXTENSÃO (DJ 09.12.2003) - Os reajustessalariais concedidos sobre quaisquer parcelas aos empregados ativosdevem ser estendidos aos inativos, com exclusão apenas das parcelasressalvadas expressamente no Regulamento do Banco.

OJ nº 32

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO DO BRASIL.SUCUMBÊNCIA. INVERSÃO (DJ 10.11.2004) - Imposta condenaçãooriginária em diferenças de complementação de aposentadoria, porocasião do julgamento de recurso de revista, imperativo o exame noacórdão, sob pena de negativa de prestação jurisdicional, de postulaçãoaduzida em contestação e/ou em contra-razões visando à limitação dacondenação à média trienal e ao teto, matéria insuscetível deprequestionamento.

OJ nº 40

BANRISUL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA (conversãoda Orientação Jurisprudencial nº 155 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - AResolução 1600/64, vigente à época da admissão do empregado,incorporou-se ao contrato de trabalho, pelo que sua alteração não poderáprejudicar o direito adquirido, mesmo em virtude da edição da Lei nº6.435/77. Incidência das Súmulas nºs 51 e 288. (ex-OJ nº 155 da SDI-1 - inserida em 26.03.99)

OJ nº 41

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. FUNDAÇÃOCLEMENTE DE FARIA. BANCO REAL (conversão da OrientaçãoJurisprudencial nº 157 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - É válida a cláusulado Estatuto da Fundação Clemente de Faria que condicionou o direitoà complementação de aposentadoria à existência de recursosfinanceiros, e também previa a suspensão, temporária ou definitiva,da referida complementação. (ex-OJ nº 157 da SDI-1 - inserida em26.03.99)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 747

OJ nº 42

PETROBRÁS. PENSÃO POR MORTE DO EMPREGADOASSEGURADA NO MANUAL DE PESSOAL. ESTABILIDADEDECENAL. OPÇÃO PELO REGIME DO FGTS (conversão daOrientação Jurisprudencial nº 166 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005 - Tendoo empregado adquirido a estabilidade decenal, antes de optar peloregime do FGTS, não há como negar-se o direito à pensão, eis quepreenchido o requisito exigido pelo Manual de Pessoal. (ex-OJ nº 166da SDI-1 - inserida em 26.03.99)

OJ nº 46

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. BANCO ITAÚ(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 183 da SBDI-1 - DJ20.04.2005 - O empregado do Banco Itaú admitido na vigência daCircular BB-05/66, que passou para a inatividade posteriormente àvigência da RP-40/74, está sujeito ao implemento da condição “idademínima de 55 anos”. (ex-OJ nº 183 da SDI-1 - inserida em 08.11.2000)

OJ nº 51

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. CAIXA ECONÔMICAFEDERAL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. SUPRESSÃO. SÚMULASNºS 51 E 288 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 250 daSBDI-1) - DJ 20.04.2005 - A determinação de supressão do pagamentode auxílio-alimentação aos aposentados e pensionistas da CaixaEconômica Federal, oriunda do Ministério da Fazenda, não atingeaqueles ex-empregados que já percebiam o benefício. (ex-OJ nº 250 daSDI-1 - inserida em 13.03.02)

OJ nº 61

AUXÍLIO CESTA-ALIMENTAÇÃO PREVISTO EM NORMACOLETIVA. CEF. CLÁUSULA QUE ESTABELECE NATUREZAINDENIZATÓRIA À PARCELA. EXTENSÃO AOS APOSENTADOS EPENSIONISTAS. IMPOSSIBILIDADE. (DJ 14.03.2008) - Havendo

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748 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

previsão em cláusula de norma coletiva de trabalho de pagamentomensal de auxílio cesta-alimentação somente a empregados ematividade, dando-lhe caráter indenizatório, é indevida a extensão dessebenefício aos aposentados e pensionistas. Exegese do art. 7º, XXVI,da Constituição Federal.

OJ nº 62

PETROBRAS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. AVANÇODE NÍVEL. CONCESSÃO DE PARCELA POR ACORDO COLETIVOAPENAS PARA OS EMPREGADOS DA ATIVA. EXTENSÃO PARA OSINATIVOS. ARTIGO 41 DO REGULAMENTO DO PLANO DEBENEFÍCIOS DA PETROS. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -Ante a natureza de aumento geral de salários, estende-se àcomplementação de aposentadoria dos ex-empregados da Petrobrasbenefício concedido indistintamente a todos os empregados da ativa eestabelecido em norma coletiva, prevendo a concessão de aumento denível salarial – “avanço de nível” -, a fim de preservar a paridade entreativos e inativos assegurada no art. 41 do Regulamento do Plano deBenefícios da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros.

OJ nº 63

PETROBRAS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.INTEGRALIDADE. CONDIÇÃO. IDADE MÍNIMA. LEI Nº 6.435, de15.07.1977. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) -Osempregados admitidos na vigência do Decreto nº 81.240, de 20.01.1978,que regulamentou a Lei nº 6.435, de 15.07.1977, ainda queanteriormente à alteração do Regulamento do Plano de Benefícios daPetros, sujeitam-se à condição “idade mínima de 55 anos” parapercepção dos proventos integrais de complementação deaposentadoria.

OJ nº 64

PETROBRAS. PARCELAS GRATIFICAÇÃO CONTINGENTE EPARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS DEFERIDAS POR NORMA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 749

COLETIVA A EMPREGADOS DA ATIVA. NATUREZA JURÍDICA NÃOSALARIAL. NÃO INTEGRAÇÃO NA COMPLEMENTAÇÃO DEAPOSENTADORIA. (DEJT divulgado em 03, 04 e 05.12.2008) - A sparcelas gratificação contingente e participação nos resultados,concedidas por força de acordo coletivo a empregados da Petrobrasem atividade, pagas de uma única vez, não integram a complementaçãode aposentadoria.

OJ nº 69

BANCO DO BRASIL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.ALTERAÇÃO DO PLANO DE CARGOS COMISSIONADOS.EXTENSÃO AOS INATIVOS. (DEJT divulgado em 26, 27 e28.05.2010) - As alterações na estrutura do Plano de CargosComissionados do Banco do Brasil, introduzidas pelas Cartas-Circulares DIREC/FUNCI 96/0904 e 96/0957, dentre as quais asubstituição do Abono de Função e Representação (AFR) pelo Adicionalde Função (AF) e pelo Adicional Temporário de Revitalização (ATR),não autorizam o pagamento de diferenças de complementação deaposentadoria aos inativos por só abrangerem os empregados ematividade, bem como em razão de o Plano de Incentivo à Aposentadoriada época do jubilamento não conter previsão de aplicação de eventualalteração na estrutura dos cargos comissionados àqueles que seaposentassem.

OJ nº 76

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. INTEGRALIDADE.EMPREGADO DO ESTADO DE SÃO PAULO ADMITIDO ANTES DALEI ESTADUAL N.º 200, DE 13.05.1974. IMPLEMENTAÇÃO DOREQUISITO RELATIVO AOS 30 ANOS DE SERVIÇO EFETIVO.INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 288 DO TST. (DEJT divulgado em 16,17 e 20.09.2010) - É assegurado o direito à percepção decomplementação de aposentadoria integral ao ex-empregado do Estadode São Paulo que, admitido anteriormente ao advento da Lei Estadualn.º 200, de 13.05.1974, implementou 30 anos de serviço efetivo, ante

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a extensão das regras de complementação de aposentadoria previstasna Lei Estadual n.º 1.386, de 19.12.1951. Incidência da Súmula n.º288 do TST.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 751

TST – Tribunal Superior do TrabalhoSeção de Dissídios Coletivos – SDC

Orientações Jurisprudenciais - OJ

OJ nº 31

ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO.PREVALÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DALEI Nº 8.213/91. (inserida em 19.08.1998) - Não é possível aprevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menosbenéfico do que a própria lei, porquanto o caráter imperativo dessaúltima restringe o campo de atuação da vontade das partes.

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752 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 753

TRF 1ª Região – Tribunal Regional Federal(Brasília/DF)

Súmula nº 1

A isenção de custas do art. 9º, I, da Lei 6.032/74 não desobriga seusbeneficiários da reposição prevista no art. 10, § 4º, da mesma lei.

Súmula nº 2

A isenção prevista no art. 9º, I, da Lei 6.032/74, é aplicável às causassob jurisdição federal processadas perante a Justiça Estadual.

Súmula nº 4

A preferência prevista no art. 100, “caput”, da Constituição Federal,não obriga a Fazenda Pública a dispensar a expedição de precatório nopagamento dos créditos de natureza alimentícia.

Súmula nº 7

Extinto o Bônus do Tesouro Nacional, a correção monetária debenefícios previdenciários oriundos de condenação judicial passou aser feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.

Súmula nº 8

É constitucional a supressão do reajuste de 26,06% sobre salários,vencimentos, soldos, proventos e pensões, determinada pelo Decreto-Lei 2.335/87 (Plano Bresser).

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Súmula nº 12

A Lei 7.604/87 não impede a revisão dos cálculos iniciais e dos reajustesposteriores dos valores de benefícios previdenciários (TFR, Súmula260.)

Súmula nº 14

O art.202, da Constituição Federal, somente se aplica a partir da criaçãoda respectiva fonte de custeio. (Lei 8.212/91).

Súmula nº 17

Não existe direito adquirido à incorporação aos salários, vencimentos,proventos, soldos e pensões, do índice de reajuste de 84,32% de marçoe resíduos de janeiro e fevereiro de 1990. (Medida Provisória 154/90 eLei 8.030/90).

Súmula nº 19

O pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos, salários,proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente, com atraso,está sujeito a correção monetária desde o momento em que se tornoudevido.

Súmula nº 20

O critério de revisão previsto no art. 58, do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988, édiverso do estatuído na Súmula 260, do Tribunal Federal de Recursos,e aplica-se somente aos benefícios previdenciários concedidos até 04/10/1988.

Súmula nº 22

São inconstitucionais, por impropriedade formal da via legislativa,os Decretos-Leis 2.445/88 e 2.449/88, que alteraram a contribuição parao Programa de Integração Social (PIS).

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 755

Súmula nº 23

São auto-aplicáveis as disposições constantes dos §§ 5º e 6º, do art.201, da Constituição Federal.

Súmula nº 27

Não é admissível prova exclusivamente testemunhal parareconhecimento de tempo de exercício de atividade urbana e rural(Lei 8.213/91, art.55,§ 3º).

Súmula nº 28

Não existe direito adquirido à incorporação dos salários, vencimentos,proventos, soldos e pensões, do índice de reajuste de 26,05% defevereiro de 1989 (Lei 7.730/89).

Súmula nº 33

Aposentadoria especial decorrente do exercício de atividade perigosa,insalubre ou penosa não exige idade mínima do segurado.

Súmula nº 36

O inciso II do art. 41, da Lei 8.213/91, revogado pela Lei 8.542/92, eracompatível com as normas constitucionais que asseguram o reajustedos benefícios para preservação de seu valor real.

Súmula nº 40

O mandado de segurança não é a via própria para a comprovação detempo de serviço para efeito previdenciário, quando ensejar dilaçãoprobatória.

Súmula nº 41

Os índices integrais de correção monetária, incluídos os expurgos

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756 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

inflacionários, a serem aplicados na execução de sentença condenatóriade pagamento de benefícios previdenciários, vencimentos, salários,proventos, soldos e pensões, ainda que nela não haja previsão expressa,são de 42,72% em janeiro de 1989, 10,14% em fevereiro de 1989, 84,32%em março de 1990, 44,80% em abril de 1990, 7,87% em maio de 1990e 21,87% em fevereiro de 1991.

Súmula nº 42

Nas execuções da dívida da União, o juiz não poderá reduzir o encargode 20% (vinte por cento), previsto no Decreto-Lei 1.025/69.

Súmula nº 43

A transferência compulsória para instituição de ensino congênere, aque se refere o art. 99 da Lei 8.112/90, somente poderá ser efetivada deestabelecimento público para público ou de privado para privado, salvoa inexistência, no local de destino, de instituição de ensino da mesmanatureza.

Súmula nº 45

Não é devida a inclusão de juros moratórios em precatóriocomplementar, salvo se não foi observado o prazo previsto no art. 100,§ 1º da Constituição Federal no pagamento do precatório anterior.

Súmula nº 49

O critério de revisão previsto na Súmula 260 do Tribunal Federal deRecursos, diverso do estabelecido no art. 58 do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, perdeueficácia a partir do Decreto-Lei 2.335, de 12 de junho de 1987.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 757

TRF 2ª Região – Tribunal Regional Federal(Rio de Janeiro/RJ)

Súmula nº 1

O ARTIGO 29 DO DECRETO-LEI Nº 2303, DE 1986, NÃO SE APLICAAOS CRÉDITOS PREVIDENCIÁRIOS.

Súmula nº15

O § 3º DO ART. 109 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,INSTITUI, QUANTO ÀS CAUSAS DE NATUREZAPREVIDENCIÁRIA, HIPÓTESE DE COMPETÊNCIA RELATIVA,PELO QUE NÃO ELIDE A COMPETÊNCIA CONCORRENTE DAJUSTIÇA FEDERAL.

Súmula nº 17

NO REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA,MANTIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, APLICA-SE O CRITÉRIODA SÚMULA Nº 260 (SALÁRIO MÍNIMO) DO EXTINTO TRIBUNALFEDERAL DE RECURSOS ATÉ O SÉTIMO MÊS APÓS A VIGÊNCIADA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E, A PARTIR DE ENTÃO,OS CRITÉRIOS DE REVISÃO ESTABELECIDOS NO ART. 58 DOADCT E 201, § 2º, DA MESMA CARTA MAGNA.

Súmula nº 18

O SEGURADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL OFICIAL, QUE RECEBECOMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIO DE ENTIDADE DEPREVIDÊNCIA PRIVADA, TEM LEGITIMIDADE AD CAUSAM PARA

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758 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

PROPOR AÇÃO EM FACE DA PRIMEIRA, COM VISTAS À REVISÃODE SEU BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

Súmula nº 21

A DIÁRIA DE ASILADO CONCEDIDA AO MILITAR PODE SERSUBSTITUÍDA PELO AUXÍLIO-INVALIDEZ, DESDE QUE NÃORESULTE EM REDUÇÃO DO MONTANTE GLOBAL DE SEUSPROVENTOS.

Súmula nº 24

A CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ÉCONSTITUCIONAL, POSTO QUE FOI EXPRESSAMENTERECEPCIONADA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988,ATRAVÉS DO ARTIGO 212, § 5º, NÃO CABENDO, PORTANTO, ASUA COMPENSAÇÃO.

Súmula nº 25

NAS AÇÕES QUE VERSEM SOBRE A INEXIGIBILIDADE DOSALÁRIO-EDUCAÇÃO, DEVEM FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DARELAÇÃO PROCESSUAL, NA QUALIDADE DE LITISCONSORTESPASSIVOS NECESSÁRIOS, O INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL (INSS) E O FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTODA EDUCAÇÃO (FNDE).

Súmula nº 26

O ARTIGO 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, EM SUA REDAÇÃOORIGINAL, NÃO É AUTO-APLICÁVEL, POR DEPENDER DEINTEGRAÇÃO LEGISLATIVA, SÓ IMPLEMENTADA COM A EDIÇÃODAS LEIS 8212/91 E 8213/91, QUE APROVARAM O PLANO DECUSTEIO E DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 759

Súmula nº 29

NO REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA,MANTIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, APLICA-SE O CRITÉRIODA SÚMULA Nº 260 DO EXTINTO TRIBUNAL FEDERAL DERECURSOS ATÉ O SÉTIMO MÊS APÓS A VIGÊNCIA DACONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E, A PARTIR DE ENTÃO, OSCRITÉRIOS DE REVISÃO ESTABELECIDOS NOS ARTS. 58 DOADCT E 201, § 2º, DA MESMA CARTA MAGNA.

Súmula nº 32

CONTA-SE COMO TEMPO DE EFETIVO SERVIÇO, PARA FINSPREVIDENCIÁRIOS, O PERÍODO DE ATIVIDADE COMO ALUNO-APRENDIZ EM ESCOLA TÉCNICA, EXERCIDA SOB A VIGÊNCIA DODECRETO Nº 4.073/42, DESDE QUE TENHA HAVIDO RETRIBUIÇÃOPECUNIÁRIA, ADMITINDO-SE COMO TAL O RECEBIMENTO DEALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO, MORADIA, MATERIAL ESCOLAR EPARCELA DE RENDA AUFERIDA COM A EXECUÇÃO DEENCOMENDAS PARA TERCEIROS, À CONTA DO ORÇAMENTO DAUNIÃO, INDEPENDENTE DE DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS.

Súmula nº 33

NAS CAUSAS EM QUE FOR VENCIDA A FAZENDA PÚBLICA SÃODEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, FIXADOS CONSOANTEAPRECIAÇÃO EQUITATIVA DO JUIZ, NÃO SENDO OBRIGATÓRIAA FIXAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA EM PERCENTUAL MÍNIMO,CONFORME FACULTADO PELO § 4º DO ART. 20 DO CPC.

Súmula nº 34

A CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A REMUNERAÇÃOPAGA AOS ADMINISTRADORES, AUTÔNOMOS E AVULSOS, TENDOSIDO DECLARADA INCONSTITUCIONAL, PODE SER COMPENSADACOM CONTRIBUIÇÕES DA MESMA ESPÉCIE, DESNECESSÁRIA A

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760 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO OUREPASSE, DADA À SUA NATUREZA DE TRIBUTO DIRETO.

SÚMULA Nº 35

NÃO HÁ DIREITO ADQUIRIDO AO REAJUSTE DE VENCIMENTOS,PROVENTOS OU PENSÕES, PELOS ÍNDICES DE 26,06% (PLANOBRESSER) E 26,05% (PLANO VERÃO), RELATIVOS,RESPECTIVAMENTE, AO IPC DE JUNHO/87 E À VARIAÇÃO DA URPDE FEVEREIRO/89.

Súmula nº 43

A CASSAÇÃO OU SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ÉATO ADMINISTRATIVO ÚNICO, DE EFEITOS PERMANENTES,RAZÃO PELA QUAL, IMPETRADO O MANDADO DE SEGURANÇAAPÓS O PRAZO DE 120 DIAS, OPERA-SE A DECADÊNCIA.

Súmula nº 44

PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIAÉ DESNECESSÁRIO O EXAURIMENTO DAS VIASADMINISTRATIVAS.

Súmula nº 46

A SUSPEITA DE FRAUDE NA CONCESSÃO DO BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO NÃO AUTORIZA, DE IMEDIATO, A SUASUSPENSÃO OU CANCELAMENTO, SENDO INDISPENSÁVEL AAPURAÇÃO DOS FATOS MEDIANTE PROCESSO ADMINISTRATIVOREGULAR, ASSEGURADOS O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA.

Súmula nº 49

AS DISPOSIÇÕES CONTIDAS NOS PARÁGRAFOS §§ 5º E 6º DO ART.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 761

201 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COM REDAÇÃO DADA PELAEMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98, SÃO AUTO-APLICÁVEIS.

Súmula nº 51

O ART. 32, DA LEI Nº 9.656/98, QUE TRATA DO RESSARCIMENTOAO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), É CONSTITUCIONAL.

Súmula nº 55

A PENSÃO DE EX-COMBATENTE, POR MORTE OCORRIDA NAVIGÊNCIA DAS LEIS 3.765/60 E 4.242/63, SERÁ DEVIDA ÀS FILHAS,AINDA QUE MAIORES E NÃO INVÁLIDAS, INCLUSIVE PORREVERSÃO, EM VALOR CORRESPONDENTE AO SOLDO DE 2ºSARGENTO, VEDADA A PERCEPÇÃO CUMULATIVA COMQUALQUER OUTRA IMPORTÂNCIA DOS COFRES PÚBLICOS.

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762 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 763

TRF 3ª Região – Tribunal Regional Federal(São Paulo/SP)

Súmula nº 5

O preceito contido no artigo 201, parágrafo 5º, da ConstituiçãodaRepública consubstancia norma de eficácia imediata,independendosua aplicabilidade da edição de lei regulamentadora ouinstituidora da fonte de custeio.

Súmula nº6

O reajuste dos proventos resultantes de benefícios previdenciáriosdeveobedecer às prescrições legais, afastadas as normasadministrativas quedisponham de maneira diversa.

Súmula nº 7

Para a apuração da renda mensal inicial dos benefíciosprevidenciáriosconcedidos antes da Constituição Federal de 1988, acorreção dos 24(vinte e quatro) salários-de-contribuição,anteriores aos últimos 12(doze), deve ser feita em conformidadecom o que prevê o artigo 1º daLei 6.423/77.

Súmula nº 8

Em se tratando de matéria previdenciária, incide a correçãomonetáriaa partir do vencimento de cada prestação do benefício,procedendo-seà atualização em consonância com os índiceslegalmente estabelecidos,tendo em vista o período compreendidoentre o mês em que deveriater sido pago, e o mês do referidopagamento.

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764 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 9

Em matéria previdenciária, torna-se desnecessário oprévioexaurimento da via administrativa, como condição deajuizamento daação.

Súmula nº 13

O artigo 201, parágrafo 6º, da Constituição da Repúblicatemaplicabilidade imediata para efeito de pagamento dagratificaçãonatalina dos anos de 1988 e 1989.

Súmula nº 14

O salário mínimo de NCz$ 120,00 (cento e vinte cruzados novos)éaplicável ao cálculo dos benefícios previdenciários no mês de junhode1989.

Súmula nº 18

O critério do art. 58 do ADCT é aplicável a partir de 05/04/1989até aregulamentação da Lei de Benefícios pelo Decreto nº 357 de09/12/91.

Súmula nº 19

É aplicável a variação do Índice de Reajuste do Salário Mínimo,nopercentual de 39,67%, na atualização dos salários-de-contribuiçãoanteriores a março de 1994, a fim de apurar a renda mensalinicialdo benefício previdenciário.

Súmula nº 20

A regra do parágrafo 3° do artigo 109 da Constituição Federal abrangenão só os segurados e beneficiários da previdência social, como tambémaqueles que pretendem ver declarada tal condição.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 765

Súmula nº 22

É extensível aos beneficiários da Assistência Social (inciso V do artigo203 da CF) a regra de delegação de competência do parágrafo 3º doartigo 109 da Constituição Federal, sendo exclusiva a legitimidadepassiva do INSS.

Súmula nº 24

É facultado aos segurados ou beneficiários da Previdência Social ajuizaração na Justiça Estadual de seu domicílio, sempre que esse não forsede de Vara da Justiça Federal.

Súmula nº 25

Os benefícios previdenciários concedidos até a promulgação daConstituição Federal de 1988 serão reajustados pelo critério da primeiraparte da Súmula n° 260 do Tribunal Federal de Recursos até o dia 04de abril de 1989.

Súmula nº 26

Não serão remetidas aos Juizados Especiais Federais ascausasprevidenciárias e assistenciais ajuizadas até a sua instalação,emtramitação em Vara Federal ou Vara Estadual no exercíciodejurisdição Federal delegada.

Súmula nº 28

O PIS é devido no regime da Lei Complementar nº 7/70 elegislaçãosubsequente, até o termo inicial de vigência da MP n° 1.212/95,diante da suspensão dos Decretos-leis n° 2.445/88 e n° 2.449/88pelaResolução n° 49/95, do Senado Federal.

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766 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 767

TRF 4ª Região – Tribunal Regional Federal(Porto Alegre/RS)

Súmula nº 2

Para o cálculo da aposentadoria por idade ou por tempo de serviço, noregime precedente à Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, corrigem-seos salários-de-contribuição, anteriores aos doze últimos meses, pelavariação nominal da ORTN/OTN.

Súmula nº 3

Os juros de mora, impostos a partir da citação, incidem também sobrea soma das prestações previdenciárias vencidas.

Súmula nº 7

É inconstitucional o art. 8° da Lei n° 7.689 de 15 de dezembro de 1988.

Súmula nº 8

Subsiste no novo texto constitucional a opção do segurado para ajuizarações contra a Previdência Social no foro estadual do seu domicílioou no do Juízo Federal.

Súmula nº 9

Incide correção monetária sobre os valores pagos com atraso, na viaadministrativa, a título de vencimento, remuneração, provento, soldopensão ou benefício previdenciário, face à sua natureza alimentar.

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768 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 15

O reajuste dos benefícios de natureza previdenciária, na vigência doDecreto-Lei n° 2.351, de 7 de agosto de 1987, vinculava-se ao saláriomínimo de referência e não ao piso nacional de salários.

Súmula nº 20

O art. 8°, parágrafo 1°, da Lei 8620/93 não isenta o INSS das custasjudiciais, quando demandado na Justiça Estadual.

Súmula nº 21

É constitucional a Contribuição Social criada pelo art. 1° da LeiComplementar n° 70, de 1991.

Súmula nº 24

São auto-aplicáveis os parágrafos 5° e 6° do art. 201 da ConstituiçãoFederal de 1988.

Súmula nº 26

O valor dos benefícios previdenciários devidos no mês de junho de1989 tem por base o salário mínimo de NCz$120,00 (art. 1° da Lei7.789/89).

Súmula nº 28

São inconstitucionais as alterações introduzidas no Programa deIntegração Social (PIS) pelos Decretos-Leis 2445/88 e 2449/88.

Súmula nº 32

No cálculo de liquidação de débito judicial, inclui-se o índice de42,72% relativo à correção monetária de janeiro de 1989.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 769

Súmula nº 36

Inexiste direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários combase na variação do IPC - Índice de Preços ao Consumidor - de marçoe abril de 1990.

Súmula nº 37

Na liquidação de débito resultante de decisão judicial, incluem-se osíndices relativos ao IPC de março, abril e maio de 1990 e fevereiro de1991.

Súmula nº 40

Por falta de previsão legal, é incabível a equivalência entre o salário-de-contribuição e o salário-de-benefício para o cálculo da renda mensaldos benefícios previdenciários.

Súmula nº 41

É incabível o sequestro de valores ou bloqueio das contas bancáriasdo INSS para garantir a satisfação de débitos judiciais.

Súmula nº 42

A União e suas autarquias estão sujeitas ao adiantamento das despesasdo oficial de justiça necessárias ao cumprimento de diligências porelas requeridas.

Súmula nº 44

É inconstitucional a contribuição previdenciária sobre o pro labore dosadministradores, autônomos e avulsos, prevista nas Leis n.s 7.787/89e 8.212/91.

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Súmula nº 47

Na correção monetária dos salários-de-contribuição integrantes docálculo de renda mensal inicial dos beneficiários previdenciários, emrelação ao período de março a agosto de 1991, não se aplica o índice de230,40%.

Súmula nº 48

O abono previsto no artigo 9º, §6º, letra “b”, da Lei nº 8178/91 estáincluído no índice de 147,06%, referente ao reajuste dos benefíciosprevidenciários em 1º de setembro de 1991.

Súmula nº 49

O critério de cálculo da aposentadoria proporcional estabelecido noartigo 53 da Lei 8213/91 não ofende o texto constitucional.

Súmula nº 50

Não há direito adquirido à contribuição previdenciária sobre o tetomáximo de 20 salários mínimos após a entrada em vigor da Lei nº7787/89.

Súmula nº 51

Não se aplicam os critérios da súmula nº 260 do extinto TribunalFederal de Recursos aos benefícios previdenciários concedidos apósa Constituição Federal de 1988.

Súmula nº 53

A sentença que, independentemente de pedido, determina a correçãomonetária do débito judicial não é ultra o u extra petita.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 771

Súmula nº 55

É constitucional a exigência de depósito prévio da multa parainterposição de recurso administrativo, nas hipóteses previstas peloart.93 da Lei nº 8212/91 - com a redação dada pela Lei nº 8870/94 - epelo art. 636, § 1º, da CLT.

Súmula nº 65

A pena decorrente do crime de omissão no recolhimento decontribuições previdenciárias não constitui prisão por dívida.

Súmula nº 67

A prova da materialidade nos crimes de omissão no recolhimento decontribuições previdenciárias pode ser feita pela autuação e notificaçãoda fiscalização, sendo desnecessária a realização de perícia.

Súmula nº 68

A prova de dificuldades financeiras, e consequente inexigibilidade deoutra conduta, nos crimes de omissão no recolhimento de contribuiçõesprevidenciárias, pode ser feita através de documentos, sendodesnecessária a realização de perícia.

Súmula nº 69

A nova redação do art. 168-A do Código Penal não importa emdescriminalização da conduta prevista no art. 95, “d”, da Lei nº 8.212/91.

Súmula nº 72

É possível cumular aposentadoria urbana e pensão rural.

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772 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Súmula nº 73

Admitem-se como início de prova material do efetivo exercício deatividade rural, em regime de economia familiar, documentos deterceiros, membros do grupo parental.

Súmula nº 74

Extingue-se o direito à pensão previdenciária por morte do dependenteque atinge 21 anos, ainda que estudante de curso superior.

Súmula nº 75

Os juros moratórios, nas ações previdenciárias, devem ser fixados em12% ao ano, a contar da citação.

Súmula nº 76

Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, devem incidirsomente sobre as parcelas vencidas até a data da sentença deprocedência ou do acórdão que reforme a sentença de improcedência.

Súmula nº 77

O cálculo da renda mensal inicial de benefício previdenciárioconcedido a partir de março de 1994 inclui a variação integral do IRSMde fevereiro de 1994 (39,67%).

Súmula nº 78

A constituição definitiva do crédito tributário é pressuposto dapersecução penal concernente a crime contra a ordem tributáriaprevisto no art. 1ª da Lei nº 8.137/90.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 773

TRF 5ª Região – Tribunal Regional Federal(Recife/PE)

Súmula nº 1

Na execução de dívida alimentícia da Fazenda Pública, observa-se orito do art. 730, CPC, expedindo-se precatório cujo pagamento tempreferência, em classe especial.

Súmula nº 5

As prestações atrasadas, reconhecidas como devidas pelaAdministração Pública, devem ser pagas com correção monetária.

Súmula nº 6

Subsiste até a vigência e eficácia da Lei Complementar nº 70/91, acobrança do FINSOCIAL com base no Decreto-Lei nº 1.940/82, sendoinconstitucionais as alterações introduzidas pela Lei 7.887/89,ressalvada a situação das empresas prestadoras de serviço.

Súmula nº 7

São inconstitucionais as alterações na contribuição para o Programade Integração Social introduzidas pelos Decretos-Leis 2.445 e 2.449.

Súmula nº 8

São auto-aplicáveis as regras dos parágrafos 5º e 6º do art. 201 daConstituição Federal, ao estabelecerem o salário mínimo e a gratificaçãonatalina para o benefício previdenciário.

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Súmula nº 9

É imediata a incidência da forma de cálculo prevista no art. 202 daConstituição Federal, mas não se aplica à aposentadoria implantadaantes de outubro de 1988.

Súmula nº 10

A contribuição previdenciária incide sobre a parte da folha depagamentos da empresa aos seus administradores, sócios-gerentes eautônomos.

Súmula nº 11

Aplica-se ao reajuste de benefício previdenciário, em setembro de 1991,o percentual de 147,06%.

Súmula nº 18

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. MONITORUNIVERSITÁRIO. CONTAGEM INDEVIDA. O tempo de treinamentodo estudante como monitor universitário não é contado para finsprevidenciários

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 775

TNU – Turma Nacional de UniformizaçãoConselho da Justiça Federal - CJF

Súmula nº 1

A conversão dos benefícios previdenciários em URV, em março/94,obedece às disposições do art. 20, incisos I e II da Lei 8.880/94 (MP nº434/94).

Súmula nº 2

Os benefícios previdenciários, em maio de 1996, deverão serreajustados na forma da Medida Provisória 1.415, de 29 de abril de1996, convertida na Lei 9.711, de 20 de novembro de 1998.

Súmula nº 4

Não há direito adquirido à condição de dependente de pessoadesignada, quando o falecimento do segurado deu-se após o adventoda Lei 9.032/95.

Súmula nº 5

A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o adventoda Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, podeser reconhecida para fins previdenciários.

Súmula nº 6

A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie acondição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável deprova material da atividade rurícola.

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Súmula nº 8

Os benefícios de prestação continuada, no regime geral da PrevidênciaSocial, não serão reajustados com base no IGP-DI nos anos de 1997,1999, 2000 e 2001.

Súmula nº 9

O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que eliminea insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza otempo de serviço especial prestado.

Súmula nº 10

O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 podeser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquelaque soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviçopúblico estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivascontribuições previdenciárias.

Súmula nº 14

Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que oinício de prova material, corresponda a todo o período equivalente àcarência do benefício.

Súmula nº 18

Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebiaremuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, orespectivo tempo de serviço pode ser computado para fins deaposentadoria previdenciária.

Súmula nº 19

Para o cálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário,deve ser considerada, na atualização dos salários de contribuição

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anteriores a março de 1994, a variação integral do IRSM de fevereirode 1994, na ordem de 39,67% (art. 21, § 1º, da Lei nº 8.880/94).

Súmula nº 20

A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não modificou a situaçãodo servidor celetista anteriormente aposentado pela Previdência SocialUrbana.

Súmula nº 21

Não há direito adquirido a reajuste de benefícios previdenciários combase na variação do IPC (Índice de Preço ao Consumidor), de janeirode 1989 (42,72%) e abril de 1990 (44,80%).

Súmula nº 22

Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a incapacidadejá existia na data do requerimento administrativo, esta é o termo inicialdo benefício assistencial.

Súmula nº 24

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao adventoda Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuiçõesprevidenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefícioprevidenciário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), excetopara efeito de carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº8.213/91.

Súmula nº 25

A revisão dos valores dos benefícios previdenciários, prevista no art.58 do ADCT, deve ser feita com base no número de salários mínimosapurado na data da concessão, e não no mês de recolhimento da últimacontribuição.

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Súmula nº 26

A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se àde guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64.

Súmula nº 27

A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impedea comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.

Súmula nº 28

Encontra-se prescrita a pretensão de ressarcimento de perdas sofridasna atualização monetária da conta do Plano de Integração Social - PIS,em virtude de expurgos ocorridos por ocasião dos Planos EconômicosVerão e Collor I.

Súmula nº 29

Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de 1993, incapacidadepara a vida independente não é só aquela que impede as atividadesmais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover aopróprio sustento.

Súmula nº 30

Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superiorao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietáriocomo segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a suaexploração em regime de economia familiar.

Súmula nº 31

A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatóriaconstitui início de prova material para fins previdenciários.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 779

Súmula nº 32

O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é consideradoespecial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis:superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6);superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência doDecreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreton. 4.882, de 18 de novembro de 2003.

Súmula nº 33

Quando o segurado houver preenchido os requisitos legais paraconcessão da aposentadoria por tempo de serviço na data dorequerimento administrativo, esta data será o termo inicial da concessãodo benefício.

Súmula nº 34

Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de provamaterial deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.

Súmula nº 35

A Taxa Selic, composta por juros de mora e correção monetária, incidenas repetições de indébito tributário.

Súmula nº 36

Não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhadorrural com o benefício da aposentadoria por invalidez, por apresentarempressupostos fáticos e fatos geradores distintos.

Súmula nº 37

A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não seprorroga pela pendência do curso universitário.

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Súmula nº 38

Aplica-se subsidiariamente a Tabela de Cálculos de Santa Catarinaaos pedidos de revisão de RMI - OTN/ORTN, na atualização dossalários de contribuição.

Súmula nº 39

Nas ações contra a Fazenda Pública, que versem sobre pagamento dediferenças decorrentes de reajuste nos vencimentos de servidorespúblicos, ajuizadas após 24/08/2001, os juros de mora devem ser fixadosem 6% (seis por cento) ao ano (art. 1º-F da Lei 9.494/97).

Súmula nº 41

A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenharatividade urbana não implica, por si só, a descaracterização dotrabalhador rural como segurado especial, condição que deve seranalisada no caso concreto.

Súmula nº 44

Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva decarência prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada emfunção do ano em que o segurado completa a idade mínima paraconcessão do benefício, ainda que o período de carência só sejapreenchido posteriormente.

Súmula nº 45

Incide correção monetária sobre o salário-maternidade desde a épocado parto, independentemente da data do requerimento administrativo.

Súmula nº 46

O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessãode benefício previdenciário de trabalhador rural, condição que deveser analisada no caso concreto.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 781

Súmula nº 47

Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juizdeve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para aconcessão de aposentadoria por invalidez.

Súmula nº 48

A incapacidade não precisa ser permanente para fins de concessão dobenefício assistencial de prestação continuada.

Súmula nº 49

Para reconhecimento de condição especial de trabalho antes de 29/4/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade físicanão precisa ocorrer de forma permanente.

Súmula nº 50

É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum dotrabalho prestado em qualquer período.

Súmula nº 51

Os valores recebidos por força de antecipação dos efeitos de tutela,posteriormente revogada em demanda previdenciária, são irrepetíveisem razão da natureza alimentar e da boa-fé no seu recebimento.

Súmula nº 52

Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularizaçãodo recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individualposteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam serarrecadadas por empresa tomadora de serviços.

Súmula nº 53

Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidezquando a incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso dosegurado no Regime Geral de Previdência Social.

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Súmula nº 54

Para a concessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural, otempo de exercício de atividade equivalente à carência deve ser aferidono período imediatamente anterior ao requerimento administrativoou à data do implemento da idade mínima.

Súmula nº 55

A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrercom aplicação do fator multiplicativo em vigor na data da concessãoda aposentadoria.

Súmula nº 57

O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez não precedida deauxílio-doença, quando concedidos na vigência da Lei n. 9.876/1999,devem ter o salário de benefício apurado com base na média aritméticasimples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80%do período contributivo, independentemente da data de filiação dosegurado ou do número de contribuições mensais no períodocontributivo.

Súmula nº 60

O décimo terceiro salário não integra o salário de contribuição parafins de cálculo do salário de benefício, independentemente da data daconcessão do benefício previdenciário.

Súmula nº 61

As alterações promovidas pela Lei n. 11.960/2009 têm aplicaçãoimediata na regulação dos juros de mora em condenações contra aFazenda Pública, inclusive em matéria previdenciária,independentemente da data do ajuizamento da ação ou do trânsito emjulgado.

Súmula nº 62

O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 783

atividade especial para fins previdenciários, desde que consigacomprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.

Súmula nº 63

A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensãopor morte prescinde de início de prova material.

Súmula nº 64

O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciárioou assistencial sujeita-se ao prazo decadencial de dez anos.

Súmula nº 65

Os benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria porinvalidez concedidos no período de 28/3/2005 a 20/7/2005 devem sercalculados nos termos da Lei n. 8.213/1991, em sua redação anterior àvigência da Medida Provisória n. 242/2005.

Súmula nº 66

O servidor público ex-celetista que trabalhava sob condições especiaisantes de migrar para o regime estatutário tem direito adquirido àconversão do tempo de atividade especial em tempo comum com odevido acréscimo legal, para efeito de contagem recíproca no regimeprevidenciário próprio dos servidores públicos.

Súmula nº 67

O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado aoRegime Geral da Previdência Social integra o salário de contribuição esujeita-se à incidência de contribuição previdenciária.

Súmula nº 68

O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto àcomprovação da atividade especial do segurado.

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Súmula nº 69

O tempo de serviço prestado em empresa pública ou em sociedade deeconomia mista por servidor público federal somente pode ser contadopara efeitos de aposentadoria e disponibilidade.

Súmula nº 70

A atividade de tratorista pode ser equiparada à de motorista decaminhão para fins de reconhecimento de atividade especial medianteenquadramento por categoria profissional.

Súmula nº 71

O mero contato do pedreiro com o cimento não caracteriza condiçãoespecial de trabalho para fins previdenciários.

Súmula nº 72

É possível o recebimento de benefício por incapacidade duranteperíodo em que houve exercício de atividade remunerada quandocomprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituaisna época em que trabalhou.

Súmula nº 73

O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalideznão decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado comotempo de contribuição ou para fins de carência quando intercaladoentre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para aprevidência social.

Súmula nº 74

O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação de requerimentoadministrativo e volta a correr pelo saldo remanescente após a ciênciada decisão administrativa final.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 785

AGU – Advocacia Geral da União

Enunciados

Enunciado AGU nº 6

A companheira ou companheiro de militar falecido após o advento daConstituição de 1988 faz jus à pensão militar, quando o beneficiárioda pensão esteja designado na declaração preenchida em vida pelocontribuinte ou quando o beneficiário comprove a união estável, nãoafastadas situações anteriores legalmente amparadas.

Enunciado AGU nº 7

A aposentadoria de servidor público tem natureza de benefícioprevidenciário e pode ser recebida cumulativamente com a pensãoespecial prevista no art. 53, inciso II, do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, devida a ex-combatente (no caso demilitar, desde que haja sido licenciado do serviço ativo e com issoretornado à vida civil definitivamente - art.1º da Lei nº 5.315, de12.9.1967).

Enunciado AGU nº 8

O direito à pensão de ex-combatente é regido pelas normas legais emvigor à data do evento morte. Tratando-se de reversão do beneficio àfilha mulher, em razão do falecimento da própria mãe que a vinharecebendo, consideram-se não os preceitos em vigor quando do óbitodesta última, mas do primeiro, ou seja, do ex-combatente.

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Enunciado AGU nº 10

Não está sujeita a recurso a decisão judicial que entender incabível aremessa necessária nos embargos à execução de título judicial opostospela Fazenda Pública, ressalvadas aquelas que julgarem a liquidaçãopor arbitramento ou artigo, nas execuções de sentenças ilíquidas.

Enunciado AGU nº 12

É facultado ao segurado ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas Varas Federais dacapital do Estado-membro.

Enunciado AGU nº 14

Aplica-se apenas a taxa SELIC, em substituição à correção monetária ejuros, a partir de 1º de janeiro de 1996, nas compensações ourestituições de contribuições previdenciárias.

Enunciado AGU nº 15

A suspeita de fraude na concessão de benefício previdenciário nãoenseja, de plano, a sua suspensão ou cancelamento, mas dependerá deapuração em procedimento administrativo, observados os princípiosdo contraditório e da ampla defesa.

Enunciado AGU nº 16

O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude dehabilitação em concurso público, poderá desistir do estágio probatórioa que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11 dedezembro de 1990, e ser reconduzido ao cargo inacumulável de quefoi exonerado, a pedido.

Enunciado AGU nº 17

Suspensa a exigibilidade do crédito pelo parcelamento concedido, sema exigência de garantia, esta não pode ser imposta como condição para

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 787

o fornecimento da certidão positiva de débito com efeito de negativa,estando regular o parcelamento da dívida, com o cumprimento, noprazo, das obrigações assumidas pelo contribuinte.

Enunciado AGU nº 18

Da decisão judicial que determinar a concessão de Certidão Negativade Débito (CND), em face da inexistência de crédito tributárioconstituído, não se interporá recurso.

Enunciado AGU nº 24

É permitida a contagem, como tempo de contribuição, do tempoexercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período deaprendizado profissional realizado em escolas técnicas, desde quecomprovada a remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamentopúblico e o vínculo empregatício.

Enunciado AGU nº 25

Será concedido auxílio-doença ao segurado consideradotemporariamente incapaz para o trabalho ou sua atividade habitual,de forma total ou parcial, atendidos os demais requisitos legais,entendendo-se por incapacidade parcial aquela que permita suareabilitação para outras atividades laborais.

Enunciado AGU nº 26

Para a concessão de benefício por incapacidade, não será consideradaa perda da qualidade de segurado decorrente da própria moléstiaincapacitante.

Enunciado AGU nº 27

Para concessão de aposentadoria no RGPS, é permitido o cômputo dotempo de serviço rural exercido anteriormente à Lei nº 8.213, de 24 de

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julho de 1991, independente do recolhimento das contribuições sociaisrespectivas, exceto para efeito de carência.

Enunciado AGU nº 28

O pagamento das parcelas atrasadas de benefício previdenciário deveocorrer sempre com correção monetária, independentemente deocorrência de mora e de quem lhe deu causa, vez que representa meraatualização da moeda.

Enunciado AGU nº 29

Atendidas as demais condições legais, considera-se especial, no âmbitodo RGPS, a atividade exercida com exposição a ruído superior a 80decibéis até 05/03/97, superior a 90 decibéis desta data até 18/11/2003,e superior a 85 decibéis a partir de então.

Enunciado AGU nº 30

A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalhoé suficiente para a caracterização da incapacidade para a vidaindependente, conforme estabelecido no art. 203, V, da ConstituiçãoFederal, e art. 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

Enunciado AGU nº 31

É cabível a expedição de precatório referente a parcela incontroversa,em sede de execução ajuizada em face da Fazenda Pública.

Enunciado AGU nº 32

Para fins de concessão dos benefícios dispostos nos artigos 39, incisoI e seu parágrafo único, e 143 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991,serão considerados como início razoável de prova material documentospúblicos e particulares dotados de fé pública, desde que não contenhamrasuras ou retificações recentes, nos quais conste expressamente a

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 789

qualificação do segurado, de seu cônjuge, enquanto casado, oucompanheiro, enquanto durar a união estável, ou de seu ascendente,enquanto dependente deste, como rurícola, lavrador ou agricultor, salvoa existência de prova em contrário.

Enunciado AGU nº 33

É devida aos servidores públicos federais civis ativos, por ocasião dogozo de férias e licenças, no período compreendido entre outubro/1996 e dezembro/2001, a concessão de auxílio-alimentação, com fulcrono art. 102 da Lei nº 8.112/90, observada a prescrição quinquenal.

Enunciado AGU nº 36

O ex-combatente que tenha efetivamente participado de operaçõesbélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº5.315,de 12 de setembro de 1967, tem direito à assistência médica e hospitalargratuita, extensiva aos dependentes, prestada pelas OrganizaçõesMilitares de Saúde, nos termos do artigo 53, IV, do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias. Legislação Pertinente: art. 53, IV, do Atodas Disposições Constitucionais Transitórias.

Enunciado AGU nº 38

Incide a correção monetária sobre as parcelas em atraso não prescritas,relativas aos débitos de natureza alimentar, assim como aos benefíciosprevidenciários, desde o momento em que passaram a ser devidos,mesmo que em período anterior ao ajuizamento de ação judicial.

Enunciado AGU nº 40

Os servidores públicos federais, aposentados na vigência do RegimeJurídico Único, têm direito à percepção simultânea do benefíciodenominado ‘’quintos’’, previsto no art. 62, § 2º, da Lei nº 8.112/1990,com o regime estabelecido no art. 192 do mesmo diploma.

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Enunciado AGU nº 43

Os servidores públicos inativos e pensionistas, com benefíciosanteriores à edição da Lei n.º 10.404/2002, têm direito ao pagamentoda Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa- GDATA nos valores que especifica.

Enunciado AGU nº 44

É permitida a cumulação do benefício de auxílio-acidente com benefíciode aposentadoria quando a consolidação das lesões decorrentes deacidentes de qualquer natureza, que resulte em sequelas definitivas,nos termos do art. 86 da Lei nº 8.213/91, tiver ocorrido até 10 denovembro de 1997, inclusive, dia imediatamente anterior à entradaem vigor da Medida Provisória nº 1.596-14, convertida na Lei nº 9.528/97, que passou a vedar tal acumulação.

Enunciado AGU nº 45

Os benefícios inerentes à Política Nacional para a Integração da PessoaPortadora de Deficiência devem ser estendidos ao portador de visãomonocular, que possui direito de concorrer, em concurso público, àvaga reservada aos deficientes.

Enunciado AGU nº 49

A regra de transição que estabelece o percentual de 80% do valormáximo da GDPGTAS, a ser pago aos servidores ativos, deve serestendida aos servidores inativos e pensionistas, até a regulamentaçãoda mencionada gratificação.

Enunciado AGU nº 51

A falta de prévia designação da (o) companheira (o) como beneficiária(o) da pensão vitalícia de que trata o art. 217, inciso i, alínea “c”, da Leinº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, não impede a concessão dessebenefício, se a união estável restar devidamente comprovada por meiosidôneos de prova.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 791

Enunciado AGU nº 59

O prazo prescricional para propositura da ação executiva contra aFazenda Pública é o mesmo da ação de conhecimento.

Enunciado AGU nº 60

Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório daverba.

Enunciado AGU nº 61

É cabível a inclusão de expurgos inflacionários, antes da homologaçãoda conta, nos cálculos, para fins de execução da sentença, quando nãofixados os índices de correção monetária no processo de conhecimento.

Enunciado AGU nº 64

As contribuições sociais destinadas às entidades de serviço social eformação profissional não são executadas pela Justiça do Trabalho.

Enunciado AGU nº 65

Alterar a Súmula nº 44, da Advocacia-Geral da União, que passa avigorar com a seguinte redação: ”Para a acumulação do auxílio-acidentecom proventos de aposentadoria, a lesão incapacitante e a concessãoda aposentadoria devem ser anteriores as alterações inseridas no art.86 § 2º, da Lei 8.213/91, pela Medida Provisória nº 1.596-14, convertidana Lei nº 9.528/97.

Enunciado AGU nº 67

Na Reclamação Trabalhista, até o trânsito em julgado, as partes sãolivres para discriminar a natureza das verbas objeto do acordo judicialpara efeito do cálculo da contribuição previdenciária, mesmo que taisvalores não correspondam aos pedidos ou à proporção das verbassalariais constantes da petição inicial.

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792 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado AGU nº 68

Nos contratos de prestação de serviços médico-hospitalares no âmbitodo SUS, o fator para conversão de cruzeiros reais em reais, a partir de1º de julho de 1994, deve ser de Cr$ 2.750,00, como determinado peloart. 1º, § 3º, da MP 542/95, convertida na Lei nº 9.069/95, combinadocom o Comunicado nº 4.000, de 29.06.94, do BACEN, obedecida aprescrição das parcelas relativas ao quinquênio anterior ao ajuizamentoda demanda, bem como a limitação da condenação até outubro de 1999.

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 793

CRPS – Conselho de Recursos da Previdência Social

Enunciados

Enunciado nº 4

TEMPO DE SERVIÇO. AÇÃO JUDICIAL. PROCEDÊNCIA COM BASENA CONFISSÃO FICTA OU PROVA EXCLUSIVAMENTETESTEMUNHAL. INADMISSIBILIDADE. DEC. 611/92, ARTS. 60 E61. LEI 8.213/91, ART. 55, § 3º. Consoante inteligência do § 3º, do art.55, da Lei 8.213/91, não será admitida como eficaz para comprovaçãode tempo de contribuição e para os fins previstos na legislaçãoprevidenciária, a ação Reclamatória Trabalhista em que a decisão nãotenha sido fundamentada em início razoável de prova materialcontemporânea constante nos autos do processo. (Nova redação dadapela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30de março de 2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 5

BENEFÍCIO. CONCESSÃO DO MELHOR QUE O SEGURADO FAZJUS. ORIENTAÇÃO DO SERVIDOR. NECESSIDADE. A PrevidênciaSocial deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus,cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido.

Enunciado nº 6

INGRESSO DO SEGURADO EM REGIME PRÓPRIO DEPREVIDÊNCIA PELO MESMO EMPREGO. EXCLUSÃOAUTOMÁTICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO COMOFACULTATIVO. IMPOSSIBILIDADE. O ingresso do segurado emregime próprio de previdência pelo mesmo emprego, importa a suaexclusão automática da Previdência Social para o qual não podecontribuir como facultativo.

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794 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

Enunciado nº 7

TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NO EXTERIOR A EMPRESA NÃOVINCULADA À PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA.IMPOSSIBILIDADE DE SER COMPUTADO. SALVO TRATADO DERECIPROCIDADE ENTRE BRASIL E ESTADO ESTRANGEIRO. Otempo de serviço prestado no exterior a empresa não vinculada àPrevidência Social brasileira não pode ser computado, salvo tratadode reciprocidade entre Brasil e Estado Estrangeiro onde o trabalho,prestado num, seja contado no outro, para os efeitos dos benefícios aliprevistos.

Enunciado nº 8

BENEFÍCIO. INCAPACIDADE ANTES DA PERDA DA QUALIDADEDE SEGURADO. FALTA DE CONTRIBUIÇÃO POSTERIOR NÃOPREJUDICA O DIREITO ÀS PRESTAÇÕES. Fixada a data do inícioda incapacidade antes da perda da qualidade de segurado, a falta decontribuição posterior não prejudica o seu direito às prestaçõesprevidenciárias.

Enunciado nº 13

DEPENDENTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PODE SER PARCIAL,DEVENDO, NO ENTANTO, REPRESENTAR UM AUXÍLIOSUBSTANCIAL, PERMANENTE E NECESSÁRIO, CUJA FALTAACARRETARIA DESEQUILÍBRIO DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIADO DEPENDENTE. A dependência econômica pode ser parcial,devendo, no entanto, representar um auxílio substancial, permanentee necessário, cuja falta acarretaria desequilíbrio dos meios desubsistência do dependente.

Enunciado nº 18

BENEFÍCIO. NÃO SE INDEFERE SOB FUNDAMENTO DE FALTADE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIAQUANDO ESTA OBRIGAÇÃO FOR DEVIDA PELO

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 795

EMPREGADOR. Não se indefere benefício sob fundamento de faltade recolhimento de contribuição previdenciária quando esta obrigaçãofor devida pelo empregador.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 11 denovembro de 1999)

Enunciado nº 19

BENEFÍCIO. TRANSCORRIDOS MAIS DE 5 ANOS DA DATA DACONCESSÃO DO BENEFÍCIO, DEFERIDO SOB A ÉGIDE DALEGISLAÇÃO ANTERIOR À LEI 8.213/91, NÃO PODERÁ HAVERSUA SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO NA HIPÓTESE DE OINTERESSADO NÃO MAIS POSSUIR A DOCUMENTAÇÃO QUEINSTRUIU O PEDIDO. Transcorrido mais de dez anos da data daconcessão do benefício, não poderá haver sua suspensão oucancelamento na hipótese de o interessado não mais possuir adocumentação que instruiu o pedido, exceto em caso de fraude oumá-fé. (Nova redação dada pela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30 de marçode 2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 20

BENEFÍCIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. SALVO EM RELAÇÃOAO AGENTE AGRESSIVO RUÍDO, NÃO SERÁ OBRIGATÓRIA AAPRESENTAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO PERICIAL PARA PERÍODOSDE ATIVIDADES ANTERIORES À EDIÇÃO DA MED. PROV. 1.523 -10, DE 11/10/96. Salvo em relação ao agente agressivo ruído, não seráobrigatória a apresentação de laudo técnico pericial para períodos deatividades anteriores à edição da Medida Provisória 1.523 -10, de 11/10/96, facultando-se ao segurado a comprovação de efetiva exposiçãoa agentes agressivos à sua saúde ou integridade física mencionadosnos formulários SB-40 ou DSS-8030, mediante o emprego de qualquermeio de prova em direito admitido.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de11 de novembro de 1999)

Enunciado nº 21

APOSENTADORIA. ESPECIAL. SIMPLES FORNECIMENTO DE

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796 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DE TRABALHO PELOEMPREGADOR NÃO EXCLUI A HIPÓTESE DE EXPOSIÇÃO DOTRABALHADOR AOS AGENTES NOCIVOS À SAÚDE.CONSIDERAÇÃO DE TODO O AMBIENTE DE TRABALHO. Osimples fornecimento de equipamento de proteção individual detrabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição dotrabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todoo ambiente de trabalho.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 11 denovembro de 1999)

Enunciado nº 22

SEGURADA ESPECIAL A MULHER QUE, ALÉM DAS TAREFASDOMÉSTICAS, EXERCE ATIVIDADES RURAIS COM O GRUPOFAMILIAR RESPECTIVO, APROVEITANDO-SE-LHE AS PROVASMATERIAIS APRESENTADAS EM NOME DE SEU CÔNJUGE OUCOMPANHEIRO, CORROBORADAS POR MEIO DE PESQUISA EENTREVISTA. Considera-se segurada especial a mulher que, alémdas tarefas domésticas, exerce atividades rurais com o grupo familiarrespectivo, aproveitando-se-lhe as provas materiais apresentadas emnome de seu cônjuge ou companheiro, corroboradas por meio depesquisa, entrevista ou Justificação Administrativa. (Nova redação dadapela Res. MPS/CRPS nº 2, de 30/03/2006 - DOU 07/04/2006)

Enunciado nº 23

PECÚLIO PREVISTO NO INCISO II DO ART. 81 DA LEI 8.213/91.PAGAMENTO AOS DEPENDENTES OU SUCESSORES,RELATIVAMENTE ÀS CONTRIBUIÇÕES VERTIDAS ATÉ 14/04/94,SALVO SE PRESCRITO. O pecúlio previsto no inciso II do art. 81 daLei 8.213/91, em sua redação original que não foi pago em vida aosegurado aposentado que retornou à atividade quando dela se afastou,é devido aos seus dependentes ou sucessores, relativamente àscontribuições vertidas até 14/04/94, salvo se prescrito.(Editadopela Res. CRPS nº 1, de 11 de novembro de 1999)

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 797

Enunciado nº 25

ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. NOTIFICAÇÃO DO SUJEITOPASSIVO APÓS O PRAZO DE VALIDADE DO MANDADO DEPROCEDIMENTO FISCAL - MPF. LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIADE NULIDADE. A notificação do sujeito passivo após o prazo devalidade do Mandado de Procedimento Fiscal - MPF - não acarretanulidade do lançamento. (Editado pela Res. MPS/CRPS nº 1, de 23/02/2006 - DOU 06/03/2006)

Enunciado nº 26

PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE OU COMPANHEIRO DO SEXOMASCULINO. LEI 8.213/91, ART. 74. A concessão da pensão por morteao cônjuge ou companheiro do sexo masculino, no períodocompreendido entre a promulgação da Constituição Federal de 1988 eo advento da Lei 8.213 de 1991, rege-se pelas normas do Dec. 83.080,de 24/01/79, seguido pela Consolidação das Leis da Previdência Social(CLPS) expedida pelo Dec. 89.312, de 23/01/84, que continuaram aviger até o advento da Lei 8.213/91, aplicando-se tanto ao trabalhadordo regime previdenciário rural quanto ao segurado do regime urbano.(Editado pela Res. CRPS nº 3, de 29 de agosto de 2006 – 31/08/2006)

Enunciado nº 27

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. HIPÓTESES DE NECESSIDADE OUNÃO DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. DEC. 3.048/99,ARTS. 26, § 4º E 216, I, “a”.Cabe ao contribuinte individual comprovara interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinhacontribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período semcontribuição. A concessão de benefícios previdenciários, requeridospelo contribuinte individual em débito, é condicionada aorecolhimento prévio das contribuições em atraso, ressalvada a alteraçãointroduzida pelo Dec. 4.729/2003, no art. 26, § 4º e no art. 216, I, «a»,do Dec. 3.048/99, que, a partir da competência Abril/2003, tornapresumido o recolhimento das contribuições descontadas doscontribuintes individuais pela empresa contratante de seus serviços.

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798 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

(Editado pela Res. CRPS nº 4, de 19 de outubro de 2006 - DOU 25/10/2006)

Enunciado nº 28

AUXÍLIO-DOENÇA. PROCESSAMENTO DE OFÍCIO. DEC. 3.048/99,ART. 76. LEI 8.213/91. ART. 59. Não se aplica o disposto no art. 76 doRegulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. 3.048/99, parajustificar a retroação do termo inicial do benefício auxílio doençarequerido após o trigésimo dia do afastamento da atividade, nos casosem que a perícia médica do INSS fixar a data de início da incapacidadeanterior à data de entrada do requerimento, tendo em vista que estahipótese não implica em ciência pretérita da Previdência Social.(Editado pela Res. CRPS nº 5, de 29 de novembro de 2006 – DOU 01/12/2006)

Enunciado nº 29

TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO FISCAL. LEVANTAMENTO PORARBITRAMENTO. Nos casos de levantamento por arbitramento, aexistência do fundamento legal que ampara tal procedimento, seja norelatório Fundamentos Legais do Débito - FLD ou no Relatório Fiscal -REFISC garante o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa,não gerando a nulidade do lançamento. (Editado pela Res. CRPS nº 6,de 13 de dezembro de 2006 - DOU 15/12/2006)

Enunciado nº 30

TRIBUTÁRIO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADESOLIDÁRIA. Em se tratando de responsabilidade solidária o fiscoprevidenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomadorde serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador deserviços.(Editado pela Res. CRPS nº 1, de 31 de janeiro de 2007 –DOU 05/02/2007)

Enunciado nº 31

SALÁRIO MATERNIDADE. SEGURADA DESEMPREGADA. LEI

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 799

8.213/91, ART. 15. Nos períodos de que trata o art. 15 da Lei 8.213/91,é devido o salário maternidade à segurada desempregada que não tenharecebido indenização por demissão sem justa causa durante aestabilidade gestacional, vedando-se, em qualquer caso, o pagamentoem duplicidade. (Editado pela Res. CRPS nº 2, de 07 de maio de 2007- DOU 01/06/2007)

Enunciado nº 32

ATIVIDADE ESPECIAL. DIVERGÊNCIA CTPS E/OU FICHA DEREGISTRO DE EMPREGADOS. A atividade especial efetivamentedesempenhada pelo (a) segurado (a) permite o enquadramento porcategoria profissional nos Anexos aos Decretos n° 53.831/64 e n° 83.080/79, ainda que divergente do registro em Carteira de Trabalho daPrevidência Social - CTPS - e/ou Ficha de Registro de Empregados,desde que comprovado o exercício nas mesmas condições deinsalubridade, periculosidade ou penosidade. (Editado pela Res. CRPSnº 7, de 30 de junho de 2011 - DOU 08/07/2011)

Enunciado nº 33

Para os efeitos de reconhecimento de tempo especial, o enquadramentodo tempo de atividade do trabalhador rural, segurado empregado, sobo código 2.2.1 do Quadro anexo ao Decreto nº 53.831, de 25 de marçode 1964, é possível quando o regime de vinculação for o da PrevidênciaSocial Urbana, e não o da Previdência Rural (PRORURAL), para osperíodos anteriores à unificação de ambos os regimes pela Lei nº 8.213,de 1991, e aplica-se ao tempo de atividade rural exercido até 28 deabril de 1995, independentemente de ter sido prestado exclusivamentena lavoura ou na pecuária. (Editado pela Resolução CRPS nº 1, de 27de junho de 2012 - DOU de 29/06/2012)

Enunciado nº 34

O prazo prescricional quinquenal, disposto no parágrafo único do art.103 da Lei nº 8.213, de 1991, aplica-se às revisões previstas nos artigos144 e 145 do mesmo diploma legal.(Editado pela Resolução CRPS nº2, de 27 de junho de 2012 - DOU de 29/06/2012)

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800 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

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MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 801

Índice Alfabético Remissivo

AACIDENTE DO TRABALHO 151

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA 488

ACRESCER OU SUPRIMIR INFORMAÇÕES PROCESSUAIS 39

AGRAVO DE INSTRUMENTO 42

AMPARO ASSISTENCIAL AO DEFICIENTE 63

ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL 69

APELAÇÃO

- Cautelar em Aposentadoria por Invalidez 77

- Revisão de Auxílio-Acidente 83

- Revisão de Benefício Previdenciário 87

APOSENTADORIA

- por Idade 97

- por Invalidez 147, 287, 331, 543

- por Tempo de Contribuição (Serviço) 135

APRESENTAÇÃO

- de Não Necessidade de Novos Documentos 267

- de Novos Documentos 269

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 477

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 135

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802 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

AUTÔNOMO 511

AUXÍLIO-ACIDENTE 331, 469

AUXÍLIO-RECLUSÃO

- Administrativo 109

- Judicial 105

AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL 483

BBENEFÍCIO

- Previdenciário 49, 169

- Suspenso 559

CCAUTELAR

- de Arresto 111

- de Produção e Antecipação de Provas 133

COBRANÇA 135

COMPUTAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO 597

COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS 161

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 141

CONSTITUIÇÃO DE OUTRO PROCURADOR 509

CONTRA-RAZÕES

- Recurso Ordinário 165

CONTRARIEDADE DO INSS 161

Page 803: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 803

CONTRIBUIÇÃO

- Previdenciária 249

- Pró-Labore 511

CO-RESPONSABILIDADE

- Autarquia- Ré 419

CORREÇÃO MONETÁRIA vide ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

CRIME CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA 53

DDÉBITO PREVIDENCIÁRIO 69

DECISÃO JUDICIAL FAVORÁVEL 655, 665

DECLARATÓRIA

- de Inexigibilidade 185

- por Tempo de Serviço 207, 221

- por Tempo de Serviço c/c Revisional de Proventos 229

- por Tempo de Serviço Rurícola 201

DEFICIENTE

- Amparo Assistencial 457

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

- Prova 457

DEPENDENTE ECONOMICAMENTE DOS AVÓS 665

DESAPOSENTADORIA 657

DESCONTO

- Fiscal 489

- Indevido 377

- Previdenciário 165, 497, 505

Page 804: Manual Forense Previdenciário

804 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

DEVIDO PROCESSO LEGAL 43

DEVOLUÇÃO INDEVIDA 141

DIFERENÇA DE VALOR 645

DILAÇAO PROCESSUAL 467

DIVERGÊNCIA DE VOTO 259

DOENÇA OCUPACIONAL 357

EEMBARGOS

- a Execução 293

- Infringentes 259

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 141

ESPECIFICAÇÕES DE PROVAS 267

ESTATUTO DO IDOSO 327

ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO 665

EXCESSO DE EXECUÇÃO 249

FFAVORÁVEL DECISÃO JUDICIAL 160

FILHO MENORM 463

Page 805: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 805

GGUARDA DE MENOR 271

IIDADE AVANÇADA 365

IMPOSTO DE RENDA 165

IMPUGNAÇÃO 275

- Aposentadoria por Idade Rural 281

- Aposentadoria por Invalidez – Incapacidade Laborativa – LaudoMédico Pericial 287

- aos Embargos à Execução 293

- Benefício Assistencial – Deficiente - Incapacidade Laborativa– LOAS 275

INCLUSÃO DE GENITORA COMO DEPENDENTE 327

INDENIZAÇÃO

- por Ato Ilícito 151

INIDICAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS 363

INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS 365

LLAUDO MÉDICO

- Sentença Contrária 473

LICENÇA PATERNIDADE 373

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 293

Page 806: Manual Forense Previdenciário

806 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

MMANDADO DE INJUNÇÃO 373

MANDADO DE SEGURANÇA 377, 389, 407

MEDIDA CAUTELAR INOMINADA 77, 111

MINISTÉRIO PÚBLICO 337

NNECESSIDADE

- de Complementação Processual 103

- de Evitar Decadência ou Prescrição 467

NEOPLASIA MALIGNA 77

PPEDIDO

- de Concessão de Benefícios 407

- de Suspensão do Ato Administrativo 407

PENSÃO 293

PENSÃO POR MORTE 247, 259, 451

PERÍCIA – PERÍODO DE GREVE 427

POLICIAL MILITAR 613

PRAZO

- Recolhimento da Contribuição 399

PRINCÍPIO DA ISONOMIA 607

Page 807: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 807

PRÓ-LABORE 525

PRODUÇÃO DE PROVAS 363

PROPOSITURA DA AÇÃO 597

PRORROGAÇÃO DE PRAZO 467

PROVA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 457

RRECLAMATÓRIA TRABALHISTA 463

RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS 419

- Não Repassados aos Cofres Públicos 419

RECURSO

- Especial 473

- Recurso Inominado – Averbação de Tempo de Serviço Especial– Juizado Especial 483

- Ordinário 489

REDUÇÃO SALARIAL 613

REFORMA DE DECISÃO 249

REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR 239

REPARAÇÃO DE DANO 299

REPETIÇÃO DE INDÉBITO 511

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR 165

REVISÃO

- de Aposentadoria 147

- não efetuada pelo INSS 125

Page 808: Manual Forense Previdenciário

808 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA

REVISIONAL

- de Aposentadoria 229, 293, 321, 551, 569, 597, 641

- de Benefícios 585

- de Pensão por Morte 645

RURÍCOLA 97, 201, 207

SSALÁRIO DE BENEFÍCIO 633

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 633

SENTENÇA 473, 655, 665

SUSTAÇÃO 111

TTRABALHADOR RURAL 317

TRABALHO RURAL 367

TUTELA ANTECIPATÓRIA 427

UUNIÃO ESTÁVEL 447

URBANO 221

Page 809: Manual Forense Previdenciário

MANUAL PRÁTICO FORENSE PREVIDENCIÁRIO 809

VVÍNCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO 641

VÍNCULO EMPREGATÍCIO 463

VIÚVA 463

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810 WAGNER ROBERTO DE OLIVEIRA