boletim hepatites 2019 - ministério da saúde · hepatite b e a avaliação da indicação de...
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BoletimEpidemiológicoSecretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da SaúdeISSN 9352-7864
Hepatites Virais2019
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúdewww.saude.gov.br/bvs
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PUBLICAÇÃO
Capa:Formato: A4 - 4 pg
Cor: 4/4Papel: Supremo Couchê Fosco 320 g
Fonte: Família Fira SansEncadernação: Lombada quadrada
Acabamento: BOPP
Miolo:Formato: A4 - pg
Cor: 4/4Papel: couche fosco 90 g/m²
Fonte: Fira Sans
Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | jul. 2019
Boletim Epidemiológico 17
Hepatites Virais2019
Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019Boletim EpidemiológicoSecretaria de Vigilância em SaúdeMinistério da Saúde
ISSN 9352-7864
©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Expediente
Boletim Epidemiológico – Hepatites ViraisAno VII – nº 01
Tiragem:Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde – Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI)SRTVN Quadra 701, lote D, Edifício PO700 – 5º andarCEP: 70719-040 – Brasília/DFDisque Saúde – 136e-mail: [email protected]: www.aids.gov.br
Elaboração do conteúdo:Gerson Fernando Mendes PereiraAlessandro Ricardo Caruso da CunhaFlavia Kelli Alvarenga PintoGláucio Mosimann JúniorRachel Abrahão RibeiroRonaldo de Almeida Coelho
Revisão ortográfica:Angela Gasperin Martinazzo
Projeto gráfico / diagramação:Fred Lobo, Sabrina Lopes (GAB/SVS) / Marcos Cleuton de Oliveira (DCCI)
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Introdução ......................................................................................................................................................... 5
Cenário epidemiológico das hepatites virais..........................................................................................6
Hepatite A ..........................................................................................................................................................8
Hepatite B ........................................................................................................................................................ 15
Hepatite C ........................................................................................................................................................ 21
Hepatite D ....................................................................................................................................................... 27
Tabelas de hepatites .................................................................................................................................. 28
Tabelas de hepatite A ................................................................................................................................. 30
Tabelas de hepatite B ................................................................................................................................ 36
Tabelas de hepatite C ................................................................................................................................ 48
Tabelas de hepatite D ................................................................................................................................. 59
Anexo A – Nota Técnica: Procedimentos para preparação da base de dados das hepatites virais no Sinan ........................................................................................................63 Anexo B – Nota Informativa nº 55/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS ...................................................... 66
Anexo C – Tabela de indicadores ..............................................................................................................69
Sumário
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Introdução
Este Boletim Epidemiológico é uma publicação do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS). Nele estão contidas informações atualizadas até 2018 sobre os casos de hepatites virais no Brasil, detalhadas segundo variáveis selecionadas, por região e por Unidade da Federação.
As hepatites virais fazem parte das prioridades do DCCI/SVS/MS para o biênio 2019-2020. O intuito é ampliar o diagnóstico e tratamento das hepatites virais, com foco na hepatite C, e reduzir a transmissão vertical da hepatite B.
As atuais alternativas para o tratamento da hepatite C, com registro no Brasil e incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), apresentam alta efetividade terapêutica. De forma geral, essa efetividade terapêutica, mensurada pela resposta virológica sustentada (RVS), é absolutamente comparável entre todos os esquemas propostos, quando se avaliam situações clínicas semelhantes. Essa condição de similaridade possibilitou a adoção de uma nova forma de aquisição de medicamentos para hepatite C, com base em uma análise de custo-minimização, ou seja, priorização da alternativa que implica o menor impacto financeiro ao sistema, sem deixar de garantir o acesso a
terapias seguras e eficazes aos pacientes com hepatite C. Dessa maneira, assegura-se a sustentabilidade do plano de eliminação do agravo.
Em relação à hepatite B, a prevenção da transmissão é prioridade. Para essa resposta, é fundamental aumentar a cobertura vacinal entre meninas e mulheres de 10 a 49 anos. Já as ações no pré-natal para mulheres com hepatite B vão desde a testagem universal para hepatite B e a avaliação da indicação de tenofovir até a administração de vacina e imunoglobulina ao recém-nascido. Essas medidas combinadas são efetivas para eliminar a transmissão vertical da infecção. Ressalta-se que todos os insumos para prevenção da transmissão vertical da hepatite B estão disponíveis no SUS.
Finalmente, devido à necessidade de reforçar as orientações para definição de casos elegíveis à notificação de hepatites virais, assim como demonstrar os atuais critérios utilizados em consonância com o Guia de Vigilância em Saúde, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (atual DCCI/SVS/MS) publicou, em maio de 2019, a Nota Informativa nº 55/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS, acerca das orientações dos critérios de definição de casos para notificação de hepatites virais (Anexo B).
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Cenário epidemiológico das hepatites virais
De 1999 a 2018, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 632.814 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 167.108 (26,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 233.027 (36,8%) aos de hepatite B, 228.695 (36,1%) aos de hepatite C e 3.984 (0,7%) aos de hepatite D (Tabela 1).
A distribuição proporcional dos casos varia entre as cinco regiões brasileiras. A região Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (30,3%). Na região Sudeste verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,9% e 60,0%, respectivamente. Por sua vez, a região Norte acumula 74,9% do total de casos de hepatite D (ou Delta), conforme a Tabela 1 e a Figura 1.
25,414,4
3,4
74,930,3
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34,9 60,0
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,0
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Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 1 Proporção de casos de hepatites virais notificados segundo as regiões. Brasil, 1999 a 2018
No ano de 2008, no Brasil, a taxa de incidência de hepatite A era superior à de hepatite C; entretanto, após esse período, a proporção do agravo apresentou uma importante queda, atingindo 1,0/100 mil habitantes em 2018. As taxas de hepatite B apresentaram discreta tendência de queda nos últimos cinco anos, enquanto
a hepatite C mostrou tendência de aumento, tendo apresentado taxas superiores à da B a partir de 2015, quando da mudança de definição dos casos para fins de vigilância epidemiológica. As menores taxas foram observadas para a hepatite D, que se mantiveram constantes em todo o período (Figura 2).
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Ano de notificação
Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 2 Taxa de incidência/detecção de hepatites virais segundo agente etiológico e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
De 2000 a 2017, foram identificados, no Brasil, pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 70.671 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites
virais dos tipos A, B, C e D. Desses, 1,6% foram associados à hepatite viral A; 21,3% à hepatite B; 76,0% à hepatite C e 1,1% à hepatite D (Tabela 2; Figura 3).
1,6%
21,3%
76,0%
1,1%
Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite DFonte: SIM/SVS/MS.
FIGURA 3 Distribuição dos óbitos por causa básica e associada às hepatites virais segundo agente etiológico. Brasil, 2000 a 2017
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Hepatite A
Os casos de hepatite A concentram-se, em sua maioria, nas regiões Nordeste e Norte, que juntas reúnem 55,7% de todos os casos confirmados no período de 1999 a 2018. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 17,7%, 15,4% e 11,2% dos casos do país, respectivamente. Entre as Unidades da Federação, os estados do Amazonas e do Paraná são os que mais concentram casos de hepatite A, com 8,5% e 7,3% de todos os casos do país, respectivamente, enquanto Sergipe é o estado que apresenta o menor volume de casos notificados, totalizando 0,9% (Tabela 3).
A taxa de incidência de hepatite A no Brasil tem mostrado tendência de queda, passando de 6,2
casos em 2008 para 1,0 por 100 mil habitantes em 2018 – uma redução de 83,3%. Estratificando-se as análises por região, nota-se uma similar tendência de diminuição no país, com destaque para a região Norte, que demorou mais a apresentar queda e mostrou as maiores taxas e variações, e para a região Sudeste, que nos últimos dois anos apresentou uma elevação na taxa (Tabela 3; Figura 4). Ao final do período analisado, as taxas observadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste não ultrapassaram 0,5 caso por 100 mil habitantes, ao passo que nas regiões Norte, Sudeste e Sul as mesmas proporções foram de 1,1, 1,6 e 1,0 caso por 100 mil habitantes, respectivamente.
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Ano de notificação
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 4 Taxa de incidência de hepatite A segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Se ranqueadas as taxas de incidência de hepatite A entre as 27 capitais brasileiras, em 2018, pode-se observar que 11 delas apresentaram taxa superior à nacional (1,0 caso por 100 mil habitantes), a citar em ordem decrescente: Boa Vista-RR (6,9), Rio de Janeiro-RJ (6,0), Florianópolis-SC (5,5), Porto Velho-RO (4,2), São Paulo-SP (4,0), Porto Alegre (3,7), Macapá-AP (2,4), Manaus-AM (1,7), Curitiba-
PR (1,3), Rio Branco-AC (1,2) e Teresina-PI (1,2). Dentre as capitais com casos notificados, Belém-PA apresentou a menor taxa de incidência, com 0,1 caso por 100 mil habitantes em 2018, enquanto Natal-RN, Aracaju-SE e Cuiabá-MT não apresentaram nenhum caso notificado nesse ano (Tabelas 3 e 4; Figura 5).
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Quando comparadas as taxas observadas nos estados e em suas respectivas capitais, observa-se que a incidência estadual de hepatite A foi maior do que a da respectiva capital em nove das UF brasileiras, a saber: Acre, Minas Gerais, Tocantins, Ceará, Goiás, Pará, Rio
Grande do Norte e Mato Grosso. Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraíba e Sergipe apresentaram taxas praticamente iguais às de suas capitais (Tabelas 3 e 4; Figura 5).
Brasil = 1,0
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5,0
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7,0
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RR RJ SC RO SP RS AP AM PR AC PI MA PE MG AL DF TO MS BA ES PB CE GO PA RN SE MT
Taxa
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dete
cção
(x10
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il ha
b.)
UF Capital
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 5 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo UF e capital de residência. Brasil, 2018
No período de 2008 a 2018, a proporção de casos de hepatite A no sexo masculino foi de 54,9%, e no sexo feminino, de 45,1%. Com relação aos casos notificados no ano de 2018, a proporção entre indivíduos do sexo masculino foi de 68,2%, e de 31,8% entre indivíduos do sexo feminino (Tabela 5). Ao longo do período, a razão de sexos variou entre 1,1 no ano de 2008 e 2,1 em 2018 (Tabela 5; Figura 6).
No último ano, a taxa de incidência de hepatite A em homens foi de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes, enquanto entre as mulheres foi de 0,7 caso. A tendência das taxas de incidência de ambos os sexos foi de queda entre 2008 e 2016, mas apresentou aumento nos últimos dois anos (Tabela 5; Figura 6).
Apesar de a taxa de incidência de hepatite A ter permanecido mais elevada em menores de dez anos de
idade, há redução da taxa em todos os grupos etários até o ano de 2015. Dos casos acumulados de hepatite A no país, aqueles ocorridos na faixa etária de 0 a 9 anos correspondem a 53,2% (1999 a 2018). A partir de 2017, entretanto, as maiores taxas se verificaram entre os indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos, principalmente entre os homens (Tabela 6; Figura 7).
As Figuras A, B e C apresentam análises dos casos de hepatite A somente entre os homens de 20 a 39 anos. Na Figura A, observa-se que as regiões Sudeste e Sul foram as maiores responsáveis pelo aumento da taxa de incidência de hepatite A em homens de 20 a 39 anos nos últimos dois anos. A região Sudeste se destaca por um incremento de 14 vezes na sua taxa de incidência, que passou de 0,4 caso em 2016 para 5,7 casos por 100 mil habitantes em 2017 (Figura A).
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1,1 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,2
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Ano de notificação
Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 6 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo sexo, razão de sexos (M:F) e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
0,0
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Ano de notificação<10 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 anos ou mais
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 7 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo faixa etária e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
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FIGURA A Taxa de incidência de casos de hepatite A em homens na faixa etária 20 a 39 anos, segundo região e ano de notificação. Brasil, 2016 a 2018
As Unidades da Federação que mais contribuíram para esse aumento foram Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Nos dois últimos anos, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul exibiram dois aumentos consecutivos na taxa de incidência de hepatite A entre homens de 20 a 39 anos, passando, respectivamente, de 0,3 e 0,8 caso em 2016 para 9,0 e 3,0 casos por 100 mil habitantes em 2018. A taxa de incidência de São Paulo nessa faixa etária, por sua vez, passou de 0,3 caso em 2016 para 9,0 casos por 100 mil habitantes em 2017 e depois apresentou redução, passando para 5,3 casos por 100 mil habitantes em 2018 (Figura B).
Quando analisada a categoria de exposição dos casos de hepatite A em homens de 20 a 39 anos, observa-se que, até 2015, a maioria desses casos tinha como provável fonte/mecanismo de infecção a água ou algum alimento contaminado. A partir de 2016, no entanto, observa-se redução do percentual de casos ocorridos por via alimentar, acompanhada de aumento do percentual de casos transmitidos por via fecal-oral associados à prática sexual e do percentual de casos com mecanismo de transmissão ignorado. Esses resultados indicam que o aumento da hepatite A entre homens de 20 a 39 anos, principalmente na região Sudeste, está possivelmente relacionado à prática sexual.
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
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FIGURA B Taxa de incidência de caso s de hepatite A em homens na faixa etária 20 a 39 anos, segundo UF e ano de notificação. Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, 2016 a 2018
30,8 33,3 29,537,4
56,751,8
58,9 56,458,3 44,4
21,6 32,7
3,5 2,8 4,37,5 14,3
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Ignorado Alimento/água contaminada Via fecal-oral associada à prática sexual Outros
FIGURA C Percentual de categoria de exposição dos casos notificados de hepatite A em homens de 20 a 39 anos. Brasil, 2013 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Em relação ao critério raça/cor, verificou-se uma melhoria na qualidade dos dados relativos a essa informação para a hepatite A até 2015. O percentual de notificações sem preenchimento ou com marcação do campo “ignorado” diminuiu de 94,5% em 1999 para 8,1% em 2015. A partir de 2016, no entanto, esse percentual voltou a crescer, chegando a 18,7% em 2018. Considerando-se os indivíduos com a informação de raça/cor conhecida no ano de 2018, aqueles autodeclarados brancos concentram a maior proporção (53,7%) dos casos, seguidos dos pardos (37,6%), pretos (7,3%), amarelos (0,9%) e indígenas (0,5%), conforme mostra a Tabela 7.
Entre os anos de 2000 e 2017, foram identificados 1.142 óbitos associados à hepatite A, sendo 71,4% (815) como
causa básica e 28,6% (327) como causa associada. Na distribuição entre as regiões, observou-se que a maior proporção dos óbitos por hepatite A como causa básica ocorreu na região Nordeste (35,4%), seguida da região Sudeste (26,8%), conforme mostra a Tabela 2.
O coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica mostra tendência de queda em todas as regiões brasileiras nos últimos dez anos. Em todo o período analisado, as regiões Norte e Nordeste apresentaram coeficiente de mortalidade superior ao nacional e, a partir de 2012, a região Sul passou a ser a região com os menores coeficientes de mortalidade por hepatite A (Tabela 8; Figura 8).
0,00
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Ano do óbito
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: SIM/SVS/MS.
FIGURA 8 Coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica, segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2007 a 2017
Em 2017, a faixa etária mais frequente entre os óbitos que tiveram como causa básica a hepatite A foi a dos indivíduos com 60 anos ou mais. Em quase todos os anos, o coeficiente de mortalidade nessa faixa etária foi o mais alto, ficando somente em 2016 abaixo do grupo etário de 50 a 59 anos (Tabela 8).
No período de 2000 a 2017, do total de óbitos por causa básica hepatite A, 448 (54,9%) ocorreram no sexo masculino e 368 (45,1%) no sexo feminino (Tabela 8).
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Ano de notificaçãoBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 9 Taxa de detecção de hepatite B segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Hepatite B
No período de 1999 a 2018, foram notificados 233.027 casos confirmados de hepatite B no Brasil; desses, a maioria está concentrada na região Sudeste (34,9%), seguida das regiões Sul (31,6%), Norte (14,4%), Nordeste (9,9%) e Centro-Oeste (9,1%), segundo a Tabela 9.
As taxas de detecção de hepatite B no Brasil vêm apresentando poucas variações nos últimos dez anos, com leve tendência de queda a partir de 2014, atingindo 6,7 casos para cada 100 mil habitantes no país em 2018.
De 2008 a 2018, verificou-se que as taxas de detecção das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste foram superiores à taxa nacional (à exceção de 2015 e 2018, quando a região Centro-Oeste apresentou taxa levemente inferior), enquanto as menores taxas foram observadas na região Nordeste (Tabela 9; Figura 9).
Na Tabela 10, está apresentado o ranking da taxa de detecção de hepatite B segundo as capitais, organizadas da maior para a menor taxa, no ano de 2018. Visualiza-se que 12 capitais, em 2018, mostraram taxa de detecção superior à do país (que é de 6,7 casos por 100 mil habitantes). Porto Velho apresentou a maior taxa (30,4 casos por 100 mil habitantes), seguida de Rio Branco (24,2 casos por 100 mil habitantes). Além disso, observou-se que todas as capitais da região Sul figuraram entre as 12 capitais com taxas superiores à nacional.
Nove Unidades Federativas apresentaram taxas de incidência de hepatite B superiores às observadas em suas capitais, a saber, da maior para a menor taxa: Acre, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Pará (Tabelas 9 e 10; Figura 10).
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RO AC RR RS AM PR SC MT ES SP SE MA BA AL TO AP MS PI PB MG GO PE DF RN PA CE RJ
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Capital UF
Fonte: Sinan/SVS/MS.
FIGURA 10 Taxa de detecção de hepatite B segundo UF e capital de residência. Brasil, 2018
1,1 1,2 1,2 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
de
dete
cção
(x10
0 m
il ha
b.)
Ano de notificaçãoMasculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 11 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo sexo e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
Do total de casos de hepatite B notificados de 1999 a 2018, 127.092 (54,5%) ocorreram entre homens. Entre 2008 e 2018, a razão de sexos (M:F) variou entre 11 e 13 homens para cada dez mulheres. As taxas de incidência, tanto em indivíduos do sexo masculino quanto do sexo feminino, vêm apresentando tendência de queda desde 2012 (Tabela 11; Figura 11).
A distribuição dos casos detectados de hepatite B segundo faixa etária e sexo mostra que, do total de casos acumulados, a maioria se concentrou entre indivíduos de 25 a 39 anos (38,2% dos casos). Em 2018, o maior percentual de casos notificados ocorreu entre as pessoas de 30 a 49 anos (47,6% dos casos) e as maiores taxas de detecção foram observadas em indivíduos de
35 a 59 anos – em torno de 12 casos para cada 100.000 habitantes (Tabela 12; Figura 12).
Quando comparadas as taxas de detecção por faixa etária em um período de dez anos, pode-se observar que a detecção de hepatite B diminuiu entre indivíduos de até 39 anos. A taxa entre indivíduos de 40 a 44 anos sofreu poucas variações no período, e praticamente coincidiu nos anos de 2008 e 2018 (11,8 casos em 2008 e 11,7 casos em 2018 a cada 100.000 habitantes). Todas as faixas compreendidas acima de 45 anos de idade apresentaram aumento na taxa de detecção nos dez anos da análise, com destaque para os indivíduos de 60 anos ou mais, nos quais a taxa passou de 5,1 casos para 8,0 casos a cada 100.000 habitantes, entre 2008 e 2018 (Tabela 12; Figura 12).
1,0
0,8 1,
3
4,9
8,4
11,0
11,1
12,4
11,8
10,6
9,9
9,7
5,1
0,9
0,1
0,2
1,4
5,0
8,6
9,7
11,1 11
,7
12,0 12,2
12,4
8,0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
<5 anos 5 a 9 anos 10 a 14anos
15 a 19anos
20 a 24anos
25 a 29anos
30 a 34anos
35 a 39anos
40 a 44anos
45 a 49anos
50 a 54anos
55 a 59anos
60 anos emais
Taxa
de
dete
cção
(x10
0 m
il ha
b.)
2008 2018
FIGURA 12 Taxa de detecção de casos de hepatite B por faixa etária. Brasil, 2008 e 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Na estratificação segundo sexos, 60,4% dos casos acumulados (1999 a 2018) de hepatite B entre homens ocorreu em indivíduos de 25 a 49 anos de idade. Entre as mulheres, 53,4% dos casos foram observados entre aquelas de 20 a 39 anos (Tabela 12).
Em 2018, os casos detectados em indivíduos do sexo masculino concentraram-se em indivíduos de 60 anos ou mais (14,4%) e entre os de 40 a 44 anos (13,0%), e as taxas
de detecção mais elevadas ocorreram entre indivíduos de 50 a 54 anos e de 55 a 59 anos (16,0 e 15,9 casos a cada 100.000 habitantes, respectivamente). Entre as mulheres, a maioria dos casos de hepatite B em 2018 verificou-se naquelas de 25 a 39 anos de idade (38,9%). Quando observadas as taxas de detecção, destacou-se em 2018 a faixa etária de 35 a 39 anos, com 9,9 casos a cada 100.000 habitantes (Tabela 12; Figura 13).
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
1,0
0,20,2
0,8
4,18,0
10,2
12,2
14,7
14,7
16,0
15,9
10,6
0,7
0,1
0,1
2,0
6,0
9,1
9,2
9,9
8,7
9,3
8,8
9,1
5,8
25,0 15,0 5,0 5,0 15,0 25,0
<5 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 anos e mais
Masculino Feminino
2018
1,1
0,7
1,3
3,1
6,3
9,8
11,2
14,7
15,7
14,5
13,3
13,3
7,1
0,9
0,8
1,4
6,8
10,6
12,2
11,0
10,2
8,2
7,1
6,9
6,5
3,6
25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
<5 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 anos e mais
Masculino Feminino
2008
FIGURA 13 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2008 e 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
A taxa de detecção entre os indivíduos com menos de 20 anos foi inferior em todo o período, em relação às demais faixas etárias, e a partir de 2012 apresentou uma leve tendência de queda, chegando a 0,6 caso para cada 100 mil habitantes em 2018. Entre as pessoas de 30 a 49 anos, a tendência das taxas de detecção foi de crescimento até 2011 e de decréscimo a partir desse ano. Em 2012, observou-se que a taxa de detecção na faixa etária de 50 anos ou mais ultrapassou a da faixa de 20 a 29 anos, passando então a representar a terceira maior taxa de detecção de hepatite B dentre todas as faixas etárias (Figura 14).
No último ano, a única faixa etária que apresentou aumento na detecção foi a de indivíduos com 50 anos ou mais, cuja taxa passou de 9,7 para 10,0 casos por 100 mil habitantes. A maior queda percentual observada entre 2017 e 2018 ocorreu na faixa dos indivíduos com menos de 20 anos (21,8%). Os demais grupos etários perceberam queda média de 2,9% nas suas taxas de detecção nesse mesmo período.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
de
dete
cção
(x10
0mil
hab.
)
Ano de notificação
<20 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais
FIGURA 14 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
O preenchimento da informação da raça/cor dos indivíduos notificados com o vírus da hepatite B apresentou melhoria considerável no período de 1999 a 2018, atingindo uma proporção de 91,6% de casos com essa informação preenchida em 2017. Em 2018, no entanto, esse percentual caiu um pouco, passando para 90,9% (Tabela 13).
A distribuição proporcional dos casos segundo raça/cor, em 2018, mostrou maior concentração entre as pessoas autodeclaradas brancas (46,3%), seguidas das pardas (41,2%), pretas (10,5%), amarelas (1,4%) e indígenas (0,6%), conforme mostra a Tabela 13. Observe-se, ainda, que as proporções das notificações de casos entre pessoas autodeclaradas pretas e pardas é ascendente, quando analisado todo o período de 1999 a 2018, com incremento observado de 124,6% e 64,6%, respectivamente. O comportamento contrário é verificado nas notificações entre pessoas autodeclaradas de raça/cor branca, com queda de 32,6%.
A informação sobre o nível de instrução dos indivíduos notificados com o vírus da hepatite B foi registrada como “ignorada” em um percentual de 27,6% dos casos acumulados em toda a série histórica. Dentre os casos com essa informação disponível, observa-se que a maioria dos casos acumulados, em ambos os sexos, ocorreu em pessoas que tinham entre a 5ª e a 8ª série incompletas (17,4%), em oposição aos indivíduos
que declararam ensino superior incompleto, os quais apresentaram o menor percentual de casos (1,8%), conforme mostra a Tabela 14. Em 2018, pode-se notar que a maior proporção de casos ocorreu entre indivíduos com ensino médio completo, tendo correspondido a 19,0% dos casos (Tabela 14).
Entre os casos notificados no Sinan no período de 1999 a 2018, 90,9% incluem a informação sobre a forma clínica definida. Nesse período, verificou-se que a principal forma clínica foi a crônica, representando 72,5% do total. Os casos agudos representaram 15,8% e os fulminantes, 0,2%. Quando avaliadas as formas clínicas segundo as faixas etárias, verificou-se que os casos agudos alcançaram maior proporção entre as crianças, sendo que 84,4% ocorreram em menores de 10 anos. A proporção de casos fulminantes não apresentou variações expressivas por faixa etária (Tabela 15).
Quanto à provável fonte ou mecanismo de transmissão dos casos notificados, observou-se que em mais da metade (58,6%) dos casos essa informação foi registrada como “ignorada”, dificultando uma melhor avaliação sobre as prováveis fontes de infecção. Apesar dessa limitação, verificou-se que entre os casos cuja provável fonte ou mecanismo de transmissão era conhecido, a maioria ocorreu por via sexual (21,3%). A distribuição das prováveis fontes não sofreu muitas variações ao longo do tempo (Tabela 16; Figura 15).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Perc
entu
al
Ano de notificação
Sexual Uso de drogas Transfusional Transmissão vertical Acidente de trabalho Hemodiálise Domiciliar Outros¹
FIGURA 15 Proporção de casos de hepatite B segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.Nota: (1) Tratamento cirúrgico, tratamento dentário, pessoa/pessoa ou outras formas.
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
Conforme mostram a Figura 16 e a Tabela 17, entre o total de casos de hepatite B notificados no Brasil de 1999 a 2018, 25.292 (10,9%) ocorreram em mulheres gestantes. Na distribuição por regiões, 32,6% dos casos foram observados na região Sul; 26,6% no Sudeste; 16,2% no Norte; 13,6% no Centro-Oeste; e, finalmente,
11,0% no Nordeste do país. No período de 2008 a 2018, observaram-se pequenas variações nas regiões Nordeste e Sudeste, tendência de decréscimo nas regiões Sul e Centro-Oeste e pico na região Norte entre os anos de 2013 e 2015 (Tabela 17; Figura 16).
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
de
dete
cção
(x1.
000
nasc
idos
viv
os)
Ano de notificaçãoBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 16 Taxa de detecção de casos de hepatite B em gestantes segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
No período de 1999 a 2018, a distribuição dos casos acumulados de hepatite B em gestantes segundo faixa etária, escolaridade e raça/cor mostra que a maioria dessas pessoas tinham idade entre 20 a 29 anos (50,6%), possuíam entre a 5ª e a 8ª série incompleta (22,1%) e eram autodeclaradas brancas (46,6%), conforme a Tabela 18.
Quando comparadas as distribuições entre os anos de 2008 e de 2018, observou-se queda nos casos em gestantes até 29 anos. Nas faixas de 30 a 39 anos e acima de 40 anos, observaram-se aumentos de 26,0% e 14,0% nos casos em gestantes, respectivamente. Com relação à escolaridade, observaram-se quedas proporcionais de casos de hepatite B entre gestantes com 1ª à 4ª série incompletas (redução de 52,0%), 4ª série incompleta (redução de 62,6%), 5ª à 8ª série incompletas (redução de 50,6%), ensino fundamental completo (redução de 53,1%) e ensino médio incompleto (redução de 4,8%). Os casos entre as gestantes com escolaridade mais elevada aumentaram proporcionalmente, com incremento de
32,7% entre as gestantes com ensino médio completo, de 24,0% naquelas com superior incompleto e de 152,6% naquelas com ensino superior completo. Os casos entre as gestantes analfabetas também seguiram essa tendência e aumentaram 16,7% no mesmo período. Quanto ao quesito raça/cor, diminuíram, nesses mesmos dez anos, as proporções de gestantes brancas, amarelas e indígenas notificadas, com quedas observadas de 46,9%, 28,6% e 72,7%, respectivamente. Já entre as mulheres autodeclaradas pretas ou pardas, houve aumento de 51,8% e 17,2% no número de casos, respectivamente (Tabela 18).
A coinfecção com o HIV entre os casos notificados de hepatite B foi observada em 5,2% dos casos acumulados no período de 2007 a 2018. A proporção de “ignorados” para essa informação nas notificações foi de 17,8% (Tabela 19). A proporção de indivíduos coinfectados variou segundo as regiões; no Sudeste, a proporção observada foi de 7,8% do total de casos, a maior entre
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
as cinco regiões. No Nordeste, a proporção foi de 4,4%; no Sul, 4,2%; no Centro-Oeste, 4,0%; e no Norte, 2,1%, conforme mostra a Tabela 20.
A hepatite B é a segunda maior causa de óbitos entre as hepatites virais. De 2000 a 2017, foram registrados 15.033
óbitos relacionados a esse agravo; desses, 54,8% tiveram a hepatite B como causa básica, em sua maior parte na região Sudeste (41,5%). No entanto, a região Norte foi a que apresentou os maiores coeficientes de mortalidade em todo o período, chegando a 0,4 óbito por 100 mil habitantes em 2017 (Tabelas 2 e 21; Figura 17).
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Coe
f. de
mor
talid
ade
(x10
0mil
hab.
)
Ano do óbito
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 17 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2007 a 2017
Fonte: SIM/SVS/MS.
Na comparação por sexos, o número de óbitos por hepatite B entre os homens foi superior ao de mulheres em todo o período. Entre os anos de 2000 e 2017, podem-se observar flutuações na razão de sexos, que variou de 21 a 32 óbitos entre homens para cada dez óbitos entre mulheres. Em 2017, observou-se razão de sexos
de 23 óbitos entre homens para cada dez óbitos entre mulheres. O coeficiente médio de mortalidade por hepatite B entre os homens foi de 0,4 óbito para cada 100 mil habitantes e entre as mulheres foi de 0,1 óbito no período de 2000 a 2017 (Tabela 22; Figura 18).
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21
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2,2
2,7 2,62,5 2,5
3,23,0 3,0
2,1
2,8
2,3
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Raz
ão M
:F
Coe
f. de
mor
talid
ade
(x10
0 m
il ha
b.)
Ano do óbitoMasculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 18 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2007 a 2017
Fonte: SIM/SVS/MS.
Hepatite C
De 1999 a 2018, foram notificados no Brasil 359.673 casos de hepatite C com um dos marcadores – anti-HCV ou HCV-RNA – reagente. Considerando-se os casos que possuíam ambos os marcadores anti-HCV e HCV-RNA reagentes, foram notificados 174.703 casos (Tabelas 23 e 24). Esses dois critérios devem ser considerados devido à mudança da regra de notificação de casos de hepatite C ocorrida em 2015: os casos, que previamente eram notificados com dois marcadores reagentes, passaram, então, a ser notificados com apenas um deles. Dito isso, pôde-se observar uma tendência de elevação na taxa de detecção em todas regiões a partir de 2015, quando a definição de caso se tornou mais sensível.
Na análise da distribuição dos casos com anti-HCV e HCV-RNA reagentes (174.703) por regiões, entre 1999 e 2018, 63,1% destes ocorreram no Sudeste, 25,2% no Sul, 6,1% no Nordeste, 3,2% no Centro-Oeste e 2,5% no Norte
(Tabela 24). Entre os casos com anti-HCV ou HCV-RNA reagentes, em 2018, a taxa de detecção da região Sul foi a maior, com 26,8 casos para cada 100 mil habitantes, seguida pelo Sudeste (16,0), Norte (5,7), Centro-Oeste (5,7) e Nordeste (4,0), conforme a Tabela 23 e a Figura 19.
Em 2018, o ranking das capitais com as maiores taxas de detecção de hepatite C apresentou nove capitais com taxas superiores à nacional (12,6 casos por 100 mil habitantes). São elas: Porto Alegre-RS (91,1 casos por 100 mil habitantes) com a maior taxa entre as capitais, seguida de São Paulo-SP (37,3), Curitiba-PR (23,8), Florianópolis-SC (19,1), Rio Branco-AC (18,2), Vitória-ES (18,1), Salvador-BA (18,0), Porto Velho-RO (17,7) e Boa Vista-RR (16,3). A menor taxa entre as capitais foi observada em Palmas-TO, com 2,4 casos para cada 100 mil habitantes (Tabela 23; Figura 20).
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
de
dete
cção
(x10
0mil
hab.
)
Ano de notificaçãoBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 19 Taxa de detecção(1) de casos de hepatite C segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Nota: (1) Até 2014, eram considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentavam ambos os testes anti-HCV e HCV-RNA reagentes; em 2015, passaram a ser considerados casos
confirmados de hepatite C aqueles que apresentem pelo menos um dos testes anti-HCV ou HCV-RNA reagente.
Brasil = 12,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
RS SP PR SC AC ES BA RO RR AM MG MT MS PB RJ PA SE AL GO RN MA PI CE DF AP PE TO
Taxa
de
dete
cção
(x10
0 m
il ha
b.)
Capital UF
FIGURA 20 Taxa de incidência de casos de hepatite C segundo UF e capital de residência. Brasil, 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
Desde 1999, entre os 228.695 casos confirmados de hepatite C, 131.955 (57,7%) ocorreram em indivíduos do sexo masculino e 96.657 (42,3%) em indivíduos do sexo feminino. Apesar de o número de casos entre homens
ser superior, observou-se ligeira diminuição da razão de sexos ao longo dos anos analisados – em 1999, a razão de sexos era de 2,2, passando para 1,4 em 2008 e para 1,2 no ano de 2018 (Tabela 26; Figura 21).
1,4 1,4 1,4 1,4 1,3 1,3 1,4 1,3 1,3 1,3 1,2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Raz
ão M
:F
Taxa
de
dete
cção
(x10
0 m
il ha
b.)
Ano de notificação
Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 21 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Em todo o período, observa-se que os casos notificados de hepatite C ocorreram, em sua maioria, na faixa etária acima de 60 anos (20,9%); quando da análise estratificada por sexo, essa tendência também é observada em ambos os sexos (Tabela 27).
Em 2018, as maiores taxas de detecção foram observadas, em ambos os sexos, na faixa etária de 55 a 59 anos, chegando a uma taxa de detecção de 46,1 casos por 100 mil habitantes entre homens e 28,5 entre mulheres. Em relação às pessoas mais jovens (até 34 anos de idade), as taxas de detecção observadas foram similares entre os sexos (Tabela 27; Figura 22).
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24
Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
1,3
0,1
0,3
1,2
3,7
6,1
8,5
15,8
23,7
30,7
38,9
46,1
33,2
1,2
0,1
0,4
2,6
4,3
5,9
8,5
13,1
14,6
18,5
23,3
28,5
26,6
50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
<5 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 anos e mais
Masculino Feminino
FIGURA 22 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Houve uma melhoria no preenchimento da variável raça/cor para os casos de hepatite C ao longo dos anos. Em 1999, essa informação era conhecida em apenas 26,9% dos casos notificados; após o ano de 2004, mais de 80,0% das notificações de casos continham essa informação. Em 2018, entre os casos que incluíram a informação referente à raça/cor, 58,1% foram referidos como brancos, 30,9% como pardos, 9,9% como pretos, 0,9% como amarelos e 0,3% como indígenas (Tabela 28).
Em relação à escolaridade de todos os casos notificados, 29,5% dos registros têm a informação registrada como “ignorada”. A maioria possuía escolaridade da 5ª à 8ª série incompleta, em ambos os sexos. Os indivíduos analfabetos representaram menos de 2% de todos os casos (Tabela 29).
A principal forma clínica dos casos de hepatite C notificados no Sinan foi a crônica – acima de 60% dos casos em todas as faixas etárias. O percentual de casos fulminantes foi de até 0,2% e não apresentou grandes variações ao longo do período analisado (Tabela 30).
Quanto à provável fonte ou mecanismo de infecção, ressalte-se a falta de informação em 55,1% dos casos notificados, tornando difícil a caracterização das prováveis fontes de infecção. Verificou-se que o maior percentual de provável fonte de infecção foi referente ao uso de drogas (12,6%), seguido de transfusão sanguínea (10,8%) e de relação sexual desprotegida (8,9%). Em 2018, a proporção de infecções por via sexual (8,9%) foi superior ao percentual de infecções relacionadas ao uso de drogas (7,9%), e a proporção de infecções por via transfusional foi de 6,8% (Tabela 31; Figura 23).
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FIGURA 23 Proporção de casos de hepatite C segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
Nota: (1) Tratamento cirúrgico + tratamento dentário + pessoa/pessoa + outras formas.
No período de 2007 a 2018, 9,1% (18.057) do total de casos notificados de hepatite C apresentaram coinfecção com o HIV. No entanto, observou-se, ao longo desses anos, uma redução no percentual de coinfecção, que em 2007 foi de 14,0% e, em 2018, passou para 7,0% (Tabela 32). Entre as regiões brasileiras, a maior proporção de indivíduos coinfectados com HIV ocorreu no Sul, com 12,3% do total dos casos notificados de hepatite C (Tabela 33).
Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. O número de óbitos devidos a essa etiologia vem aumentando ao longo dos anos em todas as regiões do Brasil. De 2000 a 2017, foram identificados 53.715 óbitos associados à hepatite C;
destes, 53,7% (28.823) tiveram essa infecção como causa básica (Tabela 2). Quando analisada a distribuição proporcional de óbitos por hepatite C como causa básica entre as regiões brasileiras, verifica-se que 56,5% foram registrados no Sudeste, 23,7% no Sul, 10,7% no Nordeste, 4,8% no Norte e 4,3% no Centro-Oeste (Tabela 34).
Quanto ao coeficiente de mortalidade por hepatite C como causa básica, observou-se uma tendência de estabilização para o Brasil como um todo nos últimos dez anos. Entre 2007 e 2017, as regiões Sul e Sudeste apresentaram coeficientes de mortalidade superiores ao coeficiente nacional observado (0,8 óbito por 100.000 habitantes, conforme a Tabela 34 e a Figura 24.
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Fonte: SIM/SVS/MS.
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No último ano, a diferença entre o número de óbitos por hepatite C segundo sexo é de aproximadamente 50,0% a mais de casos em homens do que em mulheres (razão de sexos de 1,5). Além disso, verificou-se um coeficiente
de mor talidade superior entre os homens, que em 2017 foi de 1,0 óbito para cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa observada entre as mulheres foi de 0,7 (Tabela 35; Figura 25).
FIGURA 25 Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2007 a 2017
Fonte: SIM/SVS/MS.
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Hepatite D
No período de 1999 a 2018, foram notificados no Brasil 3.984 casos confirmados de hepatite D. A maior ocorrência se deu na região Norte, com 74,9% dos casos notificados. As regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-
Oeste abrangeram 10,3%, 5,9%, 5,5% e 3,4% dos casos, respectivamente. Em 2018, foram notificados 145 casos no país, sendo 104 (71,7%) na região Norte (Tabela 36; Figura 26).
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FIGURA 26 Casos de hepatite D segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sinan/SVS/MS.
A maioria dos casos verificou-se entre homens (57,7%), e a diferença entre o número de casos em homens e mulheres vem diminuindo ao longo dos últimos cinco anos. Em 2018, a razão de sexos foi de 1,4 (40% mais casos em homens do que em mulheres), conforme mostra a Tabela 37.
A distribuição etária dos casos notificados de hepatite D demonstrou que a população infectada é mais jovem; 51,2% dos indivíduos possuíam idade entre 20 a 39 anos no período analisado. Aproximadamente 16,5% dos casos tinham idade superior a 50 anos (Tabela 38).
Em relação ao critério raça/cor, a maioria dos casos verificou-se entre indivíduos autodeclarados pardos (56,4%), seguidos de brancos (17,1%), indígenas (7,0%), pretos (4,9%) e amarelos (1,5%). O padrão se manteve quando da estratificação por sexos (Tabela 39).
A classificação clínica com o maior percentual dos casos de hepatite D notificados, assim como em relação às hepatites B e C, foi a forma crônica. Os casos fulminantes representaram 0,5% dos casos que tiveram essa informação preenchida. Os casos em branco/ignorados e inconclusivos, por sua vez, representaram 5,0% dos casos notificados no período de 1999 a 2018 (Tabela 40).
De 2000 a 2017, foram identificados 781 óbitos associados à hepatite D, dos quais 67,7% tiveram essa etiologia como causa básica. A maioria dos óbitos ocorreu na região Norte (52,2%), seguida das regiões Sudeste (22,7%), Sul (12,4%), Nordeste (9,9%) e Centro-Oeste (2,8%), conforme mostra a Tabela 2.
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
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Anexo A
1.Adequação das variáveis:
Considerando que os dados das hepatites virais estão em duas plataformas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Windows e a NET, e que algumas variáveis sofreram alterações, foram realizados os seguintes procedimentos para a unificação dos bancos de dados:
1.1.Gestante – conversão das categorias da versão NET para Windows: às categorias 1º, 2º e 3º trimestres de gestação e idade gestacional ignorada, foi atribuída a categoria 1 (sim); a categoria 5 (não) passou para 2 (não); e mantiveram-se as categorias 6 (não se aplica) e 9 (ignorado).
1.2.Escolaridade – conversão das categorias da versão Windows para NET: na versão Windows, a variável que representa a escolaridade está categorizada segundo os anos de estudo, enquanto que, na versão NET, esta é categorizada de acordo com a série escolar. Aplicou-se a seguinte adaptação: a categoria 1 (nenhuma) mudou para 0 (analfabeto); a categoria 2 (1 a 3 anos) mudou para 1 (1ª à 4ª série incompleta); a 4 (8 a 11 anos) mudou para 5 (médio completo); a 5 (12 anos e mais) mudou para 8 (superior completo); a 6 (não se aplica) mudou para 10 (não se aplica); e as categorias 3 (4 a 7 anos ou 5ª à 8ª série incompleta) e 9 (ignorado) permaneceram inalteradas.
1.3.Classificação final – conversão das categorias da versão Windows para NET: as categorias 1 e 4, referentes à confirmação clínico-laboratorial e laboratorial, respectivamente, foram agrupadas sob a classificação 1 (confirmação laboratorial); a categoria 5 (inconclusivo) mudou para 8 (inconclusivo); e mantiveram-se os valores 2 e 3, referentes à confirmação clínico-epidemiológica e descartado, respectivamente.
1.4.Forma clínica – conversão das categorias da versão Windows para NET: as categorias 2, 4 e 5, referentes à forma crônica, portador assintomático e infecção assintomática, foram agrupadas sob a categoria 2 (forma crônica/portador assintomático); a categoria 8, apesar de não estar na ficha de investigação epidemiológica,
aparece quando se realiza a tabulação de dados, tendo sido redefinida para 9 (ignorado).
1.5. Classificação etiológica – conversão das categorias da versão Windows para NET: a categoria 1 (vírus B) mudou para 02; a 2 (vírus C) mudou para 03; a 3 (vírus B e C) mudou para 06; a 4 (vírus B e D) mudou para 04; a categoria 5 (outras hepatites virais) para 50; a 6 (vírus A) para 01; a 7 (vírus A/B ou A/C) mudou para 50 (outras hepatites virais); a 8 (vírus E) mudou para 05; e as categorias 9 (ignorado – versão Windows) e 09 (não se aplica – versão NET) foram reunidas na categoria 99 (ignorado).
1.6. Provável fonte/mecanismo de infecção – adequação das categorias da versão Windows para NET: as categorias 1 (sexual), 2 (transfusional), 3 (uso de drogas injetáveis), 4 (vertical), 5 (acidente de trabalho), 7 (domiciliar) e 8 (tratamento cirúrgico/dentário) foram mantidas; a categoria 6, referente à categoria outro, mudou para 12; a categoria 9, referente à categoria ignorado, mudou para 99. Na versão NET, as categorias tratamento cirúrgico e tratamento dentário estão separadas, e na versão Windows, juntas em uma mesma categoria; sendo assim, as duas foram agrupadas. Para as hepatites B e C, a provável fonte/mecanismo de infecção, tratamento cirúrgico/dentário, e pessoa/pessoa foram incluídas na categoria outros, enquanto que a fonte alimento/água contaminada foi incluída na categoria ignorado.
2. Definição de casos:
Os métodos de tabulação foram empregados com base na definição de caso, específica para cada hepatite viral, de acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 2014. Os procedimentos realizados estão listados a seguir:
2.1. Casos confirmados de hepatite A – casos que apresentaram uma das duas situações: confirmação laboratorial (marcador sorológico
Nota Técnica: Procedimentos para preparação da base de dados das hepatites virais do Sinan
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
anti-HAV IgM reagente); classificação final clínico-epidemiológica e classificação etiológica vírus A.
2.2. Casos confirmados de hepatite B – casos que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores sorológicos reagentes: HBsAg ou anti-HBc, IgM ou HBeAg. Embora no Guia de Vigilância Epidemiológica o HBV-DNA seja um dos exames que confirmam o caso, ele não consta na Ficha de Investigação Epidemiológica e, portanto, não foi considerado.
2.3. Casos confirmados de hepatite C
2.3.1. Até 2014 – casos que apresentaram marcadores sorológicos reagentes: anti-HCV e HCV-RNA.
2.3.2. A partir de 2015 – casos que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores sorológicos reagentes: anti-HCV ou HCV-RNA.
2.4. Casos confirmados de hepatite D – casos que atendem aos critérios de definição de caso confirmado de hepatite B conforme descrito no item 2.2 e, ainda, que apresentam um dos marcadores sorológicos reagentes, anti-HDV total ou anti-HDV IgM.
Uma vez definidos os casos de hepatites virais, procedeu-se ao ajuste da forma clínica e classificação etiológica para a hepatite A. Os registros confirmados que não estavam classificados como hepatite fulminante foram reclassificados como forma aguda. Os demais registros foram mantidos em suas respectivas categorias.
Para a classificação final, os registros que atendiam aos critérios com base no marcador sorológico e que não estavam devidamente classificados como laboratoriais foram reclassificados como tais.
3. Definição de variáveis (casos):
Algumas variáveis foram definidas para a execução das tabulações. São elas:
3.1. Ano de notificação: extraído pela data de notificação.
3.2. Idade: calculada a partir da subtração da data dos primeiros sintomas pela data de nascimento.
Para os registros que não possuíam a data dos primeiros sintomas ou a data de nascimento, ou que possuíam data dos primeiros sintomas posterior à data de nascimento, a informação da idade presente na ficha foi considerada.
3.3. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.
3.4. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.
4. Definição de variáveis para tabulação de óbitos:
Para a base de dados dos óbitos, foram definidas algumas variáveis:
4.1. Ano do óbito: extraído pela data do óbito.
4.2. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.
4.3. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.
4.4. Óbito: as causas de óbito apresentadas neste Boletim derivam da causa básica. Essas causas foram agrupadas da seguinte maneira:
4.4.1. Óbito por hepatite A: causa básica B 15.0 (hepatite A com coma hepático) ou B 15.9 (hepatite A sem coma hepático).
4.4.2. Óbito por hepatite B: causa básica B 16.2 (hepatite aguda B sem agente delta, com coma hepático), ou B 16.9 (hepatite aguda B sem agente delta e sem coma hepático), ou B 18.1 (hepatite crônica viral B sem agente delta).
4.4.3. Óbito por hepatite C: causa básica B 17.1 (hepatite aguda C) ou B 18.2 (hepatite viral crônica C).
4.4.4. Óbito por hepatite D: causa básica B 16.0 (hepatite aguda B com agente Delta – coinfecção – com coma hepático) ou B 16.1 (hepatite aguda B com agente Delta – coinfecção – sem coma hepático) ou B 17.0 (superinfecção Delta aguda de portador de hepatite B) ou B 18.0 (hepatite viral crônica B com agente Delta).
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
5. Retirada de duplicidades
Devido à possibilidade de o paciente se infectar em momentos distintos pelos vírus de cada uma das hepatites virais e considerando o fato de a ficha de notificação ser única, as hepatites foram separadas por etiologia, de acordo com o marcador de confirmação de caso, e trabalhadas separadamente.
O procedimento de retirada de duplicidades, empregado pelos softwares RecLink III e SPSS©, foi aplicado em cada hepatite viral e em cada plataforma do Sinan (Windows e NET), totalizando oito bases de dados distintas. Para esse processo, foram utilizadas as seguintes chaves de blocagem: soundex do primeiro e último nome do paciente, sexo e município de residência. Essas chaves foram empregadas de maneira combinada, variando em seis passos, com o intuito de captar diferentes possibilidades de entrada dos mesmos registros.
Para a duplicidade e relacionamento, na etapa da blocagem, foram empregados:
1º passo: soundex do primeiro e último nome do paciente, sexo e município de residência;
2º passo: soundex do primeiro nome do paciente, sexo e município de residência.
A comparação, por sua vez, foi realizada com o nome completo do paciente, o nome completo da mãe e a data de nascimento. Os parâmetros utilizados foram:
a) Nome completo do paciente (probabilidade de acerto = 99,98%, probabilidade de erro = 0,0005% e limiar = 85%).
b) Nome completo da mãe (probabilidade de acerto = 55,63%, probabilidade de erro = 0,0013% e limiar = 85%).
c) Data de nascimento (probabilidade de acerto = 90,88%, probabilidade de erro = 2,5279% e limiar = 65%).
O procedimento de retirada de duplicidades foi realizado em todas as bases de dados antes de iniciar o relacionamento. Com isso, foram retiradas as duplicidades dos bancos de dados de cada hepatite nas versões do Sinan Windows e NET. Para a classificação de duplicidades, utilizou-se o escore mínimo igual a 19 nos passos 1 e 2.
Após a retirada das duplicidades, foram relacionadas as bases do Sinan Windows e NET para cada uma das etiologias. Para a classificação do pareamento, os registros com escores inferiores a 10 foram considerados não pares e os valores de escore superiores a 19 foram considerados como pares.
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
Anexo B
Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em SaúdeDepartamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis,
do HIV/Aids e das Hepatites ViraisCoordenação-Geral de Ações Estratégicas em IST, Aids e Hepatites Virais
NOTA INFORMATIVA Nº 55/2019-CGAE/.DIAHV/SVS/MS
Orientações acerca dos critérios de definição de casos para notificação de hepatites virais.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Portaria de Consolidação GM/MS nº 4, de 28 de setembro de 2017, as hepatites virais são agravos de notificação compulsória, cuja obrigatoriedade de notificação compete aos profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Devido a necessidade de reforçar as orientações para “definição de casos” elegíveis à notificação de hepatites virais, assim como demonstrar os atuais critérios utilizados, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/ Aids e das Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, consonante ao Guia de Vigilância em Saúde, orienta:
2. ORIENTAÇÕES
2.1. Das definições de casos
2.1.1. HEPATITE A
Caso confirmado de hepatite A:
• Indivíduo que apresente anti-HAV IgM reagente.
• Indivíduo com suspeita clínica que apresente vinculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente (anti-HAV IgM reagente) de hepatite A.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite A na declaração de óbito.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite A após investigação.
1 Conforme publicada em: <http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hepatites_Virais/Nota_Informativa_Hepatites_Virais.pdf>
Nota Informativa nº 55/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS
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Volume 50 | Nº 17 | Jul. 2019
2.1.2 HEPATITE B
Caso confirmado de hepatite B:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B, conforme listado abaixo:
HBsAg reagente (incluindo teste rápido reagente); anti-HBc IgM reagente; HBV-DNA detectável. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite B na declaração de óbito. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito,
mas que tem confirmação para hepatite B após investigação.
2.1.3 HEPATITE C
Caso confirmado de hepatite C:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite C, conforme listado abaixo:
anti-HCV total reagente (incluindo teste rápido reagente); HCV-RNA detectável. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite C na declaração de óbito. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito,
mas que tem confirmação para hepatite C após investigação.
2.1.4 HEPATITE D
Caso confirmado de hepatite D:
• Indivíduo confirmado para hepatite B, com pelo menos um dos marcadores abaixo: anti-HDV total reagente; HDV-RNA detectável. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite D na declaração de óbito. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito,
mas que tem confirmação para hepatite D após investigação.
2.1.5 HEPATITE E
Caso confirmado de hepatite E:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite E, conforme listado abaixo:
anti-HEV IgM e anti-HEV IgG reagentes; HEV-RNA detectável. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite E na declaração de óbito. • Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito,
mas que tem confirmação para hepatite E após investigação.
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2.2 Do preenchimento das fichas de notificação
Para notificação dos casos de Hepatite A, B, C, D e E, deve ser utilizada a ficha de notificação/investigação de Hepatites Virais, que contém atributos de todas as hepatites virais, que continua sendo a mesma vigente no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Os critérios de notificação de casos confirmados foram atualizados no cabeçalho da ficha de notificação (anexo), conforme Guia de Vigilância em Saúde vigente.
Ressalta-se que, na ficha de notificação/investigação de hepatites virais, para o preenchimento dos campos 45 e 46 devem ser considerados os resultados de testes laboratoriais ou testes rápidos. Em se tratando dos testes rápidos distribuídos pelo Ministério da Saúde, o teste para hepatite B faz a detecção do marcador HBsAg e o teste para hepatite C detecta o anti-HCV.
Para fins de notificação de caso de hepatite B, D e E, a definição atual de caso considera também os testes moleculares HBV-DNA (para hepatite B), HDV-RNA (para hepatite D) e HEV-RNA (para hepatite E) detectáveis como caso confirmado. Considerando que não há campo específico na ficha de notificação para estes testes, provisoriamente, casos confirmados apenas com testes moleculares (HBV-DNA e/ou HDV-RNA e/ou HEV-RNA) devem ser inseridos no campo “Observações”, exatamente como descrito abaixo:
• HBV-DNA detectável, descrever: HBV-DNA_SIM• HDV-RNA detectável, descrever: HDV-RNA_SIM• HEV-RNA detectável, descrever: HEV-RNA_SIM
Adicionalmente, a definição de caso de hepatites virais também considera como caso confirmado e notificável o critério “óbito”. Considerando que na ficha não há campo específico para notificar esse critério, sem evidência laboratorial, provisoriamente as informações devem ser inseridas no campo “Observações” exatamente como descrito abaixo:
• Óbito relacionado à hepatite A, descrever: OBITO_A• Óbito relacionado à hepatite B, descrever: OBITO_B• Óbito relacionado à hepatite C, descrever: OBITO_C• Óbito relacionado à hepatite D, descrever: OBITO_D• Óbito relacionado à hepatite E, descrever: OBITO_E
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PUBLICAÇÃO
Capa:Formato: A4 - 4 pg
Cor: 4/4Papel: Supremo Couchê Fosco 320 g
Fonte: Família Fira SansEncadernação: Lombada quadrada
Acabamento: BOPP
Miolo:Formato: A4 - pg
Cor: 4/4Papel: couche fosco 90 g/m²
Fonte: Fira Sans
BoletimEpidemiológicoSecretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da SaúdeISSN 9352-7864
Hepatites Virais2019
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