boletim epidemiolÓgico hiv/aids - secretaria da saúde · 2016-02-23 · 30,9/100.000 habitantes,...

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/AIDS SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ CURITIBA, 2015

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICOHIV/AIDS

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁCURITIBA, 2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1

Governador do ParanáBeto Richa

secretário de Estado da saúdeMichele Caputo Neto

diretor GeralSezifredo Paz

superintendente em vigilância em saúdeEliane Chomatas

Centro Estadual de EpidemiologiaCleide Aparecida de Oliveira

divisão dsT/aids/hv/TBFrancisco Carlos dos Santos

Equipe de Elaboração - divisão dsT/aids/hepatites viraisJoanilda LeskieviczMara Carmen Ribeiro FranzolosoPaula Vírginia Michelon ToledoSandra Aparecida Martins Grochovski

Colaboração - Equipe dviEPDora Yoko Nozaky GotoVera Lúcia Kobayashi

PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

PrEfáCio

A presente publicação é o segundo Boletim Epidemiológico da Divisão DST/Aids e Hepatites Virais do Centro de Epidemiologia da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, e neste modulo descreve os dados epidemiológicos do HIV/Aids.

Esse boletim tem como objetivo divulgar o cenário epidemiológico estadual e as peculiaridades desde agravo nas vinte e duas regionais de saúde do Estado. As analises apresentadas auxiliam os gestores no planejamento das ações de assistência e tratamento destes agravos.

Nessa publicação, através de uma série histórica é possível observar as mu-danças no perfil da epidemia de HIV/Aids considerando toda a diversidade territorial presente nas 22 regionais de saúde do estado do Paraná.

Este boletim visa contribuir com as ações de planejamento com o objetivo de promover e prevenir a contaminação pelo vírus HIV, estimular o desenvol-vimento das ações pressupondo o acesso à informação e aos meios adequa-dos para a adoção de práticas seguras.

“A democratização das nossas sociedades se constrói a partir da democrati-zação das informações, do conhecimento, das mídias, da formulação e deba-te dos caminhos e dos processos de mudança.” (Betinho).

EQUiPE da divisÃo EsTadUaL dE doENÇas sEXUaLMENTE TraNsMissÍvEis,

aids, hEPaTiTEs virais E TUBErCULosE.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3

sUMário

BoLETiM EPidEMioLÓGiCo hiv/aids ...............................................................................................

1. aids adULTo ...................................................................................................................................................

1.1 Número de casos de Aids e HIV no Estado do Paraná por ano de diagnóstico ...

1.2 Distribuição de casos e taxa de detecção anual de Aids adulto por Regionais

de Saúde ...................................................................................................................................................................

1.3 Número de casos de Aids e HIV adulto por faixa etária de 2007 a 2015 ...................

1.4 Número de casos de Aids e HIV adulto por sexo e razão de sexo no Paraná ........

1.5 Grau de escolaridade dos casos de Ainds e Hiv adulto ........................................................

1.6 Distribuição de taxas de detecção de Aids adulto, por categoria e exposição .....

1.7 Distribuição de casos de Aids em gestantes ...............................................................................

2. aids CriaNÇa ...............................................................................................................................................

2.1 Distribuição de casos de Aids e HIV em crianças no Estado do Paraná ....................

3. MorTaLidadE rELaCioNada À aids ........................................................................................

4. TEsTEs ráPidos .........................................................................................................................................

rEfErÊNCias ......................................................................................................................................................

04

08

08

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28

28

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38

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

54

BoLETiM EPidEMioLÓGiCo hiv/ aids

No Brasil, desde a época do primeiro caso de Aids diagnosticado na déca-da de 1980, as informações que fornecem subsídios para traçar um perfil epidemiológico da doença estão disponíveis nos Sistemas de Informação implementados ao longo dos anos, tais como a notificação compulsória de casos de aids por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Sistema de Controle e Logística de Medicamentos Antirretrovirais (SICLOM), Sistema de Contro-le de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral (SISCEL).

De acordo com o Ministério da Saúde a notificação compulsória de casos de Aids não é suficiente para dimensionar a magnitude da epidemia de Vírus de Imunodeficiencia Humana (HIV) / Adquired Immunodeficiency Syndrome do inglês (aids), designando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). O conhecimento dos casos de HIV soropositivos, além de casos de Aids, é necessário para estimar as estratégias necessárias para controle do agravo.

Desta forma, no final de 2013, a notificação de casos de HIV passou a ser recomendada com base em ofício circular nº 12/2014 do Ministério da Saúde e tornou-se compulsória com a Portaria 1271 – 06/06/2014 e a Instrução Nor-mativa13/06/2014 (BRASIL 2014a, 2014b, 2014c).

A notificação compulsória e universal da infecção pelo HIV no Brasil possi-bilitará um melhor dimensionamento da magnitude da infeccção e a carac-terização do perfil epidemiológico, riscos, vulnerabilidades e monitoramento de tendências da população infectada, visando o aprimoramento das polí-ticas públicas para o enfrentamento da epidemia. Os casos de aids, identi-ficados por diagnóstico clínico ou imunológico conforme critérios definidos nacionalmente, continuarão sendo notificados por representarem eventos sentinela de adoecimento das pessoas com infecção pelo HIV, evidencian-do problemas de diagnóstico tardio e necessidade de atenção terciária. (BRASIL,2014).

Como resultado das desigualdades da sociedade brasileira, a propagação da infecção pelo HIV no país revela epidemia de múltiplas dimensões e caracte-rísticas que vem, ao longo do tempo, sofrendo transformações em seu perfil epidemiológico. No inicio da epidemia, o segmento populacional constituído dos homens que fazem sexo com outros homens (HSH) foi o mais atingido. A transmissão por contato heterossexual com crescimento substancial de casos em mulheres, foi um fenômeno importante na epidemia durante a dé-cada de 2000. Inicialmente restrita aos grandes centros urbanos e marcada-mente masculina, a epidemia do HIV e da Aids sofreu processos de heteros-sexualização, feminização, interiorização e pauperização (PARKER, 2000).

Recentemente, houve aumento de notificações nas faixas etárias mais jovens de acordo boletins epidemiológicos de 2012 e 2013 do Ministério da Saúde, sendo que os casos em meninas adolescentes superava o de meninos até 2010 e em 2012 o número de meninos voltou a ser mais elevado (BRASIL 2012, 2013).

Em 2012 a taxa de detecção nacional foi de 20,2 casos para cada 100.000 habitantes e a maior taxa de detecção foi observada na Região Sul, 30,9/100.000 habitantes, sendo o Paraná o estado com a menor taxa de detecção da região sul (14,8/100.000 habitantes) (BRASIL, 2013). O número de casos de HIV foi descrito pela primeira vez no Boletim Nacional deste agravos em 2014 (BRASIL, 2014d).

Os avanços tecnológicos e o melhor conhecimento da etiopatogenia da in-fecção pelo HIV permitiram o surgimento de novas intervenções diagnós-ticas, profiláticas e terapêuticas, às quais pode ser atribuído o expressivo aumento da sobrevida dos doentes. A evolução dos conhecimentos e a uti-lização de tecnologias cada vez mais eficazes fizeram com que a infecção pelo HIV tivesse sua história natural alterada, tornando-se uma doença crô-nica. A Aids não é mais vista como uma doença que, ao se manifestar, leva o indivíduo à morte, pois o que se observa atualmente é a sua cronificação (REPPOLD et al., 2004).

O Brasil reitera seu compromisso da meta 90/90/90 até 2020: 90% de pes-soas vivendo com HIV/Aids com conhecimento do seu estado sorológico; 90% das pessoas HIV+ em tratamento; 90% das pessoas em tratamento com carga viral indetectável. Essa meta é monitorada por meio da cascata do cuidado contínuo (BRASIL, 2014d).

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

76

Com isso, o número de casos de Aids tem uma tendência de estabilização e queda, porém, com o início da notificação de HIV, observa-se que a epidemia não está controlada e no ano de 2013 houve um aumento de casos devido justamente a notificação dos mesmos que pelo critério antigo seriam notifi-cados somente após o critério de imunodeficiência.

Apresentamos uma série histórica de casos de Aids/HIV de 1984 a 2015 do estado do Paraná analisados e distribuidos por Regionais de Saúde (FIGURA 1), por ano diagnóstico, sexo, escolaridade, faixa etária, categoria de expo-sição. Os dados referentes ao ano de 2015, na data do fechamento dessa edição são preliminares e são apresentados em número de casos e taxa de detecção por 100.000 habitantes de Aids e HIV em adultos e crianças, nú-mero de casos em Gestantes expostas ao HIV e infecção em crianças até 13 anos e em crianças menores de cinco anos.

A população utilizada para calcular as taxas de incidência e de detecção foi obtida do site do Datasus. Os dados tabulados foram obtidos do Sinan (ver-são Windows e Net) entre outubro de 2014 a novembro de 2015. Os dados de mortalidade foram derivados do Tabnet Sistema de Informação de Morta-lidade (SIM) e calculados por 100 mil habitantes (PARANÁ, SESA).

fig. 1 – ParaNá E sUas rEGioNais dE saÚdE

1412

11

564

32 1

78

22 21

1517 1819

2010

16

9

13

Fonte: CET-PR, 2014.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

98

1. aids adULTo

1.1 Número de casos de aids e hiv adulto no Estado do Paraná por ano de diagnóstico

Do primeiro caso diagnosticado no Paraná, nos anos 80 até o ano de 2015 foram registrados 44.460 casos de Aids e HIV. O número de notificações de aids e HIV de 1984 a 2006 foi de 22.212 casos no Sinan versão Windows. No período de 2007 a 2015 houve um total de 13.695 casos de aids e 8.553 de HIV, registrados no SinanNet (GRÁFICO 1).

No GRÁFICO 2, apresentamos o número de casos de Aids e de HIV onde podemos observar que a partir do ano de 2012, a curva apresentou um declínio de casos de Aids e aumento para HIV sugerindo impacto da im-plantação da notificação do HIV, busca do diagnóstico precoce e indi-cação da terapia Anti-retroviral (TARV) independente da contagem de linfócitos CD4.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

198

4-8

9

199

1

199

3

199

5

199

7

199

9

20

01

20

03

20

05

20

07

20

09

20

11

20

13

20

15

Ano de diagnóstico

Nº decasos

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

Ano de diagnóstico

Nº decasos

198

4-8

9

199

0

199

1

199

2

199

3

199

4

199

5

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6

199

7

199

8

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9

20

00

20

01

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20

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20

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20

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20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

AIDS HIV

245

168

314

442

559 631

855

1043

13611314

1443

1578

1574

1613

1433

1296 1231

1080

1512

1873

15931545

1682 1647

1610

1428

984

12 7 11 19 32 48 39116 144

197181214 249

459

614652

558

480 469

503553

619

713 778

1434

1895

1632

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan. * Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-Pr. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan. * Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-Pr. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 1 – Número de casos de aids notificados no siNaN por ano de diagnóstico, Paraná, 1984-2015*

Gráfico 2 – Número de casos de aids e casos de hiv notificados no siNaN por ano de diagnóstico, Paraná, 1984-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1110

O GRÁFICO 3 demonstra a taxa de detecção de Aids nas regionais com maiores taxas. Observa-se que na 1ª Regional de Paranaguá concentra as maiores taxas de detecção e houve uma tendencia de queda, o mesmo ocorreu na maioria das demais regionais com exceção da 11ª RS Campo Mourão e 20ª RS Toledo.

Ano de diagnóstico

LEGENDA

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Taxa dedetecção

1ª RS - Paranaguá

17ªRS - Londrina

3ªRS - Ponta Grossa

20ªRS -Toledo

10ªRS - Cascavel

19ªRS - Jacarezinho

11ªRS - Campo Mourão

15ªRS - Maringá

2ªRS - Metropolitana

13ªRS - Cianorte

9ªRS - Foz do Iguaçu

5ªRS - Guarapuava

6ªRS - União da Vitória

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-Pr. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração. População: MS/DATASUS, estimativas de 1992 a 2015 utilizadas pelo TCU.

Gráfico 3 – Taxa de detecção de aids (por 100 mil habitantes) nas regionais de saúde de residência com maiores taxas, Paraná, 2007 a 2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1312

PARANAVAÍ 9,2

CIANORTE 4,4

MARINGÁ 16,8LONDRINA 18,4

CORNÉLIOPROCÓPIO 6,2

JACAREZINHO 17,3

TELÊMACOBORBA 8,9

APUCARANA 14,5

CAMPO MOURÃO 6,3IVAIPORÃ 4,9

UMUARAMA 10,1

TOLEDO 4,7

FOZ DOIGUAÇU 16,5

CASCAVEL 13,5

FRANCISCOBELTRÃO 4,9

PATO BRANCO 10,8

GUARAPUAVA 12,0

IRATI 3,2

METROPOLITANA 18,6PARANAGUÁ 31,3

PONTAGROSSA 15,6

UNIÃO DAVITÓRIA 8,0

PARANAVAÍ 7,0

CIANORTE 9,8

MARINGÁ 18,6LONDRINA 15,4

CORNÉLIOPROCÓPIO 7,8

JACAREZINHO 14,5

TELÊMACOBORBA 3,8

APUCARANA 3,8

CAMPO MOURÃO 10,0IVAIPORÃ 3,6

UMUARAMA 7,6

TOLEDO 8,9

FOZ DOIGUAÇU 15,5

CASCAVEL 18,8

FRANCISCOBELTRÃO 3,4

PATO BRANCO 7,2

GUARAPUAVA 12,7

IRATI 4,1

METROPOLITANA 13,9PARANAGUÁ 33,8

PONTAGROSSA 12,2

UNIÃO DA

PARANAVAÍ 8,4

CIANORTE 14,7

MARINGÁ 13,6LONDRINA 15,3

CORNÉLIOPROCÓPIO 5,8

JACAREZINHO 16,9

TELÊMACOBORBA 6,9

APUCARANA 14,5

CAMPO MOURÃO 2,4IVAIPORÃ 7,2

UMUARAMA 8,3

TOLEDO 8,4

FOZ DOIGUAÇU 21,5

CASCAVEL 15,2

FRANCISCOBELTRÃO 3,3

PATO BRANCO 6,4

GUARAPUAVA 13,4

IRATI 5,6

METROPOLITANA 19,0PARANAGUÁ 40,3

PONTAGROSSA 17,5

UNIÃO DAVITÓRIA 13,3

2007

2010

2014

As taxas de detecção de casos Aids em 2007, 2010 e 2014 e de HIV estão demonstradas na FIGURA 2 e 3 no Paraná por Regionais de Saúde.

As taxas significativas de HIV e Aids por 100.000 habitantes observadas em 2014 podem refletir maior abrangência de diagnóstico e a mudança do critério de notificação com a inclusão de mais casos de HIV no sistema de informação.

fig 2 - Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de casos de aids nas regionais de saúde de residência, Paraná, 2007, 2010 e 2014*

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan. * Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA/PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração. População: MS/DATASUS, estimativas de 1992 a 2015 utilizadas pelo TCU.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1514

PARANAVAÍ 0,0

CIANORTE 0,0

MARINGÁ 1,7LONDRINA 0,2

CORNÉLIOPROCÓPIO 1,3

JACAREZINHO 0,0

TELÊMACOBORBA 2,4

APUCARANA 0,0

CAMPO MOURÃO 4,8IVAIPORÃ 0,0

UMUARAMA 0,8

TOLEDO 0,6

FOZ DOIGUAÇU 0,0

CASCAVEL 0,2

FRANCISCOBELTRÃO 0,3

PATO BRANCO 3,7

GUARAPUAVA 1,6

IRATI 0,0

METROPOLITANA 12,0PARANAGUÁ 8,1

PONTAGROSSA 0,9

UNIÃO DAVITÓRIA 0,0

PARANAVAÍ 8,1

CIANORTE 13,1

MARINGÁ 17,6LONDRINA 13,1

CORNÉLIOPROCÓPIO 5,6

JACAREZINHO 3,8

TELÊMACOBORBA 12,0

APUCARANA 6,2

CAMPO MOURÃO 6,5IVAIPORÃ 3,6

UMUARAMA 9,1

TOLEDO 12,0

FOZ DOIGUAÇU 15,8

CASCAVEL 15,3

FRANCISCOBELTRÃO 6,5

PATO BRANCO 10,3

GUARAPUAVA 6,3

IRATI 3,5

METROPOLITANA 29,2PARANAGUÁ 37,3

PONTAGROSSA 11,9

UNIÃO DAVITÓRIA 1,7

PARANAVAÍ 0,8

CIANORTE 1,4

MARINGÁ 2,3LONDRINA 0,0

CORNÉLIOPROCÓPIO 0,0

JACAREZINHO 0,4

TELÊMACOBORBA 1,7

APUCARANA 2,0

CAMPO MOURÃO 5,4IVAIPORÃ 1,4

UMUARAMA 1,1

TOLEDO 0,3

FOZ DOIGUAÇU 1,0

CASCAVEL 2,6

FRANCISCOBELTRÃO 0,3

PATO BRANCO 4,0

GUARAPUAVA 0,5

IRATI 1,2

METROPOLITANA 15,3PARANAGUÁ 10,9

PONTAGROSSA 1,4

UNIÃO DAVITÓRIA 1,2

2007

2010

2014

fig 3 - Taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de casos de hiv nas regionais de saúde de residência. Paraná, 2007, 2010 e 2014*

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan. * Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA/PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração. População: MS/DATASUS, estimativas de 1992 a 2015 utilizadas pelo TCU.

1.3 Número de casos de aids e hiv adulto por faixa etária de 2007 a 2015

A epidemia compromete indivíduos de todas as faixas etárias, e o maior número de casos tem diagnóstico entre 20 a 39 anos. Esta faixa etária, de um modo geral, é mais suscetível a comportamento de risco (GRÁFICO 4).

Ano de diagnóstico

Nº decasos

15 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

80 anos e mais

2013

0

100

200

300

400

500

600

700

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015

LEGENDA

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 4 – Número de casos de aids com 15 anos ou mais notifi-cados no sinan, por ano de diagnóstico, Paraná, 2007-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1716

Nos últimos anos, o aumento do número de casos de HIV ocorreu de uma forma geral destacando-se em maior número entre os jovens de 20 a 29 anos seguido da faixa etária de 30 a 39 anos sugerindo maior acesso ao diagnóstico para todas as faixas etárias.

Ano de diagnóstico

Nº decasos

15 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

80 anos e mais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015

LEGENDA

2013

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 5 – Número de casos de hiv com 15 anos ou mais notifica-dos no sinan, por ano de diagnóstico, Paraná, 2007-2015*

1.4 Número de casos de aids e hiv adulto por sexo e razão de sexo no Paraná

Desde o inicio da epidemia, a razão de sexos apresentou gradual redução, ao longo do tempo, com pequenas oscilações.

Na década de 80, foram registrados 220 casos de Aids e HIV no sexo mas-culino para 38 casos no sexo feminino, com a razão de sexo de 5,8. Na década de 90, a razão de sexo caiu de 4,3 em 1990 para 1,5 em 1999. Esta razão permaneceu até 2009 e a partir de 2010, observa-se novamente um predomínio no sexo masculino nos novos casos diagnosticados, chegando a razão a 1,9 em 2012; 1,8 em 2013 e 2,4 em 2014.

A taxa de detecção de Aids e HIV sempre foi maior no sexo masculino, po-rém observa-se grande aumento de novos casos em homens nos últimos anos (GRÁFICO 6 e 7).

Ano de diagnóstico

Nº decasos

Masculino Feminino

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015

LEGENDA

Razão

2013

0

200

400

600

800

1000

1200

0

0,5

1

1,5

2

2,5

Razão de sexo

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 6 – razão de sexo dos casos de aids, Paraná, 2007-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

1918

Ano de diagnóstico

Nº decasos

2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015

LEGENDA

2013

Razão de sexo

Masculino Feminino Razão

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

2007

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 7 – razão de sexo dos casos de hiv, Paraná, 2007-2015* 1.5 Grau de escolaridade dos casos de aids e hiv adulto

Entre os casos de Aids e HIV do estado do Paraná, observa-se que 57% dos casos notificados de 1984-2006 (Sinan Windows) tinham 1º grau incomple-to (GRÁFICO 8). Nos GRÁFICOS 9 e 10, com a mudança da nomenclatura da escolaridade para os anos de estudo o maior percentual de casos de Aids e HIV estão concentrados nos níveis de escolaridade educação supe-rior incompleta e ensino médio completo, salientando que o alto percentual de ignorados e branco afeta a qualidade desta avaliação.

3%

15%

8%20%

30%

24%

Ign / BrancoNenhumaDe 1 a 3De 4 a 7De 8 a 11De 12 a mais

LEGENDA

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 8 – Grau de escolaridade dentre os casos de aids notifica-dos (sinan), Paraná, 1984 a 2006.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

2120

Ign/Branco18%

Educação superiorcompleta7%

Educação superiorincompleta 3%

Ensino médiocompleto14%

Não se aplica0%

5ª a 8ª sérieincompleta do EF20%

4ª série completa do EF8%

1ª a 4ª sérieincompleta do EF10%

Analfabeto2%

Ensino fundamentalcompleto10%

Ensino médioincompleto8%

Ign/Branco25%

Educação superiorcompleta9%

Educação superiorincompleta 5%

Ensino médiocompleto18%

5ª a 8ª sérieincompleta do EF14%

4ª série completa do EF5%

1ª a 4ª sérieincompleta do EF6%

Analfabeto1%

Ensino fundamentalcompleto8%

Ensino médioincompleto9%

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 9 – Grau de escolaridade dos casos de aids, Paraná, 2007 a 2015*

Gráfico 10 – Grau de escolaridade dos casos de hiv, Paraná, 2007 a 2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

2322

Na distribuição dos casos de Aids e HIV por nível de escolaridade por sexo, observa-se que em todos os níveis há uma maior predominancia no sexo masculino principalmente na educação superior incompleta e completa (Gráfico 11 e 12).

Gráfico 11 – Grau de escolaridade de acordo com o sexo dentre os casos de aids, Paraná, 2007 a 2015*

LEGENDA

Masculino Feminino

LEGENDA

0

20%

40%

60%

80%

100%

Ign/B

ranco

Analfab

eto

1ª a

séri

ein

co

mp

leta

do

EF

séri

eco

mp

leta

do

EF

a 8

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inco

mp

leta

do

EF

Ensi

no

fund

am

enta

lco

mp

leto

Ensi

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mp

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Ensi

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leto

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or

inco

mp

leta

Ed

ucação

sup

eri

or

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mp

leta

LEGENDA

Masculino Feminino

LEGENDA

0

20%

40%

60%

80%

100%

Ign/B

ranco

Analfab

eto

1ª a

séri

ein

co

mp

leta

do

EF

séri

eco

mp

leta

do

EF

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ª sé

rie

inco

mp

leta

do

EF

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fund

am

enta

lco

mp

leto

Ensi

no

méd

ioin

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méd

ioco

mp

leto

Ed

ucação

sup

eri

or

inco

mp

leta

Ed

ucação

sup

eri

or

co

mp

leta

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 12 – Grau de escolaridade dos casos de hiv, Paraná, 2007 a 2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

2524

1.6 distribuição das taxas de detecção de aids adulto, por cate-goria de exposição

Tanto em homens como em mulheres a categoria predominante de exposi-ção ao HIV é a via sexual.

Com relação a categoria de exposição dos casos de aids e HIV notificados, o maior percentual concentra-se na categoria heterossexual (74%) seguido de homossexual (16%) (GRÁFICO 13). Nos homens a categoria heterossexual (61%) e homossexual (25%) (GRÁFICO 14).

Perinatal1%

Drogas1%

Bissexual4%

Homossexual16%

Heterossexual74%

Heterossexual/Drogas3%

Bissexual/Drogas1%

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 13 – Percentual das categorias de exposição a aids, Paraná, 2007 a 2015*

Drogas1%

Homossexual/Drogas1%

Bissexual/Drogas1%

Homossexual25%

Heterossexual61%

Heterossexual/Drogas4%

Bissexual7%

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 14 – Percentual das Categorias de Exposição - aids adulto - sexo Masculino, Paraná, 2007 a 2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

2726

1.7 distribuição de casos de aids em gestantes

Desde a publicação da portaria nº 993, de 04/09/2000, a notificação de gestantes e parturientes infectadas pelo HIV e crianças expostas ao vírus tornou-se obrigatória no Brasil.

Além de registrar o número de mulheres infectadas pelo HIV no período gestacional, a notificação desses eventos permite avaliar as ações de pre-venção da transmissão vertical do HIV. Assim uma mesma mulher deve ser notificada a cada vez que esses eventos ocorrerem, ou seja a cada gravidez e parto.

Houve aumento progressivo de transmissão vertical do HIV, ou seja, a trans-missão da mãe infectada para o seu concepto durante a gravidez, parto ou aleitamento natural, no decorrer do tempo talvez como conseqüência direta da maior participação feminina entre os casos de Aids no Brasil. Repercutin-do na alteração do perfil epidemiológico da síndrome na população infantil no final da década de 1990 (REPPOLD et al, 2004).

A primeira notificação de caso de HIV em gestante no Paraná ocorreu em 1996 na 9ª Regional de Foz do Iguaçu e houve um aumento das notificações a partir de 2001, sendo notificados 2538 casos em gestantes de todo estado do Paraná do ano de 1996 a 2015. O maior número de casos ocorreu na 2ª RS Metropolitana (1170 casos) onde se concentra o maior percentual popu-lacional, seguida pela 9ª RS Foz do Iguaçu (175 caos), 3ª RS Ponta Grossa com 174 casos e 10ª RS Cascavel (144 casos).

O declínio do número de casos de Aids em gestantes no Paraná é eviden-ciado no GRÁFICO 15.

Ano de diagnóstico

Nº decasos

2008 2009 2010 2011 2012 2014 20152013

0

50

100

150

200

250

2007

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 15 – Número de casos de aids em gestantes, Paraná, 2007-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

2928

2. aids CriaNÇa

2.1 distribuição de casos de aids e hiv em crianças no Estado do Paraná

A transmissão vertical de HIV ocorre em 25 a 50% das gestações de mulhe-res infectadas, quando não são realizadas medidas de profilaxia. A transmis-são varia de 15% a 25% durante a gestação, quanto que no trabalho de parto, o risco de transmissão é de 50 a 70% através do contato com secreções cérvico-vaginais e sangue materno. Na amamentação, o risco é de 7% a 22% por exposição. Se todas as medidas conhecidas de prevenção forem utiliza-das, incluindo terapia antirretroviral (TARV) reduz para níveis inferiores a 2%. O contágio da maioria dos bebês se deve à transmissão vertical, mas outras causas raras de contaminação são transfusões de sangue e hemoderivados, uso de drogas e abuso sexual (BRASIL, 2014d).

Os primeiros casos foram registrados no ano de 1989 ( quatro casos), che-gando a 92 casos no ano de 1999. O Paraná acompanha a tendência nacio-nal de redução no número de casos de aids criança (GRÁFICO 16). A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos tem sido utilizada como in-dicador proxy para avaliar a transmissão vertical do HIV. Tem-se observado uma tendência de queda estatisticamente significativa no Brasil como um todo (BRASIL, 2014d).

O número de casos em crianças menor de cinco anos também no Paraná está em redução que reflete a redução na transmissão vertical do HIV (de mãe para filho) (GRÁFICO 17).

Ano de diagnóstico

Nº decasos

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 20152013

0

5

10

15

20

25

30

35

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 16 – Número de casos de aids em menores de 13 anos, por ano de diagnóstico, Paraná, 2007-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3130

Ano de diagnóstico

Nº decasos

2008 2009 2010 2011 2012 2014 20152013

0

4

8

12

16

20

2

6

10

14

18

2007

Ano de diagnóstico

Nº decasos

0

4

8

2

6

2008 2009 2010 2011 2012 2014 201520132007

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação-Sinan.* Dados Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR. Atualizados em 09/novembro/2015. Sujeitos à alteração.

Gráfico 17 – Número de casos de aids em menores de 5 anos, por ano de diagnóstico, Paraná, 2007-2015*

Gráfico 18 – Número de casos de hiv em menores de 5 anos, por ano de diagnóstico, Paraná, 2007-2015*

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3332

3. MorTaLidadE rELaCioNada a aids

O Sistema de Informação Sobre Mortalidade - SIM desenvolvido pelo Mi-nistério da Saúde, em 1975, é produto da unificação de mais de quarenta modelos de instrumentos utilizados, ao longo dos anos, para coletar dados sobre mortalidade no país. Possui variáveis que permitem, a partir da causa mortis atestada pelo médico, construir indicadores e processar análises epi-demiológicas que contribuam para a eficiência da gestão em saúde.

O SIM foi Informatizado em 1979. Doze anos depois, com a implantação do SUS e sob a premissa da descentralização teve a coleta de dados repas-sada à atribuição dos Estados e Municípios, através das suas respectivas Secretarias de Saúde e funciona como fonte de dados e de informação que subsidiam a tomada de decisão em diversas áreas da assistência à saúde. Isoladamente ou associado a outras fontes.

A mortalidade por Aids no Brasil é um relevante problema de Saúde Públi-ca que atinge, de forma heterogênea, diferentes segmentos da população. Desde o surgimento da doença na década de 1980, são evidentes os esfor-ços para o enfrentamento da epidemia, cuja participação é crescente entre as principais causas de morte, particularmente de adultos jovens e pessoas em situação de pobreza. Observa-se, entretanto, uma desaceleração desse decréscimo nos últimos anos, apontando a necessidade de uma nova apro-ximação para melhor compreender esse fenômeno.

Estudos apontam que a associação entre terapia anti-retroviral (TARV), a partir de 1996 e mortalidade por Aids está fortemente associada ao aumen-to da sobrevida e, conseqüentemente, à redução da mortalidade por essa causa.

O cenário da mortalidade por Aids no Brasil mostra que, desde a desco-berta dos primeiros casos de Aids (1980) até o ano de 2012, foram decla-rados 265.698 óbitos classificados como causa básica “doenças pelo vírus do HIV” (CID10: B20-B24). Desses óbitos, mais da metade ocorreram na Região Sudeste (62,6%), percentual este justificado pelo elevado volume de casos existentes na região. A Região Sul representa 17,1%, o Nordeste 11,6%, o Centro-Oeste 4,9% e o Norte 3,8% (BRASIL, 2013).

O estudo publicado por BARROW et al. (2010), conclui que infecções oportunistas continuam sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes com HIV e que a adesão ao TARV assim que diagnosticada a doença promovem a redução deste impacto e aumentam a qualidade de vida dos pacientes soro positivos. Diagnóstico da infecção pelo HIV em fases avançadas, a baixa adesão ao tratamento e a dificuldade de acesso ao serviço público de saúde são algumas das causas da perma-nência de significativo número de hospitalizações e óbitos.

Ainda que a mortalidade por Aids tenha diminuído nos últimos anos, ela representou a quarta principal causa de morte no País. Na população fe-minina de 25 a 34 anos de idade, a doença já ocupa a primeira posição entre as causas de morte. Este dado é preocupante, visto que a mortalidade por essa causa, além de exercer um grande impacto sobre o indicador de anos de vida perdidos, tem, como conseqüência, o aumento do número de órfãos decorrente da morte materna. (SZWARCWALD; ANDRADE; CASTI-LHO, 2000).

A taxa de mortalidade por Aids no Paraná, mantém-se estável nos últimos 09 anos, oscilando entre 5,0 a 5,9 óbitos por Aids por ano por 100.000 habitantes entre 2007 e 2015. A mortalidade é mais elevada em algumas regionais de saúde, principalmente na 1ª Regional de Saúde- Paranaguá que apresenta o maior coeficente do estado. (GRÁFICO 19).

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3534

Tabela 1 - Coeficiente de mortalidade de aids (por 100 mil habitantes) segundo regionais de saúde, Paraná, 2007 a 2015

regional de residência 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

1ª RS Paranaguá 19.5 20.8 17.1 16.6 18.7 18.9 20.3 20.4 13.6

2ª RS Metropolitana 6.7 6.9 6.3 7.2 7.5 8.0 7.4 7.1 5.6

3ª RS Ponta Grossa 2.8 4.1 4.3 4.3 4.5 4.3 4.3 5.1 3.7

4ª RS Irati 0.6 0.6 3.7 2.5 3.1 1.2 3.5 2.3 0.6

5ª RS Guarapuava 3.6 3.5 5.0 3.4 3.4 4.3 3.5 3.7 1.3

6ª RS União da Vitória 1.8 7.7 2.9 4.2 1.2 2.4 2.3 4.0 4.0

7ª RS Pato Branco 3.3 3.6 3.6 2.0 4.0 0.8 4.2 3.8 1.5

8ª RS Francisco Beltrão 4.3 1.2 3.3 1.8 2.4 2.4 2.6 2.0 2.0

9ª RS Foz do Iguaçu 5.5 7.8 6.8 6.7 5.6 4.4 9.9 6.2 3.9

10ª RS Cascavel 3.4 3.7 4.1 4.3 5.7 5.1 3.8 5.2 4.4

11ª RS Campo Mourão 2.7 1.8 2.1 3.0 4.5 5.4 2.9 3.2 2.1

12ª RS Umuarama 1.6 3.8 5.3 2.3 7.5 5.6 5.8 4.3 2.5

13ª RS Cianorte 0.7 2.1 4.2 7.7 4.2 5.5 5.9 4.6 2.6

14ª RS Paranavaí 3.2 3.5 5.0 3.1 5.4 4.6 4.4 4.8 2.9

15ª RS Maringá 3.6 5.4 3.9 4.1 4.3 5.1 5.0 5.7 4.5

16ª RS Apucarana 2.7 5.2 3.5 6.6 6.3 4.8 4.1 1.6 5.1

17ª RS Londrina 6.4 4.3 4.9 5.1 5.7 5.9 6.4 6.6 4.8

18ª RS Cornélio Procópio 1.8 1.7 2.6 1.8 1.3 2.2 3.5 3.5 3.0

19ª RS Jacarezinho 7.0 5.7 4.6 7.2 5.7 7.2 3.1 6.2 4.1

20ª RS Toledo 2.6 3.7 3.1 3.6 1.9 3.8 4.0 2.9 2.6

21ª RS Telêmaco Borba 5.3 6.3 6.2 1.7 4.0 2.3 3.8 2.7 3.3

22ª RS Ivaiporã 1.4 4.8 2.7 5.7 3.6 3.6 2.9 2.9 3.6

Total 5.0 5.4 5.2 5.4 5.8 5.9 5.9 5.7 4.4

Fonte: Sistema de Mortalidade - SIM *Dados DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR. Atualizados em 23/novembro/2015. Sujeitos à alteração

Ano do óbito

LEGENDA

Paraná Masculina

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015

Feminina

2013

0

2

4

6

8

10

Coeficiente dedetecção

Fonte: Sistema de Mortalidade - SIM *Dados DVIEP/CEPI/SVS/SESA-PR. Atualizados em 23/novembro/2015. Sujeitos à alteração

Gráfico 19 – Coeficiente de mortalidade de aids (por 100 mil habitantes) segundo sexo, Paraná, 2007 a 2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3736

4 TEsTEs ráPidos

Os testes rápidos são imunoensaios simples que podem ser realizados em até trinta minutos em ambientes laboratoriais ou não laboratoriais permi-tindo o acesso ao diagnóstico do HIV.Podem ser realizados com fluido oral ( fluido crevicular gengival), soro, plasma ou sangue total. Pessoas na fase crônica da infecção são identificadas com sucesso por meio de qualquer combinação de testes de triagem , seguido por um teste confirmatório.

As situações e locais recomendados para realização dos Testes rápidos são: Rede de serviços de saúde sem infraestrutura laboratorial ou localizada em regiões de difícil acesso; Programas do Ministério da Saúde (MS), tais como Rede Cegonha, Programa de Saúde da Família, Consultório na Rua, Que-ro Fazer, dentre outros programas; Centro de Testagem e Aconselhamen-to (CTA) e Unidade de Testagem Móvel (UTM); Segmentos populacionais flutuantes; Populações vulneráveis; Parcerias de pessoas vivendo com HIV/Aids; Acidentes biológicos ocupacionais; Gestantes que não tenham sido testadas durante o pré-natal ou cuja idade gestacional não assegure o re-cebimento do resultado do teste antes do parto; Parturientes e puérperas que não tenham sido testadas no pré-natal ou quando não é conhecido o resultado do teste no momento do parto; Abortamento espontâneo, inde-pendentemente da idade gestacional; Laboratórios que realizam pequenas rotinas (rotinas com até cinco amostras diárias para diagnóstico da infecção pelo HIV); Pessoas em situação de violência sexual, para fins de profilaxia da infecção pelo HIV; Pacientes atendidos em pronto-socorros; Pacientes com diagnóstico de tuberculose; Pacientes com diagnóstico de hepatites virais; Outras situações especiais definidas pelo DDAHV para ações de vigilância, prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids.

No ano de 2014 foram realizados 153.639 testes rápidos de punção digital, para diagnóstico do HIV no estado do Paraná, neste total não estão inclusos os testes rápidos realizados pelo município de Curitiba e os testes de Fluido Oral que são realizados pelas Organizações não Governamentais (ONGs) descentralizados diretamente pelo Ministério da Saúde. O acesso aos testes rápidos são encontrados em ações rotineiras das unidades de saúde e tam-bém em ações pontuais, com datas específicas e na Operação Verão que vem acontecendo anualmente na temporada de férias de verão nas praias do estado do Paraná. (GRÁFICO 20).

Regionais de Saúde

Nº deexames

0

2000

4000

6000

8000

10000

14000

18000

12000

16000

01

RS

Para

nag

02 R

S M

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na

03

RS

Po

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04

RS

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RS

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RS

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RS

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12 R

S U

mu

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ma

13 R

S C

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e

14 R

S P

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15 R

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16 R

S A

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cara

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17 R

S L

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18 R

S C

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Pro

pio

19 R

S J

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zin

ho

20

RS

To

led

o

21

RS

Telê

maco

Bo

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22 R

S Ivaip

orã

Fonte: Relatório de capilaridade de teste rápido da Divisão de DST, Aids e HIV/SVS/SESA-PR * não inclusos os dados do município de Curitiba.

Gráfico 20 – Quantitativo de testes rápidos* realizados por regio-nais de saúde, Paraná - 2014

georgia.nepomuceno
Nota
4. TESTES RÁPIDOS

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

3938

rEfErÊNCias

BARROW, G. et al. An analysis of three opportunistic infections in an outpatient HIV clinic in Jamaica. The West indian Medical Journal, n. 59, Mona, 2010. Disponível em: <http://europepmc.org/abstract/med/21355514> Acesso em: 22 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 993, de 04 de setembro de 2000, do Ministério da Saúde, que altera a relação de doenças de notificação compulsória, incluindo a infecção pelo HIV em gestantes e crianças expos-tas ao risco. Ministério da saúde, Brasília, DF., 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico – hiv e aids. Ano I nº 1 – até a semana epimiológica 52ª. Brasília, dez. 2012. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2012/52654/boletim_2012_final_1_pdf_21822.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico – hiv e aids.Ano II - nº 1 - até semana epidemiológica 26ª. Brasília, dez. 2013. Dis-ponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/55559/_p_boletim_2013_internet_pdf_p__51315.pdf> Acesso em: 19 nov. 2015

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar-tamento de DST e Adis e Hepatites Virais. Ofício circular nº 12/2014/CIE/DDAHV-AIDS/SVS/MS. Notificação compulsória de casos de infecção pelo HIV no Brasil. Ministério da saúde, Brasília, DF., 21 fev. de 2014a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Ministério da saúde, Brasília, DF., 09 jun. de 2014b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departa-mento de DST, Aids e Hepatites Virais. Instrução normativa de 13 de junho de 2014. Estabelece procedimentos relacionados à notificação compulsória de casos de infecção pelo HIV no Brasil. Brasília, DF., 13 jun. de 2014c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico hiv-aids. ano iii nº 1 – 27ª a 52ª semanas epidemiológicas – jul. a dez. 2013 e 1ª a 26ª semanas epidemiológicas – Jan a Jun. 2014. Brasília, 2014d. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/56677/boletim_2014_final_pdf_15565.pdf.> Acesso em: 19 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (siCLoM). Dispo-nível em: <http://azt.aids.gov.br/>. Acesso em 19 nov. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral (siscel). Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pagina/2010/sistema-de--controle-de-exames-laboratoriais-da-rede-nacional-de-contagem-de--linfocitos-c.> Acesso em 19 nov. 2015.

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HIV/ AIDS

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