boletim cont-trib-jur em 26.dez · 2016-12-26 · acordo com o lucro obtido na venda de bens e...
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Boletim CONT-TRIB-JUR em 26.dez.2016
“Não se compare à maioria, pois, infelizmente, ela não é modelo de sucesso. ”
(Roberto Shinyashiki)
IR sobre ganho de capital será maior para
empresas do Simples
22 dez 2016 - Simples Nacional
Antes fixa, a alíquota passa a ser progressiva a partir de janeiro, podendo variar de 17,5% a 22,5%, de
acordo com o lucro obtido na venda de bens e direitos
Pessoas físicas e empresas do Simples Nacional iniciam 2017 com novas regras na cobrança do Imposto
de Renda sobre o ganho de capital, que é na prática a variação positiva entre o custo de aquisição de um
bem ou direito e seu preço de venda ou o lucro da operação.
Entrará em vigor a Lei 13.259, publicada em março deste ano, que estabeleceu alíquotas
progressivas do imposto. Hoje, o ganho de capital é tributado em 15%, seja qual for o valor do
lucro.
A alíquota subirá para 17,5% nos ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, para 20% nos ganhos
entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões e para 22,5% nos lucros acima de R$ 30 milhões.
A advogada Vanessa Cardoso, do escritório De Vivo, Whitaker e Castro Advogados, reforça que a nova
tributação só vai atingir as pessoas físicas e as empresas que recolhem impostos pelo Simples Nacional.
As pessoas jurídicas não optantes desse regime tributário seguem regras específicas de tributação do IR.
Para essas empresas, as normas foram mantidas e a alíquota pode chegar a 34% nos casos de ganho de
capital.
De acordo com a advogada, não havia na legislação do Simples uma previsão clara sobre como calcular o
ganho de capital na alienação de bens e direitos, o que abria brechas para várias interpretações e uso de
artifícios para se recolher com a menor tributação possível.
“Agora, com a lei, as empresas do Simples estão sujeitas às mesmas regras das pessoas físicas. Se antes
havia dúvidas, a norma deixa muito clara a forma de tributação”, afirma.
OPERAÇÕES ANTECIPADAS
Com a chegada do final do ano e para fugir da tributação progressiva que será adotada sobre os ganhos de
capital a partir de janeiro de 2017, há contribuintes que têm antecipado operações de venda de imóveis e
de participação societária que poderiam ocasionar ganhos de capital.
De acordo com a advogada, são muitas as dúvidas sobre o momento de pagar o imposto quando
configurado o ganho de capital.
No caso das pessoas físicas, a partir do recebimento do valor da operação de venda, o prazo é de 30 dias
para recolher o IR.
De acordo com a advogada, a legislação não esclarece sobre o momento exato de ocorrência do fato
gerador, ou seja, se ele ocorre na assinatura do contrato ou no recebimento do valor.
“Há argumentos para defender que as operações fechadas até 31 de dezembro de 2016 estariam sujeitas à
alíquota antiga, de até 15%, ainda que o dinheiro seja recebido em 2017”, defende.
Para evitar questionamentos, entretanto, a recomendação é de cautela, até porque não se sabe como a
Receita vai encarar o prazo de pagamento do imposto sobre as operações. Quem puder fechar os contratos
e receber ainda em 2016 evitará problemas no futuro.
As situações de venda de participação societária com pagamentos futuros ou ajustes de preços previstos
nos contratos também têm gerado dúvidas sobre o momento de recolher o IR sobre o ganho de capital,
quando for apurado.
Um caso hipotético: a operação será concluída até o final de 2016, mas os valores serão parcelados.
Recolhe-se o valor do imposto na assinatura do contrato ou nas datas dos respectivos recebimentos?
Segundo a advogada, da mesma forma, há argumentos para defender o uso da alíquota atual (regra de 15%
não importa o valor do lucro).
“Alertamos sempre para o risco de a Receita interpretar pela aplicação das alíquotas progressivas casos os
valores sejam recebidos em 2017”, explica.
Outro ponto importante na legislação que tem gerado dúvidas diz respeito à abrangência das novas regras
de tributação do ganho de capital sobre operações no mercado financeiro.
Segundo a advogada, as pessoas físicas que investem na Bolsa de Valores ou possuem fundos de
investimentos não serão afetadas com as novas regras. Essas operações são regidas por normas específicas
e que foram mantidas.
A Lei n 13.259 também estabelece isenções de pagamento de IR sobre o ganho de capital para
determinadas situações de venda de imóveis.
Para transações, por exemplo, que envolvam valores de até R$ 440 mil e desde que seja o único imóvel, o
vendedor está isento do pagamento do imposto, mesmo que tenha sido computado o ganho de capital.
Outra situação de isenção: venda de um imóvel e uso do dinheiro para a compra de outro no prazo de 180
dias, contados a partir da celebração do contrato de venda. Esse benefício fiscal, entretanto, só pode ser
utilizado uma vez a cada cinco anos. Fonte: Diário do Comércio - DC
Multa de empresa que não entregou guia do FGTS poderá ser
anulada
19 dez 2016 - Trabalho / Previdência
Os custos de cobrança dessas multas superam o valor a ser recebido com elas
A Comissão de Finanças e Tributação aprovou o Projeto de Lei 7512/14, do deputado Laercio Oliveira
(SD-SE), que anula débito tributário e a inscrição em dívida ativa de empresas que deixaram de entregar a
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
(Gfip).
Segundo Oliveira, a Receita Federal do Brasil (RFB) vem autuando empresas brasileiras que deixaram de
entregar as Gfips relativas aos anos de referência de 2009 a 2013. As multas variam entre R$ 200 e R$
500.
Apesar de previstas pela lei que regulamenta o FGTS (Lei 8.036/90) e por norma da Receita Federal de
2009 (Instrução Normativa 971/09), as multas só começaram a ser aplicadas a partir da junção dos
sistemas da Previdência Social e da Receita Federal, em 2013.
A cobrança pela adimplência nos anos anteriores ao início da fiscalização, para Oliveira, prejudicou as
empresas que arcaram com multas de até R$ 6 mil em um ano e R$ 30 mil ao longo de cinco anos.
PREJUÍZO
O relator na comissão, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), afirmou que a anistia das multas de 2009
a 2013 não traz impactos orçamentários-financeiros. “Essas multas nem mesmo decorrem de atraso ou
falta de pagamento das contribuições previdenciárias, mas do mero descumprimento de obrigações
acessórias.”
Segundo Hauly, os custos de cobrança dessas multas superam o valor a ser recebido com elas. “A
cobrança de multas nesse valor médio [R$ 5 mil] de milhares de contribuintes revela-se contraproducente
para o Fisco, gerando mais ônus do que benefícios, mais custos do que receitas”, disse. Para o relator, a
cobrança de multas de pequeno valor devidas por milhares de contribuintes representa um prejuízo líquido
para o Fisco.
Hauly recomendou a aprovação do projeto e da emenda da Comissão de Trabalho, Administração e
Serviço Público para assegurar o reconhecimento direto da dívida declarada pelo próprio contribuinte, sem
necessidade de lavratura de auto de infração para prosseguimento da cobrança – regra já prevista em
norma da Receita Federal. A proposta foi aprovada pela Comissão de Trabalho em dezembro de 2015.
TRAMITAÇÃO
O projeto ainda será analisado de forma conclusiva pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania.
IRPJ e CSL: Operações de reforma de pneus receita define
percentual para base de cálculo
22 dez 2016 - IR / Contribuições
O Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 14/2016 - DOU 1 de 22.12.2016, esclareceu que, para efeitos
de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social
sobre o Lucro (CSL) das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, considera-se
industrialização as operações definidas no art. 4º do Decreto nº 7.212/2010, observadas as disposições do
art. 5º, conjuntamente com as disposições do art. 7º do referido Decreto.
A receita bruta das operações de recapeamento e reforma de pneumáticos usados mediante
encomenda de terceiros sujeita-se à aplicação do percentual de 32% na apuração da base de cálculo
do IRPJ e da CSL das pessoas jurídicas tributadas pela sistemática do lucro presumido, quando as
operações não forem consideradas como operações de industrialização, especialmente nas seguintes
hipóteses:
a) quando as operações forem executadas por encomenda direta do consumidor ou usuário, em
oficina ou residência, com preponderância do trabalho profissional, conforme definido no art. 7º do
Decreto nº7.212/2010; e
b) quando as operações forem executadas por encomenda de terceiros não estabelecidos com o
comércio de tais produtos. Fonte: LegisWeb
Mais informações:
IRPJ e CSLL – Base de Cálculo do Lucro
Presumido para recauchutagem de pneus
Autor: Josefina do NascimentoFonte: Contabilidade na TV / Siga o FiscoLink:
http://contabilidadenatv.blogspot.com.br/2016/12/irpj-e-csll-base-de-calculo-do-lucro.html
Receita Federal define percentual de presunção para recauchutagem de pneus mediante encomenda
no Lucro Presumido
Ato Declaratório Interpretativo 14/2016 (DOU de 22/12), emitido pela Receita Federal define a base de
cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para
as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, nas operações de recapeamento e reforma de
pneumáticos usados mediante encomenda de terceiros.
Industrialização por encomenda destinada ao consumidor
A receita bruta das operações de recapeamento e reforma de pneumáticos usados mediante encomenda de
terceiros sujeita-se à aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento) na apuração da base de
cálculo do IRPJ e da CSLL das pessoas jurídicas tributadas pela sistemática do Lucro Presumido, quando
as operações não forem consideradas como operações de industrialização, especialmente nas seguintes
hipóteses:
I - quando as operações forem executadas por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou
residência, com preponderância do trabalho profissional, conforme definido no art. 7º do Decreto nº 7.212,
de 2010; e
II - quando as operações forem executadas por encomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio
de tais produtos.
Industrialização por encomenda destinada ao comércio
Os percentuais de presunção serão de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento), respectivamente para o
IRPJ e para a CSLL, para as operações consideradas como de industrialização, especialmente na hipótese
de o encomendante ser estabelecido com o comércio de pneumático usado recapeado e reformado.
Assim, quando se tratar de industrialização por encomenda, onde o encomendante possui atividade de
comércio de pneu usado recapeado e reformado os percentuais do Lucro Presumido serão de 8% para
IRPJ e 12% para a CSLL.
Em se tratando de encomendante consumidor ou usuário final, sobre a receita bruta das operações de
recapeamento e reforma de pneus o industrializar por encomenda deverá aplicar 32% para apuração da
base de cálculo do IRPJ e CSLL.
Novo Manual de Contabilidade do Setor Público
disponível:
Prezados,
Informamos que o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) – 7ª Edição (Válido a partir do exercício de 2017) e a Síntese de suas alterações, estão disponíveis no site: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/masp.
Atenciosamente, Secretaria do Tesouro Nacional
Opinião
Parcelamento de débitos do Simples em 120 vezes salva as
empresas
22 de dezembro de 2016, 9h00
Por Tulio Zucca e Michelle Rosa
Em outubro de 2016 foi publicada a Lei Complementar 155, que alterou a Lei Complementar 123/2006 —
que instituiu regulamenta o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, amplamente conhecido como Simples
Nacional.
Dentre as alterações promovidas pela Lei Complementar 155/2016 está a possibilidade dos contribuintes
parcelarem os débitos tributários em atraso no Simples Nacional em até 120 parcelas (observando o valor
mínimo de R$300,00 por parcela), ampliando, dessa forma, o número de parcelas permitidos, tendo em
vista que anteriormente somente era permitido o parcelamento em até 60 meses.
Nos termos da Lei Complementar 155/2016 poderão ser parcelados os débitos constituídos ou não, com
exigibilidade suspensa ou não, parcelados ou não, e inscritos ou não em dívida ativa, mesmo em fase de
execução fiscal já ajuizada, bem como poderão ser reparcelados os débitos já parcelados na forma da Lei
Complementar 123/2006.
O pedido de parcelamento deverá ser apresentado em até 90 dias contados a partir da regulamentação
dessa Lei, podendo o prazo ser prorrogado ou reaberto por igual período pelo Comitê Gestor do Simples
Nacional (“CGSN”), e independerá de apresentação de garantia.
Com a publicação da referida Lei Complementar, foi publicada pela Receita Federal do Brasil a Instrução
Normativa 1670, de 11 de novembro de 2016, dispondo acerca dos procedimentos preliminares relativos
ao novo parcelamento para os contribuintes destinatários de Atos Declaratórios Executivos (“ADE”)
emitidos em setembro de 2016.
Portanto, os contribuintes que foram notificados em setembro de 2016 sobre a sua possível exclusão do
Simples Nacional, poderão optar previamente ao parcelamento no período de 14 de novembro de 2016 a
11 de dezembro de 2016, por meio do formulário eletrônico “Opção Prévia ao Parcelamento da LC
155/2016”, disponível na página da Secretaria da Receita Federal do Brasil na Internet.
É importante mencionar que essa opção prévia terá como efeito tão somente o atendimento à regularização
solicitada nas respectivas notificações, relativamente aos débitos apurados na forma prevista no Simples
Nacional até a competência do mês de maio de 2016. Assim, por essa opção ser “prévia”, será necessário
que o contribuinte formalize sua opção em caráter definitivo, com a consolidação dos débitos, na forma e
momento a serem estabelecidos com a respectiva regulamentação.
Portanto, os contribuintes que ainda não tiverem recebido os Atos Declaratórios Executivos em setembro
de 2016 deverão aguardar a regulamentação pelo CGSN para efetivamente aderir ao parcelamento
concedido pela Lei Complementar 155/2016.
Tulio Zucca é advogado do Zucca e Bogiani Advogados.
Michelle Rosa é advogada do Zucca e Bogiani Advogados.
Revista Consultor Jurídico, 22 de dezembro de 2016, 9h00
Manual_de_orientacao_da_ecd_2016_dezembro
manual_de_orientacao_da_ecd_2016_dezembro
Manual de Orientação da ECD – Versão 5 – Dezembro/2016
ICMS-MG: Saídas internas de vinho nacional redução na base de
cálculo termina em abril/2017
20 dez 2016 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Decreto nº 47.108/2016 - DOE MG de 20.12.2016Por meio do Decreto nº 47.108/2016 - DOE MG de
20.12.2016, o Estado de Minas Gerais promoveu alteração no RICMS-MG/2002, de forma a revogar o
item 43 do Anexo IV, que dispõe sobre a redução na base de cálculo nas saídas internas de vinho nacional
realizada por estabelecimento industrial, com destino a estabelecimento de contribuinte do ICMS.
Nota LegisWeb: A revogação produzirá seus efeitos a partir do 1º dia do 4º mês subsequente ao da sua
publicação, com isto, a contar de 1º.04.2017, os contribuintes não contarão com o referido benefício.
Fonte: LegisWeb
EFD ICMS IPI – Perguntas Frequentes
22 de dezembro de 2016
Fiscal (EFD ICMS/IPI / Livro P3/CIAP/Livro de inventário)
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Publicada versão 5.0 do arquivo de Perguntas Frequentes da EFD ICMS IPI. O arquivo está disponível em
EFD ICMS IPI > Downloads > Perguntas Frequentes
http://sped.rfb.gov.br/arquivo/show/2090
Fonte: Sítio do SPED
A e-Financeira e o "Olho Vivo" do Fisco
Postado por José Adriano em 25 dezembro 2016 às 9:00
Por Paula Gomides
Isso mesmo, meus caros. Nós somos um país rico em obrigações acessórias, prestamos contas das
operações fiscais, trabalhistas, contábeis e agora, bancárias. O fisco quer saber de tudo e, por meio da
Instrução Normativa de número 1571 de 02 de julho de 2015, o governo passará a receber informações
relacionadas a nossa movimentação financeira também.
Incialmente é importante destacar que este tipo de fiscalização, por meio das movimentações bancárias
sempre existiu. Exemplificando, podemos citar a extinta CPMF, logo após a Dimof e agora temos a e-
financeira. Com o tempo os instrumentos fiscalizatórios foram se modernizando conforme as novas
necessidades encontradas pelo fisco. A e-financeira, permite não só a geração das informações para a
Receita Federal, mas também, a troca de informações entre países. Talvez esta, seja a maior
funcionalidade desta nova obrigação.
Teoricamente, estou falando neste artigo de um assunto que já é real e que está ocorrendo atualmente. O
primeiro lote de informações financeiras foi entregue em maio deste ano e se refere aos dados gerados do
ano de 2015. Sim, já ocorre, mas o tema não deixa de ser intrigante. Então, para sanar as dúvidas dos
contribuintes aflitos e dos empresários preocupados, iremos responder a algumas dúvidas frequentes com
base na IN que instituiu a e-financeira:
O que é a e-financeira?
A e-financeira é uma obrigação destinada às instituições financeiras a ser entregue de acordo com data
estipulada pelo fisco a respeito de seus clientes, sejam pessoas físicas ou jurídicas. A e-financeira é
instituída por uma Instrução Normativa da Receita Federal e veio para normatizar o que está exposto no
Art. 5ª da Lei Complementar 105 de 2001 que orienta a prestação de informações para as instituições
financeiras. Como as outras obrigações exigidas, esta também será realizada por meio de documento
eletrônico. A e-financeira substituirá a Dimof – Declaração de Informações sobre Movimentação
Financeira e tem como principal objetivo coibir ações ilegais como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas,
corrupção e terrorismo. A nova obrigação visa maior controle acerca das operações financeiras, permite o
cruzamento de dados dos contribuintes e troca de informações entre outros países.
Quem é o responsável pela prestação das informações?
O responsável pela prestação das informações serão todas as instituições financeiras supervisionadas pelo
Banco Central do Brasil (Bacen), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep) e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). (Art.
4º § 1º). Os casos mais comuns são as instituições que oferecem serviços de poupança, previdência
privada ou fundos de investimento. Lembrando que não cabe ao contribuinte a prestação de informações e
sim à instituição financeira com a qual o contribuinte possua relação.
A obrigação irá abranger a todos os contribuintes?
Não. A obrigação abrange aos contribuintes que possuam conta corrente bancária e/ou possuam
movimentação financeira por meio de instituições ligadas às instituições regulamentadas já citadas no item
anterior. Deve-se observar que, a obrigação da prestação de informações se dará a partir de determinados
valores movimentados.
A partir de qual valor a prestação das informações se torna obrigatória?
Para as pessoas físicas, a prestação das informações financeiras dos clientes se dará quando a
movimentação mensal ou saldo em conta for igual ou superior a R$ 2.000,00. Para as pessoas jurídicas a
prestação das informações financeiras das empresas se dará quando a movimentação mensal ou saldo em
conta for igual ou superior a R$ 6.000,00. (Art.7º). A partir da extrapolação destes limites, a prestação será
feita considerando o ano todo, mesmo que os montantes que resultaram na prestação se tratarem de casos
isolados. Apenas para título de curiosidade, a Dimof orientava para as pessoas físicas uma prestação de
informações quando o montante em um semestre totalizasse R$ 5.000,00. Isso era R$ 833,00 ao mês,
portanto, o fluxo de informações geradas seria maior. Agora, com o limite em R$ 2.000,00, o fisco se
voltará a um número mais restrito de informações, que continuará alto, porém, poderá evidenciar as de
maior relevância para as fiscalizações.
Em quais épocas do ano a prestação deverá ser realizada?
A prestação das informações para a e-financeira deverá ser feita de forma semestral e irá compreender os
seguintes prazos:
I – até o último dia útil do mês de fevereiro, contendo as informações relativas ao segundo semestre do
ano anterior;
II – até o último dia útil do mês de agosto, contendo as informações relativas ao primeiro semestre do ano
em curso. (Art. 10).
Quais as punições para o descumprimento desta obrigação?
De acordo com o Art. 13, se a instituição financeira não apresentar a e-financeira no prazo estipulado ou
entregar a declaração com erros ou omissões, a instituição estará sujeita as multas estipuladas no art. 30 da
Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, quanto às informações abrangidas pela Lei Complementar nº
105, de 10 de janeiro de 2001; ou no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001,
quanto às demais informações.
Quais são os tipos de informações serão repassadas à Receita Federal?
As principais informações repassadas à Receita Federal, a depender dos limites pré-estabelecidos são:
depósitos, transferências bancárias, previdência privada, fundo de aposentadoria, seguros, transações de
compra de moeda estrangeira ou remessas de dinheiro ao exterior.
Caso eu exceda o limite estabelecido, terei que pagar algo ao banco para que a prestação das minhas
informações seja realizada?
À princípio não. A obrigatoriedade na prestação das informações é de responsabilidade dos bancos e não
de seus clientes, independentemente se pessoa física ou jurídica. Mas, contudo, para a apuração das
informações, pode ser que o banco necessite de alguma tecnologia ou sistema próprio para atender à
determinação. Sendo assim, é possível que a instituição financeira repasse o custo desta obrigação ao
cliente por meio de aumento de taxas, por exemplo, mas não é uma máxima que o cliente deva pagar pela
e-financeira.
O que a Receita Federal espera apurar por meio da e-financeira?
Acreditamos que um dos objetivos principais da Receita Federal por meio da e-financeira será a realização
do cruzamento de dados de seus contribuintes apurando se o que foi declarado por meio do imposto de
renda condiz com as movimentações financeiras evidenciadas. A troca de informações entre países
também irá possibilitar a investigação de valores frutos de práticas ilícitas e tais informações poderão
contribuir para operações policiais dos países envolvidos. Em suma, a Receita Federal quer coibir o crime
independentemente da forma como ele ocorra. As movimentações financeiras serão informações de
grande valia para a descoberta dos ilícitos já citados em itens anteriores.
A e-financeira não seria inconstitucional visto que o sigilo bancário é um direito garantido em lei?
Não. Segundo informações da própria Receita Federal, os dados levantados na e-financeira não trariam
novidades quanto às prestações que já ocorrem por meio do imposto de renda e outras obrigações
tributárias. Basicamente, este debate sempre existiu já que outros instrumentos eram utilizados
anteriormente para a realização da fiscalização como a CPMF e, mais tarde, a Dimof. As informações
ainda são protegidas pelo sigilo fiscal instituído através do Art. 198 do Código Tributário Nacional que
veda a divulgação por parte dos órgãos fiscalizatórios como informação pública. Assim, a informação
transita apenas entre os órgãos autorizados com garantia de sigilo fiscal.
Devo me preocupar com a e-financeira?
A princípio, o contribuinte não deve se preocupar com a e-financeira. Tal medida visa coibir e punir ações
ilícitas, então, desde que o contribuinte, seja pessoa física ou jurídica, estiver quite com suas obrigações,
não contar com recursos duvidosos para aquisição de suas receitas ou possuir subsídios para prestar contas
de seus ganhos e gastos, este contribuinte poderá se tranquilizar quanto a fiscalização pela e-financeira.
Fonte: Administradores via http://centercon.com.br/a-e-financeira-e-o-olho-vivo-do-fisco/
Simples Nacional 2018 Confira os principais pontos da Lei Complementar PLP 25/2007
Em 27 de outubro, o presidente da República, Michel Temer, sancionou a lei que altera as regras do regime
especial de tributação do Simples Nacional. O projeto (PLP 25/2007) estabelece novos limites para o
enquadramento no Supersimples e amplia de 60 meses para 120 meses o prazo para micro e pequenos empresários
quitarem suas dívidas.
A nova lei também institui a figura do chamado investidor-anjo, que pode aportar capital em micro e pequenas
empresas com o objetivo de participar dos lucros obtidos. A medida visa ajudar as start-ups (empresas em início
de atividades inovadoras) a obterem aportes para colocar seus produtos no mercado. Dessa forma, será possível
a aplicação de investimentos sem a necessidade de o investidor se tornar sócio do novo empreendimento.
O texto sancionado ainda amplia o teto de faturamento para que pequenas e microempresas possam aderir ao
programa. Passa de R$ 60 mil para R$ 81 mil anuais, o que resulta em uma média mensal de R$ 6,75 mil. Mas as
alterações só passam a vigorar em 2018.
O Centro de Estudos da Casa do Contabilista de Ribeirão Preto traz alguns esclarecimentos da nova Lei:
Parcelamento
• Art. 9º - Após a publicação, poderão ser parcelados em até 120 (cento e vinte) meses os débitos vencidos até a
competência do mês de maio de 2016, não podendo cada prestação mensal ser inferior a R$ 300,00.
• O pedido de parcelamento deverá ser apresentado em até noventa dias contados a partir da regulamentação.
Limites
• MEI: Microempreendedor Individual – R$ 81.000,00 (R$ 6.750,00) aumento de 35%;
• ME: Microempresas – R$ 900 mil (R$ 75 mil/mês) aumento de 150%;
• EPP: Empresas de Pequeno Porte – R$ 4,8 milhões (R$ 400 mil/mês) aumento de 34%.
Inflação média desde último reajuste da Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 = 50%
Sublimites - ICMS
Para os estados que não tenham adotado sublimite, para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS, observar-se-á
obrigatoriamente o sublimite no valor de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), ficando impedida
de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional.
Novas Atividades
• Bebidas alcoólicas produzidas ou vendidas no atacado por: micro e pequenas cervejarias; micro e pequenas
vinícolas; produtores de licores; micro e pequenas destilarias.
• Registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e obedecerão também à regulamentação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Secretaria da Receita Federal do Brasil quanto à produção e à
comercialização de bebidas alcoólicas.
Benefício Folha 28%
• Para o cálculo da razão entre a folha de salários e receita bruta, serão considerados, respectivamente, os
montantes pagos e auferidos nos doze meses anteriores ao período de apuração para fins de enquadramento no
regime tributário do Simples Nacional.
Fonte: Revista Enfoque Contábil
Procedimentos para Opção pelo Simples Nacional
opção, se deferida (aceita), retroagirá a 01/01/2017.
Fonte: Blog Guia TributárioLink: https://guiatributario.net/2016/12/21/procedimentos-para-opcao-pelo-
simples-nacional/
Para as empresas já em atividade a solicitação de opção pelo Simples Nacional poderá ser feita em
janeiro/2017, até o último dia útil (31/01/2017).
A opção, se deferida (aceita), retroagirá a 01/01/2017.
Para empresas em início de atividade, o prazo para solicitação de opção é de 30 dias contados do último
deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não tenham decorridos 180
dias da inscrição do CNPJ.
Quando deferida, a opção produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Após esse prazo, a opção
somente será possível no mês de janeiro do ano-calendário seguinte.
Inscrições estaduais e municipais
Todas as empresas que desejarem optar pelo Simples Nacional deverão ter a inscrição Estadual e/ou
Municipal, quando exigíveis, bem como a inscrição no CNPJ.
A inscrição municipal é sempre exigível. A inscrição estadual é exigida para a empresa que exerça
atividades sujeitas ao ICMS.
A empresa mantém o mesmo número de CNPJ desde a abertura até o encerramento. A opção e exclusão
do Simples Nacional não interferem nisso.
Solicitação de Opção
A solicitação de opção deve ser feita no Portal do Simples Nacional na internet
(www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional), clicando em “Simples Nacional – Serviços”, “Solicitação
de Opção pelo Simples Nacional”.
Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá regularizar eventuais
pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional.
O contribuinte pode acompanhar o andamento e o resultado final da solicitação no serviço
“Acompanhamento da Formalização da Opção pelo Simples Nacional”.
Resultado da solicitação de opção
A solicitação de opção será analisada, podendo ser deferida (aceita) ou não.
Não podem optar pelo Simples Nacional empresas que incorram em alguma das vedações previstas na Lei
Complementar nº 123, de 2006. A análise da solicitação é feita por União, Estados e Municípios em
conjunto.
Portanto, a empresa não pode possuir pendências cadastrais e/ou fiscais com nenhum ente federativo.
Opção deferida
Empresa optante pelo Simples Nacional deve efetuar e transmitir o cálculo dos tributos mensalmente no
PGDAS-D, um aplicativo de cálculo disponível no Portal do Simples Nacional na internet.
O prazo de vencimento do DAS (documento de arrecadação do Simples Nacional) é dia 20 do mês
subsequente.
As informações socioeconômicas e fiscais devem ser declaradas anualmente por meio da Declaração de
Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis), disponível em módulo específico no PGDAS-D, até 31 de
março do ano-calendário subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores dos tributos previstos no
Simples Nacional.
Agendamento
A solicitação de opção também pode ser feita mediante agendamento. O agendamento da opção pelo
Simples Nacional é a possibilidade do contribuinte manifestar o seu interesse em optar pelo Simples
Nacional para o ano subsequente, antecipando as verificações de pendências impeditivas ao ingresso no
Regime.
O agendamento estará disponível entre o primeiro dia útil de novembro e o penúltimo dia útil de dezembro
de cada ano.
O agendamento pode ser solicitado no Portal do Simples Nacional na internet
(www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional), clicando em “Simples Nacional – Serviços”,
“Agendamento da Opção pelo Simples Nacional”.
O agendamento não é permitido à opção de empresas em início de atividade (que devem utilizar o serviço
“Solicitação de Opção pelo Simples Nacional”).
Havendo pendências, o agendamento não será aceito, e a empresa deverá regularizar as pendências
porventura identificadas e proceder a um novo agendamento até o penúltimo dia útil de dezembro do ano
anterior ao da opção.
Caso as pendências não sejam regularizadas neste prazo, a empresa ainda poderá regularizá-las e solicitar
a opção até o último dia útil do mês de janeiro.
Esses serviços exigem controle de acesso. O usuário poderá utilizar o certificado digital ou código de
acesso gerado no Portal do Simples Nacional.
Bloco K – Alterado o calendário de início da
obrigatoriedade
Com a alteração, confira a seguir novo calendário de entrega obrigatória
do Bloco K.
Autor: Josefina do NascimentoFonte: Siga o Fisco / Netspeed NewsLink:
http://netspeed.com.br/mais/noticias/noticias/bloco-k-alterado-o-calendario-de-inicio-da-
obrigatoriedade/
A alteração veio com a publicação do Ajuste Sinief nº 25/2016 (DOU de 15/12), que modificou
dispositivos do Ajuste Sinief nº 02/2009, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital – EFD,
relativamente à obrigatoriedade de escrituração do Bloco K – Livro de Registro de Controle da Produção e
do Estoque pela EFD.
Com a alteração, confira a seguir novo calendário de entrega obrigatória do Bloco K.
Inciso I – do Art. 7º do Ajuste Sinief 02/2009
Estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou superior a
R$300.000.000,00
Inciso II – do Art. 7º do Ajuste Sinief 02/2009
Estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou superior a R$78.000.000,00
Inciso III do Art. 7º do Ajuste Sinief 02/2009
Demais estabelecimentos industriais; os estabelecimentos atacadistas classificados nos grupos 462 a 469
da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e os estabelecimentos equiparados a
industrial
BLOCO K: CONTROLE DA PRODUÇÃO E DO ESTOQUE
É parte do arquivo da Escrituração Fiscal Digital – EFD-ICMS/IPI, obrigação da Plataforma SPED.
Este bloco se destina a prestar informações mensais da produção e respectivo consumo de insumos, bem
como do estoque escriturado, relativos aos estabelecimentos industriais ou a eles equiparados pela
legislação federal e pelos atacadistas, podendo, a critério do Fisco, ser exigido de estabelecimento de
contribuintes de outros setores (conforme § 4º do art. 63 do Convênio S/N, de 1970).
Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional estão dispensados de apresentarem este bloco, em virtude
da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 29 de novembro de 2011, e alterações
posteriores (http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2011/CGSN/Resol94.htm), que lista
os livros obrigatórios do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional
Fonte: GUIA PRÁTICO DA EFD – Versão 2.0.19
Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3 – dispensa
Somente a escrituração completa do Bloco K na EFD desobriga a escrituração do Livro modelo 3,
conforme previsto no Convênio S/Nº, de 15 de dezembro de 1970.
Quem Deve Declarar a SISCOSERV?
devem ser prestados por:
Fonte: Portal Tributário / Destaques EmpresariaisLink: https://destaques-
empresariais.com/2016/12/16/quem-deve-declarar-a-siscoserv/
Os dados para registro no SISCOSERV – Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços,
Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio – devem ser prestados por:
I – o prestador ou o tomador do serviço residente ou domiciliado no Brasil;
II – a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no Brasil, que transfere ou adquire o intangível,
inclusive os direitos de propriedade intelectual, por meio de cessão, concessão, licenciamento ou por
quaisquer outros meios admitidos em direito; e
III – a pessoa física ou jurídica ou o responsável legal do ente despersonalizado, residente ou domiciliado
no Brasil, que realize outras operações que produzam variações no patrimônio.
Ficam dispensadas da obrigação de prestar as informações através do Siscoserv, nas operações em que não
tenham utilizado mecanismos públicos de apoio ao comércio exterior de serviços, de intangíveis e demais
operações de que trata o art. 26 da Lei 12.546/2011:
– as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional e os microempreendedores individuais (MEI); e
– as pessoas físicas residentes no País que, em nome individual, não explorem, habitual e
profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo
de lucro, desde que não realizem operações em valor superior a US$ 30.000,00, ou o equivalente em outra
moeda, no mês (limite de valor estabelecido pela Portaria MDIC 261/2013, anteriormente, o limite era de
US$ 20.000,00).
A prestação das informações deve ocorrer até o último dia útil do 3º (terceiro) mês subsequente à data de
início da prestação de serviço, da comercialização de intangível, ou da realização da operação que produza
variação no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados (prazo
estabelecido pela Portaria MDIC 385/2015).
ICMS-Confaz: Divulgado ato que trata de recolhimento do
imposto do café destinado a contribuintes do ES, MG e SP
22 dez 2016 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Através do Ato Cotepe/ICMS nº 38/2016 - DOU 1 de 22.12.2016, foi alterado o Anexo Único do Ato
Cotepe/ICMS nº 26/2016, que divulga a lista de contribuintes em relação aos quais não se aplica o
recolhimento do imposto no momento da saída interestadual de café em grão cru ou em coco. Essa saída é
destinada a contribuintes localizados nos Estados do Espírito Santo, de Minas Gerais e de São Paulo, nos
termos do Protocolo ICMS nº 55/2013.
Fonte: LegisWeb
MEI, quais são as suas obrigações?
Gerir um negócio próprio nunca é uma tarefa fácil.
Fonte: Netspeed / Grupo SkillLink: http://netspeed.com.br/mais/noticias/noticias/mei-quais-sao-as-suas-
obrigacoes/
Gerir um negócio próprio nunca é uma tarefa fácil. As tomadas de decisões são constantes e cada uma
delas pode determinar o sucesso ou não do empreendimento. Mas, se já não bastasse isso, o
Microempreendedor Individual (MEI) ainda precisa lidar com uma série de preocupações que fogem
totalmente de seus domínios e do próprio ramo de atuação de sua empresa.
Mesmo sem ter nenhum conhecimento técnico, o empresário precisa saber quais são suas obrigações
trabalhistas, seus deveres, os tributos que deve recolher, enfim, o que pode e não pode fazer. Caso
contrário, as sanções podem ser numerosas: multas, autuações e até processos trabalhistas.
Por conta disso, o BlogSkill relacionou abaixo alguns dos principais tópicos que o microempreendedor
individual precisa ter em mente para gerir satisfatoriamente seu negócio.
O que é MEI?
A atividade do microempreendedor individual foi regularizada em 2008, através da Lei Complementar
128/08. Essa LC conferiu uma série de condições especiais para que o microempresário possa regularizar
sua atuação.
Ele, assim como outros tipos de companhias, também pode optar pelo Simples Nacional. Só que, ao
escolher esse regime tributário, ele ainda conta com o benefício de não precisar pagar os tributos federais
(IRPJ, PIS, Cofins, IPI e CSLL) . Precisa pagar apenas o INSS, ICMS, ISS e, caso tenha um funcionário,
os impostos relacionados a ele.
Apenas um
Aliás, o MEI pode contratar apenas um único empregado, que deve ser registrado. Nessa situação, o
empresário precisa arcar com o salário deste colaborador e com os tributos – INSS de 3% e FGTS de 8%
sobre o vencimento do funcionário.
Nesse caso, o empregador pode preencher a Guia do FGTS e a Informação à Previdência Social (GFIP),
que devem ser entregue até o dia 7 de cada mês, através do sistema Conectividade Social, da Caixa
Econômica Federal.
Declaração de Imposto de Renda pessoal
Porém, a primeira grande preocupação que o MEI precisa ter é com sua declaração pessoal de Imposto de
Renda. Será nela em que estarão descriminados seus ganhos e gastos obtidos por meio de seu
empreendimento.
Em primeiro lugar, ele não deve declarar toda a receita obtida em seu empreendimento. É preciso antes
descontar todas as despesas que teve para poder trabalhar da receita bruta recebida. As despesas englobam
gastos como conta de luz, água, telefone, aluguel de espaço físico, compra de mercadorias, entre outros.
Esse resultado, o lucro líquido ou lucro evidenciado, é que será usado para o IR.
A legislação da microempresa prevê que o lucro líquido do MEI é isento no Imposto de Renda. Mas, para
isso, é preciso estar em conformidade com uma exigência: o valor do lucro líquido deve estar limitado ao
valor resultante da aplicação dos percentuais previstos para o lucro presumido, ou que o MEI possua uma
escrituração contábil que comprove lucro acima dos limites.
Os percentuais previstos para o lucro presumido são:
8% para comércio, indústria e transporte de carga;
16% para transporte de passageiros;
32% para serviços em geral.
Exemplo
No caso de um microempreendedor individual que presta serviço, que teve receita bruta de R$ 60 mil e
despesas de R$ 20 mil, por exemplo, seu lucro líquido seria de R$ 40 mil.
Sendo prestador de serviço, a parcela de lucro isenta dele é de 32% sobre sua receita bruta (nesse caso, R$
19,2 mil). Logo, ele deve descontar esse valor de seu lucro líquido (R$ 40 mil) para então saber qual é o
seu rendimento tributável e que deve ser informado no Imposto de Renda como rendimento recebido de
pessoa jurídica.
Para esse exemplo, o valor a ser informado é de R$ 20,8 mil.
Nesse caso, o microempreendedor individual possui um rendimento tributável abaixo do valor mínimo
estabelecido pela Receita Federal: R$ 26.816,55, e um rendimento isento abaixo do valor máximo de R$
40 mil.
Portanto, esse MEI estaria desobrigado de entregar a declaração de IRPF.
Outras declarações
Além de declarar o seu Imposto de Renda Pessoa Física, o MEI ainda precisa fazer sua declaração anual
dos impostos. Nela, o empreendedor informa o valor de faturamento correspondente ao ano anterior.
Essa declaração é feita diretamente no site da Receita Federal. A primeira pode ser preenchida pelo
próprio MEI ou pelo contador, gratuitamente.
Para tornar essa tarefa mais fácil, o microempresário pode preencher, até cada dia 20, o relatório mensal
das receitas do mês anterior. O modelo desse relatório pode ser encontrado no Portal do Empreendedor.
Nota Fiscal?
O microempreendedor é obrigado a emitir nota fiscal tanto para vendas quanto para prestações de serviços
para pessoas jurídicas, independente do porte das empresas. Ele fica isento apenas quando se trata do
consumidor final, ou seja, pessoa física.
Além disso, caso o MEI opte por emitir Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), ele deverá adquirir um Certificado
Digital.
Alvará
Antes de começar a funcionar, o microempreendedor deve consultar o Código de Zoneamento e de
Posturas Municipais e quais são as normas para obtenção de alvará em sua cidade para cada tipo de
atividade. No caso de empresas que atuam com alimentos, por exemplo, ainda se deve estar de acordo
com as regras sanitárias.
Que tal destinar parte do IR 2017 aos Fundos do
Idoso, Criança e Adolescente?
Profissionais contábeis, incentivem seus clientes; prazo para destinação de 6%
termina no dia 29 de dezembro
O período de entrega da declaração do Imposto de Renda 2017 começa somente em março do ano que vem, mas
para os contribuintes que desejarem destinar parte do IR a projetos sociais já está na hora de pensar no assunto.
Isso porque o prazo para fazer a destinação vai até o último dia útil de 2016, 29 de dezembro de 2016.
De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP), órgão apoiador e
disseminador dessas informações, fazer a destinação significa que, ao invés de o imposto ser recolhido para o
Governo Federal, parte destes recursos dos impostos serão direcionados para projetos sociais. O valor destinado
poderá até ser devolvido ao contribuinte como aumento na restituição do imposto ou na redução do imposto a
pagar.
Para as pessoas físicas que preenchem a declaração completa, existe a possibilidade de destinar até 6% do
Imposto de Renda devido aos fundos municipal, estadual ou nacional de apoio à criança e ao adolescente, como
o Fundo da Infância e Adolescência (FIA-SP) ou Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Fumcad), ao Fundo do Idoso ou a outros programas sociais voltados para atendimento a esses públicos.
A porcentagem permitida para as pessoas jurídicas, tributadas pelo Lucro Real, é de 1% do Imposto de Renda
devido.
O CRCSP lembra a importância de o contribuinte, pessoa física ou jurídica, contar com o apoio de um
profissional da contabilidade para orientá-lo quanto aos valores e as melhores e mais seguras formas de praticar
essa boa ação.
"Esse tipo de doação, além de não oferecer qualquer risco para o contribuinte, ainda ajuda milhares de pessoas.
Aqueles que desejarem destinar parte do seu IR devem procurar um profissional da contabilidade para
esclarecer todas as dúvidas e ajudar no que for necessário. Essas destinações fazem a diferença na vida de
muitos brasileiros", declarou o presidente do CRCSP, Gildo Freire de Araújo.
Além disso, ainda segundo o CRCSP, antes de destinar, o profissional da contabilidade ajudará o contribuinte a
analisar se o Fundo que receberá o recurso está regular perante a Receita Federal e pode ainda explicar para o
contribuinte que a destinação não causa nenhum transtorno e não leva à malha fina.
Destinação no ato do IR 2017 Caso o contribuinte não consiga fazer a destinação até o final do mês de dezembro, a Lei n.º 8.069/1990, artigo
260, parágrafo 1, Inciso III, permite que a pessoa física opte pela destinação no ato da elaboração da Declaração
do Imposto de Renda, em 2017.
No entanto, o CRCSP explica que somente a pessoa física tem essa segunda chance, ou seja, o prazo da
destinação para pessoa jurídica não é estendido, terminando em 30 de dezembro de 2016. Outra diferença é que,
durante este novo período, a destinação do contribuinte só poderá ser feita em menor porcentagem - 3% - e
somente para fundos e projetos de apoio à criança e ao adolescente. Fundos do idoso poderão ser beneficiados
somente até 30 de dezembro.
O voluntariado na Contabilidade O Sistema CFC/CRCs (Conselho Federal de Contabilidade/Conselhos Regionais de Contabilidade) conta com o
Programa do Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), que incentiva ações voluntárias por parte dos
profissionais da contabilidade existentes hoje em todo o país. No Estado de São Paulo, existem mais de 2.000
profissionais inscritos no programa. Qualquer profissional registrado, em seu respectivo estado, pode
se cadastrar no PVCC e contribuir para melhorias na sociedade, prestando atendimento a projetos sociais e
entidades do Terceiro Setor.
Sobre os Fundos Os Fundos municipais ou estaduais têm o objetivo de captar recursos e destiná-los especificamente para o
financiamento de programas, projetos e ações que visam à promoção e à defesa dos direitos da criança e do
adolescente e de suas respectivas famílias na região onde o Fundo está localizado.
As verbas dos Fundos são oriundas das próprias prefeituras, de destinações do Imposto de Renda – que é de
onde vem a maior receita –, de esferas estaduais ou da União.
Declaração de Não Ocorrência de Operações ao
Coaf deve ser feita em janeiro
Declaração de Não Ocorrência de Operações ao Coaf deve ser feita em janeiro
Por Fabrício Santos
Comunicação CFC
A partir de 1º de janeiro de 2017, a Declaração de Não Ocorrência de Operações ao Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) poderá ser feita diretamente no sistema desenvolvido pelo departamento
de TI do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
A novidade vai ao encontro das diretrizes do CFC em modernizar o seu sistema para melhor atender aos
profissionais do país.
Conforme previsto na Resolução CFC n.° 1.445/2013, profissionais e organizações contábeis que prestem,
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou
assistência de qualquer natureza devem comunicar ao Coaf a não ocorrência de eventos suspeitos de
lavagem de dinheiro ou financiamento ao terrorismo.
O vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, Luiz Fernando Nóbrega, reforça que não
houve alteração na Legislação e que a única mudança é que a Declaração será recepcionada no sistema
criado pelo CFC. “Estamos apenas aprimorando o nosso trabalho para prestarmos um serviço ágil e de
qualidade”, avalia Nóbrega.
A Declaração de Não Ocorrência de Operações tornou-se obrigatória em decorrência da alteração do Art.
11, inciso III, da Lei n.° 9.613/1998. Já a obrigatoriedade, prevista na lei, das comunicações que os
profissionais e as organizações contábeis devem fazer ao Coaf foi regulamentada pela Resolução CFC n.°
1.445/2013.
Os profissionais poderão acessar o sistema mediante senha ou pela certificação digital. Para acessar o
sistema, clique AQUI.
O prazo final para que seja realizada a Declaração de Não Ocorrência de Operações é dia 31 de janeiro.
Confederação de Municípios solicita a Temer
sanção da reforma do ISS ainda neste ano
22 de dezembro de 2016
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) encaminhou ofício ao presidente da República, Michel
Temer, em que solicita a sanção à alteração aprovada no Senado Federal da Lei do Imposto Sobre Serviço
(ISS). O documento foi enviado na manhã desta terça-feira, 20 de dezembro.
A Confederação reforça que a atual situação dos Municípios brasileiros, em que pesem as vastas
necessidades que devem atender carecem de recursos financeiros próprios para lhes fazer frente. O cenário
de concentração, em 35 Municípios, de cerca de 63% do total do Imposto Sobre Serviço de Qualquer
Natureza (ISSQN) no Brasil é um reflexo da carga tributária que se distribui de maneira desigual,
sobrecarregando desproporcionalmente os setores com menor capacidade contributiva.
Por essa razão, A CNM reitera a importância da sanção presidencial da reforma do ISS ainda em 2016 a
fim de garantir que algumas operações do ISS possam vigorar no ano que se aproxima (2017) e outras
possam ser implementadas para 2018.
Luta do movimento
O movimento municipalista luta por essa conquista a mais de cinco anos. A legislação do ISS fez, em
2016, 13 anos de desatualização. A sanção dessa alteração é um primeiro passo dos Municípios para uma
reforma tributária.
A Confederação defende a pulverização do ISS especialmente ao considerar que a utilidade social dos
serviços de administração de cartões, leasing e planos de saúde, tanto para o usuário final – usuário do
cartão, arrendatário do bem, beneficiário do plano de saúde -, quanto para o comerciante – que dispõe de
um terminal POS de cartões, ou que vende o bem a ser arrendado, ou prestador de serviços de saúde -, se
verifica, de fato, no Município onde se encontra o tomador.
Sistemas tributários
O projeta se baseia na tendência observada nos sistemas tributários mundo afora de que o imposto sobre
circulação seja devido no destino – onde se localiza o usuário final daquela operação – e não na origem –
onde se localiza o fornecedor do bem ou serviço daquela operação -, percebe-se que assim é mais provável
atingir-se a justiça fiscal. Alterar o local da cobrança do ISS do Município dos prestadores de serviços –
sede da administradora de cartões, da arrendadora mercantil ou da administradora de planos de saúde –
para o dos tomadores desses serviços é uma medida que adota essa linha de pensamento.
A CNM defende a necessidade de pôr fim à guerra fiscal existente entre os Municípios, em que
municipalidades, por meio de arbitragem fiscal, passaram a recolher o ISS inclusive abaixo do mínimo
constitucional de 2%.
Fonte: CNM
Lei do ISS vai dificultar sistema fiscal de
prestadores de serviços pelo Brasil
21 dez 2016 Barbara Lima ISS , Tributário Deixe seu Comentário
As mudanças, que agora dependem apenas de sanção do presidente
Michel Temer, vão obrigar empresas a recolher o imposto no
município em que o serviço foi prestado e não na origem
São Paulo – A reforma do Imposto Sobre Serviços (ISS), aprovada no Senado na semana passada, aumentará
a dificuldade das empresas para pagar o tributo, uma vez que o recolhimento não será feito no domicílio da
companhia, e sim no lugar em que foi prestado o serviço.
Segundo o sócio do PVG Advogados e especialista em direito tributário, Matheus Bueno de Oliveira, a
tributação dos serviços no domicílio do tomador em vez do prestador gera algumas dificuldades práticas.
Pior ainda, acrescenta ele, quando se trata de um imposto municipal em um País com mais de 5 mil entes
dessa natureza, sendo que cada um deles pode criar uma legislação e uma alíquota diferente.
Para Oliveira, um ramo de atuação que sofrerá muito com a regulamentação – que ainda depende de uma
sanção do presidente Michel Temer – é o de empresas que realizam o rastreamento remoto de veículos.
“Cada município em que o rastreamento de carro é feito recebe um imposto”, afirma ele, ressaltando que o
resultado disso será uma carga maior de trabalho para quem é responsável pelo planejamento tributário
desse tipo de empresa.
O advogado vê também um sério risco de pulverização dos tributos devidos para outros tipos de negócios,
como franquias – negócio em forma de parceria na qual uma empresa concede a terceiros o direito de
explorar os seus produtos e serviços -, planos de saúde e serviços de cartão de crédito.
Oliveira critica ainda o fato de a lei não especificar melhor de que maneira o imposto será recolhido, o que
pode confundir os empresários e abrir caminho para uma série de questionamentos na Justiça quanto à
necessidade de se pagar o tributo. “A ideia da nova legislação é cobrar o pagamento do ISS sobre os serviços
no município do tomador, mas como isso será feito ficará a cargo da lei municipal. Não tem no Substitutivo
da Câmara dos Deputados (SCD) 15/2016 um procedimento uniforme. Os municípios devem criar
mecanismos de controle, mas o empresário, seguindo à risca o que está na lei, deve saber provar onde a
pessoa para quem ele prestou um serviço está”, explica.
Já o sócio do escritório Souto Correa Cesa Lummertz & Amaral Advogados, Henry Lummertz, diz que o
projeto que os senadores analisaram tinha grandes chances de solucionar o problema da guerra fiscal sem
piorar ainda mais o ambiente de negócios no Brasil. “Eles poderiam ter colocado o lugar da prestadora como
base para a tributação. Do ponto de vista prático, não foi a decisão mais inteligente a que o Congresso
tomou.”
Lummertz vê no texto final que foi enviado pela Câmara dos Deputados ao Senado, um reflexo da pressão
política exercida pelos municípios que se sentiram lesados por essa “guerra”. Ele conta que muitas cidades
ofereciam incentivos fiscais para atrair empresas, em uma situação parecida com a que ocorre com os
estados no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).”O prestador de serviço ia muito
para Barueri e não para São Paulo, por exemplo. Para enfrentar essa guerra fiscal, [os parlamentares]
ignoraram essa questão da base das empresas e preferiram ouvir os anseios dos prefeitos.”
Com isso, lembra ele, os custos das empresas vão aumentar, em decorrência dos gastos para adequar as suas
operações à nova forma de cobrança do imposto. Esse custo, segundo Lummertz, pode acabar sendo
repassado para o consumidor final dos serviços.
Novos impostos
Além da mudança na localidade da cobrança do imposto, o SCD 15 também institui novas taxações,
passando a incidir sobre serviços sobre os quais eles não incorriam antes. Entre eles, estão os aplicativos e
sites de streaming como Netflix, Spotify e o recém-chegado ao Brasil, Amazon Prime.
Segundo Oliveira, isso significa que além do custo adicional da necessidade de adequação, ainda haverá um
ônus para quem ainda não pagava ISS. “Para quem não pagava um imposto sobre o Netflix, isso vai ser
mais claro. E tem também os casos de serviços que já pagavam esse imposto, mas para um município só e
terá de pagar para outros entes [federativos.”, observou.
Ele conta que a lei trouxe uma revogação, dois itens novos e 12 novas redações a itens antigos. Para muitos
itens, acrescenta, houve uma atualização para incluir tecnologias e serviços que não existiam na época da
redação anterior.
Para esses casos, Lummertz vê ainda outro problema, que é a cobrança de tributo sobre um serviço que, na
prática, não foi prestado. Esse é o caso, por exemplo, da cobrança do ISS sobre o armazenamento de dados
na internet. “Eu questiono a legitimidade do tributo. O serviço pressupõe que eu faça alguma coisa para
alguém. Se eu deixar uma empresa inserir dados no meu espaço digital, eu não estou fazendo nada para ela”,
avalia o advogado.
Na avaliação dele, esse tipo de questionamento pode ser usado para judicializar a questão, com o envio de
Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) ao Supremo Tribunal Federal (STF). E, na opinião do
especialista, há boas chances da Corte considerar a lei inconstitucional nesses casos. “Os precedentes do
STF em armazenamento de dados são de que se não há serviço, não há como cobrar imposto.”
Já na questão da “guerra fiscal”, a esperança das empresas reside mesmo em um veto de Temer, que só
ocorreria caso a pressão das companhias sobrepujasse a dos municípios, diz o sócio do Souto Correa.
Ricardo Bomfim
Fonte: DCI
Opinião
Incidência de ISS sobre streaming é inconstitucional
20 de dezembro de 2016, 9h01
Por Betina Treiger Grupenmacher
Foi aprovado pelo Senado no dia 14 de dezembro de 2016 projeto de lei que introduz significativas
alterações na Lei Complementar 116/03, razão pela qual tem sido nominado como “reforma do ISS”.
Além da fixação da alíquota mínima e de outras tantas inovações, como por exemplo, a definição do local
da prestação para os contratos de leasing e a introdução do subitem 6.02 “outros serviços de transporte
municipal” — o que poderá alcançar o transporte de passageiros por veículos habilitados pelo Uber —,
merece especial atenção o acréscimo do subitem 1.09 à Lista de Serviços, que introduziu os contratos de
streaming como passíveis de incidência de ISS, o qual restou assim redigido: 1.09 - Disponibilização, sem
cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a
imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço
de Acesso Condicionado, de que trata a Lei no 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS).
É fato que a alteração da lista de serviços para introduzir a cessão do conteúdo de vídeo, imagem e som, se
deu em razão da insatisfação das empresas concessionárias de TV por assinatura, em face do baixo custo
dos contratos relativos ao Netflix, ao Spotify e outros similares, com consequente prejuízo à
competitividade no setor. Ocorre, no entanto, que ao atender aos reclamos das empresas de TV por
assinatura e diante da possibilidade de incremento de arrecadação para os municípios, o Poder Legislativo
Federal introduziu uma vez mais regra inconstitucional no sistema.
Não temos qualquer dúvida de que os contratos de streaming não se subsumem à definição de serviço para
fins de incidência de ISS e, portanto, não se inserem na materialidade do referido imposto.
Segundo o que se depreende com segurança da regra atributiva de competência, constante do artigo
156, inciso III da Constituição Federal, os Municípios só podem instituir ISS sobre prestações de serviços
que caracterizem obrigações de fazer, já que as obrigações de dar e os serviços de transporte e de
comunicação estão insertos na competência impositiva dos Estados.
A compreensão de que o ISS só pode incidir sobre obrigações de fazer, nunca sobre as obrigações de dar
está, inclusive, sedimentada no âmbito do STF[1]. Não bastasse o entendimento da nossa Corte
Constitucional, a doutrina também é unânime no mesmo sentido. Merece referência a definição de
serviços para fins de incidência de ISS ofertada por Marçal Justem filho, que assim se manifesta:
“Prestação de esforço (físico-intelectual) produtor de utilidade (material ou imaterial) de qualquer
natureza, efetuada sob regime de Direto Privado, que não caracterize relação empregatícia”.[2]
O streaming é um mecanismo de distribuição de dados por meio de pacotes. As informações distribuídas
não são armazenadas pelo usuário que recebe a mídia a ser reproduzida. Portanto, não há serviço enquanto
obrigação de fazer de natureza física ou intelectual, desempenhada sob regime de direito privado, nos
contratos em questão.
Trata-se, como inclusive se verifica da própria redação do subitem em análise, de disponibilização sem
cessão definitiva do conteúdo nele descrito. É extreme de dúvidas que as cessões de direitos não se
equiparam às prestações de serviços. São, definitivamente, duas realidades jurídicas absolutamente
distintas. Em relação à primeira, qual seja a cessão de direitos, não há previsão constitucional de cobrança
de quaisquer impostos. O que queremos dizer é que o constituinte não contemplou entre as competências
impositivas federais, estaduais, municipais e distritais, a cessão de direitos, como passível de incidência
tributária. Assim, para que algum imposto pudesse ser cobrado em relação à remuneração dos contratos de
streamig, a única hipótese viável seria o exercício, pela União, de sua competência residual, em razão da
qual, atendidos os requisitos previstos no artigo 154, inciso I da Constituição Federal, um imposto sobre
cessão de direitos poderia ser cobrado. No entanto, na ausência de lei complementar federal instituidora de
tal exação, não há possibilidade de que a cessão de direitos seja objeto de tributação pelas pessoas
políticas de direito público.
Ressalvamos ainda que os contratos de streaming não se subsumem também à materialidade do ICMS-
Comunicação, uma vez que não há relação comunicativa entre o cedente e o cessionário, ou seja, entre a
empresa que disponibiliza o conteúdo e o assinante que o contrata. Acreditamos que tal premissa se aplica
por igual às empresas concessionárias de TV por assinatura, cujo contrato, igualmente, não contempla a
prestação de serviço de comunicação, já que o cessionário (assinante) não se comunica com a empresa
contratada para transmissão de programação televisiva, apenas recebe os sinais com o conteúdo
contratado.
Embora a tecnologia empregada na transmissão de conteúdo nas TVs por assinatura seja distinta daquela
relativa ao streaming, pois na primeira os dados são transmitidos por cabo ou micro-ondas e na segunda
por fluxos de informações transmitidas pela rede mundial de computadores, o objeto dos contratos é o
mesmo, qual seja, a disponibilização de áudio, vídeo e imagens, razão pela qual tanto uma como outra não
se inserem quer na materialidade do ICMS quer na do ISS.
A propósito e afinal, pensamos que, inclusive, nenhuma das hipóteses de cessão de direitos contempladas
na lista de serviços anexa à Lei complementar 116/03, poderia ser alvo da incidência de ISS, em face dos
fundamentos até aqui apresentados, ou seja, de não se subsumirem ao conceito constitucional de serviços
para fins de incidência do referido imposto os “serviços” descritos nos subitens; 1.05[3] que alcança as
cessões de direitos de uso de programas de computação, 3.02 relativa à cessão de direito de uso de marcas
e sinais de propaganda[4], 15.08 no que concerne à cessão de contratos de crédito e 15.09 quanto à cessão
de direitos[5].
[1] É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações
de locação de bens móveis.
[2] O Imposto sobre Serviços na Constituição. Ed. RT. p. 80
[3] 1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.
[4] 3.02 – Cessão de direito de uso de marcas e de sinais de propaganda.
[5]15.08 – Emissão, reemissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de
crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito; emissão, concessão, alteração ou contratação
de aval, fiança, anuência e congêneres; serviços relativos a abertura de crédito, para quaisquer fins.
15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações,
substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados ao
arrendamento mercantil (leasing).
Betina Treiger Grupenmacher é advogada, professora associada de Direito Tributário da UFPR, pós-
doutora pela Universidade de Lisboa, doutora pela UFPR e visiting scholar pela Universidade de Miami.
Revista Consultor Jurídico, 20 de dezembro de 2016, 9h01
É constitucional tributar o Netflix?
"Reforma do ISS" vai tributar serviços de streaming no Brasil.
Publicado por Vitor Costa Figueirêdo
O contexto
Não é de hoje que as empresas que oferecem TV por assinatura demonstram grande insatisfação perante o
desenvolvimento e disseminação dos serviços de streaming como Netflix e Spotify. Um produto dessa
guerra incessante é o projeto de lei recém aprovado pelo Senado (em 14/12/16) que pretende "taxar" (com
a licença dos colegas tributaristas) estes famosos “serviços”.
A Constituição Federal reservou aos Municípios a aptidão (competência) de criar (instituir) impostos
sobre serviços de qualquer natureza, a fim de se obter recursos necessários às suas atividades (art. 156,
inciso III, da CF). Tal disposição no texto constitucional refere-se ao ISSQN ou ISS, o Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza, regulamentado pela Lei Complementar nº 116/2003.
A questão é: o que se entende por serviço?
A ideia de serviço se encontra no âmbito do direito privado e, embora não haja previsão expressa do seu
conceito (no Código Civil), entende-se serviço como a situação na qual um sujeito obriga-se a fazer algo
para outro sujeito. Ou melhor, serviço é, essencialmente, uma obrigação de fazer.
A prestação, enquanto objeto da obrigação de fazer, constitui-se, portanto, na realização* de uma
atividade pessoal de um sujeito para outro, sem incluir a transferência da propriedade (ou de seus direitos)
de determinada coisa na consecução da obrigação (Exemplo: paciente contrata o serviço de um renomado
cirurgião para a realização de uma operação estética).
Se a prestação, todavia, se aperfeiçoar mediante a entrega ou restituição de uma coisa, estaremos diante de
uma obrigação de dar (vendedor entrega produto ao cliente após a realização do pagamento).
Vale a pena conferir uma passagem da obra de Cristiano Chaves a respeito do tema:
De fato, Washington de Barros Monteiro explica que a obrigação de dar se diferencia da de fazer em razão
da preponderância dos atos para a realização da prestação, devendo-se verificar se o dar é ou não
consequência do fazer. Se o devedor tiver de confeccionar a coisa para depois entregá-la, a obrigação é de
fazer; se, ao contrário, o devedor não tiver previamente de fazer a coisa, a obrigação é de dar (Curso de
Direito Civil - Obrigações. Volume 2. Editora Atlas, 2015 - p. 180).
Mas qual a importância de se entender a amplitude e a definição de serviço?
Bom, considerando que o Netflix e outras empresas de streaming se utilizam de um sistema de
disponibilização e distribuição de informações por meio de pacotes de dados (virtuais, diga-se de
passagem), e que os consumidores do “serviço” não obtém a titularidade permanente dos filmes/séries (ou
seja, não há transferência de propriedade), conclui-se que o famoso site cede o acesso ao seu acervo.
O problema de se tributar streaming reside justamente na clara distinção entre a cessão de direitos e a
prestação de serviços. Não há previsão acerca da tributação da cessão, em nenhum diploma legal,
mormente na Constituição Federal. As empresas de streaming cedem acesso aos seus catálogos de vídeos,
filmes e músicas, permanecendo “donas” destes conteúdos.
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), todavia, incide sobre a prestação de serviços,
enquanto constituídas pela obrigação de fazer, ou seja, por uma “prestação de esforço (físico-intelectual)
produtor de utilidade (material ou imaterial) de qualquer natureza, efetuada sob regime de Direito
Privado, que não caracterize relação empregatícia”, nas palavras de Marçal Justen Filho¹.
E o que é streaming? É uma forma de transmissão de som e imagem (áudio e vídeo) através de uma rede
qualquer de computadores sem a necessidade de efetuar downloads do que está se vendo e/ou ouvindo,
pois neste método a máquina recebe as informações ao mesmo tempo em que as repassa ao usuário*.
O projeto de lei
O Projeto de Lei do Senado nº 386 de 2012 (Substitutivo do Projeto da Câmara dos Deputados nº 15, de
2015) altera, então, a lista de serviços tributáveis constante na supracitada lei regulamentadora do ISS, a
LC 116/2003, incluindo o seguinte o subitem:
1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da
internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas
prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2011,
sujeita ao ICMS).
Na redação original do projeto já era evidente a impropriedade da incidência do ISS sobre as atividades de
streaming:
1.13 – Cessão temporária de arquivo de áudio, vídeo e imagem, inclusive por “streaming”.
Considera-se, portanto, evidente inconstitucionalidade na tributação de atividade de cessão de direitos,
especialmente em caráter temporário.
Já há, inclusive, posicionamento sumulado, em caráter vinculante (SV nº 31), do Supremo Tribunal
Federal relacionado à matéria. O STF ainda, por meio do julgamento do RE nº 116.121-3/SP, ratificou o
entendimento de que o ISS incide sobre obrigações de fazer, afastando a tributação inconstitucional da
locação de bens móveis (atividade das tradicionais locadoras de filmes).
Ora, a disponibilização do acervo do Netflix, Spotify e similares não se adequa à definição constitucional
de serviço, visto que as plataformas não decorrem de esforço humano voltado à criação ou execução de
determinada tarefa aos clientes, e sim à permissão de acesso aos seus conteúdos (previamente
constituídos).
Ao assinar o Netflix, portanto, o usuário obtém o direito de acessar, visualizar ou reproduzir os conteúdos
digitais de propriedade da empresa de streaming. Em nenhuma hipótese o contrato (negócio jurídico)
firmado entre as partes enseja a transferência definitiva do acervo, nem mesmo obriga a Netflix a “fazer”
algo com ou para o cliente.
Enfim, se não há adequação da atividade desempenhada pelas empresas de streaming à hipótese
constitucional de incidência do ISS sobre serviços, há de se considerar inconstitucional o projeto de lei
que pretende tributá-la.
A "Reforma do ISS" já foi aprovada no Congresso (nas duas casas, Câmara e Senado) e agora segue para a
sanção do Presidente da República. Depois de sancionada, será publicada no Diário Oficial da União,
podendo entrar em vigor em meados de março de 2017, se a publicação ocorrer até o dia 31 de dezembro
de 2016.
Resta saber, então, se a guerra pelo mercado dos conteúdos audiovisuais travada entre as concessionárias
de TV por assinatura e empresas de streaming terminou ou está apenas começando.
"Serviços" afetados: Netflix, Spotify, Apple Music, Deezer, Amazon Prime Video (recém-chegada no
Brasil), HBO Go (prestes a estrear no país), e similares.
OBS.: O projeto de lei pretende tributar, além do streaming, os serviços de transporte de natureza
municipal, mais conhecidos como Uber (tema para um próximo artigo, quem sabe...).
Saiba mais:
Quadro comparativo do Substitutivo da Câmara dos Deputados nº 15, de 2015, ao Projeto de Lei do
Senado nº 386, de 2012 – Complementar: Disponível em:
http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/179306.pdf
Projeto de Lei com redação original. Disponível em: http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-
pdf/115892.pdf
Súmula Vinculante nº 31. http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1286
*Segundo o site Interrogação Digital: http://www.interrogacaodigital.com/central/o-queestreaming/
*No sentido de obrigação de fazer positiva. Há, ainda, a obrigação de não fazer, representando a faceta
negativa.
¹Extraído de Incidência de ISS sobre streaming é inconstitucional, por Betina Treiger Grupenmacher, em
Consultor Jurídico. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-dez-20/betina-grupenmacher-iss-
streaming-inconstitucional
Referências
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 10ª ed. São Paulo: Método, 2016.
FARIAS, Cristiano Chaves de. Nelson Rosenvald. Direito Civil - Obrigações. Vol. 2, 9ª ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2015.
GRUPENMACHER, Betina Treiger. Incidência de ISS sobre streaming é inconstitucional. por Betina
Treiger Grupenmacher, em Consultor Jurídico. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-dez-
20/betina-grupenmacher-iss-streaming-inconstitucional
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 37ª ed. São Paulo: Malheiros, 2016.
O streaming está sujeito à tributação pelo ISS? http://schneiderpugliese.com.br/blog/index.php/o-
streaming-esta-sujeito-tributacao-pelo-iss/
PAVANI, Vanessa Roda. Imposto sobre serviço de qualquer natureza. Disponível em:
http://www.ambito-jurídico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9492
Vitor Costa Figueirêdo
Portaria RFB Nº 1714 DE 22/12/2016
Publicado no DO em 23 dez 2016
Estabelece parâmetros para indicação das pessoas jurídicas a serem submetidas ao acompanhamento
econômico-tributário diferenciado e especial no ano de 2017.
O Secretário da Receita Federal do Brasil, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 280 do
Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de
maio de 2012, e tendo em vista o disposto na Portaria RFB nº 641, de 11 de maio de 2015,
Resolve:
Art. 1º Esta Portaria estabelece parâmetros para a indicação das pessoas jurídicas a serem submetidas ao
acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial no ano de 2017.
CAPÍTULO I
DA INDICAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO DIFERENCIADO
Art. 2º Para fins do disposto no art. 7º da Portaria RFB nº 641, de 11 de maio de 2015, deverão ser
indicadas, para o acompanhamento diferenciado a ser realizado no ano de 2017, as pessoas jurídicas:
I - cuja receita bruta anual informada na Escrituração Contábil Fiscal (ECF) do ano-calendário de 2015
tenha sido superior a R$ 180.000.000,00 (cento e oitenta milhões de reais);
II - cujos débitos informados nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativas
ao ano-calendário de 2015 tenham sido superiores a R$ 18.000.000,00 (dezoito milhões de reais);
III - cuja massa salarial informada nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e Informações à Previdência Social (GFIP) relativas ao ano-calendário de 2015 tenha sido superior a R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); ou
IV - cujos débitos informados nas GFIP relativas ao ano-calendário de 2015 tenham sido superiores a R$
18.000.000,00 (dezoito milhões de reais).
Parágrafo único. Além daquelas indicadas na forma prevista no caput, estarão sujeitas ao
acompanhamento diferenciado no ano de 2017 as pessoas jurídicas indicadas nos termos dos §§ 1º e 2º do
art. 7º da Portaria RFB nº 641, de 2015.
CAPÍTULO II
DA INDICAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO ESPECIAL
Art. 3º Estarão sujeitas ao acompanhamento especial a ser realizado no ano de 2017, as pessoas jurídicas:
I - cuja receita bruta anual informada na Escrituração Contábil Fiscal (ECF) do ano-calendário de 2015
tenha sido superior a R$ 1.100.000.000,00 (um bilhão e cem milhões de reais);
II - cujos débitos informados nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativas
ao ano-calendário de 2015 tenham sido superiores a R$ 110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais);
III - cuja massa salarial informada nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e Informações à Previdência Social (GFIP) relativas ao ano-calendário de 2015 tenha sido superior a R$
145.000.000,00 (cento e quarenta e cinco milhões de reais); ou
IV - cujos débitos informados nas GFIP relativas ao ano-calendário de 2015 tenham sido superiores a R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).
Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) poderá estabelecer indicadores, metas,
critérios de seleção, jurisdição e formas de controle e avaliação específicos para processos de trabalho ou
atividades relativas às pessoas jurídicas referidas no caput.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 4º A indicação de pessoas jurídicas para o acompanhamento diferenciado ou especial de que tratam os
arts. 2º e 3º será feita com base nas informações em poder da RFB à época da definição da relação final
dos contribuintes sujeitos ao referido acompanhamento.
Art. 5º Expirado o período do acompanhamento de que trata esta Portaria, e na ausência de novo
disciplinamento normativo, os contribuintes indicados na forma prevista nos arts. 2º e 3º permanecerão
sob o acompanhamento nos anos subsequentes.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.
Art. 7º Fica revogada, a partir de 1º de janeiro de 2017, a Portaria RFB nº 1.755, de 17 de dezembro de
2015.
JORGE ANTONIO DEHER RACHID
Profissionais têm até 31 de janeiro para
comprovar Educação Profissional Continuada
(Somente para auditores e contadores de sociedades de grande porte, ano que vem
será para peritos, e até 2019 para todos que tem CRC)
Por Juliana Oliveira
RP1 Comunicação
Pela primeira vez, responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis de empresas sujeitas à
contratação de auditoria pela CVM, BCB e Susep terão de cumprir o programa
Termina no dia 31 de dezembro o prazo para que os profissionais sujeitos à Educação Profissional
Continuada (EPC), programa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), cumpram os 40 pontos anuais
exigidos pelo programa. O prazo para enviar o Relatório de Atividades ao Conselho Regional de
Contabilidade (CRC), comprovando a pontuação, vai até o dia 31 de janeiro.
A EPC é uma iniciativa do CFC que busca manter o profissional que atua no mercado de auditoria
independente sempre atualizado. “As mudanças na contabilidade têm sido profundas e rápidas. É imperativo
que o profissional da contabilidade esteja sempre atualizado. É necessário para o bom exercício profissional
e está alinhado às boas práticas da área adotadas internacionalmente”, afirma o vice-presidente de
Desenvolvimento Profissional do CFC, Nelson Zafra.
A EPC existe desde 2003, e a norma que a criou passou por mudanças em 2015 para ampliar seu alcance.
Antes, eram obrigados a cumprir a educação continuada os profissionais inscritos no Cadastro Nacional de
Auditores Independentes (CNAI) e os auditores que atuam no mercado regulado pelo Banco Central (BCB),
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A partir deste ano, todos os auditores estão submetidos à educação continuada, além dos responsáveis
técnicos pelas demonstrações contábeis ou que exerçam funções de gerência e chefia no processo de
elaboração das demonstrações contábeis de empresas consideradas de grande porte e das reguladas pela
CVM, BCB e Susep. “Havia a necessidade de que os profissionais que auditam as demonstrações e os
responsáveis por apresentá-las estivessem submetidos às mesmas exigências em termos de atualização,
garantindo maior qualidade às informações”, explica Zafra.
Por ser a primeira vez que os responsáveis técnicos pelas demonstrações contábeis e todos os profissionais
que atuam em auditoria têm de cumprir a EPC, o CFC se empenhou em reforçar as informações referentes
ao prazo do cumprimento da exigência e de sua comprovação. “Ao longo do ano, os CRCs desenvolveram
companhas de conscientização, o CFC apoiou iniciativas de formação em diversos Estados e o 20º
Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em setembro pelo Conselho, teve na sua programação
diversas atividades, que, somadas, permitiam fazer quase a totalidade dos pontos necessários. Com isso,
garantimos a oferta de formação para os auditores. Agora eles devem ficar atentos ao prazo de comprovação,
que termina no dia 31 de janeiro”, afirma Zafra.
Para quem ainda não completou os 40 pontos, o prazo termina no dia 31 de dezembro.
Os profissionais que não cumprirem a EPC terão seus registros baixados no CNAI. Os que estão submetidos
à educação continuada, mas não estão inscritos no cadastro, estão sujeitos à fiscalização e podem ser
autuados. Um processo disciplinar será aberto e a sanção pode variar de penalidades éticas - que vão de
advertência reservada à censura pública - até multas, que variam entre uma e cinco anuidades.
Para saber mais sobre a Norma Brasileira de Contabilidade que regulamenta o EPC, clique aqui.
Alterações importantes na NCM (SH) e, por
consequência na TIPI e na TEC.
Foi aprovada em 06/12/2016, no âmbito do Mercosul, a Resolução GMC nº 26/2016, que adequou a
Tarifa Externa Comum (TEC) à VI Emenda do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de
Mercadorias (SH 2017).
A referida normativa foi internalizada ao ordenamento jurídico brasileiro por meio de Resolução Camex
nº 125 de 15 de Dezembro de 2016.
Através das alterações no Sistema Harmonizado de Codificação e Designação de Mercadorias – SH, para
o ano de 2017, foram incorporadas 2.392 mudanças à TEC, relacionadas aos códigos NCM, capítulos,
posições e subposições. Veja:
1.364 alterações de descrição;
605 inclusões;
423 exclusões.
Setor industrial consegue simplificação do Bloco
K
21 de dezembro de 2016
O CONFAZ confirmou a simplificação do Bloco K do SPED, que pelos próximos dois anos será entregue
apenas com os registros que tratam da movimentação de estoques. A simplificação foi uma conquista do
setor industrial e foi resultado das negociações mantidas entre CNI, federações estaduais da indústria e
GETAP com os fiscos federal e estaduais.
Com as alterações divulgadas dia 14/12/2016, o Bloco K simplificado entrará em vigor em janeiro de 2017
e será obrigatório somente para empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões/ano. Há previsão para
que os registros que tratam da movimentação de estoques passem a ser entregues, a partir de janeiro de
2018, também pelas empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões/ano.
Vale ressaltar que não serão exigidos os registros que geram os maiores problemas para o setor industrial,
como risco de quebra do segredo industrial, aumento de custos e maiores chances de autuações. Esses
registros são aqueles mais complexos, que exigiriam das empresas informações detalhadas sobre: a) lista
padrão de insumos utilizados na fabricação de todos os seus produtos; b) as quantidades efetivamente
produzidas de cada produto e c) as quantidades de insumos efetivamente consumidos na fabricação de cada
produto.
É importante que o setor industrial continue mobilizado na discussão desse tema. Nos próximos dois anos
será formado grupo de trabalho entre os fiscos federal e estaduais e o setor industrial para discutir a inclusão
de novos registros no Bloco K a partir de 2019. Além disso, serão discutidas outras questões, como a
possível obrigatoriedade do Bloco K simplificado para empresas com faturamento abaixo de R$ 78
milhões/ano.
Fonte: SESI-CE
Somente para vendas para o RJ
AJUSTE SINIEF 24, DE 9-12-2016
(DO-U DE 15-12-2016)
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – Normas RJ adotará procedimentos diferenciados para registrar o Fundo de Combate à Pobreza na GIA-ST Este Ato dispõe sobre a adoção de procedimentos diferenciados pelo Estado do Rio de Janeiro, para registrar o Fundo de Combate à Pobreza na GIA-ST, com efeitos retroativos a 1-1-2016. O Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ e o Secretário da Receita Federal do Brasil, na 163ª Reunião Ordinária do Conselho, realizada em Palmas, TO, no dia 9 de dezembro de 2016, tendo em vista o disposto no art. 199 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), resolvem celebrar o seguinte AJUSTE Cláusula primeira – Ficam acrescentados os dispositivos abaixo relacionados no Ajuste SINIEF 04/93, de 9 de dezembro de 1993, com as seguintes redações: I - o § 9° à cláusula décima: “§ 9º O disposto no § 8° desta cláusula não se aplica à GIAST a ser entregue ao Estado do Rio de Janeiro, devendo ser observadas as Instruções de Preenchimento previstas na legislação interna do Estado do Rio de Janeiro.”; II - o § 2º à cláusula décima-A, renumerando o atual parágrafo único para §1º: “§ 2º O disposto no § 1° desta cláusula não se aplica à GIAST a ser entregue ao Estado do Rio de Janeiro, devendo ser observadas as Instruções de Preenchimento previstas na legislação interna do Estado do Rio de Janeiro.”. Cláusula segunda – Este ajuste entra em vigor na data da publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2016. Fonte: COAD
Setor privado pode acessar novas funcionalidades
do Portal Único de Comércio Exterior
20 de dezembro de 2016
A partir de hoje, 19 de dezembro, os exportadores brasileiros poderão acessar um ambiente de validação
para simular as operações e testar as novas funcionalidades desenvolvidas no Portal Único de Comércio
Exterior. O teste antecede a efetiva entrada em operação do novo sistema, prevista para acontecer em
fevereiro de 2017. As informações referentes ao novo processo de exportações estão disponíveis no
www.siscomex.gov.br.
O secretário adjunto da Receita Federal, auditor-fiscal Paulo Ricardo de Souza Cardoso, afirma que “o teste
é essencial tanto para eventuais correções necessárias quanto para aperfeiçoamentos a serem sugeridos pelos
operadores em trabalho conjunto com o governo”.
Na avaliação do secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, “o principal objetivo dessa ação é
permitir que os operadores possam testar, em conjunto com o governo, as soluções tecnológicas
desenvolvidas para o Portal Único. Os usuários poderão, inclusive, sugerir aprimoramentos e reportar
eventuais falhas e inconsistências do sistema”. A iniciativa visa reduzir possíveis transtornos na operação
efetiva do sistema e também permitir que o setor privado se familiarize com as novas ferramentas. O
secretário ressalta, no entanto, que, no ambiente de validação, as operações realizadas serão apenas para
teste. Não terão validade para efetivar vendas ao exterior.
Após o período de testes, no ano que vem, as primeiras exportações a serem feitas pelo novo processo serão
aquelas que utilizam o modal aéreo. Os demais meios de exportação (marítimo, ferroviário, rodoviário e
postal, por exemplo) contarão com a novidade ainda no primeiro semestre. O Portal Único de Comércio
Exterior é fruto de um trabalho conjunto entre a Receita Federal e o Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC).
Fonte: RFB
ICMS/MG – O Estado de Minas Gerais aplica a
substituição tributária para o produto leite de coco?
Sim. Na Consulta de Contribuinte nº 203/2016 o fisco menciona que muito embora o Decreto nº
46.842/15 tenha retirado da redação do subitem 43.1.5 da Parte 2 do Anexo XV do RICMS/MG a
expressão “inclusive leite de coco”, foi mantida a aplicação da substituição tributária.
Segundo o fisco mineiro, o coco está classificado na posição 0801 da NCM como fruta, paralelamente,
a posição 2009 da NCM compreende os sucos (sumos) de frutas ou de produtos hortícolas. Dessa
forma, sendo o coco uma fruta, o líquido obtido pela prensagem da polpa do coco, e comercializado
como leite de coco é considerado um suco de fruta.
A partir de 01/01/16 enquadra-se na descrição do item 10, código CEST 17.010.00, Capítulo 17, do
Anexo XV do RICMS/MG.
Situação até 31/12/2015:
Situação NCM DATA DESCRIÇÃO
43.1.15 20.09 De 01/03/11
até 31/12/15
Sucos de frutas (suco pronto para consumo; suco líquido,
concentrado ou não; suco em pó ou sob a forma de cristais;
suco reconstituído; mistura de sucos e suco de coco,
inclusive leite de coco)
43.1.15 20.09 A partir de
01/11/2015
Sucos de frutas, ou mistura de sucos de fruta (Redação
dada pelo Decreto n° 46.842/15)
Situação a partir de 01/01/2016, em decorrência do Decreto 46.931/15:
Item CEST NCM DESCRIÇÃO
10.0 17.010.00 2009 Sucos de frutas ou de produtos hortícolas; mistura de sucos
MG: Contribuinte ganha mais prazo para quitar
débitos com créditos acumulados de ICMS
22 dez 2016 Aurélio M. Souza Auditoria e Fiscalização , Geral , ICMS , Tributário Deixe seu Comentário
Decreto estabelece 31 de março de 2017 como nova data-limite para a regularização
Os contribuintes que têm débitos tributários com o Estado de Minas Gerais ganharam mais
prazo para efetuar o pagamento aproveitando créditos acumulados de ICMS, dentro do
Programa Regularize. A data-limite para a regularização fiscal utilizando-se dessa opção foi
prorrogada para 31 de março de 2017, conforme o Decreto 47.106, publicado no Diário
Oficial de sábado (17/12). O prazo venceria nesta terça-feira (20/12). Para o pagamento ou o
parcelamento das dívidas em dinheiro, não há prazo determinado.
O diretor do Núcleo do Crédito da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), Leonardo Guerra
Ribeiro, afirma que a prorrogação do prazo é mais uma oportunidade para que os contribuintes
inadimplentes possam aderir ao Programa Regularize e quitar seus débitos, em condições
facilitadas, com descontos em multas e juros, além do parcelamento do pagamento.
Segundo Ribeiro, com o alongamento do prazo, a expectativa da SEF é que mais contribuintes
regularizem suas dívidas utilizando créditos acumulados. “Essa prorrogação busca alinhar os
interesses do Estado aos de contribuintes e entidades de classe empresariais, tendo em vista a
atual situação econômica do país e os compromissos fiscais que as empresas têm de cumprir
no fim de ano”, ressaltou.
Balanço
Em 2016, os contribuintes negociaram R$ 3,4 bilhões em débitos tributários com o Estado de
Minas Gerais, por meio do Programa Regularize. Desse montante, cerca de R$ 1 bilhão já foi
recebido, sendo R$ 782 milhões em moeda corrente – dentre pagamentos à vista e parcelas
quitadas -, e mais de R$ 200 milhões com créditos acumulados de ICMS. O valor restante,
cerca de R$ 2,4 bilhões, foi parcelado.
Parceria
Instituído pelo Decreto 46.817/15, o Programa Regularize é resultado da parceria entre a
SEF/MG e a Advocacia Geral do Estado (AGE). O objetivo é proporcionar aos contribuintes
inadimplentes condições de quitação das dívidas tributárias. Descontos de até 50% em multas
e juros para pagamento à vista, parcelamento em até 60 vezes e compensação com créditos
acumulados de ICMS ou de precatórios são alguns dos benefícios.
Como aderir
Qualquer cidadão ou pessoa jurídica que possua débito – inscrito ou não em Dívida Ativa –
pode procurar uma das Administrações Fazendárias da SEF/MG para simular as condições de
pagamento. Para fazer o cálculo, o contribuinte deve ir pessoalmente, levando documento de
identidade ou CPF.
Já as empresas podem ser representadas por contadores cadastrados na Receita Estadual, que
devem apresentar CNPJ ou Inscrição Estadual. A forma de pagamento (à vista ou parcelado) é
escolhida na hora e impressa no DAE (Documento de Arrecadação Estadual).
Créditos e precatórios
Até 60% do total da dívida podem ser pagos com créditos acumulados de ICMS. O restante
deverá ser quitado em moeda corrente, podendo ser parcelado em até 36 vezes, respeitado o
valor mínimo de R$ 5 mil por parcela.
Os precatórios emitidos pelo Governo do Estado de Minas Gerais também poderão ser
utilizados no pagamento dos débitos em aberto inscritos em Dívida Ativa há mais de um ano.
O limite de compensação é de 60% do total da dívida.
Clique aqui para mais informações sobre o Programa Regularize e endereços das unidades da
SEF.
Fonte: http://www.fazenda.mg.gov.br/noticias/2016.12.20_Regularize_Prorroga.html
Auditoria interna: uma função em transformação
Postado por José Adriano em 24 dezembro 2016 às 9:00
A área de auditoria interna no Brasil segue uma tendência mundial por transformações em tecnologia,
modelos de reporte e maior equilíbrio entre as funções consultivas e de avaliação, como forma de
potencializar a função de geradora de valor ao negócio. Esta é a conclusão da quarta edição da pesquisa
“Auditoria Interna no Brasil – Análise comparativa das tendências globais para uma função em
transformação”, desenvolvida pela Deloitte em parceria com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil
(IIA Brasil).
O estudo foi desenvolvido de forma associada a um levantamento internacional da Deloitte, que abrangeu
mais de 1.200 líderes de 29 países do mundo, e identificou um claro desejo por transformações na atuação
da prática de auditoria interna. Uma parcela expressiva (85% da amostra global e 82% da amostra local)
acredita que a auditoria interna deve passar por mudanças moderadas ou significativas para viabilizar o
sucesso da área.
A pesquisa identificou também que as empresas atuantes no Brasil compreendem que a auditoria interna
possui um grau mais elevado de influência junto ao nível executivo, em relação à média global. É
possível, contudo, observar que há um desejo por parte dos respondentes, em ambas as amostras, de uma
maior ênfase dessa influência nos próximos anos, a ser ampliada por meio de uma abordagem alinhada aos
riscos prioritários e à estratégia da organização.
O estudo também revelou o interesse por uma aplicação mais intensiva de analytics e de ferramentas
dinâmicas de reporte de dados, bem como pela utilização de modelos alternativos de alocação de pessoas.
Para acessar o conteúdo da pesquisa “Auditoria Interna no Brasil 2016” na íntegra, clique aqui.
http://www.mundocorporativo.deloitte.com.br/fontes-de-informacao-e-...
Conselho Federal de Contabilidade aprova novas
normas contábeis e atualiza outras
Vejam as NBC que foram alteradas pelo CFC e já estarão em vigor em 2017:
Norma Brasileira de Contabilidade NBC PG 12 (R2)
Altera a NBC PG 12 (R1), que dispõe sobre Educação Profissional Continuada. A Norma, publicada no DOU neste dia
21 de dezembro, tem por objetivo regulamentar o Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC) para os
profissionais da contabilidade; visa também definir as ações que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os
Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) devem desenvolver para viabilizar, controlar e fiscalizar o seu
cumprimento.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 47
Dispõe sobre a receita de contrato com cliente. A norma, publicada no Diário Oficial da União (DOU) neste dia 22 de
dezembro, foi elaborada de acordo com a sua equivalente internacional – IFRS 15 do International Accountinga Standards
Board (Iasb). O objetivo desta norma "é estabelecer os princípios que a entidade deve aplicar para apresentar informações
úteis aos usuários de demonstrações contábeis sobre a natureza, o valor, a época e a incerteza de receitas e fluxos de caixa
provenientes de contrato com cliente".
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 48
Dispõe sobre instrumentos financeiros. Publicada no DOU neste dia 22 de dezembro, a NBC TG 48 foi elaborada de acordo
com a sua equivalente internacional – IFRS 9 do Iasb. O objetivo da norma "é estabelecer princípios para os relatórios
financeiros de ativos financeiros e passivos financeiros que devem apresentar informações pertinentes e úteis aos usuários
de demonstrações contábeis para a sua avaliação dos valores, época e incerteza dos fluxos de caixa futuros da entidade".
Norma Brasileira de Contabilidade ITG 09 (R1)
Altera a ITG 09, que dispõe sobre as demonstrações contábeis individuais, demonstrações separadas, demonstrações
consolidadas e aplicação do método da equivalência patrimonial. Publicada no DOU neste dia 22 de dezembro.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 02 (R2)
Altera a NBC TG 02 (R1) que dispõe sobre os efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações
contábeis. Publicada no DOU neste dia 22 de dezembro.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 03 (R3)
Altera a NBC TG 03 (R2), que dispõe sobre a demonstração dos fluxos de caixa. Publicada no DOU no dia 22 de
dezembro.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 26 (R4)
Altera a NBC TG 26 (R3), que dispõe sobre a apresentação das demonstrações contábeis. Publicada no DOU neste dia
22 de dezembro.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 32 (R3)
Altera a NBC TG 32 (R2) que dispõe sobre tributos sobre o lucro. Publicada no DOU neste dia 22 de dezembro.
Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 39 (R4)
Altera a NBC TG 39 (R3), que dispõe sobre instrumentos financeiros: apresentação. Publicada no DOU neste dia 22 de
dezembro.
Créditos Tributários Reconhecidos Judicialmente
– Como Proceder?
Recomenda-se, devido à sua rápida liquidação, que se proceda a
compensação com débitos tributários próprios (vencidos ou
vincendos) na via administrativa, dentro das regras normativas
em vigor.
Fonte: Blog Guia TributárioLink: https://guiatributario.net/2016/12/19/creditos-tributarios-reconhecidos-
judicialmente-como-proceder/
A execução de uma sentença transitada em julgado reconhecendo um crédito contra a Fazenda Nacional
deve se dar por precatório (ou requisição de pequeno valor), conforme art. 100 da Constituição Federal
(CF).
No caso do crédito do sujeito passivo de tributo administrado pela Receita Federal do Brasil, reconhecido
judicialmente com trânsito em julgado, o art. 74 da Lei 9.430/1996 estabeleceu que ele pode ser utilizado
na compensação de débitos do sujeito passivo que os apurou.
Observe-se, ainda, que neste caso o crédito tributário será reajustado mensalmente pela SELIC acumulada
a partir do mês subsequente ao do pagamento, e de juros de 1% (um por cento) no mês da disponibilização
ou compensação do crédito, conforme previsto no artigo 83 da Instrução Normativa RFB 1.300/2012.
Como Agilizar a Recuperação dos Créditos
Recomenda-se, devido à sua rápida liquidação, que se proceda a compensação com débitos tributários
próprios (vencidos ou vincendos) na via administrativa, dentro das regras normativas em vigor.
Para a apresentação da Declaração de Compensação – DComp, o sujeito passivo deverá ter o pedido de
habilitação prévia deferido.
A habilitação prévia do crédito decorrente de ação judicial é medida que tem por objetivo analisar os
requisitos preliminares acerca da existência do crédito, a par do que ocorre com a ação de execução contra
a Fazenda Nacional, quais sejam, legitimidade do requerente, existência de sentença transitada em julgado
e inexistência de execução judicial, em respeito ao princípio da indisponibilidade do interesse público.
Prazo
O prazo para a compensação mediante apresentação de Declaração de Compensação de crédito tributário
decorrente de ação judicial é de cinco anos, contados do trânsito em julgado da sentença que reconheceu o
crédito ou da homologação da desistência de sua execução.
Bases: Parecer Normativo COSIT 11/2014 e os citados no texto.
Decisão de ressarcimento do ICMS-ST do STF:
Seria o fim da Substituição Tributária do ICMS?
19 dez 2016 Carolina Oliveira Geral
A Substituição Tributária do ICMS pode estar com os dias contados
Recente decisão do Supremo Tribunal Federal – STF sobre o ressarcimento do imposto põe em “xeque” a
continuidade do regime de substituição tributária do ICMS.
O STF decidiu que o Estado deve devolver ao substituído o ICMS-ST, quando o valor de venda da
mercadoria tiver sido inferior ao valor que serviu de base de cálculo do imposto.
“É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
pago a mais no regime de substituição tributária para a frente se a base de cálculo efetiva da operação
for inferior à presumida.”
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=327683
Na prática:
Valor da Base de cálculo do ICMS-ST 1.500,00 – este é preço de venda esperado
Porém na prática o substituto tributário (comércio) vendeu a mercadoria por: R$ 1.200,00
Neste caso, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal, o Estado deve devolver ao contribuinte
substituído ICMS calculado sobre a diferença de R$ 300,00.
Em 2008, quando o regime de substituição tributária foi ampliado para mais de 20 segmentos, os Estados
acabaram com a figura do ressarcimento e também complemento do imposto. Assim o contribuinte
substituído que vendia a mercadoria por valor inferior a base de cálculo da Substituição Tributária não tinha
direito ao ressarcimento e quem vendia por preço superior não estava sujeito ao complemento.
Antes da ampliação da lista de mercadorias sujeitas ao ICMS-ST eram poucos segmentos, então não era
difícil aplicar as regras de ressarcimento e complemento do imposto, mas era possível.
Mas depois do regime ter sido ampliado para vários segmentos, aplicar o ressarcimento e complemento para
tudo, é estabelecer um “manicômio” para todos envolvidos na operação: contribuinte, contador e fiscal de
rendas. A operacionalização deste modelo põe em “xeque” a sua continuidade.
Diante da complexidade, é necessário “pegar o caminho da roça” e voltar para o sistema débito e crédito do
imposto. Na compra da mercadoria para revenda toma-se crédito e quando da venda debita-se o imposto.
Até porque muitas micro e pequenas empresas estão enquadradas no Simples Nacional (LC 123/2006), e
acaba-se com o questionamento de aplicação do ICMS-ST para este regime.
Neste cenário, somente um tem interesse no regime da substituição tributária do ICMS, o governo.
Mas continuar com este regime do jeito que está é ter de aumentar o efetivo de Agentes Fiscais de Renda
do Estado, ninguém dá conta da parafernália que se tornou o regime do ICMS-ST, principalmente depois
da entrada em vigor do DIFAL instituído pela Emenda Constitucional 87/2015, que ampliou o número de
solicitação de ressarcimento do imposto.
É preciso reconhecer que o regime da substituição tributária do ICMS é muito caro, são tantos controles que
o custo das mercadorias enquadradas sofreram aumento significativo nos últimos anos. E a situação se
agravou a partir de 2016 depois do advento do Convênio ICMS 92/2015. Isto porque muitas unidades da
federação, a exemplo do Estado de São Paulo não conseguiram até momento adequar a legislação interna
às regras de uniformização da lista de mercadorias sujeitas ao ICMS-ST, estabelecida pelo CONFAZ.
Enfim, o imposto por si só já é muito complexo, dentro do tema ICMS o regime da Substituição Tributária
é um dos assuntos mais temidos pelos contribuintes e profissionais da área fiscal.
Diante do cenário, é possível arriscar a dizer que o regime da Substituição Tributária do ICMS será restrito
a determinados segmentos: a exemplo de veículos novos, cimento, bebidas alcoólicas e medicamentos.
A colcha de retalho e a complexidade das regras tributárias
É tanto “remendo nesta colcha chamada regras tributárias”, que os fiscais que operacionalizam discordam
dos seus colegas que escrevem as normas legais.
Aqui voltamos a velha história: o papel aceita tudo! A teria pode ser linda, mas na prática nem tudo são
flores”. É fácil criar e determinar novas regras e obrigações fiscais, mas como fica a operacionalização?
No final de cada ano a caneta do fisco está afiada e desafinada com a prática.
Início de ano instala-se um clima de discórdia no mundo fiscal e tributário.
É tanta alteração de regras fiscais, que ninguém se entende. Se os empresários fossem aguardar “decifrar”
o que o legislador quis dizer, teríamos meses de atividades paralisadas.
Esta é a nossa realidade, quem escreve as regras tributárias (legislação) está longe da prática! É fácil
determinar, o difícil é fazer.
Muitas vezes o fisco não sabe como fazer. No início de 2016 tivemos o exemplo do DIFAL da EC 87/2015
e Convênio ICMS 93/2015, que fez parar várias operações interestaduais com não contribuinte e resultou
no fechamento de várias empresas.
Neste país tudo é possível, então vamos aguardar os próximos capítulos desta “novela chamada Substituição
Tributária do ICMS”.
Cenário ideal:
Deveria ser proibido: quem não conhece a operacionalização não pode escrever regras sobre.
Regras e obrigações fiscais somente podem ser exigidas dos contribuintes depois de devidamente testadas.
Fonte: Siga o Fisco
Fiscalização mais dura
Receita não pode manter importador em "canal cinza" por tempo
ilimitado
22 de dezembro de 2016, 7h35
Por Jomar Martins
Manter por tempo ilimitado o direcionamento de mercadoria importada para o chamado “canal cinza”, o
mais duramente fiscalizado pelas autoridades alfandegárias, atenta contra os princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade. E não só: desrespeita os princípios constitucionais da presunção de inocência, do
devido processo legal, da vedação à pena de caráter perpétuo e do livre exercício da atividade econômica.
Assim entendeu a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ao proibir o envio automático de
todas as mercadorias importadas da China por uma loja de confecções e acessórios, localizada em
Curitiba. As autoridades alfandegárias devem zerar a parametrização nesse canal após o quinto
desembaraço sucessivo, com exceção apenas se constatar infração aduaneira punível com pena de
perdimento.
Quando pessoas jurídicas declaram importações no Siscomex (sistema eletrônico do governo federal), o
registro é distribuído para um dos quatro canais de conferência aduaneira: verde, amarelo, vermelho ou
cinza. O envio para a última cor coloca entraves para a liberação dos produtos, pois são analisados os
documentos, o valor da aduaneiro e é feita uma verificação da mercadoria. É utilizado pela Receita para
checar mercadorias com indícios de falsidade na declaração do valor aduaneiro.
A importadora afirmou que, das 835 importações feitas desde 2001, apenas 7 foram objeto de
questionamento por parte da Receita Federal, baseadas em erros simples e involuntários, e duas operações
levaram à penalidade de perdimento (dois contêineres completos).
Mesmo assim, a empresa diz que desde junho de 2014 não teve mais nenhuma mercadoria liberada
regularmente, já que todas as importações passaram a ser enviadas ao canal mais rigoroso de conferência
aduaneira. De lá para cá, conseguiu desembaraçar apenas sete operações de importação, mediante ordem
judicial, enquanto as demais mercadorias estão retidas indefinidamente. A importadora afirma ter
paralisado suas atividades e estar perto de fechar as portas.
Já o fisco respondeu ter poder de polícia para decidir sobre os critérios de parametrização e disse que não
é responsável por alterar, aleatoriamente, parâmetros de seleção fiscal aduaneira nos sistemas
informatizados no Siscomex. Afirmou ainda que não poderia ser obrigado a direcionar, sempre, cargas
para o canal verde (que libera automaticamente as cargas), por significar salvo-conduto para as
importações futuras.
Refém eterno Conforme o juízo em primeiro grau, qualquer sanção que restrinja o direito de propriedade deve seguir o
devido processo legal (inciso LIV do artigo 5º), pois a presunção do estado de inocência é princípio-regra
que se irradia para todos os subsistemas que compõem o que se concebe como direito sancionador.
A sentença então determinou que, após o desembaraço da quinta declaração de importação, as novas
importações da autora não poderiam ser enviadas diretamente ao canal cinza. “Se não pode a
Administração deixar de fiscalizar, não pode o contribuinte manter-se indefinidamente refém da
fiscalização”, afirmou a juíza federal substituta Thais Sampaio da Silva Machado. O entendimento foi
mantido pelo TRF-4.
Clique aqui para ler a sentença.
Clique aqui para ler o acórdão.
Jomar Martins é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio Grande do Sul.
Revista Consultor Jurídico, 22 de dezembro de 2016, 7h35
Startups
Como proteger e valorizar ainda mais uma ideia
inovadora
Conheça o processo para impedir que as soluções criadas por startups sejam plagiadas
19/12/16 às 10:45 - Por: Simone Guedes
Nos últimos nove anos, o Brasil registrou um crescimento de 43% no número de pedidos de patentes. De
acordo com o “Anuário Estatístico de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais”, divulgado pelo Instituto
Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), de 2006 a 2015 o número de solicitações de patentes passou
de 23 mil para mais de 33 mil. A preocupação em proteger a ideia chegou também às startups. Além de
resguardar o empreendedor de tentativas de plágio, o cuidado com a propriedade intelectual da empresa se
tornou fator fundamental para atrair investidores.
A startup é um empreendimento que tem a “ideia” como o principal ativo, o que faz da proteção da
propriedade intelectual uma questão de sobrevivência. É o que garante o advogado Rodrigo Rocha Feres.
Segundo ele, o aumento do número de pedidos de patentes é reflexo direto da preocupação dos
empreendedores de evitar que suas ideias sejam “roubadas”, além de dar mais credibilidade ao mercado.
“A patente garante à startup exclusividade na exploração econômica de determinado invento ou modelo
de utilidade. A atração de investidores é evidente não somente pelo ganho financeiro, mas também pela
reserva de mercado que a patente garante”, explica Feres.
A propriedade intelectual se refere à proteção de marcas, desenhos industriais, direitos autorais, indicação
geográfica, entre outros. Somente invenções e modelo de utilidades podem ser patenteados. Programas de
computadores, por exemplo, não são, em princípio, patenteados, mas poderão ser protegidos a partir do
registro dos direitos autorais.
Para os empreendedores de startups, que estão iniciando nesse segmento, ainda pairam várias dúvidas
sobre o assunto: a principal é como dar início ao processo de patente. De acordo com o advogado
especializado no assunto, o primeiro passo é certificar qual seria a espécie de propriedade intelectual apta
a ser protegida. No caso de marcas e patentes, o procedimento é conduzido pelo INPI. O requerente deve
se cadastrar no portal da instituição, pagar as taxas e fornecer as informações necessárias para o
andamento do processo. Já o empreendedor que deseja o direito autoral sobre o modelo de negócio, o qual
os investidores ou empregados podem se apropriar indevidamente da ideia, o procedimento adequado
seria a elaboração de um Non Disclosure Agreement (NDA) ou Termo de Confidencialidade, legitimado
por um documento assinado entre as partes.
Após essa definição, o empreendedor deve seguir as próximas etapas: realizar uma busca prévia em bases
de dados sobre patentes já concedidas, pagar taxas, elaborar um relatório que dará fundamento ao pedido
de patente e preencher os formulários no site do INPI, com as informações necessárias sobre o invento e o
inventor. “No caso de microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas, o valor do
processo é diferenciado, sendo a taxa de depósito de patente R$ 80,00 e o exame prévio do pedido R$
200,00”, contextualiza o advogado.
Ainda segundo Feres, para que a patente seja aprovada, são considerados o objeto da pesquisa (que deve
ser exclusivo), os resultados da pesquisa (que não podem ser óbvios para um técnico especializado no
assunto) e a invenção (que necessita aplicação em qualquer meio produtivo).
A análise do pedido no INPI leva em média de 8 a 10 anos, porém, um projeto piloto da instituição em
parceria com o Sebrae prevê que 300 empresas de pequeno porte (que já possuem requerimentos desde
2007) tenham prioridade e o pedido seja analisado em até um ano. O mesmo vale para novas demandas
até 2016.
Para as startups que desejam uma proteção internacional, a dica é redobrar a atenção, já que a patente do
INPI tem validade apenas no território nacional. “Caso a startup pretenda proteger sua propriedade
intelectual internacionalmente, o empreendedor deverá realizar procedimentos de certificação que podem
variar de acordo com cada país”, comenta Feres.
Assessoria de Imprensa do Sebrae Minas
3379-9275 / 9276
Reforma do Ensino Médio e a Profissão Contábil
Postado por TIAGO NASCIMENTO BORGES em 20 dezembro 2016 às 14:52
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A Medida Provisória 746/16, que propõe uma reestruturação do ensino médio no Brasil, teve ampla
repercussão na sociedade, provocando discussões favoráveis e desfavoráveis à sua implantação. Dentre as
alterações apresentadas, destaca-se que 50% da carga horária de todo o ensino médio será de disciplinas
básicas (Base Nacional Curricular Comum - BNCC) e a outra metade do currículo, poderá ser composta
por formação técnica ou profissional. Ou seja, embora exista atualmente a possibilidade de ensino médio
integrado ao ensino técnico, com a mudança a formação técnica ganhará destaque e poderá ser parte da
carga horária. Desta forma, existe a possiblidade de que a formação técnica contábil ganhe destaque a
partir desta reforma, prevista para entrar em vigor em 2018. Contudo, algumas considerações devem ser
feitas, especialmente em relação à extinção do registro de novos profissionais Técnicos em Contabilidade,
desde 2015, conforme a Lei 12.249/10.
É relevante destacar que qualquer proposição de um “novo” Curso Técnico em Contabilidade, conforme
alguns profissionais estão sugerindo, depende primordialmente de uma alteração da Lei 12.249/10, que
estabelece em seu artigo 12 que “os profissionais a que se refere este Decreto-Lei somente poderão
exercer a profissão após a regular conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis”. Ou seja, na
condição de estudante do ensino médio, mesmo que o curso apresente conteúdo específico, é proibido o
exercício profissional contábil. Esta também é a definição da Resolução do Conselho Federal de
Contabilidade - CFC 1.494/15, que em seu artigo 1º estabelece que “somente poderá exercer a profissão
contábil, em qualquer modalidade de serviço ou atividade, segundo normas vigentes, o contador ou o
técnico em contabilidade registrado em CRC”. Ou seja, aquele que não possui Registro no CRC ou que
não for Bacharelando em Ciências Contábeis não pode desenvolver atividades na área.
Sobre a possiblidade do Bacharelando desempenhar atividades contábeis, tal possibilidade está
regulamentada na Res.CFC 1.246/09, que dispõe sobre a participação de estudantes em trabalhos
auxiliares da profissão contábil. Segundo a norma, os estudantes do curso superior em Ciências Contábeis
podem participar de trabalhos auxiliares compreendidos entre todas as prerrogativas profissionais
estabelecidas pelo Art. 25 do Decreto-Lei 9.295/46, inclusive dos trabalhos privativos de contadores, entre
eles, perícias judiciais ou extrajudiciais, auditorias contábeis, verificação de haveres, revisão permanente
ou periódica de escritas, assim entendidas as contabilidades societárias e fiscais e quaisquer outras
atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de Contabilidade. Ainda segundo a
Res. CFC 1.246/09, a participação nos trabalhos auxiliares está condicionada à comprovação, pelo
estudante, de 300 horas/aula de disciplina específica de Contabilidade. Assim, não basta ser estudante de
Ciências Contábeis: o Bacharelando deve ter um mínimo de estudo contábil específico para iniciar a
prática contábil, ainda que sob a supervisão, orientação e responsabilidade direta de profissional de
Contabilidade legalmente habilitado.
Ao destacar os trabalhos privativos previstos no Decreto-Lei 9.295/46, nota-se que mesmo na função de
Assistente Contábil ou de Escriturário, é vedado exercer atividade se não for Bacharelando em Ciências
Contábeis ou profissional registrado no Conselho, conforme que dispõe o Art. 2º da Res. CFC 560/83, que
regulamenta as prerrogativas profissionais: “o contabilista pode exercer as suas atividades na condição de
profissional liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio
de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra
situação jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo de função. Estas funções poderão ser as
de analista, assessor, assistente, (...) escriturador contábil ou fiscal, (...).” Ou seja, independentemente do
nível hierárquico e responsabilidade sobre o processo de escrituração contábil e fiscal (Contador, Analista
Contábil ou Fiscal e Assistente Contábil ou Fiscal, por exemplo), o Decreto-Lei 9.295/46 e as demais
normas mencionadas garantem ao Bacharelando ou profissional com registro no CRC prerrogativas de
atuar na área contábil, mesmo que o profissional tenha adquirido conhecimentos profissionais suficientes
para desempenhar suas tarefas em cursos técnicos, por exemplo.
Neste sentido, cabe observar que apesar da Lei 12.249/10 ter motivado o fechamento de muitos cursos
técnicos em contabilidade, muitas instituições continuam oferecendo cursos para a formação de
profissionais que atuam em funções mais auxiliares, mesmo sem possibilidade de registro no CRC. Muitos
destes cursos possuem carga horária que pode chegar a 1200 horas (o que corresponde a 50% da atual
carga de 2400 horas do ensino médio). E a formação contábil destes cursos pode ser tão boa ou até melhor
que muitos cursos de Graduação em Ciências Contábeis. O problema, nestes casos, é que o aluno do
ensino médio, ao conseguir uma colocação na área contábil, ficará condicionado durante todo o período do
curso, a desempenhar atividades auxiliares, sob pena de estar descumprindo as normas da profissão. Isso
faz com que muitos acabem optando pelo ensino médio regular e na sequência, ingressando no curso de
Ciências Contábeis.
Assim, mesmo que a Lei 12.249/10 ou outras normas profissionais não sejam alteradas, uma interessante
oportunidade proporcionada pela MP 746/16 é o aproveitamento dos conteúdos cursados durante o ensino
médio no curso de Graduação. Ou seja, as disciplinas cursadas no ensino médio poderão ser convalidadas
para aproveitamento de créditos no ensino superior (§ 16 do Art. 36 da MP 746/16). Ou seja, dependendo
da grade curricular do curso superior, o concluinte do ensino médio poderia, por exemplo, ingressar já no
quarto semestre (ou segundo ano) do curso de Ciências Contábeis. Assim, se atualmente um jovem
demora 7 anos para obter o diploma de Ciências Contábeis (3 anos no ensino médio e 4 anos no ensino
superior), com a mudança poderia obter o diploma profissional em 5 anos e meio.
Cabe observar que esta é uma mera simulação, já que esta convalidação depende, segundo a MP 746/16,
de normatização do Conselho Nacional de Educação e homologação pelo Ministro de Estado da
Educação. Mas a mera possibilidade já permite vislumbrar que a MP 746/16 poderá auxiliar a suprir a
demanda do mercado profissional contabil, reduzindo custos e permitindo que o estudante consiga obter o
diploma (e o consequente registro profissional) em menor tempo no futuro.
Enfim, como diz Érico Veríssimo “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam
barreiras, outras constroem moinhos de vento.”
Incide PIS e Cofins sobre seguro e resseguro,
decide TRF-3
22 de dezembro de 2016
Os contratos de seguro e resseguro são equiparados a prestação de serviço. Pois, apesar de fornecer um
prêmio ao contratante nos casos previstos no contrato, a seguradora é contratada para atuar em qualquer
eventualidade. O entendimento, unânime, é da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que
decidiu pela incidência de PIS e Cofins sobre produtos securitários.
Na ação, movida por duas seguradoras, era discutida a incidência de PIS e Cofins sobre prêmios enviados
ao exterior para a cobertura de contratos de resseguro a partir do período-base de junho de 2015. Em
primeiro grau, a incidência das contribuições sociais já tinham sido confirmadas, o que motivou recurso.
A defesa das seguradoras argumentou que os prêmios de seguros e resseguros são compensação econômica,
não contraprestação por serviço prestado. Segundo os advogados, as empresas assumem a obrigação de
pagar indenização, e não a de prestar algum serviço.
Alegaram também que configurar a atividade securitária como serviço viola o artigo 110 do Código
Tributário Nacional e fere a competência tributária dos entes federativos, pois essas companhias pagam
Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), e não de Imposto Sobre Serviço (ISS).
Para o relator do caso, desembargador federal Carlos Muta, a sentença deve ser mantida. Ele explicou que
a assunção de risco não caracteriza prestação de dar, como argumentou a defesa, pois a atividade das
seguradoras e resseguradoras é compatível com as especificações definidas pelo Código Civil sobre
contratos de prestação de serviço.
Em seu voto, Muta contextualizou os artigos 594 e 3º, parágrafo 2º, do Código Civil para embasar sua
interpretação da lei. O primeiro dispositivo define que todo serviço lícito pode ser contratado em troca de
pagamento. Já o segundo detalha que “serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.”
O desembargador complementou sua interpretação citando o Decreto 1.355/1994, que define os serviços
considerados financeiros — entre eles seguros e resseguros. “O prêmio é devido independentemente da
ocorrência do sinistro — elemento contratual ao qual se subordina o pagamento da indenização —, evento
futuro e incerto, que subsome-se ao tipo geral de condição (no sentido técnico-jurídico do artigo 121 do
Código Civil). Aliás, é precisamente por tal razão que há interesse negocial no contrato de seguro.”
O relator também afirmou que o elemento central do contrato de seguro não é o pagamento do prêmio pela
seguradora ou resseguradora, mas a assunção de um determinado risco, conforme estipulam os artigos 757
e 764 do Código Civil.
“Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse
legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”, determina o artigo 757.
“Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não
exime o segurado de pagar o prêmio”, complementa o dispositivo 764.
“Isto posto, mesmo que se entendesse que as apelantes, enquanto contratantes de resseguro, não se
caracterizam, propriamente, como importadoras de serviços, mas a elas equiparadas (hipótese prevista no
artigo 195, IV da Constituição Federal, in fine), não haveria que se falar em disparate ou
inconstitucionalidade em tal equiparação, como argumentado, dado que, ao mínimo, trata-se o contrato de
resseguro de atividade plausivelmente comparável ao negócio jurídico de prestação de serviço, a teor do
expendido acima, pelo que seria inviável que se sustentasse a arbitrariedade ou aleatoriedade da
correspondência legal entre os institutos”, concluiu o desembargador federal.
Precedente perigoso
A decisão da 3ª Turma do TRF-3 é vista com preocupação por tributaristas e especialistas em Direito
Securitário, porque, segundo eles, não há nenhuma prestação de fazer em seguros ou resseguros. Também
criticam a conclusão da corte de que é irrelevante a incidência de outros tributos sobre o resseguro mesmo
já incidindo IOF sobre o produto.
O advogado especialista em Direito Securitário, Ernesto Tzirulnik, explica que a prestação da seguradora
não é de fazer, como entendeu o TRF-3, sendo englobada em um terceiro gênero: o da garantia. “A
seguradora presta garantia e, se ocorrer o sinistro, presta indenização. Uma obrigação de garantia, que é
principal, que pode se seguir de uma obrigação de dar”, diz Tzirulnik.
O tributarista Luiz Gustavo Bichara afirma que o TRF-3 errou ao equiparar seguro a prestação de serviços.
“São institutos totalmente diversos. O fato de o Código de Defesa do Consumidor qualificar o seguro como
serviço não significa que ele se torne, para todos os fins, serviço. A garantia de um risco eminentemente
aleatório não representa, nem de longe, que seja ele um serviço.”
Para Bichara, a incidência de PIS e Cofins, na modalidade importação, sobre o resseguro é inconstitucional,
já que nenhum serviço é internalizado. “Em um momento no qual o país precisa desesperadamente de novos
negócios e em que se luta arduamente pela criação de um Polo de Resseguros no Brasil, esse tipo de decisão
faz, em última análise, que o país retroceda, afastando investimentos”, conclui.
Apelação Cível 0012467-97.2015.4.03.6100
Fonte: Conjur
Compliance Internacional
Postado por José Adriano em 23 dezembro 2016 às 9:00
Por Luis Fernando
Além de desenvolver uma estrutura eficiente de compliance corporativo, muitas empresas transnacionais
possuem o desafio extra de coordenar ações de compliance nas suas unidades estrangeiras a partir de sua
matriz. Para isso, aspectos como adaptação de políticas, governança, regulação estrangeira e diferenças
culturais devem ser corretamente compreendidos para que todas as unidades internacionais também
estejam alcançados e suportados em seus controles conforme parâmetros, ferramentas e sistemas definidos
pela sua sede.
Ao iniciar o desenvolvimento de uma estrutura de compliance nas suas unidades estrangeiras, a empresa
deve já ter obtido um grau razoável de maturidade em sua própria matriz. Essa maturidade implica em
pressupostos que permitem a existência dos Programas de Compliance, alguns dos quais serão aplicados
nas unidades internacionais. A seguir, procurou-se elencar esses pressupostos numa estrutura de
gerenciamento de riscos.
A Governança e a Tolerância ao Risco
A alta administração deve expressamente definir o apetite a riscos da organização bem como a forma
como estes riscos são identificados nas diversas linhas de negócio. O comprometimento inequívoco da alta
direção à cultura de controles deve ocorrer através de foros adequados (conselhos e comitês) e de políticas
internas.
A cultura de controles deve ser capaz de emanar o sentimento dos comitês e da alta administração por
todos os processos e áreas da organização. E o reporte da aplicação dos controles deve iniciar nos gestores
até ser informado ao corpo diretivo.
Nas unidades estrangeiras, a cultura de controles deve estar presente e refletir o sentimento da alta
administração. O monitoramento de que isso esteja ocorrendo é responsabilidade do Compliance Officer,
que apresenta os indicadores no Comitê de Compliance de sua unidade.
Atividades de Controle
Através da sua governança, a instituição aprova suas políticas e procedimentos que asseguram que as
respostas aos riscos de descumprimento à lei estejam eficazes. É necessário, também, que alguma área
independente, geralmente de Compliance, seja responsável por ministrar treinamentos periódicos a todos
os colaboradores, com controle de participação executado pelo setor de Recursos Humanos. Ainda que o
treinamento possa ter vários formatos, é boa prática que seja segmentado conforme o envolvimento do
público com os riscos considerados, e que tenha validade de um ano.
Cada unidade estrangeira deve ter controles adequados à sua atuação e à complexidade de seus processos.
Entretanto, há a necessidade de formalização, ainda que tais unidades sejam de pequeno porte. Cabe ao
Compliance Officer organizar e disponibilizar todas as evidências de execução dos controles de sua
unidade.
Identificação de Eventos e Avaliação de Riscos
A origem dos eventos de risco deve considerar não somente os atos dos funcionários, mas também os
praticados por terceiros tais como fornecedores ou prestadores de serviço, e seus prepostos. Prática
também conhecida como KYP (“know your partner”) - regras, procedimentos e controles internos para
identificação e aceitação de parceiros comerciais. Entretanto, como nem todos os terceiros ou parceiros
possuem o mesmo grau de risco, eles devem ser classificados e receber controles proporcionais aos riscos
que representam. Para os de mais alto risco, recomenda-se diligências aprofundadas de avaliação (tais
como “due diligence”) com alçadas específicas de aprovação.
Nas unidades internacionais, toda ocorrência de evento de risco deve ser devidamente reportada nos
Comitês de Compliance e em sistemas específicos, como os que coletam eventos de risco operacional.
Além disso, toda contratação de terceiros deve se submeter a critérios de KYP definidos pela matriz, e
toda contratação deve ser aprovada pelos setores jurídicos da matriz e da unidade estrangeira.
Controles e Monitoramento
Todos os controles devem ser testados periodicamente, com frequência proporcional à avaliação dos
riscos por eles mitigados e todas as matrizes de riscos e controles devem ser monitoradas continuamente.
Isso permite que o próprio programa de compliance seja continuamente ajustado. Há duas formas de
realização do monitoramento: através da utilização contínua por parte dos gestores dos processos
envolvidos e por avaliações independentes – tanto das equipes de Controles Internos e Compliance quanto
pela Auditoria, seja ela interna ou externa.
Merecem destaque os procedimentos específicos de pronta interrupção de irregularidades detectadas e a
tempestiva remediação dos danos gerados. Ou seja, além do aspecto preventivo, há a preocupação de que
os casos alertados tenham planos de ação tanto para correção dos processos internos quanto para
“remediação”. Todos os casos devem ser apresentados em comitês definidos em política,
preferencialmente de riscos e controles internos.
Melhor prática já consolidada internacionalmente, o procedimento de realização de testes de controles
ganhou relevo com a lei Sarbanes-Oxley, também conhecida como SOX. Analogamente, outras iniciativas
regulatórias como Anticorrupção e FATCA (Foreign Account Tax Compliance Act), além das constantes
novas orientações da Basiléia para os Bancos Centrais e do GAFI sobre Prevenção à Lavagem de
Dinheiro, estão a exigir que muitas empresas reforcem suas estruturas de controle e monitoramento. A
tendência internacional é de aumento da regulação e da fiscalização sobre o Compliance das organizações,
independentemente de seu porte e área de atuação.
Ambiente de Controles e Riscos
O grande objetivo do programa de compliance é estabelecer um ambiente interno, feito pelos
colaboradores (funcionários e terceiros), com visão de gerenciamento de riscos e dentro de um ambiente
ético e em conformidade com o espírito da lei. Como parte do programa, deve haver uma instância interna
responsável pela sua aplicação, fiscalização e aperfeiçoamento, estruturada e independente. E, de acordo
com a governança da empresa, é crucial a previsão de medidas disciplinares para os casos de desrespeito
ao programa de compliance.
Uma curva de aprendizado típica que se observa nos setores nos quais há a estruturação do Compliance
compreende pelo menos três fases. Inicialmente, o Compliance é confundido com Auditoria. Os
colaboradores sentem temor pelas eventuais descobertas de falhas cometidas no cumprimento de
normativos internos. Posteriormente, após tomarem consciência do papel de melhoria de processos pelo
setor de Controles Internos, há uma tendência de repasse de execução de controles dos gestores para o
Compliance. Somente numa última fase, com o que se pode chamar de implantação de “Control Room”,
existe o estabelecimento efetivo da cultura de controles na primeira linha de defesa da organização.
Os Programas de Compliance
Os programas de compliance têm uma abordagem imediata: permitem verificar o quanto um determinado
assunto está em conformidade legal. Isso é feito através de testes diretos de controles, independentemente
de estarem eles devidamente mapeados nos catálogos de processos da empresa. Ressalte-se que muitos
desses controles, que mitigam riscos legais, demandam acompanhamento normativo e rápido acesso à
legislação atualizada. Além disso, é imperioso também acompanhar a jurisprudência, assim como a
tendência dos tribunais e o posicionamento setorial das empresas frente às inúmeras controvérsias geradas
por regulamentos cada vez mais específicos mas nem sempre em sintonia com os propósitos das linhas de
negócio.
Um Programa de Compliance é composto por uma sequência de assertivas para as quais deve-se verificar
o grau de conformidade. Em alguns casos é requerida seleção de amostras para análise. O resultado final
de sua aplicação é uma avaliação global que mede o grau de conformidade da instituição em relação
àquele assunto. Uma característica desses programas é a diferença entre sua elaboração e sua execução.
Enquanto que na elaboração é fundamental a total participação dos gestores de negócio, com eventual
apoio de setores jurídicos, na execução qualquer funcionário é capaz de realizar a verificação das
assertivas, que são descritas de forma simples e com pouca margem a questionamentos.
Por fim, os resultados dos Programas de Compliance devem ser apresentados periodicamente em Comitês.
Daí a importância de os processos organizacionais terem sido objeto de gestão de qualidade: só se deve
acompanhar métricas de eficiência em processos otimizados quanto às suas etapas, observando-se itens
como retrabalho, segregação de atribuições e identificação e avaliação de riscos e controles.
Preenchidos os requisitos, ou pressupostos, aqui apresentados, a organização está apta para implantar o
compliance em suas unidades estrangeiras. A seguir, alguns aspectos relevantes que devem ser avaliados
nessa implantação.
Adaptação de Políticas
Todo o arcabouço normativo desenvolvido pela matriz foi certamente estabelecido com foco nas linhas de
negócio principais e na regulação local. Contudo, a atuação das unidades estrangeiras geralmente é
bastante diverso da da sede, o que exige uma adaptação das políticas às linhas de negócio e ao regulador
estrangeiro.
Deve-se claramente definir o que a unidade estrangeira deve fazer para estar em compliance com as
políticas da empresa. Cada item a ser observado deve ser acompanhado em comitês locais e depois
reportados para a matriz. Assuntos específicos exigirão a montagem e aplicação de Programas de
Compliance adaptados. Dentre os temas principais encontram-se: Plano de Continuidade de Negócios,
Segurança da Informação, Auditoria de TI, Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Anticorrupção.
Governança
Cada unidade estrangeira deve ter um Compliance Officer, que se reporta matricialmente à estrutura de
Compliance Corporativo da matriz. Sua função primordial é zelar pelo que se pode denominar de
“estrutura operacional mínima” de controles de sua unidade. Dentre os itens dessa estrutura estão os
seguintes:
Mapeamento dos principais processos;
Identificação e avaliação dos riscos nos processos;
Estabelecimento dos controles adequados à mitigação dos riscos identificados;
Desenvolvimento de testes de controles, aplicados com periodicidade associada à criticidade do
risco mitigado;
Manual de Compliance, abrangendo as políticas da unidade adaptadas às políticas da matriz;
Manutenção do Comitê de Controles Internos, Compliance e Gestão de Riscos;
Reporte à matriz das atas do Comitê e dos registros de riscos operacionais e regulatórios;
Atendimento às auditorias internas e externas e aos órgão reguladores e fiscalizadores locais e
Atendimento às equipes de controles internos da matriz para aplicação dos Programas de
Compliance.
Regulação Estrangeira
A forma de normatizar, fiscalizar e punir dos órgãos reguladores nos diversos países guarda semelhanças
mas, sobretudo, diferenças perigosas. Sem sombra de dúvida, o chamado risco regulatório é a maior
prioridade na agenda de todo Compliance Officer estabelecido em unidade estrangeira. Provavelmente
ninguém melhor do que ele conhece, na prática, os procedimentos que devem ser seguidos, as evidências
que precisam estar à disposição e os principais controles que precisam efetivamente estar em
funcionamento.
Assim, as requisições feitas à matriz devido a demandas regulatórias de suas unidades deve sempre levar
em consideração o que o Compliance Officer, no exercício de sua independência e autoridade, reporta
imperativamente à estrutura de controles corporativos.
A exposição ao risco regulatório nas unidades internacionais guarda relação intrínseca com o risco de
imagem, independentemente de seu tamanho ou suposta importância. A marca da instituição está presente
em todas as suas representações.
Diferenças Culturais
Por fim, porém não menos importante, estão as surpreendentes diferenças culturais a permear a relação
entre as estruturas de compliance estrangeira e da matriz. Da forma de se cumprimentar até a maneira de
enfrentar os problemas nas linhas de negócio, as peculiaridades das diversas regiões nas quais a
organização marca presença devem sempre ser levadas em consideração.
O acoplamento dos controles das unidades estrangeiras à estrutura da matriz representa, mais do que um
simples alinhamento de compliance, o estabelecimento de uma relação de confiança que permite que,
mesmo separados por longas distâncias e tendo ambientes regulatórios e culturais distintos, a empresa
possa estar realmente presente em suas representações fora de seu país de origem.
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/compliance-inter...
Juros sobre o capital próprio (JSCP)
Resumo:
Demonstraremos no presente Roteiro os procedimentos para contabilização dos juros pagos ou creditados
a titular, sócios ou acionistas de pessoa jurídica tributada com base no Lucro Real, a título de remuneração
do capital próprio. Analisaremos tanto a contabilização na empresa pagadora como na empresa
beneficiária dos juros.
1) Introdução:
A carga tributária brasileira é muito elevada se comparada com a de outros países, principalmente quando
levamos em conta os benefícios e/ou serviços recebidos pela população. Esse cenário vem contribuindo
para que as empresas efetuem pagamentos elevadíssimos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ),
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros tributos, em relação ao que de fato
deveriam pagar, causando relevantes perturbações em seus fluxos de caixa.
Para minimizar os efeitos da carga tributária brasileira o governo nos últimos anos criou alguns
mecanismos de desoneração tributária, tais como não tributação da distribuição de lucros, dedutibilidade
dos Juros sobre o Capital Próprio (JSCP), entre outras medidas, que apesar de ainda serem muito poucas,
estão contribuindo para que nossa carga tributária não fique ainda mais elevada.
No que diz respeito aos JSCP, as empresas poderão deduzir, para efeitos de apuração do Lucro Real e da
Base de cálculo (BC) da CSLL, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou
acionistas, a título de remuneração do Capital Próprio, calculados sobre as contas do Patrimônio Líquido
(PL) e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
Vale mencionar que, tal dedução é condicionada à existência de lucros, computados antes da dedução dos
juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de 2 (duas)
vezes os juros a serem pagos ou creditados.
Devido à importância do tema, este Roteiro de Procedimentos propõe-se a demonstrar os procedimentos
para contabilização dos juros pagos ou creditados a titular, sócios ou acionistas de pessoa jurídica
tributada com base no Lucro Real, a título de remuneração do Capital Próprio, tanto pela empresa
pagadora quanto pela beneficiária.
Base Legal: Art. 9º, caput, § 1º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 23/11/16) e; Art. 347, caput, § 1º do RIR/1999
(UC: 23/11/16).
2) Conceitos:
2.1) Capital Social:
O FIPECAFI – Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, (2003, p.292), conceitua Capital
Social como o investimento efetuado na companhia pelos acionistas; este abrange não só as parcelas
entregues pelos acionistas como também os valores obtidos pela sociedade e que, por decisões dos
proprietários, se incorporam ao Capital Social, representando uma espécie de renúncia à sua distribuição
na forma de dinheiro ou de outros bens.
Portanto, o Capital Social representa os recursos empreendidos pelos proprietários (sócios ou acionistas,
conforme o tipo societário) para a constituição (ou criação) da empresa. Assim, temos que quando do
início de suas atividades, a empresa necessita de Capital (dinheiro, bens ou direitos) que são providos por
aqueles que a constituíram, ou seja, os acionistas ou sócios).
Numa visão mais contábil, Capital Social é a parcela do Patrimônio Líquido (PL) de uma empresa ou
entidade oriunda de investimentos na forma de ações, se sociedade anônima, ou quotas, se sociedade por
quotas de responsabilidade limitada, efetuado pelos proprietários, o qual abrange não somente as parcelas
entregues pelos acionistas, mas também os valores obtidos pela própria empresa e que, por decisão dos
proprietários, são incorporados no Capital Social.
Os lucros ainda não distribuídos pela sociedade, mesmo que estejam em conta de "Reservas (PL)",
representam uma espécie de investimento dos acionistas, pois estes renunciam à sua retirada em forma de
lucros e dividendos para fomentar a empresa, objetivando assim, manter a mesma no mercado ou
patrocinar seu crescimento. A formalização desse investimento dá-se pela incorporação de lucros ou
reservas para o Capital Social da sociedade, na forma estabelecida pela Lei e Contrato ou Estatuto Social.
Finalizando, podemos considerar o Capital Social uma figura mais jurídica que econômica, já que, do
ponto de vista econômico, também os lucros não distribuídos, mesmo que ainda na forma de Reservas,
representam uma espécie de investimento dos acionistas. Sua incorporação ao Capital Social é uma
formalização em que os proprietários renunciam a sua distribuição; é como se os acionistas recebessem
essas reservas e as reinvestissem na sociedade.
Base Legal: Art. 5º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 23/11/16) e; FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS
CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS - FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por
ações. São Paulo: Editora Atlas, 2003 (UC: 23/11/16).
2.2) Juros sobre Capital Próprio (JSCP):
Atualmente, as empresas tem em suas mãos 2 (duas) formas para distribuir rendimentos entre seus
acionistas, titulares ou sócios, quais sejam:
a. participação nos lucros (ou dividendos); ou
b. pagamento de Juros remuneratórios do Capital Próprio.
A forma mais comum de distribuir rendimento entre os acionistas, titulares ou sócios das empresas é
exatamente a citada na letra "a" acima, qual seja, participação nos lucros. Essa participação nos lucros
pagos pelas empresas representam uma retribuição pelos investimentos feitos por aquelas pessoas na
composição do Capital Social das empresas e decorrem dos lucros apurados no final de cada período, seja
ele, mensal, trimestral, semestral ou anual.
Já os Juros remuneratórios do Capital Próprio ou, simplesmente, Juros sobre capital Próprio (JSCP) foi
criado pelo artigo 9º da Lei nº 9.249/1995 como forma de remuneração adicional àquela decorrente da
participação nos lucros, pago aos acionistas, titulares ou sócios das empresas. Assim, apesar de
facultativo, os JSCP representa um rendimento extra que os acionistas, titulares ou sócios das empresas
recebem além da participação nos lucros.
Os JSCP deverão ser calculados sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL) do Balanço Patrimonial (BP)
das empresas e serão limitados à variação, pro rata dia, da TJLP. Entretanto o efetivo pagamento ou
crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de
lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de 2 (duas) vezes os juros
a serem pagos ou creditados.
Lembramos que o pagamento dos JSCP é tratado como despesa no resultado da empresa, enquanto o
dividendo não. Assim, o investidor terá que pagar o IRPJ sobre o capital recebido. Essa questão fiscal é
justamente o benefício da companhia, como esse pagamento é contabilizado como despesa da empresa,
antes do lucro, ela não arca com os tributos repassando este ônus ao investidor. A opção entre dividendos
e JSCP compete à assembleia geral, ao conselho de administração ou à diretoria da empresa.
Como exemplo, uma empresa pode decidir remunerar os acionistas da seguinte forma: R$ 0,50 (cinquenta
centavos) por ação sob a forma de dividendos (lucro líquido) e R$ 0,50 (cinquenta centavos) por ação sob
a forma de JSCP (lucro bruto). Sobre os dividendos não incide tributação, assim os acionistas estão
isentos, mas sobre o JSCP incide 15% (quinze por cento) de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF),
ou seja, R$ 0,075, Portanto, os acionistas receberão na prática R$ 0,425 por ação (lucro líquido).
Base Legal: Art. 9º, caput, § 1º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 23/11/16) e; Wikipédia (UC: 05/06/14).
3) Tratamento Tributário:
Veremos neste capítulo o tratamento tributário, na fonte pagadora e no beneficiário, a ser dado aos JSCP.
Não entraremos nos detalhes de seu cálculo, pois o objetivo principal deste Roteiro de Procedimentos é
demonstrar os registros contábeis relativos aos JSCP. Assim, caso o leitor queira se aprofundar no assunto,
recomendamos a leitura de artigo publicado em nosso "Guia do IRPJ e CSLL", que trata de forma mais
abrangente os aspectos tributários desses juros.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
3.1) Na fonte pagadora:
As pessoas jurídicas poderão deduzir como despesa financeira, para efeitos de apuração do Lucro Real e
da Base de Cálculo (BC) da CSLL, observado o Regime de Competência, os juros pagos ou creditados
individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do Capital Próprio, calculados
sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL) e limitados à variação, pro rata dia, da TJLP.
Essa regra vale, inclusive, para os casos em que os juros sejam imputados ao valor dos dividendos
obrigatórios de que trata o artigo 202 da Lei nº 6.404/1976 ou incorporados ao Capital Social da entidade.
Observamos, ainda, que se considera creditado, individualizadamente, o valor dos JSCP, quando a despesa
for registrada, na escrituração contábil da pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta de seu
Passivo exigível, representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da
empresa individual.
Os JSCP ficarão sujeitos à incidência do IRRF à alíquota de 15% (quinze por cento), na data do
pagamento ou do crédito, dos 2 (dois) o que ocorrer primeiro, sendo que seu recolhimento deverá ser
realizado até o 3º (terceiro) dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência do fato gerador (pagamento ou
crédito), esse prazo vale tanto para o beneficiário residente no país como no exterior. No caso de
beneficiário residente ou domiciliado no país, deverá ser utilizado Documento de Arrecadação de Receitas
Federais (Darf) com o código de receita "5706".
Já quando o beneficiário não seja residente ou domiciliado no país, o Darf deverá ser emitido com o
código de receita "9453".
Base Legal: Art. 202 da Lei nº 6.404/1976 (UC: 23/11/16); Art. 9º, §§ 1º, 2º, 5º e 7º da Lei nº 9.249/1995
(UC: 23/11/16); Art. 70, I, "b" da Lei nº 11.196/2005 (UC: 23/11/16); Art. 347, caput e 668 do RIR/1999
(UC: 23/11/16); Art. 29, caput e § 7º, "d" e 30 da IN SRF nº 11/1996 (UC: 23/11/16); Art. 1º da IN SRF
nº 41/1998 (UC: 23/11/16) e; AD Cosar nº 8/1996 (UC: 23/11/16).
3.1.1) Limite para dedutibilidade:
O montante dos JSCP passível de dedução na apuração do Lucro Real e na BC da CSLL limitar-se-á ao
maior dos seguintes valores:
a. 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do período de apuração a que corresponder o
pagamento ou crédito dos juros, após a dedução da CSLL e antes da provisão para o IRPJ e da
dedução dos referidos juros; ou
b. 50% (cinquenta por cento) dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros de períodos
anteriores (1).
Portanto, para o efetivo pagamento ou crédito dos juros o contribuinte deve observar o limite estabelecido,
sob pena de glosa da despesa por parte da Receita Federal do Brasil (RFB). Por outro lado, caso a empresa
opte em pagar juros em valor superior ao limite estabelecido, a diferença entre o valor efetivamente pago e
o maior dos limites supra deverá ser adicionado na apuração do Lucro Real e na BC da CSLL.
Nota Tax Contabilidade:
(1) As reservas de lucros somente foram incluídas para efeito do limite da dedutibilidade dos juros a partir
de 01/01/1997, pelo artigo 78 da Lei nº 9.430/1996 que alterou o artigo 9º, § 1º da Lei nº 9.249/1995.
Base Legal: Art. 9º, § 1º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 23/11/16); Art. 78 da Lei nº 9.430/1996 (UC:
23/11/16); Art. 347, § 1º do RIR/1999 (UC: 23/11/16); Art. 29, § 3º da IN nº 11/1996 (UC: 23/11/16) e;
ADN Cosit nº 11/1996 (UC: 23/11/16).
3.1.2) Aumento de Capital Social:
O valor dos JSCP poderá ser incorporado ao Capital Social ou mantido em conta de reserva destinada a
futuro aumento de Capital, a critério da pessoa jurídica. Nestes casos fica garantida a dedutibilidade dos
juros, líquido do IRRF, desde que a pessoa jurídica que exercer essa opção assuma o ônus do IRRF
incidentes sobre os mesmos (2).
É importante ressaltar que a incorporação dos JSCP ao Capital Social da pessoa jurídica será feito pelo
valor líquido, isto é, pelo montante pago deduzido do valor do IRRF.
Nota Tax Contabilidade:
(2) O IRPJ aqui tratado deverá ser recolhido no prazo de 15 (quinze) dias contados a partir da data do
encerramento do período-base em que tenha ocorrido a dedução dos referidos juros, não sendo reajustável
a BC nem dedutível o imposto pago para fins de apuração do Lucro Real e da BC da CSLL.
Base Legal: Art. 29, §§ 1º e 8º da IN SRF nº 11/1996 (UC: 23/11/16) e; Art. 1º, § 1º da IN SRF nº 41/1998
(UC: 23/11/16).
3.2) No beneficiário:
Conforme mencionamos, os JSCP estão sujeitos à incidência do IRRF, à alíquota de 15% (quinze por
cento), na data do pagamento ou do crédito, os quais terão o seguinte tratamento fiscal no beneficiário:
a. no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real, o valor dos juros deverá ser
considerado como receita financeira (CR), de acordo com o Regime de Competência), e serão
tributados para fins de IRPJ e CSLL. O IRRF, retido pela fonte pagadora, será considerado como
antecipação do IRPJ devido no encerramento do período de apuração ou, ainda, poderá ser
compensado com o IRRF, por ocasião do pagamento ou crédito de juros a título de JSCP, ao seu
titular, sócios ou acionistas;
b. no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado, a partir
de 01/01/1997, os juros recebidos integram a BC do IRPJ e da CSLL e o valor do IRRF será
considerado antecipação do devido no período de apuração. No ano-calendário de 1996 a
tributação era considerada definitiva; o valor dos juros não integrava a BC e somente era
computado para efeito de determinação do adicional do imposto;
c. no caso de pessoas jurídicas não tributadas com base no Lucro Real, Lucro Presumido ou
Arbitrado, inclusive isentas, os JSCP são considerados como rendimento de tributação definitiva,
ou seja, os respectivos valores não serão incluídos nas declarações de rendimentos nem o imposto
de renda que for retido na fonte poderá ser objeto de qualquer compensação.
d. no caso de beneficiário sociedade civil de prestação de serviços, submetida ao regime de tributação
de que trata o artigo 1º do Decreto-Lei nº 2.397/1987, o imposto poderá ser compensado com o
retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos sócios beneficiários;
e. no caso de beneficiário pessoa física, o valor dos JSCP serão considerados tributados
exclusivamente na fonte, não podendo o IRRF ser compensado com o imposto devido na
Declaração de Ajuste Anual (DAA) do beneficiário.
Notas Tax Contabilidade:
(3) No caso de pessoa jurídica imune não há incidência do Imposto de Renda sobre o valor dos juros
pagos ou creditados.
(4) Aos juros e outros encargos pagos ou creditados pela pessoa jurídica a seus sócios ou acionistas,
calculados sobre os juros remuneratórios do Capital Próprio e sobre os lucros e dividendos por ela
distribuídos, aplicam-se as normas referentes aos rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa,
inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela pessoa jurídica.
Base Legal: Art. 9º, § 3º e 6º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 23/11/16); Art. 51 da Lei nº 9.430/1996 (UC:
23/11/16); Art. 347 do RIR/1999 (UC: 23/11/16) e; Arts. 1º e 3º da IN SRF nº 12/1999 (UC: 23/11/16).
4) Tratamento Contábil:
Demonstraremos neste capítulo os procedimentos para contabilização dos juros pagos ou creditados a
titular, sócios ou acionistas de pessoa jurídica tributada com base no Lucro Real, a título de remuneração
do Capital Próprio, tanto pela empresa pagadora quanto pela beneficiária.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
4.1) Contabilização dos JSCP de acordo com a Receita Federal:
De acordo com a Instrução Normativa SRF nº 11/1996, para efeito de dedutibilidade na determinação do
Lucro Real e da Base de Cálculo (BC) da CSLL, os JSCP, pagos ou creditados, ainda que imputados aos
dividendos ou quando creditados à conta de reserva específica, deverão ser registrados em contrapartida
das despesas financeiras (CR), ainda que os juros sejam imputados ao valor dos dividendos obrigatórios
de que trata o artigo 202 da Lei nº 6.404/1976 ou incorporados ao Capital Social da entidade.
Vale a pena observar que, a contabilização dos JSCP como despesa financeira, implica prejuízos à
comparabilidade das Demonstrações Contábeis, tendo em vista:
a. a faculdade do pagamento ou crédito destes juros, ou seja, algumas empresas os contabilizam
outras não; e
b. a limitação do seu valor a 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido antes de sua contabilização e
da CSLL ou a 50% (cinquenta por cento) do saldo de lucros acumulados e reservas de lucros de
períodos anteriores, fazendo com que algumas empresas não possam considerá-lo na sua
integridade.
Já na pessoa jurídica beneficiária tributada pelo Lucro Real, o JSCP recebido ou creditado em seu favor
deverá ser contabilizados em conta de receita financeira (CR).
Base Legal: Arts. 29, § 1º e 30, § único da IN SRF nº 11/1996 (UC: 23/11/16).
4.2) Deliberação CVM nº 207/1996 - Vigente até 31/08/2012:
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), objetivando amenizar os prejuízos à comparabilidade das
Demonstrações Contábeis, determinou, através da Deliberação CVM nº 207/1996, que as companhias
abertas observem as seguintes regras para contabilização dos JSCP:
a. os juros pagos ou creditados pelas companhias abertas, a título de remuneração do Capital Próprio,
devem ser contabilizados à crédito diretamente à conta de Lucros Acumulados (5), sem afetar o
resultado do exercício;
b. os juros recebidos pelas companhias abertas, a título de remuneração do Capital Próprio, devem
ser contabilizados da seguinte forma:
i. como crédito da conta de investimentos, quando avaliados pelo método da equivalência
patrimonial e desde que os juros sobre o Capital Próprio estejam ainda integrando o
Patrimônio Líquido (PL) da empresa investida ou nos casos em que os juros recebidos já
estiverem compreendidos no valor pago pela aquisição do investimento; e
ii. como receita, nos demais casos.
c. caso a companhia opte, para fins de atendimento às disposições tributárias, por contabilizar os
JSCP pagos/creditados ou recebidos/auferidos como despesa ou receita financeira,
respectivamente, deverá proceder à reversão desses valores, nos registros mercantis, de forma a
que o lucro líquido ou o prejuízo do exercício seja apurado nos termos das letras "a" e "b" acima
(6);
d. os juros pagos ou creditados somente poderão ser imputados ao dividendo mínimo, previsto no
artigo 202 da Lei nº 6.404/1976, pelo seu valor líquido do imposto de renda na fonte;
e. os JSCP que forem utilizados para aumento de capital ou para manutenção em reserva, na forma
do artigo 9º, § 9º da Lei nº 9.249, deverão ser destinados a partir da conta de Lucros Acumulados e
registrados em conta específica de Reserva de Lucros até a sua capitalização.
f. o IRRF, assumido pela empresa e incidente sobre os juros utilizados na forma da letra "e" acima,
deverá ser reconhecido, como despesa, diretamente na Demonstração do resultado do Exercício
(DRE).
Por fim, estabelece a Deliberação CVM nº 207/1996 que em nota explicativa às demonstrações financeiras
e às informações trimestrais (ITR's) deverão ser informados os critérios utilizados para determinação
desses juros, as políticas adotadas para sua distribuição, o montante do imposto de renda incidente e,
quando aplicável, os seus efeitos sobre os dividendos obrigatórios.
Notas Tax Contabilidade:
(5) O artigo 178, III, § 2º, da Lei das S/A, incluído pelo artigo 37 da Lei nº 11.941/2009 dispõe que o
grupo do Patrimônio Líquido (PL) é dividido em: Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de
Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados, não
mencionando, portanto a conta Lucros Acumulados. Contudo, conforme esclarecido no item 42 da
Resolução CFC nº 1.152/2009, a conta Lucros Acumulados não foi eliminada. Essa conta, entretanto, tem
natureza absolutamente transitória e deve ser utilizada para a transferência do lucro apurado no período,
para a contrapartida das reversões das reservas de lucros e para as destinações do lucro.
(6) Essa reversão poderá ser evidenciada na última linha da DRE, antes do saldo da conta do lucro líquido
ou do prejuízo do exercício.
Base Legal: Art. 202 da Lei nº 6.404/1976 (UC: 23/11/16) e; Deliberação CVM nº 207/1996 (UC:
23/11/16).
4.3) Deliberação CVM nº 683/2012 - Vigente a partir de
01/09/2012:
De acordo com a Deliberação CVM nº 683/2012, os JSCP é um instituto criado pela legislação tributária,
incorporado ao ordenamento societário brasileiro por força da Lei nº 9.249/1995. É prática usual das
sociedades distribuirem-nos aos seus acionistas e imputarem-nos ao dividendo obrigatório, nos termos da
legislação vigente.
Assim, o tratamento contábil dado aos JSCP deve, por analogia, seguir o tratamento dado ao dividendo
obrigatório (distribuição de resultado). Portanto, de acordo com a citada Deliberação CVM, as
companhias abertas devem contabilizar esses juros diretamente a débito da conta de "Lucros Acumulados
(PL)", sem afetar o resultado do exercício, como ocorre com os dividendos e demais destinações dadas ao
lucro.
Nota Tax Contabilidade:
(7) O valor de tributo retido na fonte que a companhia, por obrigação da legislação tributária, deva reter e
recolher não pode ser considerado quando se imputam os JSCP ao dividendo obrigatório.
Base Legal: Itens 10 e 11 da Deliberação CVM nº 683/2012 (UC: 23/11/16).
4.3.1) Dividendo obrigatório:
A legislação societária brasileira determina a distribuição de dividendo obrigatório aos acionistas por meio
do artigo 202 Lei nº 6.404/1976, in verbis:
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela
dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as
seguintes normas:
(...)
A lei societária prevê que o dividendo obrigatório pode:
a. deixar de ser distribuído ou pode ser distribuído por valor inferior ao determinado no Estatuto
Social da entidade, quando não houver lucro realizado em montante suficiente. Quando o
dividendo obrigatório, devido por força do Estatuto Social ou da própria Lei, excede o montante do
lucro líquido do exercício realizado financeiramente, pode a parcela não distribuída ser destinada à
constituição da reserva de lucros a realizar;
b. deixar de ser distribuído quando os órgãos da administração informarem à Assembleia Geral
Ordinária (AGO) ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. É uma
discricionariedade conferida por Lei aos administradores com vistas a evitar o comprometimento
da gestão de caixa e equivalente de caixa da entidade, desde que observadas outras condicionantes
legais. A parcela dos lucros não distribuída deve ser destinada à constituição de reserva especial.
Nos casos das letras "a" e "b" acima, o procedimento estabelecido em Lei é a retenção de lucros por meio
da constituição de reservas de lucros que poderão não necessariamente ser destinadas ao pagamento de
dividendos, já que poderão vir a ser absorvidas por prejuízos em exercícios subsequentes. Consta na lei:
Art. 202. (...):
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido
absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo
declarado após a realização.
(...)
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial
e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim
que o permitir a situação financeira da companhia.
(...)
O dividendo obrigatório pode também deixar de ser distribuído, ou pode ser distribuído por um valor
inferior ao determinado no Estatuto Social da entidade ou na Lei, por decisão soberana e unânime da
Assembleia Geral de Acionistas de:
a. companhia aberta, se com registro na CVM exclusivamente para captação de recursos por
debêntures não conversíveis em ações; ou
b. companhia fechada, exceto se controlada por companhia aberta registrada na CVM para captação
de recursos por meio de qualquer valor mobiliário que não seja uma debênture não conversível em
ações.
Base Legal: Art. 202, caput, II e III, §§ 3º a 5º da Lei nº 6.404/1976 (UC: 23/11/16) e; Itens 1 a 5 da
Deliberação CVM nº 683/2012 (UC: 23/11/16).
4.4) Adaptação Fisco X CVM:
Na hipótese de, para atendimento à legislação fiscal, a companhia aberta registrar os juros remuneratórios
do capital próprio em conta de resultado, a Deliberação CVM nº 683/2012 determina que os valores
registrados como despesa ou como receita financeira no resultado do exercício sejam revertidos, de modo
que o lucro líquido ou o prejuízo do exercício seja demonstrado sem que haja reflexos da contabilização
dos juros.
Essa reversão deve ser feita na última linha da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), antes do
"Lucro Líquido” ou do "Prejuízo do Exercício", em título próprio que poderá denominar-se "Reversão dos
Juros sobre o Capital Próprio".
Base Legal: Deliberação CVM nº 683/2012 (UC: 23/11/16).
4.5) Exemplo Prático:
Exemplificaremos, a seguir, a contabilização dos JSCP de acordo com a legislação tributária.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
4.5.1) Juros devidos (Na empresa que paga o rendimento):
Suponhamos que a empresa Vivax Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos Ltda. tenha apurado, em
31/12/20X1, JSCP a pagar no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Consideremos também que a
empresa tenha 2 (dois) sócios, uma pessoa física e outra jurídica, e que as quotas do Capital Social estejam
divididas da seguinte forma:
Sócio Participação (%)
Carlos Eduardo Bragança 60%
Andrades Participações Ltda. 40%
Considerando essas informações, teremos a seguinte contabilização dos JSCP:
Pelo crédito do JSCP a pagar:
D - Juros sobre o Capital Próprio (CR-DF) _ R$ 50.000,00
C - Juros sobre o Capital Próprio a Pagar (PC)
- Carlos E. Bragança _ R$ 25.500,00
- Andrades Participações Ltda. _ R$ 17.000,00
C - IRRF a Recolher (PC) _ R$ 7.500,00 (8)
Legenda:
PC: Passivo Circulante; e
CR-DF: Conta de Resultado - Despesa Financeira.
Nota Tax Contabilidade:
(8) Valor do IRRF (alíquota de 15%) por sócio, a ser recolhido até o 3º (terceiro) dia útil subsequente ao
decêndio de ocorrência do fato gerador (pagamento ou crédito):
o Carlos Eduardo Bragança (60%): R$ 4.500,00
o Andrades Participações Ltda. (40%): R$ 3.000,00
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
4.5.2) Juros recebidos (Na empresa beneficiária do rendimento):
Dando continuidade ao exemplo iniciado no subcapítulo 4.4.1, a empresa Andrades Participações Ltda.,
beneficiária de 40% (Quarenta por cento) do JSCP creditado pela empresa Vivax, deve efetuar a
contabilização dos juros a que tem direito da seguinte forma:
Pelo reconhecimento do crédito de JSCP a receber:
D - Juros sobre o Capital Próprio a Receber (AC) _ R$ 17.000,00
D - IRRF a Compensar (AC) _ R$ 3.000,00
C - Juros sobre o Capital Próprio (CR-RF) _ R$ 20.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante; e
CR-RF: Conta de Resultado - Receita Financeira.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
4.5.3) JSCP imputados aos dividendos obrigatório (Na empresa que paga o dividendo):
Consideremos agora, que a sociedade anônima de capital fechado, Caramuru Indústria e Comércio S/A.,
decida imputar os JSCP no valor de R$ 200.000,00 (Duzentos mil reais) ao valor dos dividendos
obrigatórios. Nessa hipótese, teríamos o seguinte lançamento contábil:
Pela imputação do JSCP ao dividendo obrigatório:
D - Juros sobre o Capital Próprio (CR-DF) _ R$ 200.000,00
C - Dividendos a Pagar (PC) _ R$ 170.000,00
C - IRRF a Recolher (PC) _ R$ 30.000,00
Legenda:
PC: Passivo Circulante; e
CR-DF: Conta de Resultado - Despesa Financeira.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
4.5.4) JSCP imputados aos dividendos obrigatório (Na empresa beneficiária do
dividendo):
Dando continuidade ao exemplo iniciado no subcapítulo 4.4.3, a empresa que receber os dividendos
obrigatórios, deve efetuar a contabilização dos juros a que tem direito da seguinte forma:
Pelo reconhecimento do crédito de JSCP a receber:
D - Dividendos a Receber (AC) _ R$ 170.000,00
D - IRRF a Compensar (AC) _ R$ 30.000,00
C - Juros sobre o Capital Próprio (CR-RF) _ R$ 200.000,00
Legenda:
AC: Ativo Circulante; e
CR-RF: Conta de Resultado - Receita Financeira.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 23/11/16).
5) Qual é a vantagem no pagamento de JSCP?:
É importante se dizer que nem sempre há vantagem no pagamento de JSCP. Entretanto, quando a pessoa
jurídica tributada pelo Lucro Real ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) de lucro no mês,
as alíquotas do IRPJ e CSLL chegam a 34% (trinta e quatro por cento). Nesse caso é muito provável que o
pagamento de JSCP traga redução de carga tributária.
Onde está o ganho tributário?
Resposta: Conforme vimos, o JSCP pode ser considerado como despesa dedutível para o efeito de cálculo
do IRPJ e da CSLL, sendo que há a incidência do IRRF à alíquota de 15% (Quinze por cento). Deste
modo, a pessoa jurídica poderia deixar de pagar 34% (IRPJ + CSLL) sobre o valor do JSCP e pagar
apenas 15% (quinze por cento) de IRRF, ou seja, uma economia de 19% (Dezenove por cento) sobre o
valor do JSCP pago.
Base Legal: Art. 3º, caput, § 1º da Lei nº 9.249/1995 (UC: 23/11/16).
Informações Adicionais: Este material foi escrito no dia 03/12/2011 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado até a
legislação vigente em 20/12/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações
legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Juros sobre o capital próprio (JSCP) (Area: Manual de Lançamentos Contábeis). Disponível em:
http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=70. Acesso em: 25/12/2016.
Palavra do especialista
Todos falamos muito sobre a importância do dinheiro, mas pouco se trata sobre saúde financeira. Cada vez que recebemos nosso “salário” renovamos a sensação de que - nesse mês será diferente - mas nem sempre é assim! Na maioria das vezes esquecemos de incluir o IPVA, o combustível, lazer, medicamentos e outros gastos importantes no nosso planejamento. Ter uma saúde financeira saudável significa buscar um ponto de equilíbrio, ou seja, viver o agora pensando também no futuro. Pensar no futuro significa ser previdente e o desafio se torna ainda mais difícil quando pensamos no longo prazo e na tão sonhada aposentadoria. Preparar-se para o futuro é uma preocupação que todas as pessoas deveriam ter. Por mais que a situação no momento esteja tranquila é preciso pensar em situações que possam ocorrer futuramente e, dentre os investimentos que são comercializados no mercado, a previdência está entre as mais seguras e rentáveis.
O Cibrius adquiriu, neste ano, títulos com excelentes taxas de remuneração e que irão continuar proporcionando bons frutos no futuro. Além disso, planos previdência privada oferecem benefícios que garantem a renda para a aposentadoria e coberturas adicionais, como aposentadoria por invalidez ou pensão por morte. Este benefício adicional torna o plano mais completo, dando ênfase também nos riscos de uma invalidez e de morte que possa ocorrer no decurso de nossas vidas.
Então, se você ainda não possui previdência privada deve procurar aderir e se você já possui deve pensar em aumentar seu percentual de contribuição, pois é pensando