boletim cont-trib-jur em 17.out · 12/10/2016 - 07h42 – pelo ... o parcelamento dos débitos...
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Boletim CONT-TRIB-JUR em 17.out.2016
“Dou valor as coisas, não por aquilo que
valem, mas por aquilo que significam”
Gabriel García Márquez
Em Minas, 56 mil pequenas empresas devem ao
fisco
Raul Mariano
12/10/2016 - 07h42 –
Pelo menos 600 mil pequenas empresas estão inadimplentes no país, o que corresponde a um passivo
fiscal de R$ 21 bilhões. Em Minas, há cerca de 517 mil Micro e Pequenas Empresas (MPEs) em atividade,
das quais cerca de 56 mil têm débitos com o fisco que somam R$ 1,7 bilhão. Os dados são fruto de um
levantamentos do Sebrae e dizem respeito a débitos tributários.
Conforme a entidade, os micro e pequenos empresários brasileiros endividados terão um alento na
negociação de débitos tributários com a Receita Federal a partir de 2018. Mas ainda é preciso muita
caminhada para a retomada do setor. A novidade é fruto da mudança na Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas (MPEs), que deve ser sancionada pelo presidente Michel Temer em cerca de 15 dias.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a sanção da nova lei não resolve por completo os
problemas do segmento, apesar de amenizá-los.
As empresas mineiras têm hoje uma dívida média de R$ 30 mil, valor 17% menor do que a média
nacional, que é de R$ 36,7 mil
Ele explica que algumas alterações como as mudanças das tabelas de tributação do Simples Nacional, que
serão reduzidas de seis para cinco, já começam a vigorar defasadas pela inflação. “No ano que vem (após
a sanção da lei) já voltaremos a debater o tema propondo melhorias”, avalia.
Dentre os pontos de destaque na nova lei, estão a criação das Empresas Simples de Crédito, isto é, pessoas
jurídicas aptas a realizarem empréstimos e financiamentos no âmbito municipal, com uma regulamentação
específica e simplificada.
“Isso pode permitir que o cidadão aplique, por exemplo, a uma taxa de 2,5% ao invés dos 0,8% que ele
conseguiria no mercado. Mas é algo super novo que pode ser barrado (na sanção do projeto)”, explica
Afif.
Alterações Dentre as mudanças realizadas com a alteração da lei das MPEs estão o aumento do limite de receita bruta
para o enquadramento no regime especial de tributação Simples Nacional. Antes, somente empresas com
receita bruta anual de R$ 3,6 milhões podiam participar da modalidade. Agora, o teto passa para R$ 4,8
milhões.
O parcelamento dos débitos também foi estendido de 60 para 120 meses. Dessa forma, os
microempresários passam a ter acesso a parcelas menores, aumentando a possibilidade de pagamento
regular.
Para os microempreendedores individuais (MEI) o limite de faturamento também foi alterado. O valor
máximo passa a ser de R$ 81 mil anuais, o equivalente a R$ 6,7 mil por mês. Antes da mudança, o limite
era de R$ 5 mil mensais ou R$ 60 mil por ano. Além disso, empreendedores do meio rural também ficam
autorizados a optarem pela sistemática do MEI.
Parcelamento de dívida do Simples começa em
2016
13 de outubro de 2016
Cerca de 600 mil empresas do Simples Nacional com dívidas tributárias no valor de R$ 21 bilhões e já
notificadas pela Receita Federal poderão parcelar seus débitos em até 120 meses e, com isso,
permanecerem no regime tributário no próximo ano.
A possibilidade de ingressar em um programa de parcelamento mais longo (antes era de 60 meses) é um
dos únicos pontos da revisão da lei do Simples, aprovada pelo Congresso na semana passada, que entra em
vigor ainda neste ano.
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, informou que a regulamentação será publicada três ou
quatro dias depois da sanção do presidente Michel Temer, prevista para o próximo dia 27 de outubro.
“É uma conquista importante. Se há dificuldades para sobreviver dentro do Simples, fora deste regime,
seria morte súbita”, disse o presidente do Sebrae.
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) também ganharam, pela primeira vez, a possibilidade de
parcelar seus débitos tributários, em até 90 dias. Dados da Receita Federal apontam que a inadimplência
atinge cerca de 3,6 milhões de MEIs, ou seja, mais da metade deles.
De acordo com Afif, foi enviado à Câmara um projeto ideal com as mudanças necessárias e urgentes para
a melhoria do ambiente de negócios das pequenas empresas, mas o “terrorismo” patrocinado pela Receita
Federal amedrontou os secretários de Fazenda e o texto foi modificado no Senado.
Com isso, dezenas de pontos aprovados, como o aumento do limite do teto de faturamento, ainda abaixo
da inflação, só vão surtir efeito a partir de janeiro de 2018.
Depois de assinado o texto, o Sebrae vai lançar uma campanha de mobilização com o apoio de entidades
contábeis, como a Fenacon, o Sescon e os Conselhos Regionais de Contabilidade para que as empresas
renegociem os débitos tributários.
As dívidas com os bancos farão parte de outra campanha patrocinada pelo Sebrae, com o envolvimento da
Febraban. “Vamos criar o clima da renegociação”, disse.
TETO DE FATURAMENTO Além do aumento do prazo de parcelamento dos débitos tributários, o projeto conhecido como Crescer
sem Medo, eleva a partir de 2018 o teto anual de faturamento do MEI de R$ 60 mil para R$ 81 mil e cria
uma faixa de transição de até R$ 4,8 milhões de faturamento anual para as empresas do Simples que
ultrapassarem o teto de R$ 3,6 milhões.
Também houve a redução das tabelas de tributação (de seis para cinco) e das faixas de receita bruta (de 20
para seis), além da adoção de uma alíquota progressiva, semelhante à adotada para o Imposto de Renda da
Pessoa Física, que será aplicada sobre o valor que ultrapassar a faixa de tributação.
De acordo com o presidente do Sebrae, com a criação da faixa de transição, quando o contribuinte atingir
o limite de R$ 3,6 milhões, ele não perderá a condição de estar no Simples Nacional.
A empresa sairá do sistema apenas nas legislações estaduais e municipais, ou seja, passa recolher o ICMS
ou ISS com alíquotas normais. “De certa forma, isso também beneficia as empresas, pois muitas delas que
já atingiram essa faixa, querem gerar créditos de ICMS em suas vendas, mas não podiam por pertencerem
ao regime tributário”, explica.
Também foi incluído no texto aprovado e passa a valer a partir de 2017 a figura do investidor-anjo, que
poderá aportar capital em micro e pequenas empresas e startups com o objetivo de participar dos lucros
obtidos, sem ser responsabilizado como sócio.
Antes não havia interesse em investir nessas empresas pelo receio de assumir, além de riscos financeiros,
os operacionais.
Também foi aprovada a criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), que poderá conceder empréstimos
a negócios locais. “Hoje, o crédito não chega na ponta ou, quando chega, as taxas são absurdas porque
existe um grande receio na concessão”, explicou.
Essa medida deverá beneficiar 4,8 milhões de empresas.
As mudanças também alcançam prestadores de serviços. Na última revisão da lei, profissionais que
exercem atividade regulamentada, como a de advogados e outros prestadores de serviços nas áreas de TI,
ganharam a permissão para participar do Simples Nacional, mas foram alocados para os anexos (5 e 6)
que contemplam as maiores alíquotas do regime tributário.
Com as alterações, eles poderão migrar para o anexo 3, mais favorável do ponto de vista tributário, desde
que a folha de salários responda por até 28% da receita bruta.
Fonte: Diário do Comércio
Mudanças do Supersimples entrarão em vigor em
2018
11 de outubro de 2016
As tão esperadas mudanças no Simples Nacional, agora chamado de Supersimples, foram finalmente
enviadas para sanção presidencial. A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 4 de outubro, o Projeto de
Lei Complementar (PLP) nº 25/2007 – Crescer sem Medo, que aumenta os limites de faturamento para o
enquadramento no regime simplificado, dentre outras disposições. Com isso, o teto do programa de
pagamento simplificado de tributos passará a ser de R$ 4,8 milhões.
A versão aprovada foi a mesma que já havia passado pelo Senado Federal e agora vai para sanção do
presidente Michel Temer. Contudo, a previsão é de que a mudança entre em vigor a partir de 2018.
Segundo o texto, poderão aderir ao Simples Nacional as empresas de pequeno porte com receitas brutas de
até R$ 4,8 milhões ao ano, desde que não haja outros impeditivos. Atualmente, o teto para participação
dessas empresas no programa é de R$ 3,6 milhões anuais.
No caso das microempresas, a proposta eleva de R$ 360 mil para R$ 900 mil o teto da receita bruta
anual dos empreendimentos desta modalidade que quiserem aderir ao programa. O texto também
amplia de 60 para 120 meses o prazo para micro e pequenos empresários quitarem suas dívidas.
A receita bruta anual para que os Microempreendedores Individuais (MEIs) continuem
enquadrados no regime também foi alterado. O limite passará a ser de R$ 81 mil, e não mais de R$
60 mil ao ano. Atualmente, o Brasil tem mais de 6 milhões de microempreendedores individuais,
sendo que em 2009 a Lei Complementar nº 128, que criou condições especiais para que o
trabalhador conhecido como informal pudesse se tornar um MEI legalizado, entrou em vigor.
Além disso, o projeto regulamenta a figura do investidor-anjo, pessoa que financia com recursos próprios
empreendimentos em estágio inicial, e inclui mais setores, como a vitivinicultura e microcervejaria.
“Além de ampliar possibilidades de financiamento para nosso público-alvo, micro e pequenas empresas,
através da criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), importantes nichos de produção serão
favorecidos e reconhecidos com este projeto votado ontem, por unanimidade, pelos deputados federais no
que tange aos polos vinícolas e cervejeiros”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae-RS, Derly
Fialho.
A possibilidade de parcelamento da dívida de empresas do Simples Nacional assim que a lei for
sancionada é outro ponto importante do PLP 25. O gerente de Políticas Públicas do Sebrae-RS,
Alessandro Machado, lembra que recentemente a Receita Federal desenquadrou uma série de empresas
que estavam no regime simplificado em razão das dívidas. “A gente sabe a situação em que vive o País.
Quando uma lei abre a possibilidade de parcelamento, há um ganho; e as pequenas empresas ganham
fôlego para se recuperar”, diz Machado, salientando que esse é um ponto em que os contadores podem
auxiliar, por conhecerem, melhor do que ninguém, a saúde financeira das empresas.
Segundo o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, apesar de não recuperar
as perdas inflacionárias, a proposta se mostra viável. “Minha opinião sobre o assunto é que, na forma que
o projeto de lei fora encaminhado anteriormente ao Senado, era muito impactante aumentando o limite
para até R$ 14,4 milhões, isso dificilmente passaria. Lembro que essa medida ensejaria (seja qualquer o
valor de aumento) em renúncia fiscal para todas esferas do governo.”
“Ponto importante é que não acredito que apenas uma correção do limite do Simples Nacional seja uma
saída para justiça fiscal no País, mas temos que ser realistas, que não dá para se fazer muito em um
momento de crise econômica, com contas desajustadas e com os problemas políticos que enfrentamos”,
diz Domingos. Para ele, o País precisa de uma enorme e profunda reforma tributária, passando pela
redução da participação da arrecadação da União, transferindo as receitas para os estados.
Câmara impede retirada de 30 mil corretoras de seguros do sistema
Mais de 30 mil corretoras de seguros e escritórios de Direito foram preservadas da perda de benefícios
tributários previstos no Supersimples. A Câmara dos Deputados alterou substitutivo do Senado ao Projeto
de Lei Complementar 25/2007, que trata das regras do Simples Nacional. Os deputados excluíram os dois
segmentos do chamado Fator 28.
O parecer, aprovado pela Câmara, impediu que essas atividades fossem transferidas da tabela III do
Supersimples (com alíquota de 4,5%) para a tabela V (15,5%). A ação, orientada pelo presidente da
Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergilio, e pelo deputado federal
Lucas Vergilio (GO), permite a sobrevivência destes empreendimentos frente à forte carga de impostos
fora do regime diferenciado, preservando um número considerável de empregos na economia e
oportunidades de geração de renda.
Atualmente, cerca de 70% das corretoras de seguros estão enquadradas na alíquota mais baixa. Segundo
Vergilio, foi uma conquista tão importante quanto a inclusão das corretoras de seguros no Supersimples,
em 2014. “Estão a salvo da falência milhares de novas corretoras de seguros abertas em 2015, quando o
número de registros de empresas desse segmento cresceu 60% em comparação com o ano anterior”,
afirma o presidente da Fenacor.
Renegociação de dívidas é um dos destaques
As novas regras do Supersimples permitirão que pequenas e microempresas que acumulam dívidas
tributárias ou financeiras possam renegociá-las com prazo de até 10 anos. Dessa forma, não serão retiradas
do regime especial de tributação.
Segundo o presidente nacional do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a Receita Federal chegou a apontar
a necessidade de excluir 700 mil empresas do Supersimples, por conta de dívidas com o Fisco.
Pelo novo texto, o refinanciamento mantém as empresas no regime. Essa regra passa a valer a partir de
janeiro de 2017, diferentemente daquela que ampliou os limites de enquadramento no regime e que passa
a valer só a partir de janeiro de 2018. “É uma pena que nem todas as medidas tenham início imediato”,
disse Afif, que comemorou a aprovação do projeto pela Câmara.
Segundo Afif, houve resistência da Receita para que o enquadramento de mais empresas no Supersimples
ficasse para 2018, devido ao impacto na arrecadação no próximo ano. Afif disse que o Sebrae vai fazer um
mutirão nacional para orientar as milhares de empresas que estão endividadas e que têm interesse em
renegociar o débito. “O Sebrae vai mostrar o caminho. Esse refinanciamento vai beneficiar muita gente”,
disse Afif.
Outra mudança que terá efeito em janeiro permite que “startups” recebam recursos dos chamados
“investidores anjos”, empresas que capitalizam pequenos negócios, principalmente em áreas ligadas à
inovação tecnológica.
Os deputados chegaram a abrir votação para os destaques do projeto do Supersimples e para apreciar
trechos da proposta em que houve discordância em relação ao substitutivo enviado pelo Senado. Porém,
parte das propostas foi considerada prejudicada, e as demais foram retiradas pelas bancadas.
Demora pode levar empresas a fechar
A revisão da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já representa um grande avanço para a geração de
emprego e distribuição de renda. No entanto, de acordo com a Federação Nacional das Empresas de
Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), o
adiamento da entrada em vigor apenas para 2018 é motivo de preocupação, já que pode prejudicar o
desenvolvimento de muitas empresas.
Para a entidade, a proposta que dobra o prazo para parcelamento de débitos tributários de 60 para até 120
meses não vai atender à necessidade das micro e pequenas empresas. Isso só se resolveria com a abertura
de um novo Refis, com desconto de multas e juros.
Na opinião do diretor político e parlamentar da Fenacon, Valdir Pietrobon, as mudanças vão contribuir
para a geração de emprego e distribuição de renda, mas precisam ser aplicadas rapidamente. “O projeto é
muito bom e pode garantir certo alívio aos empreendimentos que atravessam um momento de sufoco,
resultado do baixo crescimento econômico do Brasil. No entanto, com a demora na entrada em vigor das
novas regras, muitas empresas correm o risco de fechar suas portas, pois não têm fôlego para aguardar
essa data tão distante”, alertou Pietrobon.
Segundo o diretor da Fenacon, os valores que estão sendo atualizados agora estarão defasados até 2018 e
não cobrirão, sequer, a inflação. Por isso, considerando as projeções, em 2018, o teto ideal do Simples
Nacional seria de R$ 5,4 milhões, R$ 600 mil a mais que os R$ 4,8 milhões previstos no texto. “No geral,
conseguimos avanços interessantes. Poderia ser melhor, mas na situação econômica em que o País se
encontra hoje, acreditamos que os avanços estão dentro da expectativa. A data é que causa preocupação.
Precisamos incentivar o crescimento agora”, destaca o presidente da Fenacon, Mario Berti.
No início de julho, a federação solicitou ao deputado federal Jorginho Mello, presidente da Frente
Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, revisão e alteração de alguns pontos do projeto, como,
por exemplo, alteração da data de entrada em vigor – em 1 de janeiro de 2018 para 1 de janeiro de 2017 -;
inclusão de desconto de juros e multas quando da opção de Refis; fixação do valor do MEI em R$ 6 mil
mensais, dentre outros. Os pedidos não foram acatados.
Projeto prevê inclusão da cachaça no regime tributário O mercado da cachaça recebeu com otimismo a notícia de que o projeto coloca a bebida no regime do
Simples Nacional. Com a entrada da bebida no Simples Nacional, a carga tributária de impostos vai baixar
consideravelmente e, com isso, haverá um repasse positivo para os consumidores finais. Assim, a previsão
é que, em meados de 2018 e 2019, o valor da bebida artesanal vá diminuir. Com isso, o mercado
aumentará o potencial de consumo.
Os produtores e o governo federal também serão diretamente beneficiados. “Além de os consumidores
terem a possibilidade de melhores experiências sensoriais com a Cachaça, já que poderão comprar mais
rótulos, o setor poderá gerar mais empregos e realizar investimentos com a baixa na carga tributária, e o
País ganhará com o aumento da quantidade de produtores legalizados”, comenta o CEO da Middas
Cachaça, Leandro Dias.
Para Martin Braunholz, da Microdestilaria Hof, com a aprovação da cachaça ao Simples Nacional, os
produtores, assim como ele, terão uma baixa significativa dos impostos, e isso refletirá de maneira muito
positiva. “Assim poderemos aprimorar a nossa produção e alavancar as vendas. O produto ficará mais
acessível”, diz Braunholz.
Para se ter uma ideia da expressividade do mercado da Cachaça, o Brasil atingiu em um único ano um
faturamento de quase R$ 6 bilhões, quando foram produzidos mais de 500 milhões de litros da bebida. O
País já contabiliza mais de 40 mil produtores alocados, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba, sendo, 99%, do total, micro empresas. Apesar de
exportar apenas 1% da produção, mais de 60 países já consomem o “ouro líquido brasileiro”.
Para o vice-presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Guiba Monteiro, essa primeira conquista com a
aprovação do projeto na Câmara dos Deputados é resultado de anos de luta, pleiteando essa mudança. “É
um avanço muito importante. Conquistamos essa votação de forma unânime. Caso o presidente dê o
parecer favorável, teremos mais competitividade, e muitos alambiques clandestinos poderão se
regularizar”, comemora Monteiro.
A grandiosidade do mercado cachaceiro não se restringe somente ao Brasil. A cachaça tem apresentado
crescimento no mercado internacional, sendo o terceiro maior destilado do mundo. A bebida também
ocupa posição de destaque no mercado nacional, no qual o volume corresponde a 50% no segmento de
destilados. Além disso, é o segundo maior mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, atrás apenas da
cerveja.
Até os produtores que não serão diretamente beneficiados avaliaram a medida como benéfica no que tange
a expansão da bebida no país e em outras localidades. “A medida beneficiará as microdestilarias. Vale
ressaltar que o mercado de cachaça artesanal passará a ter produtos ainda mais diferenciados e com preços
competitivos para o consumidor final. De um modo geral, esta é uma medida que vem para aprimorar a
fabricação e comercialização de um produto nacional, contribuindo para sua visibilidade, o que é muito
bem-vindo, já que movimentará a procura da cachaça pelos consumidores”, afirma Ednilson Machado,
gestor comercial e de marketing da Seleta.
Empresas do Simples devem R$ 23 bilhões
13 out 2016 Ana Carolina Alves de Jesus Geral , Tributário Deixe seu Comentário
O prazo para saldar as dívidas é de 30 dias após recebimento do ADE
Nada menos que 668.440 micros e pequenas empresas, optantes pelo Simples Nacional, estão inadimplentes
junto à Previdência Social, Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, pelo não
recolhimento do tributo. As dívidas alcançam R$ 23,8 bilhões. Desde o último dia 27 de setembro elas vêm
sendo notificadas pela Receita Federal a pagarem os débitos sob a ameaça de que serão excluídas do regime
tributário Simples. O prazo para saldar as dívidas é de 30 dias após recebimento do ADE – Ato Declaratório
Executivo emitido pela Receita.
A regularização da totalidade dos débitos pode ser negociada para pagamento à vista, em parcelas ou por
compensação. A pessoa jurídica que regularizar a totalidade dos débitos dentro desse prazo terá a sua
exclusão do Simples Nacional automaticamente tornada sem efeito, ou seja, continuará no Simples
Nacional, não havendo necessidade de comparecer às unidades da Receita para adotar qualquer
procedimento adicional.
Conforme a Receita Federal, o documento de exclusão pode ser acessado pelo Portal do Simples Nacional ou
pelo Atendimento Virtual (e-CAC), no site da Receita Federal, mediante certificado digital ou código de
acesso. O prazo para consultar o ADE é de 45 dias a partir de sua disponibilização no Domicílio Tributário
Eletrônico. Até o fechamento dessa edição o Sebrae não havia informado o número de micros e pequenas
empresas em débito com o Simples na Bahia.
MPEs têm papel essencial à economia
Os pequenos negócios correspondem a 98,4% das empresas brasileiras. Na segmentação por porte, verifica-
se que os Microempreendedores Individuais respondem por cerca de 50% desse total. Em seguida, vêm as
Microempresas (41%) e as Empresas de Pequeno Porte (9%). Segundo Karina Santos de Souza, Analista do
Sebrae Nacional, do ponto de vista setorial, nota-se que comércio e serviços são os setores mais
representativos, concentrando, respectivamente, 42% e 37% dos empreendimentos brasileiros. Indústria
(13%), construção civil (7%) e agropecuária (1%) aparecem logo em seguida. As micro e pequenas empresas
são, também, as maiores geradoras de empregos no País.
De acordo com dados da Receita Federal, cerca de 30% dos pequenos negócios existentes no comércio estão
distribuídos em cinco atividades principais: comércio varejista do vestuário e acessórios; varejo de
mercadorias em geral (minimercados e mercearias); varejo de autopeças; comércio varejista de cosméticos,
produtos de perfumaria e de higiene pessoal; e comércio varejista de bebidas, o que mostra uma forte
concentração dessas empresas no comércio de produtos para atendimento às necessidades básicas da
população.
Ainda segundo Karina Santos, “no setor de serviços, destacam-se quatro atividades: cabeleireiros, manicure
e pedicure; lanchonetes, casas de chás e similares; restaurantes; e bares e outros estabelecimentos
especializados em servir bebidas. Essas empresas respondem por mais de 25% do total do setor”. A analista
mostra, ainda que “entre os pequenos negócios da indústria, predominam atividades associadas à indústria
de transformação: fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo familiar e
confecção de peças do vestuário, exceto as confeccionadas sob medida são as duas principais atividades
com maior número de estabelecimentos”.
Conforme levantamento de Santos, “na construção civil, aproximadamente 77% dos empreendimentos estão
concentrados em cinco atividades: obras de alvenaria (30%); instalação e manutenção elétrica (18%);
serviços de pintura em edifícios em geral (13%); construção de edifícios (12,5%); e instalação e manutenção
de sistemas centrais de ar ar-condicionado, de ventilação e de refrigeração (4,1%). A agropecuária, por sua
vez, possui mais da metade de seus estabelecimentos distribuídos nas seguintes atividades: atividades
paisagísticas (23,6%); criação de bovinos para corte (13,7%); criação de bovinos para leite (6,6%);
horticultura (5,75%); e cultivo de cana-de-açúcar (5,4%)”.
Fonte: FENACON
ICMS-MG: Cest na nota fiscal prorrogação da obrigatoriedade
14 out 2016 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Por meio do Decreto nº 47.057/2016 - DOE MG de 14.10.2016, nas operações com mercadorias ou bens
listados nos Anexos II a XXIX do Convênio ICMS nº 92/2015, o contribuinte deverá mencionar o
respectivo Código Especificador da Substituição Tributária (Cest) no documento fiscal que acobertar a
operação, ainda que a operação, mercadoria ou bem não estejam sujeitos aos regimes de substituição
tributária ou de antecipação do recolhimento do imposto.
Dessa forma, a imposição de informar o Cest na nota fiscal apenas será exigido a partir de 1º.07.2017,
inclusive para as operações que se originarem em Minas Gerais.
Fonte: LegisWeb
STF decide que ICMS incide sobre assinatura
básica de telefonia
14 out 2016 Barbara Lima
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na sessão desta quinta-feira (13) que o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a assinatura básica mensal de telefonia. A
decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 912888, com repercussão geral
reconhecida, no qual o Estado do Rio Grande do Sul questionava acórdão do Tribunal de Justiça local
(TJ-RS) favorável à Oi S/A.
A empresa sustentava no processo que a assinatura mensal se trata de atividade-meio para a prestação do
serviço de telefonia, e não do próprio serviço, sendo, portanto, imune à tributação. Segundo o relator do
recurso, ministro Teori Zavascki, a assinatura básica é, sim, prestação de serviço, que é o oferecimento de
condições para que haja a comunicação entre os usuários e terceiros – ainda que não remunere a ligação em
si.
O ministro citou em seu voto a disputa travada anos atrás quando associações de consumidores tentaram
questionar a cobrança da tarifa de assinatura básica, exatamente sob a alegação de que ela não remunerava
serviço efetivamente prestado. Na ocasião, a argumentação das empresas acolhida pelo Superior Tribunal
de Justiça (STJ) foi a de que a própria conexão do usuário à rede de comunicações constitui verdadeiro
serviço, o qual é remunerado pela tarifa mensal básica.
Para o relator, as empresas entram em contradição ao afirmar, em um momento, que a tarifa remunera
serviço, e em outro o contrário. “Não se pode querer o melhor de dois mundos: considerar legítima a
cobrança porque é serviço, e considerar que não incide ICMS porque não é serviço. É uma contradição
insuperável”, afirmou.
Para o relator, é equivocado comparar a cobrança da assinatura básica mensal à mera disponibilidade do
serviço. Segundo ele, a tarifa é de fato uma contraprestação ao próprio serviço de telecomunicação prestado
pelas concessionárias.
O voto do relator pelo provimento do recurso do Estado do Rio Grande do Sul foi acompanhado por maioria,
vencidos os ministros Luiz Fux e Ricardo Lewandowski, que negaram provimento ao recurso com o
entendimento de que a assinatura não remunera serviço de comunicação, mas apenas a disponibilização do
acesso à rede, não sendo hipótese de incidência do ICMS.
Tese
Para fim de repercussão geral, o Plenário adotou a seguinte tese, formulada pelo relator: “O Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada
pelas prestadoras de serviços de telefonia, independentemente da franquia de minutos concedida ou não ao
usuário.”
O RE 912888 substituiu o Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 782749 como paradigma da
repercussão geral.
Fonte: STF, JusBrasil
Hora de Revisar a Opção pela CPRB
14 out 2016 Priscila Fernandes da Silva Geral
A partir de 01.12.2015 há possibilidade de optar ou não pela CPRB – Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta, de acordo com a Lei 13.161/2015.
Desta forma a empresa pode escolher qual forma de tributar a folha é mais em conta, se pela forma
tradicional (contribuição sobre a folha de pagamento) ou se pela forma desonerada (contribuição sobre a
receita).
Portanto, é necessário fazer os cálculos para decidir sobre qual regime de tributação é mais econômico.
Terceirizar ou “desterceirizar” atividades que exijam mão-de-obra como componente intensivo pode ser
uma das opções para redução em escala de custos e tributos.
A opção pela tributação substitutiva será manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre
a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente para a qual haja receita
bruta apurada, e será irretratável para todo o ano calendário.
Como estamos próximos ao final do ano, cabe aos gestores tributários a análise detalhada das 2 opções de
tributação (CPRB ou contribuições sobre a folha de pagamento), para antever cenários e procurar economia
fiscal para o ano de 2017.
Fonte: Guia Tributário
Importação de mercadorias até 100 dólares é
isenta de impostos: por que a Receita continua
tributando?
O que fazer se você for tributado?
Publicado por Julio Berilo dos Santos Neto
O Decreto-Lei 1.804/1980 isenta da cobrança de impostos as importações de mercadorias cujo valor não
ultrapasse 100 dólares, realizadas por pessoas físicas, independente de ser o remetente, pessoa física ou
jurídica.
Posteriormente à essa norma, o Ministério da Fazenda (MF) editou a Portaria MF 156/99, que estabelecia
que a isenção abrangeria somente mercadorias até 50 dólares e que o remetente e o destinatário deveriam
ser pessoas físicas.
De mesmo teor da Portaria suprarreferida é a Instrução Normativa (IN) SRF nº 96/99.
Assim, com base nessas normas regulamentadoras, a Receita Federal vem tributando todos os produtos
importados por pessoas físicas cujo valor supere 50 dólares ou, mesmo não superando este valor, que
sejam remetidas por pessoas jurídicas.
Ocorre que os Tribunais Regionais Federais, com base no Decreto-Lei citado inicialmente, têm
posicionamento diverso e entendem serem ilegítimas a Portaria do MF e a IN da Receita Federal, visto
que afrontariam norma de hierarquia superior.
Ademais, após diversos acórdãos proferidos nesse mesmo sentido, havendo, pois, jurisprudência
consolidada, foi suscitado Incidente de Uniformização de Jurisprudência, visto que ainda ocorria,
esporadicamente, de surgirem decisões, especialmente em sede de 1º Grau, contrariando o entendimento
dos Tribunais Regionais.
A grande questão é que a Receita, mesmo tendo ciência da posição da Justiça quanto ao tema, continua
tributando mercadorias até 100 dólares destinadas a pessoas físicas.
Ao cidadão, que inevitavelmente será tributado, em valor médio correspondente a 100% do valor do
produto – somados imposto de importação, ICMS e despacho postal –, resta socorrer-se ao Poder
Judiciário, ajuizando o competente Mandado de Segurança se quiser evitar o pagamento dos tributos
indevidos, ou pagar e se ver ressarcido posteriormente mediante ajuizamento da Ação cabível.
Para finalizar, respondendo o questionamento presente no título, presumo que haja a continuidade das
tributações indevidas em virtude da conveniência, visto que não há nenhuma sanção eficaz prevista para a
atitude tomada pela Receita Federal, assim, convém continuar tributando e restituir somente àqueles que o
requererem.
Receita Federal esclarece regras sobre retenção de tributos
nos pagamentos efetuados por órgãos públicos federais
Tributação
A Instrução Normativa RFB nº 1663/2016 trata da retenção de IR e das contribuições de entidades
imunes e isentas
publicado: 13/10/2016 11h34 última modificação: 13/10/2016 11h51
Foi publicada na terça-feira, 11 de outubro, no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa RFB nº
1663/2016.
O ato normativo contempla a alteração da Lei nº 13.137, de 19 de junho de 2015, que modificou o prazo
de recolhimento do imposto de renda e das contribuições retidas pelas entidades da administração indireta
da administração pública federal.
A norma também altera o parágrafo único, art. 4ª da IN RFB nº 1.234, de 2012, de modo a deixar mais
claro que a dispensa da retenção do imposto de renda e das contribuições alcança somente as receitas das
entidades imunes e isentas referentes aos serviços prestados objeto das finalidades essenciais para as quais
foram criadas.
Dispõe-se que a entidade imune e isenta é obrigada a declarar a condição de imunidade e isenção ao órgão
contratante nos moldes dos requisitos constantes na IN.
Regulamenta-se, ainda, a obrigatoriedade das entidades contratantes de informarem na DIRF, relacionada
aos fatos ocorridos a partir de 2017, os pagamentos efetuados às entidades imunes e isentas.
Indústrias tentam adiar e simplificar o Bloco K
11 out 2016 Carolina Oliveira Geral Deixe seu Comentário
Hélcio Honda: “Se a Coca-Cola fizesse aqui o seu xarope, que é seu grande segredo, pensaria se ainda
valeria a pena produzir no país”
As indústrias, por meio de suas federações estaduais, estão em contato com as respectivas secretarias da
Fazenda para tentar adiar, mais uma vez, a exigência do Bloco K do Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped) – plataforma eletrônica que levará aos Fiscos estaduais e federal, em tempo real, informações sobre
movimentações de insumos em estoque. Defendem ainda uma simplificação do sistema, que custará caro
para as empresas. “Não sairá por menos de R$ 10 milhões”, afirma o presidente da Federação das Indústrias
do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo.
Os setores de bebidas e fumo serão os primeiros a ter que cumprir a obrigação, a partir de dezembro. Em
janeiro vence o prazo para as empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 300 milhões.
O Bloco K preocupa o empresariado, que também negocia com a Receita Federal. Segundo eles, cada
empresa terá que desenvolver um sistema que “converse” com o Sped e, em caso de problemas no fluxo de
informações, haveria risco de multa. “A multa pode ser de R$ 500 a R$ 1,5 mil por item. Imagine quantos
itens tem um veículo e quanto isso pode representar”, diz Campagnolo.
Mas o maior temor dos empresários é a possibilidade de acesso a segredos industriais por concorrentes. “Se
a empresa terá que informar, por exemplo, quantos gramas de cada componente químico usa para fabricar
determinada quantidade de perfume, vai revelar sua fórmula secreta”, afirma Campagnolo. “A empresa
investe alto em inovação e terá que deixar esses dados em sistemas que, por mais seguros que pareçam,
sempre podem ser violados. Hackers já chegaram à Casa Branca.”
A movimentação para tentar adiar os prazos intensificou-se na semana passada. Em reunião realizada na
Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou decidido que as federações levariam novamente os pleitos
das empresas aos respectivos Fiscos estaduais. O Bloco K começaria a valer em 1º de janeiro deste ano, mas
a pressão das federações levou ao adiamento. A Fiep encontrará o secretário da Fazenda do Paraná, Mauro
Ricardo Machado Costa, para debater o assunto, no próximo dia 13.
Segundo Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, a discussão
judicial é sempre uma alternativa, mas não no momento. “Estamos em conversa com a Receita e esperamos
chegar a um formato mais aceitável, que exija menos detalhes e cause menos risco de autuação fiscal e de
quebra de sigilo industrial”, diz. “Além disso, o custo é alto por exigir mais pessoas e tempo, o que reduz a
competitividade.”
As empresas querem que as propostas sejam apresentadas à Comissão Técnica Permanente do ICMS
(Cotepe) do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em reunião marcada para este mês.
“Discutimos um formato simplificado para levar ao Confaz, deixando a adesão de alguns setores mais
sensíveis mais para frente”, afirma Hélcio Honda, diretor jurídico da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp).
Para a entidade, segundo Honda, não faz sentido gastar com um sistema de acompanhamento de estoque
que já existe nas empresas apenas para cumprir as exigências da Receita. “E não há como ter um compliance
e, ao mesmo tempo, esse alto risco de violação do sigilo industrial. Se a Coca-Cola fizesse aqui o seu xarope,
que é seu grande segredo, pensaria se ainda valeria a pena produzir no país”, diz.
Advogado tributarista, Honda afirma que o custo das obrigações acessórias brasileiras, para enviar dados
aos Fiscos, como o Bloco K, é alarmante. “Elas já gastam mais com isso do que com a obrigação principal,
que é pagar os tributos. Em um momento em que as empresas estão se reinventando para sobreviver, é uma
falta de bom senso”, afirma.
A Fiesp mantém conversas com a Secretaria da Fazenda de São Paulo sobre o Bloco K desde a criação da
ferramenta. Segundo a Fazenda paulista, “diversas alterações já estão sendo implementadas para simplificar
o Bloco K, garantindo a adesão aos controles existentes na indústria, e para que o início da obrigatoriedade
não impacte contribuintes de médio e pequeno portes”.
A Receita Federal também diz que já implantou simplificações, mas afirma que o prazo não será adiado.
“Está-se, em conjunto com as empresas e associações representativas, adequando o processo de prestação
de informações para garantir adequado controle tributário, sem imposição de ônus desarrazoado aos
declarantes”, diz o órgão por meio de nota.
Há, porém, companhias do setor de bebidas já preparadas para cumprir a obrigação. Segundo Rodrigo
Marcon, CEO da Cini Bebidas, empresa de médio porte que fatura R$ 70 milhões por ano, os softwares
estão preparados, bastando pequenas adaptações. “Mas esperamos que o Bloco K substitua o Sistema de
Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), que cobra hoje taxa fixa por unidade produzida de R$ 0,03”,
diz. Fonte: Siga o Fisco; Valor econômico.
Bloco K: empresas resistem em abrir o controle
dos estoques
14 de outubro de 2016
Estabelecimentos industriais com faturamento anual acima de R$ 300 milhões pedem a prorrogação do
prazo de entrega, previsto para janeiro de 2017
A indústria ainda não está preparada para a entrega do bloco K e tampouco convencida de que a nova
obrigação acessória contribuirá para a melhor gestão do negócio, como propaga a Receita Federal.
O bloco K é o livro de registro de controle de produção e estoque na versão digital e um dos módulos do
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a plataforma eletrônica criada para que os fiscos federal e
estadual tenham acesso às operações das empresas quase que em tempo real.
O prazo de entrega para os estabelecimentos industriais com faturamento anual acima de R$ 300 milhões,
os primeiros da lista de obrigatoriedade, está previsto para janeiro de 2017, mas as Secretarias Estaduais
de Fazenda enfrentam uma forte pressão de entidades ligadas à indústria para mais uma prorrogação. Em
princípio, o prazo era janeiro deste ano.
Nos encontros mantidos entre a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo), representantes do fisco afirmam que estão dispostos a encontrar uma
solução viável e menos impactante para o empresariado, mas rechaçam a hipótese de novo adiamento de
prazo.
“Pelo lado da indústria, o tom ainda é de diálogo, mas medidas judiciais não são descartadas”, afirma o
advogado Thiago Paiva, do grupo Brugnara – Tributarie.
O bloco K vai reunir mensalmente dados sobre as quantidades em estoque das matérias-primas, produtos
intermediários e produtos acabados dentro dos estabelecimentos industriais, bem como informações sobre
o quanto foi produzido e ainda sobre o consumo dos componentes utilizados ao longo do mês.
As empresas reivindicam um formato de arquivo menos exigente em detalhes e, com isso, menos
suscetível a riscos de autuação fiscal.
De fato, o alto nível de detalhamento exigido abre brechas para a ocorrência de falhas que podem gerar
multas na ordem de 1% sobre o valor do estoque.
Há reclamações também sobre o exagero da especificidade das informações requisitadas na declaração
digital.
“O grande receio das indústrias diz respeito à possibilidade de terem vazadas informações relevantes ao
segredo industrial de seus produtos, pois o bloco K exige dados sobre todos os procedimentos referentes à
aquisição, produção e comercialização dos produtos, desde a aquisição de insumos, quantidades e perdas
no processo de produção”, afirma o advogado.
Os setores químico, farmacêutico, cosméticos, alimentos e bebidas estão entre os mais sensíveis à
exigência de dados considerados sigilosos do processo de produção.
Novo, complexo e exigente em detalhes de informações, o bloco K também vai exigir altos investimentos
em sistemas informatizados e em capacitação de profissionais que vão lidar com a nova ferramenta.
Os especialistas alertam que mesmo as empresas que já possuem sistemas de controle de custo e estoque
devem promover a adaptação de seus softwares para integrá-los ao Sped (Sistema Público de Escrituração
Digital), que possui peculiaridades e requisitos específicos.
“O maior desafio para as empresas são as adaptações necessárias em seus processos internos de controle.
Além disso, é preciso se preocupar com a capacitação de profissionais, pois o mercado exigirá mão de
obra qualificada para atender aos requisitos”, diz o gerente de desenvolvimento tributário e de legislação
da Wolters Kluwer Prosoft, Danilo Lollio.
Sem a certeza de que haverá novo adiamento no prazo de entrega, a recomendação é que as empresas
promovam adaptações urgentes em seus sistemas de controle, além de treinamentos internos com as
pessoas envolvidas na elaboração e envio do documento digital, cujas informações serão cruzadas com
outras bases de dados do fisco para aumentar o controle da arrecadação.
PRAZOS
Pelo cronograma atual, devem entregar o bloco K no dia 1º de janeiro de 2017 os estabelecimentos
industriais classificados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE), pertencentes a empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 300 milhões.
Em 1º de janeiro de 2018, entram na lista de obrigatoriedade as empresas industriais classificadas nas
divisões 10 a 32 da CNAE, pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou superior a R$ 78
milhões.
E em janeiro de 2019, o envio será obrigatório para os demais estabelecimentos industriais, além de
atacadistas classificados nos grupos 462 a 469 da CNAE. Empresas optantes do Simples Nacional estão
livres da obrigatoriedade.
Fonte: Diário do Comércio
Solução de Consulta COSIT Nº 99011 DE 31/08/2016
Publicado no DO em 11 out 2016
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS
EMENTA: ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS. ISENÇÃO.
ATIVIDADES PRÓPRIAS. Receita decorrente da exploração de bar ou restaurante por pessoa
jurídica que se caracteriza como associação recreativa, esportiva e social
sem fins lucrativos não pode ser considerada receita relativa a suas
atividades próprias para fins da isenção de que trata o art. 14 da Medida
Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto 2001.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 2º e 3º; MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 13, IV, e 14,
X; Lei nº 10.833, arts. 1º, § 3º, I, e 10; Lei nº 9.532, de 1997, arts.12 a 15; IN SRF nº 247, de 2002, art. 47,
§ 2º.
Solução de Consulta vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 171, de 3 de julho de 2015, publicada no
DOU de 6 de julho de 2015.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS. CONTRIBUIÇÃO SOBRE A FOLHA DE
SALÁRIOS.
A associação sem fins lucrativos a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997, está sujeita à
Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários, e não com base na receita ou faturamento,
conforme inciso IV do art. 13 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto 2001.
DISPOSITIVOS LEGAIS: MP nº 2.158-35, de 24.08.2001, art. 13, inciso IV; Lei nº 9.532, de 1997,
arts.12 a 15; IN SRF nº 247, de 21.11.2002, arts. 9º e 47.
Solução de Consulta vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 171, de 3 de julho de 2015, publicada no
DOU de 6 de julho de 2015.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
EMENTA: ISENÇÃO. ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS.
Eventual lucro auferido por pessoa jurídica que se caracteriza como associação recreativa, esportiva e
social sem fins lucrativos com a exploração de bar ou restaurante, no âmbito de suas dependências e para
atendimento de seus associados, não desvirtua a natureza das atividades da entidade e, assim, não
inviabiliza que a pessoa jurídica desfrute da isenção do IRPJ estabelecida pelo art. 15 da Lei nº 9.532, de
1997, desde que cumpridos os demais requisitos aplicáveis.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), art. 111; Lei nº 9.532, de 1997, arts. 12, § 2º,
alíneas "a" a "h", e 15; Lei nº 9.718, de 1998, art. 10; PN CST nº 162, de 1974.
Solução de Consulta vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 171, de 3 de julho de 2015, publicada no
DOU de 6 de julho de 2015.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
EMENTA: ISENÇÃO. ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS.
Eventual lucro auferido por pessoa jurídica que se caracteriza como associação recreativa, esportiva e
social sem fins lucrativos com a exploração de bar ou restaurante, no âmbito de suas dependências e para
atendimento de seus associados, não desvirtua a natureza das atividades da entidade e, assim, não
inviabiliza que a pessoa jurídica desfrute da isenção da CSLL estabelecida pelo art. 15 da Lei nº 9.532, de
1997, desde que cumpridos os demais requisitos aplicáveis.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), art. 111; Lei nº 9.532, de 1997, arts. 12 a 15; Lei
nº 9.718, de 1998, art. 10; PN CST nº 162, de 1974.
Solução de Consulta vinculada à Solução de Consulta Cosit nº 171, de 3 de julho de 2015, publicada no
DOU de 6 de julho de 2015.
Não produz efeitos a consulta que não apresenta dúvida sobre a aplicação da legislação tributária, nos
termos do inciso II do art. 18 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013.
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral
RETENÇÃO PIS/COFINS/CSL - Serviços Técnicos de
Informática
1) Introdução:
Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela
prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e
locação de mão-de-obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de
serviços profissionais, estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) (1),
da Cofins e da contribuição para o PIS/Pasep à alíquota de 1,00% (um por cento), 3,00% (três por cento) e
0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), respectivamente (2) (3).
No que se refere aos serviços profissionais, a lista dos serviços sujeitos a retenção das contribuições é a
mesma presente no artigo 647, § 1º do RIR/1999, inclusive quanto aos prestados por cooperativas ou
associações profissionais, aplicando-se, para fins de retenção das contribuições, os mesmos critérios de
interpretação adotados em atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)
para retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
Enquadram-se na categoria de serviços profissionais os serviços técnicos de informática prestados por
pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, serviços estes, que serão objeto de análise
mais aprofundada no presente trabalho.
Na elaboração deste Roteiro de Procedimentos, utilizaremos como base a Lei nº 10.833/2003 e a Solução
de Consulta Cosit nº 3/2008, que nos traz a lista de serviços técnicos de informática sujeitos às retenções
das referidas contribuições.
Notas Tax Contabilidade:
(1) A retenção da CSL (apenas essa contribuição) não será exigida na hipótese de pagamentos efetuados a
cooperativas, em relação aos atos cooperados.
(2) A retenção aplica-se, inclusive, aos pagamentos efetuados por: a) associações, inclusive sindicais,
federações, confederações, centrais sindicais e serviços sociais autônomos; b) sociedades simples,
inclusive sociedades cooperativas; c) fundações de direito privada e; d) condomínios edilícios.
(3) As pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional não estão sujeitas a retenção das contribuições
sociais, independentemente delas figuram como prestadora ou tomadora dos serviços. No caso de
prestador optante pelo Simples Nacional, este deve apresentar à pessoa jurídica tomadora dos serviços
declaração em 2 (duas) vias, conforme modelo aprovado pela RFB.
Base Legal: Art. 30, caput da Lei nº 10.833/2003 (UC: 16/09/16); Art. 647, § 1º do RIR/1999 (UC:
16/09/16); Arts. 1º, caput e §§ 1º, 2º e 6º e 3º, 5º e 11 da IN SRF nº 459/2004 (UC: 16/09/16) e; SC Cosit
nº 3/2008 (UC: 16/09/16).
2) Serviços técnicos de informática sujeitos à Retenção na Fonte:
Para fins da retenção na fonte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS/Pasep, de que trata o artigo
30 da Lei nº 10.833/2003, consideram-se remuneração de serviços os pagamentos referentes aos seguintes
serviços técnicos de informática:
a. assessoria e consultoria em informática;
b. desenvolvimento e implantação de programas (software) por encomenda para uso exclusivo,
elaborado para certo usuário, ou que incluam fornecimento de suporte técnico em informática,
compreendendo atualização de programas, alterações, treinamento e serviços correlatos;
c. elaboração de projetos de hardware;
d. desenvolvimento de melhorias e/ou de novas funcionalidades (customização) no software por
encomenda para uso exclusivo, para atender necessidades específicas solicitadas pelo cliente;
e. manutenção e suporte técnico remoto, desde que vinculado às atividades enumeradas nas letras "b"
e "d" supra.
Por outro lado, não se considera remuneração de serviços profissionais:
a. a comercialização do software produzido em série, também chamado de "cópias múltiplas" ou
padronizado;
b. a licença de uso em caráter permanente de cópia de software de uso geral, não exclusivo, para uso
em um mercado ou segmento de mercado;
c. o aluguel ou a licença de uso provisória de cópia de software de uso geral, não exclusivo, para uso
em um mercado ou segmento de mercado;
d. a manutenção e o suporte técnico remoto de software de uso geral voltada a mantê-lo sempre
atualizado, observando-se que se considera manutenção, para fins da retenção das referidas
contribuições, os pagamentos referentes à manutenção de software de uso geral (licença de uso),
por se tratar de manutenção de bens móveis.
Base Legal: Art. 30, caput e § 2º da Lei nº 10.833/2003 (UC: 16/09/16) e; SC Cosit nº 3/2008 (UC:
16/09/16).
3) Base de Cálculo e Alíquotas:
O valor da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS/Pasep, será determinado mediante a aplicação,
sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por
cento), correspondente à soma das alíquotas de 1,00% (um por cento), 3,00% (três por cento) (4) e 0,65%
(sessenta e cinco centésimos por cento) (4), respectivamente, e recolhido mediante o código de
arrecadação 5052.
Na hipótese da prestadora de serviço técnico de informática ser beneficiária de isenção ou alíquota zero,
na forma da legislação específica, de uma ou mais contribuições, a retenção dar-se-á mediante a aplicação
da alíquota específica correspondente às contribuições não alcançadas pela isenção ou alíquota zero.
Lembramos que está dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00 (dez reais), exceto na
hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico efetuado por meio do Siafi.
Nota Tax Contabilidade:
(4) As alíquotas de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e 3% (três por cento) aplicam-se
inclusive na hipótese de a prestadora do serviço enquadrar-se no regime de não-cumulatividade na
cobrança da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
Base Legal: Art. 31 da Lei nº 10.833/2003 e (UC: 16/09/16); Art. 1º, §§ 3º a 5º e 2º, §§ 1º e 2º da IN SRF
nº 459/2004 (UC: 16/09/16).
4) Documento Fiscal:
A empresa prestadora de serviços técnicos de informática deve informar no documento fiscal que emitir o
valor correspondente à retenção das contribuições sociais incidentes sobre a operação, salvo quando
beneficiada por isenção ou alíquota zero, na forma da legislação específica, de uma ou mais contribuições.
Nesta hipótese a prestadora deve informar no documento fiscal o enquadramento legal da operação.
Registramos que a falta da indicação do enquadramento legal sujeita à empresa prestadora do serviços à
retenção das contribuições sobre o total da nota ou documento fiscal, no percentual total de 4,65% (quatro
inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento).
Base Legal: Arts. 1º, § 10 e 2º, § 3º da UN SRF nº 459/2004 (UC: 16/09/16).
4.1) Documentos de cobrança que contenham código de barras:
Nas Notas Fiscais, nas faturas, nos boletos bancários ou em quaisquer outros documentos de cobrança dos
serviços técnicos de informática que contenham código de barras, deverão ser informados o valor bruto do
preço dos serviços e os valores de cada contribuição incidente sobre a operação, devendo o seu pagamento
ser efetuado pelo valor líquido, após deduzidos os valores das contribuições retidas, cabendo a
responsabilidade pelo recolhimento destas à pessoa jurídica tomadora dos serviços (5).
Nota Tax Contabilidade:
(5) Essa regra não se aplica às faturas de cartão de crédito, que possuem tratamento específico.
Base Legal: Art. 9º da IN SRF nº 459/2004.
5) Tratamento dos valores retidos:
As contribuições sociais retidas serão consideradas como antecipação do que for devido pelo contribuinte
que sofreu a retenção (prestadora de serviços técnicos de informática), em relação às respectivas
contribuições. Assim, os valores retidos poderão ser deduzidos das contribuições devidas de mesma
espécie, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção.
O valor a ser deduzido, correspondente a cada espécie de contribuição, deve ser determinado pelo próprio
contribuinte mediante a aplicação, sobre o valor bruto do documento fiscal, das alíquotas respectivas às
retenções efetuadas.
Base Legal: Art. 7º da IN SRF nº 459/2004 (UC: 16/09/16).
6) Exemplo Prático:
Imaginemos que a empresa Kanon Serviços de Informática Ltda. tenha, em 06/06/20X1, prestado serviços
de assessoria e consultoria de informática (6) para a empresa Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos
Ltda., cujo valor do serviço prestado informado no documento fiscal seja de R$ 55.000,00 (cinquenta e
cinco mil reais), datado no mesmo dia e com pagamento à prazo para o dia 25/06/20X1.
Considerando esses dados hipotéticos, teremos o seguinte valor retido à título de contribuições sociais:
CSL/Cofins/PIS: R$ 55.000,00 X 4,65% = R$ 2.557,50
Dessa forma, a empresa Vivax deverá reter da empresa Kanon a importância de R$ 2.557,50 (dois mil,
quinhentos e cinquenta e sete reais e cinquenta centavos) a título de CSL, Cofins e PIS/Pasep, e recolher o
valor aos cofres do Tesouro Nacional até o dia 22/06/20X1 (7), utilizando o código de arrecadação 5952.
Com isso, a Kanon receberá o valor de R$ 52.442,50 (8) da Vivax, referente à prestação dos serviços de
assessoria e consultoria de informática, considerando o desconto das contribuições.
Notas Tax Contabilidade:
(6) Esse tipo de serviço também está sujeito à retenção na fonte do Imposto de Renda, mas para efeito de
simplificação não o consideramos no exemplo.
(7) As contribuições sociais retidas na fonte devem ser recolhidas ao Tesouro Nacional até o último dia
útil da semana subsequente àquela quinzena em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica
prestadora dos serviços.
(8) Valor Líquido a receber = Total do documento fiscal - contribuições retidas ==> Valor Líquido a
receber = R$ 55.000,00 - R$ 2.557,50 ==> Valor Líquido a receber = R$ 52.442,50.
Base Legal: Arts. 1º, § 7º e 6º da IN SRF nº 459/2004 (UC: 16/09/16).
7) Obrigações acessórias:
As pessoas jurídicas que efetuarem a retenção deverão fornecer, à pessoa jurídica beneficiária do
pagamento, comprovante anual da retenção, até o último dia útil do mês fevereiro do ano subsequente,
conforme modelo aprovado pela RFB.
O comprovante anual poderá ser disponibilizado à pessoa jurídica beneficiária do pagamento via internet,
desde que essa possua endereço eletrônico.
Anualmente, até o último dia útil do mês de fevereiro do ano subsequente, as pessoas jurídicas que
efetuarem a retenção deverão apresentar Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), nela
discriminando, mensalmente, o somatório dos valores pagos e o total retido, por contribuinte e por código
de recolhimento.
Base Legal: Art. 12 da IN SRF nº 459/2004 (UC: 16/09/16).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 27/11/2012 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado
até a legislação vigente em 12/10/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às
mudanças em decorrência das alterações legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Serviços Técnicos de Informática (Area: Guia de Tributos Retidos na Fonte).
Disponível em: http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=138.
Acesso em: 16/10/2016.
Solução de Consulta Nº 130 DE 31/08/2016
Publicado no DO em 11 out 2016
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
EMENTA: PROGRAMA DE COMPUTADOR EM SÉRIE. PRONTO PARA USO.
CUSTOMIZÁVEL. NÃO CUSTOMIZÁVEL. LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA
FONTE. INAPLICABILIDADE.
Escapam à retenção do Imposto sobre a Renda na fonte, por não caracterizar remuneração de serviços de
natureza profissional, as importâncias pagas ou creditadas por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica pelo
licenciamento de programas de computador - customizáveis ou não customizáveis - produzidos ou
comercializados em série, prontos para o uso, não desenvolvidos sob encomenda.
PROGRAMA DE COMPUTADOR CUSTOMIZADO. SERVIÇOS DE CUSTOMIZAÇÃO.
LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à retenção do Imposto sobre a Renda na fonte, por caracterizar remuneração de serviços de
natureza profissional, as importâncias pagas ou creditadas por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica pelo
licenciamento de programas de computador customizado, quando o serviço de customização prestado pelo
licenciante, mais do que simples ajustes, produzir melhorias e/ou acréscimo de funcionalidades ao
programa customizável preexistente, implementados por solicitação do cliente, para atender suas
necessidades específicas.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), art. 647, § 1º .
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL
EMENTA: PROGRAMA DE COMPUTADOR EM SÉRIE. PRONTO PARA USO. CUSTOMIZÁVEL.
NÃO CUSTOMIZÁVEL. LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INAPLICABILIDADE.
Escapam à retenção da CSLL na fonte, por não caracterizar remuneração de serviços de natureza
profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de direito privado, pelo
licenciamento de programas de computador - customizáveis ou não customizáveis - produzidos ou
comercializados em série, prontos para o uso, não desenvolvidos sob encomenda.
PROGRAMA DE COMPUTADOR CUSTOMIZADO. SERVIÇOS DE CUSTOMIZAÇÃO.
LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à retenção da CSLL na fonte, por caracterizar remuneração de serviços de natureza
profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de direito privado, pelo
licenciamento de programas de computador customizado, quando o serviço de customização prestado pelo
licenciante, mais do que simples ajustes, produzir melhorias e/ou acréscimo de funcionalidades ao
programa customizável preexistente, implementados por solicitação do cliente, para atender suas
necessidades específicas.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30 ; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), art.
647, § 1º ; e Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º .
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL - COFINS
EMENTA: PROGRAMA DE COMPUTADOR EM SÉRIE. PRONTO PARA USO. CUSTOMIZÁVEL.
NÃO CUSTOMIZÁVEL. LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INAPLICABILIDADE.
Escapam à retenção da Cofins na fonte, por não caracterizar remuneração de serviços de natureza
profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de direito privado, pelo
licenciamento de programas de computador - customizáveis ou não customizáveis - produzidos ou
comercializados em série, prontos para o uso, não desenvolvidos sob encomenda.
PROGRAMA DE COMPUTADOR CUSTOMIZADO. SERVIÇOS DE CUSTOMIZAÇÃO.
LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à retenção da Cofins na fonte, por caracterizar remuneração de serviços de natureza
profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de direito privado, pelo
licenciamento de programas de computador customizado, quando o serviço de customização prestado pelo
licenciante, mais do que simples ajustes, produzir melhorias e/ou acréscimo de funcionalidades ao
programa customizável preexistente, implementados por solicitação do cliente, para atender suas
necessidades específicas.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30 ; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), art.
647, § 1º ; e Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º .
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: PROGRAMA DE COMPUTADOR EM SÉRIE. PRONTO PARA USO. CUSTOMIZÁVEL.
NÃO CUSTOMIZÁVEL. LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INAPLICABILIDADE.
Escapam à retenção da Contribuição para o PIS/Pasep na fonte, por não caracterizar remuneração de
serviços de natureza profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de
direito privado, pelo licenciamento de programas de computador - customizáveis ou não customizáveis -
produzidos ou comercializados em série, prontos para o uso, não desenvolvidos sob encomenda.
PROGRAMA DE COMPUTADOR CUSTOMIZADO. SERVIÇOS DE CUSTOMIZAÇÃO.
LICENCIAMENTO. RETENÇÃO NA FONTE. INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à retenção da Contribuição para o PIS/Pasep na fonte, por caracterizar remuneração de
serviços de natureza profissional, os pagamentos efetuados, por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica de
direito privado, pelo licenciamento de programas de computador customizado, quando o serviço de
customização prestado pelo licenciante, mais do que simples ajustes, produzir melhorias e/ou acréscimo
de funcionalidades ao programa customizável preexistente, implementados por solicitação do cliente, para
atender suas necessidades específicas.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30 ; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), art.
647, § 1º ; e Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º .
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral
SPED BEPS - Um novo cenário para as grandes
corporações
Postado por José Adriano em 14 outubro 2016 às 9:23
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Por Jorge Campos
Olá, Pessoal!
Parece que estamos vivenciando uma nova transição no projeto Sped, criado em 2007, com o propósito
de unificar, simplificar e reduzir as obrigações acessórias dos estados e da RFB; e embora ele ainda,
não tenha atingido o seu propósito inicial, deverá abarcar novos registros para atender outro Acordo
Internacional. Em 2015, ele já incorporou uma obrigação acessória para atender ao acordo
internacional FATCA (Brasil x USA) ( EFD FINANCEIRA-FATCA).
A novidade vem na esteira da “Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria
Tributária, da OCDE, que acaba de ser ratificada pelo Brasil, através do Decreto 8.842 de 29 de agosto de
2016. Nesta Convenção, o Brasil se compromete a aderir ao AEIO (Automatic Exchange of
Information) Troca automática de informações em matéria tributária.
Vale destacar um breve histórico da OCDE com a sua atuação no cenário tributário internacional:
Em 2000, a OCDE (Organização para a Cooperação e DesenvolvimentoEconômico) criou o Fórum
Global para Transparência e Troca de Informações Tributárias, com o objetivo de trabalhar contra os
paraísos fiscais.
Em junho de 2005, o CFA Comissão de Assuntos Fiscais (Committe on Fiscal Affairs) da OECD
aprovou um protocolo de modelo do acordo, para ser utilizado pelos países.
Em 2009, O G20 promoveu o Fórum para o fortalecimento de um padrão de informação, e 70 países
reuniram-se para discutir o tema e estabelecer um acordo modelo para o intercâmbio destas informações,
a este padrão deram o nome de TIEA model (Tax Information Exchange Agreements).
Em julho de 2013, a OCDE apresentou o Plano de Ação do BEPS (Base Erosion and Profit Shifting –
BEPS Action Plan) para o combate à erosão fiscal e ao desvio de resultados para jurisdições de
baixa tributação. Este plano que tem no seu cerne revisitar e renovar as regras doTransfer Pricing,
através de 15 ações, onde destaco as relacionadas à economia digital planejamentos tributários
agressivos, transparência, Transfer Pricing, etc.
Então chegamos em junho de 2016, quando o ministro José Serra entregou o instrumento de ratificação do
acordo da “Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Tributária emendada
pelo Protocolo de 1º de junho de 2010, firmada pela República Federativa do Brasil em Cannes, em 3 de
novembro de 2011”. E, finalmente, em 29 de agosto de 2016, foi publicado o Decreto
8.842, promulgando o texto da referida Convenção, com ressalvas, mas, definindo que o Brasil responderá
pelo Acordo a partir de outubro de 2016. Ops! Sim, isso mesmo outubro de 2016.
Além disso, a RFB colocou 2 Consultas públicas, já encerradas, para receber contribuições sobre
a AÇÃO 5 e a AÇÃO 14.
Em relação à AÇÃO 5 (já encerrada), tivemos na consulta pública a seguinte convocação:
AÇÃO 5 – Combater de maneira mais efetiva as práticas de concorrência fiscal lesiva, tomando em conta
a transparência e SUBSTÂNCIA, para definir o conceito de SUBSTÂNCIA:
"Diferentemente da classificação europeia das atividades empresariais em econômicas (compra e venda
de bens e serviços) e não-econômicas (as outras), o conceito de substância econômica é fundamental para
a distinguir entre investimentos produtivos, que geram emprego e renda no país, e investimentos
meramente especulativos, que visam apenas auferir ganhos sem contrapartida socioeconômica. Ao
estabelecer critérios objetivos de recursos humanos e materiais compatíveis com as atividades realizadas,
o conceito de substância econômica permite a extensão de incentivos fiscais a atividades essencialmente
gerenciais, que não representam compra ou venda de bens ou serviços."
"No âmbito do Projeto BEPS (Base Erosion and Profit Shifting), criado pelo G20 em parceria com a
OCDE, com objetivo de prevenir a erosão da base tributável de lucros de garantir que as atividades
econômicas estivessem sendo tributadas onde estivessem gerando valor, o conceito de substância
econômica foi amplamente discutido, especialmente na Ação 5, que trata do combate às práticas
tributárias danosas." Fonte: RFB
Sobre este tema, acho que todos conhecem os casos da AMAZON, APPLE, STARBUCKS e GOOGLE.
Além da AÇÃO 5, a RFB também abriu outra consulta para a AÇÃO 14(já encerrada)
“Em 2015, foram aprovados os relatórios finais das 15 Ações do Projeto BEPS. Esses relatórios
representam um amplo pacote de medidas que variam desde padrões mínimos a revisões de padrões
tributários existentes. Em particular, os padrões mínimos foram acordados pelos países participantes do
projeto para lidar com situações em que a omissão de alguns países cria efeitos negativos a outros,
incluindo impactos adversos na competitividade. Assim, nas medidas que se alcançou um padrão mínimo
por se reconhecer a necessidade de regras tributárias isonômicas entre os países, todos os países do G-20
e os membros da OCDE se comprometeram a uma implementação consistente desses padrões” Fonte:
RFB
Pois bem, e aonde entra o Projeto Sped, nesta história?
Para atender aos padrões de informações das 15 AÇÕES, foram definidos grupos de leiautes, no
padrão .XML(frameworks). E o Brasil agora como signatário da Convenção deverá atender aos detalhes
do acordo Os primeiros intercâmbios em âmbito internacional estão previstos para setembro/2016
(conforme Decreto 8.842/16 - ( com ressalvas)).
Sabemos que a ECF - Escrituração Contábil Digital tem no seu Bloco X, as informações sobre
os Preços de Transferência, cujo tema é bem explorado nas AÇÕES 8 a 10, assim, considerando que a
consulta pública sobre a Ação 14, já foi encerrada, certamente, teremos novidades para adequarmos a
ECF.
Atualmente, temos 3 grupos de arquivo, definidos nos pacotes do BEPS, que podem ser alvo de troca:
CbC (Intercâmbio automático dos relatórios de operações de grupos multinacionais) (“Country-
by-Country reporting – CbC”). – Ação 13 - 2016
CRS - Padrão para intercâmbio automático de informações financeiras para fins
tributários (“Standard for Automatic Exchange of Financial Account Information in Tax
Matters”, também conhecido como “CRS – Common Reporting Standard”), com dados sobre
ativos financeiros e seus rendimentos. O CRS é muito semelhante ao FATCA - 2018
ETR - (“Exchange on Tax Rulings - ETR”). Intercâmbio sobre decisões administrativas que
concedem tratamentos tributários especiais a determinados contribuintes - Ação 5 -
HARMFUL TAX PRACTICES - 2017
Um detalhe importante que estes novos arquivos com previsão de aplicação a partir de jan/2016, não é
para qualquer um, afinal, o tema central é oPreço de Transferência, e nestes casos, foi definido
para Grupos Econômicos com faturamento superior a EUR 750 milhões. E, atualmente, o Brasil tem
acordo de bitributação com 32 países, sendo que já assinaram o acordo da Convenção 101 países. Vc
entendeu bem, GRUPO ECONÔMICOS (vai precisar somar os faturamentos dos diversos negócios das
empresas do Grupo Econômico, e não adianta falar que tem gestão separada, que tem presidência
autônoma, por negócio, que os sistemas não se falam, etc, etc. O grupo econômico pode ter 15 negócios
diferentes, sendo o mesmo controlador vai precisar apresentar as informações solicitadas no padrão
definido pelo BEPS. Está na convenção, mas, ainda não foi normatizado no Brasil
Ah! Por falar em polêmica. Quase me esqueço de comentar a Ação 12, vc conhece este item?
Ação 12 – Desenvolver orientações aos contribuintes para que noticiem seus planejamentos
tributários agressivos. Pois é, lembra-se da MP 685/15, convertida na lei 13.202/15, criando a DIOR (Declaração de
informações de Operações Relevantes) e que havia sido incorporada na ECF nos registros Y700 e
Y710, gerando tanta polêmica a ponto de ser desobrigada para 2016....mas, acredite, o tema voltará.
Provavelmente, após uma consulta pública, para que todos nós possamos sugerir alteração na proposta
original.
Creio que estas novidades tragam um novo patamar aos arquivos do projeto Sped, porque, o que temos
acompanhado ao longo destes 9 anos é a preocupação única com o envio dos arquivos, ainda que em cima
do prazo, sem um cuidado maior com a qualidade destas informações. Talvez, o tão
propalado “Compliance” surja com maior ênfase, em face das repercussões derivadas das informações
enviadas, podendo afetar os negócios das companhias.
Jorge Campos
Fonte: spedbrasil
http://blogdosped.blogspot.com.br/2016/10/sped-beps-um-novo-
cenario...$%7Bblogdosped%7D+($%7BBlog+do+SPED%7D)
As responsabilidades do contador: Um
contrassenso
*Marta Pelucio
No início de agosto houve uma ampla discussão entre os contadores sobre o redirecionamento de
execução fiscal contra um contador. Houve o reconhecimento por maioria da 1ª Seção do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região da responsabilidade solidária do contador, com consequente
redirecionamento de execução fiscal contra ele. A discussão reside em se determinar até que ponto o
contador é responsável pelos atos da empresa, por seus tributos e por sua contabilidade.
Concordo que o contador é responsável pela contabilidade, mas como pode ser responsável por estar ciente
de todas as transações efetuadas pela empresa? Esse risco da profissão contábil é agravada quando se trata
de escritórios de contabilidade. Isso porque o contador está distante fisicamente da empresa e, depende do
recebimento de informações por parte de seu cliente, de que essas informações sejam completas e
verdadeiras.
Porém minha indignação não é com relação à essa discussão isoladamente. Se por um lado o contador tem
responsabilidade ilimitada pelo exercício da sua profissão, por outro lado as prefeituras têm desenquadrado
sistematicamente os escritórios de contabilidade como uniprofissional, alegando se tratarem de sociedades
empresárias e não uniprofissionais. Para piorar a situação, a DSUP - Declaração das Sociedades
Uniprofissionais de 2016 - da Prefeitura de São Paulo vem com uma novidade, se a empresa tiver LTDA
em seu nome será automaticamente desenquadrada.
Vamos entender melhor o assunto, uma sociedade empresária tem seu registro na JUCESP, enquanto a
sociedade simples tem seu registro no cartório. Uma sociedade simples, como o próprio nome indica, tem
simplicidade de estrutura e porte, mas, além disso, tem uma característica especial de atuação pessoal direta
dos sócios em suas atividades. No entanto, existem dois tipos de sociedades simples, a pura e a limitada.
A grande maioria dos escritórios de contabilidade, estão registrados como sociedade LTDA, o que
teoricamente é um contrassenso, uma vez que a responsabilidade dos sócios contadores é ilimitada no que
se refere aos serviços executados.
A grande questão é que a grande maioria dos escritórios de contabilidade serão desenquadrados de
uniprofissional na prefeitura de São Paulo, simplesmente pelo fato de constar LTDA em seu nome.
Então, pelo fato de terem LTDA no nome também estariam isentos da responsabilidade solidária e não
caberia o redirecionamento de execução fiscal?
Concordo que se de fato a responsabilidade dos contadores é ilimitada, não deveriam ter um contrato social
indicando LTDA no nome. Porém, esse é um problema estrutural, pois assim foram instruídos por órgãos
regulamentadores, advogados e por sindicatos. Para mim é um problema estrutural porque é a praxe do
mercado. Para piorar, são esses mesmos escritórios que efetuam o registro de contratos sociais de outros
profissionais, como médicos e engenheiros. E, portanto, também registraram seus clientes como LTDA,
independentemente da responsabilidade ilimitada do exercício de suas profissões. Dessa forma, haverá um
desenquadramento em massa de diversas profissões regulamentadas, simplesmente por uma questão de
forma.
A atenção sempre foi em se diferenciar a sociedade empresarial, com registro na JUCESP, da sociedade
simples no cartório e nunca houve uma devida atenção entre sociedade simples pura e sociedade simples
limitada. O uso de limitada ao invés da sociedade simples visava outras responsabilidades perante terceiros
e não em relação à responsabilidade direta da execução dos serviços regulamentados. Ou seja, já é intrínseco
na sociedade simples mesmo que limitada a responsabilidade direta dos sócios.
Então volto a me perguntar, se o juiz na hora de analisar o redirecionamento de execução fiscal, efetua a
interpretação não olhando se o contrato é de sociedade limitada, porque prevalece a responsabilidade pessoal
e direta em conformidade com o Código Tributário Nacional, porque a mesma interpretação não é dada pelo
Fisco Municipal na cobrança do ISS?
Muito conveniente e pouco justo não acham?
*Marta Pelucio é diretora executiva de Normas Internacionais de Contabilidade da ANEFAC
Calendário fiscal sobrecarrega contadores e
empresários
Os escritórios de contabilidade enfrentam uma rotina intensa para cumprir prazos de entrega de
declarações ao fisco.
Embora a Receita Federal tenha prometido extinguir algumas obrigações acessórias depois do advento do
Sistema Público de Escrituração Fiscal (Sped), as empresas contábeis permanecem sobrecarregadas com a
burocracia.
No calendário reservado ao fisco, são poucos os dias sem uma declaração a ser enviada pelos
departamentos fiscal, contábil ou de pessoal.
Uma das reclamações recorrentes diz respeito ao grau de detalhamento e complexidade das novas
exigências, que migraram do papel para os meios eletrônicos.
É o caso, por exemplo, do Bloco K, um dos módulos do Sped que pede informações minuciosas da
indústria sobre os estoques e deve ser entregue a partir de janeiro do próximo ano, depois de vários
adiamentos e reclamações de contribuintes incluídos na lista de obrigatoriedade.
A pedido do Diário do Comércio, a King Contabilidade fez um levantamento dos prazos de entrega das
principais obrigações acessórias exigidas pelo fisco ao longo do ano.
Em muitos casos, as exigências mensais coincidem com as datas de entrega de obrigações anuais, gerando
uma avalanche de pedidos de adiamentos de entidades ligadas ao setor.
No final deste mês, por exemplo, vence o prazo de entrega da DOI (Declaração sobre Operações
Imobiliárias).
Na opinião da consultora tributária da King, Elvira de Carvalho, atualmente, a EFD-ICMS/IPI e a EFD-
Contribuições têm demandado o maior tempo dos escritórios de contabilidade.
“Em São Paulo, o prazo de entrega destas declarações vence no dia 20 de cada mês, próximo ao período
de entrega da GIA-ICMS, uma exigência do governo estadual, cuja transmissão aos sistemas do fisco é
feita entre os dias 16 e 20”, explica a consultora.
Pelo levantamento, há uma concentração de vencimentos entre os dias 12 e 20 de cada mês. Até o décimo
quinto dia útil, por exemplo, é preciso entregar a DCTF, exigida das empresas do lucro real e presumido.
Em paralelo, as atenções estão voltadas para a GIA e o bloco P, exigido das empresas enquadradas na
desoneração da Folha de Salários, cujas entregas são feitas no dia 20.
Ainda neste dia, os profissionais da contabilidade precisam estar preparados para a apuração da DAS
(Documento de Arrecadação Simplificada), das empresas do Simples Nacional.
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS: CARGA PESADA
De acordo com o diretor da Orcose Contabilidade, Julio Linuesa Perez, a redução do número de
obrigações acessórias ocorre gradualmente desde que o Sped foi acionado, mas ainda está longe do ideal.
O que mais impacta o trabalho dos escritórios atualmente é a quantidade de informações exigidas e o grau
de complexidade, que aumentam de forma acentuada.
“O fisco tem exigido, cada vez mais, dados detalhados das operações. Antes da entrada do Sped, as
informações fiscais eram prestadas com base no valor total da operação. Agora, são exigidas informações
detalhadas, por item de produtos e mercadorias”, explica o contador.
A partir de janeiro de 2018, é possível que sejam revogadas algumas obrigações acessórias preparadas
pelo departamento pessoal.
Isso porque está previsto para entrar em operação, depois de mais de dez prorrogações, o eSocial, (Sistema
de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que vai unificar
todas as informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias relativas aos trabalhadores.
Para o contador, além da complexidade dos dados exigidos pelo fisco e dos prazos apertados, outro
empecilho é a repetição de informações enviadas.
No Estado de São Paulo, por exemplo, diversas informações prestadas na GIA (Guia de Informação e
Apuração do ICMS) são exigidas também na EFD – ICMS/IPI (Escrituração Fiscal Digital do ICMS e do
IPI).
“O profissional da contabilidade tem cada vez mais atuado como agente intermediário do governo, pois
cabe a ele coletar as informações das operações realizadas pelos seus clientes, convertê-las em arquivos
digitais de acordo com os layouts definidos pelo fisco e repassar às administrações tributárias, o que
compromete os trabalhos de consultoria contábil que tais profissionais poderiam prestar às empresas na
gestão de seus negócios”, afirma.
Para o contador, mesmo com a utilização de sistemas integrados, a excessiva quantidade de obrigações
acessórias, somada ao emaranhado de normas tributárias, tem onerado os custos das empresas contábeis.
Sescon Blunemau
Heranças e doações na mira do Leão
Ramiro Iribarrem
Passado o primeiro turno das eleições, o Congresso Nacional volta a ter quórum para votar as medidas do
ajuste fiscal. O carro-chefe do pacote, a PEC 241/2016, que estabelece um teto para os gastos públicos,
deve avançar para o plenário nesta semana. Já enquanto as reformas trabalhista e previdenciária perdem
espaço na agenda deste ano, outras, menos ruidosas, mas com previsão de considerável impacto tributário,
ganham força.
É o caso da PEC 96/2015. Se aprovada, a proposta permitirá à União cobrar imposto adicional sobre
grandes heranças e doações. Depois do aumento das alíquotas do Imposto sobre Doações ou Transmissões
Causa Mortis (ITCD), essa é outra notícia que deixa o empresariado em alerta. A grande questão, para
quem pensa na continuidade do negócio, é como preservar o capital sem ter um grande prejuízo.
As transmissões de bens estão também na mira do Leão. Um projeto de lei que tramita no Congresso
prevê a tributação de heranças superiores a R$ 5 milhões e de doações acima de R$ 1 milhão. As
alíquotas, de 15%, 20% e 25%, conforme o valor, incidiriam sobre o Imposto de Renda Pessoa Física,
hoje sem taxações nesse tipo de transmissão.
Uma alternativa para minimizar perdas é antecipar o planejamento sucessório. É uma operação simples
quando realizada de forma organizada. Ao reestruturar a sociedade ainda em vida, por meio de holdings, o
proprietário também estimula uma visão de governança entre os herdeiros e minimiza os conflitos
familiares. Quem já encarou um inventário sabe como o processo pode ser desgastante.
Com maioria na Câmara e no Senado e a missão de retomar o crescimento, o governo Michel Temer
(PMDB) deverá aprovar essas medidas. Difícil prever se essas pautas irão à votação antes do final do ano,
mas já podemos contar com uma tributação mais pesada para heranças e doações no Brasil.
Advogado
Mudanças do Supersimples entrarão em vigor em 2018
Novas regras aumentam os limites de faturamento para se enquadrar no sistema
simplificado
FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
As tão esperadas mudanças no Simples Nacional, agora chamado de Supersimples, foram finalmente
enviadas para sanção presidencial. A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 4 de outubro, o Projeto de
Lei Complementar (PLP) nº 25/2007 - Crescer sem Medo, que aumenta os limites de faturamento para o
enquadramento no regime simplificado, dentre outras disposições. Com isso, o teto do programa de
pagamento simplificado de tributos passará a ser de R$ 4,8 milhões.
A versão aprovada foi a mesma que já havia passado pelo Senado Federal e agora vai para sanção do
presidente Michel Temer. Contudo, a previsão é de que a mudança entre em vigor a partir de 2018.
Segundo o texto, poderão aderir ao Simples Nacional as empresas de pequeno porte com receitas brutas de
até R$ 4,8 milhões ao ano, desde que não haja outros impeditivos. Atualmente, o teto para participação
dessas empresas no programa é de R$ 3,6 milhões anuais.
No caso das microempresas, a proposta eleva de R$ 360 mil para R$ 900 mil o teto da receita bruta anual
dos empreendimentos desta modalidade que quiserem aderir ao programa. O texto também amplia de 60
para 120 meses o prazo para micro e pequenos empresários quitarem suas dívidas.
A receita bruta anual para que os Microempreendedores Individuais (MEIs) continuem enquadrados no
regime também foi alterado. O limite passará a ser de R$ 81 mil, e não mais de R$ 60 mil ao ano.
Atualmente, o Brasil tem mais de 6 milhões de microempreendedores individuais, sendo que em 2009 a
Lei Complementar nº 128, que criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal
pudesse se tornar um MEI legalizado, entrou em vigor.
Além disso, o projeto regulamenta a figura do investidor-anjo, pessoa que financia com recursos próprios
empreendimentos em estágio inicial, e inclui mais setores, como a vitivinicultura e microcervejaria. "Além
de ampliar possibilidades de financiamento para nosso público-alvo, micro e pequenas empresas, através
da criação da Empresa Simples de Crédito (ESC), importantes nichos de produção serão favorecidos e
reconhecidos com este projeto votado ontem, por unanimidade, pelos deputados federais no que tange aos
polos vinícolas e cervejeiros", destaca o diretor-superintendente do Sebrae-RS, Derly Fialho.
A possibilidade de parcelamento da dívida de empresas do Simples Nacional assim que a lei for
sancionada é outro ponto importante do PLP 25. O gerente de Políticas Públicas do Sebrae-RS,
Alessandro Machado, lembra que recentemente a Receita Federal desenquadrou uma série de empresas
que estavam no regime simplificado em razão das dívidas. "A gente sabe a situação em que vive o País.
Quando uma lei abre a possibilidade de parcelamento, há um ganho; e as pequenas empresas ganham
fôlego para se recuperar", diz Machado, salientando que esse é um ponto em que os contadores podem
auxiliar, por conhecerem, melhor do que ninguém, a saúde financeira das empresas.
Segundo o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, apesar de não recuperar
as perdas inflacionárias, a proposta se mostra viável. "Minha opinião sobre o assunto é que, na forma que
o projeto de lei fora encaminhado anteriormente ao Senado, era muito impactante aumentando o limite
para até R$ 14,4 milhões, isso dificilmente passaria. Lembro que essa medida ensejaria (seja qualquer o
valor de aumento) em renúncia fiscal para todas esferas do governo."
"Ponto importante é que não acredito que apenas uma correção do limite do Simples Nacional seja uma
saída para justiça fiscal no País, mas temos que ser realistas, que não dá para se fazer muito em um
momento de crise econômica, com contas desajustadas e com os problemas políticos que enfrentamos",
diz Domingos. Para ele, o País precisa de uma enorme e profunda reforma tributária, passando pela
redução da participação da arrecadação da União, transferindo as receitas para os estados.
Câmara impede retirada de 30 mil corretoras de
seguros do sistema
Mais de 30 mil corretoras de seguros e escritórios de Direito foram preservadas da perda de benefícios
tributários previstos no Supersimples. A Câmara dos Deputados alterou substitutivo do Senado ao Projeto
de Lei Complementar 25/2007, que trata das regras do Simples Nacional. Os deputados excluíram os dois
segmentos do chamado Fator 28.
O parecer, aprovado pela Câmara, impediu que essas atividades fossem transferidas da tabela III do
Supersimples (com alíquota de 4,5%) para a tabela V (15,5%). A ação, orientada pelo presidente da
Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergilio, e pelo deputado federal
Lucas Vergilio (GO), permite a sobrevivência destes empreendimentos frente à forte carga de impostos
fora do regime diferenciado, preservando um número considerável de empregos na economia e
oportunidades de geração de renda.
Atualmente, cerca de 70% das corretoras de seguros estão enquadradas na alíquota mais baixa. Segundo
Vergilio, foi uma conquista tão importante quanto a inclusão das corretoras de seguros no Supersimples,
em 2014. "Estão a salvo da falência milhares de novas corretoras de seguros abertas em 2015, quando o
número de registros de empresas desse segmento cresceu 60% em comparação com o ano anterior",
afirma o presidente da Fenacor.
Renegociação de dívidas é um dos destaques
Afif diz que Sebrae fará mutirão nacional para orientar as empresas
MARCELO G. RIBEIRO/JC
As novas regras do Supersimples permitirão que pequenas e microempresas que acumulam dívidas
tributárias ou financeiras possam renegociá-las com prazo de até 10 anos. Dessa forma, não serão retiradas
do regime especial de tributação.
Segundo o presidente nacional do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a Receita Federal chegou a apontar
a necessidade de excluir 700 mil empresas do Supersimples, por conta de dívidas com o Fisco.
Pelo novo texto, o refinanciamento mantém as empresas no regime. Essa regra passa a valer a partir de
janeiro de 2017, diferentemente daquela que ampliou os limites de enquadramento no regime e que passa
a valer só a partir de janeiro de 2018. "É uma pena que nem todas as medidas tenham início imediato",
disse Afif, que comemorou a aprovação do projeto pela Câmara.
Segundo Afif, houve resistência da Receita para que o enquadramento de mais empresas no Supersimples
ficasse para 2018, devido ao impacto na arrecadação no próximo ano. Afif disse que o Sebrae vai fazer um
mutirão nacional para orientar as milhares de empresas que estão endividadas e que têm interesse em
renegociar o débito. "O Sebrae vai mostrar o caminho. Esse refinanciamento vai beneficiar muita gente",
disse Afif.
Outra mudança que terá efeito em janeiro permite que "startups" recebam recursos dos chamados
"investidores anjos", empresas que capitalizam pequenos negócios, principalmente em áreas ligadas à
inovação tecnológica.
Os deputados chegaram a abrir votação para os destaques do projeto do Supersimples e para apreciar
trechos da proposta em que houve discordância em relação ao substitutivo enviado pelo Senado. Porém,
parte das propostas foi considerada prejudicada, e as demais foram retiradas pelas bancadas.
Demora pode levar empresas a fechar
Pietrobon defende que alterações sejam aplicadas rapidamente FENACON/DIVULGAÇÃO/JC
A revisão da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já representa um grande avanço para a geração de
emprego e distribuição de renda. No entanto, de acordo com a Federação Nacional das Empresas de
Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), o
adiamento da entrada em vigor apenas para 2018 é motivo de preocupação, já que pode prejudicar o
desenvolvimento de muitas empresas.
Para a entidade, a proposta que dobra o prazo para parcelamento de débitos tributários de 60 para até 120
meses não vai atender à necessidade das micro e pequenas empresas. Isso só se resolveria com a abertura
de um novo Refis, com desconto de multas e juros.
Na opinião do diretor político e parlamentar da Fenacon, Valdir Pietrobon, as mudanças vão contribuir
para a geração de emprego e distribuição de renda, mas precisam ser aplicadas rapidamente. "O projeto é
muito bom e pode garantir certo alívio aos empreendimentos que atravessam um momento de sufoco,
resultado do baixo crescimento econômico do Brasil. No entanto, com a demora na entrada em vigor das
novas regras, muitas empresas correm o risco de fechar suas portas, pois não têm fôlego para aguardar
essa data tão distante", alertou Pietrobon.
Segundo o diretor da Fenacon, os valores que estão sendo atualizados agora estarão defasados até 2018 e
não cobrirão, sequer, a inflação. Por isso, considerando as projeções, em 2018, o teto ideal do Simples
Nacional seria de R$ 5,4 milhões, R$ 600 mil a mais que os R$ 4,8 milhões previstos no texto. "No geral,
conseguimos avanços interessantes. Poderia ser melhor, mas na situação econômica em que o País se
encontra hoje, acreditamos que os avanços estão dentro da expectativa. A data é que causa preocupação.
Precisamos incentivar o crescimento agora", destaca o presidente da Fenacon, Mario Berti.
No início de julho, a federação solicitou ao deputado federal Jorginho Mello, presidente da Frente
Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, revisão e alteração de alguns pontos do projeto, como,
por exemplo, alteração da data de entrada em vigor - em 1 de janeiro de 2018 para 1 de janeiro de 2017 -;
inclusão de desconto de juros e multas quando da opção de Refis; fixação do valor do MEI em R$ 6 mil
mensais, dentre outros. Os pedidos não foram acatados.
Projeto prevê inclusão da cachaça no regime tributário
Setor aguarda pela redução da carga tributária incidente sobre a bebida ANTONIO PAZ/JC
O mercado da cachaça recebeu com otimismo a notícia de que o projeto coloca a bebida no regime do
Simples Nacional. Com a entrada da bebida no Simples Nacional, a carga tributária de impostos vai baixar
consideravelmente e, com isso, haverá um repasse positivo para os consumidores finais. Assim, a previsão
é que, em meados de 2018 e 2019, o valor da bebida artesanal vá diminuir. Com isso, o mercado
aumentará o potencial de consumo.
Os produtores e o governo federal também serão diretamente beneficiados. "Além de os consumidores
terem a possibilidade de melhores experiências sensoriais com a Cachaça, já que poderão comprar mais
rótulos, o setor poderá gerar mais empregos e realizar investimentos com a baixa na carga tributária, e o
País ganhará com o aumento da quantidade de produtores legalizados", comenta o CEO da Middas
Cachaça, Leandro Dias.
Para Martin Braunholz, da Microdestilaria Hof, com a aprovação da cachaça ao Simples Nacional, os
produtores, assim como ele, terão uma baixa significativa dos impostos, e isso refletirá de maneira muito
positiva. "Assim poderemos aprimorar a nossa produção e alavancar as vendas. O produto ficará mais
acessível", diz Braunholz.
Para se ter uma ideia da expressividade do mercado da Cachaça, o Brasil atingiu em um único ano um
faturamento de quase R$ 6 bilhões, quando foram produzidos mais de 500 milhões de litros da bebida. O
País já contabiliza mais de 40 mil produtores alocados, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba, sendo, 99%, do total, micro empresas. Apesar de
exportar apenas 1% da produção, mais de 60 países já consomem o "ouro líquido brasileiro".
Para o vice-presidente da Confraria Paulista da Cachaça, Guiba Monteiro, essa primeira conquista com a
aprovação do projeto na Câmara dos Deputados é resultado de anos de luta, pleiteando essa mudança. "É
um avanço muito importante. Conquistamos essa votação de forma unânime. Caso o presidente dê o
parecer favorável, teremos mais competitividade, e muitos alambiques clandestinos poderão se
regularizar", comemora Monteiro.
A grandiosidade do mercado cachaceiro não se restringe somente ao Brasil. A cachaça tem apresentado
crescimento no mercado internacional, sendo o terceiro maior destilado do mundo. A bebida também
ocupa posição de destaque no mercado nacional, no qual o volume corresponde a 50% no segmento de
destilados. Além disso, é o segundo maior mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, atrás apenas da
cerveja.
Até os produtores que não serão diretamente beneficiados avaliaram a medida como benéfica no que tange
a expansão da bebida no país e em outras localidades. "A medida beneficiará as microdestilarias. Vale
ressaltar que o mercado de cachaça artesanal passará a ter produtos ainda mais diferenciados e com preços
competitivos para o consumidor final. De um modo geral, esta é uma medida que vem para aprimorar a
fabricação e comercialização de um produto nacional, contribuindo para sua visibilidade, o que é muito
bem-vindo, já que movimentará a procura da cachaça pelos consumidores", afirma Ednilson Machado,
gestor comercial e de marketing da Seleta.
Simples Nacional – empresários em débito
procuram informações sobre o novo
parcelamento
By Priscila Garcia | 11/10/2016 |
Empresário corre contra o tempo para evitar a exclusão do regime a partir
de 2017
Empresa optante pelo Simples Nacional (LC nº 123/2006) em débito, que recebeu dia 26 de setembro
deste ano Ato Declaratório de Exclusão do Simples – ADE, aguarda ansiosamente regulamentação do
novo prazo para parcelamento das dívidas, recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados
De acordo com o Ato Declaratório de Exclusão do Simples emitido pela Receita Federal em 26 de
setembro deste ano, a empresa optante pelo Simples Nacional em débito deve regularizar as dívidas no
prazo de 30 dias contados do recebimento do ADE.
Mas diante da crise que assola o pais e atinge principalmente as Micro e Pequenas Empresas, muitos
empresários relatam que de acordo com as regras atuais (60 meses) e a atual situação da economia não
terão condições de no prazo concedido pela Receita regularizar os débitos, e temem a exclusão do regime.
É grande o número de empresários que procuram orientação sobre o novo prazo para parcelar as dívidas,
recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados.
O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos em Defesa do micro e pequeno empresário tem
demonstrado total interesse em “trazer socorro” para as empresas optantes pelo Simples Nacional em
débito.
No final deste mês de outubro, vence o prazo para a empresa optante pelo Simples Nacional regularizar os
débitos, sob pena de ser excluída do regime a partir de 2017. Mas há uma corrida contra o tempo para
publicação da Lei Complementar, que altera de 60 para 120 meses o prazo para parcelar as dívidas.
Para evitar que muitas empresas sejam excluídas do Simples Afif presidente do Sebrae está trabalhando
para sair ainda este ano a regulamentação do novo prazo para parcelamento dos débitos.
Por enquanto os empresários devem aguardar, até porque o prazo para regularizar os débitos vence na 4º
semana deste mês.
Empresários em débito devem procurar o seu contador para obter mais informações.
Neste momento é necessário manter a calma, mas o empresário deve buscar informação o quanto antes
para tomada de decisão.
A demanda por informações sobre como regularizar os débitos está movimentando empresas contábeis.
Isto tem se repetido no final de cada ano, mas neste em razão da crise econômica, o volume de empresas
com dívidas aumentou consideravelmente.
Fonte: Siga O Fisco
Revista Fato Gerador destaca simplificação
tributária
Institucional
Em sua 11ª edição, publicação passa a ser bilíngue
publicado: 07/10/2016 16h39 última modificação: 07/10/2016 16h39
Os benefícios da simplificação tributária são o tema principal da 11ª edição da revista Fato Gerador, que já
está disponível na Intranet e na página da Receita Federal na Internet. Iniciativas como o Portal Siscomex,
o e-Social e os investimentos em tecnologia para dispositivos móveis facilitam a vida dos cidadãos e
garantem mais agilidade e competitividade para as empresas brasileiras.
Com periodicidade semestral, a Fato Gerador traz as principais realizações da Receita Federal no período.
Esta edição destaca a simplificação tributária e facilitação de procedimentos para cidadãos e empresas,
que ajudam na melhoria no ambiente de negócios e da competitividade. A publicação traz também o
trabalho realizado pela Receita Federal durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a atuação do órgão no
âmbito da Operação Lava-Jato e as diversas operações de combate ao contrabando, descaminho e
sonegação realizadas no 1º semestre de 2016.
Tradução para o Inglês
Uma novidade nesta edição da revista Fato Gerador em relação às anteriores é a inclusão de resumos das
notícias em inglês. Ao adotar o formato bilíngue, a Receita Federal busca ampliar o alcance do
informativo e atingir novos públicos, bem como facilitar a troca de informações e disseminação de boas
práticas com outras administrações tributárias.
A tradução dos artigos, bem como toda a redação, diagramação e revisão da revista, foi realizada por
servidores da Assessoria de Comunicação Social (Ascom). Em tempos de restrição orçamentária, esse é
um diferencial importante do informativo. “Felizmente contamos na Casa com servidores com os mais
diversos talentos. Assim, somos capazes de produzir uma revista que não deve nada em qualidade a
publicações similares de outros órgãos, sem que precisemos recorrer a contratações externas”, destaca o
chefe da Ascom, Pedro Mansur.
Para acessar o informativo Fato Gerador, clique aqui.
Ressarcimento de Créditos do PIS/COFINS e IPI
Exige Negativa de Débitos Federais
11 de outubro de 2016
A Portaria MF 392/2016 incluiu o § 4º ao art. 2º da Portaria MF nº 348/2014 , que dispõe sobre o
procedimento especial para ressarcimento de créditos de contribuição para o PIS-Pasep/ Cofins de que trata
o art. 31 da Lei nº 12.865/2013.
Segundo a norma alterada, a Receita Federal do Brasil (RFB) deverá, no prazo de até 60 dias contados da
data do pedido de ressarcimento dos créditos mencionados, efetuar o pagamento de 70% do valor
pleiteado por pessoa jurídica, desde que atenda, cumulativamente, condições estabelecidas.
A partir de 06.10.2016, se considera cumprida a exigência da regularidade fiscal com a Certidão Negativa
de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND) ou Certidão
Positiva com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da
União (CPEND), emitida em até 60 dias antes da data do pagamento.
Já a Portaria MF 393/2016 altera a Portaria MF 348/2010, que trata sobre procedimento especial de
ressarcimento de créditos de Contribuição para o PIS/PASEP, de Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas situações que
especifica, também exigindo a respectiva Certidão Negativa de Débitos para o ressarcimento dos tributos
citados.
Fonte: Guia Tributário
Guia da Receita tira dúvidas sobre bens trazidos
em viagens
A Receita Federal disponibiliza, em sua página na Internet, um guia rápido para mostrar o que pode ser
trazido para o país, o que deve ser declarado e o que é proibido. Trata-se do Guia do Viajante, que lista o
que não precisa e o que deve ser declarado, além de limites quantitativos, situações sujeitas a sanções
administrativas e penais, bem como um passo a passo de como proceder para declarar bens e valores na e-
DBV. É possível acessar o guia também nas versões em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão.
É necessário que o cidadão fique atento às regras de bagagem e conheça os limites de isenção previstos
pela legislação para evitar imprevistos.
Itens livres de impostos – Alguns bens, desde que respeitadas certas condições de uso, quantidades e
limites de valor, ficam isentos da tributação. São eles:
– Livros, folhetos e periódicos;
– Bens de uso ou consumo pessoal compatíveis com as circunstâncias da viagem ou com a atividade
profissional executada, como itens de vestuário e produtos de higiene e beleza;
– Isenções vinculadas à qualidade do viajante: mudança para o Brasil, integrantes de missões
diplomáticas, tripulantes, militares e civis em função oficial no exterior;
– Outros bens, observando-se os limites quantitativos, além da cota de U$ 500,00 por via aérea e marítima
e de U$300,00 por via terrestre, fluvial ou lacustre.
Obs: A cota de isenção é válida para todos os viajantes e apenas será concedida a cada intervalo de um
mês.
Cota de isenção de bagagem acompanhada – Os bens que não se enquadrem como de uso ou consumo
pessoal, conforme as condições acima, apenas serão isentos caso estejam dentro do conceito de bagagem e
até o limite da cota específica da via de transporte:
– 500 dólares ou o equivalente em outra moeda, para quem ingressa por via aérea ou marítima;
– 300 dólares ou o equivalente em outra moeda, para quem ingressa por via terrestre, fluvial ou lacustre.
A cota de isenção será formada pelos bens sujeitos ao pagamento do imposto, desde que estejam dentro do
conceito de bagagem acompanhada.
– As isenções de impostos sobre a importação da bagagem de viajantes são individuais e intransferíveis,
ou seja, não se pode somar as cotas para se beneficiar da isenção, ainda que entre familiares.
– Bebida alcoólica, produtos de tabacaria ou outros produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou química não poderão integrar a bagagem de crianças ou adolescentes, mesmo
quando acompanhados de seus representantes legais.
Limites de quantidade para os bens comprados durante a viagem ao exterior – A Receita exige que as
quantidades de um mesmo tipo de produto sejam pequenas, para que não haja a suspeita de que os
produtos possam ter sido trazidos com a finalidade de serem revendidos no Brasil. Conheça esses limites:
– 12 litros para bebidas alcoólicas;
– 10 maços de cigarro com 20 unidades cada;
– 25 charutos ou cigarrilhas;
– 250 gramas de fumo;
– 20 unidades, desde que não haja mais de dez unidades idênticas, de outros tipos de bens, de valor
unitário inferior a 10 dólares (5 dólares para via terrestre, fluvial ou lacustre).
– 20 unidades, desde que não haja mais do que três unidades idênticas, de outros tipos de bens de valor
unitário superior a 10 dólares (5 dólares para via terrestre, fluvial ou lacustre).
Receita Federal
STF julgará se município pode basear ISS no
preço do serviço de advogados
14 de outubro de 2016
Por Felipe Luchete
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral de recurso que questiona se municípios podem
fixar critérios para sociedades advocatícias no regime de tributação fixa anual do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISSQN). A seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil afirma que duas
normas de Porto Alegre adotam como base de cálculo o preço do serviço, enquanto o Decreto-Lei 406/68 e
a Lei Complementar 116/2003 estipulam valor fixo.
Em julgamento no Plenário Virtual, no início de outubro, a maioria dos ministros concluiu que cabe à corte
julgar a competência tributária para esse tipo de medida, já que o decreto-lei citado foi recepcionado pela
Constituição Federal de 1988, com status de lei complementar nacional. Foi seguido o voto do relator,
ministro Edson Fachin, enquanto o ministro Luís Roberto Barroso ficou vencido.
O caso teve início quando a OAB-RS tentou impedir, por meio de Mandado de Segurança coletivo, que a
autoridade fiscal obrigasse bancas de advocacia de recolher ISSQN de forma diferente às normas federais.
A entidade afirma que a Lei Complementar municipal 7/1973 e o Decreto Municipal 15416/2006 inovaram
na ordem legislativa.
O pedido foi aceito pelo juízo de primeiro grau, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região não viu “justo
receio a legitimar a concessão de Mandado de Segurança preventivo”. De acordo com o acórdão, a seccional
da OAB só poderia provocar o Judiciário se o fisco de Porto Alegre efetivamente usasse bases distintas para
cobrar tributo de alguma sociedade advocatícia.
Quando a questão foi levada ao Supremo, o Conselho Federal da Ordem afirmou que esse tipo de regra
municipal é comum pelo país, demonstrando seu “potencial efeito multiplicador”. Assim, a entidade
defendeu que a corte deveria formar precedente para influenciar futuras decisões sobre o tema.
Já a Procuradoria-Geral da República afirmou, em parecer, que as normas questionadas nunca alteraram a
base de cálculo do imposto. Embora o serviço de advogados esteja citado expressamente, a PGR entende
que os dispositivos apenas deixaram claro o conceito de sociedades profissionais para os fins descritos. O
mérito do recurso será resolvido em sessão presencial do Plenário. A data, no entanto, ainda não foi definida.
Fonte: ConJur
Contrato de intercâmbio serviu para mascarar
relação de emprego de brasileiro na Irlanda
Publicado por Geovani Santos
A Terceira Turma do Tribunal do Superior do Trabalho manteve decisão que reconheceu o vínculo de
emprego de um brasileiro como gerente de uma residência de estudantes de intercâmbio na Irlanda.
Embora ele tenha feito um contrato com a Casil Viagens e Turismo Ltda. Para aprender inglês no exterior,
para o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) isso teria como intuito "apenas o mascaramento
do vínculo de emprego, em evidente fraude trabalhista".
O autor do processo declarou que foi contrato em outubro de 2013 para gerenciar uma casa mantida pela
Casil em Dublin para abrigar estudantes de intercâmbio. Alegou ainda que, como condição para assumir o
cargo, teve que pagar as despesas de viagem, incluindo passagens aéreas, e um curso de inglês, valores
que seriam ressarcidos depois pela empresa.
O Tribunal Regional, como anteriormente havia decidido a 1ª Vara do Trabalho de Gramado (RS),
reconheceu o vínculo de emprego, com o direito ao salário de € 500 (não há prova de seu pagamento pela
Casil) e verbas rescisórias, além das despesas com a viagem e com o curso no exterior. O TRT não aceitou
a tese da empresa de que o brasileiro teria somente contratado uma viagem de intercâmbio na Irlanda, com
aprendizado de inglês e estágio não remunerado, e, portanto, que a relação seria apenas de consumo, e não
de emprego.
O TRT destacou provas testemunhais e documentos, incluindo e-mails e recibos de pagamento, que
provariam que o brasileiro foi efetivamente contratado para substituir o gerente anterior. De acordo com
uma testemunha, ele era o responsável pela administração em geral da residência, realizando tarefas como
traslado dos estudantes, limpeza e preparo do café da manhã, pois não havia outros empregados no local.
Outro ponto ressaltado foi que, embora o curso de inglês contratado por ele tenha sido de apenas quatro
semanas, houve a aquisição de um seguro com validade de outubro de 2013 a maio de 2014, época do seu
desligamento. As passagens aéreas de ida e de volta abrangeram o mesmo período.
TST
Por unanimidade, a Terceira Turma do TST não conheceu recurso de revista da empresa. De acordo com o
ministro Mauricio Godinho Delgado, relator do processo, como o TRT decidiu pela existência de relação
de emprego com base em elementos factuais e jurídicos, "não pode o TST, em sede de recurso de revista,
revolver o conjunto fático-probatório para conferir-lhe enquadramento jurídico diverso (Súmula 126)".
(Augusto Fontenele/CF)
Processo: RR-687-67.2014.5.04.0351
Substituição Tributária: você sabe o que é e quais
são as suas obrigações?
Assunto polêmico, a Substituição Tributária está prevista na Constituição Federal,
por meio do art. 150, § 7º.
Fonte: BlogskillLink: http://blogskill.com.br/substituicao-tributaria-voce-sabe-o-que-e-e-quais-sao-as-suas-obrigacoes-icms-
st-ipi-produtos-mercadorias-estados-sonegacao-evasao-fiscal-mercadorias-contribuinte-substituto-substituido/#.V_zY6uArLDc
Neste trecho, a constituição determina que a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a
condição de responsável pelo pagamento de imposto.
Diante disso, você sabe ao certo o que é o regime de Substituição Tributária e quais são as obrigações de
cada tipo de contribuinte nesse modelo? Confira a seguir:
O que é?
Ao ser criado, a Substituição Tributária (ou ST) tinha como principal objetivo evitar que houvesse
umatributação dupla e a evasão fiscal durante a produção de bens e a apresentação de serviços no Brasil.
Logo, pode-se dizer que se trata de uma tributação “móvel”, que pode ser aplicada a terceiros, mesmo
que este não tenha participado do fato gerador, possuindo vinculação indireta com aquele que dá causa ao
fato gerador.
Por meio dela, o substituto tributário fica encarregado de pagar o tributo devido pela operação realizada
pelo contribuinte substituído, simultaneamente à ocorrência do fato gerador. Isso faz com que os cofres
públicos recebam uma arrecadação antecipada.
A ST pode ser usada para diversos impostos, como o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados), mas é
utilizado especialmente para orecolhimento do ICMS.
O ICMS/ST, por sua vez, surgiu como uma ferramenta de controle na relação entre as transações
comerciais de fabricantes que trabalham com diversos distribuidores e revendedores. Frequentemente,
esses fabricantes arrumavam formas de burlar o pagamento de tributos. Entretanto, com o regime, tornou-
se mais difícil sonegar esse imposto.
No caso de operações internas, cada estado fica responsável pela incidência da ST, de acordo com o
produto ou serviço. Já para operações entre estados, a ST dependerá de convênios, protocolos ou acordos
específicos.
Contribuinte Substituto e Contribuinte Substituído
O contribuinte substituto é aquele eleito para reter e/ou recolher o imposto incidente nas operações
seguintes. Ele também fica encarregado de recolher o ICMS das próprias operações e que inclua
obrigações acessórias. Posteriormente, essa alíquota da ST é somada ao valor dos produtos cobrados ao
cliente.
Assim, quando a mercadoria sai do estabelecimento responsável pela retenção, deverá ser emitido
documento fiscal. Já quando a mercadoria sair do estabelecimento comprador, o contribuinte passa para a
condição de substituído, devendo emitir nota fiscal sem destaque do imposto.
Por sua vez, o contribuinte substituído é aquele que, nas operações ou prestações antecedentes ou
simultâneas é beneficiado pelo diferimento do imposto, e nas operações ou prestações consecutivas sofre
retenção.
Ou seja, esse contribuinte recebe a mercadoria já com o ICMS retido na fonte, por substituição tributária,
pelo substituto. Com isso, ele está livre de pagar esse tributo pela comercialização das mercadorias
recebidas.
Pontos de atenção
Apesar disso, o contribuinte substituído deve ter atenção ao receber a mercadoria. Em primeiro lugar,
ele deve emitir a nota fiscal sem destaque do valor do imposto devido, que deverá indicar no campo
“Informações Complementares: Imposto recolhido por ST nos termos do (indicar o dispositivo) RICMS”.
No caso de transações entre contribuintes, a nota fiscal deverá conter:
– o valor utilizado de base para cálculo do ICMS devido a título de ST;
– a soma do valor do imposto devido a título de ST e do imposto devido em relação à substituição
tributária, além do imposto devido pela operação realizada pelo sujeito passivo por substituição ou, no
caso do remetente, quando a reponsabilidade for atribuída ao destinatário da mercadoria;
– o valor do reembolso da ST, caso haja. Essa informação, inclusive, é fundamental para realizar o
procedimento de restituição, além da apuração do IPM dos municípios.