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Boletim 09/12/2019

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Boletim

09/12/2019

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Boletim CONT-TRIB em 09.dez.2019

"O sucesso é a soma de pequenos esforços - repetidos dia

sim, e no outro dia também."

Robert Collier

Imposto de Renda 2020: Quem deve declarar?

04 dez 2019 Priscila Bida Geral ,

Trabalhadores devem enviar a declaração do Imposto de Renda de 2020 à Receita Federal entre os

meses de março e abril.

O Imposto de Renda 2020 já preocupa grande parte da população. Afinal, com a chegada do novo ano, também chegam

responsabilidades como o envio da declaração do IR à Receita Federal. Ela ocorre anualmente entre os meses de março e

abril.

No documento, devem ser descritos todos os gastos, ganhos ou rendimentos que o cidadão obteve durante o ano base.

Os valores arrecadados são repassados à Receita Federal, que direciona para o Governo Federal.

Quem deve declarar o Imposto de Renda

O Fisco exige a declaração do Imposto de Renda em diversas situações, entre elas:

– Pessoa física e residente no Brasil com rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.123.91 ao longo de 2019;

– Contribuintes que tiveram rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados na fonte superiores a R$ 40.000,00 no

ano passado;

– Qualquer pessoa que tenha tido ganho de capital ou realizou operações na Bolsa de Valores, mercados futuros,

alienação de bens, etc;

– Quem teve prioridades e bens de direitos em 2019 com valores superiores a R$ 300.000,00;

– Qualquer contribuinte que passou à condição de residente no Brasil durante 2019, e permaneceu até o final do ano;

– Quem teve receita brita de atividade rural em 2019 igual ou superior a R$ 140.619,55;

– Quem quer compensar prejuízos da atividade rural com a Receita de anos anteriores.

Alíquotas do IR

As alíquotas do Imposto de Renda são divulgadas através da tabela que é coordenada pela Receita Federal, sendo

atualizada todos os anos. A porcentagem das alíquotas é realizada através da faixa salarial. Confira os valores de 2019:

– até R$ 22.847,76: isento;

– de R$22.847,77 até R$ 33.919,80: alíquota de 7,5 e deduções de R$ 1.713,58;

– de R$ 33.919,81 até R$ 45.012,60: alíquota de 15% e deduções de R$ 4.257,57;

– de R$ 45.012,61 até R$ 55.976,16: alíquota de 22,5% e deduções de R$ 7.633,51;

– acima de R$55.976,16: alíquota 27,5% e deduções de R$ 10.432,32.

Como fazer a declaração

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Assim que a Receita Federal liberar o Imposto de Renda 2020, você pode fazê-la pelo computador ou pelo celular.

No computador, você deve fazer o download do programa desenvolvido para a Declaração do Imposto de Renda.

No celular, é preciso que baixe o aplicativo do Imposto de Renda, da Receita Federal. O aplicativo está disponível tanto

para aparelhos com sistema operacional Android, do Google, ou também IOS, da Apple;

É importante lembrar que é necessários ter nas mãos algumas informações como a renda variável, dívidas e Ônus,

documentos de bens e direitos, doações efetuadas, e recibos de pagamentos.

Além destas informações, é preciso que tenha também alguns dados pessoais, como nome completo, dado da conta

bancária, cadastro de pessoa física (CPF), entre outras informações.

Quem é isento do Imposto de Renda

Embora seja de caráter obrigatório, existem algumas pessoas que são totalmente isentas do IRPF 2020.

Para ser isento do IRPF é preciso que não tenha uma renda muito elevada, ou portador de alguma doença de grande

gravidade como paralisia irreversível e incapacidade, AIDS, tuberculose ativa, doença de Parkinson, fibrose cística,

entre outras.

Além disso, é preciso fazer a comprovação da doença com um laudo médico oficial da União do Governo Estadual ou

do Município.

Fonte: Por Danielle Nader via Portal Contábeis

EDITAL DE ADESÃO À TRANSAÇÃO NA COBRANÇA DA DÍVIDA

ATIVA DA UNIÃO

Modalidades

O Edital n° 01/2019 publicado no dia 04.12.2019, pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em sua página,

na internet, torna pública as propostas da PGFN para adesão à transação na cobrança da Dívida Ativa da União de

débitos previdenciários ou não.

O edital beneficia devedores que possuem débitos de até R$ 15 milhões e apresenta 4 modalidades distintas:

1ª) Débitos de pessoas jurídicas baixadas, inaptas ou suspensas no cadastro CNPJ, sem anotação atual de parcelamento,

garantia ou suspensão por decisão judicial;

2ª) Débitos há mais de 15 anos, sem anotação atual de parcelamento, garantia ou suspensão por decisão judicial;

3ª) Débitos com anotação de suspensão por decisão judicial há mais de 10 anos;

4ª) Débitos de titularidade de pessoas físicas cuja situação cadastral no sistema CPF seja titular falecido.

A adesão à proposta de transação já está disponível no portal REGULARIZE. Os contribuintes elegíveis à proposta por

adesão elencados nos Anexos I a IV do Edital n° 01/2019, bem como os demais devedores

que atenderem os critérios estabelecidos poderão efetuar a adesão até 28.02.2020.

No edital são apresentados:

a) Critérios para elegibilidade dos débitos para transação por adesão na cobrança da dívida ativa da união;

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b) Modalidades propostas para adesão à transação na cobrança da dívida ativa da união;

c) Compromissos e obrigações do devedor;

d) Procedimento para adesão;

e) Consolidação do acordo de transação e do pagamento das parcelas;

f) Procedimento para adesão à transação relativa às inscrições com anotação de suspensão de exigibilidade por decisão

judicial há mais de dez anos;

g) Prazo para adesão à transação proposta pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

h) Hipóteses de rescisão da transação.

Econet Editora Empresarial Ltda.

Segue link do edital:

https://www.pgfn.gov.br/servicos-e-orientacoes/editais-de-notificacao/acordo-de-transacao-por-adesao-1/edital-

transacao-por-adesao_1_2019.pdf

Cerca de 738 mil pequenos negócios devem regularizar

débitos com Fisco

Empresas têm até 30 dias após notificação para quitarem dívidas

Fonte: Agência BrasilLink: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-12/cerca-de-738-mil-pequenos-

negocios-devem-regularizar-debitos-com-fisco

Cerca de 738 mil micro e pequenas empresas inadimplentes com o Simples Nacional – regime tributário especial para

pequenos negócios – começaram a receber notificações para regularizarem a situação. Após o conhecimento do termo, o

contribuinte tem até 30 dias para impugnar a notificação ou quitar os débitos, sob pena de serem excluídas do Simples

em 1º de janeiro de 2020.

Ao todo, foram notificadas 738.605 empresas que respondem por dívidas de R$ 21,5 bilhões. O processo de

regularização deve ser feito por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte da Receita Federal (e-CAC) ,

requerendo certificado digital ou código de acesso. O devedor pode pagar à vista, abater parte da dívida com créditos

tributários (recursos que a empresa tem direito a receber do Fisco) ou parcelar os débitos em até cinco anos com o

pagamento de juros e multa.

Se a regularização ocorrer dentro do prazo, o contribuinte permanecerá no Simples Nacional no próximo ano. Segundo a

Receita Federal, as principais irregularidades são falta de documentos, excesso de faturamento, débitos tributários,

parcelamentos pendentes ou o exercício pela empresa de atividades não incluídas no Simples Nacional.

Periodicamente, a Receita verifica se as empresas estão de acordo com as condições de enquadramento no Simples

Nacional. Quando o estabelecimento apresenta irregularidades, o órgão envia cartas com o aviso de exclusão. O micro e

pequeno empresário que recebeu o termo de aviso pode pedir orientações ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (Sebrae), para elaborar um plano de recuperação dos negócios.

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NF-e e NFC-e - Publicada a atualização tabela de código

de benefício fiscal citada na regra de validação N12-94,

que consta da NT 2019.001

Postado por José Adriano em 3 dezembro 2019 às 7:11

Exibir blog

Publicada a TABELA cBenef_X_CST, atualizada em 29/11/2019, complementar à Nota Técnica 2019.001, na qual

consta, para os Estados que já implementaram, a relação dos Códigos dos Benefícios Fiscais (cBenef) e respectivos

Códigos de Situação Tributária (CST).

Assinado por: Coordenação Técnica do ENCAT

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/informe.aspx?ehCTG=false&I...

a Lei Complementar (169) que ninguém havia entendido...

Nova lei muda Simples para autorizar garantia solidária

para microempresas

Sociedades de garantia solidária são formadas por micro e pequenas empresas com a finalidade de serem

avalistas de empréstimos bancários

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (3) a Lei Complementar n° 169, de 2019, que autoriza

a constituição de sociedades de garantia solidária (SGSs) a serem formadas por micro e pequenas empresas com a

finalidade de serem avalistas de empréstimos bancários. O texto inclui a nova sociedade na Lei do Simples Nacional

(Lei Complementar nº 123, de 2006), que trata da microempresa e da empresa de pequeno porte.

A nova norma, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC) quando era deputado federal, é oriunda do Projeto de

Lei da Câmara (PLC) 113/2015 – Complementar, aprovado no Senado no último dia 9 de outubro.

Acionistas

Segundo a nova lei, a SGS será criada na forma de sociedade por ações. Os sócios participantes poderão ser desde

grandes investidores a empresas de pequeno porte. O texto estabelece que será livre a negociação, entre os sócios, de

suas ações na SGS.

A garantia fornecida será vinculada a uma taxa de remuneração pelo serviço prestado, fixada por meio de contrato com

cláusulas sobre as obrigações do sócio beneficiário perante a sociedade. Para a concessão da garantia, a sociedade

poderá exigir contragarantia do sócio.

A lei autoriza ainda a criação de sociedades de contragarantia, com a finalidade de oferecer apoio financeiro às

operações da SGS. As duas novas sociedades (de garantia e contragarantia) integrarão o Sistema Financeiro Nacional e

terão sua constituição, organização e funcionamento disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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Vetos

A proposta foi sancionada com três vetos presidenciais. Bolsonaro vetou o dispositivo que limitava a participação

acionária de cada sócio a 10% do capital social. O texto previa também que pessoas físicas ou jurídicas poderiam

integrar a sociedade como sócios investidores, com o objetivo exclusivo de obter rendimentos, com participação máxima

de 49%.

O presidente alegou que os limites não se alinham à realidade brasileira, a exemplo do que ocorre nas sociedades de

garantia de crédito (SGC), nas quais 85% do patrimônio decorre de aportes de investidores. As SGCs também fornecem

garantias aos pequenos negócios, mas apenas de modo complementar.

Também foi vetado o dispositivo que determinava que a SGS teria finalidade exclusiva de conceder garantias aos sócios.

O argumento foi de que a limitação de objetivo desestimularia a participação de investidores e reduziria a capacidade

dessas sociedades se sustentarem.

O último veto se deu sobre o dispositivo que autorizava a SGS a receber recursos públicos. O presidente afirmou que a

redação não especifica os tipos de recursos públicos.

Os três vetos serão analisados agora pelo Congresso Nacional, em sessão a ser marcada, que pode mantê-los ou derrubá-

los.

Fonte: Agência Senado

CURTAS: BLB BRASIL

Supremo adia julgamento sobre exclusão do ICMS na base do PIS e da Cofins O processo que julga a retirada do ICMS da base de PIS/Cofins foi adiado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Tal julgamento é o mais

esperado, em se tratando de matéria tributária.

O recurso abrange a modulação de efeitos para que a decisão tenha validade para o futuro. Ademais, esperava-se que fosse também

tratado qual ICMS deverá ser excluído do cálculo: o contido na nota fiscal, sendo mais benéfico para os contribuintes, ou o que foi de fato

recolhido, que é, na maioria das vezes, menor conforme critério imposto pela Receita Federal.

Combustível e manutenção com veículos de varejistas geram crédito Uma empresa varejista de materiais de construção logrou êxito para apropriar créditos de PIS/Cofins sobre gastos com combustíveis e

manutenção de seus veículos utilizados para o transporte de produtos.

A decisão se deu numa Vara Federal no Rio Grande do Sul com base no precedente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de

considerar que os itens são também insumos para o desenvolvimento de atividade.

A decisão é importante, já que a Receita Federal tem se mostrado inerte quanto à aplicação de tal precedente, negando os créditos a

varejistas.

Exclusão do ICMS na BC de PIS e Cofins: Receita perde me mais uma decisão Mais uma decisão da Justiça Federal de São Paulo permitiu a exclusão do ICMS destacado nas notas fiscais da base de cálculo de

PIS/Cofins por meio de liminar. A decisão contrapõe a recente Instrução Normativa 1.911 e também a Solução de Consulta Interna Cosit

nº 13, de 2018, que estipula a exclusão do ICMS a recolher e não do ICMS destacado nas notas.

Embora a decisão do Supremo tenha sido clara neste sentido, mesmo assim a Receita Federal tem insistido nesse entendimento, gerando

insegurança para os contribuintes que estão em processo de habilitação de seus créditos já transitados em julgado

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Receita Federal publica Instrução Normativa com

orientação para abertura de Dossiê Digital a Distância

(DDA) de CNPJ

4 de dezembro de 2019

Foi publicada em 26 de novembro a IN RFB nº 1.914/2019 determinando que as empresas tributadas com base no lucro

real, presumido ou arbitrado devem apresentar o Documento Básico de Entrada obrigatoriamente via DDA e-CAC.

Para dar mais agilidade à análise de atos relativos ao CNPJ (inscrição, alteração, baixa), a equipe de atendimento da

Receita Federal criou algumas rotinas automáticas, que dependem do correto preenchimento por parte dos

contribuintes/contadores na hora da formalização do pedido via Dossiê Digital a Distância (DDA), regulamentado

conforme o ADE Cogea nº 8/2019.

Seguem abaixo algumas orientações :

Na juntada de documentos, via DDA e-CAC, selecionar os itens abaixo para classificação dos documentos:

Classificação do Documento: PEDIDOS/REQUERIMENTOS

Subclassificação do Documento: REQUERIMENTO

Tipo do Documento: DOCUMENTO BÁSICO DE ENTRADA – DBE

Título: PREENCHER COM O NÚMERO DE CONTROLE DO DBE

Como parte do fluxo do processo automatizado, a análise por parte dos servidores da RFB poderá se dar mais

rapidamente.

Veja o passo a passo aqui: Abertura DDA CNPJ

Fonte: Sefaz

Uma nova solução para os conflitos fiscais?

MP 899 espera estimular a regularização de débitos fiscais entre contribuintes e a

União, mas seu plano de operação ainda divide opiniões

Fonte: Diário do ComércioLink: https://dcomercio.com.br/categoria/leis-e-tributos/uma-nova-solucao-para-os-

conflitos-fiscais

Publicada no Diário Oficial da União em outubro deste ano, a Medida Provisória 899/2019 regulamenta a transação

tributária, prevista no Código Tributário Nacional. A adoção de uma medida alternativa à concessão de parcelamentos

especiais por meio de programas de refinanciamento de dívidas (os Refis) prioriza a busca de soluções negociadas entre

as partes.

A medida provisória prevê a transação tributária na cobrança da dívida ativa da União e no contencioso tributário. No

caso das dívidas ativas, a expectativa é regularizar a situação de 1,9 milhão de contribuintes, que devem R$ 1,4 trilhão.

Já o segundo cenário envolve R$ 640 bilhões em processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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Neste sentido, Tathiane Piscitelli, coordenadora do Núcleo de Direito Tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e

presidente da Comissão Especial de Direito Tributário da OAB/SP, explica que o objetivo da medida é assegurar que a

cobrança seja feita de forma menos onerosa para os contribuintes e é válida quando vista como uma tentativa de

assegurar uma nova chance para a retomada e cumprimento das obrigações tributárias correntes.

O devedor elegível, que tiver interesse pela modalidade, poderá apresentar uma proposta individual de quitação à

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Haverá uma análise caso a caso para aprovar ou indeferir o processo.

Também haverá um modelo por adesão, sem a necessidade de proposta do contribuinte. Neste cenário, reavivam-se

debates em torno do modelo de transação tributária por meio de programas de refinanciamento de dívidas (os Refis).

MACIEL, TATHIANE. SCHOUERI, ZILVETE E ORDINE ACOMPANHAM DISCUSSÃO SOBRE A MP 899

O assunto foi discutido na última segunda-feira (2/12), durante a reunião do Conselho de Altos Estudos de Finanças e

Tributação (Caeft), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e teve a participação de Luis Eduardo Schoueri,

coordenador do Caeft, Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal e consultor tributário, Fernando Zilvete,

especialista em direito tributário e Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP.

Embora entenda a Medida como relevante, pois representa uma oportunidade para as empresas e pessoas físicas

conseguirem se regularizar e para o Governo Federal atingir certo alívio financeiro para sustentar a queda na

arrecadação, Schoueri diz que na análise da ACSP, o texto ainda apresenta critérios não substanciais para que os

contribuintes tenham mais segurança e para que de fato, ocorra uma redução no número de processos que sobrecarregam

os tribunais.

Zilvete esclarece que dívidas com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com o Simples Nacional e com

multas qualificadas e criminais não poderão ser renegociadas. Veja os principais pontos da MP, segundo o especialista:

I.Transações na cobrança de dívida ativa: Dívidas classificadas por agência de risco como C ou D – as mais difíceis

de cobrar, que não tenham praticado atos fraudulentos ou de concorrência desleal, reconheçam expressamente o débito

junto à União e que não tenham alienado bens ou direitos, sem prévia comunicação ao fisco, quando exigido por lei.

Condições passíveis de negociação: Descontos de até 50% sobre o total da dívida, que pode aumentar para até 70% no

caso de pessoas físicas, micro ou pequenas empresas; e pagamento em até 84 meses. O prazo pode aumentar para cem

meses no caso de micro ou pequena empresa, além de pessoas físicas.

Limites nas condições de negociação: As reduções ocorrem sobre as parcelas acessórias da dívida (juros, multas,

encargos) e não abrangem multas criminais nem multas decorrentes de fraudes fiscais.

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II. Transações no contencioso tributário: Poderão encerrar centenas de milhares de processos, envolvendo a um

montante superior a R$ 600 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF e R$ 40 bilhões garantidos

por seguro e caução.

Condições passíveis de negociação: Edital poderá prever descontos e um prazo de até 84 meses para pagamento; e

abrange o contencioso administrativo e o judicial.

Limites nas condições de negociação: Não poderá contrariar decisão judicial definitiva; e não autorizará a restituição de

valores já pagos ou compensados.

Em Varginha

Mais um juiz federal exclui ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins

8 de dezembro de 2019, 16h04

Por Fernanda Valente

O ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS e da Cofins é o destacado na nota fiscal. Assim entendeu o juiz Luiz

Antonio Ribeiro da Cruz, da 1ª Vara Federal de Varginha (MG), ao suspender a exigência da inclusão do ICMS nos

valores recebidos por uma empresa.

Juiz mandou suspender a exigibilidade da inclusão do ICMS, inclusive o destacado na nota

O magistrado apontou que o tema já foi pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, no Recurso 574.706, com

repercussão geral reconhecida.

Ele considerou que a mesma linha de raciocínio decidida ali deve ser aplicada ao ICMS destacado na nota fiscal.

"Apesar da questão relativa ao ICMS destacado em nota fiscal não ter sido explicitamente incorporado à tese acima

referida (RE 574.706), observa-se que constou do julgado. Logo, também de observância obrigatória", afirmou.

A empresa foi à Justiça questionar por meio de mandado de segurança ato do delegado da Receita Federal na cidade do

interior mineiro. Atuou no caso o advogado Wellington Ricardo Sabião.

Repercussão geral Por entender que o ICMS não compõe faturamento ou receita bruta das empresas, o Supremo decidiu em março de 2017

que o imposto estadual deve ser excluído da base de cálculo do PIS e da Cofins.

O resultado, por 6 votos a 4, representou uma vitória dos contribuintes. A Corte deverá julgar ainda a modulação dos

efeitos da decisão tomada na análise dos embargos de declaração da Fazenda Nacional. O julgamento estava marcado

para o dia 5 de dezembro, mas foi retirado de pauta.

Clique aqui para ler a decisão

1003981-10.2019.4.01.3809

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Fernanda Valente é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

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Revista Consultor Jurídico, 8 de dezembro de 2019, 16h04

Obrigatoriedade dos contadores em reportar

irregularidades contábeis dos clientes

Postado por José Adriano em 6 dezembro 2019 às 9:30

Se você trabalha com contadoria/auditoria, já deve ter ouvido falar em “Noclar”, sigla em inglês para “Non-compliance

with Laws and Regulations” (Não Conformidade com Leis e Regulações). Trata-se da norma internacional que obriga

o profissional da área contábil a comunicar aos órgãos de fiscalização sobre qualquer percepção de irregularidades

contábeis em balanços/operações dos clientes.

A orientação, embora originária de outros países, não demorou a ser ecoada também no Brasil. Em uma era em que

novas leis são editadas para fortalecer regras de compliance, importar uma norma internacional que não interpreta como

quebra de sigilo a comunicação de irregularidades contábeis é passo crucial para trazer mais credibilidade e

transparência às relações corporativas.

O curioso é que essa orientação de ética contábil já está presente há pelo menos 20 anos em nossa legislação (Lei n.º

9.613/1998), mas, mesmo assim, foi somente a partir de 2017 (com a edição da Resolução CFC n.º 1.530/2017) que a

indicação se tornou obrigação. Você confere todos os detalhes sobre isso agora!

Desde quando essa obrigação existe?

A obrigação dos contadores em reportar irregularidades contábeis não é nova, uma vez que tal determinação já tinha

sido inserida na Lei n.º 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro). O artigo 9º é claro ao colocar o profissional de

contabilidade no rol de agentes submetidos a essa lei:

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as seguintes pessoas físicas e jurídicas que tenham, em

caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (…) XIV – prestação

(PF ou PJ), mesmo que eventualmente, de serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento

ou assistência, de qualquer natureza, em operações: a) (…) de participações societárias de qualquer natureza; b) de

gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (…) e) financeiras, societárias ou imobiliárias;

Mais adiante, no artigo 11, o normativo indica ainda quais são as responsabilidades sob a incumbência dos profissionais

de gestão e contadoria — entre elas, dar atenção especial a todas as operações com indício de crime de lavagem de

dinheiro (ou irregularidades contábeis, de forma geral), devendo o profissional

“comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), abstendo-se de dar ciência de tal ato a

qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas” (inciso II do

artigo 11).

A lei esclarece também que a comunicação de boa-fé não acarreta responsabilizações civis ou administrativas (artigo

12).

Se essa determinação já existia há décadas, por que só nos últimos anos se

tornou tão falada (e temida)?

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Assim como ocorre com muitas leis nacionais, alguns dispositivos da Lei de Lavagem de Dinheiro careciam ainda de

resoluções auxiliares, que regulamentassem ou descrevessem com detalhes procedimentos que eram citados apenas

superficialmente na lei de 1998.

Por exemplo, a obrigação é comunicar ao Coaf. Mas como? Em pessoa? Por e-mail? Como deve ser feito esse relato?

Coube então à Resolução nº 1.530/2017, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dar instrumentalidade às

determinações de reporte por parte dos profissionais contábeis ao Coaf (em caso de irregularidades contábeis). Além

disso, também trata de políticas de prevenção, manutenção de cadastro dos clientes, necessidade de manter registro dos

serviços prestados, entre outras questões.

Segundo as legislações citadas, o que deve ser denunciado? Como, onde e

quando fazer a denúncia?

O artigo 5º da Resolução nº 1.530/2017 elenca as seguintes situações que merecem atenção extra por parte dos

profissionais de contabilidade:

operações aparentemente fora do usual, considerando as atividades e o ramo do negócio da empresa;

operações cuja fundamentação econômica ou legal não esteja clara;

operações incompatíveis com o patrimônio ou a capacidade econômico-financeira do cliente;

operações cujo beneficiário final não seja possível precisar;

operações envolvendo pessoa jurídica constituída em regiões consideradas de alto risco no que tange à lavagem

de dinheiro ou terrorismo;

operações que, sem justificativa aparente, sejam organizadas de forma mais complexa (ou mais onerosa), no

intuito de dificultar o rastreamento de recursos ou a identificação do real motivo da transação;

operações que aparentem ser fictícias, super ou subfaturadas;

operações que tentem adulterar ou maquiar seu real motivo (incluindo fracionamento de valores).

Uma vez que essas transações sejam detectadas, cabe ao contador/escritório contábil comunicar ao Coaf sobre sua

existência. Isso deve ser feito por meio do site do Conselho, no menu “SisCoaf”, fazendo o respectivo login por CPF e

senha. Caso seja sua primeira entrada no sistema, basta clicar em “Primeiro Acesso” e seguir o passo a passo para

cadastro:

clicar em “pessoa física” (se contador);

preencher seu CPF e e-mail para validação inicial;

após o recebimento do link de confirmação, basta abri-lo para preencher as demais informações de cadastro.

O artigo 6º da Resolução 1.530/2017 do CFC exige que a comunicação contenha, necessariamente, o detalhamento das

transações suspeitas, o relato dos fatos e a qualificação dos envolvidos, destacando, inclusive, eventual existência de

pessoas públicas (“pessoas expostas politicamente”). Além disso, há situações que devem ser comunicadas ao Coaf

independentemente de suspeita de irregularidades contábeis. São elas:

compra de ativos e/ou pagamentos a terceiros em dinheiro vivo, em valor superior a R$ 50 mil por operação;

constituição de empresa e/ou aumento de capital social com integralização, também em dinheiro vivo, com

valores superiores a R$ 100 mil, caso essa operação tenha ocorrido em um único mês-calendário.

Vale destacar que as informações decorrentes de serviços de assessoria (em que se contrata um profissional ou

organização contábil para fazer análise de riscos) não necessitam de comunicação ao Coaf (artigo 8º). Outro detalhe

importante é que todas as comunicações referentes aos fatos acima elencados devem ser feitas no prazo de 24 horas a

partir do momento em que o responsável concluir a suspeita de ilícito, abstendo-se, evidentemente, de dar ciência aos

suspeitos (artigo 9º).

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O que pode acontecer com o escritório contábil caso a denúncia não seja

feita?

Você vai encontrar as sanções por descumprimento das determinações acima mencionadas no artigo 12 da Lei de

Lavagem de Dinheiro. Lá, há uma lista grande de punições previstas para quem deixa de comunicar as irregularidades

contábeis dos clientes. Portanto, é preciso ficar atento aos riscos inerentes aos contratos contábeis.

As sanções previstas pela legislação são escalonadas, indo desde multas (que podem chegar a R$ 20 milhões) até a

inabilitação temporária (por até 10 anos) para cargo de administrador de escritório contábil. Em casos extremos, a lei

prevê também a cassação definitiva ou suspensão do exercício da profissão. Não vale a pena se omitir. Caso não tenha

sido detectada nenhuma atividade suspeita durante o ano, o contador/escritório contábil deve fazer a chamada

“comunicação negativa”, por meio do mesmo site mencionado acima, até 31/1 do ano seguinte.

Essa obrigatoriedade de reportar irregularidades contábeis pode abalar a

relação entre escritório contábil e cliente?

Não se trata de delação, mas de ação dentro do escopo legal. Em um momento no qual as organizações brasileiras

precisam fortalecer seus mecanismos de controle e governança corporativa, a medida não indica nenhuma perturbação

na relação das empresas com seus contadores.

Na verdade, o dever de relatar ilícitos contábeis por parte de contadores/auditores traz mais transparência às operações

das empresas nacionais — o que aumenta sua competitividade no mercado internacional, sobretudo na captação de

recursos externos.

Além disso, esse compromisso ético fortalece a confiança no profissional contábil, melhorando ainda mais sua reputação

na sociedade.

Conteúdo original Alterdata via https://www.jornalcontabil.com.br/obrigatoriedade-dos-contadores-em...

CAIU NA MALHA-FINA? Metro Brazil (Sao Paulo) - 9 Dec 2019

Como saber se a declaração foi retida pelo Fisco

CONSULTE O EXTRATO

Os contribuintes podem acessar o “extrato” do IR no site da Receita (idg.receita.fazenda. gov.br) no e-CAC (Centro

Virtual de Atendimento). É necessário usar o código de acesso ou certificado digital

D ECLARAÇÃO RETIFICAD ORA Após verificar quais inconsistências foram encontradas pela Receita, o

contribuinte pode enviar uma declaração retificadora

D OCUMENTO SEM ERROS

Nesse caso, contribuinte deve reunir todos os documentos comprobatórios. A partir daí, pode aguardar intimação ou

agendar pela internet, a partir de janeiro, uma data e local para a análise de sua declaração

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SIMPLES NACIONAL

Alterações. Efeitos a Partir de 2020

Publicada, no DOU dessa sexta-feira (06.12.2019) a Resolução CGSN n° 150/2019, alterando a Resolução CGSN

n° 140/2018, que dispõe sobre o Simples Nacional, em relação a opção de empresa em início de atividade,

retificação do PGDAS-D, atividades concomitantes e ocupações do Microempreendedor Individual (MEI), a

partir de 01.01.2020.

Início de atividade

Para empresas com data de abertura constante do CNPJ a partir de 01.01.2020, o conceito de início de atividade

passa a ser aquela que se encontra no período de 60 dias a partir da data de abertura constante do Cadastro

Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), com isto, o prazo de opção que era de 180 dias da data de abertura

constante do CNPJ passa a ser de 60 dias.

Retificação do PGDAS-D

As retificações do PGDAS-D poderão ser retidas para análise com base na aplicação de parâmetros internos

estabelecidos pela RFB, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, que serão comunicadas da

retenção e, se necessário, poderá ser intimada a prestar esclarecimentos ou apresentar documentos sobre as

possíveis inconsistências ou indícios de irregularidade detectados durante a análise.

Parcelamento de débitos

Foi alterado texto do caput do artigo 144 da Resolução CGSN n° 140/2018, no sentido de prolongar a data até

então fixada como 31.12.2019 para 31.12.2021.

Os reflexos de tal mudança na data do caput, indicam por exemplo que, fica a RFB autorizada até 31.12.2021, em

relação aos parcelamentos do Simples Nacional (incluídos os relativos ao Simei), a permitir um pedido de

parcelamento por ano-calendário.

Outro exemplo é de que fica a RFB autorizada até 31.12.2021 a não aplicar o disposto no § 1° do artigo

55 da Resolução CGSN n° 140/2018, ou seja, não aplicar os percentuais mínimos de 10% e 20% a título de

primeira parcela em reparcelamento.

Anexos

Alterações nos Anexos VII e XI:

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a) Exclusão de atividades concomitantes (Anexo VII): 6201-5/01: Desenvolvimento de programas de

computador sob encomenda; 6202-3/00: Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador

customizáveis; 6203-1/00: Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não customizáveis;

b) Exclusão de ocupações permitidas ao MEI (Anexo XI): astrólogo(a) independente (CNAE 9609-2/99);

cantor(a)/músico(a) independente (CNAE 9001-9/02); disc jockey (dj) ou video jockey (vj) independente (CNAE

9001-9/06); esteticista independente (CNAE 9602-5/02); humorista e contador de histórias independente (CNAE

9001-9/01); instrutor(a) de arte e cultura em geral independente (CNAE 8592-9/99); instrutor(a) de artes cênicas

independente (CNAE 8592-9/02); instrutor(a) de cursos gerenciais independente (CNAE 8599-6/04); instrutor(a)

de cursos preparatórios independente (CNAE 8599-6/05); instrutor(a) de idiomas independente (CNAE 8593-

7/00); instrutor(a) de informática independente (CNAE 8599-6/03); instrutor(a) de música independente (CNAE

8592-9/03); professor(a) particular independente (CNAE 8599-6/99); proprietário(a) de bar e congêneres, com

entretenimento, independente (CNAE 5611-2/05);

Veja abaixo (será revogado)

c) Alteração de CNAE (Anexo XI): motorista (por aplicativo ou não) independente, do CNAE 4929-9/99 para o

CNAE 5229-0/99; quitandeiro(a) independente, do CNAE 4729-6/99 para o CNAE 4724-5/00;

d) Alteração de descrição (Anexo XI):

1) Serralheiro (a), sob encomenda ou não independente passa para Serralheiro(a), exceto para esquadrias, sob

encomenda ou não, independente;

2) Transportador (a) intermunicipal de passageiros sob frete em região metropolitana independente passa para

Transportador(a) intermunicipal coletivo de passageiros sob frete em região metropolitana independente;

3) Transportador (a) intermunicipal de passageiros sob frete em região metropolitana independente passa para

Transportador(a) intermunicipal coletivo de passageiros sob frete em região metropolitana independente;

4) Transportador (a) municipal de passageiros sob frete independente passa para Transportador(a) municipal

coletivo de passageiros sob frete independente.

Econet Editora Empresarial Ltda.

Após críticas

Comitê diz que vai revogar medida que exclui categorias

profissionais do MEI

8 de dezembro de 2019, 8h30

O Comitê Gestor do Simples Nacional informou neste sábado à noite (7/12) que proporá a revogação de uma

medida que exclui 14 categorias e três subclasses profissionais do Microempreendedor Individual. Houve um

pedido expresso do presidente Jair Bolsonaro após a medida repercutir mal.

A resolução 150/2019, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (6/12), faria com que, na prática, uma

série de profissões, como músicos e professores particulares, não pudesse mais ter representação jurídica por meio de

empresas classificadas na Receita Federal como MEI. A mudança passaria a valer em janeiro.

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A medida caiu mal no meio político e também na própria equipe de Paulo Guedes (Economia). No começo da

noite deste sábado, Bolsonaro disse ter ordenado a reversão da medida.

O comitê, formado por quatro membros da Receita e quatro representantes de estados e municípios, informou que

proporá a revogação.

Em nota, disse ainda que encaminhará proposta de revisão ampla das ocupações que podem atuar no regime, atualmente

totalizando cerca de 500 atividades.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esteve com Bolsonaro na tarde deste sábado, também se

manifestou contra a exclusão que, em sua maior parte, atingiria profissionais das artes.

O MEI permite ao pequeno empresário com faturamento anual de até R$ 81 mil o pagamento de valores menores para

tributos como INSS, ICMS e ISS. Entre as vantagens está a emissão de nota por custo fixo no IR de R$ 55,90 mensais.

Clique aqui para ler a medida publicada sexta

Revista Consultor Jurídico, 8 de dezembro de 2019, 8h30

Quer saber mais sobre as Empresas Simples de Crédito?

Evento na ACSP discutiu restrições e facilidades das ESCs, que concedem

crédito às empresas sem as formalidades do sistema financeiro tradicional

Fonte: Diário do ComércioLink: https://dcomercio.com.br/categoria/financas/quer-saber-mais-sobre-as-empresas-

simples-de-credito

Desde que surgiu, no início deste ano, a figura da Empresa Simples de Crédito (ESC) se tornou uma alternativa de

crédito mais barata, especialmente para as micro e pequenas empresas do País.

Funciona da seguinte forma: seguindo uma série de regras e restrições, pessoas físicas podem abrir empresas que

concedem empréstimos exclusivamente para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de

pequeno porte (MPEs). O projeto de lei foi aprovado pelo Senado no final de março deste ano.

Os pequenos negócios brasileiros representam 99% (14 milhões) do total de empresas privadas e são responsáveis por

55% do total de postos com carteira assinada, de acordo com o Sebrae.

Na manhã da última quinta-feira (28/11), especialistas se reuniram na sede da Associação Comercial de São Paulo

(ACSP), para discutir os aspectos que envolvem a nova modalidade de financiamento. Marcel Solimeo, economista da

ACSP, diz que o acesso ao crédito é um dos principais problemas que os pequenos negócios enfrentam e que embora

tenha sofrido resistência por órgãos financeiros, o tema se tornou um pleito da entidade.

“Há um abismo entre o pequeno empresário e os grandes bancos. E existe um critério seletivo de priorizar os grandes

negócios e o pouco crédito que sobra vem em condições muito desfavoráveis”, diz Solimeo.

O economista da ACSP destaca que além das facilidades, a ESC representa um grande estímulo ao desenvolvimento das

atividades econômicas nos municípios e comunidades regionais já que obrigatoriamente, as empresas estabelecem uma

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maior aproximação com as tomadoras do crédito por atuarem nas áreas limítrofes dos municípios onde foram criadas, o

que gera confiança e fomento da economia local.

Wilson Victorio Rodrigues, diretor geral da Faculdade do Comércio (FAC) da Federação das Associações Comerciais

do Estado de São Paulo (Facesp), recorda que o projeto de Guilherme Afif Domingos, ex-secretário de micro e pequena

empresa da presidência da República, foi motivado pelo seguinte dado: 90% do crédito disponível do mercado está nas

mãos de apenas cinco grandes bancos.

Alfredo Cotait Neto, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da

Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reafirmou a importância da pequena e média empresa para o País e da

eficiência da ESC na oferta de crédito sem intermediações.

“Esse debate é muito importante para quem adquire o crédito e quem empresta. É um assunto muito rico, que pede

discussões com profundidade para ampliar nosso conhecimento e entendimento”.

O QUE É UMA EMPRESA SIMPLES DE CRÉDITO

Conforme a Lei Complementar número 167/19, a ESC permite que os modelos de empréstimo sejam realizados por

pessoas jurídicas, com seu próprio capital, sem a regulação do Banco Central.

De forma geral, Renan Luiz da Silva, gestor operacional da ACSP, explica que dois aspectos principais regem a o

registro empresarial de uma ESC: elas podem ser geridas por um só empresário ou por uma sociedade, desde que

incluam em seu quadro apenas uma pessoa jurídica; e esse tipo de empresa só pode fornecer créditos para outras pessoas

jurídicas do mesmo município, ou de municípios da mesma região.

“Essa limitação tem como objetivo preservar o perfil da ESC, onde um pequeno empresário local empresta para outro,

com juros mais baixos e menos burocracia”.

Sobre seus aspectos tributários, Carlos Alberto Baptistão, vice-presidente do Sindicato das empresas de serviços

contábeis (Sescon), sinaliza que esse tipo de empresa pode cobrar juros acima da taxa legal comum, acima da SELIC

(taxa básica de juros) e acima de 6% ao ano, pois à ela não se aplica a lei de usura e o Código Civil. O limite de

faturamento bruto anual para as ESCs é de R$ 4,8 milhões anual.

Neste sentido, Baptistão simulou cálculos das opções tributárias aplicáveis e esclareceu que mesmo sem uma disposição

clara expressa na lei, o modelo de tributação da ESC e suas operações deverão sofrer a incidência do Imposto sobre

Operação Financeira (IOF), pois aplica-se a lei geral da incidência de mútuo entre empresas.

SUAS RESTRIÇÕES

Já o advogado Gabriel Rios Correa, especializado em direito empresarial, alerta que embora não esteja diretamente

sujeita à fiscalização e às normas do Banco Central, a ESC precisa ter um registro autorizado e dessa forma, acaba tendo

uma fiscalização indireta.

“A intenção é de simplificar, porém a modalidade possui algumas complexidades”, diz Correa.

Veja algumas das restrições operacionais das ESCs citadas pelo especialista:

- Não podem intermediar operações de crédito, nem realizar a análise ou cobrança para terceiros, atuar como

representante de seguros na distribuição de seguro relacionado com as operações, e emissão de moeda eletrônica, como

fazem as Sociedades de Crédito Direito (SCDs).

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- Não há código CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) específico, embora já haja solicitação nesse

sentido. Por ora, o código mais adequado seria o 6499-9/99 (outras atividades não especificadas anteriormente).

- O valor total das operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito da ESC não poderá ser

superior ao capital social realizado.

- É vedada a captação de recursos em nome próprio ou de terceiros, sob pena de incorrer conduta criminal. Somente

poderá realizar empréstimos e financiamento utilizando recursos próprios.

- Os juros remuneratórios não estão sujeitos aos limites impostos pela lei de usura e pelo código civil. Os juros serão

regulados pelo mercado.

- A remuneração deverá se dar exclusivamente através de juros remuneratórios cobrados nas operações.

DOS ASPECTOS SOCIETÁRIOS

- É uma empresa com um único titular.

- A ESC deve adotar necessariamente uma das seguintes formas: empresário individual, Eireli e sociedade limitada.

- É vedada a utilização de sociedade anônima.

- Constituída exclusivamente por pessoas naturais.

- A mesma pessoa natural não poderá participar de mais de uma ESC, mesmo que em municípios distintos. No contrato

social deverá constar a declaração de cada um dos sócios de que não participam de outra ESC.

- Nome empresarial deverá conter a expressão “Empresa Simples de Crédito”.

Uma alternativa às PECs da Reforma Tributária

Postado por José Adriano em 2 dezembro 2019 às 16:35

Por Karina Lignelli

Enquanto as discussões sobre Reforma Tributária se arrastam há décadas, e atualmente tramitam no Congresso duas

Propostas de Emenda Constitucional (as PECs 45/2019 e 110/18), uma nova proposta, que aproveita partes das duas mas

apresenta mudanças consideradas "inovadoras" pelos seus criadores, se mostra como alternativa à falta de consenso

sobre o assunto.

Com base em pilares como simplificar, desonerar e competir, a "Proposta Aglutinativa" do Instituto Atlântico e do

Movimento Brasil Eficiente (MBE) prevê uma Reforma sem alíquota única, com transição imediata e, como inovação, a

criação de um sistema digitalizado para distribuir a arrecadação "de forma neutra".

A proposta, elaborada pelo economista Paulo Rabello de Castro e o tributarista prof.Miguel Silva, foi apresentada na

Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na última quarta-feira (27/11), no encontro comandado pelo seu presidente

Alfredo Cotait Neto, que também preside a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

LEIA MAIS: Reforma Tributária: qual?

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Ao lembrar que o assunto não é um tema da atualidade, mas faz parte de um projeto maior para melhoria do ambiente

institucional e tributário brasileiro desde os anos 80, a nova proposta marca uma espécie de ponto-e-vírgula nesse

esforço, segundo Castro, pois vai harmonizar as diferenças profundas das PECs atuais, ao ser levada ao Congresso já em

2020.

Porém, como ressalva, ele cita a ausência de testes sobre os efeitos dos novos modelos - ao contrário da proposta do

Instituto Atlântico, que simula como garantir a neutralidade da arrecadação para estados e municípios, que temem perder

receitas.

"Nem uma, nem outra proposta diz a que veio, nem suas consequências práticas. Elas padecem dessa dificuldade de não

estabelecer nortes nem objetivos máximos", afirma. "Por isso estamos buscando um espaço aberto no próximo ano, para

que Comissão Mista possa formatar um texto que satisfaça o país e consiga estabelecer o que se pretende", afirmou

Castro, que é presidente de honra do Instituto Atlântico e também já presidiu o BNDES e o IBGE.

Ao invés da preocupação em "desinventar excessos" que perturbam a vida empresarial, como as obrigações acessórias

ou impostos em cascata, a PEC 45/2019, por exemplo, acrescenta 140 dispositivos novos à Constituição e mais 40

conceitos, que não existiam anteriormente, para mexer num único tributo, que é sobre o consumo, conforme aponta o

economista.

"O que o Brasil está precisando é de uma proposta que simplifique, desonere e faça o setor produtivo competir mais,

dando a resposta necessária para a progressividade da desoneração, por que é fundamental reduzir as desigualdades",

disse.

Já professor Miguel Silva lembrou que, na Constituição de 1988, já existem várias emendas cuidando de aspectos

tributários, portanto, não é preciso criar novos 'puxadinhos', mas a construção de uma reforma para mudá-la para melhor.

"Temos um sistema regressivo que tributa mais o pobre do que quem tem melhor condição. O estado tem que cumprir

sua função social de arrecadar, mas também de afastar as desiguldades - e nisso, as duas PECs pecam, pois não preveem

nada nesse sentido", destacou. "Além de mais transparência na relação fisco-contribuinte, é preciso simplificar, acabar

com o volume de obrigações acessórias e reduzir a carga gradualmente. Por isso, temos que começar agora", completou.

Confira, a seguir, os principais pontos da proposta da "PEC do MBE":

* Mudanças na antiga estrutura de partilha do IR com estados e municípios, transformando-o num imposto exclusivo da

União. Nesse caso, a perda seria compensada por uma maior participação no IBS (imposto sobre Bens e Serviços), já

que mais de 80% seria repartido entre os entes federativos;

* Apesar de semelhante à das outras PECs, a proposta prevê unificar seis tributos (os federais IPI, PIS, COFINS, CSLL,

o ICMS e o ISS) em uma alíquota padrão, introduzindo duas alíquotas majoradas, para tributar cigarros e bebidas - o que

dispensaria a criação de um imposto seletivo, como na PEC 45 - e duas aliquotas reduzidas, para desonerar bens

essenciais, como alimentos e medicamentos.

Ao contrário da PEC 45, que mantém tributos 'zumbis' (ou seja, os antigos impostos, que vão coexistir com o novo

durante o período de transição) e cria o IBS e o imposto seletivo, a proposta de simplificação do Instituto Atlântico

criará um tributo capaz de arrecadar mais de R$ 1 trilhão já em 2020.

A proposta também entraria em vigor de forma imediata, sem transição de até 10 anos, como a da PEC 45 do Centro de

Cidadania Fiscal (CCiF), do economista Bernard Appy, ou de cinco, como a da PEC 110/2019, do ex-deputado Luiz

Carlos Hauly.

"Em vez de promover a simplificação tributária, essas PECs, no curto e médio prazos, aumentariam a complexidade,

burocracia e custos do sistema", afirma Castro. "E ainda haveria o risco, aponta, de que um presidente eventualmente

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trabalhasse

no futuro, para manter o IBS, sem eliminar os antigos 'zumbis'."

* Reduz em 80% os obrigações acessórias e risco de autuações fiscais, enquanto a PEC 45 mantém as anteriores e cria

outras do IBS e do Seletivo;

*Prevê redução da carga tributária em 0,3% do PIB anual e diminui a carga tributária sobre o consumo, que cai 0,4% ao

ano. Já a PEC 45 não prevê essa redução, mas a carga tributária aumenta, segundo a proposta;

* Desoneração da folha, um dos pontos mais sensíveis e principal reinvindição da classe empresarial. Pelo novo sistema,

seriam suprimidos os 20% do INSS do empregador. "No lugar, eles pagariam 8% do EBITDA anual - algo não previsto

na PEC 45", afirma o economista;

*Criação do ONDA (Operador Nacional de Distribuição da Arrecadação), um orgão cujo sistema prevê a transição

imediata do antigo para o atual sistema tributário, com redistribuição automática diária da arrecadação para estados e

municípios pela rede bancária - o que evita litígios e a prática do "pires na mão" - ou seja, quando estados e municípios

reivindicam sua fatia do bolo tributário, segundo Castro. Já a PEC 45 mantém o reposição inflacionária das receitas e

prejuízo das regiões mais dinâmicas

"É um órgão semelhante ao implantado na Rússia, que conta com um sistema digitalizado e que funciona em tempo real,

sendo que a autoridade central recebe os recibos fiscais, de São Petersburgo a Vladivostok, em 90 segundos", destaca.

*Desoneração da pessoa jurídica, cuja taxação passará de 34% sobre o lucro para 24%, com a supressão da CSLL;

* Comércio exterior previsto pela proposta: se de um lado, o IBS será isento nas exportações in natura, de outro,

ficariam mantidos os 4% de imposto ao estado produtor;

* Manutenção do Simples e eliminação dos tributos "por dentro", ou em cascata, são fatores totalmente integrados à

proposta, segundo o economista.

Enquanto a PEC 45/19 trâmita na Câmara, e a 110/18, no Senado, e o governo, que apresentou sua própria proposta

informalmente e deve ser acoplada na que avançar mais, segundo a Receita Federal, a Proposta Aglutinativa do Instituto

Atlântico ainda não foi encampada por nenhum membro do Congresso, lembrou o economista da ACSP, Marcel

Solimeo, que também participou do evento.

O evento sobre a Proposta Aglutinativa para a Reforma Tributária contou ainda com a participação de Roberto Mateus

Ordine, 1º vice-presidente da ACSP, o senador Jorge Bornhausen, o empresário Flávio Rocha, diretor da rede de lojas

Riachuelo e membro do Conselho Consultivo da ACSP, e Reynaldo Lima Jr., presidente do Sescon-SP.

https://dcomercio.com.br/categoria/leis-e-tributos/uma-alternativa-...

Não-cumulatividade

Comprador de produto isento da zona franca não tem crédito de IPI,

decide Carf

3 de dezembro de 2019, 7h21

Por Gabriela Coelho

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O comprador de produto isento oriundo da Zona Franca de Manaus não possui direito ao crédito presumido de IPI. O

entendimento é da 3ª Turma da Câmara Superior de recursos Fiscais do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

(Carf).

Adquirente de produto isento da ZFM não tem crédito presumido de IPI, decide Carf

Prevaleceu a divergência aberta pelo conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. Para ele, a sistemática da não-

cumulatividade do IPI é a do imposto contra imposto, que se dá compensando-se o que for devido em cada operação

com o montante cobrado nas anteriores.

"Ademais, não deve ser aplicada a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 596.614 e do

RE 592.891, submetidos à sistemática da repercussão geral, tendo em vista que ainda não houve trânsito em julgado."

Na decisão referida pelo conselheiro, o plenário do Supremo decidiu que "há direito ao creditamento de IPI na entrada

de insumos, matéria prima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca de Manaus sob o regime de isenção,

considerada a previsão de incentivos regionais constante do artigo 43, parágrafo 2º, inciso III, da Constituição Federal,

combinada com o comando do artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)".

Segundo o conselheiro, exceto pelas permissões previstas na lei, é vedada a apropriação, na escrita fiscal do

contribuinte, "de créditos de IPI na aquisição de insumos isentos, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na

operação anterior e conforme jurisprudência do STF".

Caso No caso, os conselheiros analisaram um recurso em que a empresa autuada, enquanto estabelecimento equiparado a

industrial, comercializou bens de produção sem destacar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas respectivas

notas fiscais de saída, no período de apuração entre 30/06/2008 e 31/05/2009.

Clique aqui para ler o acórdão.

10480.723970/2010-65

9303-009.713

Gabriela Coelho é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 3 de dezembro de 2019, 7h21

Opinião

Exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins: quando tributar os

créditos?

3 de dezembro de 2019, 6h05

Por Leonel Pittzer

No dia 15 de março de 2017, o Supremo Tribunal Federal finalizou o julgamento do Recurso Extraordinário 574.706,

firmando a Tese 69 de repercussão geral (“o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins”).

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Na sequência, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional opôs embargos de declaração na tentativa de rediscutir o

próprio mérito da tese e requerendo, subsidiariamente, que (i) o tribunal defina o montante do imposto estadual a ser

excluído da base imponível das contribuições (destacado x recolhido); e que (ii) os efeitos da declaração de

inconstitucionalidade sejam modulados a partir de 1º de janeiro de 2018.

Os referidos declaratórios permanecem pendentes de apreciação, mas as ações de repetição do PIS e da Cofins

recolhidos “a maior” no quinquênio prescricional já estão transitando em julgado.

A pergunta que se coloca agora é: quando tributar os créditos declarados nas decisões judiciais?

A Solução de Divergência Cosit 19/17 tratou dos marcos temporais para a contabilização desses créditos.

Segundo o entendimento veiculado pela Receita Federal do Brasil na citada solução de divergência, “a sentença

condenatória que define o valor a ser restituído é um título líquido, certo e exigível de um direito, razão pela qual é no

seu trânsito em julgado que a receita dele decorrente passa a ser tributável pelo IRPJ e pela CSLL”.

De outro lado, a Cosit definiu que “no caso de a sentença condenatória não definir o valor do indébito (sentença

ilíquida), o valor a ser restituído só se torna receita tributável do IRPJ e da CSLL no trânsito em julgado da sentença que

julgar os embargos à execução, fundamentados no excesso de execução (artigo 741, inciso V, do CPC); ou na expedição

do precatório, quando a Fazenda Pública deixar de oferecer embargos.”

Ou seja, a Receita Federal se posicionou no sentido de que:

- Tratando-se de sentenças líquidas, o elemento temporal da regra-matriz de incidência do IRPJ e da CSLL

devidos sobre o crédito coincide com o trânsito em julgado da decisão final favorável ao contribuinte.

Já no caso de sentenças ilíquidas– que apenas declaram abstratamente o direito do contribuinte à repetição do

indébito — os aludidos tributos deverão ser recolhidos no momento (i) do trânsito em julgado da sentença que

julgar os embargos à execução; ou (ii) da expedição do precatório.

Como, em relação aos títulos ilíquidos, a Cosit tratou apenas da hipótese de execução judicial, ainda não foi definido o

momento adequado para o contribuinte tributar o crédito que será compensado na esfera administrativa com base no

artigo 74 da Lei 9.430/96 e na Seção I do Capítulo V e Capítulo VI da Instrução Normativa da Receita 1.717/17.

Inclusive, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já decidiu que “pelo regime de competência, o indébito não

deve ser reconhecido como receita tributável do IRPJ e da CSLL no trânsito em julgado da sentença judicial que não

definiu o valor a ser restituído. (...) para haver o reconhecimento de um elemento patrimonial, no caso um direito, é

necessário, além da certeza da sua existência, a certeza também do seu valor; e tal certeza não é estabelecida pelo

trânsito em julgado de uma sentença em que se concede um direito não liquidado.” (Acórdão 1201-00.178, Processo

10768.004792/2002-43, relator conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, julgamento 30/09/09, publicação

02/03/10.)

A propósito, a Solução de Divergência Cosit 19/17 decorreu da apreciação do recurso interposto pelo contribuinte contra

a Solução de Consulta SRRF/06 Disit 118/02, na qual a Receita Federal afirmou que “[caso] o exercício do direito de

crédito se faça pela compensação dos valores, essa compensação dependerá do surgimento dos débitos a ser

compensados, o que se dará não no momento do trânsito em julgado da sentença, mas sim paulatinamente, à medida em

que surgem os débitos. Enquanto não existentes os débitos passíveis de compensação, é inexequível o exercício do

direito.”

A solução de divergência acabou não revisitando esse entendimento pois se voltou exclusivamente para a execução

judicial das sentenças ilíquidas, como já dissemos.Mas podemos ao menos afirmar que a Receita Federal já sinalizou

que os contribuintes poderão recolher o IRPJ e a CSLL sobre os créditos a serem compensados administrativamente na

medida em que as declarações de compensação (Dcomps) forem sendo transmitidas.

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Recentemente, a 6ª Vara Federal Cível do Rio de Janeiro concedeu a segurança pleiteada por uma empresa de telefonia

para reconhecer que “o momento correto para se apurar o fato gerador do IPRJ e da CSLL é da homologação pelo fisco

do pedido de compensação” do crédito decorrente da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS (MS

5035622-22.2019.4.02.5101, juiz Osair Victor de Oliveira, intimação eletrônica em 26/09/19).

No entanto, esses marcos temporais não nos parecem os mais técnicos à luz do critério material da regra-matriz de

incidência do IRPJ — que é a mesma da CSLL — definido no artigo 43 do CTN.

O legislador vinculou a hipótese de incidência desses tributos à aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de

renda e proventos de qualquer natureza.

Segundo o Dicionário Online Michaelis, disponibilidade corresponde à “qualidade daquele ou daquilo que é ou está

disponível”, “situação dos valores e títulos de que se pode dispor imediatamente ou que podem ser convertidos em

numerário”. Portanto, remete às prerrogativas inerentes ao exercício do direito à propriedade tratadas no artigo 1.228 do

Código Civil.

Nas palavras de Alcides Jorge Costa, “disponibilidade é a qualidade do que é disponível. Disponível é aquilo que se

pode dispor. Entre as diversas acepções de dispor, as que podem aplicar-se à renda são: empregar, aproveitar servir-se,

utiliza-se, lançar mão, usar. Assim, quando se fala em aquisição de disponibilidade de renda deve entender-se aquisição

de renda que pode ser empregada, aproveitada, utilizada, etc.”[1]

A disponibilidade econômica pressupõe a efetiva incorporação da renda ou do provento ao patrimônio do seu titular, já

descolados de sua fonte. Ou seja, caracteriza-se pela disponibilidade direta, material e imediata da riqueza. Para Rubens

Gomes de Souza, “a disponibilidade econômica (...) verifica-se quando o titular do acréscimo patrimonial que configura

renda o tem em mãos, já separado de sua fonte produtora e fisicamente disponível (...)”[2].

Todavia, no caso de compensação na esfera administrativa, a disponibilidade jurídica sobre o crédito provavelmente será

o evento que terá o condão de disparar o dever do contribuinte oferecê-lo à tributação, afinal, a disponibilidade

econômica ocorrerá naturalmente a posteriori, com o encontro de contas.

Ocorre que a disponibilidade jurídica sobre renda e proventos não está adstrita apenas à existência de direito creditório

lastreado em título. Requer, outrossim, que a respectiva obrigação pecuniária seja certa, líquida e exigível e que não haja

qualquer obstáculo, limite ou condição à aquisição da disponibilidade econômica sobre o crédito. Portanto, pressupõe

que o contribuinte já esteja juridicamente investido no direito de dispor materialmente da riqueza, a qualquer momento e

por ato unilateral, livre e desembaraçado.

É como defende Paulo Caliendo:

“(...) não basta a mera aquisição da renda, esta deve estar desembaraçada de ônus ou limitações, melhor dizendo,

disponível. A disponibilidade será, assim, a qualidade daquilo que não possui impeditivos ao seu uso.

Se existirem obstáculos a serem removidos, não haverá disponibilidade, mesmo que exista ação ou execução. Mesmo

que exista um direito oponível ao devedor, não ocorrerá a situação capaz de permitir a incidência do imposto de renda.

Não basta ser credor de renda indisponível (...).

É absolutamente necessária a presença atual de disponibilidade de renda que se incorporou a título definitivo no

patrimônio do contribuinte. (...)”[3]

Não é outro o entendimento de Gilberto Ulhôa Canto:

“Não basta, apenas, que seja adquirido o direito de auferir o rendimento (ou a sua titularidade).É necessário que a

aquisição desse direito assuma a forma de faculdade de adquirir disponibilidade econômica, mediante a tomada de

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iniciativa ou a prática de ato, que estejam no âmbito do arbítrio do interessado, a qualquer momento; em outras palavras,

a disponibilidade jurídica não ocorre com o aperfeiçoamento do direito à percepção do rendimento, sendo, mais do que

isso, configurada somente quando o seu recebimento em moeda ou quase-moeda dependa somente do contribuinte”.[4]

Foi com base nesse racional que a CSRF afastou a exigência do IRRF sobre as remessas ao exterior antes do vencimento

da obrigação contratual, no momento do registro contábil do crédito (Acórdão 9202-003.120, processo

10882.001555/2006-48, relator conselheiro Elias Sampaio Freire, julgamento 26/03/14, publicação 20/05/14).

Como sustentou o relator, “(...) a disponibilidade econômica corresponde entrega do dinheiro; e a jurídica, ao crédito,

isto é, a colocação da renda ou provento a disposição do titular. Para configurar renda, as prestações que passam a

compor o patrimônio do sujeito passivo haverão de ser disponíveis, ou seja, livres, desimpedidas, desembaraçadas,

isentos de condições ou reservas.”

Por essa mesma razão, o STF julgou inconstitucional o artigo 35 da Lei 7.713/88, que autorizava a cobrança de IRPF

dos acionistas no momento da apuração do lucro líquido das sociedades anônimas, no encerramento do período-

base(Recurso Extraordinário 172.058, relator ministro Marco Aurélio, Plenário, julgamento 30/06/95, DJe 13/10/95).

Ocorre que, em nossa opinião, é no procedimento de habilitação (regulado, atualmente, pelos artigos 100 e seguintes da

IN RFB 1.717/17) que a Receita Federal avalia e, sendo o caso, atesta a certeza, a liquidez e a exigibilidade do

crédito.Foi o que reconheceu expressamente o Parecer Normativo Cosit 11/14:

“(...) No caso aqui tratado (crédito de tributo administrado pela RFB reconhecido por sentença transitada em julgado), há

o exercício legítimo do direito de o contribuinte realizar a compensação (vale dizer, o pagamento daquele valor a ele

com a quitação de seus débitos tributários), mas que deve ser limitado mediante análise percuciente da Administração

Pública se aquele crédito efetivamente existe e se sua quantificação está escorreita (no caso de sentença ilíquida),

conforme conceito apontado acima. O interesse público, nesse caso, evidentemente não é impedir essa compensação,

mas sim que seja feita corretamente.

O servidor público que atua nessa situação está RECONHECENDO E QUANTIFICANDO UMA DÍVIDA DA

FAZENDA NACIONAL. Por tal motivo, a RFB possui o denominado poder de polícia (ou polícia administrativa), que

se dá quando determina que o sujeito passivo realize uma declaração (...).

A habilitação prévia de créditos decorrentes de ação judicial, (...)é típico procedimento estabelecido a fim de garantir

que a declaração de compensação de crédito reconhecido judicialmente não ocorra de forma que possa lesionar o

interesse público. (…).”

O parágrafo 1º do artigo 100 da IN RFB 1.717/17 exige, por exemplo, “certidão de inteiro teor do processo” e “cópia da

decisão que homologou a desistência da execução do título judicial” a fim de que o auditor da Receita Federal possa, nos

termos do artigo 101 do mesmo diploma, confirmar se “o sujeito passivo figura no polo ativo”, “a decisão judicial

transitou em julgado” e se “o pedido foi formalizado no prazo de 5 (cinco) anos (...)”.

Está claro que tais requisitos decorrem da necessidade da Autoridade Tributária atestar a certeza e a exigibilidade do

crédito antes de autorizar as compensações.

De outro lado, o parágrafo único do mesmo artigo 100 prevê que o deferimento do pedido de habilitação não implica em

reconhecimento irretratável do crédito, afinal as Dcomps que o invocarem à compensação ainda poderão ser glosadas no

prazo de cinco anos contados da data da transmissão das declarações (vide artigo 74, parágrafo 5º, da Lei 9.430/96).

Contudo, a homologação da habilitação configura um prévio reconhecimento da liquidez do crédito que filtra

compensações exorbitantes, sem respaldo em coisa julgada, conforme reconheceu textualmente o Parecer Normativo

Cosit 11/14.

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Por todos esses motivos, o caput do artigo 100 da IN em comento condiciona a recepção da Dcomp ao deferimento do

pedido de habilitação.

Ou seja, o crédito ilíquido declarado em decisão judicial transitada em julgado não é passível de compensação até que a

Refeita Federal defira sua habilitação. Trata-se, claramente, de um obstáculo jurídico ao seu aproveitamento.

Portanto, em nossa opinião, a homologação da habilitação é o marco temporal da aquisição da disponibilidade jurídica

sobre o crédito, afinal é somente a partir desse momento que o contribuinte poderá — por ato unilateral e

incondicionado — transmitir Dcomps.

Em outras palavras, é com o deferimento do pedido de habilitação que o contribuinte é investido no direito de

efetivamente dispor materialmente crédito (disponibilidade jurídica) para finalmente realizar, mediante a transmissão

das Dcomps, o efeito econômico ínsito ao encontro de contas (disponibilidade econômica).

Por isso, entendemos que esse é o momento adequado para o contribuinte contabilizar o crédito decorrente da exclusão

do ICMS da base imponível do PIS e da Cofins, oferecendo-o à tributação de IRPJ e CSLL.

[1] In Imposto sobre a renda. A aquisição da disponibilidade jurídica ou econômica como seu fato gerador. Limite de

sua incidência. Revista de Direito Tributário 40. São Paulo: Revista dos Tribunais. abril-junho de 1987. p.105.

[2] In Pareceres 1 – Imposto de Renda. Resenha Tributária, 1975, p. 248.

[3] CALIENDO, Paulo. Imposto sobre a renda incidente nos pagamentos acumulados e em atraso de débitos

previdenciários. Interesse Público 24/101, abr. 2004.

[4] CANTO, Gilberto Ulhoa. Apud OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Fundamentos do Imposto de Renda. Quarter Latin,

2008, p. 296.

Leonel Pittzer é sócio do Fux Advogados, especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos

Tributários (Ibet) e em Processo Tributário pela Universidade Candido Mendes (Ucam). Membro da Comissão de

Direito Tributário da OAB-RJ.

Revista Consultor Jurídico, 3 de dezembro de 2019, 6h05

Opinião

Edição impressa de 04/12/2019. Alterada em 04/12 às 03h00min

Retificação das DCTFs e seus efeitos no indébito tributário

Rafael Mallmann

Advogado sócio do escritório TozziniFreire

Ao longo dos últimos anos, a Receita Federal tem aprimorado os seus controles de forma a agilizar e facilitar a sua tarefa

de fiscalização. Em processos de compensação, por exemplo, o cruzamento eletrônico de informações permite a

verificação de problemas formais e sua correção antes da emissão de um juízo de valor definitivo a respeito do pedido

apresentado. A atividade fiscalizatória efetiva, com a análise do crédito declarado pelo contribuinte, só é realizada após

essa fase prévia.

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Além destes avanços, há também situações em que a automatização dos controles ainda demanda um aperfeiçoamento

por parte da Receita. É o que se verifica, por exemplo, na análise de pedidos de compensação apresentados

concomitantemente a retificações de DCTF com redução de débitos originalmente declarados.

De acordo o art. 165 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo tributário tem direito à restituição do tributo

indevidamente recolhido, independentemente de prévio protesto. Para tanto, ele deverá apresentar seu pedido de

restituição no prazo de 5 anos, contados da data da realização do pagamento. Quando o contribuinte deseja recuperar o

indébito de forma mais rápida, faz uso do procedimento de compensação, abatendo seu crédito de débitos tributários

vincendos.

Sempre que o pagamento indevido não demandar, para sua recuperação, a propositura de demanda judicial, deverá o

contribuinte promover a retificação da DCTF em que informou o débito originalmente confessado. Essa retificação,

invariavelmente, indicará a redução do referido débito, de forma que o valor pago de forma indevida passe a constar

como um crédito no sistema da Receita. Sem essa retificação, prevista pelo art. 9º da Instrução Normativa nº 1.599, a

Receita não identifica a existência do crédito e a compensação não é homologada.

De outro lado, as declarações retificadoras poderão ser retidas para análise e não produzirão efeitos enquanto pendentes

de análise e não homologadas. O direito à análise da retificação por parte da Receita é inalienável; todavia, os efeitos do

procedimento não podem prejudicar o contribuinte.

Em situações como a acima narrada, a Receita tem emitido despachos decisórios não homologando compensações

efetuadas pelos contribuintes tendo como base uma pretensa inexistência de crédito. Assim o faz afirmando que o valor

recolhido pelo contribuinte segue integralmente alocado para quitação do débito originalmente confessado, ignorando a

existência da declaração retificadora, que ainda se encontra sob análise.

Evidentemente, o contribuinte em tal situação possui o direito de apresentar manifestação de inconformidade contra o

despacho decisório proferido e, com isso, obter a suspensão da exigibilidade do crédito tributário decorrente da não

homologação de sua compensação. Entretanto, considerando que a Receita possui prazo de 5 anos para analisar a

declaração, nada impede que o processo administrativo de análise de sua compensação se encerre antes do curso de tal

prazo, tornando possível eventual cobrança.

Diante do absurdo da situação, é fundamental que a Receita promova a adequação de seus sistemas, de forma a permitir

que a declaração retificadora e a compensação do crédito dela decorrente possam ser analisadas em um mesmo

momento. Com isso, otimiza-se o processo de fiscalização sem que haja qualquer prejuízo ao Fisco e ao contribuinte,

tornando desnecessária a movimentação do Poder Judiciário apenas e tão-somente para a discussão de aspectos formais

relacionados à compensação.

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): o que saber

para não se complicar

Publicado por Raul Vieira

Imagine que você realize o cadastro de seu perfil em algum aplicativo, colocando lá informações pessoais como nome,

número de identificação (RG ou CPF), telefone, e-mail e etc. e que, de posse dessas informações, a empresa as repassem

para algum terceiro interessado, independente da finalidade e sem que você tenha conhecimento disso? A exposição de

dados pessoais, dessa forma, é uma situação grave e desconfortável para o consumidor do aplicativo.

Foi um caso semelhante a esse, ocorrido no ano passado, que impulsionou a aprovação da Lei Geral de Proteção de

Dados aqui no Brasil. Trata-se da venda de dados pessoais de usuários do Facebook, coletados através de um teste

psicológico produzido pela Global Science Research, para a Cambridge Analytics, empresa de análise de dados,

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responsável pela campanha presidencial de Donald Trump. Através da aquisição dos dados, a empresa analisava o perfil

dos pretensos eleitores e, assim, direcionava a propaganda, favorecendo o movimento político contratante.

A negociação só foi possível por conta de uma brecha encontrada nos Termos e Condições de Uso da rede social, que

proibia a venda dessas informações por ela, mas não mencionava a restrição para terceiros que adquirissem os dados.

Dessa forma, ainda que o usuário tivesse consentido para tanto, isso não era feito de forma inequívoca.

O escândalo reverberou no mundo inteiro e, no Brasil, serviu como alerta para que fosse desenvolvida uma legislação

protecionista em relação ao tratamento de dados no país. O caso, juntamente com a entrada em vigor da GDPR (General

Data Protection Regulation) traçaram o caminho para a elaboração e sanção da LGPD.

Seu objetivo é justamente esse: garantir regulamentação e uniformidade ao tratamento dos dados que as empresas

brasileiras adquirem de seus empregados, consumidores e fornecedores e aumentar a privacidade e o controle dessas

informações. É importante destacar esse controle dos dados, que se busca através da utilização da Lei, será feito pelo

próprio titular.

Assim, foram elaborados conceitos específicos para ajudar a compreender essa finalidade. Se diz dados pessoais aqueles

relacionados à pessoa natural identificada ou identificável, como número do RG, CPF, endereço, número de telefone e

etc.. Além disso, seu tratamento compreende toda operação realizada com esses dados, desde a coleta até a eliminação.

Não se fala aqui em proteção de dados relativos às preferências religiosas, políticas, sexuais, estes são classificados

como dados pessoais de caráter sensível. Esses dados só serão objeto da LGPD caso possam ser usados para identificar

alguém.

O tratamento desses dados pessoais depende do consentimento expresso do titular. Essa importante e essencial

mudança, trazida pela Lei, garante o controle, outrora mencionado, pois todas as ações realizadas sobre as informações

vão depender de autorização clara e expressa do titular – que poderá requerer a exclusão dos dados a qualquer momento.

Na prática, essa mudança obriga as empresas à atualizarem os termos e políticas de uso dos seus serviços, de modo que a

autorização dada pelo titular para o manuseio de seus dados fiquei inequívoca, sob pena de ação ilegal da empresa no

tratamento das informações.

Incorrendo em ilegalidades, a empresa sofrerá as devidas penalidades estipuladas pela LGPD. A primeira penalidade

instituída à empresa é a vedação, total ou parcial, das atividades relacionadas ao tratamento de dados. Além disso, é

estipulada uma sanção de multa pelo descumprimento da Lei, que pode variar de 2% (dois por cento) do faturamento da

empresa até R$ 50 milhões por infração cometida. Diante disso, é necessária atenção no tratamento legal dos dados, pois

a infração pode ser considerada única para cada informação vazada, assim, no caso de um vazamento substancial, a

multa será de enorme valor.

Diante da possibilidade de vazamento, a empresa precisa cuidar para tornar os procedimentos de tratamento dos dados

regulares e infalíveis. Para se adequar às novas exigências, deve ser criado um Comitê de Segurança da Informação, com

funcionalidade interna – dentro da empresa – que responderá pela administração dos dados da empresa. O responsável

pelo Comitê é o Encarregado, ou DPO (data protection officer). Todos os procedimentos de tratamento dos dados

recebidos pela empresa devem passar por ele. A instituição do DPO é medida extremamente necessária para garantir a

transição da sistemática de proteção dos dados dentro do empreendimento.

Ao passo que a LGDP representa um avanço incomensurável no cenário da proteção de dados pessoais, ela traz um

enorme desafio para o setor empresarial brasileiro, uma vez que muda por completo a sistemática de gestão e tratamento

dessas informações. Se adequar à Lei é medida imperiosa e deve ser seguida à risca pelos empresários que pretendem se

desenvolver em setores ligados, principalmente, à tecnologia.

Dessa forma, a reestruturação desses procedimentos deve ser acompanhada de perto por um corpo jurídico capaz de

analisar cada situação e, com profundo conhecimento da Lei, traçar o melhor caminho para a empresa, juntamente com o

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DPO e o Comitê de Segurança. Adaptar os serviços e produtos para entrar em conformidade com a LGPD, até 2020,

será tarefa árdua, mas pode ser minimizada pela contratação da equipe certa.

Quer saber mais sobre o assunto? Entre em contato ou visite nosso site:

https://vlvr.com.br/

Cinco Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas

ao Setor Público são publicadas

Fonte: CFC - Conselho Federal de ContabilidadeLink: https://cfc.org.br/noticias/cinco-normas-brasileiras-de-

contabilidade-aplicadas-ao-setor-publico-sao-publicadas/

O cronograma da convergência das normas contábeis brasileiras do setor público ao padrão International Public Sector

Accounting Standards (Ipsas) cumpriu, nesta quinta-feira (28), mais uma etapa, com a publicação, no Diário Oficial da

União (DOU), de um grupo de cinco novas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC

TSP). Com vigência a partir de 1º de janeiro de 2021, foram publicadas as NBC TSP 22, 23, 24, 25 e 26.

De acordo com a área Técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a convergência dessas normas têm por base

as respectivas Ipsas, as quais mantêm a essência das International Accounting Standards (IAS) – atualmente conhecidas

como International Financial Reporting Standards (IFRS).

Conheça, a seguir, as cinco novas NBC TSP:

NBC TSP 22 – Divulgação sobre Partes Relacionadas

Esta norma foi convergida com base na Ipsas 20 – Related Party Disclosures. O conteúdo, no setor privado, é

equivalente ao da NBC TG 05 e da IAS 24.

Entidades que elaboram e apresentam demonstrações contábeis de acordo com o regime de competência deverão aplicar

a NBC TSP 22 na divulgação de informações a respeito da existência de relacionamentos com partes relacionadas e

certas transações com essas partes.

Segundo consta Norma, o seu objetivo é exigir a divulgação de relacionamentos com partes relacionadas, quando exista

o controle e a divulgação de informações sobre as transações entre a entidade e suas partes relacionadas em certas

circunstâncias. Essas informações são exigidas para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e

para facilitar uma melhor compreensão da situação patrimonial e de desempenho da entidade que reporta.

NBC TSP 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Com conteúdo equivalente ao da NBC TG 23 e da IAS 8, a NBC TSP 23 foi editada a partir da Ipsas 3, para adequação

ao setor público. Destina-se a estabelecer critérios para selecionar e alterar as políticas contábeis, juntamente com o

tratamento contábil e a divulgação de mudanças nas políticas contábeis; mudança nas estimativas contábeis; e

retificações de erros.

Esta Norma tem a finalidade de melhorar a relevância e a confiabilidade das demonstrações contábeis da entidade, além

de permitir sua comparabilidade ao longo do tempo com outras entidades.

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NBC TSP 24– Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis

Norma convergida com base na Ipsas 4 e mantém equivalência, no âmbito do setor privado, à NBC TG 02 e à IAS 21.

Segundo o conteúdo da Norma, a entidade pode manter atividades em moeda estrangeira de duas formas: realizar

transações em moedas estrangeiras ou possuir operações no exterior. Ainda, está previsto que a entidade pode apresentar

suas demonstrações contábeis em moeda estrangeira.

O objetivo da NBC TSP 24 é estabelecer como incluir transações em moeda estrangeira e operações no exterior nas

demonstrações contábeis da entidade e como converter demonstrações contábeis para outra moeda de apresentação.

A Norma prevê que a entidade que elabora e apresenta demonstrações contábeis, de acordo com o regime de

competência, deve adotá-la: na contabilização de transações e saldos em moedas estrangeiras, exceto para transações

com derivativos e instrumentos financeiros; na conversão da demonstração do resultado e do balanço patrimonial de

entidades no exterior, que estão incluídas nas demonstrações contábeis da entidade, por meio da consolidação ou pela

aplicação do método da equivalência patrimonial; e na conversão da demonstração do resultado e do balanço patrimonial

para outra moeda de apresentação.

NBC TSP 25 – Evento Subsequente

Com aplicação voltada às entidades do setor público, conforme o alcance definido na NBC TSP Estrutura Conceitual,

esta Norma foi convergida com base na Ipsas 14, e seu conteúdo relacionado ao setor privado está contido na NBC TG

24 e na IAS 10.

O objetivo da Norma é estabelecer: quando a entidade deve ajustar suas demonstrações contábeis, em razão de eventos

subsequentes à data a que se referem essas demonstrações; e as informações que a entidade deve divulgar sobre a data de

autorização para emissão das demonstrações contábeis e sobre eventos subsequentes à data dessas demonstrações.

NBC TSP 26 – Ativo Biológico e Produto Agrícola

Baseada na Ipsas 27 e com conteúdo equivalente, no âmbito privado, ao da NBC TG 29 e da IAS 41, esta Norma tem o

objetivo de estabelecer o tratamento contábil e a divulgação das atividades agrícolas.

A entidade que elabora e apresenta as demonstrações contábeis de acordo com o regime de competência deve aplicar

esta Norma para os seguintes itens, quando relacionados com as atividades agrícolas: ativos biológicos e produção

agrícola no momento da obtenção do produto agrícola.

Conforme consta da Norma, ativos biológicos são utilizados em muitas atividades realizadas pelas entidades do setor

público. Quando esses ativos são utilizados em atividades de pesquisa, educação, transporte, entretenimento, recreação,

controle alfandegário ou em quaisquer outras que não sejam agrícolas, conforme definidas no item 9 da Norma, esses

ativos não são contabilizados de acordo com esta Norma.

A NBC TSP 26 deve ser aplicada à produção agrícola, assim considerada aquela decorrente da obtenção do produto

agrícola dos ativos biológicos da entidade, somente no momento da obtenção do produto agrícola. Após esse momento,

a NBC TSP 04, ou outra norma mais adequada, deve ser aplicada.

DITR: Receita Federal publica planilha com os Valores da

Terra Nua (VTN) de 2.903 municípios

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3 dez 2019 - IR / Contribuições

Publicação permite aos contribuintes uma pauta de valores a serem utilizados como referência na apresentação ou

retificação da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DITR.

A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil publicou em seu sítio na internet, uma Planilha com os Valores de

Terra Nua, relativos ao ano de 2019.

A publicação traz os Valores da Terra Nua de 2.903 municípios brasileiros, pertencentes a 18 unidades da federação:

Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Os dados publicados foram informados à Receita Federal por municípios e estados. Em março deste ano, por meio da

Instrução Normativa RFB nº 1877/2019, a Receita Federal aperfeiçoou e padronizou as regras para informação de VTN

por municípios brasileiros, com o objetivo de conferir mais qualidade aos dados informados. Na sequência da publicação

dessa IN, ainda em março deste ano, a Receita incluiu no e-Cac um serviço específico, SIPT (que corresponde a Sistema

de Preços de Terras), para uso dos municípios no fornecimento da informação dos VTN apurados nos termos da IN RFB

nº1877/2019. O serviço é exclusivo para Pessoas Jurídicas, com certificação digital.

A publicação da planilha concretiza o objetivo de longa data de conferir transparência aos dados de VTN recebidos pela

Receita Federal e possibilitar aos contribuintes uma pauta de valores para serem utilizados como referência na

apresentação ou retificação da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DITR.

Clique aqu: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/auditoria-fiscal/planilha-vtn-2019.pdf

Fonte: Receita Federal

Solução de Consulta COSIT Nº 99014 DE 27/11/2019

Publicado no DOU em 3 dez 2019

Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias

EMPREGADOR RURAL PESSOA JURÍDICA. CONTRIBUIÇÃO SOBRE A

FOLHA DE SALÁRIOS. INEXISTÊNCIA DE EMPREGADOS E

TRABALHADORES AVULSOS. OPÇÃO DE RECOLHIMENTO.

IMPOSSIBILIDADE.

A inexistência de empregados e/ou trabalhadores avulsos impede o direito à opção da forma de tributação de que trata o

parágrafo 7º do artigo 25 da Lei nº 8.870, de 1994, na redação dada pela Lei nº 13.606, de 9 de janeiro de 2018, uma vez

que é condição exigida do empregador o pagamento da contribuição incidente sobre a folha de salários relativa a janeiro

de cada ano, ou à primeira competência subsequente ao início da atividade rural.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 286, de 10 de outubro de 2019

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Dispositivos Legais: Lei nº 8.870, de 1994, art. 25, § 7º.

MIRZA MENDES REIS

Coordenadora

Baseada em Transações

Carf mantém multa de R$ 1 bilhão da Samarco por imposto de renda

4 de dezembro de 2019, 10h49

Por Gabriela Coelho

A Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) manteve, na terça-feira (3/12), uma cobrança

de cerca de R$ 1 bilhão de Imposto de Renda da Samarco. A autuação fiscal se baseou em transações entre a companhia

e a Vale e de um aproveitamento de benefício fiscal.

Prevaleceu o entendimento da relatora, conselheira Viviane Vidal Wagner, representante da Fazenda. Ela entendeu que a

lei de 1995, ao estabelecer uma alíquota geral e revogar as disposições contrárias, afastou a previsão da norma de 1989.

Por isso, votou para manter essa parte da cobrança.

"A autuação fiscal também aponta que a Samarco desconsiderou valores pagos à Vale como contraprestação à

arrendamento de direito de pesquisa e exploração de lavras minerárias. Segundo a empresa, os pagamentos seriam

royalties, pois a Vale é sua sócia", disse.

O entendimento foi seguido pelos outros quatro conselheiros representantes da Fazenda e por um dos representantes dos

contribuintes.

Autuação Na autuação, o Fisco afirmou que há insuficiência de recolhimento do Imposto de Renda (IR) entre 2011 e 2014. A

Samarco recolheu a alíquota de 18% de IR prevista na Lei 7.988, de 1989, com base em decisão judicial transitada em

julgado sobre o assunto

Segundo a empresa, a Lei 7.988 concedia alíquota diferenciada do imposto para a atividade de exportação de metais

abundantes. A Receita Federal aplicou a Lei 9.249, de 1995, que prevê a alíquota de 15% mais adicional de 10%.

Segundo a Receita, a Lei 7.988 estava implicitamente revogada, pois não houve declaração na Constituição de 1988 pela

manutenção do benefício fiscal. Inserida na Lei 7.988, a benesse havia sido instituída pelo Decreto-lei nº 2.413, de 1988,

anterior à Constituição Federal.

10600.720046/2016-17

Gabriela Coelho é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 4 de dezembro de 2019, 10h49

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Confira as isenções do IOF nas exportações

02/12/2019 Portal Tributário

O atual Regulamento do IOF prevê que operações que envolvam exportação estarão isentas ou com alíquota zero do IOF,

adiante especificadas.

1. Operações de câmbio relativas ao ingresso no País de receitas de exportação de bens e serviços

Enquadram-se neste benefício as operações de câmbio relativas ao ingresso no País de receitas de exportação de serviços

classificados nas Seções I a V da Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que produzam

variações no patrimônio – NBS.

Entretanto, os serviços de apoio marítimo e portuário em portos brasileiros, irrelevante se prestados a armadores nacionais

ou estrangeiros, no que concerne ao IOF, não se enquadram na hipótese de aplicação da alíquota zero prevista para

operações de câmbio referentes ao ingresso de receitas de exportação de serviços (Solução de Consulta Cosit 511/2017).

2. Realizada mediante conhecimento de depósito e warrant, representativos de mercadorias depositadas para exportação,

em entreposto aduaneiro.

3. Efetuada por meio de cédula e nota de crédito à exportação.

4. Seguro de crédito à exportação e de transporte internacional de mercadorias.

5. Operações com contratos de derivativos para cobertura de riscos, inerentes à oscilação de preço da moeda estrangeira,

decorrentes de contratos de exportação firmados por pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País.

6. na operação de crédito à exportação, bem como de amparo à produção ou estímulo à exportação.

7. Relativa a adiantamento de contrato de câmbio de exportação.

8. Realizada por instituição financeira, com recursos públicos ou privados, para financiamento de operações destinadas a

aquisição, produção e arrendamento mercantil de bens de capital, incluídos componentes e serviços tecnológicos

relacionados, e o capital de giro associado, a produção de bens de consumo para exportação, ao setor de energia elétrica,

a estruturas para exportação de granéis líquidos.

Simples Nacional: como proceder para tributar as

receitas pelo regime de caixa?

26/11/2019 Portal Tributário

Para fins de apuração do Simples Nacional, as ME e as EPP podem optar, anualmente, pelo regime de reconhecimento de

suas receitas, adotando o regime de caixa (receita recebida) ou o regime de competência (receita auferida).

A grande vantagem para a empresa é evitar pagar tributos sobre a parcela não recebida de clientes.

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Optando pela regime de caixa, a receita mensal recebida (e não os valores faturados) será utilizada para efeito de

determinação da base de cálculo mensal na apuração dos valores devidos.

O optante pelo regime de apuração segundo o regime de caixa deverá manter registro dos valores a receber, no modelo

constante do Anexo IX da Resolução CGSN 140/2018, relativas a cada prestação de serviço ou operação com mercadorias

a prazo.

A opção deverá ser realizada em aplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional.

Ressalte-se que:

· a receita mensal apurada pelo regime de competência continuará a ser utilizada para determinação dos limites e

sublimites, bem como para o enquadramento nas faixas de alíquota;

– os contribuintes que optaram pelo regime de caixa deverão informar no aplicativo de cálculo, mensalmente, além da

receita mensal recebida, a receita mensal apurada pelo regime de competência.

Nas prestações de serviços ou operações com mercadorias a prazo, a parcela não vencida deverá obrigatoriamente integrar

a base de cálculo dos tributos abrangidos pelo Simples Nacional até o último mês do ano-calendário subsequente àquele

em que tenha ocorrido a respectiva prestação de serviço ou operação com mercadorias.

Bases: art. 16 a 20, 77 e 78 da Resolução CGSN 140/2018.

Empresas que discutem cálculo do PIS/Cofins têm

compensações vetadas

7 de dezembro de 2019

|Por Redação Grupo Studio

A Receita Federal vem usando a exclusão do ICMS do cálculo do PIS e da Cofins como justificativa para vetar

compensações feitas por contribuintes. Isso aconteceu com pelo menos duas exportadoras que haviam utilizado

créditos escriturais das contribuições sociais para pagar tributos. Esses créditos são gerados por causa da

sistemática da não cumulatividade e não fazem parte da discussão sobre o imposto estadual. Para o Fisco, porém,

as duas coisas estão interligadas. Na época em que foram transmitidas as compensações, havia ações em curso,

movidas pelas empresas, para discutir a retirada do

Nos dois casos, a Receita Federal entendeu que o resultado dos processos em andamento poderia interferir nos

valores das compensações. Por esse motivo, desconsiderou as operações. As duas decisões foram emitidas pela

Delegacia Especial de Maiores Contribuintes (Demac) do Rio de Janeiro e estão assinadas pela mesma auditora

fiscal. Um dos casos envolve cerca de R$ 2 bilhões e o outro aproximadamente R$ 10 milhões. Exportadoras

costumam acumular muitos créditos porque nas vendas ao exterior não há tributação. Elas pagam PIS e Cofins

na entrada, quando adquirem os produtos que serão exportados, mas não conseguem compensá-los na saída. A

legislação prevê que, nessas hipóteses, as companhias podem pedir a restituição dos valores. A maioria converte a

restituição em compensação (pagamento de outros tributos com os créditos). Foi exatamente isso o que aconteceu

nos dois casos.

As empresas haviam utilizado os créditos acumulados de PIS e Cofins para o pagamento de Imposto de Renda e CSLL.

A Demac do Rio de Janeiro considerou essas compensações – realizadas nos anos de 2015 e de 2016 – como “não

declaradas”. Os débitos ficaram em aberto, como se o Imposto de Renda e a CSLL nunca tivessem sido pagos e as

empresas ainda foram multadas em 75%. Esse é mais um dos desdobramentos da chamada “tese do século”. O Supremo

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Tribunal Federal (STF) decidiu, em março de 2017, que o imposto estadual não faz parte da base de cálculo do PIS e da

Cofins. A Fazenda Nacional apresentou recurso (embargos de declaração) contra a decisão em outubro daquele ano. O

recurso da Fazenda ainda está pendente de julgamento. Estava pautado para esta semana, mas foi retirado pelo

presidente do STF, ministro Dias Toffoli. A tese em discussão é uma das mais importantes da área tributária.

A Fazenda havia afirmado, em 2017, que o impacto aos cofres públicos poderia ser de mais de R$ 200 bilhões,

considerando os valores a serem devolvidos aos contribuintes. Hoje, a perda anual de arrecadação a partir da conclusão

do julgamento é estimada pela área econômica do governo em R$ 47 bilhões. Advogados afirmam que a pendência no

STF – que já dura mais de três anos – têm gerado uma série de problemas para os contribuintes. Especialmente, dizem,

em razão das estratégias que vêm sendo adotadas pela Receita Federal para dificultar as compensações. Até agora, no

entanto, tais medidas estavam relacionadas ao uso dos créditos gerados com as próprias ações sobre a exclusão do

ICMS. Há contribuintes que já têm processos finalizados (transitados em julgado) e que, em teoria, poderiam pedir o

ressarcimento do que foi pago a mais ou fazer compensações. Essa é a primeira vez que as compensações vetadas não

estão diretamente relacionadas aos processos sobre ICMS. Nos despachos emitidos pela Demac consta que se o

contribuinte não incluir o imposto na base das contribuições, também não poderá incluí-lo no cálculo dos créditos, “sob

pena de ferir-se o equilíbrio do sistema”.

A auditora fiscal que assina os documentos aplicou o artigo 59 da Instrução Normativa nº 1.717, de 2017. Esse

dispositivo diz que “é vedado o ressarcimento de crédito cujo o valor possa ser alterado total ou parcialmente por

decisão definitiva em processo judicial ou administrativo fiscal”. Advogados enxergam esse movimento como

“extremamente perigoso” para os contribuintes e afirmam que, se replicado, poderá inviabilizar as compensações com o

uso de quaisquer créditos de PIS e Cofins. “O potencial lesivo é gigante”, avalia Leonel Pittzer, sócio do escritório Fux

Advogados. “Todas as empresas discutem a exclusão do ICMS do cálculo do PIS e da Cofins e a possibilidade de

créditos de PIS e Cofins sobre insumos”, acrescenta. Ele cita a questão dos insumos por também se tratar de crédito

escritural e por ser uma das de maior volume na esfera administrativa e judicial. “Quem garante que a Receita não vai

aplicar a mesma lógica?” Julio Janolio, sócio do escritório Vinhas e Redenschi Advogados, atua para as duas

exportadoras. Ele diz que o argumento usado pela Receita Federal não se aplica aos casos. Segundo ele, o artigo 74,

parágrafo 12, da Lei nº 9.430, de 1996, é claro no sentido de que a compensação será considerada não declarada se o

crédito que foi utilizado pelo contribuinte estiver pendente de decisão judicial. A Receita, enfatiza, se utilizou de

discussão judicial paralela para vetaras compensações.

O advogado afirma ainda que as duas situações têm em comum somente o fato de tratarem das mesmas contribuições –

o PIS e a Cofins. “A tese da exclusão do ICMS não afeta o pedido de ressarcimento. Não há qualquer relação entre os

dois casos”, diz ele, acrescentando que, ao agir desta forma, a Receita cria “uma verdadeira distorção no ordenamento

jurídico que dispõe sobre a restituição”. Como as compensações foram consideradas não declaradas, os contribuintes

não poderão discutir as decisões na esfera administrativa. O advogado Julio Janolio afirma que apresentou, nos dois

casos, recurso hierárquico, que será apreciado pela Demac do Rio de Janeiro. Se não for aceito, recorrerá ao Judiciário.

A Receita Federal foi procurada pelo Valor, mas não deu retorno até o fechamento da edição.

Contabilidade: Perde validade MP que dispensa empresas de

publicar demonstrações financeiras em jornais

5 dez 2019 - Contabilidade / Societário

A Medida Provisória (MP) 892/19, que dispensava empresas de publicar demonstrações financeiras em jornais

impressos, perdeu a validade na terça-feira (3). Editada em agosto, a medida foi rejeitada na comissão mista em 12 de

novembro e nem chegou a ser votada nos plenários da Câmara e do Senado. O prazo para o Congresso analisar a MP era

de 120 dias.

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A relatora da MP, senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), lamentou a rejeição na comissão mista. Ela apresentou o

parecer pela aprovação da medida editada pelo governo. Segundo Soraya, a rejeição de seu relatório mantém "altos

custos para as empresas".

A comissão mista, contudo, havia aprovado outro parecer, o da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), que concluiu

pela inconstitucionalidade da medida provisória. Para a senadora, além de tratar de assunto disciplinado em legislação

recente (Lei 13.818/19), a MP abria espaço para fraudes de documentos eletrônicos e carecia de relevância e de

urgência.

Fonte: Câmara dos Deputados

Contabilistas, muita atenção

Revisão do Código de Ética entra em vigor em janeiro Por Maristela Giroto

Comunicação do CFC

A partir de 1º de janeiro de 2020, entra em vigor a primeira revisão do Código de Ética Profissional do Contador, baseado

no Código Internacional de Ética para Contadores Profissionais, emitido pela Federação Internacional de Contadores (Ifac,

na sigla em inglês). As cinco normas que compõem o conjunto de regras foram publicadas, pelo Conselho Federal de

Contabilidade (CFC), no Diário Oficial da União (DOU), no dia 28 de novembro.

O Código está estruturado em cinco partes e foi convertido nas seguintes normas profissionais:

NBC PG 100 (R1) – Dispõe sobre o cumprimento do Código, dos Princípios Fundamentais e da Estrutura

Conceitual. Constitui esta Norma a Parte 1, com seções de 100 a 199, mais o Glossário.

NBC PG 200 (R1) – Dispõe sobre contadores empregados (contadores internos). Esta é a Parte 2 do Código, com as

seções de 200 a 299.

NBC PG 300 (R1) – Dispõe sobre contadores que prestam serviços (contadores externos). Trata-se da Parte 3, com seções

de 300 a 399.

NBC PA 400 – Dispõe sobre independência para trabalho de auditoria e revisão. Traz a Parte 4A, com seções de 400 a

899.

NBC PO 900 – Dispõe sobre independência para trabalho de asseguração diferente de auditoria e revisão. Esta norma

compõe a Parte 5B, com seções de 900 a 999.

A alteração no Código de Ética Profissional do Contador foi necessária para ajustar o conjunto de regras ao Código

Internacional da Ifac, que passou por relevantes alterações em 2018, sendo reeditado com uma nova estrutura, para tornar

o documento mais fácil de ser utilizado.

Entre as alterações promovidas pela Federação Internacional de Contadores no Código de Ética constam: estrutura

conceitual aprimorada e com mais destaque; disposições mais claras sobre salvaguardas relativas a ameaças ao

cumprimento dos princípios fundamentais e à independência; reforço das disposições sobre independência, abordando a

longa associação de pessoal com cliente de auditoria ou asseguração; novas e revisadas seções dedicadas a contadores

profissionais nos negócios – os que fazem a contabilidade da entidade –, relacionadas à preparação e apresentação de

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informações e à pressão para violar os princípios fundamentais; e, entre outras mudanças, novo material de inscrição para

enfatizar a importância de compreender fatos e circunstâncias ao exercer o julgamento profissional.

A reprodução deste material é permitida desde que a fonte seja citada.

Simplificação na emissão dos certificados digitais é aprovada

em reunião do Comitê Gestor da ICP-Brasil

Postado por José Adriano em 4 dezembro 2019 às 10:10

A segunda reunião do Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – CG ICP-Brasil foi realizada nesta

terça-feira, 3 de dezembro, na sede do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, em Brasília. Na pauta, a

simplificação de processos na emissão do certificado digital visando um maior alcance desta robusta ferramenta

tecnológica, que garante concomitantemente autenticidade, confidencialidade, não repúdio, integridade e presunção

legal de veracidade. O CG ICP-Brasil é composto por representantes do governo e da sociedade civil em um modelo

liberal e exerce a função de autoridade gestora das políticas do setor.

“Nesta reunião, endereçou-se uma infraestrutura moderna com amparo jurídico para que todas as aplicações, tanto de

governo quanto da iniciativa privada, façam uso do certificado digital para um processo de digitalização do Brasil muito

mais seguro e adaptado às tecnologias existentes”, frisou o diretor-presidente do ITI, Marcelo Buz, ao encerrar a

reunião, que teve todas as pautas aprovadas.

Dentre as novidades está a simplificação do processo de certificação digital para pessoas jurídicas. Como o certificado

digital de uma empresa, por exemplo, é utilizado como assinatura por um representante legal daquela instituição, basta

que a pessoa comprove o seu poder de representação, como por meio da certidão simplificada emitida pelas juntas

comerciais. O procurador-Chefe do ITI, Alexandre Munia, explicou que, desta forma, a previsão do uso do certificado

digital de titularidade de uma organização deve estar sujeita ao regime de responsabilidade definido em lei quanto aos

poderes de representação conferidos ao responsável pelo uso indicado do certificado.

Outra definição que contribuirá para simplificar a emissão do certificado digital aos usuários e reduzir a burocracia é a

possibilidade de se emitir um novo certificado digital a partir de um válido de forma eletrônica. Caso o usuário já tenha a

sua identificação biométrica e biográfica registrada nos bancos de dados dos Prestadores de Serviço Biométrico –

PSBios, será possível emitir outro certificado pelo site da AC, validando seus dados a partir do documento digital já em

vigor.

“Esta possibilidade apoiou-se no que chamamos informalmente de renovação e já existia na infraestrutura. O que

aprovou-se agora é a extensão para a emissão dos certificados mais de uma vez de forma eletrônica após a identificação

digital. Essa etapa não deixará de existir, continua sendo obrigatória, mas apenas na primeira emissão”, salientou a

diretora de Auditoria, Fiscalização e Normatização, Ângela de Oliveira.

Para o diretor de Infraestrutura de Chaves Públicas, Eduardo Lacerda, as pautas analisadas e aprovadas pelo Comitê

Gestor representam o começo de uma nova ICP-Brasil, “mais segura, moderna e acessível ao cidadão”.

“A ICP-Brasil precisa se reestruturar. Uma plataforma tecnológica nacional deve atender aos anseios da sua população,

que quer menos burocracia, preços acessíveis, flexibilidade e com facilidade de uso. É necessário o entendimento que

ela precisa estar presente e pode endereçar muito mais do que é hoje, como assinar transações em redes Blockchain, IoT

e daqui a pouco se reestruturar de novo, em uma revolução criptográfica que estar por vir”, complementou Lacerda.

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Os membros do Comitê Gestor ainda aprovaram que as empresas de auditoria independente também realizem a

auditorias operacional das Autoridades Certificadoras - ACs de 1º nível e seus prestadores de serviço de suporte, de

modo que esta auditoria possa contemplar, em um único trabalho, os dois escopos exigidos: ICP-Brasil e WebTrust.

Antes da decisão, a auditoria das entidades citadas somente poderia ser realizada pelo ITI.

Regras para a validação do alvará no Carimbo do Tempo, atualizações em DOCs ICP e atualização das

responsabilidades em caso de encerramento de atividade de AC foram outros temas discutidos na reunião.

A segunda reunião do Comitê Gestor da ICP-Brasil foi transmitida ao vivo e está disponível no canal do ITI no Youtube.

Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=TLAnGoyU9VQ&t=1477s

https://www.iti.gov.br/component/content/article/17-noticias/indice...

PLP 461/2017 - Mudança no recolhimento do ISS

Postado por José Adriano em 5 dezembro 2019 às 18:00

Em um breve futuro, deve haver alterações na maneira como é recolhido o Imposto sobre Serviços (ISS). Isto porque no

fim da noite da última segunda (2), os deputados aprovaram por 312 votos a 1 o projeto que transfere a

competência da cobrança do Imposto Sobre Serviço (ISS) do município onde fica a sede da empresa para aquele

onde o serviço é prestado. De acordo com o Projeto de Lei Complementar (PLP) 461/17, a previsão é que haja um

prazo de três anos para a transição, a partir de 2020. O texto ainda voltará a ser debatido no Plenário da Câmara pelo

fato de haver 11 destaques ao relatório final. Após esta análise, ele precisará ser aprovado no Senado, ainda em 2019,

para que entre em vigor no prazo previsto.

A mudança tem impacto direto nas finanças dos municípios, aumentando a arrecadação para as cidades menores. Para

José Patriota, presidente da Associação dos Municípios de Pernambuco (Amupe), o projeto visa fazer uma verdadeira

justiça fiscal. “Antes, o ISS era recolhido em alguns poucos municípios que ofereciam vantagens absurdas em relação

aos outros. O serviço era prestado em Gravatá, por exemplo, e o ISS ia para São Paulo ou Barueri. Não é justo o

consumidor do Recife pagar imposto à capital paulista. Agora, a Lei vai beneficiar proporcionalmente todos os

municípios porque o grande também não perde nada. A lei acaba com a concentração de local de arrecadação e espero

que o Senado não a altere”, analisa.

De acordo com o Secretário de Finanças da Prefeitura do Recife, Ricardo Dantas, o tema já vinha sendo debatido na

Associação Brasileira das Secretaria das Finanças das Capitais (Abrasf) desde 2017 com a edição da lei complementar

157 que alterou a de número 116, que rege ISS do país em relação a determinados segmentos. “Na época, simplesmente

ficou definido que o município tomador do serviço ficasse com a receita, mas uma gradação devida não foi feita. Esta

disposição de agora vem trazer justamente esta mudança gradativa. Um consenso entre as grandes entidades nacionais

que representam os municípios sobre esta matéria”, afirma. Ele destaca, ainda, a criação do Comitê Gestor, com a

função de orientar o cumprimento das novas regras, formado por representantes de uma capital de cada região do país,

além de uma cidade menor de cada uma destas regiões. Quem indicará as capitais é a Frente Nacional dos Prefeitos. Os

demais municípios serão determinados pela Confederação Nacional dos Municípios. “A não existência deste comitê

inviabilizou esta questão operacional no passado. Afinal, são regras simples mas que, não unificadas, podem causar um

problema operacional seríssimo”, analisa o secretário.

Embora vise trazer equanimidade financeira, a Lei pode criar, realmente, na prática, uma dificuldade: as empresas que

atuam em âmbito nacional ficam obrigadas a lidar com diferentes legislações pois passarão a recolher o tributo em todas

as cidades em que atuam, não mais apenas no município onde têm sede, como ocorre atualmente. Cinco setores serão

afetadas com as alterações: operadoras de planos de saúde; de cartões de crédito; administradoras de fundos e carteiras

de valores imobiliários; administradoras de consórcios e empresas de leasing de veículos. De acordo com representantes

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destes segmentos, a mudança é um "pesadelo operacional" para que possam conseguir recolher o imposto em todas as

cidades onde atuam.

De acordo com o professor do departamento de economia da UFPE, André Magalhães, a dificuldade é a formatação de

uma regra para a aplicação da Lei. “Um banco ou operadora de cartão de crédito tem clientes no Brasil todo e paga o ISS

no município onde tem sede. Recentemente, por exemplo, São Paulo multou um banco por ele ter instalado sua sede em

um município pequeno para pagar menos ISS. Estas cidades, inclusive, competem pelas empresas dando descontos de

ISS que chegam 1% ou até menos do que isso. Trata-se de uma disputa na qual os municípios sempre tentam recolher o

imposto onde há a prestação de serviços”, explica.

Ele concorda que, no caso das empresas com prestação de serviços pulverizados, a lei pode ser um verdadeiro pesadelo

pois são instituições que atendem o Brasil inteiro em proporções que variam de mês a mês. “Imagine, então, ter uma

fórmula para ponderar e diferenciar cada custo, cada serviço por cada município onde o tomador do serviço mora. Óbvio

que a decisão é para dividir o dinheiro, mas é algo de difícil implementação”, acredita. Ele afirma que o comitê sugerido

pelo Congresso precisa resolver o problema. “Se não houver esta resolução, a coisa fica como está. Agora, a questão está

criada e precisa ser resolvida, de uma forma ou de outra. Enquanto ficamos discutidos se vamos unificar impostos, por

exemplo, deputados e senadores tentam dar um jeito sofrendo a pressão dos municípios que querem dinheiro. Todo

mundo está desesperado e essa é uma fórmula aparentemente fácil mas que não é isto nem barata. Do ponto de vista de

eficiência, não consigo nem imaginar o tamanho do caos que isto pode causar, justamente no vácuo de uma política mais

clara de como tratar tributos”, analisa.

https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/economia/2019/12/muda...

Veja mais sobre este projeto em http://blog.bluetax.com.br/profiles/blog/list?tag=PLP461

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Sugestão de leituras: https://www.conjur.com.br/2019-dez-08/estado-economia-reforma-tributaria-dados-sociais

https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/12/04/investimentos-fraudulentos-ja-fizeram-

11percent-dos-brasileiros-perderem-dinheiro-diz-pesquisa.ghtml

https://www.camara.leg.br/noticias/621787-comissao-aprova-projeto-que-altera-limites-do-simples-nacional-e-permite-

filiais-estrangeiras/

Justiça

STF vai definir questão tributária que opõe indústria e

Receita Federal

Por Loetz

05/12/2019 - 16h45 - Atualizada em: 05/12/2019 - 16h41

A exclusão de ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins depende de decisão final do Supremo Tribunal Federal. A

questão seria julgada nesta quinta-feira, dia 5 de dezembro, mas foi retirado de pauta. A CNI diz que a exclusão

deve ser sobre o valor destacado na nota fiscal; a Receita Federal deseja a exclusão apenas sobre o valor

efetivamente recolhido pelas empresas. A Confederação Nacional da Indústria já pediu audiência com todos os

ministros para expor os seus argumentos antes que eles emitam seus votos em plenário.

O gerente de política fiscal e tributária da CNI, Mário Sérgio Telles disse, em reunião com executivos de empresas de

Joinville, na Acij, que o assunto exige decisão rápida pela Justiça.

- Queremos que o assunto volte à pauta volte logo no STF.

Em sua palestra, Telles também mostrou as diferenças e semelhanças entre as duas propostas de emendas constitucionais

- a PEC 45 e a PEC 110 - que tratam da reforma tributária. O projeto que, enfim, for votado no Congresso, só será

submetido aos parlamentares, em 2020.

Na essência, ambas simplificam o modelo tributário brasileiro, diminuem o número de tributos, mas apresentam prazos

diferentes de transição; e também há distinção no tratamento dado à atual zona franca de Manaus, e em relação à

distribuição dos tributos entre União, Estados e municípios.

Opinião

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Simples endividado e empresários desqualificados

Por Gilson Aguiar em 05/12/2019 - 08:10

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A condição da micro e pequena empresa no Brasil é uma expressão dos brasileiros. Elas acumulam dívidas e tem um

tempo de existência curto. A falta de qualificação dos empreendedores é o principal fator do fracasso do

empreendimento. Quase sempre erros estratégicos que vão desde a escolha da área de atuação, a localização, ou

gerenciamento de recursos.

A desqualificação do empreender é um problema. Se agrava a condição em que a empresa é montada. Em regra e a

última cartada para poder manter a sobrevivência da família. Parte considerável dos empreendimentos não são pensados,

planejados.

Se nos assustamos com o endividamento dos brasileiros, 40% dos adultos, segundo o SPC Brasil, o endividamento das

empresas inscritas no Simples Nacional é assustador. O montante das dívidas é de R$ 21,5 bilhões. No Paraná são mais

de 52 mil empresários endividados e notificados, os quais podem perder os benefícios do regime. A dívida tributária das

empresas enquadradas no simples e inadimplentes é de R$ 1,49 bilhão.

O problema é sério, sãos as micro e pequenas empresas as que mais empregam. 72% das vagas de trabalho são geradas

por estas empresas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Gaged). O fechamento dos micro e

pequenos deve ser uma preocupação para o poder público. O descaso com pequenos empreendedores é colocar em risco

a possibilidade de gerar uma melhor distribuição de renda.

Se queremos uma solução para uma mudança na relação entre o capital e o trabalho, ela está no empreendimento. Dar às

pessoas autonomia e capacidade de construir seu próprio empreendimento. Liberdade tem seus riscos, sem dúvida que o

direito de empreender expõe as pessoas ao mercado, isso não é ruim. Contudo, dificultar a produtividade e não

contribuir para a qualificação de quem empreende é um problema que reflete na vida de todos.

Empresas fecham, serviços e produtos deixam de ser oferecidos, aumentamos o desemprego. Ficam a mercê do mercado

de trabalho os empregados e o empresário da empresa micro e pequena que fecha suas portas. Ao mesmo tempo, uma

pessoa que acabou de ser demitida e recebe seu acerto, acaba por montar sua empresa para buscar sobrevivência.

Empreender no Brasil não é fruto da engenhosidade e busca de realizar um sonho, mas de fugir dos riscos do

desemprego.

Opinião

Inadimplência tributária é crime? Análise dos recentes julgamentos do STJ

5 de dezembro de 2019, 6h31

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Por Luís Fernando Valim Soares de Mello

O Superior Tribunal de Justiça, em decisões recentes, vem se comportando de forma favorável à condenação penal do

contribuinte que deixa de pagar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, ainda que este tenha sido

devidamente escriturado e declarado.

No entendimento do STJ, o empresário que vende a mercadoria com o referido tributo embutido no preço e deixa de

repassar o encargo fiscal sucessivamente ao Estado pratica crime contra a ordem tributária, cuja previsão se encontra no

artigo 2º, inciso II, da Lei 8.137/1990 (“deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,

descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos”).

Na linha de raciocínio do tribunal superior, tendo o comerciante “cobrado” o valor do imposto do consumidor e não

tendo efetuado o devido repasso ao ente estatal, configurada está a apropriação indevida de montante que não lhe

pertence.

Apesar de respeitável o precedente firmado, entendemos que a conduta consistente em declarar o imposto e não recolhê-

lo no prazo devido não pode ser caracterizada como crime, mas mero inadimplemento fiscal, haja vista inexistir

qualquer fraude ou ludíbrio por parte do contribuinte, elementos estes essenciais para a caracterização do delito fiscal.

Realmente, se o contribuinte escritura e declara o imposto que deve pagar, outro não é o seu desejo se não levar a

obrigação tributária da qual está sujeito ao conhecimento do ente estatal. Se não procede ao pagamento no prazo devido,

por óbvio estará sujeito a todas as sanções cabíveis na esfera cível, mas não se pode permitir que além destas, seja

punido também na esfera criminal, sob pena de se desvirtuar por completo a finalidade do sistema jurídico brasileiro,

sobretudo o Direito Penal.

Lamentavelmente, o que se verifica é que o Estado, pretendendo criminalizar o mero inadimplemento de ICMS, utiliza a

lei supradita como meio rápido e eficaz para a cobrança de tributos, deixando de atingir efetivamente o objetivo para o

qual foi criada, qual seja combater o crime de sonegação fiscal.

A decisão é extremamente preocupante e demonstra um enorme retrocesso jurídico-institucional, uma vez que ao

permitir a criminalização de conduta não prevista como delito, com o claro desejo de arrecadar os impostos de forma

mais rápida, o Estado cria precedente para criminalizar quantas condutas sejam necessárias para a satisfação forçada de

obrigação legalmente imposta, violando, inclusive, dispositivo constitucional que veda a prisão por dívida.

Com efeito, a medida tende a possibilitar que a inadimplência de quaisquer tributos se enquadre como ato delituoso, já

que não há diferença efetiva do ICMS para os demais impostos. Todo tributo tem seu ônus repassado e tal repasse tem

sua razão de ser: se o contribuinte assim não fizer, suas atividades facilmente serão dissolvidas.

É de se ressaltar, entretanto, que a decisão em comento ainda não é definitiva, estando pendente no Supremo Tribunal

Federal o julgamento de recurso interposto pela Defensoria Pública de Santa Catarina, por meio do qual se espera a

reforma do precedente, para o fim de evitar consequências desastrosas, tanto aos comerciantes em geral quanto ao

próprio Fisco.

Topo da página

Luís Fernando Valim Soares de Mello é advogado especialista em Direito Penal Tributário do Soares de Mello e

Gutierrez Advogados Associados, formado pela PUC-SP.

Revista Consultor Jurídico, 5 de dezembro de 2019, 6h31

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70 entidades patronais e profissionais se unem contra

unificação de PIS-Cofins

Publicado em 05/12/2019 - 10:44 Vicente Nunes

ROSANA HESSEL

Seis confederações e 64 entidades empresariais e de profissionais de classe do setor de comércio e de serviços se uniram

contra a proposta de unificação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (Cofins), que está sendo cogitada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. As 70 entidades

publicaram um manifesto nesta quinta-feira (05/12) contra essa reforma que prevê uma alíquota única de 11% de PIS-

Cofins.

“Isso significaria aumento de impostos e maior complexidade para mais de 95% das empresas do país que hoje operam

no regime cumulativo. Nesse regime, empresas pagam alíquota de 3% de Cofins e de 0,65% de PIS, podendo ser

menores no caso de empresas cadastradas no Simples”, informa o comunicado das entidades divulgado hoje.

A unificação dos dois tributos federais é vista como alternativa à falta uma proposta mais ampla de reforma tributária do

Executivo, após o fracasso com a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que

culminou com a queda de Marcos Cintra na secretaria especial da Receita Federal. A ideia está sendo elaborada pelo

novo secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto, e pela assessora especial do ministro Vanessa Canado,

que entrou no governo em outubro e trabalhou com o economista Bernard Appy, autor da reforma tributária que tramita

na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2019.

A proposta de unificação de PIS-Cofins não é nova, vem sendo aventada dentro da Receita há quatro anos, sem sucesso,

lembrou Emerson Casali, coordenador da mobilização. “Outros governos tentaram emplacar essa proposta e os setores

de serviços têm se manifestado contra, porque implica uma alíquota maior. O segmento é bastante fragmentado mas,

nesse assunto, há uma união muito forte contra o aumento da carga tributária. São 20 milhões de postos de trabalho que

estão em jogo”, contestou Casali, diretor da CBPI Produtividade Institucional.

8 erros de um fechamento contábil mensal que você deve

evitar

BLB BRASIL

Cuidar da contabilidade de uma empresa exige atenção, tempo e muito conhecimento. É preciso ter em mente que

os erros de fechamento contábil podem gerar prejuízos aos empresários e atrapalhar a realização de investimentos

seguros.

Isso sem contar que, com esses erros, podem surgir problemas com órgãos fiscalizadores, o que leva ao pagamento de

multas e inúmeros transtornos.

Erros no fechamento contábil mensal a ser evitado

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1. Não acompanhar diariamente os lançamentos

A função dos lançamentos contábeis não é apenas informar os resultados do mês. Eles visam, principalmente, orientar

as ações futuras e levar segurança para qualquer decisão.

Por ser assim, é importante fazer o acompanhamento diário para saber exatamente como a empresa está caminhando, se

novos gastos podem ser feitos naquele período, se será necessário cortar despesas em razão de inadimplência etc.

Deixar tudo para o final pode impedir planejamentos e ações preventivas. Então, não deixe de dar atenção especial a

essa dica.

Entenda uma coisa: para ter a chance de ver sua empresa cada vez maior é essencial cuidar da parte contábil, que

tenha o acompanhamento interno e também o apoio dos contadores. Quanto maior for o controle das despesas e dos

lucros, melhor o será o resultado!

2. Não considerar eventuais atrasos em pagamentos

Outro erro comum dos controles mensais é considerar valores que ainda não entraram no caixa da empresa. É essencial

contar com a possibilidade de inadimplência, ainda que o cliente seja sempre pontual.

Imprevistos acontecem e fazer despesas sem o valor no caixa pode prejudicar seu fechamento e gerar atrasos em

parcelas, pagamento de juros, multas e muito mais. Então, não seja precipitado e aja apenas com segurança.

3. Não identificar corretamente os lançamentos

É importante separar os lançamentos por categorias: entradas, saídas, despesa com funcionário, despesa de

manutenção, compra de materiais de escritório, investimento em publicidade, investimento em relacionamento com o

cliente entre outros.

Essa organização ajuda no controle e permite que você saiba exatamente o quanto destinou para cada coisa. Com

isso, fica mais fácil pensar em estratégias para economizar recursos financeiros, otimizar os lucros e até mesmo reduzir o

impacto da carga tributária.

Separar os lançamentos por categoria também facilita o trabalho diário da empresa, já que organização é extremamente

importante para a efetividade das ações e para a realização das tarefas com mais agilidade.

4. Não ter um bom controle do estoque

Não saber exatamente o que tem estocado na sua empresa prejudica o fechamento. Você pode ficar com a

impressão de ter realizado gastos excessivos com materiais em um determinado mês, sem considerar que a compra vai

durar por três ou quatro meses.

Sem contar que sem um controle correto do estoque, você correrá o risco de aplicar preços errados nos produtos na hora

da revenda, o que também poderá gerar prejuízos e transtornos incalculáveis.

Então, fique atento a essa questão e, se for o caso, destine um funcionário para cuidar apenas disso.

5. Não realizar previsões realistas

Lançar informações imprecisas nas planilhas e fazer uma estimativa de lucros a partir delas com certeza trará problemas

para o desenvolvimento da sua empresa. Então, evite pensar em valores de meses anteriores e não crie expectativas.

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Faça registros corretos, acompanhe os relatórios e lembre-se de que o mercado muda com frequência e a

economia também. Por ser assim, cautela é a palavra-chave para o sucesso.

6. Não capacitar a sua equipe

Deixar de investir na sua equipe e de motivar seus funcionários também pode gerar problemas. As informações mudam

com frequência e é essencial que eles tenham estímulo para estarem sempre atualizados.

Não se esqueça que os lançamentos e fechamentos contábeis demandam conhecimento, experiência e atenção.

Contar com bons profissionais para a função faz toda a diferença nos resultados.

7. Não separar as contas pessoais das contas da empresa

Se você não fizer uma separação exata dos gastos pessoais e dos gastos da empresa você não poderá fechar o caixa de

forma precisa e segura.

Qualquer gasto pessoal interfere nos relatórios e nos resultados, então, fique atento a isso e tenha disciplina. Defina seu

pró-labore, inclua o valor na parte de despesas mensais da empresa e pronto!

Feito isso, use apenas o valor da sua retirada para pagar seus lanches, sua passagem, seus remédios e outras questões

pessoais. Por mais que não pareça, as retiradas eventuais, ainda que em valores baixos, podem desestabilizar suas contas

e atrapalhar os resultados.

8. Não investir em softwares de automação

Se você ainda acredita em planilhas manuais e acha que terá bons resultados com ela, acredite: isso já está ultrapassado!

Passar uma tarde inteira (ou mais de uma) fazendo anotações e somas, além de ser bem maçante, é totalmente

desnecessário em razão da tecnologia.

Hoje em dia existem softwares que organizam seu fluxo de caixa e suas planilhas contábeis de forma muito mais

rápida e precisa, reduzindo o número de erros, o risco de esquecimentos e o retrabalho.

Por meio deles é possível ter relatórios separados e conjuntos de contas a pagar e a receber, de boletos e datas de

vencimentos, de notas fiscais, de estoque e muito mais.

Sem contar a questão da segurança. Como existe backup automático das informações, você não correrá o risco de perder

documentos e informações lançadas no sistema e não terá problemas em caso de exclusão indevida de registros ou de

tentativas de acesso por terceiros mal intencionados.

A otimização da rotina por meio desses programas também terá reflexo direto na ação dos seus funcionários, fazendo

com que eles tenham mais tempo para se dedicar a atividades estratégicas.

Da mesma forma, os fechamentos contábeis mensais ficarão mais rápidos e mais precisos e você terá a possibilidade de

conhecer com mais profundidade a situação financeira da sua empresa.

Ao evitar os erros de fechamento contábil sua empresa terá mais chances de crescer de forma segura. Os

benefícios serão colhidos diariamente e você terá mais tranquilidade para agir. Tem coisa melhor?

Fonte: https://www.blbbrasil.com.br/blog/erros-fechamento-

contabil/?utm_campaign=auditores_blb_noticias_061219&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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O novo conceito de arrendamento mercantil segundo a

IFRS 16 e o CPC 06

BLB BRASIL

Introdução

O CPC 06 (R2) visa promover alterações no tratamento contábil das operações de arrendamento mercantil, revogando o

CPC 06 (R1).

O CPC 06 (R2), também conhecido como IFRS 16, visa unificar o tratamento contábil das operações de arrendamento

do ponto de vista do arrendatário – não mais fazendo a distinção entre arrendamento operacional e financeiro.

Em relação ao arrendador não há muitas alterações. Nesse caso, continua-se com a sistemática de separação entre

arrendamento financeiro e operacional – ressalva-se que há casos muito específicos em que as novas regras também

impactarão o arrendador (como no caso de subarrendamento).

As novas regras possuem aplicação obrigatória a partir de 1º de Janeiro de 2019. Todavia, não são de aplicação

obrigatória para as pequenas e médias empresas (PMEs).

O CPC 06 (R2) é um pronunciamento com diversos detalhes, e nosso objetivo não é esgotá-lo, mas tão somente oferecer

um panorama geral sobre o tema.

Das principais alterações

O CPC 06 (R2) unifica o tratamento oferecido aos arrendamentos, determinando que o arrendatário reconheça ativos e

passivos para todos os contratos de arrendamento, divergindo da regra atual que determina ao arrendatário, nos

arrendamentos operacionais, o reconhecimento de despesas em linha reta – não impactando os balanços patrimoniais.

Conforme já exposto, o arrendador continua classificando os arrendamentos como operacionais (reconhecendo uma

receita em linha reta) ou financeiros (reconhecendo o mesmo tratamento de uma venda financiada).

A IFRS 16 também altera o conceito de arrendamento mercantil, assim, alguns contratos que hoje não são

arrendamento mercantil poderão ser considerados como tais pelas novas regras, bem como, arrendamentos atuais

poderão ser desconsiderados como tais.

Qual o novo conceito de arrendamento mercantil?

Segundo o novo CPC, o contrato é, ou contém, um arrendamento se ele transmite o direito de controlar o uso de ativo

identificado por um período de tempo em troca de contraprestação.

Portanto, um contrato será de arrendamento caso esteja presente dois elementos básicos: o Direito de Controle e um

Ativo Identificado.

Os elementos citados são a nova base de um arrendamento. Sua correta compreensão é basilar para o entendimento das

novas definições de arrendamento.

O que é um ativo identificado?

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O ativo normalmente é identificado ao ser expressamente especificado no contrato. Contudo, o ativo também pode ser

identificado ao ser implicitamente especificado na ocasião em que o ativo for disponibilizado para uso pelo cliente.

Em outras palavras, a simples falta de disposição contratual não desqualifica um ativo como identificável se, pela

natureza do contrato, ao ser utilizado pelo cliente é possível distingui-lo de outro ativo.

Um ativo identificável é um ativo especifico de uso por determinada entidade, portanto, em regra, caso o contrato ou a

essência da operação implique em possíveis trocas do ativo, este não poderá ser considerado como identificável. Um

ativo identificável é um ativo que o fornecedor, em regra, não possui o direito de substituição substancial; possui um

caráter de exclusividade.

O CPC 06 (R2) estabelece que algumas substituições pelo fornecedor não são substanciais. Nesses casos, a substituição

não desqualifica um ativo como identificável. Sendo assim, a empresa tem o dever de analisar se um direito de um

fornecedor de substituir um ativo é substancial ou não, considerando as circunstâncias da operação.

Alguns exemplos de substituição não substanciais:

A introdução de nova tecnologia que não está substancialmente desenvolvida na celebração do contrato;

O direito ou a obrigação do fornecedor de substituir o ativo para reparos e manutenção, se o ativo não estiver

funcionando adequadamente;

Uma atualização técnica se tornar disponível.

Exemplo de ativo não identificável: a empresa D.F realiza um contrato de locação de veículo com uma locadora

nacional; o prazo do contrato é de 3 anos; o veículo é um Fiat Palio, ano 2017, cor preta. Cláusula do contrato

estabelece a retirada do veículo toda segunda-feira com devolução na sexta-feira. Nesse caso, o veículo não cumpre a

qualidade de ativo identificado, pois o locatário não necessariamente utilizará o mesmo veículo – já que a locadora

pode possuir diversos modelos do mesmo veículo e com a mesma cor.

No exemplo acima, o contrato não pode ser considerado de arrendamento por faltar o elemento de ativo identificável

– posto que não é de uso exclusivo da entidade e nem específico para a entidade, podendo ser substituído pelo

fornecedor de forma substancial.

Por fim, estabelece o CPC 06 (R2) que se o cliente não puder determinar imediatamente se o fornecedor tem direito

substantivo de substituição, o cliente deve presumir que qualquer direito de substituição não é substantivo (logo,

teremos um ativo qualificado).

O que é um direito de controle?

De acordo com a IFRS 16, para controlar o uso do ativo identificado, o cliente é obrigado a possuir o direito de obter,

substancialmente, todos os benefícios econômicos do uso do ativo durante todo o período de uso (por exemplo, ao ter o

uso exclusivo do ativo durante todo esse período).

O cliente pode obter benefícios econômicos do uso do ativo direta ou indiretamente de diversas maneiras, tais como,

pelo uso, pela posse ou pelo subarrendamento do ativo. Os benefícios econômicos do uso do ativo incluem sua produção

(output) principal e subprodutos (incluindo potenciais fluxos de caixa resultantes desses itens) e outros benefícios

econômicos decorrentes do uso do ativo, que poderiam ser realizados a partir de transação comercial com terceiro.

Controlar o uso de um ativo é tratar o ativo como se fosse próprio da entidade, tendo a capacidade de tomar decisões

relacionadas ao uso do ativo, sujeito aos benefícios e risco.

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Uma forma fácil de avaliar se a entidade possui ou não o controle em um eventual contrato de arrendamento é responder

à pergunta: eu controlo esse ativo como controlo meus imobilizados próprios? Uma resposta positiva simboliza uma alta

probabilidade de a entidade ter o controle sobre o ativo objeto do contrato.

Caso não haja controle pela entidade, esta não deve tratar o contrato referente ao ativo como arrendamento mercantil –

ainda que tenha um ativo qualificado –; nessa hipótese, a empresa deve tratar a operação como contrato simples de

aluguel – reconhecendo a despesa em linha reta, periodicamente no resultado.

Por último, é interessante destacar que o controle não exige um tratamento direto sobre o ativo, assim, é possível que a

empresa tenha o controle de um ativo que seja gerenciado por terceiros.

Conclusão

No presente artigo foram demonstrados os principais conceitos para definição de um arrendamento, segundo as novas

disposições da IFRS 16.

Conforme já explicitado anteriormente, caso o contrato se sujeite ao arrendamento, este deverá ser reconhecido nos

ativos ou passivos – não sendo mais permitido o reconhecimento apenas no resultado, como ocorria com o “antigo”

arrendamento operacional.

Os ativos deverão ser reconhecidos como direito de uso mensurados pelo valor de custo, devendo ser apresentados no

imobilizado, sujeitos a depreciação e redução ao valor recuperável (impairment). O passivo de arrendamento é o

valor presente dos pagamentos de arrendamento adicionado do valor presente dos pagamentos esperados no final do

leasing.

A alteração trazida pelas novas regras exige uma reavaliação de todos os contratos da entidade, já que houve alteração

no conceito de arrendamento. A reavaliação contratual exige uma equipe técnica especializada para considerar todos os

detalhes do CPC 06 (R2) – detalhes complexos que não foram objetos do presente artigo.

Posterior à reavaliação contratual será necessária a aplicação das regras de implementação e transição, que também

são demasiadamente sensíveis.

O tema deste artigo está relacionado com o tema do curso “IFRS 16 – CPC 06 (R2): Operações de Arrendamento

Mercantil”, elaborado pela BLB Brasil Escola de Negócios, na modalidade a distância (EAD).

Gabriel Tavares Graduado em Direito pelas Faculdades COC, pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos

Tributários (IBET).

Fonte: https://www.blbbrasil.com.br/blog/novo-conceito-de-arrendamento-mercantil-ifrs-

16/?utm_campaign=auditores_blb_noticias_061219&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

PLP 223/2019 - Adiamento para 2033 de uso de créditos de ICMS de

energia, comunicação e uso/consumo - Atualização!

Postado por José Adriano em 5 dezembro 2019 às 17:30

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Origem: PLS 223/2019

Autor Senado Federal - Lucas Barreto - PSD/AP

Apresentação 05/11/2019

Ementa Altera a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir), para prorrogar prazos em relação à

apropriação dos créditos do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

Data Andamento

05/11/2019

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ( MESA )

Recebido o Ofício nº 882/2019, do Senado Federal, que submete à revisão da Câmara dos

Deputados, nos termos do art. 65 da Constituição Federal, o Projeto de Lei nº 223, de 2019 -

Complementar, de autoria do Senador Lucas Barreto, constante dos autógrafos em anexo, que

"Altera a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir), para prorrogar prazos

em relação à apropriação dos créditos do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de

mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação (ICMS)". Inteiro teor

05/11/2019

PLENÁRIO ( PLEN )

Apresentação do Projeto de Lei Complementar n. 243/2019, pelo Órgão do Poder Legislativo

Senado Federal, que: "Altera a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir),

para prorrogar prazos em relação à apropriação dos créditos do imposto estadual sobre operações

relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação (ICMS)". Inteiro teor

Proposição fora da numeração sequencial em razão da implantação eletrônica no Sistema em

05/11/2019 (revisão do Sileg).

11/11/2019

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados ( MESA )

Às Comissões de Finanças e Tributação (Mérito e Art. 54, RICD) e Constituição e Justiça e de

Cidadania (Art. 54 RICD)Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário. Regime de Tramitação:

Prioridade (Art. 151, II, RICD) Inteiro teor

AÇÃO SANEADORA - O PLP nº 246/2019 foi renumerado para PLP nº 223/2019 devido a

problema técnico do sistema de numeração de proposições da Câmara dos Deputadosl.

12/11/2019

Comissão de Finanças e Tributação ( CFT )

Recebimento pela CFT.

12/11/2019

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES ( CCP )

Encaminhada à publicação. Publicação Inicial em avulso e no DCD de 13/11/2019.

20/11/2019 Comissão de Finanças e Tributação ( CFT )

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Data Andamento

Designado Relator, Dep. Mauro Benevides Filho (PDT-CE)

03/12/2019

Comissão de Finanças e Tributação ( CFT )

Apresentação do Parecer do Relator n. 1 CFT, pelo Deputado Mauro Benevides Filho (PDT-

CE). Inteiro teor

03/12/2019

PLENÁRIO ( PLEN )

Apresentação do Requerimento de Urgência (Art. 155 do RICD) n. 3131/2019, pelo Deputado

Mauro Benevides Filho (PDT/CE), que "Requer regime de urgência para a apreciação do Projeto de

Lei Complementar nº 223, de 2019, que 'Altera a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de

1996 (Lei Kandir), para prorrogar prazos em relação à apropriação dos créditos do imposto estadual

sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)'". Inteiro teor

03/12/2019

Comissão de Finanças e Tributação ( CFT )

Parecer do Relator, Dep. Mauro Benevides Filho (PDT-CE), pela não implicação da matéria em

aumento ou diminuição da receita ou da despesa públicas, não cabendo pronunciamento quanto à

adequação financeira e orçamentária; e, no mérito, pela aprovação. Inteiro teor

04/12/2019

PLENÁRIO ( PLEN )

Aprovado requerimento do Sr. Mauro Benevides Filho que requer regime de urgência para a

apreciação do Projeto de Lei Complementar nº 223, de 2019, que "Altera a Lei Complementar nº

87, de 13 de setembro de 1996 (Lei Kandir), para prorrogar prazos em relação à apropriação dos

créditos do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)".

Alteração do Regime de Tramitação desta proposição em virtude da Aprovação do REQ 3131/2019.

04/12/2019

COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES ( CCP )

Encaminhado à CCJC.

Situação: Pronta para Pauta na Comissão de Finanças e Tributação (CFT); ; Pronta para Pauta no PLENÁRIO (PLEN)

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idPropos...

Fundo indivisível

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Verba do Fates não deve ser partilhada com associado que sai da

cooperativa

5 de dezembro de 2019, 9h29

O Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates) — obrigatório para as sociedades cooperativas — é

indivisível, e por isso não pode ser partilhado com o cooperado excluído ou que se retira do seu quadro social.

Com esse entendimento, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso de uma cooperativa para

restabelecer a sentença e afastar a partilha dos recursos do Fates com pessoa que saiu da associação.

No caso analisado, a associada se retirou da cooperativa em 2005 e ajuizou ação declaratória cumulada com apuração de

haveres, alegando ter direito ao pagamento de sua cota de participação atualizada, incluindo a evolução da cota do Fates

no período em que foi cooperada.

Na sentença que julgou o pedido improcedente, o juiz afirmou que a verba do Fates não poderia ser partilhada. O

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul deu provimento à apelação, entendendo que o caráter indivisível do Fates

somente perdura enquanto for mantida a relação entre associado e cooperativa, sendo devido o pagamento no momento

da retirada.

Segundo o ministro Villas Bôas Cueva, relator do recurso no STJ, a verba é indisponível e não pode ser partilhada,

mesmo nos casos de exclusão ou retirada do associado da cooperativa.

"Não é plausível que, na apuração de haveres por retirada de cooperado, este perceba cota-parte que compõe o Fates, já

que a natureza do fundo não se transmuda ou se transforma pela retirada ou exclusão de associado, que é um direito

potestativo e irrestrito, porém, submetido às regras do sistema cooperativista", declarou o ministro ao ressaltar que o

percentual pago ao Fates não é disponível, e seu destino independe da vontade dos cooperados.

O ministro afirmou que o artigo 28 da Lei das Cooperativas dispõe a respeito da obrigatoriedade do recolhimento do

Fates, com o fim de possibilitar a prestação de assistência aos associados e seus familiares.

Villas Bôas Cueva explicou que, embora o Código Civil tenha artigos específicos para tratar das sociedades

cooperativas, não há regramento acerca da verba destinada ao Fates, permanecendo válida a disposição do inciso VIII do

artigo 4º da Lei das Cooperativas, segundo o qual o fundo é indivisível.

"Não há falar em revogação tácita da natureza do Fates pelo Código Civil de 2002, que, ao silenciar acerca do

mencionado fundo, manteve incólume a regra da indivisibilidade prevista na lei especial, como acertadamente analisado

por abalizada doutrina", asseverou o ministro ao citar os juristas Arnoldo Wald e Waldirio Bulgarelli. Com informações

da assessoria de imprensa do STJ.

REsp 1.562.184

Revista Consultor Jurídico, 5 de dezembro de 2019, 9h29

Simples se tornou amplo demais e precisa ser

restringido, diz estudo

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Fonte: Jornal do ComércioLink:

https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_contabilidade/2019/11/713640-simples-se-tornou-amplo-

demais-e-precisa-ser-restringido-diz-estudo.html

Principal programa de renúncia fiscal do País, o Simples Nacional distorce o conceito de micro e pequena empresa, ao

beneficiar pessoas jurídicas com faturamento de quase R$ 5 milhões anuais, e não gera resultados de formalização que

justifiquem seu custo para o Brasil. A avaliação faz parte do estudo "Qualidade dos gastos tributários no Brasil: o

Simples Nacional", elaborado pela Escola de Direito de São Paulo e pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da

FGV).

De acordo com o pesquisador Leonel Cesarino Pessôa, um dos organizadores da pesquisa, o teto de regimes

simplificados na maioria dos países dificilmente ultrapassa US$ 100 mil (pouco mais de R$ 400 mil ao câmbio atual).

Entre as economias com regimes simplificados de tributo único, o México se aproxima desse valor. África do Sul,

Turquia e Itália estão abaixo.

Pessôa defende um limite próximo de US$ 20 mil (pouco mais de R$ 80 mil). É que se vê no Canadá, em Israel e em

Portugal, que limitam o benefício aos tributos sobre o consumo para essa faixa. No Brasil, o Simples incluiu

microempresas, com faturamento de até R$ 360 mil (valor próximo dos US$ 100 mil), mas também dá tratamento

diferenciado para companhias de pequeno porte, com limite de R$ 4,8 milhões.

De acordo com o estudo da FGV, o País com regime especial que possui limites para o tratamento diferenciado superior

ao do Brasil é a Hungria (cerca de 40% maior), mas que aplica alíquotas mais elevadas. O limite de US$ 20 mil é

semelhante ao do programa do MEI (Microempreendedor Individual) no Brasil, aplicado para quem tem faturamento

anual inferior a R$ 81 mil. O MEI é um programa mais restrito que o Simples, pois só permite a contratação de um

funcionário, com remuneração máxima de um salário-mínimo ou o piso da categoria. Atualmente, há no Brasil 14,3

milhões de empresas no Simples e 9,2 milhões de MEIs.

Pessôa diz que nunca foi feita uma avaliação por parte do governo sobre os benefícios do programa. Há, no entanto,

estudos que questionam os efeitos na geração de empregos e a real necessidade de o sistema ser tão abrangente. O

pesquisador defende a manutenção do Simples, mas com alcance mais restrito.

Em sua avaliação, o modelo atual acaba por beneficiar parcela da população de alta renda que deixa de ser contratada

formalmente para pagar menos tributos por meio de uma pessoa jurídica. Muitas dessas empresas nem possuem

funcionários.

"Os médicos contrataram mais funcionários em suas clínicas quando a passaram a ter o tratamento tributário

diferenciado? Os advogados contrataram mais funcionários em seus escritórios?", questiona Pessôa.

Segundo os pesquisadores, os poucos estudos acadêmicos sobre o tema mostram que o ganho de arrecadação com a

formalização dessas empresas é menor do que a perda de receita com a migração de companhias já formalizadas para o

Simples, que passam a pagar menos tributos.

Os pesquisadores citam ainda estudos que mostram que nem todas as empresas estão gerando mais empregos por conta

do regime diferenciado.

"Se o maior potencial na criação de empregos for o fundamento [para o benefício], o tratamento diferenciado deveria se

limitar àquelas empresas efetivamente capazes de gerar mais empregos", dizem os pesquisadores. "O tratamento

tributário diferenciado a toda e qualquer MPE acaba beneficiando empresas não competitivas e não gerando emprego

adicional que compense a perda de arrecadação com o programa."

Os pesquisadores destacam que o Simples tem como principal efeito positivo para a economia brasileira permitir que

empresas de menor porte reduzam os custos gerados pelo sistema tributário nacional.

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O que é

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às

microempresas e empresas de pequeno porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. De

acordo com números da Receita atualizados, em novembro deste ano, mais de 14 milhões de empresas são optantes do

Simples Nacional.

Pequenos negócios devem regularizar débitos com a Receita Nacional

A Receita Federal notifica micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional com débitos junto à Secretaria

Especial da Receita Federal ou à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Após conhecimento do termo, o contribuinte

tem até 30 dias para impugnar o documento ou regularizar seus débitos. A exclusão daqueles que não cumprirem com

suas obrigações tributárias surtirá efeitos a partir de 1 de janeiro de 2020. No total, foram notificados 738.605 devedores,

que respondem por dívidas de R$ 21,5 bilhões.

Periodicamente, a Receita faz análise para verificar se as empresas estão de acordo com as condições de enquadramento

do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. Caso o estabelecimento apresente

irregularidades, a Receita Federal envia cartas com o aviso de exclusão. "É o momento de o empresário verificar de que

forma pode planejar melhor seu negócio e evitar dívidas. O Sebrae apoia situações como esta com esclarecimentos e

orientações para que o empresário trabalhe sempre com margens positivas", explica o presidente do Sebrae, Carlos

Melles.

As notificações sinalizam quais foram as divergências identificadas. As situações são variadas, como falta de

documentos, excesso de faturamento, débitos tributários, erro de cadastro, parcelamentos pendentes ou atividades não

permitidas no regime. O Termo de Exclusão pode ser acessado pelo Portal do Simples Nacional ou pelo Atendimento

Virtual (e-CAC), sendo preciso apresentar certificado digital ou código de acesso. O prazo para consulta do termo é de

45 dias, a partir da disponibilização do Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN).

Todo o processo de regularização e parcelamento dos débitos previdenciários ou não previdenciários devem ser

efetuados via portal da Receita Federal, não devendo o contribuinte procurar a Receita Federal presencialmente. O

pagamento dos débitos pode ser feito à vista, parcelado ou com compensação. Se a regularização for feita dentro do

prazo, não há prejuízo e o optante continua dentro do regime especial.

Programa está fora da reforma agora, e cesta básica pode gerar repasse

Embora o Simples Nacional seja o benefício com maior impacto no Orçamento federal, ele deve ficar de fora da reforma

tributária em uma primeira etapa, segundo Vanessa Rahal Canado, assessora especial do ministro da Economia, Paulo

Guedes.

Secretária-executiva do grupo que desenha os projetos de reforma no Ministério da Economia, a advogada considera que

o sistema é, hoje, ineficiente, mas só deve ser objeto de estudo depois que as outras alterações estiverem concluídas.

"Um dos principais motivos de existência do Simples é justamente a complexidade do nosso sistema", afirma Vanessa.

"Com a tributação indireta como está hoje, é impossível uma empresa que fatura R$ 4,8 milhões apurar", diz a

secretária-executiva.

O primeiro passo, portanto, será "entregar um sistema regular acessível", para depois integrar a ele empresas menores.

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Segundo estudo da Consultoria Legislativa da Câmara, o chamado gasto tributário (renúncia de arrecadação) com o

Simples deve ser de R$ 306,40 bilhões neste ano.

O número total corresponde a 4,12% do PIB e a 21,05% das receitas administradas pela Receita, segundo os autores.

Outro gasto que deve escapar da reforma tributária no curto prazo é o dos incentivos regionais - como a Zona Franca de

Manaus, cujas empresas deixam de pagar cerca de

R$ 25 bilhões em tributos por ano - e setoriais, como os concedidos à indústria automobilística no programa Rota 2030.

Segundo Vanessa, como esses incentivos exigem como contrapartida investimentos de longo prazo, mudanças exigem

uma transição mais longa e mais bem planejada.

Entre os gastos tributários, uma das principais mudanças em estudo é a da desoneração da cesta básica. A ideia é acabar

com a isenção, mas compensar a cobrança de tributos com um reembolso mensal direto às famílias mais pobres.

Segundo Vanessa, isso é mais fácil de implantar no Brasil que em outros países, porque já existe o cadastro único das

pessoas de baixa renda. "Vai custar muito mais barato, porque é focalizado, e será muito mais eficiente."

Ainda não está definido como seria calculado o valor do dinheiro devolvido, mas uma ideia é fazer por estimativa, com

base na proporção da renda gasta com, por exemplo, medicamentos e alimentos pelas famílias mais pobres.

Vanessa argumenta que a isenção da cesta básica, com custo anual de R$ 18 bilhões, é um dos principais gastos

tributários e tem três problemas: 1) os produtos são comprados tanto por ricos quanto por pobres; 2) não há como

garantir que a desoneração seja repassada ao consumidor, já que é o mercado que regula os preços; e 3) há muita disputa

jurídica sobre o que pode ser classificado como cesta básica.

"Como definir que peixe faz parte da cesta? Arroz de risoto pode? Café em cápsula? Iogurte com sucrilhos é iogurte?

Tudo isso gera contencioso e mais espaço para renúncia fiscal."

Sistema é a maior renúncia tributária do governo federal

O Simples Nacional é o gasto tributário de maior participação no valor total (28,5%), seguido pelos Rendimentos Isentos

e Não Tributáveis do Imposto de Renda Pessoa Física (10,5%), a Desoneração da Cesta Básica (9,9%) e a Zona Franca

de Manaus (8,1%).

Criado em 1996 no âmbito federal, o programa foi reformulado em 2006, quando passou a incluir tributos de todos os

estados e municípios.

Desde 2006, a renúncia fiscal cresceu 441% acima da inflação, devido ao aumento do teto de enquadramento e do tipo

de empresa que pode fazer o recolhimento simplificado.

São quase R$ 90 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), mais de 10 vezes o gasto de países como

Chile, México, África do Sul, Argentina e Índia em relação ao tamanho dessas economias emergentes, segundo dados do

Banco Mundial.

Dados da Receita mostram que 22% da renúncia do Simples vão para a indústria e 78% para o comércio e serviços.

O presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo), Joseph Couri, diz que, ao contrário do

que diz o estudo, outros países possuem incentivos tributários relevantes para MPEs, além de terem legislações de

proteção a essas empresas.

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"Em outros países você tem um apoio incondicional a micro e pequenas empresas", afirma. "Somos um dos maiores

empregadores do País e os grandes responsáveis pelo mercado interno."

Couri afirma existir uma movimentação do governo para acabar com o Simples e cita o aviso da Receita Federal que

pode excluir o equivalente a 5% dessas empresas do sistema em 2020 por conta da cobrança de tributos.

Adequar-se à legislação tributária é mais que necessário

3 de dezembro de 2019

Descubra formas de tornar o recolhimento de tributos da sua empresa mais fácil e com redução de custos.

Há um grave problema de adequação à legislação tributária no Brasil. Para ter uma ideia dessa gravidade, o Instituto

Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) estima que 65% das pequenas empresas no país não estejam em dia com

seus tributos.

As formas dessa inadequação variam, mas todas trazem sérias implicações aos empresários. A inadimplência, por

exemplo, por atraso nos recolhimentos ou por erros contábeis, acarreta em multas e taxas de juros pesadas para o negócio.

Já a sonegação de impostos, além da multa prevista em lei, é punível com detenção de seis meses a dois anos.

A questão é que muitos empreendedores sequer sabem que estão incorrendo em crime tributário. Por não terem o

conhecimento necessário sobre as normas e como aplicá-las na empresa, ficam em dívida com o Estado e sujeitos às

punições estabelecidas.

Complexidade da legislação tributária

Quando não é o problema da falta da adequação, são as dificuldades ao tentar adequar-se.

A pesquisa Desafios dos Empreendedores Brasileiros, realizada pela Endeavor, aponta o quesito “jurídico e regulação:

contratos e processos e complexidade de impostos” como a terceira maior dor dos empresários no País, atrás da gestão de

pessoal e da gestão financeira. Isso porque, além da alta carga tributária pesar no bolso, a própria legislação é difícil de

acompanhar.

No Brasil, são editadas quase duas novas normas tributárias por hora em cada dia útil, de acordo com o Instituto Brasileiro

de Planejamento e Tributação. Diante dessa situação, que empreendedor terá tempo de ficar de olho em todas as regras e

ainda cuidar do próprio negócio?

Por isso, é preciso deixar o planejamento tributário e o recolhimento de impostos a cargo de profissionais especializados.

Somente contadores poderão adequar sua empresa à legislação com todos os prerrequisitos que ela obriga, inclusive com

a possibilidade de simplificar todo esse processo.

Regimes de tributação das empresas

Existem três regimes tributários em que as micro e pequenas empresas podem escolher enquadrar-se: Simples Nacional,

Lucro Presumido e Lucro Real.

O Simples Nacional oferece uma tributação simplificada em uma única alíquota, com valores reduzidos, dos tributos

referentes ao Imposto de Renda, PJ, PIS, COFINS, INSS, ICMS, IPI, ISS e CSLL. Podem optar pelo Simples Nacional

empresas que tiverem receita bruta de até R$ 4,8 milhões ao longo do ano-calendário.

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Como 99% dos estabelecimentos no Brasil são micro e pequenas empresas nessa faixa de faturamento, de acordo com o

Sebrae, essa opção de tributação é a mais recomendada aos empreendedores. Contudo, deve-se observar algumas exceções

ao enquadramento, como empresas que tenham sócio domiciliado no exterior, entre outros casos. A contabilidade indicará,

então, outro regime tributário.

Já os empreendimentos com receita acima dos R$ 4,8 milhões por ano-calendário, ou entre as ressalvas do Simples

Nacional, devem optar pelo Lucro Presumido (até o faturamento anual de R$ 78 milhões) ou pelo Lucro Real.

No Lucro Presumido, o cálculo do IRPJ e da CSL é baseado na margem de lucro pré-fixada pela legislação, de acordo

com a atividade da empresa. Por outro lado, as empresas que preferirem calcular o IRPJ e a CSL sobre o lucro efetivamente

auferido, ou que tiverem receita anual superior a R$ 78 milhões, devem optar pelo modelo de Lucro Real.

Para ajudar nesse processo de decisão sobre o melhor regime tributário para seu negócio, o Sebrae/SC oferece o

curso Tributação para Micro e Pequenas Empresas, com foco nesses três modelos de tributação e nas formas de legalização

empresarial. Ter esse conhecimento é importante inclusive para saber quais documentos devem ser entregues ao serviço

de contabilidade e ter uma garantia maior de que tudo correrá bem nesse sentido.

Riscos e benefícios

O documento do Sebrae “Obediência às normas fiscais para manutenção da empresa em perfeita situação de legalidade”

elenca alguns dos riscos de não estar em dia com os tributos:

Impede a participação da empresa em processos de licitações públicas;

Retira a possibilidade de obtenção de recursos financeiros para financiamento de suas atividades, junto a

instituições de crédito oficiais e privadas;

Expõe a empresa a multas e a processos judiciais;

Prejudica a imagem pública do empresário e de seu empreendimento na sociedade.

Entretanto, é importante destacar também os benefícios de capacitar-se em finanças e seguir a legislação tributária:

Reduz custos;

Qualifica a gestão financeira;

Aumenta a lucratividade e a competitividade;

Permite reduzir a burocracia das obrigações;

Possibilita recuperar pagamentos anteriores a maior.

É nessa combinação de prevenção e retorno para o caixa da empresa que o empreendedor encontra sua motivação para

buscar mais informações sobre o assunto e adequar-se às leis.

Dedutibilidade: Despesas com combustíveis pagas pela

empresa a sócios, administradores e dirigentes

1) Pergunta:

Qual o tratamento tributário das despesas com combustíveis pagas pela empresa para sócios, administradores e

dirigentes?

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2) Resposta:

Os dispêndios com combustíveis de sócios, administradores e dirigentes da empresa serão considerados como

remuneração indireta. Sendo remuneração indireta, as referidas despesas deverão ser reconhecidas como salário/pró-

labore dos mesmos.

Vale mencionar que o pró-labore está sujeito à tributação pelo Imposto de Renda na fonte e na Declaração de Ajuste

Anual (DAA) do beneficiário, conforme a tabela progressiva mensal.

Cumpre esclarecer que a empresa deverá identificar os beneficiários das despesas para assim poder fazer as adições nos

respectivos salários/pró-labore. A falta de identificação do beneficiário da despesa e a não incorporação das vantagens

aos salários dos beneficiários implicarão a tributação na forma prevista no artigo 731 do RIR/2018, que assim prescreve:

Seção II

Da remuneração indireta paga a beneficiário não identificado

Art. 731. A falta de identificação do beneficiário das despesas e das vantagens a que se refere o art. 679 e a sua não

incorporação ao salário dos beneficiários implicarão a tributação exclusiva na fonte dos valores, à alíquota de trinta e

cinco por cento.

§ 1º Considera-se vencido o imposto sobre a renda na fonte no dia do pagamento da referida importância.

§ 2º O rendimento será considerado líquido e caberá o reajustamento do rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto

sobre a renda.

Base Legal: Arts. 369, § 1º, 679 e 731 do RIR/2018 (Checado pela Valor em 01/12/19).

Informações Adicionais:

Este material foi escrito no dia 29/08/2019 pela Equipe Técnica da Valor Online e está atualizado até a legislação vigente em 01/12/2019 (data da sua última

atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações legais.

Não é permitido a utilização dos materiais publicados pela Valor Online para fins comerciais, pois os mesmos estão protegidos por direitos autorais. Também

não é permitido copiar os artigos, materias e arquivos do Portal Valor Online para outro site, sistema ou banco de dados para fins de divulgação em sites, revistas, jornais, etc de terceiros sem a autorização escrita dos proprietários do Portal Valor Online.

A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida desde que indicada a fonte:

"Valor Online. Dedutibilidade: Despesas com combustíveis pagas pela empresa a sócios, administradores e dirigentes (Area: IRPJ e CSLL). Disponível em: https://www.valor.srv.br/pergResps/pergRespsIndex.php?idPergResp=9238. -

Acesso em: 09/12/2019."

PIS/COFINS - Crédito fiscal: Serviço de transporte -

frete

Resumo:

Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos a possibilidade do creditamento fiscal sobre as despesas de serviço

de transporte (frete) pelas empresas enquadradas no regime de incidência não cumulativa das contribuições para o

PIS/Pasep e Cofins, com base na legislação atualmente em vigor.

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1) Introdução:

Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos a possibilidade do creditamento fiscal sobre as despesas de serviço

de transporte (frete) pelas empresas enquadradas no regime de incidência não cumulativa das contribuições para o

PIS/Pasep e Cofins, com base na legislação atualmente em vigor, principalmente a Lei nº 10.637/2002, a Lei nº

10.833/2003 e a Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019, que instituiu o regulamento dessas contribuições.

Base Legal: Lei nº 10.637/2002; Lei nº 10.833/2003 e; IN RFB nº 1.911/2019 (Checado pela Valor em 02/12/19).

2) Despesas com fretes:

2.1) Frete pago no transporte de produtos acabados ou em elaboração entre

estabelecimentos da mesma pessoa jurídica:

De acordo com a legislação de regência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, os contribuintes enquadrados no

regime não cumulativo poderão descontar créditos dessas contribuições quando da aquisição de bens e serviços

utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.

O conceito de insumo pode ser encontrado no artigo 172, caput da Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019, o qual

possui a seguinte redação:

Art. 172. Para efeitos do disposto nesta Subseção, consideram-se insumos os bens ou serviços considerados essenciais

ou relevantes, que integram o processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de

serviços (Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, caput, inciso II, com redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004, art. 37; e Lei nº

10.833, de 2003, art. 3º, caput, inciso II, com redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004, art. 21).

(...)

Como podemos verificar a essência do conceito de insumo está em quanto essenciais ou relevantes são os bens ou

serviços que integrarem o processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços...

Subjetivo pacas, né amigos leitores?

Quando nos referimos ao frete pago no transporte de produtos acabados ou em elaboração entre estabelecimentos da

mesma pessoa jurídica, podemos considerá-lo como insumo para fins de creditamento?... Como tudo na legislação

tributária é complicado, a resposta é depende!!!

O artigo 172, § 1º, IX da Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019 estabelece que os serviços de transporte de produtos

em elaboração realizados em ou entre estabelecimentos da pessoa jurídica são considerados insumo, gerando, desta

forma, crédito das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. Por outro lado, artigo 172, § 2º, V da Instrução Normativa

RFB nº 1.911/2019 estabelece que os serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre

estabelecimentos da pessoa jurídica não são considerados insumos, não gerando, por via de consequência, o direito ao

creditamento das contribuições.

Por fim, vale mencionar que de acordo com o Parecer Normativo nº 5/2018 não podem ser considerados insumos gastos

com transporte (frete) de produtos acabados (mercadorias) de produção própria entre estabelecimentos da pessoa

jurídica, para centros de distribuição ou para entrega direta ao adquirente (1), como:

a. combustíveis utilizados em frota própria de veículos;

b. embalagens para transporte de mercadorias acabadas;

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c. contratação de transportadoras.

Nota Valor Online:

(1) Aqui está em análise apenas a subsunção do item ao conceito de insumo (artigo 3º, caput, II da Lei nº 10.637/2002 e

artigo 3º, caput, II da Lei nº 10.833/2003). Nada impede que o item possa se enquadrar em outras modalidades de

creditamento, como aquela estabelecido pelo artigo 3º, IX c/c artigo 15, II da Lei nº 10.833/2003.

Base Legal: Art. 3º, caput, II da Lei nº 10.637/2002; Arts. 3º, caput, II e IX e 15 da Lei nº 10.833/2003; Art. 172, caput,

§§ 1º, IX e 2º, V da IN RFB nº 1.911/2019 e; Item 56 do PN nº 5/2018 (Checado pela Valor em 02/12/19).

2.2) Frete pago na operação de venda:

A pessoa jurídica está autorizada a descontar créditos, determinados mediante a aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6%

para PIS/Pasep e 7,6% Cofins, respectivamente, sobre os valores dos custos e despesas, incorridos no mês, relativos a

frete na operação de venda de bens ou serviços, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

Base Legal: Arts. 3º, caput, IX, § 1º e 15, II da Lei nº 10.833/2003 e; Art. 181, caput, V da IN RFB nº 1.911/2019

(Checado pela Valor em 02/12/19).

2.3) Frete pago no transporte de bens e insumos até o estabelecimento da

pessoa jurídica:

De acordo com o Parecer Normativo nº 5/2018, após a Lei nº 12.973/2014 (que adequou a legislação tributária federal à

legislação societária e às normas contábeis) (2), estão incluídos no custo de aquisição dos insumos geradores de créditos

das contribuições, entre outros, os seguintes dispêndios suportados pelo adquirente:

a. preço de compra do bem;

b. transporte do local de disponibilização pelo vendedor até o estabelecimento do adquirente;

c. seguro do local de disponibilização pelo vendedor até o estabelecimento do adquirente;

d. manuseio no processo de entrega/recebimento do bem adquirido (se for contratada diretamente a pessoa física

incide a vedação de creditamento estabelecida pelo artigo 3º, § 2º, II da Lei nº 10.637/2002, e artigo 3º, § 2º, II

da Lei nº 10.833/2003);

e. outros itens diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados;

f. tributos não recuperáveis.

Já na leitura da letra "b" fica claro que o frete pago no transporte de bens ou insumos destinados à venda até o

estabelecimento da pessoa jurídica constitui-se como custo de aquisição e, sendo custo se amolda no conceito de insumo

trazido pela legislação das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins.

Nota Valor Online:

(2) As regras acerca do valor-base considerado no cálculo do montante do crédito anteriores à Lei nº 12.973/2014, não

foram analisadas no Parecer Normativo nº 5/2018.

Base Legal: Arts. 3º, § 1º, I da Lei nº 10.833/2003; Art. 301 do RIR/2018 e; Art. 181, caput, V da IN RFB nº 1.911/2019

(Checado pela Valor em 02/12/19).

2.4) Frete pago na importação de bens destinados a venda ou insumos

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De acordo com o artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime não cumulativo da

contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação poderão descontar crédito, para fins de determinação

dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das referidas contribuições sobre bens adquiridos

para revenda e bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou

produtos destinados à venda.

Nesse caso, o crédito fiscal será apurado mediante a aplicação das alíquotas abaixo, sobre o valor que serviu de Base de

Cálculo (BC) das contribuições (valor aduaneiro), acrescido do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição:

a. 2,10%, no caso do PIS/Pasep-Importação; e

b. 9,65%, no caso da Cofins-Importação.

Nesse sentido, temos as Soluções de Consulta Disit nºs 307 e 308 da 8ª Região Fiscal (São Paulo):

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 307 de 29 de Novembro de 2011

ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

EMENTA: CRÉDITO. FRETE E ARMAZENAGEM NA AQUISIÇÃO DE BENS IMPORTADOS PARA

REVENDA. O direito ao crédito a que se refere o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, aplica-se, exclusivamente, em

relação aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País e aos custos e despesas incorridos, pagos

ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País. O desconto de créditos, no caso de importações sujeitas ao

pagamento da Cofins-Importação, sujeita-se ao disposto no art. 15, § 3º, da Lei nº 10.865, de 2004, que determina que a

base de cálculo para a apuração desses créditos corresponde ao valor aduaneiro, calculado na forma do art. 7º, I, desta

mesma Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição. Assim, os gastos

com frete e armazenagem relativos a bens importados para revenda não geram direito a crédito da Cofins, por não fazer

parte da sua base de cálculo, nos termos da legislação em vigor, nem se enquadram nas demais hipóteses para as quais é

prevista a possibilidade de crédito nos incisos III a X do art. 3º da Lei n 10.833, de 2003.

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 308 de 29 de Novembro de 2011

ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

EMENTA: CRÉDITO. FRETE E ARMAZENAGEM NA AQUISIÇÃO DE BENS IMPORTADOS PARA

REVENDA. O direito ao crédito a que se refere o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, aplica-se, exclusivamente, em

relação aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País e aos custos e despesas incorridos, pagos

ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País. O desconto de créditos, no caso de importações de bens sujeitas ao

pagamento da Cofins-Importação, sujeita-se ao disposto no art. 15, § 3º, da Lei nº 10.865, de 2004, que determina que a

base de cálculo para a apuração desses créditos corresponde ao valor aduaneiro, calculado na forma do art. 7º, I, desta

mesma Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição. Assim, os gastos

com frete e armazenagem relativos a bens importados para revenda não gera direito a crédito da Cofins, por não fazer

parte da sua base de cálculo, nos termos da legislação em vigor, nem se enquadram nas demais hipóteses para as quais é

prevista a possibilidade de crédito nos incisos III a X do art. 3º da Lei n 10.833, de 2003.

Ratificando o posicionamento das regiões fiscais, transcrevemos a decisão a seguir:

SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 350, DE 28 DE JUNHO DE 2017

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS

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EMENTA: CRÉDITO. FRETE NA IMPORTAÇÃO.

Os dispêndios da pessoa jurídica importadora com serviços de transporte (frete) da mercadoria importada desde o

estrangeiro até o porto ou aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado (transporte

internacional) estão incluídos no valor aduaneiro da mercadoria, conforme inciso I do art. 4º da Instrução Normativa

SRF nº 327, de 2003, e, consequentemente, podem compor a base de cálculo dos créditos de que tratam os incisos I e II

do caput do art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004, desde que permitida a apuração do referido crédito na operação.

Os dispêndios da pessoa jurídica importadora com serviços de transporte (frete) da mercadoria importada desde o local

alfandegado até o local de entrega da mercadoria no território nacional (transporte nacional) não estão incluídos no valor

aduaneiro da mercadoria, conforme inciso II do art. 5º da Instrução Normativa SRF nº 327, de 2003, e,

consequentemente, não podem compor a base de cálculo dos créditos de que tratam os incisos I e II do caput do art. 15

da Lei nº 10.865, de 2004.

Base Legal: Arts. 3º, caput, IX e 15, caput, II da Lei nº 10.833/2003; Art. 15 da Lei nº 10.865/2004; Lei nº 13.137/2015;

Arts. 4º , I e 5º, II da IN SRF nº 327/2003; SC Cosit nº 350/2017; SC Disit nº 307 da 8ª Região Fiscal (São Paulo) e; SC

Disit nº 308 da 8ª Região Fiscal (São Paulo) (Checado pela Valor em 02/12/19).

3) Despesas com locação de veículos:

Os valores pagos por locação de veículo não ensejam a constituição de créditos a serem descontados das contribuições

para o PIS/Pasep e Cofins apurada em regime não cumulativo, porquanto tais despesas não estão expressamente

relacionadas no artigo 3º da Lei nº 10.637/2002, e no artigo 3º da Lei nº 10.833/2003, e também não se enquadram em

qualquer das hipóteses de creditamento previstas naqueles dispositivos legais.

Base Legal: SC Cosit nº 1/2014 (Checado pela Valor em 02/12/19).

4) EFD-Contribuições:

Quando o valor do frete constante no documento fiscal integrar a operação da venda, sendo o ônus for suportado pelo

adquirente, o seu valor integra o produto da venda e, consequentemente, compõe a receita bruta da pessoa jurídica

vendedora, conforme disposições sobre a receita bruta conceituada no artigo 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977, a qual

estabelece que "a receita bruta compreeende o produto da venda de bens nas operações em conta própria".

Base Legal: Art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977 (Checado pela Valor em 02/12/19).

4.1) Código da Situação Tributária (CST):

Já é patente no direito tributário que o acessório (receita do frete) acompanha e tem a mesma natureza do principal

(receita do produto ou item vendido), deste modo, a receita de frete deve seguir o mesmo tratamento tributário dado à

mercadoria comercializada. Portanto, o Código da Situação Tributária (CST) aplicável às mercadorias transportadas

deve ser utilizado para o frete.

Assim, o seguinte procedimento deverá ser observado:

Tributação da mercadoria Tributação do frete

Alíquota básica Alíquota básica

Alíquota zero Alíquota zero

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Tributação da mercadoria Tributação do frete

Alíquota monofásica Alíquota monofásica

Suspensão, isenção ou não incidência Suspensão, isenção ou não incidência

Base Legal: Equipe Valor Online.

Informações Adicionais:

Este material foi escrito no dia 01/12/2019 pela Equipe Técnica da Valor Online e está atualizado até a legislação vigente em 02/12/2019

(data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações legais.

Não é permitido a utilização dos materiais publicados pela Valor Online para fins comerciais, pois os mesmos estão protegidos por direitos

autorais. Também não é permitido copiar os artigos, materias e arquivos do Portal Valor Online para outro site, sistema ou banco de dados para

fins de divulgação em sites, revistas, jornais, etc de terceiros sem a autorização escrita dos proprietários do Portal Valor Online.

A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida, desde que indicada a fonte:

"Valor Online. Crédito fiscal: Serviço de transporte - frete (Área: PIS/Pasep e Cofins). Disponível em:

https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=814. Acesso em: 09/12/2019."

Porque Mediação e Arbitragem não deram certo no

Brasil?

Já deveriam estar enraizado entre os costumes brasileiros.

Publicado por Eduardo Pedro Gonçalves

Existente desde 2015 a arbitragem prometia revolucionar a justiça no país, de maneira a desafogar os tribunais e tornar

mais célere as demandas do país. Porque não 'pegou' ainda? Vejamos:

1- Desconfiança. Quem oferece a arbitragem é visto como suspeito. Geralmente o cidadão comum se depara com uma

cláusula de arbitragem quando lê um contrato de consumidor ou de grande empresa. Dai pergunta: "que é isso?",

resposta: "Olha, se tiver algum problema a gente decide num juiz particular, não na justiça, entendeu?". Hmmm,

desculpa aí, assino não.

Essa coisa do juiz "particular" (e o conceito está extremamente errado) é vendido por ai e assusta qualquer pessoa que

pretenda assumir um contrato. "Não dá pra acionar a justiça? Então não obrigado".

2- Apelação. Não era pra substituir o judiciário? Esse é um item interessante da pauta. Em vez de ir ao judiciário vamos

procurar uma câmara arbitral e ela decide certo? Mas, e se eu quiser recorrer? E se não concordar com o decidido? Taí

mais um motivo. Se você não concordar com o que foi decidido vai chamar adivinha quem? Ele mesmo, o judiciário.

3- Corrupção. Existem algumas desconfianças da população no que se refere a parcialidade dos magistrados e agentes

públicos, o que dirá de agentes privados. Responda com sinceridade: se numa cláusula qualquer de contrato, a câmara

arbitral fosse pouco conhecida e seu cliente tivesse que assinar com um grande atacadista você recomendaria? Ou

desconfiaria? Eu desconfiaria. Recomendaria ao meu cliente "válvulas de escape" pra não ficar refém de uma câmara

arbitral suspeita. Me desculpem aí os puristas por ser advogado do meu cliente. Afinal eu amo minha profissão e meu

dever é prever problemas.

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4- Falta de hábito. O instituto é antigo mas foi renovado. E, como novo, talvez pegue, talvez não. talvez seja realmente

uma questão de tempo e de constituição de boas e confiáveis câmaras.

A ideia de divórcio, inventário, usucapião e outras atividades serem delegadas a cartórios quando há consenso entre as

partes "pegou" mais rapidamente. Todos gostaram da novidade. Nada de dois advogados, Nada de ações judiciais e por

ai vai.

Quem sabe um dia não teremos esse mesmo caminho para a mediação e arbitragem. Por enquanto, relativamente ao

número de processos anuais, a arbitragem ainda é pequenina.

É isso por hoje.

Eduardo Pedro GonçalvesPRO

Como pagar menos Imposto de Renda na venda de um

Imóvel?

Publicado por Azevedo Neto Advogados

Quando da venda de um imóvel, para se avaliar se há ganho de capital, assim compreendida a diferença entre o valor

pago pelo comprador e aquele declarados no Imposto de Renda deste.

Os Ganhos de Capital devem ser declarados no Imposto de Renda, o que inclui o lucro da venda de um bem imóvel, para

que a União possa efetuar o recolhimento do imposto, em conformidade com o Art. 43 do Código Tributário Nacional.

Esta regra, entretanto, possui exceções, sendo possível ao contribuinte estruturar a transação comercial a fim de se

reduzir os impostos nela incidentes.

A primeira hipótese de isenção ocorre quando o contribuinte, residente no país, utiliza o ganho auferido pela venda do

imóvel na aquisição de um ou mais imóveis residenciais no Brasil, desde que o faça no prazo de até 180 (cento e oitenta)

dias da data da venda, conforme o Art. 39 da Lei n. 11.196 de 21 de novembro de 2005, regulamentada pela Instrução

Normativa SRF n. 599 de 28 de dezembro de 2005. Deve-se atentar para o fato de que, ocorrendo a venda de mais de um

imóvel, este prazo passa a contar a partir da data do primeiro contrato celebrado.

Também se deve observar que, a aplicação parcial do produto da venda na aquisição de outros imóveis ensejará na

tributação dos ganhos remanescentes. Assim, caso o contribuinte tenha realizado a venda de um imóvel por R$

850.000,00 (oitocentos e cinquenta mil reais) e utilizado apenas R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) na aquisição de

um ou mais imóveis, o imposto incidirá sobre o saldo remanescente de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).

A opção por essa isenção é irretratável, e deverá ser informada no Demonstrativo de Ganhos de Capital da Declaração

de Ajuste Anual. Ademais, este benefício só pode ser utilizado uma vez a cada cinco anos, contados a partir da data de

celebração do contrato de compra e venda do imóvel.

Importante notar que a alíquota do Imposto de Renda a ser aplicada depende do valor do ganho de capital apurado,

sendo que os valores limites para aplicação das alíquotas são alterados de tempos em tempos pela Secretaria da Fazenda

e a Receita Federal.

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Por fim, ressalte-se que a isenção só tem efeito para os contribuintes residentes no Brasil. Para os proprietários de bens

imóveis, residentes no exterior, a tributação é obrigatória, nos termos do Art. 26 da Instrução Normativa SRF n. 208, de

27 de setembro de 2002.

Outra hipótese de isenção ocorre o contribuinte efetua a venda do único bem imóvel que possuía e cujo valor da

alienação seja igual ou inferior a R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha realizado a

venda de nenhum outro imóvel nos últimos cinco anos da data de celebração do negócio jurídico, conforme o Art. 23 da

Lei n. 9250 de 26 de dezembro de 1995, combinado com o Art. 29, I da Instrução Normativa SRF n. 84, de 11 de

outubro de 2001.

Há também hipóteses de isenção do imposto sobre o lucro obtido pela venda de imóveis que são extremamente

específicas, como no caso de imóveis adquiridos até 31 de dezembro de 1969, conforme Art. 18 da Lei n. 7.713, de 22

de dezembro de 1988. É certo que, entre 1969 e 1988, o benefício é reduzido progressivamente, até chegar em 5% (cinco

por cento), conforme a antiguidade da data de aquisição.

Por fim, podemos destacar a hipótese de não incidência do Imposto de Renda na hipótese de indenização por

desapropriação de imóvel para fins de reforma agrária, nos termos do Art. 28 da Instrução Normativa SRF n. 84 de 11 de

outubro de 2001.

Com base nestas informações, é possível que o contribuinte não apenas adquira a isenção do Imposto de Renda sobre a

venda de seus bens imóveis, como também planeje o momento certo para celebração de negócios jurídicos, a fim de

aproveitar ao máximo o seu próprio capital.

Azevedo Neto Advogados