boas páticas de fabricação

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    Qualidadee Segurana dos Alimentos

    BOAS PRTICAS NA PANIFICAODA PRODUO AO PONTO

    DE VENDA

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    PES GIME

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    BOAS PRTICAS NA

    DA PRODUOPANIFICAO E NA

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    SUMRIOAPRESENTAO .................................................................................. 5

    INTRODUO .................................................................................... 7

    PERIGOSNOSALIMENTOS ........................................................................ 9O QUESOMICRORGANISMOS? .............................................................10COMOOSMICRORGANISMOSSEMULTIPLICAM? ................................................12DEQUEPRECISAMPARASEMULTIPLICAR? ..................................................13ONDEESTOOSMICRORGANISMOS? .........................................................15

    COMOOSALIMENTOSFICAMCONTAMINADOS? ..................................................18

    COMOEVITARACONTAMINAODOSALIMENTOS? ...............................................20PORQUECONTROLARAS BOAS PRTICAS? ................................................ 22

    CONTROLEEAESCORRETIVAS ............................................................ 26REGISTROS .................................................................................27

    CONHECENDOAS BOAS PRTICAS...............................................................28EDIFICAESEINSTALAES ................................................................28POTABILIDADEDAGUA ....................................................................30CONTROLEDEPRAGAS .....................................................................31LIXO .......................................................................................34TRATAMENTODEEFLUENTES .................................................................34CONTROLEDASADEDOMANIPULADOR .....................................................34

    HIGIENEECOMPORTAMENTOPESSOAL .......................................................35UNIFORMES ................................................................................37HIGIENEDASMOS.........................................................................38REGRASPARAVISITANTES...................................................................39PROGRAMADECAPACITAO ................................................................40EQUIPAMENTOSEUTENSLIOS ...............................................................40PROTEOCONTRACONTAMINAODOPRODUTO .............................................41MANUTENOECALIBRAODEEQUIPAMENTOS .............................................41PRODUTOSQUMICOSESUBSTNCIASTXICAS...............................................42HIGIENIZAODESUPERFCIES .............................................................43SELEODEFORNECEDORES .................................................................45

    BOAS PRTICASNOPROCESSODEPRODUO ...................................................46RECEBIMENTODEMATRIAS-PRIMAS.........................................................46ARMAZENAMENTO ...........................................................................49PESAGEM ..................................................................................53USODEADITIVOS ..........................................................................53

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    PENEIRAMENTO .............................................................................55MISTURA ...................................................................................55DIVISOEMODELAGEMDAMASSA ..........................................................55FERMENTAO ..............................................................................55DESSALGAMENTO ............................................................................56

    HIGIENIZAO

    DE

    FRUTAS

    ,LEGUMES

    E

    VERDURAS

    ...........................................56UTILIZAODEOVOS .......................................................................57TRATAMENTOTRMICO ......................................................................57DESMOLDAGEM..............................................................................59ESFRIAMENTO /RESFRIAMENTO .............................................................59CONGELAMENTO .............................................................................63DESCONGELAMENTO .........................................................................65LIMPEZA, CORTEETEMPERO ................................................................65FATIAMENTO/FRACIONAMENTO/DESFIAMENTO.................................................66REAQUECIMENTO ............................................................................67

    PORCIONAMENTO............................................................................67MANIPULAO (MONTAGEMDEDOCES, TORTASEPREPARODESALGADINHOS,SANDUCHESETC) ..........................................................................67MANUTENO...............................................................................68ACONDICIONAMENTO ........................................................................69EMBALAMENTO /PESAGEM /PRECIFICAO ................................................70EXPOSIOVENDA........................................................................70TRANSPORTEDEPRODUTOSPRONTOS .......................................................75SOBRAS ....................................................................................77

    CONTROLEDAQUALIDADE ......................................................................78TCNICADECOLETA.........................................................................78

    RECOLHIMENTO (RECALL) .......................................................................79

    BIBLIOGRAFIACONSULTADA ....................................................................80

    ANEXO 1 - PERDASDEQUALIDADENOSPRODUTOSDAPANIFICAOECONFEITARIA .............82

    ANEXO 2 - CHECK-LISTPARAAVALIAODAS BOAS PRTICAS ................................85

    ANEXO 3 - LIMPEZAESANITIZAO ...........................................................94

    ANEXO 4 - AQUECIMENTOERESFRIAMENTODEALIMENTOS ................................... 101

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    PERIGOSso circunstncias que prenunciam um mal para algum, ou seja, um dano sadee/ou integridade fsica do indivduo. Perigo tambm o agente que provoca tal situao.

    No dia-a-dia, so inmeras as situaes que representam perigos, porm cada pessoa pode estar mais

    ou menos exposta a eles, dependendo do estilo de vida, mais ou menos arrojado, e dos cuidados

    de que se cerca. Exemplos de perigos do dia a dia: ser atropelado por um carro em disparada ao

    atravessar uma avenida, cair em um bueiro aberto ao andar distrado na calada ou comer um

    alimento contaminado.

    PERIGOSNOSALIMENTOS

    COMERUMALIMENTOCONTAMINADO

    Os perigos fsicos mais comumente associados aos produtosde panificao so: fragmentos de vidro que podem estar

    presentes nas matrias-primas ou serem incorporados durante

    o preparo; insetos (ou seus fragmentos), roedores (ou suas

    fezes); fragmentos de plstico de embalagens; parafusos e arruelas

    que soltam de equipamentos, alm de tarraxas de brinco e fragmentos

    de lmina de barbear.

    PERIGOSFSICOS

    ALIMENTO PODE CONTER UM PERIGO?

    No caso de alimentos, os perigos so agentes que representam riscos

    sade do consumidor.

    Um alimento contaminado pode conter perigos de diversas naturezas.

    Podem ser:

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    O QUESOMICRORGANISMOS?Tambm conhecidos como micrbios, so seres vivos

    (nascem, multiplicam-se e morrem), portanto, fazem

    tudo que os outros seres vivos fazem: comem, excretam,

    respiram etc. Entretanto, existe uma diferena

    importante: eles so muito pequenos.

    Os microrganismos podem ter uma ou poucas clulas.

    Alguns s podem ser vistos com a ajuda de um aparelho

    chamado microscpio, que aumenta bastante (de 400

    PERIGOSQUMICOS

    So os microrganismos patognicos (ou seja,

    microrganismos que causam doenas) como, por exemplo

    as bactrias e suas toxinas (venenos), os

    vrus e tambm os parasitos.

    PERIGOSBIOLGICOS

    Compreendem os resduos de inseticidas, detergentes, desinfetantes

    e, principalmente, as micotoxinas (toxinas produzidas por fungos

    ou bolores durante o armazenamento inapropriado), dentre outros

    contaminantes.

    Apesar de os limites estabelecidos nas legislaes serem considerados

    seguros, a adio de melhoradores de massas e conservantes so perigos

    potenciais que devem ser considerados.

    Vrios ingredientes e mesmo corantes utilizados na fabricao dos produtos de panificao, como

    o caso do corante amarelo de tartrazina e dos produtos derivados de soja e do trigo, podem

    provocar reaes, que variam de leves a extremamente srias, em algumas pessoas. importante

    que os ingredientes reconhecidos como alrgenos estejam devidamente indicados no rtulo, como

    o caso do glten, por exemplo. Todos so perigos qumicos.

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    a 1000 vezes) o seu tamanho. Porm, quando eles esto reunidos em colnias, contendo milhes

    de microrganismos juntos, podem ser vistos sem a ajuda do microscpio. o caso das culturas em

    meio slido usadas nos laboratrios para estudos e outros tipos de procedimento.

    Existem muitos tipos de microrganismos:

    BACTRIAS

    So os microrganismos que mais causam problemas nos alimentos. Multiplicam-se rapidamente. Umexemplo o Staphylococcus aureusque pode estar presente no nariz, na boca e tambm na pele

    infectada (tumores ou feridas e queimaduras infeccionadas). Por isso, bastante frequente encontr-

    la em produtos muito manipulados, como os produtos de confeitaria, se as pessoas no tomarem

    cuidados com a higiene. Muitas bactrias produzem toxinas (como a do botulismo) que so como

    verdadeiros venenos.

    A bactria patognica mais frequentemente encontrada nos produtos de panificao o Bacillus

    cereus, que produz esporos resistentes ao calor (por isso no so destrudos ao se cozinhar ou

    assar os alimentos).

    BOLORES OU MOFOS

    So microrganismos filamentosos parecidos com fios de algodo. So frequentemente encontrados

    em pes, frutas e cereais. Muitos produzem toxinas, chamadas micotoxinas, consideradas perigos

    qumicos pelo efeito acumulativo no organismo e que podem causar problemas graves sade do

    consumidor. Os bolores podem ser vistos na superfcie dos alimentos mofados, mas seus filamentos

    se desenvolvem formando uma enorme rede por todo o interior do alimento.

    LEVEDURAS OU FERMENTOS

    Usados para fazer pes, bebidas alcolicas e massas. Podem tambm estragar os alimentos

    (fermentando-os, por exemplo), mas no provocam problemas sade de quem os come.

    VRUS E PARASITOSOs vrus so ainda menores do que as bactrias e muitos causam doenas. Os parasitos compreendem

    protozorios (ameba, girdia etc.) e os ovos de helmintos (vermes), que podem contaminar os

    alimentos e provocar, muitas vezes, problemas graves sade do consumidor.

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    A multiplicao dos bolores ocorre de forma diferente. Formam colnias de filamentos, parecidos

    com fios de algodo, que crescem e depois originam esporos. So os esporos que determinam a

    colorao (verde, cinza, preto etc.) do mofo que podemos ver, por exemplo na superfcie de pes

    e nas frutas. Os esporos se espalham

    por meio do vento e, quando caem

    em lugar apropriado, por exemplo,em outro alimento, desenvolvem-se

    formando outra colnia.

    As leveduras, os vrus e os parasitos tm

    outras formas de se multiplicarem.

    COMOOSMICRORGANISMOSSEMULTIPLICAM?Os microrganismos multiplicam-se quando encontram condies favorveis (temperatura, gua,nutrientes etc.).

    As bactrias multiplicam-se rapidamente, podendo dobrar de nmero a cada 15 ou 20 minutos. Por

    isso, deve-se ter muito cuidado para que no se multipliquem at nmeros que representem riscos sade das pessoas.

    Existem algumas bactrias que formam esporos

    (por exemplo, o Bacillus cereus). Esporos so

    estruturas (como sementes) com uma espcie

    de capa protetora. A clula da bactria morre

    facilmente durante o cozimento (ou outros

    tipos de tratamento trmico). Entretanto, os

    esporos no so destrudos quando o alimento

    assado, cozido, fervido ou pasteurizado. Emcondies favorveis, os esporos germinam e

    comeam a se multiplicar rapidamente. A est

    um grande problema para quem processa ou

    manipula alimentos.

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    DEQUEOSMICRORGANISMOSPRECISAMPARASEMULTIPLICAR?Precisam principalmente de:

    NUTRIENTES

    Como todos os seres vivos, os

    microrganismos precisam de nutrientes.Isso eles encontram nos alimentos

    que esto sendo processados. Os

    microrganismos so muito pequenos

    e, portanto, qualquer resduo que fique

    no cho, nos equipamentos ou nos

    utenslios, fonte de nutrientes para

    que se multipliquem. Com os cuidados

    de higiene durante o preparo dos alimentos, evita-se que os microrganismos tenham nutrientes

    disponveis para se multiplicarem, no ambiente da panificadora.

    Presena de oxignio

    (superfcie dos alimentos)

    A u s n c i a

    de oxignio

    (interior dos

    alimentos)

    GUA

    Todo ser vivo precisa de gua. Uns mais, outros menos. Para

    se multiplicarem, os bolores precisam de menor quantidade

    de gua do que as bactrias. Por isso, eles aparecem

    frequentemente em alimentos mais secos, como o po, e nos

    alimentos com bastante acar ou sal, por no apresentarem

    muita gua disponvel. Quanto mais gua contiver o alimento,

    melhor para o desenvolvimento das bactrias. No leite, carnese ovos, por exemplo, elas fazem uma verdadeira festa!

    OXIGNIO

    A maioria dos microrganismos precisa do

    oxignio presente no ar para viver (os

    bolores, por exemplo). Outros no podem

    ficar em presena do oxignio do ar (a

    bactria produtora da toxina do botulismo,por exemplo). Para alguns, por outro lado,

    tanto faz, estarem ou no na presena de

    oxignio. Dessa forma, sempre existe a

    possibilidade de um tipo de microrganismo

    se multiplicar nos alimentos, quando as

    outras condies forem favorveis.

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    TEMPERATURA

    Existem microrganismos que se multiplicam em temperaturas muito baixas (at em geladeira) e

    outros que preferem temperaturas altas (50C). A maioria das bactrias patognicas multiplica-se

    em temperaturas entre 20C e 45C e, especialmente, entre 30C e 40C. Assim, quanto mais tempo

    o alimento ficar exposto a essas temperaturas (entre 20C e 45C), mais perigoso ele se torna para

    quem vier a consum-lo. Temperaturas inferiores a 5C e superiores a 60C evitam a multiplicao

    de microrganismos patognicos.

    IMPORTANTE: SOB CONGELAMENTO, OS MICRORGANISMOS NO SE MULTIPLICAME, EM TEMPERATURAS DE REFRIGERAO, MULTIPLICAM-SE MUITO LENTAMENTE.NESSAS CONDIES, OS ALIMENTOS DEMORAM MAIS A ESTRAGAR.

    ACIDEZA maioria dos microrganismos no gosta de alimentos cidos, como picles, sucos, molhos de tomate.

    S os mofos e os fermentos multiplicam-se nesse tipo de alimento e podem estrag-lo.

    J os alimentos pouco cidos (leite, carnes, aves, peixes, etc.) so os preferidos pelos microrganismos,

    especialmente pelas bactrias. Por isso, estragam mais rapidamente, uma vez que as bactrias se

    multiplicam mais rpido que os bolores e leveduras.

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    E) PESSOAS

    Cabelo - microrganismos existentes no ar.

    Nariz, boca e garganta - microrganismosperigosos (estafilococos).

    Intestino - microrganismos perigosos (salmonelas,coliformes fecais e outros).

    Mos - microrganismos que vm da boca,nariz, superfcies sujas, fezes etc. decorrentesda m higiene pessoal ou de comportamentoinadequado.

    Roupa, sapato - podem conter muitosmicrorganismos do ar, terra etc.

    ONDEESTOOSMICRORGANISMOS?OS MICRORGANISMOS PODEM SER ENCONTRADOS EM PRATICAMENTE TODOS OS LUGARES. NASPADARIAS OS MAIS IMPORTANTES SO:

    A) POEIRA

    Existem milhes de microrganismos em cada grama de terra. So levados aos ambientes de preparoe manipulao de alimentos junto com a poeira que se deposita nas roupas, na pele, nos pelos e

    nos cabelos.

    B) AR

    Quanto mais empoeirado ou mais cheio de poeira de farinha o ambiente estiver, maior a quantidade

    de microrganismos no ar.

    C) PISO E PAREDES

    Quanto mais sujos, mais contaminados por microrganismos.

    D) GUA

    Se no for tratada (com cloro ou pela fervura etc.) pode conter microrganismos perigosos (aqueles

    que afetam a nossa sade).

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    F) MATRIAS-PRIMAS

    As carnes usadas em recheios, sanduches etc., mesmo quando inspecionadas, podem estar

    contaminadas, sendo uma fonte importante de microrganismos (s vezes perigosos). As carnes de

    origem clandestina podem conter microrganismos muito perigosos, tais como os causadores de

    tuberculose e brucelose. Pode conter, inclusive, parasitos que causam srias doenas ao homem.

    As frutas e outros vegetais tambm podem estar bastante contaminados, principalmente pelo contatocom a terra. O moranguinho, por exemplo, cresce rasteiro e desenvolve seus frutos sobre a terra.

    Por ter a superfcie muito spera e muito delicada, difcil de ser lavado. Requer uma higienizao

    cuidadosa, antes de ser adicionado sem cozimento, como

    enfeites de tortas e bolos.

    O leite cru outra fonte de contaminao por poder

    apresentar muitos microrganismos que podem

    causar mal sade dos consumidores.

    Os ingredientes secos, como as farinhase os condimentos tambm podem estar

    contaminados, se forem produzidos e

    armazenados de forma inadequada.

    Como pode ser visto, a falta de cuidado

    pode fazer com que esses microrganismos

    passem das matrias-primas para o produto

    acabado. Este processo chamado de

    contaminao cruzada.

    G) SUPERFCIES (UTENSLIOS, EQUIPAMENTOS EBANCADAS)

    Quando sujas ou mal higienizadas, podem conter milhes de

    microrganismos que se multiplicam sempre que as condies

    (nutrientes, temperatura, gua etc.) forem favorveis.

    H) ROEDORES, INSETOS, PSSAROS E ANIMAISDOMSTICOS

    Trazem microrganismos causadores de doenas para oambiente de trabalho. So, portanto, veculos para os

    microrganismos. Por isso, importante combat-los ou

    evitar o acesso ao ambiente da panificadora/padaria.

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    importante observar que:

    A maioria dos microrganismos so inofensivos, muitos so teis e alguns poucos so prejudiciais.

    TEISMicrorganismos especiais so usados paraproduzir alimentos, como po, iogurte,

    vinagre, salames, queijos e outros. Quando

    se multiplicam, produzem substncias que

    do sabor, aroma e caractersticas especiais

    e desejveis a esses alimentos.

    PREJUDICIAISSo classificados em dois grupos:

    DETERIORANTES - so os que estragam os alimentos,

    alterando sua qualidade. Modificam a cor, textura, sabor,

    cheiro. Podem produzir gases que estufam as embalagens.

    PATOGNICOS - so os que causam doenas a quem os ingere, ou seja, so perigos biolgicos.

    Esses microrganimos podem ser ingeridos vivos, junto com os alimentos, e infectar o organismo.

    Tambm, podem produzir toxinas no alimento que, ao serem ingeridas, provocam doenas

    muito srias. H relatos de casos e surtos de toxinose alimentar pela toxina produzida peloStaphylococcus aureus, atravs da ingesto de pes recheados, tortas, salgadinhos etc. produzidos

    em condies de higiene inadequadas. Bacillus cereus, uma bactria que produz esporos muito

    resistentes ao calor, comum em produtos secos, como cereais, farinhas, amndoas etc. e

    relacionada a casos e surtos de intoxicao alimentar pela ingesto deste tipo de alimento.

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    Contaminao a entrada de microrganismos, substncias qumicas ou objetos estranhos nosalimentos.

    Pode acontecer das seguintes formas:

    do ambiente para o alimento;

    dos manipuladores para o alimento;

    das superfcies de contato (bancadas, utenslios, equipamentos etc.) para o alimento;

    do alimento cru para aquele que est pronto para o consumo (contaminao cruzada).

    A contaminao cruzada pode ocorrer quando:

    os alimentos ficam juntos, sem proteo (contato direto);

    utilizam-se equipamentos e utenslios com alimentos crus e, posteriormente, com produtos

    prontos para o consumo, sem higienizao correta entre um e outro uso;

    o manipulador trabalha ora com matrias-primas contaminadas, ora com produtos prontos

    e no higieniza corretamente as mos na troca de atividade.

    Ambiente inadequado de produo

    C O M O O S A L I M E N T O S F I C A MCONTAMINADOS?

    CONTAMINAO POR PERIGOS FSICOS

    Os perigos fsicos podem estar presentes na matria-prima (pedaos de metal, madeira, pedras etc.)

    ou contaminar aos alimentos em qualquer etapa do preparo. Fragmentos de metal, parafusos, porcas

    podem se soltar de equipamentos e se misturarem massa de pes, biscoitos, bolos etc. A quebrade lmpadas e embalagens pode resultar em contaminao por cacos de vidro. Alm disso, adornos

    utilizados pelos manipuladores, fragmentos de esponjas e fios de escova de limpeza tambm so

    contaminantes fsicos que precisam ser controlados.

    Ateno especial deve ser dada contaminao fsica por insetos, roedores e outras pragas que

    causam repugnncia e podem tambm veicular perigos biolgicos.

    Quanto maior a contaminao

    do ambiente e as falhas na

    higiene, maior o nmero

    de microrganismos e, comisso, maior a chance de que

    estes provoquem doenas no

    consumidor.

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    CONTAMINAO POR PERIGOS QUMICOS

    Os perigos qumicos podem contaminar os alimentos por descuido

    (troca de produto, erros na pesagem de aditivos, entre outros) ou

    pelo uso de produtos proibidos (bromato). Alm disso, o enxgue

    mal feito de equipamentos e utenslios pode deixar resduos de

    detergentes e sanitizantes que podem contaminar os alimentos.

    A aplicao descuidada ou incorreta de inseticidas ou a falta

    de proteo dos alimentos durante o controle de pragas pode

    promover a contaminao qumica dos alimentos com produtos

    venenosos muito prejudiciais sade dos consumidores.

    CONTAMINAO POR PERIGOS BIOLGICOS

    Como j foi visto, os microrganismos esto en toda parte. Assim os perigos biolgicos podem ser

    controlados de trs maneiras:

    1 - Evitando que os microrganismos cheguem aos alimentos. Por exemplo:

    trabalhando com matrias primas, ingredientes

    e embalagens de boa qualidade;

    controlando as pragas e a qualidade da gua;

    tendo comportamento e higiene pessoal

    adequados;

    mantendo as instalaes, equipamentos e

    utenslios higienizados.

    2- Dificultando a sua multiplicao. Por exemplo:

    recebendo e estocando corretamente as

    matrias-primas;

    evitando que os alimentos fiquem expostos por muito tempo em temperatura ambiente;

    mantendo as temperaturas de refrigerao e de manuteno a quente adequadas;

    usando prticas adequadas de descongelamento e dessalga.

    3- Eliminando ou reduzindo o nmero de microrganismos. Exemplos:

    assando corretamente o po ou cozinhando corretamente os alimentos. Lembre-se que sso eliminadas as clulas dos microrganismos; os esporos s so destrudos a temperaturas

    superiores a 100C;

    higienizando corretamente os utenslios e equipamentos, utenslios e equipamentos,

    superfcies das bancadas e as mos;

    higienizando corretamente as frutas e outros ingredientes vegetais usados crus.

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    COMOEVITARACONTAMINAODOSALIMENTOS?O primeiro passo para controlar as contaminaes (biolgicas, qumicas e fsicas) a implantao

    das Boas Prticas.

    As Boas Prticas so regras na produo de alimentos que, quando praticadas, ajudam a prevenir as

    contaminaes. So aplicadas do campo mesa, ou seja, na produo agropecuria, na indstria,

    no transporte, na distribuio/comrcio de alimentos e no preparo de refeies, seja de que tipo for

    (po, tortas, sanduches, pizzas, salgadinhos, doces ou pratos elaborados). So regras relacionadas

    higiene pessoal, higiene dos utenslios e instalaes, cuidados na produo, entre outras, que

    contribuem para a produo de alimentos seguros.

    A padaria tem a caracterstica de atuar desde a produo at a venda, integrando atividades de

    fabricao de alimentos, manipulao de alimentos na loja, exposio de alimentos venda, serviode alimentao, loja de convenincia e entrega a domiclio de alimentos. Em todas essas atividades

    as Boas Prticas devem ser aplicadas para se prevenir a contaminao dos alimentos.

    As BOAS PRTICAS DE FABRICAO so um conjunto de procedimentos higinico-sanitrios

    estabelecidos pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), atravs da da Portaria no 326,

    30 de julho de 1997, para as indstrias de alimentos, independentemente do porte, e da Resoluo

    RDC no 216, de 15 de setembro de 2004, para aquelas que incorporam servios de alimentao.

    Os requisitos que fazem parte do programa de Boas Prticas para que os alimentos sejam produzidos

    com segurana e qualidade na indstria de panificao, esto apresentados na figura a seguir.

    Alguns dos requisitos de Boas Prticas so considerados crticos e imprescindveis para a segurana

    dos alimentos e so denominados Procedimentos Operacionais Padronizados (POP). Estabelecem

    instrues sequenciais para a realizao de operaes rotineiras e especficas na produo,

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    armazenamento e transporte de alimentos para assegurar a ausncia do risco de contaminao

    dos produtos durante seu processamento. Assim, os POP formalizam a aplicao de requisitos

    fundamentais do Programa de Boas Prticas.

    Estes procedimentos devem ser monitorados e aes corretivas devem ser tomadas, imediatamente,

    ao se detectar desvios dos limites (condio ou atividade) estabelecidos. Os resultados das

    monitoraes e aes corretivas devem ser registrados e verificados. de fundamental importnciao levantamento das causas dos desvios para prevenir que ocorram novamente.

    De acordo com a ANVISA (Resoluo RDC no275/2002), a panificadora, por ser uma pequena indstria,

    deve desenvolver, implementar e manter 8 POP:

    a) Higienizao das instalaes, equipamentos, mveis e utenslios.

    b) Controle da potabilidade da gua.

    c) Higiene e sade dos manipuladores.

    d) Controle integrado de vetores e pragas urbanas.

    e) Manuteno preventiva e calibrao de equipamentos.f) Manejo dos resduos.

    g) Seleo das matrias-primas, ingredientes e embalagens.

    h) Programa de recolhimento de alimentos.

    Quando a padaria apenas desenvolve atividades relacionadas com um servio de alimentao,

    somente 4 POP so requeridos, a saber:

    a) Higiene das instalaes mveis e utenslios;

    b) Higienizao de reservatrio de gua;

    c) Higiene e sade dos manipuladores;

    d) Controle integrado de vetores e pragas.

    Como foi visto, POP so itens de Boas Prticas que requerem:

    Monitoramento (controle);

    Registro;

    Aplicao de aes corretivas, no caso de desvios identificados nos monitoramentos;

    Verificao.

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    PORQUECONTROLARAS BOAS PRTICAS?O controle ou monitoramento das Boas Prticas a forma de se saber se algo est sendo feito da

    maneira correta ou no, para se corrigir, se for o caso. Por exemplo, o guarda fiscaliza o trnsito

    para que no haja tumulto nas ruas, controlando e corrigindo as falhas dos motoristas. Em casos

    de acidentes, o guarda de trnsito anota os dados no boletim de ocorrncia (registro) e em alguns

    casos, manda rebocar o veculo (ao corretiva). J o controlador da qualidade em estabelecimentosprodutores de alimentos o responsvel pelo controle da produo e pela correo de falhas, tendo

    como objetivo a produo de alimentos de qualidade e que sejam seguros para os consumidores.

    Em uma padaria/confeitaria, necessrio controlar (e corrigir, se necessrio) uma srie de etapas

    para evitar que os PERIGOS contaminem os alimentos que so preparados/manipulados e distribudos.

    Por falta desses controles e de aes corretivas, quando necessrias, que acontecem as doenas

    veiculadas pelos alimentos.

    importante observar que as Boas Prticas tambm podem prevenir e controlar etapas do processo

    de produo na panificao e confeitaria que afetam a qualidade dos produtos cujos principaisproblemas esto listados no Anexo 1.

    Assim, com o Programa de Boas Prticas estabelecendo controles e aes corretivas para requisitos

    que so importantes para a segurana (ou para a qualidade) dos alimentos, consegue-se:

    evitar a contaminao dos alimentos;

    alimentos seguros;

    clientes satisfeitos;

    lucro certo.

    Entretanto, para controlar os contaminantes (perigos) nos alimentos, aplicando as aes corretivas

    sempre que necessrio, preciso saber: o qu controlar; como controlar; quando controlar e quemvai controlar. Tambm preciso saber quando e como aplicar uma ao corretiva.

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    O QUE CONTROLAR (MONITORAR)?

    O que se controla so as prticas realizadas na produo de alimentos atravs

    de parmetros previamente estabelecidos.

    J vimos que as Boas Prticas evitam as contaminaes

    dos alimentos. Assim, elas devem ser usadas de

    maneira correta e, por isso, preciso fazer o controle(monitoramento).

    So exemplos de prticas que devem ser

    controladas:

    higienizao dos utenslios;

    higienizao das mos das pessoas que

    manipulam alimentos;

    barreiras para insetos e outras pragas para que

    no entrem na rea de produo; armazenamento de produtos txicos em lugares seguros e controlados;

    qualidade da gua usada no estabelecimento;

    COMO MONITORAR (CONTROLAR)?

    O controle e a verificao das Boas Prticas pode ser realizado de diversas formas.

    1. Realizando medies para confirmar se os limites de tempo, temperatura ou concentraode solues, por exemplo, esto sendo atingidos.

    Para as medies so utilizados instrumentos de controle. Os mais usados na padaria so:Termmetros

    Usados para medir as temperaturas dos alimentos e dos equipamentos. So exemplos de

    medies:

    - temperatura de uma cmara de

    refrigerao;

    - temperatura do forno.

    - temperatura alcanada na fritura de

    um salgadinho;

    - temperatura de um balco derefrigerao ou de uma vitrine de

    produtos.

    OS RESULTADOS DEVEM SER SEMPRE REGISTRADOS EM PLANILHAS.

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    Cuidados com o termmetro:

    Calibrar periodicamente para que ele indique a temperatura correta.

    - Tomar cuidado com o sensor (haste) para que no entorte. Ele a parte do termmetro

    que entra em contato com o alimento (quando aplicvel).

    - Manter a bateria carregada.

    Ao verificar a temperatura de um alimento, deve-se:

    higienizar o sensor do termmetro;

    introduzir a ponta do sensor no centro do alimento;

    no tocar com o sensor na parede do recipiente;

    esperar estabilizar a temperatura e fazer a leitura;

    registrar a temperatura;

    higienizar novamente o sensor e guardar o termmetro.

    Relgios ou despertadoresPara medir o tempo em que um alimento se mantm em uma determinada condio.

    Por exemplo:

    tempo de sanitizao;

    tempo de exposio dos salgados em uma determinada temperatura;

    tempo de descongelamento de um alimento;

    O uso de etiquetas com datas (para produtos expostos em equipamentos ou embrulhados tambm

    pode ajudar no controle do prazo de validade dos produtos).

    Kits para controle de cloroUsados para controle da concentrao de solues cloradas que servem para desinfetar utenslios,

    equipamentos e alimentos (por exemplo, frutas e hortalias).

    2. Com avaliaes sensoriais

    A primeira avaliao deve ser feita

    por inspeo visual para perceber

    resduos de alimentos. Por

    exemplo: aps uma higienizao

    (equipamentos, utenslios), sehouver qualquer resduo, este

    poder ser percebido na inspeo.

    No havendo sinais de resduos

    pela viso, pode-se fazer um segundo exame pelo toque (com um papel branco ou com a mo

    higienizada). Percebendo-se sinais de gordura ou sujidades, a operao de higienizao da superfcie

    deve ser repetida.

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    3. Com anlises de laboratrio

    As anlises em laboratrios especializados so necessrias para nos dar informaes sobre controles

    que no podem ser feitos visualmente ou pelo toque.

    So exemplos:

    anlise de gua para saber o nvel de

    cloro; para verificar se h contaminao

    por microrganismos;

    anlise de matrias-primas quando se

    suspeita de um fornecedor;

    anlise de produtos acabados - para saber

    como esto os alimentos produzidos ou

    para verificar se as Boas Prticas esto

    sendo aplicadas;

    anlise de superfcies - de mos, de utenslios ou equipamentos, para verificar se asoperaes de higienizao esto sendo feitas adequadamente.

    4. Com um check-list, ou lista de checagem

    Usada diria ou periodicamente para supervisionar os diversos itens das Boas Prticas. Isso ajuda

    a registrar aqueles requisitos que no esto sendo bem controlados e que precisam de aplicao

    de aes corretivas.

    Pode-se usar uma lista de checagem pontuada para fazer, por exemplo, um diagnstico inicial da

    empresa (Anexo 2). No Anexo 2, h tambm um check-listpara avaliao das Boas Prticas na padaria/confeitaria, baseado Resoluo RDC n 275/2002. Aps o diagnstico, preciso estabelecer um

    plano de ao para correo das no-conformidades onde constem, pelo menos, a descrio do que

    ser executado para atender adequadamente ao requisito, o prazo para execuo e o responsvel

    pela ao.

    A manuteno do Programa de Boas Prticas em uma panificadora e confeitaria exige a participao

    e o comprometimento de todos. Cada um deve fazer os procedimentos corretamente (de higienizao

    de superfcies, mos etc.), monitorando, registrando em planilhas apropriadas e tomando as aes

    corretivas, quando necessrias. Todos so importantes para que a segurana seja garantida e devem

    ser capacitados nas operaes que precisam realizar.Quem controla as Boas Prticas um MONITOR. Ele deve saber bem o qu, como e quando controlar.Geralmente, o monitor a prpria pessoa que faz a operao. Ele tambm registra a observao e

    faz, ou indica algum para fazer, a ao corretiva toda vez que for necessrio.

    Em uma panificadora, pode haver um ou vrios monitores, dependendo do tamanho do

    estabelecimento.

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    O CHEFE, SUPERVISOR ou ENCARREGADO de uma seo(de acordo com os cargos que ocuparem na estrutura do

    estabelecimento) deve verificar se tudo est correndo

    bem na sua rea, inclusive se as Boas Prticas esto

    sendo aplicadas e gerenciadas.

    A empresa deve designar uma pessoa para assumira funo de responsvel tcnico. Essa a pessoa

    RESPONSVEL PELAS ATIVIDADES DE MANIPULAOcom segurana e qualidade. Esse profissional supervisiona

    a produo dos alimentos para promover a segurana, ou

    seja, faz cumprir as Boas Prticas. Por isso, ele precisa

    de uma capacitao mais aprofundada em relao ao controle dos perigos e manipulao higinica

    dos alimentos.

    Muitas vezes o gerente ou mesmo o proprietrio do estabelecimento, o responsvel tcnico.

    CONTROLEEAESCORRETIVASO controle das Boas Prticas deve ser realizado de acordo com a frequncia pr-estabelecida, pois

    todo o momento importante e uma falha pode provocar problemas srios.

    As aes corretivas so fundamentais para controlar as contaminaes. Devem ser tomadas sempre

    que o limite estabelecido para a operao no for obedecido. Assim, se for observado que uma

    temperatura no atende os limites estabelecidos, no estando, portanto, correta, deve ser corrigida.

    Se um procedimento de higiene no foi bem feito, deve ser refeito, e assim por diante. Muitas vezes

    a ao corretiva implica no descarte do produto.

    CORRIGINDOREGISTRANDO

    Os produtos no corrigidos devem ser descartados por apresentarem riscos sade do consumidor.

    SE A AO CORRETIVA NO FOR FEITA IMEDIATAMENTE, DE NADAADIANTA MONITORAR (CONTROLAR).

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    REGISTROSOs registros do garantia aos clientes e aos rgos de fiscalizao de que as contaminaes esto

    sendo controladas. O registro tambm mostra alteraes que podem ocorrer no processo e, quando

    necessrio, as aes corretivas que foram tomadas.

    Dependendo do porte da panificadora ou do tipo da padaria, pode haver necessidade de umnmero maior ou menor de registros para controlar as etapas mais importantes.

    REGISTRANDO

    IMPORTANTE: Devem ser guardadas todas as informaes importantes para demonstrar o controledas contaminaes A legislao determina que os registros sejam mantidos por um perodo mnimo

    de 30 dias, contados a partir da data de preparao dos alimentos. So exemplos de registros:

    os check-listde Boas Prticas, especialmente relativos aos Procedimentos OperacionaisPadronizados(POP);

    lista de presena de capacitaes e certificados de capacitao dos colaboradores;

    planilhas de registros de temperaturas;

    planilhas de aes corretivas tomadas, sempre que houver desvio;

    laudos de anlises;

    planilhas de potabilidade da gua;

    registro de desinsetizao/desratizao;

    atestado de sade ocupacional (ASO), entre outros registros.

    ARQUIVAMENTO DOS REGISTROS

    Os registros podem ser guardados no estabelecimento, em

    arquivos, gavetas ou pastas. O responsvel pela manuteno

    correta do arquivo o responsvel pelas atividades de

    manipulao.

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    EDIFICAESEINSTALAES

    O projeto das instalaes deve contemplar espao suficiente para atender, de maneira higinicae operacional, todas as operaes para a produo de alimentos com efetivo controle das

    contaminaes.

    O projeto deve permitir a separao, por meios fsicos ou outros meios eficazes, das vrias operaes

    de produo dos alimentos (por ex.: armazenamento de matria-prima, produo, armazenamemto

    de produto acabado), evitando a contaminao cruzada.

    Na unidade de produo, o fluxo do processo no deve permitir o cruzamento de matrias-primas

    das reas sujas (recepo/armazenamento) com os das reas limpas (preparo/montagem). Isso evita

    que as matrias-primas ofeream risco de contaminao para os alimentos prontos para o consumo

    (contaminao cruzada), ou seja, o projeto deve garantir o fluxo unidirecional do processo.

    A contaminao cruzada tambm prevenida impedindo que os colaboradores que manipulam

    matrias-primas ou produtos semi elaborados entrem em contato com o produto acabado enquanto

    no tenham trocado o uniforme e higienizado as mos.

    tolerado um ambiente nico para a produo, desde que as atividades e os procedimentos de

    preparo sejam muito bem definidos por reas (bancadas ou mesas) ou por horrios de trabalho para

    que no haja risco de contaminao cruzada.

    Tambm necessrio analisar a possibilidade de separao das equipes de trabalho das diferentesreas sujas (matria-prima/recepo) e das reas limpas (processamento).

    CONHECENDOAS BOAS PRTICAS

    RECEPO

    REASUJA

    REALIMPA

    ESTOCA-GEM DE

    PRODUTOACABADO

    Exemplo de layoutde uma panificadora

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    OUTROS ASPECTOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS:

    Os pisos, paredes e tetos devem ser de material impermevel para que possam resistir a lavagens

    repetidas. igualmente importante que apresentem cores claras e sejam mantidos em boas

    condies fsicas e de limpeza.

    imprescindvel que o piso possua canaletas ou ralos que permitam o perfeito escoamento.

    As paredes, nas reas de processamento/manipulao de alimentos, devem ser revestidas com

    materiais impermeveis e lavveis at uma altura apropriada para todas as operaes.

    As portas e janelas devem ser de material impermevel, ajustadas aos batentes e com barreiras

    que impeam a entrada de pragas (telas milimtricas, vedao na parte inferior das portas).

    As portas devem ser providas de mola ou outro sistema que permita o fechamento

    automtico.

    Os sistemas de ventilao e de iluminao devem ser dimensionados para garantir o conforto

    ambiental.

    A iluminao, quando artificial, no deve mascarar ou gerar confuso de cores e nem produzir

    sombras sobre a rea de trabalho, devendo ter a intensidade apropriada para a natureza da

    operao.

    As luminrias devem ser dotadas de um sistema de proteo contra queda e exploses. Devem

    ser mantidas em bom estado de conservao e limpeza.

    O sistema de ventilao no deve permitir que o ar circule de uma rea contaminada para uma

    rea limpa.

    As panificadoras devem possuir um bom sistema de exausto para garantia do conforto trmico

    dos empregados.

    As instalaes eltricas devem ser mantidas em bom estado de conservao, evitando acidentes

    de trabalho.

    As instalaes hidrulicas devem ser mantidas em bom estado de conservao para evitar

    vazamentos.

    No devem existir caixas de esgoto ou gordura nas reas de produo.

    Os vestirios e sanitrios no devem ter acesso direto s reas de manipulao.

    As instalaes sanitrias devem ser separadas por sexo e possuir facilidades para a higiene

    pessoal (pia, chuveiro e vasos sanitrios) e armrios individuais para guarda de objetos pessoais,

    mantidos em bom estado de conservao.

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    As pias dos sanitrios e os lavatrios exclusivos

    para higiene das mos nas reas de produo/

    manipulao devem dispor de:

    sabonete lquido bactericida ou sabonete

    lquido e soluo antissptica;

    papel toalha no reciclado ou outro sistema

    seguro para secagem das mos;

    lixeira provida de tampa sem acionamento

    manual.

    IMPORTANTE: Os lavatrios com as facilidadespara higienizao de mos devem estarinstalados na entrada e em pontos estratgicosdas reas de produo.

    POTABILIDADEDAGUAA gua utilizada para a higienizao do ambiente, dos utenslios e equipamentos que entram em

    contato com os alimentos, bem como para uso dos colaboradores que os manipulam. imprescindvel

    que a gua utilizada em uma unidade de produo de alimentos seja potvel, isto , lmpida, inodora,

    transparente e livre de contaminaes qumicas e microbiolgicas.

    No que se refere sua garantia de uso, a gua proveniente de rede pblica (tratada por rgo

    pblico) , geralmente, de boa qualidade.

    J as guas que procedem de fontes como poos, nascentes e represas podem no apresentar boaqualidade e, nesse caso, precisam de tratamento. A filtrao (passagem por sistema que retm

    certos contaminantes) e a a clorao so, normalmente suficientes. Contudo, importante que

    exista um controle por parte de um laboratrio capacitado no sentido de estabelecer o tratamento

    adequado.

    Os reservatrios usados para o armazenamento de gua (como o caso de caixas dagua e cisternas)

    devem se apresentar:

    sem rachaduras;

    sem infiltraes;

    tampados, de forma a evitar a entrada de insetos, ratos, pssaros etc.;

    protegidos contra gua de enxurradas, poeira e outros possveis contaminantes.

    preciso que suas instalaes sejam afastadas de fossas, depsitos de lixo e de outras fontes de

    contaminao.

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    A higienizao dos reservatrios deve ser feita nas seguintes ocasies:

    logo aps a instalao;

    a cada seis meses ou segundo a legislao sanitria local;

    na ocorrncia de acidentes que possam contaminar a gua, tais como: enxurradas, entrada

    de animais, presena de insetos, folhas, outras pragas ou sujidades.

    Recomeda-se consultar a legislao sanitria local para determinar como e quem deve fazera higienizao dos reservatrios do estabelecimento.

    Para garantir a qualidade da gua importante, tambm, fazer a higienizao adequada das tubulaes

    na mesma periodicidade das caixas dgua, fazendo passar gua clorada pelas tubulaes.

    Considera-se, ainda, a importncia de se fazer, diariamente, o controle de cloro residual da gua,

    pois este um bom indicador de segurana.

    MUITA ATENO AO DESPERDCIO DE GUA.ESTA UMA PREOCUPAO MUNDIAL.

    CONTROLEDEPRAGASEVETORESMoscas, baratas, formigas, ratos, pssaros, gatos e outros animais podem representar grande risco

    de contaminao. Portanto, no devem, em hiptese alguma, estar presentes em uma unidade de

    alimentos.

    Os estabelecimentos devem apresentar obstculos que dificultem a entrada de pragas. Alm disso,

    no devem oferecer condies para o abrigo de pragas, nem gua e alimento para as mesmas.

    Para isso, deve usar:

    ralos sifonados, com fechamento apropriado ou com tela de proteo;

    telas milimtricas nas aberturas para as partes extenas (janelas, portas, sadas de exaustoresetc.);

    portas com molas ou outro dispositivo capaz de garantir o fechamento automtico;

    batente de borrachana parte inferior das portas;

    quando possvel, e se necessrio, cortina de ar nas portas que se comunicam com a parte

    externa do prdio.

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    So tambm muito importantes os seguintes cuidados:

    retirar as embalagens externas das mercadorias recebidas, j que elas podem esconder

    pragas, tais como baratas, formigas, ratos, aranhas etc.;

    proibir que caixas e caixotes do fornecedor tenham acesso unidade. A mercadoria deve

    ser transferida para cestas/monoblocos/sacos plsticos;

    evitar o acmulo de restos de alimentos e entulhos prximo s reas de produo,de manipulao ou de estocagem, pois podem atrair pragas ou servir como locais de

    procriao;

    fechar frestas, pequenos orifcios e espaos nas parede e pisos, que possam servir para

    esconderijo e procriao de baratas e formigas;

    manter as reas sem resduos de alimentos e devidamente higienizadas.

    Para um eficiente controle integrado de pragas tambm devem ser tomados os seguintes

    cuidados:

    as reas externas e internas devem

    estar livres de materiais em desuso e

    de sucatas;

    os jardins devem estar cuidados, com

    grama, rvores e mato aparados;

    gua estagnada na rea externa ou em

    recipientes (frascos) abertos deve ser

    evitada;

    as instalaes, equipamentos eutenslios devem ser devidamente

    higienizados (sem resduos de

    alimentos);

    os colaboradores no devem guardar alimentos em seus armrios;

    as matrias-primas devem ser inspecionadas antes do recebimento para verificao de

    eventuais infestaes por pragas;

    as embalagens externas das mercadorias recebidas devem ser retiradas antes da entrada

    nas reas de armazenamento/produo. Alm disso, antes de sua entrada na rea de

    fabricao:

    - deve-se retirar a folha mais externa das embalagens multifolhadas;

    - deve-se limpar as barricas, bombonas, bobinas de filme de embalagens.

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    NO PERMITIDA A PRESENA DE ANIMAIS DOMSTICOS NAS DEPENDNCIAS DEPREPARO, MANIPULAO, ARMAZENAMENTO OU ESTOCAGEM DE ALIMENTOS.

    Alm destes controles, deve haver, tambm, um programa

    de combate regular de pragas com o uso de armadilhas e de

    produtos qumicos.

    O combate s pragas atravs da aplicao de produtos qumicos

    deve ser realizado por empresa terceirizada, especializada

    nesta atividade. Os produtos qumicos (pesticidas) usadosdevem estar registrados no Ministrio da Sade (ANVISA).

    A empresa especializada deve atender regulamentao

    especfica para a atividade, que inclui a necessidade de ter

    alvar sanitrio e responsvel tcnico e estar credenciada nas

    VISAS estaduais e na Secretaria de Meio Ambiente.

    A empresa especializada deve definir o programa de aplicao dos produtos qumicos e disponibilizar

    o comprovante de execuo de servio e o documento com o programa de combate s pragas.

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    LIXO importante remover o lixo das reas de manipulao de alimentos

    diariamente ou quantas vezes forem necessrias para que no sirva

    de atrativo s pragas e outros animais.

    Os recipientes de lixo devem ser de material higienizvel, dispor

    de tampas sem acionamento manual e estar revestidos com sacos

    plsticos apropriados. Alm disso, devem ser identificados e mantidos

    higienizados.

    LIXO EXPOSTO ATRAI INSETOS, ROEDORES E OUTROS ANIMAIS.

    Deve existir um depsito para lixo externo, que deve ficar em um local afastado da padaria.

    necessrio que seja fechado, de forma a no atrair as pragas ou permitir sua procriao, e mantido

    devidamente higienizado.

    TRATAMENTODEEFLUENTES Dependendo dos resduos gerados pela padaria, deve haver um programa de tratamento de

    efluentes para prevenir a contaminao ambiental.

    Os sistemas de esgotos e efluentes devem ser projetados e mantidos em bom estado de

    conservao, de tal maneira que evitem a contaminao dos alimentos, da gua potvel e das

    reas de produo.

    A rede de esgotos proveniente das instalaes sanitrias e vestirios deve ser independentedaquela oriunda da unidade de processamento.

    CONTROLEDASADEDOMANIPULADORA sade do manipulador uma importante condio para que ele possa trabalhar com alimentos.

    No devem manipular alimentos os funcionrios que apresentem:

    feridas e cortes nas mos, braos ou antebraos;

    infeces nos olhos;

    diarreias;

    resfriados e gripes;

    infeces na garganta.

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    O responsvel deve monitorar a presena de feridas, leses e cortes nas mos, braos ou antebraos

    e, na suspeita de alguma infeco, encaminhar o colaborador para o posto mdico. A gerncia deve

    deslocar o colaborador para outras atividades que no necessitem de manipulao direta do produto

    ou, se necessrio, dispens-lo sem qualquer prejuzo para o mesmo.

    Os colaboradores, ao serem admitidos, devem realizar exames clnicos e laboratoriais (parasitolgico,

    coprocultura, urina, sangue) que comprovem o seu estado de sade. A empresa, deve manter controle

    peridico (de acordo com a legislao do rgo regulador local/ federal) da condio de sade de

    seus funcionrios.

    OBS.: Todo funcionrio deve ter o Atestado de Sade Clnico solicitado pelas VISA (Ministrio da

    Sade) e o PCMSO (Ministrio do Trabalho), ou qualquer outra forma de controle de sade exigidapelo estado ou municpio (ex.: carteira de sade).

    HIGIENEECOMPORTAMENTOPESSOALJ vimos que as pessoas podem ser fonte de microrganismos e de outros perigos para os alimentos.

    Assim, deve-se dar especial ateno s Boas Prticas de Higiene e de Comportamento Pessoal, a

    fim de proteger os alimentos de contaminaes fsicas, qumicas e biolgicas. Tais contaminaes

    podem ser originrias de todas as pessoas que tenham contato com:

    matrias-primas;

    equipamentos e utenslios;

    alimentos em processo;

    alimentos prontos.

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    Alm desses cuidados, deve-se:

    escovar os dentes aps cada refeio;

    usar desodorantes inodoros ou, ento, que apresentem perfume suave;

    usar maquiagem leve e no usar perfume.

    A utilizao de adornos (colares, amuletos,pulseiras,fitas, brincos, piercing, relgios, anis etc.) no

    permitida nas reas de manipulao de alimentos.

    Estes objetos podem, acidentalmente, cair nos alimentos,

    caracterizando-se como um perigo fsico. Podem,

    tambm, abrigar resduos de alimentos e, assim, facilitar

    a contaminao do produto, alm de poderem causar

    acidentes de trabalho.

    Percebe-se, ento, que os cuidados com a higiene e com a aparncia

    so muito importantes. Portanto, alguns hbitos devem fazer parte

    da rotina do manipulador ou colaborador:

    tomar banho diariamente e se enxugar com toalha limpa;

    manter os cabelos limpos e protegidos;

    no caso de homens, devem manter os cabelos aparados e abarba feita diariamente. Recomenda-se no usar bigode.

    ESSES CUIDADOS SO NECESSRIOS PARA QUE SE EVITE

    A PRESENA DE PELOS E CABELOS NOS ALIMENTOS.

    preciso que se tenha muita ateno com as unhas, as quais devem estar sempre curtas, limpas

    e sem esmalte.

    RESDUOS DE ALIMENTOS NAS UNHAS AUMENTAM O RISCO DE CONTAMINAO

    DOS ALIMENTOS POR MICRORGANISMOS.

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    COMPORTAMENTO NO TRABALHO

    No local de produo, as seguintes regras so importantes:

    no fumar ou manusear dinheiro;

    no usar o telefone celular;

    no tossir, cuspir ou falar quando estiver manuseando utenslios e alimentos;

    no mascar gomas ou palitar os dentes;

    no colocar as mos na boca, nariz e orelhas;

    no provar alimentos com as mos.

    ATENO:

    O avental plstico deve ser usado somente onde h muito contato

    com gua, no devendo, em hiptese alguma, ser utilizado

    prximo ao calor.

    No utilizar quaisquer panos ou sacos plsticos para proteo do

    uniforme.

    No carregar objetos no uniforme, tais como: celular, caneta,

    batom, isqueiro, cigarros, relgio etc.

    UNIFORMES Devem s e r comp le tos , bem

    conservados, limpos e mantidos

    fechados, preferencialmente comvelcro.

    Os sapatos devem ser impermeveis,

    fechados e confortveis.

    recomendado que no possuam

    bolsos, especialmente nas partes

    acima da cintura.

    Recomenda-se a troca diria.

    Recomenda-se o uso apenas dentrodo estabelecimento.

    NO SE DEVE GUARDAR ALIMENTOS DENTRO DOS ARMRIOS DO VESTIRIO. ANTI-HIGINICO E PERIGOSO PARA A SADE DE QUEM OS CONSUMIR, ALM DE SER UMATRATIVO PARA PRAGAS.

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    HIGIENEDASMOSComo vimos, as mos so muito usadas durante o preparo dos alimentos. Por isso, devem ser

    higienizadas:

    ao chegar ao trabalho e entrar no setor;

    ao iniciar um novo servio ou na troca de atividade;

    depois de utilizar o sanitrio, tossir, espirrar ou assoar o nariz;

    aps o uso de panos ou materiais de limpeza;

    aps ter recolhido o lixo e outros resduos;

    aps tocar em sacarias, caixas, garrafas, sapatos etc.;

    ao manusear alimentos crus ou no higienizados.

    HIGIENIZAR AS MOS, ESPECIALMENTE ANTES DE INICIAR O MANUSEIO DEALIMENTOS PRONTOS PARA O CONSUMO, OU SEJA DOS PRODUTOS ACABADOS.POR EXEMPLO: EMPACOTAR PES, TORTAS ETC.

    LUVASO emprego de luvas na manipulao de alimentos deve obedecer as perfeitas condies de higiene

    e limpeza destas. O uso de luvas no exime o manipulador da obrigao de higienizar as mos

    cuidadosamente, antes de seu uso. As luvas devem ser descartveis e mantidas sempre limpas e

    trocadas sempre que necessrio. As tarefas que impliquem o uso de luvas descartveis devem decorrer

    sem interrupes. Se tal no ocorrer, o manipulador, ao reiniciar a tarefa, deve lavar novamente as

    mos e colocar luvas novas.

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    ETAPAS PARA A HIGIENIZAO DAS MOS

    Umedecer as mos e os antebraos com gua;

    Lav-las com sabonete lquido, neutro e inodoro, massageando-as por 15 a 20

    segundos;

    Lavar a torneira (quando a abertura for manual);

    Enxaguar bem as mos e os antebraos; Secar as mos com toalha descartvel (papel no reciclado) ou outro sistema seguro;

    Fechar a torneira com papel toalha, se a abertura for manual;

    Aplicar soluo anti-sptica. Pode-se usar sabonete bactericida e, nesse caso, a soluo

    anti-sptica no precisa ser aplicada.

    REGRASPARAVISITANTESSo considerados visitantes todas pessoas que no so membros da equipe de manipulao. Todo

    o pessoal administrativo, inclusive os donos da empresa, so considerados visitantes.

    Para circularem pelas reas de processamento, os visitantes devem estar uniformizados e seguir as

    mesmas regras estabelecidas para os colaboradores das reas de produo, evitando contato com

    os alimentos.

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    preciso disponibilizar uniformes e toucas, que podem ser descartveis, afixar cartazes informativos

    sobre as regras de comportamento e disponibilizar produtos de higienizao (sabonete lquido,

    sanitizantes, gua e papel toalha).

    IMPORTANTE: as chefias devem dar o exemplo, colocando o vesturio adequado sempre quevisitarem as instalaes e cumprindo as regras de comportamento pessoal.

    PROGRAMADECAPACITAO Todos os colaboradores, ao serem contratados, devem receber capacitao em Boas Prticas e,

    principalmente, nos requisitos de higiene e comportamento pessoal.

    As capacitaes realizadas devem ser registradas sob a forma de listas de presena, onde devem

    constar os seguintes dados:

    - Nome do treinamento/contedo;

    - Treinador/instrutor;

    - Data e carga horria;

    - Nome e assinatura dos participantes.

    Periodicamente, ou quando necessrio, devem haver reforos e atualizaes de capacitao nos

    diversos assuntos relativos segurana dos alimentos.

    EQUIPAMENTOSEUTENSLIOSO material de acabamento dos equipamentos e utenslilios usados no processamento de alimentos

    no deve liberar substncias txicas, odores e sabores aos produtos. Deve, tambm, ser resistente

    a corroso e de fcil higienizao (ao inox, plstico etc.).

    No caso de formas e assadeiras, o ao inoxidvel pouco utilizado, utilizando-se, preferencialmente,

    ferro branco estanhado, chapa de ao azulada, chapa de ao negra ou alumnio.

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    PROTEOCONTRAACONTAMINAODOPRODUTODeve-se tomar cuidado, alm dos j mencionados, para proteger os alimentos de contaminaes

    fsicas, biolgicas e qumicas durante o seu processamento.

    Cuidados que devem ser tomados:

    Quanto manuteno dos equipamentos

    Verificar a possibilidade do desprendimento de

    peas dos utenslios e/ou equipamentos.

    Verificar a presena de gotejamento de leo

    lubrificante no produto.

    Quanto ao controle integrado de pragas (CIP)

    Implantar um programa de CIP eficiente na

    padaria.

    Quanto identificao, estocagem e manuseiode produtos qumicos

    Devem garantir a segurana do produto.

    MANUTENOECALIBRAODEEQUIPAMENTOS

    Equipamentos importantes para a segurana e a qualidade no processamento de alimentos,

    como termmetros, balanas, dosadores, devem ser calibrados com a periodicidade recomendada

    pelo fabricante do equipamento.

    Os registros atualizados da calibrao devem ser arquivados por um perodo mnimo de 2

    anos.

    Alm disso, os equipamentos devem apresentar um programa de manuteno preventiva que inclua

    a frequncia da reposio de peas, a substituio de juntas, a lubrificao etc.

    Os procedimentos e as frequncias de manuteno podem estar baseados em informaes do

    fabricante, e tambm nas condies de utilizao do equipamento que afetam a periodicidade das

    intervenes.

    Observaes: Durante a manuteno dos equipamentos deve-se evitar a contaminao dos alimentospor perigos fsicos e qumicos (graxas, lubrificante etc.).

    Na manuteno dos equipamentos deve-se, sempre que apropriado:

    verificar se no h vazamento de leo;

    verificar os rolamentos e a tenso das correias;

    lubrificar os rolamentos do motor, os esticadores de correias e os roletes, se existirem.

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    PRODUTOSQUMICOSESUBSTNCIASTXICAS preciso tomar cuidado com os produtos qumicos utilizados na panificadora/confeitaria. Dentre

    os mais utilizados esto:

    detergentes e sanitizantes (procedimentos de higienizao de instalaes, equipamentos

    e utenslios);

    sabonetes lquidos e antisspticos (procedimentos de higiene pessoal);

    inseticida, raticida ou outros produtos similares (procedimentos de controle de pragas).

    As pessoas responsveis pelo recebimento desses produtos devem conferir o pedido com a nota fiscal,

    rtulo do produto, prazo de validade e condies de estocagem recomendadas pelo fabricante.

    Os produtos qumicos devem ser estocados em local prprio, isolados das matrias-primas, dos

    alimentos e das embalagens. O local deve ser protegido de sol, chuva e umidade e longe de calor

    e fogo, pois alguns produtos so inflamveis. Deve-se ficar atento s informaes dos fabricantes

    inscritas nos rtulos dos produtos quanto incompatibilidade com outras substncias qumicas.Uma mistura indevida dos produtos pode causar reaes explosivas ou vapores txicos.

    As pessoas responsveis pelo armazenamento e fracionamento dos produtos devem receber

    capacitaes especficas, contemplando a maneira correta e segura de manuseio dos produtos e os

    procedimentos em caso de acidentes, que devem estar disponveis no local de armazenamento.

    Os detergentes e sanitizantes fracionados e em uso na rea de produo devem estar em

    recipientes tampados, devidamente identificados e guardados em local separado dos alimentos e

    embalagens.

    MUITO IMPORTANTE:

    Produtos qumicos devem ser controlados por um responsvel eESTAR SEMPRE bem guardados e longe de alimentos.

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    HIGIENIZAODESUPERFCIES importante o controle rigoroso da higiene das reas, equipamentos,

    mveis e utenslios, j que as sujidades provenientes de farinhas, ovos

    e gorduras dificultam a manuteno da higiene nas padarias, alm de

    servirem para a proliferao de insetos e roedores.

    A higienizao elimina ou reduz a contaminao e envolve duasetapas: limpeza e sanitizao.

    LIMPEZA

    a remoo de sujidades, resduos orgnicos e minerais aderidos s superfcies.

    A limpeza por ser feita a seco (para remoo de farinhas, ps etc.) ou mida (remoo de gorduras

    pelo uso de gua e detergente) com ou sem o auxlio de fibras (escovas etc.).

    Os detergentes utilizados na etapa de limpeza mida (lavagem) devem ser especficos para o tipo

    de sujidade a ser removida e serem aprovados e registrados ou notificados na ANVISA/MS.

    LIMPEZA A ETAPA EM QUE SE RETIRA AS SUJIDADES.RETIRA-SE O QUE SE V!

    SANITIZAO A ETAPA EM QUE SE ELIMINA OS MICRORGANISMOS.RETIRA-SE O QUE NO SE V!

    SANITIZAO (DESINFECO)

    a eliminao ou reduo a nveis seguros, do nmero

    de microrganismos patognicos ou deteriorantes ainda

    presentes nas superfcies limpas.

    Na atividade de sanitizao podem ser utilizados agentes

    fsicos ou qumicos. So exemplos de agentes fsicos: o

    calor, sob a forma de gua quente, ar quente ou vapor.

    Os agentes qumicos mais usados so: produtos clorados,

    iodados e os que contm quaternrios de amnia, cido

    peractico ou clorhexidina.

    No caso de uso de agentes sanitizantes de natureza

    qumica, eles devem ser aprovados e registrados ou notificados na ANVISA/MS.No Anexo 3 so apresentadas mais informaes relativas aos procedimentos de limpeza e sanitizao

    em padarias/confeitarias.

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    A higienizao criteriosa das superfcies que entram em contato com a massa

    um cuidado importante durante a modelagem de pes e de outros produtos da

    panificao e confeitaria. Na modelagem manual, os manipuladores precisam cumprir

    os procedimentos de higiene pessoal e comportamento higinico no ambiente de

    trabalho.

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    SELEODEFORNECEDORESAs padarias devem trabalhar com fornecedores idneos e com elevado conceito profissional no

    mercado ou que possuam um efetivo programa de controle de qualidade do processo.

    A empresa deve estabelecer as especificaes das matrias-primas, ingredientes e embalagens e

    os critrios de seleo de fornecedores. Para garantir a qualidade de seus produtos, importanteque sejam verificadas as instalaes dos fornecedores, alm das condies de manipulao e de

    transporte de mercadorias, podendo-se usar para isso o check-listsimplificado apresentado no Anexo

    1, com uma pontuao que pode ser usada para classificao de fornecedores.

    Quando necessrio, a empresa deve selecionar e inspecionar matrias-primas, ingredientes e

    embalagens antes de serem encaminhados para a produo.

    AS VISITAS AOS FORNECEDORES SO INSTRUMENTOS IMPORTANTES PARA QUESE FAA A SELEO DOS MELHORES!

    IMPORTANTE: O responsvel pela compra dos produtos

    deve atentar para a capacidade de armazenamentode seus equipamentos e a capacidade do ponto de

    venda (balces, geladeiras, ilhas etc.), visto que

    produtos perecveis dependem da continuidade da

    cadeia de frio.

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    BOAS PRTICASNOPROCESSODEPRODUO

    Atualmente, alm dos tradicionais panificados e confeitaria, frequente encontrar padarias que oferecemprodutos e servios completos: pizzaria, caf da manh, almoo, happy hour, sopas e caldos, almoos,

    sushibar, produtos de convenincia e gastronomia, podendo incluir servios de delivery. A padaria

    pode fabricar e manipular uma grande variedade de produtos alimentcios, incorporando no seu fluxo

    de produo, inmeras etapas, incluindo desde o pr-preparo, o preparo e a conservao de alimentos,

    o fracionamento de produtos e o transporte (normalmente, at a residncia do consumidor) em que

    os aspectos das Boas Prticas devem ser considerados para garantir o controle das contaminaes.

    As etapas consideradas importantes para a segurana e qualidade do produto desde a recepo das

    matrias-primas at a comercializao dos diversos produtos esto apresentadas a seguir. Muitas

    so especficas para o processo de produo de pes, algumas so de mbito mais geral e se aplicamaos vrios grupos de produtos produzidos/manipulados ou comercializados na padaria. Algumas

    etapas so crticas para a segurana e, por isso, deve haver monitoramento, registro em planilhas, e

    tambm verificao do seu controle.

    RECEBIMENTODEMATRIAS-PRIMASO recebimento de matrias-primas constitui a primeira

    etapa do processo na qual se aplica o controle higinico-

    sanitrio para a produo de alimento seguro.

    O recebimento deve ocorrer em rea protegida de

    chuva, sol, poeira e que possua facilidades adequadas

    (estrados e balana, por exemplo). importante que

    sejam estabelecidos horrios e procedimentos para o

    recebimento dos produtos. Assim:

    devem ser estabelecidos horrios diferentes para cada fornecedor, de tal modo que a

    recepo de produtos no interfira no andamento das atividades da empresa;

    caso as entregas aconteam no mesmo horrio, deve ser estabelecida a seguinte ordem

    ou sequncia para recebimento e armazenamento:

    1- alimentos mantidos sob refrigerao;

    2- alimentos mantidos sob congelamento;

    3- alimentos mantidos a temperatura ambiente.

    Os produtos entregues pelos fornecedores devem ser inspecionados qualitativamente e

    quantitativamente, segundo critrios pr-definidos pela panificadora/confeitaria.

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    CONDIES DE TRANSPORTE

    O transporte de alimentos destinados ao consumo humano, sejam eles refrigerados ou no, deve

    garantir a integridade e a qualidade dos produtos, impedindo que haja contaminao ou deteriorao.

    Portanto, primordial que:

    o compartimento dos veculos que

    transporta a carga esteja fechadoou coberto por lona e sempre bem

    conservado e limpo;

    os alimentos perecveis crus ou prontos

    para o consumo sejam transportados

    de modo que seja garantida a temperatura de

    conservao adequada dos produtos no ponto de

    entrega;

    o compartimento de carga seja isolado da cabine do condutor

    e revestido de material liso, resistente, impermevel, atxico elavvel;

    os alimentos no estejam em contato direto com o assoalho do veculo;

    seja proibido transportar, no mesmo compartimento do veculo que transporta alimentos,

    pessoas, animais e substncias estranhas (produtos qumicos) que possam contamin-

    los;

    os veculos passem por desinsetizao peridica sob orientao tcnica de empresa

    especializada;

    os veculos de transporte possuam Certificado de Vistoria Sanitria (CVS), de acordo com

    o Cdigo Sanitrio da localidade (este concedido aps inspeo da autoridade sanitria

    competente).

    CONDIES DAS EMBALAGENS

    As embalagens externas (caixas de papelo, sacos de papel kraft) no

    devem estar rasgadas, midas e sem rtulos.

    As embalagens internas (primrias) como latas, embalagens tipo longa

    vida, vidros e filmes no devem se apresentar:

    estufadas (cuidado! sinal de deteriorao); enferrujadas, amassadas ou rasgadas;

    trincadas, apresentando vazamento ou midas.

    EM QUALQUER UMA DESTAS SITUAES O PRODUTO DEVER SERDEVOLVIDO AO FORNECEDOR!

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    ROTULAGEM DA EMBALAGEM

    Deve apresentar:

    dados do produtor (nome, endereo e CNPJ);

    prazo de validade estabelecido pelo produtor (pelo qual tem total responsabilidade), alm

    da data de fabricao e lote;

    registro no rgo fiscalizador competente, quando aplicvel (para produtos de origem

    animal, como carnes, leite, iogurtes, frios, ovos e queijos);

    peso ou volume do contedo;

    lista de ingredientes, informaes nutricionais, instrues de uso (quando aplicveis);

    temperatura mxima permitida para sua conservao.

    Lembre-se!

    Aps a abertura das embalagens originais, perde-se o prazo de validade informado pelofabricante (portanto, importante que os rtulos apresentem as instrues para a conservao,prazo e uso corretos do produto aps a abertura da embalagem).

    Devem ser seguidas as instrues do rtulo para a conservao correta e o prazo para utilizaodas sobras.

    CARACTERSTICAS DA MATRIA-PRIMA

    As matrias-primas devem possuir aparncia, cor, odor e textura caractersticos de cada produto.

    As matrias-primas secas e desidratadas devem estar livres de sinais de umidade e da presena demofo.

    CASO APRESENTEM ALTERAES EMSUAS CARACTERSTICAS, OS ALIMENTOSDEVEM SER RECUSADOS!

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    TEMPERATURA DO PRODUTO

    As matrias-primas perecveis devem chegar ao

    estabelecimento com as seguintes temperaturas:

    No caso de congelados, menor ou igual a

    -18C (o que seria ideal). Pode-se receber o

    produto quando ainda congelado (duro) nasuperfcie, sem sinais de descongelamento.

    Em se tratando de alimentos refrigerados, a

    temperatura no deve ultrapassar os 5C ou,

    ento, pode-se seguir as especificaes do

    fabricante.

    imprescindvel recusar alimentos perecveis quando estiverem comtemperatura fora das especificaes estabelecidas por sua empresa ou

    pelo fabricante.

    ARMAZENAMENTOPode ser feito sob trs condies de temperatura, dependendo do produto:

    Sob congelamento: quando os alimentos devem ser armazenados a temperatura de - 18Cou menos.

    Sob refrigerao: quando os alimentos so armazenados a temperatura de 0C at 5C.

    A temperatura ambiente: quando os alimentos no perecveis so armazenados no estoque,segundo especificaes do prprio fabricante. A temperatura mxima recomendada para

    o estoque de at 26C.

    Em relao ao tempo mximo de armazenamento, este deve estar de acordocom a informao do fabricante ou com as especificaes do produto.

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    REGRAS IMPORTANTES

    A disposio dos produtos deve obedecer a uma ordem que tenha como referncia a data de

    fabricao. Os produtos que apresentem datas de fabricao mais antigas so posicionados

    de forma a serem consumidos em primeiro lugar.

    Seguir a regra PVPS ou seja, primeiro que vence, primeiro que sai.

    Todas as matrias-primas devem estar identificadas e protegidas contra contaminaes.

    Os produtos de limpeza devem ser armazenados em locais especficos e identificados,

    separados dos alimentos e dos descartveis.

    Deve ser proibida a entrada de embalagens externas (caixa de madeira, papelo) nas reas

    de armazenamento e de manipulao.

    Produtos aguardando troca, vencidos ou que apresentaram alteraes durante o armazenamento,

    devem ser mantidos identificados, em local separado dos outros alimentos.

    No estoque seco, os alimentos devem ser amazenados de forma organizada, em local limpo,

    livre de pragas e com temperatura e ventilao adequadas. Para permitir acesso s inspees,limpeza e operaes de controle de pragas, alm de proporcionar melhor circulao de ar,

    as distncias mnimas recomendadas so 60 cm do teto; 10 cm das paredes ou entre pilhas

    e 25 cm do piso.

    Evitar ambiente escuros, midos e abafados. A farinha absorve umidade e tem uma grande

    tendncia a mofar ou a deteriorar nesses ambientes.

    Os alimentos devem ser amazenados de forma a no receber luz solar direta, em pontos

    onde no haja a possibilidade de condensao de vapor e livres de contaminao.

    O material de embalagem deve ser mantido em uma rea higienizada e seca. As embalagens

    devem estar protegidas de contaminaes como poeira, produtos de higienizao etc. A poeirade farinha juntamente com a umidade compem um excelente meio de multiplicao de esporos

    (tanto de bolores, como de bacilos), que contaminaro as embalagens, as quais, por sua vez,

    contaminaro as sobremesas/salgados, diminuindo a vida de prateleira

    Os materiais descartveis devem ser mantidos em suas embalagens primrias at o momento

    do uso, a fim de se evitar contaminaes.

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    DEPSITO DE FARINHA

    A farinha de trigo a principal matria-prima da padaria. O correto armazenamento dos

    sacos de farinha essencial para proteger o produto de alteraes prejudiciais qualidade,bem como das contaminaes que comprometem a qualidade e a segurana do alimento que

    ser produzido (empedramento, mofo, ataques de insetos e roedores etc.). O armazenamento

    adequado tambm importante para que a farinha mature naturalmente, melhorando assim

    suas caractersticas de panificao.

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    REQUISITOS IMPORTANTES DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO DA FARINHA DE TRIGO:

    Ser mantido limpo para no favorecer o surgimento de insetos e roedores.

    Possuir aberturas que possibilitem uma boa ventilao, evitando excesso de calor e focos de ar

    saturado de umidade.

    Janelas teladas para impedir a entrada de insetos.

    O local deve receber luz solar, mas os raios no devem incidir diretamente na farinha.

    Paredes e piso impermeabilizados para evitar transferncia de umidade para a sacaria.

    Distncias mnimas de 60 cm entre a pilha e o teto; 10 cm das paredes ou entre pilhas e 25

    cm do piso, para permitir acesso s inspees, limpeza e operaes de controle de pragas

    e melhor circulao de ar.

    Pilhas com, no mximo, 25 sacos de altura, com lastros (disposio horizontal dos sacos) de at

    10 sacos. Pilhas com lastros muito grandes impedem a ventilao e o arejamento do produto.

    Alturas maiores que 25 sacos favorecem a compactao e aglomerao do produto, alm de

    dificultar o arejamento.

    Pilha feita, se possvel, prxima parede que no receba raios solares, diretamente.

    Temperatura ideal do ambiente em torno de 20C.

    NO CASO DE ARMAZENAMENTO SOB BAIXAS TEMPERATURAS

    Nos equipamentos a frio deve-se evitar o acmulo de

    gelo, estabelecendo programa de descongelamento,

    higiene e manuteno. Os alimentos no devem ser

    estocados sob condensadores e evaporadores.

    No caso de se possuir apenas uma geladeira ou cmara,o equipamento deve estar regulado para o alimento

    que necessitar de menor temperatura.

    No mesmo equipamento podem ser armazenados tipos

    diferentes de alimentos, desde que embalados, separados

    e identificados.

    Quando houver necessidade de armazenar diferentes gneros alimentcios em um mesmo

    refrigerador, deve-se respeitar a seguinte disposio:

    - os alimentos prontos para consumo devem ficar dispostos nas prateleiras superiores;

    - no caso de semiprontos e/ou pr-preparados, utilizam-se as prateleiras intermedirias;- as prateleiras inferiores devem ser destinadas aos produtos crus, que precisam estar separados

    entre si e tambm dos demais produtos.

    CONTROLES IMPORTANTES: TEMPERATURA DOS EQUIPAMENTOS E VALIDADE DOSPRODUTOS. AS TEMPERATURAS DOS EQUIPAMENTOS DE CONSERVAO A FRIODEVEM SER MONITORADAS E REGISTRADAS, NO MNIMO, UM A VEZ POR DIA.

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    PESAGEMNa produo de pes, o balanceamento dos ingredientes uma operao para padronizao, dentre

    outras, que envolve a transformao em percentagem, de todos os ingredientes em relao ao de

    maior quantidade na formulao. No caso dos produtos de panificao, o ingrediente base a

    farinha.

    Na etapa de pesagem, deve-ser seguir criteriosamente a formulao dos ingredientes e usar utenslios

    higienizados, evitando-se dessa forma:

    desperdcio, com consequente perdas para a empresa;

    aumento do custo dos produtos, com consequente diminuio do lucro;

    descaracterizao do produto final, ou seja, cada dia o produto tem uma textura, cor, sabor

    etc. diferentes.

    Alm disso, no caso de uma superdosagem dos aditivos (melhoradores, por exemplo) o erro acarretar

    danos sade do consumidor, pois o mesmo se transforma em um perigo qumico potencial.

    USODEADITIVOSH uma grande disponibilidade de substncias aprovadas para serem utilizadas nos alimentos com

    diversas finalidades, tais como: melhorar a sua colorao, textura ou aroma, bem como conserv-

    los por maior tempo.

    Dentre as classes de aditivos consideradas pela legislao brasileira, esto includos, para uso empanificadoras, os seguintes:

    Conservantes cido propinico e seus sais so efetivos no controle de bolores (antimofos). Poristo so muito empregados em panificao para inibir estes microrganismos (aumentando a vida til

    dos produtos), bem como, associados com acetatos, para inibir bactrias responsveis pelo ropedo

    po (Bacillus subtilis). So empregados em produtos de confeitaria na concentrao de 0,2%.

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    Melhoradores agentes oxidantes que atuam melhorando a qualidade fsica da massa durante oprocesso; reagem com o glten, aumentando a capacidade de reteno de gs, o que d ao po

    maior volume, bem como clulas e texturas de miolo uniformes. Alguns oxidantes podem atuar,

    tambm, como branqueadores; neste caso d ao miolo uma colorao mais branca. Os principais

    agentes so:

    cido ascrbico melhora as propriedades fsicas da massa, tornando-a menos aderente;

    aumenta a tolerncia fermentao, produzindo pes mais volumosos; provoca ainda um

    leve embranquecimento do miolo, acelera a maturao da massa e controla a colorao

    da crosta.

    azodicarbonamida aumenta o volume e d uma textura mais firme, alm de propiciar

    melhor qualidade nas caractersticas externas do po.

    Corantes e flavorizantes - incorporam ao produto aroma, sabor e cor. Um corante ou aromatizante,quando de boa procedncia e usado corretamente, acrescenta qualidade sensorial aos produtos,

    mas o inverso pode criar uma rejeio definitiva ao produto. Como exemplo desses ingredientes,

    podemos citar as essncias de caf, laranja, abacaxi, baunilha, caramelo, betacaroteno etc.

    Emulsificantes tm a finalidade de retardar o envelhecimento do po, mantendo um miolo maismacio durante o seu tempo de estocagem. Tambm conferem melhor volume ao po e melhoram

    sua qualidade final. Os emulsificantes mais utilizados so:

    monoglicerdeos so compostos formados pela combinao do glicerol com cidos graxos.

    A adio de 0,5%, com base no peso da farinha, resulta na melhoria da qualidade do miolo

    do po.

    derivados dos cidos graxos os mais importantes deste grupo so estearoil-lactil-lactato

    de sdio. A utilizao destes em concentrao de 0,25 a 0,5%, com base no peso de

    farinha, aumenta a absoro de gua e a tolerncia mistura da massa; o po resultante

    tem volume maior e melhor textura, favorecendo sua estocagem.

    lecitina uma mistura de fosfolipdeos, produzida a partir de soja; tem funo lubrificante,

    propicia aumento da extensibilidade e melhoria das condies de manipulao da massa. O

    po resultante, normalmente, apresenta crosta mais macia, clulas do miolo finas e textura

    uniforme, proporcionando melhores caractersticas de armazenamento.

    DURANTE A PESAGEM DEVE-SE OBEDECER RECOMENDAO DOS FABRICANTES DOS

    ADITIVOS. CONTROLE IMPORTANTE: A QUANTIDADE DE CONSERVANTES UTILIZADOSNO DEVE ULTRAPASSAR A PERMITIDA PELA LEGISLAO EM VIGOR.

    A LEGISLAO BRASILEIRA NO PERMITE A ADIO DE BROMATO DE POTSSIO.

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    PENEIRAMENTOToda a farinha utilizada deve ser passada por peneira de 30 mesh, antes da mistura, observando-se

    a presena de insetos ou materiais estranhos, uma vez que um pequeno nmero de ovos de insetos

    ou de traas pode no ser detectado na recepo e vir a se desenvolver em larvas num perodo de

    2 a 3 semanas, quando estocados a temperatura ambiente.

    MISTURAEtapa na qual todos os ingredientes so homogeneizados, de acordo

    com a formulao, sendo que o fermento o ltimo ingrediente a

    ser acrescentado.

    Na produo de pes, o equipamento utilizado a masseira, que

    deve ser higienizada adequadamente. A mistura deve ocorrer em

    temperaturas nunca maiores do que 30o C para que no aumente

    o risco de desenvolvimento de contaminantes, bactrias lcticas eacticas, alm de bolores.

    DIVISOEMODELAGEMDAMASSASo etapas importantes na produo de pes. A diviso da massa feita com o objetivo de padronizar

    o peso do produto final. Os equipamentos utilizados so a balana e a divisora.

    Na modelagem, a massa passada em equipamento prprio (modeladora), que confere o formato

    adequado ao produto desejado. Nesta etapa, tambm podem ser acrescentados o recheio e/ou

    cobertura.A massa modelada , em seguida, acondicionada em formas