bloqueio da ponte (1994)
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8/7/2019 Bloqueio da Ponte (1994)
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Bloqueio da Ponte
(1994)
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INFORMAOIMPORTANTE
O texto que se segue uma reproduo escrita, com
pequenas adaptaes e esclarecimentos, do programa exibido
pela Rdio e Televiso de Portugal, 1994 Bloqueio da Ponte
integrado na srie 50 Anos 50 Notcias, de 2007.
Como tal, cumpre-me esclarecer que toda a informao
constante deste documento foi apresentada pela citada estao
de televiso portuguesa, aquando da exibio do documentrioreferido.
Resta-me recordar, em ltimo lugar, que no ano de 2007 a
Rdio e Televiso de Portugal celebrou o seu quinquagsimo
aniversrio.
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BLOQUEIO DA PONTE (1994)
1994, 24 de Junho: a Ponte 25 de Abril est bloqueada emprotesto contra o aumento das portagens. Alberto Matos, na
altura, deputado municipal da Unio Democrtica Popular (UDP)
em Almada, recorda como tudo comeou.
(Alberto Matos, da Associao de Utentes da Ponte 25 de
Abril) Dois ou trs dias depois das eleies para o Parlamento
Europeu, o Governo de Cavaco Silva impe um aumento das
portagens de 50%. Toda a gente percebeu logo, isto , japertaram, agora pagam. E, de imediato, se desencadeou um
processo de buzino, que durou uma semana.
Depois da semana de buzino, o protesto regista uma
escalada.
(Alberto Matos) D-se o primeiro bloqueio de 24 de Junho de
1994, protagonizado pelos camionistas. Foram colocados frente e ningum os deixava sair dali e eles aderiram, ficaram e
mantiveram uma posio firme e corajosa, nesse dia.
O ministro Dias Loureiro deslocou-se de helicptero ao local,
cerca das 10 horas e 30 minutos da manh, para avaliar a
situao.
(Alberto Matos) Quando ele olhou, de longe, para as pessoas,
levou uma monumental assobiadela que tinham desencadeado e
mereciam, obviamente.
Durante a tarde, concentra-se no local um importante aparato
da Polcia de Segurana Pblica (PSP) e da Guarda Nacional
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Republicana (GNR). Os avisos no intimidam os manifestantes. A
fora policial acaba por carregar. Um dos episdios filmado
com especial detalhe. Os reboques normais, enviados
inicialmente, nada podem contra os camies.
(Alberto Matos) Depois veio o reboque gigante da GNR ou
at militar, que rebocou aqueles enormes camies, alguns
carregados de pedra, portanto, eram carros pesadssimos. Foi
uma operao muito demorosa e havia quilmetros de fila.
Houve algum, inclusive, que ateou fogo s plantas daquela
divisria da auto-estrada. Havia, portanto, um certo clima de
barricada e de coisas a arder, que eram plantas, pneus, etc.
noite, os motoqueiros aceleram junto s portagens e so
aplaudidos por centenas de pessoas que assistem ao
espectculo.
O Governo enfrenta a crise, apresenta algumas teorias da
conspirao, mas tambm entende que preciso recuar.
(Dias Loureiro, Ministro da Administrao Interna em 1994) A
par de alguma manifestao e de algum protesto genuno e
espontneo, havia, por detrs de tudo, uma mo escondida, uma
mo poltica escondida
O Primeiro-Ministro Cavaco Silva aponta o dedo acusador
esquerda.
(Cavaco Silva, Primeiro-Ministro em 1994) Pessoas quepodem estar ligadas ao Partido Comunista e pessoas que podem
estar ligadas a partidos da extrema-esquerda.
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O recuo tctico do Governo anunciado pelo ministro Ferreira
do Amaral.
(Ferreira do Amaral, Ministro das Obras Pblicas em 1994) O
Governo decidiu alargar ao ms de Julho prximo a livre
circulao, com iseno total de portagem, que desde h muito
se pratica no ms de Agosto.
No dia 1 de Setembro, quando recomea o pagamento das
portagens retoma-se tambm a luta.
(Alberto Matos) E durou todo o ms de Setembro e, pelo
menos, at 15 de Outubro, porque o buzino continuou atperto do Natal. Portanto, foram seis meses de buzino e um
Governo surdo. Eles renegociaram, de facto, o acordo com a
Lusoponte. O aumento de portagens no foi to violento, mas
elas nunca chegaram a baixar.
No balano final, ficou tambm um jovem paraplgico, ferido
por um tiro da Polcia. Mas o Governo cavaquista estava ferido
de morte