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CORREIO BANCÁRIO www.bancarios-es.org.br INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES FILIADO À CUT Nº 895 23/04/2012 A 07/05/2012 Bancários lutam por respeito à jornada A agência do Banco do Brasil localizada no bairro Jardim da Penha, em Vitória/ ES, ficou paralisada das 10 às 11 horas no dia 28 de março. Antes, no dia 13, os direto- res do Sindicato promoveram uma ação sindical na Praça Pio XII, sede estadual do BB, e em diversas agências em Vitória. As duas manifestações fazem parte de um movimento nacional para exigir respeito à jornada da categoria bancária e mudanças na política de gestão do BB. A luta contra a extrapolação da jornada de trabalho nas agências da CEF tam- bém toma as ruas de todo o país. Sem concordar com as regras do Programa de Remuneração Variável do Banestes, Sindicato sai do debate sobre o tema Página 5 Fotos: Sérgio Cardoso Eleita com 98,16% dos votos válidos, a nova diretoria do Sindicato toma posse em junho Página 3 Página 4 Momento histórico no Banestes: delegados sindicais são eleitos Página 3

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Page 1: BancárIoS Do ES CORREIO Bancário...Artigo Espírito Santo CORREIO Bancário Informativo do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo Rua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES

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Bancário

www.bancarios-es.org.br

InformatIvo Do SInDIcato DoS

BancárIoS Do ESfIlIaDo À cut

nº 895

23/04/2012

a 07/05/2012

Bancários lutam por respeito à jornada

A agência do Banco do Brasil localizada no bairro Jardim da Penha, em Vitória/ES, ficou paralisada das 10 às 11 horas no dia 28 de março. Antes, no dia 13, os direto-res do Sindicato promoveram uma ação sindical na Praça Pio XII, sede estadual do BB, e em diversas agências em Vitória.

As duas manifestações fazem parte de um movimento nacional para exigir respeito à jornada da categoria bancária e mudanças na política de gestão do BB.

A luta contra a extrapolação da jornada de trabalho nas agências da CEF tam-bém toma as ruas de todo o país.

Sem concordar com as regras do Programa de Remuneração Variável do Banestes, Sindicato

sai do debate sobre o temaPágina 5

Fotos: Sérgio Cardoso

Eleita com 98,16% dos votos válidos, a nova diretoria do

Sindicato toma posse em junhoPágina 3

Página 4

Momento histórico no Banestes: delegados sindicais são eleitos

Página 3

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Artigo

www.bancarios-es.org.brEspírito Santo

CO

RREI

O

BancárioInformativo do Sindicato dos Bancários do Espírito SantoRua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES - 29016-340 Tel: (27) 3331-9999 Colatina (3722-2647), Cachoeiro (3522-7975) e Linhares (3371-0092)

Coordenador Geral: Jessé Gomes de AlvarengaDiretor de Imprensa: Júlio César PassosEditoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92-ES e Lara Abib (MTb 2669-ES)Estagiária de jornalismo: Ana Elisa BassiEditoração: Jorge Luiz - MTb 041/96Impressão: Gráfica Espírito SantoE.mail: [email protected]: 10.000 exemplaresDistribuição gratuita

A última pesquisa CNI/IBOPE que mediu a popularidade da presi-dente Dilma constatou 77% de aprova-ção a seu governo. Porém, a Auditoria Cidadã da Dívida Externa destacou outros números da mesma pesquisa. O boletim da entidade pondera que “os dados mais importantes não saíram nas manchetes: apenas uma minoria da população aprova importantes que-sitos da política econômica, tais como a taxa de juros (que conta com o apoio de apenas 33% da população), com-bate à inflação (42%) e impostos (28%). A situação se repete na avaliação de áreas sociais fundamentais, como Saú-de (aprovada por 34% da população), Segurança (35%) e Educação (49%)”.

Assim, o número recorde seria referente “à aprovação pessoal da Presidente Dilma”, o que aponta-ria “uma contradição em relação à rejeição da população às áreas antes mencionadas”. Aparentemente, a população vem isentando o Governo Federal de grande parte dos pro-blemas sociais mais graves. Talvez, transfira a maior parcela da culpa a parlamentos e governos estaduais e locais. Mas Dilma é apoiada por 11 dos 18 governadores. No Congresso, suas maiorias são seguras. Quanto aos municípios, a aliança com o PMDB dá ao Governo Federal forte apoio. Portanto, o esquema de poder institucional no país funciona em grande harmonia.

Medidas favoráveis ao grande capital de um lado. De outro, silêncio por parte da maioria dos movimen-tos sociais. É mais uma lição de hegemonia política do lulismo. Os pontos negativos ficam diluídos. Tornam-se coisa do varejo sujo da política oficial. No atacado, preser-vam-se os interesses dos poderosos. Na gerência geral do negócio, per-manece Lula. No balcão, Dilma.

Sérgio Domingos é sociólogo

Dilma no varejo, Lula no atacado

A legislação é de 1996 e obriga as instituições bancárias a instalar por-tas giratórias de segurança em todas as agências capixabas, sob pena de mul-ta. Entretanto, depois de dezesseis anos em vigor, a Lei Estadual 5.229 ainda é sistematicamente ignorada por grande parte dos bancos que tentam, a todo custo, acabar com as portas no Estado.

A tendência, que é nacional, tem origem no pensamento tacanho das instituições financeiras que atuam no Brasil. Sem as portas, os bancos eco-nomizam triplamente. Não gastam di-nheiro com sua instalação, poupam-se dos processos judiciais resultantes da falta de treinamento dos vigilantes – que em sua utilização, às vezes usam de abordagens preconceituosas e abu-sivas – e ficam desobrigados de arcar com os danos morais, físicos e materiais causados pela falta do equipamento.

Esquecem-se, entretanto, que economizam à custa da vida de clientes e de trabalhadores, que, com sua for-

ça de trabalho e pagamento de taxas e juros, são os responsáveis pelos lucros exorbitantes que os bancos exibem ano após ano.

A obrigatoriedade das portas de segurança no Estado é fruto da luta e conquista de bancários e da sociedade capixaba. Garantir sua efetivação é um dever de todos nós. Para isso, a refle-xão sobre os correspondentes bancários também deve ser feita. Casas lotéricas e padarias atuam como correspondentes bancários, sem vigias, sem detectores de metais e muito menos porta giratória.

A notícia da morte da dona de um Banesfácil, baleada em um assalto em Vila Velha, chocou a população. A única forma de acabarmos com isso é exigir do Governo segurança pública, e dos bancos a abertura de novas agên-cias, com a contratação de mais ban-cários, ampliação de atendimento e, principalmente, respeito às normas de segurança. Porque a vida é mais impor-tante que o lucro!

A vida vale mais

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Nova gestão

Posse da nova diretoriaé no dia 02 de junho

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A nova diretoria do Sindica-to dos Bancários eleita para o triêncio 2012-2015 toma

posse no próximo dia 02 de junho, numa solenidade aberta aos bancá-rios que acontecerá no Centro Sindi-cal, a partir das 9 horas. Antes, no dia 31 de maio, às 18 horas, os elei-tos serão empossados formalmente na sede do Sindicato.

A eleição da diretoria aconte-ceu de 20 a 22 de março, com urnas itinerantes em todo o Estado. Única chapa inscrita para o pleito, a “Sin-dicato é pra lutar, com raça e classe” recebeu 2.935 votos, entre os 2.990 votos válidos. A apuração aconteceu no dia 22 de março.

O novo coordenador geral do Sindicato é Carlos Pereira de Araújo (Carlão), que já foi presidente da en-tidade. “Agradecemos aos bancários pela participação e pela confiança. Nossa chapa deu um exemplo de ma-turidade política quando, na diversi-dade de concepções do movimento sindical, conseguiu construir um grupo unitário, compromissado com a luta dos bancários”, disse Carlão.

Ele ressalta, ainda, que a nova diretoria “dará continuidade à parceria com outras organizações combativas do Espírito Santo na luta contra o sis-tema capitalista que, cotidianamente, explora e desemprega milhões de tra-balhadores no mundo todo”.

SEGURANÇA

Atenção bancos: portas de segurança são obrigatórias no ES e cabe às instituições mantê-las funcionando.

VOTAÇãO NOS LOCAIS DE TRABALhO: URNAS ITINERANTES PERCORREAm O ES

A diretoria do Sindicato foi eleita com 98,16% dos votos validos

Sérgio Cardoso

Banestianos elegem primeiros delegados sindicaisOs funcionários do Banestes ele-

geram, pela primeira vez, delegados sindicais. A eleição, realizada de 9 a 13 de abril, representa uma vitória para os banestianos, pois foi uma conquista da Campanha Salarial 2011/2012.

Conforme disposto no Acordo Co-letivo, é garantida a eleição de quinze delegados. Para isso, o Sindicato dividiu o Estado em regiões, sendo registradas em algumas delas mais de uma candi-datura e em outras nenhuma.

“A eleição de delegados no Ba-nestes é um momento histórico e essen-cial para a organização interna dos tra-balhadores”, disse o coordenador geral do Sindicato, Jessé Gomes Alvarenga.

A posse dos delegados será no dia 24 de abril. Confira os nomes dos eleitos.

• Lívia de Jesus Domingos - Praia do Suá • Flávio Teixeira Neto - Ag. Vitória • Miguel Angelo Milioli - GEAUD Pallas Center • Herbenson Lopes Vieira - Ger. de Leasing • Afonso Celso Tristão Sthel - CPD• Leosnir Moreira Pereira - Itapoã • Luciana Zandonadi Mattedi - Ceasa • José Carlos dos Santos - Jardim América • Luiz Emílio da Silva - Planalto Carapina• Newton Fernando Epichin - Jacaraípe• Marcelo Ferreira Ávila - Guarapari • Nadir Schnaider Araújo Pani - Piúma • Maristela da Silva Mendes - Bernardo Horta• Patrick Nunes Segantine - São Mateus • Tadeu Moura Passos - Linhares

BNB IA mobilização dos funcionários forçou a direção do BNB a recuar e pagar a parcela adicional da PLR.

BNB IIO valor corresponde a 2% do lucro líquido do banco, com distribuição linear entre os trabalhadores.

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Tempo na fi la de banco tem limite! Queremos a contratação

de mais bancários!

Banco do Brasil

Bancários do BB lutam por jornada

CCV NA CAIXA INo dia 10 de maio, vão acontecer assembleias para tratar da Comissão de Conciliação Voluntária na CEF.

CCV NA CAIXA IIA CCV é para tratar exclusivamente de ações de sétima e oitava horas. Veja o edital nesta página.

BANCÁRIOS SE VESTEm DE PRETO Em SINAL DE LUTO PELA POSTURA DO BB

Sérgio Cardoso

A agência do Banco do Brasil lo-calizada no bairro Jardim da Pe-nha, em Vitória/ES, ficou parali-

sada das 10 às 11 horas no dia 28 de março. Antes, no dia 13, os diretores do Sindicato promoveram ação sindical na Praça Pio XII, sede do BB, e em diversas agências em Vitória.

As duas manifestações fazem parte de um movimento nacional para exigir respeito à jornada da categoria para todos os bancários, inclusive os que exercem função, sem redução salarial, e mudanças na política de gestão do BB.

Na agência de Jardim da Penha, vestidos de preto, em sinal de luto, os ban-cários também demonstraram sua insatis-fação com o assédio moral, que se tornou rotina nessa e em outras unidades.

A direção do BB utiliza métodos como pressão e ameaças de descomis-sionamentos para obrigar os funcioná-rios a atingirem as metas de atendi-

mento e venda de produtos. “A prática de assédio moral está sendo dissemi-nada estruturalmente na instituição. A pressão e arbitrariedade têm que aca-bar”, afirmou a diretora do Sindicato Maristela Corrêa.

Na última Campanha Salarial o BB se comprometeu a debater o tema jornada nas mesas temáticas, mas até o momento não há proposta concreta.

CAIXA

A luta contra a extrapolação da jornada de trabalho nas agências da CEF também toma as ruas do país. Os empregados querem o registro corre-to no ponto eletrônico e o respeito às seis horas.

Um dos mecanismos para aju-dar nesse controle é a adoção do login único para acesso às máquias. A CEF promete que fará a adequação nos sis-temas para garantir o login único.

EDITAL ASSEMBLEIAGERAL EXTRAORDINÁRIA

O Sindicato dos Empregados em Estabele-cimentos Bancários no Estado do Espírito Santo, CNPJ nº 28.164.168/0001-51, Re-gistro Sindical nº 1- 308, por seu coordena-dor geral abaixo assinado, convoca os em-pregados da Caixa Econômica Federal S/A da base territorial deste Sindicato, sócios e não sócios, que têm direito a ações coleti-vas ou individuais de sétima e oitava horas, para a assembléia geral extraordinária que se realizará no dia 10/05/2012, quinta-feira, nos horários e locais abaixo especifi cados, para discussão e deliberação acerca da se-guinte ordem do dia:

1 - Assinatura do Termo de Adesão ao Acordo Coletivo proposto pela CEF para a instalação da Comissão de Conciliação Voluntária – CCV para tratar exclusivamen-te das demandas relativas a 7ª e 8ª horas para os empregados envolvidos.

Locais e horários das assembleias:

Cachoeiro de Itapemirim – 18 horas, em primeira convocação, e 18h30, em segunda convocação, na subsede (Rua Antonio Penedo, nº 21, 4º an-dar, sala 401, Bairro Gilberto Machado).Colatina – 18 horas, em primeira convocação, e 18h30, em segunda convocação, na subsede (Rua Geraldo Pereira 194, salas 405 a 408, Cen-tro).Linhares – 18 horas, em primeira convocação, e 18h30, em segunda convocação, na subsede (Rua Capitão José Maria 1388, Ed. Monsarás, sala 201).Vitória – 18 horas, em primeira convocação, e 18h30, em segunda convocação, na sede do Sin-dicato dos Bancários (Rua Wilson Freitas, nº 93, Centro, Vitória/ES).

Vitória (ES) 19 de abril de 2012.

Jessé Gomes de AlvarengaCoordenador Geral

SINDICATO DOS EMPREGADOS EMESTABELECIMENTOS BANCÁRIOSNO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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Remuneração variável no Banestes

Sindicato discorda da proposta e sai do debate

Diante da decisão da direção do Banestes de implantar de forma unilateral e com regras inaceitá-

veis o Programa de Remuneração Estra-tégica Variável, o Sindicato informou ao banco que não mais discutirá o tema. As demandas decorrentes desse progra-ma podem resultar em ações na Justiça.

No ofício encaminhado ao banco, no entanto, o Sindicato reafirmou a cláu-sula do Acordo Coletivo que trata das ne-gociações permanentes.

O Banestes apresentou ao Sindi-cato a sua proposta em março, quando ocorreu a rodada da mesa de negocia-ção permanente criada no Acordo Cole-tivo 2011/2012. Na ocasião, o Sindica-to apontou que essa não era a melhor política para o banco e os funcionários e contestou alguns itens. A direção do Banestes quer descontar pontos por dia de afastamento do empregado, ainda que as faltas sejam justificadas. Sobre as metas coletivas, o empregado que sofrer acidente de trabalho por doença ocupacional reduzirá a participação de todos os integrantes da unidade.

“A iniciativa do banco cria um cli-ma de competição e vigilância entre os co-legas. Não se pode nem ficar doente, pois isso vai comprometer o resultado da equi-pe. Não bastassem as metas abusivas de negócios, que estressam e adoecem, agora todos estarão sob vigilância horizontal. É uma forma perversa de aumentar os resul-tados do banco”, diz o coordenador geral do Sindicato, Jessé Alvarenga.

O banco decidiu unilateralmente implantar o programa

REG/REPLAN IO Sindicato entrará com nova ação para os empregados da CEF participantes do REG/REPLAN.

REG/REPLAN IIA ação é para quem ficou fora do processo anterior, que assegurou direitos como a participação em PSI.

REG/REPLAN IIISe este é seu caso, entre em contato com a entidade pelos telefones 3331 9988 e 3331 9989.

PARALISAÇãO

NA AGÊNCIA

SERRA POR

GARANTIAS

mÍNImAS DE

ATENDImENTO

E SEGURANÇA

Obras atormentam empregadosda Caixa Econômica Federal

As precárias condições de trabalho e atendimento nas uni-dades da CEF que estão em obras continuam tirando a tranquilida-de de empregados e clientes. No dia 26 de março, os funcionários da agência Serra Sede paralisa-ram as atividades até que as pro-vidências mínimas para garantir um ambiente saudável e seguro fossem adotadas.

“Os problemas nas obras são recorrentes e precisam ser re-

solvidos. Estamos levantando os da-dos para tentar levar a CEF a assinar um Termo de Ajustamento de Condu-ta (TAC) garantindo a apresentação de cronograma e plano de obras nas unidades, de forma que os bancários e clientes não fiquem expostos a poeira, entulhos, sem ar condicionado e com as condições de segurança comprome-tidas. Daí a importância de o Sindicato ser informado se há algo irregular nas agências em obras”, explica a diretora do Sindicato Bernandeth Martins.

Fotos: Sérgio Cardoso

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DiálogoSenador Randolfe Rodrigues

Está em curso, por meio de propostas pulverizadas no Congres-so Nacional, uma grande reforma da Previdência no Brasil?

Com certeza. Depois da forte re-sistência que as reformas anteriores so-freram, a tática do governo tem sido a de fatiar o conteúdo em diferentes projetos. A recente aprovação da criação do Fundo de Previdência Complementar é mais um capítulo triste desta tática, que fere os di-reitos dos servidores atuais e futuros.

Como esse projeto afeta os trabalhadores?

Por esta decisão, os futuros servidores federais contribuirão para o fundo público e suas apo-sentarias ficarão limitadas ao teto do regime geral de previdência. Caso queiram se aposentar com um pouco mais, deverão contribuir para fundos de previdência complemen-tar, os quais serão geridos por cinco insti-tuições bancárias privadas. Neste fundo, a contribuição do governo será menor e a aposentadoria dependerá do rendimen-to destas operações e das incertezas do mercado. Isso afeta a aposentadoria dos futuros servidores, mas afeta também os atuais servidores, porque diminui o volu-me de recursos na Previdência Pública e aumenta a possibilidade de haver dificul-dades para honrar com as aposentadorias de centenas de milhares de servidores.

Quem ganha com a aprovação desta lei?

Os bancos. A decisão de criação de

três fundos de previdência complementar vai capitalizar o sistema bancário, pelo menos de cinco grandes instituições pri-vadas. Foram apresentadas emendas que direcionavam este volume de recursos so-mente para os bancos públicos. O gover-no e sua base rejeitaram tais proposições, pois o objetivo era injetar recursos públi-cos no mercado financeiro. Vale ressaltar que esta reforma começa no Governo Fe-deral, mas também será seguida pelos governos estaduais. O representante do Ministério da Previdência, em debate no Senado, falou de dezesseis estados pron-

tos para seguir o mesmo caminho. A últi-ma crise mundial mostrou o quanto é pe-rigoso colocar nas mãos dos banqueiros a aposentadoria de trabalhadores. Além disso, o que mais temos presenciado no Brasil são falcatruas envolvendo gerência de fundos de previdência, basta recordar do caso do mensalão.

O “déficit da Previdência” é utilizado como argumento para ten-tar promover reformas. Este déficit existe de fato?

A Previdência Social não possui déficit. Acontece que o governo coloca nesta conta todos os benefícios assisten-ciais criados pela Constituição Federal.

E várias medidas governamentais pio-ram o quadro que o próprio governo diz ser muito grave, incluindo o FUNPRESP, que vai promover a desoneração do pa-gamento do INSS para quinze setores econômicos, aumentando o “déficit” por três décadas. Dados sistematizados pela Auditoria Cidadã da Dívida Pública mos-tram que a Seguridade Social, incluindo a Previdência do mundo privado e pú-blico, consome 21% do orçamento fede-ral. Entretanto, o pagamento de juros e amortização da gigantesca dívida públi-ca consome quase metade dos recursos

arrecadados pelo Governo Federal. É aí que se esvai o dinheiro do contribuinte, para manter felizes as famílias de meia dúzia de ban-queiros e especuladores.

Qual é a lógica de inter-venção de Dilma ao propor o

FUNPRESP? Há uma clara linha de continui-

dade na política econômica dos gover-nos FHC e Lula, uma hegemonia da vi-são de redução do papel do Estado. E o mais grave é que, com a crise econômi-ca mundial, aumentam as pressões para que o fundo público seja cada vez mais direcionado para salvar as empresas e os bancos. A aprovação da terceira reforma da previdência em tempo recorde mos-trou que a oposição conservadora (PSDB e DEM) não possui contradições progra-máticas com o governo do PT e PMDB. A crítica deles é “por que Lula e Dilma não fizeram tais medidas mais cedo?”.

Voz de oposição no Congresso Nacional,

o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP)

fala sobre as reformas da Previdência

e a aprovação do Fundo de Previdência

Complementar (FUNPRESP)

Reforma da Previdência acontece a conta-gotas

“A última crise mundial mostrou o quanto é perigoso colocar

nas mãos dos banqueiros a

aposentadoria de trabalhadores”

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Perfilmarcelo C. miguel

marcelo, 28, bancário da CEF Beira-mar,

ainda adolescente se encantou ao assistir um narrador que, sozinho,

vestido de preto, encheu o palco com

sua presença. hoje ele é contador de história.

Qual o segredo da arte de con-tar histórias?

Contar histórias requer um certo preparo, desde a escolha do texto até a sua apresentação. O mais importante é saber que trabalhar com o imaginário envolve corpo, gesto, expressão, olhar, voz, entonação, ritmo e relação com o ouvinte. Tudo fala. O corpo, a expressão e o silêncio.

Qual é o espaço dessa ativida-de na sua vida?

Espaço de entretenimento, finais de semana. No mundo contemporâneo, o Contador de Histórias vem resgatar a união, e todos os espaços e lugares são cenários para isso.

O que uma boa história provoca?Uma boa história se faz com sen-

tido amplo, e não deve ser marcada por única leitura. Pode também criar um universo moral, provocando o discerni-mento do certo ou errado. O que espero ao contar uma história é ampliar a visão de mundo do ouvinte, e isso vale tanto para o público infantil, juvenil e adulto.

A Estação Porto, em Vitória, rece-beu, no dia 24 de março, a edi-ção 2012 do Festival de Mulhe-

res e Meninas Artistas do Espírito Santo - Festival Femenina 2012 -, fechando as programações do Dia Internacional da Mulher.

Ana Lúcia Rezende, uma das cria-doras do Coletivo Femenina, conta que a ideia do evento surgiu em 2001. “Eu e umas amigas sempre questionávamos o porquê de se falar da mulher e suas fa-cetas – roqueira, skatista, mãe – somente em matérias produzidas para o 8 de mar-ço? Queríamos mais do que isso”.

Assim surgiu a proposta do Festival Femenina, com o objetivo de promover a valorização do trabalho das mulheres através da arte e do de-senvolvimento do pensamento crítico, dando visibilidade à cultura feminina produzida no ano inteiro.

Festival abre espaço para arte feminina

Kérol Araújo

Sérgio Cardoso

PELADÃO DOS BANCÁRIOS

O Peladão dos Bancários continua agitando os sábados, no Centro Sindical, a partir de 8h30.

JOGOS DA FENAE

Vitória será sede dos Jogos da Fenae, em agosto. O time de vôlei das meninas da CEF treina no Centro Sindical.

O evento contou com apresen-tações de street dance, tecido de circo, pista de skate, vídeos, entre outros. Na programação, atrações locais e nacio-nais marcaram presença, como as ca-pixabas Vanessa Ferr e Nick MC, e as já conhecidas Karol Conká (PR), Lurdez da Luz (SP) e Re.fem (RJ).

O grupo cearense Tambores de Safo foi um dos destaques, com a sua forma marcante de difundir o pensa-mento feminista e a cultura afrobrasi-leira e LGBT. “Mulheres fortes, música tocante. Foi emocionante, inesperado, um tapa na cara de todo mundo!”, co-mentou Ana Lúcia.

Houve ainda uma homenagem à artista capixaba Elisa Queiroz, que faleceu no último ano, e tinha sempre em suas obras um tom subversivo, de sensualidade e questionamento dos pa-drões únicos de beleza.

O GRUPO TAmBORES DE SAFO FOI Um DOS DESTAQUES DO FESTIVAL

“A vida é desenhar sem borracha”

Millôr Fernandes

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só aquele da Praia de Camburi, de festa. A reflexão é justamen-te essa: o que há para comemorar? Estamos numa conjuntura de sucateamento da saú-de e da educação no Brasil, sendo que quase 50% Orçamento Geral da União vai para o pagamento de juros e amortização da dívida do país. As proteções sociais, garantidas pela Constituição, recebem fatias mínimas de dinheiro”, ressalta Carlos Pereira Araújo (Carlão),

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Bancário

Intersindical traz saúde pública como tema

1o de Maio

Debater a universalidade das proteções sociais e a privati-zação da saúde no Brasil. Esse

é o objetivo da Intersindical no dia mundial dedicado à classe trabalha-dora, 1° de Maio. Reunida a outras entidades como Via Campesina, Fó-rum de Mulheres e Pastoral Operária, a ideia é contrapor-se aos eventos comemorativos que acontecem na capital do Estado, com patrocínio do Governo Casagrande e de prefeituras, e organizar um dia de luta unificado e autônomo entre trabalhadores for-mais, informais e desempregados.

“É importante que os bancá-rios saibam que o 1° de Maio não é

Atividade do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora acontecerá em Flexal II, em Cariacica, na praça do Campo do Apolo, a partir das 8 horas

Governo Federal investe apenas 4,07% de seu orçamento na SaúdeNo capitalismo, é o adoeci-

mento, e não a saúde, a realidade vivida pela maioria da população. Os trabalhadores adoecem por con-ta das condições de trabalho, dos baixos salários; adoecem pelo pa-drão alimentar que tem como base o uso de agrotóxicos; adoecem devido ao estresse cotidiano do transporte público de má qualida-de e adocem, principalmente, pelo medo do desemprego. Enquanto isso, os governos federal, estaduais e municipais trabalham para, cada

vez mais, entregar a saúde e o SUS (Sistema Único de Saúde) para a iniciativa privada, que lucra com o adoecimento do povo. Prova disso é que apenas 4,07% do Orçamen-to Geral da União são destinados para a Saúde. Outro exemplo, aqui no Estado, do descaso com a saú-de da população é o Hospital Uni-versitário (Hospital das Clínicas), que atravessa um de seus piores momentos. A falta generalizada de funcionários chegou a um nível tão crítico que aproximadamente 70%

de seus leitos estão desativados. E o que já está ruim tende a piorar. Isso porque já entrou em vigor o Projeto de Lei 79/2011, que prevê a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que vai subverter a verdadeira função dos hospitais universitários, que passarão a ser geridos de forma centralizada, com perda da autono-mia e da liberdade em todas as ati-vidades das universidades, abrindo espaço, inclusive, para a privatiza-ção dos mesmos.

secretário geral do Sindicato dos Ban-cários/ES, uma das entidades organi-zadores da atividade.

CAOS NA SAúDE: NO hOSPITAL SãO LUCAS, PACIENTES

FICAm NOS CORRE-DORES, SEm LEITOS

Arquivo Sindicato dos Médicos