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BANCÁRIOS NA LUTA JORNAL DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS E FINANCIÁRIOS DE BAURU E REGIÃO Ano III | 7 de Agosto de 2019 | Nº 74 UMA ENTIDADE FILIADA À Alta rotatividade: bancos demitiram quase 17,3 mil no 1 o semestre Mesmo repondo parte dos trabalhadores, o saldo é de 2.057 postos de trabalho fechados Foram divulgados no úl- timo dia 30 os resultados da Pesquisa de Emprego Ban- cário (PEB) referente ao pri- meiro semestre de 2019. Re- alizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados do Cadastro Geral de Empre- gados e Desempregados (Ca- ged), a pesquisa mostra que, do início de janeiro até o fim de junho deste ano, os ban- cos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. O saldo negativo do se- tor bancário é resultado de 17.279 demissões e 15.222 ad- missões. Ao mesmo tempo, o Brasil como um todo regis- trou saldo positivo de 374 mil empregos com carteira assi- nada. A análise por Setor de Ati- vidade Econômica revela que os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que reúne bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Cai- xa Econômica Federal fechou 489 postos. Faixa etária A alta rotatividade é hoje um grande problema no setor bancário. Os bancos demitem os mais velhos de casa pa- ra empregar bancários mais novos, que ganham menos e não têm os problemas de saú- de comuns à categoria após longo tempo de trabalho [leia mais sobre o assunto na pági- na 4]. A prova disso é que a abertura dos postos bancá- rios concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, enquanto acima de 30 anos todas as fai- xas apresentaram saldo ne- gativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos. Onda de demissões Segundo o Caged, desde 2013 o setor bancário elimi- nou 62,7 mil empregos. Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa nova onda de demissões está liga- da ao crescente número de correspondentes bancários e ao encolhimento dos bancos públicos. “A rotatividade leva ao medo constante da demis- são e, por consequência, ao adoecimento”, afirma Débo- ra Amaral, funcionária do Itaú e diretora da entidade. Itaú anuncia PDV ao mesmo tempo em que divulga lucro de R$ 13,5 bilhões em 6 meses O Itaú divulgou no dia 30 os resultados do primei- ro semestre. O lucro líquido do banco foi de R$ 13,525 bi- lhões, tendo crescido 8% na comparação com o mesmo período de 2018. Já o lucro líquido recorrente, que des- considera eventos extraordi- nários, foi de R$ 13,911 bilhões (crescimento de 8,67%). Mesmo com esse lucro gi- gantesco, o Itaú fechou 983 postos de trabalho: contava com 86.144 empregados no Brasil em junho de 2018, mas, passados 12 meses, tinha 85.161. Não bastasse o corte de quase mil funcionários, o ban- co abriu um Programa de De- missão Voluntária (PDV) que tem 6,5 mil trabalhadores elegíveis. O prazo de adesão termina em 31 de agosto. Podem aderir quem tem mais de 55 anos, os com pro- blemas de saúde/afastados pelo INSS, egressos de ban- cos fusionados e detentores de estabilidade provisória. Para o Sindicato dos Ban- cários de Bauru e Região, o Itaú promove um verdadeiro ataque aos trabalhadores, já que seu objetivo, além de promover a rotatividade, é se “livrar” de trabalhadores com alguma estabilidade, como os adoecidos, os bancários pró- ximos da aposentadoria e os dirigentes sindicais. Infográfico: Valor Econômico / 31-07-2019

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Page 1: BANCÁRIOS NA LUTA · bancário. Os bancos demitem os mais velhos de casa pa-ra empregar bancários mais novos, que ganham menos e não têm os problemas de saú - de comuns à categoria

BANCÁRIOS NA LUTAJORNAL DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS E FINANCIÁRIOS DE BAURU E REGIÃOAno III | 7 de Agosto de 2019 | Nº 74 UMA ENTIDADE FILIADA À

Alta rotatividade: bancos demitiram quase 17,3 mil no 1o semestreMesmo repondo parte dos trabalhadores, o saldo é de 2.057 postos de trabalho fechados

Foram divulgados no úl-timo dia 30 os resultados da Pesquisa de Emprego Ban-cário (PEB) referente ao pri-meiro semestre de 2019. Re-alizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados do Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Ca-ged), a pesquisa mostra que, do início de janeiro até o fim de junho deste ano, os ban-cos fecharam 2.057 postos de trabalho no país. O saldo negativo do se-tor bancário é resultado de 17.279 demissões e 15.222 ad-missões. Ao mesmo tempo, o Brasil como um todo regis-trou saldo positivo de 374 mil empregos com carteira assi-nada.

A análise por Setor de Ati-vidade Econômica revela que os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que reúne bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 1.658 postos no período, enquanto a Cai-xa Econômica Federal fechou 489 postos. Faixa etária A alta rotatividade é hoje um grande problema no setor bancário. Os bancos demitem os mais velhos de casa pa-ra empregar bancários mais novos, que ganham menos e não têm os problemas de saú-de comuns à categoria após longo tempo de trabalho [leia mais sobre o assunto na pági-na 4]. A prova disso é que a

abertura dos postos bancá-rios concentrou-se nas faixas entre 18 e 29 anos, enquanto acima de 30 anos todas as fai-xas apresentaram saldo ne-gativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos. Onda de demissões Segundo o Caged, desde 2013 o setor bancário elimi-nou 62,7 mil empregos. Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, essa nova onda de demissões está liga-da ao crescente número de correspondentes bancários e ao encolhimento dos bancos públicos. “A rotatividade leva ao medo constante da demis-são e, por consequência, ao adoecimento”, afirma Débo-ra Amaral, funcionária do Itaú e diretora da entidade.

Itaú anuncia PDV ao mesmo tempo em que divulga lucro de R$ 13,5 bilhões em 6 meses O Itaú divulgou no dia 30 os resultados do primei-ro semestre. O lucro líquido do banco foi de R$ 13,525 bi-lhões, tendo crescido 8% na comparação com o mesmo período de 2018. Já o lucro líquido recorrente, que des-considera eventos extraordi-nários, foi de R$ 13,911 bilhões (crescimento de 8,67%). Mesmo com esse lucro gi-gantesco, o Itaú fechou 983 postos de trabalho: contava

com 86.144 empregados no Brasil em junho de 2018, mas, passados 12 meses, tinha 85.161. Não bastasse o corte de quase mil funcionários, o ban-co abriu um Programa de De-missão Voluntária (PDV) que tem 6,5 mil trabalhadores elegíveis. O prazo de adesão termina em 31 de agosto. Podem aderir quem tem mais de 55 anos, os com pro-blemas de saúde/afastados

pelo INSS, egressos de ban-cos fusionados e detentores de estabilidade provisória. Para o Sindicato dos Ban-cários de Bauru e Região, o Itaú promove um verdadeiro ataque aos trabalhadores, já que seu objetivo, além de promover a rotatividade, é se “livrar” de trabalhadores com alguma estabilidade, como os adoecidos, os bancários pró-ximos da aposentadoria e os dirigentes sindicais.

Infográfico: Valor Econômico / 31-07-2019

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BANCÁRIOS NA LUTA 7 de Agosto de 20192

BALANCETE DO SINDICATOABRIL DE 2019

SALDOS EM 31.03.2019Caixa (Ativo Disponível)Bancos (Ativo Disponível)Bancos (Ativo Realizável)TOTAL

RECEITASMensalidade SindicalDepto. JurídicoAluguel Quadra Rendimentos Aplicações FinanceirasTOTAL

DESPESAS GERAISFolha de Pagamento + Vale-Refeição + FériasINSS/MARFGTS/MARPIS/Folha Pagamento(MAR)IRRF a recolherAjuda de custo Representante de Base da CEF/Marcos AssisAjuda de custo Diretora do Votorantim/Priscila RodriguesMichele M. Alcântara (diferenças salariais/13º salário, férias)Água e Esgoto (DAE)Água MineralCPFLCombustíveisConservação/Manutenção/Alug. EquipamentosConservação/Manutenção VeículosViagens/Pedágios/FretamentosDespesas Postais/CorreiosRefeições (Padaria/Mercado)TelefoneVale TransporteAssessoria Fiscal/Contábil Materiais p/ EscritórioMateriais de Limpeza Seguros Veículos/SedeDespesas Bancárias/Impostos/TaxasUnimedConservação/Manutenção Hardware/Software/InternetEstacionamento F4000/OutrosPrest. de serviço alarme/monitoramentoISS/MARSubsede AvaréSubsede Santa Cruz do Rio PardoAABB/mensalidadePrestação Serviços Médicos/MARConservação/Manutenção SedeConlutas/mensalidadeSindBar/MAR (despesas diversas)Globo Sports/Materiais EsportivosAulas de CrossfutFloricultura (falecimento bancário BB/Iaras)CartórioLiga Bauruense de Futsal (juiz Torneio Início Futsal)Curso CPA 10, CPA 20Doações Páscoa (jornaleiro, coletores de lixo)SUBTOTAL

DEPARTAMENTO JURÍDICOHonorários Advocatícios/MARLBS Advogados + Advogado Proc. PREVI/MARPerito JudicialPerito TécnicoCustas ProcessuaisAASPAções TrabalhistasSUBTOTAL

DEPARTAMENTO DE IMPRENSAImpressões Jornal da EntidadeCharges p/ o Jornal da Entidade/MARAssinatura Jornais (JC)Bauru Outdoor/Comun. Visual (contra a “Reforma da Previ-dência)SUBTOTAL

DEPARTAMENTO CULTURALPalestra “Reforma da Previdência”

TOTAL GERAL DAS DESPESAS

SALDOS EM 30/04/2019Caixa (ativo disponível)Bancos (ativo disponível)Bancos(ativo realizável)TOTAL

2.049,16487.102,63

1.189.155,581.678.307,37

26.031,52523.026,06

1.000,003.102,27

553.159,85

23.902,956.772,752.062,35

257,803,57

1.951,9511.000,0024.327,12

67,12180,00959,33

3.506,05649,32

1.569,133.332,95

163,45447,93

2.533,16245,68

2.643,77650,59500,80671,13369,76

3.232,575.836,92

205,00197,21671,83

4.202,772.007,705.000,001.887,60

254,804.050,00

112,34340,90180,00270,00

12,34600,00

4.440,0030,00

122.300,64

22.285,5817.497,97

5.800,002.500,006.108,60

63,00911.321,57

965.576,72

1.847,00120,00

90,00

1.884,843.941,84

1.084,21

1.092.903,41

2.195,695.388,35

1.130.979,771.138.563,81

Reforma pode acabar com regras de aposentadoria diferenciadas para pessoas com deficiência Comofimdorecessopar-lamentar, a Câmara dos De-putados pretende realizar jánesta semana a votação emsegundo turno da PropostadeEmendaàConstituiçãonº6/2019–aPECdareformadaPrevidência. Ainda não é possível afir-mar com certeza como fica-rãoasregrasparaosdiversostiposdeaposentadoria,vistoque a proposta ainda podesofreralteraçõestantonaCâ-mara quanto no Senado Fe-deral,masécertoquemuitasregrasvãomudar. É por esse motivo que oSindicato dos Bancários de Bauru e Regiãoorientaostra-balhadores a se informaremsobreseusatuaisdireitos,pa-raquenão se vejamprejudi-cadosembreve. Um dos direitos que po-demdeixardeexistiréapos-sibilidade de pessoas comimpedimentos físico,mental,intelectual ou sensorial delongo prazo aposentarem-secommenosidadeecomme-nostempodecontribuição. Atualmente, bancáriosque têm LER/Dort em nívelavançadopodemtentarplei-tearessetipodeaposentado-ria,parapessoascomimpedi-mentofísico.

O benefício O tempo de contribuiçãovaria de acordo com o graudadeficiência:seela forgra-ve,oshomensdevemcontri-buirpor25anos,easmulhe-res,por20;seformoderada,

homensdevemcontribuirpor29anosemulheres,por24;ese ela for leve, homens de-vemcontribuirpor33anosemulheres,por28. Aaposentadoriaporidadeda pessoa com deficiência édevidaaos60anosde idadese homem e aos 55 anos semulher, desde que contemcom no mínimo 15 anos decontribuição, cumpridos nacondiçãodepessoacomdefi-ciência. Esse benefício é concedi-dodesdenovembrode2013,emrazãodaLeiComplemen-tarnº 142daqueleano, regu-lamentada pelo Decreto nº8.145,tambémde2013. A avaliaçãodadeficiênciaé médica e funcional, e seugrau(leve,moderadoougra-ve) tem de ser atestado porperíciadoINSS.

A reforma O deputado Samuel Mo-reira (PSDB-SP), relator do

pareceraprovadoemprimei-ro turno na Câmara, disseno textodaPECoquepodeocorrercomobenefício: “Não se está assegurando expressamente aposentadoria com requisitos e critérios di-ferenciados para professores, para pessoas com deficiência, para os que exerçam ativida-des de risco ou atividades sob condições especiais que preju-diquem a saúde ou a integri-dade física. Passa-se a prever, apenas, a possibilidade de, nesses casos, a lei complemen-tar estabelecer idade mínima e tempo de contribuição distin-tos.” Ouseja:nãoestágaranti-do que as regras diferencia-das vão continuar valendo.Portanto, se você tem algu-malesãodelongoprazoquecauseimpedimentosaoexer-cíciodasuaatividade,procu-reoSindicatoparaavaliarseépossível requererobenefí-cio,antesqueeleacabe.

O Sindicato segue na luta contra esta reforma da Previdência, que só prejudica os mais pobres

Meia Boca JuniorMeninos da Vila

Banco CentralMonster F.C

Presença F.C.

xxxxx

FNOBSicrediSeleCEFIndependenteSantander

9:0010:0011:0012:0013:00

3ª rodada 10/08 Seráretomadonestesá-bado,dia10,oCampeonatodeFutsaldoSindicato,queteveaterceirarodadaadia-daporcausadoferiadodeaniversário de Bauru. Vejaoshoráriosdosjogos.

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BANCÁRIOS NA LUTA7 de Agosto de 2019 3

ANS instaura ‘Regime de Direção Fiscal’ na Cassi

Que ironia! A nova direção da Caixa Econômica Fede-ral, que em meados de maio abriu mais um Programa de Demissão Voluntária (PDV), viu-se na situação de adiar os desligamentos dos empre-gados depois que Bolsonaro editou uma medida provisória liberando para saque parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O adiamento dos desliga-mentos é a confissão de dois problemas: a falta de planeja-mento do governo Bolsonaro e o quão escasso é o número de funcionários da Caixa. Tan-to que, normalmente, suas agências estão sempre lota-das. Com o adiamento dos des-ligamentos, muitos bancários que tinham aderido e que contavam com o dinheiro da indenização estão se sentin-do verdadeiramente lesados. Empregados nessa situação podem procurar o Sindicato dos Bancários de Bauru e Re-gião, que já tem pronta uma ação com esse teor. As ações serão individuais. A entidade segue contra

Foi publicada no Diário Ofi-cial da União (DOU) de 22 de julho a Resolução Operacio-nal (RO) nº 2.439 da Agência Nacional de Saúde Suplemen-tar (ANS), que “dispõe sobre a instauração do Regime de Direção Fiscal na operadora Caixa de Assistência dos Fun-cionários do Banco do Brasil” (Cassi). De acordo com a RO, sua publicação foi decidida “em reunião ordinária de 16 de ju-lho de 2019, considerando as anormalidades econômico--financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde”. Também no DOU do dia 22 foi publicada a Portaria nº 10.418 da ANS, que nomeou

Em maio, o Santander começou a implementar um novo modelo de agência. Ne-le, as portas giratórias foram retiradas, novos terminais de autoatendimento (que fa-zem depósito imediato, sem envelope) foram instalados, e os caixas deixaram de exis-tir. “Chamamos as estruturas de lojas, e não mais de agên-cias”, disse o presidente do banco, Sérgio Rial, numa en-trevista ao Estadão na oca-sião. “O caixa continua exis-

Maria Socorro de Oliveira Bar-bosa como diretora fiscal da Cassi. A rotina de prestação de serviços da Cassi não será alte-rada, e Maria Socorro atuará sem poderes de gestão, re-portando-se exclusivamente à ANS. Nos próximos 90 dias, ela fará reportes à ANS sobre a situação econômico-finan-ceira encontrada e poderá determinar a apresentação de programa de saneamento de forma a solucionar as anorma-lidades econômico-financeiras identificadas no curso da dire-ção fiscal. O programa de saneamen-to tem prazo de vigência de até 24 meses, contados do mês subsequente à posição contábil atual da operadora,

podendo ser prorrogado por até 12 meses a critério da Dio-pe. Deverá conter, em proje-ções mensais, as ações e me-tas para solução de todas as anormalidades identificadas. A direção fiscal só é encer-rada pela Diretoria Colegiada da ANS em um dos seguin-tes casos: quando afastada a gravidade das anormalidades constatadas; aprovado o pro-grama de saneamento pelo diretor da Diope; decretada a liquidação extrajudicial ou cancelada a autorização de funcionamento da operadora. O Sindicato dos Bancá-rios de Bauru e Região segue atento à situação da Cassi e vai exigir do BB reabertura de processo negocial para aporte financeiro ao plano de saúde.

Novo modelo de agência, com terminais ‘inteligentes’ e sem caixas, só é bom para o banco

Caixa suspende PDV para atendersaques do FGTS

Caos continua imperando no Santander

a realização de PDV na Caixa, afinal, sua função é o enxuga-mento de estatais para poste-rior privatização.

Abertura aos sábados Ainda por causa do FGTS, a partir de setembro, a Caixa abrirá duas horas mais cedo, e também aos sábados, para atender os trabalhadores que farão o saque de até R$ 500 das contas do fundo e das co-tas do PIS. As agências abrirão nos sábados (das 9 às 16 horas) imediatamente posteriores às datas do pagamento (progra-mado para as sextas-feiras). Durante os dias úteis, na se-mana seguinte, o expediente vai começar duas horas mais cedo. Esse expediente esten-dido acontecerá até o fim de março de 2020. O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região fará cam-panha nas agências da CEF para esclarecer aos clientes o que implica aderir ao saque de R$ 500. A campanha envol-verá também a exigência de contratação de funcionários e o fortalecimento do banco.

Mesmo fora de ‘dia de pico’, a agência Centro do Santander vive lotada, fruto da extinção de caixas nas agências Bauru e Primeiro de Agosto. Uma afronta diante da lucratividade do banco.

À dir., capa do panfleto que será distribuído à população

tindo, mas não é mais uma pessoa”, explicou Rial. No papel, tudo eficien-te. Porém, a prática é outra. Desde que foi implementado esse novo modelo, as agên-cias Altos da Cidade, Centro e Duque de Caxias, em Bauru, vivem abarrotadas, com filas de mais de uma hora. “A falta de bancários humanos é evi-dente”, afirma Maria Emília, funcionária do banco e dire-tora do Sindicato dos Bancá-rios de Bauru e Região.

Para denunciar à popula-ção a intenção do banco de dar atenção apenas à área comercial e o descaso com os bancários, que estão so-brecarregados (fazendo duas horas extras quase que diaria-mente), o Sindicato lançará a campanha “Santander des-respeita funcionários e popu-

lação”. Haverá uma série de protestos, com fechamento de agências e a distribuição de um panfleto onde o clien-te poderá interagir assinando um formulário direcionado ao presidente do banco exigindo mais contratações. No primeiro semestre, o Santander lucrou R$ 6,82

bilhões no Brasil. O valor corresponde a 29% do lucro líquido do banco no mundo. Tamanha lucratividade garan-tiu a Sérgio Rial uma cadeira no comitê executivo global da instituição. Infelizmente, os bancários que produziram o lucro não têm o mesmo re-conhecimento.

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Jornal do Sindicato dos Bancários e Financiários de Bauru e Região / CSP-Conlutas // Todas as opiniões emitidas neste jornal são de responsabilidade da Diretoria do Sindicato.Redação e Diagramação: Diego Teixeira e Estela Pinheiro (com Diretoria). Edição: Diretoria. Sede: Rua Marcondes Salgado, 4-44, Centro, Bauru, SP - CEP 17010-040. Fone: (14) 3102-7270 / Fax: 3102-7272. Subsede Avaré: Rua Rio Grande do Sul, 1.735. Fone: (14) 99868-5114. Subsede Piraju: Rua Ataliba Leonel, 159, Sala 6. Fone: (14) 99838-1160. Site: www.seebbauru.org.br / E-mail: [email protected] / Facebook: www.facebook.com/seebbauru

BANCÁRIOS NA LUTA

BANCÁRIOS NA LUTA 7 de Agosto de 20194

Psicóloga Alessandra Scapin concede entrevista ao Sindicato sobre doenças adquiridas no trabalho No dia 30 de julho, o Sindi-cato dos Bancários de Bauru e Região realizou uma palestra com a psicóloga Alessandra Scapin sobre doenças ocupa-cionais. O Sindicato promove-rá cada vez mais esse tipo de atividade, que ajuda os ban-cários a entender problemas crônicos relacionados à ca-tegoria. Em breve, a palestra estará disponível no canal do Sindicato no YouTube (see-bbauru). Como o tema é de extre-ma importância, a entidade também entrevistou a psicó-loga. Leia a seguir:

Sindicato - Como as organiza-ções de trabalho têm piorado o adoecimento dos trabalha-dores? Uma das principais causas é a tecnologização cada vez maior dos processos e das ati-vidades de trabalho, com mais vigilância e controle, mas tam-bém metas exageradas, com-petitividade desleal, cobran-ças abusivas, a necessidade de estar disponível 24 horas por dia, além da sensação de que nada disso é suficiente, ou seja os trabalhadores es-tão submetidos ao impossível de ser alcançado.

Os transtornos mentais ocu-pacionais ultrapassam as doenças físicas? Quais são as principais doenças ocupacio-nais que acometem os bancá-rios?Já é aceito na comunidade científica e médica hoje que 90% das doenças físicas tem origem emocional e psicológi-ca. Pesquisas recentes apon-tam que na categoria bancária

Doenças ocupacionais: falta de humanidade agrava adoecimento de bancários

já existem mais afastamentos por ‘transtornos mentais ocu-pacionais’ do que por LER ou Dort que antigamente afas-tavam muitos trabalhadores. As principais são a Síndrome de Burnout, Ansiedade e De-pressão.

Quais são os principais sin-tomas que podem alertar os trabalhadores para algumas dessas doenças?Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa inclusive em intensidade, os mais co-muns são: falta de vontade de ir para o trabalho, dor de cabeça frequente, insônia, falta de concentração, senti-mento de fracasso e insegu-rança, alterações repentinas de humor, pressão alta, dores musculares, problemas gas-trointestinais, pensamentos negativos e alteração de bati-mentos cardíacos.

As doenças psicossomáticas também são consequentes do trabalho em excesso? Quais são elas? Com certeza. Além das já ci-tadas, há também o Estresse Crônico e a Demência, que po-dem levar ao suicídio – infeliz-mente, também com índices cada vez maiores.

Como podemos promover a conscientização e prevenção dos comportamentos suici-das? Penso que a melhor forma ainda é formação e informa-ção, precisamos falar mais solidariamente com menos medo, e ouvir mais também, criar espaços para que o tra-balhador em sofrimento se

sinta acolhido e à vontade pa-ra se expressar.

Entre janeiro e junho de 2019, ocorreram 17.279 desligamen-tos na categoria bancária, ou seja, o medo da demissão é uma constante entre os traba-lhadores. Como a mente res-ponde a esse medo? Vivemos hoje no Brasil um mo-mento absolutamente com-plicado sob inúmeros pontos de vista. O medo da demissão representa viver literalmente à beira do abismo, podendo cair a qualquer instante.

Qual a importância da psico-terapia no tratamento das doenças ocupacionais? E o tra-tamento com medicamentos, caminha lado a lado à psicote-rapia? Para qualquer doença que envolva a saúde mental, ocu-pacional ou não, são neces-sárias 3 medidas simultâneas e indispensáveis: o devido tratamento medicamentoso e seriamente acompanhado, a psicoterapia com profissio-nal habilitado e mudanças na qualidade de vida. Apenas uma ou duas dessas medidas não garantem o sucesso do tratamento.

Como vencer o preconceito em relação à terapia? Formação e informação de qualidade são as únicas for-mas de vencer os preconcei-tos, sejam eles quais forem: sociais, raciais, sexuais. E com a psicoterapia não é diferen-te. Precisamos nos educar.

Como os bancos podem mu-dar toda essa situação de ado-

ecimento na categoria? É fundamental que os espaços de trabalho sejam mais huma-nos e menos “robotizantes” e alienadores, pois isso é um forte fator de adoecimento. Poderíamos pensar em vá-rias estratégias que envolvam mudanças na rotina de traba-lho, nos ambientes, horários, metas, discussões sobre pa-

péis individuais e coletivos, relacionamentos, fluxos etc. É necessário iniciar uma ampla discussão com todos os en-volvidos, identificar os princi-pais fatores e ter vontade de transformar a realidade.

O telefone da psicóloga Ales-sandra Scapin é o (14) 99834-5678. Agende uma consulta.

Em parceria com o Cen-tro de Valorização da Vida (CVV), o Sindicato conti-nua promovendo o “Pro-grama de Exercício de Vida Plena”. As datas dos en-contros são as seguintes:10/8: das 13h30 às 15h3024/8: das 13h30 às 15h3031/8: das 9 horas às 11h3012/9: das 9 horas às 11h30

Qualquer pessoa pode se inscrever. Basta ligar pa-ra o Sindicato no número (14) 3102-7270.

Diretoria de Formação e Saúde do Sindicato com a psicóloga Alessandra Scapin, mestre em Educação e pesquisadora cadastrada no CNPq