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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO ENTRE FINANCIÁRIOS E FENACREFISEGUNDA-FEIRA, 10h, EM SÃO PAULO

Edição Diária 7287 | Salvador, de 01.09.2017 a 03.09.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

PRIVATIZAÇÃO

Adilson Araújo fala sobre atuação do Sindicato e CTB

Crise pesa nas estruturas de renda das famílias

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Sem qualquer responsabilidade e diálogo com a sociedade, Temer coloca o Brasil à venda. Anunciou quase 60 privatizações para

Temer coloca o Brasil à venda

kibae park - un photo

subordinar a nação à lógica capitalista. Tira o patrimônio do povo brasileiro para entregar nas mãos do mercado. Coloca o país em liquidação. Página 3

No Brasil pós golpe, a cada cinco domicílios um não tiem renda fruto do trabalho formal ou informal

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 01.09.2017 a 03.09.20172

O presidente reeleito da CTB e diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Adilson Araújo, que acabou de realizar o 4º Congresso Nacional, reconheceu o papel preponderante do SBBA tanto no seu desenvolvimento enquanto liderança quanto na evolução do movimento sindical brasileiro. Ementrevista a O Bancário, o dirigente elencou os novos desafios da Central, que representa mais de oito milhões de trabalhadores. “É preciso priorizar a formação da consciência classista”. rAFAEl BArrETO imprensa@bancariosbahia.org.br

“A nova trajetória deve priorizar o processo de formação de consciência da classe trabalhadora”.

manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Priorizar a formaçãoClassista na CTB

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto - reg. SrTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

ENTREVISTA ADILSON ARAújO

O BANCÁRIO - Você relembrou a sua história ao ter realizado o 4º Congresso Nacional da CTB aqui na Bahia?

ADILSON ARAÚJO - Eu sou daqui, sou diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e a condição de estar hoje dirigindo a CTB deve-se a história do Sindicato, ao sindicalismo baiano, que soube conceber a importância de oportunizar aos sindi-calistas do Estado esse intento de admi-nistrar, gerir e conduzir o trabalho sindi-cal no Brasil. Esse intento foi primordial para vencer etapas. Eu fui, representando o Sindicato dos Bancários da Bahia, co-ordenador da Corrente Sindical Classis-ta e fui parte do Movimento Democrático pela Construção de uma central classista e democrática de luta, que culminou no nascimento da CTB em um encontro re-alizado no Ginásio dos Bancários. O que prova essa singular solidariedade do Sin-dicato ao movimento social.

O BANCÁRIO - O Sindicato se solidifi-cou então como uma referência para o mo-vimento social brasileiro?

ADILSON ARAÚJO - O Sindicato dos Bancários é uma trincheira importante das lutas do sindicalismo brasileiro. Nós aqui construímos uma história rica e digna do reconhecimento da sociedade baiana e bra-sileira, que contou com a atuação do SBBA ao construir, em mais de oito décadas, um celeiro importante de lideranças. Saíram do Sindicato dos Bancários líderes como Álva-ro Gomes e Everaldo Augusto. E a Bahia, que reúne o maior contingente de sindi-catos filiados à CTB, me possibilitou estar na presidência pelas experiências que tive-mos no passado. Porque hoje o Sindicato dos Bancários é uma referência do ponto de vista de ação política, de comunicação, do apoio às lutas. O Sindicato sempre se po-sicionou como uma central sindical. Nós valorizamos muito isso. E tudo aquilo que

vivemos serviu de referência para que pu-déssemos fazer da CTB uma das maiores centrais sindicais do Brasil, empoderando a nossa central inclusive no cenário inter-nacional.

O BANCÁRIO - Quais são os próximos desafios a partir de agora?

ADILSON ARAÚJO - A nova trajetó-ria deve priorizar o processo de formação de consciência da classe trabalhadora. En-tão, a Escola Nacional de Formação da CTB vai ser potencializada. Nós vamos possibi-litar cursos à distância e cursos de forma-ção sindical para municiar a classe traba-lhista no enfrentamento contra a reforma trabalhista, contra o desmonte do Estado Nacional e contra a reforma da Previdência. E outra coisa é criar uma rede nacional de comunicação. O movimento sindical tem muita potencialidade, embora o olhar cor-porativo acabe não contribuindo. Porque se cada um cuida do seu, a gente não conse-gue se contrapor à ofensiva do grande capi-tal. Então, nós precisamos romper barreiras. Como é que nós podemos fazer isso? O Sin-dicato dos Bancários construiu um empre-endimento na área de comunicação muito importante. Serve muito bem ao Sindicato e amplia também de vez em quando. Mas é necessário que aquilo que nós temos no Sindicato dos Bancários esteja no Brasil, a serviço da classe trabalhadora. Então, a gen-te quer otimizar essas possibilidades para construirmos essa rede nacional de comu-nicação do sindicalismo classista da CTB.

Adilson Araújo preside a CTB até o ano de 2021

Durante o Congresso

Nacional da CTB, o presidente

Adilson Araújo pediu

unidade do movimento

sindical

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 01.09.2017 a 03.09.2017 3PRIVATIZAÇÃO

Governo quer tirar patrimônio público para dar ao mercadoANA BEATrIz lEAl imprensa@bancariosbahia.org.br

Temer anunciou a privatização de quase 60 estatais

fotos: manoel porto

Temer vende o que é do povo

O PROjETO neoliberal do go-verno prevê a entrega do que não lhe pertence, as riquezas nacionais à iniciativa privada. Temer quer dar andamento ao plano de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002), de radica-lizar e fazer com que o Estado atenda à lógica do capital.

Temer anunciou a privatiza-ção de quase 60 estatais. Quer tirar dos brasileiros o patri-mônio público para agradar o mercado. O pacote entreguista inclui a administração de 14 ae-

roportos, 11 lotes de linhas de transmissão, 15 terminais por-tuários, além da Eletrobras e da

ACP da Caixa sem soluçãoMAIS uma vez, o julgamento da Ação Civil Pública, impetra-da pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins, sobre a falta de contratações na Caixa, foi sus-penso. A decisão estava prevista para quarta-feira.

De acordo com o presidente da Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, João Amílcar Pavan, a ACP saiu de pauta porque nem todos os membros estariam presentes – dois estão de férias. O magistrado disse que o julga-mento não acontece antes de 18 de outubro.

Casa da Moeda do Brasil. O plano de privatizar tudo

o que puder faz com que em-

presas estratégias brasileiras passem a ser regidas e con-troladas pela visão capitalista, exclusivamente mercadológi-ca. As consequências são gra-ves, como a desnacionalização, precarização das condições de trabalho, aumento de preços e tarifas, desemprego e perda de receita para o Estado.

Avesso à democracia, Temer se recusa a discutir as medidas com a sociedade. Nada de au-diências públicas nem consul-ta à população. Na verdade, o presidente acha que é o dono do Brasil e quer vendê-lo a qualquer preço.

Em outubro de 2016, a juíza Natália Queiroz Rodrigues, da 6ª Vara do Trabalho de Brasília, proferiu decisão alegando que a cláusula 50 do ACT 2014/2015 foi descumprida pelo banco.

A ACP é fruto da mobilização dos sindicatos e dos concursados. Em 2014, foram quase 1,2 milhão de inscritos e 32.879 mil aprova-dos no concurso. Mas, menos de 8% foram convocados. De lá para cá, as entidades, inclusive o Sindi-cato, têm realizado diversas ma-nifestações e cobranças na mesa de negociação. O SBBA também tem ação na Justiça para cobrar as contratações.

Luta pela quebra de caixaA CAIxA interpôs o recurso de revista na ação de quebra de caixa dos tesoureiros, mo-vida pelo Sindicato dos Ban-cários da Bahia. O processo, que estava no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), será julgado agora pelo TST (Tri-bunal Superior do Trabalho).

No caso do processo de quebra de caixa para os cai-xas, que foi julgado proceden-te na 19° Vara do Trabalho de Salvador, o banco recorreu e agora a tramitação ocorre no TRT da Bahia. O Sindicato continua a luta pela garantia do direito dos trabalhadores.

Justiça para os banebianosOS Ex-BANCÁRIOS do Baneb receberam do Sindicato, ontem, o pagamento da bonificação de férias. O benefício foi suprimi-do quando houve a incorpora-ção pelo Bradesco, em 1999.

O banco deixou de pagar a bonificação sobre os 10 dias que os trabalhadores vendiam de fé-rias. O Sindicato então ingres-sou com ação coletiva na Justiça para reaver o direito.

Quem não compareceu ao Sindicato, pode procurar a en-

tidade em outra data ou enviar o nome completo, CPF, RG, ma-trícula sindical e dados da con-ta corrente com titularidade do beneficiário para o email boni-ficacaoferias2001@gmail.com. Em seguida, o Sindicato emite e encaminha o recibo digitali-zado para os beneficiários. De-pois, o funcionário envia todos os documentos e o recibo assi-nados aos cuidados da tesoura-ria do SBBA, para que o paga-mento seja efetuado.

Sindicato garante importante vitória para os trabalhadores

do Baneb/Bradesco, que receberam, ontem, a

bonificação de férias

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 01.09.2017 a 03.09.20174

SAQUE

RETROCESSO

São 15,2 milhões de residências onde ninguém trabalharEDAçãOimprensa@bancariosbahia.org.br

Falta trabalho. Lares sem renda

A CONTA do golpe jurídico-parlamentar-midiát ico,que completou um ano ontem, afeta os brasileiros de maneira cruel, em especial no que diz respeito à empregabilidade. Um a cada

cinco lares não tem renda fruto do trabalho formal ou informal.

De acordo com análise feita a partir de microdados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), do IBGE, no segundo trimestre deste ano o Brasil tinha 15,2 milhões de residências onde ninguém trabalhava. Alta de 22% em relação ao mesmo período de 2014.

Por causa da ofensiva neo-liberal imposta pelo governo

Temer, que atende apenas aos interesses dos grandes grupos financeiros e, para isso, penali-za os trabalhadores, muitos pais e mães de família estão hoje fora do mercado de trabalho e, con-sequentemente, sem renda.

O pior é que a expectativa

não é nada boa. O cenário para o trabalhador está ruim, com a lei da terceirização e a nova legislação trabalhista. Isso sem falar na desestatização das em-presas nacionais, fundamen-tais para que o Brasil retome o crescimento.

Cursos CPA 10 e 20 no Sindicato

Partidas do Society voltam no domingoAPóS uma pausa por conta da 21ª Corrida dos Bancários, as partidas do Campeonato de Fu-tebol Society retornam no do-mingo. Os jogos são realizados no clube ASBAC, Pituba.

A primeira partida tem iní-cio às 8h45. Linha 8 enfrenta o Puro Malte. Depois, a partir das 10h30, é a vez do Ressaca e do Elite entrarem em campo em busca da vitória.

O SINDICATO dos Bancários da Bahia firmou parceira com a Ativa Cursos para os associa-dos investirem na capacitação. Os interessados podem escolher dois pacotes de estudos volta-dos para finanças que incluem, além das aulas presenciais, um material composto por vídeo aulas e simulados. O preço é o melhor do mercado e o filiado ainda tem desconto garantido.

O primeiro, CPA-10, tem car-ga horária de 16 horas semanais e custa R$ 490,00. Para os bancá-rios associados o valor cai para R$ 390,00. O segundo curso, CPA-20, possui carga horária de 32 horas semanais e custa R$ 850,00. Para os sindicalizados fica R$ 680,00. Os valores podem ser parcelados em até 6 vezes sem juros.

Mais informações pelos te-lefones (71) 3378-1567 / (71) 98890-4242, site www.cursoati-va.com.br e e-mail para atendi-mento@cursoativa.com.br.

Sem emprego, as famílias não têm como suprir as demandas de casa

linha 8 e Puro Malte jogam às 8h45

CHEFÃO A sociedade aguarda com ansiedade a nova denún-cia contra Temer. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deixa o cargo na segunda quinzena deste mês, pro-mete enquadrar o presidente como “chefe de quadrilha”. Grande expectativa também no meio político, onde parlamentares gol-pistas e venais enxergam no fato a oportunidade para boas ne-gociatas. Muita gente cobrou caro para livrar Temer da primeira denúncia e, sem dúvida, para a segunda o preço será infinita-mente maior. O povo paga a conta.

CONSAGRAÇÃO Quem tem acesso à mídia alternativa ou mesmo ao Youtube e constata a verdadeira consagração que tem sido a caravana de Lula pelo Nordeste, descobre facilmente a manipulação rasteira da imprensa alinhada ao golpismo. Des-conhece inteiramente o fenômeno e, quando noticia, é para des-qualificar, para desmerecer, para distorcer a realidade. Aí perde crédito com o público, que identifica a manobra.

ABSTRAÇÃO Enquanto Lula reafirma a liderança disparada no Nordeste – detém quase 70% da preferência do eleitorado na região – e amplia a base popular para eleição do próximo ano, o golpismo incrustrado nas instituições se regozija na abstração do filme A lei é para todos, que eleva os membros da força tarefa da Lava Jato à condição de heróis nacionais.

FANTASIA Quem já assistiu, garante que a versão do filme A lei é para todos é menos fantasiosa do que a realidade, onde procuradores deslumbrados e um juiz justiceiro se imaginam os predestinados, os enviados apelos deuses para salvar o Brasil do perigo de uma democracia popular. Porque para eles, o “bem” e a “salvação” só se efetivam pelo grande capital. São os beatifica-dores do neoliberalismo.

ESCÁRNIO Matéria do Diário do Centro do Mundo resgata gravação clandestina, em 2004, do juiz Sérgio Moro com o amigo de todas as horas, advogado Carlos Zucolotto Júnior, esse mesmo que agora é acusado de vender sentenças na Lava Jato. Na época, a Justiça proibiu a divulgação, com base na mesma lei que, ano passado, Moro desrespeitou ao vazar grampo ilegal de conversa entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. O fato ajuda a traçar um perfil ético do sujeito, personagem principal do filme A lei é para todos.

manoel porto - arquivo