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ÁREA DE PRÁTICA DE DIREITO IMOBILIÁRIO Legislação publicada no Diário da República | 1 Recentes decisões dos tribunais superiores: - Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça | 2/4 - Acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa | 4 - Acórdãos do Tribunal da Relação do Porto | 5 - Acórdãos do Tribunal da Relação de Coimbra | 6 - Acórdãos do Tribunal da Relação de Guimarães | 7 Concursos Públicos: Timor-Leste, Moçambique e Brasil | 8 Novidades do Mercado | 9/10 Fevereiro | 2014 aware LEGISLAÇÃO PUBLICADA NO DIÁRIO DA REPÚBLICA Fevereiro 2014 I Série - Aprova a Lei Orgânica do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia - Decreto-Lei n.º 17/2014, 04/02. Link: >>> - Recomenda ao Governo que proceda à revisão do Regime de Renda Apoiada - Resolução da Assembleia da República n.º 10/2014, de 06/02. Link: >>> - Estabelece as formas e o procedimento de cedência dos prédios do domínio privado do Estado e do património próprio dos institutos públicos através da bolsa nacional de terras para utilização agrícola, florestal ou silvopastoril, criada pela Lei n.º 62/2012, de 10 de dezembro - Decreto-Lei n.º 21/2014, de 11/02. Link: >>> - Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, que estabelece o regime de criação das zonas de intervenção florestal, bem como os princípios reguladores da sua constituição, funcionamento e extinção, e à segunda alteração do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, que aprova o regime jurídico dos planos de orde- namento, de gestão e de intervenção de âmbito florestal - Decreto-Lei n.º 27/2014, de 18/02. Link: >>>

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ÁREA DE PRÁTICA DE DIREITO IMOBILIÁRIO

Legislação publicada no Diário da República | 1

Recentes decisões dos tribunais superiores:- Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça | 2/4- Acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa | 4- Acórdãos do Tribunal da Relação do Porto | 5 - Acórdãos do Tribunal da Relação de Coimbra | 6- Acórdãos do Tribunal da Relação de Guimarães | 7

Concursos Públicos: Timor-Leste, Moçambique e Brasil | 8

Novidades do Mercado | 9/10

Fevereiro | 2014

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LEGISLAÇÃO PUBLICADA NO DIÁRIO DA REPÚBLICA

Fevereiro 2014

I Série

- Aprova a Lei Orgânica do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia - Decreto-Lei n.º 17/2014, 04/02.Link: >>>

- Recomenda ao Governo que proceda à revisão do Regime de Renda Apoiada - Resolução da Assembleia da República n.º 10/2014, de 06/02.Link: >>>

- Estabelece as formas e o procedimento de cedência dos prédios do domínio privado do Estado e do património próprio dos institutos públicos através da bolsa nacional de terras para utilização agrícola, florestal ou silvopastoril, criada pela Lei n.º 62/2012, de 10 de dezembro - Decreto-Lei n.º 21/2014, de 11/02.Link: >>>

- Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, que estabelece o regime de criação das zonas de intervenção florestal, bem como os princípios reguladores da sua constituição, funcionamento e extinção, e à segunda alteração do Decreto-Lei n.º 16/2009, de 14 de janeiro, que aprova o regime jurídico dos planos de orde-namento, de gestão e de intervenção de âmbito florestal - Decreto-Lei n.º 27/2014, de 18/02.Link: >>>

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I - Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça

Transmissão da posição do arrendatário, união de facto – Acórdão de 20-02-2014:

“As normas do n.º 2, 3 e 4 do art. 1110.º do CC têm aplicação às situações de uniões de facto, por força da não violação do princípio da não discriminação dos filhos, contido no art. 36.º, n.º 4, da CRP.Não obstante, a transmissão do arrendamento – ainda que possível em casos de ruptura da união de facto – não se opera automaticamente, es-tando dependente da verificação dos restantes factores ínsitos no art. 1110.º do CC.Não obstante o art. 57.º, n.º 1, al. b), da Lei 6/2006 estatuir que o arrendamento para habitação não caduca por morte do primitivo arrendatário quando lhe sobreviva pessoa que com ele vi-vesse em união de facto, com residência no lo-cado, o facto é que à data da morte do arrenda-tário (1998) a ré já não vivia com ele há mais de 20 anos, e este não tinha residência no locado.”Link: >>>.

Contrato de arrendamento, transacção, incumprimento – Acórdão de 13-02-2014:

“O prazo da usucapião pode interromper-se, tal como a prescrição, por via de um “meio judicial” (para alem da citação ou da notificação), pelo qual se dê conhecimento da oposição àquele contra quem o direito possa ser exercido.Não sendo bastante a interpelação ou qualquer outra forma de comunicação extrajudicial ao obrigado da cessação da inércia do respectivo titular no exercício do direito.Sendo, pois, necessária a prática de acto judicial que, directa ou indirectamente, dê a conhecer a intenção do titular de exercer a sua pretensão.”Link: >>>.

Loteamento urbano, expropriação, indemnização – Acórdão de 13-02-2014:

“Não pode considerar-se legal e regular – mes-mo perante os parâmetros normativos que, em 1970, regiam o ordenamento do território e a urbanização – o destacamento e venda, me-diante escritura pública, de parcela de prédio rústico com vista a constituir um lote, alegada-mente destinado à construção urbana, à revelia de qualquer autorização ou comunicação à com-petente entidade pública, operando-se por esta forma o fraccionamento de prédio rústico – e sem que o interessado tivesse impugnado a ul-terior decisão que, considerando tal prédio de

génese ilegal, o incluiu em área de reconversão urbana, aceitando tacitamente tal inclusão ao participar, durante anos, nos órgãos da administra-ção conjunta da A... instituída, suportando a sua parcela nos custos da reconversão.A imposição unilateral pela administração con-junta da A... de cedência de certo lote para insta-lação de equipamentos colectivos, imprescindível à aprovação do loteamento, envolve uma verda-deira expropriação por utilidade particular, em função da qual se impõe a certo proprietário a ablação da sua parcela ou lote, afectando-o à estrita realização do interesse colectivo na re-conversão urbanística da zona - pelo que essa cedência –gratuita relativamente à autarquia que aprova o plano de reconversão – tem de en-volver o pagamento pela administração conjun-ta da A... de justa indemnização ao proprietário que vê o seu direito de propriedade sobre o lote resultar drasticamente cerceado ou afectado.”Link: >>>.

Contrato promessa, obrigação solidária – Acórdão de 13-02-2014:

“Mesmo estando em causa no contrato-promessa um único prédio, em que todos são comproprietári-os e todos se comprometeram a vendê-lo, ainda assim não se poderá dizer que a obrigação de via-bilizar esse mesmo contrato seja solidária, sem que a lei ou a vontade das partes assim o ditem; de igual forma, essas mesmas circunstâncias, não implicam, no caso de resolução do contrato, a soli-dariedade na obrigação de restituição do preço.Não obstante ser possível descortinar contratos-promessa diferentes no acordo entre todos os in-tervenientes, a circunstância de haver uma inter-ligação entre todas as obrigações assumidas (e que tiveram em vista a «construção a empreender no futuro») determina que a impossibilidade de realização da prestação correspondente ao con-trato-promessa de compra e venda se comunique à globalidade do acordo, justificando a sua resolução total (art. 793.º, n.º 2, do CC).Não sendo solidária, a obrigação de restituição re-cai sobre cada uma das rés na medida correspon-dente à parte que individualmente receberam, como contrapartida das obrigações assumidas.”Link: >>>.

RECENTES DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

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RECENTES DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES (CONTINUAÇÃO)

I - Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça

Propriedade horizontal, uso legítimo de fracção – Acórdão de 13-02-2014:

“A expressão estabelecimento comercial, constan-te do título constitutivo da propriedade horizon-tal, e definidora do uso legítimo de certa fracção deve ser interpretada conforme o uso corrente da expressão actividade comercial, de media-ção e troca de bens e serviços, com exclusão das actividades transformadoras, de cariz in-dustrial, normalmente dotadas de um acrescido impacto ambiental negativo - não abrangendo, em princípio, a actividade de restauração, envol-vendo preparação e confecção de refeições para número significativo de clientes, geradora de relevante emissão de cheiros e ruídos, perceptíveis nas de-mais fracções habitacionais.Na interpretação de tal expressão, delimitadora do tipo de actividades empresariais que é possível exercitar licitamente no imóvel, tem identica-mente de se ponderar as condições objectivas da fracção para suportar, sem alterações estruturais no prédio ( sujeitas a indispensável aprovação da assembleia de condóminos) e sem lesão inadmissível dos direitos subjectivos dos restantes condómi-nos, o seu efeito potencialmente nocivo quanto à normal fruição das restantes fracções autóno-mas.”Link: >>>.

Contrato promessa de compra e venda, direito de retenção – Acórdão de 04-02-2014:

“O direito de retenção é um direito real de ga-rantia das obrigações - e não um direito real de gozo - que visa garantir o crédito resultante do não cumprimento do contrato-promessa, surgin-do e existindo apenas para garantia do crédito gerado por um incumprimento definitivo desse contrato.”Link: >>>.

Loteamento Urbano, propriedade horizontal – Acórdão de 12-12-2013:

“Alienada a propriedade de um prédio rústico a vários compradores que, subsequentemente, aí, procederam à delimitação material das respec-tivas parcelas, sobre estas exercendo, cada um deles, actos de posse habilitantes à respectiva aquisição por usucapião, os requisitos da verifi-cação desta devem reportar-se à parcela, indi-vidualmente considerada, e não à totalidade do prédio.

Na situação descrita, o reconhecimento judicial da mencionada usucapião deve sobrepor-se e prevalecer sobre o fraccionamento ilegal do pré-dio, que, porventura, tenha estado na respectiva génese, já porque em causa está um direito não transmitido, mas constituído ex novo, já porque, esgotado o decurso do tempo necessário à respec-tiva verificação, com o inerente alheamento da autoridade pública ou interessado a quem incumba a prevenção/repressão ou arguição da correspon-dente violação, deixou de fazer sentido, afrontan-do as concepções dominantes na comunidade, a tardia salvaguarda do subjacente interesse públi-co, devendo a Ordem Jurídica absorver a situação ocorrente e consolidada.”Link: >>>.

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RECENTES DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES (CONTINUAÇÃO)

I - Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça

Contrato de arrendamento, modificação, forma legal – Acórdão de 29-01-2014:

“O contrato de arrendamento, celebrado em 1985, para o exercício de profissão liberal, es-tava sujeito a escritura pública, sendo que tal inobservância da forma legalmente prescrita conduz a uma invalidade mista, por só poder ser invocada pelo locatário (artigo 1029º, n.º 3, CC).Ainda que em simultâneo com a celebração do contrato, o senhorio haja autorizado a alteração do destinatário do contrato de arrendamento (para uma sociedade que estava em processo de constituição e de que o arrendatário era sócio fundador) esta, para ser válida, quanto ao loca-dor, carecia da outorga da cessão e ainda da sua comunicação ao locador, no prazo de quinze dias – artigo 1038º, alíneas f) e g), do CC.A sua falta constitui fundamento de resolução do contrato de arrendamento, a não ser que se venha a demonstrar que houve reconhecimento da transmissão.Verifica-se tal reconhecimento se a sociedade X, beneficiária da cedência, é constituída no prazo previsto aquando da autorização referida, o que é do conhecimento dos então senhorios, passa a usar e fruir do locado, o que faz desde 1986 com o conhecimento e consentimento destes, pagan-do as rendas, com o consentimento do primitivo arrendatário.”Link: >>>.

Prédio confinante, relações de vizinhança, janelas – Acórdão de 29-01-2014:

“Pode entender-se que as restrições do art. 1360º do Código Civil não são aplicáveis – sendo assim lícito abrir porta ou janela a menos de 1,5m do prédio vizinho –, se, entre aquelas aberturas e este prédio, existir muro ou parede que impeça o devassamento.Para assim se entender, não será de exigir que esse muro ou parede pertençam ao dono da construção onde se situa a porta ou a janela, tudo se passando como se estas não existissem, não podendo esse proprietário invocar que, desse modo, adquiriu di-reitos por usucapião, designadamente a servidão de vistas (por não existir possibilidade de ver ou devassar o prédio vizinho).Mesmo que assim se não entenda, a pretensão do proprietário vizinho, de encerramento de janelas na referida situação, legitimada formal-mente na norma do art. 1360º nº 1 do CC, não lhe propiciará, objectivamente, qualquer utili-dade ou benefício, provocando apenas, um claro prejuízo para os autores, constituindo um abuso do direito.”Link: >>>.

II - Acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa

Servidão de passagem, extinção – Acórdão de 27-02-2014:

“A desnecessidade relevante para efeitos de ex-tinção da servidão deve ser objectiva, actual e não equiparável a indispensabilidade para o pré-dio dominante, o que significa que não basta provar que a servidão deixou de ser indispen-sável para o prédio dominante, antes tendo de se provar que para ele deixou de ter qualquer utilidade.Estando em causa uma servidão predial volun-tária de passagem e não uma servidão legal de passagem em benefício de prédio encravado, não basta alegar e provar que para além da passagem objecto da servidão existe outra via de acesso ao prédio dominante, exige-se também a demonstra-ção de que esse outro acesso oferece condições similares de utilidade e comodidade de acesso ao prédio dominante.A extinção da servidão, por desnecessidade, pode ser invocada quando a mesma foi consti-tuída por usucapião, impondo-se a alegação de factos objectivos que definam a desnecessidade e o inerente pedido, seja por via de acção, seja por reconvenção.”Link: >>>.

Contrato de arrendamento, tribunal competente – Acórdão de 28-01-2014:

“O contrato de arrendamento para habitação em questão desviava-se, em vários pontos do seu regime substantivo, do regime geral da locação civil, assumindo, manifestamente, alguns contornos de direito público.Assim sendo, estamos perante um dos tais contratos abrangidos pela. alínea f) do nº 1 do cit. art. 4º do actual ETAF, cuja interpretação, validade e execução está actualmente deferida à jurisdição administrativa.”Link: >>>.

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RECENTES DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES (CONTINUAÇÃO)

III - Acórdãos do Tribunal da Relação do Porto

Demarcação extrajudicial – Acórdão de 03-02-2014:

“A demarcação de prédios confinantes pode ser feita judicial ou extrajudicialmente.A demarcação extrajudicial, porque não se trata de um meio de aquisição de propriedade, pode efectuar-se validamente por simples acordo verbal–cfr. art. 219.º, nº 1 do Cód. Civil.Como qualquer negócio jurídico, tal acordo pode ser anulado ou declarado nulo, verificados que sejam os respectivos pressupostos e pode, até, ser modificado por mútuo acordo dos con-traentes.Todavia, enquanto o não for, tal for acordo sub-siste, mantendo-se a validade da demarcação efectuada extrajudicialmente.Por essa razão e não estando provado que a de-marcação tivesse sido alterada por mútuo acordo dos proprietários dos prédios confinantes, não pode o tribunal proceder a nova demarcação de acordo com novos marcos implantados unilateral-mente por uma das partes.Pois que, a demarcação feita não se perde pelo não exercício da posse sobre o terreno respec-tivo, tendo como referência essa linha divisória, a menos que, com o desaparecimento dos mar-cos, uma das partes tenha exercido a posse sobre a faixa de terreno que pertencia à outra e para lá daquela linha, em termos de conduzir à usu-capião.”Link: >>>.

Contrato-promessa, incumprimento – Acórdão de 30-01-2014:

“A necessidade de se proceder, ao abrigo do art. 777.º do CC, à fixação judicial de prazo para o cumprimento de um contrato-promessa de com-pra e venda de uma fracção a construir ocorre quer o contrato-promessa não contenha a menção de qualquer prazo para o cumprimento quer contenha a indicação de um prazo mas contando-o de um evento futuro cuja data de ocorrência é incerta.A existência no contrato-promessa de uma estima-tiva sobre a data em que a fracção prometida estará construída e licenciada não é, em regra, estipulação firme de um prazo para o cumprimento, mas tam-bém não é juridicamente irrelevante.Essa estipulação vincula o promitente-vendedor a especiais deveres de cuidado e protecção dos interesses do promitente-comprador, podendo constituir fun-damento específico de responsabilização pelos danos sofridos por este em resultado da frustração da con-fiança de que essa previsão seria concretizada.A recusa peremptória em reforçar o sinal nos ter-mos e nos prazos previstos no contrato com a ale-gação de que o contrato já se encontra resolvido, constitui uma manifestação inequívoca de recusa de cumprimento do contrato, equivalendo ao seu in-cumprimento definitivo.”Link: >>>.

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IV - Acórdãos do Tribunal da Relação de Coimbra:

Doação, usucapião - Acórdão 18-02-2014:

“A ideia de doar um prédio – de transmitir a alguém a propriedade desse prédio – não se manifesta, para além da questão da inobservância da forma legal exigida para a doação, através da emissão de uma declaração escrita a “autorizar” o destinatário desta declaração a “construir uma moradia” num terreno aí reafirmado como “pertença do declarante”.Vale a este respeito a asserção de que o acto de doar tem de assentar numa expressividade inequívoca quanto ao efeito de extinguir o direito de proprie-dade próprio, atribuindo-o à pessoa a quem se doa, sem margem para confusão com a concessão de autorização de uso.A autorização de pai a filho quanto à construção por este de uma moradia num terreno daquele, não exterioriza – manifestando-se ela, tão-somente, pela autoriza-ção para construir – um intuito de transferência da propriedade do terreno no qual se constrói para o filho.Assim, não funda esta autorização uma posse apta a gerar a aquisição por usucapião do terreno no qual se autorizou a construção, decorrido que esteja o prazo prescricional aquisitivo aplicável ao caso, não induzindo tal situação a presunção decorrente do artigo 1252º, nº 2 do CC.”Link: >>>.

Registo predial, presunção, estilicídio - Acórdão 11-02-2014:

“A presunção resultante do registo predial não abrange os limites ou confrontações, a área dos pré-dios, as inscrições matriciais - com finalidade essencial-mente fiscal - numa palavra, a identificação física, económica e fiscal dos imóveis, tanto mais que o mesmo é susceptível de assentar em meras decla-rações dos interessados, escapando ao controle do conservador, apesar da sua intervenção mesmo ofi-ciosa.Por isso, o Tribunal com base na simples presunção do registo apenas poderá declarar que se é proprietário de um dado prédio, já não quanto à sua área, cuja existência não é abrangida pela presunção.A obrigação legal de suportar o escoamento das águas pluviais só existe quando elas caem gota a gota nos prédios ditos servientes.

O proprietário pode evitar que a água goteje do seu telhado, por exemplo, conduzindo-a através de al-gerozes a longo das paredes do prédio, ou dando ao telhado uma inclinação tal que a água pluvial escorra para o terreno do mesmo proprietário, não estando, por isso, obrigado a respeitar o intervalo legal do artigo 1365º, n.º 1 do C. Civil.Fazendo-o não se constitui servidão de estilicídio so-bre o prédio vizinho, precisamente porque não há gotejamento nem recepção de águas pluviais por parte desse prédio.”Link: >>>.

Divisão de coisa comum, benfeitorias - Acórdão 28-01-2014:

“É da essência da acção de divisão de coisa co-mum que, não estando materializado o direito de cada um sobre determinados bens, o esteja, no entanto, o direito que, conjunta e simultanea-mente, pertence a todos.As benfeitorias, como o melhoramento ou aper-feiçoamento da coisa, feito por quem a ela está ligado em consequência de uma relação ou vín-culo jurídico – artigo 216.º do Código Civil -, di-reitos de crédito quando em conflito, não podem ser apreciadas e decididas em sede da acção de divisão de coisa comum, mas sim, em sede de in-ventário resultante da cessação da vida conjugal ou em acção declarativa comum.Ou seja, parece-nos ser claro que o legislador pretendeu afastar desta acção todas as presta-ções - matéria do direito das obrigações - e outras realidades jurídicas, nomeadamente direitos de crédito, aí incluindo apenas as próprias coisas “stricto sensu”.A situação de uma pessoa haver adquirido bens com a colaboração de outra, no âmbito de uma relação de união de facto só é, eventualmente, susceptível de relevar para o efeito de se reconhecer a existência de uma situação de compropriedade ou no quadro do instituto do enriquecimento sem causa.”Link: >>>.

V - Acórdãos do tribunal da Relação de Guimarães:

Contrato-promessa de compra e venda, defeito, resolução, mora – Acórdão de 30-01-2014:

“Face ao disposto no artº 410º do Código Civil são aplicáveis ao contrato promessa as regras do contrato prometido, aí não exceptuadas (princípio da equiparação). Tendo a entrega da fracção ocorrido em consequência da celebração do contrato promessa e verificando o promitente-comprador que a coisa entregue não está con-forme ao que foi prometido vender, este pode recusar a celebração do contrato prometido en-quanto a fracção não for reparada e tornada apta ao fim a que se destina.Como a autora não diligenciou pela eliminação dos defeitos de construção, era lícito ao réu, após sucessivas interpelações e recusas motivadas em celebrar o contrato prometido, resolver o contra-to promessa, em cuja celebração perdeu objecti-vamente o interesse.Por força do disposto nos artºs 433º, 289º e 290º do Código Civil, na obrigação de restituir decorrente da resolução do contrato, as presta-ções são simultâneas, sendo aplicável o disposto no artº 428º do mesmo Código (excepção do não cumprimento). Não há mora por parte do réu na restituição do imóvel até ao oferecimento si-multâneo, por parte da autora, da restituição da quantia que aquele lhe entregara, por força do contrato resolvido e cuja devolução lhe exigira.Inexistindo mora na obrigação de restituir, não assiste à autora o direito a ser indemnizada pela privação do uso da fracção.”Link: >>>.

Divisão, destinação de pai de família – Acórdão de 23-01-2014:

“Pode ser provada testemunhalmente a divisão material de prédios, o que não implica que, desse modo, se dê como juridicamente adquirido o respectivo direito.Assim, nada impede que, provados os demais elemen-tos, possa ocorrer uma aquisição por usucapião sustentada nessa divisão verbal.Portanto, quando o tribunal dá como provado esse facto não viola qualquer norma legal, no-meadamente o artº 364º do Código Civil.Ainda que a divisão dos prédios tenha ocorrido em termos materiais, urge não esquecer o efei-to retroactivo da usucapião, consignado no artº 1288º do Código Civil e, portanto, nada obsta a que se reconheça a constituição da servidão por destinação de pai de família, consubstanciada nos elementos legalmente exigidos, ao tempo da real divisão.”Link: >>>.

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RECENTES DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES (CONTINUAÇÃO)

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Timor-Leste

- Pré-qualificação de empreiteiros para a melhoria da estrada Manatuto-Baucau, Pacote A01-02.Link: >>>

- Melhoramento e manutenção do nó rodoviário Manatuto-Laclubar.Link: >>>

- Projecto de Resiliência Climática de Estradas de Timor-Leste – Melhoramento e manutenção da estrada de Díli-Ainaro.Link: >>>

Moçambique

- Manutenção Periódica das Ruas da Cidade de Maputo.Link: >>>

- Construção de Anexos e Arranjos Exterior na Residência Oficial da Juíza Presidente do TJPM.Link: >>>

- Reabilitação de Fonte de Água (Província de Nampula).Link: >>>

- Construção de Edifício do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas (Província de Nampula).Link: >>>

- Pavimentação de Ruas na Sede do Posto Urbano de Lumbo.Link: >>>

- Ampliação do Escritório do IDPPE - Delegação de Niassa.Link: >>>

- Pavimentação da Sede da Localidade de Munguíne, Posto Administrativo de MaluanaSão Tomé e Príncipe.Link: >>>

Brasil

- Concurso Público de Arquitetura para o Anexo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), no Rio de Janeiro.Link: >>>

CONCURSOS PÚBLICOS

NOVIDADES DO MERCADO

I – IMOBILIÁRIO– Jornal “O Público”

Dia 5 de Fevereiro- Mais de 40 projetos querem conquistar Prémio Nacional de Reabilitação Urbana.- Convenção Anual da Century 21 celebra “melhor ano de sempre” em Portugal.- Comprar para arrendar motivou 30% das vendas de habitação do Millennium bcp em 2013.Link: >>>

Dia 10 de Fevereiro- Moçambique continua a ser país de boas oportuni-dades.Link: >>>

Dia 12 de Fevereiro- Prémio da Reabilitação Urbana premeia inter-venções com impacto social.- Portugal tem que continuar reformas para atrair investidores de longo-prazo.- Millennium bcp com oferta de lojas nos principais destinos de comércio de rua do Porto.Link: >>>

Dia 19 de Fevereiro- Jular quer fechar 2014 com vendas de 50% no Parque dos Pastores- “2014 será o ano de viragem firme e segura no mercado imobiliário português”- Prémio Nacional de Reabilitação Urbana: Lisboa e Porto lideram na habitação- InHouse volta a abrir as portas amanhã na ExponorLink: >>>

Dia 26 de Fevereiro

- Reabilitar habitação vai ser mais barato até 2020- Cerca de 25% da execução do JESSICA foi contratada no 4º trimestre de 2013- Millennium bcp quer aumentar vendas no Distrito de Setúbal em 2014- Prémio Nacional de Reabilitação Urbana: Escritórios ganham espaço- Espaço da Reabilitação Urbana vai receber mais de 40 entidades- Lisboa pisca o olho às multinacionais - Considera-da uma das melhores cidades para investimento estrangeiro e com rendas de escritórios entre as mais competitivas da Europa, Lisboa continua a piscar o olho às multinacionais interessadas, que vêm na redução dos custos de ocupação uma vantagem acrescida para se instalarem por cá.Link: >>>

II –Outras notícias

Dia 5 de Fevereiro- Segurança Social prevê obter 5 milhões com venda de imóveis.Link: >>>

Dia 9 de Fevereiro- Chineses gastam milhões em casas em Portugal.Link: >>>

Dia 12 de Fevereiro- Estudo da Imovirtual indica recuperação na tendência do imobiliário em Janeiro.Link: >>>

- Imobiliárias vão à China e a França à procura de investidores.Link: >>>

Dia 17 de Fevereiro- Investimento francês em Portugal já supera 20 milhões de euros.Link: >>>

Dia 19 de Fevereiro- Acção de promoção imobiliária divulga no Médio Oriente activos portugueses de 150 milhões de euros.Link: >>>

- Sector da construção e imobiliário tem 6 mil milhões de crédito malparado à banca.Link: >>>

Dia 20 de Fevereiro- Rendas subiram 0,1% no continente no final de 2013.Link: >>>

Dia 24 de Fevereiro- Em 2014 a Construção entra em novo ciclo com apoio do governo.Link: >>>

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LISBOA PORTO MADEIRAAv. das Forças Armadas, 125 - 12º 1600-079 Lisboa, Portugal Tel.: (+351) 21 723 1800Fax.: (+351) 21 7231899E-mail: [email protected]

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ANGOLA (EM PARCERIA)

BRASIL (EM PARCERIA)

CHINA (EM PARCERIA)

MOÇAMBIQUE (EM PARCERIA)

TIMOR-LESTE (JOINT OFFICE)

NOVIDADES DO MERCADO (CONTINUAÇÃO)

Dia 26 de Fevereiro- Regulador vai reforçar a fiscalização dos contratos públicos .Link: >>>

- APEMIP e Governo preparam protocolos com chineses para travar abusos nos vistos gold.Link: >>>

Dia 28 de Fevereiro- Apenas cerca de 7% de todos os fundos imobiliários portugueses apresentam, na sua carteira, uni-dades de participação de outros fundos imobiliários.Link: >>>

III – Âmbito Internacional

Dia 7 de Fevereiro- Chicago Real Estate Market Cools Off With Low January Temperatures.Link: >>>

Dia 11 de Fevereiro- Home Hot Housing Markets Cooled in Fourth Quarter - Higher Interest Rates, Sticker Shock, Tight Inventory Contributed to Decline.Link: >>>

Dia 12 de Fevereiro- Home prices begin to rise, signal change in real estate market mood.Link: >>>

Dia 18 de Fevereiro- Canada Seeks Soft Landing for Highflying Housing - Observers Say Market is Vulnerable to a Sharp Correction.Link: >>>

Dia 24 de Fevereiro- Qatar real estate market tipped to double in 2014.Link: >>>

- Há 11 milhões de casas vazias na Europa.Link: >>>

Dia 25 de Fevereiro- Recuperação imobiliária nos EUA perde fôlego.Link: >>>

Dia 26 de Fevereiro- Wall Street no verde antes da divulgação de dados sobre imobiliário.Link: >>>

Dia 27 de Fevereiro- Inverno rigoroso nos EUA contribui para abran-damento económico.Link: >>>

Dia 28 de Fevereiro- Top U.S. real estate markets: Dallas-Fort WorthLink: >>>

- Real Estate Gems In Sri Lanka With Steradian Capital.Link: >>>

- Home ownership in Greece ‘a sick joke’ as property market collapses.Link: >>>