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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA LISBOA, DEZEMBRO DE 2007

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO

CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO

DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

LISBOA, DEZEMBRO DE 2007

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

I

ÍNDICE DE TEXTO 1.  INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1 

1.1.  ENQUADRAMENTO GERAL........................................................................................ 1 

1.1.1.  DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA / LEI DA ÁGUA E PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA ................................................................................................... 1 

1.1.2.  PARTICIPAÇÃO PÚBLICA ................................................................................... 3 

1.2.  PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E DO PROGRAMA DE TRABALHOS PARA ELABORAÇÃO DOS PGRH ............................................................. 9 

2.  OBJECTIVOS E METODOLOGIA..................................................................................... 10 

3.  AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA....................................... 12 

3.1.  COMO DEVE SER FEITA A DIVULGAÇÃO E A CONSULTA PÚBLICA?................. 12 

3.2.  QUE PÚBLICO DEVE SER ENVOLVIDO NO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DOS PGRH?........................................................................................................... 21 

3.3.  A QUE ESCALA DEVE SER ORGANIZADO O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DOS PGRH?........................................................................................................... 29 

3.4.  COMO CALENDaRIZAR O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA? ............... 31 

3.5.  COMO PROMOVER A INTEGRAÇÃO DOS CONTRIBUTOS DO PÚBLICO NOS PGRH?.................................................................................................................................... 33 

4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 35 

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II

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1. – Delimitação das Regiões Hidrográficas em território continental. ........................... 2 

Figura 1.2. – Processo de planeamento no âmbito dos PGRH. ................................................... 2 

Figura 1.3. – Componentes do processo de participação pública prevista na DQA. ................... 6 

Figura 1.4. – Principais elementos da participação pública prevista na DQA. ............................. 7 

Figura 2.1. – Componentes da avaliação do processo de consulta pública............................... 10 

Figura 3.1. – Página de Internet do INAG com indicação para o processo de participação pública. ........................................................................................................................................ 12 

Figura 3.2. – Extracto do folheto de divulgação do processo de participação pública. .............. 12 

Figura 3.3. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento (global)......................................................................................................................................... 14 

Figura 3.4. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento (por sessão)................................................................................................................................. 14 

Figura 3.5. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: houve uma divulgação adequada da sessão? (global)............................................................... 15 

Figura 3.6. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: houve uma divulgação adequada da sessão? (por sessão)....................................................... 15 

Figura 3.7. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão foi útil? (global)............................................................................................................. 16 

Figura 3.8. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão foi útil? (por sessão)..................................................................................................... 17 

Figura 3.9. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH? (por sessão). .......... 17 

Figura 3.10. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH? (global). .................. 17 

Figura 3.11. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão teve resultados positivos? (por sessão). ..................................................................... 18 

Figura 3.12. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão teve resultados positivos? (global). ............................................................................. 18 

Figura 3.13. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a informação disponibilizada para esta sessão foi clara? (por sessão). .................................... 18 

Figura 3.14. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a informação disponibilizada para esta sessão foi clara? (global).............................................. 19 

Figura 3.15. – Distribuição dos participantes de acordo com o carácter da entidade que representam (por sessão). .......................................................................................................... 22 

Figura 3.16. – Distribuição dos n.º de participantes de acordo com o carácter do organismo que representam (global). .................................................................................................................. 22 

Figura 3.17. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam (por sessão). .......................................................................................................... 23 

Figura 3.18. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam (global). .................................................................................................................. 23 

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

III

Figura 3.19. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade representada (por sessão). ......................................................................................................... 24 

Figura 3.20. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade representada (global). ................................................................................................................. 24 

Figura 3.21. – Distribuição dos participantes de acordo com o sector económico da entidade representada (por sessão). ......................................................................................................... 25 

Figura 3.22. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade (por sessão). ....................................................................................................................................... 26 

Figura 3.23. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade (global)......................................................................................................................................... 26 

Figura 3.24. – Identificação dos locais de realização das sessões. ........................................... 29 

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IV

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1. – Principais fases de elaboração dos PGRH............................................................. 3 

Tabela 1.2. – Períodos de consulta pública preconizados na DQA e na LA. ............................... 8 

Tabela 2.1. – Ficha síntese de avaliação do processo de consulta pública............................... 11 

Tabela 3.1. – N.º de entidades contactadas por sector de actividade........................................ 13 

Tabela 3.2. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento.......................................................................................................................................... 14 

Tabela 3.3. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: houve uma divulgação adequada da sessão?............................................................................ 15 

Tabela 3.4. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída às questões relativas ao conteúdo das sessões públicas. .............................................................. 16 

Tabela 3.5. – N.º de participantes e de entidades e municípios representados nas sessões públicas. ...................................................................................................................................... 21 

Tabela 3.6. – Distribuição dos participantes de acordo com o carácter da entidade que representam. ............................................................................................................................... 22 

Tabela 3.7. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam. ............................................................................................................................... 23 

Tabela 3.8. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade representada. .......................................................................................................... 24 

Tabela 3.9. – Distribuição dos participantes de acordo com o sector económico da entidade representada. ............................................................................................................... 25 

Tabela 3.10. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade. ...... 26 

Tabela 3.11. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu tipo de formação universitária. ................................................................................................................................ 27 

Tabela 3.12. – Calendarização do processo de consulta pública............................................... 31 

Tabela 3.13. – Calendarização do processo de participação pública seguido pelo INAG. ........ 31 

Tabela 4.1. – Requisitos gerais estabelecidos no “Guia da Participação Pública no âmbito da DQA”............................................................................................................................................ 36 

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V

LISTA DE ACRÓNIMOS INAG, I.P. – Instituto da Água

LA – Lei da Água (Lei n.º 58/2005 de 29 de Dezembro)

DQA – Directiva Quadro da Água (Directiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro)

PGRH – Planos de Gestão de Região Hidrográfica

RH – Região Hidrográfica

CNA – Conselho Nacional da Água

CBH – Conselhos de Bacia Hidrográfica

APRH – Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos

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1

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO

CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO

HIDROGRÁFICA

1. INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO GERAL

1.1.1. DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA / LEI DA ÁGUA E PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA A Directiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, ou Directiva Quadro da Água (DQA), estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água e foi transposta para a ordem jurídica nacional pela Lei n.º 58/2005 de 29 de Dezembro (Lei da Água – LA) e pelo Decreto-Lei nº 77/2006, de 30 de Março.

A DQA/LA tem por objectivo proteger as massas de água costeiras, as massas de água de transição, as restantes massas de água de superfície interiores (rios, lagos, fortemente modificadas e artificiais) e as massas de água subterrâneas e fixa 2015 como o ano em que devem ser atingidos os objectivos ambientais estabelecidos na DQA/LA, através da execução de programas de medidas especificados em Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH).

Nos termos da Lei da Água, uma região hidrográfica (RH) é definida como a “área de terra e mar constituída por uma ou mais bacias hidrográficas contíguas e pelas águas subterrâneas e costeiras que lhes estão associadas, constituindo-se como a principal unidade de gestão das bacias hidrográficas”, tendo sido criadas para Portugal, através desta Lei, dez regiões hidrográficas cuja delimitação está definida no Decreto-Lei nº 347/2007, de 19 de Outubro. Apresenta-se, de seguida, a delimitação das regiões hidrográficas do Continente (Figura 1.1.)

Por seu turno, em 29 de Maio de 2007 foi aprovado o Decreto-Lei n.º 208/2007, do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, que define a orgânica e formaliza a implementação de cinco Administrações de Região Hidrográfica (ARH).

Nos termos da DQA, cada Estado-Membro deverá assegurar até 2009 a elaboração de um plano de gestão para cada RH ou parte de RH internacional situada no seu território, que deverá incluir um programa de medidas que garanta a prossecução dos objectivos ambientais estabelecidos na Directiva.

Os PGRH são instrumentos de planeamento das águas que têm por objectivo constituírem-se como a base de suporte à gestão, à protecção e à valorização ambiental, social e económica das águas.

Embora a elaboração dos PGRH seja uma competência das ARH, o Instituto da Água (INAG) assume este papel enquanto estas não estiverem em pleno funcionamento, de acordo com o estabelecido no n.º 3 do art. 103.º da Lei da Água. Cabe ao INAG, enquanto Autoridade Nacional da Água, assegurar a nível nacional a gestão das águas e garantir a consecução dos objectivos da DQA/LA (nos termos do n.º 1 do art. 8.º da LA).

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2

Figura 1.1. – Delimitação das Regiões Hidrográficas em território continental.

O conteúdo dos PGRH é o estabelecido no Anexo VII da DQA e no art. 29.º da Lei da Água.

Nos termos da DQA e da Lei da Água, os primeiros PGRH devem ser facultados ao público na sua versão provisória no final de 2008, devem ficar finalizados no final de 2009 e todas as medidas preconizadas nos mesmos deverão estar operacionais o mais tardar até 2012.

Por sua vez, os programas de medidas devem ser revistos e actualizados até 2015 e posteriormente de seis em seis anos (Figura 1.2.) tratando-se assim de um processo cíclico em que cada ciclo implica um série de passos de elaboração, actualização, revisão, e eventual estabelecimento de novas medidas.

Figura 1.2. – Processo de planeamento no âmbito dos PGRH.

Apresentam-se de seguida as principais fases do processo de elaboração dos PGRH durante o primeiro ciclo de planeamento, assim como a respectiva calendarização.

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Tabela 1.1. – Principais fases de elaboração dos PGRH.

O INAG, enquanto entidade competente, concluiu em Janeiro de 2007 o calendário e programa de trabalhos para elaboração dos PGRH, que se apresentam em Anexo. A elaboração do programa de trabalhos para os PGRH, implicou a identificação exaustiva de todas as tarefas necessárias à sua correcta elaboração, incluindo não apenas os conteúdos dos próprios planos, mas também a definição de uma estrutura organizativa para elaboração dos mesmos, essencial para o sucesso não só do processo de elaboração mas também da sua implementação, na medida que assegurará a coerência do tratamento dos temas a tratar, o cumprimentos dos prazos de cada tarefa e a integração dos conteúdos.

Como se verá de seguida, a DQA (art. 14.º) e a Lei da Água (art. 85.º) obrigam a que sejam colocadas a consulta pública (não se confunda com envolvimento activo) as principais actividades a desenvolver no âmbito da elaboração dos planos para cada RH, assim como a respectiva calendarização. Este aspecto é analisado no parágrafo seguinte.

1.1.2. PARTICIPAÇÃO PÚBLICA A DQA/LA promove claramente um aumento de transparência do processo de decisão (dever de informar e de consultar as pessoas sobre as questões ou actividades que as possam afectar) e defende um incremento do envolvimento do público na tomada de decisão acerca dos temas que o possam afectar. Neste sentido, e no contexto da DQA/LA, a participação pública emerge como uma dimensão fundamental do planeamento e gestão da água, em função da qual serão criadas e desenvolvidas competências, mobilizados os meios necessários e accionados os mecanismos que potenciem o aumento desse grau de envolvimento.

A participação pública tem um papel muito importante na implementação da DQA, na medida em que contribui para:

Processos de tomada de decisão mais sustentados.

Maior entendimento dos problemas ambientais e das contribuição dos vários sectores para atingir os objectivos ambientais.

Diminuição de eventuais conflitos por desconhecimento ou falta de informação.

Aumento da probabilidade de sucesso de implementação da DQA.

A participação activa e devidamente sustentada de todos os interessados, quer se trate de instituições quer do público em geral, em todas as fases do processo de planeamento das águas, é um dos requisitos constantes na DQA (artigo 14º) e na Lei da Água (art. 26º e art. 84º), que a seguir se transcrevem (1).

1 Para uma participação activa e eficaz dos cidadãos será garantido o acesso à informação. A participação e a informação em matéria de ambiente são condições inerentes à promoção do direito ao ambiente e como tal reconhecidas pela Constituição da República Portuguesa e por instrumentos jurídicos internacionais, nomeadamente a Convenção de Aarhus.

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DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA

Preâmbulo 14 – O êxito da presente directiva depende da estreita cooperação e de uma acção coerente a nível comunitário, a nível dos Estados-Membros e a nível local, bem como da informação, consulta e participação do público, inclusivamente dos utentes.

Preâmbulo 46 – Para garantir a participação do público em geral, inclusivamente dos utilizadores das águas, na elaboração e actualização dos planos de gestão de bacias hidrográficas, é necessário fornecer informações adequadas acerca das medidas previstas e do progresso alcançado na sua execução, por forma a permitir a participação do público em geral antes da adopção das decisões finais relativas às medidas necessárias.

Artigo 14.º – Informação e consulta do público

1. Os Estados-Membros incentivarão a participação activa de todas as partes interessadas na execução da presente directiva, especialmente na elaboração, revisão e actualização dos planos de gestão de bacia hidrográfica. Os Estados-Membros garantirão, em relação a cada região hidrográfica, que sejam publicados e facultados ao público, incluindo os utilizadores, para eventual apresentação de observações:

a) Um calendário e um programa de trabalhos para a elaboração do plano, incluindo uma lista das medidas de consulta a tomar, pelo menos três anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

b) Uma síntese intercalar das questões significativas relativas à gestão da água detectadas na bacia hidrográfica, pelo menos dois anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

c) Projectos do plano de gestão de bacia hidrográfica, pelo menos um ano antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Mediante pedido, será facultado acesso aos documentos de apoio e à informação utilizada para o desenvolvimento do projecto de plano de gestão de bacia hidrográfica.

2. Os Estados-Membros devem prever um período de, pelo menos, seis meses para a apresentação de observações escritas sobre esses documentos, a fim de possibilitar a participação activa e a consulta.

3. Os n.º 1 e 2 são também aplicáveis às versões actualizadas dos planos de gestão de bacia hidrográfica.

Anexo VII

A. Os planos de gestão das bacias hidrográficas devem abranger os seguintes elementos:

(…)

9. Um resumo das medidas de consulta e informação do público que tenham sido tomadas, os resultados dessas medidas e as alterações ao plano daí resultantes – Ponto 9.

11. Os pontos de contacto e os procedimentos necessários para a obtenção da informação e dos documentos de apoio referidos no n.º 1 do artigo 14.º.

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LEI DA ÁGUA

CAPÍTULO VIII – Informação e participação do público

Artigo 84.º – Princípio da participação

Compete ao Estado, através da autoridade nacional da água e das ARH, promover a participação activa das pessoas singulares e colectivas na execução da presente lei, especialmente na elaboração, revisão e actualização dos planos de gestão de bacia hidrográfica, bem como assegurar a divulgação das informações sobre as águas ao público em geral e em especial aos utilizadores dos recursos hídricos, nos termos e com os limites estabelecidos na legislação aplicável.

Artigo 85.º – Conteúdo da informação

1 – A informação sobre as águas compreende, sob qualquer forma de expressão e em todo o tipo de suporte material, os elementos relativos:

a) Ao estado das massas de água, abrangendo, para este efeito, os ecossistemas terrestres e aquáticos e as zonas húmidas directamente dependentes dos ecossistemas aquáticos.

b) Aos factores, actividades ou decisões destinados a proteger as massas de água e os referidos ecossistemas e zonas húmidas, ou que os possam afectar, incluindo quaisquer elementos sobre as respectivas consequências para a saúde pública e a segurança das pessoas.

c) Aos planos, programas e estudos em que se apoiam as decisões das autoridades competentes, com incidência nas massas de água.

2 – Em relação a cada região hidrográfica e no âmbito da elaboração, revisão e actualização dos planos de gestão de bacia hidrográfica, a informação a publicar e a facultar ao público, incluindo os utilizadores, para efeitos de consulta e envio de comentários escritos, compreende:

a) O calendário e programa de trabalhos para a elaboração do plano de gestão de bacia hidrográfica, incluindo as medidas de consulta a adoptar, até três anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

b) A síntese das questões significativas relativas à gestão da água identificadas na bacia hidrográfica, até dois anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

c) O projecto do plano de gestão de bacia hidrográfica, até um ano antes do período a que se refere o plano de gestão.

d) Outros elementos considerados relevantes para a discussão e participação do público pela autoridade nacional da água ou exigidos pela legislação aplicável, incluindo os critérios de avaliação.

3 – O acesso aos documentos de apoio e à informação de base utilizados na elaboração e actualização dos projectos de planos de gestão de bacias hidrográficas deve ser assegurado pela autoridade nacional da água, mediante pedido dos interessados.

4 – O disposto nos n.º 2 e 3 visa promover a participação activa das pessoas singulares ou colectivas na elaboração dos planos de gestão das bacias hidrográficas, pelo que é garantido o período mínimo de seis meses, a contar da data de publicação da informação referida nesses números, para o envio de comentários e pareceres, os quais são divulgados no sítio electrónico da autoridade nacional da água.

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Da leitura do artigo 14.º, resulta que a DQA prescreve três formas de participação pública (Figura 1.3.):

O envolvimento activo das partes interessadas em todos aspectos da implementação da Directiva, em especial, mas não somente, nos processos de planeamento, que permite integrar as posições das partes interessadas.

A consulta do público nos três ciclos/etapas dos processos de planeamento, que permite a auscultação do público.

O acesso à informação, que assegura a transmissão e divulgação dos factos.

Figura 1.3. – Componentes do processo de participação pública prevista na DQA.

Os Estados-Membros devem assegurar o acesso à informação e a consulta do público e encorajar o envolvimento activo dos interessados.

Da leitura do artigo 14.º torna-se claro que “envolvimento activo” não é o mesmo que “consulta pública”:

A Consulta significa que o público pode reagir aos Planos e Proposta desenvolvidos pelas autoridades.

O envolvimento activo implica que as partes interessadas (stake holders) participem activamente no processo de planeamento através da discussão dos conteúdos e da contribuição para a sua elaboração.

E do mesmo modo, importa distinguir “público” e “parte interessada”:

De acordo com a Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 2001/42/Comissão, de 27 de Junho, “público” é definido como sendo uma ou mais pessoas singulares ou colectivas e, em conformidade com o direito e as práticas nacionais, suas associações, organizações ou grupos.

Define-se “parte interessada” ou “stake holder“ como sendo qualquer pessoa, grupo ou organização com interesse num assunto, ou porque pode ser afectado ou porque pode ter alguma influência no seu resultado. Esta interpretação inclui também membros do público que podem ainda não saber que serão afectados.

A DQA exige mais do que a disponibilização de informação e a consulta pública; exige que os Estados-Membros encorajem o envolvimento activo dos stake holders em todos os aspectos de implementação da Directiva.

Sintetiza-se na figura seguinte os principais elementos da participação pública prevista na DQA.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

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ENCORAJADOASSEGURADOS

DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO CONSULTA PÚBLICA ENVOLVIMENTO

ACTIVO

PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

O público pode reagir aos Planos e Proposta desenvolvidas pelas autoridades

Os stake holders participam activamente no processo de planeamento (propostasintegradas nos PGRH)

PARTES INTERESSADASPÚBLICO

Figura 1.4. – Principais elementos da participação pública prevista na DQA.

Esta análise é importante para compreender que elementos deverão ser considerados no processo de consulta pública.

No que respeita em particular aos PGRH, tanto a DQA como a Lei da Água apontam para a necessidade de serem disponibilizados ao público todos os documentos relevantes relativos à elaboração, revisão e actualização dos PGRH, em cada região hidrográfica, devendo ainda existir períodos específicos de participação em determinadas fases do processo, para envio de contributos e integração dos vários documentos na versão final.

Assim, durante as fases de elaboração, revisão e actualização dos PGRH para cada região, existirão várias fases de consulta pública, para envio de comentários de todos os interessados e posterior integração de contributos. A Tabela 1.2. apresenta resumidamente as várias fases de consulta ao longo do primeiro ciclo de planeamento, correspondente à elaboração dos primeiros PGRH, assim como a respectiva calendarização.

Conforme se pode constatar da análise da Tabela 1.2., o processo de participação pública, que decorreu entre Fevereiro e Julho de 2007, diz respeito à apresentação ao público do Calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH.

Ainda de acordo com o Anexo VII da DQA, os planos de gestão das bacias hidrográficas devem abranger (…):

Um resumo das medidas de consulta e informação do público que tenham sido tomadas, os resultados dessas medidas e as alterações ao plano daí resultantes – Ponto 9.

Os pontos de contacto e os procedimentos necessários para a obtenção da informação e dos documentos de apoio referidos no n.º 1 do artigo 14.º.

A Directiva requer que sejam elaborados relatórios e seja feita uma avaliação dos resultados obtidos dos processos de envolvimento activo dos interessados, da consulta do público e da disponibilização de informação.

Este requisito serve não só para informar a Comissão Europeia, na sua dimensão de guardiã da Directiva, mas deve ser encarado como uma ferramenta para melhorar o processo de participação pública no próximo ciclo de planeamento. A elaboração de relatórios deve ser utilizada como uma medida de avaliação, fomentando um processo de learning by error.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

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Tabela 1.2. – Períodos de consulta pública preconizados na DQA e na LA.

De acordo com CE, 2002 De acordo com INAG, 2006

Fevereiro a Julho de 2007

Projecto “diploma legislativo para aprovação dos conteúdos dos PGRH”

Janeiro a Junho 2007

Calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH, incluindo uma lista das medidas de consulta a tomar, pelo menos três anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Fevereiro a Julho 2007

Calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH.

Janeiro a Junho de 2008

Síntese intercalar das questões significativas relativas à gestão da água detectadas na bacia hidrográfica, pelo menos dois anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Janeiro a Junho de 2008

Síntese provisória dos problemas de gestão identificados a nível da Regiões Hidrográficas.

Janeiro a Junho de 2009

Projectos do plano de gestão de bacia hidrográfica, pelo menos um ano antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Janeiro a Junho de 2009

Versão provisória dos primeiros PGRH.

Janeiro a Junho de 2009

Relatório ambiental, no âmbito da Avaliação ambiental Estratégica.

Dezembro 2009 Início da implementação dos PGRH

A directiva requer a elaboração de relatórios sobre os processos de participação pública. De acordo com o “Guia sobre Participação Pública no âmbito da DQA” (2), de ora em diante designado por Guia, este requisito pode ser cumprido através da elaboração de um documento que contenha:

As medidas tomadas e as técnicas usadas.

As respostas recebidas de cada um dos sectores.

As implicações das intervenções dos participantes nos PGRH.

2 Os Estados-Membros da UE, a Noruega e a Comissão Europeia desenvolveram em conjunto uma Estratégia Comum para acompanhar e apoiar a aplicação da Directiva 2000/60/CE do Conselho e Parlamento Europeus que estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água (sendo conhecida por Directiva Quadro da Água). O principal objectivo desta estratégia é conseguir que a aplicação da Directiva se processe de forma coerente e harmoniosa. As questões prioritárias são de ordem metodológica, prendendo-se com uma leitura comum das implicações técnicas e científicas da Directiva Quadro da Água. Um dos principais objectivos de curto prazo da estratégia consiste na elaboração de Documentos de Orientação não vinculativos e de carácter prático relativos aos diversos aspectos técnicos da Directiva. Estes documentos têm como destinatários os especialistas directa ou indirectamente envolvidos na aplicação da Directiva Quadro da Água nas diversas bacias hidrográficas. A estrutura, a apresentação e a terminologia destes documentos foram adaptadas às necessidades desses especialistas tendo-se, sempre que possível, evitado a utilização de uma linguagem formal e jurídica. No contexto desta estratégia, foi criado um grupo de trabalho informal, dedicado às questões da participação pública, que como resultado do trabalho desenvolvido, elaborou o “Guidance on Public Participation in Relation to the Water Framework Directive. Active Involvement, Consultation and Public Access to Information, 2002”.

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É também recomendado nesse documento que sejam adicionados indicadores qualitativos ao Relatório, como:

Factos e figuras: descrição do plano de participação pública (objectivos e métodos, quem foi contactado e porquê, quantos reagiram, etc.).

Avaliação do nível de satisfação dos participantes (como é que os participantes avaliaram a informação fornecida, etc.).

Comentários por sector (se todos os sectores participaram, etc.).

Proporção entre custos do processo de participação e os resultados obtidos.

1.2. PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E DO PROGRAMA DE TRABALHOS PARA ELABORAÇÃO DOS PGRH

No âmbito do processo de participação pública do calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica foram promovidas, pelo INAG, Conselhos de Bacia Hidrográfica (CBH) e Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH), sessões públicas de apresentação e discussão, abertas a todos os interessados (3):

Em Vila Real, no dia 20 de Março, promovida pelo INAG e pelos Conselhos de Bacia Hidrográfica do Minho, Lima, Ave, Cavado, Leça e Douro.

Em Tomar, no dia 10 de Abril, promovida pelo INAG e pelos Conselhos de Bacia Hidrográfica do Vouga, Mondego, Lis, Ribeiras do Oeste e Tejo.

Em Beja, no dia 8 de Maio, promovida pela INAG e pelos Conselhos de Bacia Hidrográfica do Sado, Mira, Guadiana e Ribeiras do Algarve.

Em Lisboa, no dia 27 de Junho, promovida pelo INAG e pela Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos.

Para além destas sessões, o processo de consulta pública envolveu ainda a participação de todos os interessados por escrito, utilizando o e-mail, o correio tradicional ou presencialmente na sede do INAG (Direcção de Serviços de Planeamento – 10º piso/ centro de Documentação – 3.º piso), durante os dias úteis das 10:00h às 12:30h e das 14:30h às 16:30h.

Os pormenores acerca do processo de participação pública desenvolvido pelo INAG serão apresentados no Capítulo 2.

3 Excluiu-se do âmbito de análise da sessão do dia 13 de Abril, promovida pelo INAG e pelo Conselho Nacional da Água, em Lisboa, por não ter sido aberta à participação do público.

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2. OBJECTIVOS E METODOLOGIA

Face aos elementos apresentados, que configuram o trabalho descrito no presente relatório, o objectivo desta avaliação consiste em:

Avaliar o processo de participação pública (vide Figura 1.3 e Figura 1.4) promovido pelo INAG no âmbito das sessões de apresentação do calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica (vide Tabela 1.1).

Elaborar um relatório, que reflicta a avaliação efectuada ao processo de participação pública e que responda aos requisitos da DQA.

A avaliação preliminar do processo de consulta pública foi estruturada de acordo com o esquema apresentado na figura seguinte, e que consiste em analisar:

QUEM ou que público deve ser envolvido no processo de participação pública?

ONDE ou a que escala deve ser organizado o processo de participação pública?

QUANDO ou qual a calendarização a preconizar no processo de participação pública?

COMO ou de que modo deve ser feita a divulgação e a apresentação dos conteúdos?

O QUE FAZER DE SEGUIDA ou como promover a integração da reacção do público nos PGRH?

QUEM?Que público deve ser envolvido no

processo de consulta pública

QUANDO?Qual a calendarização a preconizar no

processo de consulta pública

COMO?De que modo deve ser feita a divulgação

e a apresentação dos conteúdos

ONDE?A que escala deve ser organizado o

processo de consulta pública

O QUE FAZER DE SEGUIDA?Como promover a integração dareacção do público nos PGRH

Figura 2.1. – Componentes da avaliação do processo de consulta pública.

Para cada um destes aspectos, a avaliação foi efectuada:

Comparando o preconizado na DQA/LA com o que foi efectuado pelo INAG.

Recorrendo a indicadores qualitativos e quantitativos que resultam da análise da informação recolhida nos inquéritos efectuados aos presentes nas sessões.

Com base nas críticas e sugestões efectuadas pelos participantes das sessões de apresentação.

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Assim, e de modo a sistematizar a informação, para cada um destes itens foi elaborada uma Ficha de Síntese, com a estrutura que se apresenta de seguida e que se descreve no capítulo seguinte.

Tabela 2.1. – Ficha síntese de avaliação do processo de consulta pública.

O QUE PRECONIZA A DQA / LA:

Com base na leitura da DQA/LA e no estipulado no Guia, serão enunciados os requisitos mínimos que teriam que ser cumpridos para cada um dos itens enunciados.

O QUE FOI FEITO PELO INAG:

Neste ponto foram descritas as tarefas empreendidas pelo INAG para o desenvolvimento do processo de participação pública do calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH.

INDICADORES:

Foram desenvolvidos indicadores (tais como a composição dos participantes em termos de sectores económicos ou satisfação dos participantes face à informação disponibilizada) que permitem quantificar o desempenho do INAG e avaliar os resultados obtidos no âmbito das sessões públicas.

De modo a facilitar a leitura, e tornar a avaliação mais apelativa, essa informação foi, sempre que possível, apresentada sob a forma de gráficos e figuras.

CRÍTICAS E SUGESTÕES:

Foram analisadas e descritas as críticas e sugestões, respeitantes a cada um dos itens em análise, manifestadas pelos participantes nas sessões públicas.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR:

Com base na análise e confronto dos elementos apresentados, foi feita uma avaliação sumária e tecidas sugestões, quer para a incorporação nos PGRH, quer para as futuras fases de participação pública previstas.

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3. AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

3.1. COMO DEVE SER FEITA A DIVULGAÇÃO E A CONSULTA PÚBLICA?

O QUE PRECONIZA A DQA/LA:

DIVULGAÇÃO:

Não aparece mencionado na Directiva, nem no Guia, como deve ser feita a divulgação dos processos de consulta pública.

O Guia e a Lei da Água chamam, no entanto, a atenção para a utilização da Internet como meio de divulgação.

SESSÕES PÚBLICAS:

De acordo com o artigo 14.º da DQA, os Estados-Membros garantirão, em relação a cada região hidrográfica, que sejam publicados e facultados ao público para eventual apresentação de observações um calendário e um programa de trabalhos para a elaboração do plano. Este Programa de trabalhos deverá incluir uma lista das medidas de consulta a tomar, pelo menos três anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão. A directiva não especifica, contudo, que tipo de publicação é requerido.

Conquanto a directiva especifique que os comentários do público têm que ser disponibilizados na forma escrita (por correio, email, etc.), podendo ser consideradas, adicionalmente, outras formas de consulta pública.

O QUE FOI FEITO PELO INAG:

DIVULGAÇÃO:

A divulgação do processo de participação pública foi efectuada através dos seguintes meios:

Internet: www.inag.pt – vide Figura 3.1.

Figura 3.1. – Página de Internet do INAG com indicação para o

processo de participação pública.

E-mail e Ofícios;

Folheto de divulgação – vide Figura 3.2.

Figura 3.2. – Extracto do folheto de divulgação do processo de

participação pública.

Anúncios em jornais nacionais;

Inquéritos aos participantes das sessões públicas.

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Assim, existem duas formas de consulta:

Consulta escrita: quando o público é chamado a comentar por via escrita as propostas ou medidas. Nesta medida, deve incluir-se utilização da Internet.

Consulta oral: quando o público é auscultado em entrevistas, workshops e conferências. Durante estes eventos os principais aspectos são apresentados e os stake holders são convidados a dar a sua percepção, conhecimento e opiniões acerca de aspectos específicos.

SESSÕES PÚBLICAS:

Foram promovidas, pelo INAG, CBH e APRH, sessões públicas de apresentação e discussão, abertas a todos os interessados, nos locais e nas datas já identificadas.

Nestas sessões, foram fornecidos os seguintes elementos:

Folheto informativo;

Ficha de caracterização do público presente;

Inquéritos de avaliação da sessão.

A agenda das sessões incluiu:

1. Apresentação do processo de elaboração dos PGRH e proposta de diploma de planeamento.

2. Debate / esclarecimentos.

3. Conclusões / Encerramento da Sessão.

Para além destas sessões de apresentação e discussão, o processo de participação pública envolveu ainda a participação de todos os interessados por escrito, utilizando o e-mail, o correio tradicional ou presencialmente na sede do INAG (Direcção de Serviços de Planeamento – 10º piso/ centro de Documentação – 3.º piso), durante os dias úteis das 10:00h às 12:30h e das 14:30h às 16:30h.

INDICADORES:

DIVULGAÇÃO:

Para avaliar o desempenho do INAG na divulgação das sessões públicas, atente-se aos seguintes indicadores:

1. Foram contactadas cerca de 240 entidades, segundo a distribuição que a seguir se apresenta.

Tabela 3.1. – N.º de entidades contactadas por sector de actividade.

Sector de actividade N.º de entidades contactadas

Entidades de âmbito geral 67 Sector urbano 69 Sector agrícola 40 Sector energético 8 Sector industrial 52 Turismo 5 Total 241

2. Foram enviados ofícios a todos os conselheiros dos CBH e CCDR e cerca de mil e-mails.

3. Foram publicados quatro anúncios em jornais nacionais de referência e de grande tiragem (EXPRESSO, Público e Jornal de Notícias).

4. A página de Internet com informação sobre o Processo de Participação Pública esteve on line durante cerca de seis meses.

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Por seu turno, para quantificar a eficácia dos métodos de divulgação utilizados, analisaram-se as tabelas e figuras seguintes, tendo-se concluído que:

1. Dos 250 participantes nas sessões que responderam à questão sobre o modo de conhecimento do evento, mais de 60% disseram ter sido através do e-mail / ofício.

2. Com excepção da sessão de Lisboa, a percentagem de participantes que tomou conhecimento do evento através de e-mail / ofício atinge valores superiores a 70%, reduzindo-se esta percentagem para valores inferiores a 10% no que se refere ao site do INAG.

3. Na sessão de Lisboa, pelo contrário, a distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento da sessão distribui-se quase homogeneamente: 34% através de e-mail, 36% através do site e 30% para os outros tipos de divulgação.

Tabela 3.2. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento.

Modo de conhecimento do evento Sessão E-mail / Ofício Outros Site do INAG Total

Beja 54 14 7 75 Lisboa 26 23 27 76 Tomar 43 11 2 56 Vila Real 33 9 1 43 Total 156 57 37 250

Outros23%

Site do INAG15%

E-mail / Ofício do INAG

62%

Figura 3.3. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento (global).

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Beja

Lisboa

Tomar

Vila Real

Sess

ão

N.º de participantes

E-mail / Ofício do INAGOutrosSite do INAG

Figura 3.4. – Distribuição dos participantes de acordo com o modo de conhecimento do evento

(por sessão).

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Foi solicitado aos participantes das sessões que fizessem uma avaliação da divulgação efectuada pelo INAG. Os resultados apresentam-se de seguida e sugerem que:

1. Cerca de 50% dos inquiridos atribuíram classificação 4 ou 5 (numa escala de 1 a 5) à questão formulada sobre se houve uma divulgação adequada das sessões. Esta percentagem ascende a cerca de 55% nas sessões de Lisboa e Beja, diminuindo para aproximadamente 30% para as sessões de Vila Real e Tomar.

2. A maior parte dos participantes (cerca de 70%) atribuíram classificação 3 e 4 ao modo de divulgação das sessões. No entanto, um terço dos inquiridos nas sessões de Tomar e Vila Real atribuíram a classificação 2, diminuindo essa percentagem para cerca de 10% nos inquiridos das sessões de Lisboa e Beja.

Tabela 3.3. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: houve uma divulgação adequada da sessão?

Houve uma divulgação adequada da sessão? Classificação Tomar Vila Real Beja Lisboa TOTAL 1 0 1 0 2 3 2 11 10 8 7 36 3 10 10 22 15 57 4 6 6 34 19 65 5 4 4 3 10 21

12% 2

20%

331%

436%

511%

Figura 3.5. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

houve uma divulgação adequada da sessão? (global).

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Tomar

Vila Real

Beja

Lisboa

Sess

ão

N.º de participantes0

1 2 3 4 5

Figura 3.6. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

houve uma divulgação adequada da sessão? (por sessão).

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SESSÕES PÚBLICAS:

A avaliação das sessões públicas foi feita recorrendo aos inquéritos efectuados aos participantes das mesmas, cujos resultados se sintetizam na tabela e figuras seguintes. Mais especificamente foram analisadas as respostas dadas pelos participantes sobre as seguintes questões:

A sessão foi útil?

A sessão foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH?

A sessão teve resultados positivos?

A informação disponibilizada para esta sessão foi clara? Tabela 3.4. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída às questões

relativas ao conteúdo das sessões públicas.

N.º de respostas segundo a classificação às questões Questões / Classificação Tomar Vila Real Beja Lisboa Total 1 0 0 3 3 6 2 0 0 10 3 13 3 6 6 18 11 41 4 22 21 28 23 94

A sessão foi útil?

5 4 4 10 16 34 1 0 0 0 1 1 2 1 1 9 5 16 3 9 9 20 17 55 4 21 21 27 24 93

A sessão foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH?

5 1 1 12 9 23 1 0 0 2 2 4 2 0 0 9 1 10 3 7 7 25 13 52 4 19 19 27 27 92

A sessão teve resultados positivos?

5 3 0 2 11 16 1 0 1 0 2 3 2 0 3 5 4 12 3 18 18 24 23 83 4 7 7 36 19 69

A informação disponibilizada para esta sessão foi clara?

5 3 3 3 8 17

Da sua análise é possível concluir que:

1. Em termos globais, e com excepção da última questão, cerca de 50% dos inquiridos atribuíram classificação 4 às questões supra mencionadas. A distribuição dos participantes de acordo com a classificação é, aliás, muito similar para todas as questões.

2. Quando inquiridos sobre se a sessão foi útil, quase 70% dos participantes atribuíram classificação 4 e 5. Nas sessões de Vila Real e Tomar não foram atribuídas classificações 1 e 2 a este tema.

13%

27%

322%

450%

518%

Figura 3.7. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão foi útil? (global).

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0 10 20 30 40 50 60 70 8

Tomar

Vila Real

Beja

LisboaSe

ssão

N.º de participantes0

1 2 3 4 5

Figura 3.8. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

a sessão foi útil? (por sessão).

3. Em relação à questão: “A sessão foi esclarecedora sobre o processo de

elaboração dos PGRH?”, a maior parte das respostas incidiram sobre a classificação 4.

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Tomar

Vila Real

Beja

Lisboa

Sess

ão

N.º de participantes0

1 2 3 4 5

Figura 3.9. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a sessão

foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH? (por sessão).

11%

29%

329%

449%

512%

Figura 3.10. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a

sessão foi esclarecedora sobre o processo de elaboração dos PGRH? (global).

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4. Relativamente aos resultados da questão: “A sessão teve resultados positivos?”, as respostas centraram-se na classificação 4.

0 10 20 30 40 50 60 7

Tomar

Vila Real

Beja

Lisboa

Sess

ão

N.º de participantes0

1 2 3 4 5

Figura 3.11. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

a sessão teve resultados positivos? (por sessão). 1

2%2

6%

330%

453%

59%

Figura 3.12. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

a sessão teve resultados positivos? (global).

5. Apenas na resposta à questão sobre a clareza da informação disponibilizada as posições sofreram uma apreciável alteração, passando a ser a classificação 3 a mais apontada.

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Tomar

Vila Real

Beja

Lisboa

Sess

ão

N.º de participantes0

1 2 3 4 5

Figura 3.13. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão:

a informação disponibilizada para esta sessão foi clara? (por sessão).

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12%

27%

344%

438%

59%

Figura 3.14. – Distribuição dos participantes de acordo com a classificação atribuída à questão: a

informação disponibilizada para esta sessão foi clara? (global).

CRÍTICAS E SUGESTÕES

DIVULGAÇÃO:

Relativamente à divulgação do processo de participação pública, foram feitas, pelos participantes, as seguintes sugestões:

Promover uma maior divulgação, informação e conteúdos.

Promover a divulgação das sessões.

Promover a divulgação através dos meios de comunicação social e das escolas do ensino obrigatório.

SESSÕES PÚBLICAS:

No que respeita ao conteúdo das sessões, foram feitas as seguintes críticas:

Apresentação pouco interessante e com demasiada informação.

Tempo reduzido de debate, tendo-se perdido a oportunidade de participação pública.

Sessão desadequada a membros eleitos.

Sessão de esclarecimento, contudo pouco participativa.

Apresentação demasiado longa.

Apresentação com demasiada informação.

Foi relativamente ao conteúdo das sessões que mais se registaram sugestões:

Reduzir o tamanho das apresentações; promover apresentações mais sucintas; promover apresentações mais dinâmicas e resumidas; promover apresentações mais dinâmicas e interactivas; promover intervenções mais curtas (no máximo de 15 minutos); alargar o período de questões e debate / promover a utilização de meios legíveis pelo público.

Definir os objectivos específicos das sessões / privilegiar a abordagem de casos práticos de cada Região Hidrográfica / privilegiar a apresentação de dados concretos / promover a disponibilização de valores precisos.

Promover sessões que não visem somente o cumprimento de imperativos externos / tornar as sessões mais técnicas e menos legislativas / evitar que o processo de participação pública seja um mero procedimento legislativo.

Promover a discussão do programa de medidas e não o enquadramento do Planeamento.

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AVALIAÇÃO PRELIMINAR

Da análise efectuada aos elementos apresentados pode concluir-se que:

O processo de divulgação das sessões efectuado pelo INAG foi globalmente bastante positivo, o que aliás foi reconhecido pelo público das sessões, que atribuiu classificações elevadas a esta componente.

O meio mais eficaz de divulgação das sessões foi o e-mail / ofício.

Conquanto seja útil promover a divulgação através da comunicação social, sugerida pelos participantes, pela abrangência do público-alvo, os custos financeiros inerentes são extremamente elevados.

Segundo a avaliação efectuada pelos inquiridos, pode considerar-se que, em termos gerais, as sessões foram úteis e esclarecedoras sobre o processo de elaboração dos PGRH e que teve resultados positivos.

As críticas formuladas pelos participantes centraram-se na informação disponibilizada nas sessões. De facto, os inquiridos consideraram as apresentações demasiado longas, com muita informação e de âmbito mais legislativo do que técnico. Foram ainda da opinião que deveria ser alargado o tempo de debate.

Deve ter-se em conta que as sugestões quanto à apresentação de casos práticos para cada RH não faria sentido neste procedimento por se tratar de um calendário e de um programa de trabalhos que tem que obedecer forçosamente ao preconizado pela Lei da Água/DQA e que é o mesmo para todas as RH.

Outras sugestões, como seja a discussão dos programas de medidas, também não faria qualquer sentido neste procedimento, mas sim quando for realizada a consulta pública da versão provisória dos PGRH.

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3.2. QUE PÚBLICO DEVE SER ENVOLVIDO NO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DOS PGRH?

O QUE PRECONIZA A DQA/LA

Tal como referido anteriormente:

A consulta pública e a divulgação de informação devem envolver o público em geral.

O envolvimento activo concita à participação das partes interessadas ou stake holders.

O Guia sugere que devem ser envolvidos no processo de consulta pública, entre outros, os seguintes stake holders:

Autoridades eleitas.

Grupos locais.

Cidadãos individuais.

Agricultores.

Representantes de indústrias e de empresas.

O QUE FOI FEITO PELO INAG

Foi intenção do INAG que participassem no processo de consulta pública todas as pessoas singulares ou colectivas, directa ou indirectamente afectadas pela implementação dos PGRH, em particular, a Administração Pública central e local, empresas, instituições de natureza científica, associações não governamentais, associações locais diversas, quadros técnicos e administrativos e cidadãos individuais.

Mais especificamente, foram “convidados” a ter um papel activo neste processo:

As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Outros organismos da administração pública com competências no sector da água.

O Conselho Nacional da Água (CNA) e os conselhos de bacia hidrográfica (CBH).

As organizações não governamentais de ambiente (ONGA).

As associações e organizações sectoriais (urbano, agricultura, indústria, energia e turismo).

A Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH).

Todos os cidadãos com interesse no acompanhamento das matérias relativas à água.

INDICADORES

Em termos gerais:

1. Nas sessões públicas estiveram presentes cerca de 280 participantes (4), tendo sido a de Lisboa a sessão mais participada (com 86 participantes), logo seguida da de Beja (com 81). Nas sessões de Tomar e Vila Real estiveram presentes, respectivamente 68 e 48 pessoas.

2. O público das sessões representou cerca de 147 entidades e 30 municípios, de acordo com a distribuição por sessão apresentada na tabela seguinte.

Tabela 3.5. – N.º de participantes e de entidades e municípios representados nas sessões públicas.

Sessão N.º de participantes N.º de entidades representadas

N.º de municípios representados

Beja 81 48 15 Lisboa 86 33 5 Tomar 68 53 4 Vila Real 48 27 8 Total 283 147 30

4 Note-se que os 283 participantes não responderam à totalidade das questões formuladas quer nas fichas de caracterização do público presente, quer nos inquéritos de avaliação da sessão.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

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Por outro lado, o público presente foi representativo da diversidade de entidades envolvidas no processo de consulta pública dos PGRH, em termos de:

1. Carácter do organismo representado: associativo, privado, público ou público empresarial – vide tabela e figuras seguintes.

Verifica-se que mais de 60% dos participantes pertencem a organismos públicos (como Câmaras Municipais, CCDR, Direcções Gerais, etc.). A participação de organismos públicos foi especialmente significativa na sessão de Vila Real (96% dos presentes).

Note-se ainda que mais de metade dos presentes na sessão de Lisboa pertenciam ao sector privado (sobretudo empresas consultoras).

Refira-se, por fim, que os representantes do sector público empresarial (como é o caso das participadas do Grupo Águas de Portugal e da EDIA) correspondem a 8% dos representantes.

Tabela 3.6. – Distribuição dos participantes de acordo com o carácter da entidade que representam.

N.º de participantes Carácter da entidade Beja Lisboa Tomar Vila Real Total

Associativo 10 3 18 1 32 Privado 4 30 6 0 40 Público 46 23 38 43 150 Empresarial 11 2 5 1 19

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Beja

Lisboa

Tomar

Vila Real

0

AssociativoPrivadoPúblicoPúblico Empresarial

Figura 3.15. – Distribuição dos participantes de acordo com o carácter da entidade que representam

(por sessão).

Associativo13%Privado

17%

Público62%

Público Empresarial

8%

Figura 3.16. – Distribuição dos n.º de participantes de acordo com o carácter do organismo que

representam (global).

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2. Natureza do organismo, analisada de acordo com a tipologia apresentada na tabela e figuras seguintes.

Tabela 3.7. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam.

N.º de representantes Natureza da entidade representada Beja Lisboa Tomar Vila Real Associação de Desenvolvimento Local / Regional 1 0 6 0 Empresa Privada 10 32 5 1 Empresa Pública 4 0 6 4 Organismo da Administração Central / Regional / Local 45 19 34 39 Organização Não Governamental de Ambiente 1 1 3 0 Organização Profissional 2 4 11 1 Outra 6 1 2 3 Universidade / Centro de Investigação 3 7 0 0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Asso

ciaç

ão d

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ocal

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Pro

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idad

e / C

entro

de

Inve

stig

ação

Vila Real

Tomar

Lisboa

Beja

Figura 3.17. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam

(por sessão).

Empresa Pública6%

Empresa Privada19%

Universidade / Centro de

Investigação4%

Organização Profissional

7%

Organismo da Administração

Central / Regional / Local

54%

Associação de Desenvolvimento Local / Regional

3%

Outra5%

Figura 3.18. – Distribuição dos participantes de acordo com a natureza da entidade que representam

(global).

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3. Âmbito geográfico da entidade representada: local, regional ou nacional.

Com base nos elementos (tabelas e figuras) seguidamente apresentados, conclui-se que:

São as entidades de âmbito nacional que têm maior representatividade nas sessões, logo seguida pelas de âmbito regional.

As autoridades locais correspondem a 20% dos representantes. Na sessão de Lisboa esse valor é de apenas 12%.

Tabela 3.8. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade representada.

N.º de representantes Âmbito da entidade representada Beja Lisboa Tomar Vila Real Total

Distrital 1 0 0 0 1 Local 17 8 8 14 47 Nacional 14 55 23 14 106 Regional 40 4 36 20 100

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Beja

Lisboa

Tomar

Vila Real

0

Distrital Local

Nacional Regional

Figura 3.19. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade

representada (por sessão).

Distrital0%

Local19%

Nacional42%

Regional39%

Figura 3.20. – Distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade

representada (global).

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4. Sector económico representado: de acordo da tipificação seguidamente apresentada, verifica-se a preponderância da presença do sector agrícola (20% dos presentes), especialmente em Beja e em Tomar, da administração pública local (17% dos presentes) e do ambiente (16% das presenças). Também não é desprezável, especialmente em Lisboa, a presença de representantes de empresas consultoras, que correspondem a 14% dos presentes.

Tabela 3.9. – Distribuição dos participantes de acordo com o sector económico da entidade representada.

N.º de representantes Sector Económico Beja Lisboa Tomar Vila Real Administração Hidráulica 0 5 0 0 Administração Portuária 1 0 4 5 Administração Pública Local 16 8 6 10 Agricultura 19 5 20 4 Ambiente 14 0 12 13 Aquacultura 0 0 0 1 Comunicação Social 0 0 2 0 Consultoria 2 29 3 0 Economia 2 0 0 0 Energia 0 1 2 0 Florestas 4 0 0 0 Indústria 1 0 1 0 Investigação e Desenvolvimento 3 7 0 0 Ordenamento do Território 0 0 2 0 Protecção Civil 1 0 0 7 Saúde 2 0 5 1 Serviços da Água 2 3 7 4 Turismo 4 0 3 0 Total 71 58 67 45

0

10

20

30

40

50

60

Adm

inis

traçã

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Adm

inis

traçã

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inis

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Serv

iços

da

Água

Turis

mo

Sector Económico

N.º

de re

pres

enta

ntes

Vila Real

Tomar

Lisboa

Beja

Figura 3.21. – Distribuição dos participantes de acordo com o sector económico da entidade

representada (por sessão).

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Por fim, para avaliar a diversidade e abrangência do público envolvido, analisou-se:

5. O grau de escolaridade dos participantes (vide tabela e figuras seguintes).

Com base nos dados disponíveis, é possível concluir que cerca de 96% dos presentes nas sessões possuem formação superior: bacharelato, licenciatura ou pós-graduação. Tabela 3.10. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade.

N.º de representantes Grau escolaridade Beja Lisboa Tomar Vila Real Total Ensino Secundário 4 1 2 2 9 Ensino Superior (Bacharelato) 1 1 9 36 47 Ensino Superior (Licenciatura) 40 28 42 2 112 Ensino Superior (Pós-graduação) 27 34 12 8 81 Sem Ensino Básico completo 0 0 1 0 1 Total 72 64 66 48 250

0 20 40 60 80

Beja

Lisboa

Tomar

Vila Real

Ensino Superior(Pós-graduação)Ensino Superior(Licenciatura)

Ensino Superior(Bacharelato)

EnsinoSecundário

Sem EnsinoBásicocompleto

Figura 3.22. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade (por sessão).

Ensino Superior (Licenciatura)

45%

Ensino Superior (Bacharelato)

19%

Sem Ensino Básico completo

0%

Ensino Secundário

4%

Ensino Superior (Pós-

graduação)32%

Figura 3.23. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu grau de escolaridade (global).

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6. Tipo de formação universitária dos participantes nas sessões públicas – vide Tabela 3.11. Conclui-se que apesar da diversidade, cerca de 60% dos participantes têm como formação profissional as seguintes áreas: Engenharia Civil, Engenharia Agrícola, Engenharia do Ambiente e Engenharia de Recursos Hídricos. Por seu turno, quase 70% dos participantes têm formação em engenharia.

Tabela 3.11. – Distribuição dos participantes de acordo com o seu tipo de formação universitária.

Formação universitária N.º de representantes Engenharia Civil 46 Engenharia Agrícola 43 Engenharia do Ambiente 36 Engenharia de Recursos Hídricos 16 Geologia 9 Geografia 7 Engenharia 7 Engenharia Química 6 Química 5 Medicina 5 Hidrogeologia 5 Engenharia Florestal 4 Engenharia Electrotécnica 4 Engenharia Biofísica 4 Biologia 4 Economia 3 Arquitectura 3 Planeamento Regional e Urbano 2 Farmácia 2 Engenharia Mecânica 2 Engenharia Geográfica 2 Direito 2 Ciências Sociais 2 Ciências do Meio Aquático 2 Administração Pública 2 Turismo e marketing 1 Turismo 1 Sociologia e Gestão Ambiental 1 Sociologia 1 Saúde Ambiental 1 Ordenamento do Território 1 Informática 1 História da Arte 1 Gestão Informação 1 Gestão e Desenvolvimento Rural 1 Gestão Bancária 1 Física 1 Estudos Europeus 1 Engenharia Zootécnica 1 Engenharia e Arquitectura Naval 1 Engenharia de Minas 1 Engenharia de Materiais 1 Engenharia Bioquímica 1 Educação 1 Comunicação 1 Ciências Geofísicas – Oceanografia 1 Ciências do Ambiente 1 Bioquímica 1 Total 250

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CRÍTICAS E SUGESTÕES

Relativamente ao público-alvo da consulta pública, os participantes das sessões fizeram as seguintes sugestões:

Considerar o sector do turismo.

Fomentar a participação do sector agrícola.

Fomentar a presença das entidades espanholas.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR

A análise efectuada permite concluir que estiveram representadas: CCDR, organismos da administração pública com competências no sector da água, os CBH, as ONGA e organizações sectoriais.

De facto, estiveram presentes 283 pessoas, representando quase 150 diferentes entidades e cerca de 30 municípios. Apesar da evidente diversidade de participantes, foram as entidades de carácter público que estiveram mais representadas, em especial os organismos da administração nacional, regional e local. Note-se, contudo, a fraca adesão das entidades locais, sobretudo quando comparadas com as de âmbito geográfico regional e nacional. Os sectores económicos mais representados foram a agricultura, o ambiente e a consultoria.

De referir que o sector do turismo e agrícola foram convidados a participar, tal com os outros sectores de actividade.

Por outro lado, verifica-se que o público interessado na temática em análise tem sobretudo formação superior (96% dos presentes), especialmente os profissionais com formação em engenharia, que corresponderam a mais de 70% dos participantes.

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3.3. A QUE ESCALA DEVE SER ORGANIZADO O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DOS PGRH?

O QUE PRECONIZA A DQA

A implementação da directiva requer actividades a escalas diferentes:

A nível internacional, nacional, regional e local.

À escala da região hidrográfica, da bacia hidrográfica, da massa de água, etc.

Coloca-se por isso a questão de saber a que escala deve ser organizada a participação pública.

O artigo 14.º da DQA vem exigir a consulta pública no processo de planeamento dos PGRH e como tal deve ser adoptada a escala da região hidrográfica ou da parte nacional da região hidrográfica internacional.

Segundo o Guia, existem boas razões para organizar a participação pública a escalas menores. A nível local, os efeitos da gestão da água serão sentidos de forma mais directa e podem ser esperadas mais reacções dos stake holders caso a participação seja organizada a esta escala.

Ainda de acordo com este documento, se a nível da região hidrográfica só é organizada uma conferência os assuntos só serão discutidos a nível geral. Devem por isso ser fomentados processos de consulta pública a nível local e regional, organizados não só pela autoridade competente pela região hidrográfica mas também por entidades regionais e locais.

Deve, no entanto, ter-se em conta os custos associados.

O QUE FOI FEITO PELO INAG

O INAG, enquanto autoridade nacional, organizou o processo de participação pública:

A nível nacional.

A nível regional: através da promoção de sessões de apresentação e discussão do calendário e programa de trabalhos para elaboração dos PGRH – vide figura seguinte.

Vila Real

Tomar

Beja

Lisboa

Figura 3.24. – Identificação dos locais de realização das

sessões.

Importa notar que nesta fase não estão ainda em funcionamento as Administrações de Região Hidrográfica (5), que facilitariam a promoção de processos de consulta pública a escalas mais pequenas.

5 Criadas pelo Decreto-Lei n.º 208/2007, de 29 de Maio, que aprova a orgânica das Administrações das Regiões Hidrográficas, I. P.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

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INDICADORES

A distribuição dos participantes de acordo com o âmbito geográfico da entidade foi já apresentada na Figura 3.19. e na Figura 3.20. Este indicador permite avaliar se a escala adoptada foi eficaz no envolvimento dos diferentes tipos de entidades: nacionais, regionais e locais.

Note-se ainda que estiveram presentes nas sessões, entre outros, representantes de:

147 diferentes entidades.

30 municípios (dos 279 existentes no continente).

Todas as CCDR (no total de 25 participantes) e do INAG.

Direcções gerais da Agricultura, Saúde, Turismo e Recursos Florestais.

Associações de regantes e de beneficiários de obras hidro-agrícolas.

Sector industrial.

Serviços hídricos, nomeadamente de entidades gestoras de sistemas multimunicipais em Alta e em Baixa.

Organizações não Governamentais de Ambiente.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

No que diz respeito à escala adoptada para a realização das sessões de consulta pública, foram feitas pelos participantes as seguintes sugestões:

Promover acções locais.

Promover a diversificação geográfica das sessões.

Promover reuniões temáticas que desenvolvam a abordagem técnica das actividades previstas.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR

A análise efectuada permite concluir que a escala adoptada para a realização foi a mais adequada aos objectivos pretendidos.

A opção por esta escala resultou num equilíbrio entre:

A vontade de envolver o maior número possível de entidades regionais e locais e o público em geral (que, como vimos, responde melhor a acções locais).

Os custos associados à promoção de sessões locais – que permitiriam a análise de informação a menores escalas e com maior detalhe.

Saliente-se ainda, a este respeito, que não faria sentido neste procedimento a promoção de reuniões locais em que se discutissem questões específicas de cada região visto que o calendário e programa de trabalhos é igual para todas as RH e resulta de imperativos legais.

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31

3.4. COMO CALENDARIZAR O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA?

O QUE PRECONIZA A DQA

A calendarização dos processos de consulta pública deve obedecer ao estipulado no artigo 14.º da DQA, que se sintetiza de seguida.

Tabela 3.12. – Calendarização do processo de consulta pública.

Dezembro 2006 Calendário e programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH, incluindo uma lista das medidas de consulta a tomar, pelo menos três anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Dezembro 2007 Síntese intercalar das questões significativas relativas à gestão da água detectadas na bacia hidrográfica, pelo menos dois anos antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Dezembro 2008 Projectos do plano de gestão de bacia hidrográfica, pelo menos um ano antes do início do período a que se refere o plano de gestão.

Dezembro 2009 Início da implementação dos PGRH

De acordo com o Guia, as partes interessadas devem ser envolvidas assim que seja possível e antes que as decisões sejam tomadas.

O QUE FOI FEITO PELO INAG

Apresenta-se na Tabela 3.13. a síntese da calendarização do processo de participação pública. Tabela 3.13. – Calendarização do processo de participação pública seguido pelo INAG.

Tarefa Período

Elaboração do calendário e programa de trabalhos Outubro 2006 – Janeiro 2007

Preparação dos materiais de apoio à consulta pública (folheto e documento de apoio)

Janeiro 2007 (foram produzidos 400 exemplares de cada)

Colocação da documentação do site do INAG Fevereiro 2007

Anúncio na imprensa escrita (Expresso, Público e Jornal de Notícias) Fevereiro 2007

Envio de ofícios às CCDR e CNA para informação de abertura de procedimento 8 Março 2007

E-mail a 241 entidades para divulgação da abertura do procedimento 8 Março 2007

Elaboração de materiais de apoio às sessões: Ficha de inscrição e avaliação, Agenda; Cartazes Final de Fevereiro de 2007

Oficio às CCDR a solicitar a convocação dos CBH por elas presididos Início Março 2007

Convocatória aos CBH presididos pelo INAG (rios internacionais) Início Março 2007

Anúncios na imprensa escrita (sessão Vila Real) 17 Março (Jornal de Notícias)

Envio de e-mail a 241 entidades para divulgação das sessões

2 Semanas antes do início de cada sessão

Confirmação aos CBH via ofício, da data e local de realização das sessões

Cerca de 2 semanas antes das sessões de Vila Real, Tomar e Beja

Confirmação via telefone das presenças dos Conselheiros dos CBH presididos pelo INAG

1 Semana antes do inicio das sessões de Vila Real, Tomar e Beja

Sessões públicas

Realização das sessões 20 Março, 10 Abril, 8 Maio, 27 Junho

Avaliação do procedimento de Consulta pública Agosto a Outubro de 2007

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INDICADORES

---

CRÍTICAS E SUGESTÕES

Não foram feitas críticas e sugestões sobre a calendarização do processo de consulta pública.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR

Considera-se que de um modo geral o INAG organizou de forma adequada e atempada o processo de participação pública.

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3.5. COMO PROMOVER A INTEGRAÇÃO DOS CONTRIBUTOS DO PÚBLICO NOS PGRH?

O QUE FOI FEITO PELO INAG

Os requisitos estabelecidos na DQA e na Lei da Água foram cumpridos através da recolha de todos os contributos do público auscultado e da sua análise e interiorização nos PGRH.

A análise e tratamento dessa informação resultou na elaboração do presente relatório.

Deverão ainda constar dos alterações

s dos contributos obtidos do processo de consulta pública.

PGRH as resultante

O QUE PRECONIZA A DQA

Como referido anteriormente, de acordo com o Anexo VII da DQA, os planos de gestão das bacias hidrográficas devem abranger (…): um resumo das medidas de consulta e informação do público que tenham sido tomadas, os resultados dessas medidas e as alterações ao plano daí resultantes.

A directiva requer assim a elaboração de relatórios sobre os processos de participação pública. De acordo com o Guia este requisito pode ser cumprido através da elaboração de um documento que contenha:

As medidas tomadas e as técnicas usadas.

As respostas recebidas de cada um dos sectores.

As implicações das intervenções dos participantes nos PGRH.

É também recomendado nesse documento que sejam adicionados indicadores qualitativos ao Relatório, como:

Factos e figuras: descrição do plano de participação pública (objectivos e métodos, quem foi contactado e porquê, quantos reagiram, etc.).

Avaliação da satisfação dos participantes (como é que os participantes julgaram a informação fornecida, etc.).

Comentários por sector.

INDICADORES

---

CRÍTICAS E SUGESTÕES

Foram efectuadas pelo público das sessões promovidas as seguintes sugestões

Considerar as políticas de preço da água (internalização dos custos e reflexos no consumidor).

Considerar o licenciamento das captações subterrâneas (facilidade excessiva nas autorizações).

Considerar a actividade das aquaculturas no âmbito da nova política de preços da água.

Promover mecanismos de participação pública ao longo de todo o processo de definição dos PGRH.

Promover a relação entre os PGRH e os PBH.

Promover a constituição de comissões científicas e de acompanhamento dos Planos.

Promover uma legislação que penalize severamente os poluidores.

Promover a discussão acerca da poupança e economia da água e distribuição equitativa da água no território nacional.

AVALIAÇÃO PRELIMINAR

Considera-se muito positivo que a equipa do INAG tenha:

Estado disponível, durante mais de seis meses, para a auscultação pública, quer por via escrita, quer presencial.

Promovido sessões que para além de informarem o público, fomentavam a sua participação activa, através de um espaço dedicado ao debate.

Realizado inquéritos de satisfação aos presentes nas sessões de divulgação do

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Promover a criação de uma plataforma de trabalho (baseada em tecnologia web) que privilegie o acesso e troca de informação e a transmissão de conhecimento.

Considerar os custos das medidas a tomar, de modo a tornar as inspecções adequadas e eficientes.

Considerar a política de preços em relação às rendas per capita por regiões.

Disponibilizar os relatórios desenvolvidos sobre os planos de monitorização.

Disponibilizar a distribuição geográfica das massas de água.

Promover a intersecção dos PGRH com as orientações dos PBH.

Promover o registo dos contributos para futura utilização.

programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH

Registado as críticas e sugestões formuladas pelo público presente nas sessões.

Promovido a análise objectiva e rigorosa dos resultados obtidos.

Fomentado a realização de um relatório, cujo conteúdo será interiorizado nos PGRH, que contemple a avaliação do processo de participação pública.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sintetiza-se nos parágrafos seguintes os aspectos mais importantes analisados nos capítulos anteriores:

1. Considera-se que, de um modo geral, o INAG organizou de forma adequada e atempada todo o processo de participação pública e que o processo de divulgação das sessões foi globalmente bastante positivo (facto reconhecido pelo público das sessões que atribuiu classificações elevadas a esta componente).

2. No que se refere concretamente aos meios de divulgação, concluiu-se que conquanto possa ser útil promover a divulgação através da comunicação social (pela abrangência do público-alvo) os custos financeiros inerentes a esta solução são extremamente elevados. Além de que se tornou notório que o meio mais eficaz de divulgação das sessões foi o e-mail / ofício enviado pelo INAG.

3. Relativamente ao conteúdo das sessões públicas, conquanto os participantes inquiridos tenham considerado que as sessões tiveram resultados positivos e foram úteis e esclarecedoras sobre o processo de elaboração dos PGRH, foram tecidas muitas críticas ao tipo de informação disponibilizada nas sessões. De facto, os inquiridos consideraram as apresentações demasiado longas, com muita informação e de âmbito mais legislativo do que técnico, sugerindo ainda que o tempo de debate devesse ser alargado.

4. Deve ter-se em conta que as sugestões formuladas pelos participantes quanto à apresentação de casos práticos para cada Região Hidrográfica não faria sentido neste procedimento, porque este visava a apresentação e discussão de um calendário e de um programa de trabalhos que é comum a todas as Regiões Hidrográficas. Também não enquadraria neste procedimento a discussão dos programas de medidas, conforme foi sugerido por alguns participantes (esta discussão deverá ser realizada no âmbito da consulta pública da versão provisória dos PGRH).

5. Quanto ao público presente nas sessões, considera-se que estiveram representados os organismos que o INAG pretendia, a priori, ver envolvidos no processo de consulta pública: as CCDR, os organismos da administração pública com competências no sector da água, os CBH, as ONGA e as organizações sectoriais.

6. A análise efectuada permitiu concluir que foram as entidades de carácter público que estiveram mais representadas, em especial os organismos da administração de âmbito nacional e regional. Por outro lado, os sectores económicos mais representados foram a agricultura, o ambiente e a consultoria, verificando-se ainda que a maior parte do público interessado na temática possui formação superior, em especialmente os profissionais com formação em engenharia.

7. Pode também concluir-se, da avaliação efectuada, que a escala adoptada para a realização foi a mais adequada aos objectivos pretendidos, porque resultou de um equilíbrio entre a vontade de envolver o maior número possível de entidades regionais e locais e o público em geral (que responde melhor a acções locais) e os custos associados à promoção de sessões adicionais que permitissem a análise de informação a menores escalas e com maior detalhe.

8. Por fim, e no que se refere à integração dos contributos do público nos PGRH, considera-se muito positivo que a equipa do INAG tenha:

Estado disponível, durante mais de seis meses, para a auscultação pública, quer por via escrita, quer presencial.

Promovido sessões que para além de informarem o público, fomentavam a sua participação activa, através de um espaço dedicado ao debate.

Page 42: AVALIAO DO PROCESSO DE CONSULTA PBLICA DA … · como a base de suporte à gestão, à protecção e à valorização ambiental, social e económica das águas. Embora a elaboração

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA DO CALENDÁRIO E PROGRAMA DE TRABALHOS PARA A ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

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Realizado inquéritos de satisfação aos presentes nas sessões de divulgação do programa de trabalhos para a elaboração dos PGRH

Registado as críticas e sugestões formuladas pelo público presente nas sessões.

Promovido a análise objectiva e rigorosa dos resultados obtidos.

Fomentado a realização de um relatório, cujo conteúdo será interiorizado nos PGRH, que contemple a avaliação do processo de participação pública.

Face à avaliação efectuada, pode concluir-se que de um modo geral foram cumpridos os requisitos estabelecidos no “Guia da Participação Pública no âmbito da DQA” – vide tabela seguinte – e que o processo decorreu de modo globalmente bastante satisfatório.

Tabela 4.1. – Requisitos gerais estabelecidos no “Guia da Participação Pública no âmbito da DQA”.

1. Deve tornar-se claro quem é que está a ser consultado, acerca de que questões, com que calendário e para que objectivo. O processo de consulta pública é aberto a todos os participantes.

2. Os documentos sujeitos a consulta publica (calendário, programa de trabalhos, aspectos relativos à gestão dos recursos hídricos, etc.) devem ser simples e concisos. Devem ser elaborados sumários para público mais abrangentes.

3. A informação deve estar amplamente disponível, com o recurso a meios electrónicos e concebidos para captar a atenção de todas as partes interessadas e o público em geral.

4. Qualquer pessoa interessada deve ter pelo menos seis meses para responder aos documentos.

5. Os contributos devem ser analisados de forma cuidada e de “espírito aberto”, e os resultados amplamente divulgados, com informação acerca das opiniões expressas e das decisões tomadas com base na sua consideração.

7. As autoridades devem monitorizar e avaliar o processo de consulta.