avaliação do crescimento microbiano durante a maturação do queijo tipo petit reblochon - final

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Universidade Estadual de Ponta Grossa Departamento de Engenharia de Alimentos Janeiro de 2013 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO MICROBIANO DURANTE A MATURAÇÃO DO QUEIJO TIPO PETIT REBLOCHON Caroline Marques 1 , Guilherme A. S. Tedrus 2 1 Acadêmica do quarto ano de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa, integrante do Programa de Educação Tutorial - PET. E-mail: [email protected] 2 Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (2003), professor de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: [email protected] Resumo: A evolução da microbiota dos queijos maturados de superfície é bem visível e pouco estudada pelo meio científico. Os microorganismos presentes inicialmente no leite e mais os adicionados, conferem cor ao queijo, textura e aroma característicos, os quais merecem certa atenção pelo modo como se beneficiam durante seu desenvolvimento. Como objetivo, traçamos um perfil de crescimento dos principais microorganismos presentes, relacionando-os com as características finais de maturação do queijo francês Reblochon. A cor alaranjada da casca é resultado da inoculação de B. linens, as contaminações foram identificadas como Penicillium spp., a superfície branca é decorrente do crescimento de G. candidum e a estrutura desintegrada dos queijos é causada pela proteólise e lipólise excessivas. Palavras-chave: Geotrichum, microbiota de superfície, Brevibacterium. Summary: The evolution of the microflora of surface-ripened cheeses is visible and little studied by the scientific community. The microorganisms initially present in milk and plus the added, give the cheese color, texture and flavor, which deserve some attention for how it benefit by each other during its development. As a goal, we draw a profile of the main microorganisms growth, relating them to the final characteristics of French cheese Reblochon maturation. The orange peel is a result of inoculation with B. linens, contamination were identified as Penicillium spp., the white surface is due to the growth of G. candidum and the disintegrated structure of the cheeses is caused by excessive proteolysis and lipolysis. Keywords: Geotrichum, surface microflora, Brevibacterium. Introdução Os queijos de casca tratada com microrganismos de superfície, conhecidos também como surface-ripened cheeses constituem uma variedade de queijos na qual na sua superfície cresce uma microbiota complexa de bactérias Gram positivas que entre outras mudanças, tornam a casca alaranjada. Além disso, a adição de fungos, em conjunto com as bactérias, desenvolve um forte aroma e elevados níveis de proteólise e lipólise, principalmente na superfície do queijo. Os principais queijos dessa categoria são: Brick, Comté, Limburger, Saint Paulin e Reblochon, produzidos na Alemanha, Áustria, Bélgica e França (COSTA et al., 2009). Essa categoria de queijos representa uma pequena porção das variedades de queijo consumidas no mundo e possui a característica de ter um período de maturação inferior aos demais, que vai de semanas a poucos meses (BOCKELMANN et al., 2001). A umidade é o fator de maior importância, tanto durante a fabricação quanto na maturação, e deve ser monitorada. Segundo Costa et al. (2009) a umidade interfere diretamente na estrutura e consistência e durante a maturação favorece o

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    Departamento de Engenharia de Alimentos

    Janeiro de 2013

    AVALIAO DO CRESCIMENTO MICROBIANO DURANTE

    A MATURAO DO QUEIJO TIPO PETIT REBLOCHON

    Caroline Marques1, Guilherme A. S. Tedrus

    2

    1Acadmica do quarto ano de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa,

    integrante do Programa de Educao Tutorial - PET. E-mail: [email protected]

    2Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (2003), professor de

    Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: [email protected]

    Resumo: A evoluo da microbiota dos queijos maturados de superfcie bem visvel e

    pouco estudada pelo meio cientfico. Os microorganismos presentes inicialmente no leite e mais os

    adicionados, conferem cor ao queijo, textura e aroma caractersticos, os quais merecem certa ateno

    pelo modo como se beneficiam durante seu desenvolvimento. Como objetivo, traamos um perfil de

    crescimento dos principais microorganismos presentes, relacionando-os com as caractersticas finais

    de maturao do queijo francs Reblochon. A cor alaranjada da casca resultado da inoculao de B.

    linens, as contaminaes foram identificadas como Penicillium spp., a superfcie branca decorrente

    do crescimento de G. candidum e a estrutura desintegrada dos queijos causada pela protelise e

    liplise excessivas. Palavras-chave: Geotrichum, microbiota de superfcie, Brevibacterium.

    Summary: The evolution of the microflora of surface-ripened cheeses is visible and little

    studied by the scientific community. The microorganisms initially present in milk and plus the

    added, give the cheese color, texture and flavor, which deserve some attention for how it benefit by

    each other during its development. As a goal, we draw a profile of the main microorganisms growth,

    relating them to the final characteristics of French cheese Reblochon maturation. The orange peel is a

    result of inoculation with B. linens, contamination were identified as Penicillium spp., the white

    surface is due to the growth of G. candidum and the disintegrated structure of the cheeses is caused

    by excessive proteolysis and lipolysis. Keywords: Geotrichum, surface microflora, Brevibacterium.

    Introduo

    Os queijos de casca tratada com

    microrganismos de superfcie, conhecidos

    tambm como surface-ripened cheeses

    constituem uma variedade de queijos na qual na

    sua superfcie cresce uma microbiota complexa

    de bactrias Gram positivas que entre outras

    mudanas, tornam a casca alaranjada. Alm

    disso, a adio de fungos, em conjunto com as

    bactrias, desenvolve um forte aroma e elevados

    nveis de protelise e liplise, principalmente na

    superfcie do queijo. Os principais queijos dessa

    categoria so: Brick, Comt, Limburger, Saint

    Paulin e Reblochon, produzidos na Alemanha,

    ustria, Blgica e Frana (COSTA et al., 2009).

    Essa categoria de queijos representa uma

    pequena poro das variedades de queijo

    consumidas no mundo e possui a caracterstica

    de ter um perodo de maturao inferior aos

    demais, que vai de semanas a poucos meses

    (BOCKELMANN et al., 2001). A umidade o

    fator de maior importncia, tanto durante a

    fabricao quanto na maturao, e deve ser

    monitorada. Segundo Costa et al. (2009) a

    umidade interfere diretamente na estrutura e

    consistncia e durante a maturao favorece o

  • Universidade Estadual de Ponta Grossa

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    Janeiro de 2013

    desenvolvimento uniforme dos microrganismos

    na superfcie. Por isso so fabricados com um

    tempo maior de coagulao para permitir uma

    coalhada mais firme que retenha mais umidade.

    Alm disso, a coalhada cortada em gros de

    tamanho grande, para reduzir a exsudao do

    soro do gro.

    Dentre os queijos franceses, temos o queijo

    Reblochon, um queijo macio e com maturao

    de superfcie, que possui Appelation dOrigine

    Contrlee (AOC) desde 1958. Produzido desde o

    sculo XIII na regio de Savoie, tem seu nome

    derivado da tcnica especial de ordenha das

    vacas Abondance, Tarine e Montbliarde. As

    condies de maturao do Reblochon so

    bastante especficas, de 12-18C e umidade

    >90% em todo o perodo, que segundo Brennan

    et al. (2004) vai de 35-42 dias. Depois de 2-3

    semanas de maturao a microbiota da superfcie

    j est desenvolvida.

    A microbiota dos queijos de maturao de

    superfcie alm de complexa variada, sendo

    dividida em dois grupos: As culturas starter,

    tambm chamadas de bactrias cido lticas

    (LAB) e a microflora secundria, que inclui os

    fungos e bactrias adicionados a superfcie.

    Mais de 150 espcies de microorganismos j

    foram identificadas e isoladas do queijo

    Reblochon e segundo Fox et al. (2004) essa

    microbiota ainda no est nem perto de ser

    totalmente caracterizada. A grande quantidade

    de microorganismos encontrada confere ao

    queijo uma atividade de auto-proteo, pois

    inibe o crescimento de patgenos por

    concorrncia. So as enzimas produzidas por

    esses microorganismos que promovem a

    protelise e posteriormente e liplise durante a

    maturao, partindo da superfcie para a matriz

    do queijo, conferindo uma textura final macia.

    O queijo Reblochon inicialmente era

    fabricado com leite cru, porm do ponto vista da

    segurana alimentar, sabendo que a microbiota

    do leite cru mais diversificada em comparao

    com o leite pasteurizado que passou por

    tratamento trmico, a possibilidade de existirem

    microorganismos patognicos grande.

    Fox et al. (2004) acredita que inicialmente na

    superfcie os fungos oxidam o lactato a CO2 e

    gua, e liberam amnia atravs da desaminao

    dos aminocidos. Isso faz com que o pH da

    superfcie aumente de 5,0 para

    aproximadamente 6,5, favorecendo assim o

    crescimento das bactrias. E que essa interao

    entre fungos e bactrias essencial para o

    desenvolvimento de cor, aroma e textura na

    maturao. Segundo Brennan et al. (2004) os

    fungos dominam os estgios iniciais da

    maturao e a partir da, desenvolvem-se as

    bactrias halotolerantes principalmente as do

    gnero Corynebacterium. Os preparados

    comerciais para inoculao de superfcie

    incluem principalmente a Corynebacteria

    chamada Brevibacterium linens, e os fungos

    Debaryomyces hansenii e Geotrichum

    candidum. Os dois ltimos crescem de maneira

    conjunta a favorecer o desenvolvimento da

    bactria mesoflica Brevibacterium linens.

    O objetivo principal desse artigo consiste na

    verificao da evoluo do crescimento

    microbiano, dos diferentes microorganismos

    presentes, adicionados ou no, no decorrer da

    maturao do queijo tipo Petit Reblochon,

    fabricado com leite cru e leite pasteurizado,

    maturado em condies controladas de

    temperatura e umidade. A partir dos resultados

    das contagens microbiolgicas durante a

    maturao do queijo Reblochon, construir um

    grfico demonstrando a evoluo desse

    crescimento durante o perodo, e comparar os

    resultados obtidos com trabalhos realizados por

    outros pesquisadores. Todos os resultados sero

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    Janeiro de 2013

    avaliados estatisticamente pela anlise de

    varincia (ANOVA) comparando as mdias pelo

    mtodo de Tukey com 5% de significncia.

    FIGURA 1 Protocolo de fabricao do queijo

    Reblochon. *Ingredientes: Fermento Lctico Mesfilo (L.

    lactis, L. cremosis e S.thermophilus) e Cloreto de clcio

    50%. **Borrifao com soluo salina de G e G+ com

    viragem dos queijos (FONTE: A autora).

    Materiais e Mtodos

    As anlises foram realizadas nas instalaes

    do Centro de Tecnologia Agro-Alimentar do

    Departamento de Engenharia de Alimentos da

    Universidade Estadual de Ponta Grossa (CTA-

    DEA/UEPG), localizado no municpio de Ponta

    Grossa PR. A fabricao do queijo Reblochon

    foi feita na Escola Tecnolgica de Leite e

    Queijos (ETLQueijos) instalada dentro da

    UEPG. O leite bovino da raa Holandesa foi

    fornecido pela Fazenda- Escola Capo da Ona

    da UEPG, localizada a aproximadamente 5 km

    do CTA- DEA/UEPG. Imediatamente aps a

    ordenha, o leite foi transportado para o local de

    produo em recipientes plsticos higienizados

    com capacidade de 20 litros cada. Uma amostra

    do leite cru foi coletada em um recipiente

    autoclavado de vidro, para posterior anlise. O

    esquema geral, ou seja, o protocolo de

    elaborao do queijo Reblochon apresentado

    na Figura 1. Aps a recepo, o leite foi dividido

    em duas pores: 1) Sem tratamento trmico,

    leite cru; 2) Para pasteurizao HTST (72-

    75oC/15-20 segundos) em trocador de calor de

    placas. As duas pores de leite,

    independentemente da realizao do tratamento

    trmico, foram utilizadas para a elaborao do

    queijo tipo Reblochon. Os dois processamentos

    foram realizados no mesmo dia e seguiram

    exatamente o protocolo descrito na Figura 1.

    Os queijos foram maturados em uma estufa

    incubadora BOD regulada a 18C e UR 95% -

    e separados em quatro tipos: Fabricado com leite

    cru e inoculado com soluo salina de

    Geotrichum candidum na superfcie (C),

    fabricado com leite cru e inoculado com soluo

    salina de Geotrichum candidum, Brevibacterium

    linens e Debaryomyces hansenii na superfcie

    (C+), fabricado com leite pasteurizado e

    inoculado com soluo salina de Geotrichum

    candidum na superfcie (P), fabricado com leite

    pasteurizado e inoculado com soluo salina de

    2 viragens: 30

    min e 1h30min

    Adicionar

    coalho

    Recepo do Leite

    (100L)

    Leite cru (50L) Leite cru (50L)

    Pasteurizao

    HTST (75oC/15s)

    Coagulao (T=34-35oC/1hora)

    Corte (T= 34-35oC/7min)

    Repouso (T= 34-35oC/22min)

    Agitao Lenta (T=34-35oC/8min)

    Repouso (T= 34-35oC/10min)

    Pr-maturao (25 min)

    Mistura de

    ingredientes ao leite

    (T=32-34oC)*

    Prensagem (3horas)

    Salga (20% - T=12oC/2h)

    Pesagem

    Pr-maturao (T= 18oC/ 95% UR 5 dias)**

    Maturao (T= 12oC/ 95% UR 23 dias)

    Enformagem/Pr- prensagem (30 min)

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    Geotrichum candidum, Brevibacterium linens e

    Debaryomyces hansenii na superfcie (P+). As

    solues salinas 0,1% foram preparadas

    assepticamente e borrifadas na superfcie dos

    queijos nos cinco primeiros dias de maturao

    (18C), seguido da viragem dos mesmos e

    mudana da temperatura da BOD para 12C

    depois do quinto dia. Para no haver mistura dos

    microorganismos cada conjunto de queijos foi

    isolado em uma prateleira recoberta por plstico.

    As anlises microbiolgicas realizadas em

    triplicata segundo Silva et al. (2010) iniciaram-

    se com os dois tipos de leite, cru e pasteurizado,

    onde foi analisada a contagem inicial de

    microorganismos mesfilos aerbios, psicrfilos

    aerbios e bactrias cido lticas (LAB) dos

    leites. Seguiram-se ento as anlises dos queijos,

    no dia 1, ou seja, sem aplicao de superfcie, no

    dia 3, aps duas aplicaes e nos dias 8, 15, 21 e

    28 da maturao, sendo que nos queijos as

    anlises realizadas foram bolores e leveduras,

    LAB e microorganismos mesfilos aerbios.

    Nas anlises de mesfilos e psicrfilos foi

    utilizado o meio de cultura PCA (Plate Count

    gar) e a tcnica de plaqueamento em

    superfcie, com incubao a 30C/48h e

    10C/8dias respectivamente. Na anlise de

    bolores e leveduras foi utilizado o meio de

    cultura PDA (Potato Dextrose gar) acidificado

    com 0,5mL de cido tartrico, plaqueamento em

    superfcie e incubao a 22C/5dias. Para anlise

    de LAB utilizou-se jarras de anaerobiose, meio

    de cultura MRS (Man, Rogosa & Sharpe) a

    43C, plaqueamento em profundidade e

    incubao a 30C/48-72h. Duas diluies

    diferentes foram inoculadas por anlise, com trs

    placas para cada diluio, havendo mais

    segurana no resultado.

    Foram utilizadas placas descartveis 90 x 15

    mm, pipetas automticas de 1,0 e 0,1 mL, sendo

    que as ponteiras, meios de cultura e todos os

    outros utenslios e vidrarias utilizados foram

    autoclavados (127C 15min). As diluies

    utilizadas foram de 10-6

    inicialmente at 10-17

    no

    dia 28 de anlise.

    Os dados obtidos pelas anlises dos queijos

    C, C+, P e P+ foram analisados por meio de

    anlise de varincia (P

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    1,00E+03

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    1,00E+10

    1,00E+11

    1,00E+12

    1,00E+13

    0 4 8 12 16 20 24 28

    log

    UF

    C/g

    Dias de maturao

    C

    C+

    P

    P+

    FIGURA 2 Perfil de crescimento das bactrias cido lticas dos queijos Reblochon tipo C, C+, P e P+ durante 28 dias

    de maturao (FONTE: A autora).

    TABELA 1 Log da contagem de bactrias cido lticas (UFC/g) nos queijos Reblochon.

    Dia C C+ P P+

    Leite 3,13E+04a

    3,13E+04a

    7,90E+03b

    7,90E+03b

    1 5,40E+07a

    5,40E+07a

    2,46E+06b

    2,46E+06b

    3 1,03E+09a

    4,13E+08a

    4,63E+06a

    5,33E+06a

    8 4,77E+10a

    8,20E+08a

    1,29E+08a

    1,49E+08a

    15 1,03E+12a

    6,77E+11a

    4,15E+10b

    1,24E+10b

    21 6,00E+13a

    9,67E+11b

    5,97E+10b

    9,17E+10b

    28 6,70E+11a

    3,53E+11a

    1,63E+10a

    8,33E+10a

    FONTE: A autora.

    a,a- Letras iguais em uma mesma linha indicam que no h diferena significativa entre as contagens microbiolgicas

    dos queijos C, C+, P e P+ pelo teste de Tukey (p

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    FIGURA 3 Colnias de LAB em meio MRS; a,c)

    Queijos P+ e P respectivamente no dia 3 de anlise; b,d)

    Queijos C (incontvel) e C+ respectivamente no dia 3 de

    anlise (FONTE: A autora).

    Os microorganismos psicrfilos aerbios

    (temperatura tima de 0-7C) que foram

    analisados nos leites resultaram como esperado,

    em ausncia no leite pasteurizado, e presena no

    leite cru com uma contagem de 2,00E+04 at

    3,10E+05 UFC/mL. Pinto et al. (2006) cita a

    imprudncia em elaborar produtos com leite cru

    onde os microorganismos psicrfilos exceda a

    quantidade de 5,00E+06 UFC/mL, por ser uma

    quantidade inicial muito alta, e devido a falta de

    uma legislao que impe essas quantidades.

    Brevibacterium linens (B. linens) uma

    bactria Gram positiva mesoflica que cresce de

    10-37C, halotolerante (tolera at 15% de NaCl

    segundo Fox et al. (2004)), e suas colnias

    apresentam-se translcidas e nas cores amarelo-

    laranjadas e pink-avermelhadas (Figura 4)

    (NINGTHOUJAM, 2005). B. linens cresce

    misturada as colnias de fungos, as quais

    produzem substncias, principalmente vitaminas,

    que favorecem seu crescimento, alm de

    aumentarem o pH no meio, chegando ao ponto

    timo de crescimento da B. linens em torno de

    pH 7,0. Suas enzimas, principalmente as

    proteolticas e lipolticas, influenciam nas

    caractersticas finais do queijo (KNOX et al.,

    2005). B. linens chega a representar 30% das

    bactrias da superfcie segundo Bockelmann &

    Hoppe-Seyler (2001) e Costa et al. (2009).

    Quanto cor caracterstica, decorrente da

    inoculao de B. linens, h o desenvolvimento

    de uma cor amarelo-alaranjada (Figura 4) na

    superfcie. O aroma produzido por essa bactria

    resultado da produo de H2S, metanotiol,

    dimetilsulfito, entre outros, e Bockelmann &

    Hoppe-Seyler (2001) ainda completam que o

    flavor desenvolvido mistura amnia e peixe, o

    que pode ser constatado principalmente no final

    da maturao.

    FIGURA 4 Queijo P+ e colnias de B. linens; a,b)

    Mudana de cor dos queijos P+ nos dias 1 e 28 de

    maturao respectivamente c,e) Colnias de B. linens

    pink-avermelhadas em meio PCA no dia 28 de anlise; d)

    Colnias de B. linens amarelas em meio PCA no dia 8 de

    anlise (FONTE: A autora).

    As contagens encontradas de B. linens

    comearam a aparecer no dia 8 e 15 de anlise

    nos queijos P+ e C+, nessa ordem (Figura 6).

    Devido menor quantidade inicial de mesfilos

    no queijo P+, conseqncia do tratamento

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    trmico, a B. linens apareceu em maior

    quantidade nesse queijo, por causa da menor

    flora competidora por nutrientes. Sendo que no

    dia 8 a contagem foi nula no queijo C+ e

    1,80E+07 UFC/g no queijo P+, e no dia 28 de

    anlises aumentou para 4,30E+08 UFC/g no

    queijo C+ e 3,50E+09 UFC/g no queijo P+, com

    diferena visual significativa na cor final dos

    queijos (Figura 13).

    Os microorganismos mesfilos aerbios

    totais apresentaram contagens superiores a da B.

    linens. O perfil de crescimento foi bem distinto

    entre os quatro queijos (Figura 5), e

    analogamente a B. linens, pode-se dizer que a

    maior flora competidora dos queijos C e C+,

    como se percebe nas contagens iniciais, fizeram

    com que as contagens finais fossem inferiores a

    dos queijos P e P+ (Tabela 2).

    TABELA 2 Log da contagem de microorganismos mesfilos aerbios (UFC/g) nos queijos

    Reblochon.

    Dia C C+ P P+

    Leite 7,10E+08a

    7,10E+08a

    2,42E+06b

    2,42E+06b

    1 3,06E+10a

    3,06E+10a

    1,77E+09b

    1,77E+09b

    3 2,85E+11a**

    7,50E+10b

    2,00E+09c

    3,00E+09c

    8 4,30E+11b

    3,20E+14a

    9,73E+10b

    1,27E+12b

    15 1,00E+12b

    8,40E+14a

    8,80E+11b

    6,90E+13b

    21 6,87E+13b

    3,8E+15b

    1,43E+15b

    2,06E+16a

    28 5,30E+13a*

    9,69E+17a

    1,04E+17a

    9,87E+19a

    FONTE: A autora.

    a,b- Letras diferentes em uma mesma linha indicam que h diferena significativa entre as contagens microbiolgicas dos

    queijos C, C+, P e P+ pelo teste de Tukey (p

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    1,00E+00

    1,00E+02

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    1,00E+10

    0 4 8 12 16 20 24 28

    log

    UF

    C/g

    Dias de maturao

    C+

    P+

    FIGURA 6 Perfil de crescimento da B. linens nos

    queijos Reblochon tipo C+ e P+ durante 28 dias de

    maturao (FONTE: A autora).

    A legislao MAPA (2011) preconiza que as

    quantidades de mesfilos em leite cru

    refrigerado e pasteurizado devem ser no mximo

    de 1,00E+04 UFC/mL no leite pasteurizado e de

    6,50E+05 UFC/mL para leite cru, mostrando que

    nossas amostras esto fora do padro permitido

    pela legislao vigente.

    FIGURA 7 Colnias de D. hansenii no dia de anlise 3,

    em meio PDA acidificado; a,c) Parte de cima das colnias;

    b,d) Verso das colnias, fundo da placa (FONTE: A

    autora).

    Debaryomyces hansenii (D. hansenii) uma

    levedura halotolerante que cresce rapidamente

    nos dois primeiros dias de maturao e mantm

    seus nmeros at o dia 10, para ento

    interromper seu desenvolvimento causado pelo

    aumento do pH (BRENNAN et al., 2004). Ao

    contrrio ento da B. linens que comea seu

    crescimento entre os dias 8-10 de maturao,

    devido o aumento do pH, nota-se portanto uma

    sucesso de espcies. D. hansenii encontrado

    no queijo, carne, vinho, e cresce at em

    temperaturas relativamente altas de 30-35C.

    Foram encontradas tambm algumas atividades

    especficas no cultivo de D. hansenii, como

    inibio de algumas cepas de Clostridium,

    contribuio no crescimento de algumas espcies

    de Penicillium spp., produo de compostos

    sulfurados volteis, como S-metiltioacetato,

    produo de vitaminas e de enzimas proteolticas

    como tambm enzimas lipolticas (BREUER &

    HARMS, 2006). Suas colnias apresentam-se

    branco-azuladas e azuis claras como mostra a

    Figura 7 (GOERGES et al., 2008), mas a

    especificidade do meio para isol-lo no

    permitiu que consegussemos uma contagem

    desse microorganismo.

    A contagem de bolores e leveduras mostrou

    o crescimento de Geotrichum candidum (G.

    candidum), D. hansenii, e alguns contaminantes

    (Figura 8), que foram identificados

    microscopicamente como espcies de

    Penicillium spp. A contaminao ocorre atravs

    de esporos que sobrevivem no ambiente, devido

    fabricao de outros tipos de queijo no mesmo

    ambiente, e contaminao do leite cru, segundo

    Brtschi et al. (1994) a incidncia de

    contaminantes no Reblochon so comuns.

    Primeiramente classificado como bolor, G.

    candidum tem sido visto como levedura nos

    ltimos 20 anos e encontrado no leite cru em

    baixos teores, no solo, grama, plantas e

    comumente utilizado em culturas de superfcie

    nos queijos. Brennan et al. (2004) mostra a

    capacidade de algumas variedades de

    produzirem substancias inibidoras de L.

    monocytogenes. Existem inmeras cepas de G.

    candidum, porm as duas morfologias

    encontradas foram: colnias brancas/cor de

    creme, tipo levedura, que crescem entre 22-25C

    e colnias branco-aveludadas, tipo bolor, que

    crescem entre 25-30C (Figura 9). Observa-se

    crescimento do G. candidum entre 5-38C, pH

    timo de 5-5,5 e tolerncia ao sal de 1-2%

    (BOUTROU & GUGUEN, 2005). Tanto pouco

    quanto muito sal limitam seu crescimento (FOX

    et al., 2004).

  • Universidade Estadual de Ponta Grossa

    Departamento de Engenharia de Alimentos

    Janeiro de 2013

    As lipases e proteases provenientes do G.

    candidum contribuem para o desenvolvimento

    de aroma, textura e aparncia caractersticos

    durante a maturao. atribudo ao G. candidum

    o defeito pele de sapo encontrado nos queijos

    segundo Fox et al. (2004).

    No Reblochon predominam as cepas tipo

    levedura segundo Marcellino et al. (2001),

    apesar de a aparncia final do queijo ser branca

    aveludada na superfcie, principalmente dos

    queijos P e C (Figura 13). G. candidum e D.

    hansenii aparecem ao mesmo tempo, mas o

    crescimento do G. candidum o mais notado

    visualmente. B. linens e G. candidum so os

    principais responsveis pela desaminao de

    aminocidos, que resulta em aromas frutais e

    alcolicos volteis.

    FIGURA 8 Colnias de Penicillium spp. no dia de

    anlise 15, queijos C e C+, em meio PDA acidificado; a,b)

    Parte de cima das colnias - verde; 1,2,3) Verso das

    colnias da placa a, fundo da placa, cor amarelo forte;

    4,5,6) Verso das colnias da placa b, fundo da placa, cor

    amarelo (FONTE: A autora).

    FIGURA 9 Colnias de G. candidum no dia de anlise

    28, em meio PDA acidificado; a) Colnias tipo bolor; b)

    Detalhe do bolor; c) Verso das colnias da placa a, fundo

    da placa, cor de creme; d) Colnias tipo levedura; e)

    Detalhe das leveduras; f) Verso das colnias da placa d,

    fundo da placa, cor branca (FONTE: A autora).

    Brtschi et al. (1994) mostra a contagem de

    G. candidum variando de uma ordem de 103 at

    108 durante a maturao, sendo que a nossa

    contagem chegou ordem de 109

    no dia 28 de

    anlises (Tabela 4). O perfil de crescimento dos

    bolores e leveduras totais (Figura 10) no se

    difere muito do perfil de crescimento do G.

    candidum somente (Figura 11), pois os

    contaminantes ocupam apenas uma poro dos

    bolores e leveduras totais.

  • Universidade Estadual de Ponta Grossa

    Departamento de Engenharia de Alimentos

    Janeiro de 2013

    1,00E+00

    1,00E+02

    1,00E+04

    1,00E+06

    1,00E+08

    1,00E+10

    0 4 8 12 16 20 24 28

    log

    UF

    C/g

    Dias de maturao

    C

    C+

    P

    P+

    1,00E+00

    1,00E+02

    1,00E+04

    1,00E+06

    1,00E+08

    1,00E+10

    0 4 8 12 16 20 24 28

    log

    UF

    C/g

    Dias de maturao

    C

    C+

    P

    P+

    FIGURA 10 Perfil de crescimento de bolores e leveduras totais nos queijos Reblochon (FONTE: A autora).

    FIGURA 11 Perfil de crescimento do G. candidum separadamente (FONTE: A autora).

    TABELA 3 Log da contagem de bolores e leveduras totais (UFC/g) nos queijos Reblochon.

    Dia C C+ P P+

    Leite 0,00E+00a

    0,00E+00a

    0,00E+00a

    0,00E+00a

    1 1,17E+04b

    1,17E+04b

    5,23E+04a

    5,23E+04a

    3 5,67E+04a

    6,67E+04a

    5,33E+04a

    6,67E+04a

    8 3,70E+07b

    2,68E+08a

    1,29E+07b

    2,51E+07b

    15 3,80E+07b

    4,80E+08ab

    7,60E+08a

    3,16E+08ab

    21 1,03E+08c

    7,33E+08bc

    1,87E+09a

    1,07E+09b

    28 2,40E+08a

    1,00E+09a

    2,00E+09a

    1,27E+09a

    FONTE: A autora.

  • Universidade Estadual de Ponta Grossa

    Departamento de Engenharia de Alimentos

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    TABELA 4 Log da contagem de Geotrichum candidum (UFC/g) nos queijos Reblochon.

    Dia C C+ P P+

    Leite 0,00E+00a

    0,00E+00a

    0,00E+00a

    0,00E+00a

    1 6,00E+03a

    6,00E+03a

    1,80E+04a

    1,80E+04a

    3 4,67E+04a

    2,00E+04a

    2,00E+04a

    2,00E+04a

    8 2,80E+07b

    2,68E+08a

    7,40E+06b

    2,51E+07b

    15 3,80E+07b

    4,80E+08ab

    7,60E+08a

    3,16E+08ab

    21 1,03E+08c

    6,67E+08bc

    1,87E+09a

    1,03E+09b

    28 2,40E+08a

    1,00E+09a

    2,00E+09a

    1,27E+09a

    FONTE: A autora.

    Se os queijos forem armazenados em uma

    umidade inadequada (

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    Janeiro de 2013

    Concluso

    Os queijos Reblochon C e C+ desenvolvem

    contaminao por Penicillium spp. conseqncia

    da presena inicial dessa espcie no leite que no

    pasteurizado e tambm contaminao do

    ambiente pelos esporos do mesmo. Notou-se que

    o queijo P o mais sensorialmente aceitvel e a

    inoculao de trs espcies de microorganismos

    produtores de lipases e proteases nos queijos C+

    e P+, produziu uma desintegrao excessiva da

    estrutura do queijo. Tambm podemos ressaltar

    que a mudana de cor decorrente da B. linens foi

    bem destacada.

    As contagens de psicrfilos aerbios, LAB,

    bolores e leveduras e de G. candidum

    mostraram-se dentro do que foi referenciado. J

    a de mesfilos apresentou uma contagem um

    pouco acima do usual devido adio de bactrias

    (B. linens) que somaram com a quantidade de

    bactrias do leite. Os perfis de crescimento

    traados se mostraram coerentes com as

    mudanas externas dos queijos e com o que foi

    mencionado na literatura.

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