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CONTROLE DE MICRORGANISMOS Renato Varges

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Aula de controle microbiano, professor Renato Varges

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Page 1: Controle microbiano - Renato Varges

CONTROLE DE MICRORGANISMOS

Renato Varges

Page 2: Controle microbiano - Renato Varges

Breve Histórico

Teoria da Geração Espontânea

O desafio de Napoleão

Nicolas Appert - Apertização

Page 3: Controle microbiano - Renato Varges

Breve Histórico

Lazzaro Spallanzani

Frascos selados fervidos por uma hora

Eliminação da força vital (O2)

Louis Pasteur

FIM DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA

Page 4: Controle microbiano - Renato Varges

Breve Histórico

E as infecções cirúrgicas?

Ignaz Philipp Semmelweiss

e a febre puerperal

Lavagem das mãos com água clorada

Page 5: Controle microbiano - Renato Varges

Breve Histórico

Joseph Lister – Microrganismos do ar são agentes de infecções pós-operatórias

Deve-se impedir a entrada de germes em feridas durante ou após uma cirurgia

Se os germes estão numa ferida, sua disseminação deve ser impedida

Germes ao redor de uma ferida devem ser eliminados

Todos os instrumentos, vestimentas, utensílios e as mãos dos profissionais

devem estar limpos

Criou o conceito de anti-sépticos e iniciou uma grande busca por substâncias anti-sépticas

Page 6: Controle microbiano - Renato Varges

Fenol e derivadosAplicador

Page 7: Controle microbiano - Renato Varges

Onde estão os Microrganismos?

Alimentos

Água

Superfícies

Ar

Corpo

Objetos

Page 8: Controle microbiano - Renato Varges

Dinâmica do Controle de Microrganismos

LaboratóriosAlimentosMedicamentosConsultóriosHospitaisIndústriaEquipamentosMateriais

Microrganismos Níveis aceitáveis Controle

Page 9: Controle microbiano - Renato Varges

Conceitos Importantes

Eliminação de todas as formas de vida presentes em material inanimado.

: destruição dos microrganismos patogênicos em objetos inanimados,sem que haja necessariamente a destruição de todos os microrganismos.

: Agentes que causam destruição, remoção ou redução dosmicrorganismos presentes em um material inanimado. Reduz a potencialidadeinfecciosa do objeto, superfície ou local tratado.

: utilização de agentes químicos para destruição ou inibição daproliferação de microrganismos em tecidos vivos

: agente químico utilizado na prevenção da multiplicação demicrorganismos em tecidos vivos, como pele e mucosas.

: agente capaz de reduzir a quantidade de microrganismos em utensílioscomo copos, pratos, equipamentos e utensílios de restaurantes.

: medidas de prevenção do contato com patógenos e conjunto de técnicasempregadas para impedir a penetração dos microrganismos em local que não oscontenha.

Esterilização:

Desinfecção

Desinfetantes

Anti-sepsia

Anti-sépticos

Sanitizante

Assepsia

Page 10: Controle microbiano - Renato Varges

Métodos Físicos

X

Métodos Químicos

Page 11: Controle microbiano - Renato Varges

CALOR ÚMIDO

FERVURA OU FLUXO DE VAPOR

MA: coagulação das proteínas

Bactericida, fungicida, quase todos os vírus (por cerca de 10’)

efetivo para endosporos

Ex. de utilização: Pratos, pias , jarros, equipamento variado

Page 12: Controle microbiano - Renato Varges

CALOR ÚMIDO

AUTOCLAVE

MA: desnaturação das proteínas

Muito efetivo para esterilização, exceto para materiais que

possam ser danificados pelo calor ou umidade

Todas as células vegetativas e seus endosporos (15’)

121ºC a 1 atm de pressão (15 libras de pressão por polegada

quadrada – psi)

Page 13: Controle microbiano - Renato Varges

AUTOCLAVE

Pressão (psi) Temperatura (ºC)

0 100

5 110

10 116

15 121

20 126

30 135

Page 14: Controle microbiano - Renato Varges

PASTEURIZAÇÃO

MA: desnaturação das proteínas

Tratamentos equivalentes ( temp tempo)

Clássica – 63ºC por 30’

HTST– 71,5ºC por 15’

UHT – 74º C - 140ºC por 3’’ – 74º C

Page 15: Controle microbiano - Renato Varges

PASTEURIZAÇÃO

Ex. de utilização: leite, creme e certas bebidas alcoólicas

(cerveja e vinho)

Sorvete, iogurte e cerveja possuem tempos e temperaturas

individuais

Ação menos eficiente em alimentos mais viscosos e gordurosos

Page 16: Controle microbiano - Renato Varges

CALOR SECO CHAMA DIRETA

MA: Queima até se tornarem cinzas

Método muito efetivo de esterilização

Ex. de utilização: alças de inoculação; flambagem

INCINERAÇÃO

MA: Queima até se tornarem cinzas

Método muito efetivo de esterilização

Copos de papel, curativos contaminados,

carcaças de animais, sacos e panos de limpeza.

Page 17: Controle microbiano - Renato Varges

CALOR SECO

ESTERILIZAÇÃO COM AR QUENTE

MA: Oxidação

Método muito efetivo de esterilização

Requer temperaturas de 170ºC por cerca de 2 horas

Ex. de utilização: vidros vazios, instrumentos, agulhas e

seringas de vidro

Page 18: Controle microbiano - Renato Varges

FILTRAÇÃOMA: Separação das bactérias do líquido de suspensão

Passagem de um líquido ou gás através de um “filtro”

Filtros de partículas de ar de alta eficiência (HEPA) – 0.3 m

acetato de celulose ou nitrocelulose

Ex. de utilização: esterilização de líquidos; toxinas, vacinas

Page 19: Controle microbiano - Renato Varges

FRIO

REFRIGERAÇÃO (0 a 7ºC)

MA: Redução das reações químicas e possíveis alterações

nas proteínas

Efeito bacteriostático

Ex. de utilização: conservação de alimentos, drogas e

culturas bacterianas

Page 20: Controle microbiano - Renato Varges

FRIO

CONGELAMENTO PROFUNDO

MA: Redução das reações químicas e possíveis alterações nas

proteínas

Efetivo para conservação de culturas microbianas

(congelamento rápido a –50 e –95ºC)

Nitrogênio Líquido (-196ºC)

Ex. de utilização: conservação de alimentos, drogas e culturas

Page 21: Controle microbiano - Renato Varges

FRIO

LIOFILIZAÇÃO

MA: Redução das reações químicas e possíveis alterações nas

proteínas

Método mais efetivo para conservação prolongada de culturas

microbianas (a água é removida por alto vácuo em baixas

temperaturas)

Ex. de utilização: vacinas, alimentos, drogas e culturas

bacterianas

Page 22: Controle microbiano - Renato Varges

PRESSÃO OSMÓTICA

MA: Plasmólise

Resulta na perda de água das células microbianas

Ex. de utilização: conservação dos alimentos (sol. Concentradas

de sal – carnes cruas e sol. Concentradas de açúcar – frutas

Fungos: umidade, pressão osmótica e meio ácido – razão

pela qual as frutas e os grãos são deteriorados por fungos em vez

de bactérias

Page 23: Controle microbiano - Renato Varges

RADIAÇÃO

IONIZANTE

MA: destruição do DNA por raios gama, raio X e feixes de elétrons

de alta energia

Sem utilização rotineira para esterilização em função do tempo de

exposição

Ex. de utilização: esterilizar produtos farmacêuticos, suprimentos

médicos e dentários.

Page 24: Controle microbiano - Renato Varges

RADIAÇÃO

NÃO-IONIZANTE

MA: Lesão ao DNA pela luz UV com lâmpada UV

Germicida

Radiação não muito penetrante

Ex. de utilização: controle de ambiente fechado

Page 25: Controle microbiano - Renato Varges

Características de um agente químico antimicrobiano ideal:

1. Atividade antimicrobiana

2. Solubilidade

3. Estabilidade e homogeneidade

4. Ausência de toxicidade

5. Não ser corrosivo

6. Capacidade detergente e desodorizante

7. Atividade à temperatura ambiente

8. Disponibilidade e baixo custo

Métodos Químicos

Page 26: Controle microbiano - Renato Varges

Fatores que afetam a ação

Concentração do desinfetante:

Mudanças na concentração de um desinfetante sempre

resultam em mudanças na sua taxa de desinfecção

(inativação);

Alguns agentes antimicrobianos perdem rapidamente sua potência

com a diluição, enquanto outros são muito pouco afetados;

Cuidado com as subdosagens Bacteriostático

Superdosagens gastos para o produtor e risco para o

aplicador.

Page 27: Controle microbiano - Renato Varges

Fatores que afetam a ação

Temperatura:

Interfere na velocidade de desinfecção;

Atividade desinfetante com o da temperatura local;

Eficiência da desinfeção de 2 a 3 x a cada 10oC ;

Page 28: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes

1.Fenol e Compostos Fenólicos:

Vantagens:

Não corrói metais; Baixo custo; Indicado como preservativo de produtos

biológicos; São bons bactericidas; Gram (+) e (-); Atividade fungicida.

Desvantagens

Toxidez elevada (rapidamente absorvidos pela pele); Odor; penetrante; Pouca

eficácia em solução fria; Não atua sobre alguns vírus; Não tem bom efeito

sobre esporos; Altamente irritante sobre a pele;

Page 29: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes1.1. Cresóis:

Vantagens:

é menos tóxico e mais eficaz que o fenol; são bons bactericidas: Gram (+) e (-);

desodorizante, pela sua ação sobre germes da putrefação; relativamente

barato; eficaz contra o vírus e Mycobacterium tuberculosis

Desvantagens

Possui pequeno efeito residual; perde ação frente à luz solar; confere odor

desagradável aos alimentos; é irritante para a pele; inativa-se (em parte) frente

à matéria orgânica.

Page 30: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes2. Álcoois

Destacam-se o álcool etílico (70 a 90%), isopropílico, benzílico, etileno e

propilenoglicol.

Mecanismo de ação relacionado a capacidade de desnaturar proteínas.

efetivos contra fungos e bactérias, porém não tem efeito sobre esporos

bacterianos e têm fraca atividade viricida.

Parte de sua eficiência como desinfetantes de superfície pode ser atribuída à

ação detergente e de limpeza, que auxilia na remoção mecânica dos

microrganismos.

Page 31: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes

3. Halogênios (iodo e compostos iodados)

fortes agentes oxidantes e, por isso, são altamente reativos edestroem os componentes vitais da célula microbiana.

Vantagens:

Ação esporicida, fungicida, viricida e amebicida, com alto poderde penetração.

álcool iodado (solução a 2%), para fins anti-sépticos.

“iodophor”(iodo com detergentes e solubilizantes). Estes compostosmantém a característica germicida do iodo sem suas desvantagens.

Exemplos: povidine-iodo (complexo de iodo e polivinilpirrolidona).

Page 32: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes

3. Halogênios (iodo e compostos iodados)

Desvantagens:

Pouco solúvel em água, irritação de pele e mucosas eprodução de manchas na pele e tecidos.

Page 33: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes

4. Halogênios (Cloro e Compostos clorados)

o cloro, na forma gasosa (Cl2) ou em combinações químicas, representa

um dos desinfetantes mais largamente utilizados.

Tornou-se a escolha universal para a purificação das águas de abastecimento

público e piscinas.

Qualquer composto à base de cloro, ao ser adicionado à água, dissocia-

se em íon hipoclorito ou ácido hipocloroso, este é o responsável pela

ação antimicrobiana do cloro e seus compostos.

Os hipocloritos são efetivos contra bactérias e esporos, são considerados um

dos mais potentes esporicidas, protozoários e vírus .

Page 34: Controle microbiano - Renato Varges

Principais grupos de desinfetantes

6. Compostos quaternários de amônio

Mecanismo de ação: desnaturação de proteínas das células, interferência

com os processos metabólicos e lesão da membrana citoplasmática.

São excelentes agentes anti-sépticos e desinfetantes.

São bactericidas para Gram (+) e (-), mesmo em concentrações muito

baixas.

Page 35: Controle microbiano - Renato Varges

Esterilizantes químicos

Glutaraldeído:

Uma solução aquosa a 2% tem um largo espectro deatividade antimicrobiana.

Vantagens:

É efetivo contra vírus, células vegetativas e esporuladas debactérias e fungos;

Utilizado para esterilizar instrumentos urológicos, lentesde instrumentos, equipamentos respiratórios e outros.

Page 36: Controle microbiano - Renato Varges

Esterilizantes químicos

Formaldeído: capacidade de inativar constituintes celulares, como proteínas

e ácidos nucleicos.

Vantagens: Forma gasosa, apresenta estabilidade somente em altas

concentrações e em temperaturas elevadas e pode ser utilizadopara desinfecção e esterilização de áreas fechadas.

Em temperatura ambiente, o formaldeído gasoso polimeriza-se, formando uma substância sólida incolor chamadaparaformaldeído.

Page 37: Controle microbiano - Renato Varges

Esterilizantes químicos

Vantagens: O formaldeído é também comercializado em solução

aquosa como formalina, que contém 37 a 40% dasubstância.

As células vegetativas são destruídas mais rapidamentecom o formaldeído do que as formas esporuladas.

Desvantagens: Possui capacidade limitada de penetração dos vapores de

formaldeído em superfícies cobertas; É tóxico e seusvapores são intensamente irritantes às mucosas.