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– 1 - Journal of Human Growth and Development 2015; 25(1): 27-40 ORIGINAL RESEARCH RESUMO: Objetivo: avaliar a clareza e objetividade de uma cartilha com explicações detalhadas e ilustrações acerca do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças de 0 a 6 anos por meio da análise de professores de creches, fisioterapeutas e cuidadores. Método: participaram 23 sujeitos, sendo 7 cuidadores, 7 professores e 9 fisioterapeutas. A Cartilha intitulada “Guia de orientações ao desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos” foi elaborada pelos pesquisadores e, posteriormente, avaliada pelos participantes por meio de um questionário. Resultados: a grande maioria dos participantes da pesquisa avaliou a cartilha como boa ou ótima (96%). Todos consideraram a linguagem utilizada na cartilha como boa ou ótima e afirmaram que a aplicação deste material favoreceria a estimulação do desenvolvimento das crianças. Conclusão: a cartilha mostrou-se como uma medida prática e de baixo custo que pode auxiliar na estimulação do desenvolvimento infantil. Palavras-chave: avaliação, material didático, creches, desenvolvimento infantil, orientação. INTRODUÇÃO O desenvolvimento é definido como a capa- cidade do ser humano de realizar funções cada vez mais complexas, sendo resultado de uma constan- te interação entre as características do indivíduo (fatores intrínsecos) e o ambiente em que ele se encontra inserido (fatores extrínsecos). O desen- volvimento psicomotor representa um processo sequencial que segue o plano contido no potencial genético de cada criança. Ele compreende um con- junto de reações (reflexas, voluntárias, espontâ- neas ou aprendidas) que se manifestam por meio da motricidade, adaptação, linguagem e interação pessoal-social. 1 Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento infantil, pois ocorre rápido crescimento cerebral e intenso avanço cognitivo e sensoriomotor. 2 Nesse período, há uma intensa plasticidade do cérebro humano, a qual favorece o desenvolvimento das potencialidades das crianças. 3 Na infância e, particularmente, no início do processo de escolarização, há grande aquisição de habilidades motoras, possibilitando à criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes ativida- des. 4,5 A capacidade motora é considerada um dos melhores indicadores do bem-estar global da crian- ça, representando, dentre as áreas do desenvolvi- mento, a de mais fácil observação. Como os pro- blemas de coordenação e controle do movimento poderão se prolongar até a fase adulta, crianças com desenvolvimento motor atípico, ou com risco de atrasos, merecem atenção e ações específi- cas. 1,3,6 Diversas condições biológicas e ambientais podem aumentar a probabilidade de déficits no desenvolvimento infantil. Dentre os principais fa- tores de risco biológicos estão a prematuridade, baixo peso ao nascer, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e neurológicos, desnutrição. 2,7 Os fa- tores de risco ambientais incluem o espaço físico onde a criança vive, a escolaridade dos pais, a di- nâmica familiar, o poder aquisitivo da família e as relações familiares. 6,8,9 As ações preventivas ou corretivas sobre os desvios do desenvolvimento dependem do conhe- cimento acerca da sequência normal e regular das aquisições constituintes do desenvolvimento neu- ropsicomotor, que servirá de base para a elabora- ção de propostas adequadamente adaptadas à si- tuação de cada criança. 6 Assim, é importante entender o ambiente em que esta criança se en- AVALIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ELABORADO PARA ORIENTAÇÃO DE CUIDADORES E PROFESSORES DE CRECHES SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL EVALUATION OF TEACHING MATERIALS PREPARED FOR GUIDANCE OF CAREGIVERS AND DAY CARE TEACHERS ON CHILD DEVELOPMENT Fernanda Alves de Britto Guimarães 1 , Clara Di Assis 2 , Martina Estevam Brom Vieira 3 , Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga 4 DOI: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.96764 1 Physical therapist specialized in neuropediatrics intervention, Federal University of São Carlos (UFSCAR), São Carlos, SP, Brazil. 2 Physical therapy student at the State University of Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brazil. 3 Physical therapist, Master of Science, Assistant Professor at the Department of Physical Therapy of the State University of Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brazil. 4 Physical therapist, PhD in Medical Sciences, associate professor at the Department of Physical Therapy of the State University of Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brasil. Corresponding author: [email protected] Suggested citation: Guimarãs FAB, et al. Evaluation of teaching materials prepared for guidance of caregivers and day care teachers on child development. Journal of Human Growth and Development. 25(1): 27-40 Manuscript submitted Set 08 2014, accepted for publication Nov 22 2014.

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Evaluation of teaching materials prepared for guidance of caregivers and day care teachers on child development Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(1): 27-40

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Journal of Human Growth and Development2015; 25(1): 27-40 ORIGINAL RESEARCH

RESUMO:

Objetivo: avaliar a clareza e objetividade de uma cartilha com explicações detalhadas e ilustraçõesacerca do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças de 0 a 6 anos por meio da análise deprofessores de creches, fisioterapeutas e cuidadores. Método: participaram 23 sujeitos, sendo 7cuidadores, 7 professores e 9 fisioterapeutas. A Cartilha intitulada “Guia de orientações aodesenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos” foi elaborada pelos pesquisadores e, posteriormente,avaliada pelos participantes por meio de um questionário. Resultados: a grande maioria dosparticipantes da pesquisa avaliou a cartilha como boa ou ótima (96%). Todos consideraram alinguagem utilizada na cartilha como boa ou ótima e afirmaram que a aplicação deste materialfavoreceria a estimulação do desenvolvimento das crianças. Conclusão: a cartilha mostrou-se comouma medida prática e de baixo custo que pode auxiliar na estimulação do desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: avaliação, material didático, creches, desenvolvimento infantil, orientação.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento é definido como a capa-cidade do ser humano de realizar funções cada vezmais complexas, sendo resultado de uma constan-te interação entre as características do indivíduo(fatores intrínsecos) e o ambiente em que ele seencontra inserido (fatores extrínsecos). O desen-volvimento psicomotor representa um processosequencial que segue o plano contido no potencialgenético de cada criança. Ele compreende um con-junto de reações (reflexas, voluntárias, espontâ-neas ou aprendidas) que se manifestam por meioda motricidade, adaptação, linguagem e interaçãopessoal-social.1

Os primeiros anos de vida são fundamentaispara o desenvolvimento infantil, pois ocorre rápidocrescimento cerebral e intenso avanço cognitivo esensoriomotor.2 Nesse período, há uma intensaplasticidade do cérebro humano, a qual favorece odesenvolvimento das potencialidades das crianças.3

Na infância e, particularmente, no início doprocesso de escolarização, há grande aquisição dehabilidades motoras, possibilitando à criança umamplo domínio do seu corpo em diferentes ativida-des.4,5 A capacidade motora é considerada um dos

melhores indicadores do bem-estar global da crian-ça, representando, dentre as áreas do desenvolvi-mento, a de mais fácil observação. Como os pro-blemas de coordenação e controle do movimentopoderão se prolongar até a fase adulta, criançascom desenvolvimento motor atípico, ou com riscode atrasos, merecem atenção e ações específi-cas.1,3,6

Diversas condições biológicas e ambientaispodem aumentar a probabilidade de déficits nodesenvolvimento infantil. Dentre os principais fa-tores de risco biológicos estão a prematuridade,baixo peso ao nascer, distúrbios cardiovasculares,respiratórios e neurológicos, desnutrição.2,7 Os fa-tores de risco ambientais incluem o espaço físicoonde a criança vive, a escolaridade dos pais, a di-nâmica familiar, o poder aquisitivo da família e asrelações familiares.6,8,9

As ações preventivas ou corretivas sobre osdesvios do desenvolvimento dependem do conhe-cimento acerca da sequência normal e regular dasaquisições constituintes do desenvolvimento neu-ropsicomotor, que servirá de base para a elabora-ção de propostas adequadamente adaptadas à si-tuação de cada criança.6 Assim, é importanteentender o ambiente em que esta criança se en-

AVALIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ELABORADO PARA ORIENTAÇÃODE CUIDADORES E PROFESSORES DE CRECHES SOBRE O

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

EVALUATION OF TEACHING MATERIALS PREPARED FOR GUIDANCE OFCAREGIVERS AND DAY CARE TEACHERS ON CHILD DEVELOPMENT

Fernanda Alves de Britto Guimarães1, Clara Di Assis2, Martina Estevam Brom Vieira3,Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga4

DOI: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.96764

1 Physical therapist specialized in neuropediatrics intervention, Federal University of São Carlos (UFSCAR), São Carlos, SP, Brazil.2 Physical therapy student at the State University of Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brazil.3 Physical therapist, Master of Science, Assistant Professor at the Department of Physical Therapy of the State University of Goiás

(UEG), Goiânia, GO, Brazil.4 Physical therapist, PhD in Medical Sciences, associate professor at the Department of Physical Therapy of the State University of

Goiás (UEG), Goiânia, GO, Brasil.Corresponding author: [email protected]

Suggested citation: Guimarãs FAB, et al. Evaluation of teaching materials prepared for guidance of caregivers and day care teachers onchild development. Journal of Human Growth and Development. 25(1): 27-40Manuscript submitted Set 08 2014, accepted for publication Nov 22 2014.

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contra para, a partir daí, adequar os estímulos da-dos a ela e colaborar para melhora do ritmo do seudesenvolvimento.

A estimulação precoce é uma intervençãoaplicada nos primeiros anos de vida para favorecero desenvolvimento satisfatório da criança no seuprocesso evolutivo. Consiste em oferecer os estí-mulos necessários – contatos humanos adequados,juntamente com a exploração de objetos e espa-ços – no momento exato e em quantidade adequa-da, para enriquecer o desenvolvimento global dacriança.10 Diversas pesquisas demonstraram havermelhora da aquisição de habilidades motoras emcrianças que receberam estimulação precoce.6

Acompanhar a criança nos dois primeiros anos,observando os ganhos de habilidades, avaliando sehá deficit neuropsicomotor e estudando formas decolaborar para um processo de desenvolvimentobem sucedido é de fundamental importância, poisé nesta etapa que o organismo mais cresce e ama-durece, estando mais sujeito aos agravos.2,11

Estudos da Secretaria de Educação Especialapontam que 50% das crianças com alguma ne-cessidade especial poderiam ter alcançado um de-senvolvimento satisfatório, ou até mesmo atingidoníveis de desenvolvimento de outras crianças desua faixa etária sem nenhuma deficiência, se tives-sem sido adotadas medidas de prevenção como aestimulação precoce.12

Tão importante quanto a organização estru-tural do ambiente físico é a presença de um agentemediador que facilite o processo de desenvolvimen-to, e o agente mediador é todo aquele indivíduoque ao estabelecer uma relação é capaz de promo-ver o desenvolvimento em alguém.13

A saúde mental da criança encontra os seusalicerces na qualidade dos cuidados dos pais du-rante os primeiros anos de vida da criança, sendoesses cuidados fundamentais no delinear das tra-jetórias de desenvolvimento futuras.14 Assim, asprincipais relações necessárias para o desenvolvi-mento, bem como cuidados e estímulos, são ofere-cidas pela família no microssistema lar durante ainfância.13,15

Porém, em consequência das transformaçõessocioeconômicas que a sociedade está sofrendo,como a inserção da mulher no mercado de traba-lho, a creche vem se tornando uma necessidadecada vez maior da população brasileira. Crechessão instituições que atendem crianças na idade pré-escolar (zero a seis anos de idade).5,11 A literaturademonstra grande preocupação com o impacto dainserção de crianças cada vez mais jovens e porlongos períodos nas creches, especialmente no quese refere ao desenvolvimento cognitivo, linguístico,socioemocional e comportamental.8,16 Como ascrianças ficam na creche de oito a dez horas pordia, torna-se importante a promoção do desenvol-vimento infantil nessas instituições.4

Assim, as creches têm a função de desenvol-ver práticas educativas que colaborem para o de-senvolvimento como se estas crianças estivessemcom seus pais15. Entretanto, alguns estudos obser-varam que essas instituições visam principalmenteà guarda da saúde e dos cuidados físicos, negli-genciando a função educadora e a busca do desen-

volvimento global das crianças, o que pode acarre-tar atraso em seu desenvolvimento.17

Conhecendo-se a situação de crescimento edesenvolvimento de crianças cuidadas em creches,é possível implementar ações de promoção da saú-de e prevenção de doenças, contribuindo para umdesenvolvimento sadio e harmonioso dessas crian-ças.11 Muitas vezes, atrasos do desenvolvimento sóserão notados após a idade pré-escolar.18 Dessaforma, profissionais que estão vinculados a crian-ças nas idades de zero a seis anos devem estudarmedidas que colaborem para a prevenção de atra-so neuropsicomotor das mesmas.

Deste modo, aponta-se a pertinência doacompanhamento do desenvolvimento em institui-ções de educação infantil por profissionais espe-cializados, o que possibilita a análise da trajetóriado desenvolvimento nos primeiros anos de vida, aidentificação de crianças com maior risco de atrasoe, consequentemente, o estabelecimento de estra-tégias de intervenção e promoção do desenvolvi-mento.8,19

Tendo em vista a importância da estimula-ção do desenvolvimento neuropsicomotor infantilna prevenção de agravos, o objetivo é analisarmaterial didático elaborado para orientar os pro-fessores das creches (Centros Municipais de Edu-cação Infantil – CMEI) e cuidadores das criançasquanto ao desenvolvimento infantil de zero a seisanos de idade.

MÉTODO

O presente estudo está vinculado ao Projetode Extensão intitulado “Orientação aos cuidadoresdas creches públicas de Goiânia sobre o desenvolvi-mento infantil” desenvolvido por docentes e discen-tes do Curso de Fisioterapia da Universidade Esta-dual de Goiás apoiado pelo edital PROEXT 2013, doMinistério da Educação (MEC). Assim sendo, umadas formas propostas para estimular o desenvolvi-mento de crianças que frequentam as creches(CMEIs) de Goiânia (GO) foi desenvolver e avaliar aobjetividade e aplicabilidade de um material didáti-co que auxiliará a orientação de cuidadores e pro-fessores destas instituições quanto ao desenvolvi-mento infantil.

CMEIs são instituições públicas subordinadasà Secretaria Municipal de Educação, que atendemcrianças de seis meses a cinco anos e 11 meses epossuem o objetivo geral de promover o desenvol-vimento integral da criança em seus aspectos físi-co, psicológico, intelectual e social, de modo a in-tegrar as ações de cuidar e educar, segundo a Leide Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDBEN,lei 9.394/96).

Participaram do estudo 23 sujeitos, sendoeles: sete professores de um CMEI de Goiânia (GO),sete pais e/ou responsáveis por criançasfrequentadoras de creches e nove Fisioterapeutas.

Os critérios de inclusão no estudo foram:- Professor de um CMEI de Goiânia (GO).- Pai e/ou responsável por crianças de zero a

seis anos frequentadoras do CMEI, que tenhamensino fundamental completo.

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- Fisioterapeutas especialistas emNeuropediatria ou Pediatria, ou fisioterapeutas es-pecialistas em Fisioterapia Neurofuncional que atu-em a mais de três anos com Neuropediatria, quemorem e/ou trabalhem em Goiânia (GO).

Foram excluídos do estudo os sujeitos que nãoconcordaram em participar da pesquisa e que, por-tanto, não assinaram o Termo de Consentimento Li-vre e Esclarecido; aqueles que não residiam e/outrabalhavam em Goiânia (GO) e os que não preen-cheram de forma completa o questionário necessá-rio para atingir o objetivo do presente estudo.

A pesquisa foi realizada de acordo com asDiretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesqui-sas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde), foi aprova-da pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFSCar (de-terminado por meio do SISNEP - Sistema Nacionalde Ética em Pesquisa) e pela Secretaria Municipalde Educação de Goiânia-GO.

No momento da coleta dos dados, os objeti-vos do estudo foram apresentados aos participan-tes de forma oral e por escrito, por meio do Termode Consentimento Livre e Esclarecido. Diante daconcordância deles, o termo foi assinado pelo par-ticipante e pesquisador, conforme regulamentamos dispositivos da Resolução 196/96 do ConselhoNacional de Saúde (1998).

O local de coleta de dados foi estabelecidoconforme o grupo pesquisado. Os professores fo-ram abordados nas próprias creches depois deagendada uma visita ao local, na sala dos profes-sores. Os pais e/ou responsáveis também foramabordados na própria creche, pré-selecionados pelacoordenadora da creche, em horários de entradaou saída das crianças. E os fisioterapeutas foramabordados depois de um agendamento prévio, emseus locais de trabalho ou no Núcleo Interdiscipli-nar de Pesquisa (NIPE) localizado na Escola Supe-rior de Educação Física e Fisioterapia do Estado deGoiás – ESEFFEGO, e também via e-mail.Os dadosforam armazenados, organizados e analisados noNIPE.

Os instrumentos utilizados no presente es-tudo foram:

- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;- “Ficha de dados pessoais” de cada partici-

pante com seguintes quesitos: idade, sexo, espe-cialização (fisioterapeutas), nível escolar (pais e/ou cuidadores), juntamente com as questões do“Questionário de análise do material didático”. Foiquestionado aos participantes: a avaliação geral dacartilha, o favorecimento ao desenvolvimento, se oindivíduo aprendeu algo novo, se é possível aplicara cartilha, se tiveram dúvidas quanto ao conteúdoe aplicação, se acharam difícil de aplicar, avaliaçãoda linguagem, avaliação das figuras da cartilha, seenvolvem todas as áreas do desenvolvimento e asatisfação com os serviços do CMEI (questão parapais e professores).

- Cartilha elaborada pelos autores, materialdidático com uma linguagem acessível à popula-ção, com figuras demonstrativas de alguns exercí-cios, para auxiliar pais e cuidadores na estimula-ção das crianças de zero a seis anos a terem umdesenvolvimento normal. Apresentou como emba-

samento teórico a literatura sobre desenvolvimen-to infantil.20,21,22

Os materiais e equipamentos utilizados fo-ram: canetas, papel A4, impressora, computador,Programa SPSS (versão 18.0) para análise dos da-dos coletados.

A cartilha foi confeccionada após estudoaprofundado da literatura, e os dados foram cole-tados da forma descrita a seguir: o agendamentoda visita nas creches foi feito previamente, paraentregar a cartilha aos professores e pais e coletaros dados pessoais; os objetivos do estudo foramapresentados aos participantes de forma oral e porescrito no dia agendado. Diante da concordânciados mesmos, o termo de consentimento livre e es-clarecido foi assinado pelo participante e pesquisa-dor; com o material em mãos foi aplicado o ques-tionário para analisar possíveis dificuldades com omaterial exposto. Os pais foram abordados noshorários de saída ou entrada das crianças nas cre-ches para não afetar os horários de suas atividadesdiárias.

Os profissionais fisioterapeutas também ti-veram horários previamente agendados, tendo op-ções de locais para entrega do material e entrevis-ta: o seu próprio local de trabalho, o NIPE ou viae-mail. Da mesma forma foi entregue o material ecoletaram-se os dados pessoais e, com material emmãos, realizou-se o questionário de análise domesmo.

Após essa fase de levantamento dos dados,estes foram organizados em bancos de dados. Paraa análise das respostas, os participantes foram di-vididos em três grupos, a saber: Pais, Professorese Fisioterapeutas. Foi feita a análise descritiva dosdados coletados por meio do programa SPSS (ver-são 18.0).

RESULTADOS

Os sujeitos da amostra foram divididos emtrês grupos: sete professores, sete pais e/ou res-ponsáveis por crianças frequentadoras de crechese nove Fisioterapeutas (n=23).

A Tabela 1 expõe os dados pessoais dos ava-liadores de cada grupo (pais, professores e fisiote-rapeutas) e apresenta a descrição detalhada daavaliação da cartilha de estimulação proposta.

Observa-se na Tabela 1 que no grupo dos pais(cuidadores) a maioria era do sexo feminino (71%),e não houve uma profissão predominante. Um paise recusou a responder dados pessoais, tais como:profissão, idade, e nível de escolaridade. Quantoao nível de escolaridade dos pais, 28% tinham ní-vel médio e 28% tinham nível superior.

No grupo dos professores a grande maioriatambém era do sexo feminino (86%). Destaca-seque mais da metade dos professores entrevista-dos possuíam pós-graduação nas áreas deneuropedagogia, alfabetização, psicopedagogia ougestão escolar. Quanto às características do gru-po de fisioterapeutas, o sexo feminino foi predo-minante (89%) e grande parte destes possuíampós-graduação (89%), sendo que todos pós-gra-duados eram na área de Neuropediatria e/ou

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Neurofuncional. Tais resultados mostram que osgrupos de avaliadores eram capacitados, cada umem sua área, para avaliar a qualidade e aplicabili-dade da cartilha proposta.

De acordo com os itens da avaliação da car-tilha apresentados na Tabela 1, todos os partici-pantes responderam positivamente quando ques-tionados sobre se a cartilha favoreceria aestimulação do desenvolvimento. Todos os pais eprofessores concluíram que aprenderam algo novoao ler o material e quase metade dos fisioterapeu-tas também relataram que aprenderam algo novocom a cartilha.

Quando questionados sobre dificuldade aoaplicar a cartilha proposta, um pai e um professorresponderam que teriam dificuldades de aplicar omaterial. O professor que disse que teria dificulda-de na aplicação da cartilha, citou como empecilho“o tempo” (s.i.c), o restante afirmou não possuirnenhuma dúvida, indicando que a cartilha é eficientee didática na difusão das orientações ao desenvol-vimento neuropsicomotor infantil.

A amostra como um todo avaliou de formapositiva as figuras que ilustraram alguns dos exer-cícios propostos para estimulação das crianças. Trêsparticipantes (um professor e dois fisioterapeutas)disseram que o material não abrangia todas as áreasdo desenvolvimento, entretanto, não esclareceramquais seriam essas outras áreas.

Sobre a satisfação dos pais e professoresquanto ao serviço do CMEI, dos 14 participantes,apenas um professor não se sentia satisfeito, po-rém não justificou sua resposta.

Quanto à avaliação geral da cartilha, consi-derando todos os avaliadores, verificou-se que a

maior parte dos avaliadores qualificou a cartilhaproposta como ótima. Cabe ressaltar que nenhumparticipante considerou a cartilha ruim e apenasum fisioterapeuta afirmou que a mesma é regular.Além disso, todos os avaliadores avaliaram a lin-guagem utilizada na cartilha proposta como boa ouótima.

DISCUSSÃO

Os objetivos deste trabalho foram os seguin-tes: produzir um material didático com explicaçõesdetalhadas e ilustrações, para auxiliar professoresde creches e cuidadores quanto ao desenvolvimen-to neuropsicomotor de crianças de zero a seis anosidade; e avaliar a clareza e objetividade desse ma-terial, após a análise de professores de creches,fisioterapeutas e cuidadores de crianças de zero aseis anos idade.

Dentre os riscos para a ocorrência de atrasono desenvolvimento infantil está o risco ambiental.Um ambiente considerado de boa qualidade para odesenvolvimento infantil deve oferecer relaciona-mentos sustentadores, promoção da segurança fí-sica, proteção contra doenças, suprimento das ne-cessidades básicas, além de experiênciasdiversificadas. Normalmente, a criança passa amaior parte do tempo no convívio familiar; porém,crianças com pais que trabalham em período inte-gral permanecem por tempo considerável em cre-ches, sendo educadas e estimuladas por professo-res.22 Tendo em vista facilitar este processo, tantopara pais quanto para professores, este projeto vi-sou apresentar um material que somasse às ativi-

Tabela 1: Dados pessoais dos avaliadores e avaliação específica da cartilha de orientação

Dados dos avaliadores Pais Professores Fisioterapeutas Amostra(n=7) (n=7) (n=9) (n=23)

Dados pessoais Idade - média (DP) 33 (±7) 32 (±5) 33 (±8) 33 (±7)Sexo feminino - f (%) 5 (71) 6 (86) 8 (89) 19 (83)Escolaridade¹ - f (%) Ensino fundamental 1 (14) 0 0 1 (4)Ensino médio 2 (28) 2 (28) 0 4 (17)Ensino superior 2 (28) 1 (14) 1 (11) 4 (17)Pós-graduação 1 (14) 4 (58) 8 (89) 14 (62)Avaliação da cartilha Avaliação geral - f (%) Regular 0 0 1 (11) 1 (4)Bom 1 (14) 2 (28) 5 (55) 8 (35)Ótimo 6 (86) 5 (72) 3 (34) 14 (61)Avaliação da linguagem - f (%) Bom 3 (43) 3 (43) 7 (77) 13 (56)Ótimo 4 (57) 4 (57) 2 (23) 10 (44)Favorecerá o desenvolvimento dascrianças - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)Aprendeu algo novo - f (%) 7 (100) 7 (100) 4 (44) 18 (78)Possível aplicar o que foi ensinado - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)Não teve dúvidas sobre o conteúdo - f (%) 6 (86) 6 (86) 7 (77) 19 (83)Não notou dificuldades em aplicar² - f (%) 6 (86) 6 (86) 8 (89) 20 (87)Figuras adequadas ao objetivo - f (%) 7 (100) 7 (100) 9 (100) 23 (100)Contempla todas as áreas dodesenvolvimento² - f (%) 7 (100) 6 (86) 7 (77) 20 (87)Satisfeito com o serviço do CMEI - f (%) 7 (100) 6 (86) NA NA

Nota: 1 um pai não respondeu esta pergunta; 2 um fisioterapeuta não respondeu esta pergunta.DP - Desvio Padrão; f – frequência; % - porcentagem; n - número de participantes; NA - não se aplica.

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dades diárias da criança, de forma simples e efi-caz, a estimulação do desenvolvimento.

Quanto ao perfil dos avaliadores que com-põem amostra, foi observado que a idade médiados grupos foi de 32 e 33 anos, sendo predomi-nante o sexo feminino em todos os grupos, e quan-to à escolaridade, somente dois participantes ti-nham apenas nível fundamental. O fato de os paispossuírem relativamente um bom nível de escola-ridade colaborou para melhor compreensão da car-tilha, o que pode ser observado quando foi avalia-do se a linguagem da cartilha estava de fácil acesso.O grupo “Pais” avaliou a cartilha como boa (14%) eótima (86%). Quanto maior o nível de escolarida-de da mãe, melhor é a organização do ambientefísico e temporal, maior a oportunidade de varia-ção na estimulação diária, com disponibilidade demateriais e jogos apropriados para a criança e maiorenvolvimento emocional e verbal da mãe com acriança.2 Contudo, o estudo de Santos et al.23 nãoverificou a associação entre a escolaridade mater-na e o desenvolvimento infantil de pré-escolaresmatriculados na educação infantil pública ou parti-cular.

Observando ainda o quesito escolaridade,apenas um fisioterapeuta não possuía pós-gradua-ção; todos os outros apresentavam pós-graduaçãoem Neuropediatria ou Neurofuncional. Ao avalia-rem a cartilha em um modo geral, os fisioterapeu-tas foram mais exigentes que os outros dois gru-pos da amostra, pois a maioria deles avaliou acartilha como sendo boa (55%). Os demais gruposavaliaram a cartilha como ótima de maneira geral.O grupo dos fisioterapeutas, em sua maioria, res-ponderam não ter aprendido algo novo com o ma-terial (56%), enquanto todos os participantes dosoutros grupos disseram ter aprendido algo novo;assim podemos analisar que a cartilha apresenta-da aumentou o conhecimento de pais e professo-res quanto ao desenvolvimento das crianças de zeroa seis anos, e que este conhecimento poderá seraplicado na rotina dessas crianças, prevenindo atra-so do desenvolvimento neuropsicomotor.

Em duas outras pesquisas24,25 também procu-rou-se construir e avaliar um material que pudesseauxiliar no estímulo ao desenvolvimento infantil. Foielaborada uma cartilha nomeada “Toda hora é horade cuidar”, e os autores dos estudos questionaramos pais e os profissionais da saúde (Agentes Comu-nitários de Saúde) sobre a validade e a efetividadeda mesma. Houve relatos de dificuldade na aplica-ção do instrumento; um dos motivos foi a falta detempo, causa também referida por um dos profes-sores do CMEI pertencentes à amostra do nossoestudo. Outro motivo foi o fato de muitas criançaspassarem o maior período do dia nas escolinhas,comprovando a necessidade de utilização do mate-rial pelos próprios professores das escolas, o que éproposto pelo presente estudo.

Apesar disso, a cartilha foi considerada ade-quada e importante na promoção do desenvolvi-mento infantil, com linguagem e conteúdo apro-priados, principalmente pelos agentes comunitáriose familiares que possuíam treinamento para suaaplicação e um melhor nível de escolaridade.Teixeira et al.26 chegaram a conclusões semelhan-

tes quando propuseram validar uma tecnologia edu-cacional para famílias ribeirinhas. A “Cartilha deorientações ao desenvolvimento de crianças de 0 a6 anos” também teve uma boa avaliação, sendoconsiderada eficiente pela maioria da amostra.

Além disso, outros estudos27,28 destacaramque a utilização de um material didático-instrucio-nal torna-se um facilitador da prática, promovendopadronização das orientações a fim de se evitareminformações contraditórias e, ainda, permitindo amemorização dos conteúdos do material pelas pes-soas que os aplicam.

Todos os participantes do presente estudodisseram que o material didático elaborado favo-receria o desenvolvimento das crianças nos CMEIs,e todos também responderam que seria possívelaplicar o material nestas instituições. Identificardesde os primeiros meses os sinais de atraso podereduzir o tempo para iniciar a estimulação dessascrianças, diminuindo as alterações do desenvolvi-mento.29 Embora reconhecendo que as interven-ções precoces no âmbito do sistema público desaúde ou ensino possam ser mais difíceis de im-plementar, existem inúmeras alternativas parapromover programas de baixo custo.30 Medidassimples como a estimulação do brincar mediadase conduzidas por um adulto31 ou a realização deorientações e de intervenções por meio de ativi-dades lúdicas32 podem ter efeitos positivos no de-senvolvimento e comportamento infantis. Assimcomo a presente Cartilha de Estimulação, que apre-senta potencial, segundo a opinião dosavaliadores,de auxiliar tanto no processo de iden-tificação de atraso no desenvolvimento das crian-ças quanto na instrução do cuidador para realizaro estímulo neuropsicomotor.

Sobre o serviço oferecido nos CMEIs, a gran-de maioria dos pais e professores respondeu queestava satisfeita quanto à instituição. A importân-cia de verificar a satisfação dos participantes estárelacionada com a quantidade de tempo que ascrianças passam nos CMEIs e com a qualidade doestímulo dada a elas durante o período em que fi-cam sob cuidados dos professores, pois é necessá-rio que os cuidados oferecidos satisfaçam suas ne-cessidades e influenciem favoravelmente o seudesenvolvimento neuropsicomotor.4 Em contrapar-tida, um estudo realizado por Campos et al.33 queavaliou a qualidade de 147 instituições de educa-ção infantil (creches e pré-escolas) em seis capi-tais brasileiras constatou nível de qualidade com-prometido na maioria das instituições, sendo quedéficits foram observados em infraestrutura, orien-tação pedagógica (atividades) e rotinas de cuidadopessoal.

Vários são os fatores que podem influenciarpara que o CMEI não forneça um ambiente favorá-vel ao desenvolvimento das crianças e atendimen-to integral individualizado, como por exemplo, aslimitações físicas, com espaço para atividades es-portivas reduzidas, e limitações econômicas, comoa falta de materiais didáticos e pedagógicos ade-quados, quantidade de professores reduzida e nãoqualificação adequada desses profissionais34. Esseambiente inadequado pode refletir negativamenteno desenvolvimento das crianças matriculadas na

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educação infantil pública em comparação às crian-ças que frequentam a escola particular.23

Em contrapartida, um estudo analisou a evo-lução do crescimento de crianças pré-escolares emcreches de Goiânia-GO, tendo-se observado que amaioria das crianças apresentava o crescimento edesenvolvimento dentro da faixa de normalidade.11

Foi atribuída ao papel dos CMEIs uma colaboraçãopara o resultado, os quais têm como função sociale política proporcionar à criança uma educação dequalidade, ampliando os conhecimentos físicos,culturais e sociais de forma indissociável às açõesde cuidar e educar35; pode-se afirmar, então, queos serviços que os CMEIs de Goiânia propõem-se afazer, em termos de educação e cuidados à crian-ça, têm sido bem sucedidos, ao menos consideran-do a opinião dos pais e professores.

Nesse estudo realizado em creches deGoiânia-GO, foi verificado que a área do desenvol-vimento mais comprometida durante as avaliaçõesfoi a linguagem.11 Uma possível explicação dadapelas autoras foi que os fatores sociais relaciona-dos à estimulação foram pobres para que os pa-drões linguísticos se desenvolvessem. Outras pro-váveis explicações dadas por elas foram apermanência em tempo integral das crianças nosCMEIs, com pouco contato com os pais, e o grandecontingente de crianças que estavam sob respon-sabilidade de cada cuidadora na creche, podendodificultar a estimulação da linguagem, frente às ne-cessidades básicas de cuidados de rotina do am-biente escolar.11 A cartilha poderá auxiliar pais eprofessores a prevenir déficits nas várias áreas queenglobam o desenvolvimento das crianças, como alinguagem, com atividades simples e de fácil apli-cabilidade, segundo o que foi afirmado pelos ava-liadores no presente estudo.

O impacto positivo dos programas de inter-venção precoce sobre desenvolvimento da criançae posterior desempenho escolar justificam a ne-cessidade da identificação precoce das criançascom risco de atrasos e a consequente intervençãoantes que o atraso ou desvio se instale.36 Assim, afinalidade do presente estudo de propor a con-cepção de um material didático de orientação, as-sim como a avaliação deste sob diferentes verten-tes (família, escola e terapeuta) que podeminfluenciar o desenvolvimento futuro das criançasapresenta o foco no cuidar compartilhado, que visaaumentar a interação entre a família e escola econsiderar os distintos pontos de vista em benefí-cio da criança.37

CONCLUSÃO

O presente estudo revelou que o material di-dático elaborado para orientação de pais e professo-res de creches quanto à estimulação do desenvolvi-mento infantil mostrou-se claro, objetivo e eficiente,segundo a opinião de pais, professores e fisiotera-peutas. Desse modo, a cartilha foi avaliada favora-velmente pelos diversos participantes e não foramnecessárias modificações sobre o material inicial.

O estudo do desenvolvimento infantil é am-plo e inclui a sua relação com inúmeros fatores derisco ambientais e biológicos. A implementação demedidas de prevenção e promoção em saúde deveconsiderar o “complexo” que envolve as oportuni-dades e as condições socioeconômicas da popula-ção; estudar medidas práticas e de pouco custoque melhorem a qualidade de vida e que propor-cionem conhecimento à população é fundamen-tal, sendo esta uma das funções dos profissionaisda saúde.

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ABSTRACT:

Objective: to evaluate the clarity and objectivity of a guide with detailed explanations and illustrationsabout the neurodevelopment of children0-6 years through the analysis of daycare teachers, physicaltherapists and caregivers. Methods: 23 subjects participated in the study, of which seven werecaregivers, seven were teachers and nine were physical therapists. The “Guide of guidelines for thedevelopment of children 0-6 years” was prepared by the researchers and subsequently averaged byparticipants through a questionnaire. Results: The vast majority of survey participants classifiedthe guide as good or excellent (96%). All agreed on the language used in the guide as good orexcellent and stated that the application of this material favors the stimulation of children’sdevelopment. Conclusion: The guide proved to be a practical and cost-effective measure that canaid in stimulating child development.

Key words: evaluation, educational material, child day care centers, child development, orientation.