avaliação de esponsabilidade civil - o terror das idosas da zona sul

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O TERROR DAS IDOSAS DA ZONA SUL

O TERROR DAS IDOSAS DA ZONA SUL

Polcia prende mulher que dopou vtima de 84 anos em Copacabana para roubar

Simptica, falante, boa de papo. Graas a essas qualidades, Rosngela Ferreira da Silva, de 52 anos, ganhava a confiana de idosas que ela abordava em diferentes pontos da Zona Sul. A ltima vtima, Nelly Bressan, de 84 anos, caiu na lbia de Rosngela enquanto caminhava no calado de Copacabana. Depois de alguns dias de conversas com a nova amiga. Nelly a convidou para ajud-la em pequenas tarefas domsticas.

Aps trs dias na residncia um apartamento na Rua Santa Clara Rosngela mostrou seu lado B: dopou a idosa e revirou o imvel, de onde levou jias e cerca de R$ 9.000,00 (nove mil) reais, h uma semana. Nelly foi encontrada no dia seguinte ao golpe, desacordada, sendo internada no CTI de uma clnica em Botafogo. Ontem, a histria teve um final feliz: a idosa recebeu alta e est s e salva na casa da filha. A ladra, que aterrorizava mulheres de idade que viviam sozinhas, foi presa por uma equipe da 12. DP (Copacabana).

Para chegar at a criminosa, a polcia primeiro conseguiu as imagens da cmera do prdio de Nelly. Obtida a identificao de Rosngela, foi s pedir Justia a quebra do sigilo bancrio e telefnico dela. Com os dados, a polcia descobriu o endereo da mulher, na Praia de Botafogo, de seus parentes e de amigos. Uma equipe passou a monitor-la e descobriu que ela costumava penhorar as jias roubadas na Caixa Econmica.

Ontem, o delegado Antenor Martins Jnior, que comandou a investigao com a delegada Cristiana Miguel Bento, armou o flagrante: prendeu Rosngela assim que ela desembarcou de um txi diante da agncia da Caixa na Rua das Laranjeiras.

Ela estava com um quilo de ouro penhorado na Caixa. Cada grama custa R$ 80,00 (oitenta) reais. Ela tinha recebido R$ 80.000,00 (oitenta) mil por jias que roubara de idosas disse o delegado que solicitou Justia o seqestro das jias empenhadas por Rosngela para tentar devolv-las s donas.

Rosngela, que j tinha 11 anotaes criminais por roubo e estelionato, estava bem vestida ao ser presa. Usava blusa de grife e argolas de ouro que pertenciam a sua ltima vtima. Com a criminosa foram encontrados alguns cordes de ouro e alianas. Uma delas tinha gravados o nome Haroldo e a data do casamento: 22 de maro de 1947.

Pela data, com certeza a aliana era de outra idosa que Rosngela roubou. Se a vtima tiver se casado com 20 anos, estaria com 84 agora contou Antenor.

Segundo o delegado, Rosngela confessou ter dopado Nelly e admitiu ter roubado dezenas de outras idosas, sempre na Zona Sul. Ela contou ainda ter preferncia por vivas. Mas essa no era a nica especialidade da criminosa: Ela tambm praticava estelionatos e foi flagrada ontem com trs cartes de crdito em nome de outras mulheres, os quais usava para comprar eletrodomsticos. Na bolsa de Rosngela foram achadas notas fiscais de trs mquinas de lavar roupa.

Ela atuava h muito tempo na Zona Sul. Era muito esperta. Para conseguir prend-la, passamos o fim de semana todo monitorando seus possveis esconderijos disse Antenor, que pediu a idosas vtimas de golpes que olhem a fotografia de Rosngela e a denunciem, se tiver sido ela a criminosa.

A filha de Nelly, Jaciara Caldeira de Souza, no escondeu a satisfao por ver Rosngela presa:

Minha me passou uma semana internada, quatro dias no CTI. Muita gente me disse que nem adiantava registrar queixa, que a polcia no faria nada. Mas a equipe da delegacia no s fez como foi muito rpida.

(fonte: Jornal O GLOBO 28/06/2011).

Considerando toda a narrativa exposta, avalie a possibilidade da propositura de uma ao de perdas e danos em relao a Rosngela focando aspectos como o nexo de causalidade e as qualidades de danos sofridos pontuando-os doutrinariamente e faticamente para que possam justificar sua exigibilidade. uma hiptese de danos individuais homogneos? Justifique.

Antes de iniciarmos a analise do caso, convm esclarecermos aqui o que vem a ser a responsabilidade civil. De forma bastante bsica, poderamos dizer que trata-se de um ramo do direito privado que busca estudar os pressupostos conduta + dano + nexo de causalidade e quando for o caso, a culpa, de forma a garantir a vitima ou aos seus familiares uma indenizao justa pelo dano sofrido. Existe no ordenamento jurdico o dever geral de no causar dano a outrem, proveniente da mxima do Direito Romano neminem laedere. Este dever jurdico nas palavras de Cavalieri (2010, p.1) trata-se da conduta externa de uma pessoa imposta pelo Direito Positivo por exigncia da convivencia social.

Quando algum viola esse dever jurdico (originrio), incorre em ato ilcito o que quase sempre traz danos a outrem e, por conseguinte, cria para aquele que viola um outro dever jurdico (sucessivo ou secundrio), o de reparar o dano. Aqui encaixa-se o a noo de responsabilidade civil, na medida em que para que algum seja responsabilizado civilmente h que ter causado dano a outrem. Tal dano, na maioria das vezes, decorre de ato ilcito (vide Art. 927), no entanto, o ordenamento juridico brasileiro tambem prev casos excepcionais de indenizao por ato licito (como no caso de dano causado estando o autor em estado de necessidade, vide Art. 188 inciso II CC e art. 930 CC por exemplo).Neste momento, torna-se importante ressaltar que a responsabilidade se distingue da obrigao. Esta sempre um dever jurdico originrio (exe.: obrigao de no causar dano a outrem) enquanto que aquela sempre um dever jurdico secundrio (surge a partir da violao do dever jurdico originrio). Tal diferenciao esta presente no Cdigo Civil em seu Art. 389 abaixo: No cumprida a obrigao, responde o devedor por perdas e danos (...).Feita esta exposiao inicial a fim de conhecermos do que trata a responsabilidade civil, passaremos agora a um breve estudo dos pressupostos citados anteriormente, a saber: conduta, dano e nexo causal. Desta forma, acreditamos tornarmos melhor preparados para proceder analise do caso exposto nesta atividade. 2 - ESTUDO CONDUTA, DANO E NEXO

3 ANALISE DO CASO

No caso em questo, temos atos ilcitos praticados por Rosngela a qual autora de diversos golpes contra idosas moradoras da zona sul do Rio de Janeiro, dentre elas a vtima Nelly Bressan.

O ato ilcito de

Distino entre Obrigao e Responsabilidade Existe no ordenamento jurdico o dever geral de no causar dano a outrem. Para quem o faz, surge o dever de indenizar. A obrigao tem carter primrio decorrendo da lei ou da vontade enquanto a responsabilidade tem carter secundrio visto que decorre do descumprimento de obrigao ou lei.Da Obrigao de Indenizar - A responsabilidade civil normatiza a obrigao de indenizar, pois uma pessoa no importa se natural ou jurdica, se cometeu um dano, tem o dever de reparar esse prejuzo. E toda atividade humana pode ser causadora da necessidade de indenizar e, ento, tem de ser compensado o dano cometido. Em outras palavras, necessrio, para que ocorra a obrigao de reparao, que haja uma conduta e tambm que essa conduta tenha violado uma norma preexistente e, como conseqncia, ocorre uma sano.Segundo o professor Cavalieri ESFERA CIVIL - PRAZO DE PRESCRICAO

Art. 206. Prescreve:

3oEm trs anos:

V - a pretenso de reparao civil;

, o ato ilcito que foi praticado a vtima causou minimamente um dano moral, -> dano reflexo (instituto)

. Na responsabilidade civil ns lidamos com o principio da responsabilidade patrimonial garantia dos credores est no nosso patrimnio, mas nem sempre a pessoa tem valor suficiente para pagar a indenizao e a fica uma sensao de injustia. Como se quantifica o dano? Em algumas situaes fcil porque voc tem como quantificar por exemplo, se eu quebro um controle de ar condicionado da sala terei que ressarcir o errio pblico, ele um bem material sem valor sentimental. Mas, quando falamos em dano moral mais difcil.

Cada caso um caso, na responsabilidade civil no se mede a indenizao pelo grau de culpa, o importante a extenso do dano.Art. 5 inciso X CRFB/88 fala em danos materiais ou morais o que deu muito pano pra manga e se editou a smula 37 STJ que diz que a CRFB/88 disse ou e no e, o que no restou duvida que hoje podemos cumular o dano material com o moral.

o dano material decorre de ofensa ao patrimnio, enquanto que o dano moral decorre de uma ofensa psquica e o dano esttico decorre de uma ofensa integridade fsica.

CC 2002

. A indenizao que a sano na responsabilidade civil tem uma regra importantssima que a do art. 944 caput CC a indenizao se mede pela extenso do danoArt. 949. No caso de leso ou outra ofensa sade, o ofensor indenizar o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes at ao fim da convalescena, alm de algum outro prejuzo que o ofendido prove haver sofrido.Conduta comissiva causou dano a senhora idosa Rosangela violou o direito e causou o dano, logo tem o dever de indenizar

Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

2) DANO = o grande vilo da responsabilidade civil, mas sem ele no tem responsabilidade civil. A conduta omissiva ou comissiva tem que ter gerado esse dano e pra quem for o autor ou o ru a grande questo romper ou constituir o nexo de causalidade.

Material ou Patrimonial Dano Emergente

Lucro Cessante

Moral ou Imaterial = Via Objetiva Via Subjetiva Esttico (categoria autnoma devido a sumula 387 STJ)

O prejuzo que comearemos a estudar o do dano material ou patrimonial no qual vai ocorrer uma diminuio do patrimnio (bens) da pessoa. Para uma coisa se tornar bem ela deve ser suscetvel de valorao econmica e de apropriao. Esse o argumento para convencer que o cachorro um bem e no uma pessoa. Pode ser tanto uma deteriorao, ou seja, uma diminuio ou voc pode ter uma perda total.

Dano material emergente o que j ocorreu e voc pode calcular. ~e o do caso

Questo Subjetiva = sempre que falamos da questo subjetiva estaremos falando do sujeito. O dano material nessa corrente voc tem que provar para o juiz o vexame, a dor da alma, aquilo o mnimo, a dor psicolgica. Agora, como se faz prova para o juiz dessa situao? As pessoas nem sempre conseguem mostrar para o juiz a dor que elas estavam sentindo ento criou-se algo mais objetivo.

Questo Objetiva = o dano moral a violao de um ou mais direitos da personalidade. Facilita a indenizao, pois voc consegue abranger mais situaes.

Formou-se tambm uma noo de dano moral in re ipsa que decorre do prprio fato. S do descrever dos fatos, provando conduta, dano e nexo causal, voc j deduz o dano psicolgico. Ex: Construo do elevado Paulo de Fronten que houve um desabamento e muitas pessoas morreram, ento pelo prprio narrar dos fatos voc j sabe que a pessoa est sofrendo. Basta eu me imaginar na situao e ver que aquilo seria ruim, no precisa provar o dano, ele j se presume pelo simples narrar da situao.

imprescindvel. No adianta provar conduta e dano sem nexo causal. Ento temos essas perguntas a fazer. Quais so os danos ressarciveis? Quais so as condies que levaram ao evento danoso? Existe concorrncia de causas?

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