avaliação da sustentabilidade do edificado no rio de janeiro · toda a paciência que...
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Avaliação da sustentabilidade do edificado no Rio de Janeiro
Análise de caso de dois hotéis
Frederico Mexia Ferreira Galão
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia do Ambiente
Júri
Presidente: Professor Doutor António Jorge Gonçalves de Sousa
Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro
Vogal: Professor Doutor José Dinis Silvestre
Maio de 2013
i
Agradecimentos
Quero aqui expressar os meus agradecimentos a todos os que me auxiliaram, mesmo que indiretamente, na
execução deste projeto.
Ao Professor Manuel Pinheiro, em particular, que como orientador sempre se mostrou disponível para me
guiar pelo decurso do trabalho, mesmo através de travessias Atlânticas cibernautas. Também agradeço pelos
horizontes de trabalho que me abriu e ainda pode vir a abrir.
A toda a gerência dos hotéis Marina por me possibilitarem executar os casos de estudo dignamente.
Especialmente à gerente de hospedagem Ana Teresa, à gerente de projetos Beatriz Ciça e à gerente de
governança Gabriela Tavares por me permitirem o acesso às instalações e facultarem dados.
À minha ‘prima’ Nancy por me ceder acesso a meios científicos que me possibilitaram o enriquecimento do
trabalho.
Ao Jaime e ao Francisco por me ajudarem, física e emocionalmente, a encontrar o meu caminho e percurso de
vida, e me orientarem nas fases mais atribuladas.
A todos os meus amigos e familiares pelos momentos vividos, permitindo aliviar dos estudos e trabalho quando
assim era necessário.
Um apreço muito especial e sentido à minha tia Lourdes por todo o apoio e presença que tem na minha vida e
dos “meus” e pela relação de irmandade que tem com a minha mãe…os meus anjos da guarda.
Aos meus pais e irmão por serem parte constante da minha vida, acompanhando-me em tudo o que faço
estejam ou não presentes fisicamente, e pelo apoio incondicional que me dão mesmo quando em desacordo.
Uma palavra especial aos meus pais por sempre me possibilitarem o poder de escolha e livre arbítrio, e por
toda a paciência que demonstraram no meu percurso académico. Obrigado por me terem proporcionado a
melhor experiência da minha vida, até à data: o intercâmbio. A vocês três estarei sempre grato.
Um agradecimento em especial e maior que todos os anteriores à minha mãe, pelo exemplo de vida, trabalho e
pessoa que é e me mostra todos os dias. Por todo o apoio suplementar em funções maternas e académicas. O
meu pilar de suporte…sem ela a vida não faria sentido.
É a todos vós que dedico este trabalho porque sem vocês certamente não teria aqui chegado.
Obrigado do fundo do coração!!
iii
“ A sustentabilidade não é um problema mas sim uma oportunidade.”
(Bill Clinton – Ex presidente dos EUA)
v
Resumo
O edificado é responsável por cerca de metade do consumo dos recursos naturais, com os edifícios a
consumirem mundialmente mais de 40% da energia e a causarem cerca de um terço das emissões de CO2. Com
o número de quartos de hotel no mundo a ultrapassar os 17,5 milhões, os hotéis ecologicamente corretos,
podem constituir uma grande área de ação do desenvolvimento sustentável, providenciando a qualidade nos
serviços através de boas práticas ambientais, e visando obter, se possível, uma certificação ambiental (como
LEED, Processo AQUA ou LiderA).
Objetivos: avaliação do desempenho ambiental do edificado turístico, nomeadamente os hotéis, com especial
atenção às áreas da Energia, Água e Resíduos; integração do LiderA no Brasil e sua aplicação a dois casos de
estudo: os hotéis Marina All Suites e Marina Palace, no Rio de Janeiro.
Resultados: Efetuou-se o desenvolvimento de limiares ajustados ao Brasil, aplicou-se a dois hotéis com boas
práticas para testar. Ambos foram avaliados com a classe global A, que em termos ambientais significa uma
melhoria de desempenho de 50% em relação à prática comum. Os dois hotéis têm potencial de progressão
para a classe seguinte (classe A+), caso implementem certas medidas de melhoria. O hotel Marina Palace
apresenta, a nível internacional e brasileiro, muito boas práticas nas áreas da Energia e Água mas
desempenhos fracos na área dos Resíduos. No hotel Marina All Suites o comportamento é similar, exceto na
área da Água onde apresenta um mau desempenho (classe F). Identificaram-se oportunidades de melhoria e de
desenvolvimentos futuros.
Palavras-chave: Construção sustentável, sustentabilidade turística, sustentabilidade hoteleira, impactes
ambientais, sistema LiderA, Brasil, benchmarking.
vii
Abstract
The building environment is responsible for about half of the natural resources consumption, with buildings
consuming worldwide more than 40% of the total energy and causing approximately a third of the CO2
emissions. With the number of hotel rooms around the world exceeding 17,5 millions, the environmentally
friendly hotels may be an important area of investment for sustainable development. These hotels aim to
provide quality in services with the use of good environmental practices, and to obtain, if possible, an
environmental certification (like LEED, Processo AQUA or LiderA).
Aim: evaluate the touristic buildings environmental performance, namely in hotels, with special focus on the
Energy, Water and Wastes areas; implement LiderA in Brazil and apply it to two study cases: Marina All Suites
and Marina Palace hotels, both in Rio de Janeiro.
Results: Adjusted thresholds were developed to Brazil and applied to two hotels with good environmental
practices for testing. Both hotels were evaluated with global class A, which in environmental figures means a
performance improvement of 50% comparing to standard practices. The two hotels can achieve the next fase
(class A+) if they implement some improvement measures. The Marina Palace hotel displays, when compared
with the international and Brazilian ones, very good practices in Energy and Water areas but weak
performances in the Wastes area. The behavior in the Marina All Suites hotel is similar except in the Water
area, where it shows a bad performance (class F). Improvement opportunities and future developments were
identified.
Keywords: Sustainable construction, tourism sustainability, hotels sustainability, environmental impacts, LiderA
system, Brazil, benchmarking.
ix
Índice geral
Agradecimentos .......................................................................................................................................... i
Resumo ...................................................................................................................................................... v
Abstract ................................................................................................................................................... vii
Índice de figuras ....................................................................................................................................... xiii
Índice de quadros ...................................................................................................................................... xv
Índice de gráficos .................................................................................................................................... xvii
Siglas e abreviaturas ................................................................................................................................. xix
1. Introdução ........................................................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento ........................................................................................................................................... 1
1.1.1. A evolução ambiental ........................................................................................................................... 1
1.1.2. A sustentabilidade na construção ........................................................................................................ 2
1.1.3. A sustentabilidade no turismo ............................................................................................................. 4
1.1.4. Aspetos chave....................................................................................................................................... 5
1.2. Objetivo ....................................................................................................................................................... 6
1.3. Motivação .................................................................................................................................................... 6
1.4. Metodologia ................................................................................................................................................ 7
1.5. Estrutura da Dissertação .............................................................................................................................. 8
2. Sustentabilidade do edificado no caso brasileiro.............................................................................................. 11
2.1. Sustentabilidade em hotéis ....................................................................................................................... 11
2.1.1. A dinâmica hoteleira e seus impactes ................................................................................................ 11
2.1.2. Gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental nos hotéis........................................................... 15
2.1.3. Instrumentos de gestão ambiental .................................................................................................... 17
2.2. Sistemas de certificação e avaliação de desempenho ambiental ............................................................. 20
2.2.1. Sistemas certificadores ....................................................................................................................... 21
2.3. Casos de bom desempenho ambiental...................................................................................................... 38
2.3.1. Hotel Jardim Atlântico ........................................................................................................................ 38
2.3.2. Hotel Vila Galé Albacora ..................................................................................................................... 39
2.3.3. Hotel Heritance Kandalama ................................................................................................................ 40
x
2.3.4. Grande Hotel São Pedro ..................................................................................................................... 41
2.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 42
3. LiderA e desempenhos no Brasil ....................................................................................................................... 45
3.1. LiderA ......................................................................................................................................................... 45
3.1.1. Integração Local ................................................................................................................................. 47
3.1.2. Recursos ............................................................................................................................................. 48
3.1.3. Cargas Ambientais .............................................................................................................................. 50
3.1.4. Conforto Ambiental ............................................................................................................................ 52
3.1.5. Vivência Socioeconómica ................................................................................................................... 53
3.1.6. Uso Sustentável .................................................................................................................................. 56
3.2. Escalas de desempenho ............................................................................................................................. 57
3.2.1. Energia ................................................................................................................................................ 57
3.2.2. Água .................................................................................................................................................... 61
3.2.3. Resíduos ............................................................................................................................................. 63
3.3. Alterações à versão internacional do LiderA ............................................................................................. 66
3.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 66
4. Casos de estudo: Hotel Marina All Suites e Hotel Marina Palace - aplicação e oportunidades de melhoria ... 69
4.1. Apresentação e principais características .................................................................................................. 69
4.1.1. Hotel Marina All Suites ....................................................................................................................... 69
4.1.2. Hotel Marina Palace ........................................................................................................................... 70
4.2. Avaliação de desempenhos ambientais .................................................................................................... 71
4.2.1. Integração Local ................................................................................................................................. 72
4.2.2. Recursos ............................................................................................................................................. 73
4.2.3. Cargas Ambientais .............................................................................................................................. 75
4.2.4. Conforto Ambiental ............................................................................................................................ 77
4.2.5. Vivência Socioeconómica ................................................................................................................... 78
4.2.6. Uso Sustentável .................................................................................................................................. 81
4.3. Desempenhos ambientais globais ............................................................................................................. 85
4.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 85
5. Discussão crítica dos resultados ........................................................................................................................ 87
xi
5.1. Integração local ......................................................................................................................................... 87
5.2. Recursos ..................................................................................................................................................... 87
5.3. Cargas Ambientais ..................................................................................................................................... 91
5.4. Conforto Ambiental ................................................................................................................................... 92
5.5. Vivência Socioeconómica .......................................................................................................................... 93
5.6. Uso Sustentável ......................................................................................................................................... 94
6. Conclusões e recomendações ........................................................................................................................... 99
6.1. Conclusões finais ....................................................................................................................................... 99
6.2. Recomendações e desenvolvimentos futuros ......................................................................................... 101
Referências bibliográficas ................................................................................................................................... 103
Anexos .................................................................................................................................................................. A-1
A.1. Tabela Geral dos Limiares – LiderA V2.0 Brasil......................................................................................... A-1
A.1.1. Limiares para avaliação da vertente Integração Local ...................................................................... A-1
A.1.2. Limiares para avaliação da vertente Recursos .................................................................................. A-3
A.1.3. Limiares para avaliação da vertente Cargas Ambientais................................................................... A-5
A.1.4. Limiares para avaliação da vertente Conforto Ambiental ................................................................ A-7
A.1.5. Limiares para avaliação da vertente Vivência Socioeconómica ........................................................ A-9
A.1.6. Limiares para avaliação da vertente Uso Sustentável..................................................................... A-11
A.2. Resumo da avaliação LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace ........................................... A-13
A.2.1. Avaliação vertente Integração Local ............................................................................................... A-13
A.2.2. Avaliação vertente Recursos ........................................................................................................... A-13
A.2.3. Avaliação vertente Cargas Ambientais ............................................................................................ A-14
A.2.4. Avaliação vertente Conforto Ambiental ......................................................................................... A-14
A.2.5. Avaliação vertente Vivência Económica ......................................................................................... A-15
A.2.6. Avaliação vertente Uso Sustentável ................................................................................................ A-15
xiii
Índice de figuras
Figura 1 - Equilíbrio necessário ao desenvolvimento sustentável .......................................................................... 2
Figura 2 - Contributo da construção sustentável para o Desenvolvimento sustentável ........................................ 3
Figura 3 - Logótipo ISO .......................................................................................................................................... 18
Figura 4 - Logótipo EU Ecolabel ............................................................................................................................. 19
Figura 5 - Logótipo ABNT - Qualidade Ambiental ................................................................................................. 19
Figura 6 - Logótipo ISO 14001 ............................................................................................................................... 25
Figura 7 - Logótipo EMAS ...................................................................................................................................... 26
Figura 8 - Logótipo BREEAM .................................................................................................................................. 28
Figura 9 - Logótipo LEED ....................................................................................................................................... 30
Figura 10 - Logótipo Processo AQUA .................................................................................................................... 33
Figura 11 - Logótipo LiderA ................................................................................................................................... 35
Figura 12 - Níveis de desempenho ........................................................................................................................ 36
Figura 13 - Logótipo Green Globe ......................................................................................................................... 37
Figura 14 - Logótipo Eco-Hotel .............................................................................................................................. 37
Figura 15 - Perspetivas do Hotel Jardim Atlântico ................................................................................................ 38
Figura 16 - Perspetivas do Hotel Vila Galé Albacora ............................................................................................. 39
Figura 17 - Perspetivas do Hotel Heritance Kandalama ........................................................................................ 40
Figura 18 - Perspetivas do Grande Hotel São Pedro ............................................................................................. 41
Figura 19 - Vista de topo dos hotéis Marina e das suas imediações ..................................................................... 69
Figura 20 - Perfil exterior do hotel Marina All Suites ............................................................................................ 70
Figura 21 - Perfil exterior do hotel Marina Palace ................................................................................................ 70
Figura 22 - Sombras provocadas pela imponência dos hotéis .............................................................................. 73
Figura 23 - Exposição do MAS à luz solar .............................................................................................................. 74
Figura 24 - Torneira misturadora com redutor de caudal do MAS ....................................................................... 74
Figura 25 - Piscina do MP com vista panorâmica para o oceano .......................................................................... 77
Figura 26 - Bike Rio ................................................................................................................................................ 79
Figura 27 - Sala executiva e Lounge/multiusos do MAS ....................................................................................... 80
Figura 28 - Vista periférica em relação ao hotel de algumas das amenidades locais ........................................... 81
Figura 29 - Cartão de consciencialização na mudança de lençóis ......................................................................... 82
Figura 30 - Cartão de consciencialização na mudança de toalhas ........................................................................ 82
Figura 31 - Desempenho ambiental global atingido ............................................................................................. 85
xv
Índice de quadros
Quadro 1 - Classificação e requisitos dos hotéis no Brasil .................................................................................... 13
Quadro 2 - Ações ambientais obrigatórias nas diferentes classificações de unidades hoteleiras ........................ 15
Quadro 3 - Introdução resumida dos principais sistemas de certificação ambiental ........................................... 23
Quadro 4 - Custos de implementação da ISO 14001 ............................................................................................ 25
Quadro 5 - Custos de implementação do EMAS ................................................................................................... 27
Quadro 6 - Categorias gerais do BREEAM ............................................................................................................. 29
Quadro 7 - Custos de implementação do LEED..................................................................................................... 32
Quadro 8 - Categorias e famílias do Processo AQUA ............................................................................................ 34
Quadro 9 - Ferramentas de análise do LiderA ...................................................................................................... 46
Quadro 10 - Valores internacionais de consumo energético em hotéis ............................................................... 59
Quadro 11 - Valores brasileiros de consumo energético em hotéis ..................................................................... 59
Quadro 12 - Limiares do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA-Brasil ................................................ 60
Quadro 13 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA V2.0
Brasil ...................................................................................................................................................................... 60
Quadro 14 - Valores internacionais de consumo de água em hotéis ................................................................... 62
Quadro 15 - Valores brasileiros de consumo de água em hotéis ......................................................................... 62
Quadro 16 - Limiares do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA-Brasil .................................................... 62
Quadro 17 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA V2.0 Brasil
.............................................................................................................................................................................. 63
Quadro 18 - Valores internacionais de geração de resíduos em hotéis ............................................................... 64
Quadro 19 - Valores brasileiros de geração de resíduos em hotéis ...................................................................... 64
Quadro 20 - Limiares do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA-Brasil .......................................... 65
Quadro 21 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA V2.0
Brasil ...................................................................................................................................................................... 66
Quadro 22 - Resumo das características urbanísticas dos empreendimentos ..................................................... 71
Quadro 23 - Integração Local: Áreas e Critérios de base considerados ................................................................ 72
Quadro 24 - Recursos: Áreas e Critérios de base considerados ............................................................................ 73
Quadro 25 - Valores de consumo energético dos hotéis MAS e MP .................................................................... 74
Quadro 26 - Valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP ................................................................................ 75
Quadro 27 - Cargas Ambientais: Áreas e Critérios de base considerados ............................................................ 76
Quadro 28 - Valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP ..................................................................... 77
Quadro 29 - Conforto Ambiental: Áreas e Critérios de base considerados .......................................................... 77
Quadro 30 - Vivência Socioeconómica: Áreas e Critérios de base considerados ................................................. 79
Quadro 31 - Uso Sustentável: Áreas e Critérios de base considerados ................................................................ 82
Quadro 32 - Classes de desempenho ambiental atual.......................................................................................... 83
Quadro 33 - Ponderação das classes dos valores globais ..................................................................................... 84
xvi
Quadro 34 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de energia em hotéis ........................................... 88
Quadro 35 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de água em hotéis ............................................... 89
Quadro 36 - Valores internacionais e brasileiros de geração de resíduos em hotéis ........................................... 91
Quadro 37 - Classes de desempenho ambiental atual e de possível desempenho futuro ................................... 95
xvii
Índice de gráficos
Gráfico 1 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Integração Local ............................ 87
Gráfico 2 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MAS ..................... 90
Gráfico 3 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MP ....................... 90
Gráfico 4 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Cargas Ambientais ......................... 92
Gráfico 5 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Conforto Ambiental ....................... 93
Gráfico 6 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Vivência Socioeconómica .............. 94
Gráfico 7 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Uso Sustentável ............................. 95
xix
Siglas e abreviaturas
ABC - Área Bruta Construída
ABIH - Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
APA - Agência Portuguesa do Ambiente
APCER - Associação Portuguesa de Certificação
ASHRAE - Refrigerating and Air-conditioning Engineers
ASTM - American Society for Testing and Materials
BEN - Balanço Energético Nacional
BRE - Building Research Establishment
BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method
CE - Comissão Europeia
CFCs - Clorofluorocarbonetos
CNTur - Confederação Nacional do Turismo
COVs - Compostos Orgânicos Voláteis
CUELE - Comité de l'Union Européenne pour le Label Écologique
DOE - US Department of Energy
EMAS - Eco Management and Audit Scheme
Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo
EPA - US Environmental Protection Agency
EPI - Environmental Performance Index
ETAR - Estação de Tratamentos de Águas Resíduais
EUA - Estados Unidos da América
EU Ecolabel - Rótulo Ecológico da União Europeia
GBCB - Green Building Council Brasil
xx
GEE - Gases com efeito de estufa
HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points
HQE - Haute Qualité Environnementale
IEA - Internacional Energy Agency
IHEI - International Hotels Environment Initiative
IISD - International Institute for Sustainable Development
Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
ISO - International Organization for Standardization
LiderA - Liderar pelo Ambiente
LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
MAS - Marina All Suites
MP - Marina Palace
ONG - Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PDM - Plano Diretor do Município
PIB - Produto Interno Bruto
Processo AQUA - Alta Qualidade Ambiental
QAE - Qualidade Ambiental do Edifício
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
SGE - Sistema de Gestão do Empreendimento
SGQ - Sistema de Gestão de Qualidade
tep - toneladas equivalentes de petróleo
UHs - Unidades Habitacionais
UNCED - United Nations Conference on Environment and Development
xxi
UNEP - United Nations Environment Programme
UNWTO - World Tourism Organization
USGBC - United States Green Building Council
WCED - World Commission on Environment and Development
WTTC - World Travel and Tourism Council
1
1. Introdução
1.1. Enquadramento
1.1.1. A evolução ambiental
Desde os primórdios e até surgir o homem, os ambientes naturais apresentavam, de um modo geral, um
equilíbrio dinâmico. Com o decorrer dos tempos, verificou-se progressivamente uma intervenção humana mais
intensa na exploração dos recursos naturais - em especial de água, terra, energia e recursos minerais. O
desenvolvimento tecnológico, científico e económico das sociedades foi acompanhado pelo consequente
avanço dessa exploração levando aos elevados (ou mesmo sobrelevados) níveis explorativos que se verificam
na atualidade (Huang et al., 2010, p. 136; Ross, 2011, p. 1).
O ritmo consumista assoberbado exercido na natureza resulta numa insuficiência dos ecossistemas em
sustentar e suportar o peso imposto pela humanidade. Nesse contexto surge o termo “pegada ecológica”,
sendo comumente usado como indicador de sustentabilidade para explorar qualquer estilo de vida (cidades,
nações, produtos, serviços, etc.). Segundo Wackernagel e Rees (1996, p. 5):
Talvez receando um futuro cenário negro, nas últimas décadas tem crescido a preocupação e interesse público
em manter e gerir adequadamente os recursos e ecossistemas naturais, já que estes são em grande parte
responsáveis pela saúde e bem-estar da população (Burger, 2008, p. 6). Esta preocupação ecológica tem ganho
uma maior predominância mundial, conduzindo a uma nova forma de pensamento, traduzida num novo
padrão comportamental e, consequentemente, numa maior busca de atitudes “ecologicamente corretas”
(Tomanik e Nakagawa, 2011).
Esta nova onda ecológica assenta em motivos que podem ir dum súbito ganho de consciência ambiental, à
necessidade de apresentar uma imagem de negócio mais verde, ou ainda por se tratar de um tema que agora
“está na moda”. No entanto, e por mais díspares que sejam as motivações, o que realmente importa é que
sejam tomadas iniciativas de mudança, já que se vem constatando, de modo cada vez mais evidente, que não
estão em funcionamento as melhores dinâmicas ambientais.
Ficou ainda mais clara a necessidade de se proceder a alterações nas práticas vigentes, bem como qual a
posição do ambiente na sociedade, a partir do momento em que a gestão deste integrou a agenda política
global (Kirk, 1998, p. 33). Um dos principais propulsores disso foi a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED), mais conhecida como Rio 92, de onde resultou a Agenda 21:
documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a participar na solução dos problemas
socio-ambientais rumo a um desenvolvimento sustentável (Kirk, 1998, p. 93; Stuermer et al., 2010, p. 2).
“Pegada ecológica representa a quantidade de área terrestre e aquática necessária para sustentar os níveis
correntes de consumo de recursos e descargas de resíduos de determinada população.”
2
Na sequência desta série de eventos merece também destaque o Protocolo de Quioto, criado no Japão em
1997. Este tratado visa estabelecer mecanismos para o comércio de emissões de Gases com Efeito de Estufa
(GEE), numa dinâmica de desenvolvimento limpo, permitindo aos países desenvolvidos baixarem os custos da
redução das suas emissões poluentes (APOTEC, 2007, p. 322).
O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido pela World Commission on Environment and
Development - WCED (Hosseini e Kaneko, 2012, p. 197; Kirk, 1998, p. 34; United Nations, 1987, p. 15; Waas et
al., 2010, p. 631), no relatório “Our Common Future” - também denominado relatório Brundtland - como:
De forma a que o desenvolvimento sustentável se consiga impor no
mundo atual é determinante que se encontre o equilíbrio das três
dimensões que compõem a Triple Bottom Line: sociedade, economia e
ambiente - ver Figura 1 - (Assaf et al., 2012, p. 596; Gimenez et al., 2012,
p. 149). Outrora considerada impraticável, esta abordagem define
atualmente as estratégias a longo termo e as práticas diárias em
diversas empresas líderes, por todo o mundo (McDonough e Braungart,
2002, p. 251).
Refira-se no entanto que, embora o teor da sustentabilidade esteja assente nos três pilares já mencionados,
ao longo deste trabalho, dado o âmbito e contexto do estudo, sempre que se aborde este tema será com foco
essencialmente na componente ambiental.
1.1.2. A sustentabilidade na construção
Os habitantes dos países desenvolvidos, em especial os que vivem nas grandes cidades, estão rodeados e
dependentes (às vezes, excessivamente!) de ambientes construídos que, de certa forma, possibilitam o estilo
de vida a que estão acostumados. Contudo, isso faz com que passem a maior parte das suas vidas “entre
portas” (Peri e Rizzo, 2012, p. 151). O cidadão comum, nomeadamente em climas frios, pode passar mais de
95% do seu tempo dentro de edifícios, porque os locais de trabalho, de compras e desporto são
predominantemente indoor (Lee, 1996, p. 3).
Faz, por isso, sentido que a construção se tenha tornado num dos maiores e mais importantes sectores do
mercado industrial atual, como adianta o United Nations Environment Programme (UNEP, 2003, p. 5) -
principal autoridade global em meio ambiente e responsável por promover a conservação do meio ambiente e
o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável. Esta mesma entidade, defende
também que a construção é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e por 7% do
Figura 1 - Equilíbrio necessário ao desenvolvimento sustentável (INFAP,
2013)
“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as
possibilidades de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.”
3
emprego em todo o mundo – o que equivale a 111 milhões de pessoas- sendo por isso, muito provavelmente,
o maior empregador industrial do mundo.
Contudo, a construção tem um impacte significativo no ambiente (Tan et al., 2011, p. 225). Esta indústria é
responsável pelo consumo de cerca de metade dos recursos extraídos à natureza pelo Homem, caso se
mantenham os padrões atuais, de acordo com o UNEP (2003, p. 5), o avanço dos espaços construídos destruirá
ou afetará até 2032 os habitats naturais e a vida selvagem em cerca de 70% da superfície terrestre.
De modo a contrariar estas tendências é, portanto, crucial que sejam feitas mudanças na indústria da
construção, tornando-a mais sustentável (de preferência totalmente sustentável!), para que reine o respeito
pelo meio ambiente no rumo do desenvolvimento.
É aqui, nesta linha de pensamento, que a construção sustentável entra como um campo importantíssimo. De
acordo com o Conseil International du Bâtiment - CIB (apud Kibert, 2008, p. 6):
Desta forma, com o objetivo de aplicar o conceito da construção sustentável no grande cerne da questão, há
que centrar as atenções em particular nos edificados. Existem centenas de milhões de edifícios singulares que
assumem responsabilidade pelo consumo de mais de 40% da energia total do mundo (Duić et al., 2013, p. 4;
Raspin, 2011, p. 3; UNEP-SBCI, 2009, p. 9). Estes mesmos edifícios causam ainda entre um quarto (Raspin,
2011, p. 3) a um terço (UNEP-SBCI, 2009, p. 9) das emissões de CO2 mundiais. A cada dia que passa continuam
a ser construídos mais edifícios, com grandes ineficácias a níveis operacionais e de consumo e que continuarão
de pé até 2050, ou mesmo durante mais tempo (Raspin, 2011, p. 3).
Como os edifícios têm uma esperança de vida muito elevada
as consequências de uma construção mal projetada e
elaborada far-se-ão sentir igualmente por muito tempo (Yang
et al., 2013, p. 212). É, por isso, desejável e perentório que, ao
erguer futuros edifícios, se implementem as devidas medidas
na sua construção de modo a otimizar os seus níveis de
funcionamento e tomarem o caminho para o
desenvolvimento sustentável (ver Figura 2).
Quanto aos inúmeros edifícios impossibilitados de sofrer
alterações de base (por custos elevados inerentes à sua
demolição e/ou construção, escassez de espaço para
construir, etc.) a renovação e a readaptação são as soluções indicadas para a sua sustentabilidade (Langston et
al., 2008, p. 1710).
Figura 2 - Contributo da construção sustentável para o Desenvolvimento sustentável (LIDERA, 2013c)
“Construção sustentável consiste uma abordagem integrada de criação e gestão responsável de um
ambiente construído saudável, baseado na eficiência de recursos e princípios ecológicos.”
4
1.1.3. A sustentabilidade no turismo
De acordo com Barreto (2008, p. 13) uma das definições mais recentes de turismo é de Oscar de La Torre e diz
que:
Numa era em que o turismo está propagado à escala mundial, seja por motivos de lazer, de negócios ou até por
necessidade/desejo promovido pelo mercado publicitário, a indústria turística transformou-se numa das mais
importantes atividades económicas da atualidade (De Camillis et al., 2010, p. 149; Rodrigues, 2011, p. 74; Zhai,
2010, p. 558), apenas perdendo para as indústrias de armamento e petróleo (Rodrigues, 2011, p. 74).
De acordo com a World Tourism Organization (UNWTO, 2012) - principal organização internacional no campo
turístico - o turismo internacional movimenta, atualmente, cerca de 1 bilião de turistas/ano e gera uma receita
aproximada de 1 trilião US$, correspondendo a cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Intimamente ligado ao turismo está a indústria do alojamento turístico que é, de certa forma, responsável por
fornecer os serviços de estadia e guarida a todo esse mundo de pessoas que deixa o seu espaço próprio,
temporariamente, numa dinâmica turística. Por sua vez o sector de alojamento tem uma enorme afinidade
com a indústria hoteleira, que se apresenta possivelmente como o seu maior ramo. Contudo, nem todo o
turismo inclui hotel nem todos os hotéis são turísticos, já que existem hotéis principalmente direcionados ao
atendimento de pessoas de negócios (executivos), não tendo portanto a sua sobrevivência exclusivamente
associada ao turismo (Barreto, 2008, pp. 13, 14).
A prática do turismo apesar de seus vários benefícios, motivo claro pelo qual as pessoas a fazem, tem
associados diversos impactes negativos, em especial os de carácter ambiental. O sector do turismo necessita de
grandes quantidades de combustíveis fósseis e de energia nos processos de transportes, acomodação
(nomeadamente hotéis), atividades turísticas e outros serviços (Park e Boo, 2010, p. 97). Esse cenário gera um
conflito, cada vez mais notório, entre o desenvolvimento do turismo e a proteção ambiental ecológica nos
destinos turísticos (Zhang et al., 2011, p. 6369).
Daí que a matéria de turismo sustentável ou ecoturismo, tenha vindo a ganhar cada vez mais importância nos
tempos que correm e se tenha tornado num dos focos principais na gestão de destinos turísticos (McGehee et
al., 2013, p. 355). O turismo sustentável é, basicamente, a aplicação do conceito do desenvolvimento
sustentável ao ramo do turismo, e diz-se envolver um equilíbrio impressionante entre as três dimensões da
Triple Bottom Line - ver Figura 1- (Bramwell e Lane, 2011, p. 413). Esta versão de turismo com o seu apelo
ecológico, apresenta-se como uma solução na forma de aliar os prazeres adjacentes às práticas turísticas, ao
compromisso e ao respeito pela sustentabilidade ambiental, social, cultural e económica de todos os
segmentos sociais envolvidos (Tomanik e Nakagawa, 2011).
“O turismo é um fenómeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou
grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem
do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma actividade lucrativa nem
remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, económica e cultural.”
5
Um dos grandes campos de atuação no turismo sustentável, é a aplicação deste conceito à indústria hoteleira,
já que as questões ambientais desempenham nesta um papel único, por quatro razões fundamentais. Primeiro,
o funcionamento de um hotel engloba um conjunto de pequenas atividades, cada uma usando recursos
limitados e tendo um efeito danoso, talvez mínimo, no ambiente; segundo, na maioria dos países é
relativamente rara a existência de legislação ambiental para regular hotéis, devido aos seus impactes
ambientais menos visíveis, havendo por isso espaço para ações voluntárias de gestão ambiental; terceiro, os
hóspedes são diretamente influenciados pelos serviços fornecidos pelos hotéis, estando por isso expostos às
suas boas práticas ambientais; quarto, e por último, o ambiente natural faz parte da prática turística em si,
determinando de várias formas a qualidade e satisfação oferecida aos turistas (Leonidou et al., 2013, p. 95).
Por outro lado é necessário referir que, embora cada hotel, em singular, possa aparentar não causar grandes
danos, num todo eles são responsáveis por gerar uma quantidade considerável de resíduos e apresentar
consumos significativos de energia, água, materiais, alimentos, produtos de limpeza, entre outros recursos
necessários à execução e atendimento das rotinas diárias de operacionalização e funcionamento. Alia-se a isto
tudo o facto de grande parte da gestão destes processos estar inevitavelmente “nas mãos” dos próprios
hóspedes e/ou funcionários, devido ao carácter dos serviços prestados. Ou seja, o segmento hoteleiro possui
uma grande propensão para o desperdício. Todos estes motivos originaram a que se tivesse em consideração o
papel dos hotéis nas questões ambientais e incitaram ao trabalho no sentido de obter a sustentabilidade
nestes (de Viera e Hoffmann, 2006, p. 2).
É, então, que ganham forma os denominados “eco-hotéis”. Estes conseguem providenciar serviços de
qualidade com a implementação na sua estrutura e funcionamento de corretas práticas ambientais, que
passam essencialmente pelo uso eficaz e adequado de energia, água e materiais. Com as manobras de
reconversão para se adequarem à gama eco, como por exemplo os investimentos necessários, a revelarem
sucesso, dá-se o aumento dos lucros e o decréscimo dos custos, e isso tem feito aumentar o número de fãs
(proprietários e ocupantes) deste tipo de instalações (Alexander, 2002, p. 2).
É assim mais que desejável que esta propensão se mantenha, pois tornaria o negócio turístico mais apelativo,
mais livre de possíveis danos ambientais e até, provavelmente, mais rentável/lucrativo.
1.1.4. Aspetos chave
Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:
A pressão da sociedade humana sobre o planeta Terra, em especial na exploração dos recursos
naturais, tem vindo a fazer-se sentir cada vez mais, o que despoletou uma preocupação crescente no
sentido de parar essas atitudes danosas para o ambiente e adotar a posição do desenvolvimento
sustentável;
A construção é, atualmente, um dos maiores sectores do mercado industrial mas, também se revela
como um dos principais causadores de práticas ambientais incorretas. Existem milhões de edificados
6
construídos (e muitos em construção) que são responsáveis, mundialmente, pelo consumo de cerca
de 40% da energia total e de 1/4 a 1/3 das emissões de CO2. A construção sustentável pode vir a
inverter este panorama ambiental associado à construção;
O turismo, como uma das atividades económicas mais importantes, acarreta também nos seus
processos diversos impactes ambientais negativos. Daí que o turismo sustentável tenha vindo a
ganhar forma como a aplicação turística do conceito de desenvolvimento sustentável;
Os hotéis, como parte integrante e fundamental do turismo, apresentam-se como um dos principais
campos de atuação para a sustentabilidade no turismo. Afigura-se como grande solução os eco-hotéis,
que visam em simultâneo providenciar a qualidade nos serviços e a implementação de práticas
ambientalmente corretas.
1.2. Objetivo
A presente dissertação de mestrado tem como principais objetivos:
a) Avaliar o desempenho e modos de procura da sustentabilidade do edificado turístico, nomeadamente
os hotéis, analisando-se mais profundamente as principais (e mais básicas) componentes que entram
no ciclo de vida e funcionamento de um hotel: a energia, a água e os resíduos;
b) Integrar o sistema de análise de sustentabilidade nacional, de seu nome LiderA, em mais um país que
tem no português a sua língua oficial: o Brasil;
c) Testar a aplicação do LiderA em duas unidades hoteleiras na cidade do Rio de Janeiro.
1.3. Motivação
A relevância deste estudo prende-se na questão de ser escassa a existência de uma correta funcionalidade
sustentável em edifícios, especialmente os do tipo hoteleiro.
A escolha do Brasil, nomeadamente o Rio de Janeiro, para efetuar o caso de estudo, deveu-se às condições
sociais, económicas e ambientais locais que apresenta. País com grande disparidade social e de economia
emergente tem mostrado uma preocupação acrescida na questão ambiental. De destacar nesta matéria a tão
proclamada Rio 92 (realizada em 1992) onde foi consagrado o conceito de desenvolvimento sustentável e, mais
recentemente, a Rio+20, que teve lugar em 2012.
O grande mercado turístico local suscita uma atracão adicional, já que o Rio de Janeiro será o palco principal da
Copa do Mundo de 2014 e o anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2016. Estes eventos certamente catapultarão o
seu turismo para altos índices, senão mesmo para os maiores de sempre. Aliando-se o facto de a
7
sustentabilidade estar em foco para esses dois eventos poder-se-á gerar uma plataforma de lançamento destas
medidas de sustentabilidade nos hotéis.
Especialmente motivador é também o facto de se tratar de um estudo com aplicação muito prática.
A título mais pessoal, a participação durante o 1º semestre do ano letivo de 2011/2012 no projeto Smile
(mobilidade estudantil na América Latina, Caraíbas e Europa) possibilitou o contacto direto com a realidade
brasileira, especificamente a do Rio de Janeiro, e a avaliação dos casos de estudo in loco.
1.4. Metodologia
A abordagem utilizada passou, primeiramente, por um processo de revisão bibliográfica assente em artigos,
livros, dissertações e sites relevantes para o tema, recorrendo-se para isso a alguns dos motores de busca
científica mais aclamados (ScienceDirect, b-on, Web of Knowledge, etc). Deu-se sempre prevalência aos
conteúdos mais recentes, com maior ênfase na última década, e que contivessem as keywords (construção
sustentável, sustentabilidade turística, sustentabilidade hoteleira, impactes ambientais, sistema LiderA, Brasil,
benchmarking) em que assenta o trabalho.
De referir que em toda a organização textual se tentou seguir, sempre que possível, os contextos na forma
objetiva: mundo, Brasil, Rio de Janeiro. Isso permitiu apresentar os diversos conceitos chave de
sustentabilidade nos edificados (com especial análise aos turísticos), analisar o estado ambiental dos hotéis e
ainda apresentar os sistemas de certificação ambiental de maior renome a nível mundial e brasileiro. Note-se,
também, que todas as conversões monetárias feitas para Reais (R$), nomeadamente na descrição dos sistemas
certificadores (ver secção 2.2.1), foram feitas utilizando taxas de câmbio aproximadas (disponíveis em
http://pt.rateq.com/historicalexchangerate) relativas ao ano dos valores registados, de forma a tentar obter
totais o mais fidedignos possíveis.
Numa segunda fase, dada a necessidade de fazer uso de um dos vários sistemas de avaliação de desempenho
ambiental, foi selecionado o LiderA, cujas características se adequam preferencialmente a este estudo.
Finalmente, na última das fases dá-se a apresentação de dois casos de estudo assentes no sistema LiderA. Para
este efeito foi efetuado um estudo local (no Rio de Janeiro) acerca dos possíveis objetos de estudo hoteleiros
para avaliação, e iniciou-se o contacto para averiguação. Entre os vários hotéis contactados, apenas dois foram
recetivos a fornecer dados e documentos próprios (como faturas de energia e água) e permitiram uma visita às
instalações: os hotéis Marina All Suites (MAS) e Marina Palace (MP). São dois dos hotéis com maior
preponderância da zona sul do Rio de Janeiro, são já referências do turismo carioca e foram considerados os
casos de estudo deste trabalho.
Procedeu-se à recolha local de todos os dados e parâmetros necessários ao sistema LiderA e após a sua
introdução no programa obtiveram-se, para ambos os hotéis, as classes de cada critério e globais (ver capítulo
8
4.). Permitiu isso não só relatar o estado atual dos hotéis, a nível brasileiro e global, mas também saber quais as
propostas de melhoria mais indicadas para aprimorar os seus desempenhos ambientais (ver capítulo 5.).
1.5. Estrutura da Dissertação
Esta Dissertação encontra-se organizada em 6 capítulos, referências bibliográficas e anexos.
No capítulo 1 efetua-se um enquadramento geral no âmbito do estudo, onde se abordam temas como
desenvolvimento sustentável, construção sustentável, turismo sustentável e eco-hóteis. Nesse sentido relata-
se o papel que o ambiente tem atualmente na sociedade, o estado da indústria da construção, a propagação à
escala mundial do sector turístico e a posição que a sustentabilidade ocupa nos edificados da indústria
hoteleira. São também apresentados os objetivos deste trabalho, bem como as causas motivacionais e a
metodologia utilizada no decorrer deste estudo.
O capítulo 2 trata incisivamente dos empreendimentos hoteleiros e toda a sua envolvente (tipologias,
classificações, impactes ambientais, etc.), centrando seguidamente o foco na adoção de boas práticas
ambientais por parte destes. Para isso recorre-se a conceitos como empreendimentos turísticos, hotéis, gestão
ambiental, Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e certificação ambiental. Faz-se uma análise mais aprofundada
sobre os principais instrumentos de gestão e sistemas de certificação ambiental a nível internacional e
brasileiro (ISO 14001, LEED, Processo AQUA, etc.). Também se dá início a uma primeira abordagem, embora
que sucinta, do sistema nacional de avaliação ambiental onde todo este trabalho assenta: o LiderA. Há ainda
espaço, no final, para apresentar alguns casos hoteleiros com desempenho ambiental de eleição.
O capítulo 3 refere essencialmente o sistema LiderA, e a sua adaptação à realidade brasileira. Começa com a
apresentação do sistema nas diferentes versões (nacional e internacional) descrevendo-se
pormenorizadamente as particularidades a que atenta cada vertente, área e critério. Em seguida retrata-se o
panorama mundial e brasileiro nas principais áreas de ação nos hotéis: a energia, a água e os resíduos. Conclui-
se este segmento com a apresentação da tabela LiderA V2.0 Brasil, já notoriamente adaptada à realidade do
país, que serviu como instrumento principal na avaliação dos casos de estudo.
No capítulo 4 são expostos os dois hotéis brasileiros que serviram como casos de estudo: Marina All Suites e
Marina Palace, situados no Rio de Janeiro. É feita a descrição de cada uma das unidades hoteleiras e são
apresentadas as avaliações dos respetivos desempenhos ambientais pelo LiderA.
O capítulo 5 compreende a discussão pertinente dos resultados, dos casos elaborados, apresentando as
melhorias possíveis de implementar e todas as reflexões críticas.
No capítulo 6 contemplam-se as conclusões referentes a toda a Dissertação, desde o começo dos trabalhos até
ao seu término, e deixam-se as recomendações para trabalhos futuros que possam fazer uso desta.
9
Nos anexos incluem-se os limiares para a avaliação dos hotéis, provenientes da Tabela LiderA V2.0 Brasil - guia
de consulta na atribuição das classes de desempenho aos diversos critérios, bem como o resumo da avaliação
LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace.
11
2. Sustentabilidade do edificado no caso brasileiro
2.1. Sustentabilidade em hotéis
2.1.1. A dinâmica hoteleira e seus impactes
Atualmente a maioria das pessoas já acostumadas ao nível de vida que as suas residências lhes proporcionam
(em termos de conforto, proteção, higiene, etc.) exigem que isso também se verifique fora das suas portas. Daí
que os estabelecimentos turísticos, neste mercado de turismo cada vez mais internacional, tentem ao máximo
que entre os seus vários serviços se encontrem aqueles que satisfaçam as necessidades “caseiras” dos seus
hóspedes (Heo et al., 2004, p. 39).
Verifica-se uma tendência no sentido de atender, e até se possível superar, as espectativas dos usuários
relativamente à qualidade. Até porque, no caso das unidades hoteleiras, os sistemas que incidem na fidelização
dos hóspedes tornam-se fatores distintivos e de decisão na conquista e permanência no mercado (Linzmayer,
2002, p. 12). Estudos fundamentam este cenário ao indicarem uma relação positiva entre fidelização e lucro
(ainda que apenas numa pequena percentagem de hóspedes), já que são notórias as vantagens económicas
entre manter clientes habituais e ter de procurar potenciais novos clientes (Abdul-Rahman e Kamarulzaman,
2012, p. 1023; McCain et al., 2005, p. 466).
Em Portugal, de acordo com o Decreto-Lei nº 39/2008 de 7 de Março (MEID, 2008, pp. 1441-1443), os hotéis,
juntamente com o grupo dos aparthotéis e das pousadas, formam a tipologia dos estabelecimentos hoteleiros,
constituindo, por sua vez, uma das 8 tipologias que compõem a categoria empreendimentos turísticos.
Segundo a mesma lei:
Toma-se como noção de hotel, em particular, esta última definição genérica para estabelecimentos hoteleiros.
Por sua vez, Janeiro (apud Bernardo, 2008, p. 28; Vieira e de Sousa, 2010, p. 35) define hotel como um
estabelecimento que deverá fornecer um bom serviço de alojamento, de refeições, bar, tratamento de roupas,
informações turísticas e de carácter geral.
No panorama brasileiro e de acordo com a Resolução nº 1.118, de 23 de Outubro de 1978 da Confederação
Nacional do Turismo (CNTur) do Brasil (apud Fogaça, 2008, p. 17; Lima, 2009, p. 24; Schenini et al., 2005, p. 8),
hotel é um:
“Consideram-se empreendimentos turísticos os estabelecimentos que se destinam a prestar serviços de
alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu funcionamento, de um adequado conjunto de
estruturas, equipamentos e serviços complementares.”
“São estabelecimentos hoteleiros os empreendimentos turísticos destinados a proporcionar alojamento
temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições, e
vocacionados a uma locação diária.”
12
Das diversas definições de hotel que existem, todas apresentam em consenso como seu produto principal a
acomodação, que se encontra aliada a outros serviços como a alimentação, o lazer, os cuidados da roupa, entre
muitos outros (Jones e Lockwood, 2006, p. 1). Contudo, é na diferenciação e diversidade desse leque de
serviços que se define o verdadeiro apelo dessa empresa, e é através da avaliação desses mesmos serviços e
das instalações que se obtém a classificação adequada ao caso (Callan, 1995, p. 271).
A existência de sistemas classificativos hoteleiros é prática comum por todo o mundo (Fernández e Bedia,
2004, p. 771), havendo diversas designações sobre cada tipo de hotel consoante o nível de serviço prestado, os
preços praticados e o segmento de mercado para o qual se vocacionam (de Sousa, 2010, p. 41).
Consequentemente, e a título de exemplo, hotéis que primam pelos serviços de lazer são nomeados de Resort
Hotel, enquanto que a hotéis que oferecem serviços para realizar reuniões, congressos ou workshops será
atribuído o termo de hotéis tipo executivo ou Conference Hotel. Neste conjunto, hotéis que oferecem muitos e
variados serviços de qualidade possuem classificação mais alta e são conhecidos como hotéis de cinco estrelas
ou de luxo (de Sousa, 2010, p. 41).
Consoante a legislação portuguesa, nomeadamente o Decreto-Lei mencionado atrás, e a Portaria nº 327 de 28
de Abril de 2008 (MAOTDR e MEID, 2008, pp. 2419-2423), a classificação dos empreendimentos turísticos
atende aos requisitos físicos das instalações e à qualidade dos serviços prestados. Esta classificação destina-se
a atribuir, confirmar ou alterar a tipologia e a categoria, e tem natureza obrigatória. É feita através de um
sistema classificativo que impõe um requisito mínimo para cada categoria e que enumera um conjunto de
requisitos opcionais, cujo somatório permite alcançar a pontuação necessária para a obtenção de determinada
categoria.
Ainda, e de acordo com a mesma fonte, para o caso dos estabelecimentos hoteleiros, onde estão englobados
os hotéis, estes são classificados nas categorias de 1 a 5 estrelas, consoante a prestação dos tais requisitos
opcionais nos diversos campos (instalações, equipamento/mobiliário, serviço, lazer e qualidade ambiental e
urbanística). É de salientar que o requisito opcional “Certificação ambiental por norma nacional ou europeia,
quando não obrigatória por lei” vale a atribuição de 30 pontos. Desta forma no caso dos estabelecimentos
hoteleiros para o total de pontos opcionais de 108, 138, 188, 210 e 218 obtêm-se as classificações de 1 estrela,
2 estrelas, 3 estrelas, 4 estrelas e 5 estrelas, respetivamente. Esta classificação dos empreendimentos turísticos
deve ser obrigatoriamente revista de quatro em quatro anos.
Segundo o Regulamento do Sistema Oficial de Classificação de Meios de Hospedagem emitido pelo Instituto
Brasileiro de Turismo (Embratur, 2002, p. 3), organização ligada ao Ministério do Turismo e uma das
“Estabelecimento comercial de hospedagem que oferece aposentos mobilados, com casa de banho
privativa, para ocupação eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além
dos demais serviços inerentes à actividade hoteleira”.
13
responsáveis pela fiscalização e classificação de hotéis, existem 6 tipos de classificação hoteleira no Brasil (ver
Quadro 1).
Quadro 1 - Classificação e requisitos dos hotéis no Brasil (CEO Travel, 2013; Embratur, 2002, p. 3)
Categoria Símbolo Acomodações
e equipamentos
Serviços Extras
Simples Simples - Básicos _
Económico Modestos - Alimentos e bebidas - Disponibilidade para eventos
Turístico Bons
- Alimentos e bebidas completos (podem estar sujeitos a horários pré-determinados)
- Instalações para reuniões; pessoal treinado
Superior Ótimos - Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar - Instalações e equipamentos para eventos e reuniões
- Pessoal qualificado e treinado - Áreas para lazer e trabalho
Luxo Luxo, excelente qualidade
- Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar, banquetes e receções - Instalações e equipamentos para eventos e reuniões
- Pessoal qualificado e treinado para atendimento de clientes estrangeiros, áreas exclusivas para lazer e trabalho - Facilidades como piscina, sauna , sala de exercícios, lojas e agências de viagens
Super Luxo Alto luxo, nível internacional
- Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar, banquetes e receções - Instalações e equipamentos para grandes eventos e reuniões
- Pessoal qualificado e treinado para atendimento de clientes estrangeiros - Deve ter disponível o máximo de facilidades (3 piscinas, saunas, sala de exercícios, lojas, agência de viagens, business center, salão de beleza, etc.)
No entanto, e independentemente do tipo de classificação/qualificação que apresentam, afirma-se como a
grande premissa de todos os hotéis o atender das necessidades dos seus utentes, através de uma exemplar
hospitalidade, de modo a proporcionar o bem-estar requerido (Ariffin e Maghzi, 2012, p. 191). Com isto em
mente, tem vindo a surgir um novo requisito, por parte dos hóspedes: a busca de serviços hoteleiros com
práticas ambientais incutidas na sua gestão. Estes turistas, que optam por serviços que consigam dar resposta
às suas exigências e que, em simultâneo, respeitem a natureza, são já apelidados de várias formas como:
“turista verde”, ”turista ético”, “ecoturista”, “bom turista” e “turista ambientalmente responsável” (Lima e
Partidário, 2002, pp. 11, 12).
Esta razão particular, de querer agradar à “nova” parcela verde do mercado, aliada à rentabilidade da
sustentabilidade (p. ex. através da redução do consumo energético), à apetência dos grandes grupos hoteleiros
para adotarem práticas ambientais (Chan e Wong, 2006, p. 481; Lima e Partidário, 2002, p. 23; Tarí et al., 2010,
p. 502), à redução das prestações dos seguros e ao assegurar do cumprimento da lei (Chan e Wong, 2006)
constituem as ordens de fatores que justificam o interesse do sector da hotelaria na adoção de práticas
ambientalmente responsáveis.
14
A International Hotels Environment Initiative (IHEI) acrescenta ainda mais quatro motivos aos já referidos, para
a adoção de práticas ambientais, que são: a melhoria da imagem da empresa perante os seus empregados e
entorno turístico, a garantia de um ambiente seguro e saudável de trabalho, solução dos problemas ambientais
(globais e regionais) e redução do consumo de água, energia, etc. (dos Santos et al., 2006, pp. 3, 4). Isto tem
tornado notório, por parte dos hotéis, um crescimento na procura da sustentabilidade nestes últimos anos,
com muitos deles motivados também pela possibilidade de estabelecerem com isso um diferencial competitivo
diante da intensa concorrência (Berezan et al., 2013, p. 228; dos Santos et al., 2006, pp. 3, 4; Tarí et al., 2010, p.
502).
É muito positivo este facto da sustentabilidade se estar a afirmar na política de gestão dos hotéis, pois os
impactes negativos associados à indústria hoteleira são demasiado significativos para que continuem a existir
sem que nada se faça para os evitar e/ou prevenir. O nível total de impacte além de complexo é variado, pois
abrange vários campos, tendo como principais os seguintes: redução dos recursos naturais (primordialmente
de água e energia), geração de resíduos sólidos e efluentes orgânicos, descarte de resíduos, contaminação do
solo e água, e emissões de clorofluorcarbonetos - CFCs (dos Santos et al., 2006, p. 4; Mensah, 2006, p. 415).
A água e a energia são parte integrante e essencial do funcionamento de qualquer hotel. Estão várias vezes
presentes em conjunto na mesma atividade (p. ex. lavandaria) ou em práticas singulares como a jardinagem,
no caso da água, e a iluminação dos espaços, no caso da energia. Os serviços de restauração (restaurantes,
bares, etc.) são os principais responsáveis na formação de resíduos sólidos, como embalagens e restos de
comida, enquanto que na produção de efluentes são as instalações sanitárias e a lavandaria que se assumem
como os maiores contribuintes. Na componente das emissões de CFCs, os motores e dispositivos de
refrigeração são os principais detentores da culpa (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 5).
Logicamente estes impactes são proporcionais ao género do hotel em causa, e especialmente ao número de
Unidades Habitacionais (UHs) existentes neste. Daí que, embora o impacte relativo a cada quarto possa ser
reduzido o impacte agregado de todos eles torna-se muito significativo.
De acordo com a STR Global (apud RovinGreen, 2013), uma das fontes de maior referência mundial em dados
da indústria hoteleira, existem no mundo mais de 187 mil hotéis, com 17,5 milhões de UHs. Refira-se que nos
valores referidos não se incluem instalações com menos de 20 quartos, motéis, hostels, residence hotels,
apartment hotels, B&Bs (Bed&Breakfast), inns, guest houses ou chateaus. Para que se tenha noção da
acelerada taxa de crescimento verificada na indústria hoteleira, em 2010, totalizavam-se “apenas” cerca de 8,5
milhões de quartos de hotel, a nível mundial (de Sousa, 2010, p. 45). Tendo isto em conta, está patente que o
impacte total, causado pelos hotéis, pode ter grandes proporções e necessita urgentemente de melhores
produtos e práticas ambientais (Bohdanowicz e Martinac, 2007, p. 83).
15
2.1.2. Gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental nos hotéis
De forma a eliminar, ou pelo menos reduzir significativamente, os impactes causados pela indústria hoteleira
torna-se essencial a existência de uma boa gestão ambiental (Tarí et al., 2010, p. 502). Esta consiste em
diretrizes e atividades administrativas e operacionais (tais como planeamento, direção e controle) bem
definidas e adequadamente aplicadas, que visam a redução e o controle dos impactes causados sobre o meio
ambiente por parte de um empreendimento (dos Santos et al., 2006, p. 2). Esta abordagem, a ser ideal, deverá
ser aplicada de imediato no processo de conceção do projeto e acompanhar, seguidamente, toda a vida útil do
empreendimento (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6).
Uma preocupação antecipada da empresa, que resulte na aplicação de uma gestão ambiental, para além dos
benefícios adjacentes claros que traz consigo pode, inclusive, encurtar os prazos na aquisição de certificação
ambiental. A Embratur (2010, p.9) acentuou esta preocupação ao inserir na sua Matriz de Classificação, a partir
de 1999, um item específico onde são descritas determinadas exigências para o desenvolvimento de projetos
(ver Quadro 2). Este item explícita as ações ambientais que as unidades hoteleiras devem apresentar e manter,
de carácter obrigatório, de forma a conseguirem consolidar a classificação pretendida.
Quadro 2 - Ações ambientais obrigatórias nas diferentes classificações de unidades hoteleiras (Embratur, 2010, p.9)
1 2 3 4 5 5 SL
- Manter um programa interno de treino de funcionários para a redução de consumo de energia elétrica, consumo de água e redução de produção de resíduos sólidos.
- Manter um programa interno de separação de resíduos sólidos em recipientes nas cores internacionalmente identificadas, para coleta de seletiva.
- Manter um local adequado para armazenamento de resíduos sólidos separados.
- Manter local independente e vedado para armazenamento de resíduos sólidos contaminantes.
- Dispor de critérios específicos para destinação adequada dos resíduos sólidos.
- Manter monitoramento específico sobre o consumo de energia elétrica.
- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição de produtos e equipamentos que apresentem eficiência energética e redução de consumo.
- Manter monitoramento específico sobre o consumo de água.
- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de equipamentos e complementos que promovam a redução do consumo de água.
- Manter registros específicos e local adequado para armazenamento de produtos nocivos e poluentes.
- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de produtos biodegradáveis.
- Manter critérios de qualificação de fornecedores levando em consideração as ações ambientais por estes realizadas.
- Ter um certificado expedido por organismo especializado quanto a efetividade de adequação ambiental da operação
(*) 1 - Simples; 2 - Económico; 3 - Turístico; 4 - Superior; 5 - Luxo; 5 SL- Super Luxo
Acções Ambientais Categoria (*)
16
Contudo, note-se que nestas ações, relativas à parte ambiental, o carácter obrigatório não é tão incisivo já que
nem todos estes aspetos são devidamente considerados pelos hotéis no Brasil, servindo isso mais como
referencial para a excelência. Os casos de estudo são exemplo disso mesmo (ver secção 4.2.).
Relativamente aos custos decorrentes da operação de um empreendimento hoteleiro, a Associação Brasileira
da Indústria dos Hotéis (ABIH) afirma que experiências internacionais revelam que a adoção de práticas de
gestão ambiental em hotéis resultam em significativas reduções nos gastos económicos. As diminuições podem
ir até 30% no consumo energético, 20% no consumo de água, 25% na geração de resíduos sólidos e 15% no
consumo de gás (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6).
Espera-se que a gestão ambiental se torne numa prioridade de todos os tipos de instalações que visem aplicar
os princípios dignos do turismo sustentável. Mas, note-se que há empresas que podem não estar dispostas a
dar este passo, por iniciativa própria ou por não possuírem meios (como recursos físicos, financeiros, técnicos,
etc.) para isso, acabando por implantar apenas o mínimo por exigência legal (Tarí et al., 2010, p. 501). Nestes
casos, segundo Roarty (apud Faulk, 2000, p. 7), o encorajamento pode passar por subsídios e controlos. No
entanto, no caso do Brasil existem muito poucos incentivos para privilegiar companhias ambientalmente
responsáveis.
Uma das principais atitudes (senão mesmo a principal) a tomar, por parte de uma empresa, no sentido de
começar a adotar políticas mais sustentáveis é a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (Lozano e
Vallés, 2007, p. 495). De acordo com Schenini et al. (2005, p. 7):
Um SGA, quando bem implementado, resulta numa atenuação significativa do impacte ambiental e na geração
de bons resultados do empreendimento (Heras e Arana, 2010, pp. 726, 734; Lozano e Vallés, 2007, p. 496).
Segundo o Manual de Gestão Ambiental da UNEP (apud SEBRAE, 2004, p. 57) este valioso instrumento ajuda a
empresa a:
“ Identificar e controlar aspetos, impactes e riscos ambientais relevantes para a organização;
Atingir a sua política ambiental, os seus objetivos e metas, incluindo o cumprimento da legislação
ambiental;
Definir uma série básica de princípios que guiem a abordagem da sua organização em relação às suas
futuras responsabilidades ambientais;
Estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental, assegurando o
equilíbrio de custos e benefícios, para a organização e para os seus vários acionistas e interessados;
“Sistema de Gestão Ambiental é um instrumento de gestão que consiste num conjunto de acções e
recursos organizados, com o objectivo de garantir que os produtos e actividades de uma empresa sejam
ecologicamente correctos.”
17
Determinar quais os recursos necessários para atingir tais metas, garantir responsabilidades por elas e
comprometer os recursos necessários;
Definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e procedimentos específicos para
assegurar que cada empregado aja no curso de seu trabalho diário para ajudar a minimizar ou eliminar
o impacte negativo da empresa no meio ambiente;
Comunicar tudo isso à organização e treinar pessoal para cumprir eficazmente seus compromissos;
Medir o desempenho em relação a padrões e metas pré-estabelecidos e modificar a abordagem, se
necessário.”
Este sistema assume-se como uma tendência mundial na frente do desenvolvimento sustentável, onde se
apresentam legislações ambientais e competitividades de mercado cada vez mais rigorosas. Isso permite aos
hotéis conquistar os tais clientes que se preocupam com a existência de algum tipo de Sistema de Gestão de
Qualidade (SGQ) ou SGA, visto que a qualidade total de serviços está intimamente ligada a estas duas
componentes (Schenini et al., 2005, p. 7).
Concluindo, embora estejam os dois termos muitos interligados, existe uma diferença determinante entre
gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental. De acordo com Moreira (apud Filho, 2008, p. 8) a adoção de
uma gestão ambiental é quando uma empresa tem uma postura reativa diante das exigências legais para
implantação de equipamentos e sistemas tecnológicos que atenuem, reduzam ou até mesmo eliminem
determinados resíduos ou agressões ao ambiente. Enquanto que, um SGA é adotado por uma empresa quando
esta possui uma visão estratégica em relação ao meio ambiente, agindo não só em função dos riscos, mas
passando a perceber as oportunidades de mercado implícitas nessas atitudes.
2.1.3. Instrumentos de gestão ambiental
Um dos desenvolvimentos da Rio 92 foi o desafiar as empresas a terem abordagens voluntárias para gerir o seu
ambiente, potenciando nesse sentido os trabalhos de desenvolvimento de normas de gestão ambiental (Kirk,
1998, p. 34). Contudo uma boa gestão ambiental pode não ser fácil de alcançar, daí que existam ferramentas
de auxílio (SGA’s, rótulos ambientais, etc.) que podem ajudar e guiar uma empresa a obter uma melhoria
ambiental significativa nas suas funções.
Têm-se as normas ISO 14000 como referencial modelo, num nível internacional, mas existem outros
referenciais espalhados pelo mundo. Merecem especial referência, a nível europeu, outros dois principais
mecanismos de auxílio à avaliação e gestão interna: o Rótulo Ecológico da União Europeia (EU Ecolabel) e o
Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria, vulgarmente conhecido como EMAS (Eco Management and
Audit Scheme). O EU Ecolabel é desenvolvido já seguidamente enquanto que o EMAS será abordado apenas na
parte referente à certificação (ver 2.2.1.2.). Na comunidade brasileira realça-se o Programa Hóspedes da
Natureza.
18
2.1.3.1. ISO 14000
A International Organization for Standardization (ISO) é a maior entidade mundial de
padronização e normatização (dos Santos et al., 2006, p. 3). É uma Organização Não
Governamental (ONG) localizada em Genebra, na Suiça (Quazi et al., 2001, p. 526), sendo
representada no Brasil, com carácter oficial, através da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT (dos Santos et al., 2006, p. 3).
A ISO iniciou em 1993 um comissão técnica (TC 207) com o objetivo de desenvolver as normas ISO 14000 (Chan
e Wong, 2006, p. 482). A primeira série de normas foi publicada em 1996, nomeadamente a ISO 14001, a
norma mais conhecida e específica para SGA’s, posteriormente publicada de novo em 2004. Nesta nova versão
da ISO 14001 foram apenas acrescentadas pequenas precisões e a compatibilização com a ISO 9001, para
facilitar a sua integração nos sistemas empresariais (Pombo e Magrini, 2008, pp. 3, 5).
De referir que as normas ISO 9000 se referem ao processo de certificação da qualidade (Lima e Partidário,
2002, p. 39; Sharma, 2005, p. 155), que ocorre normalmente antes da certificação ambiental e da certificação
HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), e se dirige unicamente à restauração, no caso do turismo
(Lima e Partidário, 2002, p. 39). No caso específico da certificação ISO 9001, esta reconhece o esforço de uma
organização em assegurar a conformidade dos seus produtos e/ou serviços, a satisfação dos seus clientes e a
melhoria contínua, segundo a Associação Portuguesa de Certificação (APCER, 2013).
Já as normas ISO 14000 têm por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade ambiental, diminuindo a
poluição e integrando o sector produtivo na otimização do uso dos recursos ambientais (Quazi et al., 2001, p.
527). São normas que atendem às exigências ambientais dos consumidores conscientes da atualidade,
abrangendo seis áreas bem definidas: Sistema de Gestão Ambiental, auditorias ambientais, rotulagem
ambiental, aspetos ambientais das normas de produtos, análise do ciclo de vida do produto e avaliação do
desempenho ambiental (SEBRAE, 2004, p. 59).
Este conjunto de normas centra-se mais em estabelecer o “como” atingir um objetivo ao invés de “qual” deve
ser o objetivo a atingir, e tem como característica chave a sua natureza voluntária, não existindo por isso
nenhuma exigência legal para o seu uso. Daí que o juízo sobre a sua implementação seja uma decisão
puramente administrativa, passando também pela organização o estabelecimento das metas ambientais a
alcançar, já que estas não são definidas pelas normas (IISD, 1996, p. 2).
As empresas ao adotarem estas normas poderão sistematizar e uniformizar os procedimentos da sua gestão,
mediante uma política ambiental que vise a melhoria contínua em relação ao meio ambiente (Chan, 2009, p.
543).
Figura 3 - Logótipo ISO (ISO, 2013)
19
2.1.3.2. EU Ecolabel e ABNT-Qualidade Ambiental
O EU Ecolabel foi implementado em 1992, no âmbito do respetivo Regulamento
Orientador - Regulamento (CE) nº 1980/2000, de 17 de Julho. Constitui uma ferramenta
de mercado voluntária, cuja finalidade é a promoção da excelência ambiental dos
produtos (bens e serviços) que têm um impacte reduzido no meio ambiente durante o
seu ciclo de vida completo, bem como orientar os consumidores em relação a estes
mesmos produtos (Baldo et al., 2009, pp. 591, 592; Franzitta et al., 2011, p. 1884). Este
objetivo é alcançado através da prestação de informações simples, precisas, exatas e
com base científica sobre as características ambientais dos produtos a que foi atribuído
o rótulo ecológico (McKenna, 2002, p. 4).
Este EU Ecolabel é atribuído pelo Comité do Rótulo Ecológico da União Europeia (EUEB), e de acordo com a
classificação da norma ISO 14020, entre as 3 categorias existentes, é um dos integrantes do “Tipo I - rótulos
ecológicos” (Baldo et al., 2009, p. 591; de Dixmude, 2010, p. 3). Em Junho de 2008 contemplavam-se 26 grupos
de produtos (contendo mais de 3 mil produtos) e 839 licenças, sendo que a meta para 2015 é atingir a quantia
de 40 a 50 grupos de produtos (de Dixmude, 2010, pp. 5, 18).
É de mencionar que embora o EU Ecolabel seja aplicado a bens e serviços, pouco tem sido feito no campo dos
serviços; na verdade a maioria da legislação existente para a aplicação deste rótulo refere-se a bens. A única
legislação que existe referente a serviços é sobre alojamentos turísticos e serviços de parque de campismo
(Domingues, 2010, p. 1), afigurando-se, recentemente, a aplicação deste mecanismo a edifícios singulares
(Franzitta et al., 2011, pp. 1884, 1885).
No Brasil o programa de rotulagem ambiental vem a ser desenvolvido desde 1992 pela
ABNT. Após um levantamento internacional das diversas experiências de certificação de
produtos, o selo ecológico ficou pronto. Denominado por ABNT - Qualidade Ambiental
é, tal como o EU Ecolabel, de carácter voluntário, multi-criterioso e está em
conformidade com os conceitos básicos dos projetos das normas ISO 14020 e ISO
14024 (Santos, 1998, p. 6).
2.1.3.3. Hóspedes da Natureza
Relativamente ao programa Hóspedes da Natureza, é um tipo de SGA específico para os empreendimentos
turísticos, adaptado à realidade brasileira, criado pela ABIH. A política deste programa, inspirado no projeto
desenvolvido pela IHEI, define-se como: “um conjunto de ações planeadas de forma a proporcionar a
qualificação de pessoal, a implementação de projetos e a certificação de hotéis e congéneres, em relação ao
aprimoramento das suas responsabilidades sócio ambientais” (Amorim e Ramos, 2003, p. 2).
Distinguindo-se da certificação ambiental assente na ISO 14000, o projeto Hóspedes da Natureza visa vincular a
imagem da hotelaria no Brasil às causas ambientais mas, pode ser um ponto de partida para a obtenção da
Figura 4 - Logótipo EU Ecolabel (European Parliament, 2009)
Figura 5 - Logótipo ABNT - Qualidade
Ambiental (Logística Reversa, 2013)
20
mesma. Com a adesão voluntária, o programa pode proporcionar as tais reduções já mencionadas: 30, 20, 15
ou 25% nos consumos de energia, água, gás e geração de resíduos sólidos, respetivamente. Tem como principal
objetivo fomentar entre os empresários hoteleiros a cultura dos investimentos nas ações sócio ambientais,
demonstrando que isso reverte em benefícios económicos, sociais e ambientais para o empreendimento em si
próprio e na comunidade em geral, com efetiva participação de funcionários, fornecedores e hóspedes (de
Mello, 2008, p. 23).
Aderindo a este programa o sector hoteleiro passa a ser um agente de mudança de atitudes, em que todos os
intervenientes passam a ser gestores ambientais. A consciencialização torna-se assim no mais valioso resultado
do programa (Amorim e Ramos, 2003, p. 6).
2.2. Sistemas de certificação e avaliação de desempenho ambiental
A importância da certificação de determinados produtos, como bens e serviços, está diretamente relacionada
com um direito básico dos consumidores: o direito à informação. De facto, a opção de escolha e a seleção
entre determinados produtos apenas podem ser exercidas, pelo consumidor (neste caso, o turista), se as
informações essenciais sobre esses mesmos produtos lhe forem apresentadas e estiverem disponíveis para
consulta (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6). Muitas vezes isso não se verifica e impede o consumidor de fazer
a escolha mais adequada; ou, pior, faz com que seja induzido em erro (Bleda e Valente, 2009, p. 513).
O uso de sistemas e rótulos de qualidade ambiental iniciou-se nos anos oitenta mas foi na década de noventa
que se consolidou (Font, 2002, p. 198). Atualmente os mercados para bens e serviços “amigos do ambiente”
são cada vez mais comuns (Hamilton e Zilberman, 2006, p. 627). Surgiu entretanto um movimento generalizado
entre diversos sectores ambientalistas e do próprio turismo, essencialmente na Europa, que deu azo à
certificação ambiental dos destinos turísticos (Font, 2002, p. 198). Segundo Molina (apud Sant'Anna e
Zambonim, 2002, p. 7):
No fundo, o que a certificação ambiental faz é garantir uma evidência documental sobre o desempenho e nível
de qualidade ambiental da instituição em causa. Passa a existir, para além disso, uma sistematização de todos
os procedimentos internos que abrange as várias componentes da organização (Font, 2002, p. 202; Lima e
Partidário, 2002, p. 39).
“Certificação ambiental consiste em outorgar um aval de qualidade e uma hierarquia ambiental a
empresas e destinos turísticos, sobre a base de cumprimento de um conjunto de parâmetros que
permitem avaliar a qualidade de suas práticas e dos cenários naturais que aproveitam para levar a cabo os
seus negócios”.
21
Molina (apud Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 7) ainda defende que a eficácia do mecanismo de certificação
reside na característica de duplo efeito que causa no mercado de empresas e destinos turísticos: por um lado
premeia os que demonstram esforços efetivos a nível ambiental, e por outro assinala (por omissão) os que
pretendem aproveitar-se de uma imagem ilusória, em que tentam ostentar uma qualidade ambiental, que na
realidade estão muito longe de possuir.
São vários os grupos mundiais a gerarem iniciativas no turismo e com isso desenvolveram-se mais de 100
programas voluntários de certificação para o sector do turismo, com as respetivas logomarcas e selos para
aprovação de práticas sócio ambientais responsáveis (Font, 2002, p. 197).
Para se efetuar um processo de certificação ambiental na área do turismo é necessário o envolvimento de três
entidades: um organismo normalizador, um organismo acreditador e um organismo certificador (Arenhart,
2011, p. 16; Font, 2002, pp. 200, 201). No Brasil este trio é representado, respetivamente, pela ABNT; pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e por um dos cerca de 20 organismos
certificadores em atividade (Pombo e Magrini, 2008, p. 5). De acordo com o Inmetro (2012), o organismo
acreditado que apresenta maior percentagem de certificados emitidos é o BVQI do Brasil Sociedade
Certificadora Ltda.
Existindo na literatura uma certa confusão em volta destas noções é pertinente, nesta fase em que já foram
feitas as devidas abordagens, sedimentar o facto de rotulagem ambiental e certificação ambiental constituírem
termos distintos. O rótulo ambiental é um processo mais simples, em que é necessário cumprir um número
reduzido de critérios, por iniciativa da própria organização ou aplicados por terceiros a quem se dispõe integrar
determinado sistema. Já a certificação ambiental é um processo mais abrangente, com diversos tipos de
critérios a serem seguidos, sendo por isso mais complexa a sua obtenção, visto que gera mudanças políticas e
de gestão em relação ao meio ambiente (Arenhart, 2011, p. 19).
2.2.1. Sistemas certificadores
O Quadro 3 faz uma abordagem sucinta dos principais tipos de sistemas de avaliação e certificação hoteleira,
assentes no panorama internacional e brasileiro. Primeiramente começa-se por abordar 2 tipos de certificações
apenas relativas a Sistemas de Gestão Ambiental e de seguida apresentam-se 4 sistemas de certificação do
desempenho ambiental global dos hotéis.
As primeiras duas certificações exibidas são a ISO 14001 e o EMAS, sendo que a ISO 14001 tem abrangência
internacional e o EMAS é retratado mais a nível europeu. Daí que a ISO 14001 esteja muito mais disseminada
mundialmente e possua, por isso, um número bem mais elevado de certificados que todos os outros tipos de
certificações, inclusive o EMAS.
Os outros 4 sistemas de certificação ambiental, propriamente ditos, são o Building Research Establishment
Environmental Assessment Method (BREEAM), o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), o
22
Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) e o LiderA, como acrónimo de Liderar pelo Ambiente. O BREEAM e
o LEED são os dois sistemas de maior dimensão mundial, encontrando-se em vigor em diversos países por todo
o mundo. Consequentemente ambos os sistemas já atribuíram um grande volume de certificados, com
destaque para o BREEAM que se afigura como o sistema mundial com maior número de certificações emitidas.
O Processo AQUA trata-se de um sistema de carácter apenas brasileiro, logo puramente adaptado à realidade
do Brasil, mas ainda com um número reduzido de certificações. Finalmente, o LiderA que tem aplicação
somente em Portugal e em alguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), apresenta já um
número significativo de certificações. Trata-se, ainda, do sistema onde se apoia este trabalho.
Todos estes sistemas certificadores já mencionados são apresentados e desenvolvidos seguidamente, no
entanto apenas é efetuada uma introdução sumária dos ditos cujos. Exceção feita apenas ao LiderA que é
retratado maior profundidade e especificidade na secção 3.1.
É importante referir que no Brasil é bastante escassa a existência e aplicação deste tipo de sistemas de
certificação do desempenho ambiental global de hotéis. Daí que um dos objetivos deste trabalho vá de
encontro com a introdução e aplicação do sistema nacional LiderA no território brasileiro, para que o mercado
de sistemas deste género se comece a expandir no país.
23
Quadro 3 - Introdução resumida dos principais sistemas de certificação ambiental
Certificação Descrição Características Nº certificações &
Logótipo
ISO 14001
Como norma mais conhecida da ISO 14000, caracteriza-se por ser a única
certificadora da série e é específica para SGA’s. Baseia-se no ciclo PDCA e no
âmbito da certificação exige que as organizações tenham implantado um
SGA, cumpram a legislação ambiental em vigor e assumam compromisso de
correto desempenho ambiental.
-Abrangência internacional;
-Aberto a todos os tipos de organizações;
-Certificação e atribuição do selo apenas após cumprimento integral das normas
pela empresa;
-Custos considerados muito elevados para pequenas e médias empresas;
-Muito generalista e pouca especificidade à realidade hoteleira.
Mundiais: 267 457
Brasil: 3 517
EMAS
(Eco-
Management
and Audit
Scheme)
Destina-se a organizações e empresas que pretendem comprometer-se a
avaliar, gerir e melhorar o seu desempenho ambiental. Tem como objetivo a
melhoria do desempenho ambiental por parte dessas bem como
disponibilizar essa informação publicamente - este é um dos quatro
requisitos suplementares que acrescenta aos da ISO 14001.
-Abrangência europeia;
-Atende a todos os tipos de organizações;
-É o mais conceituado esquema de gestão ambiental no mercado;
-Aplicação adequada ao sector hoteleiro;
-Complementaridade com a ISO 14001, apesar de ser menos conhecido;
-Período de revalidação não pode exceder os três anos.
Mundiais: 12 755
Portugal: 167
BREEAM
(Building
Research
Establishment
Environmental
Assessment
Method)
Tem o objetivo de fornecer orientações para a minimização dos efeitos
adversos provocados pelos edifícios no seu entorno, e ainda promover um
ambiente interno saudável e de conforto. Apresenta uma metodologia
assente numa checklist que detalha os requisitos específicos para a obtenção
dos créditos ambientais, nas diversas áreas. A ponderação nestas é
convertida num índice de desempenho ambiental que serve para saber qual
o tipo de certificação que obtém (Unclassified, Pass, Good, Very Good,
Excellent e Outstanding).
-Abrangência global
-Primeiro sistema de avaliação ambiental a ser criado;
-Atualização dá-se de cada 3 a 5 anos;
-Existem diversas versões do sistema, consoante a tipologia do empreendimento
em questão;
-Sistema mais usado no mundo;
-É utilizado em mais de 50 países.
Mundiais: > 200 000
Brasil: apenas em projecto
24
Certificação Descrição Características Nº certificações &
Logótipo
LEED
(Leadership in
Energy and
Environmental
Design)
Programa voluntário com aplicações diversas e variadas que vão de casas e
edifícios até bairros e comunidades. Tem carácter compreensivo e flexível
abrangendo todo o ciclo de vida dos edifícios. A sua estrutura simples é
assente numa checklist na qual se verifica a atribuição de créditos consoante
o atendimento dos critérios pré-estabelecidos. Consoante a pontuação
obtida nas diversas categorias recebe um dos 4 níveis de certificação
existentes: Certified, Silver, Gold e Platinum.
-Abrangência global (136 países);
-Opera numa escala de 100 pontos (+ 10 de bónus) possíveis;
-Os empreendimentos podem ser enquadrados num leque de 9 sistemas
classificativos;
-Para um empreendimento requisitar um processo de certificação tem que
apresentar o caso ao Green Building Council (GBC) local;
-Atualmente é o certificado mais aceite e difundido no mundo;
-Validade da certificação: 2 anos.
Mundiais: 33 195
Brasil: 79
Processo
AQUA
(Alta Qualidade
Ambiental)
É um processo de gestão total do projeto visando obter a alta qualidade
ambiental de um empreendimento novo ou de uma reabilitação. Estruturado
por dois instrumentos: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), que
permite organizar e controlar as diversas fases de ação, e a Qualidade
Ambiental do Edifício (QAE), que é estruturada em 14 categorias. O
desempenho nestas pode ser classificado em três níveis: Bom, Superior e
Excelente. A certificação é atribuída consoante se atinja o nível mínimo
exigido ou não é de todo.
-Trata-se da versão brasileira adaptada do tipo de certificação HQE;
-A Fundação Vanzolini foi a responsável pela sua implantação no Brasil e é a
entidade reguladora desta certificação;
-Destaca-se por ser a primeira metodologia oficialmente adaptada ao contexto
brasileiro;
-É um sistema novo, pouco divulgado e acarreta altos custos nos processos de
certificação;
- Na fase operação, a certificação é válida apenas por um ano.
Brasil: 65
LiderA (*)
(Liderar pelo
Ambiente)
Sistema voluntário português que tem em vista efetuar, de forma eficiente e
integrada, o apoio, a avaliação e a certificação do ambiente construído que
procure a sustentabilidade. A sua estrutura assenta em 6 vertentes
(diferentes princípios ambientais) que se traduzem em 22 áreas e 43
critérios, onde são avaliados os ambientes contruídos em função do
desempenho ambiental que exibem. A classificação desse desempenho é
feito recorrendo a classes, indo da menos à mais eficiente respetivamente:
G, F, E, D, C, B, A, A+ e A++.
-A atual versão aplica-se ao edificado e também a espaços exteriores e zonas
alargadas (quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas);
-A certificação apenas é atribuída em caso de classe C ou superior e tem validade
de 3 anos;
-Em determinadas condições os custos da certificação podem ser reduzidos em
50%;
-O sistema está alargado aos PALOP.
Portugal: mais de 1 000
fogos e 6 000 camas
turísticas e múltiplos
projetos
(*) - Maiores desenvolvimentos na secção 3.1
25
2.2.1.1. ISO 14001
A ISO 14001 surge como a única norma certificadora da série ISO 14000,
é específica para os Sistemas de Gestão Ambiental e, como já referido
anteriormente, adotada mundialmente. Esta norma expõe os requisitos
para a implantação, manutenção, auditoria e melhoria contínua dos
SGAs, sem definir como ou quais as soluções a aplicar (de Oliveira et al.,
2010, p. 1797; dos Santos et al., 2011, p. 4). A sua respetiva versão
brasileira - adotada pela ABNT - é a NBR ISO 14001 (dos Santos et al., 2011, p. 4).
É baseada no ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act) remetendo isso para planear (Plan) políticas, impactes e
metas ambientais; executar (Do) atividades ambientais e documentação ambiental; verificar (Check) auditorias
ambientais e avaliação de desempenho ambiental; e agir (Act) pela educação e comunicação ambiental (de
Oliveira et al., 2010, p. 1799; Gavronski et al., 2013, p. 33).
São três as exigências básicas, expressas na ISO 14001, que uma organização necessita cumprir para conseguir
atingir uma certificação ambiental: 1) ter implantado um SGA, 2) cumprir a legislação ambiental aplicável ao
local da instalação e 3) assumir um compromisso com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental (dos
Santos et al., 2006, p. 3; Schenini et al., 2005, p. 7).
A norma, em si, é revista de 5 em 5 anos e os certificados emitidos têm validade de 3 anos, sendo necessário a
sua renovação após esse tempo. Entretanto, o sistema é auditado a cada 6 meses para verificação das
condições impostas, podendo a revalidação não acontecer caso a empresa deixe de cumprir os requisitos
exigidos (Arenhart, 2011, p. 29).
De acordo com Yiridoe e Marett (2004, p. 41) os custos totais associados à ISO 14001 podem ser muito
variados pois dependem de diversos fatores, tais como: tipo, dimensão e capital das empresas, e o impacte que
causam no ambiente. Ainda assim é possível adiantar valores base aproximados - taxados no ano 2000 - para
enquadramento da questão (ver Quadro 4).
Quadro 4 - Custos de implementação da ISO 14001
Dimensão da organização
(nº de empregados)
Custos
Mínimo Máximo Médio
Pequena (<100) 7 300€ (R$12 000) 73 000€ (R$120 000) 28 000€ (R$47 000)
Média (101-500) 15 000€ (R$25 000) 73 000€ (R$120 000) 34 000€ (R$56 000)
Grande (>500) 30 000€ (R$50 000) 88 000€ (R$150 000) 55 000€ (R$91 000)
Segundo a ISO (2011) todos os anos é efetuada, pela própria instituição, uma vistoria relativa às certificações
das suas normas e estado das adesões. No caso da ISO 14001 é claro e evidente o aumento, ano após ano, do
Figura 6 - Logótipo ISO 14001 (C2 Management, 2012)
26
número de certificados mundiais. Após a análise cuidada do relatório anual mais recente, correspondente ao
ano de 2011, é possível retirar várias ilações pertinentes ao estudo em causa. São as seguintes:
Em média cerca de 20 000 novas certificações são emitidas anualmente por todo o mundo;
Com uma expansão surpreendente entre 1999 e 2011 houve, a nível mundial, uma subida na emissão
de certificados de 13 994 para 267 457, e também no número de países aderentes de 84 para 158;
No ano de 2011 a China liderou o top 10 dos países com maior número de certificações com a quantia
de 81 993 certificados, quase três vezes mais o valor do 2º classificado (Japão com 30 397
certificações);
O Brasil não figura neste top 10 pois apresenta apenas 3 517 certificações, contudo é o 2º país em
toda a América (do Sul, Norte e Central) com maior índice de certificados deste tipo, perdendo apenas
para os Estados Unidos da América (EUA);
Os EUA e o Brasil lideram destacadamente a sua designada lista e juntos arrecadam mais de 50% das
certificações do continente;
O ano de 2011 foi de todos o que apresentou menor índice de crescimento anual (6%).
Os atuais dados estatísticos do Inmetro (2013), informam que de todas as certificações ISO 14001 que o Brasil
apresenta apenas 10 são relativas à área “Hotéis e Restaurantes”; ou seja menos de 1%. Verifica-se por isso um
índice muito baixo de adesão por parte do sector hoteleiro.
Uma das razões que causam esta situação é possivelmente o já referido elevado custo associado à
implementação desta norma. Contudo, esta barreira pode ser ultrapassada se as empresas atenuarem estes
custos ao longo do tempo, começando por adquirir um SGA básico e gradualmente o irem transformando num
mais sofisticado, até culminar na sua certificação (Pombo e Magrini, 2008, p. 2).
2.2.1.2. EMAS – Eco Management and Audit Scheme
O EMAS é destinado a organizações e empresas (incluindo pequenas e médias) que
querem comprometer-se a avaliar, gerir e melhorar o seu desempenho ambiental. Tem
por objetivo a melhoria deste mesmo desempenho e o fornecimento, ao público e
interessados, de informação relevante sobre a prestação ambiental (APOTEC, 2007, p.
322; Honkasalo, 1998, p. 119; Videira et al., 2010, pp. 1, 5). Disponível desde 1995,
embora que apenas restrito a empresas do sector industrial (Honkasalo, 1998, p. 119),
só a partir de 2001 ficou aberto a todos os sectores económicos, incluindo serviços
públicos e privados (Calado, 2007, p. 22).
Foi inicialmente apresentado em 1993. Mas, a atual versão do Regulamento EMAS (Regulamento (CE) nº
1221/2009 de 25 de Novembro) entrou em vigor a 11 de Janeiro de 2010, e determina que qualquer
organização com locais de atividade num ou mais Estados-Membros, ou em países terceiros, pode solicitar o
registo no sistema. Isto melhorou a aplicabilidade e credibilidade do sistema e ainda reforçou a sua visibilidade
Figura 7 - Logótipo EMAS (EC, 2008)
27
e alcance (Videira et al., 2010, pp. 1, 5). Na aplicação ao sector hoteleiro, o EMAS tem grande preponderância e
poderá constituir uma mais-valia na divulgação de boas práticas junto das organizações deste sector (Chan e
Wong, 2006, p. 482).
Apesar de ser menos conhecido que a ISO 14001 é, no mercado corrente, o mais credível, robusto e avançado
esquema de gestão ambiental. Acrescenta 4 pilares aos requisitos da ISO 14001, que lhe transmite um carácter
de maior rigor: 1) contínuas melhorias das performances ambientais, 2) conformidade com a legislação
ambiental assegurada pela supervisão governamental, 3) informação pública através de relatórios anuais e 4)
participação dos empregados (Glekas e Ioannou, 2008, p. 17).
De acordo com a Comissão Europeia (CE, 2004) os custos de implementação do EMAS dependem muito do
tamanho das empresas e das suas atividades. Também o facto de esses custos estarem dependentes do
mercado local, de programas governamentais e das prestações ambientais faz com que não se verifique um
padrão regular. É possível avançar que os recursos financeiros gastos com o SGA e taxas de consultoria externa,
comunicação e certificação aproximados (taxados no ano 2004) são, em média, os apresentados no Quadro 5.
Quadro 5 - Custos de implementação do EMAS
Dimensão da organização (nº de empregados) Custos
Muito Pequena (<10) 10 000€ (R$38 000)
Pequena ([10-50[) 20 000€ (R$75 000)
Média ([50-250[) 35 000€ (R$130 000)
Grande (>250) 50 000€ (R$190 000)
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA, 2013), após uma organização efetuar um processo de
verificação bem sucedido dá-se então, através de um organismo competente, o registo no sistema, podendo
divulgar, posteriormente, o seu desempenho ambiental ao público, bem como utilizar os logótipos EMAS.
Contudo, é necessário efetuar a manutenção desse registo, sendo que o período das novas verificações não
pode exceder os três anos.
Embora o EMAS e a ISO 14001 sejam complementares têm, basicamente, fins diferentes e diferem em vários
pontos. Enquanto que a ISO 14001, feita principalmente para melhorar a gestão, fornece diretrizes que podem
ser implementadas por praticamente qualquer tipo de organização, em qualquer país, o EMAS é projetado para
causar alterações no desempenho ambiental (Morrow e Rondinelli, 2002, p. 162).
A adesão ao sistema tem sido tendencialmente crescente. De acordo com as últimas estatísticas do EMAS (EC,
2012), efetuadas a 30/06/2012 pela Direcção-Geral do Ambiente da CE, existem 4 581 organizações e 8 174
locais registados no sistema. A Alemanha encabeça a tabela como o país com mais registos (cerca de 3 200 no
total) e Portugal apresenta valores baixos de adesão (aproximadamente um total de 170 registos). Segundo a
mesma fonte, de todos os registos existentes apenas 235 empresas são relativas ao campo da ‘Acomodação’,
revelando um nível baixo de adesão ao sistema por parte dos hotéis.
28
2.2.1.3. BREEAM – Building Research Establishment Environmental Assessment Method
O BREEAM trata-se do primeiro sistema de avaliação ambiental a ser criado.
Desenvolvido no Reino Unido, em 1988, por investigadores do Building Research
Establishment (BRE) e do sector privado em parceria com a indústria, visa medir e
especificar o desempenho ambiental de edifícios (Zhang et al., 2012, p. 22).
Surge com o objetivo de fornecer orientações para a minimização dos efeitos adversos provocados pelos
edifícios no seu entorno, e ainda promover um ambiente interno saudável e de conforto (Kasim et al., 2012, p.
3; Lucas, 2011, p. 19; Pacheco, 2011, pp. 37, 38).
O sistema almeja incentivar o uso de melhores práticas em todo o ciclo de vida do edifício (reduzindo os
impactes no ambiente), diferenciar os edifícios que causam menor impacte ambiental, criar parâmetros e
padrões não impostos pela lei atual e realçar a importância e os benefícios que os edifícios com menores
impactes ambientais têm nos agentes envolvidos, entre outros (Lucas, 2011, p. 19; Santo, 2010, p. 30).
A atualização do sistema dá-se a cada 3 a 5 anos, de modo a incorporar os novos avanços da investigação
(através da introdução das alterações regulamentares e de mercado) para conseguir garantir que práticas de
excelência sejam consideradas aquando da avaliação (Santo, 2010, p. 30). A sua metodologia é considerada a
mais aceite internacionalmente, existindo adaptações feitas com o propósito de priorizar aspetos de relevância
regional na avaliação, em vários países como Canadá, Hong Kong (Kasim et al., 2012, p. 2; Santo, 2010, p. 31),
Austrália e Nova Zelândia (Kasim et al., 2012, p. 2).
As diversas versões do sistema BREEAM (Harvie e Cruickshank, 2010, p. 8), que têm vindo a surgir ao longo dos
anos, possibilitando cada vez um melhor enquadramento à tipologia do edifício em questão, são as seguintes:
Retail (edifícios comerciais), Prisons (prisões ou similares), Offices (edifícios de escritórios), Multi-residential
(edifícios multi-residenciais), International (edifícios em países sem versão apropriada), In-Use (edifícios com
gestão independente), Industrial (edifícios industriais), Healthcare (hospitais ou similares), Education (escolas
ou similares), EcoHomes (edifícios habitacionais), Courts (tribunais ou similares), Communities (edifícios
comunitários) e Bespoke (restantes edifícios não incluídos).
Relativamente ao método de avaliação este tem duas formas: para edifícios novos, ou submetidos a alterações,
e para edifícios existentes e em uso. Enquanto que na primeira a análise se centra no projeto e execução, a
segunda dedica-se à operação e gestão (Santo, 2010, p. 31).
A metodologia do sistema assenta numa lista de verificação (checklist) que detalha os requisitos específicos
para a obtenção dos créditos ambientais, que se encontram distribuídos pelas diferentes áreas abordadas nas
várias categorias. Para cada categoria há um número mínimo de créditos que têm de ser atingidos (Roderick et
al., 2009, p. 1168).
Existe um leque de 9 categorias (ver Quadro 6), em geral comuns a todas as versões do BREEAM representando
o centro do núcleo de ações. Algumas delas apresentam ainda categorias específicas à sua versão, como são
Figura 8 - Logótipo BREEAM (EAUC, 2013)
29
exemplo a Inovação ou o Negócio Local para o BREEAM Communities (BRE Global, 2008a, p. 28; 2008b, p. 28;
2009, p. 9).
Quadro 6 - Categorias gerais do BREEAM (adaptado de Santo, 2010, p. 32)
Categorias Áreas
Gestão Aspetos de políticas globais e procedimentos ambientais
Saúde e bem-estar Ambiente interior e exterior ao edifício
Energia Utilização de energia e emissões atmosféricas
Transporte Localização do edifício e emissões atmosféricas associadas às deslocações
Água Consumo e descargas
Materiais Implicações ambientais da seleção da matéria-prima
Resíduos Eficiência dos recursos e gestão dos resíduos de construção, funcionamento e reciclagem
Ocupação do Solo e Ecologia Estruturação, desenvolvimento urbano e valor ecológico local
Poluição Poluentes da água e do ar
Estas áreas possuem ponderações de acordo com as relativas importâncias determinadas pelo sistema,
consoante a tipologia e o contexto em causa. A ponderação é reconvertida num índice de desempenho
ambiental, denominado Environmental Performance Index (EPI), que permite situar a performance do edifício
num dos seis níveis de certificação existentes: Unclassified, Pass, Good, Very Good, Excellent e Outstanding.
(Lucas, 2011, p. 20; Roderick et al., 2009, p. 1168).
Segundo McManus (2010, pp. 8-10) são dois os tipos de custos a considerar aquando da certificação de
edifícios novos. Uns são os custos da avaliação, registo e certificação (mais fáceis de prever) e os outros são os
custos de construção ou renovação (mais difíceis de calcular). Os primeiros custos mencionados (taxados no
ano 2010) andam à volta dos 4 600€ (R$10 000), exceto para a versão BREEAM In-Use, que entre as diversas
variantes do processo, podem ficar entre 500€ (R$1 100) a 26 000€ (R$60 000).
Relativamente aos custos de construção ou renovação, o mesmo autor diz que estes podem variar bastante
dependendo das medidas já implantadas e do nível de classificação que se deseja obter. Para alcançar o nível
Good são poucos ou inexistentes os custos extra; mas, para os níveis Very Good e Excellent os custos adicionais
(taxados no ano 2010) ficam a cerca de 22€/m2 (R$50) e 69€/m
2 (R$155), respetivamente. Os certificados
BREEAM para novas construções não expiram, isso apenas acontece com a certificação BREEAM In-Use
podendo perder a validade após 1 ou 3 anos, consoante a situação em causa.
Tratando-se do sistema mais usado no mundo, o BREEAM encontra-se disseminado por mais de 50 países (de
grande maioria europeia) sendo muito recente no Brasil. Apresenta mais de 200 mil edifícios certificados
mundialmente e tem ainda adicionalmente cerca de 40 mil projetos registados em curso, correspondendo isso
a cerca de mais 1 milhão de edifícios (BRE Global, 2012).
30
2.2.1.4. LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
O LEED foi desenvolvido em 1998 pelo United States Green Building Council - USGBC
(Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46; Nguyen e Altan, 2011, p. 376) com o intuito de facilitar a
transferência de conceitos de construção ambientalmente responsável para os
profissionais e respetiva indústria de construção americana, bem como para proporcionar
reconhecimento junto ao mercado pelos esforços investidos nessa finalidade (da Silva et
al., 2003, p. 9).
O sistema é um programa voluntário, consensual e orientado para o mercado que fornece a terceiros a
verificação de edifícios “verdes”. Com aplicações diversas e variadas que vão de casas e edifícios até bairros e
comunidades, este sistema visa transformar a forma como os ambientes são planeados, construídos e
operacionalizados. De carácter compreensivo e flexível ele abrange todo o ciclo de vida dos edifícios (USGBC,
2013a).
O LEED tem uma estrutura simples (compreendendo 5 áreas principais de sustentabilidade) e é assente numa
checklist na qual se verifica a atribuição de créditos consoante o atendimento dos critérios pré-estabelecidos,
que são basicamente ações (envoltas a todos os níveis do edifício) que contribuam para a redução dos seus
impactes ambientais (Ding, 2008, p. 455; Thilakaratne e Lew, 2011, p. 1137).
O sistema tem como referência princípios ambientais e de uso energético consolidados em normas e
recomendações de organismos com credibilidade reconhecida como: a American Society of Heating,
Refrigerating and Air-conditioning Engineers (ASHRAE), a American Society for Testing and Materials (ASTM), a
U.S. Environmental Protection Agency (EPA) e o U.S. Department of Energy (DOE). Contudo a sua metodologia
é apenas aplicável a condições locais, visto ter sido concebido para um contexto nacional específico (da Silva et
al., 2003, p. 9).
A primeira versão do LEED (versão 1.0), desenvolvida pelo USGBC e também conhecida como “Projeto Piloto”,
foi lançada em Janeiro de 1998 (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46; Lee e Burnett, 2008, p. 1883). Após diversas
atualizações encontra-se em vigor, desde 2009, a versão 3. Nesta nova versão dá-se a reorganização dos atuais
sistemas de classificação para edifícios comerciais e institucionais, juntamente com os principais avanços na
área, resultando na inclusão de três grandes modificações no sistema classificativo: a harmonização, a
ponderação de créditos e a regionalização (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46).
Com isto passou-se a dar prevalência aos créditos em função do seu impacte no ambiente e na saúde humana.
Ou seja, na prática atribuem-se mais pontos às estratégias que contemplam reduzir o nível de impactes na
eficiência energética e de emissões de CO2, considerados os de maior importância. Neste sentido procedeu-se
a uma priorização de categorias e créditos, levando a que o LEED passasse a operar numa escala de 100 pontos
(+ 10 de bónus) possíveis (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46).
Os empreendimentos podem ser enquadrados num leque de 9 sistemas classificativos do LEED: New
Constructions & Major Renovations, Existing Buildings, Core& Shell, Commercial Interiors, Retail, Homes,
Figura 9 - Logótipo LEED (USGBCSF,
2012)
31
Neighborhood Development, Schools e Healthcare. Todos estes sistemas contêm 5 categorias principais e duas
categorias bónus. Dois deles (Homes e Neighborhood Development) apresentam ainda algumas categorias
adicionais.
As categorias principais são: Sustainable Sites, Water Efficiency, Energy & Atmosphere, Materials & Resources e
Indoor Environmental Quality. As categorias bónus são: Innovation in Design ou Innovation in Operations e
Regional Priority. Entre as categorias principais (e adicionais nos dois casos específicos mencionados) estão
distribuídos os 100 pontos globais, de maneira diferente para cada sistema. Os possíveis 10 pontos bónus
encontram-se repartidos nas categorias bónus (USGBC, 2013b).
Posto isto, para um empreendimento requisitar um processo de certificação tem que apresentar o caso ao
Green Building Council (GBC) local, determinar o respetivo sistema classificativo, fazer o registo, submeter a
aplicação e aguardar pela revisão e pela decisão. Quando esta decisão é afirmativa quer dizer que o
empreendimento é certificado pelo LEED (Deeke et al., 2008, p. 3; Russell, 2007, p. 1). Consoante a pontuação
obtida nas diversas categorias recebe um dos 4 níveis de certificação existentes: Certified, Silver, Gold e
Platinum (Deeke et al., 2008, p. 3; Ding, 2008, p. 455; Thilakaratne e Lew, 2011, p. 1137).
Refira-se que as pontuações mínimas exigidas para os diferentes níveis diferem um pouco consoante o sistema
classificativo em uso. Por exemplo, para o LEED New Constructions & Major Renovations tem-se: Certified (40-
49 pontos), Silver (50-59 pontos), Gold (60-79 pontos) e Platinum (80-110 pontos). O certificado Platinum
representa sempre a mais elevada patente de certificação ambiental deste sistema (Lucas, 2011, p. 34).
De acordo com as regras do USGBC, a validade da certificação é de 2 anos após a entrega real do certificado,
que pode ocorrer entre um a dois anos depois da construção do edificado. Findo esse prazo é necessário
proceder a novas avaliações, embora agora mais centradas na fase de manutenção e operação, para que seja
revalidada a certificação (Okada, 2012, p. 20).
Quanto ao LEED propriamente dito estão previstas, desde o ano 2000, revisões regulares ao sistema a cada 3 a
5 anos. Esse período poderá ser menor caso haja decisão consensual do USGBC ou alguma alteração a nível da
regulamentação local (Santo, 2010, p. 40).
Os custos, taxados no ano 2010, estão apresentados no Quadro 7, conforme a informação que foi possível
apurar.
32
Quadro 7 - Custos de implementação do LEED (adaptado de Fujihara, 2012, p. 19)
Fases Custos
Membros do USGBC Não Membros do USGBC
Registo do projeto 700€ (R$1 600) 1 000€ (R$2 100)
Análise do projeto (m2)
< 4 645 1 600€ (R$3 600) 1 800€ (R$4 000)
[4 645-46 451[ 0,3445€/m2 (R$0,7751/m
2) 0,3875€/m
2 (R$0,8719/m
2)
> 46 451 16 000€ (R$36 000) 18 000€ (R$40 000)
Certificação da obra (m2)
< 4 645 400€ (R$900) 600€ (R$1 400)
[4 645-46 451[ 0,0861€/m2 (R$0, 1937/m
2) 0,1292€/m
2 (R$0,2907/m
2)
> 46 451 4 000€ (R$9 000) 6 000€ (R$14 000)
Consultoria (não obrigatória) 0,5 - 1% custo da obra
Atualmente, o certificado LEED é o mais aceite e difundido no mundo para orientação, avaliação e certificação
de construções sustentáveis (Deeke et al., 2008, p. 2; Lee e Burnett, 2008, p. 1883; Roderick et al., 2009, p.
1168). Segundo da Silva et al. (2003, p. 11) “…o LEED é provavelmente o esquema disponível mais amigável
enquanto ferramenta de projeto, o que facilita a sua incorporação à prática profissional…”.
O LEED estimula posturas globais e sustentáveis nas edificações, sendo a sua certificação um grande potencial
para disseminar conceitos e boas práticas, bem como para influenciar o mercado internacional. Apresenta,
ainda, efeitos educativos ao disseminar ideias e valores de desempenho ambiental. Além disso, o sistema foi
desenvolvido para impulsionar uma transformação na indústria definindo uma métrica para a construção
sustentável e mantendo viva a discussão desse tópico (Hernandes, 2006, p. 121).
Ainda assim os críticos apontam algumas falhas ao sistema, dizendo que se fundamenta prioritariamente no
uso de novas tecnologias e produtos, se orienta pelo mercado imobiliário, não apresenta contextualização local
e apenas aborda o aspeto ambiental da sustentabilidade (Stuermer et al., 2010, p. 3), pecando também aqui
por ser excessivamente abrangente (Russell, 2007, p. 1). Hernandes (2006, p. 122) também acrescenta que o
sistema definitivamente não garante uma boa arquitetura, que pode mascarar o real impacto do
empreendimento (por questões de tamanho, contexto urbano e especificidades), e ainda que, pelo facto de se
focar na gama mais alta do mercado da construção, o sistema contribui pouco para diminuir a desigualdade
entre os extremos desse mercado (cenário crucial no Brasil).
No Brasil, o LEED tem sido aplicado essencialmente nas grandes cidades brasileiras pelo Green Building Council
Brasil (GBCB), criado em 2007, que também o adotou como selo de certificação (Deeke et al., 2008, p. 2).
Hernandes (2006, p. 42) crê que esta aceitação do sistema tenha acontecido devido à existência de inúmeras
empresas multinacionais no território brasileiro e com sede nos EUA. Isso gera um grande alinhamento nas
suas políticas ambientais e faz com que o LEED se revele como uma ferramenta de marketing institucional, com
grande aceitação junto à iniciativa privada.
Segundo o GBCB (2013) em 2012 contabilizou-se, no mundo, quase 1 bilião de m2 (mais precisamente 998,66
milhões de m2) construídos em certificação pelo LEED. De acordo com a avaliação feita em Julho de 2012,
33
existiam no mundo, distribuídos por 136 países, 33 195 empreendimentos certificados, sendo 13 831
referentes a edifícios comerciais. Com os EUA a liderarem com destaque o ranking dos países com mais
processos de certificação LEED, exibindo 12 693 certificados dos 41 857 registados, segue-se distantemente a
China com 250 certificados dos 996 registados (Casado, 2012, pp. 36, 38). O Brasil vem em 4º lugar com 79
certificados dos 640 registados, arrecadando o estado de São Paulo 61% da cota (366 registos). Desses 640
processos totais em registo apenas 4 (menos de 1%) são relativos a hotéis, não existindo nenhum certificado.
Refira-se que em 2004, no Brasil, havia apenas uma unidade registada (GBCB, 2013).
2.2.1.5. Processo AQUA – Alta Qualidade Ambiental
O Processo AQUA é um programa de gestão total do projeto, visando obter a alta
qualidade ambiental de um empreendimento novo ou de uma reabilitação
(Fundação Vanzolini, 2010a). Esta qualidade ambiental, segundo a “Haute Qualité
Environnementale” (HQE), define-se como "qualidade ambiental do edifício e dos
seus equipamentos (em produtos e serviços) e os restantes conjuntos de operação,
de construção ou adaptação, que lhe conferem aptidão para satisfazer as
necessidades de dar resposta aos impactes ambientais sobre o ambiente exterior e
a criação de ambientes interiores confortáveis e sãos" (Pinheiro, 2006, p. 172).
Neste contexto o Processo AQUA trata-se da versão brasileira adaptada do tipo de certificação HQE, tendo sido
a Fundação Vanzolini (instituição privada e sem fins lucrativos) a responsável pela sua implantação no Brasil
(Fundação Vanzolini, 2010b).
Um bom desempenho ambiental de um empreendimento assenta na sua organização eficaz e rigorosa, e é por
isso que o referencial técnico de certificação do Processo AQUA se estrutura em dois instrumentos. São eles o
Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), que avalia o SGA implementado, e a Qualidade Ambiental do
Edifício (QAE), para avaliação do desempenho arquitetónico e técnico da construção (Bueno e Rossignolo,
2010, p. 48).
A aplicação do SGE permite definir a qualidade ambiental, bem como organizar e controlar o conjunto de
processos operacionais relativos às várias fases (todas certificáveis) do empreendimento: programa, conceção
(projeto), realização (obra) e operação (funcionamento). A integração necessária para o devido cumprimento
do SGE exige tempo e algumas qualidades como organização, rigor e capacidade de reação por parte do
empreendedor. Mas quando é bem executado consegue-se um empreendimento bem gerido e com maiores
probabilidades de alcançar as metas definidas (Leite, 2011, p. 30).
A QAE encontra-se estruturada em 14 categorias, organizadas por 4 famílias diferentes (ver Quadro 8), que se
dividem ainda em subcategorias, perfazendo um total de 37 (Librelotto, 2010, p. 38). As categorias expressam-
se pelo conjunto de preocupações associadas a cada desafio ambiental, que por sua vez se traduzem por
critérios e indicadores de desempenho. As designadas categorias devem satisfazer as exigências relacionadas
Figura 10 - Logótipo Processo AQUA
(Fundação Vanzolini, 2010e)
34
com o controle de impactes sobre o ambiente externo e com a criação de um ambiente interno confortável e
saudável (Leite, 2011, p. 31).
Quadro 8 - Categorias e famílias do Processo AQUA (FCAV e CERQUAL, 2013, p. 8)
SÍTIO E CONSTRUÇÃO
Categoria nº 1 Relação do edifício com o seu entorno
Categoria nº 2 Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos
Categoria nº 3 Canteiro de obras com baixo impacto ambiental
GESTÃO
Categoria nº 4 Gestão da energia
Categoria nº 5 Gestão da água
Categoria nº 6 Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício
Categoria nº 7 Manutenção - Permanência do desempenho ambiental.
CONFORTO
Categoria nº 8 Conforto higrotérmico
Categoria nº 9 Conforto acústico
Categoria nº 10 Conforto visual
Categoria nº 11 Conforto olfativo
SAÚDE
Categoria nº 12 Qualidade sanitária dos ambientes
Categoria nº 13 Qualidade sanitária do ar
Categoria nº 14 Qualidade sanitária da água
A avaliação de um projeto é feita de forma evolutiva ao longo da estrutura em árvore, composta pelas ditas
categorias, subcategorias e preocupações. O desempenho nestas pode ser classificado em três níveis: Bom
(práticas correntes, legislação), Superior (boas práticas) e Excelente (melhores práticas).
Para se obter a certificação é exigido um denominado perfil mínimo referente às 14 categorias que engloba: 7
categorias (no máximo) com nível Bom, 3 categorias (no mínimo) com nível Excelente, com as restantes,
obviamente, de nível Superior. Aqui entra uma peculiaridade do sistema já que o padrão mínimo de exigência
remete para o que está estabelecido na regulamentação. Assim, se a avaliação determinar esse mínimo exigido
o certificado é concedido, caso contrário não será, não existindo por isso níveis intermédios de certificação
(FCAV e CERQUAL, 2013, pp. 11, 12).
Para se dar este processo de certificação é necessário que o empreendedor entre em contacto com a Fundação
Vanzolini, para efetuar a adesão a um dos referenciais técnicos disponíveis no site da instituição. Os
referenciais técnicos existentes são para edifícios comerciais, habitacionais, de escritórios, escolares e
hoteleiros (Fundação Vanzolini, 2010c). Seguidamente, nas auditorias presenciais efetuadas, cabe ao auditor
verificar nas várias fases a implementação do SGE e comparar a avaliação da QAE com os critérios de
desempenho exigidos no referencial técnico adotado, analisando assim a possibilidade de emissão de
certificado (Leite, 2011, p. 34).
Na avaliação de cada fase do Processo AQUA são verificadas as condições determinadas, e é emitido o
certificado, que expira quando se realiza a validação da fase seguinte. Não há por isso renovação do certificado,
35
pois este vale até à conclusão da etapa, assumindo-se que os elementos necessários ao correto desempenho
ambiental permaneçam presentes. A única exceção diz respeito à fase da operação, em que a certificação é
válida apenas por um ano, necessitando de posterior revalidação (Costa e de Moraes, 2012, p. 16).
Quanto aos custos (taxados no ano 2010) implícitos na adoção do Processo AQUA, rondam os 8 000€ (R$17
500) para empreendimentos até 1 500m2 e 0,715€/m
2 (R$1,609/m
2) para aqueles acima dos 1 500m
2 (Leite,
2011, p. 34).
O Processo AQUA destaca-se por ser a primeira metodologia oficialmente adaptada ao contexto brasileiro.
Contudo, a dificuldade em obter informações, os altos custos do processo de certificação, a falta de divulgação,
e o facto de ser um sistema novo são as razões por detrás do número pouco significativo de edifícios
certificados (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 50).
Segundo a Fundação Vanzolini (2010d), existem no território brasileiro 65 empreendimentos certificados nas
seguintes fases de crescimento do empreendimento: Programa, Conceção, Realização, Programa da Operação
e Operação. Verificando-se que:
63 empreendimentos requisitaram a certificação durante todo o processo de transformação e apenas
2 empreendimentos o fizeram quando já se encontravam em operação e uso;
Estes 2 empreendimentos encontram-se apenas com a fase ‘Programa da Operação’ certificada;
Dos restantes 63 empreendimentos:
o 32 têm apenas a fase ’Programa’ certificada;
o 17 têm as fases ’Programa’ e ‘Concepção’ certificadas;
o 7 têm as fases ’Programa’, ‘Concepção’ e ‘Realização’ certificadas;
o 4 têm as fases ’Programa’, ‘Concepção’, ‘Realização’ e ‘Programa da Operação’ certificadas;
o 3 têm todas as fases certificadas.
A maioria destes empreendimentos são do tipo habitacional, escolar e escritórios. Existem hotéis em apenas 2
empreendimentos de componente ‘Lazer e bem-estar’.
2.2.1.6. LiderA – Liderar pelo Ambiente
O LiderA designa-se como um sistema voluntário português que tem em vista
efetuar, de forma eficiente e integrada, o apoio, a avaliação e a certificação do
ambiente construído que procure a sustentabilidade. Destina-se a: 1) apoiar o
desenvolvimento de planos e projetos que procurem a sustentabilidade; 2) avaliar e
posicionar o desempenho destes nas fases de conceção, obra e operação quanto à procura da
sustentabilidade; 3) suportar a gestão na fase de construção e operação; 4) atribuir a certificação por marca
registada, feita através de verificação por uma avaliação independente; e 5) servir como instrumento distintivo
de mercado para os empreendimentos e clientes que valorizem a sustentabilidade (LIDERA, 2013a).
Figura 11 - Logótipo LiderA (LIDERA, 2013a)
36
O sistema surge como fruto de trabalhos de investigação, consultoria e projetos (efetuados desde 2000),
debruçados na temática da sustentabilidade na construção e ambientes construídos. A primeira verão do
sistema (LiderA 1.2), publicada em 2005, contemplava apenas o edificado e respetivo espaço envolvente.
Contudo, em 2009 surgiu a segunda versão (LiderA 2.0), atualmente em vigor, que já permite uma aplicação a
escalas diferentes e que se destina não só ao edificado mas também a espaços exteriores e a zonas alargadas -
como quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas (LIDERA, 2013b).
Como autor do sistema, Pinheiro (2010c, p. 14) relata que o LiderA assenta em 6 princípios de bom
desempenho ambiental, que se expressam como vertentes: Integração Local, Recursos, Cargas Ambientais,
Conforto Ambiental, Vivência Socioeconómica e Uso Sustentável. Estas traduzem-se em 22 áreas e 43 critérios
onde são avaliados os ambientes contruídos em função do desempenho ambiental que exibem. Tal como nos
sistemas BREEAM e LEED os critérios acompanham a evolução tecnológica, o que permite dispor de soluções
ambientalmente mais eficientes. As áreas e critérios são abordadas em pormenor na secção 3.1.
Os níveis de desempenho diferem consoante a classificação obtida e são
representados por classes (da menos à mais eficiente) sendo os seus limiares
derivados a partir de três pontos de referência (ver Figura 12). O primeiro
assenta no desempenho tecnológico mais utilizado, pelo que a prática
construtiva existente é considerada como nível usual (classe E). No segundo
nível o melhorado desempenho decorre da melhor prática construtiva viável
à data (classes C, B e até A). O terceiro assenta na definição do nível de sustentabilidade elevado: procura de
nível de desempenho neutral (classes A+ e A
++) ou até regenerativo (classe A
+++). Refira-se que as classes D, C,
B, A , A+ e A
++ representam melhorias face à prática usual de pelo menos 12,5%; 25%; 37,5%; 50%; 75% e 90%,
respetivamente (Pinheiro, 2010c, p. 14).
Para se proceder ao reconhecimento de um empreendimento, este deve dispor de bom desempenho
ambiental (supostamente) e de evidências disso, sendo que a certificação apenas é atribuída em caso de classe
C ou superior. Os custos associados ao processo de certificação dependem não só da tipologia e dimensão do
empreendimento, mas também do processo abrangido, devido às várias fases que podem ser analisadas e seus
respetivos detalhes. Daí que o valor possa diferir muito e seja determinado caso a caso. Ainda assim, é possível
adiantar que o custo da certificação - taxado no ano 2010 - é de 1 500€/processo (≈3 400R$/processo) com a
adição de 0,3€/m2 (≈0,7R$/ m
2) de Área Bruta Construída (ABC). É de notar que os valores do processo são
reduzidos em 50% caso haja um assessor LiderA envolvido, acontecendo o mesmo com o preço global, quando
há acordo com o município onde se insere o projeto (Pinheiro, 2010b, pp. 2 , 4).
A certificação LiderA tem validade de 3 anos, tal como acontece com as certificações energéticas, excetuando-
se o caso de hotéis muito pequenos e que não disponham de meios de climatização, casos em que a validade é
mais alargada (5 anos) uma vez que já que não necessitam de controlo tão apertado. Em Portugal, existem já
certificados pelo LiderA, na procura da sustentabilidade, mais de 1 000 fogos, mais de 6 000 camas turísticas
(ver secções 2.3.1. e 2.3.2.) e ainda múltiplos projetos na área do comércio e outros serviços. Nos Países
Figura 12 - Níveis de desempenho (Pinheiro, 2010c, p. 10)
37
Africanos de Língua Oficial Portuguesa em que o sistema também está em atividade todos os processos
vigentes encontram-se ainda em desenvolvimento (LIDERA, 2013a).
2.2.1.7. Outros sistemas de certificação
São de referir ainda, adicionalmente, dois sistemas que embora não tenham a preponderância para este caso
como os já abordados, devem ser mencionados mesmo que apenas a título indicativo. São eles o Green Globe
21 e o Eco-Hotel, sendo que são ambos muito recentes no panorama brasileiro.
O sistema Green Globe 21, foi inicialmente criado com o nome Green Globe, pelo World
Travel and Tourism Council (WTTC) em 1994, com o objetivo central de promover a
implementação dos princípios da Agenda 21 na indústria do turismo, tendo por base as
normas ISO (Harris et al., 2002, p. 59; Lima e Partidário, 2002, p. 40). Mas, desde 1999 até
ao dia de hoje, a Green Globe 21 assumiu identidade própria como empresa
internacional na área de certificação ambiental (Harris et al., 2002, p. 59). Conta com o
apoio de 28 organizações governamentais e empresariais (destacando-se o WTTC,
UNWTO e UNEP) e tem mais de 500 membros em 101 países (Lima e Partidário, 2002, p. 41).
Existem quatro tipos de âmbitos de aplicação do programa (empresas, comunidades, ecoturismo e design e
construção), em que as áreas chave de atuação são as seguintes: emissões de GEE; gestão, conservação e
eficiência energética; gestão de recursos hídricos; gestão e conservação dos ecossistemas; gestão dos aspetos
culturais e sociais; planeamento e ordenamento do território; proteção da qualidade do ar e controlo do ruído;
gestão de efluentes; e minimização, reutilização e reciclagem de resíduos. Para que um hotel receba esta
certificação tem de preencher todos os requisitos exigidos e ser sujeito a uma auditoria independente (Harris
et al., 2002, p. 64; Pereira, 2011, p. 62).
O sistema Eco-Hotel trata-se de uma certificação ambiental da organização TUV Rheinland
Group: multinacional de origem alemã, líder na prestação de serviços de inspeções e
certificações e com mais de 130 anos de existência. São filiais da organização a TÜV
Rheinland Portugal (2013b) e a TÜV Rheinland Brasil (2013), que foram criadas em 1989 e
em 2000, respetivamente. A certificação Eco-Hotel é dirigida a hotéis, aldeamentos
turísticos, aparthotéis e empresas do sector da indústria hoteleira e acarreta com ela
vantagens competitivas e motivação dos colaboradores (TÜV Rheinland Portugal, 2013a).
A avaliação para certificação é baseada num questionário, desenvolvido especificamente para a indústria
hoteleira, sendo função da pontuação obtida nesse pela empresa. O questionário é constituído pelas seguintes
8 áreas, consideradas as mais importantes numa boa gestão ambiental hoteleira: licenciamentos, organização,
política e objetivos; compras e substâncias perigosas; gestão das águas; gestão dos resíduos; material de
escritório; instalações exteriores e integração no meio ambiente; gestão dos recursos energéticos e segurança.
Quando emitida, a certificação, necessita de ser renovada anualmente (Pereira, 2011, p. 59).
Figura 13 - Logótipo Green Globe (GGC,
2011)
Figura 14 - Logótipo Eco-Hotel (TÜV
Rheinland Portugal, 2013a)
38
2.3. Casos de bom desempenho ambiental
Embora a preocupação com o ambiente ainda não seja muito clara por parte da maioria da indústria hoteleira,
existem hotéis que primam por esse aspeto em particular. Isso vale-lhes a obtenção de uma ou mais
certificações, primordialmente das referenciadas anteriormente, e de um certo estatuto “verde” no mercado.
São, por isso, apresentados em seguida alguns casos de desempenho ambiental exemplar.
2.3.1. Hotel Jardim Atlântico
Figura 15 - Perspetivas do Hotel Jardim Atlântico (Campos, 2009, p. 39; Castaways, 2013)
O Hotel Jardim Atlântico localiza-se na ilha da Madeira (encosta Sudoeste), na zona Prazeres, Calheta.
Construído em 1993, encontra-se integrado numa área verdejante natural, a 480m acima do Oceano Atlântico,
tendo por isso uma vista privilegiada sobre esse, bem como sobre as vilas piscatórias e montanhas envolventes
(ver Figura 15). Tendo uma ABC de aproximadamente 7 500m2 (Jardim Atlântico, 2013a), o hotel é constituído
por 61 apartamentos T0, 26 apartamentos T1, 2 apartamentos T2 e 8 bungalows. Dispõe de vários serviços
como um restaurante, um bar, uma piscina exterior e outra interior, um ginásio, uma sala de conferências, um
campo de ténis, etc. Apresenta uma forma irregular, com a construção adaptada à topografia do terreno. Esta
característica é, desde logo, uma importante vocação para a área ambiental (Pinheiro, 2006, p. 214).
Foi graças à perspetiva “verde” dos seus proprietários que desde o início foi dado grande valor ao ambiente, o
que é manifesto nas medidas ambientais aplicadas em diversos campos: Energia, Resíduos, Água Potável e
Efluentes, Qualidade do Ar Interior e Ambiente Sonoro, Impacte Paisagístico. Também se verifica essa visão
ambiental na formação dada aos seus 65 funcionários, pessoal subcontratado (quando possível) e
sensibilização aos hóspedes. A adoção desta dinâmica ambiental tem-se revelado também muito favorável
economicamente, já que o hotel apresenta ótimas taxas de ocupação com uma parte muito significativa de
hóspedes a voltar frequentemente (Pinheiro, 2006, pp. 214, 215).
O hotel, concebido de raiz por um arquiteto português para ser um “hotel-verde”, apresenta como principais
características ambientalmente corretas: adaptação à topografia local (reduzindo o impacto visual na
paisagem), quartos virados a Sul (aproveitando energia natural do sol e brisa marítima), beirais com sistema de
recolha de águas pluviais (utilizada na rega dos jardins) e existência de uma Estação de Tratamentos de Águas
Resíduais (ETAR) biológica própria (acredita-se ser o primeiro hotel no mundo a possuir uma). O seu
39
restaurante e snack-bar usam produtos naturais (sem componentes químicos nem outros aditivos) e têm como
especialidade comida vegetariana. O hotel promove ainda muitos outros serviços de carácter ambiental como
por exemplo o Caminho dos Pés Descalços e o Centro Vital-SPA (Campos, 2009, pp. 39, 40).
Classificado como hotel de 4 estrelas, o Hotel Jardim Atlântico apresenta um leque de certificações e prémios
notável. Detém as seguintes certificações: NP EN ISO 14001 (desde 2002), “Eco-Hotel” da TÜV Rheinland
(desde 2003), EU Ecolabel para “Serviços de Alojamentos Turístico” (desde 2004), LiderA – Sistema Português
de Avaliação da Sustentabilidade-classe A (desde 2007) e Biosphere (desde 2008) (Jardim Atlântico, 2013b).
Quanto aos prémios apresenta: 1 “Prémio Best Ecological Hotel”, 1 Distintivo Turístico de Qualidade Ambiental
com grau de “Amigo do Ambiente – Excelência”, 1 Prémio “Ecotrophea 2009”, 12 Prémios TUI
“Umweltchampion”, 3 Prémios “Environmental Hotel Award”, 1 “Sustainable Tourism Award”, 3 Prémios da
Green Globe 21, 3 IH&RA Internacional hotel & Restaurant association, 10 Hollys e 1 Onda Dourada. Estes dois
últimos prémios são referentes à qualidade na área da prestação do serviço, sendo que todos os outros são
condecorações ambientais (Jardim Atlântico, 2013c).
2.3.2. Hotel Vila Galé Albacora
Figura 16 - Perspetivas do Hotel Vila Galé Albacora (CHH, 2013; Vila Galé, 2012)
O Hotel Vila Galé Albacora situa-se em Tavira, no Algarve, e está inserido em pleno Parque Natural da Ria
Formosa. Encontra-se numa zona rural e pouco consolidada mas protegida e, surge da reconversão de um
antigo arraial de pesca de atum (ver Figura 16). Esta origem peculiar é a causa das características arquitetónicas
e culturais distintas deste empreendimento (LiderA, 2012, p. 7).
Com uma ABC de cerca de 6 481m2, o hotel é composto por 15 edifícios de um piso de altura nos quais se
disponibilizam 157 quartos e 5 suites júnior. Apresenta ainda 2 restaurantes, um bar, um business center, uma
sala de reuniões e diversas facilidades como: uma piscina exterior, uma sala de jogos, um parque infantil, um
jardim, um clube infantil, uma zona spa, um museu da pesca do atum, uma capela, entre outras. Existe nas
proximidades do hotel um local onde são efetuadas ligações de barco até Tavira e à sua ilha, sendo que o
próprio hotel disponibiliza ainda aos seus clientes um serviço de shuttle que faz a ligação ao centro da cidade
de Tavira (LiderA, 2012, pp. 7, 8).
40
O empreendimento foi concebido de forma a responder às exigências de conforto e qualidade dos futuros
utilizadores mas sem descurar os aspetos relativos à procura de um bom desempenho e de boas práticas
ambientais. O hotel aplica várias medidas ambientais nos principais campos de ação como: água (mecanismos
com redução de caudal e rega automática, gota a gota), energia (mais de 80% das lâmpadas são de baixo
consumo e 90% da eletricidade fornecida é renovável), emissões (funcionários deslocam-se num veículo
elétrico e existem meios de transporte não poluentes para os clientes), resíduos (todos são separados e
devidamente encaminhados), bens e produtos (utilizam-se produtos recicláveis e ecológicos e as refeições são
feitas com produtos locais), etc. (Santo, 2012, pp. 110, 111).
Todos estes motivos, e outros mais, proporcionaram a classificação de 4 estrelas e fazem do Hotel Vila Galé
Albacora um sucesso em desempenho ambiental. Apresenta na atualidade vários tipo de certificação como
LiderA (classe A+), “Eco-Hotel” da TÜV Rheinland, Green Key, Eco-Hotels of the World, Travelife (Gold). Possui
ainda um prémio TUI “Umweltchampion” (Vila Galé, 2012).
2.3.3. Hotel Heritance Kandalama
Figura 17 - Perspetivas do Hotel Heritance Kandalama (Asia, 2011; Red Dot Tours, 2012)
O Hotel Heritance Kandalama está localizado nos arredores de Dambulla, no Sri Lanka, e é uma obra
arquitetónica elaborada pelo arquiteto local de maior renome Geoffrey Bawa. Construído com vista sobre o
Rochedo de Sigiriya (oitava maravilha do mundo) tem a forma das asas de um pássaro e apresenta-se no
seguimento de um penhasco de onde aparenta emergir. Tem o incrível comprimento de 1km de uma ponta à
outra e eleva-se por 7 andares, mas ainda assim aparenta ser uma extensão perfeitamente natural da
montanha onde se insere (ver Figura 17). Foi projetado para visionar ao invés de ser visto, daí que tenha um
estilo simples, minimalista e não obstrutivo, com uma cobertura de vegetação que atrai a fauna selvagem local
(ASHM, 2013b).
Inaugurado em 1995 o hotel, com uma ABC de cerca de 23 500m2, é composto por: 71 Superior Room, 21
Panoramic Room, 33 Luxury Room, 33 Deluxe Room, 12 Suite, 2 Luxury Suite e 1 Royal Suite. Ainda apresenta
vários serviços e atividades como: 3 piscinas, parque infantil, spa, ginásio, biblioteca, business center, lojas,
parque ecológico e viagens de balão quente, entre muitos outros (ASHM, 2013b).
41
Hoje em dia o Hotel Heritance Kandalama é reconhecido por ser um dos grandes exemplos de edificação
sustentável e ecologicamente correta devido à implementação de várias medidas nas áreas primordiais, tais
como: projeto (respeito da topografia local, coberturas com vegetação e aproveitamento da luz natural),
materiais (grande uso na construção de madeira reciclada e mínimo de tintas), água (tanques de coleta de
chuva, águas residuais e negras tratadas), energia (chaves dos quartos com acionamento elétrico geral e alto
uso de energia solar), gerência ambiental (diminuir o impacto ambiental e junto à comunidade local), etc. (da
Silva, 2006, p. 60).
O hotel, com classificação de 5 estrelas, já ganhou mais de 50 prémios pela sua arquitetura, políticas
ambientais, comida e serviços. Fora dos EUA foi a primeira edificação a receber o selo LEED, em 2001, e a
primeira no mundo a receber especificamente o certificado “LEED Certified Hotel” (da Silva, 2006, p. 57). Exibe
também certificação ISO 14001, ISO 22000, Green Globe Benchmarked bronze (2008) e Earth Check silver
(2010). Venceu ainda: o prémio Associação de Avanço da Ciência do Sri Lanka (1997), um PATA Green Leaf
Gold Award (2000), uma Thomson Gold Medal (2000) e um Green Apple Environmental Gold Award (2011),
entre vários outros (ASHM, 2013a).
2.3.4. Grande Hotel São Pedro
Figura 18 - Perspetivas do Grande Hotel São Pedro (Senac, 2013e)
O Grande Hotel São Pedro localiza-se no município de Águas de São Pedro, Brasil e encontra-se a cerca de
184km da cidade de São Paulo. Inaugurado em 1940, o hotel apresenta uma imponente arquitetura Art Déco
rodeada por jardins e bosques - ver Figura 18 (dos Santos et al., 2006, p. 6). Em finais da década de 60 foi
instalada uma escola de hotelaria no local e a administração Senac tomou conta do empreendimento,
efetuando a reforma de todo o hotel e a criação do Centro de Desenvolvimento e Formação em Turismo e
Hotelaria. Atualmente o complexo hoteleiro Grande Hotel São Pedro abriga o Centro Universitário Senac -
Campus Águas de São Pedro - onde existem cursos nas áreas de turismo e hotelaria, gastronomia, lazer e meio
ambiente. Tem como principal atrativo diferencial a oportunidade dos alunos aplicarem a aprendizagem no
próprio hotel (Senac, 2013c).
Com uma área verde de 330 000m2, o hotel possui um total de 110 apartamentos subdivididos nas seguintes
classes: Luxo, Master (Master e Master adaptado), Clássico (Luxo e Master), Conforto (Luxo e Master),
42
Conjugado (Luxo e Master), Suites (Luxo, Master, Primavera e Grande Hotel) e Vila do Golfe (Vila do Golfe e Vila
do Golfe Master). Com capacidade para atender mais de 300 hóspedes, o hotel ainda dispõe de um centro de
convenções que pode receber até 700 pessoas (Senac, 2013a). Para além disso, apresenta um vasto leque de
serviços e atividades como: um Business Center, 3 restaurantes, 2 bares, uma área gastronómica (Figueira da
Piscina), uma adega, um Health Club, 4 courts de ténis, um campo de futebol, um pavilhão polidesportivo, um
campo de golfe, 3 piscinas, uma sala de snooker, um mini clube infantil, bicicletas, um heliponto, entre muitos
outros (Senac, 2013d).
Refira-se que o hotel possui infraestruturas adequadas a pessoas com necessidades especiais de locomoção
(dispondo inclusive de cadeiras de rodas na receção). Desde Fevereiro de 2012 que é um hotel 100% “não
fumador”, não sendo permitido a utilização de nenhum tipo de fumo em todas as acomodações e áreas sociais
(Senac, 2013f).
A gerência do hotel está comprometida com o meio ambiente (dos Santos et al., 2006, p. 6) e promove o
desenvolvimento sustentável através de ações como: monitoramento de consumos (água, energia, papel e
copos descartáveis), gestão de resíduos perigosos (lâmpadas fluorescentes, óleos de cozinha, pilhas e baterias),
gestão de material orgânico e inorgânico, reciclagem, análise da potabilidade da água, adoção de papel
reciclado, etc. Estas ações são divulgadas aos colaboradores, hóspedes, alunos, comunidade e fornecedores
por meio de banners, palestras, workshops e e-mails (Senac, 2013b). Toda esta dinâmica já valeu ao hotel de 5
estrelas a obtenção dos certificados ISO 9001 e ISO 14001 (dos Santos et al., 2006, p. 6).
2.4. Aspetos chave
Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:
Um hotel tem como produto principal a acomodação, aliada de outros serviços (alimentação, lazer,
etc.), e a sua classificação/designação depende da qualidade de todos esses serviços prestados bem
como dos requisitos físicos das instalações;
A sustentabilidade na indústria hoteleira começa a afirmar-se no mercado, por motivos que variam
entre a rentabilidade que lhe está associada e a parcela turística ambientalmente consciente (que é
cada vez maior). Isso pode vir a reduzir os impactes associados aos hotéis: consumos elevados de água
e energia, geração de resíduos sólidos e efluentes orgânicos, emissões de CFCs, entre outros;
Hoje em dia, com o número de quartos de hotel no mundo a ultrapassar os 17,5 milhões, ficam
patentes tanto os impactes totais provocados no ambiente como a importância que tem a indústria
hoteleira começar a adotar melhores produtos e práticas ambientais. Nesse sentido, torna-se
essencial a existência de uma boa gestão ambiental interna, onde se revela como principal ferramenta
a adoção de um SGA;
43
De forma a evidenciar e premiar as empresas que adotam essas boas práticas ambientais surgiu a
certificação ambiental, existindo atualmente vários sistemas de avaliação e certificação hoteleira. De
todos esses sistemas, o BREEAM e o LEED apresentam-se como os de maior renome e dimensão
mundial, embora ainda com escassa aplicação no Brasil. O sistema LiderA apesar de estar ainda
restringido ao território nacional e PALOP, inicia agora a sua abordagem ao mercado brasileiro;
O número de hotéis certificados ambientalmente ainda é reduzido, mas é provável que futuramente
este cenário mude e a certificação hoteleira se torne uma condição habitual ou até obrigatória.
45
3. LiderA e desempenhos no Brasil
3.1. LiderA
Relembrando o que já foi mencionado anteriormente (ver secção 2.2.1.6.): o sistema LiderA na sua versão
integral contempla 6 vertentes (assentes em 6 princípios), que se traduzem em 22 áreas, as quais por seu
termo se subdividem em 43 critérios.
A cada um destes critérios está designado um peso relativo percentual, sendo que este valor é ponderado
conforme a relevância ambiental desse mesmo critério. As classes possíveis de atribuir aos critérios variam
entre G e A++
(ver Figura 12), correspondendo estas a fatores de melhoria em relação ao nível usual de 0 e 10,
respetivamente. A classe E é relativa à prática de referência, com fator 1, e as classes de melhor desempenho
além da A++
(fator 10), são as classes A e A+ que representam fatores de melhoria de 2 e 4, respetivamente. Ao
ser atribuída uma classe de desempenho aos diversos critérios consegue-se saber se a solução é ou não
sustentável e, após uma justa ponderação, efetuar a mesma lógica mas sobre a classificação final/global do
empreendimento em análise. Este modus operandi descrito é linear para as versões nacional e internacional do
sistema. Contudo, só em Portugal é que se recorre a 43 critérios, com possível consulta de todos esses no
manual de versão extensa de apresentação do sistema (Pinheiro, 2011).
A versão internacional do LiderA exibe apenas 22 critérios (mantendo as mesmas áreas e vertentes), já que é
mais generalizada, mas apresenta a facilidade de poder ser adequada a diferentes países e às suas
características em particular (Pinheiro, 2010a, p. 3). Significa isso que os diversos campos analisados no sistema
podem ser modificados e apresentarem diferentes pesos consoante o país em causa. Apresenta-se no Quadro
9, em síntese, o que acabou de ser relatado para o caso internacional.
Desenvolve-se de seguida, de acordo com o manual de apresentação sumária do LiderA para ambientes
construídos (Pinheiro, 2011), a adaptação da descrição e das particularidades a que atenta cada vertente, área
e respetivos critérios. Reforce-se a noção de que toda esta secção que se segue é adaptação das obras citadas,
daí que não se fugiu (nem era esse o propósito) em muito à literatura de base. Não transcrevendo à letra
manteve-se sempre a maior fidelidade possível aos termos utilizados pelo autor.
46
Quadro 9 - Ferramentas de análise do LiderA (Pinheiro, 2010a, p. 3)
Princípio Vertente Área Pesos Critérios Nº
1 – Valorizar a
dinâmica local e
promover uma
adequada integração
Integração
Local
Solo 5% Valorização Territorial A1
Ecossistemas Naturais 5% Valorização Ecológica A2
3 critérios Paisagem e Património 4% Valorização Paisagística A3
14%
2 – Fomentar a
eficiência no uso dos
recursos
Recursos Energia 10% Gestão da Energia A4
Água 10% Gestão da Água A5
Materiais 10% Gestão dos Materiais A6
4 critérios Produção Alimentar 2% Produção Local de
Alimentos
A7
32%
3 – Reduzir o impacte
das cargas (quer em
valor, quer em
toxicidade)
Cargas
Ambientais
Efluentes 3% Gestão dos Efluentes A8
Emissões Atmosféricas 2% Gestão das Emissões
Atmosféricas
A9
Resíduos 3% Gestão dos Resíduos A10
Ruído Exterior 3% Gestão do Ruído A11
5 critérios Poluição Ilumino-térmica 1% Gestão Ilumino-térmica A12
12%
4 – Assegurar a
qualidade do
ambiente, focada no
conforto ambiental
Conforto
Ambiental
Qualidade do Ar 5% Gestão da Qualidade do Ar A13
Conforto Térmico 5% Gestão do Conforto
Térmico
A14
3 critérios Iluminação e Acústica 5% Gestão de Outras
Condições de Conforto
A15
15%
5 – Fomentar as
vivências
socioeconómicas
sustentáveis
Vivência
Socioeconómica
Acesso para Todos 4% Contribuir para a
Acessibilidade
A16
Diversidade Económica 4% Contribuir para a Dinâmica
Económica
A17
Amenidades e Interação Social 4% Contribuir para as
Amenidades
A18
Participação e Controlo 4% Condições de Controlo A19
5 critérios Custos no Ciclo de Vida 3% Contribuir para os Baixos
Custos no Ciclo de Vida
A20
19%
6 – Assegurar a
melhor utilização
sustentável dos
ambientes
construídos, através
da gestão ambiental e
da inovação
Uso Sustentável Gestão Ambiental 6% Promover a Utilização e
Gestão
A21
2 critérios Inovação 2% Promover a Inovação A22
8%
47
3.1.1. Integração Local
Um dos aspetos chave a ter em conta no início do desenvolvimento de um ambiente construído é a localização
deste. Efeitos como a ocupação do solo, as alterações ecológicas do território, a necessidade de valorizar o
território e a rede ecológica, bem como a necessidade de valorizar a paisagem e o património associam-se à
escolha do respetivo local e condicionam o desempenho ambiental de qualquer edifício, empreendimento ou
zona. Nesta vertente os critérios de base focam os seguintes aspetos:
Valorização Territorial (A1) - De preferência, deve-se construir em locais que permitam assegurar a ocorrência
de impactes reduzidos para o solo e seus usos. É desejável também gerar a sustentabilidade na zona de
instalação e valorizar as características ambientais globais (temperatura, precipitação, orientação solar, etc.). A
possibilidade de valorização de um local, das suas infraestruturas ou de edifícios degradados é um aspeto
relevante a que se deve dar prioridade, devendo-se também respeitar os limites de altura das construções
vizinhas.
Valorização Ecológica (A2) - Quando reduzidas as suas funções, o valor ecológico dos locais pode diminuir. Esse
cenário pode ser invertido, ou seja o valor ecológico existente aumentar, se as intervenções humanas forem
vocacionadas para o efeito ou adequadamente efetuadas, através do aumento da biodiversidade local e da
valorização das zonas naturalizadas. Devem também ser asseguradas as funções ecológicas do solo,
nomeadamente a capacidade de suporte das atividades ecológicas do ciclo da água: drenagem, infiltração das
águas e proteção das zonas mais relevantes (em especial as suscetíveis à erosão). Há ainda que integrar o
ambiente construído, fazendo com que respeite as zonas naturais existentes, de forma a minimizar a afetação
das mesmas.
SOLO: O solo é um recurso importante, e a sua ocupação é um fator crucial na seleção de locais adequados
à construção (sendo assim um desafio para a sustentabilidade) uma vez que permite diminuir a ocupação
de zonas naturais, das áreas ocupadas e impermeabilizadas, bem como controlar as alterações presentes
no terreno. A decisão sobre onde construir e a forma de utilização do local para intervenções edificadas é
um aspeto da maior importância já que vai estruturar o desenvolvimento do empreendimento.
ECOSSISTEMAS NATURAIS: Os ecossistemas naturais abrangem uma multiplicidade de aspetos, quer nos
espaços naturais não humanizados, quer nos humanizados. A conservação dos ecossistemas é condição
básica para o desenvolvimento sustentável já que estes mantêm processos ecológicos (fotossíntese, ciclos
higrológicos, reciclagem de nutrientes, etc.) fundamentais à sobrevivência humana e preservam uma
imensidão de diversidade genética e biológica. Ainda assim, em muitos dos casos, os ecossistemas naturais
não são sequer abordados na área da construção (Diegues, 1992, p. 26).
48
Valorização Paisagística (A3) - É importante que haja uma integração paisagística, em que a intervenção
contribua para valorizar a paisagem construída e quando possível assegurar uma ligação à componente de
paisagem natural na circundante ao ambiente construído, contribuindo isso para a integração do
empreendimento e valorização da sua componente natural. Quando é o caso, deve haver uma correta
proteção e valorização do património (através da reabilitação ou restauração) já que isso pode ter uma grande
influência na identidade e características do local. Recorrendo sempre à implementação de formas
arquitetónicas que se coadunem com o ambiente construído envolvente e meio onde se insere.
3.1.2. Recursos
O consumo de recursos (em especial energéticos, aquíferos, materiais e alimentares) assume um papel
fundamental no meio ambiente, numa perspetiva de sustentabilidade. Isto porque os impactes daí resultantes
podem ser muito significativos, podendo ocorrer nas diferentes fases do ciclo de vida dos empreendimentos.
Nesta vertente os critérios de base focam os seguintes aspetos:
Gestão da Energia (A4) - Atentar a uma correta eficiência nos consumos de energia, após análise das
necessidades energéticas dos edifícios para as condições normais de conforto e aplicação de medidas para
redução do consumo. As soluções passivas podem ser a componente chave dessa abordagem eficiente e na
redução das necessidades de consumo energético. Seria também ideal otimizar a utilização de energia
proveniente de fontes renováveis e a eficiência dos equipamentos, reduzindo-se com isso a intensidade de
carbono (balanço de carbono emitido face à utilização de energia).
PAISAGEM E PATRIMÓNIO: A alteração da paisagem e a falta de integração local dos empreendimentos, é
uma questão importante e complexa a considerar, dada a parcial subjetividade da mesma. A paisagem
tradicional era tida como uma situação de equilíbrio, de harmonia e de durabilidade entre as condições do
meio físico e a violência da mudança pode traduzir-se como uma quebra nisso, ameaçando a aniquilação
deste património geográfico (Domingues, 2001, pp. 59, 60). Os patrimónios de construção também podem
correr este risco se não forem feitas adaptações para a sua inclusão na sociedade contemporânea.
ENERGIA: A energia é uma componente crucial da sociedade moderna e os consumos energéticos nas
atividades têm vindo a aumentar, embora nem sempre da forma mais eficiente na criação da riqueza,
refletindo-se isso nos indicadores de intensidade energética. A produção de energia e outras atividades que
disponham de combustão originam emissões poluentes, entre as quais se encontra o CO2, um dos
principais GEE. Logicamente quanto maior forem os consumos de energia mais crescem os índices de
poluição.
49
Gestão da Água (A5) - A utilização sustentável da água pressupõe uma estratégia de redução dos consumos,
que pode ser obtida através da adequabilidade da água à sua utilização, bem como através da eficácia dessa
mesma utilização. Neste sentido pode haver a implementação de mecanismos de reutilização das águas ou,
quando possível, dar-se a utilização de águas com menor qualidade para fins menos exigentes
qualitativamente. É ainda fundamental a contribuição para o ciclo natural da água, através da gestão das águas
locais, nomeadamente não aumentando as escorrências superficiais e atenuando os eventuais efeitos de cheia
em momentos de pluviosidade. Para isso deve-se criar um sistema natural de gestão das águas pluviais,
permitindo a sua infiltração e drenagem para linhas de água naturais e a retenção de poluentes em zonas
eventualmente contaminadas.
Gestão dos Materiais (A6) - O consumo dos materiais encontra-se diretamente ligado à durabilidade destes e
dos ambientes construídos: quanto mais duráveis forem os materiais mais tempo resistirá a construção (em
particular o envelope, os acabamentos, as redes prediais, etc.). Daí que tenha alta importância adotar soluções
duráveis, pois minimizam-se os consumos de materiais de construção e encargos ambientais adjacentes
(demolição e renovação de ambientes construídos já existentes e construção de novos ambientes construídos).
Neste âmbito o uso de materiais de baixo impacte (nomeadamente materiais certificados ambientalmente)
ganha preponderância, bem como materiais reciclados ou com melhor desempenho ambiental. É também
desejável o recurso a materiais locais, já que atenuam as necessidades de transporte e ainda fomentam a
integração da construção e a dinâmica da economia local.
ÁGUA: O ciclo da água é fundamental para a vida, para os ecossistemas e para os seres humanos e suas
atividades. Mas a água doce além de ser um bem precioso é um recurso natural finito, cuja qualidade tem
vindo a piorar devido ao aumento da população e seus usos, e também por ausência de rígidas políticas
públicas voltadas para a sua preservação. Este comprometimento da qualidade da água para fins de
abastecimento público é decorrente de poluição causada por efluentes domésticos, industriais e por
deflúvios superficiais urbanos e agrícolas (Merten e Minella, 2002, p. 34).
MATERIAIS: Os edifícios e as atividades associadas a estes colocam-nos entre os maiores consumidores de
recursos materiais. Durante o seu tempo de vida consomem minerais, combustíveis fósseis e outros
materiais naturais, ocupam o solo, e ainda produzem resíduos. A produção e o uso dos materiais do edifício
têm um impacte significativo no ambiente e nos custos do projeto.
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Produção Local de Alimentos (A7) - Pretende-se aqui criar apenas situações pontuais onde se potencie o
aparecimento local de alimentos (de origem vegetal e/ou animal), como por exemplo: ervas aromáticas e
árvores de fruto. No limite almejam-se as hortas sociais, locais onde as pessoas cultivam e criam nos seus
espaços próprios interagindo com o terreno e vizinhança. Evidentemente que esta atividade terá maior
destaque nos espaços exteriores do que no interior do edificado.
3.1.3. Cargas Ambientais
Os impactes das cargas geradas pelos ambientes construídos e atividades associadas decorrem das emissões de
efluentes líquidos, das emissões atmosféricas, dos resíduos sólidos e semissólidos produzidos, do ruído e,
complementarmente, da poluição ilumino-térmica. Esta vertente foca-se nos edifícios e nas estruturas
construídas, bem como na estreita relação que estes estabelecem com o exterior. Desta forma, os critérios de
base focam os seguintes aspetos:
Gestão dos Efluentes (A8) - Há que fomentar sistemas de tratamento local das águas residuais (diminuindo a
pressão sobre as estações de tratamento municipais), recorrendo sempre que possível a sistemas biológicos
adequados e de baixas intensidades em energia e materiais. Também deve existir uma maior reutilização de
águas residuais (nomeadamente água cinzentas) para atividades que não exijam água potável, tais como:
autoclismos, rega, lavagem de pavimentos exteriores, etc. As fito-ETAR’s são um bom exemplo para
tratamento das águas residuais que podem depois ser reutilizadas.
PRODUÇÃO ALIMENTAR: A produção alimentar local poderá contribuir de forma pontual (já que a zona
urbana não está preparada para isso, na maior parte dos casos) para potenciar as adequadas possibilidades
de produção local de alimentos, com destaque para os espaços exteriores e em alguns no interior do
edificado. Essa produção local pode começar a criar um nível, embora reduzido numa primeira fase, de
consciência dos ciclos ecológicos e de autonomia local, contribuindo assim para uma maior
sustentabilidade.
EFLUENTES: Os efluentes têm-se revelado uma das áreas com elevado impacte no ambiente, tendo em
conta que, como vulgarmente acontece, são despejados diretamente nos cursos de água sem qualquer tipo
de tratamento prévio, acabando por contaminar o local e comprometer a qualidade dessa água. Para
contrariar esse cenário as legislações ambientais têm estabelecido regras para o lançamento de efluentes e
o nível de contaminantes neles, havendo uma tendência para existir um controle desses parâmetros cada
vez mais restrito (Merten e Minella, 2002, p. 34).
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Gestão das Emissões Atmosféricas (A9) - Um dos vários resultados das atividades de combustão é a emissão
de GEEs e de partículas de SO2 e NOx, que têm potencial acidificante, sendo por isso fundamental reduzir esse
caudal de emissões na fonte. Neste sentido devem ser respeitadas as especificações legais estabelecidas, em
particular a redução das fontes e cargas de emissões atmosféricas.
Gestão dos Resíduos (A10) - Em primeira instância é necessário dar-se a redução da produção de resíduos (na
sua globalidade e nas várias fases do empreendimento), sendo que para isso há que desenvolver técnicas,
soluções e materiais que diminuam essas quantidades ou que permitam reincorporar os resíduos. A valorização
dos resíduos (através da reciclagem e/ou reutilização) é desejável, sendo o caso da reutilização uma mais valia
já que a energia necessária para o seu processo de reaproveitamento será, em princípio, menor que na
reciclagem. No entanto, esta dinâmica de valorização só será eficaz quando for acordada por todos os
envolvidos no processo e for pensada em todas as fases do ciclo de vida dos ambientes construídos. No caso
específico dos resíduos perigosos, para além de se promover a produção reduzida destes há que considerar as
condições adequadas para o seu armazenamento e destino final.
Gestão do Ruído (A11) - A necessidade de dispor de níveis de ruído ambientalmente aceitáveis (tanto para a
vida humana como para a animal) é fundamental. Tal objetivo pode ser promovido através do controlo das
fontes de ruído para o exterior.
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS: A poluição atmosférica consiste em alterações da atmosfera, suscetíveis de
causar impactes a nível ambiental e na saúde humana, através da contaminação por gases, partículas
sólidas e líquidas em suspensão, material biológico ou energia. Isso tudo além de prejudicar a saúde, pode
igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis (SEMACE,
2013).
RESÍDUOS: É gerado atualmente um volume de resíduos algo imponente e o destino final dos mesmos é
uma das maiores preocupações mundiais. Com a interdependência dos conceitos de meio ambiente, saúde
e saneamento hoje bastante evidentes, o conhecimento das fontes e dos tipo de resíduos, através de
dados da sua composição e taxa de geração, afigura-se o instrumento básico para a gestão dos mesmos
(Cabral, 2010, p. 2).
RUÍDO EXTERIOR: O ruído é um dos principais problemas localizados e uma das principais reclamações na
área ambiental. A poluição sonora é, depois da poluição do ar e da água, o problema ambiental que afeta o
maior número de pessoas. Contudo embora exista crescentemente uma habituação ao ruído constante,
essa exposição contínua e repetida não cessa de provocar efeitos danosos na saúde humana (de Lacerda et
al., 2005, pp. 1, 2).
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Gestão Ilumino-térmica (A12) - O efeito de ilha de calor, provocado pelas alterações do balanço térmico do
local, tem consequências a um nível global. Este facto é comprovado pelas condições ambientais desagradáveis
que se registam, quer pelo aumento de temperatura criado em alturas de calor, quer pelo rápido
arrefecimento em situações inversas. Isto cria desconforto e obriga à aplicação de proteções suplementares no
edificado. Daí que se pretenda a redução destas alterações térmicas. Relativamente à iluminação (sobretudo
no período noturno) esta, apesar de parecer inofensiva, representa mais uma fonte de poluição e pode mesmo
interferir com os ecossistemas e desenvolvimento de algumas atividades humanas. Deve, por isso, ser
atenuada.
3.1.4. Conforto Ambiental
Hoje em dia é essencial que os edifícios e os ambientes exteriores respondam não só às exigências de eficiência
energética mas também à satisfação dos utentes. Pelo que a intervenção nesta área deve ser equacionada,
visto assumir um papel relevante e necessário. Não existem regras rígidas e rápidas ou soluções únicas para
criar ambientes que respondam ao conforto e ao bem-estar humanos. No entanto, devem existir métodos de
quantificação que demonstrem a eficácia e a eficiência das soluções adotadas. Essas soluções devem estar
associadas a estratégias específicas dependentes dos ocupantes, das atividades e do programa. Os fatores que
se seguem podem ser úteis na consideração de diferentes escalas e questões, facilitando desta forma a
capacidade dos ocupantes para modificar e interagir com a qualidade do ar dos espaços interiores e com o
ambiente térmico, luminoso e acústico.
Gestão da Qualidade do Ar (A13) - É necessário avaliar os vários elementos suscetíveis de influenciar os níveis
de qualidade do ar, tanto no interior do edificado (ventilação natural, emissão de Compostos Orgânicos
Voláteis - COVs, micro-contaminações, etc.) como no seu exterior (condições de vento e especialmente a
própria qualidade do ar). A existência de vegetação pode contribuir também para melhorar a qualidade do ar
exterior.
POLUIÇÃO ILUMINO-TÉRMICA: A ocupação humana e a criação de meios urbanos causam alteração nos
climas locais, já que os ambientes construídos obstroem os canais de ventilação (de Mendonça e de Assis,
2003, p. 45) e por exemplo as fachadas polidas, brilhantes ou espelhadas dos edificados refletem a luz solar
para a sua envolvente (Mascaró, 2006, p. 23). Isso causa mudanças de temperatura e gera fenómenos
como ilha de calor e inversão térmica. Estas mudanças causam, por sua vez, problemas na saúde humana,
aumentos nos gastos de energia, bem como danos sociais e materiais (de Mendonça e de Assis, 2003, p.
45).
QUALIDADE DO AR: A qualidade do ar interior é um dos fatores com maiores repercussões na vida seres
vivos. Hoje em dia constata-se que ocorre nos edifícios uma degradação gradual da qualidade do ar interior
e até no exterior, nas proximidades de fontes emissoras.
53
Gestão do Conforto Térmico (A14) - Como elemento fundamental no edificado, o conforto requer bons níveis
de temperatura, humidade e velocidade ventosa, naturalmente adequados à ocupação e às atividades locais
(inclusive as exteriores). Estes níveis devem ser obtidos, preferencialmente, de forma passiva, durante os
períodos possíveis do ano e para a maioria dos ocupantes.
Gestão de Outras Condições de Conforto (A15) - Os níveis de iluminação ideais para os ambientes interiores e
exteriores dos edifícios devem, acima de tudo, ter em consideração as atividades que se estão a desenvolver
nas respetivas áreas e as características desses ocupantes. Sendo que é importante a possibilidade de uso de
iluminação natural para estes fins. Já no caso dos níveis sonoros é pretendido que sejam adequados às
atividades, de forma a permanecer um conforto acústico nos ambientes construídos. Quando se registam
valores fora desses parâmetros podem-se adotar várias soluções, onde se inclui a proteção das zonas de
atividades.
3.1.5. Vivência Socioeconómica
Esta é uma vertente que relaciona diretamente a sociedade com o espaço em que se insere. Dos vários aspetos
sociais e económicos que compõem esta interação fazem parte: a acessibilidade e mobilidade, que abrangem o
tipo e a facilidade de movimentos e deslocações realizadas pela população; a diversidade económica que, tal
como o nome indica, abrange uma maior ou menor variedade de espaços com diferentes tipos de funções e
economia; a qualidade e o tipo de amenidades, que compõem o espaço e que têm influência na qualidade de
vida da população; o tipo de interação social, que se fomenta entre a população; o controlo e a segurança, que
garante uma maior ou menor segurança da população e desta com o espaço envolvente; e por fim, os custos
no ciclo de vida, que estabelecem uma relação mais adequada entre o preço e a qualidade.
CONFORTO TÉRMICO: A razão de se criarem condições de conforto térmico reside no desejo/necessidade
do homem de se sentir termicamente confortável. Essa importância é expressa pela satisfação dos usuários
das edificações (permanecendo ou abandonando o local), pela conservação de energia (regulação de
temperatura é a maior responsável do uso energético) e estabelecimento de padrões (temperatura correta
para dada edificação consoante a sua finalidade (Xavier, 1999, pp. 23-28).
ILUMINAÇÃO E ACÚSTICA: A par da iluminação, a acústica é um elemento fundamental para os seres
humanos. Uma boa iluminação (artificial ou natural) possibilita uma boa visibilidade e isso impede um
esforço de adaptação visual ao local, por parte das pessoas (de Araújo, 2006, p. 20). A acústica torna-se
essencial em questões como a privacidade e a qualidade de vida pois ao estar adequada ao espaço permite
obter o conforto requerido (Lopes, 2009, p. 32).
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É pretendido que estes aspetos sejam abordados de forma a garantir crescentemente uma estrutura e vivência
socioeconómica mais versátil e eficiente para a qualidade de vida da população residente e flutuante. Assim, os
critérios de base focam os seguintes aspetos:
Contribuir para a Acessibilidade (A16) - É importante criar condições de acesso aos transportes públicos, de
preferência os de carácter mais ecológico, seja a nível de proximidade ou assegurando meios para aceder até
esse nó de transporte. A verificação de uma mobilidade de baixo impacte também é desejável, podendo-se
reduzir a necessidade de transportes através da promoção do uso de meios de locomoção com baixos
impactes. Isso é possível com a implementação de infraestruturas especializadas (pedonais, cicloviárias, etc.) e
a existência de parqueamento. Na temática das pessoas com mobilidade condicionada é necessário a
eliminação das barreiras arquitetónicas, que impedem ou dificultam o acesso ao interior (ou a certas partes)
dos edifícios, já que isso contribui desde logo para a exclusão desses membros da sociedade. Tal pode ser
resolvido com a execução de um planeamento cuidado das construções e respetivas características, prevendo a
criação de zonas acessíveis a todos (em particular aqueles que têm necessidades especiais) numa procura de
soluções inclusivas.
Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Deve-se assegurar uma flexibilidade (adaptabilidade aos usos)
dos ambientes construídos, através da existência de zonas modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas
dos seus ocupantes e utilizadores. Isto evita que, ao fim de algum tempo, o seu uso se torne obsoleto e ainda
incita a capacidade de adaptação a diferentes usos, a dita versatilidade. É também importante a existência de
serviços, zonas e edifícios que disponham de atividades económicas com variadas gamas monetárias, de forma
a permitir e assegurar o acesso a diferentes utentes. Ainda de carácter relevante é a existência de postos de
trabalho locais, pois para além de dar ênfase à empregabilidade local, possibilita a quem o consiga uma
melhoria de qualidade de vida, evitando-se perdas de tempo nas deslocações e também redução da poluição
causada pelas deslocações.
ACESSO PARA TODOS: A construção, operação e desativação das estruturas edificadas originam, em muitos
casos, necessidades de mobilidade de materiais, pessoas, bens e serviços, quer a nível da questão de
transporte, quer a nível de acesso para pessoas com mobilidade reduzida ou outras necessidades de
inclusividade.
DIVERSIDADE ECONÓMICA: Como já referenciado a vertente económica é uma das três componentes da
sustentabilidade, a par da social e da ambiental. Nesse sentido, a diversidade económica pode contribuir
para diferentes níveis de boas condições de vivência de um edifício, espaço exterior, empreendimento ou
zona urbana.
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Contribuir para as Amenidades (A18) - A proximidade dos utentes às amenidades locais deve ser entendida
como uma mais-valia para os ambientes envolventes, e o seu usufruto, se racional e atento às capacidades
dessas amenidades, conduz a uma relação de win-win para ambas as partes. É sugerida a valorização das
amenidades locais através do fomento à presença nestas, manutenção e criação de outras, bem como acesso
próximo. A interação da comunidade nos ambientes construídos também deverá ser possível à globalidade da
população e vizinhança, possibilitando o usufruto das infraestruturas e espaços criados para o
empreendimento ou edifício. Pode mesmo haver a promoção de atividades (desportivas, culturais, etc.) que
solicitem a participação dos ocupantes, mas que permitam também a interação destes com a comunidade
adjacente, gerando isso relações de proximidade e vizinhança.
Condições de Controlo (A19) - A capacidade de controlo constitui um aspeto fundamental, uma vez que os
ocupantes devem ter a possibilidade de controlar os níveis de conforto consoante as suas necessidades
(denominado conforto adaptativo). Torna-se necessário a possibilidade de controlar funções no interior do
edificado (ventilação mecânica e natural, iluminação artificial e natural, temperatura, humidade, níveis de
ruído, etc.) e no seu exterior (zonas de sombra, proteção ao vento, etc.). É importante promover a participação
ativa e de governância dos utentes, de modo a que possam sugerir e participar nos processos de tomada de
decisão que influenciam o seu modo de vida, condições de conforto e vivência do ambiente construído.
É desejável que haja uma adequação das intervenções aos riscos naturais inerentes do local (ventos fortes,
sismos, cheias, etc.), pois os fenómenos da natureza, as formas e os materiais constituintes do espaço e de um
empreendimento podem interferir com a segurança do utilizador. Devem, assim, ser tomadas medidas para
redução desses mesmos riscos. É necessário ainda pensar bem no tipo de espaço que se propõe num
empreendimento, nas suas vivências e utilizações de modo a controlar as ameaças humanas. Isso reduz a
possibilidade de ocorrência de riscos, decorrentes de atividades e substâncias perigosas, bem como de atos de
criminalidade e vandalismo, entre outros.
AMENIDADES E INTERACÇÃO SOCIAL: A valorização do espaço público inserido no tecido urbano e a
proximidade a amenidades locais, quer naturais (bosques, jardins, cursos de água, etc.) quer de serviços
(bancos, correios, centros de saúde, etc.), são fatores essenciais na dinâmica urbana. Constatando-se a
ânsia das pessoas por uma vida pública genuína, motivo pelo qual se apoderam de jardins públicos bem
cuidados, de praças requalificadas, de passeios marítimos e ribeirinhos, entre outros. Os espaços públicos
devem, cada vez mais, compreender qualidades de vitalidade, de diversidade e proporcionar os encontro
conviviais (Vassalo e Figueiredo, 2010, p. 7).
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO: Contribuir para uma vivência assenta também em dar aos utentes, a
capacidade de controlar essas condições de vivência (nomeadamente ao nível do conforto), com a garantia
de segurança . Assim como atribuir uma importância adicional aos utentes e aos vários agentes envolvidos
contribuindo para a criação e evolução dos ambientes construídos.
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Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - Trata-se de um parâmetro essencial para o sucesso e
viabilidade de uma construção, visto ser uma forma de maximizar a rentabilidade do edificado e dos ambientes
construídos, minimizando em simultâneo a sua manutenção. Deve ter-se em conta as várias fases dos edifícios
(conceção, operação e demolição), sendo que a mais preponderante é a fase de operação, dado ser a que
constitui o período mais longo, presumivelmente. Nestas fases a seleção de materiais, equipamentos e
soluções construtivas deve passar por meios simples, duráveis, flexíveis e resistentes que possam
posteriormente ser reaproveitados e reciclados.
3.1.6. Uso Sustentável
Um uso sustentável só é efetivo quando assenta na gestão dos aspetos ambientais. Tanto a disponibilização de
informação aos agentes envolvidos como o sistema de gestão podem assegurar a consistência e a
concretização dos critérios e soluções, acabando isso por se refletir no desempenho ambiental (com uma
melhoria contínua), na dinâmica de controlo e ainda na promoção da inovação. Entre os aspetos mais
relevantes destacam-se o nível de informação, que permite facilitar boas condições de utilização e a
sensibilização. Estes fatores, para além de contribuírem para a disseminação das práticas ambientais, garantem
ainda que os empreendimentos e zonas sejam adequadamente utilizadas e estejam adaptados (ou tenham
capacidade para isso) às necessidades dos seus ocupantes. A adoção de uma correta gestão ambiental e de
inovações de práticas contribuem assim para as questões de sustentabilidade ao garantirem um bom
desempenho do edificado e simultaneamente atestando capacidade de adaptação ao longo do tempo. Desta
forma os critérios de base focam os seguintes aspetos:
Promover a Utilização e Gestão (A21) - É importante que as condições de utilização ambiental estejam
disponíveis para consulta, em especial relativamente aos mecanismos simplificados e às especificações
ambientais. Isto permite que os agentes envolvidos (operários de construção, ocupantes, elementos da
manutenção, etc.) possam compreender e operar devidamente os sistemas edificados e zonas exteriores, de
forma a assegurar um bom desempenho ambiental. Deve ainda existir a adoção de um SGA e de mecanismos
CUSTOS NO CICLO DE VIDA: Os custos são um dos aspetos que mais peso têm na viabilidade de uma
construção pelo facto de se repercutirem em todo o tempo de vida útil da obra. Por isso devem ser
perspetivados os custos no ciclo de vida de todas componentes envolvidas nas diversas fases de um
empreendimento.
GESTÃO AMBIENTAL: Por muito que seja diferente a noção de entendimento ou resposta, entre as
empresas, sobre a noção de pressões ambientais, começam todas a entender a necessidade e importância
atual de uma boa gestão ambiental. Situação possivelmente causada devido à pressão das
regulamentações, dos consumidores, da reputação e da própria concorrência, entre outras (de Souza,
2002, pp. 11, 18).
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deste tipo adequados ao empreendimento (sejam eles de carácter formal e certificados ou não), pois tratam-se
de sistemas que conduzem a uma boa gestão e manutenção de bom desempenho do ambiente construído.
Promover a Inovação (A22) - Um dos elementos que se deve reforçar e incentivar, aquando da aplicação de
soluções que promovam a sustentabilidade, é a adoção de medidas completamente inovadoras que melhorem
o desempenho ambiental nos critérios anteriormente sugeridos.
Para cada zona e tipo de uso destes critérios importa investigar e desenvolver escalas de desempenho
ajustadas. No âmbito desta dissertação, e para a realidade brasileira, foram revistos, investigados e propostos
níveis de desempenho, que seguidamente se ilustram, para os casos das áreas da Energia, Água e Resíduos.
3.2. Escalas de desempenho
De todas as 22 áreas já mencionadas e abordadas, é natural que algumas apresentem um índice ambiental
mais importante que as outras. Essas representam as principais áreas de ação e merecem por isso uma
abordagem mais pormenorizada e cuidada, destacada seguidamente. Nestas áreas o nível de atuação nos
hotéis é geralmente mais necessário e perentório, visto ser onde existem maiores consumos, se gera mais
poluição, os custos associados são maiores, se utilizam recursos mais importantes, a dinâmica de
funcionamento assenta, etc. Torna-se útil então para o caso fazer o enquadramento mundial e brasileiro deste
leque de áreas, bem como analisar, em cada uma delas, as práticas usuais (a nível internacional e brasileiro)
dos hotéis.
3.2.1. Energia
Atualmente, talvez mais que nunca, a energia é essencial para o desenvolvimento, tendo-se tornado o veículo
principal no alcance desta aspiração a que os povos de todos os países atentam. O mundo de hoje depende,
para o seu funcionamento, de vetores energéticos modernos como o carvão, o petróleo, o gás natural, a
energia nuclear e a energia hidroelétrica (Weisz, 2006, p. 1049). Os quatro primeiros tratam-se das primordiais
fontes energéticas primárias, que para além de não serem renováveis dispõem de reservas limitadas. Já o
quinto vetor (energia hidroelétrica), embora seja renovável, também se encontra em quantidade limitada e
concentrada somente em alguns países (de Barros, 2007, p. 48).
INOVAÇÃO: A importância da inovação e dos desenvolvimentos tecnológicos no desenvolvimentos das
empresas e economia é cada vez maior, sendo de ressaltar que a inovação promove o desenvolvimento
económico e dos vários elementos que fazem parte desse processo (Tomaél et al., 2005, p. 101).
58
Relativamente ao cerne das fontes de energia renováveis, estas, embora com índices de utilização muito
menores que as outras, já demonstraram poder sustentar a economia mundial de várias maneiras. Mas, os
combustíveis fósseis e a eletricidade é que constituem, na atualidade e no futuro próximo, a base para
operação do modelo tecnológico instituído e para a manutenção do estilo de vida rural e urbano
contemporâneo (Marechal et al., 2005, p. 1). Weigmann (apud de Barros, 2007, p. 49) refere que o petróleo
deverá permanecer como a principal fonte de energia no mundo até que haja restrição clara de oferta, após se
atingir o pico de produção mundial.
De acordo com a matriz energética mundial mais recente avançada pela Internacional Energy Agency (IEA,
2012), uma das fontes mais fiáveis em estatísticas energéticas, no ano de 2010 verificou-se que:
A oferta total de energia primária no mundo foi de cerca de 12,7 biliões de toneladas equivalentes de
petróleo (tep);
A distribuição da oferta total por fonte energética apresentou-se do seguinte modo: petróleo (32,4%),
carvão mineral (27,3%), gás natural (21,4%), biocombustíveis e resíduos (10,0%), nuclear (5,7%),
hidráulica (2,3%) e outras (0,9%). Nesta última estão incluídas as fontes geotérmica, solar, eólica,
calor, etc.;
O consumo final total de energia primária no mundo (entendido como o que realmente foi consumido
pelos utilizadores) foi de aproximadamente 8,7 biliões de tep;
O consumo final total foi distribuído consoante as seguintes formas: derivados do petróleo (41,2%),
eletricidade (17,7%), gás natural (15,2%), biocombustíveis e resíduos (12,7%), carvão mineral (9,8%),
outras (3,4%);
O petróleo foi a fonte energética mais requisitada com um consumo de 3 570 milhões de tep (41,2%
do consumo total de energia), sendo responsável por 36,1% das emissões de CO2 totais (de ≈30 biliões
de ton), apenas ultrapassado pelas emissões associadas ao carvão (43,1%).
No caso particular do Brasil, e segundo o seu Balanço Energético Nacional (BEN) de 2012 (EPE e MME, 2012),
que tem como base o ano 2011, é possível constatar que a oferta interna de energia total foi de 272,4 Mtep
(55,9% não renovável e 44,1% renovável) e o seu consumo final total foi de 246,6 Mtep (com o sector industrial
a congregar a maior parte: 35,8%). É ainda de salientar que o Brasil apresenta uma matriz elétrica de origem
predominantemente renovável (89%), tendo atualmente uma oportunidade ímpar de se afirmar como um dos
líderes mundiais no sector energético.
Como indicadores energéticos mais expressivos (após adaptação às devidas unidades) a IEA adianta que, em
2010, o consumo elétrico mundial foi cerca de 8 kWh/pessoa/dia e o brasileiro de aproximadamente 6,6
kWh/pessoa/dia, com emissões de CO2 à volta de 12,3 kg/pessoa/dia e 5,5 kg/pessoa/dia, respetivamente (IEA,
2012, p. 49).
Passando para o caso específico da indústria hoteleira, as análise energéticas apuradas permitem ter noção
dos consumos a nível mundial e brasileiro. O Quadro 10 apresenta, em síntese, os valores de consumo
59
energético provenientes de um estudo efetuado a vários hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional.
No Quadro 11, baseado na literatura brasileira disponível, estão explícitos os valores de consumo de energia
por parte de vários hotéis no Brasil.
Quadro 10 - Valores internacionais de consumo energético em hotéis (LIDERA, p. 14)
Unidades de consumo Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas
kWh/hóspede/noite 229,50 46,4 9,22
kWh/quarto/noite 293,27 75,1 12,80
Quadro 11 - Valores brasileiros de consumo energético em hotéis (Aguiar, 1999, p. 100; Lima, 2007, pp. 77-93; Lubitz et
al., 2006, pp. 2, 13; Melo, 2005, p. 4)
Hotel kWh/
m2
kWh/hóspede/
noite
ABC
(m2)
UHs Tipo
Everest (Porto Alegre) 113 - 11 494 152 Turístico
Não especificado (Florianopólis) 67,38 - 3 500 65 Superior
Oscar Hotel (Florianopólis) 26,58 - 2 947 52 e 119 camas Turístico
Não especificado (Natal) 80 - 2 121 26 Simples
Não especificado (Natal) 193 - 6 900 155 Negócio
Não especificado (Natal) 63 - 360 13 Económico
Não especificado (Natal) 175 - 1 110 46 Económico
Não especificado (Natal) 58 - 4 307 68 Económico
Não especificado (Natal) 140 - 7 300 165 Negócio
Não especificado (Natal) 118 - 1 560 49 Económico
Hotel Eco Resort (Iguaçu) - 18,39 - 200 Superior
Valor médio de referência 30
Os valores relativos a hotéis no Brasil apresentam uma elevada variação. Assim, a atribuição dos 30
kWh/hóspede por noite, como valor médio de referência de consumo energético nos hotéis no Brasil, surge
com base numa média aproximada entre os valores de referência internacionais médios (46 kWh/hóspede por
noite) e o valor brasileiro mais adequado (18 kWh/hóspede por noite), visto ser relativo ao hotel com
condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os casos de estudo. Face a este cenário, desenvolveu-se
uma abordagem prescritiva e de desempenho. Com isto, ficou então possível executar a devida adaptação na
área da Energia, mais especificamente no critério Gestão da Energia (A4). Sintetizam-se a proposta de limiares
e os requisitos de avaliação nos Quadros 12 e 13, respetivamente.
60
Quadro 12 - Limiares do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA-Brasil
Limiares Créditos D
esen
ho
Pas
sivo
1. Situação/Organização favorável face a outros edifícios ou condicionantes naturais 1
2. Orientação a norte:
por cada 25% dos espaços 1
3. Fator forma (que garanta o menor rácio Aenvolvente/Volume interior), pelo menos 1,21 1
4. Isolamento térmico adequado dos paramentos exteriores (paredes, coberturas e pavimentos) 2
5. Massa térmica da estrutura média a forte (utilização de elementos de inércia forte: adobe, terra,
alvenaria de betão, massas de acumulação de água, elementos maciços)
1
6. Vãos:
a. Sombreamento dos vãos envidraçados
até 50% dos vãos envidraçados 1
acima de 50% dos vãos envidraçados 2
b. Vidros com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho 1
c. Caixilharia (com estanquicidade a infiltrações de ar, coeficiente de transmissão térmica adequado e de
corte térmico)
1
d. Fenestração seletiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como Avãos/Apavimento) 1
7. Minimização ou eliminação de pontes térmicas 1
8. Ventilação natural cruzada 1
9. Introdução de sistemas passivos (parede de trombe, geotermia,"efeito de estufa", entre outros):
em [0 – 50]% dos espaços 1
em ]50 – 100]% dos espaços 2
Des
enh
o A
ctiv
o
10. Produção de energia a partir de Energias Renováveis: solares térmicos, fotovoltaicos, Eólicos, Biomassa,
Geotérmicos, etc.
4
11. Percentagem de energia consumida proveniente de fontes de energia renovável:
entre [12,5% e 25%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 2
entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 4
entre [50% e 75%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 6
entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 8
12. Utilização de equipamentos eficientes, que garantam menores consumos de energia 2
13. Utilização de soluções e sistemas que permitam reduzir os consumos de energia 2
Quadro 13 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA V2.0 Brasil
Nº de créditos Classe
Satisfaz pelo menos 25 créditos ou consumos ≤ 3 kWh/hóspede/noite A++
Satisfaz pelo menos 18 créditos ou consumos de ]3-7,5] kWh/hóspede/noite A+
Satisfaz pelo menos 14 créditos ou consumos de ]7,5-15] kWh/hóspede/noite A
Satisfaz pelo menos 12 créditos ou consumos de ]15-18,75] kWh/hóspede/noite B
Satisfaz pelo menos 10 créditos ou consumos de ]18,75-22,5] kWh/hóspede/noite C
Satisfaz pelo menos 8 créditos ou consumos de ]22,5-26,25] kWh/hóspede/noite D
Satisfaz pelo menos 4 créditos ou consumos de ]26,25-30] kWh/hóspede/noite E
Satisfaz pelo menos 2 créditos ou consumos > 30 kWh/hóspede/noite F
- G
61
3.2.2. Água
A água, como fonte de vida, é essencial para todos os seres vivos (sem exceção!) já que dependem
inevitavelmente dela para viver. Trata-se, provavelmente, do único recurso natural que se relaciona com todos
os aspetos da civilização humana. Apesar da superfície terrestre ser maioritariamente constituída por água
(cerca de 71%), a quantidade disponível para consumo é muito reduzida (apenas 1%), pois a maioria (97%)
encontra-se nos oceanos e mares e uma outra parte pequena parte (2%) nos pólos (David, 2010, pp. 1, 2).
Factualmente, a água disponível e própria para consumo é mínima relativamente à quantidade total de água
existente no planeta. Ainda para mais a procura por água doce tem-se acentuado devido a fatores como o
crescimento da população mundial, a poluição aquífera, desenvolvimento económico, processos agrícolas e
alterações climáticas. Afigura-se, por isso, uma verdadeira necessidade de preservação dos recursos hídricos
(Davies e Simonovic, 2011, p. 684).
Seguem-se alguns dados mundiais que mostram a necessidade urgentíssima de uma utilização prudente e
racional da água, evitando o desperdício e poluição que se registam atualmente (David, 2010, p. 4):
1/6 da população mundial (mais de um bilião de pessoas) não tem acesso a água potável;
40% da população mundial não tem acesso a serviços de saneamento básico;
Cerca de 6 000 crianças morrem diariamente devido a doenças ligadas a água insalubre e a deficiência
na higiene e saneamento ;
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que até 2025, se os atuais padrões de consumo se
mantiverem, 2/3 da população mundial vai sofrer de escassez moderada ou grave de água.
O Brasil apresenta-se como um país privilegiado pois tem a maior reserva de água doce do planeta (12% do
total no mundo). Porém, a sua distribuição não é uniforme em todo o território nacional, como está patente no
caso da Amazónia onde se encontra a maior bacia fluvial do mundo mas simultaneamente é das regiões menos
habitadas (David, 2010, p. 4).
Relativamente ao consumo mundial, da água disponibilizada (proveniente dos rios, lagos, cursos de água,
reservatórios, etc.) cerca de 70% é destinada à agricultura, 20% à indústria e 10% ao abastecimento público
(Neto, 2003, p. 4; Zhao et al., 2009, p. 249). No âmbito do consumo doméstico a ONU estabelece o valor diário
de 110 l/pessoa como suficiente para o atendimento das necessidades de consumo e higiene, contudo no
Brasil estima-se que os habitantes ultrapassem diariamente os 200 l/pessoa (Missiaggia, 2012).
A nível da indústria hoteleira, as análises de consumos de água apuradas permitem ter noção dos consumos a
nível mundial e brasileiro. O Quadro 14 apresenta, em síntese, os valores de um estudo efetuado a vários
hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional, enquanto que no Quadro 15 se exibem os valores
relativos a hotéis no Brasil, encontrados na literatura brasileira.
62
Quadro 14 - Valores internacionais de consumo de água em hotéis (LIDERA, p. 14)
Unidades de consumo Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas
l/hóspede/noite 770,00 344,5 167,95
l/quarto/noite 1 556,00 518,5 140,67
Quadro 15 - Valores brasileiros de consumo de água em hotéis (Lima, 2010, p. 24; Mello, 2010, p. 12; Petkow e Almeida,
2005, p. 5084)
Hotel l/hóspede/noite l/quarto/noite Tipo
Não especificado 130 - -
Não especificado - 500 Simples e Económico
Não especificado - 900 Turístico, Superior e Luxo
Hotel Eco Resort (Iguaçu) 415 (*) - Superior
Valor médio de referência 400
(*) - extrapolação do autor aos dados das referências
Após estas análise verifica-se que as médias internacionais rondam os 344 l/hóspede por noite, mas a nível do
Brasil os valores publicados são variáveis. Assim, a atribuição dos 400 l/hóspede por noite, como valor médio
de referência de consumo de água nos hotéis do Brasil, surge com base numa média aproximada entre os
valores de referência internacionais médios (344,5 l/hóspede por noite) e o valor brasileiro mais adequado
(415 l/hóspede por noite), visto ser relativo ao hotel com condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os
casos de estudo. Tal cenário levou a adotar uma abordagem prescritiva e de desempenho, com a devida
adaptação na área da Água, mais especificamente no critério Gestão da Água (A5). Sintetizam-se a proposta de
limiares e os requisitos de avaliação nos Quadros 16 e 17, respetivamente.
Quadro 16 - Limiares do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA-Brasil
Limiares Créditos
Ace
sso
a á
gua
po
táve
l
1. Garantir o acesso a água potável - promovendo o tratamento da água proveniente dos aquíferos locais ou garantindo o acesso a fontes de água potável
2
2. Desenvolver as infraestruturas necessárias ao abastecimento e fornecimento de água potável aos utentes do empreendimento
1
3. Monitorizar periodicamente a qualidade da água potável consumida 1
Nív
eis
de
con
sum
o
de
águ
a p
otá
vel
4. Uso de torneiras misturadoras e redutores de caudal 1
5. Equipamentos eficientes 1
6. Autoclismo de dupla descarga 1
7. Sistemas "waterless" 2
8. Reutilização de águas pluviais ou águas usadas tratadas para rega, recirculação, lavagem de pavimentos, entre outros
2
9. Utilização de espécies autóctones 1
10. Sistemas de monitorização dos consumos (além dos contadores de água e acessibilidade aos utilizadores) 1
Ges
tão
das
águ
as
loca
is n
o e
dif
icad
o
ou
esp
aço
s
envo
lven
tes
11. Retenção, tratamento (se necessário) e descarga de águas de escorrência no local 2
12. Construção de infraestruturas de captação e drenagem das águas de escorrência 1
13. Recolha de águas pluviais nas áreas impermeabilizadas onde não ocorra circulação (cobertura, terraços sem utilização, entre outros)
1
14. Utilização de lagos de sedimentação, piscinas, bacias de infiltração ou pântanos 1
15. Adoção de sistemas de recolha separativos que permitam separar águas residuais de águas cinzentas e de águas negras
1
63
Quadro 17 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA V2.0 Brasil
Nº de créditos Classe
Satisfaz pelo menos 14 créditos ou consumos ≤ 40 l/hóspede/noite A++
Satisfaz pelo menos 12 créditos ou consumos de ]40-100] l/hóspede/noite A+
Satisfaz pelo menos 9 créditos ou consumos de ]100-200] l/hóspede/noite A
Satisfaz pelo menos 7 créditos ou consumos de ]200-250] l/hóspede/noite B
Satisfaz pelo menos 6 créditos ou consumos de ]250-300] l/hóspede/noite C
Satisfaz pelo menos 4 créditos ou consumos de ]300-350] l/hóspede/noite D
Satisfaz pelo menos 2 créditos ou consumos de ]350-400] l/hóspede/noite E
Não satisfaz nenhum crédito ou consumos > 400 l/hóspede/noite F
- G
3.2.3. Resíduos
Toda a atividade humana produz resíduos, mas o volume destes está a ser acelerado com o crescimento
populacional constante e a rapidez do desenvolvimento económico. São aos milhares as toneladas de lixo
produzidas diariamente nas cidades, com tendência a aumentar e a exceder as capacidades de suporte
existentes. Isso torna a gestão de resíduos numa das questões mais desafiadoras da sociedade atual (Kumar et
al., 2009, p. 1).
Segundo Costa (apud Blanco, 2008, p. 10) denomina-se de lixo os resíduos considerados inúteis, indesejáveis
ou descartáveis (nos estados sólido, semissólido ou líquido) e que não sejam passíveis de tratamento
convencional. É, depois, a composição química destes que vai determinar se o lixo é: orgânico, quando é de
origem animal ou vegetal; inorgânico, sendo material sem vida, principalmente embalagens de vários tipos; ou
tóxico, caso contenha materiais danosos ao organismo humano ou à natureza.
Uma grande quantidade dos resíduos gerados pode ser aproveitada para outros fins (aquilo que não serve a
uns pode ser matéria prima de outros), através de processos como a reutilização e a reciclagem. Ambos estes
processos se encontram inseridos na estratégia de diminuição dos impactos relativos aos resíduos pelo
International Institute for Sustainable Development (IISD, 2013), denominada como a política dos 4 R’s:
Reduzir, Reusar, Reciclar e Recuperar.
A nível da reciclagem esta já é relativamente comum em várias partes do Mundo, incluindo o Brasil onde já
existem inúmeras indústrias deste tipo (Brandão, 2007, p. 16). Mas, e muito embora a reciclagem seja um
destino mais económico a dar aos resíduos, pois reduzem-se os custos de deposição em aterro e de compra de
materiais (Brandão, 2007, p. 16; Schwarz e Steininger, 1997, p. 48), regularmente os recursos investidos no
processo não são suficientes, fazendo com que a quantidade do lixo brasileiro reciclado esteja abaixo dos 2%
(Brandão, 2007, p. 16).
64
A reciclagem de papel, vidro e plástico são dos tipos mais usuais, visto representarem a grande parte de
materiais recicláveis. Para que se tenha bem presente os benefícios dum processo de reciclagem note-se que
(Blanco, 2008, pp. 24, 26):
Ao se reciclar uma tonelada de papel evita-se o corte de 22 árvores, reduz-se o consumo de energia
elétrica na produção em 71% e regista-se um decréscimo na poluição de 74% comparativamente ao
fabrico de papel novo;
A reciclagem de uma simples garrafa de vidro significa: uma economia energética suficiente para
manter acesa uma lâmpada de 100W durante 5 horas ou para manter ligado um aparelho de TV até 3
horas; redução de emissões de CO2, de materiais para aterro e da extração de minerais; e
prolongamento da vida útil da garrafa já que o caco de vidro necessita de menos tempo no forno.
Relativamente à geração de resíduos domésticos diários por pessoa estima-se que, em média, seja de 2 kg em
países desenvolvidos, sendo que no Brasil esse valor se encontra entre os 0,5 e 1 kg de lixo (dependendo do
padrão de consumo). Cerca de 50 a 65% desse lixo é do tipo orgânico e o restante inorgânico, mas com uma
boa parcela reciclável (Blanco, 2008, pp. 12, 15). Tal como a nível doméstico, na indústria hoteleira são diversos
os tipos de resíduos tal como as causas que os originam. De acordo com a IHEI, os hotéis de todo o mundo são
responsáveis por gerar milhões de toneladas de resíduos anualmente, sendo que é estimado que cada hóspede
produz cerca de 1 kg/dia (Bohdanowicz e Martinac, 2007, p. 83).
A pesquisa efetuada sobre a geração de resíduos de hotéis possibilita analisar o estado deste processo no
âmbito mundial e brasileiro. O Quadro 18 apresenta, em síntese, os valores de produção de resíduos
provenientes de um estudo efetuado a vários hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional. O Quadro
19, baseado na literatura brasileira disponível, transmite os valores de geração de resíduos por parte de alguns
hotéis no Brasil.
Quadro 18 - Valores internacionais de geração de resíduos em hotéis (LIDERA, p. 14)
Unidades de geração Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas
kg/hóspede/noite 7,87 1,5 0,34
kg/quarto/noite 6,75 1,5 0,27
Quadro 19 - Valores brasileiros de geração de resíduos em hotéis (Blanco, 2008, p. 34; De Conto et al., 2009, p. 7; Petkow e Almeida, 2005, p. 7)
Hotel kg/hóspede/noite (*) UHs Tipo
Novotel (Porto Alegre) 2,98 126 Superior
Dall’Onder (Bento Gonçalves) 1,90 273 Luxo
Não especificado (Caxias do Sul) 0,46 90 e 187 camas Luxo
Hotel Eco Resort (Iguaçu) 0,65 200 Superior
Valor médio de referência 1,5
(*) - extrapolação do autor aos dados das referências
65
A análise revela que os indicadores médios internacionais de produção de resíduos rondam os 1,5
kg/hóspede/noite e os valores dos hotéis no Brasil tem uma elevada variabilidade, em especial nos hotéis com
condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os casos de estudo. Assim, com base nesse cenário, atribui-
se os 1,5 kg/hóspede por noite como valor de referência de geração de resíduos nos hotéis do Brasil. Este
cenário originou a adoção de uma escala prescritiva e de desempenho, sendo então possível executar a devida
adaptação na área dos Resíduos, mais especificamente no critério Gestão dos Resíduos (A10). Sintetizam-se a
proposta de limiares e os requisitos de avaliação nos Quadros 20 e 21, respetivamente.
Quadro 20 - Limiares do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA-Brasil
Limiares Créditos
Med
idas
co
m v
ista
à m
inim
izaç
ão d
a p
rod
uçã
o d
e
resí
du
os
1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos
2
2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos
2
3. Existência de:
plano de gestão e minimização de resíduos urbanos 1
plano de gestão e minimização de resíduos perigosos 1
4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros
1
5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos
1
6. Proceder à separação seletiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos 1
7. Eliminação de pesticidas , produtos químicos ou outros produtos semelhantes 1
8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção:
menos de 50% das embalagens 1
mais de 50% das embalagens 2
Med
idas
co
m v
ista
à se
par
ação
de
resí
du
os
9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar
1
10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção
2
11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes)
2
Med
idas
co
m v
ista
a in
cen
tiva
r e
valo
riza
r a
reci
clag
em
12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em seguida recolhidos pelos serviços comunitários
1
13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objetos que se encontrem ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados
1
14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efetuar a compostagem de resíduos
2
15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos
1
16. Criar e desenvolver alternativas a deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins
2
66
Quadro 21 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA V2.0 Brasil
Nº de créditos Classe
Satisfaz pelo menos 20 créditos ou geração ≤ 0,15 kg/hóspede/noite A++
Satisfaz pelo menos 16 créditos ou geração de ]0,15-0,38] kg/hóspede/noite A+
Satisfaz pelo menos 12 créditos ou geração de ]0,38-0,75] kg/hóspede/noite A
Satisfaz pelo menos 8 créditos ou geração de ]0,75-0,94] kg/hóspede/noite B
Satisfaz pelo menos 4 créditos ou geração de ]0,94-1,13] kg/hóspede/noite C
Satisfaz pelo menos 2 créditos ou geração de ]1,13-1,31] kg/hóspede/noite D
Não satisfaz nenhum crédito ou geração de ]1,31-1,5] kg/hóspede/noite E
Não satisfaz nenhum crédito ou geração > 1,5 kg/hóspede/noite F
- G
3.3. Alterações à versão internacional do LiderA
Após todo este desenvolvimento, e abordagem das principais áreas, foi possível readaptar então a tabela do
LiderA internacional (adaptação prévia da versão base do LiderA), originando a tabela LiderA V2.0 Brasil (ver
secção A.1. em anexo), que serve de matriz para a análise e a avaliação do desempenho ambiental do edificado
brasileiro. Nesse sentido, algumas das componentes foram alteradas de forma a se ajustarem mais
fidedignamente à realidade brasileira, designadamente os parâmetros relativos aos pesos dos critérios A16,
A19, A20, A21 e A22.
Mais especificamente na vertente da vivência socioeconómica optou-se por dar mais valor à área dos Custos
nos Ciclos de Vida (correspondente ao A20), em detrimento das áreas Acesso para Todos ( correspondente ao
A16) e Participação e Controlo (correspondente ao A19), visto se considerar que a contribuição para os baixos
custos no ciclo de vida deve apresentar um ímpeto ambiental mais forte e direto que as outras do mesmo
grupo. Na vertente do Uso Sustentável, atribuíram-se pesos idênticos a ambos os critérios (A21 e A22), já que
se considera o potencial da inovação ser atualmente tão importante como uma cuidada gestão ambiental. Para
além disso, assim há um incentivo adicional para quem “ousa” inovar.
Foi através desta tabela que se guiou todo o trabalho feito aos hotéis, nos casos de estudo, e toda essa
particularização presente na tabela permitiu uma avaliação justa e adaptada desses hotéis brasileiros baseada
neste sistema de avaliação de desempenho ambiental português.
3.4. Aspetos chave
Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:
O sistema LiderA na sua versão integral contempla 6 vertentes (assentes em 6 princípios), que se
traduzem em 22 áreas, as quais por seu termo se subdividem em 43 critérios. A diferença entre a
67
versão do LiderA portuguesa e internacional é que esta última exibe apenas 22 critérios, já que é mais
generalizada, contudo apresenta a facilidade de poder ser adequada a diferentes países e às suas
características em particular. Qualquer que seja a versão, ao ser atribuída uma classe de desempenho
(que varia entre G e A++
) nos diversos critérios consegue-se chegar a uma classificação final/global do
empreendimento em análise;
Os 22 critérios do LiderA Brasil são os seguintes: Valorização Territorial (A1), Valorização Ecológica
(A2), Valorização Paisagística (A3), Gestão da Energia (A4), Gestão da Água (A5), Gestão dos Materiais
(A6), Produção Local de Alimentos (A7), Gestão dos Efluentes (A8), Gestão das Emissões Atmosféricas
(A9), Gestão dos Resíduos (A10), Gestão do Ruído (A11), Gestão Ilumino-térmica (A12), Gestão da
Qualidade do Ar (A13), Gestão do Conforto Térmico (A14), Gestão de Outras Condições de Conforto
(A15), Contribuir para a Acessibilidade (A16), Contribuir para a Dinâmica Económica (A17), Contribuir
para as Amenidades (A18), Condições de Controlo (A19), Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de
Vida (A20), Promover a Utilização e Gestão (A21) e Promover a Inovação (A22);
No caso dos hotéis são 3 as principais áreas de atuação, já que apresentam um índice ambiental mais
importante que as outras, sendo elas: a Energia (com critério A4), a Água (com critério A5) e os
Resíduos (com critério A10). No Brasil os valores de referência nos hotéis, estimados para essas áreas,
foram: 30 kWh/hóspede/noite na área da Energia, 400 l/hóspede/noite para a área da Água e 1,5
kg/hóspede/noite para a área dos Resíduos.
69
4. Casos de estudo: Hotel Marina All Suites e Hotel Marina Palace -
aplicação e oportunidades de melhoria
4.1. Apresentação e principais características
Os casos de estudo referidos na metodologia são os hotéis Marina All Suites e Marina Palace. Ambos
pertencem à cadeia hotéis Marina e encontram-se localizados no bairro do Leblon, um dos mais nobres do Rio
de Janeiro, mesmo junto à praia e próximo dos principais shoppings, restaurantes, cinemas e teatros da Zona
Sul. Inseridos numa área urbana e bastante consolidada, dentro da malha local os hotéis dispõem de uma
localização bastante privilegiada, pelo facto de estarem na fronteira entre os edificados e a praia do Leblon (ver
Figura 19), beneficiando por isso de uma vista encantadora. O acesso aos hotéis, pelos vários meios de
locomoção pessoal (automóvel, bicicleta, a pé, etc.), é muito facilitado com as vias anexas indicadas ao
propósito. Existem também nas suas proximidades paragens de autocarros - ônibus, bem como circulação de
serviços recorrentes de táxis e vans. Tudo isto possibilita muito a deslocação para/de qualquer ponto da
cidade, a qualquer hora do dia.
Figura 19 - Vista de topo dos hotéis Marina e das suas imediações (Google, 2012)
4.1.1. Hotel Marina All Suites
O hotel MAS (ver Figura 20) dispõe de uma ABC de 3 599 m2 distribuída por 19 pisos (incluindo um de subsolo),
sendo que os apartamentos estão dispostos por 13 destes andares. É composto totalmente por suites, tal como
a designação “All Suites” indica, perfazendo um total de 39: 28 Suites Basic, 3 Suites Club Floor, 8 Suites
Design.
70
Para além de todas estas acomodações muito bem equipadas, o hotel
disponibiliza também: a) um andar para serviços relax - Health Floor - que
engloba fitness center, sala de massagens, piscina e sauna; b) uma sala para
reuniões - Sala Executiva - com capacidade para 10 pessoas; c) um espaço
Lounge; d) uma sala com internet de alta velocidade e wireless - Web
Room; e) um mini cinema - Home Theater; f) serviço de praia; g) um
restaurante - Bar D’Hôtel, e ainda h) um bar - Bar do Lado.
Trata-se do primeiro hotel boutique e design do Rio de Janeiro, ao
combinar impecavelmente instalações e serviços, oferecendo todo um
ambiente exclusivo, com personalidade e estilo próprio, conseguindo
agradar os hóspedes mais exigentes e sofisticados.
4.1.2. Hotel Marina Palace
O hotel MP (ver Figura 21) dispõe de uma ABC de 9 965 m2 distribuída por 29
pisos (incluindo 2 de subsolo e um de cobertura), sendo que os
apartamentos estão dispostos por 19 destes andares. Com vista de eleição
garantida, podendo oscilar a escolha entre estar de frente para o mar do
Leblon ou ter vista lateral para a praia de Ipanema e até para o Cristo
Redentor nos pisos mais do topo, o hotel é composto por 150 UHs
(apartamentos e suites) distribuídas por andares convencionais e andares
executivos. Estes dois tipos de andares diferem no facto de que nos
convencionais, tal como o nome ilustra, predominar o ambiente clássico mas
com todo o conforto necessário, enquanto que os andares executivos são
totalmente renovados e equipados com o melhor nível de modernidade no
âmbito da tecnologia e do conforto. O hotel conta também com diferentes
tipos de sistemas:
Lazer - Acesso à piscina, serviço de praia (com cadeiras, toalha e
chapéu de sol), sauna, pool bar, beauty center, fitness center;
Negócios - dispõe de um Business Center, também com vista para o
mar, e onde possibilita a consulta de emails, a organização de compromissos e até a impressão de
documentos, embora o sistema wi-fi esteja disponível por todo o edifício. Disponibiliza ainda nove
salões, localizados nos 25º e 26º andar, devidamente equipados e indicados para reuniões e eventos
corporativos, ou até mesmo workshops e conferências;
Figura 20 - Perfil exterior do hotel Marina All Suites
Figura 21 - Perfil exterior do hotel Marina Palace
71
Serviços - Para além dos já englobados nas categorias acima, está ainda disponível: massagem, room
service, aluguer de automóveis e bicicletas, atendimento médico, segurança 24h, cofres individuais,
bares e restaurante, gift shop/joalheria, lavandaria e concierge.
As características urbanas dos dois hotéis apresentam-se de forma resumida no Quadro 22.
Quadro 22 - Resumo das características urbanísticas dos empreendimentos
Empreendimento Hotel Marina All Suites Hotel Marina Palace
Fase Operação Operação
Localização Av. Bartolomeu Mitre, nº15, Rio de Janeiro Rua João Lira, nº5, Rio de Janeiro
Latitude 22º59’12’’ S 22º59’11’’ S
Longitude 43º13’21’’ O 43º13’18’’ O
Bairro Leblon, Zona Sul Leblon, Zona Sul
Inserção Urbana Urbana
Tipo de uso Turístico/Executivo Turístico/Executivo
Conjunto edificado 1 edifício 1 edifício
Nº. de pisos 19 pisos 29 pisos
ABC 3 599 m2 9 965 m
2
Data de construção Outubro de 1999 Dezembro de 1981
Classificação Luxo ( 5 ) Luxo ( 5 )
Ambos os edifícios (MAS e MP) são geridos por forma a responderem às exigências de conforto e de qualidade
dos seus eventuais futuros utilizadores, e, embora não lhes seja imposta a obrigação das boas práticas
ambientais, procuram otimizar o seu desempenho durante a fase de operação. Neste contexto foi solicitado ao
LiderA que avaliasse os seus desempenhos ambientais.
4.2. Avaliação de desempenhos ambientais
Procede-se o processo de avaliação dos hotéis MAS e MP por parte do sistema LiderA, apresentando-se a
avaliação elaborada e a classificação final do nível de desempenho ambiental. A avaliação foi efetuada
recorrendo-se à Tabela Geral dos Limiares - LiderA V2.0 Brasil, onde, para cada critério, estão delineados os
limiares e os créditos requisitados nas diferentes classes (ver secção A.1. em anexo).
Há no entanto que referir que os hotéis serem geridos pela mesma entidade, terem idades e tipos de
construção muito idênticas e, ainda, por estarem muito próximos um do outro resultou com que as suas
avaliações fossem muito similares nos diversos aspetos analisados. Naturalmente, isso fez com que na prática
todas as ilações e observações obtidas para um hotel se apliquem ao outro. Ainda assim não deixam de
representar dois casos distintos e devem ser tratados como tal. Contudo para que haja uma dinâmica de
exposição das avaliações mais fácil, as análises apresentadas serão tomadas como se fosse só para um caso e
apenas quando for necessário (e existirem) se ressaltarão os aspetos que difiram um do outro.
72
4.2.1. Integração Local
Na vertente da Integração Local os melhores desempenhos aferidos surgem nos critérios da Valorização
Territorial (A1) e da Valorização Paisagística (A3), como se poderá comprovar no Quadro 23.
Quadro 23 - Integração Local: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 1
Integração
Local
Solo 5% S Valorização Territorial A1
Ecossistemas
Naturais 5% S Valorização Ecológica A2
3 Critérios Paisagem e
Património 4% S Valorização Paisagística A3
14%
Valorização Territorial (A1) - Ambos os edifícios se encontram numa zona habitacional e turística, logo com
redes de água potável, elétricas e de telecomunicações, potenciando e valorizando as especificações do Plano
Diretor do Município (PDM) do Rio de Janeiro. Ainda há a destacar que a área permeabilizada respetiva aos
hotéis é mínima, mas dentro do contexto local e realidade da cidade isso não se revela preponderante, logo a
avaliação deste critério não sai afetada por esse limiar de análise.
Valorização Ecológica (A2) - Estes empreendimentos não respeitam nenhum dos limiares configurados na
avaliação obtendo por isso o carácter mais negativo que se pode atribuir. Mas considerando o local onde estão
localizados, bem como o contexto em que estão inseridos, e a sua circundante, é-lhes atribuído a classe de
nível usual (E).
Valorização Paisagística (A3) - Há a realçar que os empreendimentos promovem a utilização de materiais,
cores e técnicas da vizinhança. Mas o facto de serem dos edifícios mais altos da zona faz com que não
promovam o alinhamento de cérceas e não se insiram visualmente na circundante. Destacam-se neste caso
pela negativa e acabam inclusive por fazer sombra indesejada na praia ao final da tarde (ver Figura 22),
obrigando muitas pessoas a mudarem o sítio onde já se encontravam instaladas para um outro local que ainda
beneficie da presença do sol. Quanto à valorização do património, os hotéis em causa não resultaram de
nenhuma reabilitação de espaços ou edifícios pertencentes ao património local, daí que a única condição seja a
de manutenção devida dos hotéis, para uma boa preservação destes.
1 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
73
Figura 22 - Sombras provocadas pela imponência dos hotéis
O resumo da avaliação desta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.1. em anexo).
4.2.2. Recursos
Na vertente dos Recursos (a mais preponderante e por isso com peso mais significativo) os desempenhos
aferidos nas respetivas áreas foram algo díspares, variando entre maus e bons desempenhos, como se poderá
comprovar no Quadro 24.
Quadro 24 - Recursos: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 2
Recursos
Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP
Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP
Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6
4 Critérios Alimentares 2% S
Produção Local de
Alimentos A7
32%
Gestão da Energia (A4) - Verificam-se, nos edifícios, como parâmetros benéficos: uma correta orientação a
norte de pelo menos 50% das divisões principais, a possibilidade de disfrutar de ventilação cruzada, a utilização
de equipamentos eficientes, o sombreamento interior dos vãos envidraçados (através de cortinas) e um
adequado isolamento térmico exterior. De salientar, particularmente, o facto de todos os quartos possuírem
sistema eletrónico de chaves de cartão, fazendo com que a energia apenas esteja acionada quando o hóspede
se encontra no interior das habitações.
2 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
74
Diga-se também que, nesta área, entra como fator positivo o facto de serem edifícios
mais altos que a circundante, o que faz com que beneficiem de maior teor de luz natural,
condição acrescida por não serem contíguos a nenhum outro prédio (ver Figura 23).
Contudo esta situação pode resultar num aquecimento natural (através do sol)
desnecessário para o conforto interior de um hotel em zona tropical, onde as condições
a corrigir serão, na prática, totalmente relativas ao calor que se sente e não às
temperaturas frias. Já de real carácter negativo prevalecem as questões associadas às
energias renováveis, pois não existe qualquer tipo de uso ou produção deste tipo de
fonte energética.
No Quadro 25 é possível visualizar os valores de consumo energético dos hotéis MAS e
MP. Os dados foram fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no
intervalo temporal de Outubro de 2011 a Outubro de 2012. Estes valores confirmam que
em ambos os hotéis se dispõe de muito boas práticas, estando ao nível das melhores
internacionais (9,22 kWh/hóspede por noite) e bem longe do valor médio de referência no Brasil (30
kWh/hóspede por noite), assumido anteriormente.
Quadro 25 - Valores de consumo energético dos hotéis MAS e MP
Unidades de consumo Marina All Suites Marina Palace
kWh/m2 31,9 89,4
kWh/hóspede/noite 6,7 11,4
kWh/quarto/noite 11,7 22,5
Gestão da Água (A5) - Aqui engloba-se a avaliação do consumo de água
potável e da gestão das águas locais. Na primeira há a realçar positivamente: a
aplicação de duches e torneiras misturadoras, com redutores de caudal (ver
Figura 24); a existência de autoclismos de dupla descarga (já em vigor em
todos os quartos reformados a partir de 2009 e em implementação nos
restantes); e o uso de equipamentos eficientes e a existência de sistemas de
monitorização de consumos.
Mas pesam negativamente os factos de não se contemplar o uso de sistemas “waterless” e de não haver
reutilização das águas pluviais ou das águas usadas tratadas, para outros fins. A avaliação referente ao segundo
item - gestão das águas locais - não é de todo favorável pois não existe qualquer tipo de recolha, tratamento,
uso alternativo ou reaproveitamento das águas locais nos edificados ou espaço envolvente.
No Quadro 26 é possível visualizar os valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP. Os dados foram
fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no intervalo temporal de Outubro de 2011 a
Outubro de 2012. Os valores encontrados no desempenho revelam a necessidade de ajustamento da escala
Figura 23 - Exposição do MAS à luz solar
Figura 24 - Torneira misturadora com redutor de caudal do MAS
(Hotéis Marina, 2012a)
75
prescritiva da água no futuro, já que os valores do Marina Palace são substancialmente melhores que os do
Marina All Suites. Estes valores confirmam uma boa prática por parte do MP e um desempenho fraco por parte
do MAS. O MP encontra-se com valores próximos das melhores práticas internacionais (167,95
l/hóspede/noite) e bem distante do valor de referência para o Brasil (400 l/hóspede/noite), assumido
anteriormente. O MAS tem consumos bem acima de qualquer um desses valores mencionados.
Quadro 26 - Valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP
Unidades de consumo Marina All Suites Marina Palace
l/hóspede/noite 531,2 193,7
l/quarto/noite 919,8 382,7
Gestão dos Materiais (A6) – Aqui procede-se à avaliação dos materiais aplicados nos casos relativamente à sua
durabilidade, e se são ou não materiais locais e/ou de baixo impacto. No que se refere à durabilidade são
utilizados materiais duráveis de modo a aumentar o ciclo de vida dos empreendimentos. No âmbito dos
materiais locais (produzidos a uma distância inferior a 200 kms) este não se mostra muito favorável, pois
aparenta existirem poucos. Outros cenários nada favoráveis são os factos dos materiais utilizados não serem de
baixo impacto e nem se proceder à reciclagem, reutilização, renovação ou não transformação. Não existe
qualquer política deste tipo.
Produção Local de Alimentos (A7) - Não existe nada que se enquadre neste aspeto, nem com aplicação
contextual.
O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.2. em anexo).
4.2.3. Cargas Ambientais
Na vertente das Cargas Ambientais, os melhores desempenhos aferidos surgem nos critérios da Gestão das
Emissões Atmosféricas (A9), da Gestão do Ruído (A11) e da Gestão Ilumino-térmica (A12), com destaque para o
primeiro referido. Já nas áreas dos Efluentes e Resíduos as classificações obtidas foram fracas, chegando
mesmo a atingir, num dos casos, o nível da prática usual, como se poderá comprovar no Quadro 27.
76
Quadro 27 - Cargas Ambientais: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 3
Cargas
Ambientais
Efluentes 3% S Gestão dos
Efluentes A8
Emissões
Atmosféricas 2% S
Gestão das Emissões
Atmosféricas A9
Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10
5 Critérios Ruído Exterior 3% S Gestão do Ruído A11
12% Poluição Ilumino-
térmica 1% S
Gestão Ilumino-
térmica A12
Gestão dos Efluentes (A8) - Não há medidas de exceção relativamente àquilo que é a prática comum, tanto no
tratamento de águas residuais, como no caudal de reutilização de águas usadas, o que leva a que o critério
obtenha o nível classificativo de prática usual.
Gestão das Emissões Atmosféricas (A9) - As escassas emissões atmosféricas produzidas nos hotéis são
maioritariamente provenientes das cozinhas e da sala das máquinas pois são os únicos locais onde se
encontram os fogões a gás e as caldeiras, respetivamente. Verifica-se um “bem estar atmosférico” do local e
sua envolvente, muito devido à lei “Rio sem fumo” onde não é permitido de todo fumar em “ambientes de uso
coletivo total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados, por parede, divisória, teto ou telhado,
ainda que provisórios onde haja permanência ou circulação de pessoas.”
Gestão dos Resíduos (A10) - Em nenhuma das fases de funcionamento dos hotéis se contempla a devida
gestão dos resíduos, sendo apenas efetuado o mínimo indispensável: existência de um sítio próprio para o seu
armazenamento, seguindo-se da posterior recolha e transporte.
No Quadro 28 é possível visualizar os valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP. Os dados foram
fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no intervalo temporal de Outubro de 2011 a
Outubro de 2012. Estes valores confirmam uma performance fraca dos dois hotéis nesta componente, embora
se encontrem longe dos extremos verificados nos panoramas externo (7,87 kg/hóspede/noite) e interno (2,98
kg/hóspede/noite). Revelam também ser melhores, ainda que pouco, que os valores médios de referência
idênticos internacionalmente e no Brasil (1,5 kg/hóspede/noite).
3 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
77
Quadro 28 - Valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP
Unidades de geração Marina All Suites Marina Palace
kg/hóspede/noite 1,2 1,2
Ruído Exterior (A11) - Houve o cuidado de minimizar as fontes de ruído para o exterior, sendo os
equipamentos colocados em espaços adequados e isolados, e as atividades ruidosas localizadas de modo a não
perturbar nem o exterior nem as restantes componentes dos hotéis.
Gestão Ilumino-térmica (A12) - Há a realçar como medidas
minimizadoras a aplicação de materiais e soluções construtivas
adequadas às condições climatéricas locais; a existência de corpos
hídricos locais (piscinas) e de outro nas proximidades (Oceano
Atlântico) - ver Figura 25; a adoção de cores claras nas fachadas,
pavimentos e espaços comuns exteriores; a correta disposição dos
edifícios relativamente aos ventos dominantes no local, permitindo
a circulação do ar e atenuando o efeito “ilha de calor”; e, por fim, a
utilização de luminárias com intensidade adequada e a
possibilidade de controlo desta iluminação.
O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.3. em anexo).
4.2.4. Conforto Ambiental
Na vertente do Conforto Ambiental todos os critérios avaliados alcançam muito bons desempenhos,
correspondendo todos eles a melhorias de 75% relativamente àquilo que é a prática, como se pode comprovar
no Quadro 29.
Quadro 29 - Conforto Ambiental: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 4
Conforto
Ambiental
Qualidade do
Ar 5% S
Gestão da Qualidade do
Ar A13
Conforto
Térmico 5% S
Gestão do Conforto
Térmico A14
3 Critérios Iluminação e
Acústica 5% S
Gestão de Outras
Condições de Conforto A15
15%
4 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
Figura 25 - Piscina do MP com vista panorâmica para o oceano (Hotéis Marina,
2012b)
78
Gestão da Qualidade do Ar (A13) - Há a realçar a localização dos hotéis numa zona circundante à praia, com
bons níveis de qualidade do ar, sem indústrias na envolvente próxima; a existência de sistemas de ventilação
artificial e a possibilidade de usufruir de ventilação natural ajustada de forma adequada às atividades
albergadas por cada espaço do empreendimento; e a eliminação/redução de potenciais emissões de
contaminantes do ambiente interior (amianto, fungos, bolores, etc.). Resulta, assim, em elevados níveis de
qualidade do ar no interior dos edificados duma forma geral.
Gestão do Conforto Térmico (A14) - Destacam-se: a adoção de sistemas de ventilação artificial e natural, que
permitem a regulação da temperatura interior e a qualidade do ar, a fenestração seletiva e o sombreamento
regulável dos vãos exteriores pelo interior (recorrendo a cortinas e persianas). Estes fatores contribuem para
que se registem elevados níveis de conforto térmico, nos espaços interiores. Há também que referir que na
envolvente dos edifícios se registam bons níveis de conforto térmico. Estes níveis são decorrentes da correta
organização e espaçamentos entre os volumes edificados e sua orientação, que os protege dos ventos mais
fortes, possibilitando uma boa circulação e garantindo uma adequada exposição solar.
Gestão de Outras Condições de Conforto (A15) - Aqui avaliam-se por um lado os níveis de iluminação, tanto
natural como artificial, e os níveis de conforto sonoro. No que se refere aos níveis de iluminação, embora os
edifícios em estudo não tenham a orientação correta, a totalidade das divisões principais e a maioria das
comuns são iluminadas naturalmente, bem como os vãos são de dimensões adequadas às funções de cada
espaço, possuindo, na sua maioria, sistemas de sombreamento reguláveis pelo interior.
No âmbito da iluminação artificial há que mencionar que os mecanismos intuitivos e de fácil acesso para
controlo da iluminação, bem como a possibilidade de regulação dos níveis de iluminação artificial, apenas
existem em alguns quartos e tipos de luzes dos hotéis. De realçar também, no âmbito dos níveis de iluminação,
que os acabamentos interiores e superfícies são de cores claras, potenciando a iluminação destes espaços.
No que concerne ao conforto sonoro, destaca-se na avaliação a organização espacial adequada dos espaços
interiores através do afastamento das áreas mais sensíveis ao ruído das instalações mais ruidosas dos hotéis e
da aplicação de isolamentos que contribuem para o isolamento acústico dos espaços. Embora ambos os
edifícios sejam adjacentes a uma das avenidas principais da zona sul e tendo ainda o movimentado calçadão a
passar à sua beira, os ruídos incómodos não se fazem sentir muito nem se tornam intrusivos.
O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.4. em anexo).
4.2.5. Vivência Socioeconómica
Na vertente da Vivência Socioeconómica verificam-se desempenhos muito bons à exceção da Contribuição
para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20). Os critérios Contribuir para as Amenidades (A18) e Condições de
Controlo (A19) merecem destaque uma vez que obtêm a fasquia máxima de classe atribuída. Acontece que no
caso do critério A18 a classe A++
pode ser logo atribuída sem verificação técnica no local, pois as amenidades
79
tratam-se de características existentes na zona e muitas até independentes dos hotéis em si, enquanto que
com o critério A19 isso não se passa e tem de ficar pelo A+ até sofrer uma vistoria. A classificação apresenta-se
no Quadro 30.
Quadro 30 - Vivência Socioeconómica: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-
req.. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 5
Vivência
Socioeconómica
Acesso para
Todos 3% S
Contribuir para
Acessibilidade A16
Diversidade
Económica 4% S
Contribuir para a
Dinâmica Económica A17
Amenidades e
Interacção
Social
4% S Contribuir para as
Amenidades A18
5 Critérios Participação e
Controlo 3% S Condições de Controlo A19
19% Custos no Ciclo
de Vida 5% S
Contribuir para os
Baixos Custos no Ciclo
de Vida
A20
Contribuir para a Acessibilidade (A16) - Verifica-se um fácil acesso a transportes
públicos num raio de até 1 000 metros, podendo-se escolher entre autocarros -
ônibus, táxis, carrinhas - vans - e metro - metrô. No âmbito da mobilidade de
baixo impacte, considera-se a existência de percursos pedonais e ciclovias na
envolvente adjacente dos edificados, com dimensões adequadas ao fluxo de
pessoas que os utilizam. É considerado também a existência de parqueamento
para bicicletas, ao qual se associa um serviço de aluguer de bicicletas, o Bike Rio
(ver Figura 26), e a existência de serviços de transfer local com autocarros e vans
que vão depois ligar ao metro, facilitando em muito a mobilidade dos seus
passageiros para qualquer ponto da cidade.
É necessário denotar que para o caso de pessoas com mobilidade condicionada o MP tem implementado
soluções inclusivas (com rampas) que permitem acesso a todas as zona comuns do hotel, abrangendo, no
entanto, apenas 3 quartos (Quartos: 705, 902 e 1906) especialmente adaptados para o caso. No MAS não
existem grandes soluções para acesso no hotel, nem quartos especialmente adequados ao efeito.
5 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
Figura 26 - Bike Rio (ONGs, 2012)
80
Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Aqui avalia-se a
flexibilidade, ou seja, a adaptabilidade a diferentes usos; a dinâmica
económica e o trabalho local. Os hotéis mostram-se flexíveis e
dinâmicos nestas componentes, pois possuem vários espaços de
fomento à interação de negócios e trabalho, tendo inclusive o MAS
algumas salas multiusos (ver Figura 27) e o MP vários salões próprios
para eventos e receções, não ficando assim nenhum dos hotéis
confinados aos serviços de hospedagem. Contudo o mobiliário,
pavimentos e diferentes módulos, em geral, não são de fácil remoção
e readaptação.
Quanto à dinâmica económica esta encontra-se muito presente nas
atividades que se dão na marginal e envolvente, mas as condições de
arrendamento não se aplicam neste perfil de hotéis turísticos. Finalmente considera-se que estes
empreendimentos aumentam as possibilidades de trabalho local, são unidades com condições propícias à
criação de emprego (nas quais existem oportunidades de emprego relevantes) e fomentam a oferta de
emprego em atividades culturais, comerciais e/ou de serviços na zona em que se inserem.
Contribuir para as Amenidades (A18) - Aqui avaliam-se as amenidades locais e a interação com a comunidade.
Ambos os hotéis se revelam bastante privilegiados quanto às amenidades locais, tanto naturais como humanas,
tendo diversas nas suas proximidades. Das naturais as que prevalecem são: a praia do Leblon e o mar, que se
encontram mesmo do outro lado da estrada; os diversos jardins nas redondezas, com componentes lúdicas e
de descanso; a Lagoa Rodrigo de Freitas, bem nas imediações e ainda o morro dos 2 irmãos, à distância de um
olhar (ver Figura 28). Já como amenidades humanas principais contemplam-se: lojas alimentares, farmácias,
centro de saúde, escola, hipódromo e esquadra da polícia.
No âmbito da interação com a comunidade há a realçar a curta distância a que se encontram dos hotéis alguns
espaços de lazer e convívio da população, tais como, jardins, praças e o calçadão da praia que se expande
aquando do fecho de um dos sentidos da marginal aos domingos e em feriados. Os restaurantes e bares dos
hotéis também permitem (e até incitam) a convivência entre o interior e o exterior dos edifícios, como o povo
brasileiro tão bem o sabe fazer.
Figura 27 - Sala executiva e Lounge/multiusos do MAS (Hotéis
Marina, 2012c)
81
Figura 28 - Vista periférica em relação ao hotel de algumas das amenidades locais (Google, 2012)
Condições de Controlo (A19) - Aqui são consideradas e avaliadas a capacidade de controlo, o controlo dos
riscos naturais e o controlo das ameaças humanas. Relativamente à capacidade de controlo, realça-se a
possibilidade de controlar as condições de conforto exteriores (vento, sombreamento e iluminação artificial) e
interiores (temperatura, humidade, ventilação natural e artificial e iluminação artificial). No controlo de riscos
naturais a preparação que existe para o caso de fenómenos climatéricos invulgares passou pelo cuidado
aquando da construção do edificado, aquilo que é a prática comum, não ficando por isso os hotéis dotados de
capacidades especiais para situações extremas.
Por sua vez, no que se refere ao controlo das ameaças humanas, nesta avaliação destaca-se a existência de
espaços bem iluminados e com campo de visão aberto (as fachadas principais dos edifícios estão na marginal),
a existência de detetores de incêndio, sistemas de videovigilância e tem-se em consideração a existência de um
sistema de controlo ativo das ameaças - alarme.
Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - Ressalta a falta: de equipamentos com baixos custos
de funcionamento e de lâmpadas de baixo consumo, de sistemas de poupança de energia e água, da adopção
de soluções construtivas adequadas que promovam a redução dos custos durante o tempo de vida do edifício,
e, por fim, da seleção de sistemas e equipamentos de fácil manutenção.
O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.5. em anexo).
4.2.6. Uso Sustentável
Na vertente do uso sustentável ambos os critérios considerados obtêm pobres níveis de classificação, como se
poderá comprovar no Quadro 31.
82
Quadro 31 - Uso Sustentável: Áreas e Critérios de base considerados
Vertentes Área Wi Pré-req.. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 6
Uso
Sustentável
Gestão
Ambiental 4% S
Promover a Utilização e
Gestão A21
2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22
8%
Promover a Utilização e Gestão (A21) - Os hotéis não possuem qualquer mecanismo de gestão ambiental. Aqui
apenas se pode dignificar a existência das devidas informações para procedimento em caso de incêndio,
alarme e evacuações, bem como dos cartões de avisos nos quartos para consciencialização na frequência de
mudança de lençóis (ver Figura 29) e no uso de toalhas (ver Figura 30).
Figura 29 - Cartão de consciencialização na mudança de
lençóis
Figura 30 - Cartão de consciencialização na mudança de
toalhas
Promover a Inovação (A22) - No que diz respeito às inovações, estes empreendimentos não se destacam por
nenhum trabalho de reconversão ou reabilitação relevantes nos edifícios, nem da aplicação de elementos
inovadores nas várias vertentes.
O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.6. em anexo).
Como processo de síntese apresenta-se no Quadro 32, em modo sumário, todas as classes atribuídas para cada
critério em particular, a classe final global dos empreendimentos e o respetivo valor dos projetos para os dois
hotéis.
6 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
83
Quadro 32 - Classes de desempenho ambiental atual
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 7
Integração Local
Solo 5% S Valorização Territorial A1
Ecossistemas
Naturais 5% S Valorização Ecológica A2
3 Critérios Paisagem e
Património 4% S
Valorização
Paisagística A3
14%
Recursos
Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP
Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP
Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6
4 Critérios
Alimentares 2% S
Produção Local de
Alimentos A7
32%
Cargas
Ambientais
Efluentes 3% S Gestão dos Efluentes A8
Emissões
Atmosféricas 2% S
Gestão das Emissões
Atmosféricas A9
Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10
5 Critérios Ruído
Exterior 3% S Gestão do Ruído A11
12%
Poluição
Ilumino-
térmica
1% S Gestão Ilumino-
térmica A12
Conforto
Ambiental
Qualidade do
Ar
5% S Gestão da Qualidade
do Ar A13
Conforto
Térmico 5% S
Gestão do Conforto
Térmico A14
3 Critérios
Iluminação e
Acústica 5% S
Gestão de Outras
Condições de Conforto
A15
15%
7 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
84
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 7
Vivência
Socioeconómica
Acesso para
Todos 3% S
Contribuir para
Acessibilidade
A16
Diversidade
Económica 4% S
Contribuir para a
Dinâmica Económica A17
Amenidades
e Interacção
Social
4% S Contribuir para as
Amenidades A18
5 Critérios Participação
e Controlo 3% S Condições de Controlo A19
19% Custos no
Ciclo de Vida 5% S
Contribuir para os
Baixos Custos no Ciclo
de Vida
A20
Uso Sustentável Gestão
Ambiental 4% S
Promover a Utilização
e Gestão A21
2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22
8%
Classe obtida na avaliação
Valor do projecto (%) 26,31
(MAS)
25,42
(MP)
Recorrendo à consulta do Quadro 33, fica patente que a avaliação global de ambos os hotéis assenta numa
classe A bem segura, já que os valores dos projetos estão sensivelmente entre o valor médio e máximo que
essa classe comporta. Da mesma forma, também é possível concluir que os hotéis não estão muito distantes da
classe seguinte (classe A+) e com esforço relativo esta fica bem ao alcance destes.
Quadro 33 - Ponderação das classes dos valores globais
Máximo <Valor Médio
Minímo >=Classes
100% 90,0%65,0% A++
65,0% 40,0% 30,0% A+
30,0% 20,0% 18,0% A
18,0% 16,0% 14,5% B
14,5% 13,0% 12,2% C
12,2% 11,4% 10,7% D
10,7% 10,0% 9,5% E
9,5% 8,9% 8,5% F
8,5% 8,0% 0 G
85
4.3. Desempenhos ambientais globais
Da avaliação de posicionamento ambiental efetuada pelo sistema LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina
Palace, no Rio de Janeiro, apresentada nos pontos anteriores concluiu-se que estes se inserem numa classe
certificável A (ver Figura 31). Esta classe em termos ambientais significa uma melhoria de 50% do Desempenho
Ambiental em relação à prática comum.
Contudo, mediante a apresentação de novas provas que comprovem uma melhoria do desempenho
atualmente comprovado, o quadro de avaliação da sustentabilidade, bem como a avaliação dos critérios
poderão ser reajustados.
Figura 31 - Desempenho ambiental global atingido
4.4. Aspetos chave
Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:
Os casos de estudo, Marina All Suites e Marina Palace, são dois hotéis localizados no Rio de Janeiro
mesmo junto à praia do Leblon. O MAS, constituído somente por suites, apresenta 39 apartamentos
distribuídos por 19 pisos, enquanto que o MP dispõe de 150 habitações nos seus 29 pisos de altura;
As avaliações de desempenho ambiental, pelo LiderA, foram muito similares em ambos os hotéis
devido à proximidade e parecença dos aspetos analisados. Tanto o MAS como o MP obtiveram uma
classe A, que em termos ambientais significa uma melhoria de desempenho de 50% em relação à
prática comum;
Relativamente às 3 principais áreas, os desempenhos ambientais são bons (classes A+ e A) na Energia e
fracos (classes D) na dos Resíduos. Já na Água verifica-se um mau desempenho (classe F) por parte do
MAS e uma performance boa (classe A) do MP;
A classe A obtida é sólida e não está muito distante da classe seguinte, podendo, os hotéis, com
esforço reduzido alcançar a classe A+.
87
5. Discussão crítica dos resultados
Ambos os hotéis MAS e MP revelam ter um bom desempenho ambiental. Contudo importa saber se ainda é
possível melhorar esse panorama, de que forma e em quais critérios, bem como saber qual o enquadramento
internacional e brasileiro dos dois hotéis, nomeadamente nas três principais áreas de ação (Energia, Água e
Resíduos). Desta forma é possível entender o verdadeiro papel que estes dois hotéis assumem (ou podem vir a
assumir) no mercado hoteleiro brasileiro e global. Refira-se que esta primeira abordagem assenta numa lógica
de medidas prescritivas sendo vantajosa a sua evolução progressiva para desempenho.
5.1. Integração local
Nesta vertente não é possível efetuar grandes alterações de forma a incitar melhorias significativas, uma vez
que se tratam de edifícios já totalmente construídos e em pleno funcionamento (ver Gráfico 1). Dada a
importância de uma devida integração local, tal deveria ter sido contemplado na fase de projeto, sendo agora
muito difícil, senão mesmo impossível, de se implementarem as modificações necessárias a um melhor
desempenho ambiental.
Gráfico 1 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Integração Local
5.2. Recursos
Nesta vertente estão contempladas as áreas da Energia e da Água, duas das mais cruciais de atuação num
hotel, e em qualquer delas o consumo (como principal limiar representativo) tem uma influência enorme para
o estado ambiental registado. As classificações nos respetivos critérios apresentam uma certa disparidade, em
muito devido à diferença dos consumos energéticos e de água dos dois hotéis, fazendo as classes oscilar entre
a F e a A+ (ver Gráficos 2 e 3). Ainda assim, com algumas melhorias a maioria das classes obtidas nestes
critérios podem alcançar escalões bem superiores. A única exceção é o critério A7 relativo à Produção local de
Alimentos, devido a serem edifícios puramente turísticos e já totalmente construídos, não podendo por isso
sofrer grandes alterações para servirem este propósito.
88
Refira-se ainda que dado o peso deste critério A7, em comparação com os restantes (2% vs 10%), enquanto
não se tiverem feito as abordagens de melhoria nos outros será um pouco descabido estar a centrar atenções
aqui. Nesse sentido e, tratando-se também da vertente com maior peso no global (só as áreas da Energia e da
Água representam 20%), significa que as melhorias aqui aplicadas apresentam, consequentemente, um maior
relevo no final.
Gestão da Energia (A4) - Para possibilitar uma análise mais facilitada foram resumidos os Quadros 10, 11 e 25
no Quadro 34, obtendo assim uma plataforma de comparação mais compacta.
Quadro 34 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de energia em hotéis
Hotéis
kWh/
hóspede/
noite
kWh/
quarto/
noite
kWh/
m2
ABC
(m2)
UHs Tipo
Inte
rnac
ion
ais
Valores mais elevados 229,50 293,27 - - - -
Médias gerais 46,4 75,1 - - - -
Melhores práticas 9,22 12,80 - - - -
Bra
sile
iro
s
Everest (Porto Alegre) - - 113 11 494 152 Turístico
Não especificado (Florianopólis) - - 67,38 3 500 65 Superior
Oscar Hotel (Florianopólis) - - 26,58 2 947 52 e 119
camas
Turístico
Não especificado (Natal) - - 80 2 121 26 Simples
Não especificado (Natal) - - 193 6 900 155 Negócio
Não especificado (Natal) - - 63 360 13 Económico
Não especificado (Natal) - - 175 1 110 46 Económico
Não especificado (Natal) - - 58 4 307 68 Económico
Não especificado (Natal) - - 140 7 300 165 Negócio
Não especificado (Natal) - - 118 1 560 49 Económico
Hotel Eco Resort (Iguaçu) 18,39 - - - 200 Superior
Valor médio de referência 30 - - - - -
Marina All Suites (Rio de Janeiro) 6,7 11,7 31,9 3 599 39 Luxo
Marina Palace (Rio de Janeiro) 11,4 22,5 89,4 9 965 150 Luxo
Os valores revelam que ambos os hotéis apresentam muito boas práticas nesta área, com o MAS e o MP a
apresentarem consumos de 6,7 e 11,4 kWh/hóspede por noite, respetivamente. Estes valores encontram-se na
linha das melhores práticas internacionais (9,22 kWh/hóspede/noite) e distantes, no bom sentido, do valor
médio de referência no Brasil (30 kWh/hóspede/noite). A disparidade, ainda que pequena, que se verifica nos
consumos dos dois hotéis é suficiente para os colocar em classificações diferentes nesta área, daí que o MAS
tenha obtido classe A+ e o MP classe A.
89
Posto isto, fica patente que será difícil melhorar ainda mais os valores de consumo energéticos, por isso as
medidas de melhoria podem passar por obter um tipo de fonte de energia e uma produção energética mais
corretas. Para isso poderia implementar-se um sistema de produção de energia recorrendo a fontes
renováveis, por exemplo através da instalação de painéis solares no terraço, utilizando depois essa mesma
energia captada para uso no hotel.
Melhoria possível (apenas para o MP): passagem de classe A para A+.
Gestão da Água (A5) - Aqui procedeu-se identicamente ao anterior resumindo-se os Quadros 14, 15 e 26 no
Quadro 35, de forma a ser possível uma consulta mais clara.
Quadro 35 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de água em hotéis
Hotéis l/hóspede
/noite
l/quarto
/noite
ABC
(m2)
UHs Tipo
Inte
rnac
ion
ais
Valores mais elevados 770,00 1 556,00 - - -
Médias gerais 344,5 518,5 - - -
Melhores práticas 167,95 140,67 - - -
Bra
sile
iro
s
Não especificado 130 - - - -
Não especificado - 500 - - Simples e Económico
Não especificado - 900 - - Turístico, Superior e Luxo
Hotel Eco Resort (Iguaçu) 415 - - 200 Superior
Valor médio de referência 400 - - - -
Marina All Suites (Rio de Janeiro) 531,2 919,8 3 599 39 Luxo
Marina Palace (Rio de Janeiro) 193,7 382,7 9 965 150 Luxo
Após a devida análise, fica patente as boas práticas do MP, o desempenho fraco do MAS e os registos bem
díspares entre os dois hotéis. O consumo de 193,7 l/hóspede por noite, verificado no MP, está próximo das
melhores práticas internacionais (167,95 l/hóspede/noite) e distante do valor de referência no Brasil (400
l/hóspede/noite). Já o consumo de 531,2 l/hóspede por noite, registado no MAS, encontra-se bem acima de
qualquer um dos valores de comparação mencionados.
Contabilizando-se o facto de estarem em causa dois hotéis de luxo num país tropical, sendo estas das
condições que possivelmente implicam um maior consumo e uso de água a todos os níveis, ainda se torna mais
notável a performance do MP e não aparenta ser tão grave o desempenho do MAS. Contudo, mesmo no caso
do MP que já apresenta resultados muito satisfatórios, existe espaço nas gestões de ambos os hotéis para
melhorias, de modo a que se alcancem os melhores níveis possíveis em consumos de água.
Nesse sentido recomenda-se a imposição de um sistema e de uma política de aproveitamento, reuso e
tratamento das águas locais. Servem para exemplos de instalação: sistemas que captem as águas das chuvas
90
recorrentes da região, sistemas que façam o tratamento necessário das águas utilizadas e sistemas que
permitam a separação entre águas residuais, águas cinzentas e águas negras. Isto iria possibilitar o reuso
dessas mesmas águas e a consequente poupança no volume requisitado à companhia das água.
Melhoria possível: passagem de classe F (no MAS) e de classe A (no MP) para A+.
Gestão dos Materiais (A6) - Aqui seria necessário começar a obter materiais, mobílias e utensílios produzidos a
níveis locais, pois isso reduziria todos os custos associados a materiais que não são deste tipo (fabrico,
transporte, etc) e ainda fomentava o comércio local. Também seria muito importante contemplar as dinâmicas
reciclável, reuso, renovável, baixo impacto e de não transformação, aquando da obtenção e do fim de vida dos
materiais. Deve, no entanto, referir-se que sendo o Brasil um país de grande dimensão e com estados enormes,
será mais difícil, ou menos provável conseguir-se ficar apenas remetido a produtos locais, já que existem
muitos a ser produzidos longinquamente. Enquanto que um raio de 200 km em Portugal abrange quase
metade do nosso país, no Brasil por vezes nem metade de um estado isso representa. Ainda assim a distância
de 200 kms é apontada, essencialmente, por questões relativas a emissões atmosféricas associadas aos
transportes envolvidos numa em transições de longo curso. Daí que o panorama geográfico brasileiro não seja
razão para uma adaptação do limiar.
Melhoria possível: passagem de classe C para A+.
Gráfico 2 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MAS
Gráfico 3 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MP
91
5.3. Cargas Ambientais
No caso desta vertente, as melhorias a aplicar passarão apenas pelas áreas dos Resíduos e do Ruído Exterior
(ver Gráfico 4), devido às seguintes razões: ao nível dos efluentes pouco ou nada pode ser feito, visto que será
difícil implementar qualquer tipo de estação de tratamento na situação existente; a classe obtida nas emissões
atmosféricas já é ótima; e no caso da poluição ilumino-térmica pouco mais se poderá resolver, não sendo
também o esforço justificável uma vez que se trata do critério com menor peso de todos. Há que centrar então
as atenções nos outros em estado mais crítico.
Gestão dos Resíduos (A10) - Neste caso os Quadros 18, 19 e 28 foram sintetizados no Quadro 36 para uma
análise mais centrada.
Quadro 36 - Valores internacionais e brasileiros de geração de resíduos em hotéis
Hotel kg/hóspede/
noite
ABC
(m2)
UHs Tipo
Inte
rnac
ion
ais
Valores mais elevados 7,87 - - -
Médias gerais 1,5 - - -
Melhores práticas 0,34 - - -
Bra
sile
iro
s
Novotel (Porto Alegre) 2,98 - 126 Superior
Dall’Onder (Bento Gonçalves) 1,90 273 Luxo
Não especificado (Caxias do Sul) 0,46 90 e 187 camas Luxo
Hotel Eco Resort (Iguaçu) 0,65 - 200 Superior
Valor médio de referência 1,5 - - -
Marina All Suites (Rio de Janeiro) 1,2 3 599 39 Luxo
Marina Palace (Rio de Janeiro) 1,2 9 965 150 Luxo
Através de uma cuidada análise, verifica-se que os hotéis apresentam uma performance fraca nesta área, com
o valor de geração de 1,2 kg/hóspede por noite a ser tomado como o mesmo nos dois hotéis. Este valor
consegue, ainda assim, ser um pouco melhor que os valores de média geral internacionais e de referência no
Brasil (1,5 kg/hóspede/noite, em ambos os casos), bem como estar longe dos extremos verificados nos
panoramas externo (7,87 kg/hóspede/noite) e interno (2,98 kg/hóspede/noite).
Contudo é necessário salientar que a falta de dinâmica ambiental no processamento de resíduos não tem só a
ver com a logística interna dos hotéis Marina. Essa lacuna parece existir em toda a cidade do Rio de Janeiro
uma vez que não há recolha seletiva por parte das respetivas entidades locais. Razão pela qual as gerências dos
estabelecimentos não vêm objetivo em realizá-las no interior dos seus espaços.
Desta forma entende-se serem diversas as melhorias passíveis de incutir, tais como: 1) passar a existir um
plano de gestão, minimização e pesagem dos resíduos urbanos; 2) começar a reduzir a aquisição de
92
embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga de produtos; 3) promover a devida eliminação de
produtos químicos ou materiais perigosos usados na manutenção; 4) providenciar locais específicos onde
possam ser colocados objetos (mobília, roupa, etc.) que possam voltar a ser utilizados ou renovados; e 5) criar
e desenvolver alternativas à deposição final nos aterros ou lixeiras apostando no seu reaproveitamento para
outros fins.
Melhoria possível: passagem de classe D para A.
Gestão do Ruído (A11) - Na área do ruído exterior, as medidas podem passar por aplicar deflectores sonoros
nos equipamentos mais ruidosos de forma a reduzir a propagação do som, e ainda por colocar isolamento
adequado nas paredes interiores ou exteriores que abrigam os equipamentos que emitem ruído,
nomeadamente na zona das máquinas.
Melhoria possível: passagem de classe B para A+.
Gráfico 4 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Cargas Ambientais
5.4. Conforto Ambiental
Esta vertente destaca-se por obter nos seus 3 critérios um ótimo nível de desempenho ambiental, ainda que
com as poucas melhorias que faltam podem facilmente passar para a classe seguinte, atingindo assim a mais
elevada de todas: a classe A++ (ver Gráfico 5). Refira-se que na Gestão de Outras Condições de Conforto (A15),
na área da Iluminação e Acústica, já se reúnem condições para obter a classe mais elevada. Acontece que,
nestes casos, essa atribuição só se verifica com vistoria técnica às instalações em causa, já que se trata da
93
classe mais distinta, requerendo por isso um cuidado especial. No entanto haverá ainda alguns ajustes a serem
feitos neste campo, em especial em espaços que albergam funções mais ruidosas como por exemplo o bar,
restaurante e sala das máquinas, podendo passar por uma melhoria do isolamento das suas instalações.
Gestão da Qualidade do Ar (A13) - Aqui podem ser englobadas medidas de gestão com vista a reduzir ainda
mais as contaminações no ar, bem como passar a existir um plano de monitorização de controlo da qualidade
do ar. Isso ajudaria a manter recorrentemente esse bom nível.
Melhoria possível: passagem de classe A+ para A
++.
Gestão do Conforto Térmico (A14) - Seria recomendável o sombreamento dos vãos envidraçados, ou a
aplicação de sistemas passivos que potenciem o conforto.
Melhoria possível: passagem de classe A+ para A
++.
Gráfico 5 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Conforto Ambiental
5.5. Vivência Socioeconómica
Nesta vertente as melhorias a aplicar recaem sobretudo em dois dos critérios (A17 e A20). Existem ainda
algumas possibilidades de melhoras nos outros critérios, contudo não são tão significativas (ver Gráfico 6).
Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Aqui poderiam conceber-se soluções de rede e auxiliares
flexíveis, bem como utilizar mobiliário e pavimentos de fácil remoção ou translocação.
Melhoria possível: passagem de classe A para A+.
Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - São diversas as medidas, que requerem urgência de
implementação, passando algumas pelo que já foi debatido na vertente dos recursos. Como melhorias
possíveis podem indicar-se: a seleção de mais sistemas com baixo custo de funcionamento e manutenção, bem
94
como de sistemas com poupança de água e energia; escolha adequada de soluções construtivas e materiais
com elevada durabilidade e resistência; uso de materiais com alto teor de reaproveitamento; e, por fim, a
adoção de soluções espaciais que permitam adaptações fáceis a novos usos sem grandes custos adicionais.
Melhoria possível: passagem de classe C para A++
.
Gráfico 6 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Vivência Socioeconómica
5.6. Uso Sustentável
Nesta vertente, apesar das baixas classificações, há que salientar o facto de ambos os critérios estarem
bastante interligados e dependentes de todos os outros anteriores. Desta forma ao serem efetuadas as devidas
melhorias nos outros campos as classes nesta vertente irão consequentemente melhorar. Ainda assim existem
alguns pormenores característicos de cada componente que podem beneficiar de melhorias (ver Gráfico 7).
Promover a Utilização e Gestão (A21) - As melhorias aqui podem passar por disponibilizar: sessões
educacionais de esclarecimento sobre o modo de utilização dos edifícios, os manuais de utilização dos
equipamentos, indicações relativas aos elementos estruturais e à manutenção dos mesmos, bem como,
informações relativas à desativação dos equipamentos e valorização dos materiais.
Melhoria possível: passagem de classe E para A+.
Promover a Inovação (A22) - Aqui tudo o que passar por soluções inovadoras e que contribuam para o
melhoramento das performances ambientais dos hotéis será tido em conta, como melhorias deste carácter.
Melhoria possível: passagem de classe E para A+.
95
Gráfico 7 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Uso Sustentável
O Quadro 37 apresenta em modo sumário todas as classes atribuídas para cada critério particular, bem como
as classes possíveis de obter após um plano de melhoria nas diversas áreas. Constatando-se que embora
ambos os hotéis já apresentem globalmente uma sólida classe A, com os valores dos projetos
aproximadamente entre o valor médio e máximo que essa classe contempla, aplicando algumas melhorias
conseguiriam passar para a classe A+. No limite chegando ao valor de projeto de 46,6 %, que representa por sua
vez uma classe A+ bem segura.
Quadro 37 - Classes de desempenho ambiental atual e de possível desempenho futuro
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 8
Classe
com
possíveis
melhorias
Integração Local
Solo 5% S Valorização
Territorial A1
―
Ecossistemas
Naturais 5% S Valorização Ecológica A2
―
3 Critérios Paisagem e
Património 4% S
Valorização
Paisagística A3
―
14%
Recursos
Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP MP
Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP
Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6
4 Critérios
Alimentares 2% S Produção Local de
Alimentos A7
―
32%
8 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):
96
Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC
Classe de
desempenho
ambiental 8
Classe
com
possíveis
melhorias
Cargas
Ambientais
Efluentes 3% S Gestão dos Efluentes A8
―
Emissões
Atmosféricas 2% S
Gestão das Emissões
Atmosféricas A9
―
Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10
5 Critérios Ruído
Exterior 3% S Gestão do Ruído A11
12%
Poluição
Ilumino-
térmica
1% S Gestão Ilumino-
térmica A12
―
Conforto
Ambiental
Qualidade do
Ar 5% S
Gestão da Qualidade
do Ar A13
Conforto
Térmico 5% S
Gestão do Conforto
Térmico A14
3 Critérios Iluminação e
Acústica 5% S
Gestão de Outras
Condições de
Conforto
A15
―
15%
Vivência
Socioeconómica
Acesso para
Todos 3% S
Contribuir para a
Acessibilidade A16
―
Diversidade
Económica 4% S
Contribuir para a
Dinâmica Económica A17
Amenidades
e Interacção
Social
4% S Contribuir para as
Amenidades A18
―
5 Critérios Participação
e Controlo 3% S
Condições de
Controlo A19
―
19% Custos no
Ciclo de Vida 5% S
Contribuir para os
Baixos Custos no
Ciclo de Vida
A20
Uso Sustentável Gestão
Ambiental 4% S
Promover a
Utilização e Gestão A21
2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22
8%
Classe obtida na avaliação
Valor do projeto (%) 26,31
(MAS)
25,42
(MP)
46,60
97
Após toda esta etapa de discussão específica aos casos de estudo, com a apresentação de melhorias possíveis
de implementar, resta acrescentar outros pontos gerais do trabalho.
A metodologia foi seguida e tanto o método de abordagem aplicado à revisão bibliográfica como aos hotéis,
pelo sistema LiderA, revelaram-se um sucesso. Ainda assim, há que referir que, neste caso, a recolha de dados
pode ser sempre mais extensa (embora os apresentados já sejam resultado de uma longa pesquisa), bem como
a fiabilidade destes raramente é infalível. Nomeadamente no âmbito dos custos de implementação dos
sistemas de certificação, que podem ser ligeiramente diferentes atualmente, e dos dados exibidos nas áreas da
Energia, Água e Resíduos, que são passíveis de ter sofrido alterações no entretanto ou até não serem exatos.
Mesmo os dados fornecidos pelos hotéis MAS e MP podem não corresponder a uma realidade exata, devido
por exemplo a falhas ou lacunas nos processos de monitorização. Tem-se como exemplo mais marcante dos
casos de estudo os valores indicativos da geração de resíduos nos dois hotéis, que foram extrapolados pelo
autor, após umas informações adiantadas pela gerência dos hotéis. É assim uma primeira adoção numérica
para possibilitar as análises. Isso aconteceu porque em nenhum dos hotéis se documenta este tipo de prática,
contrariamente ao que acontece com a energia e a água onde existem comprovativos dos consumos nas
respetivas redes.
Este estudo fica, então, limitado aos dados recolhidos e apresentados, daí que possa não representar
totalmente (ou de todo) a verdadeira realidade da indústria hoteleira internacional e brasileira. Isso só
aconteceria com um estudo que abordasse todos os hotéis mundiais, incluindo-se Brasil, logo é uma limitação
de certa forma relativa.
Relativamente à avaliação de sustentabilidade efetuada pelo LiderA, alguns parâmetros analisados no sistema
só seriam possíveis de garantir após uma vistoria e um processo de verificação especializados. Esta situação
não aconteceu devido à distância geográfica entre Portugal e Brasil, não existindo condições para justificar uma
deslocação de acessoria LiderA aos hotéis em estudo.
Quanto ao LiderA, em si, apesar de toda a flexibilidade de adaptação que apresenta é quase impossível
encaixar perfeitamente em todos os edifícios, devido ao vasto leque de tipologias e serviços que existem. Por
isso, cada caso é um caso e é provável que a realidade total de cada um nunca seja retratada em toda a sua
magnitude. Adicionalmente o facto de ser a primeira vez que o LiderA é aplicado em território brasileiro pode
ainda dificultar um pouco mais essa adaptação.
99
6. Conclusões e recomendações
6.1. Conclusões finais
Os dados ambientais revelam que as atividades humanas e a sociedade estão a exercer no meio ambiente uma
pressão devastadora, que tem de ser urgentemente atenuada. É notório o crescimento de consciência
ambiental que se tem registado e de atitudes que se inserem na dinâmica da sustentabilidade, nos diversos
campos sociais e económicos. A temática do ambiente parece já não ser totalmente indiferente a ninguém,
mesmo que não se aja de acordo com isso.
Embora os motivos que levam a ações ecológicas aparentem, às vezes, ser impulsionados por outras forças
(como razões financeiras, de imagem, etc.) que não a tomada de consciência ambiental, as mudanças vão
sendo feitas. Ainda que a um ritmo lento, o panorama ambiental parece ter vindo a melhorar
consideravelmente nos últimos anos; resta, no entanto, saber se ainda a tempo de não haver danos
irreversíveis e que poderiam ter sido evitados.
Um dos sectores com importantes impactes ambientais diretos (como a ocupação do solo, consumo de energia
e água) é o sector do turismo, nomeadamente e desde logo os hotéis, já que atualmente o número de quartos
a nível mundial ultrapassa os 17,5 milhões. Os hotéis e o seu edificado são cada vez mais desafiados a integrar
e valorizar a dimensão ambiental e até procurar a sustentabilidade. Nesse sentido os sistemas de avaliação e
certificação podem ser mecanismos interessantes para a sua aplicação eficiente.
A integração de sistemas de avaliação e certificação ambiental na gestão dos hotéis causa reduções de custos
financeiros e de impactes ambientais importantes, sendo recomendável a adoção destes programas, sempre
que possível, ainda que as medidas possam ter um pay-back mais alargado: mas futuramente irão acabar por
recompensar monetária e ambientalmente.
Embora o número de hotéis certificados ambientalmente ainda seja reduzido, é de esperar que no futuro este
cenário mude e a certificação ambiental possa tornar-se uma condição habitual/obrigatória. Com o papel que
os hotéis têm no turismo em geral, o bom desempenho ambiental destes refletir-se-ia numa melhoria
ecológica local e global.
No entanto, cada zona e tipologia de hotéis tem especificidades, pelo que a aplicação dos sistemas de avaliação
da sustentabilidade devem ser devidamente ajustados. Nesse sentido foi efetuado o desenvolvimento de
limiares ajustados ao Brasil especialmente para os critérios da área da Energia, Água e Resíduos.
Os valores de práticas encontrados para os limiares dos hotéis no Brasil foram de 30 kWh/hóspede/noite na
área da Energia, 400 l/hóspede/noite para a área da Água e 1,5 kg/hóspede/noite para a área dos Resíduos.
Estes valores serviram, com base na função fatorial do LiderA, para se construírem as classes dentro de uma
lógica prescritiva e de desempenho, onde por exemplo a classe A é 50 % sobre a prática de referência - a classe
E, com os ditos valores a representarem o limiar usual de consumo. Importa referir que os valores de
desempenho quantitativos no Brasil ainda merecem um maior aprofundamento.
100
Tendo em vista testar os limiares, e após tentar contacto com vários hotéis, os hotéis Marina All Suites e
Marina Palace localizados no bairro do Leblon no Rio de Janeiro mostraram-se disponíveis e aceitaram que se
efetuasse a aplicação desta versão.
Ambos os hotéis obtiveram no global uma sólida classe A, que em termos ambientais significa uma melhoria de
desempenho de 50% em relação à prática comum. Ainda assim, caso implementem certas medidas de
melhoria, ambos têm potencial de progressão para uma estável classe seguinte (classe A+), que por sua vez
representa uma melhoria de desempenho de 75% em relação ao usual. Muitas dessas melhorias, podem
inclusive nem se revelar muito dispendiosas, pois passam apenas por adequações relativamente simples, com
custos monetários reduzidos.
No geral, o esforço necessário ao Marina All Suites e Marina Palace para alcançarem a classe global A+ não
aparenta ter de ser enorme, e tão pouco impossível, já que com algumas melhorias se gerariam mudanças
muito significativas. É de referir que em determinados casos pequenas mudanças, aparentemente
insignificantes, acabam por representar uma grande influência no desempenho ambiental e elevar, nesse
critério/área, a classe para um nível bem superior e sustentável.
É ainda de mencionar que em ambos os hotéis o panorama está um pouco dividido relativamente às três áreas
mais importantes, especialmente no caso do Marina All Suites. Isto porque os dois hotéis apresentam bons
desempenhos (classes A e A+) na área da Energia mas desempenhos fracos (classe D) na área dos Resíduos.
Relativamente à área da Água o Marina Palace tem boas práticas enquanto que no Marina All Suites isso já não
se verifica, apresentando valores de consumo bem elevados. Contudo, sendo as áreas da Energia e Água das
que têm um maior peso no geral (10% cada uma) comparativamente ao peso reduzido (3%) da área dos
Resíduos, o panorama total não se ressente tanto. Mesmo no caso do Marina All Suites, o facto de apresentar
classe tão baixa na Água acaba por ser colmata, de certa forma no âmbito global, por apresentar classe muito
elevada na Energia. Com isso dá-se uma compensação nos pratos da balança dos dois hotéis, entre as classes
A+ e F, para o Marina All Suites, e as duas classes A, para o Marina Palace.
O sistema LiderA aparenta ser, de acordo com a literatura revista, o sistema mais flexível e adaptável às
condições locais de outro país (no caso o Brasil), em especial para avaliar empreendimentos hoteleiros, razões
estas que ditaram que se afigurasse como potencial opção para efetuar este estudo.
De resto, a indústria baseada em sustentabilidade ambiental ainda parece estar pouco incutida na cultura
brasileira, fazendo com que a sua implementação possa ser mais dificultada. Tome-se como exemplo o caso da
reciclagem, já que existem muitas fábricas deste tipo pelo país mas não se dá a devida separação na fonte nem
está muito inserida a política dos ecopontos na sociedade. Estes são definitivamente parâmetros a necessitar
de revolução urgente.
101
6.2. Recomendações e desenvolvimentos futuros
Uma das principais recomendações no desenvolvimento de trabalhos de análise de desempenho é, desde logo,
uma lógica de avaliação ambiental de ciclo de vida, tendo em vista contribuir para definir a escala de
desempenho para cada tipologia hoteleira no Brasil, bem como o seu melhor ajustamento à escala prescritiva.
Numa visão mais genérica é aconselhável efetuarem-se mais estudos deste género de forma a que fique
possível precisar, cada vez melhor, o estado geral dos hotéis, em termos de desempenho ambiental, tanto no
Rio de Janeiro como em todo o Brasil. Neste sentido também seria muito útil um estudo de benchmarking na
indústria hoteleira brasileira e no âmbito da certificação ambiental, pois isso facultaria as melhores práticas
exercidas nestas áreas e conduziria a desempenhos superiores a nível do ambiente. Ainda seria possível
adequar esta estratégia a outras tipologias de edifícios, e assim todo o edificado estaria a caminhar lado a lado
na busca da sustentabilidade.
Relativamente aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace, estes podem executar num futuro próximo
(espera-se) algumas ações que podem ajudar à sua sustentabilidade turística. Seguem como exemplo:
iniciarem uma campanha de pesagem dos resíduos, de preferência com dados detalhados sobre cada tipo de
resíduo (papel, vidro, matéria orgânica, etc.) para que fiquem cientes da quantidade realmente gerada e
publicitarem informação das suas boas práticas e consumos. É recomendável que os hotéis mantenham o
desejo constante de aperfeiçoar e otimizar a sua dinâmica de prestadores de serviços hoteleiros, pois essa
postura abre portas aos responsáveis pela sua gestão, para procurar novas metas e desafios de melhorias nos
desempenhos dos hotéis. Isso refletiu-se no agrado demonstrado pela gerência aquando da entrega da
proposta de estudo da avaliação da sustentabilidade dos dois hotéis Marina.
Estes desenvolvimentos e estudos devem serem aprofundados envolvendo a avaliação ambiental de ciclo de
vida, alargando a aplicação do LiderA a outros hotéis brasileiros, pois isso permitiria que o sistema fosse
ficando mais ajustado à realidade brasileira e totalmente habilitado à avaliação de edificados no Brasil.
103
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117
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A-1
Anexos
A.1. Tabela Geral dos Limiares – LiderA V2.0 Brasil
A.1.1. Limiares para avaliação da vertente Integração Local
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Não
satisfaz
nenhum
crédito
Não
satisfaz
nenhum
crédito
Não
satisfaz
nenhum
crédito
Nº de Créditos
Nº de Créditos
Nº de Créditos
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
Satisfaz
pelo menos
10 créditos
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
Satisfaz
pelo
menos 14
créditos
Satisfaz
pelo
menos 15
créditos
Satisfaz
pelo
menos 20
créditos
Satisfaz
pelo
menos 16
créditos
Análise territorial:
1. Promover aglomerados urbanos compactos: construir nos vazios urbanos, nas zonas degradadas ou abandonadas - 2 créditos;
2. Construir em áreas urbanas com solo contaminado, que deverá ser descontaminado (antigas fábricas, campos de minas, aterros, lixeiras,
entre outros ) - 2 créditos;
3. Promover a construção de redes urbanas infra-estruturadas (redes de esgotos, telecomunicações, gás e água) - 1 crédito / caso já existam 2
créditos;
4. Promover a adopção de vários usos do solo simultâneos [usos previstos: habitação, comércio, serviços, equipamentos, indústria (excepto a
que envolve actividades perigosas, nocivas ou poluentes)l]: 2 usos - 1 crédito; 3 usos - 2 créditos; ≥ 4 usos - 3 créditos;
Análise do solo:
5. Determinar a percentagem de área permeável do solo face ao total do lote:
» entre [12,5% e 25%[ da área de solo é permeável - 2 créditos;
» entre [25% e 50%[ da área de solo é permeável - 4 créditos;
» entre [50% e 75%[ da área de solo é permeável - 6 créditos;
» entre [25% e 50%[ da área de solo é permeável - 8 créditos;
6. Minimizar a erosão do solo através de vegetação com raízes médias a profundas, adaptáveis a locais sensíveis (zonas inclinadas ou expostas
às condições climatéricas, locais com elevada utilização) ou de sistemas de pendentes (muros, socalcos, gabiões) - 1 crédito
Determinação das zonas verdes:
1. Determinar a percentagem de áreas verdes face à área total do lote:
» entre [12,5% e 25%[ da área do lote é constituída por zonas verdes - 2 créditos;
» entre [25% e 50%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 4 créditos;
» entre [50% e 75%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 6 créditos;
» entre [25% e 50%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 8 créditos.
2. Nº de espécies arbóreas autóctones mantidas e/ou introduzidas:
» [0 - 2] – 1 crédito;
» [2 - 4] – 2 créditos;
» [4 - 6] – 3 créditos;
» > 6 – 4 créditos;
Interligação das zonas verdes:
3. Desenho das ligações entre espaços verdes:
a. Continuidade através de:
» arborização (2 créditos);
» espaços verdes permeáveis (2 créditos);
» fachadas verdes (1 crédito);
» coberturas verdes (1 crédito).
4. Número e abrangência das ligações entre espaços verdes (valores referentes a ligações até metade do lote):
» 1 - 2 ligação (2 intervenção),
» 2 - 4 ligações (4 intervenções),
» > 4 ligações (6 intervenções).
Edificado:
1. Adequar as intervenções às condições topográficas locais - 2 créditos
2. Inserção visual na circundante (numa área montanhosa a construção tipicamente montanhosa, numa área de praia seguir o estilo
arquitectónico das construções típicas) - 1 crédito
3. Promover o alinhamento de cérceas - edificado com alturas semelhantes - 1 crédito
4. Cores, Materiais e Técnicas Construtivas:
a. A utilização de uma palete de cores dentro das existentes no local - 2 créditos;
b. Utilização de materiais de acordo com os tipicamente utilizados na circundante - 2 créditos;
c. Utilização de técnicas construtivas locais - 2 créditos.
Espaços exteriores:
5. Criar condições de valorização estética da paisagem (contribuição do edificado para a definição e valorização da malha urbana) - 1 crédito
6. Relação de proporção entre os espaços exteriores e o edificado de pelo menos 1/1 (1m de largura de rua corresponde a 1m de altura no
edificado) - 3 créditos
7. Fachadas alinhadas e com distâncias semelhantes ao limite dos respectivos lotes - 1 crédito
8. Inexistência de paramentos verticais opacos (empenas, taludes, etc), com excepção dos que possuam valor artístico ou ambiental (murais,
fachadas verdes ,etc) - 1 crédito
9. Manutenção, Reabilitação de espaços ou edifícios que façam parte do património cultural, natural ou construído do local de intervenção - 4
créditos
Satisfaz
pelo
menos 13
créditos
Satisfaz
pelo
menos 16
créditos
Nº de
Critério
A1
A2
A3
A-3
A.1.2. Limiares para avaliação da vertente Recursos
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Desenho Passivo:
1. Situação/Organização favorável face a outros edifícios ou condicionantes naturais - 1 crédito;
2. Orientação a norte: 1 crédito por cada 25% dos espaços;
3. Factor forma (que garanta o menor rácio Aenvolvente/Volume interior), pelo menos 1,21 – 1 crédito;
4. Isolamento térmico adequado dos paramentos exteriores (paredes, coberturas e pavimentos) - 2 créditos;
5. Massa térmica da estrutura média a forte (utilização de elementos de inércia forte: adobe, terra, alvenaria de betão, massas de acumulação de
água, elementos maciços) - 1 crédito;
6. Vãos:
a. Sombreamento dos vãos envidraçados (1 crédito até 50% dos vãos envidraçados, 2 créditos para mais de 50% dos vãos envidraçados);
b. Vidros com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho - 1 crédito;
c. Caixilharia (com estanquicidade a infiltrações de ar, coeficiente de transmissão térmica adequado e de corte térmico) – 1 crédito;
d. Fenestração selectiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como Avãos/Apavimento) - 1 crédito;
7. Minimização ou eliminação de pontes térmicas - 1 crédito;
8. Ventilação natural cruzada - 1 crédito;
9. Introdução de sistemas passivos: parede de trombe, geotermia, "efeito de estufa", entre outros - 1 crédito se for em [0 – 50]% dos espaços, 2
créditos ]50 – 100]% dos espaços).
Desenho Activo:
10. Produção de energia a partir de Energias Renováveis: solares térmicos, fotovoltaicos, eólicos, biomassa, geotérmicos, etc - 4 créditos;
11. Percentagem de energia consumida proveniente de fontes de energia renovável:
» entre [12,5% e 25%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 2 créditos;
» entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 4 créditos;
» entre [50% e 75%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 6 créditos;
» entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 8 créditos;
12. Utilização de equipamentos eficientes, que garantam menores consumos de energia - 2 créditos;
13. Utilização de soluções e sistemas que permitam reduzir os consumos de energia - 2 créditos.
Satisfaz
pelo menos
10 créditos
ou
consumos
de ]18,75-
22,5] kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
ou
consumos
de ]250-
300]
l/hóspede/
noite
Acesso a água potável:
1. Garantir o acesso a água potável - promovendo o tratamento da água proveniente dos aquíferos locais ou garantindo o acesso a fontes de água
potável - 2 créditos
2. Desenvolver as infraestruturas necessárias ao abastecimento e fornecimento de água potável aos utentes do empreendimento - 1 crédito
3. Monotorizar periodicamente a qualidade da água potável consumida - 1 crédito
Níveis de consumo de água potável:
4. Uso de torneiras misturadoras e redutores de caudal - 1 crédito
5. Equipamentos eficientes - 1 crédito
6. Autoclismo de dupla descarga - 1 crédito
7. Sistemas "waterless" - 2 créditos
8. Reutilização de águas pluviais ou águas usadas tratadas para rega, recirculação, lavagem de pavimentos, entre outros - 2 créditos
9. Utilização de espécies autóctones - 1 crédito
10. Sistemas de monitorização dos consumos (além dos contadores de água e acessibilidade aos utilizadores) - 1 crédito
Gestão das águas locais no edificado ou espaços envolventes:
11. Retenção, tratamento (se necessário) e descarga de águas de escorrência no local - 2 créditos;
12. Construção de infraestruturas de captação e drenagem das águas de escorrência - 1 crédito
13. Recolha de águas pluviais nas áreas impermeabilizadas onde não ocorra circulação (cobertura, terraços sem utilização, entre outros) - 1
crédito
14. Utilização de lagos de sedimentação, piscinas, bacias de infiltração ou pântanos - 1 crédito
15. Adopção de sistemas de recolha separativos que permitam separar águas residuais, de águas cinzentas e de águas negras - 1 crédito
Nº de créditos
Satisfaz
pelo
menos 10
créditos, e
pelo
menos 1
alimento é
animal
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
ou
consumos
> 30 kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
consumos
> 400
l/hóspede/
noite
Não
satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
ou
consumos
de ]300-
350]
l/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
ou
consumos
de ]350-
400]
l/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
10 créditos
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
Satisfaz
pelo menos
9 créditos
ou
consumos
de ]100-
200]
l/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
7 créditos
ou
consumos
de ]200-
250]
l/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
14 créditos
ou
consumos
de ]7,5-15]
kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
ou
consumos
de ]15-
18,75]
kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
ou
consumos
de ]22,5-
26,25]
kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
ou
consumos
de ]26,25-
30] kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo
menos 18
créditos ou
consumos
de ]3-7,5]
kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo
menos 12
créditos ou
consumos
de ]40-100]
l/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
25 créditos
ou
consumos
≤ 3 kWh/
hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
14 créditos
ou
consumos
≤ 40
l/hóspede/
noite
Nº de Créditos
Nº de Créditos
Nº de Créditos
Satisfaz
pelo menos
12
créditos, e
pelo menos
2 alimentos
são
animais
Satisfaz
pelo menos
16 créditos
Satisfaz
pelo
menos 13
créditos
Materiais:
1. Percentagem de materiais, face ao total utilizado, produzidos a distância inferior a 200kms
» até 50% dos materiais - 3 créditos;
» mais de 50% dos materiais - 6 créditos;
2. Percentagem de materiais, face ao total, de baixo impacte, reciclados, reutilizados, renováveis, não transformados:
» até 50% dos materiais - 3 créditos;
» mais de 50% dos materiais - 6 créditos;
Durabilidade dos Materiais:
3. Aplicação de soluções/materiais duráveis na estrutura do empreendimento, com uma duração estimada entre [40 - 50[ anos - 1 crédito;
4. Aplicação de soluções/materiais duráveis nos acabamentos exteriores do empreendimento, com uma duração estimada entre [5-10[ anos - 1
crédito;
5. Aplicação de soluções/materiais duráveis nas canalizações do empreendimento, com uma duração estimada entre [15 - 20[ anos - 1 crédito;
6. Aplicação de soluções/materiais duráveis nos vãos do empreendimento, com uma duração estimada entre [5 - 10[ anos - 1 crédito;
7. Aplicação de soluções/materiais duráveis na envolvente do empreendimento, com uma duração estimada entre [20- 30[ anos - 1 crédito.
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
Satisfaz
pelo menos
1 crédito
Não existe
produção
local de
alimentos
1. Locais onde existe produção alimentar:
a. cobertura - 1 crédito;
b. logradouro - 1 crédito;
d. varandas - 1 crédito;
c. estufa - 1 crédito.
2. Existência de locais de armazenamento da produção alimentar - 1 crédito;
3. Fornecimento de utensílios necessários à produção alimentar - 1 crédito;
4. Diversidade da produção alimentar:
a. Alimentos vegetais: cereais, frutas, legumes, frutos secos, especiarias, hortaliças, ervas medicinais, etc. - 1 crédito para cada tipo de
alimentos vegetais produzidos;
b. Alimentos provenientes de animais: leite, ovos, carne de mamíferos, carne de aves, etc. - 1 crédito para cada tipo de alimentos animais
produzidos.
Satisfaz
pelo menos
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
Nº de
Critério
A5
A4
A6
A7
A-5
A.1.3. Limiares para avaliação da vertente Cargas Ambientais
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.
» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).
» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.
Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3
créditos por cada medida):
» existência de lareiras,
» aquecedores a gás,
» aquecedores de exterior com bilha,
» fogões a gás,
» esquentadores/caldeiras,
» fumo do tabaco permitido,
» veículos estacionados no interior,
» existência de poeiras,
» existência de fungos,
» existência de bacterias.
Nº de créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 5
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de situações
e
equipamento
s que
totalizaram
no máximo
até 8
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 10
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]10 -
13] créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]13 -
16]
créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]16 -
20]
créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]20 -
25] créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
mais de 25
créditos
Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:
1. Equipamentos:
a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2
créditos);
5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);
6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até
50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).
Nº de créditos
Foram
implementa
dos ≥ 13
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementad
os entre [11 -
13[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões de
ruído para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [7 -
11[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [5
- 7[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[4 - 5[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[2 - 4[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre ]0
- 2[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Não foram
implementa
das
quaisquer
medidas
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):
1. No exterior:
a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;
b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);
c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;
d. Presença de arborização;
2. No interior:
a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por
cada elemento com vegetação);
b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);
c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre
eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);
d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).
» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):
- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;
- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;
- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.
Nº de créditos
Implementar
am-se ≥ 18
créditos, e
pelo menos
4 créditos
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[14 - 18[
créditos, e
pelo menos
2 créditos
nos efeitos
luminosos.
Implementar
am-se entre
[12 - 14[
créditos, e
pelo menos
1 crédito
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[9 - 12[
créditos
Implementa
ram-se
entre [6 - 9[
créditos
Implementa
ram-se
entre [3 - 6[
créditos
Implementa
ram-se
entre [0 - 3[
créditos
» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;
» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
Tipo de Sistema implementado:
- Fito-ETAR - 2 créditos;
- Fossa séptica - 1 crédito.
Satisfaz
entre ]3 - 5]
créditos
Satisfaz
entre ]1 - 2]
créditos
Não existe
tratamento
de águas
Nº de créditosSatisfaz até
10 créditos
Satisfaz até
8 créditos
Satisfaz até
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
16 créditos
ou geração
de ]0,15-
0,38]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
20 créditos
ou geração
≤ 0,15
kg/hóspede/
noite
Satisfaz 12
créditos
Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:
1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;
2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;
3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);
4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1
crédito;
5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;
6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;
7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;
8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de
50% - 2 créditos).
Medidas com vista à separação de resíduos:
9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;
10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;
11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2
créditos;
Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:
12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em
seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;
13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem
ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;
14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;
15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1
crédito;
16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2
créditos.
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração >
1,5
kg/hóspede
/noite
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração de
]1,31-1,5]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
ou geração
de ]1,13-
1,31]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
ou geração
de ]0,94-
1,13]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
ou geração
de ]0,75-
0,94]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
ou geração
de ]0,38-
0,75]
kg/hóspede/
noite
Nº de créditos
Nº de
Critério
A9
A11
A12
A8
A10
A-6
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.
» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).
» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.
Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3
créditos por cada medida):
» existência de lareiras,
» aquecedores a gás,
» aquecedores de exterior com bilha,
» fogões a gás,
» esquentadores/caldeiras,
» fumo do tabaco permitido,
» veículos estacionados no interior,
» existência de poeiras,
» existência de fungos,
» existência de bacterias.
Nº de créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 5
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de situações
e
equipamento
s que
totalizaram
no máximo
até 8
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 10
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]10 -
13] créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]13 -
16]
créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]16 -
20]
créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]20 -
25] créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
mais de 25
créditos
Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:
1. Equipamentos:
a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2
créditos);
5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);
6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até
50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).
Nº de créditos
Foram
implementa
dos ≥ 13
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementad
os entre [11 -
13[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões de
ruído para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [7 -
11[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [5
- 7[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[4 - 5[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[2 - 4[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre ]0
- 2[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Não foram
implementa
das
quaisquer
medidas
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):
1. No exterior:
a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;
b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);
c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;
d. Presença de arborização;
2. No interior:
a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por
cada elemento com vegetação);
b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);
c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre
eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);
d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).
» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):
- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;
- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;
- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.
Nº de créditos
Implementar
am-se ≥ 18
créditos, e
pelo menos
4 créditos
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[14 - 18[
créditos, e
pelo menos
2 créditos
nos efeitos
luminosos.
Implementar
am-se entre
[12 - 14[
créditos, e
pelo menos
1 crédito
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[9 - 12[
créditos
Implementa
ram-se
entre [6 - 9[
créditos
Implementa
ram-se
entre [3 - 6[
créditos
Implementa
ram-se
entre [0 - 3[
créditos
» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;
» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
Tipo de Sistema implementado:
- Fito-ETAR - 2 créditos;
- Fossa séptica - 1 crédito.
Satisfaz
entre ]3 - 5]
créditos
Satisfaz
entre ]1 - 2]
créditos
Não existe
tratamento
de águas
Nº de créditosSatisfaz até
10 créditos
Satisfaz até
8 créditos
Satisfaz até
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
16 créditos
ou geração
de ]0,15-
0,38]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
20 créditos
ou geração
≤ 0,15
kg/hóspede/
noite
Satisfaz 12
créditos
Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:
1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;
2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;
3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);
4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1
crédito;
5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;
6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;
7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;
8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de
50% - 2 créditos).
Medidas com vista à separação de resíduos:
9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;
10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;
11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2
créditos;
Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:
12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em
seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;
13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem
ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;
14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;
15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1
crédito;
16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2
créditos.
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração >
1,5
kg/hóspede
/noite
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração de
]1,31-1,5]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
ou geração
de ]1,13-
1,31]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
ou geração
de ]0,94-
1,13]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
ou geração
de ]0,75-
0,94]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
ou geração
de ]0,38-
0,75]
kg/hóspede/
noite
Nº de créditos
Nº de
Critério
A9
A11
A12
A8
A10
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.
» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).
» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.
Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3
créditos por cada medida):
» existência de lareiras,
» aquecedores a gás,
» aquecedores de exterior com bilha,
» fogões a gás,
» esquentadores/caldeiras,
» fumo do tabaco permitido,
» veículos estacionados no interior,
» existência de poeiras,
» existência de fungos,
» existência de bacterias.
Nº de créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 5
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de situações
e
equipamento
s que
totalizaram
no máximo
até 8
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
no máximo
até 10
créditos
Verificou-se
a ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]10 -
13] créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]13 -
16]
créditos
Verificou-
se a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]16 -
20]
créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
entre ]20 -
25] créditos
Verificou-se
a
ocorrência
de
situações e
equipament
os que
totalizaram
mais de 25
créditos
Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:
1. Equipamentos:
a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2
créditos);
2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);
4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2
créditos);
5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);
6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até
50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).
Nº de créditos
Foram
implementa
dos ≥ 13
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementad
os entre [11 -
13[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões de
ruído para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [7 -
11[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre [5
- 7[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[4 - 5[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre
[2 - 4[
créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Foram
implementa
dos entre ]0
- 2[ créditos
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
Não foram
implementa
das
quaisquer
medidas
com vista a
reduzir as
emissões
de ruído
para o
exterior
» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):
1. No exterior:
a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;
b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);
c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;
d. Presença de arborização;
2. No interior:
a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por
cada elemento com vegetação);
b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);
c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre
eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);
d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).
» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):
- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;
- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;
- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.
Nº de créditos
Implementar
am-se ≥ 18
créditos, e
pelo menos
4 créditos
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[14 - 18[
créditos, e
pelo menos
2 créditos
nos efeitos
luminosos.
Implementar
am-se entre
[12 - 14[
créditos, e
pelo menos
1 crédito
nos efeitos
luminosos
Implementar
am-se entre
[9 - 12[
créditos
Implementa
ram-se
entre [6 - 9[
créditos
Implementa
ram-se
entre [3 - 6[
créditos
Implementa
ram-se
entre [0 - 3[
créditos
» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;
» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;
- até 50% - 2 créditos;
- mais de 50% - 4 créditos;
Tipo de Sistema implementado:
- Fito-ETAR - 2 créditos;
- Fossa séptica - 1 crédito.
Satisfaz
entre ]3 - 5]
créditos
Satisfaz
entre ]1 - 2]
créditos
Não existe
tratamento
de águas
Nº de créditosSatisfaz até
10 créditos
Satisfaz até
8 créditos
Satisfaz até
6 créditos
Satisfaz
pelo menos
16 créditos
ou geração
de ]0,15-
0,38]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
20 créditos
ou geração
≤ 0,15
kg/hóspede/
noite
Satisfaz 12
créditos
Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:
1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;
2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;
3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);
4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1
crédito;
5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;
6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;
7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;
8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de
50% - 2 créditos).
Medidas com vista à separação de resíduos:
9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;
10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;
11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2
créditos;
Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:
12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em
seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;
13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem
ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;
14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;
15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1
crédito;
16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2
créditos.
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração >
1,5
kg/hóspede
/noite
Não
satisfaz
nenhum
crédito ou
geração de
]1,31-1,5]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
2 créditos
ou geração
de ]1,13-
1,31]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
4 créditos
ou geração
de ]0,94-
1,13]
kg/hóspede
/noite
Satisfaz
pelo menos
8 créditos
ou geração
de ]0,75-
0,94]
kg/hóspede/
noite
Satisfaz
pelo menos
12 créditos
ou geração
de ]0,38-
0,75]
kg/hóspede/
noite
Nº de créditos
Nº de
Critério
A9
A11
A12
A8
A10
A-7
A.1.4. Limiares para avaliação da vertente Conforto Ambiental
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Medidas a aplicar:
1. Adequada ventilação natural ajustada à actividade presente em cada local (2 créditos);
2. Correcta disposição dos espaços interiores do edifício que potencie a ventilação natural, nomeadamente a cruzada (até 50% da área: 1
crédito, mais que 50% da área: 2 créditos);
3. Reduzir ou eliminar potenciais emissões de contaminantes do ambiente interior: microrganismos nas cozinhas, radão, legionella, amianto,
fungos e bolores, fumo do tabaco, pesticidas, partículas e chumbo (1 crédito);
4. Garantia de salubridade dos espaços interiores assegurando a sua protecção a bactérias, micróbios ou parasitas que possam ser
transmissores de doenças (2 créditos);
5. Implementar medidas com vista a redução de contaminações no ar (COV´s, micro-contaminações, odores, gases) (1 crédito);
6. Promoção da circulação e ventilação do ar nos espaços envolventes ao edificado (2 créditos);
7. Existência de um plano de monitorização de controlo da qualidade do ar (1 crédito).
Nº de créditosSatisfaz 9
créditos
Satisfaz 7
créditos
Satisfaz 6
créditos,
incluindo
ventilação
natural
adequada
Satisfaz 5
créditos,
incluindo
ventilação
natural
adequada
Satisfaz 3
créditos,
incluindo
ventilação
natural
adequada
Satisfaz 2
créditos
Satisfaz 1
crédito
Não se
aplicaram
quaisquer
medidas com
vista a
garantir um
bom nível de
conforto
térmico
Verificou-se a
implementaçã
o entre ]9 - 6]
créditos
Verificou-se a
implementaç
ão entre ]6 -
5] créditos
Verificou-se a
implementaç
ão entre ]5 -
3] créditos
Verificou-se a
implementaç
ão entre ]3 -
2] créditos
Cumprimento
de 12
créditos
Cumprimento
de 8 créditos
Cumprimento
de 6 créditos
Verificou-se a
implementaçã
o de ≥ 11
créditos
Cumprimento
de 18
créditos ou
mais
Verificou-se a
implementaç
ão entre ]11 -
9] créditos
Cumprimento
de 15
créditos
Nº de créditos
Nº de créditos
Verificou-se a
implementaçã
o entre ]2 - 0[
créditos
Cumprimento
de 1 crédito
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Garantir o conforto térmico dos Ocupantes e utilizadores (considerar a atribuição de 1 crédito para cada uma das seguintes medidas):
1. Inércia térmica média a forte;
2. Orientação adequada do edifício (considerando o clima);
3. Distribuição interna dos espaços adequada;
4. Factor forma (que garanta o menor rácio envolvente/Volume interior);
5. Colocação de fenestração selectiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como vãos/pavimento);
6. Isolamento térmico adequado;
7. Utilização de paredes que permitam trocas adequadas interior/exterior;
8. Minimização de pontes térmicas;
9. Ventilação adequada para as diferentes divisões segundo os diferentes usos (com admissão de ar pelas divisões principais e exaustão pelas
secundárias);
10. Sombreamento de vãos envidraçados (preferencialmente exteriores);
11. Vidros: duplos e com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho;
12. Caixilharia com estanquicidade a infiltrações de ar e coeficiente de transmissão térmica adequado;
13. Sistemas passivos que potenciem conforto (paredes de trombe, etc).
Medidas a aplicar em termos de iluminação:
1. Iluminação natural:
a. Iluminação natural nas divisões principais – 2 créditos;
b. Iluminação natural nas divisões secundárias e comuns– 1 crédito;
c. Utilização de dispositivos que favoreçam a penetração de iluminação natural no interior – 1 crédito;
d. Acabamentos interiores de cor clara - 1 crédito;
e. Diminuição das superfícies interiores muito reflectoras - 1 crédito;
f. Boa orientação e distribuição dos vãos envidraçados, face às condições locais de iluminação (topografia e construções envolventes) - 1
crédito;
g. Sombreamento de vãos envidraçados: Sul, Este e Oeste - 1 crédito;
2. Iluminação artificial:
a. Correcta implementação e dimensionamento das luminárias, nomeadamente para as seguintes áreas: escritório, cozinha, sala de jantar,
corredores comuns, entre outros considerados relevantes no projecto (2 créditos);
b. Iluminação eficaz dos planos de trabalho - 1 crédito;
c. Mecanismos intuitivos e de fácil acesso para controlo da iluminação, com possibilidade de regulação -1 crédito;
d. Assegurar bons níveis de iluminação artificial no exterior do edificado, em especial nos espaços de concentração da população - 1 crédito.
Medidas a aplicar em termos acústicos:
3. O edifício insere-se numa zona com pouco ruído na envolvente: localização correcta do edificado de forma a garantir a protecção a fontes de
ruído locais - 1 crédito;
4. Organização espacial adequada aos ruídos provenientes das instalações existentes no interior do edifício, tais como, elevadores, couretes,
cozinhas, entre outros considerados relevantes no projecto em avaliação - 2 créditos;
5. Aplicação de isolamento acústico adequado aos diversos compartimentos:
a. paredes exteriores - 1 crédito,
b. paredes de compartimentação - 1 crédito,
c. pavimentos - 1 crédito,
d. tectos falsos - 1 crédito,
e. couretes, essencialmente nas redes de distribuição de água, águas residuais e dos sistemas de ventilação - 1 crédito;
6. Caixilharia estanque e com isolante na zona de aplicação entre o vidro e o caixilho - 1 crédito;
7. Utilização de vidros duplos - 1 crédito;
8. Existência de apoios anti-vibratórios para a porta da garagem e elevadores - 1 crédito.
Nº de
Critério
A13
A14
A15
A-9
A.1.5. Limiares para avaliação da vertente Vivência Socioeconómica
Nº de
Critério
A16
A17
A18
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Não satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Não satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz pelo
menos 8
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos, que
incluem 2
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 6
créditos, que
incluem 1
amenidade
humana e/ou
natural a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 4
créditos, que
incluem 1
amenidade
humana e/ou
natural a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 12
créditos
Satisfaz pelo
menos 12
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos
Satisfaz pelo
menos 6
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 26
créditos
Satisfaz pelo
menos 14
créditos, que
incluem mais
do que 4
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 16
créditos
Satisfaz pelo
menos 12
créditos, que
incluem 4
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 20
créditos
Satisfaz pelo
menos 20
créditos
Satisfaz pelo
menos 16
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos, que
incluem 3
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Nº de créditos
Satisfaz pelo
menos 32
créditos
Nº de Créditos
Número e tipo de transportes públicos/colectivos disponíveis - até 1000 m:
1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):
» existe pelo menos 1 transporte públicos/colectivo - 3 créditos
» existem pelo menos 2 transportes públicos/colectivoss - 6 créditos
» existem pelo menos 3 transportes públicos/colectivos - 9 créditos
» existem pelo menos 4 transportes públicos/colectivos - 12 créditos
Tipos de ligações de baixo impacte:
2. Caminhos pedonais:
a. se existirem junto ao edifício (1 crédito);
b. se as dimensões forem adequadas ao fluxo de pessoas que realizarão diariamente esse trajecto (1 crédito);
c. se forem totalmente pedonais (2 crédito).
3. Promover a construção de ciclovias ou averiguar a sua existência num raio de 500 m (2 crédito):
4. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para bicicletas e serviços de apoio (1 crédito)
5. Serviços para Poolshare de Carros, Carros Hibridos ou de Combustiveis ecológicos, Bicicletas (2 créditos);
6. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para veículos ecológicos e posto de abastecimento dedicado (1 crédito)
7. Serviços de transfers (2 créditos).
Abrangência e desenho dos acessos:
8. Desenho inclusivo (acessos - nomeadamente mecânicos) às diferentes áreas intervencionadas:
» entre ] 0 – 50]% da área acessível – 4 créditos;
» entre ]50 – 100]% da área acessível – 8 créditos);
9. Colocação de sinaléticas/sinais sonoros de informação (2 créditos);
10. Colocação de lugares preferenciais de estacionamento em locais privilegiados (1 crédito);
11. Em edifícios sem elevadores obrigatórios - Capacidade, em termos de área, para uma futura instalação de elevadores (1 crédito).
Adaptabilidade das soluções locais:
1. Medidas ao nível dos espaços interiores:
a. Concepção de soluções espaciais, modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas da população local (paredes amovíveis, open space,
duplo pé direito,etc): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;
b. Concepção de soluções de redes e sistemas auxiliares flexíveis, modulares e facilmente acessíveis (tubagens, coretes, multiplicação de
fichas equipamentos electrónicos e telefónicos): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;
2. Medidas ao nível dos espaços exteriores:
a. Mobiliário urbano de fácil remoção e/ou elementos de apoio modulares: até 50% do mobiliário ou dos elementos - 1 crédito; mais que 50%
do mobiliário ou dos elementos - 2 créditos;
b. Superfícies de pavimento facilmente amovíveis: até 50% da superfície - 1 crédito; mais que 50% da superfície - 2 créditos.
Fomento da economia local:
3. Criar soluções espaciais e arquitectónicas que permitam criar valor no local e que possam ser uma mais valia para o mercado imobiliário
(entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-100]% do edifício - 2 créditos);
4. Frente de rua/praça com actividades económicas (entre ]0 -50]% da frente de rua - 1 crédito; entre ]50-100]% da frente de rua - 2 créditos);
5. Diversidade de tipologias (pelo menos 3) e diversidade do valor por fogo num mesmo edifício (entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-
100]% do edifício - 2 créditos);
6. Possibilidade de arrendamento com rendas acessíveis para a classe baixa e população mais jovem (entre [0 - 50]% do total dos fogos - 1
crédito, entre ]50 – 100]% - 2 créditos).
Fomento do trabalho local:
7. Não existe decréscimo no número de empregos e/ou existem oportunidades de emprego relevantes na área envolvente do edifício - 1 crédito;
8. Promover a localização de postos de trabalho nos ambientes construídos locais, com ênfase na empregabilidade da população local - 1
crédito;
9. Promover a formação da população local, com o intuito de criar uma força de trabalho qualificada - 2 créditos;
10. Fomentar a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço público envolvente: comerciais (1 crédito); culturais (1 crédito);
serviços (1 crédito);
11. Promover a igualdade de género e de estatuto social na criação de emprego local - 2 créditos.
Número e tipo de amenidades:
1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):
» existe pelo menos 1 amenidade natural - 1 crédito;
» existem pelo menos 2 amenidades naturais - 2 créditos;
» existem pelo menos 3 amenidades naturais - 3 créditos;
» existem pelo menos 4 amenidades naturais - 4 créditos.
2. Amenidades humanas existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Loja de géneros alimentares, farmácia, centro de saúde,
escola primária e/ou secundária, posto de bombeiros, esquadra de polícia, entre outros):
» existe pelo menos 1 amenidade humana - 1 crédito;
» existem pelo menos 2 amenidades humanas - 2 créditos;
» existem pelo menos 3 amenidades humanas - 3 créditos;
» existem pelo menos 4 amenidades humanas - 4 créditos.
Tipo de interacção com a comunidade e valências das amenidades:
1. Percentagem do edifício (ou dos edifícios) que interage(m) directamente com o espaço público
» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;
» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.
2. Distância máxima de 1000 m entre edifício(s) e espaços de lazer e de encontro da população (parques, jardins, praças, etc)
» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;
» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.
3. Preservação das actividades sociais/culturais existentes:
» apenas 1 actividade - 1 crédito;
» > 1 actividade] - 2 créditos.
4. Promover a criação de actividades sociais e culturais que incentivem a interacção com a comunidade:
» no exterior do edificado (campos de jogos, playgrounds, etc): apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos;
» no interior do edificado (restaurante, loja, biblioteca, etc) : apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos.
Nº de créditos
A-10
Nº de
Critério
A16
A17
A18
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Não satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Não satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz pelo
menos 8
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos, que
incluem 2
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 6
créditos, que
incluem 1
amenidade
humana e/ou
natural a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 4
créditos, que
incluem 1
amenidade
humana e/ou
natural a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 12
créditos
Satisfaz pelo
menos 12
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos
Satisfaz pelo
menos 6
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 26
créditos
Satisfaz pelo
menos 14
créditos, que
incluem mais
do que 4
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 16
créditos
Satisfaz pelo
menos 12
créditos, que
incluem 4
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Satisfaz pelo
menos 20
créditos
Satisfaz pelo
menos 20
créditos
Satisfaz pelo
menos 16
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos, que
incluem 3
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m
Nº de créditos
Satisfaz pelo
menos 32
créditos
Nº de Créditos
Número e tipo de transportes públicos/colectivos disponíveis - até 1000 m:
1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):
» existe pelo menos 1 transporte públicos/colectivo - 3 créditos
» existem pelo menos 2 transportes públicos/colectivoss - 6 créditos
» existem pelo menos 3 transportes públicos/colectivos - 9 créditos
» existem pelo menos 4 transportes públicos/colectivos - 12 créditos
Tipos de ligações de baixo impacte:
2. Caminhos pedonais:
a. se existirem junto ao edifício (1 crédito);
b. se as dimensões forem adequadas ao fluxo de pessoas que realizarão diariamente esse trajecto (1 crédito);
c. se forem totalmente pedonais (2 crédito).
3. Promover a construção de ciclovias ou averiguar a sua existência num raio de 500 m (2 crédito):
4. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para bicicletas e serviços de apoio (1 crédito)
5. Serviços para Poolshare de Carros, Carros Hibridos ou de Combustiveis ecológicos, Bicicletas (2 créditos);
6. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para veículos ecológicos e posto de abastecimento dedicado (1 crédito)
7. Serviços de transfers (2 créditos).
Abrangência e desenho dos acessos:
8. Desenho inclusivo (acessos - nomeadamente mecânicos) às diferentes áreas intervencionadas:
» entre ] 0 – 50]% da área acessível – 4 créditos;
» entre ]50 – 100]% da área acessível – 8 créditos);
9. Colocação de sinaléticas/sinais sonoros de informação (2 créditos);
10. Colocação de lugares preferenciais de estacionamento em locais privilegiados (1 crédito);
11. Em edifícios sem elevadores obrigatórios - Capacidade, em termos de área, para uma futura instalação de elevadores (1 crédito).
Adaptabilidade das soluções locais:
1. Medidas ao nível dos espaços interiores:
a. Concepção de soluções espaciais, modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas da população local (paredes amovíveis, open space,
duplo pé direito,etc): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;
b. Concepção de soluções de redes e sistemas auxiliares flexíveis, modulares e facilmente acessíveis (tubagens, coretes, multiplicação de
fichas equipamentos electrónicos e telefónicos): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;
2. Medidas ao nível dos espaços exteriores:
a. Mobiliário urbano de fácil remoção e/ou elementos de apoio modulares: até 50% do mobiliário ou dos elementos - 1 crédito; mais que 50%
do mobiliário ou dos elementos - 2 créditos;
b. Superfícies de pavimento facilmente amovíveis: até 50% da superfície - 1 crédito; mais que 50% da superfície - 2 créditos.
Fomento da economia local:
3. Criar soluções espaciais e arquitectónicas que permitam criar valor no local e que possam ser uma mais valia para o mercado imobiliário
(entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-100]% do edifício - 2 créditos);
4. Frente de rua/praça com actividades económicas (entre ]0 -50]% da frente de rua - 1 crédito; entre ]50-100]% da frente de rua - 2 créditos);
5. Diversidade de tipologias (pelo menos 3) e diversidade do valor por fogo num mesmo edifício (entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-
100]% do edifício - 2 créditos);
6. Possibilidade de arrendamento com rendas acessíveis para a classe baixa e população mais jovem (entre [0 - 50]% do total dos fogos - 1
crédito, entre ]50 – 100]% - 2 créditos).
Fomento do trabalho local:
7. Não existe decréscimo no número de empregos e/ou existem oportunidades de emprego relevantes na área envolvente do edifício - 1 crédito;
8. Promover a localização de postos de trabalho nos ambientes construídos locais, com ênfase na empregabilidade da população local - 1
crédito;
9. Promover a formação da população local, com o intuito de criar uma força de trabalho qualificada - 2 créditos;
10. Fomentar a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço público envolvente: comerciais (1 crédito); culturais (1 crédito);
serviços (1 crédito);
11. Promover a igualdade de género e de estatuto social na criação de emprego local - 2 créditos.
Número e tipo de amenidades:
1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):
» existe pelo menos 1 amenidade natural - 1 crédito;
» existem pelo menos 2 amenidades naturais - 2 créditos;
» existem pelo menos 3 amenidades naturais - 3 créditos;
» existem pelo menos 4 amenidades naturais - 4 créditos.
2. Amenidades humanas existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Loja de géneros alimentares, farmácia, centro de saúde,
escola primária e/ou secundária, posto de bombeiros, esquadra de polícia, entre outros):
» existe pelo menos 1 amenidade humana - 1 crédito;
» existem pelo menos 2 amenidades humanas - 2 créditos;
» existem pelo menos 3 amenidades humanas - 3 créditos;
» existem pelo menos 4 amenidades humanas - 4 créditos.
Tipo de interacção com a comunidade e valências das amenidades:
1. Percentagem do edifício (ou dos edifícios) que interage(m) directamente com o espaço público
» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;
» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.
2. Distância máxima de 1000 m entre edifício(s) e espaços de lazer e de encontro da população (parques, jardins, praças, etc)
» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;
» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.
3. Preservação das actividades sociais/culturais existentes:
» apenas 1 actividade - 1 crédito;
» > 1 actividade] - 2 créditos.
4. Promover a criação de actividades sociais e culturais que incentivem a interacção com a comunidade:
» no exterior do edificado (campos de jogos, playgrounds, etc): apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos;
» no interior do edificado (restaurante, loja, biblioteca, etc) : apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos.
Nº de créditos
A20
A19
Contribuição para baixos custos no ciclo de vida:
1. Selecção de equipamentos e sistemas com baixos custos de funcionamento e manutenção:
» até 50% dos equipamentos e sistemas - 1 crédito;
» mais de 50% dos equipamentos e sistemas - 2 crédito.
2. Sistemas de poupança de energia e água:
» até 50% dos sistemas - 1 crédito;
» mais de 50% dos sistemas - 2 créditos.
3. Escolha adequada de materiais e soluções construtivas duráveis e resistentes com elevado tempo de vida útil:
» até 50% dos materiais e soluções construtivas - 1 crédito;
» mais de 50% dos materiais e soluções construtivas - 2 créditos.
4. Correcta aplicação dos materiais de acordo com as suas durabilidades e com as exigências a que estão submetidos - 1 crédito.
5. Selecção de materiais, soluções construtivas e sistemas de fácil manutenção:
» até 50% dos materiais, sistemas e soluções construtivas - 1 crédito;
» mais de 50% dos materiais, sistemas e soluções construtivas - 2 créditos.
6. Uso de materiais com alto reaproveitamento ou aproveitamento na reciclagem (alumínio, ferro e madeira):
» até 50% dos materiais e soluções construtivas - 1 crédito;
» mais de 50% dos materiais e soluções construtivas - 2 créditos.
7. Adoptar soluções espaciais que permitam adaptações fáceis a novos usos sem grandes custos adicionais (paredes amovíveis, open space,
duplo pé-direito) - 1 crédito.
Nº de créditos
Satisfaz pelo
menos 10
créditos
Satisfaz pelo
menos 7
créditos
Satisfaz pelo
menos 5
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 3
créditos
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 1
crédito
Não satisfaz
nenhum
crédito
Satisfaz pelo
menos 2
créditos
Satisfaz pelo
menos 16
créditos
Satisfaz pelo
menos 8
créditos
Satisfaz pelo
menos 4
créditos
Satisfaz pelo
menos 20
créditos
Satisfaz pelo
menos 24
créditos
Satisfaz pelo
menos 28
créditos
Nº de Créditos
Soluções para dotar os utentes de capacidade de controlo.
1. ÁREAS EXTERIORES - Aspectos controlados em pelo menos 50% da área de intervenção:
a. vento - 1 crédito
b. sombreamento - 1 crédito
c. Iluminação - 1 crédito
2. ÁREAS INTERIORES -Aspectos controlados em pelo menos 50% da área de intervenção:
a. Temperatura - 1 crédito
b. Humidade - 1 crédito
c. Ventilação natural e/ou artificial - 1 crédito
e. Sombreamento - 1 crédito
f. Iluminação natural e/ou artificial - 1 crédito
Soluções para reduzir riscos naturais:
3. Identificação dos riscos naturais em fase de projecto e apresentação de soluções face a eventuais fenómenos climatéricos extremos (2
créditos)
4. Segurança aos riscos de pluviosidade acrescida (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural para
cheias de 200 anos)
5. Segurança ao risco eólico/vento (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural para ventos da ordem dos
100 km/h).
6. Segurança aos riscos sísmicos (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural).
Soluções para fomentar a salubridade:
7. Prever medidas que permitam melhorar as condições de higiene locais, garantindo a salubridade dos espaços construídos de forma a evitar
riscos associados a doenças contagiosas (1 crédito se foi considerado parcialmente e 2 créditos se foi considerado estrutural).
Soluções para reduzir ameaças humanas:
8. Existência de espaços bem iluminados, vigiados e com campo de visão aberto (entre [0 – 50]% do espaço exterior total - 1 crédito, entre ]50
– 100]% - 2 créditos);
9. Edifícios com fachada e acesso principal inserido na frente/rua (entre [0 – 50]% de edifícios, ou das fachadas totais do edifício - 1 crédito,
entre ]50 – 100]% - 2 créditos);
10. Estabelecimento de horário de abertura/encerramento em áreas cuja segurança/criminalidade seja difícil de controlar (até 50% da área total -
1 crédito e mais de 50% da área total - 2 créditos);
11. Controlo Activo de Ameaças: através de Sistemas de Videovigilância, alarmes ou vigilantes com capacidade de acção (até 50% da área total -
1 crédito e mais de 50% da área total - 2 créditos).
Soluções para dotar os utentes de capacidade de participação:
12. Promover a participação activa dos cidadãos em igualdade de género e de estatuto social - 2 créditos;
14. Promover reuniões periódicas nas várias fases do projecto e construção entre responsáveis pelo projecto, projectistas e utilizadores - 2
créditos;
15. Tomadas de decisão da equipa, paralelamente à consulta da população local (2 intervenções).
16. Interacção com a população durante a fase de operação (ex: Implementação de sistemas online - internet (2 intervenções)
Satisfaz pelo
menos 12
créditos
A-11
A.1.6. Limiares para avaliação da vertente Uso Sustentável
Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G
Aplicação de soluções inovadoras, que contribuem para o bom desempenho do projecto. Essas soluções podem inclusivamente contribuir para o
aprofundamento no domínio das questões de sustentabilidade e devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local. Nº. de elementos
inovadores
Existem pelo
menos 6
elementos
inovadores
em que 3 se
inserem
numa das
seguintes
vertentes:
Conforto
Ambiental,
Recursos,
Integração
Local, Cargas
Ambientais
ou Vivências
Sócio-
Económicas
Existem pelo
menos 5
elementos
inovadores
em que 3 se
inserem
numa das
seguintes
vertentes:
Conforto
Ambiental,
Recursos,
Integração
Local,
Cargas
Ambientais
ou Vivências
Sócio-
Económicas
Existem pelo
menos 4
elementos
inovadores
em que 3 se
inserem
numa das
seguintes
vertentes:
Conforto
Ambiental,
Recursos,
Integração
Local, Cargas
Ambientais
ou Vivências
Sócio-
Económicas
Existem 3
elementos
inovadores
em que 2 se
inserem
numa das
seguintes
vertentes:
Conforto
Ambiental,
Recursos,
Integração
Local, ou
Vivências
Sócio-
Económicas
Existem 2
elementos
inovadores
em que 1 se
insere numa
das
seguintes
vertentes:
Conforto
Ambiental ou
Recursos
Existe 1
elemento
inovador
(independent
emente da
vertente em
que o mesmo
se insere)
Não foram
utilizados
quaisquer
elementos
inovadores no
edifício
Não se
encontram
disponíveis
quaisquer
tipos de
informações
Nº de créditos e
sistemas de
gestão ambiental
ou certificações
reconhecidas
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a ]8 - 6]
créditos da
lista anexa E
o edifício
e/ou
empreendime
nto possui
um sistema
de gestão
ambiental
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a ]6- 3]
créditos da
lista anexa E
o edifício
possui pelo
menos um
sistema de
monitorizaçã
o de vários
aspectos
ambientais e
de
desempenho
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a ]10 - 8]
créditos da
lista anexa E
o edifício
e/ou
empreendime
nto possui
um sistema
de gestão
ambiental
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a ]3 - 0[
créditos da
lista anexa E
o edifício e/ou
empreendime
nto não
possui
qualquer
mecanismo
de Gestão
Ambiental
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a [12 - 10[
créditos da
lista anexa E
o edifício e/ou
empreendime
nto possui
um sistema
de gestão
ambiental
certificado
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a 14
créditos da
lista anexa E
o edifício e/ou
empreendime
nto possui
um sistema
de gestão
ambiental
certificado
pelo EMAS
e/ou ISO
14001 e
certificações
de outros
organismos
Implementar um ou vários sistemas de gestão ambiental, e proceder à sua certificação pelo EMAS ou ISO 14001.
» Disponibilizar sessões educacionais de esclarecimento sobre o modo de utilização dos edifícios - 2 créditos;
Possíveis informações a disponibilizar (contabilizar 1 crédito em cada informação disponibilizada até 50% do edificado - e 2 créditos para mais de
50% do edificado):
» manuais de funcionamento dos equipamentos das habitações: ar condicionado, máquinas de loiça, roupa, etc.;
» manuais sobre equipamentos comuns;
» indicações relativas à utilização, rentabilização e manutenção de elementos especiais não inseridos na estrutura: por exemplo, paredes
trombe, ventilação por tubos enterrados, painéis solares, sensores, etc.;
» indicações relativas aos elementos estruturais e à manutenção dos mesmos (1 crédito para menos de 50% dos elementos e 2 créditos para
mais de 50% dos elementos);
» indicações relativas à desactivação dos equipamentos e materiais e sua correspondente revalorização;
» existência de informações de sensibilização e explicativas da minimização dos consumos de recursos e produção de cargas: nomeadamente
consumos de águas, energéticos, reciclagem, utilização de produtos nocivos, etc., de forma a prevenir condições de higiene e salubridade;
» informações nas áreas comuns e interiores habitacionais sobre o sistema de alarme, incêndio e evacuação.
Foram
disponibilizad
as
informações
corresponden
tes a [14 -
12[ créditos
da lista
anexa E o
edifício e/ou
empreendime
nto possui
um sistema
de gestão
ambiental
certificado,
pelo menos
pelo EMAS
e/ou ISO
14001
Nº de
Critério
A22
A21
A-13
A.2. Resumo da avaliação LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace
A.2.1. Avaliação vertente Integração Local
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req. CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
INT
EG
RA
ÇÃ
O L
OC
AL
SOLO 5% S Valorização Territorial A1
A+
- Promove aglomerados urbanos compactos
- Construção em zona infraestruturada com redes de água potável, elétrica e de telecomunicações
- Potencia e valoriza as especificações do PDM local
- Promove a adoção de vários usos do solo simultâneos (habitação, comércio, serviços, etc.)
ECOSSISTEMAS NATURAIS
5% S Valorização Ecológica A2 E
- Não se aplica no caso, nem podem ser feitas grandes alterações visto se tratar de um edifício turístico já totalmente construído
3 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO
4% S Valorização Paisagística A3 B
- Utilização duma palete de cores dentro dos tons locais
- Materiais de acordo com os utilizados na envolvente
- Utilização de técnicas construtivas locais
- Valorização de vistas e enquadramentos cénicos locais
- Valorização estética da envolvente 14%
A.2.2. Avaliação vertente Recursos
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req. CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
RE
CU
RS
OS
ENERGIA 10% S Gestão da Energia A4 A+ (MAS);
A (MP)
- 50% das divisões principais orientadas a norte - Dimensão adequada dos vãos - Sombreamento dos vãos pelo interior (cortinas e/ou persianas) - Posicionamento favorável face aos ventos dominantes
- Possibilidade de ventilar naturalmente os espaços e de ventilação cruzada
- Isolamentos térmicos exteriores adequados
- Equipamentos energeticamente eficientes
- Avisos para uso energético consciente
- Não há produção nem consumo de energias renováveis
- Valores de consumo energético de 6,7 e 11,4 kWh/hóspede/noite no MAS e MP, respetivamente
ÁGUA 10% S Gestão da Água A5 F (MAS);
A (MP)
- Aplicação de duches e torneiras misturadoras e com redutores de caudal
- Aplicação de autoclismos com dupla descarga
- Monitorização periódica da qualidade da água
- Equipamentos eficientes no consumo de água
- Sistemas para monitorizar consumos
- Valores de consumo de água de 531,2 e 193,7 l/hóspede/noite no MAS e MP, respetivamente
4 Critérios MATERIAIS 10% S Gestão dos Materiais A6 C - Aplicação de materiais duráveis
- Parte dos materiais utilizados é de baixo impacto
32% ALIMENTARES 2% S Produção Local de Alimentos A7 E - Não se aplica no caso, nem podem ser feitas grandes alterações visto se tratar de um edifício turístico já totalmente construído
A-14
A.2.3. Avaliação vertente Cargas Ambientais
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
CA
RG
AS
AM
BIE
NT
AIS
EFLUENTES 3% S Gestão dos Efluentes A8 E - Não verifica nenhuma aplicação devida a esta componente
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
2% S Gestão das Emissões Atmosféricas
A9 A+ - Apenas existe algum tipo de fontes de emissões atmosféricas nos equipamentos a gás na zona de restauração e das caldeiras para aquecimento, na casa das máquinas
RESÍDUOS 3% S Gestão de Resíduos A10 D
- Existência de soluções de recolha, armazenagem e transporte de resíduos urbanos
- Existência de locais para arrumação segura e adequada de embalagens de limpeza e manutenção
- Valores de geração de resíduos de 1,2 kg/hóspede/noite em ambos os hotéis
5 Critérios RUÍDO EXTERIOR 3% S Gestão do Ruído A11 B
- Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos até 50% dos equipamentos
- Pavimentos no exterior silenciosos em mais de 50% dos equipamentos
- Localização adequada de equipamentos que produzem ruído em mais de 50% dos equipamentos
12% POLUIÇÃO
ILUMINO-TÉRMICA 1% S Poluição Ilumino-térmica A12 B
- Aplicação de materiais e soluções construtivas adequadas ao local
- Existência de uma piscina
- Localização privilegiada, muito próximo ao Oceano Atlântico
- Adoção de cores claras (fachadas e pavimentos) e passeios com vegetação
- Correto posicionamento relativamente aos ventos dominantes e espaçamento adequado entre o edificado permitindo a circulação de ar
- Utilização de luminárias com intensidade adequada e possibilidade de controlo desta iluminação
A.2.4. Avaliação vertente Conforto Ambiental
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
CO
NF
OR
TO
AM
BIE
NT
AL
QUALIDADE DO AR 5% S Gestão da Qualidade do Ar A13 A+
- Ventilação natural e artificial adequada
- Eliminação e redução de potenciais emissões de contaminantes do ambiente interior (amianto, fungos, bolores, etc.)
- Promoção da circulação e ventilação do ar nos espaços envolventes ao edificado
- Garantia de salubridade dos espaços interiores assegurando a sua proteção a possíveis transmissores de doenças
CONFORTO TÉRMICO
5% S Gestão do Conforto Térmico
A14 A+
- Orientação adequada: maioria das divisões orientadas para norte
- Existência de isolamento: paredes exteriores e cobertura
- Aplicação de soluções construtivas que permitem trocas adequadas entre o interior e o exterior
- Ventilação artificial e natural
- Fenestração seletiva
- Ventilação adequada para as diferentes divisões segundo os diferentes usos
- Minimização de pontes térmicas
3 Critérios
ILUMINAÇÃO E ACÚSTICA
5% S Gestão de Outras Condições de Conforto
A15 A+
Iluminação natural
- Orientação adequada: a totalidade das divisões principais e a maioria das divisões secundárias têm iluminação natural
- Vãos de dimensões adequadas
- Sombreamento dos vãos pelo interior (regulável)
- Acabamentos interiores e superfícies de cor clara
Iluminação artificial
- Correta implementação e dimensionamento de luminárias
- Iluminação eficaz
- Adoção de mecanismos intuitivos e de fácil acesso para controlo de iluminação
- Possibilidade de regulação dos níveis de iluminação artificial
- Organização espacial adequada dos espaços interiores
- Isolamento acústico aplicado adequadamente
- Utilização de vidros duplos
- Caixilharia estanque e com isolante na zona de aplicação entre o vidro e o caixilho
15%
A-15
A.2.5. Avaliação vertente Vivência Económica
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
VIV
ÊN
CIA
SO
CIO
EC
ON
ÓM
ICA
ACESSO PARA TODOS
3% S Contribuir para a Acessibilidade
A16 A+
- Existência de transportes públicos (ônibus, metrô, táxi, vans) num raio de 500 a 1 000 metros
- Existência de percursos pedonais na envolventes, com dimensões adequadas ao fluxo de utilizadores, alguns exclusivamente pedonais
- Existência de parqueamento de bicicletas
- Serviço de aluguer de bicicletas
- Serviço de transfer local (ônibus e metrô)
- Implementação de soluções inclusivas (rampas) que permitem acesso às zonas comuns (o Marina Palace ainda dispõe de 3 quartos adequados a deficientes físicos)
DIVERSIDADE ECONÓMICA
4% S Contribuir para a Diversidade Económica
A17 A
- Existência de espaços open-space, multiusos e espaços flexíveis e adaptáveis a outros usos
- Instalação de climatização
- Multiplicação de fichas para equipamentos eletrónicos, telefónicos, etc.
- Aumento da possibilidade de trabalho local
- Local com condições propícias à criação de emprego
- Fomenta a oferta de emprego em atividades culturais, comerciais e/ou de serviços na zona
AMENIDADES E INTERACÇÃO
SOCIAL 4% S
Contribuir para as Amenidades
A18 A++
Amenidades na proximidades:
- naturais: Oceano Atlântico, praia do Leblon, lagoa Rodrigo de Freitas, morro dos 2 irmãos - humanas: várias – lojas alimentares, farmácias, centro de saúde, escola, hipódromo e esquadra da policia
- Curta distância entre edifício e espaços de lazer e encontro da população
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
3% S Capacidade de Controlo A19 A+
Possibilidade de controlar:
- no exterior: vento, sombreamento e iluminação artificial - no interior: temperatura, humidade, ventilação artificial e natural, sombreamento de vãos envidraçados e iluminação artificial
- Assume-se a prática comum no controle de riscos naturais, uma vez que não foram apresentados dados que levem a considerar medidas extraordinárias
- Existência de espaços bem iluminados e com campo de visão aberto
- Edifício com fachada e acesso principal inserido na frente/rua
- Existência de detetores de incêndios
- Existência de alarme
5 Critérios
19% CUSTOS NO CICLO
DE VIDA 5% S Custos no Ciclo de Vida A20 C
- Escolha parcial de materiais, duráveis e resistentes, e soluções construtivas adequados ao local
- Correta aplicação dos materiais
- Seleção parcial de sistemas e equipamentos de fácil manutenção
A.2.6. Avaliação vertente Uso Sustentável
VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação
Fundamentação da avaliação
US
O
SU
ST
EN
TÁ
VE
L
GESTÃO AMBIENTAL
4% S Condições de Utilização Ambiental
A21 E - Existência de informações sobre o sistema de alarme, incêndio e evacuação
- Cartões de consciencialização nos quartos para mudança/lavagem de lençóis e toalhas
2 Critérios INOVAÇÃO 4% S Inovações A22
E - Não verifica nenhuma aplicação devida a esta componente
8%
Classe obtida na avaliação: A
LiderA - Sistema de Avaliação da Sustentabilidade® - Critérios de Base V 2.00 26,31% (MAS)
25,42% (MP)