avaliação da sustentabilidade do edificado no rio de janeiro · toda a paciência que...

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Avaliação da sustentabilidade do edificado no Rio de Janeiro Análise de caso de dois hotéis Frederico Mexia Ferreira Galão Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente Júri Presidente: Professor Doutor António Jorge Gonçalves de Sousa Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro Vogal: Professor Doutor José Dinis Silvestre Maio de 2013

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Avaliação da sustentabilidade do edificado no Rio de Janeiro

Análise de caso de dois hotéis

Frederico Mexia Ferreira Galão

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia do Ambiente

Júri

Presidente: Professor Doutor António Jorge Gonçalves de Sousa

Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro

Vogal: Professor Doutor José Dinis Silvestre

Maio de 2013

2

i

Agradecimentos

Quero aqui expressar os meus agradecimentos a todos os que me auxiliaram, mesmo que indiretamente, na

execução deste projeto.

Ao Professor Manuel Pinheiro, em particular, que como orientador sempre se mostrou disponível para me

guiar pelo decurso do trabalho, mesmo através de travessias Atlânticas cibernautas. Também agradeço pelos

horizontes de trabalho que me abriu e ainda pode vir a abrir.

A toda a gerência dos hotéis Marina por me possibilitarem executar os casos de estudo dignamente.

Especialmente à gerente de hospedagem Ana Teresa, à gerente de projetos Beatriz Ciça e à gerente de

governança Gabriela Tavares por me permitirem o acesso às instalações e facultarem dados.

À minha ‘prima’ Nancy por me ceder acesso a meios científicos que me possibilitaram o enriquecimento do

trabalho.

Ao Jaime e ao Francisco por me ajudarem, física e emocionalmente, a encontrar o meu caminho e percurso de

vida, e me orientarem nas fases mais atribuladas.

A todos os meus amigos e familiares pelos momentos vividos, permitindo aliviar dos estudos e trabalho quando

assim era necessário.

Um apreço muito especial e sentido à minha tia Lourdes por todo o apoio e presença que tem na minha vida e

dos “meus” e pela relação de irmandade que tem com a minha mãe…os meus anjos da guarda.

Aos meus pais e irmão por serem parte constante da minha vida, acompanhando-me em tudo o que faço

estejam ou não presentes fisicamente, e pelo apoio incondicional que me dão mesmo quando em desacordo.

Uma palavra especial aos meus pais por sempre me possibilitarem o poder de escolha e livre arbítrio, e por

toda a paciência que demonstraram no meu percurso académico. Obrigado por me terem proporcionado a

melhor experiência da minha vida, até à data: o intercâmbio. A vocês três estarei sempre grato.

Um agradecimento em especial e maior que todos os anteriores à minha mãe, pelo exemplo de vida, trabalho e

pessoa que é e me mostra todos os dias. Por todo o apoio suplementar em funções maternas e académicas. O

meu pilar de suporte…sem ela a vida não faria sentido.

É a todos vós que dedico este trabalho porque sem vocês certamente não teria aqui chegado.

Obrigado do fundo do coração!!

ii

iii

“ A sustentabilidade não é um problema mas sim uma oportunidade.”

(Bill Clinton – Ex presidente dos EUA)

iv

v

Resumo

O edificado é responsável por cerca de metade do consumo dos recursos naturais, com os edifícios a

consumirem mundialmente mais de 40% da energia e a causarem cerca de um terço das emissões de CO2. Com

o número de quartos de hotel no mundo a ultrapassar os 17,5 milhões, os hotéis ecologicamente corretos,

podem constituir uma grande área de ação do desenvolvimento sustentável, providenciando a qualidade nos

serviços através de boas práticas ambientais, e visando obter, se possível, uma certificação ambiental (como

LEED, Processo AQUA ou LiderA).

Objetivos: avaliação do desempenho ambiental do edificado turístico, nomeadamente os hotéis, com especial

atenção às áreas da Energia, Água e Resíduos; integração do LiderA no Brasil e sua aplicação a dois casos de

estudo: os hotéis Marina All Suites e Marina Palace, no Rio de Janeiro.

Resultados: Efetuou-se o desenvolvimento de limiares ajustados ao Brasil, aplicou-se a dois hotéis com boas

práticas para testar. Ambos foram avaliados com a classe global A, que em termos ambientais significa uma

melhoria de desempenho de 50% em relação à prática comum. Os dois hotéis têm potencial de progressão

para a classe seguinte (classe A+), caso implementem certas medidas de melhoria. O hotel Marina Palace

apresenta, a nível internacional e brasileiro, muito boas práticas nas áreas da Energia e Água mas

desempenhos fracos na área dos Resíduos. No hotel Marina All Suites o comportamento é similar, exceto na

área da Água onde apresenta um mau desempenho (classe F). Identificaram-se oportunidades de melhoria e de

desenvolvimentos futuros.

Palavras-chave: Construção sustentável, sustentabilidade turística, sustentabilidade hoteleira, impactes

ambientais, sistema LiderA, Brasil, benchmarking.

vi

vii

Abstract

The building environment is responsible for about half of the natural resources consumption, with buildings

consuming worldwide more than 40% of the total energy and causing approximately a third of the CO2

emissions. With the number of hotel rooms around the world exceeding 17,5 millions, the environmentally

friendly hotels may be an important area of investment for sustainable development. These hotels aim to

provide quality in services with the use of good environmental practices, and to obtain, if possible, an

environmental certification (like LEED, Processo AQUA or LiderA).

Aim: evaluate the touristic buildings environmental performance, namely in hotels, with special focus on the

Energy, Water and Wastes areas; implement LiderA in Brazil and apply it to two study cases: Marina All Suites

and Marina Palace hotels, both in Rio de Janeiro.

Results: Adjusted thresholds were developed to Brazil and applied to two hotels with good environmental

practices for testing. Both hotels were evaluated with global class A, which in environmental figures means a

performance improvement of 50% comparing to standard practices. The two hotels can achieve the next fase

(class A+) if they implement some improvement measures. The Marina Palace hotel displays, when compared

with the international and Brazilian ones, very good practices in Energy and Water areas but weak

performances in the Wastes area. The behavior in the Marina All Suites hotel is similar except in the Water

area, where it shows a bad performance (class F). Improvement opportunities and future developments were

identified.

Keywords: Sustainable construction, tourism sustainability, hotels sustainability, environmental impacts, LiderA

system, Brazil, benchmarking.

viii

ix

Índice geral

Agradecimentos .......................................................................................................................................... i

Resumo ...................................................................................................................................................... v

Abstract ................................................................................................................................................... vii

Índice de figuras ....................................................................................................................................... xiii

Índice de quadros ...................................................................................................................................... xv

Índice de gráficos .................................................................................................................................... xvii

Siglas e abreviaturas ................................................................................................................................. xix

1. Introdução ........................................................................................................................................................... 1

1.1. Enquadramento ........................................................................................................................................... 1

1.1.1. A evolução ambiental ........................................................................................................................... 1

1.1.2. A sustentabilidade na construção ........................................................................................................ 2

1.1.3. A sustentabilidade no turismo ............................................................................................................. 4

1.1.4. Aspetos chave....................................................................................................................................... 5

1.2. Objetivo ....................................................................................................................................................... 6

1.3. Motivação .................................................................................................................................................... 6

1.4. Metodologia ................................................................................................................................................ 7

1.5. Estrutura da Dissertação .............................................................................................................................. 8

2. Sustentabilidade do edificado no caso brasileiro.............................................................................................. 11

2.1. Sustentabilidade em hotéis ....................................................................................................................... 11

2.1.1. A dinâmica hoteleira e seus impactes ................................................................................................ 11

2.1.2. Gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental nos hotéis........................................................... 15

2.1.3. Instrumentos de gestão ambiental .................................................................................................... 17

2.2. Sistemas de certificação e avaliação de desempenho ambiental ............................................................. 20

2.2.1. Sistemas certificadores ....................................................................................................................... 21

2.3. Casos de bom desempenho ambiental...................................................................................................... 38

2.3.1. Hotel Jardim Atlântico ........................................................................................................................ 38

2.3.2. Hotel Vila Galé Albacora ..................................................................................................................... 39

2.3.3. Hotel Heritance Kandalama ................................................................................................................ 40

x

2.3.4. Grande Hotel São Pedro ..................................................................................................................... 41

2.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 42

3. LiderA e desempenhos no Brasil ....................................................................................................................... 45

3.1. LiderA ......................................................................................................................................................... 45

3.1.1. Integração Local ................................................................................................................................. 47

3.1.2. Recursos ............................................................................................................................................. 48

3.1.3. Cargas Ambientais .............................................................................................................................. 50

3.1.4. Conforto Ambiental ............................................................................................................................ 52

3.1.5. Vivência Socioeconómica ................................................................................................................... 53

3.1.6. Uso Sustentável .................................................................................................................................. 56

3.2. Escalas de desempenho ............................................................................................................................. 57

3.2.1. Energia ................................................................................................................................................ 57

3.2.2. Água .................................................................................................................................................... 61

3.2.3. Resíduos ............................................................................................................................................. 63

3.3. Alterações à versão internacional do LiderA ............................................................................................. 66

3.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 66

4. Casos de estudo: Hotel Marina All Suites e Hotel Marina Palace - aplicação e oportunidades de melhoria ... 69

4.1. Apresentação e principais características .................................................................................................. 69

4.1.1. Hotel Marina All Suites ....................................................................................................................... 69

4.1.2. Hotel Marina Palace ........................................................................................................................... 70

4.2. Avaliação de desempenhos ambientais .................................................................................................... 71

4.2.1. Integração Local ................................................................................................................................. 72

4.2.2. Recursos ............................................................................................................................................. 73

4.2.3. Cargas Ambientais .............................................................................................................................. 75

4.2.4. Conforto Ambiental ............................................................................................................................ 77

4.2.5. Vivência Socioeconómica ................................................................................................................... 78

4.2.6. Uso Sustentável .................................................................................................................................. 81

4.3. Desempenhos ambientais globais ............................................................................................................. 85

4.4. Aspetos chave ............................................................................................................................................ 85

5. Discussão crítica dos resultados ........................................................................................................................ 87

xi

5.1. Integração local ......................................................................................................................................... 87

5.2. Recursos ..................................................................................................................................................... 87

5.3. Cargas Ambientais ..................................................................................................................................... 91

5.4. Conforto Ambiental ................................................................................................................................... 92

5.5. Vivência Socioeconómica .......................................................................................................................... 93

5.6. Uso Sustentável ......................................................................................................................................... 94

6. Conclusões e recomendações ........................................................................................................................... 99

6.1. Conclusões finais ....................................................................................................................................... 99

6.2. Recomendações e desenvolvimentos futuros ......................................................................................... 101

Referências bibliográficas ................................................................................................................................... 103

Anexos .................................................................................................................................................................. A-1

A.1. Tabela Geral dos Limiares – LiderA V2.0 Brasil......................................................................................... A-1

A.1.1. Limiares para avaliação da vertente Integração Local ...................................................................... A-1

A.1.2. Limiares para avaliação da vertente Recursos .................................................................................. A-3

A.1.3. Limiares para avaliação da vertente Cargas Ambientais................................................................... A-5

A.1.4. Limiares para avaliação da vertente Conforto Ambiental ................................................................ A-7

A.1.5. Limiares para avaliação da vertente Vivência Socioeconómica ........................................................ A-9

A.1.6. Limiares para avaliação da vertente Uso Sustentável..................................................................... A-11

A.2. Resumo da avaliação LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace ........................................... A-13

A.2.1. Avaliação vertente Integração Local ............................................................................................... A-13

A.2.2. Avaliação vertente Recursos ........................................................................................................... A-13

A.2.3. Avaliação vertente Cargas Ambientais ............................................................................................ A-14

A.2.4. Avaliação vertente Conforto Ambiental ......................................................................................... A-14

A.2.5. Avaliação vertente Vivência Económica ......................................................................................... A-15

A.2.6. Avaliação vertente Uso Sustentável ................................................................................................ A-15

xii

xiii

Índice de figuras

Figura 1 - Equilíbrio necessário ao desenvolvimento sustentável .......................................................................... 2

Figura 2 - Contributo da construção sustentável para o Desenvolvimento sustentável ........................................ 3

Figura 3 - Logótipo ISO .......................................................................................................................................... 18

Figura 4 - Logótipo EU Ecolabel ............................................................................................................................. 19

Figura 5 - Logótipo ABNT - Qualidade Ambiental ................................................................................................. 19

Figura 6 - Logótipo ISO 14001 ............................................................................................................................... 25

Figura 7 - Logótipo EMAS ...................................................................................................................................... 26

Figura 8 - Logótipo BREEAM .................................................................................................................................. 28

Figura 9 - Logótipo LEED ....................................................................................................................................... 30

Figura 10 - Logótipo Processo AQUA .................................................................................................................... 33

Figura 11 - Logótipo LiderA ................................................................................................................................... 35

Figura 12 - Níveis de desempenho ........................................................................................................................ 36

Figura 13 - Logótipo Green Globe ......................................................................................................................... 37

Figura 14 - Logótipo Eco-Hotel .............................................................................................................................. 37

Figura 15 - Perspetivas do Hotel Jardim Atlântico ................................................................................................ 38

Figura 16 - Perspetivas do Hotel Vila Galé Albacora ............................................................................................. 39

Figura 17 - Perspetivas do Hotel Heritance Kandalama ........................................................................................ 40

Figura 18 - Perspetivas do Grande Hotel São Pedro ............................................................................................. 41

Figura 19 - Vista de topo dos hotéis Marina e das suas imediações ..................................................................... 69

Figura 20 - Perfil exterior do hotel Marina All Suites ............................................................................................ 70

Figura 21 - Perfil exterior do hotel Marina Palace ................................................................................................ 70

Figura 22 - Sombras provocadas pela imponência dos hotéis .............................................................................. 73

Figura 23 - Exposição do MAS à luz solar .............................................................................................................. 74

Figura 24 - Torneira misturadora com redutor de caudal do MAS ....................................................................... 74

Figura 25 - Piscina do MP com vista panorâmica para o oceano .......................................................................... 77

Figura 26 - Bike Rio ................................................................................................................................................ 79

Figura 27 - Sala executiva e Lounge/multiusos do MAS ....................................................................................... 80

Figura 28 - Vista periférica em relação ao hotel de algumas das amenidades locais ........................................... 81

Figura 29 - Cartão de consciencialização na mudança de lençóis ......................................................................... 82

Figura 30 - Cartão de consciencialização na mudança de toalhas ........................................................................ 82

Figura 31 - Desempenho ambiental global atingido ............................................................................................. 85

xiv

xv

Índice de quadros

Quadro 1 - Classificação e requisitos dos hotéis no Brasil .................................................................................... 13

Quadro 2 - Ações ambientais obrigatórias nas diferentes classificações de unidades hoteleiras ........................ 15

Quadro 3 - Introdução resumida dos principais sistemas de certificação ambiental ........................................... 23

Quadro 4 - Custos de implementação da ISO 14001 ............................................................................................ 25

Quadro 5 - Custos de implementação do EMAS ................................................................................................... 27

Quadro 6 - Categorias gerais do BREEAM ............................................................................................................. 29

Quadro 7 - Custos de implementação do LEED..................................................................................................... 32

Quadro 8 - Categorias e famílias do Processo AQUA ............................................................................................ 34

Quadro 9 - Ferramentas de análise do LiderA ...................................................................................................... 46

Quadro 10 - Valores internacionais de consumo energético em hotéis ............................................................... 59

Quadro 11 - Valores brasileiros de consumo energético em hotéis ..................................................................... 59

Quadro 12 - Limiares do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA-Brasil ................................................ 60

Quadro 13 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA V2.0

Brasil ...................................................................................................................................................................... 60

Quadro 14 - Valores internacionais de consumo de água em hotéis ................................................................... 62

Quadro 15 - Valores brasileiros de consumo de água em hotéis ......................................................................... 62

Quadro 16 - Limiares do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA-Brasil .................................................... 62

Quadro 17 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA V2.0 Brasil

.............................................................................................................................................................................. 63

Quadro 18 - Valores internacionais de geração de resíduos em hotéis ............................................................... 64

Quadro 19 - Valores brasileiros de geração de resíduos em hotéis ...................................................................... 64

Quadro 20 - Limiares do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA-Brasil .......................................... 65

Quadro 21 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA V2.0

Brasil ...................................................................................................................................................................... 66

Quadro 22 - Resumo das características urbanísticas dos empreendimentos ..................................................... 71

Quadro 23 - Integração Local: Áreas e Critérios de base considerados ................................................................ 72

Quadro 24 - Recursos: Áreas e Critérios de base considerados ............................................................................ 73

Quadro 25 - Valores de consumo energético dos hotéis MAS e MP .................................................................... 74

Quadro 26 - Valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP ................................................................................ 75

Quadro 27 - Cargas Ambientais: Áreas e Critérios de base considerados ............................................................ 76

Quadro 28 - Valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP ..................................................................... 77

Quadro 29 - Conforto Ambiental: Áreas e Critérios de base considerados .......................................................... 77

Quadro 30 - Vivência Socioeconómica: Áreas e Critérios de base considerados ................................................. 79

Quadro 31 - Uso Sustentável: Áreas e Critérios de base considerados ................................................................ 82

Quadro 32 - Classes de desempenho ambiental atual.......................................................................................... 83

Quadro 33 - Ponderação das classes dos valores globais ..................................................................................... 84

xvi

Quadro 34 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de energia em hotéis ........................................... 88

Quadro 35 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de água em hotéis ............................................... 89

Quadro 36 - Valores internacionais e brasileiros de geração de resíduos em hotéis ........................................... 91

Quadro 37 - Classes de desempenho ambiental atual e de possível desempenho futuro ................................... 95

xvii

Índice de gráficos

Gráfico 1 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Integração Local ............................ 87

Gráfico 2 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MAS ..................... 90

Gráfico 3 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MP ....................... 90

Gráfico 4 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Cargas Ambientais ......................... 92

Gráfico 5 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Conforto Ambiental ....................... 93

Gráfico 6 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Vivência Socioeconómica .............. 94

Gráfico 7 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Uso Sustentável ............................. 95

xviii

xix

Siglas e abreviaturas

ABC - Área Bruta Construída

ABIH - Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

APA - Agência Portuguesa do Ambiente

APCER - Associação Portuguesa de Certificação

ASHRAE - Refrigerating and Air-conditioning Engineers

ASTM - American Society for Testing and Materials

BEN - Balanço Energético Nacional

BRE - Building Research Establishment

BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method

CE - Comissão Europeia

CFCs - Clorofluorocarbonetos

CNTur - Confederação Nacional do Turismo

COVs - Compostos Orgânicos Voláteis

CUELE - Comité de l'Union Européenne pour le Label Écologique

DOE - US Department of Energy

EMAS - Eco Management and Audit Scheme

Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo

EPA - US Environmental Protection Agency

EPI - Environmental Performance Index

ETAR - Estação de Tratamentos de Águas Resíduais

EUA - Estados Unidos da América

EU Ecolabel - Rótulo Ecológico da União Europeia

GBCB - Green Building Council Brasil

xx

GEE - Gases com efeito de estufa

HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points

HQE - Haute Qualité Environnementale

IEA - Internacional Energy Agency

IHEI - International Hotels Environment Initiative

IISD - International Institute for Sustainable Development

Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

ISO - International Organization for Standardization

LiderA - Liderar pelo Ambiente

LEED - Leadership in Energy and Environmental Design

MAS - Marina All Suites

MP - Marina Palace

ONG - Organização Não Governamental

ONU - Organização das Nações Unidas

PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

PDM - Plano Diretor do Município

PIB - Produto Interno Bruto

Processo AQUA - Alta Qualidade Ambiental

QAE - Qualidade Ambiental do Edifício

SGA - Sistema de Gestão Ambiental

SGE - Sistema de Gestão do Empreendimento

SGQ - Sistema de Gestão de Qualidade

tep - toneladas equivalentes de petróleo

UHs - Unidades Habitacionais

UNCED - United Nations Conference on Environment and Development

xxi

UNEP - United Nations Environment Programme

UNWTO - World Tourism Organization

USGBC - United States Green Building Council

WCED - World Commission on Environment and Development

WTTC - World Travel and Tourism Council

xxii

1

1. Introdução

1.1. Enquadramento

1.1.1. A evolução ambiental

Desde os primórdios e até surgir o homem, os ambientes naturais apresentavam, de um modo geral, um

equilíbrio dinâmico. Com o decorrer dos tempos, verificou-se progressivamente uma intervenção humana mais

intensa na exploração dos recursos naturais - em especial de água, terra, energia e recursos minerais. O

desenvolvimento tecnológico, científico e económico das sociedades foi acompanhado pelo consequente

avanço dessa exploração levando aos elevados (ou mesmo sobrelevados) níveis explorativos que se verificam

na atualidade (Huang et al., 2010, p. 136; Ross, 2011, p. 1).

O ritmo consumista assoberbado exercido na natureza resulta numa insuficiência dos ecossistemas em

sustentar e suportar o peso imposto pela humanidade. Nesse contexto surge o termo “pegada ecológica”,

sendo comumente usado como indicador de sustentabilidade para explorar qualquer estilo de vida (cidades,

nações, produtos, serviços, etc.). Segundo Wackernagel e Rees (1996, p. 5):

Talvez receando um futuro cenário negro, nas últimas décadas tem crescido a preocupação e interesse público

em manter e gerir adequadamente os recursos e ecossistemas naturais, já que estes são em grande parte

responsáveis pela saúde e bem-estar da população (Burger, 2008, p. 6). Esta preocupação ecológica tem ganho

uma maior predominância mundial, conduzindo a uma nova forma de pensamento, traduzida num novo

padrão comportamental e, consequentemente, numa maior busca de atitudes “ecologicamente corretas”

(Tomanik e Nakagawa, 2011).

Esta nova onda ecológica assenta em motivos que podem ir dum súbito ganho de consciência ambiental, à

necessidade de apresentar uma imagem de negócio mais verde, ou ainda por se tratar de um tema que agora

“está na moda”. No entanto, e por mais díspares que sejam as motivações, o que realmente importa é que

sejam tomadas iniciativas de mudança, já que se vem constatando, de modo cada vez mais evidente, que não

estão em funcionamento as melhores dinâmicas ambientais.

Ficou ainda mais clara a necessidade de se proceder a alterações nas práticas vigentes, bem como qual a

posição do ambiente na sociedade, a partir do momento em que a gestão deste integrou a agenda política

global (Kirk, 1998, p. 33). Um dos principais propulsores disso foi a Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente e o Desenvolvimento (UNCED), mais conhecida como Rio 92, de onde resultou a Agenda 21:

documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a participar na solução dos problemas

socio-ambientais rumo a um desenvolvimento sustentável (Kirk, 1998, p. 93; Stuermer et al., 2010, p. 2).

“Pegada ecológica representa a quantidade de área terrestre e aquática necessária para sustentar os níveis

correntes de consumo de recursos e descargas de resíduos de determinada população.”

2

Na sequência desta série de eventos merece também destaque o Protocolo de Quioto, criado no Japão em

1997. Este tratado visa estabelecer mecanismos para o comércio de emissões de Gases com Efeito de Estufa

(GEE), numa dinâmica de desenvolvimento limpo, permitindo aos países desenvolvidos baixarem os custos da

redução das suas emissões poluentes (APOTEC, 2007, p. 322).

O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido pela World Commission on Environment and

Development - WCED (Hosseini e Kaneko, 2012, p. 197; Kirk, 1998, p. 34; United Nations, 1987, p. 15; Waas et

al., 2010, p. 631), no relatório “Our Common Future” - também denominado relatório Brundtland - como:

De forma a que o desenvolvimento sustentável se consiga impor no

mundo atual é determinante que se encontre o equilíbrio das três

dimensões que compõem a Triple Bottom Line: sociedade, economia e

ambiente - ver Figura 1 - (Assaf et al., 2012, p. 596; Gimenez et al., 2012,

p. 149). Outrora considerada impraticável, esta abordagem define

atualmente as estratégias a longo termo e as práticas diárias em

diversas empresas líderes, por todo o mundo (McDonough e Braungart,

2002, p. 251).

Refira-se no entanto que, embora o teor da sustentabilidade esteja assente nos três pilares já mencionados,

ao longo deste trabalho, dado o âmbito e contexto do estudo, sempre que se aborde este tema será com foco

essencialmente na componente ambiental.

1.1.2. A sustentabilidade na construção

Os habitantes dos países desenvolvidos, em especial os que vivem nas grandes cidades, estão rodeados e

dependentes (às vezes, excessivamente!) de ambientes construídos que, de certa forma, possibilitam o estilo

de vida a que estão acostumados. Contudo, isso faz com que passem a maior parte das suas vidas “entre

portas” (Peri e Rizzo, 2012, p. 151). O cidadão comum, nomeadamente em climas frios, pode passar mais de

95% do seu tempo dentro de edifícios, porque os locais de trabalho, de compras e desporto são

predominantemente indoor (Lee, 1996, p. 3).

Faz, por isso, sentido que a construção se tenha tornado num dos maiores e mais importantes sectores do

mercado industrial atual, como adianta o United Nations Environment Programme (UNEP, 2003, p. 5) -

principal autoridade global em meio ambiente e responsável por promover a conservação do meio ambiente e

o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável. Esta mesma entidade, defende

também que a construção é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e por 7% do

Figura 1 - Equilíbrio necessário ao desenvolvimento sustentável (INFAP,

2013)

“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as

possibilidades de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.”

3

emprego em todo o mundo – o que equivale a 111 milhões de pessoas- sendo por isso, muito provavelmente,

o maior empregador industrial do mundo.

Contudo, a construção tem um impacte significativo no ambiente (Tan et al., 2011, p. 225). Esta indústria é

responsável pelo consumo de cerca de metade dos recursos extraídos à natureza pelo Homem, caso se

mantenham os padrões atuais, de acordo com o UNEP (2003, p. 5), o avanço dos espaços construídos destruirá

ou afetará até 2032 os habitats naturais e a vida selvagem em cerca de 70% da superfície terrestre.

De modo a contrariar estas tendências é, portanto, crucial que sejam feitas mudanças na indústria da

construção, tornando-a mais sustentável (de preferência totalmente sustentável!), para que reine o respeito

pelo meio ambiente no rumo do desenvolvimento.

É aqui, nesta linha de pensamento, que a construção sustentável entra como um campo importantíssimo. De

acordo com o Conseil International du Bâtiment - CIB (apud Kibert, 2008, p. 6):

Desta forma, com o objetivo de aplicar o conceito da construção sustentável no grande cerne da questão, há

que centrar as atenções em particular nos edificados. Existem centenas de milhões de edifícios singulares que

assumem responsabilidade pelo consumo de mais de 40% da energia total do mundo (Duić et al., 2013, p. 4;

Raspin, 2011, p. 3; UNEP-SBCI, 2009, p. 9). Estes mesmos edifícios causam ainda entre um quarto (Raspin,

2011, p. 3) a um terço (UNEP-SBCI, 2009, p. 9) das emissões de CO2 mundiais. A cada dia que passa continuam

a ser construídos mais edifícios, com grandes ineficácias a níveis operacionais e de consumo e que continuarão

de pé até 2050, ou mesmo durante mais tempo (Raspin, 2011, p. 3).

Como os edifícios têm uma esperança de vida muito elevada

as consequências de uma construção mal projetada e

elaborada far-se-ão sentir igualmente por muito tempo (Yang

et al., 2013, p. 212). É, por isso, desejável e perentório que, ao

erguer futuros edifícios, se implementem as devidas medidas

na sua construção de modo a otimizar os seus níveis de

funcionamento e tomarem o caminho para o

desenvolvimento sustentável (ver Figura 2).

Quanto aos inúmeros edifícios impossibilitados de sofrer

alterações de base (por custos elevados inerentes à sua

demolição e/ou construção, escassez de espaço para

construir, etc.) a renovação e a readaptação são as soluções indicadas para a sua sustentabilidade (Langston et

al., 2008, p. 1710).

Figura 2 - Contributo da construção sustentável para o Desenvolvimento sustentável (LIDERA, 2013c)

“Construção sustentável consiste uma abordagem integrada de criação e gestão responsável de um

ambiente construído saudável, baseado na eficiência de recursos e princípios ecológicos.”

4

1.1.3. A sustentabilidade no turismo

De acordo com Barreto (2008, p. 13) uma das definições mais recentes de turismo é de Oscar de La Torre e diz

que:

Numa era em que o turismo está propagado à escala mundial, seja por motivos de lazer, de negócios ou até por

necessidade/desejo promovido pelo mercado publicitário, a indústria turística transformou-se numa das mais

importantes atividades económicas da atualidade (De Camillis et al., 2010, p. 149; Rodrigues, 2011, p. 74; Zhai,

2010, p. 558), apenas perdendo para as indústrias de armamento e petróleo (Rodrigues, 2011, p. 74).

De acordo com a World Tourism Organization (UNWTO, 2012) - principal organização internacional no campo

turístico - o turismo internacional movimenta, atualmente, cerca de 1 bilião de turistas/ano e gera uma receita

aproximada de 1 trilião US$, correspondendo a cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Intimamente ligado ao turismo está a indústria do alojamento turístico que é, de certa forma, responsável por

fornecer os serviços de estadia e guarida a todo esse mundo de pessoas que deixa o seu espaço próprio,

temporariamente, numa dinâmica turística. Por sua vez o sector de alojamento tem uma enorme afinidade

com a indústria hoteleira, que se apresenta possivelmente como o seu maior ramo. Contudo, nem todo o

turismo inclui hotel nem todos os hotéis são turísticos, já que existem hotéis principalmente direcionados ao

atendimento de pessoas de negócios (executivos), não tendo portanto a sua sobrevivência exclusivamente

associada ao turismo (Barreto, 2008, pp. 13, 14).

A prática do turismo apesar de seus vários benefícios, motivo claro pelo qual as pessoas a fazem, tem

associados diversos impactes negativos, em especial os de carácter ambiental. O sector do turismo necessita de

grandes quantidades de combustíveis fósseis e de energia nos processos de transportes, acomodação

(nomeadamente hotéis), atividades turísticas e outros serviços (Park e Boo, 2010, p. 97). Esse cenário gera um

conflito, cada vez mais notório, entre o desenvolvimento do turismo e a proteção ambiental ecológica nos

destinos turísticos (Zhang et al., 2011, p. 6369).

Daí que a matéria de turismo sustentável ou ecoturismo, tenha vindo a ganhar cada vez mais importância nos

tempos que correm e se tenha tornado num dos focos principais na gestão de destinos turísticos (McGehee et

al., 2013, p. 355). O turismo sustentável é, basicamente, a aplicação do conceito do desenvolvimento

sustentável ao ramo do turismo, e diz-se envolver um equilíbrio impressionante entre as três dimensões da

Triple Bottom Line - ver Figura 1- (Bramwell e Lane, 2011, p. 413). Esta versão de turismo com o seu apelo

ecológico, apresenta-se como uma solução na forma de aliar os prazeres adjacentes às práticas turísticas, ao

compromisso e ao respeito pela sustentabilidade ambiental, social, cultural e económica de todos os

segmentos sociais envolvidos (Tomanik e Nakagawa, 2011).

“O turismo é um fenómeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou

grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem

do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma actividade lucrativa nem

remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, económica e cultural.”

5

Um dos grandes campos de atuação no turismo sustentável, é a aplicação deste conceito à indústria hoteleira,

já que as questões ambientais desempenham nesta um papel único, por quatro razões fundamentais. Primeiro,

o funcionamento de um hotel engloba um conjunto de pequenas atividades, cada uma usando recursos

limitados e tendo um efeito danoso, talvez mínimo, no ambiente; segundo, na maioria dos países é

relativamente rara a existência de legislação ambiental para regular hotéis, devido aos seus impactes

ambientais menos visíveis, havendo por isso espaço para ações voluntárias de gestão ambiental; terceiro, os

hóspedes são diretamente influenciados pelos serviços fornecidos pelos hotéis, estando por isso expostos às

suas boas práticas ambientais; quarto, e por último, o ambiente natural faz parte da prática turística em si,

determinando de várias formas a qualidade e satisfação oferecida aos turistas (Leonidou et al., 2013, p. 95).

Por outro lado é necessário referir que, embora cada hotel, em singular, possa aparentar não causar grandes

danos, num todo eles são responsáveis por gerar uma quantidade considerável de resíduos e apresentar

consumos significativos de energia, água, materiais, alimentos, produtos de limpeza, entre outros recursos

necessários à execução e atendimento das rotinas diárias de operacionalização e funcionamento. Alia-se a isto

tudo o facto de grande parte da gestão destes processos estar inevitavelmente “nas mãos” dos próprios

hóspedes e/ou funcionários, devido ao carácter dos serviços prestados. Ou seja, o segmento hoteleiro possui

uma grande propensão para o desperdício. Todos estes motivos originaram a que se tivesse em consideração o

papel dos hotéis nas questões ambientais e incitaram ao trabalho no sentido de obter a sustentabilidade

nestes (de Viera e Hoffmann, 2006, p. 2).

É, então, que ganham forma os denominados “eco-hotéis”. Estes conseguem providenciar serviços de

qualidade com a implementação na sua estrutura e funcionamento de corretas práticas ambientais, que

passam essencialmente pelo uso eficaz e adequado de energia, água e materiais. Com as manobras de

reconversão para se adequarem à gama eco, como por exemplo os investimentos necessários, a revelarem

sucesso, dá-se o aumento dos lucros e o decréscimo dos custos, e isso tem feito aumentar o número de fãs

(proprietários e ocupantes) deste tipo de instalações (Alexander, 2002, p. 2).

É assim mais que desejável que esta propensão se mantenha, pois tornaria o negócio turístico mais apelativo,

mais livre de possíveis danos ambientais e até, provavelmente, mais rentável/lucrativo.

1.1.4. Aspetos chave

Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:

A pressão da sociedade humana sobre o planeta Terra, em especial na exploração dos recursos

naturais, tem vindo a fazer-se sentir cada vez mais, o que despoletou uma preocupação crescente no

sentido de parar essas atitudes danosas para o ambiente e adotar a posição do desenvolvimento

sustentável;

A construção é, atualmente, um dos maiores sectores do mercado industrial mas, também se revela

como um dos principais causadores de práticas ambientais incorretas. Existem milhões de edificados

6

construídos (e muitos em construção) que são responsáveis, mundialmente, pelo consumo de cerca

de 40% da energia total e de 1/4 a 1/3 das emissões de CO2. A construção sustentável pode vir a

inverter este panorama ambiental associado à construção;

O turismo, como uma das atividades económicas mais importantes, acarreta também nos seus

processos diversos impactes ambientais negativos. Daí que o turismo sustentável tenha vindo a

ganhar forma como a aplicação turística do conceito de desenvolvimento sustentável;

Os hotéis, como parte integrante e fundamental do turismo, apresentam-se como um dos principais

campos de atuação para a sustentabilidade no turismo. Afigura-se como grande solução os eco-hotéis,

que visam em simultâneo providenciar a qualidade nos serviços e a implementação de práticas

ambientalmente corretas.

1.2. Objetivo

A presente dissertação de mestrado tem como principais objetivos:

a) Avaliar o desempenho e modos de procura da sustentabilidade do edificado turístico, nomeadamente

os hotéis, analisando-se mais profundamente as principais (e mais básicas) componentes que entram

no ciclo de vida e funcionamento de um hotel: a energia, a água e os resíduos;

b) Integrar o sistema de análise de sustentabilidade nacional, de seu nome LiderA, em mais um país que

tem no português a sua língua oficial: o Brasil;

c) Testar a aplicação do LiderA em duas unidades hoteleiras na cidade do Rio de Janeiro.

1.3. Motivação

A relevância deste estudo prende-se na questão de ser escassa a existência de uma correta funcionalidade

sustentável em edifícios, especialmente os do tipo hoteleiro.

A escolha do Brasil, nomeadamente o Rio de Janeiro, para efetuar o caso de estudo, deveu-se às condições

sociais, económicas e ambientais locais que apresenta. País com grande disparidade social e de economia

emergente tem mostrado uma preocupação acrescida na questão ambiental. De destacar nesta matéria a tão

proclamada Rio 92 (realizada em 1992) onde foi consagrado o conceito de desenvolvimento sustentável e, mais

recentemente, a Rio+20, que teve lugar em 2012.

O grande mercado turístico local suscita uma atracão adicional, já que o Rio de Janeiro será o palco principal da

Copa do Mundo de 2014 e o anfitrião dos Jogos Olímpicos de 2016. Estes eventos certamente catapultarão o

seu turismo para altos índices, senão mesmo para os maiores de sempre. Aliando-se o facto de a

7

sustentabilidade estar em foco para esses dois eventos poder-se-á gerar uma plataforma de lançamento destas

medidas de sustentabilidade nos hotéis.

Especialmente motivador é também o facto de se tratar de um estudo com aplicação muito prática.

A título mais pessoal, a participação durante o 1º semestre do ano letivo de 2011/2012 no projeto Smile

(mobilidade estudantil na América Latina, Caraíbas e Europa) possibilitou o contacto direto com a realidade

brasileira, especificamente a do Rio de Janeiro, e a avaliação dos casos de estudo in loco.

1.4. Metodologia

A abordagem utilizada passou, primeiramente, por um processo de revisão bibliográfica assente em artigos,

livros, dissertações e sites relevantes para o tema, recorrendo-se para isso a alguns dos motores de busca

científica mais aclamados (ScienceDirect, b-on, Web of Knowledge, etc). Deu-se sempre prevalência aos

conteúdos mais recentes, com maior ênfase na última década, e que contivessem as keywords (construção

sustentável, sustentabilidade turística, sustentabilidade hoteleira, impactes ambientais, sistema LiderA, Brasil,

benchmarking) em que assenta o trabalho.

De referir que em toda a organização textual se tentou seguir, sempre que possível, os contextos na forma

objetiva: mundo, Brasil, Rio de Janeiro. Isso permitiu apresentar os diversos conceitos chave de

sustentabilidade nos edificados (com especial análise aos turísticos), analisar o estado ambiental dos hotéis e

ainda apresentar os sistemas de certificação ambiental de maior renome a nível mundial e brasileiro. Note-se,

também, que todas as conversões monetárias feitas para Reais (R$), nomeadamente na descrição dos sistemas

certificadores (ver secção 2.2.1), foram feitas utilizando taxas de câmbio aproximadas (disponíveis em

http://pt.rateq.com/historicalexchangerate) relativas ao ano dos valores registados, de forma a tentar obter

totais o mais fidedignos possíveis.

Numa segunda fase, dada a necessidade de fazer uso de um dos vários sistemas de avaliação de desempenho

ambiental, foi selecionado o LiderA, cujas características se adequam preferencialmente a este estudo.

Finalmente, na última das fases dá-se a apresentação de dois casos de estudo assentes no sistema LiderA. Para

este efeito foi efetuado um estudo local (no Rio de Janeiro) acerca dos possíveis objetos de estudo hoteleiros

para avaliação, e iniciou-se o contacto para averiguação. Entre os vários hotéis contactados, apenas dois foram

recetivos a fornecer dados e documentos próprios (como faturas de energia e água) e permitiram uma visita às

instalações: os hotéis Marina All Suites (MAS) e Marina Palace (MP). São dois dos hotéis com maior

preponderância da zona sul do Rio de Janeiro, são já referências do turismo carioca e foram considerados os

casos de estudo deste trabalho.

Procedeu-se à recolha local de todos os dados e parâmetros necessários ao sistema LiderA e após a sua

introdução no programa obtiveram-se, para ambos os hotéis, as classes de cada critério e globais (ver capítulo

8

4.). Permitiu isso não só relatar o estado atual dos hotéis, a nível brasileiro e global, mas também saber quais as

propostas de melhoria mais indicadas para aprimorar os seus desempenhos ambientais (ver capítulo 5.).

1.5. Estrutura da Dissertação

Esta Dissertação encontra-se organizada em 6 capítulos, referências bibliográficas e anexos.

No capítulo 1 efetua-se um enquadramento geral no âmbito do estudo, onde se abordam temas como

desenvolvimento sustentável, construção sustentável, turismo sustentável e eco-hóteis. Nesse sentido relata-

se o papel que o ambiente tem atualmente na sociedade, o estado da indústria da construção, a propagação à

escala mundial do sector turístico e a posição que a sustentabilidade ocupa nos edificados da indústria

hoteleira. São também apresentados os objetivos deste trabalho, bem como as causas motivacionais e a

metodologia utilizada no decorrer deste estudo.

O capítulo 2 trata incisivamente dos empreendimentos hoteleiros e toda a sua envolvente (tipologias,

classificações, impactes ambientais, etc.), centrando seguidamente o foco na adoção de boas práticas

ambientais por parte destes. Para isso recorre-se a conceitos como empreendimentos turísticos, hotéis, gestão

ambiental, Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e certificação ambiental. Faz-se uma análise mais aprofundada

sobre os principais instrumentos de gestão e sistemas de certificação ambiental a nível internacional e

brasileiro (ISO 14001, LEED, Processo AQUA, etc.). Também se dá início a uma primeira abordagem, embora

que sucinta, do sistema nacional de avaliação ambiental onde todo este trabalho assenta: o LiderA. Há ainda

espaço, no final, para apresentar alguns casos hoteleiros com desempenho ambiental de eleição.

O capítulo 3 refere essencialmente o sistema LiderA, e a sua adaptação à realidade brasileira. Começa com a

apresentação do sistema nas diferentes versões (nacional e internacional) descrevendo-se

pormenorizadamente as particularidades a que atenta cada vertente, área e critério. Em seguida retrata-se o

panorama mundial e brasileiro nas principais áreas de ação nos hotéis: a energia, a água e os resíduos. Conclui-

se este segmento com a apresentação da tabela LiderA V2.0 Brasil, já notoriamente adaptada à realidade do

país, que serviu como instrumento principal na avaliação dos casos de estudo.

No capítulo 4 são expostos os dois hotéis brasileiros que serviram como casos de estudo: Marina All Suites e

Marina Palace, situados no Rio de Janeiro. É feita a descrição de cada uma das unidades hoteleiras e são

apresentadas as avaliações dos respetivos desempenhos ambientais pelo LiderA.

O capítulo 5 compreende a discussão pertinente dos resultados, dos casos elaborados, apresentando as

melhorias possíveis de implementar e todas as reflexões críticas.

No capítulo 6 contemplam-se as conclusões referentes a toda a Dissertação, desde o começo dos trabalhos até

ao seu término, e deixam-se as recomendações para trabalhos futuros que possam fazer uso desta.

9

Nos anexos incluem-se os limiares para a avaliação dos hotéis, provenientes da Tabela LiderA V2.0 Brasil - guia

de consulta na atribuição das classes de desempenho aos diversos critérios, bem como o resumo da avaliação

LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace.

10

11

2. Sustentabilidade do edificado no caso brasileiro

2.1. Sustentabilidade em hotéis

2.1.1. A dinâmica hoteleira e seus impactes

Atualmente a maioria das pessoas já acostumadas ao nível de vida que as suas residências lhes proporcionam

(em termos de conforto, proteção, higiene, etc.) exigem que isso também se verifique fora das suas portas. Daí

que os estabelecimentos turísticos, neste mercado de turismo cada vez mais internacional, tentem ao máximo

que entre os seus vários serviços se encontrem aqueles que satisfaçam as necessidades “caseiras” dos seus

hóspedes (Heo et al., 2004, p. 39).

Verifica-se uma tendência no sentido de atender, e até se possível superar, as espectativas dos usuários

relativamente à qualidade. Até porque, no caso das unidades hoteleiras, os sistemas que incidem na fidelização

dos hóspedes tornam-se fatores distintivos e de decisão na conquista e permanência no mercado (Linzmayer,

2002, p. 12). Estudos fundamentam este cenário ao indicarem uma relação positiva entre fidelização e lucro

(ainda que apenas numa pequena percentagem de hóspedes), já que são notórias as vantagens económicas

entre manter clientes habituais e ter de procurar potenciais novos clientes (Abdul-Rahman e Kamarulzaman,

2012, p. 1023; McCain et al., 2005, p. 466).

Em Portugal, de acordo com o Decreto-Lei nº 39/2008 de 7 de Março (MEID, 2008, pp. 1441-1443), os hotéis,

juntamente com o grupo dos aparthotéis e das pousadas, formam a tipologia dos estabelecimentos hoteleiros,

constituindo, por sua vez, uma das 8 tipologias que compõem a categoria empreendimentos turísticos.

Segundo a mesma lei:

Toma-se como noção de hotel, em particular, esta última definição genérica para estabelecimentos hoteleiros.

Por sua vez, Janeiro (apud Bernardo, 2008, p. 28; Vieira e de Sousa, 2010, p. 35) define hotel como um

estabelecimento que deverá fornecer um bom serviço de alojamento, de refeições, bar, tratamento de roupas,

informações turísticas e de carácter geral.

No panorama brasileiro e de acordo com a Resolução nº 1.118, de 23 de Outubro de 1978 da Confederação

Nacional do Turismo (CNTur) do Brasil (apud Fogaça, 2008, p. 17; Lima, 2009, p. 24; Schenini et al., 2005, p. 8),

hotel é um:

“Consideram-se empreendimentos turísticos os estabelecimentos que se destinam a prestar serviços de

alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu funcionamento, de um adequado conjunto de

estruturas, equipamentos e serviços complementares.”

“São estabelecimentos hoteleiros os empreendimentos turísticos destinados a proporcionar alojamento

temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições, e

vocacionados a uma locação diária.”

12

Das diversas definições de hotel que existem, todas apresentam em consenso como seu produto principal a

acomodação, que se encontra aliada a outros serviços como a alimentação, o lazer, os cuidados da roupa, entre

muitos outros (Jones e Lockwood, 2006, p. 1). Contudo, é na diferenciação e diversidade desse leque de

serviços que se define o verdadeiro apelo dessa empresa, e é através da avaliação desses mesmos serviços e

das instalações que se obtém a classificação adequada ao caso (Callan, 1995, p. 271).

A existência de sistemas classificativos hoteleiros é prática comum por todo o mundo (Fernández e Bedia,

2004, p. 771), havendo diversas designações sobre cada tipo de hotel consoante o nível de serviço prestado, os

preços praticados e o segmento de mercado para o qual se vocacionam (de Sousa, 2010, p. 41).

Consequentemente, e a título de exemplo, hotéis que primam pelos serviços de lazer são nomeados de Resort

Hotel, enquanto que a hotéis que oferecem serviços para realizar reuniões, congressos ou workshops será

atribuído o termo de hotéis tipo executivo ou Conference Hotel. Neste conjunto, hotéis que oferecem muitos e

variados serviços de qualidade possuem classificação mais alta e são conhecidos como hotéis de cinco estrelas

ou de luxo (de Sousa, 2010, p. 41).

Consoante a legislação portuguesa, nomeadamente o Decreto-Lei mencionado atrás, e a Portaria nº 327 de 28

de Abril de 2008 (MAOTDR e MEID, 2008, pp. 2419-2423), a classificação dos empreendimentos turísticos

atende aos requisitos físicos das instalações e à qualidade dos serviços prestados. Esta classificação destina-se

a atribuir, confirmar ou alterar a tipologia e a categoria, e tem natureza obrigatória. É feita através de um

sistema classificativo que impõe um requisito mínimo para cada categoria e que enumera um conjunto de

requisitos opcionais, cujo somatório permite alcançar a pontuação necessária para a obtenção de determinada

categoria.

Ainda, e de acordo com a mesma fonte, para o caso dos estabelecimentos hoteleiros, onde estão englobados

os hotéis, estes são classificados nas categorias de 1 a 5 estrelas, consoante a prestação dos tais requisitos

opcionais nos diversos campos (instalações, equipamento/mobiliário, serviço, lazer e qualidade ambiental e

urbanística). É de salientar que o requisito opcional “Certificação ambiental por norma nacional ou europeia,

quando não obrigatória por lei” vale a atribuição de 30 pontos. Desta forma no caso dos estabelecimentos

hoteleiros para o total de pontos opcionais de 108, 138, 188, 210 e 218 obtêm-se as classificações de 1 estrela,

2 estrelas, 3 estrelas, 4 estrelas e 5 estrelas, respetivamente. Esta classificação dos empreendimentos turísticos

deve ser obrigatoriamente revista de quatro em quatro anos.

Segundo o Regulamento do Sistema Oficial de Classificação de Meios de Hospedagem emitido pelo Instituto

Brasileiro de Turismo (Embratur, 2002, p. 3), organização ligada ao Ministério do Turismo e uma das

“Estabelecimento comercial de hospedagem que oferece aposentos mobilados, com casa de banho

privativa, para ocupação eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de alimentação, além

dos demais serviços inerentes à actividade hoteleira”.

13

responsáveis pela fiscalização e classificação de hotéis, existem 6 tipos de classificação hoteleira no Brasil (ver

Quadro 1).

Quadro 1 - Classificação e requisitos dos hotéis no Brasil (CEO Travel, 2013; Embratur, 2002, p. 3)

Categoria Símbolo Acomodações

e equipamentos

Serviços Extras

Simples Simples - Básicos _

Económico Modestos - Alimentos e bebidas - Disponibilidade para eventos

Turístico Bons

- Alimentos e bebidas completos (podem estar sujeitos a horários pré-determinados)

- Instalações para reuniões; pessoal treinado

Superior Ótimos - Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar - Instalações e equipamentos para eventos e reuniões

- Pessoal qualificado e treinado - Áreas para lazer e trabalho

Luxo Luxo, excelente qualidade

- Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar, banquetes e receções - Instalações e equipamentos para eventos e reuniões

- Pessoal qualificado e treinado para atendimento de clientes estrangeiros, áreas exclusivas para lazer e trabalho - Facilidades como piscina, sauna , sala de exercícios, lojas e agências de viagens

Super Luxo Alto luxo, nível internacional

- Alimentos e bebidas 24h, serviço de bar, banquetes e receções - Instalações e equipamentos para grandes eventos e reuniões

- Pessoal qualificado e treinado para atendimento de clientes estrangeiros - Deve ter disponível o máximo de facilidades (3 piscinas, saunas, sala de exercícios, lojas, agência de viagens, business center, salão de beleza, etc.)

No entanto, e independentemente do tipo de classificação/qualificação que apresentam, afirma-se como a

grande premissa de todos os hotéis o atender das necessidades dos seus utentes, através de uma exemplar

hospitalidade, de modo a proporcionar o bem-estar requerido (Ariffin e Maghzi, 2012, p. 191). Com isto em

mente, tem vindo a surgir um novo requisito, por parte dos hóspedes: a busca de serviços hoteleiros com

práticas ambientais incutidas na sua gestão. Estes turistas, que optam por serviços que consigam dar resposta

às suas exigências e que, em simultâneo, respeitem a natureza, são já apelidados de várias formas como:

“turista verde”, ”turista ético”, “ecoturista”, “bom turista” e “turista ambientalmente responsável” (Lima e

Partidário, 2002, pp. 11, 12).

Esta razão particular, de querer agradar à “nova” parcela verde do mercado, aliada à rentabilidade da

sustentabilidade (p. ex. através da redução do consumo energético), à apetência dos grandes grupos hoteleiros

para adotarem práticas ambientais (Chan e Wong, 2006, p. 481; Lima e Partidário, 2002, p. 23; Tarí et al., 2010,

p. 502), à redução das prestações dos seguros e ao assegurar do cumprimento da lei (Chan e Wong, 2006)

constituem as ordens de fatores que justificam o interesse do sector da hotelaria na adoção de práticas

ambientalmente responsáveis.

14

A International Hotels Environment Initiative (IHEI) acrescenta ainda mais quatro motivos aos já referidos, para

a adoção de práticas ambientais, que são: a melhoria da imagem da empresa perante os seus empregados e

entorno turístico, a garantia de um ambiente seguro e saudável de trabalho, solução dos problemas ambientais

(globais e regionais) e redução do consumo de água, energia, etc. (dos Santos et al., 2006, pp. 3, 4). Isto tem

tornado notório, por parte dos hotéis, um crescimento na procura da sustentabilidade nestes últimos anos,

com muitos deles motivados também pela possibilidade de estabelecerem com isso um diferencial competitivo

diante da intensa concorrência (Berezan et al., 2013, p. 228; dos Santos et al., 2006, pp. 3, 4; Tarí et al., 2010, p.

502).

É muito positivo este facto da sustentabilidade se estar a afirmar na política de gestão dos hotéis, pois os

impactes negativos associados à indústria hoteleira são demasiado significativos para que continuem a existir

sem que nada se faça para os evitar e/ou prevenir. O nível total de impacte além de complexo é variado, pois

abrange vários campos, tendo como principais os seguintes: redução dos recursos naturais (primordialmente

de água e energia), geração de resíduos sólidos e efluentes orgânicos, descarte de resíduos, contaminação do

solo e água, e emissões de clorofluorcarbonetos - CFCs (dos Santos et al., 2006, p. 4; Mensah, 2006, p. 415).

A água e a energia são parte integrante e essencial do funcionamento de qualquer hotel. Estão várias vezes

presentes em conjunto na mesma atividade (p. ex. lavandaria) ou em práticas singulares como a jardinagem,

no caso da água, e a iluminação dos espaços, no caso da energia. Os serviços de restauração (restaurantes,

bares, etc.) são os principais responsáveis na formação de resíduos sólidos, como embalagens e restos de

comida, enquanto que na produção de efluentes são as instalações sanitárias e a lavandaria que se assumem

como os maiores contribuintes. Na componente das emissões de CFCs, os motores e dispositivos de

refrigeração são os principais detentores da culpa (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 5).

Logicamente estes impactes são proporcionais ao género do hotel em causa, e especialmente ao número de

Unidades Habitacionais (UHs) existentes neste. Daí que, embora o impacte relativo a cada quarto possa ser

reduzido o impacte agregado de todos eles torna-se muito significativo.

De acordo com a STR Global (apud RovinGreen, 2013), uma das fontes de maior referência mundial em dados

da indústria hoteleira, existem no mundo mais de 187 mil hotéis, com 17,5 milhões de UHs. Refira-se que nos

valores referidos não se incluem instalações com menos de 20 quartos, motéis, hostels, residence hotels,

apartment hotels, B&Bs (Bed&Breakfast), inns, guest houses ou chateaus. Para que se tenha noção da

acelerada taxa de crescimento verificada na indústria hoteleira, em 2010, totalizavam-se “apenas” cerca de 8,5

milhões de quartos de hotel, a nível mundial (de Sousa, 2010, p. 45). Tendo isto em conta, está patente que o

impacte total, causado pelos hotéis, pode ter grandes proporções e necessita urgentemente de melhores

produtos e práticas ambientais (Bohdanowicz e Martinac, 2007, p. 83).

15

2.1.2. Gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental nos hotéis

De forma a eliminar, ou pelo menos reduzir significativamente, os impactes causados pela indústria hoteleira

torna-se essencial a existência de uma boa gestão ambiental (Tarí et al., 2010, p. 502). Esta consiste em

diretrizes e atividades administrativas e operacionais (tais como planeamento, direção e controle) bem

definidas e adequadamente aplicadas, que visam a redução e o controle dos impactes causados sobre o meio

ambiente por parte de um empreendimento (dos Santos et al., 2006, p. 2). Esta abordagem, a ser ideal, deverá

ser aplicada de imediato no processo de conceção do projeto e acompanhar, seguidamente, toda a vida útil do

empreendimento (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6).

Uma preocupação antecipada da empresa, que resulte na aplicação de uma gestão ambiental, para além dos

benefícios adjacentes claros que traz consigo pode, inclusive, encurtar os prazos na aquisição de certificação

ambiental. A Embratur (2010, p.9) acentuou esta preocupação ao inserir na sua Matriz de Classificação, a partir

de 1999, um item específico onde são descritas determinadas exigências para o desenvolvimento de projetos

(ver Quadro 2). Este item explícita as ações ambientais que as unidades hoteleiras devem apresentar e manter,

de carácter obrigatório, de forma a conseguirem consolidar a classificação pretendida.

Quadro 2 - Ações ambientais obrigatórias nas diferentes classificações de unidades hoteleiras (Embratur, 2010, p.9)

1 2 3 4 5 5 SL

- Manter um programa interno de treino de funcionários para a redução de consumo de energia elétrica, consumo de água e redução de produção de resíduos sólidos.

- Manter um programa interno de separação de resíduos sólidos em recipientes nas cores internacionalmente identificadas, para coleta de seletiva.

- Manter um local adequado para armazenamento de resíduos sólidos separados.

- Manter local independente e vedado para armazenamento de resíduos sólidos contaminantes.

- Dispor de critérios específicos para destinação adequada dos resíduos sólidos.

- Manter monitoramento específico sobre o consumo de energia elétrica.

- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição de produtos e equipamentos que apresentem eficiência energética e redução de consumo.

- Manter monitoramento específico sobre o consumo de água.

- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de equipamentos e complementos que promovam a redução do consumo de água.

- Manter registros específicos e local adequado para armazenamento de produtos nocivos e poluentes.

- Manter critérios especiais e privilegiados para aquisição e uso de produtos biodegradáveis.

- Manter critérios de qualificação de fornecedores levando em consideração as ações ambientais por estes realizadas.

- Ter um certificado expedido por organismo especializado quanto a efetividade de adequação ambiental da operação

(*) 1 - Simples; 2 - Económico; 3 - Turístico; 4 - Superior; 5 - Luxo; 5 SL- Super Luxo

Acções Ambientais Categoria (*)

16

Contudo, note-se que nestas ações, relativas à parte ambiental, o carácter obrigatório não é tão incisivo já que

nem todos estes aspetos são devidamente considerados pelos hotéis no Brasil, servindo isso mais como

referencial para a excelência. Os casos de estudo são exemplo disso mesmo (ver secção 4.2.).

Relativamente aos custos decorrentes da operação de um empreendimento hoteleiro, a Associação Brasileira

da Indústria dos Hotéis (ABIH) afirma que experiências internacionais revelam que a adoção de práticas de

gestão ambiental em hotéis resultam em significativas reduções nos gastos económicos. As diminuições podem

ir até 30% no consumo energético, 20% no consumo de água, 25% na geração de resíduos sólidos e 15% no

consumo de gás (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6).

Espera-se que a gestão ambiental se torne numa prioridade de todos os tipos de instalações que visem aplicar

os princípios dignos do turismo sustentável. Mas, note-se que há empresas que podem não estar dispostas a

dar este passo, por iniciativa própria ou por não possuírem meios (como recursos físicos, financeiros, técnicos,

etc.) para isso, acabando por implantar apenas o mínimo por exigência legal (Tarí et al., 2010, p. 501). Nestes

casos, segundo Roarty (apud Faulk, 2000, p. 7), o encorajamento pode passar por subsídios e controlos. No

entanto, no caso do Brasil existem muito poucos incentivos para privilegiar companhias ambientalmente

responsáveis.

Uma das principais atitudes (senão mesmo a principal) a tomar, por parte de uma empresa, no sentido de

começar a adotar políticas mais sustentáveis é a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (Lozano e

Vallés, 2007, p. 495). De acordo com Schenini et al. (2005, p. 7):

Um SGA, quando bem implementado, resulta numa atenuação significativa do impacte ambiental e na geração

de bons resultados do empreendimento (Heras e Arana, 2010, pp. 726, 734; Lozano e Vallés, 2007, p. 496).

Segundo o Manual de Gestão Ambiental da UNEP (apud SEBRAE, 2004, p. 57) este valioso instrumento ajuda a

empresa a:

“ Identificar e controlar aspetos, impactes e riscos ambientais relevantes para a organização;

Atingir a sua política ambiental, os seus objetivos e metas, incluindo o cumprimento da legislação

ambiental;

Definir uma série básica de princípios que guiem a abordagem da sua organização em relação às suas

futuras responsabilidades ambientais;

Estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental, assegurando o

equilíbrio de custos e benefícios, para a organização e para os seus vários acionistas e interessados;

“Sistema de Gestão Ambiental é um instrumento de gestão que consiste num conjunto de acções e

recursos organizados, com o objectivo de garantir que os produtos e actividades de uma empresa sejam

ecologicamente correctos.”

17

Determinar quais os recursos necessários para atingir tais metas, garantir responsabilidades por elas e

comprometer os recursos necessários;

Definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e procedimentos específicos para

assegurar que cada empregado aja no curso de seu trabalho diário para ajudar a minimizar ou eliminar

o impacte negativo da empresa no meio ambiente;

Comunicar tudo isso à organização e treinar pessoal para cumprir eficazmente seus compromissos;

Medir o desempenho em relação a padrões e metas pré-estabelecidos e modificar a abordagem, se

necessário.”

Este sistema assume-se como uma tendência mundial na frente do desenvolvimento sustentável, onde se

apresentam legislações ambientais e competitividades de mercado cada vez mais rigorosas. Isso permite aos

hotéis conquistar os tais clientes que se preocupam com a existência de algum tipo de Sistema de Gestão de

Qualidade (SGQ) ou SGA, visto que a qualidade total de serviços está intimamente ligada a estas duas

componentes (Schenini et al., 2005, p. 7).

Concluindo, embora estejam os dois termos muitos interligados, existe uma diferença determinante entre

gestão ambiental e Sistema de Gestão Ambiental. De acordo com Moreira (apud Filho, 2008, p. 8) a adoção de

uma gestão ambiental é quando uma empresa tem uma postura reativa diante das exigências legais para

implantação de equipamentos e sistemas tecnológicos que atenuem, reduzam ou até mesmo eliminem

determinados resíduos ou agressões ao ambiente. Enquanto que, um SGA é adotado por uma empresa quando

esta possui uma visão estratégica em relação ao meio ambiente, agindo não só em função dos riscos, mas

passando a perceber as oportunidades de mercado implícitas nessas atitudes.

2.1.3. Instrumentos de gestão ambiental

Um dos desenvolvimentos da Rio 92 foi o desafiar as empresas a terem abordagens voluntárias para gerir o seu

ambiente, potenciando nesse sentido os trabalhos de desenvolvimento de normas de gestão ambiental (Kirk,

1998, p. 34). Contudo uma boa gestão ambiental pode não ser fácil de alcançar, daí que existam ferramentas

de auxílio (SGA’s, rótulos ambientais, etc.) que podem ajudar e guiar uma empresa a obter uma melhoria

ambiental significativa nas suas funções.

Têm-se as normas ISO 14000 como referencial modelo, num nível internacional, mas existem outros

referenciais espalhados pelo mundo. Merecem especial referência, a nível europeu, outros dois principais

mecanismos de auxílio à avaliação e gestão interna: o Rótulo Ecológico da União Europeia (EU Ecolabel) e o

Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria, vulgarmente conhecido como EMAS (Eco Management and

Audit Scheme). O EU Ecolabel é desenvolvido já seguidamente enquanto que o EMAS será abordado apenas na

parte referente à certificação (ver 2.2.1.2.). Na comunidade brasileira realça-se o Programa Hóspedes da

Natureza.

18

2.1.3.1. ISO 14000

A International Organization for Standardization (ISO) é a maior entidade mundial de

padronização e normatização (dos Santos et al., 2006, p. 3). É uma Organização Não

Governamental (ONG) localizada em Genebra, na Suiça (Quazi et al., 2001, p. 526), sendo

representada no Brasil, com carácter oficial, através da Associação Brasileira de Normas

Técnicas - ABNT (dos Santos et al., 2006, p. 3).

A ISO iniciou em 1993 um comissão técnica (TC 207) com o objetivo de desenvolver as normas ISO 14000 (Chan

e Wong, 2006, p. 482). A primeira série de normas foi publicada em 1996, nomeadamente a ISO 14001, a

norma mais conhecida e específica para SGA’s, posteriormente publicada de novo em 2004. Nesta nova versão

da ISO 14001 foram apenas acrescentadas pequenas precisões e a compatibilização com a ISO 9001, para

facilitar a sua integração nos sistemas empresariais (Pombo e Magrini, 2008, pp. 3, 5).

De referir que as normas ISO 9000 se referem ao processo de certificação da qualidade (Lima e Partidário,

2002, p. 39; Sharma, 2005, p. 155), que ocorre normalmente antes da certificação ambiental e da certificação

HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), e se dirige unicamente à restauração, no caso do turismo

(Lima e Partidário, 2002, p. 39). No caso específico da certificação ISO 9001, esta reconhece o esforço de uma

organização em assegurar a conformidade dos seus produtos e/ou serviços, a satisfação dos seus clientes e a

melhoria contínua, segundo a Associação Portuguesa de Certificação (APCER, 2013).

Já as normas ISO 14000 têm por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade ambiental, diminuindo a

poluição e integrando o sector produtivo na otimização do uso dos recursos ambientais (Quazi et al., 2001, p.

527). São normas que atendem às exigências ambientais dos consumidores conscientes da atualidade,

abrangendo seis áreas bem definidas: Sistema de Gestão Ambiental, auditorias ambientais, rotulagem

ambiental, aspetos ambientais das normas de produtos, análise do ciclo de vida do produto e avaliação do

desempenho ambiental (SEBRAE, 2004, p. 59).

Este conjunto de normas centra-se mais em estabelecer o “como” atingir um objetivo ao invés de “qual” deve

ser o objetivo a atingir, e tem como característica chave a sua natureza voluntária, não existindo por isso

nenhuma exigência legal para o seu uso. Daí que o juízo sobre a sua implementação seja uma decisão

puramente administrativa, passando também pela organização o estabelecimento das metas ambientais a

alcançar, já que estas não são definidas pelas normas (IISD, 1996, p. 2).

As empresas ao adotarem estas normas poderão sistematizar e uniformizar os procedimentos da sua gestão,

mediante uma política ambiental que vise a melhoria contínua em relação ao meio ambiente (Chan, 2009, p.

543).

Figura 3 - Logótipo ISO (ISO, 2013)

19

2.1.3.2. EU Ecolabel e ABNT-Qualidade Ambiental

O EU Ecolabel foi implementado em 1992, no âmbito do respetivo Regulamento

Orientador - Regulamento (CE) nº 1980/2000, de 17 de Julho. Constitui uma ferramenta

de mercado voluntária, cuja finalidade é a promoção da excelência ambiental dos

produtos (bens e serviços) que têm um impacte reduzido no meio ambiente durante o

seu ciclo de vida completo, bem como orientar os consumidores em relação a estes

mesmos produtos (Baldo et al., 2009, pp. 591, 592; Franzitta et al., 2011, p. 1884). Este

objetivo é alcançado através da prestação de informações simples, precisas, exatas e

com base científica sobre as características ambientais dos produtos a que foi atribuído

o rótulo ecológico (McKenna, 2002, p. 4).

Este EU Ecolabel é atribuído pelo Comité do Rótulo Ecológico da União Europeia (EUEB), e de acordo com a

classificação da norma ISO 14020, entre as 3 categorias existentes, é um dos integrantes do “Tipo I - rótulos

ecológicos” (Baldo et al., 2009, p. 591; de Dixmude, 2010, p. 3). Em Junho de 2008 contemplavam-se 26 grupos

de produtos (contendo mais de 3 mil produtos) e 839 licenças, sendo que a meta para 2015 é atingir a quantia

de 40 a 50 grupos de produtos (de Dixmude, 2010, pp. 5, 18).

É de mencionar que embora o EU Ecolabel seja aplicado a bens e serviços, pouco tem sido feito no campo dos

serviços; na verdade a maioria da legislação existente para a aplicação deste rótulo refere-se a bens. A única

legislação que existe referente a serviços é sobre alojamentos turísticos e serviços de parque de campismo

(Domingues, 2010, p. 1), afigurando-se, recentemente, a aplicação deste mecanismo a edifícios singulares

(Franzitta et al., 2011, pp. 1884, 1885).

No Brasil o programa de rotulagem ambiental vem a ser desenvolvido desde 1992 pela

ABNT. Após um levantamento internacional das diversas experiências de certificação de

produtos, o selo ecológico ficou pronto. Denominado por ABNT - Qualidade Ambiental

é, tal como o EU Ecolabel, de carácter voluntário, multi-criterioso e está em

conformidade com os conceitos básicos dos projetos das normas ISO 14020 e ISO

14024 (Santos, 1998, p. 6).

2.1.3.3. Hóspedes da Natureza

Relativamente ao programa Hóspedes da Natureza, é um tipo de SGA específico para os empreendimentos

turísticos, adaptado à realidade brasileira, criado pela ABIH. A política deste programa, inspirado no projeto

desenvolvido pela IHEI, define-se como: “um conjunto de ações planeadas de forma a proporcionar a

qualificação de pessoal, a implementação de projetos e a certificação de hotéis e congéneres, em relação ao

aprimoramento das suas responsabilidades sócio ambientais” (Amorim e Ramos, 2003, p. 2).

Distinguindo-se da certificação ambiental assente na ISO 14000, o projeto Hóspedes da Natureza visa vincular a

imagem da hotelaria no Brasil às causas ambientais mas, pode ser um ponto de partida para a obtenção da

Figura 4 - Logótipo EU Ecolabel (European Parliament, 2009)

Figura 5 - Logótipo ABNT - Qualidade

Ambiental (Logística Reversa, 2013)

20

mesma. Com a adesão voluntária, o programa pode proporcionar as tais reduções já mencionadas: 30, 20, 15

ou 25% nos consumos de energia, água, gás e geração de resíduos sólidos, respetivamente. Tem como principal

objetivo fomentar entre os empresários hoteleiros a cultura dos investimentos nas ações sócio ambientais,

demonstrando que isso reverte em benefícios económicos, sociais e ambientais para o empreendimento em si

próprio e na comunidade em geral, com efetiva participação de funcionários, fornecedores e hóspedes (de

Mello, 2008, p. 23).

Aderindo a este programa o sector hoteleiro passa a ser um agente de mudança de atitudes, em que todos os

intervenientes passam a ser gestores ambientais. A consciencialização torna-se assim no mais valioso resultado

do programa (Amorim e Ramos, 2003, p. 6).

2.2. Sistemas de certificação e avaliação de desempenho ambiental

A importância da certificação de determinados produtos, como bens e serviços, está diretamente relacionada

com um direito básico dos consumidores: o direito à informação. De facto, a opção de escolha e a seleção

entre determinados produtos apenas podem ser exercidas, pelo consumidor (neste caso, o turista), se as

informações essenciais sobre esses mesmos produtos lhe forem apresentadas e estiverem disponíveis para

consulta (Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 6). Muitas vezes isso não se verifica e impede o consumidor de fazer

a escolha mais adequada; ou, pior, faz com que seja induzido em erro (Bleda e Valente, 2009, p. 513).

O uso de sistemas e rótulos de qualidade ambiental iniciou-se nos anos oitenta mas foi na década de noventa

que se consolidou (Font, 2002, p. 198). Atualmente os mercados para bens e serviços “amigos do ambiente”

são cada vez mais comuns (Hamilton e Zilberman, 2006, p. 627). Surgiu entretanto um movimento generalizado

entre diversos sectores ambientalistas e do próprio turismo, essencialmente na Europa, que deu azo à

certificação ambiental dos destinos turísticos (Font, 2002, p. 198). Segundo Molina (apud Sant'Anna e

Zambonim, 2002, p. 7):

No fundo, o que a certificação ambiental faz é garantir uma evidência documental sobre o desempenho e nível

de qualidade ambiental da instituição em causa. Passa a existir, para além disso, uma sistematização de todos

os procedimentos internos que abrange as várias componentes da organização (Font, 2002, p. 202; Lima e

Partidário, 2002, p. 39).

“Certificação ambiental consiste em outorgar um aval de qualidade e uma hierarquia ambiental a

empresas e destinos turísticos, sobre a base de cumprimento de um conjunto de parâmetros que

permitem avaliar a qualidade de suas práticas e dos cenários naturais que aproveitam para levar a cabo os

seus negócios”.

21

Molina (apud Sant'Anna e Zambonim, 2002, p. 7) ainda defende que a eficácia do mecanismo de certificação

reside na característica de duplo efeito que causa no mercado de empresas e destinos turísticos: por um lado

premeia os que demonstram esforços efetivos a nível ambiental, e por outro assinala (por omissão) os que

pretendem aproveitar-se de uma imagem ilusória, em que tentam ostentar uma qualidade ambiental, que na

realidade estão muito longe de possuir.

São vários os grupos mundiais a gerarem iniciativas no turismo e com isso desenvolveram-se mais de 100

programas voluntários de certificação para o sector do turismo, com as respetivas logomarcas e selos para

aprovação de práticas sócio ambientais responsáveis (Font, 2002, p. 197).

Para se efetuar um processo de certificação ambiental na área do turismo é necessário o envolvimento de três

entidades: um organismo normalizador, um organismo acreditador e um organismo certificador (Arenhart,

2011, p. 16; Font, 2002, pp. 200, 201). No Brasil este trio é representado, respetivamente, pela ABNT; pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e por um dos cerca de 20 organismos

certificadores em atividade (Pombo e Magrini, 2008, p. 5). De acordo com o Inmetro (2012), o organismo

acreditado que apresenta maior percentagem de certificados emitidos é o BVQI do Brasil Sociedade

Certificadora Ltda.

Existindo na literatura uma certa confusão em volta destas noções é pertinente, nesta fase em que já foram

feitas as devidas abordagens, sedimentar o facto de rotulagem ambiental e certificação ambiental constituírem

termos distintos. O rótulo ambiental é um processo mais simples, em que é necessário cumprir um número

reduzido de critérios, por iniciativa da própria organização ou aplicados por terceiros a quem se dispõe integrar

determinado sistema. Já a certificação ambiental é um processo mais abrangente, com diversos tipos de

critérios a serem seguidos, sendo por isso mais complexa a sua obtenção, visto que gera mudanças políticas e

de gestão em relação ao meio ambiente (Arenhart, 2011, p. 19).

2.2.1. Sistemas certificadores

O Quadro 3 faz uma abordagem sucinta dos principais tipos de sistemas de avaliação e certificação hoteleira,

assentes no panorama internacional e brasileiro. Primeiramente começa-se por abordar 2 tipos de certificações

apenas relativas a Sistemas de Gestão Ambiental e de seguida apresentam-se 4 sistemas de certificação do

desempenho ambiental global dos hotéis.

As primeiras duas certificações exibidas são a ISO 14001 e o EMAS, sendo que a ISO 14001 tem abrangência

internacional e o EMAS é retratado mais a nível europeu. Daí que a ISO 14001 esteja muito mais disseminada

mundialmente e possua, por isso, um número bem mais elevado de certificados que todos os outros tipos de

certificações, inclusive o EMAS.

Os outros 4 sistemas de certificação ambiental, propriamente ditos, são o Building Research Establishment

Environmental Assessment Method (BREEAM), o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), o

22

Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) e o LiderA, como acrónimo de Liderar pelo Ambiente. O BREEAM e

o LEED são os dois sistemas de maior dimensão mundial, encontrando-se em vigor em diversos países por todo

o mundo. Consequentemente ambos os sistemas já atribuíram um grande volume de certificados, com

destaque para o BREEAM que se afigura como o sistema mundial com maior número de certificações emitidas.

O Processo AQUA trata-se de um sistema de carácter apenas brasileiro, logo puramente adaptado à realidade

do Brasil, mas ainda com um número reduzido de certificações. Finalmente, o LiderA que tem aplicação

somente em Portugal e em alguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), apresenta já um

número significativo de certificações. Trata-se, ainda, do sistema onde se apoia este trabalho.

Todos estes sistemas certificadores já mencionados são apresentados e desenvolvidos seguidamente, no

entanto apenas é efetuada uma introdução sumária dos ditos cujos. Exceção feita apenas ao LiderA que é

retratado maior profundidade e especificidade na secção 3.1.

É importante referir que no Brasil é bastante escassa a existência e aplicação deste tipo de sistemas de

certificação do desempenho ambiental global de hotéis. Daí que um dos objetivos deste trabalho vá de

encontro com a introdução e aplicação do sistema nacional LiderA no território brasileiro, para que o mercado

de sistemas deste género se comece a expandir no país.

23

Quadro 3 - Introdução resumida dos principais sistemas de certificação ambiental

Certificação Descrição Características Nº certificações &

Logótipo

ISO 14001

Como norma mais conhecida da ISO 14000, caracteriza-se por ser a única

certificadora da série e é específica para SGA’s. Baseia-se no ciclo PDCA e no

âmbito da certificação exige que as organizações tenham implantado um

SGA, cumpram a legislação ambiental em vigor e assumam compromisso de

correto desempenho ambiental.

-Abrangência internacional;

-Aberto a todos os tipos de organizações;

-Certificação e atribuição do selo apenas após cumprimento integral das normas

pela empresa;

-Custos considerados muito elevados para pequenas e médias empresas;

-Muito generalista e pouca especificidade à realidade hoteleira.

Mundiais: 267 457

Brasil: 3 517

EMAS

(Eco-

Management

and Audit

Scheme)

Destina-se a organizações e empresas que pretendem comprometer-se a

avaliar, gerir e melhorar o seu desempenho ambiental. Tem como objetivo a

melhoria do desempenho ambiental por parte dessas bem como

disponibilizar essa informação publicamente - este é um dos quatro

requisitos suplementares que acrescenta aos da ISO 14001.

-Abrangência europeia;

-Atende a todos os tipos de organizações;

-É o mais conceituado esquema de gestão ambiental no mercado;

-Aplicação adequada ao sector hoteleiro;

-Complementaridade com a ISO 14001, apesar de ser menos conhecido;

-Período de revalidação não pode exceder os três anos.

Mundiais: 12 755

Portugal: 167

BREEAM

(Building

Research

Establishment

Environmental

Assessment

Method)

Tem o objetivo de fornecer orientações para a minimização dos efeitos

adversos provocados pelos edifícios no seu entorno, e ainda promover um

ambiente interno saudável e de conforto. Apresenta uma metodologia

assente numa checklist que detalha os requisitos específicos para a obtenção

dos créditos ambientais, nas diversas áreas. A ponderação nestas é

convertida num índice de desempenho ambiental que serve para saber qual

o tipo de certificação que obtém (Unclassified, Pass, Good, Very Good,

Excellent e Outstanding).

-Abrangência global

-Primeiro sistema de avaliação ambiental a ser criado;

-Atualização dá-se de cada 3 a 5 anos;

-Existem diversas versões do sistema, consoante a tipologia do empreendimento

em questão;

-Sistema mais usado no mundo;

-É utilizado em mais de 50 países.

Mundiais: > 200 000

Brasil: apenas em projecto

24

Certificação Descrição Características Nº certificações &

Logótipo

LEED

(Leadership in

Energy and

Environmental

Design)

Programa voluntário com aplicações diversas e variadas que vão de casas e

edifícios até bairros e comunidades. Tem carácter compreensivo e flexível

abrangendo todo o ciclo de vida dos edifícios. A sua estrutura simples é

assente numa checklist na qual se verifica a atribuição de créditos consoante

o atendimento dos critérios pré-estabelecidos. Consoante a pontuação

obtida nas diversas categorias recebe um dos 4 níveis de certificação

existentes: Certified, Silver, Gold e Platinum.

-Abrangência global (136 países);

-Opera numa escala de 100 pontos (+ 10 de bónus) possíveis;

-Os empreendimentos podem ser enquadrados num leque de 9 sistemas

classificativos;

-Para um empreendimento requisitar um processo de certificação tem que

apresentar o caso ao Green Building Council (GBC) local;

-Atualmente é o certificado mais aceite e difundido no mundo;

-Validade da certificação: 2 anos.

Mundiais: 33 195

Brasil: 79

Processo

AQUA

(Alta Qualidade

Ambiental)

É um processo de gestão total do projeto visando obter a alta qualidade

ambiental de um empreendimento novo ou de uma reabilitação. Estruturado

por dois instrumentos: o Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), que

permite organizar e controlar as diversas fases de ação, e a Qualidade

Ambiental do Edifício (QAE), que é estruturada em 14 categorias. O

desempenho nestas pode ser classificado em três níveis: Bom, Superior e

Excelente. A certificação é atribuída consoante se atinja o nível mínimo

exigido ou não é de todo.

-Trata-se da versão brasileira adaptada do tipo de certificação HQE;

-A Fundação Vanzolini foi a responsável pela sua implantação no Brasil e é a

entidade reguladora desta certificação;

-Destaca-se por ser a primeira metodologia oficialmente adaptada ao contexto

brasileiro;

-É um sistema novo, pouco divulgado e acarreta altos custos nos processos de

certificação;

- Na fase operação, a certificação é válida apenas por um ano.

Brasil: 65

LiderA (*)

(Liderar pelo

Ambiente)

Sistema voluntário português que tem em vista efetuar, de forma eficiente e

integrada, o apoio, a avaliação e a certificação do ambiente construído que

procure a sustentabilidade. A sua estrutura assenta em 6 vertentes

(diferentes princípios ambientais) que se traduzem em 22 áreas e 43

critérios, onde são avaliados os ambientes contruídos em função do

desempenho ambiental que exibem. A classificação desse desempenho é

feito recorrendo a classes, indo da menos à mais eficiente respetivamente:

G, F, E, D, C, B, A, A+ e A++.

-A atual versão aplica-se ao edificado e também a espaços exteriores e zonas

alargadas (quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas);

-A certificação apenas é atribuída em caso de classe C ou superior e tem validade

de 3 anos;

-Em determinadas condições os custos da certificação podem ser reduzidos em

50%;

-O sistema está alargado aos PALOP.

Portugal: mais de 1 000

fogos e 6 000 camas

turísticas e múltiplos

projetos

(*) - Maiores desenvolvimentos na secção 3.1

25

2.2.1.1. ISO 14001

A ISO 14001 surge como a única norma certificadora da série ISO 14000,

é específica para os Sistemas de Gestão Ambiental e, como já referido

anteriormente, adotada mundialmente. Esta norma expõe os requisitos

para a implantação, manutenção, auditoria e melhoria contínua dos

SGAs, sem definir como ou quais as soluções a aplicar (de Oliveira et al.,

2010, p. 1797; dos Santos et al., 2011, p. 4). A sua respetiva versão

brasileira - adotada pela ABNT - é a NBR ISO 14001 (dos Santos et al., 2011, p. 4).

É baseada no ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act) remetendo isso para planear (Plan) políticas, impactes e

metas ambientais; executar (Do) atividades ambientais e documentação ambiental; verificar (Check) auditorias

ambientais e avaliação de desempenho ambiental; e agir (Act) pela educação e comunicação ambiental (de

Oliveira et al., 2010, p. 1799; Gavronski et al., 2013, p. 33).

São três as exigências básicas, expressas na ISO 14001, que uma organização necessita cumprir para conseguir

atingir uma certificação ambiental: 1) ter implantado um SGA, 2) cumprir a legislação ambiental aplicável ao

local da instalação e 3) assumir um compromisso com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental (dos

Santos et al., 2006, p. 3; Schenini et al., 2005, p. 7).

A norma, em si, é revista de 5 em 5 anos e os certificados emitidos têm validade de 3 anos, sendo necessário a

sua renovação após esse tempo. Entretanto, o sistema é auditado a cada 6 meses para verificação das

condições impostas, podendo a revalidação não acontecer caso a empresa deixe de cumprir os requisitos

exigidos (Arenhart, 2011, p. 29).

De acordo com Yiridoe e Marett (2004, p. 41) os custos totais associados à ISO 14001 podem ser muito

variados pois dependem de diversos fatores, tais como: tipo, dimensão e capital das empresas, e o impacte que

causam no ambiente. Ainda assim é possível adiantar valores base aproximados - taxados no ano 2000 - para

enquadramento da questão (ver Quadro 4).

Quadro 4 - Custos de implementação da ISO 14001

Dimensão da organização

(nº de empregados)

Custos

Mínimo Máximo Médio

Pequena (<100) 7 300€ (R$12 000) 73 000€ (R$120 000) 28 000€ (R$47 000)

Média (101-500) 15 000€ (R$25 000) 73 000€ (R$120 000) 34 000€ (R$56 000)

Grande (>500) 30 000€ (R$50 000) 88 000€ (R$150 000) 55 000€ (R$91 000)

Segundo a ISO (2011) todos os anos é efetuada, pela própria instituição, uma vistoria relativa às certificações

das suas normas e estado das adesões. No caso da ISO 14001 é claro e evidente o aumento, ano após ano, do

Figura 6 - Logótipo ISO 14001 (C2 Management, 2012)

26

número de certificados mundiais. Após a análise cuidada do relatório anual mais recente, correspondente ao

ano de 2011, é possível retirar várias ilações pertinentes ao estudo em causa. São as seguintes:

Em média cerca de 20 000 novas certificações são emitidas anualmente por todo o mundo;

Com uma expansão surpreendente entre 1999 e 2011 houve, a nível mundial, uma subida na emissão

de certificados de 13 994 para 267 457, e também no número de países aderentes de 84 para 158;

No ano de 2011 a China liderou o top 10 dos países com maior número de certificações com a quantia

de 81 993 certificados, quase três vezes mais o valor do 2º classificado (Japão com 30 397

certificações);

O Brasil não figura neste top 10 pois apresenta apenas 3 517 certificações, contudo é o 2º país em

toda a América (do Sul, Norte e Central) com maior índice de certificados deste tipo, perdendo apenas

para os Estados Unidos da América (EUA);

Os EUA e o Brasil lideram destacadamente a sua designada lista e juntos arrecadam mais de 50% das

certificações do continente;

O ano de 2011 foi de todos o que apresentou menor índice de crescimento anual (6%).

Os atuais dados estatísticos do Inmetro (2013), informam que de todas as certificações ISO 14001 que o Brasil

apresenta apenas 10 são relativas à área “Hotéis e Restaurantes”; ou seja menos de 1%. Verifica-se por isso um

índice muito baixo de adesão por parte do sector hoteleiro.

Uma das razões que causam esta situação é possivelmente o já referido elevado custo associado à

implementação desta norma. Contudo, esta barreira pode ser ultrapassada se as empresas atenuarem estes

custos ao longo do tempo, começando por adquirir um SGA básico e gradualmente o irem transformando num

mais sofisticado, até culminar na sua certificação (Pombo e Magrini, 2008, p. 2).

2.2.1.2. EMAS – Eco Management and Audit Scheme

O EMAS é destinado a organizações e empresas (incluindo pequenas e médias) que

querem comprometer-se a avaliar, gerir e melhorar o seu desempenho ambiental. Tem

por objetivo a melhoria deste mesmo desempenho e o fornecimento, ao público e

interessados, de informação relevante sobre a prestação ambiental (APOTEC, 2007, p.

322; Honkasalo, 1998, p. 119; Videira et al., 2010, pp. 1, 5). Disponível desde 1995,

embora que apenas restrito a empresas do sector industrial (Honkasalo, 1998, p. 119),

só a partir de 2001 ficou aberto a todos os sectores económicos, incluindo serviços

públicos e privados (Calado, 2007, p. 22).

Foi inicialmente apresentado em 1993. Mas, a atual versão do Regulamento EMAS (Regulamento (CE) nº

1221/2009 de 25 de Novembro) entrou em vigor a 11 de Janeiro de 2010, e determina que qualquer

organização com locais de atividade num ou mais Estados-Membros, ou em países terceiros, pode solicitar o

registo no sistema. Isto melhorou a aplicabilidade e credibilidade do sistema e ainda reforçou a sua visibilidade

Figura 7 - Logótipo EMAS (EC, 2008)

27

e alcance (Videira et al., 2010, pp. 1, 5). Na aplicação ao sector hoteleiro, o EMAS tem grande preponderância e

poderá constituir uma mais-valia na divulgação de boas práticas junto das organizações deste sector (Chan e

Wong, 2006, p. 482).

Apesar de ser menos conhecido que a ISO 14001 é, no mercado corrente, o mais credível, robusto e avançado

esquema de gestão ambiental. Acrescenta 4 pilares aos requisitos da ISO 14001, que lhe transmite um carácter

de maior rigor: 1) contínuas melhorias das performances ambientais, 2) conformidade com a legislação

ambiental assegurada pela supervisão governamental, 3) informação pública através de relatórios anuais e 4)

participação dos empregados (Glekas e Ioannou, 2008, p. 17).

De acordo com a Comissão Europeia (CE, 2004) os custos de implementação do EMAS dependem muito do

tamanho das empresas e das suas atividades. Também o facto de esses custos estarem dependentes do

mercado local, de programas governamentais e das prestações ambientais faz com que não se verifique um

padrão regular. É possível avançar que os recursos financeiros gastos com o SGA e taxas de consultoria externa,

comunicação e certificação aproximados (taxados no ano 2004) são, em média, os apresentados no Quadro 5.

Quadro 5 - Custos de implementação do EMAS

Dimensão da organização (nº de empregados) Custos

Muito Pequena (<10) 10 000€ (R$38 000)

Pequena ([10-50[) 20 000€ (R$75 000)

Média ([50-250[) 35 000€ (R$130 000)

Grande (>250) 50 000€ (R$190 000)

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA, 2013), após uma organização efetuar um processo de

verificação bem sucedido dá-se então, através de um organismo competente, o registo no sistema, podendo

divulgar, posteriormente, o seu desempenho ambiental ao público, bem como utilizar os logótipos EMAS.

Contudo, é necessário efetuar a manutenção desse registo, sendo que o período das novas verificações não

pode exceder os três anos.

Embora o EMAS e a ISO 14001 sejam complementares têm, basicamente, fins diferentes e diferem em vários

pontos. Enquanto que a ISO 14001, feita principalmente para melhorar a gestão, fornece diretrizes que podem

ser implementadas por praticamente qualquer tipo de organização, em qualquer país, o EMAS é projetado para

causar alterações no desempenho ambiental (Morrow e Rondinelli, 2002, p. 162).

A adesão ao sistema tem sido tendencialmente crescente. De acordo com as últimas estatísticas do EMAS (EC,

2012), efetuadas a 30/06/2012 pela Direcção-Geral do Ambiente da CE, existem 4 581 organizações e 8 174

locais registados no sistema. A Alemanha encabeça a tabela como o país com mais registos (cerca de 3 200 no

total) e Portugal apresenta valores baixos de adesão (aproximadamente um total de 170 registos). Segundo a

mesma fonte, de todos os registos existentes apenas 235 empresas são relativas ao campo da ‘Acomodação’,

revelando um nível baixo de adesão ao sistema por parte dos hotéis.

28

2.2.1.3. BREEAM – Building Research Establishment Environmental Assessment Method

O BREEAM trata-se do primeiro sistema de avaliação ambiental a ser criado.

Desenvolvido no Reino Unido, em 1988, por investigadores do Building Research

Establishment (BRE) e do sector privado em parceria com a indústria, visa medir e

especificar o desempenho ambiental de edifícios (Zhang et al., 2012, p. 22).

Surge com o objetivo de fornecer orientações para a minimização dos efeitos adversos provocados pelos

edifícios no seu entorno, e ainda promover um ambiente interno saudável e de conforto (Kasim et al., 2012, p.

3; Lucas, 2011, p. 19; Pacheco, 2011, pp. 37, 38).

O sistema almeja incentivar o uso de melhores práticas em todo o ciclo de vida do edifício (reduzindo os

impactes no ambiente), diferenciar os edifícios que causam menor impacte ambiental, criar parâmetros e

padrões não impostos pela lei atual e realçar a importância e os benefícios que os edifícios com menores

impactes ambientais têm nos agentes envolvidos, entre outros (Lucas, 2011, p. 19; Santo, 2010, p. 30).

A atualização do sistema dá-se a cada 3 a 5 anos, de modo a incorporar os novos avanços da investigação

(através da introdução das alterações regulamentares e de mercado) para conseguir garantir que práticas de

excelência sejam consideradas aquando da avaliação (Santo, 2010, p. 30). A sua metodologia é considerada a

mais aceite internacionalmente, existindo adaptações feitas com o propósito de priorizar aspetos de relevância

regional na avaliação, em vários países como Canadá, Hong Kong (Kasim et al., 2012, p. 2; Santo, 2010, p. 31),

Austrália e Nova Zelândia (Kasim et al., 2012, p. 2).

As diversas versões do sistema BREEAM (Harvie e Cruickshank, 2010, p. 8), que têm vindo a surgir ao longo dos

anos, possibilitando cada vez um melhor enquadramento à tipologia do edifício em questão, são as seguintes:

Retail (edifícios comerciais), Prisons (prisões ou similares), Offices (edifícios de escritórios), Multi-residential

(edifícios multi-residenciais), International (edifícios em países sem versão apropriada), In-Use (edifícios com

gestão independente), Industrial (edifícios industriais), Healthcare (hospitais ou similares), Education (escolas

ou similares), EcoHomes (edifícios habitacionais), Courts (tribunais ou similares), Communities (edifícios

comunitários) e Bespoke (restantes edifícios não incluídos).

Relativamente ao método de avaliação este tem duas formas: para edifícios novos, ou submetidos a alterações,

e para edifícios existentes e em uso. Enquanto que na primeira a análise se centra no projeto e execução, a

segunda dedica-se à operação e gestão (Santo, 2010, p. 31).

A metodologia do sistema assenta numa lista de verificação (checklist) que detalha os requisitos específicos

para a obtenção dos créditos ambientais, que se encontram distribuídos pelas diferentes áreas abordadas nas

várias categorias. Para cada categoria há um número mínimo de créditos que têm de ser atingidos (Roderick et

al., 2009, p. 1168).

Existe um leque de 9 categorias (ver Quadro 6), em geral comuns a todas as versões do BREEAM representando

o centro do núcleo de ações. Algumas delas apresentam ainda categorias específicas à sua versão, como são

Figura 8 - Logótipo BREEAM (EAUC, 2013)

29

exemplo a Inovação ou o Negócio Local para o BREEAM Communities (BRE Global, 2008a, p. 28; 2008b, p. 28;

2009, p. 9).

Quadro 6 - Categorias gerais do BREEAM (adaptado de Santo, 2010, p. 32)

Categorias Áreas

Gestão Aspetos de políticas globais e procedimentos ambientais

Saúde e bem-estar Ambiente interior e exterior ao edifício

Energia Utilização de energia e emissões atmosféricas

Transporte Localização do edifício e emissões atmosféricas associadas às deslocações

Água Consumo e descargas

Materiais Implicações ambientais da seleção da matéria-prima

Resíduos Eficiência dos recursos e gestão dos resíduos de construção, funcionamento e reciclagem

Ocupação do Solo e Ecologia Estruturação, desenvolvimento urbano e valor ecológico local

Poluição Poluentes da água e do ar

Estas áreas possuem ponderações de acordo com as relativas importâncias determinadas pelo sistema,

consoante a tipologia e o contexto em causa. A ponderação é reconvertida num índice de desempenho

ambiental, denominado Environmental Performance Index (EPI), que permite situar a performance do edifício

num dos seis níveis de certificação existentes: Unclassified, Pass, Good, Very Good, Excellent e Outstanding.

(Lucas, 2011, p. 20; Roderick et al., 2009, p. 1168).

Segundo McManus (2010, pp. 8-10) são dois os tipos de custos a considerar aquando da certificação de

edifícios novos. Uns são os custos da avaliação, registo e certificação (mais fáceis de prever) e os outros são os

custos de construção ou renovação (mais difíceis de calcular). Os primeiros custos mencionados (taxados no

ano 2010) andam à volta dos 4 600€ (R$10 000), exceto para a versão BREEAM In-Use, que entre as diversas

variantes do processo, podem ficar entre 500€ (R$1 100) a 26 000€ (R$60 000).

Relativamente aos custos de construção ou renovação, o mesmo autor diz que estes podem variar bastante

dependendo das medidas já implantadas e do nível de classificação que se deseja obter. Para alcançar o nível

Good são poucos ou inexistentes os custos extra; mas, para os níveis Very Good e Excellent os custos adicionais

(taxados no ano 2010) ficam a cerca de 22€/m2 (R$50) e 69€/m

2 (R$155), respetivamente. Os certificados

BREEAM para novas construções não expiram, isso apenas acontece com a certificação BREEAM In-Use

podendo perder a validade após 1 ou 3 anos, consoante a situação em causa.

Tratando-se do sistema mais usado no mundo, o BREEAM encontra-se disseminado por mais de 50 países (de

grande maioria europeia) sendo muito recente no Brasil. Apresenta mais de 200 mil edifícios certificados

mundialmente e tem ainda adicionalmente cerca de 40 mil projetos registados em curso, correspondendo isso

a cerca de mais 1 milhão de edifícios (BRE Global, 2012).

30

2.2.1.4. LEED - Leadership in Energy and Environmental Design

O LEED foi desenvolvido em 1998 pelo United States Green Building Council - USGBC

(Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46; Nguyen e Altan, 2011, p. 376) com o intuito de facilitar a

transferência de conceitos de construção ambientalmente responsável para os

profissionais e respetiva indústria de construção americana, bem como para proporcionar

reconhecimento junto ao mercado pelos esforços investidos nessa finalidade (da Silva et

al., 2003, p. 9).

O sistema é um programa voluntário, consensual e orientado para o mercado que fornece a terceiros a

verificação de edifícios “verdes”. Com aplicações diversas e variadas que vão de casas e edifícios até bairros e

comunidades, este sistema visa transformar a forma como os ambientes são planeados, construídos e

operacionalizados. De carácter compreensivo e flexível ele abrange todo o ciclo de vida dos edifícios (USGBC,

2013a).

O LEED tem uma estrutura simples (compreendendo 5 áreas principais de sustentabilidade) e é assente numa

checklist na qual se verifica a atribuição de créditos consoante o atendimento dos critérios pré-estabelecidos,

que são basicamente ações (envoltas a todos os níveis do edifício) que contribuam para a redução dos seus

impactes ambientais (Ding, 2008, p. 455; Thilakaratne e Lew, 2011, p. 1137).

O sistema tem como referência princípios ambientais e de uso energético consolidados em normas e

recomendações de organismos com credibilidade reconhecida como: a American Society of Heating,

Refrigerating and Air-conditioning Engineers (ASHRAE), a American Society for Testing and Materials (ASTM), a

U.S. Environmental Protection Agency (EPA) e o U.S. Department of Energy (DOE). Contudo a sua metodologia

é apenas aplicável a condições locais, visto ter sido concebido para um contexto nacional específico (da Silva et

al., 2003, p. 9).

A primeira versão do LEED (versão 1.0), desenvolvida pelo USGBC e também conhecida como “Projeto Piloto”,

foi lançada em Janeiro de 1998 (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46; Lee e Burnett, 2008, p. 1883). Após diversas

atualizações encontra-se em vigor, desde 2009, a versão 3. Nesta nova versão dá-se a reorganização dos atuais

sistemas de classificação para edifícios comerciais e institucionais, juntamente com os principais avanços na

área, resultando na inclusão de três grandes modificações no sistema classificativo: a harmonização, a

ponderação de créditos e a regionalização (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46).

Com isto passou-se a dar prevalência aos créditos em função do seu impacte no ambiente e na saúde humana.

Ou seja, na prática atribuem-se mais pontos às estratégias que contemplam reduzir o nível de impactes na

eficiência energética e de emissões de CO2, considerados os de maior importância. Neste sentido procedeu-se

a uma priorização de categorias e créditos, levando a que o LEED passasse a operar numa escala de 100 pontos

(+ 10 de bónus) possíveis (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 46).

Os empreendimentos podem ser enquadrados num leque de 9 sistemas classificativos do LEED: New

Constructions & Major Renovations, Existing Buildings, Core& Shell, Commercial Interiors, Retail, Homes,

Figura 9 - Logótipo LEED (USGBCSF,

2012)

31

Neighborhood Development, Schools e Healthcare. Todos estes sistemas contêm 5 categorias principais e duas

categorias bónus. Dois deles (Homes e Neighborhood Development) apresentam ainda algumas categorias

adicionais.

As categorias principais são: Sustainable Sites, Water Efficiency, Energy & Atmosphere, Materials & Resources e

Indoor Environmental Quality. As categorias bónus são: Innovation in Design ou Innovation in Operations e

Regional Priority. Entre as categorias principais (e adicionais nos dois casos específicos mencionados) estão

distribuídos os 100 pontos globais, de maneira diferente para cada sistema. Os possíveis 10 pontos bónus

encontram-se repartidos nas categorias bónus (USGBC, 2013b).

Posto isto, para um empreendimento requisitar um processo de certificação tem que apresentar o caso ao

Green Building Council (GBC) local, determinar o respetivo sistema classificativo, fazer o registo, submeter a

aplicação e aguardar pela revisão e pela decisão. Quando esta decisão é afirmativa quer dizer que o

empreendimento é certificado pelo LEED (Deeke et al., 2008, p. 3; Russell, 2007, p. 1). Consoante a pontuação

obtida nas diversas categorias recebe um dos 4 níveis de certificação existentes: Certified, Silver, Gold e

Platinum (Deeke et al., 2008, p. 3; Ding, 2008, p. 455; Thilakaratne e Lew, 2011, p. 1137).

Refira-se que as pontuações mínimas exigidas para os diferentes níveis diferem um pouco consoante o sistema

classificativo em uso. Por exemplo, para o LEED New Constructions & Major Renovations tem-se: Certified (40-

49 pontos), Silver (50-59 pontos), Gold (60-79 pontos) e Platinum (80-110 pontos). O certificado Platinum

representa sempre a mais elevada patente de certificação ambiental deste sistema (Lucas, 2011, p. 34).

De acordo com as regras do USGBC, a validade da certificação é de 2 anos após a entrega real do certificado,

que pode ocorrer entre um a dois anos depois da construção do edificado. Findo esse prazo é necessário

proceder a novas avaliações, embora agora mais centradas na fase de manutenção e operação, para que seja

revalidada a certificação (Okada, 2012, p. 20).

Quanto ao LEED propriamente dito estão previstas, desde o ano 2000, revisões regulares ao sistema a cada 3 a

5 anos. Esse período poderá ser menor caso haja decisão consensual do USGBC ou alguma alteração a nível da

regulamentação local (Santo, 2010, p. 40).

Os custos, taxados no ano 2010, estão apresentados no Quadro 7, conforme a informação que foi possível

apurar.

32

Quadro 7 - Custos de implementação do LEED (adaptado de Fujihara, 2012, p. 19)

Fases Custos

Membros do USGBC Não Membros do USGBC

Registo do projeto 700€ (R$1 600) 1 000€ (R$2 100)

Análise do projeto (m2)

< 4 645 1 600€ (R$3 600) 1 800€ (R$4 000)

[4 645-46 451[ 0,3445€/m2 (R$0,7751/m

2) 0,3875€/m

2 (R$0,8719/m

2)

> 46 451 16 000€ (R$36 000) 18 000€ (R$40 000)

Certificação da obra (m2)

< 4 645 400€ (R$900) 600€ (R$1 400)

[4 645-46 451[ 0,0861€/m2 (R$0, 1937/m

2) 0,1292€/m

2 (R$0,2907/m

2)

> 46 451 4 000€ (R$9 000) 6 000€ (R$14 000)

Consultoria (não obrigatória) 0,5 - 1% custo da obra

Atualmente, o certificado LEED é o mais aceite e difundido no mundo para orientação, avaliação e certificação

de construções sustentáveis (Deeke et al., 2008, p. 2; Lee e Burnett, 2008, p. 1883; Roderick et al., 2009, p.

1168). Segundo da Silva et al. (2003, p. 11) “…o LEED é provavelmente o esquema disponível mais amigável

enquanto ferramenta de projeto, o que facilita a sua incorporação à prática profissional…”.

O LEED estimula posturas globais e sustentáveis nas edificações, sendo a sua certificação um grande potencial

para disseminar conceitos e boas práticas, bem como para influenciar o mercado internacional. Apresenta,

ainda, efeitos educativos ao disseminar ideias e valores de desempenho ambiental. Além disso, o sistema foi

desenvolvido para impulsionar uma transformação na indústria definindo uma métrica para a construção

sustentável e mantendo viva a discussão desse tópico (Hernandes, 2006, p. 121).

Ainda assim os críticos apontam algumas falhas ao sistema, dizendo que se fundamenta prioritariamente no

uso de novas tecnologias e produtos, se orienta pelo mercado imobiliário, não apresenta contextualização local

e apenas aborda o aspeto ambiental da sustentabilidade (Stuermer et al., 2010, p. 3), pecando também aqui

por ser excessivamente abrangente (Russell, 2007, p. 1). Hernandes (2006, p. 122) também acrescenta que o

sistema definitivamente não garante uma boa arquitetura, que pode mascarar o real impacto do

empreendimento (por questões de tamanho, contexto urbano e especificidades), e ainda que, pelo facto de se

focar na gama mais alta do mercado da construção, o sistema contribui pouco para diminuir a desigualdade

entre os extremos desse mercado (cenário crucial no Brasil).

No Brasil, o LEED tem sido aplicado essencialmente nas grandes cidades brasileiras pelo Green Building Council

Brasil (GBCB), criado em 2007, que também o adotou como selo de certificação (Deeke et al., 2008, p. 2).

Hernandes (2006, p. 42) crê que esta aceitação do sistema tenha acontecido devido à existência de inúmeras

empresas multinacionais no território brasileiro e com sede nos EUA. Isso gera um grande alinhamento nas

suas políticas ambientais e faz com que o LEED se revele como uma ferramenta de marketing institucional, com

grande aceitação junto à iniciativa privada.

Segundo o GBCB (2013) em 2012 contabilizou-se, no mundo, quase 1 bilião de m2 (mais precisamente 998,66

milhões de m2) construídos em certificação pelo LEED. De acordo com a avaliação feita em Julho de 2012,

33

existiam no mundo, distribuídos por 136 países, 33 195 empreendimentos certificados, sendo 13 831

referentes a edifícios comerciais. Com os EUA a liderarem com destaque o ranking dos países com mais

processos de certificação LEED, exibindo 12 693 certificados dos 41 857 registados, segue-se distantemente a

China com 250 certificados dos 996 registados (Casado, 2012, pp. 36, 38). O Brasil vem em 4º lugar com 79

certificados dos 640 registados, arrecadando o estado de São Paulo 61% da cota (366 registos). Desses 640

processos totais em registo apenas 4 (menos de 1%) são relativos a hotéis, não existindo nenhum certificado.

Refira-se que em 2004, no Brasil, havia apenas uma unidade registada (GBCB, 2013).

2.2.1.5. Processo AQUA – Alta Qualidade Ambiental

O Processo AQUA é um programa de gestão total do projeto, visando obter a alta

qualidade ambiental de um empreendimento novo ou de uma reabilitação

(Fundação Vanzolini, 2010a). Esta qualidade ambiental, segundo a “Haute Qualité

Environnementale” (HQE), define-se como "qualidade ambiental do edifício e dos

seus equipamentos (em produtos e serviços) e os restantes conjuntos de operação,

de construção ou adaptação, que lhe conferem aptidão para satisfazer as

necessidades de dar resposta aos impactes ambientais sobre o ambiente exterior e

a criação de ambientes interiores confortáveis e sãos" (Pinheiro, 2006, p. 172).

Neste contexto o Processo AQUA trata-se da versão brasileira adaptada do tipo de certificação HQE, tendo sido

a Fundação Vanzolini (instituição privada e sem fins lucrativos) a responsável pela sua implantação no Brasil

(Fundação Vanzolini, 2010b).

Um bom desempenho ambiental de um empreendimento assenta na sua organização eficaz e rigorosa, e é por

isso que o referencial técnico de certificação do Processo AQUA se estrutura em dois instrumentos. São eles o

Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), que avalia o SGA implementado, e a Qualidade Ambiental do

Edifício (QAE), para avaliação do desempenho arquitetónico e técnico da construção (Bueno e Rossignolo,

2010, p. 48).

A aplicação do SGE permite definir a qualidade ambiental, bem como organizar e controlar o conjunto de

processos operacionais relativos às várias fases (todas certificáveis) do empreendimento: programa, conceção

(projeto), realização (obra) e operação (funcionamento). A integração necessária para o devido cumprimento

do SGE exige tempo e algumas qualidades como organização, rigor e capacidade de reação por parte do

empreendedor. Mas quando é bem executado consegue-se um empreendimento bem gerido e com maiores

probabilidades de alcançar as metas definidas (Leite, 2011, p. 30).

A QAE encontra-se estruturada em 14 categorias, organizadas por 4 famílias diferentes (ver Quadro 8), que se

dividem ainda em subcategorias, perfazendo um total de 37 (Librelotto, 2010, p. 38). As categorias expressam-

se pelo conjunto de preocupações associadas a cada desafio ambiental, que por sua vez se traduzem por

critérios e indicadores de desempenho. As designadas categorias devem satisfazer as exigências relacionadas

Figura 10 - Logótipo Processo AQUA

(Fundação Vanzolini, 2010e)

34

com o controle de impactes sobre o ambiente externo e com a criação de um ambiente interno confortável e

saudável (Leite, 2011, p. 31).

Quadro 8 - Categorias e famílias do Processo AQUA (FCAV e CERQUAL, 2013, p. 8)

SÍTIO E CONSTRUÇÃO

Categoria nº 1 Relação do edifício com o seu entorno

Categoria nº 2 Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos

Categoria nº 3 Canteiro de obras com baixo impacto ambiental

GESTÃO

Categoria nº 4 Gestão da energia

Categoria nº 5 Gestão da água

Categoria nº 6 Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício

Categoria nº 7 Manutenção - Permanência do desempenho ambiental.

CONFORTO

Categoria nº 8 Conforto higrotérmico

Categoria nº 9 Conforto acústico

Categoria nº 10 Conforto visual

Categoria nº 11 Conforto olfativo

SAÚDE

Categoria nº 12 Qualidade sanitária dos ambientes

Categoria nº 13 Qualidade sanitária do ar

Categoria nº 14 Qualidade sanitária da água

A avaliação de um projeto é feita de forma evolutiva ao longo da estrutura em árvore, composta pelas ditas

categorias, subcategorias e preocupações. O desempenho nestas pode ser classificado em três níveis: Bom

(práticas correntes, legislação), Superior (boas práticas) e Excelente (melhores práticas).

Para se obter a certificação é exigido um denominado perfil mínimo referente às 14 categorias que engloba: 7

categorias (no máximo) com nível Bom, 3 categorias (no mínimo) com nível Excelente, com as restantes,

obviamente, de nível Superior. Aqui entra uma peculiaridade do sistema já que o padrão mínimo de exigência

remete para o que está estabelecido na regulamentação. Assim, se a avaliação determinar esse mínimo exigido

o certificado é concedido, caso contrário não será, não existindo por isso níveis intermédios de certificação

(FCAV e CERQUAL, 2013, pp. 11, 12).

Para se dar este processo de certificação é necessário que o empreendedor entre em contacto com a Fundação

Vanzolini, para efetuar a adesão a um dos referenciais técnicos disponíveis no site da instituição. Os

referenciais técnicos existentes são para edifícios comerciais, habitacionais, de escritórios, escolares e

hoteleiros (Fundação Vanzolini, 2010c). Seguidamente, nas auditorias presenciais efetuadas, cabe ao auditor

verificar nas várias fases a implementação do SGE e comparar a avaliação da QAE com os critérios de

desempenho exigidos no referencial técnico adotado, analisando assim a possibilidade de emissão de

certificado (Leite, 2011, p. 34).

Na avaliação de cada fase do Processo AQUA são verificadas as condições determinadas, e é emitido o

certificado, que expira quando se realiza a validação da fase seguinte. Não há por isso renovação do certificado,

35

pois este vale até à conclusão da etapa, assumindo-se que os elementos necessários ao correto desempenho

ambiental permaneçam presentes. A única exceção diz respeito à fase da operação, em que a certificação é

válida apenas por um ano, necessitando de posterior revalidação (Costa e de Moraes, 2012, p. 16).

Quanto aos custos (taxados no ano 2010) implícitos na adoção do Processo AQUA, rondam os 8 000€ (R$17

500) para empreendimentos até 1 500m2 e 0,715€/m

2 (R$1,609/m

2) para aqueles acima dos 1 500m

2 (Leite,

2011, p. 34).

O Processo AQUA destaca-se por ser a primeira metodologia oficialmente adaptada ao contexto brasileiro.

Contudo, a dificuldade em obter informações, os altos custos do processo de certificação, a falta de divulgação,

e o facto de ser um sistema novo são as razões por detrás do número pouco significativo de edifícios

certificados (Bueno e Rossignolo, 2010, p. 50).

Segundo a Fundação Vanzolini (2010d), existem no território brasileiro 65 empreendimentos certificados nas

seguintes fases de crescimento do empreendimento: Programa, Conceção, Realização, Programa da Operação

e Operação. Verificando-se que:

63 empreendimentos requisitaram a certificação durante todo o processo de transformação e apenas

2 empreendimentos o fizeram quando já se encontravam em operação e uso;

Estes 2 empreendimentos encontram-se apenas com a fase ‘Programa da Operação’ certificada;

Dos restantes 63 empreendimentos:

o 32 têm apenas a fase ’Programa’ certificada;

o 17 têm as fases ’Programa’ e ‘Concepção’ certificadas;

o 7 têm as fases ’Programa’, ‘Concepção’ e ‘Realização’ certificadas;

o 4 têm as fases ’Programa’, ‘Concepção’, ‘Realização’ e ‘Programa da Operação’ certificadas;

o 3 têm todas as fases certificadas.

A maioria destes empreendimentos são do tipo habitacional, escolar e escritórios. Existem hotéis em apenas 2

empreendimentos de componente ‘Lazer e bem-estar’.

2.2.1.6. LiderA – Liderar pelo Ambiente

O LiderA designa-se como um sistema voluntário português que tem em vista

efetuar, de forma eficiente e integrada, o apoio, a avaliação e a certificação do

ambiente construído que procure a sustentabilidade. Destina-se a: 1) apoiar o

desenvolvimento de planos e projetos que procurem a sustentabilidade; 2) avaliar e

posicionar o desempenho destes nas fases de conceção, obra e operação quanto à procura da

sustentabilidade; 3) suportar a gestão na fase de construção e operação; 4) atribuir a certificação por marca

registada, feita através de verificação por uma avaliação independente; e 5) servir como instrumento distintivo

de mercado para os empreendimentos e clientes que valorizem a sustentabilidade (LIDERA, 2013a).

Figura 11 - Logótipo LiderA (LIDERA, 2013a)

36

O sistema surge como fruto de trabalhos de investigação, consultoria e projetos (efetuados desde 2000),

debruçados na temática da sustentabilidade na construção e ambientes construídos. A primeira verão do

sistema (LiderA 1.2), publicada em 2005, contemplava apenas o edificado e respetivo espaço envolvente.

Contudo, em 2009 surgiu a segunda versão (LiderA 2.0), atualmente em vigor, que já permite uma aplicação a

escalas diferentes e que se destina não só ao edificado mas também a espaços exteriores e a zonas alargadas -

como quarteirões, bairros e empreendimentos de várias escalas (LIDERA, 2013b).

Como autor do sistema, Pinheiro (2010c, p. 14) relata que o LiderA assenta em 6 princípios de bom

desempenho ambiental, que se expressam como vertentes: Integração Local, Recursos, Cargas Ambientais,

Conforto Ambiental, Vivência Socioeconómica e Uso Sustentável. Estas traduzem-se em 22 áreas e 43 critérios

onde são avaliados os ambientes contruídos em função do desempenho ambiental que exibem. Tal como nos

sistemas BREEAM e LEED os critérios acompanham a evolução tecnológica, o que permite dispor de soluções

ambientalmente mais eficientes. As áreas e critérios são abordadas em pormenor na secção 3.1.

Os níveis de desempenho diferem consoante a classificação obtida e são

representados por classes (da menos à mais eficiente) sendo os seus limiares

derivados a partir de três pontos de referência (ver Figura 12). O primeiro

assenta no desempenho tecnológico mais utilizado, pelo que a prática

construtiva existente é considerada como nível usual (classe E). No segundo

nível o melhorado desempenho decorre da melhor prática construtiva viável

à data (classes C, B e até A). O terceiro assenta na definição do nível de sustentabilidade elevado: procura de

nível de desempenho neutral (classes A+ e A

++) ou até regenerativo (classe A

+++). Refira-se que as classes D, C,

B, A , A+ e A

++ representam melhorias face à prática usual de pelo menos 12,5%; 25%; 37,5%; 50%; 75% e 90%,

respetivamente (Pinheiro, 2010c, p. 14).

Para se proceder ao reconhecimento de um empreendimento, este deve dispor de bom desempenho

ambiental (supostamente) e de evidências disso, sendo que a certificação apenas é atribuída em caso de classe

C ou superior. Os custos associados ao processo de certificação dependem não só da tipologia e dimensão do

empreendimento, mas também do processo abrangido, devido às várias fases que podem ser analisadas e seus

respetivos detalhes. Daí que o valor possa diferir muito e seja determinado caso a caso. Ainda assim, é possível

adiantar que o custo da certificação - taxado no ano 2010 - é de 1 500€/processo (≈3 400R$/processo) com a

adição de 0,3€/m2 (≈0,7R$/ m

2) de Área Bruta Construída (ABC). É de notar que os valores do processo são

reduzidos em 50% caso haja um assessor LiderA envolvido, acontecendo o mesmo com o preço global, quando

há acordo com o município onde se insere o projeto (Pinheiro, 2010b, pp. 2 , 4).

A certificação LiderA tem validade de 3 anos, tal como acontece com as certificações energéticas, excetuando-

se o caso de hotéis muito pequenos e que não disponham de meios de climatização, casos em que a validade é

mais alargada (5 anos) uma vez que já que não necessitam de controlo tão apertado. Em Portugal, existem já

certificados pelo LiderA, na procura da sustentabilidade, mais de 1 000 fogos, mais de 6 000 camas turísticas

(ver secções 2.3.1. e 2.3.2.) e ainda múltiplos projetos na área do comércio e outros serviços. Nos Países

Figura 12 - Níveis de desempenho (Pinheiro, 2010c, p. 10)

37

Africanos de Língua Oficial Portuguesa em que o sistema também está em atividade todos os processos

vigentes encontram-se ainda em desenvolvimento (LIDERA, 2013a).

2.2.1.7. Outros sistemas de certificação

São de referir ainda, adicionalmente, dois sistemas que embora não tenham a preponderância para este caso

como os já abordados, devem ser mencionados mesmo que apenas a título indicativo. São eles o Green Globe

21 e o Eco-Hotel, sendo que são ambos muito recentes no panorama brasileiro.

O sistema Green Globe 21, foi inicialmente criado com o nome Green Globe, pelo World

Travel and Tourism Council (WTTC) em 1994, com o objetivo central de promover a

implementação dos princípios da Agenda 21 na indústria do turismo, tendo por base as

normas ISO (Harris et al., 2002, p. 59; Lima e Partidário, 2002, p. 40). Mas, desde 1999 até

ao dia de hoje, a Green Globe 21 assumiu identidade própria como empresa

internacional na área de certificação ambiental (Harris et al., 2002, p. 59). Conta com o

apoio de 28 organizações governamentais e empresariais (destacando-se o WTTC,

UNWTO e UNEP) e tem mais de 500 membros em 101 países (Lima e Partidário, 2002, p. 41).

Existem quatro tipos de âmbitos de aplicação do programa (empresas, comunidades, ecoturismo e design e

construção), em que as áreas chave de atuação são as seguintes: emissões de GEE; gestão, conservação e

eficiência energética; gestão de recursos hídricos; gestão e conservação dos ecossistemas; gestão dos aspetos

culturais e sociais; planeamento e ordenamento do território; proteção da qualidade do ar e controlo do ruído;

gestão de efluentes; e minimização, reutilização e reciclagem de resíduos. Para que um hotel receba esta

certificação tem de preencher todos os requisitos exigidos e ser sujeito a uma auditoria independente (Harris

et al., 2002, p. 64; Pereira, 2011, p. 62).

O sistema Eco-Hotel trata-se de uma certificação ambiental da organização TUV Rheinland

Group: multinacional de origem alemã, líder na prestação de serviços de inspeções e

certificações e com mais de 130 anos de existência. São filiais da organização a TÜV

Rheinland Portugal (2013b) e a TÜV Rheinland Brasil (2013), que foram criadas em 1989 e

em 2000, respetivamente. A certificação Eco-Hotel é dirigida a hotéis, aldeamentos

turísticos, aparthotéis e empresas do sector da indústria hoteleira e acarreta com ela

vantagens competitivas e motivação dos colaboradores (TÜV Rheinland Portugal, 2013a).

A avaliação para certificação é baseada num questionário, desenvolvido especificamente para a indústria

hoteleira, sendo função da pontuação obtida nesse pela empresa. O questionário é constituído pelas seguintes

8 áreas, consideradas as mais importantes numa boa gestão ambiental hoteleira: licenciamentos, organização,

política e objetivos; compras e substâncias perigosas; gestão das águas; gestão dos resíduos; material de

escritório; instalações exteriores e integração no meio ambiente; gestão dos recursos energéticos e segurança.

Quando emitida, a certificação, necessita de ser renovada anualmente (Pereira, 2011, p. 59).

Figura 13 - Logótipo Green Globe (GGC,

2011)

Figura 14 - Logótipo Eco-Hotel (TÜV

Rheinland Portugal, 2013a)

38

2.3. Casos de bom desempenho ambiental

Embora a preocupação com o ambiente ainda não seja muito clara por parte da maioria da indústria hoteleira,

existem hotéis que primam por esse aspeto em particular. Isso vale-lhes a obtenção de uma ou mais

certificações, primordialmente das referenciadas anteriormente, e de um certo estatuto “verde” no mercado.

São, por isso, apresentados em seguida alguns casos de desempenho ambiental exemplar.

2.3.1. Hotel Jardim Atlântico

Figura 15 - Perspetivas do Hotel Jardim Atlântico (Campos, 2009, p. 39; Castaways, 2013)

O Hotel Jardim Atlântico localiza-se na ilha da Madeira (encosta Sudoeste), na zona Prazeres, Calheta.

Construído em 1993, encontra-se integrado numa área verdejante natural, a 480m acima do Oceano Atlântico,

tendo por isso uma vista privilegiada sobre esse, bem como sobre as vilas piscatórias e montanhas envolventes

(ver Figura 15). Tendo uma ABC de aproximadamente 7 500m2 (Jardim Atlântico, 2013a), o hotel é constituído

por 61 apartamentos T0, 26 apartamentos T1, 2 apartamentos T2 e 8 bungalows. Dispõe de vários serviços

como um restaurante, um bar, uma piscina exterior e outra interior, um ginásio, uma sala de conferências, um

campo de ténis, etc. Apresenta uma forma irregular, com a construção adaptada à topografia do terreno. Esta

característica é, desde logo, uma importante vocação para a área ambiental (Pinheiro, 2006, p. 214).

Foi graças à perspetiva “verde” dos seus proprietários que desde o início foi dado grande valor ao ambiente, o

que é manifesto nas medidas ambientais aplicadas em diversos campos: Energia, Resíduos, Água Potável e

Efluentes, Qualidade do Ar Interior e Ambiente Sonoro, Impacte Paisagístico. Também se verifica essa visão

ambiental na formação dada aos seus 65 funcionários, pessoal subcontratado (quando possível) e

sensibilização aos hóspedes. A adoção desta dinâmica ambiental tem-se revelado também muito favorável

economicamente, já que o hotel apresenta ótimas taxas de ocupação com uma parte muito significativa de

hóspedes a voltar frequentemente (Pinheiro, 2006, pp. 214, 215).

O hotel, concebido de raiz por um arquiteto português para ser um “hotel-verde”, apresenta como principais

características ambientalmente corretas: adaptação à topografia local (reduzindo o impacto visual na

paisagem), quartos virados a Sul (aproveitando energia natural do sol e brisa marítima), beirais com sistema de

recolha de águas pluviais (utilizada na rega dos jardins) e existência de uma Estação de Tratamentos de Águas

Resíduais (ETAR) biológica própria (acredita-se ser o primeiro hotel no mundo a possuir uma). O seu

39

restaurante e snack-bar usam produtos naturais (sem componentes químicos nem outros aditivos) e têm como

especialidade comida vegetariana. O hotel promove ainda muitos outros serviços de carácter ambiental como

por exemplo o Caminho dos Pés Descalços e o Centro Vital-SPA (Campos, 2009, pp. 39, 40).

Classificado como hotel de 4 estrelas, o Hotel Jardim Atlântico apresenta um leque de certificações e prémios

notável. Detém as seguintes certificações: NP EN ISO 14001 (desde 2002), “Eco-Hotel” da TÜV Rheinland

(desde 2003), EU Ecolabel para “Serviços de Alojamentos Turístico” (desde 2004), LiderA – Sistema Português

de Avaliação da Sustentabilidade-classe A (desde 2007) e Biosphere (desde 2008) (Jardim Atlântico, 2013b).

Quanto aos prémios apresenta: 1 “Prémio Best Ecological Hotel”, 1 Distintivo Turístico de Qualidade Ambiental

com grau de “Amigo do Ambiente – Excelência”, 1 Prémio “Ecotrophea 2009”, 12 Prémios TUI

“Umweltchampion”, 3 Prémios “Environmental Hotel Award”, 1 “Sustainable Tourism Award”, 3 Prémios da

Green Globe 21, 3 IH&RA Internacional hotel & Restaurant association, 10 Hollys e 1 Onda Dourada. Estes dois

últimos prémios são referentes à qualidade na área da prestação do serviço, sendo que todos os outros são

condecorações ambientais (Jardim Atlântico, 2013c).

2.3.2. Hotel Vila Galé Albacora

Figura 16 - Perspetivas do Hotel Vila Galé Albacora (CHH, 2013; Vila Galé, 2012)

O Hotel Vila Galé Albacora situa-se em Tavira, no Algarve, e está inserido em pleno Parque Natural da Ria

Formosa. Encontra-se numa zona rural e pouco consolidada mas protegida e, surge da reconversão de um

antigo arraial de pesca de atum (ver Figura 16). Esta origem peculiar é a causa das características arquitetónicas

e culturais distintas deste empreendimento (LiderA, 2012, p. 7).

Com uma ABC de cerca de 6 481m2, o hotel é composto por 15 edifícios de um piso de altura nos quais se

disponibilizam 157 quartos e 5 suites júnior. Apresenta ainda 2 restaurantes, um bar, um business center, uma

sala de reuniões e diversas facilidades como: uma piscina exterior, uma sala de jogos, um parque infantil, um

jardim, um clube infantil, uma zona spa, um museu da pesca do atum, uma capela, entre outras. Existe nas

proximidades do hotel um local onde são efetuadas ligações de barco até Tavira e à sua ilha, sendo que o

próprio hotel disponibiliza ainda aos seus clientes um serviço de shuttle que faz a ligação ao centro da cidade

de Tavira (LiderA, 2012, pp. 7, 8).

40

O empreendimento foi concebido de forma a responder às exigências de conforto e qualidade dos futuros

utilizadores mas sem descurar os aspetos relativos à procura de um bom desempenho e de boas práticas

ambientais. O hotel aplica várias medidas ambientais nos principais campos de ação como: água (mecanismos

com redução de caudal e rega automática, gota a gota), energia (mais de 80% das lâmpadas são de baixo

consumo e 90% da eletricidade fornecida é renovável), emissões (funcionários deslocam-se num veículo

elétrico e existem meios de transporte não poluentes para os clientes), resíduos (todos são separados e

devidamente encaminhados), bens e produtos (utilizam-se produtos recicláveis e ecológicos e as refeições são

feitas com produtos locais), etc. (Santo, 2012, pp. 110, 111).

Todos estes motivos, e outros mais, proporcionaram a classificação de 4 estrelas e fazem do Hotel Vila Galé

Albacora um sucesso em desempenho ambiental. Apresenta na atualidade vários tipo de certificação como

LiderA (classe A+), “Eco-Hotel” da TÜV Rheinland, Green Key, Eco-Hotels of the World, Travelife (Gold). Possui

ainda um prémio TUI “Umweltchampion” (Vila Galé, 2012).

2.3.3. Hotel Heritance Kandalama

Figura 17 - Perspetivas do Hotel Heritance Kandalama (Asia, 2011; Red Dot Tours, 2012)

O Hotel Heritance Kandalama está localizado nos arredores de Dambulla, no Sri Lanka, e é uma obra

arquitetónica elaborada pelo arquiteto local de maior renome Geoffrey Bawa. Construído com vista sobre o

Rochedo de Sigiriya (oitava maravilha do mundo) tem a forma das asas de um pássaro e apresenta-se no

seguimento de um penhasco de onde aparenta emergir. Tem o incrível comprimento de 1km de uma ponta à

outra e eleva-se por 7 andares, mas ainda assim aparenta ser uma extensão perfeitamente natural da

montanha onde se insere (ver Figura 17). Foi projetado para visionar ao invés de ser visto, daí que tenha um

estilo simples, minimalista e não obstrutivo, com uma cobertura de vegetação que atrai a fauna selvagem local

(ASHM, 2013b).

Inaugurado em 1995 o hotel, com uma ABC de cerca de 23 500m2, é composto por: 71 Superior Room, 21

Panoramic Room, 33 Luxury Room, 33 Deluxe Room, 12 Suite, 2 Luxury Suite e 1 Royal Suite. Ainda apresenta

vários serviços e atividades como: 3 piscinas, parque infantil, spa, ginásio, biblioteca, business center, lojas,

parque ecológico e viagens de balão quente, entre muitos outros (ASHM, 2013b).

41

Hoje em dia o Hotel Heritance Kandalama é reconhecido por ser um dos grandes exemplos de edificação

sustentável e ecologicamente correta devido à implementação de várias medidas nas áreas primordiais, tais

como: projeto (respeito da topografia local, coberturas com vegetação e aproveitamento da luz natural),

materiais (grande uso na construção de madeira reciclada e mínimo de tintas), água (tanques de coleta de

chuva, águas residuais e negras tratadas), energia (chaves dos quartos com acionamento elétrico geral e alto

uso de energia solar), gerência ambiental (diminuir o impacto ambiental e junto à comunidade local), etc. (da

Silva, 2006, p. 60).

O hotel, com classificação de 5 estrelas, já ganhou mais de 50 prémios pela sua arquitetura, políticas

ambientais, comida e serviços. Fora dos EUA foi a primeira edificação a receber o selo LEED, em 2001, e a

primeira no mundo a receber especificamente o certificado “LEED Certified Hotel” (da Silva, 2006, p. 57). Exibe

também certificação ISO 14001, ISO 22000, Green Globe Benchmarked bronze (2008) e Earth Check silver

(2010). Venceu ainda: o prémio Associação de Avanço da Ciência do Sri Lanka (1997), um PATA Green Leaf

Gold Award (2000), uma Thomson Gold Medal (2000) e um Green Apple Environmental Gold Award (2011),

entre vários outros (ASHM, 2013a).

2.3.4. Grande Hotel São Pedro

Figura 18 - Perspetivas do Grande Hotel São Pedro (Senac, 2013e)

O Grande Hotel São Pedro localiza-se no município de Águas de São Pedro, Brasil e encontra-se a cerca de

184km da cidade de São Paulo. Inaugurado em 1940, o hotel apresenta uma imponente arquitetura Art Déco

rodeada por jardins e bosques - ver Figura 18 (dos Santos et al., 2006, p. 6). Em finais da década de 60 foi

instalada uma escola de hotelaria no local e a administração Senac tomou conta do empreendimento,

efetuando a reforma de todo o hotel e a criação do Centro de Desenvolvimento e Formação em Turismo e

Hotelaria. Atualmente o complexo hoteleiro Grande Hotel São Pedro abriga o Centro Universitário Senac -

Campus Águas de São Pedro - onde existem cursos nas áreas de turismo e hotelaria, gastronomia, lazer e meio

ambiente. Tem como principal atrativo diferencial a oportunidade dos alunos aplicarem a aprendizagem no

próprio hotel (Senac, 2013c).

Com uma área verde de 330 000m2, o hotel possui um total de 110 apartamentos subdivididos nas seguintes

classes: Luxo, Master (Master e Master adaptado), Clássico (Luxo e Master), Conforto (Luxo e Master),

42

Conjugado (Luxo e Master), Suites (Luxo, Master, Primavera e Grande Hotel) e Vila do Golfe (Vila do Golfe e Vila

do Golfe Master). Com capacidade para atender mais de 300 hóspedes, o hotel ainda dispõe de um centro de

convenções que pode receber até 700 pessoas (Senac, 2013a). Para além disso, apresenta um vasto leque de

serviços e atividades como: um Business Center, 3 restaurantes, 2 bares, uma área gastronómica (Figueira da

Piscina), uma adega, um Health Club, 4 courts de ténis, um campo de futebol, um pavilhão polidesportivo, um

campo de golfe, 3 piscinas, uma sala de snooker, um mini clube infantil, bicicletas, um heliponto, entre muitos

outros (Senac, 2013d).

Refira-se que o hotel possui infraestruturas adequadas a pessoas com necessidades especiais de locomoção

(dispondo inclusive de cadeiras de rodas na receção). Desde Fevereiro de 2012 que é um hotel 100% “não

fumador”, não sendo permitido a utilização de nenhum tipo de fumo em todas as acomodações e áreas sociais

(Senac, 2013f).

A gerência do hotel está comprometida com o meio ambiente (dos Santos et al., 2006, p. 6) e promove o

desenvolvimento sustentável através de ações como: monitoramento de consumos (água, energia, papel e

copos descartáveis), gestão de resíduos perigosos (lâmpadas fluorescentes, óleos de cozinha, pilhas e baterias),

gestão de material orgânico e inorgânico, reciclagem, análise da potabilidade da água, adoção de papel

reciclado, etc. Estas ações são divulgadas aos colaboradores, hóspedes, alunos, comunidade e fornecedores

por meio de banners, palestras, workshops e e-mails (Senac, 2013b). Toda esta dinâmica já valeu ao hotel de 5

estrelas a obtenção dos certificados ISO 9001 e ISO 14001 (dos Santos et al., 2006, p. 6).

2.4. Aspetos chave

Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:

Um hotel tem como produto principal a acomodação, aliada de outros serviços (alimentação, lazer,

etc.), e a sua classificação/designação depende da qualidade de todos esses serviços prestados bem

como dos requisitos físicos das instalações;

A sustentabilidade na indústria hoteleira começa a afirmar-se no mercado, por motivos que variam

entre a rentabilidade que lhe está associada e a parcela turística ambientalmente consciente (que é

cada vez maior). Isso pode vir a reduzir os impactes associados aos hotéis: consumos elevados de água

e energia, geração de resíduos sólidos e efluentes orgânicos, emissões de CFCs, entre outros;

Hoje em dia, com o número de quartos de hotel no mundo a ultrapassar os 17,5 milhões, ficam

patentes tanto os impactes totais provocados no ambiente como a importância que tem a indústria

hoteleira começar a adotar melhores produtos e práticas ambientais. Nesse sentido, torna-se

essencial a existência de uma boa gestão ambiental interna, onde se revela como principal ferramenta

a adoção de um SGA;

43

De forma a evidenciar e premiar as empresas que adotam essas boas práticas ambientais surgiu a

certificação ambiental, existindo atualmente vários sistemas de avaliação e certificação hoteleira. De

todos esses sistemas, o BREEAM e o LEED apresentam-se como os de maior renome e dimensão

mundial, embora ainda com escassa aplicação no Brasil. O sistema LiderA apesar de estar ainda

restringido ao território nacional e PALOP, inicia agora a sua abordagem ao mercado brasileiro;

O número de hotéis certificados ambientalmente ainda é reduzido, mas é provável que futuramente

este cenário mude e a certificação hoteleira se torne uma condição habitual ou até obrigatória.

44

45

3. LiderA e desempenhos no Brasil

3.1. LiderA

Relembrando o que já foi mencionado anteriormente (ver secção 2.2.1.6.): o sistema LiderA na sua versão

integral contempla 6 vertentes (assentes em 6 princípios), que se traduzem em 22 áreas, as quais por seu

termo se subdividem em 43 critérios.

A cada um destes critérios está designado um peso relativo percentual, sendo que este valor é ponderado

conforme a relevância ambiental desse mesmo critério. As classes possíveis de atribuir aos critérios variam

entre G e A++

(ver Figura 12), correspondendo estas a fatores de melhoria em relação ao nível usual de 0 e 10,

respetivamente. A classe E é relativa à prática de referência, com fator 1, e as classes de melhor desempenho

além da A++

(fator 10), são as classes A e A+ que representam fatores de melhoria de 2 e 4, respetivamente. Ao

ser atribuída uma classe de desempenho aos diversos critérios consegue-se saber se a solução é ou não

sustentável e, após uma justa ponderação, efetuar a mesma lógica mas sobre a classificação final/global do

empreendimento em análise. Este modus operandi descrito é linear para as versões nacional e internacional do

sistema. Contudo, só em Portugal é que se recorre a 43 critérios, com possível consulta de todos esses no

manual de versão extensa de apresentação do sistema (Pinheiro, 2011).

A versão internacional do LiderA exibe apenas 22 critérios (mantendo as mesmas áreas e vertentes), já que é

mais generalizada, mas apresenta a facilidade de poder ser adequada a diferentes países e às suas

características em particular (Pinheiro, 2010a, p. 3). Significa isso que os diversos campos analisados no sistema

podem ser modificados e apresentarem diferentes pesos consoante o país em causa. Apresenta-se no Quadro

9, em síntese, o que acabou de ser relatado para o caso internacional.

Desenvolve-se de seguida, de acordo com o manual de apresentação sumária do LiderA para ambientes

construídos (Pinheiro, 2011), a adaptação da descrição e das particularidades a que atenta cada vertente, área

e respetivos critérios. Reforce-se a noção de que toda esta secção que se segue é adaptação das obras citadas,

daí que não se fugiu (nem era esse o propósito) em muito à literatura de base. Não transcrevendo à letra

manteve-se sempre a maior fidelidade possível aos termos utilizados pelo autor.

46

Quadro 9 - Ferramentas de análise do LiderA (Pinheiro, 2010a, p. 3)

Princípio Vertente Área Pesos Critérios Nº

1 – Valorizar a

dinâmica local e

promover uma

adequada integração

Integração

Local

Solo 5% Valorização Territorial A1

Ecossistemas Naturais 5% Valorização Ecológica A2

3 critérios Paisagem e Património 4% Valorização Paisagística A3

14%

2 – Fomentar a

eficiência no uso dos

recursos

Recursos Energia 10% Gestão da Energia A4

Água 10% Gestão da Água A5

Materiais 10% Gestão dos Materiais A6

4 critérios Produção Alimentar 2% Produção Local de

Alimentos

A7

32%

3 – Reduzir o impacte

das cargas (quer em

valor, quer em

toxicidade)

Cargas

Ambientais

Efluentes 3% Gestão dos Efluentes A8

Emissões Atmosféricas 2% Gestão das Emissões

Atmosféricas

A9

Resíduos 3% Gestão dos Resíduos A10

Ruído Exterior 3% Gestão do Ruído A11

5 critérios Poluição Ilumino-térmica 1% Gestão Ilumino-térmica A12

12%

4 – Assegurar a

qualidade do

ambiente, focada no

conforto ambiental

Conforto

Ambiental

Qualidade do Ar 5% Gestão da Qualidade do Ar A13

Conforto Térmico 5% Gestão do Conforto

Térmico

A14

3 critérios Iluminação e Acústica 5% Gestão de Outras

Condições de Conforto

A15

15%

5 – Fomentar as

vivências

socioeconómicas

sustentáveis

Vivência

Socioeconómica

Acesso para Todos 4% Contribuir para a

Acessibilidade

A16

Diversidade Económica 4% Contribuir para a Dinâmica

Económica

A17

Amenidades e Interação Social 4% Contribuir para as

Amenidades

A18

Participação e Controlo 4% Condições de Controlo A19

5 critérios Custos no Ciclo de Vida 3% Contribuir para os Baixos

Custos no Ciclo de Vida

A20

19%

6 – Assegurar a

melhor utilização

sustentável dos

ambientes

construídos, através

da gestão ambiental e

da inovação

Uso Sustentável Gestão Ambiental 6% Promover a Utilização e

Gestão

A21

2 critérios Inovação 2% Promover a Inovação A22

8%

47

3.1.1. Integração Local

Um dos aspetos chave a ter em conta no início do desenvolvimento de um ambiente construído é a localização

deste. Efeitos como a ocupação do solo, as alterações ecológicas do território, a necessidade de valorizar o

território e a rede ecológica, bem como a necessidade de valorizar a paisagem e o património associam-se à

escolha do respetivo local e condicionam o desempenho ambiental de qualquer edifício, empreendimento ou

zona. Nesta vertente os critérios de base focam os seguintes aspetos:

Valorização Territorial (A1) - De preferência, deve-se construir em locais que permitam assegurar a ocorrência

de impactes reduzidos para o solo e seus usos. É desejável também gerar a sustentabilidade na zona de

instalação e valorizar as características ambientais globais (temperatura, precipitação, orientação solar, etc.). A

possibilidade de valorização de um local, das suas infraestruturas ou de edifícios degradados é um aspeto

relevante a que se deve dar prioridade, devendo-se também respeitar os limites de altura das construções

vizinhas.

Valorização Ecológica (A2) - Quando reduzidas as suas funções, o valor ecológico dos locais pode diminuir. Esse

cenário pode ser invertido, ou seja o valor ecológico existente aumentar, se as intervenções humanas forem

vocacionadas para o efeito ou adequadamente efetuadas, através do aumento da biodiversidade local e da

valorização das zonas naturalizadas. Devem também ser asseguradas as funções ecológicas do solo,

nomeadamente a capacidade de suporte das atividades ecológicas do ciclo da água: drenagem, infiltração das

águas e proteção das zonas mais relevantes (em especial as suscetíveis à erosão). Há ainda que integrar o

ambiente construído, fazendo com que respeite as zonas naturais existentes, de forma a minimizar a afetação

das mesmas.

SOLO: O solo é um recurso importante, e a sua ocupação é um fator crucial na seleção de locais adequados

à construção (sendo assim um desafio para a sustentabilidade) uma vez que permite diminuir a ocupação

de zonas naturais, das áreas ocupadas e impermeabilizadas, bem como controlar as alterações presentes

no terreno. A decisão sobre onde construir e a forma de utilização do local para intervenções edificadas é

um aspeto da maior importância já que vai estruturar o desenvolvimento do empreendimento.

ECOSSISTEMAS NATURAIS: Os ecossistemas naturais abrangem uma multiplicidade de aspetos, quer nos

espaços naturais não humanizados, quer nos humanizados. A conservação dos ecossistemas é condição

básica para o desenvolvimento sustentável já que estes mantêm processos ecológicos (fotossíntese, ciclos

higrológicos, reciclagem de nutrientes, etc.) fundamentais à sobrevivência humana e preservam uma

imensidão de diversidade genética e biológica. Ainda assim, em muitos dos casos, os ecossistemas naturais

não são sequer abordados na área da construção (Diegues, 1992, p. 26).

48

Valorização Paisagística (A3) - É importante que haja uma integração paisagística, em que a intervenção

contribua para valorizar a paisagem construída e quando possível assegurar uma ligação à componente de

paisagem natural na circundante ao ambiente construído, contribuindo isso para a integração do

empreendimento e valorização da sua componente natural. Quando é o caso, deve haver uma correta

proteção e valorização do património (através da reabilitação ou restauração) já que isso pode ter uma grande

influência na identidade e características do local. Recorrendo sempre à implementação de formas

arquitetónicas que se coadunem com o ambiente construído envolvente e meio onde se insere.

3.1.2. Recursos

O consumo de recursos (em especial energéticos, aquíferos, materiais e alimentares) assume um papel

fundamental no meio ambiente, numa perspetiva de sustentabilidade. Isto porque os impactes daí resultantes

podem ser muito significativos, podendo ocorrer nas diferentes fases do ciclo de vida dos empreendimentos.

Nesta vertente os critérios de base focam os seguintes aspetos:

Gestão da Energia (A4) - Atentar a uma correta eficiência nos consumos de energia, após análise das

necessidades energéticas dos edifícios para as condições normais de conforto e aplicação de medidas para

redução do consumo. As soluções passivas podem ser a componente chave dessa abordagem eficiente e na

redução das necessidades de consumo energético. Seria também ideal otimizar a utilização de energia

proveniente de fontes renováveis e a eficiência dos equipamentos, reduzindo-se com isso a intensidade de

carbono (balanço de carbono emitido face à utilização de energia).

PAISAGEM E PATRIMÓNIO: A alteração da paisagem e a falta de integração local dos empreendimentos, é

uma questão importante e complexa a considerar, dada a parcial subjetividade da mesma. A paisagem

tradicional era tida como uma situação de equilíbrio, de harmonia e de durabilidade entre as condições do

meio físico e a violência da mudança pode traduzir-se como uma quebra nisso, ameaçando a aniquilação

deste património geográfico (Domingues, 2001, pp. 59, 60). Os patrimónios de construção também podem

correr este risco se não forem feitas adaptações para a sua inclusão na sociedade contemporânea.

ENERGIA: A energia é uma componente crucial da sociedade moderna e os consumos energéticos nas

atividades têm vindo a aumentar, embora nem sempre da forma mais eficiente na criação da riqueza,

refletindo-se isso nos indicadores de intensidade energética. A produção de energia e outras atividades que

disponham de combustão originam emissões poluentes, entre as quais se encontra o CO2, um dos

principais GEE. Logicamente quanto maior forem os consumos de energia mais crescem os índices de

poluição.

49

Gestão da Água (A5) - A utilização sustentável da água pressupõe uma estratégia de redução dos consumos,

que pode ser obtida através da adequabilidade da água à sua utilização, bem como através da eficácia dessa

mesma utilização. Neste sentido pode haver a implementação de mecanismos de reutilização das águas ou,

quando possível, dar-se a utilização de águas com menor qualidade para fins menos exigentes

qualitativamente. É ainda fundamental a contribuição para o ciclo natural da água, através da gestão das águas

locais, nomeadamente não aumentando as escorrências superficiais e atenuando os eventuais efeitos de cheia

em momentos de pluviosidade. Para isso deve-se criar um sistema natural de gestão das águas pluviais,

permitindo a sua infiltração e drenagem para linhas de água naturais e a retenção de poluentes em zonas

eventualmente contaminadas.

Gestão dos Materiais (A6) - O consumo dos materiais encontra-se diretamente ligado à durabilidade destes e

dos ambientes construídos: quanto mais duráveis forem os materiais mais tempo resistirá a construção (em

particular o envelope, os acabamentos, as redes prediais, etc.). Daí que tenha alta importância adotar soluções

duráveis, pois minimizam-se os consumos de materiais de construção e encargos ambientais adjacentes

(demolição e renovação de ambientes construídos já existentes e construção de novos ambientes construídos).

Neste âmbito o uso de materiais de baixo impacte (nomeadamente materiais certificados ambientalmente)

ganha preponderância, bem como materiais reciclados ou com melhor desempenho ambiental. É também

desejável o recurso a materiais locais, já que atenuam as necessidades de transporte e ainda fomentam a

integração da construção e a dinâmica da economia local.

ÁGUA: O ciclo da água é fundamental para a vida, para os ecossistemas e para os seres humanos e suas

atividades. Mas a água doce além de ser um bem precioso é um recurso natural finito, cuja qualidade tem

vindo a piorar devido ao aumento da população e seus usos, e também por ausência de rígidas políticas

públicas voltadas para a sua preservação. Este comprometimento da qualidade da água para fins de

abastecimento público é decorrente de poluição causada por efluentes domésticos, industriais e por

deflúvios superficiais urbanos e agrícolas (Merten e Minella, 2002, p. 34).

MATERIAIS: Os edifícios e as atividades associadas a estes colocam-nos entre os maiores consumidores de

recursos materiais. Durante o seu tempo de vida consomem minerais, combustíveis fósseis e outros

materiais naturais, ocupam o solo, e ainda produzem resíduos. A produção e o uso dos materiais do edifício

têm um impacte significativo no ambiente e nos custos do projeto.

50

Produção Local de Alimentos (A7) - Pretende-se aqui criar apenas situações pontuais onde se potencie o

aparecimento local de alimentos (de origem vegetal e/ou animal), como por exemplo: ervas aromáticas e

árvores de fruto. No limite almejam-se as hortas sociais, locais onde as pessoas cultivam e criam nos seus

espaços próprios interagindo com o terreno e vizinhança. Evidentemente que esta atividade terá maior

destaque nos espaços exteriores do que no interior do edificado.

3.1.3. Cargas Ambientais

Os impactes das cargas geradas pelos ambientes construídos e atividades associadas decorrem das emissões de

efluentes líquidos, das emissões atmosféricas, dos resíduos sólidos e semissólidos produzidos, do ruído e,

complementarmente, da poluição ilumino-térmica. Esta vertente foca-se nos edifícios e nas estruturas

construídas, bem como na estreita relação que estes estabelecem com o exterior. Desta forma, os critérios de

base focam os seguintes aspetos:

Gestão dos Efluentes (A8) - Há que fomentar sistemas de tratamento local das águas residuais (diminuindo a

pressão sobre as estações de tratamento municipais), recorrendo sempre que possível a sistemas biológicos

adequados e de baixas intensidades em energia e materiais. Também deve existir uma maior reutilização de

águas residuais (nomeadamente água cinzentas) para atividades que não exijam água potável, tais como:

autoclismos, rega, lavagem de pavimentos exteriores, etc. As fito-ETAR’s são um bom exemplo para

tratamento das águas residuais que podem depois ser reutilizadas.

PRODUÇÃO ALIMENTAR: A produção alimentar local poderá contribuir de forma pontual (já que a zona

urbana não está preparada para isso, na maior parte dos casos) para potenciar as adequadas possibilidades

de produção local de alimentos, com destaque para os espaços exteriores e em alguns no interior do

edificado. Essa produção local pode começar a criar um nível, embora reduzido numa primeira fase, de

consciência dos ciclos ecológicos e de autonomia local, contribuindo assim para uma maior

sustentabilidade.

EFLUENTES: Os efluentes têm-se revelado uma das áreas com elevado impacte no ambiente, tendo em

conta que, como vulgarmente acontece, são despejados diretamente nos cursos de água sem qualquer tipo

de tratamento prévio, acabando por contaminar o local e comprometer a qualidade dessa água. Para

contrariar esse cenário as legislações ambientais têm estabelecido regras para o lançamento de efluentes e

o nível de contaminantes neles, havendo uma tendência para existir um controle desses parâmetros cada

vez mais restrito (Merten e Minella, 2002, p. 34).

51

Gestão das Emissões Atmosféricas (A9) - Um dos vários resultados das atividades de combustão é a emissão

de GEEs e de partículas de SO2 e NOx, que têm potencial acidificante, sendo por isso fundamental reduzir esse

caudal de emissões na fonte. Neste sentido devem ser respeitadas as especificações legais estabelecidas, em

particular a redução das fontes e cargas de emissões atmosféricas.

Gestão dos Resíduos (A10) - Em primeira instância é necessário dar-se a redução da produção de resíduos (na

sua globalidade e nas várias fases do empreendimento), sendo que para isso há que desenvolver técnicas,

soluções e materiais que diminuam essas quantidades ou que permitam reincorporar os resíduos. A valorização

dos resíduos (através da reciclagem e/ou reutilização) é desejável, sendo o caso da reutilização uma mais valia

já que a energia necessária para o seu processo de reaproveitamento será, em princípio, menor que na

reciclagem. No entanto, esta dinâmica de valorização só será eficaz quando for acordada por todos os

envolvidos no processo e for pensada em todas as fases do ciclo de vida dos ambientes construídos. No caso

específico dos resíduos perigosos, para além de se promover a produção reduzida destes há que considerar as

condições adequadas para o seu armazenamento e destino final.

Gestão do Ruído (A11) - A necessidade de dispor de níveis de ruído ambientalmente aceitáveis (tanto para a

vida humana como para a animal) é fundamental. Tal objetivo pode ser promovido através do controlo das

fontes de ruído para o exterior.

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS: A poluição atmosférica consiste em alterações da atmosfera, suscetíveis de

causar impactes a nível ambiental e na saúde humana, através da contaminação por gases, partículas

sólidas e líquidas em suspensão, material biológico ou energia. Isso tudo além de prejudicar a saúde, pode

igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis (SEMACE,

2013).

RESÍDUOS: É gerado atualmente um volume de resíduos algo imponente e o destino final dos mesmos é

uma das maiores preocupações mundiais. Com a interdependência dos conceitos de meio ambiente, saúde

e saneamento hoje bastante evidentes, o conhecimento das fontes e dos tipo de resíduos, através de

dados da sua composição e taxa de geração, afigura-se o instrumento básico para a gestão dos mesmos

(Cabral, 2010, p. 2).

RUÍDO EXTERIOR: O ruído é um dos principais problemas localizados e uma das principais reclamações na

área ambiental. A poluição sonora é, depois da poluição do ar e da água, o problema ambiental que afeta o

maior número de pessoas. Contudo embora exista crescentemente uma habituação ao ruído constante,

essa exposição contínua e repetida não cessa de provocar efeitos danosos na saúde humana (de Lacerda et

al., 2005, pp. 1, 2).

52

Gestão Ilumino-térmica (A12) - O efeito de ilha de calor, provocado pelas alterações do balanço térmico do

local, tem consequências a um nível global. Este facto é comprovado pelas condições ambientais desagradáveis

que se registam, quer pelo aumento de temperatura criado em alturas de calor, quer pelo rápido

arrefecimento em situações inversas. Isto cria desconforto e obriga à aplicação de proteções suplementares no

edificado. Daí que se pretenda a redução destas alterações térmicas. Relativamente à iluminação (sobretudo

no período noturno) esta, apesar de parecer inofensiva, representa mais uma fonte de poluição e pode mesmo

interferir com os ecossistemas e desenvolvimento de algumas atividades humanas. Deve, por isso, ser

atenuada.

3.1.4. Conforto Ambiental

Hoje em dia é essencial que os edifícios e os ambientes exteriores respondam não só às exigências de eficiência

energética mas também à satisfação dos utentes. Pelo que a intervenção nesta área deve ser equacionada,

visto assumir um papel relevante e necessário. Não existem regras rígidas e rápidas ou soluções únicas para

criar ambientes que respondam ao conforto e ao bem-estar humanos. No entanto, devem existir métodos de

quantificação que demonstrem a eficácia e a eficiência das soluções adotadas. Essas soluções devem estar

associadas a estratégias específicas dependentes dos ocupantes, das atividades e do programa. Os fatores que

se seguem podem ser úteis na consideração de diferentes escalas e questões, facilitando desta forma a

capacidade dos ocupantes para modificar e interagir com a qualidade do ar dos espaços interiores e com o

ambiente térmico, luminoso e acústico.

Gestão da Qualidade do Ar (A13) - É necessário avaliar os vários elementos suscetíveis de influenciar os níveis

de qualidade do ar, tanto no interior do edificado (ventilação natural, emissão de Compostos Orgânicos

Voláteis - COVs, micro-contaminações, etc.) como no seu exterior (condições de vento e especialmente a

própria qualidade do ar). A existência de vegetação pode contribuir também para melhorar a qualidade do ar

exterior.

POLUIÇÃO ILUMINO-TÉRMICA: A ocupação humana e a criação de meios urbanos causam alteração nos

climas locais, já que os ambientes construídos obstroem os canais de ventilação (de Mendonça e de Assis,

2003, p. 45) e por exemplo as fachadas polidas, brilhantes ou espelhadas dos edificados refletem a luz solar

para a sua envolvente (Mascaró, 2006, p. 23). Isso causa mudanças de temperatura e gera fenómenos

como ilha de calor e inversão térmica. Estas mudanças causam, por sua vez, problemas na saúde humana,

aumentos nos gastos de energia, bem como danos sociais e materiais (de Mendonça e de Assis, 2003, p.

45).

QUALIDADE DO AR: A qualidade do ar interior é um dos fatores com maiores repercussões na vida seres

vivos. Hoje em dia constata-se que ocorre nos edifícios uma degradação gradual da qualidade do ar interior

e até no exterior, nas proximidades de fontes emissoras.

53

Gestão do Conforto Térmico (A14) - Como elemento fundamental no edificado, o conforto requer bons níveis

de temperatura, humidade e velocidade ventosa, naturalmente adequados à ocupação e às atividades locais

(inclusive as exteriores). Estes níveis devem ser obtidos, preferencialmente, de forma passiva, durante os

períodos possíveis do ano e para a maioria dos ocupantes.

Gestão de Outras Condições de Conforto (A15) - Os níveis de iluminação ideais para os ambientes interiores e

exteriores dos edifícios devem, acima de tudo, ter em consideração as atividades que se estão a desenvolver

nas respetivas áreas e as características desses ocupantes. Sendo que é importante a possibilidade de uso de

iluminação natural para estes fins. Já no caso dos níveis sonoros é pretendido que sejam adequados às

atividades, de forma a permanecer um conforto acústico nos ambientes construídos. Quando se registam

valores fora desses parâmetros podem-se adotar várias soluções, onde se inclui a proteção das zonas de

atividades.

3.1.5. Vivência Socioeconómica

Esta é uma vertente que relaciona diretamente a sociedade com o espaço em que se insere. Dos vários aspetos

sociais e económicos que compõem esta interação fazem parte: a acessibilidade e mobilidade, que abrangem o

tipo e a facilidade de movimentos e deslocações realizadas pela população; a diversidade económica que, tal

como o nome indica, abrange uma maior ou menor variedade de espaços com diferentes tipos de funções e

economia; a qualidade e o tipo de amenidades, que compõem o espaço e que têm influência na qualidade de

vida da população; o tipo de interação social, que se fomenta entre a população; o controlo e a segurança, que

garante uma maior ou menor segurança da população e desta com o espaço envolvente; e por fim, os custos

no ciclo de vida, que estabelecem uma relação mais adequada entre o preço e a qualidade.

CONFORTO TÉRMICO: A razão de se criarem condições de conforto térmico reside no desejo/necessidade

do homem de se sentir termicamente confortável. Essa importância é expressa pela satisfação dos usuários

das edificações (permanecendo ou abandonando o local), pela conservação de energia (regulação de

temperatura é a maior responsável do uso energético) e estabelecimento de padrões (temperatura correta

para dada edificação consoante a sua finalidade (Xavier, 1999, pp. 23-28).

ILUMINAÇÃO E ACÚSTICA: A par da iluminação, a acústica é um elemento fundamental para os seres

humanos. Uma boa iluminação (artificial ou natural) possibilita uma boa visibilidade e isso impede um

esforço de adaptação visual ao local, por parte das pessoas (de Araújo, 2006, p. 20). A acústica torna-se

essencial em questões como a privacidade e a qualidade de vida pois ao estar adequada ao espaço permite

obter o conforto requerido (Lopes, 2009, p. 32).

54

É pretendido que estes aspetos sejam abordados de forma a garantir crescentemente uma estrutura e vivência

socioeconómica mais versátil e eficiente para a qualidade de vida da população residente e flutuante. Assim, os

critérios de base focam os seguintes aspetos:

Contribuir para a Acessibilidade (A16) - É importante criar condições de acesso aos transportes públicos, de

preferência os de carácter mais ecológico, seja a nível de proximidade ou assegurando meios para aceder até

esse nó de transporte. A verificação de uma mobilidade de baixo impacte também é desejável, podendo-se

reduzir a necessidade de transportes através da promoção do uso de meios de locomoção com baixos

impactes. Isso é possível com a implementação de infraestruturas especializadas (pedonais, cicloviárias, etc.) e

a existência de parqueamento. Na temática das pessoas com mobilidade condicionada é necessário a

eliminação das barreiras arquitetónicas, que impedem ou dificultam o acesso ao interior (ou a certas partes)

dos edifícios, já que isso contribui desde logo para a exclusão desses membros da sociedade. Tal pode ser

resolvido com a execução de um planeamento cuidado das construções e respetivas características, prevendo a

criação de zonas acessíveis a todos (em particular aqueles que têm necessidades especiais) numa procura de

soluções inclusivas.

Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Deve-se assegurar uma flexibilidade (adaptabilidade aos usos)

dos ambientes construídos, através da existência de zonas modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas

dos seus ocupantes e utilizadores. Isto evita que, ao fim de algum tempo, o seu uso se torne obsoleto e ainda

incita a capacidade de adaptação a diferentes usos, a dita versatilidade. É também importante a existência de

serviços, zonas e edifícios que disponham de atividades económicas com variadas gamas monetárias, de forma

a permitir e assegurar o acesso a diferentes utentes. Ainda de carácter relevante é a existência de postos de

trabalho locais, pois para além de dar ênfase à empregabilidade local, possibilita a quem o consiga uma

melhoria de qualidade de vida, evitando-se perdas de tempo nas deslocações e também redução da poluição

causada pelas deslocações.

ACESSO PARA TODOS: A construção, operação e desativação das estruturas edificadas originam, em muitos

casos, necessidades de mobilidade de materiais, pessoas, bens e serviços, quer a nível da questão de

transporte, quer a nível de acesso para pessoas com mobilidade reduzida ou outras necessidades de

inclusividade.

DIVERSIDADE ECONÓMICA: Como já referenciado a vertente económica é uma das três componentes da

sustentabilidade, a par da social e da ambiental. Nesse sentido, a diversidade económica pode contribuir

para diferentes níveis de boas condições de vivência de um edifício, espaço exterior, empreendimento ou

zona urbana.

55

Contribuir para as Amenidades (A18) - A proximidade dos utentes às amenidades locais deve ser entendida

como uma mais-valia para os ambientes envolventes, e o seu usufruto, se racional e atento às capacidades

dessas amenidades, conduz a uma relação de win-win para ambas as partes. É sugerida a valorização das

amenidades locais através do fomento à presença nestas, manutenção e criação de outras, bem como acesso

próximo. A interação da comunidade nos ambientes construídos também deverá ser possível à globalidade da

população e vizinhança, possibilitando o usufruto das infraestruturas e espaços criados para o

empreendimento ou edifício. Pode mesmo haver a promoção de atividades (desportivas, culturais, etc.) que

solicitem a participação dos ocupantes, mas que permitam também a interação destes com a comunidade

adjacente, gerando isso relações de proximidade e vizinhança.

Condições de Controlo (A19) - A capacidade de controlo constitui um aspeto fundamental, uma vez que os

ocupantes devem ter a possibilidade de controlar os níveis de conforto consoante as suas necessidades

(denominado conforto adaptativo). Torna-se necessário a possibilidade de controlar funções no interior do

edificado (ventilação mecânica e natural, iluminação artificial e natural, temperatura, humidade, níveis de

ruído, etc.) e no seu exterior (zonas de sombra, proteção ao vento, etc.). É importante promover a participação

ativa e de governância dos utentes, de modo a que possam sugerir e participar nos processos de tomada de

decisão que influenciam o seu modo de vida, condições de conforto e vivência do ambiente construído.

É desejável que haja uma adequação das intervenções aos riscos naturais inerentes do local (ventos fortes,

sismos, cheias, etc.), pois os fenómenos da natureza, as formas e os materiais constituintes do espaço e de um

empreendimento podem interferir com a segurança do utilizador. Devem, assim, ser tomadas medidas para

redução desses mesmos riscos. É necessário ainda pensar bem no tipo de espaço que se propõe num

empreendimento, nas suas vivências e utilizações de modo a controlar as ameaças humanas. Isso reduz a

possibilidade de ocorrência de riscos, decorrentes de atividades e substâncias perigosas, bem como de atos de

criminalidade e vandalismo, entre outros.

AMENIDADES E INTERACÇÃO SOCIAL: A valorização do espaço público inserido no tecido urbano e a

proximidade a amenidades locais, quer naturais (bosques, jardins, cursos de água, etc.) quer de serviços

(bancos, correios, centros de saúde, etc.), são fatores essenciais na dinâmica urbana. Constatando-se a

ânsia das pessoas por uma vida pública genuína, motivo pelo qual se apoderam de jardins públicos bem

cuidados, de praças requalificadas, de passeios marítimos e ribeirinhos, entre outros. Os espaços públicos

devem, cada vez mais, compreender qualidades de vitalidade, de diversidade e proporcionar os encontro

conviviais (Vassalo e Figueiredo, 2010, p. 7).

PARTICIPAÇÃO E CONTROLO: Contribuir para uma vivência assenta também em dar aos utentes, a

capacidade de controlar essas condições de vivência (nomeadamente ao nível do conforto), com a garantia

de segurança . Assim como atribuir uma importância adicional aos utentes e aos vários agentes envolvidos

contribuindo para a criação e evolução dos ambientes construídos.

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Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - Trata-se de um parâmetro essencial para o sucesso e

viabilidade de uma construção, visto ser uma forma de maximizar a rentabilidade do edificado e dos ambientes

construídos, minimizando em simultâneo a sua manutenção. Deve ter-se em conta as várias fases dos edifícios

(conceção, operação e demolição), sendo que a mais preponderante é a fase de operação, dado ser a que

constitui o período mais longo, presumivelmente. Nestas fases a seleção de materiais, equipamentos e

soluções construtivas deve passar por meios simples, duráveis, flexíveis e resistentes que possam

posteriormente ser reaproveitados e reciclados.

3.1.6. Uso Sustentável

Um uso sustentável só é efetivo quando assenta na gestão dos aspetos ambientais. Tanto a disponibilização de

informação aos agentes envolvidos como o sistema de gestão podem assegurar a consistência e a

concretização dos critérios e soluções, acabando isso por se refletir no desempenho ambiental (com uma

melhoria contínua), na dinâmica de controlo e ainda na promoção da inovação. Entre os aspetos mais

relevantes destacam-se o nível de informação, que permite facilitar boas condições de utilização e a

sensibilização. Estes fatores, para além de contribuírem para a disseminação das práticas ambientais, garantem

ainda que os empreendimentos e zonas sejam adequadamente utilizadas e estejam adaptados (ou tenham

capacidade para isso) às necessidades dos seus ocupantes. A adoção de uma correta gestão ambiental e de

inovações de práticas contribuem assim para as questões de sustentabilidade ao garantirem um bom

desempenho do edificado e simultaneamente atestando capacidade de adaptação ao longo do tempo. Desta

forma os critérios de base focam os seguintes aspetos:

Promover a Utilização e Gestão (A21) - É importante que as condições de utilização ambiental estejam

disponíveis para consulta, em especial relativamente aos mecanismos simplificados e às especificações

ambientais. Isto permite que os agentes envolvidos (operários de construção, ocupantes, elementos da

manutenção, etc.) possam compreender e operar devidamente os sistemas edificados e zonas exteriores, de

forma a assegurar um bom desempenho ambiental. Deve ainda existir a adoção de um SGA e de mecanismos

CUSTOS NO CICLO DE VIDA: Os custos são um dos aspetos que mais peso têm na viabilidade de uma

construção pelo facto de se repercutirem em todo o tempo de vida útil da obra. Por isso devem ser

perspetivados os custos no ciclo de vida de todas componentes envolvidas nas diversas fases de um

empreendimento.

GESTÃO AMBIENTAL: Por muito que seja diferente a noção de entendimento ou resposta, entre as

empresas, sobre a noção de pressões ambientais, começam todas a entender a necessidade e importância

atual de uma boa gestão ambiental. Situação possivelmente causada devido à pressão das

regulamentações, dos consumidores, da reputação e da própria concorrência, entre outras (de Souza,

2002, pp. 11, 18).

57

deste tipo adequados ao empreendimento (sejam eles de carácter formal e certificados ou não), pois tratam-se

de sistemas que conduzem a uma boa gestão e manutenção de bom desempenho do ambiente construído.

Promover a Inovação (A22) - Um dos elementos que se deve reforçar e incentivar, aquando da aplicação de

soluções que promovam a sustentabilidade, é a adoção de medidas completamente inovadoras que melhorem

o desempenho ambiental nos critérios anteriormente sugeridos.

Para cada zona e tipo de uso destes critérios importa investigar e desenvolver escalas de desempenho

ajustadas. No âmbito desta dissertação, e para a realidade brasileira, foram revistos, investigados e propostos

níveis de desempenho, que seguidamente se ilustram, para os casos das áreas da Energia, Água e Resíduos.

3.2. Escalas de desempenho

De todas as 22 áreas já mencionadas e abordadas, é natural que algumas apresentem um índice ambiental

mais importante que as outras. Essas representam as principais áreas de ação e merecem por isso uma

abordagem mais pormenorizada e cuidada, destacada seguidamente. Nestas áreas o nível de atuação nos

hotéis é geralmente mais necessário e perentório, visto ser onde existem maiores consumos, se gera mais

poluição, os custos associados são maiores, se utilizam recursos mais importantes, a dinâmica de

funcionamento assenta, etc. Torna-se útil então para o caso fazer o enquadramento mundial e brasileiro deste

leque de áreas, bem como analisar, em cada uma delas, as práticas usuais (a nível internacional e brasileiro)

dos hotéis.

3.2.1. Energia

Atualmente, talvez mais que nunca, a energia é essencial para o desenvolvimento, tendo-se tornado o veículo

principal no alcance desta aspiração a que os povos de todos os países atentam. O mundo de hoje depende,

para o seu funcionamento, de vetores energéticos modernos como o carvão, o petróleo, o gás natural, a

energia nuclear e a energia hidroelétrica (Weisz, 2006, p. 1049). Os quatro primeiros tratam-se das primordiais

fontes energéticas primárias, que para além de não serem renováveis dispõem de reservas limitadas. Já o

quinto vetor (energia hidroelétrica), embora seja renovável, também se encontra em quantidade limitada e

concentrada somente em alguns países (de Barros, 2007, p. 48).

INOVAÇÃO: A importância da inovação e dos desenvolvimentos tecnológicos no desenvolvimentos das

empresas e economia é cada vez maior, sendo de ressaltar que a inovação promove o desenvolvimento

económico e dos vários elementos que fazem parte desse processo (Tomaél et al., 2005, p. 101).

58

Relativamente ao cerne das fontes de energia renováveis, estas, embora com índices de utilização muito

menores que as outras, já demonstraram poder sustentar a economia mundial de várias maneiras. Mas, os

combustíveis fósseis e a eletricidade é que constituem, na atualidade e no futuro próximo, a base para

operação do modelo tecnológico instituído e para a manutenção do estilo de vida rural e urbano

contemporâneo (Marechal et al., 2005, p. 1). Weigmann (apud de Barros, 2007, p. 49) refere que o petróleo

deverá permanecer como a principal fonte de energia no mundo até que haja restrição clara de oferta, após se

atingir o pico de produção mundial.

De acordo com a matriz energética mundial mais recente avançada pela Internacional Energy Agency (IEA,

2012), uma das fontes mais fiáveis em estatísticas energéticas, no ano de 2010 verificou-se que:

A oferta total de energia primária no mundo foi de cerca de 12,7 biliões de toneladas equivalentes de

petróleo (tep);

A distribuição da oferta total por fonte energética apresentou-se do seguinte modo: petróleo (32,4%),

carvão mineral (27,3%), gás natural (21,4%), biocombustíveis e resíduos (10,0%), nuclear (5,7%),

hidráulica (2,3%) e outras (0,9%). Nesta última estão incluídas as fontes geotérmica, solar, eólica,

calor, etc.;

O consumo final total de energia primária no mundo (entendido como o que realmente foi consumido

pelos utilizadores) foi de aproximadamente 8,7 biliões de tep;

O consumo final total foi distribuído consoante as seguintes formas: derivados do petróleo (41,2%),

eletricidade (17,7%), gás natural (15,2%), biocombustíveis e resíduos (12,7%), carvão mineral (9,8%),

outras (3,4%);

O petróleo foi a fonte energética mais requisitada com um consumo de 3 570 milhões de tep (41,2%

do consumo total de energia), sendo responsável por 36,1% das emissões de CO2 totais (de ≈30 biliões

de ton), apenas ultrapassado pelas emissões associadas ao carvão (43,1%).

No caso particular do Brasil, e segundo o seu Balanço Energético Nacional (BEN) de 2012 (EPE e MME, 2012),

que tem como base o ano 2011, é possível constatar que a oferta interna de energia total foi de 272,4 Mtep

(55,9% não renovável e 44,1% renovável) e o seu consumo final total foi de 246,6 Mtep (com o sector industrial

a congregar a maior parte: 35,8%). É ainda de salientar que o Brasil apresenta uma matriz elétrica de origem

predominantemente renovável (89%), tendo atualmente uma oportunidade ímpar de se afirmar como um dos

líderes mundiais no sector energético.

Como indicadores energéticos mais expressivos (após adaptação às devidas unidades) a IEA adianta que, em

2010, o consumo elétrico mundial foi cerca de 8 kWh/pessoa/dia e o brasileiro de aproximadamente 6,6

kWh/pessoa/dia, com emissões de CO2 à volta de 12,3 kg/pessoa/dia e 5,5 kg/pessoa/dia, respetivamente (IEA,

2012, p. 49).

Passando para o caso específico da indústria hoteleira, as análise energéticas apuradas permitem ter noção

dos consumos a nível mundial e brasileiro. O Quadro 10 apresenta, em síntese, os valores de consumo

59

energético provenientes de um estudo efetuado a vários hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional.

No Quadro 11, baseado na literatura brasileira disponível, estão explícitos os valores de consumo de energia

por parte de vários hotéis no Brasil.

Quadro 10 - Valores internacionais de consumo energético em hotéis (LIDERA, p. 14)

Unidades de consumo Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas

kWh/hóspede/noite 229,50 46,4 9,22

kWh/quarto/noite 293,27 75,1 12,80

Quadro 11 - Valores brasileiros de consumo energético em hotéis (Aguiar, 1999, p. 100; Lima, 2007, pp. 77-93; Lubitz et

al., 2006, pp. 2, 13; Melo, 2005, p. 4)

Hotel kWh/

m2

kWh/hóspede/

noite

ABC

(m2)

UHs Tipo

Everest (Porto Alegre) 113 - 11 494 152 Turístico

Não especificado (Florianopólis) 67,38 - 3 500 65 Superior

Oscar Hotel (Florianopólis) 26,58 - 2 947 52 e 119 camas Turístico

Não especificado (Natal) 80 - 2 121 26 Simples

Não especificado (Natal) 193 - 6 900 155 Negócio

Não especificado (Natal) 63 - 360 13 Económico

Não especificado (Natal) 175 - 1 110 46 Económico

Não especificado (Natal) 58 - 4 307 68 Económico

Não especificado (Natal) 140 - 7 300 165 Negócio

Não especificado (Natal) 118 - 1 560 49 Económico

Hotel Eco Resort (Iguaçu) - 18,39 - 200 Superior

Valor médio de referência 30

Os valores relativos a hotéis no Brasil apresentam uma elevada variação. Assim, a atribuição dos 30

kWh/hóspede por noite, como valor médio de referência de consumo energético nos hotéis no Brasil, surge

com base numa média aproximada entre os valores de referência internacionais médios (46 kWh/hóspede por

noite) e o valor brasileiro mais adequado (18 kWh/hóspede por noite), visto ser relativo ao hotel com

condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os casos de estudo. Face a este cenário, desenvolveu-se

uma abordagem prescritiva e de desempenho. Com isto, ficou então possível executar a devida adaptação na

área da Energia, mais especificamente no critério Gestão da Energia (A4). Sintetizam-se a proposta de limiares

e os requisitos de avaliação nos Quadros 12 e 13, respetivamente.

60

Quadro 12 - Limiares do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA-Brasil

Limiares Créditos D

esen

ho

Pas

sivo

1. Situação/Organização favorável face a outros edifícios ou condicionantes naturais 1

2. Orientação a norte:

por cada 25% dos espaços 1

3. Fator forma (que garanta o menor rácio Aenvolvente/Volume interior), pelo menos 1,21 1

4. Isolamento térmico adequado dos paramentos exteriores (paredes, coberturas e pavimentos) 2

5. Massa térmica da estrutura média a forte (utilização de elementos de inércia forte: adobe, terra,

alvenaria de betão, massas de acumulação de água, elementos maciços)

1

6. Vãos:

a. Sombreamento dos vãos envidraçados

até 50% dos vãos envidraçados 1

acima de 50% dos vãos envidraçados 2

b. Vidros com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho 1

c. Caixilharia (com estanquicidade a infiltrações de ar, coeficiente de transmissão térmica adequado e de

corte térmico)

1

d. Fenestração seletiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como Avãos/Apavimento) 1

7. Minimização ou eliminação de pontes térmicas 1

8. Ventilação natural cruzada 1

9. Introdução de sistemas passivos (parede de trombe, geotermia,"efeito de estufa", entre outros):

em [0 – 50]% dos espaços 1

em ]50 – 100]% dos espaços 2

Des

enh

o A

ctiv

o

10. Produção de energia a partir de Energias Renováveis: solares térmicos, fotovoltaicos, Eólicos, Biomassa,

Geotérmicos, etc.

4

11. Percentagem de energia consumida proveniente de fontes de energia renovável:

entre [12,5% e 25%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 2

entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 4

entre [50% e 75%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 6

entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis 8

12. Utilização de equipamentos eficientes, que garantam menores consumos de energia 2

13. Utilização de soluções e sistemas que permitam reduzir os consumos de energia 2

Quadro 13 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão de Energia (A4) da tabela LiderA V2.0 Brasil

Nº de créditos Classe

Satisfaz pelo menos 25 créditos ou consumos ≤ 3 kWh/hóspede/noite A++

Satisfaz pelo menos 18 créditos ou consumos de ]3-7,5] kWh/hóspede/noite A+

Satisfaz pelo menos 14 créditos ou consumos de ]7,5-15] kWh/hóspede/noite A

Satisfaz pelo menos 12 créditos ou consumos de ]15-18,75] kWh/hóspede/noite B

Satisfaz pelo menos 10 créditos ou consumos de ]18,75-22,5] kWh/hóspede/noite C

Satisfaz pelo menos 8 créditos ou consumos de ]22,5-26,25] kWh/hóspede/noite D

Satisfaz pelo menos 4 créditos ou consumos de ]26,25-30] kWh/hóspede/noite E

Satisfaz pelo menos 2 créditos ou consumos > 30 kWh/hóspede/noite F

- G

61

3.2.2. Água

A água, como fonte de vida, é essencial para todos os seres vivos (sem exceção!) já que dependem

inevitavelmente dela para viver. Trata-se, provavelmente, do único recurso natural que se relaciona com todos

os aspetos da civilização humana. Apesar da superfície terrestre ser maioritariamente constituída por água

(cerca de 71%), a quantidade disponível para consumo é muito reduzida (apenas 1%), pois a maioria (97%)

encontra-se nos oceanos e mares e uma outra parte pequena parte (2%) nos pólos (David, 2010, pp. 1, 2).

Factualmente, a água disponível e própria para consumo é mínima relativamente à quantidade total de água

existente no planeta. Ainda para mais a procura por água doce tem-se acentuado devido a fatores como o

crescimento da população mundial, a poluição aquífera, desenvolvimento económico, processos agrícolas e

alterações climáticas. Afigura-se, por isso, uma verdadeira necessidade de preservação dos recursos hídricos

(Davies e Simonovic, 2011, p. 684).

Seguem-se alguns dados mundiais que mostram a necessidade urgentíssima de uma utilização prudente e

racional da água, evitando o desperdício e poluição que se registam atualmente (David, 2010, p. 4):

1/6 da população mundial (mais de um bilião de pessoas) não tem acesso a água potável;

40% da população mundial não tem acesso a serviços de saneamento básico;

Cerca de 6 000 crianças morrem diariamente devido a doenças ligadas a água insalubre e a deficiência

na higiene e saneamento ;

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que até 2025, se os atuais padrões de consumo se

mantiverem, 2/3 da população mundial vai sofrer de escassez moderada ou grave de água.

O Brasil apresenta-se como um país privilegiado pois tem a maior reserva de água doce do planeta (12% do

total no mundo). Porém, a sua distribuição não é uniforme em todo o território nacional, como está patente no

caso da Amazónia onde se encontra a maior bacia fluvial do mundo mas simultaneamente é das regiões menos

habitadas (David, 2010, p. 4).

Relativamente ao consumo mundial, da água disponibilizada (proveniente dos rios, lagos, cursos de água,

reservatórios, etc.) cerca de 70% é destinada à agricultura, 20% à indústria e 10% ao abastecimento público

(Neto, 2003, p. 4; Zhao et al., 2009, p. 249). No âmbito do consumo doméstico a ONU estabelece o valor diário

de 110 l/pessoa como suficiente para o atendimento das necessidades de consumo e higiene, contudo no

Brasil estima-se que os habitantes ultrapassem diariamente os 200 l/pessoa (Missiaggia, 2012).

A nível da indústria hoteleira, as análises de consumos de água apuradas permitem ter noção dos consumos a

nível mundial e brasileiro. O Quadro 14 apresenta, em síntese, os valores de um estudo efetuado a vários

hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional, enquanto que no Quadro 15 se exibem os valores

relativos a hotéis no Brasil, encontrados na literatura brasileira.

62

Quadro 14 - Valores internacionais de consumo de água em hotéis (LIDERA, p. 14)

Unidades de consumo Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas

l/hóspede/noite 770,00 344,5 167,95

l/quarto/noite 1 556,00 518,5 140,67

Quadro 15 - Valores brasileiros de consumo de água em hotéis (Lima, 2010, p. 24; Mello, 2010, p. 12; Petkow e Almeida,

2005, p. 5084)

Hotel l/hóspede/noite l/quarto/noite Tipo

Não especificado 130 - -

Não especificado - 500 Simples e Económico

Não especificado - 900 Turístico, Superior e Luxo

Hotel Eco Resort (Iguaçu) 415 (*) - Superior

Valor médio de referência 400

(*) - extrapolação do autor aos dados das referências

Após estas análise verifica-se que as médias internacionais rondam os 344 l/hóspede por noite, mas a nível do

Brasil os valores publicados são variáveis. Assim, a atribuição dos 400 l/hóspede por noite, como valor médio

de referência de consumo de água nos hotéis do Brasil, surge com base numa média aproximada entre os

valores de referência internacionais médios (344,5 l/hóspede por noite) e o valor brasileiro mais adequado

(415 l/hóspede por noite), visto ser relativo ao hotel com condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os

casos de estudo. Tal cenário levou a adotar uma abordagem prescritiva e de desempenho, com a devida

adaptação na área da Água, mais especificamente no critério Gestão da Água (A5). Sintetizam-se a proposta de

limiares e os requisitos de avaliação nos Quadros 16 e 17, respetivamente.

Quadro 16 - Limiares do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA-Brasil

Limiares Créditos

Ace

sso

a á

gua

po

táve

l

1. Garantir o acesso a água potável - promovendo o tratamento da água proveniente dos aquíferos locais ou garantindo o acesso a fontes de água potável

2

2. Desenvolver as infraestruturas necessárias ao abastecimento e fornecimento de água potável aos utentes do empreendimento

1

3. Monitorizar periodicamente a qualidade da água potável consumida 1

Nív

eis

de

con

sum

o

de

águ

a p

otá

vel

4. Uso de torneiras misturadoras e redutores de caudal 1

5. Equipamentos eficientes 1

6. Autoclismo de dupla descarga 1

7. Sistemas "waterless" 2

8. Reutilização de águas pluviais ou águas usadas tratadas para rega, recirculação, lavagem de pavimentos, entre outros

2

9. Utilização de espécies autóctones 1

10. Sistemas de monitorização dos consumos (além dos contadores de água e acessibilidade aos utilizadores) 1

Ges

tão

das

águ

as

loca

is n

o e

dif

icad

o

ou

esp

aço

s

envo

lven

tes

11. Retenção, tratamento (se necessário) e descarga de águas de escorrência no local 2

12. Construção de infraestruturas de captação e drenagem das águas de escorrência 1

13. Recolha de águas pluviais nas áreas impermeabilizadas onde não ocorra circulação (cobertura, terraços sem utilização, entre outros)

1

14. Utilização de lagos de sedimentação, piscinas, bacias de infiltração ou pântanos 1

15. Adoção de sistemas de recolha separativos que permitam separar águas residuais de águas cinzentas e de águas negras

1

63

Quadro 17 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão da Água (A5) da tabela LiderA V2.0 Brasil

Nº de créditos Classe

Satisfaz pelo menos 14 créditos ou consumos ≤ 40 l/hóspede/noite A++

Satisfaz pelo menos 12 créditos ou consumos de ]40-100] l/hóspede/noite A+

Satisfaz pelo menos 9 créditos ou consumos de ]100-200] l/hóspede/noite A

Satisfaz pelo menos 7 créditos ou consumos de ]200-250] l/hóspede/noite B

Satisfaz pelo menos 6 créditos ou consumos de ]250-300] l/hóspede/noite C

Satisfaz pelo menos 4 créditos ou consumos de ]300-350] l/hóspede/noite D

Satisfaz pelo menos 2 créditos ou consumos de ]350-400] l/hóspede/noite E

Não satisfaz nenhum crédito ou consumos > 400 l/hóspede/noite F

- G

3.2.3. Resíduos

Toda a atividade humana produz resíduos, mas o volume destes está a ser acelerado com o crescimento

populacional constante e a rapidez do desenvolvimento económico. São aos milhares as toneladas de lixo

produzidas diariamente nas cidades, com tendência a aumentar e a exceder as capacidades de suporte

existentes. Isso torna a gestão de resíduos numa das questões mais desafiadoras da sociedade atual (Kumar et

al., 2009, p. 1).

Segundo Costa (apud Blanco, 2008, p. 10) denomina-se de lixo os resíduos considerados inúteis, indesejáveis

ou descartáveis (nos estados sólido, semissólido ou líquido) e que não sejam passíveis de tratamento

convencional. É, depois, a composição química destes que vai determinar se o lixo é: orgânico, quando é de

origem animal ou vegetal; inorgânico, sendo material sem vida, principalmente embalagens de vários tipos; ou

tóxico, caso contenha materiais danosos ao organismo humano ou à natureza.

Uma grande quantidade dos resíduos gerados pode ser aproveitada para outros fins (aquilo que não serve a

uns pode ser matéria prima de outros), através de processos como a reutilização e a reciclagem. Ambos estes

processos se encontram inseridos na estratégia de diminuição dos impactos relativos aos resíduos pelo

International Institute for Sustainable Development (IISD, 2013), denominada como a política dos 4 R’s:

Reduzir, Reusar, Reciclar e Recuperar.

A nível da reciclagem esta já é relativamente comum em várias partes do Mundo, incluindo o Brasil onde já

existem inúmeras indústrias deste tipo (Brandão, 2007, p. 16). Mas, e muito embora a reciclagem seja um

destino mais económico a dar aos resíduos, pois reduzem-se os custos de deposição em aterro e de compra de

materiais (Brandão, 2007, p. 16; Schwarz e Steininger, 1997, p. 48), regularmente os recursos investidos no

processo não são suficientes, fazendo com que a quantidade do lixo brasileiro reciclado esteja abaixo dos 2%

(Brandão, 2007, p. 16).

64

A reciclagem de papel, vidro e plástico são dos tipos mais usuais, visto representarem a grande parte de

materiais recicláveis. Para que se tenha bem presente os benefícios dum processo de reciclagem note-se que

(Blanco, 2008, pp. 24, 26):

Ao se reciclar uma tonelada de papel evita-se o corte de 22 árvores, reduz-se o consumo de energia

elétrica na produção em 71% e regista-se um decréscimo na poluição de 74% comparativamente ao

fabrico de papel novo;

A reciclagem de uma simples garrafa de vidro significa: uma economia energética suficiente para

manter acesa uma lâmpada de 100W durante 5 horas ou para manter ligado um aparelho de TV até 3

horas; redução de emissões de CO2, de materiais para aterro e da extração de minerais; e

prolongamento da vida útil da garrafa já que o caco de vidro necessita de menos tempo no forno.

Relativamente à geração de resíduos domésticos diários por pessoa estima-se que, em média, seja de 2 kg em

países desenvolvidos, sendo que no Brasil esse valor se encontra entre os 0,5 e 1 kg de lixo (dependendo do

padrão de consumo). Cerca de 50 a 65% desse lixo é do tipo orgânico e o restante inorgânico, mas com uma

boa parcela reciclável (Blanco, 2008, pp. 12, 15). Tal como a nível doméstico, na indústria hoteleira são diversos

os tipos de resíduos tal como as causas que os originam. De acordo com a IHEI, os hotéis de todo o mundo são

responsáveis por gerar milhões de toneladas de resíduos anualmente, sendo que é estimado que cada hóspede

produz cerca de 1 kg/dia (Bohdanowicz e Martinac, 2007, p. 83).

A pesquisa efetuada sobre a geração de resíduos de hotéis possibilita analisar o estado deste processo no

âmbito mundial e brasileiro. O Quadro 18 apresenta, em síntese, os valores de produção de resíduos

provenientes de um estudo efetuado a vários hotéis e companhias hoteleiras a nível internacional. O Quadro

19, baseado na literatura brasileira disponível, transmite os valores de geração de resíduos por parte de alguns

hotéis no Brasil.

Quadro 18 - Valores internacionais de geração de resíduos em hotéis (LIDERA, p. 14)

Unidades de geração Valores mais elevados Médias gerais Melhores práticas

kg/hóspede/noite 7,87 1,5 0,34

kg/quarto/noite 6,75 1,5 0,27

Quadro 19 - Valores brasileiros de geração de resíduos em hotéis (Blanco, 2008, p. 34; De Conto et al., 2009, p. 7; Petkow e Almeida, 2005, p. 7)

Hotel kg/hóspede/noite (*) UHs Tipo

Novotel (Porto Alegre) 2,98 126 Superior

Dall’Onder (Bento Gonçalves) 1,90 273 Luxo

Não especificado (Caxias do Sul) 0,46 90 e 187 camas Luxo

Hotel Eco Resort (Iguaçu) 0,65 200 Superior

Valor médio de referência 1,5

(*) - extrapolação do autor aos dados das referências

65

A análise revela que os indicadores médios internacionais de produção de resíduos rondam os 1,5

kg/hóspede/noite e os valores dos hotéis no Brasil tem uma elevada variabilidade, em especial nos hotéis com

condições mais semelhantes e do mesmo tipo que os casos de estudo. Assim, com base nesse cenário, atribui-

se os 1,5 kg/hóspede por noite como valor de referência de geração de resíduos nos hotéis do Brasil. Este

cenário originou a adoção de uma escala prescritiva e de desempenho, sendo então possível executar a devida

adaptação na área dos Resíduos, mais especificamente no critério Gestão dos Resíduos (A10). Sintetizam-se a

proposta de limiares e os requisitos de avaliação nos Quadros 20 e 21, respetivamente.

Quadro 20 - Limiares do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA-Brasil

Limiares Créditos

Med

idas

co

m v

ista

à m

inim

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ão d

a p

rod

uçã

o d

e

resí

du

os

1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos

2

2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos

2

3. Existência de:

plano de gestão e minimização de resíduos urbanos 1

plano de gestão e minimização de resíduos perigosos 1

4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros

1

5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos

1

6. Proceder à separação seletiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos 1

7. Eliminação de pesticidas , produtos químicos ou outros produtos semelhantes 1

8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção:

menos de 50% das embalagens 1

mais de 50% das embalagens 2

Med

idas

co

m v

ista

à se

par

ação

de

resí

du

os

9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar

1

10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção

2

11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes)

2

Med

idas

co

m v

ista

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cen

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valo

riza

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reci

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em

12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em seguida recolhidos pelos serviços comunitários

1

13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objetos que se encontrem ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados

1

14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efetuar a compostagem de resíduos

2

15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos

1

16. Criar e desenvolver alternativas a deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins

2

66

Quadro 21 - Requisitos de créditos na classificação do critério Gestão dos Resíduos (A10) da tabela LiderA V2.0 Brasil

Nº de créditos Classe

Satisfaz pelo menos 20 créditos ou geração ≤ 0,15 kg/hóspede/noite A++

Satisfaz pelo menos 16 créditos ou geração de ]0,15-0,38] kg/hóspede/noite A+

Satisfaz pelo menos 12 créditos ou geração de ]0,38-0,75] kg/hóspede/noite A

Satisfaz pelo menos 8 créditos ou geração de ]0,75-0,94] kg/hóspede/noite B

Satisfaz pelo menos 4 créditos ou geração de ]0,94-1,13] kg/hóspede/noite C

Satisfaz pelo menos 2 créditos ou geração de ]1,13-1,31] kg/hóspede/noite D

Não satisfaz nenhum crédito ou geração de ]1,31-1,5] kg/hóspede/noite E

Não satisfaz nenhum crédito ou geração > 1,5 kg/hóspede/noite F

- G

3.3. Alterações à versão internacional do LiderA

Após todo este desenvolvimento, e abordagem das principais áreas, foi possível readaptar então a tabela do

LiderA internacional (adaptação prévia da versão base do LiderA), originando a tabela LiderA V2.0 Brasil (ver

secção A.1. em anexo), que serve de matriz para a análise e a avaliação do desempenho ambiental do edificado

brasileiro. Nesse sentido, algumas das componentes foram alteradas de forma a se ajustarem mais

fidedignamente à realidade brasileira, designadamente os parâmetros relativos aos pesos dos critérios A16,

A19, A20, A21 e A22.

Mais especificamente na vertente da vivência socioeconómica optou-se por dar mais valor à área dos Custos

nos Ciclos de Vida (correspondente ao A20), em detrimento das áreas Acesso para Todos ( correspondente ao

A16) e Participação e Controlo (correspondente ao A19), visto se considerar que a contribuição para os baixos

custos no ciclo de vida deve apresentar um ímpeto ambiental mais forte e direto que as outras do mesmo

grupo. Na vertente do Uso Sustentável, atribuíram-se pesos idênticos a ambos os critérios (A21 e A22), já que

se considera o potencial da inovação ser atualmente tão importante como uma cuidada gestão ambiental. Para

além disso, assim há um incentivo adicional para quem “ousa” inovar.

Foi através desta tabela que se guiou todo o trabalho feito aos hotéis, nos casos de estudo, e toda essa

particularização presente na tabela permitiu uma avaliação justa e adaptada desses hotéis brasileiros baseada

neste sistema de avaliação de desempenho ambiental português.

3.4. Aspetos chave

Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:

O sistema LiderA na sua versão integral contempla 6 vertentes (assentes em 6 princípios), que se

traduzem em 22 áreas, as quais por seu termo se subdividem em 43 critérios. A diferença entre a

67

versão do LiderA portuguesa e internacional é que esta última exibe apenas 22 critérios, já que é mais

generalizada, contudo apresenta a facilidade de poder ser adequada a diferentes países e às suas

características em particular. Qualquer que seja a versão, ao ser atribuída uma classe de desempenho

(que varia entre G e A++

) nos diversos critérios consegue-se chegar a uma classificação final/global do

empreendimento em análise;

Os 22 critérios do LiderA Brasil são os seguintes: Valorização Territorial (A1), Valorização Ecológica

(A2), Valorização Paisagística (A3), Gestão da Energia (A4), Gestão da Água (A5), Gestão dos Materiais

(A6), Produção Local de Alimentos (A7), Gestão dos Efluentes (A8), Gestão das Emissões Atmosféricas

(A9), Gestão dos Resíduos (A10), Gestão do Ruído (A11), Gestão Ilumino-térmica (A12), Gestão da

Qualidade do Ar (A13), Gestão do Conforto Térmico (A14), Gestão de Outras Condições de Conforto

(A15), Contribuir para a Acessibilidade (A16), Contribuir para a Dinâmica Económica (A17), Contribuir

para as Amenidades (A18), Condições de Controlo (A19), Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de

Vida (A20), Promover a Utilização e Gestão (A21) e Promover a Inovação (A22);

No caso dos hotéis são 3 as principais áreas de atuação, já que apresentam um índice ambiental mais

importante que as outras, sendo elas: a Energia (com critério A4), a Água (com critério A5) e os

Resíduos (com critério A10). No Brasil os valores de referência nos hotéis, estimados para essas áreas,

foram: 30 kWh/hóspede/noite na área da Energia, 400 l/hóspede/noite para a área da Água e 1,5

kg/hóspede/noite para a área dos Resíduos.

68

69

4. Casos de estudo: Hotel Marina All Suites e Hotel Marina Palace -

aplicação e oportunidades de melhoria

4.1. Apresentação e principais características

Os casos de estudo referidos na metodologia são os hotéis Marina All Suites e Marina Palace. Ambos

pertencem à cadeia hotéis Marina e encontram-se localizados no bairro do Leblon, um dos mais nobres do Rio

de Janeiro, mesmo junto à praia e próximo dos principais shoppings, restaurantes, cinemas e teatros da Zona

Sul. Inseridos numa área urbana e bastante consolidada, dentro da malha local os hotéis dispõem de uma

localização bastante privilegiada, pelo facto de estarem na fronteira entre os edificados e a praia do Leblon (ver

Figura 19), beneficiando por isso de uma vista encantadora. O acesso aos hotéis, pelos vários meios de

locomoção pessoal (automóvel, bicicleta, a pé, etc.), é muito facilitado com as vias anexas indicadas ao

propósito. Existem também nas suas proximidades paragens de autocarros - ônibus, bem como circulação de

serviços recorrentes de táxis e vans. Tudo isto possibilita muito a deslocação para/de qualquer ponto da

cidade, a qualquer hora do dia.

Figura 19 - Vista de topo dos hotéis Marina e das suas imediações (Google, 2012)

4.1.1. Hotel Marina All Suites

O hotel MAS (ver Figura 20) dispõe de uma ABC de 3 599 m2 distribuída por 19 pisos (incluindo um de subsolo),

sendo que os apartamentos estão dispostos por 13 destes andares. É composto totalmente por suites, tal como

a designação “All Suites” indica, perfazendo um total de 39: 28 Suites Basic, 3 Suites Club Floor, 8 Suites

Design.

70

Para além de todas estas acomodações muito bem equipadas, o hotel

disponibiliza também: a) um andar para serviços relax - Health Floor - que

engloba fitness center, sala de massagens, piscina e sauna; b) uma sala para

reuniões - Sala Executiva - com capacidade para 10 pessoas; c) um espaço

Lounge; d) uma sala com internet de alta velocidade e wireless - Web

Room; e) um mini cinema - Home Theater; f) serviço de praia; g) um

restaurante - Bar D’Hôtel, e ainda h) um bar - Bar do Lado.

Trata-se do primeiro hotel boutique e design do Rio de Janeiro, ao

combinar impecavelmente instalações e serviços, oferecendo todo um

ambiente exclusivo, com personalidade e estilo próprio, conseguindo

agradar os hóspedes mais exigentes e sofisticados.

4.1.2. Hotel Marina Palace

O hotel MP (ver Figura 21) dispõe de uma ABC de 9 965 m2 distribuída por 29

pisos (incluindo 2 de subsolo e um de cobertura), sendo que os

apartamentos estão dispostos por 19 destes andares. Com vista de eleição

garantida, podendo oscilar a escolha entre estar de frente para o mar do

Leblon ou ter vista lateral para a praia de Ipanema e até para o Cristo

Redentor nos pisos mais do topo, o hotel é composto por 150 UHs

(apartamentos e suites) distribuídas por andares convencionais e andares

executivos. Estes dois tipos de andares diferem no facto de que nos

convencionais, tal como o nome ilustra, predominar o ambiente clássico mas

com todo o conforto necessário, enquanto que os andares executivos são

totalmente renovados e equipados com o melhor nível de modernidade no

âmbito da tecnologia e do conforto. O hotel conta também com diferentes

tipos de sistemas:

Lazer - Acesso à piscina, serviço de praia (com cadeiras, toalha e

chapéu de sol), sauna, pool bar, beauty center, fitness center;

Negócios - dispõe de um Business Center, também com vista para o

mar, e onde possibilita a consulta de emails, a organização de compromissos e até a impressão de

documentos, embora o sistema wi-fi esteja disponível por todo o edifício. Disponibiliza ainda nove

salões, localizados nos 25º e 26º andar, devidamente equipados e indicados para reuniões e eventos

corporativos, ou até mesmo workshops e conferências;

Figura 20 - Perfil exterior do hotel Marina All Suites

Figura 21 - Perfil exterior do hotel Marina Palace

71

Serviços - Para além dos já englobados nas categorias acima, está ainda disponível: massagem, room

service, aluguer de automóveis e bicicletas, atendimento médico, segurança 24h, cofres individuais,

bares e restaurante, gift shop/joalheria, lavandaria e concierge.

As características urbanas dos dois hotéis apresentam-se de forma resumida no Quadro 22.

Quadro 22 - Resumo das características urbanísticas dos empreendimentos

Empreendimento Hotel Marina All Suites Hotel Marina Palace

Fase Operação Operação

Localização Av. Bartolomeu Mitre, nº15, Rio de Janeiro Rua João Lira, nº5, Rio de Janeiro

Latitude 22º59’12’’ S 22º59’11’’ S

Longitude 43º13’21’’ O 43º13’18’’ O

Bairro Leblon, Zona Sul Leblon, Zona Sul

Inserção Urbana Urbana

Tipo de uso Turístico/Executivo Turístico/Executivo

Conjunto edificado 1 edifício 1 edifício

Nº. de pisos 19 pisos 29 pisos

ABC 3 599 m2 9 965 m

2

Data de construção Outubro de 1999 Dezembro de 1981

Classificação Luxo ( 5 ) Luxo ( 5 )

Ambos os edifícios (MAS e MP) são geridos por forma a responderem às exigências de conforto e de qualidade

dos seus eventuais futuros utilizadores, e, embora não lhes seja imposta a obrigação das boas práticas

ambientais, procuram otimizar o seu desempenho durante a fase de operação. Neste contexto foi solicitado ao

LiderA que avaliasse os seus desempenhos ambientais.

4.2. Avaliação de desempenhos ambientais

Procede-se o processo de avaliação dos hotéis MAS e MP por parte do sistema LiderA, apresentando-se a

avaliação elaborada e a classificação final do nível de desempenho ambiental. A avaliação foi efetuada

recorrendo-se à Tabela Geral dos Limiares - LiderA V2.0 Brasil, onde, para cada critério, estão delineados os

limiares e os créditos requisitados nas diferentes classes (ver secção A.1. em anexo).

Há no entanto que referir que os hotéis serem geridos pela mesma entidade, terem idades e tipos de

construção muito idênticas e, ainda, por estarem muito próximos um do outro resultou com que as suas

avaliações fossem muito similares nos diversos aspetos analisados. Naturalmente, isso fez com que na prática

todas as ilações e observações obtidas para um hotel se apliquem ao outro. Ainda assim não deixam de

representar dois casos distintos e devem ser tratados como tal. Contudo para que haja uma dinâmica de

exposição das avaliações mais fácil, as análises apresentadas serão tomadas como se fosse só para um caso e

apenas quando for necessário (e existirem) se ressaltarão os aspetos que difiram um do outro.

72

4.2.1. Integração Local

Na vertente da Integração Local os melhores desempenhos aferidos surgem nos critérios da Valorização

Territorial (A1) e da Valorização Paisagística (A3), como se poderá comprovar no Quadro 23.

Quadro 23 - Integração Local: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 1

Integração

Local

Solo 5% S Valorização Territorial A1

Ecossistemas

Naturais 5% S Valorização Ecológica A2

3 Critérios Paisagem e

Património 4% S Valorização Paisagística A3

14%

Valorização Territorial (A1) - Ambos os edifícios se encontram numa zona habitacional e turística, logo com

redes de água potável, elétricas e de telecomunicações, potenciando e valorizando as especificações do Plano

Diretor do Município (PDM) do Rio de Janeiro. Ainda há a destacar que a área permeabilizada respetiva aos

hotéis é mínima, mas dentro do contexto local e realidade da cidade isso não se revela preponderante, logo a

avaliação deste critério não sai afetada por esse limiar de análise.

Valorização Ecológica (A2) - Estes empreendimentos não respeitam nenhum dos limiares configurados na

avaliação obtendo por isso o carácter mais negativo que se pode atribuir. Mas considerando o local onde estão

localizados, bem como o contexto em que estão inseridos, e a sua circundante, é-lhes atribuído a classe de

nível usual (E).

Valorização Paisagística (A3) - Há a realçar que os empreendimentos promovem a utilização de materiais,

cores e técnicas da vizinhança. Mas o facto de serem dos edifícios mais altos da zona faz com que não

promovam o alinhamento de cérceas e não se insiram visualmente na circundante. Destacam-se neste caso

pela negativa e acabam inclusive por fazer sombra indesejada na praia ao final da tarde (ver Figura 22),

obrigando muitas pessoas a mudarem o sítio onde já se encontravam instaladas para um outro local que ainda

beneficie da presença do sol. Quanto à valorização do património, os hotéis em causa não resultaram de

nenhuma reabilitação de espaços ou edifícios pertencentes ao património local, daí que a única condição seja a

de manutenção devida dos hotéis, para uma boa preservação destes.

1 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

73

Figura 22 - Sombras provocadas pela imponência dos hotéis

O resumo da avaliação desta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.1. em anexo).

4.2.2. Recursos

Na vertente dos Recursos (a mais preponderante e por isso com peso mais significativo) os desempenhos

aferidos nas respetivas áreas foram algo díspares, variando entre maus e bons desempenhos, como se poderá

comprovar no Quadro 24.

Quadro 24 - Recursos: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 2

Recursos

Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP

Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP

Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6

4 Critérios Alimentares 2% S

Produção Local de

Alimentos A7

32%

Gestão da Energia (A4) - Verificam-se, nos edifícios, como parâmetros benéficos: uma correta orientação a

norte de pelo menos 50% das divisões principais, a possibilidade de disfrutar de ventilação cruzada, a utilização

de equipamentos eficientes, o sombreamento interior dos vãos envidraçados (através de cortinas) e um

adequado isolamento térmico exterior. De salientar, particularmente, o facto de todos os quartos possuírem

sistema eletrónico de chaves de cartão, fazendo com que a energia apenas esteja acionada quando o hóspede

se encontra no interior das habitações.

2 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

74

Diga-se também que, nesta área, entra como fator positivo o facto de serem edifícios

mais altos que a circundante, o que faz com que beneficiem de maior teor de luz natural,

condição acrescida por não serem contíguos a nenhum outro prédio (ver Figura 23).

Contudo esta situação pode resultar num aquecimento natural (através do sol)

desnecessário para o conforto interior de um hotel em zona tropical, onde as condições

a corrigir serão, na prática, totalmente relativas ao calor que se sente e não às

temperaturas frias. Já de real carácter negativo prevalecem as questões associadas às

energias renováveis, pois não existe qualquer tipo de uso ou produção deste tipo de

fonte energética.

No Quadro 25 é possível visualizar os valores de consumo energético dos hotéis MAS e

MP. Os dados foram fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no

intervalo temporal de Outubro de 2011 a Outubro de 2012. Estes valores confirmam que

em ambos os hotéis se dispõe de muito boas práticas, estando ao nível das melhores

internacionais (9,22 kWh/hóspede por noite) e bem longe do valor médio de referência no Brasil (30

kWh/hóspede por noite), assumido anteriormente.

Quadro 25 - Valores de consumo energético dos hotéis MAS e MP

Unidades de consumo Marina All Suites Marina Palace

kWh/m2 31,9 89,4

kWh/hóspede/noite 6,7 11,4

kWh/quarto/noite 11,7 22,5

Gestão da Água (A5) - Aqui engloba-se a avaliação do consumo de água

potável e da gestão das águas locais. Na primeira há a realçar positivamente: a

aplicação de duches e torneiras misturadoras, com redutores de caudal (ver

Figura 24); a existência de autoclismos de dupla descarga (já em vigor em

todos os quartos reformados a partir de 2009 e em implementação nos

restantes); e o uso de equipamentos eficientes e a existência de sistemas de

monitorização de consumos.

Mas pesam negativamente os factos de não se contemplar o uso de sistemas “waterless” e de não haver

reutilização das águas pluviais ou das águas usadas tratadas, para outros fins. A avaliação referente ao segundo

item - gestão das águas locais - não é de todo favorável pois não existe qualquer tipo de recolha, tratamento,

uso alternativo ou reaproveitamento das águas locais nos edificados ou espaço envolvente.

No Quadro 26 é possível visualizar os valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP. Os dados foram

fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no intervalo temporal de Outubro de 2011 a

Outubro de 2012. Os valores encontrados no desempenho revelam a necessidade de ajustamento da escala

Figura 23 - Exposição do MAS à luz solar

Figura 24 - Torneira misturadora com redutor de caudal do MAS

(Hotéis Marina, 2012a)

75

prescritiva da água no futuro, já que os valores do Marina Palace são substancialmente melhores que os do

Marina All Suites. Estes valores confirmam uma boa prática por parte do MP e um desempenho fraco por parte

do MAS. O MP encontra-se com valores próximos das melhores práticas internacionais (167,95

l/hóspede/noite) e bem distante do valor de referência para o Brasil (400 l/hóspede/noite), assumido

anteriormente. O MAS tem consumos bem acima de qualquer um desses valores mencionados.

Quadro 26 - Valores de consumo de água dos hotéis MAS e MP

Unidades de consumo Marina All Suites Marina Palace

l/hóspede/noite 531,2 193,7

l/quarto/noite 919,8 382,7

Gestão dos Materiais (A6) – Aqui procede-se à avaliação dos materiais aplicados nos casos relativamente à sua

durabilidade, e se são ou não materiais locais e/ou de baixo impacto. No que se refere à durabilidade são

utilizados materiais duráveis de modo a aumentar o ciclo de vida dos empreendimentos. No âmbito dos

materiais locais (produzidos a uma distância inferior a 200 kms) este não se mostra muito favorável, pois

aparenta existirem poucos. Outros cenários nada favoráveis são os factos dos materiais utilizados não serem de

baixo impacto e nem se proceder à reciclagem, reutilização, renovação ou não transformação. Não existe

qualquer política deste tipo.

Produção Local de Alimentos (A7) - Não existe nada que se enquadre neste aspeto, nem com aplicação

contextual.

O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.2. em anexo).

4.2.3. Cargas Ambientais

Na vertente das Cargas Ambientais, os melhores desempenhos aferidos surgem nos critérios da Gestão das

Emissões Atmosféricas (A9), da Gestão do Ruído (A11) e da Gestão Ilumino-térmica (A12), com destaque para o

primeiro referido. Já nas áreas dos Efluentes e Resíduos as classificações obtidas foram fracas, chegando

mesmo a atingir, num dos casos, o nível da prática usual, como se poderá comprovar no Quadro 27.

76

Quadro 27 - Cargas Ambientais: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 3

Cargas

Ambientais

Efluentes 3% S Gestão dos

Efluentes A8

Emissões

Atmosféricas 2% S

Gestão das Emissões

Atmosféricas A9

Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10

5 Critérios Ruído Exterior 3% S Gestão do Ruído A11

12% Poluição Ilumino-

térmica 1% S

Gestão Ilumino-

térmica A12

Gestão dos Efluentes (A8) - Não há medidas de exceção relativamente àquilo que é a prática comum, tanto no

tratamento de águas residuais, como no caudal de reutilização de águas usadas, o que leva a que o critério

obtenha o nível classificativo de prática usual.

Gestão das Emissões Atmosféricas (A9) - As escassas emissões atmosféricas produzidas nos hotéis são

maioritariamente provenientes das cozinhas e da sala das máquinas pois são os únicos locais onde se

encontram os fogões a gás e as caldeiras, respetivamente. Verifica-se um “bem estar atmosférico” do local e

sua envolvente, muito devido à lei “Rio sem fumo” onde não é permitido de todo fumar em “ambientes de uso

coletivo total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados, por parede, divisória, teto ou telhado,

ainda que provisórios onde haja permanência ou circulação de pessoas.”

Gestão dos Resíduos (A10) - Em nenhuma das fases de funcionamento dos hotéis se contempla a devida

gestão dos resíduos, sendo apenas efetuado o mínimo indispensável: existência de um sítio próprio para o seu

armazenamento, seguindo-se da posterior recolha e transporte.

No Quadro 28 é possível visualizar os valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP. Os dados foram

fornecidos pela gerência dos hotéis Marina e são baseados no intervalo temporal de Outubro de 2011 a

Outubro de 2012. Estes valores confirmam uma performance fraca dos dois hotéis nesta componente, embora

se encontrem longe dos extremos verificados nos panoramas externo (7,87 kg/hóspede/noite) e interno (2,98

kg/hóspede/noite). Revelam também ser melhores, ainda que pouco, que os valores médios de referência

idênticos internacionalmente e no Brasil (1,5 kg/hóspede/noite).

3 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

77

Quadro 28 - Valores de geração de resíduos dos hotéis MAS e MP

Unidades de geração Marina All Suites Marina Palace

kg/hóspede/noite 1,2 1,2

Ruído Exterior (A11) - Houve o cuidado de minimizar as fontes de ruído para o exterior, sendo os

equipamentos colocados em espaços adequados e isolados, e as atividades ruidosas localizadas de modo a não

perturbar nem o exterior nem as restantes componentes dos hotéis.

Gestão Ilumino-térmica (A12) - Há a realçar como medidas

minimizadoras a aplicação de materiais e soluções construtivas

adequadas às condições climatéricas locais; a existência de corpos

hídricos locais (piscinas) e de outro nas proximidades (Oceano

Atlântico) - ver Figura 25; a adoção de cores claras nas fachadas,

pavimentos e espaços comuns exteriores; a correta disposição dos

edifícios relativamente aos ventos dominantes no local, permitindo

a circulação do ar e atenuando o efeito “ilha de calor”; e, por fim, a

utilização de luminárias com intensidade adequada e a

possibilidade de controlo desta iluminação.

O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.3. em anexo).

4.2.4. Conforto Ambiental

Na vertente do Conforto Ambiental todos os critérios avaliados alcançam muito bons desempenhos,

correspondendo todos eles a melhorias de 75% relativamente àquilo que é a prática, como se pode comprovar

no Quadro 29.

Quadro 29 - Conforto Ambiental: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 4

Conforto

Ambiental

Qualidade do

Ar 5% S

Gestão da Qualidade do

Ar A13

Conforto

Térmico 5% S

Gestão do Conforto

Térmico A14

3 Critérios Iluminação e

Acústica 5% S

Gestão de Outras

Condições de Conforto A15

15%

4 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

Figura 25 - Piscina do MP com vista panorâmica para o oceano (Hotéis Marina,

2012b)

78

Gestão da Qualidade do Ar (A13) - Há a realçar a localização dos hotéis numa zona circundante à praia, com

bons níveis de qualidade do ar, sem indústrias na envolvente próxima; a existência de sistemas de ventilação

artificial e a possibilidade de usufruir de ventilação natural ajustada de forma adequada às atividades

albergadas por cada espaço do empreendimento; e a eliminação/redução de potenciais emissões de

contaminantes do ambiente interior (amianto, fungos, bolores, etc.). Resulta, assim, em elevados níveis de

qualidade do ar no interior dos edificados duma forma geral.

Gestão do Conforto Térmico (A14) - Destacam-se: a adoção de sistemas de ventilação artificial e natural, que

permitem a regulação da temperatura interior e a qualidade do ar, a fenestração seletiva e o sombreamento

regulável dos vãos exteriores pelo interior (recorrendo a cortinas e persianas). Estes fatores contribuem para

que se registem elevados níveis de conforto térmico, nos espaços interiores. Há também que referir que na

envolvente dos edifícios se registam bons níveis de conforto térmico. Estes níveis são decorrentes da correta

organização e espaçamentos entre os volumes edificados e sua orientação, que os protege dos ventos mais

fortes, possibilitando uma boa circulação e garantindo uma adequada exposição solar.

Gestão de Outras Condições de Conforto (A15) - Aqui avaliam-se por um lado os níveis de iluminação, tanto

natural como artificial, e os níveis de conforto sonoro. No que se refere aos níveis de iluminação, embora os

edifícios em estudo não tenham a orientação correta, a totalidade das divisões principais e a maioria das

comuns são iluminadas naturalmente, bem como os vãos são de dimensões adequadas às funções de cada

espaço, possuindo, na sua maioria, sistemas de sombreamento reguláveis pelo interior.

No âmbito da iluminação artificial há que mencionar que os mecanismos intuitivos e de fácil acesso para

controlo da iluminação, bem como a possibilidade de regulação dos níveis de iluminação artificial, apenas

existem em alguns quartos e tipos de luzes dos hotéis. De realçar também, no âmbito dos níveis de iluminação,

que os acabamentos interiores e superfícies são de cores claras, potenciando a iluminação destes espaços.

No que concerne ao conforto sonoro, destaca-se na avaliação a organização espacial adequada dos espaços

interiores através do afastamento das áreas mais sensíveis ao ruído das instalações mais ruidosas dos hotéis e

da aplicação de isolamentos que contribuem para o isolamento acústico dos espaços. Embora ambos os

edifícios sejam adjacentes a uma das avenidas principais da zona sul e tendo ainda o movimentado calçadão a

passar à sua beira, os ruídos incómodos não se fazem sentir muito nem se tornam intrusivos.

O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.4. em anexo).

4.2.5. Vivência Socioeconómica

Na vertente da Vivência Socioeconómica verificam-se desempenhos muito bons à exceção da Contribuição

para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20). Os critérios Contribuir para as Amenidades (A18) e Condições de

Controlo (A19) merecem destaque uma vez que obtêm a fasquia máxima de classe atribuída. Acontece que no

caso do critério A18 a classe A++

pode ser logo atribuída sem verificação técnica no local, pois as amenidades

79

tratam-se de características existentes na zona e muitas até independentes dos hotéis em si, enquanto que

com o critério A19 isso não se passa e tem de ficar pelo A+ até sofrer uma vistoria. A classificação apresenta-se

no Quadro 30.

Quadro 30 - Vivência Socioeconómica: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-

req.. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 5

Vivência

Socioeconómica

Acesso para

Todos 3% S

Contribuir para

Acessibilidade A16

Diversidade

Económica 4% S

Contribuir para a

Dinâmica Económica A17

Amenidades e

Interacção

Social

4% S Contribuir para as

Amenidades A18

5 Critérios Participação e

Controlo 3% S Condições de Controlo A19

19% Custos no Ciclo

de Vida 5% S

Contribuir para os

Baixos Custos no Ciclo

de Vida

A20

Contribuir para a Acessibilidade (A16) - Verifica-se um fácil acesso a transportes

públicos num raio de até 1 000 metros, podendo-se escolher entre autocarros -

ônibus, táxis, carrinhas - vans - e metro - metrô. No âmbito da mobilidade de

baixo impacte, considera-se a existência de percursos pedonais e ciclovias na

envolvente adjacente dos edificados, com dimensões adequadas ao fluxo de

pessoas que os utilizam. É considerado também a existência de parqueamento

para bicicletas, ao qual se associa um serviço de aluguer de bicicletas, o Bike Rio

(ver Figura 26), e a existência de serviços de transfer local com autocarros e vans

que vão depois ligar ao metro, facilitando em muito a mobilidade dos seus

passageiros para qualquer ponto da cidade.

É necessário denotar que para o caso de pessoas com mobilidade condicionada o MP tem implementado

soluções inclusivas (com rampas) que permitem acesso a todas as zona comuns do hotel, abrangendo, no

entanto, apenas 3 quartos (Quartos: 705, 902 e 1906) especialmente adaptados para o caso. No MAS não

existem grandes soluções para acesso no hotel, nem quartos especialmente adequados ao efeito.

5 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

Figura 26 - Bike Rio (ONGs, 2012)

80

Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Aqui avalia-se a

flexibilidade, ou seja, a adaptabilidade a diferentes usos; a dinâmica

económica e o trabalho local. Os hotéis mostram-se flexíveis e

dinâmicos nestas componentes, pois possuem vários espaços de

fomento à interação de negócios e trabalho, tendo inclusive o MAS

algumas salas multiusos (ver Figura 27) e o MP vários salões próprios

para eventos e receções, não ficando assim nenhum dos hotéis

confinados aos serviços de hospedagem. Contudo o mobiliário,

pavimentos e diferentes módulos, em geral, não são de fácil remoção

e readaptação.

Quanto à dinâmica económica esta encontra-se muito presente nas

atividades que se dão na marginal e envolvente, mas as condições de

arrendamento não se aplicam neste perfil de hotéis turísticos. Finalmente considera-se que estes

empreendimentos aumentam as possibilidades de trabalho local, são unidades com condições propícias à

criação de emprego (nas quais existem oportunidades de emprego relevantes) e fomentam a oferta de

emprego em atividades culturais, comerciais e/ou de serviços na zona em que se inserem.

Contribuir para as Amenidades (A18) - Aqui avaliam-se as amenidades locais e a interação com a comunidade.

Ambos os hotéis se revelam bastante privilegiados quanto às amenidades locais, tanto naturais como humanas,

tendo diversas nas suas proximidades. Das naturais as que prevalecem são: a praia do Leblon e o mar, que se

encontram mesmo do outro lado da estrada; os diversos jardins nas redondezas, com componentes lúdicas e

de descanso; a Lagoa Rodrigo de Freitas, bem nas imediações e ainda o morro dos 2 irmãos, à distância de um

olhar (ver Figura 28). Já como amenidades humanas principais contemplam-se: lojas alimentares, farmácias,

centro de saúde, escola, hipódromo e esquadra da polícia.

No âmbito da interação com a comunidade há a realçar a curta distância a que se encontram dos hotéis alguns

espaços de lazer e convívio da população, tais como, jardins, praças e o calçadão da praia que se expande

aquando do fecho de um dos sentidos da marginal aos domingos e em feriados. Os restaurantes e bares dos

hotéis também permitem (e até incitam) a convivência entre o interior e o exterior dos edifícios, como o povo

brasileiro tão bem o sabe fazer.

Figura 27 - Sala executiva e Lounge/multiusos do MAS (Hotéis

Marina, 2012c)

81

Figura 28 - Vista periférica em relação ao hotel de algumas das amenidades locais (Google, 2012)

Condições de Controlo (A19) - Aqui são consideradas e avaliadas a capacidade de controlo, o controlo dos

riscos naturais e o controlo das ameaças humanas. Relativamente à capacidade de controlo, realça-se a

possibilidade de controlar as condições de conforto exteriores (vento, sombreamento e iluminação artificial) e

interiores (temperatura, humidade, ventilação natural e artificial e iluminação artificial). No controlo de riscos

naturais a preparação que existe para o caso de fenómenos climatéricos invulgares passou pelo cuidado

aquando da construção do edificado, aquilo que é a prática comum, não ficando por isso os hotéis dotados de

capacidades especiais para situações extremas.

Por sua vez, no que se refere ao controlo das ameaças humanas, nesta avaliação destaca-se a existência de

espaços bem iluminados e com campo de visão aberto (as fachadas principais dos edifícios estão na marginal),

a existência de detetores de incêndio, sistemas de videovigilância e tem-se em consideração a existência de um

sistema de controlo ativo das ameaças - alarme.

Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - Ressalta a falta: de equipamentos com baixos custos

de funcionamento e de lâmpadas de baixo consumo, de sistemas de poupança de energia e água, da adopção

de soluções construtivas adequadas que promovam a redução dos custos durante o tempo de vida do edifício,

e, por fim, da seleção de sistemas e equipamentos de fácil manutenção.

O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.5. em anexo).

4.2.6. Uso Sustentável

Na vertente do uso sustentável ambos os critérios considerados obtêm pobres níveis de classificação, como se

poderá comprovar no Quadro 31.

82

Quadro 31 - Uso Sustentável: Áreas e Critérios de base considerados

Vertentes Área Wi Pré-req.. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 6

Uso

Sustentável

Gestão

Ambiental 4% S

Promover a Utilização e

Gestão A21

2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22

8%

Promover a Utilização e Gestão (A21) - Os hotéis não possuem qualquer mecanismo de gestão ambiental. Aqui

apenas se pode dignificar a existência das devidas informações para procedimento em caso de incêndio,

alarme e evacuações, bem como dos cartões de avisos nos quartos para consciencialização na frequência de

mudança de lençóis (ver Figura 29) e no uso de toalhas (ver Figura 30).

Figura 29 - Cartão de consciencialização na mudança de

lençóis

Figura 30 - Cartão de consciencialização na mudança de

toalhas

Promover a Inovação (A22) - No que diz respeito às inovações, estes empreendimentos não se destacam por

nenhum trabalho de reconversão ou reabilitação relevantes nos edifícios, nem da aplicação de elementos

inovadores nas várias vertentes.

O resumo da avaliação de toda esta vertente encontra-se em anexo (ver secção A.2.6. em anexo).

Como processo de síntese apresenta-se no Quadro 32, em modo sumário, todas as classes atribuídas para cada

critério em particular, a classe final global dos empreendimentos e o respetivo valor dos projetos para os dois

hotéis.

6 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

83

Quadro 32 - Classes de desempenho ambiental atual

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 7

Integração Local

Solo 5% S Valorização Territorial A1

Ecossistemas

Naturais 5% S Valorização Ecológica A2

3 Critérios Paisagem e

Património 4% S

Valorização

Paisagística A3

14%

Recursos

Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP

Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP

Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6

4 Critérios

Alimentares 2% S

Produção Local de

Alimentos A7

32%

Cargas

Ambientais

Efluentes 3% S Gestão dos Efluentes A8

Emissões

Atmosféricas 2% S

Gestão das Emissões

Atmosféricas A9

Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10

5 Critérios Ruído

Exterior 3% S Gestão do Ruído A11

12%

Poluição

Ilumino-

térmica

1% S Gestão Ilumino-

térmica A12

Conforto

Ambiental

Qualidade do

Ar

5% S Gestão da Qualidade

do Ar A13

Conforto

Térmico 5% S

Gestão do Conforto

Térmico A14

3 Critérios

Iluminação e

Acústica 5% S

Gestão de Outras

Condições de Conforto

A15

15%

7 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

84

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 7

Vivência

Socioeconómica

Acesso para

Todos 3% S

Contribuir para

Acessibilidade

A16

Diversidade

Económica 4% S

Contribuir para a

Dinâmica Económica A17

Amenidades

e Interacção

Social

4% S Contribuir para as

Amenidades A18

5 Critérios Participação

e Controlo 3% S Condições de Controlo A19

19% Custos no

Ciclo de Vida 5% S

Contribuir para os

Baixos Custos no Ciclo

de Vida

A20

Uso Sustentável Gestão

Ambiental 4% S

Promover a Utilização

e Gestão A21

2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22

8%

Classe obtida na avaliação

Valor do projecto (%) 26,31

(MAS)

25,42

(MP)

Recorrendo à consulta do Quadro 33, fica patente que a avaliação global de ambos os hotéis assenta numa

classe A bem segura, já que os valores dos projetos estão sensivelmente entre o valor médio e máximo que

essa classe comporta. Da mesma forma, também é possível concluir que os hotéis não estão muito distantes da

classe seguinte (classe A+) e com esforço relativo esta fica bem ao alcance destes.

Quadro 33 - Ponderação das classes dos valores globais

Máximo <Valor Médio

Minímo >=Classes

100% 90,0%65,0% A++

65,0% 40,0% 30,0% A+

30,0% 20,0% 18,0% A

18,0% 16,0% 14,5% B

14,5% 13,0% 12,2% C

12,2% 11,4% 10,7% D

10,7% 10,0% 9,5% E

9,5% 8,9% 8,5% F

8,5% 8,0% 0 G

85

4.3. Desempenhos ambientais globais

Da avaliação de posicionamento ambiental efetuada pelo sistema LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina

Palace, no Rio de Janeiro, apresentada nos pontos anteriores concluiu-se que estes se inserem numa classe

certificável A (ver Figura 31). Esta classe em termos ambientais significa uma melhoria de 50% do Desempenho

Ambiental em relação à prática comum.

Contudo, mediante a apresentação de novas provas que comprovem uma melhoria do desempenho

atualmente comprovado, o quadro de avaliação da sustentabilidade, bem como a avaliação dos critérios

poderão ser reajustados.

Figura 31 - Desempenho ambiental global atingido

4.4. Aspetos chave

Em síntese, seguem-se os principais aspetos abordados anteriormente:

Os casos de estudo, Marina All Suites e Marina Palace, são dois hotéis localizados no Rio de Janeiro

mesmo junto à praia do Leblon. O MAS, constituído somente por suites, apresenta 39 apartamentos

distribuídos por 19 pisos, enquanto que o MP dispõe de 150 habitações nos seus 29 pisos de altura;

As avaliações de desempenho ambiental, pelo LiderA, foram muito similares em ambos os hotéis

devido à proximidade e parecença dos aspetos analisados. Tanto o MAS como o MP obtiveram uma

classe A, que em termos ambientais significa uma melhoria de desempenho de 50% em relação à

prática comum;

Relativamente às 3 principais áreas, os desempenhos ambientais são bons (classes A+ e A) na Energia e

fracos (classes D) na dos Resíduos. Já na Água verifica-se um mau desempenho (classe F) por parte do

MAS e uma performance boa (classe A) do MP;

A classe A obtida é sólida e não está muito distante da classe seguinte, podendo, os hotéis, com

esforço reduzido alcançar a classe A+.

86

87

5. Discussão crítica dos resultados

Ambos os hotéis MAS e MP revelam ter um bom desempenho ambiental. Contudo importa saber se ainda é

possível melhorar esse panorama, de que forma e em quais critérios, bem como saber qual o enquadramento

internacional e brasileiro dos dois hotéis, nomeadamente nas três principais áreas de ação (Energia, Água e

Resíduos). Desta forma é possível entender o verdadeiro papel que estes dois hotéis assumem (ou podem vir a

assumir) no mercado hoteleiro brasileiro e global. Refira-se que esta primeira abordagem assenta numa lógica

de medidas prescritivas sendo vantajosa a sua evolução progressiva para desempenho.

5.1. Integração local

Nesta vertente não é possível efetuar grandes alterações de forma a incitar melhorias significativas, uma vez

que se tratam de edifícios já totalmente construídos e em pleno funcionamento (ver Gráfico 1). Dada a

importância de uma devida integração local, tal deveria ter sido contemplado na fase de projeto, sendo agora

muito difícil, senão mesmo impossível, de se implementarem as modificações necessárias a um melhor

desempenho ambiental.

Gráfico 1 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Integração Local

5.2. Recursos

Nesta vertente estão contempladas as áreas da Energia e da Água, duas das mais cruciais de atuação num

hotel, e em qualquer delas o consumo (como principal limiar representativo) tem uma influência enorme para

o estado ambiental registado. As classificações nos respetivos critérios apresentam uma certa disparidade, em

muito devido à diferença dos consumos energéticos e de água dos dois hotéis, fazendo as classes oscilar entre

a F e a A+ (ver Gráficos 2 e 3). Ainda assim, com algumas melhorias a maioria das classes obtidas nestes

critérios podem alcançar escalões bem superiores. A única exceção é o critério A7 relativo à Produção local de

Alimentos, devido a serem edifícios puramente turísticos e já totalmente construídos, não podendo por isso

sofrer grandes alterações para servirem este propósito.

88

Refira-se ainda que dado o peso deste critério A7, em comparação com os restantes (2% vs 10%), enquanto

não se tiverem feito as abordagens de melhoria nos outros será um pouco descabido estar a centrar atenções

aqui. Nesse sentido e, tratando-se também da vertente com maior peso no global (só as áreas da Energia e da

Água representam 20%), significa que as melhorias aqui aplicadas apresentam, consequentemente, um maior

relevo no final.

Gestão da Energia (A4) - Para possibilitar uma análise mais facilitada foram resumidos os Quadros 10, 11 e 25

no Quadro 34, obtendo assim uma plataforma de comparação mais compacta.

Quadro 34 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de energia em hotéis

Hotéis

kWh/

hóspede/

noite

kWh/

quarto/

noite

kWh/

m2

ABC

(m2)

UHs Tipo

Inte

rnac

ion

ais

Valores mais elevados 229,50 293,27 - - - -

Médias gerais 46,4 75,1 - - - -

Melhores práticas 9,22 12,80 - - - -

Bra

sile

iro

s

Everest (Porto Alegre) - - 113 11 494 152 Turístico

Não especificado (Florianopólis) - - 67,38 3 500 65 Superior

Oscar Hotel (Florianopólis) - - 26,58 2 947 52 e 119

camas

Turístico

Não especificado (Natal) - - 80 2 121 26 Simples

Não especificado (Natal) - - 193 6 900 155 Negócio

Não especificado (Natal) - - 63 360 13 Económico

Não especificado (Natal) - - 175 1 110 46 Económico

Não especificado (Natal) - - 58 4 307 68 Económico

Não especificado (Natal) - - 140 7 300 165 Negócio

Não especificado (Natal) - - 118 1 560 49 Económico

Hotel Eco Resort (Iguaçu) 18,39 - - - 200 Superior

Valor médio de referência 30 - - - - -

Marina All Suites (Rio de Janeiro) 6,7 11,7 31,9 3 599 39 Luxo

Marina Palace (Rio de Janeiro) 11,4 22,5 89,4 9 965 150 Luxo

Os valores revelam que ambos os hotéis apresentam muito boas práticas nesta área, com o MAS e o MP a

apresentarem consumos de 6,7 e 11,4 kWh/hóspede por noite, respetivamente. Estes valores encontram-se na

linha das melhores práticas internacionais (9,22 kWh/hóspede/noite) e distantes, no bom sentido, do valor

médio de referência no Brasil (30 kWh/hóspede/noite). A disparidade, ainda que pequena, que se verifica nos

consumos dos dois hotéis é suficiente para os colocar em classificações diferentes nesta área, daí que o MAS

tenha obtido classe A+ e o MP classe A.

89

Posto isto, fica patente que será difícil melhorar ainda mais os valores de consumo energéticos, por isso as

medidas de melhoria podem passar por obter um tipo de fonte de energia e uma produção energética mais

corretas. Para isso poderia implementar-se um sistema de produção de energia recorrendo a fontes

renováveis, por exemplo através da instalação de painéis solares no terraço, utilizando depois essa mesma

energia captada para uso no hotel.

Melhoria possível (apenas para o MP): passagem de classe A para A+.

Gestão da Água (A5) - Aqui procedeu-se identicamente ao anterior resumindo-se os Quadros 14, 15 e 26 no

Quadro 35, de forma a ser possível uma consulta mais clara.

Quadro 35 - Valores internacionais e brasileiros de consumo de água em hotéis

Hotéis l/hóspede

/noite

l/quarto

/noite

ABC

(m2)

UHs Tipo

Inte

rnac

ion

ais

Valores mais elevados 770,00 1 556,00 - - -

Médias gerais 344,5 518,5 - - -

Melhores práticas 167,95 140,67 - - -

Bra

sile

iro

s

Não especificado 130 - - - -

Não especificado - 500 - - Simples e Económico

Não especificado - 900 - - Turístico, Superior e Luxo

Hotel Eco Resort (Iguaçu) 415 - - 200 Superior

Valor médio de referência 400 - - - -

Marina All Suites (Rio de Janeiro) 531,2 919,8 3 599 39 Luxo

Marina Palace (Rio de Janeiro) 193,7 382,7 9 965 150 Luxo

Após a devida análise, fica patente as boas práticas do MP, o desempenho fraco do MAS e os registos bem

díspares entre os dois hotéis. O consumo de 193,7 l/hóspede por noite, verificado no MP, está próximo das

melhores práticas internacionais (167,95 l/hóspede/noite) e distante do valor de referência no Brasil (400

l/hóspede/noite). Já o consumo de 531,2 l/hóspede por noite, registado no MAS, encontra-se bem acima de

qualquer um dos valores de comparação mencionados.

Contabilizando-se o facto de estarem em causa dois hotéis de luxo num país tropical, sendo estas das

condições que possivelmente implicam um maior consumo e uso de água a todos os níveis, ainda se torna mais

notável a performance do MP e não aparenta ser tão grave o desempenho do MAS. Contudo, mesmo no caso

do MP que já apresenta resultados muito satisfatórios, existe espaço nas gestões de ambos os hotéis para

melhorias, de modo a que se alcancem os melhores níveis possíveis em consumos de água.

Nesse sentido recomenda-se a imposição de um sistema e de uma política de aproveitamento, reuso e

tratamento das águas locais. Servem para exemplos de instalação: sistemas que captem as águas das chuvas

90

recorrentes da região, sistemas que façam o tratamento necessário das águas utilizadas e sistemas que

permitam a separação entre águas residuais, águas cinzentas e águas negras. Isto iria possibilitar o reuso

dessas mesmas águas e a consequente poupança no volume requisitado à companhia das água.

Melhoria possível: passagem de classe F (no MAS) e de classe A (no MP) para A+.

Gestão dos Materiais (A6) - Aqui seria necessário começar a obter materiais, mobílias e utensílios produzidos a

níveis locais, pois isso reduziria todos os custos associados a materiais que não são deste tipo (fabrico,

transporte, etc) e ainda fomentava o comércio local. Também seria muito importante contemplar as dinâmicas

reciclável, reuso, renovável, baixo impacto e de não transformação, aquando da obtenção e do fim de vida dos

materiais. Deve, no entanto, referir-se que sendo o Brasil um país de grande dimensão e com estados enormes,

será mais difícil, ou menos provável conseguir-se ficar apenas remetido a produtos locais, já que existem

muitos a ser produzidos longinquamente. Enquanto que um raio de 200 km em Portugal abrange quase

metade do nosso país, no Brasil por vezes nem metade de um estado isso representa. Ainda assim a distância

de 200 kms é apontada, essencialmente, por questões relativas a emissões atmosféricas associadas aos

transportes envolvidos numa em transições de longo curso. Daí que o panorama geográfico brasileiro não seja

razão para uma adaptação do limiar.

Melhoria possível: passagem de classe C para A+.

Gráfico 2 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MAS

Gráfico 3 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Recursos para o MP

91

5.3. Cargas Ambientais

No caso desta vertente, as melhorias a aplicar passarão apenas pelas áreas dos Resíduos e do Ruído Exterior

(ver Gráfico 4), devido às seguintes razões: ao nível dos efluentes pouco ou nada pode ser feito, visto que será

difícil implementar qualquer tipo de estação de tratamento na situação existente; a classe obtida nas emissões

atmosféricas já é ótima; e no caso da poluição ilumino-térmica pouco mais se poderá resolver, não sendo

também o esforço justificável uma vez que se trata do critério com menor peso de todos. Há que centrar então

as atenções nos outros em estado mais crítico.

Gestão dos Resíduos (A10) - Neste caso os Quadros 18, 19 e 28 foram sintetizados no Quadro 36 para uma

análise mais centrada.

Quadro 36 - Valores internacionais e brasileiros de geração de resíduos em hotéis

Hotel kg/hóspede/

noite

ABC

(m2)

UHs Tipo

Inte

rnac

ion

ais

Valores mais elevados 7,87 - - -

Médias gerais 1,5 - - -

Melhores práticas 0,34 - - -

Bra

sile

iro

s

Novotel (Porto Alegre) 2,98 - 126 Superior

Dall’Onder (Bento Gonçalves) 1,90 273 Luxo

Não especificado (Caxias do Sul) 0,46 90 e 187 camas Luxo

Hotel Eco Resort (Iguaçu) 0,65 - 200 Superior

Valor médio de referência 1,5 - - -

Marina All Suites (Rio de Janeiro) 1,2 3 599 39 Luxo

Marina Palace (Rio de Janeiro) 1,2 9 965 150 Luxo

Através de uma cuidada análise, verifica-se que os hotéis apresentam uma performance fraca nesta área, com

o valor de geração de 1,2 kg/hóspede por noite a ser tomado como o mesmo nos dois hotéis. Este valor

consegue, ainda assim, ser um pouco melhor que os valores de média geral internacionais e de referência no

Brasil (1,5 kg/hóspede/noite, em ambos os casos), bem como estar longe dos extremos verificados nos

panoramas externo (7,87 kg/hóspede/noite) e interno (2,98 kg/hóspede/noite).

Contudo é necessário salientar que a falta de dinâmica ambiental no processamento de resíduos não tem só a

ver com a logística interna dos hotéis Marina. Essa lacuna parece existir em toda a cidade do Rio de Janeiro

uma vez que não há recolha seletiva por parte das respetivas entidades locais. Razão pela qual as gerências dos

estabelecimentos não vêm objetivo em realizá-las no interior dos seus espaços.

Desta forma entende-se serem diversas as melhorias passíveis de incutir, tais como: 1) passar a existir um

plano de gestão, minimização e pesagem dos resíduos urbanos; 2) começar a reduzir a aquisição de

92

embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga de produtos; 3) promover a devida eliminação de

produtos químicos ou materiais perigosos usados na manutenção; 4) providenciar locais específicos onde

possam ser colocados objetos (mobília, roupa, etc.) que possam voltar a ser utilizados ou renovados; e 5) criar

e desenvolver alternativas à deposição final nos aterros ou lixeiras apostando no seu reaproveitamento para

outros fins.

Melhoria possível: passagem de classe D para A.

Gestão do Ruído (A11) - Na área do ruído exterior, as medidas podem passar por aplicar deflectores sonoros

nos equipamentos mais ruidosos de forma a reduzir a propagação do som, e ainda por colocar isolamento

adequado nas paredes interiores ou exteriores que abrigam os equipamentos que emitem ruído,

nomeadamente na zona das máquinas.

Melhoria possível: passagem de classe B para A+.

Gráfico 4 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Cargas Ambientais

5.4. Conforto Ambiental

Esta vertente destaca-se por obter nos seus 3 critérios um ótimo nível de desempenho ambiental, ainda que

com as poucas melhorias que faltam podem facilmente passar para a classe seguinte, atingindo assim a mais

elevada de todas: a classe A++ (ver Gráfico 5). Refira-se que na Gestão de Outras Condições de Conforto (A15),

na área da Iluminação e Acústica, já se reúnem condições para obter a classe mais elevada. Acontece que,

nestes casos, essa atribuição só se verifica com vistoria técnica às instalações em causa, já que se trata da

93

classe mais distinta, requerendo por isso um cuidado especial. No entanto haverá ainda alguns ajustes a serem

feitos neste campo, em especial em espaços que albergam funções mais ruidosas como por exemplo o bar,

restaurante e sala das máquinas, podendo passar por uma melhoria do isolamento das suas instalações.

Gestão da Qualidade do Ar (A13) - Aqui podem ser englobadas medidas de gestão com vista a reduzir ainda

mais as contaminações no ar, bem como passar a existir um plano de monitorização de controlo da qualidade

do ar. Isso ajudaria a manter recorrentemente esse bom nível.

Melhoria possível: passagem de classe A+ para A

++.

Gestão do Conforto Térmico (A14) - Seria recomendável o sombreamento dos vãos envidraçados, ou a

aplicação de sistemas passivos que potenciem o conforto.

Melhoria possível: passagem de classe A+ para A

++.

Gráfico 5 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Conforto Ambiental

5.5. Vivência Socioeconómica

Nesta vertente as melhorias a aplicar recaem sobretudo em dois dos critérios (A17 e A20). Existem ainda

algumas possibilidades de melhoras nos outros critérios, contudo não são tão significativas (ver Gráfico 6).

Contribuir para a Dinâmica Económica (A17) - Aqui poderiam conceber-se soluções de rede e auxiliares

flexíveis, bem como utilizar mobiliário e pavimentos de fácil remoção ou translocação.

Melhoria possível: passagem de classe A para A+.

Contribuir para os Baixos Custos no Ciclo de Vida (A20) - São diversas as medidas, que requerem urgência de

implementação, passando algumas pelo que já foi debatido na vertente dos recursos. Como melhorias

possíveis podem indicar-se: a seleção de mais sistemas com baixo custo de funcionamento e manutenção, bem

94

como de sistemas com poupança de água e energia; escolha adequada de soluções construtivas e materiais

com elevada durabilidade e resistência; uso de materiais com alto teor de reaproveitamento; e, por fim, a

adoção de soluções espaciais que permitam adaptações fáceis a novos usos sem grandes custos adicionais.

Melhoria possível: passagem de classe C para A++

.

Gráfico 6 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Vivência Socioeconómica

5.6. Uso Sustentável

Nesta vertente, apesar das baixas classificações, há que salientar o facto de ambos os critérios estarem

bastante interligados e dependentes de todos os outros anteriores. Desta forma ao serem efetuadas as devidas

melhorias nos outros campos as classes nesta vertente irão consequentemente melhorar. Ainda assim existem

alguns pormenores característicos de cada componente que podem beneficiar de melhorias (ver Gráfico 7).

Promover a Utilização e Gestão (A21) - As melhorias aqui podem passar por disponibilizar: sessões

educacionais de esclarecimento sobre o modo de utilização dos edifícios, os manuais de utilização dos

equipamentos, indicações relativas aos elementos estruturais e à manutenção dos mesmos, bem como,

informações relativas à desativação dos equipamentos e valorização dos materiais.

Melhoria possível: passagem de classe E para A+.

Promover a Inovação (A22) - Aqui tudo o que passar por soluções inovadoras e que contribuam para o

melhoramento das performances ambientais dos hotéis será tido em conta, como melhorias deste carácter.

Melhoria possível: passagem de classe E para A+.

95

Gráfico 7 - Desempenho registado e com eventuais melhorias na vertente Uso Sustentável

O Quadro 37 apresenta em modo sumário todas as classes atribuídas para cada critério particular, bem como

as classes possíveis de obter após um plano de melhoria nas diversas áreas. Constatando-se que embora

ambos os hotéis já apresentem globalmente uma sólida classe A, com os valores dos projetos

aproximadamente entre o valor médio e máximo que essa classe contempla, aplicando algumas melhorias

conseguiriam passar para a classe A+. No limite chegando ao valor de projeto de 46,6 %, que representa por sua

vez uma classe A+ bem segura.

Quadro 37 - Classes de desempenho ambiental atual e de possível desempenho futuro

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 8

Classe

com

possíveis

melhorias

Integração Local

Solo 5% S Valorização

Territorial A1

Ecossistemas

Naturais 5% S Valorização Ecológica A2

3 Critérios Paisagem e

Património 4% S

Valorização

Paisagística A3

14%

Recursos

Energia 10% S Gestão da Energia A4 MAS; MP MP

Água 10% S Gestão da Água A5 MAS; MP

Materiais 10% S Gestão dos Materiais A6

4 Critérios

Alimentares 2% S Produção Local de

Alimentos A7

32%

8 Classes de desempenho ambiental - Sistema LiderA (ver Figura 12):

96

Vertentes Área Wi Pré-req. Critério NºC

Classe de

desempenho

ambiental 8

Classe

com

possíveis

melhorias

Cargas

Ambientais

Efluentes 3% S Gestão dos Efluentes A8

Emissões

Atmosféricas 2% S

Gestão das Emissões

Atmosféricas A9

Resíduos 3% S Gestão dos Resíduos A10

5 Critérios Ruído

Exterior 3% S Gestão do Ruído A11

12%

Poluição

Ilumino-

térmica

1% S Gestão Ilumino-

térmica A12

Conforto

Ambiental

Qualidade do

Ar 5% S

Gestão da Qualidade

do Ar A13

Conforto

Térmico 5% S

Gestão do Conforto

Térmico A14

3 Critérios Iluminação e

Acústica 5% S

Gestão de Outras

Condições de

Conforto

A15

15%

Vivência

Socioeconómica

Acesso para

Todos 3% S

Contribuir para a

Acessibilidade A16

Diversidade

Económica 4% S

Contribuir para a

Dinâmica Económica A17

Amenidades

e Interacção

Social

4% S Contribuir para as

Amenidades A18

5 Critérios Participação

e Controlo 3% S

Condições de

Controlo A19

19% Custos no

Ciclo de Vida 5% S

Contribuir para os

Baixos Custos no

Ciclo de Vida

A20

Uso Sustentável Gestão

Ambiental 4% S

Promover a

Utilização e Gestão A21

2 Critérios Inovação 4% S Promover a Inovação A22

8%

Classe obtida na avaliação

Valor do projeto (%) 26,31

(MAS)

25,42

(MP)

46,60

97

Após toda esta etapa de discussão específica aos casos de estudo, com a apresentação de melhorias possíveis

de implementar, resta acrescentar outros pontos gerais do trabalho.

A metodologia foi seguida e tanto o método de abordagem aplicado à revisão bibliográfica como aos hotéis,

pelo sistema LiderA, revelaram-se um sucesso. Ainda assim, há que referir que, neste caso, a recolha de dados

pode ser sempre mais extensa (embora os apresentados já sejam resultado de uma longa pesquisa), bem como

a fiabilidade destes raramente é infalível. Nomeadamente no âmbito dos custos de implementação dos

sistemas de certificação, que podem ser ligeiramente diferentes atualmente, e dos dados exibidos nas áreas da

Energia, Água e Resíduos, que são passíveis de ter sofrido alterações no entretanto ou até não serem exatos.

Mesmo os dados fornecidos pelos hotéis MAS e MP podem não corresponder a uma realidade exata, devido

por exemplo a falhas ou lacunas nos processos de monitorização. Tem-se como exemplo mais marcante dos

casos de estudo os valores indicativos da geração de resíduos nos dois hotéis, que foram extrapolados pelo

autor, após umas informações adiantadas pela gerência dos hotéis. É assim uma primeira adoção numérica

para possibilitar as análises. Isso aconteceu porque em nenhum dos hotéis se documenta este tipo de prática,

contrariamente ao que acontece com a energia e a água onde existem comprovativos dos consumos nas

respetivas redes.

Este estudo fica, então, limitado aos dados recolhidos e apresentados, daí que possa não representar

totalmente (ou de todo) a verdadeira realidade da indústria hoteleira internacional e brasileira. Isso só

aconteceria com um estudo que abordasse todos os hotéis mundiais, incluindo-se Brasil, logo é uma limitação

de certa forma relativa.

Relativamente à avaliação de sustentabilidade efetuada pelo LiderA, alguns parâmetros analisados no sistema

só seriam possíveis de garantir após uma vistoria e um processo de verificação especializados. Esta situação

não aconteceu devido à distância geográfica entre Portugal e Brasil, não existindo condições para justificar uma

deslocação de acessoria LiderA aos hotéis em estudo.

Quanto ao LiderA, em si, apesar de toda a flexibilidade de adaptação que apresenta é quase impossível

encaixar perfeitamente em todos os edifícios, devido ao vasto leque de tipologias e serviços que existem. Por

isso, cada caso é um caso e é provável que a realidade total de cada um nunca seja retratada em toda a sua

magnitude. Adicionalmente o facto de ser a primeira vez que o LiderA é aplicado em território brasileiro pode

ainda dificultar um pouco mais essa adaptação.

98

99

6. Conclusões e recomendações

6.1. Conclusões finais

Os dados ambientais revelam que as atividades humanas e a sociedade estão a exercer no meio ambiente uma

pressão devastadora, que tem de ser urgentemente atenuada. É notório o crescimento de consciência

ambiental que se tem registado e de atitudes que se inserem na dinâmica da sustentabilidade, nos diversos

campos sociais e económicos. A temática do ambiente parece já não ser totalmente indiferente a ninguém,

mesmo que não se aja de acordo com isso.

Embora os motivos que levam a ações ecológicas aparentem, às vezes, ser impulsionados por outras forças

(como razões financeiras, de imagem, etc.) que não a tomada de consciência ambiental, as mudanças vão

sendo feitas. Ainda que a um ritmo lento, o panorama ambiental parece ter vindo a melhorar

consideravelmente nos últimos anos; resta, no entanto, saber se ainda a tempo de não haver danos

irreversíveis e que poderiam ter sido evitados.

Um dos sectores com importantes impactes ambientais diretos (como a ocupação do solo, consumo de energia

e água) é o sector do turismo, nomeadamente e desde logo os hotéis, já que atualmente o número de quartos

a nível mundial ultrapassa os 17,5 milhões. Os hotéis e o seu edificado são cada vez mais desafiados a integrar

e valorizar a dimensão ambiental e até procurar a sustentabilidade. Nesse sentido os sistemas de avaliação e

certificação podem ser mecanismos interessantes para a sua aplicação eficiente.

A integração de sistemas de avaliação e certificação ambiental na gestão dos hotéis causa reduções de custos

financeiros e de impactes ambientais importantes, sendo recomendável a adoção destes programas, sempre

que possível, ainda que as medidas possam ter um pay-back mais alargado: mas futuramente irão acabar por

recompensar monetária e ambientalmente.

Embora o número de hotéis certificados ambientalmente ainda seja reduzido, é de esperar que no futuro este

cenário mude e a certificação ambiental possa tornar-se uma condição habitual/obrigatória. Com o papel que

os hotéis têm no turismo em geral, o bom desempenho ambiental destes refletir-se-ia numa melhoria

ecológica local e global.

No entanto, cada zona e tipologia de hotéis tem especificidades, pelo que a aplicação dos sistemas de avaliação

da sustentabilidade devem ser devidamente ajustados. Nesse sentido foi efetuado o desenvolvimento de

limiares ajustados ao Brasil especialmente para os critérios da área da Energia, Água e Resíduos.

Os valores de práticas encontrados para os limiares dos hotéis no Brasil foram de 30 kWh/hóspede/noite na

área da Energia, 400 l/hóspede/noite para a área da Água e 1,5 kg/hóspede/noite para a área dos Resíduos.

Estes valores serviram, com base na função fatorial do LiderA, para se construírem as classes dentro de uma

lógica prescritiva e de desempenho, onde por exemplo a classe A é 50 % sobre a prática de referência - a classe

E, com os ditos valores a representarem o limiar usual de consumo. Importa referir que os valores de

desempenho quantitativos no Brasil ainda merecem um maior aprofundamento.

100

Tendo em vista testar os limiares, e após tentar contacto com vários hotéis, os hotéis Marina All Suites e

Marina Palace localizados no bairro do Leblon no Rio de Janeiro mostraram-se disponíveis e aceitaram que se

efetuasse a aplicação desta versão.

Ambos os hotéis obtiveram no global uma sólida classe A, que em termos ambientais significa uma melhoria de

desempenho de 50% em relação à prática comum. Ainda assim, caso implementem certas medidas de

melhoria, ambos têm potencial de progressão para uma estável classe seguinte (classe A+), que por sua vez

representa uma melhoria de desempenho de 75% em relação ao usual. Muitas dessas melhorias, podem

inclusive nem se revelar muito dispendiosas, pois passam apenas por adequações relativamente simples, com

custos monetários reduzidos.

No geral, o esforço necessário ao Marina All Suites e Marina Palace para alcançarem a classe global A+ não

aparenta ter de ser enorme, e tão pouco impossível, já que com algumas melhorias se gerariam mudanças

muito significativas. É de referir que em determinados casos pequenas mudanças, aparentemente

insignificantes, acabam por representar uma grande influência no desempenho ambiental e elevar, nesse

critério/área, a classe para um nível bem superior e sustentável.

É ainda de mencionar que em ambos os hotéis o panorama está um pouco dividido relativamente às três áreas

mais importantes, especialmente no caso do Marina All Suites. Isto porque os dois hotéis apresentam bons

desempenhos (classes A e A+) na área da Energia mas desempenhos fracos (classe D) na área dos Resíduos.

Relativamente à área da Água o Marina Palace tem boas práticas enquanto que no Marina All Suites isso já não

se verifica, apresentando valores de consumo bem elevados. Contudo, sendo as áreas da Energia e Água das

que têm um maior peso no geral (10% cada uma) comparativamente ao peso reduzido (3%) da área dos

Resíduos, o panorama total não se ressente tanto. Mesmo no caso do Marina All Suites, o facto de apresentar

classe tão baixa na Água acaba por ser colmata, de certa forma no âmbito global, por apresentar classe muito

elevada na Energia. Com isso dá-se uma compensação nos pratos da balança dos dois hotéis, entre as classes

A+ e F, para o Marina All Suites, e as duas classes A, para o Marina Palace.

O sistema LiderA aparenta ser, de acordo com a literatura revista, o sistema mais flexível e adaptável às

condições locais de outro país (no caso o Brasil), em especial para avaliar empreendimentos hoteleiros, razões

estas que ditaram que se afigurasse como potencial opção para efetuar este estudo.

De resto, a indústria baseada em sustentabilidade ambiental ainda parece estar pouco incutida na cultura

brasileira, fazendo com que a sua implementação possa ser mais dificultada. Tome-se como exemplo o caso da

reciclagem, já que existem muitas fábricas deste tipo pelo país mas não se dá a devida separação na fonte nem

está muito inserida a política dos ecopontos na sociedade. Estes são definitivamente parâmetros a necessitar

de revolução urgente.

101

6.2. Recomendações e desenvolvimentos futuros

Uma das principais recomendações no desenvolvimento de trabalhos de análise de desempenho é, desde logo,

uma lógica de avaliação ambiental de ciclo de vida, tendo em vista contribuir para definir a escala de

desempenho para cada tipologia hoteleira no Brasil, bem como o seu melhor ajustamento à escala prescritiva.

Numa visão mais genérica é aconselhável efetuarem-se mais estudos deste género de forma a que fique

possível precisar, cada vez melhor, o estado geral dos hotéis, em termos de desempenho ambiental, tanto no

Rio de Janeiro como em todo o Brasil. Neste sentido também seria muito útil um estudo de benchmarking na

indústria hoteleira brasileira e no âmbito da certificação ambiental, pois isso facultaria as melhores práticas

exercidas nestas áreas e conduziria a desempenhos superiores a nível do ambiente. Ainda seria possível

adequar esta estratégia a outras tipologias de edifícios, e assim todo o edificado estaria a caminhar lado a lado

na busca da sustentabilidade.

Relativamente aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace, estes podem executar num futuro próximo

(espera-se) algumas ações que podem ajudar à sua sustentabilidade turística. Seguem como exemplo:

iniciarem uma campanha de pesagem dos resíduos, de preferência com dados detalhados sobre cada tipo de

resíduo (papel, vidro, matéria orgânica, etc.) para que fiquem cientes da quantidade realmente gerada e

publicitarem informação das suas boas práticas e consumos. É recomendável que os hotéis mantenham o

desejo constante de aperfeiçoar e otimizar a sua dinâmica de prestadores de serviços hoteleiros, pois essa

postura abre portas aos responsáveis pela sua gestão, para procurar novas metas e desafios de melhorias nos

desempenhos dos hotéis. Isso refletiu-se no agrado demonstrado pela gerência aquando da entrega da

proposta de estudo da avaliação da sustentabilidade dos dois hotéis Marina.

Estes desenvolvimentos e estudos devem serem aprofundados envolvendo a avaliação ambiental de ciclo de

vida, alargando a aplicação do LiderA a outros hotéis brasileiros, pois isso permitiria que o sistema fosse

ficando mais ajustado à realidade brasileira e totalmente habilitado à avaliação de edificados no Brasil.

102

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117

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A-1

Anexos

A.1. Tabela Geral dos Limiares – LiderA V2.0 Brasil

A.1.1. Limiares para avaliação da vertente Integração Local

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Não

satisfaz

nenhum

crédito

Não

satisfaz

nenhum

crédito

Não

satisfaz

nenhum

crédito

Nº de Créditos

Nº de Créditos

Nº de Créditos

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

Satisfaz

pelo menos

10 créditos

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

Satisfaz

pelo

menos 14

créditos

Satisfaz

pelo

menos 15

créditos

Satisfaz

pelo

menos 20

créditos

Satisfaz

pelo

menos 16

créditos

Análise territorial:

1. Promover aglomerados urbanos compactos: construir nos vazios urbanos, nas zonas degradadas ou abandonadas - 2 créditos;

2. Construir em áreas urbanas com solo contaminado, que deverá ser descontaminado (antigas fábricas, campos de minas, aterros, lixeiras,

entre outros ) - 2 créditos;

3. Promover a construção de redes urbanas infra-estruturadas (redes de esgotos, telecomunicações, gás e água) - 1 crédito / caso já existam 2

créditos;

4. Promover a adopção de vários usos do solo simultâneos [usos previstos: habitação, comércio, serviços, equipamentos, indústria (excepto a

que envolve actividades perigosas, nocivas ou poluentes)l]: 2 usos - 1 crédito; 3 usos - 2 créditos; ≥ 4 usos - 3 créditos;

Análise do solo:

5. Determinar a percentagem de área permeável do solo face ao total do lote:

» entre [12,5% e 25%[ da área de solo é permeável - 2 créditos;

» entre [25% e 50%[ da área de solo é permeável - 4 créditos;

» entre [50% e 75%[ da área de solo é permeável - 6 créditos;

» entre [25% e 50%[ da área de solo é permeável - 8 créditos;

6. Minimizar a erosão do solo através de vegetação com raízes médias a profundas, adaptáveis a locais sensíveis (zonas inclinadas ou expostas

às condições climatéricas, locais com elevada utilização) ou de sistemas de pendentes (muros, socalcos, gabiões) - 1 crédito

Determinação das zonas verdes:

1. Determinar a percentagem de áreas verdes face à área total do lote:

» entre [12,5% e 25%[ da área do lote é constituída por zonas verdes - 2 créditos;

» entre [25% e 50%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 4 créditos;

» entre [50% e 75%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 6 créditos;

» entre [25% e 50%[ a área do lote é constituída por zonas verdes - 8 créditos.

2. Nº de espécies arbóreas autóctones mantidas e/ou introduzidas:

» [0 - 2] – 1 crédito;

» [2 - 4] – 2 créditos;

» [4 - 6] – 3 créditos;

» > 6 – 4 créditos;

Interligação das zonas verdes:

3. Desenho das ligações entre espaços verdes:

a. Continuidade através de:

» arborização (2 créditos);

» espaços verdes permeáveis (2 créditos);

» fachadas verdes (1 crédito);

» coberturas verdes (1 crédito).

4. Número e abrangência das ligações entre espaços verdes (valores referentes a ligações até metade do lote):

» 1 - 2 ligação (2 intervenção),

» 2 - 4 ligações (4 intervenções),

» > 4 ligações (6 intervenções).

Edificado:

1. Adequar as intervenções às condições topográficas locais - 2 créditos

2. Inserção visual na circundante (numa área montanhosa a construção tipicamente montanhosa, numa área de praia seguir o estilo

arquitectónico das construções típicas) - 1 crédito

3. Promover o alinhamento de cérceas - edificado com alturas semelhantes - 1 crédito

4. Cores, Materiais e Técnicas Construtivas:

a. A utilização de uma palete de cores dentro das existentes no local - 2 créditos;

b. Utilização de materiais de acordo com os tipicamente utilizados na circundante - 2 créditos;

c. Utilização de técnicas construtivas locais - 2 créditos.

Espaços exteriores:

5. Criar condições de valorização estética da paisagem (contribuição do edificado para a definição e valorização da malha urbana) - 1 crédito

6. Relação de proporção entre os espaços exteriores e o edificado de pelo menos 1/1 (1m de largura de rua corresponde a 1m de altura no

edificado) - 3 créditos

7. Fachadas alinhadas e com distâncias semelhantes ao limite dos respectivos lotes - 1 crédito

8. Inexistência de paramentos verticais opacos (empenas, taludes, etc), com excepção dos que possuam valor artístico ou ambiental (murais,

fachadas verdes ,etc) - 1 crédito

9. Manutenção, Reabilitação de espaços ou edifícios que façam parte do património cultural, natural ou construído do local de intervenção - 4

créditos

Satisfaz

pelo

menos 13

créditos

Satisfaz

pelo

menos 16

créditos

Nº de

Critério

A1

A2

A3

A-2

A-3

A.1.2. Limiares para avaliação da vertente Recursos

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Desenho Passivo:

1. Situação/Organização favorável face a outros edifícios ou condicionantes naturais - 1 crédito;

2. Orientação a norte: 1 crédito por cada 25% dos espaços;

3. Factor forma (que garanta o menor rácio Aenvolvente/Volume interior), pelo menos 1,21 – 1 crédito;

4. Isolamento térmico adequado dos paramentos exteriores (paredes, coberturas e pavimentos) - 2 créditos;

5. Massa térmica da estrutura média a forte (utilização de elementos de inércia forte: adobe, terra, alvenaria de betão, massas de acumulação de

água, elementos maciços) - 1 crédito;

6. Vãos:

a. Sombreamento dos vãos envidraçados (1 crédito até 50% dos vãos envidraçados, 2 créditos para mais de 50% dos vãos envidraçados);

b. Vidros com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho - 1 crédito;

c. Caixilharia (com estanquicidade a infiltrações de ar, coeficiente de transmissão térmica adequado e de corte térmico) – 1 crédito;

d. Fenestração selectiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como Avãos/Apavimento) - 1 crédito;

7. Minimização ou eliminação de pontes térmicas - 1 crédito;

8. Ventilação natural cruzada - 1 crédito;

9. Introdução de sistemas passivos: parede de trombe, geotermia, "efeito de estufa", entre outros - 1 crédito se for em [0 – 50]% dos espaços, 2

créditos ]50 – 100]% dos espaços).

Desenho Activo:

10. Produção de energia a partir de Energias Renováveis: solares térmicos, fotovoltaicos, eólicos, biomassa, geotérmicos, etc - 4 créditos;

11. Percentagem de energia consumida proveniente de fontes de energia renovável:

» entre [12,5% e 25%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 2 créditos;

» entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 4 créditos;

» entre [50% e 75%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 6 créditos;

» entre [25% e 50%[ da energia consumida provem de fontes renováveis - 8 créditos;

12. Utilização de equipamentos eficientes, que garantam menores consumos de energia - 2 créditos;

13. Utilização de soluções e sistemas que permitam reduzir os consumos de energia - 2 créditos.

Satisfaz

pelo menos

10 créditos

ou

consumos

de ]18,75-

22,5] kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

ou

consumos

de ]250-

300]

l/hóspede/

noite

Acesso a água potável:

1. Garantir o acesso a água potável - promovendo o tratamento da água proveniente dos aquíferos locais ou garantindo o acesso a fontes de água

potável - 2 créditos

2. Desenvolver as infraestruturas necessárias ao abastecimento e fornecimento de água potável aos utentes do empreendimento - 1 crédito

3. Monotorizar periodicamente a qualidade da água potável consumida - 1 crédito

Níveis de consumo de água potável:

4. Uso de torneiras misturadoras e redutores de caudal - 1 crédito

5. Equipamentos eficientes - 1 crédito

6. Autoclismo de dupla descarga - 1 crédito

7. Sistemas "waterless" - 2 créditos

8. Reutilização de águas pluviais ou águas usadas tratadas para rega, recirculação, lavagem de pavimentos, entre outros - 2 créditos

9. Utilização de espécies autóctones - 1 crédito

10. Sistemas de monitorização dos consumos (além dos contadores de água e acessibilidade aos utilizadores) - 1 crédito

Gestão das águas locais no edificado ou espaços envolventes:

11. Retenção, tratamento (se necessário) e descarga de águas de escorrência no local - 2 créditos;

12. Construção de infraestruturas de captação e drenagem das águas de escorrência - 1 crédito

13. Recolha de águas pluviais nas áreas impermeabilizadas onde não ocorra circulação (cobertura, terraços sem utilização, entre outros) - 1

crédito

14. Utilização de lagos de sedimentação, piscinas, bacias de infiltração ou pântanos - 1 crédito

15. Adopção de sistemas de recolha separativos que permitam separar águas residuais, de águas cinzentas e de águas negras - 1 crédito

Nº de créditos

Satisfaz

pelo

menos 10

créditos, e

pelo

menos 1

alimento é

animal

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

ou

consumos

> 30 kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

consumos

> 400

l/hóspede/

noite

Não

satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

ou

consumos

de ]300-

350]

l/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

ou

consumos

de ]350-

400]

l/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

10 créditos

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

Satisfaz

pelo menos

9 créditos

ou

consumos

de ]100-

200]

l/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

7 créditos

ou

consumos

de ]200-

250]

l/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

14 créditos

ou

consumos

de ]7,5-15]

kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

ou

consumos

de ]15-

18,75]

kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

ou

consumos

de ]22,5-

26,25]

kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

ou

consumos

de ]26,25-

30] kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo

menos 18

créditos ou

consumos

de ]3-7,5]

kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo

menos 12

créditos ou

consumos

de ]40-100]

l/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

25 créditos

ou

consumos

≤ 3 kWh/

hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

14 créditos

ou

consumos

≤ 40

l/hóspede/

noite

Nº de Créditos

Nº de Créditos

Nº de Créditos

Satisfaz

pelo menos

12

créditos, e

pelo menos

2 alimentos

são

animais

Satisfaz

pelo menos

16 créditos

Satisfaz

pelo

menos 13

créditos

Materiais:

1. Percentagem de materiais, face ao total utilizado, produzidos a distância inferior a 200kms

» até 50% dos materiais - 3 créditos;

» mais de 50% dos materiais - 6 créditos;

2. Percentagem de materiais, face ao total, de baixo impacte, reciclados, reutilizados, renováveis, não transformados:

» até 50% dos materiais - 3 créditos;

» mais de 50% dos materiais - 6 créditos;

Durabilidade dos Materiais:

3. Aplicação de soluções/materiais duráveis na estrutura do empreendimento, com uma duração estimada entre [40 - 50[ anos - 1 crédito;

4. Aplicação de soluções/materiais duráveis nos acabamentos exteriores do empreendimento, com uma duração estimada entre [5-10[ anos - 1

crédito;

5. Aplicação de soluções/materiais duráveis nas canalizações do empreendimento, com uma duração estimada entre [15 - 20[ anos - 1 crédito;

6. Aplicação de soluções/materiais duráveis nos vãos do empreendimento, com uma duração estimada entre [5 - 10[ anos - 1 crédito;

7. Aplicação de soluções/materiais duráveis na envolvente do empreendimento, com uma duração estimada entre [20- 30[ anos - 1 crédito.

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

Satisfaz

pelo menos

1 crédito

Não existe

produção

local de

alimentos

1. Locais onde existe produção alimentar:

a. cobertura - 1 crédito;

b. logradouro - 1 crédito;

d. varandas - 1 crédito;

c. estufa - 1 crédito.

2. Existência de locais de armazenamento da produção alimentar - 1 crédito;

3. Fornecimento de utensílios necessários à produção alimentar - 1 crédito;

4. Diversidade da produção alimentar:

a. Alimentos vegetais: cereais, frutas, legumes, frutos secos, especiarias, hortaliças, ervas medicinais, etc. - 1 crédito para cada tipo de

alimentos vegetais produzidos;

b. Alimentos provenientes de animais: leite, ovos, carne de mamíferos, carne de aves, etc. - 1 crédito para cada tipo de alimentos animais

produzidos.

Satisfaz

pelo menos

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

Nº de

Critério

A5

A4

A6

A7

A-4

A-5

A.1.3. Limiares para avaliação da vertente Cargas Ambientais

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.

» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).

» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.

Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3

créditos por cada medida):

» existência de lareiras,

» aquecedores a gás,

» aquecedores de exterior com bilha,

» fogões a gás,

» esquentadores/caldeiras,

» fumo do tabaco permitido,

» veículos estacionados no interior,

» existência de poeiras,

» existência de fungos,

» existência de bacterias.

Nº de créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 5

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de situações

e

equipamento

s que

totalizaram

no máximo

até 8

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 10

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]10 -

13] créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]13 -

16]

créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]16 -

20]

créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]20 -

25] créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

mais de 25

créditos

Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:

1. Equipamentos:

a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2

créditos);

5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);

6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até

50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).

Nº de créditos

Foram

implementa

dos ≥ 13

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementad

os entre [11 -

13[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões de

ruído para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [7 -

11[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [5

- 7[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[4 - 5[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[2 - 4[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre ]0

- 2[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Não foram

implementa

das

quaisquer

medidas

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):

1. No exterior:

a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;

b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);

c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;

d. Presença de arborização;

2. No interior:

a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por

cada elemento com vegetação);

b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);

c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre

eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);

d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).

» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):

- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;

- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;

- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.

Nº de créditos

Implementar

am-se ≥ 18

créditos, e

pelo menos

4 créditos

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[14 - 18[

créditos, e

pelo menos

2 créditos

nos efeitos

luminosos.

Implementar

am-se entre

[12 - 14[

créditos, e

pelo menos

1 crédito

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[9 - 12[

créditos

Implementa

ram-se

entre [6 - 9[

créditos

Implementa

ram-se

entre [3 - 6[

créditos

Implementa

ram-se

entre [0 - 3[

créditos

» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;

» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

Tipo de Sistema implementado:

- Fito-ETAR - 2 créditos;

- Fossa séptica - 1 crédito.

Satisfaz

entre ]3 - 5]

créditos

Satisfaz

entre ]1 - 2]

créditos

Não existe

tratamento

de águas

Nº de créditosSatisfaz até

10 créditos

Satisfaz até

8 créditos

Satisfaz até

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

16 créditos

ou geração

de ]0,15-

0,38]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

20 créditos

ou geração

≤ 0,15

kg/hóspede/

noite

Satisfaz 12

créditos

Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:

1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;

2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;

3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);

4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1

crédito;

5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;

6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;

7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;

8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de

50% - 2 créditos).

Medidas com vista à separação de resíduos:

9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;

10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;

11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2

créditos;

Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:

12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em

seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;

13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem

ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;

14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;

15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1

crédito;

16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2

créditos.

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração >

1,5

kg/hóspede

/noite

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração de

]1,31-1,5]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

ou geração

de ]1,13-

1,31]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

ou geração

de ]0,94-

1,13]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

ou geração

de ]0,75-

0,94]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

ou geração

de ]0,38-

0,75]

kg/hóspede/

noite

Nº de créditos

Nº de

Critério

A9

A11

A12

A8

A10

A-6

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.

» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).

» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.

Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3

créditos por cada medida):

» existência de lareiras,

» aquecedores a gás,

» aquecedores de exterior com bilha,

» fogões a gás,

» esquentadores/caldeiras,

» fumo do tabaco permitido,

» veículos estacionados no interior,

» existência de poeiras,

» existência de fungos,

» existência de bacterias.

Nº de créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 5

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de situações

e

equipamento

s que

totalizaram

no máximo

até 8

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 10

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]10 -

13] créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]13 -

16]

créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]16 -

20]

créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]20 -

25] créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

mais de 25

créditos

Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:

1. Equipamentos:

a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2

créditos);

5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);

6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até

50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).

Nº de créditos

Foram

implementa

dos ≥ 13

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementad

os entre [11 -

13[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões de

ruído para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [7 -

11[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [5

- 7[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[4 - 5[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[2 - 4[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre ]0

- 2[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Não foram

implementa

das

quaisquer

medidas

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):

1. No exterior:

a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;

b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);

c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;

d. Presença de arborização;

2. No interior:

a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por

cada elemento com vegetação);

b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);

c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre

eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);

d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).

» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):

- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;

- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;

- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.

Nº de créditos

Implementar

am-se ≥ 18

créditos, e

pelo menos

4 créditos

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[14 - 18[

créditos, e

pelo menos

2 créditos

nos efeitos

luminosos.

Implementar

am-se entre

[12 - 14[

créditos, e

pelo menos

1 crédito

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[9 - 12[

créditos

Implementa

ram-se

entre [6 - 9[

créditos

Implementa

ram-se

entre [3 - 6[

créditos

Implementa

ram-se

entre [0 - 3[

créditos

» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;

» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

Tipo de Sistema implementado:

- Fito-ETAR - 2 créditos;

- Fossa séptica - 1 crédito.

Satisfaz

entre ]3 - 5]

créditos

Satisfaz

entre ]1 - 2]

créditos

Não existe

tratamento

de águas

Nº de créditosSatisfaz até

10 créditos

Satisfaz até

8 créditos

Satisfaz até

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

16 créditos

ou geração

de ]0,15-

0,38]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

20 créditos

ou geração

≤ 0,15

kg/hóspede/

noite

Satisfaz 12

créditos

Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:

1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;

2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;

3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);

4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1

crédito;

5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;

6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;

7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;

8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de

50% - 2 créditos).

Medidas com vista à separação de resíduos:

9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;

10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;

11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2

créditos;

Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:

12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em

seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;

13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem

ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;

14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;

15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1

crédito;

16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2

créditos.

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração >

1,5

kg/hóspede

/noite

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração de

]1,31-1,5]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

ou geração

de ]1,13-

1,31]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

ou geração

de ]0,94-

1,13]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

ou geração

de ]0,75-

0,94]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

ou geração

de ]0,38-

0,75]

kg/hóspede/

noite

Nº de créditos

Nº de

Critério

A9

A11

A12

A8

A10

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

» Eliminação ou diminuição dos equipamentos que funcionem com combustão: fogões, esquentadores, caldeiras.

» Promover a aplicação de sistemas ou equipamentos que evitem a acumulação de partículas nocivas (poeiras, fungos, bactérias).

» Promoção da ventilação natural como forma de evitar a acumulação de poeiras.

Medidas implementadas (1 crédito negativo por cada - caso se registe até cerca de 50% das habitações. Se for mais de 50% contabilizar 3

créditos por cada medida):

» existência de lareiras,

» aquecedores a gás,

» aquecedores de exterior com bilha,

» fogões a gás,

» esquentadores/caldeiras,

» fumo do tabaco permitido,

» veículos estacionados no interior,

» existência de poeiras,

» existência de fungos,

» existência de bacterias.

Nº de créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 5

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de situações

e

equipamento

s que

totalizaram

no máximo

até 8

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

no máximo

até 10

créditos

Verificou-se

a ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]10 -

13] créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]13 -

16]

créditos

Verificou-

se a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]16 -

20]

créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

entre ]20 -

25] créditos

Verificou-se

a

ocorrência

de

situações e

equipament

os que

totalizaram

mais de 25

créditos

Implementar soluções para reduzir as emissões de ruído para o exterior:

1. Equipamentos:

a. Equipamentos no interior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

b. Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2

créditos);

2. Pavimentos no exterior silenciosos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

3. Elementos de redução de ruído nos equipamentos (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos – 2 créditos);

4. Localização adequada de equipamentos que produzem ruído (até 50% dos equipamentos – 1 crédito, mais de 50% dos equipamentos - 2

créditos);

5. Deflectores que reduzam a propagação do som (até 50% dos equipamentos que produzem ruído – 1 crédito, mais de 50% - 2 créditos);

6. Colocação de isolamentos adequados nas paredes interiores ou exteriores envolventes aos equipamentos que emitem ruídos (1 crédito até

50% das paredes, 3 créditos para mais de 50% das paredes).

Nº de créditos

Foram

implementa

dos ≥ 13

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementad

os entre [11 -

13[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões de

ruído para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [7 -

11[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre [5

- 7[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[4 - 5[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre

[2 - 4[

créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Foram

implementa

dos entre ]0

- 2[ créditos

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

Não foram

implementa

das

quaisquer

medidas

com vista a

reduzir as

emissões

de ruído

para o

exterior

» Efeitos térmicos (cada medida implementada até 50% de área - 1 crédito, mais que 50% de área - 2 créditos):

1. No exterior:

a. Colocação de sombras sobre as áreas impermeáveis e/ou escuras;

b. Minimização das superfícies impermeáveis (vias, passeios e parques de estacionamento exteriores);

c. Existência de estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento ao invés do estacionamento a céu aberto;

d. Presença de arborização;

2. No interior:

a. Fachadas, coberturas e/ou telhado, passeios/espaços comuns exteriores (1 crédito por cada elemento com cores claras OU 2 créditos por

cada elemento com vegetação);

b. Disposição e morfologia adequada do edifício em relação às brisas/ventos locais predominantes (1 crédito);

c. Existência de uma relação adequada entre os edifícios envolventes que permita a circulação de ar entre eles. Quanto > é a área livre entre

eles > é o efeito de atenuação da "ilha de calor" (1 crédito);

d. Existência de corpos hídricos (lagos, rios, mar) (1 crédito).

» Efeitos luminosos (cada medida implementada até 50% - 1 crédito, mais que 50% - 2 créditos):

- Utilização de luminárias com intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida;

- Controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais;

- Possibilidade de controlo da iluminação: intensidade e horários de iluminação.

Nº de créditos

Implementar

am-se ≥ 18

créditos, e

pelo menos

4 créditos

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[14 - 18[

créditos, e

pelo menos

2 créditos

nos efeitos

luminosos.

Implementar

am-se entre

[12 - 14[

créditos, e

pelo menos

1 crédito

nos efeitos

luminosos

Implementar

am-se entre

[9 - 12[

créditos

Implementa

ram-se

entre [6 - 9[

créditos

Implementa

ram-se

entre [3 - 6[

créditos

Implementa

ram-se

entre [0 - 3[

créditos

» Verificar se existem ou se é possível implementar sistemas de tratamento de águas residuais locais - 2 créditos;

» Quantidade de águas residuais locais que são tratadas (no caso de haver tratamento):

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

» Efectuar a reutilização das mesmas para consumos secundários;

- até 50% - 2 créditos;

- mais de 50% - 4 créditos;

Tipo de Sistema implementado:

- Fito-ETAR - 2 créditos;

- Fossa séptica - 1 crédito.

Satisfaz

entre ]3 - 5]

créditos

Satisfaz

entre ]1 - 2]

créditos

Não existe

tratamento

de águas

Nº de créditosSatisfaz até

10 créditos

Satisfaz até

8 créditos

Satisfaz até

6 créditos

Satisfaz

pelo menos

16 créditos

ou geração

de ]0,15-

0,38]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

20 créditos

ou geração

≤ 0,15

kg/hóspede/

noite

Satisfaz 12

créditos

Medidas com vista à minimização da produção de resíduos:

1. Existência de soluções de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos urbanos - 2 créditos;

2. Descontaminação dos solos onde tenha havido previamente contaminação por acumulação de resíduos sólidos urbanos - 2 créditos;

3. Existência de um plano de gestão e minimização de resíduos urbanos (1 crédito) e perigosos (1 crédito);

4. Aplicação de materiais reutilizados na construção do edificado como por exemplo frascos de vidro, derivados de madeira entre outros - 1

crédito;

5. Reduzir a aquisição de embalagens e apostar em soluções que permitam a recarga dos produtos - 1 crédito;

6. Proceder à separação selectiva e diferenciada de resíduos sólidos urbanos - 1 crédito;

7. Eliminação de pesticidas, produtos químicos ou outros produtos semelhantes - 1 crédito;

8. Eliminação de materiais perigosos existentes nos produtos usados para a manutenção (menos de 50% das embalagens - 1 crédito, mais de

50% - 2 créditos).

Medidas com vista à separação de resíduos:

9. Existência de uma central de resíduos no edifício, para a deposição e separação dos resíduos a reciclar - 1 crédito;

10. Criação de locais para a arrumação segura e adequada das embalagens de limpeza e manutenção - 2 créditos;

11. Criação de locais para a deposição de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares, resíduos perigosos de escritório (tinteiros e semelhantes) - 2

créditos;

Medidas com vista a incentivar e valorizar a reciclagem:

12. Colocação de recipientes comunitários que permitam a deposição diferenciada dos resíduos ao nível do bairro/quarteirão e que sejam em

seguida recolhidos pelos serviços comunitários - 1 crédito;

13. Existência de locais específicos dentro do empreendimento ou à escala do bairro, onde podem ser depositados objectos que se encontrem

ainda em condições de poderem ser utilizados (ex: mobília, roupa) ou renovados - 1 crédito;

14. Proceder à recolha e deposição de resíduos orgânicos com o intuito de efectuar a compostagem de resíduos - 2 créditos;

15. Desenvolver a produção de energia através da biomassa como forma de reaproveitamento e deposição final dos resíduos orgânicos - 1

crédito;

16. Criar e desenvolver alternativas à deposição final dos resíduos em lixeiras ou aterros, apostando no seu reaproveitamento para novos fins - 2

créditos.

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração >

1,5

kg/hóspede

/noite

Não

satisfaz

nenhum

crédito ou

geração de

]1,31-1,5]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

2 créditos

ou geração

de ]1,13-

1,31]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

4 créditos

ou geração

de ]0,94-

1,13]

kg/hóspede

/noite

Satisfaz

pelo menos

8 créditos

ou geração

de ]0,75-

0,94]

kg/hóspede/

noite

Satisfaz

pelo menos

12 créditos

ou geração

de ]0,38-

0,75]

kg/hóspede/

noite

Nº de créditos

Nº de

Critério

A9

A11

A12

A8

A10

A-7

A.1.4. Limiares para avaliação da vertente Conforto Ambiental

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Medidas a aplicar:

1. Adequada ventilação natural ajustada à actividade presente em cada local (2 créditos);

2. Correcta disposição dos espaços interiores do edifício que potencie a ventilação natural, nomeadamente a cruzada (até 50% da área: 1

crédito, mais que 50% da área: 2 créditos);

3. Reduzir ou eliminar potenciais emissões de contaminantes do ambiente interior: microrganismos nas cozinhas, radão, legionella, amianto,

fungos e bolores, fumo do tabaco, pesticidas, partículas e chumbo (1 crédito);

4. Garantia de salubridade dos espaços interiores assegurando a sua protecção a bactérias, micróbios ou parasitas que possam ser

transmissores de doenças (2 créditos);

5. Implementar medidas com vista a redução de contaminações no ar (COV´s, micro-contaminações, odores, gases) (1 crédito);

6. Promoção da circulação e ventilação do ar nos espaços envolventes ao edificado (2 créditos);

7. Existência de um plano de monitorização de controlo da qualidade do ar (1 crédito).

Nº de créditosSatisfaz 9

créditos

Satisfaz 7

créditos

Satisfaz 6

créditos,

incluindo

ventilação

natural

adequada

Satisfaz 5

créditos,

incluindo

ventilação

natural

adequada

Satisfaz 3

créditos,

incluindo

ventilação

natural

adequada

Satisfaz 2

créditos

Satisfaz 1

crédito

Não se

aplicaram

quaisquer

medidas com

vista a

garantir um

bom nível de

conforto

térmico

Verificou-se a

implementaçã

o entre ]9 - 6]

créditos

Verificou-se a

implementaç

ão entre ]6 -

5] créditos

Verificou-se a

implementaç

ão entre ]5 -

3] créditos

Verificou-se a

implementaç

ão entre ]3 -

2] créditos

Cumprimento

de 12

créditos

Cumprimento

de 8 créditos

Cumprimento

de 6 créditos

Verificou-se a

implementaçã

o de ≥ 11

créditos

Cumprimento

de 18

créditos ou

mais

Verificou-se a

implementaç

ão entre ]11 -

9] créditos

Cumprimento

de 15

créditos

Nº de créditos

Nº de créditos

Verificou-se a

implementaçã

o entre ]2 - 0[

créditos

Cumprimento

de 1 crédito

Cumprimento

de 4 créditos

Cumprimento

de 2 créditos

Garantir o conforto térmico dos Ocupantes e utilizadores (considerar a atribuição de 1 crédito para cada uma das seguintes medidas):

1. Inércia térmica média a forte;

2. Orientação adequada do edifício (considerando o clima);

3. Distribuição interna dos espaços adequada;

4. Factor forma (que garanta o menor rácio envolvente/Volume interior);

5. Colocação de fenestração selectiva (tanto ao nível da Área envidraçada vs orientação, como vãos/pavimento);

6. Isolamento térmico adequado;

7. Utilização de paredes que permitam trocas adequadas interior/exterior;

8. Minimização de pontes térmicas;

9. Ventilação adequada para as diferentes divisões segundo os diferentes usos (com admissão de ar pelas divisões principais e exaustão pelas

secundárias);

10. Sombreamento de vãos envidraçados (preferencialmente exteriores);

11. Vidros: duplos e com coeficiente de transmissão térmica adequado, ou vãos envidraçados de bom desempenho;

12. Caixilharia com estanquicidade a infiltrações de ar e coeficiente de transmissão térmica adequado;

13. Sistemas passivos que potenciem conforto (paredes de trombe, etc).

Medidas a aplicar em termos de iluminação:

1. Iluminação natural:

a. Iluminação natural nas divisões principais – 2 créditos;

b. Iluminação natural nas divisões secundárias e comuns– 1 crédito;

c. Utilização de dispositivos que favoreçam a penetração de iluminação natural no interior – 1 crédito;

d. Acabamentos interiores de cor clara - 1 crédito;

e. Diminuição das superfícies interiores muito reflectoras - 1 crédito;

f. Boa orientação e distribuição dos vãos envidraçados, face às condições locais de iluminação (topografia e construções envolventes) - 1

crédito;

g. Sombreamento de vãos envidraçados: Sul, Este e Oeste - 1 crédito;

2. Iluminação artificial:

a. Correcta implementação e dimensionamento das luminárias, nomeadamente para as seguintes áreas: escritório, cozinha, sala de jantar,

corredores comuns, entre outros considerados relevantes no projecto (2 créditos);

b. Iluminação eficaz dos planos de trabalho - 1 crédito;

c. Mecanismos intuitivos e de fácil acesso para controlo da iluminação, com possibilidade de regulação -1 crédito;

d. Assegurar bons níveis de iluminação artificial no exterior do edificado, em especial nos espaços de concentração da população - 1 crédito.

Medidas a aplicar em termos acústicos:

3. O edifício insere-se numa zona com pouco ruído na envolvente: localização correcta do edificado de forma a garantir a protecção a fontes de

ruído locais - 1 crédito;

4. Organização espacial adequada aos ruídos provenientes das instalações existentes no interior do edifício, tais como, elevadores, couretes,

cozinhas, entre outros considerados relevantes no projecto em avaliação - 2 créditos;

5. Aplicação de isolamento acústico adequado aos diversos compartimentos:

a. paredes exteriores - 1 crédito,

b. paredes de compartimentação - 1 crédito,

c. pavimentos - 1 crédito,

d. tectos falsos - 1 crédito,

e. couretes, essencialmente nas redes de distribuição de água, águas residuais e dos sistemas de ventilação - 1 crédito;

6. Caixilharia estanque e com isolante na zona de aplicação entre o vidro e o caixilho - 1 crédito;

7. Utilização de vidros duplos - 1 crédito;

8. Existência de apoios anti-vibratórios para a porta da garagem e elevadores - 1 crédito.

Nº de

Critério

A13

A14

A15

A-8

A-9

A.1.5. Limiares para avaliação da vertente Vivência Socioeconómica

Nº de

Critério

A16

A17

A18

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Não satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Não satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz pelo

menos 8

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos, que

incluem 2

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 6

créditos, que

incluem 1

amenidade

humana e/ou

natural a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 4

créditos, que

incluem 1

amenidade

humana e/ou

natural a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 12

créditos

Satisfaz pelo

menos 12

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos

Satisfaz pelo

menos 6

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 26

créditos

Satisfaz pelo

menos 14

créditos, que

incluem mais

do que 4

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 16

créditos

Satisfaz pelo

menos 12

créditos, que

incluem 4

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 20

créditos

Satisfaz pelo

menos 20

créditos

Satisfaz pelo

menos 16

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos, que

incluem 3

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Nº de créditos

Satisfaz pelo

menos 32

créditos

Nº de Créditos

Número e tipo de transportes públicos/colectivos disponíveis - até 1000 m:

1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):

» existe pelo menos 1 transporte públicos/colectivo - 3 créditos

» existem pelo menos 2 transportes públicos/colectivoss - 6 créditos

» existem pelo menos 3 transportes públicos/colectivos - 9 créditos

» existem pelo menos 4 transportes públicos/colectivos - 12 créditos

Tipos de ligações de baixo impacte:

2. Caminhos pedonais:

a. se existirem junto ao edifício (1 crédito);

b. se as dimensões forem adequadas ao fluxo de pessoas que realizarão diariamente esse trajecto (1 crédito);

c. se forem totalmente pedonais (2 crédito).

3. Promover a construção de ciclovias ou averiguar a sua existência num raio de 500 m (2 crédito):

4. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para bicicletas e serviços de apoio (1 crédito)

5. Serviços para Poolshare de Carros, Carros Hibridos ou de Combustiveis ecológicos, Bicicletas (2 créditos);

6. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para veículos ecológicos e posto de abastecimento dedicado (1 crédito)

7. Serviços de transfers (2 créditos).

Abrangência e desenho dos acessos:

8. Desenho inclusivo (acessos - nomeadamente mecânicos) às diferentes áreas intervencionadas:

» entre ] 0 – 50]% da área acessível – 4 créditos;

» entre ]50 – 100]% da área acessível – 8 créditos);

9. Colocação de sinaléticas/sinais sonoros de informação (2 créditos);

10. Colocação de lugares preferenciais de estacionamento em locais privilegiados (1 crédito);

11. Em edifícios sem elevadores obrigatórios - Capacidade, em termos de área, para uma futura instalação de elevadores (1 crédito).

Adaptabilidade das soluções locais:

1. Medidas ao nível dos espaços interiores:

a. Concepção de soluções espaciais, modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas da população local (paredes amovíveis, open space,

duplo pé direito,etc): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;

b. Concepção de soluções de redes e sistemas auxiliares flexíveis, modulares e facilmente acessíveis (tubagens, coretes, multiplicação de

fichas equipamentos electrónicos e telefónicos): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;

2. Medidas ao nível dos espaços exteriores:

a. Mobiliário urbano de fácil remoção e/ou elementos de apoio modulares: até 50% do mobiliário ou dos elementos - 1 crédito; mais que 50%

do mobiliário ou dos elementos - 2 créditos;

b. Superfícies de pavimento facilmente amovíveis: até 50% da superfície - 1 crédito; mais que 50% da superfície - 2 créditos.

Fomento da economia local:

3. Criar soluções espaciais e arquitectónicas que permitam criar valor no local e que possam ser uma mais valia para o mercado imobiliário

(entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-100]% do edifício - 2 créditos);

4. Frente de rua/praça com actividades económicas (entre ]0 -50]% da frente de rua - 1 crédito; entre ]50-100]% da frente de rua - 2 créditos);

5. Diversidade de tipologias (pelo menos 3) e diversidade do valor por fogo num mesmo edifício (entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-

100]% do edifício - 2 créditos);

6. Possibilidade de arrendamento com rendas acessíveis para a classe baixa e população mais jovem (entre [0 - 50]% do total dos fogos - 1

crédito, entre ]50 – 100]% - 2 créditos).

Fomento do trabalho local:

7. Não existe decréscimo no número de empregos e/ou existem oportunidades de emprego relevantes na área envolvente do edifício - 1 crédito;

8. Promover a localização de postos de trabalho nos ambientes construídos locais, com ênfase na empregabilidade da população local - 1

crédito;

9. Promover a formação da população local, com o intuito de criar uma força de trabalho qualificada - 2 créditos;

10. Fomentar a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço público envolvente: comerciais (1 crédito); culturais (1 crédito);

serviços (1 crédito);

11. Promover a igualdade de género e de estatuto social na criação de emprego local - 2 créditos.

Número e tipo de amenidades:

1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):

» existe pelo menos 1 amenidade natural - 1 crédito;

» existem pelo menos 2 amenidades naturais - 2 créditos;

» existem pelo menos 3 amenidades naturais - 3 créditos;

» existem pelo menos 4 amenidades naturais - 4 créditos.

2. Amenidades humanas existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Loja de géneros alimentares, farmácia, centro de saúde,

escola primária e/ou secundária, posto de bombeiros, esquadra de polícia, entre outros):

» existe pelo menos 1 amenidade humana - 1 crédito;

» existem pelo menos 2 amenidades humanas - 2 créditos;

» existem pelo menos 3 amenidades humanas - 3 créditos;

» existem pelo menos 4 amenidades humanas - 4 créditos.

Tipo de interacção com a comunidade e valências das amenidades:

1. Percentagem do edifício (ou dos edifícios) que interage(m) directamente com o espaço público

» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;

» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.

2. Distância máxima de 1000 m entre edifício(s) e espaços de lazer e de encontro da população (parques, jardins, praças, etc)

» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;

» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.

3. Preservação das actividades sociais/culturais existentes:

» apenas 1 actividade - 1 crédito;

» > 1 actividade] - 2 créditos.

4. Promover a criação de actividades sociais e culturais que incentivem a interacção com a comunidade:

» no exterior do edificado (campos de jogos, playgrounds, etc): apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos;

» no interior do edificado (restaurante, loja, biblioteca, etc) : apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos.

Nº de créditos

A-10

Nº de

Critério

A16

A17

A18

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Não satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Não satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz pelo

menos 8

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos, que

incluem 2

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 6

créditos, que

incluem 1

amenidade

humana e/ou

natural a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 4

créditos, que

incluem 1

amenidade

humana e/ou

natural a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 12

créditos

Satisfaz pelo

menos 12

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos

Satisfaz pelo

menos 6

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 26

créditos

Satisfaz pelo

menos 14

créditos, que

incluem mais

do que 4

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 16

créditos

Satisfaz pelo

menos 12

créditos, que

incluem 4

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Satisfaz pelo

menos 20

créditos

Satisfaz pelo

menos 20

créditos

Satisfaz pelo

menos 16

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos, que

incluem 3

amenidades

humanas

e/ou naturais

a uma

distância de

1000m

Nº de créditos

Satisfaz pelo

menos 32

créditos

Nº de Créditos

Número e tipo de transportes públicos/colectivos disponíveis - até 1000 m:

1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):

» existe pelo menos 1 transporte públicos/colectivo - 3 créditos

» existem pelo menos 2 transportes públicos/colectivoss - 6 créditos

» existem pelo menos 3 transportes públicos/colectivos - 9 créditos

» existem pelo menos 4 transportes públicos/colectivos - 12 créditos

Tipos de ligações de baixo impacte:

2. Caminhos pedonais:

a. se existirem junto ao edifício (1 crédito);

b. se as dimensões forem adequadas ao fluxo de pessoas que realizarão diariamente esse trajecto (1 crédito);

c. se forem totalmente pedonais (2 crédito).

3. Promover a construção de ciclovias ou averiguar a sua existência num raio de 500 m (2 crédito):

4. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para bicicletas e serviços de apoio (1 crédito)

5. Serviços para Poolshare de Carros, Carros Hibridos ou de Combustiveis ecológicos, Bicicletas (2 créditos);

6. Existência de lugares de estacionamento exclusivos para veículos ecológicos e posto de abastecimento dedicado (1 crédito)

7. Serviços de transfers (2 créditos).

Abrangência e desenho dos acessos:

8. Desenho inclusivo (acessos - nomeadamente mecânicos) às diferentes áreas intervencionadas:

» entre ] 0 – 50]% da área acessível – 4 créditos;

» entre ]50 – 100]% da área acessível – 8 créditos);

9. Colocação de sinaléticas/sinais sonoros de informação (2 créditos);

10. Colocação de lugares preferenciais de estacionamento em locais privilegiados (1 crédito);

11. Em edifícios sem elevadores obrigatórios - Capacidade, em termos de área, para uma futura instalação de elevadores (1 crédito).

Adaptabilidade das soluções locais:

1. Medidas ao nível dos espaços interiores:

a. Concepção de soluções espaciais, modulares e ajustáveis às necessidades evolutivas da população local (paredes amovíveis, open space,

duplo pé direito,etc): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;

b. Concepção de soluções de redes e sistemas auxiliares flexíveis, modulares e facilmente acessíveis (tubagens, coretes, multiplicação de

fichas equipamentos electrónicos e telefónicos): até 50% das soluções - 1 crédito; mais que 50% das soluções - 2 créditos;

2. Medidas ao nível dos espaços exteriores:

a. Mobiliário urbano de fácil remoção e/ou elementos de apoio modulares: até 50% do mobiliário ou dos elementos - 1 crédito; mais que 50%

do mobiliário ou dos elementos - 2 créditos;

b. Superfícies de pavimento facilmente amovíveis: até 50% da superfície - 1 crédito; mais que 50% da superfície - 2 créditos.

Fomento da economia local:

3. Criar soluções espaciais e arquitectónicas que permitam criar valor no local e que possam ser uma mais valia para o mercado imobiliário

(entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-100]% do edifício - 2 créditos);

4. Frente de rua/praça com actividades económicas (entre ]0 -50]% da frente de rua - 1 crédito; entre ]50-100]% da frente de rua - 2 créditos);

5. Diversidade de tipologias (pelo menos 3) e diversidade do valor por fogo num mesmo edifício (entre ]0 -50]% do edifício - 1 crédito, entre ]50-

100]% do edifício - 2 créditos);

6. Possibilidade de arrendamento com rendas acessíveis para a classe baixa e população mais jovem (entre [0 - 50]% do total dos fogos - 1

crédito, entre ]50 – 100]% - 2 créditos).

Fomento do trabalho local:

7. Não existe decréscimo no número de empregos e/ou existem oportunidades de emprego relevantes na área envolvente do edifício - 1 crédito;

8. Promover a localização de postos de trabalho nos ambientes construídos locais, com ênfase na empregabilidade da população local - 1

crédito;

9. Promover a formação da população local, com o intuito de criar uma força de trabalho qualificada - 2 créditos;

10. Fomentar a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço público envolvente: comerciais (1 crédito); culturais (1 crédito);

serviços (1 crédito);

11. Promover a igualdade de género e de estatuto social na criação de emprego local - 2 créditos.

Número e tipo de amenidades:

1. Amenidades naturais existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras):

» existe pelo menos 1 amenidade natural - 1 crédito;

» existem pelo menos 2 amenidades naturais - 2 créditos;

» existem pelo menos 3 amenidades naturais - 3 créditos;

» existem pelo menos 4 amenidades naturais - 4 créditos.

2. Amenidades humanas existentes na proximidade do empreendimento - até 1000 m (Loja de géneros alimentares, farmácia, centro de saúde,

escola primária e/ou secundária, posto de bombeiros, esquadra de polícia, entre outros):

» existe pelo menos 1 amenidade humana - 1 crédito;

» existem pelo menos 2 amenidades humanas - 2 créditos;

» existem pelo menos 3 amenidades humanas - 3 créditos;

» existem pelo menos 4 amenidades humanas - 4 créditos.

Tipo de interacção com a comunidade e valências das amenidades:

1. Percentagem do edifício (ou dos edifícios) que interage(m) directamente com o espaço público

» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;

» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.

2. Distância máxima de 1000 m entre edifício(s) e espaços de lazer e de encontro da população (parques, jardins, praças, etc)

» entre [0 – 50]% dos edifícios - 1 crédito;

» entre ]50 – 100]% dos edifícios - 2 créditos.

3. Preservação das actividades sociais/culturais existentes:

» apenas 1 actividade - 1 crédito;

» > 1 actividade] - 2 créditos.

4. Promover a criação de actividades sociais e culturais que incentivem a interacção com a comunidade:

» no exterior do edificado (campos de jogos, playgrounds, etc): apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos;

» no interior do edificado (restaurante, loja, biblioteca, etc) : apenas 1 actividade - 1 crédito; > 1 actividade - 2 créditos.

Nº de créditos

A20

A19

Contribuição para baixos custos no ciclo de vida:

1. Selecção de equipamentos e sistemas com baixos custos de funcionamento e manutenção:

» até 50% dos equipamentos e sistemas - 1 crédito;

» mais de 50% dos equipamentos e sistemas - 2 crédito.

2. Sistemas de poupança de energia e água:

» até 50% dos sistemas - 1 crédito;

» mais de 50% dos sistemas - 2 créditos.

3. Escolha adequada de materiais e soluções construtivas duráveis e resistentes com elevado tempo de vida útil:

» até 50% dos materiais e soluções construtivas - 1 crédito;

» mais de 50% dos materiais e soluções construtivas - 2 créditos.

4. Correcta aplicação dos materiais de acordo com as suas durabilidades e com as exigências a que estão submetidos - 1 crédito.

5. Selecção de materiais, soluções construtivas e sistemas de fácil manutenção:

» até 50% dos materiais, sistemas e soluções construtivas - 1 crédito;

» mais de 50% dos materiais, sistemas e soluções construtivas - 2 créditos.

6. Uso de materiais com alto reaproveitamento ou aproveitamento na reciclagem (alumínio, ferro e madeira):

» até 50% dos materiais e soluções construtivas - 1 crédito;

» mais de 50% dos materiais e soluções construtivas - 2 créditos.

7. Adoptar soluções espaciais que permitam adaptações fáceis a novos usos sem grandes custos adicionais (paredes amovíveis, open space,

duplo pé-direito) - 1 crédito.

Nº de créditos

Satisfaz pelo

menos 10

créditos

Satisfaz pelo

menos 7

créditos

Satisfaz pelo

menos 5

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 3

créditos

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 1

crédito

Não satisfaz

nenhum

crédito

Satisfaz pelo

menos 2

créditos

Satisfaz pelo

menos 16

créditos

Satisfaz pelo

menos 8

créditos

Satisfaz pelo

menos 4

créditos

Satisfaz pelo

menos 20

créditos

Satisfaz pelo

menos 24

créditos

Satisfaz pelo

menos 28

créditos

Nº de Créditos

Soluções para dotar os utentes de capacidade de controlo.

1. ÁREAS EXTERIORES - Aspectos controlados em pelo menos 50% da área de intervenção:

a. vento - 1 crédito

b. sombreamento - 1 crédito

c. Iluminação - 1 crédito

2. ÁREAS INTERIORES -Aspectos controlados em pelo menos 50% da área de intervenção:

a. Temperatura - 1 crédito

b. Humidade - 1 crédito

c. Ventilação natural e/ou artificial - 1 crédito

e. Sombreamento - 1 crédito

f. Iluminação natural e/ou artificial - 1 crédito

Soluções para reduzir riscos naturais:

3. Identificação dos riscos naturais em fase de projecto e apresentação de soluções face a eventuais fenómenos climatéricos extremos (2

créditos)

4. Segurança aos riscos de pluviosidade acrescida (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural para

cheias de 200 anos)

5. Segurança ao risco eólico/vento (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural para ventos da ordem dos

100 km/h).

6. Segurança aos riscos sísmicos (1 crédito se foi considerada parcialmente e 2 créditos se foi considerada estrutural).

Soluções para fomentar a salubridade:

7. Prever medidas que permitam melhorar as condições de higiene locais, garantindo a salubridade dos espaços construídos de forma a evitar

riscos associados a doenças contagiosas (1 crédito se foi considerado parcialmente e 2 créditos se foi considerado estrutural).

Soluções para reduzir ameaças humanas:

8. Existência de espaços bem iluminados, vigiados e com campo de visão aberto (entre [0 – 50]% do espaço exterior total - 1 crédito, entre ]50

– 100]% - 2 créditos);

9. Edifícios com fachada e acesso principal inserido na frente/rua (entre [0 – 50]% de edifícios, ou das fachadas totais do edifício - 1 crédito,

entre ]50 – 100]% - 2 créditos);

10. Estabelecimento de horário de abertura/encerramento em áreas cuja segurança/criminalidade seja difícil de controlar (até 50% da área total -

1 crédito e mais de 50% da área total - 2 créditos);

11. Controlo Activo de Ameaças: através de Sistemas de Videovigilância, alarmes ou vigilantes com capacidade de acção (até 50% da área total -

1 crédito e mais de 50% da área total - 2 créditos).

Soluções para dotar os utentes de capacidade de participação:

12. Promover a participação activa dos cidadãos em igualdade de género e de estatuto social - 2 créditos;

14. Promover reuniões periódicas nas várias fases do projecto e construção entre responsáveis pelo projecto, projectistas e utilizadores - 2

créditos;

15. Tomadas de decisão da equipa, paralelamente à consulta da população local (2 intervenções).

16. Interacção com a população durante a fase de operação (ex: Implementação de sistemas online - internet (2 intervenções)

Satisfaz pelo

menos 12

créditos

A-11

A.1.6. Limiares para avaliação da vertente Uso Sustentável

Limiares Unidades A++ A+ A B C D E F G

Aplicação de soluções inovadoras, que contribuem para o bom desempenho do projecto. Essas soluções podem inclusivamente contribuir para o

aprofundamento no domínio das questões de sustentabilidade e devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local. Nº. de elementos

inovadores

Existem pelo

menos 6

elementos

inovadores

em que 3 se

inserem

numa das

seguintes

vertentes:

Conforto

Ambiental,

Recursos,

Integração

Local, Cargas

Ambientais

ou Vivências

Sócio-

Económicas

Existem pelo

menos 5

elementos

inovadores

em que 3 se

inserem

numa das

seguintes

vertentes:

Conforto

Ambiental,

Recursos,

Integração

Local,

Cargas

Ambientais

ou Vivências

Sócio-

Económicas

Existem pelo

menos 4

elementos

inovadores

em que 3 se

inserem

numa das

seguintes

vertentes:

Conforto

Ambiental,

Recursos,

Integração

Local, Cargas

Ambientais

ou Vivências

Sócio-

Económicas

Existem 3

elementos

inovadores

em que 2 se

inserem

numa das

seguintes

vertentes:

Conforto

Ambiental,

Recursos,

Integração

Local, ou

Vivências

Sócio-

Económicas

Existem 2

elementos

inovadores

em que 1 se

insere numa

das

seguintes

vertentes:

Conforto

Ambiental ou

Recursos

Existe 1

elemento

inovador

(independent

emente da

vertente em

que o mesmo

se insere)

Não foram

utilizados

quaisquer

elementos

inovadores no

edifício

Não se

encontram

disponíveis

quaisquer

tipos de

informações

Nº de créditos e

sistemas de

gestão ambiental

ou certificações

reconhecidas

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a ]8 - 6]

créditos da

lista anexa E

o edifício

e/ou

empreendime

nto possui

um sistema

de gestão

ambiental

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a ]6- 3]

créditos da

lista anexa E

o edifício

possui pelo

menos um

sistema de

monitorizaçã

o de vários

aspectos

ambientais e

de

desempenho

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a ]10 - 8]

créditos da

lista anexa E

o edifício

e/ou

empreendime

nto possui

um sistema

de gestão

ambiental

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a ]3 - 0[

créditos da

lista anexa E

o edifício e/ou

empreendime

nto não

possui

qualquer

mecanismo

de Gestão

Ambiental

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a [12 - 10[

créditos da

lista anexa E

o edifício e/ou

empreendime

nto possui

um sistema

de gestão

ambiental

certificado

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a 14

créditos da

lista anexa E

o edifício e/ou

empreendime

nto possui

um sistema

de gestão

ambiental

certificado

pelo EMAS

e/ou ISO

14001 e

certificações

de outros

organismos

Implementar um ou vários sistemas de gestão ambiental, e proceder à sua certificação pelo EMAS ou ISO 14001.

» Disponibilizar sessões educacionais de esclarecimento sobre o modo de utilização dos edifícios - 2 créditos;

Possíveis informações a disponibilizar (contabilizar 1 crédito em cada informação disponibilizada até 50% do edificado - e 2 créditos para mais de

50% do edificado):

» manuais de funcionamento dos equipamentos das habitações: ar condicionado, máquinas de loiça, roupa, etc.;

» manuais sobre equipamentos comuns;

» indicações relativas à utilização, rentabilização e manutenção de elementos especiais não inseridos na estrutura: por exemplo, paredes

trombe, ventilação por tubos enterrados, painéis solares, sensores, etc.;

» indicações relativas aos elementos estruturais e à manutenção dos mesmos (1 crédito para menos de 50% dos elementos e 2 créditos para

mais de 50% dos elementos);

» indicações relativas à desactivação dos equipamentos e materiais e sua correspondente revalorização;

» existência de informações de sensibilização e explicativas da minimização dos consumos de recursos e produção de cargas: nomeadamente

consumos de águas, energéticos, reciclagem, utilização de produtos nocivos, etc., de forma a prevenir condições de higiene e salubridade;

» informações nas áreas comuns e interiores habitacionais sobre o sistema de alarme, incêndio e evacuação.

Foram

disponibilizad

as

informações

corresponden

tes a [14 -

12[ créditos

da lista

anexa E o

edifício e/ou

empreendime

nto possui

um sistema

de gestão

ambiental

certificado,

pelo menos

pelo EMAS

e/ou ISO

14001

Nº de

Critério

A22

A21

A-12

A-13

A.2. Resumo da avaliação LiderA aos hotéis Marina All Suites e Marina Palace

A.2.1. Avaliação vertente Integração Local

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req. CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

INT

EG

RA

ÇÃ

O L

OC

AL

SOLO 5% S Valorização Territorial A1

A+

- Promove aglomerados urbanos compactos

- Construção em zona infraestruturada com redes de água potável, elétrica e de telecomunicações

- Potencia e valoriza as especificações do PDM local

- Promove a adoção de vários usos do solo simultâneos (habitação, comércio, serviços, etc.)

ECOSSISTEMAS NATURAIS

5% S Valorização Ecológica A2 E

- Não se aplica no caso, nem podem ser feitas grandes alterações visto se tratar de um edifício turístico já totalmente construído

3 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO

4% S Valorização Paisagística A3 B

- Utilização duma palete de cores dentro dos tons locais

- Materiais de acordo com os utilizados na envolvente

- Utilização de técnicas construtivas locais

- Valorização de vistas e enquadramentos cénicos locais

- Valorização estética da envolvente 14%

A.2.2. Avaliação vertente Recursos

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req. CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

RE

CU

RS

OS

ENERGIA 10% S Gestão da Energia A4 A+ (MAS);

A (MP)

- 50% das divisões principais orientadas a norte - Dimensão adequada dos vãos - Sombreamento dos vãos pelo interior (cortinas e/ou persianas) - Posicionamento favorável face aos ventos dominantes

- Possibilidade de ventilar naturalmente os espaços e de ventilação cruzada

- Isolamentos térmicos exteriores adequados

- Equipamentos energeticamente eficientes

- Avisos para uso energético consciente

- Não há produção nem consumo de energias renováveis

- Valores de consumo energético de 6,7 e 11,4 kWh/hóspede/noite no MAS e MP, respetivamente

ÁGUA 10% S Gestão da Água A5 F (MAS);

A (MP)

- Aplicação de duches e torneiras misturadoras e com redutores de caudal

- Aplicação de autoclismos com dupla descarga

- Monitorização periódica da qualidade da água

- Equipamentos eficientes no consumo de água

- Sistemas para monitorizar consumos

- Valores de consumo de água de 531,2 e 193,7 l/hóspede/noite no MAS e MP, respetivamente

4 Critérios MATERIAIS 10% S Gestão dos Materiais A6 C - Aplicação de materiais duráveis

- Parte dos materiais utilizados é de baixo impacto

32% ALIMENTARES 2% S Produção Local de Alimentos A7 E - Não se aplica no caso, nem podem ser feitas grandes alterações visto se tratar de um edifício turístico já totalmente construído

A-14

A.2.3. Avaliação vertente Cargas Ambientais

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.

CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

CA

RG

AS

AM

BIE

NT

AIS

EFLUENTES 3% S Gestão dos Efluentes A8 E - Não verifica nenhuma aplicação devida a esta componente

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

2% S Gestão das Emissões Atmosféricas

A9 A+ - Apenas existe algum tipo de fontes de emissões atmosféricas nos equipamentos a gás na zona de restauração e das caldeiras para aquecimento, na casa das máquinas

RESÍDUOS 3% S Gestão de Resíduos A10 D

- Existência de soluções de recolha, armazenagem e transporte de resíduos urbanos

- Existência de locais para arrumação segura e adequada de embalagens de limpeza e manutenção

- Valores de geração de resíduos de 1,2 kg/hóspede/noite em ambos os hotéis

5 Critérios RUÍDO EXTERIOR 3% S Gestão do Ruído A11 B

- Equipamentos no exterior silenciosos ou pouco ruidosos até 50% dos equipamentos

- Pavimentos no exterior silenciosos em mais de 50% dos equipamentos

- Localização adequada de equipamentos que produzem ruído em mais de 50% dos equipamentos

12% POLUIÇÃO

ILUMINO-TÉRMICA 1% S Poluição Ilumino-térmica A12 B

- Aplicação de materiais e soluções construtivas adequadas ao local

- Existência de uma piscina

- Localização privilegiada, muito próximo ao Oceano Atlântico

- Adoção de cores claras (fachadas e pavimentos) e passeios com vegetação

- Correto posicionamento relativamente aos ventos dominantes e espaçamento adequado entre o edificado permitindo a circulação de ar

- Utilização de luminárias com intensidade adequada e possibilidade de controlo desta iluminação

A.2.4. Avaliação vertente Conforto Ambiental

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.

CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

CO

NF

OR

TO

AM

BIE

NT

AL

QUALIDADE DO AR 5% S Gestão da Qualidade do Ar A13 A+

- Ventilação natural e artificial adequada

- Eliminação e redução de potenciais emissões de contaminantes do ambiente interior (amianto, fungos, bolores, etc.)

- Promoção da circulação e ventilação do ar nos espaços envolventes ao edificado

- Garantia de salubridade dos espaços interiores assegurando a sua proteção a possíveis transmissores de doenças

CONFORTO TÉRMICO

5% S Gestão do Conforto Térmico

A14 A+

- Orientação adequada: maioria das divisões orientadas para norte

- Existência de isolamento: paredes exteriores e cobertura

- Aplicação de soluções construtivas que permitem trocas adequadas entre o interior e o exterior

- Ventilação artificial e natural

- Fenestração seletiva

- Ventilação adequada para as diferentes divisões segundo os diferentes usos

- Minimização de pontes térmicas

3 Critérios

ILUMINAÇÃO E ACÚSTICA

5% S Gestão de Outras Condições de Conforto

A15 A+

Iluminação natural

- Orientação adequada: a totalidade das divisões principais e a maioria das divisões secundárias têm iluminação natural

- Vãos de dimensões adequadas

- Sombreamento dos vãos pelo interior (regulável)

- Acabamentos interiores e superfícies de cor clara

Iluminação artificial

- Correta implementação e dimensionamento de luminárias

- Iluminação eficaz

- Adoção de mecanismos intuitivos e de fácil acesso para controlo de iluminação

- Possibilidade de regulação dos níveis de iluminação artificial

- Organização espacial adequada dos espaços interiores

- Isolamento acústico aplicado adequadamente

- Utilização de vidros duplos

- Caixilharia estanque e com isolante na zona de aplicação entre o vidro e o caixilho

15%

A-15

A.2.5. Avaliação vertente Vivência Económica

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.

CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

VIV

ÊN

CIA

SO

CIO

EC

ON

ÓM

ICA

ACESSO PARA TODOS

3% S Contribuir para a Acessibilidade

A16 A+

- Existência de transportes públicos (ônibus, metrô, táxi, vans) num raio de 500 a 1 000 metros

- Existência de percursos pedonais na envolventes, com dimensões adequadas ao fluxo de utilizadores, alguns exclusivamente pedonais

- Existência de parqueamento de bicicletas

- Serviço de aluguer de bicicletas

- Serviço de transfer local (ônibus e metrô)

- Implementação de soluções inclusivas (rampas) que permitem acesso às zonas comuns (o Marina Palace ainda dispõe de 3 quartos adequados a deficientes físicos)

DIVERSIDADE ECONÓMICA

4% S Contribuir para a Diversidade Económica

A17 A

- Existência de espaços open-space, multiusos e espaços flexíveis e adaptáveis a outros usos

- Instalação de climatização

- Multiplicação de fichas para equipamentos eletrónicos, telefónicos, etc.

- Aumento da possibilidade de trabalho local

- Local com condições propícias à criação de emprego

- Fomenta a oferta de emprego em atividades culturais, comerciais e/ou de serviços na zona

AMENIDADES E INTERACÇÃO

SOCIAL 4% S

Contribuir para as Amenidades

A18 A++

Amenidades na proximidades:

- naturais: Oceano Atlântico, praia do Leblon, lagoa Rodrigo de Freitas, morro dos 2 irmãos - humanas: várias – lojas alimentares, farmácias, centro de saúde, escola, hipódromo e esquadra da policia

- Curta distância entre edifício e espaços de lazer e encontro da população

PARTICIPAÇÃO E CONTROLO

3% S Capacidade de Controlo A19 A+

Possibilidade de controlar:

- no exterior: vento, sombreamento e iluminação artificial - no interior: temperatura, humidade, ventilação artificial e natural, sombreamento de vãos envidraçados e iluminação artificial

- Assume-se a prática comum no controle de riscos naturais, uma vez que não foram apresentados dados que levem a considerar medidas extraordinárias

- Existência de espaços bem iluminados e com campo de visão aberto

- Edifício com fachada e acesso principal inserido na frente/rua

- Existência de detetores de incêndios

- Existência de alarme

5 Critérios

19% CUSTOS NO CICLO

DE VIDA 5% S Custos no Ciclo de Vida A20 C

- Escolha parcial de materiais, duráveis e resistentes, e soluções construtivas adequados ao local

- Correta aplicação dos materiais

- Seleção parcial de sistemas e equipamentos de fácil manutenção

A.2.6. Avaliação vertente Uso Sustentável

VERTENTE ÁREA Wi Pre-Req.

CRITÉRIO NºC Classe de Avaliação

Fundamentação da avaliação

US

O

SU

ST

EN

VE

L

GESTÃO AMBIENTAL

4% S Condições de Utilização Ambiental

A21 E - Existência de informações sobre o sistema de alarme, incêndio e evacuação

- Cartões de consciencialização nos quartos para mudança/lavagem de lençóis e toalhas

2 Critérios INOVAÇÃO 4% S Inovações A22

E - Não verifica nenhuma aplicação devida a esta componente

8%

Classe obtida na avaliação: A

LiderA - Sistema de Avaliação da Sustentabilidade® - Critérios de Base V 2.00 26,31% (MAS)

25,42% (MP)