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FLÁVIA SOUZA CANÁRIO DE MACÊDO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA UTILIZADA PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS FEIRA DE SANTANA – BA 2009

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FLÁVIA SOUZA CANÁRIO DE MACÊDO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA UTILIZAD A PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

FEIRA DE SANTANA – UEFS

FEIRA DE SANTANA – BA

2009

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FLÁVIA SOUZA CANÁRIO DE MACÊDO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA UTILIZAD A

PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

FEIRA DE SANTANA – UEFS

FEIRA DE SANTANA – BA

2009

Monografia a ser apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil do Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, orientada pela Profa Dra Selma Cristina Silva.

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FLÁVIA SOUZA CANÁRIO DE MACÊDO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA UTILIZAD A

PARA ABASTECIMENTO PÚBLICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

FEIRA DE SANTANA – UEFS

Monografia de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil do Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) à ser apresentada para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Feira de Santana-Ba, 01 de abril de 2009.

Orientador (a) : Profª Dr. Selma Cristina Silva Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor (a): Profª. Msc Sandra Medeiros Santos

Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor (a): Profª. Msc Rosa Alencar Santana de Almeida

Universidade Estadual de Feira de Santana

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“Enquanto meu pai, meu avô, meus primos, olham aquela montanha e vêem o humor da montanha e vêem se ela está triste, feliz ou ameaçadora, e fazem cerimônia para a montanha, cantam para ela, cantam para o rio (...) o cientista olha o rio e calcula quantos megawatts ele vai produzir construindo uma hidrelétrica, uma barragem (...) Ali não tem música, a montanha não tem humor, e o rio não tem nome. É tudo coisa.”

AILTON KRENAK

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Aos meus pais, irmãos,

família e amigos.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, pelo dom supremo de ter me concebido a vida.

Aos meus pais Hamilton Canário e Dona Eva pelo apoio incondicional em

quaisquer que sejam as circunstâncias. Com seus ensinamentos me fazem

uma pessoa melhor, orientando meus passos - SEMPRE. Amo vocês.

A Claudinho e Clarinha pela paciência, cumplicidade e amparo. Pela força

passada sempre de maneira tão simples e carinhosa. A casualidade nos fez

irmãos, mas a vida com certeza tem nos tornado mais AMIGOS a cada dia.

Aos meus familiares, tios e tias, primos e primas, meus avós, todos sem

exceção agradeço pela disposição em sempre estar de mãos estendidas.

A professora Selma Silva pela orientação e Rosa Alencar pelo apoio

significativo - além de fazerem parte dessa busca ao conhecimento e incentivo

à pesquisa.

A família EMBASA pelo apoio - instituição essa que teve grande participação

na concepção deste trabalho. Em especial à equipe do Laboratório da UNF.

Aos meus amigos de caminhada Jamerson Mesquita, Larissa Sampaio, Silvia

Gomes, Eduardo Pereira, Analice Costa, Eduardo Chagas, Diego Cunha, Fábio

Gomes ... que nas horas certas se fazem presentes dispostos sempre a me

passar um conforto de diferentes maneiras, mas com o mesmos ímpeto de

AMIZADE.

A UEFS pela oportunidade de aprendizado e pela disposição em ajudar quando

precisei. Em especial ao setor de Gerência de Projetos da UEFS – Gepro.

Enfim , a TODOS, os meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

A água é um elemento fundamental para a manutenção de todas as formas de

vida em nosso planeta. Em função desta afirmativa, o presente trabalho visa

avaliar a qualidade da água utilizada para abastecimento público da

Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS. Para execução do trabalho,

foram coletadas amostras de água em 08 (oito) pontos espalhados pelo

Campus da UEFS, as quais foram encaminhadas ao laboratório de Controle de

Qualidade de Água da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A-

EMBASA, para realização das análises físico-químicas e os exames

bacteriológicos. Os parâmetros analisados foram: cor, pH, turbidez, dureza,

cloreto, nitrato, amônia, organismos heterotróficos, coliformes totais e

termotolerantes, além de metais pesados. Os resultados foram tabulados e

foram confeccionados gráficos para avaliação e comparação com os padrões

de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS 518/04. Ao longo deste

trabalho, vários aspectos puderam ser observados. A princípio, do ponto de

vista qualitativo em relação ao abastecimento de água, constatou-se que não

há fator de risco para o consumo humano com base obtida por meio das

análises laboratoriais. O Valor Máximo Permitido (VMP) para cloretos (Cl-), que

segundo a referida portaria, é de 250 mg/L, no entanto, todos os valores

encontrados nos diversos pontos excedem este valor. Porém esse resultado é

possível ser encontrado uma vez que a água subterrânea, a depender do tipo

de rocha, pode ter uma quantidade considerável de sais. O teor mínimo de

Cloro Residual não foi encontrado em nenhum dos pontos de coleta. O valor

máximo permitido para Coliformes totais contraria as normas da Portaria N.º

518/04 no Restaurante Universitário, Biblioteca e Cantina do Módulo VII, bem

como o de Coliformes Termotolerantes no Restaurante Universitário. Em todos

os pontos foram encontrados elevados teores do metal Bário.

PALAVRAS-CHAVE: Água subterrânea, abastecimento humano, padrões de

potabilidade, qualidade, riscos à saúde.

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ABSTRACT

Water is a key element for the maintenance of all forms of life on our planet. In

light of this statement, this paper aims to assess the quality of water used to

supply the State University of Feira de Santana UEFS. Implementing the study,

water samples were collected in 08 (eight) points throughout the campus UEFS,

which were sent to the Laboratory of Quality Control of Water Company for

Water and Sanitation Baiana S/A- EMBASA for carrying out physico-chemical

analysis and bacteriological tests. The parameters analyzed were: color, pH,

turbidity, hardness, chloride, nitrate, ammonia, heterotrophic organisms, total

and thermotolerant coliforms, and heavy metals. The results were tabulated and

graphs were prepared for assessment and comparison with the patterns of

drinking established by Portaria MS 518/04. Throughout this work, several

aspects could be observed. In principle, the qualitative point of view in relation

to water supply, found that there is a risk factor for human consumption based

on obtained through laboratory tests. The maximum permitted value (VMP) for

chloride (Cl-), which according to the ordinance, is 250 mg / L, however, all

values found in many points beyond this value. But this result can be found as

groundwater, depending on the type of rock, may have a considerable amount

of salts. The minimum content of residual chlorine was not found in any of the

points of collection. The maximum allowed for total coliforms against the

standards of the Ordinance No. 518/04 in the University Restaurant, Canteen

and Library of Module VII, as well as thermotolerant coliforms in the University

Restaurant. At all points were found high levels of barium metal.

KEYWORDS: groundwater, supply consumption, drinking patterns, quality, risk to health.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CERB – Companhia de Engenharia Rural da Bahia

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

EMBASA – Empresa Baiana das Águas e Saneamento S.A

GEPRO – Gerência de Projetos Uefs

IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ONU – Organização das Nações Unidas

OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde

OPQT - Divisão de Controle de Qualidade EMBASA

PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos

SNIS- Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana

UNF – Unidade de Negócios de Feira de Santana

VMP – Valores Máximos Permissíveis

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Principais domínios sedimentares e cristalinos

Figura 2 – Mapa do estado da Bahia

Figura 3 – Poço I de captação (água bruta)

Figura 4 – Poço II de captação (água bruta)

Figura 5 – Vista lateral da casa de química

Figura 6 – Vista frontal da casa de química

Figura 7 – Vista interna da casa de química

Figura 8 – Concentração de Cloretos

Figura 9 – Concentração de Cor

Figura 10 – Concentração de Dureza Total

Figura 11 – Concentração de pH

Figura 12 – Concentração de Salinidade

Figura 13 – Concentração de Turbidez

Figura 14 – Concentração de Coliforme Total

Figura 15 – Concentração de Coliforme Termotolerante

Figura 16 – Concentração de Cloro Residual

Figura 17 – Concentração de Bactérias Heterotróficas

Figura 18 – Concentração de Nitrato

Figura 19 – Concentração de Alumínio

Figura 20 – Concentração de Bário

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 12

2- OBJETIVOS 16 2.1- Geral 16 2.2- Específicos 16

3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17 3.1 – Qualidade da água para consumo humano e na saúde pública. 17 3.2 – Características do manancial hídrico subterrâneo. 18 3.3 – Fontes de contaminação 21 3.4 – Sistemas de tratamento de águas subterrâneas 26 3.5 – Qualidade da água subterrânea 27 3.6 –Padrões de qualidade da água bruta e da água tratada 28

4 – ASPECTOS METODOLÓGICOS 29 4.1 – Escolha do local de estudo 29 4.2 – Caracterização da área 29 4.3 – Escolha dos pontos de coleta 32 4.4 – Coleta de dados e de amostras de água 32 4.5 – Parâmetros analisados 33 4.6 – Técnicas de avaliação da qualidade da água 33 4.7 – Local de realização das análises 34

5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 35

5.1 – Qualidade da água dos poços (água bruta). 35 5.2 – Tratamento da água dos poços utilizados para abastecimento público da UEFS. 37 5.3 – Qualidade da água tratada e distribuída para os pontos de utilização 39

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS 52

REFERÊNCIAS 54

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12

1 – INTRODUÇÃO

A água é um insumo fundamental tanto para a sobrevivência dos seres vivos quanto

para os processos produtivos. Com o aumento populacional e o desenvolvimento

econômico e industrial houve uma exploração exagerada e a contaminação de uma

parcela da água demandada para diferentes usos. Por esta razão, a água que era

utilizada irracionalmente, por ser considerada um bem inesgotável e sem valor

econômico, passou a um bem escasso e dotado de valor econômico.

O problema de escassez da água é mundial. A Organização das Nações Unidas

(ONU) alertou que em 2025 cerca de 2,7 bilhões de pessoas, em todo mundo,

enfrentarão problemas com a falta de água, se as populações continuarem a tratá-la

como um bem inesgotável. Os países que detém grandes reservas naturais de água

doce – como o Brasil - são acompanhados de perto como potenciais fornecedores.

No entanto, estes países também já enfrentam problemas de escassez de água.

O Brasil mesmo possuindo grandes reservas de água doce, tem uma distribuição

desigual dentro do território nacional e alguns mananciais encontram-se com sua

qualidade comprometida devido a falta de coleta, tratamento e disposição adequada

de resíduos sólidos e líquidos.

Nesse país, 79,9% dos municípios têm seus resíduos sólidos recolhidos direta ou

indiretamente pelos serviços municipais de coleta, porém há discrepâncias

regionais. O percentual de coleta de resíduos sólidos na região sul é de 87%, na

Sudeste, de 86,6%, na Norte de 54,4% e na Nordeste de 44,6% (PNSB, 2000). O

lixo coletado é disposto de forma inadequada em lixões, o que contribui para a

contaminação dos Recursos Hídricos.

O problema da disposição final de resíduos sólidos assume uma magnitude

alarmante. Considerando apenas os resíduos urbanos e públicos, o que se percebe

é uma ação generalizada das administrações públicas locais ao longo dos anos em

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apenas afastar das zonas urbanas o lixo coletado, depositando-o por vezes em

locais absolutamente inadequados, como encostas florestadas, manguezais, rios,

baías e vales. Mais de 80% dos municípios vazam seus resíduos em locais a céu

aberto, em cursos d'água ou em áreas ambientalmente protegidas, a maioria com a

presença de catadores entre eles crianças, denunciando os problemas sociais que a

má gestão dos resíduos sólidos acarreta (IBAM, 2000).

Quanto ao esgotamento sanitário, apenas 52,2% dos municípios são atendidos com

este tipo de serviço dos quais 20,2% coletam e tratam os esgotos gerados (PNSB,

2000). O índice de atendimento com esgotamento sanitário é, portanto, baixo e há

discrepâncias regionais. O percentual de municípios atendidos com sistemas de

coleta e tratamento de esgotos nas regiões Sudeste e Sul são, respectivamente, de

31,1% e 21,71% e nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste são,

respectivamente, de 3,6%, 13,6% e 12,3% (PNSB, 2000).

A falta de cobertura com serviços de coleta e tratamento de esgotos contribui para

alteração da qualidade dos recursos hídricos (superficiais e subterrâneos). Nas

águas superficiais isso ocorre devido ao lançamento de esgotos a céu aberto ou ao

lançamento de esgotos sem tratamento ou efluentes com concentrações elevadas

de poluentes. Nas águas subterrâneas pela utilização de técnicas inadequadas para

tratamento de esgotos principalmente por meio de sistemas de disposição no solo.

Essa situação de precariedade no atendimento com serviço de coleta, tratamento e

disposição de Resíduos Sólidos e de esgotos sanitários comprometem a qualidade

dos recursos hídricos, causando problemas de escassez de água.

Segundo SILVA apud YAMADA (2001), existe uma perspectiva negativa com

relação à escassez de água ocasionada pelo aumento da deterioração de

mananciais hídricos utilizados para abastecimento humano, pois seus efeitos

evoluem de forma exponencial se levado em consideração as reservas de água

disponíveis atualmente.

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As águas subterrâneas apesar de serem menos sujeitas a poluição e/ou

contaminação, já se encontram com sua qualidade comprometida pelos problemas

supracitados.

Na cidade de Feira de Santana, pertencente ao Estado da Bahia, a situação de

atendimento com saneamento básico é bastante precária, pois o percentual de

cobertura com sistema de coleta, tratamento e destino final dos resíduos sólidos, e

dos esgotos é muito baixo.

Em torno de 70% do esgoto doméstico gerado na cidade de Feira de Santana tem

como forma de tratamento as fossas sépticas, ou são lançados a "céu aberto" ou na

rede coletora de água pluvial. A cidade tem como solução predominante para o

tratamento do esgoto doméstico as fossas sépticas, que nem sempre são

construídas dentro dos padrões de engenharia exigidos pela Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT). A cidade não conta com sistema para coleta e

tratamento de resíduos industriais. Além disso, não possui eficiente sistema de

coleta e destinação final dos resíduos sólidos. Logo, existe possibilidade de

contaminação dos Recursos Hídricos (superficiais e subterrâneos), por

microorganismos patogênicos e/ou substâncias e elementos químicos que podem

ser tóxicos ao homem, a fauna e a flora aquática.

Como no município de Feira de Santana há suprimento de demandas para

abastecimento humano por fontes subterrâneas e também há indícios de

contaminação dessas águas pela falta de um sistema adequado de esgotamento

sanitário, faz-se necessário a avaliação da qualidade das águas dos poços utilizados

para tal finalidade .

O consumo de água de má qualidade pode causar problemas de saúde à população

usuária dessa água. Por esta razão o Ministério da Saúde publicou a portaria n°

518/04, que versa sobre normas e Padrões de Potabilidade da água para consumo

humano com o objetivo de garantir o fornecimento de água de boa qualidade a fim

de preservar a saúde da população. Essa Portaria define Valores Máximos

Permissíveis (VMP) baseados nas características bacteriológicas, organolépticas e

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físico-químicas da água potável. Assim, toda a água destinada ao consumo humano

deve atender aos padrões estabelecidos pela referida portaria, seja superficial ou

subterrânea.

A Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS por exemplo faz uso somente

de fontes subterrâneas para abastecimento público. Nesse sentido, o presente

trabalho tem por finalidade diagnosticar a qualidade da água utilizada para

abastecimento público das instalações do Campus da Universidade Estadual de

Feira de Santana, a qual atende as demandas para cozimento de alimentos,

lavagem de utensílios e alimentação de bebedouros.

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2- OBJETIVOS

2.1– Geral

Avaliar a qualidade da água bruta (poços subterrâneos), e da água tratada (setores

abastecidos) utilizados para abastecimento das instalações da UEFS.

2.2– Específicos

• Realizar revisão bibliográfica sobre o assunto;

• Avaliar a qualidade da água subterrânea na época da perfuração dos poços;

• Coletar amostras de água nos poços e nos pontos de utilização de diferentes

setores da UEFS e realizar análises físico-químicas e bacteriológicas;

• Identificar possíveis fontes de contaminação dos poços.

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3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 – Qualidade da água para consumo humano e na sa úde pública.

Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade da água pode sofrer uma

série de mudanças, fazendo com que na torneira do usuário se diferencie da

qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças podem ser

causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de integridade do

sistema (Deininger, 1992).

Alguns fatores que influenciam tais mudanças incluem: (1) qualidade química e

biológica da fonte hídrica; (2) eficácia do processo de tratamento, reservatório

(armazenagem) e sistema de distribuição; (3) idade, tipo, projeto e manutenção da

rede; (4) qualidade da água tratada (Clark e Coyle, 1989).

O efeito da mistura de água de diferentes fontes, tais como uma combinação de

poços, fontes superficiais ou ambos, pode influenciar muito a qualidade da água na

rede. A irregularidade do abastecimento na rede de uma determinada área urbana

pode também modificar a qualidade da água tratada com a introdução de agentes

patogênicos na rede de distribuição (Barcelos, 1998).

Nos países em desenvolvimento, em virtude das precárias condições de

saneamento e da má qualidade das águas, as doenças diarréicas de veiculação

hídrica, como, por exemplo, febre tifóide, cólera, salmonelose, shigelose e outras

gastroenterites, poliomielite, hepatite A, verminoses, amebíase e giardíase, têm sido

responsáveis por vários surtos epidêmicos e pelas elevadas taxas de mortalidade

infantil, relacionadas à água de consumo humano (Leser, 1985).

A qualidade da água subterrânea pode ser comprometida por diversos fatores entre

os quais pode-se destacar: o destino final dos esgotos domésticos e industriais, em

fossas e tanques sépticos; e disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos e

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industriais, ambos contendo microrganismos patogênicos (bactérias, vírus e

protozoários) e substâncias orgânicas e inorgânicas que podem causar riscos à

saúde humana.

Segundo a OPAS (2000), aproximadamente 20% da população dos países em

desenvolvimento dispõem de fossas sépticas ou outro tratamento in situ como

medida de proteção da salubridade do seu domicílio. Essas técnicas, porém, podem

permitir a liberação de patógenos, que se infiltram e podem alcançar as águas

subterrâneas, colocando em perigo a saúde dos que consomem em um ponto a

jusante da contaminação do manancial.

Em função do baixo custo e da facilidade de perfuração, a captação de água do

aqüífero livre, embora mais vulnerável à contaminação, é mais freqüentemente

utilizada no Brasil (FOSTER, 1993; ASSIS DA SILVA, 1999).

Segundo Assis da Silva em estudo realizado acerca do consumo humano de água

de manancial subterrâneo em áreas urbanas, em Feira de Santana, hospitais,

escolas, bares, restaurantes, indústrias de produtos alimentícios (nas quais a água é

utilizada como matéria-prima), além de residências particulares, vêm consumindo

água subterrânea - in natura, captada em poços rasos, sem conhecer a sua

qualidade bacteriológica e/ou físico-química. Em 1999, mais de 70% destes usuários

utilizavam a água subterrânea para beber, cozinhar e tomar banho.

3.2 – Características do manancial hídrico subterrâ neo A água da chuva após atingir a superfície da Terra, pode ter vários destinos.

Inicialmente há o processo de infiltração no solo, até atingir o seu ponto de

saturação,quando então a água passa a escorrer sobre a superfície na forma de

escoamento superficial, direcionando-se aos vales e rios. Uma parte da chuva pode

voltar à atmosfera dependendo da temperatura ambiente. Em grandes altitudes ou

em países frios, a água pode ficar acumulada sob forma de neve ou gelo por muito

tempo. A parcela de água infiltrada dará origem à água subterrânea.

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A taxa de infiltração da água no solo dependerá de vários fatores, entre eles:

• Porosidade: grandes infiltrações não são permitidas em solos com altas

concentrações de argila – as quais diminuem sua porosidade;

• Cobertura vegetal: solos desmatados são menos permeáveis que solos com

presença de vegetação;

• Tipo de chuva: chuvas finas e demoradas têm mais tempo ao passo que as

chuvas intensas saturam o solo rapidamente;

• Inclinação do terreno: como a água escorre mais rapidamente em declividades

acentuadas, há redução da taxa de infiltração.

A água subterrânea pode ser captada no aqüífero:

• Não confinado, livre ou freático - são os que têm água que se encontra sob

pressão atmosférica e estão localizados sobre a primeira camada impermeável

do solo, com maior risco de contaminação.

• Confinado ou artesiano - o qual se encontra entre duas camadas relativamente

impermeáveis dificultando a sua contaminação.

Os melhores aqüíferos geralmente são encontrados nos terrenos sedimentares

ocupando cerca de 4.130.000 km2, ou seja, aproximadamente 48% do território

nacional (Figura 1). Os terrenos cristalinos constituem os aqüíferos

cárstico-fraturados e fraturados, que ocupam cerca de 4.380.000 km2, 52% do

território nacional (ZOBY e Oliveira, 2005).

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Figura 1 - Principais domínios sedimentares (em verde) e cristalinos (amarelo)

(Fonte : PETROBRÁS,2000).

Entende-se por aqüífero uma formação geológica capaz de armazenar águas nos

espaços vazios, possibilitando seu aproveitamento econômico, bem como a

circulação desse líquido, conforme seja a permeabilidade da formação. Um aqüífero

é caracterizado em função dos parâmetros de porosidade, permeabilidade e

coeficiente de armazenamento.

Podemos dizer que existem essencialmente três tipos de aqüíferos:

• Porosos – a água circula através de poros. As formações geológicas podem

ser detríticas (ex: areias limpas), por vezes consolidadas por um cimento (ex:

arenitos, conglomerados, etc.).

• Sedimentares – é típico de rochas sedimentares e sedimentos não

consolidados. Constituem os melhores aqüíferos tanto pela quantidade de

água que armazenam como pela sua permeabilidade

• Fraturados e/ou fissurados – a água circula através de fraturas ou pequenas

fissuras. As formações podem ser granitos, gabros, filões de quartzo.

• Cársticos – a água circula em condutas que resultaram do alargamento de

diaclases por dissolução. As formações são os diversos tipos de calcários.

Nas rochas sedimentares, o armazenamento da água nos espaços vazios está

presente nas descontinuidades da rocha como falhas e fraturas. Nos terrenos

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fraturados - cársticos, além das descontinuidades da rocha, ocorre também a

dissolução ao longo dos planos de fraturas, devido à presença de minerais solúveis

nas rochas calcárias.

A água subterrânea é bastante explorada no Brasil. Estima-se que existam no país

pelo menos 400.000 poços (ZOBY e MATOS, 2002). A água de poços e fontes vem

sendo utilizada para diversos fins, tais como o abastecimento humano e industrial,

irrigação e lazer. Em 15,6% dos domicílios o abastecimento é exclusivamente por

fonte subterrânea. Em 77,8% por rede de abastecimento de água e 6,6 % usam

outras formas de abastecimento (IBGE, 2002).

A América Latina possui a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, o

aqüífero Guarani, o qual passa pelo Brasil e por outros países, como: Paraguai,

Uruguai e Argentina. O Brasil detém cerca de 2/3 do total desse aqüífero

abrangendo os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais,

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu volume é estimado em 45.000Km3

de água doce.

3.3 – Fontes de contaminação Os aqüíferos podem ter a qualidade das suas águas alteradas por ações antrópicas,

tendo como principais fontes de contaminação os resíduos sólidos, os postos de

combustíveis,esgotos sanitários, entre outros que aqui não serão citados por não

estarem relacionados ao estudo de caso realizado.

• Resíduos sólidos

A geração de resíduos sólidos é um dos problemas sérios da sociedade

contemporânea, reforçado pelo crescimento gradativo e desordenado da população,

pela aceleração do processo de ocupação do território urbano e pelo crescimento

acentuado dos bens de consumo popularizados pelo aumento da produção

industrial. A política de gestão de resíduos deve atuar de forma não só a garantir a

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coleta, o tratamento e a disposição, mas principalmente deve estimular a produção

de uma menor quantidade de resíduos desde a sua geração (Demajorovic, J; 1995).

No Brasil, em 2000, foram produzidos diariamente aproximadamente 162 mil

toneladas de lixo urbano (IBGE, 2002). Em termos de destinação dos resíduos

sólidos urbanos coletados no país observa-se a seguinte distribuição: 47,1% vão

para aterros sanitários, 22,3% para aterros controlados e 30,5% para lixões.

Esses números se referem às porcentagens do lixo coletado. Quando se consideram

as porcentagens relativas ao número de municípios, a maioria dos municípios ainda

tem lixões. Os dados mostram que em 63,6% dos municípios, 40% dispõem seus

resíduos sólidos em lixões, 13,8% em aterros sanitários, 18,4% em aterros

controlados e 4,2% não informaram o destino (IBGE, 2002).

A cidade de Feira de Santana tem forte atividade comercial apresentando, ainda

com destaque e tradição de referência nacional, a atividade comercial e pecuária;

porém é um município, como muitos no Brasil, que apresenta deficiências de infra-

estrutura, especialmente na área de saneamento. O município possui um sistema de

gerenciamento de resíduos sólidos que consiste em: coleta regular nos domicílios,

comércio e hospitais e no seu transporte para um aterro controlado. O mesmo não

dispõe de programa de gerenciamento integrado dos resíduos sólidos, dificultando o

reaproveitamento de forma racional de seus componentes.

Segundo dados do departamento de limpeza pública municipal, em 1999 a cidade

gerou uma média diária de 324 toneladas de resíduos sólidos urbanos e 399

toneladas diárias em 2000. Desta quantidade, os resíduos sólidos domésticos

representam 55,7% em 1999 e 73% em 2000.

O chorume produzido através do lixo, é um líquido negro formado de compostos

orgânicos e inorgânicos apresentando altas concentrações de matéria orgânica e

metais pesados. A infiltração do mesmo gera contaminação ao solo, podendo atingir

águas subterrâneas, tendo como conseqüência sua contaminação.

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Os resíduos sólidos devem ser cuidadosamente lançados ao ambiente através de

parâmetros estabelecidos aos aterros sanitários que devem estar impermeabilizados

no terreno, conter sistemas de drenagem, ter o material lançado coberto bem como

material depositado, ter tratamento do chorume e captação dos gases produzidos

pela decomposição do lixo.

Os resíduos lançados nos lixões acarretam problemas à saúde pública, como

proliferação de vetores de doenças, geração de maus odores, e, principalmente,

poluição do solo e das águas subterrânea e superficial.

A escolha, portanto, do local de disposição dos resíduos sólidos é muito importante.

Como exemplo, áreas com alto grau de vulnerabilidade, que apresentam nível de

água raso e elevada permeabilidade favorecem a migração de contaminantes em

sub-superfície.

• Postos de combustíveis

Os tanques de armazenamento utilizados para produção, transporte e manuseio de

combustíveis estão suscetíveis a vazamentos e acidentes. O material derivado de

petróleo presente nestes tanques é composto de hidrocarbonetos apresentando

entre seus componentes, compostos carcinogênicos a exemplo do benzeno.

Os vazamentos em postos de combustíveis estão associados a problemas de

instalação e, principalmente, à corrosão de tanques, normalmente construídos com

aço e que apresentam uma vida útil que varia entre 10 e 30 anos, com média de 20

anos. Este é um problema especialmente importante nas grandes áreas urbanas.

No Brasil não é feito regularmente um acompanhamento da questão ambiental

relacionada ao vazamento de tanques armazenadores de derivados de petróleo.

Entretanto, a experiência internacional indica que o problema deve ser significativo.

No ano de 2001, foram comercializados 84,6 milhões de metros cúbicos de

derivados de petróleo, sendo 43,5 % de óleo diesel, 25,9 % de gasolina C, 15,0 %

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de gás GLP (gás liquefeito de petróleo), e 10,7 % de óleo combustível. Os outros

derivados (querosene de aviação, gasolina de aviação e querosene) responderam

por 4,9 %. O número de postos revendedores registrados era de 32.697 em 2001

(ANP, 2002).

O reconhecimento do potencial poluidor dos tanques de armazenamento

subterrâneo levou à criação da Resolução n° 273 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente - CONAMA, de novembro de 2000, o qual estabelece que a instalação e

operação de postos revendedores de combustível dependerá de licenciamento

prévio do órgão ambiental.

• Esgoto Sanitário

Segundo informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

(SNIS), no Brasil o índice médio de domicílios com esgotamento sanitário é de

50,6%. Em relação ao tratamento dos esgotos, os resultados são ainda mais

preocupantes, pois o índice nacional médio de tratamento dos esgotos gerados na

área urbana é de apenas 28,2%. Este quadro deficitário, e especialmente crítico nas

cidades em que existe uma elevada densidade populacional, gera impacto não

apenas sobre os rios, mas influi diretamente sobre a qualidade da água subterrânea,

especialmente nas áreas urbanas em função da alta taxa de produção de esgotos.

De forma geral, o impacto do lançamento de esgotos sobre a qualidade das águas

subterrâneas pode ser detectado através de elevadas concentrações de nitrato e do

surgimento de bactérias patogênicas e de vírus. Normalmente a qualidade

microbiológica é analisada através de coliformes totais e fecais, e estreptococos. Os

coliformes totais são utilizados apenas como indícios de contaminação. Atualmente

a espécie Escherichia coli é considerada o melhor indicador de contaminação fecal,

visto que algumas espécies de bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes

fecais podem ser encontradas em outras fontes diferentes de fezes.

Cabe ressaltar que a Portaria No 518 do Ministério da Saúde considera que em

poços, fontes e nascentes, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de

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Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, desde que sejam investigadas a

origem da ocorrência e tomadas providências imediatas de caráter corretivo e

preventivo e realizada nova análise de coliformes (Portaria MS 518/2004).

De forma geral, os poços tubulares, por captarem água a maiores profundidades que

os poços rasos, são menos susceptíveis à contaminação principalmente por fossas

e vazamentos de redes de esgoto.

• Poços fora dos padrões construtivos de engenharia

A forma de construção do poço é fundamental para garantir a qualidade da água

captada e maximizar a eficiência da operação do poço e a exploração do aqüífero.

Essa questão encontra-se regulamentada através de duas normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicadas em 1990: o projeto de poço para

captação de água subterrânea é regulamentado pela norma ABNT NBR-12.212 de

1992 – Projeto de Poço para a Captação de Água Subterrânea, que prevê a

elaboração de especificações técnicas de construção, planilha orçamentária e

croquis construtivos. A norma ABNT NBR-12.244 de 1990 descreve as normas

técnicas para construção de poços.

O aumento da utilização de águas subterrâneas brasileiras foi acompanhada pelo

crescimento da quantidade de poços construídos sem critérios técnicos adequados.

A perfuração de poços, nestes casos, com locações inadequadas, coloca em risco a

qualidade das águas subterrâneas, já que expõem as mesmas ao ambiente externo.

A Resolução N° 15 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de 2001,

considera que toda empresa que execute perfuração de poço tubular profundo

deverá ser cadastrada junto aos conselhos regionais de engenharia, arquitetura e

agronomia e órgãos estaduais de gestão de recursos hídricos, e apresentar as

informações técnicas necessárias, semestralmente e sempre que solicitado.

Considera ainda que poços abandonados e desativados devem ser adequadamente

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lacrados, a fim de que não se tornem possíveis fontes de contaminação para o

aqüífero.

Dentre as fontes de contaminação, a presença de coliformes nas águas

subterrâneas está associada a poços mal construídos, sem laje de proteção e tubo

de boca, sem perímetro de proteção e sob influência de rios poluídos, locados

inadequadamente ou mal protegidos (CETESB, 2004). A inadequação do filtro e pré-

filtro à formação geológica normalmente reflete em problemas de cor e turbidez da

água subterrânea. Por isso, é comum que vários estudos mostrem freqüentemente

que estes parâmetros não atendem aos padrões de potabilidade das águas

subterrâneas. Estes parâmetros, relacionados à água bruta, são estabelecidos pela

Resolução No 396/2008 do Conselho Nacional do meio Ambiente (CONAMA).

No caso específico dos poços rasos, também conhecidos como cacimbas, que

normalmente apresentam grande diâmetro (1 a 2 m), além dos pontos anteriormente

descritos, é fundamental o acabamento da parte superior, que tem a função de

vedar o poço, protegendo assim o aqüífero também, e propiciando segurança ao

usuário dessa água. É importante a colocação do revestimento interno do poço, o

qual evita o desmoronamento das paredes da escavação, proporcionando a

proteção de infiltrações superficiais e facilitando a sua limpeza.

3.4 – Sistemas de tratamento das águas subterrâneas

Existe no mundo 97,5% da água doce acessível pelos meios tecnológicos atuais,

com um volume de 10,53 milhões de quilômetros cúbicos, armazenado até 4.000

metros de profundidade (Rebouças, 1999). As águas subterrâneas tornam-se

estratégicas para a humanidade, pois além de mais protegidas contra a poluição e

efeitos da sazonalidade, apresentam em geral boa qualidade, decorrente do

“tratamento” obtido pela sua percolação no solo e subsolo. Seu aproveitamento tem

se revelado uma alternativa mais econômica por se tratar de uma água com menor

probabilidade de contaminação, evitando custos crescentes com represas e

adutoras e dispensando tratamento, na maioria dos casos.

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O tratamento realizado na maioria dos casos para água subterrânea é o de

desinfecção, o qual é adotado para tratamento da água utilizada para abastecimento

público da UEFS. Vale ressaltar que o tipo de tratamento utilizado irá depender de

vários fatores entre os quais pode-se citar: qualidade da água captada, aspectos,

etc.

• Sistema de Desinfecção

Temos dois tipos de processos de desinfecção: físicos (raios ultravioletas e alfa) e

químicos (ozonização e cloração). Os processos químicos são os mais utilizados

para o tratamento de água de abastecimento em função dos custos.

A desinfecção, na maioria dos casos, geralmente é feita com cloro. O tratamento

pode ser feito por meio de clorador de pastilhas e de tanque de contato e deve ser

instalado no final do sistema, conforme a necessidade e/ou opção de reuso da água.

3.5 – Qualidade da água subterrânea

As águas subterrâneas apresentam algumas propriedades que tornam o seu uso

mais vantajoso em relação ao das águas dos rios: são filtradas e purificadas

naturalmente através da percolação, determinando excelente qualidade e

dispensando tratamentos prévios; não ocupam espaço em superfície; sofrem menor

influência nas variações climáticas; são passíveis de extração perto do local de uso;

possuem temperatura constante; têm maior quantidade de reservas; necessitam de

custos menores como fonte de água; as suas reservas e captações não ocupam

área superficial; apresentam grande proteção contra agentes poluidores; o uso do

recurso aumenta a reserva e melhora a qualidade; possibilitam a implantação de

projetos de abastecimento à medida da necessidade (WREGE,1997).

Mas, as águas, uma vez poluídas devem passar por tratamento prévio que as torne

aceitáveis de acordo com os parâmetros normativos. Em termos de aceitação a

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qualidade natural (água bruta) é estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) através da Resolução No 396/2008. Quando tratada, os

padrões de potabilidade são estabelecidos pela Portaria No 518/2004 do Ministério

da Saúde.

3.6 –Padrões de qualidade da água bruta e da água t ratada

A garantia de consumo humano de água segundo padrões de potabilidade

adequados é questão relevante para a saúde pública. No Brasil, a Norma de

Qualidade da Água para Consumo Humano, aprovada na portaria n° 518 de 25 de

março de 2004, do Ministério da Saúde, define os valores máximos permissíveis

(VMP) para as características bacteriológicas, organolépticas, físicas e químicas da

água potável (Brasil, 2000). De acordo com o art. 4° dessa portaria, água potável é a

água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e

radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereçam risco à saúde.

Além de ser potável, a água deve ser produzida e distribuída de forma que não

ofereça riscos à saúde. Boas práticas buscam minimizar os efeitos não desejáveis

no abastecimento de água. Exemplo disto é o monitoramento contínuo acerca do

bom estado de conservação das redes de distribuição.

Para analisar a conformidade dos padrões no estudo de caso em questão,

realizamos análises físico-químicas e bacteriológicas. As análises foram feitas tanto

em água bruta quanto em água tratada. Em seguida, os resultados foram

comparados as normas referentes e analisadas as conformidades dos mesmos –

resolução CONAMA 395/2008 (água bruta) e Portaria 518/2004 (água tratada).

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4 – ASPECTOS METODOLÓGICOS

4.1 – Escolha do local de estudo

Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema abordado,

buscando um bom embasamento teórico sobre o assunto e também os artigos

publicados para auxiliar na discussão dos resultados. Posteriormente foi iniciada a

coleta e análise das amostras com o objetivo de avaliar a qualidade da água.

A escolha do local para a realização do estudo foi motivada por se tratar de um dos

primeiros sistemas de abastecimento de água projetado para abastecer uma

comunidade do porte existente na UEFS. Vale ressaltar que a maioria da população

da cidade de Feira de Santana faz uso somente da água fornecida pela

concessionária estadual, a Empresa Baiana das Águas e Saneamento S/A

(EMBASA). A UEFS, já utilizou água fornecida por concessionária, porém,

almejando a redução de despesas, a mesma optou pelo uso exclusivo da água

subterrânea, uma vez que os poços existentes possuem quantidade de água

suficiente para atender a demanda.

4.2- Caracterização da área

A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),

localizada na cidade de Feira de Santana (BA), cuja distância da capital (Salvador) é

de aproximadamente 110 Km (Figura 2). A universidade tem um população

aproximada de 10.000 consumidores entre funcionários, professores e alunos dos

cursos de graduação e possui uma área de 98 hectares. Nesta área estão situados

24 (vinte e quatro) prédios, onde estão compreendidos 7 (sete) unidades de ensino,

5 (cinco) laboratórios, um restaurante universitário e 10 (dez) prédios

administrativos. O estudo foi desenvolvido no período de novembro de 2008 à março

de 2009 em virtude do custo das análises e do calendário de coletas de amostras

sugerido pela EMBASA – órgão então escolhido para realização das análises.

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Figura 2 – Mapa do estado da Bahia

(Fonte: http://www.viagemdeferias.com/mapa/bahia.gif)

Os poços da UEFS foram perfurados pela CERB na década de 80. Segundo a

Gerência de Projetos (GEPRO) da instituição, inicialmente foi escavado um primeiro

poço localizado próximo ao 35° BI (trigésimo quinto Batalhão de Infantaria) que com

o tempo foi inativado em virtude de contaminação do manancial utilizado.

Posteriormente foram escavados mais 2 (dois) poços, que hoje abastecem a

comunidade acadêmica (Figuras 3 e 4).

O primeiro poço está situado próximo a Residência Universitária e o segundo

próximo ao Projeto Pau Brasil (Anexo 1 – Mapa do Campus). Além destes, existem

outros poços que servem apenas a jardinagem.

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Figura 3 – Poço I de Captação (água bruta)

Figura 4 – Poço II de Captação (água bruta)

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4.3- Escolha dos pontos de coleta

Dos 24 (vinte e quatro) prédios citados anteriormente foram escolhidos

aleatoriamente 08 (oito) pontos à serem investigados (Quadro 1). Não foi possível

coletar amostras de água em todos os pontos em virtude da falta de verba para

atendimento à todos os pontos. Os pontos escolhidos apresentavam grandes

utilizações da população acadêmica, logo obtivemos um diagnóstico significativo da

água fornecida a comunidade universitária.

QUADRO 1 - PONTOS ESCOLHIDOS PARA COLETA DE AMOSTRA S

PONTO DESCRIÇÃO TIPO RESOLUÇÃO 1 Poço I Água Bruta CONAMA 396/2008 2 Poço II Água Bruta CONAMA 396/2008 3 Cantina Módulo III Água Tratada MS 518/2004 4 Bebedouro Módulo III Água Tratada MS 518/2004 5 Cantina Módulo VII Água Tratada MS 518/2004 6 Restaurante Universitário Água Tratada MS 518/2004 7 Biblioteca Água Tratada MS 518/2004 8 Creche Água Tratada MS 518/2004

Em virtude dos altos custos para realização das análises de metais pesados, nitrato

e amônia, optou-se por analisar a qualidade da água em apenas 4 (quatro) pontos

de coletas – Poço I, Poço II, Cantina do Módulo VII e Restaurante Universitário.

4.4- Coleta de dados e de amostras de água

Os dados necessários à realização da pesquisa foram obtidos por meio de fonte

primária e secundária.

Os dados primários foram obtidos por meio de coletas de amostras de água in loco,

as quais foram levadas em seguida ao laboratório de análises EMBASA.

Os vasilhames para a coleta de água das amostras, com suas devidas

identificações, foram fornecidos pelos laboratórios da EMBASA. As coletas foram

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realizadas segundo os procedimentos de coleta de amostras de água contidos no

Procedimento Operacional Padrão (POP) dos laboratórios onde foram realizadas as

análises (Anexo 4).

Os dados secundários foram obtidos na Companhia de Engenharia Rural da Bahia

(CERB) e da Gepro (Gerência de Projetos da UEFS), as quais forneceram,

respectivamente dados da qualidade da água dos poços perfurados no município de

Feira de Santana e informações acerca da instituição como população, área,

quantidades de setores, localização de poços e fontes de abastecimento.

4.5 – Parâmetros analisados

A quantidade de parâmetros estabelecidos pela Portaria MS N° 518/04 é muito

grande o que inviabiliza o atendimento a todos esses parâmetros em virtude dos

elevados custos das análises. Por esta razão foram escolhidos alguns parâmetros

considerados de relevância para a avaliação da qualidade da água para consumo

humano, quais sejam: cor, ph, turbidez, dureza, cloreto, metais pesados (alumínio,

arsênio, bário, berílio, boro, cádmio, cromo, selênio e vanádio), nitrato, amônia,

organismos heterotróficos, coliformes totais e termotolerantes e salinidade.

4.6 – Técnicas de avaliação da qualidade da água

A qualidade bacteriológica e físico-química das amostras de água subterrânea (bruta

e tratada) foi avaliada pelos parâmetros e métodos observados no Quadro 2.

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QUADRO 2 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

PARÂMETRO TÉCNICA Coliformes Totais Membrana Filtrante Coliformes Fecais Membrana Filtrante Organismos heterotróficos Pour plate Amônia Ion Seletivo Cloretos Método de Mohr Cor Método colorimétrico Dureza Método volumétrico com EDTA Nitrato SMEWW 4110 (IC) pH Método potenciométrico Turbidez Método por espectofometria Metais Aa – Forno de Grafite

4.7- Local de realização das análises

As análises da qualidade das águas brutas (poços) e tratadas (pontos de utilização)

foram realizadas nos laboratórios da EMBASA. Apesar da UEFS dispor de

laboratório capacitado para realizar tais análises, a escolha de um laboratório

externo foi justificada pela neutralidade na divulgação dos resultados, além da

EMBASA ser o maior órgão de referência no setor de saneamento.

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5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 – Qualidade da água dos poços (água bruta).

A partir de dados gerados pela CERB, no momento da perfuração dos poços no

município de Feira de Santana, pode-se notar que há uma concentração de sais

muito grande na água subterrânea, representado pelos valores de cloreto e dureza

(Tabela 1).

TABELA 1- Concentrações de parâmetros de poços esca vados pela CERB

PARÂMETRO VALOR

MÁXIMO MÍNIMO Cloreto 5020,74 0 Dureza 4571,4 6 Nitrato 18,73 0 Cor 30 5 Ferro 3,6 0 Fluoreto 4,45 0 Nitrito 0,6 0 pH 8,33 6,15 Turbidez 104 0,4

Há uma variabilidade muito grande da qualidade da água com relação ao cloreto e a

dureza. A concentração de cloreto varia de 0 a aproximadamente 5021 mg/L

(Tabela 1). Essas concentrações variam de local para local, indicando uma possível

procedência da formação geológica e do perfil do solo (Anexo 2).

Com relação aos outros parâmetros (nitrato, cor, ferro, fluoreto, nitrito, pH e turbidez)

a variação é menor, mas ainda existe e o valor máximo excede os limites da

resolução CONAMA n° 396/08 (Tabela 1).

Não foi realizada a comparação dos dados gerados pela CERB com aqueles obtidos

no laboratório da EMBASA, pois não foi possível identificar se os dados gerados

pela CERB se referem a um dos poços em operação na UEFS.

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Os resultados das análises de metais pesados, físico-químicas e dos exames

bacteriológicos realizados nas amostras de água coletada nos Poços I e II (água

bruta) da UEFS, encontram-se na Tabela 2.

TABELA 2- Resultados das análises das amostras cole tadas nos Poços I e II,

com os respectivos Valores Máximos Permissíveis (VM P).

ANÁLISE ÁGUA BRUTA

VMP CONAMA 396/2008

UNIDADE Ponto 1 (POÇO I)

Ponto 2 (POÇO II)

N. (Amônia) 0,7 1,59 <= 5 mg/L

N. (Nitrato) 7,56 6,86 10 mg/L

Alumínio 63,2 110 200 ug/L

Arsênico < 2 < 2 10 ug/L

Bário 4,18 E3 1,06 E3 700 ug/L

Berílio 1,9 0,9 4 ug/L

Boro < 0,05 < 0,05 500 ug/L

Cádmio < 0,06 < 0,06 5 ug/L

Chumbo < 5 < 5 10 ug/L

Cromo 0,64 0,35 50 ug/L

Selênio < 4 < 4 10 ug/L

Vanádio 2 < 0,3 50 ug/L

Cloreto 694,4 78,9 250 mg Cl- / L

Cor 2,5 2,5 15 mg CaCo3 / L

Dureza Total 184,9 41,7 500 %

pH 5,74 4,64 6,0 a 9,5 UNT

Salinidade 0,6 0,3 -

Turbidez 0,52 0,43 5,0

Coli Total 60 30 < 1 UFC/100 ml

Coli termotolerante 20 < 1

Cloro residual - - >= 0,2 mg/L

Bactérias Heterotróficas - - UFC/ml

PONTOS DE COLETA 1 2

De acordo com as análises realizadas pelo no laboratório da EMBASA em amostras

de água coletadas nos poços I e II. nota-se que alguns parâmetros (bário, cloreto,

pH, coliformes totais e coliformes termotolerantes encontram-se fora dos padrões

estabelecidos pela Resolução CONAMA n° 396/08 e que , portanto, há necessidade

de um tratamento adicional a desinfecção, o qual representa a única etapa de

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tratamento de água antes da distribuição para os pontos de utilização das

instalações da UEFS.

5.2 – Tratamento da água dos poços utilizados para abastecimento público da

UEFS.

Por se tratar de água subterrânea, a qual normalmente possui um nível de qualidade

superior aquela de manancial superficial, o processo de clarificação é dispensado,

sendo só realizada a desinfecção seguida da correção do pH.

A água tratada é obtida através da passagem por uma casa química localizada

próxima a um dos poços, perto da residência universitária (Figuras 5, 6 e 7). O

tratamento é a base de Cloro e Barrilha (Na2CO3). Esta última controla o pH da

água captada, aumentando a mesma quando for necessário.

Figura 5 – Vista lateral da Casa de Química

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Figura 6 – Vista Frontal da Casa de Química

Figura 7 – Vista Interna da Casa de Química

O processo de desinfecção da água utilizada para abastecimento público da UEFS é

bastante simples. Possui uma pequena casa de química onde são armazenados os

produtos químicos e instalado o sistema de dosagem do desinfectante. O controle

de dosagem depende dos teores encontrados na água captada obtidos através de

análises prévias, e é feito em um tanque de contato. A água tratada segue para

tanques de armazenamento e depois é distribuída para todos setores abastecidos

pelo sistema, ou seja, todos os prédios pertencentes a UEFS.

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5.3 – Qualidade da água tratada e distribuída para os pontos de utilização

De acordo com os resultados das análises, verifica-se que não houve grandes

alterações na qualidade da água bruta, o que a torna aceitável ao consumo humano

após tratamento devido, conforme vem sendo feito na instituição.

Os resultados das análises físico-químicas e dos exames bacteriológicos realizados

nas amostras de água coletada nos pontos de utilização (cantina do módulo III,

bebedouro módulo III, cantina do módulo VII, restaurante universitário, biblioteca e

creche) da UEFS, encontram-se na Tabela 3.

Os resultados de cada parâmetro e o seu valor máximo permissível foram

apresentados em forma de gráfico para melhor visualização das condições

qualitativas da água (Figuras 8 a 20).

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TABELA 3 - Resultados das análises coletadas com os respectivos Valores Máximos Permissíveis (ÁGUA TRA TADA)

ANÁLISE ÁGUA TRATADA VMP

PORTARIA MS 518/2004

UNIDADE

Cant Mod.III Beb. Mod.III Cant. Mod.VII RU Biblioteca Creche

N. (Amônia) - - < 0,1 0,11 - - <= 5 mg/L

N. (Nitrato) - - 6,06 6,64 - - <= 10 mg/L

Alumínio - - 251 584 - - 200 ug/L

Arsênico - - < 2 < 2 - - 10 ug/L

Bário - - 2,36 E3 3,10 E3 - - 700 ug/L

Berílio - - 2,3 2,3 - - 4 ug/L

Boro - - 0,05 0,26 - - 0,5 ug/L

Cádmio - - 0,06 < 0,06 - - 5 ug/L

Chumbo - - < 5 - - - 10 ug/L

Cromo - - - 0,62 - - 50 ug/L

Selênio - - < 4 < 4 - - 10 ug/L

Vanádio - - 1 < 0,3 - - 50 ug/L

Cloreto 334,2 334,3 361,4 376,2 386,1 386,1 250 mg Cl- / L

Cor 0 0 11 11 2,5 2,5 15 mg CaCo3 / L

Dureza Total 179,5 188,7 502,5 476,9 219,5 216,4 500

Ph 5,89 5,95 6,07 6,05 5,43 5,8 6,0 a 9,5 UNT

Salinidade 0,6 0,6 0,6 0,5 0,6 0,6 -

Turbidez 0,51 0,21 0,29 0,35 0,24 0,54 5,0

Coli Total < 1 < 1 9 17 7 < 1 < 1 UFC/100 ml

Coli termotolerante < 1 < 1 < 1 9 < 1 < 1

Cloro residual - - - - - - >= 0,2 mg/L

Bactérias Heterotróficas < 1 205 - - 560 < 1 UFC/ml

PONTOS DE COLETA 3 4 5 6 7 8

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Figura 8 – Concentrações de Cloreto nos pontos de c oletas

Em todos os pontos as concentrações de cloreto excederam os valores máximos

permissíveis estabelecidos pela portaria MS n° 518/ 04 (Figura 8). Essa elevada

concentração de cloreto confere a água um sabor desagradável com características

de água salobra.

A água natural já se caracteriza como salobra e é constatado pelos elevados teores

de cloreto (Tabela 2), o que pode ser justificado pela localização do aqüífero em

meio rochoso. O cloreto provoca corrosão em estruturas hidráulicas e sabor

"salgado" na água, sendo o cloreto de sódio o mais restritivo por provocar sabor em

concentrações da ordem de 250 mg/L, valor este que é tomado como padrão de

potabilidade. Pode ainda provocar reações fisiológicas em seres humanos.

Geralmente em águas subterrâneas, esses teores são mais elevados.

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Figura 9 – Concentrações de Cor nos pontos de colet as

Não há problemas de coloração na água, pois em todos os pontos a água

apresentou valor de Cor dentro dos limites aceitáveis para consumo humano.

Figura 10 – Teor de Dureza Total nos pontos de cole tas

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A água que chega na cantina do Módulo VII (Ponto 5) é uma água levemente dura,

ou seja, com concentração de dureza pouco acima dos padrões estabecelidos para

água de consumo humano, o que deve conferir sabor desagradável e apresentar

dificuldade em ensaboar os utensílios que são lavados nesse local. No Restaurante

Universitário (Ponto 6), a água também tem uma dureza mais elevada, embora a

concentração esteja abaixo dos limites permissíveis. Os resultados indicam que

deverá haver um maior controle da qualidade da água nesses dois pontos – Figura

10.

Figura 11 – Concentrações de pH nos pontos de colet as

Os valores de pH em alguns pontos, encontram-se abaixo do limite mínimo

(Figura 11). Isso indica que possivelmente houve algumas reações durante o

percurso que causou a redução do pH da água. É necessário, portanto, que no

momento da correção se mantenha um valor de pH mais próximo do limite máximo

para que possa manter-se em uma valor ideal no ponto de utilização mais distante a

ser alimentado.

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Figura 12 – Concentrações de Salinidade nos pontos de coletas

Em todos os pontos a concentração de sal é semelhante, de 0,6%, com exceção do

Restaurante universitário que apresentou 0,5% de salinidade. A água para consumo

humano deve ser isenta de sal. Esses sais devem ser removidos antes da

distribuição das águas para os pontos de utilização, a fim de evitar o fornecimento

de água salobra.

Figura 13 – Concentrações de Turbidez nos pontos de coletas

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Como esperado, a água é isenta de turbidez, por ser procedente de manancial

subterrâneo (Figura 13).

Figura 14 – Concentrações de Coliformes Totais nos pontos de coletas

Na cantina do Módulo VII , no Restaurante Universitário e na Bibliotéca, pontos 5, 6

e 7, respectivamente, os reservatórios estão necessitando de limpeza, pois a

presença de coliformes totais na água, indica uma falta de lavagem adequada do

reservatório. Sozinha, essa bactéria não transmite qualquer doença, mas se

excretada por algum indivíduo doente, portador de algum organismo patogênico, ela

virá acompanhada deste organismo capaz de trazer as doenças conhecidas como

de veiculação hídrica.

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Figura 15 – Concentrações de Coliformes Termotolera ntes nos pontos de

coletas

A presença de coliformes termotolerantes no Restaurante universitário (Ponto 6)

(Figura 15) indica possivelmente está ocorrendo a contaminação da água durante o

percurso e que não havia cloro residual suficiente para eliminar possíveis

recontaminações durante o percurso. Ou, então, houve erro nas análises. Sugere-se

que sejam repetidas novas análises em amostras coletas nesse ponto.

A presença de bactérias do grupo “coli” (“Escherichia” e “Aerobacter”) na água não

significa necessariamente que seja de contribuição humana ou animal, pois estes

organismos podem se desenvolver no solo (JORDÃO, 1995).

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Figura 16 – Concentrações de Cloro Residual nos pon tos de coletas

Em todos os pontos não foi constatada a presença do Cloro Residual (Figura 16). A

Portaria 518/2004 estabelece que se deve ter um teor mínimo igual ou superior à

0,2mg/L para assegurar a preservação da água tratada nos pontos de distribuição,

ou seja, para eliminação de microrganismos patogênicos e manter a qualidade da

água dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela Portaria MS 518/04.

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Figura 17 – Concentrações de Bactérias Heterotrófic as nos pontos de coletas

Foram encontradas altas concentrações de bactérias heterotróficas na Biblioteca e

no Bebedouro do módulo III (Figura 17). As bactérias por si só não oferecem risco

direto à saúde, mas atuam como membrana protetora para coliformes por exemplo.

Figura 18 – Concentrações de Nitrato nos pontos de coleta

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Nos pontos onde foram realizadas análises de “Nitrato” (Figura 18) encontrou-se

resultados relativamente altos, em torno de 6 à 8mg/L, porém essas concentrações

não excedem o valor permitido que é de 10mg/L.

A presença do nitrato na água pode ser proveniente de contaminação fecal, uma vez

que a área do entorno da UEFS, tem como forma de tratamento de esgotos as

fossas sépticas, que por vezes são construídas fora dos padrões de engenharia. O

nitrogênio amoniacal presente no esgoto doméstico sofre mineralização por

bactérias passando para nitrato, o qual pode ser lixiviado no solo até atingir as

águas subterrâneas.

Deve-se haver um maior controle da qualidade da água fornecida para suprimento

das demandas das instalações da UEFS, com relação a esse parâmetro, uma vez

que altos teores de nitrato são responsáveis por incidência de cianose (ou

metamoglobinemia) – doença infantil que provoca a descoloração da pele.

Figura 19 – Concentrações de Alumínio nos pontos de coletas

As concentrações de alumínio atingiram 0,251 e 0,584mg/L, excedendo o limite

máximo permissível pela norma, que é de 0,2mg/L. A ingestão desse metal pode

causar câncer.

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É importante coletas de amostras da água da Cantina do Módulo VII (Ponto 5) e do

Restaurante Universitário (Ponto 6) e realizar novas análises, pois as concentrações

de alumínio presentes na água tratada desses dois pontos de utilização foram muito

superiores aquelas encontradas na água bruta, cujos valores encontravam-se dentro

dos padrões de qualidade de água subterrânea.

Figura 20 – Concentrações de Bário nos pontos de co leta

Com relação à análise de metais, a maioria dos resultados atendeu aos padrões

estabelecidos pela norma, exceto o Bário e Alumínio, cujas concentrações foram

excedidas em todos os pontos analisados (Figura 19 e 20). As concentrações de

bário atingidos estão entre 2,36 e 3,1mg/L excedendo o limite permissível que é de

0,7mg/L. Esse metal provoca efeitos danosos ao coração, constrição dos vasos

sangüíneos elevando a pressão arterial e efeitos sobre o sistema nervoso.

As áreas próximas aos poços utilizados como fonte de suprimento de água para

abastecimento humano das instalações da UEFS não apresentam pontos de

contaminações aparentes. Porém, no entorno (área circunvizinha) existem

problemas sanitários como falta de coleta e tratamento adequados de esgoto

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sanitário e resíduos sólidos, e também, postos de combustíveis que podem vir a

contribuir para a alteração da qualidade da água subterrânea.

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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho, vários aspectos puderam ser observados quais sejam:

• Com base nos dados analisados, do ponto de vista qualitativo, constatou-se que

não houve um fator essencial de risco para o consumo humano;

• Deve haver um melhor monitoramento do sistema de tratamento de água. Isso

pode ser realizado por meio de análises periódicas e mapeamento de pontos

alimentados, pois, caso ocorra contaminação em algum dos pontos de utilização,

ficará mais fácil identificar a origem da mesma;

• Verificar as condições de conservação das tubulações e colocar dutos de

distribuição individual para cada poço;

• Com relação aos locais onde foram detectadas a presença de coliformes, sugere-

se interditar tais pontos e ainda repetir as análises em pelo menos 3 vezes para

fundamentar a interpretação dos dados obtidos, já que foi realizada apenas uma

amostra por ponto. O provável motivo desta inconformidade foi a contaminação

através da tubulação ou a falta de limpeza nos reservatórios, pois segundo

informações da instituição a periodicidade de limpeza destes setores é anual.

Logo, para evitar possíveis contaminações da água, essa periodicidade de

limpeza poderia ser semestral;

• Criar um perímetro de proteção nos poços, bem como realizar melhorias na Casa

de Cloração. A ausência de Cloro Residual em todos os pontos sem exceções

pode ser justificada pelo mau estado de conservação do equipamento dosador (o

que pode ter acarretado em redução da eficiência do mesmo) ou até mesmo a

falta de um melhor monitoramento do processo de desinfecção. Deve ser

melhorado o sistema de desinfecção para atender a concentração cloro residual

mínima estabelecida pela Norma;

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• Verificar quais as fontes de contaminação estão contribuindo para o aumento da

concentração de bário e realizar novas análises para verificar se realmente os

teores de alumínio estão altos, ou se houve erro nas análises;

• A verificação da fonte de contaminação que está contribuindo para o e alumínio

na água deve ser realizada novamente através de novas análises. O alumínio em

especial deve ser verificado seu teor na água tratada e também na água bruta a

fim de verificar se houve erro nas análises ou se realmente está havendo alguma

contaminação. Deve ser feito tratamento para precipitação dos metais

anteriormente citados de forma que os torne aceitáveis de acordo com os

parâmetros normativos.

• Os pontos onde foram encontradas bactérias heterotróficas com unidades

formadoras de colônias acima de 500 devem ser providenciada uma recoleta,

inspeção local e, se encontradas irregularidades, providências cabíveis devem

ser adotadas à exemplo de interdições.

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REFERÊNCIAS

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Especial Feira de Santana; 17 jun.. Especial Feira de Santana, p.3. ASSIS DA SILVA, RC. Consumo humano da água do manancial subterrâneo em

áreas urbanas de Feira de Santana-Bahia-Brasil,2000. Perfil sócio-econômico dos consumidores e características do consumo.

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consumo humano, de água em manancial subterrâneo, em áreas urbanas de Feira de Santana/Ba/Brasil.

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2004.Procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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DADOS DA COMPANHIA DE ENGENHARIA RURAL DA BAHIA : POÇOS ESCAVADOS

Localidade Cloreto Dureza Nitrato Cor Ferro Fluoreto Nitrito PH Turbidez

PRESÍDIO REGIONAL 29,99 10,1

SEMINARIO SANTANA MESTRE 300 67,6 7,83

RIO DO PEIXE 2207 1376 0,06

35 BATALHÃO DE INFANTARIA 55,7 7,98 0,32

CENTRO DE RECUP. ESQUADRÃO REDENTOR 113 26 0,31 < 5,00 0,11 2,21 0,02 8,3 2,03

SEDE - LOTEAMENTO TOMBA - SUBAÉ I 89 16,4 4,4 15 1,3 0,11 0 6,15 104

SEDE - LOTEAMENTO TOMBA - SUBAÉ II 92 17,3 8,4 20 3,6 0,21 0,6 6,92 98,6

ESCOLA AGROTÉCNICA DRº FRANCISCO M. DA SILVA 156 63,2 < 5,00 0,23 0,64 7,39 0,66

SETE PORTAS DOIS 1806,3 1334,84 4,959 0,81

CONJUNTO PLANOLAR (HUMILDES) 25,09 14,5 0,044 0,81

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 112,68 29,66 1,842

MALHADOR 3976 4000 6,26 <5,00 0,81 4,45 0,06 8,33 8,83

COOPERFEIRA - FRIGORÍFICO 320,06 186,15 6,591

FAZENDA SÃO LUIZ (EDUARDO) * 1099,26 635

SÃO ROQUE 3017,7 2598 2,623

AEROPORTO 47,2 37,03 0

ASS ATLÉTICA BANEB 61,68 24,69 0

ASS DE FUNCIONÁRIOS CERB 125,9 136,7 18,73

BONFIM DE FEIRA 2841,65 2842,6 0

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BONFIM DE FEIRA 3120,87 3208,24 1,32

BONFIM DE FEIRA 4553,56 4571,4 0,3

BONFIM DE FEIRA 1644,52 1846,65 0

BONFIM DE FEIRA 387,85 603,71 0

CAMAB 140 44 0

CAMAB 88,27 31,02 9,84

CAMPO LIMPO 103,45 74,88 1,22

CAMPO LIMPO 67,64 69,12 0

CANDEIA GROSSA 5020,74 3865,88 0,75

CENTRO DE ABASTECIMENTO 104,79 40,06 16,53

CENTRO EDUC DIVA PORTELA 82,44 48,88 0

ESCOLA MARIA QUITÉRIA 54,59 73,86 0

FRATERNIDADE 123,34 104,05 0

GARAPA 640 262,5 0

JAÍBA 43,58 15,44 1,04

COOPERFEIRA - FRIGORÍFICO 63,66 249,6 0 30 0,32 1,9 0 8,1 1,3

LIMOEIRO 105 55 0

MANTIBA 90,11 19,78 9,62

MATADOURO MUNICIPAL 101,85 80,13 10,5

NOVA IPUAÇU 428,58 658,48 0

NOVO HORIZONTE 109,32 42,01 0

PÉ DE SERRA 76,7 42,66 1,42

PHEBO DO NORDESTE S/A 26,71 19,39 0

TERRA DURA 59,02 25,07 0

AUSTIN DO BRASIL 16 6 0

COLÔNIA LOPES RODRIGUES 39,5 9,5 0

FAZENDA BOA ESPERANÇA (JOÃO DURVAL) * 23 21 0

FAZENDA TATIANA (JESSE) * 106 14 0

FAZENDA DO MENOR 21,4 101,08 0

HOSPITAL PEDRO ALCÂNTARA 125,49 102,01 14,94

HUMILDES 30 27 0

PIRELLI 60,68 31,91 4,8

SETE PORTAS UM 1054,36 699,01 0

HUMILDES 28 23 0

CERB 46 8,03 0

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BONFIM DE FEIRA 580,69 920,01 3,68

PARQUE DE EXPOSICAO 48 12,04 0,63

PARAÍSO 3722,4 3525,38 0

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 168,89 212,3 0

ESCOLA EDITE MACHADO BOAVENTURA 63,75 133,79 0

NOVO HORIZONTE 117,22 74,82 3,75

BONFIM DE FEIRA 790 940 3,95

HUMILDES 40,5 63 0

FAZENDA SANTA MARIA (ÂNGELO) * 95 50 0

FAZENDA SANTANA (ÂNGELO) * 370 215 5,3

FAZENDA SANTA MARIA (ÂNGELO) * 470 260 0

FAZENDA SANTA MARIA (ÂNGELO) * 52,5 61,5 0

CANAVIEIRA 96,12 48,48 0

FAMEB 241,3 103,41 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 58,5 51 1

LAGOA GRANDE (SEDE) 63 17,5 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 67,5 31 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 45,5 12 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 62,5 17 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 35,5 18 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 37,5 10 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 36 13 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 45,5 20,5 0,004

LAGOA GRANDE (SEDE) 41,5 20 0

MANGABEIRA 70 20 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 46,5 15 0

FAZENDA PAU POMBO 140 29 0

FAZENDA COPA 140 26 0

AVIÁRIO 172 10 0

PNEUS TROPICAL 156 56 3

PAPAGAIO (DIOCESE) 55,32 131,85 5,7

OLHO D'ÁGUA DAS MOÇAS 1098,35 0

FAZENDA CANDEALINHO 770 855 0

TIQUARUÇU 178 116 4

TIQUARUÇU 180 120

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LAGOA GRANDE (SEDE) 26 0

LAGOA GRANDE (SEDE) 42 0

MARAÚ S/A AGRO-IND. E COM. 36 6,87

MARAÚ S/A AGRO-IND. E COM. 96 45 2,62

MARAÚ S/A AGRO-IND. E COM. 0 11 2,75

35 BATALHÃO DE INFANTARIA 47,66 16,8 0,328

35 BATALHÃO DE INFANTARIA 52,82 25,52 0,108

SOSSEGO 1660 1130 11,7 < 5,00 0 3,74 0,11 8,19 0,51

ALECRIM MIÚDO 149,59 109,35 12,34

CARRO QUEBRADO 1068,48 854,93 0,817

PAU COMPRIDO 973,39 616,08 0

SÃO DOMINGOS 344,29 157,07 0,55

ALECRIM MIÚDO 534,24 224,67 0

GARAPA 3086,72 2473,31 0,628

JACU 4.429,00 4.041,00 0

FORMOSA 1.177,00 1.031,00 0,78

SEDE - LOTEAMENTO TOMBA - FEIRA I 76,8 9,6 0 < 5,00 0,06 0,07 0 6,43 5,3

SEDE - LOTEAMENTO TOMBA - FEIRA II 38,5 8,4 0,5 < 5,00 0,11 0,17 0 7,39 3,11

MAIA 3160 1700 6,2 < 5,00 0,41 2,2 0,13 7,64 0,4

PRIMEIRO B.P.M. - PEL. CAVALARIA (FZ CEL. ANTIDIO) 72 34,3 0 < 5,00 0,54 0,27 0 6,98 1,9

PRIMEIRO BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR 85 32,2 16,6 < 5,00 0 0,05 0,02 7,37 0,76

CLUBE CAJUEIRO 54,92 123,52 0 10 0,48 0 0,09 8,3 0,54

FAZENDA SANTA MARIA (ÂNGELO) * 1200 1200 0 5 0,55 0,2 0 7,35 2,3

CERB 89,8 52,4 17 6,74 1,71

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Concentrações de parâmetros de poços escavados pela CERB

MÁXIMO MÍNIMO

Cloreto 5020,74 0

Dureza 4571,4 6

Nitrato 18,73 0

Cor 30 5

Ferro 3,6 0

Fluoreto 4,45 0

Nitrito 0,6 0

pH 8,33 6,15

Turbidez 104 0,4

PARÂMETROVALOR

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