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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UINIVALI JANAINA DE AMORIM AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS. São José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UINIVALI

JANAINA DE AMORIM

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA

PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.

São José

2006

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Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, ajuda, amizade e

compreensão em todos os momentos do período acadêmico. Aos amigos

que conquistei nesta trajetória, principalmente para Kite, Manú e Thomaz,

que também fazem parte desta conquista. E em especial dedico este

trabalho, ao meu marido Rafael, pelo incentivo, compreensão, paciência,

dando força nos momentos difíceis e de angustias.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos representantes dos cruzeiros marítimos no Estado de Santa Catarina pelas valiosas

informações concedidas para esse estudo. A profª Msc. Micheline Sartori, pela dedicação,

auxilio, sinceridade e incentivo. Agradeço também as colegas de trabalho na VTC Tour Operator,

que me apoiaram e auxiliaram em todo este estudo.

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TÍTULO

A qualidade da estrutura física e de serviços de Santa Catarina para a recepção de cruzeiros

marítimos.

ÁREA DE PESQUISA: Ciências Sociais Aplicadas

SUB-ÁREA: Turismo e Hotelaria

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RESUMO

O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil é considerado ainda como recente em relação a

outros países do mundo que desenvolvem esta atividade. Porém é visível o quanto essa atividade

está crescendo no Brasil, a cada temporada mais navios são trazidos para a costa brasileira pelas

companhias internacionais de cruzeiros marítimos. Mas para que esta atividade continue em

crescimento e trazendo os benefícios econômicos é preciso que haja uma estrutura adequada para

recebê-los, dando aos passageiros a oportunidade de fazer um cruzeiro marítimo com segurança e

sem transtornos. O estudo em questão pretende analisar a qualidade das estruturas físicas e de

serviços nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina para a recepção de cruzeiros

marítimos. Em uma comparação com os padrões de portos e pontos de desembarque nacionais e

internacionais nota-se que Santa Catarina tem muito que investir neste segmento. Porto Belo

atualmente é a cidade que mais recebe navios de cruzeiros no estado mesmo não oferecendo

estrutura adequada, porém possui grande apelo turístico conquistando armadores e turistas, é uma

cidade de boa divulgação, incentivando o consumo por parte dos passageiros para esse roteiro.

Mas além de Porto Belo, outras cidades do estado podem se destacar há mercado para todos

desde que se obtenha maiores facilidades e estrutura para receber esses passageiros. Através de

pesquisas em fontes primárias e secundárias, conclui-se que existem deficiências e que se não

forem tomadas às medidas corretas pode-se prejudicar o crescimento deste segmento não só em

Santa Catarina mais também no Brasil.

Palavras-Chave: Turismo, Cruzeiros Marítimos, Portos.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Ficha Técnica dos navios da temporada 2005 / 2006 .................................................. 01

Quadro 2: Principais Fatores necessários para recepção de Cruzeiros Marítimos ....................... 02

Quadro 3: Estatística do número de passageiros que utilizam o Terminal de Cruzeiros Marítimos

em Miami ...................................................................................................................................... 04

Quadro 4: Listagem dos navios e destinos dos Cruzeiros Marítimos na temporada 2006/2007 .. 06

Quadro 5: recursos Humanos ....................................................................................................... 00

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Movimentação de passageiros de Cruzeiros Marítimos nos principais portos da América

do Norte .................................................................................................................................. 03

Figura 2: Mapa do porto de Vancouver ........................................................................................ 04

Figura 3: Terminais Ballantynes e Canadá Place ......................................................................... 05

Figura 4: Porto de Barcelona ........................................................................................................ 06

Figura 5: Porto de Miami .............................................................................................................. 07

Figura 6: Trafego ao porto de Miami ........................................................................................... 08

Figura 7: Terminal de Passageiros do Porto de Barcelona ........................................................... 09

Figura 8: Terminal de Ballantynes ............................................................................................... 10

Figura 9: Terminal Canadá Place ................................................................................................. 11

Figura 10: Informações Turísticas ................................................................................................ 12

Figura 11: Sistema de Segurança .................................................................................................. 13

Figura 12: Terminal Turístico de Passageiros no porto de Santos ............................................... 15

Figura 13: Porto de Santos ............................................................................................................ 15

Figura 14: Píer Mauá .................................................................................................................... 16

Figura 15: Navio de Cruzeiros Atracado no Píer de Itajaí ............................................................ 17

Figura 16: Píer Turístico de Itajaí ................................................................................................. 17

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Figura 17: Porto de São Francisco do Sul .................................................................................... 18

Figura 18: Porto de Imbituba ........................................................................................................ 00

Figura 19: Píer Porto Belo ............................................................................................................ 00

Figura 20: Píer de Canas Vieiras em Florianópolis ...................................................................... 00

Figura 21: Organograma Geral da Empresa ................................................................................ 00

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JANAINA DE AMORIM

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA

PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.

Tese de Conclusão de curso como requisito parcial

para a aprovação na disciplina do estagio Obrigatório

do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do

Vale do Itajaí; Centro de educação São José.

Orientador: Profª Michelini Sartori

São José

2006

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JANAINA DE AMORIM

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FISICA E DE SERVIÇOS DE SANTA CATARINA

PARA A RECEPÇÃO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS.

Este Trabalho foi elaborado como requisito parcial para aprovação da Disciplina estagio

Obrigatório do curso de Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Educação São José e examinada pelos seguintes professores:

_________________________ _________________________

Profª xxxxxxxxxxxxxxxxx Profª xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

_________________________ _________________________

Profª xxxxxxxxxxxxxxxxx Profª xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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SUMÁRIO

PARTE I: Relatório de Pesquisa

RESUMO ..................................................................................................................................... vi

LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. vii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ vii

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 01

1.1 - Contextualização................................................................................................................ 01

1.2 – Definição do problema....................................................................................................... 02

1.3 - Justificativa......................................................................................................................... 03

2. OBJETIVOS....................................................................................................................... 04

2.1 – Objetivo Geral..................................................................................................................... 04

2.2 – Objetivos Específicos.......................................................................................................... 04

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 05

3.1 - O transporte para o Turismo............................................................................................. 06

3.1.1 Transporte Rodoviário.......................................................................................................... 09

3.1.2 Transporte Aéreo ................................................................................................................. 11

3.1.3 Transporte Ferroviário ......................................................................................................... 12

3.1.4 Transporte Marítimo e os Navios de cruzeiros .................................................................... 14

3.2 O Mercado do Turismo de Cruzeiros no Brasil ................................................................. 16

3.3 Transportes Turísticos e Estruturas ................................................................................... 21

4 – RESULTADOS DA PESQUISA ......................................................................................... 28

4.1- Procedimentos metodológicos ............................................................................................ 28

4.1.1- População e amostragem .....................................................................................................29

4.1.2- Coleta de dados .................................................................................................................. 29

4.1.3- Análise e interpretação dos resultados................................................................................ 30

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4.2- Plano de trabalho ................................................................................................................ 31

4.2.1- Etapas ................................................................................................................................ 31

4.2.2- Cronograma ..................................................................................................................... 31

4.3 - Estruturas de portos e pontos de desembarque ............................................................. 32

4.3.1 – Estrutura de Portos Internacionais ....................................................................................32

4.3.2 – Estrutura de portos e pontos de desembarque nacionais .................................................. 41

4.3.3 - Portos e pontos de desembarque em Santa Catarina ......................................................... 47

4.3.4 - Imagens de Portos no Brasil e no Mundo: Algumas comparações ................................... 55

4.4 - Análise da pesquisa ............................................................................................................ 63

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 76

6- REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80

7- ANEXOS ................................................................................................................................. 84

8- APÊNDICES ........................................................................................................................... 90

PARTE II : Relatório de Estágio

1- IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO ................................................ 93

1.1- Dados da empresa: .............................................................................................................. 93

1.2- Dados do aluno .................................................................................................................... 93

2- JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 94

3- OBJETIVOS ........................................................................................................................... 95

3.1- Objetivo geral ...................................................................................................................... 95

3.2- Objetivos específicos ........................................................................................................... 95

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4- DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................... 96

4.1- Evolução histórica da organização .................................................................................... 96

4.2- Infra-estrutura física atual ................................................................................................. 96

4.3- Infra-estrutura administrativa .......................................................................................... 97

4.4- Quadro de recursos humanos ............................................................................................ 98

4.5- Serviços prestados ............................................................................................................... 98

5- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR ......................... 100

5.1- 1° Setor ............................................................................................................................... 100

5.1.1- Funções do setor ............................................................................................................... 100

5.1.2- Infra-estrutura do setor ..................................................................................................... 101

5.1.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 101

5.1.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 101

5.1.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 102

5.2 - 2 º setor .............................................................................................................................. 103

5.2.1- Funções administrativas do setor ..................................................................................... 103

5.2.2- Infra-estrutura do setor ..................................................................................................... 104

5.2.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 104

5.2.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 105

5.2.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 105

5.3 - 3º setor ............................................................................................................................... 106

5.3.1- Funções administrativas do setor ..................................................................................... 106

5.3.2 - Infra-estrutura do setor .................................................................................................... 107

5.3.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................... 107

5.3.4- Conhecimentos técnicos adquiridos ................................................................................. 108

5.3.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas ............................................. 108

6- ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................ 109

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7- CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 110

8- REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 111

9- ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS ........................................................... 112

10- ANEXOS ............................................................................................................................. 113

10.1 - Documentos da universidade ......................................................................................... 114

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1. INTRODUÇÃO

1.1- Contextualização

O turismo de cruzeiros marítimos é um dos segmentos turísticos que mais cresce em todo

o mundo, cada vez mais pessoas aderem por esse tipo de produto turístico. Movimentam mais de

US$ 25,4 bilhões por ano e cerca de 10,4 milhões de pessoas em todo o mundo. Antes

considerado caro e para turistas de terceira idade, hoje, ganha mercado entre diferenciados tipos

de públicos e faixas etárias. Novos conceitos foram conquistados.

O cruzeiro marítimo oferece hospedagem, transporte, diferenciados destinos em uma só

viajem, alimentação e muito entretenimento, em um só lugar. É um verdadeiro “Resort

Flutuante” (AMARAL, 2002). Os navios de cruzeiros marítimos além de serem um meio de

transporte turístico eles se tornaram uma atração turística.

No Brasil este produto ainda é muito recente comparado com outros continentes como

Europa e América do Norte. Porém nos últimos cinco anos tem sido responsável por grande

impacto econômico no país. A cada temporada que chega, mais navios vem para a costa

brasileira, movimentando cada vez mais o setor turístico.

Todos chegam ao final da temporada com resultados muito satisfatórios. Gerando renda

em diversos setores. Em 2005, o segmento gerou R$ 32 milhões em comissões para agências de

viagens brasileiras e os turistas deixaram R$ 130 milhões nos portos brasileiros em que os navios

atracaram Herman, (2006). Os brasileiros já descobriram que viajar de cruzeiro marítimo pode

ser uma forma bem mais barata e divertida, aliada a qualidade de serviços oferecidos.

A temporada dura geralmente de novembro a março, porém a comercialização de suas

cabines inicia bem antes. Para a temporada de 2006/2007 as cabines já estão disponíveis no

mercado em meados de março de 2006. Ou seja, nem tinha terminado ainda a temporada

2005/2006.

São em torno de 23 portos e pontos de desembarque do Nordeste ao sul do Brasil. Para as

cidades que recebem os cruzeiros marítimos, a economia é aquecida, pois os passageiros passam

o dia naquele destino, e utilizam opções de lazer, comercio, e alimentação. Fazendo com que

todos ganhem.

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Em Santa Catarina já foram ou ainda são visitados basicamente cinco portos ou pontos de

desembarque, em São Francisco, Itajaí, Porto Belo, Florianópolis e Imbituba. Onde 3 são

estruturas portuárias e dois são pontos de desembarque, ou seja, não possui porto, os passageiros

são transportados do navio para a costa através de tenders ou lanchas.

A costa brasileira poderia ser ainda mais explorada. Vários outros destinos poderiam ser

incluídos nos roteiros dos cruzeiros marítimos, porém somente dois dos vinte e três pontos de

desembarque possuem infra-estrutura próximo ao ideal para a recepção de passageiros dos

padrões internacionais. O que acaba ocasionando problemas operacionais para as companhias de

cruzeiros. E comprometer a qualidade dos serviços prestados. Pois a diferença entre serviço a

bordo e falta de estrutura em terra, sem dúvida interfere na avaliação geral perante o passageiro

sobre todo o cruzeiro.

Este projeto vem com propósito de avaliar a qualidade dos portos e pontos de

desembarque em Santa Catarina, levantando essa problemática a fim de analisar o que a falta de

infra-estrutura e planejamento pode ocasionar neste segmento de mercado.

1.2- Definição do problema

O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil já é uma realidade. Apesar de que é um

mercado ainda recente em relação a muitos países, o Brasil tem conquistado a cada ano mais

navios para as temporadas de verão entre novembro e março na costa brasileira.

Junto com o crescimento deste mercado no Brasil, Santa Catarina conhecida como

referencia nacional em qualidade de vida, também tem recebido diversos navios em sua costa

durante o verão. O que é um ponto positivo para o aquecimento da economia local.

No entanto é necessário descobrir se os destinos em que os cruzeiros marítimos

desembarcam seus passageiros em Santa Catarina estão preparados para esse volume cada vez

maior de pessoas. Se possuem uma estrutura física e de serviços, preparada para atender pessoas,

incluindo a segurança e o conforto desses passageiros.

A partir disto pergunta-se: Qual a estrutura física e de serviços dos portos e pontos de

desembarque que receberam cruzeiros marítimos em Santa Catarina?

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1.3- Justificativa

O segmento de cruzeiros marítimos vem crescendo há bastante tempo em todo o mundo,

porém no Brasil sua comercialização ainda é considerada recente. A cerca de uma década

principalmente após o ano 2000 que os cruzeiros marítimos começaram a se popularizar no

mercado brasileiro. A cada temporada desde a reformulação nas leis de cabotagem no Brasil,

1995, tem aumentado a quantidade de navios pela costa brasileira. Conseqüentemente mais

pessoas estão aderindo a esse tipo de serviço.

Na temporada de 2005 / 2006 foram ao todo 06 navios fazendo a costa brasileira, fora os

navios de transito, na temporada de 2006 / 2007 serão o dobro, 12 navios estarão em destinos

brasileiros pelo período de novembro a março. O crescimento deste segmento sem dúvida traz

diversos impactos positivos economicamente e socialmente. Pois são gerados diversos empregos

diretos e indiretos. O fato de o navio parar praticamente cada dia em um lugar diferente, faz com

que seje realizada uma distribuição de renda, fazendo com que cada destino em que o cruzeiro

pare receba uma porcentagem destes benefícios.

Mas este crescimento pode ser prejudicado. O Brasil possui uma imensa extensão de

litoral atraente para vender aos turistas, teria a possibilidade para receber muito mais navios,

porém é possível que isso ocorra em função da insuficiência de estrutura nos portos e pontos de

desembarque. Esse fator pode ser ainda mais relevante para o estado de Santa Catarina que dos

cinco pontos de parada, apenas um apresenta terminal para embarque e desembarque de

passageiros.

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2- OBJETIVOS

2.1- Objetivo geral

Avaliar a estrutura física e de serviços dos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina que

recebem Navios de Cruzeiros Marítimos.

2.2- Objetivos específicos

• Descrever a estrutura necessária para receber Navios de Cruzeiros

• Identificar estrutura física e de serviços disponíveis nos portos de Santa Catarina.

• Relacionar a estruturas física e de serviços disponíveis nos principais portos no Brasil e no

mundo com o cenário que se apresenta em Santa Catarina

• Analisar o posicionamento das empresas representantes de Navios de Cruzeiros quanto a

estrutura física e de serviços em Santa Catarina

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3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O homem desde sempre teve a curiosidade de conhecer o que existia em sua volta,

necessidade de desbravar novos lugares, seja por motivos de poder, religião, entre outros e até

por sobrevivência, esses deslocamentos já existiam muito antes da denominação turismo.

“Em seu sentido mais amplo, o turismo é o maior dos movimentos migratórios da história

da humanidade”.(RUSCHMANN, 1999, p.12).

Assim o turismo foi se desenvolvendo e ganhando importância em praticamente todo o

mundo. Sendo explorada por pessoas das mais variadas idades, classes sociais e etnias. E com

motivações variadas.

As motivações para a realização de uma viagem podem ser a lazer, negócios, eventos,

visita de parentes, entre outros. O fato é que cada vez mais pessoas se predispõem a sair do seu

convívio habitual para experimentar coisas novas. Com a globalização, e o crescimento de

grandes pólos, a valorização de lugares calmos com ênfase na natureza e o descobrimento de

novas culturas e costumes são grandes tendências da vida moderna, além de destinos e

equipamentos de turismo que tragam conforto, praticidade e aliam descanso, alimentação e

entretenimento em um só lugar, sem precisar que o passageiro tenha que ficar perdendo muito

tempo com filas e deslocamentos cansativos.

De acordo com publicação do Turinews (2006), Que relata uma pesquisa realizada pela

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) da USP – Universidade de São Paulo, para o

Ministério do Turismo, o lazer continua sendo a principal motivação para estrangeiros virem para

o Brasil.

O que significa que as pessoas além de viajarem a negócios, elas sentem a necessidade de

conhecer novos lugares, com intuito de “fugir” da sua rotina do dia a dia. E conseqüentemente

gera riquezas em inúmeros destinos. Isso comprova mais uma vez à proporção que a atividade

turística exerce dentro da economia direta e indiretamente de uma sociedade.

Sem dúvida o turismo hoje é um mercado com grande ascensão em todo o mundo. O

cenário mundial da economia demonstra que o turismo esta conquistando espaço definitivo junto

a diversos setores modernos.Com altas taxas de crescimento, tanto em números de turistas como

no dispêndio que realizam nos locais visitados. Dolenga (2004).

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A atividade turística através do aumento do fluxo de turistas favorece o crescimento e a

economia de uma determinada região. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT,

2002), são 660 milhões de viagens, gerando impacto em diversos segmentos da economia em

todo o mundo. Correspondente a 10% do produto interno bruto (PIB) mundial.

No Brasil, esse crescimento também é acelerado, Segundo Turinews (2006, p.19) “de

2004 para 2005 o índice de chegada de estrangeiros no país cresceu em 11,78%, de 4,7 milhões

para 5,3 milhões de turistas”. Enquanto o crescimento do turismo internacional cresceu 5% em

todo o mundo no ultimo ano, o que significa que esse índice representa que o Brasil está mais que

o dobro da média Mundial.

Crescimento significativo em todo o mercado. Lembrando que para uma determinada

região se desenvolver turisticamente ela precisa ter a disposição do turista assim como da

comunidade, toda uma infra-estrutura básica como rede de esgoto, água, luz, hospitais,

segurança, acessos, transporte, estrutura de apoio, como restaurantes, entretenimento, opções de

comercio, restaurantes, entre outros, e a infra-estrutura turística como os meios de hospedagem

principalmente.

Sempre visando a sustentabilidade, pois sem um planejamento eficaz, os impactos podem

tornar-se negativos, ao invés de renda e desenvolvimento a região, traz a destruição de recursos

naturais, desvalorização cultural e desrespeito a comunidade.

Voltando ao início da evolução do turismo, analisando toda a trajetória deste

desenvolvimento, é preciso lembrar que existem alguns aspectos imprescindíveis a se considerar.

O transporte, por exemplo, é diretamente relacionado a esta evolução. Pois é o transporte que

interliga as áreas a serem visitadas. Portanto o transporte é fator imprescindível para a atividade

turística. Sem ele pode-se dizer que o turismo seria algo muito menor e pouco significativo, em

relação a todo o dinamismo visto hoje.

3.1 O transporte para o Turismo

O transporte é elemento chave para as atividades turísticas. Segundo Palhares, (2002, p

21), Qualquer um que já tenha saído de viagem, de férias, ou a negócios, sabe que para alcançar

seu destino, precisa utilizar um meio de transporte: automóvel, ônibus, avião, trem, navio, etc... É

fato, portanto, que o turismo não existe sem o transporte.

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O turismo nada mais é que diversos serviços e equipamentos turísticos interligados,

unindo interesses do poder público e de empresas privadas, as empresas são quem oferecem estes

serviços ao mercado, sobrevivendo do lucro adquirido por esta prestação de serviço. E o poder

público exerce papel imprescindível, auxiliando e subsidiando informações e facilidades para as

empresas prestadoras de serviços e equipamentos turísticos e entidades de classe organizarem

entre si. Além de ter a obrigação de oferecer infra-estrutura básica e de acesso para a população,

conseqüentemente atingindo também o turista. E o transporte acaba sendo um dos principais

pontos chaves em toda essa cadeia organizacional.

O que comprova a dependência do turismo perante o transporte, pois turismo nada mais é

que o deslocamento de pessoas viajando ou permanecendo em outro local fora de seu ambiente

usual, por menos de um ano consecutivo seja por motivo de lazer, negócios ou outros

Organização Mundial do Turismo (1994 apud, PALHARES, 2002).

Reafirmando essa importância do transporte no desenvolvimento do turismo, Lamb e

Davidson (apud PAGE, 2001, p.16), dizem que, Transporte é um dos três componentes

fundamentais do turismo. Os outros dois são o produto turístico (a oferta) e o mercado turístico (a

demanda). Sem o transporte a maioria das formas de turismo não poderia existir.

É importante ressaltar, que nem todo o deslocamento feito através de transportes é

turismo. A utilização de meios de transportes como ônibus públicos, escolares, metros ou

automóveis, para motivos habituais, do dia a dia, não é considerado turismo, mesmo que utilizado

um meio de transporte para efetuar este deslocamento.

Em função da globalização, da tecnologia aplicada aos transportes e meios de

comunicação cada vez mais eficientes, aos poucos a função tempo e distância foram diminuindo,

antes nunca imaginaria ser possível chegar ao outro lado do mundo, de forma tão rápida, segura e

cômoda. Hoje, esta distância pode ser feita em torno de algumas horas por via aérea.

Foi aliado com o transporte que o turismo se desenvolveu, tendo hoje opções para chegar

a quase todas as partes do mundo. Permitindo as pessoas uma gama de informação cultural, e

liberdade de escolha de um destino muito maior, incluindo qualquer parte do globo terrestre.

Em relação a essa superação do tempo, Tolley e Turton (1995, apud PAGE 2001),

apontam quatro fases principais na tecnologia dos transportes: 1° - A transição do cavalo de ação

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do vento para formas mais avançadas; 2° - A introdução do motor a vapor; 3° - O

desenvolvimento do motor a combustão; 4° - O uso do motor a jato.

E o turismo sempre utilizou e utiliza até hoje, quase todos os tipos de transporte, seja ele

por via aérea, marítimo ou terrestre. E dentro dessas vias, existem diferenciados veículos que

atingem as pessoas de acordo com a necessidade e destino escolhido pelo viajante. Outro fator

que os transportes podem interferir é que além de interligar regiões e destinos turísticos, podem

constituir ainda como o próprio atrativo turístico não apenas em sua infra-estrutura, mas na

qualidade de serviços oferecidos, e o conteúdo turístico incorporado ao meio.

De acordo com a classificação de Collier (1994, apud PAGE 2001), as principais opções

de transportes turísticos são, através da Água: Navios de cruzeiros, Navios de passageiros

comerciais, Ferries, Vias Aquáticas internas. Através da terra: Carro, Ônibus regular ou fretado,

Trailers e motocasa, Trens. E pelo ar: Serviços comerciais, Vôos fretados, Vôos panorâmicos.

Cooper (2001, p.307), afirma “o transporte é elemento essencial do produto turístico de

duas formas: é o meio de alcançar a destinação e é o meio de movimentar-se nela. Cada vez mais,

sendo o transporte visto como parte do lazer, a viagem é vista como uma atração em si e

certamente como parte da experiência turística”.

Em uma viajem de turismo, as primeiras coisas que o turista pensa são nos meios de

transportes e alojamentos que ele irá utilizar para a viagem. O turista cria uma expectativa de

hospitalidade, esperando que suas necessidades e desejos sejam correspondidas por todo o

período da viajem. E para isso o turista terá que estar recebendo serviços de boa qualidade desde

o embarque.

Com esta expansão do turismo de lazer, eventos e negócios, e com a quantidade cada vez

maior de pessoas viajando com mais freqüência seja qual for à motivação desta viajem.

Conseqüentemente mais empresas de transportes foram aparecendo, e muitas delas sentiram a

necessidade de se colocar de forma diferenciada no mercado de atuação. Para não perder fatia do

mercado tão dinâmico e concorrido.

Em função desta dinâmica de mercado, as empresas de transportes têm se dedicado cada

vez mais às necessidades e ao perfil dos seus passageiros. Seja qual for essa necessidade, à busca

pelo melhor preço, maiores opções de destinos e rotas, rapidez no deslocamento, conforto, etc...

Mas principalmente a qualidade nos serviços oferecidos e na proposta da empresa.

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Já que o deslocamento é o elemento básico para que o turista chegue ao local turístico

escolhido. Toda a imagem que o turista vai ter sobre a viagem inicia desde o embarque. E

qualquer falha que ocorrer prejudica todo o sistema de qualidade do pacote. Por isso que é

necessário que a elaboração de um pacote ou um produto turístico seja realizado de forma

organizada, tendo um compromisso com a qualidade, buscando sempre a opção mais adequada

do meio de transporte, seus componentes e qual melhor caminho a percorrer. Jesus, (2004).

Esta tem que ser também uma preocupação do próprio meio de transporte. Hoje este

mercado esta tão segmentado em função dessas necessidades diferenciadas de cada individuo,

que é possível ver na filosofia de cada empresa de transporte, essas diferenças nitidamente. O que

é importante para uns pode ser supérfluo para outros, depende da realidade e do momento que

cada passageiro está vivenciado. Um exemplo é a proposta da companhia aérea Gol “voar mais

por menos”, o que é maravilhoso pra muitos pode não ser para outros que procuram mais

conforto, atendimento diferenciado ou uma comida mais elaborada. As tarifas da companhia Gol

geralmente são mais baratas, porém seus serviços também são reduzidos.

Deste modo o transporte sempre esteve e estará presente na expansão do turismo, é

importante analisar a sua evolução até os dias de hoje, pois é elemento chave para a compreensão

de todo esse desenvolvimento.

3.1.1 Transporte Rodoviário

Afirma Palhares (2002), que os veículos rodoviários modernos, principalmente o

automóvel e o ônibus, assim como os aviões, proporcionaram que o turismo se desenvolvesse

como atividade acessível a um número cada vez maior de pessoas.

O transporte rodoviário é responsável não só por grande parte da interligação de uma

região, mas também serve para interligar um transporte a outro para se chegar ao destino final.

São diversos tipos de transportes que entram nesta classificação, sendo utilizado por terra.

A escolha do transporte a ser utilizado depende muito do destino em que se quer chegar, qual o

motivo da viajem, das condições econômicas do viajante, e também das características dos meios

de acesso que ele irá encontrar.

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Cada meio de transporte tem a sua particularidade, De acordo com (PALHARES, 2002 p.

186).

“O automóvel, por exemplo, permite que seus proprietários possam utilizá-lo como

forma de transporte independente, servindo as suas necessidades quando bem

desejarem... Já os ônibus oferecem a possibilidade de deslocamento de um maior numero

de pessoas, quer em serviços regulares ou fretados”.

Os transportes rodoviários podem ser utilizados, seja para o deslocamento dos turistas de

região para região, ou para o deslocamento destes turistas no destino que estão visitando. Seja ele

táxi, automóvel alugado, ônibus tanto fretado como o regular, vans, trailers, motocasa,

caminhões e também transportes alternativos, como bicicletas, motos, ou de tração animal como

cavalos, carruagens e charretes. As Charretes, em uma cidade histórica, podem ser utilizadas para

trajetos curtos, em um city tour por exemplo, desde que em estradas pequenas, não em rodovias é

claro. Neste caso o meio de transporte acaba se tornando uma das atrações da destinação turística.

O desenvolvimento principalmente dos automóveis particulares e dos ônibus, que

conseguiram a atingir uma camada ainda maior de pessoas. De acordo com Palhares (2002), no

âmbito do turismo, permitiu que um maior número de viagens fossem realizadas e com cada vez

mais freqüência, tornando-se, em alguns paises a primeira forma de transporte no segmento

turístico.

Com o desenvolvimento na industria dos automóveis após o termino da Segunda Guerra

Mundial, os automóveis foram fabricados em escala industrial e tornaram-se um bem acessível

para uma parcela da população mundial. Com esse crescimento ouve a necessidade de construção

de rodovias, ocorrendo o desenvolvimento não só da industria automobilística, mas também no

turismo que recebeu um grande impulso. Palhares, (2002). Foi nessa época que muitas cadeias

hoteleiras passaram a surgir ao longo das rodovias.

Em função da expansão das auto-estradas interestaduais alguns destinos tornaram –se

mais acessíveis, o que possibilitou a indústria hoteleira e demais serviços turísticos

desenvolverem-se nestes novos pólos turísticos.

No Brasil o transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, é

responsável por uma movimentação superior a 140 milhões de usuários /ano. É o meio de

transporte mais utilizado no país. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT,

2006), o ônibus no serviço interestadual é responsável por quase 95% do total dos deslocamentos

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realizados no país. É a principal modalidade na movimentação coletiva de usuários. Sua

participação na economia brasileira é expressiva, assumindo um faturamento anual superior a R$

2,5 bilhões na prestação dos serviços regulares prestados pelas empresas permissionárias, onde

são utilizados 13.400 ônibus.

Ainda a ANTT, (2006), explica que em um País com uma malha rodoviária de

aproximadamente 1,8 milhões de quilômetros, sendo 146 mil asfaltados (rodovias federais e

estaduais), a existência de um sólido sistema de transporte rodoviário de passageiros é vital.

O transporte rodoviário acaba sendo o mais acessível no Brasil. O caso do ônibus é em

geral o transporte mais barato para se viajar principalmente por médias e longas distâncias,

comparado com o carro também proporciona comodidade ao viajante, já que em viagens longas

dirigir seu próprio carro pode ser algo muito cansativo e perigoso. Sendo assim este tipo de

transporte atingi uma enorme camada da população do país. Já que o avião é rápido, porém ainda

é caro para a maioria das pessoas, e as linhas ferroviárias são praticamente inexistentes.

3.1.2 Transporte Aéreo

Uma grande conquista em toda a evolução do transporte e também do turismo e a rapidez

com que hoje se cruza o mundo, esta diretamente ligada ao transporte aéreo. Segundo Palheres

(2002), a humanidade experimentou a primeira etapa da consolidação da capacidade de cruzar

ares por meio dos primeiros balões. O primeiro projeto realmente de sucesso para vôos tripulados

nestes engenhos foi desenvolvido pelos irmãos Montgolfier, na França, em 1783.

A evolução tecnológica destes balões motorizados e direcionáveis deu origem aos

“dirigíveis”espécie de balões com motor possíveis de direcioná-los. Após os dirigíveis veio o

primeiro “avião” que até hoje, causa controvérsia de quem foi o primeiro a voar com esse

equipamento, alguns concluem que foram os irmãos Wrigth com o Flyer III, ou Alberto Santos

Dumond com 14 Bis no período entre 1905 e 1906. Palhares (2002).

Com essa descoberta única, os dirigíveis foram se aprimorando, e construindo cada vez

mais aeronaves. Mais tarde focadas para vôos comerciais, segundo Palhares (2002), o primeiro

vôo internacional regular diário foi inaugurado em 25 de agosto de 1919, de Londres a Paris.

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E a partir destes primeiros passos, surgem novas companhias, regulamentação da

atividade, processo de adaptação às mudanças do mercado, entre outros aspectos de evolução,

como os aviões a jato que comemoram 54 anos do inicio desta evolução no transporte mundial.

Hoje faz parte do dia a dia de milhares de pessoas em todas as partes do mundo. Um

acontecimento de extraordinária importância na evolução da aviação comercial. Ampliou a

capacidade de transporte de passageiros e cargas, introduziu novas condições de conforto e

segurança. (TURISNEWS, 2006).

De acordo com ANAC, (2002), No Brasil são cerca de 35 companhias aéreas que

transportam passageiros e cargas. Neste ano que levou a melhor foi a Gol Linhas Aéreas, segundo

noticia divulgada no site Aerobusiness, (2006), a revista de economia Exame entregou à

companhia Gol Linhas Aéreas o prêmio “maiores e melhores de 2006” como melhor empresa

brasileira no setor de transportes. Em 2004 a mesma publicação especializada tinha já escolhido a

Gol como “Empresa do Ano”.

3.1.3 Transporte Ferroviário

É importante ressaltar dois períodos da trajetória e evolução do transporte ferroviário em

todo o mundo. Com o desenvolvimento do transporte rodoviário e aéreo o transporte ferroviário

perdeu grande espaço no mercado dos transportes e turístico, retomando com novas tecnologias.

Segundo Palhares (2002, p.283):

Com o aparecimento e o desenvolvimento do transporte rodoviário, a tecnologia

ferroviária, que se expandira largamente durante o século XIX, passou a perder cada vez

mais importância em muitos paises, dentre eles o Brasil. Entretanto, a partir de meados

da década de 1960, no Japão, e do inicio da década de 1980, na Europa, o surgimento

dos trens de alta velocidade, permitiu uma maior competição da tecnologia ferroviária,

não só com o modo rodoviário, mas até mesmo com o aéreo.

No âmbito turístico, o transporte ferroviário foi ganhando cada vez mais espaço, mesmo

os trens de modelo antigo, se transformam hoje e pontos turísticos que retratam toda uma época.

Mas esse posicionamento para o segmento turístico teve inicio na Europa há séculos atrás.

Quando Thomas Cook organiza e agencia uma viagem para 500 pessoas, e realiza o primeiro

fretamento ferroviário.

Palhares (2002) relata que, “No dia 05 de julho de 1841, um trem foi especialmente

designado para transportar mais de 500 pessoas entre duas cidades. Surgia ai não só a

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primeira viagem charter de trem, mais também o inicio de uma grande idéia que iria

definitivamente associar o transporte com o turismo”.

Nesta época, com o sucesso das primeiras viagens, Thomaz Cook montou a primeira

agencia de viagens do mundo, junto com o desenvolvimento e crescimento das ferrovias, resultou

no crescimento do turismo. Essa evolução foi se tornando tão rápida que empresas foram se

especializando no atendimento ao turista.

Segundo Palhares (2002), A primeira ferrovia de passageiros foi criada em 1830... Desde

então este tipo de transporte desenvolveu rapidamente sua infra-estrutura, conquistando a

preferência de diversos paises das nações Européias prolongando-se para territórios além-mar,

como os Estados Unidos e o restante do mundo.

Com o passar do tempo, a perda de mercado para outros tipos de transportes e após a

entrada de novas tecnologias no transporte ferroviário, com a criação dos trens de Alta

Velocidade (TAV). O que vemos hoje são diferenciados tipos de trens eficientes, rápidos e que

oferecem diversos de serviços turísticos aos passageiros, inclusive hospedagem.

É o caso dos “trens – hotéis”, que tem permitido uma ampliação do produto rodoviário

principalmente no turismo. De acordo com Palhares (2002), O transporte ferroviário

exclusivamente destinado a ao segmento turístico tem despertado cada vez mais interesse,

principalmente aqueles voltados às viagens cênicas, como trens panorâmicos, e as viagens

nostálgicas efetuadas em antigas locomotivas a vapor.

É hoje em muitos países como, por exemplo, na Europa, um transporte rápido e eficiente,

competindo diretamente com o transporte aéreo e o terrestre, que tem como ponto positivo o

acesso aos terminais, a maioria localiza-se na parte central das cidades, difere dos aeroportos que

se situam em geral afastados dos grandes centros.

No Brasil, a primeira ferrovia instalada foi em 30 de abril de 1854 Palhares, (2002), com

objetivo principal de escoar produção agrícola do interior para os portos. Na década de 1930 com

a crise do café, e em 1950 com a implantação do rodoviarismo o sistema ferroviário no Brasil

entrou em crise (Palhares 2002).

O investimento acabou sendo pequeno para melhorar as condições de viagens de trem,

com a redução nas tarifas aéreas, e o investimento nos transportes rodoviários na época, resultou

na diminuição cada vez maior das linhas ferroviárias operantes. Restaram alguns trens turísticos,

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são principalmente para destinos de curto a médio prazo, onde a atração principal é o próprio

trem e a historia que pode ser contada através das paisagens encontradas pelo caminho.

Segundo Palhares, (2002), Em relação aos trens exclusivamente turísticos, o país

apresenta alguns serviços voltados para este segmento... Entretanto, o caso da EF Paranaguá, no

Paraná seja a de maior sucesso. Interligando Curitiba ao Porto de Paranaguá, cortando a serra do

mar e a mata atlântica.

3.1.4 Transporte Marítimo e os Navios de cruzeiros

O transporte marítimo pode ser dividido em ferry de curta distância e cruzeiros marítimos.

Existem outras categorias como o transporte em vias aquáticas internas e pequenas embarcações

de lazer, mas estas têm menos significado como meio de transporte, uma vez que são mais

produtos da destinação em si, Cooper (2002 p. 310).

Os serviços de ferrys incluindo ou não veículos, podem exercer papel importante de

comunicação entre destinações afastadas como ilhas, por exemplo. Além de poder servir como

atrativo daquela região já que é uma forma diferente não tão convencional a maioria dos tipos de

transportes.

Já os cruzeiros marítimos têm como objetivo fazer com que seus hóspedes desfrutem de

ótima infra-estrutura que os navios oferecem. Aliando principalmente, hospedagem e transporte

em um só lugar. Proporcionando ao passageiro conhecer diversos lugares diferentes sem ter que

trocar de meio de transporte e hospedagem em cada lugar que passar.

O desenvolvimento que conhecemos hoje sobre cruzeiros marítimos teve início em

meados de 1840, onde naquela época, os navios serviam para transportes de cargas, e com o

passar dos anos, e a necessidade das pessoas migrarem para outros continentes, os cargueiros

foram sendo adaptados para o transporte de passageiros.

Naquela época muitas pessoas iam migrar da Europa para a América do Norte, onde a

principal função dos cruzeiros era cruzar o Atlântico com maior rapidez possível. Não havia a

preocupação de atender as diversas e diferenciadas necessidades dos passageiros. Muito diferente

dos dias de hoje.

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Segundo Amaral (2002), Somente após o projeto da companhia White Star Lines, a

corrida nos mares do Atlântico Norte começou a ser superada. Foram projetados e criados três

navios: o Olympic, o Titanic e o Britanic. O Titanic é considerado o grande marco dos cruzeiros,

na realidade uma verdadeira lenda dos mares ao naufragar em trágico acidente durante sua

viagem inaugural em abril de 1912.

Em função das mudanças que começam a ocorrer com outros meios de transportes,

modificando o foco dos navios, se especializando cada vez mais em transporte de cargas e não

mais de pessoas.

Com a evolução tecnológica dos modos de transportes e com o surgimento do avião a

jato, as linhas de navegação, que simplesmente transportavam passageiros de um pais para outro,

desapareceram. Palhares (2002 p. 233).

Isso ocorreu, pois o custo beneficio, de uma viagem de avião comparada a uma viagem de

navio nos quesitos relacionados a preço, tempo de viagem, e restrições de locais para

desembarque, eram visíveis. Já que com avião é possível parar em qualquer região diferente dos

navios que obrigatoriamente precisam ser em regiões litorâneas, custam menos e chegam

consideravelmente mais rápido.

Aos poucos as companhias de navegação começam a explorar o segmento de cruzeiros

marítimos, se preocupando cada vez mais com o bem estar do passageiro, onde a função de

transportar passageiros não é o mais importante.

O objetivo dos cruzeiros é de que seu passageiro sinta –se em um resort flutuante, onde

ele tem a sua disposição uma gigantesca infra – estrutura, onde ele tem tudo num só lugar,

restaurantes, hospedagem, entretenimento, serviços altamente qualificados e transporte, pois

geralmente nos navios enquanto o passageiro dorme o navio viaja, proporcionando a cada

amanhecer um destino diferente, transformando os navios em interessantes opções de

entretenimento, com muita comodidade. O que vemos hoje é que os cruzeiros marítimos se

tornaram muito mais que transporte turístico, são na verdade a atração da viagem.

Segundo Dwyer e Forsyth (1998 apud PALHARES 2002) e Wood (2000, apud, Palhares

2002), os cruzeiros marítimos são o segmento turístico que mais cresce em todo o mundo.

Apenas nos Estados Unidos, entre os anos de 1981 a 2000, teve um crescimento médio anual de

7,5% no numero de leitos ofertados.

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“Imagine você desfazendo sua mala somente uma vez” Sun & Sea (2006), esse é um

ponto chave na propaganda de uma companhia de cruzeiros, com essa frase ressalta o ponto

positivo de se fazer um cruzeiro, o passageiro embarca no navio, conhece diversas cidades

diferentes e só precisa desfazer e fazer as malas uma única vez, pois sua acomodação é o mesmo

lugar que o transporte, onde subentende-se também a comodidade de não precisar enfrentar

diversas filas de check in e hospedagens diferentes, a cada cidade visitada.

A indústria de cruzeiros, baseada em pesquisas de mercado, desenvolveu uma série de

inovações como novos destinos, novos projetos de navios com design avançado, atividades a

bordo e em terra, alterações na duração dos itinerários, refletindo os novos padrões de férias na

atualidade. (AMARAL, 2002, p.208).

Ainda Amaral (2002), ressalta que os cruzeiros marítimos apresentam um nível de

satisfação dos clientes é incomparável com outros tipos de viagens de lazer e férias. A maioria

das experiências dos passageiros excedem as expectativas na maior parte dos quesitos referente à

viagem de cruzeiro marítimo. E ainda aponta que um cruzeiro é o sonho de 50% de todos os

adultos americanos.

Antes os cruzeiros marítimos eram relacionados somente com pessoas mais velhas, essa

não deixa de ser uma realidade. Porém as empresas estão se segmentando e buscando novos tipos

de público, o que vemos hoje são diversas faixas etárias freqüentando esse tipo de produto

turístico. Desde crianças, jovens e adultos, além é claro da terceira idade.

A diferença é que cada tipo de passageiro procura embarcar em um tipo de navio que seje

mais parecido com o seu jeito de ser. Antes navios era sinônimo de glamour, requinte,

sofisticação, somente a alta sociedade poderia freqüentar. Hoje existem companhias com os

perfis mais diferenciados, com preços também diferenciados. O que atrai diversos tipos de

públicos.

3.2 O Mercado do Turismo de Cruzeiros no Brasil

De acordo com Herman, presidente da Associação Brasileira de representantes de

Cruzeiros Marítimos - ABREMAR (2006), Os cruzeiros marítimos movimentam mais de US$

25,4 bilhões por ano e cerca de 10,4 milhões de pessoas em todo o mundo.

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E no Brasil esse crescimento não é diferente, desde a modificação das leis de cabotagem o

turismo de cruzeiros marítimos na costa brasileira só vem aumentando. A cada temporada novos

navios apostam no mercado brasileiro, aumentando o número de opções a cada ano.

Revivendo esse crescimento ao passar dos anos, verificamos através da história como

começou a se desenvolver este segmento no Brasil. De acordo com Amaral (2002, p. 91):

O segmento de cruzeiros marítimos no Brasil teve inicio com os navios do Loyd

Brasileiro, com os fretamentos organizados pela Agaxtur, e Linea C, Costa Crociere...

Os fretamentos que marcaram o inicio dos cruzeiros marítimos brasileiros deram

seqüência a esporádicas visitas dos grandes transatlânticos, como SS France e o Queen

Elizabeth 2.

De acordo com Fabio de Freitas1, (2002), os últimos navios de passageiros foram às

saudosas “Princesas” do Lloyd Brasileiro, que foram vendidos e deixaram as águas brasileiras na

década de 1970. Com este fato a Agaxtur assina contrato com a Italiana Costa Cruzeiros,

trazendo para o Brasil alguns navios da companhia, que na época do frio Europeu,

conseqüentemente verão na América do Sul, os navios da companhia ficavam praticamente

parados. Um bom negócio para ambas as partes, foi através desta parceria que determinou o

grande sucesso da Agaxtur neste segmento.

Nesta época navios estrangeiros continuaram a freqüentar a costa brasileira, mas sem

poder realizar o transporte de passageiros entre os portos, já que a navegação de cabotagem era

monopolizada pelos navios nacionais, visando à proteção da marinha mercante. Este quadro

mudou após 16 de agosto de 1995, com a Emenda constitucional n° 7, que alterou o artigo 178 da

constituição, que não permitia a navegação de cabotagem para navios de cruzeiros de bandeira

estrangeira. (PALHARES 2002).

Sem dúvida este foi o divisor de águas, nas três temporadas seguintes, ocorreu um

aumento de 109% no número de escalas desses navios em portos brasileiros, passando de 154

para 323. Freitas, (2002).

Em 2001, a vinda do navio Splendour of the Seas representado pela Sun & Sea é

considerado um importante passo para o crescimento do segmento dos cruzeiros marítimos na

costa brasileira. Apesar de ter realizado somente duas temporadas no Brasil, ele marcou uma

nova etapa com um crescimento assustador deste segmento no Brasil. (SUN & SEA, 2006).

1 Capitão de Longo curso da Marinha Mercante. Coordenador de Turismo Náutico da EMBRATUR, no ano de 2002.

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Hoje, o crescimento do turismo de cruzeiros no Brasil tem merecido destaque atual e um

competitivo cenário turístico comparado com o índice de crescimento do restante do mundo.

Elevando a cada temporada o número de passageiros que realizam viagens de cruzeiros

marítimos. Por esse motivo que a cada temporada mais navios vem para a costa brasileira,

desfrutar de novas oportunidades em períodos de frio em outros países.

Segundo Herman (2006), “Em 2005, o segmento gerou R$ 32 milhões em comissões para

agências de viagens brasileiras e os turistas deixaram R$ 130 milhões nos portos brasileiros em

que os navios atracaram. Enquanto o setor fala de crescimento mundial da ordem de 12%, o

Brasil deve apresentar incremento de 20% este ano, em número de leitos”.

Porém, toda essa movimentação é fruto de muito trabalho, e dedicação perante as

empresas representantes deste mercado no Brasil, e que ainda há um grande desafio a cada

temporada. Desde o inicio desse crescimento às empresas tem investido muito em divulgação da

qualidade nos serviços e investindo diretamente na divulgação de preços acessíveis e vantagens

em relação a muitos outros destinos e opções turísticas.

Para fazer com que as viagens de cruzeiros se popularizem cada vez mais, mostrando aos

turistas que viagens de cruzeiros já é uma realidade no Brasil, e também quebrar antigos

paradigmas que “cruzeiros são para idosos, ou que custam absurdamente caro”.

Na revista Viagem e Turismo, (MONTEIRO, 2006), apresenta uma matéria que compara

os cruzeiros marítimos da costa brasileira, com os resorts de praia em todo o país. Uma

interessante matéria que mostra ao leitor os prós e contras de se fazer uma viagem de cruzeiro ou

optar por um resort, comparando 11 quesitos, apontando a infra-estrutura, a alimentação, o lazer

e destinos.

No quesito preço baixo quem venceu foi o cruzeiro, o que para muitos é uma surpresa. Já

que imaginam que os cruzeiros seriam mais caros, o que não é uma realidade. Já no quesito infra-

estrutura e comida, os dois empatam. Vale ressaltar que os dois tipos de empreendimentos

possuem seus pós e contras, vai do perfil de cada pessoa, e qual o seu objetivo. Mas essa pesquisa

é importante também para um conhecimento maior em relação a estes serviços perante o público.

A temporada 2005 / 2006 foi considerada a melhor dos últimos cinco anos. O que

comprova a ascensão deste mercado em todo o mundo e principalmente no Brasil, um produto

muito recente no país se comparado com outros paises e continentes. Resultado de grande

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investimento por parte das empresas que associação que trabalha para captar esses navios para a

costa brasileira.

Segundo Herman, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas Marítimas -

ABREMAR e diretor da Costa Cruzeiros, em artigo disponível no site da Associação afirmar, “O

sucesso dos cruzeiros chegou para ficar”. Ainda não terminada a temporada 2005/2006, já

estavam sendo lançados os roteiros para a temporada 2006/2007, que compõem uma das opções

mais concorridas da atualidade, férias a bordo dos cruzeiros marítimos que se dedicam a compor

a beleza exuberante da nossa costa.

O retorno do Splendour of the Seas, para a temporada 2007 / 2008 já está confirmada, e

ao contrario dos outros navios que lançam suas tarifas aproximadamente 09 meses antes da

temporada, as tarifas do Splendour já estão disponíveis para serem comercializadas, a

praticamente dois anos de antecedência. O que promete aquecer ainda mais esse mercado.

A Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas (ABREMAR) faz um

balanço da temporada 2005/ 2006 e revela em números o sucesso dos navios na costa brasileira.

Eram ao total 8 navios na costa brasileira que entre o período de novembro de 2005 a março de

2006 registraram uma temporada considerada a melhor dos últimos 5 anos. O porto de Santos

registrou um aumento de 72% nos passageiros em transito e recebeu em torno de 350 mil

passageiros durante a temporada 2005 / 2006. Crescimento equivalente a 55,5% em relação a

temporada anterior.

Na matéria divulgada pela Associação Brasileira dos Representantes de Empresas

Marítimas - ABREMAR, três dos oito navios estrearam na temporada 2005 / 2006 no Brasil, com

destaque para o Island Star, que teve seu lançamento mundial inédito no Brasil, o navio pertence

à companhia Island Cruises. Que obteve na temporada de 2004/ 2005 99% de ocupação no Island

Escape, o que animou a empresa e trazer ao Brasil mais um navio o Island Star. “De acordo com

o Eduardo Nascimento Diretor da Sun & Sea (representante do navio para o Brasil), os dois

navios obtiveram na temporada 2005/2006 um índice de 104% de ocupação”.

MSC e a Costa Victoria, também estão empolgados com o resultado da temporada 2005/

2006, tanto que na próxima novos navios virão à costa brasileira. A segunda empresa a Costa

Victoria traz o mega-navio Costa Fortuna com capacidade para 3470 passageiros que ira

substituir o Costa Romântica.

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Um ponto que teve grande crescimento e aceitação do público em relação às temporadas

anteriores, foram os cruzeiros temáticos. “O Costa Vitória foi o palco das Emoções Pra Sempre,

de Roberto Carlos, e ainda realizou mais 03 cruzeiros temáticos... O Grand Mistral ofereceu

shows de Ivete Sangalo e Fábio Jr.

O MSC Armonia ofereceu os Cruzeiros Gastronômico Rumo ao Norte e o Artmar, de

artes plásticas. A atriz Regina Duarte apresentou a peça teatral Coração Bazar a bordo do Blue

Dream. No Island Star teve o Wellness Cruise, cruzeiro focado em fitness. O campeão em

viagens temáticas foi o Island Scape com; Pânico Em Alto-Mar,, Party Cruises, cruzeiros para

solteiros, cruzeiros focados em Vibe Fest On Board e ainda o cruzeiro Zen Cruise focado na

Yôga.

Navio Ano Comp. Larg. Deck Piscina Ton. Passag.

Costa Victoria 1996 252,5 32 12 3 77.166 2.400

Costa Romântica 1993 221 31 10 2 53.049 1.697

MSC Armonia 2001 251 28 8 2 58.600 2.223

Mistral 2000 216 29 8 2 47.300 1.600

MSC Melody 1982 205 30 8 2 35.143 1.250

Island Star 1990 208 29 10 2 46.811 1.700

Island Escape 1982 185 27 9 1 40.132 1.750

Blue Dream 2000 181 25,5 11 1 30.200 832

Fonte: Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas – ABREMAR.

QUADRO 1: FICHA TÉCNICA DOS NAVIOS DA TEMPORADA 2005 / 2006.

E este número tende a aumentar, para a temporada 2006 / 2007, estão previstos mais

navios circulando pelo país, na temporada de outubro de 2006 a março de 2007. E a expectativa

por um índice de passageiros ainda maiores que a última temporada.

De acordo com Herman (2006), serão 12 navios em águas brasileiras, que transportarão

330 mil turistas num período cada vez mais extenso (de outubro de 2006 a abril de 2007) - 43,5%

acima da estação anterior.

Em uma pesquisa desenvolvida pelo Ipeturis e pela FIPE – Fundação instituto de

Pesquisas Econômicas da USP (Universidade de São Paulo)2, divulgada pela ABREMAR (2006).

Que teve por objetivo caracterizar a demanda e dimensionar os impactos econômicos das viagens

de cruzeiros marítimos no Brasil, na temporada 2005/2006. Revela que há uma firme decisão dos

2 A amostra envolveu 1.123 entrevistas (cerca de 90% com passageiros e 10% com tripulantes), durante a última

temporada, envolvendo todas as fases da viagem (chegadas, traslados e saídas) e em vários tipos de cruzeiros (mini,

Nordeste, Buenos Aires, etc).

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entrevistados em consumir cruzeiro (não trocariam essas viagens por outras, no Brasil e/ ou no

exterior. A grande maioria (94,8%) pretende realizar outro cruzeiro (índice de satisfação),

Segundo a Fipe.

Os impactos econômicos diretos dos gastos dos passageiros geraram R$ 55,6 milhões

de renda e cerca de 4,2 mil empregos. Já os gastos dos operadores dos cruzeiros

marítimos, com bens e serviços, superaram a cifra de R$ 267 milhões e, em termos de

impactos diretos, esses gastos foram responsáveis pela geração de R$ 89 milhões de

renda e cerca de 2,7 mil empregos.

Conforme informação de Mauricio Voss da empresa VTC, os passageiros de cruzeiros

possuem poder aquisitivo relativamente alto e deixam em média USD 100,00 por dia na cidade

onde visitam, multiplicando isso pelo número de passageiros, multiplicado pelo número de

navios que desembarcam em cada local, sem dúvida a comunidade local tem um ganho direto.

Além é claro das pessoas que retorno ao local em outras oportunidades com estadias mais longas.

3.3 Transportes Turísticos e Estruturas

O transporte possui subdivisões, e o turismo é um dos setores econômicos que a

indústria do transporte pode atuar; investir e interagir dentro do mercado como um todo. É fato

que o turismo não acontece sem o transporte. O turismo é tão dependente do transporte que se

ocorrer algum tipo de mudança ou crise no mercado dos transportes, ou em uma determinada

empresa de transporte, seja ela aérea, marítima ou terrestre, pode ocorrer uma decadência

gigantesca nas atividades turísticas, da região afetada.

Um caso recentemente ocorrido no Brasil foi à crise da companhia aérea Varig, uma

empresa nacional com atividade principal focada no transporte civil em trechos nacionais e

internacionais, por trafego aéreo. Em função desta crise, várias pessoas tiveram que mudar seus

planos de viajar. A demanda se tornou maior do que a oferta, causando grandes problemas em

diversos setores e segmentos de mercados, não somente no turismo.

Para o transporte atuar diretamente no mercado turístico, ele necessita de diversos outros

fatores que englobam toda a dimensão do transporte, junto com um eficaz planejamento que

consiga suprir as necessidades dos passageiros, não somente a necessidade do veículo de

deslocamento.

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De acordo com Palhares, (2001, p. 29) o transporte define-se como quatro elementos

constituintes:

Via: é o meio pelo qual o transporte se desenvolve. A mesma pode ser

totalmente natural, como no caso do ar ou do mar, ou mesmo artificial, tais

como rodovias e as estradas de ferro. Veiculo: os diversos veículos de

transportes são construídos para operarem em determinado tipo de via e

influenciarão muita a escolha do modo de transporte pelo viajante. Força Motriz:

o desenvolvimento da força motriz esta fortemente relacionado com a tecnologia

dos veículos e vias. Terminal: é o lugar no qual se tem acesso aos meios de

transportes.

Sendo assim conclui-se que transporte engloba muito mais do que o veículo em si, tudo

está interligado exigindo infra-estrutura de acesso, assim como nos terminais aonde chegam e

saem passageiros ou cargas. No âmbito do turismo onde o enfoque são os passageiros, além da

qualidade do transporte englobando o veiculo, a força motriz, vias de acesso e terminais, é

imprescindível existir no destino uma estrutura para alimentação, hospedagem, entretenimento,

serviços e segurança.

Os sistemas de transportes compreendem desde as condições de estradas, sinalização,

semáforos, higiene e segurança, e até o atendimento. Voltando ao exemplo anterior, da Varig,

com a crise na companhia aérea, ocorreu uma diminuição de rotas aéreas em determinados

pontos, e com a dificuldade de acesso terrestre a algumas cidades, gerou menor fluxo de

visitantes causando impacto direto na economia da região.

O turismo constitui-se de elementos básicos para que ocorra em uma determinada região.

São esses elementos unidos que vão formar um pacote ou uma destinação turística. E é a

qualidade e a infra-estrutura de cada elemento junto com um planejamento eficaz que engloba

todos esses fatores que vai delimitar o sucesso da destinação. Infra-estrutura básica de energia

elétrica, água e esgoto, infra-estruturas de acesso e de segurança, opções de transportes assim

como de alimentação, hospedagem e de lazer que vão tornar uma destinação de qualidade, todo

este processo envolve não só empresas privadas mais sem duvida o poder público e a comunidade

local.

A hospedagem é elemento indispensável para acontecer o turismo, sem ela o turista não

tem como ficar na destinação. A alimentação, e a diversidade gastronômica típica de uma região

é um considerável produto turístico, é a oportunidade de oferecer algo diferente e peculiar da

região. É importante haver uma diversidade de ofertas de restaurantes com uma capacidade de

carga condizente ao número de pessoas que visitam a destinação.

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Além de hospedagem e alimentação, as opções de lazer e comércio integrados com o

restante das estruturas turísticas são essenciais. Qualquer localidade deve proporcionar não só ao

turista mais também a sua população opções de lazer. O turista chega a uma região e quer fazer

algo diferente do seu cotidiano. Belezas naturais não são o bastante, elas sim podem ser um

atrativo, porém não podem ser as únicas atrações.

Outro fator predominante nessa cadeia organizacional do turismo em uma localidade são

os acessos para se chegar à destinação. Fator importantíssimo que interfere diretamente na

qualidade e sucesso da destinação turística, um acesso ruim restringe muitas pessoas de irem

aquele local, seja por comodidade, facilidades e até por segurança. Acessos mal organizados

podem ocasionar problemas sérios tanto a localidade como ao equipamento turístico. Os acessos

podem ser as estradas, os portos, os aeroportos, estações de trem. Estradas pitorescas, estreitas e

sinuosas podem se tornar uma grande atração ao local, desde que bem sinalizada e cuidada.

Ao poder público fica a responsabilidade de fiscalizar construções de equipamentos

turísticos, cuidando para que os empreendimentos sejam construídos de forma correta respeitando

o plano diretor, as paisagens, o meio ambiente local e a arquitetura tradicional. Além de planejar

de forma sustentável a construção de estradas sem descaracterizar a vegetação nativa, e o

ambiente.

E é ai que entra o planejamento adequado às destinações. Todos devem estar interligados,

na maioria das vezes, o grande fator limitante de uma região ou de um equipamento turístico

geralmente não são os veículos de transportes, mas sim toda a infra-estrutura do entorno, desde o

acesso, tanto quanto dos terminais de recebimento de passageiros e igualmente da infra-estrutura

local.

O planejamento é ponto principal deste universo, é o que determinará de que forma a

atividade turística de uma localidade se desenvolverá. Um planejamento quando bem elaborado

possibilita detectar soluções para os problemas que possam vir a ocorrer, evitando com ações

previamente analisadas que problemas prejudiquem o andamento e execução do projeto e

também do meio onde existe.

Segundo Ruchmann (1997), O planejamento ocupa-se em direcionar a construção de

equipamentos de forma adequada evitando efeitos negativos nos recursos que reduzem e destroem sua

atratividade natural. O planejamento tem como finalidade ordenar as ações do homem sobre o seu

território.

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A falta de planejamento, ou um plano deficiente podem ocasionar diversos impactos

negativos e irreversíveis ao meio natural, cultural e históricos de uma localidade ou região, pode -

se perder verdadeiras riquezas, que depois de destruídas talvez nunca se recuperem.

Mas o que acontece em grande parte dos destinos turísticos é um pouco diferente, o

turismo foi acontecendo de forma desordenada, prejudicando diretamente os aspectos sócios –

ambientais e históricos das regiões, fazendo com que a destinação perca sua identidade, o que

interfere diretamente na qualidade de vida dos autóctones, e sem dúvida na qualidade dos

serviços e equipamentos turísticos oferecidos.

No Brasil esse quadro é comum, a profissionalização no setor de turismo no Brasil é

muito recente, por isso deixa a desejar no que se trata de infra-estrutura e planos de

desenvolvimento.

A realidade do Brasil em questões de infra-estrutura é um fator preocupante, de acordo

com matéria exibida no portal exame, (PADUAN, 2006), a característica comum a todos os

países em crescimento acelerado é o ritmo intenso de investimentos em obras de infra-estrutura.

Nações como China e Índia vivem atualmente uma febre de construções de novas usinas

hidrelétricas, portos, estradas, ferrovias e saneamento básico, num gritante contraste com o

marasmo do setor no Brasil.

Os setores mais preocupantes no Brasil são a falta de investimento dos transportes e

saneamento básico, que atingem números altíssimos em todo o Brasil. Ainda em matéria no

portal exame (PADUAN, 2006), mostra estudo da consultoria McKinsey sobre os principais

problemas que afligem a economia brasileira, a precariedade da infra-estrutura, fruto de décadas

de descaso e pouco investimento, tornou-se uma das maiores barreiras ao crescimento do país.

No âmbito do turismo, cada vez mais o Brasil tem recebido turistas de todo o mundo,

atraídos por belezas naturais, carnaval, futebol, entre outros milhares de atrativos. Porém o

problema de congestionamentos, sistema de água e esgoto precário, a falta de segurança, falta de

estruturas adequadas para desembarques, atendimento desqualificado, exploração abusiva do

turista, entre outros problemas... Mostram uma realidade não tão satisfatória do turismo no país.

O mercado de cruzeiros marítimos no cenário nacional brasileiro está em ascensão,

Segundo Fraga, (2002), Entre todos os segmentos do turismo o de cruzeiros marítimos é,

certamente um dos mais rentáveis e promissores. Com atraso de pelo menos vinte anos o Brasil,

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parece finalmente ter despertado para a importância deste segmento do turismo, ainda que seus

portos sejam “mal aparelhados e campeões de ineficiência e greves”.

A falta de infra-estrutura no país limita as empresas de cruzeiros marítimos. (VIAGEM E

TURISMO, 2006 p. 58):

Na temporada 2006 / 2007 os navios irão a 32 portos, de Fortaleza ao sul da

Argentina (11 fora do Brasil). Segundo Ricardo Amaral representante dos Island

“A falta de estrutura limita”. Rodolfo Szabo, da CVC concorda: “Tiramos Morro

de São Paulo, Parati e Florianópolis dos itinerários pela dificuldade de fundear

os navios”.

Silva (2002, p. 170) ressalta, uma empresa de cruzeiros marítimos não faz sucesso

sozinha. Ela precisa de ajuda do destino. Entende-se como destino os portos, os terminais, a

cidade, as autoridades, enfim, toda a estrutura disponível para atrair um novo parceiro.

A destinação precisa estar pronta para receber esses passageiros, o mercado está cada

vez mais segmentado e exigente, o que força as empresas e destinações se equiparem e

organizarem cada vez mais para receber seus clientes. Amaral (2002 – p. 41) afirma, os clientes

de cruzeiros marítimos estão cada vez mais exigentes e conscientes da qualidade do serviço

oferecido. Certamente serão notados os casos de grandes discrepâncias entre as opções oferecidas

a bordo e as condições oferecidas em terra.

Essa diferença de serviços entre os portos e o cruzeiro sem dúvida atinge diretamente no

padrão de qualidade do produto como um todo. Segundo a ISO 9000:2000, (Apud CARDOSO,

1995), qualidade é a capacidade de um conjunto de características intrínsecas a um produto,

sistema ou processo, para satisfazer os requisitos dos clientes e de outras partes interessadas.

Mesmo o navio oferecendo serviços de primeira a bordo, no momento do desembarque a

qualidade pode cair quando o passageiro se depara com um porto desorganizado, sem espaço

adequado para o recepcionar. A qualidade é analisada como um todo envolvendo todo o processo

desde o inicio do desenvolvimento do produto ou serviço até o consumo final pelo cliente.

O termo Qualidade vem do latim Qualitas, e é utilizado em diversas situações, mas o seu

significado nem sempre é de definição clara e objetiva. Propriedade ou condição natural de uma

pessoa ou coisa que a distingue das outras; atributo; característica; predicado; aptidão;

capacidade; dom; virtude; modo de ser; carácter; índole; Infopédia (2006).

Cada um tem uma forma diferente de julgar a qualidade do produto adquirido, pois as

pessoas possuem necessidades e expectativas diferentes umas das outras. Está relacionada

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diretamente às percepções de cada indivíduo. Diversos fatores como cultura, modelos mentais,

tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta

definição.

Porém existem fatores básicos em uma destinação turística para qualificar o local, e sem

dúvida todos concordam que a infra-estrutura é um dos pontos chaves neste sistema

organizacional.

Os produtos cruzeiros marítimos necessitam de diversos fatores de estrutura física como

também logísticas e operacionais, nos portos em que param. Silva, (2002), explica os fatores que

abrangem tais estruturas. Os principais fatores físicos, logísticos e operacionais são:

FATORES ITENS

Berços seguros e aparelhados Cabeços, amarradores, sistema de fornecimento de água,

eletricidade de 220v e 440v, linhas telefônicas...

Instalações para passageiros Ambulatórios. cadeiras de rodas para deficientes físicos e

idosos, banheiros, cambio de moedas, lanchonetes,

instalações para bagagens como esteiras, serviço de auto-

falante, sinalização e telefones públicos...

Formalidades rápidas Despacho acelerado pelas autoridades no horário marcado

pelas agências marítimas para a chegada do navio.

Provisões Área separada para embarque / desembarque de peças de

reposição ou para reparos, empilhadeiras e guindastes

operantes...

Serviços de reparos náuticos Oficinas de reparo e armazenamento de equipamentos de

bordo.

Segurança Detectores de metal e de drogas, controle do acesso de

estranhos e ambulantes.

Fonte: Silva (2002), Quadro produzido pela autora, 2006.

QUADRO 2: PRINCIPAIS FATORES NECESSÁRIOS PARA RECEPÇÃO DE

CRUZEIROS MARÍTIMOS.

Os portos mais importantes do Brasil na recepção de cruzeiros marítimos é o terminal de

Concais em Santos e o terminal de Mauá no Rio de Janeiro, esses dois portos são os mais

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equipados em relação ao restante do Brasil, possuem parte dos pontos acima. Porém também

possuem diversos problemas em relação à logística e estrutura para navios de passageiros.

Outro problema são as taxas cobradas pelos portos por uma infra-estrutura inexistentes

ou ineficientes. É preciso ver as companhias como parceiras, dando opções interessantes de

negócio para que ambos os lados saiam ganhando. Os portos precisam oferecer serviços com

padrões que condizem com as taxas pagas pela companhia. Não só em função do preço justo, mas

também em função da concorrência com o restante do mundo Silva (2002).

Na realidade mundial as companhias de cruzeiros estão investindo em navios cada vez

maiores. A solução encontrada pelas companhias para as embarcações menores além das

temporadas de frio na Europa e Estados Unidos à alternativa é de novos destinos, que é o caso do

Brasil, Oriente Médio, entre outros. Assim as companhias selam acordo com empresas locais,

onde todos ganham, companhia, empresa representante, e os destinos visitados.

É preciso ficar atento às mudanças e dificuldades encontradas. Enquanto concorrentes

estão investindo cada vez mais em seus portos e novas opções de terminais, o Brasil parece estar

acomodado com a situação. De acordo com Silva (2002), Em Cingapura está sendo construído

um novo terminal, que custará cerca de US$ 270 milhões; E em Vancouver, Canadá, está sendo

construído um terminal que acomodará 3 navios simultaneamente, ao custo de US$ 79 milhões.

Ambos destinos considerados imaturos para o mercado de cruzeiros marítimos. Que concorrem

também as baixas temporadas dos cruzeiros na Europa e Estados Unidos.

Se o Brasil não se agilizar e investir mais nesse tipo de infra-estrutura, sem dúvida será

ameaçado a perder fatia de mercado com outros países mais evoluídos em questões de estrutura

nos portos e portões de entrada nas destinações.

4 – RESULTADOS DA PESQUISA

4.1 Procedimentos metodológicos

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“O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir

um fim dado ou um resultado desejado” (CERVO, 1996, p.21).

A utilização da metodologia neste estudo permitiu apresentar os procedimentos

utilizados que proporcionaram um desenvolvimento coerente com o tema. A pesquisa é de caráter

exploratório, pois visa uma familiarização do tema, com a realidade do Estado de Santa Catarina.

Para Gil (1999, p.43) “pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de

proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato”.

Ou seja, para o autor, a pesquisa exploratória tem como objetivo, o desenvolvimento de

uma análise, a busca no levantamento de problemas, questionamentos, realização de uma análise

posterior com o apoio em entrevistas informais. (GIL, 1999).

Para a coleta de dados e caracterização do tema, foi realizada pesquisa em fontes

secundarias, onde os dados foram coletados através de registros de pesquisas, bibliografias

específicas, artigos e noticias de revistas e jornais científicos, e disponibilizados em sites.

Utilizou-se o instrumento de pesquisa entrevista estruturada, para esta coleta de dados em

fontes primárias, foram aplicadas às empresas representantes de navios de cruzeiros marítimos no

estado de Santa Catarina. Após a coleta dos dados realizou-se uma análise através da verificação

do conteúdo juntamente com a opinião dos entrevistados (Apêndice A).

Marconi e Lakatos (2001, p. 107) caracterizam a entrevista como “uma conversação

efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a

informação necessária”.

Quanto à abordagem, será classificada como pesquisa qualitativa, pois não faz uso de

instrumentos estatísticos, e onde são feitas análises mais profundas em relação ao que está sendo

estudado, visando a análise e interpretação do problema.

Para Malhotra (2001, p. 155), “pesquisa qualitativa é uma metodologia de pesquisa não-

estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras que proporciona insights e compreensão

do contexto do problema”.

Este método normalmente é utilizado quando o entendimento do contexto social e

cultural é um elemento importante para a pesquisa, sendo necessário aprender a observar,

registrar e analisar interações entre pessoas e sistemas (RICHARDSON, 1999).

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Na concepção de Raupp e Beuren (2003, p.93), “na pesquisa qualitativa concebem-se

análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado, e visa destacar

características não observadas por meio de estudo quantitativo”.

4.1.1- População e amostragem

A população desta pesquisa refere-se às empresas atuantes que representam cruzeiros

marítimos no estado de Santa Catarina, e os administradores dos portos além das prefeituras

responsáveis pelos pontos de desembarque que recebem os cruzeiros marítimos no Estado, com o

objetivo de verificar suas impressões a respeito da infra-estrutura dos portos e pontos de

desembarque no estado para receberem esses cruzeiros.

4.1.2- Coleta de dados

A coleta de dados de fontes primárias ocorreu com a realização de entrevistas

direcionadas as empresas atuantes que representam as companhias de cruzeiros marítimos da

costa brasileira em Santa Catarina, a MK representante da MSC, a VTC, representante da Island

Cruises, a CVC de Florianópolis e a Trips and Tours representando a Costa Cruzeiros. Desta

amostra foi realizada duas entrevistas gravadas, e uma entrevista foi enviada e respondida via

correio eletrônico, pois não foi possível realizar entrevista gravada por motivos de acessibilidade.

Uma das empresas, porém não forneceu resposta, realizei contato por intermédio de correio

eletrônico e por telefone, porém até o termino desta pesquisa não foi respondido o roteiro desta

entrevista. Esta pesquisa foi aplicada a apenas um integrante de cada empresa. O roteiro de

entrevista tanto a gravada como as enviadas por correio eletrônico possuíam as mesmas

perguntas.

A segunda etapa para a coleta de dados estabelecida neste estudo, não obteve sucesso.

Seria focada aos representantes dos portos, no caso das cidades que possuem pontos de

desembarque a pesquisa seria aplicada à prefeitura e / ou secretaria de turismo, para que ambas

pudessem expor a situação que se encontra a estrutura para recepção de cruzeiros marítimos e

também mostrar possíveis projetos para esse mercado, a coleta destes dados seriam através de

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questionários fechados enviados por correio eletrônico. Porém o viés desta pesquisa se encontra

justamente neste ponto, pois foram enviados os questionários para os portos de Itajaí no setor de

planejamento e superintendência, Imbituba para os setores de superintendência e prefeitura

municipal e São Francisco do Sul no setor de superintendência, nas cidades de Porto Belo para a

prefeitura e secretaria de turismo da cidade e Florianópolis para a secretaria de turismo, e nenhum

foi respondido. Os questionários foram enviados para a entre o período de 17 a 30 de outubro,

confirmações de recebimento via telefone também ocorreram neste período, insistências via

telefone e correio eletrônico foram realizadas até o dia 17 de novembro.

Os questionários e entrevistas abordaram pontos referentes ao planejamento, a infra-

estrutura física e de serviços disponíveis nos portos e pontos de desembarque, desde o

atracamento dos navios, até o embarque e desembarque dos passageiros de forma segura e

eficiente.

4.1.3- Análise e interpretação dos resultados

O Objetivo da pesquisa foi verificar as impressões dos profissionais que atuam no

mercado de cruzeiros marítimos, a respeito da estrutura dos portos e pontos de desembarque para

recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.

A entrevista focou temas sobre a infra-estrutura que os portos e pontos de desembarque

oferecem as companhias de cruzeiros, e as dificuldades encontradas. A maioria respondeu,

somente a empresa Trips and Tours, representante da Costa Cruzeiros em Santa Catarina não

enviou resposta. Segundo sua própria interpretação, disse não estar apto para responder.

Estas entrevistas foram de grande valia para este estudo, já que através delas foi possível

verificar com mais clareza os problemas encontrados por parte dos representantes destes

cruzeiros no estado de Santa Catarina. Todos os entrevistados mostraram – se interessados no

tema deste estudo.

4.2- Plano de trabalho

4.2.1- Etapas

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1° Definição do Tema e Objetivos

2° Fundamentação Teórica – consulta a bibliografias sobre o tema e

consulta a registros em arquivo de pesquisas já realizadas.

3° Elaboração e agendamento do roteiro de entrevistas e questionários

4° Realização das entrevistas.

5° Análise dos dados coletados

6° Entrega do relatório de pesquisa

4.2.2- Cronograma

Definição do tempo a ser disponibilizado para realizar cada etapa. O período foi dividido

em quinzenas, a partir do dia 08 de agosto até o dia 21 de novembro.

Etapas 1°

quin.

quin.

quin.

quin.

quin.

quin.

quin.

Definição do Tema e Objetivos X X

Fundamentação Teórica X X X

Elaboração e agendamento das entrevistas X X

Realização das entrevistas X X

Analise dos dados coletados X X

Entrega do relatório de pesquisa X

4.3 - Estruturas de portos e pontos de desembarque

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Os destinos que os navios oferecem são os mais variados, oferecendo assim diferenciados

atrativos turísticos além da estrutura a bordo. O Caribe é o destino mais visitado por passageiros

de cruzeiros marítimos, é o que oferece maiores opções de roteiros, tem como atrativo principal o

apelo da busca por belezas naturais. Diferentes de cruzeiros no Mediterrâneo ou Norte Europeu,

onde o foco é o apelo cultural e histórico. Cada passageiro se identifica com um determinado

roteiro, ou vários, Alasca, Havaí, Caribe, Riviera Mexicana, Mediterrâneo, Ilhas Gregas, América

do sul, Ásia, Pacifico, Austrália e Oceania, Terra do Fogo, costa brasileira... São diversas

possibilidades, porém é o perfil do passageiro que ira decidir qual a melhor opção. (AMARAL,

2002).

Os equipamentos de cruzeiros estão cada vez mais avançados e maiores, A tendência das

companhias é acomodarem mais pessoas dentro de um único navio, oferecendo mais

entretenimento a bordo, fazendo com que ganhem na quantidade cada vez maior de consumo

dentro do navio. Assim a cada ano novos navios cada vez maiores e mais modernos estão sendo

fabricados.

A competição entre as companhias está acirrada, em 2004 a Cunard lançou o Queen Mary

2, que até o ano de 2006 era o maior navio de cruzeiros do mundo, sendo superado pelo Freedom

of the seas da companhia Royal Caribbean foi lançado em junho de 2006, e tem seus embarques e

desembarques no porto de Miami, com roteiros destinados as ilhas do caribe. O Freedom of the

seas com seus 63 metros de altura é equivalente a um prédio de 20 andares e acomoda até 4.000

passageiros. Possui uma vasta opção de entretenimentos a bordo, desde mini golf, pista de

patinação, ring de boxe, parque aquático, e a principal atração do navio, uma piscina de ondas.

4.3.1 – Estrutura de Portos Internacionais

Os principais pólos de cruzeiros marítimos do mundo estão sem dúvida instalados na

América do Norte e Europa. A Flórida nos Estados Unidos é o estado onde os portos mais

recebem navios de cruzeiros marítimos (Figura 1), os portos de Everglades, Canaveral, Palm

Beach, Tampa e Miami fazem com que o estado se destaque neste aspecto. Mas o porto de Miami

que é considerado a “capital mundial dos cruzeiros marítimos”.

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A proximidade com o Caribe, considerado o destino mais visitado por navios e

passageiros de cruzeiros, faz com que Miami tenha uma maior movimentação de navios de

cruzeiros, além de ser o porto que mais recebe meganavios no mundo, recebe navios com

capacidade superior a três mil passageiros. Em 2000 recebeu 3.364.643 passageiros, gerando 1,91

bilhão de dólares na região. É também porto base de mais de 17 navios de cruzeiros, fazendo com

que praticamente todos os dias haja pelo menos um navio partindo.(PALHARES, 2002).

Fonte: (PEISLEY, 1998, apud PALHARES, 2002).

FIGURA 1- MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS DE CRUZEIROS NOS

PRINCIPAIS PORTOS DA AMÉRICA DO NORTE.

Outro porto importante na América do Norte é o de Vancouver, no Canadá, tendo como

principal destino os cruzeiros do Alasca, também considerada uma das principais rotas de

cruzeiros marítimos. Segundo a Autoridade Portuária de Vancouver (VPA 2000, apud

PALHARES, 2002 p. 275), “em 2000 embarcaram um total de 527.517 passageiros e

desembarcaram 526.472, perfazendo um total de 1.053.989 passageiros movimentados, em 336

diferentes viagens”.

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A organização física e de logística para toda essa demanda são sem dúvida indispensáveis,

a eficiência da operacionalização é o ponto chave para que esses serviços sejam realizados de

forma segura e confortável para os passageiros, e acima de tudo rentável para as companhias de

cruzeiros e portos. Essa estrutura envolve diversos fatores, que intercalados formam a estrutura

adequada para a realização de todo o cruzeiro marítimo.

Este é o aspecto que será abordado com maior ênfase neste estudo. Os terminais onde

embarcam e desembarcam passageiros não são somente um complemento, o terminal faz parte do

serviço, é por este motivo que as companhias se preocupam com os destinos que irão oferecer

para seus passageiros, o fato é que para o passageiro o cruzeiro marítimo não se inicia somente

no navio, onde ele se sente bem, com serviços diferenciados, hospedagem, alimentação e

entretenimento com qualidade.

A viagem começa desde que o passageiro sai de casa, e precisa de um transporte para se

locomover até o porto, as condições de acesso, estacionamentos seguros, estruturas para

embarque em locais adequados, serviços ágeis, locais adequados para bagagens, nos destinos

oferecidos em paradas com opções de lazer em terra, entre outros pontos. E a qualidade de todos

esses serviços juntos irá influenciar na avaliação geral do cruzeiro por parte dos passageiros.

Tanto os portos assim como os aeroportos são terminais que integram os meios de

transporte junto a suas regiões de influência. Portanto seus terminais de passageiros precisam

primeiramente oferecer infra-estrutura de acesso e parada para os meios de transporte, no caso

dos portos, oferecer infra-estrutura adequada para atracação e abastecimento dos navios de forma

segura e eficiente. No caso de grandes portos como, por exemplo, Miami, Vancouver e outros,

entre chegadas e saídas de navios podem representar um fluxo de milhares de pessoas e o

abastecimento de toneladas de produtos, combustíveis, água, além de recolhimento de rejeitos

(PALHARES, 2002).

Numa dimensão internacional pode-se destacar estruturas completamente voltadas a esse

segmento turístico, onde portos e pontos de desembarque assim como destinos visitados são

organizados e estruturados em função dos navios e dos passageiros de cruzeiros marítimos. Em

contra partida esses passageiros também consomem em terra, gerando renda aos destinos

visitados. E os portos lucram ao receberem cada vez mais navios de cruzeiros, pagando por taxas

e serviços oferecidos pelos portos.

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Conforme (AMARAL, 2002), é importante mostrar as duas diferentes classificações de

portos para a recepção de cruzeiros marítimos, portos de trânsito, são para escalas durante um

cruzeiro, sem embarques e desembarques, somente como transito de passageiros, o ideal é que os

atrativos turísticos ofereçam excursões terrestres em quantidade suficiente para operar com

grandes navios e oferecer qualidade à altura e uma infra-estrutura básica ampliada. Neste caso os

terminais de embarque e desembarque possuem menor importância que os atrativos turísticos

locais.

E os portos principais chamados de turnaround, que são os portos onde acontecem

embarques e desembarques em largas escalas concentrando o início e o término de um cruzeiro.

Normalmente esses portos possuem fácil acesso e situam-se próximos a aeroportos internacionais

e aos maiores mercados consumidores de cruzeiros e em estratégicos pontos permitindo a criação

de roteiros atrativos.

No caso dos roteiros que tem o Caribe como destino, em geral o porto principal é Miami,

que possui uma infra-estrutura considerada adequada e focada para o embarque e desembarque de

passageiros. E as ilha por onde passam os roteiros investem em infra-estrutura do destino,

promovem feiras próximo aos portos e pontos de desembarque, oferecem diversas opções de

passeios e excursões.

No Brasil os principais portos para embarques e desembarques são os portos de Santos e

Rio de Janeiro, são esses portos também que possuem melhor infra-estrutura para recepção de

cruzeiros marítimos no país. Porém quando comparados aos padrões de infra-estrutura dos portos

internacionais, conclui-se o quanto o investimento e planejamento de infra-estrutura relacionado

aos portos principais e portos de transito é defasado. O motivo desta falta de investimentos se dá

por ser uma atividade considerada ainda recente, em relação a outros paises, no Brasil esta

atividade teve maior impulso somente a partir da reformulação das leis de cabotagem no Brasil

em 1995, que as companhias internacionais começaram a explorar essa atividade na costa

brasileira. Porém, desde a lei ter entrado em vigor, já faz em média 10 anos e conforme pesquisa

realizada, nota-se que muito pouco foi feito nos portos do Brasil para este segmento. A maioria

dos portos ainda são focados principalmente para o transporte de cargas.

De acordo com a avaliação dos empresários de cruzeiros marítimos no Brasil,

(PANROTAS, 2006), Santos investe em melhorias, porém estão sempre com dois anos de

defasagem. A previsão é de problemas nos embarques nessa temporada, pois serão 11 navios na

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costa brasileira, em algumas escalas, eles fazem rodízio, mas em Santos todos tem que estar no

mesmo horário. “A previsão é que o embarque que levava em torno de 30 minutos levará em

torno de 1 hora e meia em algumas saídas”. Segundo Eduardo Nascimento (presidente da

Abremar), “cobrando U$ 42 por pessoa de taxa portuária, o porto deveria fazer muito mais”.

Sobre o segundo maior porto do Brasil, ainda (PANROTAS, 2006), mostra, o Rio de Janeiro que

era um terminal bom, já está pequeno e amontoado.

Infra-estrutura para recepção de passageiros significa a junção de alguns itens básicos

para que essa atividade seje realizada de forma que proporcione segurança e agilidade nos

processos operacionais. Além é claro, da estrutura voltada a esse mercado por parte dos destinos

de transito, como oferta de excursões, atividades culturais, boas opções para alimentação como

restaurantes típicos, por exemplo.

Para Amaral e Palhares (2002), entende-se por itens mínimos necessários de infra-

estrutura básica, a segurança, limpeza, plataformas de embarque e desembarque de passageiros,

recepção e atendimento tais como registro de entradas e saídas, alfândegas, posto de informações,

banheiros, telefones, ambulatórios, sistema adequado para a manipulação das malas, proteção

contra chuva, transportes como táxi e ônibus, estacionamentos, assentos para espera, ar

condicionado. E uma infra-estrutura ampliada seria ter a disposição dos passageiros opções de

alimentação, pontos de compras como souvenires farmácia, jornais e revistas, fingers para

embarque.

A atividade de cruzeiros marítimos em âmbito internacional ao contrário do Brasil não é

uma atividade recente, e continua em pleno crescimento, com isso já possuem padrões

excelentes, e estão sempre com novos projetos para a ampliação destes serviços, com isso os

portos internacionais possuem estruturas cada vez mais avançadas e eficientes voltadas a essa

atividade. Com a função de comparação entre as estruturas dos portos com padrões internacionais

e as estruturas encontradas no Brasil, cabe aqui, uma breve descrição destas estruturas em três

dos principais portos que recebem cruzeiros marítimos do mundo.

O porto de Miami possui os terminais de passageiros maior e mais avançado do estado da

Florida, é considerada a capital dos cruzeiros marítimos é um exemplo em infra-estrutura, o porto

oferece aos seus passageiros facilidades, segurança e eficiência, com equipamentos e serviços

modernos, ótimo acesso, relativamente próximo ao aeroporto internacional, oferece aos

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passageiros estacionamentos situados na frente dos terminais individuais para cruzeiros, serviço

de táxi em todos os terminais, possuem empresas de locação de carro no próprio porto.

Com o crescimento do mercado dos cruzeiros marítimos o porto de Miami tem projetos

para ampliações. Segundo porto de Miami, o acesso ao porto é feito pela ponte portuária bulevar,

passam em torno 25.000 veículos por dia, é necessário ampliar este acesso, pois a previsão para

2020, é que serão mais de 69.000 os números diários dos veículos que usam o bulevar portuário.

(Porto de Miami, 2005). Além do projeto de acesso, o porto de Miami esta construindo três novos

terminais para cruzeiros marítimos, com um custo estimado de U$ 30 milhões cada. Juntos terão

capacidade para 4.000 passageiros.

Ano Passageiros % de mudança

1999 3,112,355 5%

2000 3,364,643 8.1%

2001 3,391,091 0.8%

2002 3,642,990 7.4%

2003 3,960,614 8.7%

2004 3,499,584 -11.6%

2005 3,605,201 3.0%

Fonte: Miami-Dade County, 2006.

QUADRO 3: ESTATISTICA DO NÚMERO DE PASSAGEIROS QUE UTILIZAM O

TERMINAL PARA CRUZEIROS MARÍTIMOS EM MIAMI.

Outro Porto de grande importância na América do Norte é o porto de Vancouver. E o

porto principal para o início e término dos cruzeiros que fazem Vancouver – Alasca, um dos

roteiros mais populares do mundo. Segundo informação do porto de Vancouver, anualmente de

maio a setembro, perto de 300 visitas de navio e 1 milhão de passageiros passam pelo porto para

embarque e desembarque. Em 2006 nos seus dois terminais, o porto receberá 28 navios durante a

temporada.

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Segundo estatísticas realizadas pelo porto de Vancouver (2004), o mercado de cruzeiros é

o segundo maior gerador de empregos e impactos econômicos, Cada parada de um cruzeiro gera

14 trabalhos diretos, cada navio deixa U$ 1,5 milhões em benefícios econômicos para a região.

São anualmente 5.584 trabalhos diretos, U$ 181 milhões em salários, U$ 566 milhões de

distribuição de renda na região.

O Porto de Vancouver possui dois terminais ambos localizados em áreas centrais da

cidade. Oferecem todas as conveniências e serviços modernos para uma experiência positiva e

segura de um cruzeiro marítimo. (PORTO DE VANCOUVER, 2004).

Fonte: Porto de Vancouver, 2004

FIGURA 2: MAPA DO PORTO DE VANCOUVER

O terminal Canadá Place está localizado próximo ao centro perto do shopping, opções de

restaurantes, hotéis e opções de entretenimento. Este terminal possui 03 ancouradores, com 506,

329 e 274 metros de comprimento, de 8,4 a 10 metros de profundidade, com duas gangway3

automáticos com sensor de maré, ficam um em cada ancourador. Os serviços disponíveis para os

navios: possui uma área especifica para as bagagens, serviço de reboque 24 horas, segurança,

recolha de lixo 24 horas, entre outros. Para os passageiros o terminal oferece, carrinhos

individuais de bagagens, lobby de passageiros, áreas de estacionamento coberto, acesso com

diversos bancos, serviço de informações, restaurantes, hotel cinco estrelas.

3 O mesmo que Marinas.

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O terminal Ballantyne também próximo ao centro, e próximo ao Canadá Place. Esse

terminal foi inteiramente renovado e ampliado em 1995. Possui 2 ancouradores com 366 metros

de comprimento e 10 metros de profundidade, possui também 2 gangways automáticas com

sensores de maré, área especifica de bagagens, oferece os mesmos serviços que o Canadá Place,

porém não possui hotel em sua estrutura. Vancouver Port Authority, 2004.

Fonte: Porto de Vancouver, 2004

FIGURA 3: TERMINAIS BALLANTYNES E CANADA PLACE

Outro exemplo de referencia de portos mundiais é o porto de Barcelona, a cidade oferece

aos passageiros um acesso direto ao mar mediterrâneo, fazendo com que este porto receba por

ano em média de um milhão de passageiros de cruzeiros marítimos. Além da estrutura portuária

Barcelona é uma cidade turística famosa em todo o mundo, oferece diversas opções de

entretenimento, como opções culturais, museus, entre outras diversas opções. Além de ótimos

restaurantes e hotéis.

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São ao todo sete terminais operantes. Estes terminais de passageiros estão situados

próximo ao centro (Anexo A), oferecendo ao passageiro uma ótima e eficaz rede de conexões,

tanto nas linhas aeroportuárias, assim como para as estações ferroviárias. Todas essas vantagens é

que fazem com que o porto de Barcelona movimente tantos passageiros durante o ano. Porto de

Barcelona, (2003).

Fonte: Porto de Barcelona, 2003.

FIGURA 4: PORTO DE BARCELONA

O porto de Barcelona oferece as companhias de cruzeiros e aos passageiros serviços

altamente qualificados, fazendo com que o cruzeiro embarque e desembarque com segurança.

Segundo informações sobre os serviços oferecidos, o porto de Barcelona destaca um plano de

segurança onde possui a presença de guardas nos molles com intuito de cuidar dessa região, além

de terem a colaboração do corpo de bombeiros, polícia nacional, guardas civis e policia portuária.

Nos terminais possuem sistemas de segurança altamente qualificados. (PORTO DE

BARCELONA, 2003).

Outro serviço importante oferecido pelo porto de Barcelona é o serviço de manutenção e

reparos dos barcos e navios. Este setor está preparado para trabalhar com navios de cruzeiros

desde 220 metros de comprimento. O porto de Barcelona também oferece o serviço de recolha de

lixo, de resíduos tóxicos, de materiais recicláveis, água suja, entre outros resíduos. Além de

disponibilizar água potável para os navios. (PORTO DE BARCELONA, 2003).

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4.3.2 – Estrutura de portos e pontos de desembarque nacionais

Os portos acima citados são referências mundiais, porém já exercem essas atividades há

bastante tempo, conseqüentemente investindo cada vez mais em seus portos. Um pouco diferente

do que acontece no Brasil, é interessante verificar seus padrões para que se possa ter um

parâmetro do que se pode melhorar nos portos brasileiros. O Brasil possui uma enorme costa

litorânea, (cerca de 7.500 quilômetros de litoral) com potencial para diversos tipos diferenciados

de cruzeiros marítimos, porém as infra-estruturas dos portos e das cidades que recebem cruzeiros

marítimos, assim como a defasagem na legislação brasileira perante esse segmento de mercado,

tornam-se um grande empecilho para futuros incrementos limitando o crescimento neste tipo de

segmento de mercado.

A falta e uma legislação específica voltada para a atividade de navios de cruzeiros. É

preciso estabelecer uma legislação padronizada e coerente com as necessidades do turismo dos

cruzeiros marítimos, em âmbito e normas internacionais, para que os portos também se

organizem e invistam nas exigências desta legislação para que se possa oferecer uma estrutura e

serviços de maior qualidade.

Em entrevista realizada pela Cruise On Line (2004) com Carlos Eduardo Bueno Netto

diretor da Brasil Cruise, mostra também essa dificuldade, Em resposta à pergunta realizada pela

Cruise online, Bueno Netto diz que a reivindicação de gostaria de fazer ás autoridades federais,

estaduais e municipais é a regulamentação do setor, que é necessária, tanto para os portos, quanto

armadores, receptivo e turistas. Que as entidades que representam este segmento participem na

construção da regulamentação da atividade. “E não o seu inferno burocrático / fiscal,

inviabilizador do uso turístico de uma costa de 8.000 km, cheia de maravilhosos recortes, sem

furacões, tufões ou tornados e com 270 dias de sol ao ano” (AVIATION ON LINE, 2004).

De acordo com matéria apresentada na revista da Associação comercial do Rio de Janeiro

– ACRJ, (2005), que também aponta o problema da legislação diz que maior problema é que “o

turismo marítimo no Brasil é órfão de legislação”. Em 2002 foi editado um decreto que define

como portos internacionais o primeiro e o último porto visitado por cada embarcação no país.

Esse decreto fez com que os portos intermediários não tivessem a obrigação de realizar os

procedimentos de fiscalização, diminuindo a burocracia e os custos operacionais para os

armadores, assim a costa brasileira acabou atraindo mais navios para diferentes portos brasileiros.

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Porém o Brasil tem muito que fazer para chegar aos padrões desejados. E sem dúvida uma

legislação coerente irá também interferir na qualidade dos serviços prestados, assim como no

ponto principal deste estudo, a melhora da infra-estrutura dos portos brasileiros.

Segundo Renê Hermann, diretor geral da Costa Cruzeiros no Brasil, o país tem o potencial

para embarcar cinco milhões de passageiros, mas a limitação da estrutura portuária para embarcar

e desembarcar essa quantia de pessoas ainda constitui um grave problema.

Da temporada de 2005/2006 para a temporada de 2006/2007, o numero de cruzeiros

marítimos praticamente dobrou, serão 12 navios, enquanto na temporada de 2005/2006 eram 07

navios de cruzeiros, e de acordo com as expectativas das companhias todos tendem a ter

ocupação em média de 99%. Um percentual bem interessante.

Os 12 navios que virão a costa brasileira na temporada 2006/2007 irão visitar em torno de

24 portos e pontos de desembarque em todo o país, e em torno de 10 portos internacionais. Onde

os principais pontos de embarque e desembarque são os portos de Santos e Rio de Janeiro.

Navios Companhias Destinos

Blue Dream CVC Salvador, Porto Seguro, Vitória, Santos, Punta del Este, Buenos

Aires & Terra do Fogo

Costa Fortuna Costa Cruzeiros Rio de Janeiro, Santos, Ilhabela, Salvador, Ilhéus,

Recife & Maceió.

Costa

Romântica

Costa Cruzeiros Recife, Maceió, Salvador, Ilhéus, Rio de Janeiro,

Armação dos Búzios, Cabo Frio, Santos, Ilhabela,

Imbituba, Porto Belo, Buenos Aires, Montevidéu,

Punta del Este, Port Stanley, Ushuaia, Puerto Madryn,

Baia Garibaldi & Punta Arenas.

Grand Voyager CVC Fortaleza, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju,

Salvador, Porto Seguro, Vitória, Armação dos Búzios,

Rio de Janeiro, Angra dos Reis & Santos.

Grand Amazon Iberostar Manaus, Mancaparu & Novo Airão

Island Escape Island Cruises Recife, Salvador, Ilhéus, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Rio de

Janeiro, Angra dos Reis, Ilhabela, Santos, Porto Belo,

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Florianópolis.

Island Star Island Cruises Salvador, Ilhéus, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Rio

de Janeiro, Angra dos Reis, Ilhabela, Santos, Porto

Belo, Florianópolis, Punta del Este Montevidéu &

Buenos Aires.

Mistral CVC Armação dos Búzios, Cabo Frio, Angra dos Reis, Rio

de Janeiro, Salvador, Ilhéus, Santos & Ilhabela.

MSC Armônia MSC Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Santos &

Salvador.

MSC Sinfonia MSC Rio de Janeiro, Armação dos Búzios, Santos, Ilhabela,

Ilhéus, Punta del Este e Buenos Aires.

Pacific CVC Natal, Recife, Fernando de Noronha, Maceió, Fortaleza

& João Pessoa.

Sky Wonder CVC Salvador, Maceió, Armação dos Búzios, Cabo Frio,

Angra dos Reis, Santos & Montevidéu.

Fonte: Viagens de Navio (2006)

QUADRO 04: LISTAGEM DOS NAVIOS E DESTINOS DOS CRUZEIROS MARÍTIMOS

NA TEMPORADA 2006/2007.

A maioria dos portos acima citados é voltado principalmente no setor de cargas, muitos

recebem cruzeiros marítimos, porém possuem pouca infra-estrutura voltada para esse segmento.

O que causa sérios riscos de segurança e problemas de operacionalização da recepção de

cruzeiros marítimos. Limitando o crescimento deste segmento de turismo no país. No Brasil os

dois principais portos que possuem uma certa infra-estrutura para recepção de cruzeiros

marítimos são também os que mais recebem esses cruzeiros marítimos.

Este estudo busca focar a estrutura dos portos de Santa Catarina, portanto os principais

portos do Pais, o de Santos e do Rio de Janeiro, mesmo que possuem diversos problemas, serão

considerados como exemplo nacional assim como os portos internacionais para realizar uma

comparação direta com os portos e pontos de desembarque do estado em questão.

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O terminal de Concais no porto de Santos como já comentado antes, é um dos principais

responsáveis pelo embarque e desembarque de passageiros que realizam cruzeiros marítimos na

costa brasileira e alguns roteiros para a Argentina e Uruguai. É também ponto de transito para

navios de cruzeiros que fazem temporada na Argentina e Chile, como é o caso dos roteiros que

fazem Buenos Aires a Valparaiso e vice e versa, por exemplo.

Segundo informações divulgadas pelo porto de Santos, o terminal de Concais foi

inaugurado provisoriamente em 1998 utilizando um antigo armazém de carga adaptado, sendo

inaugurado definitivamente em 1999. Desde a sua inauguração o Concais fez ampliações e hoje o

complexo conta com uma área total de 34.500 m² e tem capacidade para recepção simultânea de

7 navios e 20 mil passageiros por dia.

Santos está relativamente próximo aos aeroportos de São Paulo, está a 72 km de

congonhas e a 87 quilômetros de Guarulhos. O acesso das principais cidades do estado de São

Paulo é feito através de modernas rodovias, o que se torna um acesso fácil. De acordo com site do

porto de Santos, o terminal possui 30 balcões de check-in, recepcionistas trilíngue, sanitários,

ambulatório médico, serviço de UTI móvel, equipamentos com esteiras, scanner para malas,

espaços administrativos para o representante do armador, operadoras e agências de turismo,

Agência Marítima e operadores portuários. Também possui postos das Secretarias de Turismo

Municipal e Estadual, Delegacia de Atendimento ao Turista, Alfândega, Polícia Federal,

Autoridade Federal, Autoridade Portuária e Vigilância Sanitária.

O Salão de embarque de passageiros possui 4.500 m²,equipado com ar-condicionado,

som, e luzes de emergência. Também possui lojas de conveniência, roupas, souvenir, telefonia,

internet, livraria, sorveteria, cafeteira, lanchonete entre outros. Já o salão de desembarque de

passageiros, ocupa ao total de 5.200 m², conta com sanitários, carrinhos para bagagem, cabine

para celular pré-pago, posto para Correios, stands promocionais, cabines telefônicas para

chamadas nacionais e internacionais e ponto para táxi. (VIVA SANTOS, 2006).

Outro ponto importante sobre os serviços oferecidos são os estacionamentos, o terminal

de Concais possui uma área total de 3.900 m² de estacionamento coberto, com capacidade para

600 veículos. É incluso na tarifa do estacionamento o seguro contra roubo e incêndio, assim os

passageiros podem deixar seus carros no pátio com segurança e tranqüilidade. O valor do

estacionamento para os passageiros no terminal marítimo de Concais é de R$ 35,00 por dia. Além

da área descoberta que corresponde a uma área total de 5.240 m² que é destinado ao

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estacionamento dos visitantes. A empresa ainda disponibiliza um serviço VIP de estacionamento,

o valet service, com lava-rápido, vigilância 24 horas e manobristas habilitados. Para realizar

todos estes serviços, é mantida, durante a temporada, uma equipe de mais de 20 pessoas - entre

manobristas, controladores e vistoriadores.

Segundo informações do porto de Santos (2006), existem diversos projetos para o

melhoramento dos serviços oferecidos. “Ainda em 2006 está previsto o fechamento do vão

existente entre o Armazém do Terminal e o vizinho Frigorífico, o que criará um espaço interno

para a movimentação de passageiros”. Outro projeto é que a área onde atualmente trafegam trens

se crie uma espécie de terminal de ônibus, vans, carros... Para facilitar a operacionalização e

diminuir o desgaste dos passageiros.

O porto do Rio de Janeiro é também um dos principais portos do Brasil. É um dos que

mais recebe passageiros de cruzeiros marítimos no país, desde embarques, desembarques,

cruzeiros de transito e paradas dos cruzeiros de cabotagem. Conseqüentemente por esse motivo

assim como o terminal de Concais em Santos, o pier de Mauá é um dos terminais que possuem as

melhores infra-estruturas dos portos brasileiros. O porto do Rio de Janeiro incluindo o setor de

cargas é administrado pela companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ. E o píer de passageiros é

operada pela empresa Píer Mauá e está localizado praticamente no centro da cidade na Baia de

Guanabara.

A empresa Píer Mauá tem ao longo dos anos efetuado algumas melhorias no terminal do

Rio de Janeiro, com intuito principal de atrair cada vez mais navios de cruzeiros. De acordo com

Palhares (2002), essas melhorias nos terminais foram, a climatização da estação, pintura,

implantação de sistema de som, reforma dos banheiros, ampliação dos números de balcões de

check in. Implantaram guichê de informações turísticas, cabines telefônicas, joalherias, lojas de

artesanato, lanchonetes, acesso a Internet, posto médico para serviços de primeiros socorros, o

setor de bagagens foi duplicado, ocupa uma área total de 2.500 m², carros especiais para o

embarque e desembarque das malas de dentro do navio para o terminal, carrinhos de mão para

bagagens.

Em relação ao transporte, disponibilizam ônibus para transportar os passageiros do

terminal par ao navio e vice-versa, balcão de táxis, área de estacionamento para ônibus das

operadoras e agencias de viagens, com acesso coberto, construção de um heliporto, com opções

de vôos panorâmicos pela cidade. Para a segurança foram instalados equipamentos de raios-X, e

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de detectores de metais, além de um circuito fechado de TV. Além de reforço na equipe de

seguranças, contratação de estagiários de turismo para auxiliar nas operações de embarque e

desembarque agilizando esse processo e contratação de empresa especializada para limpeza.

Além dos serviços de imigração, policia e receita federal.

Conforme informações Píer Mauá (2005), na parte técnica da estrutura para a atracagem

dos navios, o píer oferece um acesso com luzes de navegação modernas além de bóias para

sinalização, águas calmas podendo operar navios que medem até 36 pés.

De acordo com a estimativa da Secretaria especial de Turismo - Riotur e do Pier Maua

S/A divulgada em agosto de 2006, a temporada de 2006 / 2007 será positiva para o rio de Janeiro.

“A previsão é de que o porto receba 338 mil turistas (entre passageiros e tripulantes) número 30%

maior em relação ao mesmo período do ano passado”.

Desde a temporada de 1998 / 1999, a quantidade de passageiros vem aumentando

consideravelmente, segundo Riotur, naquele ano (1998 / 1999) 22 navios atracaram, trazendo 61

mil visitantes. No ano seguinte (1999 / 2000) já ouve um aumento para 66 mil visitantes e em

2000 / 2001 foi o total de 91 mil, um crescimento quase de 50%.

“No último verão (2005/2006), o Píer Mauá recebeu 35 embarcações, totalizando 193 mil

passageiros, quantitativo 217% maior que o quantitativo da temporada do ano base de

1998/1999”. (RIOTUR, 2006). Para o Secretário Especial de Turismo do Rio de Janeiro, Rubem

Medina (RIOTUR, 2006), “o aumento a cada ano de passageiros é sinal de que os armadores

acreditam no produto turístico Rio de Janeiro”. Para a temporada 2006 / 20074, entre as

embarcações que já estão confirmadas está o Costa Fortuna e o Queen Mary.

Sem dúvida o porto de Santos e o porto do Rio de Janeiro são os principais e mais bem

equipados do Brasil, porém como já foi comentado anteriormente, essas estruturas são limitadas,

e defasadas para o número de passageiros e navios que estão vindo para a costa brasileira.

4 Estimativas para 2006/2007 – 250.914 passageiros / 87.820 tripulantes / 338.734 potenciais turistas.

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4.3.3 - Portos e pontos de desembarque em Santa Catarina

Santa Catarina é um dos estados do Brasil que está em alta no mercado turístico, as

opções de lazer e atrativos são os mais diversos. Santa Catarina é considerada um dos estados

com maior qualidade de vida. No âmbito do turismo o estado reúne diferentes culturas e

geografia acidentada. Unindo serra e mar, calor e frio, praia e neve, cultura Açoriana, Alemã,

Italiana entre outras. Festas típicas e gastronômicas, eventos de esportes e científicos.

Recentemente no dia 31 de outubro 2006, Aconteceu a 6°Edição do prêmio Melhor

Viagem e Turismo 2006, neste evento, Santa Catarina recebeu o segundo lugar na categoria de

melhor estado, o primeiro lugar ficou para o estado Baiano. E Florianópolis recebeu também o

segundo lugar na categoria de melhor cidade, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. (BELA E

SANTA CATARINA, 2006).O que comprova o potencial que o estado oferece para atividades

turísticas.

Em relação ao recebimento de cruzeiros marítimos não é diferente. Diversos navios param

na costa catarinense, e esse número tem aumentado acompanhando a tendência deste segmento

no Brasil. No estado são ao todo cinco pontos de desembarque, já incluindo os portos do estado.

São os portos de São Francisco, de Itajaí, de Imbituba e os pontos de desembarque de Porto Belo

e Florianópolis.

Os portos do estado, assim como a maioria dos portos do Brasil, possuem ênfase nos

navios cargueiros, e os pontos de desembarque não oferecem condições adequadas para o

atracamento dos navios.Portanto os portos e pontos de desembarque de Santa Catarina possuem

pouca ou nenhuma estrutura voltada ao mercado de cruzeiros marítimos, as estruturas utilizadas

para recepção desses navios de passageiros são adaptadas, ou utilizam as mesmas estruturas que

utilizam para os navios de cargas.

A SANTUR (2003), coloca como principais dificuldades desse segmento, pontos como a

legislação federal inadequada e legislação específica inexistente; dificuldade de infra-estrutura

local de atracação, sinalização; Burocracia do desembaraço de passageiros; e altas taxações de

impostos federais.

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Portanto, assim como o mercado de cruzeiros marítimos no Brasil, Santa Catarina também

tem como principais problemas uma legislação mais adequada, e principalmente à falta de

estrutura física e de serviços nos portos e pontos de desembarque do estado.

De acordo com a pesquisa realizada por Machado (2003), os aspectos que são levados em

consideração para a escolha um local para a atracação de cruzeiros marítimos pelos armadores e

também pela SANTUR, são os calados (profundidade média de 8/9 metros); os ventos; o nível

cultural e de profissionalização dos destinos, as condições geográficas dos portos, a

multidiversidade de etnias, a segurança, qualidade de vida e uma boa estrutura portuária (não

interessando os portos de cargas).

O porto com melhor estrutura para atender os passageiros no estado é o porto de Itajaí,

que investiu em um píer próprio para passageiros. O porto de Itajaí é um porto de administração

municipal, seu píer para passageiros está localizado no centro da cidade. Foi inaugurado em

2000, e o objetivo da sua construção foi atrair navios de passageiros e incrementar o turismo na

cidade e região. (PORTO DE ITAJAÍ, 2006).

O Píer de Itajaí possui estrutura exclusiva para recepção de cruzeiros marítimos e

embarcações de lazer. Possui 05 dolfins, 02 de amarração e 03 de atracação, 10 metros de calado,

220 metros de plataforma do cais de 945 metros em concreto, Alfândega, salas para Policia e

Receita Federal, terminal de passageiros, plataforma de embarque e desembarque, espaço para

instalações administrativas, além de infra-estrutura básica e um bom acesso.

Itajaí localiza-se em uma região privilegiada, pois está próxima aos principais pontos

turísticos do estado. Por exemplo, o Parque Beto Carrero World em Penha, o parque Unipraias,

em Balneário Camboriú, Porto Belo, Blumenau, Brusque, Joinville e até Florianópolis.

Oferecendo possibilidades de diferenciadas excursões em cidades turísticas, e cidades que se

destacam pelo comércio da região. E seu terminal é o primeiro de seu tipo no Brasil e foi

elaborado baseado no cais turístico de Barcelona, (VIAGENS DE NAVIO, 2006).

Mesmo sendo o porto que oferece melhor estrutura para cruzeiros marítimos no estado, o

porto de Itajaí não possui a confirmação de que receberá cruzeiros marítimos na temporada de

2006/ 2007. Segundo artigo do Diário Catarinense, em junho de 2006, A falta de interesse

turístico pela cidade, é o motivo pelo qual os armadores e representantes dos navios no Brasil

suspendam as escalas em Itajaí. A CVC operadora de viagens, na temporada passada, por

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exemplo, era responsável por 11 das 20 escalas de cruzeiros marítimos na cidade, além de

oferecer a opção inédita no estado de embarque no Píer de Itajaí. Este ano todas as paradas da

CVC em Santa Catarina aconteceram em Porto Belo.

A falta de apelo turístico é a justificativa apresentada pela CVC para descartar a cidade

dos roteiros que incluem o Sul do Brasil na temporada 2006/2007. Segundo Rodolfo Szabo,

diretor comercial marítimo da CVC, neste mesmo artigo diz, “O município tem uma ótima

estrutura para receber cruzeiro, mas o destino não vende. A cidade não está nos sonhos de quem

quer viajar de navio”.

Além da CVC outras companhias também suspenderam as escalas de navios de cruzeiros

em Itajaí. A cidade portuária está fora da rota de cruzeiros marítimos na temporada de 2006

/2007. O que é uma pena para a cidade, pois a cada navio de cruzeiros que paravam em Itajaí,

eram arrecadados cerca de R$ 24 mil só em taxas portuárias e de locomoção no canal, sem contar

com o que os passageiros deixavam em cada parada. (DIARIO CATARINENSE, 2006, apud

SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).

O porto de São Francisco, e o porto de Imbituba são totalmente voltados aos navios de

cargas, são navio considerados bons em relação a atracamento, profundidade e capacidade para

navios de grande porte, porém não existe na estrutura desses portos uma opção diferenciada para

atender aos passageiros de navios de cruzeiros. Por isso acabam não sendo portos atraentes para

os armadores de cruzeiros marítimos.

O porto de São Francisco está localizado na parte leste da Baia de Babitonga em São

Francisco do Sul, costa norte de Santa Catarina, a 215 quilômetros da capital, Florianópolis. É

administrado pelo governo do estado de Santa Catarina, voltado para o comércio de cargas. A

atividade de recebimento de cruzeiros marítimos ainda não é uma realidade por dois fatores, não

possui estrutura voltada para esse segmento, segundo dois representantes de cruzeiros marítimos

no estado a cidade está situada um pouco longe dos principais destinos turísticos do estado, além

de ter que depender da BR 101, o que acaba criando um problema para a operacionalização.

Ainda por fonte dos representantes de cruzeiros no estado em pesquisa realizada abaixo,

comentam que o porto de São Francisco tem planos de investir em um píer adequado para

passageiros, resta saber se neste plano inclui divulgação para captar cruzeiros para esse destino

também. Segundo representante da CVC de Florianópolis (2006), “A prefeitura de São Francisco

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esta reformando o porto e se tudo correr bem na próxima temporada teremos mais essa opção de

porto para um desembarque mais adequado, porém o problema da distancia vai continua”.

O porto de Imbituba está localizado ao sul do litoral do estado de Santa Catarina, próximo

ao centro da cidade. É administrado pela companhia Docas de Imbituba. O Porto foi construído

em uma enseada aberta ao mar, possuindo águas abrigadas e profundas, o canal de acesso ao

porto é igualmente profundo, permitindo a navegação de navios de grande porte a qualquer hora

do dia e da noite. Atualmente conta com quatro Berços de Atracação com 9,5m de calado cada

um. O porto de Imbituba possui terminais e vias pavimentadas. (CIA DOCAS DE IMBITUBA,

2006).

Seu enfoque, como já comentado acima, é do transporte de cargas. Na temporada 2006 /

2007 dos cruzeiros marítimos, De acordo com a escala prevista para 2006/2007 pela Santur

(Anexo B) e pela confirmação da Costa Cruzeiros, Imbituba receberá o navio Costa Romântica

da companhia Costa Cruzeiros. Mesmo não possuindo terminal próprio para passageiros e pouca

infra-estrutura para recepção desses cruzeiros, o porto de Imbituba oferece atracamento seguro e

com capacidade para navios de grande porte, com poucas opções no estado a companhia optou

por este porto, diferente de Florianópolis, onde o fundeamento é feito longe da costa e os

passageiros são transportados por tenders ou lanchas, que muitas vezes devido ao mal tempo os

navios não podem atracar.

O porto de Imbituba a uns bons anos atrás já havia recebido cruzeiros marítimos em seu

porto, algumas dessas paradas foram realizadas de última hora, por problemas em portos e pontos

de desembarques vizinhos, porém devido à falta de estrutura mínima necessária para a recepção

de navios de cruzeiros, assim como estrutura turística, e a pouca divulgação do local. Ficou bons

anos sem receber esse tipo de navio. Eis a oportunidade para a cidade de desempenhar um bom

trabalho e investir neste segmento, já que a cidade assim como sua administração tem atualmente

respirado ares de divulgação e incentivo ao crescimento do mercado turístico, através recentes

eventos com enfoque internacional na região. Como até o momento já existe uma confirmação da

companhia para a temporada de 2006 / 2007, a cidade possui tempo hábil para se organizar e

colher bons frutos no futuro.

Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina, uma ilha banhada por 100

belíssimas praias com dunas, lagoas, e muita mata atlântica. Possui diversas áreas de preservação

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permanente e parques ecológicos. Recebeu recentemente o segundo lugar no premio Melhor

Viagem e Turismo de 2006, na categoria de melhor cidade para visitar do Brasil, perdendo

somente para o Rio de Janeiro, (BELA E SANTA CATARINA, 2006). Hoje conhecida como

uma das cidades com maior qualidade de vida do Brasil. Está em alta na mídia, é um destino bem

procurado tanto nacional como internacionalmente.

O local do desembarque é realizado na praia de Canas Vieiras, a 27 km (PMF, 2006) do

centro da cidade. Florianópolis não possui portos ou píers, por este motivo o embarque e

desembarque dos passageiros são realizados através de lanchas ou tenders, os navios que visitam

a cidade param em torno de 1,5 km de distancia da praia.

Segundo guia turístico da PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis (2006), Canas

Vieiras é uma praia procurada principalmente por Argentinos, é hoje uma das praias com melhor

infra-estrutura de serviços e lazer para o turista durante a alta temporada. Possui um mini-centro

onde os turistas têm uma variedade de opções de compra, restaurantes e lazer.

Florianópolis sem dúvida é uma cidade que atrai turistas, isso é fato. Armadores de

cruzeiros marítimos bem que tentam trazer para a “ilha da magia” seus navios para pararem nas

águas da capital do Estado. O grande problema gira em torno da falta de estrutura física e de

serviços diretamente relacionados com o atracamento, embarque e desembarque dos passageiros.

Florianópolis é uma cidade que sem dúvida chamam a atenção em um roteiro de cruzeiros, porém

a falta de um píer com condições seguras de atracamento, faz com que os armadores tenham que

optar por outros destinos do estado, mesmo que todos apresentem problemas de estrutura,

Florianópolis acaba se tornando a pior opção neste aspecto.

Inúmeras vezes por mal tempo as paradas na cidade tiveram que ser transferidas para

outros portos ou pontos de desembarque, o que causa enormes problemas operacionais, perca de

tempo e decepção dos passageiros. Para a temporada de 2006 / 2007, a Costa cruzeiros e a CVC

tiraram Florianópolis dos seus roteiros, a CVC optou por Porto Belo, e a Costa Cruzeiros terá

nesta temporada paradas em Imbituba. Já a MSC por enquanto não possui paradas no estado.

Nesta temporada até o momento somente os navios da companhia Island Cruises estão

confirmados para pararem em Florianópolis, porém se caso ocorrer algum imprevisto como

condições climáticas desfavoráveis em Florianópolis às paradas serão transferidas para ouros

portos, as opções pode ser Itajaí neste caso. (DIARIO CATARINENSE, 2006, apud

SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).

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Acredita-se que Florianópolis, com todas suas belezas naturais e potencialidade turística,

apresente alguns pontos interessantes e viáveis para a construção de um píer com condições

adequadas para atracamento de navios. De acordo com pesquisas informais sabe-se que diversos

projetos já foram apresentados para prefeitura municipal da cidade, secretaria de turismo, assim

como governo de estado. Porém até hoje nada foi posto em prática. Também por fontes informais

acredita-se que pontos possíveis para ser construído um píer turístico, visando menor impacto

ambiental possível, seriam as praias dos Ingleses, ou em Ponta das Canas, ambas no norte da ilha,

a cerca de 30 km do centro.

Leva-se em consideração que para a criação de um píer turístico adequado é necessário

estudar todas as variáveis para a viabilidade deste empreendimento, principalmente por questões

ambientais, culturais, de capacidade de carga e custos. Como este estudo não possui objetivo pela

busca destes projetos, não se pode avaliá-los, portanto não cabe aqui dizer que são opções

corretas ou não a serem seguidas. Mas vale dizer que existem, e de alguma forma a solução ainda

pode ser encontrada.

Em Santa Catarina a opção mais procurada pelos armadores dos cruzeiros marítimos para

aportarem seus navios é a cidade de Porto Belo. Possui excelente localização geográfica, fica

próximo a 6km da praia de bombinhas, a 64 km de Florianópolis e 26 km de Balneário Camboriú,

além de a cidade possuir belezas naturais e águas tranqüilas. (CIASC, 2006).

Porto Belo não dispõe de porto, por isso é utilizado o sistema de tender ou lanchas para

realizar o embarque e desembarque dos passageiros. Os navios param a mais ou menos 20

minutos de lancha entre o navio e o píer de desembarque que está localizado na marina de Porto

Belo. Mesmo não oferecendo estrutura adequada para os passageiros à marina de Porto Belo fica

localizada a 2 km do centro da cidade, onde os passageiros encontram opções de bares,

restaurantes e lojas (VIAGENS DE NAVIO, 2006).

De acordo com conversa informal com um representante da casa do Turista em Porto

Belo, ele explica que o desembarque em Porto Belo é realizado no Iate Clube de Porto Belo, e

conta com boa estrutura. O transporte até o centro do município é feito por bondinhos turísticos,

táxis ou barcos, e as agências de receptivo oficiais têm exclusividade no acesso ao porto.

Szabo, diretor comercial dos cruzeiros marítimos da CVC, explica, “Embora Porto Belo

não tenha uma estrutura própria para transatlânticos, estes ficam fundeados em uma baia e

protegidos contra ventos fortes, o que facilita a locomoção de passageiros entre o navio e a terra

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firma”. E ainda diz que “Porto Belo vende muito bem como destino”. (DIARIO CATARINENSE

2006 apud SECRETARIA EXECUTIVA DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL, 2006).

Uma atração interessante a quem vai para Porto Belo é a ilha de Porto Belo, um

empreendimento turístico que oferece praias calmas e rasas, onde a principal atração são as

atividades náuticas. Na ilha também se encontra o museu da família Schurmam5, opções de

restaurantes, bar e souvenir.

A primeira vez que a cidade recebeu um cruzeiro marítimo foi em 1998, foi de forma

improvisada quando, por inviabilidade de atracarem em Itajaí em virtude da maré, foi transferido

para atracar em Porto Belo. Com o apoio da Polícia Militar, secretaria de turismo e escunas de

Porto Belo que os desembarques aconteceram.

Desde então a cada ano as paradas de cruzeiros em Porto Belo foram aumentando, hoje é

a cidade que mais recebe cruzeiros marítimos em Santa Catarina. Para a temporada 2006 / 2007

já estão confirmadas 34 escalas de navios. Sem dúvida essas paradas irão causar impacto positivo

para a economia local, já que o previsto será em torno de 43 mil passageiros e 14 mil tripulantes

(PREFEITURA DE PORTO BELO, 2006).

Como já foi comentado, Porto Belo também não possui estrutura adequada para a

recepção de cruzeiros marítimos, não oferece um terminal apropriado, com opções de posto de

informações, sanitários, ambulatórios, etc... porém, os navios são atracados em águas calmas

dando uma certa segurança aos armadores para realizar o trajeto de lancha ou tender. Tem uma

localização privilegiada, está muito próximo ao centro da cidade, onde pode ser sanado

“qualquer” tipo de emergência. Além de oferecer inúmeras opções de atividades de

entretenimento aos passageiros. A cidade conquistou os turistas.

Na opinião do representante da CVC de Florianópolis, “Porto Belo, como receptivo de

cidade é o melhor local de santa Catarina, é também localizado próximo a cidades turísticas, tem

acesso fácil, e por ser uma baia mais tranqüila é melhor para atracamento do que Florianópolis”.

De acordo com informações informais cedidas pelo representante da casa do turista de

Porto Belo, o município aprovou junto ao ministério do turismo a construção de um terminal

turístico de passageiros no centro da cidade. O que sem dúvida promete um incremento ainda

maior para o estado e para Porto Belo, já que a cidade já é a preferida pelos armadores.

5 Família de velejadores Brasileiros que deu a volta ao mundo.

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Comparando os portos internacionais e toda a sua estrutura física conforme podemos

analisar nas fotos abaixo, conseqüentemente os portos nacionais de Santos e Rio de Janeiro, e

chegando aos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina verifica-se que existe um grande

problema nesta questão de estrutura, tanto no Brasil, mais principalmente nos portos do estado,

que é o enfoque deste estudo. Santa Catarina esta deixando muito a desejar no segmento de

cruzeiros marítimos, o que é uma pena, principalmente na capital do Estado. Que por ser uma ilha

poderia explorar melhor esse potencial.

Os armadores de navios optam por dois aspectos principais, em primeiro lugar, a estrutura

física e em segundo lugar a infra-estrutura como cidade, o apelo turístico. A cidade tem que ser

atrativa, os armadores tem por objetivo principal vender os cruzeiros, torná-los rentável. É o

exemplo de Itajaí, um porto considerado pela maioria dos armadores como a melhor estrutura

física para recepção de cruzeiros marítimos no Estado, no entanto não será utilizada para esse

fim, pois falta divulgação do destino.

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4.3.4 – Imagens de Portos no Brasil e no Mundo: Algumas comparações.

Porto de Miami (Figuras 5 e 6): Capital dos cruzeiros marítimos, porto com boa

organização e estrutura, excelente acesso. No Brasil ainda não existe portos com esses padrões.

Fonte: Porto de Miami, 2006. Fonte: porto de Miami, 2006.

FIGURA 5: PORTO DE MIAMI FIGURA 6: TRAFEGO AO PORTO DE MIAMI

Porto de Barcelona (Figura 7): Terminais bem localizados, modernos e funcionais,

próximos ao centro. Oferece inúmeras opções de lazer e cultura.

Fonte: Porto de Barcelona, 2003.

FIGURA 7: TERMINAL DE PASSAGEIROS DO PORTO DE BARCELONA

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Porto de Vancouver (Figuras, 8, 9,10 e 11): Terminais de grande fluxo, infra-estrutura

planejada, fácil acesso, ótima localização. Serviços impecáveis de segurança, comunicação e

informações.

Fonte: Porto de Vancouver, 2004 Fonte: Porto de Vancouver, 2004

FIGURA 8: TERMINAL BALLANTYNES FIGURA 9: TERMINAL CANADÁ PLACE

Fonte: Porto de Vancouver, 2004 Fonte: Porto de Vancouver, 2004

FIGURA 10: INFORMAÇÕES TURÍSTICAS FIGURA 11: SISTEMA DE SEGURANÇA

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Porto de Santos: Terminal Concais (Figuras - 12 e 13) próprio para passageiros, maior

estrutura para recepção de cruzeiros marítimos do Brasil. Estrutura relativamente boa, não

comparada aos padrões internacionais. Segundo estudo, é necessário maior investimento,

demanda será maior que o espaço disponível.

Fonte: Viva Santos, 2006.

FIGURA 12: TERMINAL TURISTICO DE PASSAGEIROS NO PORTO DE SANTOS

Fonte: Prefeitura Municipal de Santos, 2006.

FIGURA 13: PORTO DE SANTOS

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Porto do Rio de Janeiro: Terminal de Mauá (Figura 14). Segunda maior estrutura para

recepção de cruzeiros marítimos no país. Assim como o terminal de passageiros de Santos possui

boa estrutura, porém precisa de ampliação. Os investimentos não estão acompanhando o

crescimento do número de navios e passageiros.

Fonte: Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro,2006.

FIGURA 14: PÍER MAUÁ.

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Píer turístico de Itajaí (Figura 15 e 16): Localizado próximo ao centro, possui espaço para

policia e receita federal, alfândega. Não é a estrutura ideal se comparada com os principais portos

do país. Mais oferece estrutura básica para se realizar embarques e desembarques. É considerado

a melhor estrutura disponível no estado de Santa Catarina. Porém Não possui apelo turístico. Não

receberá cruzeiros marítimos na temporada de 2006 / 2007.

Fonte: Porto de Itajaí, 2006.

FIGURA 15: NAVIO DE CRUZEIRO ATRACADO O PÍER DE ITAJAÍ.

Fonte: FITUR, 2006.

FIGURA 16: PÍER TURÍSTICO DE ITAJAÍ.

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Portos de São Francisco ( Figura 17) e Imbituba (Figura 18): Voltados somente para o

setor de cargas, não possuem estrutura para atenderem passageiros. Imbituba por sua localização

e por falta de melhores opções irá receber cruzeiros marítimos na temporada 2006 / 2007.

São Francisco está investindo em projetos para passageiros de cruzeiros marítimos.Porém

possui localização considerada não privilegiada, pois está longe de grandes pólos receptores.

Fonte: Ministério dos Transportes, 2006.

FIGURA 17: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL

Fonte: Companhia Docas de Imbituba, 2006.

FIGURA 18: PORTO DE IMBITUBA

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Píer de Porto Belo (Figura 19): O atracamento é feito em uma baía de águas tranqüilas,

em cerca de 1 km da costa sendo utilizado sistema de tender ou lanchas. Não possui estrutura

ideal para atracamento, porém oferece maior segurança que Florianópolis, por causa da

interferência das marés e ventos. Porém é a cidade que mais recebe cruzeiros marítimos no

estado. Possui apelo turístico, oferece inúmeras opções de lazer ao passageiro.

Fonte: Ilha de Porto Belo (2006)

FIGURA 19: PIER DE PORTO BELO E NAVIO DE CRUZEIROS AO FUNDO.

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Píer de Canas Vieiras – Florianópolis ( Figura 20): Em Florianópolis assim como em

Porto Belo, não possui estrutura de atracamento junto à costa. O deslocamento dos passageiros é

feito através de tender ou lanchas. Por motivos de mal tempo os navios são impossibilitados de

atracar. Considerado a pior estrutura do estado X uma das cidades mais procuradas no Brasil.

Fonte: Guia Floripa, 2003.

FIGURA 20: PIER DE CANAS VIEIRAS EM FLORIANÓPOLIS.

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4.4- Análise da pesquisa

Coleta 01 - Representantes das companhias de cruzeiros marítimos de Santa Catarina:

Pergunta 1: Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos

últimos anos?

MK - O brasileiro vem descobrindo o cruzeiro marítimo como uma excelente alternativa para sua

viagem de férias. No ano passado embarcaram 250.000 passageiros e a expectativa é de 350.000

para este ano, com um potencial ainda maior de desenvolvimento estamos muito longe da

saturação do mercado, por isso a cada ano as companhias de cruzeiros trazem mais e maiores

navios para nossa costa, pois vêem este grande potencial. Nossa companhia teve um índice de

ocupação de 98% na temporada passada comprovando o acerto nos investimentos realizados.

VTC – O crescimento ele pode ser considerado bastante bom, porque a cada ano há um aumento

significativo de navios vindo para a costa brasileira, na temporada passada (2005/2006) nós

tínhamos 06 navios, para essa temporada já temos 12 navios. Fora os navios que estão fazendo os

cruzeiros de transito, eles passam pelo litoral brasileiro e fazem apenas uma ou duas escalas, são

os que vão normalmente para o sul da Argentina até Valparaiso no Chile. Considerando o número

de navios de um ano para outro, tivemos um crescimento como pode se observar de quase 100%.

CVC – O movimento do turismo de cruzeiros nos últimos anos cresceu sensivelmente, só esse

ano a temporada da CVC deve chegar a 130.000 passageiros embarcados nos navios. De 2003

pra cá o crescimento tem sido, muito além do que se esperava, cerca de uns 40%, tanto que a

própria hotelaria tem reagido através de reclamações que o mercado de cruzeiros tem atrapalhado

roteiros rodo aéreos.

Isso se deve primeiro ao baixo custo do cruzeiro já incluindo algumas atrações como

shows, entretenimento, junto com hospedagem, alimentação e transporte incluso, é o custo

beneficio que o passageiro tem ao adquirir uma cabine.

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Nos últimos dois anos a média de navio na costa brasileira era de 06 navios, para a

temporada de 2006/2007 terão 12 navios, fala - se que para a temporada 2007/2008, pode -se

chegar até uns 15 navios.

No caso da CVC sentimos esse crescimento também se deve a uma situação que a CVC

adotou do sistema all inclusive, nos temos hoje três navios onde o passageiro não tem despesa

nenhuma dentro do navios, a não ser se ele usar cassino ou loja.

A popularização desses cruzeiros na costa brasileira se deu de cinco anos pra cá, pois

antes disso, essa atividade era tida como atividade de elite, só fazia cruzeiros quem tinha uma

situação financeira boa, porque eram roteiros consideravelmente caros. Onde o passageiro

acabava optando por um pacote aéreo. Hoje essas condições se inverteram, o cruzeiro acaba

saindo mais barato que muitos pacotes aéreos pelo país.

Analise da Autora:

É unânime a visão dos representantes das companhias de cruzeiros marítimos do Estado

sobre o crescimento deste segmento no Brasil. Onde a cada temporada o número de pessoas que

aderem a esse tipo de lazer vem aumentando, o que todos frisam é que a próxima temporada

(2006 / 2007) a costa brasileira irá receber o dobro de navios que a temporada anterior. Causando

sem dúvida um positivo impacto econômico em todo o litoral. Todos concordam que o Brasil

possui capacidade ainda maior de receber mais navios. A MK, representante da MSC em Santa

Catarina, afirma que a companhia que representa “teve um índice de ocupação de 98% na

temporada passada comprovando o acerto nos investimentos realizados”. De acordo com

informações coletadas, esse não foi um índice de méritos somente da MSC, mais sim de quase

todas as companhias que atuaram na temporada de 2005 / 2006, segundo acesso a informações de

fontes secundaria, todas as companhias tiveram percentuais parecidos com o da MSC, o que

prova mais uma vez o sucesso deste segmento em águas brasileiras.

Pergunta 2: Como você qualifica a infra-estrutura nos Portos de Santa Catarina para recebimento

de cruzeiros marítimos?

MK - O problema dos portos não é exclusivo do estado de Santa Catarina, pois faltam terminais

adequados para recebermos os turistas, apesar da cobrança de taxas portuárias em valores

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elevadíssimos. Não se vê uma movimentação efetiva das autoridades, apesar das promessas. O

que esperamos agora é que as taxas portuárias se revertam em investimentos exclusivos na

melhoria dos portos. Além deste problema temos que salientar o acesso a alguns locais, por

exemplo, em Florianópolis, apesar da parada de alguns navios na temporada passada próximo à

Ilha do Francês, sabemos que este local não é apropriado, pois é desprotegido causando

desconforto freqüente aos passageiros.

VTC – Deplorável é uma situação bastante caótica, não há uma estrutura física adequada,

principalmente em Florianópolis, já no porto de Porto Belo a estrutura já é bem melhor, porém

não é adequada, no porto de Itajaí, existe uma estrutura que poderíamos qualificar como muito

boa, no entanto a cidade de Itajaí não tem os apelos turísticos, fazendo com que os navios não

atraquem naquele porto, o que é uma pena, pois um grande investimento, e os navios de cruzeiros

não querem parar ali porque não tem atração, a cidade de Itajaí não vende o produto cruzeiros de

forma tão acentuada como Porto Belo e Florianópolis. São Francisco e Imbituba são cidades que

ainda não tem uma infra-estrutura turística preparada para receber não tem também atrativos que

justifique a parada de cruzeiros, ou até devem ter, porém não são divulgados pela mídia adequada

em cima da cidade, então a cidade não é conhecida, o que acaba não vendendo.

Os cruzeiros que irão parar em Imbituba essa temporada de 2006/2007 vão com intuito

único de fazer a parte fiscal, ou seja, da receita o alfandegamento do navio para poder entrar em

águas territoriais brasileiras. Também em função do mau tempo e da estrutura que não existe em

Florianópolis eles são obrigados a atracar em um porto maior e com estrutura para atracamento

melhor. Pois com as dificuldades encontradas em Florianópolis, não permite que o navio fique

ancorado de forma segura para que a policia e a receita federal faça toda a parte burocrática a ser

feita.

CVC – Com esse crescimento, com essa grande demanda, as cidades ainda não tiveram tempo de

se prepararem para esse tipo de turista. Por isso que o Brasil ainda tem toda essa deficiência de

locais para atracamento. Mas o problema aqui no sul é a péssima infra-estrutura, no sudeste e

nordeste as estruturas de portos estão melhores que as do sul. Não que estejam adequadas, porém

possuem situações um pouco melhores pelomenos de atracamento.

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Os únicos portos especializados, que possuem uma certa infra-estrutura para atender os

passageiros são os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Possuem sala de embarque, policia

federal,sanitária. Mesmo assim ainda são acanhados, não se comparam a portos internacionais,

como na Europa e Estados Unidos. Que possui uma infra-estrutura enorme a disposição dos

passageiros.

Em Santa Catarina, com exceção de Itajaí que possui um terminal turístico, os outros

portos ainda não tem uma estrutura especifica para navio de cruzeiros, na realidade é um serviço

feito dentro de condições precárias. O porto de Imbituba terá parada de navios de cruzeiros, mais

também não é uma estrutura adequada, o porto é totalmente voltado ao setor de cargas, nem o

porto nem a cidade oferece ainda uma estrutura para passageiros. “É um quebra galho”, é o caso

de emergência, pois o navio que a Costa vai atracar é muito grande e lá comporta esse navio.

Florianópolis, não possui estrutura nenhuma, o atracamento é feito em Canas Vieiras na

baia e depois tem que ter o serviço de remoção dos passageiros de lanchas, o que causa

transtornos e custos pra as empresas. Quando tem mal tempo não dá para atracar lá.

São Francisco do Sul também não oferece estrutura. São portos mais para o lado de

cargueiros do que de passageiros. Comercial e não de turismo. Porém existe projetos e

investimentos para esse tipo de mercado turístico.

Na temporada de 2006 / 2007, a CVC só terá parada em Santa Catarina em Porto Belo,

que também não possuem estrutura adequada. Sistema com locomoção de lancha, porém é a

distância são mais próximas para as lanchas irem e voltarem. O atracamento é mais tranqüilo,

pois é em uma baia de águas calmas. Diferente de Florianópolis, que possui problema de maré, é

mar grosso, tem problema de atracamento.

O porto de Itajaí possui estrutura, tem um píer turístico, mas os navios não param lá, isso

se deve a algumas regras, é um porto altamente comercial, e ele esta em uma classificação

internacional. Como o foco turístico tem uma operacionalização diferenciada, quando os navios

de cruzeiros param, acaba existindo muita circulação dentro da área do porto, por isso arrisca

perderem essa classificação para o fator comercial de cargas. È mais ou menos a ISSO 9002 só

que é marítimo e o porto não quer perder isso. Sem dúvida no estado de Santa Catarina seria a

melhor opção comparado com os outros portos do estado.

Analise da Autora:

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Mais uma vez 100 por cento dos representantes em Santa Catarina de companhias de

cruzeiros marítimos entrevistados possuem a mesma posição sobre a infra-estrutura disponível

nos portos do estado. De acordo com o diretor da VTC, “é uma situação bastante caótica”,

concordam que a situação de Florianópolis é a que causa maior preocupação, pois a insegurança é

nítida onde é realizada a atracagem dos navios. Porto Belo mais uma vez é colocado como

principal ponde de desembarque do estado, é uma cidade que não possui estrutura adequada

porém é uma cidade atrativa e não tem problema de falta de segurança para desembarcar os

passageiros,com marés, ventos fortes e mal tempo.

Outro ponto interessante que os representantes apontaram, é que essa dificuldade e falta

de infra-estrutura não acontece somente em Santa Catarina, é um problema que ocorre no Brasil

inteiro, mesmo os portos considerados os de melhor estrutura para recepção de cruzeiros

marítimos no país possuem alguns problemas operacionais. Para o representante da CVC esse

problema vem justamente pelo país ainda estar iniciando neste segmento turístico, “com essa

grande demanda, as cidades ainda não tiveram tempo de se prepararem para esse tipo de turista.

Por isso que o Brasil ainda tem toda essa deficiência de locais para atracamento”. Mas ressalta

que mesmo tendo problemas em toda a costa Brasileira, Santa Catarina se comparada com o

sudeste e nordeste ainda consegue ser de situação pior.

O representante da MK ressalta também um ponto preocupante, são as taxas abusivas

cobradas pelos portos do Brasil. “O que esperamos agora é que as taxas portuárias se revertam

em investimentos exclusivos na melhoria dos portos”. Mesmo tendo todos esses problemas de

infra-estrutura, segundo informações secundarias as taxas brasileiras conseguem ser uma das

mais caras do mundo. É hora de investir para colher bons frutos no futuro.

Pergunta 3: Quais as principais dificuldades encontradas pelas companhias em relação à infra-

estrutura encontrada em Santa Catarina para a recepção de cruzeiros marítimos?

MK - Santa Catarina é um estado privilegiado com uma costa maravilhosa, apesar disso os portos

atuais estão localizados em regiões mais voltadas ao transporte do que o turismo propriamente

dita. Veja o exemplo de Itajaí, pois a alternativa para passeios seria Balneário Camboriú (em

época de temporada a infra-estrutura local é sofrível até para o turismo tradicional), Blumenau e

região (o acesso á esta região é através de uma estrada em mão dupla, sem acostamento, com

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buracos e sem nenhuma segurança em época de temporada com o aumento do número de

veículos). Ou seja, o ideal seria buscar alternativas em cidades que permitam maior respeito ao

turista, com acesso através de estradas seguras, infra-estrutura de passeio mais adequado a este

tipo de turismo que traz recursos para a economia local.

VTC – A dificuldade maior é justamente da estrutura física, porque em havendo a estrutura

física, os navios virão e virão cada vez mais para Santa Catarina, desde que essa estrutura exista e

que tenhamos espaço físico adequado que tenhamos a estrutura de suporte para o receptivo que

tenham guias devidamente cadastrados, e colocados de ordem que não tenham problemas de

“gritaria e bagunça” enfim que não haja a disputa pelo turista de forma desorganizada, como a

gente vê muitas vezes em alguns portos, onde o turista é atacado para fazer esse ou aquele

serviço, precisaria um pouco mais de organização. Mas a parte principal sem dúvida é a estrutura

física que não existe.

CVC – As principais dificuldades encontradas nos portos de Santa Catarina para a

recepção de cruzeiros marítimos, primeiramente a falta de infra-estrutura dos portos para o

mercado turístico, todo atracamento tem que ter vigilância sanitária, policia federal e eles não tem

estrutura rígida para esse atendimento, não é que nem Santos, Rio que possui uma delegacia da

receita federal, uma delegacia da policia federal, tem uma delegacia da sanitária, dentro dos

terminais. Aqui você tem que depender da vinda das equipes usar o sistema de lancha, ir pro

navio fazer a fiscalização e voltar, então ai já começa a dificuldade.

Em relação aos portos é que desde o inicio eles foram construídos para cargas e não para

passageiros, o que se torna um problema, pois o operacional de um para o outro é totalmente

diferente.

Somente o porto de Itajaí foi adaptado para passageiros, porém ainda possui problemas

operacionais. Mesmo assim é o melhor que existe no estado.

Outra dificuldade são os problemas com locomoções, e ofertas de entretenimento nas

destinações onde os navios param. A gente é obrigada a criar estrutura nessas cidades para

satisfazer o cliente. No caso da CVC a gente que faz o transporte destes passageiros, porque

quando você para, você cria passeios para oferecer aos passageiros, com isso muitas vezes a

gente precisa deslocar de uma cidade para outra tendo que levar o turista para o passeio e voltar

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em tempo hábil para que ele possa embarcar, assim acaba surgindo outro problema, depender

muitas vezes da Br 101, que em muitos casos está congestionada, com buracos, etc...

Analise da Autora:

Além da falta de estrutura adequada dos portos e pontos de desembarque já mencionada

anteriormente, pois sem dúvida é o fator principal. As empresas questionam a falta infra-estrutura

turística na cidade e opções de diferentes atrativos, e de acesso. Existe algumas situações em que

o navio atraca e o passageiro não possui opções de passeios, entretenimento, comercio ou

restaurantes naquele local. A cidade deixa de ganhar, pois os próprios armadores precisam

organizar excursão e inventar atrativos para satisfazer seus clientes. Em relação às infra-

estruturas de acesso, o que acaba tornando o deslocamento problemático é ter que depender de

estradas e rodovias congestionadas, sem manutenção, esburacadas, tornando o trajeto difícil e

demorado.

Pergunta 4: Quais os fatores decisivos para a escolha dos portos ou pontos de desembarque de

um roteiro de cruzeiro Marítimo?

MK - Roteiros turísticos atrativos (praias, parques, etc), infra-estrutura de acesso aos locais de

turismo, gastronomia, segurança, conforto (porto).

VTC – À parte de infra-estrutura e estrutura física como um todo. Pois a falta de estrutura por sua

vez causa a insegurança no desembarque.

CVC – A escolha dos portos é feita primeiramente por conta de uma estrutura física para

atracamento mais próximo da adequada. Porque o fundeamento em alto mar (quando o navio para

numa baia em alto mar, quando não tem cais), toda a logística se torna mais complicada, precisa

baixar as lanchas do navio ir e voltar diversas vezes, depende do nível das marés, etc.

A imagem da cidade no roteiro também influência na escolha do local a atracar, procura-

se depois da estrutura um porto, uma cidade que ofereça atrativos e estrutura que ela pode

oferecer pro turista, não só na própria cidade mais também na região.

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Analise da Autora:

Todos apontaram que a estrutura do porto para uma atracagem segura é o primeiro ponto a ser

analisado. Depois as infra-estruturas de acesso, alimentação, segurança, estacionamento, opções

de entretenimento, localização privilegiada enfim estrutura do porto e estrutura turística da

cidade. E por fim se a cidade tem apelo turístico, se ela “vende”.

Pergunta 5: As taxas e exigências cobradas pelos portos variam de um destino para outro?

MK - As companhias no Brasil cobram um valor médio em função de Santos e Rio de Janeiro,

que são os portos de embarque tradicionais e que oferecem a melhor infra-estrutura, apesar de

ainda serem aquém do necessário. Se compararmos com as taxas cobradas em outros países, o

Brasil com certeza liderará o ranking dos mais caros do mundo.

VTC – As taxas são cobradas de acordo com a estrutura de cada porto, cada porto faz o seu

preço, tanto é que a atracagem de um navio em Santos custa hoje mais de 60.000 mil reais, e se

ele for atracar aqui em Florianópolis, com a FIT, a estrutura que nós temos, a onde é usado à

estrutura do píer de Canas Vieiras, custa aproximadamente 5.000 mil reais. Então em cima disso

que as empresas de navegação fazem os seus cálculos para que os passageiros então paguem

essas taxas portuárias para utilizar o serviço. Um porto com taxas mais baratas não

necessariamente é melhor, pois taxas baratas significa pouca estrutura, e pouca estrutura significa

mais mão de obra para as companhias de cruzeiros. A mão de obra acaba encarecendo, então se

nós tivermos um atracadouro, um píer com certeza pagaremos uma taxa maior mais a empresa

não se abstém de pagar essas taxas desde que tenha segurança e que essa taxa seja justa de acordo

com os serviços oferecidos.

CVC – Existe uma taxa fixa em dólar pelo número de dias de navegação e mais as taxas

operacionais dos portos, que é o atracamento do navio. As taxas dos portos variam de um local

para outro. Dependem dos serviços que são oferecidos. A taxa portuária não é só cobrada pelo

embarque e desembarque, mais também pelos serviços oferecidos pelo porto.

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Essas taxas são pagas para as prefeituras ou pra empresa que administra o porto onde cada

serviço tem seu preço. Existe valores diferenciados dos portos do sul, sudeste e nordeste do país.

Por exemplo, quando você para em Itajaí que é atracado você tem uma taxa maior do que

se você parar em Florianópolis que é fundeado, pois é a taxa somente do embarque e

desembarque. Existem taxas por passageiros embarcados, desembarcados, por locomoção do

navio, e se você precisa de um rebocador e o pratico as taxas são mais caras.

Analise da Autora:

O representante da MSC indica que as taxas no Brasil são cobradas segundo um

parâmetro mais ou menos dos portos do Rio e de Santos, já que esses portos são os mais bem

estruturados no país. Para a VTC e CVC, acreditam que as taxas são cobradas relativas as

estruturas de cada porto, de acordo com os serviços utilizados. Portanto, se comparar as taxas do

porto de Santos com as taxas do píer de Florianópolis, sem dúvida terá uma enorme diferença,

porém isso não quer dizer que a companhia está tendo lucro nisso, pois por Florianópolis não

oferecer um serviço adequado, a companhia se desgasta em mão-de-obra e logísticas para atender

da melhor forma possível os passageiros, gerando outros custos que acabam não compensando,

em virtude de todo o transtorno causado pela falta de estrutura do porto, sem dúvida valeria mais

a pena pagar uma taxa maior, porém que oferecesse mais serviços adequados.

Outro ponto importante levantado pela MK, é que as taxas portuárias do Brasil são

consideradas as taxas mais caras do mundo, o que causa aos armadores um sentimento de

indignação, já que além de terem as taxas mais altas, são os portos com menos estrutura também.

Isso não é correto, já que essas taxas seriam para investir em melhorias dentro dos portos.

Pergunta 6: As empresas que comercializam esses cruzeiros no Brasil possuem algum tipo de

organização entre si, para reivindicar melhorias nos pontos de recebimento de navio no país e no

estado?

MK - Fundada em janeiro deste ano, a Associação Brasileira de Representantes de Empresas

Marítimas (ABREMAR) inicia o seu programa de trabalho na perspectiva de trabalhar com

afinco pela regulamentação dos cruzeiros de cabotagem.

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VTC – Existe sim uma Associação das empresas ela é atuante, poderia até ser mais atuante, briga

junto aos órgãos federais, estaduais, e municipais, mais em função da burocracia que existe

dificilmente conseguem chegar onde gostariam. Então hoje existe uma associação que é a

ABREMAR, aonde os principais representantes dos cruzeiros marítimos da costa brasileira são

associados.

CVC – As companhias de cruzeiros não possuem um tipo de associação especifica da classe.

Pois alguns navios são arrendados, por exemplo, a CVC arrenda por temporada os navios, a costa

e a MSC operam os navio no mundo inteiro. Com isso acaba não conseguindo fazer algum tipo

de associação. Na realidade acabamos ficando ligados a ABAV, porém não em uma associação

específica de cruzeiros marítimos. Cada empresa luta por suas reivindicações. A ABREMAR é

mais focado para o lado comercial e não turístico destas reivindicações.

Analise da Autora:

Para os representantes da MSC e da Island Cruises (MK e VTC), ambos indicam como uma

associação atuante neste mercado é a ABREMAR, uma associação composta pelos principais

representantes dos cruzeiros marítimos na costa brasileira. Eles atuam junto aos órgãos

municipais, estaduais e federais para que ocorram melhoras na estrutura deste setor no Brasil e

pela complementação da regulamentação dos cruzeiros de cabotagem.

Já para o representante da CVC de Florianópolis, a ABREMAR é sim uma associação abrange os

representantes de cruzeiros no Brasil, porém com intuito mais comercial e não reivindicações

turísticas.

Pergunta 7: Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços

prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?

MK – Em Florianópolis, basicamente a criação de um terminal protegido, evitando-se parar ao

largo, pois os navios estão sempre sujeitos às condições meteorológicas e também a finalização

da duplicação das estradas de acesso às praias. PORTO BELO, não tem tantos atrativos quanto

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Florianópolis, mas é uma boa alternativa.O problema passa a ser para os passeios para Blumenau

e região e a super população da região durante a temporada, fazendo aparecer as falhas de infra-

estrutura.

VTC – Voltamos à infra-estrutura, em havendo uma infra-estrutura adequada para que os navios

atraquem vamos ter a oferta de serviços que esses navios se propõem a usar, e por conseqüência

as pessoas vão começar a se apresentar, eu ofereço isso, eu ofereço aquele serviço, então a

qualidade dos serviços automaticamente ela tende a melhorar no momento em que você tem a

disputa pelo teu cliente quando eu falo disputa é uma forma tranqüila, limpa, sem qualquer

transação excusa, que eventualmente podem ocorrer em alguns casos, onde alguns perueiros

tentam pegar os passageiros a qualquer custo, o que não recomendamos, mais em havendo a

melhora da infra-estrutura física, a prestação e qualidade de serviços tende a melhorar

sensivelmente. Porque você pode controlar e pode oferecer um serviço de maior qualidade

sabendo que o navio realmente vai atracar. Pois havendo problemas de intempéries, os navios não

atracam e deixam todos literalmente “a ver navios”.

CVC – O que é necessário é ter pelomenos uma boa estrutura de atracamento. Porque se não o

navio tem que baixar todas as lanchas. Com a quantidade de passageiros essas lanchas ficam

praticamente o dia inteiro indo e voltando para transportar os passageiros, e isso é custos para a

empresa, gera custo de mão de obra, custo de combustível, além do transtorno que causa, e a

perda de tempo.

Então o ponto principal é melhorar a estrutura para embarque e desembarque; Depois

melhorar a estrutura do destino, para que o passageiro tenha a oportunidade de fazer compras,

saborear a comida local, o artesanato e os diferenciais daquela região. Atrativos que incentive o

passageiro consumir. No fim o próprio operador do navio acaba criando situações para que o

passageiro possa gastar naquela cidade ou região. A CVC possui um departamento que opera os

serviços oferecidos para os passageiros em terra. Ou seja, além de organizar o navio, o próprio

navio hoje oferece toda uma estrutura de serviço para que o passageiro possa saber o que ele pode

fazer naquela cidade. E esses pacotes são todos montados e operados pela própria CVC. A gente

terceiriza alguma coisa de transporte, porém a operação, e coordenação, de guias, entre outra, é

tudo da CVC quem faz.

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Quando o navio para em determinados lugares, por exemplo, no caribe, o passageiro já

encontra uma estrutura local. Eles montam pequenos centros comerciais as feiras de artesanato e

atrativos de compras, e alimentação próxima à parada do navio de cruzeiros. Tudo ali perto, o

passageiro não precisa ir atrás, desceu já encontra tudo. Essas cidades se preparam. As nossas

ainda não tem essa política, tem que correr atrás.

Esses são os pontos críticos, atracamento adequado, estrutura para os passageiros, não

temos como fazer embarque e desembarque local, tudo tem que sair de Santos ou Rio de Janeiro.

No ano passado a CVC teve saída de Itajaí, mais esse ano não terá por problemas locais.

Analise da Autora:

Mais uma vez todos concordam com os mesmos pontos, onde sem dúvida o investimento

na estrutura de atracamento é o principal problema que precisa ser verificado. Principalmente em

Florianópolis, é necessária a construção de um terminal seguro, que ofereça serviços de

qualidade. O representante da VTC aponta que se melhorar a estrutura, também terá como

organizar melhor as empresas que oferecem os serviços de receptivo. Pois aponta que hoje os

passageiros são abordados de forma inadequada para realizarem passeios e excursões, o que

causa uma imagem de desorganização e que se caso um passageiro compra um serviço de alguém

não credenciado e que ofereça um serviço adequado, pode colocar o passageiro em situação

complicado. Pois o navio tem horário certo para continuar viagem independente se o passageiro

embarcou ou não.

Outro aspecto é em questão da estrutura oferecida pelos destinos onde os navios param,

essas cidades deveriam se organizar de forma eficiente para também ter opções para oferecer aos

passageiros. Tendo a oportunidade de se beneficiar com a visita desses passageiros através do

consumo fora do navio nestes destinos, através da gastronomia local, opções de entretenimento e

comercio local com opções de artesanato e produtos típicos. Ninguém resiste a uma lembrança de

um lugar especial. Diversas pesquisas assim como entrevista com os representantes das empresas

de cruzeiros marítimos no estado comentaram que a maioria das pessoas que consomem cruzeiros

marítimos são na maioria das vezes pessoas com poder aquisitivo relativamente alto, o consumo

que essas pessoas tem nas cidades onde visitam também é considerado mais alto que os roteiros

aero-rodoviário. De acordo com os representantes da VTC e CVC de Florianópolis, cada

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passageiro deixa em cada cidade que para em média de U$ 70 a U$ 100 dólares por dia,

multiplicando isso pelo número de passageiros por navio, pelo número de passageiros, número de

navios e por fim número de atracagem, no final de uma temporada se tem um resultado bastante

interessante para as comunidades daquele local.

Além do lucro que se pode extrair deste tipo de atividade a CVC aponta um filão de

mercado que Santa Catarina está perdendo por não ter estrutura ideal para embarque e

desembarque local. Por exemplo, se passageiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul quiserem

realizar um roteiro para Buenos Aires, precisam sair de suas cidades de avião até São Paulo ou

rio de Janeiro, pegar um transporte e ir até Santos (no caso de São Paulo), para embarcar no navio

e depois voltar para o sul, parar em alguma cidade de Santa Catarina e ir até Buenos Aires. Ou até

roteiros que saíssem de Santa Catarina e fossem até o Rio, Santos ou Nordeste. Se os portos de

estado tivessem estrutura para realização de embarques locais, Teria uma opção mais interessante

para os passageiros do Sul do País, que cada vez mais também consomem navios de cruzeiros.

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da estrutura física e de serviços dos

portos e pontos de desembarque de Santa Catarina que recebem Navios de Cruzeiros Marítimos.

Para se chegar a este objetivo foi necessário realizar uma busca de inúmeros dados relacionados a

este tema, através de pesquisa bibliográfica, assim como artigos de revistas, jornais e web. Além

de uma entrevista estruturada com as empresas que representam esses navios e atuam no mercado

de cruzeiros marítimos no estado de Santa Catarina.

Tendo com experiência profissional estar trabalhando em uma operadora de viagens onde

seu principal produto é a representação de navios de cruzeiros marítimos tanto na costa brasileira

assim como no exterior, e conseqüentemente estar lidando com este produto diariamente, é

impossível não avaliar a diferença entre os padrões internacionais e falta de estrutura tanto em

âmbito nacional como também nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina, que igual

o restante do Brasil possui diversas possibilidades de destinos, porém não aproveitadas pela falta

de estrutura tanto física e de serviços.

Vale a pena comentar que é também provado que uma das justificativas para esse atraso

de investimentos de estruturas dos portos no Brasil, como já visto é a recente mudança na

constituição da legislação que permite a navegação de cabotagem de navios com bandeiras

estrangeirais na costa brasileira, que entrou em vigor há apenas uma década atrás (1995). Isso

explica em termos a pouca estrutura e ainda o empirismo deste setor no país.

O mercado de cruzeiros marítimos no Brasil é hoje, um segmento em ascensão, na

temporada de 2006/2007 os navios de cabotagem na costa brasileira irão dobrar em relação à

temporada anterior. Cada vez mais empresas estrangeiras estão investindo seus navios em águas

brasileiras. E esses investimentos trazem retorno direto para a economia do país, além de gerar

inúmeros empregos diretos e indiretos, o mercado de cruzeiros marítimos possui uma dinâmica

muito interessante em relação à divisão de riquezas a diversas cidades ao mesmo tempo.

Os navios possuem a característica de passar por diversos lugares em um só roteiro, esta

dinâmica funciona de forma bem interessante, na maioria dos navios, durante a noite enquanto

seus passageiros estão aproveitando as dependências do navio às opções de entretenimento, ou

estão dormindo o navio está se locomovendo em direção a outro destino, onde ao início do dia o

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passageiro acorda em um lugar diferente cheio de novas expectativas e vontade de descer do

navio para conhecer os diferenciais daquela cidade, e principalmente consumir, seja no comercio

local, seja nos restaurantes, ou nos passeios oferecidos em terra.

Porém como já visto neste estudo, muitos destinos ainda não acordaram para essa

realidade, e não investem neste nicho de mercado. Deixando muitas vezes o passageiro sem

opção para conhecer as características e atrações do destino. De acordo com o que foi

apresentando neste estudo, verifica-se que o perfil dos passageiros que viajam em cruzeiros

marítimos são na maioria das vezes pessoas com poder aquisitivo relativamente alto, e o consumo

que essas pessoas tem nas cidades onde visita, também é considerado bem interessante e

lucrativo.

Cada passageiro deixa em cada cidade que para em média de U$ 70 a U$ 100 dólares por

dia. Outro ponto positivo para as comunidades locais é que se o passageiro foi bem tratado e não

consegui realizar todas as opções do que gostaria em somente um dia certamente voltará e ficará

por mais tempo, uma semana, quinze dias pelo menos, pois uma cidade como Florianópolis, por

exemplo, com certeza não se conhece em apenas 8 horas.

Outro problema em questão é o que possui mais enfoque nesta pesquisa, são as estruturas

disponíveis nos portos e pontos de desembarque de Santa Catarina são deficientes Exceto Itajaí,

que possui estrutura para passageiros, mesmo não sendo tão expressivo quanto aos portos de

Santos e Rio de Janeiro e muito menos adequada aos padrões internacionais, é a única estrutura

física dedicada ao embarque de passageiros no Estado. Porém existe um outro problema, a cidade

não possui apelo turístico e conseqüentemente não chama a atenção dos passageiros para comprar

roteiros que incluam esta cidade, as empresas acabam optando por outro destino.

A falta de investimentos nos portos do país de maneira geral ficou estagnada por décadas,

tanto para embarque e desembarque de cargas, mas principalmente para embarque e desembarque

de passageiros, já que esta atividade era menos explorada no Brasil. Hoje se passa por

dificuldades de logística e estruturas físicas.

As empresas representantes de cruzeiros no Estado comentam que infelizmente a

legislação portuária, e a trabalhista não estão adequadas ao setor e não colaboram para seu

desenvolvimento. O investimento em infra-estrutura não tem acompanhado o desenvolvimento

do mercado de cruzeiros. Esses sem dúvida são aspectos que não estão inclusos em meus

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objetivos, porém merecem uns estudos mais aprofundados, levantando toda a legislação vigente

no que se refere aos cruzeiros marítimos.

Empresas de cruzeiros marítimos deixam de parar em algumas destinações por falta de

estrutura adequada para receber seus passageiros, questões que sem dúvida podem interferir na

qualidade do serviço prestado pela empresa, causando má impressão aos passageiros e muitas

vezes põe em risco a segurança dos mesmos.

Todos esses pontos tiram a tranqüilidade dos armadores de navios de cruzeiros é por um

motivo muito importante para eles, à falta de estrutura nos portos e a falta de opções nas cidades

podem interferir diretamente na qualidade final do produto. Fazendo com que o contraste dos

excelentes serviços oferecidos dentro do navio, para os serviços inadequados e o transtorno que

essa falta de estrutura possa dar ao passageiro fora do navio interfiram na opinião dos

passageiros.

Mas esses problemas sem dúvida não abrangem somente os portos, mais sim todo o

sistema de transporte no país, tanto o sistema rodoviário quanto o aéreo. O sistema de transporte

np Brasil está passando por problemas generalizados neste aspecto, o que interfere diretamente

em diversas atividades inclusive diretamente nas atividades turísticas.

Muito se investe em divulgação, pouco se faz em infra-estrutura, é a impressão que se tem

quando o número de pessoas visitando o país só cresce, enquanto os investimentos não são para

captar novas possibilidades, nem para prevenir problemas operacionais, os investimentos são

apenas para remediar problemas já existentes. O que ocasiona sérios problemas operacionais para

as empresas que operam transportes turísticos, além dos impactos negativos a destinação e

população local. A proporção do crescimento de pessoas viajando pelo país seja por transporte

aéreo, rodoviário ou marítimo, em relação aos investimentos com infra-estrutura é assustador.

Abordando todos esses aspectos foi possível neste estudo atingir todos os objetivos pré-

estabelecidos.Relacionar a estruturas física e de serviços disponíveis nos principais portos no

Brasil e no mundo com o cenário que se apresenta em Santa Catarina. Foi de Grande valia para

avaliar a situação do mercado de cruzeiros marítimos no Estado e seu potencial de crescimento

em função destes aspectos.

Analisar o posicionamento das empresas representantes de Navios de Cruzeiros quanto à

estrutura física e de serviços em Santa Catarina, pode-se verificar a posição dessas empresas

perante o mercado em que atuam.

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79

Este estudo permite que outras pesquisas sejam desenvolvidas, aspectos como a

legislação, serviço de receptivo para cruzeiros, estrutura de comércio das cidades, estruturas de

acesso, podem ser abordados de forma a complementar um mapa deste cenário de mercado.

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80

6- REFERÊNCIAS

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de mai de 2006. Disponível em:

<http://www.businesstravel.com.br/hotnews_desc.php?cod=322> Acesso em: 15 de set. de 2006.

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<http://cdiport.com.br/texto/portoInfo.html> Acesso em 02 de nov. de 2006.

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ampliado, Tese (Pós-graduação em Engenharia de Produção) UFSC, Florianópolis, 1995.

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Disponível em: <http://acrj.org.br> Acesso em 02 de nov. de 2006.

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Camboriú: 2003.

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83

sociais. In: BEUREN, Ilse Maria (Org). Como elaborar trabalhos monográficos em

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Semanal de Comex 26-06-06 - Navios desviam de Itajaí, 2006 - Disponível em:

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7- ANEXOS

ANEXO A – Escala de navios de turismo prevista para 2006/2007

Data Dia da Semana Porto Navio

29/11/2006 Quarta-feira Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

100

Data Dia da Semana Porto Navio

06/12/2006 Quarta-feira Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

100

Data Dia da Semana Porto Navio

16/12/2006 Sábado Porto Belo Sky Wonder

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 18:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

19/12/2006 Terça-feira Porto Belo Island Escape

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 19:00 1.750

Data Dia da Semana Porto Navio

19/12/2006 Terça-feira Porto Belo Island Star

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 19:00 1.875

Data Dia da Semana Porto Navio

25/12/2006 Segunda-feira Imbituba Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

27/12/2006 Quarta-feira Porto Belo Island Escape

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Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 22:00 1.750

Data Dia da Semana Porto Navio

28/12/2006 Quinta-feira Porto Belo Grand Voyger

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 22:00 836

Data Dia da Semana Porto Navio

29/12/2006 Sexta-feira Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 17:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

03/01/2007 Quarta-feira Imbituba Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

04/01/2007 Quinta-feira Porto Belo Sky Wonder

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 18:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

05/01/2007 Sexta-feira Porto Belo Island Star

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

08:00 17:00 1.875

Data Dia da Semana Porto Navio

07/01/2007 Domingo Porto Belo Island Star

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 20:00 1.875

Data Dia da Semana Porto Navio

12/01/2007 Sexta-feira Imbituba Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

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Data Dia da Semana Porto Navio

13/01/2007 Sábado Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

Data Dia da Semana Porto Navio

13/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 17:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

20/01/2007 Sábado Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

100

Data Dia da Semana Porto Navio

20/01/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

20/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 17:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

23/01/2007 Terça-feira Porto Belo Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

08:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

26/01/2007 Sexta-feira Porto Belo Island Escape

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 19:00 1.750

Data Dia da Semana Porto Navio

27/01/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder

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Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 18:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

27/01/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 17:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

28/01/2007 Domingo Porto Belo Island Star

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 20:00 1.875

Data Dia da Semana Porto Navio

31/01/2007 Quarta-feira Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

100

Data Dia da Semana Porto Navio

13/02/2007 Terça-feira Porto Belo Island Escape

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 19:00 1.750

Data Dia da Semana Porto Navio

13/02/2007 Terça-feira Porto Belo Infinity

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

1.950

Data Dia da Semana Porto Navio

14/02/2007 Quarta-feira Imbituba Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

16/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Seadream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

100

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Data Dia da Semana Porto Navio

16/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Sky Wonder

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 18:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

23/02/2007 Sexta-feira Porto Belo Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

24/02/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

12:00 18:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

25/02/2007 Domingo Porto Belo Island Star

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 20:00 1.875

Data Dia da Semana Porto Navio

03/03/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

10:00 17:00 830

Data Dia da Semana Porto Navio

03/03/2007 Sábado Porto Belo Sky Wonder

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

11:00 18:00 1.550

Data Dia da Semana Porto Navio

04/03/2007 Domingo Imbituba Costa Romântica

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

09:00 18:00 1.700

Data Dia da Semana Porto Navio

13/03/2007 Terça-feira Porto Belo Island Escape

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

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10:00 19:00 1.750

Data Dia da Semana Porto Navio

24/03/2007 Sábado Porto Belo Blue Dream

Chegada/Horário Saída/Horário Nº Passageiros Receptivo

12:00 18:00 830

Fonte: SANTUR, 2006.

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ANEXO B – MAPA DO PORTO DE BARCELONA

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8- APÊNDICES

Anexo A – Roteiro de Entrevista aos representantes dos cruzeiros Marítimos em Santa

Catarina

Esta pesquisa tem por objetivo, verificar as impressões dos profissionais que atuam no

mercado de cruzeiros marítimos, a respeito da estrutura dos portos e pontos de desembarque1

para recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.

1. Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos últimos

anos?

2. Como você qualifica a infra-estrutura nos Portos de Santa Catarina para recebimento

de cruzeiros marítimos?

3. Quais as principais dificuldades encontradas pelas companhias em relação à infra-

estrutura encontrada em Santa Catarina para recepção de cruzeiros marítimos?

4. Quais os fatores decisivos para a escolha dos portos ou pontos de desembarque de um

roteiro de cruzeiro Marítimo?

5. As taxas e exigências cobradas pelos portos variam de um porto para outro?

6. As empresas que comercializam, esses cruzeiros no Brasil, possuem algum tipo de

organização entre si, para reivindicar melhorias nos pontos de recebimento de navio no país e

no estado?

7. Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços

prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?

1 Cidades que não possuem porto, porém recebem cruzeiros marítimos. Em Santa Catarina, por exemplo:

Florianópolis, e Porto Belo.

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Anexo B – Questionário direcionado aos representantes dos Portos e pontos de

Desembarque de Santa Catarina

Esta pesquisa tem por objetivo, verificar a qualidade da estrutura e serviços dos portos e

pontos de desembarque2 para recepção dos cruzeiros marítimos em Santa Catarina.

1. Como você vê o crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no Brasil nos últimos

anos?

2. O que tem modificado na rotina dos portos e pontos de desembarque em geral, desde a

popularização deste tipo de transporte turístico?

3. Quais taxas as companhias de cruzeiros precisam pagar para atracar neste Porto ou

ponto de desembarque? E para quem essas taxas são pagas?

4. Quais os serviços e estrutura oferecida aos navios de passageiros e aos passageiros?

5. O que é necessário para que companhia e porto fechem um contrato durante uma

temporada?

6. Em média quantos navios e passageiros desembarcam neste porto durante o ano?

7. Existe algum projeto que vise maiores investimentos na infra-estrutura para a recepção

de cruzeiros marítimos no porto ou ponto de desembarque em questão?

8. Na sua opinião o que ainda é necessário para melhorar a qualidade nos serviços

prestados pelos portos e pontos de desembarque que recebem cruzeiros marítimos?

2 Pontos de desembarque são as cidades que não possuem porto, porém recebem cruzeiros marítimos.

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PARTE II

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1- IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO

1.1- Dados da empresa

Razão Social: VTC Tour Operator Ltda.

CNPJ: 95.870.069/0001-82.

Inscrição Estadual: Isenta.

Registro na EMBRATUR:

Nome Fantasia: VTC Tour Operator

Endereço completo: Rua Jerônimo Coelho, 170 sala 103 / 105, centro Florianópolis, Santa

Catarina, cep: 88010-050.

Proprietário: Mauricio Voss.

Supervisores de Estágio: Claudia Brasil e Ana Eing.

1.2- Dados do aluno

Nome: Janaina de Amorim

RG: 3541402

CPF: 008.685.509-30.

Endereço: Rua Elizeu Di Bernardi, 470, apto 104, Campinas, São José – Santa Catarina, cep:

88101-150

Telefone: (48) 84224339.

Entidade de Ensino: UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí – campus São José – SC.

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2- JUSTIFICATIVA

As atividades do Estágio Supervisionado estão fundamentadas na Lei no 6.494, de

07/12/1977, regulamentada pelo Decreto no 87.497, de 18/08/1982, Pareceres normativos

CST no 326, de 06/05/1971, Resolução 015/CONSUN/ CaEn/04 da Universidade do Vale do

Itajaí e pelas normas administrativas aprovadas pela Coordenação do curso de Turismo e

Hotelaria.

“O estágio é o elemento fundamental que permeará todo o currículo dos cursos de

Turismo e Hotelaria, do primeiro ao ultimo semestre, possibilitando a formação do aluno e o

redimensionamento das propostas do projeto pedagógico do curso”. Bissoli (2002, p. 16).

O estagio oferece ao aluno a oportunidade de aplicar na pratica a teoria estudada

durante todo o processo de graduação. É também no estágio que o acadêmico tem a

oportunidade de decidir em qual área ele se identifica, facilitando a busca pelo segmento que

mais se encaixa dentro da área escolhida.

Além de abrir portas no mercado de trabalho, possibilitando ao acadêmico demonstrar

sua capacidade. Um estagiário competente, e responsável, sem duvida pode se tornar um

funcionário e crescer dentro da empresa.

Segundo Gadzanis, apud (BISSOLI, 2002), O Estagio Supervisionado em Turismo e

Hotelaria, facilita também ao inicio de uma futura função profissional, e o fim da graduação.

A escolha pela operadora VTC Tour Operator, para realização do estagio obrigatório

não foi por acaso, já que este ambiente já era de meu convívio profissional desde janeiro de

2005. Porém, além de ser meu ambiente de trabalho, achei interessante realizar meu estagio

neste local, em função de ganhar tempo, já que estou habituada ao sistema da empresa, e

também por operadora, ser uma área de interesse profissional.

A VTC Tour Operator, é uma operadora de grande importância e reconhecimento

perante as agencias de viagens de Santa Catarina. Pois oferece atendimento diferenciado,

proporcionando ferramentas competitivas aos seus clientes (os agentes), para vender mais e

melhor. É representante exclusiva no estado, de diversos produtos de qualidade e ótima

aceitação no mercado. Além de ter a preocupação ética de nunca ultrapassar as agencias,

evitando o atendimento a clientes diretos.

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3- OBJETIVOS

3.1- Objetivo geral

Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aprimorar

conhecimentos técnicos nos campos do Turismo e da Hotelaria.

3.2- Objetivos específicos

• Identificar na literatura especializada os fundamentos teóricos de agenciamento e

transportes turísticos;

• Reconhecer a estrutura administrativa e organizacional da VTC Tour Operator;

• Empregar os conhecimentos teóricos nos diferentes setores a serem percorridos durante a

realização do Estágio;

• Reunir as informações observadas e vivenciadas no campo de Estágio para fins de

relatório e compreensão;

• Processar o Relatório de Estágio;

• Identificar uma situação com potencial de mudança ou melhoria a ser planejada no Projeto

de Ação ou desenvolver um Projeto de Pesquisa, exigência parcial para obtenção do título

de bacharel em Turismo e Hotelaria.

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4- DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

4.1- Evolução histórica da organização

A VTC Tour Operator, (Voss Turismo e cambio), foi fundada em 01 de abril de

1993.Seu atual diretor é o agente de viagens Mauricio Voss, inicialmente a VTC foi

constituída com intuito de ser representante dos cursos EF – Educaion First, é uma empresa

especializada em cursos de idiomas e de trabalho no exterior. Posteriormente com a venda e o

afastamento da agencia Ilhatur, Mauricio começou a dar maior ênfase na VTC. Aonde assim

conquistou novas representações, começou a trabalhar como operadora e agencia de viagens.

Hoje a VTC tem matriz e filial, onde a matriz é responsável pela operação dos pacotes e

produtos comercializados, e a filial que tem como nome fantasia ITM, é responsável pelo

atendimento ao público na qualidade de agência de viagens.

Ao longo desta evolução tiveram por um curto período, uma filial em Blumenau, onde

tentaram também dar ênfase na EF e a parte de representações de produtos para agencias de

viagens. Segundo Mauricio, “Nosso objetivo inicial foi ter uma gama de serviços que pudesse

atender na VTC as agências de viagens, na época era o aluguel de carro, reservas de hotéis,

seguro, forfait, vistos, curso de idiomas e passagens aéreas”. “Nos tornamos uma empresa

atacadista, na área de turismo”.

4.2- Infra-estrutura física atual

A VTC Tour Operator esta em processo de expansão, recentemente transferiu sua sede

para uma sala mais ampla, antes tinha em torno de 25 m², hoje com aproximadamente 90 m².

Atualmente está localizada a rua Jerônimo Coelho, 170, 1° andar, salas 103/105, centro

Florianópolis. Com essa ampliação possibilitou uma melhor divisão dos setores, e novas

contratações, proporcionando um melhor atendimento a seus clientes, e também um melhor

ambiente de trabalho a seus funcionários.

A VTC possui uma recepção equipada de um computador, uma central telefônica e

fax. Localizada em local estratégico próximo a entrada do estabelecimento, separada dos

outros setores por divisórias possibilitando que a recepcionista filtre quem chega à operadora

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e direcione o cliente para a pessoa correta. É nesse ambiente que os clientes aguardam o

atendimento.

O setor de operação possui atualmente uma ilha com espaço para 4 atendentes,

estruturados com quatro computadores, 04 telefones headfone sem fio, duas impressoras, e

uma multifuncional, com scanner, copiadora e impressora. O setor de vistos é composto por

uma sala mais reservada com espaço para atendimento ao público, já que é um produto

diferenciado, os passageiros e agentes de viagens que acabam indo até a operadora para

obterem maiores informações. Possui duas mesas com dois computadores e dois telefones

headfone sem fio.

O setor comercial é localizado próximo à sala da diretoria, o espaço para reuniões e ao

almoxarifado onde encontram-se os matérias promocionais.O setor administrativo financeiro

encontra-se separado, está localizado a rua Jerônimo Coelho, 263. A vtc tem a disposição dos

funcionários uma copa - cozinha com frigobar, pia com armário e cafeteira. Todos os setores

são bem divididos de forma funcional.

4.3- Infra-estrutura administrativa

Fonte: Elaborado pela Autora, 2006.

FIGURA 1: ORGANOGRAMA GERAL DA EMPRESA

Diretoria

Gerência de Vendas Gerência Adm.

Operações Promoção

Recepção

Serviços Gerais

Sup. Comercial

Auxiliar

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4.4- Quadro de recursos humanos

Setores N° de funcionários

Diretoria 02

Gerência de Vendas 01

Gerência Administrativa / Financeira 01

Supervisão Comercial 01

Operações 03

Promoção 01

Recepção 01

Auxiliar 01

Serviços Gerais 01

Total de Funcionários 12

Fonte: Elaborado pela Autora, 2006.

QUADRO 01: RECURSOS HUMANOS

4.5- Serviços prestados

A VTC é uma operadora turística, que presta serviços às agencias de viagens que

atuam em Santa Catarina. A VTC fornece uma série de serviços diferenciados, entre eles os

principais a serem destacados é a representação a nível estadual dos cruzeiros marítimos das

companhias Royal Caribbean, Celebrity e Island Cruises através da Sun & Sea

(Representante geral no Brasil situada em São Paulo).

Também a nível estadual, possui a representação da Operado Flot de São Paulo, onde

possui inúmeras opções de pacotes em todo o Mundo, principalmente na Europa, América do

Norte, América Central, América do Sul, Ásia e África.

Presta serviço de concessão de vistos e consulares, onde o passageiro recebe dos

atendentes todas as informações necessárias sobre todos os paises do mundo em relação a

documentação exigida para cada pais, este serviço é realizado através de uma parceria com o

Despachante Celestino de São Paulo.

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Outro Serviço bem definido e de grande repercussão na VTC, é a representação em

Santa Catarina dos planos de assistência ao passageiro da Travel Ace, uma empresa renomada

neste segmento.

Além de todos os serviços acima citados a VTC possui mais de 1.000 serviços on line

como hotelaria, serviços de transfer, locação de carros e passeios em diversas cidades em

todo o Mundo.

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5- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR

5.1- 1° Setor: Vendas e Operação de Cruzeiros Marítimos

Responsável pelo setor: Claudia Brasil

Período: 01 de Agosto a 22 de Agosto de 2006.

Nº de horas: 150 horas.

5.1.1- Funções do setor:

O Setor de cruzeiros marítimos desenvolve diversas ações desde a cotação do produto

a ser oferecido para as agências até a emissão do voucher. Essas ações são realizadas via

sistemas GDS3 e sistema on line via Internet. Abaixo algumas das funções realizadas pelo

operador neste setor.

• Atender as solicitações feitas pelas agências através de e-mail, telefone e ferramentas

de bate papo como MSN (Messenger) e SKYPE.

• Fornecer Informações, curiosidades e particularidades dos navios da frota das

companhias que a VTC representa e os destinos que estes percorrem durante os cruzeiros;

• Realizar reserva de lugares através do GDS SABRE, ou do CRUSING POWER

(Sistema via Internet para realização de reservas de cruzeiros das companhias que a VTC e a

Sun Sea representa);

• Enviar confirmação da reserva informando número de reserva, nome correto dos

passageiros, devidos valores e taxas e as condições de pagamentos;

• Solicitar o fechamento do cruzeiro para a companhia após o recebimento ou garantia

do pagamento da agência de viagens;

• Lançar dados dos passageiros no sistema;

• Emitir e montar o voucher dos passageiros;

3 Global Distribuition System – Sistema de Distribuição Global. Sistema Utilizado pelas companhias aéreas,

agências e operadoras de viagens para realizar reservas de diversos produtos.

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5.1.2- Infra-estrutura do setor:

O Setor de cruzeiros Marítimos possui uma ilha de operações onde acomodam 04

mesas interligadas, quatro cadeiras, uma para cada operador, junto com 04 computadores, 04

head fone, 02 impressoras e uma multifuncional, que serve como scanner, copiadora e

impressora.

Para a operação dos navios o setor possui recursos on line para verificação de

disponibilidade e reservas. Possui neste setor também brochuras que auxiliam na busca dos

itinerários e especificações de cada navio, além de CDs e DVDs que tornam o cruzeiro algo

mais real, palpável, podendo visualizar de melhor forma como é cada navio e qual perfil de

cliente se encaixa com cada itinerário e cruzeiro.

5.1.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

O acadêmico teve grande participação direta em todas as atividades realizadas pelo

setor, desde o atendimento as agências até a finalização da venda junto com a emissão dos

vouchers.

• Atendimento as agencias de viagens, fornecendo informações gerais sobre os

cruzeiros;

• Realização de reservas;

• Envio de confirmações das reservas realizadas para as agencias;

• Solicitação de fechamento dos cruzeiros para a companhia.

• Lançamento dados dos passageiros no sistema;

• Emissão e montagem dos vouchers dos passageiros;

5.1.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

Neste setor o acadêmico adquiriu conhecimentos técnicos e humanos de toda as

atividades que envolvem a operacionalização da venda de cruzeiros marítimos, além de

vivenciar a importância em que a operação representa dentro de todo o mercado.

• Realização de reservas de cruzeiro no sistema SABRE e CRUISING POWER.

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• Visualização dos mapas dos navios, aprendendo como são distribuídas as cabines e as

áreas sociais de um navio de passageiros voltado à atividade turística.

5.1.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

Como aspectos positivos do setor é o dinamismo e a facilidade com que se pode estar

realizando reservas dentro de um sistema, e todas as informações que estão ali inseridas.

Possibilitando ali mesmo informar dados importantes de cada passageiro, como por exemplo,

idade, e documentação, assim como identificar as especificações de cada cabine, como

tamanho e localização, além da disposição dos ambientes sociais, como restaurantes e área de

lazer. Evitando “surpresas” aos passageiros.

Para a operação a venda acaba sendo fácil de realizar, como os prazos caem

automaticamente, e só se garante a cabine mediante o pagamento da cabine ou o documento

de garantia da agência, evita –se preocupações de prazos e multas. A emissão é feita

praticamente toda via São Paulo e ao contrario da maioria das reservas aéreas o pagamento

com cartão de credito não precisa ser lançado no sistema é feito somente via autorização de

debito e cópia de documentação.

Para o passageiro a comodidade é garantida, ao contrario de outros produtos turísticos,

o navio oferece a hospedagem, transporte, entretenimento e alimentação em um só lugar, o

que evita diversos problemas operacionais durante o percurso, como extravio de malas, ou os

cansativos check ins e check outs.

Como fator limitante, poderia citar a ausência de um sistema operacional utilizado pela

Sun e Sea – Representante nacional dos cruzeiros que a VTC comercializa. Sistema tal, que

possibilite o atendente montar com maior agilidade as confirmações enviadas para as

agências, após efetuar reserva no GDS ou Cruising Power. Hoje essas confirmações são

realizadas em um documento do Word, onde todas as informações precisam ser alteradas de

uma a uma conforme é modificado o passageiro, a data, o itinerário. Assim a margem de erro

e a rapidez destas ações seriam muito maiores.

Esse sistema além das confirmações também possibilita a melhor organização dos

pagamentos já efetuados, na emissão de relatórios por datas de saída e por navios que foram

vendidos. Que hoje para ter esse controle somente contando manualmente processo por

processo, dificultando e atrasando ainda mais o trabalho do operador.

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Como sugestão fica a implantação deste sistema na VTC, além de investimentos com

treinamentos específicos para o sistema junto com a Sun Sea, e treinamentos para

aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre a infra-estrutura dos navios e regras e

particularidades dentro dos cruzeiros e nos destinos por eles realizados. Pois com a correria do

dia a dia muitos detalhes passam despercebidos.

5.2 - 2 º setor: Venda e Operação de Pacotes Internacionais

Responsável pelo setor: Claudia Brasil

Período: 23 de Agosto a 15 de Setembro de 2006.

Nº de horas: 150 horas.

5.2.1- Funções do setor

Neste setor o Operador realiza diversas funções desde passar informações e

particularidades de cada pacote comercializado, assim como montar forfaits e finalizar a

venda com a emissão de voucher, ou com a conferência do mesmo quando vem pronto da

Flot. Segue algumas ações descritas em tópicos abaixo.

• Atender as solicitações feitas pelas agências através de e-mail, telefone e ferramentas

de bate papo como MSN (Messenger) e SKYPE.

• Enviar para a agência o pacote já montado, desde que disponível, fornecendo

informações como descritivo e preço do pacote solicitado. Para os Forfait, ou seja, que não

estão prontos de acordo com a necessidade do passageiro é preciso juntar informações de

preços e descritivos relevantes ao destino e montar um novo pacote.

• Realizar a reserva aérea junto com a Operadora ou no sistema GDS, dependendo do

pacote ou destino que será comercializado. Após o aéreo confirmado, é necessário entrar com

a reserva da parte terrestre, esta reserva é feita através de um sistema via rede fornecida pela

operadora que a VTC representa, a FLOT. A operadora possui um período de até 48 horas

para confirmar a reserva, que dependendo do caso pode até ser instantânea, dependendo do

fornecedor local.

• Enviar confirmação da reserva para a agencia, informando numero de reserva, nome

correto dos passageiros, devidos valores e taxas e as condições de pagamentos.

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• Emitir voucher e passagem aérea, ou dependendo do caso, solicitar a operadora Flot,

toda essa documentação.

5.2.2- Infra-estrutura do setor

O Setor de Pacotes internacionais desfruta da mesma infra estrutura do setor de

cruzeiros marítimos, ou seja são praticamente as mesmas pessoas que realizam as duas

funções. Portanto este setor também possui uma ilha de operações onde acomodam 04 mesas

interligadas, quatro cadeiras, uma para cada operador, junto com 04 computadores, 04 head

fone, 02 impressoras e uma multifuncional, que serve como scanner, copiadora e impressora.

Para a operacionalização do setor de pacotes internacionais possui recursos de dois

sistemas on line para realização de reservas. Um vinculado à operadora Flot, onde se torna

mais rápido e prático a operação dos pacotes representados por eles. E outro interligado

diretamente com uma operadora Espanhola, o que é possível visualizar disponibilidade e

realizar reservas de diversos serviços como hospedagem, traslados e passeios em todo o

mundo.

Possui neste setor também brochuras que auxiliam na busca dos itinerários, que são

disponibilizados pela VTC também para as agências, todo o material disponível é dividido por

regiões e operadores locais, onde facilita a busca. Além do material escrito, todos os pacotes

estão disponíveis com valores atualizados, mapas e descritivos, no site da operadora. Podendo

visualizar de melhor forma cada pacote.

5.2.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

O estagiário realizou diversas funções, desde a montagem dos pacotes, até a realização

das reservas e a conferência e emissão de voucher. Abaixo, maior detalhes das funções

exercidas pelo estagiário neste setor.

• Atendimento as agências de viagens, respondendo as dúvidas e solicitações realizadas

pelas agências;

• Realização de reservas da parte aérea e terrestre, dos pacotes oferecidos;

• Envio de confirmações das reservas realizadas para as agências;

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• Solicitação e emissão de voucher e passagem aérea;

5.2.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

O estágio neste setor proporcionou maior clareza e agilidade na montagem de pacotes

turísticos. A funcionalidade do sistema disponibilizado pela operadora FLOT oferece maior

facilidade na reserva e comercialização dos pacotes.

• Aprendeu a operar, reservas aéreas e terrestres, junto ao SABRE e ao sistema da

FLOT representações turísticas;

• Desenvolveu maior agilidade e habilidade no processo de busca e montagem de

pacotes turísticos, na negociação de reservas, bloqueios e principalmente resolver problemas

de forma rápida e eficaz.

5.2.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

A diversidade dos produtos oferecidos neste setor é enorme, o que traz ao operador um

amplo conhecimento que envolve destinos dos mais variados e suas particularidades. É um

aspecto positivo, pois é obrigatório aprender a operar sistemas diferenciados, que incluem

diversos itens até chegar ao produto final, que são os varias opções de transportes,

alimentação, hospedagem e serviços.

Como fato limitante ao setor é a sobre carga dos operadores, pois são apenas três

operadores para atender as solicitações de todas as agências do estado. Que além de

operacionalizarem os pacotes internacionais também operam nos cruzeiros marítimos. Os

outros atendentes ficam responsáveis pelo setor de vistos e de seguros. Esta sobrecarga sem

dúvida pode afetar diretamente na qualidade do atendimento e da operação, causando uma

demora na resposta para as agências, e possíveis falhas na operação do produto. Já que são

produtos complexos, e que tomam tempo.

Como solução para este problema o ideal seria ter pelo menos mais um operador

minimizando a sobre carga de todos os atendentes. Outra opção seria dividir a equipe para

atendimento a cruzeiros marítimos, e pacotes internacionais, o que faria com que os

operadores se especializassem cada um nos seus produtos.

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A segunda opção talvez não caberia para a VTC neste momento, já que é uma empresa

relativamente pequena, em fase de expansão, com poucos funcionários neste setor, essa

remodelação poderia causar alguns problemas, por exemplo, se por acaso um funcionário está

sozinho responsável pela operação de cruzeiros marítimos faltasse, e o restante estivesse na

operação de pacotes internacionais, o setor de cruzeiros estaria desfalcado, e os outros não

teriam tanta habilidade para atender este produto, além de sofrerem a resistência por parte das

agencias que estavam acostumadas a ser atendidas pela pessoa que faltou.

5.3 - 3º setor: Administrativo Financeiro

Responsável pelo setor: Ana Eing

Período: 18 de Setembro a 12 de Outubro de 2006.

Nº de horas: 150 horas.

5.3.1- Funções administrativas do setor

O estágio no setor financeiro mostra a importância de informações claras e

extremamente corretas para o fechamento de todo o processo operacional de cada produto

vendido. E mostra o quanto cada setor depende do outro para chegar a um resultado final

satisfatório e organizado. Abaixo seguem algumas ações realizadas no setor para que este

controle seja eficiente.

• Realizar cobranças das agências de viagens;

• Verificar e identificar pagamentos que foram realizados;

• Realizar pagamentos para os fornecedores;

• Realizar pagamentos de salários para os funcionários;

• Emitir faturas, recibos, boletos – bancários, ordem de passagens, solicitação de

reembolsos, comissões e notas fiscais, através do sistema STUR4;

• Emitir de relatórios de despesas e rendimentos da empresa;

• Realizar cálculos de comissionamento para as agências e pagamentos para os

fornecedores;

4 Sistema para a informatização de Agências de Viagens.

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• Realizar controle de contas a receber, contas a pagar, fluxo-caixa;

• Realizar pagamentos de comissões para as agências;

• Enviar documentação para contabilidade;

• Emissão de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas.

• Emissão de relatório de ranking de clientes.

5.3.2- Infra-estrutura do setor

O setor é interligado com o financeiro da agência de viagens ITM, que tem o mesmo

Diretor. A VTC tem em sua disposição a gerente administrativa e financeira que é quem

realiza toda a parte financeira da operadora. Neste setor possui uma mesa com três cadeiras,

um computador, um cofre, dois armários, uma impressora, uma copiadora, 01 telefone.

Para a operação destas atividades, o setor financeiro tem a sua disposição o sistema

STUR, que permite realizar todas os recibos, faturas, emissão de relatórios.

5.3.3- Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor

Neste setor o acadêmico realizou diversas atividades relacionadas diretamente com o

setor de operações, como cobrança das agências e cálculos de pagamentos para os

fornecedores, abaixo funções detalhadas realizadas pelo acadêmico.

• Realização de cobranças das agências de viagens;

• Verificação e identificação de pagamentos que foram realizados;

• Emissão de recibos e faturas para as agências através do sistema STUR;

• Emissão de relatórios de despesas e rendimentos da empresa;

• Realização de cálculos de comissionamento para as agencias e pagamentos para os

fornecedores;

• Emissão de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas.

• Emissão de relatório de ranking de clientes.

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5.3.4- Conhecimentos técnicos adquiridos

Com o estagio realizado neste setor o acadêmico desenvolveu agilidade na operação

do sistema STUR, além de aprender a calcular os comissionamento, das agências assim como

da operadora.

• Adquiriu maior agilidade com sistema STUR, e cálculos de comissionamento das

agências e pagamentos para fornecedores.

• Aprendeu a Emitir de relatórios de despesas, receitas brutas e liquidas; e também

emitir relatório de ranking de clientes;

5.3.5- Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas.

O setor administrativo financeiro da VTC age de forma sempre correta, com

integridade perante seus funcionários, assim como clientes e fornecedores. O setor financeiro

procura fazer seus pagamentos sempre em dia, o que favorece para uma imagem positiva

perante seus fornecedores e seus clientes. Os funcionários recebem sempre em dia, em geral

pagam antes do 5° dia útil do mês. A relação entre funcionários e setor administrativo é

aberta, onde o funcionário pode dar sua opinião.

Por não ter um setor financeiro junto a estrutura da operadora, torna –se um fator

limitante novamente a sobrecarga dos operadores, já que em grande maioria eles que acabam

fazendo a cobrança dos pagamentos das agências, assim como emitindo recibos e realizando

cálculos de comissionamento e pagamento dos fornecedores.

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6- ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio supervisionado obrigatório na VTC Tour Operator, proporcionou o maior

aprendizado em relação à operacionalização de produtos turísticos como um todo, e tudo que

envolve neste segmento, desde a sua montagem, até a comercialização e enfim a assistência

dada ao passageiro através da agência de viagens na viagem propriamente dita.

O estágio proporcionou também um maior aprendizado em solucionar problemas

operacionais de forma ética, rápida e eficaz. Além de aprender a lidar com os relacionamentos

inter pessoais dentro do universo dos funcionários e clientes que envolvem a VTC Tour

Operator.

O setor de cruzeiros marítimos despertou grande interesse cientifico em relação ao seu

crescimento e impactos, conseguindo sentir na prática como este segmento tem significado

para o mercado do turismo, é como é visível este crescimento, nota – se que cada vez mais

pessoas estão optando por este tipo de transporte e entretenimento seja a turismo ou até a

negócios.

Enfim o estagio Obrigatório vem com intuito de proporcionar ao acadêmico uma

vivencia pratica do que foi ensinado ao longo de toda a graduação. Dando ao estagiário a

chance de mostrar suas habilidades e conquistar um lugar no mercado de trabalho.

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7- CONCLUSÃO TÉCNICA

O estágio curricular supervisionado possibilita aos estagiários a experiência de

vivenciar na prática o que lhe foi ensinado durante o processo acadêmico. A realização do

estagio na VTC Tour Operator, ambiente conhecido pela acadêmica, permitiu uma melhor

maneira de vivenciar o dia a dia de todos dos setores, vendo a empresa como um todo e não

somente um setor isolado.

Possibilitou uma analise critica e profissional perante os pontos positivos e o que

precisa ser melhorado, tendo uma visão de toda a estrutura e a operacionalização da empresa.

Analisando, também de forma critica o próprio desempenho como atendente, verificando de

que forma o próprio trabalho poderá ser mais útil e eficaz.

Neste ambiente de trabalho, também foi possível, adquirir, exercitar e aprimorar

conhecimentos técnicos na área de operadora e agências de viagens. Além de vivenciar

diariamente questões éticas, a empresa procura passar para seus funcionários a importância de

sempre respeitar o espaço que a empresa ocupa no mercado como uma operadora, nunca

ultrapassando seus limites. Esta é uma regra que a empresa acredita ser imprescindível para

continuar passando confiança a seus clientes.

Outro fator relevante que se adquire através das situações práticas no dia a dia do

estágio, é a capacidade principalmente de resolver problemas de forma rápida e eficaz, e

aprender a lidar com situações de pressão. Além de adquirir uma maturidade no

relacionamento com a própria equipe de trabalho, aprendendo a respeitar opiniões adversas e

testar suas próprias aptidões e limitações.

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8- REFERÊNCIAS

VTC TOUR OPERATOR, 2006. Disponível em: http://www.vtc.com.br. Acesso em: 15 set.

2006.

BOSSILI, Maria Ângela Marques Ambrizi. Estágio em Turismo e Hotelaria – São Paulo:

Aleph, 2002.

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9- ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS

• Professora Responsável pelo Estágio: Msc. Karine Von Gilsa.

• Professora Orientadora: Msc. Michelini Sartori

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10- ANEXOS

10.1- Documentos da universidade