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PUBLICAÇÃO DO

Conselho Regional de Medicina Veterinária Revista Centauro v.6, n.1, p 25- 32, 2015

do Estado do Rio Grande do Norte Versão On-line ISSN 2178-7573

http://www.crmvrn.org.br

Correspondências devem ser enviadas para: [email protected]

O conteúdo científico dos manuscritos são de responsabilidade dos autores

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AVALIAÇÃO AMBIENTAL EM INSTALAÇÕES DE

CAVALOS NO RIO GRANDE DO NORTE

Josueni Conceição Pinheiro 1

; Elizama Araújo de Oliveira Fernandes 2

; Henrique

Rocha de Medeiros 3

; Luis Henrique Fernandes Borba4

RESUMO - No Brasil poucos estudos são referentes ao bem-estar de cavalos com foco

a qualidade das instalações zootécnicas utilizadas na criação dos equídeos. A garantia

do bem-estar a estes animais deverá possibilitar ao criador menor ocorrência de

situações indesejáveis aos animais, tais como distúrbios comportamentais, cólicas,

agressões entre animais e contra seres humanos, tornando-os aptos para exercer

adequadamente sua função econômica. Este trabalho teve como objetivo avaliar fatores

ambientais de diferentes instalações para criação de equinos, visando identificar pontos

importantes para assegurar o bem-estar animal. Os ambientes avaliados foram: a)

Instalações: I1 - dimensão de 7m x 6,3m, capacidade para 8 animais, com acesso visual

entre os mesmos e com contato físico restrito; I2 -estrutura de tábuas e arames (liso e

farpado), com quatro baias (6mx3m cada uma), dispondo de um bebedouro (79cm x

34cm) e um comedouro (79cm x 34cm), sem paredes, com acesso visual entre os

animais e o contato físico restrito; I3 -toda fechada, feita de cimento contendo 3 baias

(4m x 4,20m cada uma), dispondo de acesso visual entre os animais e contato físico

restrito; I4 – semifechada, feita de cimento, tábuas e ferro, possui 6 baias (8,90 x 4,16m

cada uma), contendo três cochos (1,55m x 21,5cm) e um bebedouro (82cm x 84cm ) em

cada baia, com acesso visual entre os animais e o contato físico restrito; b) Piquetes –

P1 - local sem pastagem, com bebedouro (2,7m x 56cm), 4 cochos (85,5cm x 28cm) e

sombra; P2 - Pastagem de capim Tanzânia e dois bebedouros (20m x 45cm). Foram

observadas diferenças entre os ambientes e instalações avaliadas em relação às

características e material utilizado na construção, presença de odores, ventilação, acesso

visual para os cavalos, contato entre os animais, temperatura, qualidade e temperatura

da água, dimensão dos piquetes, tipo e qualidade de pastagem, disposição de cochos e

bebedouros, acesso à água e sombra. Conclui-se que tais pontos, além de fácil aplicação

por parte de criadores, são bons indicadores para assegurar o bem-estar dos equinos sob

os cuidados do homem.

Unitermos: Ambiente. Bem-Estar Animal. Equideocultura.

1 Zootecnista pela UFRN: [email protected]

2 Graduanda em Ecologia/UFRN: [email protected]

3 Doutor em Ciência Animal e Pastagem/UFRN: [email protected]

4 Doutor em Genética e Melhoramento Animal/UFRN, *Autor para correspondência: [email protected]

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ENVIRONMENTAL ASSESSMENT IN INSTALLATIONS IN HORSES RIO

GRANDE DO NORTE

ABSTRACT - In Brazil, few studies refer to the welfare of horses with focus on the

quality of animal husbandry housing used in the horses breeding. Ensuring the welfare

of these animals should enable breeder lower occurrence of undesirable situations to

animals, such as behavioral disorders, cramps, aggression between animals and against

humans, enabling them to properly perform their economic function. This study aimed

to evaluate environmental factors of different installations for horses breeding, to

identify important points to ensure animal welfare. The environments evaluated were: a)

Housing: I1 - scale 7m x 6.3m, up to 8 animals with visual access between them and

with restricted physical contact; I2 - tables structure and wires (smooth and barbed) with

four bays (6mx3m each), with a fresh water (79cm x 34cm) and a feeder (79cm x 34cm)

without walls, with visual access between animals and restricted physical contact; I3 -

all closed, made of cement containing 3 bays (4m x 4.20m each), with visual access

between animals and restricted physical contact; I4 - semi-closed, made of cement,

planks and iron, has 6 bays (8.90 x 4.16m each), containing three troughs (1.55m x

21.5cm) and a trough (82cm x 84cm) in each bay with visual access between animals

and restricted physical contact; b) Pickets - P1 - without grazing place, with water

cooler (2.7m x 56cm), four troughs (85.5cm x 28cm) and shadow; P2 - grass pasture

Tanzania and two drinking fountains (20m x 45cm). Differences were observed between

the environments and facilities assessed in relation to the material characteristics used in

construction, presence of odors, ventilation, visual access for the horses, contact

between animals, temperature, water quality and temperature, size of pickets, type and

quality of pasture, disposal of troughs and watering, access to water and shade. The

conclusion is that such points, and easy implementation by breeders, are good indicators

to ensure the welfare of horses under the man's care.

Keywords: Animal Welfare. Environmental. Equine Science.

INTRODUÇÃO

Na equideocultura brasileira poucos estudos são referentes ao bem-estar destes

animais e, em especial, relacionados a qualidade das instalações zootécnicas utilizadas

na criação dos equídeos. Assegurar o bem-estar a estes animais deverá garantir ao

criador menor ocorrência de situações indesejáveis aos animais, tais como distúrbios

comportamentais, cólicas, agressões entre animais e contra seres humanos.

Atualmente, pesquisadores em diversas áreas, biólogos, médicos veterinários e

zootecnistas têm se empenhado em usar o método científico para detectar situações que

interferem na qualidade de vida dos animais e propor medidas que favoreçam seu

conforto e bem-estar, visando à convivência harmônica homem-animal (Gontijo et al.,

2014), deixando aos poucos situações de apelações emocionais em favor de argumentos

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científicos e racionais. Segundo Lund et al. (2006) o bem-estar animal possui aspecto

multidisciplinar e causa importantes implicações nas dimensões científicas, éticas e

econômicas e políticas. Deste modo, assegurar nível adequado de bem-estar aos equinos

é possível com as estratégias psicológicas da aprendizagem animal e que estas sejam

aplicados durante o treinamento e manejo dos cavalos, levando a efeitos positivos para

todos os esportes e atividades nas quais o cavalo é empregado (BARAGLI et al., 2015),

tornados aptos a exercerem com qualidade sua função econômica.

De acordo com Broom (1991), o bem-estar do animal não envolve só a

condição dada pelo homem ao animal, mas também a sua qualidade inerente. Entre os

principais indicadores de bem-estar nos animais domésticos destaque-se a saúde, que

deve ser interpretada no âmbito físico e mental do animal. Ao assegurar que os animais

estão em um estado adequado de bem-estar, o criador poderá evitar futuros gastos

relacionado a problemas de saúde dos animais, o qual, em situações de gravidade

complexa, poderá ser irreversível e inutilizar o animal para a execução adequada de sua

função econômica.

O estado salutar dos cavalos, refletido através da boa qualidade da saúde

apresentado pelo animal, deverá aumentar a imunidade dos animais frente a doenças e

distúrbios psicológicos. O cavalo foi domesticado a cerca de 6.000 anos atrás e diversos

processos de domas foram desenvolvidas para que este animal pudesse exercer suas

funções econômicas (HAUSBERGER et al., 2008). Ao ser criado sob as condições

estabelecidas pelo ser humano, o cavalo está sujeito a muitas injurias (HAWSON et al.,

2010), além de frequentemente deixar de executar suas atividades comuns quando estes

animais vivem na natureza sem a interferência humana. Deste modo, as instalações

passam a ser em muitas situações o espaço em que os cavalos permanecem a maior

parte do tempo dentro de um haras ou propriedade rural. Assim, conhecer melhor as

instalações zootécnicas voltadas a criação de equinos e adequar elas aos mais recentes

avanços relacionados ao bem-estar destes indivíduos são informações extremamente

úteis aos criadores, sendo muitas vezes medidas de simples adoção e ao alcance de todo

equinocultor minimamente estruturado. De acordo com Hausberger et al. (2008) deve-se

minimizar os fatores que interferem no bem-estar dos animais, que as pessoas

envolvidas diretamente com eles devem estar tecnicamente preparadas para identificar e

sanar as condições desfavoráveis, tendo os cuidados necessários com a nutrição,

sanidade, instalações, equipamentos, trabalho e transporte.

As instalações destinadas a alojar os animais devem ser simples, eficientes, de

baixo custo e proporcionar aos animais condições de conforto, espaço e proteção de um

ambiente limpo, seco e de boas condições sanitárias para evitar doenças, sendo que

agentes estressores ambientais podem afetar o desempenho, a saúde e o bem-estar dos

animais, devendo estes dois últimos serem incluídos como fatores relacionados ao

ambiente (PINHEIRO & BRITO, 2009).

Este trabalho teve como objetivo avaliar fatores ambientais de instalações da

Fazenda Sítio Novo, munícipio de Macaíba/RN, e fornecer instrumento avaliativo

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relacionado ao bem estar para servir de pontos a serem observados na criação de

cavalos.

MATERIAL E MÉTODOS

Os animais avaliados foram cavalos criados na Fazenda Sítio Novo, localizada

no município de Macaíba, a 16 km de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte.

As coletas de dados objetivos deste trabalho foram realizadas através de visitas

programadas a fazenda em questão. A propriedade possui 34 cavalos, dos quais 18 são

adultos e os 16 restantes são potros. Neste trabalho foram utilizados os 18 animais

adultos.

As coletas foram realizadas uma vez por semana a partir da última quinzena do

mês de abril à primeira quinzena do mês maio do ano de 2014, no total de quatro coletas

contendo o turno manhã e tarde. Foram tomadas medidas relacionadas ao bem estar dos

equinos adultos e em relação à adequação das instalações para criação de equinos.

Os animais foram cadastrados em fichas individuais de identificação, a qual

possuía dados referentes a sua saúde, escore de condição corporal (ECC, de 1 a 5, sendo

a escala igual a: 1 - para o animal muito magro; 2 – para o animal magro; 3 – para o

animal moderado; 4 – para o animal moderadamente gordo; 5 - para o animal muito

obeso), tipo de alimentação, medidas de profilaxia, lesões, taras, vícios, tipo de trabalho,

duração e intensidade.

Em relação à avaliação das instalações foi observado o material utilizado na

construção, presença de odores, ventilação, acesso visual para os cavalos, contato entre

os animais, temperatura, qualidade e temperatura da água. Foi observado ainda, nesta

dimensão, a dimensão dos piquetes, tipo e qualidade de pastagem, disposição de cochos

e bebedouros, acesso à água e sombra.

Para medidas dimensões das baias, dos piquetes, dos cochos e bebedouros foram

feitas através de trena de 3 m. As temperaturas ambiente e da água foram obtidas

através de termômetro coluna de mercúrio. Na análise da qualidade da água foram

necessários Kits de testes químicos específicos para Nitrato, Amônia e pH.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na verificação das medidas de avaliação da saúde dos animais observou-se que

nenhum animal apresentou tara ou vício, fato que indica boa qualidade física e mental

dos animais avaliados.

A variação de temperatura nos turnos manhã e tarde de cada dia de coleta pode-

se ser observada nos gráficos 1 e 2. As temperaturas mais altas foram obtidas, tanto no

período matutino quanto no vespertino, no piquete 1 (maternidade). O piquete 1 se

encontra entre outros dois piquetes e duas construções, quebrando assim o vento que vai

a sua direção, fazendo com que a temperatura e a sensação térmica sejam maiores. Os

valores mais baixos da temperatura ocorreram na Instalação 3, possivelmente devido ao

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local onde estava localizada não ter nenhuma construção nas suas laterais e nem a

frente, além desta ser uma construção coberta, protegendo os animais do sol.

Gráficos 1 e 2: Temperaturas ambiente durante o período experimental pela manhã e

pela tarde.

As variações de temperatura da água de todos os ambientes observados no turno

manhã e tarde de cada coleta, exceto o da instalação 1 já que a mesma não possui

bebedouro, as maiores temperaturas foram no Piquete 2 (Comunitário) e as de menores

na Instalação 3 (Gráficos 3 e 4).

Em virtude dos piquetes não possuírem cobertura os bebedouros ficam expostos

ao sol, tornando a água mais quente, comparado com a água das instalações cobertas. A

instalação 3 é parcialmente fechada e a localização do bebedouro faz com que a parede

e o teto o protejam de sol e chuva.

Gráficos 3 e 4: Temperaturas da água durante o período experimental pela manhã e pela tarde.

Na análise da qualidade da água nos cinco ambientes observados os resultados

foram os seguintes:

a) pH - os valores de pH da instalação 4 mostraram-se alcalino em todos os

dias de análise. O pH da instalação 3 mostrou-se ácido no dia 15/05, neutro

no dia 08/05 e alcalino no dia 26/04, esta oscilação do pH se dá pela

decomposição natural da matéria orgânica existente nos bebedouros em

questão.

b) Amônia e Nitrito - Os maiores valores de Amônia foram nos piquetes 1 e 2

no primeiro dia de coleta e o valor de Nitrito da instalação 4 no último dia de

coleta se mostrou preocupante. Os resultados destes valores se mostraram

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alterados, devido à decomposição da matéria orgânica existente nos

bebedouros por microrganismos que assimilam esta matéria orgânica

liberando dejetos metabólicos resultando em concentrações de amônia e

nitrato; decorrente do tempo de troca da água de cada bebedouro que

ultrapassa uma semana.

Gráficos 5, 6 e 7: Qualidade da água de acordo com o pH, com nível de amônia e com a

presença de nitrato.

Com relação ao odor resultante dos excrementos dos animais de cada instalação,

observa-se que os maiores valores se deram tanto no turno da manhã como no turno da

tarde na Instalação 4 e Instalação1 (Gráficos 8 e 9). Isto se deu ao fato de que estas

instalações são pouco ventiladas, possuem as maiores temperaturas com relação aos

outros ambientes e possuem a maior quantidade de animais.

Gráficos 8 e 9: Nível de odor dos excrementos dos animais observado durante o período

experimental pela manhã e pela tarde.

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No que diz respeito à ventilação, o piquete 2 (Comunitário) apresenta o maior

valor atribuído (Gráficos 10 e 11), visto que este piquete se encontra afastado de

qualquer construção que possa quebrar o vento, sendo cercado apenas de outros

piquetes. Já as Instalações 1 e 4 mostraram-se menos ventiladas devido o seu tipo de

construção (cimento e telhado de amianto) e sua localização fica contra o vento. Os

valores foram iguais nos dois horários de observação e em todos os dias de coletas.

Gráficos 10 e 11: Ventilação observada durante o período experimental pela manhã e pela tarde.

Observando a quantidade de resíduos materiais, verificou-se que os maiores

valores foram nos piquetes 1 e 2, tanto pela manhã como a tarde e em todos os dias de

coleta (Gráficos 12 e 13). Este valor se deu pela grande presença de cocos espalhados

pelo chão, já que o piquete possui muitos coqueiros. Nos outros ambientes foram

encontrados fezes dos animais, mas em pequena quantidade, já que a limpeza era diária.

Gráficos 12 e 13: Resíduos observados no ambiente criatório durante o período experimental pela

manhã e pela tarde.

CONCLUSÕES

As instalações avaliadas apresentaram aspectos positivos em relação a oferta de

qualidade ambiental aos equinos.

A riqueza ambiental nas instalações zootécnicas não está associada ao custo da

instalação, mas sim, em grande parte, ao atendimento dos requisitos avaliativos feitos

neste trabalho.

Atender tais pontos, além de fácil aplicação por parte de criadores, são bons

indicadores para assegurar o bem-estar dos equinos sob os cuidados do homem.

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