autoridade espiritual - stephen kaung

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S é r i e e S p i r i t u a l i d a d e

S t e p h e n K a u n g

Volume IV

Page 4: Autoridade Espiritual - Stephen Kaung

Título do original em inglês:

Spiritual Authority

© 2004 Christian Testimony Ministry

© 2009 CCC Edições

Tradução: João Alfredo Ferraz Barros

Revisão: Paulo César de Oliveira

Capa e diagramação: Rita Motta – Editora Tribo da Ilha

Editor e coordenador-geral: Gerson Lima

1.ª edição: dezembro de 2010

A produção desta obra é uma coedição entre a CCC Edições (Comunhão do

Corpo de Cristo Edições) e Editora Restauração, unindo forças a favor do

Reino de Deus.

Todos os direitos reservados.

Visando preservar a integralidade e originalidade desta obra, fica proibida

sua reprodução total ou parcial sem a autorização por escrito dos editores.

Permite-se utilizar partes dela, sem fins lucrativos e breves citações, desde

que citada a fonte.

Para nos contatar, envie um e-mail para:

[email protected] / [email protected]

Conheça os sites:

www.cccedicoes.com

www.editorarestauracao.com.br

Impresso no Brasil pela Gráfica Imprensa da Fé

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S u m á r i o

P R E F á C I O ............................................................................7

C a p í T u l o 1Uma Perspectiva da Autoridade Espiritual ............................9

C a p í T u l o 2Autoridade Delegada: Mais uma Perspectiva da Autoridade Espiritual .............................33

Perguntas e Respostas ................................................................53

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P r e f á c i o

A quarta Northeast Christian Weekend Conference (Con-ferência Nordeste de Final de Semana) ocorreu entre os

dias 11 e 14 de outubro de 1991, na Harvey Cedar Bible Con-ference, Long Beach Island, New Jersey, EUA. Durante este tempo, Stephen Kaung compartilhou duas mensagens sobre Autoridade Espiritual. As mensagens proferidas foram trans-critas neste livro com sua permissão e editadas somente para maior clareza.

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Salvo outra indicação, todas as citações foram extraídas da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida, 2ª edição, da Sociedade Bíblica do Brasil.As notas de rodapé são da edição em português.

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C a p í T u l o 1

U m a P e r s P e c t i v a d a a U t o r i d a d e e s P i r i t U a l

Romanos 13:1 – Todo homem esteja sujeito às auto-ridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.2 Coríntios 10:8 – Porque, se eu me gloriar um pouco mais a respeito da nossa autoridade, a qual o Senhor nos conferiu para edificação e não para destruição vos-sa, não me envergonharei…2 Coríntios 13:10 – Portanto, escrevo estas coisas, es-tando ausente, para que, estando presente, não venha a usar de rigor segundo a autoridade que o Senhor me conferiu para edificação e não para destruir.1 Samuel 15:22-23a – Porém Samuel disse: Tem, por-ventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sa-crifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis

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que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Filipenses 2:5-11 – Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistin-do em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de ho-mens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na ter-ra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

O encargo que temos para este tempo é sobre Autoridade Espiritual. Antes de entrar no assunto, quero dizer algo: não fique com medo da autoridade. Não tenha um tipo de resis-tência inconsciente em seu coração e em sua mente quando a palavra autoridade é mencionada. Em geral isso é causado pelo nosso mau entendimento do que ela realmente é. Se pela graça de Deus enxergarmos o que verdadeiramente é a autori-dade, isso será uma bênção, e lhe daremos as boas-vindas em vez de ter medo dela.

Quando o apóstolo Paulo escreveu a Carta aos Romanos, o que ele menciona no capítulo 13 são autoridades delega-das. Em outras palavras, são autoridades terrenas que Deus estabeleceu, e isso diz respeito a uma verdade fundamental: não há nenhuma autoridade exceto a de Deus. Colocando de

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outra forma, isso simplesmente nos diz que Deus é a única autoridade no universo. Não há autoridade, seja ela qual for, a não ser a do próprio Deus e aquela que Deus deu. Eu creio que de alguma forma todos nós sabemos disso, mas infeliz-mente temo que este conceito realmente não esteja arraigado em nosso coração. É por isso que há muita falta de compreen-são sobre a autoridade. Confundimos aquilo que comumente é aceito como autoridade sem conhecermos o que na verdade ela é. Por essa razão espero que esta verdade fundamental en-tre em nosso coração: não há autoridade além da de Deus. Ele é a única autoridade no universo. Qualquer autoridade pro-fessa que não seja a de Deus, que não seja d’Ele mesmo, não é real porque Ele é a única autoridade em todo o universo.

Por que Ele é a autoridade do universo? Porque Ele é Deus, é o criador de tudo. Todas as coisas vieram d’Ele, por isso Ele tem o direito sobre elas.

Em grego a palavra autoridade é “exousia”. Ela provém do verbo impessoal existi, que significa “é lícito”. Do significa-do da liberdade de fazer coisas de acordo com o próprio pra-zer veio a palavra autoridade, isto é, a autoridade de exercer o poder. A autoridade realmente significa liberdade de ação, livre para agir conforme o próprio desejo. A autoridade de Deus é absoluta e ilimitada, por isso temos de dar-Lhe abso-luta obediência e submissão.

Deus é a única autoridade no universo. Ela é direta, não delegada. Ele é a autoridade por causa daquilo que é; Sua auto-ridade é inerente a Ele. Ele é autoridade. E é verdade que delega autoridade a outros – algumas vezes aos seres angelicais, outras vezes aos seres humanos. Mas muito embora delegue autorida-de a outros, nunca entrega Sua autoridade. Além disso, a que Ele dá é limitada, não é absoluta. Em outras palavras, Ele ainda

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retém n’Ele mesmo a autoridade do universo. Sua autoridade deve ser obedecida. Não pode ser desafiada. E se é desafiada, haverá consequências. Esta é a autoridade de Deus.

A Natureza da Autoridade de Deus

Sabendo que Deus é a autoridade e ninguém mais, nada mais, gostaríamos de conhecer a natureza da autoridade. Penso que há muitos mal entendidos sobre autoridade porque não conhecemos a sua natureza. Esta é a razão de não podermos distinguir entre a verdadeira e a falsa autoridade. Penso que é muito importante conhecer a natureza da autoridade de Deus.

A Autoridade é Espiritual

Em primeiro lugar, a autoridade é a extensão do próprio Deus. Em outras palavras, é algo que vem d’Ele; é natural para Ele. É o resultado de quem Ele é, o que Ele é. É a expressão ou manifestação de Seu próprio caráter; é parte d’Ele.

Sabemos que Deus é Espírito. Em João 4, quando a mulher samaritana estava falando com nosso Senhor Jesus, Ele gradualmente a conduziu ao assunto da adoração. Ao explicar-lhe a adoração, o Senhor disse: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24). Assim, essencialmente Deus é Espírito, então a autoridade que vem d’Ele deve ser espiritual por na-tureza. Não é algo atribuído, mas vem daquilo que Ele é. Não é posicional, é espiritual.

É verdade que Deus tem uma posição. Cantamos a can-ção: “Nós O colocamos nas alturas”. Ele tem a mais elevada posição, isso é verdade, mas é por causa daquilo que Ele é,

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não por aquilo que Ele faz. Sua posição é o resultado de Sua espiritualidade. Porque Ele é Espírito, Sua autoridade é essen-cialmente espiritual. Não é algo a ser obtido, mas Sua autori-dade é inerente a Ele mesmo.

Em Filipenses é dito que o Senhor Jesus, o Filho de Deus, é igual a Deus. Esta é a Sua posição, mas ela não é uma coisa a ser usurpada por ser Sua. Quando Ele estava em Sua última viagem a Jerusalém antes de Sua crucificação, os discípulos pensaram que este seria o tempo da glorificação de seu Mestre, o tempo em que o Senhor Jesus iria a Jerusalém para reivindi-car Seu reino. É verdade que este seria o tempo de Sua glorifi-cação, mas isso não significava assumir o trono na Terra. Pelo contrário, se lermos as Escrituras veremos que a glorificação da qual estava falando era na realidade Sua crucificação, po-rém os discípulos não entenderam assim. Eles pensaram que o Senhor estava indo para Jerusalém para receber Seu reino. Por isso aquele foi um tempo muito crítico para eles.

Durante os três anos e meio que seguiram o Senhor Jesus, argumentaram entre eles mesmos todo o tempo sobre qual de-les era o maior. Muitas e muitas vezes o Senhor tentou corrigi-los e os instruir, mas de alguma forma isso não penetrou no seu coração. Por isso mesmo no último minuto ainda estavam pensando a mesma coisa, e esta era a última oportunidade.

Em Marcos 10:35-40 lemos a história de João e Tiago, que se aproximaram do Senhor Jesus e disseram: “Mestre, que-remos que nos concedas o que te vamos pedir.”. E o Senhor disse: “Que quereis que vos faça?”. Eles responderam: “Per-mite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.” (v. 37). Isso é posição. Eles pensavam que autoridade era uma questão de posição. Se você puder ter a posição à direita e à esquerda, então pode ter toda a autori-dade da direita e da esquerda.

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Como nosso Senhor Jesus respondeu a eles? “Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?” (v. 38).

Na realidade, João e Tiago não entenderam sobre o que o Senhor estava falando porque a mente deles estava cheia des-ta questão do lado direito e esquerdo. Tudo o que o Senhor disse nem ao menos consideraram, nem ao menos souberam o que Ele realmente dizia, porque queriam tanto aquela po-sição, que disseram: “Sim. Seremos batizados com o batismo com o qual serás batizado, muito embora não saibamos o que esse batismo significa. Beberemos o cálice que Tu irás beber, muito embora não saibamos o que é este cálice. Mas queremos a posição”. E o Senhor disse: “… não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado” (v. 40). Em outras palavras, aqui o Senhor está dizendo: “Vocês devem beber o cálice que beberei”.

Com certeza você rapidamente conecta este cálice com a cena do Getsêmani, em que nosso Senhor, na noite em que foi traído, entrou naquele jardim. Ele estava profundamente abatido e pediu aos Seus três discípulos para esperarem ali e orar com Ele. Distanciou-se um pouco e agonizou em oração: “Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”. Este é o cálice sobre o qual Ele estava falando (veja Mt 26:36-39).

O que é o cálice? O cálice é uma porção. Muito embora o cálice do qual nosso Senhor Jesus estivesse falando fosse amar-go, ele representa a vontade de Deus. Qualquer que seja a von-tade de Deus, amarga ou doce, “seja feita a Tua vontade”.

Quando nosso Senhor Jesus, que era igual a Deus, esva-ziou a Si mesmo, tomou a forma de servo, mesmo que na for-ma de um homem. Ao fazer isso, colocou de lado a glória, o

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poder e a honra que eram Seus direitos como Deus. Ele não colocou de lado Sua deidade. Não, Ele não podia fazê-lo. Ele ainda é Deus. Mas colocou de lado todas as coisas pertencentes a Deus – poder, glória, honra, majestade, adoração. Esvaziou a Si mesmo de todas as coisas para que se tornasse homem, para se tornar um escravo diante de Deus. O Senhor desistiu de mui-tas coisas. E muito embora tenha aberto mão da glória, honra e poder inerentes à Sua deidade quando se tornou homem, isso não tocou Seu caráter. Ele ainda é santo, ainda é perfeito, ainda é puro. Isso não tocou Seu próprio ser, Seu caráter.

Mas por que, no jardim do Getsêmani, nosso Senhor agonizou tanto por causa desta questão do cálice? Porque, ao beber o cálice, isso tocou Seu próprio ser, Seu próprio cará-ter – Ele, que não conhecia nenhum pecado, foi feito pecado por nós. Esta é a razão de Ele ter recuado como um perfeito homem. Mas mesmo assim, por causa do amor que teve para conosco, quis ser sujado, contaminado, completamente mal entendido, rejeitado por Deus e pelo homem para nos salvar. Pense no amor de Cristo! Este é o cálice sobre o qual estava falando, e Ele quis beber dele completamente.

O Senhor disse: “Podeis vós beber o cálice que eu bebo?”. Em outras palavras, vocês querem aceitar a vontade do Pai, seja qual for? Você sabe o que somos: se é um cálice doce, nós o desfrutamos; se é um cálice amargo, queremos que ele passe de nós. Mas o Senhor disse: “Se vós realmente quereis autoridade, ela não é uma questão de posição, mas de espiritualidade”.

O que é espiritualidade? Ela simplesmente significa que aqui está uma pessoa que quer aceitar a vontade de Deus, seja ela qual for. “Podeis vós (…) receber o batismo com que eu sou batizado?” Certamente o batismo ao qual Ele se refere é

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a cruz. Bem no princípio de Seu ministério Ele foi batizado por João Batista para cumprir toda a justiça. Este batismo re-almente é um tipo de cruz onde Ele seria crucificado.

O que é batismo? Batismo simplesmente significa morte. Você não batiza alguém que vive senão irá sepultá-lo vivo. Compreendemos que morremos em Cristo Jesus, morremos para o nosso velho homem, portanto entramos na água para sermos batizados, para sermos sepultados. Então, quando sa-ímos da água, é uma nova criação, uma nova pessoa. Isso é o que significa o batismo, e isso é o que significa a cruz. Ela é o lugar onde Cristo foi crucificado. É o lugar onde você e eu fomos crucificados. É o lugar onde o ego é negado, é posto de lado. Isso é batismo.

Por isso o Senhor disse: “Podeis vós (…) receber o ba-tismo com que eu sou batizado?”. Em outras palavras: você é capaz de negar a si mesmo? É capaz de tomar sua cruz e segui-lO até o fim para que possa ser crucificado? Você quer que o ego seja completamente crucificado? Quer fazê-lo? É ca-paz de fazê-lo? Não é uma questão de posição, é uma questão de negar a si mesmo, colocar sua vida de lado. É uma questão espiritual. Podemos querer, mas estamos capacitados?

A autoridade é espiritual por natureza. Se você realmen-te deseja autoridade, então se lembre de que não é algo para ser pedido. E se você pede autoridade, sabe o que está pedin-do? Você está pedindo um cálice, está pedindo pelo batismo. E somente aqueles que, pela graça de Deus, não estão apenas querendo, mas estão habilitados para beber o cálice e ser bati-zados com o batismo serão assentados onde o Pai decidir. Por isso, estou temeroso de que todo este assunto de autoridade seja completamente mal entendido; porém se pudermos real-mente entender a natureza da autoridade, então creio que isso

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nos livrará de uma porção de aborrecimentos e problemas. Você pode não ousar pedir por autoridade, embora seja algo a ser pedido, mas não para você mesmo. Mais à frente desco-briremos que autoridade é uma das coisas mais gloriosas. A primeira natureza da autoridade é espiritual, não posicional.

A Autoridade é Vida

Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz – Sl 36:9

Em segundo lugar, Deus é autoridade porque Ele é a fon-te da vida. Ele é vida em Si mesmo, e vida sempre traz a auto-ridade. O apóstolo João disse: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo 1:1-3).

Em João 1:4 é dito: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”. Ou seja, nosso Deus é o Deus da vida; Ele é cheio de vida. E Ele não é apenas cheio de vida, mas dá vida. Tudo vem de Sua vida, e esta é a forma que Ele é a autorida-de sobre tudo. A autoridade não é algo que você assume; é o resultado da vida.

Não tenho uma boa ilustração, mas usarei esta como um exemplo imperfeito. Por que em nossas famílias as crianças

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devem obedecer aos pais? Uma razão é porque eles viveram mais do que nós e têm mais vida. Ou podemos colocar de outra forma: eles nos deram vida. Certamente, Deus nos deu vida, mas nossos pais nos dão vida, nos sustentam e nos edu-cam. Os pais têm esta posição não porque a assumiram, mas porque têm mais vida. É por isso que eles têm mais autorida-de sobre os filhos.

Na Igreja de Deus, quando consideramos o assunto da au-toridade, descobrimos que a Bíblia nos fala dos anciãos. E eles são fisicamente mais velhos em idade ou são mais velhos espi-ritualmente? Penso que o último provavelmente é mais correto, mas certamente o crescimento da vida espiritual também leva tempo. Em outras palavras, na Igreja há os anciãos, e estes re-presentam o governo de Deus. Não é porque algumas pessoas assumem esta posição, mas porque entre os irmãos e irmãs eles parecem ter mais vida de Cristo neles; parece que têm mais ma-nifestação da vida espiritual. E porque a vida deles é pelo me-nos um degrau acima do nosso, então eles representam mais da autoridade de Deus. Assim, não é algo que alguém possa assumir. É por causa da vida interior de Cristo. De fato, quanto mais vida espiritual você tem, mais autoridade existe.

Por exemplo, estamos familiarizados com a vida de Bar-nabé e Paulo. Em Atos 13 os cinco profetas e mestres estavam ministrando ao Senhor, e o Espírito Santo disse: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. E estes dois homens foram colocados à parte como apóstolos e foram em frente, e o pequeno João estava com eles como um assistente. Assim eles viajaram para Antioquia e para Chipre.

Quando eles eram enviados, era sempre Barnabé e Pau-lo. Em outras palavras, mesmo com os dois apóstolos e com o pequeno João havia uma ordem divina, mas não era algo que

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fosse arranjado ou assumido. Barnabé não assumiu isso porque conheceu o Senhor antes de Saulo, portanto poderia tomar a liderança e Saulo teria apenas de segui-lo; ou porque foi ele que apresentou Saulo aos santos em Jerusalém, então tinha de ser o líder: “Todos estavam com medo de você, mas eu acreditei em você e apresentei-o a Pedro”. Nem ele assumiu a liderança por-que encontrou Saulo de Tarso e o levou a Antioquia, onde ficou sob seu aprendizado por um ano inteiro, para que ele pudesse tomar a liderança e Saulo apenas o seguisse. Não havia nada arranjado; não havia nada assumido. O Espírito Santo disse: “Separai-me Barnabé e Saulo”. Isso é tudo. De algum modo ha-via uma ordem ali – não assumida, mas de vida.

Mas estranhamente, quando viajaram para Chipre, no caminho, de repente a ordem começa a mudar. O Espírito Santo, na Palavra de Deus, nos diz que é Paulo e seus com-panheiros (veja At 13:13). Saulo muda seu nome para Paulo, que significa pequeno – o “pequeno” e seus companheiros. No entanto o pequeno João não ficou contente com isso porque era parente de Barnabé. Quando descobriu que a ordem tinha mudado, não pôde aceitá-la, por isso os deixou. Mas graças a Deus Barnabé conhecia o Senhor e sem nenhum protesto, vo-luntariamente, tomou a segunda posição. Não é uma questão de tentar tomar a posição; é a manifestação da vida. De qual-quer maneira, a vida de Cristo em Paulo parecia ser mais ma-nifestada do que a vida de Cristo em Barnabé, por isso Paulo assumiu a liderança.

É questão de vida. Se pudermos compreender isso, então não haverá argumento. Você não pode argumentar sobre a vida. Se a vida estiver ali, ela está ali. Se ela não estiver ali, não importa o quanto você argumente, ela não está ali. Há maior medida de Cristo naquele irmão, ela está ali; e se você não tem

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aquela medida de Cristo, é evidente. Todos o sabem. É algo que você não pode argumentar. Você não pode se apropriar dela porque é puramente uma questão de vida. Quando uma pessoa começa a argumentar sobre esse assunto de autorida-de, você sabe com certeza que ela está fora da vida.

Além disso, já que a autoridade é vida, quando uma pes-soa está na vida com o Senhor, há autoridade, mas no momento em que ela não vive a vida de Cristo esta autoridade se vai. Isso é muito importante, e explicarei mais à frente. Por isso autori-dade é vida, e não algo que qualquer um pode assumir.

A Autoridade é Doação

Em terceiro lugar, a autoridade é doação, não ganho. Todo o nosso conceito de autoridade se baseia no ganho. Se eu tiver autoridade, então posso forçar as pessoas a fazer o que eu quero e posso ganhar muito para mim mesmo. Não, autoridade é doação, não ganho.

Pense em Deus. Nosso Deus é o grande doador. Ele é rico, é tão pleno. A plenitude da Divindade é algo além de nossa compreensão. Não podemos entender e, contudo, ve-mos todo o tempo que Deus está dando, dando, dando. Ele amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito. Cristo amou a Igreja e deu a Si mesmo por ela.

Há autoridade em dar. Aquele que dá tem autoridade so-bre aquele que recebe. Isso é muito natural. Quanto mais você dá, mais autoridade tem. Nosso Senhor Jesus disse: “Dou a mim mesmo para a redenção de muitos”. Porque Ele deu a Si mesmo como uma redenção por muitos, portanto muitos se colocam sob Sua autoridade.

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A Autoridade é Servir

Em quarto lugar, a autoridade é servir. “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:45).

Os discípulos estavam argumentando entre eles mesmos sobre quem era o maior, por isso nosso Senhor começou a en-sinar-lhes uma lição. Ele disse: “Sabeis que os que são consi-derados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande en-tre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:42-45).

Todos nós queremos ser grandes, todos queremos ser o primeiro. No mundo, o grande e o primeiro são aqueles que se sentam no alto e governam sobre outras pessoas. Esta é a forma deste mundo; e o conceito que ele tem de autoridade é uma posição. Quando você chega a esta posição, então pode se assenhorear de todos os demais. Então você é grande, é o primeiro. Mas o Senhor disse: “Mas entre vós não é assim”.

Temo que não tenhamos ouvido o Senhor. Quando Ele disse: “Mas entre vós não é assim”, em nossa mente dizemos: “Ainda é assim”. Se você entende sobre o que o Senhor está falando, isso é muito revolucionário. Ele disse que todo o con-ceito de autoridade do mundo tem de ser jogado pela janela. Não permita que nada desse conceito contamine você. Nem sequer sua mente. Este é o mundo.

O que é autoridade em seu meio? O que é ser grande? O que é ser o primeiro? O Senhor disse: “… quem quiser tornar-se

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grande entre vós, será esse o que vos sirva…” (Mc 10:43). Mas ser grande e ser o servo do Senhor soa bem. No entanto, o Se-nhor disse: “… quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva…”. Isso é difícil. Você quer ser grande? Então tem de ser o servo de todos os irmãos e irmãs.

Quem são os seus mestres? Certamente o Senhor é o seu mestre, mas além do Senhor seus irmãos e irmãs são seus mestres. Pensamos que se somos grandes, tornamo-nos mes-tres de nossos irmãos e irmãs. Eles são nossos servos; damos ordens e dizemos a eles o que devem fazer. Mas não; o Senhor disse: “Este é o conceito de autoridade do mundo. Meu con-ceito de autoridade é que se você quer ser grande, sirva os seus irmãos e irmãs. Sirva-os como se fossem seus mestres”. Você está desejoso de ser grande?

Mais do que isso o Senhor disse: “… e quem quiser ser o primeiro [não apenas grande, mas o primeiro] entre vós será servo de todos”. Se você quer ser o primeiro entre os seus ir-mãos e irmãs, então tem de ser um servo, não apenas de Cristo, mas de seus irmãos e irmãs. Você está querendo ser um servo deles? É assim que deve ser. Este é o lugar onde a autoridade repousa. É no servir. O Senhor disse: “Não vim para ser servi-do, mas para servir”. Quem serviu mais? Nosso Senhor Jesus. Ele nos serviu a ponto de não apenas lavar nossos pés, mas deu Sua vida como resgate por todos. É assim que o Senhor nos serve, por isso Ele é grande e é o primeiro. Por isso Ele tem autoridade sobre nós. Aquele que serve tem autoridade sobre aqueles a quem Ele serve. Esta é a natureza da autoridade.

A Autoridade é Amor

Em quinto lugar, a autoridade é amor. Frequentemente pensamos que amor e autoridade são incompatíveis. Se há

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amor, não poderá haver nenhum exercício da autoridade. Em outras palavras, se você realmente ama, deixe as pessoas fa-zerem qualquer coisa que elas gostem. Seja certo ou errado, se agrada ou não a você, porque você ama, ama, ama, então não faz nada. Não há disciplina, nenhuma autoridade, nenhuma ordem, nada, como se isso fosse amor.

Também pensamos que autoridade é força – forçar, man-dar que as pessoas façam o que elas não querem fazer. Certa-mente, se esse é o conceito de amor e de autoridade, eles são incompatíveis. Mas Deus é amor e é autoridade. O amor é a Sua natureza, a autoridade é a Sua manifestação, Seu direito. Estas duas coisas não se contradizem. Elas andam juntas. Po-deria até ousar dizer que o amor é autoridade. A autoridade é amor, amor sacrifical, entregar a si mesmo para servir pelo bem de outros. Se isso é autoridade, ela não é amor? Se você realmente ama, deve existir disciplina, e você não pode disci-plinar se não há autoridade.

Assim, amor e autoridade estão realmente unidos. A auto-ridade tem de ser exercida em amor, e o amor deve corrigir. Em Hebreus 12 é dito que nosso Pai celestial nos corrige porque ama Seus filhos. Se Ele não nos corrige, então somos bastardos, não fi-lhos. Portanto, a autoridade e o amor não podem ser separados; eles estão juntos. Esta é a verdadeira natureza da autoridade.

Agora entendemos o que realmente é a autoridade? Se entendemos a autoridade, entendemos a Deus.

O Propósito da Autoridade

Qual é o propósito da autoridade? Por que autoridade? Dizemos que Deus é o criador do universo. Ele criou o mundo

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pela palavra do Seu poder. Sua palavra não apenas tem po-der, mas tem autoridade. Há uma diferença entre autoridade e poder. A autoridade é o direito de exercer o poder, e o poder é a habilidade de fazer as coisas. A palavra de Deus não ape-nas tem poder, mas a palavra de Deus tem autoridade. Ele diz e é feito. Ele diz uma palavra e as coisas são feitas porque Sua palavra é cheia de autoridade e de poder. Ele não apenas for-mou o mundo pela palavra do Seu poder, mas também todo este mundo subsiste pela Sua palavra.

Depois de criar o universo, Deus usou Sua autoridade para conduzir este mundo para a ordem. Tudo o que Ele criou foi colocado em ordem sob Seu governo, sob Sua autoridade. Por isso não havia caos, nenhuma desordem; tudo caminhava como Ele desejava. Infelizmente Sua autoridade foi contesta-da. Quando Sua autoridade era incontestada, o universo esta-va em perfeita ordem. Não apenas todas as estrelas revolviam em suas órbitas como Deus tinha ordenado, mas até mesmo os seres angelicais ministravam a Ele como lhes havia sido determinado. Tudo estava em perfeita ordem porque Sua au-toridade sustentava a ordem.

Lamentavelmente, um dia, esta ordem e autoridade foram desafiadas. Lúcifer provavelmente foi o primeiro anjo criado. Deus o colocou em uma posição elevada, ao Seu lado. Ele era um querubim ungido. Se pudermos usar essa metáfora, ele era o querubim que estava em pé atrás do trono de Deus, o mais perto de d’Ele, cheio de sabedoria. A ele foi dada sabedoria, habilidade, domínio, governo e poder. Mas infelizmente ele se tornou orgulhoso de si mesmo; quis ser igual a Deus.

E quem é igual a Deus? O Filho amado, e isso não é algo para ser usurpado, porque Ele é Deus. Mas para Lúcifer tentar ser igual a Deus, ele teve de usurpar algo que não lhe pertencia.

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E por causa dessa rebelião houve julgamento. O mundo foi lançado na desordem – tohu e bohu.1 Todas as coisas se tor-naram em ruína, vazias, sem propósito e cobertas de trevas. Deus reparou a Terra e trouxe de volta a ordem. Ele deu o do-mínio ao homem para governar sobre todas as coisas, mas o homem pecou e lançou novamente este mundo na maldição. Nós ainda estamos vivendo neste mundo amaldiçoado.

A Autoridade é para Edificação

A razão pela qual nosso conceito de autoridade se tornou negativo é por causa daquilo que aconteceu na era pré-histó-rica e histórica. Em outras palavras, sempre que pensamos em autoridade pensamos em destruição, reviravolta, punição e julgamento. Mas no princípio não era assim.

Qual é o propósito da autoridade? O apóstolo Paulo disse muitas vezes: “A autoridade dada por Deus a mim é para edificação, não para destruição”. O propósito básico ou o significado fundamental da autoridade é para a edificação. É muito positivo, muito maravilhoso, muito glorioso. Não é para destruição. Ou seja, a autoridade tem um duplo signi-ficado: um é positivo, o qual é primário, original – é para a edificação; outro é negativo, secundário, e é destruição. Não pode haver edificação sem autoridade.

O que edifica a Igreja? Duas coisas: a vida e a autoridade, e estas duas são uma. Se não há autoridade, não pode haver nenhuma edificação porque todos querem fazer sua própria vontade, da sua própria forma, como os filhos de Israel no tempo dos juízes. Em Juízes 21:25 o Espírito Santo comentou

1. Palavras hebraicas que significam sem forma e vazia.

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sobre as centenas de anos de história dos filhos de Israel em Canaã: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fa-zia o que achava mais reto”. Não havia edificação porque não havia rei nem autoridade. É preciso autoridade para edificar, para juntar as pessoas.

Nosso Senhor Jesus disse: “… sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Quando Ele disse isso? Depois que Pedro con-fessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Como o Filho do Deus vivo, Ele tem autoridade. Como o Cristo, Aquele que foi enviado pelo Pai, Ele veio para consumar a obra de reden-ção; e por causa de Sua obediência ao Pai, foi-Lhe dada a auto-ridade. Ele não apenas tinha autoridade como Deus, mas a Ele foi dada autoridade como o Filho do Homem, como Cristo. Deus O fez Senhor e Cristo (At 2:36), e porque tinha autorida-de Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”.

Em Mateus 28:19-20 encontramos a grande comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”.

Como a Igreja pode cumprir esta grande comissão de não apenas evangelizar o mundo, mas de fazer discípulos entre as nações? Como você pode fazer discípulo sem disciplina? Como pode fazer discípulo sem autoridade? Onde está a au-toridade? No verso 18 o Senhor disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. A palavra ali não é poder; no ori-ginal é autoridade. “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto…”. É com essa autoridade que somos ca-pazes de fazer discípulos entre as nações, ensinando-os todas as coisas que Deus nos ordenou e preparando o reino para o Rei. Isso é autoridade.

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Assim, a autoridade é bem-vinda porque sem autorida-de não pode haver nenhuma edificação. Se o Senhor não tem autoridade sobre sua vida, você pensa que sua vida espiritual será edificada? “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). O que isso significa? Dois ou três reunidos em Seu nome, o nome que é sobre todo nome, e sob esse nome todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor. Isso é au-toridade. É autoridade quando nos colocamos sob Seu nome, isto é, sob Sua autoridade; então Sua presença está ali. É a Sua presença que edifica a Igreja. Não há nada mais glorioso do que quando você realmente compreende o que é autoridade e o que ela faz. Quão tolo somos em desprezar a autoridade, pensando que ela é inútil. Seja individual ou corporativa, não pode haver edificação sem autoridade. É a autoridade que edifica. Vamos dar as boas-vindas a ela.

Mas certamente há o outro lado, quando a autoridade é rejeitada, desprezada, não aceita; então você descobre que ela é para a destruição. Apesar disso, mesmo com a destruição, ela é para o propósito da edificação. Não é apenas destruição. Nosso Deus é muito positivo, Ele nunca é negativo. Mesmo na des-truição ela é para o propósito da edificação. Ele não pode edi-ficar quando há oposição, quando há resistência. Assim, essa resistência tem de ser derrubada, tem de ser retirada, colocada de lado, e ao fazer isso você encontra a destruição. Haverá jul-gamento, haverá punição, entretanto, mais uma vez, lembre-se: este é um subproduto. Ele é secundário, não primário.

Se você realmente compreende a autoridade, não há nada a temer, mas é algo a ser buscado porque ela edifica você. Mas se há rebelião em seu coração, então a autoridade é uma coisa terrível, porque Deus não permite que Sua autoridade seja desafiada.

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A Resposta à Autoridade

Qual é a nossa resposta à autoridade? Penso que se real-mente sabemos qual é a natureza da autoridade e o que ela faz, então é um tanto natural para nós vermos que nossa resposta à autoridade é nada menos do que a obediência. Não há nada que agrade mais a Deus do que ouvi-lO – “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Sm 15:22). Nada agrada mais a Deus do que a obediência, e a obediência é a resposta natu-ral à autoridade. Infelizmente, queremos dar a Deus qualquer coisa e todas as coisas, exceto a obediência. Queremos dar a Ele sacrifícios, muitos deles, a gordura de carneiros, mas não queremos ouvi-lO ou obedecer-Lhe.

Mas olhe para o nosso Senhor Jesus. Que Filho obedien-te Ele era! Como Deus, não conhecia a obediência porque não podemos conectar a obediência a Deus. Ele é Deus. Ele não obedece ninguém. Nós tentamos fazer com que Ele nos obedeça, mas não podemos fazê-lo. Ele é Deus, mas apren-deu a obediência quando estava na Terra como um homem, o Filho do Homem. Ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu (Hb 5:8).

A obediência é uma lição dura mesmo com nosso Senhor quando estava na Terra porque Ele tinha uma alma perfei-ta. Em outras palavras, não havia pecado nem rebelião n’Ele. Mas Ele era um homem, Ele teve Sua vontade – uma vontade perfeita, uma vontade sem pecado, contudo teve de aprender a obediência através daquilo que sofreu. Como Ele negou a Si mesmo! Por isso nosso Senhor é um exemplo perfeito. Po-rém Ele não é apenas um exemplo. Em Hebreus é dito que Ele aprendeu a obediência através das coisas que sofreu, e porque aprendeu a lição tornou-se o originador de nossa salvação.

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Ou seja, Ele não é apenas o exemplo de obediência, mas nos deu também a vida de obediência.

Deus é a autoridade perfeita, portanto a Ele rendemos obediência e submissão absolutas. A obediência é um ato, a submissão é uma atitude. Precisamos dar a Deus a atitude ab-soluta de submissão, nenhuma disputa com Ele. Precisamos dar-Lhe absoluta obediência, nenhuma rebelião contra Ele. Mas quando Deus coloca homens sobre nós para representar Sua autoridade, então devemos dar a eles absoluta submissão, sempre que estejamos sob ela, mas não absoluta obediência. Temos de obedecer a Deus antes de obedecer ao homem. Se alguma pessoa representa mal a autoridade de Deus e então acontece de Deus colocá-lo sob Sua autoridade, então você pode render absoluta submissão, mas não precisa ter obedi-ência absoluta. Você tem de obedecer a Deus.

O caminho para a autoridade é através da obediência. Nosso Senhor Jesus esvaziou a Si mesmo e Se tornou obedien-te até a morte, e morte de cruz. Portanto, Deus grandemente O exaltou e deu a Ele um nome que é acima de todo nome. Por isso o caminho para a autoridade é através da obediência.

Sinais daqueles que Conhecem a Autoridade

Finalmente, quais são os sinais indispensáveis daqueles que conhecem a autoridade? Na obra Autoridade Espiritual nos-so irmão Watchman Nee menciona algumas coisas. Autoridade é algo que precisamos reconhecer, precisamos conhecer. Não conhecer a autoridade é um grande defeito, é um obstáculo, um impedimento. Por isso precisamos conhecer e reconhecer a autoridade, e existem cinco sinais indispensáveis.

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Primeiro – Onde quer que você vá, tente encontrar a au-toridade para se submeter a ela. Se vamos a algum lugar e tudo o que procuramos é “quem se submeterá a mim?”, não sabemos o que é autoridade. Mas se você realmente sabe o que é autoridade, aonde for e encontrar seus irmãos e irmãs, estará procurando por autoridade. Você está procurando por autoridade de Deus para que possa se submeter porque é a coisa mais prazerosa fazê-lo. Este é um sinal seguro de que você conhece autoridade.

Segundo – Se você realmente conhece a autoridade, será gentil e afável. As pessoas que não conhecem a autoridade são rudes.

Terceiro – As pessoas que conhecem a autoridade nunca querem ser autoridade. Quão mais abençoado é se submeter à autoridade do que ser autoridade, porque a responsabilidade é muito grande. Por isso, nunca queira estar em autoridade. Isso mostra que você conhece o que é autoridade.

Quarto – Se você realmente conhece o que é a autorida-de, nunca falará muito. De alguma forma, a autoridade fecha nossa boca. Se você realmente conhece o que é a autoridade, muitas murmurações param, muito do falar para. Isto é muito verdadeiro.

Quinto – O último sinal de que as pessoas conhecem a autoridade é que elas são sensíveis a todas as ilegalidades. Assim, que o Senhor nos ajude.

Vamos orar:Querido Pai celestial, sentimos que estamos pisando em solo sagrado porque Tu és A autoridade do universo e estamos sob Tua autoridade. Senhor, oramos para que

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pela Tua graça possamos ser um povo que conhece a Tua autoridade, não apenas nos submetamos e obedeça-mos, mas mesmo pela Tua misericórdia representemos a Tua autoridade. Senhor, reconhecemos que não somos qualificados nem na obediência nem na autoridade. So-mente a Tua graça, a Tua misericórdia pode nos fazer assim. Por isso mais uma vez nos humilhamos dian-te de Ti. Queremos tremer da Tua Palavra e deixá-la realmente tocar nosso coração para que possamos nos arrepender e voltar ao Teu pensamento original. Faça isso uma realidade no meio do Teu povo. Pedimos em Teu precioso nome. Amém.

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a U t o r i d a d e d e l e g a d a

Mais uma Perspectiva da Autoridade Espiritual

Romanos 13:1-5 – Todo homem esteja sujeito às auto-ridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resis-tem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os ma-gistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espa-da; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas tam-bém por dever de consciência.