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Regime Militar (1964-1984) Disciplina: Realidade Sócio-Econômica e Política Brasileira Prof.: Ms. Laércio Torres de Góes

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Page 1: Aula   regime militar

Regime Militar (1964-1984)

Disciplina: Realidade Sócio-Econômica e Política Brasileira

Prof.: Ms. Laércio Torres de Góes

Page 2: Aula   regime militar

Golpe militar

Crise política: renúncia de Jânio Quadros (1961) e ações do Governo Jango.

Setores conservadores, aliados dos militares, deram início à campanha de

desestabilização do governo.

As “Reformas de Base” foram duramente combatidas pela elite.

Em 31 de março de 1964, o golpe militar derrubou Jango.

A partir do golpe, os militares passaram a desmobilizar quaisquer focos de luta

popular.

As organizações trabalhistas, como a CGT; as organizações estudantis (UNE); as

Ligas Camponesas e os movimentos de base da Igreja Católica (JOC) passaram a

ser duramente perseguidos e reprimidos.

Page 3: Aula   regime militar

Regime autoritário

Embora o movimento tivesse contado com o apoio de

civis (UDN), os militares não pretendiam entregar o

poder.

Em abril de 1964 foi editado o Ato Institucional nº 1.

Ato institucional: Conjunto de leis promulgado sem a

necessidade de aprovação popular ou pelo Congresso

Nacional.

Os militares optaram pelo alinhamento ao bloco

ocidental (EUA).

Reconhecimento e apoio dos norte americanos.

Page 4: Aula   regime militar

Regime autoritário

Ato Institucional nº 1:

Nomeação do Gen. Humberto de Allencar Castello Branco para a Presidência.

A eleição do presidente e vice passaria a ser efetuada pelo Congresso Nacional

(Colégio Eleitoral).

O presidente passava a ter amplos poderes para remeter ao Congresso “sugestões”

para a reforma da Constituição de 1946.

As investigações contra crimes contra o Estado ou a Ordem Pública, política e social,

poderiam ser instauradas contra indivíduos ou coletivamente.

Os Comandantes-em-Chefe das Forças Armadas, que assinavam o AI-1, poderiam

cassar direitos políticos pelo prazo de 10 anos e anular mandatos legislativos.

Page 5: Aula   regime militar

Castelo Branco (1964-1967) O General Castelo Branco, ao assumir a Presidência,

afirmava ter propósito de “combater o comunismo e

promover a consolidação da democracia”.

Foi o idealizador de mecanismos da repressão, como

o SNI (Serviço Nacional de Informações).

Promoveu prisões arbitrárias e iniciou perseguições

políticas e torturas aos opositores do regime,

embora ainda estivesse em vigor o Habeas Corpus.

Lideranças sindicais e camponesas foram mortas ou

desapareceram.

Governadores eleitos perderam seus mandatos.

Page 6: Aula   regime militar

Castelo Branco (1964-1967) Entre os primeiros cassados pelo governo constavam: João

Goulart, Jânio Quadros, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luis

Carlos Prestes, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, etc.

Em 1966, a oposição saiu vitoriosa nas eleições estaduais em

Minas e Rio de Janeiro.

Edição do AI-2: colocava fim em todos os partidos políticos

existentes e autorizava a formação de apenas duas legendas: a

ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento

Democrático Brasileiro).

A reação popular contra a arbitrariedade foi imediata. Nas

ruas, renasceu o movimento estudantil. Movimentos e

passeatas tomaram conta dos centros urbanos. O governo

respondeu com violência e truculência.

Page 7: Aula   regime militar

Castelo Branco (1964-1967)

Na economia, o governo buscava uma forma de conter a inflação que chegava aos

100% ao ano (PAEG – Plano de Ação Econômica do Governo):

Abertura para o capital exterior, consolidando uma fórmula tipicamente exportadora

– altas na balança comercial.

Controle nas linhas de crédito para o setor privado.

Redução dos gastos públicos.

Contenção dos salários. Fim da estabilidade (10 anos). Criação do FGTS.

Revogação da “Lei de remessa de Lucros”, editada em 1962 pelo governo João

Goulart.

Page 8: Aula   regime militar

Castelo Branco (1964-1967)

A Constituição de 1946 sofreu reformas por meio dos Atos

Institucionais 3 e 4.

O AI-3 estabeleceu eleições indiretas para governadores e prefeitos

de cidades consideradas “de segurança nacional”.

O AI-4 convocava o Congresso, em sessão extraordinária, para a

aprovação de uma nova carta constitucional.

A Constituição de 1967 aumentou o poder do executivo e limitou a

autonomia dos Estados.

Foram publicadas as severas Lei de Imprensa e Lei de Segurança

Nacional, destinadas a facilitar a atuação dos órgãos de segurança do

Estado (aparelhos da repressão) contra os “inimigos internos”.

Page 9: Aula   regime militar

Costa e Silva (1967-1969)

Na disputa entre os militares “linha dura” e os moderados, prevaleceu a candidatura do Gen. Artur Costa e Silva, um dos líderes do golpe.

A indicação de Costa e Silva não significava diretamente a vitória da linha dura, mas a mesma viria em função dos acontecimentos.

A implantação de uma nova política econômica trouxe resultados positivos, uma vez que o PIB alcançou índices de crescimento da ordem de 10 e 11,2% (“Milagre econômico brasileiro”).

A oposição aos militares começou a se manifestar com mais força: ocorreram protestos estudantis em várias partes do país e foi anunciada a formação da Frente Ampla, movimento que reunia opositores das mais variadas correntes políticas.

Page 10: Aula   regime militar

Costa e Silva (1967-1969)

Protestos estudantis

Em 28 de março de 1968, realizou-se duas manifestações

no Rio: o protesto contra a má qualidade e o preço

elevado das refeições do “Restaurante Calabouço!”.

Morte pela polícia do estudante Edson Luis, um jovem de

16 anos.

O corpo foi velado na Assembleia Legislativa, e ao enterro

compareceram 50 mil pessoas. No cemitério, os

estudantes proferiram um juramento: “Neste luto, a luta

começou”.

A repressão das manifestações desperta a indignação da

sociedade, que promove a Passeata dos Cem Mil, em 21 de

junho de 1968.

Page 11: Aula   regime militar

Costa e Silva (1967-1969)

O discurso do jovem deputado Márcio Moreira

Alves, do MDB da Guanabara, contra a ditadura e

a rejeição do pedido pelo Congresso para

processá-lo, serviu de justificativa para a

decretação do AI 5, em 13 de dezembro de 1968.

Com o AI 5, o general-presidente poderia fechar

o Congresso Nacional, cassar mandatos de

parlamentares, demitir juízes, suspender garantias

do Poder Judiciário, legislar por decretos,

decretar estado de sítio e suspender o habeas

corpus.

“Golpe dentro do golpe”.

Page 12: Aula   regime militar

Luta armada

A falta de crédito na ação parlamentar e o

endurecimento do regime faz com que os setores de

esquerda se lancem em ações armadas.

O PCB: resistência no interior do MDB e dos

sindicatos.

O PC do B: iniciou uma campanha de guerrilhas

rurais, com escasso apoio camponês (Guerrilha do

Araguaia).

Entre 1968 e 1974, a ALN (Aliança Nacional

Libertadora), a VAR (Vanguarda Armada

Revolucionária), o MR-8 (Movimento Revolucionário

8 de outubro) e a Ação Popular promovem a

guerrilha urbana (sequestros e assaltos a bancos).

Page 13: Aula   regime militar

Mecanismos da Repressão

Para o controle da “ordem social”, o governo Costa e

Silva melhora a eficiência dos mecanismos de repressão.

OBAN (Operação Bandeirante)

DOPS – DEOPS (Departamento de Ordem Pública e

Social)

DOI-CODI (Destacamento de Operações de

Informações – Centro de Operações de Defesa Interna).

Em fins de 1969, Costa e Silva, doente, se afasta. Em seu

lugar seguiria uma junta militar e, em seguida, o governo

Médici e o endurecimento do regime.

Page 14: Aula   regime militar

Governo Médici (1969-1974)

Repressão e silenciamento dos principais líderes da

luta armada: Carlos Marighella (1969) e Carlos

Lamarca (1971).

O único movimento sobrevivente foi a Guerrilha

do Araguaia, derrotada em 1975.

Propaganda ufanista: auge da campanha publicitária

foi atingido na Copa de 1970: “Pra frente Brasil”.

“Milagre Econômico”: o PIB atingiu índices na

ordem de 10% e 11,2%.

Grandes obras públicas (faraônicas): Hidrelétrica de

Itaipu, Transamazônica, Ponte Rio-Niterói, etc.

Page 15: Aula   regime militar

Governo Médici (1969-1974)

Entre 1967 e 1972, a dívida externa atingiu a casa

dos US$ 10 bi.

O governo criou o INCRA (Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária), o PIS (Plano de

Integração Nacional) e o MOBRAL (Movimento

Brasileiro de Alfabetização).

O milagre econômico sustentou-se em três pilares:

o arrocho salarial, os empréstimos externos e a

repressão política.

Houve a incrementação de mercado da classe

média e no setor agrícola.

Page 16: Aula   regime militar

Ernesto Geisel (1974-1979)

Chefe do Gabinete Militar de Castello Branco,

Presidente da Petrobrás em Costa e Silva, e

presidente do Superior Tribunal Militar em Médici,

Geisel foi eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral.

Para disputar simbolicamente o pleito, o MDB lançou

Ulisses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho.

Início do processo de abertura política: “Lento,

gradual e seguro”.

A necessidade de mudanças ficou evidenciada nas

eleições parlamentares de 1974, quando o MDB

praticamente dobrou a sua representação.

Page 17: Aula   regime militar

Ernesto Geisel (1974-1979) A morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, nos porões do

DOI-CODI, em São Paulo, provocou indignação e fez com que

Geisel apressasse a mudança na imagem da ditadura.

Assassinato do operário Manoel Fiel Filho, também torturado

(1976).

Pacote de Abril (1977):

O presidente fecha o Congresso e passa a governar por decretos.

Eleição indireta para os governadores de estado.

Lei falcão (1976).

Aumento do mandato presidencial (de 5 para 6 anos).

As decisões no Congresso passaram a depender apenas de maioria

simples.

Um terço das cadeiras do Senado passaram a ser concedidas aos

“Senadores Biônicos”.

Page 18: Aula   regime militar

Ernesto Geisel (1974-1979) Acordo militar Brasil-Alemanha: usinas

nucleares de Angra dos Reis.

Projeto Pró-álcool: a substituição da gasolina pelo álcool combustível.

Crise do Petróleo (1973-1974): abala crescimento econômico.

Na classe operária, surgem manifestações sob a liderança de trabalhadores como Luís Inácio Lula da Silva.

Movimento sindical no ABC paulista por reposição salarial.

Fim do AI 5 (Outubro de 1978).

Page 19: Aula   regime militar

Governo Figueiredo (1979-1985)

Continuidade ao processo de abertura política.

Aprovação da Lei de Anistia (1979), mas não beneficiou os condenados por sequestros e atentados políticos.

Retorno de exilados políticos : Brizola, Prestes, Miguel Arraes.

A reforma política permitiu a volta do pluripartidarismo.

ARENA se transformou em PDS (Partido Democrático Social) e MDB se tornou PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

Surgiram o PDT, o PT, o PP e o PTB.

Page 20: Aula   regime militar

Governo Figueiredo (1979-1985)

A direita, ligada ao aparelho da repressão, não aceitava a abertura: atentado terrorista do Riocentro, em 1981.

A oposição lança o movimento das Diretas Já!

Ementa Dante de Oliveira – derrotada no Congresso.

Transição democrática: Paulo Maluf (PDS) X Tancredo Neves (PMDB)

Aliança Democrática Nacional (PMDB/PFL).

Page 21: Aula   regime militar

Nova República

15 de janeiro de 1985: Tancredo e Sarney são eleitos depois de 21 anos de governos militares.

Na data da posse, 15 de março, Tancredo é internado – Sarney assume.

21 de abril: morre Tancredo.

Começava a Nova República.

Page 22: Aula   regime militar

FIM