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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática Marilene Dilem da Silva

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Page 1: Aula de Campo

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Marilene Dilem da Silva

Page 2: Aula de Campo

Este trabalho teve como finalidade utilizar aula de campo no ensino/aprendizagem de Ciências do Ensino Básico, tendo sido direcionado para as áreas: Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente, no Município de Anchieta-ES.Para tanto, foi necessário estudar e conhecer as dinâmicas de uma aula de campo como estratégias do ensino de ciências de forma a desenvolver no indivíduo o conhecimento sobre os fenômenos da natureza, a afetividade, os valores e as atitudes em relação ao meio ambiente.

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Para a realização da pesquisa, foram delimitados três ecossistemas que, de certa forma, estão interligados: rio, manguezal e praia. A pesquisa foi baseada em conhecimentos prévios e vivências de professores que atuam nos ensinos fundamental e médio locais e em relatos dos residentes do município de Anchieta-ES.

Os ambientes foram caracterizados quanto à localização, aos aspectos históricos, de biodiversidade e importância para o turismo ambiental. Para viabilizar e socializar a pesquisa, foi organizado um blog (www.auladecampo.wordpress.com) com informações direcionadas aos docentes, estudantes e ambientalistas, visando subsidiar o planejamento e a execução de um trabalho extraclasse no rio/manguezal Benevente, do Município de Anchieta-ES.

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A pesquisa foi desenvolvida considerando-se suporte teórico de autores renomados na área da pesquisa e da educação – CAVALCANTI, 2002; COMPIANI, 1991; GIL, 2006; GRÜN, 1996;;KRASILCHIK, 1986, MATURANA, 1995; MENEZES, 2000; MOCHCOVITCH,1990; MORIN, 1997, 2000, 2001, 2004; PERRENOUD, 1999, entre outros.

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Objetivo GeralObjetivo Geral

Produzir um blog contendo roteiro e informações para realização de aula de campo por professores de ciências do ensino básico, nas regiões Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente, no município de Anchieta-ES.

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Objetivos EspecíficosObjetivos Específicos

1.Caracterizar os ecossistemas Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente do município de Anchieta-ES, destacando localização, história, biodiversidade e aspectos ambientais e sociais.1.Apresentar estratégias metodológicas para ensino/aprendizagem dos ecossistemas Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente, no município de Anchieta-ES.2.Entrevistar docentes que realizam visitas técnicas na região visando conhecer as facilidades e/ou dificuldades na realização de uma aula de campo.3.Entrevistar residentes que desenvolvam atividades profissionais na região da Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente, no município de Anchieta-ES, visando conhecer as principais ações antrópicas desenvolvidas nas regiões estudadas.

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O Ensino de Ciências nas Escolas de Ensino BásicoO Ensino de Ciências nas Escolas de Ensino BásicoO ensino precisa acenar tanto para as certezas quanto para as interrogações, o que permitirá o desenvolvimento de mecanismos para o aprimoramento do senso crítico dos estudantes quanto à postura de vida. (MORIN, 2004).

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o ensino das ciências naturais nos permite desenvolver a investigação, a comunicação e o debate de fatos e idéias.

De acordo com os PCNs do ensino fundamental, os alunos deverão ser capazes de: “Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”.

Uma das competências necessárias apresentadas pelos PCNs para o ensino de ciências naturais no ensino fundamental e que deverá ser apreendida pelos alunos é a de “compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive em relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente”.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICAREVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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A metodologia do trabalho de campoA metodologia do trabalho de campoDe acordo com SENICIATO (2007), estudos têm constatado que as aulas de ciências

em ambientes naturais são apontadas como metodologia eficaz tanto por envolverem e motivarem crianças e jovens para as atividades educativas, quanto por constituírem um instrumento de superação da fragmentação do conhecimento, imposta pelos livros didáticos.

As atividades de campo permitem ao aluno sair das limitações do livro didático para observar as paisagens e os contextos socioambientais como forma de sensibilização, contribuindo para aumentar a curiosidade e o prazer pelas descobertas de novos saberes. A observação depende de requisitos de um bom observador. A seleção de elementos observados dá-se com base em instrumentos conceituais e na sensibilidade de quem observa (CAVALCANTI, 2002).

Durante o trabalho de campo, o aluno tem oportunidade de problematizar os fenômenos observados e estabelecer hipóteses para a investigação científica. Segundo CASTROGIOVANNI et. al. (2003), ao elaborar um roteiro de trabalho no campo, o professor deverá definir uma série de atividades preliminares, como:

•Definir claramente os objetivos que pretende alcançar sejam eles cognitivos, comportamentais ou afetivos;

•Estudar a área e definir os cuidados necessários à eficácia das atividades a serem realizadas, inclusive os aspectos relacionados à segurança dos participantes;

•Mapear toda a trajetória e estabelecer contatos com o local de visita, com os familiares e com toda a comunidade educativa.

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De acordo com COMPINANI (1999), os trabalhos de campo e as práticas investigativas devem direcionar o aluno para um conhecimento globalizado de determinada área de estudo e possibilitar uma visão mais abrangente sobre os estudos das ciências.

Segundo KRASILCHIK (1986), as relações entre alunos e professores fora do formalismo da sala de aula acabam sofrendo modificações que perduram depois da volta à escola, criando um companheirismo oriundo de uma experiência comum e de uma convivência muito agradável e produtiva.

Segundo MATURANA (1995), o conhecimento é um sistema de “informação” sobre o mundo ambiente, e o processo de viver é, portanto, um conhecimento sobre como ”adaptar-se” a este mundo adquirindo, constantemente, mais e mais “informações” sobre sua natureza.

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LocalizaçãoLocalizaçãoO Espírito Santo localiza-se na Região Sudeste e ocupa uma área de 45.597 km², que corresponde a 0,53% do território nacional e está inserido no domínio ecológico tropical da mata atlântica e em áreas litorâneas de clima quente e úmido (IMMES, 1994).

CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃOCARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

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Trajeto Cachoeiro de Itapemirim a Anchieta (Estado do Espírito Santo)Trajeto Cachoeiro de Itapemirim a Anchieta (Estado do Espírito Santo)

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A pesquisa foi realizada no município de Anchieta-ES, nos ecossistemas praia e manguezal, incluiu pesquisa de campo, que teve como objetivo conseguir informações ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (MARCONI & LAKATOS, 1999)

A pesquisa utilizada nesta área está relacionada ao uso de métodos “quali-quantitativos”, tendo início com a pesquisa bibliográfica sobre assuntos como, por exemplo, trabalho de campo e ecossistemas.

Segundo GIL (2006), a análise qualitativa é menos formal do que a quantitativa, sendo que, nesta, os passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. Já aquela depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação.

METODOLOGIAMETODOLOGIA

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Entrevistas com docentes e residentesEntrevistas com docentes e residentesAs entrevistas estruturadas, orientadas por um questionário (roteiro de

entrevista), (apêndice II) previamente definido (MARTINS & LINTZ), foram realizadas com 10 (dez) professores licenciados em Biologia que atuam no ensino básico nas redes pública e particular de ensino no município. Esses professores desenvolvem atividades práticas de campo com seus alunos, nos ensinos fundamental e médio do ensino básico.

Foram entrevistados 20 (vinte) residentes da região, sendo 10 (dez) moradores da área da praia dos Castelhanos, que sobrevivem do turismo da região, e 10 (dez) pescadores, que sobrevivem da pesca e da cata do caranguejo no manguezal de Anchieta-ES. Os entrevistados relataram suas atividades profissionais, inclusive a pesqueira, e discorreram sobre a importância da preservação da área de praia e manguezal como forma de manutenção da vida do ambiente natural e, conseqüentemente, garantia de suas atividades de subsistência, acarretando a preservação da cultura local.

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Produto Final – Blog Produto Final – Blog O Blog foi organizado para atender a profissionais que desenvolvem atividades

de campo no município de Anchieta-ES, especialmente na Praia dos Castelhanos e no rio/manguezal, região do Espírito Santo para estudar e analisar a fauna e flora local, bem como apresentar estratégias de estudo nos locais como forma de orientação quanto à preservação da biodiversidade e das paisagens da região. As paisagens dos ecossistemas praia rio manguezal representam grande potencial turístico e cultural, o que torna um local de estudo rico para o desenvolvimento de aulas de ciências.

O Blog (www.auladecampo.wordpress.com) apresenta informações sobre a área de estudo, tais como:

•Página Principal: “Uso de Aula de Campo como Estratégia de Ensino Aprendizagem”, objetivos gerais e específicos, modelo de autorização para viagem de estudo e recomendações aos alunos;

•Informações Gerais;•Localização;•Perfil: Marilene Dilem da Silva;•Planejamento de aula de campo;•Praia dos Castelhanos de Anchieta-ES;•Rio Benevente/Manguezal de Anchieta-ES;•Roteiro de Estudo.

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Para a realização do trabalho de campo, o professor precisa obter informações que possam subsidiá-lo quanto:•À decisão na escolha do local a ser visitado;•À disponibilidade e à participação da comunidade escolar;•Aos recursos que darão suporte ao estudo;•À participação dos alunos, grandes interessados no sucesso do estudo;•À eficiência do planejamento, com estratégias claras e bem definidas, ou seja, procedimentos que serão adotados antes, durante e depois.

RESULTADOS E DISCUSSÕESRESULTADOS E DISCUSSÕES

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Etapas a serem seguidas durante o Etapas a serem seguidas durante o planejamento e execuçãoplanejamento e execução

Antes:Antes:

1. Organização:Definição do local a ser estudado;Levantamento de dados com informações sobre a área a ser estudada. Exemplo: Ecossistemas praia, rio/manguezal etc.;Organização de um pré-projeto; Identificação: escola, local da visita, dia/hora, público-alvo, custo, responsáveis pela viagem;Justificativa;Objetivos;Metodologia;Recursos;Indumentária;Cronograma;Relatório final.

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2. Providências:Elaboração de comunicado para os pais com ficha de autorização (disponibilizar modelo);Elaboração de comunicado aos pais;Documentação de autorização dos pais ou responsáveis;Documentação para requerer autorização do juiz (disponibilizar modelo);Organização de um croqui para reconhecimento da área;Mapas e fotografias do local de visita;Reunião com pais e alunos para definição de regras e combinados;Normas de segurança;Contato com o local da visita;Organização de questionário-sondagem para os alunos;Leitura e análise de textos informativos sobre os locais a serem visitados;Organização do roteiro de campo;Responsabilidades individuais – documentos, remédios, roupa, calçado, alimentação e objetos pessoais;

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Durante: I. Visitação:Chegada ao local da visita; Acomodação;Orientações gerais com reconhecimento da área;Formação dos grupos de trabalho;Entrega dos croquis/mapas de orientação;Entrega do roteiro de estudo;Realização da visita com orientação dos professores e/ou guias;Realização de dinâmicas educativas para retomada dos conhecimentos. Sugerem-se jogos educativos.Depois:I. Retorno à Escola:Escolha de uma equipe para compatibilizar os trabalhos desenvolvidos;Organização um jornal com informações sobre a viagem de estudo;Montagem um mural com fotografias;Organização um vídeo sobre a viagem;Avaliação da viagem com destaque para os aspectos positivos e negativos;Avaliação da viagem com destaque para as informações não programadas e que causaram encantamento aos alunos;Sistematização final de conhecimentos, com a apresentação de seminários, relatórios ou outras formas de conclusão que poderão compor as avaliações individual e grupal (PCNs, 1998).

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Roteiro de trabalho de campo para ser desenvolvido nos Roteiro de trabalho de campo para ser desenvolvido nos ecossistemas Praia dos Castelhanos, rio/manguezal Benevente.ecossistemas Praia dos Castelhanos, rio/manguezal Benevente.

Aluno:Série/turma:Ecossistema: Dia/horário:Equipe 2:Tarefas:1.Observar e fotografar os ecossistemas durante a atividade de campo e coletar informações com os moradores e pescadores da região acerca dos tipos de animais encontrados nesses locais.2 – Descrever aspectos da mata ciliar, destacando as espécimes endêmicas e a relação de dispersão das plantas.3 – Apresentar os resultados utilizando uma metodologia própria para o ensino médio.Equipe 3: Tarefa:1.Observar os impactos antrópicos que ocorrem na área de estudo e relaciona-los aos temas estudados na disciplina Ecologia. 2 – Descrever aspectos da paisagem.3 - Apresentar os resultados utilizando uma metodologia própria para o ensino fun-damental.Equipe 4:Tarefa:1.Observar os impactos antrópicos que ocorrem na área de estudo e relaciona-los aos temas estudados na disciplina Ecologia.2 – Esquematizar a paisagem indicando os impactos antrópicos e sugerir formas de recuperação para as áreas degradadas.3 – Apresentar os resultados.

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Equipe 5: Tarefa:1 - Observar a vegetação local e caracterizá-la, relacionando isso aos impactos an-trópicos na região.2 – Esquematizar a paisagem indicando os impactos antrópicos e sugerir formas de recuperação para as áreas degradadas.3 – Apresentar os resultados.Equipe 6: Tarefa:1- Observar as artes de pesca utilizadas na aula prática e relacioná-las com o esforço de pesca.2 - Identificar os peixes coletados, analisando a diversidade do grupo entre as coletas noturnas e diurnas.3 - Apresentar os resultadosEquipe 7:Tarefa:1- Observar as artes de pesca utilizadas na aula prática e relacioná-las com o esforço de pesca.2 – Analisar os peixes coletados quanto à sua alimentação e aspectos reprodutivos.3 – Montar uma cadeia alimentar dos animais observados durante a subida ao rio Benevente.

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O estudo nos permitiu organizar estratégias didático-metodológicas apropriadas à aplicação de uma metodologia funcional no trabalho de campo desenvolvido nos ecossistemas Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente. Foram realizadas entrevistas com 10 (dez) residentes na Praia dos Castelhanos, 10 (dez) pescadores e catadores de caranguejo no rio/manguezal Benevente e 10 (dez) professores de Ciências do ensino básico de escolas públicas e particulares da região sul do Espírito Santo, que conhecem os ecossistemas e já desenvolveram estudos na área.

Do total de professores entrevistados, um tem mais de 10 (dez) anos de experiência no magistério e atua no ensino de Ciências e Biologia; 04 (quatro) têm mais de cinco anos de atuação; 05 (cinco) têm até cinco anos de experiência. Entre eles, 05 (cinco) estão cursando licenciatura plena em Ciências Biológicas e os demais são licenciados em Biologia, com pós-graduação na área das Ciências Biológicas.

As entrevistas foram realizadas em local apropriado, com duração aproximada de 15 (quinze) minutos. Durante a entrevista, alguns professores interrogaram o entrevistador para sanar dúvidas pertinentes à sua prática. Após as entrevistas, as respostas foram analisadas e categorizadas, considerando-se os níveis dos relatos obtidos.

De acordo com BARDIN (1977), segundo OLIVEIRA; OBARA; RODRIGUES, (2007), a análise dos resultados, posterior à transcrição das entrevistas, baseia-se na junção de um grupo de técnicas de análises dos relatos em que são utilizados, como indicadores de verificação de informações referentes às condições de produção e à recepção de mensagens, procedimentos sistemáticos e objetivos sobre o conteúdo de tais mensagens. Para tanto, utiliza-se não somente a palavra, mas também os conteúdos que estão implícitos, buscando-se a compreensão total das comunicações.

Resultado da Entrevista Realizada com 10 Resultado da Entrevista Realizada com 10 Professores de Ciências e Biologia do Ensino Professores de Ciências e Biologia do Ensino Básico:Básico:

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“Promover a vivência e conhecimento de causa sobre o conteúdo desenvolvido na aula; visualizar os conteúdos trabalhados; reforçar o conteúdo aprendido em sala de aula; entrosamento da turma; maior contato com a natureza”.

Relatos dos Professores:Relatos dos Professores:

“Todos possíveis a serem visualizados; postura ecologicamente correta?; conteúdos relacionados à fauna e à flora do lugar; de preferência os conteúdos ministrados em sala de aula”.

“Na forma de relatórios e exercícios; exposição de opinião; forma de debate; através de roteiro”.

“Eles esperam atividades dinâmicas; ficam surpresos quanto às coisas que não são do cotidiano; ficam empolgados e interessados em ter aula extraclasse; outros consideram como passeio; os olhos brilham diante de fatos vistos.”

“Maior participação dos alunos; relação dos conteúdos com os fatos reais; maior integração; objeto de estudo de fácil acesso; maior entrosamento; maior atenção dos alunos”.

“Questões financeiras para deslocamentos; tumulto dos alunos durante a organização; cuidados quanto à segurança; falta de transporte; liberação dos alunos pelos pais e pela escola; dificuldade de acesso ao local.”

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•Obtenção da autorização dos pais e da direção da escola;•Resistência dos professores de outras disciplinas não envolvidas no processo e que

não querem ceder o seu tempo de aula;•Distâncias do local a ser estudado e ter que pernoitar;• Insegurança com o meio de transporte;•Falta de domínio dos professores de alguns conteúdos que serão estudados no

campo.

Dificuldades encontradas pelos professores:Dificuldades encontradas pelos professores:

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Foram selecionados dois ambientes para serem visitados: Praia dos Castelhanos e rio/manguezal Benevente. Na praia, foram entrevistados 10 (dez) residentes, sendo 2 (dois) proprietários de quiosque, 6 (seis) antigos moradores e 2 (dois) comerciantes, sendo um deles dono de um hotel. No rio/manguezal, foram entrevistados 10 (dez) pescadores, 2 (dois) proprietários de barraca de peixe, 5 (cinco) donos de barcos de pesca e 3 (três) catadores de caranguejo. Para a entrevista, a abordagem era feita no ambiente onde eles se encontravam: praça, barracas, quiosques, residências, mercado de peixe e barcos. As respostas dos residentes acerca de como eram a praia e o manguezal foram divididas em 5 (cinco) categorias (Gráfico 7): pior condição humana, melhor condição humana, pior condição ambiental, melhor condição ambiental e nada mudou. As respostas dos residentes em relação às 5 (cinco) categorias demonstraram uma preocupação em relação ao conforto do homem nesses espaços, sem grandes preocupações com o meio ambiente. Por exemplo, a preocupação em relação à condição humana, à praia e ao manguezal está relacionada à falta de infra-estrutura (praia) diminuição do peixe e do caranguejo, ao assoreamento do rio (manguezal) etc.

Resultado da Pesquisa com os Residentes da Resultado da Pesquisa com os Residentes da Praia dos Castelhanos, Rio/ Manguezal Praia dos Castelhanos, Rio/ Manguezal BeneventeBenevente

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“Não tinha mercearia; a praia era mais rústica; as barracas eram de palha; o fluxo de turista era pequeno.” Residente da Praia dos Castelhanos

Eis alguns relatos: Eis alguns relatos:

“O rio era mais fundo, dava muito mais caranguejo, muitas ostras; o rio tinha mais água”. Pescador do manguezal

“Havia poucas casas na praia; a restinga cobria quase toda a areia; as marés eram mais calmas.” Residentes da praia

“Tinha mais peixe, mais animais como capivara; o rio era mais limpo, tinha mais caranguejo; o rio tinha mais água”. Pescadores

“Está bem melhor; está mais urbanizada; a praia está mais extensa, pois não tem mais a mata; aumentou a população; boa. Tem limpeza diária; o comércio melhorou com expectativa da chegada de empresas para a região.” Residentes da Praia dos Castelhanos

“O rio está assoreado, o controle ambiental fica a desejar; há muitos bancos de areia; o rio está mais seco; diminuiu a quantidade de peixe; os barcos têm dificuldades de passar pelo rio; tem muita pesca predatória”. Pescadores do manguezal

“A iluminação, água potável, o transporte diário; muito organizados, mais turistas; chegada de empresas; limpeza; o comércio”. Residentes da Praia dos Castelhanos

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“Campanhas feitas pelas ONGs; instalação do mercado de peixe; a ponte de cimento; os projetos para melhorar o manguezal; nada”. Pescadores do rio/manguezal

“Nada, só está melhorando; a falta de segurança, os roubos; o medo com o aumento populacional; não piorou”. Residentes da Praia dos Castelhanos

“Aparecimento de bancos de areia; invasão na área de manguezal; chegada de pessoas estranhas; a poluição; esgoto jogado no mar; a falta de conscientização”. Pescadores do rio/manguezal

“Maior segurança para os moradores; maior segurança nas praias; construção de rede de esgoto; ter salva-vidas; calçamento na rua principal; maior segurança; construção de postos de saúde; padronização dos quiosques; construção de banheiros públicos; melhorar informações para os turistas”. Residentes da Praia dos Castelhano

“Dragagem dos canais; construção de rede de esgoto; fazer mais obra; continuar a fiscalização; sistema de educação ambiental para os pescadores; proibição de entrada de turista em áreas proibidas; pescar apenas os peixes adultos; colocar em prática as leis de conservação dos animais que habitam o manguezal”. Pescadores do rio/manguezal

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Ao entrevistar os professores sobre sua prática de sala de aula tivemos a oportunidade de obter, por meio destes, relatos de alunos que conheceram os ecossistemas Praia dos Castelhanos e rio Benevente/ Manguezal de Anchieta através de sua participação em aula de campo nesses ambientes. A pedagoga do Centro Educacional São Camilo-Espírito Santo apresentou o planejamento da aula de campo, a programação do Seminário Temático que foi desenvolvido pelos alunos após a viagem e a notícia que foi veiculada no jornal ONLINE. Apêndice 5, 6, e 7. Segue os depoimentos dos alunos do 6ª Ano:

Relato de Experiência de um Trabalho de Campo Relato de Experiência de um Trabalho de Campo Realizado por uma Turma de 6ª Série Realizado por uma Turma de 6ª Série

“Na viagem de estudo no Município de Anchieta o que mais eu gostei foi de andar de barco no rio Benevente. No rio indo para o local marcado pela professora passamos por mangues e vimos nele garças e caranguejos. Foi muito divertido o passeio da minha turma”. Criança 1

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Ao entrevistar os professores sobre sua prática de sala de aula tivemos a oportunidade de obter, por meio destes, relatos de alunos que conheceram os ecossistemas Praia dos Castelhanos e rio Benevente/ Manguezal de Anchieta através de sua participação em aula de campo nesses ambientes. A pedagoga do Centro Educacional São Camilo – Espírito Santo apresentou o planejamento da aula de campo, a programação do Seminário Temático que foi desenvolvido pelos alunos após a viagem e a notícia que foi veiculada no jornal ONLINE. Apêndice 5, 6, e 7. Segue os depoimentos dos alunos do 6ª Ano:

“Na viagem de estudo no Município de Anchieta o que mais eu gostei foi de andar de barco no rio Benevente. No rio indo para o local marcado pela professora passamos por mangues e vimos nele garças e caranguejos. Foi muito divertido o passeio da minha turma”. Criança 1

A criança demonstra preocupação com o assoreamento do rio durante todo o trajeto da viagem de barco. Um dos depoimentos relacionados à criança 2 foi o relato de sua mãe:

“Minha filha juntamente com sua turma participou da viagem de estudo com roteiro Cachoeiro-Anchieta-Guarapari-ES. Segundo depoimento dela o que mais chamou sua atenção foi o passeio pelo rio Benevente. Ela visualizou o manguezal, que segundo informação na viagem é o maior do Espírito Santo. Descreveu ainda a paisagem local e relatou sobre o assoreamento. Como mãe relato a importância da viagem como uma aula ‘in locus’”.

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É interessante ressaltar o relato da Professora que organizou a aula de campo:

“Gostaria de destacar a importância” dos recursos hídricos para a sociedade, por isso vejo com muita alegria os alunos participarem de viagens de estudos, principalmente a realizada neste ano de 2007 pelos alunos do 6° Ano para conhecer a história e a importância de um dos rios de maior destaque em nosso estado – o rio Benevente. O rio Benevente apresenta inúmeras espécies vegetais e animais formando um verdadeiro santuário ecológico, onde se destaca a cata do caranguejo como uma atividade econômica e ambiental de grande importância para nosso estado. Professora

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Para desenvolver atividades de campo, o professor pode, por exemplo, planejar trilhas, reflorestamento de áreas degradadas, plantio de hortas, visitas para reconhecimento de ecossistemas para identificação da fauna, da flora e de paisagens. Todas essas atividades podem ser valoradas no sentido de aprendizagem, mudanças de hábitos e ou/comportamentos individuais e coletivos em relação ao conhecimento adquirido e à preservação ambiental. Seguem alguns procedimentos pertinentes à efetivação dessas atividades:•Conhecimento do local da visita de estudo e realização de estudos preliminares da área;•Mapeamento da trajetória e estabelecimento de contatos com os guias e/ou responsáveis pela área;•Organização de um mapa ou croqui do local para melhorar o nível de informações;•Socialização das informações com alunos e familiares;•Demonstração dos aspectos de segurança para familiares ou responsáveis; •Preparação dos alunos quanto à importância de se utilizarem todos os sentidos para a observação da paisagem ao vivenciarem o meio e preserva-lo;•Contratação de transporte;•Estabelecimento de normas de convivência com o grupo com o intuito de melhorar as relações afetivas durante as atividades extraclasse;

CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS

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•Definição dos objetivos que se pretende alcançar, sejam eles cognitivos, comportamentais ou afetivos;

•Organização de reuniões com os pais dos alunos para informações sobre o filho(a) quanto a hábitos , bem-estar, saúde etc.

•Sistematização de um roteiro interdisciplinar com orientação quanto à observação, à descrição como capacidade para selecionar, ordenar e organizar informações;

•Registros das informações, com criatividade e utilizando a verbalização ou a produção textual, elaboração de desenhos, croquis, montagem de fotos e figuras;

•Relação dos cuidados necessários para a eficácia das atividades a serem realizadas, inclusive a segurança dos participantes.

Enfim, as aulas de Ciências bem planejadas e desenvolvidas em ambientes naturais são apontadas como uma das metodologias mais eficazes porque possibilitam mais envolvimento dos alunos nos processos de ensino e aprendizagem. Constituem-se como instrumento de superação da fragmentação dos conteúdos e promovem novas concepções didático-pedagógicas contribuindo para a formação de valores e mudanças de comportamento dos jovens em relação à natureza.