aula 7 ato administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO I AULA 7 ATO ADMINISTRATIVO

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Page 1: Aula 7   ato administrativo

DIREITO ADMINISTRATIVO I

AULA 7

ATO ADMINISTRATIVO

Page 2: Aula 7   ato administrativo

ato administrativo

Atos e fatos jurídicos

Atos da administração e atos administrativos

Conceito de ato administrativo

Pressupostos do ato

O silêncio no direito administrativo

Atributos dos atos administrativos

Classificação dos atos administrativos

Vinculação e discricionariedade

Atos “in specie”

Procedimento administrativo

Extinção

Revogação

Coisa julgada administrativa

Invalidade dos atos administrativos

Regime jurídico dos atos inexistentes, nulos e anuláveis

Page 3: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

O que é um Fato?

Fato é a descrição de um evento (acontecimento)

A maravilhosa aula do Professor Rodrigo Lacombe

(evento)

O Professor Rodrigo Lacombe deu uma Aula

maravilhosa (fato)

Page 4: Aula 7   ato administrativo

Fato

Coisa ou ação feita;

Sucesso, caso, acontecimento, feito

Aquilo que realmente existe que é real

Acontecimento de que decorrem efeitos jurídicos,

independentemente da vontade humana.

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 5: Aula 7   ato administrativo

Um fato jurídico é descrição em linguagem competente

de todo o acontecimento de origem natural ou humana

que gere consequências jurídicas.

Em sentido estrito refere-se apenas a eventos naturais.

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 6: Aula 7   ato administrativo

Ato

- o que se está fazendo;

- ação;

- cerimônia solenidade;

- documento redigido segundo determinada fórmula

e susceptível de produzir consequências jurídicas;

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 7: Aula 7   ato administrativo

- Ato Jurídico

Art. 81 - Todo o ato lícito, que tenha por fim imediato

adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir

direitos, se denomina ato jurídico. (CC-1916)

“documento redigido segundo determinada fórmula e

susceptível de produzir consequências jurídicas”

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 8: Aula 7   ato administrativo

Temos então que o ato jurídico é o gênero, do qual o ato

administrativo é uma espécie.

ATO ADM. ATO JURÍD. FATO JURÍDICO

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 9: Aula 7   ato administrativo

“É toda manifestação unilateral de vontade da

Administração Pública que, agindo nessa qualidade,

tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,

modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor

obrigações aos administrados ou a si própria”.

(Hely Lopes Meirelles)

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS E FATOS JURÍDICOS

Page 10: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSATOS DA ADMINISTRAÇÃO

Atos de direito privado

Atos materiais ou fatos administrativos

Atos políticos

Contratos

Atos normativos

Atos de conhecimento

Atos administrativos propriamente ditos

Page 11: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São qualidades do ato administrativo, que devem seranalisadas pelo profissional do Direito para compreensãoda situação jurídica existente:

Perfeição: ao contrário do significado comum, nãosignifica ausência de defeitos. Perfeição na linguagemjurídica tem um sentido de algo que está completo. Atoperfeito é o que já completou todas as fases de suaprodução. Essa qualidade também é mencionada comoexistência do ato. Ato imperfeito e ato inexistente sãosinônimos.

Page 12: Aula 7   ato administrativo

Validade: é a produção do ato sem a ocorrência de

vícios.

Ato válido é o ato cujo conteúdo e procedimento de

formação estão conformes ao Direito. O exame

da validade se faz através da análise dos

elementos do ato – sujeito, objeto, forma, motivo,

finalidade – analisados adiante.

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 13: Aula 7   ato administrativo

Eficácia: é a aptidão para produzir os efeitos

que se esperam dele. Isso não tem a ver com a

validade do ato, mas sim com a existência de

determinados fatos ou atos capazes de impedir ou

de propiciar a produção desses efeitos.

A eficácia se verifica sempre no tempo: um ato

pode ser eficaz agora e perder sua eficácia num

momento posterior em razão do advento de um

termo (evento futuro e certo) ou de uma condição

(evento futuro e incerto). E vice-versa.

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 14: Aula 7   ato administrativo

Eficácia:

Não é eficaz o ato sujeito a evento futuro e incerto

como a condição suspensiva

Não é eficaz o ato sujeito a evento futuro e certo

como é o caso do termo inicial

Não é eficaz o ato sujeito a prática de ato

controlador, como a homologação.

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 15: Aula 7   ato administrativo

Consequências dessas qualidades:

O ato imperfeito é inexistente. Portanto, ele não pode ser analisado quanto à sua validade e não produz efeitos jurídicos.

O ato perfeito pode ser válido ou inválido. O ato válido pode ser ineficaz, em razão da existência de um termo ou condição que impeçam a produção desses efeitos.

Um ato inválido, por sua vez, não deveria ser capaz de produzir efeitos jurídicos. Porém, em nome do princípio da boa-fé ou da confiança e do princípio da segurança jurídica, às vezes são mantidos os efeitos de um ato administrativo, ainda que viciado, conforme veremos adiante.

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 16: Aula 7   ato administrativo

Também se aplicam aos atos administrativos as noções

de perfeição, validade e eficácia.

Ato perfeito Completou o ciclo necessário à sua

formação.

Ato válido Quando expedido em conformidade com o

sistema normativo

Ato eficaz Quando é capaz de produzir seus efeitos.

Efeitos próprios x impróprios

Impróprios = Preliminares (podrômicos) + reflexos.

ATOS ADMINISTRATIVOSPERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Page 17: Aula 7   ato administrativo

TESTE SEUS CONHECIMENTOS: O prefeito de uma grande cidade, após tomar posse do

cargo, fez publicar um ato administrativo, com todos os seus

requisitos, através do qual nomeava vinte pessoas de sua

confiança para cargos efetivos nos quadros da

administração municipal (não eram cargos de confiança), e

fixou, neste mesmo ato, que todos tomariam posse dentro

do prazo de dois meses. Sabendo-se que ele não poderia

nomear tais funcionários sem concurso público, pode-se

dizer que tal ato é:

a) Perfeito, inválido e ineficaz.

b) Perfeito, válido e ineficaz.

c) Imperfeito, inválido e ineficaz.

d) Perfeito, válido e eficaz.

Page 18: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

O ato administrativo tem que ter certas “prerrogativas”

que o diferencie dos atos privados em geral.

CONHEÇAM A PATI

Presunção de legitimidade e veracidade

Auto executoriedade

Tipicidade

Imperatividade

Page 19: Aula 7   ato administrativo

Os atributos ou qualidades que a doutrina costuma atribuir aos atos administrativos são:

Presunção de legitimidade e veracidade – os atosadministrativos são presumidos verdadeiros e legaisaté que se prove o contrário. Assim, a Administraçãonão tem o ônus de provar que seus atos são legais e asituação que gerou a necessidade de sua práticarealmente existiu, cabendo ao destinatário do ato oencargo de provar que o agente administrativo agiu deforma ilegítima. Este atributo está presente em todos osatos administrativos.

presunção juris tantum (relativa).

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 20: Aula 7   ato administrativo

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VARACIDADE

Alguns chamam de presunção de legalidade,

outros de presunção de veracidade, outros ainda

de legitimidade e veracidade ou legitimidade e

legalidade O que importa é que todo ato

proveniente da administração pública é

presumidamente legal.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 21: Aula 7   ato administrativo

Auto-executoriedade: é o poder de constranger diretamente o particular ao cumprimento de uma obrigação ou executá-la diretamente, de maneira forçada, sem a intervenção do Poder Judiciário.

• É um atributo excepcional, admitido somente nas situações em que há uma urgência na tutela do interesse coletivo

• Além disso, a auto-executoriedade deve ser sempre aplicada na justa medida para evitar aquela situação de perigo ou lesão ao interesse público, respeitando-se o princípio da proporcionalidade.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 22: Aula 7   ato administrativo

Para CABM é diferente executoriedade e

exigibilidade

GARCIA de ENTERRIA afirma que os atos

administrativos constituem verdadeiros títulos

executivos.

A auto executoriedade está intimamente ligada ao

poder de polícia.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 23: Aula 7   ato administrativo

A SEPARAÇÃO PARA CABM

“A administração pode exigir que o administrado

demonstre estar quite com os impostos municipais

relativos a um dado terreno, sem o quê não

expedirá o alvará de construção pretendido pelo

particular, o que demonstra que os impostos são

exigíveis, mas não pode obrigar coativamente, por

meios próprios, o contribuinte a pagar imposto. A

fim de obtê-lo necessitará mover ação judicial.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 24: Aula 7   ato administrativo

SAINDO UM POUCO DO DIREITO ADM.

Excepcionalmente cabe exigibilidade e

executoriedade em atos particulares hoteleiro

retendo bagagens ou esbulhado reavendo sua

propriedade com força própria, imediatamente após

o esbulho (respectivamente)

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 25: Aula 7   ato administrativo

Tipicidade

Essa é basicamente a mesma tipicidade que vocês

já conhecem em direito penal. O ato administrativo

deve corresponder a tipos previamente definidos

pela lei . Está ligado ao princípio da legalidade e

até mesmo a um Estado Democrático de Direito.

Nem todos autores falam nesse atributo... É

advindo da doutrina de Maria S. Z. Di Pietro.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 26: Aula 7   ato administrativo

Tipicidade

Remoção, por exemplo, não serve punir o servidor.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 27: Aula 7   ato administrativo

JURISPRUDÊNCIA

AgRg no RMS 23667 / MA AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE

SEGURANÇA - 2007/0040787-0 - Relator(a) Ministra MARILZA MAYNARD

(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE) (8300) - Órgão Julgador - T6 -

SEXTA TURMA - Data do Julgamento 24/04/2014 - Data da Publicação/Fonte DJe

12/05/2014

Ementa

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS.

REMOÇÕES DE OFÍCIO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE. ATOS SUJEITOS

A CONTROLE JUDICIAL. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

- In casu, os atos administrativos de remoção não foram motivados e, pelo tempo curto

em que eram novamente removidos os servidores de uma comarca a outra dentro do

Estado do Maranhão, verifica-se a ausência de motivo razoável por parte da

Administração Pública em assim proceder.

- "É nulo o ato que determina a remoção ex officio de servidor público sem a devida

motivação. Precedentes." (RMS n. 19.439/MA, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima,

Quinta Turma, DJe de 4.12.2006) - "O ato administrativo discricionário está sujeito a

controle judicial, sobretudo no que se refere à presença de motivação" (RMS n.

406.769/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe de 7.2.2014).

Agravo regimental desprovido.

Page 28: Aula 7   ato administrativo

Imperatividade: é uma característica dos atos em

que a Administração exerce suas prerrogativas,

impondo obrigações unilateralmente aos

administrados, criando situações jurídicas

independentemente da vontade destes. É o que a

doutrina Italiana chama de “poder extroverso”

(Renato Alessi) da Administração. É importante

observar que nem todos os atos administrativos

possuem essa característica.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 29: Aula 7   ato administrativo

IMPERATIVIDADE

A imperatividade constitui na possibilidade de o poder

público criar obrigações unilateralmente para

particulares, ou seja, sem que estes particulares

concordem.

Diz José dos Santos Carvalho Filho que a exigibilidade

é derivada da imperatividade.

Em atos permissionários este atributo está ausente ou

apenas em resquícios. Exs: Permissões, autorizações.

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 30: Aula 7   ato administrativo

PATI

ATOS ADMINISTRATIVOSATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 31: Aula 7   ato administrativo

A análise jurídica do ato jurídico implica na

separação dele em elementos logicamente

distintos:1. Sujeito ou Competência

2. Objeto

3. Forma

4. Motivo

5. Finalidade

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 32: Aula 7   ato administrativo

Sujeito ou agente: é a pessoa investida dos poderes legais para a prática do ato administrativo. Se ele não tiver a competência – ou seja, a atribuição por lei, ato ou contrato – o ato por ele praticado não é válido.

A competência deve ser analisada nos aspectos:

aspecto material: o ato só pode ser praticado se estiver no rol de matérias atribuídos àquele agente.

aspecto territorial: deve o agente praticar atos dentro do âmbito espacial definido na lei ou ato de atribuição de poderes.

aspecto temporal: o ato deve ter sido produzido durante o tempo em que vigorava a competência do agente.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 33: Aula 7   ato administrativo

Os possíveis vícios relacionados ao elemento sujeito são os seguintes:

Incapacidade: o Código Civil regula a capacidade dos sujeitos para a prática dos atos jurídicos. Porém a incapacidade civil nem sempre viciará o ato administrativo. Haverá vício apenas quando para a prática de tal ato for imprescindível o uso das capacidades cognitiva e volitiva pelo agente.

Também pode ocorrer a incapacidade do agente para a prática de determinados atos, em razão de sua suspeição ou impedimento – vide a propósito: artigos 18 a 20 da Lei 9.784/99 (Lei Federal de Procedimentos Administrativos).

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 34: Aula 7   ato administrativo

Incompetência: situações em que faltam os

poderes para a prática do ato. São referidas pela

doutrina como:

• Usurpação de poder: é a situação do agente

sem titulação legal, isto é, que não se encontra

investido em funções públicas e que pratica o ato

como se tivesse tal investidura. Trata-se de

conduta criminalmente tipificada.

• Funcionário de fato: situação em que há uma

irregularidade na investidura do agente, mas

este exerce as atribuições com aparente

legalidade.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 35: Aula 7   ato administrativo

Incompetência: situações em que faltam os

poderes para a prática do ato. São referidas pela

doutrina como:

• Excesso de poder: situação em que o agente,

embora tenha a titulação legal para a prática de

atos administrativos, extrapola os poderes que

a lei lhe confere, invadindo a competência de

outra autoridade ou praticando atos não previstos

na lei. Dependendo da gravidade do ato, pode

configurar conduta criminalmente tipificada como

crime de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65).

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 36: Aula 7   ato administrativo

Objeto ou conteúdo: é aquilo que o ato declara

ou prescreve, aquilo que nos permite reconhecê-

lo como um ato típico.

Assim, o objeto de um ato de demissão do

servidor é o rompimento do vínculo de trabalho

que o unia à Administração. O objeto da

desapropriação é a transferência forçada da

propriedade para o ente expropriante.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 37: Aula 7   ato administrativo

Tal como no Direito Privado, o objeto do ato administrativo deve ser lícito, certo, moral e possível.

Licitude: para o Direito Administrativo só são lícitos os objetos que sejam juridicamente autorizados (legalidade estrita). Um objeto ilícito, por exemplo, seria a aplicação da pena de morte pelo não pagamento de um tributo.

Certeza: está relacionada com o princípio da segurança jurídica que nos diz que não deve pairar dúvida sobre o sentido das prescrições contidas no ato administrativo. Um exemplo verídico e espantoso: publicação de um ato autorizando uma licença a um servidor cujo nome a autoridade desconhecia, pois estava ilegível.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 38: Aula 7   ato administrativo

Moralidade: diz respeito ao princípio da moralidade

administrativa, já estudado. Exemplo verídico sobre a

imoralidade de um objeto: compra e venda de cargo de

confiança, registrada em cartório.

Possibilidade: abrange a possibilidade material e a

possibilidade jurídica. Possibilidade material significa

possibilidade de esse objeto ser realizável de fato. A

possibilidade jurídica significa que este objeto pode ser

realizado, do ponto de vista da lógica que existe nas

relações jurídicas. Um impossível material: a revogação,

por decreto, da lei da gravidade. Um impossível jurídico:

a nomeação de um cão para cargo de confiança.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 39: Aula 7   ato administrativo

Os elemento forma abrange:

A exteriorização do ato. Temos, assim, a forma escrita,

verbal, digital, etc.

Forma livre salvo quando a lei expressamente exigir

uma forma específica.

Os procedimentos e formalidades necessários para a

prática do ato. Por exemplo: para realizar contratação é

necessário previamente realizar uma licitação; para

tomar posse em um cargo público, é necessário

submeter-se a exame médico admissional.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 40: Aula 7   ato administrativo

Forma X motivação X motivo

Motivação é a exposição dos motivos

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 41: Aula 7   ato administrativo

A não observância da forma prescrita pode levar à anulação do ato por vício formal.

Porém, é importante observar que a forma é instrumental, ou seja, ela é um meio para que o ato seja conhecido pelos seus destinatários e atinja suas finalidades.

Por essa razão, embora o vício formal possa levar à nulidade do ato, muitas vezes será possível a correção desse vício e a consequente manutenção dos efeitos do ato (convalidação). Diz-se, por isso, que a Administração deve atuar, na maior parte das vezes, com formalismo moderado.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 42: Aula 7   ato administrativo

Motivo: esse elemento tem dois aspectos:

motivo de fato - é o acontecimento que

desencadeia a ação administrativa.

motivo de direito – é o comando normativo

previsto para a edição daquele ato

A alegação de um motivo falso ou equivocado

para a prática do ato leva à sua nulidade.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 43: Aula 7   ato administrativo

Não confundir o motivo com a motivação, que é a explicação dos motivos do ato. A falta de motivação pode ser um vício formal que leva à nulidade do ato, quando a lei a exige – vide art. 50 da Lei 9.784/99 (Lei Federal de Procedimentos Administrativos).

A teoria dos motivos determinantes estabelece que o agente público, ao expor os motivos adotados para a prática do ato, vincula o ato àqueles motivos. Se esses se revelarem falsos ou equivocados, será possível a anulação do ato, mesmo se a lei não exigia a motivação como requisito formal desse ato.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 44: Aula 7   ato administrativo

Quando a motivação é obrigatória?

“alguns “consideram obrigatória a motivação apenas quando a lei imponha; outros, inversamente, entendem que a motivação é sempre obrigatória; finalmente; outros fazem-na depender da natureza do ato, quer a lei haja exigido explicitamente sua enunciação, quer seja silenciado ao respeito.

Quais os efeitos da falta de motivação em um ato administrativo?

Para CABM, atos vinculados e sem motivação podem ter seu vício sanado e não serem nulos, ao passo que os discricionários, quando não motivados, são totalmente nulos.

O José dos Santos acredita que não precisa.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 45: Aula 7   ato administrativo

A finalidade é o resultado desejado com a prática do ato, necessariamente voltado à realização de um interesse público consagrado no ordenamento

O não atendimento a esse requisito gera o vício conhecido como desvio de finalidade ou desvio de poder, que se caracteriza quando o agente busca um fim que colide com o interesse público ou que não é próprio daquele ato.

Por exemplo: quando aplica multas de trânsito de forma injustificada, com finalidade arrecadatória.

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 46: Aula 7   ato administrativo

“Independentemente da terminologia, contudo, o

que se quer consignar é que tais elementos

constituem os pressupostos necessários para a

validade dos atos administrativos. Significa dizer

que, praticado o ato sem a observância de

qualquer desses pressupostos (e basta a

inobservância de somente um deles), estará ele

contaminado de vício de legalidade, fato que o

deixará, como regra, sujeito à anulação.” (JSCF)

Os elementos são o COFIFOMOB!

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 47: Aula 7   ato administrativo

Competência (sujeito)

Finalidade

Forma

Motivo

Objeto

ATOS ADMINISTRATIVOSELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 48: Aula 7   ato administrativo

O SILÊNCIO NO DIREITO ADMINISTRATIVO

Atos tácitos

Lançamento por Homologação de tributos

Atos implícitos

Deferimento de uso de imóvel público a um dos

interessados.

CABM – O silêncio é fato jurídico administrativo

Page 49: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSVINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

A discricionariedade é uma característica presente em

determinados atos, cuja produção pressupõe certa

liberdade do agente público, na escolha de meios de

praticá-lo, de maneira a atingir de forma mais adequada e

eficiente o interesse público.

Em razão dessa característica, consagrou-se a classificação

que distingue os atos administrativos em dois tipos: os atos

vinculados e os atos discricionários.

Há vinculação quando a lei já define antecipadamente a

decisão a ser tomada no caso concreto, sendo que o

agente administrativo apenas aplica a norma, numa atividade

meramente mecânica. Ex: aplicação de uma multa de

trânsito.

Page 50: Aula 7   ato administrativo

Quando há discricionariedade, ao contrário, a lei

deixa ao agente uma margem de escolha, para que

ele adote a solução mais adequada ao interesse

público.

Essa margem de escolha costuma ser denominada de

mérito do ato, e que compreende as razões de

conveniência e oportunidade que justificam a

decisão adotada.

Exemplo de ato discricionário: a escolha de uma

pessoa para ocupar cargo de confiança na

Administração.

ATOS ADMINISTRATIVOSVINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

Page 51: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Quanto a prerrogativa

Quanto a função da vontade

Quanto a formação da vontade

Quanto aos destinatários dos atos

Quanto à exequibilidade

Quanto os efeitos

Page 52: Aula 7   ato administrativo

Quanto a prerrogativa

Atos de império x atos de gestão

Classificação adotada para abrandar a teoria da irresponsabilidade do Rei (le roi ne peut mal faire).

Critica impossibilidade de dividir a personalidade e dificuldades de separação dos atos.

Atos administrativo X Atos de direito privado.

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 53: Aula 7   ato administrativo

Quanto a função da vontade

Atos propriamente ditos X atos enunciativos

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 54: Aula 7   ato administrativo

Quanto a formação da vontade

Atos simples X atos complexos X atos compostos

Atos simples – declaração de vontade de um único órgão

Atos complexos – resultado da manifestação de dois ou mais órgãos em um único ato.

Atos compostos - resultado da manifestação de dois ou mais órgãos em atos distintos que se unem (um ato principal e outro acessório).

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 55: Aula 7   ato administrativo

Quanto aos destinatários dos atos

Atos gerais x atos individuais

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 56: Aula 7   ato administrativo

Quanto à exequibilidade

Atos perfeito X Atos Imperfeitos X Atos Pendentes X atos consumados

Ato Perfeito

Ato Imperfeito

Ato pendente ( termo inicial ou condição suspensiva)

Ato consumado – exaurido

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 57: Aula 7   ato administrativo

Quanto os efeitos

Constitutivo

Declaratório

Enunciativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

CLASSIFICAÇÃO

Page 58: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS “IN SPECIE”

Autorização – Ato discricionário que faculta uma atividade.

Licença – Ato vinculado que faculta uma atividade.

Admissão – Ato vinculado que que faculta a utilização de um serviço público ex: admissão em curso universitário público.

Permissão – ato que faculta o exercício de serviço público ou a utilização de bem público.

Aprovação - ato discricionário que faculta ou concorda com outro ato jurídico ex; aprovação de um parecer.

Homologação – ato vinculado que concorda com outro ato praticado, ex: homologação tributária.

Parecer – ato de opinião

Visto – ato de encaminhamento.

Page 59: Aula 7   ato administrativo

Decreto – praticado pelos chefes dos executivos

Portaria – demais autoridade de nível inferior

Resolução – deliberações de órgãos colegiados

Circular ou Ordens de Serviço– Ordens uniformes aos subordinados

Despacho – Ato praticados em processos e procedimentos

Alvará - atos para concessão de licença, permissão ou autorização

Instrução – normas gerais

Parecer – opinião

Ofícios – comunicação oficial entre órgãos

ATOS ADMINISTRATIVOS “IN SPECIE”

Page 60: Aula 7   ato administrativo

I – Cumprimento dos efeitos

II - Desaparecimento do sujeito ou objeto

III – Retirada A) revogação

B) invalidação

C) Cassação

D) caducidade

E) Contraposição

IV – Renúncia

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 61: Aula 7   ato administrativo

I – Cumprimento dos efeitos

A) esgotamento do conteúdo jurídico ( gozo de férias)

B) execução material (ordem de demolição)

C) implemento de condição resolutiva ou termo final

(validade de um alvará de construção – permissão para

desviar água de um rio, se este não baixar aquém de

certa cota)

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 62: Aula 7   ato administrativo

II - Desaparecimento do sujeito ou objeto

A) desaparecimento do sujeito (morte do portador de

arma)

B) desaparecimento do Objeto (Tomada pelo mar de um

terreno de marinha)

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 63: Aula 7   ato administrativo

III – Retirada A) revogação

B) invalidação

C) Cassação

D) caducidade

E) Contraposição

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 64: Aula 7   ato administrativo

Revogação: é o desfazimento de ato administrativo

discricionário, com a finalidade de realizar uma nova

escolha, mais adequada ao interesse público.

Portanto, o ato de revogação é um ato discricionário.

Justamente por isso apenas a autoridade administrativa

competente pode revogar, não cabendo revogação pela

via judicial.

A revogação produz efeitos não retroativos (ex nunc), pois

não há justificativa para desfazer efeitos válidos já

produzidos pelo ato a ser revogado.

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 65: Aula 7   ato administrativo

Invalidação ou anulação: é o desfazimento do ato,

motivado pela constatação de que ele foi produzido em

desconformidade com a ordem jurídica (ou seja, contém um

vício em um de seus elementos).

Geralmente, a anulação do ato é feita de forma retroativa

(ex tunc), desfazendo também todos os seus efeitos.

A anulação pode ser realizada de ofício pela Administração,

visto que decorre do dever de zelar pela legalidade. Deve

ser ouvido eventual interessado no ato, por força dos

princípios da ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV da

CF).

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 66: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 67: Aula 7   ato administrativo

Cassação: difere tanto da invalidação quanto da

revogação, pois ela é causada por uma atitude do próprio

administrado.

É uma sanção aplicada ao administrado, beneficiado por

um ato administrativo, em razão do descumprimento de

deveres jurídicos a ele impostos como condição para o

gozo desses benefícios. Ex.: a cassação da habilitação

para dirigir, em razão do excesso de infrações cometidas

pelo condutor.

A liberdade em praticar o ato de cassação (se ele é

vinculado ou discricionário) e seus efeitos (retroativos ou

não) depende do que dispuser a lei que o regula.

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 68: Aula 7   ato administrativo

Caducidade – superveniência de norma jurídica

contrária.

Ex: norma proibindo o porte de arma

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 69: Aula 7   ato administrativo

Contraposição ou Derrubada

Ato administrativo contraposto (exoneração e

nomeação)

ATOS ADMINISTRATIVOS

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Page 70: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOSCONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

A convalidação é o ato que, corrigindo os vícios de ato

anterior, permite a sua manutenção na ordem jurídica. Tal

como a anulação, a convalidação também é uma

manifestação do poder de autotutela da Administração e

também atua com efeitos retroativos.

A Lei nº 9.784/99 estatui:

“Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem

lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos

que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser

convalidados pela própria Administração”.

Page 71: Aula 7   ato administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

CONTROLE DO ATO ADMINISTRATIVO

Em nosso sistema constitucional, vigora o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, pelo qual toda lesão ou ameaça a direito está sujeita a controle pelo Judiciário – art. 5º, inciso XXXV da CF/88.

Com relação aos atos vinculados, isto é, aqueles produzidos como mera aplicação de um comando legal, esse controle é pleno, ilimitado.

Já com relação ao ato em que haja algum aspecto discricionário, onde a lei permitiu ao agente público realizar uma escolha, se costuma dizer que a decisão judicial não poderá questionar o mérito do ato.

Page 72: Aula 7   ato administrativo

TORNANDO O DIREITO ÚTIL

Page 73: Aula 7   ato administrativo

Notem que no slide anterior o Manual obriga o

agente de trânsito a descrever, no auto de infração,

a situação observada, quando tratar-se do art. 170.

Assim sendo, poder-se-ia recorrer de uma multa,

referente a este artigo citado, na qual o agente de

trânsito não descrevesse no auto de infração a

conduta observada, pois em tal exemplo ele teria

desrespeitado a forma do ato administrativo, o que

causa a sua invalidade.

Direito Administrativo te livrando de multas

Page 74: Aula 7   ato administrativo

JURISPRUDÊNCIA

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1095153 DF 2008/0198047-9 (STJ)

Data de publicação: 19/12/2008

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. VERBAS INDENIZATÓRIAS. OCORRÊNCIA DEDEDUÇÃO NAS DECLARAÇÕES DE AJUSTE ANUAL. APRESENTAÇÃO DE PLANILHASPELA FAZENDA PÚBLICA. ATO ADMINISTRATIVO ENUNCIATIVO. PRESUNÇÃO DEVERACIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO. I - A questão cinge-se ao valorprobatório que deve ser emprestado às planilhas apresentadas pela Fazenda Nacional paracomprovar que o contribuinte realizou dedução de parte dos valores cobrados por ocasiãodas declarações de ajuste anual de imposto de renda, concernentes ao IRPF sobre verbasindenizatórias, considerando devida a compensação para reduzir os valores executados pelocontribuinte, conforme o artigo 741 do CPC . II - De rigor, os atos administrativosrepresentam a manifestação unilateral de vontade da administração pública com efeitosdiversos para os administrados ou para a própria administração. No entanto, mesmo nãosendo representativo de manifestação volitiva, o documento exarado pela administração paratão-somente expor uma situação existente se constitui em ato administrativo em sentidoformal e, assim, possui os mesmos atributos do ato administrativo material. III - Sob talplano, as planilhas apresentadas pela FAZENDA PÚBLICA, ao expressar a situação doadministrado perante o FISCO, se constituem em ato administrativo enunciativo, conformeensinamento do Mestre Helly Lopes Meirelles, e têm aptidão para possuiros atributos imanentes aos atos administrativos em geral. Frise-se, por oportuno, que paraa incidência dos atributos, in casu, a presunção de veracidade, é irrelevante a classificaçãoou espécie do ato administrativo demonstrado no documento público. IV - Estabelecida anatureza do documento apresentado como ato administrativo, in casu, dotado de presunçãojuris tantum de veracidade, se tem impositiva a inversão do ônus probatório para ocontribuinte, que deverá afastar a presunção. Na hipótese presente, o contribuinte não rebateos documentos apresentados pela Fazenda Pública, sendo impositivo ao julgador oaproveitamento total dos elementos apresentados. IV - Recurso especial provido.

Page 75: Aula 7   ato administrativo

JURISPRUDÊNCIA

AgRg no AREsp 470389 / MG - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL - 2014/0021703-2 - Relator(a) Ministro SÉRGIO KUKINA (1155) - Órgão

Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA - Data do Julgamento 24/04/2014 - Data da

Publicação/Fonte DJe 06/05/2014

Ementa

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM

RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA. CONTAGEM DE

TEMPO DE SERVIÇO. ANUÊNIOS. REDUÇÃO E RESTITUIÇÃO DE VALORES.

DECADÊNCIA AFASTADA. PRECEDENTES DO STJ. CÔMPUTO DE TEMPO DE

SERVIÇO PRESTADO NO SETOR PRIVADO. FALTA PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA

282/STF.

1. O acórdão recorrido está em sintonia com a orientação jurisprudencial deste Superior

Tribunal firmada no sentido de que "a aposentadoria de servidor público, por ser ato

administrativo complexo, só se perfaz com a sua confirmação pelo respectivo Tribunal de

Contas, iniciando-se, então, o prazo decadencial para a Administração rever a concessão

do benefício." (AgRg no Resp 1377444/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA

TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 05/12/2013).

2. O Tribunal regional não se manifestou sobre a alegação de que "quando se deu a

concessão das aposentadorias, em 1994 e 1995, prevalecia o entendimento que podiam

ser computados os tempos de atividade perante o setor privado para fins de cálculos dos

anuênios", tampouco foram opostos embargos declaratórios para suprir eventual omissão.

Portanto, à falta do necessário prequestionamento, incide o óbice da Súmula 282/STF.

Page 76: Aula 7   ato administrativo

ALGUMAS QUESTÕES

01- É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Esta é a definição correspondente a de :

a) fato administrativob) fato da administraçãoc) ato jurídicod) ato administrativoe) ato da administração

Page 77: Aula 7   ato administrativo

02 – O poder atribuído ao agente da administração para o

desempenho especifico de suas funções denomina-se :

A) Finalidade

B)Competência

C) Motivo

D) Motivação

Page 78: Aula 7   ato administrativo

03 – Assinale a alternativa incorreta :

a) a competência não pode ser objeto de delegação ou de avocação.b) Ocorre desvio de poder quando o Estado desapropria um imóvel com o fim de prejudicar determinada pessoa.c) O que se exige, a principio, do ato administrativo é a forma escritad) O mérito administrativo não está sujeito à apreciação judiciale) Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de situações que levam a Administração a praticar o ato administrativo.

Page 79: Aula 7   ato administrativo

04 – O ato administrativo, como emanação do poder

público, apresenta determinados atributos que o

distingue do ato jurídico do direto privado. Estes

atributos são :

a) competência, finalidade, forma, motivo e objeto;

b) presunção de legitimidade, imperatividade e auto-

executoriedade;

c) legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência;

d) legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade,

publicidade e probidade administrativa;

e) finalidade, legalidade e legitimidade.

Page 80: Aula 7   ato administrativo

05 – É atributo existente em todos os atos

administrativos :

a) conveniência

b) oportunidade

c) auto-executoriedade

d) imperatividade

e) presunção de legitimidade

Page 81: Aula 7   ato administrativo

Prova: CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Taquigrafia -EspecíficosDisciplina: Direito Administrativo | Assuntos: Atos administrativos;

Julgue os itens subsequentes, acerca do ato administrativo e dos cargos e funções públicas.

Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos motivos determinantes.

Certo ou errado?

Resp: Certo!

Page 82: Aula 7   ato administrativo

Essa questão se resolve pela “teoria dos motivos

determinantes”. Alguns atos realmente não precisam ser

motivados, contudo se houver para eles uma motivação,

sua legalidade se vincula a essa motivação. Assim sendo,

se para realizar um ato o administrador disser que o está

praticando em virtude do motivo “X” e posteriormente

prova-se que era em virtude do motivo “y” o ato será nulo,

ainda que o motivo “y” não fosse ilícito.

Page 83: Aula 7   ato administrativo

Prova: FCC - 2007 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário -

Área Judiciária - Execução de MandadosDisciplina: Direito

Administrativo | Assuntos: Atos administrativos; Atributos do ato

administrativo – presunção de legitimidade, imperatividade,

autoexecutoriedade e tipicidade;

A vedação ao Poder Judiciário de decretar a nulidade de ato

administrativo ex officio resulta de um dos atributos do ato

administrativo. Esse atributo é a

a) presunção de legitimidade.

b) discricionariedade.

c) formalidade.

d) imperatividade.

e) auto-executoriedade.

Resp: Letra “a”

Page 84: Aula 7   ato administrativo

FALANDO RAPIDAMENTE SOBRE CADA UM.

Sucintamente: A presunção de legitimidade diz respeito àconformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo,presumem-se, até a prova em contrário, que os atosadministrativos foram emitidos com a observância da lei. – Sepresumem-se verdadeiros o judiciário tem que ser provocadopara verificar a legalidade, a legitimidade dos atos administrativos

A discricionariedade diz respeito a analisar a conveniência eoportunidade de determinados atos.

A formalidade diz respeito aos procedimentos a seremobservados para a realização de um ato administrativo.

A imperatividade “é o atributo pelo qual os atos administrativosse impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.

A auto executoriedade “consiste a autoexecutoriedade ematributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto emexecução pela própria Administração Pública, sem necessidadede inteervenção do Poder Judiciário.”

Page 85: Aula 7   ato administrativo

Prova: FUNRIO - 2009 - PRF - Policial Rodoviário FederalDisciplina: DireitoAdministrativo | Assuntos: Atos administrativos; Atributos do atoadministrativo – presunção de legitimidade, imperatividade,autoexecutoriedade e tipicidade; Poderes da Administração; Poder depolícia;

A "Lei Seca" considera crime conduzir veículos com a ingestão noorganismo de determinado teor alcoólico, com penas que variam da multaaté a reclusão. Um dos pontos polêmicos da lei trata da obrigatoriedade domotorista em fazer testes de dosagem alcoólica (bafômetro) por estarusando a rodovia que é de uso comum do povo, mas o motorista pode serecusar a fazer qualquer teste, já que ninguém é obrigado a produzir umaprova contra si. No caso de o motorista usar a artimanha de se negar afazer o exame, entrando posteriormente com um recurso na Justiça, a leiprevê que o testemunho do agente de trânsito ou policial rodoviário temforça de prova diante do juiz. A Administração Pública autua, por meio doseu agente policial, que se vale de meios indiretos de coação, aplicandouma multa. Como se denomina esse atributo do poder de polícia nadoutrina, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo)?

a) Atributo da coercibilidade.

b) Atributo da exigibilidade.

c) Atributo da autoexecutoriedade.

d) Atributo de ordem pública.

e) Atributo da previsibilidade legal.

Resposta: Letra “b”

Page 86: Aula 7   ato administrativo

Esta questão gira em torno da autoexecutoriedade. É preciso perceber que esta é um dos atributos do ato administrativo, através do qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria ADM Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Acontece que a autoexecutoriedade é o conceito amplo, que se divide em dois mais específicos, a exigibilidade e a executoriedade.

Exigibilidade = a adm adota meios indiretos de coerção, por ex. uma multa ou penalidade adm.

Executoriedade = adm adota meios direitos de coerção, inclusive com uso da força, compelindo materialmente o administrado a adotar determinada conduta.

Outros:

Imperatividade = os atos adm podem ser impostos aos administrados independente de sua concordância. É o denominado PODER EXTROVERSO da adm, que são as situações em que as declarações emanadas do poder público ultrapassam a pessoa estatal para repercutir no mundo jurídico dos administrados. Atributo não inerente em todos os atos adm.Poder de constituir unilateralmente obrigação à terceiro.

Coercibilidade = é o atributo que obriga ao particular a obedecer às medidas de policia e que autoriza a adm pública a usar a força em caso de resistência.

Page 87: Aula 7   ato administrativo

DIFÍCIL VIRAR JUIZ FEDERAL... Prova: CESPE - 2009 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz FederalDisciplina: Direito Administrativo |

Assuntos: Atos administrativos;

A respeito do ato administrativo, do controle desses atos e de temas correlatos, assinale a opção correta.

a) Considere a seguinte situação hipotética.Pedro, autoridade superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o objeto da delegação.Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de delegação.

b) Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do STJ, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/1999, a administração tem o prazo de cinco anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

c) Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no sentido de admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa evolução tem o propósito de substituir a discricionariedade do administrador pela do Poder Judiciário.

e) Alguns doutrinadores entendem que o elemento finalidade do ato administrativo pode ser discricionário. Isso porque a finalidade pode ser dividida entre finalidade em sentido amplo, que se identifica com o interesse público de forma geral, e finalidade em sentido estrito, que se encontra definida na própria norma que regula o ato. Assim, a primeira seria discricionária e a segunda, vinculada.

Resposta correta: Letra “e”

Page 88: Aula 7   ato administrativo

ERROS

a) Considere a seguinte situação hipotética.Pedro, autoridade superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o objeto da delegação.Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de delegação.

decreto 83.937/79 -Art 6º - O ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta.

Page 89: Aula 7   ato administrativo

b) Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do STJ, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/1999, a administração tem o prazo de cinco anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

"ADMINISTRATIVO. HORAS EXTRAS INCORPORADAS. ATOS COMISSIVOS, ÚNICOS E DE EFEITOS PERMANENTES. LEI 9.784/1999. DECADÊNCIA CONFIGURADA. 1. O Superior Tribunal de Justiça assentou o entendimento de que mesmo os atos administrativos praticados anteriormente ao advento da Lei Federal 9.784, de 1.2.99, estão sujeitos ao prazo decadencial quinquenal contado da sua entrada em vigor. (REsp nº 1.270.474, RN, relator o Ministro Herman Benjamin, DJe de 5.11.2012).

Notem que o prazo conta a partir da vigência dessa nova lei e não do ato. Mas isso não é bem o conteúdo de vocês, é só por curiosidade

Page 90: Aula 7   ato administrativo

c) Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no

sentido de admitir o controle judicial do ato discricionário.

Essa evolução tem o propósito de substituir a

discricionariedade do administrador pela do Poder Judiciário.

O erro está em dizer que há um propósito de substituir a

discricionariedade do administrador pela do Poder Judiciário.

Isso iria contra a divisão dos poderes.

Page 91: Aula 7   ato administrativo

d) Na ação civil pública proposta por associação, caracterizada

a litigância de má-fé, a autora e todos os seus diretores serão

solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao

décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por

perdas e danos.

O erro é a palavra todos, mas também não se preocupem com

essa alternativa.

Page 92: Aula 7   ato administrativo

A ALTERNATIVA CORRETA

e) Alguns doutrinadores entendem que o elemento finalidade do

ato administrativo pode ser discricionário. Isso porque a

finalidade pode ser dividida entre finalidade em sentido amplo,

que se identifica com o interesse público de forma geral, e

finalidade em sentido estrito, que se encontra definida na

própria norma que regula o ato. Assim, a primeira seria

discricionária e a segunda, vinculada

É importante falar sobre a alternativa correta. Aqui vale

ressaltar que não é unânime na doutrina que a finalidade possa

ser discricionária. E para aqueles que ela é discricionária é

porque entendem que ela se divide em sentido geral e sentido

estrito. Quem encabeça essa idéia de que a finalidade no

sentido geral é discricionária é MSZP. No próximo slide

transcrevo seus ensinamentos.

Page 93: Aula 7   ato administrativo

"Foi visto que em dois sentidos se pode considerar a finalidade doato: em sentido amplo, ela corresponde sempre ao interessepúblico; em sentido restrito, corresponde ao resultado específicoque decorre, explicita ou implicitamente da lei, para cada atoadministrativo. No primeiro sentido, pode-se dizer que a finalidadeseria discricionária, porque a lei se refere a ela usando noçõesvagas e imprecisas, como a ordem pública, moral, segurança,bem-estar. Quando a lei não estabelece critérios objetivos quepermitam inferir quando tais fins são alcançados, haverádiscricionariedade administrativa. Por exemplo, a autorizaçãopara fazer uma reunião em praça pública será outorgada segundoa autoridade competente entenda que ela possa ou nao ofender aordem pública. No segundo sentido, a finalidade ésempre vinculada; para cada ato administrativo previsto na lei,há uma finalidade específica que não pode ser contrariada".(Maria Sylvia Zanella Di Pietro- 22 ed, p. 214).

Page 94: Aula 7   ato administrativo

QUESTÃO SUBJETIVA

Cite os elementos e os atributos do ato

administrativo. Escolha um dos elementos e um

dos atributos e discorras sobre ambos.

Page 95: Aula 7   ato administrativo

Só isso de

matéria para a

prova!?