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MONITORAMENTO DA LIMPEZA E SANITIZAÇÃO; AGENTES QUÍMICOS: - DETERGENTES E SANITIZANTES; 1 Avaliação da Presença de Resíduos A presença de resíduos em superfícies de equipamentos, normalmente, é realizada por meio da inspeção visual. Em tubulares ou partes de equipamentos menos visáveis, por exemplo, silos de armazenamento de Gros, pode recorrer-se a conjuntos especiais de iluminação e espelhos ou fibra apática. Em sistemas complexos de tubulações, pode-se optar pela escolha de pontos de inspeção, onde, exista uma maior possibilidade de ocorrer problemas de higienização. Estes pontos de inspeção consistem em pequenas extensões de tubo cerca de 30 cm - que podem ser desmontados para a inspeção. Em casos de equipamentos fechados, (por exemplo, bombas, tanques, tubulares, etc.) que se encontram sem ser usados durante um ou dois dias, quando aberto, o cheiro pode dar uma indicação da situação higiênica, deixando de ser uma inspeção visual e passando a ser uma inspeção olfativa. Esta avaliação requer algum com alguma experiência no processo de higienização. A luz ultravioleta pode também ser útil se a sujidade depositada for fluorescente. 1.2 Avaliações de Presença de Resíduos Químicos Usualmente, considera-se que a atividade de enxague, dos processos de higienização, é suficiente para eliminar os resíduos de detergentes e sanificantes. Sempre que o enxague final tenha sido confirmado e aceito como adequado, não é, normalmente, realizado mais nenhum teste ou avaliação, desde que, trate-se de um procedimento validado. Caso o procedimento de enxague final deixe margem para questionamentos de sua eficiência, se torna necessário repetir e/ou prolongar essa parte do ciclo de higienização. Frente a suspeita da presença de resíduos de algum composto químico, poderá ser necessário analisar a água de enxague final. 1.3 Avaliações Microbiológicas O monitoramento e validação de técnicas de higienização é realizado principalmente por meio de analises microbiológicas. Estas avaliações determinam o número e/ou tipo de organismos. Muitas vezes é suficiente saber o número total de microrganismos, mas para alguns casos é importante saber que tipo de organismo este presente, por exemplo, coliformes fecais, leveduras, etc.

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  • MONITORAMENTO DA LIMPEZA E SANITIZAO;

    AGENTES QUMICOS: - DETERGENTES E SANITIZANTES;

    1 Avaliao da Presena de Resduos

    A presena de resduos em superfcies de equipamentos, normalmente,

    realizada por meio da inspeo visual. Em tubulares ou partes de equipamentos menos

    visveis, por exemplo, silos de armazenamento de Gros, pode recorrer-se a conjuntos

    especiais de iluminao e espelhos ou fibra aptica. Em sistemas complexos de

    tubulaes, pode-se optar pela escolha de pontos de inspeo, onde, exista uma maior

    possibilidade de ocorrer problemas de higienizao. Estes pontos de inspeo consistem

    em pequenas extenses de tubo cerca de 30 cm - que podem ser desmontados para a

    inspeo. Em casos de equipamentos fechados, (por exemplo, bombas, tanques,

    tubulares, etc.) que se encontram sem ser usados durante um ou dois dias, quando

    aberto, o cheiro pode dar uma indicao da situao higinica, deixando de ser uma

    inspeo visual e passando a ser uma inspeo olfativa. Esta avaliao requer algum

    com alguma experincia no processo de higienizao. A luz ultravioleta pode tambm

    ser til se a sujidade depositada for fluorescente.

    1.2 Avaliaes de Presena de Resduos Qumicos

    Usualmente, considera-se que a atividade de enxague, dos processos de

    higienizao, suficiente para eliminar os resduos de detergentes e sanificantes.

    Sempre que o enxague final tenha sido confirmado e aceito como adequado, no ,

    normalmente, realizado mais nenhum teste ou avaliao, desde que, trate-se de um

    procedimento validado. Caso o procedimento de enxague final deixe margem para

    questionamentos de sua eficincia, se torna necessrio repetir e/ou prolongar essa parte

    do ciclo de higienizao. Frente a suspeita da presena de resduos de algum composto

    qumico, poder ser necessrio analisar a gua de enxague final.

    1.3 Avaliaes Microbiolgicas

    O monitoramento e validao de tcnicas de higienizao realizado

    principalmente por meio de analises microbiolgicas. Estas avaliaes determinam o

    nmero e/ou tipo de organismos. Muitas vezes suficiente saber o nmero total de

    microrganismos, mas para alguns casos importante saber que tipo de organismo este

    presente, por exemplo, coliformes fecais, leveduras, etc.

  • Os mtodos normalmente utilizados so:

    Zaragatoa ou Tcnica de Swab: Esta a tcnica mais difundida na

    indstria de alimentos. Consiste em mergulhar a extremidade da zagaratoa de algodo

    ou alginato de clcio em um tubo com gua ou soluo de diluio estril, retira-se e

    esfrega-se na superfcie a analisar. Coloca-se novamente a zaragatoa no tubo, agita-

    se para que os microrganismos passem para o liquido e faz-se o plaqueamento

    utilizando um mtodo de contagem em placa e expressando os resultados em UFC/cm2.

    Pode utilizar- se uma grande variedade de meios de cultura seletivos e diferenciais para

    investigar concretamente determinados grupos de microrganismos. Devem ser analisadas

    as reas mais difceis para o processo de higienizao.

    Figura 1: Exemplos de Swab e plaqueamento.

    Anlise da ltima gua de enxague: Este mtodo permite enumerar os

    microrganismos que eventualmente estejam presentes na gua do enxague final.

    Caracteriza-se por um mtodo de coleta de amostras, sendo que a gua do ltimo

    enxague ser coletada e submetida a mtodos crpidos de Anlise microbiolgica.

    Mtodo de Placas por contato direto: Neste mtodo so utilizadas as placas de

    contato (RODAC Replicate Organism Direct Agar Contact). Estas placas contam um

    meio de cultura que entra em contato com a superfcie a analisar (tipo carimbo). Fecham-

    se as placas, incubam-se e contam-se as colnias formadas. Podem ainda ser utilizadas

    lminas de contato cujo modo de utilizao semelhante ao das placas de contato.

    Caractersticas:

    - Placas tem aproximadamente 5 cm dmetro;

  • - Permite ser preenchida com Agar;

    - Placa com a superfcie do meio de cultura em relevo; - Permite o contato por presso com a superfcie; - Posterior incubao; - Contagem feita diretamente na placa; - Resultado expresso em nmero de UFC/cm2.

    Figura 2: Representao do funcionamento da tcnica de contato direto. (fonte:

    http://pages.usherbrooke.ca/biomedias/techniques_microbio.htm)

    Determinao do ATP (bioluminescncia): um mtodo rpido que quantifica

    a quantidade total de matria orgnica incluindo microrganismos e resduos de

    alimentos. Ambos contm ATP que vai ser convertido, proporcionalmente, em luz

    atravs de um sistema enzimtico. A luz emitida quantificada com um fotmetro. A

    vantagem fundamental desta tcnica que os resultados so obtidos em tempo real. A

    bioluminescncia tem sido utilizada com xito para monitorizar o estado higinico de

    diversas indstrias de alimentos. Consiste em um swab aplicado a superfcie a ser

    analisada, introduz-se o swab em um tudo com os reagentes necessrios, coloca-se no

    luminmetro que mede a intensidade da luz. Quanto mais matria orgnica e mais

    microrganismos, mais luz.

    Figura 3: Escala de leitura do luminmetro utilizado em testes de bioluminescncia.

  • Placas com meio de cultura (PSM Petrifilm Surface Medium): Este

    mtodo consiste no contato de uma placa de polietileno com a superfcie a ser

    monitorada. Contm meio de cultura seco e reidratvel. Permite realizar contagens at

    1000 UFC contra 200 do RODAC. Apresenta melhor reprodutibilidade. Produtos

    comerciais apresentam diversas possibilidades de uso (contagem de aerbios, coliformes,

    bolores e leveduras).

    Mtodos colorimtricos: So mtodos rpidos de monitoramento baseados na

    alterao de cor provocada por reaes qumicas. Exemplos:

    - Mtodo Colilert: mtodo aprovado apenas para anlise de gua. Resultados so

    obtidos em 24 horas, no necessitando de equipamentos para leitura.

    Figura 4: Resultados possveis para o mtodo Colilert (incolor = negativo, amarelo =

    coliforme totais, amarelo/fluorescente = E. Coli).

    - Mtodo SimPlate: mtodo utilizado para contagem total de bactrias, coliformes

    totais e E. Coli, bolores e leveduras e Campylobacter.

    Figura 5: mtodo Simplate antes e aps incubao de 48 horas para bolores e

    leveduras.

  • Fitas adesivas de acetato: Serve para detectar e identificar a presena de fungos

    sobre as superfcies. A fita aps o contato tingida e levada ao microscpio. Embora

    essa tcnica possa ser usada para estimar a concentrao total de fungos no pode

    distinguir as clulas vivas das mortas.

    importante referir que independentemente do mtodo utilizado se pretende:

    a) confirmar que o sistema de limpeza utilizado permite atingir resultados

    microbiolgicos aceitveis.

    b) produzir informao que demonstre que continuam a ser obtidos bons resultados.

    2 - Agentes Qumicos: Detergentes e Sanitizantes

    2.1 Detergentes

    Compostos qumicos classificados como detergentes so substncias que sozinhas

    ou em mistura reduzem o trabalho (energia mecnica ou fsico-qumica) necessrio para

    um processo de limpeza.

    O objetivo dos detergentes na higienizao consiste em separar as sujidades das

    superfcies que esto em contato, reduzir seu tamanho e/ou dispersar no solvente e

    prevenir nova deposio sobre as superfcies j higienizadas.

    Tabela 1: Caractersticas das principais sujidades relacionadas s indstrias de

    alimentos.

    Componentes

    Solubilidade

    Facilidade de remoo

    Carboidratos

    - Solveis em gua

    Fcil

    Lipdeos

    - Insolveis em gua

    - Solveis em lcali Difcil

    Protenas - Insolveis em gua

    - Solvel em lcali - Ligeiramente solveis em cido

    Muito difcil

    Sais minerais monovalentes

    - Solveis em gua

    - Solveis em cido Varivel

    Sais minerais polivalentes

    - Insolveis em gua

    - Solvel em cido Varivel

  • - Funo dos detergentes

    Dissoluo (solubilizao): transformam os resduos insolveis em substncias solveis

    em gua;

    Abrandamento: alterao ou anulao da dureza da gua;

    Emulsificao: reduz as substncias graxas a inmeras partculas, formando emulso de

    gua e glbulos graxos;

    Disperso: produz a disperso de aglutinados em flocos reduzindo-os a pequenas

    partculas.

    Suspenso: mantm as partculas insolveis, impedem a sua deposio sobre as

    superfcies de contato;

    Sequestrao: forma substncias quelantes, impede a deposio de sais minerais nas

    superfcies;

    Saponificao: ao qumica entre os detergentes e as gorduras, formando sabes;

    Peptizao: atuam sobre protenas, dispersando-as e produzindo colides em parte

    solveis;

    Penetrao: Funciona como um dispersante. O detergente introduzido atravs de

    substncias porosas, de orifcios, de fissuras ou de pequeninas aberturas, nas sujidades;

    Umectao: diminui a tenso superficial do meio aquoso, conferindo a gua melhor

    contato com a superfcie dos resduos e dos equipamentos;

  • Figura 1: Tenso superficial de algumas substncias.

    Enxaguamento: remove da superfcie qualquer tipo de suspenso ou de soluo

    (fcil remoo pela gua).

    - Caractersticas desejveis dos detergentes

    a) Ser econmico;

    b) Apresentar estabilidade durante seu armazenamento;

    c) Ser atxico;

    d) Ter veloz e completa solubilidade em gua;

    e) No corroer o material das superfcies de limpeza;

    f) Promover o abrandamento da gua, diminuindo sua dureza;

    g) Ter funo umectantes e de penetrao;

    h) Ser emulsificantes de gorduras e de determinadas protenas;

    i) Peptizar protenas;

    j) Favorecer a saponificao de gorduras;

    k)Dissolver slidos de origem alimentar;

    l) Ter ao desfloculante, dispersante ou de suspenso;

    m) Ser de fcil ao enxaguante;

    n) Ter propriedade biocida;

    2.1.1 Tipos de detergentes

    As substancias qumicas chamadas de detergentes podem ser classificados em

    algumas categorias como:

    Alcalinos NaOH, Na2SiO3, Na2CO3;

    cidos HNO3, H2SO4, HCl;

    Tensoativos Alquil Benzeno Sulfonato de Sdio - ABS, Lauril Sulfonato de

    Sdio;

  • Sequestrantes Tripolifosfato de Sdio. Hexametafosfato de Sdio, EDTA

    (cido etilenodiamino tetra-actico).

    Agentes alcalinos

    As solues de limpeza alcalinas tem um valor de pH entre 7 (neutro) e 14 (o

    mais alcalino). Existem vrios tipos de agentes alcalinos:

    - Agentes altamente alcalinos

    Estes produtos so utilizados para a remoo de impurezas incrustadas ou

    queimadas. Nas concentraes em que so usados so extremamente corrosivos para

    muitos materiais e em contato com a pele podem provocar queimaduras muito graves.

    Na aplicao destes produtos, faz-se necessria tomar medidas de proteo pessoal.

    Exemplos de agentes altamente alcalinos: hidrxido de sdio (soda custica) e silicatos.

    - Agentes moderadamente alcalinos

    So eficientes na remoo de gorduras, mas no na remoo de resduos minerais.

    Estes compostos apresentam poderes de dissoluo moderados e podem ser desde

    ligeiramente corrosivos a nada corrosivos. Como exemplo temos o carbonato de sdio

    que muito usado em limpeza manual e em sistemas de produo de vapor.

    - Agentes alcalinos suaves

    So muito usados para a limpeza manual de reas ligeiramente sujas. Estes

    compostos (por exemplo: solues de bicarbonato de sdio) so eficazes em gua sem

    calcrio, mas no removem os resduos minerais.

    - Agentes cidos

    Os agentes de limpeza cidos removem os materiais que esto secos ou

    incrustados nas superfcies e dissolvem os minerais. So produtos especialmente

    eficazes na remoo dos depsitos minerais formados pelos agentes de limpeza alcalinos

    e pelo prprio processo produtivo. Quando a gua aquecida a temperaturas superiores

    a 80C, alguns dos minerais depositam-se e aderem s superfcies metlicas. Os agentes

    cidos dissolvem os minerais dos depsitos de modo a que sejam facilmente removidos.

    cidos orgnicos (como o ctrico, o tartrico, o sulfnico) no corroem superfcies, no

    irritam a pele e so facilmente removidos com gua. Os cidos inorgnicos so

    excelentes para remover e para controlar os depsitos minerais, mas podem ser bastante

    corrosivos para as superfcies e irritantes para a pele. Os agentes cidos so usados mais

    para situaes muito especficas do que para uso geral. Estes agentes so menos eficazes

    que os agentes alcalinos na remoo de sujidades causadas por gorduras, leos e

    protenas.

  • - Agentes fortemente cidos

    Estes compostos corroem a grande maioria dos metais e estruturas de ao. O

    aquecimento de agentes cidos leva produo de gases txicos e corrosivos que podem

    afetar os pulmes. Estes agentes removem minerais e a matria incrustada nas

    superfcies dos equipamentos de vapor, caldeiras e alguns equipamentos de

    processamento alimentar.

    Quando a soluo est muito quente, os minerais podem depositar-se novamente,

    formando uma pelcula. O cido fosfrico um exemplo deste tipo de compostos.

    - Agentes moderadamente cidos

    Estes compostos so ligeiramente corrosivos e podem causar reaes sensveis. Alguns

    destes produtos podem atacar a pele e olhos. Exemplos de agentes moderadamente

    cidos so: cido levulnico, cido hidroactico e cido glucnico.

    Os cidos orgnicos so adequados para limpezas manuais e conseguem amaciar a gua.

    So, no entanto, mais caros que outros agentes cidos.

    - Solventes

    Os solventes consistem em solues de ter ou lcool. Funcionam bem contra sujidades

    provocadas por produtos base de petrleo, como leos e gorduras lubrificantes.

    Habitualmente as empresas alimentares utilizam agentes alcalinos para remover

    sujidades orgnicas e solventes para remover grandes quantidades de depsitos de

    petrleo em reas de manuteno e nos motores. O uso de solventes deve ser controlado.

    Tabela 2: Detergentes com componentes alcalinos

    Componentes

    Caractersticas

    Bicarbonato de Sdio

    - Empregado juntamente com outros componentes para aumentar sua

    alcalinidade; - No bom agente de limpeza;

    Cinza de soda

    - Tem reduzido poder germicida;

    - Utilizado combinado com outros detergentes, visando a sua maior alcalinidade;

    Carbonato de sdio

    - Empregado como agente tampo, em misturas de compostos para

    limpeza; - Abranda a dureza da gua;

    - Possui elevada alcalinidade;

    - Saponifica as gorduras;

  • Hidrxido de sdio

    - Tem elevadas propriedades emulsionantes e dispersantes;

    - Produz precipitao do magnsio (hidrxido de Mg) e a altas temperaturas danifica o vidro;

    - Pelo seu elevado pH, tem ao bactericida;

    - Provoca a corroso de metais; tem forte ao sobre o zinco e o alumnio;

    - Utilizado com frequncia na limpeza de equipamentos de ao inoxidvel em circuito fechado;

    - o mais forte dos alcalinos comuns e o mais atuante na saponificao

    de substncias graxas;

    Metassilicato de sdio

    - Eficiente umectante, emulsificante e desfloculante;

    - Saponifica as gorduras;

    - No corrosivo, pois inibe a corroso do alumnio e do estanho;

    - Misturado ao polifosfato de sdio, empregado nos casos em que a dureza da gua excede 100 ppm;

    - aconselhvel sua utilizao acima de 63 C, pois se torna mais eficiente;

    Ortossilicato de sdio

    - Utilizado em formulaes de detergentes de baixa alcalinidade;

    - Atua na limpeza manual de equipamentos/ utenslios de metais sensveis corroso, tais como: ferro, alumnio e estanho;

    Sesquicarbonato de sdio

    - Atua sobre depsitos de substncias proteicas e graxas;

    - Requer cuidado de emprego por parte do operador, por seu carter

    altamente corrosivo;

    - Apresenta alta alcalinidade;

    - Poderoso agente no abrandamento da dureza da gua;

    Sesquissilicato

    - Apresenta propriedade umectante e de suspenso;

    - Forma solues muito alcalinas e de elevado poder de saponificao;

    - Atua facilmente em resduos proteicos;

    - Requer cuidados na hora de seu emprego;

    Tetraborrato de sdio

    (brax)

    - Por sua ao abrasiva, empregado em alguns detergentes;

    TSP (fosfato trissdico)

    - um componente bastante alcalino;

    - utilizado com outros detergentes, em produtos de limpeza geral, por seu poder abrandador de gua;

    - O fosfato trissdico no deve ser utilizado quente; o processo de lavagem deve ser iniciado logo aps o uso, com a retirada de seu depsito;

    Tabela 3: Detergentes com componentes cidos

    Componentes

    Caractersticas

    cido actico

    - Por ser bastante voltil (exala forte odor), no pode ser empregado na formulao de

    detergentes cidos;

    cido ctrico

    - Apesar da inconvenincia do preo, de bom emprego nos produtos de limpeza;

    cido Clordrico

    - Empregado para remover resduos incrustados de equipamentos

    pesados, sem problemas srios de perdas de ferro;

    - o mais vulgar dos cidos minerais utilizados, geralmente na porcentagem de 30%;

  • cido Fosfrico

    - apenas protetor e no preventivo do processo corrosivo;

    - totalmente solvel em gua;

    - Usado na formulao de detergentes cidos para limpeza manual;

    cido Gliclico

    - totalmente solvel em gua;

    cido Glucnico

    - Bastante estvel e por essa razo utilizado em detergentes cidos;

    - Utilizado para remover depsitos custicos, de aparelhos de transmisso de calor (evaporadores, pasteurizadores, branqueadores, etc.);

    cido Levulnico

    - Por sua estabilidade, utilizado na formulao de detergentes cidos;

    cido Lctico

    - bastante estvel e, por isso, empregado em detergentes cidos;

    - Totalmente solvel em gua a 25 - 133 C

    cido hidroxiactico

    - Por sua estabilidade utilizado em detergentes cidos;

    cido Ntrico

    - Tem ao oxidativa;

    - Seu emprego mais comum do que o cido sulfrico;

    - Utilizado, principalmente, para limpeza em sistema CIP (Clean in place);

    cido sulfamlico

    - corrosivo, em menor grau do que o cido clordrico e de igual atividade dos cidos

    gliclico e fosfrico; - Solubilidade em gua: 25 a 24,2 C

    - Utilizado para remoo dos resduos de pasteurizador, evaporador, etc.;

    - Empregado para eliminar crostas em aparelhos de transmisso de calor;

    - Usados, principalmente, em lacticnios;

    cido sulfrico

    - No muito usado nas operaes de limpeza;

    cido tartrico

    - Se no fora seu alto preo, teria condies de integrar compostos de limpeza; - Solubilidade em gua 25 a 133 C;

    - Escolha do Detergente

    A escolha do detergente vai depender do tipo e da quantidade de sujidade a

    remover, assim como das suas caractersticas ao nvel da solubilidade. Normalmente

    uma sujidade inorgnica requer um detergente cido, enquanto que as sujidades

    orgnicas so melhor removidas por detergentes alcalinos.

    No entanto, em grande parte das situaes, os resduos so misturas complexas,

    pelo que geralmente, os detergentes so misturas de vrios agentes de limpeza, que

    incluem uma gama alargada de componentes alcalinos inorgnicos, cidos orgnicos e

    alguns aditivos. Alm das caractersticas funcionais pretendidas, os detergentes devem

    ser o menos corrosivos possvel, estveis e amigos do ambiente. A seleo final do

    detergente depende da considerao de todos os fatores acima referidos e dever

    apoiar-se nas recomendaes do fornecedor.

    - Fatores que influem na eficincia dos detergentes

    1) Estado da superfcies

  • polimento;

    acabamento superficial;

    porosidade;

    dureza;

    capacidade de ser umedecida;

    reatividade qumica com o resduo.

    Dificuldade na limpeza

    vidro, ao inoxidvel, alumnio, borracha, plstico, madeira

    2) Natureza da sujidade e tempo de contato com a superfcies (caractersticas

    importantes)

    tamanho das partculas

    viscosidade

    tenso superficial ou poder umectante

    solubilidade dos componentes do resduo

    reatividade qumica com a superfcie

    3) Tipo e concentrao do detergente

    A concentrao depende da alcalinidade ou acidez ativa;

    Concentrao micelar critica;

    Em geral a eficincia aumenta com o aumento da concentrao at um

    valor timo a partir do qual decresce e tende a estabilizar-se, devido:

    saturao do agente detergente;

    reduo do poder dispersante;

    diminuio do coeficiente de difuso por aumento da

    viscosidade da soluo.

    4) Temperatura

    Em geral todo aumento da temperatura melhora a eficincia do

    processo, devido:

    diminuio da for de ligao entre a superfcies e o Resduo;

    diminuio da viscosidade;

    aumento da turbulncia;

    aumento da velocidade de reao.

  • 5) Efeito mecnico (energia necessria para remoo)

    atrito entre o resduo e a soluo de limpeza

    limpeza manual

    circulao

    spray