aula 4 dermato parte 2

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22/03/2015 1 Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências Saúde Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais DERMATOLOGIA parte II Profª Regina Pereira Reiniger Bagé, 2015. Dermatopatias Parasitárias PARASITAS ARTRÓPODES: Aracnídeos -Demodicose (46%) -Escabiose (24%) -Otodectes cynotis (16%) -Queiletielose Demodicose Demodex É uma doença inflamatória parasitária da pele de cães e gatos causada pela proliferação anormal dos ácaros. São habitantes normais do folículo piloso e ocasionalmente da glândula sebácea (presentes em pequeno número). Demodicose Canina Demodex canis Transmitido aos filhotes pela mãe. Não é contagiosa – proliferação dos ácaros (?) Forma clínica: - Generalizada - Localizada Agente Ovo Larva hexapoda Ninfa (2estágios) Adulta Ciclo completo - Demodex canis– 20 a 35 dias; Demodex cati – 18 a 24 dias

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22/03/2015

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Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências Saúde

Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais

DERMATOLOGIA parte II

Profª Regina Pereira Reiniger

Bagé, 2015.

Dermatopatias Parasitárias

PARASITAS ARTRÓPODES: Aracnídeos

-Demodicose (46%)

-Escabiose (24%)

-Otodectes cynotis (16%)

-Queiletielose

Demodicose

• Demodex

É uma doença inflamatória parasitária da pele de cães e gatos causada pela proliferação anormal dos ácaros.

São habitantes normais do folículo piloso e ocasionalmente da glândula sebácea (presentes em pequeno número).

Demodicose Canina

• Demodex canis

Transmitido aos filhotes pela mãe.

Não é contagiosa – proliferação dos ácaros (?)

Forma clínica: - Generalizada - Localizada

Agente

Ovo

Larva hexapoda

Ninfa (2estágios)

Adulta

Ciclo completo - Demodex canis– 20 a 35 dias; Demodex cati – 18 a 24 dias

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Localização

• Machos -Larvas e Ninfas

• Fêmeas

Camada de queratina

Folículo piloso 20 -24 ovos

. Cães com menos de 1 a 1⅟2 ano;

. Não há predileção por sexo ou raça;

. Lesões – cabeça e nas extremidades

. Sinal + marcante alopecia com eritema,

descamação, hiperpigmentação, comedos, piodermite

(causando prurido – se piodermite).

Demodicose localizada

• Uma ou mais áreas de lesão

• 90% dos casos com resolução

• 10% evolução p/ generalizada

Demodicose localizada

Demodicose generalizada

• Juvenil – até 18 meses de idade

Genética, Nutricional, Racial e Estresse

• Animais adulto -

Imunossupressão, hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo, diabete mellitus, terapia imunossupressiva.

• Pododemodicose

• Otodemodicose

•Doença grave

•Risco de óbito infecção bacteriana 2ª

Demodicose generalizada

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Diagnóstico

• Raspado cutâneo – áreas diferentes

Raspagem – 100%

Tricograma – 40%

Biópsia/ histopatologia – 38%

Bensignor, 2003

Dermato2 VTS_01_2

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Tratamento - Localizada

• Autolimitante;

• Se as lesões persistirem:

• Xampu queratolítico e anti-séptico à base

de peróxido de benzoila (Peroxidex®,

Peroxide®) – para melhorar o estado geral

da pele e evitar (ou reduzir) piodermite.

Santarem, 2007

Tratamento ou Controle?!

• Tratamento curativo desafio

• Não há tratamento 100% efetivo

• Controle

Tratamento – forma generalizada

• Pelo longo ou médio – tosar

• Banho com xampu à base de peróxido de

benzoíla (ou clorexidina), deixar agir por 10’ –

enxaguar.

• Secar com toalha antes de aplicar o Amitraz.

• Não usar corticóide.

• Se houver lesões abertas ou piodermite – esperar

a melhora com antibióticos, para diminuir os

riscos de intoxicação pelo amitraz.

Tratamento – forma generalizada

Efeitos colaterais do Amitraz:

-Sedação -Depressão

-Poliúria -Hipotermia -Bradicardia

-Hiperglicemia

-Antídoto – ioimbina (0,25mg/kg IM)

Alertar proprietário sobre efeitos tóxicos do

amitraz – exigir autorização por

escrito!!!

Tratamento – forma generalizada

• Amitraz – solução tópica – 1ml solução diluído em 4 litros de água. No momento de uso. Usar esponja e mergulhar as patas. Deixar secar ao ar. Locais bem arejados (FDA).

• Intervalo de 2 semanas (ou 1 x semana) – por meses – suspender após 3 exames de raspado cutâneo negativos.

Tratamento – forma generalizada

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• Antibiótico (cefalexina, enrofloxacino, amoxiciclina com ácido clavulânico – mínimo 4-8 semanas)

– Ivermectina – doses altas (0,6mg/kg diário, 4 a 6 meses)

– Moxidectina – 0,5mg/kg a cada 72hs – raças sensíveis

– Milbemicina Oxima- 1 mg/kg – 24hs vo

– Doramectina – 600 mcg/kg V SC-1 dose semanal

Tratamento – forma generalizada

IVERMECTINA e DORAMECTINA

Cuidado - Raças

• Collie e Border collie

• Old English Sheepdog

• Pastor de Shetland

• Pastor Australiano

Pela disfunção da glicoproteína P (Barreira Hematoencefálica)– que tem a fç de se ligar a droga e transportar de volta ao lúmen capilar.

ALERTAR O PROPRIETÁRIO

- Tratamento prolongado para controle e não

cura;

- Afastar as causas de imunossupressão;

-Jamais associar ao tratamento corticosteróides

-Jamais associar os tratamentos acaricidas entre

si;

- Afastar os animais da reprodução – castração.

Sarcoptes scabiei var. canis

Notoedres cati

Otodectes cynotis

Casos clínicos – 30% - dermatológicos

-Dos casos dermatológicos – 20% - sarnas:

- 46% - demodécica

- 24% - sarcóptica

- 16% - otodécica

- 6% - notoédrica

Sarcoptes scabiei var. canis

Epidemiologia:

- Clima temperado e subtropical;

- Contágio direto e indireto;

- Cães jovens (- de 1 ano), raças de pelos longos;

- 40% dos casos humanos;

- PPP – 3 a 4 semanas

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Patogenia e sinais clínicos:

- Prurido intenso – autotraumatismo;

- Hipersensibilidade – reação inflamatória;

- Alopecia e escarificação;

- Formação de crostas – exsudação hemorrágica;

Ciclo: 17 a 21 dias

*Fêmea fertilizada galerias nutrição dos fluidos dos tecidos

lesados oviposição ** eclosão larvas hexapodas superfície

cutânea cavam (bolsas de muda) ninfa e adulto.

Macho + fêmea *

** 3 a 5 dias

OBS: transmissão por larvas

que estão na superfície.

Diagnóstico:

- Anamnese

-Exame clínico

-Laboratorial :

contorno arredondado;

patas curtas

nº estrias transversais e espinhos

triangulares no dorso.

OBS: ácaro difícil de achar mesmo com raspados múltiplos.

Geralmente observa-se ovos ou pequenos focos de fezes –

tem valor diagnóstico.

Controle: tratar os afetados e isolá-los; higienizar as camas.

Tratamento: medicar duas a três vezes com intervalo de uma

semana.

Ivermectina – 0,2 – 0,3 mg/kg – 2 a 3 x (intervalo de 2 semanas)

-Benzoato de benzila: Acarsan, Sarnatil;

-Tetraetiltiuran: Sarnasol, Tetmosol;

-Deltametrina: Deltacid

Predinisona – (ou prednisolona) – 1mg/kg 24hs por 5 dias e

após mais 5 doses a cada 48hs. – para suprimir o prurido (conforto

do paciente e proprietário).

Escabiose felina - Notoedres cati

Epidemiologia:

-Acomete gatos, coelhos, raposas, cães (raros) e homem.

-Representam 7% das dermatoses de gatos e é maior a

incidência em machos.

-Faixa etária: gatos jovens (até um ano)

-Altamente contagiosa e pruriginosa.

-Pode ser fulminante em filhotes;

-Grande quantidade de ácaros no animal afetado.

Lesões e sinais clínicos

-Início – cara do animal – orelha, pescoço (ventre e patas)

-Lesões – crostas cinza ou creme, prurido, alopecia localizada.

- Gatas - filhotes

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Diagnóstico: tamanho menor que o

Sarcoptes; ânus na superfície dorsal;

Raspado – orelhas e face, observa-se

grande quantidade de ácaros.

Tratamento:

Tricotomia dos locais, xampu (remover as crostas)

Ivermectina 1%: 0,2 – 0,3 mg/kg – 3 doses com intervalo de 15

dias (SC ou VO).

Otodectes cynotis

Otite parasitária – processo alergo-irritativo e hipersecretório

do meato acústico externo.

-Ácaro resistente ao ambiente

-Pouca especificidade (cães e gatos)

-Se alimentam da superfície, escurecendo o cerume.

Sinais clínicos:

Otite bilateral, prurido e dor.

Meato avermelhado;

Escarificações na cabeça e face lateral;

Reação otopodal.

Morfologia do ácaro: -Corpo oval

-Patas proeminentes

Diagnóstico

Anamnese

Clínico – exame direto

Laboratorial – cotonete – cerume – lâmina e lamínula.

Controle – desinfecção do ambiente, cama.

Tratamento - remover o excesso de cerume,

Tratar diariamente por 20 dias ( retenona, piretrina, carbaril,

monossulfiran).

Tratar os contatantes.

- Ivermectina – SC ( 0,3 mg/kg por 10 dias de intervalo – 3x)

QUEILETIELOSE

Dermatite suave e não supurativa;

Ácaro- Cheyletiella spp - C.yasguri (cães); C. blakei (gatos);

C.parasitovorax (coelhos)

Superfície cutânea, vivem na camada queratinosa da pele, não

associados aos folículos pilosos;

Acometem: gatos, cães, coelhos e humanos;

DIAGNÓSTICO:

• Inspeção da pele- PREFERENCIALMETE: com uma lupa;

• Coleta de ácaros - com fita adesiva;

• Escovar o pelo - sobre uma folha;

• Raspado de pele.

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QUEILETIELOSE

Ácaros altamente contagiosos;

SINAIS: prurido (menor em gatos), pápula, mácula, pústula, aspecto de

necrose central, CASPAS QUE ANDAM (ovos e ácaros brancos),

oleosidade;

Curso crônico - severa em cães de 2-8 semanas, animais idosos são

portadores assintomáticos;

Cães- ácaros vistos na região dorso-lombar e perineal;

Coelhos- ácaros na área escapular;

Gatos- lesões mais brandas e difusas, região dorsal.

QUEILETIELOSE

QUEILETIELOSE

DIFERENCIAL: Outras sarnas (Sarcoptes, Notoedres, Otodectes);

Pediculose;

Infestação por pulgas.

Diferenciar no microscópio ao observar o parasito!

DAAP (diferenciada pelo prurido)!

Seborreia idiopática (diferenciada por raspados de pele - )!

QUEILETIELOSE

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TRATAMENTO: tratar o paciente, contatos e ambiente.

- xampu queratolítico banho com produtos a base de piretrina

(gatos e coelhos), organofosforados ou carbamatos (cães) – semanal

– 6 a 8 semanas.

- Ivermectina (0,3mg/kg) a cada 15 dias – por 3 semanas

- Ambiente – inseticida com poder residual, ou dedetização

profissional.

QUEILETIELOSE

Dermatopatias alérgicas

HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR - HA ATOPIAS DAPE

DOENÇAS PRURIGINOSAS DESCARTAR OUTRAS ENFERMIDADES

PRURIDOS Dermatites alérgicas

Dermatites parasitárias

Dermatites imunomediatas

Neoplasias cutâneas

Dermatites psicogênica

Exame dermatológico:

Identificação – etária e racial

Anamnese

Queixa principal

Início do quadro e tempo de evolução

Tratamento já efetuados e consequências

Periodicidade

Ambiente – manejo e hábitos

Contactantes

Ectoparasitas

Exame dermatológico:

Exame físico: distribuição anatômica das lesões

DAPE região lombo-sacro-coccígea

ATOPIA face

HA axilas

??????????

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Diagnóstico diferencial:

-Atopia – mais frequente – 10 a 15% população

-DAPE – 2ª mais frequente

-HA – menos frequente – 10% das dermatites alérgicas

Constata-se:

1. As lesões dermatológicas são as mesmas

2. Não há predisposição etária, racial ou sexual

3. Não há exame laboratorial que diferencie

Periodicidade

-DAPP Pioram no verão

-H.A. Perenes

-ATOPIA alternam períodos de melhora e piora

no decorrer do ano.

atopia atopia

atopia DAPP

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Hipersensibilidade alimentar

Dermatites alérgicas

DAPE

Presença de pulgas

Eliminar as pulgas cura? SIM

Fonte: LUCAS, R.

Dermatites alérgicas

DAPE

Presença de pulgas

Eliminar as pulgas cura? NÃO

Fonte: LUCAS, R.

Dermatites alérgicas

H A Dieta de eliminação cura? SIM

ATOPIA

NÃO

Fonte: LUCAS, R.

Dieta de eliminação: -Deve conter uma fonte protéica que o animal nunca comeu – coelho ou ovelha -Carboidrato – arroz integral ou batata cozida

-Proporção 60 e 40%

-Período: 8 a 13 semanas -OBS: sem acesso a outro tipo de alimentação - Ou rações com proteína de soja hidrolizada – peso molecular

É UM TESTE PARA O DIAGNÓSTICO

Diagnóstico de Hipersensibilidade alimentar

Após a dieta, deve haver a remissão dos sintomas,

retornar a alimentação antiga observar por 10 a 14 dias

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Regras para estabelecer o diagnóstico diferencial:

1. Eliminar as infecções presentes, tratando a

piodermite ou Malasseziose se presentes;

2. Nunca tentar diagnósticar HA ou atopia na presença

de parasitas;

3. Não utilizar corticoides durante tentativa de

diagnóstico;

4. Se o quadro for muito agressivo – prednisolona

5. Lembrar que o animal pode apresentar mais que uma

dermatite alérgica associada.

ATOPIA

Firmado o diagnóstico doença incurável e de difícil tratamento Objetivo controle da doença e qualidade de vida do paciente

ATOPIA

Doença alérgica mediada por anticorpos IgE e IgG alérgeno-específico. É uma doença geneticamente programada. Sensibilidade a antígenos ambientais: ácaros de poeira, esporos de fungos, pólen de vegetais, poeira doméstica, escamas de animais e humanos, restos de insetos.

ATOPIA

Sensibilização primária – 4 primeiros meses de vida Surgimento dos sintomas – 4 meses a 7 anos, porém mais de 70% dos animais atópicos os sintomas aparecem de 1 a 3 anos.

Tratamento multifatorial:

1. Reduzir a exposição antigênica

2. Prevenir estimulação do sistema imune (controle de parasitas)

3. Reforçar a barreira epidérmica

4. Controlar infecções secundárias

5. Higienizar e hidratar a pele

6. Reduzir inflamação

7. Modificar a resposta imunitária.

TERAPIA VANTAGENS DESVANTAGENS DOSE COMENTÁRIOS

CICLOSPORINA Alta eficácia Baixa incidência de E.C.

Vômitos e diarréia 5mg/kg/dia ajustar gradualmente

Custo alto, considerar o peso do animal

Imunoterapia Alergenos especifica

Ocasionalmente promovem a cura. Bx EC

Inumeras aplicações. Ação lenta. Não elimina sintomas

1 ou + injeções semanais.

Protocolos variáveis. Alto custo. Compromisso P.

Anti- histamínicos

Bx incidência de EC

Bx eficácia Depende da droga

Pode diminuir a dose de glicocorticóides.

Glicocorticóides Rápida ação. Alta eficácia

Muitos EC. Eficácia diminui.

0,5-1mg/kg Predinosa predinisolona

Exames periódicos

Diferentes possibilidades no tratamento de cães atópicos, segundo fármaco.

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DERMATITE ALÉRGICA

PICADA PULGAS (DAPP)

DAPP

Hipersensibilidade tipo IV- UMA ÚNICA PULGA- ALERGIA

Causada pela saliva das pulgas (componentes alergênicos)

Sem predisposição racial/ sexual

Sazonal: meses mais quentes

Faixa etária: 3-5 anos

Dermatite alérgica + comum

90% CASOS FELINOS

40% CASOS CANINOS

PRURIDO

Ctenocephalides felis, Ctenocephalides canis,

Pulex irritans e Pulex simulans

CARACTERÍSTICAS

•Dermatopatia alérgica mais comum

•Pápulo crostosa

•Muito pruriginosa

•Principalmente região lombo sacra

•Nos felinos procurar no pescoço.

LOCAIS MAIS AFETADOS

•Região lombo sacra dorsal

•Pescoço (principalmente nos gatos)

•Flancos

•Região caudo medial coxas.

DIAGNÓSTICO

- Histórico - Exame físico

- Pente fino - Manobra de Makenzie

- CUIDADO!!! PERGUNTAR AO PROPRIETÁRIO SE DEU BANHO NO CÃO ANTES DE LEVAR A CLÍNICA!!!!!

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SINTOMAS - DAPP

• Prurido

• Pápulas e Máculas eritematosas

• Alopecia Difusa

• Pelos quebrados e secos

• Descamação

• Hiperpigmentação e liquenificação*

• Seborreia

*Casos Crônicos

LESÕES PRIMÁRIAS

LESÕES SECUNDÁRIAS

Triângulo lombo sacro

é característico

Quadro crônico com

hiperpigmentação e

liquenificação

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Pápulas e alopecia difusa

em felino com DAPP

PICADA DE PULGAS NO GATO

- Achado comum em felinos

Linfoadenopatia em DAPP crônica.

Pulgas e

fezes

de pulgas

Picadas de pulgas no pescoço de um gato. ALOPECIA DIFUSA POR DAPP

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ALOPECIA DIFUSA COM PÁPULAS-DAPP

TRATAMENTO - D . A . P . P .

• Xampus, Sabonetes, Coleiras: pouco

efeito residual

• Inseticidas: “Spray” ou “Pour On”

• Anticoncepcional para pulgas: melhor

efeito

Tratamento da DAPP Felina

• Cuidado não usar produtos à base de Permetrina e

Carbamatos.

• Produtos Spot-on matam 98% das pulgas adultas 24

horas após aplicação.

• O prurido no gato desaparece 80% após 7 dias da

eliminação das pulgas e 99% após 14 dias.

TRATAMENTO - DAPP

• MUITO IMPORTANTE

Controle pulgas no ambiente

Controle pulgas no animal

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TRATAMENTO

• Prednisona V. O Cães = 0,25 a 0,5 mg/Kg BID;

Gatos = 1 mg/Kg BID (prednisolona)

• Acetato de metil prednisolona IM ou SC. Cães = 1,1 mg/Kg Gatos = 5,5 mg/Kg máx 20 mg/ gato Aplicações quinzenais ou mensais

TRATAMENTO

• Lufenuron (Program®)

• Fipronil (Frontline®)

• Imidacloprid (Advantage ®)

– todos tem vantagens / limitações

– podem ser usados combinados

Dicas importantes

• Aspirar a casa com bastante frequência.

• Colocar dentro do saco do aspirador, bolinhas de naftalina (elas desidratam os ovos da pulga).

• Dê atenção aos rodapés e estofados de tecido, lembrar que os ovos da pulga são muito leves e gostam de ficar na poeira.

OTITE

Conceito: processo inflamatório envolvendo tecidos de revestimento e estruturas associadas ao ouvido

É multifatorial Perpetuada por diversos agentes patogênicos e fatores

predisponentes Processo patológico primário ou secundário Evolução aguda, crônica ou crônica recidivante.

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Elevada frequência em cães, representando cerca de 8 a 15% dos

casos atendidos na clínica médica veterinária Flora normal dos ouvidos: bactérias e fungos em pequenas

quantidades Staphylococcus spp. e Micrococcus spp e ocasionalmente enterobactérias; Malassezia pachydermatis e Candida sp.

Microrganinos causadores de otite primária: bactérias Gram

positivas (Staphylococcus intermedius e Streptococcus sp.); Gram negativas (Pseudomonas aeruginosa e Proteus sp.) leveduras (Malassezia pachydermatis e Candida albicans)

Otite externa

É a doença mais comum do canal auditivo externo. 10 – 20% cães 2 – 6% gatos Falha no manejo correto da otite externa Doença recorrente Infecção

Doença crônica

Otite externa- Anatomia da orelha externa

O epitélio que reveste o conduto auditivo é similar ao restante do corpo e contém anexos

Liso, rosa claro, úmido e com pouco cerume. Comprimento (5-11 cm) Possui membrana timpânica a-pars flácida;

b- pars tensa c- manúbio ou martelo

Otite externa- Anatomia da orelha externa

Otite externa- Fisiopatologia Otite externa- Sinais clínicos

Balançar de cabeça; Prurido; Evidência de auto traumatismos (escoriações, hematoma aural, dermatite úmida aguda); Corrimento otológico; Odor fétido; Edema e dor.

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Otite externa- Sinais clínicos Otite externa- Sinais clínicos

Otite externa- Sinais clínicos Otite externa- Fatores predisponentes

Principais fatores: ANATÔMICOS (contraditórios se isolados) Orelha longa e pendulosa. Condutos auditivos estreitos. Pelos excessivos. AMBIENTAIS Umidade excessiva (maceração extrato córneo e estimula glândulas ceruminosas)

Otite externa- Fatores predisponentes

Principais fatores: IATROGÊNICOS Limpezas inadequadas do conduto Tratamentos tópicos ou sistêmicos inadequados DOENÇAS PRIMÁRIAS Doenças obstrutivas (tumores não neoplásicos- pólipos; neoplasias- tumor de gland.ceruminosas, mastocitomas, papilomas)

Otite externa- Fatores primários

São os que desencadeiam o processo inflamatório Falha terapêutica se dá pela não identificação destes Tipos:

DOENÇAS ALÉRGICAS E HIPERSENSIBILIDADE Dermatite atópica (55% cães tem tbm otite)

Alergia alimentar (80% cães tem tbm otite) Dermatite alérgica de contato Reações alérgicas a medicações

PARASITISMO Otodectes cynotis (50% otites em gatos; 5-10% otites em cães)

Demodex canis Sarcoptes scabiei Notoedres cati Cheyletiella spp Carrapatos

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Otite externa- Fatores primários

DESORDENS DE CERATINIZAÇÃO Doenças endócrinas (hipotireoidismo e hiperadreno) Seborreia idiopática CORPOS ESTRANHOS

Otite externa- Fatores perpetuantes

Microbiota normal Aumento da colonização e infecção Staphylococcus intermedius Pseudomonas aeruginosa Proteus mirabilis E. coli Corynebacterium spp Enterococcus spp Streptococcus spp Malassezia pachydermatis Candida spp

Otite média

Desenvolve como extensão da otite externa 16% cães com otite externa 82% cães com otite crônica

Importante investigar em otites recorrentes ou crônicas

Otite- Avaliação clínica/diagnóstico

Fundamental que seja bem realizada;

Determinar também o fator primário;

História geral e dermatológica;

Realizar um exame físico completo e dermatológico;

Lembrar que: a pele que reveste o conduto auditivo externo é

susceptível as mesmas doenças que afetam o resto do corpo

Otoscopia e lavagem otológica (ambos ouvidos)- otoscópio ou

videotoscópio

Otite- Como avaliar com um otoscópio?

Eritema; Espessamento do epitélio; Proliferação nodular com estreitamento ou não do canal; Ulceração do epitélio; Presença de exsudatos; Perfuração ou aspecto anormal da membrana timpânica; Pólipos, neoplasias, corpos estranhos e parasitas.

Otite - Achados na otoscopia

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Otite- Achados na citologia

Identificação de fatores perpetuantes. Avaliar a presença de leveduras, bactérias e leucócitos. Ambos condutos. Fazer a coleta antes de qualquer limpeza otológica ou tratamento. Avaliar a lâmina antes de realizar a coloração. Coloração: Aquecer a lâmina na chama e após coloração de Diff-

Quik e Gram

Otite- Achados na citologia

Otite- Cultura e antibiograma

Fundamental principalmente nas otites crônicas; Tratamento empírico enquanto aguarda o resultado; Interpretar junto com sinais clínicos, achados físicos e

citológicos.

Otite- Tratamento

Identificar e tratar fatores predisponentes, primários e perpetuantes;

Evidência de cepas bacterianas resistentes: Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus spp.;

Limpeza do conduto auditivo; Terapia tópica ----- eficiente; Apresentações otológicas apresentam ------- anti-inflamatório,

antibiótico e antifúngico; Tratamento sistêmico se o ouvido estiver estenosado ou tiver

otite externa.

OTITE AGUDA Compatível com os achados citológicos; Duração mínima de 7-14 dias; Volume suficiente do medicamento no canal. OTITE CRÔNICA Verificar integridade da membrana timpânica; Prednisona (0,5 mg/kg, BID, 24h, 48h por 2-4 semanas); Antibióticos sistêmicos.

Otite- Tratamento Otite- Tratamento

ANTIINFLAMATÓRIOS Aguda Fluocinolona, betametasona e dexametasona Hidrocortizona (longo prazo) Prednisona (0.25-0,5mg/kg, BID, 1 a 2 semanas)- sistêmica

ANTIBIÓTICOS Conforme achados da citologia e cultura Neomicina; Gentamicina; Amicacina (diluir a 30-50mg/ml); Tobramicina (diluir a 8mg/ml); Sulfadiazina de prata (diluir a 0,1%); Nistatina. Cefalosporinas; Clindamicina; Itraconazol; Miconazol e Tiabendazol.

Tópicos

Sistêmicos

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ANTIPARASITÁRIOS Otodectes cynotis: Piretrinas; Tiabendazol; Ivermectina oral (250 μg/kg, VO,

SID, 3-4 semanas ou SC, 2 tratamentos a cada 10 dias) Demodex spp.: Amitraz (diluir 2% em óleo mineral a cada 3 dias); Ivermectina

oral (300–600 μg/kg, VO, diariamente)

PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

Otites refratárias ou quando há importante perda da anatomia do ouvido. Favorecer o microambiente no conduto. Ressecção da parede lateral Ablação do canal vertical Ablação total / osteotomia da bula lateral.

Otite- Tratamento

A otite crônica e recorrente representa um dos problemas diários mais frustrantes na prática clínica diária.

O que podemos modificar para melhorar?

Buscar sempre os fatores primários e perpetuantes da otite. Realizar um exame clínico completo. Acompanhar o tratamento.

Otite- Considerações finais

Obrigada!!!