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DE AULAS ANTERIORES

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Aula 22 HEG II Versao 44

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Page 1: Aula 22 HEG II Versao 4

DE AULAS

ANTERIORES

Page 2: Aula 22 HEG II Versao 4

Antes da I Grande Guerra

Page 3: Aula 22 HEG II Versao 4

“(...) o padrão ouro, como base das operações

monetárias internacionais, surgiu após 1870.

Somente então os países estabeleceram o ouro

como a base para seus meios de pagamento.

Foi quando se estabeleceu firmemente

o câmbio fixo baseado no padrão ouro.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 32

Page 4: Aula 22 HEG II Versao 4

Por que nos anos de 1870?

“Em determinado plano, a resposta é

a Revolução Industrial. Seu símbolo, a máquina

a vapor, eliminou o obstáculo técnico.

A industrialização transformou a Grã-Bretanha,

o único país que já adotara o padrão ouro, na

mais importante potência econômica do mundo

e na principal fonte de financiamentos externos.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 42

Page 5: Aula 22 HEG II Versao 4

Por que nos anos de 1870?

“Isso encorajou outros países que pretendiam

manter relações comerciais com a Grã-Bretanha

e dela importar capitais a seguir seu exemplo.

Quando a Alemanha, segunda maior

potência industrial da Europa, estabeleceu

esses relacionamentos, em 1871,

o estímulo foi reforçado.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 42

Page 6: Aula 22 HEG II Versao 4

No Entreguerras, os Anos de 1920

Page 7: Aula 22 HEG II Versao 4

“Em consequência, o padrão ouro no período entre as

guerras, ressuscitado na segunda metade da década de 20,

compartilhava poucos dos méritos do funcionamento

do sistema antes da guerra. Com a perda da tradicional

flexibilidade nos mercados de trabalho e de ‘commodities’,

o novo sistema não era capaz de absorver impactos

com facilidade. Uma vez que os governos não tinham

como se defender das pressões que reivindicavam (...)”

Barry Eichengreen A Globalização do Capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Editora 34, 2000, p. 76

Page 8: Aula 22 HEG II Versao 4

“(...) estímulos ao crescimento e emprego, o novo regime

não tinha credibilidade. Quando o sistema era perturbado,

o capital financeiro, que no passado fluíra em direções

estabilizadoras, agora empreendia fugas, transformando uma

perturbação limitada numa crise econômica e política. A

queda na atividade econômica de 1929, que se transformou na

Grande Depressão foi exatamente um reflexo desse processo.

E ele terminou por vitimar também o próprio padrão ouro.”

Barry Eichengreen A Globalização do Capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Editora 34, 2000, p. 76

Page 9: Aula 22 HEG II Versao 4

No Entreguerras, os Anos de 1930

Page 10: Aula 22 HEG II Versao 4

[ Do movimento de desvalorização das moedas na década de 30 ]

“(...) resultava um aumento na competitividade dos produtos

domésticos, estimulando a demanda por eles e estimulando

as exportações líquidas. A melhoria na competitividade do país

em questão era, evidentemente, a contrapartida da deterioração

na competitividade de seus parceiros comerciais. Isso levou

alguns analistas a se referirem pejorativamente à depreciação

da moeda como uma desvalorização ‘empobreça-o-vizinho’

[ beggar-thy-neighbor-devaluation ].”

Barry Eichengreen A Globalização do Capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Editora 34, 2000, p. 127

Page 11: Aula 22 HEG II Versao 4

“Mas o fato de que essas desvalorizações eram feitas em

interesse próprio não deve obscurecer sua eficácia. (...)

A desvalorização e a recuperação revelaram-se interligadas

por um mecanismo direto. Os países que permitiram a

desvalorização de suas moedas expandiram suas bases

monetárias. A desvalorização eliminou o imperativo do corte

de gastos governamentais e do aumento nos impostos para

defender a taxa de câmbio. (...) Portanto, a desvalorização

da moeda na década de 30 foi parte da solução

para a Depressão, e não do problema.”

Barry Eichengreen A Globalização do Capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Editora 34, 2000, pp. 127-128

Page 12: Aula 22 HEG II Versao 4

Bretton Woods

Page 13: Aula 22 HEG II Versao 4

O Plano White “(...) previa a criação de uma instituição

com papel duplo. O primeiro seria o de servir de fórum

para o exame das condições econômicas dos países

associados, de modo a fugir do dilema entre o câmbio

fixo do padrão-ouro e as desvalorizações

competitivas nos períodos de crise.” FMI

Fernando Cardim de Carvalho Bretton Woods aos 60 anos.

Novos Estudos CEBRAP, nº 70, pp. 51-63, novembro 2004, p. 58

Page 14: Aula 22 HEG II Versao 4

“Esse fórum representaria a comunidade das nações

e seria encarregado de avaliar quando as

taxas de câmbio poderiam ser reajustadas,

o que só se autorizaria quando um país

pudesse demonstrar que um ajuste era necessário

porque sua economia tivesse passado

por mudanças fundamentais.”

Fernando Cardim de Carvalho Bretton Woods aos 60 anos.

Novos Estudos CEBRAP, nº 70, pp. 51-63, novembro 2004, p. 58

Page 15: Aula 22 HEG II Versao 4

“Essa instituição constituiria um tesouro que conteria,

em princípio, moedas de todos os países associados (...).

Assim, sempre que um país enfrentasse problemas

temporários de pagamentos com um ou mais parceiros

poderia recorrer à instituição para comprar temporariamente

a moeda de que precisasse, enquanto promovesse

os ajustes necessários na operação de sua economia.”

Fernando Cardim de Carvalho Bretton Woods aos 60 anos.

Novos Estudos CEBRAP, nº 70, pp. 51-63, novembro 2004, p. 58

Page 16: Aula 22 HEG II Versao 4

HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL II (EAE0312)

Prof. Dr. José Flávio Motta

1º semestre de 2014

Período diurno, turma única

HEG II, aula 22

O Sistema Monetário Internacional (1946-1973)

Page 17: Aula 22 HEG II Versao 4

Bretton Woods

[ causa ou consequência do

crescimento nos Anos Dourados ?? ]

Page 18: Aula 22 HEG II Versao 4

“Em casos excepcionais —considerados de ‘desequilíbrio

fundamental’— o Fundo poderia autorizar desvalorizações

de até 10% na paridade oficial das moedas. Desequilíbrios

temporários deviam ser financiados por meio de reservas e

corrigidos por outras medidas (que não o ajuste cambial);

ou seja, por medidas recessivas que reduzissem os preços

internos e a demanda por importações ou atraíssem

recursos externos (pelo aumento da taxa de juros).”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 457

Page 19: Aula 22 HEG II Versao 4

“O significado da expressão crítica

‘desequilíbrio fundamental’ ficou indefinido.

Ou, nas palavras de Raymond Mikesell,

[ 1913 – 2006 ;

professor da Universidade de Oregon ]

nunca foi definido em menos de dez páginas.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 136

Page 20: Aula 22 HEG II Versao 4

1946 – 1949

a escassez de dólares

Page 21: Aula 22 HEG II Versao 4

“(...) a liquidez do sistema dependia da disponibilidade

de dólares circulando no mercado internacional. No entanto, (...)

os Estados Unidos, por sua capacidade produtiva praticamente

intacta durante a guerra, mantinham amplas vantagens sobre

seus eventuais competidores internacionais e acumulavam

sucessivos superávits no comércio internacional. (...)

Desse modo, (...) em vez de irrigarem o mercado internacional

com dólares, acabavam absorvendo as reservas de ouro

e de dólares porventura existentes nos outros países.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 458-459

Page 22: Aula 22 HEG II Versao 4

“As dívidas de guerra contraídas pelos países [ europeus ],

especialmente com os Estados Unidos, alcançavam valores

bastante elevados. Desse modo, além de necessitarem de

grandes volumes de importações para a reconstrução de suas

economias e não terem capacidade produtiva para gerar

exportações (portanto, com um elevado déficit potencial na

balança comercial), os países europeus também necessitavam

de dólares para cumprir com seus compromissos financeiros.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 459

Page 23: Aula 22 HEG II Versao 4

“Em retrospecto, a crença em que esse sistema

poderia funcionar foi extraordinariamente ingênua.

As reduzidas quotas e direitos de saque referidos

nos Artigos de Acordo tornaram-se pequeníssimos

diante da escassez de dólares registrada antes

de o FMI começar a funcionar, em 1947.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 137

Page 24: Aula 22 HEG II Versao 4

“Em vista das circunstâncias, a decisão de restabelecer a

conversibilidade [ da libra ] em 1947 foi o cúmulo da

irresponsabilidade. Isso foi uma decisão norte-americana,

e não britânica. Em 1946, os Estados Unidos concederam

à Grã-Bretanha empréstimos de US$ 3,75 bilhões sob a

condição de que esta concordasse em restabelecer a

conversibilidade de sua conta corrente no prazo de um

ano após a aprovação do empréstimo. O Reino Unido,

extremamente debilitado, não teve escolha.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 143

Page 25: Aula 22 HEG II Versao 4

“A conversibilidade foi restabelecida em 15 de julho

de 1947 (...). As seis semanas de conversibilidade

foram um desastre. As quedas nas reservas

foram enormes. O governo, vendo suas reservas

aproximando-se do esgotamento, suspendeu

a conversibilidade em 20 de agosto com o

consentimento norte-americano. Um empréstimo

que tinha sido concebido para durar até o final da

década foi consumido em questão de semanas.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, pp. 143-144

Page 26: Aula 22 HEG II Versao 4

“Duas eram as inovações com o Plano Marshall [ 1947 ]:

em primeiro lugar, parte considerável do valor disponibilizado

para a reconstrução europeia foi doado e não transferido em

empréstimos, o que garantia uma expansão econômica ‘sem

custos’ posteriores; e, em segundo lugar, países inimigos como

a Alemanha também passaram a receber um substancial auxílio.”

[ condição: governos não fossem socialistas ou comunistas ]

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 461

Page 27: Aula 22 HEG II Versao 4

“Tal fluxo de capitais permitiu a ampliação extraordinária

de importações europeias, beneficiando, por conseguinte,

a própria economia dos Estados Unidos.

Ademais, esses recursos amenizaram a escassez

de dólares na economia mundial, dando alguma

liquidez ao sistema monetário internacional.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 461

Page 28: Aula 22 HEG II Versao 4

“No entanto, a despeito da ajuda ultrapassar

em muito aquela contemplada pelos Artigos de Acordo,

[ i.é., os limites de recursos do FMI ]

o sistema inicial de paridades cambiais revelou-se

inviável. Em setembro de 1949, as moedas europeias

foram desvalorizadas em 30%, em média.

E ainda assim revelou-se impossível eliminar

os controles sobre as importações.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 137

Page 29: Aula 22 HEG II Versao 4

“(...) depois da tentativa britânica [ em 1947 ] de promover a

conversibilidade, tornou-se evidente que as moedas europeias

estavam sobrevalorizadas com relação ao dólar. As paridades

estabelecidos junto ao FMI não correspondiam às condições

de produtividade dos diferentes países e tenderiam a manter

os desequilíbrios externos. (...) [E]m 1949 o FMI sinalizou

para um processo de desvalorização das moedas europeias.”

[ Grã-Bretanha, 30%; Alemanha, 90%; França e Itália, 70% ]

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 458-459

Page 30: Aula 22 HEG II Versao 4

1949 – 1958

o desequilíbrio benéfico

Page 31: Aula 22 HEG II Versao 4

“As desvalorizações das moedas europeias em 1949,

associadas aos efeitos do Plano Marshall, permitiram superar

a aguda escassez de dólares que havia marcado o imediato

pós-guerra. Desde então, as contas externas norte-americanas

passaram a apresentar déficits (..que..) irrigavam o mercado

com dólares, beneficiando a expansão do comércio

internacional. Por outro lado, a progressiva recuperação

das economias europeias as tornava menos dependentes

das importações, reduzindo os elevados déficits comerciais

típicos dos anos do imediato pós-guerra.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 462

Page 32: Aula 22 HEG II Versao 4

Derek H. Aldcroft The European Economy 1914-2000

4.ed. London: Routledge, 2001, p. 118

Page 33: Aula 22 HEG II Versao 4

“As contas positivas [ dos EUA ] —comércio de mercadorias e

juros/dividendos recebidos do exterior— foram, de 1950 a 1959,

superadas por gastos militares [ Guerra da Coreia, Guerra Fria ],

doações do governo e saídas de capital de longo prazo

[ expansão de empresas multinacionais ]. Esse saldo negativo

foi financiado pela redução das reservas internacionais norte-

americanas (a maior parte, pela redução do estoque de ouro)

e pelo aumento do volume de dólares mantidos no exterior

pelos bancos centrais e pelo setor privado.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 462

Page 34: Aula 22 HEG II Versao 4

“Paralelamente, (...) a Europa procurava desenvolver

uma política na medida do possível mais autônoma

dos interesses norte-americanos.”

[ União Europeia de Pagamentos – UEP, 1950-58;

Comunidade Econômica Europeia – Mercado Comum, 1958 ]

“E em dezembro de 1958 foi restabelecida a conversibilidade entre

as moedas europeias; ou seja, as transações entre os países

europeus poderiam agora ser realizadas com suas próprias

moedas, não dependendo mais da disponibilidade de dólares.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 463-464

Page 35: Aula 22 HEG II Versao 4

“O fato de que a ação da UEP divergia da concepção de Bretton

Woods foi admitido de diversas maneiras. A responsabilidade pela

compensação dos pagamentos cabia ao Banco para Compensações

Internacionais, um remanescente da década de 30, e não ao FMI.

A diretoria executiva, que supervisionava o funcionamento da UEP,

estava sediada em Basileia, não em Washington. (...) Na prática,

a supervisão da restauração da conversibilidade e a reabilitação

do comércio foi retirada das instituições de Bretton Woods,

cuja autoridade, em consequência, resultou enfraquecida.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 149

Page 36: Aula 22 HEG II Versao 4

“Representantes da União Soviética estiveram presentes

em Bretton Woods, ainda que seus delegados se mostrassem

ativos principalmente durante os coquetéis após os trabalhos

diários. (...) Em 1950, porém, a Guerra Fria já era uma

realidade e a União Soviética tinha se recusado a assumir

suas obrigações como membro do FMI. Isso deixou os

Estados Unidos mais dispostos a aprovar a discriminação

nas relações de comércio se isso facilitasse a recuperação

e o crescimento econômico na Europa ocidental.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 149

Page 37: Aula 22 HEG II Versao 4

“Embora os Estados Unidos tivessem tanto ativos como passivos

externos, a defasagem entre seus prazos de maturação deixava o

país vulnerável ao risco equivalente internacional de uma corrida aos

bancos. Não ter dado a devida importância ao problema da corrida

dos depositantes aos bancos foi a falha na visão de Émile Deprés e

Charles Kindleberger de que os déficits nos pagamentos dos Estados

Unidos eram benignos porque o país estava simplesmente

funcionando como banqueiro para o mundo, tomando empréstimos

no curto prazo e concedendo empréstimos no longo prazo.”

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 160

Page 38: Aula 22 HEG II Versao 4

1958 – 1967

a superabundância de dólares

[ O “Paradoxo de Triffin”, torpedeando o Plano White ]

Page 39: Aula 22 HEG II Versao 4

“(...) se, de 1950 a 1957, essa redução [ das reservas de ouro

dos Estados Unidos ] fora equivalente a US$ 1,7 bilhão,

de 1958 a 1960, US$ 5,1 bilhões foram extraídos das reservas

norte-americanas. Evidentemente, esse fato questionava

a capacidade de os Estados Unidos manterem

a conversibilidade dos dólares em ouro,

nos termos dos acordos de Bretton Woods.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 465

Page 40: Aula 22 HEG II Versao 4

conversibilidade entre moedas europeias

recuperação das economias europeias

oferta elástica de mão-de-obra na Europa pós-guerra

migrações vinculadas à descolonização

migrações internas no sentido rural-urbano

aumento dos investimentos na Europa

ascensão da multinacional como novo personagem

melhorias tecnológicas

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 465-466

Page 41: Aula 22 HEG II Versao 4

“Embora no imediato pós-guerra os Estados Unidos

tenham de fato vivenciado, como a maioria havia temido,

elevados superávits no balanço de pagamentos,

dessa forma piorando a escassez de dólares global. (...)

a conta corrente dos Estados Unidos com a Europa

Ocidental experimentou uma pronunciada tendência

de baixa durante a maior parte dos anos de 1950,

transformando-se num elevado déficit ao fim da década.”

Benn Steil The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White,

and the Making of a New World Order

[Kindle edition] Princeton: Princeton University Press, 2013

Page 42: Aula 22 HEG II Versao 4

“À medida em que os Estados Unidos resolviam

um problema global, a escassez de dólares, procedeu-se

à criação de outro, —uma escassez de ouro com o qual

ressarcir os estrangeiros possuidores dos dólares em

excesso. Em outras palavras, Harry White errara.

Os Estados Unidos não poderiam, simultaneamente ,

manter o mundo adequadamente suprido com dólares e

sustentar as amplas reservas de ouro requeridas pelo seu

compromisso de conversibilidade dos dólares em ouro.”

Benn Steil The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White,

and the Making of a New World Order

[Kindle edition] Princeton: Princeton University Press, 2013

Page 43: Aula 22 HEG II Versao 4

“Em verdade, nenhum país poderia realizar esse feito com

sua moeda nacional. A lógica foi posta a nu pelo economista

americano, nascido na Bélgica, Robert Triffin [1911-1993],

em seu agora famoso testemunho no Congresso em 1959.

Existiram, ele explicou, ‘absurdos associados ao uso de

moedas nacionais como reservas internacionais’. (...) Quando

o mundo acumula dólares como reservas, em vez de ouro,

os Estados Unidos são colocados numa posição impossível.”

Benn Steil The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White,

and the Making of a New World Order

[Kindle edition] Princeton: Princeton University Press, 2013

Page 44: Aula 22 HEG II Versao 4

“Os estrangeiros emprestam os dólares em excesso

de volta aos Estados Unidos. Isto aumenta as obrigações

de curto prazo dos EUA, o que implica que estes

precisam elevar suas reservas em ouro para manter seu

compromisso de conversibilidade. Mas aí é que está

o busílis: se eles o fazem, a escassez global de dólares

persiste; se eles não o fazem, acabam por se ver

tentando, desesperadamente, garantir

mais e mais dólares com menos e menos ouro.”

Benn Steil The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White,

and the Making of a New World Order

[Kindle edition] Princeton: Princeton University Press, 2013

Page 45: Aula 22 HEG II Versao 4

“Os Estados Unidos, portanto, estão danados se

suprem a demanda de liquidez do mundo, e danados

se não o fazem —assim como danado está o restante

do mundo. Isto tornou-se conhecido como o ‘paradoxo

de Triffin’. (...) Os Estados Unidos necessitariam

deflacionar, desvalorizar, ou impor restrições comerciais

e cambiais para impedir a perda de todas as suas reservas

de ouro. (...) A criação de Harry White, na visão de Triffin,

era um apocalipse econômico em gestação.”

Benn Steil The Battle of Bretton Woods: John Maynard Keynes, Harry Dexter White,

and the Making of a New World Order

[Kindle edition] Princeton: Princeton University Press, 2013

Page 46: Aula 22 HEG II Versao 4

“O declínio do estoque de ouro e o aumento do passivo

[ dos EUA ] junto aos bancos centrais fizeram com que,

em 1960, o volume de dólares mantidos pelos bancos centrais

estrangeiros fosse maior que o montante de ouro em reserva

nos Estados Unidos. Ou seja, se houvesse uma ‘corrida’ dos

bancos centrais contra o ouro, os Estados Unidos não teriam

capacidade de efetivar a conversão dos dólares em ouro,

provocando a quebra do sistema de Bretton Woods.”

[ de Gaulle: ‘exorbitante privilégio’, ‘déficit sem lágrimas’ dos EUA ]

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 467

Page 47: Aula 22 HEG II Versao 4

1960, Fundo Comum do Ouro (Gold Pool)

“Neste acordo firmado entre governos e bancos centrais

ficava indicado o compromisso de os governos não converterem

seus dólares em ouro. O grupo deveria se empenhar também

na venda de ouro no mercado livre para impedir que seu preço

se afastasse da cotação oficial de 35 dólares por onça.” [...]

“No entanto, as medidas restritivas efetivas pelo governo norte-

americano [ JFK ] e os acordos internacionais que buscavam

remendar o SMI (...) se mostraram apenas paliativos.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 467 e 469

Page 48: Aula 22 HEG II Versao 4

1967 – 1973

o colapso de Bretton Woods

Page 49: Aula 22 HEG II Versao 4

Seria necessário “(...) substituir o dólar por um novo ativo de

reserva com o objetivo de prevenir que o processo descrito

por Triffin desestabilizasse o Sistema de Bretton Woods. (...)

[I]sso era defendido pelos países de moedas fracas e combatido

pelas nações de moedas fortes. As discussões eram complicadas

em razão de o dólar ser, a um só tempo, fraco e forte. Ele era forte

no sentido de continuar a ser a principal moeda de reserva (...).

Ele era fraco porque o crescimento de saldos em dólares

nas contas externas dos parceiros dos EUA semeava dúvidas

em relação à sua conversibilidade” DES ?

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, pp. 160-161

Page 50: Aula 22 HEG II Versao 4

Meados dos anos 60: a França e o padrão ouro

“(...) de Gaulle decidiu converter as reservas francesas de dólar

por ouro, acreditando que em pouco tempo a pressão sobre a

moeda norte-americana levaria a inevitável desvalorização.

O presidente francês também liderava o coro para a reformulação

do SMI, exigindo a volta ao padrão-ouro e, por isso, a França deixou

o Gold Pool em 1967. (...) [E]m 1968 o próprio Gold Pool foi extinto

(...) [N]o mercado livre a cotação passou a subir constantemente:

em meados de 1973 superou 120 dólares por onça.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 470

Page 51: Aula 22 HEG II Versao 4

Nixon [ 1969-1974 ] e a negligência benigna

“Essa estratégia consistia em permitir que os dólares

continuassem a sair dos Estados Unidos sem intervenção, de

maneira que a moeda norte-americana mantida em quantidades

crescentes pelos bancos centrais dos países estrangeiros

exerceria forte pressão no sentido de sua desvalorização.”

[ Recrudescimento inflacionário na Europa

apreciação de moedas europeias, a exemplo do marco ]

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, pp. 470-471

Page 52: Aula 22 HEG II Versao 4

“Liquidez ainda maior, na forma de uma alocação de DES

[ a primeira foi desembolsada em 1970 ],

não era o que se necessitava nesse ambiente inflacionário.

Com as inevitáveis demoras nos processos de negociação,

as autoridades econômicas terminavam por solucionar

problemas passados com implicações

contraproducentes para o presente.”

[ Teriam essas instabilidades sido evitadas através de

uma alocação antecipada mais generosa de DES ?” ]

Barry Eichengreen A globalização do capital:

uma história do sistema monetário internacional

São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 149

Page 53: Aula 22 HEG II Versao 4

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 469

Page 54: Aula 22 HEG II Versao 4

15/08/1971, suspensa a conversibilidade do dólar

“Em dezembro de 1971, (...) As taxas cambiais fixas

foram substituídas pelo modelo de flutuação, com a possibilidade

de variação cambial dentro de uma banda de 4,5%. Era uma

tentativa de recompor o sistema de taxas de câmbio fixas (ou

quase fixas) que havia inspirado o acordo de Bretton Woods.

Porém, sem a conversibilidade do dólar em ouro, não havia nada

que impedisse flutuações de seu valor fora da faixa de 4,5%.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 471

Page 55: Aula 22 HEG II Versao 4

1973, abandono da paridade negociada

“Abria-se um novo cenário no sistema monetário internacional:

taxas de câmbio flutuantes favoreceram o surgimento de

operações especulativas, estimuladas por expectativas de

valorização ou desvalorização das moedas no mercado mundial.

Assim sendo, o sistema de Bretton Woods chegava ao seu fim,

encerrando, simbolicamente, a era de ouro do capitalismo.”

Flávio A. M. de Saes & Alexandre M. Saes História econômica geral

São Paulo: Saraiva, 2013, p. 471