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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC 1 AULA 10 VIVEIROS DE MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR Mauro Alexandre Xavier Pesquisador Científico Centro de Cana IAC

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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC

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AULA 10

VIVEIROS DE MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

Mauro Alexandre Xavier

Pesquisador Científico – Centro de Cana IAC

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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC

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VIVEIROS DE MUDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

Mauro Alexandre Xavier

1 - INTRODUÇÃO E PLANEJAMENTO

A cultura da cana-de-açúcar, dentre as chamadas grandes culturas, talvez seja a que

utilize na forma convencional de multiplicação o maior peso de material botânico de plantio

por unidade de área, 8 a 12 t.ha-1. Sendo de reprodução assexuada, é portadora de problemas

fitossanitários diversos, inclusive e, sobretudo doenças sistêmicas, cujo controle requer

adequado preparo de viveiro para sua produção em condições que garantam elevada taxa de

sanidade e indispensável autenticidade varietal.

Nesse sentido é importante a realização de um planejamento eficiente e criterioso, a

começar pela instalação do viveiro. Dessa forma, para equacionar as áreas de viveiro, o tempo

de produção das mudas e o custo, deve-se instalar inicialmente o viveiro básico que dará

origem ao viveiro primário e secundário.

Para a obtenção de mudas adota-se um conjunto de medidas preventivas, tal como o

tratamento térmico, utilização de máquinas e equipamentos sistematicamente desinfetados,

seguidos de operações de “roguing”, que consiste na inspeção a campo com eliminação de

touceiras sintomáticas. Para se obter sucesso e viabilizar a produção de mudas também são

fundamentais outras práticas agrícolas, tais como fertilizações de base e cobertura com

aplicação de macro e micro nutrientes, controle de plantas daninhas e de pragas, preparo do

solo, além da utilização de irrigação complementar e de subprodutos como a torta de filtro ou

outro, peculiar ao sistema de cada unidade produtora.

As variedades, associadas às condições de clima, solo e manejo constituem a base para

qualquer novo projeto no setor agrícola, não sendo diferente na cultura canavieira. As

instituições de pesquisa, públicas ou privadas através de seus programas de melhoramento,

PROGRAMA CANA IAC, RIDESA, CTC, CANAVIALIS e SYNGENTA ao longo de sua história têm

disponibilizado ao setor sucroalcooleiro variedades cada vez mais produtivas, com maior

potencial de acúmulo de sacarose, resistentes às principais doenças e pragas e adaptadas às

condições atuais de manejo como, por exemplo, a colheita de cana crua.

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No entanto, todas as etapas do processo de produção de cana-de-açúcar são

fortemente influenciadas pela qualidade adotada no planejamento do plantel varietal e de

formação dos viveiros de mudas para os plantios comerciais, sendo este o grande “capital” a

ser agregado valor ao longo das demais etapas de produção. A equipe de planejamento deve

trabalhar com foco no cenário atual, porém, estando sempre atendo às tendências de médio e

longo prazo a fim de definir estratégias a serem adotadas na formação das diversas categorias

de viveiros. Basicamente estes viveiros são agrupados em três estágios:

Viveiros básicos: também denominados de pré-primário formados a partir de gemas

provenientes preferencialmente de tratamento térmico; .

Viveiros primários: Originados da multiplicação do viveiro básico, faz parte desta categoria

também a soca do viveiro básico;

Viveiros secundários: são originados da multiplicação da soca do viveiro básico e da cana

planta do primário, sendo seu tamanho, portanto, de 10 a 15 vezes superior à soma das áreas

dos anteriores.

Para o planejamento e formação dos viveiros de mudas de uma unidade produtora é

necessário considerar e conhecer um conjunto de fatores, que darão referências às equipes de

planejamento.

O primeiro fator a ser considerado é a estimativa da demanda de matéria prima a ser

fornecida à unidade industrial, pois esse está relacionado com a capacidade instalada da

unidade e ao mercado.

O segundo fator refere-se à qualificação dos diversos ambientes de produção dentro

da unidade produtora, que irão direcionar a adequada alocação varietal, determinando não

somente o genótipo a ser plantado, mas também influenciando a longevidade do canavial e os

percentuais de áreas para reforma, atuando como uma ferramenta para a definição do perfil

das variedades a serem introduzidas nos viveiros.

O terceiro fator a ser considerado é a localização do viveiro, que deverá ser alocado

preferencialmente nas melhores áreas, atendidas por irrigação, e o mais próximo possível da

área de plantio em escala comercial, o que reduz custos de transporte, de acordo com a

(tabela 1).

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Tabela 1 – Custo de transporte de mudas, na região de Sertãozinho (SP), em setembro de

2006. Fonte: CANAOESTE

Para exemplificar é apresentado um esquema de planejamento para atender a

necessidade de plantio de uma área de 10.000 ha, considerando seus respectivos ambientes

de produção. (tabela 2).

Tabela 2 – Planejamento de plantio de cana-de-açúcar em um módulo de produção de 10000

ha.

Nas tabelas 3, 4 e 5 são apresentados os cronogramas de plantio dos viveiros que

atenderão a área de plantio comercial e seus respectivos ambientes de produção.

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Tabela 3. Cronograma para plantio comercial de 3000 ha com variedades para ambiente de

produção superior.

Para atender este tipo de ambiente de produção podemos adotar variedades de perfil

responsivo e que possuam maturação para final de safra (primavera).

Tabela 4. Cronograma para plantio comercial de 3000 ha com variedades para ambiente de

produção médio.

Neste caso poderemos utilizar variedades de perfil rústico e estável-responsivo que

apresentem período de maturação na segunda quinzena de maio / julho, ou seja, safra de

inverno.

Tabela 5. Cronograma para plantio comercial de 4000 ha de variedades para ambiente de

produção inferior.

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As variedades rústicas de elevado potencial produtivo, que apresentem maturação

intermediária, são as indicadas para formarem esse viveiro.

Finalizado a implantação desse projeto hipotético de 10.000 ha e considerando não

haver previsão de expansão, passaremos a planejar a instalação de viveiros que serão

utilizados nas áreas de reformas que atenderão os percentuais de 25, 20 e 15%

respectivamente para os ambientes inferior, médio e superior.

2 – TRATAMENTO TÉRMICO

O tratamento térmico da cana-de-açúcar é uma medida adotada para controlar o

raquitismo da soqueira. Essa doença é causada pela bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli., L.,

transmitida pelos colmos-sementes provenientes de plantas doentes. Caracteriza-se por

apresentar sintomas e perdas muitas vezes não observadas pelos produtores tais como

redução nos componentes biométricos, altura e diâmetro dos colmos, sintomas estes, que

ocorrem principalmente nas soqueiras (Gheller, 1986). A principal forma de transmissão

ocorre quando facões utilizados em plantas doentes entram em contato com plantas sadias.

Da mesma forma, colhedoras e plantadoras de cana-de-açúcar também são responsáveis pela

transmissão da bactéria.

Os sintomas e danos provocados por essa doença são mais evidentes em função de

fatores ambientais, principalmente estresse hídrico.

O carvão, ferrugem, mosaico e a escaldadura são doenças importantes, que em maior

ou menor grau têm sido controladas pelos programas de melhoramento através da seleção de

variedades resistentes. No entanto, os cuidados na formação de viveiros de mudas sadias

devem ser priorizados ou retomados como prática rotineira para excluir ou minimizar as

possibilidades de ocorrências de epidemias como as ocorridas no passado. Para tanto os

métodos desenvolvidos para tratamento térmico a 52°C por 30 minutos, de gemas isoladas ou

de toletes de 3 gemas (SANGUINO et al. 1988 e 1996) muito contribuíram para o controle do

raquitismo, facilitando os trabalhos para a produção de mudas sadias.

2.1 Época

É aconselhável a realização do tratamento térmico entre os meses de setembro a

março, pois é nesse período que existe uma faixa de temperatura ideal para a brotação das

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gemas tratadas. Essa faixa pode ser mais ou menos elásticos de acordo com a temperatura

média da região, sendo que esta não deve ser inferior a 25°C. (SANGUINO et al., 2005).

Deve-se tomar cuidado ao eleger o material que será utilizado no tratamento térmico,

para evitar ocorrências futuras de doenças que não são controladas pela termoterapia. No

Brasil foram registradas 58 doenças e, destas pelo menos dez podem ser consideradas de

grande importância econômica, sendo que algumas não são controladas eficazmente pelo

tratamento (Tabela 6), podendo prejudicar a qualidade das mudas que serão obtidas. A

preferência deve ser dada às áreas de canas provenientes de viveiros que já foram tratados

termicamente, de maneira que o aumento na freqüência de tratamento permita melhorar a

qualidade do processo de produção.

A primeira medida a ser tomada na seleção das canas para o tratamento térmico é a

execução das operações de “roguing” nas áreas selecionadas, de maneira a não se utilizar

material propagativo que apresente qualquer tipo de sintoma doença além de eliminar a

possibilidade de misturas varietais que podem comprometer a qualidade do viveiro. É

oportuno mencionar que a realização do “roguing” deve ser iniciada nos primeiros estádios da

cultura.

O “roguing” deve ser extremamente rigoroso em variedades que apresentem

suscetibilidade ao vírus do mosaico e a bactéria causadora da doença denominada

escaldadura. Essas duas doenças não são controladas a temperatura de 52º C utilizada no caso

específico do raquitismo da soqueira servindo de fonte de inóculo nas multiplicações futuras.

Na operação de corte das canas os facões devem ser desinfetados ao fogo ou com

solução de amônia quaternária. As canas não devem ser despalhadas, devendo ser carregadas

cuidadosamente para evitar danos mecânicos às gemas. No caso de canas que apresentem

despalha natural, as operações de corte, carregamento e transporte devem ser efetuados de

maneira ainda mais criteriosa. A idade média das canas para efetuar o tratamento térmico,

deve ser de 10 meses.

Os toletes devem ser selecionados para eliminar gemas brocadas, danificadas e em

início de brotação. Posteriormente à seleção, os toletes devem ser colocados em sacos de

malhas largas (batata) de modo que os toletes fiquem bem soltos na embalagem, facilitando a

circulação da água através dos mesmos. O peso dos toletes nos sacos não deverá exceder a 30

kg em cada tratamento, sendo, no entanto dependente do tamanho do tanque utilizado,

obedecendo-se à relação mínima de 1:6 (volume de água/ volume de cana).

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Tabela 6. Principais doenças da cana-de-açúcar no Brasil

Um dos modelos para tratamento térmico é constituído por um tanque com

capacidade para 250 litros de água, 3 resistências de 3000 watts, 1 bomba para circulação

forçada de água e 1 conjunto rele-termostato automático para controle da temperatura

Figuras 1,2 e 3. A temperatura do banho deve ser aferida com um termômetro com escala de

precisão de 0,1°C.

Os toletes quantificados e ensacados são lavados, para eliminar impurezas vegetais e

minerais.

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O tempo para a execução do tratamento deve ser considerado quando a temperatura

no tanque atinge 52º C, permanecendo a partir desse momento por 30 minutos.

Após esse período, os toletes são retirados do tanque e esfriados por 15 minutos. Para

que a água do tanque se mantenha limpa devemos substituí-la após 4 ou 5 tratamentos. Uma

vez esfriados, os toletes são colocados em banho de imersão com fungicida, durante 10

minutos. A titulo de exemplo o princípio ativo do produto comercial “Bayfidan” é utilizado na

dose de 100 ml para cada 100 litros de água, devendo ser substituído diariamente. Este

tratamento é recomendado com a finalidade de prevenir o ataque de fungos que causam

falhas na brotação,

Figura 1. Tanque de 250 litros para tratamento térmico.

Figura 2. Detalhes do tanque mostrando as resistências do tanque.

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Figura 3. Detalhe mostrando eletro bomba para agitação e mistura da água.

3 - “ROGUING”

Para assegurar a indispensável autenticidade varietal e a elevada taxa de sanidade dos

viveiros de cana-de-açúcar, torna-se necessária à realização do “roguing”, que consiste na

inspeção e eliminação de canas de outras variedades e de touceiras que apresentem sintomas

de doenças.

No plantio dos viveiros de mudas deve-se sistematicamente identificar cada variedade

para evitar a ocorrência de misturas varietais.

Dentre as doenças para as quais devem ser realizado o “roguing”, podemos destacar:

carvão, escaldadura e o mosaico da cana-de-açúcar.

O “roguing”, portanto, constitui-se em uma importante prática complementar a

termoterapia.

Vale ressaltar que, não se deve instalar o viveiro de mudas em áreas próximas a

talhões de variedades suscetíveis a doenças, assim como de culturas de milho, sorgo e outras

gramíneas que podem estar infectadas e servir como fonte de inóculo do vírus causador do

mosaico.

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3.1 Como e quando efetuar o ”roguing” ?

Essa atividade é executada por pessoal previamente treinado no reconhecimento de

doenças da cana-de-açúcar, assim como na identificação de qualquer touceira estranha à

variedade a ser avaliada.

Para efetuar o “roguing”, uma inspeção visual é feita, mensalmente, touceira por

touceira em todas as linhas. Essa tarefa deverá ser iniciada aos 30-45 dias após a brotação das

gemas, persistindo até os 6 meses de idade.

O período mais adequado para essa atividade é o da manhã, pois, a temperatura é

mais amena e a luminosidade é mais favorável, tornando a atividade menos cansativa e mais

eficiente.

O caminhamento tanto dos “roguistas” como do supervisor deverá seguir o esquema

da figura 4, facilitando o trabalho de ambos.

Figura 4. Esquema de caminhamento dos roguistas e do supervisor no roguing.

3.2 Formas de “roguing”

O “roguing” poderá ser mecânico ou químico. Entende-se por “roguing” mecânico

aquele realizado com enxadão, em que a touceira é arrancada e transportada para um local

distante para ser queimada.

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O material arrancado deverá ser queimado, evitando que eventuais pulgões possam se

deslocar para novas plantas dispersando inóculo.

No caso do carvão deve ser realizado o ensacamento e retirada dos chicotes, que

deverão ser queimados, para evitar a disseminação dos esporos.

No “roguing” químico, a eliminação da touceira é realizada pelo uso de um herbicida a

base de glifosato a 6%, aplicado em jato dirigido ao cartucho foliar dos colmos da touceira

doente. Para tanto, se utilizam pulverizadores de pequeno volume (5 litros). Outra maneira de

realizar o “roguing” químico é usando glifosato puro, 2 a 3 gotas no cartucho, aplicado com

pequenas bisnagas, que facilitam a operação.

3.3 Seleção e treinamento dos “roguistas”

A eficiência do “roguing” depende inteiramente da habilidade e da atenção constante

da pessoa que a executa, sendo de fundamental importância para esse profissional a aptidão

em distinguir sintomas de doenças e características fenotípicas das variedades de outros

sintomas relacionados às deficiências nutricionais, fitotoxidades, ataques de pragas e sintomas

abióticos.

Algumas pessoas são incapazes de perceber as pequenas diferenças importantes na

execução do “roguing” ou não conseguem manter a concentração necessária exigida para a

essa atividade. A esses indivíduos não pode ser atribuída a execução dessa atividade.

4 - SISTEMAS DE PROPAGAÇÃO

Os programas de melhoramento de cana-de-açúcar atualmente necessitam em média,

doze anos para pesquisa, desenvolvimento e disponibilização de suas tecnologias, incluindo a

fase inicial de hibridação até a validação final e a conseqüente liberação do material. Desta

maneira, é necessário e essencial que as unidades produtoras de cana-de-açúcar adotem um

conjunto de estratégias que permitam a sincronização da fase final de validação tecnológica

por parte das instituições de pesquisa com a instalação de seus viveiros de multiplicação dos

clones “promissores”.

Para tanto, além das opções de multiplicações existentes e que serão descritas a

seguir, são de extrema importância o envolvimento e a interação do corpo técnico de usinas e

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cooperativas com os pesquisadores dos programas de melhoramento ao longo das etapas

finais de experimentação. Este ponto é fundamental para orientar o profissional quanto as

novas multiplicações em tempo adequado, dentro de conceitos amplos, que contemple não

apenas o conhecimento da variedade, mas também a sua interação com os ambientes de

produção, proporcionando assim, conhecimento para interpretar as recomendações e

manejos hoje disponíveis, como o exemplo apresentado na tabela 7.

Tabela 7. Produtividade agrícola (TCH) das novas variedades IACSP em três épocas de colheita

(Safra de Outono, Inverno e Primavera) em ambientes de produção de diferentes potencial

(Superior e Inferior).

FONTE: (LANDELL et. al, 2005)

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4.1 Técnicas de multiplicação

Este conjunto de métodos tem por finalidade permitir a multiplicação de variedades a

uma taxa acelerada e pode ser adotado para atender a ampliação de áreas de plantio das

novas variedades de interesse agro-industrial, para substituir variedades por outras que

proporcionem incrementos de produtividade e também para atender áreas de expansão.

4.1.1 “Quebra-Quebra”

Este método permite dependendo da época de plantio, cana de ano ou cana de

dezoito meses, conforme esquema adaptado de Sanguino, (Figuras 5 e 6), em um período de 2

anos, uma taxa de multiplicação entre 1:282 a 1:360.

Condições para adoção do método “Quebra-Quebra”

A - Canas tratadas termicamente;

B - Colmos com cinco a sete gemas viáveis;

C - Plantio sem desponte;

D - Utilização de irrigação ou fertirrigação;

E - Utilização de adubações nitrogenadas complementares;

F - Quebra a cada 5 -7 meses;

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Figura 5. Esquema para cana de ano e meio sistema “quebra-quebra”.

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Figura 6. Esquema para cana de ano sistema “quebra – quebra”.

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4.2 MÉTODO INTERCALAR ROTACIONAL OCORRENDO SIMULTÂNEAMENTE (MEIOSI)

Este sistema, conhecido como MEIOSI foi idealizado em 1984 por José Emilio Teles de

Barcellos e desenvolvido na estação experimental do PLANALSUCAR em Uberlândia, tendo

como objetivo viabilizar a utilização racional de cana-de-açúcar com culturas anuais ou adubos

verdes, em áreas de reforma, buscando, dessa forma, minimizar os custos de produção.

Posteriormente passou a ser utilizado nos plantios comerciais de diversas unidades

produtoras.

O sistema MEIOSI apresenta algumas vantagens e desvantagens como apresentada na

tabela 8.

Tabela 8. Vantagens e desvantagens do sistema Meiose . (LANDELL,1998)

A vantagem quantitativa e econômica na adoção dessa técnica esta relacionada

principalmente ao vigor das mudas, o que justifica menor consumo de gemas, melhor sanidade

e maior rendimento do quebra. O plantio a partir de mudas via sistema MEIOSI elimina a

necessidade do carregamento e do transporte. Isto significa redução nos custos de produção.

Outra vantagem é a não interrupção do plantio causado pelas precipitações comuns nos meses

de fevereiro e março. O plantio é realizado tomando como referência as duas linhas base, que

serão “quebradas” ou cortadas e distribuído nos sulcos vizinhos sem a necessidade da

eliminação do palmito (Figura 7).

Basicamente, a MEIOSI é um sistema de rotação de culturas feito em faixas de terreno.

Comparado com o sistema de rotação de culturas, que utiliza 100% da área disponível , o

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sistema MEIOSI destina 12% da área para o plantio de cana (linha base) para fins de obtenção

de mudas, enquanto 88% ficam destinados a uma cultura de rotação (BARCELOS, 1990). O

gasto operacional pode atingir a 7.5 diárias/ha, estimando-se que a redução da necessidade de

operações mecânicas atinja 30% em relação ao sistema convencional (DIAS et al, 1995).

Figura 7. Esquema de utilização do sistema MEIOSI.

4.3 CULTURA DE MERISTEMAS

A ausência de patógenos em material propagativo vegetal consiste em uma das

premissas básicas na implantação de qualquer cultura agrícola. Uma vez presentes nas

matrizes, esses agentes serão prontamente perpetuados nas suas progênies e muitas vezes,

como no caso dos vírus, não existem medidas de controle efetivas no campo, exceto a

eliminação e a remoção de plantas infectadas. Adicionalmente, a possibilidade de infecções

secundárias em cana-de-açúcar por vírus como o mosaico e o amarelinho, internacionalmente

conhecido como Sugarcane yellow leaf vírus (SCYLV) é iminente, pela presença de insetos

vetores no campo, com o material infectado servindo como fonte de inóculo. Por esse motivo,

o principal método de controle de vários patógenos envolve o princípio da exclusão desses

organismos antes da distribuição de material propagativo e da implantação da cultura. Nesse

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contexto, estão incluídas a produção e certificação dos micropropágulos de cana, mediante a

cultura de meristemas, também conhecida como micropropagação. O tratamento por

termoterapia em combinação com a cultura de meristemas pode aumentar a possibilidade da

eliminação dos vírus da planta infectada, e também deve ser considerado nos programas de

limpeza de material propagativo.

Atualmente a micropropagação de cana-de-açúcar no Brasil tem sido realizada tanto

em laboratórios privados como em usinas. Em algumas usinas parte do material

micropropagado é destinado ao plantio próprio, sendo o excedente utilizado para atender a

outras unidades e fornecedores. As variedades liberadas pelos programas de melhoramento

levam alguns anos para se estabelecer em plantios comerciais, ocorrendo em virtude da

quantidade de mudas inicialmente disponíveis serem pequenas. A multiplicação de mudas das

variedades liberadas pelos programas de melhoramento, através da cultura de meristemas

permite a produção com alto grau de sanidade e em larga escala.

Os meristemas são retirados de mudas provenientes de viveiros, tratadas

termicamente, submetidas a rigoroso controle fitossanitário e testes sorológicos para

diagnóstico das principais doenças. Em linhas gerais, o processo de propagação in vitro pode

ser dividido em três estádios (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998):

Estádio I – Laboratório

– Seleção e desinfecção dos explantes, parte da planta a ser introduzida in vitro

(meristema do palmito ou das gemas);

– Cultura em meio nutritivo sob condições assépticas.

Estádio II – Laboratório

– Multiplicações mediante sucessivas subculturas;

– Enraizamento.

Estádio III – Casa de vegetação

– Transplantio em substrato;

– Aclimatação.

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O estádio I envolve basicamente a retirada dos meristemas de brotações oriundas de

plantas matrizes e a sua introdução in vitro, e no estádio II ocorre o desenvolvimento das

plântulas com posteriores subcultivos em meio de cultura líquido.

Essas etapas ocorrem em um período de aproximadamente seis meses, multiplicando-

se a uma taxa de 1:10 (SANGUINO et al., 2005). Posteriormente, as plântulas são transferidas

para frascos contendo meio de cultura para a promoção do desenvolvimento radicular (Figura

8), atingindo uma taxa média de multiplicação de 1:8. Para essas etapas são utilizadas salas

climatizadas, onde deverão ser consideradas as seguintes condições:

– 3000 lux de intensidade luminosa;

– Fotoperíodo de 14 horas;

– Temperatura de 28º C.

Figura 8. Promoção do desenvolvimento radicular. Fonte: Binova

No período de aclimatação, as plantas enraizadas passam pelo processo de

individualização e posterior plantio em bandejas devidamente preenchidas com substrato

orgânico. Essas bandejas serão mantidas em casa de vegetação em ambiente com alta

umidade relativa, durante aproximadamente dez dias. Após esse período as plântulas são

expostas ao ambiente natural, normalmente em canteiros suspensos, onde permanecerão por

mais 45 dias, completando, assim, o período de aclimatação. Estarão assim, em condições de

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serem transferidas para o campo. A escolha do local de plantio deve ser criteriosa, com

irrigação. Isso é de fundamental importância para o adequado “pegamento” das mudas.

4.4 SISTEMA TRADICIONAL - CANA INTEIRA

Esse método de multiplicação é bastante usual (Figura 9), sendo utilizada a cana

inteira. A cana é cortada, retirado o palmito, carregada e transportada para posterior plantio.

Nesse sistema, a taxa de multiplicação pode chegar até 1:228 em um período de dezoito

meses.

Figura 9. Esquema para sistema tradicional - cana inteira.

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4.5 Mini Toletes

Este método é utilizado em casos especiais tal como pouco volume de muda

disponível. Pode chegar a uma taxa de multiplicação de 1:40, portanto, quatro vezes superior à

taxa normal. Isso considerando que o volume de muda necessária para implantar esse sistema

é ¼ menor do que o tradicional, porém, para tanto, se recomenda maiores cuidados em

relação as seguintes operações:

– Preparo do solo;

– Obtenção dos mini toletes;

– Plantio duplo, ou seja, dois mini toletes/cova, espaçadas de 50 cm;

– Irrigação complementar.

5. CONDUÇÃO DO VIVEIRO

Além dos cuidados normais de um plantio, ou seja, bom preparo do solo e adubação

no plantio adequada, outras práticas devem ser adotadas nas áreas de viveiro, ou seja,

irrigação complementar, adubações parceladas em cobertura (nitrogênio e potássio),

operações de “roguing” e cuidados com a infestação de plantas daninhas e corte das mudas.

5.1 Controles de plantas daninhas

Em relação ao controle de plantas daninhas os viveiros devem ser conservados

rigorosamente livres de plantas daninhas. Podendo ser adotado os seguintes manejos:

1 - Rotação de cultura, com semeadura de leguminosas;

2 - Uso de herbicidas seletivos em pré-emergência e se necessário em pós-emergência;

3 – Cultivo mecânico;

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6. Adubações complementares

Dentre os macro nutrientes, o nitrogênio quando aplicando em elevadas doses obteve

um aumento de 25% na brotação e redução no tempo de emergência Arceneaux, citado por

(CASAGRANDE, 1991). Isto quer dizer que a aplicação de nitrogênio em doses maiores que as

usuais em cana-de-açúcar destinadas a muda, podem, além de aumentar a produção,

melhorar a brotação. Os resultados desses trabalhos indicam que somente doses acima de 270

kg.ha -1 de N possibilita conferir vantagens. (CASAGRANDE 1991),

Ainda, de qualquer modo, é unânime entre os autores a afirmação de que quanto

melhor o estado nutricional, melhor será a brotação (CASAGRANDE, 1991). Este melhor estado

nutricional pode ser alcançado utilizando-se recursos que beneficiem o bom desenvolvimento

das mudas (torta de filtro, solo fértil, vinhaça, etc.)

7. Irrigações complementares

O plantio de cana-de-açúcar em condições de seca ou em período de estiagem é

comprometedor, mas caso necessário deve-se utilizar irrigações complementares.

Quanto ao período de maior demanda (CASAGRANDE, 1991), a cana plantada em

setembro-outubro, denominada cana de ano (12 meses) apresenta máximo desenvolvimento

no período novembro a abril; já a cana plantada de janeiro ao início de abril, cana de ano e

meio (18 meses) tem maior desenvolvimento de outubro a abril, com pico máximo no período

de dezembro a abril.

8. Cuidado no momento do corte das mudas

Os facões devem ser desinfetados na operação de corte e ao longo do processo de

corte para que não haja disseminação de inóculos de doenças para as áreas comerciais e

também para preservar a qualidade dos demais estágios do viveiro. Deve-se utilizar para tanto

solução composta de amônia quaternária a 30% Chemitec (cloreto de alquil-dimetil-benzil-

amônio) a 30% e Killbac (digluconato de clorhexidina) a 20%, de acordo com (SANGUINO e

MORAIS, 2005).

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9. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

BARCELOS, J.,E.T. Comparação entre dois sistemas de rotação de culturas com a cana –de-

açúcar (Saccharum spp) 1990. 65 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal).

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias Campus de Jaboticabal.

CASAGRANDE. Tópicos de morfologia e fisiologia da cana-de-açúcar. Funesp/Unesp. 1991.

157p.

DIAS, L.C.S.; ZANIN, R.; TAMELLINE JR; A. Produção de cana pelo sistema de MEIOSI. STAB,

Piracicaba, Vol 14, p.13-15, 1995

FERNANDES, A.J. Manual a cana-de-açúcar. 1990. 196p.

GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M. A . Micropropagação. In: TORRES, A C.; CALDAS, L. S.; BUSO,

A J.(Eds.). Cultura de tecidos e transformação de plantas. Brasília:EMBRAPA-SPI/CNPH, 1998.

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GHELLER, A.,C.A. – Avaliação da eficiência de dois sistemas de tratamento térmico para

inativação da bactéria causadora do Raquitismo da Soqueira em cana-de-açúcar. 1986. 99 f.

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MARCHERONI, W; MATSUOKA, S. Manual de Patologia da cana-de-açúcar. Boletim técnico.

LANDELL, M. G. de A; et. al.Variedades de cana-de-açúcar para o centro sul do Brasil: 15ª

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Agronômico, n. 197. 2005. 37p.

LANDELL, M. G. de A; Plantio com MEIOSI. 2º seminário IDEA, Redução de custos na lavoura

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SANGUINO, A, V. A MORAES; M. V. CASAGRANDE. Curso de formação e condução de viveiros

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da soqueira da cana de açúcar em toletes de três gemas pelo tratamento térmico em água a

52ºC por 30 minutos. 1996 (Relatório CTC).

XAVIER, M. A.; ANJOS, I. A. ; NOGUEIRA, G. A. Viveiros de mudas de cana-de-açúcar. POSTILA

CURSO TÉCNICO AGRÍCOLA COM ÊNFASE NA CADEIA PRODUTIVA DA-CANA-DE-AÇÚCAR.

UNDAÇÃO BRADESCO – GRUPO VIRGOLINO. 2006 p.204-231.