aula 04 - nutrientes: carboidratos introduÇÃo: são compostos à base de c, h, o distribuídos em...

31

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

108 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,
Page 2: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos

 INTRODUÇÃO:

São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente, pode-se dizer que são derivados aldeídicos e cetônicos de álcoois polihídricos (possuem mais de um grupo -OH), ou aqueles que após hidrólise produzem estes compostos.

Page 3: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

CLASSIFICAÇÃO BIOQUÍMICA (HARPER et al., 1982)

1. CARBOIDRATOS SOLÚVEIS:

a) MONOSSACARÍDEOS (AÇÚCARES SIMPLES):

Tabela 01: Exemplos de monossacarídeos  Aldo-Açucares Ceto-Acúcares

Trioses Glicerose Dihidroxiacetona

Tetroses Eritrose EritrulosePentoses Ribose RibuloseHexoses Glicose, Galactose,

ManoseFrutose

Fonte: HARPER et al., (1982)

Page 4: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

b) DISSACARÍDEOS: sacarose (gli+fru), maltose (gli+gli), lactose (gli+gal), celobiose (gli+gli

1,4)

c) OLIGOSSACARÍDEOS: de 3 a 6 unidades de monossacarídeos. Ex.. Dextrina, maltotriose.

d) POLISSACARÍDEOS: mais de 6 moléculas de monossacarídeos. Ex. amido, amilopectina, amilose, celulose, glicogênio.

CLASSIFICAÇÃO BIOQUÍMICA (HARPER et al., 1982)

Page 5: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

CLASSIFICAÇÃO BIOQUÍMICA (HARPER et al., 1982)

2. CARBOIDRATOS INSOLÚVEIS:

São as “fibras” Compostas por:

Celulose, Hemicelulose, (Pectinas), e Lignina

Page 6: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

a) AÇÃO DA SALIVA: -Amilase salivar.

b) AÇÃO ÁCIDA DO ESTÔMAGO: Provoca alguma degradação na estrutura dos polissacarídeos.

c) AÇÃO DAS ENZIMAS PANCREÁTICAS: amilase, enzima desramificadora e dextrinase - Redução do tamanho das moléculas, havendo a produção de oligo, di e monossacarídeos.

d) AÇÃO DAS ENZIMAS DE MEMBRANA: Dissacaridases – Quebram os dissacarídeos em monossacarídeos livres para absorção.

DIGESTÃO:

Page 7: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

GLICOSE LÚMEN

INTESTINAL

Na+ + ADP

Glicose – 6P

VASOSANGÜÍNEO

PAREDEINTESTINAL

GLICOSE

Na+ + ADP

Na + ATP

Na + ATP

TRANSPORTE ATIVO DE GLICOSE VIA ATPase sódio-dependente

Page 8: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

O metabolismo dos carboidratos é essencialmente voltado para a produção de energia.

DEGRADAÇÃO DA GLICOSE:

1. GLICÓLISE: Glicose » Piruvato

2. GLICOGENÓLISE: Glicogênio » Glicose

Jejum ou estresse Manter glicemia sanguínea normal

METABOLISMO:

Page 9: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

3. FERMENTAÇÕES ANAERÓBICAS:

FERMENTAÇÃO LÁTICA

Piruvato » lactato = produz 2 ATPs.

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

Piruvato » etanol = produz 2 ATPs.

Page 10: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

4. CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO: (Ciclo de Krebs)

GLICOSE » CO2 + H2O + 36 a 38 ATP’s

5. CICLO DAS PENTOSES FOSFATO:

produz ribose para síntese de ácidos nucléicos

Page 11: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

SÍNTESE DE GLICOSE E GLICOGÊNIO:

1. GLICOGÊNESE:

glicose » glicogênio

2. GLICONEOGÊNESE:

síntese de glicose a partir de não- carboidratos.

Page 12: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

RECU-PERAR

GLICO-GÊNIO

HEPÁTICO

GLICOSE

Principal rota no adulto

ENERGIA

(Ciclo de

Krebs)

LIPO-GÊNESE

SÍNTESE

DE

OUTROS

COMPOS-TOS

RECU-PERAR

GLICO-GÊNIO

MUSCU-LAR

Page 13: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

A IMPORTÂNCIA DA FIBRA DIETÉTICA:

A fibra se constitui basicamente de componentes da parede celular resistentes às enzimas secretadas pelos animais (Calvert, 1991).

A fibra da ração compreende a fração de carboidratos que praticamente não é aproveitada pelos monogástricos.

Page 14: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

A principal função da fibra para o suíno é a de funcionar como “lastro”: representando até 20% da energia de mantença de suínos adultos.

Os suínos adultos aproveitam melhor a fibra da dieta que os leitões e as aves.

Para cada 1% que se aumenta na fibra da ração, reduz-se em 1 a 1,5% a digestibilidade da proteína para suínos.

Page 15: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Para aves de postura adultas, o farelo de trigo

pode ser introduzido nas rações, pois a níveis de

fibra mais altos podem ter efeitos positivos.

 

Digestibilidade da fibra (CRAMPTON & HARRIS,1974):

Suínos: (ceco) 3-25%;

Aves (cecos) 20-30%.

Cuidado: Para aves de postura jovens ou de corte,

Não!

Page 16: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

A determinação da fibra é feita de duas formas básicas:

Para monogástricos

Fibra Bruta

Para ruminantes e outros herbívoros:

“Frações fibrosas”:

Fibra em Detergente Neutro

Fibra em Detergente Ácido

Page 17: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Tabela 02: Efeito dos níveis de alfafa dietética e estágio de gestação sobre a digestibilidade da MS, CZ, FDN, FDA, energia e proteína em porcas.

Fonte: CLAVERT (1991)

Item (%)

Dias de gestação

DIETAS   

5% ALFAFA 50% ALFAFA 95% ALFAFA

MS 60 90,4 73,1 59,9 

100 88,1 67,8 44,7Cz 60 52,4 54,2 53,3

  100 43,6 48,2 39,9

FDN 60 65,9 44,8 44,0 

100 60,5 33,9 21,2FDA 60 59,5 37,3 40,9

  100 57,0 27,5 18,8

Hcel 60 70,5 57,8 52,6 

100 63,0 45,0 27,8Cel 60 66,5 44,5 46,4

  100 63,4 36,0 27,1

ED 60 92,1 74,7 61,1 

100 89,8 68,3 44,4PD 60 90,8 72,0 63,3 

100 87,4 65,9 51,6

Page 18: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Padrão de fermentação dos carboidratos no rúmen:

Glicose, Frutose, Sacarose – Imediata Maltose, Lactose, Galactose – Rápida Amido – Velocidade intermediária Celulose e Hemicelulose – Lenta Lignina e Pectina – Muito lenta

CARBOIDRATOS PARA RUMINANTES:

No rúmen, os carboidratos sofrem dois processos:

1. Hidrólise

2. Fermentação

Page 19: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Ácidos Graxos Voláteis (AGV’s)

Cadeias < 10 C: Acético 2C Propiônico 3C Butírico 4 C

Ponto de fusão entre 60 e 70ºC

            Provenientes de:

        Fermentação microbiana

Alimentos previamente fermentados (silagens)

Page 20: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

1.  Dieta. Variação na composição dos

carboidratos

1.a. Celulose Predomina ácido acético

1.b. Amido Predomina ácido propiônico

1.c. Proteína Predomina ácido butírico

Concentração de AGV no rúmen depende de:

Page 21: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Alto nível de ingestão »

Baixa conc. de ác. acético

  Baixo nível de ingestão»

Alta conc. de ác acético

 Alto tempo de retenção ruminal

2. Nível de ingestão. Relacionado ao tempo de retenção

Concentração de AGV no rúmen depende de:

Page 22: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

AGV pH

  Acético 6,0 - 7,0

  Propiônico   Pico - 5,9

  Butírico   Pico - 5,5

  Láctico   < 5,0

 3. pH:

Concentração de AGV no rúmen depende de:

Page 23: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Produção de AGV no rúmen:

AGV ruminal (concentração molecular)

  Acético Propiônico  Butírico Outros

  Capim verde   54 23 16  2 

  Capim desidratado   58 22   9 2

Palha de trigo   65  22   9 3

Feno de alfafa   67  22   7 4

Concentrado   57  24 10 5

Silagem   74  17   6 3

Fonte: BRIGGER (1984)

Page 24: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

RúmenParede do

RúmenSangue Portal

FígadoSangue

Periférico

Acetato   Acetato   Acetato   Acetato   Acetato

Propio-nato 

  Lactato   Lactato   Lactato   X

Butiratoβ - OH

Butirato    β - OH Butirato

β - OH Butirato 

β - OH Butirato 

Forma de transporte dos AGV’s

Page 25: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

CELULOSE: Celulases microbianas:

Endo β 1,4 glucanases (no meio da cadeia) Exo β 1,4 glucanases (nas pontas da

cadeia) β 1,4 glucanases (fazem a quebra

independente da posição)  HEMICELULOSE:

Hemicelulases microbianas: Endo β 1,4 xilanases (no meio da cadeia) Exo β 1,4 xilanases (no meio da cadeia) - L » arabinofuranosidase

Page 26: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Tabela 03: Consumo médio, digestibilidade e locais da digestão de celulose e de hemicelulose.

  Tratamentos

Consumo (g/dia) 157,55 166,83 60,39 73,34

Digestibilidade aparente (%)

58,14 51,16 53,11  55,86

% degradação/digestão da Celulose e Hemicelulose

Antes do ID 85,15 103,35  93,09 100,56

  No ID 7,35 -15,04 1,61 -8,32

  No ceco e cólon 7,52 11,69 5,30  7,76

Page 27: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Carboidratos solúveis digeridos (%):

Antes do ID  87,99  85,89   

No ID  9,19  12,52  

No ceco e cólon  2,82  1,59 

Pectina digerida (%): 

Antes do ID 96,42  97,61  

No ID  1,88 3,69   

No ceco e cólon 1,70  -1,30   

Fonte: VALADARES FILHO (1981)

Page 28: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

1. Presença de carboidratos de fácil fermentação:

       Nível baixo de energia:

Favorece o desenvolvimento rápido dos microrganismos celulolíticos Sacarose (1 a 3%) favorece em 9%

Nível alto de energia:

Aumento nos teores de carboidratos solúveis, e o pH desfavorece microrganismos celulolíticos.

FATORES QUE AFETAM A DEGRADABILIDADE DA CELULOSE E HEMICELULOSE:

Page 29: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

2. Presença de compostos nitrogenados:

Estimula a síntese de proteína microbiana.

3. Teores de minerais:

Deficiência de Enxofre e Fósforo

FATORES QUE AFETAM A DEGRADABILIDADE DA CELULOSE E HEMICELULOSE:

Page 30: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Principais locais de degradação das frações fibrosas

CeluloseRúmen 70%

IG 30%

HemiceluloseRúmen 70 – 75%

IG 25 – 30%

Pectina Rúmen 100%

 

Page 31: Aula 04 - Nutrientes: Carboidratos INTRODUÇÃO: São compostos à base de C, H, O distribuídos em abundância nos tecidos animais e vegetais. Quimicamente,

Tabela 04: Efeito do conteúdo de lignina e de fibra na degradabilidade de forragens.

Proteína (%)

Lignina (%)

Fibra Bruta (%)

  Degradabilidade (%)

MO PB

  19.2 3.9 22.1  80  77 

  16.2 6.0 27.5 70 74

  12.4 7.1 27.3 65 65

  11.8 7.9 27.7 61 62

  11.7 9.0  30.3 55 64 

Fonte: COELHO da SILVA & LEÃO (1985)