aula 03 direito eleitoral

117
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA 3 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 Prezados Alunos! Chegamos ao nosso 3º encontro! Continuem no bom ritmo de estudos e boa aula a todos! Agora vamos lá! AVISOS: Lançamos o Curso de REGIMENTO INTERNO DO TSE – TODOS OS CARGOS (TEORIA E EXERCÍCIOS). Ademais, disponibilizamos Cursos para o TRE/SP, TRE/RJ e TRE/CE. Confiram também o Curso DIREITO ELEITORAL – EXERCÍCIOS CESPE, com quase todas as questões de Direito Eleitoral do CESPE!! Lançaremos em breve Cursos do Regimento, Lei de Organização e Provimentos do TJDFT! Aguardem! Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais seus conhecimentos!

Upload: wagner-brasil

Post on 23-Jan-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Terceira aula da série Direito eleitoral contendo os aspectos constitucionais, legais e doutrinários da disciplina jurídica

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1

Prezados Alunos!

Chegamos ao nosso 3º encontro!

Continuem no bom ritmo de estudos e boa aula a todos!

Agora vamos lá!

AVISOS:

• Lançamos o Curso de REGIMENTO INTERNO DO TSE – TODOS OS CARGOS (TEORIA E EXERCÍCIOS).

• Ademais, disponibilizamos Cursos para o TRE/SP, TRE/RJ e TRE/CE.

• Confiram também o Curso DIREITO ELEITORAL – EXERCÍCIOS CESPE, com quase todas as questões de Direito Eleitoral do CESPE!!

• Lançaremos em breve Cursos do Regimento, Lei de Organização e Provimentos do TJDFT! Aguardem!

Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais seus conhecimentos!

Page 2: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2

QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

a) Ministério Público Eleitoral: atribuições.

b) Princípios constitucionais (nacionalidade, elegibilidade e partidos políticos) - arts. 14 a 17 da CF-88.

1. Ministério Público Eleitoral: atribuições.

Composição (órgãos) e Atribuições (funções).

A Justiça Eleitoral não possui Juízes Eleitorais de Carreira e de Ministério Público próprio, todos são emprestados da Justiça Federal e da Justiça Estadual e do Ministério Público Federal e Estadual.

Atenção!

O Ministério Público Eleitoral não faz parte da Organização da Justiça Eleitoral! Não está nos rols elencados abaixo. Faço essa ressalva, pois pode o aluno embaralhar os conceitos ao achar que o MP Eleitoral faz parte da Justiça Eleitoral. MP é órgão independente (quase um 4º Poder).

O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

A CF-88, em seu art. 128, não elencou o Ministério Público Eleitoral no rol dos órgãos do Ministério Público, como o fez com o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Trabalho.

Mas o Ministério Público em sentido amplo abrange os seguintes

Page 3: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3

órgãos:

a) O Ministério Público da UNIÃO (MPU), que por sua vez compreende os seguintes ramos:

1. Ministério Público Federal (MPF);

2. Ministério Público do Trabalho (MPT);

3. Ministério Público Militar (MPM);

4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

b) Os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MPE).

Então Professor, onde encaixamos o Ministério Público ELEITORAL?

O art. 37 da LC nº 75/93 trata das funções eleitorais do Ministério Público, dispondo que o Ministério Público FEDERAL (MPF) exercerá suas funções nas causas de competência dos tribunais e juízes eleitorais.

Art. 37. O Ministério Público FEDERAL exercerá as suas funções:

I - nas causas de competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juízes Eleitorais;

Ademais, a Lei Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público), ao tratar dos ramos do Ministério Público, elenca como função própria do MPF o exercício perante a Justiça Eleitoral e determina a sua atuação em todas as fases do processo eleitoral.

Por outra banda, a LC 75 delega ao Ministério Público ESTADUAL a atribuição do Ministério Público Federal de oficiar perante os juízes e juntas eleitorais, que são a 1ª instância da Justiça Eleitoral. Neste caso, serão os Promotores Estaduais que exercerão as funções como Promotores Eleitorais na Justiça Eleitoral de 1ª instância.

Portanto, o MPF e o MP Estadual exercerão FUNÇÕES

Page 4: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4

eleitorais, formando o corpo do Ministério Público Eleitoral.

Quem designa dos Promotores Eleitorais não é o Procurador-Geral Eleitoral, mas o Chefe do Ministério Público Estadual (Procurador-Geral de Justiça - PGJ), conforme art. 10, IX, h, da Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica do Ministério Público).

LC 75/93

Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as FUNÇÕES do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.

Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do poder político ou administrativo.

Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais (1º grau) serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.

Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.

Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.

Lei nº 8.625/93

Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça:

IX - designar membros do Ministério Público para:

h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, ou junto ao Procurador-Regional Eleitoral, quando por este

Page 5: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5

solicitado;

Chefia e Atribuições do Ministério Público Eleitoral.

O Chefe do Ministério Público Eleitoral é o Procurador-Geral Eleitoral (PGE).

Mas quem é o Procurador-Geral Eleitoral?

A Lei preleciona que o Procurador-Geral da República, o Chefe do Ministério Público da União (MPU). Ele exerce suas funções perante o TSE.

O Vice-Procurador-Geral Eleitoral deverá ser designado dentre os Subprocuradores-Gerais da República (fim de carreira dos Procuradores da República, Membros do MPF).

Perante a 2ª instância da Justiça Eleitoral (Tribunais Regionais Eleitorais – TREs) funciona como Chefe/dirigente do Ministério Público Eleitoral o Procurador REGIONAL Eleitoral (PRE).

Quem é este?

Por incrível que pareça, o Procurador Regional Eleitoral (PRE) não é o Chefe do Ministério Público Estadual e nem do Federal.

Em regra, é um Procurador Regional da República ou, na sua falta, um Procurador da República com exercício no Estado. O Procurador Regional da República e o Procurador da República fazem parte da carreira do Ministério Público Federal (MPF) (é como se fossem “Promotores Federais”).

O Procurador Regional da República é uma escala acima na carreira dos Procuradores da República. O art. 27 do Código Eleitoral previa que seria Procurador Regional um Procurador da República do Estado respectivo. Contudo, segundo decisão monocrática do TSE, o art. 27, caput, §§ 1º, 2º e 4º do Código teriam sido revogados pelos arts. 76 e 77 da LC nº 75/93.

LC 75/93

Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da

Page 6: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6

República.

Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo.

Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.

Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos.

Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir (CHEFE), no Estado, as atividades do setor.

Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.

Código Eleitoral

Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal.

Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no

Page 7: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7

Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento.

Em resumo, quanto ao âmbito de atuação do Ministério Público, a estrutura dos cargos e as atribuições são as seguintes:

1) Procurador-Geral Eleitoral (PGE): exerce suas funções nas causas de competência do TSE.

2) Procurador Regional Eleitoral (PRE): exerce suas funções perante as causas de competência do TRE.

3) Promotor Eleitoral: é o membro do Ministério Público local que atua perante os juízes e juntas eleitorais (1º grau).

Procuradores Eleitorais junto aos Tribunais Eleitorais:

TSE PROCURADOR-GERAL ELEITORAL

��� Procurador-Geral da União

TREs

PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL ���

Procurador Regional da República ou um Procurador da República

Juízes e Juntas Eleitorais

(1ª Instância) PROMOTES ELEITORAIS

Atribuições (funções) do Ministério Público Eleitoral.

A Legislação Eleitoral, de forma esparsa, delineia várias competências e atribuições ao Ministério Público Eleitoral, destacando-se a Lei Complementar nº 75/93, a Lei nº 9.504/97, a LC nº 64/90 e o Código Eleitoral, que abarcam as principais atribuições do Parquet Eleitoral.

Page 8: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8

Delineio as funções mais relevantes do MP Eleitoral:

1. fiscalizar o cumprimento da legislação eleitoral;

2. emitir Parecer nos feitos eleitorais;

3. oferecer Denúncia (Ação Penal) nos Crimes Eleitorais;

4. promover a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico, do poder de autoridade ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social em benefício de candidato ou partido político (art. 22 da Lei Complementar nº 64/90);

5. oferecer Ação de Impugnação de Registro de Candidatura – AIRC (art. 3º da Lei Complementar nº 64/90);

6. interpor o Recurso Contra a Expedição de Diploma (RCED) (art. 262 do Código Eleitoral).

Ademais, consoante o Código Eleitoral, compete ao Procurador-Geral Eleitoral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral:

1. assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;

2. exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal;

3. oficiar (participar) em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;

4. manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;

5. defender a jurisdição do Tribunal;

6. representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis

Page 9: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9

eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;

7. requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições;

8. expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;

9. acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.

A LC nº 75/93, que rege o Ministério Público da União, dispõe sobre algumas incumbências do Procurador-Geral Eleitoral, destacadas abaixo:

Lei Complementar nº 75/93

Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:

I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;

II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;

III - dirimir conflitos de atribuições;

IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.

O Código também preleciona que compete aos Procuradores Regionais exercer nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) as mesmas atribuições exercidas pelo Procurador-Geral no TSE, nos seguintes termos:

Código Eleitoral

Art. 27.

§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais junto aos quais servirem, as atribuições do Procurador Geral.

Obs: dispositivo vigente.

Page 10: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10

2. Princípios constitucionais (nacionalidade, elegibilidade e partidos políticos) - arts. 14 a 17 da CF-88.

Considerações Preliminares.

Prezados(as) Alunos(as), esclareço que estudar os Princípios Constitucionais do Direito Eleitoral contidos nos arts. 14 a 17 da Constituição Federal nada mais é do que examinar os próprios dispositivos constitucionais citados com viés doutrinário e de forma mais aprofundada.

A definição de princípios com base nas regras contidas na CF-88, especialmente as previstas no art. 14 a 17, é apenas uma forma de destacar as regras basilares do Direito Eleitoral. Alguns doutrinadores elencam como princípios, outros apenas como “assuntos”.

Por isso, iremos estudar os aspectos constitucionais do Direito Eleitoral previstos nos referidos artigos da Constituição, com os devidos destaques didáticos.

Vale destacar que todos os dispositivos da CF-88 citados são extremamente relevantes, mesmo aqueles não descritos como princípios, pois, como os critérios de classificação da doutrina são os mais diversos, alguns podem ser classificados como princípios e outros não. No entanto, praticamente todos são aptos a serem eventualmente classificados como princípios.

CAPACIDADE ELEITORAL. Conceitos Fundamentais.

DIREITOS POLÍTICOS - Conceitos Básicos.

O Capítulo IV do Título I da CF-88 é intitulado de “DIREITOS POLÍTICOS”. Mas, o que são os Direitos Políticos?

Na lição de Pedro Lenza, os Direitos Políticos “nada mais são do que os instrumentos através dos quais a CF garante o exercício da

Page 11: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11

soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente”.

O cidadão só participa dos direcionamentos do Estado se o forem garantidas certas prerrogativas. Por isso que os Direitos Políticos podem ser resumidos como as prerrogativas que permitem ao cidadão tomar parte nos comandos da coisa pública. Isso porque os Direitos Políticos são o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular (“todo o poder emana do povo”).

O Sufrágio é o direito de votar e de ser votado. Consiste no mais notável elemento dos Direitos Políticos. Com isso, a capacidade votar e de ser votado, por decorrência lógica, são igualmente elementos essenciais dos Direitos Políticos dos cidadãos.

Assim, podem-se classificar os Direitos Políticos em:

1. Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade) – direito de votar, capacidade de ser eleitor;

2. Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) – direito de ser votado.

Mas, Professor, o que mesmo é o Voto?

Vamos então diferenciar rapidamente alguns conceitos indispensáveis à compreensão deste assunto.

o Nacionalidade – é um vínculo jurídico e político que liga um indivíduo a um Estado. Ex: provavelmente você é brasileiro porque preencheu as específicas regras sobre nacionalidade previstas no art. 12 da CF-88;

o Cidadania – pressupõe a existência de vínculo com o Estado (Nacionalidade) e o efetivo alistamento eleitoral. Somente o Nacional alistado como eleitor é considerado cidadão. Em tese, é possível o nacional não ser cidadão ao não se alistar-se como eleitor;

o Soberania Popular - é um postulado normativo que implica na absoluta atribuição do poder político ao povo. Ela é

Page 12: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12

exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular, consoante art. 14, caput, da CF-88;

o Sufrágio - é o direito de votar e de ser votado (capacidade votar e de ser votado); Obs: o sufrágio no Brasil é universal. O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de votar no Brasil é concedido a todos os nacionais, independentemente de condições que diferenciem uns de outros nacionais. Assim, não existe em nosso País o sufrágio censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas de renda ou de qualificação dos nacionais;

o Voto - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio direito de votar, enquanto que o voto é o ato prático do direto de votar, do direito de sufrágio.

O sufrágio (direito de votar e ser votado) é também exercido pelo próprio voto!

Características do Voto, segundo CF-88:

1. Direto – os eleitores elegem representantes por si próprios, sem intermediários;

2. Igualdade – todos os eleitores (cidadãos) têm o mesmo valor, para cada cidadão, um voto correspondente - cláusula do “one man, one vote” (um homem, um voto);

3. Periodicidade – os mandatos políticos são temporários (cláusula pétrea constitucional), logo o voto também será periódico;

4. Sigilosidade – o voto do eleitor não pode ser revelado para terceiros;

5. Liberdade – o eleitor não pode ser constrangido a

Page 13: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13

escolher determinado candidato (obrigatoriedade apenas de comparecer ás urnas);

6. Personalidade – o voto não pode ser exercido por interposta pessoa, apenas pessoalmente;

7. Obrigatório – o exercício do voto, como regra, é obrigatório (obrigatoriedade apenas de comparecer ás urnas), salvo as exceções constitucionais pela facultatividade para os analfabetos, maiores de 70 anos e os menores de 18 e maiores de 16 anos (art. 14, §1º, da CF-88).

1. Princípio da Soberania Popular.

A Soberania Popular é um postulado normativo tido como Princípio norteador do Direito Constitucional e Eleitoral que implica na absoluta atribuição do poder político ao povo.

Segundo José Jairo Gomes, o Poder Soberano consiste em um dos elementos que compõem o Estado. Mediante a soberania é que o Governo implementa as políticas públicas. A soberania é uma qualidade do poder, significa poder mais alto, o superpoder. O poder é soberano quando não está sujeito há nenhum outro.

Com efeito, a soberania não significa propriamente arbítrio. Isto porque o Estado Democrático de Direito é aquele que se submete às normas por ele próprio criadas. É aquele que respeita os direitos e garantias fundamentais, individuais, políticos, sociais e coletivos.

A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e o voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular, consoante art. 14, caput, da CF-88. A soberania popular revela-se no poder incontrastável de decidir. É ela que confere legitimidade ao exercício do poder estatal. Tal legitimidade só é alcançada pelo consenso expresso nas eleições.

CF-88

Page 14: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

O Código Eleitoral em seu texto inicial de 1965 previu a cláusula democrática de que o Poder Político teria como titularidade o “povo”. É também o direito de voto conferido ao povo. Mais modernamente, a Constituição Federal de 1988 destaca o povo como única fonte de todo o poder político, destacando, desse modo, a soberania popular nos seguintes termos:

CF - 88

Art. 1º

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965)

Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis específicas.

Como vimos, uma das formas de se levar a efeito a soberania popular é o exercício do direito de voto. No entanto, a CF-88, em seu art. 14 acima, preleciona que a soberania popular será também exercida pelo plebiscito, referendo e iniciativa popular. Vejamos então o que é cada um.

I – PLEBISCITO – é uma consulta Prévia feita aos cidadãos a respeito de matéria política que será ainda discutida pelo Congresso Nacional. Ocorre antes da manifestação do Congresso.

Page 15: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15

II – REFERENDO – é uma consulta posterior sobre determinado ato governamental já, para Ratificá-lo, Referendá-lo. Só se ratifica ou referenda algo a posteriori, para frente.

PLEBISCITO X REFERENDO

Plebiscito – Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo

Congresso.

Referendo – Ratificadora (RR), Referendadora Consulta

(realizada posteriormente ao ato governamental já editado).

III – INICIATIVA POPULAR – é uma das formas de por em ação a soberania popular prevista na CF-88, em seu art. 61, §2º, por meio da qual os cidadãos poderão, por conta própria, proporem à Câmara dos Deputados que votem um projeto de lei de seus interesses. Um exemplo emblemático de Projeto de Lei de Iniciativa Popular é o Projeto “Ficha Limpa”, aprovado pelo Senado Federal e sancionado recentemente pelo Presidente da República (Lei Complementar nº 135/2010).

CF-88

Art. 61.

§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Requisitos Constitucionais para a INICIATIVA POPULAR:

1. 1% mínimo do eleitorado nacional;

2. 5 Estados – número mínimo;

3. 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um desses Estados.

Page 16: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16

IV – VOTO - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade.

A Lei nº 9709/98 regulamenta o art. 14, caput, da CF-88, trazendo os conceitos e os contornos legais de plebiscito, referendo e iniciativa popular:

Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.

§ 1o O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.

§ 2o O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.

Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

2. Princípio do Sufrágio Universal.

A Soberania Popular estudada acima é exercida pelo sufrágio universal.

Mas, Professor, qual é mesmo a diferença entre o Sufrágio e o

Page 17: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17

voto?

Vamos por partes.

Como vimos, o Sufrágio consiste no direito de votar e de ser votado (capacidade votar e de ser votado). Em outras palavras, pode também ser conceituado como o direito do povo de ser admitido a participar da vida política da sociedade, escolhendo os governantes ou sendo escolhido para governar e, dessa forma, conduzir os comandos do Estado.

Por sua vez, o Voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio direito de votar, enquanto que o voto é o ato prático do direto de votar, do direito de sufrágio. Assim, em resumo, o sufrágio (direito de votar e ser votado) é também exercido pelo próprio voto!

Sufrágio – Direito; Voto – exercício do direito

No Brasil, o sufrágio é universal!

O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de votar no Brasil é concedido a todos os nacionais (brasileiros natos ou naturalizados), independentemente de condições que diferenciem uns de outros nacionais, preenchidas as condições constitucionais e legais. Por isso, tornou-se um princípio constitucional e um direito fundamental. Assim, não existe em nosso País o sufrágio censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas de renda ou de qualificação dos cidadãos nacionais.

Desse modo, o Princípio do Sufrágio Universal pode ser conceituado como o direito do maior número possível de nacionais (natos ou naturalizados) de votar e ser votado nas eleições.

Observo que a atribuição do sufrágio universal não implica necessariamente na concessão genérica e indistinta da cidadania a todos as pessoas. Implica apenas na impossibilidade de distinção ou restrição dos direitos políticos por motivos étnicos, de riqueza, de nascimento, etc. Fica claro que as restrições aos direitos políticos (incapacidade civil absoluta, analfabetos, estrangeiros) previstas constitucionalmente e em lei complementar são plenamente compatíveis com o sufrágio universal.

Page 18: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18

CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (ALISTABILIDADE)

3. Princípio da Obrigatoriedade do Alistamento e do Voto.

A Capacidade Eleitoral Ativa ou Alistabilidade, como visto, é a capacidade de ser eleitor, que constitui o direito de votar.

Por outro lado, a capacidade eleitoral passiva é possibilidade de concorrer a um mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado).

Com efeito, para que se adquira o direito de votar, é preciso que o indivíduo realize seu ALISTAMENTO ELEITORAL, nos termos do art. 14, §1º, da CF-88, que regulou com detalhes a obrigatoriedade do alistamento da seguinte maneira:

CF-88

Art. 14

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

O art. 14, §1º, da CF-88 dispõe, portanto, sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Abaixo um quadro esquemático para memorização:

ALISTAMENTO ELEITORAL e VOTO

Page 19: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19

OBRIGATÓRIOS

Apenas para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos

18 anos < X < 70 anos

FACULTATIVOS

o analfabetos

o maiores de 16 anos e menores de 18 anos

o maiores de 70 anos

Resumo: 16 anos < X < 18 anos;

X > 70 anos

Observação: A Resolução TSE nº 21.538/2003, em seu art. 14 prevê, em outras palavras, que é preciso comprovar a idade 16 ANOS completos na data do pleito, e não necessariamente na data do alistamento eleitoral, desde que a inscrição seja no mesmo ano eleitoral. Assim, desde já assiná-lo que é possível alistar-se com 15 anos de idade, desde que se prove possuir os 16 anos completos quando da eleição.

Resolução TSE nº 21.538/03

Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive.

Por outro lado, como não poderemos nos esquecer do nosso velho Código Eleitoral, é importante considerarmos que é previsto nele maiores disposições sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Como regra, não são cobrados em concursos tanto quanto o conhecimento do texto constitucional, mas iremos enfrentá-los para uma eventual cobrança da banca.

O Código Eleitoral prevê no seu art. 6º, caput, que o “alistamento e voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo”. No entanto, vige atualmente o previsto no art. 14, § 1º, I e II da CF-88:

� alistamento e voto obrigatórios para os maiores de

Page 20: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20

dezoito anos (18 anos).

� alistamento e voto facultativos para os analfabetos, para os maiores de setenta anos (70 anos) e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos (16 anos < x < 18 anos).

Com efeito, prevê o mesmo art. 6º uma certa facultatividade para o alistamento e para o voto, nos seguintes termos:

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:

I - quanto ao alistamento:

a) os inválidos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os que se encontrem fora do país.

II - quanto ao voto:

a) os enfermos;

b) os que se encontrem fora do seu domicílio;

c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

Com isso, segundo o Código Eleitoral, o alistamento seria facultativo para:

� INVÁLIDOS;1

� MAIORES DE 70 ANOS (> 70 anos) – já previsto no novo texto constitucional;

� OS QUE SE ENCONTREM FORA DO PAÍS (brasileiros natos ou naturalizados que estejam fora do Brasil);

Por sua vez, o voto seria facultativo para:

1 Faço apenas uma pequena observação de que, segundo a Res.-TSE no 21.920/2004, em seu art. 1º, o alistamento

eleitoral e voto obrigatórios para pessoas portadoras de deficiência.

Page 21: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21

� ENFERMOS;

� OS QUE SE ENCONTREM FORA DO SEU DOMICÍLIO;

� FUNCIONÁRIOS CIVIS E OS MILITARES, EM SERVIÇO QUE OS IMPOSSIBILITE DE VOTAR

Por fim, há que se dedicar especial atenção à previsão constitucional da obrigatoriedade e facultatividade do alistamento e do voto, não se esquecendo desta previsão contida no Código Eleitoral.

ATENÇÃO!

IMPEDITIVOS PARA O ALISTAMENTO!

Você sabia que os “conscritos” não podem ser eleitores?? E, igualmente, os estrangeiros?

Como é Professor? O que é mesmo “conscrito”?

Vamos lá!

O art. 14, §2º, determina que não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

CF-88

Art. 14

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

Estrangeiro é fácil! Por exclusão, é aquele que não é brasileiro, nato e naturalizado. Se o estrangeiro quiser votar, é preciso que, primeiro, faça a devida naturalização, segundo as regras constitucionais.

Observação 1: A especial condição dos Portugueses no Brasil.

A CF-88, no seu art. 12, §1º, assegura aos portugueses com residência no país os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie

Page 22: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22

de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá. Veremos logo à frente que os Portugueses sofrem limitações apenas quanto à elegibilidade.

CF-88

Art. 12

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

De outro lado, os Conscritos, segundo Alexandre de Moraes, são aqueles médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar obrigatório na forma da Lei nº 5.292, e aqueles que prestam serviço militar na condição de prorrogação de engajamento.

Segundo a Res.-TSE no 15.850/89: a palavra “conscritos” alcança também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os mencionados médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório.

Este conceito é apenas para entendermos o que são os conscritos. De todo modo, o que importa é lembrarmos que, segundo a CF-88:

NÃO PODEM ALISTAR-SE COMO ELEITORES os Estrangeiros e os Conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.

Vale frisar novamente que, conforme o art. 14, §2º da CF-88, é vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar!

A despeito do quanto aduzido sobre a revogação tácita do Código Eleitoral pela previsão contida no art. 14 da CF-88, em respeito ao histórico de algumas bancas, a exemplo da FCC, de cobrar a literalidade do texto de lei semsequeradentrarnoméritodavalidadficáciadanorma,faremosumabreve incursão sobre o que diz a Lei Eleitoral.

Vejamos o que diz o art. 5, caput, do Código Eleitoral:

Código Eleitoral

Page 23: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:

I - os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1º, II, "a", da Constituição/88)

II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.

Um exemplo dos que “não sabem exprimir-se na língua nacional” é o caso dos Índios. Caso ainda sem solução pelo TSE, não se sabe ao certo se foi ou não recepcionado pela CF-88.2

O que importa é saber que, segundo o Código Eleitoral, os que não souberem a língua nacional, não souberem exprimir-se na língua nacional, não podem alistar-se como eleitores.

Da mesma forma, os privados dos direitos políticos, seja temporário ou definitivamente, também não podem alistar-se, consoante o Código Eleitoral. Esta norma é para aqueles que estejam com seus direitos políticos perdidos ou suspensos, na forma atual previsão do art. 15 da CF-88. Mais à frente enfrentaremos o tema.

Então, se na questão vier disposto apenas o seguinte “não podem alistar-se os estrangeiros e os conscritos”, estará certa. Se também vier que “não podem alistar-se os privados dos seus direitos políticos” ou “os que não saibam exprimir-se na língua nacional”, também estará certa, mesmo não fazendo expressa menção ao Código Eleitoral.

DIPLOMA NORMATIVO NÃO PODEM ALISTAR-SE ELEITORES:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL � Estrangeiros

� Conscritos (art. 14, §2º)

2 O TSE em recente decisão, de 01/06/2010, no bojo de consulta formulada pelo Juiz Eleitoral de Tabatinga/AM, decidiu que a recepção ou não do dispositivo deveria ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O voto do Ministro Henrique Neves, no entanto, foi pela não recepção.

Page 24: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24

CÓDIGO ELEITORAL (Lei nº 47

� os que não sabem exprimir-se na língua nacional;

� os privados dos seus direitos políticos, temporária ou definitivamente. (art. 5º, caput, do Código Eleitoral)

O alistamento dos militares tem previsão constitucional, não sendo mais eficaz o parágrafo único do art. 5 do Código Eleitoral. Apesar disso, discorro abaixo:

Código Eleitoral

Art. 5

Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.

Mais uma vez, assevero novamente que, conforme o art. 14, §2º da CF-88, é vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar!

Com isso, os militares não estão apartados do alistamento eleitoral. É um equívoco pensar que os militares são inalistáveis. Pelo contrário, como regra, os militares são alistáveis. Inclusive, adianto as condições para eleição de militares alistáveis (previstas no art. 14, §8º, da CF-88):

� se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

� se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

CF-88

Page 25: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25

Art. 14

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Resumo abaixo os requisitos constitucionais para possuir a Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade):

1. Alistamento Eleitoral - é preciso que o indivíduo se aliste perante a Justiça Eleitoral (lógico, como poderá votar se sequer se cadastrou como eleitor?);

2. Nacionalidade Brasileira – precisa ser brasileiro, nato ou naturalizado, de qualquer sexo, porque os estrangeiros estão impedidos de se alistar;

3. Idade mínima de 16 anos;

4. Não ser conscrito – tanto os estrangeiros, quanto os conscritos não podem se alistar.

Page 26: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26

CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA – ELEGIBILIDADE.

Continuando nosso estudo sobre as normas constitucionais do art. 14 ao 17 da CF-88, agora, veremos o outro lado, a capacidade de ser votado (elegibilidade).

A capacidade eleitoral passiva é possibilidade de concorrer a um mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado).

Para adquirir o direito de participar de uma eleição para um determinado cargo político, é preciso o preenchimento das chamadas CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE e que sejam ausentes as CAUSAS DE INEGIBILIDADES.

Por seu turno, aquele cidadão que não preenche as condições de elegibilidade é considerado também inelegível pela Justiça Eleitoral.

O art. 3 do Código Eleitoral, de fato, previa normas sobre elegibilidade. Contudo, a CF-88 regulou inteiramente a matéria em seus arts. 14, §§ 3º-11º.

Código Eleitoral

Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.

O §3º do art. 14 da CF-88 delineou todas as Condições de Elegibilidades:

CF-88

Art. 14

3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

Page 27: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador*;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Vamos por partes! Igual a “Jack, o Estripador”. Rsrsrs

Para concorrer a algum mandato eletivo (para ser votado), o cidadão precisa preencher as seguintes CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE:

a) Nacionalidade brasileira – se para ser eleitor é necessária que tenha nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), tanto o mais para ser candidato a algum posto político. Desse modo, mais uma vez os estrangeiros ficam alijados do processo democrático no nosso País, não pode ser eleitores e muito menos concorrerem a qualquer pleito;

4. Princípio da Nacionalidade - Elegibilidade Privativa a Brasileiros (natos e naturalizados).

Como já vimos, para ser eleitor, tendo capacidade eleitoral ativa e também passiva, é preciso que o cidadão ostente a nacionalidade brasileira, seja nato ou naturalizado, não podendo ser estrangeiro. Em caso de perda da nacionalidade brasileira por opção tácita ou expressa, desaparece com a ela

Page 28: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28

também a própria elegibilidade do cidadão.

Observação 1: A CF-88, no art. 12, §3º, exige a nacionalidade originária (ser brasileiro nato) para assunção, por eleição, aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República:

CF-88

Art. 12

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República; (...)

Observação 2: A especial condição dos Portugueses no Brasil.

A CF-88, no seu art. 12, §1º, assegura aos portugueses com residência no país os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá.

CF-88

Art. 12

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

O português residente no Brasil, além de eleitor, em tese, poderia ser Governador de Estado, Senador ou Deputado (mas não Presidente de quaisquer das Casas do Congresso, já que, como dito anteriormente, estas funções são reservadas aos brasileiros natos) e, preenchidos os requisitos constitucionais e legais, poderá também ser Vereador.

Contudo,segundoJoséAfonsodaoacessoacargospúblicoseletivos no Brasil está vedado aos portugueses por não existir lá a mesma reciprocidade quanto à acessibilidade de cargos públicos. In verbis:

“A Constituição brasileira admite a possibilidade de o português residente aqui ser (se houvesse reciprocidade): Ministro de Estado,

Page 29: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29

Senado, Deputado federal e estadual, Governador de Estado, Secretário de Estado, Prefeito e Vereador. O acesso a esses cargos e funções, contudo, está vedado aos portugueses aqui residentes, porque a Constituição de Portugal não admite que se outorgue a brasileiro o direito e acesso a cargos e funções correspondentes”.

Logo, especificamente quanto ao alistamento eleitoral, os Portugueses com residência no Brasil e não naturalizados formalmente como brasileiros, poderão alistar-se como eleitores normalmente, não sendo considerados estrangeiros.

RESUMO

� Os Portugueses podem alistar-se como eleitores – não têm limitação quanto à alistabilidade;

� Os Portugueses, pela ausência de reciprocidade, não podem concorrer a determinados cargos eletivos no Brasil – sofrem limitação na sua elegibilidade;

b) Pleno exercício dos direitos políticos – os direitos políticos devem estar vigentes. Caso ocorra alguma das hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos previstas no art. 15 da CF-88, não terá o cidadão elegibilidade, capacidade para ser eleito.

5. Princípio da Proibição da Cassação dos Direitos Políticos – Princípio da Cidadania.

Não é possível a cassação dos direitos políticos, apenas a perda ou suspensão, consoante dispõe o art. 15 da CF-88:

CF-88

Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja

Page 30: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 30

PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Doutrinariamente há uma discussão acerca de quais seriam as hipóteses de Perda e quais seriam as de Suspensão. Na seara do Direito Eleitoral prevaleça a divisão a seguir.

Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos:

� CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO – com o cancelamento da naturalização por meio do Poder Judiciário, o indivíduo voltará ao status de estrangeiro, o que, implica, em automático, na perda dos seus direitos políticos. O indivíduo deixa de ser nacional,logotambémperderásuaalistabilidadlegibilidade;

Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos:

1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA – os considerados incapazes civilmente também serão incapazes politicamente. Ocorrendo a incapacitação absoluta, a cidadania ficará suspensa enquanto esta permanecer. O Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), em seu art. 3º elenca os absolutamente incapazes. Cito apenas para entendimento e consulta:

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

Page 31: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Atenção!

Para suspender os direitos políticos, é preciso que a incapacidade civil seja ABSOLUTA! Não confundir com incapacidade civil RELATIVA, também prevista na Lei Civil. As questões podem trocar os termos para “pegar” o candidato.

2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS – enquanto pender sobre o cidadão os efeitos de sentença penal condenatória não mais passível de recurso (isto é, enquanto cumprir a pena imposta em sentença criminal), os seus direitos políticos ficam suspensos.

É importante atentar que a sentença penal tem que já estar transitada em julgada, da qual não caiba mais reforma (não mais passível de recursos que possam modificá-la).

Somente com o transito em julgado é que a decisão judicial se torna definitiva e, por conseqüência, podem os direitos políticos serem suspensos.

Entendimento sumulado pelo TSE é de que a suspensão dos direitos políticos cessará automaticamente, tão logo a pena seja cumprida, ou seja, quando extinta a punibilidade:

TSE Súmula nº 9 - DJ 28, 29 e 30/10/92

Suspensão de Direitos Políticos - Condenação Criminal - Extinção da Pena - Reparação de Dano

A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação

Page 32: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32

criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos.

3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA – o art. 5º, VIII, da CF-88 prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei.

CF-88

Art. 5

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Nesse caso, para sofrer, como sanção, a declaração de suspensão dos direitos políticos, será preciso que o cidadão inicialmente descumpra obrigação a todos imposta e, depois, recuse a prestação alternativa fixada em lei.

4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – o art. 37, §4º, da CF-88 preleciona que um dos efeitos da condenação por ato de improbidade administrativa é a suspensão dos direitos políticos do agente.

Frise-se que a competência para julgamento de ato de improbidade é exclusiva do Poder Judiciário. O art. 12 da Lei nº 8.429/93 dispõe que uma das sanções aplicáveis pelo Magistrado poderá ser a suspensão dos direitos políticos de 3 a 10 anos, a depender da espécie de ato de improbidade

Page 33: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33

praticado.

DICA:

O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é a única hipótese de Perda dos direitos políticos, pois somente com uma nova naturalização (“renaturalização”) é que será possível readquirir os direitos políticos.

As outras hipóteses são de mera suspensão dos direitos políticos, enquanto subsistirem as situações previstas na Constituição, em tese, de caráter transitório (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de obrigação a todos imposta, improbidade administrativa).

Resumindo:

Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos:

CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO.

Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos:

1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA;

2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS;

3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA;

4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

Com a suspensão dos direitos políticos, o cidadão tem por paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poderá, a qualquer tempo, reaver sua posição política com a interrupção dos motivos que geraram a suspensão. Ex: cumprimento total da pena imposta no juízo criminal; cumprimento da obrigação a todos imposta ou prestação alternativa.

Por outro lado, segundo doutrina eleitoral majoritária, com a perda dos direitos políticos, o cidadão ficará definitivamente privado da alistabilidade

Page 34: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34

e da inelegibilidade e, desse modo, não terá como readquiri-los, salvo com renaturalização. Para alguns constitucionalistas, a reaquisição dos direitos políticos perdidos pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado poderá também ser efetivada através de ação rescisória.

c) Alistamento Eleitoral – deve-se adquirir a cidadania, com o alistamento eleitoral, para concorrer à eleição. Basta a comprovação da inscrição eleitoral no juízo eleitoral do domicílio do alistando. Evidentemente, é condição básica ao candidato que seja pelo menos eleitor, não é verdade? Este constitui um requisito que é também definido pela doutrina como princípio do direito eleitoral:

6. Princípio da Necessidade de Condição de Eleitor.

d) Domicílio Eleitoral na circunscrição – é um Princípio do Direito Eleitoral a vinculação do domicílio eleitoral á circunscrição do mandato eletivo postulado pelo candidato;

7. Princípio do Domicílio Eleitoral.

e) Filiação Partidária – seguindo o ditame constitucional, a Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), em seu art. 18 determina que os cidadãos estejam filiados em pelo menos 1 ano antes das Eleições;

8. Princípio da Filiação Partidária.

f) Idade mínima:

A CF-88 estabeleceu idades mínimas, a depender do cargo eletivo pretendido, como condições de elegibilidade.

9. Princípio Etário.

Page 35: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 35

Quadro esquemático abaixo para facilitar a fixação:

Idade Mínima para Elegibilidade:

o Presidente e Vice-Presidente da República

o SENADOR!!! (Senador é sempre velho!!)

35 ANOS

Governador e Vice-Governador de Estado e do DF

30 ANOS

o Deputado Federal, Estadual ou Distrital

o Prefeito e Vice-Prefeito!!!

o Juiz de Paz (para realizar casamento precisa ter pelo menos 21 anos!!!)

21 ANOS

Vereador 18 ANOS

Observação: À luz do art. 11, §2º, da Lei nº 9.504/97, estas idades mínimas são verificadas na data da posse do candidato e não no ato do pedido de registro da candidatura:

Lei nº 9.504/97

Art. 11

§ 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

Observação: condições de elegibilidade específicas dos Militares. Cabe aqui delinear novamente as condições previstas no art. 14, §8º, da CF-88, para os Militares:

Page 36: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 36

� se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

� se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

CF-88

Art. 14

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

INELEGIBILIDADES.

Como já descrito anteriormente, para que o cidadão possua o direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva – elegibilidade), é preciso que preencha todas as condições de elegibilidades acima comentadas e, também, não incorra nas chamadas CAUSAS DE INELEGIBILIDADES.

Mas, Professor, o que são essas inelegibilidades?

É simples. As inelegibilidades são circunstâncias previstas na CF-88 e em Lei Complementar que impedem o cidadão de exercitar sua capacidade de eleger-se. São circunstâncias que restringem a elegibilidade do cidadão, limitam a sua possibilidade de candidatar-se em uma eleição.

Page 37: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 37

Antes de particularizarmos o tema das inelegibilidades, cabe aqui fazer uma pequena diferenciação terminológica, que evitará possíveis dúvidas aos alunos:

1. INELEGIBILIDADE – obsta a elegibilidade do cidadão eleitor (a capacidade eleitoral passiva);

2. INALISTABILIDADE – impede o exercício do direito de ser eleitor (a capacidade eleitoral ativa).

3. INCOMPATIBILIDADE – o cidadão já eleito é impedido do exercício do mandato. A incompatibilidade configura-se após a eleição, obrigando o candidato à escolha entre o mandato e o cargo.

As fundamentais causas de inelegibilidades estão previstas no art. 14, §§ 4º-8º, da CF-88.

A principal sede normativa das inelegibilidades é a CF-88. Contudo, o próprio texto constitucional prevê a possibilidade de instituição de outras circunstâncias que obstariam a elegibilidade do cidadão. Esta previsão está insculpida no art. 14, §9º, da CF-88:

CF-88

Art. 14

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

A CF-88 previu que apenas LEI COMPLEMENTAR poderá estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei Ordinária!

As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO

Page 38: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 38

FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR!

Em atenção ao comando da CF-88, foi editada a Lei Complementar nº 64/90, que disciplina mais casos de inelegibilidade e prazos de cessação.

O estudo deste diploma legal será estudado neste curso em aula posterior. Por isso, passaremos ao estudo das inelegibilidades previstas no texto da constituição.

10. Princípio da Legitimidade das Eleições, Moralidade e Probidade.

A CF-88 previu que apenas LEI COMPLEMENTAR poderá estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei Ordinária!

As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR!

A lei que regulamentou referido dispositivo foi a Lei Complementar nº 64/90 (Lei das Inelegibilidades).

A Constituição visa assegurar a probidade/moralidade no processo eleitoral com vistas a conferir o máximo de legitimidade às eleições mediante uma regulamentação precisa dos casos de inelegibilidades, combatendo o abuso do poder econômico e político nas eleições.

As causas de inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas:

o INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS – constituem impedimento para assunção de qualquer cargo eletivo. O cidadão impedido absolutamente não poderá concorrer em nenhuma eleição, não poderá pleitear nenhum mandato eletivo. São os seguintes, conforme o (art. 14, §4º, da CF-88):

CF-88

Page 39: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 39

Art. 14

§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

� INALISTÁVEIS – A elegibilidade tem como pressuposto inicial a alistabilidade. Se não pode sequer ser eleitor, não poderá também, por óbvio, ser candidato.

Segundo a CF-88, são Inalistáveis os Estrangeiros e os Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

No entanto, caso a banca cobre a literalidade do Código Eleitoral, devemos ficar atentos que, segundo o art. 5 do referido diploma, são também inalistáveis os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:

I - os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1º, II, "a", da Constituição/88)

II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.

Desse modo, caso na questão seja afirmado que são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos, estará correta, pois remonta ao texto constitucional. Caso afirme: “segundo o Código Eleitoral, são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos”, a questão estará errada. Até porque o Código Eleitoral nem trata destes inalistáveis, apenas a CF-88.

Por outro lado, se a questão listar estas 2 hipóteses previstas no Código Eleitoral (não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos), com certeza estará cobrando o conhecimento do art. 5º da

Page 40: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 40

Lei Eleitoral.

Resumo:

São INALISTÁVEIS:

1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88);

2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos (segundo o Código Eleitoral).

� ANALFABETOS – apesar de ter direito a ser eleitor (por ser facultativo o seu alistamento e voto), o analfabeto não pode ser eleito. Por disposição constitucional expressa no art. 14, §4º, da CF-88, o analfabeto não tem capacidade eleitoral passiva.

Observação 1: A jurisprudência do TSE tem apontado que a inelegibilidade do analfabeto, quando não apresentado pelo candidato documento de escolaridade mínima, deve ser aferida por submissão à prova elementar de alfabetização perante o Juiz Eleitoral. Poderá, desse modo, ser realizado teste simples, na presença do Juiz, para aferição se o candidato é ou não analfabeto.

Observação 2: o semi-analfabeto, aquele que demonstra mínimos atributos de alfabetização, é considerado pela Jurisprudência como elegível.

INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS:

Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS!

Gente, não confundir alguns conceitos!

Considerações:

1. O Inalistável é ≠ de Inelegível: o inalistável não poderá sequer se alistar como eleitor; o inelegível apenas não poderá eleger-se para determinados cargos (inelegibilidade relativa) ou para todos os

Page 41: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 41

cargos (inelegibilidade absoluta);

Todo inalistável é inelegível! mas nem todo inelegível é inalistável; os analfabetos são inelegíveis e nem por isso são inalistáveis (ao contrário, tem como facultativa sua alistabilidade); se fossem inalistáveis, os analfabetos seriam considerados “não-cidadãos”, pois não teriam participação democrática em nosso país.

o INELEGIBILIDADES RELATIVAS – são inelegibilidades não vinculadas diretamente com a pessoa do candidato (se é inalistável ou analfabeto), mas referentes apenas a determinados cargos ou mandatos.

Em linguagem simples, o cidadão inelegível relativamente ficará apenas impedido de concorrer a algum ou alguns cargos eletivos específicos, o que não o impedirá de eventualmente concorrer outros que não esteja inelegível.

A doutrina costuma dividir as inelegibilidades relativas em:

1. por Motivos Funcionais

2. por Motivos de Parentesco

3. dos Militares

4. Legais

1. Inelegibilidades por Motivos Funcionais.

Por sua vez, divide-se em:

a) para o MESMO CARGO – é simples! O Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído (Chefes do Poder Executivo) no curso dos mandatos não poderão ser reeleitos para um TERCEIRO MANDATO!

Em suma: os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver

Page 42: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 42

sucedido ou substituído) somente poderão ser reeleitos uma única vez consecutiva!!

Esta norma está prevista no art. 14, §5º, da CF-88:

CF-88

Art. 14

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação da EC 16/97)

Este dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional nº 16/1997, que trouxe o instituto da REELEIÇÃO no Brasil. Antes não existia reeleição no Brasil, está lembrado disso. No Governo de Fernando Henrique Cardoso é que foi instituída tal possibilidade.

Friso que a CF-88 veio a permitir apenas uma única reeleição consecutiva.

Professor, após 2 mandatos, eles poderão se candidatar novamente? ou estarão sempre impedidos de se candidatarem para o mesmo cargo?

O impedimento é para uma 2ª reeleição consecutiva no mesmo cargo! Isto é, o impedimento é para reeleições logo após o termino da primeira reeleição!

Com isso, poderão os Chefes do Poder Executivo, passado pelo menos 1 pleito (4 anos), voltarem a se candidatar em uma nova eleição para o mesmo cargo que ocuparam por pelo menos 2 mandatos. Isso pode ocorre com o LULA! Nosso atual Presidente, se quiser, poderá se candidatar nas eleições de 2014 para o mesmo cargo que agora ocupa.

Destaco que o impedimento de REELEIÇÃO é somente para os Chefes do Poder Executivo, não abrangendo os ocupantes dos cargos do Poder Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores, Vereadores)!

Atenção que o impedimento a sucessivas reeleições é aplicável a quem tenha “sucedido ou substituído no curso dos mandatos”! Assim, se o

Page 43: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 43

Vice sucedeu ou substituiu o titular, terá ele a mesma limitação a uma única reeleição consecutiva.

A sucessão dar-se-á ocorrendo a vacância do cargo e a substituição em hipóteses de impedimento de caráter temporário.

A doutrina é discordante a respeito da simples substituição do titular, pelo caráter temporário, ser um impeditivo para reeleições sucessivas do Vice. O TSE entende que a simples substituição, apesar da CF-88 assim prevê, não gera a assunção do cargo do titular, fato que não impossibilita a reeleição do Vice por 2 mandatos sucessivos.

Sobre o Vice, o TSE foi consultado, diante de divergências de decisões dos Tribunais Regionais. O TSE decidiu mediante a Resolução-TSE nº 20.889/01, de 14.12.2001, que, caso o Vice tivesse sucedido o titular no cargo e quisesse concorrer ao mesmo cargo do atual Presidente, Governador ou Prefeito, poderia apenas candidatar-se por um único período subseqüente em virtude da transmissibilidade do cargo com a sucessão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem referendado este entendimento do TSE. In literris:

“(...) Vice-prefeito que ocupou o cargo de prefeito por força de decisão judicial que determinou o afastamento do titular. Registro de candidatura a uma terceira assunção na chefia do Poder Executivo municipal. (...) Nos termos do § 5º do art. 14 da CF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.” (RE 464.277-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 9-10-2007, Primeira Turma, DJE de 4-4-2008.)

“Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de Vice-governador. No segundo mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o Governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de Governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando SUCEDEU o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do disposto no

Page 44: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 44

§ 5º do art. 14 da CF." (RE 366.488, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 4-10-2005, Segunda Turma, DJ de 28-10-2005).

b) para OUTROS CARGOS – serão considerados inelegíveis para outros cargos eletivos o Presidente da República, os Governadores dos Estados e do DF e os Prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.

Esta limitação está disposta no art. 14, §6º, da CF-88:

CF-88

Art. 14

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Esta renúncia prevista na CF-88 é o chamado instituto da DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.

O que Professor? Este não é um Palavrão?

Palavrão acredito que não, é apenas uma palavra grande! Rsrs.

A desincompatibilização é ato pelo qual o candidato é obrigado a se afastar do cargo eletivo ocupado com vistas à disputa eleitoral.

A CF-88 reza que a desincompatibilização dos Chefes do Poder Executivo que queiram concorrer a outros cargos deve dar-se até 6 meses antes do pleito. Caso não se afaste, serão considerado inelegível para concorrer a outros cargos. O afastamento antes dos 6 meses, portanto, elimina a inelegibilidade e, também, a incompatibilidade para o exercício do mandato.

Assim, os Chefes do Poder Executivo que queiram se candidatar a outros cargos (ex: um Prefeito Municipal que queira concorrer à eleição do cargo de Deputado Federal) deverão se afastar definitivamente do cargo, através da renúncia, em até 6 meses da eleição.

Porém, importa considerar que a desincompatibilização só é

Page 45: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 45

aplicável quando o Chefe do Poder Executivo for concorrer a outros cargos diversos do que atualmente ocupa. Para concorrer à reeleição ao mesmo cargo que ocupa, não há que se falar em renúncia.

Interessante questão é que o TSE já exarou entendimento no sentido de que o Parlamentar ou Vereador que, no exercício da Presidência da Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa ou Câmara de Vereadores, substituir o Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) nos últimos 6 meses antes das eleições, torna-se inelegível para a reeleição no mesmo cargo do Poder Legislativo.

Exemplo: um Vereador que, no exercício da Presidência da Câmara de Vereadores, substitui o Prefeito Municipal nos últimos 6 meses antes das eleições, torna-se inelegível para concorrer às eleições para o cargo de Vereador! O TSE afirma que é irrelevante a circunstância de ser a candidatura à reeleição ao mandato parlamentar. In verbis:

“Inelegibilidade (CF, art. 14, § 6º). Substituição de Chefe de Poder Executivo por Presidente de Poder Legislativo nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral”.

“Presidente da Câmara Municipal. Substituição de prefeito. Candidatura a vereador. Inelegibilidade. O presidente da Câmara Municipal que substitui ou sucede prefeito nos seis meses anteriores à eleição torna-se inelegível para o cargo de vereador. (...)” (Ac. nº 16.813, de 27.11.2001, rel. Min. Garcia Vieira.)

Assim sendo, por esse posicionamento do TSE, está impossibilitado o Presidente da Câmara de assumir o cargo de Prefeito Municipal no período dos seis meses que antecedem as eleições, sob pena da inelegibilidade constitucional.

2. Inelegibilidade por Motivos de Parentesco.

Regra prevista no art. 14, § 7º, da CF-88, que impõe a inelegibilidade, no território da circunscrição do titular, do cônjuge e dos parentes consangüíneos e afins, até 2º grau ou por adoção dos Chefes do

Page 46: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 46

Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos), ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato á reeleição.

Esta é a inelegibilidade chamada de reflexa pela doutrina, pois é uma inelegibilidade decorrente da titularidade de um mandato eletivo que reflete diretamente nos parentes do titular.

Texto constitucional:

Art. 14

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Esta regra proibitiva tem fundamento para existir: evitar a perpetuação de famílias no Poder! Nessa linha, decisão do STF:

“Inelegibilidade. Art. 14, § 7º, da Constituição do Brasil. O art. 14, § 7º, da Constituição do Brasil, deve ser interpretado de maneira a dar eficácia e efetividade aos postulados republicanos e democráticos da Constituição, evitando-se a perpetuidade ou alongada presença de familiares no poder.” (RE 543.117-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 22-8-2008.)

Cabem aqui algumas considerações:

1. a inelegibilidade é no território da circunscrição do titular. Assim, na esfera Municipal, o cônjuge, e parentes até o 2º grau do Prefeito não poderão candidatar-se aos cargos de Prefeito e Vereador; por sua vez, na esfera Estadual, o cônjuge e referidos parentes do Governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo em todo o Estado

Page 47: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 47

(Governador, Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual, Prefeito e Vereador de qualquer Município pertencente ao Estado); por fim, quanto ao Presidente da República, estão impedidos de pleitearem qualquer cargo eletivo no país inteiro!

2. parentes envolvidos: cônjuge (por casamento), parentes consangüíneos ou afins até o 2º grau ou por adoção. É costume em provas trocarem 2º grau por 3º ou 4º grau, ou afirmarem que são elegíveis os parentes por adoção, para levarem o candidato a erro. Tomem cuidado!

Atenção!

É pacífico o entendimento do TSE que a União Estável enseja também a inelegibilidade do art. 14, §7º da CF-88. Na Consulta nº 845/2003, o TSE exarou a seguinte decisão:

"Consulta. Elegibilidade. Parentesco. Respondida nos seguintes termos:

1. Os casos de inelegibilidade estão previstos na Constituição Federal e na LC nº 64/90.

2. É inelegível o irmão ou irmã daquele ou daquela que mantém união estável com o prefeito ou prefeita."

RO - RECURSO ORDINÁRIO nº 1101 -

REGISTRO DE CANDIDATURA. CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL. CONFIGURAÇÃO DE PARENTESCO POR AFINIDADE. UNIÃO ESTÁVEL. INELEGIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.

1. A Jurisprudência do TSE é pacífica no sentido de que "a união estável atrai a incidência da inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal" (REspe nº 23.487), com a ressalva de que o mero namoro não se enquadra nessa hipótese (REspe nº 24.672).

Page 48: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 48

3. os parentes dos substitutos do titular nos últimos 6 meses anteriores ao pleito também são alcançados pela inelegibilidade!

4. os parentes que já possuem mandato eletivo poderão normalmente concorrem à reeleição ao mesmo cargo. Ex: filho do Presidente da República que já é Deputado Federal, poderá se candidatar a sua reeleição sem incidir a inelegibilidade; no entanto, caso queira candidatar-se a Governador de Estado, será considerado inelegível. Isto porque a CF-88 faculta apenas concorrer à reeleição, não autoriza a pleitear outro cargo.

Observação 1: Renúncia de mandato e inelegibilidade por Motivos de Parentesco.

Item interessante de análise no Direito Eleitoral, possivelmente cobrado em provas de nível mais elevado, decorrente da grande casuística desse tema (inelegibilidades), é a questão da renúncia de mandato para que parentes possam concorrer a determinados cargos eletivos.

O TSE tinha adotado antigo entendimento na Súmula 6 de que seriam inelegíveis os parentes do Chefe do Poder Executivo independentemente de renúncia antes dos 6 meses do pleito. 3

Este entendimento, contudo, foi superado em novas decisões exaradas pela Corte, que não mais aplicam tal orientação (Acórdão nº 19.442, de 21/08/2001, Resolução nº 20.931, de 20/11/2001 e Acórdão nº 3043. de 27/11/2001).

Agora, segundo o TSE, o Cônjuge e os parentes do chefe do Executivo são elegíveis para o mesmo cargo do titular, quando este for reelegível e tiver se afastado definitivamente até seis meses antes do pleito.

Desse modo, com o afastamento do Chefe do Executivo 6 meses antes da

3 Súmula superada: TSE Súmula nº 6 - DJ 28, 29 e 30/10/92.Cargo de Prefeito - Inelegibilidade - Cônjuge, Parentes e Titular que Haja Renunciado. É inelegível para o cargo de Prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no § 7º do Art. 14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito.

Page 49: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 49

eleição, seus parentes poderão concorrer a todos os cargos eletivos, inclusive ao cargo por ele ocupado (Prefeito, Governador, Presidente), desde que este pudesse reeleger-se. Assim, poderá ele, através da renúncia, afastar por completo a inelegibilidade reflexa sobre seus parentes.

Outra circunstância é se o Chefe do Executivo estiver em seu 2º mandato! Se não puder mais reeleger-se no mesmo cargo, a renúncia ao mesmo em até 6 meses do pleito não surtirá qualquer efeito sobre a inelegibilidade de seus parentes para o mesmo cargo de Chefe do Executivo. Isto porque, se a lei permitisse os parentes candidatarem-se ao mesmo cargo de Chefe do Executivo com a renúncia do titular 6 meses antes do pleito, estando ele no seu 2º mandato, estaria ela possibilitando um 3º, um 4º..., mandato consecutivo na família.

Por outra banda, os parentes não estarão inelegíveis para concorrerem a outros cargos, diversos do titular (ex: Vereador, Deputado Estadual e Federal, Senador, etc), se o titular renunciar antes de 6 meses das eleições, mesmo sendo o 2º mandato do Chefe do Executivo!

Assim, o filho do Prefeito poderá concorrer ao cargo de Vereador se o Prefeito, estando no 1º ou mesmo no 2º mandato, renunciar ao cargo em até 6 meses do pleito.

Nestas circunstâncias, para o filho do Prefeito concorrer ao cargo de Prefeito Municipal, o atual Prefeito deveria estar em seu 1º mandato e deveria renunciar até 6 meses antes das eleições. Neste caso o filho seria elegível. No entanto, se o Prefeito estivesse em seu 2º mandato, nem com a renúncia prévia do Prefeito o seu filho poderia candidatar-se, pois se fosse possível, haveria pelo menos 3 mandatos na família.

Observação 2: Dissolução de casamento e inelegibilidades.

O TSE vinha entendendo que a dissolução do casamento (separação ou divórcio) do titular do cargo executivo na vigência do 1º mandato importava em dissolução também para fins eleitorais. Com isso, com a separação judicial ou divórcio no 1º mandato seriam eliminadas as inelegibilidades reflexas aos parentes do titular do cargo.

Page 50: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 50

Por sua vez, somente se a dissolução ocorresse no 2º mandato, as inelegibilidades remanesceriam em vista do “comprometimento da lisura eleitoral” 4

No entanto, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 18, que impõe a inelegibilidade do ex-cônjuge, que tenha por dissolvido o vínculo conjugal em qualquer mandato (seja no 1º mandato ou no 2º mandato).

Sumula Vinculante 18:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

As bancas certamente adotarão o entendimento do STF, a despeito de sedimentada jurisprudência do TSE dividindo em 2 situações diversas: separação ou divórcio no 1º e no 2º mandato.

Resumo:

1. a inelegibilidade reflexa é aquela que decorre da vinculação de parentesco com um Chefe do Executivo, tornando inelegíveis o cônjuge e parentes consangüíneos e afins até 2º, bem como adotivos;

2. com a renúncia do Chefe do Executivo em até 6 meses antes do pleito, estando ele em seu 1º mandato, resta afastada esta inelegibilidade reflexa dos parentes, tanto para concorrerem ao mesmo cargo do titular (Chefe do Executivo), quanto para qualquer outro cargo;

3. caso o Chefe do Poder Executivo esteja em seu 2º mandato, a prévia renúncia afastará a inelegibilidade de seus parentes para concorrerem a outros cargos, mas não afastará para concorrerem ao mesmo cargo de Chefe do Executivo (evitar a perpetuação da família no Poder).

4. STF (Súmula Vinculante nº 18): dissolução do casamento em qualquer mandato implica em inelegibilidade do ex-cônjuge;

5. TSE: com a dissolução do casamento no 1º mandato, as

4 TSE – Resolução nº 21.475 – Consulta nº 923 – Rel. Min. Barros Monteiro, decisão: 26-8-03.

Page 51: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 51

inelegibilidades reflexas são também eliminadas; no 2º mandato as inelegibilidades remanescem.

3. Inelegibilidade dos Militares.

O Militar será inelegível se não atender às seguintes condições de elegibilidade específicas:

� se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

� se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

CF-88

Art. 14

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

4. Inelegibilidades Legais.

A CF-88, em seu art. 14, §9º, que LEI COMPLEMENTAR estabeleceria outros casos de inelegibilidades não dispostos no texto da Constituição. In verbis:

CF-88

Art. 14

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de

Page 52: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 52

inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

Como já dito, nenhuma outra espécie normativa (Lei Ordinária, Medidas Provisórias, Resoluções, Portarias, etc) poderá estabelecer normas sobre inelegibilidades, sendo inconstitucional qualquer normação sobre inelegibilidade que não seja por Lei Complementar.

Ademais, as Leis Complementares somente poderão disciplinar novas inelegibilidades relativas, pois as inelegibilidades absolutas (inalistáveis e analfabetos) são previstas expressamente na Constituição Federal.

11. Princípio da Anualidade – Anterioridade da Lei Eleitoral.

A Constituição é clara ao declarar que toda lei que vier a alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, mas não terá eficácia nas eleições que ocorram até 1 ANO da data inicial de sua vigência.

Isto é, em linguagem simples, caso o Congresso Nacional aprove uma possível Reforma Eleitoral que altere o processo eleitoral (ex: Projeto de Lei que altere o Código Eleitoral), esta nova lei somente terá aplicação às eleições que ocorrerem com 1 ANO após a sua vigência. Frise-se que a sua vigência é imediata, apenas não tem eficácia nas eleições 1 ano após.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

Page 53: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 53

Inclusive a grande discussão do “Projeto Ficha Limpa” foi exatamente sobre este ponto: aplica-se ou não às eleições 2010? Isto porque a Lei Complementar nº 135/2010, que alterou a Lei Complementar nº 64/90, entrou em vigor menos de 1 ANO das eleições 2010.

A dúvida surgiu com base na interpretação do art. 16 da CF-88, especialmente do termo “processo eleitoral”.

Em suma, o TSE exarou entendimento no sentido de que o processo eleitoral não abarca todo o direito eleitoral, mas apenas o conjunto de atos necessários ao funcionamento das eleições por meio do sufrágio eleitoral. Com isso, o TSE decidiu no sentido de que a Lei da Ficha Limpa não alteraoprocessoeleitoralpelofatrentradoemvigorantesdoseuinícioe, portanto, não se enquadraria no que prevê o artigo 16 da Constituição.

Desse modo, o TSE decidiu pela aplicação do Projeto Ficha Limpa às eleições 2010, pela não incidência do art. 16 da CF-88, sob o fundamento de que a LC nº 135/2010 não tratava de “processo eleitoral”. O STF, em recente decisão, decidiu finalmente não aplicar a Lei nº 135/2010 às eleições 2010, contrariamente ao decidido pelo TSE.

Portanto, todos os candidatos eleitos nas eleições 2010 com “ficha suja” não poderão mais ter seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral! Somente será aplicável às próximas eleições.

Obs: este é um tema provável da Prova Discursiva do cargo de Vocês! Analista Judiciário – Área Judiciária.

Partidos Políticos.

12. Princípio da Liberdade na criação e transformação dos Partidos Políticos.

Tanto a CF-88 quanto a Lei dos Partidos Políticos prelecionam que a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos é LIVRE em todo o

Page 54: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 54

país, observando-se as condições estabelecidas na CF e na Lei.

Destaco que esta liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, deve respeitar alguns limites, qual sejam: resguardar:

1. a soberania nacional,

2. o regime democrático,

3. o pluripartidarismo,

4. os direitos fundamentais da pessoa humana

Além disso, devem observar os seguintes preceitos:

1. caráter nacional;

2. proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

3. prestação de contas à Justiça Eleitoral;

4. funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

CF-88

Art. 17. É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Page 55: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 55

12. Princípio da Autonomia Partidária.

Autonomia Partidária.

Os partidos são AUTÔNOMOS para definirem suas estruturas internas, organização e funcionamento.

Lei nº 9.096/95

Art. 3º É assegurada, ao partido político, AUTONOMIA para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.

Ademais, a CF-88 assegura autonomia para aos partidos para adotarem os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, SEM OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Esta regra foi determinada pela Emenda Constitucional nº 52/2006, que pôs fim à antiga regra da verticalização para as coligações políticas, que obrigava os partidos a seguirem nos Estados as mesmas alianças acordadas em nível federal.

Art. 17

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, SEM OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Estes são os Princípios Básicos do Direito Eleitoral insculpidos nos artigos 14-17 da CF-88. Maiores detalhes sobre cada Princípio e assunto pertinente veremos nas próximas Aulas.

Page 56: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 56

EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 89: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 24/01/2010 (ADAPTADA).

É condição de elegibilidade para o candidato ao cargo de governador ter idade mínima de 35 anos.

COMENTÁRIOS:

Idade Mínima para Elegibilidade:

o Presidente e Vice-Presidente da República

o SENADOR!!! (Senador é sempre velho!!)

35 ANOS

Governador e Vice-Governador de Estado e do DF

30 ANOS

o Deputado Federal, Estadual ou Distrital

o Prefeito e Vice-Prefeito!!!

o Juiz de Paz (para casar precisa ter pelo menos 21 anos!!!)

21 ANOS

Vereador 18 ANOS

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 90: TRE - PR - Técnico Judiciário - Operação de

Page 57: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 57

Computadores [CESPE] - 22/11/2009.

Considere que Pablo seja brasileiro naturalizado, nascido em Bogotá, Colômbia, no ano de 1972, que pretenda candidatar-se no próximo pleito ao cargo de deputado federal pelo estado do Paraná.

A respeito dessa situação e das normas que regulamentam o direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.

Pablo, embora não seja brasileiro nato, pode candidatar-se a deputado federal, pois a condição de elegibilidade para o referido cargo é ser brasileiro.

COMENTÁRIOS:

Pablo tem hoje 38 anos de idade, sendo compatível com a idade mínima exigível pela CF-88 para concorrer ao cargo de Deputado Federal (21 anos).

Ademais, Pablo é brasileiro, condição essencial para sua alistabilidade e elegibilidade. Como Deputado Federal não é cargo privativo de brasileiro nato, ele pode candidatar-se normalmente.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 91: TRE - PR - Técnico Judiciário - Operação de Computadores [CESPE] - 22/11/2009.

No caso da questão anterior, Pablo teria impedimento apenas aos cargos de presidente e vice-presidente, por serem exclusivos de brasileiro nato.

COMENTÁRIOS:

Sim, pois os cargos de Presidente e Vice são privativos de brasileiro nato. Contudo, apesar de poder candidatar-se, não poderá assumir eventual Presidência da Câmara dos Deputados, pois poderia levá-lo, por vias indiretas, à Presidência da República, através da substituição do Presidente da República.

CF-88

Art. 12

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

Page 58: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 58

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 92: TRE - GO - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 01/02/2008.

Acerca dos direitos políticos, julgue os itens a seguir.

I A suspensão ou perda dos direitos políticos implica o cancelamento da inscrição do indivíduo como eleitor.

II O alistamento eleitoral é obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos e menores de 70 anos.

III O militar em serviço ativo é inelegível, razão pela qual só pode ser candidato se se afastar em definitivo da atividade.

IV Como instrumentos da democracia direta, o plebiscito e o referendo podem ser realizados tanto mediante autorização do Congresso Nacional quanto por iniciativa popular.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

COMENTÁRIOS:

I – correto. Veremos mais à frente, que é hipótese de cancelamento da inscrição do eleitor a suspensão ou perda dos direitos políticos.

Page 59: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 59

Art. 71. São causas de cancelamento:

I - a infração dos artigos. 5º e 42;

II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;

II – correto.

CF-88

Art. 14

§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

III – errado. O Militar é plenamente alistável! É vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar! Com isso, os militares não estão apartados do alistamento eleitoral.

IV – errado. A questão fez uma confusão total entre os conceitos.

I – PLEBISCITO – é uma consulta Prévia feita aos cidadãos a respeito de matéria política que será ainda discutida pelo Congresso Nacional. Ocorre antes da manifestação do Congresso.

II – REFERENDO – é uma consulta posterior sobre determinado ato governamental já, para Ratificá-lo, Referendá-lo. Só se ratifica ou referenda algo a posteriori, para frente.

PLEBISCITO X REFERENDO

Plebiscito – Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo

Congresso.

Referendo – Ratificadora (RR), Referendadora Consulta

(realizada posteriormente ao ato governamental já editado).

III – INICIATIVA POPULAR – é uma das formas de por em ação a soberania popular prevista na CF-88, em seu art. 61, §2º, por meio da qual os cidadãos poderão, por conta própria, proporem à Câmara dos Deputados que votem um projeto de lei de seus interesses.

Page 60: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 60

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 93: TRE - PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas [CESPE] - 22/11/2009.

Para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador, a idade mínima exigida para o candidatos é de trinta e cinco anos de idade. Para os demais cargos eletivos, a exigência da lei é a capacidade civil plena, ou seja, a idade mínima de dezoito anos.

COMENTÁRIOS:

Não, como vimos em questão anterior, existem idades diferenciadas para os diversos cargos pleiteados. Ex: Governador – 30 anos; Deputado Federal – 21 anos, etc.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 94: MPE - RN - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 19/04/2009.

Pedro, com nove anos de serviço, é militar alistável e teve o seu nome aprovado em convenção partidária para ser candidato a deputado estadual. Nessa situação hipotética, Pedro

a) deve ser afastado do serviço militar.

b) deve ser agregado, podendo retornar ao serviço militar após a eleição.

c) perderá o cargo apenas se for eleito e empossado.

d) deve ser afastado temporariamente, podendo retornar ao cargo após o fim do mandato.

e) pode permanecer no serviço militar com todos os direitos.

COMENTÁRIOS:

Condições para eleição de militares alistáveis (previstas no art. 14, §8º, da

Page 61: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 61

CF-88):

� se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

� se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

CF-88

Art. 14

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

No caso de Pedro, como tem menos de 10 anos (9 anos de serviço), deverá ser afastado do serviço militar.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 95: TSE - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 14/01/2007.

Constitui hipótese de suspensão dos direitos políticos o[a]

I cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado.

II superveniente incapacidade civil absoluta.

III perda da nacionalidade brasileira em razão da aquisição de outra.

IV condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos da condenação.

Page 62: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 62

A quantidade de itens certos é igual a

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

COMENTÁRIOS:

Apenas os itens II e IV da questão estão corretos.

Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos:

CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO.

Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos:

1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA;

2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS;

3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA;

4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 96: TRE-AM – Administrativa - [FCC] – 31/01/2010.

João completou 18 anos de idade; Juan é brasileiro naturalizado; Pedro tem 15 anos de idade e completará 16 anos na data do pleito; Paulo era analfabeto, mas deixou de sê-lo; e Manuel é português e está trabalhando numa empresa no Brasil. É facultativo o alistamento eleitoral de:

a) Juan e Paulo.

Page 63: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 63

b) Juan e Manuel

c) Juan e Pedro

d) Paulo.

e) Pedro.

COMENTÁRIOS:

Relembrando sobre a obrigatoriedade do alistamento eleitoral:

É obrigatório o alistamento para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos;

É facultativo o alistamento para os analfabetos, maiores de 70 anos e os que possuem idade entre 16 e 18 anos na data do pleito.

Com isso, é obrigatório o alistamento de João (que possui 18 anos de idade), que deve ser brasileiro nato. Pelo menos é o que se pôde interpretar da questão.

Juan é naturalizado brasileiro – esse dado, por si só, não implica na obrigatoriedade do alistamento. Não preencheu nenhum critério da facultatividade do alistamento.

Pedro terá 16 anos na data do pleito, o que implica facultatividade de sua inscrição eleitoral.

Paulo agora não é mais analfabeto, tornando-se obrigatório o seu alistamento.

Manuel, por ser português com residência no Brasil, tem garantidos os mesmos direitos que um brasileiro naturalizado, podendo e devendo se alistar como eleitor.

Logo, apenas o Pedro tem como facultativa sua inscrição eleitoral.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 97: TRE-SP - Analista Judiciário – Contabilidade [FCC] - 10/05/2006. É considerada uma das condições de elegibilidade do Governador de Estado, Deputado Federal e do Senador, a idade mínima,

Page 64: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 64

respectivamente, de

a) trinta e cinco anos, trinta anos e vinte e um anos. b) trinta anos, vinte e um anos e trinta e cinco anos. c) vinte e um anos, trinta anos e trinta e cinco anos. d) trinta e cinco anos, vinte e um anos e trinta anos. e) trinta anos, trinta e cinco anos e vinte e um anos.

COMENTÁRIOS:

Vamos relembrar o quadrinho de idades previstas na CF-88 como condição de elegibilidade:

Quadro esquemático abaixo para facilitar a fixação:

Idade Mínima para Elegibilidade:

o Presidente e Vice-Presidente da República

o SENADOR!!! (Senador é sempre velho!!)

35 ANOS

Governador e Vice-Governador de Estado e do DF

30 ANOS

o Deputado Federal, Estadual ou Distrital

o Prefeito e Vice-Prefeito!!!

o Juiz de Paz (para casar precisa ter pelo menos 21 anos!!!)

21 ANOS

Vereador 18 ANOS

Desse modo, como a questão pede, tem idades mínimas para: Governador (30 anos), Deputado Federal (21 anos) e Senador (35 anos). A única resposta que atende a esta conclusão é o item “b”.

Page 65: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 65

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 98: TRE-SP - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 10/05/2006. Tício é brasileiro naturalizado, alfabetizado e tem 40 anos de idade. Paulus é brasileiro nato, tem 18 anos de idade, mas é analfabeto. Petrus é brasileiro nato, alfabetizado e tem 72 anos de idade. O alistamento eleitoral e o voto são

a) obrigatórios para Tício e facultativos para Paulus e Petrus.

b) facultativos para Tício e Paulus e obrigatórios para Petrus.

c) facultativos para Tício e Petrus e obrigatórios para Paulus.

d) obrigatórios para Tício, Paulus e Petrus.

e) facultativos para Tício, Paulus e Petrus.

COMENTÁRIOS:

Tício – alistamento e voto são obrigatórios, pois é brasileiro (naturalizado, não estrangeiro) e possui 40 anos de idade (maior de 18 anos e menor que 70 anos).

Paulus – alistamento e o voto são facultativos, pois apesar de possuir 18 anos de idade, é analfabeto.

Petrus – alistamento e o voto são facultativos porque possui 72 anos de idade (> 70 anos).

Logo, a resposta correta é o item “a” (obrigatórios para Tício e facultativos para Paulus e Petrus).

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 99: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] -

Page 66: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 66

24/01/2010 (ADAPTADA).

Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do DF e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos.

COMENTÁRIOS:

CF-88

Art. 14

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 100: TJ - MG - Juiz de Direito Substituto de Carreira [FGV] - 04/05/2009.

Com relação aos analfabetos, é incorreto afirmar que:

a) a condição de semi-analfabeto, em que o interessado apenas assina e lê o nome, torna o candidato inelegível.

b) é legítima a diligência judicial que, de ofício, busca apurar a condição de alfabetizado do candidato.

c) o exercício de função pública não afasta a inelegibilidade do candidato analfabeto.

d)éválidaaaplicaçãstesumárioparaaferirorequisitodealfabetizaçãodo candidato.

e) o artigo 14, § 4º, da CF consagra presunção juris et de jure (absoluta) de incapacidade para o exercício do mandato.

Page 67: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 67

COMENTÁRIOS:

O semi-analfabeto, pela doutrina, é considerado elegível. Tão somente o analfabeto, segundo a CF-88 é inelegível. Basta preencher requisitos mínimos de alfabetização que tem por afastada a inelegibilidade. Assim, o item “a” está incorreta, como o caput da questão requer.

O Juiz pode aferir, por critério sumário, a condição de alfabetizado do candidato. Itens “b” e “d” estão corretos.

Não existe qualquer previsão legal de exceções à analfabetia do candidato, inclusive o exercício de função pública. Por isso, o item “c” está correto também.

As inelegibilidades absolutas são previstas exatamente no art. 14, §4º, da CF. Item “e” correto.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 101: TRE-AM - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 23/11/2003. Os analfabetos são inelegíveis

a) para qualquer cargo eletivo.

b) apenas para Presidente e Vice-Presidente da República.

c) para Governador e Vice-Governador de Estado, entre outros.

d) para Senador e Deputado Federal, entre outros.

e) para Deputado Estadual, Prefeito e Vice-Prefeito, entre outros.

COMENTÁRIOS:

São absolutamente inelegíveis os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS.

O que é mesmo inelegível? Aqueles que não podem concorrer a qualquer cargo público! São destituídos da capacidade eleitoral passiva (direito de ser eleito),

Page 68: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 68

não podendo concorrer em qualquer pleito eleitoral.

Lembrando que os analfabetos mantêm a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade), pois têm como facultativo seu alistamento eleitoral.

Desse modo, os analfabetos são inelegíveis para qualquer cargo eletivo (resposta certa: “a”).

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 102: TRE-BA - Técnico Judiciário [FCC] - 21/09/2003.

Considere as afirmações:

I. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, do Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, mesmo se já forem titulares de cargo eletivo e candidatos à reeleição.

II. São inelegíveis, para qualquer cargo, os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada em julgado, por crimes eleitorais, pelo prazo máximo de 2 anos após o cumprimento da pena.

III. São inelegíveis, para qualquer cargo, os Ministros de Estado até 6 meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções.

Está correto APENAS o que se afirma em

a) I.

b) III.

c) I e II.

d) I e III.

e) II e III.

COMENTÁRIOS:

Page 69: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 69

O item I é uma pegadinha! O examinador trocou o termo “salvo” por “mesmo” no texto do art. 14, §º, da CF-88. Vejam o texto original:

Art. 14

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição

Assim, o item I tornou-se errado porque a CF-88 ressalva a possibilidade de reeleição de parente já titular de mandato eletivo (nesse caso o parente é plenamente elegível, não é inelegível).

Os itens II e III requerem conhecimento da Lei Complementar nº 64/90, oportunamente estudada em Aula própria. De todo modo, o II está errado e o III correto.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 103: TRE-MS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 25/03/2007. Antonio é Prefeito Municipal de uma cidade do interior do Estado. Seu filho adotivo, Jonas não é titular de mandato eletivo, mas pretende candidatar-se ao cargo de Vereador. Nesse caso, Jonas a) não pode em nenhuma situação ser candidato a Vereador, ainda que Antonio renuncie o mandato de Prefeito. b) pode ser candidato a Vereador, porque se trata de outra eleição, diferente daquela em que Antonio se elegeu Prefeito Municipal. c) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento legal não alcança os filhos adotivos do Prefeito Municipal. d) só pode ser candidato a Vereador se Antonio renunciar o mandato de Prefeito Municipal até 6 meses antes do pleito. e) pode ser candidato a Vereador, posto que o impedimento decorrente da

Page 70: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 70

condição de descendente não se aplica às eleições municipais.

COMENTÁRIOS:

Como o cargo pretendido pelo Jonas, filho adotivo do Prefeito Antônio, é diverso do de Chefe do Executivo (no caso, Prefeito), então pouco importa se Antônio está no 1º ou no 2º mandato, pois a renúncia dele antes dos 6 meses das eleições afasta a inelegibilidade de Jonas para concorrer a outros cargos.

Nesse caso, Jonas poderá sim concorrer para o cargo de Vereador Municipal, desde que seu Pai, Antônio, Prefeito, renuncie no prazo constitucional. Lembrando que filhos adotivos também são considerados como parentes para fins de inelegibilidade reflexa pela CF-88.

Nesse caso, a resposta correta é o item “d”.

RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 104: TRE-SP - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 10/05/2006. O analfabeto a) pode ser eleito para as Assembléias Legislativas. b) pode ser eleito para a Câmara dos Deputados. c) só pode alistar-se se souber ao menos assinar o nome. d) pode ser eleito Prefeito Municipal. e) é inelegível para qualquer cargo eletivo.

COMENTÁRIOS:

Analfabeto é absolutamente inelegível! Lembrando que é plenamente alistável.

RESPOSTA CERTA: E

Page 71: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 71

QUESTÃO 105: TRE-AC - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 12/10/2003. José é Prefeito Municipal de uma cidade do interior. Seu cunhado Manoel pretende candidatar-se ao cargo de Vereador. Manoel a) pode ser candidato a Vereador, porque se trata de eleição de jurisdição diversa daquela em que José se elegeu Prefeito Municipal. b) só pode ser candidato a Vereador se José renunciar ao mandato de Prefeito Municipal até 6 meses antes do pleito. c) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento alcança apenas até o primeiro grau de parentesco por afinidade com o Prefeito Municipal. d) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento alcança apenas os parentes consangüíneos, não alcançando os afins, do Prefeito Municipal. e) pode ser candidato a Vereador, pois o impedimento decorrente do parentesco não se aplica às eleições municipais.

COMENTÁRIOS:

No caso dado na questão, Manoel é cunhado de José, parente por afinidade de 2º grau. Da mesma forma que o cônjuge e os parente por consangüinidade, para Manoel candidatar-se ao cargo de Vereador, será preciso que José renuncie ao cargo de Prefeito em até 6 meses antes do pleito. Caso não renuncie, Manuel será inelegível para qualquer cargo na circunscrição Municipal.

O item certo, portanto, é o “b”.

O examinador não entrou no mérito se era 1º ou 2º mandato, fato que não tinha relevância para a resposta da questão.

Deve-se lembrar que a CF-88 abrange parentes consangüíneos e afins até 2º grau. Não é só parente consangüíneo, mas os afins também.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 106: MPE-PE - Promotor de Justiça [FCC] - 01/08/2008.

Page 72: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 72

Muitas são as condições de elegibilidade que devem ser preenchidas para a participação política ativa e passiva. Rinaldo é oficial da Polícia Militar do Estado e conta mais de dez anos de serviço.

Resolveu ser candidato a Deputado Estadual. Nesse caso, ele é

a) elegível e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

b) inelegível, porque os policiais militares estaduais são inalistáveis.

c) elegível e, se eleito, deverá permanecer afastado de suas funções até o término do mandato.

d) inelegível, visto que o militar só pode ser candidato a cargo eletivo após vinte anos de serviço.

e) elegível e só será afastado de suas funções se o requerer e não houver compatibilidade de horários.

COMENTÁRIOS:

Como já examinamos anteriormente, o Militar tem algumas condições de elegibilidade diferenciadas, mas são plenamente alistáveis. Logo item “b” está errado.

Para o Militar ser considerado elegível, além das condições de elegibilidade previstas para todo cidadão, é preciso que atenda às condições previstas na CF-88, senão será considerado inelegível.

As condições são as seguintes:

� se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

� se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

CF-88

Art. 14

Page 73: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 73

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Desse modo, como Rinaldo é Militar com mais de 10 anos de serviço, caso ele seja eleito passará automaticamente para a inatividade no ato da diplomação, o que atende perfeitamente ao disposto no item “a” da questão.

O item “c” somente estaria correto se Rinaldo tivesse menos de 10 anos de serviço.

O Militar é sempre alistável, salvo se não preencher as condições do art. 14, §8º, da CF-88. Não existe a condição prevista no item “d” de 20 anos de serviço.

O Militar sempre será afastado de suas funções, tendo mais ou menos de 10 anos de serviço. Por isso, está errado o item “e”.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 107: MPE-PB - Promotor de Justiça [MPE/PB] - 01/01/2003.

Dentre os relacionados abaixo, são elegíveis para qualquer cargo:

a)os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos;

b)os maiores com 21 (vinte e um) anos;

c)os inalistáveis;

d)os maiores de 70 (setenta) anos;

e)os analfabetos.

Page 74: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 74

COMENTÁRIOS:

Apenas o maior de 70 anos não sofre as limitações de idade para assunção de cargos eletivos disposta na CF-88. Todos os outros previstos na questão, de alguma estão limitados em sua elegibilidade para algum cargo.

Desse modo, apenas o item “d” está correto.

RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 108: MPF – Procurador [MPU] (ADAPTADA).

AS HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADES:

I - estão previstas apena no Código Eleitoral e na Constituição;

II - são situações fáticas, sem previsão legal, apuradas em representações por abuso de poder econômico e político;

III - estão previstas na Constituição Federal e ainda em lei complementar a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta;

IV - são situações de direito eleitoral, tipificadas como crimes eleitorais, tendo em vista a improbidade administrativa e as ilegalidades nos gastos nas campanhas, corrupção, fraude e abuso do poder econômico. Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que:

a) somente as de números I e IV estão corretas;

b) estão corretas as de número II e III;

c) apenas a de número III está correta;

d) somente a de número I correta.

COMENTÁRIOS:

Page 75: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 75

Item I – errado. Estão previstas na CF-88 e na LC 64/90.

Item II – errado. Sem previsão legal??

Item III – correto. É o que dispõe a CF-88:

CF-88

Art. 14

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

Item IV – errado. As inelegibilidades NÃO SÃO CRIMES eleitorais, mas situações previstas em lei (inclusive alguns crimes comuns) que impedem a assunção de cargo eletivo. Não têm relação direta e necessária com crimes.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 109: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 21/09/2003.

Alexandro, Prefeito Municipal da cidade de Rio Turvo, renuncia ao cargo até 6 meses antes do pleito eleitoral. Nesse caso,

a) está caracterizada a inelegibilidade indireta apenas para os cargos de Governador do Estado e de Deputado Estadual do Estado que o município integra, não tendo aplicação a outros mandatos eletivos.

b) está presente a inelegibilidade reflexa para o cargo de Presidente da República, de Governador do Estado e de Prefeito, assim como para os demais cargos eletivos do Poder Legislativo.

c) não está presente a inelegibilidade reflexa, permitindo-se a candidatura

Page 76: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 76

para quaisquer cargos dos Poderes Executivo e Legislativo.

d) está caracterizada a inelegibilidade indireta, que se aplica à candidatura de mandatos eletivos no Poder Legislativo, mas não tem aplicação à candidatura no Poder Executivo.

e) está presente a inelegibilidade reflexa somente para o cargo de Prefeito, não tendo aplicação para a candidatura a outros mandatos eletivos.

COMENTÁRIOS:

Analisamos anteriormente sobre a renúncia à Chefia do Executivo e a inelegibilidade reflexa dos parentes do titular.

Vimos que, segundo entendimento do TSE, se o titular estiver em seu 1º mandato, com a sua renúncia em até 6 meses antes do pleito, resta afastada esta inelegibilidade reflexa dos parentes, tanto para concorrerem ao mesmo cargo do titular (Chefe do Executivo), quanto para qualquer outro cargo.

Somente se ele estiver em seu 2º mandato, a prévia renúncia não afastaria a inelegibilidade dos parentes para concorrerem ao mesmo cargo de Chefe do Poder Executivo.

Na questão não foi informado o dado se estaria o Prefeito Alexandre em seu 1º ou 2º mandato. Este é um dado crucial para que a resposta da questão fosse precisa.

De todo modo, o que se afigura é o seguinte:

1) caso estivesse Alexandre em seu 1º mandato, a sua renúncia antes dos 6 meses do pleito afastaria a inelegibilidade reflexa de seus parentes para concorrerem a qualquer cargo, inclusive o de Prefeito Municipal;

2) caso fosse o seu 2º mandato, a renúncia prévia não afastaria a inelegibilidade reflexa para o cargo de Prefeito, mas apenas para os outros cargos diversos do de Chefe do Executivo.

O gabarito da questão veio como certo o item “e”. No entanto, com base na orientação atual do TSE, entendo que nenhum item apresentado mostra-se correto. O item “e” estaria correto se a questão indicasse que Alexandre

Page 77: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 77

estaria em seu 2º mandato de Prefeito. Por sua vez, o item “c” estaria correto se a questão indicasse que ele estivesse em seu 1º mandato.

NENHUMA RESPOSTA CERTA

QUESTÃO 110: [FCC] - TRE - AM - Téc. Administrativa [FCC] - 31/01/2010.

A respeito da obrigatoriedade do voto, é correto afirmar que

a) o voto é facultativo para os maiores de 60 anos.

b) o eleitor que deixar de votar em três eleições consecutivas terá sua inscrição cancelada.

c) para o eleitor que se encontrar no exterior, o prazo para justificação é de 30 dias contados da data da eleição.

d) os menores de 18 anos que deixarem de votar estarão sujeitos à multa.

e) os estrangeiros não naturalizados brasileiros votarão em separado.

COMENTÁRIOS:

Segundo o art. 14, §1º, a CF-88, o voto somente é facultativo para os maiores de 70 anos, maiores de 16 e menos de 18 anos e para os analfabetos. Logo, o item “a” está errado.

O item “b” - o eleitor que deixar de votar em três eleições consecutivas terá sua inscrição cancelada – está correto porque, segundo a literalidade do Código Eleitoral, realmente a abstenção por 3 eleições consecutivas é causa de cancelamento da inscrição, conforme profetizam os arts. 7º, §3º, 71, V, do Código Eleitoral:

Art. 7º

§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será CANCELADA A INSCRIÇÃO do eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa

Page 78: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 78

ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

Art. 71. São causas de cancelamento:

V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.

Ressalto, contudo, que o art. 80, §6º, da Resolução TSE nº 21.538/2003, determina que o cancelamento somente poderá se dar após ausência de justificação do eleitor e do não pagamento da multa.

Art. 80

§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos.

Assim, em termos práticos e doutrinários, o simples não comparecimento em 3 eleições consecutivas não é motivo, por si só, para automaticamente a inscrição ser cancelada. É preciso que se conjugue também o não pagamento da multa e a não justificação no prazo de 6 meses da 3ª eleição consecutiva (prazo do art. 7, §3º do Código Eleitoral).

NO ENTANTO, trata-se de questão da FCC, que exige o que mesmo dos candidatos? A literalidade do texto normativo! Assim, segundo o art. 7, §3º, do Código, o fato de não votar por 3 eleições consecutivas é fato que gera o cancelamento da inscrição. Deste modo, o item “b” está CORRETO.

O restante dos itens exige conhecimento da Resolução nº 21. 538/2003, a ser oportunamente estudada.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 111: TRE-SC - Analista Judiciário – Judiciária [FAPEU] - 19/06/2005.

Page 79: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 79

O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo. Assim, assinale a alternativa CORRETA.

a)Estão dispensados de votar os enfermos, os que se encontrem fora de seu domicílio e os funcionários civis e militares em serviço que os impossibilite de votar.

b)Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor obter passaporte e tampouco empreender viagem ao exterior.

c)Estão dispensados de votar os inválidos, os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos e os que se encontrem no exterior.

d)O brasileiro que deixou de ser analfabeto e não se alistou até um ano depois da escolarização, incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do salário, com a devida atualização legal.

COMENTÁRIOS:

Segundo o art. 6, I e II, do Código Eleitoral, estão dispensados do alistamento e do voto:

I - quanto ao alistamento:

a) os inválidos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os que se encontrem fora do país.

II - quanto ao voto:

a) os enfermos;

b) os que se encontrem fora do seu domicílio;

c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

Assim, o item “a” está correto e o item “c” está errado.

Quanto ao item “b”, consoante questão anterior, está errada apenas a última parte, ao limitar o eleitor de empreender viagem ao exterior.

Page 80: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 80

Quanto ao item “d”, o analfabeto, mesmo que não se aliste após a sua escolarização, não pagará a multa eleitoral prevista no art. 8º do Código, conforme art. 16 da Resolução nº 21.538/2003:

Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo (Constituição Federal, art. 14, § 1º,II, a).

Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito à multa prevista no art. 15 (Código Eleitoral, art. 8º).

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 112: MPE - RN - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 19/04/2008.

A CF e as leis eleitorais brasileiras estabelecem a disciplina da nacionalidade do candidato,queprparticularidadesconformeocargopretendido.Aesserespeito, assinale a opção correta.

a) Um cidadão português que goze do estatuto da reciprocidade pode ser candidato a presidente da República.

b) Em qualquer caso, a dupla nacionalidade de um cidadão brasileiro impõe a inelegibilidade.

c) Brasileiro que se naturalizar alemão em virtude de imposição legal da Alemanha perde a capacidade eleitoral passiva.

d) Estrangeiro nacionalizado brasileiro somente pode ser candidato a cargos legislativos.

e) Cidadão brasileiro nascido no exterior e registrado no consulado do Brasil pode ser candidato a presidente da República.

COMENTÁRIOS:

O cidadão Português, pela previsão constitucional, poderá, em tese, também concorrer a determinados cargos políticos no Brasil, sem se naturalizar

Page 81: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 81

formalmente. No entanto, o art. 12, §3º, I, da CF-88 prevê que o cargo de Presidente e Vice da Repúblicas são privativos de brasileiros natos. Com isso, o item “a” está errado.

A dupla nacionalidade, por si só, não implica necessariamente na inelegibilidade do cidadão. Itens “b” e “c” errados.

O estrangeiro nacionalizado brasileiro poderá concorrer a todos os cargos eletivos, salvo os previstos no art. 12, §3º, da CF-88. Poderá, por exemplo, concorrer ao cargo de Prefeito, Governador (Chefe do Poder Executivo):

Art. 12

§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

O cidadão brasileiro nascido no exterior e registrado no consulado do Brasil pode ser candidato a presidente da República porque este é considerado brasileiro nato, nos termos do art. 12, I, c, da CF-88. Por isso, pode concorrer ao cargo de Presidente da República. Item “E” está correto.

Art. 12, I,

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

Page 82: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 82

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 113: TRE - GO - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 01/02/2009.

Tendo em vista os direitos políticos, e em especial as condições de elegibilidade, assinale a opção correta.

a) Não são elegíveis para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador aqueles que contarem com menos de trinta e cinco anos de idade.

b) Para concorrerem a outros cargos, os governadores e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, salvo se já estiverem exercendo os mandatos pela segunda vez seguida.

c) A CF prevê casos de suspensão, mas não de perda definitiva de direitos políticos, pois a privação terminante desses direitos configuraria ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana.

d) É vedada a criação de outros casos de inelegibilidade fora daqueles taxativamente expressos na CF.

COMENTÁRIOS:

O item “a” está correto, como exaustivamente estudamos linhas atrás. Presidente, Vice e Senador exigem, no mínimo, 35 anos de idade.

Para concorrer a outros cargos, os Chefes do Executivo devem obrigatoriamente renunciar aos cargos em até 6 meses da eleição, não existindo qualquer ressalva constitucional referente à desnecessidade de renúncia caso esteja em seu 2º mandato. Assim, o item “b” está incorreto.

CF-88

Art. 14

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até

Page 83: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 83

seis meses antes do pleito.

Sobre o item “c” veremos linhas à frente. De todo modo, está errado porque a CF-88 prevê hipóteses de suspensão e de perda dos direitos políticos. O que não é permitido é a cassação dos direitos políticos.

O item “d” está errado, pois as inelegibilidades são previstas na Constituição e na Lei Complementar nº 64 (Inelegibilidades Legais).

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 114: MPE - AM - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 02/12/2007.

Conforme a Constituição da República, o instituto da inelegibilidade destina-se a proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato - em razão da qual se considera a vida pregressa do candidato - e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício da função, cargo ou emprego da administração direta ou indireta. Considerando os princípios constitucionais e a Lei de Inelegibilidade - Lei Complementar n.º 64/1990 -, assinale a opção correta.

a) Ocupante do cargo de governador de estado é obrigado a renunciar ao mandato para candidatar-se a deputado federal.

b) Ocupante do cargo de governador de estado é obrigado a se licenciar do mandato para candidatar-se a deputado federal.

c) Cidadão analfabeto pode ser candidato a vereador, mas não, a prefeito.

d) Pessoa submetida a processo em que é acusada da prática de crime hediondo somente pode candidatar-se após o trânsito em julgado.

e) Irmão de governador de estado pode ser candidato em qualquer eleição, desde que já seja ocupante de algum cargo eletivo.

COMENTÁRIOS:

Page 84: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 84

As inelegibilidades por motivos funcionais podem ser divididas para o mesmo cargo ou para outros cargos. Para o Chefe do Poder Executivo concorrer a outros cargos quaisquer, por imperativo constitucional, deverão renunciar pelo menos 6 meses antes do pleito.

CF-88

Art. 14

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Nessa trilha, para o atual Governador candidatar-se a deputado federal e a qualquer outro cargo, salvo a sua própria reeleição, deverá renunciar ao mandato em até 6 meses antes das eleições. Com isso, o item “a” está correto.

Não está obrigado a licenciar-se do cargo, mas a renunciar dele. Item “b” errado.

Analfabeto é inelegível para todos os cargos, inclusive para Prefeito e Vereador. Item “c” errado.

O cidadão somente perderá sua condição de elegibilidade de pleno exercício dos direitos políticos com o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Destarte, aquele que está sendo processado por crime não tem seus direitos políticos suspensos, pois o processo está pendente, sem decisão definitiva, o que implica na sua regular elegibilidade. Item “d” errado.

A inelegibilidade reflexa é aquela decorrente da titularidade do Cargo de Chefe do Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos) ou dos que o tiverem substituído, que reflete diretamente nos parentes do titular. Implica na impossibilidade serem elegíveis, no território da circunscrição do titular, os seguintes parentes: cônjuge e dos parentes consangüíneos e afins, até 2º grau ou por adoção.

A CF-88 prevê a ressalva do parente já ser titular de mandato eletivo e candidato á reeleição.

Page 85: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 85

Então, parente seja também titular de mandato eletivo, poderá concorrer somente à reeleição desse cargo. Não poderá pleitear outros cargos, salvo aqueles não abrangidos pela inelegibilidade reflexa.

Quanto ao item “e”, o irmão não poderá concorrer a qualquer cargo público, mas somente à reeleição e àqueles não vedados pela inelegibilidade reflexa. Ex: poderá candidatar-se a Governador, Deputado Federal ou Estadual de outros Estados diversos do que seu irmão é Governador, ou mesmo a Presidente da República.

Art. 14

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 115: TRE - BA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/02/2010.

Acerca da competência jurisdicional, julgue o próximo item.

Em caso de inelegibilidade de candidato por efeito da suspensão dos direitos políticos em razão de condenação criminal, a justiça eleitoral é competente para determinar a suspensão dos efeitos de decisão criminal transitada em julgado em virtude da superveniência de lei penal mais benéfica ao candidato.

COMENTÁRIOS:

A Justiça Eleitoral apenas homologará a sentença penal condenatória transitada em julgado para determinação dos efeitos eleitorais (suspensão dos direitos políticos e fixação da inelegibilidade do eleitor-cidadão). Não tem a

Page 86: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 86

Justiça Eleitoral competência penal para julgamento de crimes comuns, por isso não pode, ao seu alvedrio, alterar decisão judicial da justiça comum.

Desse modo, o item está errado.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 116: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 24/01/2010 (ADAPTADA).

Acerca das condições de elegibilidade e das causas de inelegibilidade, assinale a opção correta.

a) São inelegíveis para qualquer cargo o governador e o vice-governador de estado e do Distrito Federal ( DF ), o prefeito e o vice-prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da constituição estadual, da lei orgânica do DF ou da lei orgânica do município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos oito anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos.

b) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do DF e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos.

c) São inelegíveis os candidatos que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela justiça eleitoral, ainda que aguardando julgamento de recurso no TSE, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos três anos seguintes.

d) É condição de elegibilidade para o candidato ao cargo de governador ter idade mínima de 35 anos.

e) Para concorrerem a outros cargos, os deputados federais e senadores devem sempre renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Page 87: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 87

COMENTÁRIOS:

Item A – correto. É o que dispõe o art. 1º, I, c, da LC 64/90:

Art. 1º São inelegíveis:

I - para qualquer cargo:

c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

A antiga redação da LC nº 64/90 previa o prazo de 3 ANOS de inelegibilidade e não o atual prazo de 8 ANOS subsequentes ao término do mandato.

Item B – errado. O art. 14, §6º, da CF-88 prevê que o Presidente da República, Governadores de Estados e Prefeitos Municipais devem RENUNCIAR (desincompatibilizar) aos seus mandatos até 6 MESES antes do pleito para concorrem a OUTROS CARGOS (diversos do que ocupam).

Art. 14

§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

LC 64/90

Art. 1º

§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.

Item C – errado. Pela antiga e pela atual redação da LC 64/90, a representação tem já ter sido julgada procedente com trânsito em julgado, não se admitindo a possibilidade de pendência de recurso para a caracterização da inelegibilidade. Ademais, o prazo de inelegibilidade é de 8 ANOS e não mais 3

Page 88: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 88

anos como previa o antigo texto.

Art. 1º São inelegíveis:

I - para qualquer cargo:

d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Item D – errado. A idade mínima de Governador é de 30 ANOS.

Item E – errado. A previsão constitucional-legal de necessária renúncia 6 meses antes das eleições para concorrer a outros cargos é apenas para os Chefes do Poder Executivo, não se aplicando ao cargos do Legislativo.

RESPOSTA CERTA: A

QUESTÃO 117: TRE - MT - Analista Judiciário - Administrativa I [CESPE] - 24/01/2010.

Com relação às regras atinentes às condições de elegibilidade, assinale a opção correta.

a) A legislação eleitoral estabelece regras para cassação, perda e suspensão dos direitos políticos, e, em qualquer dos casos, impõe ao cidadão punido a condição de inelegibilidade.

b) A filiação partidária não é considerada condição de elegibilidade. Assim, se no ano eleitoral um candidato pedir a desfiliação do partido ao qual é filiado, poderá concorrer como candidato autônomo.

c) Na legislação pátria, não há previsão de inelegibilidade por parentesco e, por isso, o cônjuge do prefeito pode candidatar-se a qualquer cargo, sem a necessidade de renúncia nos seis meses que antecedem ao pleito.

d) A previsão legal de idade mínima para candidatar-se refere-se apenas aos

Page 89: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 89

cargos de presidente e vice-presidente da República, caso em que o candidato deve ter, no mínimo, 35 anos de idade.

e) O brasileiro naturalizado pode candidatar-se ao Senado Federal, mas não poderá presidi-lo.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. A CF-88 não prevê cassação dos direitos políticos. Cuidado!

Mesmo sabendo de tal regra, às vezes, de forma desavisada poderemos cometer erros. A CF-88 prevê formas de perda ou suspensão dos direitos políticos, que, de fato, geram inelegibilidade do cidadão.

CF-88

Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Item B – errado. Candidato sem partido jamais poderá candidatar-se. É preciso que esteja o candidato filiado há pelo menos 1 ano antes do pleito.

CF-88

Art. 14

3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

V - a filiação partidária;

Item C – errado. Existe sim! É a chamada inelegibilidade reflexa, decorrente

Page 90: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 90

da titularidade de um mandato eletivo que reflete diretamente nos parentes do titular.

Art. 14

§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Item D – errado. Como já estudamos, há diversas estratificações de idades mínimas para a elegibilidade:

Idade Mínima para Elegibilidade:

o Presidente e Vice-Presidente da República

o SENADOR!!! (Senador é sempre velho!!)

35 ANOS

Governador e Vice-Governador de Estado e do DF

30 ANOS

o Deputado Federal, Estadual ou Distrital

o Prefeito e Vice-Prefeito!!!

o Juiz de Paz (para casar precisa ter pelo menos 21 anos!!!)

21 ANOS

Vereador 18 ANOS

Item E – correto. Exatamente. Por não ser brasileiro nato não poderá nem sonhar em ser Presidente da República. Por isso, apesar de poder candidatar-se aos cargos de Senador e Deputado Federal, não poderá nunca assumir a

Page 91: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 91

Presidência de ambas as casas, pois, poderia, por vias transversas, assumir a Presidência da República em caso de vacância do Presidente e do Vice.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 118: TRE - BA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/02/2010. Considerando o disposto no § 7.º, art. 14, da CF, no sentido de que "são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição" e a disciplina jurídica das relações de parentesco, julgue o seguinte item. Se determinado prefeito usufruirá do mandato até o seu final, então o seu cunhado não poderá se candidatar ao mesmo cargo no pleito seguinte. De maneira diferente ocorre em relação ao ex-cunhado, cujo vínculo de parentesco se extingue com a dissolução do casamento. COMENTÁRIOS:

Como já comentado, caso o titular do cargo executivo não renuncie no prazo constitucional, mantém-se a inelegibilidade dos parentes.

O TSE vinha entendendo que a dissolução do casamento (separação ou divórcio) do titular do cargo executivo na vigência do 1º mandato importava em dissolução também para fins eleitorais. Com isso, com a separação judicial ou divórcio no 1º mandato seriam eliminadas as inelegibilidades reflexas aos parentes do titular do cargo.

Por sua vez, somente se a dissolução ocorresse no 2º mandato, as inelegibilidades remanesceriam em vista do “comprometimento da lisura

Page 92: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 92

eleitoral” 5

No entanto, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 18, que impõe a inelegibilidade do ex-cônjuge, que tenha por dissolvido o vínculo conjugal em qualquer mandato (seja no 1º mandato ou no 2º mandato).

Sumula Vinculante 18:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

As bancas certamente adotarão o entendimento do STF, a despeito de sedimentada jurisprudência do TSE dividindo em 2 situações diversas: separação ou divórcio no 1º e no 2º mandato.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 119: TRE - PI - Analista Judiciário – Taquigrafia [FCC] - 02/08/2009.

Compete ao Procurador-Geral, como chefe do Ministério Público Eleitoral,

a) expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

b) designar a sede e jurisdição das Juntas Eleitorais.

c) organizar o fichário dos eleitores do Estado.

d) assistir às sessões do Tribunal Superior Eleitoral e tomar parte nas discussões.

e) nomear, até 60 dias antes das eleições, os membros das Mesas Receptoras.

COMENTÁRIOS:

Item A errado. Competência das Juntas Eleitorais.

Item B errado. Competência dos TREs.

5 TSE – Resolução nº 21.475 – Consulta nº 923 – Rel. Min. Barros Monteiro, decisão: 26-8-03.

Page 93: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 93

Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:

V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;

Item C errado. Competência dos TREs.

Item D correto. Art. 24, I, do Código Eleitoral.

Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral;

I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;

Item E errado. Competência dos Juízes Eleitorais.

Art. 35. Compete aos juízes:

XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;

RESPOSTA CERTA: D

Page 94: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 94

RESUMO DA AULA

O Ministério Público em sentido amplo abrange os seguintes órgãos:

a) O Ministério Público da UNIÃO (MPU), que por sua vez compreende os seguintes ramos:

1. Ministério Público Federal (MPF);

2. Ministério Público do Trabalho (MPT);

3. Ministério Público Militar (MPM);

4. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

b) Os Ministérios Públicos dos ESTADOS (MPE).

O art. 37 da LC nº 75/93 trata das funções eleitorais do Ministério Público, dispondo que o Ministério Público FEDERAL (MPF) exercerá suas funções nas causas de competência dos tribunais e juízes eleitorais.

O MPF e o MP Estadual exercerão FUNÇÕES eleitorais, formando o corpo do Ministério Público Eleitoral.

Em resumo, quanto ao âmbito de atuação do Ministério Público, a estrutura dos cargos e as atribuições são as seguintes:

1) Procurador-Geral Eleitoral (PGE): exerce suas funções nas causas de competência do TSE.

2) Procurador Regional Eleitoral (PRE): exerce suas funções perante as causas de competência do TRE.

3) Promotor Eleitoral: é o membro do Ministério Público local que atua perante os juízes e juntas eleitorais (1º grau).

Page 95: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 95

Procuradores Eleitorais junto aos Tribunais Eleitorais:

TSE PROCURADOR-GERAL

ELEITORAL ��� Procurador-Geral da União

TREs

PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL ���

Procurador Regional da República ou um Procurador da República

Juízes e Juntas Eleitorais

(1ª Instância) PROMOTES ELEITORAIS

Delineio as funções mais relevantes do MP Eleitoral:

1. fiscalizar o cumprimento da legislação eleitoral;

2. emitir Parecer nos feitos eleitorais;

3. oferecer Denúncia (Ação Penal) nos Crimes Eleitorais;

4. promover a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico, do poder de autoridade ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social em benefício de candidato ou partido político (art. 22 da Lei Complementar nº 64/90);

5. oferecer Ação de Impugnação de Registro de Candidatura – AIRC (art. 3º da Lei Complementar nº 64/90);

6. interpor o Recurso Contra a Expedição de Diploma (RCED) (art. 262 do Código Eleitoral).

Ademais, consoante o Código Eleitoral, compete ao Procurador-Geral Eleitoral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral:

1. assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas

Page 96: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 96

discussões;

2. exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal;

3. oficiar (participar) em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;

4. manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;

5. defender a jurisdição do Tribunal;

6. representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;

7. requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições;

8. expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;

9. acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.

Princípios insculpidos nos arts. 14-17 da CF-88:

1. Princípio da Soberania Popular. 2. Princípio do Sufrágio Universal. 3. Princípio da Obrigatoriedade do Alistamento e do Voto. 4. Princípio da Nacionalidade - Elegibilidade Privativa a

Brasileiros (natos e naturalizados). 5. Princípio da Proibição da Cassação dos Direitos Políticos –

Princípio da Cidadania. 6. Princípio da Necessidade de Condição de Eleitor. 7. Princípio do Domicílio Eleitoral.

Page 97: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 97

8. Princípio da Filiação Partidária. 9. Princípio Etário. 10. Princípio da Legitimidade das Eleições, Moralidade e

Probidade. 11. Princípio da Anualidade – Anterioridade da Lei

Eleitoral. 12. Princípio da Liberdade na criação e transformação dos

Partidos Políticos. 13. Princípio da Autonomia Partidária.

Classificação dos Direitos Políticos:

1. Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade) – direito de votar, capacidade de ser eleitor;

2. Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) – direito de ser votado.

Características do Voto no Brasil: Direto; Igual (um homem, um voto); Periódico; Sigiloso; Livre; Personalíssimo, Obrigatório.

PLEBISCITO X REFERENDO

Plebiscito – Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo

Congresso.

Referendo – Ratificadora (RR), Referendadora Consulta

(realizada posteriormente ao ato governamental já editado).

Requisitos Constitucionais para a INICIATIVA POPULAR:

1. 1% mínimo do eleitorado nacional;

2. 5 Estados – número mínimo;

3. 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um desses

Page 98: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 98

Estados.

ALISTAMENTO ELEITORAL e VOTO

OBRIGATÓRIOS

Apenas para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos

18 anos < X < 70 anos

FACULTATIVOS

o analfabetos

o maiores de 16 anos e menores de 18 anos

o maiores de 70 anos

Resumo: 16 anos < X < 18 anos;

X > 70 anos

No Código Eleitoral:

O alistamento é facultativo para:

� INVÁLIDOS;6

� MAIORES DE 70 ANOS (> 70 anos) – já previsto no novo texto constitucional;

� OS QUE SE ENCONTREM FORA DO PAÍS (brasileiros natos ou naturalizados que estejam fora do Brasil);

Por sua vez, o voto é facultativo para:

� ENFERMOS;

� OS QUE SE ENCONTREM FORA DO SEU DOMICÍLIO;

� FUNCIONÁRIOS CIVIS E OS MILITARES, EM SERVIÇO

6 Faço apenas uma pequena observação de que, segundo a Res.-TSE no 21.920/2004, em seu art. 1º, o alistamento

eleitoral e voto obrigatórios para pessoas portadoras de deficiência.

Page 99: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 99

QUE OS IMPOSSIBILITE DE VOTAR

DIPLOMA NORMATIVO NÃO PODEM ALISTAR-SE ELEITORES:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL � Estrangeiros

� Conscritos (art. 14, §2º)

CÓDIGO ELEITORAL (Lei nº 47

� os que não sabem exprimir-se na língua nacional;

� os privados dos seus direitos políticos, temporária ou definitivamente. (art. 5º, caput, do Código Eleitoral)

Requisitos constitucionais para possuir a Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade):

1. Alistamento Eleitoral - é preciso que o indivíduo se aliste perante a Justiça Eleitoral (lógico, como poderá votar se sequer se cadastrou como eleitor?);

2. Nacionalidade Brasileira – precisa ser brasileiro, nato ou naturalizado, de qualquer sexo, porque os estrangeiros estão impedidos de se alistar;

3. Idade mínima de 16 anos;

4. Não ser conscrito – tanto os estrangeiros, quanto os conscritos não podem se alistar.

Page 100: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

100

Idade Mínima para Elegibilidade:

o Presidente e Vice-Presidente da República

o SENADOR!!! (Senador é sempre velho!!)

35 ANOS

Governador e Vice-Governador de Estado e do DF

30 ANOS

o Deputado Federal, Estadual ou Distrital

o Prefeito e Vice-Prefeito!!!

o Juiz de Paz (para casar precisa ter pelo menos 21 anos!!!)

21 ANOS

Vereador 18 ANOS

1. INELEGIBILIDADE – obsta a elegibilidade do cidadão eleitor (a capacidade eleitoral passiva);

2. INALISTABILIDADE – impede o exercício do direito de ser eleitor (a capacidade eleitoral ativa).

3. INCOMPATIBILIDADE – o cidadão já eleito é impedido do exercício do mandato. A incompatibilidade configura-se após a eleição, obrigando o candidato à escolha entre o mandato e o cargo

As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR!

Page 101: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

101

Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS!

São INALISTÁVEIS:

1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88);

2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos (segundo o Código Eleitoral).

INELEGIBILIDADES RELATIVAS:

1. POR MOTIVOS FUNCIONAIS:

a. Para o mesmo cargo – impedimento de mais de 1 reeleição consecutiva;

b. Para outros cargos – serão considerados inelegíveis para outros cargos eletivos o Presidente da República, os Governadores dos Estados e do DF e os Prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.

2. POR MOTIVOS DE PARENTESCO (inelegibilidade reflexa) – é inelegível, no território da circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos e afins, até 2º grau ou por adoção dos Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos), ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato á reeleição.

3. INELEGIBILIDADES DOS MILITARES – prevista no art. 14, §8º, da CF-88.

4. INELEGIBILIDADES LEGAIS – previstas na LC nº 64/90.

Page 102: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

102

REFERÊNCIAS

BARROS, Francisco Dirceu: Direito Eleitoral: teoria, jurisprudência. 8.ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 33. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral. Bauru: Edipro, 2002.

Código eleitoral anotado e legislação complementar. 8. ed. rev. e atual. – Brasília : TSE, 2008.

CONEGLIAN, Olivar. Radiografia da Lei das Eleições 2010. 6.ed. Curitiba: Juruá, 2010.

DAL POZZO, Antônio Araldo Ferraz. Lei nº 9.504/97: estrutura, análise e jurisprudência. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

FAGA, Tânia Regina Trombini. Julgamentos e Súmulas do STF e STJ. São Paulo: Método, 2009.

FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio: Introdução ao estudo de direito: técnica, decisão, dominação. 3.Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 5.ed. DelREy: 2010.

MELO, Henrique: Direito Eleitoral para Concursos. 2.ed. São Paulo: Método, 2010.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PLÁCIDO E SILVA. Vocabulário Jurídico. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.

PORTO, Roberto. Lei nº 9.504/97. São Paulo: Saraiva, 2009.

RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 9.ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009.

RIBEIRO, Fávila. Direito Eleitoral. 5.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.

ÿFernandoÿCarlosÿSantosÿda. Anotações de direito eleitoral.

Page 103: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

103

Brasília: Vestcon, 2008.

EXERCÍCIOS COM GABARITO

QUESTÃO 89: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 24/01/2010 (ADAPTADA).

É condição de elegibilidade para o candidato ao cargo de governador ter idade mínima de 35 anos.

QUESTÃO 90: TRE - PR - Técnico Judiciário - Operação de Computadores [CESPE] - 22/11/2009.

Considere que Pablo seja brasileiro naturalizado, nascido em Bogotá, Colômbia, no ano de 1972, que pretenda candidatar-se no próximo pleito ao cargo de deputado federal pelo estado do Paraná.

A respeito dessa situação e das normas que regulamentam o direito eleitoral, julgue os itens que se seguem.

Pablo, embora não seja brasileiro nato, pode candidatar-se a deputado federal, pois a condição de elegibilidade para o referido cargo é ser brasileiro.

QUESTÃO 91: TRE - PR - Técnico Judiciário - Operação de Computadores [CESPE] - 22/11/2009.

No caso da questão anterior, Pablo teria impedimento apenas aos cargos de presidente e vice-presidente, por serem exclusivos de brasileiro nato.

QUESTÃO 92: TRE - GO - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 01/02/2008.

Acerca dos direitos políticos, julgue os itens a seguir.

I A suspensão ou perda dos direitos políticos implica o cancelamento da inscrição do indivíduo como eleitor.

II O alistamento eleitoral é obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos e

Page 104: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

104

menores de 70 anos.

III O militar em serviço ativo é inelegível, razão pela qual só pode ser candidato se se afastar em definitivo da atividade.

IV Como instrumentos da democracia direta, o plebiscito e o referendo podem ser realizados tanto mediante autorização do Congresso Nacional quanto por iniciativa popular.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

QUESTÃO 93: TRE - PR - Analista Judiciário - Análise de Sistemas [CESPE] - 22/11/2009.

Para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador, a idade mínima exigida para o candidatos é de trinta e cinco anos de idade. Para os demais cargos eletivos, a exigência da lei é a capacidade civil plena, ou seja, a idade mínima de dezoito anos.

QUESTÃO 94: MPE - RN - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 19/04/2009.

Pedro, com nove anos de serviço, é militar alistável e teve o seu nome aprovado em convenção partidária para ser candidato a deputado estadual. Nessa situação hipotética, Pedro

a) deve ser afastado do serviço militar.

b) deve ser agregado, podendo retornar ao serviço militar após a eleição.

c) perderá o cargo apenas se for eleito e empossado.

d) deve ser afastado temporariamente, podendo retornar ao cargo após o fim do mandato.

e) pode permanecer no serviço militar com todos os direitos.

Page 105: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

105

QUESTÃO 95: TSE - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 14/01/2007.

Constitui hipótese de suspensão dos direitos políticos o[a]

I cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado.

II superveniente incapacidade civil absoluta.

III perda da nacionalidade brasileira em razão da aquisição de outra.

IV condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos da condenação.

A quantidade de itens certos é igual a

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

QUESTÃO 96: TRE-AM – Administrativa - [FCC] – 31/01/2010.

João completou 18 anos de idade; Juan é brasileiro naturalizado; Pedro tem 15 anos de idade e completará 16 anos na data do pleito; Paulo era analfabeto, mas deixou de sê-lo; e Manuel é português e está trabalhando numa empresa no Brasil. É facultativo o alistamento eleitoral de:

a) Juan e Paulo.

b) Juan e Manuel

c) Juan e Pedro

d) Paulo.

e) Pedro.

QUESTÃO 97: TRE-SP - Analista Judiciário – Contabilidade [FCC] - 10/05/2006. É considerada uma das condições de elegibilidade do Governador de Estado, Deputado Federal e do Senador, a idade mínima, respectivamente, de

Page 106: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

106

a) trinta e cinco anos, trinta anos e vinte e um anos. b) trinta anos, vinte e um anos e trinta e cinco anos. c) vinte e um anos, trinta anos e trinta e cinco anos. d) trinta e cinco anos, vinte e um anos e trinta anos. e) trinta anos, trinta e cinco anos e vinte e um anos.

QUESTÃO 98: TRE-SP - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 10/05/2006. Tício é brasileiro naturalizado, alfabetizado e tem 40 anos de idade. Paulus é brasileiro nato, tem 18 anos de idade, mas é analfabeto. Petrus é brasileiro nato, alfabetizado e tem 72 anos de idade. O alistamento eleitoral e o voto são

a) obrigatórios para Tício e facultativos para Paulus e Petrus.

b) facultativos para Tício e Paulus e obrigatórios para Petrus.

c) facultativos para Tício e Petrus e obrigatórios para Paulus.

d) obrigatórios para Tício, Paulus e Petrus.

e) facultativos para Tício, Paulus e Petrus.

QUESTÃO 99: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 24/01/2010 (ADAPTADA).

Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do DF e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos.

QUESTÃO 100: TJ - MG - Juiz de Direito Substituto de Carreira [FGV] - 04/05/2009.

Com relação aos analfabetos, é incorreto afirmar que:

a) a condição de semi-analfabeto, em que o interessado apenas assina e lê o nome, torna o candidato inelegível.

b) é legítima a diligência judicial que, de ofício, busca apurar a condição de alfabetizado do candidato.

c) o exercício de função pública não afasta a inelegibilidade do candidato analfabeto.

Page 107: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

107

d)éválidaaaplicaçãstesumárioparaaferirorequisitodealfabetizaçãodo candidato.

e) o artigo 14, § 4º, da CF consagra presunção juris et de jure (absoluta) de incapacidade para o exercício do mandato.

QUESTÃO 101: TRE-AM - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 23/11/2003. Os analfabetos são inelegíveis

a) para qualquer cargo eletivo.

b) apenas para Presidente e Vice-Presidente da República.

c) para Governador e Vice-Governador de Estado, entre outros.

d) para Senador e Deputado Federal, entre outros.

e) para Deputado Estadual, Prefeito e Vice-Prefeito, entre outros.

QUESTÃO 102: TRE-BA - Técnico Judiciário [FCC] - 21/09/2003.

Considere as afirmações:

I. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, do Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, mesmo se já forem titulares de cargo eletivo e candidatos à reeleição.

II. São inelegíveis, para qualquer cargo, os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada em julgado, por crimes eleitorais, pelo prazo máximo de 2 anos após o cumprimento da pena.

III. São inelegíveis, para qualquer cargo, os Ministros de Estado até 6 meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções.

Está correto APENAS o que se afirma em

a) I.

b) III.

c) I e II.

d) I e III.

Page 108: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

108

e) II e III.

QUESTÃO 103: TRE-MS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 25/03/2007. Antonio é Prefeito Municipal de uma cidade do interior do Estado. Seu filho adotivo, Jonas não é titular de mandato eletivo, mas pretende candidatar-se ao cargo de Vereador. Nesse caso, Jonas a) não pode em nenhuma situação ser candidato a Vereador, ainda que Antonio renuncie o mandato de Prefeito. b) pode ser candidato a Vereador, porque se trata de outra eleição, diferente daquela em que Antonio se elegeu Prefeito Municipal. c) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento legal não alcança os filhos adotivos do Prefeito Municipal. d) só pode ser candidato a Vereador se Antonio renunciar o mandato de Prefeito Municipal até 6 meses antes do pleito. e) pode ser candidato a Vereador, posto que o impedimento decorrente da condição de descendente não se aplica às eleições municipais. QUESTÃO 104: TRE-SP - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 10/05/2006. O analfabeto a) pode ser eleito para as Assembléias Legislativas. b) pode ser eleito para a Câmara dos Deputados. c) só pode alistar-se se souber ao menos assinar o nome. d) pode ser eleito Prefeito Municipal. e) é inelegível para qualquer cargo eletivo. QUESTÃO 105: TRE-AC - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 12/10/2003. José é Prefeito Municipal de uma cidade do interior. Seu cunhado Manoel pretende candidatar-se ao cargo de Vereador. Manoel a) pode ser candidato a Vereador, porque se trata de eleição de jurisdição diversa daquela em que José se elegeu Prefeito Municipal. b) só pode ser candidato a Vereador se José renunciar ao mandato de Prefeito Municipal até 6 meses antes do pleito. c) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento alcança apenas até o

Page 109: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

109

primeiro grau de parentesco por afinidade com o Prefeito Municipal. d) pode ser candidato a Vereador, porque o impedimento alcança apenas os parentes consangüíneos, não alcançando os afins, do Prefeito Municipal. e) pode ser candidato a Vereador, pois o impedimento decorrente do parentesco não se aplica às eleições municipais.

QUESTÃO 106: MPE-PE - Promotor de Justiça [FCC] - 01/08/2008.

Muitas são as condições de elegibilidade que devem ser preenchidas para a participação política ativa e passiva. Rinaldo é oficial da Polícia Militar do Estado e conta mais de dez anos de serviço.

Resolveu ser candidato a Deputado Estadual. Nesse caso, ele é

a) elegível e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

b) inelegível, porque os policiais militares estaduais são inalistáveis.

c) elegível e, se eleito, deverá permanecer afastado de suas funções até o término do mandato.

d) inelegível, visto que o militar só pode ser candidato a cargo eletivo após vinte anos de serviço.

e) elegível e só será afastado de suas funções se o requerer e não houver compatibilidade de horários.

QUESTÃO 107: MPE-PB - Promotor de Justiça [MPE/PB] - 01/01/2003.

Dentre os relacionados abaixo, são elegíveis para qualquer cargo:

a)os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos;

b)os maiores com 21 (vinte e um) anos;

c)os inalistáveis;

d)os maiores de 70 (setenta) anos;

e)os analfabetos.

QUESTÃO 108: MPF – Procurador [MPU] (ADAPTADA).

Page 110: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

110

AS HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADES:

I - estão previstas apena no Código Eleitoral e na Constituição;

II - são situações fáticas, sem previsão legal, apuradas em representações por abuso de poder econômico e político;

III - estão previstas na Constituição Federal e ainda em lei complementar a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta;

IV - são situações de direito eleitoral, tipificadas como crimes eleitorais, tendo em vista a improbidade administrativa e as ilegalidades nos gastos nas campanhas, corrupção, fraude e abuso do poder econômico. Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que:

a) somente as de números I e IV estão corretas;

b) estão corretas as de número II e III;

c) apenas a de número III está correta;

d) somente a de número I correta.

QUESTÃO 109: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 21/09/2003.

Alexandro, Prefeito Municipal da cidade de Rio Turvo, renuncia ao cargo até 6 meses antes do pleito eleitoral. Nesse caso,

a) está caracterizada a inelegibilidade indireta apenas para os cargos de Governador do Estado e de Deputado Estadual do Estado que o município integra, não tendo aplicação a outros mandatos eletivos.

b) está presente a inelegibilidade reflexa para o cargo de Presidente da República, de Governador do Estado e de Prefeito, assim como para os demais cargos eletivos do Poder Legislativo.

c) não está presente a inelegibilidade reflexa, permitindo-se a candidatura para quaisquer cargos dos Poderes Executivo e Legislativo.

Page 111: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

111

d) está caracterizada a inelegibilidade indireta, que se aplica à candidatura de mandatos eletivos no Poder Legislativo, mas não tem aplicação à candidatura no Poder Executivo.

e) está presente a inelegibilidade reflexa somente para o cargo de Prefeito, não tendo aplicação para a candidatura a outros mandatos eletivos.

QUESTÃO 110: [FCC] - TRE - AM - Téc. Administrativa [FCC] - 31/01/2010.

A respeito da obrigatoriedade do voto, é correto afirmar que

a) o voto é facultativo para os maiores de 60 anos.

b) o eleitor que deixar de votar em três eleições consecutivas terá sua inscrição cancelada.

c) para o eleitor que se encontrar no exterior, o prazo para justificação é de 30 dias contados da data da eleição.

d) os menores de 18 anos que deixarem de votar estarão sujeitos à multa.

e) os estrangeiros não naturalizados brasileiros votarão em separado.

QUESTÃO 111: TRE-SC - Analista Judiciário – Judiciária [FAPEU] - 19/06/2005.

O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo. Assim, assinale a alternativa CORRETA.

a)Estão dispensados de votar os enfermos, os que se encontrem fora de seu domicílio e os funcionários civis e militares em serviço que os impossibilite de votar.

b)Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor obter passaporte e tampouco empreender viagem ao exterior.

c)Estão dispensados de votar os inválidos, os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos e os que se encontrem no exterior.

d)O brasileiro que deixou de ser analfabeto e não se alistou até um ano depois da escolarização, incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do

Page 112: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

112

salário, com a devida atualização legal.

QUESTÃO 112: MPE - RN - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 19/04/2008.

A CF e as leis eleitorais brasileiras estabelecem a disciplina da nacionalidade do candidato,queprparticularidadesconformeocargopretendido.Aesserespeito, assinale a opção correta.

a) Um cidadão português que goze do estatuto da reciprocidade pode ser candidato a presidente da República.

b) Em qualquer caso, a dupla nacionalidade de um cidadão brasileiro impõe a inelegibilidade.

c) Brasileiro que se naturalizar alemão em virtude de imposição legal da Alemanha perde a capacidade eleitoral passiva.

d) Estrangeiro nacionalizado brasileiro somente pode ser candidato a cargos legislativos.

e) Cidadão brasileiro nascido no exterior e registrado no consulado do Brasil pode ser candidato a presidente da República.

QUESTÃO 113: TRE - GO - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 01/02/2009.

Tendo em vista os direitos políticos, e em especial as condições de elegibilidade, assinale a opção correta.

a) Não são elegíveis para os cargos de presidente e vice-presidente da República e senador aqueles que contarem com menos de trinta e cinco anos de idade.

b) Para concorrerem a outros cargos, os governadores e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, salvo se já estiverem exercendo os mandatos pela segunda vez seguida.

c) A CF prevê casos de suspensão, mas não de perda definitiva de direitos políticos, pois a privação terminante desses direitos configuraria ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana.

Page 113: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

113

d) É vedada a criação de outros casos de inelegibilidade fora daqueles taxativamente expressos na CF.

QUESTÃO 114: MPE - AM - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 02/12/2007.

Conforme a Constituição da República, o instituto da inelegibilidade destina-se a proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato - em razão da qual se considera a vida pregressa do candidato - e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício da função, cargo ou emprego da administração direta ou indireta. Considerando os princípios constitucionais e a Lei de Inelegibilidade - Lei Complementar n.º 64/1990 -, assinale a opção correta.

a) Ocupante do cargo de governador de estado é obrigado a renunciar ao mandato para candidatar-se a deputado federal.

b) Ocupante do cargo de governador de estado é obrigado a se licenciar do mandato para candidatar-se a deputado federal.

c) Cidadão analfabeto pode ser candidato a vereador, mas não, a prefeito.

d) Pessoa submetida a processo em que é acusada da prática de crime hediondo somente pode candidatar-se após o trânsito em julgado.

e) Irmão de governador de estado pode ser candidato em qualquer eleição, desde que já seja ocupante de algum cargo eletivo.

QUESTÃO 115: TRE - BA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/02/2010.

Acerca da competência jurisdicional, julgue o próximo item.

Em caso de inelegibilidade de candidato por efeito da suspensão dos direitos políticos em razão de condenação criminal, a justiça eleitoral é competente para determinar a suspensão dos efeitos de decisão criminal transitada em julgado em virtude da superveniência de lei penal mais benéfica ao candidato.

QUESTÃO 116: TRE - MT - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 24/01/2010 (ADAPTADA).

Page 114: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

114

Acerca das condições de elegibilidade e das causas de inelegibilidade, assinale a opção correta.

a) São inelegíveis para qualquer cargo o governador e o vice-governador de estado e do Distrito Federal ( DF ), o prefeito e o vice-prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da constituição estadual, da lei orgânica do DF ou da lei orgânica do município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos oito anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos.

b) Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do DF e os prefeitos não precisam renunciar aos respectivos mandatos.

c) São inelegíveis os candidatos que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela justiça eleitoral, ainda que aguardando julgamento de recurso no TSE, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos três anos seguintes.

d) É condição de elegibilidade para o candidato ao cargo de governador ter idade mínima de 35 anos.

e) Para concorrerem a outros cargos, os deputados federais e senadores devem sempre renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

QUESTÃO 117: TRE - MT - Analista Judiciário - Administrativa I [CESPE] - 24/01/2010.

Com relação às regras atinentes às condições de elegibilidade, assinale a opção correta.

a) A legislação eleitoral estabelece regras para cassação, perda e suspensão dos direitos políticos, e, em qualquer dos casos, impõe ao cidadão punido a condição de inelegibilidade.

b) A filiação partidária não é considerada condição de elegibilidade. Assim, se no ano eleitoral um candidato pedir a desfiliação do partido ao qual é filiado,

Page 115: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

115

poderá concorrer como candidato autônomo.

c) Na legislação pátria, não há previsão de inelegibilidade por parentesco e, por isso, o cônjuge do prefeito pode candidatar-se a qualquer cargo, sem a necessidade de renúncia nos seis meses que antecedem ao pleito.

d) A previsão legal de idade mínima para candidatar-se refere-se apenas aos cargos de presidente e vice-presidente da República, caso em que o candidato deve ter, no mínimo, 35 anos de idade.

e) O brasileiro naturalizado pode candidatar-se ao Senado Federal, mas não poderá presidi-lo.

QUESTÃO 118: TRE - BA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/02/2010. Considerando o disposto no § 7.º, art. 14, da CF, no sentido de que "são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição" e a disciplina jurídica das relações de parentesco, julgue o seguinte item. Se determinado prefeito usufruirá do mandato até o seu final, então o seu cunhado não poderá se candidatar ao mesmo cargo no pleito seguinte. De maneira diferente ocorre em relação ao ex-cunhado, cujo vínculo de parentesco se extingue com a dissolução do casamento.

QUESTÃO 119: TRE - PI - Analista Judiciário – Taquigrafia [FCC] - 02/08/2009.

Compete ao Procurador-Geral, como chefe do Ministério Público Eleitoral,

a) expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

b) designar a sede e jurisdição das Juntas Eleitorais.

c) organizar o fichário dos eleitores do Estado.

d) assistir às sessões do Tribunal Superior Eleitoral e tomar parte nas

Page 116: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

116

discussões.

e) nomear, até 60 dias antes das eleições, os membros das Mesas Receptoras.

GABARITOS OFICIAIS

89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 E C C A E A B E B A 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 E A A B D E B A D C

109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 X B A E A A E A E E

119 D

Page 117: Aula 03 Direito Eleitoral

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA

AULA 3 PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

117

Até a próxima Aula!

Bons estudos!

Ricardo Gomes

Por sua aprovação!