aula 03 curso on-line – direito penal para afrfbprofessor: pedro ivo

Upload: weshoffman

Post on 14-Apr-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    1/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    AULA 03 DO CRIME PARTE 02

    Ol, Pessoal!!!

    Hoje prosseguiremos tratando da parte referente ao crime e chegaremos aalguns pontos de muita importncia para sua PROVA.

    Lembre-se de que os conceitos tratados anteriormente sero essenciais para ocorreto entendimento do que vir e, portanto, caso ainda haja dvidas, ganhetempo e releia o que j vimos nas outras aulas.

    Dito isto, vamos comear!

    Bons estudos!!!

    ******************************************************

    3.1 CRIME DOLOSO

    Ao se examinar a conduta, verifica-se que, segundo a teoria finalista, ela umcomportamento voluntrio e que o contedo da vontade seu fim.

    Nessa concepo, a vontade o componente subjetivo da conduta, faz partedela e dela inseparvel.

    Se Tcio mata Mvio, no se pode dizer de imediato que praticou um fato tpico(homicdio), embora essa descrio esteja no art. 121 do CP ("matar algum").

    Isto porque o simples fato de causar o resultado (morte) no basta parapreencher o tipo penal objetivo. indispensvel que se indague o contedo davontade do autor do fato, ou seja, o fim que estava contido na ao, j que ela

    PARA A TEORIA FINALISTA DA AO, A CONDUTA COMPOSTADE AO/OMISSO SOMADA AO DOLO PERSEGUIDO PELO

    AUTOR, OU CULPA EM QUE ELE TENHA INCORRIDO POR NOOBSERVAR DEVER OBJETIVO DE CUIDADO.

    ANTES DA PROPOSIO DESSA TEORIA, A TEORIA CLSSICA,

    ADOTADA AT A REFORMA DO CDIGO PENAL DE 1984 NO

    BRASIL, CONSIDERAVA ELEMENTOS DA CONDUTA APENAS AAO/OMISSO E O RESULTADO.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    2/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    (a ao) no pode ser compreendida sem que se considere a vontade doagente.

    Toda ao consciente dirigida pela conscincia do que se quer e pela decisode querer realiz-la, ou seja, pela vontade. A vontade querer alguma coisa e

    o dolo a vontade dirigida realizao do tipo penal.Assim, pode-se definir o dolo como:

    3.1.1 TEORIAS DO DOLO

    Existem trs teorias que tratam do dolo. So elas:

    1. TEORIA DA REPRESENTAO Para esta teoria, se o agenteprev o resultado como possvel e ainda assim opta por continuar aconduta, j est caracterizado o dolo. Aqui, pouco importa se o

    agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.Sendo assim, imagine que Tcio sai de casa em sua moto para ir auma entrevista de emprego. Durante o percurso, devido a umcongestionamento, resolve cortar pela calada e, logo em ummomento inicial, depara-se com inmeros pedestres. Certo de suapercia na moto, prossegue e acaba atropelando Mvio.

    Segundo a teoria da representao, o ato ser considerado doloso,pois, ao subir na calada e se deparar com pessoas, Tcio j poderiaprever o resultado como possvel, mesmo que no o desejassesinceramente.

    2. TEORIA DA VONTADE Esta teoria engloba o conceito da teoria darepresentao no que diz respeito necessidade da previso doresultado, entretanto, amplia os requisitos para a caracterizao dodolo, incluindo, tambm, a obrigatoriedade da vontade deproduzir o resultado.

    3. TEORIA DO ASSENTIMENTO Segundo esta teoria, h dolo no s

    quando o agente quer o resultado, mas tambm quando realiza aconduta assumindo o risco de produzi-lo.

    A CONSCINCIA E A VONTADE NA REALIZAO DA

    CONDUTA TPICA OU A VONTADE DA AO ORIENTADA

    PARA A REALIZAO DO TIPO.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    3/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.1.2 TEORIA ADOTADA PELO CDIGO PENAL

    O Cdigo Penal dispe a respeito do crime doloso em seu artigo 18, nosseguintes termos:

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o riscode produzi-lo;

    Do exposto, pergunto a voc: Qual foi (ou quais foram) a(s) teoria(s)adotada(s) pelo Cdigo Penal?

    Resposta: A teoria da vontade (quando o inciso I diz o agente quis oresultado) e a do assentimento (quando o supra inciso dispe ou assumiuo risco de produzi-lo).

    Assim, podemos resumir que o dolo , primordialmente, VONTADE DEPRODUZIR O RESULTADO. Entretanto, tambm h dolo na conduta dequem, aps prever e estar ciente de que pode provocar o resultado,ASSUME O RISCO DE PRODUZ-LO.

    3.1.3 ELEMENTOS DO DOLO

    So elementos do dolo:

    I CONSCINCIA DO ATO E DO RESULTADO O sujeito ativo deve saberexatamente o que est fazendo ou deixando de fazer. Ademais, deverelacionar sua ao/omisso com o resultado desejado, ou seja, o nexocausal deve ser tambm percebido pelo agente. A esta percepo d-se onome de momento intelectual do dolo, quando ele sabe que, com talconduta, o resultado tpico ser alcanado.

    OOCCDDIIGGOOPPEENNAALLAADDOOTTOOUUAASSSSEEGGUUIINNTTEESSTTEEOORRIIAASSPPAARRAA

    CCAARRAACCTTEERRIIZZAARROODDOOLLOO::

    11TTEEOORRIIAADDAAVVOONNTTAADDEEOOAAGGEENNTTEEQQUUIISSOORREESSUULLTTAADDOO;;

    22TTEEOORRIIAADDOOAASSSSEENNTTIIMMEENNTTOOOOAAGGEENNTTEEAASSSSUUMMIIUUOORRIISSCCOO

    DDEEPPRROODDUUZZII--LLOO..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    4/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    II VONTADE DE AGIR, OU SE OMITIR, E PRODUZIR O RESULTADO Esteelemento dito momento volitivo, ou seja, o agente tem o desejo derealizar a conduta. Assim, no anterior (conscincia) ele sabe o que faz;neste (vontade), quer fazer isso.

    O dolo inclui no s o objetivo que o agente pretende alcanar, mastambm os meios empregados e as conseqncias secundrias de suaatuao.

    Mas como assim?

    Bem, h duas fases na conduta: uma interna e outra externa.

    A interna opera-se no pensamento do autor (e se no passa

    disso, penalmente indiferente), e consiste em:a) propor-se a um fim (matar um inimigo, por exemplo);

    b) selecionar os meios para realizar essa finalidade (escolher umexplosivo, por exemplo); e

    c) considerar os efeitos concomitantes que se unem ao fimpretendido (a destruio da casa do inimigo, a morte de outras

    pessoas que estejam com ele etc.).

    A segunda fase consiste em exteriorizar a conduta, numa atividade em quese utilizam os meios selecionados conforme a normal e usual capacidadehumana de previso.

    Caso o sujeito pratique a conduta nessas condies, age com dolo e a ele sepodem atribuir o fato e suas conseqncias diretas (morte do inimigo e deoutras pessoas, a demolio da casa, o perigo para os transeuntes etc.).

    3.1.4 ESPCIES DE DOLO

    A doutrina subdivide o dolo em diversas espcies. Tratarei aqui das que soimportantes para a sua PROVA. Vamos conhec-las.

    Eu vou matar

    o Tcio com

    minha arma!

    EELLEEMMEENNTTOOSSDDOODDOOLLOO::

    CCOONNSSCCIINNCCIIAA((EELLEEMMEENNTTOOIINNTTEELLEECCTTUUAALL))++VVOONNTTAADDEE((EELLEEMMEENNTTOOVVOOLLIITTIIVVOO))

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    5/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.1.4.1 DOLO DIRETO E DOLO INDIRETO

    Tambm denominado dolo determinado, o dolo direto ocorre quando oagente quer atingir um resultado especfico com a conduta. o caso, porexemplo, do matador profissional que, aps receber uma determinadaquantia em dinheiro, mata a vtima com um tiro certeiro.

    Diferentemente, o dolo indireto ou indeterminado aquele que no sedirige a um resultado certo. Subdivide-se em DOLO ALTERNATIVO EDOLO EVENTUAL.

    A partir de agora redobre a sua ateno, pois estamos tratando de umponto que questo recorrente em PROVA.

    DOLO ALTERNATIVO Verifica-se quando o agente no possuipreviso de um resultado especfico, satisfazendo-se com um ououtro, indistintamente.

    D-se o dolo alternativo, por exemplo, quando a namoradaciumenta surpreende seu amado conversando com outra e,revoltada, joga uma granada no casal, querendo mat-los ou feri-los.

    Perceba que ela quer produzir um resultado e no o resultado.

    No exemplo acima, se o resultado for a morte, responder a

    agente por homicdio. Mas e se o resultado for ferimentos?Responder por leso corporal ou tentativa de homicdio?

    Em caso de dolo alternativo, o agente sempre responder peloresultado mais grave, ou seja, pela tentativa de homicdio.

    DOLO EVENTUAL No dolo eventual, o sujeito prev o resultadoe, embora no o queira propriamente atingir, pouco se importacom a sua ocorrncia (eu no quero, mas se acontecer, para mimtudo bem; no por causa desse risco que vou parar de praticar

    minha conduta; no quero, mas tambm no me importo com asua ocorrncia).

    Seria o exemplo do indivduo que coleciona armas e, emdeterminado dia, resolve testar seu armamento. Prosseguindo nointento, aponta um fuzil na direo de uma estrada na qual quasenunca passa algum.

    Pensa: Aqui quase nunca passa algum, ento, se passar bem nahora que eu atirar, azar de quem estava no lugar errado na horaerrada.

    Perceba que o indivduo assumiu o risco.Efetua o disparo e acerta uma pessoa, matando-a.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    6/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Neste caso, responder o indivduo por homicdio doloso, poispresente se encontra o dolo eventual. Observe o interessante

    julgado do STF sobre o tema:

    Cabe o dolo eventual a todos os delitos que com ele tenhamcompatibilidade. Digo isto porque em alguns casos, como na previso doartigo 180 do Cdigo Penal, s cabvel o dolo direto, no sendo possvel oeventual. Observe:

    Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em

    proveito prprio ou alheio, coisa que sabe ser produto decrime, ou influir para que terceiro, de boa-f, a adquira, recebaou oculte: (grifo nosso)

    A expresso que sabe traz a obrigatoriedade da vontade imediata decometer o delito, ou seja, o dolo direto.

    HC 91159/MG, rel. Min. Ellen Gracie, 2.9.2008. (HC-91159)

    Salientou-se que, no Direito Penal contemporneo, alm do dolodireto em que o agente quer o resultado como fim de sua ao e oconsidera unido a esta ltima h o dolo eventual, em que o sujeitono deseja diretamente a realizao do tipo penal, mas a aceitacomo possvel ou provvel (CP, art. 18, I, in fine).

    Relativamente a este ponto, aduziu-se que, dentre as vrias teoriasque buscam justificar o dolo eventual, destaca-se a do assentimento

    ou da assuno, consoante a qual o dolo exige que o agenteaquiesa em causar o resultado, alm de reput-lo como possvel.

    Observou-se que para a configurao do dolo eventual no necessrio o consentimento explcito do agente, nem sua conscinciareflexiva em relao s circunstncias do evento, sendoimprescindvel, isso sim, que delas (circunstncias) se extraia o doloeventual e no da mente do autor.

    SSEENNDDOOAASSSSIIMM,,PPAARRAASSUUAAPPRROOVVAA,,NNOOSSEEEESSQQUUEEAA::

    AAPPAARREECCEEUUAAEEXXPPRREESSSSOOQQUUEESSAABBEE,,VVOOCCJJSSAABBEEQQUUEE

    NNOOCCAABBVVEELLOODDOOLLOOEEVVEENNTTUUAALL..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    7/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.1.4.2 ABERRATIO CAUSAE(DOLO GERAL)

    Aberratio causae o erro na causa que produz o delito. Ocorre quando osujeito, pensando ter atingido o resultado que queria, pratica uma novaconduta com finalidade diversa e, posteriormente, constata-se que oresultado foi ocasionado pela segunda conduta.

    Para exemplificar, imagine que Tcio, pensando em matar Mvio, batecom um pedao de ferro em sua cabea. Certo de ter matado Mvio,coloca-o dentro de um saco e lana o corpo dentro de um rio, a fim deocultar o delito.

    Dias depois, o saco encontrado por policiais e o exame do cadverdetermina que a morte foi causada por asfixia, e no pela pancada.

    Neste caso, temos um erro na relao de causalidade, mas este erro,para o Direito Penal, irrelevante, pois o que importa se o agentequeria um resultado e o alcanou.

    3.2 CRIME CULPOSO

    A doutrina constantemente trata sobre este tema, entretanto, no sechegou ainda a um conceito nico de crime culposo.

    A lei, por sua vez, limita-se a prever as modalidades da culpa e dispesobre o assunto da seguinte forma:

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    [...]

    II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado porimprudncia, negligncia ou impercia.

    Mas, professor... Como assim??? No h nenhum conceito doutrinrio decrime culposo para facilitar o entendimento?

    Caro(a) aluno(a), unindo os diversos conceitos apresentados pela doutrinae seguindo a linha de raciocnio das bancas, podemos dizer que o crimeculposo :

    OOQQUUEESSEEVVEERRIIFFIICCAAQQUUAANNDDOOOOAAGGEENNTTEE,,DDEEIIXXAANNDDOODDEEOOBBSSEERRVVAARROODDEEVVEERROOBBJJEETTIIVVOODDEECCUUIIDDAADDOO,,PPOORR

    IIMMPPRRUUDDNNCCIIAA,,NNEEGGLLIIGGNNCCIIAAOOUUIIMMPPEERRCCIIAA,,RREEAALLIIZZAAVVOOLLUUNNTTAARRIIAAMMEENNTTEEUUMMAACCOONNDDUUTTAAQQUUEEPPRROODDUUZZRREESSUULLTTAADDOO

    NNAATTUURRAALLSSTTIICCOOIINNDDEESSEEJJAADDOO,,NNOOPPRREEVVIISSTTOOEENNEEMMQQUUEERRIIDDOO,,QQUUEEPPOODDIIAA,,CCOOMMAADDEEVVIIDDAAAATTEENNOO,,TTEERREEVVIITTAADDOO..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    8/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Para exemplificar, no sei se voc acompanhou (sei que concurseiro no vmuita televiso), recentemente tivemos um caso amplamente divulgado deuma me que estava com seu filho em um carrinho de beb e, aoesquecer-se de acionar o freio das rodas, o carrinho caiu na linha frrea e o

    trem passou por cima.Neste caso, tivemos um final feliz, pois nada aconteceu com a criana.

    Mas e se o resultado morte ocorresse? A me seria responsabilizada?

    Claro que sim, pois produziu um resultado indesejado, no previsto e nemquerido, que podia, com a devida ateno (acionamento dos freios), serevitado.

    Bom, agora que voc j sabe o conceito geral de crime culposo, vamosprosseguir com uma anlise mais detalhada desta espcie de delito. Conforme

    j vimos, dentro de uma concepo finalista, culpa o elemento normativo daCONDUTA, pois sua constatao depende da valorao do caso concreto.

    Os crimes culposos, normalmente, so previstos no chamado tipo penalaberto, pois a lei no diz expressamente no que consiste o comportamentoculposo, reservando esta avaliao ao Juiz.

    Entretanto, importante ressaltar que nada impede a definio de um crimeculposo em um tipo fechado, tal como ocorre no delito de receptao culposaprevisto no Cdigo Penal. Observe:

    Art. 180[...]

    DICIONRIO DO CONCURSEIRO

    TIPO PENAL ABERTO

    FALA-SE EM TIPO ABERTO QUANDO O LEGISLADOR, EM RAZO DAIMPOSSIBILIDADE DE PREVER TODAS AS CONDUTAS PASSVEIS DE

    ACONTECER NA SOCIEDADE, CRIA TIPOS NOS QUAIS NO DESCREVEDE FORMA COMPLETA E PRECISA O COMPORTAMENTO CONSIDERADO

    PROIBIDO E CRIMINOSO, O QUE IMPE A NECESSIDADE DECOMPLEMENTAO PELO INTRPRETE DA NORMA.

    NESSA LINHA, TIPO ABERTO AQUELE QUE TRAZ EM SEU BOJOREQUISITOS NORMATIVOS, DE FORMA A EXIGIR DO APLICADOR DO

    DIREITO A REALIZAO DE JUZO NORMATIVO.

    EXEMPLIFICANDO: PRATICAR ATO OBSCENO. A NORMA PENAL NO

    ESPECIFICA O QUE SEJA ATO OBSCENO, CABENDO AO INTRPRETEBUSCAR A SUA DEFINIO.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    9/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3 - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou peladesproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quema oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. (grifonosso)

    3.2.1 ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO

    Aps estes conceitos iniciais, vamos aprofundar o assunto verificando oselementos que compem o crime culposo. So eles:

    1. CONDUTA HUMANA;

    2. VIOLAO DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO;

    3. RESULTADO NATURALSTICO;

    4. NEXO CAUSAL;

    5. TIPICIDADE; e

    6. PREVISIBILIDADE.

    3.2.1.1 CONDUTA HUMANA

    Como j estudamos, nos crimes dolosos a vontade do agente estfocada na realizao de resultados objetivos ilcitos. O FIMALMEJADO OU ACEITO ILCITO.

    Diferentemente, nos crimes culposos o que importa no o fim doagente (que normalmente lcito), mas o modo e a forma imprpriacom que atua.

    Os tipos culposos probem, assim, condutas em decorrncia daforma de atuar do agente para um fim proposto, e no pelo fim emsi.

    Se um motorista, por exemplo, dirige velozmente para chegar atempo de assistir missa domingueira e vem a atropelar umpedestre, o fim lcito no importa, pois agiu ilicitamente ao noatender ao cuidado necessrio a que estava obrigado em sua ao,dando causa ao resultado lesivo (leso, morte).

    Essa inobservncia do dever de cuidado faz com que essa sua aoconfigure uma ao tpica.

    Para ficar ainda mais claro, podemos dizer que no crime culposo avontade do agente se limita a pratica de uma conduta perigosa,

    por ele aceita e desejada.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    10/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Mas professor, nos vimos que no dolo eventual o agente tambmno quer diretamente atingir o fim ilcito. Qual a diferena?

    Perceba que no dolo eventual ele prev o resultado e, embora no oqueira propriamente atingir, pouco se importa com a sua ocorrncia.

    Diferentemente, na culpa, o agente, sinceramente, no quer eacredita que o resultado no vai ocorrer. Isso ainda ficar mais clarono decorrer da aula. Fique tranquilo(a).

    Para finalizar, importante citar que o crime culposo pode serpraticado por ao ou omisso.

    3.2.1.2 VIOLAO DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO

    Sabemos que uma das principais caractersticas da vida em sociedade a impossibilidade de se fazer tudo o que almejado, pois osinteresses de terceiras pessoas e da prpria comunidade impembarreiras que no podem ser afrontadas.

    Mais quais so essas barreiras?

    H algum tempo falava-se muito da necessidade de se utilizar o cintode segurana, entretanto, poucas pessoas usavam.

    Aps a normatizao da conduta, trazendo previso de penalizao, oque aconteceu? Todos comearam a usar.

    Neste sentido, fica claro que estas barreiras so impostas pelo prprioordenamento jurdico a todas as pessoas, visando regular o pacficoconvvio social e garantir o DEVER OBJETIVO DE CUIDADO.

    E o que esse dever objetivo de cuidado?

    Quem vive em sociedade no deve causar dano a terceiro, sendo-lheexigido o dever de cuidado, indispensvel para evitar tais leses.Assim, se o agente no observa esses cuidados, causando com issodano a bem jurdico alheio, responder por ele.

    Como muitas das atividades humanas podem provocar perigo para osbens jurdicos, sendo inerentes a elas um risco que no pode sersuprimido inteiramente sob pena de serem totalmente proibidas(dirigir um veculo, operar um maquinismo, lidar com substnciastxicas etc.), procura a lei estabelecer quais os deveres e cuidadosque o agente deve ter quando desempenha certas atividades(velocidade mxima permitida nas ruas e estradas, utilizao deequipamento prprio em atividades industriais, exigncia deautorizao para exercer determinadas profisses etc.).

    Em razo de existir em todo delito culposo essa VIOLAO AO

    DEVER OBJETIVO DE CUIDADO, alguns doutrinadores referem-sea ele como o objeto central de estudo do Direito Penal da

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    11/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Negligncia, o gnero que teria como espcies as seguintesMODALIDADES:

    NEGLIGNCIA;

    IMPERCIA ;

    IMPRUDNCIA.

    3.2.1.3 RESULTADO NATURALSTICO

    No crime culposo, o resultado naturalstico funciona como elementardo tipo penal. Sendo assim, podemos concluir que:

    RELEMBRANDO!!!

    IMPERCIA QUANDO ALGUM QUE DEVERIA DOMINAR UMA TCNICA

    NO A DOMINA. O CASO DO MDICO QUE ERRA NA HORA DE SUTURAR

    UM PACIENTE.

    DEPOIS DE SEIS ANOS ESTUDANDO MEDICINA, ELE DEVERIA SABERSUTURAR. SE NO SABE, IMPERITO.

    NEGLIGNCIA QUANDO AQUELE QUE DEVERIA TOMAR CONTA PARAQUE UMA SITUAO NO ACONTEA, NO PRESTA A DEVIDA ATENO

    E A DEIXA ACONTECER.

    O CASO DA ME QUE DEVERIA TOMAR CONTA DO NENM QUANDO

    EST DANDO BANHO NELE, VAI ATENDER O TELEFONE E O NENMACABA SE AFOGANDO. ELA NO QUERIA E NEM ASSUMIU O RISCO DE

    MAT-LO, MAS NO TOMOU CONTA O SUFICIENTE PARA EVITAR SUA

    MORTE.

    IMPRUDENTE A PESSOA QUE NO TOMA OS CUIDADOS QUE UMAPESSOA NORMAL TOMARIA. A PESSOA QUE, AO DAR MARCHA-R COM

    O CARRO, ESQUECE DE OLHAR PARA TRS E ACABA ATROPELANDOALGUM.

    TTOODDOO CCRRIIMMEE CCUULLPPOOSSOO UUMM

    CCRRIIMMEEMMAATTEERRIIAALL!!!!!!

    IIMMPPRRUUDDNNCCIIA,, NNEEGGLLIIGGNNCCIIA EE IIMMPPEERRCCIIA SSOO

    MMOODDAALLIIDDAADDEESS,,EENNOOEESSPPCCIIEESSDDEECCUULLPPAA..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    12/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Em si mesma, a inobservncia do dever de cuidado no constituiconduta tpica porque necessrio outro elemento do tipo culposo: oresultado.

    S haver ilcito penal culposo se da ao contrria ao cuidado

    resultar leso a um bem jurdico. Se, apesar da ao descuidada doagente, no houver resultado lesivo, no haver crime culposo.

    O resultado no deixa de ser um "componente de azar" da condutahumana no crime culposo (dirigir sem ateno pode ouno causar coliso e leses em outra pessoa).

    No existindo o resultado (no havendo a coliso), nose responsabilizar por crime culposo o agente queinobservou o cuidado necessrio, ressalvada a hipteseem que a conduta constituir, por si mesma, em um ilcito

    penal (a contraveno de direo perigosa de veculo, prevista no art.34 da LCP, por exemplo).

    A exigncia do resultado lesivo para a existncia do crime culposojustifica-se pela funo poltica garantidora que deve orientar olegislador na elaborao do tipo penal.

    No haver crime culposo mesmo que a conduta contrarie oscuidados objetivos e se verifique que o resultado se produziria damesma forma, independentemente da ao descuidada do agente.

    Assim, se algum se atira sob as rodas do veculo que dirigido pelo

    motorista na contramo de direo, no se pode imputar a este oresultado (morte do suicida). Trata-se, no caso, de mero casofortuito.

    Evidentemente, deve haver no crime culposo, como em todo fatotpico, a relao de causalidade entre a ao e o resultado,obedecendo-se ao que dispe a lei brasileira no art. 13 do CP.

    Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia docrime, somente imputvel a quem lhe deu causa.

    Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual oresultado no teria ocorrido.

    3.2.1.4 NEXO CAUSAL

    Como se trata de crime MATERIAL h que ser verificado a relao entre aconduta e o resultado a fim de caracterizar o delito, ou seja, emconsonncia com a teoria da equivalncia dos antecedentes causais,deve ser provado que o RESULTADO ADVEIO DA CONDUTA.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    13/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.2.1.5 TIPICIDADE

    Sendo elemento do fato tpico nos crimes materiais consumados, atipicidade precisa estar presente para a configurao do crime culposo.Como j vimos, nada mais do que a adequao do fato concreto aodescrito na lei.

    3.2.1.6 PREVISIBILIDADE OBJETIVA

    a possibilidade de uma pessoa comum, cominteligncia mediana, prever o resultado.

    Com voc j sabe, o tipo culposo diverso do doloso.

    H na conduta no uma vontade dirigida realizaodo tipo, mas apenas um conhecimento potencial desua concretizao, vale dizer, uma possibilidade deconhecimento de que o resultado lesivo pode ocorrer.

    Esse aspecto subjetivo da culpa a possibilidade de conhecer o perigoque a conduta descuidada do sujeito cria para os bens jurdicos alheios ea possibilidade de prever o resultado conforme o conhecimento doagente. A essa possibilidade de conhecimento e previso d-se o nomede previsibilidade.

    A previsibilidade, conforme o Professor Damsio, a possibilidade deser antevisto o resultado, nas condies em que o sujeito se encontrava.Exige-se que o agente, nas circunstncias em que se encontrava,

    pudesse prever o resultado de seu ato. A condio mnima de culpa emsentido estrito a previsibilidade; ela no existe se o resultado vai almda previso.

    Mas qual fato no pode ser previsto pelo homem? No se pode preverque existe a possibilidade de um louco se jogar na frente de um carro?

    Claro que sim, h louco para tudo neste mundo! evidente, porm, que no essa previsibilidade em abstrato de que sefala, pois, se no se interpreta o critrio de previsibilidade informadorada culpa com certa flexibilidade, o resultado lesivo sempre seria atribudoa seu causador.

    No se pode confundir o dever de prever, fundado na diligncia ordinriade um homem qualquer, com o poder de previso. Diz-se, ento, queesto fora do tipo penal dos delitos culposos os resultados que esto forada previsibilidade objetiva de um homem razovel, no sendo culposo oato quando o resultado s teria sido evitado por pessoa extremamente

    prudente.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    14/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Assim, s tpica a conduta culposa quando se puder estabelecer que ofato era possvel de ser previsto pela perspiccia comum, normal doshomens. Esse indivduo comum, de ateno, diligncia e perspiccianormais generalidade das pessoas o que se convencionou chamar de

    HOMEM MDIO.Os homens, porm, so distintos no que concerne inteligncia,sagacidade, instruo, conhecimentos tcnicos especficos etc., variandoa condio de prever os fatos em cada um.

    Assim, a previsibilidade, segundo a doutrina, deve ser estabelecidatambm conforme a capacidade de previso de cada indivduo. A essacondio d-se o nome de previsibilidade subjetiva.

    Verificado que o fato tpico diante da previsibilidade objetiva (dohomem razovel), s haver reprovabilidade ou censurabilidade da

    conduta (culpabilidade) se o sujeito pudesse prev-la (previsibilidadesubjetiva).

    Vamos exemplificar:

    Jos, um exmio atirador, realiza a conduta voluntria de limpar suapistola em um quarto onde seus sobrinhos esto brincando.

    Age com inobservncia do cuidado objetivo manifestado atravs daimprudncia, que a prtica de um ato perigoso.

    Como assim?

    Embora saiba dos riscos de acidente que a limpeza de arma de fogo traz,espera levianamente que nada ocorra, pois confia na sua percia no tratocom armas. Dessa forma, d um golpe de segurana na arma para quese houvesse algum cartucho na cmara este fosse ejetado, retira ocarregador e comea a limpeza da arma apontando-a sempre no sentidooposto do que brincam seus sobrinhos.

    Durante a limpeza, a arma dispara, o projtil atinge a janela, ricocheteia

    e lesiona seu sobrinho.Ocorre que Jos deveria, antes de dar o golpe de segurana, ter retiradoo carregador, pois da forma como agiu, colocou um projtil na cmara daarma.

    Percebe-se, no exemplo citado, que o homem prudente e dediscernimento (homem mdio) colocado nas condies de Jos no agiriacomo ele agiu, pois no precisa ser um atirador perfeito para saber doperigo existente na limpeza de um armamento.

    Dessa forma, configurada est aprevisibilidade objetiva.

    Quando, ao comparar a conduta do sujeito com o dever de cautelagenrico, observa-se que ele no agiu da forma imposta pelo cuidadoobjetivo, facilmente conclui-se que o fato tpico.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    15/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.2.2 ESPCIES DE CULPA

    Quanto s espcies, podemos classificar a culpa em:

    3.2.2.1 CULPA CONSCIENTE X CULPA INCONSCIENTE

    Essa diviso tem como fator distintivo a previso do agente acerca doresultado naturalstico provocado pela sua conduta.

    Na culpa consciente o agente prev o resultado, mas espera que eleno ocorra. Acredita o agente que pode evit-lo com suas habilidades(culpa com previso).

    Exemplo clssico dessa espcie de culpa dada pelo Professor Mirabete,no qual o caador, avistando um companheiro prximo ao animal quedeseja abater, confia em sua habilidade de exmio atirador para noatingi-lo, mas, quando dispara, acaba causando a morte da vtima.

    Diferentemente, na culpa inconsciente, o resultado no previstopelo agente, embora previsvel. a culpa comum, que se manifesta pelaimprudncia, negligncia ou impercia.

    Caro aluno, tudo claro? Ento agora pergunto um dos principaisquestionamentos trazidos pelas bancas. Existe diferena entre CULPACONSCIENTE E DOLO EVENTUAL?

    Resposta: Claro que sim!!! A culpa consciente se diferencia do doloeventual.

    No dolo eventual o agente tolera a produo do resultado, o eventolhe indiferente, tanto faz que ele ocorra ou no. Ele assume o risco deproduzi-lo.

    Na culpa consciente, ao contrrio, o agente no quer o resultado, noassume o risco e nem ele lhe tolervel ou indiferente. O eventolhe representado (previsto), mas confia em sua no-produo.

    Para resumir tudo isso e voc NO ERRAR EM PROVA, imagine que Tciocomete uma conduta que ocasiona um resultado naturalsticopenalmente punvel.

    Qual ser a frase adequada para Tcio no caso de dolo eventual?

    E no caso de culpa consciente?

    Abaixo apresento a resposta (Com uma linguagem bem clara!!!):

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    16/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.2.2.2 CULPA PRPRIA X CULPA IMPRPRIA

    Esta classificao baseia-se na inteno de produzir o resultadonaturalstico.

    Na culpa prpria ou propriamente dita o agente no quer e nemassume o risco de produzir o resultado. , por assim dizer, a culpapropriamente dita.

    Contrariamente, na culpa imprpria ou por extenso ou porassimilao ou por equiparao, o agente por erro, fantasia ou outrasituao ftica, que se real justificaria sua conduta, provoca

    intencionalmente um resultado ilcito.Cuida-se, na verdade, de dolo, eis que o agente quer a produo doresultado, mas, por motivos da poltica criminal, no entanto, o CdigoPenal aplica a um crime doloso a punio correspondente a um crimeculposo. (art. 20, par. 1, CP).

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal decrime exclui o dolo, mas permite a punio por crime culposo, se

    previsto em lei.

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificadopelas circunstncias, supe situao de fato que, se existisse,tornaria a ao legtima. No h iseno de pena quando o erroderiva de culpa e o fato punvel como crime culposo

    Vamos exemplificar a culpa imprpria:

    Mvia, 16 anos, proibida pelos pais de se encontrar com Tcio, seunamorado. Triste com tal situao, e sem poder sair de casa pela portano perodo noturno, resolve sair pela janela.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    17/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Prosseguindo no seu intento, desce pela janela at o quintal, passa pelosquatro cachorros da casa que, por conhecerem a menina, no latem e,por fim, vai ao encontro do amado.

    Aproximadamente s 2 da manh, Mvia volta para sua casa, passa

    pelos cachorros, que novamente no latem, e comea a subir na sacadapara entrar pela janela.

    Caio, pai de Mvia, avista um vulto tentando entrar em sua casa e atiracerteiramente. Ao descer para ver o corpo, percebe que alvejou suafilha.

    O agente efetuou os disparos com arma de fogo, com inteno de matar.Tinha dolo direto. Agiu, contudo, com o chamado ERRO INESCUSVELQUANTO ILICITUDE DO FATO, pois foi imprudente.

    Mas como assim imprudente?

    Ele poderia ter sido mais cauteloso, j que o vulto no trazia ameaa e,com o silncio dos cachorros, somente poderia ser pessoa da casa.

    Desta forma, responde por homicdio culposo.

    3.2.3 COMPENSAO DE CULPAS

    Vamos comear este tpico exemplificando para facilitar o entendimento:Imagine que Tcio avana o semforo no sinal vermelho e,concomitantemente, um carro trafega na contramo. Os dois batem e ficamcom leses corporais.

    Neste caso, como fica claro, os dois foram imprudentes e se enquadram nodelito de leso corporal culposa. Ser possvel a compensao de culpas?

    A resposta NEGATIVA, ou seja:

    3.2.4 EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO

    O pargrafo nico do artigo 18 do Cdigo Penal deixa claro que s haverpenalizao para um delito cometido de forma culposa quando houverpreviso legal. Observe:

    Art. 18 [...]

    NNOOSSEEAADDMMIITTEEAACCOOMMPPEENNSSAAOODDEECCUULLPPAASSNNOODDIIRREEIITTOOPPEENNAALL

    BBRRAASSIILLEEIIRROO,,UUMMAAVVEEZZQQUUEEPPRREEVVAALLEECCEEOOCCAARRTTEERRPPBBLLIICCOODDAA

    SSAANNOOPPEENNAALLCCOOMMOOFFUUNNDDAAMMEENNTTOOPPAARRAAAASSUUAAPPRROOIIBBIIOO..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    18/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Pargrafo nico - Salvo os casos expressos em lei, ningumpode ser punido por fato previsto como crime, seno quando opratica dolosamente.

    O furto, por exemplo, por no trazer previso, no existe na modalidadeculposa.

    Para complementar, veja as importantes palavras do STJ:

    3.2.5 TENTATIVA NO CRIME CULPOSO

    O crime se diz tentado quando o agente no o consuma por circunstnciasalheias sua vontade. O intento do agente era consumar a infrao, atingiro bem jurdico protegido na extenso pretendida, todavia, interrompido,mas no por vontade prpria.

    Essa vontade qualifica-se como dolosa, porque a inteno do agente eraconsumar a infrao penal ou produzir o resultado criminoso.

    Nos crimes culposos, no se admite a tentativa porque a vontade inicial dirigida ao descumprimento nico e exclusivo do dever objetivo de cuidado,mas no se vincula, em momento algum, a vontade com a realizao doresultado, sob pena de se verificar a modalidade dolosa.

    Ento se cair na prova que a TENTATIVA nunca aceita para delitosculposos, est correto??? NOOOOO, pois:

    STJ - HABEAS CORPUS: HC 12161 SP

    HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO. DENNCIA.INPCIA. EX-PREFEITO MUNICIPAL. CRIME DE RESPONSABILIDADE.DECRETO-LEI N 201/67. AUSNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A AO

    PENAL. EXAME APROFUNDADO DE PROVAS. Smula 164-STJ:"O prefeitomunicipal, aps a extino do mandato, continua sujeito a processo porcrime previsto no art. 1, do Decreto-Lei n 201, de 27.2.67."

    De acordo com o princpio da excepcionalidade dos crimes culposos(pargrafo nico do art. 18 do CP)a punio por dolo a regra,enquanto a sano por culpa excepcional, s sendo admitidaquando a lei textualmente o prev. (grifo nosso)

    ADDMMIITTIIDDA A TTEENNTTATTIIVA NNA HHIIPPTTEESSEE DDEE

    CCUULLPPAAIIMMPPRRPPRRIIAA!!!!!!

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    19/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Resumindo:

    CCUULLPP

    MMOODDAALLIIDDAADDEESS

    EESSPPCCIIEESS

    IIMMPPRRUUDDNNCCIIAA

    NNEEGGLLIIGGNNCCIIAA

    IIMMPPEERRCCIIAA

    CCOONNSSCCIIEENNTTEE

    IINNCCOONNSSCCIIEENNTTEE

    PPRRPPRRIIAA

    IIMMPPRRPPRRIIAA

    EELLEEMMEENNTTOOSS

    CCOONNDDUUTTAA

    HHUUMMAANNAA

    VVIIOOLLAAOODDOO

    DDEEVVEERROOBBJJEETTIIVVOO

    DDEE CCUUIIDDAADDOO

    RREESSUULLTTAADDOO

    NNAATTUURRAALLSSTTIICCOO

    NNEEXXOOCCAAUUSSAALL

    TTIIPPIICCIIDDAADDEE

    PPRREEVVIISSIIBBIILLIIDDAADDEE

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    20/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.3 CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO

    Quando estudarmos a parte do Cdigo Penal referente aos crimes e

    respectivas cominaes, voc perceber que existem determinados delitos quepossuem uma penalizao definida para uma conduta bsica e outras penasmais rigorosas previstas para resultados mais graves advindos da conduta.

    Tm-se denominado tais infraes de crimes qualificados pelo resultado.Observe um exemplo:

    Art. 157 - Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem,mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, ou depois dehav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de

    resistncia:Pena - recluso, de quatro a dez anos, e multa.

    [...]

    3 Se da violncia resulta leso corporal grave, a pena de recluso, de sete a quinze anos, alm da multa; seresulta morte, a recluso de vinte a trinta anos, semprejuzo da multa. (grifo nosso)

    So quatro as espcies de crimes qualificados pelo resultado:

    1 DOLO NO ANTECEDENTE E DOLO NO CONSEQENTE H intenodo agente de praticar tanto a conduta tpica quanto produzir o resultadoagravador.

    Exemplo: O agente espanca vtima com a inteno de provocar-lhe aborto (art.129, 2, V). Tem dolo de leses corporais e dolo de provocar, comoconseqncia, o aborto.

    2 CULPA NO ANTECEDENTE E CULPA NO CONSEQENTE

    A prtica dotipo d-se de forma culposa, assim como seu resultado.

    Exemplo: Acidentalmente causa leses corporais a outrem que, devido a elas,corre risco de vida (art. 129, 1, II).

    Outro exemplo o caso dos crimes culposos de perigo comum, resultandoleso corporal grave ou morte. Veja:

    Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesocorporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade

    aumentada de metade; se resulta morte, aplicada em dobro.No caso de culpa, se do fato resulta leso corporal, a pena

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    21/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a penacominada ao homicdio culposo, aumentada de um tero.

    3 CULPA NO ANTECEDENTE E DOLO NO CONSEQENTE A primeira

    conduta culposa, mas a segunda, que a agrava, cometida dolosamente.Exemplo: Sem querer, o agente causa leses corporais, mas, propositalmente,deixa de prestar socorro (art. 129, 7).

    4 DOLO NO ANTECEDENTE E CULPA NO CONSEQENTE (CRIMEPRETERDOLOSO OU PRETERINTENCIONAL) Neste caso, o agenteproduz mais do que pretende. Na primeira conduta, tem a inteno de pratic-la, mas o resultado acaba sendo mais grave do que esperava ou queria. Esse o chamado crime preterdoloso, pois o resultado foi pior do que pretendido.

    Exemplo: Tendo a inteno de provocar leses vtima, d-lhe um soco; elacai, bate a cabea numa pedra e morre.

    Tambm existe no caso de latrocnio, se a morte aps o roubo no eradesejada (art. 157, 3).

    OBS: Se o agente do roubo assume o risco da qualificadora morte, teremosdolo no antecedente e dolo no consequente. Observe o elucidativo julgado dosupremo tribunal Federal:

    Vamos agora tratar especificamente desta quarta espcie qualificadora que,como j visto, recebe a denominao de crime preterdoloso.

    3.3.1 CRIME PRETERDOLOSO

    STJ, RESP 418.183/DF

    PENAL. RECURSO ESPECIAL. LATROCNIO. CONCURSO DEAGENTES. PARTICIPAO DOLOSAMENTE DISTINTA.INAPLICABILIDADE.

    I - O roubo com morte delito qualificado pelo resultado,sendo que este plus, na melhor dico da doutrina, pode serimputado na forma de dolo ou de culpa.

    II - No roubo, mormente praticado com arma de fogo,respondem, de regra, pelo resultado morte, situadoevidentemente em pleno desdobramento causal da aodelituosa, todos que, mesmo no agindo diretamente naexecuo da morte, contriburam para a execuo do tipofundamental (Precedentes). Se assumiram o risco, pelo eventorespondem. Recurso provido

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    22/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Preterdolo uma expresso que advm do latim praeter dolum, ou seja,alm do dolo. Grosso modo, podemos dizer que o crime preterdoloso,tambm chamado de preterintencional, aquele que ocorre quando aconduta dolosa gera a produo de um resultado mais grave do que o

    efetivamente desejado pelo agente.O crime preterdoloso um crime misto, em que h uma conduta que dolosa, por dirigir-se a um fim tpico, e que culposa pela gerao de outroresultado, ocorrido pela inobservncia do cuidado objetivo, que no eraobjeto do crime fundamental.

    No h aqui um terceiro elemento subjetivo ou forma nova de dolo oumesmo de culpa. Como bem acentua Pimentel, " somente a combinaode dois elementos - dolo e culpa - que se apresentam sucessivamente nodecurso do fato delituoso: a conduta inicial dolosa, enquanto o resultadofinal dela advindo culposo. H, como se tem afirmado, dolo no

    antecedente e culpa no conseqente.Exemplo tpico o apresentado no artigo 129, pargrafo 3, do CdigoPenal, que dispe da seguinte forma:

    Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a sade de outrem:

    Pena - deteno, de trs meses a um ano. [...]

    3 Se resulta morte e as circunstncias evidenciam queo agente no quis o resultado, nem assumiu o risco de

    produzi-lo:

    Pena - recluso, de quatro a doze anos. (grifei)

    Perceba, Caro(a) Aluno(a), que o legislador tipifica a conduta de gerarleses corporais (caput) e adiciona um resultado agravador que a morteda vtima produzida a ttulo de culpa.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    23/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.3.2 DISPOSIO DO CDIGO PENAL SOBRE O TEMA

    De forma bem objetiva para a sua PROVA, guarde o seguinte:

    PELO RESULTADO QUE AGRAVA A PENA, S RESPONDE O AGENTE QUE OHOUVER CAUSADO AO MENOS CULPOSAMENTE, conforme leciona o artigo19 do Cdigo Penal:

    Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, sresponde o agente que o houver causado ao menosculposamente.

    Desta forma, o resultado mais grave, se culposo, deve ser objetivamente

    previsvel, ou seja, previsvel ao HOMEM MDIO para que possa serimputado ao agente.

    3.4 ERRO DE TIPO

    Para comear este tpico, e a fim de que voc entenda corretamente oassunto, preciso que se faa uma pergunta: Erro e ignorncia so palavrassinnimas? Em um primeiro momento, podemos dizer que no, mas para a

    SUA PROVA a resposta SIM.Mas como assim, professor?

    Vamos compreender:

    O erro um acontecimento humano de estado positivo, ou seja, o erro afalsa representao da realidade, a crena de ser A, sendo B, o equivocadoconhecimento de um elemento.

    Para o Direito, o erro o vcio de consentimento e, sendo este umacontecimento humano, no podia o Direito Penal deixar de tratar da matria.

    A ignorncia, por sua vez, um acontecimento humano de estado negativo.A ignorncia difere do erro por ser a falta (e no a falsa) de representao darealidade, o total desconhecimento, isto , a ausncia do saber de determinadoobjeto.

    Na cincia jurdica, no entanto, no cabe a diferenciao entre estado negativoe estado positivo do acontecimento humano. Para nossa disciplina legal,predomina uma tese unificadora. Ambos, erro e ignorncia, no Direito Penal,so semelhantes em suas conseqncias ou, como nas palavras de AlcidesMunhoz Neto:

    incidem sobre o processo formativo da vontade, viciando-lhe o elementointelectivo, ao induzir o sujeito a querer coisa diversa da que teria querido, sehouvesse conhecido a realidade.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    24/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Sendo assim, podemos resumir que, para o Cdigo Penal Brasileiro:

    3.4.1 CONCEITO

    Erro de tipo a falsa percepo da realidade acerca dos elementosconstitutivos do tipo penal.

    o que incide sobre as elementares ou circunstncias da figura tpica, sobreos pressupostos de fato de uma causa de justificao ou dados secundriosda norma penal incriminadora.

    o que faz o sujeito supor a ausncia de elemento ou circunstncia dafigura tpica incriminadora ou a presena de requisitos da norma permissiva.

    O erro de tipo pode ser:

    ESSENCIAL O erro recai sobre dados principais do tipo.

    Exemplo: Tcio vai caar na floresta e, para isso, esconde-se atrs deuma rvore. A fim de abater sua caa, aponta sua arma para uma moita,que no para de mexer (para frente e para trs).

    Acreditando ser uma ona, atira e acerta uma pessoa que estava l. Apessoa morre.

    Ocorre erro de tipo, pois no sabia Tcio que atirava em um ser humano. erro de tipo essencial, pois recaiu sobre dado principal do tipo (art.121: matar algum).

    ACIDENTAL O erro recai sobre dados perifricos do tipo.

    Exemplo: Mvio vai a um supermercado para furtar sal. Chegando emcasa com o produto do furto, percebe que acar.

    erro de tipo, pois no sabia que estava subtraindo acar.

    erro de tipo acidental, pois o fato de ser sal ou acar perifrico aotipo.

    ERRO E IGNORNCIA SE EQUIVALEM!!!

    NNOOEERRRROODDEETTIIPPOOEESSSSEENNCCIIAALL,,OOAAGGEENNTTEE,,SSEEAAVVIISSAADDOODDOOEERRRROO,,

    PPAARRAAIIMMEEDDIIAATTAAMMEENNTTEEOOQQUUEEIIAAFFAAZZEERR..

    NNOOEERRRROODDEETTIIPPOOAACCIIDDEENNTTAALL,,OOAAGGEENNTTEE,,SSEEAAVVIISSAADDOODDOOEERRRROO,,

    OOCCOORRRRIIGGEEEECCOONNTTIINNUUAAAAAAGGIIRRIILLIICCIITTAAMMEENNTTEE..

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    25/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    O erro de tipo encontra previso no artigo 20 e pargrafos do CP:

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal decrime exclui o dolo, mas permite a punio por crime culposo, se

    previsto em lei.

    Antes de prosseguirmos, alguns conceitos so necessrios. Sendo assim,vamos abrir o nosso j conhecido dicionrio do concurseiro e aprender, ourelembrar, conceitos:

    3.4.2 ESPCIES

    O erro de tipo essencial pode ser de duas espcies:

    1. INESCUSVEL, VENCVEL OU INDESCULPVEL Neste caso,apesar do erro, fica claro que tal poderia ter sido evitado. a mesmasituao que j vimos quando tratamos do conceito de HOMEM MDIOrelacionado com a culpa.

    DICIONRIO DO CONCURSEIRO

    TIPO PENAL O CONJUNTO DOS ELEMENTOS DO CRIME DESCRITOS NANORMA PENAL. TODO TIPO PENAL POSSUI, NO MNIMO, UM NCLEO, QUE VEM ASER O VERBO QUE REPRESENTA A CONDUTA (AO OU OMISSO) HUMANADESCRITA.

    ELEMENTOS OBJETIVOS OS ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO REFEREM-SE AOASPECTO MATERIAL DA INFRAO PENAL, DIZENDO RESPEITO FORMA DEEXECUO, TEMPO, MODO, LUGAR, ETC.

    ELEMENTOS SUBJETIVOS OS ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO PENAL,TAMBM CONHECIDOS NA DOUTRINA POR ELEMENTOS SUBJETIVOS DO INJUSTO,DIZEM RESPEITO AO ESTADO PSICOLGICO DO AGENTE, OU SEJA, SUAINTENO.

    ELEMENTOS NORMATIVOS OS TIPOS PENAIS PODEM CONTER ELEMENTOS NASUA FORMAO QUE NO SO DE COMPREENSO IMEDIATA, COMO OSELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS, EM RAZO DA NECESSIDADE DE UM JUZODE VALOR SOBRE OS MESMOS. NESTES TIPOS PENAIS QUE CONTM ELEMENTOSNORMATIVOS, ALM DE O LEGISLADOR INCLUIR EXPRESSES COMO MATAR,SUBTRAIR, OFENDER, ETC., INCLUI AINDA EXPRESSES COMO SEM JUSTACAUSA, INDEVIDAMENTE, FRAUDULENTAMENTE, ETC., QUE SO CONSIDERADOSELEMENTOS NORMATIVOS.

    ELEMENTARES DENOMINAM-SE ELEMENTARES AS EXPRESSES (PALAVRAS OUSIGNOS LINGSTICOS) QUE DESCREVEM O CONTEDO BSICO DO TIPO PENAL,SEM AS QUAIS A DESCRIO RESTA INCOMPLETA. SO ELEMENTARES DO TIPOPENAL DESCRITO NO ARTIGO 155 DO CP (CRIME DE FURTO): SUBTRAIR PARA SIOU PARA OUTREM, COISA ALHEIA MVEL.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    26/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    2. ESCUSVEL, INVENCVEL, DESCULPVEL o erro que noadvm da CULPA do agente, ou seja, qualquer pessoa MDIA, naquelasituao, incidiria naquele erro.

    A partir da anlise destas duas espcies no caso concreto sero definidos osefeitos de erro de tipo. Desde j importante citar que, nos termos do

    caput do artigo 20 do CP, seja o erro INESCUSVEL ou ESCUSVEL, eleSEMPRE EXCLUI O DOLO.

    Mas e a culpa?

    A sim vai depender da espcie, ou seja, o erro escusvel EXCLUI O DOLOE A CULPA, gerando a impunidade total do fato.

    Diferentemente, o erro inescusvel exclui o dolo, mas permite a puniopor crime culposo.

    Desta forma, podemos afirmar que, se Tcio, por no olhar a placa doveculo, leva o carro alheio para sua casa, ele ser punido a ttulo de culpa,por tratar-se de crime inescusvel, correto? ERRADO!!!!!

    Como vimos, a penalizao por crime culposo tem carter excepcional ecomo a lei no tipifica a conduta CULPOSA para o crime de furto,independentemente de ser escusvel ou inescusvel, permanecer o agenteimpune.

    Resumindo:

    3.4.3 DESCRIMINANTES PUTATIVAS

    Caro(a) Aluno(a), neste tpico vou adentrar somente no que importa parasua PROVA, no abordando assim aspectos referentes culpabilidade.Sobre as descriminantes putativas, preceitua o Cdigo Penal:

    ERRO DE

    TIPO

    ESSENCIAL

    INESCUSVEL

    ESCUSVELEXCLUI O DOLO E

    A CULPA

    EXCLUI O DOLO,

    MAS NO A

    CULPA

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    27/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Art. 20 [...]

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificadopelas circunstncias, supe situao de fato que, se existisse,tornaria a ao legtima. No h iseno de pena quando o erro

    deriva de culpa e o fato punvel como crime culposo.

    Putativo significa algo que se supe verdadeiro, embora, na verdade, no oseja. H uma incongruncia ou contradio entre a representao ftica doagente e a situao objetiva ou real.

    No momento da conduta, o autor imagina ser esta no-ilcita, pois supeexistir uma situao que na verdade no h. Se tal situao realmenteexistisse, a conduta do agente tornar-se-ia lcita.

    Portanto, dois pontos extremos so as chaves para a compreenso dasdescriminantes putativas: o mundo real e o mundo imaginrio. As condutaspraticadas na realidade apresentam sua ilicitude. Porm, no plano dasidias do agente as mesmas teriam seu carter lcito.

    Ainda estudaremos a fundo as excludentes de ilicitude, mas por enquanto importante ao menos uma noo bsica:

    COMPREENDER PARA APRENDER

    EXCLUSO DE ILICITUDE UMA CAUSA EXCEPCIONAL QUE RETIRA O

    CARTER ANTIJURDICO DE UMA CONDUTA TIPIFICADA COMO CRIMINOSA.

    NO CDIGO PENAL BRASILEIRO, SO CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE:

    ESTADO DE NECESSIDADE - QUANDO O AUTOR PRATICA A CONDUTA

    PARA SALVAR DE PERIGO ATUAL DIREITO PRPRIO OU ALHEIO.

    LEGTIMA DEFESA - CONSISTE EM REPELIR MODERADAMENTEINJUSTA AGRESSO A SI PRPRIO OU A OUTRA PESSOA.

    ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL - QUANDO O AUTOR TEMO DEVER DE AGIR E O FAZ DE ACORDO COM DETERMINAO LEGAL.

    EXERCCIO REGULAR DE DIREITO - CONSISTE NA ATUAO DOAGENTE DENTRO DOS LIMITES CONFERIDOS PELO ORDENAMENTO

    LEGAL.

    EM SNTESE, DESCRIMINANTE PUTATIVA UMA CAUSA

    EXCLUDENTE DE ILICITUDE, ERRONEAMENTE IMAGINADA PELO

    AGENTE. ELA NO EXISTE NA REALIDADE, MAS O AGENTE PENSA

    QUE SIM, POIS EST ERRADO.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    28/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    A doutrina admite trs hipteses de descriminantes putativas:

    a) Erro sobre os pressupostos fticos (supor situaes de fato) deuma causa de excluso da ilicitude. Imaginemos que Tcio est narua e avista Mvio, seu desafeto. Ao se aproximar, Mvio coloca a mo nobolso e Tcio, imaginando que Mvio tiraria uma arma, efetua 3 disparoscerteiros, matando Mvio.

    Posteriormente, Tcio, que pensou estar agindo em legtima defesa, verificaque Mvio no possua arma e iria somente tirar um isqueiro do seu bolso.Ocorreu a chamada LEGITIMA DEFESA PUTATIVA.

    b) Erro relativo aos limites da causa de justificao Caio,fazendeiro, fica o dia todo em sua janela com uma espingarda apontadapara a entrada de sua propriedade. Sempre que um posseiro tenta invadirsua propriedade, ele, certeiramente, atira e mata o indivduo. Cuida-se dafigura do excesso, pois a defesa da propriedade no permite esse tipo dereao desproporcional.

    c) Erro sobre a existncia da causa de justificao (supor estarautorizado) Caio encontra sua mulher praticando adultrio com Mvio.Sem pensar, pega sua arma e mata os dois.

    Imagina estar agindo de acordo com a LEGTIMA DEFESA DA HONRA, queno causa de excluso de ilicitude aceita em nosso ordenamento jurdico.O agente errou quanto existncia da descriminante.

    O artigo 20, pargrafo 1, trata unicamente da situao de ERRO SOBREOS PRESSUPOSTOS FTICOS (SUPOR SITUAES DE FATO) DE UMACAUSA DE EXCLUSO DA ILICITUDE e atribui os seguintes efeitos:

    3.4.4 ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO

    Sobre o tema, dispe o Cdigo Penal:

    SITUAO DE FATO QUE, SE EXISTISSE, TORNARIA A AO LEGTIMA

    1ERRO PLENAMENTE JUSTIFICADO ISENTA DE PENA

    2ERRO INESCUSVEL RESPONDE POR CULPA (CASO HAJA PREVISO

    LEGAL)

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    29/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Art. 20

    [...]

    2 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

    H determinadas situaes nas quais o agente no erra por conta prpria,mas sim de forma provocada, isto , determinada por outrem (agenteprovocador). Este erro provocado pode ser doloso ou culposo.

    Quando o agente provocador atua com dolo, a ele ser imputado o delito.

    Suponha-se que o mdico, desejando matar o paciente, entrega enfermeira uma injeo que contm veneno, afirma que se trata de umanestsico e faz com que ela a aplique.

    A enfermeira agiu por erro determinado por terceiro, e no dolosamente,

    respondendo apenas o mdico.Ocorre que tambm pode o provocador agir culposamente e, nestes casos,teremos um efeito diferenciado.

    Imagine que um vendedor de carro, por engano, fornece um veculo semfreios para que um pretenso comprador realize um test drive. Ao sair daloja, o comprador atropela dois indivduos.

    Neste caso, responde o agente provocador e tambm o provocado, desdeque seu erro seja inescusvel.

    3.4.5 ERRO DE TIPO ACIDENTAL SOBRE A PESSOA

    Caro(a) aluno(a), sabe aquele indivduo que tudoque faz, faz errado? Ento, exatamente dele quetrataremos agora. No erro sobre a pessoa, o sujeito,no satisfeito em decidir matar algum, ainda ERRAa pessoa.

    o caso de Tcio, que querendo atirar em Mvio,

    confunde a pessoa visada e mata Caio.Ateno que aqui no estamos tratando de um indivduo que erro o alvo esim daquele que, por confuso, acredita estar matando A e acaba matandoB.

    Sobre o tema, preceitua o Cdigo Penal:

    Art. 20

    [...]

    3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticadono isenta de pena. No se consideram, neste caso, as condies

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    30/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    ou qualidades da vtima, seno as da pessoa contra quem oagente queria praticar o crime.

    Perceba que o final do supra-exposto pargrafo diz que se deve considerara qualidade da vtima contra quem o delito seria cometido. Sendo assim,imaginemos que Tcio quer matar seu pai, mas o confunde com seu tio,irmo gmeo, matando-o. Neste caso, a agravante, cometer crime contraascendente, prevista no artigo 61, ser aplicada?

    A resposta positiva, pois no importa o que ocorreu e sim o que o agentequeria que ocorresse.

    Mas, professor, como vamos saber exatamente, na realidade, o que oagente estava pensando?

    Boa pergunta... Depois que voc passar na prova eu tento responder. Porenquanto, atenha-se teoria!!!

    3.4.6 ERRO DE TIPO ACIDENTAL NA EXECUO (ABERRATIO ICTUS)

    Neste tipo de erro, diferentemente do ocorrido no erro sobre a pessoa, oagente no se confunde quanto pessoa, mas erra o alvo e acabaacertando outra.

    Exemplo: Tcio mira em Mvio, mas acerta uma criana. Neste caso,responder pelo homicdio doloso, mas no de forma qualificada (crimecometido contra criana), pois, como vimos no item anterior, vale o que elequer fazer e no o que ele fez.

    3.4.7 ERRO DE PROIBIO (ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO) XDESCONHECIMENTO DA LEI.

    Para comear este tema cabe uma importante pergunta:

    O no conhecimento da lei pode ser utilizado pelo agente como forma deficar isento de pena?

    A resposta negativa e o efeito deste desconhecimento encontra previsono artigo 21 do Cdigo Penal, que dispe:

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O errosobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; seevitvel, poder diminu-la de um sexto a um tero.

    Pargrafo nico - Considera-se evitvel o erro se o agente atuaou se omite sem a conscincia da ilicitude do fato, quando lhe era

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    31/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    possvel, nas circunstncias, ter ou atingir essa conscincia.(grifo nosso)

    Mas todos interpretam as leis da mesma forma? Claro que no.

    Imaginemos um indivduo que, lendo a lei de drogas, interpreta serpossvel a plantao em sua casa da planta da maconha para finsmedicinais. Este indivduo poder alegar o TOTAL DESCONHECIMENTODA LEI?

    A resposta negativa, pois como vimos o desconhecimento da lei inescusvel. Entretanto, poder alegar um erro quanto ao entendimento dailicitude do fato, ou seja, um ERRO DE PROIBIO.

    O erro de proibio pode ser definido como a falsa percepo do agenteacerca do carter ilcito do fato tpico por ele praticado, de acordo com um

    juzo profano, isto , possvel de ser alcanado mediante um procedimentode simples esforo de sua conscincia.

    O indivduo conhece a existncia da lei penal, mas desconhece ou interpretamal seu contedo, ou seja, no compreende adequadamente seu carterilcito.

    7

    ********************************************************************

    FUTURO(A) APROVADO, MUITO BOM!!!

    AQUI VOC ACABA DE FINALIZAR MAIS UMIMPORTANTE TEMA RUMO TO SONHADAAPROVAO.

    DITO ISTO, RESPIRE FUNDO, RECARREGUE ASSUAS ENERGIAS E VAMOS LUTA COM OLTIMO TEMA DE NOSSA AULA!!!

    *************************************************************

    SE ESSE DESCONHECIMENTO FOR INEVITVEL, ISENTA

    DE PENA.DIFERENTEMENTE, SE EVITVEL, PODE REDUZIR A

    PENA.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    32/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    3.5 ITER CRIMINIS

    Iter criminis uma expresso em latim, que significa "caminho do delito",

    utilizada no direito penal para se referir ao processo de evoluo de um crime,ou seja, descrevendo as etapas que se sucederam desde o momento em quesurgiu a idia do delito at a sua consumao.

    O Iter criminis costuma ser divididos em duas fases: A fase interna e a faseexterna.

    3.5.1 FASE INTERNA

    Na fase interna, d-se a cogitao do crime.

    A cogitao refere-se ao plano intelectual acerca da prtica criminosa, coma visualizao do resultado querido.

    Essa fase interna ao sujeito, est em sua mente, em sua cabea, logo,no punvel. De fato, a conduta penalmente relevante somente aquelapraticada por seres humanos e projetada no mundo exterior.

    3.5.2 FASE EXTERNA

    A fase externa engloba os atos preparatrios, os atos de execuo e aconsumao do delito.

    ATOS PREPARATRIOS So atos externos ao agente, que passam dacogitao ao objetiva, como, por exemplo, a aquisio da arma paraa prtica de homicdio. Os atos preparatrios, regra geral, no sopunveis. Com relao s excees, no se preocupe para sua PROVA.

    ATOS DE EXECUO So aqueles dirigidos diretamente prtica docrime. No Brasil, o Cdigo Penal, em seu artigo 14, inciso II, definiu queo crime se diz tentado quando iniciada a execuo e esta no seconsuma por circunstncias alheias vontade do agente. Assim, exige-seque o autor tenha realizado de maneira efetiva uma parte da prpriaconduta tpica, adentrando no ncleo do tipo.

    o caso, por exemplo, de efetuar disparos de arma de fogo contra umapessoa

    CONSUMAO aquela na qual esto presentes os elementosessenciais que constituem o tipo penal. , por isso, um crime completoou perfeito, pois a conduta criminosa se realiza integralmente.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    33/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Para exemplificar, em um homicdio em que a conduta matar algum,dizemos que o crime foi condumado com a morte de um ser humanoprovocado por outra pessoa.

    Resumindo:

    ************************************************************

    OH YES,

    VOU

    MATAR!!!

    COGITAO PREPARAO

    PROIBIDO!!!

    IMAGENS

    FORTES!!!

    EXECUO CONSUMAO

    J

    COMPREI

    A ARMA

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    34/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Caros alunos,

    Finalizamos mais uma aula e agora hora de consolidar os conceitos comexerccios e uma atenta releitura dos pontos principais.

    Siga com fora nos estudos, pois a prova est cada vez mais prxima e, embreve, se Deus quiser, todo esforo ser coroado com a to sonhada e toesperada aprovao.

    Nos momentos de cansao, imagine como poder estar sua vida daqui apouco tempo e lembre-se SEMPRE que s depende de voc.

    Abraos e bons estudos,

    Pedro Ivo

    "Consulte no a seus medos, mas a suas esperanas e sonhos.

    Pense no sobre suas frustraes, mas sobre seu potencial no usado. Preocupe-se no com o

    que voc tentou e falhou, mas com aquilo que ainda possvel a voc fazer.

    (Papa Joo XXIII)

    ************************************************************

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    35/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    Crime doloso

    I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

    Crime culposo

    II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ouimpercia.

    Pargrafo nico- Salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido por fatoprevisto como crime, seno quando o pratica dolosamente.

    Agravao pelo resultado

    Art. 19- Pelo resultado que agrava especialmente a pena, s responde o agente que ohouver causado ao menos culposamente.

    Erro sobre elementos do tipo

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, maspermite a punio por crime culposo, se previsto em lei.

    Descriminantes putativas

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias,supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima. No h iseno depena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel como crime culposo.

    Erro determinado por terceiro

    2 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

    Erro sobre a pessoa

    3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta de pena.No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima, seno as dapessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

    Erro sobre a ilicitude do fato

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a ilicitude do fato, seinevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de um sexto a um tero.

    Pargrafo nico - Considera-se evitvel o erro se o agente atua ou se omite sem a

    conscincia da ilicitude do fato, quando lhe era possvel, nas circunstncias, ter ouatingir essa conscincia.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    36/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    EXERCCIOS

    1. (ESAF / MPU / 2004) correto afirmar que:

    A) pelo resultado que agrava especialmente a pena, s responde o agente que ohouver causado dolosamente.

    B) o erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado isenta de pena.

    C) responde pelo crime o terceiro que no determina o erro.

    D) isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias,supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima.

    E) no caso de erro sobre a pessoa, consideram-se para efeitos penais, ascondies ou qualidades da vtima efetivamente atingida.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Vimos que existem delitos em que o resultado culposo agrava apena. Exemplo: Crime Preterdolosos.

    Alternativa B O erro quanto pessoa no isenta de pena, nos termos dopargrafo 3 do artigo 20:

    Art. 20[...]

    3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta depena. No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima,seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

    Alternativa C Tenta confundir o candidato incluindo a palavra no. Naverdade, responde pelo crime o terceiro que DETERMINA o erro. Observe:

    Art. 20[...]

    2 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

    Alternativa D a reproduo exata do pargrafo 1 do artigo 20, que versasobre as descriminantes putativas. Observe:

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas

    circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima.No h iseno de pena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel comocrime culposo

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    37/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Nesta questo fica clara a importncia da leitura dos dispositivos do Cdigo Penal.

    Alternativa E No erro sobre a pessoa, consideram-se as qualidades de quemse queria atingir.

    2. (ESAF / MPU / 2004) A diferena entre dolo eventual e culpaconsciente consiste no fato de que:

    A) no dolo eventual a vontade do agente visa a um ou outro resultado; e na culpaconsciente o sujeito no prev o resultado, embora este seja previsvel.

    B) no dolo eventual a vontade do agente no visa a um resultado preciso edeterminado; e na culpa consciente o agente conscientemente admite e aceita orisco de produzir o resultado.

    C) no dolo eventual, no suficiente que o agente tenha se conduzido de maneiraa assumir o resultado, exige-se mais, que ele haja consentido no resultado; j naculpa consciente, o sujeito prev o resultado, mas espera que este no acontea.

    D) se o agente concordou em ltima instncia com o resultado, no agiu com doloeventual, mas com culpa consciente.

    E) se no assumiu o risco de produzir, mas to-s agiu com negligncia, houvedolo eventual e no culpa consciente.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: Mais uma sobre dolo eventual e culpa consciente. Esse tipo dequesto aparece muito em prova. A alternativa C trata de forma perfeita sobreestes dois institutos.

    Alternativa A Na culpa consciente, o agente prev o resultado, mas esperasinceramente no ating-lo. Quando o agente no prev o resultado, temos aculpa comum.

    Alternativa B Insere o conceito de dolo indireto na culpa consciente.

    Alternativa D Se o agente concorda com o resultado, age com dolo e no comculpa.

    Alternativa E Se agiu com negligncia, ocorreu CULPA e no DOLO.

    3. (ESAF / MPU / 2004) O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado:

    A) isenta o ru de pena, pois o agente visa a atingir certa pessoa e, por acidenteou erro no uso dos meios de execuo, vem a atingir outra.

    B) no isenta o ru de pena; no entanto, as qualidades ou condies que contaropara qualificar ou agravar o delito, sero as da vtima que se pretendia atingir e

    no as da efetivamente ofendida.C) no isenta o ru de pena, e o erro reconhecido quando o resultado do crime nico e no houve inteno de atingir pessoa determinada.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    38/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 38

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    D) isenta o ru de pena, e ocorre quando o agente, por erro plenamentejustificado pelas circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornariaa ao legtima.

    E) no isenta o ru de pena; no entanto, as qualidades ou condies da vtima

    efetivamente atingida que contaro para qualificar ou agravar o delito.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Exige do candidato o conhecimento do pargrafo 3 do artigo 20do CP.

    3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta depena. No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima,seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

    4. (ESAF / MPU / 2004) "Praticar, com o fim de transmitir a outremmolstia grave de que est contaminado, ato capaz de produzir ocontgio" (CP. art. 131). No texto - "com o fim de transmitir" - configuraelemento:

    A) Subjetivo

    B) Naturalstico

    C) Normativo

    D) Subjetivo do tipoE) Circunstancial

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Com frequncia encontramos em prova questes deste tipo, ouseja, exigindo a diferenciao entre os elementos do tipo. Para relembrar:

    ELEMENTOS OBJETIVOS DESCRITIVOS: So os objetos (coisas), seres(agentes), animais, coisas ou atos perceptveis pelos sentidos. No precisam denenhuma valorao.

    ELEMENTOS NORMATIVOS: So aqueles que devem ter uma valorao, umjuzo de valor. Como exemplo as expresses: indevidamente, digna , sade.

    ELEMENTOS SUBJETIVOS: Vivem no interior no psiquismo do sujeito, na esferado pensamento; todo dolo possui um elemento subjetivo que a conscincia.Como exemplo, "para ocultar desonra prpria", "com o fim de transmitir doena aoutrem", "de que se sabe inocente", para si ou para outrem.

    Logo, fica claro que temos na expresso destacada um elemento subjetivo do tipo,o qual ser necessrio para caracterizar a conduta tipificada a ttulo de dolo.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    39/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 39

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    5. (ESAF / Auditor Fiscal / 2003) No tocante ao erro quanto ilicitude dofato, pode-se afirmar que:

    A) quando for evitvel no se permite a reduo da pena.

    B) considerado evitvel o erro se o agente atua ou se omite com a conscinciada ilicitude do fato.

    C) o engano recai sobre elemento do tipo penal e exclui o dolo.

    D) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel,poder diminu-la de um sexto a um tero.

    E) tambm conhecido como erro de proibio, sendo o desconhecimento da leiescusvel.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Exige o conhecimento do artigo 21, que dispe:

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a ilicitude do fato,se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de um sexto a umtero.

    Pargrafo nico - Considera-se evitvel o erro se o agente atua ou se omite sem aconscincia da ilicitude do fato, quando lhe era possvel, nas circunstncias, ter ouatingir essa conscincia.

    Alternativa A Se evitvel, permite-se a reduo da pena de um sexto a umteo.

    Alternativa B Transcreve de forma errada o pargrafo nico do artigo 21. considerado evitvel o erro se o agente atua ou se omite SEM a conscincia dailicitude.

    Alternativa C A alternativa C trata de hiptese de erro de tipo e no de errode proibio, pois afirma que o erro incide sobre elemento do tipo penal, excludoo dolo.

    Alternativa D Resposta fcil de ser encontrada, pois reproduz o caput do

    artigo 21.Alternativa E O desconhecimento da lei INESCUSVEL.

    6. (ESAF / TCE RN / 2000) "Exigir, para si ou para outrem, direta ouindiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas emrazo dela, vantagem indevida" (Cdigo Penal, art. 316)."Para si ou paraoutrem" representa:

    A) dolo

    B) culpa conscienteC) culpa inconsciente

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    40/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 40

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    D) normativo

    E) elemento subjetivo do tipo

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Na expresso destacada, h que ser valorada a VONTADE dosujeito, logo, estamos diante de um elemento subjetivo do tipo.

    7. (ESAF / SEFAZ PI / 2002) No que diz respeito ao elemento subjetivodo tipo, correto afirmar que:

    A) o crime de furto s punido a ttulo de dolo.

    B) o crime de furto admite as modalidades dolosa e culposa.

    C) h dolo direto quando a vontade do agente no visa a um resultado preciso edeterminado.

    D) h dolo eventual quando o agente no assume o risco de produzir o resultado.

    E) imprudncia, negligncia e impercia so modalidades do dolo.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Questo que exige conceitos amplamente tratados na aula.

    Vimos que o crime de furto no traz a tipificao para a culpa, logo, como o crimeculposo tem carter excepcional, ou seja, precisa estar previsto para ser

    considerado crime, s punido a titulo de dolo.A alternativa C traz o conceito de dolo indireto.

    A alternativa D tenta confundir o candidato com o conceito de culpa conscienteatribudo ao dolo eventual. Conforme vimos, no dolo eventual o agente assume orisco, no se interessando pelo resultado que advir de sua conduta.

    A alternativa E s para quem nunca viu Penal na vida errar... Imprudncia,Negligncia e Impercia so MODALIDADES da Culpa.

    8. (FCC / TRE-AM / 2010) Quando o agente no quer diretamente arealizao do tipo, mas a aceita como possvel, ou at provvel,assumindo o risco da produo do resultado, h:

    A) preterdolo.

    B) dolo direto de segundo grau.

    C) dolo imediato.

    D) dolo mediato.

    E) dolo eventual.

    GABARITO: E

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    41/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 41

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    COMENTRIOS: A questo enuncia o conceito do dolo eventual.

    9. (FCC / TJ PA / 2009) O artigo 18, I, do Cdigo Penal Brasileiro indicaduas espcies de dolo, ou seja, dolo

    A)direto e indireto.

    B)de dano e de perigo.

    C)determinado e genrico.

    D)genrico e especfico.

    E)normativo e indeterminado.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: O artigo 18, I, dispe:

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

    O incio trata do dolo direto: O agente quis o resultado...

    O trmino do dolo indireto: Assumiu o risco de produz-lo.

    Com relao s outras alternativas, no se importe, para SUA PROVA, com asdefinies que no foram tratadas.

    10. (FCC / TJ PA / 2009) Para a configurao do crime culposo, alm datipicidade, torna-se necessria a prtica de conduta com:

    A) observncia do dever de cuidado e vontade consciente.

    B) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado cujo risco foiassumido pelo agente.

    C) observncia do dever de cuidado que causa um resultado desejado, masprevisvel.

    D) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado desejado, masprevisvel.

    E) inobservncia do dever de cuidado que causa um resultado no desejado eimprevisvel.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: A questo trata do crime culposo de maneira genrica, no se

    referindo especificamente a nenhuma espcie.Como vimos, para o crime culposo essencial a ocorrncia de um resultadoderivado da inobservncia do dever de cuidado, no desejado pelo agente.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    42/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 42

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    11. (FCC / MPE SE / 2009) O mdico que, numa cirurgia, sem intenode matar, esqueceu uma pina dentro do abdmen do paciente,ocasionando- lhe infeco e a morte, agiu com:

    A) culpa, por impercia.B) dolo direto.

    C) culpa, por negligncia.

    D) culpa, por imprudncia.

    E) dolo eventual.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: O mdico agiu com culpa e foi NEGLIGENTE em sua atuao.Mas no seria impercia?

    A resposta negativa. Precisa ser mdico para saber que no se deve deixar umapina dentro do abdmem de um indivduo? Claro que no, logo o erro no foiderivado de um saber profissional e sim de um esquecimento, uma falta decuidado do mdico.

    12. (FCC / TJ PE / 2007) Quanto ao dolo e a culpa correto afirmarque:

    A) a forma tpica da culpa a culpa inconsciente, em que o resultado previsvel

    no previsto pelo agente. a culpa sem previso.B) no dolo eventual, o evento previsto, mas o agente confia em que no ocorra;

    j na culpa consciente, o resultado no previsto, mas o agente se conduz demodo a assumir o risco de produzi-lo.

    C) no caso de dois agentes concorrerem culposamente para um resultado ilcito,nenhum deles responder pelo fato, diante da teoria da compensao de culpasadotada pelo nosso ordenamento penal.

    D) o dolo direto ou determinado compreende o dolo eventual e o dolo alternativo,no qual o agente quer um ou outro entre dois ou mais resultados.

    E) no crime culposo o agente realiza uma conduta involuntria que produz umresultado no querido, imprevisvel e excepcionalmente previsvel, que podia, coma devida ateno, ser evitado.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Quando falamos em culpa de maneira genrica, estamostratando da culpa inconsciente que encontra previso no artigo 18, II, do CdigoPenal.

    Alternativa B Tenta confundir os conceitos de dolo eventual e culpa

    consciente, j amplamente tratados. (MAIS UMA VEZ!!! CUIDADO PARA A SUAPROVA!!!).

    Alternativa C No h compensao de culpas no Direito Penal Brasileiro.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    43/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 43

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Alternativa D O dolo indireto compreende o dolo eventual e o dolo alternativo.

    Alternativa E A conduta, para ser dolosa ou culposa, precisa ser VOLUNTRIA,ou seja, deve haver VONTADE.

    13. (FCC / TJ PE / 2007) Quanto ao erro sobre os elementos do tipo, oerro determinado por terceiro, o erro sobre a pessoa e o erro sobre ailicitude do fato, tratados no Cdigo Penal, INCORRETO afirmar que:

    A) o erro do agente sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; seevitvel, poder diminui-la de um sexto a um tero.

    B) isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias,supe situao de fato que, se existisse tornaria a ao legtima.

    C) o erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta de pena o

    agente.D) no h iseno de pena quando o erro deriva da culpa e o fato punvel comocrime culposo.

    E) o erro sobre o elemento constitutivo do tipo legal do crime, no exclui o dolo,mas impede a punio por crime culposo, ainda que previsto em lei.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Questo que exige o conhecimento do artigo 20, 21 e seuspargrafos.

    Alternativa A Reproduz o final do artigo 21. Observe:

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a ilicitude do fato,se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de um sexto a umtero.

    Alternativa B Reproduz o incio do pargrafo 1 do artigo 20. Veja:

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelascircunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima.No h iseno de pena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel comocrime culposo

    Alternativa C Reproduz o incio do pargrafo 3 do artigo 20.

    3 - O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta depena. No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima,

    seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

    Alternativa D Reproduz o final do pargrafo 1, acima reproduzido.

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    44/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 44

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    Alternativa E Contraria o caput do artigo 20 ao dizer que impede a puniopor crime culposo. Observe:

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,mas permite a punio por crime culposo, se previsto em lei.

    14. (FCC / TJ PE / 2006) Em relao ao Dolo e a Culpa, INCORRETOafirmar que:

    A) age com culpa por negligncia, o agente que por inrcia psquica ouindiferena, podendo tomar as cautelas exigveis, no o faz por displicncia.

    B) salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido por fato previsto

    como crime, seno quando o pratica dolosamente.C) a quantidade da pena para o crime no varia segundo a espcie de dolo.

    D) na culpa consciente o agente prev o resultado, mas espera, sinceramente,que no ocorra, enquanto na culpa inconsciente o agente no prev o resultadoque previsvel.

    E) no dolo eventual ou tambm chamado de culpa prpria, o agente realiza aconduta com a vontade firme e definida de obter o resultado pretendido.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Est perfeita. Trata da hiptese de negligncia relacionada culpa.

    Alternativa B Como vimos, regra geral, o indivduo s punido pelo fato emque atua com DOLO, SALVO aqueles em que a LEI expressamente prev amodalidade culposa.

    Art. 18[...]

    Pargrafo nico - Salvo os casos expressos em lei, ningum pode ser punido porfato previsto como crime, seno quando o pratica dolosamente.

    Alternativa C A quantidade da pena no varia segundo a espcie de dolocomo previsto no art. 18, inciso I.

    Assim, em homicdio simples, a pena ser a cominada abstratamente para o crime(recluso de 6 a 20 anos), quer ocorra o dolo direto, quer tenha o agente atuado

    com dolo eventual.Na aplicao da pena, porm, o juiz poder levar em considerao a espcie dedolo. Na lei anterior, fazia-se referncia expressa intensidade do dolo como uma

  • 7/30/2019 Aula 03 CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFBPROFESSOR: PEDRO IVO

    45/57

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFT

    PROFESSOR PEDRO IVO

    Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 45

    CURSO ON-LINE DIREITO PENAL PARA AFRFB

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    das circunstncias judiciais destinadas a orientar o julgador. A vigente apenasrefere-se culpabilidade.

    Alternativa D Define corretamente a culpa consciente e a inconsciente.

    Alternativa E Est incorreta, pois alm do dolo eventual no ser chamado deculpa prpria, nesta espcie o agente pratica o delito sendo para ele indiferente oresultado advindo da conduta.

    15. (FCC / TRE MS / 2009) Jonas e Jos celebraram um pacto de morte.Jonas ministrou veneno a Jos e Jos ministrou veneno a Jonas. Jos veioa