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AULA 02: Princpios e tica na
Administrao Pblica
SUMRIO
1. INTRODUO AULA 02 2
2. PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA 2
PRINCPIOS BASILARES 3 PRINCPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF. 6 OUTROS PRINCPIOS CONSAGRADOS. 15
3. NOES GERAIS DE TICA NO SERVIO PBLICO 22
REGRAS DEONTOLGICAS 25
DEVERES FUNDAMENTAIS 30
CONDUTAS VEDADAS 36
4. COMISSES DE TICA 43
PROCEDIMENTO 46
5. RESUMO DA AULA 49
6. QUESTES COMENTADAS 59
7. REFERNCIAS 62
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1. Introduo aula 02
Nessa nossa Aula 02 estudaremos: 5 tica no Setor Pblico. 5.1
Decreto n 1.171/ 1994 (Cdigo de tica Profissional do Servidor
Pblico Civil do Poder Executivo Federal)..
Entretanto, no podemos encerrar sem revisar uma matria
fundamental que cai em todos os concursos: os Princpios Bsicos da
Administrao Pblica!
Assim, primeiramente falaremos dos princpios inclusive o da
moralidade em seguida entraremos no estudo do Cdigo de tica do
Servidor Pblico.
Sem mais delongas, vamos luta! Rumo aprovao!
2. Princpios da Administrao Pblica
Vamos iniciar o nosso estudo falando dos princpios que regem a
Administrao Pblica, afinal esses princpios devem ser considerados
em qualquer situao da Administrao Pblica, principalmente quando
o assunto tica.
A primeira coisa que voc deve saber sobre os princpios da
Administrao Pblica que o regime jurdico administrativo est
fundado, basicamente, sobre dois princpios: o da supremacia do
interesse pblico sobre o privado (ou princpio do interesse
pblico) e o da indisponibilidade, pela administrao, dos
interesses pblicos.
O segundo ponto que voc deve saber sobre os princpios da
Administrao Pblica a palavra LIMPE, ou seja, a sigla que designa
os princpios constitucionais expressos no caput do art. 37 da
Constituio, assim redigido:
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Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes
da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos
princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:
Assim, LIMPE = Princpios constitucionais da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficincia.
Vistos os pontos fundamentais, que voc no pode esquecer nem
por decreto, passamos agora para a anlise de cada um dos princpios
do direito administrativo.
Princpios basilares
Como vimos, os princpios basilares so o da supremacia do
interesse pblico sobre o particular (ou princpio do interesse
pblico) e o da indisponibilidade.
Pelo primeiro, entendemos que sempre que houver conflito entre
interesse pblico e o particular deve prevalecer o interesse pblico, que
representa a coletividade.
A supremacia do interesse pblico orienta todo o regime jurdico
administrativo. Em decorrncia desse princpio, a Administrao Pblica
goza de poderes e prerrogativas especiais com relao aos
administrados, o que faz com que o poder pblico possa atuar imediata
e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a
vontade geral sobre a vontade individual.
Diz-se, portanto, que a relao entre Estado indivduo de
verticalidade. As ordens do Estado se impem aos indivduos de forma
unilateral.
Isso no quer dizer que os entes pblicos podem fazer o que
bem entendem com os indivduos. A supremacia no absoluta, deve
respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituio (p.
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ex.: liberdade, propriedade, devido processo legal, moradia, sade etc)
e devem ser exercidas sempre visando o interesse pblico.
ALERTA MXIMO! ALERTA MXIMO!
Nunca se esquea: o princpio da supremacia do interesse
pblico sobre o privado limitado tambm pela proporcionalidade,
ou seja, o ato praticado pelo administrador s ser legtimo se o meio
utilizado por ele for adequado para atender ao fim perseguido.
Se ele abusar, tomar uma medida gravosa ao administrado e
desnecessria ou se escolher um meio inadequado, o princpio da
supremacia no vai proteger esse administrador.
Voc j ouviu falar em interesse pblico primrio? Existe
interesse pblico secundrio?
Existe sim, meus caros, leia com ateno.
O interesse pblico primrio coincide com a realizao de
polticas pblicas voltadas para o bem estar social. Pode ser
compreendido como o prprio interesse social, o interesse da
coletividade como um todo.
O interesse pblico secundrio decorre do fato de que o Estado
tambm uma pessoa jurdica que pode ter interesses prprios,
particulares. Esses interesses existem e devem conviver no contexto
dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundrio tem
cunho patrimonial.
Por fim, no a toa que o princpio da supremacia do interesse
pblico um princpio basilar do direito administrativo. em razo do
que existe o poder de polcia (que o poder de que dispe a
administrao pblica para condicionar ou restringir o uso de bens e o
exerccio de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem-estar
da coletividade - Marcelo Alexandrino 2010, p. 239). Alm disso, em
razo dele que se diz que o poder pblico tem a seu dispor as clusulas
exorbitantes e pode desapropriar bens particulares.
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Vamos agora ao princpio da indisponibilidade do interesse
pblico?
No esmorea, guerreiro!
Esse princpio decorre da ideia de que os interesses da
Administrao no so de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a
coletividade. Por isso, eles no podem ser apropriados ou alienados por
ningum, pois no pertencem a ningum de forma especfica.
Nas palavras de Bandeira de Melo (2010, p. 74), nem mesmo o
prprio rgo administrativo que os representa no tem disponibilidade
sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas cur-los o que
tambm um dever na estrita conformidade do que predispuser a
intentio legis. Continua o autor, afirmando que a noo de
administrao ope-se ideia de propriedade.
Importante ter em mente, que a Administrao no titular de
qualquer interesse pblico. O titular desses interesses o Estado, pois
este constitudo pelo povo e, como vimos, todo poder emana do povo.
a partir da indisponibilidade do interesse pblico que surgem
os princpios da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da
proporcionalidade, da motivao, da responsabilidade do Estado, da
continuidade do servio pblico, do controle dos atos administrativos,
da isonomia, da publicidade e da inalienabilidade dos interesses
pblicos.
Questo de concurso
1. (CESPE-2011-STM-Analista Judicirio) Em situaes em que
a administrao participa da economia, na qualidade de Estado-
empresrio, explorando atividade econmica em um mercado
concorrencial, manifesta-se a preponderncia do princpio da
supremacia do interesse pblico.
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Na situao descrita, a Administrao dever concorrer em
igualdade com o particular. Como vimos, em decorrncia do princpio da
supremacia do interesse pblico, a Administrao Pblica goza de
poderes e prerrogativas especiais com relao aos administrados, o que
faz com que o poder pblico possa atuar imediata e diretamente em
defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a vontade geral sobre a
vontade individual. Entretanto, quando o Estado est explorando
atividade econmica em um mercado concorrencial, ele no goza dessa
supremacia, sob pena de acabar com as demais empresas do ramo e
violar o princpio da livre concorrncia garantido na Constituio.
por isso que o art. 173, 2, da CF, dispe que as empresas
pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de
privilgios fiscais no extensivos s do setor privado.
Item errado.
Princpios do art. 37, caput, da CF.
Passemos agora a tratar dos princpios do LIMPE.
O princpio da legalidade existe, justamente, para consagrar o
princpio da indisponibilidade do interesse pblico. Se esse interesse
no pode ser alienado pela Administrao, ele deve ser curado, tratado,
cuidado, promovido, nos termos da vontade geral e nos limites
conferidos pelo povo.
E como o povo confere limites aos atos da Administrao?
Por meio da edio de leis!
por isso que o princpio da legalidade significa a subordinao
da Administrao s imposies legais.
Diferentemente das aes privadas dos indivduos, em que
ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em
virtude de lei (autonomia da vontade), no princpio da legalidade da
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Administrao Pblica, esta s pode realizar, fazer ou editar o que a lei
expressamente permite.
Num Estado de Direito, as aes da Administrao so definidas
e autorizadas previamente pelo povo, por meio de leis aprovadas pela
vontade geral.
Na jurisprudncia do STF, encontramos casos clssicos em que
se decidiu com fundamento no princpio da legalidade. Dentre eles, no
MS 26.955, o Tribunal decidiu que a alterao de atribuies de cargo
pblico somente pode ocorrer por intermdio de lei formal.
Mas e se a lei no define exatamente como o administrador deve
agir?
Nesse caso, o gestor deve observar as demais fontes do direito
administrativo. Ele no pode realizar o ato de modo ilgico ou
incongruente. Deve se pautar nos princpios gerais da Administrao
para agir de modo razovel, escolhendo a melhor opo dentre as
hipteses oferecidas na legislao (princpio da razoabilidade).
Toda competncia conferida por lei deve obedecer a certo fim.
Por isso o agir da Administrao deve ser adequado ao que se pretende
atingir, ou seja, deve haver uma correlao entre os meios adotados e
os fins almejados (mais uma vez, o princpio da proporcionalidade se
aplica).
Tamanha a importncia do princpio da legalidade para a
Administrao Pblica que Di Pietro (2009, p. 63) afirma que os
princpios fundamentais do direito administrativo so o da legalidade e o
da supremacia do interesse pblico sobre o particular.
Se a banca afirmar que esses so os princpios basilares do
direito administrativo, a alternativa no estar errada, pois estar
adotando a posio de Di Pietro. Entretanto, o que est sendo cobrado,
como vimos acima, a posio de Bandeira de Mello, no sentido de que
os princpios basilares so a supremacia do interesse pblico sobre o
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particular e a indisponibilidade do interesse pblico, pois deste ltimo
que surge o princpio da legalidade.
Vamos treinar um pouco?
Questo de concurso
2. (CESPE-2011-TJ-ES-Analista Judicirio) O princpio da
legalidade est relacionado ao fato de o gestor pblico agir somente de
acordo com a lei.
No mbito da Administrao Pblica, em razo da prpria
indisponibilidade dos interesses pblicos, o princpio da legalidade
assume um teor mais restritivo, no sentido de que o administrador, em
cumprimento ao princpio da legalidade, "s pode atuar nos termos
estabelecidos pela lei." Item correto.
Passemos agora anlise dos demais princpios constitucionais
do LIMPE.
Segundo o princpio da impessoalidade a Administrao no
pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar
algum, nem a atender o interesse do prprio agente, o agir deve ser
impessoal, pois os agentes pblicos devem visar, to somente, o
interesse pblico.
Por isso que se diz que o princpio da impessoalidade se
confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que no visa o
interesse pblico viola tanto o princpio da impessoalidade como o da
finalidade.
Tambm se diz que o princpio da impessoalidade se confunde
com o da isonomia, pois ao tratar todos de forma impessoal a
Administrao no promove qualquer distino. Todo cidado tratado
de forma igual, com os mesmos direitos e deveres.
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Entretanto, outro aspecto do princpio da impessoalidade
exclusivo e inconfundvel: esse princpio tambm informa que os atos
realizados no mbito da Administrao no so praticados por Fulano,
Beltrano ou Cicrano, mas pelo rgo ao qual o agente se vincula.
As regras constitucionais que impem a realizao do concurso
pblico para provimento de cargos na Administrao Pblica (art. 37,
II) e a que determina que as contrataes devem ser precedidas de
licitao (art. 37, XXI) decorrem do princpio da impessoalidade.
No podemos concluir o princpio da impessoalidade sem
informarmos a vedao constitucional de se utilizar a publicidade
institucional do Estado para realizar promoo pessoal. Essa proibio
encontra previso expressa no art. 37, 1, da CF, assim expresso:
1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de
orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens
que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.
Desse modo, a publicidade deve ter carter educativo, mas, em
ateno ao princpio da impessoalidade, deve ser rechaada toda forma
de utilizao de publicidade institucional para promoo pessoal de
polticos.
Esse princpio vem sendo muito cobrado em concursos. Vejamos as
seguintes:
Questes de concurso
3. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judicirio) O princpio da
impessoalidade trata da incapacidade da administrao pblica em
ofertar servios pblicos a todos os cidados.
Meu caro, o princpio da impessoalidade dispe que a
Administrao no pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar
ou beneficiar algum, nem a atender o interesse do prprio agente, o
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agir deve ser impessoal, pois os agentes pblicos devem visar, to
somente, o interesse pblico. No existe essa definio dada pelo
examinador. Item errado.
4. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscpico) O concurso
pblico para ingresso em cargo ou emprego pblico um exemplo de
aplicao do princpio da impessoalidade.
Se num concurso pblico a Administrao busca selecionar o
melhor preparado, sem observar se ele o sujeito A ou o B, o item est
correto. Depois de praticarmos, vemos como os itens vo ficando fcil.
Alternativa correta.
Caro amigo, nesse momento voc deve ligar o SINAL DE
ALERTA! Pois vamos tratar de um dos princpios mais cobrados nos
ltimos concursos: o princpio da moralidade!
O princpio da moralidade impe ao administrador o dever de
sempre agir com lealdade, boa-f e tica. Alm de obedecer aos limites
da lei, o gestor deve verificar se o ato no ofende a moral, os bons
costumes, os princpios de justia, de equidade e, por fim, a ideia de
honestidade.
O tema que mais vem sendo cobrado em concursos quanto ao
princpio da moralidade a Smula Vinculante 13 do STF, que veda a
prtica do nepotismo na Administrao Pblica.
A partir da edio dessa smula restou consagrado o
entendimento de que no preciso de lei em sentido formal para se
punir um indivduo por nomear parentes para cargos pblicos. Isso
porque, essa prtica viola frontalmente os princpios constitucionais da
moralidade e da impessoalidade.
Pela importncia da SV n 13, transcrevemos a sua redao:
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A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica, investido em cargo
de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou, ainda, de funo gratificada na
Administrao Pblica direta e indireta, em qualquer dos Poderes da
Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios, compreendido
o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal.
Como se v, a smula vinculante impede a nomeao de
cnjuge, companheiro ou parente da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurdica para exerccio de cargo em
comisso, de confiana ou de funo gratificada em qualquer rgo de
quaisquer dos poderes e de quaisquer dos entes estatais.
A smula considera prtica imoral a nomeao de parentes
colaterais em at terceiro grau.
O texto veda, tambm, o nepotismo cruzado ao informar que
a smula alcana as designaes recprocas, ou seja, a SV n 13 veda
a nomeao de um parente de Fulano, que presidente da FUNASA,
por exemplo, para o exerccio de um cargo em comisso no INSS
enquanto, ao mesmo tempo, Beltrano, que parente do presidente do
INSS, nomeado para exerccio de cargo em comisso na FUNASA.
Muita ateno nesse ponto: aps a edio da Smula Vinculante
em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que a nomeao de
parentes para cargos polticos no implica ofensa aos princpios que
regem a Administrao Pblica, em face de sua natureza
eminentemente poltica, e que, nos termos da Smula Vinculante 13,
as nomeaes para cargos polticos no esto compreendidas nas
hipteses nela elencadas (RCL 6650, divulgado no Informativo STF
524).
Portanto, olho aberto, meus amigos: no ofende o princpio da
moralidade a nomeao de parentes para o exerccio de cargo poltico,
como o de Secretrio de Estado, Ministro, presidente de autarquia, etc.
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Outro enfoque do princpio da moralidade que a sua
inobservncia constitui ato de improbidade administrativa (art. 37,
4, da CF).
Mas o que seriam atos de improbidade?
A Lei n 8.429/92 responde essa questo ao afirmar que
constitui ato de improbidade:
(a) auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razo do exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade (=
enriquecimento ilcito art. 9);
(b) qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao
dos bens ou haveres de entidades pblicas (= causam prejuzo ao
errio art. 10);
(c) qualquer ao ou omisso que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies (=
atentam contra os princpios da Administrao Pblica art. 11).
Apesar da redao clara da lei e da Constituio, que no
excluem qualquer autoridade das sanes pela prtica de improbidade,
num julgamento pouco moralizador, o Supremo Tribunal Federal
entendeu que o Presidente da Repblica e os Ministros no
respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92
(RCL 2138: divulgado no Informativo STF n 471, julgado em
13.06.2007).
Por outro lado, o Superior Tribunal de Justia entende que os
prefeitos podem ser processados por seus atos pela Lei n
8.429/92 (RESP 12433779 AgRg, julgado em 21.06.2011).
Sobre o princpio da moralidade, vale apreciar as seguintes
questes:
Questes de concurso
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5. (CESPE/IPOJUCA/Procurador/2009) A vedao do nepotismo
no exige a edio de lei formal para coibir a prtica, uma vez que
decorre diretamente dos princpios contidos na CF. No entanto, s
nomeaes para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas Estadual,
por ser de natureza poltica, no se aplica a proibio de nomeao de
parentes pelo Governador do Estado.
Essa questo de alto grau de dificuldade. A sua primeira parte
est correta, conforme abordamos acima: no necessria a expedio
de lei formal para coibir o nepotismo. Contudo, a questo se torna
errada em sua segunda parte, pois o cargo de conselheiro de tribunal
de contas no poltico, uma vez que ele no participa direta ou
indiretamente das funes governamentais. Foi isso o que decidiu o STF
na RCL 6702 AgRg na Cautelar. Por isso, a assertiva est errada.
6. (CESPE-2011-TRE-ES-Tcnico Judicirio) Contraria o
princpio da moralidade o servidor pblico que nomeie o seu sobrinho
para um cargo em comisso subordinado de nepotismo.
uma situao de nepotismo. Lembra da smula que estudamos?
se a autoridade nomear seu cnjuge, companheiro ou parente at o 3
grau para ocupar cargo em comisso ou exercer funo de confiana;
Portanto, item correto.
Vamos em frente, passamos agora ao princpio da
publicidade.
Nas palavras de Zannoni (2011, p. 45), o princpio da
publicidade impe transparncia aos atos administrativos, sob pena de
ineficcia, ressalvadas as hipteses de sigilo previstas em lei.
Se todo poder emana do povo, nada mais lgico do que dar a
mais ampla publicidade aos atos editados pela Administrao Pblica,
seja por meio de boletins internos, por certides, pelo dirio oficial ou
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mesmo pela internet. por isso que a Constituio traz em seu bojo o
art. 5, XXXIII:
XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do
Estado;
Com se percebe da redao do dispositivo, em certos casos, a
prpria Constituio impe o dever do sigilo. Como assim? A prpria
Constituio impe o sigilo?
Isso mesmo, em certos casos a CF impe o sigilo. So eles: para
proteger a intimidade do indivduo (art. 5, X) e para promover a
segurana da sociedade e do Estado.
Outro regramento constitucional relacionado ao princpio da
publicidade o direito dos indivduos de petio aos Poderes Pblicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e a
obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situaes de interesse pessoal, tudo isso
independentemente do pagamento de taxas (art. 5, XXXIV).
Se as informaes relativas pessoa do solicitante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
carter pblico, no forem fornecidas, o indivduo poder se valer do
habeas data perante o Poder Judicirio, para que este intervenha e
determine o fornecimento da informao (art. 5, LXXII, da CF).
Passemos ento ao derradeiro princpio expresso no art. 37,
caput, da Constituio Federal, o princpio da eficincia.
Esse princpio consagra a busca de resultados positivos, seja sob
o enfoque do agente pblico, que deve exercer suas funes da melhor
forma possvel, seja sob enfoque da prpria estrutura administrativa,
que deve sempre buscar prestar os melhores servios pblicos, com os
recursos disponveis.
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Isso quer dizer que os servios pblicos devem ser prestados
com presteza, agilidade, perfeio, adequao e efetividade. Devem
atingir os objetivos e metas, utilizando um mnimo de recursos para
obter o mximo de resultados.
Conforme informamos acima, esse princpio foi inserido no caput
do art. 37 apenas com a reforma administrativa de 1998 (EC n 19).
Essa emenda constitucional no s inseriu o princpio da eficincia na
Constituio, buscou promover uma reforma administrativa do Estado,
de modo que ele deixasse de ser um Estado burocratizado e passasse a
ser um Estado gerencial, focado na persecuo de resultados.
Questo de concurso
7. (CESPE-2011-PC-ES-Perito Papiloscpico) O princpio da
eficincia no est expresso no texto constitucional, mas aplicvel a
toda atividade da administrao pblica.
J falamos que esse princpio foi inserido no caput do art. 37 com a
reforma administrativa de 1998 (EC n 19). Item errado.
Outros princpios consagrados.
Passemos agora a outros princpios consagrados da
Administrao Pblica, mas que no esto insertos no art. 37, caput,
muito embora alguns deles tenham previso constitucional em outros
dispositivos.
Comeamos pelo princpio da finalidade.
Segundo esse princpio, todas as aes da Administrao devem
ser praticadas visando o interesse pblico. Mais uma vez retomamos ao
fundamento de nosso Estado de Direito: a finalidade perseguida pelo
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gestor aquela conferida previamente pelo titular do poder o povo
atravs das leis.
Seja a finalidade concebida em sentido amplo (interesse
pblico), seja a concebida em sentido estrito (definida por lei), ambas
decorrem da vontade geral.
por isso que Bandeira de Mello afirma que o princpio da
finalidade est contido no princpio da legalidade, pois o primeiro
corresponde aplicao da lei tal que ela .
Segundo Meirelles (1998, p. 87-88), o princpio da finalidade se
confunde com o da impessoalidade, na medida em que ambos
caminham para a concretizao do que exige a lei e o interesse pblico
e no a fins pessoais.
Voc sabia que h um nome especfico para aquele que age em
desvio de finalidade (que age buscando fim diverso do interesse pblico
ou do fim previsto em lei)?
H sim, chamamos isso de desvio de poder. A autoridade age
dentro dos limites da sua competncia, mas o ato no atende ao
interesse pblico ou ao fim visado na norma. Por essa razo, o ato no
pode ser sanado, devendo ser extirpado do mundo jurdico pela
anulao.
Voltemos aos princpios!
Ao falarmos do princpio da legalidade, demos uma pincelada nos
princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, que decorrem
daquele.
Pelo princpio da razoabilidade, a Administrao deve atuar,
no exerccio dos atos discricionrios (atos que a lei tenha dado certa
margem de liberdade ao administrador), obedecendo critrios aceitveis
do ponto de vista racional, ou seja, com bom-senso, prudncia e
racionalidade. Assim, esse princpio um dos limites do ato
discricionrio.
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O princpio da razoabilidade ganhou previso constitucional com
a Emenda Constitucional 45 que tratou da reforma do Poder Judicirio
ao inserir, no art. 5, determinao para que os processos tenham
durao razovel no mbito administrativo e judicial (inciso LXXVIII).
Outro limite para a discricionariedade que tambm decorre do
princpio da legalidade o da proporcionalidade.
Como vimos acima, a Administrao deve editar seus atos na
medida necessria para alcanar os fins legais.
A proporcionalidade pode ser entendida como o meio adequado
(exigvel ou necessrio), ou seja, a relao lgica entre o que se busca
e o instrumento que se edita para o resultado. Nesse enfoque, a
Administrao s deve promover algum ato se houver uma necessidade
real para a sua edio. No pode o poder pblico, por exemplo,
construir uma ponte em um local onde no h estrada que leve um
veculo at a ponte.
Noutro giro, a proporcionalidade tambm apurada sob o
enfoque da proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, pela avaliao
entre o meio utilizado e o fim almejado. Os meios utilizados devem ser
os estritamente necessrios para se promover a alterao buscada pelo
poder pblico. No se podem tolerar gastos excessivos para a execuo
de pequenas tarefas. A Administrao no pode, por exemplo, comprar
armas de fogo para exterminar os ratos de um prdio pblico.
Em regra, o Poder Judicirio no pode interferir no juzo de
discricionariedade do administrador. Se a lei conferiu alguma margem
de liberdade para a prtica de determinado ato administrativo o
gestor quem deve fazer um juzo de convenincia e oportunidade para
preencher a lacuna e praticar o ato.
Esse juzo de convenincia e oportunidade chamado de mrito
administrativo.
Em situaes excepcionais, contudo, o Poder Judicirio,
verificando tratar-se de caso esdrxulo, pode realizar um critrio de
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proporcionalidade e de razoabilidade para avaliar o ato discricionrio do
administrador e retir-lo do mundo jurdico, caso ele seja
desproporcional ou desarrazoado.
Tanto o princpio da razoabilidade como o da proporcionalidade
decorrem do devido processo legal material e da legalidade (art. 5,
LIV, e 37, caput, da CF).
Embora represente a melhor tcnica, alguns doutrinadores
apresentam os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade como
sinnimos. Assim, se em sua prova o examinador afirmar que
razoabilidade a adequao entre meios e fins, assinale correto.
So muitos os princpios, no so? Pois , a vida de concursando
dura! No se preocupe, transporemos esse muro juntos, venha
comigo para os ltimos princpios!
A doutrina destaca tambm o princpio da motivao.
Segundo Di Pietro (2009, p. 80), o princpio da motivao exige
que a Administrao Pblica indique os fundamentos de fato e de direito
de suas decises, justificando-as.
A sua obrigatoriedade se justifica tanto nos atos discricionrios
como nos atos vinculados, porquanto o titular do poder o povo tem
o direito de saber quais as razes que esto ensejando a edio de atos
pelo poder pblico. Atravs da motivao, o cidado pode impugnar o
ato perante o Poder Judicirio ou questionar o gestor acerca de suas
decises.
Em suma, a motivao um instrumento necessrio para que o
controle dos atos administrativos seja exercido.
A motivao encontra previso na CF para os julgamentos do
Judicirio (art. 93, X). As decises judiciais no fundamentadas sero
nulas.
A CF, entretanto, omissa em relao aos julgamentos
administrativos. Assim, entende-se que o princpio da motivao um
princpio constitucional implcito, decorrente dos princpios da
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legalidade, da ampla defesa, do contraditrio, do acesso justia e do
Estado Democrtico de Direito, porquanto a motivao o elemento
que ensejar o controle dos atos administrativos.
A doutrina majoritria entende que a motivao obrigatria em
todos os atos administrativos (Di Pietro, 2009, p. 81 e Bandeira de
Mello, 2010, p. 403-404).
Importante consignar, por fim, que a motivao deve ser prvia
ou concomitante edio do ato.
Vamos tratar agora do princpio da autotutela.
Esse princpio dispe que a Administrao deve exercer o
controle interno de seus prprios atos, anulando-os, quando eivados de
ilegalidade, ou revogando-os, por razes de convenincia e
oportunidade (=mrito).
Indispensvel, nesse ponto, a transcrio das Smulas ns 346 e
473, ambas do STF:
Smula 346: A Administrao Pblica pode declarar a nulidade de seus prprios atos.
Smula 473: A Administrao pode anular seus prprios atos, quando
eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.
Muito embora as smulas digam que a Administrao pode
anular os atos eivados de vcios de legalidade, a doutrina entende que a
autotutela no uma faculdade, mas um dever. Por isso, onde est
escrito pode, voc deve ler deve.
Mas ser que todo ato ilegal ser anulado?
No, o art. 55 da Lei 9.784/99 prev o instituto da convalidao.
Esse ponto ser de suma importncia, uma vez que apresentaremos e
comentaremos a redao da Smula Vinculante n 3 QUE CAI EM
TODOS OS CONCURSOS PBLICOS!
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Obviamente, a autotutela no a nica espcie de controle dos
atos administrativos no Brasil. H tambm o controle exercido pelo
Poder Legislativo, com o auxlio do TCU e o controle jurisdicional.
Lembramos que os atos administrativos podem ser revisados, a
qualquer tempo, pelo Poder Judicirio, desde que este seja provocado e
que, de modo geral, se alegue vcio de legalidade.
Alguns autores informam que esse o princpio do controle
judicial dos atos administrativos.
Como o Brasil adota a jurisdio una (s o Judicirio d a palavra
final), no necessrio esperar o fim de um processo administrativo
que avalie a legalidade de um ato administrativo para se ingressar
perante o Poder Judicirio questionando o mesmo ato.
Para que no passe em branco outros princpios que quase
nunca so cobrados em concursos vou apresentar os conceitos de
cada um deles de forma bem direta:
Princpio da responsabilidade objetiva ou da ampla
responsabilidade do Estado: a Administrao deve reparar o dano
causado no administrado em razo da atividade administrativa,
independentemente da existncia de dolo ou culpa do agente (art. 37,
6, da CF).
Princpio da segurana jurdica: esse princpio tem previso
constitucional expressa (art. 5, XXXVI) e tambm est previsto no art.
2 da Lei n 9.784/99. Ele veda a aplicao retroativa de nova
legislao ou de sua interpretao, de modo a prejudicar terceiros. Com
isso, resguarda-se a estabilidade das relaes, consagra-se a boa-f e a
confiana depositada pelos indivduos no comportamento do Estado.
Com relao confiana, entende-se que, a partir dela, ao
cidado conferida uma calculabilidade e uma previsibilidade com
relao aos efeitos jurdicos dos atos administrativos.
Decorrem desse princpio institutos como a decadncia e a
consolidao dos efeitos dos atos praticados h muito tempo.
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Princpio da especialidade: as entidades da administrao
indireta no podem se desviar de seus objetivos definidos em lei
instituidora.
Princpio da tutela ou do controle: esse princpio decorre do
princpio da especialidade, pois dispe que a Administrao Pblica
direta fiscaliza as atividades exercidas pela Administrao indireta.
Repare bem: o princpio da tutela ou do controle est mais ligado
ao princpio da especialidade do que ao princpio da autotutela ou do
controle judicial dos atos administrativos.
Princpio da continuidade do servio pblico: os servios
pblicos prestados pelo Estado decorrem das demandas do Estado
Social de prover os servios bsicos populao. Em razo disso, eles
no podem ser interrompidos. Ao analisar a possibilidade do corte da
energia eltrica em razo do no pagamento, o STJ entendeu que a
concessionria pode interromper o fornecimento do servio, mediante
aviso prvio (AG 1200406 AgRg). A Corte Superior, contudo,
observando o princpio da continuidade do servio pblico, no autoriza
o corte de energia eltrica em unidades pblicas essenciais, como em
escolas, hospitais, servios de segurana pblica etc. (ERESP 845982).
possvel cortar energia eltrica por falta de
pagamento, desde que tenha aviso prvio;
Princpio da continuidade No possvel cortar energia, por falta de
pagamento, de prdios pblicos que prestam
servios pblicos essenciais.
Princpios do contraditrio, da ampla defesa e do devido
processo legal: ao administrado assegurado o direito de ser
informado dos atos de um procedimento, de se manifestar em prazos
razoveis, indicar provas e recorrer.
J o devido processo legal deve ser entendido sob o seu aspecto
formal (regularidade do procedimento) e material (justia da deciso).
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Esse princpio de suma importncia, pois ele (e o direito de petio)
fundamenta a Smula Vinculante n 21, segundo a qual:
inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Princpio da juridicidade: o administrador no deve ater-se
apenas letra fria da lei, mas sim anlise de todo o ordenamento
constitucional. com a noo de juridicidade que se abandona um
conceito primrio de legalidade, satisfeito com o cumprimento nominal
e simplista de regras isoladas. Parte-se em busca da observncia
ntegra do direito, compreendido este como um conjunto de normas
dentre as quais se incluem os princpios expressos e implcitos, bem
como as regras especficas do ordenamento.
3. Noes gerais de tica no servio pblico
Agora que voc j tem o panorama geral dos princpios da
Administrao Pbica, vamos ao estudo da tica no servio pblico.
Mas o que tica afinal?
No pense voc que tica algo novo, recente. No! Muito pelo
contrrio a tica vem do grego ETHOS que significa modo de ser, o
carter. Quando os romanos fizeram a traduo do ethos para o latim
mos, que significa costume, a tica tornou-se indissocivel do
costume.
O estudo da tica vem desde os sculos VII e VI a.C. Mas ainda
hoje um tema atual, tendo em vista que a tica inerente ao ser
humano, no podendo de forma alguma ser dissociada da moral.
Dessa forma, podemos entender que o ser humano
responsvel pela tica na Administrao Pblica, tendo em vista que a
tica indissocivel do seu ser, pelo menos na teoria! Para dar eficcia
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a esse conceito, a Administrao Pblica instituiu normas, cdigos que
orientam o exerccio da tica no Servio Pblico.
Dentre os cdigos institudos pela Administrao Pblica est o
Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo
Federal criado em 1994, mediante Decreto n 1.171.
O decreto foi enftico ao no deixar que as regras ticas
ficassem s no papel. Determinou a implementao das regras de
conduta em 60 dias, inclusive com a constituio de uma Comisso de
tica, integrada por trs servidores titulares de cargo efetivo ou
emprego permanente.
Observe:
Art. 2 Os rgos e entidades da Administrao Pblica Federal direta e
indireta implementaro, em sessenta dias, as providncias necessrias plena vigncia do Cdigo de tica, inclusive mediante a Constituio da respectiva
Comisso de tica, integrada por trs servidores ou empregados titulares de
cargo efetivo ou emprego permanente.
Pargrafo nico. A constituio da Comisso de tica ser comunicada Secretaria da Administrao Federal da Presidncia da Repblica, com a
indicao dos respectivos membros titulares e suplentes.
IMPORTANTE que voc adentre no estudo do Cdigo de tica
com a definio de servidor pblico trazida no decreto em mente.
Veja:
Servidor pblico, quanto a apurao do comprometimento tico,
todo aquele que, por fora de lei, contrato ou de qualquer ato
jurdico, preste servios de natureza permanente, temporria ou
excepcional, ainda que sem retribuio financeira, desde que
ligado direta ou indiretamente a qualquer rgo do poder
estatal, como as autarquias, as fundaes pblicas, as entidades
paraestatais que exeram atribuies delegadas pelo poder
pblico, as empresas pblicas e as sociedades de economia
mista, ou em qualquer setor onde prevalea o interesse do
Estado.
Perceba que o conceito amplssimo!
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Aborda aquele que presta servio em decorrncia de ato jurdico
ou contrato. O servio prestado pode ser permanente, temporrio ou
excepcional. Pode ser prestado de forma gratuita ou onerosa. O
servidor pode estar ligado at mesmo indiretamente a qualquer rgo
da administrao direta ou indireta.
E mais!
At mesmo aqueles vinculados s entidades paraestatais ou em
qualquer setor onde prevalea o interesse do Estado esto sujeitos ao
Cdigo de tica.
Apresentadas essas lies introdutrias, vamos entrar agora no
estudo dos dispositivos do Decreto 1.171.
Como o nosso foco concurso, no fugiremos do que o
examinador ir cobrar: a literalidade da lei. Como a minha meta a sua
aprovao irei destacar os pontos mais relevantes da norma afim que
voc acerte todas as questes sobre o tema.
Contudo, coloque o texto do decreto 1.171 ao lado da aula para
voc no deixar passar nada em branco.
Vamos l?
Questo de concurso
8. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil ) Para fins de
apurao do comprometimento tico, entende-se como servidor pblico
todo aquele que ocupa cargo efetivo na administrao pblica.
Pessoal, para responder as questes de tica SEMPRE adote os
conceitos trazidos pelo decreto. E como vimos:
Servidor pblico, quanto a apurao do comprometimento
tico, todo aquele que, por fora de lei, contrato ou de qualquer ato
jurdico, preste servios de natureza permanente, temporria ou
excepcional, ainda que sem retribuio financeira, desde que ligado
direta ou indiretamente a qualquer rgo do poder estatal, como as
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autarquias, as fundaes pblicas, as entidades paraestatais que
exeram atribuies delegadas pelo poder pblico, as empresas pblicas
e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevalea o interesse do Estado.
Gabarito: Errado.
Regras Deontolgicas
Primeiramente o que vem a ser deontologia? No contexto em
estudo deontologia quer dizer o conjunto de regras e princpios que
regulamentam a atividade do Servidor Pblico do Poder Executivo, mais
especificamente aquelas relacionadas aos seus deveres. Como bem
explicado pelo professor Wagner Rabello Jr:
Deontologia a cincia ou tratado dos deveres de um ponto de
vista emprico. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo
filsofo ingls Jeremy Bentham, em 1834, quando disse que a
deontologia seria a cincia do que justo e conveniente que o
homem faa, dos valores que decorrem do dever ou norma que
dirige o comportamento humano. Designa, portanto, o conjunto
de regras e princpios que ordenam a conduta do homem,
cidado ou profissional; a cincia que trata dos deveres a que
so submetidos os integrantes de uma profisso (curso de tica
profissional para o Senado, p. 16,
www.estrategiaconcursos.com.br).
O Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder
Executivo Federal, assim, lista uma srie de regras deontolgicas que,
na verdade, so valores que se espera que sejam buscados, sempre
pelos servidores pblicos no desempenho de suas atividades funcionais.
Eles representam o padro tico desejvel na Administrao Pblica
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Federal. Tais valores so: dignidade, decoro, honra, zelo, honestidade,
eficcia, conscincia dos princpios morais, bem comum, cortesia, boa
vontade, respeito ao cidado, etc. (Morais, 2009).
Afinal, quais so as regras ou os valores ticos? Vamos a eles:
I - A Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficcia e a Conscincia dos princpios morais so primados maiores que devem nortear o servidor pblico,
seja no exerccio do cargo ou funo, ou fora dele, j que refletir o exerccio da
vocao do prprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes sero
direcionados para a preservao da honra e da tradio dos servios pblicos.
Percebe como o estudo dos princpios importante? O princpio
da moralidade, como vimos, impe ao administrador o dever de sempre
agir com lealdade, boa-f e tica. Lembre-se que est atrelada a
honestidade.
Assim, da leitura do inciso I extraem-se as seguintes palavras de
ouro no estudo da tica: Dignidade, o Decoro, o Zelo, a Eficcia e a
Conscincia dos princpios morais.
Adiante:
II - O servidor pblico no poder jamais desprezar o elemento tico de
sua conduta. Assim, no ter que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,
mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e 4, da Constituio Federal.
III - A moralidade da Administrao Pblica no se limita distino
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim sempre o bem comum. O equilbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do
servidor pblico, que poder consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remunerao do servidor pblico custeada pelos tributos pagos
direta ou indiretamente por todos, at por ele prprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissocivel de sua aplicao e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqncia, em fator de legalidade.
Quero chamar a sua ateno para o inciso IV, em que o
legislador atentou-se em destacar que o servidor pblico paga tributos e
a sua remunerao paga por tributos que o prprio servidor contribui.
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Perceba como a tica e a moral esto enraizadas a conduta do
servidor pblico e como a moralidade deve estar presente na aplicao
do direito, especialmente na finalidade do ato.
Como a norma determina que a moralidade esteja presente em
todos os atos do servidor, o prprio texto menciona que ela fator de
legalidade.
Seguindo.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor pblico perante a comunidade deve ser entendido como acrscimo ao seu prprio bem-estar, j que, como cidado,
integrante da sociedade, o xito desse trabalho pode ser considerado como seu
maior patrimnio.
VI - A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor pblico. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada podero acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
Repare: o maior patrimnio do servidor o xito de seu
trabalho, pois o que ele realiza para o servio pblico revertido para
ele mesmo em benefcios sociais.
Com relao ao inciso VI, o dispositivo anota que a vida privada
do funcionrio, na medida em que interfere no servio, pode interessar
Administrao, podendo o servidor ser punido disciplinarmente pela
m conduta fora do cargo.
Como bem observa Jos Cretella Jnior (1999, p. 84), a violao
dos deveres do funcionrio pode ocorrer por faltas cometidas fora do
servio, mas que repercutam sobre a honra e a considerao do agente,
a ponto de, por ressonncia, refletir-se no prestgio da funo pblica.
Vejamos, com ateno, outros incisos.
VII - Salvo os casos de segurana nacional, investigaes policiais ou interesse superior do Estado e da Administrao Pblica, a serem preservados
em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficcia e moralidade, ensejando sua omisso comprometimento tico contra o bem comum, imputvel a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito verdade . O servidor no pode omiti-la ou false-la, ainda que contrria aos interesses da prpria pessoa interessada
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ou da Administrao Pblica. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hbito do erro, da opresso ou da mentira, que sempre aniquilam at mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma
Nao. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao
servio pblico caracterizam o esforo pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimnio pblico, deteriorando-o, por descuido ou m vontade, no constitui apenas uma ofensa ao equipamento e s instalaes ou ao Estado,
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligncia, seu tempo, suas esperanas e seus esforos para constru-los.
X - Deixar o servidor pblico qualquer pessoa espera de soluo que compete ao setor em que exera suas funes, permitindo a formao de longas filas, ou qualquer outra espcie de atraso na prestao do servio, no caracteriza apenas atitude contra a tica ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usurios dos servios pblicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua ateno s ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acmulo de
desvios tornam-se, s vezes, difceis de corrigir e caracterizam at mesmo imprudncia no desempenho da funo pblica.
XII - Toda ausncia injustificada do servidor de seu local de trabalho
fator de desmoralizao do servio pblico, o que quase sempre conduz desordem nas relaes humanas.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidado, colabora e de todos pode receber colaborao, pois sua atividade pblica a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nao.
Desses incisos, destacamos que, se o servidor violar o princpio
da publicidade, deixando de divulgar informaes no sigilosas,
incorrer em infrao tica. Mesmo que o ato praticado tenha sido um
equvoco, este no pode ser escondido, pois todos os cidados tm
direito verdade.
O simples tratar mal o cidado inclusive faz-lo esperar em
grandes filas ou atrasar a prestao de um servio enseja dano moral
a ele. Por isso, o servidor deve tratar com urbanidade e respeito
aqueles que pagam seus vencimentos indiretamente.
Vejam um exemplo de infrao tica!
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Imagem extrada do: http://www.alagoastempo.com.br
Tambm incorrer em falta tica o servidor que deteriora o
patrimnio pblico.
Outro fato que enseja a infrao tica a ausncia injustificada
ao servio.
Vamos a mais questes de concurso sobre o tema, confira.
Questes de concurso
9. (CESPE - 2008 - TST - Tcnico Judicirio) dever do
servidor pblico guardar sigilo sobre assuntos da repartio que
envolvam questes relativas segurana da sociedade.
Como acabamos de estudar:
VII - Salvo os casos de segurana nacional, investigaes policiais ou interesse superior do Estado e da Administrao Pblica, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
qualquer ato administrativo constitui requisito de eficcia e moralidade, ensejando sua omisso comprometimento tico contra o bem comum, imputvel a quem a
negar.
Gabarito: Certo
10. (CESPE - 2011 - EBC Tcnico) Fatos e atos relativos
conduta do servidor no dia a dia de sua vida privada no podem ser
considerados para acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida
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funcional, em razo de terem ocorrido ou sido praticados fora do local
de trabalho.
Vimos que:
VI - A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor pblico. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada podero acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
Gabarito: Errado.
Deveres fundamentais
Para que toda essa ideologia de valores seja alcanada, o Cdigo
de tica prev qual a forma de agir ideal do Servidor Pblico.
Oliveira Morais, em obra editada pela ESAF, disponvel em
http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/biblioteca/livraria_dn_arquivos
/Etica_e_conflito_de_interesses.pdf, faz a diviso dos deveres
fundamentais do servidor da seguinte forma:
So deveres que refletem a integridade da funo pblica e a
busca dos valores que norteiam seu exerccio:
II desempenhar, a tempo, as atribuies do cargo, funo ou
emprego pblico de que seja titular;
III exercer suas atribuies com rapidez, perfeio e rendimento,
pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situaes
procrastinatrias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espcie de atraso na prestao dos servios pelo setor em que exera
suas atribuies, com o fim de evitar dano moral ao usurio;
IV ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade
do seu carter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas
opes, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
-
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V jamais retardar qualquer prestao de contas, condio
essencial da gesto dos bens, direitos e servios da coletividade a seu
cargo;
f) ter conscincia de que seu trabalho regido por princpios
ticos que se materializam na adequada prestao dos servios
pblicos;
g) ser corts, ter urbanidade, disponibilidade e ateno,
respeitando a capacidade e as limitaes individuais de todos os
usurios do servio pblico, sem qualquer espcie de preconceito ou
distino de raa, sexo, nacionalidade, cor, idade, religio, cunho
poltico e posio social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano
moral;
h) ter respeito hierarquia, porm sem nenhum temor de
representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura
em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as presses de superiores hierrquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,
benesses ou vantagens indevidas em decorrncia de aes imorais,
ilegais ou aticas e denunci-las;
j) zelar, no exerccio do direito de greve, pelas exigncias
especficas da defesa da vida e da segurana coletiva;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer
ato ou fato contrrio ao interesse pblico, exigindo as providncias
cabveis;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a
melhoria do exerccio de suas funes, tendo por escopo a realizao do
bem comum;
q) manter-se atualizado com as instrues, as normas de servio
e a legislao pertinentes ao rgo onde exerce suas funes;
r) cumprir, de acordo com as normas do servio e as instrues
superiores, as tarefas de seu cargo ou funo, tanto quanto possvel,
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com critrio, segurana e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.
s) facilitar a fiscalizao de todos atos ou servios por quem de
direito;
t) exercer com estrita moderao as prerrogativas funcionais que
lhe sejam atribudas, abstendo-se de faz-lo contrariamente aos
legtimos interesses dos usurios do servio pblico e dos
jurisdicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua funo, poder ou
autoridade com finalidade estranha ao interesse pblico, mesmo que
observando as formalidades legais e no cometendo qualquer violao
expressa lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre
a existncia deste Cdigo de tica, estimulando o seu integral
cumprimento.
Para que voc no se perca no estudo, podemos traduzir todos
esses deveres nos seguintes pontos:
eficincia no trabalho (cumprindo ordens com rapidez e
segurana) e na prestao dos servios pblicos (no
retardar);
bom carter, cortesia e respeito (ao cidado e ao chefe);
resistir s ordens dos superiores contrrias tica e
denunci-las;
dedurar atos contrrios ao interesse pblico;
estudar (para melhorar o servio e para manter-se
atualizado);
facilitar a fiscalizao e o controle na Administrao;
cautela ao exercer prerrogativas;
observar nas atividades o interesse pblico e a legalidade;
divulgar o Cdigo de tica
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Se voc ler esses pontos com ateno, verificar que neles esto
contidos todos os deveres at aqui apresentados.
H apenas um dever que no foi representado nesse resumo, o
item j.
Voc sabe que o servidor pblico tem o direito greve. Contudo,
fao-lhe a seguinte pergunta: considerado tico o servidor pblico
entrar e permanecer em greve?
O Decreto em estudo afirma que a greve no afronta a tica,
mas o servidor deve zelar, no exerccio do direito de greve, pelas
exigncias especficas da defesa da vida e da segurana coletiva. Ou
seja, a vida e a segurana pblica no podem ser ameaadas no
exerccio do direito de greve do servidor.
Vistos os deveres que refletem a integridade da funo pblica,
passemos aos deveres que refletem as bo as manei ras no
ambiente de trabalho:
e) tratar cuidadosamente os usurios dos servios,
aperfeioando o processo de comunicao e contato com o pblico;
l) ser assduo e frequente ao servio, na certeza de que sua
ausncia provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente
em todo o sistema;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
seguindo os mtodos mais adequados sua organizao e distribuio;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
exerccio da funo.
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Percebam: o servidor grosso com os usurios dos servios
pblicos, que falta ao servio, mal vestido e porcalho no ambiente de
trabalho est violando diversos deveres no s de educao e higiene,
mas ticos!
Imagem extrada do: http://mundodaclo.blogspot.com.br/2010/12/area-de-trabalho.html
Questes de concurso
11. (CESPE - 2008 - TST - Tcnico Judicirio) O servidor pblico
deve abster-se de exercer sua funo, poder ou autoridade com
finalidade estranha ao interesse pblico, mesmo no cometendo
qualquer violao expressa lei.
Entre os deveres que refletem a integridade da funo pblica
e a busca dos valores que norteiam seu exerccio, vimos:
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua funo, poder ou
autoridade com finalidade estranha ao interesse pblico, mesmo que
observando as formalidades legais e no cometendo qualquer violao
expressa lei;
Gabarito: Certo.
12. (CESPE - 2011 - EBC Tcnico) Para obedecer a seus
superiores, o servidor no poder abster-se de exercer sua funo,
poder ou autoridade, mesmo que a finalidade da ordem por ele recebida
seja estranha ao interesse pblico.
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Essa acabamos de responder! Mais uma vez:
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua funo, poder ou
autoridade com finalidade estranha ao interesse pblico, mesmo que
observando as formalidades legais e no cometendo qualquer violao
expressa lei;
Gabarito: Errado.
13. (CESPE - 2011 - EBC Tcnico) O servidor que, por
desconhecimento das atualizaes legais, pratica ato de acordo com
normas e legislaes j alteradas no age em desacordo com o referido
cdigo de tica.
dever do servidor pblico: q) manter-se atualizado com as
instrues, as normas de servio e a legislao pertinentes ao rgo
onde exerce suas funes!!!
Por isso, o servidor no pode alegar desconhecimento de uma
norma. Ao assim proceder, ele fere sim o Cdigo de tica.
Gabarito: Errado.
14. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da
Informao) Jair sempre procurou manter-se atualizado com as
instrues, as normas de servio e a legislao pertinentes ao rgo
pblico onde exerce suas funes. Nesse caso, o servidor age de acordo
com o que dispe o mencionado cdigo de tica.
Pessoal, as questes vo se repetindo!
Como voc acabou de ler: dever do servidor pblico manter-se
atualizado com as instrues, as normas de servio e a legislao
pertinentes ao rgo onde exerce suas funes.
Gabarito: Certo.
15. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da
Informao) A servidora pblica Jane, irritada com o fato de uma colega
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ter sido designada para fiscalizar o seu trabalho, no fez nada para
prejudicar ou facilitar o trabalho de fiscalizao. Nessa situao, a
atitude de Jane aceitvel, visto que no h qualquer obrigao da sua
parte em facilitar o trabalho de fiscalizao.
O servidor no pode simplesmente ficar neutro diante dessa
situao, ele deve sim facilitar a fiscalizao e o controle na
Administrao. Por isso, Jane no pode mesmo prejudicar o trabalho de
seu colega, mas deve facilitar!
Gabarito: Errado.
Condutas vedadas
As condutas vedadas so, na verdade, um apanhado geral de
condutas j reprovadas por leis penais, por leis que vedam atos de
improbidade ou por leis que cuidam da disciplina do servidor.
Vejamos cada uma das condutas previstas no inciso XV do
Decreto n 1.171/94, acrescidos dos pertinentes comentrios feitos por
Jos Leovegildo Oliveira Morais, publicados pela ESAF (2009, p. 113), e
de outros comentrios prprios.
Vamos l!
vedado ao servidor:
II o uso do cargo ou funo, facilidades, amizades, tempo, posio e influncias, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
Jos Morais: conforme as circunstncias, essa conduta pode
configurar o crime de corrupo passiva previsto no art. 317 do Cdigo
Penal..
Acrescento que essa conduta pode ensejar, tambm, o crime de
prevaricao (art. 319 do Cdigo Penal: Retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal).
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Alm disso, evidente que essa vedao representa tambm um
ato de improbidade, previsto no art. 11 da Lei n 8.429/92, pois o
agente pblico, ao usar o cargo para favorecer a si prprio ou a outrem
estar violando o dever de imparcialidade.
III prejudicar deliberadamente a reputao de outros servidores ou de cidados
que deles dependam;
Jos Morais: essa conduta pode configurar crime contra a honra
(calnia, difamao e injria) e, tambm, resultar em ao de
indenizao por danos morais, cuja responsabilidade pode ser imputada
ao poder pblico ou ao prprio servidor.
Acrescento que a norma visa proteger tanto o cidado quanto
outros servidores.
IV ser, em funo de seu esprito de solidariedade, conivente com erro ou infrao a este Cdigo de tica ou ao Cdigo de tica de sua profisso;
Jos Morais: essa conduta pode configurar o crime de
condescendncia criminosa previsto no art. 320 do Cdigo Penal.
Esse crime assim previsto no CP: Deixar o funcionrio, por
indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no
exerccio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente.
Tambm representa ato de improbidade, uma vez que o servidor
estar violando o seu dever de lealdade instituio (art. 11 da Lei n
8.429/92).
V usar de artifcios para procrastinar ou dificultar o exerccio regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
Jos Morais: essa conduta pode configurar crime de
prevaricao previsto no art. 319 do Cdigo Penal.
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Tambm est expresso no dispositivo que o lesado poder
buscar do Estado reparao do dano moral ou material causado se o
seu direito foi retardado ou dificultado pelo servidor.
Mais uma vez, o ato de improbidade estar presente, pois
violado o dever de imparcialidade. Alm disso, constitui-se em ato de
improbidade retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofcio (art. 11, II, da Lei n 8.429/92);
VI deixar de utilizar os avanos tcnicos e cientficos ao seu alcance ou do seu
conhecimento para atendimento do seu mister;
Jos Morais: trata-se de um dever do servidor que, se no
observado, pode configurar infrao de natureza administrativa
disciplinar.
Observe, caro aluno, que esse dispositivo decorre diretamente
do princpio da eficincia. Se o servidor dispe de meios tecnicamente
adequados para a prestao do servio, a no utilizao desses recursos
representa conduta eticamente vedada.
VII permitir que perseguies, simpatias, antipatias, caprichos, paixes ou
interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o pblico, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou
inferiores;
Jos Morais: essa conduta reflete o princpio da impessoalidade
no servio pblico. Pode configurar, dependendo das circunstncias,
crime de prevaricao previsto no art. 319 do Cdigo Penal.
Na hora da prova, lembre-se sempre: o interesse buscado pelo
servidor o interesse pblico. Alm disso, o agir deve ser impessoal.
Violado o dever de imparcialidade, surge tambm o ato de
improbidade (art. 11, caput, da Lei n 8.429/92).
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VIII pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificao, prmio, comisso, doao ou vantagem de qualquer espcie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua
misso ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
Jos Morais: essa conduta pode configurar crime de corrupo
passiva previsto no art. 317 do Cdigo Penal.
O servidor pblico percebe vencimentos do Estado para executar
seu trabalho com imparcialidade. A percepo de qualquer auxlio do
particular representa, em ltima anlise, violao ao princpio da
impessoalidade, pois a misso do servidor no estar sendo cumprida
de forma isenta e imparcial.
Alm disso, constitui ato de improbidade que importa em
enriquecimento ilcito receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
mvel ou imvel, ou qualquer outra vantagem econmica, direta ou
indireta, a ttulo de comisso, percentagem, gratificao ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente
pblico (art. 9, I, da Lei n 8.429/92).
IX alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providncias;
Jos Morais: essa conduta pode configurar crime de falsidade
ideolgica previsto no art. 299 do Cdigo Penal.
X iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em servios pblicos;
Jos Morais: essa conduta pode configurar ato de improbidade
administrativa previsto no art. 11 da Lei no 8.429/1992.
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Isso porque, constitui ato de improbidade praticar ato visando
fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competncia; (art. 11, I, da referida lei).
XI desviar servidor pblico para atendimento a interesse particular;
Jos Morais: essa conduta pode configurar ato de improbidade
administrativa previsto no art. 10, inciso XIII, da Lei no 8.429/1992 e
infrao disciplinar de natureza grave, prevista no art. 117, inciso XVI,
da Lei no 8.112/1990.
Na verdade, o ato de improbidade que corresponde a esse ato
atico o previsto no art. 9, IV, da Lei n 8.429/92 (ato que importa
em enriquecimento ilcito). Veja o que diz o dispositivo: utilizar, em
obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem como o
trabalho de servidores pblicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.
Perceba que a utilizao de trabalho de servidor pblico para
interesse particular enseja enriquecimento ilcito por parte do servidor,
pois ele est se valendo de recursos do Estado, deixando assim de
desembolsar dinheiro seu para a atividade privada.
l) retirar da repartio pblica, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao patrimnio pblico;
Jos Morais: essa conduta pode configurar ato de improbidade
administrativa previsto no art. 9, inciso XII, da Lei n 8.429/1992 e
infrao disciplinar prevista no art. 117, inciso II, da Lei n
8.112/1990.
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Importante observar que ato de improbidade usar, em
proveito prprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei.
m) fazer uso de informaes privilegiadas obtidas no mbito interno de seu servio, em benefcio prprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
Jos Morais: essa conduta pode configurar ato de improbidade
administrativa previsto no art. 11, inciso VII, da Lei n 8.429/1992.
Esse inciso da lei de improbidade assim prev: revelar ou
permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar
o preo de mercadoria, bem ou servio.
Alm disso, ainda que no prevista essa conduta no rol dos atos
de improbidade, o uso de informaes privilegiadas em benefcio
prprio implica em grave violao ao dever de lealdade s instituies.
n) apresentar-se embriagado no servio ou fora dele habitualmente;
Jos Morais: essa conduta pode configurar justa causa para
resciso do contrato de trabalho quando se tratar de servidor regido
pela Consolidao das Leis do Trabalho, conforme art. 482, letra f,
desse estatuto.
Na Lei n 8.112/90, essa conduta poderia representar
incontinncia pblica a ensejar a demisso do servidor, nos termos do
art. 132, V, da lei.
o) dar o seu concurso a qualquer instituio que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional atica ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
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Esses so tpicos exemplos de atos da atividade privada que
influenciam na imagem do sujeito como um servidor pblico. Um
delegado de polcia, por exemplo, no pode estar envolvido com o jogo
do bicho ou com fazendas que exploram o trabalho escravo. Um
servidor do Ministrio do Meio Ambiente no pode se associar quele
que explora madeira ilegalmente.
Esses so apenas alguns exemplos em que o servidor estaria
incorrendo em vedao tica ao ligar seu nome instituio que atenta
contra a moral ou ao exercer atividade profissional atica.
Com base nesses ensinamentos, vamos seguinte questo:
Questes de
concurso
16. (CESPE - 2008 - TST - Tcnico Judicirio) Cludio servidor
pblico e, para aumentar a sua renda, comercializa, em seu ambiente
de trabalho, mas fora do horrio normal de expediente, cpias de CDs e
DVDs. Nessa situao, a conduta de Cludio no pode ser considerada
imprpria ao servio pblico, pois envolve uma atividade que no
guarda relao direta com as atribuies de seu cargo.
vedado ao servidor:
b) o uso do cargo ou funo, facilidades, amizades, tempo, posio e influncias, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
O servidor no pode usar do seu cargo para obter favorecimento
em seu comrcio, sem contar que ele est vendendo cpias de CD e
DVD, o que proibido por lei.
Gabarito: Errado.
17. (CESPE - 2011 - EBC Tcnico) vedado ao servidor
pblico alterar o teor de documentos recebidos e que devam ser
encaminhados para providncias, ainda que motivado por seu esprito
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de solidariedade e com a inteno de corrigir equvoco de forma ou de
contedo.
Como estudado em aula, vedado ao servidor:
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providncias;
Tal conduta pode ainda configurar crime de falsidade ideolgica
previsto no art. 299 do Cdigo Penal.
Gabarito: Certo.
4. Comisses de tica
Em todos os rgos da Administrao Pblica Federal que
exeram atividades delegadas pelo poder pblico devem existir uma
Comisso de tica.
Algumas peculiaridades sobre aplicao encontram-se no
Decreto Lei 6.029/2007. O artigo 5 desse decreto estipula que cada
Comisso de tica de que trata o Decreto no 1.171, de 1994, ser
integrada por trs membros titulares e trs suplentes, escolhidos entre
servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados pelo
dirigente mximo da respectiva entidade ou rgo, para mandatos no
coincidentes de trs anos.
Resumindo:
FORMAO DA
COMISSO DE TICA
3 titulares + 3 suplentes Servidores/empregados do quadro permanente Designao do dirigente mximo
Mandatos no coincidentes = 3 anos
O Decreto n 1.171/94 prev apenas uma competncia da
Comisso de tica, qual seja, a de fornecer, aos organismos
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encarregados da execuo do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta tica, para o efeito de instruir e
fundamentar promoes e para todos os demais procedimentos prprios
da carreira do servidor pblico.
As principais competncias da Comisso de tica, entretanto,
esto previstas no Decreto n 6.029/07.
A primeira que devemos destacar a de apurar condutas em
desacordo com as normas ticas.
E essa apurao pode ser iniciada tanto de ofcio ou a partir do
recebimento de uma denncia.
Outra importante competncia dessa comisso a sua atuao
como instncia consultiva de dirigentes e servidores no mbito de
seu respectivo rgo ou entidade ou para dirimir dvidas a respeito da
interpretao de suas normas e deliberar sobre casos omissos.
Tambm no podemos deixar de mencionar a competncia de
acompanhar o desenvolvimento de aes objetivando a disseminao,
capacitao e treinamento sobre as normas de tica e disciplina.
Essas atribuies, acrescidas de outras, esto previstas no art.
7 do Decreto 6.029/07, assim redigido:
Art. 7o Compete s Comisses de tica de que tratam os incisos II e III do
art. 2o: I - atuar como instncia consultiva de dirigentes e servidores no mbito de seu respectivo rgo ou entidade;
II - aplicar o Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder
Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo:
a) submeter Comisso de tica Pblica propostas para seu aperfeioamento; b) dirimir dvidas a respeito da interpretao de suas normas e deliberar
so