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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor Cruz www.pontodosconcursos.com.br Aula 2 - Classificação, Estrutura e Normas Constitucionais: Fala pessoal, tudo certo? Vamos começar a segunda aula de nossa busca aos 100% de acertos! Classificação das Constituições: Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições. Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, não são classificações excludentes e sim "cumulativas", já que uma constituição pode ter umas várias classificações diferentes, dependendo tão somente de qual quesito está sendo observado, por exemplo a sua estrutura, extensão, formação e até mesmo a forma como ela se relaciona com a realidade da sociedade. Vamos então analisar cada um desses quesitos: 1- Quanto à origem: Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à origem, a Constituição pode ser: Promulgada (popular, ou democrática) É aquela legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembléia constituinte formada por representates eleitos pelo voto popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988) Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente pelos governantes sem manifestação popular. Muitos autores chamam de “Carta” e não de “Constituição”. (ex. Brasil de 1824, 1937, 1967 e a EC 1/69, que pode ser considerada como uma Constituição autônoma) Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada outorgada, porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada. Não se pode dizer essa participação popular torna a constituição democrática, já que se trata tão somente de uma ratificação para fins de consentimento do povo com a vontade do governante. Pulo do Gato: No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

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Aula 2 - Classificação, Estrutura e Normas Constitucionais:

Fala pessoal, tudo certo?

Vamos começar a segunda aula de nossa busca aos 100% de acertos!

Classificação das Constituições:

Vamos ver agora como a doutrina classifica as Constituições.

Cada classificação refere-se a um foco específico de observação, logo, não são classificações excludentes e sim "cumulativas", já que uma constituição pode ter umas várias classificações diferentes, dependendo tão somente de qual quesito está sendo observado, por exemplo a sua estrutura, extensão, formação e até mesmo a forma como ela se relaciona com a realidade da sociedade.

Vamos então analisar cada um desses quesitos:

1- Quanto à origem:

Significa a forma pela qual a Constituição se originou. Quanto à origem, a Constituição pode ser:

• Promulgada (popular, ou democrática) – É aquela legitimada pelo povo. É elaborada por uma assembléia constituinte formada por representates eleitos pelo voto popular. (ex. Brasil de 1891, 1934, 1946 e 1988)

• Outorgada (imposta) - É aquela imposta unilateralmente pelos governantes sem manifestação popular. Muitos autores chamam de “Carta” e não de “Constituição”. (ex. Brasil de 1824, 1937, 1967 e a EC 1/69, que pode ser considerada como uma Constituição autônoma)

• Cesarista (ou bonapartista) - É uma carta considerada outorgada, porém, é submetida a uma votação popular para que seja ratificada. Não se pode dizer essa participação popular torna a constituição democrática, já que se trata tão somente de uma ratificação para fins de consentimento do povo com a vontade do governante.

Pulo do Gato:

No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

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2- Quanto à forma:

• Escrita (ou instrumental) – É formalizada em um texto escrito. (ex. Brasil de 1988)

Observação: Como já foi visto, a forma escrita é uma das caracterísitcas do conceito ideal de Constituição do constitucionalismo moderno e, para o Prof. Canotilho, a constituição escrita tem função de racionalizar, estabilizar, dar segurança jurídica, além de ser instrumento de publicidade e calculabilidade (calculabilidade significa que a Constituição escrita consegue expor com maior clareza o que se pode e o que não se pode fazer).

• Não-escrita – Também chamada de Constumeira (Consuetudinária), não se manifesta em estrutura solene. A matéria constitucional está assentada e reconhecida pela sociedade em seus usos, costumes e etc. (ex. Inglaterra)

Observações:

a) Para Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve estar codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em leis esparsas não pode ser considerada uma Constituição escrita.

b) Para o Prof. André Ramos Tavares, se a constituição estiver sistematizada em um documento único será chamada de codificada, já se estiver em textos esparsos, será chamada de legal.

c) O Prof. Pinto Ferreira utiliza a mesma lógica de André Ramos Tavares, mas chama a primeira (texto único) de reduzida, enquanto a segunda (textos esparsos) denomina de variada.

d) É importante não confundir a nomenclatura "legal" da classificação do Prof. Tavares com outra proposta por Alexandre de Moraes. Para este autor (Alexandre de Moraes), constituição legal seria aquela que tem o poder de se impor, tem força normativa tal qual as leis (essa classificação costuma ser usada pela FCC). Assim, se utilizarmos o exemplo da CF/88, ela não seria legal, mas sim codificada sob a ótica do Prof. Tavares (a qual relaciona estes termos ao fato de os termos estarem ou não compilados), porém, seria um constituição legal se analisada sob este aspecto proposto por Alexandre de Moraes (o qual utiliza o termo, não para distinguir a condensação ou não dos textos, mas para demonstrar a sua força normativa).

3- Quanto à extensão:

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• Sintéticas – São concisas, ou seja, aquelas que restringem-se a tratar das matérias essenciais a uma Constituição - basicamente a organização do Estado e direitos fundamentais. (Ex. EUA)

• Analíticas – São as extensas, prolixas, que tratam de várias matérias que não são as fundamentais. Elas são a tendência das Constituições atuais, já que se percebeu que o papel do Estado não pode se limitar a garantir as liberdades do povo, mas deve agir ativamente para assegurar os direitos. (Ex. Brasil 1988)

4- Quanto ao conteúdo:

• Material – Quando adotam-se como constitucionais apenas as normas essenciais a uma Constituição.

Observação: A Constituição brasileira de 1824 era material, pois possuia em seu art. 178 o seguinte texto: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos". Ou seja, ela limitou o que seria ou não Constitucional usando como critério o conteúdo, matéria tratada e não a forma.

• Formal – Independe do conteúdo, basta que o assunto seja tratado em um texto rígido supremo para ser tido como constitucional. (Ex. Brasil de 1988)

5- Quanto à elaboração:

• Dogmática – É aquela elaborada por um órgão Constituinte consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer estas situações que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da teoria política e do direito dominante naquele determinado momento da história de um Estado.

• Histórica – Diferentemente da dogmática, a histórica não é elaborada em um momento específico, ela surge ao longo do tempo. Desta forma, ela não precisa ser escrita pois possui seus fundamentos já solidificados.

6- Quanto à alterabilidade (ou estabilidade):

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• Rígida – Quando se sobrepõe a todas as demais normas. Assim, somente um processo legislativo especial e complexo poderá alterar seu texto. É o que ocorre na CF/1988, que prevê um processo muito mais rígido para se elaborar uma Emenda Constitucional do que para elaborar uma simples lei ordinária.

• Flexível – Quando está no mesmo patamar das demais lei, não necessitando nenhum processo especial para alterá-la.

• Semi-rígidas ou semi-flexível- Possuem uma parte rígida e outra flexível. a Constituição Brasileira de 1824 era semi-rígida pois, como vimos, trazia em seu art. 178 que: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”.

• Imutáveis – Não podem ser alteradas.

• Super-rígidas – É como o Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88. Isso ocorre pois na Constituição de 1988 temos as chamadas "cláusulas pétreas", normas que não podem ser abolidas por emendas constitucionais.

7- Quanto à finalidade:

• Garantia (ou negativa) – É aquela que se limita a trazer elementos limitativos do poder do Estado.

• Dirigente – Possui normas programáticas traçando um plano para o governo.

• Balanço - Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político de um país. De tempos em tempos é revista para se adequar o texto à realidade social, ou criar uma nova Constituição.

8- Quanto à relação com a realidade (classificação ontológica):

Classificação desenvolvida por Karl Loewenstein. Classificam-se as Constituições de acordo com o modo que os agente políticos aplicam a norma.

• Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos.

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• Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na prática.

• Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder.

Observação: Essa classificação de Loewenstein possui nomenclatura semelhante a uma outra classificação trazida pelo Prof. Alexandre de Moraes. Segundo o Prof.:

� Constituições nominalistas - Seriam aquelas que em seu texto já possuem direcionamentos para resolver os casos concretos. Basta uma aplicação pura e simples das normas através de uma interpretação gramatical-literal.

� Constituições semânticas - Seriam aquelas constituições onde, para se resolverem os problemas concretos, precisaria de uma análise de seu conteúdo sociológico, ideológico e metodológico, o que propicia uma maior aplicabilidade "político-normativa-social" de seu texto.

Assim, segundo a classificação de Loewenstein, entendemos que o Brasil teria uma Constituição normativa, pois ela é uma norma a ser seguida e podemos exigir o seu cumprimento (embora muitos doutrinadores adotem como sendo nominalista, pois defendem que, na prática, muitos de seus preceitos são ignorados, principalmente os programáticos). Segundo a classificação trazida pelo Prof. Alexandre de Moraes, ela seria nominalista pois traz em seu texto os meios para solucionar as controvérsias.

9- Quanto à dogmática (ou ideologia):

� Ortodoxas (ou simples) - influenciada por ideologia única.

� Ecléticas (ou complexas) - influenciada por várias ideologias.

10- Outras Classificações:

A doutrina ainda traz a classificação das Constituições denominadas Pactuadas ou Dualistas que se referem a um compromisso firmado entre o rei e o Poder Legislativo, pelo qual a monarquia ficaria sujeitada aos esquemas constitucionais. Assim a Constituição se sujeitaria a dois princípios: monárquico e democrático. Um exemplo foi a Magna Carta inglesa de 1215, onde o rei João Sem Terra, para não ser deposto de seu trono, teve de aceitar uma carta imposta pelos barões, se submetendo a um rol de exigências destes.

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Classificação da Constituição Brasileira de 1988:

Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, dirigente, eclética, normativa (ou nominalista - sem consenso, neste caso - na classificação de Loewenstein), nominalista (na classificação de resolução dos problemas de Alexandre de Moraes), codificada (para André Ramos Tavares) ou reduzida (para Pinto Ferreira), legal (pelo fato de valer como lei, para Alexandre de Moraes).

Quadro-resumo sobre a classificação das Constituições:

Critério Classificação

Conceito No Brasil (CF/88)

Origem

Outorgada Imposta pelo governante.

Promulgada

Promulgada

Legitimada pelo povo através de uma Assembléia Constituinte.

Cesarista

Imposta pelo governante, mas posteriormente levada à aprovação popular (não deixa de ser outorgada).

Forma

Escrita Documento Escrito (se único = codificada/se vários = legal).

Escrita e Codificada.

Não-Escrita Consuetudinária (costumeira). O que importa é o conteúdo e não como ele é tratado.

Extensão

Sintética Dispõe apenas sobre matérias essenciais (organização do Estado e limitação do poder).

Analítica

Analítica É extensa tratando de vários assuntos, ainda que não sejam essenciais.

Conteúdo

Formal

Independe do conteúdo tratado. Se estiver no corpo da Constituição será um assunto constitucional, já que o importante é tão somente a forma. Formal

Material

O importante é apenas o conteúdo. Não precisa estar formalizado em uma constituição para ser um assunto constitucional.

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Elaboração

Dogmática

Necessariamente escrita. Reflete a realidade presente na sociedade em um determinado momento. Dogmática

Histórica Consolidada ao longo do tempo.

Alterabilidade ou estabilidade.

Flexível

Pode ser alterada por leis de status ordinário. Prescinde de procedimento especial para ser alterada. Rígida (ou super-

rígida já que possui cláusulas pétreas).

Em 1824 era semi-rígida.

Rígida Somente pode ser alterada por um procedimento especial.

Semi-rígida ou semi-flexível

Possui uma parte rígida e outra flexível.

Imutável Não podem ser alteradas

Ontológica ou conexão com a realidade

Nominalista É ignorada. Normativa ou nominalista (sem consenso)

Normativa Efetivamente aplicada.

Semântica Criada apenas para justificar o poder de um governante.

Finalidade

Dirigente Possui normas programáticas traçando um plano para o governo.

Dirigente Garantia

Constituição negativa, sintética. Não traça planos, apenas limita o poder e organiza o Estado.

Balanço Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político de um país.

Ideologia Ortodoxa Única ideologia

Eclética Eclética Várias ideologias

• Questões da FCC:

1. (FCC/AJEM-TRT-7ª/2009) A Constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-

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o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como:

a) pactuada.

b) analítica.

c) dirigente.

d) dualista.

e) sintética.

Comentários:

Questão bem direta, acho que não há dúvidas que tal constituição seria uma Constituição "sintética", não é mesmo? Ela trata apenas daquilo que é essencial: organização do Estado e direitos fundamentais.

A letra A e a letra D são excludentes... Pactuada seria o mesmo que dualista, são as constituições fruto de um acordo entre o rei e o legislativo.

Analítica é o contrário da sintética, não fala só das coisas que o enunciado propôs, mas sim sobre um monte coisa que nem precisava estar ali.

A letra C traz uma constituição que se caracteriza por também ser analítica, pois além de limitar o poder e organizar o Estado, traz as norma programáticas, ou seja, normas que irão traçar um plano para o governo se orientar. Ex. " Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas".

Gabarito: Letra E.

2. (FCC/AJEM-TRT-16ª/2009) A doutrina constitucional tem classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita, legal:

a) formal, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.

b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética.

c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica.

d) substancial, pragmática, promulgada, semi-rígida e analítica.

e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.

Comentários:

Essa questão, embora simples, faz necessário o apontamento de algumas observações:

1º - O enunciado da questão, por si, já afirma que a Constituição de 88 é uma constituição legal. Veja que a FCC adota, então, a doutrina

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de Alexandre de Moraes, e não a classificação do Prof. Tavares. Isso quer dizer que a CF/88 para a FCC é uma Constituição legal, pois "vale como lei", e não por estar elencada em textos esparsos (que é o que Tavares chama de constituição legal).

2º - A questão cita por 3 vezes o termo "pragmática". Somente a FCC, e por duas vezes, fez uso deste termo. Tal termo não é desconhecido no direito, geralmente é usado para temas como interpretação de normas. Ser pragmático significa, grosso modo, ser eficiente, buscar a concretização das normas, estando aberto para a realidade social. Maaaaaaas.... na minha humilde opinião, a FCC colocou este termo APENAS para confundir os desavisados... Não afirmo que estou certo, mas nas vezes que a banca fez uso do termo "pragmático" não deu esta resposta como correta, até porque nenhuma das doutrinas dos principais autores sobre "classificação das constituições" faz uso do termo "pragmática" como sendo uma das classificações da Constituição.

Então, considerando que a CF/88 é mesmo uma constituição legal e, deixando de lado o fato de ela ser ou não "pragmática", vamos analisar as assertivas:

Letra A - Errada. A Constituição não é outorgada, nem semi-rígida, nem sintética.

Letra B - Errada. Ela não é material, nem flexível e nem sintética.

Letra C - Perfeito!

Letra D - Errada. Ela não é substancial, nem semi-rígida.

Letra E - Errada. Ela não é material, nem outorgada, nem sintética.

Gabarito: Letra C.

3. (FCC/AJEM-TRT-4ª/2009) A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como:

a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética.

b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.

c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica.

d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.

e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica.

Comentários:

Questão muito interessante. Sabemos que a CF de 1988 é uma constituição rígida, pois somente com um processo bem complexo é

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que pode ser modificada (precisa seguir todo o rito que o art. 60 estabeleceu).

O Prof. Alexandre de Moraes classifica a CF/88 como super-rígida, pois possui as cláusulas pétreas, ou seja, matérias que não podem ser abolidas.

A FCC costuma seguir a doutrina do Alexandre de Moraes no tema "classificação das constituições", tanto que, conforme vimos, considera a CF/88 como sendo uma Constituição legal.

Assim, a CF/88, embora seja uma Constituição rígida, também poderá ser considerada super-rígida, aliás, recomendo seguir esta classificação quando mencionada pela questão. ok?

Desta forma:

Letra A - Errado, pois ela não é histórica ou costumeira, nem flexível e nem sintética.

Letra B - Errada, pois ela não é material, nem outorgada, nem sintética.

Letra C - Perfeito.

Letra D - Errada, pois ela não é material, nem semi-rígida e nem sintética.

Letra E - Errada, pois ela não é histórica ou costumeira, nem outorgada, e nem flexível.

Gabarito: Letra C.

4. (FCC/Analista-TRE-MG/2005) Tendo em vista a classificação das constituições, pode-se dizer que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente é considerada escrita e legal, assim como a)super-rígida, popular, histórica, sintética e semântica.

b) rígida, promulgada, dogmática, analítica e formal.

c) semi-rígida, democrática, dogmática, sintética e pactuada.

d) flexível, outorgada, dogmática, analítica e nominalista.

e) flexível, promulgada, histórica, analítica e formal.

Comentários:

Sem maiores delongas (vamos ser pragmáticos...rs) o gabarito desta questão é a letra B, já que a CF/88, como vimos, é uma constituição: Promulgada, escrita, analítica, rígida (ou super-rígida), formal, dogmática, dirigente, normativa (para Loewenstein), nominalista (pela classificação de Alexandre de Moraes), legal (Alexandre de Moraes).

Gabarito: Letra B.

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5. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto

I. à forma, em escritas e não escritas;

II. ao conteúdo, em materiais e formais;

III. à origem, em promulgadas e outorgadas;

IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas;

V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma em

a) I, II, III, IV e V.

b) I e II, somente.

c) I, III, V, somente.

d) II, III e IV, somente.

e) III, IV e V, somente.

Comentários:

Tá tudo certinho...

Os 5 itens estão corretos.

Gabarito: letra A.

6. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Semiflexível é a constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO).

Comentários:

Para alterar as normas de uma constituição rígida, precisamos de um procedimento especial. Para alterar as normas de uma constituição flexível, precisa-se de o mesmo rito de elaboração de uma simples lei ordinária. Nas constituições semi-rígidas ou semiflexíveis, há uma parte rígida e uma parte flexível.

Gabarito: Correto.

7. (FCC/Analista-MPE-SE/2009) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos

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e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida (CERTO/ERRADO).

Comentários:

Quando a CF de 1824 dispôs: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias". Ela estava dizendo que uma parte da constituição seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria flexível (parte não-constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível. Atualmente, a CF/88 é do tipo rígida, já que todas as suas normas, para serem alteradas, precisam de um procedimento especial.

Gabarito: Correto.

8. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição (CERTO/ERRADO).

Comentários:

Como vimos, pelo art. 178 da CF de 1824 inferia-se que em seu corpo possuia uma parte que era materialmente constitucional, distitnta das demais. Essa parte seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria flexível (parte não materialmente constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível.

Gabarito: Correto.

9. (FCC/Procurador do TCE-MG/2007) No que se refere à classificação das constituições, é certo que as:

a) sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, sistematizado por um órgão governamental, a partir de idéias da teoria política e do direito dominante.

b) dogmáticas são frutos da lenta e contínua síntese das tradições e usos de um determinado povo, podendo apresentar-se de forma escrita ou não-escrita.

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c) formais consistem no conjunto de regras materialmente constitucionais, editadas com legitimidade, estejam ou não codificadas em um único documento.

d) promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável.

e) analíticas ou dirigentes, examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.

Comentários:

Letra A - Errado. Não há qualquer correlação entre os termos. A Constituição sintética é aquela que trata apenas de assuntos estritamente relacionados com o conteúdo essencial a uma constituição. O texto refere-se ao que podemos classificar como uma Constituição dogmática.

Letra B - Errado. Esse é o conceito de Constituição histórica.

Letra C - Errado. Esse é o conceito de Constituição material. As constituições formais devem estar sempre inseridas em um documento escrito e independem do conteúdo tratado para que sejam consideradas constitucionais.

Letra D - Errado. Esse é o conceito de outorgada, ou imposta. Outro erro é a natureza imutável, que tem relação com a incapacidade de se alterar o texto constitucional, não tendo relação com o conceito de promulgada/outorgada.

Letra E - Correto. As constituições dirigentes são aquelas que direcionam a atuação do Estado, instituindo programas para serem seguidos pelo governo (normas programáticas), não se limitando a tratar unicamente de assuntos essenciais a uma constituição. As constituições dirigentes, então, são analíticas, pois vão além dos assuntos considerados "essenciais".

Gabarito: Letra E.

• Questões do CESPE:

10. (CESPE/Analista - TJ-RR/2012) Na denominada constituição semântica, a atividade do intérprete limita-se à averiguação de seu sentido literal.

Comentários:

A constituição semântica é aquela que serve apenas para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder, por isso incorreto o item.

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Gabarito: Errado.

11. (CESPE/MPE-PI/2012) A doutrina denomina constituição semântica as cartas políticas que apenas refletem as subjacentes relações de poder, correspondendo a meros simulacros de constituição.

Comentários:

Isso mesmo, veja o conceito que a própria banca deu sobre constituição semântica.

Gabarito: Correto.

12. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-RR/2012) A CF pode ser classificada, quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser alterada com a mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei.

Comentários:

Dizemos que uma constituição é rígida quando processo legislativo especial e complexo poderá alterar seu texto, como ocorre na Constituição de 1988, que prevê um processo muito mais rígido para alteração do texto via emenda constitucional, que é bem mais difícil que para elaborar uma simples lei ordinária, daí acertada a afirmação.

Gabarito: Correto.

13. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-RR/ 2012) A CF, elaborada por representantes legítimos do povo, é exemplo de constituição outorgada.

Comentários:

Quando a constituição for elaborada por representantes do Povo será Promulgada, Pê de Povo, Pê de Promulgada. Veja que o item inverteu os conceitos.

Gabarito: Errado.

14. (CESPE/AJ-Taquigrafia-TJES/2011) Outorgada por uma Assembleia Constituinte, a Constituição Federal de 1988 (CF) é também classificada como escrita, formal, analítica, dogmática e rígida.

Comentários:

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Dizer que a Constituição de 1988 é classificada como escrita, formal, analítica, dogmática e rígida, está tudo certo. O problema é que dizer que ela foi outorgada por uma Assembleia Constituinte é uma contradição. As constituições podem ser “outorgadas” quando forem impostas pelo governante, ou então “promulgadas”, no caso de elaboradas por uma Assembleia Constituinte.

Gabarito: Errado.

15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) De acordo com a classificação quanto à extensão, no Brasil, a Constituição de 1988 é sintética, pois constitucionaliza aspectos além do núcleo duro das constituições, estabelecendo matérias que poderiam ser tratadas mediante legislação infraconstitucional.

Comentários:

Justamente pelo exposto - constitucionalizar aspectos além do núcleo duro das constituições, que poderiam ser tratadas mediante legislação infraconstitucional - a CF/88 é considerada analítica e não sintética.

Gabarito: Errado.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) As constituições denominadas rígidas são aquelas que não admitem alteração e que, por isso mesmo, são consideradas permanentes.

Comentários:

Esse é o conceito de constituição imutável. As rígidas adimitem alteração (desde que essa alteração seja feita por um procedimento especial).

Gabarito: Errado.

17. (CESPE/AJAA-TRE-BA/2010) Toda constituição é necessariamente escrita e representada por um texto solene e codificado.

Comentários:

Existem as constituições consuetudinárias (costumeiras) que não se manifestam em um texto único elevado ao status constitucional.

Gabarito: Errado.

18. (CESPE/MMA/2009) A CF vigente, quanto à sua alterabilidade, é do tipo semiflexível, dada a possibilidade de serem

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apresentadas emendas ao seu texto; contudo, com quorum diferenciado em relação à alteração das leis em geral.

Comentários:

A CF vigente é rígida.

Gabarito: Errado.

19. (CESPE/MMA/2009) Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela ausência da participação popular na sua formação.

Comentários:

A constituição cesarista precisa de uma futura ratificação por referendo popular, logo, não podemos dizer que a participação popular é ausente.

Gabarito: Errado.

20. (CESPE/Advogado-EMBRASA/2010) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) não pode ser classificada como uma constituição popular, uma vez que se originou de um órgão constituinte composto de representantes do povo, e não da aprovação dos cidadãos mediante referendo.

Comentários:

Ela é popular ou promulgada, justamente porque os legisladores constituintes eram representantes do povo.

Gabarito: Errado.

21. (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática.

Comentários:

É exatamente o que vimos, a CF 88 é promulgada, analítica e dogmática, e também estão corretas as nomenclaturas das classificações.

Gabarito: Correto.

22. (CESPE/TCE-AC/2009) Segundo a classificação da doutrina, a CF é um exemplo de constituição rígida.

Comentários:

Exato. Só pode ser alterada por procedimento especial.

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Gabarito: Correto.

23. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A Carta outorgada em 10 de novembro de 1937 é exemplo de texto constitucional colocado a serviço do detentor do poder, para seu uso pessoal. É a máscara do poder. É uma Constituição que perde normatividade, salvo nas passagens em que confere atribuições ao titular do poder. Numerosos preceitos da Carta de 1937 permaneceram no domínio do puro nominalismo, sem qualquer aplicação e efetividade no mundo das normas jurídicas - Raul Machado Horta. Direito constitucional. 2.a ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1999, p. 54-5 (com adaptações). Considerando a classificação ontológica das constituições,a Constituição de 1937, conforme a descrição anterior pode ser classificada como constituição outorgada.

Comentários:

A questão está errada, já que o conceito referido seria o de Constituição "semântica". Veja que ela era uma constituição outorgada, mas não se pediu na questão a classificação quanto à origem e sim a classificação ontológica, desenvolvida por Karl Loewenstein.

Gabarito: Errado.

24. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo de poder, nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações de seu conteúdo e do seu controle procedimental.

Comentários:

Pelo critério ontológico, diferentemente do que ocorre nas constituições nominalistas, quando estamos diante de uma constituição normativa, o poder consegue ser realmente regulado pela constituição, esta não é ignorada pelos governantes.

Gabarito: Correto.

25. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) Na Constituição, a dinâmica do processo político não se adapta às suas normas, embora ela conserve, em sua estrutura, um caráter educativo, com vistas ao futuro da sociedade. Seria uma Constituição prospectiva, isto é, voltada para um dia ser realizada na prática. Mas, enquanto não realizar todo o seu programa, continuaria a desarmonia entre os pressupostos formais nela insculpidos e sua aplicabilidade. É como se

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fosse uma roupa guardada no armário que será vestida futuramente, quando o corpo nacional tiver crescido. - Uadi Lammêgo Bulos. Constituição Federal anotada, 8.ª ed., São Paulo. Saraiva, 2008, p. 32. A espécie de constituição apontada no texto é definida como constituição nominal.

Comentários:

Isso aí, segundo Loewenstein, quando uma constituição não conseguia impor as suas normas à vida política da sociedade, era chamada pelo autor de uma constituição nominal ou nominalista.

Gabarito: Correto.

26. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com a doutrina, constituição semântica é aquela cuja interpretação depende do exame de seu conteúdo significativo, sob o ponto de vista sociológico, ideológico e metodológico, de forma a viabilizar maior aplicabilidade político-normativo-social de seu texto.

Comentários:

Questão é maldosa já que o termo "constituição semântica" pode ser enxergado de dois diferentes prismas:

1º - Segundo a classificação ontológica de Karl Loewenstein, onde constituição semântica seria aquela que não se preocupa em limitar o poder dos governantes, pelo contrário, trata-se de uma verdadeira carta elaborada somente para legitimar os seus autoritarismos.

2º - O segundo enfoque, que foi o cobrado pela questão, seria colocar a constituição semântica como aquela cuja interpretação "depende da valoração de seu conteúdo significativo, sociológico, visando uma maior aplicabilidade político-normativa-social do seu texto".

Gabarito: Correto.

27. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Quanto ao modo de elaboração, a constituição dogmática decorre do lento processo de absorção de ideias, da contínua síntese da história e das tradições de determinado povo.

Comentários:

A constituição dogmática é marcada justamente por expor em um papel aquela idéia presente em um determinado momento da sociedade.

Gabarito: Errado.

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28. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da extensão, a constituição analítica consubstancia apenas normas gerais de organização do Estado e disposições pertinentes aos direitos fundamentais.

Comentários:

Este é o conceito justamente oposto ao de analítica, ou seja, o de constituição sintética.

Gabarito: Errado.

29. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido introduzida na lei maior por meio de procedimento mais dificultoso do que o estabelecido para as normas infraconstitucionais, desde que seu conteúdo se refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos.

Comentários:

Quando o enunciado fala a palavra "conteúdo" já está fora do conceito de constituição formal, pois a nesta classificação é totalmente irrelevante a matéria tratada pela norma, importando tão somente a formalidade das normas.

Gabarito: Errado.

30. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Considerando o conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição brasileira é classificada como liberal ou negativa.

Comentários:

Constituição negativa, ou liberal, ou ainda constituição garantia, é aquela que se limita tão somente a garantir as liberdades do povo face ao Estado. Trata-se das primeiras constituições formais do séc. XVIII. Com o passar dos anos, percebeu-se que não poderia a constituição se limitar a ser negativa, devendo então agir positivamente, para que o povo pudesse ter acesso a outros direitos, como os direitos sociais, econômicos, culturais e os direitos da coletividade. Desta forma, a Constituição atual é uma constituição dirigente.

Gabarito: Errado.

31. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada.

Comentários:

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Esta seria uma constituição imutável. A constituição rígida pode ser alterada, só que de uma maneira mais complexa.

Gabarito: Errado.

32. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A constituição material contém um conjunto de regras escritas, constantes de um documento solene estabelecido pelo chamado poder constituinte originário.

Comentários:

Constituição escrita é a constituição formal. Em constituições materiais, não importa se a norma é escrita ou não, o que importa é o conteúdo que elas veiculam.

Gabarito: Errado.

33. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) As constituições outorgadas decorrem da participação popular no processo de elaboração.

Comentários:

A outorgada é uma constituição imposta, as constituições que são legitimadas pelo povo são as promulgadas, também chamada de populares.

Gabarito: Errado.

34. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) caracteriza-se por ser rígida e material.

Comentários:

Ela é formal e não material.O importante é a sua forma escrita e rígida, independente do conteúdo tratado.

Gabarito: Errado.

35. (CESPE/PGE-AL/2008) "Art. 242 § 2.º – O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". A normas contida no dispositivo transcrito pode ser caracterizada como materialmente constitucionais, porquanto traduz a forma como o direito social à educação será implementado no Brasil.

Comentários:

Este é um exemplo clássico de norma meramente formal, sem nenhum conteúdo que seria indispensável a uma Constituição, já que nem é responsável por organizar o poder, nem limitar a atuação do

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Estado. É simplesmente um retrato da prolixidade da Constituição brasileira de 1988

Gabarito: Errado.

36. (CESPE/PGE-AL/2008) Os dispositivos constitucionais relativos à composição e ao funcionamento da ordem política exprimem o aspecto formal da Constituição.

Comentários:

Os dispositivos que servem para organizar o poder e limitar a atuação do Estado são tratados como essenciais a uma Constituição. Desta forma, traduzem o aspecto material (conteúdo).

Gabarito: Errado.

37. (CESPE/PGE-AL/2008) A distinção entre o que é constitucional só na esfera formal e aquilo que o é em sentido substancial só se produz nas constituições escritas.

Comentários:

Em constituições não-escritas, ou a norma é constitucional (tem matéria essencial a uma constituição) ou a norma não é constitucional, não há normas consideradas constitucionais sem que veiculem matérias próprias a uma constituição. Somente nas constituições escritas é que podemos ter normas inseridas no corpo de uma constituição sem qualquer essencialidade, e nem por isso irão deixar de ser constitucionais.

Gabarito: Correto.

38. (CESPE/AJAJ-STF/2008) Se o art. X da Constituição Y preceituar, na parte relativa às emendas à Constituição, que só é constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos, e individuais dos cidadãos, e que tudo o que não é constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias, nessa hipótese, a Constituição Y será uma constituição flexível.

Comentários:

Trata-se de uma constituição semi-rígida ou semi-flexível. Este tipo de constituição possui uma parte flexível, podendo ser alterada sem nenhum procedimento especial e uma parte que para ser alterada precisaria de um rito especial. Exemplo desta espécie de constituição foi a CF de 1824 no Brasil.

Gabarito: Errado.

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39. (CESPE/Juiz Substituto – TJ-PI/2007) No âmbito brasileiro, a Constituição Imperial de 1824 pode ser classificada como flexível, com base no que prescrevia seu art. 178: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias."

Comentários:

Realmente a Constituição Brasileira de 1824 possuia em seu art. 178, o texto: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias”. Porém este fato, faz com que a Constituição se torne “semi-rígida”, ou seja, possui uma parte flexível e outra parte rígida, e não como flexível.

Gabarito: Errado.

40. (CESPE/Procurador-AGU/2010) Segundo a doutrina, quanto ao critério ontológico, que busca identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível classificar as constituições em normativas, nominalistas e semânticas.

Comentários:

Exato...

Gabarito: Correto.

• Questões da ESAF:

41. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é correto afirmar que:

I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.

III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

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b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

Comentários:

I – Errado. Quanto à elaboração as constituições podem ser dogmáticas (elaboradas em um texto formal, em um determinado momento da história de um Estado), ou então históricas (se consolidaram ao longo dos tempos) a classificação que divide as Constituições em escritas ou não-escritas seria quanto à “forma”, ou seja, a formalidade em que ela se encontra no mundo jurídico.

II- Errado. Motivo dito no item anterior: dogmática e histórica é modo de elaboração. Forma = escrita ou não-escrita.

III- Correto.

IV- Errado. Quanto ao conteúdo, as Constituições se classificam em material ou formal. A Classificação como sintética ou analítica se refere à “extensão”.

Gabarito: Letra B.

42. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional. Considerando a classificação das constituições e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e outra Constituição, é possível afirmar que

a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa.

b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.

c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista.

d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.

e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática, promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática.

Comentários:

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Letra A - Item correto, exigindo conhecimento da Constituição dos EUA do candidato... a título de informação, a constituição negativa é sinônimo de Garantia , que é aquela que se limita a trazer elementos limitativos do poder do Estado.

Letra B - Errado. O erro está em afirmar que a CF-88 é histórica, na verdade ela é dogmática, pois foi elaborada por um órgão Constituinte, consolidando o pensamento que determinada sociedade possui naquele momento.

Letra C - Errado. A constituição dos Estados Unidos não é consuetudinária (costumeira) ela é escrita, inclusive sabemos que foi a primeira constituição escrita da história, diferentemente do que diz o item. A classificação da Constituição de 88 está correta.

Letra D - Errado. O item inverteu características das constituições do Brasil e dos EUA.

Letra E - Errado. A do Brasil não é flexível, é rígida, pois somente pode ser alterada por procedimento especial.

Gabarito: Letra A

43. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante.

Comentários:

A constituição dogmática é marcada justamente por expor em um papel aquela idéia de um determinado momento da sociedade. Deve ser necessariamente escrita, pois, diferentemente das constituições histórica, seus dogmas ainda não estão solidamente arraigados na sociedade.

Gabarito: Correto.

44. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.

Comentários:

Inverteu-se o conceito. Tal descrição é de uma constituição formal, aquela preocupada apenas com o status formal da norma (forma escrita, procedimento de alteração e etc.). A constituição material é aquela onde não importam as formas e os procedimentos e sim o conteúdo que está sendo tratado.

Gabarito: Errado.

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45. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais.

Comentários:

Este é o conceito de constituição material. Para a constituição ser formal ela precisa necessariamente estar escrita e prever um processo complexo de alteração de seu texto.

Gabarito: Errado.

46. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição escrita, também denominada de constituição instrumental, aponta efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade.

Comentários:

As constituições escritas podem realmente ser chamadas de instrumentais. E nas palavras do mestre Canotilho, apresentam efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade. Já que é o fato de estar escrita, facilita a sua permanência e a publicidade de seu conteúdo.

Gabarito: Correto.

47. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade.

Comentários:

A Constituição sintética se limita a organizar o poder e resguardar as liberdades. Daí ser uma constituição negativa, pois não age positivamente como instrumento direcionador do Estado.

Gabarito: Correto.

48. (ESAF/MPU/2004) Constituições semi-rígidas são as constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser alteradas pelo constituinte derivado.

Comentários:

As semi-rígidas são aquelas que possuem uma parte flexível, podendo ser alterada sem nenhum procedimento especial e uma parte que para ser alterada precisaria de um rito especial tal qual o das emendas constitucionais previstas na Constituição Brasileira de

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88. Assim, nas semi-rígidas temos a parte que é facilmente alterada e a parte que é dificilmente alterada, mas não "imutável".

Gabarito: Errado.

49. (ESAF/PGFN/2007) A distinção entre constituição em sentido material e constituição em sentido formal perdeu relevância considerando-se as modificações introduzidas pela Emenda Constitucional n. 45/2004, denominada de "Reforma do Poder Judiciário".

Comentários:

A referida classificação é doutrinária e não algo que está inserido no texto constitucional capaz de ser “apagado” por uma emenda.

Gabarito: Errado.

50. (ESAF/PGFN/2007) Considera-se constituição não-escrita a que se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos, formalmente constitucionais.

Comentários:

Está errada a parte que fala em “formalmente constitucionais”. Nas Constituições não escritas, o que importa é unicamente a matéria tratada e não a forma.

Gabarito: Errado.

51. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras normas com status constitucional, per si, não é capaz de descaracterizar essa condição.

Comentários:

Segundo Alexandre de Moraes, para ser escrita a constituição deve estar codificada em um texto único. Se a constituição for baseada em leis esparsas não pode ser considerada uma Constituição escrita. Assim, a Constituição escrita é uma só, não concorre com outros textos de status Constitucional, isso romperia com a unicidade constitucional.

Gabarito: Errado.

52. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) As constituições dogmáticas, como é o caso da Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma sistematizada, os princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante à época.

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Comentários:

A Constituição de 1988 realmente é dogmática. A constituição dogmática é aquela elaborada por um órgão Constituinte consolidando o pensamento que uma sociedade possui naquele determinado momento, por isso é necessariamente escrita, pois precisa esclarecer estas situações que ainda não estão “maduras”, solidificadas no pensamento da sociedade. Diz-se que a Constituição dogmática sistematiza as idéias da teoria política e do direito dominante naquele determinado momento da história de um Estado.

Gabarito: Correto.

53. (ESAF/MPU/2004) Constituições populares são aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da Assembléia Nacional Constituinte.

Comentários:

As constituições que precisam ser ratificadas posteriormente pelo povo são as chamadas “Constituições Cesaristas”, que são uma das espécies de constituições outorgadas. As constituições populares, ou promulgadas, ou ainda democráticas, necessitam apenas de serem elaboradas por uma Assembléia Constituinte compostas por representantes do povo.

Gabarito: Errado.

54. (ESAF/ENAP/2006) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado.

Comentários:

As Constituições rigidas são as que exigem um procedimento especial para serem alteradas, independentemente de terem ou não cláusulas pétreas. É o caso da nossa Constituição que só pode ser alterada por emendas constitucionais. A existência de cláusulas pétreas não é algo essencial para uma Constituição rígida.

Gabarito: Errado.

55. (ESAF/ENAP/2006) As constituições classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um texto único.

Comentários:

Para o Prof. André Ramos Tavares, as constituições escritas podem ser de 2 formas: codificadas ou legais (ocorrência mais rara). As

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primeiras são aquelas reunidas em um texto único, como a CF/1988, já as constituições legais são formadas por textos esparsos ou fragmentados, é o caso da Constituição francesa de 1875 que era na verdade a reunião de várias normas escritas em momentos distintos.

Gabarito: Errado.

56. (ESAF/AFRF/2005) Uma constituição não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição de textos constitucionais.

Comentários:

O que não existe é um texto único, compilado, que se sobrepõe aos demais. Na constituição não-escrita, o que importa é o conteúdo, independente deste conteúdo estar em texto escrito ou em costumes.

Gabarito: Errado.

57. (ESAF/CGU/2004) As constituições outorgadas, sob a ótica jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um texto constitucional.

Comentários:

Trata-se de uma Constituição imposta. Dizer que são "uma limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um texto constitucional" também é uma verdade, já que a Constituição, ainda que outorgada é balizadora das ações do Estado. Um Estado sem constituição, totalmente absoluto, possui poderes sem qualquer limitação.

Gabarito: Correto.

58. (ESAF/APOFP-SEFAZ-SP/2009) Assinale a opção correta relativa à classificação da Constituição Federal de 1988.

a) É costumeira, rígida, analítica.

b) É flexível, promulgada, analítica.

c) É rígida, outorgada, analítica.

d) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética.

e) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada.

Comentários:

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Letra A - Errada. A CF/88 é rígida e analítica, mas não é costumeira, já que se trata de uma CF dogmática (aquela constituição que deve ser necessariamente escrita, pois, diferentemente da constumeira) não é a evolução de um lento pensar da sociedade, que vai se arraigando na cabeça de todos, mas sim, estabelece aqueles dogmas, pensamentos, em um determinado momento

Letra B - Ela não é flexível já que é rígida.

Letra C - Ela não é outorgada, já que é promulgada.

Letra D - Não é outorgada, nem sintética - já que é analítica.

Letra E - Foi dada como resposta correta. A CF/88 realmente é uma constituição rígida e promulgada. A questão considerou correto o termo "parcialmente inalterável" pelo fato da existência das cláusulas pétreas (CF art. 60 §4º), porém, lembramos que isso não é de todo uma verdade, já que a existência das cláusulas pétreas em nosso ordenamento não torna a parte gravada como inalterável, mas, impede tão somente que haja uma "redução" (ou extinção) da eficácia de tais normas. Nada impede, porém, que haja uma alteração para promover a ampliação do seu escopo.

Gabarito: Letra E

59. (ESAF/CGU/2004) Segundo a classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir como instrumento limitador do poder real.

Comentários:

Karl Loewenstein, desenvolveu o chamado conceito ontológico de constituição. Para ele, as Constituições se classificariam em: normativas, nominalistas ou semânticas.

a) Constituição normativa – é a Constituição que é efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos.

b) Constituição nominal ou nominativa – é aquela que é ignorada pelos governantes.

c) Constituição semântica – é aquela que serve apenas para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder.

Desta forma, está Errada a questão, já que o conceito referido seria o de Constituição "semântica".

Gabarito: Errado.

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60. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São classificadas como dogmáticas, escritas e outorgadas as constituições que se originam de um órgão constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

Comentários:

Vamos usar o “pulo do gato”:

No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (dica: A primeira é um número par, as demais são ímpares). Por outro lado, foram promulgadas as de 1891, 1934, 1946 e 1988 (dica: A primeira é um número ímpar, as demais são pares).

Desta forma, basta gravar 2 constituições:

1824 - Constituição do Império - (império=outorga).

1891 - 1ª Constituição republicana - (república=promulgação)

Todas as impares que se seguem à do império são também outorgadas.

Todas as pares que se seguem à da república são também promulgadas

Assim, a resposta está incorreta, já que as Constituições do enunciado são promulgadas.

Gabarito: Errado.

61. (ESAF/PGFN/2007) As constituições outorgadas não são precedidas de atos de manifestação livre da representatividade popular e assim podem ser consideradas as Constituições brasileiras de 1824, 1937 e a de 1967, com a Emenda Constitucional n. 01 de 1969.

Comentários:

As outorgadas são as constituições impostas unilateralmente. No Brasil tivemos 8 Constituições - 4 promulgadas e 4 Outorgadas. Foram outorgadas as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 - na verdade o que se considera CF /69 foi apenas uma emenda constitucional que alterou substancialmente a CF/67.

Gabarito: Correto.

62. (ESAF/CGU/2004) Na história do Direito Constitucional brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição semi-rígida.

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Comentários:

A CF de 1824 possuia um artigo dizendo “Só é constitucional o que versar sobre organização do Estado e direitos fundamentais” e permitia que todo o resto do texto fosse alterado por um rito simples de lei ordniária, formando então uma Constituição “semi-rígida”.

Gabarito: Correto.

63. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 é considerada, em relação à estabilidade, como semi-rígida, na medida em que a sua alteração exige um processo legislativo especial.

Comentários:

É considerada rígida, justamente por necessitar sempre deste procedimento especial.

Gabarito: Errado.

64. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) No que se refere à origem, a Constituição Federal de 1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

Comentários:

Justamente por ser proveniente de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo, ela é considerada promulgada e não outorgada.

Gabarito: Errado.

65. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Nas constituições materiais, como é o caso da Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem status constitucional.

Comentários:

Realmente na CF/88 as matérias inseridas no documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem status constitucional, por este motivo ela é uma constituição formal, e não material. Já que o que importa é a forma (escrita) e não o conteúdo da norma.

Gabarito: Errado.

66. (ESAF/ENAP/2006) Segundo a doutrina, são características das constituições concisas: a menor estabilidade do arcabouço

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constitucional e a maior dificuldade de adaptação do conteúdo constitucional.

Comentários:

A constituição concisa, ou sintética, é aquela que não se preocupa com detalhes e prolixidades deixando isto para a legislação infraconstitucional. Deste forma, ela se torna de mais fácil adaptação pois irá trazer apenas as organizações e disciplinamentos essenciais e possui também maior estabilidade pois não há muito o que ficar alterando no texto. Destaca-se que a tendência atual é por constituições analíticas e não por sintéticas.

Gabarito: Errado.

67. (ESAF/CGU/2006) O conceito formal de constituição e o conceito material de constituição, atualmente, se confundem, uma vez que a moderna teoria constitucional não mais distingue as normas que as compõem.

Comentários:

No conceito formal não temos diferenciação de normas, o que é bem diferente de falar que o "conceito formal" se confunde com o "conceito material". São classificações doutrinárias disitintas.

Gabarito: Errado.

68. (ESAF/CGU/2006) Quanto ao sistema da Constituição, as constituições se classificam em constituição principiológica - na qual predominam os princípios - e constituição preceitual - na qual prevalecem as regras.

Comentários:

Em um texto constitucional podemos encontrar dois tipos de normas: os princípios e as regras. Os princípios, como o próprio nome sugere, serve de ponto de partida para o pensamento do aplicador. Eles possuem um grau de abstração maior que as regras, são orientadores. As regras, por sua vez, são definidoras de uma ação, direcionam o aplicador a um fim específico, concreto. Elas não comportam um cumprimento parcial, ou são cumpridas ou não são. Assim, de acordo com o exposto, classifica-se as constituições conforme o enunciado dispôs.

Gabarito: Correto.

69. (ESAF/AFRF/2005) Segundo a doutrina do conceito de constituição, decorrente do movimento constitucional do início do século XIX, deve ser afastado qualquer conteúdo que se relacione

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com o princípio de divisão ou separação de poderes, uma vez que tal matéria não se enquadra entre aquelas que se referem de forma direta à estrutura do Estado.

Comentários:

Trata-se justamente de algo “materialmente constitucional” que deve obrigatoriamente fazer parte da Constituição.

Gabarito: Errado.

70. (ESAF/CGU/2004) Segundo a melhor doutrina, a tendência constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade governamental.

Comentários:

A tendência atual é o de que sejam elaboradas Constituições analíticas, justamente para impedir o uso do poder discricionário de forma arbitrária e pela necessidade que surgiu ao final do século XIX e início do XX de o Estado agir proativamente para fornecer ao seu povo condições de bem-estar necessárias - direitos sociais -, e essas ações ao serem incorporadas na constituição ganham um status mais relevante para sua aplicação.

Gabarito: Errado.

71. (ESAF/AFRF/2003) Da Constituição em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de Constituição escrita, dogmática, promulgada e rígida.

Comentários:

Dentre as diversas classificações, a Constituição de 1988 realmente possui tais características.

Gabarito: Correto.

72. (ESAF/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 1988 pode ser classificada como Constituição rígida, promulgada, escrita e programática.

Comentários:

Dentre as diversas classificações existentes, a Constituição de 1988 possui estas, entre outras.

Gabarito: Correto.

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73. (ESAF/CGU/2006) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda.

Comentários:

Pode haver emendas, embora estas sejam elaboradas através de um rito especial, mais dificultoso do que as leis ordinárias.

Gabarito: Errado.

74. (ESAF/CGU/2004) A distinção de conteúdo entre uma norma constitucional em sentido formal e uma norma constitucional em sentido material tem reflexos sobre a aplicabilidade das normas constitucionais.

Comentários:

Trata-se apenas de uma classificação doutrinária sobre o que é essencial a uma Constituição e o que não é.

Gabarito: Errado.

• Questões da FGV:

75. (FGV/Advogado-BADESC/2010) Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:

a) promulgada, rígida e sintética.

b) outorgada, semi-rígida e analítica.

c) promulgada, rígida e analítica.

d) outorgada, semi-rígida e sintética.

e) promulgada, flexível e analítica.

Comentários:

Letra A – Errado. Embora rígida e promulgada, ela é analítica e não sintética.

Letra B – Errado. Embora analítica, ela é promulgada e não outorgada, além de ser rígida e não semi-rígida.

Letra C – Correto.

Letra D - Errado. Ela é promulgada e não outorgada, além de ser rígida e não semi-rígida, e ainda analítica e não sintética.

Letra E – Errado. Pois ela é rígida e não flexível, embora seja promulgada e analítica.

Gabarito: Letra C.

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76. (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como:

a) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto à estabilidade.

b) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade.

c) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.

d) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.

e) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.

Comentários:

A questão versa sobre o assunto "Classificação das Constituições" e exige que o candidato saiba: quais as possíveis classificações doutrinárias das Constituições, e em qual delas a nossa Constituição de 1988 se enquadra.

Vamos então analisar cada assertiva:

Letra A - Errada. Já que nossa Constituição não é material (aquela que se preocupa com a matéria tratada) e sim formal (independe da matéria tratada). Nossa Constituição também não é histórica (solidificada ao longo do tempo), mas dogmática (estrutura as idéias presentes em um determinado momento da sociedade). Além disso, a nossa Constituição é rígida, só podendo ser alterada por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e não flexível que é a Constituição alterável por simples leis ordinárias.

Letra B - Errada. O único erro é dizer que ela seria semiflexível, quanto à estabilidade, quando na verdade seria rígida.

Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituição não é histórica e nem outorgada (imposta), já que é dogmática e promulgada.

Letra D - Errada. Ela não é material, nem outorgada e nem semiflexível.

Letra E - Correta.

Gabarito: Letra E.

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77. (FGV/Agente Tributário - SEFAZ-MS/2006) Quanto à origem, as Constituições são:

a) rígidas e flexíveis.

b) escritas e analíticas.

c) escritas e democráticas.

d) democráticas e outorgadas.

e) democráticas e promulgadas.

Comentários:

Depois de termos feito comentários mais analíticos na questão anterior, esta se mostra mais fácil. Vejamos:

Letra A - Errada. Rígidas e flexíveis são a classificação quanto à estabilidade ou alterabilidade das Constituições.

Letra B - Errada. Ser escrita é uma classificação quanto à forma, que pode ser escrita ou não-escrita. Ser analítica é uma classificação quanto à extensão. Uma constituição analítica é uma constituição extensa que trata de diversas matérias, até mesmo de algumas que nem precisavam estar na Constituição, como a nossa constituição de 1988. Uma Constituição sintética seria o oposto de analítica, seria aquela que trata somente de assuntos essenciais a uma Constituição (basicamente, organização do Estado e direitos fundamentais - essa delimitação do que é ou não essencial não possui consenso doutrinário).

Letra D - Correto. A Constituição pode se originar da vontade do povo representado por uma Assembléia Constituinte (sendo, assim, promulgada ou democrática), ou pode ser imposta unilateralmente pelo governante, quando, então, será chamada de outorgada.

Letra E - Errado. Democráticas é sinônimo de promulgada.

Gabarito: Letra D.

• Questões Funiversa:

78. (FUNIVERSA/AFAU-SEPLAG-DF/2011) Uma constituição tem como seus principais objetos a estruturação do Estado, a organização da administração pública, o disciplinamento da forma de aquisição, do exercício e da destituição do poder, bem como a catalogação dos direitos fundamentais dos cidadãos. Várias são as suas classificações, que merecem estudo por parte dos agentes públicos. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta.

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a) Uma constituição é classificada como normativa quando dirige o processo político; todavia, para isso, ela deve respeitar a realidade social, sofrendo, nesse caso, uma reforma do seu próprio texto com adequação à sociedade. Em não ocorrendo tal processo, ela corre o risco de ficar antiquada e desprovida de força normativa.

b) A Constituição Federal de 1988 é classificada como semirrígida, visto que pode ser alterada por emenda constitucional, observados o rito próprio e as limitações expressamente impostas pelo Texto Maior vigente.

c) Uma constituição, ainda que sob a forma de convenções e textos esparsos, deve ser considerada constituição escrita.

d) Com a evolução do Constitucionalismo, os direitos fundamentais ganharam um papel essencial na própria organização de um Estado. Justamente por isso, as constituições que passaram a albergar expressamente em seu texto um rol de direitos fundamentais podem ser classificadas, quanto à extensão, como analíticas.

e) Quanto ao modo de sua elaboração, as constituições históricas são idealizadas segundo determinadas crenças vigentes, desconsiderando uma maior análise dogmática dos valores evolutivos em uma sociedade.

Comentários:

Letra A – Correto. A assertiva se baseia em Karl Loewenstein, que é responsável pela classificação “ontológica” da Constituição. A classificação em questão se refere ao modo de conexão da Constituição com a realidade, ou seja, de que modo que os agente políticos aplicam a norma. Segundo os ensinamentos do referido autor, teríamos 3 espécies de Constituição:

• Constituição normativa – É a Constituição que é efetivamente aplicada, normatiza o exercício do poder e obriga realmente a todos.

• Constituição nominal, nominalista ou nominativa – É ignorada na prática.

• Constituição semântica – É aquela que serve apenas para justificar a dominação daqueles que exercem o poder político. Ela sequer tenta regular o poder.

A Constituição normativa, para continuar como tal, não deve ser utópica, ela deve se adequar à realidade social, pois senão estará fadada a se tornar uma constituição nominalista.

Letra B – Errado. A Constituição de 1988 é uma Constituição rígida e não semirrígida, justamente pelo fato de serem necessárias emendas constitucionais (de rito especial) para alterá-la. Se ela fosse

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semirrígida, ela possuiria uma parte de seu texto que poderia ser livremente alterada por simples leis ordinárias.

Letra C – Errado. Alexandre de Moraes afirma que para a Constituição ser considerada escrita ela deve ter a característica da unicidade textual. Uma constituição que seja formada por textos esparsos (ainda que sob a forma escrita) não pode ser considerada uma constituição escrita.

Letra D – Errado. Desde as primeiras constituições formais (Constituição Francesa e dos EUA, no final do séc. XVIII), para ser considerada uma constituição, o documento deveria prever a organização política do Estado e os direitos fundamentais de seus integrantes. Assim, direitos fundamentais fazem parte do que é “essencial a uma Constituição”, seja ela sintética ou analítica. O que irá diferenciar uma Constituição analítica da sintética não é a previsão dos direitos fundamentais (isso as duas têm), mas sim os temas que serão agregados ao documento, sem que tenham qualquer relevância material para fins de Constituição.

Letra E – Errado. A Constituição que sistematiza o pensamento vigente naquele momento é a Constituição dogmática. A Constituição histórica é a que se forma ao longo do tempo, através da solidificação dos valores.

Gabarito: Letra A.

79. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) As Constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo em analíticas ou sintéticas.

(B) A atual constituição brasileira é classificada como, promulgada, semi-rígida e material.

(C) Segundo o Supremo Tribunal Federal, na Constituição Federal de 1988 existem normas de hierarquia diferenciada.

(D) É dogmática a constituição que se apresenta fruto de lenta e contínua síntese histórica.

(E) Segundo o professor Alexandre de Moraes, Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.

Comentários:

Letra A - Pegadinha clássica. Realmente as Constituições podem ser analíticas ou sintéticas, mas isso é classificação quanto à extensão e não quanto ao conteúdo. Quanto ao conteúdo podem ser formais ou materiais.

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Letra B - Ela é promulgada, porém é rígida e formal.

Letra C - Errado. Tudo que está na CF (Parte dogmática e ADCT, norma originária ou derivada) é tudo da mesma hierarquia.

Letra D - Essa seria a Constituição histórica.

Letra E - Correto. Sem erros nessa assertiva.

Gabarito: Letra E.

• Questões NCE:

80. (NCE/Advogado-Eletrobrás/2007) A Constituição deve ser entendida como lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação, à formação dos poderes, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competência, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Quanto ao modo de elaboração, as constituições são classificadas em:

a) dogmáticas e históricas;

b) materiais e formais;

c) escritas e não-escritas;

d) promulgadas e outorgadas;

e) analíticas e sintéticas.

Comentários:

Essas questões derrubam muito candidatos, que se preocupam muito em entender cada termo, mas não dão devida importância a detalhes como “critérios e nomenclaturas” de classificação. Mas, como vocês não são bobos e vieram estudar com a gente por aqui, aprenderam que:

Letra A – é a alternativa correta, quanto a elaboração as constituições podem ser dogmáticas (elaboradas de forma a sistematizar a teoria política e fatores dominantes em um determinado momento daquela sociedade) ou histórica (elaborada ao longo do tempo, solidificando as raízes que há muito vinham se desenhando).

Letra B – Está errada, pois se trata da classificação quanto ao conteúdo.

Letra C – Também está errada, já que trata da classificação quanto à forma.

Letra D – Talvez a mais complicada e que poderia ter confundido alguém. A letra D está errada, pois promulgada x outorgada não é “modo de elaboração”, mas sim “quanto à origem”, ou seja, qual a

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legitimidade da Constituição? Qual o “órgão que a elaborou”? Ela se originou da legitimidade popular (Assembleia Nacional Constituinte) ou da imposição unilateral do governante?

Ser promulgada ou outorgada não tem haver em si com a maneira pela qual ela foi “elaborada”, escrita, desenhada, isto se refere a detalhes que remetem a maneira de sistematizar o texto.

Letra E – Essa é fácil, está errada, pois se trata de classificação quanto à “extensão” do texto.

Gabarito: Letra A.

81. (NCE/Auditor-Direito-MT/2004) De acordo com as diversas classificações das constituições, assinale a alternativa que NÃO se mostra compatível com a atual Constituição brasileira:

a) analítica;

b) rígida;

c) democrática;

d) outorgada;

e) promulgada.

Comentários:

A questão foi tão bobinha que colocou duas alternativas excludentes... Ou a letra D é certa ou a letra E é a certa...

Por óbvio a letra D é a correta, nossa constituição foi legitimada pelo povo, se originou de uma Assembleia Constituinte.

Gabarito: Letra D.

82. (NCE/Secretário de Procuradoria - MPE-RJ/2002) As normas constitucionais que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos e garantias fundamentais, inseridas ou não num documento escrito, são classificadas como Constituição:

a) flexível;

b) formal;

c) semi-rígida;

d) dogmática;

e) material.

Comentários:

Qual é o nome que damos a estas coisas que “regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos e garantias

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fundamentais”... Ah, são as coisas “essenciais à Constituição”... hmmm... é a matéria básica da Constituição... são as coisas “materialmente constitucionais”.

A Constituição flexível é a Constituição que pode ser livremente alterada por normas “comuns” (ordinárias). A Constituição Formal é aquela que não se preocupa com o conteúdo, mas sim com o simples fato de a norma estar ou não escrita em um texto supremo. A Constituição Semirrígida é a que possui uma parte rígida e outra flexível, protegendo alguns textos da alteração por leis comuns e deixando o outro aberto para ser alterado de forma simples.

A letra E é a resposta da questão... Uma Constituição Material é aquela que “não está nem aí” se um texto está escrito ou não está escrito, não se preocupa com qualquer formalidade, ela pergunta uma única coisa: “Cadê as normas materialmente constitucionais???”

Ou seja: “Cadê as normas que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos e garantias fundamentais?”.

Elas podem estar escritas, não-escritas, não interessa... o que interessa é tão-somente O CONTEÚDO.

Gabarito: Letra E.

83. (NCE/GESTOR-TI-SEFAZ MG/2007) Sobre a Constituição brasileira, e as diversas classificações existentes, analise as seguintes afirmativas:

I. A Constituição brasileira é considerada semi-rígida, pois tem uma parte rígida e outra flexível.

II. A Constituição é classificada como analítica em razão do conteúdo do seu texto.

III. Levando-se em consideração o órgão encarregado da sua elaboração, a atual Constituição Brasileira é considerada como outorgada. É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):

a) I;

b) II;

c) III;

d) I e II;

e) II e III.

Comentários:

I- Errado. Nossa CF é rígida... Nossa única Constituição que foi semirrígida foi a CF de 1824.

II- “Correto”. Está correto “entre aspas”. Nossa CF é analítica? SIM... Isso porque seu conteúdo é extenso... Porém, o examinador

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esqueceu que “classificação quanto ao conteúdo” significa dividir as constituições em formais ou materiais, e não em “analíticas e sintéticas”.

O item II é o “menos errado”, mas para ficar 100%, ou pelo menos mais coerente, deveria dizer: A Constituição é classificada como analítica em razão da extensão do seu texto.

III- Errado. Nossa Constituição é promulgada, foi elaborada por uma assembleia Nacional Constituinte.

Gabarito: Letra B.

• Questões CEPERJ:

84. (CEPERJ/Advogado-CEDAE/2009) A CF de 1988, quanto à estabilidade, é classificada como:

a) Escrita

b) Rígida

c) Analítica

d) Democrática

e) Dogmática

Comentários:

Embora todas as classificações acima se apliquem à CF brasileira de 1988, a questão pediu "quanto à estabilidade". Desta forma, trata-se de uma constituição que só pode ser modificada por um processo especial, mais dificultoso que o de elaboração de leis ordinárias, daí possuir a chamada "rigidez".

Gabarito: Letra B.

85. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) É correto afirmar que uma Constituição pode ser:

A) flexível, quando sua modificação pode ser realizada pelo mesmo processo legislativo exigido para as leis ordinárias

B) rígida, quando contempla apenas normas que disponham sobre a estrutura fundamental do Estado e sobre os direitos e garantias individuais

C) rígida, quando contempla um núcleo de normas insuscetível de modificação pelo Poder Constituinte derivado

D) semi-rígida, quando contempla o mesmo processo legislativo exigido para as emendas constitucionais

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Comentários:

Letra A - Correto. Perfeita definição, conforme vimos anteriormente.

Letra B - Errado. Essa é a definição de constituição sintética ou material.

Letra C - Errado. Assim, ela seria imutável.

Letra D - Errado. Semi-rígida é a que possui uma parte rígida e outra flexível (redação mal feita desta assertiva, não é mesmo?)

Gabarito: Letra A.

• Questões FJG:

86. (FJG/Procurador PM - Nova Iguaçu/2006) A Constituição brasileira é, por vezes, considerada uma constituição dirigente, porque:

A) visa a desenvolver uma sociedade socialista e igualitária

B) tem objetivos permanentes, como a construção de uma sociedade livre e justa.

C) visa a que o Brasil se torne um país onde não haja lugar para grandes desigualdades de renda

D) obriga o Estado a não promover políticas que, a pretexto de exigências internacionais, sacrifiquem o desenvolvimento econômico-social do país

E) tem um programa básico, a que todos os governos devem obedecer, como o direito individual, assegurado a todos os cidadãos, de serem proprietários dos meios de produção

Comentários:

Letra A - Errada. Não existe essa de desenvolver uma sociedade socialista. A Constituição é em sua essência capitalista. Além disso, isso não tem nada haver com o conceito de constituição dirigente.

Letra B - Agora sim, esta está correta. A constituição dirigente é a que dirige o Estado. Traça metas, programas. Exemplo clássico destes programas é o art. 3º da Constituição, onde encontramos a meta de construir uma sociedade livre, justa e solidária.

Letra C - Isso não tem haver com o conceito de constituição dirigente.

Letra D - Isso não tem haver com o conceito de constituição dirigente.

Letra E - Os direitos individuais não são normas programáticas em sua essência. Normas programáticas são aquelas que possuem um

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plano, um caminho a ser trilhado pelo Poder Público: erradicar a pobreza, reduzir as desigualdades...

Gabarito: Letra B.

• Outras bancas:

87. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) A Constituição dita Cesarista é aquela em que a participação popular é democrática pois visa ratificar a vontade do detentor do poder.

Comentários:

Não podemos dizer que a constituição cesarista seria democrática, pois ela é formada pela vontade do governante e a participação popular se dá apenas com um referendo de forma a consentir com a submissão àquela vontade do governante. Logo é considerada como outorgada e não como democrática.

Gabarito: Errado.

Estrutura e elementos da Constituição:

A CF/88 possui 2 partes:

1- Parte Permanente: Formada pelo Preâmbulo + Parte Dogmática (250 artigos) dividida em 9 títulos:

� Título I: Princípios Fundamentais

� Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais

� Título III: Da Organização do Estado

� Título IV: Da Organização dos Poderes

� Título V: Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas

� Título V: Da Tributação e do Orçamento

� Título VII: Da Ordem Econômica e Financeira

� Título VIII: Da Ordem Social

� Título IX: Das Disposições Constitucionais Gerais;

2- Parte Transitória: ADCT (até a EC 71/12 possui 97 artigos)

A Constituição pode segundo José Afonso da Silva ser dividida em elementos. Baseado nas suas definições temos os seguintes elementos na Constituição:

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1- Orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Organizam a estruturação do Estado. Ex. Título III – Da Organização do Estado; Título IV – Da organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças Armadas; Segurança pública; Tributação, Orçamento;

2- Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado, são os direitos e gatantias fundamentais (exceto os direitos sociais = eles são sócio-ideológicos);

3- Sócio-ideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, que protege a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas fazem parte de uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex. Direitos Sociais, Título VII – Da ordem econômica e financeira; Título VIII – Da Ordem Social;

4-De Estabilização Constitucional: São os elementos que tratam da solução de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições democrátitcas como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal;

5- Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição, como o ADCT e normas como o art. 5º §1º - “As normas definidoras dos Direitos e Garantias Fundamentais têm aplicação imediata”. Também podemos inserir nesta classificação o "preâmbulo", que embora não tenha força de norma jurídica, pode servir de base para interpretar e aplicar as normas constitucionais.

88. (FCC/TCE-MG/2007) As normas constitucionais relativas aos direitos e garantias individuais, inseridas no título relativo aos direitos e garantias fundamentais, contêm elementos da Constituição ditos:

a) sócio-ideológicos, por revelar o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social.

b) orgânicos, por regularem a estrutura do Estado e do poder.

c) limitativos, por limitarem a atuação do Estado, dando ênfase à sua configuração como Estado de Direito.

d) de estabilização constitucional, na medida em que asseguram a defesa da Constituição e das instituições democráticas.

e) formais de aplicabilidade, diante da aplicação imediata das normas definidoras de direitos dessa espécie.

Comentários:

Pela teoria que expusemos acima. Depreende-se claramente que a resposta correta a ser assinalada seria a letra C. Já os direitos e garantias fundamentais têm o objetivo justamente de limitar o poder do Estado face ao povo.

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Gabarito: Letra C.

89. (CESPE/Analista-EBC/2011) As normas previstas no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias possuem natureza de norma constitucional. Comentários:

Toda a parte dogmática e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias fazem parte da Constituição, com mesma hierarquia e valor normativo, ressalva-se tão somente o preâmbulo. que segundo o Supremo, não possui força normativa. Gabarito: Correto.

90. (CESPE/Analista-EBC/2011) O preâmbulo da Constituição Federal não faz parte do texto constitucional propriamente dito e não possui valor normativo.

Comentários:

Este é o pensamento do STF, segundo o qual o preêmbulo não possui força normativa e não deve ser obrigatoriamente reproduzido nas Constituições Estaduais. Vale ressaltar que, embora não tenha força de norma jurídica, o preâmbulo pode servir de base para interpretar e aplicar as normas constitucionais.

Gabarito: Correto.

91. (CESPE/Polícia Civil–TO/2008) Os elementos orgânicos que compõem a Constituição dizem respeito às normas que regulam a estrutura do Estado e do poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e autoridades públicas.

Comentários:

Perfeita definição.

Gabarito: Correto.

92. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O preâmbulo, o dispositivo que estabelece cláusulas de promulgação e as disposições transitórias são exemplos de elementos de estabilização constitucional.

Comentários:

Seriam classificados como elementos formais de aplicabilidade, já que os elementos de estabilização constitucional são os elementos que tratam da solução de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições democrátitcas como o Controle de

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Constitucionalidade, os procedimentos de reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal.

Gabarito: Errado.

93. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os denominados elementos formais de aplicabilidade das constituições são consagrados nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.

Comentários:

Estes seriam os elementos de estabilização constitucional. Os elementos formais de aplicabilidade são as regras de aplicação da Constituição, como o preâmbulo, ADCT e normas como o art. 5º §1º - “As normas dos Dir. Fundamentais têm aplicação imediata.”

Gabarito: Errado.

94. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam o rol dos direitos fundamentais.

Comentários:

Esses são os limitativos e não os orgânicos.

Gabarito: Errado.

95. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Os elementos limitativos da CF estão consubstanciados nas normas constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.

Comentários:

Os elementos limitativos, servem para limitar a atuação do poder do Estado, como os direitos e gatantias fundamentais. Quando falamos em solução de conflitos, defesa da Constituição e etc. estamos falando em elementos de estabilização constitucional.

Gabarito: Errado.

96. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os direitos individuais e suas garantias, os direitos de nacionalidade e os direitos políticos são considerados elementos limitativos das constituições.

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Comentários:

A doutrina os classificam como elementos limitativos pois são responsáveis por limitar a atuação do Estado face aos particulares.

Gabarito: Correto.

97. (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

Comentários: Analisemos cada assertiva:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

Errada. Embora a estruturação do Estado seja orgânico, os direitos fundamentais são limitativos.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

Correta. Ambos são orgânicos, pois organizam o Poder e o Estado.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

Errada. Embora tributação e o orçamento seja orgânico, os direitos sociais são sócio-ideológicos.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

Errada. Embora forças armadas seja orgânico, os direitos da nacionalidade são limitativos.

e) a segurança pública e a intervenção.

Errada. Intervenção é elemento de estabilização constitucional, embora a segurança pública seja orgânico.

Gabarito: Letra B.

98. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Os elementos da Constituição trazem valores distintos caracterizando a natureza polifacética da Constituição, assim pode-se afirmar que o preâmbulo da Constituição constitui seu elemento formal de aplicabilidade.

Comentários:

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Exatamente. O "preâmbulo", que embora não tenha força de norma jurídica, pode servir de base para interpretar e aplicar as normas constitucionais.

Gabarito: Correto.

Normas, Regras e Princípios Constitucionais:

Primeiramente, lembramos que pelo fato de o Brasil adotar a conceito de Constituição formal, todas as normas estão em um mesmo patamar jurídico, não havendo supremacia entre normas constitucionais, sejam elas da parte permanente, dos ADCT, originárias ou derivadas.

Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo - segundo a jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo que não consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, impor a sua observância às demais de hierarquia inferior, sendo capaz de as tornarem inconstitucionais caso a contrariem, dizendo-se assim que possuem caráter vinculante imediato.

Normas Regras X Normas Princípios:

Em um estudo doutrinário costuma-se dizer que entre as normas temos a presença das regras e dos princípios. As regras são mais concretas, aquelas normas que definem um procedimento, condutas. Regras, ou são totalmente cumpridas, ou não são cumpridas, elas não admitem o cumprimento parcial. vale a ideia do tudo ou nada!

Por outro lado, os princípios são mais abstratos, não são definidores de condutas, são os chamados "mandados de otimização", ou seja, eles devem ser utilizados para se alcançar o grau ótimo de concretização da norma. Devido a esta abstração dos princípios, eles admitem um cumprimento parcial.

Diz-se que quando duas regras entram em conflito, o aplicador deve cumprir uma ou outra, nunca as duas, pois uma regra exclui a outra. Já quando dois princípios entram em conflito dizemos que houve uma "colisão" de princípios (nunca uma contradição) e, desta forma, ambos poderão ser cumpridos, embora em graus diferentes de cumprimento. Estuda-se então o caso concreto, e descobre-se qual o princípio irá pervalecer sobre o outro, sem que um deles seja totalmente excuído pelo outro.

Os princípios constitucionais podem estar expressos na Constituição (princípio da igualdade, princípio da uniformidade georgráfica, princípio da anterioridade tributária...) ou podem estar implícitos no texto constitucional, sendo decorrentes das normas expressas do texto e dos regimes expressamente adotados pela Constituição, ou

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então devido a direcionamentos do direito constitucional geral, aplicável aos vários ordenamentos jurídicos (princípio da razoabilidade, princípio da proporcionalidade...).

Em concursos, costuma-se cobrar, com bastante frequência, os princípios constitucionais que se referem aos direcionamentos aplicáveis aos diversos entes (Estados, Municípios e DF) que formam a nossa federação. São eles:

• Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a intervenção federal.

• Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da federação, de forma comum.

OBS. - As normas que estão presentes na Constituição Federal podem estar presentes na Constituição Estadual de duas formas:

� Normas de Reprodução Obrigatória - São aquelas normas da Constituição da República que são de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais.

� Normas de Imitação - São as normas que podem, facultativamente, estar presentes na Constituição Estadual.

• Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro.

Falaremos um pouco mais sobre princípios quando formos estudar os "princípios fundamentais" e também na parte referente à interpretação constitucional.

Normas Materiais X Normas Formais:

O termo "materiais" vem de matéria, conteúdo. Formais vem de forma, estrutura, roupagem.

Normas materiais são aquelas que tratam de assuntos, conteúdos, essenciais a uma Constituição moderna: organização do Estado e limitação dos seus poderes face ao povo (não é pacífico a exatidão do que é e o que não é materialmente constitucional).

Normas fomais são todas aquelas que foram alçadas a um status constitucional, independentemente do conteúdo tratado.

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No Brasil, todas as normas da Constituição são formais, independente de seu conteúdo. Porém, algumas, além de formais, também são materiais. Assim, é importante destacar que a classificação entre normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais não são excludentes, já que uma norma pode ser ao mesmo tempo materialmente e formalmente constitucional. Assim temos:

• Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as normas da Constituição que, além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma Constituição.

• Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, porém, não deixam de ser formais já que possuem a roupagem de Constituição, apenas não são materiais.

• Questões da FCC:

99. (FCC/Auditor-TCM-CE/2006) Entende-se por princípios constitucionais: a) as normas constitucionais expressas que não têm força obrigatória.

b) as normas que implicitamente decorrem das constituições, tendo natureza de meras recomendações.

c) somente aqueles que, caso violados, ensejam a intervenção da União Federal nos Estados-membros.

d) todas as normas constitucionais que acolhem direitos dos indivíduos contra o Estado.

e) as normas constitucionais de caráter amplo que norteiam e servem de fonte interpretativa àquelas com objetivos específicos.

Comentários:

Vamos analisar cada assertiva:

Letra A - Errada. Os princípios não são normas necessariamente expressas, podem ser expressas ou implícitas e, obviamente, tem força obrigatória.

Letra B - Errada. Os princípios não são necessariamente implícitos, e também não são meras recomendações, eles possuem força obrigatória, já que são normas!

Letra C - Errada. Esses são os princípios constitucionais sensíveis, mas possuem diversos outros princípios.

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Letra D - Errada. Assertiva muito genérica, não se pode dizer que qualquer limitação do Estado em face dos indivíduos será um princípio, pode ser um regra também.

Letra E - Aí sim!!!! Essa é a assertiva correta e define um conceito aplicável aos princípios.

Gabarito: Letra E.

• Questões da FCC:

100. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição brasileira de 1988, que são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu corpo articulado, mesmo as destituídas de rigidez.

Comentários:

Dizer que são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu corpo está correto. Porém, a questão está errada, pois não existem normas destituídas de rigidez na CF/88. Todas as suas normas são rígidas, somente podendo ser alteradas por um procedimento especial, mais dificultoso do que as leis ordinárias.

Gabarito: Errado.

101. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição brasileira de 1988, que nela existem algumas normas que são apenas formalmente constitucionais.

Comentários:

Todas as normas da CF/88 são formalmente constitucionais. A doutrina, porém, divide estas normas em dois grupos:

Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as normas da Constituição que, além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma Constituição.

Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, porém, não deixam de ser formais, apenas não são materiais.

Gabarito: Correto.

102. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais é antagônico ao de normas formalmente constitucionais.

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Comentários:

Nada obsta que uma norma possa ser ao mesmo tempo formalmente e materialmente constitucional. Já que o conceito de formal refere-se ao status hierárquico que ela é tratada e o conceito de material refere-se ao conteúdo o qual a norma veicula.

Gabarito: Errado.

103. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais importa na atribuição de rigidez às normas que versem sobre matéria tipicamente constitucional.

Comentários:

A rigidez está atrelada tão somente ao aspecto formal. O aspecto material trata tão somente do conteúdo das normas, independente de qualquer status hierárquico.

Gabarito: Errado

104. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição.

Comentários:

A Constituição de 1824 possuia em seu art. 178 a seguinte disposição: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias". Assim, ela estava dizendo que em seu corpo possuia uma parte que era materialmente constitucional, distitnta das demais. Essa parte seria rígida (parte constitucional) e outra parte da constituição seria flexível (parte não materialmente constitucional), e desta forma, formou-se a chamada constituição semi-rígida ou semiflexível.

Gabarito: Errado.

• Questões do CESPE:

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105. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional.

Comentários:

O STF já decidiu pela ausência de força jurídica do preâmbulo da Constituição. Assim, ele não pode ser usado para tornar normas infraconstitucionais como inconstitucionais.

Gabarito: Errado.

106. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem natureza jurídica de norma constitucional, semelhante às normas inseridas no bojo da CF, não havendo desníveis ou desigualdades entre as normas do ADCT e os preceitos constitucionais quanto à intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua autoridade.

Comentários:

Os ADCT fazem parte da Constituição, não há qualquer hierarquia da parte dita por "dogmática" em relação a parte transitória.

Gabarito: Correto.

107. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) O preâmbulo da Constituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem força normativa.

Comentários:

Segundo a Jurisprudência do STF, o preâmbulo não se constitui uma norma central da Constituição, não possuindo força jurídica para se impor sobre o resto do ordenamento, nem se constituindo como de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais.

Gabarito: Errado.

108. (CESPE/Analista do STJ/2008) Para a moderna teoria constitucional, que define a constituição como um regime aberto de regras e princípios, estes, por sua flexibilidade e abstração, mesmo quando jurídicos, não podem ser considerados como normas constitucionais, mas apenas como normas programáticas, representando uma pauta de valores a ser seguida pelo legislador na edição de novas regras.

Comentários:

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Tanto as regras quanto os princípios podem ser considerados normas constitucionais e merecem o mesmo grau de respeito.

Gabarito: Errado.

109. (CESPE/PGE-PI/2008 - Adaptada) Sobre os princípios e as regras constitucionais, marque a alternativa correta:

a) Princípios, normalmente, relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas, são aplicáveis a um conjunto delimitado de situações. Assim, na hipótese de o relato previsto em um princípio ocorrer, esse princípio deve incidir pelo mecanismo tradicional da subsunção, ou seja, enquadram-se os fatos na previsão abstrata e produz-se uma conclusão.

b) A aplicação de um princípio, salvo raras exceções, se opera na modalidade do tudo ou nada, o que significa que ele regula a matéria em sua inteireza ou é descumprido.

c) Na hipótese de conflito entre dois princípios, só um deles será válido e irá prevalecer.

d) Os princípios, freqüentemente, entram em tensão dialética, apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação se dá mediante ponderação. Diante do caso concreto, o intérprete irá aferir o peso de cada princípio.

e) As regras são normas que ordenam que algo seja realizado, na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes e, por isso, são consideradas mandados de otimização, caracterizando-se pela possibilidade de serem cumpridas em diferentes graus.

Comentários:

Letra A - Errado. Esse é o conceito de regra: relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas, que são aplicáveis a um conjunto delimitado de situações.

Letra B - Errada. As regras que são "ou tudo ou nada", os princípios podem conviver com os outros comportando diferentes graus de concretização.

Letra C - Errada. Mais uma disposição aplicável às regras.

Letra D - PERFEITO!!!

Letra E - Errada. Os princípios são os mandados de otimização, as regras são as definidoras de condutas.

Gabarito: Letra D.

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110. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) O poder constituinte derivado decorrente deve observar, entre outros, os princípios constitucionais estabelecidos, que integram a estrutura da Federação brasileira, como, por exemplo, a forma de investidura em cargos eletivos, o processo legislativo e os orçamentos.

Comentários:

Neste caso, seriam princípios extensíveis e não princípios estabelecidos.

Gabarito: Errado.

• Questões da ESAF:

111. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São constitucionais as normas que dizem respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias.

Comentários:

Se ocorresse o descrito no enunciado, teríamos uma constituição semi-rígida. A nossa constituição é totalmente rígida, não havendo qualquer distinção ou hierarquia entre normas constitucionais, independente do conteúdo que elas veiculam. Trata-se da visão jurídica que olha apenas para o aspecto formal da Constituição, não se importando com o aspecto material.

Gabarito: Errado.

112. (ESAF/MRE/2004) Segundo a moderna teoria geral da constituição, não existem regras materialmente constitucionais, tendo-se convencionado chamar de regras materialmente constitucionais aquelas que foram incluídas na Constituição durante os trabalhos constituintes.

Comentários:

As regras incluídas na Constituição, independente de seu conteúdo, são as normas formalmente constitucionais, elas serão materialmente constitucionais quando versarem sobre os elementos essenciais a uma constituição: organização do Estado e limitação do poder estatal. Assim, na Constituição temos a presença de normas que são ao mesmo tempo materialmente e formalmente constitucionais e as que são apenas formalmente constitucionais. Mas, todas são, ao menos, formalmente constitucionais.

Gabarito: Errado.

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113. (ESAF/AFC-CGU/2004) Em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado.

Comentários:

O erro está no “sendo pacífico na doutrina”. As normas materialmente constitucionais são aquelas essenciais a uma Constituição, mas o que seria exatamente isto não é nem um pouco pacífico, sendo normalmente apontadas pela doutrina majoritária como as normas sobre a organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais.

Gabarito: Errado.

114. (ESAF/AFRF/2003) Os princípios da Constituição que se classificam como cláusulas pétreas são hierarquicamente superiores às demais normas concebidas pelo poder constituinte originário.

Comentários:

Segundo o entendimento do Supremo, não há hierarquia entre quaisquer normas constitucionais.

Gabarito: Errado.

115. (ESAF/AFRF/2003) Todas as normas estabelecidas pelo poder constituinte originário no texto constitucional são formalmente constitucionais e se equivalem em nível hierárquico.

Comentários:

Não há hierarquia de normas constitucionais, todas estão dentro de um mesmo patamar. Diz-se, também, que as normas incluídas na Constituição, independente de seu conteúdo, são as normas formalmente constitucionais, elas serão materialmente constitucionais quando versarem sobre os elementos essenciais a uma constituição: organização do Estado e limitação do poder estatal. Assim, na Constituição temos a presença de normas que são ao mesmo tempo materialmente e formalmente constitucionais e as que são apenas formalmente constitucionais. Mas, todas são, ao menos, formalmente constitucionais.

Gabarito: Correto.

116. (ESAF/ATA-MF/2009 - Adaptada) Ao exercitarem o seu poder constituinte derivado-decorrente, os Estados-membros, a teor

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do disposto na Constituição Federal, respeitam os princípios constitucionais sensíveis, princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos (Certo/Errado).

Comentários:

Exatamente os que vimos, está correta a questão.

Gabarito: Correto.

117. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Os princípios regionais são os que regem e modelam o sistema normativo das instituições constitucionais, como os princípios regedores da Administração Pública.

Comentários:

A questão traz uma classificação pouco cobrada em concursos. Parece tratar da classificação de princípios segundo a sua abrangência. Esta classificação não se mostra apenas para o direito mas para diversas ciências. José Cretella Neto traz uma classificação bem didática sobre tais princípios se separados segundo a abrangência de cada um. São eles:

a) onivalentes - proposições gerais, de validade integral, aplicáveis a todas às ciências. Orientam o pensamento, motivo pelo qual também são chamados de princípios racionais do conhecimento ou primeiros princípios;

b) plurivalentes - são aqueles comuns a mais de uma ciência, ou a um grupo de ciências, orientando-se apenas nos aspectos que se interpenetram;

c) monovalentes - são aqueles cuja validade é restrita a um único campo do conhecimento; e

d) setoriais ou regionais - proposições básicas em que repousam os diversos setores em que se baseia determinada ciência;

Desta forma, levando esta classificação ao direito constitucional, podemos realmente dizer que cada instituição constitucional estaria alicerçada sobre seus princípios setoriais ou regionais, ou seja, aqueles que definiriam as normas basilares daquele "nicho", daquele setor específico.

Gabarito: Correto.

• Questões de outras bancas:

118. (MPDFT/Promotor-MPDFT/2009) Assinale a alternativa correta. Em relação ao Poder Constituinte dos Estados-membros,

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a) normas constitucionais estaduais de imitação são normas constitucionais federais que deverão constar obrigatoriamente nas Constituições dos Estados-membros.

b) a proibição da recondução para o mesmo cargo das Mesas do Congresso Nacional, na eleição imediatamente subseqüente, é norma de repetição obrigatória pelas Constituições estaduais.

c) pode o constituinte estadual estender ao Governador a prerrogativa de imunidade à prisão cautelar, prevista para o Presidente da República.

d) O preâmbulo da Constituição Federal deve ser repetido, inclusive a invocação a Deus, pois trata-se de norma de reprodução obrigatória.

e) os princípios constitucionais estabelecidos, ou de subordinação normativa, ordenam previamente a atividade do legislador constituinte estadual, e o fazem na medida em que estabelecem o regime normativo a ser adotado em determinadas matérias, vinculando a disciplina a ser eventualmente positivada na Constituição estadual.

Comentários:

Letra A - Errada. As normas de imitação constam facultativamente nas Constituições Estaduais, e não obrigatoriamente.

Letra B- Errado. Segundo o STF, não é necessário reproduzir obrigatoriamente esta norma.

Letra C - Errado. A imunidade à prisão cautelar é inerente ao chefe de Estado - ou seja, apenas ao Presidente da República, não pode ser estendida ao governador nem ao prefeito.

Letra D - Errado. Segundo o STF, o preâmbulo não é norma constitucional, logo, não precisa ser repetido nas constituições estaduais.

Letra E - Correto.

Gabarito: Letra E.

Eficácia e aplicabilidade das normas

Eficácia é a capacidade que uma norma tem para produzir efeitos, o grau de eficácia das normas constitucionais é um dos temas mais controversos da doutrina, mas para nosso objetivo, as considerações abaixo serão suficientes.

Doutrina clássica x Normas Programáticas:

A doutrina clássica, de Rui Barbosa, baseada na doutrina norte-americana, dividia as normas em auto-aplicáveis (auto-executáveis)

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e não auto-aplicáveis (não auto-executáveis), estas, diferentemente das primeiras exigiam a complementação do legislador para produzirem efeitos.

Essa classificação, atualmente, não costuma ser aceita no Brasil.

Em que pese tal fato, algumas bancas, costumam cobrar o conceito de não auto-aplicáveis em associação às normas programáticas. As normas programáticas são aquelas que definem planos de ação para o Estado, como combater a pobreza, a marginalização e os direitos sociais do art. 6º. As normas programáticas possuem o que se chama de eficácia diferida, ou seja, sua aplicação se dará ao longo do tempo, na medida em que forem sendo concretizadas.

Eficácia e aplicabilidade segundo a José Affonso da Silva:

Essa é a doutrina majoritária, a mais cobrada em concursos. Divide em 3 tipos as normas:

1- Eficácia Plena – Não necessitam de nenhuma ação do legislador para que possam alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e imediata, pois independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu alcance.

Ex.: Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5º, XX).

2- Eficácia Contida - É aquela norma que, embora não precise de qualquer regulamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem aplicabilidade direta e imediata, não precisando de lei para mediar os seus efeitos -, poderá ver o seu alcance restringido pela superveniência de uma lei infraconstitucional. Enquanto não editada essa lei, a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena, porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitucional.

Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, art. 5º, XIII). Ou seja, As pessoas podem exercer de forma plena qualquer trabalho, ofício ou profissão, salvo se vier uma norma estabelecendo certos requisitos para conter essa plena liberdade.

Observação: Em regra, as normas de eficácia contida são passíveis de restrição por leis infraconstitucionais, porém, também se manifestam como normas de eficácia contida as normas onde a própria constituição estabelece casos de relativização. Exemplo disto é o direito de reunião que pode ser restringido no caso de Estado de Sítio ou Defesa. Ou ainda, o direito de propriedade, que é

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relativizado pela norma da desapropriação e pela necessidade do cumprimento da função social.

A doutrina ainda considera que certos preceitos ético-jurídicos como a moral, os bons costumes e etc. também podem ser usados para conter as normas.

3- Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por meio de lei, não será capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada, assim dizemos que tem aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Como vimos, é errado dizer que não possui eficácia jurídica, ou que é incapaz de gerar efeitos concretos, pois desde logo manifesta a intenção dos legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais as normas infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis (daí se falar em eficácia negativa ou paralisante das normas de eficácia limitada). Desta forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vinculante) é imediata.

Ex.: O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, XXXII). Se a lei não estabelecesse o Código de Defesa do Consumidor, não se poderia aplicar essa norma por si só, ou, acaso as normas criadas pelo CDC não fossem favoráveis aos consumidores, seriam inconstitucionais por contrariar as normas de eficácia limitada que trata da matéria.

Observação: O prof. José Afonso da Silva, ainda divide as normas de eficácia limitada em dois grupos:

a) Normas de princípio programático - São as que direcionam a atuação do Estado instituindo programas de governo. Terão eficácia diferida e necessitam de atos normativos e administrativos para concretizarem os objetivos para quais foram criadas.

b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas um direcionamento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as expressões "na forma da lei", "nos termos da lei", "a lei estabelecerá" e etc. como meios de identificação destas normas.

Observação: Baseado na doutrina do Professor Canotilho, ainda podemos classificar as normas programáticas como

normas-fim, pois traduz uma finalidade a ser buscada pelo Poder Público.

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Eficácia e aplicabilidade segundo a Maria Helena Diniz:

A classificação das normas, segundo esta autora, muda pouco comparado a José Affonso da Silva. Maria Helena Diniz aborda mais um tipo em sua classificação: as normas de eficácia absoluta ou supereficazes. Assim, segundo ela, teriamos a seguinte classificação:

1- Eficácia absoluta ou supereficazes: seriam as clásulas pétreas (CF, art. 60 §4º), ou seja, as normas que não podem ser abolidas por emendas constitucionais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita o uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar as cláusulas pétreas).

2- Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva

3- Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva

4- Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. Silva

Normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais:

Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Isso não quer dizer que sejam todas de eficácia plena, como já foi cobrado em concurso. É apenas um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da sociedade.

Lembramos ainda que tanto as plenas como também as contidas possuem aplicação imediata.

Vamos propor um fluxograma para facilitar nossa vida nas questões sobre classificação das normas:

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Leia a norma com calma!

Sim Não

Pergunta 1 - Você consegue, só pelo que está ali escrito, aplicar o

preceito?

Então, a norma tem aplicação mediata e será somente de eficácia limitada. Mas poderá

ser programática ou de princípio institutivo.

Pergunta 2b - A norma busca traçar

um plano de governo para direcionar o Estado, ou é uma norma que está

ordenando a criação de órgãos, institutos ou regulamentos?

Traça um plano de governo

Ordena a criação de institutos, órgãos ou

regulamentos

A norma é de eficácia limitada e programática A norma é de

eficácia limitada e definidora de

princípio institutivo

Então, estamos diante de norma que tem

aplicação imediata! Mas a eficácia poderá ser plena ou contida.

Pergunta 2a - Existe a possibilidade de que, caso se

edite uma lei, essa norma fique restringida?

Sim Não

A norma é de eficácia contida

A norma é de eficácia plena

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Normas de eficácia exaurida:

É o comum o uso do termo "normas de eficácia exaurida" para denominar aquelas normas presentes nos ADCT (atos transitórios) que já perderam o seu poder de produzir novos efeitos jurídicos. Por exemplo:

ADCT, Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País.

ADCT, Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

Tais normas já produziram seus efeitos e, embora permaneçam no corpo da Constituição, não têm papel prático na atualidade ou no futuro. Diz-se que possuem "aplicabilidade esgotada".

• Questões da FCC:

119. (FCC/Defensor-DPE-SP/2010) Utilizando-se a classificação de José Afonso da Silva no tocante a eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, a norma constitucional inserida no artigo 5°, XII: "é inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal", pode ser classificada como norma

a) de eficácia plena, isto é, de aplicabilidade direta, imediata e integral, não havendo necessidade de lei infraconstitucional para resguardar o sigilo das comunicações.

b) de eficácia limitada, isto é, de aplicabilidade indireta, mediata e não integral, ou seja, o sigilo somente poderá ser garantido após a integração legislativa infraconstitucional.

c) de eficácia contida, isto é, de aplicabilidade direta, imediata, porém não integral, ou seja, a lei infraconstitucional poderá restringir sua eficácia em determinadas hipóteses.

d) com eficácia relativa restringível, isto é, o sigilo pode ser limitado em hipóteses previstas em regramento infraconstitucional.

e) de eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa, isto é, depende de lei complementar ou ordinária para se garantir o sigilo das comunicações.

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Comentários:

Vamos analisar a questão utilizando fluxograma:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

"é inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal"

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu consigo aplicar o preceito? Claro... ele garante a inviolabilidade das comunicações. Pronto, as comunicações estão invioláveis! É garantido o sigilo.

Então, a norma tem aplicação imediata, está pronta para ser aplicável.

Passo 3 - responder à pergunta 2a:

Ahhh... mas tem um "porém". A norma traz uma possibilidade de restringir o último caso (comunicações telefônicas), por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer.

Desta forma, pode vir uma lei trazendo hipóteses de restrição, contendo a plena aplicação da norma.

Caramba... Já acabou! Estou diante de uma norma que tem aplicação imediata, porém, de eficácia contida, já que ela é aplicável desde logo, mas pode sofrer limitações posteriores em virtude de lei.

Fácil, fácil...

Gabarito: Letra C.

120. (FCC/APOFP-SP/2010) As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta e imediata, mas não integral, porque sujeitas a restrições. Observa-se que tais restrições podem ser impostas:

a) pelo legislador constitucional, por outras normas constitucionais e como decorrência do uso de conceitos ético-jurídicos consagrados.

b) pelo legislador comum, pelos Tribunais Superiores e pelos Chefes do Poder Executivo.

c) pela União Federal, pelos Estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos Municípios com exclusão dos Territórios Federais.

d) por outras normas constitucionais, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo órgão superior do Ministério Público Federal.

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e) pelo Conselho da República, pela União Federal, pelos Estados-membros e como decorrência de conceitos ético-jurídicos consagrados.

Comentários:

Mais uma ótima questão. Questão bem incomum, mas nada que assuste meus alunos, que estão ou estarão, mais que preparados para o 100%.

Vamos relembrar o conceito de normas de eficácia contida:

"É aquela norma que, embora não precise de qualquer regulamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem aplicabilidade direta e imediata, não precisando de lei para mediar os seus efeitos -, poderá ver o seu alcance limitado pela superveniência de uma lei infraconstitucional. Enquanto não editada essa lei, a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena, porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitucional".

Acabou por aí??? Não, temos uma observação:

"Em regra, as normas de eficácia contida são passíveis de restrição por leis infraconstitucionais, porém, também se manifestam como normas de eficácia contida as normas onde a própria constituição estabelece casos de relativização (...) A doutrina ainda considera que certos preceitos ético-jurídicos como a moral, os bons costumes e etc. também podem ser usados para conter as normas".

Pronto!!! Fecha a conta e passa a régua!

Gabarito: Letra A.

121. (FCC/AJAJ-TRT 3º/2009) Em conformidade com o art. 113 da Constituição Federal: A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. A presente hipótese trata de uma norma constitucional de eficácia:

a) limitada, definidora de princípio institutivo ou organizativo.

b) limitada, definidora de princípios programáticos.

c) plena, mas de natureza facultativa ou permissiva.

d) contida, em razão de restrições impostas por outras normas constitucionais.

e) plena, mas de natureza obrigatória, de programas ou diretrizes. Comentários.

Comentários:

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Utilizando fluxograma:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu não consigo aplicar o preceito, pois a norma diz que a lei é que vai dispor sobre isso, e eu nem sei qual é a lei.

Então, eu sei que a norma não tem aplicação imediata, mas sim "mediata" (precisa de uma lei para mediar os efeitos), sendo, assim, uma norma de eficácia limitada.

Passo 3 - responder à pergunta 2b:

O objetivo dela é ordenar que uma lei crie regulamentos para o exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Ihhh... Matei! Estou diante de uma norma de eficácia limitada, definidora de princípio institutivo ou organizativo.

Gabarito: Letra A.

122. (FCC/AJAJ-TRT 1ª/2011) Analise:

I. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

II. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Em conformidade com o aspecto doutrinário, as referidas disposições caracterizam-se, respectivamente, como normas constitucionais de

a) eficácia plena e de eficácia negativa.

b) princípio programático e de eficácia contida.

c) eficácia restringível e de eficácia absoluta.

d) princípio programático e de eficácia plena.

e) eficácia relativa e de princípio programático.

Comentários:

O item I traz uma norma que por si só não altera em nada o mundo prático, traz um direcionamento para que se faça algo. Assim, trata-se de uma norma de eficácia limitada de princípio programático.

O item II é um exemplo clássico de norma de eficácia contida, já que ela confere a liberdade de profissão de forma ampla, mas se a lei estabelecer qualificações profissionais, nós teremos que nos enquadrar no que a lei diz. Assim, cria-se a possibilidade da lei

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restringir esta ampla liberdade, sendo, desta forma, uma norma de eficácia contida.

Gabarito: Letra B.

123. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT 1ª/2011) Os remédios constitucionais são tidos por normas constitucionais de eficácia:

a) plena.

b) limitada.

c) contida.

d) mediata.

e) indireta.

Comentários:

Os remédios constitucionais são ações constitucionais que funcionam como verdadeiros "remédios" contra os abusos cometidos. Por exemplo, se alguém sofrer abuso ao seu direito de locomoção, esse mal será remediado com um habeas corpus, se o abuso for relativo ao direito de informação, será usado um habeas data. Os principais remédios constitucionais são: habeas corpus, habeas data, Mandado de Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular.

A jurisprudência do Supremo indica que estes remédios são dotados de “autoaplicabilidade”, possuindo eficácia plena, pois senão ficariam impedidos de alcançar a sua principal finalidade de proteção do bem jurídico sob ameaça.

Gabarito: Letra A.

124. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) A norma do artigo 218, caput, da Constituição, segundo a qual "o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas", deve ser classificada como

a) inconstitucional e sem nenhum efeito, por ofensa ao princípio da livre iniciativa.

b) programática, de eficácia limitada.

c) meramente indicativa e não-vinculante aos Poderes Públicos.

d) plenamente eficaz, porém restringível por meio de lei.

e) de eficácia plena e aplicabilidade imediata.

Comentários:

Novamente, vamos analisar a questão, passo a passo:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

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o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu não consigo aplicar o preceito, pois se o Estado não fizer nada, nenhuma lei, ou nenhuma ação administrativa para fins desta promoção e incentivo, o desenvolvimento científico ficará a ver navios...

Logo, eu sei que a norma não tem aplicação imediata, mas sim "mediata", sendo mais uma norma de eficácia limitada.

Passo 3 - responder à pergunta 2b:

O objetivo dela é direcionar o Poder Público em um determinado sentido: o da promoção e incentivo do desenvolvimento tecnológico.

Ah, sim! Estou diante de uma norma de eficácia limitada, que estabelece um programa para o governo: uma norma programática.

Gabarito: Letra B.

125. (FCC/Procurador-TCE-RO/2010) Em fevereiro de 2010, o artigo 6º da Constituição Federal foi alterado para que, ao rol dos direitos fundamentais que prevê, fosse acrescentado o direito à alimentação. A eficácia desse direito é classificada como:

a) plena.

b) contida de princípio programático.

c) limitada de princípio institutivo.

d) contida de princípio institutivo.

e) limitada de princípio programático.

Comentários:

A alimentação passou a integrar o rol de direitos sociais do art. 6º, direitos estes pacificamente reconhecidos como programáticos, já que são dependentes de ações governamentais, legislativas e administrativas, para serem concretizados.

Gabarito: Letra E.

126. (FCC/Assessor - TCE-PI/2009) Dispõe o artigo 14, § 9º, da Constituição Federal: "Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração

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direta ou indireta." Quanto à capacidade de produção de efeitos, a norma constitucional em questão

a) é autoexecutável.

b) possui aplicabilidade imediata e eficácia plena.

c) tem natureza de norma constitucional programática não vinculante.

d) é de eficácia limitada e, portanto, aplicabilidade mediata.

e) possui aplicabilidade imediata, mas eficácia contida.

Comentários:

Vamos ao passo a passo?

Passo 1 - ler a norma calmamente:

Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu não consigo aplicar o preceito, pois para eu saber quais os casos de inelegibilidade, precisarei de uma lei complementar.

Passo 3 - responder à pergunta 2b:

Ela não traça um programa de governo, mas sim, manifesta a necessidade da criação de um regulamento para prever as inelegibilidades.

Nem precisávamos chegar ao passo 3. Fizemos isso só para fins didáticos.

Gabarito: Letra D.

127. (FCC/Auditor Fiscal - ISS-SP/2007) Dispõem os incisos IX e XIII do artigo 5o e o artigo 190, todos da Constituição: "Art. 5o. (...) IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer." "Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional." Referidos dispositivos constitucionais consagram, respectivamente, normas de eficácia

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a) plena, contida e limitada.

b) contida, limitada e plena.

c) plena, limitada e contida.

d) contida, plena e limitada.

e) plena, limitada e limitada.

Comentários:

1ª norma, passo a passo:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu consigo aplicar o preceito, pois ainda que não tenha lei, a Constituição me assegura a liberdade de expressão.

Passo 3 - responder à pergunta 2a:

Não, não existe margem para que uma lei venha a diminuir esta minha liberdade.

Resultado: Norma de eficácia plena.

2ª norma, passo a passo:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu consigo aplicar o preceito, pois ainda que não tenha lei, a Constituição me assegura a liberdade de profissão. Trata-se então de aplicabilidade imediata.

Passo 3 - responder à pergunta 2a:

Sim, a lei pode restringir, pois a CF diz " atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Ou seja, eu tenho a liberdade de profissão, mas se a lei estabelecer qualificações profissionais, eu tenho que me enquadrar no que a lei diz.

Resultado: Norma de eficácia contida.

3ª norma, passo a passo:

Passo 1 - ler a norma calmamente:

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A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.

Passo 2 - responder à pergunta 1:

Eu não consigo aplicar a norma de pronto, pois ela manda que a lei é que venha a estabelecer como serão feitas essas coisas.

Passo 3 - responder à pergunta 2b:

A lei virá a estabelecer regulamentações para aquisição e arrendamento.

Resultado: Norma de eficácia limitada, definidora de princípio institutivo.

Gabarito: Letra A

128. (FCC/AJAA-TRE-SP/2006) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, considere o que segue:

I. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Tais preceitos são considerados, respectivamente, de normas constitucionais de:

a) eficácia redutível ou restringível; e de princípio programático.

b) eficácia limitada; e de princípio programático.

c) princípio institutivo; e de eficácia plena.

d) eficácia redutível ou restringível; e de eficácia absoluta.

e) princípio contido; e de princípio institutivo.

Comentários:

I - Já fizemos o passo a passo e vimos que é de eficácia contida, a qual Maria Helena Diniz chama de redutível ou restringível.

II - Trata-se de uma cláusula pétrea, ou seja, norma que não poderá ser abolida do nosso ordenamento. As cláusulas pétreas (CF, art. 60 §4º) são:

1 – a forma federativa de Estado;

2 – o voto direto, secreto, universal e periódico;

3 – a separação dos Poderes;

4 – os direitos e garantias individuais.

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Assim, é uma norma de eficácia absoluta, segundo a classificação de Maria Helena Diniz.

Gabarito: Letra D.

129. (FCC/AJEM-TRT 23ª/2004) A norma constitucional a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada é considerada como

a) de eficácia absoluta.

b) de eficácia plena.

c) programática relativa.

d) de eficácia relativa restringível.

e) de direito coletivo dependente de complementação legislativa.

Comentários:

Pela classificação de J. Afonso da Silva, a resposta deveria ser letra B. Porém, veja que as assertivas claramente mostra que a banca quer a classificação de Maria Helena Diniz.

O candidato deveria saber que tal norma, encontra-se no art. 5º da Constituição, ou seja, é uma garantida individual, sendo protegida como cláusula pétrea e, por conseguinte, sendo uma norma de eficácia absoluta.

Classificá-la como norma de eficácia absoluta acaba por excluir a classificação como sendo de eficácia plena.

Gabarito a ser assinalado: Letra A.

• Questões do CESPE:

130. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas de eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier normatividade para viabilizar o exercício do direito ou benefício que consagram; por isso, são normas de aplicação indireta, mediata ou diferida. Comentários:

As normas de eficácia contida possuem aplicação imediata, tais quais as normas plenas. A única diferença é que poderão ser restringidas em seu alcance. Gabarito: Errado. 131. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas constitucionais de eficácia limitada são desprovidas de normatividade, razão pela qual não surtem efeitos nem podem servir de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade.

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Comentários:

A norma de eficácia limitada desde logo manifesta a intenção dos legisladores constituinte, fornecendo conteúdo para ser usado na interpretação constitucional e é capaz de tornar inconstitucionais as normas infraconstitucionais que sejam com ela incompatíveis. Desta forma, sua aplicação é mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vinculante) é imediata.

Gabarito: Errado.

132. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) A revisão constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador.

Comentários:

Segundo a doutrina e a jurisprudência do STF, a revisão constitucional (procedimento simplificado de modificação do texto da Constituição) só pode ocorrer uma única vez, já que seu objetivo era rapidamente reestabelecer uma possível instabilidade institucional provocada pela mudança de regime no Brasil (instabilidade esta que não ocorreu). Desta forma, não há mais motivos que justifiquem a feitura de um novo procedimento simplificado para revisão da Constituição, devendo-se seguir o procedimento especial de reforma, previsto no art. 60 da Constituição Federal.

Gabarito: Correto.

133. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, é norma constitucional de eficácia contida; portanto, o legislador ordinário atua para tornar exercitável o direito nela previsto.

Comentários:

A questão estava correta ao prever que é uma norma de eficácia contida, porém, a atuação do legislador infraconstitucional nesta espécie de norma não é para torná-la exercitável, mas sim para conter a plenitude de sua aplicação, já que as normas de eficácia contida possuem aplicação imediata, não necessitando de regulamentação infraconstitucional para produzir seus efeitos finalísticos.

Gabarito: Errado.

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134. (CESPE/Técnico - MPU/2010) As normas de eficácia plena não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, sua aplicabilidade é direta, ainda que não integral.

Comentários:

Errada. A questão estava caminhando perfeita, até a última curva, quando disse "ainda que não integral". Ora, a norma é de eficácia plena, justamente porque a sua aplicação se dá com plenitude, ou seja, de forma integral. A questão então, acabou por definir o que seria uma norma de eficácia contida.

Gabarito: Errado.

135. (CESPE/DPE-ES/2009) Normas constitucionais supereficazes ou com eficácia absoluta são aquelas que contêm todos os elementos imprescindíveis para a produção imediata dos efeitos previstos; elas não requerem normatização subconstitucional subsequente, embora sejam suscetíveis a emendas.

Comentários:

Trata-se de uma questão doutrinária. Esta classificação é oriunda da prof. Maria Helena Diniz, que assim define as normas que estão gravadas como "cláusulas pétreas".

Como vimos, para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de emendas constitucionais. Vimos também que este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita o uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar as cláusulas pétreas.

Como a questão é notadamente doutrinária, ela está errada, pois nos ditames da professora Maria Helena Diniz, essas normas não podem ser emendadas.

Gabarito: Errado.

136. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, restringindo sua eficácia e aplicabilidade.

Comentários:

Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para mediar os seus efeitos.

Gabarito: Errado.

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137. (CESPE/TRT-17ª/2009) A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada.

Comentários:

A Constituição assegura em seu art. 7º, XI, a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. Se não tivermos uma lei disciplinando como serão estas participações, elas não poderão ser aplicáveis. Assim, está correto dizer que trata-se de norma de eficácia limitada.

Gabarito: Correto.

Utilize o texto abaixo para as próximas 3 questões:

"A CF traz no seu artigo 5.º, entre outros, os seguintes incisos:

XIII — é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XXX — é garantido o direito de herança;

LXXVI — são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito".

138. (CESPE/TJAA-STF/2008) A norma prevista no inciso XIII é de eficácia contida, pois o direito ao exercício de trabalho, ofício ou profissão é pleno até que a lei estabeleça restrições a tal direito.

Comentários:

Perfeita definição do conceito. Enquanto não tivermos lei que faça a contenção da norma, é pleno o exercício das profissões.

Gabarito: Correto.

139. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso XXX, que prevê o direito de herança, é uma norma de eficácia limitada.

Comentários:

Trata-se de uma garantia constitucional inscrita como norma de eficácia plena, pois ainda que não tenha lei regulamentadora, é garantido que os descendentes recebam por herança aquilo que foi deixado pelos antecedentes.

Gabarito: Errado.

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140. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso LXXVI e suas alíneas configuram normas programáticas, pois dizem respeito a um programa de governo relativo à implementação da gratuidade de certidões necessárias ao exercício de cidadania.

Comentários:

As normas programáticas são aquelas que direcionam o Estado a agir em um determinado sentido, como buscar a dignidade da pessoa humana, garantir o direito à saúde e etc.

Tais normas seriam de eficácia limitada, mas não programáticas e sim definidoras de princípio institutivo. Por que Vítor?

Pois somente "na forma da lei" é que tais gratuidades serão garantidas, assim, precisa-se que elas sejam instituídas através de um diploma legal.

ok?

Gabarito: Errado.

141. (CESPE/Advogado-BRB/2010) No tocante à aplicabilidade, de acordo com a tradicional classificação das normas constitucionais, são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte regula suficientemente os interesses concernentes a determinada matéria, mas deixa margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos.

Comentários:

Essa é a definição de eficácia contida. As normas de eficácia limitada sequer conseguem ser aplicáveis caso não exista lei para mediar os seus efeitos. Já as contidas possuem aplicabilidade imediata, porém podem futuramente serem restringidas pelo legislador.

Gabarito: Errado.

142. (CESPE/TRE-MA/2009) A competência da União para elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social constitui exemplo de norma constitucional programática.

Comentários:

Norma programática é aquela norma que estabelece um programa para atuação do governo. É uma norma cuja eficácia não se dá imediatamente, mas somente quando posto em prática o "programa" estabelecido. É o caso da norma em questão, presente no art. 21, IX,

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ela traz um direcionamento para ser trilhado pelo poder público federal.

Gabarito: Correto.

143. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O dispositivo constitucional que afirma que a finalidade da ordem econômica é assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, seria um exemplo de norma programática.

Comentários:

Trata-se de uma norma que não tem nenhuma eficácia direta, mas sim ao longo do tempo, traçando direcionamentos para o poder público. É a chamada "norma-fim", estabelece uma finalidade a ser alcançada. Segundo a doutrina majoritária essas normas são classificadas como programáticas.

Gabarito: Correto.

• Questões do ESAF:

144. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) Quando a Constituição prevê que a ordem econômica e social tem por fim realizar a justiça social, não estamos diante de uma norma-fim, por não abranger todos os direitos econômicos e sociais, nem a toda a ordenação constitucional.

Comentários:

Normas-fim são as normas que direcionam o poder público a alcançar um objetivo, uma norma programática. Segundo Canotilho, a determinação constitucional segundo a qual as ordens econômicas e social tem por fim realizar a justiça social constitui uma norma-fim, que permeia todos os direitos econômicos e sociais e os demais princípios informadores da ordem econômica são da mesma natureza.

Gabarito: Errado.

145. (ESAF/AFRFB/2009) O disposto no artigo 5o, inciso XIII da Constituição Federal – “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, cuida-se de uma norma de eficácia limitada.

Comentários:

Este é o exemplo mais clássico que temos de uma norma de eficácia contida, já que enquanto a lei não estabelecer as qualificações que devem ser atendidas, será livre o exercício de qualquer profissão.

Gabarito: Errado.

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146. (ESAF/AFT/2006) Segundo a doutrina mais atualizada, nem todas as normas constitucionais têm natureza de norma jurídica, pois algumas não possuem eficácia positiva direta e imediata.

Comentários:

Todas as normas constitucionais possuem natureza jurídica, pois, todas são escalonadas em hierarquia superior às demais leis. Ainda que algumas não exerçam sua eficácia de forma positiva, elas podem tornar outras normas inconstitucionais, assim devem ser respeitadas.

Gabarito: Errado.

147. (ESAF/AFC-STN/2005) Uma norma constitucional de eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples entrada em vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente, deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado.

Comentários:

As normas de eficácia limitada possuem aplicabilidade apenas através da edição de uma norma infraconstitucional para mediar sua aplicação. Por isso diz-se que as normas de eficácia limitada possuem aplicabilidade "mediata" enquanto as normas de eficácia plena e contida possuem aplicabilidade "imediata", estas não dependem da edição de nenhuma outra lei para que comecem a produzir efeitos.

Gabarito: Correto.

148. (ESAF/PFN/2006) Normas constitucionais de eficácia restringida não apresentam eficácia jurídica alguma senão depois de desenvolvidas pelo legislador ordinário.

Comentários:

Como nós já comentamos, toda e qualquer norma constitucional possui eficácia jurídica, já que, deve ser respeitada e poderá ser usada para se declarar inconstitucionais as leis de hirerarquia inferior que sejam a ela contrárias.

Gabarito: Errado.

149. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Uma norma constitucional classificada quanto à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia contida não possui como característica a aplicabilidade imediata.

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Comentários:

Como vimos, a aplicabilidade da norma de eficácia contida é imediata, pois consegue produzir seus efeitos imediatamente (diferente do que ocorre com as de eficácia limitada). Desta forma, a norma de eficácia contida não precisa da edição de nenhuma lei para "mediar" seus efeitos, da mesma forma que as de eficácia plena. A diferença entre ela e a plena ocorre apenas pelo fato de que, no futuro, pode vir alguma lei que restrinja o seu alcance.

Gabarito: Errado.

• Questões da FGV:

150. (FGV/Juiz Substituto - TJ MG/2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

b) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e limitada.

c) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que desde a entrada em vigor da Constituição produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais, relativos aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constitucional, direta e normativamente, quis regular.

d) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que apresentam aplicação indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre os interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade.

e) As normas constitucionais programáticas são de aplicação diferida e não de aplicação ou execução imediata.

Comentários:

Letra A - Correta. A assertiva é correta pois traz a literalidade de um dispositivo constitucional que é encontrado no art. 5º, §1º da Constituição Federal. Importante é salientar que a de forma alguma podemos dizer que, devido a este dispositivo, todas as normas que versem sobre direitos e garantias fundamentais possuem eficácia plena e contida. Não podemos dizer isso, pois existem diversas normas nesta relação que são de eficácia limitada, tendo, assim, a sua aplicabilidade mediata ou indireta. Desta forma, tal disposição constitucional consiste apenas em um apelo feito para que o Poder Público busque efetivamente concretizar tais normas.

Letra B - Correta. A assertiva tratou da forma de classificação usada por José Afonso da Silva, que é a majoritária.

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Letra C - Correta. Essa é a definição de norma de eficácia plena, conforme vimos anteriormente.

Letra D - Errada. Essa seria a definição de norma de eficácia limitada. A norma de eficácia contida possui a sua aplicabilidade imediata, direta, tal qual as normas de eficácia plena, com a única diferença de serem passíveis de posterior restrição.

Letra E - Correta. Tais normas são uma das subclassificações das normas de eficácia limitada, possuindo assim, aplicabilidade indireta. Diz-se que a sua aplicação é diferida, pois não se dará imediatamente, mas no futuro, após a adoção de providências legislativas e administrativas com o intuito de concretizá-las.

Gabarito: Letra D.

151. (FGV/Advogado-BESC/2004) A disposição do artigo 2º da Constituição Federal, segundo a qual "são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário", caracteriza norma de eficácia:

a) plena.

b) relativa.

c) absoluta.

d) limitada.

e) contida.

Comentários:

Na questão anterior discorremos sobre as doutrinas acerca da "eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais". Vimos que, embora a doutrina de José Afonso da Silva seja a majoritária, também tem espaço em certames a doutrina de Maria Helena Diniz.

Em um rápido passar de olhos sobre as assertivas, encontramos ali o termo "absoluta". O fato de este termo ali constar, nos direciona à doutrina da professora Maria Helena Diniz, a qual deverá prevalecer. Dizemos isso, pois o examinador deu indícios sobre qual caminho seguir.

Como, segundo o art. 60 §4º da Constituição Federal, a norma que diz "são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário" constitui uma "cláusula pétrea" (norma que não pode ser abolida da Constituição) estamos diante de uma norma de eficácia absoluta ou supereficaz.

Ainda que a banca não tenha expresso no enunciado qual a doutrina a ser seguida, o candidato deveria pela especificidade, assinalar como correta a letra C.

Gabarito: Letra C.

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• Questões da FUNIVERSA:

152. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) São normas constitucionais de eficácia plena aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.

(B) O princípio da supremacia da constituição tem como conseqüência a rigidez constitucional.

(C) A aplicação das regras de interpretação constitucional deverá buscar a harmonia do texto constitucional com suas finalidades precípuas.

(D) As normas programáticas têm aplicação diferida, porém jamais se destinam ao legislador infraconstitucional.

(E) Normas de eficácia limitada são aquelas que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos à determinada matéria, mas deixou margem a atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público.

Comentários:

Letra A - Errado. As normas de eficácia plena possuem aplicação direta, imediata, e completa. Não dependem de nenhum instrumento legislativo para mediar os seus efeitos.

Letra B - Errado. O correto seria o inverso. A supremacia que a Constituição possui perante o resto do ordenamento jurídico é uma consequência da rigidez constitucional.

Letra C - Correto. Ainda veremos à frente a interpretação constitucional. Mas é certo que a busca da finalidade para a qual a norma foi criada deve ser uma preocupação do intérprete.

Letra D - Errada. O destinatário principal das normas programáticas é o legislador infraconstitucional, já que ela direciona o legislador na feitura de normas para concretizar os mandamentos abstratos previstos na norma constitucional.

Letra E - Errada. Essa é a defininção de uma norma de eficácia contida e não uma norma de eficácia limitada.

Gabarito: Letra C.

153. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

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(A) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição Federal de 1988 possui normas de hierarquia diferenciada.

(B) As normas presentes na Constituição Federal em vigor, nos termos da jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal, classificam-se, quanto à sua aplicabilidade, em normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais.

(C) Conforme jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal, o Preâmbulo da Constituição Federal vigente possui força normativa e pode ser invocado para se questionar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que com ele seja conflitante.

(D) Em relação aos efeitos retroativos das normas constitucionais, o Supremo Tribunal Federal tem decidido reiteradamente que a norma constitucional ingressa no ordenamento jurídico dotada de retroatividade máxima.

(E) O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado em 1988, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, qualifica-se, juridicamente, como estatuto de índole constitucional, sendo que a estrutura normativa que nele se acha consubstanciada ostenta, em conseqüência, a rigidez peculiar a regras inscritas no Texto Básico da Lei Fundamental da República.

Comentários:

Letra A - Errado. Todas as normas têm a mesma hierarquia.

Letra B - Errado. Quanto a aplicabilidade, as normas podem ser de aplicação imediata (direta) ou mediata (indireta).

Letra C - Errado. Na jurisprudência do STF, a força normativa do Preâmbulo é ausente, não tendo poder de tornar outras normas inconstitucionais, nem precisando estar reproduzido em Constituições Estaduais.

Letra D - Errado. A retroatividade das normas constitucionais é mínima, ou seja, só atingem os efeitos futuros dos fatos passados.

Letra E - Correto. Embora o ADCT nos tragam normas transitórias, ele possui a mesma hierarquia, força e rigidez das demais normas constitucionais.

Gabarito: Letra E.

• Questões da FJG:

154. (FJG/Estágio Forense - PM - RJ/2009) Quanto à aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais, o art. 5º, XV, da

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Constituição da República, ao prever ser “livre a locomoção no território nacional em tempo de paz”, com a possibilidade de “qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer, ou dele sair com os seus bens”, pode ser considerado norma de eficácia:

A) plena, não comportando nenhuma espécie de restrição

B) limitada, pois sua aplicação depende de regulamentação através de lei

C) contida, sendo de aplicação imediata, porém com possibilidade de restrição

D) limitada, por não ser auto-aplicável

Comentários:

Essa questão é interessante, pois ela foge da regra de que as normas que contém "nos termos da lei" seriam de eficácia limitada.

Se observamos bem, não há lógica para que precise de uma lei para garantir a liberdade de locomoção. Isto já é de pronto assegurado.

Porém, admite-se a existência de uma lei que venha a estabelecer certos termos e limites que deverão ser respeitados ao se entrar, permanecer ou sair do país.

Desta forma, trata-se de uma norma de eficácia contida, pois garante a plena liberdade de locomoção, mas que, no que tange a entrada, permanência ou saída do país, admite-se que lei estabeleça condicionamentos.

Letra C.

Pronto pessoal!!! Por hoje é só...

Excelente estudo a todos.

Grande abraço.

Vítor Cruz

Pontos importantes a serem fixados:

Classificação das Constituições:

Critério Classificação Conceito No Brasil (CF/88)

Origem Outorgada Imposta pelo governante.

Promulgada Promulgada Legitimada pelo povo

através de uma

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Assembléia Constituinte.

Cesarista

Imposta pelo governante, mas posteriormente levada à aprovação popular (não deixa de ser outorgada).

Forma

Escrita Documento Escrito (se único = codificada/se vários = legal).

Escrita e Codificada.

Não-Escrita

Consuetudinária (costumeira). O que importa é o conteúdo e não como ele é tratado.

Extensão

Sintética

Dispõe apenas sobre matérias essenciais (organização do Estado e limitação do poder). Analítica

Analítica É extensa tratando de vários assuntos, ainda que não sejam essenciais.

Conteúdo

Formal

Independe do conteúdo tratado. Se estiver no corpo da Constituição será um assunto constitucional, já que o importante é tão somente a forma. Formal

Material

O importante é apenas o conteúdo. Não precisa estar formalizado em uma constituição para ser um assunto constitucional.

Elaboração

Dogmática

Necessariamente escrita. Reflete a realidade presente na sociedade em um determinado momento.

Dogmática

Histórica Consolidada ao longo do tempo.

Alterabilidade ou estabilidade

Flexível

Pode ser alterada por leis de status ordinário. Prescinde de procedimento especial para ser alterada.

Rígida (ou super-rígida já que possui cláusulas pétreas).

Em 1824 era semi-rígida. Rígida Somente pode ser

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alterada por um procedimento especial.

Semi-rígida ou semi-flexível

Possui uma parte rígida e outra flexível.

Imutável Não podem ser alteradas

Ontológica ou conexão com a realidade

Nominalista É ignorada.

Normativa ou nominalista (sem consenso)

Normativa Efetivamente aplicada.

Semântica Criada apenas para justificar o poder de um governante.

Finalidade

Dirigente Possui normas programáticas traçando um plano para o governo.

Dirigente Garantia

Constituição negativa, sintética. Não traça planos, apenas limita o poder e organiza o Estado.

Balanço

Utilizada para ser aplicada em um determinado estágio político de um país.

Ideologia Ortodoxa Única ideologia

Eclética Eclética Várias ideologias

Elementos da Constituição:

1- Orgânicos: Regulam a estrutura do Estado e do Poder. Ex. Título III – Da Organização do Estado; Título IV – Da organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças Armadas; Segurança pública; Tributação, Orçamento;

2- Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado. São os direitos e gatantias fundamentais, exceto os direitos sociais, pois eles são sócio-ideológicos;

3- Sócio-ideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista com o Estado Social. Ex. Direitos Sociais, Título VII – Da ordem econômica e financeira; Título VIII – Da Ordem Social;

4-De Estabilização Constitucional: Tratam da solução de conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições democrátitcas. Ex. Controle de Constitucionalidade, os procedimentos

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de reforma, o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal;

5- Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição. Ex. ADCT, Preâmbulo e norma do art. 5º §1º da Constituição.

Normas, Regras e Princípios Constitucionais:

• Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo - segundo a jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo que não consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, impor a sua observância às demais de hierarquia inferior.

• Regras são mais concretas, definidores de condutas.

• Princípios são mais abstratos, são "mandados de otimização".

• Regras não admitem o cumprimento parcial, já os princípios admitem.

• Se duas regras entram em conflito, o aplicador deve cumprir uma ou outra.

• Se dois princípios entram em conflito, eles devem ser harmonizados, podendo ambos poderão ser cumpridos embora em graus diferentes de cumprimento.

• Os princípios sensíveis – (CF, art. 34, VII) - se não respeitados poderão ensejar a intervenção federal.

• Os princípios federais extensíveis – São os princípios federais aplicáveis pela simetria federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos.

• Os princípios estabelecidos - Estão dispostos expressamente ou implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro.

• Normas de Reprodução Obrigatória - São aquelas normas da Constituição da República que são de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais.

• Normas de Imitação - São as normas que podem, facultativamente, estar presentes na Constituição Estadual.

• Normas formalmente e materialmente constitucionais - São as normas da Constituição que, além de formais, tratam de assuntos essenciais a uma Constituição.

• Normas apenas formalmente constitucionais - São as normas da Constituição que não tratam de assuntos essenciais a uma Constituição, porém, não deixam de ser formais já que possuem a roupagem de Constituição, apenas não são materiais.

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Eficácia e aplicabilidade das normas

Segundo a José Affonso da Silva:

Eficácia Plena – São de aplicação direta e imediata e independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu alcance.

Eficácia Contida – Assim como a plena é de aplicação direta e imediata não precisando de lei para mediar os seus efeitos, porém, poderá ver o seu alcance limitado pela superveniência de uma lei infraconstitucional, por outras normas da própria constituição estabelece ou ainda por meio de preceitos ético-jurídicos como a moral e os bons costumes.

Eficácia Limitada – São de aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Caso não haja regulamentação por meio de lei, não são capazes de gerar os efeitos finalísticos (apenas os efeitos jurídicos que toda norma constitucional possui). Pode ser:

a) Normas de princípio programático (normas-fim)- Direcionam a atuação do Estado instituindo programas de governo.

b) Normas de princípio institutivo - Ordenam ao legislador a organização ou instituição de órgãos, instituições ou regulamentos.

Segundo a Maria Helena Diniz:

Eficácia absoluta ou supereficazes: seriam as clásulas pétreas (CF, art. 60 §4º);

Eficácia plena = Eficácia plena de J.A. Silva;

Eficácia relativa restringível = Eficácia contida de J.A. Silva;

Eficácia relativa complementável = Eficácia limitada de J.A. Silva.

LISTA DAS QUESTÕES DA AULA:

1. (FCC/AJEM-TRT-7ª/2009) A Constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais é classificada como:

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a) pactuada.

b) analítica.

c) dirigente.

d) dualista.

e) sintética.

2. (FCC/AJEM-TRT-16ª/2009) A doutrina constitucional tem classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita, legal:

a) formal, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.

b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética.

c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica.

d) substancial, pragmática, promulgada, semi-rígida e analítica.

e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.

3. (FCC/AJEM-TRT-4ª/2009) A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como:

a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética.

b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.

c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica.

d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética.

e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica.

4. (FCC/Analista-TRE-MG/2005) Tendo em vista a classificação das constituições, pode-se dizer que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente é considerada escrita e legal, assim como a)super-rígida, popular, histórica, sintética e semântica.

b) rígida, promulgada, dogmática, analítica e formal.

c) semi-rígida, democrática, dogmática, sintética e pactuada.

d) flexível, outorgada, dogmática, analítica e nominalista.

e) flexível, promulgada, histórica, analítica e formal.

5. (FCC/Auditor TCE-AM/2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto

I. à forma, em escritas e não escritas;

II. ao conteúdo, em materiais e formais;

III. à origem, em promulgadas e outorgadas;

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IV. à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas;

V. à finalidade, em dirigentes e garantias. É correto o que se afirma em

a) I, II, III, IV e V.

b) I e II, somente.

c) I, III, V, somente.

d) II, III e IV, somente.

e) III, IV e V, somente.

6. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Semiflexível é a constituição, na qual algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário (CERTO/ERRADO).

7. (FCC/Analista-MPE-SE/2009) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: "Art. 174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles." "Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias." Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida (CERTO/ERRADO).

8. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição (CERTO/ERRADO).

9. (FCC/Procurador do TCE-MG/2007) No que se refere à classificação das constituições, é certo que as:

a) sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, sistematizado por um órgão governamental, a partir de idéias da teoria política e do direito dominante.

b) dogmáticas são frutos da lenta e contínua síntese das tradições e usos de um determinado povo, podendo apresentar-se de forma escrita ou não-escrita.

c) formais consistem no conjunto de regras materialmente constitucionais, editadas com legitimidade, estejam ou não codificadas em um único documento.

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d) promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável.

e) analíticas ou dirigentes, examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.

10. (CESPE/Analista - TJ-RR/2012) Na denominada constituição semântica, a atividade do intérprete limita-se à averiguação de seu sentido literal.

11. (CESPE/MPE-PI/2012) A doutrina denomina constituição semântica as cartas políticas que apenas refletem as subjacentes relações de poder, correspondendo a meros simulacros de constituição.

12. (CESPE/Técnico Judiciário - TJ-RR/2012) A CF pode ser classificada, quanto à mutabilidade, como rígida, uma vez que não pode ser alterada com a mesma simplicidade com a qual se modifica uma lei.

13. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-RR/ 2012) A CF, elaborada por representantes legítimos do povo, é exemplo de constituição outorgada.

14. (CESPE/AJ-Taquigrafia-TJES/2011) Outorgada por uma Assembleia Constituinte, a Constituição Federal de 1988 (CF) é também classificada como escrita, formal, analítica, dogmática e rígida.

15. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) De acordo com a classificação quanto à extensão, no Brasil, a Constituição de 1988 é sintética, pois constitucionaliza aspectos além do núcleo duro das constituições, estabelecendo matérias que poderiam ser tratadas mediante legislação infraconstitucional.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) As constituições denominadas rígidas são aquelas que não admitem alteração e que, por isso mesmo, são consideradas permanentes.

17. (CESPE/AJAA-TRE-BA/2010) Toda constituição é necessariamente escrita e representada por um texto solene e codificado.

18. (CESPE/MMA/2009) A CF vigente, quanto à sua alterabilidade, é do tipo semiflexível, dada a possibilidade de serem apresentadas emendas ao seu texto; contudo, com quorum diferenciado em relação à alteração das leis em geral.

19. (CESPE/MMA/2009) Uma Constituição do tipo cesarista se caracteriza, quanto à origem, pela ausência da participação popular na sua formação.

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20. (CESPE/Advogado-EMBRASA/2010) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) não pode ser classificada como uma constituição popular, uma vez que se originou de um órgão constituinte composto de representantes do povo, e não da aprovação dos cidadãos mediante referendo.

21. (CESPE/MMA/2009) A CF de 1988, quanto à origem, é promulgada, quanto à extensão, é analítica e quanto ao modo de elaboração, é dogmática.

22. (CESPE/TCE-AC/2009) Segundo a classificação da doutrina, a CF é um exemplo de constituição rígida.

23. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A Carta outorgada em 10 de novembro de 1937 é exemplo de texto constitucional colocado a serviço do detentor do poder, para seu uso pessoal. É a máscara do poder. É uma Constituição que perde normatividade, salvo nas passagens em que confere atribuições ao titular do poder. Numerosos preceitos da Carta de 1937 permaneceram no domínio do puro nominalismo, sem qualquer aplicação e efetividade no mundo das normas jurídicas - Raul Machado Horta. Direito constitucional. 2.a ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1999, p. 54-5 (com adaptações). Considerando a classificação ontológica das constituições,a Constituição de 1937, conforme a descrição anterior pode ser classificada como constituição outorgada.

24. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Quanto à correspondência com a realidade, ou critério ontológico, o processo de poder, nas constituições normativas, encontra-se de tal modo disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder se subordinam às determinações de seu conteúdo e do seu controle procedimental.

25. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) Na Constituição, a dinâmica do processo político não se adapta às suas normas, embora ela conserve, em sua estrutura, um caráter educativo, com vistas ao futuro da sociedade. Seria uma Constituição prospectiva, isto é, voltada para um dia ser realizada na prática. Mas, enquanto não realizar todo o seu programa, continuaria a desarmonia entre os pressupostos formais nela insculpidos e sua aplicabilidade. É como se fosse uma roupa guardada no armário que será vestida futuramente, quando o corpo nacional tiver crescido. - Uadi Lammêgo Bulos. Constituição Federal anotada, 8.ª ed., São Paulo. Saraiva, 2008, p. 32. A espécie de constituição apontada no texto é definida como constituição nominal.

26. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com a doutrina, constituição semântica é aquela cuja interpretação depende do exame de seu conteúdo significativo, sob o ponto de vista sociológico, ideológico e metodológico, de forma a viabilizar maior aplicabilidade político-normativo-social de seu texto.

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27. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Quanto ao modo de elaboração, a constituição dogmática decorre do lento processo de absorção de ideias, da contínua síntese da história e das tradições de determinado povo.

28. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Sob o ponto de vista da extensão, a constituição analítica consubstancia apenas normas gerais de organização do Estado e disposições pertinentes aos direitos fundamentais.

29. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Na acepção formal, terá natureza constitucional a norma que tenha sido introduzida na lei maior por meio de procedimento mais dificultoso do que o estabelecido para as normas infraconstitucionais, desde que seu conteúdo se refira a regras estruturais do Estado e seus fundamentos.

30. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Considerando o conteúdo ideológico das constituições, a vigente Constituição brasileira é classificada como liberal ou negativa.

31. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada.

32. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A constituição material contém um conjunto de regras escritas, constantes de um documento solene estabelecido pelo chamado poder constituinte originário.

33. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) As constituições outorgadas decorrem da participação popular no processo de elaboração.

34. (CESPE/TJAA-TRE-MG/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) caracteriza-se por ser rígida e material.

35. (CESPE/PGE-AL/2008) "Art. 242 § 2.º – O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal". A normas contida no dispositivo transcrito pode ser caracterizada como materialmente constitucionais, porquanto traduz a forma como o direito social à educação será implementado no Brasil.

36. (CESPE/PGE-AL/2008) Os dispositivos constitucionais relativos à composição e ao funcionamento da ordem política exprimem o aspecto formal da Constituição.

37. (CESPE/PGE-AL/2008) A distinção entre o que é constitucional só na esfera formal e aquilo que o é em sentido substancial só se produz nas constituições escritas.

38. (CESPE/AJAJ-STF/2008) Se o art. X da Constituição Y preceituar, na parte relativa às emendas à Constituição, que só é constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos, e individuais dos

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cidadãos, e que tudo o que não é constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias, nessa hipótese, a Constituição Y será uma constituição flexível.

39. (CESPE/Juiz Substituto – TJ-PI/2007) No âmbito brasileiro, a Constituição Imperial de 1824 pode ser classificada como flexível, com base no que prescrevia seu art. 178: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas ordinárias."

40. (CESPE/Procurador-AGU/2010) Segundo a doutrina, quanto ao critério ontológico, que busca identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto constitucional, é possível classificar as constituições em normativas, nominalistas e semânticas.

41. (ESAF/MDIC/2012) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é correto afirmar que:

I. quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. quanto à forma, pode ser dogmática e histórica.

III. quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas.

b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

42. (ESAF/AFRFB/2012) O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela que a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional. Considerando a classificação das constituições e tomando-se como verdadeiras essas observações, sobre uma e outra Constituição, é possível afirmar que

a) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, analítica e rígida, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e negativa.

b) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida, outorgada e a dos Estados Unidos rígida, sintética.

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c) a Constituição dos Estados Unidos é do tipo consuetudinária, flexível e a da República Federativa do Brasil de 1988 é escrita, rígida e detalhista.

d) a Constituição dos Estados Unidos é analítica, rígida e a da República Federativa do Brasil de 1988 é histórica e consuetudinária.

e) a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é democrática, promulgada e flexível, a dos Estados Unidos, rígida, sintética e democrática.

43. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante.

44. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição material é o peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.

45. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A constituição formal designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais.

46. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição escrita, também denominada de constituição instrumental, aponta efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade.

47. (ESAF/AFRFB/2009) A constituição sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser construtora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade.

48. (ESAF/MPU/2004) Constituições semi-rígidas são as constituições que possuem um conjunto de normas que não podem ser alteradas pelo constituinte derivado.

49. (ESAF/PGFN/2007) A distinção entre constituição em sentido material e constituição em sentido formal perdeu relevância considerando-se as modificações introduzidas pela Emenda Constitucional n. 45/2004, denominada de "Reforma do Poder Judiciário".

50. (ESAF/PGFN/2007) Considera-se constituição não-escrita a que se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos, formalmente constitucionais.

51. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras normas com status constitucional, per si, não é capaz de descaracterizar essa condição.

52. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) As constituições dogmáticas, como é o caso da Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e

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apresentam, de forma sistematizada, os princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante à época.

53. (ESAF/MPU/2004) Constituições populares são aquelas promulgadas apenas após a ratificação, pelos titulares do poder constituinte originário, do texto aprovado pelos integrantes da Assembléia Nacional Constituinte.

54. (ESAF/ENAP/2006) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado.

55. (ESAF/ENAP/2006) As constituições classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um texto único.

56. (ESAF/AFRF/2005) Uma constituição não-escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição de textos constitucionais.

57. (ESAF/CGU/2004) As constituições outorgadas, sob a ótica jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um texto constitucional.

58. (ESAF/APOFP-SEFAZ-SP/2009) Assinale a opção correta relativa à classificação da Constituição Federal de 1988.

a) É costumeira, rígida, analítica.

b) É flexível, promulgada, analítica.

c) É rígida, outorgada, analítica.

d) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética.

e) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada.

59. (ESAF/CGU/2004) Segundo a classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir como instrumento limitador do poder real.

60. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São classificadas como dogmáticas, escritas e outorgadas as constituições que se originam de um órgão constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

61. (ESAF/PGFN/2007) As constituições outorgadas não são precedidas de atos de manifestação livre da representatividade

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popular e assim podem ser consideradas as Constituições brasileiras de 1824, 1937 e a de 1967, com a Emenda Constitucional n. 01 de 1969.

62. (ESAF/CGU/2004) Na história do Direito Constitucional brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição semi-rígida.

63. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) A Constituição Federal de 1988 é considerada, em relação à estabilidade, como semi-rígida, na medida em que a sua alteração exige um processo legislativo especial.

64. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) No que se refere à origem, a Constituição Federal de 1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

65. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Nas constituições materiais, como é o caso da Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem status constitucional.

66. (ESAF/ENAP/2006) Segundo a doutrina, são características das constituições concisas: a menor estabilidade do arcabouço constitucional e a maior dificuldade de adaptação do conteúdo constitucional.

67. (ESAF/CGU/2006) O conceito formal de constituição e o conceito material de constituição, atualmente, se confundem, uma vez que a moderna teoria constitucional não mais distingue as normas que as compõem.

68. (ESAF/CGU/2006) Quanto ao sistema da Constituição, as constituições se classificam em constituição principiológica - na qual predominam os princípios - e constituição preceitual - na qual prevalecem as regras.

69. (ESAF/AFRF/2005) Segundo a doutrina do conceito de constituição, decorrente do movimento constitucional do início do século XIX, deve ser afastado qualquer conteúdo que se relacione com o princípio de divisão ou separação de poderes, uma vez que tal matéria não se enquadra entre aquelas que se referem de forma direta à estrutura do Estado.

70. (ESAF/CGU/2004) Segundo a melhor doutrina, a tendência constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade governamental.

71. (ESAF/AFRF/2003) Da Constituição em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de Constituição escrita, dogmática, promulgada e rígida.

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72. (ESAF/MPOG/2002) A Constituição brasileira de 1988 pode ser classificada como Constituição rígida, promulgada, escrita e programática.

73. (ESAF/CGU/2006) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda.

74. (ESAF/CGU/2004) A distinção de conteúdo entre uma norma constitucional em sentido formal e uma norma constitucional em sentido material tem reflexos sobre a aplicabilidade das normas constitucionais.

75. (FGV/Advogado-BADESC/2010) Considerando os critérios de classificação das constituições quanto à sua origem, estabilidade e extensão, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:

a) promulgada, rígida e sintética.

b) outorgada, semi-rígida e analítica.

c) promulgada, rígida e analítica.

d) outorgada, semi-rígida e sintética.

e) promulgada, flexível e analítica.

76. (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 deve ser classificada como:

a) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto à estabilidade.

b) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade.

c) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.

d) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; outorgada, quanto à origem; semiflexível, quanto à estabilidade, haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.

e) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de elaboração; promulgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.

77. (FGV/Agente Tributário - SEFAZ-MS/2006) Quanto à origem, as Constituições são:

a) rígidas e flexíveis.

b) escritas e analíticas.

c) escritas e democráticas.

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d) democráticas e outorgadas.

e) democráticas e promulgadas.

78. (FUNIVERSA/AFAU-SEPLAG-DF/2011) Uma constituição tem como seus principais objetos a estruturação do Estado, a organização da administração pública, o disciplinamento da forma de aquisição, do exercício e da destituição do poder, bem como a catalogação dos direitos fundamentais dos cidadãos. Várias são as suas classificações, que merecem estudo por parte dos agentes públicos. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta.

a) Uma constituição é classificada como normativa quando dirige o processo político; todavia, para isso, ela deve respeitar a realidade social, sofrendo, nesse caso, uma reforma do seu próprio texto com adequação à sociedade. Em não ocorrendo tal processo, ela corre o risco de ficar antiquada e desprovida de força normativa.

b) A Constituição Federal de 1988 é classificada como semirrígida, visto que pode ser alterada por emenda constitucional, observados o rito próprio e as limitações expressamente impostas pelo Texto Maior vigente.

c) Uma constituição, ainda que sob a forma de convenções e textos esparsos, deve ser considerada constituição escrita.

d) Com a evolução do Constitucionalismo, os direitos fundamentais ganharam um papel essencial na própria organização de um Estado. Justamente por isso, as constituições que passaram a albergar expressamente em seu texto um rol de direitos fundamentais podem ser classificadas, quanto à extensão, como analíticas.

e) Quanto ao modo de sua elaboração, as constituições históricas são idealizadas segundo determinadas crenças vigentes, desconsiderando uma maior análise dogmática dos valores evolutivos em uma sociedade.

79. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) As Constituições podem ser classificadas quanto ao seu conteúdo em analíticas ou sintéticas.

(B) A atual constituição brasileira é classificada como, promulgada, semi-rígida e material.

(C) Segundo o Supremo Tribunal Federal, na Constituição Federal de 1988 existem normas de hierarquia diferenciada.

(D) É dogmática a constituição que se apresenta fruto de lenta e contínua síntese histórica.

(E) Segundo o professor Alexandre de Moraes, Constituição formal é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.

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80. (NCE/Advogado-Eletrobrás/2007) A Constituição deve ser entendida como lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação, à formação dos poderes, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competência, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Quanto ao modo de elaboração, as constituições são classificadas em:

a) dogmáticas e históricas;

b) materiais e formais;

c) escritas e não-escritas;

d) promulgadas e outorgadas;

e) analíticas e sintéticas.

81. (NCE/Auditor-Direito-MT/2004) De acordo com as diversas classificações das constituições, assinale a alternativa que NÃO se mostra compatível com a atual Constituição brasileira:

a) analítica;

b) rígida;

c) democrática;

d) outorgada;

e) promulgada.

82. (NCE/Secretário de Procuradoria - MPE-RJ/2002) As normas constitucionais que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos e garantias fundamentais, inseridas ou não num documento escrito, são classificadas como Constituição:

a) flexível;

b) formal;

c) semi-rígida;

d) dogmática;

e) material.

83. (NCE/GESTOR-TI-SEFAZ MG/2007) Sobre a Constituição brasileira, e as diversas classificações existentes, analise as seguintes afirmativas:

I. A Constituição brasileira é considerada semi-rígida, pois tem uma parte rígida e outra flexível.

II. A Constituição é classificada como analítica em razão do conteúdo do seu texto.

III. Levando-se em consideração o órgão encarregado da sua elaboração, a atual Constituição Brasileira é considerada como outorgada. É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):

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a) I;

b) II;

c) III;

d) I e II;

e) II e III.

84. (CEPERJ/Advogado-CEDAE/2009) A CF de 1988, quanto à estabilidade, é classificada como:

a) Escrita

b) Rígida

c) Analítica

d) Democrática

e) Dogmática

85. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) É correto afirmar que uma Constituição pode ser:

A) flexível, quando sua modificação pode ser realizada pelo mesmo processo legislativo exigido para as leis ordinárias

B) rígida, quando contempla apenas normas que disponham sobre a estrutura fundamental do Estado e sobre os direitos e garantias individuais

C) rígida, quando contempla um núcleo de normas insuscetível de modificação pelo Poder Constituinte derivado

D) semi-rígida, quando contempla o mesmo processo legislativo exigido para as emendas constitucionais

86. (FJG/Procurador PM - Nova Iguaçu/2006) A Constituição brasileira é, por vezes, considerada uma constituição dirigente, porque:

A) visa a desenvolver uma sociedade socialista e igualitária

B) tem objetivos permanentes, como a construção de uma sociedade livre e justa.

C) visa a que o Brasil se torne um país onde não haja lugar para grandes desigualdades de renda

D) obriga o Estado a não promover políticas que, a pretexto de exigências internacionais, sacrifiquem o desenvolvimento econômico-social do país

E) tem um programa básico, a que todos os governos devem obedecer, como o direito individual, assegurado a todos os cidadãos, de serem proprietários dos meios de produção

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87. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) A Constituição dita Cesarista é aquela em que a participação popular é democrática pois visa ratificar a vontade do detentor do poder.

88. (FCC/TCE-MG/2007) As normas constitucionais relativas aos direitos e garantias individuais, inseridas no título relativo aos direitos e garantias fundamentais, contêm elementos da Constituição ditos:

a) sócio-ideológicos, por revelar o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social.

b) orgânicos, por regularem a estrutura do Estado e do poder.

c) limitativos, por limitarem a atuação do Estado, dando ênfase à sua configuração como Estado de Direito.

d) de estabilização constitucional, na medida em que asseguram a defesa da Constituição e das instituições democráticas.

e) formais de aplicabilidade, diante da aplicação imediata das normas definidoras de direitos dessa espécie.

89. (CESPE/Analista-EBC/2011) As normas previstas no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias possuem natureza de norma constitucional. 90. (CESPE/Analista-EBC/2011) O preâmbulo da Constituição Federal não faz parte do texto constitucional propriamente dito e não possui valor normativo.

91. (CESPE/Polícia Civil–TO/2008) Os elementos orgânicos que compõem a Constituição dizem respeito às normas que regulam a estrutura do Estado e do poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e autoridades públicas.

92. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O preâmbulo, o dispositivo que estabelece cláusulas de promulgação e as disposições transitórias são exemplos de elementos de estabilização constitucional.

93. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os denominados elementos formais de aplicabilidade das constituições são consagrados nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.

94. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina, os elementos orgânicos da constituição são aqueles que limitam a ação dos poderes estatais, estabelecem as balizas do estado de direito e consubstanciam o rol dos direitos fundamentais.

95. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Os elementos limitativos da CF estão consubstanciados nas normas constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos

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constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.

96. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) Os direitos individuais e suas garantias, os direitos de nacionalidade e os direitos políticos são considerados elementos limitativos das constituições.

97. (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

98. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Os elementos da Constituição trazem valores distintos caracterizando a natureza polifacética da Constituição, assim pode-se afirmar que o preâmbulo da Constituição constitui seu elemento formal de aplicabilidade.

99. (FCC/Auditor-TCM-CE/2006) Entende-se por princípios constitucionais: a) as normas constitucionais expressas que não têm força obrigatória.

b) as normas que implicitamente decorrem das constituições, tendo natureza de meras recomendações.

c) somente aqueles que, caso violados, ensejam a intervenção da União Federal nos Estados-membros.

d) todas as normas constitucionais que acolhem direitos dos indivíduos contra o Estado.

e) as normas constitucionais de caráter amplo que norteiam e servem de fonte interpretativa àquelas com objetivos específicos.

100. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição brasileira de 1988, que são formalmente constitucionais todas as normas contidas em seu corpo articulado, mesmo as destituídas de rigidez.

101. (FCC/EPP-SP/2009) É correto afirmar, em face da Constituição brasileira de 1988, que nela existem algumas normas que são apenas formalmente constitucionais.

102. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais é antagônico ao de normas formalmente constitucionais.

103. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais importa na atribuição de

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rigidez às normas que versem sobre matéria tipicamente constitucional.

104. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) O conceito de normas materialmente constitucionais foi utilizado pela Constituição do Império (1824) para flexibilizar parcialmente a Constituição.

105. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O preâmbulo, por estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional.

106. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) O ADCT tem natureza jurídica de norma constitucional, semelhante às normas inseridas no bojo da CF, não havendo desníveis ou desigualdades entre as normas do ADCT e os preceitos constitucionais quanto à intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua autoridade.

107. (CESPE/Analista SEGER-ES/2007) O preâmbulo da Constituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem força normativa.

108. (CESPE/Analista do STJ/2008) Para a moderna teoria constitucional, que define a constituição como um regime aberto de regras e princípios, estes, por sua flexibilidade e abstração, mesmo quando jurídicos, não podem ser considerados como normas constitucionais, mas apenas como normas programáticas, representando uma pauta de valores a ser seguida pelo legislador na edição de novas regras.

109. (CESPE/PGE-PI/2008 - Adaptada) Sobre os princípios e as regras constitucionais, marque a alternativa correta:

a) Princípios, normalmente, relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas, são aplicáveis a um conjunto delimitado de situações. Assim, na hipótese de o relato previsto em um princípio ocorrer, esse princípio deve incidir pelo mecanismo tradicional da subsunção, ou seja, enquadram-se os fatos na previsão abstrata e produz-se uma conclusão.

b) A aplicação de um princípio, salvo raras exceções, se opera na modalidade do tudo ou nada, o que significa que ele regula a matéria em sua inteireza ou é descumprido.

c) Na hipótese de conflito entre dois princípios, só um deles será válido e irá prevalecer.

d) Os princípios, freqüentemente, entram em tensão dialética, apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação se dá mediante ponderação. Diante do caso concreto, o intérprete irá aferir o peso de cada princípio.

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e) As regras são normas que ordenam que algo seja realizado, na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes e, por isso, são consideradas mandados de otimização, caracterizando-se pela possibilidade de serem cumpridas em diferentes graus.

110. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) O poder constituinte derivado decorrente deve observar, entre outros, os princípios constitucionais estabelecidos, que integram a estrutura da Federação brasileira, como, por exemplo, a forma de investidura em cargos eletivos, o processo legislativo e os orçamentos.

111. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) São constitucionais as normas que dizem respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias.

112. (ESAF/MRE/2004) Segundo a moderna teoria geral da constituição, não existem regras materialmente constitucionais, tendo-se convencionado chamar de regras materialmente constitucionais aquelas que foram incluídas na Constituição durante os trabalhos constituintes.

113. (ESAF/AFC-CGU/2004) Em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado.

114. (ESAF/AFRF/2003) Os princípios da Constituição que se classificam como cláusulas pétreas são hierarquicamente superiores às demais normas concebidas pelo poder constituinte originário.

115. (ESAF/AFRF/2003) Todas as normas estabelecidas pelo poder constituinte originário no texto constitucional são formalmente constitucionais e se equivalem em nível hierárquico.

116. (ESAF/ATA-MF/2009 - Adaptada) Ao exercitarem o seu poder constituinte derivado-decorrente, os Estados-membros, a teor do disposto na Constituição Federal, respeitam os princípios constitucionais sensíveis, princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos (Certo/Errado).

117. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Os princípios regionais são os que regem e modelam o sistema normativo das instituições constitucionais, como os princípios regedores da Administração Pública.

118. (MPDFT/Promotor-MPDFT/2009) Assinale a alternativa correta. Em relação ao Poder Constituinte dos Estados-membros,

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a) normas constitucionais estaduais de imitação são normas constitucionais federais que deverão constar obrigatoriamente nas Constituições dos Estados-membros.

b) a proibição da recondução para o mesmo cargo das Mesas do Congresso Nacional, na eleição imediatamente subseqüente, é norma de repetição obrigatória pelas Constituições estaduais.

c) pode o constituinte estadual estender ao Governador a prerrogativa de imunidade à prisão cautelar, prevista para o Presidente da República.

d) O preâmbulo da Constituição Federal deve ser repetido, inclusive a invocação a Deus, pois trata-se de norma de reprodução obrigatória.

e) os princípios constitucionais estabelecidos, ou de subordinação normativa, ordenam previamente a atividade do legislador constituinte estadual, e o fazem na medida em que estabelecem o regime normativo a ser adotado em determinadas matérias, vinculando a disciplina a ser eventualmente positivada na Constituição estadual.

119. (FCC/Defensor-DPE-SP/2010) Utilizando-se a classificação de José Afonso da Silva no tocante a eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, a norma constitucional inserida no artigo 5°, XII: "é inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal", pode ser classificada como norma

a) de eficácia plena, isto é, de aplicabilidade direta, imediata e integral, não havendo necessidade de lei infraconstitucional para resguardar o sigilo das comunicações.

b) de eficácia limitada, isto é, de aplicabilidade indireta, mediata e não integral, ou seja, o sigilo somente poderá ser garantido após a integração legislativa infraconstitucional.

c) de eficácia contida, isto é, de aplicabilidade direta, imediata, porém não integral, ou seja, a lei infraconstitucional poderá restringir sua eficácia em determinadas hipóteses.

d) com eficácia relativa restringível, isto é, o sigilo pode ser limitado em hipóteses previstas em regramento infraconstitucional.

e) de eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa, isto é, depende de lei complementar ou ordinária para se garantir o sigilo das comunicações.

120. (FCC/APOFP-SP/2010) As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta e imediata, mas não integral, porque sujeitas a restrições. Observa-se que tais restrições podem ser impostas:

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a) pelo legislador constitucional, por outras normas constitucionais e como decorrência do uso de conceitos ético-jurídicos consagrados.

b) pelo legislador comum, pelos Tribunais Superiores e pelos Chefes do Poder Executivo.

c) pela União Federal, pelos Estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos Municípios com exclusão dos Territórios Federais.

d) por outras normas constitucionais, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo órgão superior do Ministério Público Federal.

e) pelo Conselho da República, pela União Federal, pelos Estados-membros e como decorrência de conceitos ético-jurídicos consagrados.

121. (FCC/AJAJ-TRT 3º/2009) Em conformidade com o art. 113 da Constituição Federal: A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. A presente hipótese trata de uma norma constitucional de eficácia:

a) limitada, definidora de princípio institutivo ou organizativo.

b) limitada, definidora de princípios programáticos.

c) plena, mas de natureza facultativa ou permissiva.

d) contida, em razão de restrições impostas por outras normas constitucionais.

e) plena, mas de natureza obrigatória, de programas ou diretrizes. Comentários.

122. (FCC/AJAJ-TRT 1ª/2011) Analise:

I. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

II. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Em conformidade com o aspecto doutrinário, as referidas disposições caracterizam-se, respectivamente, como normas constitucionais de

a) eficácia plena e de eficácia negativa.

b) princípio programático e de eficácia contida.

c) eficácia restringível e de eficácia absoluta.

d) princípio programático e de eficácia plena.

e) eficácia relativa e de princípio programático.

123. (FCC/AJ-Arquivologia-TRT 1ª/2011) Os remédios constitucionais são tidos por normas constitucionais de eficácia:

a) plena.

b) limitada.

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c) contida.

d) mediata.

e) indireta.

124. (FCC/Técnico Superior - PGE-RJ/2009) A norma do artigo 218, caput, da Constituição, segundo a qual "o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas", deve ser classificada como

a) inconstitucional e sem nenhum efeito, por ofensa ao princípio da livre iniciativa.

b) programática, de eficácia limitada.

c) meramente indicativa e não-vinculante aos Poderes Públicos.

d) plenamente eficaz, porém restringível por meio de lei.

e) de eficácia plena e aplicabilidade imediata.

125. (FCC/Procurador-TCE-RO/2010) Em fevereiro de 2010, o artigo 6º da Constituição Federal foi alterado para que, ao rol dos direitos fundamentais que prevê, fosse acrescentado o direito à alimentação. A eficácia desse direito é classificada como:

a) plena.

b) contida de princípio programático.

c) limitada de princípio institutivo.

d) contida de princípio institutivo.

e) limitada de princípio programático.

126. (FCC/Assessor - TCE-PI/2009) Dispõe o artigo 14, § 9º, da Constituição Federal: "Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta." Quanto à capacidade de produção de efeitos, a norma constitucional em questão

a) é autoexecutável.

b) possui aplicabilidade imediata e eficácia plena.

c) tem natureza de norma constitucional programática não vinculante.

d) é de eficácia limitada e, portanto, aplicabilidade mediata.

e) possui aplicabilidade imediata, mas eficácia contida.

127. (FCC/Auditor Fiscal - ISS-SP/2007) Dispõem os incisos IX e XIII do artigo 5o e o artigo 190, todos da Constituição: "Art. 5o. (...)

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IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer." "Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional." Referidos dispositivos constitucionais consagram, respectivamente, normas de eficácia

a) plena, contida e limitada.

b) contida, limitada e plena.

c) plena, limitada e contida.

d) contida, plena e limitada.

e) plena, limitada e limitada.

128. (FCC/AJAA-TRE-SP/2006) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, considere o que segue:

I. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Tais preceitos são considerados, respectivamente, de normas constitucionais de:

a) eficácia redutível ou restringível; e de princípio programático.

b) eficácia limitada; e de princípio programático.

c) princípio institutivo; e de eficácia plena.

d) eficácia redutível ou restringível; e de eficácia absoluta.

e) princípio contido; e de princípio institutivo.

129. (FCC/AJEM-TRT 23ª/2004) A norma constitucional a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada é considerada como

a) de eficácia absoluta.

b) de eficácia plena.

c) programática relativa.

d) de eficácia relativa restringível.

e) de direito coletivo dependente de complementação legislativa.

130. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas de eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier normatividade para viabilizar o exercício do direito ou benefício que consagram; por isso, são normas de aplicação indireta, mediata ou diferida.

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131. (CESPE/Analista Processual- MPU/2010) As normas constitucionais de eficácia limitada são desprovidas de normatividade, razão pela qual não surtem efeitos nem podem servir de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade.

132. (CESPE/Oficial de Inteligência- ABIN/2010) A revisão constitucional realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma constitucional de eficácia exaurida e de aplicabilidade esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador.

133. (CESPE/Analista Adm.- MPU/2010) O livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, é norma constitucional de eficácia contida; portanto, o legislador ordinário atua para tornar exercitável o direito nela previsto.

134. (CESPE/Técnico - MPU/2010) As normas de eficácia plena não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, sua aplicabilidade é direta, ainda que não integral.

135. (CESPE/DPE-ES/2009) Normas constitucionais supereficazes ou com eficácia absoluta são aquelas que contêm todos os elementos imprescindíveis para a produção imediata dos efeitos previstos; elas não requerem normatização subconstitucional subsequente, embora sejam suscetíveis a emendas.

136. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas constitucionais de eficácia limitada têm por fundamento o fato de que sua abrangência pode ser reduzida por norma infraconstitucional, restringindo sua eficácia e aplicabilidade.

137. (CESPE/TRT-17ª/2009) A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada.

138. (CESPE/TJAA-STF/2008) A norma prevista no inciso XIII é de eficácia contida, pois o direito ao exercício de trabalho, ofício ou profissão é pleno até que a lei estabeleça restrições a tal direito.

139. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso XXX, que prevê o direito de herança, é uma norma de eficácia limitada.

140. (CESPE/TJAA-STF/2008) O inciso LXXVI e suas alíneas configuram normas programáticas, pois dizem respeito a um programa de governo relativo à implementação da gratuidade de certidões necessárias ao exercício de cidadania.

141. (CESPE/Advogado-BRB/2010) No tocante à aplicabilidade, de acordo com a tradicional classificação das normas constitucionais, são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte regula suficientemente os interesses concernentes a determinada matéria, mas deixa margem à atuação restritiva por parte da

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competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos.

142. (CESPE/TRE-MA/2009) A competência da União para elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social constitui exemplo de norma constitucional programática.

143. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O dispositivo constitucional que afirma que a finalidade da ordem econômica é assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, seria um exemplo de norma programática.

144. (ESAF/Analista-SUSEP/2010) Quando a Constituição prevê que a ordem econômica e social tem por fim realizar a justiça social, não estamos diante de uma norma-fim, por não abranger todos os direitos econômicos e sociais, nem a toda a ordenação constitucional.

145. (ESAF/AFRFB/2009) O disposto no artigo 5o, inciso XIII da Constituição Federal – “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, cuida-se de uma norma de eficácia limitada.

146. (ESAF/AFT/2006) Segundo a doutrina mais atualizada, nem todas as normas constitucionais têm natureza de norma jurídica, pois algumas não possuem eficácia positiva direta e imediata.

147. (ESAF/AFC-STN/2005) Uma norma constitucional de eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples entrada em vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente, deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado.

148. (ESAF/PFN/2006) Normas constitucionais de eficácia restringida não apresentam eficácia jurídica alguma senão depois de desenvolvidas pelo legislador ordinário.

149. (ESAF/Advogado-IRB/2006) Uma norma constitucional classificada quanto à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia contida não possui como característica a aplicabilidade imediata.

150. (FGV/Juiz Substituto - TJ MG/2008) Assinale a afirmativa incorreta. a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

b) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e limitada.

c) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que desde a entrada em vigor da Constituição produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais, relativos aos interesses, comportamentos

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e situações, que o legislador constitucional, direta e normativamente, quis regular.

d) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que apresentam aplicação indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre os interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade.

e) As normas constitucionais programáticas são de aplicação diferida e não de aplicação ou execução imediata.

151. (FGV/Advogado-BESC/2004) A disposição do artigo 2º da Constituição Federal, segundo a qual "são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário", caracteriza norma de eficácia:

a) plena.

b) relativa.

c) absoluta.

d) limitada.

e) contida.

152. (FUNIVERSA/Analista-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) São normas constitucionais de eficácia plena aquelas que apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.

(B) O princípio da supremacia da constituição tem como conseqüência a rigidez constitucional.

(C) A aplicação das regras de interpretação constitucional deverá buscar a harmonia do texto constitucional com suas finalidades precípuas.

(D) As normas programáticas têm aplicação diferida, porém jamais se destinam ao legislador infraconstitucional.

(E) Normas de eficácia limitada são aquelas que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos à determinada matéria, mas deixou margem a atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público.

153. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(A) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Constituição Federal de 1988 possui normas de hierarquia diferenciada.

(B) As normas presentes na Constituição Federal em vigor, nos termos da jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal,

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classificam-se, quanto à sua aplicabilidade, em normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais.

(C) Conforme jurisprudência prevalecente do Supremo Tribunal Federal, o Preâmbulo da Constituição Federal vigente possui força normativa e pode ser invocado para se questionar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que com ele seja conflitante.

(D) Em relação aos efeitos retroativos das normas constitucionais, o Supremo Tribunal Federal tem decidido reiteradamente que a norma constitucional ingressa no ordenamento jurídico dotada de retroatividade máxima.

(E) O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, promulgado em 1988, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, qualifica-se, juridicamente, como estatuto de índole constitucional, sendo que a estrutura normativa que nele se acha consubstanciada ostenta, em conseqüência, a rigidez peculiar a regras inscritas no Texto Básico da Lei Fundamental da República.

154. (FJG/Estágio Forense - PM - RJ/2009) Quanto à aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais, o art. 5º, XV, da Constituição da República, ao prever ser “livre a locomoção no território nacional em tempo de paz”, com a possibilidade de “qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer, ou dele sair com os seus bens”, pode ser considerado norma de eficácia:

A) plena, não comportando nenhuma espécie de restrição

B) limitada, pois sua aplicação depende de regulamentação através de lei

C) contida, sendo de aplicação imediata, porém com possibilidade de restrição

D) limitada, por não ser auto-aplicável

GABARITO:

1 E 32 Errado 63 Errado 94 Errado 125 E

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2 C 33 Errado 64 Errado 95 Errado 126 D 3 C 34 Errado 65 Errado 96 Correto 127 A 4 B 35 Errado 66 Errado 97 B 128 D 5 A 36 Errado 67 Errado 98 Correto 129 A 6 Correto 37 Correto 68 Correto 99 E 130 Errado 7 Correto 38 Errado 69 Errado 100 Errado 131 Errado 8 Correto 39 Errado 70 Errado 101 Correto 132 Correto 9 E 40 Correto 71 Correto 102 Errado 133 Errado

10 Errado 41 B 72 Correto 103 Errado 134 Errado 11 Correto 42 A 73 Errado 104 Errado 135 Errado 12 Correto 43 Correto 74 Errado 105 Errado 136 Errado 13 Errado 44 Errado 75 C 106 Correto 137 Correto 14 Errado 45 Errado 76 E 107 Errado 138 Correto 15 Errado 46 Correto 77 D 108 Errado 139 Errado 16 Errado 47 Correto 78 A 109 D 140 Errado 17 Errado 48 Errado 79 E 110 Errado 141 Errado 18 Errado 49 Errado 80 A 111 Errado 142 Correto 19 Errado 50 Errado 81 D 112 Errado 143 Correto 20 Errado 51 Errado 82 E 113 Errado 144 Errado 21 Correto 52 Correto 83 B 114 Errado 145 Errado 22 Correto 53 Errado 84 B 115 Correto 146 Errado 23 Errado 54 Errado 85 A 116 Correto 147 Correto 24 Correto 55 Errado 86 B 117 Correto 148 Errado 25 Correto 56 Errado 87 Errado 118 E 149 Errado 26 Correto 57 Correto 88 C 119 C 150 D 27 Errado 58 E 89 Correto 120 A 151 C 28 Errado 59 Errado 90 Correto 121 A 152 C 29 Errado 60 Errado 91 Correto 122 B 153 E 30 Errado 61 Correto 92 Errado 123 A 154 C 31 Errado 62 Correto 93 Errado 124 B