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Aula 00 Direito Processual Civil p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental Professor: Gabriel Borges 00000000000 - DEMO

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direito processual civil

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Aula 00

Direito Processual Civil p/ TCU-2015 - Auditoria Governamental

Professor: Gabriel Borges

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AULA 00: Introdução aos Princípios Constitucionais do Direito Processual Civil.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TCU

Nosso curso, considerando que o edital de abertura ainda não foi publicado, tem

como base o último concurso do Tribunal de Contas da União, realizado pela banca

CESPE.

1. Princípios constitucionais do processo civil: princípio do devido processo legal e

seus consectários lógicos: princípios do contraditório, da ampla defesa e do juiz

natural.

2. Atos judiciais: despachos, decisões interlocutórias e sentenças.

3. O processo civil e o controle judicial dos atos administrativos: mandado de

segurança, ação popular e ação civil pública.

Veja como foi cobrado no concurso do TCDF de 2013.

(TCDF – Cespe 2013) Julgue o item a seguir:

Em uma acepção substancial, entende-se que o princípio do devido processo legal

representa a exigência e garantia de que as normas processuais sejam razoáveis,

adequadas, proporcionais e equilibradas, gerando uma correspondência com o

princípio da proporcionalidade, na visão de muitos estudiosos.

a) Certo

b) Errado

No Brasil, o “due process of law” foi assimilado pelo preceito da razoabilidade e

da proporcionalidade das leis; de modo que a sociedade seja submetida unicamente a leis

razoáveis, cumprindo-se uma finalidade social do direito. Assim, o devido processo legal,

no sentido substantivo ou material, é aquele por meio do qual se confere

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proporcionalidade ao poder de legislar e, por essa razão, muitos estudiosos veem

correspondência com o princípio da proporcionalidade.

Gabarito: Certo

A Aula Demonstrativa é apenas a degustação de nosso curso.

Sobre o Prof. Gabriel Borges

O Professor Gabriel Borges graduou-se em Jornalismo e Direito, cursou pós-

graduação em Direito Público e Mestrado em Relações Internacionais. Em 2008 foi

aprovado no concurso de Analista de Comércio Exterior, sendo lotado de imediato no

Gabinete do Ministro, onde trabalhou com a redação de pronunciamentos para

autoridades do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Realizou

estudos na Escola Superior de Guerra - ESG e, em jullho de 2011, tornou-se o primeiro

servidor do ciclo de gestão a integrar a Consultoria Jurídica junto ao MDIC. No ano de

2012, foi aprovado para o cargo de Consultor Legislativo do Senado. Em maio de 2014,

tomou posse no Senado.

Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais

(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a

legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os

professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 03

2. Cronograma 04

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3. Capítulo I: Introdução aos Princípios Constitucionais do Direito Processual Civil

1. Devido processo legal 05

4. Resumo 13

5. Questões comentadas 14

6. Lista das questões apresentadas 21

7. Gabarito 24

8. Bibliografia 25

Apresentação do curso

Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem

excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: marcadores de

texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da aula, bem como ao final.

As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas (elaboradas pelo

próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para resolução de questões no grau

de complexidade que o Cespe tem atribuído aos certames mais concorridos.

O curso visa a preparar os candidatos para o concurso do Tribunal de Contas da

União. Será um curso de 04 encontros, além deste, em que iremos trabalhar todo o

conteúdo exigido pelo Cespe, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores.

Além das questões elaboradas pelo Cespe, resolveremos questões de outras bancas,

para darmos ao conteúdo um tratamento completo e com foco na sua preparação para o

certame.

NOME DO CURSO: Direito Processual Civil p/ TCU

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0 Princípios Constitucionais do Processo Civil

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Aula 1

Princípios Constitucionais do Processo Civil:

Princípio do Devido Processo Legal e seus

consectários lógicos: Princípios do Contraditório, da

Ampla Defesa e do Juiz Natural.

08/07

Aula 2 Atos judiciais: despachos, decisões interlocutórias e

sentenças. 15/07

Aula 3

O Processo Civil e o controle judicial dos atos

administrativos: Mandado de Segurança, Ação

Popular e Ação Civil Pública.

22/07

Aula 4 Continuação. 29/07

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Começamos este capítulo com uma feliz citação do jurista Alexandre Freitas

Câmara, para quem o devido processo legal é (...) um processo justo, isto é, um

tratamento isonômico, num contraditório equilibrado, em que se busque um resultado

efetivo, adaptado aos princípios e postulados da instrumentalidade do processo.

Nessa definição, Freitas Câmara evidencia vários elementos essenciais à

consolidação do devido processo legal: isonomia no tratamento das partes, efetivo

contraditório, atenção aos demais princípios informadores do processo.

Vamos trabalhar cada um desses elementos, podem ficar tranquilos.

O Devido Processo Legal é previsto no art. 5° da Constituição Federal de 1988:

Art. 5°: (...)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo

legal.

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Mas, percebam que os “Princípios Constitucionais do Direito Processual” não se

confundem com os “Princípios Gerais do Direito Processual”. A primeira modalidade é

prevista na carta magna e não somente em lei. Há, desse modo, uma distinção formal,

mas não é só isso.

A diferença formal tem consequências materiais.

Os princípios gerais são observados quando não cabíveis as normas, a analogia

nem os costumes. Segue-se a ordem prevista no art. 126 do Código de Processo Civil: O

juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No

julgamento da lide caber-lhe-á aplicar: 1°) as normas legais; não as havendo, recorrerá

2°) à analogia, 3°) aos costumes e aos princípios gerais de direito.

Por seu turno, os princípios previstos na Constituição Federal não seguem a

mesma regra. São observados em primeiro lugar, antes das normas legais, em atenção à

supremacia das normas constitucionais sobre as demais.

Se os princípios constitucionais não fossem priorizados à lei, eles teriam o mesmo

efeito dos princípios gerais. Estaríamos diante da estranha situação em que um preceito

constitucional só seria observado depois da norma legal e da analogia.

A analogia é aquele instituto do direito no qual a falta de previsão legal para um

caso concreto é resolvida pela aplicação de normas que preveem caso semelhante.

O processualista Alexandre Freitas câmara faz a interessante observação sobre

essa questão:

Ora, a se aceitar a ideia de que esses princípios gerais são os

princípios constitucionais, ter-se-ia de admitir que os princípios

constitucionais são aplicados em último lugar, depois da lei e das

demais fontes de integração de suas lacunas. Isto, porém, não

corresponde à verdade. Os princípios constitucionais devem ser

aplicados em primeiro lugar (e não em último), o que decorre da

supremacia da norma constitucional sobre as demais normas

jurídicas. (Lições de Direito Processual Civil, vol. I. Câmara,

Alexandre Freitas, pág. 35)

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O mesmo processualista, seguindo corrente doutrinária dominante, dá ao “devido

processo legal” o status de mais importante princípio constitucional. Concordamos com

ele e vemos que, pela disposição dos tópicos no edital, os examinadores também

concordam. Os demais princípios constitucionais podem ser extraídos do devido

processo legal, são derivações lógicas dele, ou como chamados no programa de seu

concurso: consectários lógicos.

Feita essa introdução, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o Devido

Processo Legal!

1. Devido processo legal

Trata-se de um princípio fundamental. Pareceu redundante, né? Mas, é isso

mesmo é um princípio fundamental que tanto pode referir-se ao 1) direito do processo

devido, quanto 2) a cada uma das exigências presentes no processo. É considerado um

supraprincípio, já que serve de base, também, a outros princípios.

Com ele, visa-se à ideal protetividade dos direitos, promovendo-se a integração do

sistema jurídico em oposição a eventual lacuna no desenvolvimento do processo.

O devido processo legal surgiu do Direito inglês – “due process of law” – como

sendo de natureza puramente processual. Mais tarde, passou a referir-se, também, à

natureza material do direito. A doutrina, então, começou a analisá-lo sob dois aspectos: o

devido processo legal da garantia (“procedural due process of law”), ou formal, e o devido

processo legal substancial ou material (“substantive due process of law”).

O devido processo legal formal é composto pelas garantias constitucionais: juiz

natural, contraditório, duração razoável do processo, entre outras. É entendido como a

garantia do pleno acesso à justiça, ou seja, um acesso à ordem jurídica justa. Ademais,

ainda na modalidade formal, assegura-se que a relação processual seja tratada isonômica

e equilibradamente, de modo a respeitar o contraditório, na busca de um resultado

adequado ao processo.

Vale destacar que o conceito de acesso à justiça aqui, extrapola a questão da

gratuidade. Quando analisamos o devido processo legal em sua conotação formal,

referimo-nos, além do acesso gratuito à prestação jurisdicional, falamos do acesso a uma

ordem jurídica justa (expressão do autor Kazuo Watanabe).

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Ora, não seria suficiente garantir que todos tivessem as mesmas condições de

acessar os órgãos jurisdicionais, mediante suprimento pelo Estado da carência

econômica pela promoção do acesso gratuito. Essa é apenas uma face do que

entendemos por acesso à ordem jurídica justa.

Dessa forma, galera, visa-se dar ao interessado, além da mera oportunidade de

propor ação que leve a juízo suas pretensões, a efetiva obtenção da tutela jurídica.

A doutrina reconhece três abordagens do acesso à justiça (ou à ordem jurídica

justa, como preferir). São as três fases do acesso à justiça:

1- Assistência jurídica gratuita (conforme Lei n°1.060/50 e dispositivos legais

esparsos), em que destacamos o papel da Defensoria Pública e dos núcleos de

prática jurídica mantidos por faculdades de direito. Mas, tenham em mente que

essa gratuidade também abrange a esfera extrajudicial – outra não pode ser a

interpretação da expressão: assistência jurídica integral, presente na CF/88,

que não seja a de entender seu sentido lato - o Estado prestará assistência

jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos

(inciso LXXIV, art. 5° da CF/88);

2- Defesa dos direitos metaindividuais. Uma vez garantida a possibilidade de

defesa dos direitos individuais, faltava a proteção aos coletivos e difusos, que

vão além dos direitos individuais. Para a defesa dos interesses coletivos

destaca-se o papel do Ministério Público. Muitos são, no Brasil, os instrumentos

para garantida segunda fase: a ação civil pública, mandado de segurança

coletivo, a ação popular, entre muitos outros; de modo que o Brasil está na

posição de vanguarda na garantia desses direitos (é, galera, o Brasil tem

excelentes instrumentos de garantia dos interesses coletivos). Isso se deve à

qualidade de nossos estudiosos na área. Não se pode questionar que nosso

País tem centros evoluídos para pesquisa sobre proteção dos direitos

supraindividuais: garantia da moralidade administrativa; preservação do meio

ambiente e do patrimônio histórico, cultural, artístico.

3- Nova abordagem do acesso à justiça. Na terceira fase, propõe-se ao Direito

Processual uma mudança da ótica sobre a prestação jurisdicional, a partir do

olhar de quem pretende ter seus direitos satisfeitos e não mais pela posição do

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Estado. O processualista, aqui, pergunta-se se o jurisdicionado foi atendido em

suas pretensões. A reforma do judiciário, nesse ponto, é essencial, colocando-

se inclusive a questão do controle externo da magistratura, da redução das

formalidades processuais etc.

Gravem as 3 fases, pessoal, são importantes, inclusive, para compreensão de

nosso sistema jurídico! Feitas essas considerações sobre a dimensão formal, passemos

ao estudo da material.

Nos EUA, desenvolveu-se o sentido segundo o qual se deve alcançar as

prestações judiciais substancialmente devidas, ou seja, entende-se que o processo visa

a prestar as decisões jurídicas conforme o sistema vigente. Busca-se, desse modo, que

uma decisão tenha conteúdo coerente com o ambiente jurídico no qual foi produzida.

Essa abordagem é parte do que se entende pelo princípio do devido processo legal

substancial. Dizemos parte, porque ele pode ter diferentes conotações. No Brasil,

assimilou-se o princípio pelo preceito da razoabilidade e da proporcionalidade das leis; de

modo que a sociedade seja submetida unicamente a leis razoáveis, cumprindo-se uma

finalidade social do direito. Didier Jr. faz a seguinte crítica:

A experiência jurídica brasileira assimilou o devido processo legal de

um modo bem peculiar, considerando-lhe o fundamento

constitucional da máxima proporcionalidade (postulado, princípio, ou

regra da proporcionalidade, conforme seja o pensamento doutrinário

que se adotar) e da razoabilidade. (Curso de Direito Processual Civil.

Didier Jr., Fredie, pág. 45)

Assim, no Brasil o sentido substancial diz respeito à elaboração e interpretação das

leis, de modo a impedir arbitrariedades do poder público. Serve, até mesmo, para limitar o

poder de legislar da Administração Pública.

Pessoal, o mais importante na dimensão substancial é saber que o processo

legislativo, bem como a interpretação das leis, deve seguir parâmetros razoáveis e

proporcionais.

Vejam bem, as dimensões formal ou material não se contrapõem. Enquanto a

formal diz respeito à atenção aos princípios processuais, ao momento do processo

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jurídico; a substantiva refere-se ao momento de produção de leis (processo legislativo) e

de interpretação delas, de modo que o legislador não pode abusar do seu poder de

legislar nem as leis podem ser aplicadas de modo abusivo.

Uma lei para integrar o ordenamento deve estar em harmonia com ele. Seu

conteúdo deve ser coerente com os princípios contemporâneos e conquistas nas esferas

individuais e coletivas (dimensão material). Vamos colocar em prática o que aprendemos:

Em 2012, o Cespe cobrou o assunto no Concurso do TRE RJ deste modo:

(Cespe 2012 – TRE RJ) Julgue o(s) próximo(s) iten(s), a respeito dos princípios

constitucionais do processo civil e dos atos judiciais.

Na concepção formal, o devido processo legal corresponde à exigência e garantia de que

as normas sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas; sob a perspectiva

substancial, é o direito de processar e ser processado, de acordo com as normas

preestabelecidas.

a) Certo

b) Errado

Errado. Vimos que é exatamente o contrário. O devido processo legal formal é o

direito de processar e ser processado, de acordo com as normas preestabelecidas;

enquanto na concepção substancial corresponde à exigência e garantia de que as normas

sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas – relaciona-se ao processo

legislativo.

Parceiros, esta é a tônica de nossa aula. Trabalhamos a teoria e comentamos uma

questão, sendo que ao final de cada aula ainda vem uma lista de questões comentadas.

Vamos ainda mais adiante!

Atualmente, tem-se estendido o devido processo legal às relações jurídicas

privadas, ainda que a autonomia da vontade deva ser considerada. Funciona como um

contrapeso para garantir a proximidade aos direitos fundamentais.

Tomamos emprestado o exemplo citado por Daniel Assumpção Neves (Manual de

Direito Processual Civil): uma aluna de universidade paulista – (não precisamos dizer

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quem!) foi expulsa da faculdade por ter ido à aula de minissaia, após sindicância interna,

sem direito ao contraditório. A instituição em questão era privada, mas isso não afasta

sua obrigação de respeito aos princípios processuais fundamentais.

Outro exemplo, expresso no Código Civil, art. 57: A exclusão do associado só é

admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure

direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Ademais, nenhum

associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido

legitimamente conferidos, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto

(art. 58).

Desse modo, o devido processo legal deve ser plenamente observado, mesmo no

âmbito das relações particulares, estabelecendo-se equilíbrio entre a autonomia das

vontades e o respeito aos direitos fundamentais no momento de elaboração e aplicação

das normas jurídicas particulares. Mas, isso trabalharemos de modo mais detalhado nas

próximas aulas!

Para fechar nosso primeiro encontro, só mais uma consideração para reforçar o

que estudamos: capitaneado pelo devido processo legal, ganha força na sociedade

brasileira o entendimento de que um processo justo, em todas as instâncias, deve garantir

ampla participação das partes e proteção dos direitos fundamentais de todos os

envolvidos. Guardem essa lição e levem, inclusive, para o dia a dia !!!

O devido processo legal é uma garantia contra a tirania.

Está em constante progresso, de modo que, uma

conquista nessa seara não sofre retrocesso. Nesse

sentido, nenhuma norma jurídica pode ser criada sem

que se observe o devido processo legal. A produção

normativa deverá seguir, adequadamente, seu respectivo

processo criativo.

Assim:

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Quadro exemplificativo de garantias constitucionais no âmbito do devido processo

legal.

Contraditório e Ampla Defesa: aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e

ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5°, LV).

Juiz Natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5°, XXXVII).

Proibição de provas ilícitas: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas

por meios ilícitos (art. 5°, LVI).

Tratamento igualitário às partes do processo: garantia de pleno e formal

conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual

e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação

tutelar específica (art. 227, § 3°, IV).

Publicidade do processo: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos

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processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem

(art. 5°, LX).

Razoável duração do processo: a todos, no âmbito judicial e administrativo,

são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação (art.5°, LXXVIII).

Acesso à justiça: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou

ameaça a direito (art.5°, XXXV).

Motivação das decisões: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário

serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,

podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a

seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do

direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público

à informação (art. 93, IX).

RESUMO

Art. 5° da CF/88:

(...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido

processo legal.

- Supraprincípio: base, inclusive, a outros princípios.

- Visa-se à ideal protetividade dos direitos, promovendo-se a integração do sistema

jurídico em oposição a eventual lacuna no desenvolvimento do processo.

- O devido processo legal formal é composto pelas garantias constitucionais: juiz natural,

contraditório, duração razoável do processo, entre outras.

- O sentido substancial do devido processo legal diz respeito à correta elaboração e

interpretação das leis, de modo a impedir arbitrariedades do poder público.

- Nenhuma norma jurídica pode ser criada sem que se observe o devido processo legal:

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1. Leis;

2. Normas Administrativas;

3. Normas individualizadas jurisdicionais;

4. Normas jurídicas particulares.

QUESTÔES COMENTADAS

1. (Inédita) No sentido substancial o devido processo legal diz respeito ao campo de

elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa

abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação

concreta das normas jurídicas.

COMENTÁRIO:

Não tentem contrapor a dimensão substancial à formal, isso pode induzir ao erro. A

atividade legislativa deve seguir a dimensão substancial, bem como a interpretação das

leis.

É erro comum o candidato ligar o processo legislativo à dimensão formal e a

interpretação das leis à material. Não façam isso!

O texto está correto. É excerto da obra: Manual de Direito Processual Civil.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção.

Gabarito: Certo

2. (TCU ACE 2008) Considere que uma auditoria feita pelo TCU tenha concluído pela

existência de fortes indícios de que certo prefeito desviou recursos federais que

recebera para aplicação no programa de merenda escolar do município. Nessa

situação, a Corte de Contas terá necessariamente de citar o primeiro mandatário

municipal para que apresente as suas razões de justificativa, em observância ao

princípio constitucional do contraditório, também conhecido como princípio do

devido processo legal.

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a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Para reforçar o entendimento de que o devido processo legal deve ser observado

na esfera administrativa, vejamos o enunciado n° 3 da Súmula do STF, aprovada em

Sessão Plenária de 30 de maio de 2007: Nos processos perante o Tribunal de Contas da

União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar

anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a

apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

O erro da questão, contudo, está em dizer que os princípios do contraditório e do

devido processo legal são sinônimos, sendo que, na verdade, o devido processo legal é

bastante mais abrangente. Inclusive, o contraditório é uma de suas garantias.

Gabarito: Errado

3. (TJ CE - Titular Cartório - IESES 2011) O Estado contemporâneo, como expressão

do Estado Social, tem dentre os seus embasamentos os princípios constitucionais

de justiça e os direitos fundamentais. Nesse contexto, aponte a

alternativa INCORRETA:

a) Nenhuma lei processual pode contrariar os princípios constitucionais e os

direitos fundamentais, sob pena de inconstitucionalidade.

b) No caso de lei processual cuja aplicação conduz a um juízo de

inconstitucionalidade, o juiz de primeiro grau poderá declará-la ou, mediante a

técnica da interpretação conforme a Constituição, aplicar a técnica da declaração

parcial de nulidade sem redução de texto.

c) As normas processuais, por sua natureza, submetem-se ao princípio da

supremacia da lei e à vontade do legislador, criador da norma geral e, portanto, do

direito positivo no Estado democrático de direito.

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d) A lei processual deve ser compreendida e aplicada de acordo com a

Constituição. Por isso, havendo mais de uma solução, na interpretação da lei, a

decisão deve optar por aquela que outorgue maior efetividade à Constituição.

COMENTÁRIO:

As letras a, b e d estão coerentes com o enunciado e servem de subsídios a nosso

estudo. O erro está na letra “c”, uma vez que o princípio constitucional do devido processo

legal, na modalidade substancial, define a adequação aos direitos fundamentais no

momento do processo legislativo, de modo que as leis sejam razoáveis e proporcionais.

Com base nesse princípio, é inadmissível a arbitrariedade do legislador, que deve se

orientar pelos fundamentos constitucionais.

Gabarito: C

4. (TJ-MG Juiz 2008) É INCORRETO afirmar que o inciso LXXVIII do art. 5º da

Constituição da República, acrescentado pela Emenda Constitucional n. 45, de 8 de

dezembro de 2004, ao assegurar a razoável duração dos processos judicial e

administrativo:

a) constitucionalizou o princípio da celeridade.

b) dispensou a observância do devido processo legal.

c) gerou para o Estado brasileiro o dever de instituir os meios necessários que

assegurem a celeridade de tramitação dos referidos processos.

d) atendeu os anseios da sociedade que reclama ser a justiça muito morosa.

COMENTÁRIO:

Vejam que esta questão foi cobrada em concurso à magistratura. Pelo princípio do

devido processo legal, modalidade formal, as garantias constitucionais devem ser

observadas, sendo a razoável duração do processo uma delas. Assim, o erro está na letra

“b”.

Gabarito: B

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5. (PGT – Procurador do trabalho – 2009) A propósito dos princípios gerais e

fundamentais do processo civil, considere a seguinte proposição (adaptada):

O contraditório e ampla defesa são assegurados em todos os processos, inclusive

administrativos, desde que neles haja litigantes ou acusados;

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

O contraditório e a ampla defesa devem ser observados inquestionavelmente nos

processos, inclusive administrativos. São garantias constitucionais.

Contemporaneamente, a observação aos princípios processuais constitucionais do

processo tem sido exigida até mesmo nas relações jurídicas privadas, de modo que haja

um justo equilíbrio entre a vontade das partes e o devido processo legal.

Gabarito: Certo

Texto para as questões 6 a 9.

O princípio do devido processo legal teve origem na Carta Magna, de João Sem

Terra, datada de 1215, em que ressaltava o seu aspecto protetivo no âmbito do

processo penal. Ao longo do tempo, ele foi ganhando maior amplitude e

generalizando-se. Hoje em dia, não se limita à tutela processual (procedural due

process), tendo adquirido também um sentido substancial (substantive due

process). (GONÇALVES, Marcus V. Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, I, pág.

53)

Tendo em vista o devido processo legal, julgue os itens seguintes:

6. (Inédita) A CF preserva a liberdade e os bens, colocando-os sob a guarda do

Poder Judiciário, mas os respectivos titulares podem dele ser privados por atos

jurisdicionais do Estado.

a) Certo

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b) Errado

COMENTÁRIO:

Questão redondinha. Exatamente isso, sempre observar o fato de que o titular do

direito poderá ser dele privado mediante a obediência do devido processo legal. Desse

modo, o ato jurisdicional do Estado deve seguir o supraprincípio constitucional referido

para produzir seus efeitos, sob risco de conter vício de inconstitucionalidade.

Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal

(inciso LIV, art. 5º da CF/88)

Gabarito: Certo

7. (Inédita) Em sentido processual, o princípio obriga a que se respeitem as

garantias processuais e as exigências necessárias para a obtenção de uma

sentença justa. Exige ainda que o trâmite dos processos seja célere e de duração

razoável.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

O examinador, nessa questão, empregou certa redundância, porque ao dizer que

as garantias constitucionais devem ser observadas, não precisaria citar os princípios da

celeridade e duração razoável do processo, já que há expressa menção na constituição a

essas duas garantias. Reparem o inciso LXXVIII, art. 5º da CF:

A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração

do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Mas, a redundância não invalida o item, ao contrário, demonstra a importância que

o examinador atribuiu a essas garantias.

Gabarito: Certo

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8. (Inédita) As normas jurídicas particulares são produzidas em observância à

autonomia das vontades, de modo que o devido processo legal pode ser

convencionado ou não.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Pessoal, lembrem-se disso, mesmo nas relações entre particulares, para a

efetividade de contrato, acordo entre eles é necessário o respeito ao princípio em estudo.

Os direitos fundamentais podem ser invocados por qualquer das partes, ainda que se

tenha convencionado de modo diverso. Retomando o exemplo da aluna expulsa da

faculdade, não é lícito deixar ao arbítrio da diretoria a decisão de punir

administrativamente, sem que a pessoa prejudicada possa se defender.

Gabarito: Errado

9. (Inédita) Os direitos e garantias processuais expressos na Constituição são

taxativos, excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados,

ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Nessa questão, o examinador utilizou-se de texto constitucional e o modificou, de

modo que a redação apresentasse ideia exatamente contrária do que está expresso no §

2º, inciso LXXVIII, do art. 5º: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não

excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Observem, contudo, que os princípios infraconstitucionais devem seguir o sistema

criado pelos constitucionais, de modo que não haja contradição, por exemplo, entre os

princípios gerais e os princípios constitucionais do Direito Processual.

Gabarito: Errado

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10. (TCU – 2011) O princípio do contraditório consiste em um verdadeiro diálogo

entre as partes do processo, ou seja, deve-se conceder a oportunidade de participar

do procedimento a todo aquele cuja esfera jurídica possa ser atingida pelo

resultado do processo.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Excerto da aula:

“O contraditório é formado por dois elementos: informação e possibilidade de

reação. Tão relevante é esse princípio que a doutrina moderna o trata como elemento

componente do próprio conceito de processo.”

[...]

Para efetivar esse direito, por óbvio, os sujeitos do processo devem ter ciência

de todos os atos processuais, tendo eles o direito de reação como garantia de

participação na defesa de seus interesses em juízo. O princípio do contraditório, sendo

aplicável a ambas as partes, é também comumente chamado de “bilateralidade da

audiência”, representativa de paridade de armas entres os sujeitos que a contrapõem em

juízo.

A informação exigida pelo princípio [do contraditório] associa-se, portanto, à

necessidade de a parte ter conhecimento do que está ocorrendo no processo para que se

posicione de maneira positiva ou não sobre os fatos. “Fere o contraditório a regra que

exige comportamento do sujeito processual, sem que se tenha instrumentalizado

formas para que ele tenha conhecimento da situação” (Excerto da Aula DPC para o TCU 2011).

Gabarito: Certo

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QUESTÔES DA AULA

1. (Inédita) No sentido substancial, o devido processo legal diz respeito ao campo de elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta das normas jurídicas.

2. (TCU ACE 2008) Considere que uma auditoria feita pelo TCU tenha concluído pela existência de fortes indícios de que certo prefeito desviou recursos federais que recebera para aplicação no programa de merenda escolar do município. Nessa situação, a Corte de Contas terá necessariamente de citar o primeiro mandatário municipal para que apresente as suas razões de justificativa, em observância ao princípio constitucional do contraditório, também conhecido como princípio do devido processo legal.

a) Certo

b) Errado

3. (TJ CE - Titular Cartório - IESES 2011) O Estado contemporâneo, como expressão do Estado Social, tem dentre os seus embasamentos os princípios constitucionais de justiça e os direitos fundamentais. Nesse contexto, aponte a alternativa INCORRETA:

a) Nenhuma lei processual pode contrariar os princípios constitucionais e os direitos fundamentais, sob pena de inconstitucionalidade.

b) No caso de lei processual cuja aplicação conduz a um juízo de inconstitucionalidade, o juiz de primeiro grau poderá declará-la ou, mediante a técnica da interpretação conforme a Constituição, aplicar a técnica da declaração parcial de nulidade sem redução de texto.

c) As normas processuais, por sua natureza, submetem-se ao princípio da supremacia da lei e à vontade do legislador, criador da norma geral e, portanto, do direito positivo no Estado democrático de direito.

d) A lei processual deve ser compreendida e aplicada de acordo com a Constituição. Por isso, havendo mais de uma solução, na interpretação da lei, a decisão deve optar por aquela que outorgue maior efetividade à Constituição.

4. (TJ-MG Juiz 2008) É INCORRETO afirmar que o inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição da República, acrescentado pela Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004, ao assegurar a razoável duração dos processos judicial e administrativo:

a) constitucionalizou o princípio da celeridade.

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b) dispensou a observância do devido processo legal.

c) gerou para o Estado brasileiro o dever de instituir os meios necessários que assegurem a celeridade de tramitação dos referidos processos.

d) atendeu os anseios da sociedade que reclama ser a justiça muito morosa.

5. (PGT – Procurador do trabalho – 2009) A propósito dos princípios gerais e fundamentais do processo civil, considere a seguinte proposição (adaptada):

O contraditório e ampla defesa são assegurados em todos os processos, inclusive administrativos, desde que neles haja litigantes ou acusados;

a) Certo

b) Errado

Texto para as questões 6 a 9.

O princípio do devido processo legal teve origem na Carta Magna, de João Sem Terra, datada de 1215, em que ressaltava o seu aspecto protetivo no âmbito do processo penal. Ao longo do tempo, ele foi ganhando maior amplitude e generalizando-se. Hoje em dia, não se limita à tutela processual (procedural due process), tendo adquirido também um sentido substancial (substantive due process). (GONÇALVES, Marcus V. Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, I, pág. 53)

Tendo em vista o devido processo legal, julgue os itens seguintes:

6. (Inédita) A CF preserva a liberdade e os bens, colocando-os sob a guarda do Poder Judiciário, mas os respectivos titulares podem dele ser privados por atos jurisdicionais do Estado.

a) Certo

b) Errado

7. (Inédita) Em sentido processual, o princípio obriga a que se respeitem as garantias processuais e as exigências necessárias para a obtenção de uma sentença justa. Exige ainda que o trâmite dos processos seja célere e de duração razoável.

a) Certo

b) Errado

8. (Inédita) As normas jurídicas particulares são produzidas em observância à autonomia das vontades, de modo que o devido processo legal pode ser convencionado ou não.

a) Certo

b) Errado

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9. (Inédita) Os direitos e garantias processuais expressos na Constituição são taxativos, excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

a) Certo

b) Errado

Versão original da questão 5 - comentada

5. (PGT – Procurador do trabalho – 2009) A propósito dos princípios gerais e fundamentais do processo civil, considere as seguintes proposições: I - o direito processual constitucional abrange, de um lado, (a) a tutela constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária e do processo; (b) de outro, a jurisdição constitucional;

II - o contraditório e ampla defesa são assegurados em todos os processos, inclusive administrativos, desde que neles haja litigantes ou acusados; III - a Constituição Federal de 1988 deu concretude à igualdade processual que decorre do princípio da isonomia, transformando-a no princípio da paridade de armas, mediante o equilíbrio dos litigantes no processo civil, sendo, todavia, vedado ao juiz determinar a produção de provas, sem requerimento das partes, por violar o princípio da imparcialidade; IV - em ação civil de indenização por danos morais e materiais, em face do normatizado na Carta Magna, que considera inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação, não é considerada prova ilícita;

De acordo com as assertivas retro, pode-se afirmar que:

a) o item I é certo e o item II é errado;

b) o item I é errado e o item III é certo;

c) o item III é errado e o item IV é certo;

d) o item II é errado e o item III é certo;

e) não respondida.

Essa questão nos serve, sobretudo, de informação. O único item errado é o “III”, já que o juiz pode determinar de ofício a produção de prova. Vejam o art. 130 do CPC: Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.

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O item II merece atenção. O contraditório e a ampla defesa devem ser observados inquestionavelmente em todos os processos, inclusive administrativos. Contemporaneamente, a observação aos princípios processuais constitucionais do processo tem sido exigida até mesmo nas relações jurídicas privadas, de modo que haja um justo equilíbrio entre a vontade das partes e o devido processo legal.

Pra finalizar, o examinador ainda exigiu pequeno exercício de raciocínio lógico. Interessante!

Gabarito: “c”

10. (TCU – 2011) O princípio do contraditório consiste em um verdadeiro diálogo

entre as partes do processo, ou seja, deve-se conceder a oportunidade de participar

do procedimento a todo aquele cuja esfera jurídica possa ser atingida pelo

resultado do processo.

a) Certo

b) Errado

GABARITO

01 Certo 02 Errado 03 C 04 B 05 Certo 06 Certo 07 Certo 08 Errado 09 Errado 10 Certo

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BRASIL. CPC (1973). Código de Processo Civil, Brasília, DF, Senado, 1973.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília,

DF, Senado, 1988.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Processo e

Processo de Conhecimento. 12 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.1.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Teoria da Prova, Direito

Probatório, Teoria do Precedente, Decisão Judicial, Coisa Julgada e Antecipação dos

Efeitos da Tutela. 2 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.2.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Meios de Impugnação às

Decisões Judiciais e Processo nos Tribunais. 8 ed. Salvador: Edições JUS PODIVM,

2010. v.3.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Processo Coletivo. 5 ed.

Salvador: Edições JUS PODIVM, 2010. v.4.

DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Execução. 2 ed. Salvador:

Edições JUS PODIVM, 2010. v.5.

MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 1: teoria geral

do processo e processo de conhecimento. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil, volume 2: teoria geral

do processo e processo de conhecimento. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MONTENEGRO FILHO, Misael. Processo Civil. 7 ed., Rio de Janeiro: Forense; São

Paulo: Método, 2010.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 18. ed., Rio de

Janeiro: Forense, 1999, v1.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 18. ed., Rio de

Janeiro: Forense, 1999, v2.

BIBLIOGRAFIA DO CURSO

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GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 7. ed. São

Paulo: Saraiva, 2010, v1.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 7. ed. São

Paulo: Saraiva, 2010, v2.

ALVES, Leonardo Barreto Moreira; BERCLAZ, Márcio Soares. Ministério Público em Ação

– Atuação prática jurisdicional e extrajurisdicional. Salvador: Juspodivm, 2010.

DONIZETTI, Elpídio; Curso Didático de Direito Processual Civil. 15. ed., São Paulo:

Editora Atlas S.A. – 2010.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 3. ed. Rio de

Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011.

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 20.ed., Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2010, v1.

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 18.ed., Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2010, v2.

CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 16.ed., Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2010, v3.

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