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Direito Processual Penal p/ Agente Penitencirio-DF (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
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AULA DEMONSTRATIVA: DISPOSIES
INTRODUTRIAS AO ESTUDO DO DIREITO
PROCESSUAL PENAL: PRINCPIOS APLICVEIS
AO DIREITO PROCESSUAL PENAL. APLICAO DA
LEI PROCESSUAL PENAL
SUMRIO PGINA Apresentao e Cronograma 01 I Introduo 05 II - Ne procedat iudex ex officio 06 III - Devido Processo Legal 08 IV - Da Presuno de Inocncia 12 V - Vedao s provas ilcitas 17 VI - Obrigatoriedade de motivao das decises 19 VII Publicidade 21 VIII - Isonomia Processual ou par conditio 23 IX - Duplo Grau de Jurisdio 24 X - Do Juiz Natural e do Promotor Natural 25 XI - Aplicao da Lei Processual no espao 27 XII - Aplicao da Lei Processual no tempo 31 XIII - Disposies preliminares do CPP (Interpretao e Integrao da Lei Processual)
35
Resumo da Aula 37 Lista das questes 41 Questes comentadas 55 Gabarito 83
Ol, meus amigos!
com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo
ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir
para a aprovao de vocs no concurso da SECRETARIA DE
ADMINISTRAO PENITENCIRIA DO DF (2015). Ns vamos
estudar teoria e comentar exerccios sobre DIREITO PROCESSUAL
PENAL, para o cargo de AGENTE PENITENCIRIO.
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A Banca que ir organizar o concurso ser a FUNIVERSA! So 200
vagas!
A prova est agendada para o dia 19.04.2015.
Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ?
Meu nome Renan Araujo, tenho 27 anos, sou Defensor Pblico
Federal desde 2010, titular do 16 Ofcio Cvel da Defensoria Pblica da
Unio no Rio de Janeiro e mestrando em Direito Penal pela
Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia
Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois
anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito
Pblico pela Universidade Gama Filho.
Disse a vocs minha idade propositalmente. Minha trajetria de vida
est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da
Faculdade eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida! E querem
saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como
consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco +
Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingrediente
secreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim,
isso funciona!
Bom, como j adiantei, neste curso estudaremos todo o contedo
de Direito Processual Penal previsto no edital. Estudaremos teoria e
vamos trabalhar tambm com exerccios comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
AULA CONTEDO DATA
Aula 00
Princpios do Direito Processual Penal.
Aplicao da Lei processual penal.
Disposies preliminares do CPP.
Disposies constitucionais aplicveis.
22/12
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Aula 01 Inqurito Policial 05/01
Aula 02 Ao Penal 10/01
Aula 03
Priso e liberdade provisria (parte I).
Priso em flagrante (espcies, hipteses,
etc.). Priso preventiva. Priso temporria
(Lei 7.960/89)
15/01
Aula 04
Priso e liberdade provisria (parte II).
Medidas cautelares diversas da priso.
Fiana.
20/01
Aula 05 Processo e julgamento dos crimes de
responsabilidade dos funcionrios pblicos 23/01
Aula 06 Habeas corpus e seu processo 26/01
Aula 07 Execuo penal (Lei 7.210/84). 29/01
As aulas sero disponibilizadas no site conforme o cronograma
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram
cobradas em concursos pblicos. Sempre que possvel,
trabalharemos com questes da prpria FUNIVERSA, que a
Banca do concurso, mas a grande maioria de nossas questes ser
de outras Bancas consagradas, como FGV, ESAF, CESPE, etc., pois
o Banco de questes da FUNIVERSA em Direito Processual Penal
bem reduzido.
Alm do nosso material em formato PDF, teremos, ainda
videoaulas de apoio, de forma a complementar nossa preparao.
Sero aproximadamente 10 vdeos (com durao de 20 a 35 minutos
cada, aproximadamente), que versaro sobre os pontos mais
importantes da matria.
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!
Prof. Renan Araujo
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Observao importante: este curso protegido por direitos autorais
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida
a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.
Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos.
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I INTRODUO
O estudo de qualquer ramo do Direito, atualmente, se inicia
necessariamente com o estudo das disposies constitucionais a ele
referentes. No possvel estudar Direito do Trabalho sem estudar os
arts. 6 e 7, por exemplo, ou estudar Direito Civil sem antes analisar o
art. 5, XXII.
Esse movimento contemporneo chamado Constitucionalizao do
Direito nos leva a isso. Todo o ordenamento jurdico est impregnado
pela Constituio.
Alguns de vocs talvez ainda no saibam, mas a Constituio uma
lei (assim como as demais), porm, uma lei de hierarquia superior a
WRGDV DV RXWUDV $ &RQVWLWXLomR )HGHUDO QmR p XPD PHUD &DUWD GHUHFRPHQGDo}HV PDV XPD OHL HP VHX sentido mais estrito, que prev regras e princpios dotados de alto valor normativo (Eles estabelecem
deveres de conduta, no apenas recomendaes).
Assim, no que se refere ao Direito Processual Penal no diferente.
Existem inmeros dispositivos da Constituio Federal que se destinam
aplicao nesse ramo do Direito que vamos estudar.
Mas porque isso, professor? Isso acontece porque o Poder
Constituinte Originrio (Aquele que elabora a Constituio) entende que
algumas questes so de extrema relevncia, e devem ser tratadas na Lei
Mxima (Que a Constituio), no deixando esse regramento ao
legislador ordinrio (Poder Legislativo). Desta maneira, ao elevar certas
regras e princpios Constituio, o Poder Constituinte deu a eles uma
hierarquia mais elevada, de forma a garantir que o legislador
infraconstitucional no venha a suprimi-los.
Feita esta breve introduo, vamos passar anlise especfica das
disposies constitucionais aplicveis ao Processo Penal.
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II 35,1&3,2'21(352CEDAT IUDEX E;2)),&,228'$INICIATIVA DAS PARTES OU DA INRCIA
Alguns doutrinadores no consideram este um princpio do processo
penal com base constitucional. Entretanto, melhor pecarmos pelo
excesso e estudarmos este tambm, pois h fatores que podem ser
considerados para caracteriz-lo como um princpio de base
constitucional.
Este princpio diz que o Juiz no pode dar incio ao processo penal,
pois isto implicaria em violao da sua imparcialidade, j que, ao dar
incio ao processo, o Juiz j d sinais de que ir condenar o ru.
Antigamente, antes do advento da Constituio, havia o chamado
procedimento judicialiforme, no qual o Juiz iniciava, de ofcio (sem
provocao), o processo penal das contravenes penais.
Com o advento da nova Constituio esse procedimento no foi
recepcionado (no tem mais vigncia, pois contraria a nova Constituio).
Um dos dispositivos constitucionais que d base a esse entendimento o
art. 129, I da Constituio Federal:
Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico:
I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei;
Percebam que a Constituio estabelece como sendo privativa do MP
a promoo da ao penal pblica. Assim, diz-se que R03pRWLWXODUGDDomRSHQDOS~EOLFD
Mas e a ao penal privada, professor? Mais frente vocs vero
que a ao penal privada de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz j
no poderia a ela dar incio por sua prpria natureza, j que a lei
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considera que, nesses casos, o interesse do ofendido em processar ou no
o infrator se sobrepe ao interesse do Estado na persecuo penal.
Este princpio o alicerce mximo daquilo que se chama de sistema
acusatrio, que o sistema adotado pelo nosso processo penal. No
sistema acusatrio existe uma figura que acusa e outra figura que julga,
diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se
confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador,
ofendendo inmeros outros princpios.
Entretanto, este princpio no impede que o Juiz determine a
realizao de diligncias que entender necessrias para elucidar
questo relevante para o deslinde do processo. Isso porque no
Processo Penal, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o
princpio da verdade real ou material, no da verdade formal. Assim,
no processo penal no h presuno de veracidade das alegaes da
acusao em caso de ausncia de manifestao em contrrio pelo ru,
pois o interesse pblico pela busca da efetiva verdade impede isto.
III PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (DUE PROCESS OF LAW)
Esse princpio o que se pode chamar de base principal do Direito
Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra,
encontram nele seu fundamento. Este princpio est previsto no art. 5,
LIV da CRFB/88, nos seguintes termos:
LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
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Assim, a Constituio estabelece que ningum poder sofrer privao
de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prvio, em
que lhe seja assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa.
Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princpio
norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser
ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatrio um direito do ru), a fim de
expor sua verso dos fatos, bem como o direito que o acusado possui de
arrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da
acusao etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princpio do Devido
Processo Legal.
A obedincia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinrio
ou outro), bem como s demais regras estabelecidas para o processo
que se chama de Devido Processo Legal em sentido formal.
Entretanto, existe outra vertente deste princpio, denominada Devido
Processo Legal em sentido material. Nessa ltima acepo, entende-se
que o Devido Processo Legal s efetivamente respeitado quando o
Estado age de maneira razovel, proporcional e adequada na
tutela dos interesses da sociedade e do acusado.
Nesse sentido, o devido processo legal no estar sendo respeitado
se o acusado ficar preso provisoriamente por 10 anos, aguardando
julgamento. Sim, pois a priso provisria possui natureza cautelar, no
cumprimento de pena. Desta maneira, o acusado no est ali pagando
pelo que fez, pois ainda no foi julgado. Embora a lei no diga que h um
prazo para o julgamento, essa demora do Judicirio aliada priso
provisria do acusado, por tanto tempo, acaba por violar o devido
processo legal, pois no razovel manter preso por 10 anos algum que
sequer foi condenado.
O princpio do Devido Processo Legal tem como corolrios os
postulados da Ampla Defesa e do Contraditrio, ambos tambm previstos
na Constituio Federal, em seu art. 5, LV:
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Nesse diapaso, vamos analisar os Princpios do Contraditrio e da
Ampla Defesa em um tpico prprio. Veremos, posteriormente, o
regramento constitucional da priso.
a) Dos postulados do contraditrio e do ampla defesa
O princpio do Contraditrio estabelece que os litigantes em geral e,
no nosso caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os
argumentos trazidos pela parte contrria e as provas por ela produzidas.
Isso, como disse, uma decorrncia lgica do devido processo legal, pois
no se pode admitir que um processo no qual o acusado no pode se
manifestar seja vlido.
Entretanto, este princpio sofre limitaes, notadamente quando a
deciso a ser tomada pelo Juiz no possa esperar a manifestao
do acusado ou a cincia do acusado pode implicar a frustrao da
deciso.
EXEMPLO: Imagine que o MP ajuza ao penal em face de Jos,
requerendo seja decretada sua priso preventiva, com base na ocorrncia
de uma das circunstncias previstas no art. 312 do CPP. O Juiz, ao
receber a denncia, verificando estarem presentes os requisitos que
autorizam a decretao da priso preventiva, a decretar sem ouvir o
acusado, pois aguardar a manifestao deste acerca da priso preventiva
pode acarretar na frustrao desta (fuga do acusado).
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CUIDADO! No inqurito policial no h
contraditrio, pois ainda no se pode falar em
DFXVDGR PDV DSHQDV HP LQYHVWLJDGR RXLQGLFLDGR O Inqurito Policial no visa condenao do infrator, mas apenas colheita
de informaes acerca da autoria e da
materialidade do delito para subsidiar
eventual ao penal pelo MP. Assim, como
no IP ningum est sendo acusado, no h
contraditrio. Exceo feita ao Inqurito para
expulso de estrangeiro, pois neste h acusado
e culmina numa punio, nos termos do art.
70, da lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro).
J o postulado da ampla defesa prev que no basta dar ao acusado
cincia das manifestaes da acusao e facultar-lhe se manifestar, se
no lhe forem dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e
Contraditrio caminham juntas (at por isso esto no mesmo inciso da
Constituio), e retiram seu fundamento no Devido Processo Legal.
Entre os instrumentos para o exerccio da defesa esto a previso
legal de recursos em face das decises judiciais, direito produo de
provas, bem como a obrigao de que o Estado fornea assistncia
jurdica integral e gratuita, primordialmente atravs da Defensoria
Pblica. Vejamos:
LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos;
Portanto, ao acusado que no possuir meios de pagar um advogado,
deve ser garantida a defesa por um Defensor Pblico, ou, em no
havendo sede da Defensoria Pblica na comarca, ser nomeado um
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defensor dativo (advogado particular pago pelos cofres pblicos), a fim de
que lhe seja prestada defesa tcnica.
Alm da defesa tcnica, realizada por profissional habilitado
(advogado particular ou Defensor Pblico), h tambm a autodefesa,
que realizada pelo prprio ru, especialmente quando do seu
interrogatrio, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se
pessoalmente, sem a intermediao de procurador. Assim, se o Juiz
recusar-se a interrogar o ru, por exemplo, estar violando o princpio da
ampla defesa, por estar impedindo o ru de exercer sua autodefesa.
Ao contrrio da defesa tcnica, que no pode faltar no processo
criminal, sob pena de nulidade absoluta, o ru pode recusar-se a
exercer a autodefesa, ficando em silncio, por exemplo, pois o direito
ao silncio um direito expressamente previsto ao ru.
Este princpio no impede, porm, que o acusado sofra as
consequncias de sua inrcia em relao aos atos processuais (no-
interposio de recursos, ausncia injustificada de audincias, etc.).
Entretanto, o princpio da ampla defesa se manifesta mais explicitamente
quando o ru, embora citado, deixe de apresentar Resposta Acusao.
Nesse caso, dada a importncia da pea de defesa, dever o Juiz
encaminhar os autos Defensoria Pblica, para que atue na qualidade de
curador do acusado, ou, em no havendo Defensoria no local, nomear
defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado.
b) Direitos constitucionais do preso
A CRFB/88 estabelece alguns regramentos em relao priso,
desde sua inadmissibilidade em alguns casos, at os direitos do preso.
Vejamos:
Art. 5 (...)
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LVIII - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei; (Regulamento).
(...)
LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado;
LXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial;
LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;
LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana;
Assim, podemos dizer que a priso :
x VEDADA Quando for admitida a liberdade provisria, com ou sem fiana. Ou seja, caso no estejam presentes os requisitos
para a decretao da priso preventiva, dever ser concedida
liberdade provisria.
x ADMITIDA Por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente ou em flagrante delito, bem como em
caso de transgresso militar ou crime propriamente militar.
Com relao aos direitos do preso, podemos assim enumer-los:
x Ter a priso relaxada, quando ilegal. x Caso possua identificao civil, no ser criminalmente
identificado (salvo nas hipteses legais).
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x Comunicao de sua priso e do local onde se encontra ao Juiz e sua famlia (ou pessoa que indicar).
x Ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da
famlia e de advogado.
x Identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial.
IV PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA OU DA NO CULPABILIDADE
A Presuno de inocncia o maior pilar de um Estado Democrtico
de Direito, pois, segundo este princpio, nenhuma pessoa pode ser
considerada culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do trnsito
em julgado se sentena penal condenatria. Nos termos do art. 5, LVII
da CRFB/88:
LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria;
O que trnsito em julgado de sentena penal condenatria?
a situao na qual a sentena proferida no processo criminal,
condenando o ru, no pode mais ser modificada atravs de recurso.
Assim, enquanto no houver uma sentena criminal condenatria
irrecorrvel, o acusado no pode ser considerado culpado e, portanto,
no pode sofrer as consequncias da condenao.
Desse princpio decorre que o nus (obrigao) da prova cabe ao
acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O ru , desde o comeo,
inocente, at que o acusador prove sua culpa.
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Em razo dele existe, ainda, o princpio do in dubio pro reo ou
favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentena),
havendo dvidas acerca da culpa ou no do acusado, dever o Juiz decidir
em favor deste, pois sua culpa no foi cabalmente comprovada.
Resumindo, para vocs gravarem: O Processo Penal um jogo no
qual o acusado e o acusador tentam marcar pontos a seu favor, a fim de
comprovarem suas teses. S que o empate d o ttulo ao acusado! -
CUIDADO: Existem hipteses em que o Juiz no decidir de
acordo com princpio do in dubio pro reo, mas pelo princpio do in
dubio pro societate. Por exemplo, nas decises de recebimento de
denncia ou queixa e na deciso de pronncia, no processo de
competncia do Jri, o Juiz decide contrariamente ao ru (recebe a
denncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o ru no segundo) com
base apenas em indcios de autoria e prova da materialidade. Ou seja,
nesses casos, mesmo o Juiz tendo dvidas quanto culpabilidade do ru,
dever decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas
decises no h consequncias para o ru, permitindo-se, apenas, que
seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual sero produzidas as
provas necessrias elucidao dos fatos.
Desta maneira, sendo este um princpio de ordem Constitucional,
deve a legislao infraconstitucional (especialmente o CPP) respeit-lo,
sob pena de violao Constituio. Portanto, uma lei que dissesse, por
exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentena em
primeira instncia seria inconstitucional, pois a Constituio afirma que o
acusado ainda no considerado culpado nessa hiptese.
CUIDADO, GALERA! A existncia de
prises provisrias (prises decretadas
no curso do processo) no ofende a
presuno de inocncia, pois nesse caso
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no se trata de uma priso como
cumprimento de pena, mas sim de uma
priso cautelar, ou seja, para garantir que o
processo penal seja devidamente instrudo ou
eventual sentena condenatria seja
cumprida. Por exemplo: Se o ru est dando
sinais de que vai fugir (tirou passaporte
recentemente), e o Juiz decreta sua priso
preventiva, o faz no por consider-lo
culpado, mas para garantir que, caso seja
condenado, cumpra a pena. Vocs vero mais
sobre isso na aula sobre Priso e Liberdade
Provisria! -
Vou transcrever para vocs agora alguns pontos que so polmicos e
a respectiva posio dos Tribunais Superiores:
x Processos criminais em curso e inquritos policiais em face do acusado podem ser considerados maus
antecedentes? Segundo o STJ no, pois em nenhum deles o
acusado foi condenado de maneira irrecorrvel, logo, no pode
ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequncia em
relao a eles;
x Regresso de regime de cumprimento da pena O STJ e o STF entendem que NO H NECESSIDADE DE
CONDENAO PENAL TRANSITADA EM JULGADO para que
o preso sofra a regresso do regime de cumprimento de pena
mais brando para o mais severo (do semiaberto para o
fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o preso tenha
cometido crime doloso, ou falta grave, para que haja a
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regresso, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de
Execues Penais), no havendo necessidade, sequer, de que
tenha havido condenao criminal ou administrativa. A
Jurisprudncia entende que esse artigo da LEP no ofende a
Constituio;
x Revogao do benefcio da suspenso condicional do processo em razo do cometimento de crime Prev a Lei 9.099/95 que em determinados crimes, de menor potencial
ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso por
determinado, devendo o ru cumprir algumas obrigaes
durante este prazo (dentre elas, no cometer novo crime),
findo o qual estar extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF
e o STJ entendem que, descoberta a prtica de crime pelo
acusado beneficiado com a suspenso do processo, este
benefcio deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das
condies, no havendo necessidade de trnsito em julgado da
sentena condenatria do crime novo.
Vamos resumir estas posies jurisprudenciais neste quadro:
TEMA POSIO DOS TRIBUNAIS
Processos criminais em curso e
inquritos policiais em face do
acusado podem ser
considerados maus
antecedentes?
Segundo o STJ no, pois em
nenhum deles o acusado foi
condenado de maneira irrecorrvel,
logo, no pode ser considerado
culpado nem sofrer qualquer
consequncia em relao a eles;
Regresso de regime de O STJ e o STF entendem que NO
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cumprimento da pena pode ser
realizada antes do trnsito em
julgado?
H NECESSIDADE DE
CONDENAO PENAL
TRANSITADA EM JULGADO para
que o preso sofra a regresso do
regime de cumprimento de pena
mais brando para o mais severo
(do semiaberto para o fechado, por
exemplo).
Revogao do benefcio da
suspenso condicional do
processo em razo do
cometimento de crime deve ser
realizada aps o trnsito em
julgado?
O STF e o STJ entendem que,
descoberta a prtica de crime pelo
acusado beneficiado com a
suspenso do processo, este
benefcio deve ser revogado, por
ter sido descumprida uma das
condies, no havendo
necessidade de trnsito em
julgado da sentena
condenatria do crime novo.
V PRINCPIO DA VEDAO DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILCITOS
No nosso sistema processual penal vige o princpio do livre
convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz no est obrigado a
decidir conforme determinada prova (confisso, por exemplo), podendo
decidir da forma que entender, desde que fundamente sua deciso em
alguma das provas produzidas nos autos do processo.
Antigamente vigorava o sistema da prova tarifada, na qual as provas
WLQKDP SHVRV GLIHUHQWHV VHQGR D FRQILVVmR FRQVLGHUDGD D UDLQKD GDV
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SURYDVRXVHMDFRQIHVVDQGRRUpXR-XL]GHYHULDFRQGHQi-lo. Hoje no assim.
Para isso, s partes conferido o direito de produzir as provas que
entendam necessrias para convencer o Juiz a acatar sua tese.
Entretanto, esse direito probatrio no ilimitado, encontrando limites
nos direitos fundamentais previstos na Constituio. Essa limitao
encontra-se no art. 5, LVI da Constituio. Vejamos:
LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;
Vejam que a Constituio clara ao dizer que no se admitem no
processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilcitos. Mas o que
seriam meios ilcitos? Seriam todos aqueles meios em que para a
obteno da prova tenha que ser violado um direito fundamental de
algum. POR EXEMPLO:
Imagine que Joana, que processa Jos por calnia, invada sua
residncia para obter documentos que comprovam a culpa de Jos no
crime. Ora, embora os documentos comprovem a culpa de Jos, pelo
modo como foram obtidos, no podero ser utilizados no processo, pois
decorrem de violao ao direito fundamental inviolabilidade da
residncia, previsto no art. 5, XI da Constituio:
XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial;
ATENO, MEU POVO! A Jurisprudncia
e Doutrina dominantes admitem a
utilizao de provas ilcitas quando
esta for a nica forma de se obter a
absolvio do ru. Por exemplo:
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Imaginem que no exemplo dado l atrs,
Jos que invadisse a casa de Joana, atrs
do nico documento que pode provar sua
inocncia. Nesse caso, os Tribunais
admitem a utilizao da prova obtida por
meio ilcito, pelo princpio da
proporcionalidade, pois, embora tenha sido
violado o direito fundamental
inviolabilidade do domiclio de Joana,
estava em jogo, tambm, o direito
fundamental liberdade de Jos.
VI PRINCPIO DA OBRIGATORIEDADE DA MOTIVAO DAS DECISES JUDICIAIS
Este princpio est previsto no art. 93, IX da Constituio:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princpios:
(...)
IX todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao;
Como vocs podem ver, a prpria Constituio quem determina
que os atos decisrios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta
maneira, pode-se elevar esse princpio (motivao das decises judiciais)
categoria de princpio constitucional, por ter merecido a ateno da Lei
Mxima.
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Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a
sentena, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se
baseia para indeferir a prova ou para tomar a deciso que tomou na
sentena (condenando ou absolvendo).
Esse princpio decorre da lgica do sistema jurdico ptrio, em que a
transparncia deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o
acusador) saber exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela
deciso e, assim, poder examinar se o Magistrado agiu dentro da
legalidade.
Alis, esse princpio guarda estrita relao com o princpio da
Ampla Defesa, eis que a ausncia de fundamentao ou a
fundamentao deficiente de uma deciso dificulta e por vezes impede a
sua impugnao, j que a parte prejudicada no tem elementos para
combat-lo, j que no sabe seus fundamentos.
Alguns pontos controvertidos merecem destaque:
x A deciso de recebimento da denncia ou queixa, apesar de possuir forte carga decisria, no precisa ser
fundamentada, nos termos do CPP (STF entende que isso no
fere a Constituio);
x A fundamentao referida constitucional Fundamentao referida aquela na qual um rgo do
Judicirio se remete s razes expostas por outro rgo do
Judicirio (Ex.: O Tribunal, ao julgar a apelao, mantendo a
sentena, pode fundamentar sua deciso referindo-se aos
argumentos expostos na sentena de primeira instncia, sem
necessidade de reproduzi-los no corpo do Acrdo). O STF
entende que essa prtica no viola o art. 93, IX da CRFB/88.
Alm disso, o STF j decidiu que no viola a Constituio
sentena na qual o magistrado, no relatrio, apenas se remete
ao relatrio feito pelo MP em suas alegaes finais;
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x As decises proferidas pelo Tribunal do Jri no so fundamentadas, pois os julgadores (jurados) no tem
conhecimento tcnico, proferindo seu voto conforme sua
percepo de Justia indicar.
VII PRINCPIO DA PUBLICIDADE
Este princpio estabelece que os atos processuais e as decises
judiciais sero pblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa
a regra prevista no art. 93, IX da CRFB/88:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princpios:
(...)
IX- todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao;
Percebam que a Constituio determina que os julgamentos dos
rgos do Poder Judicirio sero pblicos, mas entende-VHMXOJDPHQWRVcomo qualquer ato processual.
Entretanto, essa publicidade NO ABSOLUTA, podendo sofrer
restrio, quando a intimidade das partes ou interesse pblico exigir. A
isso se chama de publicidade restrita.
De fato, em alguns casos, a intimidade do ofendido deve ser
preservada. Imaginem uma ao penal pelo crime de estupro. natural
que a vtima pea que o processo corra em segredo de Justia, para evitar
a exposio do fato, que, por si s, j lhe traz transtornos suficientes.
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Ainda, pode ser decretada a tramitao em segredo de Justia quando
houver interesse pblico que o justifique.
Essa possibilidade de restrio est prevista, ainda, no art. 5, LX da
CRFB/88:
LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Ressalto a vocs que essa publicidade pode ser restringida apenas s
partes e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa?
Que alguns atos podem no ser pblicos nem mesmo para a outra parte!
Sim! Imaginem que, numa audincia, a ofendida pelo crime de estupro
no queira dar seu depoimento na presena do acusado. Nada mais
natural. Assim, o Juiz poder mandar que este se retire da sala,
permanecendo, porm, o seu advogado. Aos procuradores das partes
(advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidade
dos atos processuais! Gravem isso!
Essa impossibilidade de restrio da publicidade aos procuradores
das partes decorrncia natural do princpio do contraditrio e da ampla
defesa, pois so os procuradores quem exercem a defesa tcnica, no
podendo ser privados do acesso a nenhum ato do processo, sob pena de
nulidade.
Por fim, vale registrar que no Tribunal do Jri (que tem regras muito
especficas) o voto dos jurados sigiloso, por expressa previso
constitucional, caracterizando-se em mais uma exceo ao princpio. Nos
termos do art. 5 , XVIII da Constituio:
XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votaes;
c) a soberania dos veredictos;
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d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Assim, nesse caso, no h publicidade do voto proferido pelo jurado,
mas a sesso secreta onde ocorre o julgamento pelos jurados (depsito
dos votos na urna) acessvel aos procuradores.
VIII PRINCPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL ou PAR CONDITIO
O princpio da isonomia processual decorre do princpio da isonomia,
genericamente considerado, segundo o qual as pessoas so iguais
perante a lei, sendo vedadas prticas discriminatrias. Est previsto no
art. 5 da Constituio:
Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:
No campo processual este princpio tambm irradia seus efeitos,
devendo a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitria,
conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos
recursais devem ser os mesmos para acusao e defesa, o tempo para
sustentao oral nas sesses de julgamento tambm devem ser idnticos,
etc.
Entretanto, possvel que a lei estabelea algumas situaes
aparentemente anti-isonmicas, a fim de equilibrar as foras dentro do
processo.
Explico: Quando a lei estabelece que a Defensoria Pblica possui prazo
em dobro para recorrer, no est ferindo o princpio da isonomia, mas
est apenas corrigindo uma situao de desequilbrio. Isso porque a
Defensoria Pblica uma Instituio absolutamente assoberbada, que
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no pode escolher se vai ou no patrocinar uma demanda. Caso o
assistido se enquadre como hipossuficiente, a Defensoria Pblica deve
atuar. Um escritrio de advocacia pode, por exemplo, se recusar a
patrocinar uma defesa alegando estar muito atarefado.
CUIDADO! Como o MP possui prazo em dobro para recorrer no processo
civil, muito se discutiu a respeito da aplicao de tal prerrogativa no
processo penal, at mesmo em razo do fato de a DP possuir prazo em
dobro. Contudo, o STJ firmou entendimento no sentido de que tal
prerrogativa no se aplica ao MP no processo penal:
2. O prazo em dobro para recorrer previsto no art. 188 do Cdigo de
Processo Civil, quando a parte for a Fazenda Pblica ou o Ministrio
Pblico, no se aplica ao feitos de natureza penal, como o presente,
onde a prerrogativa assegurada exclusivamente Defensoria
Pblica.
3. Embargos de declarao rejeitados.
(EDcl no AgRg no RMS 36.050/PI, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA
TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 05/11/2013)
IX PRINCPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIO
Este princpio estabelece que as decises judiciais devem estar
sujeitas reviso por outro rgo do Judicirio. Embora no esteja
expresso na Constituio, grande parte dos doutrinadores o aceita
como um princpio de ndole constitucional, fundamentando sua tese nas
regras de competncia dos Tribunais estabelecidas na Constituio, o que
deixaria implcito que toda deciso judicial deva estar sujeita a recurso,
via de regra.
Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princpio de
ndole constitucional entendem que h excees, que so os casos de
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competncia originria do STF, aes nas quais no cabe recurso da
deciso de mrito (bvio, pois o STF a Corte Suprema do Brasil). Assim,
essa exceo no anularia o fato de que se trata de um princpio
constitucional, apenas no lhe permite ser absoluto.
O princpio da ampla defesa tambm bastante citado como o
fundamento da tese de que se trata de um princpio constitucional, pois a
possibilidade de reviso da deciso judicial circunstncia necessria
para que se garanta o respeito ampla defesa, que restaria violada caso
no se pudesse impugnar determinada deciso judicial.
Este princpio norteia a legislao processual penal
infraconstitucional, como por exemplo, pela inexigibilidade de preparo
no recurso (preparo o valor cobrado da parte para que interponha um
recurso), bem como pela recente inovao legislativa que aboliu a
previso do art. 595 do CPP, que determinava que o ru devesse se
recolher priso para apelar. Assim, entendeu-se, acertadamente, que o
direito ao duplo grau de jurisdio e ampla defesa no podem estar
condicionados priso do ru.
X PRINCPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL
A Constituio estabelece em seu art. 5, LIII que:
LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente;
Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair os Princpios
do Juiz Natural e do Promotor Natural.
O princpio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de
ser julgada por um rgo do Poder Judicirio brasileiro, devidamente
investido na funo jurisdicional, cuja competncia fora previamente
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definida. Assim, est vedada a formao de Tribunal ou Juzo de exceo,
que so aqueles criados especificamente para o julgamento de um
determinado caso. Isso no tolerado no Brasil!
Porm, vocs no devem confundir Juzo ou Tribunal de
exceo com varas especializadas. As varas especializadas so
criadas para otimizar o trabalho do Judicirio, e sua competncia
definida abstratamente, e no em razo de um fato isolado. O
TXHHVWHSULQFtSLR LPSHGHpDPDQLSXODomRGDVUHJUDVGRMRJRSDUDVHHVFROKHUR-XL]TXHLUiMXOJDUDFDXVD
Assim, proposta a ao penal, ela ser distribuda para um dos Juzes
com competncia para julg-la. Por exemplo: Se na comarca existem
cinco varas criminais, a ao ser distribuda por sorteio a uma dessas
varas, no podendo o Promotor escolher o Juiz de sua preferncia.
J o princpio do Promotor Natural estabelece que toda pessoa tem
direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, vedada a
designao pelo Procurador-Geral de Justia de um Promotor para atuar
especificamente num determinado caso. Isso seria simplesmente um
acusador de exceo, algum que no estava previamente definido como
o Promotor (ou um dos Promotores) que poderia receber o caso, mas
algum que foi definido como o acusador de um ru aps a prtica do
fato, cuja finalidade fazer com que o acusado seja processado por
algum que possui determinada caracterstica.
EXEMPLO: Imagine que Jos amigo do Procurador-Geral de Justia do
estado do Cear. Jos vem a cometer um crime, cuja atribuio para
acus-lo de um dos 10 Promotores Criminais da Comarca de Fortaleza.
Entretanto, receoso de ser condenado, Jos conversa com seu amigo, o
PGJ, que designa XP3URPRWRUGHVXDFRQILDQoDSDUDDWXDUQRFDVRDfim de que Jos no seja processado ou, ento, seja requerida uma pena
branda. O contrrio tambm verdadeiro. Sendo Jos inimigo do PGJ,
este poderia, querendo se vingar, indicar um Promotor mais rigoroso
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para atuar em seu caso. Estas prticas so vedadas pelo Princpio do
Promotor Natural.
Entretanto, a definio de atribuies especializadas (Promotor para
crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) no viola este
princpio, pois no se est estabelecendo uma atribuio casustica,
apenas para determinado caso, mas uma atribuio abstrata, que se
aplicar a todo e qualquer caso semelhante.
XI APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAO
O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal est relacionado
sua aptido para produzir efeitos. Essa aptido para produzir efeitos
est ligada a dois fatores: espacial e temporal.
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em
determinado lugar e em determinado tempo. Nesse sentido, devemos
analisar onde e quando a lei processual penal se aplica.
O art. 1 do CPP diz o seguinte:
Art. 1o O processo penal reger-se-, em todo o territrio brasileiro, por este Cdigo, ressalvados:
I - os tratados, as convenes e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repblica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da Repblica, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituio, arts. 86, 89, 2o, e 100);
III - os processos da competncia da Justia Militar;
IV - os processos da competncia do tribunal especial (Constituio, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF n 130
Pargrafo nico. Aplicar-se-, entretanto, este Cdigo aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam no dispuserem de modo diverso.
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Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o
princpio da territorialidade. O que seria esse princpio? Esse
princpio determina que a lei produzir seus efeitos dentro do
territrio nacional. Simples assim!
Desta maneira, o CPP a lei aplicvel ao processo e julgamento das
infraes penais no Brasil. As regras de aplicao da Lei Penal brasileira
esto no Cdigo Penal, mas isso no nos interessa aqui. O que nos
interessa o seguinte: Se for caso de aplicao da Lei Penal brasileira, as
regras do processo sero aquelas previstas no CPP, em todo o territrio
nacional.
Portanto, no se admite a existncia de Cdigos Processuais
estaduais, at porque compete privativamente Unio legislar sobre
direito processual, nos termos da Constituio Federal:
Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;
Como disse a vocs, esta a regra! Mas toda regra possui excees.
So elas:
A) Tratados, convenes e regras de Direito Internacional -
Quando um determinado Estado (em sentido amplo, como
sinnimo de Pas, Governo Soberano) exerce a Jurisdio (poder
de dizer a quem pertence o direito no caso concreto),
notadamente na seara do direito processual penal (exerccio do
ius puniendi), est exercendo sua soberania. Porm, possvel
que esta soberania estatal fique afastada em algumas hipteses,
nas quais o prprio Estado assim concorda. o caso dos tratados
e convenes, que so acordos firmados entre diversos pases
(pelo menos dois), nos quais se reconhece a lesividade de
determinados crimes e se estabelece uma forma especial de julg-
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los. Desta maneira, quando o Brasil firma tratados no plano
internacional, poder afastar pontualmente (apenas para aquela
hiptese) a aplicao da lei interna. o que acontece com relao
aos diplomatas, que so imunes legislao brasileira (penal e
processual penal), sendo julgados, pelos crimes que aqui cometer,
em seu pas de origem. Essa disposio est prevista na
Conveno de Viena, que foi incorporada ao nosso ordenamento
jurdico atravs do Decreto n 56.435/65.
B) Prerrogativas constitucionais do Presidente da Repblica,
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do
Presidente da Repblica, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituio, arts. 86, 89, 2o, e 100) Essa a hiptese de no-aplicao da lei processual penal no territrio nacional
relativa a crimes de responsabilidade, ou seja, trata-se de uma
exceo de jurisdio poltica. O que isso? Determinados
crimes, relativos ao exerccio da vida poltica, so chamados de
crimes de responsabilidade. Quando um agente poltico
(Presidente, Ministro de Estado, Ministro do STF) pratica uma
determinada conduta, esta pode ser tanto um crime comum
quanto um crime de responsabilidade (crime poltico). Nos crimes
de responsabilidade no h previso de sanes criminais (priso,
etc.), mas sanes polticas (perda do cargo, inelegibilidade
temporria, etc.). Em ALGUNS CASOS destes, o CPP no ser
aplicado, sendo adotado um processo especfico, geralmente de
competncia do Poder Legislativo. Vamos ver o que diz a
Constituio:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica nos crimes da mesma
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natureza conexos com aqueles; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)
Vejam que a Constituio vai alm do que prev o CPP,
aumentando as hipteses de afastamento da aplicao da lei
processual penal. Assim, ocorrendo a prtica de crime de
responsabilidade por algum daqueles agentes, naquelas
circunstncias previstas na Constituio e no CPP, no se aplicar
o CPP, mas o Regimento Interno do Senado Federal. Aqui, trata-
se de exerccio da Jurisdio pelo Poder Legislativo! Apenas a
ttulo de curiosidade (pois isso foge ao nosso objetivo aqui), os
crimes de responsabilidade esto previstos no art. 2 do Decreto-
Lei n 201/67 e na lei 1.079/50. Cuidado! Os artigos da
Constituio mencionados no CPP esto desatualizados,
pois o CPP foi editado quando vigorava a Constituio de
1937!
C) Processos de competncia da Justia Militar Os crimes militares (que so definidos no art. 9 do Cdigo Penal Militar) no
so submetidos a julgamento atravs do rito do CPP, mas, sendo
de competncia da Justia Militar, aplica-se o Cdigo de
Processo Penal Militar. Os crimes militares podem ser prprios
(aqueles que s esto previstos no COM), ou imprprios (esto
previstos tambm no Cdigo Penal, mas em determinadas
circunstncias so considerados militares. Por exemplo: Quando
praticado por militar em servio ou dentro de estabelecimento
militar). Ocorrendo uma destas hipteses, estaremos diante de
crime militar, cuja competncia para julgamento da Justia
Militar, motivo pelo qual se afasta a aplicao do CPP! Cuidado!
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Nessa hiptese, no se aplica o CPP nem mesmo de
maneira subsidiria!
D) Processos de Competncia de Tribunal Especial Essa previso no mais vigora, pois, com o advento da Constituio de
1988, houve a abolio expressa de toda e qualquer possibilidade
de existncia de Tribunais de Exceo (especiais). Esses Tribunais
eram formados apenas para o julgamento de determinado crime,
aps seu cometimento, ou seja, uma violao clara ao j estudado
princpio do Juiz Natural!
E) Processos relativos a crimes de imprensa Esta disposio muito polmica! A maioria da Doutrina entende que esse
dispositivo do CPP foi revogado pela Lei 5.250/67 (posterior ao
CPP), que prev a aplicao do CPP se forma subsidiria nos
crimes de imprensa. Ou seja, em se tratando de crime de
imprensa, aplicam-se as regras estabelecidas na Lei prpria.
Entretanto, havendo alguma lacuna, usa-se a regra geral
estabelecida pelo CPP para o caso. Assim, havendo previso de
aplicao do CPP, ainda que de maneira subsidiria, no h que se
falar em exceo ao princpio da territorialidade. Devo frisar a
vocs, ainda, que o STF, em deciso na ADPF 130-7/DF,
considerou inconstitucionais diversos dispositivos da Lei de
Imprensa, por consider-la fora dos padres de Democracia
brasileiros, o que nos leva a crer que o STF corrobora o
entendimento de que o CPP aplica-se nestes casos, ainda
que subsidiariamente.
Assim, o CPP aplica-se aos crimes cometidos no territrio nacional
(princpio da territorialidade), assim considerados aqueles cuja ao ou
omisso ocorreu no Brasil, ou ainda, aqueles cujo resultado aqui ocorreu
(teoria da ubiquidade do lugar do crime), ressalvadas as hipteses legais
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e constitucionais nas quais o CPP s se aplica subsidiariamente e aquelas
nas quais ele no se aplica nem mesmo de maneira subsidiria.
XII APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Nos termos do art. 2 do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.
Por este artigo podemos extrair o princpio do tempus regit actum,
tambm conhecido como princpio do efeito imediato ou aplicao
imediata da lei processual. Este princpio significa que a lei processual
regular os atos processuais praticados a partir de sua vigncia, no se
aplicando aos atos j praticados.
Esta a regra de aplicao temporal de toda e qualquer lei, meus
caros, ou seja, produo de efeitos somente para o futuro. Caso
contrrio, o caos seria instalado!
Assim, vocs devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha
se iniciado sob a vigncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando
o CPP (ainda que mais gravosa ao ru), esta ser aplicada aos atos
futuros. Ou seja, a lei nova no pode retroagir para alcanar atos
processuais j praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM
CURSO!
Esta possibilidade no ofende o art. 5, XL da Constituio Federal,
que diz:
XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;
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No ofende, pois no se trata de retroatividade da lei. Mais que isso,
esse dispositivo no se aplica s normas puramente processuais.
Vamos dar um exemplo: Imaginemos que uma pessoa responda pelo
FULPH GH KRPLFtGLR 1HVVH FDVR D /HL SUHYr GRLV UHFXUVRV $ H %Durante o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a
SRVVLELOLGDGHGHLQWHUSRVLomRGRUHFXUVR%RXVHMDpSUHMXGLFLDODRUpXNesse caso, trata-se de norma puramente processual, e a aplicao da lei
nova ser imediata. Entretanto, se o acusado j tiver interposto o recurso
%DOHLQRYDQmRWHUiRFRQGmRGHID]HUFRPTXHRUHFXUVRGHL[HGHVHUjulgado, pois se trata de ato processual j praticado (interposio do
recurso), devendo o Tribunal apreci-lo.
Ocorre, porm, que dentro de uma lei processual pode haver normas
de natureza material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer
normas que, na verdade, so de Direito Penal, pois criam ou extinguem
direito do indivduo, relativos sua liberdade, etc. Nesses casos de leis
materiais, inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre
o fenmeno da heterotopia.
Em casos como este, o difcil saber identificar qual regra de
direito processual e qual de direito material (penal). Porm, uma vez
identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua
aplicao ser regulada pelas normas atinentes aplicao da lei penal no
tempo, inclusive no que se refere possibilidade de eficcia retroativa
para benefcio do ru.
Diferentemente das normas heterotpicas (que so ou de direito
material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza
diversa), existem normas mistas, ou hbridas, que so aquelas que
so, ao mesmo tempo, normas de direito processual e de direito
material.
Vou dar um exemplo:
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
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podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redao dada pela Lei n 9.271, de 17.4.1996)
Nesse caso acima, temos uma norma que possui contedo misto (ou
hbrido). A primeira parte trata da suspenso do processo
(natureza processual) e a segunda trata da suspenso do prazo
prescricional (natureza material).
Como vocs podem ver, trata-se de norma que alterou o Cdigo
Processual Penal em 1996. Imaginemos que quando do advento desta lei
que alterou o CPP tramitasse um processo no qual o acusado foi citado
por edital e no apresentou resposta. A lei no previa nem a suspenso
do processo nem a do prazo prescricional. Nesse sentido, poderamos
aplicar a lei? Os Tribunais entenderam que a parte processual at
poderia ser aplicada aos processos em curso (suspenso do processo),
mas a parte material no poderia ser aplicada (suspenso do prazo
prescricional), por ser prejudicial ao ru.
J disse a vocs que a norma processual penal, como qualquer outra,
possui eficcia imediata, para o futuro. Isso se chama de atividade da lei.
Entretanto, em alguns casos, a lei pode produzir efeitos fora do
seu perodo de vigncia (que comea com a entrada em vigor e
termina com sua revogao). Nesse caso, teremos o que se chama de
extratividade, ou seja, atividade fora (do perodo de vigncia).
A extratividade, por sua vez, pode se dar na forma de
retroatividade ou de ultratividade. A primeira ocorre quando uma lei
atinge fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. J a segunda ocorre
quando uma lei aplicada a fatos que ocorreram mesmo aps sua
revogao (sada do mundo jurdico).
Quando a lei processual penal traz contedo de direito material
(estabelecimento de regime prisional, livramento condicional, extino de
punibilidade), poder ser aplicada a crimes cometidos antes de sua
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vigncia (eficcia retroativa). Mais que isso: Por ser benfica ao ru, caso
seja revogada por uma norma que preveja situao mais gravosa (regime
prisional prejudicial, prazo prescricional maior), a lei antiga (j revogada)
continuar a reger aqueles fatos (ultratividade da lei).
CUIDADO! No que se refere s normas
relativas execuo penal (cumprimento
de pena, sadas temporrias, etc.), a
Doutrina diverge quanto sua natureza. H
quem entenda tratar-se de normas de
direito material, h quem as considere
como normas de direito processual.
Entretanto, para ns, o que importa o que
o STF e o STJ pensam! E eles entendem
que se trata de norma de direito material.
Assim, se uma lei nova surge, alterando o
regime de cumprimento da pena,
beneficiando o ru, ela ser aplicada aos
processos em fase de execuo, por ser
considerada norma de direito material.
XIII DISPOSIES PRELIMINARES DO CPP
O art. 3 do CPP diz:
Art. 3o A lei processual penal admitir interpretao extensiva e aplicao analgica, bem como o suplemento dos princpios gerais de direito.
Vamos explicar, assim, o que seriam interpretao extensiva,
aplicao analgica e princpios gerais do Direito.
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A interpretao extensiva uma atividade na qual o intrprete
estende o alcance do que diz a lei, em razo de sua vontade (vontade
da lei) ser esta. No crime de extorso mediante sequestro, por exemplo,
lgico que a lei quis incluir, tambm, extorso mediante crcere
privado. Assim, faz-se uma interpretao extensiva, que pode ser
aplicada sem que haja violao ao princpio da legalidade, pois, na
verdade, a lei diz isso, s que no est expresso em seu texto. A Doutrina
processualista diverge um pouco com relao a isso. Embora o CPP
admita expressamente sua possibilidade de aplicao, h doutrinadores
que entendem que no caso de se tratar de norma mista, ou norma
puramente material inserida em lei processual, no caber interpretao
extensiva em prejuzo do ru.
A aplicao analgica, por sua vez, bem diferente. Como o nome
diz, decorre da analogia, que o mesmo que comparao. Assim, essa
forma de integrao da lei penal somente ser utilizada quando
no houver norma disciplinando determinando caso. Nesta situao,
utiliza-se uma norma aplicvel a outro caso, considerado semelhante.
Na aplicao analgica, o Juiz aplica a um caso uma norma que no
foi originariamente prevista para tal, e sim para um caso semelhante.
$ JUDQGH TXHVWmR p VDEHU R TXH VH HQTXDGUD FRPR FDVRVHPHOKDQWH 3DUD LVVR D 'RXWULQD HOHQFD WUrV IDWRUHV TXH GHYHP VHUrespeitados:
x Semelhana essencial entre os casos (previsto e no previsto pela norma). Desprezam-se as diferenas no
essenciais.
x Igualdade de valorao jurdica das hipteses x Igualdade de circunstncias ou igualdade de razo
jurdica de ambos os institutos
A Doutrina entende, ainda, que no caso de aplicao analgica
(analogia) in malam partem, no pode haver leso a contedos de
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natureza material (penal), pois no se admite analogia in malam partem
no Direito Penal.
J os princpios gerais do Direito so regras de integrao da lei,
ou seja, de complementao de lacunas. Assim, quando no se
vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso concreto, o
CPP admite a aplicao dos princpios gerais do Direito. Esses princpios
gerais do Direito so inmeros, e so aqueles que norteiam a atividade de
aplicao do Direito.
Como exemplo, imaginemos que uma lei estabelea a participao
das partes (autor e ru) em determinado ato processual. Se a lei nada
disser em relao a ordem de participao das partes no ato processual,
deve-se permitir que a defesa atue por ltimo, pois de conhecimento
geral daqueles que aplicam o Direito que a defesa deve falar por ltimo
no processo, a fim de que possa se defender plenamente dos fatos que
lhe so imputados.
RESUMO DA AULA
1. PRINCPIOS
x NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO Tambm chamado de princpio da inrcia, prega que o Juiz no deve se movimentar
para dar incio ao processo, pois isso cabe ao acusador, que
na ao penal pblica o MP, e na ao penal privada o
ofendido. Isso consagra a adoo do SISTEMA
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ACUSATRIO, em contraposio ao sistema inquisitivo, no
adotado em regra. ESTE PRINCPIO NO IMPEDE QUE O
JUIZ DETERMINE A REALIZAO DE DILIGNCIAS, EM
HOMENAGEM AO PRINCPIO DA VERDADE REAL;
x DEVIDO PROCESSO LEGAL Prega que algum s pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens aps ser
devidamente processado em processo que respeite as
normas constitucionais e legais. Divide-se basicamente em
CONTRADITRIO e AMPLA DEFESA. O contraditrio , em
resumo, o direito que cada parte tem de poder se manifestar
sempre que a outra parte se manifeste. A ampla defesa prega
que aqueles que esto sendo acusados devem poder se
defender de todas as formas possveis, no sendo possvel
restringir o direito de defesa. O postulado da ampla defesa
engloba a defesa tcnica [= prestada por profissional
habilitado] e a autodefesa [= realizada pelo prprio acusado,
por exemplo, quando se manifesta no interrogatrio]. NO
INQURITO POLICIAL NO H CONTRADITRIO.
x PRESUNO DE INOCNCIA Ningum pode ser considerado culpado antes que seja condenado por sentena
da qual no caiba mais recurso. Isso gera a obrigao de que
o acusador PROVE a culpa do ru, j que este ,
presumidamente, inocente. A existncia de prises
cautelares (no curso do processo) NO OFENDE ESTE
PRINCPIO, pois no se fundamentam na culpa do ru, mas
em possvel risco ao processo (cautelaridade). Quanto
posio do STF e do STJ sobre temas especficos deste
princpio, ver quadrinho da pg. 19;
x VEDAO DA UTILIZAO DE PROVAS ILCITAS Nenhuma prova obtida por meio ilcito pode ser utilizada no
processo. Dentre estas provas ilcitas incluem aquelas que,
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embora lcitas, originam-se de um ato ilcito [= ilcitas por
derivao]. A Jurisprudncia, no entanto, tem admitido a
utilizao destas provas quando for a nica forma de o ru
PROVAR SUA INOCNCIA.
x NECESSIDADE DE MOTIVAO DAS DECISES JUDICIAIS Todas as decises do Judicirio devem ser devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade, at em
respeito ao princpio da ampla defesa, para possibilitar que o
prejudicado possa recorrer da deciso. CUIDADO: 1)
Deciso de recebimento da inicial acusatria no precisa ser
fundamentada; 2) Fundamentao referida constitucional;
3) Decises do Jri no so fundamentadas;
x PUBLICIDADE Os atos do processo devem ser pblicos, mas essa publicidade no irrestrita, podendo ser restringida
em alguns casos [= preservao da intimidade ou para a
perfeita realizao do ato], inclusive em relao s partes no
processo, MAS NUNCA AOS PATRONOS DAS PARTES.
DECISO DO JRI SIGILOSA;
x ISONOMIA PROCESSUAL Diz que todas as partes devem ser tratadas de maneira equnime no processo. Essa
isonomia busca a igualdade material [= tratar iguais
igualmente e desiguais desigualmente], de forma que a
previso de prazos diferenciados para determinadas partes
no viola este princpio;
x DUPLO GRAU DE JURISDIO Os atos judiciais devem estar sujeitos reviso por outro rgo do Judicirio. NO
UM PRINCPIO EXPRESSO NA CONSTITUIO;
x JUIZ NATURAL E PROMOTOR NATURAL Toda pessoa tem o direito de ser processada [= promotor natural] e
julgada [= Juiz natural] por rgo do Estado previamente
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designado para tal, sendo vedada a formao de Tribunais de
exceo, ou seja, para julgamento de apenas determinado
fato, aps a sua prtica. O princpio do Promotor natural no
unnime na Doutrina. A existncia de VARAS
ESPECIALIZADAS no ofende este princpio, pois no
violao imparcialidade do Juiz, j que se trata apenas de
diviso funcional de tarefas.
2. APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL
x TEMPUS REGIT ACTUM A norma processual nova se aplica aos fatos praticados antes de sua vigncia, desde que
o processo ainda esteja em curso, sendo aplicada somente
aos atos processuais ainda no praticados, ou seja, aplica-se
imediatamente aos processos em curso, daquele momento
em diante;
x HETEROTOPIA No caso de normas de Direito Material dentro de uma lei processual, essa norma material no possui
aplicao imediata, seguindo a regra de aplicao da lei penal
[= retroatividade somente se benfica ao ru];
x NORMAS MISTAS So normas que mesclam aspectos de direito material e aspectos de direito processual. Segundo os
Tribunais superiores, a parte de Direito material no poderia
ser aplicada aos fatos criminosos j praticados, mas a parte
de direito processual sim, aplicando-se, portanto, ao processo
em curso.
x PRINCPIO DA TERRITORIALIDADE O CPP aplicvel a todo e qualquer crime praticado no territrio nacional, salvo:
1) Processos de julgamento de CRIMES MILITARES 2)
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Crimes de RESPONSABILIDADE; 3) Excees previstas em
TRATADOS INTERNACIONAIS; 4) Crimes de IMPRENSA.
x DISPOSIES PRELIMINARES DO CPP Admite-se a utilizao de INTERPRETAO EXTENSIVA, APLICAO
ANALGICA E PRINCPIOS GERAIS DO DIREITO.
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QUESTES PARA PRATICAR
01 - (TJ-SC 2009 TJ-SC ANALISTA JURDICO)
Segundo De Plcido e Silva, os SULQFtSLRV MXUtGLFRV VHP G~YLGDsignificam os pontos bsicos, que servem de ponto de partida ou de
HOHPHQWRV YLWDLV GR SUySULR 'LUHLWR ,QGLFDP R DOLFHUFH GR 'LUHLWR(Vocabulrio Jurdico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. p.
1091)
Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus
conhecimentos sobre a matria, julgue as proposies a seguir:
I. Decorre do princpio da presuno de inocncia a imputao do nus da
prova acusao.
II. Em razo do princpio da soberania dos veredictos, no pode o
Tribunal reformar a deciso, apenas designar um novo jri.
III. O Juiz deve ser previamente designado previamente, por lei, sendo
vedado o Tribunal de Exceo, conforme preleciona o princpio do Juiz
Natural.
IV. De toda alegao ftica ou de direito e das provas apresentadas tem o
adverso o direito de se manifestar, tendo em vista o que preleciona o
princpio do contraditrio.
A) Todas as proposies esto corretas.
B) Todas as proposies esto incorretas.
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C) As proposies II, III e IV esto corretas.
D) As proposies I, II e III esto corretas.
E) As proposies I, III e IV esto corretas.
02 - (CESPE 2008 TJ-SE JUIZ DE DIREITO)
Os princpios constitucionais aplicveis ao processo penal incluem
A) a publicidade.
B) a verdade real.
C) a identidade fsica do juiz.
D) o favor rei.
E) a indisponibilidade.
03 - (FCC 2011 NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO ADVOGADO)
A regra que, no processo penal, atribui acusao, que apresenta a
imputao em juzo atravs de denncia ou de queixa- crime, o nus da
prova decorrncia do princpio
A) do contraditrio.
B) do devido processo legal.
C) do Promotor natural.
D) da ampla defesa.
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E) da presuno de inocncia.
04 - (MPE-SP 2006 MPE-SP PROMOTOR DE JUSTIA)
Assinale a afirmao incorreta.
A) O direito ampla defesa abrange a autodefesa
B) A retirada do ru da sala de audincia no precisa ser motivada pelo
juiz.
C) O direito de o ru estar presente produo da prova testemunhal
decorre do direito autodefesa.
D) O direito autodefesa renuncivel.
E) A retirada do ru da sala de audincia, quando sua presena ou atitude
possa prejudicar a verdade do depoimento, no viola o direito
autodefesa.
05 - (VUNESP 2008 DPE-MS DEFENSOR PBLICO)
O princpio da publicidade
A) no tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro, visto que
no est previsto na Constituio Federal.
B) aquele que garante imprensa acesso a todas as informaes
processuais, em nome do interesse pblico.
C) regra geral no sistema processual do tipo acusatrio.
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D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura do
inqurito policial, em razo da natureza inquisitiva da referida pea
informativa.
06 - (FCC 2009 MPE-SE TCNICO DO MP REA ADMINISTRATIVA)
A condenao de um ru sem defensor viola o princpio
A) da oficialidade.
B) da publicidade.
C) do juiz natural.
D) da verdade real.
E) do contraditrio.
07 - (FCC 2009 TJ-AP ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
A Constituio Federal NO prev expressamente o princpio
A) da publicidade.
B) do duplo grau de jurisdio.
C) do contraditrio.
D) da presuno da inocncia.
E) do juiz natural.
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08 - (FCC 2007 MPU ANALISTA PROCESSUAL)
Dispe o art. 5, inciso XXXVII da Constituio da Repblica Federativa do
Brasil que "No haver juzo ou Tribunal de exceo; inciso LIII ?
Ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade
competente". Tais disposies consagram o princpio
A) da presuno de inocncia.
B) da ampla defesa.
C) do devido processo legal.
D) da dignidade.
E) do juiz natural.
09 - (FGV 2008 TJ-MS JUIZ DE DIREITO)
Relativamente aos princpios processuais penais, incorreto afirmar que:
A) o princpio da presuno de inocncia recomenda que em caso de
dvida o ru seja absolvido.
B) o princpio da presuno de inocncia recomenda que processos
criminais em andamento no sejam considerados como maus
antecedentes para efeito de fixao de pena.
C) os princpios do contraditrio e da ampla defesa recomendam que a
defesa tcnica se manifeste depois da acusao e antes da deciso
judicial, seja nas alegaes finais escritas, seja nas alegaes orais.
D) o princpio do juiz natural no impede a atrao por continncia nos
casos em que o co-ru possui foro por prerrogativa de funo quando o
ru deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau.
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E) o princpio da vedao de provas ilcitas no absoluto, sendo
admissvel que uma prova ilcita seja utilizada quando a nica disponvel
para a acusao e o crime imputado seja considerado hediondo.
10 - (FCC 2008 TCE/AL PROCURADOR)
Em relao lei processual penal no tempo, em caso de lei nova, a regra
geral consiste na sua aplicao
A) imediata, independentemente da fase em que o processo em
andamento se encontre.
B) imediata, somente em relao aos processos que se encontrem na fase
instrutria.
C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.
D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.
E) imediata ou a processos futuros conforme deciso fundamentada do
juiz em cada caso.
11 - (FCC 2009 TJ/MS JUIZ)
A lei processual penal
A) tem aplicao imediata apenas nos processos ainda no instrudos.
B) tem aplicao imediata apenas se beneficiar o acusado.
C) de aplicao imediata, sem prejuzo de validade dos atos j
realizados.
D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.
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E) aplicvel apenas aos fatos ocorridos aps a sua vigncia.
12 - (FCC 2008 MPE/CE PROMOTOR)
Quanto eficcia temporal, a lei processual penal
A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos aps a sua vigncia.
B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.
C) tem aplicao imediata, sem prejuzo da validade dos atos j
realizados.
D) tem aplicao imediata nos processos ainda no instrudos.
E) no ter aplicao imediata, salvo se para beneficiar o acusado.
13 - (FCC 2009 TJ/PA ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
A nova lei processual penal
A) de incidncia imediata, pouco importando a fase em que esteja o
processo.
B) no aplicvel aos processos, ainda em curso, iniciados na vigncia da
lei processual anterior.
C) no aplicvel aos processos de rito ordinrio, ainda em andamento,
quando de sua vigncia.
D) aplicvel, inclusive, aos processos j findos.
E) aplicvel somente aos processos, ainda em curso, da competncia do
Tribunal do Jri.
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14 - (VUNESP 2010 FUNDAO CASA ANALISTA ADMINISTRATIVO DIREITO) No que concerne lei processual penal, considere as seguintes
assertivas:
I. aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos atos realizados
sob a vigncia da lei anterior;
II. no admitir interpretao extensiva e aplicao analgica;
III. admitir o suplemento dos princpios gerais de direito.
correto o que se afirma em
A) III, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) todas as assertivas.
15 - (FCC 2013 TJ/PE TITULAR DE SERVIOS NOTARIAIS) Sobre a aplicao da lei processual penal e a interpretao no processo
penal, INCORRETO afirmar:
a) A legislao brasileira segue o princpio da territorialidade para a
aplicao das normas processuais penais.
b) O princpio da territorialidade na aplicao da lei processual penal
brasileira pode ser ressalvado por tratados, convenes e regras de
direito internacional.
c) A lei processual penal aplica-se desde logo, sem prejuzo da validade
dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.