auditoria nas empresas pÚbilicas estudo de caso : sonangol – ep ( joão maria funzi chimpolo)

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8/17/2019 AUDITORIA NAS EMPRESAS PÚBILICAS Estudo de caso : SONANGOL – EP ( João Maria Funzi Chimpolo) http://slidepdf.com/reader/full/auditoria-nas-empresas-pubilicas-estudo-de-caso-sonangol-ep-joao 1/85 1 CONSULTORIA ESTRATEGICA DE GESTAO EMPRESARIAL João Maria Funzi Chimpolo PhD Professor Universitário e Consultor de Empresas Pós Doutorado em Gestao dos Recursos Humanos - USA-2014 Doutor em Gestão e Organização de Empresas – USA 2013 Doutor em ciências Técnicas na especialidade de Gestão dos Recursos Humanos Mestre em Direcção e Administração de empresas ( Cuba – 2003 ) Enginheiro Industrial ( Cuba -2000 ) Pos Graduação em Agregação Pedagógica – 2009 Coordenador dos Cursos de Ciências Económica na Universidade de Belas de Angola 2007 –2009 Chefe do Departamento dos Recursos Humanos na Faculdade de Economia U.A.N Sócio Gerente da Consultoria Estratégica de Gestão Empresarial - 2011 Director de empresa (2005 -2014 Angola) TR B LHO INVESTIG TIVO TEMA: AUDITORIA NAS EMPRESAS PÚBILICAS Estudo de caso : SONANGOL – EP Luanda 

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CONSULTORIA ESTRATEGICA DE GESTAO EMPRESARIAL

João Maria Funzi Chimpolo PhD

Professor Universitário e Consultor de Empresas

Pós Doutorado em Gestao dos Recursos Humanos - USA-2014

Doutor em Gestão e Organização de Empresas – USA 2013

Doutor em ciências Técnicas na especialidade de Gestão dos Recursos Humanos

Mestre em Direcção e Administração de empresas ( Cuba – 2003 )

Enginheiro Industrial ( Cuba -2000 )

Pos Graduação em Agregação Pedagógica – 2009

Coordenador dos Cursos de Ciências Económica na Universidade de Belas de Angola 2007 –2009

Chefe do Departamento dos Recursos Humanos na Faculdade de Economia U.A.N

Sócio Gerente da Consultoria Estratégica de Gestão Empresarial - 2011

Director de empresa (2005 -2014 Angola)

TR B LHO INVESTIG TIVO

TEMA: AUDITORIA NAS EMPRESAS PÚBILICAS

Estudo de caso : SONANGOL – EP

Luanda 

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1.9.2. - Classificação das normas……………………………………………………….….....27

1.9.2.1 - Normas relativas ao auditor……………………..…..………………………………27

1.9.2.2- Normas relativas a execução do trabalho……….………………...…………………291.9.2.3 - Normas relativas a opinião do auditor……………...…………...…….…………….30

1.9.2.4- Normas relativas ao relatório de auditoria.……………………………..……….…...30

CAPÍTULO II – A AUDITORIA E A GESTÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS

2.1 - Conceito de contabilidade financeira…………………………………...……………….32

2.1.1 – A contabilidade como instrumento da gestão das empresas públicas…..…………….35

2.1.2 – A publicação de demonstrações financeiras………………………………….………36

2.1.2.1 – Os anexos ao balanço e as demonstrações de resultados………….….…………….37

2.2 – O processo de relato de uma auditoria…………………………………….……………38

2.2.1 – Relação entre a contabilidade e auditoria…………………………….………………42

2.3 – A opinião dos auditores independentes e as empresas públicas……………..…………43

2.3.1 – Conceito de empresas públicas...……………………………………..…………...….43

2.3.1.1 – Princípios que regem a gestão das E.P……………………………..……………….44

2.3.1.1.1 – Princípio da programação económica………………………….…………………44

2.3.1.1.2 – Princípio da autonomia de gestão………………………………………………...45

2.3.1.1.3 – Princípio da autonomia financeira…………………………………….………….45

2.3.1.1.4 – Princípio da rentabilidade económica…………………………………………....46

2.3.1.2 - Gestão de empresas públicas…………………….………..……………………..….46

2.3.1.2.1 – Instrumentos de gestão……………………………….…...………………………47

2.3.1.2.1.1 – Planos e orçamentos plurianuais……………………………….……………….48

2.3.1.2.1.2 – Planos e orçamentos anuais……………………………………………..………48

2.3.1.2.1.3 – Actividades económicas e financeiras………………………………………….48

2.3.1.3 - Documentos de prestação de contas……………………..………………………….49

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2.3.2 – A avaliação da performance das empresas públicas……...…………….…………….50

2.4 – A relevância da auditoria externa nas empresas públicas…………………...………….53

CAPÍTULO III – IMPACTO DA AUDITORIA NAS EMPRESAS PÚBLICAS – CASOPRÁTICO - SONANGOL, EP

3.1 - Apresentação da empresa Sonangol, E.P……………………….……………………….56

3.1.1 - Estrutura de negócio da sonangol………………...………………..………………….58

3.2 – Organigrama da Sonangol E.P……………..……...……………………………………58

3.3 – Análise e discussão dos resultados…………...….……………………………………...59

3.3.1 - Método de Comparação de Balanços Sucessivos em Percentagem…………..….…...78

CONCLUSÕES………………………………………………..……………………….…….81

RECOMENDAÇÕES……………………………………………...……………………..…..82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………………......83

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INTRODUÇÃO

O crescimento económico que se tem verificado em angola, após quase trinta anos de guerra

civil e o agudizado êxodo rural, tem exigido as empresas adequarem melhor os seus meios de

 produção para fazer face aos fenómenos: crescimento populacional, globalização, tecnologia e

concorrência, para auferirem maior rentabilidade, nomeadamente as empresas públicas que

são criadas visando a prossecução de fins/interesses públicos.

O presente trabalho de investigação científica debruça sobre o impacto da auditoria nas

empresas públicas, em que o estudo de caso cingiu-se na empresa SONANGOL, EP 

 Nesta senda, não se pode debruçar sobre o impacto da auditoria nas empresas públicas sem

que antes se possa conceitualizar os termos empresa pública e auditoria respectivamente. Em

Angola existe a Legislação sobre a administração pública, onde encontra-se intrínseca a Lei

9/95 de 15 Setembro que rege o desempenho da gestão das empresas públicas.

Por esta via, nos termos da Lei 9/95 de 15 de Setembro, entende-se por empresa pública comosendo unidades económicas criadas pelo estado, através de mecanismos estabelecidos por

lei, com capital próprio ou fornecido por outras entendidas públicas, destinadas a produção

e distribuição de bens e a prestação de serviços, tendo em vista a prossecução dos interesses

 públicos e o desenvolvimento da Economia Nacional1.

As empresas públicas são pessoas jurídicas dotadas de responsabilidade jurídica e de

autonomia financeira, administrativa e patrimonial, isto é, tem a capacidade de desenvolver-se por si só, nos termos do art.º 3 n.º 1 do capítulo I da Lei 9/95 de 15 de Setembro. As empresas

 públicas actuam com liberdade de iniciativa e de gestão, de recrutamento e remuneração do

 pessoal em regime de contrato de trabalho, como uma verdadeira empresa, capaz de receber

as indicações e os estímulos do consumidor e de se adaptar aos estímulos e gostos dos

mesmos, bem como as suas preferências e necessidades.

1MAPESS, Legislação sobre Administração Pública, Edição 4ª, Volume II: Lei 9/95 de 15 de Setembro, art.º 1.

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De forma a conceder maior credibilidade as demonstrações financeiras das empresas públicas

e não de garantir o sucesso do seu negócio, surge a auditoria a fim de evidenciar a

transparência das demonstrações financeiras através da emissão de uma opinião clara e

independente.

Entender-se-á por auditoria como sendo uma ciência que tem por objectivo a expressão de

uma opinião sobre se ou não as demonstrações financeiras apresentam uma imagem

verdadeira e apropriada do estado dos negócios da empresa à data do balanço e dos seus

resultados do ano financeiro, tendo em atenção a lei e as convenções do país no qual a

empresa está registada.

Subjacente a perspectiva de crescimento económico que Angola tem evidenciado, exige-se

das empresas públicas uma maior transparência, coerência e controlo em termos de

exequibilidade das actividades no decorrer do exercício económico. Como consabido,

especula-se que normalmente as empresas públicas, estão dotadas de um sistema de controlo

interno deficiente, e estão associados constantemente á situações de fraudes e de erros,

deixando os cofres do Estado á mercê do “valha-me Deus”.

 Nestes termos a auditoria, apresenta-se como uma ferramenta útil e preponderante aos

gestores, a fim de fornecer aos utentes das informações financeiras (clientes, fornecedores,

estado, bancos, público em geral, etc…) maior segurança relativamente à observância das

demonstrações financeiras.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O problema identificado está subjacente a realidade que empresas públicas estão cada vez

mais empenhadas em adoptar, isto é, sistemas de gestão e controlo interno cada vez mais

eficientes, de forma a lapidar a performance empresarial e a contribuir para o alcance dos

melhores resultados.

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Ter uma gestão eficiente e eficaz, não é uma tarefa fácil, sendo necessário combinar várias

técnicas que irão dar uma outra perspectiva macroeconómica e social. Por esta via, face a essa

realidade que as empresas estão empenhadas à alcançar a auditoria aparece como um

elemento fulcral e preponderante para dar credibilidade as informações financeiras e

aperfeiçoar as medidas de controlo interno que as empresas possuem, por via das

recomendações de auditoria, evidenciando nestes termos o impacto da auditoria nas empresas

 públicas.

Por esta via, esboçamos a seguinte pergunta de partida:

Até que ponto à auditoria exerce um impacto fundamental na gestão das empresas públicas einfluencia o aperfeiçoamento da gestão das mesmas?

PROBLEMA DE PESQUISA

Qual é o impacto da auditoria nas empresas públicas em Angola?

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

H1  – Se as recomendações da auditoria, forem acatadas nas empresas públicas, irão

 proporcionar um impacto significativo na gestão das empresas públicas e na melhoria dos

resultados financeiros.

H2 – Se as recomendações da auditoria, não forem acatadas nas empresas públicas, não irão

 propiciar um impacto significativo na gestão das empresas públicas nem auxiliar na melhoria

dos resultados financeiros.

JUSTIFICATIVA DO TEMA

A escolha do tema surgiu numa dinâmica da análise da realidade das empresas públicas no

 país, nomeadamente Angola, pela debilidade e ineficiência dos sistemas gestão, as constantes

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especulações de fraude, as anomalias no processo de recrutamento e as constantes deturpações

das informações financeiras, bem como outras situações anómalas a elas associadas.

Efectivamente face as incongruências supracitadas verificamos que, a

implementação/contratação dos serviços de auditoria iriam culminar melhorias nos sistemas

de controlo interno das empresas públicas, bem como dirimir e não erradicar, situações de

fraude e erros, dando um valor acrescentado (credibilidade) as informações financeiras

emitidas pelas mesmas, visto que os 4 pilares da informação financeira são:

Compreensibilidade, fiabilidade, relevância e comparabilidade.

Contudo, a fim de contribuirmos para eficiência e eficácia das empresas públicas “empresas

de todos nós”, optamos por definir o tema O IMPACTO DA AUDITORIA NAS EMPRESAS

PÚBLICAS, a fim de chamar a atenção dos gestores de empresas públicas para uma maior

responsabilização das técnicas de gestão e o público em geral, da necessidade da existência de

auditoria nas empresas públicas e aferir no âmago o seu real impacto.

OBJECTIVOS

OBJECTIVO GERAL 

•  Contribuir para uma reflexão profunda e precisa sobre a importância da

implementação/contratação dos serviços de auditoria, e o impacto da mesma na

melhoria da gestão e competitividade das empresas públicas.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 

•  Evidenciar a importância da auditoria na gestão das empresas públicas;

•  Evidenciar os factores que influenciam as empresas públicas a contratarem as

firmas de auditoria;

•  Analisar o impacto da opinião dos auditores sobre as Demonstrações financeiras

nas Empresas públicas;

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•  Demonstrar por meio de uma análise financeira, através dos indicadores

financeiros e método dos rácios o impacto da auditoria na gestão da SONANGOL, EP

DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O presente estudo circunscreve-se sobre o impacto da auditoria nas empresas públicas, na

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, efectuando uma análise financeira nos

indicadores financeiros nos períodos de 2009 à 2011.

UNIVERSO DE PESQUISA

O universo do presente estudo, cinge-se na SONANGOL, EP, Sociedade Nacional de

Combustíveis de Angola, com sede em Luanda-Angola.

Criada em 1976, a partir da nacionalização da Angola, o decreto-lei nº 52/76 estabeleceu a

Sonangol U.E.E como sendo uma empresa estatal vocacionada para gerir a exploração dos

recursos de hidrocarbonetos em Angola. No entanto apesar de ter como único accionaria o

estado Angolano, desde sempre a Sonangol é gerida como se fosse uma empresa privada, sob

 padrões de desempenho rígidos, de modo a assegurar total eficiência e produtividade.

Como amostra do nosso estudo, usamos as demonstrações financeiras publicadas dos anos

2009, 2010 e 2011 respectivamente que serão objecto de análise para responder as indagações

do problema de pesquisa

METODOLOGIA

A metodologia aplicada para o desenvolvimento do trabalho, consistiu nas seguintes técnicas:

Pesquisa e revisão bibliográfica: pelo estudo desenvolvido com base em material publicado

ou divulgado em livros, revistas, jornais, redes electrónicas (Internet), compendiando, todo

material acessível ao público em geral.

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1-Análise de Documentos: por ser realizada com base relatórios de contas publicados pela

Sonangol e relatórios de auditoria fornecidos pela firma de auditoria Ernst & Young.

2.Investigação expost facto: por referir factos já ocorridos; e

3.Estudo de Caso: por se encontrar publicada os relatórios de contas da SONANGOL, EP.

TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Com base nos relatórios de contas obtidos, pretendemos com base ao estudo de caso

evidenciar:

1-  Uma análise comparativa dos resultados líquidos da empresa

2-  Uma análise financeira e económica da SONANGOL, EP ao longo de 3 anos

3-  O impacto do relatório de auditoria de um ano para outros subsequentes

4-  A credibilidade da informação financeira face às opiniões dos auditores.

Entretanto, com base nos objectivos que se pretende alcançar com este trabalho, encontra-se

subdividida por três capítulos:

Capítulo I – Fundamentação teórica: teceu-se alguns conceitos básicos sobre a auditoria,

sua origem, seus objectivos, as normas que regem os trabalhos de auditoria, tipos de auditoria

e as vantagens que a mesma proporciona às empresas públicas ou privadas.

Capitulo II – A auditoria e a gestão das empresas públicas: neste capítulo, foi efectuada

uma abordagem sobre a contabilidade como apoio da auditoria financeira, conceptualizou-seempresas públicas nos termos da lei 9/95 de 15 Setembro, princípios que regem a gestão das

empresas públicas, a afectação da auditoria na gestão das empresas públicas, a relação entre a

contabilidade financeira e a auditoria, a relevância da auditoria para as empresas públicas.

Capitulo III – Estudo de caso: O impacto da auditoria nas empresas públicas -

SONANGOL, EP: apresentação da entidade, seu organigrama e uma abordagem de vários

indicadores de gestão e método de análise dos rácios que permitiram visualizar através de

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uma análise gráfica a evolução da situação financeira e económica da empresa evidenciando o

impacto da auditoria.

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CAPITULO I: CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AUDITORIA

1.1-EVOLUÇÃO HISTÓRICA 

A auditoria surgiu como consequência da necessidade de confirmação dos registos

contabilísticos, em virtude do aparecimento das grandes empresas e da taxação do

imposto de renda, baseado nos resultados apurados em balanço. Sua evolução ocorreu

 paralelamente ao desenvolvimento económico, que gerou as grandes empresas,

formadas por capitais de muitas pessoas, que têm na confirmação dos registos

contabilísticos a protecção ao seu património. (Peter et all) 

De acordo com mesmo autor, a auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, como

dominadora dos mares e controladora do comércio mundial, foi a primeira a possuir as

grandes companhias de comércio e a primeira também a instituir a taxação do imposto

de renda, baseado nos lucros das empresas.

A prática da auditoria as contas publicas na Inglaterra teve o seu inicio em 1314,

conforme nos relata a  Enciclopédia Britânica. O seu aparecimento como uma prática

sistematizada, a partir da segunda metade século XIX é que começou a surgir as

 primeiras associações de Contadores Públicos, profissionais que começaram a exercer as

funções de auditor.

O tipo de trabalho de Auditoria levado a cabo por esses ‘Auditores ’, veio depois a

desenvolver-se e aperfeiçoar-se noutros países e em particular nos E.U.A. e no Canadá, em

consequência da sua colonização pelos ingleses e de necessidades decorrentes do seu

desenvolvimento industrial, e a ser levado posteriormente para países da América Latina por

empresas multinacionais Norte - Americanas.

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 Na Europa, contudo, e com excepção para a Grã-Bretanha, Noruega e França, o seu

aperfeiçoamento e desenvolvimento tem sido inferior ao verificado na América do Norte, e a

sua implantação ainda hoje é muito reduzida nos países latinos e, em particular, em África.

Desta forma, a auditoria é feita inicialmente por um perito externo e independente, com isto

evoluiu-se até a criação de grandes firmas de Auditoria americanas e inglesas, que foram

abrindo escritórios em diferentes países e alargando o âmbito das suas actividades, que hoje

vão muito para além da verificação e apreciação da exactidão dos dados contabilísticos.

Actualmente, multinacionais como a Delloite, Ernest e Young, a Price Waterhouse, KPMJ,

Artur Andersen e a Coopers and Lybrand prestam geralmente serviços nas áreas de Auditoria,

Consultoria de Gestão, Assessoria Fiscal, Assessoria em Sistemas de Informática e, nalguns

casos, até mesmo na área de Formação Profissional. Em Angola, a economia está a ser

relançada e com óptimas perspectivas macroeconómicas de crescimento. Estas multinacionais

supracitadas, intensificaram a sua presença no mercado local, como a ‘ Delloitte, Ernest e

Young, Price Waterhouse entre outras.

1.2. - DEFINIÇÃO DA AUDITORIA

O termo “Auditoria  ”, de origem latina (vem de  Audite) foi utilizado pelos ingleses para

qualificar a terminologia contabilista e a sua revisão (Auditing), hoje a mesma tem (possui)

um sentido mais abrangente.

Inicialmente, a Auditoria limitou-se à verificação dos registos contabilísticos visando observar

se eles eram exactos. Esta forma primária confrontava a escrita com as provas do facto e as

correspondentes relações de registo. Com o tempo, ampliou-se o campo da Auditoria, apesar

de alguns ainda a considerarem como mera observação da veracidade e da exactidão dos

registos.

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Ao falar do conceito Auditoria, verificamos que foram escritos muitos argumentos ao longo

do tempo, dos quais podemos destacar os seguintes:

Holmes, (1968)  numa clara visão da sua época afirma: “ A Auditoria é o exame de

demonstrações e registos administrativos. O auditor observa a exactidão, a integridade e a

autenticidade de tais demonstrações, registos e documentos”. Explica ainda que, a “Auditoria

é uma crítica e sistemática observação do controlo interno da entidade e dos documentos que,

em geral, circulam nela.

Os EUA, pela AIA (American Institute of Accountants) definem a Auditoria como sendo “o

exame dos livros de contas, comprovantes e demais registos de um organismo público,

 privado, instituição, corporação, firma ou pessoa ou de algumas pessoa (s) de confiança, com

o objectivo de averiguar a correcção dos registos e expressar opinião sobre os documentos

revisados, comummente em forma de certificado, segundo (MARQUES, 1997). 

Sá, (2002) afirma: “as palavras Auditoria ou censura de contas relacionam-se com a revisão e

verificação de documentos contabilísticos, registos, livros e listagens de contas, utilizadas no

 processo de captação, representação e interpretação da realidade económico-financeira da

empresa”. 

O conceito hoje é mais evoluído e atribui à auditoria outras importantes funções, circundando

todos os organismos da empresa e da sua administração, indo a técnica de Auditoria muito

mais além e passa mesmo ao regime de orientação, da interpretação e até da previsão defactos, segundo estudos recentes na área.

 Na pratica a auditoria das demonstrações financeiras constitui o conjunto de procedimentos

técnicos, que asseguram a credibilidade das informações contabilísticas, integridade do

 património, visando a minimizar os riscos operacionais, fiscais, societários, ambientais e

outros, tem como objectivo a emissão de opinião, através de parecer sobre a sua adequação,

servindo os princípios fundamentais de contabilidade, legislação aplicável e normas de

contabilidade internacionalmente aceites.

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1.3. -OBJECTIVOS DA AUDITORIA

 No mundo actual, com a decadência dos princípios éticos tão acentuados, com a pobreza

moral que domina as administrações de instituições públicas (em caso particular no país) e

 privadas, muitos males como a fraude, a corrupção e outros, deixam efeitos nefastos que

 precisam ser combatidos e aperfeiçoados destas organizações, para que as mesmas possam

desempenhar o papel a que estão acometidas. Logo, a Auditoria da resposta a estas situações.

O objectivo da Auditoria  é o conjunto de todos elementos do controlo do património

administrado, os quais compreende os registos contabilísticos, os documentos e as anotações

que comprovem a veracidade dos registos e a legitimidade dos actos das administrações, bem

como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais.

Pode ainda ter o objectivo de obter informações não registadas documentalmente, mas

relatadas por aqueles que exercem actividades relacionadas com o património, cuja

informação mereça confiança, desde que as mesmas possam ser administradas com segurança

ou por indícios convincentes.

Portanto, um trabalho de Auditoria deve ter como objectivo a descoberta de possíveis

irregularidades, de maneira que possa atestar com competência, caso existam.

A relevância da Auditoria hoje está inegavelmente patente na vida das unidades económicas

a ponto de muitos financiadores ou investidores somente atribuírem credibilidade à

informação financeira de uma entidade económica caso esta venha acompanhada ou tenha um

 parecer de uma organização de Auditoria credível.

1.3.1. - OBJECTO DE ESTUDO DA AUDITORIA 

O principal objectivo da Auditoria consiste em obter evidência apropriada e suficiente ou

fontes transparentes que forneça uma segurança elevada, para puder analisar, interpretar e

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emitir um parecer verdadeiro e apropriado sobre o estudo da auditoria que se pretende

(financeira, de gestão, operacional e outras).

Constituem objectos da tarefa de Auditoria:

•  Comprovação da exactidão dos factos patrimoniais, pelo registo;

•  Comprovação da propriedade na identificação dos factos patrimonial;

•  Comprovação do tempo e do valor como medidas na dinâmica patrimonial;

•  Interpretação e crítica dos exames a que se procedeu;

•  Orientação para o governo do património;

• 

Protecção contra fraudes;

•  Pesquisas patrimoniais sobre factos ocorridos;

•  Exame da eficácia e exame da eficiência;

•  Exame dos riscos patrimoniais;

•  Exame da capacidade de equilíbrio da empresa;

•  Exame da capacidade de produtividade;

•  Exame da capacidade de elasticidade da empresa;

•  Exame da economicidade ou da capacidade de sobrevivência;

•  Exame da capacidade de pagamento;

•  Exame da capacidade de obtenção de resultados;

•  Orientação e opinião sobre os exames.

O que se busca, pelo exame analítico e sistemático da realidade, é a opinião sobre as

situações, o todo da riqueza, ou sobre “campos” ou “conjuntos específicos” de funções dos

componentes do património.

1.3.2 – PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA

Aspectos a ter em conta na execução de um trabalho de auditoria:

•  Indagações e determinações sobre o estado patrimonial e a gestão pública ou privada

 principalmente no cumprimento da legalidade e regularidade dos seus actos;

•  Indagações e determinações sobre o estado financeiro;

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•  Indagações e determinações sobre o estado e economicidade;

•  Descoberta de erros e fraudes;

•  Preservação contra erros e fraudes ou opinião sobre tais aspectos;

•  Estudos gerais sobre casos especiais, tais como:

  Exame de aspectos fiscais e legais;

  Exame para financiamento;

  Exame para verificação da capacidade administrativa;

  Exame para observação de políticas de vendas;

  Exame para observação de políticas de compras;

  Exame para observação de políticas de produção;

 

Exame da eficácia e da eficiência;

  Exame para registos oficiais da empresa em entidades públicas e administração

indirecta do poder público.

1.4. -IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA PARA AS EMPRESAS

Segundo (1) William H. Bell e Raph S. Johns – 1942, a importância da auditoria para as

empresas é a verificação geral até onde possível determinar a posição financeira, o resultado

de suas operações, a fiabilidade dos administradores se houve prestação justa de um

 património e se os negócios foram convenientemente, com o fim de comunicar o resultado do

exame aos proprietários, accionistas, gerentes, entidades públicas, conselheiros, bolsas e

outros órgãos oficiais, juntas de credores, agências mercantis, hipotecários, ou quaisquer

outros interessados. 

A Auditoria compreende o exame de documentos: livros e registos; inspecções e obtenção de

informação e confirmações internas e externas relacionadas com o controle do património,

objectivando mensurar a exactidão desses registos e das demonstrações financeiras

decorrentes e o trabalho dos auditores pode ser usado para proporcionar uma segurança que os

 procedimentos administrativos estão a funcionar adequadamente.

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1.5- FINALIDADE DA CONTABILIDADE E AUDITORIA

As Demonstrações Financeiras e Informações Contabilísticas destinam-se não somente a

auxiliar os administradores do património, bem como também resguardar os interesses de

terceiros a ele vinculados – investidores (titulares do património); financiadores do capital –

 bancos e fornecedores (credores do património); gestores (que participam nas operações e nos

resultados da actividade patrimonial) e os trabalhadores (que participam da actividade

 produtiva e se beneficiam das contribuições da entidade aos fundos da assistência técnica,

garantia do tempo de serviço, etc.).

A Contabilidade, através de técnicas próprias, estuda e controla o património com a finalidade

de demonstrar e fornecer informações sobre a sua estrutura e composição, bem como sobre as

suas variações qualitativas e quantitativas. A Auditoria é a técnica contabilística utilizada para

avaliar essas informações, constituindo, assim, um importantíssimo complemento

indispensável para que a contabilidade atinja plenamente a sua finalidade.

Assim também verificamos que com a auditoria podemos obter o seguinte:

•  Determinar os lucros;

•  Determinar custos, inventários, perdas por sinistros e demais casos especiais;

•  Prevenção dos prejuízos de um negócio;

•  Detectar os erros e fraudes;

•  Averiguar a dimensão da fraude descoberta;

•  Impedir fraudes;

1.6 - TIPOS DE AUDITORIA.

 No que concerne aos tipos de Auditoria, o campo de análise ou apreciação é vasto, pelo que,

não se fará muita incursão às mesmas, excepto quanto ao (s) tipo (s) que a partida se

identificar como relevante para o tema em abordagem.

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 Neste contexto, numa primeira aproximação (abordagem), podemos identificar três ramos de

auditorias, segundo (Marques, 1997 e Costa 2000) que são:

1.6. 1- AUDITORIA EXTERNA

É aquela que é realizada por uma entidade de Auditoria externa (AE) à unidade económica

(empresa, organização) em apreciação. Trata-se de uma resposta às necessidades externas à

gestão das entidades (unidades) económicas. Em geral, seu objectivo principal é verificar se

as demonstrações financeiras apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a situação

financeira e o resultado das operações do período a que respeitam, de acordo com as normas

internacionais (NIC) e os princípios de contabilidade geralmente aceite (PCGA).

 Nesta perspectiva, os pareceres emitidos pela AE destinam-se a dar credibilidade à

informação financeira (assim certificada por uma entidade idónea, independente e imparcial)

 junto de quantos possam ter interesse nas entidades económicas, tais como: sócios ou

accionistas, Estado, bancos, fornecedores, clientes, trabalhadores e público em geral.

Ultimamente, a Auditoria externa é também designada de “Auditoria Financeira”, pelo factode ser frequentemente identificada com a análise das contas e das Demonstrações Financeiras.

1.6.2- AUDITORIA INTERNA

É levada a cabo por órgãos internos de Auditoria e de inspecção. Surgiu muito mais tarde, é

comparado com a Auditoria externa, em função da especialização da própria Auditoria. Tem

um âmbito de actuação que tem vindo a alargar-se e é hoje muito mais vasto. O seu objectivo

 principal tende a ser o de, progressivamente e através das suas análises, avaliações, sugestões

e recomendações, auxiliar os membros da entidade económica onde está inserida, ao bom

desempenho das suas atribuições e responsabilidades.

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1.6.3 - AUDITORIA GOVERNAMENTAL

É levada a cabo por órgãos específicos e especializados ao nível do governo, com o objectivo

de analisar informação financeira e não só, produzida por determinadas entidades económicas

(públicas). Em Angola, esta tarefa é desempenhada pelo Tribunal de Contas de Angola como

um órgão externo, que tem a missão de fiscalizar a legalidade dos actos de gestão financeira

do Estado e demais instituições públicas e privadas que a Lei determinar, de forma a

assegurar a adequada aplicação dos recursos públicos em benefício do cidadão Angolano, este

acompanhamento é feito com base, em inquéritos e auditorias nas respectivas instituições

 públicas como Unidades Orçamentais (UO) no caso de se detectar uma fraude ou nãocumprimento legal no exercício das suas actividades têm como desfecho dos processos as

seguintes conclusões: reintegratório (devolução de valores furtados nos cofres do Estado),

sancionatório (Julgamento), aplicação de multas e educacional (recomendações).

A par desta abordagem, dos três grandes ramos de Auditoria, ainda se podem escrutinar outra

classificação que adiante abordar-se-á de forma breve que são:

1.6.4- AUDITORIA DE CONCORDÂNCIA

Seu principal objectivo é verificar se os procedimentos em uso estão em conformidade com

as normas definidas e os procedimentos estabelecidos. Também é designada na linguagem

anglo-saxónica por “compliance audit”.

1.6.5- AUDITORIA TEMÁTICA

Tem em vista a análise e a avaliação aprofundada de um determinado assunto ou tema e, por

regra, implica a recolha e análise de informações em vários serviços ou departamentos, com

eles relacionados.

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1.6.6- AUDITORIA OPERACIONAL

Tem como objectivo principal analisar métodos, procedimentos e sistemas de controlo, com afinalidade de avaliar a observância das políticas e das orientações definidas, a eficiência da

utilização dos recursos e a eficácia na obtenção de resultados e outros aspectos de carácter não

financeiro das actividades das organizações.

1.6.7- AUDITORIA ESTRATÉGICA

É muito específica e abrangente e tem por finalidade principal identificar o negócio ou os

negócios em que as entidades económicas devem optar, a forma como devem fazer e os

recursos a utilizar. A sua concepção e realização implica a existência de amplos e sólidos

conhecimentos na área de gestão em geral e gestão estratégica, em particular e complexa e

esta voltada especificamente para a área de estratégia.

1.6.8- AUDITORIA DE GESTÃO

Tendo como objectivo geral contribuir para a melhoria da gestão, designadamente através da

avaliação do desempenho dos cargos de gestão de uma entidade económica ou das

componentes que a integram

1.6.9- AUDITORIA INFORMÁTICA

É relativamente recente, se comparadas com os outros tipos de Auditoria. Resultam de

necessidades decorrentes da informatização das entidades económicas e que avaliam:

•  Os meios e as tecnologias disponíveis e a adequação da sua utilização;

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•  A adequação e a eficácia dos procedimentos e mecanismos de controlo e das medidas

de segurança implementadas;

•  A qualidade e utilidade da informação produzida e o nível da sua adequação às

necessidades do negócio.

1.6.10- AUDITORIA DA FRAUDE

A fraude deve ser encarada como uma das actividades de maior rendibilidade dos últimos

anos, que cresce a ritmos impressionantes e que pode ocorrer relativamente a qualquerentidade económica.

1.7- VANTAGENS DE UMA AUDITORIA

Segundo Almeida 1996, actualmente são notórias as melhorias que se têm verificado

respeitante ao papel do exercício da auditoria. Este importante ramo das ciências económicas,

deixou de ser um mero instrumento ao serviço das administrações para aumentar os seus

controlos sobre os activos e pessoal. Sendo assim, na base da contratação de serviços de

Auditoria estão subjacentes pelas várias razões: 

•  Por imposições legais, já que elas são vistas pelo estado como o garante do estrito

cumprimento da legislação em vigor e factor de promoção e manutenção de um

ambiente de concorrência ideal entre os diversos agentes económicos;

•  Por imposição de um credor para contracção de financiamento;

•  Para fins de decisão (operação mediante a qual a empresa transfere parcelas de seu

 património para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,

extinguindo-se a empresa cindida, se houver versão de todo o seu património, ou

dividindo-se o seu capital, se parcial a distribuição);

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•  Para efeitos de incorporação da empresa (operação pela qual a empresa é absorvida

 por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações).

Uma das grandes diferenças entre a Auditoria Externa e a Interna, reside no grau de

independência daquela. O auditor externo deve ter independência absoluta, em relação a

organização alvo de Auditoria, aquando do julgamento da extensão e a profundidade do seu

trabalho sobre a validade das provas para elaborar o seu parecer sobre a matéria examinada.

1.8 - PAPEL DA AUDITORIA NO CRESCIMENTO - DESENVOLVIMENTO

Uma empresa que pretenda crescer e desenvolver-se (neste caso particular, o crescimento -

desenvolvimento, está a referir-se a uma empresa que consiga manter o seu negócio estável e

 procure expandir ou ampliar o seu volume de negócios). A mesma deverá definir objectivos e

traçar estratégias que lhe permitam alcançar tal desiderato, levando em consideração, é claro,

as outras forças que actuam no mercado onde está inserida.

Sem deixar de parte as empresas do ramo ou não e que, por este motivo, constituem

 potenciais concorrentes, às quais dever-se-á prestar atenção quanto à forma de actuação das

mesmas, para que não seja surpreendida por situações desagradáveis.

Como a Auditoria poderá jogar (desempenhar) este papel no seio das organizações?

Como já se referiu atrás, a Auditoria, em sentido mais amplo, (pois, consoante as suas

especialidades, ela pode ser aplicada de acordo a cada necessidade ou situação), poderá

constituir um instrumento importantíssimo que todos aqueles que detêm a gestão de unidades

económicas em mãos possam dispor de maneira a alcançar os objectivos por eles definidos. E

Porquê?

Porque as empresas comerciais, normalmente o objectivo pelo qual foram criadas, parecemestar muito distantes de cumprir com este desiderato, exceptuando algumas delas (muito em

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função do objecto social com que lidam do que propriamente a acutilância em termos de

gestão empresarial, até muito recentemente), o que faz com que o Estado em vez de ter

 parceiros ou aliados no cumprimento de determinados objectivos que à eles são incumbidos,

vê-se sim com mais um “fardo” em mãos, ao qual terá que prestar assistência em vários

domínios.

Sendo assim, como ultrapassar este imbróglio?

Todas as contribuições neste domínio serão válidas, pois com uma pluralidade de ideias e

 pensamento em várias áreas, poder-se-á atingir patamares que contribuam para este

crescimento-desenvolvimento das empresas comerciais o que já se tem verificadoultimamente.

A Auditoria nos seus vários ramos pode ajudar a alcançar estes objectivos, fruto do

desenvolvimento que ocorreu ao longo do tempo, muito em função dos desafios que a cada

dia lhe era imposto. Ela, para corresponder de forma satisfatória a todos estes desafios, teve

que se socorrer de outras ciências do ramo e não só, para poder obter o “know-how” 

necessário que lhe permitisse encarar com certa tranquilidade a todas as necessidades.

Para tal, este papel pode ser desempenhado de uma maneira externa como interna. Uma

análise nos meados da Auditoria Externa e Interna conduz-nos a uma incursão, no que diz

respeito a uma comparação entre ambas, por forma a podermos compreender inicialmente as

funções que cada uma desempenha no funcionalismo de uma unidade económica.

Segundo Marques, (1997)  as Auditorias Externa e Interna (AI), analisam e avaliamactividades exercidas por outras, em trabalhos que ambas devem executar com isenção, rigor

e objectividade. Ambas, no decurso das suas análises, utilizam ou aplicam metodologias e

técnicas comuns ou idênticas, tais como: planear, programar e calendarizar os seus trabalhos,

etc.

As AE e AI identificam, analisam e avaliam os procedimentos de controlo existente,

identificam insuficiências, erros ou anomalias e avaliam os riscos que lhe estão associados e

elaboram relatórios, nos quais fazem as suas apreciações. Formulam sugestões e apresentam

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 propostas correctivas a adoptar com vista a resolver ou a minimizar as deficiências

encontradas.

Importa ainda referir, que a par dessas semelhanças, há também várias e significativas

diferenças entre estes dois tipos de Auditoria, e às vezes, não são evidenciadas que podem

existir quanto aos destinatários, objectivos, entre outras.

Vejamos o quadro abaixo:

Quadro – 1. DIFERENÇAS ENTRE A AI E A AE (Segundo Araújo 2008)

AUDITORIA INTERNA (AI) AUDITORIA EXTERNA (AE)

É executada por um trabalhador da

organização ou unidade económica

auditada. Portanto, é realizada por

 profissionais que possuem uma

independência relativa. Ultimamente,

tem-se observado a terceirização dos

serviços da AI.

O profissional que a realiza não possui

qualquer vínculo empregatício nem relação

de interesse com a unidade económica

auditada.

O auditor interno deve ser independente

em relação às actividades e às pessoas

cujo trabalho está sob escopo do seu

exame, devendo subordinar-se às

necessidades da administração.

O auditor externo é independente em

relação á unidade económica auditada. Não

 pode ser influenciado por factores

estranhos, por preconceitos ou quaisquer

outros elementos que resultem em perda

efectiva ou aparente, de sua independência.

Objectiva atender às necessidades e os

interesses da administração. Logo, a

extensão (escopo) dos seus trabalhos

serão sempre definidos em função dos

anseios da alta direcção.

Os objectivos fundamentais são atender às

necessidades de terceiros interessados pela

unidade económica auditada,

essencialmente área privada, os accionistas

que nela estão investindo capital, no que

tange à adequação das informações

contáveis.

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A avaliação do sistema de controlo

interno é realizada, para, entre outras

finalidades, desenvolver, aperfeiçoar e

induzir ao cumprimento de normas.

A revisão do controlo interno atende às

normas de auditoria e objectiva determinar

a extensão (escopo) do exame das

informações contáveis, no caso da auditoria

contável.

 Não se restringe aos assuntos

financeiros, englobando também as

áreas operacionais.

O exame está limitado principalmente aos

aspectos financeiros. O enfoque está

voltado para as demonstrações contáveis.

Os exames são direccionados para a

identificação de erros e fraudes, que é

responsabilidade primária da

administração.

Os trabalhos devem ser planeados de modo

a identificar erros e fraudes que ocasionem

efeitos relevantes nas demonstrações

financeiras (contáveis).

As áreas objecto de auditoria são

continuamente revisadas. A

 periodicidade é definida pela

administração.

As informações comprovatórias das

demonstrações contáveis são auditadas

 periodicamente, geralmente em base anual.

 Fonte: Araújo 2008  

1.9. - NORMAS DE AUDITORIA

Toda a actividade humana que se rege por princípios, normas e regras têm a probabilidade de

ser bem efectuadas pois, com esses pressupostos, os indivíduos que as executam têm linhas

orientadoras para poder realiza-las.

As Normas de Auditoria orientam os auditores na realização dos seus exames e na preparação

de relatórios. Há normas que são descritas como sendo normas gerais, normas relativas à

execução do trabalho e normas de parecer (relatório).

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Essas normas determinam a estrutura dentro da qual o auditor decide sobre o que é necessário

e a elaboração do relatório. Também servem para medir a qualidade dos objectivos de

auditoria e dos actos destinados a atingir esses objectivos. Elas, são claramente estabelecidas e

não se permite qualquer (algum) desvio, caso se pretenda realizar ou efectuar um exame

satisfatório. Referem-se primordialmente (as normas), a carácter, atitudes e tratamento dos

auditores.

CONCEITO DE NORMA

Para Crepaldi (2000), Normas de Auditoria são regras estabelecidas por órgãos regulares da

 profissão contabilística (em Angola quem dita essas regras é o MINFIN (Ministério das

Finanças) com o objectivo de regulamentar o exercício da função do auditor, estabelecendo

orientações e directrizes a serem seguidas por esses profissionais, quando em plena execução

das tarefas ligadas à profissão. Elas estabelecem conceitos básicos sobre exigências em

relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá ser emitido

 por ele.

Apesar de, em muitos casos, as Normas de Auditoria serem meros guias de orientação geral,

e não um manual analítico de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, elas fixam limites

nítidos de responsabilidade, bem como dão orientação útil quanto ao comportamento do

auditor em relação à capacitação profissional e aos aspectos técnicos requeridos para a

execução do seu trabalho.

Fruto da complexidade que os mercados hoje apresentam e o desenvolvimento da sua

actividade e consequentemente o seu reconhecimento, o auditor vem conseguindo firmar-se

como um elemento imprescindível e indispensável no interior da estrutura organizacional de

uma unidade económica. Sendo assim, tradicionalmente conotado como policial, actualmente

está sendo alterado pelas novas concepções de gestão empresarial que vêem na auditoria um

importante aliado na revisão das operações desenvolvidas pelas áreas operacionais e de apoio

além de, com base em um minucioso exame das rotinas e dos procedimentos internos, avaliara eficiência e a eficácia do funcionamento dos sistemas de controlo interno da empresa.

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1.9.1- IMPORTÂNCIA DAS NORMAS

As Normas de Auditoria, juntamente com os procedimentos para a sua implementação,

estabelecem a ordem e a disciplina na realização do trabalho.

E o que é mais importante, a observância dessas normas leva à realização de auditorias

completas e objectivas, com resultados e recomendações palpáveis, fundamentos passíveis de

serem justificados.

1.9.2. - CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS

1.9.2.1 - NORMAS RELATIVAS AO AUDITOR

Os Auditores são responsáveis não só perante o órgão de controlo a que estão vinculados,

como também a sociedade. Devem, portanto, conduzir-se de modo a justificar a confiança

individual e institucional que lhes é depositada.

•  Independência: deverá manter uma atitude de independência que assegure a

imparcialidade de seu julgamento, nas fases de planeamento, execução e emissão de

seu parecer, bem como nos demais aspectos relacionados com a sua actividade

 profissional. Essa atitude envolve os seguintes aspectos:

• 

Soberania: durante o desenvolvimento de seu trabalho, o auditor deverá possuir odomínio do julgamento profissional, pautando-se, exclusiva e livremente a seu

critério, no planeamento dos seus exames, a selecção e aplicação de procedimentos

técnicos e testes de auditoria, na definição de suas conclusões e na elaboração de seus

relatórios e pareceres;

•  Imparcialidade: durante seu trabalho, o auditor está obrigado a abster-se de intervir

nos casos em que há conflitos de interesses que possam influenciar a absoluta

imparcialidade de seu julgamento;

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•  Objectividade: na execução de suas actividades, o auditor se apoiará em factos e

evidências que permitam convencer razoavelmente da veracidade dos factos,

documentos ou situações examinadas, permitindo a emissão de opinião em bases

consistentes;

•  Conhecimento técnico e capacidade profissional: no exercício da sua actividade, o

auditor deve possuir um conjunto de conhecimento técnico, experiência e capacidade

 para as tarefas que executa; conhecimento contabilístico, económico-financeiro e de

outras disciplinas para o adequado cumprimento do objectivo da auditoria. Deverá,

ainda, ter habilidades no trato com as pessoas e comunicar-se de maneira eficaz.

•  Conhecimento técnico: face à complexidade e magnitude dos objectivos da

administração pública, o auditor necessita possuir conhecimentos técnicos das diversas

áreas relacionadas com as actividades auditadas, de tal forma que lhe permitam

comprovar a legalidade e legitimidade dos actos de gestão e avaliar a ecumenicidade,

eficiência e eficácia alcançadas no desempenho dos objectivos do órgão ou entidade

sob exame.

•  Capacidade profissional: é adquirida pela aplicação prática dos conhecimentos

técnicos. A experiência adquirida contribuirá para o amadurecimento do julgamento

 profissional, possibilitando-o discernimento entre situações gerais e particulares.

• 

Actualização dos conhecimentos técnicos: deverá actualizar-se quanto ao avanço denormas, procedimentos e técnicas aplicáveis à auditoria.

•  Cautela e zelo profissional: no desempenho de suas funções, na elaboração de

relatórios e emissão de opinião, o auditor necessita agir com a devida precaução e zelo

 profissional, devendo acatar as normas de ética profissional, o bom senso em seus

actos e recomendações, o cumprimento das normas gerais de auditoria e o adequado

emprego e aplicação dos procedimentos de auditoria.

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Cautela profissional

o  Zelo profissional

o  Comportamento ético

o  Sigilo e descrição.

1.9.2.2- NORMAS RELATIVAS A EXECUÇÃO DO TRABALHO

 Planeamento do trabalho: o trabalho deve ser planeado adequadamente, de forma a

 prever a natureza, a extensão e a profundidade dos procedimentos que nela serãoempregues, bem como a oportunidade de sua aplicação.

Exame preliminar;

Elaboração do programa de trabalho;

  Avaliação do Controle Interno.

o  Capacidade do sistema de controlo interno.

o  Efectividade;

Exame dos objectivos de controlo.

o  Prevenção de impropriedade e irregularidade;

  Supervisão do trabalho de Auditoria.

o  Responsabilidade de quem dirige a função;

o  Supervisão das equipes de trabalho;

Intensidade da supervisão;

o  Áreas e enfoques da supervisão;

  Obtenção de evidências.

•  Finalidade da evidência;

•  Qualidade da evidência:

  Suficiência;

  Adequação;

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  Pertinência;

•  Critérios para obtenção da evidência:

- Importância relativa;

- Níveis de risco prováveis;

  Impropriedade e Irregularidade;

•  Detecção,

•  Apuração.

1.9.2.3 - NORMAS RELATIVAS A OPINIÃO DO AUDITOR:

A opinião do Auditor deverá ser expressa através de Relatório e\ou Parecer de Auditoria.

Parecer de Auditoria será emitido quando o Auditor verificar e certificar as contas dos

responsáveis pela aplicação, utilização ou guarda de bens e valores públicos (ou privados), e

de todo aquele que der causa à perda, subtracção ou estrago de valores, bens e materiais de

 propriedade ou responsabilidade do Estado.

1.9.2.4- NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DE AUDITORIA:

Os relatórios de auditoria referentes a qualquer trabalho feito quanto à actos de gestão, factos

ou situações observados, devem ser:

- Concisos: usar linguagem clara e concisa, de forma que seja fácil seu entendimento por

todos sem necessidade de explicações adicionais, por parte de quem o elaborou.

- Objectivos: conter mensagem clara e directa afim de que o leitor entenda facilmente o que se

 pretendeu transmitir.

- Convictos: relatar de tal modo que as evidências conduzam qualquer pessoa prudente às

mesmas conclusões a que chegou o auditor.

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- Claros: assegurar de que a estrutura do relatório e a terminologia empregues permitem que

as informações reveladas possam ser entendidas por quaisquer pessoa, ainda que não versadas

na matéria.

- Íntegros: incluir no relatório todos os factos relevantes observados, sem nenhuma omissão.

- Coerentes: assegurar-se de que os resultados de auditoria correspondem aos objectivos

determinados.

- Oportunos: os relatórios devem ser emitidos tempestivamente, afim de que os assuntos neles

abordados possam ser objecto de oportunas providências.

- Aprumados: deverá ser feita numa sequência lógica, segundo os objectivos do trabalho, de

forma correcta ou seja, em linguagem perfeita...

- Conclusivos: o relatório deve permitir a formação de opinião sobre as atitudes realiza.

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CAPÍTULO II – A AUDITORIA E A GESTÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS 

A principal função que cabe a um revisor/auditor é a de, após ter efectuado o exame das

contas de uma empresa ou entidade, emitir um documento sobre as demonstrações financeiras

em que aqueles se reflectem2.

 Não existe auditoria financeira sem a contabilidade ou ferramentas contabilísticas, pois a fim

de se versar sobre os aspectos atinentes as DF’s, é imprescindível ao auditor conhecer a

ciência contabilística

O presente capítulo caracteriza-se essencialmente na relação estabelecida entre a

contabilidade financeira e a auditoria externa; enfatiza-se o papel que a opinião de auditoria

desempenha na gestão das empresas públicas.

A divulgação de notas explicativas com informações materialmente relevantes é abordada a

luz das normas internacionais de relato financeiro (IFRS).

Apresenta-se as etapas para a emissão da opinião de auditoria, os tipos de opiniões emitidas e

as razões para emissão das mesmas. Na parte final, explica-se a forma como a contabilidade

afecta a extensão dos procedimentos de auditoria, a maneira que a gestão encara a opinião dos

auditores.

2.1 - CONCEITO DE CONTABILIDADE FINANCEIRA

O conceito de Contabilidade na perspectiva de alguns autores “tem evoluído muito de acordo

com o tempo e o espaço”3.

A Contabilidade é definida como “disciplina que tem por objectivo o conhecimento do

 património de qualquer empresa no seu tríplice aspecto quantitativo, qualitativo e valorativo,

2 COSTA, Carlos Baptista da, Auditoria Financeira: teoria e prática; 9º edição, pág. 6633 Citado por LOURENÇO, João Cabrito, Auditoria fiscal, pág. 38

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em qualquer momento da sua existência, e por fim a análise da situação económica e

 financeira da respectiva empresa para racional orientação da sua administração”4.

Corresponde “a ciência que tem como objectivo o estudo do equilíbrio patrimonial,

 preocupando-se com todos os acontecimentos que o possam influenciar e por isso os

identifica, selecciona, analisa e promove medidas, processos, avaliação e comunicação de

dados, facilitando a tomada de decisões”5.

Posiciona-se como “técnica de verificação e de registo, numa linguagem quantitativa

homogénea, dos factos que traduzem uma actividade, para os guardar na memória, exprimir

a respectiva evolução e resultados e permitir o seu controlo”6.

Olhando para os conceitos acima apresentados, a Contabilidade é considerada como

disciplina, ciência e técnica. A evolução que tem registado ao longo dos tempos permite-lhe

granjear o título de ciência (no quadro das ciência económicas) tendo como principal

objectivo o estudo do património das empresas.

Enquanto ciência é um instrumento importante de informação para se medir a saúde

financeira das empresas pois permite fazer a análise da situação económica e financeira das

mesmas a qualquer momento.

Desempenha um papel crucial na gestão das empresas no curto, médio e longo prazo pois as

informações históricas por ela produzidas são utilizadas na tomada de decisões tácticas e

estratégicas, antecipando problemas que condicionariam a continuidade das empresas.

Como “técnica de verificação e de registo”, corresponde a instrumento de controlo financeiro

das empresas ao registar as informações, permitindo a alta gestão ter a qualquer momento o

conhecimento in-louco das operações realizadas no passado, analisar a tendência das mesmas

dentro dum intervalo de tempo (normalmente dois anos) no sentido de avaliar os desvios que

4Ibid, pág.38 5Ibid, pág.38.6 BERNARD, Yves e COLLI, Jean-Claude, Dicionário económico e financeiro, Iº Volume, pág. 170.

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também denominada como Contabilidade externa ou geral cujo objectivo é o registo

das operações externas das empresas, espelhando a situação económico-financeira

global das mesmas.

2.1.1 – A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DA GESTÃO DAS

EMPRESAS PUBLICAS

A contabilidade é um dos alicerces fundamentais na integração da gestão empresarial, a

contabilidade é um objecto fundamental e autenticamente indispensável para uma boa gestão,

 pois ela permitirá o registo de todas as operações e movimentos de entrada e saída de bens

como de fundos da empresa.

As empresas públicas devem implementar um sistema de contabilidade que corresponda às

necessidades de gestão empresarial e permita um controlo orçamental permanente, bem como

uma correcta avaliação dos seus valores patrimoniais.

A contabilidade nas empresas públicas poderá ser feita através de empresas especializadasmantendo-se no entanto a responsabilidade da empresa pela autenticidade das contas

apresentadas. Sabendo-se que a contabilidade a princípio tem duas funções distintas e ao

mesmo tempo correlacionadas:

- A função económica – Apuração e demonstração dos resultados;

- A função administrativa – Fornecer informações para as tomadas de decisões.

É com base nestes conceitos que a Contabilidade Pública, que também é utilizada por muitas

empresas públicas, presta seus serviços, visando, fundamentalmente, a satisfação dos agentes

envolvidos na cadeia de relacionamentos e no que diz respeito ao atendimento das

necessidades dos diversos agentes com os quais a empresa se relaciona.

A Gestão financeira consiste em assegurar o controlo do património administrativo, através

do fornecimento de informações que proporcione aos gestores, a capacidade de agir em um

ambiente de constantes e profundas modificações, de aproveitar as oportunidades oferecidas

 pelo mercado, de fornecer respostas rápidas aos desafios e ter rapidez nas tomadas dedecisão, entre outros aspectos.

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 Normalmente para a melhor eficiência e manutenção da contabilidade nas empresas públicas,

deve-se ter em conta:

1. Auditoria Financeira;

 2. Auditoria Fiscal;

 3. Contabilidade e Gestão;

 4. Planeamento Fiscal;

 5. Custos;

2.1.2 – A PUBLICAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As empresas operam em mercados que apresentam oportunidades para poderem explorar e

ameaças que podem colocar em risco a continuidade das mesmas.

O ambiente que as envolve é complexo e imprevisível, exigindo que tomem medidas e

definam estratégias para anteciparem e conhecerem melhor tais aspectos. A auditoria externa

é um instrumento a disposição da gestão para auxiliar nessa árdua tarefa de análise do

ambiente.

As empresas públicas classificadas no Código de Imposto Industrial como empresas do Grupo

A apresentam a repartição fiscal até ao mês de Maio de cada ano, a declaração em duplicadodo modelo n.º 17, para o pagamento do imposto sobre os lucros. Esta apresentação dentro dos

 prazos é facilitada ao existir Contabilidade organizada.

O decreto-lei n.º 38/00 de 6 de Outubro de 2000 estabeleceu a obrigatoriedade de auditorias

 para as empresas públicas e privadas constituídas sob qualquer forma jurídica (sociedades

anónimas, por quotas, sociedades gestoras de projectos de investimento estrangeiro),

7 Código do imposto industrial, nº 1 art.º 48, Ministério das Finanças

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obrigando assim as empresas angolanas a contratarem os serviços de auditoria externa para

certificação das contas.

Visando cumprir o decreto acima mencionado, a administração fiscal tem sido implacável

com as sociedades anónimas no pagamento dos impostos, exigindo que as mesmas

apresentem a certificação legal das contas tal como vem estipulado no presente decreto.

Dada a complexidade do mundo de negócios, envolvendo riscos inerentes as demonstrações

financeiras, as empresas devem contratar os serviços de auditoria externa não apenas para

efeitos de tributação mas como ferramenta importante na análise da performance da gestão.

A publicação de demonstrações financeiras auditadas deve ser encarada como valor

acrescentado a gestão da empresa, visando transmitir uma imagem positiva da empresa ao

mercado e segurança aos utilizadores de informações financeiras.

2.1.2.1 – OS ANEXOS AO BALANÇO E AS DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

O balanço e a Demonstração de resultados constituem peças importantes de controlo das

actividades da empresa. Para melhor leitura das informações que nelas vêm descritas, são

 preparadas notas explicativas do conteúdo e da forma como estas peças foram preparadas.

“O anexo abrange um conjunto de informações que se destinam umas a desenvolver e

comentar quantias incluídas no balanço e na demonstração dos resultados e outras a

divulgar factos ou situações que, não tendo expressão naquelas demonstrações financeiras,são úteis para o leitor das contas, pois influenciam ou podem vir a influenciar a posição

 financeira da empresa”8.

Daí ser importante divulgar tudo que directa ou indirectamente pode afectar a posição

financeira da empresa. O balanço, a demonstração de resultados e os respectivos anexos

constituem as demonstrações financeiras que têm como objectivo proporcionar informação da

8 LOURENÇO, João Cabrito, Auditoria fiscal, pag.65.

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 posição financeira da empresa, o desempenho e as alterações desta posição, úteis a um

conjunto de utentes para a tomada de decisões.

A omissão ou apresentação inexacta de informações, influencia as decisões dos interessados

nela. Sendo assim, torna-se imperioso divulgar tudo que pode influenciar a tomada de decisão

destes.

 Nos anexos às demonstrações financeiras, são divulgadas informações adicionais relevantes

as necessidades dos utentes das informações financeiras relativas a política contabilística,

riscos que afectam os negócios, obrigações não reconhecidas no balanço, informação do

segmento de negócio, etc.

São informações que numa primeira análise não se percebe o papel preponderante que

desempenham para melhor percepção do que vem detalhado nas demonstrações financeiras.

O utente da informação financeira, embora esteja preocupado em perceber o conteúdo da

mesma, possui interesses em áreas específicas. Ao não conhecer bem as questões técnicas

relacionadas a estas áreas, concentrará as suas atenções nas notas explicativas sobre as

mesmas. Daí ser fundamental divulgar informações claras, objectivas e relevantes nos anexos

às demonstrações financeiras.

2.2 – O PROCESSO DE RELATO DE UMA AUDITORIA

O objectivo de qualquer trabalho de auditoria externa é expressar uma opinião sobre as contas

 preparadas por uma organização, depois de analisadas e testadas numa base amostral.

Para se alcançar este objectivo, várias etapas são queimadas, a começar pelo planeamento que

é feito antes da realização do trabalho de campo.

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A tempestividade do processo que conduz a emissão da opinião, depende do tipo de

organização e da auditoria a realizar, sendo condicionada por vários factores dentre os quais

se destaca a experiência dos auditores e o conhecimento do negócio da organização.

Cada firma possui forma própria de realizar os trabalhos independentemente das normas de

auditoria serem as mesmas, denominada metodologia.

Segundo a  Deloitte Touch Toumatsu  (Metodologia de Auditoria da DTT), os trabalhos de

auditoria envolvem:

A – Planeamento;

B – Conhecimento da entidade e do seu negócio

C – Avaliação do sistema de controlo interno;

C – Testes substantivos;

D – Trabalhos de conclusão.

O planeamento constitui a primeira coisa que a equipa de auditoria faz ao procurarcompreender a essência do trabalho e os riscos que estão ligados ao negócio da organização a

auditar.

Este trabalho é realizado depois de vencer o concurso para realização do trabalho e

consequente aceitação da proposta pela organização. Uma vez consumados os aspectos acima

focados, é realizada uma reunião entre os membros da equipa de auditoria denominada

 Kickoffdiscussion, que serve como ponto de partida do trabalho onde se discute o negócio e

os riscos da organização.

Findo o trabalho de campo, realizam-se as acções conducentes a emissão do «relatório de

auditoria», emitido depois de concluído o trabalho de campo. Antes, emite-se a carta de

recomendação que é discutida com a gestão da organização que destaca os factos apurados

durante o trabalho de auditoria no sentido de serem recolhidas respostas da gestão pois alguns

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destes factos podem influenciar a opinião final (opinião que vem expressa no relatório de

auditoria).

Existem dois tipos de relatórios emitidos pelos auditores, a saber:

a) Relatório em forma breve, “geralmente acompanha as demonstrações financeiras

destinadas a divulgação pública”9. É emitido de forma separada às contas.

 b) Relatório em forma longo, diferente ao em forma breve pois “incluem detalhes dos itens

constantes das demonstrações financeiras, dados estatísticos, comentários explicativos ou

outro material informativo”10. Destina-se a ser divulgado apenas aos accionistas e aos

membros dos órgãos de gestão.

O processo que conduz a emissão da opinião é longo envolvendo o cumprimento de tarefas

conducentes a emissão de opinião sustentada em provas suficientes e apropriadas. A emissão

da carta de recomendação, em auditorias contratadas por concurso público, joga papel

importante pois permite a gestão da organização estar a par do trabalho que foi realizado pelos

auditores e a tempo oportuno (antes da emissão do relatório de auditoria) aceitar ou negar os

 pontos apresentados, com provas e argumentos de razão.

Quando a organização nega de forma total ou parcial os pontos levantados pela auditoria, os

auditores revêem os papéis de trabalho, recebendo documentos adicionais apresentados pela

gestão como argumento para tal negação, analisando a possibilidade de aceitar as justificações

evocadas.

Os relatórios podem ser emitidos com opiniões diferentes, em função das análises efectuadas

às contas das organizações, nomeadamente:

a) Relatório com opinião sem reservas, conhecida como opinião limpa. Acontece quando

os auditores no exame que efectuaram as contas da organização, não detectaram situações

materialmente relevantes que possam afectar as contas.

9 COSTA, Carlos Baptista da, Auditoria Financeira: teoria e prática, 9ºedição, pag. 699-700.10 Ibid. Pág. 697 

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 b) Relatório com opinião sem reservas mas com ênfases. Trata-se da opinião que é emitida

quando após recepção da carta de recomendações pela gestão, verificarem-se situações que

 podem alterar a composição do relatório mas não afectam a opinião em si.

Estes factos são evidenciados apesar de se emitir uma opinião não qualificada.

c) Relatório com opinião com reservas por limitação do âmbito do exame . É a opinião

que é emitida quando após recepção da carta de recomendações pela gestão, verificarem-se

situações que podem alterar a composição do relatório e afectam a opinião, como resultado da

limitação do âmbito (quando os auditores não tiveram acesso a parte considerável dos

documentos solicitados ao pessoal indicado pela gestão para acompanhar a auditoria). Emite-

se uma opinião qualificada.

d) Relatório com opinião com reservas por desacordo. Opinião emitida após a obtenção da

resposta da gestão. Neste caso, existem divergências com a gestão pois são detectadas

situações que além de poderem alterar o conteúdo do relatório de auditoria, afectam também a

opinião dos auditores, emitindo-se opinião qualificada.

e) Relatório com opinião adversa. Opinião que resulta de desacordo existente entre a equipe

de auditoria e a gestão da organização quanto a base utilizada na preparação das

demonstrações financeiras.

f) Relatório com impossibilidade de opinião. Ocorre quando os auditores não estão em

condições de emitirem opinião por “terem constatado situações de inexistência, significativa

insuficiência e ocultação de matéria de apreciação”11.

11 COSTA, Carlos Baptista da, Auditoria Financeira: teoria e prática, pág. 593

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2.2.1 – RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E AUDITORIA

A expressão “auditoria financeira” pressupõe que existe um relacionamento entre a

contabilidade e a auditoria. A contabilidade produz informação que pode ser auditada em

razão de ser qualificável, verificável e haver um critério ou padrão que possa ser utilizado

neste confronto, isto significa, que o auditor precisa conhecer a contabilidade para poder,

criticamente avaliar a informação e comunicar o resultado de sua opinião para terceiros

interessados na informação financeira de uma empresa auditada.

Existe uma relação inversa entre prossecução dos trabalhos de auditoria e os da contabilidade

financeira, como evidencia a tabela abaixo:

FIGURA 2.2 - RELAÇÃO ENTRE A AUDITORIA E A CONTABILIDADE

Face à figura apresentada, compendiamos que a organização e a operacionalidade da

contabilidade nas empresas em geral, torna o trabalho da auditoria externa mais simples e

expedita.

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2.3 – A OPINIÃO DOS AUDITORES INDEPENDENTES E AS EMPRESASPÚBLICAS

Em auditorias contratadas, a opinião dos auditores externos não constitui surpresa para a

gestão das empresas públicas na medida em que estes têm acesso a carta de recomendação

onde vêm descritos os factos detectados ao longo da auditoria.

As empresas públicas vêem a auditoria externa como ferramenta importante que permite

avaliar a forma como conduzem as acções, organizam os processos e actividades.

Desempenha um papel que pode ser equiparado a barómetro do funcionamento das mesmas.

Estas sociedades olham-na como auxiliador no cumprimento de procedimentos técnicos e

legais que permitem reduzir substancialmente as despesas.

A contratação de firmas de auditorias constitui estratégia das mesmas para avaliarem as

actividades através de entidades que o efectuam de forma imparcial e independente.

As equipas de auditoria fazem-se acompanhar de especialistas em áreas como fisco e

consultoria, permitindo as empresas, particularmente as públicas potenciarem-se de conselhos

que permitem reduzir em grande escala a carga fiscal, sem evadirem-se fiscalmente,

aproveitando os benefícios existentes nos segmentos em que operam.

O papel da auditoria externa é visto pelas empresas públicas numa perspectiva mais

abrangente que transcende a simples expressão da opinião sobre as contas.

2.3.1 – CONCEITO DE EMPRESAS PÚBLICAS

De facto, falando da auditoria e a gestão das empresas públicas, nos é mister entendermos o

conceito do que é uma empresa pública, no entanto, para se conceptualizar melhor a Empresa

Pública surge a necessidade de se apegar as leis que regem a mesma.

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Em Angola, existe a “ Legislação sobre a Administração Pública” , cujo dentro dela encontra-

se a “Lei n.º 9/95  de 15  de Setembro”   que rege o desempenho da Gestão das Empresas

Públicas, bem como a conceptualiza e a classifica.

Todavia, nesta senda basear-nos-emos na  Lei n.º 9/95  de 15  de Setembro, sobre a

administração pública, para fundamentarmos melhor o tema em curso.  Nos termos do artigo

1ºdo Capitulo I da Lei n.º 9/95 de 15 de Setembro, define-se a Empresa Pública como

sendo: “Unidade económica criada pelo Estado, através de mecanismos estabelecidos na lei,

com capital próprio ou fornecido por outras entidades públicas, destinadas a produção e

distribuição de bens e a prestação de serviços, tendo em vista a prossecução dos interesses

 públicos e o desenvolvimento da Economia Nacional”. 

2.3.1.1 – PRINCÍPIOS QUE REGEM A GESTÃO DAS E.P

 Nos termos do art. 66º da presente lei em questão, diz expressamente que: A empresa pública

no exercício das suas actividades usará a expressão “Empresa Pública”, por extenso ou aabreviatura E.P após sua denominação.

O regime jurídico das empresas públicas em Angola está subordinado por certos princípios, a

saber:

•   Princípios da Programação económica;

•   Princípio da autonomia de gestão;

•   Princípio da autonomia financeira; e

• 

 Princípios da rentabilidade económica.

2.3.1.1.1 – PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO ECONÓMICA 

Este princípio, pressupõe nos termos do art. 8º da  Lei n.º 9/95  de 15  de Setembro  que a

empresa pública deve elaborar a sua estratégica de desenvolvimento e os seus planos e

orçamentos, tendo em conta as indicações da política económica do sector ou ramo, bem

como as condições concretas da empresa.

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2.3.1.1.2 – PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DE GESTÃO

O princípio da autonomia de Gestão estabelecida nos termos do art.9º , a empresa submeterá a

sua actividade as regras próprias de Gestão de direito privado.

 No quadro estabelecido no planeamento Nacional, nas linhas da política de desenvolvimento

no ramo e os termos da Lei em vigor, a empresa pública é dotada de autonomia de Gestão,

sendo responsável por todas as questões relativas ao seu desenvolvimento produtivo e social.

Este princípio pressupõe que a gestão das empresas públicas é de inteira responsabilidade dos

seus órgãos, não tendem os organismos do estado e outros entes públicas estranhas à empresa

o direito de interferir na sua gestão e no seu funcionamento, a não ser nos casos e pelas

formas previstas por lei.

Ainda pressupõe que a gestão da empresa pública, deve ser feita, tendo em conta os objectivos

 predeterminados e que deverá ser conduzida para que interesse todos órgãos e trabalhadoresda empresa nos seus resultados.

2.3.1.1.3 – PRINCÍPIO DA AUTONOMIA FINANCEIRA

Este princípio estabelece que as empresas públicas gozam de autonomia administrativa e

financeira, vivendo pelos próprios meios.

 Nos termos previstos do art. 10ºda Lei n.º 9/95 de 15 de Setembro, a empresa pública deverá

obter do exercício da sua actividade e outras que lhe sejam faculdades nos termos da lei e dos

respectivos estatutos e fundos de forma a cobrir todas as despesas relativas a execução do seu

objecto social.

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Porém, o financiamento da actividade da empresa pública segundo este princípio será feito

 basicamente através de meios próprios devendo prover ao reembolso dos créditos nas

condições estipuladas. Como exemplo destacaríamos a Sonangol, a Endiama, o BNA, etc.

Este princípio ainda se assenta nas palavras divinas, isto é, quando disse Deus a Adão: « Do

suor do teu rosto comerás o teu pão»·, logo as empresas públicas com autonomia administrativa

e financeira, aplicando estas palavras, trabalham com meios de financiamento próprios sem se

interessar com regalias de financiamento que o estado proporciona para garantir a existência

de outras empresas públicas.

2.3.1.1.4 – PRINCÍPIO DA RENTABILIDADE ECONÓMICA

Segundo este princípio a empresa pública deve exercer a sua actividade com o princípio da

 Eficiência cujo objectivo é uma maior credibilidade e celeridade dos actos praticados pelas

mesmas de forma a maximizar os lucros, sem prejuízos das suas obrigações relativas à

exploração racional dos recursos, à protecção e segundo o trabalho e a representação do meioambiente.

Este princípio quando aplicado, é que faz com que muitas empresas públicas não possam falir,

 proporcionando um trabalho árduo e eficiente, sabendo-se que rapidez mais eficiência,

corresponde ao sucesso.

2.3.1.2 - GESTÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS

É consabido que a gestão é de extrema importância e indispensabilidade para a vida de uma

empresa. A gestão da empresa pública deverá ser feita de forma a garantir a sua viabilidade

técnica, económica e financeira, com respeito por certas regras, pois a gestão de uma Empresa

 pública não se leva a cabo como de uma empresa privada, mas sim, para gerir e se estabelecer

os padrões de gestão, a empresa deverá seguir, os pressupostos de certas regras, a saber:

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- Aumentar de forma constante a eficiência do processo produtivo, garantindo o permanente

aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos bens e serviços produzidos;

- Aumentar permanentemente a produtividade, através de medidas técnicas, económicas e

 financeiras adequadas;

- Subordinar os investimentos a realizar, a critérios de decisão empresarial, tendo em conta,

nomeadamente, taxa de rentabilidade, o período de recuperação do capital investido e o grau

de risco;

- Adequar os recursos financeiros à natureza dos activos a financiar;

- Compatibilizar a estrutura financeira com a rentabilidade de exploração e com o grau de

risco da actividade;

- Adoptar com base no respectivo plano, uma gestão previsional que permita o controlo

sistemático da adequação da actividade da empresa aos seus objectivos;

- Efectuar uma gestão racional dos recursos humanos;

- Garantir a elevação constante do nível profissional, técnico e científico dos seus

trabalhadores, bem como melhorar as suas condições de trabalho sociais.

Portanto, neste contexto as regras acima descritas são as que permitem a coacção da gestão da

empresa pública com maior impacto e funcionalidade de veracidade, pois aplicados

convenientemente permitem a boa e máxima rentabilidade a empresa, bem como o seu maior

controlo, assim como se estabelece nos termos do art. 13º da Lei n.º 9/95 de 15 de Setembro.

2.3.1.2.1 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Seguindo os princípios da legalidade, nos termos estabelecidos no  art. 14º da lei em vigor, a

gestão económica e financeira das empresas públicas é garantido através dos habituais

instrumentos de gestão previsional, a saber:

- Planos e Orçamentos plurianuais

- Planos e Orçamentos anuais;

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- Relatórios de contas de actividades adaptadas as características da empresa e as

necessidades do seu comportamento.

2.3.1.2.1.1 – PLANOS E ORÇAMENTOS PLURIANUAIS

Os planos e os orçamentos plurianuais têm sido um dos instrumentos da gestão de empresas

 públicas, pois permitem estabelecer estratégias de desenvolvimento a seguir pela empresa nos

 três (3) anos subsequentes e devem ser revistos sempre que as circunstancias o justifiquem.

Os planos financeiros incluirão, nomeadamente, o programa e investimento e respectivas

fontes de financiamento, nos termos estabelecidos na Lei n.º 9/95 de 15 de Setembro, no seu

 art.15º.

2.3.1.2.1.2 – PLANOS E ORÇAMENTOS ANUAIS

Com base no seu plano e orçamento plurianual, a empresa pública deverá preparar-se para

com o ano económico, o seu plano e orçamento anuais, os quais deverão possuir os

desdobramentos necessários para permitir a descentralização de responsabilidades e um

adequado controlo de gestão.

2.3.1.2.1.3 – ACTIVIDADES ECONÓMICAS E FINANCEIRAS

A empresa pública deve desenvolver todas as actividades necessárias a realização do seu

objecto social, respeitando o princípio da especialidade, nos termos do qual a sua capacidade

abrange os actos necessários e convenientes a prossecução do seu objecto social. As

condições concretas de como a empresa e nomeadamente a sua localização geográfica e

habituais oportunidades, poderão determinar a introdução de excepções ao princípio da

especialidade.

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2.3.1.3 - DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

Para que haja uma melhor gestão, as empresas públicas devem elaborar anualmente, até 31 de

Março e com referencia 31 de Dezembro do ano anterior, o Relatório de Contas da empresa,

que deverá integrar nomeadamente:

- O Relatório do conselho de administração;

- O balanço e demonstração de resultados e a proposta sobre a sua aplicação;

- A demonstração da origem de aplicação de fundos;

- O parecer do Conselho Fiscal.

O relatório de contas deve proporcionar uma compreensão clara da situação económica e

financeira relativa ao exercício, analisando em especial, a evolução da gestão nos diferentes

sectores em que a Empresa actuou, designadamente no que respeita a investimentos, custos,

lucros e condições de mercado. A proposta de aplicação de fundos de resultados deverá ser

fundamentada.

O conselho fiscal deve conter, como devido desenvolvimento, a apreciação da gestão, bem

como relatório do conselho de administração, da exactidão das contas e da observância das

normas legais e estatutárias.

Após a sua homologação pelo órgão de tutela e se por acaso disso, pelo Ministério das

Finanças, o Relatório de contas das Empresas deve ser publicada num dos jornais de maior

tiragem do país.

O Relatório de contas é elaborado pelo conselho de administração ou  conselho de direcção 

e remetida ao conselho fiscal para ser apreciada.

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2.3.2 – A AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DAS EMPRESAS PÚBLICAS

As organizações são constantemente desafiadas a fazerem face as alterações que ocorrem no

ambiente em que operam. Para tal, avaliam o desempenho obtido, tomando medidas

correctivas oportunas tendentes a ultrapassar os efeitos que tais alterações causam as

estruturas organizativas.

Procuram conhecer o desempenho alcançado, no sentido de melhorá-lo através de

instrumentos que fornecem informações objectivas sobre funcionamento de forma

independente.

As sociedades anónimas avaliam a performance das actividades na base de técnicas que

 possibilitam obter informações necessárias para compreenderem até que ponto estes dados

apresentam o quadro satisfatório na prossecução de objectivos preconizados.

Existem vários indicadores e coeficientes que permitem avaliar de forma objectiva ofuncionamento das sociedades comerciais, nomeadamente:

a) Indicadores internos, a saber:

- Fluxos financeiros. Instrumento que “ permite identificar os recebimentos obtidos e os

 pagamentos efectuados efectivamente assim como aqueles que se efectuarão. Trata-se do

 fluxo líquido de receitas (deduzidas as despesas) originado por uma dada operação, podendo

esta operação estar relacionada a produção e troca, a investimento ou a operações

 financeiras”12.

Tem como objectivos o conhecimento das fontes dos meios monetários das sociedades

comerciais e o destino que estas dão aos mesmos, permitindo o conhecimento das fontes que

as possibilitaram captar receitas e para onde efectuaram as despesas.

12 Matérias de Gestão Financeira I e II do Docente Msc. Nelson Chuvica, Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, 2011.

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Auxilia os investidores na tomada de decisão quanto ao lugar onde podem investir os seus

recursos financeiros.

Mapa de origem e aplicações de fundos. Pela sua característica, permite conhecer a

 proveniência dos fundos financeiros das sociedades comerciais e aonde estas os aplicaram.

 Não permite conhecer pormenorizadamente os movimentos operacionais, de investimento e

de financiamento das sociedades comerciais, daí que tem sido pouco utilizado em detrimento

do instrumento antes apresentado.

 b) Indicadores externos, a saber:

Método dos rácios. Baseia-se na análise e comparação de rácios (relação de duas grandezas

contabilísticas).

Consiste em “efectuar uma análise sobre um determinado número de grandezas fulcrais

estudando a sua evolução ao longo do tempo e procedendo a comparação dos valores obtidos

com as normas de um segmento de negócio que por via de regra, são as médias das restantes

empresas do ramo”13.

Método que não é científico e por si só não basta para se analisar a estrutura financeira de

uma sociedade comercial, daí aconselha-se sua complementação com o método dos fluxos

financeiro (SOLNIK, pag.51)

Método da análise da rentabilidade. Resulta do facto de “todas as decisões económicas

tomadas no seio da empresa influenciarem directa ou indirectamente o seu nível da

rentabilidade de exploração, e esta condiciona fortemente todas as decisões financeiras; por

13 SOLNIK, Bruno – Gestão Financeira, pag.51

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53

outro lado, todas as decisões económicas se repercutem de forma imediata e mediata na

situação de tesouraria das sociedades comerciais”14.

Doutro modo, a maximização da rentabilidade das aplicações de fundos efectuadas nas

sociedades comerciais, constitui um dos objectivos essenciais da gestão financeira.

A rentabilidade é o instrumento financeiro que relaciona os resultados obtidos pelas

sociedades comerciais e os meios que foram necessários empregar para o seu alcance.

- Método da análise da liquidez. Permite conhecer até que ponto a sociedade consegue fazer

face as suas dívidas de curto prazo.

Avalia a capacidade dos activos correntes da sociedade face aos compromissos de curto prazo

exprimindo a magnitude em que os fundos próprios conseguem fazer funcionar os bens

imobilizados.

- Método da estrutura financeira. Reflecte a forma como estão compostas financeiramente

as sociedades comerciais, para se perceber a evolução de sua política financeira.

 Nele, compara-se através de rácios, o financiamento externo e os fundos próprios das

sociedades comerciais.

- Método do diagnóstico. É uma ferramenta de extrema importância pois informações da

situação financeira das sociedades comerciais, carecem de análise clara, objectiva e correcta

interpretação que é a razão deste método.

A questão que se coloca ao avaliarmos a performance das sociedades anónimas é sabermos a

relação entre a performance da gestão e a auditoria externa.

14 MENEZES, H. Caldeira – Princípios de gestão financeira, pag.40 

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A realização de testes de controlo e/ou procedimentos substantivos (subdivididos em testes de

detalhe e procedimentos analíticos) pelos auditores na obtenção de provas que sustentem a

opinião a emitir, exige o conhecimento do negócio e as áreas de maior risco da sociedade

comercial.

 Nos procedimentos analíticos, a análise de rácios e tendência são aqueles que a par do estudo

de razoabilidade e juízo pessoal do auditor, permitem obter provas qualitativas para a emissão

da opinião.

Os auditores avaliam o desempenho da gestão para definirem a extensão dos procedimentos e

testes a realizar.

A análise destes indicadores é muito importante para a gestão das sociedades comerciais,

 permite avaliar até que ponto conseguiu alcançar os objectivos que se propôs no início das

actividades, a posição da sociedade face as concorrentes assim como a evolução observada

em relação a exercícios passados.

2.4 – A RELEVÂNCIA DA AUDITORIA EXTERNA NAS EMPRESAS PÚBLICAS

A auditoria é o exame de demonstrações e registos administrativos. O auditor observa a

exactidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registos e documentos (Holmes,

1956)

A auditoria externa para as empresas públicas exerce extrema relevância visando proporcionar

uma maior segurança e credibilidade as demonstrações financeiras que são publicadas. As

empresas do estado têm a auditoria externa como serviços profissionais de confiança com que

 podem discutir aspectos do seu negócio, planeamento financeiro, vantagens e desvantagens de

expandir o negócio em outros ramos, planeamento tributário etc. Enfim, tem-se na auditoria

externa, na pessoa dos auditores um alto nível que, por ter uma actuação independente, é um

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conselheiro independente para discussão sobre os assuntos do seu negócio, sejam do dia-a-dia

ou não.

O auditor é como um médico da família: é um profissional de confiança na gestão das

empresas públicas, pois os trabalhos de auditorias externas por si prestadas permitem:

- Maior eficiência e eficácia da gestão

- Melhor planeamento financeiro;

- Melhor eficácia na implementação dos sistemas de controlo interno;

- Maior transparência nas contas da empresa

- Credibilidade da informação financeira

- Obtenção de bons resultados no cômputo geral

Portanto, salienta-se que “ por mais útil que seja os serviços da auditoria para as empresas

 públicas, não é garantia de sucesso das mesmas, todavia, para que se alcance bons

resultados depende da boa vontade dos gestores ou conselho de administração das empresas públicas”15.

Pois embora muitas empresas contratem estes serviços como obrigação das empresas mães,

em Angola, a legislação vigente obriga-as a terem as contas anuais auditadas.Com o

crescimento da economia muitas empresas solicitam os préstimos das firmas de auditoria

como cumprimento da legislação vigente e assim prestar as empresas de origem. Este facto

demonstra a relevância que a auditoria externa vai assumindo no mercado nacional, como

 poder ser visto no quadro abaixo, que apresenta algumas empresas e organismos públicos que

solicitam os serviços de auditoria.

15 Fontes orais: Docente: Msc. João Manuel Nlanda, Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto

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•  FIGURA 2.3: ENTIDADES PÚBLICAS QUE SOLICITAM SERVIÇOS DE

AUDITORIA

Fonte: Relatório da Sonangol 

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CAPÍTULO III – IMPACTO DA AUDITORIA NAS EMPRESAS PÚBLICAS – CASO

PRÁTICO - SONANGOL, EP

3.1 - APRESENTAÇÃO DA EMPRESA SONANGOL, E.P.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, E. P. (doravante designada Sonangol ou

Empresa) é uma sociedade de direito angolano de capitais totalmente público, foi constituída

em 1976, através do Decreto nº 52/76 de 9 de Junho. O seu actual estatuto foi aprovado pelo

Decreto nº19/99, de 20 de Agosto. De acordo com o estatuto, aprovado pelo mesmo Decreto,

a Sonangol tem a sua actividade principal consubstanciada na prospecção, pesquisa,

desenvolvimento, produção ("upstream"), transporte, comercialização, refinação e

transformação de hidrocarbonetos líquidos e gasosos e seus derivados, incluindo actividades

de petroquímica ("downstream").

Por força da Lei nº10/04 (Lei das Actividades Petrolíferas), a Sonangol é a empresa angolana

a quem o Estado concedeu os direitos mineiros para a prospecção, pesquisa, desenvolvimentoe produção de hidrocarbonetos líquidos ou gasosos. Na sua qualidade de Concessionaria, a

Sonangol está autorizada a associar-se a entidades estrangeiras para realização das operações

 petrolíferas no território nacional. Estas operações estão actualmente consubstanciadas em

contractos de Associação e em contractos de partilha de produção.

 No propósito de um exercer mais efectivo e profissional da sua função como concessionária

nacional para os hidrocarbonetos, a empresa constituiu a Sonangol Pesquisa e Produção e a

Sonangol Gás Natural. Estas duas subsidiárias têm sido, gradualmente em parcerias, o veículo

de investimento da empresa na exploração e desenvolvimento de petró1eo bruto e gás natural.

Apesar desta evolução, a Sonangol EP (Holding) ainda desenvolve parcialmente o negócio do

 petró1eo bruto e de gás natural, através de investimentos no bloco 0 e, até ao I Semestre de

2007 na concessão F8T/F8.

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Durante o exercício foi concluído o "Acordo de Trocas" entre a Sonangol e a TOTAL, a

vencedora da licitação dos direitos de exploração na nova área de concessão, o bloco 17/06.

 Nos termos deste acordo, o valor total do premio de assinatura a liquidar pela TOTAL foi na

totalidade compensado pela entrega ao Estado de Angola dos interesses accionistas no

 bloco2/85 (27.5%), na concessão F8T/F8 e na Refinaria de Luanda, através do controlo

accionista na sociedade Fina Petró1eos de Angola. Na medida em que o bónus - premio de

assinatura é pagável na totalidade ao Tesouro Nacional as transacções relativas a cedência da

concessão do bloco 2/85 e refinaria n80 ser80 reconhecidas nos registos da empresa até que e

quando o Governo de Angola assim o decidir quanta a eventual titularidade daqueles activos

 pela empresa. Pela Deliberação nº02/2007 de 05 de Março e na sequência da sessão ordinária

do Conselho de Administração realizada a 30 de Novembro de 2006 foi aprovada a extinção

da subsidiária SONANGOL SGPS e constituída a sociedade SONANGOL HOLDINGS. A

estrutura societária é composta pela SONANGOL E.P, com 99% e os trabalhadores da

empresa, com 1%.

O quadro que se segue resume os negócios que a empresa desenvolve, através das suassubsidiárias e projectos, no que gradualmente se completa o seu objecto social:

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3.1.1 - ESTRUTURA DE NEGÓCIO DA SONANGOL

QUADRO 2 – ESTRUTURA DE NEGÓCIOS DA SONANGOL

Fonte: Relatório de Contas Sonangol, 2010 

3.2 – ORGANIGRAMA DA SONANGOL EP

O organigrama é uma representação gráfica da estrutura hierárquica de uma organização,

entidade ou empresa. Nesta senda, a hierarquia da Sonangol, obedece a seguinte estrutura:

SUBSIDIÁRIA/PROJECTO   NEGÓCIOS 

Sonangol Pesquisa e Produção  Prospecção, pesquisa e desenvolvimento de

 petró1eo bruto

SonangolDistribuidora  Comercialização e distribuição de refinados

Sonangol Logística  Armazenagem de produtos refinados

Sonangol Gás Natural –Sonagás  Prospecção, pesquisa, desenvolvimento e

Distribuição do gás natural.

Sonangol Shipping  Transporte do petró1eo bruto

Projecto Sonangol Refinação- Sonaref   Construção de nova refinaria, no Lobito.

Sonangol Limited (UK)  Comercialização de petró1eo bruto e LPG

Sonangol USA Company  Comercialização de petró1eo bruto

Sonangol Asia Limited  Comercialização de petró1eo bruto

Sonair Serviços aéreos de apoio as operações petrolíferas

Sonaship  Transporte de produtos refinados e LPG

MST Serviços de telecomunicações

Sonangol Finance Limited Contratação de crédito de médio e longo prazo

Sonangol Holdings, LOA  Titularidade de participações financeiras e de novos

investimentos

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3.3 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As empresas públicas estão sujeitas a controlo financeiro que compreende, designadamente, a

análise da sustentabilidade e a avaliação da legalidade, economia, eficiência e eficácia da sua

gestão.

Os dados constantes no  balanço e na demonstração de resultados, servem 

 para extrair

informações, que sustentam a avaliação da sua saúde financeira das mesmas. Analisadas as

demonstrações financeiras da SONANGOL,EP produziu informações que permitem

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compreender a confiança dada pelos sócios a gestão, assim como a imagem que granjeiam no

mercado angolano.

Deste estudo, resultaram os indicadores apresentados que em seguida.

ANÁLISE DOS RÁCIOS

Esta analise, exige estudo sucessivo da rentabilidade, liquidez e estrutura financeira da

empresa que constituem as principais dimensões duma empresa

ANÁLISE DA RENTABILIDADE 

a) Rentabilidade comercial (R.C.) 

Resulta da relação entre resultados operacionais e as vendas e não depende da políticafinanceira e de investimentos das empresas.

 Na tabela a seguir, encontramos a contribuição que as vendas tiveram nos resultados

operacionais da SONANGOL,EP.

TABELA 3: RENTABILIDADE COMERCIAL

Fonte: Relatório da Empresa 

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola 

 Milhares de AKZ

2009 2010 2011

Resultados

Operacionais (1)

(992.490.253) (1.801.049.002) (2.662.925.022)

Vendas

(2)

1.182.646.656 2.065.428.393 3.156.868.449

Rentabilidade

Comercial (3) = (1/2)

-84% -87% -84%

Rentabilidade Comercial 

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62

Este indicador, é utilizado pela auditoria externa ao analisar o risco que as actividade de

exploração podem apresentar no grosso das demonstrações financeiras, o que permite planear

a extensão dos procedimentos a usar para validar os saldos das contas.

 Nesta senda, por três anos consecutivos a SONANGOL, EP apresentou resultados negativos

relativos a rentabilidade comercial, o que implica que surge a necessidade extrema de se

avaliar as políticas internas que têm sido adoptadas relativamente as áreas comerciais e/ou de

exploração

TABELA 4: RENTABILIDADE MARGEM LÍQUIDA 

Fonte: Relatório Economico

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola 

 Milhares de AKZ

2009 2010 2011

Resultados Líquidos (1) 218.068.066 233.609.335 298.836.332

Vendas (2) 1.182.646.656 2.065.428.393 3.156.868.449

Margem Líquida após os

encargos (3) = (1/2)

18% 11% 9%

Margem Líquida após os encargos

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Fig. nº4: RENTABILIDADE MARGEM LÍQUIDA 

0

500000000

1E+09

1,5E+09

2E+09

2,5E+09

3E+09

3,5E+09

RESULTADO VENDAS MARGEM

218068066

1182646656

18

233609335

2065428393

11

298836332

3156868449

9

 

Fonte: Relatório Economico

Relativamente à análise da margem líquida após os encargos, a Sonangol, EP obteve um

resultado positivo em todos os anos analisados, mas houve um resultado melhor em 2009. O

resultado medíocre auferido em 2011 deve-se as transacções de diversas naturezas com o

estado angolano, entre os quais se incluem as relacionadas com a actividade concessionária.

Esta actividade encontra-se definida nos contractos firmados com os grupos empreiteiros, que

definem os termos financeiros relativamente ao bónus, provisões para abandono, rendas de

superfície e preço limite, entre outros. Em resultado das referidas transacções, e conforme o

que consta no anexo às contas, a rubrica contas à pagar apresenta um saldo à pagar no valor

de 625.872.250 milhares de AKZ, correspondentes ao Tesouro nacional e a concessionária

nacional, o qual não se encontra confirmado16 

16 Relatório de auditoria da SONANGOL,EP, para o findo 31 de Dezembro de 2011

Mar em Lí uida a ós os encar os

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b) RENTABILIDADE ECONÓMICA (R.E.) 

Este indicador resulta da necessidade que as empresas têm em medir a rentabilidade obtida

 pois é o conjunto dos activos que lhes garante os resultados. É a rentabilidade dos

investimentos realiuzados pelas empresas.

TABELA 5: RENTABILIDADE ECONÓMICA 

Fonte: Relatório Economico

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola 

 Milhares de AKZ

2009 2010 2011

Resultado Líquido

(1)

218.068.066 233.609.335 298.836.332

Activo Total

(2)

2.107.612.194 2.377.128.520 3.220.418.262

Rentabilidade

Económica (3) = (1/2)

10% 10% 9%

Rentabilidade Económica

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Fig. nº5: RENTABILIDADE ECONÓMICA

RESULTADO LIQUIDO

ACTIVO TOTAL

RENTABILIDADE ECONOMICA

218068066

2107612194

10

298836332

3220418262

9

 

Fonte: Relatório Economico

A rentabilidade económica da SONANGOL, EP entre 2009 e 2010, manteve-se constante,

com um resultado positivo a dois dígitos de 10%. Houve uma redução da rentabilidade

económica de 1% em 2011, passando o valor positivo obtido nos anos precedentes de 10%

 para 9%, isto devido ao aumento dos activos num percentual de 31% de 2010 para 2011, que

culminou para tal redução.

Este indicador é muito importante pois permite aos auditores analisarem a influência dos

activos da empresa em relação ao resultado líquido. Assim, podem a partida ter uma

 percepção do valor das adições que foram feitas ao activo e procurar realizar procedimentos

analíticos que permitem provar a existência e a propriedade dos mesmos.

Por ser muito sensível a manipulações com objectivos fiscais e não ser calculado a partir dos

fluxos de fundos (cash-flows), ele permanece muito distante da realidade financeira das

empresas.

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A rentabilidade económica calculada através de cash flows, permite as empresas terem a

 percepção da rentabilidade por elas alcançadas. É calaculado a partir de fluxos de fundos,

apresentando-se mais próximo da rentabildade financeira.

A tabela abaixo, mostra o indicador acima mencionado.

Tabela 6: RENTABILIDADE ECONÓMICA PELO CASH FLOW 

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola 

 Milhares de

 AKZ

2009 2010 2011

Resultados Líquida (1) 218.068.066 233.609.335 298.836.332

Amortizações (2) 35.185.069 42.639.104 52.152.978

Provisões (3) 36.576.397 43.130.983 62.501.319

Capacidade de autofinanciamento (4) =

(1+2+3)

289.829.532 319.379.422 413.490.629

Activo Total (2) 2.107.612.19

4

2.377.128.52

0

3.220.418.26

2

Rentabilidade Económica (3) = (4/2) 14% 13% 13%

Fonte: Relatório Economico

Permite as empresas calcularem a rentabilidade económica mais proxima da realidade

financeira, tendo em conta que resulta de fluxos de fundos por elas gerados durante um

determinado período de tempo e apresenta melhores resultados em relação ao indicador acima

apresentado.

Os auditores assim podem avaliar a capacidade das empresas em autofinanciarem-se, o que se

resume na capacidade de gerarem meios líquidos retidos durante o exercício económico.

Rentabilidade Económica pelo cash flow

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67

Constituem resultados líquidos retidos: as provisões constituidas que não foram utilizadas

assim como as amortizações que os bens das empresas sofreram durante o exercício

económico.

Quanto maior for a capacidade de autofinanciamento da empres, maior são os elementos que a

compõem. O seu cálculo permite aos auditores indagarem a gestão sobre a base utilizada para

a constituição das provisões e taxas utilizadas na amortização dos bens. Funciona com alerta

sobre as contas que constituem a capacidade de autofinanciamento.

c) Rentabilidade Financeira (R.F.) 

Este indicador resulta da necessidade das empresas de proporcionar boa rentabilidade aos

accionistas17 e é analisada através dos capitais próprios.

Tabela 7: RENTABILIDADE FINANCEIRA 

Fonte: Relatório Economico

17 SOLNIK, Bruno, Gestão financeira, pag.55

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola

 Milhares de

 AKZ

2009 2010 2011

Resultados Líquidos (1) 218.068.066 233.609.335 298.836.332

Capitais Próprios (2) 1.027.492.142 1.217.866.192 1.365.354.124

Rentabilidade Financeira (3) = (1/2) 21% 19% 22%

Rentabilidade Financeira

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68

Os accionistas constituem o grupo que tem maior interesse em conhecer a situação financeira

das empresa pois investem nelas seus capitais. A opinião dos auditores é muito importante

 para tomarem a decisão de onde investir. A rentabilidade financeira mostra a magnitude do

resultado líquido em relação ao capital próprio da empresa e espelha a capacidade dos capitais

 próprios em gerar resultados líquidos.A SONANGOL, EP, teve um decréscimo em 2010,

sendo que em 2011, houve um aumento em 3% na rentabilidade financeira da empresa em

questão, passando de 19% em 2010 para 22% em 2011.

Os auditores usam este indicador   para compreenderem até que  ponto os accionistas

confiam ou não na gestão aumentando ou diminuindo o capital das empresas.

Ao ser positiva a resposta, estes procuram perceber a razão que esteve na base da variação.Arentabilidade financeira, tal como acontece na rentabilidade económica, é a situação mais

 proxima da realidade da empresa, como vem descrito na tabela abaixo:

Fonte: Relatório Economico

Os três (3) níveis de rentabilidade devem ser entendidos como política da empresa. A

rentabilidade economica depende da rentabilidade de investimneto das empresas que resulta

da margem comercial realizada pelas vendas assim como dos investimentos que são

realizados nos activos imobilizados18 

18 SOLNIK, Bruno – Gestão financeira, pag.56

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola

 Milhares de

 AKZ

2009 2010 2011

Capacidade de autofinanciamento (1) 289.829.531 319.379.422 413.490.629

Capitais Próprios (2) 1.027.492.142 1.217.866.192 1.365.354.124

Rentabilidade Financeira cash flow (3)

= (1/2) 28% 26% 30%

Tabela nº 8: Rentabilidade Financeira pelo cash flow

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69

Para melhor percepção das informações apresentadas e melhor visão dos factos apresentados

em tabelas, eis que apresentamos figuras que permitem maior visualizar da melhor apreciação

e concluidas situações abordadas relativas à rentabilidade das empresas em analise.

Figura 3.1: Gráfico de rentabilidade da SONANGOL, EP

Fonte: Própria 

Estrutura financeira 

Os rácios de estrutura financeira têm como objectivo comparar o financiamento externo e

fundos próprios da empresa.

As tabelas que vêm a seguir mostram a comparação entre estes elementos. São indicadores que

os bancos e outras instituições de crédito ponderam antes de tomarem a decisão de emprestar

fundos as empresas.

2009

2010

2011

020000000400000006000000080000000

1E+09

1,2E+091,4E+09

289829532

1027492142

28%

319379422

1217866192

26%

413490629

1365354124

30%

2009

2010

2011

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70

Tabela 9: RÁCIO DE ENDIVIDAMENTO 

Fonte: Relatório 

O rácio de endividamento visa evidenciar a propensão que a SONANGOL, EP tem em

contrair dividas ou depender de capitais de terceiros, nesta senda o ano em que se evidenciou

menor propensão de dependência de capitais de terceiros foi 2010, com um percentual de

0,95. Este rácio quanto menor for, melhor para à empresa.

TABELA 10: RÁCIO DE SOLVABILIDADE

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola Milhares de AKZ

2009 2010 2011

Capitais Próprios (2) 1.027.492.142 1.217.866.192 1.365.354.124

Passivo Total (1) 1.080.120.053 1.159.262.329 1.855.064.138

Rácio endividamento (3) = (1/2) 0,95 1,05 0,74

Fonte: Relatório

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola Milhares de

 AKZ

2009 2010 2011

Passivo Total (1) 1.080.120.053 1.159.262.329 1.855.064.138

Capitais Próprios (2) 1.027.492.142 1.217.866.192 1.365.354.124

Rácio endividamento (3) = (1/2) 1,05 0,95 1,35

Rácio de Solvabilidade

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71

Figura3.3-GRAFICO DE SOLVABILIDADE

20

50000000

1E+09

1,5E+09

2E+09

 

Fonte: Relatório Economico

A Solvabilidade total - expressa a capacidade da empresa para satisfazer os compromissos

com terceiros a médio e longo prazo, à medida que se vão vencendo. Um valor superior a 1,

significa que o valor do património é suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa. Um

valor inferior a 1, significa que a empresa está impossibilitada de satisfazer todos os seus

compromissos com meios próprios.

d) Rácios de Liquidez

Os rácios de liquidez vão medir a capacidade da empresa para fazer face as suas obrigações

ao curto prazo. Permitirá, pois, verificar se a empresa tem ou não capacidade para pagar as

suas dívidas na data do seu vencimento. É composto por: Liquidez geral, Liquidez reduzida,

Liquidez imediata.

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72

TABELA 11: RÁCIOS DE LIQUIDEZ 

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola

 Milhares de AKZ

2009 2010 2011

Activo circulante (1) 614.703.432 657.201.899 790.502.034

Disponibilidades (2) 281.229.351 336.374.141 361.045.016

Existências (3) 659.641 376.086 717.703

Passivo circulante (4) 517.562.523 572.194.696 1.046.640.204

Liquidez Geral (5) = (1/4) 1,187689225 1,14856342 0,755275816

Liquidez reduzida (6) = [(1-3)/4] 1,18641471 1,14790615 0,754590095

Liquidez imediata (7) = (2/4) 0,543372711 0,58786658 0,344956189

Fonte: Relatório Economico

Fundo de Maneio PatrimonialPode ser calculado:

 Na Óptica de liquidez ou funcionamento

•  FMP=Activo Circulante – Passivo Circulante

 Na Óptica estrutural ou financiamento

•  FMP=Capitais Permanentes – Activo Fixo

Óptica de Liquidez ou funcionamento

2009

FMP= 614.703.432 – 517.562.523

FMP= 97.140.909

2010/2011 

FMP= 657.201.899 – 572.194.696

Rácio de liquidez

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73

FMP= 85.007.203

FMP= 790.502.034 – 1.046.640.204

FMP= - 256.138.170

Óptica Estrutural ou financiamento

2009

FM= 1.590.049.671,350 – 1.492.908.762,589

FM= 97.140.908,761

2010

FM= 1.804.933.824,107 – 1.719.926.621,029

FM= 85.007.203,078

2011

FM= 2.173.778.057,817 – 2.429.916.228,103

FM= - 256.138.170,286

FIGURA3.4- GRÁFICO DE RÁCIOS DE LIQUIDEZ

2009

20110

20000000

40000000

60000000

80000000

1E+09

1,2E+09

614703432

281229351

659641

517562523

1,1876892251,18641471

0,543372711

790502034

0,7552758160,7545900952009

2010

2011

 

Fonte: Própria

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74

Quadro 3: DESCRIÇÃO DOS INDICADORES DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Indicador Fórmula Classificação

Solvabilidade

Total

≥1 Satisfatório- a empresa tem

capacidade de pagar as suas dívidas

com os meios próprios;

<1 Insatisfatório- a empresa

encontra-se impossibilitado de pagar

as suas dívidas com os meios

 próprios.Liquidez

Geral

≥1 Satisfatório- a empresa tem

capacidade de pagar as suas dívidas

na data do vencimento;

<1 Insatisfatório – a empresa

encontra-se impossibilitado de pagar

as suas dívidas a curto prazo

Liquidez

Reduzida

≥1 Satisfatório- a empresa tem

capacidade de pagar as suas dívidas

na data do vencimento;

<1 Insatisfatório – a empresa

encontra-se impossibilitado de pagar

as suas dívidas a curto prazo.

LiquidezImediata

≥1 Satisfatório- a empresa temcapacidade de pagar as suas dívidas

na data do vencimento;

<1 Insatisfatório – a empresa

encontra-se impossibilitado de pagar

as suas dívidas a muito curto prazo.

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75

Fundo de

Maneio

Patrimonial

(liquidez)

≥0 Satisfatório- o activo circulante

cobre as dívidas a curto prazo;

<0 Insatisfatório- as dívidas sãosuperior que o activo circulante.

Fundo de

Maneio

Patrimonial

(estrutural)

≥0 Satisfatório- os capitais

 permanentes cobre todo activo fixo

e parte do ciclo de exploração;

<0 Insatisfatórios - os capitais

 permanentes são insuficientes para

cobrirem o activo fixo.

Fonte: Relatório Económico 

TABELA 12: INDICADORES DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO DE 2009 À 2011

Indicador 2009 2010 2011 Variação

Solvabilidade Total 0,95 1,05 0,74 -0,31

Liquidez Geral 1,19 1,15 0,76 -0,39

Liquidez Reduzida 1,19 1,15 0,76 -0,39

Liquidez Imediata 0,54 0,59 0,35 -0,24

Fundo de M. Patrimonial(liquidez)

97.140.908,761 85.007.203,078 -256.138.170,285

-171.130.967,204

Fundo de M. Patrimonial

(estrutural)

97.140.908,761 85.007.203,078 -

256.138.170,286

-

171.130.967,204

Fonte: Relatório

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76

GRÁFICO  Nº3.5  ANÁLISE DE EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EQUILÍBRIO

FINANCEIRO 2009 À 2011

Fonte: Própria

Em relação os indicadores de equilíbrio Financeiro, denotamos face ao acima exposto:

•  Quanto ao indicador “Solvabilidade Total” em 2009 houve um agravamento de

não conseguindo ter meios próprios suficientes para satisfazer os seus

compromissos (0,95), em 2010 aumenta a situação líquida que permitiu satisfazer

os seus compromissos (1,05) e em 2011, a empresa encontra-se impossibilitada de

satisfazer os seus compromissos com os meios próprios (0,74), o que significa que

a capacidade da empresa solver as suas dívidas com meios próprios tende a

 baixar.

• 

Em relação ao compromisso a curto prazo, de 2009 a 2010, a empresa apresenta

uma capacidade de pagar as suas dívidas a curto prazo em termos de liquidez

geral e reduzida, em 2011, a empresa apresenta-se impossibilitada de pagar as

dívidas a curto prazo. Em termos de liquidez imediata, de 2009 a 2010, a empresa

encontra-se com dificuldades de fazer face aos seus compromissos mas em 2011,

consegue fazer face aos seus compromissos.

•  Quanto ao “Fundo de Maneio na óptica de Liquidez”, de 2009 a 2010, a empresa

apresenta um excedente em termos monetários (fundo de maneio positivo) e em

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77

2011, os passivos correntes são superiores aos activos correntes (-

256.138.170,286).

•  Quanto ao “Fundo de Maneio na óptica Estrutural”, de 2009 a 2010, a empresa

apresentou um fundo de maneio positivo e em 2011, os capitais permanentes são

inferiores aos activos não correntes (-256.138.170,286).

e)Analise dos indicadores de prazos médios

Prazo Médio de Recebimentos (PMR)

PMR =

2009

PMR =332.814.439.175

X 360 = 1011.182.646.656

2010/2011 

PMR =320.451.672.535

X 360 = 56 PMR =428.739.314.711

X 360 = 49

2.065.428.393 3.156.868.449

Prazo Médio de Pagamento (PMP)

PMP =

2009

PMP =517.562.523.100

X 360 = 1,998.519.379.451

2010/2011

PMP =329.460.934.857

X 360 = 856 PMP =696.622.641.564

X 360 = 1.395138.497.629.459 179.770.818.521

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78

Prazo Médio das Existências (PME

PME=

2009

PME =659.641

X 360 = 2,498.628.047.217

20102011 

PME = 376.086 X 360 = 1 PMRE = 717.703 X 360 = 1,4138.781.184.931 179.429.201.006

Tabela 13: DESCRIÇÃO DOS INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS

Indicador Fórmulas Classificação

Prazo Médio de

Recebimento

Quanto menor, melhor;

Prazo Médio de Pagamento Quanto maior, melhor;

Prazo Médio das

Existências

Quanto menor, melhor;

Fonte: Relatório

•  Quanto ao indicador “Prazo Médio de Recebimentos”, em 2009, a empresa espera

102 dias, em 2010, espera 56 dias para receber os activos monetários e em 2011, a

empresa espera em média 49 dias para receber os valores monetários de seus

clientes.

•  Quanto ao indicador “Prazo Médio de Pagamentos”, em 2009, levou 1.891 dias,

em 2010, levou 856 dias e em 2011, a empresa levou 1.395 dias para pagar as

suas dívidas.

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79

Quanto ao indicador “Prazo Médio de Existências”, em 2006, em 2009, duraram 2,4 dia, em

2010 duraram 1 dia e em 2011, as mercadorias levaram 1,4 dias para o seu escoamento.

3.3.1 - MÉTODO DE COMPARAÇÃO DE BALANÇOS SUCESSIVOS EM

PERCENTAGEM

Este método fará a análise da estabilidade financeira. A comparação de balanços sucessivos

 permite determinar a estrutura financeira da empresa em diferentes períodos e analisar a sua

evolução (variação das diferentes rubricas)

Ano 2009

71%

0,03%

15 5

 13,2%

48,8%

26,7%

24,5%

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80

Ano 2010

Ano 2010

Ano 2011

Em 2009:

•  Os capitais próprios são inferiores aos capitais alheios o que significa que a empresa

investiu em activos com capitais alheios;

•  O montante das existências tem um fraco peso na estrutura do activo (0,03%);

•  Os imobilizados diminuíram em termos percentuais, 3% (74% em 2008 e 71% em

2009).

72%

13 5%

14%

51%

25%

24%

75 5%

0,02%

42%

13,3%

11%

25%

33%

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Em 2010:

•  O capital próprio tem um forte peso no capital (origens de fundo), com um percentual

de 51%;

•  O montante das existências tem um fraco peso na estrutura do activo (0,02%), inferior

em relação a 2009;

•  O montante das dívidas a terceiros em termos percentuais é de 24%, o que significa

que a empresa incorreu a dívidas avultadas a curto prazo

Em 2011:

-Os capitais alheios são superiores aos capitais próprios, apresentando assim um elevado grau

de endividamento;

-Aplicou-se os recursos tanto próprios como alheios nos Imobilizados, apresentando um

investimento de 75%;

-O montante das dívidas a terceiros em termos percentuais é de 33%, o que significa que a

empresa incorreu a dívidas avultadas a curto prazo; o activo corrente não cobre todo capital

alheio a curto prazo tornando o fundo de maneio negativo.

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CONCLUSÕES

 No encalço dos factos apresentados sobre os indicadores de gestão, abordados para perceber o

impacto da auditoria no uso destas para as empresas publicas, olhando para o problema inicial

se a auditoria influência o aperfeiçoamento da gestão das empresas públicas, a resposta ao

 problema é positiva, e a hipotese apresentada é certa, pois se as empresas públicas forem

acatando e implementando as recomendações da auditoria, produzirá um efeito de melhoria

nos seus resultados, por sua vez, conferindo-lhes mais credibilidade as demonstrações

financeiras bem como a imagem das proprias EP’s.

A auditoria desempenha um papel crucial sobre os indicadores de gestão pois certifica-os

conferindo-lhes valor adicional para que os diversos utentes das informações financeiras

 possam confiar nos dados e indicadores apresentados pela gestão das EP’s Com o

desenvolvimento das economias, o impacto da auditoria para as empresas transcendeu o mero

aspecto de “selo de autecidade”, passando a ser vista como peça importante na avaliação de

desempenho da gestão das empresas públicas.

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RECOMENDAÇÕES

Em função dos factos apresentados, urge a necessidade de recomendar o seguinte:

1.  Que as empresas nacionais, ao exemplo das congéneres estrangeira, deixem de olhar

 para a auditoria como mera fiscalização as suas acções mas sim como mais-valia para

a gestão, capaz de analisar de forma objectiva e exaustiva o desempenho das

actividades, os riscos que envolvem o negócio bem como potenciar a imagem e a

 posição das mesmas face as concorrentes;

2.  Que as empresas nacionais tal como determinado no Decreto-lei nº 38/00 de 06 de

Outubro de 2000, passem a publicar periodicamente as demonstrações financeiras nos

meios de difusão massiva, acompanhadas do parecer dos auditores independentes;

3.  Que o Ministério das Finanças crie as condições da entrada em funcionamento da

ordem dos contabilistas e dos peritos contabilistas, no sentido de conferir maior

influencia a classe assim como divulgar massivamente mais a profissão para que seja

“conhecida por dentro”, como ferramenta importante na gestão das organizações;

4.  Que a Faculdade de economia da Universidade Agostinho Neto em colaboração com a

ordem dos contabilistas e dos peritos contabilistas crie intercâmbios com firmas de

auditorias no sentido de colocar os estudantes a partir do 3º ano, em regime de estágio,

no sentido de se familiarizarem com as práticas de auditoria externa;

5.  Que o estado, através de entidades competentes, crie o organismo que regulará o

exercício da auditoria externa pelas firmas de auditoria externa, controlando a

qualidade dos serviços realizados, com o intuito de salvaguardar os interesses dos

utentes das informações financeiras. Esta regulação deve comportar a publicação de

diplomas e instrutivos legais que vão facilitar o exercício da actividade e definição das

normas internacionais de auditoria que mais se enquadram a nossa realidade

económico-financeira.

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