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1 Fábio Soares Carmo AUDITORIA Auditoria 2 Fábio Soares Carmo AUDITORIA Programa Princípios Conceito, definição de auditoria, independência Distinção entre auditorias (interna, externa, perícias) Procedimentos de perícia Processamento de dados eletrônicos Supervisão e Controle de Qualidade Planejamento de Auditoria Materialidade e Relevância Risco de Auditoria Fraude e Erro Procedimentos de Auditoria Testes (observância, substantivos) Normas de Execução

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Aula de Auditoria

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Auditoria

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Programa● Princípios● Conceito, definição de auditoria, independência● Distinção entre auditorias (interna, externa, perícias)● Procedimentos de perícia● Processamento de dados eletrônicos● Supervisão e Controle de Qualidade● Planejamento de Auditoria● Materialidade e Relevância● Risco de Auditoria● Fraude e Erro● Procedimentos de Auditoria● Testes (observância, substantivos)● Normas de Execução

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● Material Evidencial● Estimativas Contábeis● Transações com Partes Relacionadas● Contingências● Papéis de Trabalho● Documentação de Auditoria● Continuidade Operacional● Presunção de Omissões● Auditorias de Patrimônio e de Resultado● Estudo de Avaliação do sistema contábil e de controle interno● Transações com Eventos subsequentes● Relatório do Auditor (opinião com e sem ressalva, adversa, abstenção)

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1. Princípios

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Princípios – observância obrigatória; sua essência deve prevalecer sobre aspectos formais (CFC 750/93 alterado pelo CFC 1282/2010).

● Entidade● Continuidade● Oportunidade● Registro pelo valor original● Competência● Prudência

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● Entidade

Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial.

O patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira.

[Constituição da pessoa jurídica, não se confunde com as pessoas (sócios). Patrimônios isolados]

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● Continuidade

Pressuposto de que a Entidade continuará em operação no futuro.

[segurança para os sócios e credores]

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● Oportunidade

Processso de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

[momento do registro: quanto mais imediato e integral mais segura é a informação. Deve-se evitar inferências]

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● Registro pelo Valor Original

Determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações (em moeda nacional)

[ativo avaliados pelo valor realizável, passivos pelo valor da liquidação; inclui-se o conceito de atualização monetária]

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● Competência

Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independente de recebimento ou pagamento. Pressupõem a simultaneidade de correlação entre receita e despesa.

[fato contábil : surgimento de direito ou obrigação ]

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● Prudência

Determinação do menor valor para os componente do ATIVO e do maior valor para os componentes do PASSIVO; sempre que se apresentem possibilidades válidas na quantificação de mutações patrimoniais e afetem o patrimônio líquido.[preserva a confiabilidade no patrimônio, na medida que resulta um menor PL]

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FCC Aud Fisc Município – SP – 2007 60. A tempestividade e a integridade do registro do patrimônio e suas variações, independentemente das causas que as originaram, constitui o fulcro do Princípio Contábil da

(A) Oportunidade.

(B) Competência.

(C) Entidade.

(D) Prudência.

(E) Continuidade.

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ESAF – Auditor Fiscal – RFB - 200935- A empresa Eletronics S.A. fabrica televisores de LCD de última geração. A garantia convencional é dada para três anos e a garantia oferecida é estendida para mais um ano mediante pagamento complementar. Como o custo é baixo, em 90% dos casos o cliente adquire. A empresa registra o valor da venda do televisor como receita de vendas e a garantia estendida como receita de serviços, no resultado. Pode-se afirmar que, nesse caso, não está sendo atendido o princípio:

a) da continuidade.

b) do custo como base do valor.

c) da competência.

d) da neutralidade.

e) da entidade.

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ESAF – APOFP – Sefaz – 201079. A integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram, está relacionada ao Princípio Fundamental de Contabilidade da

(A) Entidade.

(B) Oportunidade.

(C) Continuidade.

(D) Prudência.

(E) Competência.

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2. Auditoria

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● Conceito de auditoria

É o exame contábil que compreende um conjunto de procedimentos técnicos sistematizados direcionados na avaliação das informações produzidas pela Entidade, em confronto com a realidade traduzida financeiramente.

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● Objetivo da auditoria

Aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.

[Uma análise, isenta de interesse, que possa dar segurança ao conteúdo das Demonstrações Contábeis, direcionado ao interesse do investidor]

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● Responsabilidades na auditoria– É responsabilidade do auditor garantir cumprimento de

todas as obrigações legais, regulatórias e profissionais.

– O auditor não é responsável pela detecção de distorções que não sejam relevantes para as demonstrações contábeis como um todo.

– As NBC TA's não impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança e não se sobrepõe às leis e regulamentos.

– A auditoria das Demonstrações Contábeis não exime, de suas responsabilidades, a administração ou os responsáveis pela governança.

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● DefiniçõesAdministração são as pessoas com responsabilidade executiva pela condução das operações da entidade. Para algumas entidades, os responsáveis pela governança podem incluir pessoal da administração, por exemplo, membros de um conselho de administração ou um sócio-diretor. A administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis, com a supervisão geral dos responsáveis pela governança e, em alguns casos, a administração é responsável, também, pela aprovação das demonstrações contábeis da entidade (em outros casos, os responsáveis pela governança têm essa responsabilidade). NBC TA 260

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● Definições

Demonstrações Contábeis são a representação estruturada de informações contábeis históricas, incluindo notas explicativas relacionadas, com a finalidade de informar os recursos econômicos ou obrigações da entidade em determinada data no tempo ou as mutações de tais recursos ou obrigações durante um período de tempo, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. As notas explicativas relacionadas geralmente compreendem um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações. O termo “demonstrações contábeis geralmente se refere a um conjunto completo de demonstrações contábeis, como determinado pela estrutura de relatório financeiro aplicável, mas também pode se referir a uma única demonstração contábil, que seria um quadro isolado. NBC TA 200

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● DefiniçõesEstrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatório financeiro adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança na elaboração das demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento. NBC TA 200

Responsável pela governança é a pessoa ou organização com a responsabilidade de supervisionar de forma geral a direção estratégica da entidade e obrigações relacionadas com a responsabilidade da entidade. Isso inclui a supervisão geral do processo de relatório financeiro. Para algumas entidades, os responsáveis pela governança podem incluir empregados da administração, por exemplo, membros executivos de conselho de governança de uma entidade do setor privado ou público, ou sócio-diretor. NBC TA 200

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● Definições

Revisor de controle de qualidade do trabalho é um sócio ou outro profissional da firma, uma pessoa externa adequadamente qualificada, ou uma equipe composta por essas pessoas, nenhuma delas fazendo parte da equipe de trabalho, com experiência e autoridade suficientes e apropriadas para avaliar objetivamente os julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e as conclusões atingidas para elaboração do relatório de auditoria. NBC TA 220

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ESAF – AFC – SEFAZ – SP – 2009 66. Sobre a auditoria independente, é correto afirmar que tem por objetivo:

a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

b)apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos controles internos.

c) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio.

d) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis.

e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

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FCC – An TRT 24ª R - 201144. Ao conduzir uma auditoria de demonstrações contábeis, são objetivos gerais do auditor obter segurança

(A) razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, devido à fraude ou erro, possibilitando que o auditor expresse opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

(B) razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção irrelevante, devido a erros, possibilitando que o auditor expresse opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de parecer financeiro.

(C) total de que as demonstrações contábeis em parte estão livres de distorção relevante, devido à fraude ou erro, possibilitando que o auditor expresse opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

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FCC – TRT 24R 2011 (continuação)

(D) total de que as demonstrações contábeis em parte estão livres de distorção irrelevante, devido à fraude, possibilitando que o auditor expresse opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

(E) razoável de que as demonstrações contábeis em parte estão livres de distorção irrelevante, devido à fraude ou erro, possibilitando que o auditor expresse opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos considerados, em conformidade com a estrutura de parecer financeiro consolidado do auditor independente.

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FCC –TRF 1ªR - 201132. Considere as assertivas a seguir:

I . A auditoria é uma investigação oficial de suposto delito. Portanto, o auditor não recebe poderes legais específicos, tais como o poder de busca, que podem ser necessários para tal investigação.

II . Desde que o auditor assine declaração de independência, não é mais necessário que decline de trabalhos nos quais existam, na administração da empresa auditada, parentes em nível de segundo grau.

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FCC – TRF 1R – 2011 (continuação)

III . Em decorrência das limitações inerentes de uma auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis não sejam detectadas, embora a auditoria seja adequadamente planejada e executada em conformidade com as normas legais de auditoria.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:

(A) II e III .

(B) I e II .

(C) I .

(D) II .

(E) III .

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3. Independência na Auditoria (NBC PA 290)

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No caso de trabalhos de auditoria, é do interesse do público e, portanto, requerido por esta Norma que os membros das equipes de auditoria, firmas e firmas em rede sejam independentes dos clientes de auditoria.

Independência de pensamento

Postura que permite a apresentação de conclusão que não sofra efeitos de influências que comprometam o julgamento profission al, permitindo que a pessoa atue com integridade, objetividade e ceticismo profissional.

Aparência de independência

Evitar fatos e circunstâncias que sejam tão signifi cativos a ponto de que um terceiro com experiência, conhecimento e bom senso provavelmente concluiria, ponderando todos os fatos e circunstâncias específicas, que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da firma, ou de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos.

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Entidade de interesse do público é:

a) uma companhia aberta; e

b) qualquer entidade que (a) seja definida por regulamento ou legislação como entidade de interesse do público, ou (b) para a qual o regulamento ou a legislação requer auditoria e que seja conduzida de acordo com os mesmos requerimentos de independência que se aplicam à auditoria de companhias abertas, sendo no caso de Brasil as entidades de grande porte como definido pela Lei nº. 11.638/07. Esse regulamento pode ser promulgado por qualquer órgão regulador competente, incluindo órgão regulador de auditoria.

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As firmas e os órgãos reguladores são incentivados a considerar se entidades adicionais, ou certas categorias de entidades, devem ser tratadas como entidades de interesse do público porque têm grande número e ampla gama de partes interessadas. Os fatores a serem considerados incluem:● a natureza do negócio, como a detenção de ativos na função

de trustee para grande número de partes interessadas. Exemplos podem incluir instituições financeiras, como bancos e companhias de seguro, e fundos de pensão;

● porte;

● número de empregados.

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Os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores para:

(a) identificar ameaças à independência;

(b) avaliar a importância das ameaças identificadas;

(c) aplicar salvaguardas , quando necessário, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável.

Quando o auditor avalia que salvaguardas apropriadas não estão disponíveis ou não podem ser aplicadas para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável, o auditor deve eliminar a circunstância ou relacionamento que cria as ameaças, declinar ou descontinuar o trabalho de auditoria. O auditor deve usar julgamento profissional ao aplicar estes conceitos sobre a independência.

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Tipos de ameaças à independênciaAs ameaças se enquadram em uma ou mais de uma das categorias a seguir:● ameaça de interesse próprio é a ameaça de que interesse financeiro ou outro

interesse influenciará de forma não apropriada o julgamento ou o comportamento do auditor;

● ameaça de autorrevisão é a ameaça de que o auditor não avaliará apropriadamente os resultados de julgamento dado ou serviço prestado anteriormente por ele, ou por outra pessoa da firma dele, nos quais o auditor confiará para formar um julgamento como parte da prestação do serviço atual;

● ameaça de defesa de interesse do cliente é a ameaça de que o auditor promoverá ou defenderá a posição de seu cliente a ponto em que a sua objetividade fique comprometida;

● ameaça de familiaridade é a ameaça de que, devido ao relacionamento longo ou próximo com o cliente, o auditor tornar-se-á solidário aos interesses dele ou aceitará seu trabalho sem muito questionamento;

● ameaça de intimidação é a ameaça de que o auditor será dissuadido de agir objetivamente em decorrência de pressões reais ou aparentes, incluindo tentativas de exercer influência indevida sobre o auditor.

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Circunstâncias que podem ameaçar a independência.● Interesses Financeiros

● Empréstimos e garantias

● Relacionamentos comerciais

● Relacionamentos familiares e pessoais

● Emprego em cliente de auditoria

● Designações temporárias de pessoal

● Serviço recente em cliente de auditoria

● Função de conselheiro ou diretor em cliente de auditoria

● Associação de pessoal sênior com cliente de auditoria

● Prestação de serviços que não são de asseguração a clientes de auditoria

● Serviços de avaliação

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● Serviços fiscais

● Serviços de auditoria interna

● Serviços de tecnologia da informação

● Serviços de suporte a litígio

● Serviços legais

● Serviços e recrutamento

● Serviços financeiros corporativos

● Honorários

● Políticas de remuneração e avaliação

● Presentes e afins

● Litígio real ou ameaça de litígio

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Clientes de auditoria que são entidades de interesse do público

Em trabalhos de auditoria de entidade de interesse do público, o profissional não deve atuar como sócio chave da aud itoria por mais de cinco anos. Depois desse período de cinco anos, a pessoa não deve ser membro da equipe de trabalho ou sócio chave da auditoria para o cliente pelo prazo de dois anos . Durante esse período de dois anos, a pessoa não deve participar da auditoria da entidade, efetuar controle de qualidade para o trabalho, consultar a equipe de trabalho ou o cliente sobre assuntos técnicos ou específicos do setor, transações ou eventos ou de outra forma influenciar diretamente o resultado do trabalho.

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Apesar do impedimento de continuidade para os sócios chave da auditoria, cuja continuidade seja especialmente importante para a qualidade da auditoria, em raros casos devido a circunstâncias imprevistas fora do controle da firma, pode ser permitido um ano adicional na equipe de au ditoria desde que a ameaça à independência possa ser eliminada ou reduz ida a um nível aceitável mediante a aplicação de salvaguardas.

Quando um cliente de auditoria torna-se entidade de interesse do público, o período de tempo em que a pessoa desempenhou a função de sócio chave da auditoria para o cliente de auditoria antes de o cliente tornar-se entidade de interesse do público deve ser levada em consideração na determinação do momento da rotação. O número de anos que a pessoa pode continuar a desempenhar essa função no cliente antes de ser substituída é cinco anos menos o número de anos que já desempenhou essa função. Se a pessoa tiver desempenhado a função de sócio chave da auditoria para o cliente de auditoria por quatro anos ou mais quando o cliente se tornar entidade de interesse do público, o sócio pode continuar a desempenhar essa função, no máximo, por dois anos adicionais antes de ser substituído.

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ESAF – RFB – AFRFB – 2012 51- A empresa Betume S.A. é uma empresa de interesse público que vem sendo auditada pela empresa Justos Auditores Independentes, pelo mesmo sócio-principal há sete anos. Considerando a NBC PA 290, deve a firma de auditoria externa

a) ser substituída por outra, não podendo retornar a fazer a auditoria da empresa no prazo de dez anos.

b) fazer a substituição desse sócio-principal, podendo o mesmo retornar a fazer trabalhos de auditoria nessa companhia somente após cinco anos.

c) substituir toda a equipe de auditoria, podendo retornar aos trabalhos nessa companhia, decorridos no mínimo três anos.

d) trocar o sócio-principal e demais sócios-chave do trabalho, podendo retornar a fazer auditoria após decorrido o prazo de dois anos.

e) comunicar ao cliente a manutenção do sócio-principal, ficando a cargo do órgão regulador a determinação ou não da substituição.

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4. Aceitação da Auditoria

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Objetivo

O objetivo do auditor independente é aceitar ou continuar um trabalho de auditoria somente quando as condições em que esse trabalho deve ser realizado foram estabelecidas por meio de:

(a) determinação da existência das condições prévias a um trabalho de auditoria; e

(b) confirmação de que há um entendimento comum entre o auditor independente e a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança sobre os termos do trabalho de auditoria.

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Condições prévias para uma auditoriaPara determinar se existem as condições prévias a um trabalho de auditoria, o auditor independente deve:

(a) determinar se a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração das demonstrações contábeis é aceitável ;

(b) obter a concordância da administração de que ela reconhece e entende sua responsabilidade :

(i) pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo, quando relevante, sua adequada apresentação;

(ii) pelo controle interno que a administração determinou como necessário para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro; e

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Limitação no alcance da auditoria antes da aceitação do trabalho

Se a administração ou os responsáveis pela governança impõem uma limitação no alcance do trabalho do auditor , nos termos de um trabalho de auditoria proposto, de modo que o auditor entenda que a limitação resultará na emissão de relatório com abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor não deve aceitar esse trabalho de natureza limitada como um trabalho de a uditoria , a menos que exigido por lei ou regulamento.

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Outros fatores que afetam a aceitação de um trabalho de auditoria

Se não existirem as condições prévias para o trabalho de auditoria, o auditor independente deve discutir o assunto com a administração. A menos que exigido por lei ou regulamento, o auditor não deve aceitar o trabalho de auditoria proposto:

(a) se o auditor determinou que a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração das demonstrações contábeis é inaceitável, exceto quando houver adaptações que afastem a inconsistência encontrada;

(b) se não for obtida a concordância da responsabilidade da

administração.

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Aceitação de mudança nos termos da AuditoriaO auditor não deve concordar com uma mudança nos termos do trabalho de auditoria quando não há justificativa razoável para essa mudança.

Se, antes de concluir o trabalho de auditoria, o auditor for solicitado a mudar o alcance para um trabalho que forneça um menor nível de asseguração, o auditor deve determinar se há justificativa razoável para essa mudança.

Se os termos do trabalho de auditoria são alterados, o auditor e a administração devem concordar com os novos termos do trabalho e formalizá-los na carta de contratação ou outra forma adequada de acordo por escrito.

Se o auditor não concordar com a mudança dos termos do trabalho de auditoria e a administração não permitir que ele continue o trabalho de auditoria original, o auditor deve:

(a) retirar-se do trabalho de auditoria, quando permitido por lei ou regulamento aplicável; e

(b) determinar se há alguma obrigação, contratual ou de outra forma, de relatar as circunstâncias a outras partes, como os responsáveis pela governança, proprietários ou reguladores.

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Se o auditor determinou que a estrutura de relatório financeiro prevista em lei ou regulamento não seria aceitável, exceto pelo fato de ser prevista em lei ou regulamento, o auditor deve aceitar o trabalho de auditoria somente nas seguintes condições:

(a) a administração concorda em fornecer divulgações ad icionais nas demonstrações contábeis necessárias para evitar que as demonstrações contábeis sejam enganosas; e

(b) nos termos do trabalho de auditoria reconhecer que:

(i) o relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis incluirá um parágrafo de ênfase , que chamará a atenção dos usuários para divulgações adicionais; e

(ii) a menos que, por exigência de lei ou regulamento, o auditor deva expressar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis usando as frases “apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes”, como é o caso no Brasil, ou “apresentam uma visão verdadeira e justa” de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, a sua opinião sobre as demonstrações contábeis não incluirá essas frases.

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Os assuntos a seguir também podem ser incluídos na contratação de auditoria:

● acordos relacionados com o envolvimento de outros auditores e especialistas em alguns aspectos da auditoria;

● acordos relacionados com o envolvimento de auditores internos e outros membros da entidade;

● acordos a serem feitos com o auditor independente antecessor, se houver, no caso de auditoria inicial;

● qualquer restrição de imputar responsabilidade ao auditor quando essa possibilidade existe;

● referência a quaisquer acordos adicionais entre o auditor e a entidade;

● quaisquer obrigações de fornecer papéis de trabalho da auditoria a outras partes.

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ESAF – RFB – AFRFB – 2012

52- Pode-se afirmar que, para a aceitação do risco de um trabalho de auditoria externa, deve o auditor avaliar

I. se os sócios e equipe são, ou podem razoavelmente tornar-se, suficientemente competentes para assumir o trabalho.

II. qual a atitude dos colaboradores e dos grupos de colaboradores em relação ao ambiente de controle interno e seus pontos de vista sobre interpretações agressivas ou inadequadas de normas contábeis.

III. se terá acesso aos especialistas necessários para a realização do trabalho.

a) Todas estão corretas.

b) Apenas I e II estão corretas.

c) Apenas II e III estão erradas.

d) Somente a III está correta.

e) Todas estão erradas.

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5. Perícia Contábil

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● Perícia Contábil (NBC TP 01)Constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial con tábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação no que for pertinente.

O laudo pericial contábil e o parecer contábil têm por limite os próprios objetivos da perícia deferida ou contratada.

A perícia contábil é de competência exclusiva de contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Perícia judicial é aquela exercida sob a tutela da justiça (requerida ou autorizada por juiz)

● Perícia extrajudicial é aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária.

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● Peritos-contadores (NBC PP 01):- Nomeado é o designado pelo juiz em perícia contábil judicial ;

- Contratado é o que atua em perícia contábil extrajudicial ;

- Escolhido é o que exerce sua função em perícia contábil arbitral .

● O perito deve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese , subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possa comprometer sua independência, denunciando a quem de direito a eventual ocorrência da situação descrita.

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● Papéis de trabalho (na perícia NBC TP 01):É a documentação preparada pelo perito para a execução da perícia. Eles integram um processo organizado de registro de provas, por intermédio de termos de diligência, informações em papel, meios eletrônicos, plantas, desenhos, fotografias, correspondências, depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou outros quaisquer meios de prova fornecidos e peças que assegurem o objetivo da execução pericial.

[todo tipo de documento que baseou a conclusão do perito]

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA● Procedimentos de perícia:✗ Exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

✗ Vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato , de forma circunstancial.

✗ Indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.

✗ Investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

✗ Arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.

✗ Mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.

✗ Avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

✗ Certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.

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● Conclusão de perícia:Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova ou para a colaboração na busca da verdade, deve o perito se reportar diretamente a quem o nomeou, contratou ou indicou, narrando os fatos por meio de provas e solicitando as providências cabíveis e necessárias, para que não seja imputado responsabilidade por omissão na atividade profissional.

O laudo pericial contábil e o parecer pericial contáb il são documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências [minúcias] que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho.

Obriga a Norma que os peritos, no encerramento do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, consignem, de forma clara e precisa, as suas conclusões.

O perito-contador não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenha sido objeto de quesitação e desde que esteja relacionado ao objeto da perícia;

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ESAF – Sefaz/CE – 200759 - O parecer pericial contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar:

(a) O juiz, o árbitro e as partes nas suas tomadas de decisão.

(b) O árbitro e as partes nas suas tomadas de decisão.

(c) O juiz e as partes nas suas tomadas de decisão.

(d) O perito-contador e o árbitro nas suas tomadas de decisão.

(e) As partes nas suas tomadas de decisão.

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6. Auditoria Interna

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● Auditoria Interna (NBC TI 01)Exercida nas pessoas jurídicas de direito público (interno ou externo) e de direito privado.

Compreende os procedimentos metodológicos para avaliar a qualidade dos processos e controles internos integrados ao gerenciamento de riscos. O objetivo é assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

A auditoria interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito , de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

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● Do Auditor Interno:O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na realização dos trabalhos e na exposição das conclusões.

A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão limitadas à sua área de atuação .

Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao Conselho Fiscal ou órgãos equivalentes.

O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações obtidas durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância, sem autorização expressa da Entidade em que atua.

O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo empregatício ou contratual.

Cooperação - O auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração da entidade em que atua, e no âmbito de planejamento conjunto do trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

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● Planejamento de auditoria internaCompreende os exames preliminares dos trabalhos a serem realizados, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.

Fatores relevantes:

– Política e instrumentos de gestão;

– Conhecimento de atividades operacionais e controle interno;

– Natureza, oportunidade e extensão de procedimentos a serem aplicados;

– Existência de entidades associadas;

– O uso de trabalho de especialistas;

– Os riscos de auditoria (volume ou complexidade);

– O conhecimento do resultado;

– As orientações e as expectativas externadas pela administração.

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Conselho de Administração

Direção Executiva

Auditoria Interna

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● Objetivo da auditoria interna

O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade , de forma a expressar claramente as recomendações à administração.

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Elementos Auditoria Interna Auditoria Externa

Profissional Funcionário da empresa(Auditor Interno)

Prestador de serviço(Auditor Externo)

Objeto Exame dos procedimentos e controles Demonstrações Contábeis

Finalidade Assegurar a eficiência das operações e o patrimônio

Opinião sobre a confiablidade das

Demonstrações Contábeis

RelatórioParcial

Recomendações a administração

FinalRelatório do Auditor

Independente

Grau de independência

MenorSubmete-se à missão da

entidade

MaiorSubmete-se às normas da

CFC e à legislação

Público alvo Administração Investidores e público

Intensidade dos trabalhos Maior volume Menor volume

Continuidade do trabalho Contínuo Periódico / pontual

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FCC – Fiscal ICMS – SP – 200961. O trabalho da auditoria interna:

(A) tem maior independência que o de auditoria externa.

(B) é responsável pela implantação e pelo cumprimento dos controles internos.

(C) deve estar subordinado ao da Controladoria da empresa.

(D) deve emitir parecer, que será publicado com as demonstrações contábeis.

(E) deve efetuar a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos.

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FCC – APOFP – Sefaz/SP – 2010 66. As auditorias internas e externas atuam em diferentes graus de profundidade e de extensão nas tarefas de auditoria. Embora exista uma conexão nos trabalhos de ambas, é função da auditoria externa

(A) acompanhar o cumprimento de normas técnicas e a política de administração da empresa, na consecução dos seus objetivos.

(B) avaliar e testar os sistemas de controles internos e contábil, em busca da razoável fidedignidade das demonstrações financeiras.

(C) desenvolver continuamente o trabalho de auditoria na empresa, concluindo as tarefas com a elaboração de relatórios.

(D) seguir as normas e procedimentos de auditoria na execução dos trabalhos, com grau de independência limitado.

(E) prevenir erros e fraudes, sugerindo aos administradores da empresa os ajustes necessários.

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ESAF – Auditor – RFB – 2009 29- Com relação aos relatórios de auditoria interna, pode-se afirmar que:

a) podem considerar posições de interesse da administração e dos gestores, sendo conduzidos aos interesses desses.

b) devem estar disponíveis a qualquer administrador da empresa, sem restrição.

c) podem relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos a serem levantados pela auditoria externa.

d) somente devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, quando houver irregularidades que requeiram ações imediatas.

e) não devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, por não possuírem informações completas.

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7. Avaliação do Controle Interno

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● Avaliação do Controle Interno (NBC TA 265)

Controle interno é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno.

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Propósito do controle interno

O controle interno é planejado, implementado e mantido para enfrentar riscos de negócio identificados que ameacem o cumprimento de qualquer um dos objetivos da entidade com relação a:

✗ a confiabilidade das informações e demonstrações contábeis da entidade;

✗ a efetividade e eficiência de suas operações; e

✗ sua conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.

A maneira como o controle interno é planejado, implementado e mantido varia com o tamanho e a complexidade da entidade.

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A auditoria independente no controle internoO auditor deve obter entendimento das principais atividades que a entidade utiliza para monitorar o controle interno sobre as demonstrações contábeis, inclusive as relacionadas com as atividades de controle relevantes para a auditoria, e como a entidade inicia ações corretivas para as deficiências nos seus controles.O entendimento do controle interno auxilia o auditor na identificação de tipos de distorções potenciais e fatores que afetem os riscos de distorção relevante, e no planejamento da natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria. O material de aplicação sobre o controle interno é apresentado em quatro seções, como a seguir:

● natureza e características gerais do controle interno;

● controles relevantes para a auditoria;

● natureza e extensão do entendimento dos controles relevantes;

● componentes do controle interno.

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Divisão do controle interno em componentes

A divisão do controle interno nos cinco componentes a seguir, para fins das normas de auditoria, fornece uma estrutura útil para que os auditores considerem como diferentes aspectos do controle interno da entidade podem afetar a auditoria:

(a) o ambiente de controle;

(b) o processo de avaliação de risco da entidade;

(c) o sistema de informação, inclusive os processos relacionados de negócio relevantes para os relatórios financeiros e a comunicação;

(d) atividades de controle; e

(e) monitoramento de controles.

A divisão não reflete necessariamente como a entidade projeta, implementa e mantém o controle interno ou como ela pode classificar qualquer componente específico.

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Princípios básicos de controle interno✗ Custos do controle x benefícios;

✗ Qualidade adequada, treinamento e rodízio de funcionários;

✗ Delegação de poderes e determinação de responsabilidades;

✗ Segregação de funções;

✗ Confronto dos ativos com os registros;

✗ Instruções devidamente formalizadas;

✗ Controle de acesso e salvaguarda dos ativos;

✗ Aderência às diretrizes e normas legais

✗ Limites de alçadas

✗ Auditoria interna

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● Etapas de avaliação do controle interno• 1. Levantamento geral do sistema de controle interno

As informações são organizadas e documentadas a partir de:a) Memorandos narrativos – Consiste no registro escrito das

características e do procedimentos mais importantes dos sistemas de controle interno;

b) Questionários padronizados – Elaborados com base em perguntas que devem ser respondidas pelos funcionários e pessoal responsável pelas diferentes áreas da organização sob exame.

c) Fluxogramas – Técnica mais detalhada e analítica, que usa um conjunto de símbolos para facilitar a visão e a avaliação sobre os controles. Permite visão global do sistema e facilita rápida visualização de terceiros familiarizados com a padronização.

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● Etapas de avaliação do controle interno• 2. Avaliação

Determinar-se até que ponto é confiável para o auditor. A identificação dos controles-chave do sistema, que são aqueles que merecem a confiança do auditor, para que forme uma opinião sobre as demonstrações contábeis e outros objetos.O auditor decide confiar em um controle porque acredita que este reduz significativamente o risco de auditoria.

• 3. Testes de observância de normas internas Realização de testes de cumprimento (de observância). Aqui o auditor constata se o sistema funciona adequadamente e se as normas estão sendo cumpridas pelos empregados. Poderá haver diferenças substanciais entre o que se constatou e o que é realmente aplicado.

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● Etapas de avaliação do controle interno• 4. Avaliação final do sistema de controle interno e determinação dos

procedimentos de auditoria A avaliação dos controles internos compreende determinar os erros e irregularidades que poderiam acontecer, verificar se o sistema é capaz de identificá-los, analisar as deficiências dos controles, a fim de determinar a natureza, data e extensão dos procedimentos de auditoria e apresentar recomendações para aprimoramento do sistema.A avaliação é a base final do processo utilizado para mensurar o controle e revela os pontos frágeis, traçando diretrizes quanto aos componentes patrimoniais que mais merecem atenção, à extensão do exame e às probabilidades de falhas no sistema.

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Deficiência significativa de controle interno é a deficiência ou a combinação de deficiências de controle interno que, no julgamento profissional do auditor, é de importância suficiente para merecer a atenção dos responsáveis pela governança .

Deficiência de controle interno existe quando:

(i) o controle é planejado, implementado ou operado de tal forma que não consegue prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente, distorções nas demonstrações contábeis; ou

(ii) falta um controle necessário para prevenir, ou detectar e corrigir tempestivamente, distorções nas demonstrações contábeis.

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Conteúdo da comunicação de deficiência significativa de controle interno

Ao explicar os possíveis efeitos das deficiências significativas, o auditor não precisa quantificar esses efeitos. As deficiências significativas podem ser agrupadas para fins de comunicação, quando adequado.

O auditor também pode incluir na comunicação por escrito, suas sugestões para medidas corretivas das deficiências, as ações implementadas ou propostas pela administração, assim como informação sobre se o auditor verificou se as ações da administração foram implementadas . O auditor pode considerar apropriado incluir as seguintes informações como contexto adicional para a comunicação:

• indicação de que se o auditor tivesse executado procedimentos mais extensivos sobre o controle interno, ele poderia ter identificado mais deficiências a serem comunicadas, ou concluído que algumas deficiências comunicadas, na verdade, não deveriam ter sido comunicadas;

• indicação de que essa comunicação foi fornecida aos responsáveis pela governança e que pode não servir para outras finalidades.

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FCC – Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes – Auditor Tributário – 2006 92. São formas de levantamento dos controles internos:

a) fluxograma, questionário e descrição.

b) discrição, fluxograma e confirmação.

c) entrevista, descrição e elaboração.

d) questionário, inventário e documentação.

e) organograma, questionário e intimação.

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FCC – SEFAZ/PB – Auditor Fiscal – 2006 16. Na Empresa Autocontrole S.A., a entrega física das mercadorias vendidas é feita pela área de expedição que possui dois funcionários, um separa a mercadoria e o outro confere a quantidade separada. A empresa possui um funcionário com salário de R$ 600,00 para efetuar as cópias em máquina copiadora da empresa, em virtude de em períodos anteriores ter constatado que funcionários tiravam cópias de documentos particulares, o que gerava um custo para a empresa de R$ 450,00 por mês. É correto afirmar que estes procedimentos para a auditoria representam, respectivamente,

(A) inventário físico e valor mínimo de venda.

(B) conferência e avaliação de método de custo.

(C) multiplicação de tarefas e inventário físico.

(D) supervisão e implantação de controle.

(E))segregação de funções e custo versus benefício.

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FCC – TRR 1ª R – Analista Judiciário – 2011 31. Dentre as limitações inerentes dos controles internos, EXCLUI-SE a

(A) possibilidade de erros e equívocos humanos.

(B) possibilidade de conluio para contornar as normas.

(C) burla por administradores.

(D) falha nos sistemas de informações tecnológicas.

(E) eficácia do desenho do processo.

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8. PED

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Processamento Eletrônico de Dados – PED

A utilização de processamento eletrônico de dados pela entidade requer que exista, na equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados.

O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego de recursos tecnológicos de processamento de informações, requer que exista na equipe da Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

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ESAF – ATM – Natal – 2008A empresa Dados S. A. procedeu a troca do seu sistema de contabilidade, com o objetivo de aumentar o controle dos processos de contabilização e integrar todas as áreas financeiras. O sistema é inovador e pela primeira vez uma empresa no país irá utilizá-lo. Assim, não deverá o auditor considerar em seu planejamento para o ambiente de PED:

a) a existência de sistema de custo inferior e de eficiência maior.

b) o registro das informações nos diversos módulos, especialmente nos registros contábeis.

c) a troca de dados com outras entidades que se relacionam com a empresa.

d) o exame da segurança dos sistemas adotados pela entidade.

e) o volume de transações a serem processadas.

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9. Controle de Qualidade

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● Controle de Qualidade (NBC TA 220/NBC PA 01 )Os sistemas, as políticas e os procedimentos de controle de qualidade são de responsabilidade da firma de auditoria. De acordo com a NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes que executam exames de auditoria e revisões de informação contábil histórica e outros trabalhos de asseguração e de serviços correlatos, a firma tem por obrigação estabelecer e manter sistema de c ontrole de qualidade para obter segurança razoável que:

(a) a firma e seu pessoal cumprem com as normas profissionais e técnicas e as exigências legais e regulatórias; aplicáveis; e

(b) os relatórios emitidos pela firma ou pelos sócios do trabalho são apropriados nas circunstâncias .

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A firma deve documentar suas políticas e procedimen tos e comunicá-las ao pessoal da firma

A firma deve estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade que inclua políticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos:

(a) responsabilidades da liderança pela qualidade na firma;

(b) exigências éticas relevantes;

(c) aceitação e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos específicos;

(d) recursos humanos;

(e) execução do trabalho;

(f) monitoramento.

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Exigências éticas relevantes

A firma deve estabelecer políticas e procedimentos para fornecer segurança razoável de que a firma e seu pessoal cumprem as exigências éticas relevantes

Os princípios fundamentais da ética profissional a serem observados pelos auditores incluem:

(a) integridade;

(b) objetividade;

(c) competência profissional e devido zelo;

(d) confidencialidade; e

(e) comportamento profissional.

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Revisão de controle de qualidade do trabalho é um processo estabelecido para fornecer uma avaliação objetiva, na data ou antes da data do relatório, dos julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e das conclusões atingidas ao elaborar o relatório. O processo de revisão de controle de qualidade do trabalho é somente para auditoria de demonstrações contábeis de companhias abertas e de outros trabalhos de auditoria, se houver, para os quais a firma determinou a necessidade de revisão de controle de qualidade do trabalho.

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● Responsabilidade no controle de qualidadeConsulta - O sócio encarregado do trabalho deve:

(a) assumir a responsabilidade pela realização , por parte da equipe de trabalho, de consultas apropriadas sobre assuntos complexos ou controversos ;

(b) estar satisfeito de que os membros da equipe de trabalho fizeram as consultas apropriadas durante o curso do trabalho, entre a equipe de trabalho, e entre a equipe de trabalho e outras pessoas no nível apropriado dentro ou fora da firma;

(c) estar satisfeito de que a natureza e o alcance dessas consultas e suas conclusões foram acordadas com a parte consultada; e

(d) determinar que as conclusões resultantes dessas consultas foram implementadas .

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A supervisão do trabalho (de controle de qualidade) inclui:

● acompanhar o andamento do trabalho;

● considerar a competência e habilidade individual dos membros da equipe de trabalho, se eles têm tempo suficiente para realizar seu trabalho, se entendem as instruções recebidas e se o trabalho está sendo executado de acordo com a abordagem planejada;

● tratar dos assuntos significativos que surgem durante o trabalho, considerar sua importância e modificar a abordagem planejada de maneira apropriada ; e

● identificar assuntos para consulta a membros mais experientes da equipe de trabalho, ou para sua consideração durante o trabalho.

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Revisão de controle de qualidade do trabalhoPara auditoria de demonstrações contábeis de companhias abertas, e para os outros trabalhos de auditoria, se houver, para os quais a firma determinou a necessidade de revisão do controle de qualidade do trabalho, o sócio encarregado do trabalho deve:

(a) determinar que foi designado um revisor do controle de qualidade do trabalho;

(b) discutir assuntos significativos que surgem durante o trabalho de auditoria, incluindo aqueles identificados durante a revisão do controle de qualidade do trabalho, com o revisor de controle de qualidade do trabalho; e

(c) não datar o relatório até a conclusão da revisão do controle de qualidade do trabalho.

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Uma revisão consiste em considerar se:

● o trabalho foi realizado de acordo com normas técnicas e exigências regulatórias e legais aplicáveis;

● foram levantados assuntos significativos para consideração adicional ;

● foram feitas as consultas apropriadas , e documentadas e implementadas as conclusões resultantes;

● há necessidade de revisar [mais] a natureza, época e extensão do trabalho realizado;

● o trabalho realizado suporta as conclusões obtidas e está adequadamente documentado;

● as evidências obtidas são suficientes e apropriadas para suportar o relatório; e

● os objetivos dos procedimentos do trabalho foram alcançados .

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A firma deve estabelecer políticas e procedimentos para requerer que a revisão de controle de qualidade do trabalho inclua:

(a) discussão de assuntos significativos com o sócio encarregado do trabalho;

(b) revisão das demonstrações contábeis ou outras informações sobre objeto e o relatório proposto;

(c) revisão da documentação do trabalho selecionada relativa a julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões obtidas; e

(d) avaliação das conclusões obtidas para elaboração do relatório e consideração se esse relatório proposto é apropriado

A firma deve estabelecer políticas e procedimentos pa ra manter a objetividade do revisor de controle de qualidade do trabalho.

As políticas e procedimentos da firma devem determinar a substituição do revisor de controle de qualidade do trabalho quando a capacidade do revisor de realizar uma revisão objetiva estiver prejudicada.

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Diferença de opinião

No caso de surgirem diferenças de opinião dentro da equipe de trabalho, com as pessoas consultadas ou, quando aplicável, entre o sócio encarregado do trabalho e o revisor do contro le de qualidade do trabalho, a equipe de trabalho deve seguir as políticas e procedimentos da firma para tratar e resolver as diferenças de opinião.

A firma deve estabelecer políticas e procedimentos para tratar e resolver diferenças de opinião dentro da equipe de trabalho , com as pessoas consultadas e, quando aplicável, entre o sócio encarregado do trabalho e o revisor de controle de qualidade do trabalho.

Essas políticas e procedimentos devem requerer que:

(a) as conclusões obtidas sejam documentadas e implementadas; e

(b) o relatório não seja datado até o assunto ser resolvido.

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FCC – Anal. Judiciário 24ªR – 2011 45. O Código de Ética Profissional do Contabilista, bem como as NBC-PAs (Normas Profissionais do Auditor Independente), estabelecem princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor, quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis, e fornece estrutura conceitual para a aplicação desses princípios, que estão em linha com os princípios fundamentais, cujo cumprimento pelo auditor é exigido pelo Código IFAC (International Federation of Accountants). Tais princípios são:

(A) perspicácia, objetividade, competência e zelo profissional, confidencialidade.

(B) perspicácia, subjetividade, competência e zelo profissional, confidencialidade, conduta profissional.

(C) integridade, subjetividade, zelo profissional, confidencialidade, conduta profissional.

(D) integridade, objetividade, competência e zelo profissional, confidencialidade, conduta profissional.

(E) perspicácia, competência e zelo profissional, transparência, conduta profissional.

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ESAF – CVM – 201040 – O responsável pela revisão da qualidade dos trabalhos de auditoria deve realizar uma avaliação objetiva dos julgamentos significativos levando em conta os seguintes aspectos exceto:

a) avaliação das conclusões atingidas ao elaborar o relatório e considerar se o relatório é apropriado.

b) Discussão de assuntos significativos com o encarregado do trabalho.

c) Revisão da documentação selecionada de auditoria relativa aos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das conclusões obtidas.

d) Revisão das demonstrações contábeis e do relatório proposto.

e) Discussão do julgamento e relatório com a direção da entidade auditada.

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FCC – Anal Jud TRT 4R – 2011

43. Não corresponde a um princípio fundamental da conduta ética do auditor a

(A) integridade dos trabalhos executados.

(B) competência técnica nas análises e avaliações.

(C) postura mental independente.

(D) subjetividade na aplicação dos procedimentos.

(E) confidencialidade das informações.

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10. Planejamento de Auditoria

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● Planejamento de Auditoria (NBC TA 300) O planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia global para o trabalho

e o desenvolvimento de plano de auditoria . Um planejamento adequado é benéfico para a auditoria das demonstrações contábeis de várias maneiras, inclusive para:

● auxiliar o auditor a dedicar atenção apropriada às áreas importantes da auditoria;

● auxiliar o auditor a identificar e resolver tempestivamente problemas potenciais ;

● auxiliar o auditor a organizar adequadamente o trabalho de auditoria para que seja realizado de forma eficaz e eficiente;

● auxiliar na seleção dos membros da equipe de trabalho com nívei s apropriados de capacidade e competência para responderem aos riscos esperados e na alocação apropriada de tarefas;

● facilitar a direção e a supervisão dos membros da equipe de trabalho e a revisão do seu trabalho;

● auxiliar, se for o caso, na coordenação do trabalho realizado por outros auditores e especialistas.

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O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. O auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance;

(b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas;

(c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho;

(d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade; e

(e) determinar a natureza, a época e a extensão dos rec ursos necessários para realizar o trabalho.

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O auditor deve desenvolver o plano de auditoria, que deve incluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco ;

(b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afir mação ;

(c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as normas de auditoria.

O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria sempre que necessário no curso da auditoria.

[O plano de auditoria é dinâmico e mais detalhado que a estratégia global, deve adaptar-se à realidade encontrada]

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Plano de auditoria

O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégi a global de auditoria visto que inclui a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho. O planejamento desses procedimentos de auditoria ocorre no decurso da auditoria, à medida que o plano de auditoria para o trabalho é desenvolvido. Por exemplo, o planejamento dos procedimentos de avaliação de riscos ocorre na fase inicial de auditoria. Entretanto, o planejamento da natureza, da época e da extensão de procedimentos específicos adicionais de auditoria depende do resultado dessa avaliação de riscos. Além disso, o auditor pode iniciar a execução de procedimentos adicionais de auditoria para alguns tipos de operação, saldos de conta e divulgação antes de planejar todos os procedimentos adicionais de auditoria.[pode-se produzir novos planos de auditoria conforme encerre-se algum teste específico]

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O auditor deve realizar as seguintes atividades antes de começar os trabalhos de auditoria inicial:

(a) aplicar procedimentos relativos à aceitação do cliente [avaliação prévia] e trabalho de auditoria;

(b) entrar em contato com o auditor antecessor, caso haja mudança de auditores, de acordo com os requisitos éticos pertinentes.

A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria não mudam caso a auditoria seja inicial ou em trabalho recorrente. No caso de auditoria inicial, o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de planejamento por falta da experiência anterior que é normalmente utilizada durante o planejamento dos trabalhos.

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O auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definição da estratégia global e do plano de auditoria:

- exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor , por exemplo, para conduzir a revisão de seus papéis de trabalho;

- quaisquer assuntos importantes (inclusive a aplicação de princípios contábeis ou de auditoria e normas de elaboração de relatórios) discutidos com a administração e relacionados à escolha do auditor, a comunicação desses temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria;

- os procedimentos de auditoria necessários para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada relativa aos sald os iniciais ;

- outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhos de auditoria inicial (pode exigir o envolvimento de outro sócio ou profissional experiente para a revisão da estratégia global de auditoria antes de iniciar procedimentos de auditoria significativos ou de revisão dos relatórios antes da sua emissão).

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O planejamento inclui a necessidade de considerar, antes da identificação e avaliação pelo auditor dos riscos de distorções relevantes, aspectos como:

(a) os procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco ;

(b) obtenção de entendimento global da estrutura jurídica e o ambiente regulatório aplicável à entidade e como a entidade cumpre com os requerimentos dessa estrutura;

(c) a determinação da materialidade ;

(d) o envolvimento de especialistas ;

(e) a aplicação de outros procedimentos de avaliação de risco.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Comunicação do planejamento com a administração

O auditor pode optar por discutir esses elementos do planejamento com a administração da entidade, de forma a facilitar a condução e o gerenciamento do trabalho de auditoria. Apesar de normalmente essas discussões ocorrerem, a estratégia global de auditoria e o plano de auditor ia continuam sendo de responsabilidade do auditor . Na discussão de temas incluídos na estratégia global de auditoria ou no plano de auditoria deve-se atentar para não comprometer a eficácia dessa auditoria. Por exemplo, a discussão com a administração da natureza e da época de procedimentos de auditoria detalhados pode comprometer a eficácia da auditoria ao tornar tais procedimentos demasiadamente previsíveis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Clique para adicionar uma estrutura de tópicos

Contato com Auditor Antecessor

Planejamento de Auditoria

Plano de Auditoria

Execução de Testes

Relatório

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FCC – Sefaz/SP – Analista – 201066 . Não é um objetivo de um programa de auditoria:

a) Traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria.

b) Conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos técnicos de auditoria.

c) Propiciar o controle e progresso a ser lançado no decorrer da execução das tarefas de auditoria.

d) Evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser executada.

e) Estimar o tempo necessário para realização da auditoria.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – Sefaz/AP – Auditor – 201048 - A respeito do plano de auditoria assinale a alternativa incorreta:

a) É mais detalhado que a estratégia global de auditoria visto que inclui a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho.

b) Trata dos diversos temas identificados na estratégia global, levando-se em conta a necessidade de atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor.

c) Deve incluir a descrição da natureza, a época, a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco.

d) Deve ser atualizado e alterado sempre que necessário no curso da auditoria.

e) Deve ser desenvolvido para que o planejamento da auditoria seja elaborado.

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FCC – TCE/PR – 2011A fase da auditoria em que se determina o momento da realização de cada uma das tarefas é chamada de:

a) Planejamento.

b) Análise de risco.

c) Estudo de caso.

d) Evidenciação.

e) Seleção de programa de trabalho.

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11. Materialidade e Relevância

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● Conceito de Materialidade:Para fins das normas de auditoria, materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados pelo auditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstrações contábe is como um todo , para adequadamente reduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conjunto, excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Se aplicável, materialidade para execução da auditoria refere-se, também, ao valor ou valores fixados pelo auditor inferiores ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações.

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[No momento em que um erro, inconsistência ou classificação indevida compromete a afirmação do auditor de que as Demonstrações Contábeis estão adequadas com normas vigentes, as práticas e os princípios contábeis, essa circunstância torna-se relevante.]

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA➢ Materialidade

A estrutura de relatórios financeiros freqüentemente discute o conceito de materialidade no contexto da elaboração e apresentação de demonstrações contábeis. Embora a estrutura de relatórios financeiros discuta materialidade em termos diferentes, ela em geral explica que:

● distorções, incluindo omissões, são consideradas relevantes quando for razoavelmente esperado que essas possam , individualmente ou em conjunto, influenciar as decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis;

● julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas, e são afetados pela magnitude e natureza das distorções , ou a combinação de ambos; e

● julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários das demonstrações contábeis são baseados em considerações sobre as necessidades de informações financeiras comuns a us uários como um grupo . Não é considerado o possível efeito de distorções sobre usuários individuais específicos, cujas necessidades podem variar significativamente.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA➢ Julgamento de materialidade

A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do auditor das necessidades de informações financeiras dos usuários das demonstrações contábeis. Neste contexto, é razoável que o auditor assuma que os usuários:

(a) possuem conhecimento razoável de negócios , atividades econômicas, de contabilidade e a disposição de estudar as informações das demonstrações contábeis com razoável diligência;

(b) entendem que as demonstrações contábeis são elaboradas, apresentadas e auditadas considerando níveis de materialidade ;

(c) reconhecem as incertezas inerentes à mensuração de valores baseados no uso de estimativas, julgamento e a consideração sobre eventos futuros; e

(d) tomam decisões econômicas razoáveis com base nas informaç ões das demonstrações contábeis.

O conceito de materialidade é aplicado pelo auditor no planejamento e na execução da auditoria, e na avaliação do efeito de distorções identificadas na auditoria e de distorções não corrigidas, se houver, sobre as demonstrações contábeis e na formação da opinião no relatório do auditor independente.

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Uso de referenciais na determinação da materialidade para as demonstrações contábeis como um todo

A determinação da materialidade para o planejamento envolve o exercício de julgamento profissional. Aplica-se freqüentemente uma porcentagem a um referencial selecionado como ponto de partida para determinar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. Os fatores que podem afetar a identificação de referencial apropriado incluem:

● os elementos das demonstrações contábeis (ex. ativo, passivo, receita);

● se há itens que tendem a atrair a atenção dos usuários das demonstrações contábeis da entidade específica (ex. objetivando avaliar o desempenho das operações, os usuários focam sua atenção em lucro, receita ou P. L.);

● a natureza da entidade, a sua fase, o seu setor e o ambiente econômico em que atua;

● a estrutura societária da entidade e como ela é financiada (por exemplo, se a entidade é financiada somente por dívida em vez de capital próprio, os usuários dão mais importância a informações sobre os ativos, e processos que os envolvam, do que nos resultados da entidade); e

● a volatilidade relativa do referencial.

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Nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação

Fatores que podem indicar a existência de uma ou mais de uma classe de transações, saldos contábeis ou divulgação para os quais se poderia razoavelmente esperar que distorção, de valores menores que a materialidade para demonstrações contábeis como um todo, influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis incluem:

- se leis, regulamentos ou a estrutura de relatório fina nceiro aplicável afetam as expectativas dos usuários em relação à mensuração ou divulgação de certos itens (por exemplo, transações com partes relacionadas, e a remuneração da administração e dos responsáveis pela governança);

- as principais divulgações referentes ao setor em que a entidade atua (por exemplo, custos de pesquisa e desenvolvimento para empresa farmacêutica);

- se a atenção está focada em aspecto específico do negócio da entidade que é divulgado separadamente nas demonstrações contábeis (por exemplo, negócio recém-adquirido).

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Materialidade para execução de auditoriaPlanejar a auditoria somente para detectar distorção individualmente relevante negligencia o fato de que as distorções individualmente irrelevantes em conjunto podem levar à distorção relevante das demonstrações contábeis e não deixa margem para possíveis distorções não detectadas. A materialidade para execução da auditoria (que, conforme definição, é um ou mais valores) é fixada para reduzir a um nível adequadamente baixo a probabilidade de que as distorções, não corrigidas e não detectadas em conjunto nas dem onstrações contábeis, excedam a materialidade para as demonstr ações contábeis como um todo.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Da mesma forma, a materialidade para execução da auditoria relacionada a um nível de materialidade determinado para classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação é fixada para reduzir a um nível adequadamente baixo a probabilid ade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em conju nto nessa classe específica de transações , saldos contábeis ou divulgação excedam o nível de materialidade para essa classe específica de transações, saldos contábeis ou divulgação. A determinação de materialidade para execução de testes não é um cálculo mecânico simples e envolve o exercício de julgamento profissional . É afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execução dos procedimentos de avaliação de risco, e pela natureza e extensão de distorções identificadas em auditorias anteriores e, dessa maneira, pelas expectativas do auditor em relação a distorções no período corrente.

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● Como a relevância afeta as regras do parecer

Ausência de evidência

Com relevância

Sem relevância

Parecer com ressalva ou abstenção de opinião

Parecer sem ressalva

Desobediência à prática contábil

Com relevância

Sem relevância

Parecer com ressalva ou adverso

Parecer sem ressalva

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ESAF – Analista – SUSEP - 201035- Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo de auditoria externa, é verdadeiro afirmar que:

a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorções identificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ou projetadas.

b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados no planejamento.

c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadas individualmente.

d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatores encontrados, durante a realização dos trabalhos.

e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentos de auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções seja irrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer.

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ESAF – Analista de Planejamento – CVM - 201017- No decorrer de uma auditoria, a avaliação de riscos corresponde à análise da relevância dos riscos identificados com base nos seguintes aspectos, exceto:

a) a avaliação da probabilidade de sua ocorrência.

b) a forma como serão gerenciados.

c) a definição das ações a serem implementadas para prevenir sua ocorrência ou minimizar seu potencial.

d) a resposta ao risco, considerando as hipóteses de eliminação, redução, aceitação ou compartilhamento.

e) a presunção de que os riscos, como fatos previsíveis, não podem afetar a qualidade da informação contábil.

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12. Risco de Auditoria

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● Risco de Auditoria(definição NBC TA 200; identificação e resposta NBC TA's 315 e 330)

Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.

[O risco de auditoria está relacionado à integridade da opinião do próprio auditor. Se o profissional o avaliar mal expõe a qualidade de seu relatório.

Pode emitir um parecer sem qualquer ressalva sobre as Demonstrações Contábeis com erros ou fraudes]

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Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções.

[É uma função da eficácia do procedimento de auditoria]

Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:

(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados; [natural da atividade, pré-existente]

(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controle interno da entidade. [qualidade do controle da empresa auditada]

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Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para que a fraude seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.

Avaliação dos fatores de risco de fraude

O fato de que a fraude geralmente é oculta pode tornar muito difícil a sua detecção. Contudo, o auditor pode identificar eventos ou condições que indiquem um incentivo ou pressão para a fraude ou que constituam uma oportunidade para a fraude (fatores de risco de fraude). Por exemplo:

● A necessidade de satisfazer as expectativas de terceiros para obter capital adicional pode criar pressão para a fraude;

● A concessão de bônus significativos, caso sejam cumpridas metas irreais de lucro, pode criar um incentivo para se perpetrar uma fraude;

● Um ambiente de controle que não é eficaz pode criar uma oportunidade para a fraude.

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● A avaliação do risco segue a seguinte proporção

[da proporção pode-se criar um percentual de risco]

Risco deAuditoria

RiscoInerente

Risco de Controle

Risco deDetecção

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O auditor deve aplicar procedimentos de avaliação de riscos para fornecer uma base para a identificação e avaliação de riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis e nas afirmações. Os procedimentos de avaliação de riscos por si só, porém, não fornecem evidências de auditoria apropriada e suficiente para suportar a opinião da auditoria.

Os procedimentos de avaliação de riscos incluem o seguinte:

(a) indagações à administração e a outros na entidade que, no julgamento do auditor, possam ter informações com probabilidade de auxiliar na identificação de riscos de distorção relevante devido a fraude ou erro;

(b) procedimentos analíticos;

(c) observação e inspeção.

[Procedimentos de avaliação de riscos são prévios, não fundamentam o relatório de forma direta]

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Avaliação de riscos da Entidade e seu ambiente

O auditor deve obter entendimento do seguinte:

(a) fatores do setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos relevantes, incluindo a estrutura de relatório financeiro aplicável;

(b) a natureza da entidade, incluindo:

(i) suas operações;

(ii) suas estruturas societária e de governança;

(iii) os tipos de investimentos que a entidade está fazendo e planeja fazer, incluindo investimentos em entidades de propósito específico; e

(iv) a maneira como a entidade é estruturada e financiada, para possibilitar ao auditor entender as classes de transações, saldos de contas e divulgações esperadas nas demonstrações contábeis;

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

(Entendimento do auditor – continuação)

(c) a seleção e aplicação pela entidade de políticas contábeis, inclusive as razões para mudanças nessas políticas. O auditor deve avaliar se as políticas contábeis da entidade são apropriadas para o negócio e compatíveis com a estrutura de relatório financeiro aplicável e políticas contábeis usadas no setor de atividade pertinente;

(d) os objetivos e estratégias da entidade e os riscos de negócio relacionados que possam resultar em risco de distorção relevante;

(e) a mensuração e revisão do desempenho das operações da entidade.

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Controle interno da entidade na avaliação dos riscos

O auditor deve obter entendimento do controle interno relevante para a auditoria. Embora seja mais provável que a maioria dos controles relevantes para a auditoria esteja relacionada com demonstrações contábeis, nem todos os controles que se relacionam com as demonstrações contábeis são relevantes para a auditoria. É uma questão de julgamento profissional do auditor, determinar se um controle, individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a auditoria

O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para:

(a) identificar riscos de negócio relevantes para os objetivos das demonstrações contábeis;

(b) estimar a significância dos riscos;

(c) avaliar a probabilidade de sua ocorrência; e

(d) decidir sobre ações em resposta a esses riscos.

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● Proporção de controle interno

CI – Controle Interno

R – Risco

P – Prioridade

VT – Volume de Testes

A – Amostragem

CI R=P=VT=A

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● Projeção para formação de opiniãoSe a entidade estabeleceu tal processo (daqui em diante, “processo de avaliação de risco da entidade”), o auditor deve obter entendimento desse processo e de seus resultados. Se o auditor identificar riscos de erro relevante que a administração deixou de identificar, o auditor deve avaliar se havia risco subjacente, do tipo que o auditor esperava que fosse identificado pelo processo de avaliação de risco da entidade. Se houver tal risco, o auditor deve obter entendimento do porque o processo deixou de identificá-lo e deve avaliar se o processo é apropriado a suas circunstâncias ou deve determinar se há uma deficiência significativa nos controles internos relacionados ao processo de avaliação de risco da entidade.

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● Inter-relações dos fatores de AuditoriaExiste uma relação de inversão entre: Evidência e Relevância. Relevância e Risco; Risco e Evidência;

Evidência Relevância

Risco

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FCC – Auditor – Infraero – 2011 31. A circunstância de que os procedimentos executados pelo auditor, a fim de reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo, não acusem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, é denominado risco

(A) de contingências.

(B) operacional.

(C) inerente.

(D) substantivo.

(E) de detecção.

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ESAF – Analista – Sefaz - 200969- Sobre os temas ‘risco de auditoria’ e ‘relevância’, é correto afirmar que:

a) quanto menor for o risco, menor será a relevância.

b) quanto menor for a relevância, maior será o risco.

c) não existe relação entre risco e relevância.

d) quanto maior for a relevância, maior será o risco.

e) quanto maior for o risco, maior será a relevância

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ESAF – Analista – SUSEP - 201030- O auditor externo, ao realizar os procedimentos para avaliação de três processos da empresa a ser auditada, constatou a seguinte situação:Área 1: Baixo nível de risco, baixa probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.Área 2: Alto nível de risco, média probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.Área 3: Alto nível de risco, alta probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.Com base nas conclusões acima, pode-se afirmar que o auditor:

a) não deverá realizar testes para a área 1, visto que o risco e a probabilidade de ocorrência de erros é baixa.

b) deverá aplicar testes considerando grandes amostragens para todas as áreas.

c) somente deverá realizar testes nas áreas 2 e 3, as quais apresentam risco alto.

d) em decorrência da probabilidade baixa e média nos itens 1 e 2, os testes de auditoria poderão ser suportados por relatórios de confirmação feitos pela administração da empresa.

e) deverá efetuar testes em todas as áreas, conforme estabelece as normas de auditoria.

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13. Evidência de Auditoria

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● Material EvidencialObjetivo

O objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam ao auditor conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião.

Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações.

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● Adequação e Suficiência [essência da evidência de auditoria]

Adequação da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a sua relevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor. Quanto maior a qualidade, menos evidência pode ser exigida.

Suficiência da evidência de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A quantidade necessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade da evidência de auditoria. Quanto mais elevados os riscos avaliados, maior a probabilidade de que seja exigida mais evidência de auditoria.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Obtém-se segurança razoável quando o auditor obtiver evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião não apropriada quando as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante) a um nível aceitavelmente baixo .

Geralmente obtém-se mais segurança com evidência de auditoria consistente obtida a partir de fontes diferentes ou de natureza diferente do que a partir de itens de evidência de auditoria considerados individualmente.

Entre as informações de fontes independentes da entidade que o auditor pode usar como evidência de auditoria podem estar confirmações de terceiros, relatórios de analistas e dados comparáveis sobre concorrentes.

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● Relevância para a evidência de auditoriaA relevância trata da ligação lógica ou influência sobre a

finalidade do procedimento de auditoria e, quando apropriado, a afirmação em consideração. A relevância das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria pode ser afetada pela direção do teste.

Um dado conjunto de procedimentos de auditoria pode fornecer evidência relevante para certas afirmações, mas não para outras.

[A evidência relevante é aquela que alcança o objetivo do auditor]

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● Confiabilidade da evidência de auditoria

A confiabilidade das informações a serem utilizadas como evidência de auditoria e, portanto, da própria auditoria, é influenciada pela sua fonte e sua natureza, e as circunstâncias nas quais são obtidas , incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando relevante. Portanto, generalizações sobre a confiabilidade de vários tipos de evidência de auditoria estão sujeitas a importantes exceções. Mesmo quando as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria são obtidas de fontes externas à entidade, podem existir circunstâncias que podem afetar a sua confiabilidade.

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● Generalizações úteis sobre a confiabilidade✗ a confiabilidade da evidência de auditoria é maior quando ela é obtida de fontes

independentes fora da entidade;

✗ a confiabilidade da evidência de auditoria gerada internamente é maior quando os controles relacionados, incluindo os controles sobre sua elaboração e manutenção, impostos pela entidade, são efetivos ;

✗ a evidência de auditoria obtida diretamente pelo auditor (a aplicação de um controle) é mais confiável do que a evidência de auditoria obtida indiretamente ou por inferência (por exemplo, indagação a respeito da aplicação de controle);

✗ a evidência de auditoria em forma de documento s, em papel, mídia eletrônica ou de outro tipo, é mais confiável do que a evidência obtida verbalmente (uma ata de reunião elaborada tempestivamente é mais confiável do que uma representação verbal subsequente dos assuntos discutidos);

✗ a evidência de auditoria fornecida por documentos originais é mais confiável do que a evidência de auditoria fornecida por fotocópias ou fac-símiles ou documentos filmados, digitalizados ou transpostos para forma eletrônica, cuja confiabilidade depende dos controles sobre sua elaboração e manutenção.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Classificação das evidências quanto à forma✗ Evidência física – é a obtida através de inspeção ou

observação direta das atividades executadas pelos funcionários da entidade auditada, dos documentos e registros e dos fatos relacionados com o objetivo do exame;

✗ Evidência testemunhal – trata-se de informação obtida de terceiros através de cartas ou declarações;

✗ Evidência documental – consiste na obtenção de documentos classificados em internos e externos [a forma mais comum];

✗ Evidência analítica – é obtida ao se analisar ou verificar a informação. Pode originar-se dos resultados de cálculos, comparações, leis, e análise de informação.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Natureza Técnicas de auditoria

FísicaObservaçãoInspeção Física

DocumentalExame documentalCircularização (confirmação externa)

TestemunhalIndagações ou EntrevistasQuestionáriosCircularização (corroborativa)

AnalíticaCálculoRevisão analíticaAnálise de contas

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FGV – SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal – 201193

Tendo em vista o que determina o Conselho Federal de Contabilidade, e considerando a

doutrina, assinale a alternativa correta.

(A) A evidência de auditoria é mais confiável quando é obtida de fontes independentes

externas à entidade. Nesse sentido, as normas de auditoria requerem que o auditor

obtenha evidência de auditoria mais persuasiva quanto menor o risco avaliado.

(B) Em algumas situações, a administração se recusa a permitir que o auditor envie

solicitações de confirmação. Nesses casos, o auditor deve evitar a execução de

procedimentos alternativos de auditoria.

(C) Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não

responde de maneira completa a uma solicitação de confirmação positiva, ou a

devolução de uma solicitação de confirmação não entregue (devolução pelo correio,

por exemplo, para um destinatário não localizado).

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal – 2011 (continuação)

(D) Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para

confirmar ou solicitar informações relativas a saldos contábeis e seus elementos. Não se

recomenda, contudo, o uso para confirmar os termos de acordos, contratos ou

transações entre a entidade e outras partes, ou para confirmar a ausência de certas

condições como um “acordo paralelo” (side letter).

(E) As confirmações negativas fornecem evidência de auditoria mais persuasiva que as

confirmações positivas.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

ESAF – CVM – Analista Contab. e Audit. – 2010 29- Assinale opção falsa a respeito das evidências de auditoria.

a) A quantidade necessária de evidência de auditoria é afetada pela avaliação dos riscos de distorção.

b) A qualidade é fator importante para determinar a suficiência das evidências.

c) A opinião do auditor é sustentada nas evidências de auditoria.

d) As auditorias anteriores não podem ser uma fonte de evidência segura se tiver sido executada por outra entidade de auditoria.

e) A forma primária de obtenção de evidência é a partir de procedimentos de auditoria executados durante o curso da auditoria.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – TRT 4ª R/RS – Analista Judiciário_Contabilidade – 2011 41. Em conformidade com as normas de auditoria vigentes a partir de 2010, em relação aos documentos apresentados pela empresa, o auditor deverá

(A) considerá-los sempre genuínos, não sendo sua a responsabilidade de questionar a veracidade dos documentos, mesmo que tenha razão para crer no contrário.

(B) confirmar sempre, quando os documentos forem emitidos eletronicamente, a veracidade do documento eletrônico, nos meios disponibilizados pela empresa emissora.

(C) considerar exclusivamente os contratos registrados em cartório e os documentos com firmas reconhecidas.

(D) suspender os trabalhos ao identificar uma fraude e considerar a auditoria limitada.

(E) fazer obrigatoriamente investigações adicionais na dúvida a respeito da confiabilidade das informações.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

14. Fraude e Erro

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Fraude e Erro (NBC TA 240)Características da fraude

O termo “fraude” aplica-se a ato intenciona l de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.

O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro. O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não intencional a ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Responsabilidade na fraudeA principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

[O Auditor NÃO é responsável pela prevenção ou detecção de erros ou fraudes]

O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.

Devido às limitações inerentes da auditoria, há um risco inevitável de que algumas distorções relevantes das demonstrações contábeis possam não ser detectadas, apesar de a auditoria ser devidamente planejada e realizada de acordo com as normas de auditoria.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das normas de auditoria, o auditor está preocupado com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis. Dois tipos de distorções intencionais são pertinentes para o auditor – distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita de ativos. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude, ele não estabelece juridicamente se realmente ocorreu fraude.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Os efeitos potenciais das limitações inerentes são particularmente significativas no caso da distorção resultar de fraude. O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais como falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas representações ao auditor. Tais tentativas de ocultação podem ser ainda mais difíceis de detectar quando associadas a um conluio. O conluio pode levar o auditor a acreditar que a evidência é persuasiva, quando, na verdade, ela é falsa. A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de fatores como a habilidade do perpetrador, a freqüência, a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão relativa dos valores individuais manipulados e a posição dos indivíduos envolvidos.

Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção de erros podem não ser eficazes na detecção de fraude.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Administração e outros responsáveis na entidade

O auditor dever fazer indagações à administração relacionadas com:

(a) avaliação pela administração do risco de que as demonstrações contábeis contenham distorções relevantes decorrente de fraudes, inclusive a natureza, extensão e freqüência de tais avaliações; [existência]

(b) o processo da administração para identificar e responder aos riscos de fraude na entidade, inclusive quaisquer riscos de fraude específicos identificados pela administração ou que foram levados ao seu conhecimento, ou tipos de operações, saldos contábeis ou divulgações para os quais é provável existir risco de fraude; [procedimento]

(c) comunicação da administração, se houver, aos responsáveis pela governança em relação aos processos de identificação e resposta aos riscos de fraude na entidade; e [divulgação]

(d) comunicação da administração, se houver, aos empregados em relação às suas visões sobre práticas de negócios e comportamento ético. [comunicação institucional]

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Respostas aos riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude

Respostas globais

O auditor deve determinar respostas globais para tratar os riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude nas demonstrações contábeis .

Ao determinar respostas globais para enfrentar os riscos avaliados de distorção relevante nas demonstrações contábeis, o auditor deve:

(a) alocar e supervisionar o pessoal, levando em conta o conhecimento, a aptidão e a capacidade dos indivíduos que assumirão responsabilidades significativas pelo trabalho, e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude;

(b) avaliar se a seleção e a aplicação de políticas contábeis pela entidade, em especial as relacionadas com medições subjetivas e transações complexas, podem ser indicadores de informação financeira fraudulenta decorrente de tentativa da administração de manipular os resultados; e

(c) incorporar elemento de imprevisibilidade na seleção da natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria.

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Auditor sem condições de continuar o trabalho

Se, como resultado de uma distorção decorrente de fraude ou suspeita de fraude, o auditor encontrar circunstâncias excepcionais que coloquem em dúvida sua capacidade de continuar a realizar a auditoria, este deve:

(a) determinar as responsabilidades profissionais e legais aplicáveis à situação, inclusive se é necessário ou não o auditor informar à pessoa ou pessoas que aprovaram a contratação da auditoria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras. No Brasil, existem obrigações determinadas pelas autoridades reguladoras;

(b) considerar se seria apropriado o auditor retirar-se do trabalho, quando essa saída for possível conforme a lei ou regulamentação aplicável; e

(c) caso o auditor se retire:

(i) discutir com pessoa no nível apropriado da administração e com os responsáveis pela governança a saída do auditor do trabalho e as razões para a interrupção; e

(ii) determinar se existe exigência profissional ou legal de comunicar a retirada do auditor do trabalho e as razões da saída à pessoa ou pessoas que contrataram a auditoria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras.

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Comunicações à administração e aos responsáveis pela governança

Comunicação à administração

Quando o auditor obteve evidências de que existe ou pode existir fraude, é importante que o assunto seja levado à atenção do nível apropriado da administração.

Comunicação com os responsáveis pela governança

Em alguns casos, o auditor pode considerar apropriado comunicar-se com os responsáveis pela governança quando ele toma conhecimento de fraude que envolva outros empregados que não os da administração, que não resulte em distorção relevante.

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Comunicações às autoridades reguladoras e de controle

O dever profissional do auditor de manter a confidencialidade das informações do cliente pode impedir que ele relate a fraude a uma parte fora da entidade cliente. Contudo, a responsabilidade legal do auditor e, em certas circunstâncias, o dever de confidencialidade pode ser passado por cima por estatuto, lei ou tribunais de direito. No Brasil, o auditor de instituição financeira tem o dever de relatar a ocorrência de fraude a autoridades de supervisão. Em outros segmentos o auditor também tem dever de relatar distorções nos casos em que a administração e os responsáveis pela governança deixam de adotar ações corretivas.

O auditor pode considerar apropriado obter assistência jurídica para determinar o curso de ação apropriado nas circunstâncias, cujo propósito é verificar os passos necessários ao considerar aspectos de interesse público na fraude identificada.

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● Exemplos de fraude:✗ Documentos perdidos.

✗ Documentos que parecem ter sido alterados.

✗ Estoque ou ativos físicos desaparecidos de magnitude significativa.

✗ Itens significativos não explicados nas conciliações.

✗ Discrepâncias não usuais entre os registros da entidade e as respostas de confirmação.

✗ Respostas incoerentes, vagas ou não plausíveis da administração ou de empregados, decorrentes de indagações ou de procedimentos analíticos.

✗ Menos respostas a confirmações do que o previsto ou mais respostas do que o previsto.

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FCC – Analista Judiciário – TRE/CE - 2012Um auditor externo ao proceder a auditoria da empresa Grãos e Cia, constata no ano de 2010, na fase pré-operacional da unidade construída em Palmas, o custo de R$ 18.000.000,00 relativos à terraplanagem do terreno da fábrica. Foram feitos os testes, que evidenciaram que o contrato de serviços de terraplanagem foi realizado com empresa devidamente constituída juridicamente e em atividade normal. O pagamento do serviço contratado foi efetuado à empresa de terraplanagem e comprovado por pagamento eletrônico constante do extrato bancário. O auditor em procedimento complementar e diante da expressividade dos valores foi até a unidade verificar os serviços. Ao indagar alguns funcionários foi informado que o serviço de terraplanagem havia sido feito pela prefeitura da cidade, a qual também doou o terreno a empresa Grãos e Cia. Os funcionários também informaram que nunca esteve na empresa Grãos e Cia qualquer funcionário da empresa de terraplanagem contratada.

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FCC – Analista Judiciário – TRE/CE – 2012 (Continuação)

50. A situação evidencia uma operação de

(A) erro contábil e financeiro.

(B) fraude contábil e financeira.

(C) ato incondicional com distorções contábeis e financeiras.

(D) ato condicional, sem efeitos contábeis e financeiros.

(E) falha de governança, sem impacto na auditoria

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ESAF – Analista Técnico – SUSEP – 2010 37- O auditor interno, ao realizar seus procedimentos e testes de auditoria, quanto à identificação de fraudes e erros, evidencia três fatos:

I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume de impostos a recolher, cadastrou no sistema de faturamento, a alíquota do IPI que deveria ser de 11%, com o percentual de 5%.

II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários demitidos, constando do cálculo da folha, sendo que a conta a ser creditado o pagamento, destes funcionários, pertencia a outro colaborador do departamento pessoal.

III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi introduzida em linha de produção nova, estabeleceu alíquota, estimando a produção de um milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O projeto foi revisto e se reestimou para 10 anos.

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ESAF – Analista Técnico – SUSEP – 2010 (continuação)

Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima narrados.

a) Fraude, fraude e erro.

b) Erro, erro e erro.

c) Erro, fraude e erro.

d) Fraude, fraude e fraude.

e) Fraude, erro e erro.

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ESAF – Auditor Fiscal – RFB – 2009 21- A responsabilidade primária na prevenção e detecção de fraudes e erros é:

a) da administração.

b) da auditoria interna.

c) do conselho de administração.

d) da auditoria externa.

e) do comitê de auditoria.

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15. Procedimentos de Auditoria

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● Procedimentos de Auditoria (NBC TI 01 – NBC TA 330)

[São as práticas técnicas que possibilitam ao auditor obter uma opinião sobre as demonstrações contábeis baseada em evidências adequadas e suficientes.

Os procedimentos são divididos em duas grandes classificações: testes de controle (ou de observância) e procedimentos substantivos.]

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● Clique para adicionar uma estrutura de tópicosProcedimentos de Auditoria

ProcedimentosSubstantivos

Testes deControle

Testes de Detalhes

ProcedimentosAnalíticos

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Teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações.

Procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações . Os procedimentos substantivos incluem:

(a) testes de detalhes (de classes, de transações, de saldos de contas e de divulgações); e

(b) procedimentos analíticos substantivos (revisão analítica).

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● Dos Testes de Controle

O auditor deve planejar e realizar testes de controle para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente quanto à efetividade operacional dos controles relevantes se:

(a) a avaliação de riscos de distorção relevante no nível das afirmações pelo auditor inclui a expectativa de que os controles estão operando efetivamente (isto é, o auditor pretende confiar na efetividade operacional dos controles para determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos substantivos); ou

(b) os procedimentos substantivos isoladamente não fornece m evidência de auditoria apropriada e suficiente no nível de afirmações.

Ao planejar e executar os testes de controle, o auditor deve obter evidência de auditoria mais persuasiva quanto maior for a sua confiança na efetividade do controle.

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Época dos testes de controle

O auditor deve testar os controles para uma data específica ou ao longo do período no qual o auditor pretende confiar nesses controles para fornecer base apropriada para a confiança pretendida pelo auditor.

Uso da evidência de auditoria obtida durante um período intermediário

Se o auditor obtém evidência de auditoria sobre a efetividade operacional dos controles durante período intermediário, o auditor deve:

(a) obter evidência de auditoria das alterações significativas nesses controles após o período intermediário; e

(b) determinar a evidência de auditoria adicional a ser obtida para o período remanescente

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Avaliação da efetividade operacional dos controles

Ao avaliar a efetividade operacional dos controles relevantes, o auditor deve avaliar se as distorções que foram detectadas pelos procedimentos substantivos indicam que os controles não estão operando efetivamente. A ausência de detecção de distorções por procedimentos substantivos, entretanto, não fornece evidência de auditoria de que os controles relacionados com a afirmação que está sendo testada são efetivos.

Quando são detectados desvios de controles nos quais o auditor pretende confiar, o auditor deve fazer indagações específicas para entender esses assuntos e suas potenciais consequências e deve determinar se:

(a) os testes de controle executados fornecem uma base apropriada para se confiar nos controles;

(b) são necessários testes adicionais de controle; ou

(c) os riscos potenciais de distorção precisam ser tratados usando procedimentos substantivos.

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Procedimento substantivo Independentemente dos riscos identificados de distorção relevante, o

auditor deve planejar e executar procedimentos substantivos para cada classe de transações, saldo de contas e divulgações significativas.

O auditor deve considerar se procedimentos de confirmação externa devem ser executados como procedimentos substantivos.

Procedimento substantivo relacionado com o processo de encerramento das demonstrações contábeis

Os procedimentos substantivos do auditor devem incluir os seguintes procedimentos de auditoria relacionados com o processo de encerramento das demonstrações contábeis:

(a) confrontar ou conciliar as demonstrações contábeis com os registros contábeis que as suportam; e

(b) examinar lançamentos relevantes de diário e outros ajustes efetuados durante a elaboração das demonstrações contábeis

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Testes de Detalhes Se o auditor determinar que um risco identificado de distorção relevante no nível de afirmações é significativo, o auditor deve executar procedimentos substantivos que respondem especificamente a esse risco. Quando a abordagem a um risco significativo consiste somente em procedimentos substantivos, esses procedimentos devem incluir testes de detalhes.

Os testes de detalhes das transações e saldos são efetuados com o propósito de reunir todas as evidências necessárias para verificar se as transações e os saldos demonstrados nas demonstrações contábeis estão corretos. [o teste de detalhes busca a informação em si]

Testes de detalhes de transações envolvem principalmente a figura do acompanhamento; quando, por exemplo, detalhes de transações são seguidos – dos documentos-fontes (faturas, notas fiscais etc.) até os registros contábeis.

Testes de detalhes de saldos focalizam a obtenção de evidência diretamente sobre um saldo de conta, não sobre os débitos e créditos individuais.

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● Procedimentos Analíticos Substantivos

Quando o auditor constata a existência de alguma deficiência relevante nos controles internos, ou quando através de teste de auditoria, ele detecta erros nos registros contábeis ou na documentação em que ele se apóia, sentindo a necessidade de aprofundamento em seus exames, ele estará aplicando procedimentos analíticos.

A revisão analítica consiste no exame profundo e minucioso de todo o fluxo de controles internos e de exame analítico das operações de determinada natureza ou de certo período do ano.

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● Procedimentos analíticos substantivos (continuação)

A revisão analítica de todas as transações de um período pode consistir, por exemplo, na conferência de todos os documentos de caixas e bancos confrontando os registros contábeis com os documentos originais, a fim de constar possíveis irregularidades.

A revisão analítica constitui uma forma essencial de teste substantivo. As técnicas empregadas constam de análises (de dados relevantes) de flutuações, de índices financeiros, de tendências, dentre outros indicativos, utilizando-se principalmente de técnicas empregadas na análise de demonstrações contábeis.

Os procedimentos analíticos substantivos são geralmente mais aplicáveis a grandes volumes de transações que tendem a ser previsíveis ao longo do tempo. A aplicação de procedimentos analíticos planejados baseia-se na expectativa de que existem relações entre os dados e que as relações continuam na ausência de condições conhecidas que indiquem o contrário.

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● Tipos de procedimentos de auditoria (NBC TA 500)

Os procedimentos de auditoria a serem descritos podem ser utilizados como procedimentos de avaliação de riscos, testes de controles ou procedimentos substantivos , dependendo do contexto em que sejam aplicados pelo auditor.

Na aplicação dos testes de auditoria, o auditor deve utilizar-se das seguintes práticas: inspeção, observação, confirmação externa, recálculo, reexecução, procedimentos analíticos (em combinação) e indagação.

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● InspeçãoA inspeção envolve o exame de registros ou documentos,

internos ou externos, em forma de papel, em forma e letrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo . A inspeção de registros e documentos fornece evidência de auditoria com graus variáveis de confiabilidade, dependendo de sua natureza e fonte e, no caso de registros internos e documentos, da eficácia dos controles sobre a sua produção. Um exemplo de inspeção utilizada como teste é a inspeção de registros em busca de evidência de autorização.

A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua existência, mas não necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à avaliação dos ativos. A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação da contagem do estoque.

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Inspeção de documentação

O Auditor deve se atentar para:

✗ Autenticidade – constatar se a documentação é fidedigna;

✗ Normalidade – constatar se a transação refere-se à operação normal e de acordo com os objetivos da empresa;

✗ Aprovação – verificar se a operação e os documentos foram aprovados por pessoa autorizada;

✗ Registro – comprovar que o registro foi adequado e corresponde à contabilidade.

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● Inspeção física● O Auditor deve se atentar às seguintes características:

● Existência física – comprovação visual da existência do bem;

● Autenticidade – discernimento de o bem ser fidedigno com os seus registros

● Quantidade – apuração adequada da quantidade real;

● Qualidade – apuração visual ou laboratorial de que o bem está em condições de uso

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● ObservaçãoA observação consiste no exame do processo ou procedimento

executado por outros , por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado.

[exemplo de teste de controle]

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● A diferença entre as técnicas de observação direta e inspeção física é que enquanto a inspeção física é aplicada para situações estáticas (equipamentos, instalações e infraestrutura em geral) a observação direta é indicada para situações dinâmicas (prestação de serviços, execução de processos, por exemplo).

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● Confirmação (NBC TA 505)

Uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de tercei ro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Os procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmações associadas a certos saldos contábeis e seus elementos. Contudo, as confirmações externas não precisam se restringir apenas a saldos contábeis. O auditor pode solicitar confirmação de termos de contratos ou transações da entidade com terceiros; pode-se planejar para perguntar se foram efetuadas quaisquer modificações no contrato e, em caso afirmativo, quais são os detalhes relevantes. A confirmação externa também é utilizada para a obtenção de evidência de auditoria a respeito da ausência de certas condições, por exemplo, a ausência de acordo paralelo que possa influenciar o reconhecimento da receita.

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Generalizações aplicáveis à evidência de auditoria:

● a evidência de auditoria é mais confiável quando é obtida de fontes independentes externas à entidade;

● a evidência de auditoria obtida diretamente pelo auditor é mais confiável que a evidência de auditoria obtida indiretamente ou por inferência;

● a evidência de auditoria é mais confiável quando está na forma de documento, seja em papel, no formato eletrônico ou outro meio.

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● Confirmação externa (tipos)Solicitação de confirmação positiva é a solicitação de que a parte que

confirma responda diretamente ao auditor indicando se concor da ou discorda das informações na solicitação, ou forneça as informações solicitadas.

Solicitação de confirmação negativa é a solicitação de que a parte que confirma responda diretamente ao auditor somente se discorda das informações fornecidas na solicitação.

Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa , a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado).

Exceção é a resposta que indica uma diferença entre as informações para as quais se solicitou confirmação ou diferença entre registros da entidade e informações fornecidas pela parte que confirma.

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● Confirmação Externa Ao avaliar os resultados de confirmações externas individuais, o

auditor pode classificar esses resultados como segue:

(a) respostas apropriadas da parte que confirma, indicando concordância com as informações fornecidas na solicitação de confirmação ou fornecendo as informações solicitadas sem exceção;

(b) respostas consideradas como não confiável ;

(c) resposta não recebida ; ou

(d) resposta indicando exceção .

Entre os tipos de confirmação, a confirmação positiva pode ser considerada mais persuasiva que a confirmação negativa, já a situação de exceção pode suscitar novos procedimentos.

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● Recálculo

O recálculo consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo pode ser realizado manual ou eletronicamente.

● Reexecução A reexecução envolve a execução independente pelo

auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade.

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● Procedimentos analíticos

Os procedimentos analíticos consistem em avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros.

[ é basicamente o procedimento já descrito (analítico substantivo)]

● IndagaçãoA indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com

conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade. A indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimentos de auditoria. As indagações podem incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação.

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ESAF – AFC – CGU - 200843-Quando da aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar alguns procedimentos técnicos básicos. Um deles – a revisão analítica – tal como a define a NBC-T-11, consiste no(a):

a) exame de registros, documentos e de ativos tangíveis.

b) acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução.

c) obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade.

d) conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias.

e) verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

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FCC – TJ/PI – Analista Judiciário – 200932. Os papéis de trabalho devem ser conservados pelo auditor, para fins de fiscalização do exercício profissional, pelo prazo de

(A) 3 (três) anos, a contar da data da emissão de seu parecer.

(B) 3 (três) anos, a contar da data da publicação das demonstrações contábeis da companhia auditada.

(C) 4 (quatro) anos, a contar da data da publicação das demonstrações contábeis da companhia auditada.

(D) 4 (quatro) anos, a contar da data da assembléia geral dos acionistas que aprovar as demonstrações contábeis da sociedade auditada.

(E) 5 (cinco) anos, a contar da data da emissão de seu parecer.

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FCC – TCM/CE – Analista de Controle Externo - 201046. A técnica de auditoria que consiste em fazer com que o cliente expeça cartas dirigidas às empresas ou às pessoas com as quais mantém relações de negócios, solicitando que confirmem, em carta dirigida diretamente ao auditor, a situação desses negócios, em determinada data base, denomina-se

(A) conferência.

(B) circularização.

(C) contagem.

(D) observância.

(E) estudo dos métodos operacionais.

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FCC – TCM/PA – Técnico de Controle Externo – 201061. Os testes que têm por objetivo a obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade são denominados testes

(A) contingenciais.

(B) substantivos.

(C) amostrais aleatórios.

(D) de materialidade.

(E) de observância.

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16. Documentação de Auditoria

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● Documentação de Auditoria (papéis de trabalho)(NBC TI 01 – NBC TA 230)

A norma de Auditoria Externa trata do nomenclatura “documentação de auditoria”. A literatura cita “documentação” ou “papéis de trabalho” como tendo o mesmo significado. Ainda assim é o termo “papéis” aparece na norma de Auditoria Interna.

NBC TI 01A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis de trabalho , elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e racional .Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos fatos, informações e provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os exames realizados e dar suporte à sua opinião , críticas, sugestões e recomendações.Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e da extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.

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● Documentação de Auditoria Documentação de auditoria é o registro dos procedimentos de

auditoria executados, da evidência de auditoria relevante obtida e conclusões alcançadas pelo auditor (usualmente também é utilizada a expressão “papéis de trabalho”).

● Objetivo O objetivo do auditor é preparar documentação que forneça:

(a) registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor; e

(b) evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares aplicáveis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

A documentação de auditoria serve para várias finalidades adicionais, que incluem:

assistir à equipe de trabalho no planejamento e execução da auditoria;

assistir aos membros da equipe de trabalho responsáveis pela direção e supervisão do trabalho de auditoria e no cumprimento de suas responsabilidades de revisão em conformidade com a norma;

permitir que a equipe de trabalho possa ser responsabilizada por seu trabalho;

manter um registro de assuntos de importância recorrente para auditorias futuras ;

permitir a condução de revisões e inspeções de controle de qualidade em conformidade com a NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de Auditores Independentes que executam exames de auditoria e revisões de informação financeira histórica, e outros trabalhos de asseguração e de serviços correlatos;

permitir a condução de inspeções externas em conformidade com as exigências legais, regulamentares e outras exigências aplicáveis.

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Elaboração tempestiva da documentação de auditoriaO auditor deve preparar tempestivamente a documentação de auditoria.

A elaboração tempestiva de documentação de auditoria suficiente e apropriada aprimora a qualidade da auditoria e facilita a revisão e a avaliação eficazes da evidência de auditoria e das conclusões obtidas antes da finalização do relatório do auditor. A documentação elaborada após a execução do trabalho de auditoria tende a ser menos precisa do que aquela elaborada no momento em que o trabalho é executado.

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● Classificação quanto à natureza✗ Correntes – São aqueles obtidos como evidência da auditoria

de um determinado exercício e só valem para aquela auditoria. Exemplos: cartas de circularização; resultado de contagem física; caixa e bancos; contas a receber; imposto de renda; questionário de controle interno.

✗ Permanentes – São aqueles de importância contínua, ano após ano, servem para mais de uma auditoria.Exemplos: organograma, estatuto, cópias de contrato de assistência técnica, cópias de atas de reuniões com decisões que afetem a empresa em mais de um exercício, legislação específica aplicável à empresa.

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● Conteúdo da documentação Ao documentar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos

de auditoria executados, o auditor deve registrar:

(a) as características que identificam os itens ou assuntos específicos testados;

(b) quem executou o trabalho de auditoria e a data em que foi concluído; e

(c) quem revisou o trabalho de auditoria executado, a data e a extensão de tal revisão.

O requisito de documentar quem revisou o trabalho de auditoria executado não implica na necessidade de que cada documento de trabalho inclua evidência de revisão. O requisito, porém, significa documentar que o trabalho de auditoria foi revisado, quem revisou e quando foi feita a revisão.

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● Extensão da documentação O auditor deve documentar discussões de assuntos

significativos com a administração, os responsáveis pela governança e outros, incluindo a natureza dos assuntos significativos discutidos e quando e com quem as discussões ocorreram.

Se o auditor identificou informações referentes a um assunto significativo que são inconsistentes com a sua conclusão final, ele deve documentar como tratou essa inconsistência .

O auditor deve preparar documentação de auditoria que seja suficiente para permitir que um auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

O auditor deve incluir na documentação de auditoria:

(a) a discussão entre a equipe encarregada do trabalho e as decisões significativas alcançadas;

(b) elementos-chave do entendimento obtido referentes a cada um dos aspectos da entidade e do seu ambiente e de cada um dos componentes do controle interno; as fontes de informações a partir das quais foi obtido o entendimento; e procedimentos de avaliação de riscos executados;

(c) os riscos identificados e avaliados de distorção relevante nas demonstrações contábeis; e

(d) os riscos identificados e controles relacionados a respeito dos quais o auditor tenha obtido entendimento.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Se, em circunstâncias excepcionais, o auditor executar procedimentos novos ou adicionais ou chegar a outras conclusões após a data do relatório, o auditor deve documentar :

(a) as circunstâncias identificadas;

(b) os procedimentos novos ou adicionais executados, a evidência de auditoria obtida e as novas conclusões alcançadas, e seu efeito sobre o relatório do auditor; e

(c) quando e por quem as modificações resultantes da documentação de auditoria foram executadas e revisadas.

O auditor deve montar a documentação em arquivo de auditoria e completar o processo administrativo de montagem do arquivo final de auditoria tempestivamente após a data do relatório do auditor.

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● PadronizaçãoNão existem normas , nem no setor público nem no setor privado, que obriguem que a documentação da auditoria seja padronizada.

● Custódia e confidencialidade Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o auditor não apaga nem descarta documentação de auditoria de qualquer natureza antes do fim do seu período de guarda dessa documentação. O período de retenção para trabalhos de auditoria geralmente não é inferior a cinco anos a contar da data do relatório do auditor ou, se posterior, da data do relatório do auditor do grupo. A confidencialidade dos papéis de trabalho é dever permanente do auditor. Portanto, mesmo após o encerramento da auditoria, o auditor deve gu ardar sigilo das informações contidas em papéis de trabalho. O auditor só pode disponibilizar os registros a terceiros após autorização formal da empresa auditada.

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FMP/RS – TCE-RS – Auditor Público Externo – 2011 24 - Acerca dos papéis de trabalho é incorreto afirmar que:

(A) são de propriedade exclusiva do auditor.

(B) informações sobre a estrutura organizacional e legal da entidade se constituem bom exemplo de papéis de trabalho.

(C) a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional do auditor.

(D) na elaboração dos papéis de trabalho, o auditor deve levar em consideração se são completos por si só.

(E) o auditor pode, em razão do seu juízo profissional e após o término da auditoria, desfazer-se dos papéis de trabalho, desde que tenha concluído a elaboração do relatório e dado ciência à entidade auditada.

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FCC – TCM/PA – Técnico de Contr. Exter. – 2010 63. De acordo com as normas brasileiras de contabilidade, em relação aos papéis de trabalho da auditoria independente das demonstrações contábeis, é correto afirmar:

(A) Os papéis de trabalho do auditor independente, quando solicitados por terceiros, somente podem ser disponibilizados após autorização formal da entidade auditada.

(B) O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de três anos, a partir da data de emissão do seu parecer.

(C) As normas brasileiras de contabilidade desencorajam a utilização de papéis de trabalho padronizados.

(D) O auditor não pode usar para fundamentar seus trabalhos quaisquer documentos e demonstrações preparados ou fornecidos pela entidade, independentemente de sua forma, conteúdo e consistência.

(E) As informações sobre a estrutura organizacional e legal da entidade, bem como sobre o ambiente de negócios em que ela opera, não devem constar de papéis de trabalho do auditor, já que são informações de ordem confidencial.

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FCC – TCE/AL – Auditor – 2008 70. Analise as afirmações a seguir, relativas aos papéis de trabalho da auditoria:

I . O auditor deve registrar nos papéis de trabalho as informações relativas ao planejamento de auditoria, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos aplicados, os resultados obtidos e as suas conclusões da evidência da auditoria.

II . O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer.

III . Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, não devendo em hipótese alguma ser postos à disposição da entidade.

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FCC – TCE/AL – Auditor – 2008 (continuação)

IV . Os papéis de trabalho utilizados em auditoria anterior na mesma entidade não podem ser utilizados para ajudar o planejamento e a execução da auditoria atual.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

(A) I e II .

(B) I e III .

(C) II e III .

(D) II e IV .

(E) III e IV .

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17. Amostragem

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● Amostragem de AuditoriaObjetivo

O objetivo do auditor, ao usar a amostragem em auditoria, é o de proporcionar uma base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada.

Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população.

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● Escolha da amostragem na Auditoria

A amostragem numa auditoria não é obrigatória. É através dela que se torna viável o custo do trabalho. As normas permitem o uso dos testes baseados em amostragem buscando a qualificação das evidências de auditoria apuradas.A qualquer momento o auditor pode proceder a análises totais sobre qualquer conta ou operação da entidade.A utilização da amostragem é uma questão exclusivamente de julgamento profissional . A escolha gira em função de o auditor encontrar a forma mais eficiente em obter evidência de auditoria frente às circunstâncias particulares de cada auditoria.

Importante ressaltar que se o auditor direciona os seus exames para parte da população (como notas de maior valor) isto não é amostragem ; é considerado um teste comum sobre maior materialidade.

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Amostragem estatística é a abordagem à amostragem com as seguintes características:

(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e

(b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem.

[Recomendável quando a população apresentar características homogêneas]

A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem não-estatística.

[Recomendável quando a população apresentar características heterogêneas]

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Fase Tarefa

1 – Determinar o tamanho apropriado da amostra

- Definir os objetivos- Identificar população e unidade amostral- Dimensionar a amostra (considerar risco, erro tolerável e erro esperado)

2 – Selecionar a amostra - Avaliar a representatividade da amostra- Escolher o método de seleção amostral

3 – Aplicar procedimentos de auditoria - Executar procedimentos próprios à natureza das evidências

4 – Avaliar os resultados - Analisar os erros amostrais- Projetar os erros para a população- Reavaliar o risco de amostragem- Concluir avaliação

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Definição da amostra e tamanho dos itens para teste Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra. A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da qual a amostra é retirada. A amostragem em auditoria pode ser aplicada usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a estatística.

O auditor deve determinar o tamanho de amostra suficiente para reduzir o risco de amostragem a um nível mínimo aceitável .

O nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra .

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Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragem pode levar a dois tipos de conclusões errôneas:

(a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

(b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas.

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● Risco na amostragem

Risco de aceitação incorretaNão se detectou distorção relevante

mas ela existe

Risco de rejeição incorretaDetectou-se distorção relevante

mas ela não existe

Risco de Superavaliação de Confiabilidade

Risco de Subavaliação de Confiabilidade

Eficácia

Eficiência

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● Tipos de Erro Erro tolerável – É o erro máximo na população que o

auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. É contextualizado com o momento do planejamento e no julgamento de relevância. Quanto menor o erro tolerável, maior deve ser o tamanho da amostra.

Erro esperado – É a expectativa de erro que o auditor cria sobre determinado processo de amostragem. Se o auditor espera que a população contenha erro, é necessário examinar uma amostra maior do que quando não se espera erro, para que não se exceda o erro tolerável.

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Natureza e causa de desvios e distorções

O auditor deve investigar a natureza e a causa de quaisquer desvios ou distorções identificados e avaliar o possível efeito causado por eles na finalidade do procedimento de auditoria e em outras áreas de auditoria.

Projeção de distorções

Para os testes de detalhes, o auditor deve projetar , para a

população, as distorções encontradas na amostra .

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● Tipos de amostras

As amostras probabilísticas são obtidas com o emprego de processos aleatórios. É assim considerado quando a seleção não permite saber nem o primeiro, nem os seguintes elementos selecionados.

Amostragem aleatória simples – Aquela em que a seleção dos elementos a serem analisados é feita de forma completamente aleatória . Usado em população homogênea .

Amostragem por estratificação – Usada quando o elementos a serem examinados apresentam características muito variadas. Há necessidade de formar-se grupos por afinidade . Desta forma, cria-se um estrato de população homogênea de determinado critério. Nesse caso casa unidade deve pertencer a um único estrato. O estrato é homogêneo e a população é heterogênea.

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● Tipos de amostras (continuação)

● Amostragem por intervalo ou sistemática – A seleção de elementos dá-se com um intervalo prefixado entre cada elemento selecionado. É necessário que seja aleatório, por isso não pode haver ordenação.

● Amostragem por conglomerado – A população a ser pesquisada é subdivida em regiões homogêneas. A população é homogênea e o estrato heterogêneo. [Adequada para auditoria de pesquisas ou auditoria governamental]

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● Fatores e seu efeito sobre o tamanho da amostra

Fatores Efeito no tamanho amostral

Risco de Distorção Relevante Direta

Risco de Amostragem Inversa

Uso de Outros Testes Substantivos Inversa

Nível de Segurança Direta

Erro Tolerável Inversa

Erro Esperado Direta

Estratificação Inversa

Tamanho da População Direta

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FCC – TCM/CE – Analista de Controle Externo_Inspeção Governamental – 201042. Conforme normas técnicas de auditoria independente, NÃO se refere à definição de uma amostragem de auditoria

(A) a possibilidade de existência de fraude.

(B) os fins específicos da auditoria.

(C) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra.

(D) as condições de desvio ou distorção.

(E) a natureza da evidência da auditoria.

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FCC – INFRAERO – Auditor Entidades Previdenciárias e D. C.‘s – 2011 37. Em relação à utilização de amostragem na auditoria, é correto afirmar:

(A) A amostragem utilizada em auditoria é necessariamente probabilística, sob pena de ocorrerem riscos decorrentes da utilização do julgamento pessoal do auditor sobre os itens a serem selecionados.

(B) A estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características heterogêneas.

(C) O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados.

(D) O erro tolerável é o erro mínimo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria.

(E) Quando o erro projetado for inferior ao erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos.

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FCC – Pref. de São Paulo – Auditor Fiscal – 2012 34. A estratificação da amostra pode ser útil quando

(A) houver uma grande amplitude nos valores dos itens a serem selecionados.

(B) for identificada uma linearidade nos valores dos itens a serem selecionados.

(C) for pequeno o número de itens que compõe a amostra.

(D) superar a 100 unidades a quantidade de itens que compõe a amostra.

(E) existir risco de mais de 10% da amostra conter erros.

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18. Estimativa Contábil

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● Estimativa ContábilObjetivo

O objetivo do auditor é obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre:

(a) se as estimativas contábeis, incluindo as de valor justo, registradas ou divulgadas nas demonstrações contábeis, são razoáveis; e

(b) se as respectivas divulgações nas demonstrações contábeis são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável.

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● DefiniçõesEstimativa contábil é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. Este termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas. Quando a Norma trata apenas de estimativas contábeis que envolvem mensuração do valor justo, é usado o termo “estimativas contábeis do valor justo”.

Valor Justo é a quantia pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, em transação sem favorecimento .

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● Natureza da estimativa Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser

mensurados com precisão, mas podem ser apenas estimados. A forma de mensuração desses itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis para a administração para suportar a elaboração de estimativa contábil variam significativamente, afetando dessa maneira o grau de incerteza de estimativa associada às estimativas contábeis. O grau de incerteza de estimativa , por sua vez, afeta os riscos de distorção relevante de estimativ as contábeis , incluindo sua suscetibilidade à tendenciosidade da administração intencional ou não.

O objetivo da mensuração de estimativas contábeis pode variar dependendo da estrutura de relatório financeiro aplicável e do item financeiro que está sendo relatado

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O auditor deve avaliar, com base nas evidências de auditoria, se as estimativas nas demonstrações contábeis são razoáveis no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável ou se apresentam distorção.

O auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente se as divulgações nas demonstrações contábeis relacionadas com estimativas contábeis estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável.

[A responsabilidade pelas estimativas contábeis não é do Auditor; é da administração ]

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Ao responder aos riscos identificados de distorção relevante, levando em consideração a natureza da estimativa contábil, o auditor deve:

(a) determinar se os eventos ocorridos até a data do relatório do auditor independente fornecem evidências de auditoria com relação à estimativa contábil ;

(b) testar como a administração fez a estimativa contábil e os dados em que ela está baseada.

(c) testar a efetividade operacional dos controles sobre os quais a administração elaborou a estimativa contábil, juntamente com os procedimentos substantivos apropriados;

(d) desenvolver uma estimativa pontual ou um intervalo para avaliar a estimativa pontual da administração.

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Tendenciosidade da administração As estruturas de relatórios financeiros frequentemente demandam

neutralidade, ou seja, ausência de tendenciosidade. Entretanto, estimativas contábeis são imprecisas e podem ser in fluenciadas pelo julgamento da administração . Esse julgamento pode envolver tendenciosidade da administração não intencional ou intencional (por exemplo, em decorrência de motivação para se chegar a um desfecho desejado). A suscetibilidade de estimativa contábil à tendenciosidade da administração aumenta com a subjetividade envolvida na sua elaboração. Tendenciosidade da administração não intencional e o potencial para tendenciosidade da administração intencional são inerentes em decisões subjetivas que são muitas vezes necessárias na elaboração de estimativa contábil. Para auditorias recorrentes, indicadores de possível tendenciosidade da administração, identificados durante a auditoria dos períodos anteriores, influenciam o planejamento e a identificação de riscos e as atividades de avaliação do auditor no período corrente.

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● Exemplos de estimativas de risco baixo✗ estimativas contábeis de entidade com atividades de negócios que não

são complexas;

✗ estimativas contábeis elaboradas e atualizadas com frequência por estarem relacionadas com transações rotineiras;

✗ estimativas contábeis derivadas de dados prontamente disponíveis, como taxas de juros publicadas ou preços de títulos negociados em bolsa. Esses dados podem ser denominados “dados observáveis” no contexto de estimativa contábil do valor justo;

✗ estimativa contábil do valor justo onde o método de mensuração determinado pela estrutura de relatório financeiro aplicável é simples e facilmente aplicado ao ativo ou passivo mensurável pelo valor justo;

✗ estimativa contábil do valor justo onde o modelo usado para mensurar a estimativa contábil é bem conhecido ou geralmente aceito, desde que as premissas ou dados no modelo sejam observáveis.

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● Exemplos de estimativas de risco alto

✗ estimativa contábil em relação ao desfecho de litígios;

✗ estimativas contábeis do valor justo para instrumentos financeiros derivativos não negociados em bolsa;

✗ estimativas contábeis do valor justo para as quais é usado modelo altamente especializado desenvolvido para a entidade ou existem premissas ou dados que não podem ser observados no mercado.

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ESAF – SUSEP – Analista Técnico - 201034- As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade:

a) dos auditores externos.

b) dos advogados.

c) da auditoria interna.

d) do conselho de administração.

e) da administração da empresa.

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ESAF – RFB – Auditor Fiscal – 200932- O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor:

a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período.

b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados.

c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis.

d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão.

e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período.

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FCC – TCE/SP – Auditor Tribunal Contas – 200859. Os exames realizados pelo auditor externo na avaliação das estimativas contábeis devem

I. fundamentar matemática e estatisticamente os procedimentos utilizados pela entidade na quantificação das estimativas.

II. verificar a coerência das estimativas com o comportamento da entidade em períodos passados.

III. avaliar a conjuntura econômica existente no momento e suas projeções para períodos futuros. Está correto o que se afirma em

a) III, apenas.

b) II, apenas.

c) I, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I, II e III.

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19.Transações com Partes Relacionadas

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● Transações com partes relacionadas (NBC TA 550)

Parte relacionada é a parte que é:

(a) uma parte relacionada, como definida na estrutura de relatório financeiro adequada; ou

(b) quando a estrutura de relatório financeiro aplicável não estabelece nenhuma exigência ou estabelece exigências mínimas para partes relacionadas:

(i) uma pessoa ou outra entidade que tem controle ou influência significativa , direta ou indiretamente, por meio de um ou mais intermediários, sobre a entidade que reporta;

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● Transações com partes relacionadas (continuação)

(ii) outra entidade sobre a qual a entidade que reporta tem controle ou influência significativa, direta ou indiretamente, por meio de um ou mais intermediários; ou

(iii) outra entidade que está sob controle comum juntamente com a entidade que reporta, por ter:

a. controlador comum;

b. proprietários que são parentes próximos; ou

c. administração-chave comum

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● Objetivo do Auditor sobre partes relacionadas

(a) independentemente de serem estabelecidas exigências para partes relacionadas na estrutura de relatório financeiro aplicável, atingir entendimento suficiente dos relacionamentos e transações com partes relacionadas para que ele seja capaz de:

(i) reconhecer fatores de risco de fraude , se houver, decorrentes de relacionamentos e transações com partes relacionadas, relevantes para a identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante devido à fraude; e

(ii) concluir, com base nas evidências de auditoria obtidas, se as demonstrações contábeis, afetadas por esses relacionamentos e transações:

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● Objetivo do auditor sobre partes relacionadas (continuação)

1. atingem apresentação adequada (como requerido pela estrutura aplicável); ou

2. não são enganosas (para estar de acordo com a estrutura de conformidade); e

(b) além disso, quando a estrutura de relatório financeiro aplicável estabelece requerimentos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para determinar se os relacionamentos e transações com partes relacionados foram ou não adequadamente identificados, contabilizados e divul gados nas demonstrações contábeis , em conformidade com essa estrutura.

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Natureza do relacionamento e das transações com par tes relacionadas

Muitas transações com partes relacionadas são efetuadas no curso normal dos negócios. Elas podem não representar um risco de distorção relevante maior do que o de transações similares com partes não relacionadas. Contudo, a natureza do relacionamento e transações com partes relacionadas pode dar origem a riscos de distorção relevante nas demonstr ações contábeis maiores que os de transações com partes não relacio nadas . Por exemplo:

✗ partes relacionadas podem operar por meio de uma série extensa e complexa de relacionamentos e estruturas, com um aumento correspondente na complexidade das transações com partes relacionadas;

✗ os sistemas de informação podem ser ineficazes na identificação e resumo de transações e saldos em aberto entre a entidade e as suas partes relacionadas;

✗ as transações com partes relacionadas podem não ser conduzidas nos termos e condições normais de mercado. Por exemplo, algumas transações com partes relacionadas podem ser conduzidas sem o pagamento de contraprestação.

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Responsabilidades do auditor

Como as partes relacionadas não são independentes uma da outra, muitas estruturas de relatório financeiro estabelecem exigências de contabilização e divulgação específicas para relacionamentos, transações e saldos de partes relacionadas para possibilitar aos usuários das demonstrações contábeis a compreensão de sua natureza e efeitos concretos ou potenciais sobre as demonstrações contábeis. Quando a estrutura de relatório financeiro aplicável estabelece tais exigências, o auditor tem a responsabilidade de executar procedim entos de auditoria para identificar, avaliar e responder aos riscos de distorção relevante decorrentes da não contabilização ou da não divulga ção apropriada do relacionamento , transações ou saldos com partes relacionadas em conformidade com os requisitos da estrutura.

Além disso, o entendimento dos relacionamentos e das transações com partes relacionadas é relevante para que o auditor avalie se estão presentes um ou mais fatores de risco de fraude, porque a fraude pode ser cometida mais facilmente por meio das partes relacionadas .

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O auditor deve fazer indagações junto à administração sobre:

(a) a identificação das partes relacionadas à entidade, incluindo mudanças em relação ao período anterior;

(b) a natureza dos relacionamentos entre a entidade e essas partes relacionadas; e

(c) se a entidade realizou transações com essas partes relacionadas durante o período e, se o fez, o tipo e a finalidade das transações.

O auditor deve fazer indagações junto à administração e a outros da entidade e executar outros procedimentos de avaliação de risco considerados apropriados para obter entendimento dos controles que a administração estabeleceu para:

(a) identificar, contabilizar e divulgar os relacioname ntos e transações com partes relacionadas conforme relatório financeiro aplicável;

(b) autorizar e aprovar transações e acordos significat ivos com partes relacionadas; e

(c) autorizar e aprovar transações e acordos significat ivos fora do curso normal dos negócios.

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Comunicação com a governança A menos que todos os responsáveis pela governança estejam

envolvidos na administração da entidade, o auditor deve comunicar aos responsáveis pela governança todos os assuntos significativos relativos a partes relacionadas da entidade que sejam levantados durante a auditoria.

Documentação O auditor deve incluir na documentação de auditoria os

nomes das partes relacionadas identificadas e a nat ureza dos relacionamentos com essas partes relacionadas.

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ESAF – CGU – Analista de Fin. e Contr. – 2006 23- Ao tratar da independência, as Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Independente definem “entidade relacionada” como aquela que possui uma das seguintes relações com a entidade auditada, exceto a

a) entidade que tem controle direto ou indireto sobre a entidade auditada, desde que a entidade auditada seja relevante para essa entidade.

b) entidade com interesse financeiro direto na entidade auditada, qualquer que seja a significância desse interesse financeiro na entidade auditada.

c) entidade sobre a qual a entidade auditada tenha controle direto ou indireto.

d) entidade na qual a entidade auditada, ou uma entidade a esta relacionada, tenha um interesse financeiro direto que lhe proporcione influência significativa, ou seja, preponderância nas deliberações sociais, sobre essa entidade e o interesse seja relevante para a entidade auditada e sua entidade relacionada.

e) entidade sob controle comum ao da entidade auditada desde que essa entidade e a entidade auditada sejam, ambas, relevantes para a entidade controladora.

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20. Contingências

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● ContingênciasContingência Ativa é um possível ativo, decorrente de eventos passados, cuja existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade.

Contingência Passiva é:

a) uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle da entidade; ou

b) uma obrigação presente que surge de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:

b.1) é improvável que a entidade tenha de liquidá-la; ou

b.2) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente segurança.

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RELAÇÃO ENTRE PROVISÕES E CONTINGÊNCIAS PASSIVAS

De maneira geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas em relação ao tempo ou ao valor. Entretanto, na Norma, o termo contingente é usado para ativos e passivos que não são reconhecidos , pois não atendem aos critérios necessários ao seu reconhecimento. Se os critérios forem atendidos, tem-se um passivo ou um ativo.

As provisões podem ser distinguidas de outros passivos, tais como contas a pagar a fornecedores e provisões derivadas de apropriações por competência, porque há incertezas sobre o tempo ou o valor dos desembolsos futuros exigidos na liquidação. Contas a pagar a fornecedores são passivos a pagar por mercadorias ou serviços fornecidos, faturadas pelo fornecedor ou, formalmente, acordadas com este.

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PROVISÕES

Uma provisão deve ser reconhecida quando:

a) a entidade tem uma obrigação legal ou não-formalizada presente como conseqüência de um evento passado;

b) é provável que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação; e

c) o montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança .

Se qualquer uma dessas condições não for atendida, a provisão não deve ser reconhecida. [contingência]

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● PeriodicidadeAs contingências passivas devem ser reavaliadas periodicamente para determinar se a avaliação anterior continua válida. Se for provável que a saída de recursos será exigida para o item anteriormente tratado como contingência passiva, a provisão será reconhecida nas Demonstrações Contábeis do período no qual ocorre a mudança na estimativa de probabilidade.

Assim como as contingências passivas, as contingências ativas devem ser reavaliadas periodicamente para determinar se a avaliação inicial continua válida. Se for praticamente certa que uma entrada de recursos ocorrerá por conta de um ativo, entrada esta anteriormente não-classificada como praticamente certa, o ativo e o correspondente ganho são reconhecidos nas Demonstrações Contábeis do período em que ocorrer a mudança de estimativa. Caso se torne provável a entrada de recursos, a entidade divulga em nota explicativa a contingência ativa.

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● MENSURAÇÃO

O montante reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço. A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o montante que a entidade pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para transferi-la para terceiros naquela data.

As estimativas de desfecho e os efeitos financeiros são determinados pelo julgamento da administração da entidade , complementados pela experiência de transações semelhantes e, em alguns casos, por relatórios de especialistas independentes. As evidências consideradas devem incluir qualquer evidência adicional fornecida por eventos subseqüentes à data do balanço.

Incertezas sobre o montante a ser reconhecido como provisão são tratadas de diversas formas, de acordo com as circu nstâncias . Quando a provisão que está sendo mensurada envolve ampla quantidade de itens, deve-se estimar a provisão, ponderando-se todos os possíveis desfechos em relação à possibilidade de sua ocorrência. Isto é necessário, pois pode-se deparar com uma avaliação individual para os itens (apenas possível, por exemplo) diferente da avaliação do grupo como um todo (que poderia ser provável para alguns dos itens).

256

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● Responsabilidade da administração

A administração da entidade é a responsável pela adoção de políticas e procedimentos para identificar, avaliar, contabilizar e/ou divulgar, adequadamente, os passivos não registrados e as contingências.

Page 129: Auditoria - Aulas PDF

257

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Procedimentos de auditoria sobre contingênciasA respeito dos passivos não-registrados e às contingências, o Auditor deve:

Indagar e discutir com a administração a respeito das polític as e dos procedimentos adotados para identificar, avaliar e contabilizar e/ou divulgar os passivos não-registrados e as contingências;

Obter, formalmente, da administração uma descrição das contingências na data de encerramento das Demonstrações Contábeis e para o período que abrange essa data e a data de emissão do parecer de auditoria sobre essas demonstrações, incluindo a identificação dos assuntos sob os cuidados profissionais de consultores jurídicos;

Examinar os documentos em poder do cliente vinculados aos passivos não-registrados e às contingências, incluindo correspondências e faturas de consultores jurídicos;

Obter representação formal da administração, contendo a lista de consultores ou assessores jurídicos que cuidam do assunto e representação de que todas as contingências potenciais ou ainda não formalizadas, relevantes, foram divulgadas nas Demonstrações Contábeis.

258

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● Tratamento a ser dado envolvendo contingências

Tipo de Contingência Probabilidade Tratamento

Contingência ativaPraticamente certa Reconhecer o ativo

Provável Divulgar

Possível ou remota Não divulgar

Contingência passiva

Provável- mensurável- não-mensurável

- Provisionar- Divulgar

Possível Divulgar

Remota Não divulgar

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259

● Julgamento do Auditor sobre Contingências✔ Inadequação relevante no reconhecimento e/ou divulgação de

contingências

opinião com ressalva ou adversa.

✔ Incerteza relevante quanto à estimativa de uma contingência

sem ressalva com parágrafo de ênfase.

✔ Limitação relevante na execução dos procedimentos (recusa dos consultores jurídicos)

opinião com ressalva ou abstenção de opinião.

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260

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FCC – SEFAZ/SP – APOFP – 200974- Em relação ao tema ‘contingências’, podemos afirmar que o trabalho do auditor visa identificar as seguintes ocorrências, exceto:

a) Ativos não-registrados.

b) Contingências passivas relacionadas a litígios.

c) Contingências ativas relacionadas a pedidos de indenização.

d) Contingências passivas relacionadas a questões tributárias.

e) Passivos não-registrados.

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261

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FCC – Mun. São Paulo – Auditor Fiscal – 2012 44. A empresa Terceserv S.A. possui prejuízos fiscais decorrentes de resultados negativos apurados nos últimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em mercado extremamente competitivo e não há por parte da administração expectativa de obtenção de lucros nos próximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos serviços prestados para superar a concorrência e começar a gerar lucro. Como não há prescrição do crédito tributário, a empresa constituiu provisão ativa para reconhecimento do crédito. Nesse caso, o auditor externo deve

(A) solicitar que a empresa reverta o lançamento, caso a empresa não atenda ressalvar o relatório de auditoria.

(B) manter o lançamento, uma vez que o crédito é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva ou ênfase.

(C) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do período, uma vez que o benefício já é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva.

(D) ressalvar o relatório de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringe regra contábil e fiscal.

(E) abster-se de emitir o relatório de auditoria, em virtude de não atender aos pronunciamentos contábeis vigentes.

262

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFAZ/RJ – Analista Cont. Int. - 201137

Em resposta a uma circularização, os advogados da entidade auditada assim

classificaram as chances de perda nos processos judiciais em que aquela

(auditada) era ré:

Natureza Valor Risco

Trabalhista R$ 3.700.000,00 Remota

Trabalhista R$ 6.000.000,00 Provável

Fiscal R$ 300.000,00 Possível

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263

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFAZ/RJ – Analista Controle Interno – 2011 (continuação)

Considerando a situação acima e sabendo que o contador adotou os

procedimentos corretos, consoante a regulamentação do CFC para estimativas e

contingências, o auditor deverá certificar-se de que (sabendo que os saldos são

relevantes)

(A) apenas as contingências fiscais devem ser contabilizadas.

(B) em relação à contingência trabalhista enquadrada como remota, não deve ser

feito registro no balanço patrimonial nem ser mencionada em notas explicativas.

(C) todas as contingências acima devem ser contabilizadas.

(D) a contingência trabalhista classificada como provável não deve ser

contabilizada.

(E) não foram mencionados quaisquer dos valores acima, uma vez que ainda não

houve decisão judicial definitiva.

264

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21. Continuidade Operacional

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265

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Continuidade OperacionalDe acordo com o pressuposto de continuidade operacional, a entidade é vista como continuando em operação em futuro previsível.

As demonstrações contábeis , para fins gerais, são elaboradas com base na continuidade operacional , a menos que a administração pretenda liquidar a entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista além dessas.

As demonstrações contábeis para propósitos especiais podem ou não ser elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro para a qual o pressuposto de continuidade operacional é relevante.

Quando o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado, ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativos e liquidar seus passi vos no curso normal dos negócios .

266

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Responsabilidade pela avaliação da capacidade da entidade de manter sua continuidade operacional

Algumas estruturas de relatórios financeiros contêm uma exigência explícita para que a administração faça uma avaliação específica da capacidade de continuidade operacional. A norma exige que a administração faça uma avaliação da capacidade de continuidade da entidade . As exigências detalhadas sobre a responsabilidade da administração de avaliar a capacidade de continuidade da entidade e as correspondentes divulgações às demonstrações contábeis também podem ser definidas em lei ou regulamento.

Page 134: Auditoria - Aulas PDF

267

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

A avaliação, pela administração , da capacidade de continuidade operacional, envolve exercer um julgamento, em determinado momento, sobre resultados futuros inerentemente incertos de eventos ou condições. Os seguintes fatores são relevantes para esse julgamento:

o grau de incerteza associado ao resultado de um evento ou condição aumenta significativamente quanto mais distante no futuro ocorrer o evento ou condição, ou o correspondente resultado. Por essa razão, muitas das estruturas de relatórios financeiros que exigem uma avaliação explícita da administração, especifica para qual período a administração deve levar em consideração todas as informações disponíveis;

o tamanho e a complexidade da entidade, a natureza e a condição de seu negócio e o grau em que ela é afetada por fatores externos afetam o julgamento em relação ao resultado de eventos ou condições;

qualquer julgamento sobre o futuro é baseado em informações disponíveis na época em que o julgamento é feito. Eventos subsequentes podem produzir resultados inconsistentes com julgamentos que eram razoáveis na época em que foram feitos.

268

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Responsabilidade do auditor

A responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional. Essa responsabilidade existe mesmo se a estrutura de relatório financeiro usada na elaboração das demonstrações contábeis não incluir uma exigência explícita para que a administração faça uma avaliação específica da capacidade de continuidade operacional.

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269

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

ObjetivoOs objetivos do auditor são:

(a) obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração das demonstrações contábeis;

(b) concluir , baseado na evidência de auditoria obtida, sobre a existência de incerteza significativa em relação a eventos ou condições que podem levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional; e

(c) determinar as implicações para o relatório do auditor independente.

270

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Uso Apropriado do pressuposto, porém com a existência de incerteza significativa

Uso inapropriado do pressuposto de continuidade operacional

- Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis: opinião sem ressalva e incluir um parágrafo de ênfase .

- Se não for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis: opinião com ressalva ou adversa .

O Auditor deve expressar uma opinião adversa independentemente das demonstrações contábeis incluírem ou não a divulgação da inadequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional.

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271

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Revisão da avaliação da administração

O auditor deve revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional.

Ao revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional, o auditor deve cobrir o mesmo período utilizado pela administração para fazer sua avaliação, conforme exigido pela estrutura de relatório financeiro, por legislação ou regulamentação específica, caso esta determine um período mais longo. Se a avaliação elaborada pela administração, sobre a capacidade de continuidade operacional, cobrir menos de doze meses, a partir da data das demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração estenda o período de avaliação para pelo menos doze meses , a partir daquela data

272

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Conclusão e relatório de auditoria

Com base na evidência de auditoria obtida, o auditor deve expressar uma conclusão se, no seu julgamento, existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade op eracional relacionada a eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa sobre essa capacidade de continuidade operacional. Uma incerteza significativa existe quando a magnitude potencial de seu impacto e a probabilidade de sua ocorrência são tais que, no julgamento do auditor independente, a adequada divulgação da natureza e das implicações da incerteza é necessária para:

(a) no caso em que seja aplicável uma estrutura de relatório financeiro para apresentação adequada das demonstrações contábeis; ou

(b) no caso de uma estrutura de conformidade para que as demonstrações contábeis não sejam enganosas.

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273

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Exemplos de eventos com incerteza significativaFinanceiro

patrimônio líquido negativo (passivo a descoberto);

atraso ou suspensão de dividendos;

incapacidade de pagar credores nas datas de vencimento;

incapacidade de cumprir com os termos contratuais de empréstimo;

mudança nas condições de pagamento a fornecedores, de compras a prazo para pagamento à vista;

Operacional

dificuldades na manutenção de mão-de-obra;

falta de suprimentos importantes;

surgimento de concorrente altamente competitivo.

274

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ESAF – RFB – Auditor Fiscal – 2009 40- No processo de análise da continuidade dos negócios da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa estava com passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção pediram demissão, estando a empresa com dificuldades para substituí-los. A entidade foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa. Esses fatos representam respectivamente indicadores:

a) de operação, de operação e financeiro.

b) financeiro,financeiroefinanceiro.

c) de outras indicações, de operação e financeiro.

d) financeiro, financeiro e de operação.

e) financeiro, de operação e de outras indicações.

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275

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – SEFAZ/SP – APOFP – 2009 71- Ao avaliar o pressuposto de continuidade operacional da entidade auditada, o auditor deve lançar mão de indicações que, isoladamente ou não, possam sugerir dificuldades na continuação normal dos negócios. Entre tais indicações, não se inclui:

a) incapacidade financeira de a entidade pagar seus credores nos vencimentos.

b) existência de passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo).

c) alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos.

d) posição negativa do Capital Circulante (deficiência de Capital Circulante).

e) falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade.

276

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22. Presunção de Omissão de Receitas

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277

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Presunção de omissão de receitasA omissão total ou parcial de receitas provoca, de imediato, reflexo no patrimônio da empresa. Assim, quando se promove uma venda de bens ou serviços sem emissão de documento fiscal ou fazendo constar como valor da operação um montante inferior ao real, há um ingresso de numerário no Caixa que ficará à margem da contabilidade oficial. Esse dinheiro dará origem ao vulgarmente denominado “Caixa Dois”.

278

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➢ Caixa dois e saldo credor na conta caixa.Compreende valores que transitaram pela empresa, mas que não foram contabilizados (recursos não-contabilizados)

O estouro de caixa ocorre quando a conta apresenta saldo credor ou negativo. Exemplos:

Postergação ou omissão do registro de pagamento: Deixa-se de escriturar pagamentos em montante superior ao saldo credor que ingressaria no caixa, caso tivessem sido contabilizados.

Antecipação do registro de recebimentos: Registra-se de imediato, um ingresso de numerário que ocorrerá somente no futuro.

Simulação de recebimentos: Efetua-se o lançamento de operação fictícia, como se houvesse o ingresso de numerário no Caixa.

Page 140: Auditoria - Aulas PDF

279

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Para caracterizar a sonegação fiscal, mediante caixa dois, recomenda-se solicitar:

Cópia das demonstrações contábeis, em especial o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, dos últimos cinco exercícios;

Cópia dos extratos bancários e conciliações bancárias de todas as contas da Pessoa Jurídica;

Cópia dos livros comerciais e fiscais;

Cópia dos extratos enviados pelas administradoras de cartões de crédito evidenciando o valor repassado à pessoa jurídica.

280

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➢ Ativo FictícioO bem ou direito é contabilizado, mas não existe

Ativos fictícios correspondem a bens e direitos registrados no patrimônio, mas que simplesmente inexistem. Caso real: Um empresário paga compromissos pessoais com recursos financeiros da empresa e ordena ao contador que os valores sejam registrados como “Duplicatas a receber”de determinado cliente.

O direito registrado não tem respaldo, não corresponde a um crédito efetivo da companhia perante terceiros e foi lançado somente para “fechar”a contabilidade (compensando a saída do caixa).

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Ativo OcultoO bem ou direito existe, mas não é contabilizado

Não há registro contábil ou efetivo direito. Exemplos:

Aquisição de mercadorias para revenda com recursos do caixa dois e, portanto, sem a emissão e registro de documentação fiscal;

Alienação fictícia de valor do Ativo, de forma a suprir o Caixa com recursos financeiros omitidos em data anterior;

Subavaliação ou omissão dos registros envolvendo as operações de compra;

Manutenção de caixa ou depósitos bancários sem o registro na contabilidade oficial, utilizando o “Caixa Dois”

282

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Passivo OcultoA dívida existe, mas não é contabilizada

Passivo oculto compreende dívidas (obrigações) não registradas ou registradas a menor. É, portanto, oculto para a contabilidade, mas existe, de fato.

O passivo oculto decorre, geralmente, da omissão de operações de aquisições de ativos a prazo (mercadorias, móveis e utensílios dentre outros) ou da existência de operações de empréstimos bancários não registrados oficialmente na contabilidade.

A apuração tanto de ativos fictícios quanto de passivos ocultos é feita por meio de testes, cuja direção varia em função da natureza de cada conta. Em relação aos ativos, a preocupação é se são fictícios. Quanto às contas de passivo, os testes buscam identificar se há dívidas ocultas ou se estão subavaliadas.

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283

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Passivo FictícioA dívida foi registrada na contabilidade, porém já paga, mas não baixada

Tem seu fundamento na lógica: pagam-se, por exemplo, duplicatas a fornecedores com dinheiro do “caixa dois. Como não há saldo de caixa (contábil) suficiente, não de procede a baixa porque ocorreria o “estouro do caixa” contábil.

Mantém-se o passivo pendente, embora pago, baixando-o quando o caixa contábil apresenta condições. A forma de identificar o passivo fictício mais comumente encontrado nas empresas é comparar o saldo da conta fornecedores, existente na data do balanço, com as duplicatas representativas deste saldo. Pela análise da data da quitação verifica-se a ocorrência ou não de passivo fictício, ou seja, as duplicatas quitadas antes do balanço

284

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Falta de emissão de nota fiscalPode-se identificar a falta de emissão de documentos fiscais através do seguinte procedimento: contagem dos valores disponíveis no caixa, em moeda, cheques ou depósitos efetuados no dia; na sequência comparam-se tais valores com as Notas Fiscais ou documentos equivalentes emitidos no dia, identificando, assim a falta de emissão destes. Evidentemente, devem ser considerados os saldos de caixa de dias anteriores. Outra forma de comprovar é mediante o exame de duplicatas cobradas, em carteira ou em cobrança bancária sem respaldo equivalente em notas fiscais.

Page 143: Auditoria - Aulas PDF

285

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Diferenças em levantamentos quantitativos Quando o auditor revela alguma diferença, positiva ou negativa, entre a soma das quantidades de produtos em estoque no início do período com a quantidade de produtos fabricados com as matérias-primas e produtos intermediários utilizados e a soma das quantidades de produtos cuja venda houver sido registrada na escrituração contábil da empresa com as quantidades em estoque, no final do período de apuração, constantes do Livro de Inventário.

O auditor apura a receita omitida mediante a multiplicação da diferença encontrada no estoque pelos respectivos preços médios de venda ou de compra, conforme o caso, em cada período de apuração abrangido pelo levantamento.

286

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Notas fiscais calçadasVias de notas fiscais com valores distintos

Com a finalidade de reduzir tributo, vendedor e comprador ajustam um valor a menor a ser registrado no documento fiscal. Ou o vendedor preenche a nota com montantes diferentes, sendo que a via do contratante fica com o valor total e a via do talonário fica com valor menor (oferecido à fiscalização).

Formas de investigação:

• Verificar o valor de mercado do item ou serviço similares praticados por outras entidades;

• Verificar se o custo da mercadoria vendida é maior que o valor registrado no documento fiscal.

Page 144: Auditoria - Aulas PDF

287

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Notas fiscais falsas ou de empresas fantasmasÉ a compra de notas fiscais para aumentar suas despesas e, pagar menos imposto.

Essas notas compradas podem ser de empresas que não existem físicas ou juridicamente ou de empresas que funcionam normalmente e emitem notas com itens superfaturados.

Para detectar a fraude, o auditor deve ter atenção a todos os detalhes descritos nos documentos fiscais, em especial, as datas, valores, logotipos, endereços, numeração, etc. Esses elementos podem fornecer indícios de fraude que serão investigados mediante as técnicas de circularização.

288

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFZ/RJ – Auditor Fiscal – 2008 88. O controle interno é muito importante para a auditoria, uma vez que, com base nele, será determinada a quantidade de testes (substantivos) a serem aplicados. Se, porventura, esses controles inexistirem ou falharem (risco inerente ou de controle), a possibilidade de ocorrerem fraudes é maior.Na obra “Por Dentro das Fraudes: como são feitas, como denunciá-las, como evitá-las”, o autor comenta um caso de fraude conhecido como emissão de “notas fiscais cauçadas”. “Por ocasião do faturamento de bens e serviços, dependendo dos tributos e da esfera de governo, são extraídos documentos fiscais a serem entregues ao comprador/tomador, ficando as demais vias no talonário para fins de registro e fiscalização por parte do governo. A fim de reduzir a carga tributária, vendedor e comprador às vezes ajustam um valor menor a ser registrado no documento fiscal. Quando isso não é possível, o vendedor, unilateralmente, preenche a nota com montantes diferentes: a via entregue ao contratante com o valor total; a que será fiscalizada, com valor menor. Como o preenchimento costuma ser simultâneo (com folhas carbonadas), coloca-se algo entre a primeira e as demais vias (uma prancheta de madeira, por exemplo). Dessa forma, o contratante recebe sua via com o valor correto, e o fraudador, em um segundo momento, completa sua via com uma quantia menor.”

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFZ/RJ – Auditor Fiscal – 2008 (continuação )

Considerando a situação exposta, assinale o procedimento que menos contribui para detectar esse tipo de operação.

(A) confrontar (correlacionar) a documentação do tomador do serviço/comprador com a vendedor

(B) somar atentamente as notas fiscais emitidas pelo prestador de serviço/vendedor

(C) verificar se valor faturado (emitido) é suficiente, pelo menos, para cobrir os custos da operação e manter o prestador de serviço/vendedor em condições de funcionamento

(D) confrontar o valor praticado pelo prestador de serviço/vendedor na operação analisada com os valores praticados em outras operações similares

(E) confrontar o valor praticado pelo prestador de serviço/vendedor na operação analisada com os valores praticados por concorrentes.

290

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – TCM/RJ – Auditor – 200819. Durante a aplicação dos procedimentos atinentes à espécie, o auditor detectou, com base nos documentos contábeis, que em determinado dia a conta “caixa” da entidade apresentava saldo contábil credor. Em relação a esse fato, assinale a melhor explicação.

(A) Trata-se de ativo fictício, uma vez que há valores registrados que, de fato, inexistem.

(B) Trata-se de passivo oculto, tendo em vista que dívidas contratadas foram registradas erroneamente no passível exigível a longo prazo.

(C) Corresponde a “estouro de caixa”, situação decorrente, por exemplo, de receitas recebidas, mas não contabilizadas.

(D) Corresponde a “estouro de caixa”, decorrente, por exemplo, de mercadorias adquiridas e pagas, mas não contabilizadas.

(E) Corresponde ao que culturalmente chamamos de “caixa 2”, prática sabidamente conhecida e permitida pela legislação.

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291

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – Mun. São Paulo – Auditor Fiscal – 2007 51. Nos trabalhos de auditoria externa, o profissional encarregado de revisar as contas a pagar da Cia. Madeirense verificou a existência de várias duplicatas quitadas, emitidas por fornecedores da companhia, mas cuja baixa não tinha sido registrada na escrituração contábil. Esse fato constitui um indício de

(A) falta de origem para suprimentos de caixa.

(B) subestimação de passivos.

(C) passivo fictício.

(D) passivo real a descoberto.

(E) passivo oculto.

292

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23. Auditoria Patrimonial

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Auditoria patrimonial➢ Auditoria das Disponibilidades

O objetivo do exame das disponibilidades é não só apurar se existem todas as disponibilidades informadas no balanço, mas, também, assegurar-se de que existem todas as que deveriam existir (testes de abrangência).É de grande importância este exame justamente por serem este tipo de bem o que mais sofre desvios e erros (maior risco inerente) – contas caixa, banco, aplicações financeiras. Portanto, deve ser aplicada uma maior quantidade de testes mesmo na existência de um bom sistema de controles internos.

a) Conciliações bancárias;

b) Circularização nas instituições financeiras (saldos bancários);

c) Contagem de valores do caixa;

d) Cut-off na data da contagem;

e) Operações subsequentes.

294

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria de Contas a ReceberOs principais objetivos da auditoria de contas a receber são: apurar se as contas são autênticas e têm origem em transação relacionada com vendas; os valores são realizáveis; não há devoluções, desconto e abatimentos; há avaliação prudente do montante de contas a receber.Por serem de natureza intangível, as contas a receber requerem procedimentos de auditoria diferentes daqueles usados na auditoria de disponibilidades. Aqui, o auditor usa, na maior parte do tempo, evidências indiretas, em vez de diretas.

a) Listagem das contas a receber;

b) Circularização;

c) provisão para devedores duvidosos

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295

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria de estoquesOs objetivos da auditoria de estoques são: assegurar-se de que os estoques existem fisicamente e são de propriedade da empresa auditada; determinar a eventualidade da existência de ônus pesando sobre os estoques e qual a natureza do ônus; determinar se os estoques são apropriados para sua finalidade e se têm condições de realização, isto é, verificar se há obsolescências, defeitos, má conservação, etc; examinar os critérios de avaliação e a adequação desses critérios, tendo em vista os princípios fundamentais de contabilidade e a correção dos cálculos.

a) Inventário ou contagem física dos estoques;

b) Procedimento para estoques em poder de terceiros

c) Verificações;

d) Cortes (cut-off);

e) Outros testes;

f) Avaliação de estoques

296

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria dos InvestimentosO auditor deve verificar o comportamento dos capitais próprios da empresa aplicados ou investigados em outra empresa, em particular a segurança e lucratividade da empresa onde foi feito o investimento.

a) Verificação física dos títulos representativos do investimento

b) Verificação da contabilização do investimento, quando da sua aquisição, e das variações ocorridas, para assegurar-se da adequação dos valores atuais registrados no balanço patrimonial que está sendo auditado;

c) Quanto à avaliação do investimento em coligada ou controlada, deve ser feita através do Método de Equivalência Patrimonial – MEP, conforme lei.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria do ImobilizadoO objetivo básico do exame do imobilizado é assegurar-se de que o custo corrigido desses bens não representa superavaliação e de que as depreciações acumuladas não estão subavaliadas; constatar a existência, posse e propriedade dos bens, bem como a existência ou não de ônus, e sua natureza e extensão, sobre os bens.

a) Inventário anual

b) Verificações

c) Ônus sobre os bens não-circulantes (permanentes)

298

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria do PassivoA auditoria de passivos tem como objetivos assegurar-se de que todas as obrigações foram contabilizadas, que todas as obrigações são realmente devidas, foram liquidadas, conforme a política financeira da empresa, que estão adequadamente demonstradas no Balanço. Além de verificar se os controles internos estão organizados de forma a assegurar a correta contabilização de todas as obrigações passivas da empresa.

a) Listagens;

b) Circularização;

c) Passivos omitidos

d) Passivo contingente

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299

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Auditoria do Patrimônio Líquido

Caso seja a primeira auditoria, o auditor deverá organizar sua Pasta Permanente com todos os elementos necessários para demonstrar a evolução do Capital. Organizará quadro demonstrativo de evolução e movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido, desde o início da empresa até a data do balanço que está sendo auditado.A auditoria objetiva:

a) verificar se o nº de ações em circulação foi integralizado e registrado pelo valor correto;

b) determinar se os dividendos foram pagos de acordo com os estatutos e com a aprovação da assembléia dos acionistas;

c) verificar se as apropriações das reservas e dos lucros foram efetuadas ou liberadas com a devida autorização;

d) verificar se a classificação e a apresentação no balanço estão corretas.

300

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – SEFAZ/PB – Auditor Fiscal Est. – 2006 15. Em relação ao Inventário Físico de Estoques a ser realizado pelas empresas, é responsabilidade do auditor:

(A) sempre acompanhar e aplicar testes que confirmem a existência física dos elementos registrados nas contas contábeis da empresa auditada.

(B))quando o valor dos estoques for expressivo em relação à posição patrimonial e financeira da empresa, o auditor deve acompanhar o inventário físico executando testes de confirmação das contagens físicas e procedimentos complementares necessários.

(C) acompanhar e colaborar na execução do inventário físico, quando a empresa for industrial elaborando os ajustes necessários nas demonstrações contábeis.

(D) proceder ao inventário físico, apresentando as divergências para que a empresa possa realizar os ajustes e elaborar as demonstrações contábeis.

(E) confirmar que os ajustes apurados no inventário físico tenham sido contabilizados, sendo desobrigado de acompanhar o inventário físico em qualquer situação.

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301

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – SEFAZ/SP – APOFP – 2010 78. As auditorias sobre as operações de recebimentos, pagamentos, compras, emissão e aceites de duplicatas envolvem pontos de controle sobre os registros contábeis nas contas

(A) patrimonais.

(B) de resultado.

(C) de transferência.

(D) de encerramento.

(E) financeiras.

302

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – SEFAZ/SP – Agente Fiscal Trib. Est. – 2006 87. Para certificar-se que direitos de crédito efetivamente existem em determinada data, o auditor independente utiliza, principalmente, o procedimento de

(A) revisão analítica de recebíveis.

(B) inspeção de ativos tangíveis.

(C) circularização dos devedores da companhia.

(D) conferência do cálculo dos créditos.

(E) observação de processo de controle.

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24. Auditoria das Contas de Resultado

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Auditoria das Contas de ResultadoA época mais indicada para efetuar esse trabalho é a visita anterior ao encerramento do exercício. Nesta oportunidade, um ou dois meses antes do fechamento do exercício, a maior parte das despesas terão sido realizadas, podendo ser analisadas com mais tranquilidade.O objetivo é:

a) determinar se todas as receitas, custos e despesas atribuídos ao período estão devidamente comprovados e contabilizados;

b) determinar se todas as receitas, custos e despesas não atribuídos ao período ou que beneficiem exercícios futuros estão corretamente diferidos;

c) determinar se os custos e despesas estão corretamente contrapostos às receitas devidas;

d) determinar se as receitas, custos, e despesas estão contabilizados de acordo com os princípios de contabilidade, em bases uniformes; e

e) determinar se as receitas, custos e despesas estão corretamente classificados nas demonstrações financeiras, e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

➢ Teste de folha de pagamentoPara este teste o auditor deve obter entendimento dos componentes da estrutura de controle interno referentes a transações de folha de pagamento.Ao avaliar o risco de controle, o auditor tem consciência de que distorções em transações de folha de pagamento podem resultar tanto de erros quanto de fraude. Fonte especial de preocupação é o risco de que a folha de pagamento esteja superavaliada em razão de:

• Pagamento a empregados fictícios;

• Pagamento de horas não trabalhadas;

• Pagamento de remuneração a maior a empregados que realmente existem.

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FGV – SEAD/AP – Fiscal da Recita Estadual – 2010 53

Assinale a alternativa que apresente o objetivo específico da auditoria do resultado:

(A) comprovar se compras de mercadoria estão de acordo com os objetivos da empresa.

(B) confirmar se os pagamentos realizados foram conciliados.

(C) verificar se as despesas correspondentes às receitas realizadas foram apropriadas no período.

(D) comprovar a correta apropriação das despesas em obediência ao regime de caixa.

(E) conferir a exatidão dos registros contábeis dos estoques de mercadorias.

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25. Eventos Subsequentes (NBC TA 560)

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Evento Subsequente analisa o tratamento nas demonstrações contábeis de eventos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações contábeis (mencionada como "data do balanço" nesse pronunciamento) e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis.Essas estruturas costumam identificar dois tipos de eventos:

● (a) os que fornecem evidência de condições existentes na data das demonstrações contábeis; e

● (b) os que fornecem evidência de condições que surgiram após a data das demonstrações contábeis.

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Os objetivos do auditor são:

● (a) obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis, estão adequadamente refletidos nessas demonstrações contábeis; e

● (b) responder adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela data (do relatório), poderiam ter levado o auditor a alterar seu relatório.

[o objetivo em geral é preparar o auditor para as eventualidades que possam escapar à sua análise, inclusive nos aspectos temporais]

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Definições:● Data das demonstrações contábeis é a data de encerramento do

último período coberto pelas demonstrações contábeis.

● É a primeira data em que as pessoas com autoridade reconhecida determinam que todos os quadros que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, foram elaborados e que as pessoas com autoridade reconhecida assumiram responsabilidade por essas demonstrações contábeis.

● Data do relatório do auditor independente é a data do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis de acordo com a NBC TA 700.

● Data de divulgação das demonstrações contábeis é a data em que o relatório do auditor independente e as demonstrações contábeis auditadas são disponibilizados para terceiros

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1 – Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente:

● O auditor independente deve executar procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que todos os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis foram identificados. Não se espera, contudo, que o auditor execute procedimentos adicionais de auditoria para assuntos para os quais os procedimentos de auditoria anteriormente aplicados forneceram conclusões satisfatórias.

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O auditor independente deve levar em consideração a avaliação de risco pelo auditor para determinar a natureza e extensão desses procedimentos de auditoria, que devem incluir o seguinte:

● (a) obtenção de entendimento dos procedimentos estabelecidos pela administração para assegurar que os eventos subsequentes são identificados;

● (b) indagação à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela governança sobre a ocorrência de eventos subsequentes que poderiam afetar as demonstrações contábeis;

● (c) leitura das atas, se houver, das reuniões dos proprietários (dos acionistas em sociedade anônima), da administração e dos responsáveis pela governança da entidade, realizadas após a data das demonstrações contábeis, e indagação sobre assuntos discutidos nas reuniões para as quais as atas ainda não estão disponíveis;

● (d) leitura das últimas demonstrações contábeis intermediárias da entidade, se houver.

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● Representação formal

O auditor independente deve solicitar à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela governança, uma representação formal de acordo com a NBC TA 580 - Representações Formais, de que todos os eventos subsequentes à data das demonstrações contábeis e que, segundo a estrutura de relatório financeiro aplicável, requerem ajuste ou divulgação, foram ajustados ou divulgados .

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2 - Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório, e antes da data de divulgação das demonstrações contábeisO auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Entretanto, se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterar seu relatório, ele deve:

● (a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança;

● (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo;

● (c) indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis.

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● O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações contábeis alteradas.

● Se a legislação não proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteraçãoo auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes a essa alteração.

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● Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis Caso a administração altere as D. C.´s, o auditor independente deve:

● (a) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações;

● (b) revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação;

● (c) exceto se as alterações forem restritivas:(i) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório do auditor independente e datar o novo relatório com data posterior à data de aprovação das demonstrações contábeis reapresentadas; e(ii) fornecer novo relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis reapresentadas;

● (d) em casos específicos alterar o relatório do auditor independente.

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ESAF – SEFAZ/SP – APOFP – 2009 72- As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto:

a) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor.

b) alteração do controle societário.

c) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital.

d) destruição de estoques em decorrência de sinistro.

e) variação sazonal dos custos com insumos

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FGV – SEFAZ/RJ – Analista de C I – 2011 40

O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do

parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte

normal da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da

materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis

podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível citar perdas significativas

em contas a receber e sentenças judiciais.

Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação

das demonstrações contábeis, é correto afirmar que

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFAZ/RJ – Analista de C I – 2011 (continuação)

(A) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”.

(B) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato

anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir

documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações

contábeis precisarão de revisão.

(C) o parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar enquadrado na modalidade

“com ressalvas”.

(D) quando a administração alterar significativamente as demonstrações contábeis

divulgadas, o auditor não deverá ignorar essas alterações, mesmo já tendo emitido seu

parecer sobre elas.

(E) o auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as

demonstrações contábeis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – Mun. de São Paulo – Fiscal de ISS – 2012 43. A empresa Delta Petróleo S.A. está encerrando, em fevereiro de 2012, o processo de auditoria de suas demonstrações financeiras pertinentes ao ano de 2011. Os trabalhos da auditoria estão em fase de finalização e a empresa informa ao mercado a ocorrência de um grande vazamento que afetará a continuidade de suas operações no Brasil, uma vez que a multa recebida inviabiliza a empresa. Nesse caso, o auditor deve

(A) manter o seu relatório de auditoria, evidenciando em notas explicativas a descontinuidade.

(B) abster-se de emitir opinião, uma vez que conjunturalmente a situação da empresa se modificou, alte ando todo o planejamento da auditoria.

(C) ressalvar o parecer, evidenciando a possibilidade de descontinuidade e mantendo as demonstrações financeiras.

(D) exigir da empresa a elaboração de demonstrações contábeis específicas para atender às demonstrações exigidas nessa situação de descontinuidade.

(E) emitir relatório de auditoria com abstenção de opinião por não ter tempo hábil para reconduzir a auditoria para uma demonstração financeira pelos critérios de realização dos ativos e passivos.

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26. Relatório do Auditor

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Objetivo

Os objetivos do auditor são:

(a) formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria obtida; e

(b) expressar claramente essa opinião por meio de relat ório de auditoria por escrito que também descreve a base para a referida opinião.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Definições:● Estrutura de relatório financeiro para fins gerais é a estrutura de

relatório financeiro elaborada para satisfazer as necessidades de informações financeiras comuns de uma ampla gama de usuários . A estrutura de relatório financeiro pode ser uma estrutura de apresentação adequada ou uma estrutura de conformidade.

Os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável determinam a forma e o conteúdo das demonstrações contábeis e o que constitui um conjunto completo de demonstrações contábeis.

● Opinião não modificada ou sem modificações é a opinião expressa pelo auditor quando ele conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas , em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável .

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● OpiniãoPara formar a sua opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou erro. Essa conclusão deve levar em consideração:

(a) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 330, sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente;

(b) a conclusão do auditor, de acordo com a NBC TA 450, sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto; e

(c) as avaliações sobre a adequação das Demonstrações Contábeis à estrutura de relatório financeiro.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Adequação à estrutura de relatório financeiro

1) O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve incluir a consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis da entidade , incluindo indicadores de possível tendenciosidade nos julgamentos da administração.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Adequação à estrutura de relatório financeiro (continuação)1)

2) O auditor especificamente deve avaliar se, segundo os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável:

(a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas contábeis selecionadas e aplicadas;

(b) as práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiro aplicável e são apropriadas;

(c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis ;

(d) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são relevantes , confiáveis, comparáveis e compreensíveis;

(e) as demonstrações contábeis fornecem divulgações adequadas para permitir que os usuários previstos entendam o efeito de transações e eventos relevantes sobre as informações incluídas nas demonstrações contábeis; e

(f) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração contábil, é apropriada.

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327

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Adequação à estrutura de relatório financeiro (continuação)1)

2)

3) O Auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada . A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada deve incluir considerações sobre:

(a) a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis; e

(b) se as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações e eventos subjacentes de modo a alcançar uma apresentação adequada.

328

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Responsabilidades

O relatório do auditor independente deve descrever a responsabilidade da administração pela elaboração das demonstrações contábeis. A descrição deve incluir uma explicação de que a administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos que a administração determinar serem necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Responsabilidade do AuditorO relatório do auditor independente deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas de auditoria indicando sempre a nacionalidade das mesmas. Como no Brasil as normas de auditoria estão sendo integralmente convergidas com as normas internacionais de auditoria emitidas pela Federação Internacional de Contadores, a referência deve ser às normas brasileiras e internacionais de auditoria. O relatório do auditor independente deve explicar, também, que essas normas requerem que o auditor cumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não apresentem distorção relevante.

O relatório do auditor independente deve especificar se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida pelo auditor é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião.

330

Fábio Soares CarmoAUDITORIA● Responsabilidade do Auditor (continuação)

O relatório do auditor independente deve descrever a auditoria especificando que:

(a) a auditoria envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência de auditoria a respeito dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis ; (b) os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causadas por fraude ou erro. O auditor considera os controles internos relevantes para planejar procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos da entidade. Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controles internos juntamente com a au ditoria das demonstrações contábeis, o auditor deve omitir a fr ase de que a consideração do auditor sobre o controle interno nã o tem a finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia dos controle s internos ;(c) a auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pe la administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Relatório em acordo com as normas (a) título;

(b) destinatário, conforme exigido pelas circunstâncias da contratação;(c) parágrafo introdutório que identifica as demonstrações contábeis auditadas;(d) descrição da responsabilidade da administração pela elaboração das demonstrações contábeis;(e) descrição da responsabilidade do auditor por expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e o alcance da auditoria, que inclui: (i) referência às normas de auditoria brasileiras e internacionais de auditoria e a lei ou regulamento; e (ii) descrição da auditoria de acordo com essas normas;(f) parágrafo da opinião contendo a opinião expressa sobre as demonstrações contábeis e referência à estrutura de relatório financeiro aplicável utilizada para elaborar as demonstrações contábeis (práticas contábeis adotadas no Brasil ou, se for o caso, incluir a identificação de origem da estrutura de relatório financeiro aplicada); (g) assinatura do auditor;(h) data do relatório do auditor independente; e(i) localidade em que o relatório foi emitido.

332

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Data e local do Relatório do Auditor IndependenteO relatório do auditor independente não pode ter data anterior à data em que ele obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis, incluindo evidência de que:

(a) todas as demonstrações que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e

(b) as pessoas com autoridade reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade sobre essas demonstrações contábeis.

O relatório do auditor independente deve mencionar a localidade em que o relatório foi emitido.

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333

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Informações suplementares apresentadas com as demonstrações contábeis

No caso de serem apresentadas informações suplementares com as demonstrações contábeis auditadas, não requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, o auditor deve avaliar se essas informações suplementares estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas. Se essas informações suplementares não estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas, o auditor deve pedir que a administração mude a forma de apresentação das informações suplementares não auditadas. Se a administração se recusar a fazê-lo, o auditor deve explicar no relatório do auditor independente que essas informações suplementares não foram auditadas.

Informações suplementares não requeridas pela estru tura de relatório financeiro aplicável, mas que apesar diss o são parte integrante das demonstrações contábeis porque não p odem ser claramente diferenciadas das demonstrações contábei s auditadas devido a sua natureza e forma de apresentação, deve m ser cobertas pela opinião do auditor.

334

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

O auditor deve modificar a opinião no seu relatório quando:

(a) ele conclui, com base na evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis, como um todo, apresentam distorções relevantes; ou

(b) o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis como um todo não apresentam distorções relevantes.

Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Opinião com ressalvaO auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou

(b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados .

336

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Opinião adversa

O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções , individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis .

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Abstenção de opinião O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não

consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas , se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas .

O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando, em circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível ef eito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis .

338

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Impossibilidade de obter evidência devido a uma limitação imposta pela administração Se, depois de aceitar o trabalho, o auditor tomar conhecimento que a

administração impôs uma limitação ao alcance da auditoria que tem, segundo ele, probabilidade de resultar na necessidade de expressar uma opinião com ressalva ou abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação.

No caso de a administração se recusar a retirar a limitação, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança, a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade, assim como determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

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339

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve determinar as implicações como segue:

(a) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados, o auditor deve e mitir uma opinião com ressalva; ou

(b) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados de modo que uma ressalva na opinião seria não adequada para comunicar a gravidade da situação, o auditor deve:

(i) renunciar ao trabalho de auditoria , quando praticável e possível de acordo com as leis ou regulamentos aplicáveis; ou

(ii) se a renúncia ao trabalho de auditoria antes da emissão do seu relatório de auditoria independente não for viável ou possível, abster-se de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Outras considerações relativas à opinião adversa ou abstenção de opinião

Quando o auditor considera necessário expressar uma opinião adversa ou abster-se de expressar opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, o seu relatório de auditoria independente não deve incluir, também, no mesmo relatório, uma opinião não modificada com relação à mesma estrutura de relatório financeiro sobre um quadro isolado das demonstrações contábeis ou sobre um ou mais elementos, contas ou itens específicos da demonstração contábil.

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341

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Se houver uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, relacionada com as divulgações nas notas explicativas, o auditor deve incluir uma explicação sobre como as divulgações estão distorcidas no parágrafo contendo a base para a modificação.

Se houver uma distorção relevante das demonstrações contábeis, relacionada com a não divulgação de informações que devem ser divulgadas, o auditor deve:

(a) discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança;

(b) descrever a natureza da informação omitida no parágrafo contendo a base para a modificação; e

(c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas, desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida.

Se a modificação for decorrente da impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve incluir as razões dessa impossibilidade no parágrafo contendo a base para a modificação.

342

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Natureza do assunto que gerou a modificação

Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis

efeitos sobre as demonstrações contábeis

Relevante mas não generalizado

Relevante e generalizado

As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes

Opinião com ressalva Opinião adversa

Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente

Opinião com ressalva Abstenção de opinião

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343

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Parágrafo de ÊnfaseParágrafo de ênfase é o parágrafo incluído no relatório de auditoria referente a um assunto apropriadamente apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, de acordo com o julgamento do auditor, é de tal importância, que é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis.

Se o auditor considera necessário chamar a atenção dos usuários para um assunto apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, tem tal importância e é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações con tábeis , ele deve incluir parágrafo de ênfase no relatório, desde que tenha obtido evidência de auditoria suficiente e apropriada, de que não houve distorção relevante do assunto nas demonstrações contábeis. Tal parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis.

344

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

Exemplos de circunstâncias em que o auditor pode considerar necessário incluir um parágrafo de ênfase são:

● existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória;

● aplicação antecipada (quando permitido) de nova norma contábil (por exemplo, nova prática contábil introduzida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC)) com efeito disseminado de forma generalizada nas demonstrações contábeis, antes da sua data de vigência;

● grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da entidade.

Page 173: Auditoria - Aulas PDF

345

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

● Situações que exigem a inclusão do parágrafo de ênfase:

● Eventos subsequentes;

● Continuidade operacional;

● Considerações especiais – divulgações adicionais realizadas pela empresa.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – Analista de Controle Externo – Inspeção Governamental – TCM/CE – 201041. Uma opinião modificada dos auditores independentes, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser do tipo

(A) negativa, positiva, limpa ou contrária.

(B) com ressalva, com abstenção de opinião ou adversa.

(C) com abstenção de avaliação de provas, limpa, com ressalva ou sem ressalva.

(D) generalizada ou contrária.

(E) sem ressalva, pericial contábil ou adversa.

Page 174: Auditoria - Aulas PDF

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal – 200938- Na emissão de parecer com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se af irmar que:

a) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer parecer devendo este comunicar à administração da suspensão dos trabalhos.

b) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão dos usuário dessas demonstrações.

c) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações.

d) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

e) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

348

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – SEFAZ/RJ – Analista Controle Interno – 2011

27

Quando houver uma limitação no escopo do trabalho do auditor provocado

pela entidade auditada, o parecer deverá ser emitido na(s) modalidade(s)

(A) adverso ou com abstenção de opinião.

(B) com parágrafo de ênfase.

(C) com ressalva ou com abstenção de opinião.

(D) sem ressalvas.

(E) adverso ou com ressalva.

Page 175: Auditoria - Aulas PDF

349

Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FCC – Analista Judiciário _ Contadoria – 201130. No processo de auditoria, para emissão de relatório, deve-se obter

(A) documentação mínima que suporte o processo de auditoria independente, sem a necessidade de confirmação da fidedignidade dos documentos, ainda que haja indícios de fraude.

(B) confirmação dos eventos, dentro do processo de revisão analítica, limitando-se a revisão dos documentos selecionados por amostra estatística, inde- pendentemente do nível de risco oferecido.

(C) evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria a um nível aceitável baixo.

(D) confirmação de que as demonstrações contábeis não apresentam quaisquer níveis de fraude ou erro.

(E) confirmação do risco inerente da entidade, que é igual para todas as classes relacionadas de transações apresentadas nas demonstrações contábeis.

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Fábio Soares CarmoAUDITORIA

FGV – Fiscal de Rendas (ICMS) – Sefaz/RJ – 201195

A firma de auditoria Auditores Associados foi contratada para emitir parecer específico

sobre o balanço patrimonial de determinada entidade. Ela disponibilizou acesso

ilimitado a todas as áreas da empresa, a todos os relatórios, registros, dados,

informações e demais demonstrações contábeis, de forma a serem possíveis todos os

procedimentos de auditoria. Dessa forma, é correto classificar essa auditoria como

(A) uma limitação no escopo do trabalho.

(B) um trabalho de objetivo ilimitado, que deverá gerar parecer na modalidade com

ressalvas, pelo menos.

(C) uma indeterminação na profundidade do trabalho.

(D) um trabalho de objetivo limitado.

(E) uma restrição na profundidade do trabalho.