audiência de justificação
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Audiência de justificação
A audiência de justificação está prevista no ordenamento jurídico em dois
dispositivos do Código de Processo Civil, no artigo 804 e no artigo 928. A primeira
hipótese diz respeito a concessão da medida cautelar, e a segunda, hipótese trata
das ações possessórias.
A audiência de justificação prevista no artigo 804 do CPC tem como finalidade
obter maior segurança na concessão de medida cautelar. De acordo com este
dispositivo, se o juiz entender que não há na exordial os elementos necessários para
a concessão da medida cautelar deverá, no despacho inicial, determinar a
realização de audiência de justificação.
Para a concessão da medida cautelar além das condições da ação (interesse
de agir, possibilidade jurídica do pedido e legitimatio ad causam) há outros requisitos
específicos para se intentar a ação cautelar. Estes requisitos são: fumus boni iuris -
forte indício de um direito - , bem como o periculum in mora - risco iminente que
prejudique a eficácia do processo principal.
A audiência de justificação, portanto, constitui uma audiência de testemunhas
que tem o objetivo de demonstrar a existência dos requisitos essenciais para a
concessão da medida cautelar pretendida pelo autor.
Por outro lado, a hipótese de audiência de justificação prevista no art. 928 do
CPC tem como fim garantir o direito de propriedade à pessoa que propõe ação de
reintegração de posse.
A petição inicial de quem ajuizou ação de reintegração de posse deve
comprovar: a posse, a turbação ou esbulho praticado pelo réu, a data da turbação
ou do esbulho, a continuação da posse, em caso de ação de manutenção, e a perda
da posse, na ação de reintegração (art. 927, CPC).
Caso esses elementos não estiverem devidamente comprovados o juiz
determinará a realização de audiência de justificação, com a citação do réu para
comparecer, para que o autor justifique o alegado. Importante salientar, que na
audiência de justificação não cabe ao réu produzir provas, pois a audiência serve,
exclusivamente, para o autor fazer prova dos requisitos do art. 927.
Observa-se, todavia, que no caso do réu ser pessoa jurídica, ainda que a
petição inicial comprove os elementos necessários, é imprescindível a prévia
audiência dos representantes judiciais para que haja o deferimento da manutenção
ou a reintegração da posse, consoante o parágrafo único do artigo 928 do CPC.
Após a realização da audiência, se a justificação for acolhida pelo juiz, este
determinará a imediata expedição de mandando de manutenção ou reintegração de
posse (de acordo com o pedido do autor). Caso seja rejeitada, será denegada a
medida liminar pretendida e o processo prossegue pelo rito ordinário.