atualizações em doença de chagas

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DILMA DO SOCORRO MORAES DE SOUZA MARIA RITA DE CASSIA COSTA MONTEIRO MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E SEGUIMENTO AMBULATORIAL DE PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS 1 a. edição Belém Edição das autoras 2013

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  • DILMA DO SOCORRO MORAES DE SOUZA MARIA RITA DE CASSIA COSTA MONTEIRO

    MMAANNUUAALL DDEE RREECCOOMMEENNDDAAEESS PPAARRAA DDIIAAGGNNSSTTIICCOO,,

    TTRRAATTAAMMEENNTTOO EE SSEEGGUUIIMMEENNTTOO AAMMBBUULLAATTOORRIIAALL DDEE

    PPOORRTTAADDOORREESS DDEE DDOOEENNAA DDEE CCHHAAGGAASS

    1a. edio

    Belm

    Edio das autoras 2013

  • ISBN 000.0000

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja eletrnico, mecnico, de fotocpia, de gravao, ou outros, sem prvia autorizao escrita dos autores.

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP) Biblioteca do Instituto de Cincias da Sade da UFPA

    Souza, Dilma do Socorro Moraes de. Manual de Recomendaes para Diagnostico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de doena de Chagas / Dilma do S.M.de Souza; Maria Rita de C. C Monteiro. - Belm : As autoras, 2013 50 p. Vrios colaboradores. 1. Chagas, doena de. 2. Chagas, doena de manuais, guias. 3. Chagas, doena de diagnstico. 4. Chagas, doena de tratamento. I. Monteiro, Maria Rita de C. C. II. Universidade Federal do Par. Faculdade de Medicina. III. Par. Secretaria Executiva de Sade. IV. Ttulo.

    CDD - 23. ed. 616.9363

  • EELLAABBOORRAAOO TTCCNNIICCOO--CCIIEENNTTFFIICCAA

    Dilma do Socorro Moraes de Souza (Faculdade de Medicina/UFPA/HCGV)

    Maria Rita de Cassia Costa Monteiro (Faculdade de Medicina/UFPA)

    CCOOLLAABBOORRAADDOORREESS::

    Elenild de Ges Costa (SESPA) Bernardo da Silva Cardoso (SESPA) Ednei Charles da Cruz Amador (SESPA) Maria Rosiana Cardoso Nobre (SESPA) Maria Tereza Sanches Figueiredo (HUJBB/HCGV) Vnia Ribeiro Brilhante (UFPA/SESPA) Soraya Oliveira dos Santos (MS)

    EENNDDEERREEOO PPAARRAA CCOORRRREESSPPOONNDDNNCCIIAA::

    Coordenao Acadmica do HUJBB Rua dos Mundurucus, 4487 - Guam. Belm, PA Cep 66073.005 Telefone: (91) 3201.6651/3201.6652/4005.2569 FAX:(91) 3201.6662 Email: [email protected]

    RREEVVIISSOO OORRTTOOGGRRFFIICCAA::

    Andreia Cristiane de Sousa Pereira

    IINNSSTTIITTUUIIEESS CCOOLLAABBOORRAADDOORRAASS:: Instituto de Cincias da Sade/UFPA Hospital Universitrio Joo de Barros Barreto/UFPA Fundao Pblica Estadual Hospital de Clnicas Gaspar Vianna Instituto Evandro Chagas Sociedade Paraense de Cardiologia Sociedade Paraense de Infectologia Laboratrio Central do Estado (LACEN)

    TTTTUULLOOSS PPAARRAA IINNDDEEXXAAOO:: Em ingls: Manual of recommendations for diagnosis, treatment and monitoring of ambulatory patients with Chagas disease. Em espanhol: Manual de recomendaciones para el diagnostico, tratamiento y seguimiento ambulatorial de los pacientes con enfermedad de Chagas.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 4

    4

    AAPPRREESSEENNTTAAOO

    Este manual destina-se aos profissionais da rea de sade,

    especialmente mdicos e estudantes de medicina que atuam na

    rede pblica de ateno sade, visando a orientar de maneira

    prtica o diagnstico, tratamento e seguimento ambulatorial de

    portadores da doena de Chagas. Considerando que no Estado

    do Par a doena de Chagas aguda j assumiu contornos de

    endemicidade, procura-se aqui enfatizar os aspectos da clnica,

    do diagnstico e do tratamento da doena e, em particular, da

    cardiopatia chagsica aguda, assim como, condutas que devem

    nortear o seguimento de grupos especiais como crianas,

    gestantes e lactentes.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 5

    5

    Resumo: na regio Amaznica, especialmente no Estado do Par, a doena de Chagas vem apresentando registros crescentes de casos isolados e surtos agudos, na forma de microepidemias familiares, obedecendo a perodos de sazonalidade. Este documento tem como objetivo orientar de maneira prtica o diagnstico, destacando-se a apresentao clnica da doena na regio, assim como, o tratamento e seguimento ambulatorial de casos agudos e crnicos confirmados, na rede de assistncia sade do Estado, com especial ateno para os servios situados em locais de difcil acesso, os quais podero solicitar consultas e pareceres aos servios especializados, favorecendo a troca de informaes entre estes. Procurou-se exemplificar alguns procedimentos e adaptar algumas rotinas de ambulatrio realidade dos servios de sade do Estado. Por ser uma doena infecciosa crnica, os doentes podem ser acompanhados nos servios de sade de ateno primria, porm, quando houver sinais de agravo, eles devero ser referenciados para seguimento especializado.

    Descritores: doena de Chagas, cardiomiopatia chagsica, teraputica. Resume: en la regin amaznica, especialmente en el estado de Par, la enfermedad de Chagas muestra registros crecientes de brotes agudos y casos aislados, como los brotes de la familia, despus de perodos de estacionalidad. El presente documento tiene como objetivo orientar el diagnstico de una manera prctica, haciendo hincapi en la presentacin clnica de la enfermedad en la regin, as como, el tratamiento y el seguimiento de los casos agudos y crnicos confirmados en la red de atencin de salud en el Estado, con especial atencin a los servicios ubicados en zonas de difcil acceso, lo cual podr requerir consulta y asesoramiento a los servicios especializados, fomentando el intercambio de informacin entre ellos. Hemos tratado de ilustrar algunos procedimientos y adaptar algunas rutinas para la realidad de los servicios ambulatorios de salud en el estado. Debido a que es una enfermedad infecciosa crnica, los pacientes pueden ser controlados en los servicios de atencin primaria de salud, sin embargo, cuando hay signos de lesin, deben ser referidos para especialistas seguimiento.

    Descriptores: enfermedad de Chagas, cardiomiopata chagsica, teraputica. Abstract: in the Amazon region, especially in the state of Par, Chagas disease is showing increasing records of acute outbreaks and isolated cases, as family outbreaks, following periods of seasonality. This document aims to guide the diagnosis in a practical way, emphasizing the clinical presentation of the disease in the region, as well as, treatment and follow-up of acute and chronic cases confirmed in the network of health care in the State, with special attention to the services located in areas of difficult access, which may require consultation and advice to specialist services, encouraging the exchange of information between them. We tried to illustrate some procedures and adapt some routines to the reality of outpatient health services in the state. Because it is a chronic infectious disease, patients can be monitored by primary health care, however, when there are signs of injury, they should be referred for specialist follow-up.

    Descriptors: Chagas disease, Chagas cardiomyopathy, therapeutics.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 6

    6

    SSUUMMRRIIOO

    1 INTRODUO...................................................................... 8

    2 EPIDEMIOLOGIA DA DOENA DE CHAGAS NO ESTADO DO PAR - AMAZNIA BRASILEIRA ............... 9

    3 FORMAS DE TRANSMISSO ............................................ 11

    4 APRESENTAO CLNICA E CONFIRMAO DE CASO DE DOENA DE CHAGAS HUMANA ................................ 12

    4.1 QUANDO SUSPEITAR DE DOENA DE CHAGAS AGUDA ................................................................................. 12

    4.2 CRITRIOS PARA O DIAGNSTICO DA FORMA AGUDA 12

    4.2.1 Caso suspeito de doena de Chagas aguda ........................ 12

    4.2.2 Caso confirmado de doena de Chagas aguda ................... 13

    4.2.2.1 Critrio laboratorial ............................................................... 13

    4.2.2.2 Critrio clnico-epidemiolgico .............................................. 14

    4.3 MANIFESTAES CLNICAS DA DOENA DE CHAGAS AGUDA .................................................................................

    15

    4.3.1 Sintomas e sinais inespecficos da fase aguda .................... 15

    4.3.2 Sintomas e sinais especficos da fase aguda ....................... 15

    4.3.2.1 Manifestaes do acometimento cardaco - quadro clnico da miocardite ........................................................................ 16

    4.3.2.2 Sinais de acometimento do sistema nervoso ...................... 17

    4.4 CRITRIOS PARA O DIAGNSTICO DAS FORMAS CRNICAS ........................................................................... 17

    4.4.1 Caso confirmado de doena de Chagas crnica .................. 17

    4.4.1.1 Critrio laboratorial................................................................ 17

    5 NOTIFICAO DE CASO ................................................... 20

    6 AVALIAO INICIAL DO PACIENTE COM INFECO AGUDA POR T. CRUZI ....................................................... 21

    7 DIAGNSTICO LABORATORIAL DA INFECO PELO T. CRUZI .............................................................................. 23

    7.1 FASE AGUDA ...................................................................... 23

    7.2 FASE CRNICA ................................................................... 24

    7.2.1 Fluxograma para diagnstico de forma crnica da doena de Chagas ............................................................................ 25

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 7

    7

    8 TRATAMENTOS .................................................................. 26

    8.1 TRATAMENTO ETIOLGICO ............................................. 26

    8.1.1 MANEJO DE REAES ADVERSAS ................................ 26

    8.2 TRATAMENTO DAS FORMAS CARDACA E DIGESTIVA.. 27

    8.2.1 Tratamento farmacolgico da cardiomiopatia chagsica aguda e crnica .................................................................... 28

    8.2.1.1 Tratamento da cardiomiopatia chagsica aguda na criana. 28

    8.2.1.2 Tratamento da cardiomiopatia chagsica aguda e crnica no adulto ............................................................................... 32

    8.2.2 Tratamento das manifestaes digestivas da fase aguda ... 33

    8.2.3 Tratamento inicial da forma crnica digestiva ...................... 33

    9 PROTOCOLOS DE ACOMPANHAMENTO ........................ 34

    9.1 PROTOCOLO PARA ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DE PORTADORES DE DOENA DE CHAGAS NA FASE AGUDA ................................................

    34

    9.2 PROTOCOLO PARA ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DE PORTADORES DE DOENA DE CHAGAS NA FASE CRNICA ............................................

    37

    9.2.1 Acompanhamento do paciente sem cardiomiopatia aparente ............................................................................... 37

    9.2.2 Acompanhamento do paciente com a forma digestiva ......... 38

    9.2.2.1 Estadiamento da esofagopatia chagsica de acordo com o Rx de esfago ......................................................................

    39

    9.2.3 Acompanhamento do paciente com a forma cardaca ......... 39

    9.2.3.1 Estadiamento da cardiomiopatia chagsica ......................... 39

    9.2.3.2 Estratificao de risco da cardiomiopatia chagsica ............ 40

    10 DOENA DE CHAGAS EM GRUPOS ESPECIAIS ............ 41

    10.1 DIAGNSTICO E MANEJO DE RECM-NATOS E LACTENTES DE ME INFECTADA COM T. CRUZI ........... 41

    10.1.1 Fluxograma para o recm-nascido de me portadora de doena de Chagas ............................................................... 42

    10.2 DIAGNSTICO E MANEJO DA GESTANTE INFECTADA . 43

    10.3 DOENA DE CHAGAS E OUTRAS CO-MORBIDADES .... 45

    11 MANEJO DE CURA ........................................................... 45

    12 PARA ONDE E QUANDO ENCAMINHAR O PACIENTE COM DOENA DE CHAGAS .............................................. 46

    13 REFERNCIA E CONTRA-REFERNCIA DE CASOS ...... 48

    REFERNCIAS ................................................................................. 49

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 8

    8

    1 INTRODUO

    A doena de Chagas endmica em algumas regies do

    Brasil, onde so mais diagnosticados casos crnicos, entretanto

    na Amaznia e, particularmente, no estado do Par, a doena

    sempre foi pouco documentada. At algum tempo atrs estavam

    registrados somente cinco casos da forma crnica cardaca e um

    relato de caso da forma digestiva.

    Nesta ltima dcada comearam a surgir no estado,

    especialmente em regies prximas da capital, Belm, relatos da

    doena na sua forma aguda, e se tem observado que a

    descrio desses casos tem peculiaridades regionais que os

    diferenciam dos relatos descritos na literatura. Na maioria dos

    casos aqui descritos, as manifestaes clnicas tem se mostrado

    de forma exuberante, contrastando com a descrio dos quadros

    oligossintomticos encontrados nas regies onde a doena

    endmica h muito tempo. No Par, novos casos agudos esto

    sendo notificados de forma crescente, razo pela qual os

    servios de vigilncia epidemiolgica esto cada vez mais

    atentos, mantendo uma contnua ateno s populaes em

    maior risco e, sobretudo, estimulando o envolvimento dos

    profissionais que atuam na ateno sade, para que novos

    casos sejam prontamente diagnosticados e tratados, buscando-

    se, assim, a melhoria deste cenrio nosolgico que tem

    desfechos muitas vezes incapacitantes se no houver um

    atendimento eficaz e de imediato.

    E, por se tratar de um problema de sade pblica emergente

    no estado primordial avanar no conhecimento do

    comportamento da infeco chagsica humana na regio, o que

    ir subsidiar a formulao das polticas pblicas de sade,

    visando o controle da doena.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 9

    9

    2 EPIDEMIOLOGIA DA DOENA DE CHAGAS NO ESTADO

    DO PAR - AMAZNIA BRASILEIRA

    A doena de Chagas uma antropozoonose causada por

    um protozorio uniflagelado, o Tripanosoma cruzi (T. cruzi), o

    qual participa de um ciclo enzotico bem estabelecido, entre

    mamferos e triatomneos silvestres na regio. O homem se

    envolveu nessa cadeia de transmisso, a partir dos

    desmatamentos que ocorrem de forma desordenada, e que so

    frequentes na Amaznia, situao que vem alterando o cenrio

    epidemiolgico da doena, favorecendo, inclusive, o crescimento

    da populao vetorial. A busca de melhores condies de vida,

    seja de ordem econmica ou social, tem propiciado uma

    crescente migrao das populaes da zona rural para a urbana,

    e que passam a sobreviver em situaes precrias de

    saneamento bsico, condies que, certamente, podem estar

    favorecendo a urbanizao da doena, fato que vem sendo

    documentado nos tempos mais recentes.

    Atualmente, a regio da Amaznia brasileira considerada

    endmica para doena de Chagas humana, com emergncia de

    casos isolados, assim como, surtos em forma de microepidemia

    familiar, e com muita frequncia em reas urbanas. De acordo

    com a Coordenao Estadual do Programa de Controle da

    doena de Chagas/DCDTV/DVS/SESPA so notificados,

    anualmente, cerca de 130 casos novos e autctones de doena

    de Chagas aguda (DCA) no estado do Par, sendo a maioria

    procedente da zona urbana do municpio de Belm.

    Segundo dados dessa Coordenao Estadual, de 2006 a

    2012 foram diagnosticados casos em 39 municpios do estado

    do Par, num total de 926 casos de doena de Chagas aguda.

    Desse total, 75,8% (702/926) concentraram-se em 12

    municpios, de um total de 144 que o Par possui, como se

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 10

    10

    observa na tabela 1. So provenientes da regio metropolitana

    de Belm (Belm, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa

    Izabel do Par) cerca de 25,7% (238/926) dos casos. Em

    Abaetetuba, municpio nas proximidades de Belm, a incidncia

    no perodo foi de 20,2% (187/926) casos.

    Outra regio do estado com expressiva frequncia de casos

    a do Maraj. Dos 16 municpios que compem este

    arquiplago, ainda no foram notificados casos somente em trs

    - Chaves, Santa Cruz do Arari e Soure. De 2006 a 2012,

    segundo dados da SESPA, 26,5% (245/926) dos casos

    ocorreram nessa regio, sendo Breves o municpio com maior

    incidncia da doena.

    Tabela 1 - Distribuio dos casos de doena de Chagas aguda ocorridos no estado do Par, no perodo de 2006 a 2012.

    Municpio do Par n %

    1 Belm 191 20,6

    2 Abaetetuba 187 20,2

    3 Breves 78 8,4

    4 Barcarena 58 6,3

    5 Ananindeua 36 3,9

    6 Igarap-Miri 30 3,3

    7 Curralinho 26 2,8

    8 Santarm 21 2,3

    9 Bagre 20 2,2

    10 So Sebastio da Boa Vista 19 2,0

    11 Moju 18 1,9

    12 Afu 18 1,9

    13 Demais municpios 224 24,2

    Total (2006 a 2012) 926 100,0

    FONTE: Coordenao Estadual do Programa de Controle da doena de

    Chagas/DCDTV/DVS/SESPA

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 11

    11

    3 FORMAS DE TRANSMISSO

    O mecanismo de transmisso do parasita classicamente

    descrito por via vetorial, quando h o contato com as fezes

    eliminadas pelo inseto vetor, no momento da sua picada no

    homem, havendo um perodo de incubao de 4 a 15 dias. Na

    Amaznia, em regies onde foram realizados estudos

    entomolgicos, se tem observado que a transmisso vetorial

    caracteriza-se por ocorrer sem colonizao e extradomiciliar,

    todavia, tem predominado a transmisso via oral, por

    contaminao de alimentos, e com um perodo de incubao

    variando de 3 a 22 dias.

    A transmisso por via oral do T. cruzi em humanos

    acontece quando so ingeridos alimentos contaminados com o

    parasito, a partir do triatomneo ou suas dejees. Esta via de

    transmisso ocorre em locais definidos, com vetores ou

    reservatrios infectados nas proximidades das reas de

    produo, manuseio ou utilizao de alimentos contaminados,

    tais como, sopas, caldos, sucos de cana, aa, bacaba, carne de

    caa semicrua, entre outros.

    Outras formas de transmisso menos habituais ocorrem,

    seja por transfuso de sangue, com perodo de incubao entre

    30 a 40 dias; por via vertical, na qual a transmisso pode ocorrer

    em qualquer fase da gestao; por transplante de rgos ou de

    forma acidental, nesta ltima, com mdia de 20 dias para incio

    dos sintomas.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 12

    12

    4 APRESENTAO CLNICA E CONFIRMAO DE CASO

    DE DOENA DE CHAGAS HUMANA

    4.1 QUANDO SUSPEITAR DE DOENA DE CHAGAS AGUDA

    Na regio norte do Brasil, vrias doenas endmicas que

    cursam com febre assemelham-se doena de Chagas aguda,

    tendo-se como exemplos a malria, a febre tifide, o calazar e a

    dengue, embora esta ltima curse com perodos de febre menos

    prolongados.

    Objetivamente, convm seguir os critrios para definio de

    caso de doena de Chagas recomendados pelo Ministrio da

    Sade do Brasil.

    4.2 CRITRIOS PARA O DIAGNSTICO DA FORMA AGUDA

    4.2.1 Caso suspeito de doena de Chagas aguda

    Indivduo com febre prolongada, acima de 7 dias, e uma ou

    mais das seguintes manifestaes clnicas: edema de face

    ou de membros, exantema, adenomegalia, hepatomegalia,

    esplenomegalia, cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de

    insuficincia cardaca), manifestaes hemorrgicas,

    ictercia, sinal de Romaa ou chagoma de inoculao.

    NA REGIO, SEMPRE QUE O INDIVDUO APRESENTAR FEBRE COM

    DURAO MAIOR QUE SETE DIAS E VNCULO EPIDEMIOLGICO, OU

    MESMO QUE NO ESTEJA BEM DEFINIDO ESTE VNCULO,

    FUNDAMENTAL A INVESTIGAO DA DOENA DE CHAGAS AGUDA.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 13

    13

    As seguintes situaes reforam a suspeita:

    residente/visitante de rea com ocorrncia de triatomneos,

    ou

    tenha sido recentemente transfundido/transplantado, ou

    tenha ingerido alimento suspeito de contaminao pelo T.

    cruzi, ou

    seja recm-nascido de me infectada (transmisso

    congnita)

    4.2.2 Caso confirmado de doena de Chagas aguda

    4.2.2.1 Critrio laboratorial

    a) Parasitolgico

    presena de T. cruzi circulante no sangue perifrico

    identificado por exame parasitolgico direto, com ou sem

    identificao de qualquer sinal ou sintoma.

    b) Sorolgico

    sorologia positiva com anticorpos da classe IgM anti-T.

    cruzi, na presena de evidncias clnicas e

    epidemiolgicas indicativas de DCA; ou

    sorologia positiva com anticorpos da classe IgG anti-T.

    cruzi por IFI, com alterao na concentrao de IgG de,

    pelo menos, trs ttulos em um intervalo mnimo de 21 dias,

    em amostras pareadas; ou soroconverso em amostras

    pareadas, com intervalo mnimo de 21 dias.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 14

    14

    4.2.2.2 Critrio clnico-epidemiolgico

    Utiliza-se o critrio clnico-epidemiolgico quando se tem

    exames parasitolgicos negativos e sorolgicos inicialmente no

    reagentes, na presena de quadro febril, com manifestaes

    clnicas compatveis com DCA em pacientes com:

    vnculo epidemiolgico com casos confirmados de DCA,

    durante surto de DCA por transmisso oral, ou

    presena de chagoma de inoculao, ou

    sinal de Romaa, ou

    cardiomiopatia aguda aps contato com triatomneo (ex.:

    ter encontrado barbeiro no interior do domicilio, ter sido

    picado por barbeiro, etc.).

    Todavia, usa-se este critrio apenas para subsidiar o

    tratamento emprico em pacientes hospitalizados. Deve-se

    insistir na realizao de exames sorolgicos para a confirmao

    dos casos e, se resultarem continuamente no reagentes

    recomendvel suspender o tratamento especifico.

    Quando h possibilidade do evento ou surto ter ocorrido

    por transmisso oral, considera-se:

    Caso suspeito de transmisso oral presena de

    manifestaes clnicas compatveis e ausncia de outras

    formas provveis de transmisso.

    Caso provvel de transmisso oral diagnstico

    confirmado de doena de Chagas aguda por exame

    parasitolgico direto, com provvel ausncia de outras

    formas de transmisso e ocorrncia simultnea de mais de

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 15

    15

    um caso com vinculao epidemiolgica (procedncia,

    hbitos, elementos culturais).

    Caso confirmado de transmisso oral caso com

    diagnstico confirmado de doena de Chagas aguda por

    exame parasitolgico direto, em que se excluram outras

    vias de transmisso, e com evidncia epidemiolgica de um

    alimento como fonte de transmisso.

    4.3 MANIFESTAES CLNICAS DA DOENA DE CHAGAS

    AGUDA

    4.3.1 Sintomas e sinais inespecficos da fase aguda

    Febre - geralmente de incio sbito e prolongada, com

    mdia de 19 dias, diria, com pico vespertino e temperatura

    variando entre 37,5C e 38,0C.

    Cefaleia, dores musculares, dores articulares, palidez,

    dor abdominal, edema de membros inferiores, edema

    facial, dor precordial, vmitos, hepatoesplenomegalia,

    exantema rosado, nodulaes dolorosas e diarreia.

    Sinais de acometimento digestivo: aumento de

    aminotransferases (AST, ALT, Bilirrubinas, etc.).

    Sinais de acometimento hematolgico: plaquetopenia.

    Casos graves podem apresentar ictercia e insuficincia

    renal.

    4.3.2 Sintomas e sinais especficos da fase aguda

    As manifestaes especficas esto relacionadas

    principalmente cardiomiopatia, todavia, quadros mais graves

    podem cursar com meningoencefalite. A cardiomiopatia

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 16

    16

    relatada com maior frequncia nos casos diagnosticados no

    Par. Ambas as complicaes apresentam taxas de letalidade

    entre 2% e 7% em reas do pas tradicionalmente endmicas

    para a doena.

    4.3.2.1 Manifestaes do acometimento cardaco - quadro

    clnico da cardiomiopatia

    Dispneia de intensidade varivel

    Tosse

    Taquicardia, geralmente sem febre

    Palpitaes

    Dor torcica semelhante dor anginide

    Bulhas cardacas hipofonticas quando associada a

    derrame pericrdico

    Sopros cardacos em regio apical

    Sinais de derrame pericrdico com tamponamento: estase

    jugular, bulhas cardacas hipofonticas, hipotenso arterial

    Taquiarritmias ou bradiarritmias

    OS SINAIS DE PORTA DE ENTRADA DA TRANSMISSO VETORIAL, QUAIS

    SEJAM, O SINAL DE ROMAA OU CHAGOMA DE INOCULAO NO SO

    ACHADOS FREQUENTES NOS CASOS DIAGNOSTICADOS NO ESTADO DO

    PAR, UMA VEZ QUE SO MAIS DIAGNOSTICADAS FORMAS AGUDAS DE

    TRANSMISSO ORAL.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 17

    17

    4.3.2.2. Sinais de acometimento do sistema nervoso

    Sonolncia, torpor, desorientao, coma, sugerindo quadro

    de meningoencefalite.

    4.4 CRITRIOS PARA O DIAGNSTICO DAS FORMAS

    CRNICAS

    Aps a regresso das manifestaes clnicas da fase aguda,

    cujo perodo habitual de evoluo dura cerca de 3 a 8 semanas,

    instala-se a fase crnica, na forma indeterminada e que

    assintomtica, ou seja, sem sinais de comprometimento

    cardaco e/ou digestivo. A maioria dos casos se mantm nessa

    forma por toda a vida, porm, aps um perodo entre 10 e 20

    anos, alguns portadores da infeco, em torno de 20% a 30%,

    podem desenvolver uma forma determinada da DCC, que pode

    ser a cardaca, a digestiva ou mesmo a mista.

    4.4.1 Caso confirmado de doena de Chagas crnica (DCC)

    4.4.1.1 Critrio laboratorial

    Considera-se caso de doena de Chagas crnica quando h

    ausncia de quadro indicativo de doena febril nos ltimos 60

    dias e presena de:

    Exames sorolgicos reagentes por dois mtodos de

    princpios distintos (Elisa, HAI ou IFI), ou

    Xenodiagnstico, hemocultura, histopatolgico ou PCR

    positivos para T. cruzi.

    NA FORMA CRNICA DA DOENA DE CHAGAS EXISTEM RAROS

    PARASITAS CIRCULANTES NA CORRENTE SANGUNEA.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 18

    18

    So as seguintes as formas crnicas da doena de Chagas:

    a) DCC INDETERMINADA

    Neste caso o indivduo assintomtico, sem febre nos

    ltimos 60 dias, com sorologia IgG positiva e os exames

    (eletrocardiograma, radiografia de trax, radiografia contrastada

    de esfago e enema opaco) esto normais.

    b) DCC CARDACA

    a forma mais frequente; a apresentao clnica do

    acometimento cardaco na fase crnica est bem descrito e

    apresenta as seguintes caractersticas:

    Ausncia de febre nos ltimos 60 dias.

    Sorologia positiva por dois mtodos diferentes.

    Sinais de insuficincia cardaca: dispnia aos esforos,

    congesto sistmica com estase jugular, edema de

    membros inferiores, hepatomegalia, ascite.

    Sinais e sintomas de bradiarritmia ou taquiarritmias

    expressas como palpitaes.

    Sintomas de sncope.

    Tromboembolismo pulmonar que se traduz clinicamente por

    dispnia sbita, dor torcica e tosse, ou sistmico.

    Pode ocorrer morte sbita como primeira manifestao.

    Alteraes evidenciadas nos exames laboratoriais:

    Eletrocardiograma: bloqueio de ramo direito e bloqueio

    divisional antero-superior esquerdo, vrias formas de

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 19

    19

    arritmias supraventriculares e ventriculares com certo grau

    de complexidade.

    Radiografia de trax: cardiomegalia em diferentes graus

    ou derrame pleural.

    EcoDopplercardiograma: importante para evidenciar

    disfuno ventricular, podendo-se encontrar aumento dos

    dimetros cardacos, derrame pericrdico, regurgitaes

    valvares, trombo e aneurisma apical, bem como outras

    leses associadas.

    Teste ergomtrico: importante na avaliao da capacidade

    funcional e resposta cronotrpica, bem como na deteco

    de arritmias durante o esforo; importante tambm para

    avaliar com mais acurcia a presena de dor anginide,

    afastando doena coronria.

    Holter de 24 horas: deve ser solicitado quando surgirem

    sintomas de sncope, pr-sncope e alteraes

    eletrocardiogrficas compatveis com bradiarritmias e

    taquiarritmias.

    c) DCC DIGESTIVA

    Nesta forma o doente apresentar manifestaes clnicas

    digestivas de acordo com a regio do tubo digestivo

    comprometida.

    Acometimento do esfago:

    Nestes casos os sintomas so de engasgamento, disfagia,

    odinofagia, pirose, tosse, soluos, etc.

    Exame: a radiografia de esfago contrastado evidencia o

    rgo dilatado, com retardo no seu esvaziamento,

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 20

    20

    caracterizando o megaesfago que pode ser classificado em

    graus de I a IV.

    Acometimento do clon:

    Nas fases iniciais encontram-se obstipao intestinal e

    diarreia, com obstruo intestinal em casos graves.

    Exame: o enema opaco pode detectar a presena do

    megaclon.

    d) DCC MISTA (OU ASSOCIADA)

    Nesta forma as manifestaes clnicas e/ou exames so

    compatveis com cardiomiopatia chagsica, associada a

    megaesfago e/ou megacolon.

    5 NOTIFICAO DE CASO

    Os casos de reativao da doena que ocorrem nos quadros

    de imunodeficincia (HIV) e os casos crnicos no devem ser

    notificados.

    A DOENA DE CHAGAS AGUDA UM AGRAVO DE

    NOTIFICAO COMPULSRIA E TODOS OS CASOS DEVEM

    SER IMEDIATAMENTE NOTIFICADOS AO SISTEMA DE

    INFORMAO DE AGRAVOS DE NOTIFICAO (SINAN).

    TODOS OS RECM-NASCIDOS E LACTENTES DE ME COM

    INFECO POR T. CRUZI SO CONSIDERADOS COMO

    PORTADORES DE DOENA DE CHAGAS CONGNITA, EM FASE

    AGUDA, SENDO, PORTANTO, DE NOTIFICAO OBRIGATRIA.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 21

    21

    Vale ressaltar que todas as pessoas candidatas a doadoras

    de sangue so triadas epidemiolgica e sorologicamente pelos

    servios de hemoterapia quanto a presena de doena de

    Chagas.

    6 AVALIAO INICIAL DO PACIENTE COM INFECO

    AGUDA POR T. CRUZI

    Na consulta inicial o mdico deve realizar ANAMNESE e EXAME

    FSICO completos do doente, com cuidadosa coleta da histria

    clnico-epidemiolgica e especial ateno aos exames cardaco,

    neurolgico, digestivo e cutneo. Estas informaes devem ser

    adequadamente anotadas no pronturio do paciente, inclusive,

    sero extremamente teis durante o seguimento ambulatorial,

    que na doena de Chagas aguda prolongado, em torno de

    cinco anos.

    Alm dos exames especficos para o diagnstico da infeco

    pelo T. cruzi, impe-se ampliar a avaliao laboratorial do

    doente, porm, deve-se sempre ter uma indicao precisa na

    solicitao dos exames, evitando-se assim gastos

    desnecessrios. Solicitam-se radiografia de trax (PA) e

    eletrocardiograma para avaliao inicial do acometimento

    cardaco. Em gestantes infectadas deve-se solicitar radiografia

    TODO INDIVDUO COM INFECO CONFIRMADA DEVE TER

    GARANTIDO SEU ACOMPANHAMENTO POR UMA EQUIPE DE

    SADE TREINADA NA CONDUO DA DOENA. ALGUNS

    CASOS COM COMPROMETIMENTO CARDACO, DIGESTIVO OU

    NEUROLGICO PODERO NECESSITAR DE AVALIAES E

    CONTROLES ESPECIALIZADOS.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 22

    22

    de trax somente em situaes especiais, e mesmo assim deve-

    se usar proteo para evitar ao mximo a exposio do

    concepto radiao.

    Outros exames podem ser includos na avaliao inicial do

    doente:

    Hemograma sempre importante sua realizao,

    podendo ocorrer leucocitose com desvio esquerda e

    linfocitose. Em casos graves podem ser observadas

    leucopenia e/ou plaquetopenia.

    Dosagem de sdio, potssio, ureia, creatinina e

    glicemia - devido a possvel acometimento dos rins e

    pncreas.

    Provas hepticas - so importantes para avaliar o

    comprometimento do fgado, especialmente na fase aguda.

    Pode ocorrer elevao de aminotransferases (AST, ALT).

    Bilirrubina total e fraes podem estar elevadas. Tempo de

    protrombina prolongado e albumina srica diminuda em

    casos de leso heptica.

    Endoscopia digestiva alta - til nos casos de dor

    epigstrica intensa ou sinais de vmitos persistentes,

    hematmese, melena, disfagia ou anemia.

    Ultrassonografia de abdome total - pode ocorrer

    esteatose heptica, que pode ser detectada com este

    exame.

    Exame do lquor cefalorraquidiano - em casos de

    suspeita de acometimento do sistema nervoso central, na

    fase aguda (meningoencefalite).

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 23

    23

    7 DIAGNSTICO LABORATORIAL DA INFECO PELO T.

    CRUZI

    7.1 FASE AGUDA

    Para o diagnstico da fase aguda da doena pode-se

    solicitar:

    a) Exame Parasitolgico

    Consiste na pesquisa direta de T. cruzi no sangue perifrico.

    o exame padro-ouro para diagnstico de doena de Chagas

    nesta fase, portanto, deve ser o primeiro exame a ser solicitado.

    Um resultado positivo diagnstico de doena aguda. O teste

    direto a fresco mais sensvel que o esfregao corado.

    So mtodos diretos:

    Exame a fresco

    Gota espessa

    Mtodos de concentrao: creme leucocitrio, micro-

    hematcrito, Strout ou QBC (Quantitative Buffy Coat) -

    esto indicados especialmente se o indivduo j est

    sintomtico por um perodo mnimo de 30 dias.

    b) Exame Sorolgico

    Pesquisa de anticorpos anti-T. cruzi de classe IgM, por

    Imunofluorescncia Indireta (IFI). Recomenda-se realizar este

    mtodo na fase aguda tardia, a partir de 30 dias de febre e aps,

    pelo menos, duas execues do exame parasitolgico

    mostrando resultado negativo. Considera-se o exame positivo

    com ttulos a partir de 1:10, entretanto, este exame est sujeito a

    problemas de reatividade cruzada, razo pela qual a existncia

    de elementos clnicos e epidemiolgicos consistentes

    fundamental, ou

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 24

    24

    Pesquisa de anticorpos da classe IgG anti-T. cruzi, por IFI

    sorologia positiva com alterao na concentrao de IgG de,

    pelo menos, trs ttulos em um intervalo mnimo de 21 dias, em

    amostras pareadas, ou, soroconverso, em amostras pareadas,

    com intervalo mnimo de 21 dias.

    So bons os resultados utilizando-se o diagnstico molecular

    da doena de Chagas (PCR - polymerase chain reaction), o que

    permite o uso deste mtodo como teste confirmatrio. Caso haja

    forte suspeita de fase aguda da doena e os exames

    parasitolgicos diretos citados acima resultem negativos, o

    diagnstico molecular pode ser associado a tcnicas

    sorolgicas (pesquisa de IgM). Os dados da literatura mostram

    que a sensibilidade da PCR superior da hemocultura e do

    xenodiagnstico.

    7.2 FASE CRNICA

    a) Diagnstico parasitolgico

    Considerando que na fase crnica so raros os parasitas

    circulantes priorizam-se os exames sorolgicos. Os mtodos

    convencionais indiretos para a identificao do T. cruzi

    (xenodiagnstico e hemocultura) apresentam baixa

    sensibilidade. Um exame negativo no afasta a possibilidade da

    infeco, mas um exame positivo tem valor diagnstico absoluto.

    b) Diagnstico sorolgico

    Consiste na pesquisa de anticorpos anti-T. cruzi da classe

    IgG, sendo necessria a realizao do exame por dois mtodos,

    de princpios distintos (Hemaglutinao, Elisa, IFI). Considera-

    se um resultado positivo titulaes com valores acima de 1/20.

    Deve-se sempre utilizar um teste de elevada sensibilidade (Elisa

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 25

    25

    com antgeno total ou IFI), em conjunto com outro de alta

    especificidade.

    Mesmo considerando a baixa carga parasitria nesta fase,

    outros mtodos laboratoriais podem ser realizados:

    xenodiagnstico artificial, hemocultivo, PCR ou histopatolgico.

    7.2.1 Fluxograma para diagnstico de forma crnica da doena

    de Chagas

    A figura 1 descreve a sequncia dos exames para

    diagnstico da forma crnica. Nos casos inconclusivos

    (indeterminados) indica-se um teste molecular (PCR) ou

    Western blot. Na impossibilidade da realizao destes sugere-se

    a repetio dos exames sorolgicos por um perodo 24 meses.

    Fonte: Consenso Brasileiro de Doena de Chagas, 2005.

    Figura 1 - Fluxograma para diagnstico de forma crnica da doena de

    Chagas

    Indeterminado

    Ambos reagentes

    01 reagente e 01 no reagente

    POSITIVO

    Ambos no reagentes

    NEGATIVO

    Permanecendo Indeterminado = resultado inconclusivo

    Repetir os testes

    Solicitar testes em amostras de soro ou plasma (dois mtodos)

    Testes Elisa, HAI ou IFI

    Realizar testes de PCR/Western blot

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 26

    26

    8 TRATAMENTOS

    8.1 TRATAMENTO ETIOLGICO

    Indicado para todos os infectados com T. cruzi na fase

    aguda e fase crnica recente.

    O tratamento etiolgico deve ser realizado com o

    BENZONIDAZOL (comprimidos de 100mg), na dose de 10

    mg/kg/dia para lactentes, 5 a 10 mg/kg/dia para crianas e 5

    mg/kg/dia para adultos, em 2 ou 3 tomadas dirias, por um

    perodo de 30 a 60 dias, dependendo das condies clnicas. A

    dose mxima recomendada 300 mg/dia. Em adultos com peso

    acima de 60Kg deve-se calcular a dose total esperada do

    medicamento, prolongando-se esse perodo de tratamento para

    alm de 60 dias, objetivando completar a dose total necessria.

    Outra opo o NIFURTIMOX, porm esta droga no esta

    disponvel comercialmente no Brasil. A dose para adultos de 8

    a 10 mg/kg/dia. Para crianas usam-se 15mg/kg/dia, via oral, em

    duas a trs tomadas, durante 60 a 90 dias.

    8.1.1 Manejo das reaes adversas

    As reaes adversas geralmente so observadas entre o 5

    e 10 dia de tratamento e as mais frequentes so: dermopatia,

    neuropatia, hipoplasia medular (queda de plaquetas ou

    leuccitos), distrbios gatrointestinais.

    Em dermopatias leves deve-se administrar anti-histamnico e

    fazer a reintroduo da medicao conforme a tolerncia.

    Utiliza-se o anti-histamnico concomitante ao benzonidazol,

    entretanto, se houver persistncia dos sintomas deve-se fazer

    corticoterapia ou, suspender o tratamento, observar e

    reintroduzir a medicao.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 27

    27

    No caso de vmitos incoercveis faz-se a interrupo da

    droga temporariamente, com sua reintroduo conforme

    tolerncia.

    Em reaes adversas aconselha-se at duas tentativas de

    reintroduo do tratamento especfico com benzonidazol.

    Em situaes graves de hipersensibilidade como, por

    exemplo, a neuropatia recomenda-se encaminhar para

    referncia especializada.

    8.2 TRATAMENTO DAS FORMAS CARDACA E DIGESTIVA

    As arritmias cardacas, eventos que surgem com relativa

    frequncia nos casos de cardiomiopatia chagsica, podem ser

    diagnosticadas clinicamente, todavia, impe-se a realizao do

    ELETROCARDIOGRAMA para sua melhor definio, tratamento e

    acompanhamento.

    Na ocorrncia de eventos de maior complexidade como, por

    exemplo, os bloqueios atrioventriculares, ritmos juncionais e

    arritmias ventriculares complexas, h necessidade da realizao

    do HOLTER 24 HORAS para definio de conduta, se somente

    medicamentosa, ou se h necessidade de instalao de

    marcapasso, entre outras.

    Nos casos de cardiomiopatia chagsica o indivduo pode

    apresentar sinais clnicos de insuficincia cardaca (IC), em

    graus variados. Nas situaes de agravamento desta, quando

    surgem taquicardia, baixa voltagem ao eletrocardiograma,

    hipofonese de bulhas cardacas, hipotenso arterial e/ou

    arritmias, solicitar ECODOPPLERCARDIOGRAMA para avaliar a

    existncia de derrame pericrdico, visando definir a conduta

    teraputica deste, uma vez que pode haver, em alguns casos,

    necessidade de drenagem cirrgica.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 28

    28

    Nestas situaes de comprometimento mais severo da

    funo cardaca impe-se a internao do doente e est

    indicado o acompanhamento especializado.

    8.2.1 Tratamento farmacolgico da cardiomiopatia chagsica

    aguda e crnica

    O manejo farmacolgico em ambas as fases tem como base

    aquele utilizado para o tratamento da insuficincia cardaca e

    arritmias de outras etiologias, de acordo com a I DIRETRIZ LATINO-

    AMERICANA PARA O DIAGNSTICO E TRATAMENTO DA CARDIOPATIA

    CHAGSICA.

    Como em outras cardiopatias, o tratamento da IC de

    etiologia chagsica tem como base a utilizao rotineira da

    combinao de trs tipos de frmacos: diurticos, inibidores da

    enzima de converso da angiotensina (IECA) ou bloqueadores

    do receptor de angiotensina (BRA) e betabloqueadores

    adrenrgicos (BB).

    Muito embora o tratamento da criana com insuficincia

    cardaca consequente cardiomiopatia chagsica aguda

    assemelhe-se ao do adulto, descreve-se de forma distinta,

    neste manual, como proceder na abordagem desses dois grupos

    populacionais.

    Deve-se sempre estar atento s contraindicaes dos

    medicamentos utilizados, nos adultos e crianas.

    8.2.1.1 Tratamento da cardiomiopatia chagsica aguda na

    criana

    No grupo peditrico, a cardiomiopatia por T. cruzi apresenta

    aspectos clnicos semelhantes aqueles de outras etiologias, e

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 29

    29

    nas reas endmicas geralmente evolui com benignidade. No

    estado do Par tm sido freqentes, na populao peditrica,

    casos agudos de doena de Chagas com cardiomiopatia,

    inclusive evoluindo com insuficincia cardaca aguda, grave, cujo

    desfecho tem sido imprevisvel, desde a recuperao total do

    doente at o bito. Neste manual esto descritas orientaes

    para o tratamento da criana apresentando cardiomiopatia com

    insuficincia cardaca de leve a moderada intensidade e nas

    situaes de maior gravidade sugere-se encaminhar para

    tratamento especializado.

    As manifestaes cardiovasculares da cardiomiopatia aguda

    em crianas traduzem-se por insuficincia cardaca congestiva

    em graus variados. Lactentes e crianas maiores podem

    inicialmente apresentar taquicardia, com frequncia cardaca

    mdia acima de 180 bpm, taquidispnia, irritabilidade, sudorese,

    vmitos, anorexia, sopros cardacos, terceira bulha,

    hepatomegalia e edema de membros inferiores.

    O tratamento da criana com cardiomiopatia chagsica

    aguda evoluindo com IC tem como objetivos reduzir a congesto

    pulmonar e sistmica, reduzir a ps-carga, melhorar a

    contratilidade cardaca e a atenuao do sistema renina-

    angiotensina-aldosterona e do sistema nervoso simptico, alm

    de outras medidas. Os detalhes desta terapia esto amplamente

    discutidos em textos padro e somente alguns poucos pontos

    importantes esto aqui reproduzidos. As doses dos frmacos

    utilizados devero ser ajustadas individualmente.

    O tratamento concomitante da infeco chagsica um fator

    que muito contribui para a melhora do quadro.

    A criana com IC tem alto risco de desnutrio devido a

    dificuldade de ingesto, intolerncia alimentar e a alta demanda

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 30

    30

    metablica. Em geral necessita de aporte calrico adequado via

    oral, em mdia 180 kcal/kg. Aconselham-se restrio

    hidrossalina e cuidados com outras infeces.

    No controle da insuficincia cardaca nas crianas

    recomenda-se o uso dos inibidores da enzima conversora da

    angiotensina (IECA), como o captopril, o enalapril ou outros,

    objetivando a reduo da pr e ps-carga, assim como, a

    melhora do remodelamento cardaco, sem alterar a frequncia

    cardaca. Os bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II

    (BRA), tais como losartan, valsartan ou candesartan devem ser

    indicados para crianas que no tolerem os IECAS.

    Os diurticos devem ser utilizados em casos de congesto

    pulmonar ou sistmica, podendo-se usar a furosemida ou

    espironolactona, tendo-se j observado melhora da sobrevida

    dos doentes com esta ltima. Deve-se ter cuidado especial com

    a funo renal e com o nvel do potssio srico; a creatinina

    srica no deve ultrapassar 2,5 mg/dl e o potssio srico

    convm manter-se abaixo de 5,5 mEq/dl.

    Em algumas situaes a digoxina pode ser associada ao

    IECA, entretanto, deve ser utilizada com cautela e em doses

    baixas. Estudos sobre eficcia das drogas mostram que a

    digoxina tem efeito benfico modesto em crianas, mas tem sua

    indicao quando a IC evolui predominantemente com disfuno

    sistlica ou fibrilao atrial. Tem boa absoro oral, pico srico 1

    a 3 horas, meia vida aproximada de 30 horas e eliminao

    predominantemente renal. Criana maior de 10 anos recebe

    dose de adulto. Para criana com menos de 10 anos sugere-se

    dose de ataque de 0,01 a 0,02 mg/kg de peso corporal,

    repetidos a cada 6 horas, at que o resultado teraputico seja

    obtido, geralmente aps a administrao de 2 a 4 doses.

    Manuteno: 0,01 a 0,02 mg/kg de peso corporal diariamente,

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 31

    31

    em dose nica. A faixa de dose mais baixa aplica-se a recm-

    nascidos. Estes esquemas posolgicos devem servir como

    diretriz. Convm examinar a criana entre cada dose buscando

    sinais de intoxicao digitlica e mesmo evidncias de que j

    houve ao digitlica eficiente. A escolha entre uma digitalizao

    rpida ou lenta depende da urgncia da indicao clnica. Nos

    casos mais leves de IC sugere-se iniciar com a dose de

    manuteno, evitando os riscos de intoxicao durante a

    digitalizao. H a preparao de digoxina em elixir peditrico.

    Aps a melhora do quadro clnico, caso necessrio, pode-se

    acrescentar um betabloqueador (BB) visando a diminuio da

    frequncia cardaca e da atividade simptica que ocorrem na

    doena, o qual pode ser associado ao digital, aos diurticos ou

    IECAS. O carvedilol o mais utilizado e os estudos tm

    demonstrado sua eficcia em crianas.

    Doses das drogas sugeridas para o tratamento da

    insuficincia cardaca em crianas:

    Enalapril: 0,1 - 0,5 mg/kg/dia a cada 12 horas, via oral.

    Captopril; 0,5 - 2 mg/kg/dia a cada 8 horas, via oral.

    Losartan: 0,3 - 0,5mg/ kg/dia cada 12 ou 24 horas, via oral.

    Furosemida: 1 - 2 mg/kg/dia a cada 6, 8,12 ou 24 horas,

    via oral ou endovenosa.

    Espironolactona: 1 - 3 mg/kg/dia, a cada 8, 12 ou 24 horas,

    via oral.

    Digoxina: 0,005 - 0,02 mg/kg de peso corporal, via oral, a

    cada 8, 12 ou 24 horas.

    Carvedilol: 0,1 - 0,3mg/kg/dia a cada 8 ou 12 horas, via

    oral.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 32

    32

    8.2.1.2 Tratamento da cardiomiopatia chagsica aguda e

    crnica no adulto

    Na fase aguda, quando o paciente evoluir clinicamente com

    cardiomiopatia e insuficincia cardaca sintomtica, com

    dispneia de leve a moderada intensidade, taquicardia e edema

    de membros inferiores, utilizam-se os inibidores da enzima de

    converso da angiotensina (IECA), podendo-se usar o captopril,

    enalapril, ramipril, ou outros, e se houver intolerncia ou efeito

    adverso como tosse, utilizar bloqueadores dos receptores da

    angiotensina II (BRA). Em geral, os pacientes com

    cardiomiopatia apresentam taquicardia associada ao quadro de

    insuficincia cardaca. Nesta situao aconselha-se associar

    betabloqueadores adrenrgicos, como o carvedilol, na dosagem

    inicial de 3,125 mg duas vezes ao dia, at a dosagem mxima

    de 25 mg/dia, objetivando diminuir a atividade simptica da

    insuficincia cardaca.

    Outros betabloqueadores com resultados semelhantes ao

    carvedilol podem ser utilizados (succinato de metoprolol ou

    bisoprolol). Os pacientes que apresentarem congesto pulmonar

    ou sistmica, com estase jugular, galope por terceira bulha

    cardaca, estertores pulmonares ou edema de membros

    inferiores de moderada a grande intensidade devem ser

    internados e podem beneficiar-se com o uso de diurticos, como

    a furosemida ou espironolactona, isolados ou associados.

    As arritmias complexas sem distrbio hemodinmico, tais

    como, arritmias ventriculares, fibrilao atrial, taquicardia

    supraventricular ou taquicardia ventricular no sustentada

    podem ser tratadas com amiodarona, betabloqueador ou os

    bloqueadores dos canais de clcio, isolados ou associados. Em

    casos com alteraes hemodinmicas solicitar internao e

    avaliao especializada.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 33

    33

    Para a cardiomiopatia crnica, o tratamento segue as

    mesmas orientaes dos casos de insuficincia cardaca de

    outras etiologias.

    8.2.2 Tratamento das manifestaes digestivas da fase aguda

    As manifestaes digestivas mais frequentes na fase aguda

    so dor abdominal e diarreia, para as quais recomenda-se dieta

    orientada, de acordo com aceitao do doente e medicamentos

    sintomticos para alvio da dor abdominal. Em casos de

    agravamento do quadro abdominal convm solicitar avaliao

    especializada. importante o repouso durante a fase aguda da

    infeco.

    8.2.3 Tratamento inicial da forma crnica digestiva

    No caso de pacientes que apresentarem acometimento

    digestivo crnico leve, com manifestaes de disfagia e

    obstipao intestinal, pode-se aconselhar dieta leve, evitando-se

    alimentos irritantes, podendo ser acrescentados anticidos para

    alvio sintomtico.

    - MEGAESFAGO:

    Manifestao mais freqente em homens, podendo

    necessitar de tratamento cirrgico nos estgios mais avanados,

    para alvio da presso esfincteriana.

    Orientao diettica: dietas pastosas, evitar alimentos

    secos, fritos e irritativos.

    Boa mastigao, tranquilidade nas refeies.

    Nos estgios iniciais pode-se usar o dinitrato de isossorbida

    ou a nifedipina, com a finalidade de reduzir a presso no

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 34

    34

    crdia, 30 a 40 minutos antes das refeies, embora esta

    seja uma prtica paliativa.

    - MEGACLON:

    O objetivo tratar a obstipao intestinal.

    Dietas leves, anticonstipantes e de fcil digesto.

    Uso cuidadoso de fibras, pois podem facilitar

    formao/agravamento de fecalomas.

    Laxativos suaves e nos agravos encaminhar para

    acompanhamento especializado.

    Pode ser necessrio o tratamento cirrgico.

    Por ser uma doena que acomete o indivduo de forma

    sistmica, outras manifestaes podem ocorrer, principalmente

    relacionadas disautonomia nervosa, mesmo no tubo digestivo

    e em setores como vias biliares, urinrias, pncreas e outros.

    9 PROTOCOLOS DE ACOMPANHAMENTO

    9.1 PROTOCOLO PARA ACOMPANHAMENTO

    AMBULATORIAL DE PORTADORES DE DOENA DE

    CHAGAS NA FASE AGUDA

    Muitos dos casos de doena de Chagas aguda

    diagnosticados no estado necessitam de internao hospitalar

    em decorrncia de sua gravidade, em geral ocasionada por

    distrbios hemodinmicos. Aps a alta, obrigatoriamente, o

    indivduo deve ter seguimento ambulatorial. Entretanto, a maioria

    dos doentes pode ser tratada em nvel ambulatorial.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 35

    35

    Antes de introduzir o BENZONIDAZOL sempre solicitar:

    a) Hemograma com contagem de plaquetas.

    b) Aminotransferases (AST/ALT), bilirrubina total e fraes

    e albumina srica.

    c) Sdio, potssio, ureia, creatinina e glicemia de jejum.

    d) Tempo e Atividade de Protrombina (TAP).

    e) Eletrocardiograma.

    f) Radiografia de trax (PA).

    g) Outros exames podem ser realizados de acordo com o

    caso.

    Nos primeiros 60 dias, a partir da introduo do

    BENZONIDAZOL, marcar retornos para exame clnico do

    doente e controle laboratorial peridico, se possvel semanal,

    at a normalizao dos seus resultados. Solicitar:

    a) Hemograma com contagem de plaquetas.

    b) Aminotransferases (AST/ALT), bilirrubina total e fraes e

    albumina srica.

    c) Tempo e Atividade de Protrombina (TAP).

    d) Pode ser necessria a realizao de outros exames como,

    por exemplo, os referentes funo renal, caso tenha

    havido comprometimento desta, etc.

    Ateno: se o caso evoluiu com cardiomiopatia fazer

    controles com radiografia de trax (PA) e eletrocardiograma a

    cada 15 dias, aps estabilizao hemodinmica.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 36

    36

    Avaliao no 3o ms de seguimento:

    a) Radiografia contrastada de esfago, estmago e duodeno

    (REED), se disfagia.

    Avaliao no 6o ms de seguimento:

    a) Sorologia titulada (IFI) IgG e IgM para doena de Chagas.

    b) Hemograma com contagem de plaquetas.

    c) Eletrocardiograma.

    d) Radiografia de trax (PA).

    Avaliao no 12o ms de seguimento:

    b) Hemograma com contagem de plaquetas.

    c) Eletrocardiograma.

    d) Sorologia titulada (IFI) IgG e IgM para doena de Chagas.

    e) Radiografia de trax (PA).

    f) Radiografia contrastada de esfago, estmago e duodeno

    (REED), se presena de disfagia ou engasgamento.

    g) Enema opaco, se surgir obstipao intestinal crnica.

    Avaliao no 18o

    ms e

    24

    o ms de seguimento:

    a) Eletrocardiograma.

    b) Radiografia de trax (PA).

    A partir do 36o ms (3

    o ano) as avaliaes so anuais at

    o 5o ano:

    a) Sorologia titulada (IFI) IgG, para doena de Chagas.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 37

    37

    b) Radiografia contrastada de esfago, estmago e duodeno

    (REED), se disfagia ou engasgamento.

    c) Enema opaco (se surgir constipao intestinal crnica)

    d) Teste ergomtrico (importante para avaliao do

    cronotropismo cardaco, capacidade funcional e doena

    coronariana).

    9.2 PROTOCOLO PARA ACOMPANHAMENTO

    AMBULATORIAL DE PORTADORES DE DOENA DE

    CHAGAS NA FASE CRNICA

    9.2.1 Acompanhamento do paciente sem cardiomiopatia

    aparente

    Indivduos sem cardiomiopatia aparente podem apresentar

    seu ECG normal ou alterado. A seguir esto descritas as

    condutas sequenciais para encaminhar os casos nestas duas

    situaes.

    a) Eletrocardiograma normal:

    Figura 2 - Fluxograma para acompanhamento em caso de ECG normal.

    Eletrocardiograma + Radiografia de trax normais e

    sorologia positiva

    Considerar forma Indeterminada

    Acompanhamento com Eletrocardiograma, EcoDopplercardiograma e sorologia anual

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 38

    38

    b) Eletrocardiograma alterado:

    Figura 3 - Fluxograma para acompanhamento em caso de ECG

    alterado.

    9.2.2 Acompanhamento do paciente com a forma digestiva

    Figura 4 - Fluxograma para acompanhamento na forma

    digestiva

    Eletrocardiograma com bloqueios, alteraes da repolarizao ventricular e/ou arritmias e sorologia

    positiva

    Solicitar EcoDopplercardiograma, Teste Ergomtrico e Holter 24 horas

    Encaminhar para acompanhamento especializado

    Sorologia positiva + sintomas digestivos (disfagia, engasgamento, odinofagia, soluo, meteorismo exacerbado, diarria ou obstipao intestinal)

    Solicitar Rx contrastado de esfago e/ou enema opaco e/ou endoscopia digestiva alta

    Encaminhar para acompanhamento especializado

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 39

    39

    9.2.3.1 Estadiamento da esofagopatia chagsica de acordo com

    a radiografia de esfago

    Estdio I - ligeira dilatao, discreta reteno do contraste

    Estdio II - moderada dilatao, restos de alimentos e

    lquidos retidos no esfago

    Estdio III - dilatao difusa, observa-se uma coluna de

    alimentos e lquidos retidos no esfago

    Estdio IV - acentuada dilatao, esfago grandemente

    dilatado (esfago assume forma de S, esfago sigmide)

    9.2.3 Acompanhamento do paciente com a forma cardaca

    manifesta

    Considerar, na forma cardaca, sorologia positiva por dois

    mtodos distintos e solicitar eletrocardiograma,

    ecoDopplercardiograma, Rx de trax (PA) e Holter 24 horas para

    estadiamento e estratificao de risco da cardiomiopatia

    chagsica.

    9.2.3.1 Estadiamento da cardiomiopatia chagsica

    No quadro 1, abaixo, est descrito o estadiamento da

    cardiomiopatia chagsica crnica, assim como, a periodicidade

    para retorno ambulatorial.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 40

    40

    Quadro 1 - Estadiamento da cardiopatia chagsica de acordo

    com os resultados dos exames realizados e periodicidade do

    retorno ambulatorial.

    ESTADIA-MENTO

    (1)ECG

    (2)ECO

    INSUFICINCIA CARDACA

    RETORNO AMBULATRIO

    A Alterado NORMAL AUSENTE ANUAL

    B1 Alterado Alterado

    FEJ(3)

    >45% AUSENTE SEMESTRAL

    B2 Alterado Alterado

    FEJ(3) 45%

    AUSENTE SEMESTRAL

    C Alterado Alterado COMPENSADO

    DEFINIR A FREQUNCIA DE

    ACORDO COM A

    NECESSIDADE

    D Alterado Alterado REFRATRIO

    DEFINIR A FREQUNCIA DE

    ACORDO COM A

    NECESSIDADE

    Fonte: adaptado do Consenso Brasileiro de Doena de Chagas, 2005.

    (1) ECG: eletrocardiograma

    (2) ECO: ecoDopplercardiograma

    (3) FEJ: frao de ejeo medida no ecoDopplercardiograma

    9.2.3.2 Estratificao de risco da cardiomiopatia chagsica

    9.2.3.2 Estratificao de risco da cardiomiopatia chagsica

    Utilizam-se os exames ecoDopplercardiograma, Holter 24

    horas e radiografia de trax (PA) para estratificar o risco de

    morte do portador, seguindo-se o fluxograma descrito na figura

    5.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 41

    41

    risco baixo risco intermedirio risco alto

    Fonte: I Diretriz latino-americana de doena de Chagas 2011 (1) TF: tipo funcional (2) Eco: ecoDopplercardiograma (3) FEVE: frao de ejeo do ventrculo esquerdo (4) TVNS: taquicardia ventricular no sustentada

    Figura 5 - Fluxograma para estratificao de risco de morte na

    cardiomiopatia chagsica.

    10 DOENA DE CHAGAS EM GRUPOS ESPECIAIS

    10.1 DIAGNSTICO E MANEJO DE RECM-NATOS E

    LACTENTES DE ME INFECTADA COM T. CRUZI

    Recm-nascidos e lactentes de me com infeco por T.

    cruzi so considerados portadores de doena de Chagas

    congnita, em fase aguda, portanto, de notificao obrigatria.

    Paciente com teste sorolgico positivo

    Eletrocardiograma

    Eco(2)

    -FEVE(3)

    normal

    Holter s/TVNS

    (4)

    Holter s/TVNS

    (4)

    TF(1)

    I,II,III,IV (NYHA)

    Eco(2)

    -FEVE(3)

    reduzida

    Anormal TF

    (1) I,II,III,IV

    (NYHA)

    Rx-cardiomegalia

    Normal

    RX - rea cardaca normal

    Holter c/TVNS

    (4)

    Holter s/TVNS

    (4)

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 42

    42

    Suspeitar de infeco congnita por T. cruzi na presena

    dos seguintes sinais e sintomas nas primeiras semanas:

    Prematuridade

    Baixo peso

    Febre

    Hepatomegalia

    Em casos suspeitos de transmisso vertical importante

    confirmar o diagnstico sorolgico da me. Se for confirmada a

    infeco materna, seu recm-nascido ou lactente, mesmo

    estando assintomtico deve realizar o exame parasitolgico pelo

    mtodo direto, at o sexto ms de vida. Para os casos positivos

    inicia-se de imediato o tratamento etiolgico. Para controle da

    reduo da parasitemia sugere-se a realizao de exame de

    controle, por um mtodo de concentrao, quinze dias aps o

    inicio da teraputica.

    Aps o sexto ms de vida tem inicio o desaparecimento dos

    anticorpos da me, assim, criana com resultados negativos ou

    inconclusivos e assintomtica deve realizar, aps esse perodo,

    sorologia por duas tcnicas laboratoriais distintas

    (Hemaglutinao, Elisa, Imunoflorescncia indireta) e, se

    positiva, iniciar o tratamento etiolgico; em caso de negatividade

    deve-se fazer a excluso de infeco chagsica. Aps o trmino

    do tratamento realizar acompanhamento com sorologia (duas

    tcnicas) a cada seis meses, at a negativao de ambas.

    10.1.1 Fluxograma para o RN de me portadora de doena de

    Chagas

    Na figura 6 est o fluxograma sugerindo como solicitar no

    recm nascido os exames laboratoriais para esclarecimento da

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 43

    43

    transmisso vertical da doena (me portadora de doena de

    Chagas).

    Fonte: Consenso Brasileiro de Doena de Chagas, 2005.

    Figura 6 - Fluxograma dos exames a solicitar para o RN de me

    portadora

    10.2 DIAGNSTICO E MANEJO DA GESTANTE INFECTADA

    A gestante infectada deve ser acompanhada durante toda a

    gestao. A amamentao no aconselhada na fase aguda

    devido ao maior risco de transmisso vertical durante este

    perodo, estando indicada na fase crnica, exceto quando

    houver sangramento ou fissura mamilar.

    Me com sorologia reagente confirmada

    Negativa ou no realizada

    Pesquisa de T. cruzi (ex.direto) no RN: duas amostras

    no 1o ms (se possvel)

    Sorologia IgG - 6 a 9 meses de vida

    No reagente Reagente

    Positiva

    Tratamento Fim do seguimento

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 44

    44

    Em mulheres no perodo frtil e sem uso de contraceptivos

    recomenda-se realizar teste de gravidez antes de iniciar

    tratamento etiolgico.

    O tratamento etiolgico (benzonidazol ou nifurtimox) est

    contraindicado em qualquer fase da gestao.

    Considera-se gestante sem cardiomiopatia aparente quando

    a mesma apresentar sorologia positiva com eletrocardiograma e

    Rx de trax normais. Mulheres infectadas com T. cruzi sem

    cardiomiopatia aparente no tm contraindicao para gestao

    e o acompanhamento seguir semelhante ao da forma crnica.

    GESTANTE COM CARDIOMIOPATIA CHAGSICA

    A cardiomiopatia chagsica na gravidez pode apresentar

    manifestaes de insuficincia cardaca, desde a forma leve at

    quadros severos com dispneia importante, sinais de congesto

    sistmica com estase jugular, edema de membros inferiores,

    hepatomegalia, ascite e anasarca, dependendo da gravidade da

    cardiopatia.

    A presena de cardiomiopatia no contraindica a gravidez. O

    prognstico da gestante cardiopata est relacionado com a

    classe funcional e a gravidade da disfuno ventricular.

    O tratamento da gestante com cardiomiopatia chagsica

    segue as recomendaes para o tratamento da insuficincia

    cardaca de outras etiologias. Os inibidores da enzima de

    converso da angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos

    receptores AT1 da angiotensina II (BRA) no devem ser

    administrados devido teratogenicidade.

    Os diurticos devem ser usados na gestante com

    insuficincia cardaca de forma criteriosa, com acompanhamento

    materno-fetal, devido aos efeitos colaterais maternos como

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 45

    45

    hiperglicemia, hiperuricemia, hipocalemia, trombocitopenia,

    hipersensibilidade e reduo placentria. Para o concepto, os

    diurticos podem causar hiponatremia, hipocalemia, arritmias

    cardacas e trombocitopenia.

    10.3 DOENA DE CHAGAS E OUTRAS CO-MORBIDADES

    de boa norma, desde que haja o consentimento do

    indivduo, a realizao de sorologia anti-HIV nos portadores da

    doena de Chagas, seja na sua forma aguda ou crnica,

    considerando a possvel evoluo com gravidade no caso de

    comorbidade.

    Os pacientes imunodeprimidos, como os portadores de

    neoplasias hematolgicas, os usurios de drogas

    imunodepressoras ou os coinfectados pelo vrus da

    imunodeficincia humana podem apresentar reativao da

    doena de Chagas, que deve ser confirmada por exames

    parasitolgicos diretos no sangue perifrico, em outros fludos

    orgnicos ou em tecidos.

    11 MANEJO DE CURA

    Na forma aguda da doena de Chagas no se tem critrios

    de cura clnica, assim, considera-se cura quando h persistncia

    repetida da negativao sorolgica, que dever ser observada

    at cinco anos de acompanhamento. Recomenda-se realizao

    de sorologia por dois mtodos convencionais, realizadas

    semestral ou anualmente, durante este perodo.

    Quando o indivduo diagnosticado j na forma crnica, seu

    acompanhamento deve-se fazer indefinidamente, uma vez que

    no h cura desta forma evolutiva.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 46

    46

    12 PARA ONDE E QUANDO ENCAMINHAR O INDIVDUO

    COM DOENA DE CHAGAS

    A seguir esto relacionados os servios pblicos de

    assistncia doena de Chagas no estado do Par, para onde

    pode ser encaminhado o indivduo portador da doena, em

    qualquer uma de suas formas e quando houver necessidade de

    avaliao e/ou acompanhamento especializados, sempre

    buscando-se seguir o fluxo de referncia e contra referncia

    estabelecido pelo Sistema nico de Sade (SUS).

    Estado do Par:

    a) Hospital de referncia em DOENAS INFECCIOSAS:

    HOSPITAL UNIVERSITRIO JOO DE BARROS BARRETO

    (HUJBB). BELM. PA.

    - Instituio para onde podem ser encaminhados casos de

    doena de Chagas que necessitem de avaliao e/ou

    acompanhamento especializados, aps avaliao mdica no

    municpio, com referncia e contra referncia.

    Telefones: (91) 3201.6600

    b) Hospital de referncia em CARDIOLOGIA:

    FUNDAO PBLICA ESTADUAL HOSPITAL DE CLNICAS

    GASPAR VIANNA (HCGV). BELM. PA.

    - Encaminhar para este hospital quando existir acometimento

    cardaco grave, em fase aguda ou crnica.

    Telefones: (91) 4005.2500

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 47

    47

    c) HOSPITAL REGIONAL PBLICO DO MARAJ

    Avenida Rio Branco, 1266 - Centro, Breves - PA

    Telefone: (91) 3783.2140

    Outros servios:

    d) Servio de Vigilncia e Controle da doena de Chagas no

    Par:

    Coordenao Estadual de Controle de doena de Chagas

    Telefone: (91) 4006.4268

    Blog: doencadechagashoje. blogspot.com

    Facebook: www.facebook.com/doencadechagashoje

    Email: [email protected]

    e) Laboratrio Central do Estado do Par (LACEN)

    Instituio responsvel pela execuo dos exames

    especficos para doena de Chagas, na rede do Sistema nico

    de Sade do estado do Par.

    f) Programa Multidisciplinar em doena de Chagas

    Atua como referncia para atendimento especializado, assim

    como, executa pesquisas na rea clnica e epidemiolgica.

    Telefones: (91) 3201.6612 / (91) 3201.6721 / (91) 4005.2569

    Email: [email protected]

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 48

    48

    13 REFERNCIA E CONTRA REFERNCIA DE CASOS

    De acordo com as orientaes descritas neste manual, o

    fluxo de referncia e contra referncia para os casos de doena

    de Chagas atendidos na rede de assistncia sade do SUS

    estadual deve favorecer a integrao das unidades de sade

    que atuam na ateno primria, com os hospitais que

    desenvolvem procedimentos de alta complexidade, a

    Coordenao Estadual e o programa multidisciplinar em doena

    de Chagas, possibilitando que estes setores da assistncia e

    vigilncia possam contribuir com orientaes sobre o manejo de

    pacientes agudos ou crnicos, propiciando, ainda, a execuo

    de avaliaes peridicas, exames de alta complexidade ou

    outros procedimentos, quando houver indicao, para o

    monitoramento dos casos.

  • Manual de Recomendaes para Diagnstico, Tratamento e Seguimento Ambulatorial de Portadores de Doena de Chagas 49

    49

    REFERNCIAS

    ALBAJAR PV, LAREDO SV, TERRAZAS MB, COURA JR. Miocardiopatia dilatada em pacientes com infecochagsica crnica. Relato de dois casos autctones do Rio Negro, Estado do Amazonas. Rev Soc Bras Med Trop. 2003; 36(3): 401-7.

    ANDRADE JA, MARIN-NETO JA, PAOLA AAV, VILAS-BOAS F. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Latino Americana para o Diagnstico e Tratamento da Cardiopatia Chagsica. Arq Bras Cardiol 2011; 97(2 supl.3):1-48.

    BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Guia de vigilncia epidemiolgica/Ministrio da Sade, 7. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2009.

    BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Doena de Chagas Aguda. Aspectos Epidemiolgicos, diagnstico e tratamento. Guia de consulta rpida para profissionais de sade. 1-32, 2009.

    BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Secretaria de Vigilncia em Sade. Consenso Brasileiro em Doena de Chagas. Rev Soc Bras Med Trop, 38 (supl. III): 30, 2005.

    COURA, JOS RODRIGUES. Dinmica das Doenas Infecciosas e Parasitrias. 2 Vol. Guanabara Kookgan; Rio de Janeiro, 2005.

    GASCN J; ALBAJAR P, CANS E; MARA F. Diagnstico, manejo y tratamiento de la cardiopatia chagsica crnica en reas donde la infeccin por Trypanosoma cruzi no es endmica. Espanha, Rev Esp Cardiol, 2007; 60(3):285-93.

    GUZMN EG, HERNNDEZ MAT, NAVERO JLP. Tratamiento actual de la insuficiencia cardiaca peditrica. Cardiocore. 2012. http://dx.doi.org/10.1016/j.carcor.2012.09.011.

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